determinação dos preços de terras rurais em rio branco
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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS
Instituto de Economia
Núcleo de Economia Agrícola e Ambiental – NEAA Caixa Postal 6135 - CEP: 13083-970 – Campinas - SP
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Relatório Final
Determinação dos preços de terras rurais no
Município de Rio Branco: um estudo para a região
do Riozinho do Rola
Instituição Executora:
Núcleo de Economia Agrícola e Ambiental do Instituto de Economia da
Universidade Estadual de Campinas (NEAA-IE/UNICAMP)
Responsável:Dr. Bastiaan P. Reydon (Coordenador Geral)
Campinas, junho de 2009
Sumário
APRESENTAÇÃO ............................................................................................................ 2
1. Histórico do município ......................................................................................... 6
2. Caracterização e localização ................................................................................ 7
2.1. Aspectos gerais do município (área e localização geográfica) ......................... 7
2.2. Demografia (população total: urbana e rural) .................................................. 8
3. Infra-estrutura econômica ................................................................................. 10
3.1. Frota de veículos e sistema viário ..................................................................... 10
3.2. Estrutura viária ............................................................................................. 11
4. Atividades Econômicas ....................................................................................... 12
5. Estrutura fundiária ............................................................................................ 16
5.1. Situação legal das terras no município de Rio Branco ................................... 17
5.2. Estratificação das propriedades ..................................................................... 18
5.4. Número e área dos estabelecimentos agrícolas .............................................. 20
6. Preços de terras rurais a partir de dados secundários ...................................... 25
7. Preços de Terras na região do Riozinho do Rola: uma pesquisa de campo ..... 35
7.1.Metodologia ....................................................................................................... 35
7.3. Dinâmica dos mercados de terras rurais: os negócios a partir de informações
secundárias ............................................................................................................... 39
7.4. Resultados da Pesquisa de campo dos negócios realizados ............................ 42
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................... 47
Anexo: questionário de pesquisa de campo ............................................................... 50
APRESENTAÇÃO
A terra rural é um fator de produção com características econômicas muito
peculiares e às vezes complexas. Além de ser essencial na produção agrícola, continua
sendo o elemento de maior importância no conjunto do patrimônio agrário de muitos
países. A terra tem desempenhado um papel importante no desenvolvimento dos países e
sua distribuição e posse são elementos fundamentais na definição das relações de produção
na agricultura. Não é por acaso que os processos de reforma agrária, que visam a
redistribuição da terra afetando a propriedade, apresentam controvérsias na medida em que
atingem os interesses dos proprietários e dos agentes que procuram o acesso a ela.
Tradicionalmente, o mercado de terras e seu preço não têm sido objeto de
interesse só de economistas, mas também de políticos e policymaker. O fato da terra
ser um ativo real, base para a produção de alimentos e insumos industriais e, além
disso, um ativo líquido que pode ser usado como reserva de valor1, confere uma
importância especial ao preço deste recurso natural no desenho da política agrária
de um país.
A flutuação e as tendências do preço da terra devem-se, principalmente, a esta
sua dupla utilização. Neste sentido, o desenho de políticas públicas que visam
melhorar o uso social e econômico da terra deveriam começar desvendando a
dinâmica de funcionamento de seu mercado, ou seja, qualificar e quantificar as
variáveis micro e macroeconômicas que determinam o seu preço. Esses
determinantes do preço da terra rural e as suas expectativas de mudança são os
fatores que os agentes econômicos irão considerar no momento em que decidirem
participar do mercado. Estas são as decisões que os agentes tomam quando
pretendem entrar ou sair do mercado. Por exemplo, os pequenos agricultores sem ou
com pouca terra que buscam acesso a ela, os agricultores já estabelecidos que
procuram a expansão de suas propriedades, ou os agentes que encontram na terra
uma alternativa de investimento ao comparar com outros ativos reais necessitam
conhecer adequadamente o mercado. Em suma, essas decisões que encaram os
agentes econômicos (agricultores ou não-agricultores) no momento em que decidem
entrar ao mercado de terras, estão fortemente ligadas à dinâmica do mercado e de
seus preço.
1 Em muitos países e especialmente no Brasil a terra agrícola, em vários espaços geográficos, tem
uma conotação de prestígio e de poder.
No caso dos estados do Norte brasileiro, aonde as indefinições quanto a
titularidade e os conflitos fundiários se fazem muito presentes a problemática dos
mercados de terras ganha contornos bastante específicos. Mas que em última
instância apesar da falta de garantias legais, tem um mercado que funciona como os
demais mercados.
O marco teórico para estudar a dinâmica do mercado de terras está baseado nos
princípios teóricos da economia pós- keynesiana, aonde se parte-se da definição da terra
rural como um ativo que tem uma dupla utilidade: pode ser utilizada, por um lado, como
ativo de capital, na produção agropecuária, e, por outro, pode ser utilizada como ativo de
reserva de valor (ativo líquido). O mercado onde se negocia é um mercado flex price, ou
seja, considera-se que seu preço é determinada pela dinâmica da oferta e demanda, mas
como a oferta de terra pode ser considerada fixa, o seu preço é determinado principalmente
pelo componente da demanda. Neste contexto, o preço da terra seria determinado por três
atributos expectacionais: as quase-rendas, (q) resultantes de sua utilização produtiva, das
quase-rendas (l) produto de seu uso especulativo enquanto ativo líquido, e, dos custos de
manutenção c decorrentes da sua permanência no portfólio dos agentes econômicos.
São estes fluxos de rendas, decorrentes da propriedade da terra, que os agentes
avaliam e comparam com a de outros ativos no momento de decidir pela aquisição de
alguma terra agrícola. Isto faz com que haja demanda por terras dos mais diferentes
segmentos de proprietários de riqueza, desde os agricultores até indústrias e bancos. Mas
esta demanda, assim como a oferta, oscila fazendo com que os preços, quer locais quer
nacionais, variem. Isto faz com que tanto a aquisição privada quanto a intervenção pública
no mercado de terras necessite de um acompanhamento detalhado de sua dinâmica. Mas a
sua adequada compreensão requer um estudo detalhado da dinâmica econômica da região
na qual se situa, que será feita nos 4 primeiros itens. Depois haverá um item que descreve a
situação fundiária do município, inserida na do estado. O sexto item faz uma análise do
preço da terra a partir de várias fontes de dados secundários: FGV, INCRA, FNP e BASA.
O último item consiste na análise do mercado de terras com pesquisa de campo. Este item é
subdividido em três: o primeiro que descreve a metodologia da pesquisa, o segundo que
interpreta a dinâmica dos negócios e o terceiro que analise as regressões e as equações da
formação do preço da terra na região.
1. Histórico do município
Rio Branco, capital do estado do Acre foi fundada em 1882 pelo seringalista Neutel
Maia, que se estabeleceu na região com sua família e trabalhadores que trouxe para a
produção de borracha. A região era originalmente habitada pelos índios Aquiris, Canamaris
e Maneteris, e o povoado que ali surgiu foi chamado Volta da Empresa. O que viria a ser
conhecido como município de Rio Branco foi um dos primeiros povoados a surgir nas
margens do rio Acre, e logo se revelou mais movimentado do que um simples seringal pela
abertura de pontos comerciais para o abastecimento das embarcações a vapor que subiam o
rio fazendo o transporte da borracha.
O povoado, inicialmente chamado Volta da Empresa, em 1909 passou a ser
denominado Penapólis em homenagem ao então Presidente Afonso Pena e o então prefeito
do Departamento do Alto Acre, coronel Gabino Besouro, mudou a sede da prefeitura para a
margem esquerda do rio Acre, onde hoje funcionam os principais órgãos públicos. Em
1912, o nome foi novamente modificado, dessa vez para Rio Branco, em homenagem ao
diplomata Barão do Rio Branco, que, junto com José Plácido de Castro e Assis Brasil, teve
participação fundamental na Questão do Acre, que culminou com a assinatura do Tratado
de Petrópolis em 1903 entre Brasil e Bolívia, tratado esse que garantiu a posse das terras do
território do Acre e o direito da exploração da borracha nesta região para o Brasil. Em 1910,
o prefeito Leônidas Benício de Melo, assinou uma Resolução criando o município de
Empresa, juntando a Vila Rio Branco (no Seringal Volta da Empresa, do lado direito do rio
Acre) e a localidade de Penápolis (Seringal Empresa, do lado esquerdo do rio Acre). De
forma definitiva, em 1912, os dois lados da cidade passam a se chamar “Rio Branco”. Em
1913 tornou-se município. Em 1920 capital do Território do Acre e em 1962 foi elevado à
condição de capital do estado. Rio Branco é o centro administrativo, econômico e cultural
da região. É cortado pelo rio Acre, que divide a cidade em duas partes denominadas
Primeiro e Segundo distritos.
A economia extrativista praticada na região tem a peculiaridade de não dar valor à
terra, e sim ao domínio do número de seringueiras dispersas na mata. Nesse contexto, a
delimitação da área se dava pelo número de estradas de seringa, não havendo nem interesse,
nem condições de uma precisão das supostas propriedades. Dentro dessa situação, o
domínio da área só tinha como limite seus antigos ocupantes, os índios, que foram
facilmente expulsos ou mortos sob a lógica da incorporação produtiva. A irregularidade
dessas propriedades veio à tona quando o Governo Federal estimulou a reorganização do
espaço econômico. Com o propósito de modernização e efetiva integração da Amazônia ao
território nacional, o Governo Federal cria, então, mecanismos de atração de capitais do
centro sul do país. Nessa nova situação, a terra assume efetivamente o caráter de
mercadoria. O processo de reorientação da economia amazônica, particularmente acreana,
contou, de um lado, com a retirada de apoio financeiro aos seringalistas, e, de outro, com
incentivos fiscais, financiamentos e propaganda junto aos potenciais investidores.
2. Caracterização e localização
Figura 1 – Mapa: Estado do Acre e Município de Rio Branco
2.1. Aspectos gerais do município (área e localização geográfica)
A cidade de Rio Branco é dividida em dois distritos pelo rio Acre, tem altitude de
160m e a área total do município é de 883.100 há, dos quais apenas 6.694 ha correspondem
à área urbana. O município localiza-se na microrregião de Rio Branco, mesorregião do Vale
do Acre. Limita-se ao norte com os municípios de Bujari e Porto Acre e com o Amazonas,
ao sul com os municípios de Xapuri e Capixaba, a leste com o município de Senador
Guiomard e a oeste com o município de Sena Madureira. As coordenadas geográficas são:
Latitude: 9º 58’ 29”(S). Longitude: 67º 48’ 36” (W. G.R.).
2.2.Demografia (população total: urbana e rural)
Tabela 1: Distribuição Populacional – Acre
Distribuição Populacional – Acre
1991 2000 2007
Urbana 258520 370267 464680
Rural 159189 187259 190705
Total 417709 557526 655385 Fonte: IBGE – Censos Demográficos
A partir da tabela 1 é possível notar que a população do Acre cresceu no período
1991-2007 e que a população urbana apresentou crescimento mais acentuado que a rural,
pois essa passou de 258.520 para 464.680 enquanto aquela aumentou apenas de 159.189
para 190.705.
Gráfico 1: Distribuição Populacional – Acre
Atualmente a capital, Rio Branco, concentra a maior parte da população total do
estado: a capital possui 288.614 habitantes, enquanto a população total é de 655.385.
