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GOIÁS INDUSTRIAL ANO 56 # 231 Dezembro 2009 Revista do Sistema Federação das Indústrias do Estado de Goiás FALTA ENERGIA NA PONTA FALTA ENERGIA NA PONTA INDÚSTRIA SOFRE COM FLUTUAÇÕES DE CARGA, COBRA INVESTIMENTOS E PEDE SOLUÇÃO MAIS RÁPIDA PARA DIFICULDADES FINANCEIRAS DA DISTRIBUIDORA ESTADUAL ENTREVISTA O economista João Sicsú, diretor do Ipea, propõe um “choque de gastos” em infraestrutura para acelerar a retomada dos investimentos privados

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Page 1: Dezembro2009 GO IÁS - FIEG · Lauro Veiga Filho Subeditor Dehovan Lima Reportagem Andelaide Pereira, Célia Oliveira, Geraldo Neto, Jávier Godinho, Pollyana Gadêlha e Débora Orsida

GOIÁSINDUSTRIAL

ANO 56

# 231Dezembro 2009

Revista do Sistema Federação dasIndústrias do Estado de Goiás

FALTA ENERGIANA PONTA

FALTA ENERGIANA PONTA

INDÚSTRIA SOFRE COM FLUTUAÇÕES DECARGA, COBRA INVESTIMENTOS E PEDE

SOLUÇÃO MAIS RÁPIDA PARA DIFICULDADESFINANCEIRAS DA DISTRIBUIDORA ESTADUAL

ENTREVISTAOeconomista JoãoSicsú, diretor do Ipea,propõeum“choquedegastos” eminfraestruturapara acelerar a retomadados investimentos privados

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Nosso planeta é rico e cheio de oportunidades.

Não vamos esperar o fim para reconstruí-lo.

Gestão Ambiental: a responsabilidade é sua!

Certifique seu sistema de gestãoNBR ISO 9001, NBR ISO 14001, PBQP-H

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preocupadas com as incertezas nessaárea, que as impedem de iniciar ainstalação de plantas industriais, ouretardam seus projetos de expansãoou de implantação, até que tenham agarantia da segurança de umabastecimento energético regular.

Os industriais goianos, sempreque podem, manifestam suaapreensão ante tão adversa realidade eos prejuízos que sofrem emdecorrência da queda de qualidade deenergia. Se o astronômico valor dadívida da Celg, a relação elevada deseus passivos sobre os ativos e a faltade perspectivas de futuro são fatoresos mais negativos, pior ainda é aprocrastinação da solução definitiva.

A hipótese de ter a Eletrobráscomo sócia da empresa goiana podeconstranger muita gente,especialmente a classe política,preocupada com os prejuízos deimagem em período pré-eleitoral. Obom senso, contudo, recomenda queessa possibilidade seja analisada comresponsabilidade, porque pode lhe

garantir uma gestão totalmente profissional, evitandoque novas crises se repitam mais adiante ecomprometam, definitivamente, nosso processo dedesenvolvimento. Este, aliás, vai de vento em popa,especialmente no setor industrial, que vemcrescendo muito acima da média brasileira,tendente a acelerar ainda mais esse ritmo com arecuperação da crise financeira mundial.

O tema da matéria principaldesta edição da Goiás Industrial éa perda de qualidade nofornecimento de energia elétrica,que se agrava pela falta deinvestimentos nas redes detransmissão e de distribuição,como também em subestações.É um assunto que de muitoperto interessa não apenas aonosso parque industrial, mas atodos os setores produtivos e àprópria população goiana. Emqualquer lugar do mundo,eletricidade é fator primordial dedesenvolvimento e qualidade devida, daí a reclamação deequacionamento rápido de tãograve problema.

Mesmo com asreconhecidas dificuldadesfinanceiras, causadas peloendividamento excessivo e perfilconcentrado no curto prazo, aCelg (Companhia Energética deGoiás), responsável peladistribuição de energia no Estado,afirma que tem buscado honrar essecompromisso, preservando investimentosmesmo nas dificuldades atuais. Assim, nosúltimos 12 anos, segundo assegura, distribuiçãoe transmissão receberam R$ 1,62 bilhão emvalores não corrigidos e esses investimentos,em 2008, somaramR$ 230 milhões, ou 13,4% a mais do que no

3GOIÁS INDUSTRIAL

Paulo Afonso [email protected]

Nossa indústria tem pressa

palavra do presidente

“Os industriais goianos manifestam apreensão ante os prejuízosque sofrem em decorrência da queda de qualidade de energia”

ano anterior. O empenho da empresa estatal,com o apoio do governo goiano, é no sentidode retomar o recebimento de créditos federais,pois “disto dependem as perspectivas para ofuturo e não apenas para 2010, que é vistocomo ano de grandes desafios”, conformeconsta de nota que dirigiu à Goiás Industrial.

A Federação das Indústrias do Estado deGoiás tem sido procurada por empresas

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CAPA26 A capacidade de geração deenergia elétrica em Goiás poderásaltar, nos próximos anos, para 14,5mil megawatts, crescendo 65% emrelação à potência instaladaatualmente. Mas a falta deinvestimentos para fazer aeletricidade chegar às empresaspreocupa o setor industrial, queespera solução em breve para asdificuldades financeiras enfrentadaspela Celg.

índice

CERTIFICAÇÃO24 O presidente da International ManagementSystems Solutions Ltd (IMS Solutions), MartinusC.W. Bakhuizen, identifica fase de estabilizaçãona concessão de certificações a empresas comsistemas de qualidade implantados com base nanorma NBR ISO 9001 no Brasil. Para romperessa tendência, o especialista sugere a adoção deprocessos de qualificação e certificação a custosmais baixos, de forma a atrair micro, pequenas emédias empresas.

INDÚSTRIADEMÓVEIS36 Vinte indústriasmoveleiras, participantes doArranjoProdutivo Local (APL) do setor na RegiãoMetropolitana deGoiânia, completaram todo o ciclo previsto no Programa deApoio àCompetitividade dasMicro e Pequenas Empresas(Procompi). Asmetas incluemmelhorar o processoprodutivo, agregandomaior qualidade à produção, reduzircustos e desperdícios,maximizandomargens, e ampliar, naponta final, a produtividade das empresas.

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SAMA12 A mineradora Sama S.A.Minerações Associadas, deMinaçu (GO), no NorteGoiano, foi considerada pelarevista Época como uma dasmelhores empresas para setrabalhar no Brasil. A empresalevou a primeira colocaçãoquando o quesito analisado foi oorgulho, expressado pelos seusfuncionários. Na classificaçãogeral, a Sama ficou entre as 20melhores. A mineradora surgeainda como a sétima melhor doPaís na 36ª edição do RankingMelhores e Maiores, da revistaExame, enquanto o Guia VocêS.A./Exame a premiou com oquarto lugar.

ESTÁGIO32 Pesquisa realizada peloInstituto Euvaldo Lodi (IELGoiás), com base em consultacom 231 egressos do estágio deensino superior de instituiçõespúblicas e privadas, localizadasna capital e no interior, mostraque 91,3% deles consideramque a experiência contribuiu deforma decisiva para sua vidaprofissional. Os entrevistadosdestacaram a oportunidade decolocar em prática o que foiaprendido na teoria, oconhecimento do mercado detrabalho e a promoção daintegração ao meio empresarial.

ENTREVISTA8 João Sicsú, diretor de Estudos e PolíticasMacroeconômicas do Instituto de PesquisaEconômica Aplicada (Ipea), defende um“choque de gastos” no setor deinfraestrutura para “puxar” o investimentoprivado e, assim, permitir que a economiaretome mais rapidamente a tendência decrescimento sustentado.

DEC BRASIL18 A DEC Brasil, indústriagoiana de equipamentos emaço inoxidável, faz parte doseleto grupo de pequenas emédias empresas que maiscresceram entre 2006 e2008. A companhia apareceem sexto lugar no rankingpreparado pela revista ExamePME, acumulandocrescimento de expressivos444,7%. Esse desempenho éatribuído ao investimentorealizado nas áreas derecursos humanos, gestão equalidade, em parceria cominstituições do Sistema Fieg.Mais da metade de seuquadro de empregadosformou-se nas escolas doSenai Goiás, destaca TiagoBailão (foto), sócio-proprietário e diretorindustrial da empresa

INOVAÇÃO20 Equiplex IndústriaFarmacêutica, PCTel Eletrônicae Universidade Federal de Goiás(UFG) foram as vencedoras doPrêmio Goiás de Inovação 2009.As duas primeiras levaram aindaa primeira colocação nascategorias média e pequenaempresa do Prêmio Finep deInovação 2009 para a regiãoCentro-Oeste. Os prêmiosforam concedidos com base nohistórico de inovação e nacultura inovadora implantadapor essas empresas e pela UFG.

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DDiirreeççããoo

José Eduardo de Andrade Neto

CCoooorrddeennaaççããoo ddee jjoorrnnaalliissmmoo

Joelma Pinheiro

EEddiiççããoo

Lauro Veiga Filho

SSuubbeeddiittoorr

Dehovan Lima

RReeppoorrttaaggeemm

Andelaide Pereira, Célia Oliveira,

Geraldo Neto, Jávier Godinho,

Pollyana Gadêlha e

Débora Orsida

CCoollaabboorraaççããoo

Welington da Silva Vieira

FFoottooggrraaffiiaa::

Sílvio Simões

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Arte sobre fotos de

Sílvio Simões

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Wesley Cesar

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Superintendência da Fieg

(62) 3219-1470

(62) 3219-1720

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Gráfica Kelps

As opiniões contidas em

artigos assinados são de

responsabilidade de seus autores

e não refletem necessariamente

a opinião da revista

GOIASINDUSTRIALSistema FIEG Conselhos Temáticos

FFeeddeerraaççããoo ddaass IInnddúússttrriiaass ddoo EEssttaaddoo ddee GGooiiááss

Presidente:Paulo Afonso Ferreira

Av. Araguaia, nº 1.544, Ed. AlbanoFranco, Casa da Indústria - Vila NovaCEP 74645-070 - Goiânia-GOFone (62) 3219-1300Fax (62) 3229-2975

Home page:www.sistemafieg.org.br

[email protected]

NÚCLEO REGIONAL DA FIEG EM ANÁPOLIS

Presidente: Waldyr O’Dwyer

Av. Engº Roberto Mange, nº 239-A,Bairro Jundiaí, CEP 75113-630,Anápolis-GOFone/Fax (62) 3324-5768 / 3311-5565

E-mail: [email protected]

SESIServiço Social da IndústriaDiretor Regional: Paulo AfonsoFerreiraSuperintendente: Paulo Vargas

SENAIServiço Nacional de AprendizagemIndustrialDiretor Regional: Paulo Vargas

IELInstituto Euvaldo LodiDiretor: Daniel VianaSuperintendente: Paulo GalenoParanhos

ICQ BRASILInstituto de Certificação QualidadeBrasilDiretor: Daniel VianaSuperintendente: Paulo GalenoParanhos

Diretoria da FIEG

PPrreessiiddeennttee Paulo Afonso Ferreira

1º vice-presidentePedro Alves de Oliveira

2º vice-presidenteWilson de Oliveira

3º vice-presidenteIvan da Glória Teixeira

1º secretárioHélio Naves

2º secretárioLuiz Gonzaga de Almeida

1º tesoureiroDomingos Sávio Gomes de Oli-veira

2º tesoureiroAntônio de Sousa Almeida

DiretoresCésar HelouSegundo Braoios Martinez Ubiratan da Silva Lopes Marley Antônio da Rocha Joviano Teixeira Jardim Frederico Martins Evangelista Jorge Luiz Biasuz Meister Aluísio Quintanilha de Barros João Essado Flávio Paiva Ferrari Eduardo Cunha Zuppani Laerte Simão Luiz Antônio Vessani José Vieira Gomide Júnior Carlos Alberto Vieira Soares Fábio Rassi Sávio Cruvinel Câmara José Luiz Martin Abuli Eurípedes Felizardo Nunes Aldrovando D. de Castro Júnior José Magno Pato Domingos Vilefort OrzilRoberto Guimarães Mendes Raimundo Viana Dutra Carlos Alberto Diniz Humberto Rodrigues de oliveira Mário Renato G. de Azeredo

Conselho FiscalWaldyr O’DwyerDaniel VianaHeno Jácomo Perillo

Conselho de representantesjunto à CNIPaulo Afonso FerreiraSandro Antônio Scodro Mabel

Conselho de representantes junto à FiegAbílio Pereira Soares JúniorÁlvaro Otávio Dantas MaiaAnanias Justino JaimeAurelino Antônio dos SantosCarlos Alberto DinizCarlos Alberto Vieira SoaresCarlos José de Moura JúniorCarlos Queiroz de Paula e SilvaCarlos Roberto VianaCyro Miranda Gifford JúniorDaniel VianaDomingos Sávio G. de OliveiraEdilson Borges de SousaEduardo Cunha ZuppaniEduardo GonçalvesEmílio Carlos BittarErnani Martins AlmeidaEurípedes Felizardo NunesFábio RassiFlávio Paiva FerrariFrancisco Gonzaga PontesFrancisco de Paula e SilvaHenrique Wilhem Morg de AndradeHélio NavesHeno Jácomo PerilloJaime CanedoJair RizziJairo FrançaJoão EssadoJoaquim Cordeiro de LimaJorcelino José Nunes NetoJosé Alves PereiraJosé Antônio VittiJosé Divino ArrudaJosé Francisco de SouzaJosé Luiz Martin AbuliJosé Magno PatoJosé Romualdo Maranhão NetoJosé Vieira Gomide JúniorLaerte SimãoLeonardo Jayme de ArimatéaLeopoldo Moreira NetoLuiz Carlos de MouraLuiz Gonzaga de AlmeidaLuiz LedraLuiz RézioManoel Paulino BarbosaMário Drummond DinizMarley Antônio RochaMoacyr Rabello Leite NetoNelson Pereira dos ReisOnofre Andrade PereiraOrizomar Araújo de SiqueiraPaulo Afonso FerreiraPedro Alves de OliveiraPedro de Souza Cunha JúniorRoberto Elias de Lima FernandesRobson Peixoto BragaRubens Luiz BernardesSandro Antônio Scodro MabelSávio Cruvinel CâmaraSebastião Elias BarbosaSegundo Braoios MartinezUbiratan da Silva LopesValdenício Rodrigues de AndradeWellington Soares CarrijoWilson de Oliveira

DesenvolvimentoTecnológico e InovaçãoPresidenteIvan da Glória TeixeiraVice-PresidenteMelchíades da Cunha Neto

Conselho Temático de Meio AmbientePresidenteHenrique W. Morg de AndradeVice-PresidenteDomingos Sávio Gomes de Oliveira

Conselho Temático de InfraestruturaPresidenteRoberto Elias de Lima FernandesVice-PresidenteCélio de Oliveira

Conselho Temático de PolíticaEconômicaPresidenteMarley Antônio RochaVice-PresidenteBeyle de Abreu Freitas

Conselho Temático de Relações doTrabalhoPresidenteOrizomar Araújo de SiqueiraVice-PresidenteRicardo Roriz

Conselho Temático de Micro e Pe-quena EmpresaPresidenteHumberto Rodrigues de OliveiraVice-PresidenteCarlos Alberto Vieira Soares

Conselho Temático de Respons-abilidade SocialPresidenteAntônio de Sousa AlmeidaVice-PresidenteMelchíades da Cunha Neto

Conselho Temático de Agronegó-ciosPresidenteAndré Luiz Baptista Lins RochaVice-PresidenteRodrigo Penna Siqueira

Conselho Temático de ComércioEExxtteerriioorr ee NNeeggóócciiooss IInntteerrnnaacciioonnaaiissPresidenteHeribaldo EgídioVice-PresidenteIgor Montenegro Celestino Otto

Conselho Temático Fieg JovemPresidenteAlexandre CostaVice-PresidenteMarduk Duarte

Rede Metrológica GoiásPresidenteHeribaldo Egídio

Câmara Setorial de Mineração PresidenteLuiz Antônio Vessani

expediente

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SIAGOSindicato das Indústrias do Arrozno Estado de GoiásPresidente: Pedro Alves de OliveiraRua T-45, nº 60 - Setor Bueno -CEP 74210-160 - Goiânia - GOFone/Fax (62) [email protected]

SIFAÇÚCARSindicato da Indústria deFabricação de Açúcarno Estado de GoiásPresidente: Segundo BraoiosMartinezPresidente-Executivo: André LuizBaptista Lins RochaRua C-236, nº 44 - JardimAmérica - CEP 74290-130 -Goiânia - GOFone (62) 3274-3133 / Fax (62)3251-1045

SIFAEGSindicato das Indústrias deFabricação de Álcool no Estado deGoiásPresidente: Segundo BraoiosMartinezPresidente-Executivo: André LuizBaptista Lins RochaRua C-236, nº 44 - Jardim América- CEP 74290-130 - Goiânia- GOFone (62) 3274-3133 e (62) 3251-1045 - [email protected]

SIMESGOSindicato da Indústria Metalúrgica,Mecânicae de Material Elétrico do SudoesteGoianoPresidente: Eurípedes FelizardoNunesRua Costa Gomes, nº 143 - JardimMarconal - CEP 75901-550 - RioVerde - GOFone/Fax (64) 3613-4810

SINROUPASSindicato das Indústrias deConfecçõesde Roupas em Geral de GoiâniaPresidente: Edilson Borges deSousaRua 1.137, nº 87 - Setor MaristaCEP 74180-160 - Goiânia - GOFone/Fax: (62) [email protected]

SINDUSCON-GOSindicato da Indústria daConstrução no Estado de GoiásPresidente: Roberto Elias de LimaFernandesRua João de Abreu, 427 - St.Oeste - CEP 74120-110 -Goiânia- GOFone (62) 3095-5155/Fax 3095-5176/[email protected]

Outros endereços

SIAASindicato das Indústrias daAlimentação de AnápolisPresidente: Wilson de Oliveira

SICMASindicato das Indústrias daConstrução e do Mobiliáriode AnápolisPresidente: Álvaro Otávio DantasMaiaSINDIFARGOSindicato das IndústriasFarmacêuticas no Estado deGoiásPresidente: Eduardo Gonçalves

SIMEASindicato das IndústriasMetalúrgicas, Mecânicase de Material Elétricode AnápolisPresidente: Robson Peixoto Braga

SINDICERSindicato das Indústrias deCerâmica no Estado de GoiásPresidente: Henrique WilhelmMorg Andrade

SIVASindicato das Indústrias doVestuário de AnápolisPresidente: Jair Rizzi

Anápolis

SIAEGSindicato das Indústrias deAlimentação no Estado de GoiásPresidente: Sandro Antônio ScodroMabelFone/Fax: (62) [email protected]

