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Presidente Prudente - SP, 24-26 de julho de 2017

IV Simpósio Brasileiro de Geomática – SBG2017

II Jornadas Lusófonas - Ciências e Tecnologias de Informação Geográfica - CTIG2017 p. 077-083

A. P. Antunes; M. C. Castro; R. V. Sarot; L. S. Delazari ISSN 1981-6251

DETERMINAÇÃO DE ELEMENTOS RELACIONADOS À AVALIAÇÃO

DA USABILIDADE DE INTERFACES DE MAPAS COLABORATIVOS

AMANDA PEREIRA ANTUNES

MÔNICA CRISTINA DE CASTRO

RHAÍSSA VIANA SAROT

LUCIENE STAMATO DELAZARI

Universidade Federal do Paraná - UFPR

Programa de Pós-Graduação em Ciências Geodésicas - PPGCG

Departamento de Geomática, Curitiba - PR

{amanda.p.antunes, castro.monicac, rhaissa89, luciene.delazari}@gmail.com

RESUMO - A usabilidade de uma interface deve ser considerada no desenvolvimento de sistemas de

informação geográfica e sites de mapeamento, uma vez que a primeira experiência do usuário é

determinante para sua satisfação e, portanto, para reutilização da ferramenta. Apesar do número de

usuários de sistemas de mapeamento colaborativo crescer a cada ano, há poucas pesquisas voltadas para a

análise da usabilidade dos sistemas. Deste modo, existe necessidade de pesquisas que abordem o

desenvolvimento de interfaces e sistemas de mapeamento colaborativo com foco nos usuários, pois tais

interfaces não podem ser desenvolvidas e avaliadas do modo tradicional do projeto cartográfico. Este

trabalho tem como objetivo apresentar os elementos que devem ser considerados na avaliação das

interfaces web de mapeamento colaborativo com base na usabilidade do sistema pelo usuário. Os

elementos de avaliação citados foram determinados com base em pesquisas anteriores relacionadas à

avaliação de interfaces e sistemas, e recursos de interatividade e identificação de potenciais problemas de

usabilidade nas interfaces colaborativas.

Palavras chave: Mapas colaborativos, VGI, Usabilidade de interfaces e sistemas.

ABSTRACT - The user’s first experience with an interface is decisive to his/her satisfaction and, thus,

for the system to be used again. Because of these aspects, the interface usability must be considered as a

step of the system development, whether it is a geographical information system or a mapping site. Even

though the number of users of collaborative mapping systems continues to grow, there are few researches

about this specific system usability. Therefore, there is a need for research that approaches the interface

and collaborative mapping development focusing on the users. The traditional cartographic design does

not include the development and evaluation of these interfaces. Our current goal is to present the aspects

that must be considered in the evaluation and development of collaborative mapping interfaces based on

the system usability. For this, a survey was made considering usability evaluation researches, interactive

resources and identification of possible usability problems of interfaces.

Key words: Collaborative mapping, VGI, Interfaces and systems usability.

1 INTRODUÇÃO

O mapeamento colaborativo, também conhecido

como sistema de informação geográfica voluntária (VGI –

Voluntered Geographic Information), consiste em um

sistema computacional de mapeamento no qual o usuário

pode visualizar, organizar e disseminar informações

geográficas de modo voluntário e gratuito, e estas podem

ser utilizadas por outros usuários (TULLOCH, 2008).

Goodchild (2007) definiu o termo VGI como um

fenômeno específico da web, no qual o conteúdo é

produzido pelo usuário para a criação de informações

geográficas. Um sistema VGI deve permitir a criação, a

edição e a coleta de dados geográficos. Wikimapia e

OpenStreetMap são mencionados como referências de

sistemas de mapeamento colaborativo e estes sites

habilitam os usuários a criar um conjunto de informações

geográficas mundial (GOODCHILD, 2007). Devido à

quantidade e diversidade de usuários e ao modo de

visualização dos dados surgem problemas relacionados à

usabilidade nestes sistemas (NIVALA et al, 2008). Deste

modo, durante o desenvolvimento destes é necessário

considerar a interação humano-computador do sistema

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II Jornadas Lusófonas - Ciências e Tecnologias de Informação Geográfica - CTIG2017

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para que os requisitos e as necessidades dos usuários

sejam alcançados (PICANÇO & DELAZARI, 2016).