Tabela 2: Número de domicílios por região – Rio Branco
Domicílios - Rio Branco
1980 1991
Urbana 18201 39019
Rural 5591 6030
Total 23792 45049
Fonte: IBGE – Censos Demográficos
Gráfico 2: Número de domicílios por região – Rio Branco
O aumento da população de Rio Branco entre 1980 e 1991 deve-se quase que
integralmente ao grande aumento de habitantes da zona urbana, que mais que dobrou no
período, passando de 18.201 para 39.019 domicílios. Já na zona rural o aumento foi de
pouco mais de 8%, de 5.591 para 6.030 domicílios (tabela 2).
Tabela 3: Distribuição Populacional – Rio Branco
População - Rio Branco
1991 2000
Urbana -- 226 298
Rural -- 26 761
Total 197376 193 088
Fonte: IBGE – Censos Demográficos
É interessante notar que a população de Rio Branco apresentou uma pequena
redução entre 1991 e 2000, de 197.376 para 193.088 habitantes (tabela 3). Entretanto em
2007, segundo a contagem da população do IBGE, a população total do município era de
290.639 habitantes. Ressalta-se ainda que a população urbana de Rio Branco em 2000 era
correspondente a oito vezes maior que a população rural.
3. Infra-estrutura econômica
3.1. Frota de veículos e sistema viário
Tabela 4: Frota – Rio Branco
Frota Rio Branco
1985 1995-1996
Caminhões 58 116
Utilitários 106 517
Reboques 61 36
Fonte: IBGE – Censo Agropecuário
Nota-se que a frota de veículos na cidade de Rio Branco aumentou. De 1985 a
1995-96, o número de caminhões dobrou. Quanto aos utilitários passou de 106 a 517. No
entanto os reboques sofreram redução.
Gráfico 3: Frota – Rio Branco
3.2.Estrutura viária
As principais vias que ligam a cidade às rodovias são a Nova Avenida Ceará, Via
Chico Mendes e a Via Verde que funciona como anel viário da cidade. A BR-364,
juntamente com a BR-317 são as principais rodovias do Acre. A leste liga Rio Branco ao
estado de Rondônia e ao restante do país. A oeste corta todo o estado, ligando a capital do
estado a Cruzeiro do Sul, segunda principal cidade do estado, passando pelos municípios de
Bujari, Sena Madureira, Manoel Urbano, Feijó, Tarauacá e Rodrigues Alves.
A BR-317 tem extensão de 330 km e liga a capital ao sul do estado, passando pelos
municípios de Senador Guiomard, Capixaba, Epitaciolândia, Brasiléia, na fronteira com a
República da Bolívia, a partir de Brasiléia a estrada continua por mais 110 km até chegar na
cidade de Assis Brasil, já na fronteira com o Peru.
AC- 040 - Possui extensão de 100km, liga Rio Branco até a cidade de Plácido
Castro também fazendo fronteira com a Bolívia.
AC -090 – Também chamada de Transacreana e acompanha o Riozinho do Rola
Com extensão aproximada de 100 km liga Rio Branco ao seu interior quase chegando ao
município de Sena Madireira.
AC-401- Também chamada de estrada do agricultor, com extensão de 50km, liga a
cidade de Plácido de Castro à cidade de Acrelândia, já próxima da BR-364.
AC-101- Tem extensão de 55km, Ligando Rio Branco até a cidade história de Porto
Acre, já na divisa com o Amazonas.
4. Atividades Econômicas
Tabela 5: Estabelecimentos recenseados e área total, por grupo de atividade econômica – Acre
Setor Primário
1985 1995-1996
Grupo Estabelecimento Área (há) Estabelecimento Área (há)
Quantidade % Quantidade % Quantidade
% Quantidade %
Agricultura 10283 35,7 763721 14,7 13180 55,4 958904 30,1
Pecuária 4012 13,9 1699779 32,7 4597 19,3 1478940 46,5
Agropecuária 662 2,3 72842 1,4 4128 17,4 398196 12,5
Horticultura ou Floricultura 132 0,5 2186 0,04 241 1 4721 0,1
Silvicultura 9 0,03
Avicultura 437 1,5 22456 0,4
Extração Vegetal 13293 46,1 2634619 50,8
Silvicultura e exploração
florestal 1534 6,5 333348 10,5
Pesca e Aquicultura 35 0,2 5161 0,2
Produção de carvão vegetal 73 0,2 3795 0,1
Fonte: IBGE Censo Agropecuário
Entre 1985 e 1995-1996 observa-se um aumento de aproximadamente 30% no
número de estabelecimentos na agricultura e 14% na pecuária. A atividade que realmente
apresentou um aumento significativo foi a agropecuária, que passou a ocupar de 2,3% para
17,4% dos estabelecimentos e foi de 1,4% para 12,5% da área.
A partir da tabela 6 é possível observar que houve um aumento da utilização de
todos os tipos de terras no Acre, com exceção de Matas e Florestas Naturais, que
apresentaram uma redução significativa entre 1985 e 1995-1996, de 89,41% para 74,45%,
respectivamente.
Tabela 6: Utilização das terras por área – Acre
Utilização das Terras – Acre
Área (há)
1985 %
Área (há)
1995-96 %
Lavouras Permanentes 17054 0,3 16520 0,5
Lavouras Temporárias 51665 1,0 59419 1,9
Temporárias em Descanso 60449 1,2 44998 1,4
Pastagens Naturais 68345 1,3 62020 2,0
Pastagens Plantadas 257681 5,0 552193 17,7
Matas e Florestas Naurais 4597272 89,4 2327114 74,4
Matas e Florestas Plantadas 2443 0,0 11298 0,4
Produtivas não Utilizadas 86876 1,7 52243 1,7
Total 5141785 100 3125805 100
Fonte: IBGE – Censos Agropecuários
A partir das informações dos estabelecimentos dos censos, a tabela 7 mostra um aumento
na utilização de todos os tipos de terras, com exceção das Pastagens Plantadas que sofreram
uma forte redução de 40,27% em 1985 para 14,91% em 1995-1996.
Tabela 7: utilização das terras (informantes)
Utilização das Terras – Acre
1985 1995-96
Área (há) % Área (há) %
Lavouras Permanentes 11907 7,0 11016 12,9
Lavouras Temporárias 23867 14,1 20210 23,8
Temporárias em Descanso 14828 8,7 8019 9,4
Pastagens Naturais 7074 4,2 6578 7,7
Pastagens Plantadas 68345 40,3 12682 14,9
Matas e Florestas Naurais 32408 19,1 20013 23,5
Matas e Florestas Plantadas 113 0,1 310 0,4
Produtivas não Utilizadas 11186 6,6 6245 7,3
Total 169728 100 85073 100
Fonte: IBGE – Censos Agropecuários
Entre 1985 e 2005 observa-se que o produto de lavoura temporária cuja produção
mais aumentou foi a mandioca, que passou de 8.202 ha de área colhida e 63.769 ton em
1985 para 29.079 ha e 563.919 ton em 2005. Houve também claramente um aumento da
produção de milho que aumentos de 23.280 ton em 1985 para 60.979 ton em 2005 e
aumentou também a produção de arroz, de 19.274 ton em 1985 para 31.561 ton em 2005.
Tabela 9: Produto, área colhida, quantidade produzida e valor da produção dos principais produtos da
lavoura permanente – Acre
Lavoura Permanente - Acre
Produto Área colhida (há) Qtde produzida (ton)
Valor da produção (mil
reais)
1985 1995-96 2005 1985 1995-96 2005 1985 1995-96 2005
Abacate 36 3300 66 996 383 248
Banana 2493 3300 7042 2417* 3455* 55479 9489
Borracha 9 1091 5 634 3920 1087
Café 392 2666 85 2185 4309
Coco-da-bahia 93 529 257
Laranja 118 500 454 9738** 21911** 5558 1276 1938
Limão 3 93 381** 1340 415
Mamão 52 4047** 160 249** 566** 1795 666 1156
Manga 6 1657** 45 227** 405 295 50
Maracujá 2565** 59 472 515 370
Tabela 8: Produto, área colhida, quantidade produzida e valor da produção dos principais produtos da lavoura temporária - Acre
Lavoura Temporária Acre
Produto Área colhida (há) Qtde produzida (ton) Valor da produção(mil reais)
1985 1995-95 2005 1985 1995-95 2005 1985 1995-1996 2005
Arroz 18765 17340 27251 19274 19937 31561 5463 13367
Feijão 9037 10113 10436 5367 5368 4448 2933 5987
Mandioca 8202 13892 29079 63769 124841 6E+05 32810 109892
Milho em grão 22019 22817 40837 23280 27795 60979 5534 18774
Cana-de-açúcar 136 23971 1992 2841 25690 614 1669
Melancia 19 392
30 (mil
frutos)
492 (mil
frutos) 5560 548 1746
Tomate 11 4 36 109 196
Abacaxi 253 2807 2821
Amendoim (em casca) 18 36 91
Batata doce 11 98 59
Fonte: IBGE – Censo Agropecuário
Tangerina 35 179 2417** 2083 981
Urucum 508 62 418 65 102
Café em coco 317 362
Fonte: IBGE – Censo Agropecuário
* (mil cachos)
**(mil frutos)
Entre 1985 e 1995-1996 pode-se observar um pequeno aumento da área utlizada em
lavouras permanentes, temporárias e temporárias em descanso. A mudança que mais
destaca no período certamente é a de pastagens não plantadas, que aumentou de 5% para
17,7% em área e reduziu-se de 40,3% para 14,9% em número de propriedades. A utilização
de matas e florestas naturais em área caiu no período, de 89,4% para 74,5%, enquanto em
área aumentou de 19% para 23,5%.
Tabela 10: Efetivo dos Rebanhos – Acre
Efetivo dos Rebanhos
Tipo
Quantidade de
cabeças
1980 1996 2006
Bovinos 3E+05 847208 1784474
Bubalinos 484 919 2050
Eqüinos 7518 20872 -
Asininos 132 328 -
Muares 2961 3826 -
Caprinos 2183 4798 7268
Ovinos 14914 40258 47684
Suínos 1E+05 161181 120602
Aves (galinhas, galos, frangas e
frangos) 1091 1416 1435
Fonte: IBGE - Censo Agropecuário
Na pecuária destaca-se a bovinocultura, que em 1980 respondia por
aproximadamente 65% dos rebanhos, em 1996 78% e em 2006 91%, seguida pela
suinocultura, que apresentou uma acentuada queda no período, de aproximadamente 28%
para aproximadamente 15%, e em seguida 6%, respectivamente.
Tabela 11: Efetivo dos Rebanhos – Rio Branco
Efetivo dos Rebanhos - Rio Branco
Tipo
Quantidade de
cabeças
1985 2006
Bovinos 100648 454728
Bubalinos -- 408
Eqüinos 4146 12655
Asininos -- 212
Muares 475 1271
Caprinos 371 1729
Ovinos 3910 9539
Suínos 22576 13534
Aves 4776 23073
Fonte: IBGE - Censo Agropecuário
No efetivo dos rebanhos de Rio Branco as mudanças que mais se destacam entre
1985 e 2006 foi o aumento do número de cabeças de bovinos, que passou de 100.648 para
454.728, e de aves, que foi de 4.776 para 23.073. A quantidade de eqüinos mais que
triplicou e a de suínos caiu para pouco mais que a metade no período.