SIEEGSindicato das Indústrias Extrativas doEstado de Goiás e do Distrito FederalPresidente: Nelson Pereira dos ReisFone (62) 3212-6092Fax [email protected]

SIGEGOSindicato das Indústrias Gráficas noEstado de GoiásPresidente: Antônio de Sousa AlmeidaFone (62) 3223-6515Fax [email protected]

SIMAGRANSindicato das Indústrias de RochasOrnamentais do Estado de GoiásPresidente: Carlos Queiroz de Paulae SilvaFone/Fax (62) 3224-8688

SINCAFÉSindicato das Indústrias deTorrefação e Moagem deCafé no Estado de GoiásPresidente: Sávio Cruvinel CâmaraFone (62) 3212-7473Fax [email protected]

SINDAGOSindicato dos Areeiros do Estadode GoiásPresidente: Ernani Martins deAlmeidaFone/Fax (62) 3224-8688

SINDIALFSindicato das Indústrias deAlfaiataria e Confecçãode Roupas para Homens noEstado de GoiásPresidente: Daniel VianaFone (62) 3223-2050

SINDIBRITASindicato das Indústrias Extrativasde Pedreirasdo Estado de GO, TO e DFPresidente: Moacyr Rabello LeiteNetoFone/Fax (62) [email protected]

SINDICALCESindicato das Indústrias deCalçados no Estado de GoiásPresidente: Flávio FerrariFone/Fax: (62) [email protected]

SINDICARNESindicato das Indústrias de Carnese Derivados noEstado de Goiás e Distrito FederalPresidente: José Magno PatoFone/Fax (62) 3229-1187 [email protected]

SIMELGOSindicato das IndústriasMetalúrgicas, Mecânicas ede Material Elétrico do Estado de GoiásPresidente: Orizomar Araújo de SiqueiraFone/Fax (62) [email protected]

SIMPLAGOSindicato das Indústrias deMaterial Plástico no Estado de GoiásPresidente: Aurelino Antônio dos SantosFone (62) [email protected]

SINDICURTUMESindicato das Indústrias deCurtumese Correlatos do Estado de GoiásPresidente: João EssadoFone/Fax: (62) [email protected]

SINDIGESSOSindicato das Indústrias de Gesso,Decorações, Estuques e Ornatosdo Estado de GoiásPresidente: José Luiz Martin AbuliFone: (62) [email protected]

SINDILEITESindicato das Indústrias deLaticínios no Estado de GoiásPresidente: Ananias Justino JaimeFone (62) 3212-1135Fax [email protected]

SINDIPÃOSindicato das Indústrias dePanificação e Confeitariano Estado de GoiásPresidente: Luiz Gonzaga deAlmeidaFone: (62) [email protected]

SINDIREPASindicato da Indústria deReparação de Veículos eAcessórios no Estado de GoiásPresidente: José Francisco deSouzaFone (62) [email protected]

SINDMÓVEISSindicato das Indústrias de Móveise Artefatos deMadeira no Estado de GoiásPresidente: Manoel PaulinoBarbosaFone/Fax (62) [email protected]

SINDTRIGOSindicato dos Moinhos de Trigo daRegião Centro-OestePresidente: André Lavor PagelsBarbosaFone (62) [email protected]

SININCEGSindicato das Indústrias deCalcário, Cal e Derivados noEstado de GoiásPresidente: José Antônio VittiFone/Fax (62) [email protected]

SINPROCIMENTOSindicato da Indústria de Produtosde Cimento do Estado de GoiásPresidente: Luiz LedraFone (62) 3224-0456/Fax [email protected]

SINDQUÍMICA-GOSindicato das Indústrias Químicas eFarmacêuticasno Estado de GoiásPresidente: Eduardo Cunha ZuppaniFone (62) 3212-3794/Fax [email protected]

SINVESTSindicato das Indústrias doVestuário no Estado de GoiásPresidente: José Divino ArrudaFone/Fax (62) [email protected]

Sindicatos com sede na Federação das Indústrias do Estado de Goiás - FIEG

sindicatos

Av. Anhanguera, nº 5.440, Edifício José Aquino Porto, Palácio da Indústria, Centro, Goiânia-GO, CEP 74043-010

Av. Engº Roberto Mange, nº 239-A, Jundiaí, Anápolis/GOCEP 75113-630 Fone/Fax: (62) 3324-5768 e [email protected]

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8 GOIÁS INDUSTRIAL

funciona como garantia para o em-presário também. O símbolo daformalização do negócio em umambiente de desenvolvimento estána carteira do trabalho e Goiás estáseguindo esse caminho.

Goiás Industrial – Como temse dado esse crescimento?

João Sicsú – De fato, Goiás e al-guns outros Estados possuem carac-terísticas semelhantes, com capaci-dade para levar uma economia aodesenvolvimento. Temos a sorte da-da pela natureza de podermos fazertoda uma cadeia empresarial de de-terminado item, desde seu primeiropasso, que é o produtivo, até seuprocessamento ou beneficiamentofinal. E fazer essa cadeia, formalizan-do as relações de trabalho, é o queum país estável precisa e Goiás dis-põe, de fato, de todas essas condi-ções. Eu diria que Goiás e muitosoutros Estados.

Goiás Industrial – Procedemas críticas contra um suposto in-tervencionismo estatal na econo-mia brasileira?

João Sicsú – Precisamos ter,dentro de um projeto de desenvolvi-mento, três instituições caminhan-do de mãos dadas e todas devem serfortes. Uma é o mercado, a iniciativa

Goiás Industrial – Quais as pers-pectivas para a economia goiana?

João Sicsú – O Brasil, de fato, estámudando, crescendo e se desenvolven-do, embora, evidentemente, esteja muitolonge de ser considerado um país desen-volvido. Mas já superou grande parte deseus atrasos nos últimos anos. E um dosatrasos que o Brasil possui são suas desi-gualdades sociais e regionais. Esse desen-volvimento brasileiro tem feito com quealguns Estados e regiões tenham crescidomais enquanto outras crescem menos.Felizmente, as que têm crescido mais sãoaquelas que passaram muitos anos semcrescimento, sem se desenvolverem.Goiás é um exemplo de Estado que vemse reorganizando. O maior exemplo dedesenvolvimento de uma região é a gera-ção de empregos com carteira assinada eGoiás foi o Estado que mais criou empre-gos com registro no mês de setembro,quando o Brasil criou 252 mil empregos.E o Nordeste foi a região onde se regis-trou maior abertura de vagas dentro des-se quadro. Isso então mostra que o de-senvolvimento brasileiro está sendoacompanhado por uma redução das desi-gualdades regionais. Emprego com car-

Investimento naVEIA

“Um setor privado forteé aquele que realizavolumes elevados deinvestimentos. Damesma forma, umEstado forte é aqueleque realiza gastos

volumosos nas atividadesfins do setor público”

entrevista com João SicsúDiretor de Estudos e Políticas Macroeconômicas do Ipea e professor doInstituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)

teira assinada é o símbolo maiorde um progresso na direção dodesenvolvimento, é onde se temuma indústria, uma empresa quecontrata o trabalhador, que for-maliza as relações do trabalho edá garantias ao empregado, e que

� Lauro Veiga Filho

Paulista radicado no Rio, professor do Instituto de Economia daUniversidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e diretor de Estudos ePolíticas Macroeconômicas do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada(Ipea), João Sicsú defende uma forte “injeção direta na veia da economia”para trazer os investimentos mais rapidamente de volta aos níveis pré-crise. Isso deveria ser providenciado a partir de um choque de gastos dogoverno no setor de infraestrutura, o que contribuiria para estimularigualmente o investimento privado.

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9GOIÁS INDUSTRIAL

privada. Empresários precisammontar empresas pequenas, médiase grandes, realizar investimentos, ge-rar empregos para obter lucros. A so-ciedade precisa se organizar paramanter sob controle o ritmo dessecrescimento, desse desenvolvimen-to. Deve estabelecer para qual finali-dade estamos crescendo. Isso é a so-ciedade que deve determinar. Ela de-ve dizer se quer uma economia vol-tada para a exportação ou uma eco-nomia preocupada com o mercadodoméstico, por exemplo. Ou dizerque quer um pouco de cada um. Te-mos que ter, para isso, um Estadotambém forte. Portanto, um Estadoforte, tal como a iniciativa privada,precisa realizar gastos. Um setor pri-vado forte é aquele que realiza volu-mes elevados de investimentos. Damesma forma, um Estado forte éaquele que realiza gastos volumososnas atividades fins do setor público,que são aquelas atividades que atin-gem diretamente a vida do cidadão,que podem melhorar sua qualidadede vida. Por exemplo, fazer muitogasto em saúde, educação, em segu-rança pública, em cultura, em cons-trução de infraestrutura, em desen-volvimento tecnológico. Toda essadespesa não deveria ser chamada degasto, mas deveria ser classificadacomo investimento.

Goiás Industrial – Por quê?João Sicsú – O governo tem ob-

jetivos diferentes da lógica privada,que busca retorno na forma de lu-cros, o que é absolutamente legítimoe necessário para a movimentaçãode uma economia. O setor públicobusca retorno na forma de satisfaçãoda sociedade. Sob esse ponto de vis-ta, um gasto realizado em uma esco-la deve ser considerado como inves-

timento no cidadão, na sociedade.

Goiás Industrial – As em-presas de menor porte aindasuportam o peso mais expressi-vo do desenvolvimento econô-mico no Brasil?

João Sicsú – O peso do desen-volvimento não está colocado naspequenas e médias empresas. Ele de-veria ser distribuído por toda a socie-dade. Avalio, de fato, que os maiorespagam menos impostos neste país,mas tem se tentado mudar de algu-ma forma esse sistema tributário. Te-mos enfrentado dificuldades nessaárea, como é notório. Mas temos quealterar a lógica desse raciocínio.Quando o governo gasta com a Pre-vidência Social, ao final das contas,esse dinheiro vai parar na mão daempresa. Porque quem recebe bene-fícios previdenciários ou do (Progra-ma) Bolsa Família vai correndo gas-tar aquele dinheirinho na quitanda,no mercadinho, no supermercado, eisso gera empregos em muitas re-giões e em muitos setores, como nasfábricas de massas e de alimentos,por exemplo. Pensar que os gastoscom a Previdência ou com progra-mas sociais representam desperdícioé um erro, porque, na verdade, sãoessas despesas que movimentamgrande parte dos pequenos e médiosnegócios no Brasil, particularmentenas regiões menos desenvolvidas. Oque garante a dinâmica da economianessas regiões é exatamente esse gas-to, que representa bilhões de reaispor ano. Os empresários deveriamentender esses gastos como umapossibilidade de desenvolver ummercado de consumo para seus pro-dutos. Nessa categoria devem ser in-cluídos, ainda, os benefícios rurais, aaposentadoria dos idosos, o Bolsa

“O maior exemplo dedesenvolvimento de umaregião é a geração deempregos com carteiraassinada e Goiás foi oEstado que mais criouempregos com registro

em setembro

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10 GOIÁS INDUSTRIAL

Família. Isso tudo retorna para a econo-mia na forma de geração de empregos, ne-gócios e lucro. A economia vive dessa di-nâmica entre os setores público e privado,e dos gastos realizados pelas famílias.

Goiás Industrial – Nesse cenário derecuperação econômica, como se situa-ria uma agenda para o pós-crise e paraa retomada dos investimentos?

João Sicsú – Acho que a gente precisadar inicialmente um choque de gastos erealizações públicas para atrair o investi-mento privado. Esse investimento já esta-va acontecendo em volumes bastanteaceitáveis, desejáveis, no período de 2006até o terceiro trimestre de 2008, e sofreuuma crise de expectativas durante outu-bro do ano passado até março deste ano.Houve uma paralisação desse processo.Os investimentos estão retornando, masainda numa velocidade muito, muito va-garosa. Os outros segmentos já estão an-dando de uma forma mais adequada, nu-ma retomada do crescimento com inclu-são social. Avalio que o investimento ain-da está andando a passos curtos. Para ace-lerar essas passadas, o governo tem quedar mais injeção direta na veia da econo-mia, realizando investimentos e produ-zindo resultados. E o investimento públi-co em infraestrutura, por exemplo, atrai oinvestimento privado. É disso que preci-samos neste momento, de uma relaçãocomplementar entre público e privado e aresponsabilidade agora de puxar o investi-mento privado é do setor público.

Goiás Industrial – Essa injeção naveia deveria ocorrer preferencialmentede que forma?

João Sicsú – Com a aceleração dosprojetos do PAC e com os novos projetosque a Petrobras está colocando na econo-mia, que estão relacionados com a explo-ração das reservas de petróleo do pré-sal.Temos a sorte de nosso petróleo não estarpróximo da superfície – isso foi conside-

rado um problema por muitos, mas vejocomo uma sorte, porque vamos ter aoportunidade de desenvolver toda umacadeia industrial de pesquisa tecnológi-ca que nos ajudará a complementarnosso projeto de desenvolvimento. Nes-te momento, acho que a realização doPAC, já em curso, os projetos da Petro-bras e também acrescentaria o PAC para2011 a 2015, na medida em que temosdois eventos muito importantes para oBrasil, que são a Copa do Mundo e osJogos Olímpicos, abrirão novos hori-zontes para os investimentos no País.

Goiás Industrial – A questãocambial preocupa?

João Sicsú – Estamos recebendomuitos capitais especulativos, de curtoprazo, financeiros. Esses recursos estãoindo para a Bolsa de Valores, mas nãopara financiar o investimento. Estãosimplesmente se autovalorizando e, al-guma parte, agora em menor propor-ção, está entrando para comprar títulos

da dívida pública, que rendem 8,75% dejuros ao ano. Isso transforma o Brasilem um local de abundância enorme dedólares e, portanto, o preço do dólar cai.A queda do preço do dólar traz todos es-ses reflexos negativos para as exporta-ções brasileiras, sejam exportações debens básicos ou de bens manufaturados.O governo precisava adotar medidas pa-ra conter essa avalanche financeira, quenão está associada ao mundo da produ-ção e do trabalho. Está exclusivamenteassociada a sua autovalorização, nãotem compromisso algum com o futurodo Brasil, tem compromisso apenascom os próximos dias ou meses. En-tram hoje para sair daqui a uma semana,duas, três semanas, ou seja, no momen-to mais conveniente para os donos des-se capital. O governo tomou essa medi-da de taxar em 2% a entrada de capitaisestrangeiros para Bolsa de Valores e paraa compra de títulos públicos. É umamedida na direção correta, entretantoconsidero que o governo ainda estabele-

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ceu uma alíquota baixa. E vai precisar embreve elevar essa alíquota para conter essaavalanche de recursos. É uma liquidez ex-traordinária de recursos que existem noBrasil e no mundo, que procuram entrarem todos os mercados domésticos quesão rentáveis e seguros e esse é o caso doBrasil – muita rentabilidade com muitasegurança. Isso valoriza nossa taxa decâmbio e a taxa de câmbio valorizada, aofim e ao cabo, representa que nós estamosexportando empregos brasileiros para ou-tros países. Precisamos reverter completa-mente esse quadro, ter uma taxa de câm-bio mais competitiva para que possamoscriar empregos no Brasil e não desempre-gar aqui e criar empregos fora. Precisamossuperar essa situação de deixar capitaisentrarem livremente aqui e valorizaremnossa taxa de câmbio.

Goiás Industrial – Este é ummomento em que o País pode fazerisso, porque não há mais o gargaloda dívida externa...

João Sicsú – Acredito que o Brasildeveria ter feito isso já quando estavano momento mais difícil da crise. OPaís deveria ter tomado essa medida emdezembro do ano passado ou em janei-ro deste ano. Tudo indicava que haveriauma recuperação da economia brasilei-ra, que não precisava, antes da crise, enão precisa hoje desses capitais para fi-nanciar seu desenvolvimento. Esses sãorecursos que estão vindo com o únicoobjetivo que é a sua autovalorização.Então, nós tínhamos que ter feito essamedida lá atrás, na parte mais aguda dacrise, para impedir que houvesse todaessa desvalorização. Foi tomada a medi-da agora. Melhor agora, do que não tertomado medida alguma.

Goiás Industrial – Esses recur-sos, claramente, não estão entrandono País para contribuir para a forma-ção de poupança?

João Sicsú – O Brasil não precisade poupança externa alguma. Na ver-

dade, a Bolsa de Valores se valorizou nes-te ano na ordem de 70% a 80% já e asempresas não cresceram, seus lucros nãocresceram na mesma magnitude. O di-nheiro bom que entra na Bolsa de Valo-res é aquele dinheiro que entra paracomprar ações emitidas pelas empresaspara financiar seu investimento. Nós te-mos recursos no Brasil, temos liquidezabundante para financiar emissões deações no mercado primário, que serãotransformadas mais adiante em investi-mentos. Não foi o que aconteceu no Bra-sil. As ações já existentes trocaram demãos e foram se valorizando durante es-se período. Não foram as empresas quese capitalizaram, foi a Bolsa de Valoresque se capitalizou nesse período. Tudoaconteceu no mercado secundário. Mui-to mais importante que isso tudo é dizero seguinte: toda essa valorização aconte-ceu porque a Bolsa de Valores, embora aspessoas não saibam disso, tem uma im-portância muito reduzida para explicar oinvestimento no País. No Brasil e em to-dos os lugares do mundo, todos, excetonos Estados Unidos, a Bolsa de Valoresnão é capaz de financiar o investimento,o crescimento, o desenvolvimento. Emtodos os lugares do mundo, com exce-ção dos EUA, quem financia os investi-mentos são bancos. No caso do Brasil,são bancos públicos, é o BNDES, basica-mente, e os bancos de desenvolvimentoregional. Então, essa grita na imprensade que isso não vai trazer poupança, issonão vai trazer investimento, porque asempresas não vão captar nas Bolsas e as-sim não vão realizar investimentos, asempresas, na verdade, tomam recursospara seu investimento no BNDES. Quempensa que a Bolsa de Valores poderia sercapaz de substituir o BNDES no Brasilestá completamente equivocado. A pro-va cabal disso que estou dizendo é que,quando entra qualquer recurso na Bolsa,ela se valoriza estupidamente. Por quê?Porque a Bolsa é muito pequena.

