dezembro/2006 2 previdência: o dilema do mundo grisalho · você se aposentar? essa per-gunta foi...

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Previdência: o dilema do mundo grisalho em pauta joão de barro dezembro/2006 2 Osvaldo Bertolino é jornalista do portal www.vermelho.org.br Osvaldo Bertolino Sua vida será pior quando você se aposentar? Essa per- gunta foi feita a 5.500 pessoas em 11 países. Os entrevistados tinham mais de 25 anos, esta- vam empregados e nos melho- res níveis de renda. Céticos, 56% dos franceses disseram que sim. Temerosos da crise, 53% dos japoneses concorda- ram. Desesperançados, 38% dos brasileiros assinaram em- baixo. ''O Brasil registrou o pior nível entre os países emer- gentes'', diz Norman Sorensen, responsável pelas operações internacionais da seguradora norte-americana Principal, que promoveu a pesquisa. ''Os bra- sileiros estão profundamente desconfiados de que não vão receber seu dinheiro quando se aposentarem'', afirmou. Há tan- to melodrama nos debates so- bre os déficit dos sistemas de aposentadoria que os assuntos de maior importância se per- dem. Um deles é o papel do Estado, tema que vem moti- vando intensos confrontos so- ciais pelo mundo afora. A razão principal disso é que a hegemonia liberal sim- plesmente não tem resposta para a nova realidade da po- pulação mundial. O mundo passa hoje pela maior revolu- ção demográfica de sua histó- ria. Na maior parte dos países, a proporção de idosos cresce a um ritmo jamais visto no pas- sado. O envelhecimento é fru- to do aumento da expectativa de vida, que foi de 47 anos em 1950 para os atuais 65 anos, em média — em alguns países, como o Japão, essa expectati- va já ultrapassa os 80 anos. Como decorrência, o número de idosos no planeta deve triplicar até 2050, chegando a 2 bilhões. Em outras palavras, em poucas décadas o conjun- to de pessoas com mais de 65 anos ficará pouco abaixo da soma das populações de Índia e China. Fenômeno global O envelhecimento veio acompanhado de outra mudan- ça social: a queda nas taxas de natalidade. Na década de 50, cada mulher tinha, em média, cinco filhos. Hoje, o índice é de 2,6 filhos e deve cair ainda mais. A combinação desses dois fenômenos — aumento de longevidade e queda na taxa de nascimentos — está produzin- do um planeta grisalho. Apren- der a lidar com ele é provavel- mente o maior desafio da hu- manidade nas décadas que vêm pela frente. Visto pelos liberais como fonte de problemas, o fe- nômeno do envelhecimento re- vela, acima de tudo, uma gran- de vitória da civilização. Devi- do aos avanços da medicina e dos sistemas públicos de saú- de, as pessoas vivem cada vez mais e melhor, fato que pode e deve ser comemorado. A mudança traz consigo, porém, uma série de questões a ser enfrentadas. Embora seja um fenômeno global, o enve- lhecimento ocorre em ritmos e com efeitos diferentes em cada país. No caso das nações de- senvolvidas, o desafio é parci- almente atenuado pela própria riqueza dessas sociedades. Isso não quer dizer que ajustes econômicos não serão neces- sários — por exemplo, na for- ma de arrecadação para ga- rantir o valor pago em aposen- tadorias. Mas as perspectivas são bem mais sombrias para os países pobres, que estão enve- lhecendo antes de enriquecer — e num ritmo muito mais rá- pido. Na França, por exemplo, a população de idosos levou 115 anos para dobrar. Na Chi- na, o mesmo fenômeno levará apenas 27 anos para acontecer. Cobrança de impostos Diferenças à parte, o peso crescente das aposentadorias no orçamento dos Estados aparece como tendência geral. E fazer algo, para o liberalis- mo, significa tomar medidas so- cialmente perversas. Alguns países, como o Chile, largaram na frente — ainda no regime do general Augusto Pinochet — e implementaram reformas profundas nos sistemas de apo- sentadoria. No caso chileno, o Estado foi completamente afas- tado do assunto. Mas os ca- sos mais dramáticos ocorrem na Europa. Até países com só- lida tradição de Estado de bem- estar social, como a Suécia, já suprimiram alguns benefícios dos aposentados. A Alemanha quer seguir caminho semelhante país. Os pontos principais são o aumento da idade mínima para começar a receber os be- nefícios, barreiras à aposenta- doria antecipada e restrições a benefícios por invalidez — modelo que vem sendo tenta- do na Espanha após a assina- tura do Pacto de Toledo, em 2002, pelo então primeiro-mi- nistro José Maria Aznar. Ob- viamente, a resistência às mu- danças é parte importante das pautas dos trabalhadores. Re- formas também são o assunto do dia nos Estados Unidos. O sistema público norte-america- no é muito mais espartano que questão não passa de um sau- dosismo dos tempos das uto- pias candentes. Hoje, dizem, no mundo “moderno”, vigora a hegemonia do individualismo. Cada qual que cuide de sua vida no presente e no futuro — uma reação, no fundo, à idéia de que a prosperidade de to- dos só pode ser gerada pela democratização do Estado. É comum encontrar na imprensa brasileira, por exemplo, men- ções a ''aposentadorias exorbitantes''. Mas que diabo seria isso? A partir de que ponto uma aposentadoria deixa de ser decente e vira ''exorbitante''? Quem fixa esse número? O ter- mo tem a ver com a mania generalista dos liberais. Como se houvesse, ou precisasse ha- ver, um deus qualquer que normatizasse as aposentadori- as — e estabelecesse uma es- pécie de ''tablita'': ''até aqui, pode; a partir dali, é pecado''. O termo também explicita a idéia de que se aposentar com um ganho minimamente decen- te é algo indecente. No Brasil, um país em que 15 desbrava- dores chegaram há mais de 500 anos com uma capitania hereditária à sua disposição e todos os outros vieram na con- dição de degredados, a elite impõe a visão de que a apo- sentadoria decente é fruto de algo escuso. Tal visão, além de falsa, é hipócrita — pois essa gente acha que o seu patrimônio é legítimo e trata de mantê-lo a salvo de qualquer iniciativa democratizante. São, em sua imensa maioria, pesso- as que não precisaram traba- lhar para chegar lá, que têm li- gações escusas com o poder, que não precisam cumprir as leis e jogar pelas regras. Daí a importância de uma mobili- zação, preferencialmente arti- culada com trabalhadores de outros países, em defesa da previdência pública. "Fazer algo, para o liberalismo, significa tomar medidas socialmente perversas." — o governo alemão pretende aprovar uma lei que vai aumen- tar de 65 para 67 anos a idade para se aposentar. Na França, o tema já motivou grandes ma- nifestações populares. Montados logo após a Se- gunda Guerra Mundial, dentro das premissas do Estado de bem-estar social, as dificulda- des para fazer a conta desses sistemas fechar começaram a ser notadas no início dos anos 80. Seria natural o Estado co- brir a diferença com a cobran- ça de impostos dos mais ricos. É a lógica daqueles regimes. Seria a forma de compensar todos pelos crescentes índices de produtividade. Aqueles pa- íses, apesar da crise econômi- ca mundial, não deixaram de elevar a produção de riqueza mesmo com a redução do uso da força de trabalho. Fazer o Estado assegurar uma aposen- tadoria minimamente decente seria a coisa mais natural do mundo. O problema é que isso passou a ser pecado mortal no mundo do mercado-deus dos liberais. Daí o conflito. Solução chilena As propostas de reforma variam pouco de país para a maioria dos sistemas europeus. O benefício médio é de US$ 875 por mês, pouco mais da metade da renda que define a li- nha de pobreza daquele país. Hoje, um trabalhador nor- te-americano tem de comple- tar 67 anos para ter direito à aposentadoria integral. A ex- pectativa é que a idade mínima avance para 75 anos até o fim desta década. Mesmo pagan- do um benefício relativamente reduzido para os padrões de renda norte-americanos, a seguridade social beneficia mi- lhões de pessoas. Por isso, já existem mobilizações para im- pedir qualquer mudança. Re- centemente, as maiores asso- ciações de aposentados anun- ciaram planos de gastar cerca de US$ 50 milhões em cam- panhas publicitárias para impe- dir alterações no sistema. Qual a saída? Para os liberais não há muitas alternativas à radical so- lução chilena. Para os trabalha- dores de todo o mundo, resta o caminho da resistência. E uma compreensão ideológica do fenômeno. Coisa pecaminosa Para os liberais, a defesa do Estado na equalização dessa

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Page 1: dezembro/2006 2 Previdência: o dilema do mundo grisalho · você se aposentar? Essa per-gunta foi feita a 5.500 pessoas em 11 países. ... No caso das nações de-senvolvidas, o

Previdência: o dilemado mundo grisalho

em pauta joão de barro dezembro/2006 2

Osvaldo Bertolino é jornalista doportal www.vermelho.org.br

Osvaldo Bertolino

Sua vida será pior quandovocê se aposentar? Essa per-gunta foi feita a 5.500 pessoasem 11 países. Os entrevistadostinham mais de 25 anos, esta-vam empregados e nos melho-res níveis de renda. Céticos,56% dos franceses disseramque sim. Temerosos da crise,53% dos japoneses concorda-ram. Desesperançados, 38%dos brasileiros assinaram em-baixo. ''O Brasil registrou opior nível entre os países emer-gentes'', diz Norman Sorensen,responsável pelas operaçõesinternacionais da seguradoranorte-americana Principal, quepromoveu a pesquisa. ''Os bra-sileiros estão profundamentedesconfiados de que não vãoreceber seu dinheiro quando seaposentarem'', afirmou. Há tan-to melodrama nos debates so-bre os déficit dos sistemas deaposentadoria que os assuntosde maior importância se per-dem. Um deles é o papel doEstado, tema que vem moti-vando intensos confrontos so-ciais pelo mundo afora.

A razão principal disso éque a hegemonia liberal sim-plesmente não tem respostapara a nova realidade da po-pulação mundial. O mundopassa hoje pela maior revolu-ção demográfica de sua histó-ria. Na maior parte dos países,a proporção de idosos crescea um ritmo jamais visto no pas-sado. O envelhecimento é fru-to do aumento da expectativade vida, que foi de 47 anos em1950 para os atuais 65 anos,em média — em alguns países,como o Japão, essa expectati-va já ultrapassa os 80 anos.Como decorrência, o númerode idosos no planeta devetriplicar até 2050, chegando a2 bilhões. Em outras palavras,em poucas décadas o conjun-to de pessoas com mais de 65anos ficará pouco abaixo dasoma das populações de Índiae China.