Tabela 12: Quantidade dos principais produtos de origem animal – Acre
Produtos de Origem Animal - Acre
Quantidade
Produto 1980 1996 2006
Leite de vaca (mil litros) 14956 32538 21294
Leite de cabra (mil litros) 0 28 -
Lã (tonelada) 0 0 -
Ovos de galinha (mil dúzias) 1715 1872 1429
Fonte: IBGE - Censo Agropecuário
É interessante observar na tabela 12 a produção de leite de vaca mais que dobrou
entre 1980 e 1996 (de 14.956 para 32.538 mil litros) e nos dez anos seguintes, até 2006,
sofreu uma redução significativa para 21.294 mil litros. Já a produção de ovos de galinha
manteve-se aproximadamente constante entre 1980 e 2006.
5. Estrutura fundiária
5.1.Situação legal das terras no município de Rio Branco
A situação legal das terras no município de Rio Branco acompanha a situação
prevalecente na região Norte do país. Ou seja, muitas terras sem propriedade definida,
muitas reservas e algumas propriedades com títulos estabelecidos. A tabela 12 do ZEE
(2006), reproduzida abaixo, ilustra a situação de irregularidades fundiárias, apresenta as
áreas de projetos de assentamentos, pólos, reservas (efetivas e planejadas) e Áreas de
Preservação, mostrando que é uma região com a estrutura da propriedade ainda em
processo de consolidação. Outros mapas, disponíveis na prefeitura e no ITERACRE
corroboram este tipo de informação ao mostrarem que há muitas sobreposições de terras
privadas sobre estas mesmas áreas públicas e de vários tipos de reservas.
O mapa 2 também do ZEAS ilustra bem este tipo de problema, decorrente da
ausência de regulação da propriedade da terra no país e que se expressa de forma marcante
na região do Brasil.
MAPA 2. Situação Fundiária do Município de Rio Branco
5.2.Estratificação das propriedades
Conforme tabelas 13 e 14, a vasta maioria das propriedades em 1985 encontra-se na
faixa de menos de 100 há, somando 59,4% dos estabelecimentos, e representando 18,7% da
área total. Observa-se também uma grande concentração de propriedades entre 100 e 1000
há, que representam 39,7% do total de estabelecimentos do estado e ocupam 48% da área.
Entre 1985 e 1995-1996 observa-se que as propriedades com menos de 10 há
aproximadamente dobraram em termos relativos e absolutos, passando de 0,2% da área e
8,2% dos estabelecimentos em 1985 para 0,5% e 16.7% respectivamente em 1995-1996.
No mesmo período as propriedades de 10 a 100 há tiverem um pequeno aumento tanto em
área quanto em número de propriedades, nas de 100 a menos de 1000 observou-se uma
pequena diminuição em ambos os aspectos. No período o que mais chama a atenção é o
fato de as propriedades de 1000 a menos de 10000 há terem praticamente dobrado em área
(de 11,6% para 22,2%), e o número de estabelecimentos passou de 0,8% para 1,2%.
Tabela 13: Estabelecimentos agropecuários por grupos de área total – Acre
Estratificação das Propriedades
Grupo de Áreas 1985 1995-1996
Área % Área %
Menos de 10 há 9909 0,2 14293 0,5
10 a menos de 100 há 967090 18,5 659266 20,7
100 a menos de 1000 há 2512353 48 1247891 39,2
1000 a menos de 10000 há 608081 11,6 707174 22,2
10000 há e mais 1137329 21,7 554441 17,4
Fonte: IBGE – Censos Demográficos
Tabela 14: Estabelecimentos agropecuários por grupos de área total – Acre
Estratificação das Propriedades
Grupo de Áreas 1985 1995-1996
Estabelecimentos % Estabelecimentos %
Menos de 10 há 2888 8,2 3962 16,7
10 a menos de 100 há 17944 51,2 13647 57,4
100 a menos de 1000 há 13899 39,7 5860 24,6
1000 a menos de 10000 há 295 0,8 288 1,2
10000 há e mais 23 0,1 31 0,1
Fonte: IBGE – Censos Demográficos
Tabela 15: Estabelecimentos agropecuários por grupos de área total – Rio Branco
Estratificação das Propriedades - Rio
Branco
Grupo de Áreas 1985
Área %
Menos de 1 há 2 0
1 a menos de 2 há 57 0,03
2 a menos de 5 há 582 0,36
5 a menos de 10 há 1027 0,63
10 a menos de 20 há 10863 6,66
20 a menos de 50 há 36022 22,1
50 a menos de 100 há 114445 70,21
Total 162998 Fonte: IBGE – Censos Demográficos
Um dado interessante a ser destacado é o fato de que Rio Branco concentra 57,31%
dos imóveis até 50 há do estado. Essa concentração de pequenos imóveis deve ter sua
explicação na demanda representada pela concentração urbana.
Tabela 16: Estabelecimentos agropecuários por grupos de área total – Rio Branco
Estratificação das Propriedades – Rio Branco
Grupo de Áreas 1985
Estabelecimentos %
Menos de 1 há 9 0,22
1 a menos de 2 há 55 1,32
2 a menos de 5 há 205 4,94
5 a menos de 10 há 154 3,71
10 a menos de 20 há 778 18,73
20 a menos de 50 há 1196 28,79
50 a menos de 100 há 1757 42,3
Total 4154
Fonte: IBGE – Censos Demográficos
Tem-se que menos de um 1% das propriedades agropecuárias em Rio Branco tem
área correspondente a até 1 hectare.
5.4.Número e área dos estabelecimentos agrícolas
Tabela 17: Estabelecimentos agropecuários por grupos de área total – Rio Branco
Estratificação das propriedades – Rio Branco
Grupos de áreas (ha) 1995-1996
Estabelecimentos %
Menos de 10 538 19,1
10 a menos de 100 1832 64,9
100 a menos de 200 244 8,6
200 a menos de 500 117 4,1
500 a menos de 2000 60 2,1
2000 e mais 30 1,1
Total 2821
Fonte: IBGE - Censo Agropecuário
Entre 1985 e 1995-1996 observa-se um pequeno aumento na quantidade de
estabelecimentos com área de menos de 10ha, que passou de 423 para 538, e uma grande
mudança nos de 10 a menos de 100ha , que em 1.985 eram em 3.731 e de acordo com os
dados de 1995-1996 caíram para 1.832, menos da metade do valor de 10 anos antes.
Tabela 18: Estabelecimentos recenseadas por condição do produtor, Acre
Estabelecimentos Recenseados por Condição do
Produtor
Tipo
1985 1995-1996
área
(há) %
área
(há) %
Proprietário 2322000 44,4 2585218 81,2
Arrendatário 582802 11,1 20799 0,7
Parceiro 467920 8,9 18040 0,6
Ocupante 1862040 35,6 559009 17,6
Total 5234762 3183066
Fonte: IBGE - Censo Agropecuário
Gráfico 4: Estabelecimentos recenseadas por condição do produtor, Acre
Considerando os estabelecimentos agropecuários por categorias de produtores, tem-
se que em relação aos proprietários, em 1985, a área era correspondente a 44,4%, de
arrendatários a área era correspondente a 11,1% e os ocupantes definiam a sua área em
35,6%. Passados 10 anos, essa situação fundiária sofreu alteração. A área dos proprietários
passara a ser 81,2%, dos arrendatários teve uma considerável queda, passando a ser de
0,7%, e as áreas de produtores ocupantes fora reduzida em quase metade, que passou a ser
de 17,6%.
Tabela 19: Estabelecimentos recenseados por condição do produtor, Acre
Estabelecimentos Recenseados por Condição do Produtor
1980 1985 1995-1996
Tipo estabelecimentos %
Estabelecimento
s % estabelecimentos %
Proprietário 7 960 29,09 12931 36,9 16504 69,4
Arrendatário 7 292 26,65 5344 15,2 89 0,4
Parceiro 21 0,04 1029 2,9 44 0,2
Ocupante 12 098 44,22 15745 44,9 7151 30,1
Total 27 371 35049 23788 Fonte: IBGE - Censo Agropecuário
Em 1980, as categorias de produtores que ganhavam destaque no Estado eram os
ocupantes que estavam à frente de 44,22% dos estabelecimentos, os proprietários com
29,09% dos estabelecimentos, e os arrendatários responsáveis por 26,65% dos
estabelecimentos. Em 1985 quase não houve diferença na quantidade de estabelecimentos
de produtores na condição de ocupantes, sendo de 44,9%, os proprietários demonstraram
um pequeno aumento, passando a 36,9% dos estabelecimentos, e os arrendatários, com uma
queda, passou a ser de 15% dos estabelecimentos. Em 1995-1996 essa situação já havia
mudado: os ocupantes representavam apenas 30,1% dos estabelecimentos, enquanto que os
proprietários passaram a estar à frente de 69,4% e a categoria dos arrendatários, que antes
era significativa, praticamente desapareceu, passando a caber-lhe somente 0,4% dos
estabelecimentos. Esse novo arranjo na organização da produção, provavelmente
corresponde a um declínio maior do extrativismo, cujos preços não justificam o
arrendamento das áreas.
Nota-se que a maior quantidade de propriedades rurais em Rio Branco é habitada
pelos próprios proprietários, sendo no total uma área de 313, 48 hectares. Em ultimo lugar
está os arrendatários com 88 hectares.
Tabela 20: Estabelecimentos e área segunda a condição do produtor – categorias familiares por tipo de renda patronal – Rio
Branco
Estabelecimentos e Área segundo a Condição do Produtor - Rio Branco
Categorias Familiares por Tipo de Renda e Patronal
Categorias
Proprietario Arrendatario Parceiro Ocupante
Número Hectares Número Hectares Número Hectares Número Hectares
TOTAL 2,467 313,487 4 88 15 437 335 11,631
Total Familiar 2,124 115,485 2 16 13 169 97 3,722
maiores rendas 155 11,868 1 6 3 19 5 106
renda média 620 43,273 0 0 1 25 30 1,984
renda baixa 521 26,172 1 10 2 9 30 973
quase sem renda 828 34,171 0 0 7 115 32 657
Patronal 314 196,723 2 72 2 268 1 3
Instituições Religiosas 1 0 0 0 0 0 0 0
Entidades Públicas 28 1,278 0 0 0 0 237 7,906
Não Identificado - - - - - - - -
Fonte: Censo Agropecuário 1995/96, IBGE.
Elaboração: Convênio INCRA/FAO.
Notas:
Um hifen, "-" indica valor zero.
O zero "0"indica um valor muito pequeno.
Tabela 21: Projetos de Assentamentos em Rio Branco – Acre
Fonte: ZEE 2006
No Estado do Acre, dentre os Projetos de Assentamentos existentes, 9 estão
localizados na Capital, Rio Branco, sendo administrados pela prefeitura. Acima, na tabela
21 são apresentados os Projetos de Assentamentos de Rio Branco, relacionando as suas
respectivas áreas, a capacidade de cada um em assentamentos e quantidade de famílias
assentadas, em 2006. Nota-se que o Projeto Figueira é o que possui a maior área, no
entanto não é o que apresenta maior capacidade de assentados, pois vem a ser Projeto
Moreno Maia com capacidade para 497 assentados, sendo o Figueira de apenas 354
assentados. Já o Projeto Vista Alegre vem a ser o que possui a menor área, com 947.103 há,
sua capacidade é para 35 assentados, e em 2006 conta-se 29 famílias assentadas.