“AVALIO QUE O INVESTIMENTOAINDA ESTÁ ANDANDO A

PASSOS CURTOS. PARAACELERAR ESSAS PASSADAS, O GOVERNO TEM QUE DAR

MAIS INJEÇÃO DIRETA NA VEIA DA ECONOMIA”

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sesi/sama

ORGULHOACIMA DE TUDO

Mineradora integra grupo das 20 melhores empresas para setrabalhar no País e destaca parceria com o Sesi Goiás

�Débora Orsida

Camaradagem, imparcialidade, orgulho,respeito e credibilidade. Esses cinco valores,percebidos pelos funcionários, são critériosusados pela revista Época, em parceria com oGreat Place to Work (GPTW), para definir asmelhores empresas para se trabalhar no Brasil.Em um deles – orgulho –, a mineradora SamaS.A. Minerações Associadas, de Minaçu (GO),na Região Norte goiano, conquistou o primeirolugar, com a constatação de que seus funcioná-rios apresentam elevado índice de satisfação so-bre sua atividade, sua equipe e sobre os produ-tos e a imagem da empresa. O prêmio foi entre-gue à empresa em agosto, em São Paulo.

Na classificação geral, a Sama ficou entreas 20 melhores empresas. Em outras elei-ções, a mineradora aparece como a sétimamelhor do País na 36ª edição do Ran-king Melhores e Maiores, da revistaExame, enquanto o Guia VocêS.A/Exame a premiou com o quar-to lugar na pesquisa MelhoresEmpresas para Você Trabalhar,na categoria entre 500 e 1.500funcionários, líder como em-presa de médio porte e ter-ceira entre as 10 Me-

lhores no Interior Brasileiro.“As premiações mostram que a empresa

está no caminho certo investindo em qualida-de de vida e bem-estar dos colaboradores eseus dependentes. Essa é nossa missão, man-ter nossos funcionários motivados, oferecen-do oportunidades de crescimento”, afirma Ru-bens Rela Filho, diretor geral da Sama, ao des-tacar a parceria do Sesi como fundamental pa-ra essas conquistas.

“Temos a certeza de que o apoio do Sesi foimuito importante para conquistarmos esse re-conhecimento. Há quase 20 anos desenvolve-mos diversos programas de lazer, cultura e es-porte em nossa empresa. Este ano recebemos oprêmio de qualidade de vida no ambiente dotrabalho, o que significa que nossa equipe senteorgulho e aprova o que promovemos em nossodia-a-dia”, ressalta Moacyr Melo Júnior, geren-te de Recursos Humanos da Sama.

“Se todos fizeremum pouquinho,podemos ajudarmuitas pessoas. Só precisa dar oprimeiro passo”

Karine Nunes Nascimento, 14 anos, aluna do 9º ano

da Escola Sesi Sama

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13GOIÁS INDUSTRIAL

Elson Oliveira Maia é assistente administra-tivo na Sama há dez anos e todos seus filhos –Matheus, de 13 anos, Fernando, de 10, e Lucas,de 8 –, participam, desde pequenos, da escolade esportes do Sesi, onde praticam futebol e tê-nis. “Sou grato por trabalhar na Sama. Se não es-tivesse aqui eu não teria condições de pagaruma escola de futebol e tênis para meus filhos.Matheus treina desde os 6 anos e, em 2010, faráum teste no time infanto-juvenil do Goiás Es-porte Clube”, revela o pai.

Como Matheus, Fernando e Lucas, outras650 crianças, filhos dos trabalhadores da Samae oriundas da comunidade, têm oportunidadede praticar esportes e cuidar da saúde por meio

do Programa Atleta do Futuro (PAF). Coorde-nadas pela equipe de lazer do Sesi de Minaçu,as diversas modalidades esportivas são desen-volvidas também nas vizinhas cidades de AltoHorizonte, Campinorte, Mara Rosa e Poranga-tu. “Ao todo atendemos 1.200 crianças asquais a Sama e diversas empresas são madri-nhas, apoiando e investindo nas atividades",explica Eduardo Ferreira, coordenador de La-zer do Sesi em Minaçu.

Outro apaixonado por esporte, o supervisorfinanceiro da Sama Josefredo de Andrade Lira,de 47 anos, joga tênis há nove anos e conquis-tou recentemente o primeiro lugar na etapa re-gional dos Jogos do Sesi, em Brasília. “O Sesideu todo o apoio que eu precisava para conti-nuar nesse esporte e chegar a competir nacionale até internacionalmente”, reconhece o tenista.

Além de futebol, tênis e do Programa Atletado Futuro, os funcionários da mineradora têm àdisposição diversas atividades, sob orientação

de professores de educação física do Sesi, comoaulas de natação, atletismo, basquete, vôlei, la-zer de intervalo, colônia de férias, caminhadasecológicas e o Programa Vida Ativa. A equiperealiza ainda o Sesi Ginástica na Empresa, queajuda os colaboradores a praticar de forma cor-reta exercícios simples, como alongamento, res-piração e postura. “Sem precisar trocar de rou-pa, cerca de 650 pessoas participam das açõesdesenvolvidas no próprio espaço de trabalho,em apenas 8 a 12 minutos por dia”, EduardoAugusto Ferreira.

No ginásio de esportes da Vila Residencialda Sama, há oito meses aulas de música atraeminteressados e atualmente 40 alunos se dividemem aulas de iniciação musical, canto, violão,guitarra, contrabaixo e bateria.“Temos reveladotalentos aqui. Conquistamos o primeiro e tercei-ro lugar no Festival Sesi Violeiros e MPB, na ca-tegoria gospel, comemora Lucas Amorim, pro-fessor de música do Sesi.

Bolas, raquetese notas musicais

Torneio de futebol: prática esportivafaz parte da política de recursos

humanos da empresa

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14 GOIÁS INDUSTRIAL

sesi/sama

Lira e a paixão pelo tênis: primeiro lugar na etapa regional dos Jogos do Sesi Sara Jéssika Medeiros: “Conhecemos uma realidade muito diferente da nossa. Foi uma lição de vida”

Cidadãos conscientes e atuantesNa Escola Sesi Sama, a orientação pe-

dagógica é formar alunos preparados paraatuar como cidadãos responsáveis, capazesde contribuir para a construção de uma so-ciedade melhor, mais justa e humana.Com essa filosofia, a escola realizou, no se-gundo semestre deste ano, o projeto Cida-dania: Vamos Entrar Nessa!, que mobilizatodos os estudantes, da educação infantilao ensino médio.

Os alunos da primeira fase do ensinofundamental participam do projeto com a“adoção” de uma escola municipal de Mi-naçu chamada Jovino Seabra. Mensalmen-te, eles vão até o estabelecimento e reali-zam palestras, aulas de teatro, estudamjuntos, enfim, ajudam os outros colegas.Aluna da quinta série, Dayane Fernandes,de 10 anos, faz parte da turma que adotou aescola e diz que o melhor é poder ajudarquem está em dificuldade. “Eu fico feliz empoder ajudar e aprendi que tenho de agra-

decer todos os dias pela minha vida e pela aescola que eu tenho.”

A coordenadora pedagógica da EscolaSesi Sama, Gricélia Nascimento, destaca oenvolvimento de todos os estudantes noprojeto, desenvolvendo ações como a ofici-na De Mão em Mão, Tudo Vira Sabão, reali-zada pelas turmas de educação infantil paraensinar as famílias carentes a fazer o produ-to e contribuir no orçamento familiar. “Asfamílias participaram de uma oficina paraaprender a produzir o sabão e no términotodas receberam uma cesta básica com ali-mentos arrecadados durante a realizaçãodos Jogos Internos da Escola Sesi Sama.”

Todos os produtos doados nas campa-nhas, como alimentos, calçados e brinque-dos, são destinados a famílias carentes ca-dastradas pelos alunos do 9º ano do ensinofundamental. “Algumas doações já foramfeitas, como no Dia das Crianças, quandoos alunos visitaram os bairros mais caren-

tes de Minaçu para fazer a entrega de brin-quedos. Foi um momento de muita emo-ção”, conta Gricélia.

Sara Jéssika Medeiros e Karine NunesNascimento, ambas de 14 anos e alunasdo nono ano, participaram dessa ação econtribuíram para fazer outras criançasfelizes. “Conhecemos uma realidade mui-to diferente da nossa, visitei casas que nãotinham pisos, era no barro e só tinha umbanco para sentar. Foi uma lição de vida”,destaca Sara.

Karine Nascimento lembra a gratidãodas crianças com os brinquedos recebidos.“Eu fiquei muito orgulhosa em poder aju-dar. E agradeço à Sama e ao Sesi a oportu-nidade de fazer essa diferença na vida daspessoas e por entender o que é solidarieda-de, afinal isso também faz parte do apren-dizado. Se todos fizerem um pouquinho,podemos ajudar muitas pessoas. Só precisadar o primeiro passo.”

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15GOIÁS INDUSTRIAL

Sara Jéssika Medeiros: “Conhecemos uma realidade muito diferente da nossa. Foi uma lição de vida” Talentos musicais: quarenta alunos atraídos pelas aulas de iniciação musical

Coleção de prêmios

Revistas especializadas avaliam desempenho da Sama

GUIA VOCÊ S.A./EXAME� 4º lugar na pesquisa Melhores Empresas para Você Trabalhar na Categoria 500 a 1.500 funcionários�1º lugar entre Empresas de Médio Porte�3º lugar entre as 10 Melhores do Interior Brasileiro�3º lugar na identificação dos trabalhadorescom a missão, visão e valores da empresa�Destaque como uma das empresas que mais investem no aprendizado edesenvolvimento dos colaboradores�Destaque como uma das empresas onde os colaboradores aprovam os chefes

REVISTA ÉPOCA, EM PARCERIACOM INSTITUTO GREAT PLACE TO WORK (GPTW)

�19º lugar no ranking MelhoresEmpresas para Trabalhar – Brasil�1º lugar em Orgulho�Destaque nos valoresimparcialidade, credibilidade,camaradagem e respeito�7º lugar na categoria“Faturamento até R$ 300 milhões”

REVISTA EXAME�7ª melhor mineradora doBrasil no ranking Melhores eMaiores�55ª empresa em vendasna Região Centro-Oeste�976ª companhia emvendas no País

Fotos: Sérgio Araújo, Silvio Simões e Willi Becker

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16 GOIÁS INDUSTRIAL

sesi - ginástica laboral

PAUSA PARA TRABALHAR

MELHORFuncionários que praticam atividades físicas têmmelhor qualidade de vida, são menos propensosa doenças e faltam menos ao trabalho

�Pollyana Gadêlha

Parar 10 a 15 minutos e fazer exercíciosde postura e alongamento no próprio am-biente de trabalho podem trazer diversos be-nefícios tanto para o trabalhador quanto paraa empresa. Funcionários que praticam ativi-dades físicas possuem melhor qualidade devida, são menos propensos a ter doenças, fal-tam menos ao trabalho e possuem maior dis-posição para as atividades diárias.Uma prática crescente nas indústriasé o desenvolvimento da ginástica la-boral, oferecida pelo Sesi, que acabade ser escolhida pelo quarto ano con-secutivo a melhor do País no setor desegurança no trabalho.

Além de contribuir para a prevenção e re-dução das lesões por esforços repetitivos(LER) e dos distúrbios osteomusculares rela-cionados ao trabalho (DORT), que são asmaiores causas de afastamento nas empresas,a atividade pode melhorar o relacionamentointerpessoal, combater a obesidade, reduzir orisco de acidentes de trabalho e aumentar aprodutividade.

De acordo com levantamento feito peloSesi em 2005, 69% das empresas que partici-

pam do programa tiveram crescimento naprodutividade. Dos trabalhadores pesquisa-dos, 83,6% perceberam melhora em seu de-sempenho profissional.

“A ginástica laboral é uma ótima forma derelaxamento e isso auxilia tanto no desenvolvi-mento do corpo quanto da mente. Todos os lo-cais deveriam adotar essa atividade. Sinto-memelhor para o trabalho após os exercícios”,atesta Cristiano Gomes Ferreira, auxiliar de al-

moxarifado da Cifarma, indústria far-macêutica localizada em Goiânia.

O bem-estar físico e mental dotrabalhador apontado por CristianoGomes começa a se tornar uma gran-de vantagem para as empresas ao ado-

tar a prática no ambiente de trabalho. “O maisimportante da ginástica, além do relaxamento,de amenizar o estresse, é o contato com os ou-tros colegas de trabalho, que muitas vezes nemconhecemos”, explica Luzia Umbelino de Sou-za, gerente financeira da Cifarma.

Entusiasta da atividade física diária, Sinvalde Carvalho, eletricista da Eternit, empresa fa-bricante de telhas e caixas-d’água de fibroci-mento, destaca seus benefícios: “Além de rela-xar, a ginástica prepara o corpo para o dia detrabalho. Eu sempre participo.”

Cristiano Ferreira: “A ginástica auxilia nodesenvolvimento do corpo e da mente”

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17GOIÁS INDUSTRIAL

O programa Sesi Ginástica na Empresafoi eleito em setembro, pelo quarto ano con-secutivo, a melhor prática de ginástica laboraldo País no setor de segurança no trabalho, na10ª edição do Prêmio Marca Brasil. A distin-ção, uma das mais importantes premiaçõesnacionais, é organizada pela Trio Internatio-nal Distinction e destaca entre os fornecedo-res de produtos e serviços de vários setores daeconomia aqueles que apresentam o maiorrespeito para seus consumidores. A eleiçãofoi realizada por meio de pesquisa com leito-

res da revista Cipa, publicação mensal espe-cializada na área de higiene, segurança e in-fortunística laboral, destinada à prevenção deacidentes e segurança total do trabalhador, dolar, do trabalho, da empresa e seus bens.

Leonardo Arcuri, gerente industrial dafábrica da Eternit Goiânia, respalda o resul-tado da pesquisa. “A ginástica do Sesi é rea-lizada de acordo com nossa necessidade. Osexercícios feitos no chão de fábrica, porexemplo, não são os mesmos realizados noescritório. Para cada área há uma atividade

específica, um alongamento diferenciado”,diz o gerente.

Mais do que prevenir doenças, o Sesi Gi-nástica na Empresa apresenta, de forma lúdi-ca e educativa, meios para se manter uma vi-da saudável. “Além da prevenção, criamosoportunidades para a mudança de comporta-mento por meio de ações educativas, dicasde saúde, sempre atuando na sensibilizaçãodo trabalhador para a mudança de comporta-mento para hábitos mais saudáveis”, explicaa gerente de lazer do Sesi, Aida Inácio.

A melhor ginástica laboral do PaísAntes do expediente: funcionários da Eternit fazem alongamento no pátio da fábrica

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18 GOIÁS INDUSTRIAL

sesi/senai - inovação

Gestão, capacitação e crescimentoDEC Brasil alcançou a

6ª posição entre as 200pequenas e médiasempresas que maiscresceram no País edestaca parceria comSenai, IEL e ICQ Brasil

�Andelaide Pereira

Com mais da metade de seu quadro defuncionários formada por ex-alunos do SenaiGoiás, a indústria goiana DEC Brasil, fabri-cante de equipamentos em aço inoxidável, in-tegra seleto grupo das pequenas e médias em-presas brasileiras que mais cresceram entre2006 e 2008. A empresa aparece em 6º lugarno ranking da revista Exame PME – ediçãoagosto/setembro, com o expressivo índice de444,7% (veja box).

O desempenho é atribuído, entre outrosfatores, ao investimento feito em recursoshumanos, gestão e qualidade, estratégia paraa qual recorreu à parceria com instituiçõesdo Sistema Federação das Indústrias no Esta-do de Goiás (Fieg) para realização de cursose consultorias.

“A DEC Brasil se preparou para o bom mo-mento econômico investindo na modernizaçãode máquinas e ambientes, em gestão e na capa-citação de pessoas para atender à crescente de-manda do mercado, com foco na busca perma-nente pela qualidade do serviço e no aumentoda produtividade”, explica Tiago Bailão, sócio-proprietário e diretor industrial da empresa, es-

pecializada na elaboração de projetos e na fabri-cação de equipamentos para as indústrias ali-mentícia, química, farmacêutica e laticínios.

Na parceria com o Senai, a maioria doscursos destinados à qualificação dos colabora-dores é voltada para a área de solda e realizadapela Faculdade de Tecnologia Senai Ítalo Bo-logna, em Goiânia. “Os instrutores da unidadevêm até a empresa ministrar os treinamentos”,destaca Bailão. Além das atividades de educa-

ção profissional, a DEC Brasil também partici-pou do Programa de Qualificação de Fornece-dores (PQF), desenvolvido pelo Instituto Eu-valdo Lodi (IEL Goiás).

Para completar o tripé gestão, capacita-ção e qualidade, o ICQ Brasil, outra institui-ção vinculada ao Sistema Fieg, foi responsá-vel pela certificação do Sistema de Gestão daQualidade, segundo a norma NBR ISO9001:2008, implantado pela indústria.

Tiago Bailão: “A DEC Brasil se preparou para o bom momento econômico investindo na modernização, gestão e capacitação”

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19GOIÁS INDUSTRIAL

Carlos Júnior: novos conhecimentosadquiridos recompensam o cansaço

Karlúcio Linhares: curso de processosde soldagem assegura promoção

Crescimentoprofissional

Além da direção, funcionários tambémapontam a importância da qualificação pro-fissional. Há três anos na DEC Brasil, o sol-dador Carlos Júnior fez três cursos pelo Se-nai e não se arrependeu de ficar na empresaapós o expediente para participar das aulas.“Os novos conhecimentos que adquiri re-compensaram o cansaço, a longa jornadade trabalho valeu a pena. Desempenho me-lhor minhas funções na fábrica”, avalia.

Karlúcio Linhares começou na DECBrasil há mais de dois anos, no cargo de au-xiliar de produção. No início do ano, ele fezum curso em processos de soldagem e foipromovido. “Trabalho agora como solda-dor. Achei importante fazer a qualificaçãoporque me abriu possibilidades de cresci-mento profissional.” Claudiomar Siqueirados Santos também teve oportunidades naempresa após a conclusão de um treina-mento. “Entrei como auxiliar de montageme hoje estou na área de solda.”

Exemplo característico da força da ca-pacitação, Marcionil Borges de Faria atuouna DEC Brasil durante um ano como ins-trutor extra-quadro da Faculdade de Tec-nologia Senai Ítalo Bologna. Este ano, eleassumiu o cargo de supervisor de produçãona indústria e retornou à escola para fazer agraduação tecnológica em automação in-dustrial. “Estou feliz por retornar ao Senaicomo aluno em um curso que tem aplica-ção prática na minha área de atuação.”

O próprio diretor industrial da DECBrasil, Tiago Bailão, é um ex-aluno do Se-nai, de Campinas (SP), e formado em en-genharia mecânica pela Universidade deSão Paulo. Em 1998, ele foi contratadoquando a indústria ainda era uma multi-nacional. Cinco anos depois, a empresapassou a ser de capital nacional e ele assu-miu a área industrial, além de se tornar só-

cio-proprietário. Atualmente, a DEC Brasil fabrica e co-

mercializa para todo o Brasil equipamentosem aço inoxidável, principalmente tanquesrefrigeradores para a indústria de laticínios.