Fenômeno globalO envelhecimento veio

acompanhado de outra mudan-ça social: a queda nas taxas denatalidade. Na década de 50,cada mulher tinha, em média,cinco filhos. Hoje, o índice é de2,6 filhos e deve cair aindamais. A combinação dessesdois fenômenos — aumento delongevidade e queda na taxa denascimentos — está produzin-do um planeta grisalho. Apren-der a lidar com ele é provavel-mente o maior desafio da hu-manidade nas décadas que vêmpela frente. Visto pelos liberaiscomo fonte de problemas, o fe-nômeno do envelhecimento re-vela, acima de tudo, uma gran-de vitória da civilização. Devi-do aos avanços da medicina edos sistemas públicos de saú-de, as pessoas vivem cada vezmais e melhor, fato que pode edeve ser comemorado.

A mudança traz consigo,porém, uma série de questõesa ser enfrentadas. Embora sejaum fenômeno global, o enve-lhecimento ocorre em ritmos ecom efeitos diferentes em cadapaís. No caso das nações de-senvolvidas, o desafio é parci-almente atenuado pela própriariqueza dessas sociedades.Isso não quer dizer que ajusteseconômicos não serão neces-sários — por exemplo, na for-ma de arrecadação para ga-rantir o valor pago em aposen-tadorias. Mas as perspectivassão bem mais sombrias para ospaíses pobres, que estão enve-lhecendo antes de enriquecer— e num ritmo muito mais rá-pido. Na França, por exemplo,a população de idosos levou115 anos para dobrar. Na Chi-na, o mesmo fenômeno levaráapenas 27 anos para acontecer.

Cobrança

de impostosDiferenças à parte, o peso

crescente das aposentadoriasno orçamento dos Estadosaparece como tendência geral.

E fazer algo, para o liberalis-mo, significa tomar medidas so-cialmente perversas. Algunspaíses, como o Chile, largaramna frente — ainda no regimedo general Augusto Pinochet— e implementaram reformasprofundas nos sistemas de apo-sentadoria. No caso chileno, oEstado foi completamente afas-tado do assunto. Mas os ca-sos mais dramáticos ocorremna Europa. Até países com só-lida tradição de Estado de bem-estar social, como a Suécia, jásuprimiram alguns benefíciosdos aposentados. A Alemanhaquer seguir caminho semelhante

país. Os pontos principais sãoo aumento da idade mínimapara começar a receber os be-nefícios, barreiras à aposenta-doria antecipada e restrições abenefícios por invalidez —modelo que vem sendo tenta-do na Espanha após a assina-tura do Pacto de Toledo, em2002, pelo então primeiro-mi-nistro José Maria Aznar. Ob-viamente, a resistência às mu-danças é parte importante daspautas dos trabalhadores. Re-formas também são o assuntodo dia nos Estados Unidos. Osistema público norte-america-no é muito mais espartano que

questão não passa de um sau-dosismo dos tempos das uto-pias candentes. Hoje, dizem, nomundo “moderno”, vigora ahegemonia do individualismo.Cada qual que cuide de suavida no presente e no futuro —uma reação, no fundo, à idéiade que a prosperidade de to-dos só pode ser gerada pelademocratização do Estado. Écomum encontrar na imprensabrasileira, por exemplo, men-ções a ''aposentadoriasexorbitantes''. Mas que diaboseria isso? A partir de que pontouma aposentadoria deixa de serdecente e vira ''exorbitante''?Quem fixa esse número? O ter-mo tem a ver com a maniageneralista dos liberais. Comose houvesse, ou precisasse ha-ver, um deus qualquer quenormatizasse as aposentadori-as — e estabelecesse uma es-pécie de ''tablita'': ''até aqui,pode; a partir dali, é pecado''.

O termo também explicita aidéia de que se aposentar comum ganho minimamente decen-te é algo indecente. No Brasil,um país em que 15 desbrava-dores chegaram há mais de500 anos com uma capitaniahereditária à sua disposição etodos os outros vieram na con-dição de degredados, a eliteimpõe a visão de que a apo-sentadoria decente é fruto dealgo escuso. Tal visão, além defalsa, é hipócrita — pois essagente acha que o seupatrimônio é legítimo e trata demantê-lo a salvo de qualqueriniciativa democratizante. São,em sua imensa maioria, pesso-as que não precisaram traba-lhar para chegar lá, que têm li-gações escusas com o poder,que não precisam cumprir asleis e jogar pelas regras. Daí aimportância de uma mobili-zação, preferencialmente arti-culada com trabalhadores deoutros países, em defesa daprevidência pública.

"Fazer algo, para o liberalismo,significa tomar medidassocialmente perversas."

— o governo alemão pretendeaprovar uma lei que vai aumen-tar de 65 para 67 anos a idadepara se aposentar. Na França,o tema já motivou grandes ma-nifestações populares.

Montados logo após a Se-gunda Guerra Mundial, dentrodas premissas do Estado debem-estar social, as dificulda-des para fazer a conta dessessistemas fechar começaram aser notadas no início dos anos80. Seria natural o Estado co-brir a diferença com a cobran-ça de impostos dos mais ricos.É a lógica daqueles regimes.Seria a forma de compensartodos pelos crescentes índicesde produtividade. Aqueles pa-íses, apesar da crise econômi-ca mundial, não deixaram deelevar a produção de riquezamesmo com a redução do usoda força de trabalho. Fazer oEstado assegurar uma aposen-tadoria minimamente decenteseria a coisa mais natural domundo. O problema é que issopassou a ser pecado mortal nomundo do mercado-deus dosliberais. Daí o conflito.

Solução chilenaAs propostas de reforma

variam pouco de país para

a maioria dos sistemas europeus.O benefício médio é de US$875 por mês, pouco mais dametade da renda que define a li-nha de pobreza daquele país.

Hoje, um trabalhador nor-te-americano tem de comple-tar 67 anos para ter direito àaposentadoria integral. A ex-pectativa é que a idade mínimaavance para 75 anos até o fimdesta década. Mesmo pagan-do um benefício relativamentereduzido para os padrões derenda norte-americanos, aseguridade social beneficia mi-lhões de pessoas. Por isso, jáexistem mobilizações para im-pedir qualquer mudança. Re-centemente, as maiores asso-ciações de aposentados anun-ciaram planos de gastar cercade US$ 50 milhões em cam-panhas publicitárias para impe-dir alterações no sistema. Quala saída? Para os liberais não hámuitas alternativas à radical so-lução chilena. Para os trabalha-dores de todo o mundo, restao caminho da resistência. Euma compreensão ideológicado fenômeno.

Coisa pecaminosaPara os liberais, a defesa do

Estado na equalização dessa

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joão de barro dezembro/2006 3antena

?A segurança pública será uma das

prioridades no RS em 2007?

SANTIAGO

? ?Do território do Rio Grande do Sul está

tomado pela monocultura do eucalipto.Cerca de 300 mil hectares são ocupadospela Aracruz, Stora Enso e Votorantim.

O Ministério Público pediu explica-ções para a Stora Enso sobre a aquisi-ção, direta ou indiretamente, de mais de100 mil hectares de dezenas de médiosproprietários no Estado. Em um só ano,a empresa concentrou mais terras do quetodas as desapropriações feitas peloIncra no RS, nos últimos 20 anos.

3%

Valorização

PÁGINAS

www.apcefrs.com.brPágina da Associação do Pesso-

al da Caixa Econômica Federal. In-formações e uma série de serviços à dis-posição dos associados.

www.feebrs.org.brPágina da Federaçãodos Bancários do RS.

www.contrafcut.com.brPágina da Confederação Nacional dos

Trabalhadores do Ramo Financeiro.

www.fenae.org.brPágina da Federação Nacionaldos Empregados da Caixa.

Página do Sindicato dos Bancáriosde Porto Alegre.

www.bancariospoa.com.br

www.funcef.com.brPágina da Fundação dosEconomiários Federais.

Distribuição desigual

www.moradiaecidadania.org.brPágina da ONG Moradia e Cidadania dosEmpregados da Caixa.

AUTO DE NATALGuaporé

17 de dezembro2o horas

Igreja Matriz

Caixa de Pandora e Coral APCEF

Concessões

Seguro Jurídico Balanço sobre atuação em 2006....................5

Aposentados Ações jurídicas e Saúde Caixa.........................6

Promoção Critérios para cargos comissionados.......................6

História A organização dos trabalhadores..............................6

Entrevista A democratização nos meios de comunicação............7

João de Barro Uma história de 50 anos ..............................8

Caixa de Pandora Sucesso na pré-estréia ............................9

Aposentados Impressões sobre o Simpósio..................................10

Festa Final de ano e abertura das piscinas ............................11

Futebol Fechando o ano com torneio ............................11

Transparência

Falta de água

As três itens principais reivindicaçõesda III Marcha pelo Salário Mínimo, rea-lizada no dia 6 deste mês, são: reajustedo salário mínimo dos atuais R$ 350 paraR$ 420 em março de 2007; correção databela do Imposto de Renda em 7,7%,como forma de zerar as perdas inflacioná-rias do primeiro mandato do governo Lula;criação de uma política de Estado para avalorização permanente do salário mínimo.

A renda pessoal reflete a maneiradesigual como a riqueza é dividida nomundo. Metade da riqueza mundialestá concentrada em 2% da popula-ção adulta mundial. O dado é de umapesquisa divulgada pelo InstitutoMundial de Pesquisa Econômica doDesenvolvimento, órgão ligado àsNações Unidas.

Os adultos com patrimônio superi-or a US$ 61 mil constituem os 10%mais ricos da população mundial. Se-gundo o Instituto, para integrar o 1%de adultos mais ricos do planeta, umapessoa precisa deter patrimônio supe-rior a 500 mil dólares, coisa que ape-nas 37 milhões conseguiram.

A concentração de riqueza nasmãos de poucas pessoas é tamanhaque, em simulação feita no estudo, sea renda fosse distribuída de maneiraigual, cada pessoa disporia de 20,5mil dólares. Ainda conforme a pesqui-

sa, quase 90% da riqueza do mundoestá sob o controle de moradores daAmérica do Norte, Europa e dos paí-ses de renda elevada na região Ásia-Pacífico, como o Japão e a Austrália.Embora a América do Norte abrigueapenas 6% da população adulta mun-dial, ela responde por 34% dopatrimônio domiciliar total. Quase umterço da riqueza dos 10% mais ricosfica nos EUA.