Os métodos tradicionais de produção de mapas,

projeto de sistemas de visualização e manipulação de

dados geográficos não podem ser aplicados para sistemas

de mapeamento colaborativo, devido ao avanço da

tecnologia e as mudanças na teoria da comunicação

cartográfica (NIVALA et al, 2008). Assim, tem-se a

necessidade de pesquisas voltadas a usabilidade de mapas

visualizados na tela de computador (on-screenmaps).

Há estudos relacionados a elementos de design e à

qualidade da comunicação cartográfica de mapas

turísticos disponíveis na internet (HARROWER et al,

1997). Também há pesquisas a respeito de animação em

mapas e ferramentas de interação (MACEACHREN et al,

1998), sobre capacidade de aprendizagem, memória e

satisfação do usuário com ferramentas específicas de

geovisualização (ANDRIENKO et al, 2002) e a respeito

de problemas de usabilidade de sites de mapeamento

como Google Maps e MapQuest (NIVALA et al, 2008).

Assim, é necessário o estabelecimento de

elementos que apresentem os principais aspectos a serem

empregados na análise de interfaces e usabilidade dos

sistemas voltados ao mapeamento colaborativo e formas

de avaliação. Deste modo, pode-se aprimorar o sistema

com base na experiência do usuário.

2 SISTEMAS DE MAPEAMENTO

COLABORATIVO

Um sistema de mapeamento colaborativo é

definido como uma base de dados de mapas digitais, na

qual o usuário pode inserir, editar e disseminar

informação geográfica de modo voluntário e gratuito. É

um termo derivado do conceito crowdsourcing, no qual o

usuário consome e cria conteúdo em um ambiente

colaborativo (GOODCHILD, 2007). Tais sistemas são

semelhantes em abrangência geográfica (global) e

ferramentas.

3 FATORES ERGONÔMICOS PARA AVALIAÇÃO

DOS SISTEMAS

Os critérios e métodos para avaliação dos sistemas,

considerados nesta pesquisa são baseados nos parâmetros

empregados em 10 artigos, listados do Quadro 1. A

seleção destes artigos foi feita com base na análise do

objetivo da pesquisa, formas de avaliação, quantidade de

participantes testados, resultados encontrados e

similaridade de temas, como análises de interfaces e

usabilidade orientadas para cartografia.

Artigo Autor

Influência dos aspectos das

interfaces na comunicação dos

mapas interativos e a

proposição de diretrizes para o

design dessas interfaces

Mazieiro (2007)

Avaliação da Usabilidade de

interfaces de sistemas VGI na

tarefa de inserção de feições

Picanço &

Delazari, (2016)

Overcoming challenges in

developing more usable

pedestrian navigation systems

Delikostidis &

Elzakker (2015)

Arquitetura da informação

aplicada aos websites de

instituições arquivísticas: a

usabilidade e a cartografia da

internet dentro da convergência

de informações

Augusto (2014)

Análise da usabilidade em

interfaces para SIG: fatores que

afetam o desempenho

Mendonça &

Delazari (2012)

Methods of usability evaluation

of web-based geographic

information systems

Komarkova et al

(2011)

Avaliação de mapas na web:

questões relativas à interface e à

interatividade

Falat & Delazari

(2010)

Usability Evaluation of Web

Mapping Sites

Nivala, Brewster

e Sarjakoski

(2008)

Usability evaluation of

topographic maps in mobile

devices

Nivala et al

(2003)

Avaliação ergonômica de

interfaces da SciELO –

Scientific Eletronic Library

Online

Oliveira (2001)

Quadro 1 - Lista de artigos selecionados

Assim como em Mendonça & Delazari (2012),

também foram utilizados aspectos encontrados na

literatura a respeito da análise de dados geográficos e de

critérios heurísticos relacionados à ergonomia e

usabilidade relativos à carga de trabalho.