Também são fabricados silos, tanques deprocesso, de estocagem, de expansão dire-ta, tanques rodoviários para transporte, or-denhadeiras mecânicas reatores, agitado-res, misturadores e evaporadores.

COMO É FEITO ORANKING DA ‘EXAME’

O ranking das pequenas emédias empresas brasileiras quemais cresceram entre 2006 e2008 é baseado na expansão dareceita líquida. Puderam participardo estudo todas as companhiascom faturamento entre R$ 5milhões e R$ 200 milhões, comsede no Brasil e que operaram aolongo dos últimos cinco anos. Asexceções foram para as empresasde auditoria, consultoria, mídia ecomunicação, além decooperativas, instituiçõesfinanceiras, empresas públicas,organizações sem fins lucrativos,companhias com mais de 30% decapital controlado porcorporações estrangeiras esubsidiárias de grupos comfaturamento superior a R$ 1bilhão. As empresas que seinscreveram responderam a umquestionário elaborado pelaDeloitte e Exame PME. No total,foram recebidos 587questionários. Dessas empresas,495 encaminharam suasdemonstrações financeiras dostrês anos cobertos pela pesquisae 357 delas obedeciam aoscritérios estabelecidos. São essas que compõem a mostrafinal do estudo e originaram a lista das 200.

Fonte: www.portalexame.abril.com.br

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20 GOIÁS INDUSTRIAL

PCTEL, EQUIPLEX E UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS, VENCEDORAS DO PRÊMIOGOIÁS DE INOVAÇÃO 2009, APRESENTAM SEUS NOVOS PLANOS DE INVESTIMENTO

A falta de recursos não chega a ser ogargalo principal para o desenvolvimentode estratégias inovadoras por parte das em-presas, embora não possa ser desprezada. Orisco elevado envolvido nesse tipo de ativi-dade, que deveria ser melhor distribuídoentre academia, setor público e empresas, ea persistente escassez de projetos bem ela-borados têm representado obstáculos maissignificativos ao avanço dos investi-mentos em pesquisa e tecnologiano mundo corporativo, avalia opresidente do Conselho Te-mático de Desenvolvi-mento e Inovação Tecno-lógica da Fieg, Ivan da Gló-ria Teixeira.

A questão é que a inovação,cada vez mais, tem se tornadoimprescindível para empresasque pretendem se sustentar nomercado. “Hoje, mais do que nun-ca, a competitividade passa pela inovação”,prossegue Teixeira, que anunciou, no dia14 de novembro, as empresas e instituiçõesvencedoras do Prêmio Goiás de Inovação2009, em solenidade realizada no auditório

da Faculdade de Tecnologia Senai de De-senvolvimento Gerencial (Fatesg).

Criado pelo Conselho Temático de De-senvolvimento Tecnológico e Inovação daFieg, em parceria com Senai, IEL Goiás, Vi-lage Marcas e Patentes, Fapeg, Sebrae, Fi-nep e Escritórios de Projetos (PUC

Goiás/Fieg), o prêmio foi entregue à Equi-plex Indústria Farmacêutica, à PCTel Ele-trônica e à Universidade Federal de Goiás(UFG). A Equiplex e a PCTel foram igual-mente as primeiras colocadas nas catego-rias média e pequena empresa do PrêmioFinep de Inovação 2009 para a região Cen-tro-Oeste e disputam em dezembro a pre-miação nacional. A primeira empresa já ha-via levado o prêmio regional na categoriagrande empresa em 2004, sendo premiada,também no Centro-Oeste, em 2003 e 2005,

na categoria Processo, já extinta.A PCTel ganhou os prêmiosregional e nacional comopequena empresa em 2005.

CAMINHO PARA ACOMPETITIVIDADE

prêmio goiás de inovação

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21GOIÁS INDUSTRIAL

Alexandre Costa, da PCTel, Heribaldo Egídio, da Equiplex, eEdward Madureira Brasil, reitor da UFG: prêmio à cultura inovadora

Pacote de investimentosDepois de registrar salto de 78% no ano

passado, praticamente desconhecendo a crisemundial, a Equiplex Indústria Farmacêutica,com sede em Aparecida de Goiânia, hoje comcerca de 550 empregados diretos e capacidadepara processar 150 milhões de unidades porano, montou um ambicioso projeto de investi-mentos para os próximos 20 meses. Conforme

o empresário Heribaldo Egídio, presidente daempresa, serão investidos R$ 25 milhões no pe-ríodo, incluindo recursos do caixa da própriaempresa e financiamentos do Banco Nacionalde Desenvolvimento Econômico e Social(BNDES), Banco do Brasil e do alemão Landes-bank Baden-Württemberg (LBBW).

Os recursos serão destinados à expansão e

modernização da indústria, com a compra deequipamentos mais modernos, pesquisa, de-senvolvimento e lançamento de produtos, re-forço do sistema de gestão da qualidade, logísti-ca e meio ambiente.

Como parte de seu plano de investimen-tos, adianta Egídio, a Equiplex planeja colo-car em operação sua nova linha de antibióti-cos genéricos a partir de janeiro. A estreia nosetor se dará com a produção de medicamen-tos contra meningite, infecções respiratóriase do sistema urinário.

A empresa tem planos de se tornar umadas cinco maiores do setor farmacêutico naAmérica Latina até 2014. Ainda neste ano, se-rão lançados três novos produtos, com previ-são de outros sete para o próximo ano e maisdois até o começo de 2011. “Faremos inovaçãode uma forma bastante nítida para o mercado enão apenas melhorias no processo produtivo”,comenta o empresário, que espera dobrar o fa-turamento da empresa em dois anos .

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22 GOIÁS INDUSTRIAL

prêmio goiás de inovação

Batimentoscardíacos pelo celular

Especializada na fabricação de produtoseletrônicos e softwares, a PCTel ganhou noto-riedade ao desenvolver e colocar no mercadoo primeiro gravador telefônico no mundocom transmissão de voz em plataforma IP(Internet Protocol). As versões seguintes dogravador digital já contemplavam estruturasde maior porte, agregando 300 a 500 canais ecapacidade para capturar comunicação emtodos os sinais autorizados no País para o sis-tema de telefonia. Segundo Alexandre Costa,presidente da PCTel, a empresa tem realiza-do, em média, cinco lançamentos a cada ano,investindo entre R$ 700 mil a R$ 800 milanualmente apenas em pesquisa e desenvol-vimento, mobilizando uma equipe de oitoprofissionais, que inclui um mestre, pós-gra-

duados em ciência da computação, especia-listas em gestão de projetos e técnicos.

Neste momento, a PCTel desenvolve umsistema de monitoramento cardíaco via celu-lar, com tecnologia GSM/3G que deverá che-gar ao mercado no começo de 2010, consu-

mindo perto de R$ 500 mil em investimen-tos. Depois de dobrar de tamanho em 2007 eem 2008, diz Costa, a previsão para 2009 pa-rece mais modesta, mas de dimensões aindaasiáticas: o faturamento deverá anotar umavariação de 50%.

Costa: crescimento em ritmo asiático em 2009, com avanço de 50% no faturamento

Parque tecnológico da UFGPremiada por sua contribuição na cons-

trução de parcerias para a inovação e pelos es-forços desenvolvidos na área, a UniversidadeFederal de Goiás (UFG) considera que aindahá um longo caminho a percorrer. “O proces-so de interação com a iniciativa privada estáapenas engatinhando e deverá ser incremen-tado, porque não vejo futuro para a inovaçãose não estreitarmos esses laços”, pontua o rei-tor da UFG, Edward Madureira Brasil.

Mas ele acredita que a barreira de des-confiança e preconceito construída entre aacademia e o setor empresarial privado jácomeça a ser rompida, ao apontar as parce-rias construídas entre a UFG e indústriasdos setores farmacêutico, alimentício econstrução civil.

No plano de reestruturação e expansãoda UFG, lembra Madureira, foram criados

30 novos cursos, 28 dos quais já em funcio-namento, em Goiânia, Jataí, Catalão e cidadede Goiás. Mais de 500 professores concursa-

dos, na maioria doutores, reforçarão os qua-dros da universidade, que chegará ao finalde 2010 com 1,5 mil docentes. “Teremos umpotencial muito mais amplo para geração deconhecimento e possibilidades de projetos eisso será colocado a serviço do desenvolvi-mento do Estado”, comenta o reitor.

Madureira busca mobilizar a bancadaestadual no Congresso para incluir emendano orçamento da União para 2010 preven-do recursos de aproximadamente R$ 12 mi-lhões para a construção de um parque tec-nológico no Campus Samambaia, em Goiâ-nia, com atenção para a área de tecnologiada informação e “certamente com viés paraa agroindústria e para o setor farmacêuti-co”, prevê o reitor. “Se os recursos saíremno começo do próximo ano, as obras pode-rão estar prontas no final de 2011.”

Madureira, entre Ivan da Glória, da Fieg, eLeonardo Guedes, da Fapeg: mobilização dabancada federal em busca de R$ 12 milhões

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23GOIÁS INDUSTRIAL

Elaine Lopes Noronha Farinellié assessora do Conselho Temático de Meio Ambiente da FIEG

O ano de 2010 promete ser marcante naagenda da indústria nacional. Com atuaçãoproativa, o setor está discutindo e entendendoo desafio da água no Brasil e contribuindo paraa adoção de novas práticas, num modernosistema de desenvolvimento sustentável.

A Rede CNI, constituída para coordenaresse debate, entrará em 2010 em plena eampla atividade. Encontros regionaisprecederão a 3ª Reunião da Rede de RecursosHídricos prevista para março-abril. O focodesse processo de discussão é a estruturaçãodo Plano de Ação da Indústria na Área deRecursos Hídricos, que começará a serconstruído nos encontros regionais para serconsolidado na 3ª Reunião da Rede.

Este é o caminho traçado para sedefinir como vai a indústria contribuir napromoção de formas de conservação dariqueza chamada água.

O debate está instalado por meio dosComitês de Bacias Hidrográficas consideradono que se convencionou chamar deParlamento da Água, um fórum do qualparticipam agentes públicos das três esferas dopoder (federal, estadual, municipal),representantes da sociedade civil e dasuniversidades e o usuário. Integrado porcomitês representativos das baciashidrográficas (Goiás integra a BaciaHidrográfica do Paranaíba, ao lado de MinasGerais, Distrito Federal e Mato Grosso doSul), o Parlamento examina questõespendentes e dirime dúvidas acerca, porexemplo, do processo de outorga e

arbitragem de conflitos pelo uso de recursoshídricos, e ainda planos e projetos deinvestimentos do governo ou do setorprivado que causem impactos ambientaissignificativos. É um foco precioso da discussão,porque quando se colocam restriçõesquestionam-se condições vitais na vida daempresa, uma delas a competitividade. Esobretudo emerge aí a questão pontual douso da água, da sua devolução e do seu custo.

Goiás, que vem participando intensamentedesse debate, mobiliza o setor industrial, queestá se comportando, como já se disse, demodo proativo. Mas é preciso avançar mais.Neste aspecto, aguarda-se contribuição maisextensa de um agente sensível nesse processo,que é o Estado de Goiás. Dotada de umasecretaria específica para o trato da questão daágua, a administração estadual está devendocolaboração maior, que se espera venha seconcretizar ao longo de 2010, que prometeser um ano de destaque dentro da agendaambiental brasileira.

No roteiro de discussão para osencontros regionais da Rede de RecursosHídricos da CNI há pontos importantes,atuais e motivadores, enfocando o modelo degestão das águas adotado pelo Brasil, que ébaseado em uma lógica sistêmica e que seguia pelos princípios do múltiplo uso, daparticipação e da descentralização.

Cumpre por fim avaliar que estádevidamente regulamentada a questão da águano Brasil. Há 12 anos (Lei 9433/97) definiu-sea cobrança como um dos instrumentos degestão dos recursos hídricos. A Lei 9984/2000,que instituiu a Agência Nacional de Águas(ANA), atribuiu a esta Agência a competênciapara implementar, em articulação com osComitês de Bacia Hidrográfica, a cobrança pelouso dos recursos hídricos de domínio daUnião. Na esfera estadual, atualmente 24Estados e o Distrito Federal já aprovaram suasLeis sobre Política e Sistema de Gerenciamentode Recursos Hídricos. Todas as leis já aprovadasincluíram a cobrança pelo uso dos recursoshídricos como instrumento de gestão.

Delineado esse roteiro, que tem porteconsistente, é por a mão na massa e colocarpara andar a questão da água, com a suamultiplicidade de uso e com o desafio enormeda sua preservação. A indústria salta à frentenessa discussão, envolve suas entidadesrepresentativas na busca de soluções e dá umaconcreta contribuição para que exibamos noBrasil o respeito ambiental, avançando nodesenvolvimento no presente, mas de modo ater ganhos no futuro, não perdas.

Água, riqueza a preservar

artigo

“A indústria salta à frente nessa discussão e dá uma concretacontribuição para que exibamos no Brasil o respeito ambiental”

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24 GOIÁS INDUSTRIAL

icq brasil

Certificação a baixo custo

Depois de atingir perto de 10 mil registros,o número de certificados liberados no País aempresas com sistemas de qualidade implanta-dos com base na norma NBR ISO 9001 tem ex-perimentado uma fase de estabilização, atesta opresidente da International Management Sys-tems Solutions Ltd (IMS Solutions), MartinusC.W. Bakhuizen. “Houve uma expansão acele-rada no princípio, mas hoje o que se verifica éuma estabilização nas certificações”, reforça.

Inicialmente, a demanda por certificadosfoi liderada por grandes empresas privadas epor estatais, empurradas pelas exigências cres-centes do mercado consumidor. Bakhuizenacredita que o processo de certificação enfrenta,neste momento, certa estabilização, motivada,entre outros fatores, pela modesta participaçãode pequenas e médias empresas. Aparentemen-te, esta parece ser uma tendência global. “Me-nos de 0,2% das empresas em todo o mundodispõem de ISO 9001 ou de ISO 14001. O quenós não conseguimos fazer foi que essa certifi-cação penetre nas pequenas e médias empresas,no mundo todo e não só no Brasil”, afirma.

Recorrendo a dados do IBGE e do ServiçoBrasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Em-presas (Sebrae), Bakhuizen lembra que há noPaís perto de 4,5 milhões de empresas com nomáximo 49 funcionários, que respondem, emconjunto, por quase 60% do total de empregosna economia. “São as grandes empresas que emgeral têm a certificação. Nosso interesse é mu-dar esse perfil, porque 22% das micro e peque-nas empresas morrem antes de dois anos de vi-da”, sustenta o consultor.

Na sua visão, a elevada taxa de mortali-dade guarda relação direta com a baixa apli-cação de sistemas de qualidade por micro,pequenas e médias empresas. A proposta, de-fende Bakhuizen, é desenvolver sistemas quepermitam o acesso do setor a normas de qua-

lidade a custos mais baixos. “Dessa forma”,diz ele, “elas vão aprender a pensar, a fazerum “business plan” e trabalhar um poucomais com os pés no chão. ”

Para Bakhuizen, a família de normas ISO,especialmente a 9004, oferece sustentabilidadeà operação de uma empresa e abrange, ao con-trário da 9001, focada especificamente nocliente, pessoal, fornecedores, a comunidadeonde a empresa opera e o meio ambiente.

Durante o processo de elaboração da nor-ma ISO 9004, do qual Bakhuizen participou co-mo membro do Comitê Brasileiro da Qualidadeda Associação Brasileira de Normas Técnicas(ABNT/CB-25), foram desenvolvidos do is ane-xos para autoavaliação das empresas. “Minhaideia é fazer um software simples para que oempresário possa verificar o estágio em que seencontra e definir ações. A planilha já existe,mas ainda não em meio eletrônico. Isso podeestimular a empresa até a comprar a norma, aum preço reduzido, claro”, propõe o consultor.

Bakhuizen: em todo o mundo, menos de 0,2%do total de empresas têm ISO 9001 e 14001

QUALIDADE COMDIFERENCIAÇÃO

Certificada há oito anos, avaliaJurandy Mourão da Cunha,representante da direção da CMTEngenharia, a empresa temcontabilizado avanços na área degestão. “A empresa agregou novosprodutos e processos competitivosna área de produção, melhorou eampliou seu relacionamento com omercado, ganhou maiorsustentabilidade em sua operação,além de investir na prata da casa,valorizando seu capital intelectual”,afirma. Durante esse período, aCMT Engenharia conseguiu aindaalcançar a diferenciação de seuproduto ao incorporar novaspráticas para atender às exigênciasdo mercado, com consequentevalorização de sua marca. “Essasconquistas tornaram o sistema degestão da qualidade adotado pelaempresa um marco na suahistória”, arremata.

Especialista em sistemas de qualidade, MartinusBakhuizen propõe sistemas de qualidade maisbaratos para micro, pequenas e médias empresas

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“Empresas que conhecem de estratégia,investem em capacitação e tomam

decisão com base em indicadores têmmaior probabilidade de obter sucesso”

Paulo Galeno Paranhos, superintendente do ICQ Brasil

Sistemas da qualidade são um conjunto detécnicas que procuram orientar uma organiza-ção, no sentido de satisfazer e superar as expec-tativas de seus clientes, aumentando sua com-petitividade, com atuação sobre todas as áreasda empresa, da produção aos recursos huma-nos, das finanças ao marketing, com base nosrequisitos normativos da NBR ISO 900, avaliaTatiana Jucá, gerente técnica do ICQ Brasil.

“O sistema de gestão da qualidade apoia-seem procedimentos padronizados e documenta-dos, projetos, memoriais descritivos, memo-riais de cálculo e toda documentação técnicapertinente ao escopo de atuação da empresa”,prossegue a gerente. “Sua operação se faz pormeio do treinamento de pessoal, aplicação dosprocedimentos, controle da qualidade dos ser-viços e produtos gerados e implementação deações corretivas e preventivas, em caso de não-conformidade”, acrescenta Tatiana. Assim, osistema da qualidade é uma ferramenta deapoio para que as empresas planejem a opera-ção e afiram resultados.

Segundo Paulo Galeno Paranhos, supe-rintendente do ICQ Brasil, atualmente, com aampla oferta de produtos e serviços e clientesmelhor preparados para negociar, o sistema degestão tornou-se um dos diferenciais das em-presas de sucesso. “Empresas que conhecemde estratégia, investem em capacitação de seusfuncionários e tomam decisão com base emindicadores têm maior probabilidade de obtersucesso”, afirma Paranhos.

A certificação, continua, é um reconhe-cimento dado por uma instituição sem vín-culo com a empresa auditada de que esta úl-tima cumpre todas as suas responsabilidadescom o cliente. Adicionalmente, é uma chan-ce que a empresa tem de saber se seus pro-cessos produtivos estão adequados à realida-de do mercado e onde o gerenciamento daempresa pode melhorar.