O Brasil possui 1,3% da riquezamundial. Os 10% mais ricos do Brasiltêm 1,5% do patrimônio dos 10% maisricos do mundo. Quando a compara-ção é feita em relação aos 10% maispobres, os brasileiros dessa faixa pos-suem 1,9% do patrimônio. A concen-tração de renda nos países varia demaneira considerável, com os 10%mais ricos detendo 70% da riquezados EUA, 61% na França, 56% noReino Unido e 44% na Alemanha.

www.brasil.gov.br/transparencia.Nesse endereço, os brasileiros podemacompanhar a administração do gover-no brasileiro. Na página, são encontra-dos o orçamento da União, o balançogeral de cada ano e acesso aos órgãosfiscalizadores. Também é possível co-nhecer o trabalho do Conselho deTransparência Pública e Combate àCorrupção.

Mais de um bilhão de pessoas nomundo não têm acesso à água potávele 2,6 bilhões carecem de acesso a sa-neamento adequado. Esses são os da-dos do Informe sobre Desenvolvimen-to Humano 2006, estudo anual do Pro-grama das Nações Unidas para o De-senvolvimento. O Informe foi apresen-tado no dia 9 deste mês, na África doSul.

A diretoria da Caixa expediu Circu-lar Interna orientando as unidades a al-terar, de forma unilateral, a jornada detrabalho de todos os empregados ocu-pantes de cargos técnicos que reclamamna Justiça a jornada de seis horas. A jus-tificativa da empresa é de que a recla-mação trabalhista equivale a opção pelajornada de seis horas. O que se mostraequivocado, pois o que a ação pleiteia éa redução da jornada com a manuten-ção da remuneração.

A Federação dos Bancários do RioGrande do Sul está tomando as medidasnecessárias para a defesa dos bancáriosatingidos pela decisão da Caixa.

Arbitrariedade

Entidades se mobilizam na conscien-tização da sociedade sobre o sistema derenovação de outorgas de rádio e TV,tendo em vista a expiração de diversasconcessões públicas em 2007.

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Enfim chegou dezembro. Ao olharmos para trás e revisarmos tudo o que aconteceu durante esteano, teremos muito o que contar e festejar. Foram dias de muito trabalho, muita luta, muitas angústi-as, com certeza. Mas também foram dias felizes, iluminados, em que cada um conquistou um poucodaquilo que pretendia.

Enquanto Associação, buscamos fazer o melhor para nossos associados. É certo que não contenta-mos todos, erramos algumas vezes, mas sempre procuramos estar atentos às demandas de todos. Foiassim, ao ingressar, quatro anos atrás, na luta pela implantação de mudanças no plano de benefícios daFuncef, que agora, finalmente, tem uma solução, que se não for a melhor para todos, para a maioria ésatisfatória e nos possibilita vislumbrar um futuro mais estável, sem as preocupações que rondavamparticipantes e assistidos da Funcef.

Outro balanço positivo é do Seguro Jurídico Previdenciário. As ações encaminhadas durante 2006e em anos anteriores, beneficiam milhares de associados da APCEF, como mostra o relatório da Asses-soria Jurídica apresentado na página 5.

A cultura e a área social também tiveram um ano muito produtivo. Diversos eventos foram realiza-dos pelas Regionais da APCEF, contando com a intensa participação dos associados. O Coral APCEFe o grupo de teatro Caixa de Pandora fizeram bonito nos palcos do estado, com inúmeras apresenta-ções. E para encerrar o ano, o Caixa de Pandora apresentou, em pré-estréia, o espetáculo AméricaCafé.

As ações iniciadas neste ano terão prosseguimento em 2007 e os associados e as associadas estãoconvidados a fazerem parte de mais um ano de muitas atividades. E para começar, em janeiro serãoabertas as comemorações dos 50 anos do João de Barro. Ótimo ano para todos!

joão de barro dezembro/2006 4editorial

Esta edição do João de Barro fechou na

redação no dia 11 de dezembro de 2006.

Que venha 2007

www.apcefrs.com.brCadastre seu e-mail para receber

as informações do boletim eletrônico

GESTÃO 2006-2009Presidenta: Célia Margit ZinglerVice-presidente: Marcelo Marimon Gonçalves

DIRETORIA EXECUTIVATITULARESAposentados, Saúde e Previdência: Amanda AngélicaGonzales CardosoComunicação: Marcos Leite de Matos TodtCultura: Almeri Espíndola de SouzaEsportes: Ricardo Luis da Rocha ChristinoPatrimônio: Paulo Ricardo BelottoRelações de Trabalho: Tiago Vasconcellos PedrosoSocial e Lazer: Andrea Lima SpinelliSUPLENTES: Beatriz Maria Berghahn, Felisberto Macha-do de Souza, Gilmar Cabral Aguirre, Jailson Bueno Prodes,Luis Alberto Candia Ramirez, Paulo César Ketzer, RubenDanilo de Albuquerque Pickrodt, Sandro Dias Fernandes,Sérgio Avelino Squeff.CONSELHO FISCALTITULARES: Presidente: Claudio Morais Soares, Geral-do Otoni Xavier Brochado, Secretário Geral: GuaracyPadilha GonçalvesSUPLENTES: Celso Danieli, Marisa Zancan Godoy,Sandra Maria FariaCONSELHO DELIBERATIVOPresidente: Ricardo Luiz Müller; Secretário Geral: PauloDaisson Gregório Casa Nova.Regional Porto Alegre TITULARES: Carlos Alberto Träsel,Cláudio Stern da Cunha Filho, Devanir Camargo da Silva,Maria Regina Pereira Figueiró, Maristela da Rocha, PauloDaisson Gregório Casa Nova. SUPLENTES: Jorge Peixotode Mattos, Juarez Machado de Oliveira, Marcela Nunes deAguiar, Renato de Castro Becker, Vera Lúcia Reck de Araújo,Volmar Fernando Alves Dal Santo. Alto Uruguai: Ricardo LuizMüller, Vanda Maria Bianzin Grzeidak. Centro: Marcelo HusekCarrion, Athos Ronaldo Miralha da Cunha. Fronteira Oeste:Jefferson Araujo da Silva, Flávio Dornelles Paré. FronteiraSul: Vilmar Vallenoto da Silva, Vagner Kobe Braga. LitoralNorte: Nei Glades de Francisco, Carmem Rejane Ramos.Litoral Sul: Jonas Aguiar, Marco Antônio Botelho Gomes. Mis-sões: Moacir Scheuer Deves, Marcos Maicá. Passo Fundo:Paulo César Kunzler, Régis Moreno Nogueira Santos. Ser-ra: Marcos Mazzutti de Castro, Marcos Alexandre Streck. Sul:Cristina de Souza Gularte, Luiz Antonio Reck de Araújo. Valedo Paranhana: João Alberto Holsbach, Dirceu D’ÁvilaSampaio. Vale do Rio Pardo: Gilberto Castoldi, AdroaldoSchmidt Carlos. Vale do Taquari: Rafael Reckziegel, LuizAntônio Sieben. Vale dos Sinos: Nestor Francisco Imhoff,Odenar Corrêa de Souza.COORDENADORES DAS REGIONAISAltivo Goularte Rodrigues (Centro); Ricardo Luiz Sulzbach(Vale do Taquari); Carmem Rejane Ramos (Litoral Norte);Cláudio Batista Rodrigues Osório (Fronteira Oeste), JoãoBruno Schmitz (Vale do Paranhana); Paulo Cesar Reis Pe-reira (Missões); Evandro de Moura Hahn (Passo Fundo); LuizRoberto Portantiolo (Sul); Jonas Aguiar (Litoral Sul); CleoFernandes Rodrigues (Fronteira Sul); Nilson Roque Urban(Vale do Rio dos Sinos); Deise Fátima Pauletti (Alto Uru-guai); João Aristeu Moraes de Oliveira (Vale do Rio Pardo);Vladimir Tadeu Bettiol (Serra).

joão de barroJornal da Associação do Pessoal da CaixaEconômica Federal do Rio Grande do SulCONSELHO EDITORIAL: Célia Zingler, Marcelo Marimon,Marcos Todt, Tiago Vasconcellos, Amanda Cardoso, AlmeriSouza, Luis Ramirez.PRODUÇÃO (Projeto Gráfico, reportagem, edição, foto-grafia, diagramação e composição):

Rua José do Patrocínio, 721/201, Porto Alegre, RS, CEP90050-003. Fone 51 3221 2829 Fax 51 3211 0773.E-mail: [email protected]ção e reportagem: Carla Rossa (RJP 7866)Reportagem: Jair Giacomini (RJP 7844),Fotos: Carlos SilvaIlustrações: Elias Monteiro Charge: SantiagoFotolito e Impressão: Gazeta do SulTiragem: 8500 exemplaresPeriodicidade: mensalDistribuição gratuita para associados da APCEF

Os artigos assinados publicados no João de Barro não refletemnecessariamente o pensamento da diretoria da APCEF.

Avenida Coronel Marcos, 851,Bairro IpanemaPorto Alegre - RS -CEP: 91.760-000Fone: 51 3268.1611Fax: 51 3268.2700E-mail: [email protected]

A diretora da APCEF Beatriz Maria Berghahn foi aconselheira mais votada, em todo o Brasil, para o Con-selho Deliberativo Nacional da ONG Moradia e Cida-dania dos Empregados da Caixa. As eleições aconte-ceram em 6 de dezembro, eletronicamente. A posse donovo Conselho acontece em janeiro.

Beatriz foi eleita com a maioria absoluta dos votos esua plataforma centra-se na defesa da ampliação dosComitês Regionais, pelos empregados e aposentadosda Caixa daquela região. Os associados contribuemmensalmente e a Conselheira eleita defende que essascontribuições sejam aplicadas nos projetos das comu-nidades onde residem esses trabalhadores.

A conselheira eleita defende, ainda, que a Caixa devecontinuar a ser a principal parceira da ONG, tendo emvista a grande vinculação institucional da marca daCaixa nos projetos em que atua, bem como a

complementação que ocorre nesta atuação, quanto àsPolíticas Sociais e Diretrizes da empresa para a popu-lação de baixa renda.

Defende também o fortalecimento e ampliação donúmero de associados para que os empregados pos-sam atuar na área social e estruturar projetos que am-pliem a qualidade de vida das comunidades.