6. Preços de terras rurais a partir de dados secundários
A análise dos preços vendas e arrendamentos de terras, com dados secundários, é feita com
base em diferentes fontes. A mais antiga é a FGV que coleta as informações através dos
escritórios de assistência técnica do município (antiga EMATER). Uma fonte mais recente,
do mesmo tipo é a FNP, que trabalha a partir de informantes selecionados e divide o estado
do Acre em duas regiões. Em termos mais locais há duas outras fontes que foram utilizadas
neste estudo: o INCRA
Os preços de arrendamento de terras destinadas à lavoura no Brasil ao decorrer do período
de 1995-2006 sofreram variação, mas não tão grandes. De 1995 para 2000, houve queda
dos preços, de R$318,70 por hectare passou a R$272,20 por hectare. De 2000 para 2003, os
preços das terras no Brasil tiveram uma elevação significativa, tendo sido o ano em que o
preço esteve mais alto, sendo de R$440,40 por hectare. Nos anos seguintes, o preço foi
reduzindo até R$337,60 por hectare em 2006. Agora tratando-se do Estado do Acre, em
1996 o preço da terra era de R$97,40 por hectare, em 1998 subiu para R$210,90. De 1998
para 2006, o preço caiu bastante ficando em apenas R$86 por hectare de terra para lavoura.
Tabela 22: Preços de Arrendamento de Terras para Lavoura, Brasil e Acre.
Preço de arrendamento de terras para lavouras
Brasil
Ano 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
R$/ha 318,7 290,3 288,5 297,8
283,4
272,2
286,8
348,5
440,4
348,3
315,2
337,6
Acre
Ano 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
R$/ha - 97,4 - 210,9 194,2 - - - - - - 86,0
Fonte:IBRE/FGV, 2007
Gráfico 5: Preços de Arrendamento de Terras para Lavoura, Brasil
Gráfico 6: Preços de Arrendamento de Terras para Lavouras, Acre
Como se observa na tabela 27 e gráficos subsequentes, ao longo de 10 anos o preço de
arrendamento das terras para pastagens no Brasil sofreu aumentos e quedas, que não foram
em um nível alto. Em 2003, o preço das terras para pastagens no Brasil era de R$162,00 por
hectare, tendo sido este o maior preço do período de 1995 a 2005. De 2005 a 2006, teve um
pequeno aumento no preço das terras para pastagens, passando de R$129,30 a R$171,60
por hectare.
E no caso do Acre, com base nas mesmas fontes as terras para pastagem tiveram preços de
arrendamento semelhantes aos das terras para lavoura. Isto decorre provavelmente do fato
que o arrendamento mais freqüente seja o de terras de pastagem.
Tabela 23: Preços de Arrendamento de Terras para Pastagens, Brasil e Acre
Preço de arrendamento de terras para pastagem
Brasil
Ano 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
R$/ha 183,4 146,1 129,0 131,0 126,5 126,3 128,8 136,9 162,0 131,7 129,3 171,6
Acre
Ano 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
R$/ha - 97,4 - 210,9 194,2 - - - - - - 86,0
Fonte:IBRE/FGV, 2007
Gráfico 7: Preços de Arrendamento de Terras para Pastagens, Brasil
Gráfico 8: Preços de Arrendamento de Terras para Pastagens, Acre
Quando se trata de preço de vendas de terras para lavoura percebe-se, pela tabela 28 e
gráficos uma diferença significativa entre este e o preço de arrendamento. Em 1995, o
preço de venda das terras destinadas à lavoura no Brasil era de R$4.441 por hectare, em
1998 o preço caiu para R$3.084. De 1999 a 2006, o preço de venda das terras para lavoura
no Brasil foi aumentando gradativamente, atingindo em 2006 R$5.506 por hectare. No
Estado do Acre, os preços também se elevaram ao decorrer dos anos. Em 1996, estava em
R$722, já em 2006 este valor passou a ser de R$1.211 por hectare de terras para lavoura. O
ano de 2000 foi o único que apresentou registro de queda, pois nos anos sucessivos o preço
continuou a crescer.
Tabela 24: Preços de Venda de Terras para Lavoura, Brasil e Acre
Preço de venda de terras para lavoura
Brasil
Ano 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
R$/ha
4.441
3.357
3.234
3.084
3.127
3.178
3.601
4.223
4.816
5.042
5.011
5.506
Acre
Ano 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
R$/ha -
722 725
841
861 831
844
859 908
943
957
1.211
Fonte:IBRE/FGV, 2007
Gráfico 9: Preços de Venda de Terras para Lavoura, Brasil
Gráfico 10: Preços de Venda de Terras para Lavouras, Acre
Como se observa na tabela 29, de 1995 a 1999, o preço de venda das terras com destinação
a pastagens no Brasil ano após ano foi se reduzindo. Em 1995 o preço era de R$2.474,5 por
hectare passando a ser em 1999 de R$1.506,5. A partir de 2000, os preços das terras para
pasto foram a cada ano se elevando, ate que em 2006 atingiu o valor de R$2.590,20 por
hectare. Já no caso do Estado do Acre, em 1996 o preço da terra era de R$714,20 e em
2006 passou a R$1.078. Contudo, ressalta-se que durante esse período houve algumas
variações de queda no preço. Em destaque está o ano de 1997, pois fora o ano que
apresentou o menor preço de venda das terras para pastagens no Acre.
Tabela 25: Preços de Venda de Terras para Pastagens, Brasil e Acre
Preço de venda de terras para pastagens
Brasil
Ano 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
R$/ha 2474,5 1761,3 1608,7 1513,6 1506,5 1541,9 1798,4 2074,7 2797,7 2485,5 2616,1 2590,2
Acre
Ano 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
R$/ha - 714,2 653,8 708,8 714,3 687,3 725,0 807,3 848,3 780,5 804,4 1078,0
Fonte:IBRE/FGV, 2007 Gráfico 11: Preços de Venda de Terras para Pastagens, Brasil
Gráfico 12: Preços de Venda de Terras para Pastagens, Acre
Na tabela 30, dos preços das terras do Acre, levantados pelo FNP, há uma classificação
específica dos mesmos que permite outro tipo de ilações. No município de Rio Branco, o
preço de terras com mata no ano de 2002 estava fixado a R$124 por hectare, para 2006 e
2007, houve elevação desse preço. As terras de pastagem formada no asfalto de 2002 para
2007 aumentaram mais que o dobro, passou de R$741 a R$1.748 por cada hectare.
Tabela 26: Preços dos tipos de terras no Acre
Preços de terras (R$/há)
Tipos de terras 2002 2006 2007
2008
2009 ∆ 09/08 ∆ 09/02
Acre
Rio Branco Região IFNP 126* % %
Mata (Rio Branco) 124 141 161 185 185 0 49,2
Mata fácil acesso 35 95 110 125 125 0 257,2
Pastagem formada de difícil acesso 98 594 821 1250 1300 4 1226,5
Pastagem formada de fácil acesso
(Senador Guiomard/Xapuri) 410 934 1.302 2300 2400 4,3 485,4
Pastagem formada no asfalto (Rio
Branco) 741 1.252 1.748 2800 2800 0 277,9
Tarauacá Região IFNP 127**
Mata (Cruzeiro do Sul/Tarauacá) 63 48 56 76 80 5,2 27
Mata de fácil acesso 30 29 34 50 50 0 66,67
Pastagem formada de difícil acesso 90 321 351 730 730 0 711,1
Pastagem formada de fácil acesso
(Cruzeiro do Sul/Tarauacá) 131 331 494 900 900 0 587,0
Fonte: Instituto FNP, 2008
* Acrelândia, Assis Brasil, Brasiléia, Bujari, Capixaba, Epitaciolândia, Manoel Urbano, Plácido de Castro, Porto Acre, Rio Branco,
Santa Rosa do Purus, Sena Madureira, Senador Guiomard, Xapuri.
** Cruzeiro do Sul, Feijó, Jordão, Mâncio Lima, Marechal Thaumaturgo, Porto Walter, Rodrigues Alves, Tarauacá.
Conforme a tabela 31, o preço das terras no Brasil, encontra-se avaliadas entre R$35 a
R$32.169 por hectare, com média de R$3.998. As terras da região Norte têm o seu preço
variando entre R$35 a R$6.222, com média de R$1.271. Estes dados significam que a
região Norte é a que define o menor preço de terras do Brasil (de R$35). O Estado do Acre,
por sua vez, apresenta preços que variam de R$43 a 2.718 por hectare, sendo a média de
R$881. Isto indica que o Acre não é o Estado da região Norte que possui menor preço de
terras.
Tabela 27: Preço das terras brasileiras por região (R$/ha)
Região Média Máxima Mínima
Norte* 1.271 6.222 35
Brasil* 3.998 32.169 35
Acre** 881 2.718 43
Fonte: Instituto FNP, fevereiro de 2008
Notas: * Cotação de Jan/Fev de 2007
** Cotação de Jan/Fev de 2008
Gráfico 13: Preço das terras brasileiras por região (R$/ha)
Com base nas informações do BASA de Rio Branco, organizou-se a tabela 32, que mostra
que em 2007, no Acre, as áreas de terra nua estavam a preço mínimo e máximo, de R$200 e
R$250 por hectare, respectivamente. Áreas de mata com madeira de lei estavam em média
de R$250 por hectare e mata sem madeira de lei, com preço de R$140 em média. Capoeira
ou capoeirão tiveram preço mínimo de R$70 e máximo de R$100. As pastagens artificiais
mecanizadas têm o preço médio de R$1.100, já as áreas de pastagens artificiais não
mecanizadas, o seu preço reduz para R$900 em média.
Tabela 28: Terras e coberturas (/ha), no Estado do Acre 2007.
COBERTURAS
ESPECIFICAÇÃO Variação R$
MÍNIMO MÁXIMO MÉDIA
Terra nua 200,00 250,00 225,00
Mata com incidência de madeira de lei 200,00 300,00 250,00
Mata sem incidência de madeira de lei 100,00 180,00 140,00
Capoeira / Capoeirão (com idade de 03 a 06 anos) 70,00 100,00 85,00
Pastagens artificiais mecanizadas 1.000,00 1.200,00 1.100,00
Pastagens artificiais não mecanizadas 800,00 1.000,00 900,00
Área agrícola ( * ) - - -
( * ) A valorização da área agrícola, depende da cultura implantada e do prestigio de desenvolvimento da mesma.
Fonte: BASA, 2007
Os levantamentos do INCRA, da tabela 33, mostram que em Rio Branco, o preço de terra
com mata com madeira de lei reduziu bastante de 1995 a 2001, pois inicialmente era de
R$571 passando a R$155 por hectare. Áreas de pasto mecanizado também tiveram seu
preço reduzido, em 2000 estava a R$715 e em 2001 passou a R$475 por hectare. E 1
hectare de terra de pasto não mecanizado estava ao preço de R$541 em 1995, passou a ser
R$207 no ano 2001. Similarmente ás outras áreas, a terra nua cujo preço em 1995 era de
R$496 em 2001 passou a R$199.