Pesquisa aplicada em 2005 pelo ComitêBrasileiro de Qualidade (CB-25) entre 2.927

empresas mostrou que 81% dos entrevistadosconsideraram que seu desempenho melhorouapós a certificação. O objetivo era apurar o ní-vel de credibilidade da certificação ISO 9000junto às empresas auditadas. Esse cenário,aponta Paranhos, indica que, independente dosegmento, área geográfica e porte da empresa, asobrevivência do negócio estará garantida comestratégias de atuação bem articuladas, comu-nicação eficiente e envolvimento dos colabora-dores e principalmente da alta direção.

Os impactosda certificação

As principais vantagens

Avaliação do desempenho e da competitividade da empresa após a certificação

Fonte: CB 25, 2005

Fonte: CB 25, 2005

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matéria de capa

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Indústria cobra investimentos em transmissão edistribuição de energia e uma solução rápida paraas dificuldades financeiras enfrentadas pela Celg

O GRANDEGARGALOO GRANDEGARGALO

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As usinas hidrelétricas, centrais de pe-queno porte e plantas de geração térmica, adiesel ou bagaço de cana, asseguram ao Esta-do, hoje, uma potência instalada de 8,79 milmegawatts, aproximadamente. Nos próximosanos, esse número poderá saltar para quase14,5 mil MW ou 65% a mais, segundo proje-ções da Secretaria de Infraestrutura do Esta-do. O problema tem sido fazer chegar toda es-sa eletricidade ao mercado consumidor e,principalmente, às novas indústrias que espe-ram desembarcar em Goiás. “O grande garga-lo no Estado, atualmente, está na rede detransmissão e de distribuição, incluindo assubestações”, declara o presidente da Fieg,Paulo Afonso Ferreira.

Segundo ele, a federação tem sido pro-curada por empresas que esperam soluçãopara a questão energética para iniciar a ins-talação de plantas industriais em Goiás, as-sim como empresas em fase de investimen-to têm retardado projetos de expansão oude implantação.

Paulo Afonso considera o setor de infra-estrutura, energia incluída, como “vital” parao desenvolvimento do Estado. “Será precisodestravar os investimentos no setor energéti-co, com uma solução rápida e adequada paraa situação da Celg”, defende o empresário.

NOVA LINHA DETRANSMISSÃO

Desenhado em 2004, o projeto para amontagem de uma nova linha de produçãoem Planaltina de Goiás deverá agregar aoGrupo Pirineus a primeira planta em todo oCentro-Oeste e a quarta no País a produzircarbonato de cálcio precipitado, produto comaplicações nas indústrias de cosméticos, detintas, de papel e celulose e no setor farmo-químico. O insumo é utilizado ainda comomatéria-prima, entre outros produtos, do pa-pel que envolve o fumo nos cigarros e pastasdentais.

A nova planta, ainda em fase de inicial de

implantação, num investimento de R$ 18 mi-lhões, de acordo com o diretor de planeja-mento estratégico e financeiro do grupo, Do-mingos Sávio Gomes de Oliveira, sofreu al-guns atrasos e, numa previsão já abandonadapelo empresário, poderia estar pronta para ro-dar no final deste ano. “Adiamos para o finalde 2010”, conta Oliveira.

A decisão foi tomada, entre outros fato-res, por conta da crise mundial. “Paramospara estudar o mercado”, reconhece o em-presário. A unidade vai processar entre 2,8mil a 3,0 mil toneladas por mês de carbona-to de cálcio e está sendo construída comouma linha adicional da Araguaia Mineraçãoe Indústria, uma das empresas do grupo for-mado, ainda, pela holding Serra dos Piri-neus, Mineração Pirineus, Calcário OuroBranco e Fillercal Mineração. No total, asempresas extraem em torno de 800 mil to-neladas de minérios por ano, processando650 mil toneladas de produtos acabados,num mix que inclui brita, calcário, calcita,carbonato e hidróxido de cálcio.

A linha de carbonato aproveitará as emis-sões de gás carbônico da fábrica de hidróxidode cálcio da própria Araguaia, instalada emPlanaltina de Goiás, para produzir o carbona-to precipitado. “Por isso esse é um projeto deindústria inteligente, já que vamos reduzirnossas emissões a praticamente zero.”

A operação da linha de carbonato, sus-tenta Oliveira, depende da construção de no-va rede de transmissão de energia elétrica,

Geração: hidrelétricas asseguram carga superior a 8 mil megawatts

Domingos Sávio: nova redede transmissão em Planaltina de Goiás

“Será precisodestravar osinvestimentos nosetor energético,com uma soluçãorápida e adequadapara a situação da Celg”

Paulo Afonso,presidente da Fieg

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capanum trecho de 35 quilômetros. Há oitoanos, quando montou a Araguaia Minera-ção, o Grupo Pirineus investiu na constru-ção de uma rede trifásica para abastecer afábrica. Doada à Celg, como determina alegislação do setor elétrico, a rede poste-riormente agregou novos clientes. “Hoje, alinha está sobrecarregada e não há recursospara construir a nova. O projeto contemplaa instalação de uma segunda subestação in-terna, com capacidade para 2 mil kVA, aser instalada pela Araguaia Mineração. “Es-tamos em negociações com a Celg porquevou precisar de energia”, afirma Oliveira.Há mais ou menos um ano e meio, retomao empresário, as unidades de Cocalzinho eIndiara passaram a ter sua operação afetadapor flutuações de carga e queda de tensão,especialmente em períodos chuvosos.

“Quando há interrupção no forneci-mento, o moinho trava e é preciso esvaziara máquina totalmente porque não é possí-vel acioná-la quando ela está carregada deminério”, descreve. Nas suas contas, têmocorrido seis a setes interrupções por mês,que significariam perdas entre 8% e 10%na produção mensal. No caso da AraguaiaMineração, o grupo instalou um grupo ge-rador para alimentar exclusivamente o for-no que processa o calcário.

UM TRANSFORMADORCARO DEMAIS

Instalada em Aparecida de Goiânia, aTreliças Centro-Oeste tem capacidade pa-ra produzir 500 toneladas por mês de tre-liças, mas tem mantido ritmo suficientepara processar entre 350 a 400 toneladas,de acordo com o diretor-presidente daempresa, Mário Renato Guimarães deAzeredo. “Não fazemos mais por falta deenergia”, declara.

A empresa poderia investir na instala-ção de um grupo gerador, reconhece o em-presário, mas os custos comprometeriam aoperação, diante das necessidades e das es-pecificações exigidas pelo processo produ-tivo, que consome energia em alta volta-

gem. “Seria preciso instalar um geradorcom potência para mil kVA ou mais, o queseria inviável para uma empresa do nossoporte.”

Azeredo conta que, há algum tempo,conseguiu firmar com a distribuidora deenergia do Estado um tipo especial de con-trato que permitia o consumo de energiaem horários de pico, entre 19 e 21 horas,com a imposição de tarifas em torno decinco vezes mais elevadas do que a cobradapara a energia fornecida ao longo do dia.Mas a opção foi encerrada no final de 2008para todas as empresas e não apenas no ca-so da Treliças Centro-Oeste.

Convencionalmente, a aplicação de ta-rifas mais caras para a chamada energia deponta (aquela que é consumida nos horá-rios de pico pela indústria) busca imporuma gestão mais racional ao sistema, de-sestimulando desperdícios e evitando o ris-co de colapso no fornecimento. “Se fosseconsumir (energia) no horário de ponta,teria que pagar dez vezes mais caro oumais”, emenda Azeredo.

A partir de meados deste ano, retoma oempresário, a Treliças passou a enfrentarproblemas no fornecimento normal, masnão chegou a sofrer prejuízos reais, emboratenha registrado algumas paralisações. “Oproblema foi resolvido. A Celg enviou umaequipe e seus técnicos fizeram alguns ajus-tes no nosso transformador. Mas a soluçãoé temporária e poderemos enfrentar pro-blemas quando a energia voltar a ter o pa-drão ideal”, adianta.

Mário Renato: solução temporáriapara flutuações de tensão

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Gelatina ou cola?Há dois anos, a Gelnex Indústria e Comércio Ltda., pri-

meira fabricante de gelatina da região Centro-Oeste, com fá-brica em Nazário, investiu em torno de R$ 2 milhões para ins-talar seis grupos geradores de 450 kVA cada um. Esta foi a so-lução encontrada para evitar os problemas causados pelasconstantes variações de carga que a empresa vinha enfrentan-do, conforme o gerente da unidade, Anésio Mateus Granado.

“Depois que é iniciado o processo de tratamento, se háqualquer paralisação, a gelatina se transforma em cola nostubos e trava todo o maquinário”, detalha Granado. Com asinterrupções no fornecimento de eletricidade, o executivoconta que perdeu equipamentos, motores e até funcioná-rios. “Tivemos muitos problemas no início”, reforça. A en-trada em operação dos geradores amenizou as dificuldades,mas ainda ocorrem quedas de tensão na rede convencional,principalmente em períodos de chuva. “A Celg tem dadoatenção e seu pessoal técnico provê atendimento atenciosoe competente, mas está faltando investimento em transmis-são”, constata Granado.

Um caso controversoNo começo do segundo semestre, a unidade goiana da In-

dústria Brasileira de Gases (IBG), que produzia oxigênio e ni-trogênio em Aparecida de Goiânia, paralisou suas atividades.“Vamos continuar parados até termos uma solução para aquestão da energia”, avisa Newton Cardoso, presidente daempresa, que tem sede em Jundiaí (SP).

Cardoso prefere não falar em números e reclama uma“energia sem picos, nem cortes” para retomar a produção.“Vínhamos sofrendo três a quatro flutuações de tensão porsemana e qualquer variação, por menor que seja, derruba a

planta, causa a queima de aparelhos e de componentes eletrô-nicos importados. Levamos 24 horas para estabilizar as colu-nas de destilação”, descarrega.

Ainda de acordo com Cardoso, essas flutuações esta-riam causando o desgaste prematuro de equipamentos eparalisações frequentes na operação até a reposição doscomponentes afetados.

O caso da IBG, no entanto, parece mais controverso por-que a própria Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel),provocada pela empresa, não encontrou problemas mais sé-rios no fornecimento de energia, ao contrário. Em 12 de maiodeste ano, por meio de expediente, a IBG solicitou à agênciaprovidências quanto à qualidade da energia fornecida a suaunidade em Aparecida de Goiânia. Depois de analisar indica-dores coletivos e individuais do serviço prestado, a Aneel con-cluiu que “a qualidade do fornecimento à unidade consumi-dora em questão está de acordo com a regulamentada por estaAgência através das resoluções nº 24 de 2000, e 505, de2001”, conforme ofício endereçado à IBG em data de 5 deagosto deste ano pela Aneel.

Da mesma forma, prossegue o ofício, dados relativos àmedição realizada no ponto de entrega e nas buchas de baixatensão do transformador de propriedade da IBG “demons-tram que os níveis de tensão de fornecimento encontravam-sedentro dos limites estabelecidos pela Resolução Aneel nº505/2001.” No mesmo documento, a agência recomenda:“Ademais, posto que essa IBG deseja um nível de qualidadede fornecimento de energia elétrica superior àquele estipula-do nas normas do setor elétrico, ressaltamos o disposto no ar-tigo 10 da Resolução Normativa nº 250, de 13 de fevereiro de2007: “Caso o solicitante ou a distribuidora opte por realizarobras com dimensões maiores do que as necessárias para oatendimento de demanda de carga a ser conectada ou acresci-da na rede, de acordo com as normas e padrões técnicos da

distribuidora, ou que garantam níveis de qualidade defornecimento superiores aos especificados na respecti-va regulamentação, o custo adicional deverá ser arca-do integralmente pelo optante.”

A Celg, por sua vez, ressalta que realizou investi-mentos significativos para assegurar a qualidade ade-quada à energia fornecida ao parque industrial onde aIBG e outras empresas estão instaladas em Aparecidade Goiânia. A empresa relaciona gastos com “reformae manutenção preventiva na subestação Cepaigo,construção de trecho circuito alimentador, substitui-ção de transformador de força de 6,25 por outro de9,375 MVA e ampliação da subestação com instalaçãode novo transformador .

Indústria Brasileira deGases: Aneel reafirmaqualidade da energia

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capa

Investimentos de R$ 1,6 biA Companhia Energética de Goiás (Celg) detém conces-

sões válidas até 2015 para distribuição de energia elétrica em237 dos 246 municípios do Estado e atende também a 386 dis-tritos e povoados. Na descrição da empresa, “seus objetivos con-fundem-se com sua missão principal, que é prover soluçõesenergéticas e serviços que atendam às necessidades dos clientescom efetividade.”A despeito de reconhecidas dificuldades finan-ceiras, causadas pelo endividamento excessivo e com perfil con-centrado no curto prazo, a Celg Distribuição (Celg D), respon-sável pela área de distribuição de energia, tem buscado honraresse compromisso, preservando investimentos mesmo em meioà turbulência. Nos últimos 12 anos, as áreas de distribuição etransmissão receberam injeção de R$ 1,62 bilhão em valoresnão corrigidos. Apenas no ano passado, esses investimentos so-maram R$ 230,08 milhões, avançando 13,4% na comparaçãocom 2007. Entre 1999 e 2004, os valores investidos, ano a ano,variaram em torno de 9% da receita líquida, atingindo o pontomáximo em 2002 (11,6%). Em 2008, a relação entre investi-mentos e receita líquida, aqui considerado o faturamento conso-lidado na holding Companhia Celg de Participações (Celgpar),atingiu 12,7%. Na média, desde a venda de Cachoeira Dourada,os investimentos da Celg D corresponderam a 12% da receita.

A companhia destaca, ainda, que “todo o esforço de gestãopara reduzir custos tem beneficiado a população do Estado,que conta com uma tarifa residencial destacada entre as meno-

res do País”. O sistema de gestão da qualidade, incrementado apartir de 2004, alcançou certificação com base nas normasNBR ISO 9001:2000, por meio da certificadora Bureau Veritas.

Mais recentemente, a Celg assumiu “nova postura, centra-da em novos paradigmas, com relação à realização de investi-mentos de interesse do governo estadual, mediante assinaturaprévia de contrato e/ou convênio e a indispensável contraparti-da de empenho, objetivando preservar o acionista minoritário.”Isso só será possível, no entanto, na medida em que houver dis-ponibilidade de recursos. “E, neste caso a Celg, como empresado Estado, está impedida, pois há limitações quanto à possibili-dade de captação de recursos emergenciais, levando-a a ina-dimplência, principalmente para com o Grupo Eletrobrás.”

A continuidade e a consolidação desses esforços “são es-senciais para assegurar o grande objetivo permeado nas açõespara sustentação econômica e financeira” da empresa. Comapoio do governo, a Celg busca dar sequência às negociaçõespara retomar o recebimento de créditos do poder público fede-ral. “Disto dependem as perspectivas para o futuro e não ape-nas para 2010, que é visto como um ano de grandes desafios,mas principalmente de grandes oportunidades para a Celg D”,avalia a empresa em nota encaminhada à revista.

Com os recursos esperados, será possível liquidar passivosonerosos e dívida intrassetoriais, em especial com a Eletrobrás.“Estas ações deverão ser concluídas ainda no ano de 2009. Emsuma, a Celg D reafirma com seriedade e disciplina a disposi-ção de regularizar seus investimentos.”

Pacote de R$ 3,2 bilhõesEm meio às tratativas entre governo do Estado, CelgPar eEletrobrás, envolvendo ainda o Banco Nacional deDesenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e Banco doBrasil (BB), o valor a ser arbitrado para a fatia de 41,08%das ações a serem transferidas para a estatal federal dosetor elétrico desempenhará o papel menos relevante emtodo o processo. Em grandes linhas, esse pacote incluiinjeção de R$ 3,17 bilhões, a título de empréstimo, a jurosmédios de 7% ao ano. Como a Celg tem de se submeter ataxas médias de 20% ao ano, atualmente, apenas essaredução dos juros deverá assegurar economia anual de R$416 milhões, que impactariam diretamente a conta deresultados (ou seja, seriam transformados em lucro para aempresa). A Eletrobrás e o governo do Estado deverãointegralizar, pela ordem, R$ 250 milhões e R$ 300 milhões.BNDES e BB entrariam com R$ 1,35 bilhão. A soma finalsuperaria os R$ 4,7 bilhões registrados nos passivos de curtoe longo prazo, depois de descontadas obrigações especiaise o patrimônio líquido, com sobra de aproximadamente R$250 milhões a R$ 290 milhões, que ficariam à disposiçãodo acionista controlador. A Celg poderia retomar seu fluxonormal e ainda estaria habilitada, vencida a situação deinadimplência atual, a requerer à Aneel a renovação de seucontrato de concessão por mais 20 anos.

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iel

LARGADA PARA A CARREIRA

Em pesquisa realizada pelo IEL Goiás, egressos atestam por que o estágiovale a pena como estratégia para assegurar um lugar no mercado de trabalho

�Célia Oliveira

O estágio é imprescindível e contributivo àvida dos estudantes. Quem diz são eles mes-mos, ouvidos pelo Instituto Euvaldo Lodi (IELGoiás), em pesquisa de opinião, realizada a ca-da dois anos. Desta vez, foram entrevistados231 egressos do estágio de ensino superior deinstituições públicas e privadas, localizadas nacapital e no interior. Da amostra feita em cam-

po, a maioria – 91,3% – afirma que a experiên-cia somou para a vida profissional, apontandotrês principais contribuições: a oportunidadede colocar em prática o que é aprendido na teo-ria, o conhecimento do mercado de trabalho e apromoção da integração ao meio empresarial.

A pesquisa, intitulada Acompanhamentodos Egressos de Estágio do IEL, faz parte da sé-rie de estudos que o instituto realiza para co-nhecer a opinião dos estudantes quanto ao rela-cionamento profissional com as empresas nas

quais desenvolveram suas experiências eidentificar a contribuição da mes-

ma na qualificação para omercado de traba-

lho, explica a

gerente do Programa de Estágio do IELGoiás, Tarciana Nascimento.

Concluinte de jornalismo naPontifícia Universidade Católica deGoiás (PUC Goiás), Juliana Ful-quim estagiou em uma emissora detelevisão. Hoje contratada por umdiário de Goiânia, diz ter encontra-do na experiência a grande oportu-nidade para sua profissão. “O está-gio encurtou a distância para mi-nha entrada no mercado de traba-lho e favoreceu a decisão da área deatuação, dentro de minha formaçãoprofissional.” Novata no jornal, elareconhece que enfrentaria muitas di-ficuldades se não tivesse passado pelaprática. “O estágio é requisito no pro-cesso de seleção.”