As heurísticas de usabilidade propostas por

Nielsen (1994) adotadas nesta pesquisa são as heurísticas

referentes à visibilidade do estado do sistema, ao design

estético e minimalista da interface, a liberdade e controle

do usuário, a flexibilidade e eficiência de uso, a

prevenção de erros, e a consistência e padrões do sistema.

Tais elementos são empregados para medir o nível de

satisfação do usuário e a eficácia da interface.

As heurísticas podem ser avaliadas através de

fatores ergonômicos, que constituem um conjunto de

qualidades que as interfaces humano-computador devem

apresentar. De acordo com Cybis et al. (2010) podem ser

classificados em:

Condução: a interface deve conduzir o usuário na

interação com o sistema, através de conselhos orientações

e informações.

Agrupamento/ Distinção por formato ou localização:

itens devem ser apresentados de maneira organizada,

podendo ser separados por formatos ou organizados

espacialmente, indicando assim suas similaridades ou

diferenças.

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Homogeneidade: refere-se à forma na qual as escolhas

no projeto da interface são conservadas idênticas em

contextos idênticos.

Presteza: diz respeito ás informações que permitem ao

usuário identificar o estado ou contexto no qual ele se

encontra, bem como as ferramentas de ajuda e seu modo

de acesso.

Compatibilidade: diz respeito ao grau de similaridade

entre diferentes sistemas que são executados em um

mesmo ambiente operacional.

Denominação: o significado dos códigos e denominações

diz respeito à adequação entre o objeto ou a informação

apresentada, ou pedida, e sua referência na interface.

Legibilidade: facilidade de leitura.

Controle Explícito: refere-se à ligação explícita que deve

existir entre uma ação do usuário e um processamento do

sistema.

Controle de usuário: os usuários devem estar no controle

dos acontecimentos.

Carga de trabalho: diz respeito a todos os elementos da

interface que têm um papel importante na redução da

carga cognitiva e perceptiva do usuário e no aumento da

eficiência do diálogo.

Brevidade: está relacionado com uma interface concisa e

que requer ações mínimas.

Feedback: as respostas do computador devem ser

fornecidas, de forma rápida, com um tempo de resposta

apropriado e consistente para cada tipo de transação.

4 AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO DO SISTEMA

COM BASE NOS USUÁRIOS

De acordo com Falat & Delazari (2010), diversas

técnicas e métodos podem ser empregados para a

avaliação de sistemas. Estes podem, ainda, ser

combinados e/ou adaptados para a avaliação apropriada

de um sistema. Portanto, propõem-se uma metodologia

de avaliação em grupos distintos por experiência, através

de análises qualitativas e quantitativas combinadas, com

base na usabilidade do sistema pelo usuário.

Os resultados obtidos através de avaliações

variam conforme o nível de experiência do usuário com a

utilização do sistema e sua experiência relacionada à

cartografia. Quanto menor o nível de experiência do

usuário em relação a esses quesitos, mais claro e intuitivo

deve ser o projeto da interface do sistema. Segundo Sarot

(2015), a amostra de usuários testados deve incluir desde

usuários sem experiência na área e usuários que não

apresentam familiaridade com a utilização de SIG (não

especialistas), até usuários com experiência prévia na

utilização sistemas (especialistas ou profissionais).

Deste modo, para execução das tarefas planejadas

para a pesquisa propõe-se que a amostra de indivíduos

testados apresente, no mínimo, dois tipos distintos de

participantes. O nível de experiência do usuário com SIG

deve ser considerado como restrição principal na

distinção dos grupos testados. Com base nos resultados

dos artigos selecionados tem-se que a quantidade da

amostra deve ter, no mínimo, 50 indivíduos para testar os

sistemas envolvidos.