Tabela 29: Preço de terra em Rio Branco
Preços da Terra no município de Rio Branco (R$/há)
Ano 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001
MATA C/ MAD DE LEI 571 244 226 217 - 172 155
PASTO MECANIZADO - - - - - 715 475
PASTO NÃO
MECANIZADO 541 333 301 290 - 229 207
TERRA NUA 496 244 226 217 228 219 199
Fonte: INCRA
Gráfico 14: Preço de terra em Rio Branco
7. Preços de Terras na região do Riozinho do Rola: uma pesquisa de campo
7.1.Metodologia
Conforme observado no Fluxograma de tarefas a realização da pesquisa de mercados de
terras locais tem três etapas a serem realizadas. A primeira etapa: a pesquisa preliminar,
onde deverá ser feita a organização e sistematização das informações gerais sobre o
município. A segunda etapa (pesquisa de campo), prevê a realização de visitas e pesquisa
junto ao cartório de imóveis da cidade e posteriormente prevê a realização dos três tipos de
pesquisa: a de ofertas, a dos negócios realizados e a de opinião. A terceira etapa, é a
conclusão e apresentação dos resultados. Esta etapa, prevê a entrega do relatório final de
cada um dos municípios estudados e a participação de um seminário, onde serão discutidos
e apresentados os resultados do projeto.
7.1.1. Levantamento de informações geográficas e sócio-econômicas baseada em dados
secundários
O primeiro passo realizado foi o levantamento de informações geográficas e sócio-
econômicas do município, que deu origem a primeira parte deste relatório. Foram coletados
e analisados dados referentes a cartografia, aspectos fisiográficos: aspectos geológicos e
climáticos, relevo e vegetação, solos e capacidade de uso das terras. Aspectos sócio-
econômicos: demografia, educação, saúde, emprego, saneamento, infra-estrutura
econômica (energia elétrica, sistema viário e comunicações), atividades econômicas:
produção, comércio e serviços, dinâmica da agricultura (incluindo as principais culturais do
município e seu rendimento produtivo) e, estrutura fundiária: distribuição da terra (número
de estabelecimentos, área e grupos). Esses dados foram obtidos através do censo do IBGE,
de estatísticas cadastrais do INCRA (SNCR - Sistema Nacional de Cadastro Rural, 1998),
estatísticas das EMATER e da prefeitura do município de Rio Branco, complementado com
viagens de reconhecimento de campo, que permitiram ainda verificar a existência de
disputas e invasões de terras ou a presença do movimento dos sem terra.
7.1.2. Obtenção dos Negócios Realizados e pesquisa de opinião
A pesquisa para a obtenção dos dados de negócios realizados iniciou-se no município de
Rio Branco obtendo todos os negócios realizados durante o período de julho de 2000 a
março de 2007. O levantamento feito junto à prefeitura trouxe informações tais como: a
data de realização do negócio, o nome e local de moradia do vendedor e do comprador, a
atividade principal do comprador (urbana ou rural), a área da propriedade negociada, o
lugar, nome da fazenda e do município.
Após a obtenção das informações dos negócios realizados é feita a pesquisa de opinião e
pesquisa de oferta de negócios. Esta parte da pesquisa é de suma importância ao objetivo do
trabalho, pois estabelece a posição dos agentes frente ao ativo terra no momento atual. O
aprimoramento das informações regionais só se consegue através de entrevistas com atores
diretamente envolvidos nas transações com terras rurais, incluindo nesse grupo desde
fazendeiros até trabalhadores rurais.
Estas informações poderão complementar as obtidas na amostra e enriquecerão os dados
sobre os preços de terras do município. Os agentes a serem consultados são: prefeitos
locais, cartórios, sindicatos de proprietários rurais, secretarias municipais de agricultura,
escritórios da EMATER, gerências do Banco do Brasil e corretores de imóveis2
O objetivo desta parte do trabalho foi ter um primeiro contato com o problema
agropecuário e particularmente com os preços praticados na região e que possam servir de
referência para comparar, posteriormente, com os preços encontrados na pesquisa com os
negócios realizados.
Objetivando uma perfeita visualização das características e valores dados pelos
entrevistados na pesquisa de opinião, foi elaborado um quadro resumo, agrupando-se todos
os preços de terra dados pelos entrevistados.
7.1.3. Pesquisa dos negócios realizados
Após ter sido selecionada a amostra, os dados serão coletados através de entrevistas
realizadas por você para este fim com compradores de propriedades rurais, ou seja com os
agentes dos negócios realizados no município selecionado. Todos os elementos pesquisados
deverão ser consignados em fichas de pesquisa (questionários) cujo conjunto fará parte dos
anexos desta metodologia.
Vale lembrar que esta parte da pesquisa tem uma grande importância, toda vez que ela
deverá mostrar, entre outras informações, o preço de mercado da terra rural dos negócios
realizados nesse município.
2 O corretor de imóveis deverá ser o último a ser entrevistado, ele poderá fornecer a informação e os dados
dos proprietários que estão vendendo seus imóveis rurais. A partir dessa informação poderão ser feitas as
entrevistas para determinar o preço atual ofertado pelos agentes. Ressalta-se que o roteiro da entrevista de
opinião é o mesmo que o de ofertas.
FLUXOGRAMA DA PESQUISA DE MERCADOS DE TERRAS
Workshop: “Mercados de Terras Locais”
Apresentação e discussão da Metodologia de
Pesquisa
Primeira Etapa
Pesquisa Preliminar
Levantamento de Dados Secundários
Elaboração do Relatório Preliminar
Segunda Etapa:
Pesquisa de Campo
Pesquisa no Cartório - Pesquisa de Opinião
do Município - Pesquisa de Ofertas
Escolha da Amostra Pesquisa dos Negócios
dos Realizados
Negócios Realizados
Tabulação e Análise
dos Dados
Terceira Etapa
Conclusão e Apresentação dos Resultados Elaboração do
Relatório Final
Seminário: Mercado de
Terras Locais
7.3.Dinâmica dos mercados de terras rurais: os negócios a partir de informações
secundárias
De 2000 a 2007, em Rio Branco o número de negociações oficiais3 de imóveis rurais foi
bastante oscilante, com tendência a queda. Em 2000 o maior número de negociações, foi de
áreas de a partir de 100 hectares. Nos anos seguintes as negociações variaram. Contudo, ao
decorrer desses anos, foram mais negociadas áreas de ate 10 hectares.
Tabela 30: Imóveis negociados por extrato de área em Rio Branco – AC, 2000 a 2007
Número de Imóveis Negociados por estrato de área
Município de Rio Branco (AC) 2000 a 2007
Número de Negócios
Ano
Estratos de área (ha)
Total % 0 - 10 10 – 20 20 - 50 50 - 100 100 e mais
2000 17 19 21 27 33 117 15,48
2001 37 12 19 33 24 125 16,53
2002 26 12 24 27 15 104 13,76
2003 22 19 26 19 14 100 13,23
2004 17 8 17 25 19 86 11,38
2005 21 12 17 14 14 78 10,32
2006 29 10 25 17 10 91 12,04
2007 21 10 7 8 9 55 7,28
Total 190 100 158 170 138 756 100,00
Fonte: Cartório e/ou Prefeitura
Nota: Esta tabela serve para ponderar o tamanho da amostra
3 Há inúmeros negócios que por motivos diversos (evasão fiscal, custo elevado, ausência de título, entre
outros) não são registrados. Portanto a pesquisa se refere apenas aos registrados.
Tabela 31: Imóveis negociados por extrato de área em Rio Branco – AC, 2000 a 2007
Porcentagem dos Imoveis Negociada por Estrato de Área
Município de Rio Branco (AC) 2000 a 2007
Número de Negócios
Ano
Estratos de área (ha)
Total 0 – 10 10 – 20 20 – 50 50 – 100 100 e mais
2000 14,53 16,24 17,95 23,08 28,21 100,00
2001 29,60 9,60 15,20 26,40 19,20 100,00
2002 25,00 11,54 23,08 25,96 14,42 100,00
2003 22,00 19,00 26,00 19,00 14,00 100,00
2004 19,77 9,30 19,77 29,07 22,09 100,00
2005 26,92 15,38 21,79 17,95 17,95 100,00
2006 31,87 10,99 27,47 18,68 10,99 100,00
2007 38,18 18,18 12,73 14,55 16,36 100,00
Total 190,00 100,00 158,00 170,00 138,00 756,00
% 25,13 13,23 20,90 22,49 18,25 100,00
Fonte: Cartório e/ou Prefeitura
Nota: Esta tabela serve para ponderar o tamanho da amostra
Em 2000, os imóveis negociados, em Rio Branco, com área de ate 10 hectares foi
correspondente a 14,53%. Em 2007, esse número se elevou para 38,18%. As áreas de 10 a
20 hectares, a diferença foi mínima de negociações de 2000 para 2007. Já as áreas de 20 a
100 hectares, comparando os anos de 2000 e 2007, as negociações dessas se reduziram.
Tabela 32: Área negociada por extrato de área em Rio Branco – AC, 2000 a 2007
Área negociada por estrato de área
Município de Rio Branco (AC) 2000 a 2007
Área Negociada
Ano
Estratos de área (ha)
Total % 0 - 10 10 - 20 20 - 50 50 - 100 100 e mais
2000 77,57 281,84 687,92 1.892,31 195.330,64 198.270,28 7,76
2001 159,41 160,65 538,62 2.259,55 29.795,21 32.913,44 1,29
2002 118,91 147,24 754,04 1.801,33 8.705,98 11.527,50 0,45
2003 107,69 244,89 764,96 1.266,50 38.992,99 41.377,03 1,62
2004 75,66 126,27 526,38 1.739,44 15.540,14 18.007,89 0,70
2005 96,50 165,52 593,42 898,84 23.219,41 24.973,69 0,98
2006 130,46 141,19 815,32 1.157,59 1.479.372,56 1.481.617,12 57,99
2007 78,97 150,03 191,22 486,19 745.326,18 746.232,59 29,21
Total 845,17 1.417,63 4.871,88 11.501,75 2.536.283,11 2.554.919,54 100,00
Fonte: Cartório e/ou Prefeitura
Nota: Esta tabela serve para ponderar o tamanho da amostra
Agora, se tratando de extensões de áreas negociadas, no ano de 2000 o total de áreas
negociadas foi de 198.270,28 hectares. Já em 2007, esse número foi de 746.232,59
hectares, em porcentagem equivale a 29,21%, sendo que em 2000 fora de apenas 7,76% das
negociações. Contudo, ressalta-se que a maior quantidade de área foi negociada no ano de
2006, num total de 1.481.617,12 hectares, equivalente a 57,99% das negociações de 2000 a
2007. As áreas de 100 hectares ou mais foram as mais negociadas em Rio Branco, no
decorrer do período.