A pesquisa revela, em outros aspectos,as percepções dos egressos quanto ao valor

dessa fase de aprendizagem na futura carrei-ra. Além do desenvolvimento técnico esua integração ao mercado, os entrevis-tados citam o alcance de habilidades eatitudes, como comunicação, posturaprofissional e pró-atividade. Para olevantamento deste ano, foramconsiderados itens solicitados pe-los empresários, segundo pesqui-sa realizada pelo IEL em 2007.

Juliana: estágio encurtou a distância entre a

universidade e o mercado

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“Na prática, o estágio responde de ma-neira sustentável aos anseios e às buscas dojovem”, analisa Marcelo Melo, coordenadorde relacionamento do IEL. De acordo comele, isso é comprovado pelas respostas e pe-lo contato diário que a equipe do institutomantém com os estudantes durante o pe-ríodo de prática nas empresas.

Outro dado positivo refere-se aos co-nhecimentos adquiridos. “O nível de satis-fação chega a 58,9% dentre a amostra pes-

quisada”, afirma Melo, para quem o ín-dice demonstra o grau de dificulda-

des pelas quais poderia passar,hoje, o jovem que não experi-menta o estágio ao chegar noambiente de trabalho formal.

O conhecimento em infor-mática, um requisito “arroz-com-feijão” de quem estáatuando e de quem se prepa-ra para o mundo do traba-lho, aumentou entre osegressos, segundo a pes-quisa. O nível avançadocresceu 8,2%, passando de26,4% em 2006 para34,6% em 2009. Quemainda pouco conhece in-veste no up grade para sequalificar nesta ciência que,

nas empresas, adquiriu relevância no auxí-lio das tarefas, na comunicação e mesmo narealização de negócios.

“Eu tinha de dar conta de programar”,enfatiza João Francisco Pinheiro, que detec-tou durante seu estágio, por meio do IEL, oque realmente queria e, hoje, está satisfeitocom o trabalho na função de programador,no Senai. Depois de passar pela experiênciae enfrentar uma seleção, ele sabe o quanto aatividade fez diferença para que adquirissedomínio dos conhecimentos exigidos deum programador. “Linguagem de progra-mação, análise de requisitos de software emodelagem de dados são alguns dos aspec-tos cobrados. Isto e muito mais só o estágiome proporcionou”, afirma. Ciente da neces-sidade de conhecimentos profundos naárea, João Francisco continua se reciclandoem inovações tecnológicas.

33GOIÁS INDUSTRIAL

Conhecimentose atualização

COMPARATIVO DO NÍVEL (%)Conhecimento em informática

Fonte: IEL Pesquisas/2009

2006 2009Avançado 26,4 34,6

Médio 45,5 40,7

Básico 28,1 24,7

Hen

rique

Luiz

Contribuições do estágio para a vida profissional do aluno (%)

Fonte: IEL Pesquisas/2009

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Taynan: no lugar certo, na hora certa. E preparada

Oportunidadede contratação

Está trabalhando no momento? A essa per-gunta da pesquisa, a resposta confirmou a ex-pectativa de quem lida com a grande angústiado estagiário: ser efetivado ao término do con-trato de estágio ou da graduação e, se possível,na organização onde estagiou.

“A fatia do bolo é generosa para os egressose também para os agentes de integração. A co-locação dos egressos no mercado alcança 81%”,comemora o coordenador de relacionamentodo IEL. Um exemplo é o de Taynan da RochaBatista. Depois de três estágios - um na fase doensino médio e dois no superior -, foi contrata-da na área administrativa na concessionária deveículos Jorlan. Desempenhando as funções deacordo com sua formação, ela conta que, desdeo início do último estágio, apostava na contra-tação, pois tinha muita bagagem. “Meus conhe-cimentos adquiridos em estágio foram funda-mentais e, quando surgiu a vaga, eu estava nolugar certo e na hora certa e, ainda, muito pre-parada”, enfatiza Taynan Batista. Para a jovem,o acúmulo de habilidades adquiridos em trêsestágios fez a diferença e por isso - justifica - oaluno enquanto estagiário pode e deve aceitaras cobranças que, eventualmente, a empresa fa-ça. “É assim que se aprende. Eu recebia bem ascobranças que me eram feitas, mesmo enquan-to estagiária, pois entendia que era minha opor-tunidade de desenvolver para perceber impac-tos positivos à vida profissional”, completa.

SABER OU NÃO SABER,EIS A QUESTÃO

A opinião de Taynan contradiz o velhodiscurso de que estagiário é tão-somente umaprendiz. Apesar dessa condição, ele não devese conformar com o ‘não aprender’ em pro-fundidade e passar o estágio sem desenvolveralgum projeto na empresa ou, mesmo, adqui-rir conhecimentos simples, como passar faxou usar a máquina de xerox. Todo treinamen-

to é ganho. “A vivência dela e de outros tantosegressos ouvidos na pesquisa é prova de queconhecimento não ocupa espaço, ao contrá-rio, garante espaço”, enfatiza Marcelo Melo,do IEL Goiás. Do contrário, reforça, qualquerprofissional depois de pegar o diploma decre-taria a ‘aposentadoria da aquisição de conhe-cimentos’. Nada de cursos, congressos, reci-clagem, especialização.

Aprender a usar o xerox, passar fax, rece-ber uma visita ou atender ao telefone é rotinade qualquer profissional, seja ele celetista,

gestor, executivo ou autônomo. Quem jápassou pelo estágio um dia, sabe o que signi-ficam os aprendizados. Quem não passou,conhece as dificuldades.

Ainda na análise dos resultados da pes-quisa, por meio da opinião dos egressos, Me-lo levanta uma reflexão. “Afinal, já pensouem um gestor ou um executivo hábil em fa-zer grandes negócios, sozinho no escritório,depois do expediente, diante da necessidadede passar fax e não saber de que lado inseriro papel na máquina?”

Contribuição do estágio quanto a questões atitudinais dos egressos (%)

Contribuiu muito Contribuiu um pouco Não contribuiu

Fonte: IEL Pesquisas/2009

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35GOIÁS INDUSTRIAL

Humberto Rodrigues de OliveiraPresidente do Conselho Temático de Micro e Pequena Empresa da FIEG

Se a economia brasileira vem crescendo e seessa face robusta não se esmaeceu nem mesmocom a avalanche da crise financeira mundial, aí estáa presença da micro e pequena empresa. Damesma forma que na economia doméstica se vê obásico da população brasileira ter a mesa diária darefeição sustentada pelos pequenos produtores, ogrande motor da economia, mesmo queaquecido pelos portentosos conglomeradoseconômicos, mantém o fôlego com aoperosidade das formiguinhas chamadas micro epequena empresas.

Basta que vejamos os números. Elas são99,2% das empresas brasileiras em operação eempregam 60% das pessoas economicamenteativas. Mas respondem por apenas 20% do PIB,por conta da dificuldade de acesso ao crédito paramanutenção e investimento de expansão. Comisso, e a despeito da pujança da produçãoeconômica nacional – com elas no meio –, asmicro e pequenas empresas ainda vivem o dramadiário do crédito, muitas vezes tendo que pedirprazo aos fornecedores, quando não fazendo usodo cheque pré-datado e/ou do cartão de crédito,e às vezes até mesmo recorrendo ao recursoextremo de operar no mercado paralelo,socorrendo-se – ou afogando-se – na busca derecursos no mundo tenebroso da agiotagem.

O Brasil tem que responder a esse desafio.Felizmente, alguma coisa está acontecendo. Umaboa novidade é o Cartão BNDES, instituído esteano com o objetivo do apoio, de forma ágil, comuma linha de crédito automática e pré-aprovada,para o socorro às micro e pequena empresas.Têm acesso ao Cartão BNDES empresasbrasileiras com receita bruta anual de até R$ 60milhões, e que naturalmente estejam em dia com

suas responsabilidades sociais e fiscais. Asoperações são interessantes para o universodessas empresas: limite de até R$ 500 mil porbanco emissor, prestações fixas em até 48 meses,taxas de juros de 1% ao mês, dispensa degarantias reais, crédito rotativo e pré-aprovado euso automático.

É a resposta dada pela gestão financeiranacional a esse expressivo universo que atua eque marca presença: micro e pequenasempresas representam 97% do cartões BNDES,com um total, no primeiro trimestre do ano, deR$ 5,4 bilhões de limite de crédito pré-aprovado.Mas, para ser bom para a micro e pequenaempresas, o mecanismo tem que ser atraentepara o fornecedor. E o é. Afinal, são R$ 5,4bilhões de limite de crédito pré-aprovado paracompras, com taxa de desconto de até 3%sobre o valor da venda. E a plataforma é vasta:105 mil itens disponíveis no portal, oferecidos

por mais de 11 mil fornecedores credenciados.Por último, a praticidade é boa: a micro epequena empresas portadoras do CartãoBNDES negociam o valor da compra e informamos dados do cartão ao fornecedor credenciado,as informações são registradas no Portal BNDESe o negócio está feito.

Mas o que é bom pode melhorar. Osegmento da micro e pequena empresa debatecom persistência essas temáticas todas e agoraconclui que algumas ações podem melhorar oserviço. Por exemplo: buscar novos parceirosque fortaleçam o cartão. Uma boa sugestão seriaa permissão para que cooperativas possam atuarcomo agentes emissores do cartão,considerando que estas possuem conhecimentoda realidade local e podem contribuir para ajustaro produto às diferenças regionais existentes noBrasil. E entra uma necessidade crucial: reduzir ataxa de administração do cartão. A taxa atual(3%) é muito alta e tem levado algunsfornecedores a não se interessarem em venderpor meio desse instrumento.

Entendemos ser o Cartão BNDES o melhorinstrumento de crédito disponível no mercadopara as MPEs. O aumento do volume de créditoconcedido é prova da eficiência deste produto: em2008 foram cerca de R$ 1 bilhão concedidos paraas MPEs e, para este ano prevê-se algo em tornode R$ 1,5 bilhão. O Cartão BNDES é um alentopara um segmento de trabalho múltiplo e variadoe, sobretudo, um trabalho árduo, que merecereconhecimento e que precisa de compensações.No mínimo, por estar se apresentando comoforça produtiva no mercado formal da produção edo emprego no Brasil. Com algum crédito, tantomelhor. E melhor para todos, é bom dizer.

O crédito da micro e pequena empresa

artigo

“O Cartão BNDES é alento para um segmento de trabalhomúltiplo e variado e, sobretudo, um trabalho árduo”

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indústria de móveis

PRODUTIVIDADE, COM QUALIDADEEmpresas do setor contabilizam ganhos com implantação do Procompi e estão prontas para surfar a onda de crescimento esperada para 2010

O Programa de Apoio à Competitividadedas Micro e Pequenas Empresas (Procompi)para a indústria moveleira da região de Goiâ-nia, implantado entre 29 de setembro de2008 e 20 de outubro deste ano, foi concluídocom “êxito total”, entusiasma-se Manoel Pau-lino Barbosa, presidente do Sindicato das In-dústrias de Móveis e Artefatos de Madeira noEstado de Goiás (Sindmóveis).

Vinte empresas moveleiras, que fazemparte do Arranjo Produtivo Local (APL) dosetor, na região metropolitana da capital,completaram todo o ciclo previsto no progra-ma, que tem entre seus objetivos melhorar oprocesso produtivo, agregando maior quali-dade à produção, reduzir custos e desperdí-cios, maximizando margens e ampliando, naponta final, a produtividade das empresas.Barbosa estima que, ao final do processo, asempresas participantes alcançaram ganhomédio de produtividade ao redor de 5%. Emtodo o Estado, operam perto de 860 empresasno setor de móveis, gerando 8,6 mil empre-gos diretos, segundo dados da Relação Anualde Informações Sociais (Rais).

De acordo com o consultor José AdrianoFesta, que acompanhou as indústrias na im-

plantação do Procompi, pesquisas realizadasdiretamente com os participantes demons-tram os avanços realizados. Nada menos doque 60% das empresas apontaram “grandesganhos” na área de custos de fabricação, en-quanto 34% indicaram reduções moderadas.Apenas para 6% delas não se registrou queda.

Nada menos que 84% das empresas conse-guiram adequar seus prazos de entrega à rea-lidade do mercado, outro fator decisivo. “Amelhoria de produtividade e da qualidade nosprocessos e no produto final, em maior oumenor escala, foi apontada por 95% das em-presas”, acrescenta Festa.

Manoel Paulino, do Sindmóveis: diagnóstico inicial identifica principais gargalos

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PRODUTIVIDADE, COM QUALIDADE

O Procompi é o resultado de parceria entrea Confederação Nacional da Indústria (CNI) eo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Peque-nas Empresas (Sebrae). De acordo com Festa,“o programa apoia projetos concebidos pelasfederações estaduais do setor industrial, no ca-so a Fieg, em parceria com a unidade regionaldo Sebrae e sindicatos do setor (o Sindmóveis,por exemplo).” No caso do setor moveleirogoiano, foram investidos R$ 261,46 mil, dividi-dos entre empresas e instituições parceiras.

Conforme Barbosa, como primeiro passo,foi realizado um diagnóstico da situação realdas empresas, com identificação dos principaisgargalos. Observou-se, entre outros pontos,que o setor necessitava aperfeiçoar o processoprodutivo de forma a reduzir custos, além decombater atrasos nas entregas, melhorar a pro-dutividade e a qualidade de produtos e proces-sos, com capacitação na área de gestão, reforçaAdriano Festa.

“A estratégia foi implantar ferramentas demelhorias de processos baseadas no sistema deprodução enxuta, incluindo gestão de proces-sos, por meio de sistemas kanban (para contro-le dos fluxos de produção, tornando-os maisracionais), introdução de células de manufatu-ra, redução de resíduos e adequação do layoutdas fábricas”, detalha o consultor. Na área degestão de qualidade, as empresas foram estimu-ladas a adotar ou a aperfeiçoar sistemas 5S (oque significa organização, limpeza, menor gera-ção de resíduos e sua correta destinação, alémde disciplina no processo produtivo).

Carlos Alberto, da Post Portas: expectativa de crescimento acima da média do mercado

Pontualidade e ganhos econômicosAtualmente com 30 empregados, a Move-

laria Atrium está no mercado há 17 anos, pro-duzindo mobiliário de decoração para residên-cias e fornecendo seus produtos para lojas co-mo Época e Lavoro. Diretor presidente da in-dústria, Manoel Paulino Barbosa comenta que aAtrium aderiu ao Procompi e conseguiu, entreoutros avanços, uma melhoria evidente de pro-cessos ao longo de toda a linha de produção.

“Atualizamos o layout da indústria, apri-moramos nosso sistema 5S, implantado há trêsanos, eliminamos gargalos, reduzindo o trânsi-to interno de peças e de pessoal, e conseguimosmaior pontualidade nas entregas”, descreve.

A Post Portas Indústria de Móveis Ltda.,mais conhecida como Paulette Armários, insta-lada em Goiânia há 23 anos, especializou-se nafabricação de armários para cozinha, banheiro,quartos e escritórios, concentrando-se na linharesidencial. A empresa também participou doprograma e, como resultado, está “melhor pre-

parada para aproveitar as oportunidades que omercado oferece”, relata seu dono, o empresá-rio Carlos Alberto Vieira Soares.

A expectativa do setor é de que o mercadode móveis alcance crescimento entre 10% e15% neste ano. “Mas espero crescer mais doque isso”, arrisca Soares. Em parte por contados resultados do Procompi. A fábrica, queocupa uma área construída de 3,3 mil m² pró-xima à Perimetral Norte, refez seu layout, cor-tou desperdícios e passou a ficar em dia comseus compromissos com a clientela. “Isso in-fluenciou em todos os aspectos do processo,inclusive com ganhos econômicos”, afirmaSoares. O volume de retrabalho foi reduzidoem pelo menos 10%, prossegue, com menordesperdício de madeira e de mão de obra. APaulette Armários contratou oito novos fun-cionários em 2009 e investiu R$ 140 mil numnovo equipamento para acabamento de do-bras, trabalho antes feito manualmente.

Produçãoenxuta e acusto menor

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indústria de móveis

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A Gave Cozinhas e Armários trabalhacom suas máquinas a pleno vapor paraatender a todos os pedidos até 22 de de-zembro, quando entra em férias coletivas, ejá não recebe mais encomendas para esteano. Com fábrica em Aparecida de Goiânia,num espaço de mil metros quadrados, aempresa está há 15 anos no mercado e, nes-te ano, espera crescer entre 5% e 10%. “Nãosentimos a crise”, decreta o empresário JoséGaribaldi Cein.

Com duas lojas próprias, uma emGoiânia e outra em Brasília, a Gave em-prega, no total, 59 pessoas, incluindo a fá-brica, o setor de varejo e a área de presta-ção de serviços, que cobre os segmentosde assistência técnica, montagens e garan-tia. Ao longo da implantação do Procom-pi, a empresa concentrou-se principal-mente na readequação de espaços inter-nos para acomodar a demanda crescente ena área de recursos humanos.

Os avanços na produtividade, com in-cremento em torno de 8%, e na qualidadedo produto transformaram-se em ganhossalariais, já que a maioria dos funcionários“ganha por produção”. O programa, conti-nua Cein, “proporcionou melhoria no am-biente de trabalho, renovou a fábrica no as-pecto de limpeza e organização, além depermitir que nossos empregados conseguis-sem promoções.”

Os planos de expansão, que previa do-brar a área atual, foram abortados e a Gaveembarcou num plano ainda maior. Vai inves-tir na construção de uma nova fábrica em Se-nador Canedo, num projeto para 10 mil m²,dos quais a metade deverá estar construídaem dois anos, espera Cein. Só no primeirogalpão serão investidos R$ 1,5 milhão.

Condomínio de indústrias

Senador Canedo vai abrigar novo pólo do setor moveleiro

De malasprontas paraa nova fábrica

O condomínio de indústriasmoveleiras em construção nomunicípio de Senador Canedo deveráentrar em operação já a partir de2010, de acordo com o presidente doSindmóveis, Manoel Paulino Barbosa.O projeto é resultado de parceriaentre 11 empresas do setor, ogoverno do Estado e a prefeitura dacidade. “A venda da área já foirealizada a valor simbólico, ogoverno está realizando o trabalho deterraplenagem e firmamos convêniocom o Senai para capacitação depessoal”, adianta Barbosa.

A implantação do condomínio,que vai operar sob um modelo deassociativismo, mas sem carátercooperativista, exigirá investimentosde R$ 12 milhões, nos cálculos deBarbosa. Parte dos recursos poderáser financiada pelo FundoConstitucional de Financiamento doCentro-Oeste (FCO) e pelo Produzir,programa estadual de incentivosfiscais. Numa primeira etapa, asindústrias moveleiras vão ocupar área

total de 99 mil metros quadrados,cabendo a cada uma delas em tornode 6 mil a 7 mil m². A construção dosgalpões será feito em regime deempreitada e a contratação daconstrutora será rateada entre oscondôminos. “Já estamos pedindouma nova área no local para abrigarmais empresas”, antecipa opresidente do Sindmóveis.