A avaliação do desempenho dos usuários deve ser

realizada individualmente em ambiente controlado

(laboratório), o que minimiza possíveis distrações ou

interferências no resultado final advinda de outros

usuários. Os testes realizados podem ser registrados

através da gravação da tela e áudio. As pesquisas de

Pugliesi & Decanini (2009), Ullah et al. (2016),

Mendonça & Delazari (2012), foram realizadas em

ambiente controlado e utilizaram gravações. Dessa forma

é possível avaliar os problemas encontrados e mensurar o

tempo gasto com as tarefas realizadas. O registro do áudio

permite a verificação da veracidade das observações

anotadas pelo entrevistador acerca das dificuldades

descritas pelo usuário enquanto este executa a tarefa

(think-aloud), técnica empregada nas pesquisas de

Rautenbach et al. (2016), Ullah et al. (2016), Nivala et al.

(2003). Com base nestas informações pode-se realizar

uma análise qualitativa, como em Popelka et al. (2016).

Questionários foram utilizados como forma de

avaliação nas pesquisas de Falat & Delazari (2010),

Popelka et al. (2016), Mendonça & Delazari (2012),

Nivala et al. (2008), a fim de avaliar o sistema de forma

quantitativa. Este método permite analisar determinados

elementos por meio da mensuração do tamanho de área

utilizada na interface (porcentagem), do número total de

ações que o usuário pode executar para se obter um

mesmo resultado, tempo de execução, êxito nas tarefas o

número total de ferramentas aparentes no sistema. Os

questionários podem ter ainda a opção de um ―campo em

aberto‖ para possíveis considerações adicionais do

usuário a respeito da interface avaliada.

A forma de mensuração dos elementos pode ser

realizada através da definição de uma nota, variando de

zero (difícil utilização) até dez (fácil utilização), que está

diretamente relacionada à facilidade em se trabalhar com

o sistema ou o uso de uma ferramenta específica. Com o

auxílio de uma escala diferencial semântica, utilizada em

Ullah et al. (2016), pode-se medir o nível de satisfação do

usuário na utilização de um determinado sistema ou

ferramenta. Propõe-se que os usuários avaliem de maneira

qualitativa os itens considerando o grau de aceitação no

uso de cada ferramenta empregada nas tarefas.

A eficácia da interface é avaliada com base no

cumprimento da tarefa, a eficiência considera o tempo

gasto na execução das tarefas, a aceitabilidade e a carga

de trabalho do usuário em relação à interface testada são

determinas por meio do questionário aplicado após a

realização de cada tarefa (MENDONÇA & DELAZARI

2012).

A análise dos resultados deve considerar a

experiência do usuário com os sistemas avaliados (usuário

especialista e não especialista). Essa distinção permite a

avaliação dos casos extremos de usuários que utilizam a

interface web.

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5 FATORES CONSIDERADOS NAS ANÁLISES

Para orientar as análises necessárias no processo

de avaliação são apresentados abaixo quadros que

relacionam fatores ergonômicos de condução,

agrupamento, distinção por formato, e distinção por

localização, considerados por Cybis et al. (2010), na

otimização de interfaces, junto com determinadas tarefas

executadas pelo usuário. Ao utilizarem as ferramentas

necessárias para realização de cada tarefa, os usuários de

cada grupo estabelecem uma nota que indica o fator de

satisfação em relação a cada elemento analisado na tabela.

O grupo I corresponde aos participantes especialistas, o

grupo II aos participantes não especialistas.

Na pesquisa as Tarefas são citadas como alguns

procedimentos utilizados para avaliação de sistemas de

mapeamento colaborativo em conjunto com os elementos

que devem ser verificados na determinação da usabilidade

do sistema. Assim, nos quadros são apresentados os

procedimentos diretamente relacionados à procura por

atributos no sistema descritos na Tarefa 1, o cálculo de

rotas entre pontos na Tarefa 2, a inserção de objetos, ou

seja, a criação de feições na Tarefa 3, e a determinação

de operações de cálculos geométricos nas feições na

Tarefa 4.