Tabela 33: Área negociada por extrato de área em Rio Branco – AC, 2000 a 2007
Área negociada por estrato de área – Porcentagem
Município de Rio Branco (AC) 2000 a 2007
Área Negociada
Ano
Estratos de área (ha)
Total 0 - 10 10/20 20 - 50 50 - 100 100 e mais
2000 0,04 0,14 0,35 0,95 98,52 100
2001 0,48 0,49 1,64 6,87 90,53 100
2002 1,03 1,28 6,54 15,63 75,52 100
2003 0,26 0,59 1,85 3,06 94,24 100
2004 0,42 0,7 2,92 9,66 86,3 100
2005 0,39 0,66 2,38 3,6 92,98 100
2006 0,01 0,01 0,06 0,08 99,85 100
2007 0,01 0,02 0,03 0,07 99,88 100
Total 845,2 1.417,63 4.871,88 11.501,75 2.536.283,11 2.554.919,54
% 0,03 0,06 0,19 0,45 99,27 100
Fonte: Cartório e/ou Prefeitura
Nota: Esta tabela serve para ponderar o tamanho da amostra
De 2000 a 2007, os maiores percentuais de áreas negociadas em Rio Branco, foram
as que se encontram na estratificação a partir de 100 hectares. No decorrer dos anos,
passara por oscilações, mas a diferença não fora muito alta. Em 2007 as áreas de ate 10
hectares, mostraram um dado de apenas 0,01% das áreas negociadas, já as áreas de a partir
de 100 hectares, foi 99,88%.
7.4.Resultados da Pesquisa de campo dos negócios realizados
A pesquisa de campo foi realizada na região do Riozinho do Rola e a beira da Rodovia
Transacreana entre os meses de dezembro de 2007 e dezembro de 2008. Havia uma
decisão de se analisar o mercado de terras a partir de três amostras da ordem de 50 negócios
cada, realizados para os seguintes segmentos:
a) propriedades sem títulos
b) propriedades rurais com títulos
c) propriedades peri-urbanas;
A estimação de regressões tinha os seguintes objetivos:
i) estimar diferentes equações para os diferentes mercados pois tinha-se como hipótese
que os mercados eram muito distintos;
ii) verificar o poder explicativo das regressões e das variáveis para a determinação do
preço da terra para os diferentes fins: negócios, desapropriações etc..
iii) verificar em que medida o titulação e a proximidade das cidade interferia no preço da
terra a ponto de estabelecer uma curva diferente para estes casos.
Mas várias ordens de problemas decorrentes de problemas de clima, de acesso e de
dificuldades logísticas levaram a que se obtivesse uma amostra com 38 observações
conforme tabela 34 abaixo. Esta tabela 34 apresenta as principais estatísticas das 4 variáveis
estatisticamente significativas4 para explicar o preço da terras (valor do imóvel – R$/há),
4 Definição das variáveis independentes: ln_AreaTotal – logaritmo da Área total (ha) (v363)
ln_benfeitHA – logaritmo do valor total das benfeitorias (v371b + v372b) Nota agronômica – segundo as ponderações de Norton Distância ponderada – Foram dadas as seguintes ponderações para os tipos de acesso: 100% - V255a - Acesso: Estrada asfaltada 80% - V255b - Acesso: Estrada de terra 50% - V255c - Acesso: Estrada sem revestimento 30% - V255d - Acesso: Rio 20% - V255e - Acesso: Caminho ou trilha
entre as mais de 200 obtidas nos questionários. Estas são a distância do mercado, a nota
agronômica (média entre tipo de solo e distância do mercado), áreas total (há) e valor das
benfeitorias (R$/há).
A mesma tabela 34. mostra que as três propriedades tituladas são as maiores, com área
média de 1600 ha e tem um preço médio de R$ 117,39, com desvio padrão bastante
razoável nas diferentes variáveis.
Em contrapartida observa-se que as 15 propriedades rurais não titulados têm em média 375
há, e a terra assume um valor médio de R$ 473,01 por hectare.
Já as 20 observações de propriedades peri-urbanas, todas no bairro Benfica, apresentam
uma área média de 63,2 ha e apresentam um preço médio de R$ 5.455,59. Principalmente o
tamanho e o preço expressam suas características de propriedades peri-urbanas.
Tabela 34. Região do Riozinho do Rola: estatísticas descritivas das variáveis significativas na
determinação do preço da terra
Estatísticas
Distância ponderada
(100%, 80%, 50%, 30%,
20)
Nota agronômica
Valor do imóvel (R$/ha)
Área total (ha)
Valor total das
benfeitorias por há (R$/há)
Propriedade rural Titulada
Numero 3,00 3,00 3,00 3,00 3
Média 85,67 0,82 117,39 1.600,00 0,00
Desvio Padrão
8,02 0,19 195,26 1.664,33 0,00
Mínimo 78,00 0,62 3,75 400,00 0,00
Máximo 94,00 1,00 342,86 3.500,00 0,00
Propriedade rural não titulada
Numero 15,00 15,00 15,00 15,00 15
Media 46,03 0,92 473,01 375,20 13,85
Desvio padrão 28,76 0,05 770,89 760,50 38,12
Mínimo 7,80 0,84 2,40 9,00 0,00
Máximo 99,00 1,00 2.500,00 3.000,00 134,62
Propriedade Numero 20,00 20,00 19,00 20,00 20
Variável dependente: lnValor da terra – logaritmo do valor total do imóvel R$/há.
Peri-urbana Media 18,55 0,72 5.455,59 63,20 1.591,92
Desvio padrão 18,64 0,15 5.686,10 186,46 4.650,39
Mínimo 6,50 0,30 4,29 0,00 0,00
Máximo 92,00 0,90 25.000,00 700,00 21.000,00
Total
Numero 38,00 35,00 34,00 35,00 38
Media 30,33 0,81 3.257,39 196,91 843,32
Desvio padrão 26,93 0,16 4.918,71 531,15 3.427,15
Mínimo 6,50 0,30 2,40 0,00 0,00
Máximo 99,00 1,00 25.000,00 3.000,00 21.000,00
Fonte: Pesquisa de campo
7.4.1. Modelo Completo O primeiro modelo que se experimentou é o modelo completo com todas as
variáveis mais significativas obtidas nas pesquisas de campo. O valor do teste F
de 182,56 com significância de 0 % mostra que a regressão existe e é significativa
estatisticamente. O R2 de 0,986 atesta que o ajustamento seja muito bom fazendo
com que o modelo possa ser usado para estimações.
Neste modelo além da constante apenas as variáveis benfeitorias e área total são
significativas a menos de 5 % de significância. A nota agronômica e a distância
ponderada são significativas a apenas15 %, fazendo com que não sejam
utilizadas no modelo. Portanto o modelo melhor é aquele que trabalha apenas
com aquelas duas variáveis.
Tabela 35. Resultado da regressão modelo 1 completo
Variáveis Unstandardized Coefficients
Standardized Coefficients
t Sig.
Collinearity Statistics
B Std. Error Beta
Tolerance
VIF
(Constant) 1,750 1,434 1,220 0,257 Ln_AreaTotal -0,439 0,103 -0,325 -4,282 0,003 0,189 5,296 Ln_benfeitHA 0,799 0,106 0,794 7,544 0,000 0,098 10,200
Nota agronômica 1,497 0,855 0,080 1,751 0,118 0,525 1,907 Distância ponderada
0,015 0,009 0,106 1,656 0,136 0,266 3,761
Dummy Peri-urbano
0,304 0,327 0,046 0,928 0,380 0,439 2,278
Model R
R Square
Adjusted R Square
Std. Error of the Estimate Durbin-Watson
1 ,996(a) ,991 ,986 ,36664 1,198
ANOVA(b)
Model
Sum of Squares df
Mean Square F Sig.
1 Regression
122,680 5 24,536 182,526 ,000(a)
Residual 1,075 8 ,134
Total 123,756 13
a Predictors: (Constant), Dummy Peri-urbano, Nota agronômica, ln_AreaTotal, Distância ponderada (100%, 80%, 50%, 30%, 20), ln_benfeitHA b Dependent Variable: ln_ValorHA 7.4.2. Modelo 2. Dummies Peri-urbano e titulação O segundo modelo tem como objetivo testar as hipóteses relativas aos três
mercados: a) titulados, b) não titulados e c) peri-urbanos. Como se observa na
tabela 36 esta regressão também trabalhou com o impacto da área e estabeleceu
duas dummies uma para diferenciar as terras oeri-urbanas e outra para as com e
sem título. Mas, apesar da regressão dar significativa (F = 20,47) e com bom
poder explicativo (R2= 62%), nenhum dos parâmetros das dummies assumiu valor
estatisticamente diferente de zero como atestam os testes t (0,28 e –0,27)
respectivamente. Há duas possíveis causas que explicam este resultado:
a) as demais variáveis são suficientes para explicar as variações do preço da
terra não sendo portanto necessárias variáveis dummies para os aspectos
legais e para a proximidade da cidade;
b) a pequena participação das propriedades tituladas na amostra faz com que sua
participação não seja suficiente para interferir na dinâmica do mercado de
terras
Mas a variável ln da área deu significativa, mas explicando sozinha muito menos
da variação do preço da terra como atesta o R quadrado.
Portanto pode-se concluir que com base nesta amostra este não é um bom
modelo para fazer previsões e estimações do preço da terra na região do Riozinho
do Rola.
Tabela 36. Resultado da regressão modelo 2. com Dummies
Mod. 2
R R Square Adjusted R Square
Std. Error of the Estimate
Durbin-Watson
,807(a) ,650 ,619 1,73364 ,799
ANOVA(b)
Mod. 2 Sum of Squares df
Mean Square F Sig.
Regression 184,567 3 61,522 20,470 ,000(a)
Residual 99,182 33 3,006
Total 283,749 36
Variáveis
Unstandardized Coefficients
Standardized Coefficients
t Sig.
Collinearity Statistics
B Std. Error Beta
Tolerance VIF
(Constant) 8,606 1,540 5,589 ,000
ln_AreaTotal -,809 ,168 -,728 -4,827 ,000 ,466 2,145
Dummy Peri-urbano
,390 1,409 ,070 ,277 ,784 ,164 6,107
Dummy Ilegal -,312 1,168 -,055 -,267 ,791 ,247 4,049
7.4.3. Modelo síntese simplificado O melhor modelo para explicar o preço da terra na região do Riozinho do Rola
com um é portanto resultado dos dois modelos anteriores que é apresentado na
tabela 37. Nesta as duas variáveis explicativas para o preço da terra são o
tamanho da propriedade e o valor das benfeitorias. O valor do teste F de 392,28
com significância de 0 % mostra que a regressão existe e é significativa
estatisticamente. O R2 de 0,984 atesta que o ajustamento seja muito bom fazendo
com que o modelo possa ser usado para estimações.
Neste modelo além da constante as variáveis benfeitorias e área total são
significativas a menos de 5 % de significância. Portanto este é o modelo que pode
ser utilizado para estimar o preço da terra para esta região.
Tabela 37. Resultado da regressão modelo 3. Síntese
Mod 3 R R
Square Adjusted R Square
Std. Error of the Estimate Durbin-Watson
,993(a) ,986 ,984 ,39441 1,822
Mod 3 Sum of
Squares df Mean
Square F Sig.
Regression
122,045 2 61,022 392,284 ,000(a)
Residual 1,711 11 ,156
Total 123,756 13
Variáveis
Unstandardized Coefficients
Standardized Coefficients
t Sig.
Collinearity Statistics
B Std. Error Beta
Tolerance VIF
(Constant) 4,516 ,661 6,835 ,000
ln_AreaTotal -,506 ,104 -,375 -4,869 ,000 ,212 4,707
ln_benfeitHA ,650 ,077 ,646 8,393 ,000 ,212 4,707
Para se finalizar o estudo de mercados de terras precisa-se deixar claro que as
regressões significativas estatisticamente na realidade são adequadas para
estimar os preços de terras dos mercados de terras rurais. Para os preços peri-
urbanos haveria a necessidade de um estudo mais aprofundado com um número
mais expressivo de observações.
