dh no brasil bruna .ditadura-militar

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Nesse mês vamos discutir um pouco sobre os direitos humanos no Brasil, para tal tema nada melhor do que refletirmos sobre o período que nosso país passou durante a década que foi de 1964 á 1984, ou seja, a DITADURA MILITAR que trouxe consigo diversos retrocessos e ataques bárbaros aos direitos humanos, porém antes é preciso conceituar essa forma de regime político. O QUE É UMA DITADURA? A ditadura ocorre quando o povo é proibido de participar da vida política do país, e o poder é controlado somente por um único governante ou um pequeno grupo. O ditador possui todos os poderes sobre seu comando, legislativo, judiciário e executivo, os mesmos fazem parte da mesma instância no regime ditatorial, logo o ditador não admite oposição a seus atos e ideias e possui poder e autoridade absolutas. O regime ditatorial é exercido sem limitações jurídicas, com leis que só valem para a sociedade, o ditador se coloca acima das leis e, nessa condição, costuma desrespeitar todos os direitos fundamentais do cidadão, principalmente o direito de livre expressão. Portanto o povo não possui nenhuma participação no processo de escolha dos cargos políticos, não existem eleições, tampouco as manifestações são livres. Além das características citadas acima, as ditaduras, por meio de repressão policial perseguem brutalmente todos os cidadãos considerados adversários do regime, espalhando pânico na sociedade, utilizando métodos de tortura e morte. Como instrumento de alienação as ditaduras buscam controlar os meios de comunicação de massa, tais como: rádios, televisão, espetáculos de teatro, igrejas, filmes, jornais, revistas, entre outros. Constrói-se uma instituição de censura oficial com o objetivo de proibir tudo o que possa criticar o regime.

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Um pouco sobre a ditadura militar no Brasil e suas implicaçoes

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Nesse mês vamos discutir um pouco sobre os direitos humanos no Brasil, para tal tema nada melhor do que refletirmos sobre o período que nosso país passou durante a década que foi de 1964 á 1984, ou seja, a DITADURA MILITAR que trouxe consigo diversos retrocessos e ataques bárbaros aos direitos humanos, porém antes é preciso conceituar essa forma de regime político.

O QUE É UMA DITADURA?

A ditadura ocorre quando o povo é proibido de participar da vida política do país, e o poder é controlado somente por um único governante ou um pequeno grupo. O ditador possui todos os poderes sobre seu comando, legislativo, judiciário e executivo, os mesmos fazem parte da mesma instância no regime ditatorial, logo o ditador não admite oposição a seus atos e ideias e possui poder e autoridade absolutas.

O regime ditatorial é exercido sem limitações jurídicas, com leis que só valem para a sociedade, o ditador se coloca acima das leis e, nessa condição, costuma desrespeitar todos os direitos fundamentais do cidadão, principalmente o direito de livre expressão. Portanto o povo não possui nenhuma participação no processo de escolha dos cargos políticos, não existem eleições, tampouco as manifestações são livres.

Além das características citadas acima, as ditaduras, por meio de repressão policial perseguem brutalmente todos os cidadãos considerados adversários do regime, espalhando pânico na sociedade, utilizando métodos de tortura e morte.

Como instrumento de alienação as ditaduras buscam controlar os meios de comunicação de massa, tais como: rádios, televisão, espetáculos de teatro, igrejas, filmes, jornais, revistas, entre outros. Constrói-se uma instituição de censura oficial com o objetivo de proibir tudo o que possa criticar o regime.

Para entender melhor esse processo recomendamos o documentário “Muito além do cidadão Kane” _ (Simon Hartog) e música “Censura”- (Plebe Rude)

https://www.youtube.com/watch?v=NXG_ln62zvU

https://www.youtube.com/watch?v=oadJJNlQc5A

O QUE FOI A DITADURA MILITAR?

A ditadura militar é uma forma de governo onde o poder é controlado por militares, esse tipo de regime foi muito comum em toda a América Latina, inclusive no Brasil, que durou cerca de 20 anos.