Em e-mail enviado aos associados da ONG, Beatrizagradeço o apoio e dedica a votação "a todos os quedesejam um mundo melhor para se viver. Também aosque desejam mais justiça social e menos desigualdadesentre os seres". Beatriz também ressalta a importânciada construção conjunto de fortalecimento e valoriza-ção da ONG. "Acredito na força, integridade, ética esolidariedade dos empregados da Caixa, enquanto ci-dadãos comprometidos com seu tempo e realidade deseu povo", completa a nova conselheira.

Diretora da APCEF é

eleita conselheira de ONG

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joão de barro dezembro/2006 5em pauta

SEGURO JURÍDICO

Balanço das açõesFazer um balanço do traba-

lho da Assessoria Jurídica daAPCEF no curso do ano de2006 é, efetivamente, um signi-ficativo desafio, visto o conjun-to de iniciativas adotadas pelaDiretoria da APCEF no sentidode garantir ou recuperar direi-tos de seus associados e asso-ciadas que originaram-se de polí-ticas desenvolvidas a mais de umadécada. Tais iniciativas sofreramuma ênfase ainda maior na áreajurídica, com a criação do SeguroJurídico em abril de 2001.

No ano de 2006, foi concre-tizado um projeto profundo dealteração regulamentar daFuncef, gestado pela APCEF econstruído de forma democráti-ca, tendo sido aprovado no anode 2005 pelos participantes emplesbicito, sucedido pela expres-siva adesão ocorrida no ano de2006. Hoje, já temos a satisfa-ção de saber, que o REG/ReplanSaldado é o principal contratoprevidenciário da Funcef. Mui-tos resultados materiais dessasmudanças já estão benefician-do os participantes da Funcefem todo o país, apesar dos per-calços na informação e no pla-nejamento de pagamentos.Ação de Imposto de Rendasobre a ComplementaçãoAção Coletiva No ano de2005, após autorização ocorri-da em Assembléia Geral Extra-ordinária, foi proposta ação ju-dicial coletiva pela APCEF emnome de seus associados e as-sociadas integrantes do SeguroJurídico (listagem disponível emwww.apcefrs.com.br/juridico) oprocesso judicial nº 2005.71.00.009903-1 (andamentos em www.jf.rs.gov.br).

Este processo coletivo foiproposto com o intuito de redu-zir a tributação sobre a comple-mentação paga aos aposenta-dos, aposentadas e pensionistasaté a data da propositura daação. No final do mês de no-vembro de 2006, recebemos agrata notícia que foi prolatadasentença favorável aos interes-sados que, ao final do processo,poderão recuperar valores tribu-tados indevidamente de suascomplementações previden-ciárias pagas pela Funcef.Ações Individuais Diver-sos associados e associadas in-tegrantes do Seguro Jurídico jáestão propondo as ações indivi-duais que visam a recuperar osvalores decorrentes das inde-vidas retenções do imposto derenda sobre complementação,

inclusive com decisões definitivase favoráveis. Todos aqueles queestiverem interessados poderãoencaminhar tais demandas judi-ciais para a assessoria jurídica daAPCEF, conforme orientaçõesque estão disponíveis em www.apcefrs.com.br/juridico.Fórum Quero MeAposentar

O Fórum Quero Me Apo-sentar (www.apcefrs.com.br/forum), idealizado pela APCEFem março de 2005, foi criadocomo um instrumento público einterativo de esclarecimentosprevidenciários sobre INSS eFuncef, bem como todos os te-mas conexos a estas instituições,com grande ênfase em relaçãoao Saldamento do REG/Replan.A idéia original era de que to-dos os associados e associadasda APCEF interessados pudes-sem fazer suas perguntas sobrea temática referida e os inte-grantes do GT APCEF presta-riam os correspondentes escla-recimentos. O diferencial des-se instrumento de esclareci-mento disponibilizado pela pági-na da APCEF na internet era deque as perguntas e respostas fi-cariam disponíveis a todos aque-les que desejassem obter infor-mações previdenciárias.

De forma surpreendente-mente agradável a todos os in-tegrantes do GT APCEF, espe-cialmente em virtude de seu for-mato democrático, o FórumQuero Me Aposentar adquiriuum caráter nacional como um dosprincipais instrumentos de deba-te e esclarecimentos a respeito daFuncef e suas alterações. Foipossível interagir com participan-tes da Funcef de todos os esta-dos brasileiros, elemento que,agregado ao fato de que elabora-mos aqui no RS as principais dasalterações realizadas na Funcef,carreou uma referência nacionalno movimento bancário organiza-do da Caixa para a APCEF rela-tiva ao tema previdência.

Os números envolvidos noFórum Quero Me Aposentar,são os seguintes:Acessos: 213.224Questionamentos: 2.798Valores recuperados

No curso dos últimos anos,temos obtido significativos re-sultados na recuperação de di-versas perdas econômicas quetêm incidido sobre os rendimen-tos individuais e poupança cole-tiva dos associados e associa-das da APCEF.

Temos disponibilizado, fruto

de um trabalho permanente dequase dez anos de assessoria,através da Internet (www.apcefrs.com.br/juridico) diversasmedidas judiciais individuais ede grupo que visam a recupera-ção de perdas decorrentes de tri-butação indevida (IR sobre APIP,Férias, Licença-prêmio), segurosde vida em grupo não pagos, re-visões de benefícios contra oINSS e diferenças do FGTS.Valores recuperados2003 944.595,042004 461.864,052005 390.903,202006* 1.455.979,20TOTAL 3.253.341,49* Valores apurados até o mês denovembro de 2006.SaldamentoAção individual (protetora)

02.10.2006 08.12.2006

Nº Processos: 90 102Nº Participantes: 307 358Antecipações* 33 68Primeiro Grau: 26 34Recurso TJRS: 7 34Diversos **: 57 34Observações* Total das Antecipações de Tutela Concedidas no Primeiroe Segundo Grau.

** Foram incluídos nesta ca-tegoria processos cujas anteci-pações de tutela foram indefe-ridas em primeiro grau, que ain-da não foram apreciadas em vir-tude de declaração de incompe-tência do juiz (remessa para aJustiça do Trabalho – que estãosendo revertidas com recursosjudiciais); pedidos de esclareci-mentos sobre ações que já exis-tem contra a Funcef de algunsautores; redistribuição de pro-cessos para outros juízes esta-duais; ausência de acesso aoprocesso em virtude do mesmoestar com o juiz; processos re-centes que ainda não tiveramseus requerimentos apreciados;outras. Tais processos estãosendo acompanhados e, no pró-ximo balanço, poderemos forne-cer informações ainda mais pre-cisas a respeito.Integração deHoras Extras

Recentemente, conseguimoso segundo resultado favorável emrelação à Funcef no qual integra-mos diferenças de horas extraspercebidas em processo trabalhis-ta. As decisões que estão sendoproferidas pelo Tribunal de Justi-ça do RS, têm o seguinte teor:Previdência PrivadaComplementaçãode Aposentadoria

As horas extras constituem

parcelas de natureza remune-ratória, à medida que equivalemà contraprestação pelo trabalhoalém da jornada diária estabe-lecida. Por isso, sendo abran-gidas pelo salário de contribuição,nos termos do regulamento daentidade, e devendo ser conside-radas no cálculo do benefício decomplementação de aposentado-ria, uma vez reconhecida tal par-cela pela Justiça do Trabalho.Observância do correspondentecusteio e da prescrição qüin-qüenal. Gratuidade de justiça con-cedida à demandante. Apelo pro-vido por unanimidade."

ATENÇÃO Aos associadose associadas da APCEF inte-grantes do Seguro Jurídico inte-ressados, orientamos o seguinte:Processo trabalhistaem andamento: a fim de evi-tar perdas, devem propor medi-da que interrompe o prazo deprescrição (perdas pelo decur-so do tempo).Processo trabalhistaa qualquer tempo: propor amedida judicial de revisão dacomplementação Funcef (apo-sentadorias ou pensões).Processos com orientações dis-poníveis na página www.apcefrs.com.br ou consulta a sermarcada pelo fone 51 3227 5598.Ação dos 10%REG mulheres

Esta medida judicial recupe-ra uma perda para as aposenta-das proporcionalmente integran-tes do REG ocorrida somenteem virtude da discriminação degênero presente na formação denossa sociedade e que se refleteem todas as situações vivenciadaspor cidadãs em nosso país. Nemum regulamento previdenciárioestá imune a tal situação.

A partir de 2002, com base emestudos desenvolvidos dentro doGT APCEF, iniciamos diversasmedidas judiciais com o intuito derecuperar uma perda de 10% nopatamar inicial das aposentadori-as proporcionais das integrantesdo REG. Obtivemos sucesso e,atualmente, várias participantes jáestão recebendo esta diferençaem seus proventos. Deve ser re-ferido, também que, recentemen-te, decisão judicial em grau de re-curso, reconheceu este direitopara as participantes que migra-ram para o REB.

Este sucesso na Justiça foi tãogrande que a Funcef, recentemen-te, encaminhou perante os ór-gãos oficiais modificação de seuregulamento a fim de eliminaresta discriminação. Tal fato,

demonstra a correção da condutaadotada pela APCEF nesta luta quevai influenciar mudanças na vida decentenas de participantes mulheresem todo o Brasil.Defesa Administrativa

A desestruturação adminis-trativa ocorrida na Caixa ao lon-go dos anos 90, colocou os em-pregados da Caixa em uma si-tuação constante de tensão erisco profissional. Então, no fi-nal do ano de 2003, foi criado oserviço denominado Defesa Ad-ministrativa, que objetiva desdea sua origem prestar toda a as-sistência jurídica aos associ-ados e associadas da APCEF noRio Grande do Sul integrantesdo Seguro Jurídico, no tocanteaos processos disciplinares e deresponsabilização civil, em todasas instâncias administrativas e ju-diciais. Este serviço passou a in-tegrar o Seguro Jurídico sem queocorresse aumento do custeio. Talserviço possui regulamento espe-cífico disponível na página daAPCEF (www.apcefrs.com.br/juridico).

Este serviço tem oferecidoa vários associados e associa-das a possibilidade de se defen-derem dentro de princípios éticose legais estabelecidos, podendoexercer o direito de ampla defe-sa nos termos inscritos na Cons-tituição Federal.