Um espaço, também de 7 mil m²,será reservado para receberambulatório, refeitório, central dedistribuição e um centro decapacitação, que serão operados emconjunto pelas empresas docondomínio. Além disso, as empresasparceiras usarão uma mesma centralde compras, o que permitirá reduzircustos nas aquisições de matérias-primas e insumos.

A possibilidade de baixar custosde produção e manutenção, repartirinvestimentos em capacitação, alémde otimizar o setor de logística e ouso da infraestrutura, atraiu asempresas do setor, conta Barbosa.

José Garibaldi, da Gave Cozinhas: demalas prontas para Senador Canedo

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A indústria do couro atravessou um perío-do turbulento em 2009, pressionada pela criseinternacional e consequente queda da deman-da e dos preços, com a valorização do real, e pe-la inadimplência. “O mercado interno apresen-tou desempenho pior do que o externo. Os cur-tumes até conseguem vender, mas não rece-bem”, justifica João Essado, presidente do Sin-dicato das Indústrias de Curtumes e Correlatosdo Estado de Goiás (Sindicurtume) e da Cen-trocouros Inhumas.

Na sua avaliação, a inadimplência continuasendo um problema para o setor, entre outrosmotivos, porque a indústria de calçados “temsido muito sacrificada pela concorrência deslealdos chineses.” No mercado externo, a crise der-rubou a demanda na indústria automobilísticae no setor da construção, epicentro do terremo-to que abalou as economias dos países mais de-senvolvidos, acrescenta Emílio Bittar, diretorpresidente da Coming, maior exportadora decouros do Estado.

Entre janeiro e outubro deste ano, as ex-portações goianas de peles bovinas despenca-ram nada menos do que 41%, passando de US$74,231 milhões nos primeiros dez meses de2008 para US$ 43,659 milhões neste ano. O se-tor como um todo, que de acordo com Essadoreúne 13 indústrias com capacidade total para23 mil couros por dia, tem operado com ociosi-dade em torno de 40%, processando ao redorde 14 mil unidades diariamente. “Em 2008, tra-balhamos com 16 mil a 17 mil peças por dia”,relembra Essado.

A queda no total de abates de bovinoscontribuiu para isso, mas a demanda muito tí-mida e o dólar barato empurraram os preços

do couro para R$ 0,30 a R$ 0,50 por quilo noauge da crise, frente a R$ 2,00 na fase anterior.Depois disso, o mercado passou a observar al-guma reação, com os preços alcançando entreR$ 0,90 a R$ 1,10 entre outubro e novembro.Mas dificilmente retomará os níveis anterio-res. “Nosso maior problema é o câmbio, já queo mercado doméstico consome apenas 20% daprodução e os demais 80% têm que ser expor-tados”, reclama Bittar.

Neste momento, grandes grupos, como oJBS-Friboi, que coloca no mercado diariamen-te 40 mil couros, decidiram processar suas pe-les, embarcando na onda da terceirização, oque deverá encurtar a oferta de matéria-primapara alguns curtumes. “O setor terá que bus-car novas fontes de suprimento. Mas isso tam-

bém traz a oportunidade de ocuparmos a ca-pacidade ociosa”, comenta Essado, que sóacredita em recuperação efetiva do mercado apartir de fevereiro de 2010.

A Coming, relata Bittar, remou contra acorrente e conseguiu trabalhar com 5,5 mil pe-ças por dia, aumentando a produção pela via daterceirização. A planta de Trindade, informa oempresário, tem capacidade para 4 mil couroswet blue por dia. A unidade de Franca, que pro-duz peles semiacabadas e terminadas, tem po-tencial para mais 800 peças. Neste momento, aComing espera apenas o final da temporada dechuvas para retomar o projeto de instalação deuma linha para produção de semiterminadosem Trindade, com capacidade para 1,6 mil pe-les por dia, num investimento de R$ 8 milhões.

39GOIÁS INDUSTRIAL

indústria do couro

Outra vítima do câmbioSetor ensaia retomada depois da crise, mas o dólar barato continuacastigando os curtumes, que precisam exportar 80% do que produzem

Bittar, da Coming: projeto de investimento será retomado assim que as chuvas passarem

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40 GOIÁS INDUSTRIAL

gestão ambiental

A premiação e os vencedores

Gerenciamento de resíduos sólidos� Prefeitura de Chapadão do Céu

Atividade industrial de grande porte� Eternit S.A.

Atividade industrial de médio porte� Equiplex Indústria Farmacêutica Ltda.

Atividade industrial de pequeno porte�Centrocouros Inhumas Ltda.

Atividade industrial alimentícia�Cipa Industrial de ProdutosAlimentares Ltda.

Atividade industrial mineração� Anglo American Brasil Ltda.

Comércio e prestação de serviços�HP Transportes Coletivos Ltda.

Educação ambiental corporativa� Votorantim

Educação ambiental eminstituição de ensino� Escola Estadual em Tempo IntegralMarista Padre Lancísio

Comunicação ambiental� Programa Trilhas do Brasil

Menção honrosa� Juvenilia Fernandes Gonçalves(ambientalista)

Paulo Afonso, João Essado e João Bosco Umbelino,do Sebrae Goiás: prêmio às melhores iniciativasna área de preservação do meio ambiente

Heribaldo e a reserva preservada pelaEquiplex: investimento em nova estação

para tratamento de efluentes

POLÍTICASVENCEDORASEmpresas de todos os portes e instituições

recebem o Prêmio Goiás de Gestão AmbientalEternit, Equiplex, Centrocouros Inhumas,

Cipa, Anglo American, HP Transportes, Voto-rantim, prefeitura de Chapadão do Céu, EscolaEstadual em Tempo Integral Marista PadreLancísio e o Programa Trilhas do Brasil foramos grandes vencedores da quarta edição doPrêmio Goiás de Gestão Ambiental. Resultadode parceria entre Fieg, Sebrae Goiás e governodo Estado, por meio da Secretaria Estadual deMeio Ambiente e de Recursos Hídricos (Se-marh), o prêmio é um reconhecimento a ini-ciativas mais relevantes na área ambiental, comfoco no desenvolvimento sustentável.

Neste ano, concorreram 46 projetos, dosquais 26 foram classificados em dez categorias,enquanto a ambientalista Juvenilia FernandesGonçalves mereceu menção honrosa. A soleni-dade de entrega do prêmio foi realizada no úl-timo dia 11 de novembro, no salão do SesiClube Antônio Ferreira Pacheco. Criado em2004, relembrou presidente da Fieg, PauloAfonso Ferreira, o prêmio cumpre o propósito,entre outros, de estimular o setor empresarial aadotar sistemas integrados de gestão ambien-tal, buscando o envolvimento direto dos níveis

de direção das corporações em projetos am-bientais e de responsabilidade social.

Participante das quatro edições do prêmioe vencedora por duas vezes na categoria de ati-vidade industrial de pequeno porte, a Centro-couros Inhumas Ltda. conquistou seu tricam-peonato ambiental em 2009. “A empresa temcomo preocupação prioritária a boa gestão am-biental e, em especial, dos recursos hídricos,um bem público de uso múltiplo”, expressa opresidente da empresa, João Essado.

O sistema de gestão ambiental adotado pe-la Centrocouros, instalada às margens do RioInhuminha, afluente do Meia Ponte, busca re-duzir a utilização de recursos naturais, adotan-do práticas de consumo racional. Na mesma li-nha, os investimentos realizados no tratamentode efluentes tornam possível devolver ao ma-nancial, em trecho acima da área de captação,água com nível de pureza entre 90% e 95%.

Outra vencedora, a Equiplex IndústriaFarmacêutica, do empresário Heribaldo Egí-dio, investiu em nova estação de tratamento deefluentes, com capacidade para 75 metros cú-bicos por dia e implantou um programa de re-

vitalização da nascente do Córrego Veredas,em Aparecida de Goiânia. Além disso, recupe-rou a área de preservação permanente no mes-mo local de sua indústria, comprou e reflores-tou uma área vizinha ao seu parque, com re-plantio de espécies do Cerrado.

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Os dados acumulados nos primeiros 11meses deste ano mostram que as exportaçõesrealizadas a partir de Goiás caíram 13,5%,para US$ 3,33 bilhões, com vendas aindaconcentradas em commodities agrícolas eminerais. Mas as instituições oficiais e priva-das ligadas ao comércio exterior, com apoioda Fieg e de seu Centro Internacional de Ne-gócios (CIN Goiás), que completou seu 10ºaniversário em 2009, preparam ofensiva parareverter esse quadro nos próximos anos.

O objetivo não é apenas aumentar osvolumes exportados, mas atrair novas in-dústrias com potencial exportador aindanão explorado e agregar valor às exporta-ções, adianta Plínio César Lucas Viana, ge-rente do CIN Goiás.

O contra-ataque, na verdade, já está emplena marcha, desde o lançamento da unida-de da Agência Brasileira de Promoção de Ex-portações e Investimentos (Apex-Brasil), noinício de dezembro. Em março de 2010, oCIN Goiás, em parceria com a Aduaneiras epossivelmente outras instituições, inicia a se-gunda turma da pós-graduação para qualifi-cação de profissionais que atuam na área de

comércio exterior. Desde o início de 2009, aApex-Brasil dá suporte, em Goiás, a um pro-grama de capacitação de empresas com po-tencial de exportação, denominado Projetode Extensão Industrial Exportadora (PEIEx).

“Identificamos a necessidade de incre-mentar a aproximação entre as empresas e osserviços oferecidos pela Apex-Brasil, que de-senvolve projetos de promoção comercial,

internacionalização de empresas e de atraçãode investimentos”, afirma Tatiana Porto,coordenadora da unidade de projetos espe-ciais da agência.

Os planos para 2010, antecipam Tatianae o gerente do CIN Goiás, são ambiciosos, es-pecialmente na área de atração de investi-mentos. CNI, Fieg e Apex já trabalham paramapear oportunidades de negócios, setores eempresas para participação em feiras ao re-dor do mundo e em missões comerciais orga-nizadas pelo Ministério de Desenvolvimento,Indústria e Comércio Exterior (MDIC). Parao próximo ano, estão previstas missões a 24países. A Apex-Brasil e o CIN Goiás tambémvão operar em conjunto para dar suporte àpróxima missão comercial do Estado, previs-ta para os primeiros meses de 2010 e que terácomo alvo os mercados do Leste Europeu.

A instalação da unidade da Apex-Brasil,que passa a operar dentro da Fieg, abre “asportas do mundo para pequenos empresáriosque, de outra forma, não teriam estrutura paraexplorar oportunidades de negócios no mer-cado internacional”, aponta o coordenadortécnico da Fieg, Welington da Silva Vieira.

41GOIÁS INDUSTRIAL

apex-brasil e cni

CNI, Fieg e Apextrabalham a seis mãos

para ampliar a baseexportadora do Estado,

agregar valor àsexportações e atrair

investimentosinternacionais

Plínio Viana e Tatiana Porto: planos ambiciosos para o comércio exterior goiano no próximo ano

A CONTRAOFENSIVA

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42 GOIÁS INDUSTRIAL

agenda municipal

UMA AGENDA PARA GOIÂNIA

Fieg entrega aos vereadores a primeira edição da Agenda Legislativada Indústria Goianiense e recomenda apoio a 13 projetos

Temas relacionados ao meio ambientedominaram a primeira edição da Agenda Le-gislativa da Indústria Goianiense, lançada noinício de novembro em iniciativa inédita daFederação das Indústrias do Estado de Goiás(Fieg). Em meio a uma relação de 25 projetosde lei propostos pelos vereadores, nada me-nos do que 12 tratam do assunto, embora umdeles esteja relacionado na categoria de res-ponsabilidade social.

Em sessão especial da Câmara de Goiânia,convocada pelo vereador Francisco Vale Júnior(PMDB), presidente da casa, a agenda foi apre-sentada aos vereadores pelo presidente da Fieg,Paulo Afonso Ferreira, e pelo coordenador téc-nico da instituição, Welington da Silva Vieira.Além de propostas ambientais, os projetos emtramitação no Legislativo municipal incluemassuntos econômicos e tributários (5), institu-cionais (3), de responsabilidade social (3), in-fraestrutura (2) e relações do trabalho (1).

Na avaliação realizada pela equipe técnicada Fieg, baseada exclusivamente na “análiseapartidária e racional dos efeitos futuros da le-gislação proposta para toda a sociedade”, con-forme destacou Vieira, 13 projetos foram consi-derados convergentes em relação aos interessesdo setor industrial e 12 receberam a classifica-ção de divergentes. “A isso se dá o nome de go-vernança, assim definida quando a iniciativaprivada se une ao setor público pelo interessecomum”, declarou Vale Júnior.

Na opinião de Paulo Afonso, a agenda deveser vista como uma contribuição efetiva da in-dústria ao trabalho desenvolvido pelo PoderLegislativo. “A busca de melhores condições devida não deve ser responsabilidade exclusiva degovernantes e legisladores, mas obrigação detoda a sociedade civil organizada”, reflete o pre-sidente da Fieg. Para Vale Júnior, o documento“materializa uma prática democrática, sem im-posições. O empresariado e a Câmara estão ma-

duros para dar esse passo.”Entre 11 projetos classificados na catego-

ria meio ambiente pela Fieg, 5 foram descritoscomo “convergentes” (3 deles com ressalvas)e 6 ganharam a definição “divergentes”, pornão corresponderem, de alguma forma, aosinteresses do setor e da sociedade, na avalia-ção da entidade. Entre os “convergentes”, a fe-deração apoia integralmente o projeto do ve-reador Túlio Maravilha, que institui a obriga-toriedade de redução e compensação de emis-sões de CO2 (dióxido de carbono) e cria in-centivos para o uso de biocombustíveis nomunicípio de Goiânia.

A instituição também declara seu apoio,ainda que com ressalvas, aos projetos dos ve-readores Gari Negro Jobs e Paulo Borges. O pri-meiro cria um programa municipal para des-carte, coleta e reciclagem de óleos e gorduras e,no segundo caso, torna proibido o descarte des-ses resíduos nas redes de água e de esgoto.

Paulo Afonso e Vale Júnior: diálogo entre osdois lados consolida prática democrática

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43GOIÁS INDUSTRIAL

por dentro da indústria

COMPRAS PÚBLICASO presidente do Conselho Temático de Micro e Pequena Empresa da Fieg, HumbertoRodrigues de Oliveira (foto), defende a adoção de medidas que facilitem a participação deempresas de pequeno porte em licitações e contratos para compras do setor público. Entreoutras propostas, ele sugere que micros e pequenas empresas recebam tratamentopreferencial nas compras de até R$ 80 mil e que a decisão nas licitações favoreça o segmentoquando a diferença de preços entre as propostas variar entre 5% a 10%. A concessão deincentivos fiscais, afirma Oliveira, também deveria estar amarrada à exigência de participaçãode micro e pequenas no programa de aquisições realizadas pelas empresas incentivadas.

InvestimentosO presidente da Fieg, Paulo Afonso Ferreira,comandou articulação que levou o BancoNacional de Desenvolvimento Econômico eSocial (BNDES) a prorrogar para junho de2010 o Programa de Sustentação doInvestimento (PSI), previsto originalmentepara encerrar-se em dezembro de 2009. Oprograma financia entre 80% a 100% do valorde máquinas e equipamentos, com prazos deaté dez anos e juros fixos de 4,5% ao ano.

Obra no PACO presidente da Valec, José Francisco dasNeves (foto), anunciou na Fieg mudança notraçado original do Corredor FerroviárioIntercontinental, que fará a ligação entre olitoral sudeste do País e Boqueirão daEsperança, no Peru. O novo desenho fará comque a ferrovia cruze o Estado na altura deUruaçu, passando próximo a Barro Alto deforma a favorecer a logística da operação damina de cobre e níquel da Anglo American naregião. “O que precisamos fazer é correr paraconcluirmos os projetos para esse trecho daferrovia. A Agência Nacional de TransportesTerrestres (ANTT) já garantiu que incluirá aobra no PAC”, assegurou Neves.

Banco de desenvolvimento – 1A transferência do estoque de recursos do FundoConstitucional de Financiamento do Centro-Oeste (FCO), estimado em R$ 11 bilhões, para ofuturo Banco de Desenvolvimento do Centro-Oeste (BDCO) parece estar definida, segundoadiantou a senador Lúcia Vânia (PSDB) em reunião(foto) com o vice-presidente da Fieg, Pedro Alvesde Oliveira, e os presidentes dos conselhostemáticos do Agronegócio, André Rocha, de Comércio Exterior e Negócios Internacionais,Heribaldo Egídio, e de Micro e Pequena Empresa, Humberto Rodrigues de Oliveira.

Banco de desenvolvimento – 2Inicialmente, o Banco do Brasil chegou a propor um prazo de 50 anos para transferir os recursos aoBDCO. Em ação conjunta dos senadores dos Estados da região, foi incluído prazo de cinco anos noprojeto aprovado em outubro pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado.Posteriormente, “para honrar o acordo com a área econômica do governo e evitar vetos, incluímosemenda fixando esse prazo em 15 anos”, disse Lúcia Vânia.

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44 GOIÁS INDUSTRIAL

made in goiás

Na contramãodo mercado

Gelnex amplia produção de gelatina, em meio à pior fase da crise, para ganharescala, reduzir custos e preservar sua competitividade no mercado externo

Quando fechar dezembro, a unidade da Gelnex Indús-tria e Comércio Ltda., em Nazário, a 63 quilômetros deGoiânia, terá simplesmente triplicado sua produção desdeo início de sua operação, em 2005. As obras para constru-ção da primeira fábrica de gelatina do Centro-Oeste e a se-gunda da empresa, que nasceu em Itá, Santa Catarina, em1998, foram iniciadas em 2003, mas a produção, numamédia de 150 toneladas por mês, só começou dois anosdepois, num investimento à época entre R$ 20 milhões eR$ 25 milhões, relembra o gerente da unidade goiana,Anésio Mateus Granado.

A marca de 450 toneladas mensais está prevista para ofinal de 2009, significando um incremento ao redor de 20%na comparação com a produção média registrada em 2008.“Temos mantido um crescimento de 20% ao ano desde o

início da operação e vamos manter essa taxa em 2009”, afir-ma Granado. A empresa destina em torno de 70% de suaprodução de gelatina aos mercados norte-americano e euro-peu, exportando para 45 países.