Os militares assumiram o poder no país através de um golpe que derrubou o então presidente João Goulart no ano de 1964. O início do governo militar já

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seria acompanhado também pela repressão, os dois elementos eram amigos que caminhavam juntos a todo momento. O Brasil seria governado por uma ditadura, que começou a repressão baseando-se no argumento de defesa contra o perigo comunista.

A Ditadura militar no Brasil teve seu início com o golpe militar de 31 de março de 1964, resultando no afastamento do Presidente da República, João Goulart, e tomando o poder o Marechal Castelo Branco. Este golpe de estado, caracterizado por personagens afinados como uma revolução instituiu no país uma ditadura militar, que durou até a eleição de Tancredo Neves em 1985.

O Golpe Militar de 1964 marca uma série de eventos ocorridos em 31 de março de 1964 no Brasil, e que culminaram em um golpe de estado no dia 1 de abril de 1964. Esse golpe pôs fim ao governo do presidente João Goulart, também conhecido como Jango, que havia sido de forma democrática, eleito vice-presidente pelo Partido Trabalhista Brasileiro (PTB).

Imediatamente após a tomada de poder pelos militares, foi estabelecido o AI-1. Com 11 artigos, o mesmo dava ao governo militar o poder de modificar a constituição, anular mandatos legislativos, interromper direitos políticos por 10 anos e demitir, colocar em disponibilidade ou aposentar compulsoriamente qualquer pessoa que fosse contra a segurança do país, o regime democrático e a probidade da administração pública, além de determinar eleições indiretas para a presidência da República. 

Durante o regime militar, ocorreu um fortalecimento do poder central, sobretudo do poder Executivo, caracterizando um regime de exceção, pois o Executivo se atribuiu a função de legislar, em detrimento dos outros poderes estabelecidos pela Constituição de 1946. O Alto Comando das Forças Armadas passou a controlar a sucessão presidencial, indicando um candidato militar que era referendado pelo Congresso Nacional. 

A liberdade de expressão e de organização era quase inexistente. Partidos políticos, sindicatos, agremiações estudantis e outras organizações representativas da sociedade foram suprimidas ou sofreram interferência do governo. Os meios de comunicação e as manifestações artísticas foram reprimidos pela censura. A década de 1960 iniciou também, um período de grandes transformações na economia do Brasil,  de modernização da indústria e dos serviços, de concentração de renda, de abertura ao capital estrangeiro e do endividamento externo.

A QUESTÃO DOS DIREITOS HUMANOS DURANTE A DITADURA MILITAR:

As maiores atrocidades cometidas contra os direitos humanos no Brasil, se deram durante o período da ditadura militar, todos quantos se opunham ao regime eram torturados, nesses grupos estavam estudantes, intelectuais, militantes comunistas, religiosos, enfim qualquer pessoa que estivesse contra o regime ditatorial era alvo de ataques.

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 Em janeiro de 1970 foram criados os DOI (Departamento de Operações e Informações) e os CODI (Centro de Operação e Defesa Interna), órgãos repressores que se transformaram em um aparelho de tortura e repressão, agindo de forma brutal sobre aqueles que contestavam o regime. Mesmo diante de tantas evidências, o governo militar jamais admitiu que havia tortura no Brasil, o presidente Castelo Branco chegou a negar publicamente a existência de truculência em seu governo.

Os métodos de tortura engendrados recebiam diversos nomes simbólicos, entre eles, os mais comuns registrados e confirmados por aqueles que os sofreu, são:

Pau-de-Arara – O preso era posto nu, abraçando os joelhos e com os pés e as mãos amarradas. Uma barra de ferro era atravessada entre os punhos e os joelhos. Nesta posição a vítima era pendurada entre dois cavaletes, ficando a alguns centímetros do chão. A posição causava dores e atrozes no corpo. O preso ainda sofria choques elétricos, pancadas e queimaduras com cigarro. 

Cadeira do Dragão – Os presos eram sentados nus em uma cadeira elétrica, revestida de zinco, ligada a terminais elétricos. Uma vez ligado, o zinco do aparelho transmitia choques a todo o corpo do supliciado. Os torturadores complementavam o mecanismo sinistro enfiando um balde de metal na cabeça da vítima, aplicando-lhe choques mais intensos.