Temos acompanhado os as-sociados e associadas interes-sados em todas as instânciasadministrativas da Caixa e, tam-bém, na esfera judicial. Já obti-vemos resultados favoráveisdefinitivos na espera administra-tiva e, nos casos negativos, jáestão em andamento processosjudiciais a respeito. Na esfera ju-dicial, já foi garantido na formade antecipação de tutela (liminar),a manutenção do pagamento pelaCaixa e do plano de saúde, emvirtude de injusta demissão impos-ta à associada da APCEF.

ConclusãoA conclusão de um balanço

das atividades desenvolvidas nocurso de todo um ano, que en-tendemos amplamente positiva,jamais pode ser feita sem umolhar para o futuro. É olhandopara este futuro que a equipe deadvogados que integra a Asses-soria Jurídica da APCEF agrade-ce a confiança no trabalho depo-sitada, bem como, assume o com-promisso de oferecer um atendi-mento estadual ainda mais quali-ficado e inovações para 2007.Equipe de advogados daAssessoria Jurídica da [email protected]

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joão de barro dezembro/2006 6em pauta

A última reunião de apo-sentadas, aposenta-dos e pensionistas re-

alizada pela APCEF, no dia 7deste mês, foi precedida por umalmoço no restaurante da Colô-nia A da Associação. Depois, hou-ve uma série de esclarecimentossobre o Saúde Caixa, feitos pelorepresentante da RERHI/PO,Leandro Araújo, e pelo conselhei-ro eleito para o Conselho de Usu-ários do Saúde Caixa, JailsonProdes. Também foram presta-das informações sobre o anda-mento das ações do Seguro Jurí-dico Previdenciário.

O encontro serviu, ainda, paracomemorar o fim do processo deSaldamento do REG/Replan e doNovo Plano da Funcef. Ao final

APCEF

Último encontro do anoAposentados receberam informações sobre o Saúde Caixa e as ações do Seguro Jurídico.

da reunião houve sorteio de brin-des para os presentes.

SAÚDE CAIXAO representante da RERHI/

PO, Lendro Araújo, relatou o fim

do processo de licitação paraprocessamento de dados do pla-no de saúde. A licitação foivencida pela Datamec.

Desde fevereiro de 2005,quando encerrou o contrato en-

Na reunião de negocia-ção realizada no dia 7deste mês entre a Co-

missão Executiva dos Emprega-dos (CEE/Caixa) e a Caixa fo-ram debatidos os critérios de pro-moção para empregados comcargo em comissão técnico eassessoramento da matriz e fili-ais. Também estiveram na mesade negociação, os critérios paraa ocupação das 180 vagas deavaliador sênior.

Também esteve em debateo Saúde Caixa e feitos informessobre a situação dos termospara o acordo da RH 008. Osrepresentantes dos empregadosapresentaram denúncia deagências que estão pressionan-do os empregados a fazeremhoras-extras até 31 de dezem-bro.

A proposta da Caixa, apre-sentada durante a CampanhaSalarial, é de criar cinco novasfaixas salariais para cargos emcomissão de técnicos e asses-sores da matriz e filiais, cominterstício equivalente a 2%. ACEE/Caixa criticou o fato de os2% não incidirem sobre a grati-ficação, apenas sobre o pisosalarial. Anualmente, em janei-ro, ocorrerão as promoções.

NEGOCIAÇÃO

Critérios para promoçãoPara janeiro de 2007, há a ga-rantia de que 30% dos empre-gados elegíveis de cada unida-de serão promovidos. A Caixaestá propondo a utilização daGestão por Competência (GPC)como método para o sistema depromoção.

Com relação aos avaliado-res, a proposta que a Caixahavia apresentado na reuniãoanterior era contrária à reivin-dicação histórica dos emprega-dos de adoção de critérios cla-ros e objetivos para provimentodos cargos comissionados, poisprevia que, dentre os candida-tos com melhor pontuação apósa aplicação dos critérios objeti-vos, o gestor determinaria quemiria passar à etapa seguinte.

Na reunião do dia 7, a em-presa alterou a proposta, fazen-do com que a análise do gestorseja apenas uma das etapas.Assim, o método de avaliaçãoserá constituído de quatro fases:manifestação de interesse, aná-lise funcional, avaliação dogestor e análise curricular.

O representante do RS naCEE/Caixa, Marcos Todt, des-taca que a discussão sobre oscritérios tomaram conta dasduas últimas reuniões porque as

tre a Caixa e a Datamec, em-presa detentora do sistema deoperacionalização do plano desaúde, o processamento de da-dos não estava sendo feito e aparticipação dos usuários nãoestava sendo cobrada. Desdemarço daquele ano, as RERHIsestão operando manualmente oplano de saúde. "Isso perde todaa contagem de procedimentos,consultas, carências, do ponto devista da gestão se perde o con-trole de valores e indicadoresque possam levar a uma melhorgestão", afirmou Araújo.

Segundo o responsável pelaRERHI, a primeira etapa seráo acerto com a rede creden-ciada, depois disso será feito oacerto com os beneficiários. A

promoções devem se dar a par-tir de janeiro, conforme compro-misso assumido pela empresa,mas que há muito a avançar."Os avaliadores são um exem-plo concreto: a Caixa propôs acriação de uma nova função,mas não resolveu um dos gran-des nós do segmento desde1998: o acúmulo das funções deavaliador e caixa. E, ao mesmotempo em que diz que não ori-enta os gerentes a fazê-los aten-der no guichê de caixa, tambémnão toma a iniciativa, por exem-plo, de divulgar circular internaespecífica, deixando clara a suaposição, tanto aos avaliadorescomo aos gestores."

SAÚDE CAIXA

A proposta do Conselho deUsuários de reajuste do teto depagamento anual dos atuais R$1.200 para R$ 1.452 foi enca-minhada à Caixa. A propostaoriginal da empresa, apresenta-da ao Conselho de Usuários,era de R$ 1.700. O aumentodeve-se ao custo das despesasmédicas que aumentaram 21%.A mensalidade dos dependentesindiretos passará dos atuais R$42,32 para R$ 70. O valor pro-posto pela Caixa foi R$ 140.

informação da Caixa é que osdébitos, deixados de processardesde fevereiro de 2005, serãocobrados com limite de 10% daremuneração-base do emprega-do. A expectativa da empresa écomeçar a cobrar no primeirosemestre de 2007. A dívida es-taria em torno de R$ 40 milhões.

Para o diretor da APCEF emembro do Conselho de Usuá-rios do Saúde Caixa, JailsonProdes, a responsabilidade so-bre os problemas no proces-samento do plano é da Caixa. "Aposição dos conselheiros que re-presentam os usuários é de quequalquer cobrança de atrasadosnão pode ser contrária ao regula-mento e nem trazer prejuízos aosusuários", disse Prodes.

BANCÁRIOS

Histórias deorganização coletiva

O resultado de umacampanha salarialnão se mede apenas

pelos resultados do acordo co-letivo. A greve, recurso legítimodos trabalhadores, direito queprecisa ser assegurado em qual-quer sociedade que tenha a pre-tensão de ser democrática, é,acima de tudo, uma construçãocoletiva. Esse aspecto ganha re-levância em tempos de hegemo-nia do pensamento e da culturaneoliberal, que, para defender alógica do privado, repudia tudo queé público e busca semear a des-crença em tudo que é coletivo.

Por isso, o João de Barroinaugura aqui um espaço paracontar histórias de trabalhado-res que, através de suas experi-ências, fazem sua própria cons-trução de cultura. Nesta edição,ouvimos alguns empregados daCaixa que participaram damobilização durante a campa-nha salarial deste ano.

Um bancário, com poucomenos de dois anos de empre-sa, conta a sua experiência:"Tentamos puxar a greve emuma unidade que tem emprega-dos novos. Foi uma experiênciainteressante porque, antes a gre-ve dos bancários só influencia-va na minha vida quando preci-sava do banco e agora, comobancário, tinha que enfrentar as

pessoas na rua, ouvir o que elastinham a dizer. E a gente sempreprocurava explicar que não erasó a questão salarial, mas tam-bém taxas mais justas para as pes-soas que usam o banco, um ca-ráter mais social para os bancospúblicos. E conseguimos colocarmuitas pessoas do nosso lado.

Para convencer os colegas,ele se utilizou da experiência decolegas mais antigos e, " com aconvicção de que valia a pena,as pessoas foram aderindo, semobilizando."

A troca de vivências entrebancários novos e experientestambém foi citado por um es-criturário: "cada greve tem o seulado específico. Por exemplo,aos novos empregados falta ex-periência que vai sendo adquiri-da com o convívio com aquelesque já estão envolvidos há maistempo. E é uma forma de elesusarem a experiência de quemjá sofreu no passado para nãoterem de passar pelas mesmascoisas." E, com a legitimidadede quem participou de mobiliza-ções históricas, como a que con-quistou o direito pela jornada deseis horas, conclui: "A minhaexperiência é de que se a gentenão faz greve, dificilmente con-seguimos o que queremos. Agreve é o caminho mais justopara buscar os nossos direitos".

Carla Rossa

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joão de barro dezembro/2006 7em pauta

João de Barro -

Como acontece as con-

cessões dos veículos de

comunicação no Brasil?

Celso Schröder - Há olado formal, que é concessãodo estado à propriedade pri-vada, e o político. Que comonão existe regulamentação, his-toricamente, as concessões fo-ram objeto de apadrinhamento.Fez com que tivéssemos nogoverno Sarney um momentoescandaloso, quando o ACMera o ministro das Comunica-ções. Foram dadas quase omesmo número de concessõesque nos 30 anos anteriores. Oque demonstrou a importânciaque a comunicação adquiriu atéesse momento e o papel políti-co-partidário das concessões.

As concessões precisampassar pelo Parlamento, mas asregras para a não-concessão éa aprovação de metade maisum dos votos, então a conces-são é quase automática. Se ti-véssemos um debate sobre issono país, um ministério das Co-municações com políticas pú-blicas, forças democratiza-doras, uma agenda pública dedebates sobre o tema, conse-guiríamos incidir de algumamaneira. O problema todo éanterior, é exatamente a ausên-cia de políticas públicas para osetor, e essa ausência é umapoderosa política de não regu-lamentar o setor.

que era necessário ampliar essedebate, que não adiantava fi-car só entre jornalista e pesso-al ligado à comunicação, por-que enfrentávamos simples-mente o Poder, o poder políti-co, na medida em que mais de40% dos parlamentares eramdonos ou testas-de-ferro demeios de comunicação e o po-der econômico. Por isso, sur-giu a idéia do Fórum que aco-lhesse todos os movimentosque tivessem a ver e trouxesseessa luta a público. De algumamaneira, esse debate aparece.