Entre janeiro e outubro deste ano, a empresa exportouUS$ 8,584 milhões, embarcando um volume total de 1,635mil toneladas, de acordo com dados do Ministério de De-senvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). Emvalores, as exportações cresceram 90,2%, saindo de US$4,512 milhões nos primeiros dez meses de 2008. A variaçãoem volume, comparada às 1,231 toneladas exportadas nomesmo intervalo do ano passado, foi mais modesta, comcrescimento de 32,8%.

A Gelnex processa a gelatina pura, sem sabor, e tem en-tre seus maiores clientes as indústrias de alimentos, incluin-do fabricantes de sorvetes, e de produtos farmacêuticos,principalmente para a produção de cápsulas. Na fase maiscrítica da crise, quando os preços finais de venda da gelatinarecuaram perto de 20%, acompanhando o mergulho obser-vado no mercado de couro bovino, a demanda encolheu e odólar despencou, achatando as margens, a empresa tomou adecisão de reduzir custos variáveis e diluir custos fixos pormeio de aumento na escala de produção.

Novo aumento na capacidade instalada já foi engatilha-do pela Gelnex, que enviou aos órgãos ambientais do Esta-do o pedido de licenciamento para expandir sua produçãonos próximos seis meses. Nos últimos cinco anos, além docapital imobilizado na construção da unidade de Nazário, aGelnex investiu mais de R$ 20 milhões no Estado, envol-vendo grupos geradores, maquinário, cinco biodigestores(que se encarregam de reciclar os gases gerados no trata-mento de efluentes para alimentar as caldeiras da fábrica, re-duzindo o consumo de lenha), estação de tratamento e ou-tros projetos ambientais.

Granado: produção triplicada de 150 para 450 toneladas por mês

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memória

DE MALA E CUIASicmol muda-se para área de 50 mil m² no polo empresarial de

Aparecida de Goiânia sem interromper produção nem perder vendas

Gilberto Sebba: próximoobjetivo é consolidar

as linhas Concept Home eConcept Office

Há duas décadas no mercado, a Sicmol prepara-se paranovos voos ao longo de 2010. Nascida de uma cisão do gru-po Sebba, que mantém negócios nas áreas de construção ci-vil, materiais de construção, móveis e acessórios, exporta-ção e importação, além de operar no ramo hoteleiro, a em-presa tem se dedicado, mais recentemente, à consolidaçãode duas de suas mais recentes linhas de produção, parte desua estratégia para continuar crescendo em 2010. A primei-ra unidade, Concept Home, vai produzir móveis para salas,quartos, home e cozinhas. A segunda, chamada de ConceptOffice, fabricará divisórias e móveis corporativos.

Neste ano, detalha o empresário Gilberto Antônio Sebba,idealizador do grupo que leva o sobrenome da família, fun-dador da Sicmol e seu único dono, a empresa conseguiu aproeza de mudar seu parque industrial sem interromperprodução e vendas. Quando criou a empresa, às margens daBR-153, precisamente no Km 1, em área total de 37 mil m²com 8 mil m² construídos, seu objetivo era ocupar espaçosem mercado ainda pouco explorado.

Unindo visão empresarial e sua paixão pela madeira,Sebba definiu como foco inicial para a empresa recém-criadaa produção de móveis para copa e deassentos em mogno. “Mais tarde, a li-nha para banheiros foi expandida parabancadas, acessórios, gabinetes e ar-mários”, relata. A Sicmol empregavaperto de 50 funcionários e produzia,em média, 20 mil peças por mês.

Desde lá, a empresa sobreviveu aosvários planos econômicos “desestabili-zadores”, na descrição de Sebba, à in-flação galopante, à consequente altados custos das matérias-primas e às di-ficuldades para contratar mão de obraespecializada. “Com nossos esforços,conseguimos conquistar o reconheci-mento do mercado nacional e interna-cional, instalando mais de 3 mil pon-

tos de venda no País e no exterior, e consolidar nossa marcacomo a maior fabricante de assentos sanitários no Brasil”,comenta o empresário.

A empresa cresceu e mudou, instalando-se neste ano noPolo Empresarial Goiás, em Aparecida de Goiânia, expan-dindo seu parque para 50 mil m² e passando a empregar 400funcionários diretamente. Os investimentos envolveram aaquisição de máquinas e equipamentos de última geração,treinamento e capacitação de mão de obra. O foco da opera-ção está atualmente centralizado na fabricação de móveis eacessórios para banheiros. Para o próximo ano, a perspecti-va de crescimento do mercado de móveis, impulsionado pe-la redução do Imposto sobre Produtos Industrializados(IPI), anima a empresa. Mas sua atuação deverá se concen-trar no lançamento de produtos para o mercado de hotelariae turismo, em que o grupo Sebba já atua, por meio da con-trolada São Jorge Construções e Empreendimentos Ltda.,dona do hotel administrado pela Blue Tree em Goiânia. Oempreendimento será ampliado em 2010 com a construçãode mais 90 apartamentos de luxo, ampliando a capacidadetotal para 200 unidades.

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46 GOIÁS INDUSTRIAL

PRÊMIO SISTEMA FIEG DE COMUNICAÇÃO

\\\\\\ A entrega do 5º Prêmio Sistema Fieg de Comunicação, foi

marcada por um almoço de confraternização com a imprensa no

Sesi Clube Antônio Ferreira Pacheco, dia 26 de novembro. Paulo

Afonso Ferreira entregou prêmios aos jornalistas vencedores

Almiro Marcos, de O Popular (1º lugar), representado pela

editora-executiva Cileide Alves, Gilberto Pereira e Lourdes

Souza, ambos da Tribuna do Planalto

(2º e 3º lugares

respectivamente na categoria jornalismo impresso). Os outros

vencedores aplaudidos na festa de premiação foram profissionais

de rádio Luiz Geraldo, da CBN Anhanguera (1º lugar), Josete

Bringel, da Rádio Universitária (2º lugar), e Gabriela Canseco,

também da CBN (3º lugar na categoria radiojornalismo); Márcio

Venício e Marina Jorge, ambos da TV Anhanguera (1º e 2º

lugares) e John William, da TV Serra Dourada (3º lugar); e Ricardo

Rafael, Weimer Carvalho e Wildes Barbosa, de O Popular (1º, 2º

e 3º lugares na modalidade fotojornalismo).

Renata Dos Santosgente da indústria

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47GOIÁS INDUSTRIAL

FIEG NO ENAI\\\\\\ Durante o 4º Encontro Nacional da Indústria (Enai),realizado em Brasília, nos dias 17 e 18 de novembro,cerca de 1,5 mil empresários e representantes deentidades ligadas ao segmento firmaram a Carta daIndústria. O documento sugere, entre outrasações, a desoneração dos investimentos e aeliminação do problema de acumulação decréditos tributários, além de um conjunto deoutras medidas para incrementar acompetitividade do setor e assegurar ocrescimento sustentável da economia. A Carta daIndústria será encaminhada aos candidatos àPresidência da República.

MAPA ESTRATÉGICO\\\\\\ A Fieg iniciou em dezembro a montagem doprojeto Goiás 2020: Indústria rumo ao futuro, quevai definir um plano estratégico de longo prazo parao setor no Estado. Como ferramenta para assegurara gestão e, principalmente, a execução do Goiás2020, será construído o mapa estratégico dodesenvolvimento industrial do Estado, contendoindicadores, metas e ações.

DA ITÁLIA PARA BRASÍLIA\\\\\\ O empresário João Alves Parreira e seu filho ErikVinícius Parreira chegaram da Itália direto paraBrasília. Depois de aterrissar no velho mundo para aVitrum 2009, evento bianual que reúne expositoresde vários países, com suas inovações a tiracolo adupla recebeu prêmio na Casa Cor de Brasília. ErikParreira patrocinou o arquiteto Léo Romano (na fotocom Eliane Martins, franqueada da Casa Cor),profissional goiano vencedor do ambiente maisoriginal – uma sala de espelhos que empregou vidrosda indústria goiana VPM, controlada por Parreira.

NA ALEMANHA

\\\\\\ O empresário Sérgio Penido, diretor comercial da Complem (Cooperativade Laticínios de Morrinhos), na foto com Luciana Galvão já colhe os frutos de suaviagem à Alemanha. Sua missão por lá foi conhecer o parque industrial da SigCombibloc, uma empresa próxima a Frankfurt que fabrica embalagens paraprodutos alimentícios. A Complem fechou um contrato com a marca –concorrente da Tetra Pak – que atua na área de embalagens para lácteos e sucos.

ATÉ O PÔR-DO-SOL

\\\\\\ Antônio Almeida, presidente do Sigego, discursa nafesta de fim de ano da entidade, (foto) observado porPaulo Afonso (Fieg). Um churrasco com direito a músicaao vivo embalou cerca de 300 trabalhadores domercado gráfico até o pôr-do-sol, no Sesi Clube AntônioFerreira Pacheco. Os convidados se divertiram ao somda dupla Nil e Cristiano, que cantou de MPB à músicasertaneja e caipira raiz. O encontro foi marcado por altoastral, característica que segundo Antônio Almeida é areceita para esbanjar fôlego e "não ser aquele empresárioque se cansa com duas reuniões diárias apenas", brinca.O empresário também anuncia que 2010 vai começarcom projeto novo para a categoria. Trata-se de umconvênio do Sigego com o Senai e a Finep, paramelhorar ainda mais a qualidade e produtividade doparque gráfico local.

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48 GOIÁS INDUSTRIAL

giro pelos sindicatosguia

SIGEGO

EXCELÊNCIA GRÁFICA 1O Sindicato das Indústrias Gráficas do Estado de Goiás (Sigego) e aRegional da Associação Brasileira da Indústria Gráfica (Abigraf-GO)anunciaram, no final de setembro, os vencedores do 5º PrêmioAquino Porto de Excelência Gráfica – Criação e Produção. Nafoto, os presidentes do Sigego, Antônio de Sousa Almeida(segundo da esq. para a dir.), e da Fieg, Paulo Afonso Ferreira(quarto), entregam o prêmio à equipe da Cannes Publicidade.

SimeaCrescimentoA entrada em operação da novalinha de montagem do grupoCaoa/Hyundai em Anápolis, previstapara fevereiro, quando deverá seriniciada a produção do utilitárioesportivo Tucson, tem geradoexpectativas otimistas em relação aodesempenho da economia local em2010, avalia Robson Peixoto Braga,presidente do Sindicato dasIndústrias Metalúrgicas, Mecânicas ede Material Elétrico de Anápolis(Simea). Sua previsão é de que aexpansão da unidade deverá atrairnovas empresas dos setores deautopeças, de transportes e deserviços logísticos, gerando novosempregos e mais renda.

SindicerMarco regulatórioO Sindicato das IndústriasCerâmicas no Estado de Goiás(Sindicer) colocou em seu site (www.sindindustria.com.br/sindicergo)o novo marco regulatório propostopara o setor de mineração. Oprojeto foi apresentado emoutubro à Comissão Especial deMineração da ConfederaçãoNacional da Indústria (CNI) pelaSecretaria de Geologia eTransformação Mineral doMinistério das Minas e Energia.

Excelência gráfica – 2Neste ano, o concurso –considerado o mais importantedo setor em Goiás – bateu novorecorde, com 474 trabalhosinscritos por empresas gráficas,agências de publicidade,estudantes e fornecedores. Deacordo com o presidente doSigego, Antônio de Sousa Almeida,o objetivo do concurso é estimulara criatividade e melhorar aqualidade dos produtos produzidosno Estado, reconhecendo antigos enovos talentos. A cerimônia depremiação foi marcada ainda pelacelebração dos 60 anos dosindicato. A relação dos vencedores do prêmio pode ser conferida no sitewww.dnoto.com.br/sigego/premio2009/vencedores.pdf.

FormaturaMais 22 profissionais concluíram ocurso técnico em artes gráficaspromovido pelo Senai Goiás. Aformatura (foto à esquerda) foirealizada no dia 20 de outubro,com a presença do superintendentedo Sesi Goiás e diretor regional doSenai, Paulo Vargas. Iniciado emsetembro de 2007, o curso teveduração de 1.600 horas.

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49GOIÁS INDUSTRIAL

SIFAEG/SIFAÇÚCAR

PRÊMIO MASTERCANAO presidente do Sifaeg/Sifaçúcar, André Luiz Baptista Lins Rocha(foto), recebeu o Prêmio Mastercana Brasil 2009 como um dosmais influentes do setor sucroenergético brasileiro. A escolhados nomes foi aprovada por um conselho formado por jornalistasde grandes veículos de comunicação do País, que realizam acobertura diária do agronegócio. A premiação foi entregue nodia 20 de outubro, no Grand Hyatt, em São Paulo.

Sicma/SivaInovaçãoCom o apoio do Sindicato das Indústrias da Construção e do Mobiliário (Sicma) e do Sindicato dasIndústrias do Vestuário (Siva), foi lançado em Anápolis, em 18 de novembro, pelo Serviço de Apoio àsMicro e Pequenas Empresas de Goiás (Sebrae-GO), o projeto Agentes Locais de Inovação (ALI).Formatado para estimular a inovação entre micro e pequenas empresas dos setores moveleiro, daconstrução civil e do vestuário, com base em experiências desenvolvidas na Índia, Espanha e outrospaíses europeus, o programa utiliza consultores e agentes multidisciplinares para aproximar empresas einstitutos de ciência e tecnologia. Presidente do Sicma, Álvaro Otávio Dantas Maia (foto) elogiou oprojeto por conta de seu potencial para beneficiar empresas de pequeno porte.

SindusconInfraestruturaO Sindicato da Indústria daConstrução no Estado de Goiás(Sinduscon-GO), com apoio doConselho Temático deInfraestrutura da Fieg, promoveu,no dia 20 de novembro, reuniãocom o diretor geral doDepartamento Nacional deInfraestrutura e Transporte(DNIT), Luiz Antônio Pagot. Empauta, os investimentos dogoverno federal para Goiás, numtotal de R$ 4 bilhões entreimplantação, recuperação eduplicação de rodovias.

Serviço socialCriado pelo Sinduscon-GO, oServiço Social da Indústria daConstrução (Seconci) foiapresentado aos vereadores deGoiânia em 23 de novembro,durante visita especial. Equipadacom consultórios médicos eodontológicos, numa parceria como Sesi Goiás, o Seconci oferecegratuitamente aos trabalhadores dosetor e a seus dependentes serviçosde saúde nas áreas de medicinaambulatorial e ocupacional eodontologia.

Seminário O Comitê de Recursos Humanos do Sifaeg/Sifaçúcar realizou emoutubro o Seminário de Recursos Humanos do SetorSucroenergético. Participaram como palestrantes Rober Renzo, quefalou sobre Fator Acidentário de Prevenção, e Aparecido Mostácio,que abordou Gestão de Desempenho e Performance.

Consultor de projetosO curso para capacitação deconsultores de projetos, resultadode parceria entre a ConfederaçãoNacional da Indústria (CNI), Fieg eo Banco Interamericano deDesenvolvimento (BID), comparticipação da prefeitura deAnápolis, será realizado a partir defevereiro de 2010, com oferta de25 vagas, de acordo com o vice-presidente do Sindicato dasIndústrias da Construção e doMobiliário de Anápolis (Sicma) epresidente da AssociaçãoComercial e Industrial de Anápolis(Acia), Ubiratan da Silva Lopes. Aproposta é capacitar profissionaispara atuar na captação de recursosno âmbito do Arranjo ProdutivoLocal (APL) do setor automotivo.

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50 GOIÁS INDUSTRIAL

Rafael Lucchesié diretor de Operações da Confederação

Nacional da Indústria (CNI)

artigo

“O Brasil que sonhamos exige educação de qualidade emtodos os níveis, requisito fundamental para garantir a cidadania”

O Brasil pode crescer a uma taxa médiade 6% ano e integrar o grupo daseconomias mais desenvolvidas do mundo. Aexploração de petróleo da camada pré-sal, arealização da Copa do Mundo de 2014, dasOlimpíadas em 2016 e a necessidade deredução das emissões de carbono nosprocessos de produção nos colocam diantede oportunidades extraordinárias. Mastambém exigem a superação de velhosobstáculos.

A agenda de curto prazo e as açõesestruturantes que ajudarão o Brasil a garantirum ciclo de crescimento sustentável nospróximos cinco anos e criar um ambienteinstitucional adequado aos investimentosforam o tema central do 4º EncontroNacional da Indústria (ENAI). Os mais de1.500 líderes industriais que participaram doencontro realizado pela CNI em 17 e 18 denovembro deste ano subscreveram a Cartada Indústria, que sugere um conjunto deações capazes de construir uma modernaeconomia de mercado, com inclusão sociale sustentabilidade ambiental.

O documento destaca que a indústria éa principal fonte de progresso técnico,inovação e produtividade, fatores que têmimpacto sobre os demais setores daeconomia e contribuem, de formasignificativa, para a geração de empregos edivisas. A indústria é, portanto,imprescindível para o futuro do País. Por

isso, a agenda de curto prazo do Brasil deveter foco na competitividade do setor. Entreoutras ações propostas pela Carta daIndústria estão a desoneração dosinvestimentos e a eliminação do problemade acumulação de créditos tributários.

Outras medidas importantes que devemser adotadas ainda neste governo são oaperfeiçoamento da política cambial paraevitar a valorização excessiva do real diantedo dólar, a redução dos custos financeiros ea revisão dos marcos regulatórios do meioambiente e dos instrumentos de apoio àinovação.

A agenda de longo prazo definida no 4ºENAI será o ponto de partida para odocumento que a indústria apresentará aos

candidatos à Presidência da República em2010. As eleições do próximo anorepresentam uma oportunidade para o Brasilse concentrar em reformas que aumentemo potencial de expansão da economia.Afinal, a diferença de dois pontospercentuais na taxa de crescimento podeelevar a renda per capita em 20% dentro deum prazo de dez anos.

O Brasil que sonhamos exige educaçãode qualidade em todos os níveis. Isso é umrequisito fundamental para garantir acidadania, o incremento da inovação e dacompetitividade na indústria. A criação deum ambiente institucional voltado para umaeconomia de alto investimento tambémrequer a reforma do sistema tributário, daPrevidência e da legislação trabalhista. Éimportante ainda racionalizar os gastospúblicos para aumentar a capacidade deinvestimento do Estado e fazer da inovaçãouma estratégia permanente nas empresas.

No 4º ENAI, os empresáriosreafirmaram a confiança na capacidade que oBrasil tem para aproveitar as oportunidadesque se apresentam. Mas a mudança dopatamar e da qualidade do crescimentoeconômico não ocorrerá de formaespontânea. É um trabalho que exige aconstrução de alianças, a adequação dotempo político ao tempo econômico e amobilização da sociedade em torno damodernização das nossas instituições.

Agenda pró-crescimento

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