Choques Elétricos – O torturador usava um magneto de telefone, acionado por uma manivela, conforme a velocidade imprimida, a descarga elétrica podia ser de maior ou menor intensidade. Os choques elétricos eram deferidos na cabeça, nos membros superiores e inferiores e nos órgãos genitais, causando queimaduras e convulsões, fazendo muitas vezes, o preso morder a própria língua. As máquinas usadas nesse método de tortura eram chamadas de “maricota” ou “pimentinha”.Balé no Pedregulho – O preso era posto nu e descalço em local com temperatura abaixo de zero, sob um chuveiro gelado, tendo no piso pedregulhos com pontas agudas, que perfuravam os pés da vítima. A tendência do torturado era pular sobre os pedregulhos, como se dançasse, tentando aliviar a dor. Quando ele “bailava”, os torturadores usavam da palmatória para ferir as partes mais sensíveis do seu corpo.Telefone – Entre as várias formas de agressões que eram usadas, uma das mais cruéis era o vulgarmente conhecido como “telefone”. Com as duas mãos em posição côncava, o torturador, a um só tempo, aplicava um golpe violento nos ouvidos da vítima. O impacto era tão violento, que rompia os tímpanos do torturado, fazendo-o perder a audição.Afogamento na Calda da Verdade – A cabeça do torturado era mergulhada em um tambor, balde ou tanque cheio de água, urina, fezes e outros detritos. A

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nuca do preso era forçada para baixo, até o limite do afogamento na “calda da verdade”. Após o mergulho, a vítima ficava sem tomar banho vários dias, até que o seu cheiro ficasse insuportável. O método consistia em destruir toda a autoestima do torturado.Afogamento com Capuz – A cabeça do preso era encapuzada e afundada em córregos ou tambores de águas paradas e apodrecidas. O prisioneiro ao tentar respirar, tinha o capuz molhado a introduzir-se nas suas narinas, levando-o a perder o fôlego, produzindo um terrível mal-estar. Outra forma de afogamento consistia nos torturadores fecharem as narinas do preso, pondo-lhe, ao mesmo tempo, uma mangueira ou um tubo de borracha dentro da boca, obrigando-o a engolir água.Mamadeira de Subversivo – Era introduzido na boca do preso um gargalo de garrafa, cheia de urina quente, normalmente quando o preso estava pendurado no pau-de-arara. Usando uma estopa, os torturadores comprimiam a boca do preso, obrigando-o a engolir a urina.Soro da Verdade – Era injetado no preso pentotal sódico, uma droga que produz sonolência e reduz as inibições. Sob os efeitos do “soro da verdade”, o preso contava coisas que sóbrio não falaria. De efeito duvidoso, a droga pode matar.Massagem – O preso era encapuzado e algemado, o torturador fazia-lhe uma violenta massagem nos nervos mais sensíveis do corpo, deixando-o totalmente paralisado por alguns minutos. Violentas dores levavam o preso ao desespero.Geladeira – O preso era posto nu em cela pequena e baixa, sendo impedidos de ficar de pé. Os torturadores alternavam o sistema de refrigeração, que ia do frio extremo ao calor exacerbado, enquanto alto-falantes emitiam sons irritantes. A tortura na “geladeira” prolongava-se por vários dias, ficando ali o preso sem água ou comida.As mulheres, além de sofrer as mesmas torturas, eram estupradas e submetidas a realizar as fantasias sexuais dos torturadores. Poucos relatos apontaram para os estupros em homens, se houveram, muitos por vergonha, esconderam esta terrível verdade.

Sugestão:

Filme “Batismo de Sangue” – (Helvécio Ratton)

https://www.youtube.com/watch?v=uhBemy_vXCk

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Referências:

Censura no Regime Militar, Disponível em: <http://www.historiabrasileira.com/brasil-republica/censura-no-regime-militar/ >>. Acesso em: 30/09/2015.

Tortura e os Mortos na Ditadura Militar, Disponível em: <http://jornalggn.com.br/noticia/a-tortura-e-os-mortos-na-ditadura-militar >. Acesso em: 01/10/2015.

FERNANDES, M. GILBERTO, C.Fundamentos da Filosofia.2. ed. São Paulo: Saraiva,2013.