E o FNDC surge com umprograma que não é muito usualnos movimentos sociais. Quediz o que é a democratizaçãoda comunicação. Para nós, aidéia de controle público é oestruturador do debate, issonos coloca num campo um pou-

blico, permeado por mecanis-mos de inclusão, de debates.O modelo de comunicaçãonorte-americano que foi copi-ado para o Brasil foi copiadopela metade. Lá, os jornais as-sumem as suas posições políti-cas nos editoriais. A sua linhade opinião e a editorial, de for-mação, são independentes. Épossível ver brigas públicasentre a linha editorial do jornal,seus jornalistas e o dono dojornal.

A idéia do Fórum é que ocontrole público é essencial,

A democratização dos meios de comunica-ção é uma bandeira defendida por entidadese movimentos sociais. O Fórum Nacional pelaDemocratização da Comunicação foi criadopara debater e buscar soluções para os pro-blemas da comunicação no país, como a re-gulamentação das comunicações e a constru-ção da democracia nos meios de comunica-ção. O coordenador do Fórum, Celso Sch-röder, falou ao João de Barro, sobre o debateque está sendo desenvolvido junto à socieda-de civil. Na página eletrônica do Fórum(www.fndc.org.br) podem ser encontradasdiversas notícias e o desenrolar da luta pelademocratização da comunicação no Brasil.

Os meios de comunicaçãopodem ser democratizados

Celso Schröder: Falta de política pública para as comunicações.

vontade comercial. O Brasilnunca pensou sua política decomunicação. O modelo é umacópia dos Estados Unidos, queoptou por um modelo comer-cial, mas que sempre se sub-meteu ao interesse público, asregras lá são claras, regras deaudiência, regras anti-truste,anti-monopólios, a idéia dapropriedade cruzada é im-pensável nos Estados Unidos,quem tem rádio não pode terTV.

JB - No segundo

alentador, até porque o Lula semanifestou sobre o assunto ain-da quando candidato. Ao mes-mo tempo, tem algumas coisasque preocupam. Por exemplo,a criação de uma secretaria dedemocratização da informa-ção. Ela vai estar dentro deonde deveria estar mesmo, daCasa Civil. O problema é que,de novo, ela vai ficar dentro dolocal onde circulam as verbaspúblicas. E não dá para con-fundir democratizar comunica-ção com democratizar as ver-bas públicas publicitárias, queé uma das formas de democra-tizar a comunicação. Aliás, amenos importante, porque nãoposso utilizar as verbas públi-cas para enfrentar politicamentequalquer que seja a rádio ouTV. Todo o processo de de-mocratização nunca tem fim,tem que ser feito sempre. Ademocracia não aconteceráquando tivermos as rádios,quando resolvermos os marcosregulatórios, ela aconteceráconstantemente. Um outro pro-blema é a manutenção do Mi-nistério das Comunicações nocampo de visão do Hélio Cos-ta. Ele mostrou ser absoluta-mente alinhado com a radiodi-fusão, ou então trocar por ou-tro, como a Roseana Sarney,que se cogita, oriunda do meioempresarial da radiodifusão.

Entrevista e foto

Carla Rossa

"Outro elemento importante para oFNDC é reorganizar o sistema, que éverticalizado, fruto exclusivamente

de uma vontade comercial."

que a sociedade precisa com-preender como é essa comple-xa forma de produzir sentido,de cada vez mais se distanciardas pessoas e dessa formaapresentar como natural. Aspessoas não compreendemporque um telejornal é produ-zido dessa forma, porque asnotícias mais importantes vêmno início, no meio vem o nasci-mento do 'tigrezinho branco'. Acapacitação da sociedade éfundamental e com isso fazercom que ela produza tambémos seus meios, as suas mani-festações.

Outro elemento importantepara o FNDC é reorganizar osistema, que é verticalizado,fruto exclusivamente de uma

mandato, o governo

Lula acena com um pro-

jeto sobre a comunica-

ção. O que se pode es-

perar?

Schröder - Até que en-fim. No primeiro mandato, foiaprovado um projeto de comu-nicação, com a participaçãodas entidades, para entrar noprograma de governo. Paranossa surpresa, quando saiu oprograma oficial, não constavanada daquilo. O governo abriumão de uma política de comu-nicação. Agora, pelo menos, ogoverno acolhe quatro tópicosdo projeto de democratizaçãoe de comunicação de maneirageral, que é fruto de um enor-me debate. O que nos parece

"A capacitação da sociedade é fun-damental e com isso fazer com queela produza também os seus meios,

as suas manifestações."

JB - Qual o papel do

Fórum Nacional pela

Democratização da Co-

municação?

Schröder - O FNDCvem desde 1992 e é resultadode uma compreensão que es-távamos discutindo desde apromulgação da Constituição,que essa democratização eramuito mais do que simplesmen-te a democracia da comunica-ção. Houve a compreensão de

co diferente daquele existenteaté então, que era a idéia deque para democratizar a comu-nicação nós precisamos ter apropriedade dos meios de co-municação. Essa idéia pareceinsuficiente, embora necessária.Mas isso é uma parte da de-mocratização. Os grandes mei-os precisam e podem ser de-mocratizados. Aliás é urgenteque sejam democratizados,com essa idéia de controle pú-

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joão de barro dezembro/2006 8em pauta

Em dezembro de 1957,surgia o jornal João deBarro, uma publicação

da Associação do Pessoal daCaixa Econômica Federal doRio Grande do Sul. A primeiramanchete do novo jornal foi:Torna-se realidade o serviçode assistência social dos eco-nomiários. A reportagem, queiniciava na capa e continuava napágina 5, noticiava a criação doServiço de Assistência e Segu-ro Social dos Economiários(Sasse). O Serviço, conforme otexto, era a concretização deuma "antiga aspiração dos fun-cionários das Caixas Econômi-cas Federais do Brasil., apósanos de luta, numa reparação àinjustiça na Previdência Social".

Outro destaque da capa, eraa realização da primeira assem-bléia geral da APCEFER (anti-ga sigla de APCEF). Segundo areportagem, a assembléia foirequerida por "mais de cento ecinqüenta associados" e tinhacaráter reivindicatório: "o reque-rimento firmado por expressivaquantidade de associados, pediaque fosse estudada em assem-bléia, a possibilidade do APCE-FER interferir junto à adminis-tração da Caixa, no sentido deser concedida uma melhora sa-larial em virtude da grandedisparidade verificada ...".

JOÃO DE BARRO

Cinquenta anosde muita história

Além disso, a primeira edi-ção do João de Barro trazia no-tícias sobre a instalação de umacolônia de férias pela APCE-FER: "Felizmente, todos os obs-táculos e dificuldades têm sidovencidos com galhardia e perti-nácia e, já em 1958, por certo, aAPCEFER entregará à fre-qüência dos seus associados aprimeira Colônia de Férias, lo-calizada às margens do RioGuaíba, nos arredores da nossabela e pitoresca Capital."

O primeiro número aponta-va ainda o propósito do jornal:"João de Barro, será o mensa-geiro fraterno da APCEFER.De uma dupla maneira, divulga-

rá os fatos relacionados com osassociados e os atos atinentesaos funcionários da Caixa Eco-nômica. Estará presente em to-das as alegrias e será a primei-ra mão amiga a se erguer na ad-versidade. As ciências, as artes eos entretenimentos sadios, sem-pre estarão presentes em suaspáginas que jamais abrigarão idéi-as dissolventes e intransigênciassectárias. João de Barro será,enfim, portador da concórdia, daunião, da fraternidade. Contudo,'non ducetur, ducet' (conduzirá,não será conduzido)."

Depois da primeira edição, oJoão de Barro ficou um perío-do sem circular. Voltou em ou-

tubro de 1963. Na capa, a justi-ficativa do retorno: "Numa ten-tativa de fazer circular o nossoórgão de divulgação, o João deBarro reinicia hoje o seu cami-nho de boa-vontade e confrater-nização entre os colegas econo-miários do Rio Grande do Sul."Mais adiante, a expectativa: "épensamento da direção do jor-nal que êste veículo informativonão venha a ser apenas um sim-ples boletim de notas e informa-ções. Não. Desejamos e espe-

ramos fazê-lo um verdadeirojornal, vibrante e versátil, moder-no e atuante no seio de nossaclasse..".

COMEMORAÇÕESPara comemorar o cinqüen-

tenário do João de Barro, apartir desta edição inicia-se umasérie de reportagens sobre os 50anos do jornal. Também serãorealizados dois concursos cultu-rais de fotografia e crônica paraos associados e dependentes.

CINEMA

[canto do Klein]Rede de espiões

Os ingleses são terríveis. Terrí-veis e perigosos. Quando se tratade filmes de espionagem, emboratodo mundo tenha pelos menos umbom título, são os súditos da rainhaque tornaram este gênero, osuspense de ação, tão especial. Àsvezes, o filme não é inglês, mas o di-retor é; outras vezes, tudo é inglês.

Mas a regra básica permanece:a sutileza, a ação que não apareceno quadro, o insinuado são carac-terísticas inglesas. Da mesma for-ma que André Bazin descrevia ofaroeste como o gênero americanopor excelência, arrisco dizer que o

filme de espionagem é o gênero in-glês por excelência.

Alfred Hitchcock descobriu-secomo cineasta ao desenvolver ogênero suspense. Como um desen-volvimento desta descoberta inicial,o filme de espionagem tornou-semaduro a partir da década de 1930.Vários títulos caracterizam os últimosanos da primeira fase inglesa:

1934 – O Homem que Sabia De-mais, com Peter Lorre

1935 - Os Trinta e Nove De-graus, com Robert Donat

1936 – Sabotagem, com OskarHomolka

1936 – Agente Secreto, comJohn Gielgud e Peter Lorre

1938 – A Dama Oculta, comMichael Redgrave.

Nos Estados Unidos, a partir de1940, Hitchcock fará filmes de espio-nagem muito mais amadurecidos:

1940 – Correspondente Estran-geiro, com Joel Mcrea

1942 – Sabotador, com RobertCummings

1946 – Interlúdio, com CaryGrant

1956 – O Homem Que Sabia De-mais (2ª. Versão), com JamesStewart

1959 – Intriga Internacional,com Cary Grant

1966 - Cortina Rasgada, comPaul Newman

1969 – Topázio, com André eNicole Devereaux.