O Quadro 2 descreve elementos para análise da

interface padrão dos sistemas, ou seja, nenhuma tarefa

específica é executada pelo usuário. A nota estabelecida

pelos dois grupos de usuários determina se a porcentagem

de área utilizada por cada interface aproveita o máximo

de espaço possível para o mapa atender as necessidades

do usuário.

Elementos Sistema avaliado

Grupo II Grupo I

Tamanho do

mapa

Nota (0-10) Nota (0-10)

Valor total da porcentagem da

área ocupada na tela (%)

Tamanho de

botões

Nota (0-10) Nota (0-10)

Valor total da área ocupada pelo

ícone (cm2)

Área ocupada

pela barra de

ferramentas na

tela

Nota (0-10) Nota (0-10)

Valor total da porcentagem da

área ocupada na tela (%)

Área ocupada

pela barra de

ferramentas na

tela (início das

tarefas)

Nota (0-10) Nota (0-10)

Valor total da porcentagem da

área ocupada pela tela (%)

Área ocupada

pelo TOC +

informações

sobre o mapa

Nota (0-10) Nota (0-10)

Valor total da porcentagem da

área ocupada pela tela (%)

Quadro 2 – Otimização e tamanho da área reservada para

o mapa.

Com a execução das Tarefas, os fatores

relacionados à carga de trabalho e densidade de

informações definem o número de barras de ferramentas

ativas no início da execução da tarefa que não apresentam

relação com a atividade que se encontra em

desenvolvimento. A função das ferramentas (utilidade)

deve considerar a forma de organização e o agrupamento

que será adotado no sistema, pois os fatores ergonômicos

relacionados à compatibilidade, significado dos símbolos

ou siglas e denominações, condução, e a legibilidade

alteram diretamente a usabilidade do sistema (CYBIS et

al. 2010).

O Quadro 3 relaciona a quantidade de ferramentas

visíveis ao usuário disponíveis ao iniciar a interface e ao

iniciar a tarefa. A nota estabelecida pelos dois grupos de

usuários determina o número mínimo necessário de

ferramentas visíveis para que as necessidades do usuário

sejam atendidas, com base nos elementos descritos. O

possível aumento no número de ferramentas ativas pode

causar a sensação de confusão mental no usuário, pois

este necessita de maior tempo para compreender a

funcionalidade dos itens.

Conforme Augusto (2014 apud (DIAS, 2007)), a

densidade informacional encontrada em um SIG dificulta

a localização de elementos de orientação espacial e não

espacial relevantes para o usuário.

Elementos Sistema avaliado

Grupo II Grupo I

Número de

barras de

ferramentas

ativas ao se

iniciar o

programa

(padrão)

Nota (0-10) Nota (0-10)

Número total de ferramentas

ativas

Número de

barras de

ferramentas

ativas ao se

iniciar a tarefa

(padrão)

Nota (0-10) Nota (0-10)

Número total de ferramentas

ativas

Quadro 3 – Quantidade de barras de ferramentas.

O Quadro 4 se refere à quantidade de barras de

ferramentas ativas que não apresentam relação com o

desenvolvimento das tarefas propostas e o número de

vezes que elas foram utilizadas sem necessidade pelo

usuário (número de cliques). O valor determina o número

mínimo de ferramentas visíveis para que as tarefas sejam

realizadas com sucesso, considerando os elementos

necessários em cada caso. Os resultados obtidos têm

relação direta com o desempenho do usuário na realização

de cada tarefa.

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Elementos Sistema avaliado

Grupo II Grupo I

Número total de

barras de

ferramentas sem

relação com a

tarefa 1 (padrão)

Nota (0-10) Nota (0-10)

Número total

de cliques

Número total

de cliques

Número total de ferramentas

ativas

Número de

barras de

ferramentas sem

relação com a

tarefa 2 (padrão)

Nota (0-10) Nota (0-10)

Número total

de cliques

Número total

de cliques

Número total de ferramentas

ativas

Número de

barras de

ferramentas sem

relação com a

tarefa 3 (padrão)

Nota (0-10) Nota (0-10)

Número total

de cliques

Número total

de cliques

Número total de ferramentas

ativas

Número de

barras de

ferramentas sem

relação com a

tarefa 4 (padrão)

Nota (0-10) Nota (0-10)

Número total

de cliques

Número total

de cliques

Número total de ferramentas

ativas

Quadro 4 – Quantidade de barras de ferramentas ativas

que não tem relação com a atividade proposta.

