deus e o diabo na terra do sol, de glauber rocha

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  • 8/3/2019 Deus e o diabo na terra do sol, de Glauber Rocha

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    L lT E R A T U R A P O R 1 U G U E S AS E R IENSiAIO

    II

    AGOSTO 2001

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    Deus e 0 diabo na terra do sol,de G lauber R ocha

    A ta id es B rtlg a'

    Eu parti do texto poetico. A origem de Deus e 0diabo I urnalingua mettlforiea, a literatura de cordel. No Nordeste, ascegos, nos circos, nas fiims, nos tcatros popu la te s, comecamuma bistoria cantando: "eu lJOU lhes contar uma historiaque ide uerdade e de imaginariio, Ott enido que i imagina-

    uerdadeira". Toda minha formafiio fli fiita nesse clima.A idiitl do filme me ueio e.;ponttlnetlmente.

    (Glauber Rocha)

    A decada de 60 foi urn momenta privilegiado de criacao artfstica, queproduziu as rnanifesracoes mais vigorosas da cultura nacional,o Cinema Novo, assim como os demais movimentos do perfodo, man-tern vinculos com 0quadro ideologico esbocado no pas-guerra e em particularcom a conjuntura da tenrariva de instalacao de um cinema industrial em SaoPaulo, dentro da ideologia nacional desenvolvimentista,

    Nos encontros de cineclubes e congressos de cinema realizados em 1952e 1953, j; i encontramos as discussoes que vao ser deterrninantes no CinemaNovo: necessidade de urn esquema alternative a producao industrial, ideologi-as de esquerda, etc.

    E justamente a poesia desse humanismo da vida cotidiana, volrado emdirecao a representacao da carnada menos favorecida da populacao, que vai

    Mestre em Cinema pela UFM G, roteirista, professor e pesquisador de cinema. Autor do livroo fim das coisas salas de cinemas de Belo Horizonte. Belo Horizonte: CRAV/SecretariaMunicipal de Cultura de Belo Horizonte, 1996.

    CESPUC de l'esq., Belo Horizonre, n. 9, p. 135-139, ago. 200 I 135

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    caracterizar 0primciro f i lmc de Nelson Pereira dos Santos: Rio 40 Graus (1954).E em sua forma de producao e na disposicao nao linear da narrativa que 0filme traz a contribuicao mais original para 0cinema da epoca, Produzidoatraves de urn sistema de cotas, demonstra ser possivel a realizacao de cinemafora dos grandes esnidios e das grandes producoes,

    Em 1957, Glauber Rocha corneca a filmar seu prirneiro curta-metra-gem, 0P

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    o Cinema Novo se estrutura em tres coriceiros e rormulacoes: a formade producao, a linguagem e a etica (0 compromisso com a "verdade" e a reali-dade). A corisrelacao concreta dessas estruturas se efetiva atraves de formula-

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    Antonio das Mertes - inspirado no major Jose Rufino - que matoumuitos cangaceiros, inclusive Corisco - e quem rem a rnissao libertadora dematar os beatos e 0cangaceiro, proporcionando a revolucao das consciencias,Incorporando 0proprio cineasta, ele tern por objetivo destruir a cren

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    de

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    200l

    Deus e 0diabo na terra do so], de Glauber Rocha

    FIG-fA TECNICAFio;:ao, longa-metragem, 35mm, preto e branco. Rio de Janeiro, 1964, 3.400 metros,125 minutes. Companhia produtora: Copacabana Filmes, Distribuicao: CopacabanaFilmes.Lancamcnto: 10 de julho de 1964, Rio de Janeiro (Caruso, Bruni-Flamcngo e Opera).Produtor: Luiz Augusto Mendes. Produtores associados: Jarbas Barbosa, Glauber Ro-cha.Diretor de producao: Agnaldo Azevedo. Direror: Glauber Rocha. Assistentes de dire-

    Paulo Gil Soares, Walter Lima. Jr. Argumentista: Glauber Rocha. Roteiristas: Glau-ber Rocha, Walter Lima Jr. Diilogos: Glauber Rocha, Paulo Gil Soares. Direcao defotografia e camera: Waldemar Lima.Cenografo e Figurinista: Paulo Gil Soares. Lerrei-ros: Lygia Pape.Gravuras: Calazans Neto. Cartaz: Rogerio Duarte. Musica: Villa-Lobos; cancoes: Ser-gio Ricardo (melodia), Glauber Rocha (lerra). Violao e VOl.: Sergio Ricardo. Continui-dade: Walter Lima Jr. Elenco: Geraldo Del Rey - Manuel; Yona Magalhaes - Rosa;Mauricio do Valle - Antonio das Mortes; Othon Bastos Corisco; Lfdio Silva ~ Sebas-tiao; Sonia dos Humildcs Dada; Marrom - Cego JUlio; Antonio Pinto Coronel;joao Gama Padre; Milton Roda Coronel Moraes; Roque; Moradores de MonteSanto.

    PREMIOSPrcmio da Crfrica Mexicana Festival Internacional de Acapulco, Mexico, 1964.Grande Prernio Festival de Cinema Livre, Italia, 1964.N aiade de Ouro - Festival lnternacional de Porreta Terme, Iralia, 1964.Trofeu Sacil Melhor Ator Coadjuvante: Maurfcio do Valle, 1965.Grande Prernio Latino Americano I Festival Internacional de Mar del Plata, Argen-tina, 1966.

    Participou de Cannes em 64, com enorme repercussao.

    Cad. CfSPUC de Pesq. Belo Horizonre. n. 9, p, 135-139, ago, 2001 139