Quem ficou na ilha aprendeucom o mestre. Algumas jóias da

coroa:1962 – 2006 A série James

Bond 007, é claro, com destaquepara

1963 - Moscou contra 007,com Sean Connery, mas também

1965 – O Espião Que Saiu doFrio, com Richard Burton

1965 – O Arquivo Ipcress, comMichael Caine.

Exceções sempre acontecem.Duas delas são de importância aponto de confirmar a regra.

1952 – Cinco Dedos , deJoseph Mankiewicz, com JamesMason (um filme americano comum inglês no papel principal) e

1969 – Fraulein Doktor, deAlberto Lattuada, com Suzy Kendall(um filme italiano com uma inglesa

no papel principal).Se você, caro leitor, morasse

numa ilha, provavelmente estranha-ria qualquer pessoa de fora da ilha.Este, penso, é a base psicológicado filme de espionagem, o “estra-nhamento” em relação ao estran-geiro. Some-se a isso a curiosida-de, o espírito de desafio ao resolverum enigma e teremos a situação tí-pica do embate velado de vontades:saber o que o outro está pensandosem que ele descubra o que vocêestá pensando!

F.J.Klein é um pseudônimo criadopara evitar que o leitor descubra o queo colunista está pensando, já que len-do seus textos isto parece impossível.

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enfoque joão de barro dezembro/2006 9

Passado presente oubem-vindo ao América Café!

A gente tem fome de cultura,a gente tem fome de afeto, agente tem fome de risos, de gar-galhadas, de abraços. A gente temfome de levantar taças e brindaras pequenas coisas do cotidiano.A gente tem fome de receber osamigos queridos em um abraçofraterno e comemorativo. A gentetem fome de encontros, já que tan-tos são os desencontros a que avida nos leva.

Não precisa muito. Basta quenos deixemos levar a uma ofici-na de iniciação teatral, para de-pois de lá, podermos, juntos, le-vantar as taças e brindar a cadaespetáculo. Tem muito trabalhoantes do erguer das taças. Temmuitos sábados de sol que fica-mos dentro da sala poeirenta deensaios. Tem muitas noites dechuva que abandonamos o nos-so sofá, para estarmos ensaian-do, cantando, aprendendo a nosatirar no chão sem machucados.Basta que nos entreguemos àmagia da arte. Que deixemos delado valores menores, e nos per-mitamos ser crianças de novo.Aprender textos. Aprender a can-tar. Tentar uma, duas, três, infi-nitas vezes a mesma estrofe, atéacertarmos o tom. É aprender-mos a pronunciar a palavra toda,até a última vogal. È aprender-mos a importância de fazermostrrrrrrrrr, trrrrrr, para aquecer aspregas vocais. É aprendermoso novo. O simples.

É experimentarmos o convíviodiário e amoroso entre adultos,jovens, velhos e crianças; geren-tes, estudantes, caixas. É entre-ga. Eu creio que uma das atitu-des de que mais a humanidadeesta carente é de entrega. É dei-xar-se levar. É experimentar ou-tro pertenci-mento. Quandoestamos no banco trabalhando,temos a nossa mesa, nossacadeira, nosso cargo que nos per-mitem estar no mundo. Mas isto

é pouco, quando podemos ex-perimentar outros grupos, outrasfalas, outra linguagem, outra con-vivência. É sair da sua mesa eacomodar-se noutras mesas,noutros cargos e deliciarmo-noscom estas experiências.

Ainda estamos embriagadospela alegria de vermos nossoprojeto quase pronto. Digo qua-se pronto, porque, para a tem-porada que se inicia em abril de2007, ainda há muito para sefazer. Mas eu confio no prazerque teremos todos em retomarensaios, figurinos, encontros,textos e começar tudo de novono próximo ano.

O espetáculo América Café

marca a retomada do grupo deteatro Caixa de Pandora nospalcos. Promovido pela AP-CEF, é composto por associa-dos da entidade, seus familia-res e mais algumas pessoasque fizeram as oficinas de inici-ação e que convidamos a inte-grar o nosso grupo porque seencaixaram nos pressupostosde grupo, de cooperação, con-vivência harmoniosa e disposi-ção para o aprendizado constan-te que permeia este trabalho. Éum grupo que está sempre emconstrução. Que está aberto àentrada de associados e seusfamiliares que desejarem parti-lhar conosco desta maravilhaque é a arte cênica. A cada co-meço de ano, oferecemos ofi-cinas de iniciação ao teatro, paraque mais colegas possam secredenciar a se juntar a nós,para logo erguerem tambémsuas taças, na comemoraçãoda entrada no mundo maravi-lhoso do teatro. E, assim, ser-virem mais uma especiaria noseu prato, quando a fome dobife já estiver saciada.

A gente não quer só comida...A gente tem fome de que?

Quem já não fez um mergulhono seu passado, não pensou emreviver os bons momentos quenão voltarão mais? Para Leda,adentrar as paredes envelhecidasde um prédio decadente bastoupara remontar aquele que deveter sido o período mais marcantede sua vida. De repente, mesas ecadeiras cobertas pelo temporeadquirem seu lugar na cena ese transformam novamente empresente. Um presente que vaireceber os personagens que aagora envelhecida Leda vai re-encontrar. Bem-vindo ao Améri-ca Café! Um lugar de boêmia,de danças, música, bebidas, amo-res e traições. Bem-vindo à peçaque traz de volta aos palcos o gru-po Caixa de Pandora. Leda é apersonagem vivida por VilmaLonner e Miriam Motta e criadapor Artur José Pinto, autor e di-retor da montagem.

Leda e a corporificação de suaslembranças puderam ser vistasdurante as duas sessões de pré-estréia de América Café, reali-zadas nos dias 29 e 30 de novem-bro no Teatro Carlos Carvalho, emPorto Alegre. Uma pré-estréiaque é a recompensa por um tra-balho de pouco mais de dois anos,quando iniciou a oficina de teatroministrada por Artur. Associadose filhos de associados da APCEFforam se mobilizando para reto-mar as atividades do Caixa dePandora, o grupo de teatro daAPCEF, que é um dos mais anti-gos em atividade no estado. De-pois de algum tempo sem monta-

gem de peça - a última tinha sidoGeração Trianon, em 2000, o de-safio do grupo era voltar aos palcoscom um texto de maior fôlego. En-quanto América Café não abria asportas, foram realizadas váriasesquetes, leituras de textos e, claro,a montagem do Auto de Natal juntocom o Coral da APCEF.

América Café reúne um gran-de número de atores e atrizes -são 19, entre elenco e elenco deapoio. Afinal, um bar como oAmérica Café precisa de muitagente e animação. Nesse ambi-ente dos anos 40, a Leda Jovem(Miriam Motta) vai reencontrara dona do bar (Almeri Souza), obarman (Paulo Caetano), sua co-lega como garçonete (MarielMotta) e seu grande amor, Rudi(Ivo Schergl Jr.). Para ajudar aembalar a história, de repente, opúblico é brindado com músicasque enchem o teatro e ajudam acompor um clima nostálgico. Re-construir o América Café? Oudeixar as lembranças, alegres etristes, como herança às cadei-ras daquele lugar e seguir emfrente? Leda não sabe, mas vai

Almeri Souza

Ana Helena Rilho

Arthur Tabbali

José Luiz Both

Paulo Caetano

Classi Bassani

Almeri Espindola de SouzaDiretora Cultural da APCEFe atriz do Grupo de TeatroCaixa de Pandora

Gabriel Motta Gustavo Petry

Ivo Schergl Jr. Márcia Castro

Vilma Lonner

Nilo Motta

Miriam Motta

descobrir que a memória podetudo. A vida não.

Descubra você também as lem-branças de Leda e do AméricaCafé a partir de março, quando apeça deverá entrar em cartaz.

Valéria Bassols

Rejane Alteneter

Mariel Motta Tailôr Mendonça

Fotos Carlos Silva

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enfoque joão de barro dezembro/2006 10

COLUNA DOS

APOSENTADOS

Simpósio Nacionalum trabalho feito com amor

Amigos para sempre

Esse foi o lema que norteoutodo o evento deste ano.

E a opinião geral é que oXXVIII Simpósio Nacional dosEconomiários Aposentados ePensionistas da Caixa foi umsucesso. E minha impressão éde que foi mesmo.

Participar pela primeira vezda preparação e organização deum evento deste porte foi, devoconfessar, uma experiênciaimpar. Não é fácil arrumar acasa para receber 1300 amigos,mas é gratificante. E tudo foifeito com amor e dedicação,pensando em cada participante,no seu conforto e bem estar.Cada amigo deveria se sentircomo se em sua casa estivesse,sendo recebido com a alegria eaconchego do abraço gaúcho.

Pessoas do ramo de even-tos foram nossos parceiros naorganização e manutenção detodo o Simpósio e agradecemosa todos, sem citar nomes que épara não esquecer de ninguém.

Todo o pessoal de apoio nasdiversas áreas, limpeza, segu-rança, alimentação, assistênciamédica e transporte, só para ci-

tar algumas, todos foram incan-sáveis e prestativos.

Durante mais de um ano aequipe chamada Comissão deOrganização, sob a coordena-ção do Sérgio Atair dos Santosse reuniu, estudou, visitou hotéise locais para eventos, decidiusobre os músicos e cardápios,organizou o Programa Oficial doSimpósio de Gramado e enviouos convites para palestrantes eautoridades.

Os funcionários da Agea fo-ram incansáveis no auxílio àComissão, mas a ansiedade daespera foi muito grande.

E no dia, no grande dia, es-távamos nós, gaúchos, de bra-ços abertos e sorrisos largos,recebendo os amigos que vi-nham de todos os cantos destepaís tão grande!

Depois as plenárias, a apre-sentação das Proposições, amanifestação dos colegas quediscutem e defendem nossosinteresses com garra...

Depois os palestrantes quenos instruíram a respeito de as-suntos a nós pertinentes...

Depois os representantes daCaixa e da Funcef, expondo re-

sultados, mas, principalmente,ouvindo nossas reivindicações elevando com eles a certeza deque ainda estamos muito ativos,sim senhor!

Enfim, todos tínhamos algoa dar e também a receber...

No final, homenagens e sau-dade... e a promessa de umnovo encontro em 2007, destavez em Manaus.