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Desenvolvimento Sustentável? – Anais do XXXVII Congresso Brasileiro de Economia e
Sociologia Rural – SOBER.
REYDON, B. (1999) “Agricultura sustentável: uma agenda para o desenvolvimento de
produção economicamente viável para a região Amazônica”. In: Romeiro, A.; Reydon,
B.; Leonardi, M.L. Economia do Meio Ambiente . UNICAMP-EMBRAPA: Campinas.
2ª Edição.
REYDON, B.P.; PLATA, L.A. (2000) Intervenção estatal no mercado de terras: a
experiência recente no Brasil. Campinas: NEAD. 172p. (Estudos NEAD, n.3).
REYDON, B.P.; CORNÉLIO, F. N.M. (2006) Mercados de Terras no Brasil: estrutura e
dinâmica. NEAD – DEBATE 7. Ministério do Desenvolvimento Agrário. Brasília
REYDON, B.P.(2007). “A regulação institucional da propriedade da terra no Brasil: uma
necessidade urgente”. In: RAMOS, P. Dimensões do Agronegócio Brasileiro:
Políticas, Instituições e Perspectivas. Brasília: MDA (NEAD – Estudos 15)
SMITH, N., J. DUBOIS, D. CURRENT, E. LUTZ & C. CLEMENT. (1998) Experiências
Agroflorestais na Amazônia Brasileira: Restrições e Oportunidades. Programa Piloto
para a Proteção das Florestas Tropicais do Brasil.
UFAC – Universidade Federal do Acre (2001). Relatório ASPF Departamento de Economia.
ZEE – Zoneamento Ecológico-Econômico do Acre (2000). Aspectos Socioeconômicos e
Ocupação Territorial – 1a. Fase Volume II. Ministério do Meio Ambiente/Cooperação
Brasil-Alemanha – PPG-7.
ZEE – Zoneamento Ecológico-Econômico do Acre (2006). Aspectos Socioeconômicos e
Ocupação Territorial – 2a. Fase Escala 1:250.000. Ministério do Meio
Ambiente/Cooperação Brasil-Alemanha – PPG-7.
Anexo: questionário de pesquisa de campo
FORMULÁRIO PARA PESQUISA DE CAMPO
1 Dados da Entrevista
Nome do entrevistador
CPF do entrevistador
---
Data da entrevista Hora da entrevista
--- --- dd/mm/aa Hora início: hh mm (formato 24h)
2 Entrevistado
Nome do entrevistado:
CPF do entrevistado:
---
Idade: Gênero:
(M/F) Raça ou cor: (consultar
tabela 2)
Sabe ler ou escrever: (S/N) Anos de escolaridade: (consultar
tabela 3)
Tipo de entrevista: (esta questão é apenas para o entrevistador identificar o
entrevistado)
(a) Negócios
realizados
(b) Peri-urbanos (c) Ilegais (d) Ofertas (ir para
questão 16)
Ocupação principal: (consultar tabela
1)
Tempo de trabalho na agricultura
2 Quantos anos você já trabalha como produtor rural? anos
3 Quantos anos você já trabalha como empregado ou diarista em trabalho rural? anos
Moradia Atual:
1Local da moradia: (a) rural (b) urbana
KEY: Form |___|___|
|___|___|___|
Determinação dos preços de terras rurais no Município de Rio Branco no Estado do Acre: o caso do
Riozinho do Rola
2Reside:
(a) Fora da propriedade adquirida
(b) Na propriedade ---------------------------- 3Quando mudou-se para a propriedade?
___/___ mm/aa
(c) Parte do tempo na propriedade e parte fora (dorme alguns dias da semana em cada local) 4Desde
quando? ___/___ mm/aa
3 Características Regionais
Novas atividades agropecuárias
1Há novas atividades econômicas (agropecuárias) surgindo na região onde está localizado o imóvel?
(a) Não (ir para a questão
17) (b) Sim, qual a principal?
[______________________________________________________]
2Com qual intensidade essa nova atividade econômica esta surgindo na propriedades rurais da região?
(a) Alta intensidade (b) Média intensidade (c) Baixa intensidade
Movimentos sociais de acesso a terra
1Na região do imóvel, há ocupações de terras ligada a algum movimento social?
(a) Não (ir para a questão
18) (b) Sim, qual principal?
[________________________________________________________]
2Com qual intensidade essa ocupações ocorrem na região do imóvel?
(a) Alta intensidade (b) Média intensidade (c) Baixa intensidade
3Como é o impacto desse movimento social para a atividade econômica do imóvel?
(a) Positivo (b) Neutro (c) Negativo
Assentamentos
1Na região do imóvel, há assentamentos de reforma agrária (INCRA, Crédito Fundiário, etc...) ?
(a) Não (ir para a questão
19) (b) Sim: Qual principal?
[________________________________________________________]
2Com qual intensidade esse tipo de assentamento ocorre na região do imóvel?
(a) Alta intensidade (b) Média intensidade (c) Baixa intensidade
3Como é o impacto desse assentamento para a atividade econômica do imóvel?
(a) Positivo (b) Neutro (c) Negativo
Posseiros
1Existem posses ou posseiros na região do imóvel
(a) Não (ir para a questão 20) (b) Sim
2Com que freqüência ocorrem posses ou posseiros na região do imóvel?
(a) Muito comum (b) Medianamente comum (c) Pouco comum
Meio ambiente
1Existem problemas de desmatamento de áreas próxima ao imóvel?
(a) Não (ir para o item 4) (b) Sim
2Com qual intensidade esse tipo de ação ocorre na região do imóvel?
(a) Alta intensidade (b) Média intensidade (c) Baixa intensidade
2Esse tipo de ação ocorre principalmente em propriedades de:
(a) Grande porte (b) Médio porte (c) Pequeno porte
3Como é o impacto dessas ações para a atividade econômica do imóvel?
(a) Positivo (b) Neutro (c) Negativo
4A legislação ambiental têm influenciado no preço do imóvel:
(a) Positivo (b) Neutro (c) Negativo
Investimentos privados regionais
1Na região, no passado, ocorreram investimentos privados que tiveram ou ainda têm impacto na atividade
econômica do imóvel?
(a) Não (ir para a questão 22) (b) Sim
2Qual foi o porte desses investimentos
(a) De grande porte (b) De médio porte (c) De pequeno porte
3Como é o impacto desses investimentos para a atividade econômica do imóvel?
(a) Positiva (b) Neutra (c) Negativa
Obras públicas e urbanização
1Ocorreram obras públicas que tiveram impacto na atividade econômica do imóvel?
(a) Não (ir para a questão 23) (b) Sim
2Como é o impacto dessas obras públicas para a atividade econômica do imóvel?
(a) Positiva (b) Neutra (c) Negativa
3Há expectativa que a expansão urbana chegue ao imóvel em quanto tempo?
(a) Longo prazo (b) Médio prazo (c) Curto prazo (d) Não há expectativa
4 Características do Imóvel
Data da compra:
- mm/aa
Localidade do imóvel:
Acesso
1Principal meio de transporte usado para locomoção entre o imóvel e a sede do município
(a) ônibus (a) carro (b) moto (c) barco (d) a pé (e) outros
2Tempo da sede ou moradia do imóvel até a sede do
município:
hh mm
3O imóvel apresenta possibilidade de acesso com veiculo motorizado durante qual período do ano?
(a) Ano todo (b) Parte do ano (ex. restrito ao período seco)
4Distância total da sede ou moradia do imóvel até a sede do
município: Km (quilômetros)
5Distância da sede ou moradia do imóvel até a sede do município (caracterize o percurso)
km Estrada asfaltada
km Estrada de terra com pavimento estabilizado (pedregulho, solo-cimento, etc)
km Estrada sem revestimento
km Rio
km Caminho ou trilha que só pode ser feita a cavalo ou a pé
Aquisição do imóvel
1O imóvel adquirido foi originado de uma propriedade desmembrada exclusivamente
para venda?
(a) Não (b) Sim
2Para qual finalidade o imóvel foi adquirido? (Principal)
(a) Produção (b) Empreendimento residencial (c) Chácara ou moradia
(d) Outro, qual?
[_______________________________________________________________________________________]
3 Qual o principal motivo da escolha do local do imóvel?
(a) Preço (b) Tipo de atividade
produtiva
(c) Vocação/qualidade da
terra
(d) Disponibilidade de
infraestrutura
(e) Proximidade a área urbana (f) Outro, qual?
[______________________________________________________]
4A área adquirida é vizinha ou próxima de outra propriedade sua ou de seus pais?
(a) sim, sua (b) sim, pais (c) não
Acesso a infra-estrutura
Qual é a disponibilidade dos seguintes itens atualmente para utilização imediata no imóvel?
Itens Disponibilidade Existe planejamento para viabilizar
1Água de rede pública (a) Sim (ir para próximo item) (b) Não (a) Sim (b) Não
2Energia elétrica residencial (a) Sim (ir para próximo item) (b) Não (a) Sim (b) Não
3Energia elétrica trifásica
(produção)
(a) Sim (ir para próximo item) (b) Não (a) Sim (b) Não
4Tratamento ou coleta de esgoto (a) Sim (ir para próximo item) (b) Não (a) Sim (b) Não
5Coleta de lixo (a) Sim (ir para próximo item) (b) Não (a) Sim (b) Não
6Transporte escolar (a) Sim (ir para próximo item) (b) Não (a) Sim (b) Não
7Transporte público (a) Sim (ir para próximo item) (b) Não (a) Sim (b) Não
8Rede de telefônica (a) Sim (b)
Não
(a) Sim (b) Não
Energia elétrica
1Qual o tipo de energia elétrica instalada na sede do imóvel?
(a) Monofásica (ir para a questão 29) (b) Trifásica (ir para a questão 29) (c) Não possui
2Qual é o tipo de energia elétrica disponível na rede pública próxima do imóvel? (considerar até 10 Km)
(a) Monofásica (b) Trifásica (c) Não possui
3Qual a distância da rede pública de energia elétrica à sede do imóvel? m (metros)
Relevo e qualidade de uso do solo
1Qual a forma predominante da qualidade das terras do imóvel?
(a) Terra de boa
qualidade
(b) Terra de média
qualidade
(c) Terra de qualidade
ruim
(d) Terra inaproveitável
2Qual a forma predominante do relevo do imóvel?
(a) Plano (b) Suave Ondulado (c) Ondulado (d) Forte ondulado
3Quantifique a qualidade das terras do imóvel: 4Quantifique o relevo do imóvel:
Terra de boa qualidade [________] % Plano [________] %
Terra de média
qualidade [________] % Suave - ondulado [________] %
Terra de qualidade
ruim [________] % Ondulado [________] %
Terra inaproveitável [________] % Forte ondulado [________] %
5A produtividade natural (sem adubação e correção) de uma cultura exigente (milho, mandioca, feijão, etc) no imóvel é:
(a) Alta (b) Moderada (c) Baixa (d) Muito baixa
Reserva legal e floresta
1O imóvel possui área de reserva legal: (a) Sim (b) Não (c) Não sabe
2Qual é a tamanho da área de floresta do imóvel? [____________] % [____________] ha (c) Não sabe
Sistema de produção principal e aptidão do imóvel
1Qual o principal sistema de produção do imóvel? (ex.: pecuária de corte, extrativismo, agricultura de subsitência, etc)
2Qual é a porcentagem de área do imóvel destinada a essa atividade? %
3Qual é o tipo de atividade na região? (a) Tradicional (b) Não tradicional
4Como está dimensionada a infra-estrutura (benfeitorias) para essa atividade?