Até lá! Até breve! Estejamcertos de que ficaram todos emnossos corações.Dora Lúcia Neuberger

XXVIII Simpósio Nacional

Foi a minha primeira partici-pação num encontro dessa mag-nitude, levando a efeito com tan-to brilhantismo por colegas detodo o Brasil. A diversidade desotaques e culturas torna-se,durante a semana do evento,uma única família, partilhandodos mesmos anseios, e, ao mes-mo tempo, comemorando tantasvitórias, obtidas à guiza das nos-sas lutas.

Desta feita, não foi diferen-te, além da confraternização edas inúmeras atividades sociaisdesenvolvidas durante o

ARTISTAS

DA APCEF

João de Barro - Fale so-

bre o teu trabalho?

Jonathan Peres - Come-cei a pintar mesmo em 2000,mas antes disso já observava osmuros coloridos. O que eu gos-to mesmo é de sair e pintar, para

Grafite é arte

Jonathan de Leon Peresé grafiteiro. Trabalhacom ilustrações e pintu-ras. Jonathan já partici-pou de oficinas de gra-fite na APCEF. Ele é fi-lho da associada Mariada Graça Ponce de Leon.O trabalho de Jonathan

pode ser visto em www.

spaces.msn.com/paxart

uma estátua pramim?

João de Bar-

ro - Tu achas im-

portante proje-

tos sociais que

auxiliem os

grafiteiros?

Jonathan - Ésuper importante.A gente sempreparticipa de proje-tos do tipo. Já deioficina durante trêsmeses na comuni-dade da Tuca, eano passado pinta-mos no Morro daCruz, na base da capela lá notopo. Foi uma experiência mui-to boa, o diálogo com todos e acuriosidade do pessoal para sa-ber de onde que a gente vinha.Foi gratificante acho que paraambos os lados e acho que toda

gurizadinha que estava lá pre-sente não vai esquecer tão cedodaquele dia. Podia ter mais pro-jetos que nos auxiliassem, assima gente poderia continuar con-tribuindo da mesma forma.

Fotos Arquivo Pessoal

Colaboração Gabriela Ruiz

a minha satisfação, embora to-dos que passam por ali criem suaspróprias opiniões, mas meu obje-tivo é estar presente, o grafite fazeu estar presente mesmo estan-do ausente... complicado né?

João de Barro - O que tu

pensa da comparação do

grafite com a pichação?

Jonathan - Acho que nofundo, se for pensar lá na anti-guidade, tem muita coisa a ver,faz sentido, mas se for compa-rar a estética hoje, vai ver que ografite é muito mais elaborado,pensado, mas o embrião é o mes-

Simpósio, foram discutidas nasplenárias, assuntos relevantes edo interesse de toda a catego-ria, tais como: perdas salariais,reservas financeiras da Funcef,aprovação dos PMPP´s e in-gresso dos colegas que muitolutaram pela CEF e que hoje en-contram-se assistidos pelaFuncef, além de palestras pro-feridas pelos nossos dirigentese palestrantes especialmenteconvidados (INSS, Funcef,CEF, e Saúde Caixa). Sem dú-vida alguma, o Simpósio atingiuplenamente os objetivos de suarealização.

Pelas informações obtidasjunto aos colegas participantes deoutros simpósios, o XXVIII vaificar na lembrança de todos, pelasua organização, pelo local de re-alização (Gramado - RS) e peloalcance dos assuntos enfocadosnas plenárias e nas palestras. Foium sucesso total!!!!

A Fenacef mais uma vezmuito contribuiu para o êxito doevento, cabendo à direção daAgea e à Comissão Organiza-dora do evento, o mérito peloalto nível alcançado. Parabénsa todos. Espero me encontrar

com saúde para poder partici-par do próximo, em Manaus,Amazônia.

Finalmente, quero dizer a to-dos os colegas, que fiquei muitoagradecida e emocionada pelalembrança que tiveram ao es-colherem o meu nome para pre-sidir o evento, após mais de 60anos dedicados à vidaeconomiária. Até breve, e queDeus todo poderoso abençoe atodos.Beatriz Francisca

Gonzaga de Borba

Presidente de Honra do XXVIIISimpósio Nacional deEconomiários Aposentados ePensionistas da Caixa, realiza-do em Gramado - RS em novem-

bro de 2006.

Este espaço contou com a co-laboração dos economiários apo-sentados: Beatriz Borba Gonzaga,Dora Lúcia Neuberger, ManoelTiberio, Mardir de Fátima Kurrlee Luiz Carlos de Aragão.

Se você, colega aposentado,souber de histórias interessantese quiser contá-las, faça-o. En-vie para o e-mail [email protected] ou leve ao colegaTiberio na Rua Vigário JoséInácio, nº 368, sala 603.

mo, a mesma adrenalina e a sa-tisfação de ver os resultados.

João de Barro - Como de-

senvolves o teu trabalho?

Jonathan - Tenho um gru-po de digamos, novos talentos,o Paxcrew. Começamos a pin-tar faz seis anos somente, e hoje,o pessoal que a gente via somen-te nas ruas pelos grafites é nos-so amigo e nos vê como gran-des pessoas e artistas também.

João de Barro - O que

achas das pichações em pa-

trimônios públicos, como

os monumentos?

Jonathan - Eu não acholegal riscar monumentos ou es-tátuas, prefiro algo que não per-turbe, ou que não tem utilidade.Acho que o cara que tá lá, ho-menageado, porque merece.Quem sabe se eu não pintar osbens públicos um dia não fazem

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FESTA

Despedida do anoJantar-baile marcou também a abertura da temporada de piscinas na APCEF.

A festa Aí Vem 2007!,realizada no dia 2 dedezembro, levou mais

de 300 associados e convida-dos ao ginásio da APCEF. Oevento comemorativo à abertu-ra da temporada de piscinas naAssociação e ao encerramen-to do ano mostrou o tradicio-nal sucesso que tem caracteri-zado as festas da APCEF.

A decoração com muitasplantas e frutas tropicais lem-brava o verão que está che-gando e convidava para apro-veitar o veraneio nas piscinase Colônias da Associação.

Depois do delicioso jantar,o público foi para a pista dedança animados pelo reper-tório variado da banda Madein Brazil. No intervalo, muitochope e refrigerante para re-por as energias.

Durante o baile, houve osorteio de brindes ao públicopresente, oferecidos pelosconveniados Wall Mart Brasil,Panvel, Agafarma, HotelMartini, Pousada Novo Mar,Pousada de Todos os Santos,O Boticário, Instituto Embe-leze, Centro Óptico, Ivoptica.

Fotos Carlos Silva

Trinta e dois associadosparticiparam no dia 2 dedezembro do torneio de fu-

tebol sete realizado no campo daColônia B da APCEF, em PortoAlegre. Os atletas foram divididosem cinco equipes em sorteio reali-zado antes da competição.

Os times jogaram entre si,em um total de 10 jogos. A gran-de campeã foi a equipe Verde,que venceu todas as partidas dis-putadas. Em segundo lugar fi-cou o time Amarelo. Depois dosjogos, houve a entrega das me-dalhas às equipes campeãs, queacabou em uma grande confra-ternização entre os participantes.

ESPORTE

Futebol sete reúne associadosConfraternização no último torneio do ano.

Equipe vermelha.

Equipe branca.Equipe azul.

Equipe verde.

EQUIPES

Branco Marcos Xavier, Elias,Rafael Francisco, Luiz Catarino,Anacleto Marchy, Renato Abele Nelson Aveline.Vermelho Pasqualotti, Ivan Equipe amarela.

Verardi, Pablo Pasqualotti, Tiago,Pedrão e Sandro.Amarelo Carlos Alexandre,Anderson, Gresar, Fabiano, BetoAbel e Julio Pereira.Verde Neyzinho, Ruy, Clezio,Rogério Erbes, Lucas eRailander.Azul Juarez, Cassio, RafaelFransciso, Tabajara, Arlei,Gustavo e Leandro.

Fotos Carlos Silva

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ciano magenta amarelo preto

APCEF

Verão nas Colônias da Associação

Os associados daAPCEF têm quatroColônias para a-

proveitar durante o veraneio eno restante do ano também. Asinscrições, para o período dedez dias, acontecem nos pri-meiros dez dias do mês anteri-or ao pretendido.

TRAMANDAÍ - A Co-lônia de Tramandaí possui 30apartamentos para seis pesso-as com cozinha equipada. Énecessário levar roupa de camae banho. A Colônia oferece res-taurante, sala de jogos e vídeo,churrasqueiras externas e pra-cinha para as crianças. Estaci-onamento interno na baixa tem-porada e externo com vigilan-te, na alta. O endereço é ruaUbatuba de Farias, 627.

CASSINO - Na Colôniade Cassino, são oferecidos seisapartamentos com cozinhaequipada. Também é precisolevar roupa de banho e cama.Além dos apartamentos, exis-te área para camping, salão defestas com churrasqueira cober-ta e churrasqueira externa. A Co-lônia fica na rua Gravataí, 296.

ITAPIRUBÁ - O cam-

INSCRIÇÕESFEVEREIRO 2007Inscrições1º a 10 de janeiro/ 2007Períodos30/01/2007 - 08/02/200709/02/2007 - 18/02/200719/02/2007 - 28/02/2007MARÇO 2007Inscrições1º a 10 de fevereiro/2007Períodos01/03/2007 - 10/03/200711/03/2007 - 20/03/200721/03/2007 - 30/03/2007

ping de Itapirubá, na praia deImbituba em Santa Catarina,tem espaço para 40 barracas,banheiros e vestiários coletivos,quatro cozinhas coletivas equi-padas e duas churrasqueiras co-bertas coletivas. O camping ficana rua Hernani Cotrin, 138.

SÃO FRANCISCO - AColônia de São Francisco de

Paula possui 12 cabanas paraquatro pessoas e uma cabanapara até oito pessoas. Cozinhasequipadas, lareira, sala de jogose tv com churrasqueira e cozi-nha, e praça de brinquedos. Ascabanas possuem também co-bertores e travesseiros. Na RS020, com uma ampla área verdea Colônia pode ser aproveitadaem todas as épocas do ano.

O formulário para inscriçãoencontra-se na página eletrô-nica www.apcefrs.com.br ouna sede administrativa (Av. Cel.Marcos, 851, Porto Alegre).

O critério para obter a vagaé estabelecido a partir da datade associação, contando umponto para cada dia de asso-ciado, limitado a cinco mil pon-tos no total.

Itapirubá Tramandaí

São Francisco de Paula Cassino