(a) Superdimensionada (b) Adequada (c) Subdimensionada (d) Não possui benfeitorias (ir para o item 6)
5Qual é o estado de conservação das benfeitorias instaladas para essa atividade?
(a) Não necessita de reparos (b) Necessita de reparos (c) Sem condições de uso
6Qual é a maior aptidão das terras do imóvel
(a) Culturas anuais (b) Culturas perenes (c) Extrativismo
(d) Pecuária (e) Reflorestamento (f) Preservação flora e fauna
Capacidade natural da terra para pastagem
1O imóvel possui capacidade de suporte a pastagem: (a) Sim (b) Não (ir para questão 33)
2Quantifique a área do imóvel que permite a capacidade para pastagem: [________] %
3A produtividade natural (sem adubação e correção) das terras que possuem capacidade de pastagem permitem o suporte de:
(a) Alta lotação (b) Lotação moderada (c) Baixa lotação
Disponibilidade hídrica e drenagem do solo
1Qual a principal fonte de água para o imóvel?
(a) Rio perene (c) Rio temporário (e) Riacho, arroio, córrego, sanga (g) Rede pública
(b) Açude (d) Poço artesiano (jorra água) (f) Poço amazonas, cacimba, cacimbões (h) Água não disponível
2Qual a disponibilidade de água para o imóvel
(a) Permanente (b) Sem interrupção por no mínimo 2 (dois) anos (c) Sem interrupção por no mínimo 1 (um) ano
(d) Sem interrupção por no MENOS de 1 (um) ano (e) Água não disponível
3Qual o potencial de uso da água no imóvel? (quantidade ou área irrigada)
(a) Suficiente para uso agrícola e pastoril (b) Suficiente para pastoril (c) Água não disponível
3Como é o aproveitamento e a distribuição da água no imóvel?
(a) Aproveitamento em toda a área do
imóvel
(b) Aproveitamento não suficiente para
toda a área do imóvel
(c) Limitada às proximidades da fonte de
captação
4A drenagem permite o cultivo de culturas anuais não tolerantes ao encharcamento? (ex.: milho, feijão, etc.)
(a) Sem restrição (b) Impede (c) Permite, mais cm prejuízo de produtividade
Características do solo
1Como é, na maior parte do imóvel, a composição do solo da superfície (0-20cm)?
(a) Argilosa (ir para o item 3) (b) Entre argilosa e arenosa (ir para o item 3)
(c) Arenosa (d) Não sabe (ir para o item 3)
2O solo apresenta uma camada mais argilosa embaixo?
(a) Sim (b) Não (c) Não sabe
3A presença de pedras na área de produção que limita a mecanização com tratores e implementos?
(a) Não limita (b) Permite com dificuldade (c) Impede
4A terra do imóvel apresenta área com salinidade ou apresenta problemas com sódio
(a) Sim (b) Não (c) Não sabe
Classes e capacidade de uso da terra no imóvel: (em porcentagem)
Grupo A
1Terras passíveis de utilização com culturas anuais, perenes, pastagens e/ou reflorestamento e vida silvestre:
(a) CLASSE I: terras cultiváveis, aparentemente sem problemas especiais de conservação [________] %
(b) CLASSE II: terras cultiváveis com problemas simples de conservação [________] %
(c) CLASSE III: terras cultiváveis com problemas complexos de conservação [________] %
(d) CLASSE IV: terras cultiváveis apenas ocasionalmente ou em extensão limitada, com sérios problemas de conservação
[________] %
Grupo B
2Terras impróprias para cultivos intensivos, mas ainda adaptadas para pastagens e/ou reflorestamento e/ou vida
silvestre, porém cultiváveis em casos de algumas culturas especiais protetoras do solo:
(a) CLASSE V: terras adaptadas em geral para pastagens e/ou reflorestamento sem necessidade de prática especial de conservação, cultiváveis apenas em casos muito especiais
[________] %
(b) CLASSE VI: terras adaptadas em geral para pastagens e/ou reflorestamento com problemas simples de conservação, cultiváveis apenas em casos especiais de algumas culturas permanentes protetoras do solo
[________] %
(c) CLASSE VII: terras adaptadas em geral somente para pastagens ou reflorestamento, com problemas complexos de conservação
[________] %
Grupo C
3Terras impróprias para cultivos intensivos, mas ainda adaptadas para pastagens e/ou reflorestamento e/ou vida
silvestre, porém cultiváveis em casos de algumas culturas especiais protetoras do solo:
(a) CLASSE VIII: terras impróprias para cultura, pastagem ou reflorestamento, podendo servir apenas como abrigo e proteção da fauna e flora silvestre, como ambiente para recreação, ou para fins de armazenamento de água
[________] %
100%
5 Preço do Imóvel
Valor do imóvel e área: (ATENÇÃO: o entrevistador deve informar as duas respostas)
1Valor total:
R$
2Valor por ha:
R$/ha
3Área total do imóvel: [_________________________] ha (hectares)
4O preço pago pelo imóvel foi negociado pelo preço de
mercado?
(a) Sim (ir para questão 37) (b) Não
5O negócio foi feito
com:
(a) Ágio [_______]% - R$
[______________]
(b) Deságio [_______]% - R$
[______________]
Composição do valor pago:
1Valor das benfeitorias não-
produtivas [______________] ha
R$
[______________] [______________] %
2Valor das benfeitorias produtivas
(a+b) [______________] ha
R$
[______________] [______________] %
2.1Valor das culturas
permanentes (a) [______________] ha
R$
[______________] [______________] %
2.2Valor das pastagens plantadas
(b) [______________] ha
R$
[______________] [______________] %
3Outros
[______________] ha R$
[______________] [______________] %
4Valor da terra nua
[______________] ha R$
[______________] [______________] %
5Valor total do imóvel (1+2+3+4)
[______________] ha R$
[______________] [______________] %
Questões legais (Título)
1Possui título de propriedade do imóvel?
(a) Sim (ir para questão
39) (b)
Não
(c) Parte do imóvel é posse, porcentagem da área total que
possui posse [________] %
2Qual o tipo de uso da área que não possui título e tamanho:
(a) posseiro (uso fruto formal da área - contrato
de uso)
[________________] ha (hectare)
(b) arrendatário [________________] ha (hectare)
(c) meeiro ou parceiro [________________] ha (hectare)
(d) cessionário - cedido por terceiros [________________] ha (hectare)
(e) ocupante - sem formalização ou litigiosa [________________] ha (hectare)
Forma de aquisição do imóvel
1Utilizou-se na aquisição do imóvel alguma linha de financiamento do governo?
(a) Não (b) Sim, qual?
[_______________________________________________________
_________]
2O imóvel foi adquirido através:
(a) Pagamento à vista (b) Financiamento formal (c) Financiamento informal
3Na negociação do imóvel entrou outro bem:
(a) Não (b) Sim, qual o valor do bem? R$
[_______________________________]
Arrendamento (não considerar parceria)
1Há arrendamentos na região
do imóvel?
(a) Sim (b) Não (ir para o item 3)
2Qual o valor de arrendamento na região
(R$/ha por ano)?
R$/ha por ano
[____________________________________
]
3Pretende-se arrendar a área
do imóvel
(a)
Não
(b) Sim, qual o valor por ano? R$/ha por ano
[___________________]
Mercado
1O preço do imóvel em relação ao valor da compra:
(a) Valorizou-se (b) Manteve-se (c) Reduziu
Possui outras propriedades em área rural: (a) Não
(a) Imóvel 1 : 1Área total
ha 2Área
utilizada
ha
3Localização do
imóvel:
(a) Fora do
município
(b) No município, próximo
ao imóvel
(c) No município
4Nome da
localidade:
5Principal atividade no imóvel: (ex.: pecuária de corte, extrativismo, agricultura de subsistência, etc)
6Preço por hectare:
R$
7Ano da
compra
(b) Imóvel 2 : 1Área total
ha 2Área
utilizada
ha
3Localização do
imóvel:
(a) Fora do
município
(b) No município, próximo
ao imóvel
(c) No município
4Nome da
localidade:
5Principal atividade no imóvel: (ex.: pecuária de corte, extrativismo, agricultura de subsistência, etc)
6Preço por hectare:
R$
7Ano da
compra
(c) Imóvel 3 : 1Área total
ha 2Área
utilizada
ha
3Localização do
imóvel:
(a) Fora do
município
(b) No município, próximo
ao imóvel
(c) No município
4Nome da
localidade:
5Principal atividade no imóvel: (ex.: pecuária de corte, extrativismo, agricultura de subsistência, etc)
6Preço por hectare:
R$
7Ano da
compra
Hora fim: hh mm (formato 24h)
Entrevista: (a) MUITO
BOA
(b) BOA (c) MÉDIA (d) RUIM (e)
DESCARTAR
G G M M S S G G M M S S G G M M S S
Lat ● Lat ● Lat ●
Lng ● Lng ● Lng ●
Observações da entrevista:
Foto Data
Descrição dd/mm/aa
/ /
/ /
/ /
/ /
/ /
/ /
Coordenadas (GPS):
____________________________ ________________________
_______________________
Tabelas
Raça ou cor Cod.
Preta --------------- PE
Branca------------- BR
Parda -------------- PA
Indígena ---------- IN
Amarela ---------- AM
Não especificado NE
Tabela 1 Tabela 2
Ocupação Cod.
Atividade assalariada não agrícola ---------------------------------
--------------- 1
Atividade assalariada agrícola --------------------------------------
--------------- 2
Atividade agrícola diarista (ou temporário) -----------------------
--------------- 3
Atividade não-agrícola diarista (ex. faxineira, faz bico) --------
--------------- 4
Produtor agrícola (empregador/conta própria)--------------------
--------------- 5
Arrendatário/Parceiro/ Posseiro/ocupante na agricultura--------
--------------- 6
Empregador/conta própria numa atividade não agrícola (bar,
venda, loja)-- 7
Trabalho familiar sem remuneração (dona de casa)--------------
-------------- 8
Desempregado----------------------------------------------------------------------- 9
Economicamente inativo (crianças, idosos, deficientes físicos,
outros)-----
10
Outra ocupação -------------------------------------------------------
---------------
11
Anos de estudo Cod.
Sem instrução----------
----- 0
1ª série fundamental--
----- 1
2ª série fundamental--
----- 2
3ª série fundamental--
----- 3
4ª série fundamental--
----- 4
5ª série fundamental--
----- 5
6ª série fundamental--
----- 6
7ª série fundamental--
----- 7
8ª série fundamental--
----- 8
1ª série médio----------
---- 9
2ª série médio----------
---- 10
3ª série médio----------
--- 11
Superior incompleto--
---- 12
Superior completo-----
---- 13
Supletivo fundamental 14
Supletivo médio 15
Alfabetização adultos 16
Não freqüenta 17
Tabela 3