O Quadro 5 apresenta as categorias disponíveis no

website diretamente relacionadas com os objetivos de

cada ferramenta (agrupamento das ferramentas). A nota

estabelecida pelos dois grupos de usuários determina o

nível de coerência adotado nos critérios de agrupamento

para as diferentes ferramentas de um SIG. O

estabelecimento de um número máximo de agrupamentos

aumenta o espaço disponível para a área do mapa na tela e

simplifica a realização das ações dos usuários no sistema.

Elementos Sistema avaliado

Grupo II Grupo I

Número total de

categorias

Nota (0-10) Nota (0-10)

Número total de ferramentas

agrupadas na categoria 1

Nota (0-10) Nota (0-10)

Número total de ferramentas

agrupadas na categoria n

Quadro 5 – Agrupamento de ferramentas.

A indicação de finalização de tarefas/ações

realizadas, ou se estas estão em andamento, considera os

fatores ergonômicos de condução e feedback. O Quadro 6

determina o nível de retorno que o usuário obteve da

interface após a realização de cada tarefa. A nota dos

grupos de usuários pretende estabelecer a porcentagem de

feedback mínima relacionada as quatro tarefas básicas de

orientação e navegação espacial para que a interface

forneça ―segurança‖ ao usuário conforme ele desenvolve

as tarefas. A determinação da porcentagem para cada

tarefa se baseou no número mínimo de ações que o

usuário deve realizar para que a tarefa seja cumprida com

êxito, e no número de vezes que a interface retornava um

feedback ao usuário, cada vez que ele executava uma

ação.

Elementos Sistema avaliado

Grupo II Grupo I

Retorno da ação

ao usuário —

Tarefa 1

Nota (0-10) Nota (0-10)

Número total de vezes que o

usuário recebeu um feedback na

execução da tarefa

Retorno da ação

ao usuário —

Tarefa 2

Nota (0-10) Nota (0-10)

Número total de vezes que o

usuário recebeu um feedback na

execução da tarefa

Retorno da ação

ao usuário —

Tarefa 3

Nota (0-10) Nota (0-10)

Número total de vezes que o

usuário recebeu um feedback na

execução da tarefa

Retorno da ação

ao usuário —

Tarefa 4

Nota (0-10) Nota (0-10)

Número total de vezes que o

usuário recebeu um feedback na

execução da tarefa

Quadro 6 – Feedback de ações das tarefas.

A quantidade de opções para se chegar a uma

funcionalidade, ou seja, a possibilidade de se executar

uma mesma tarefa através de duas ou mais formas

distintas faz com que o usuário estabeleça mentalmente

um grau de facilidade em se utilizar do sistema. Os

fatores ergonômicos de controle explícito, controle do

usuário, carga de trabalho, brevidade, e ações mínimas

necessárias para obter um resultado influenciam

diretamente a variação do grau de facilidade (CYBIS et

al. 2010).

O Quadro 7 se refere à flexibilidade em se obter o

mesmo resultado em uma única tarefa através de

diferentes ações. O usuário deve executar,

preferencialmente, a tarefa utilizando um número mínimo

de ações. As interfaces apresentam um número mínimo de

ações necessárias para a execução da tarefa e um número

máximo de ações possíveis para que a tarefa seja

realizada com êxito. O resultado estabelecido pelos

grupos deve retornar a interface com menor carga de

trabalho e tempo gasto na realização das tarefas.

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Elementos Sistema avaliado

Grupo II Grupo I

Resultado final

igual (não

considera a

execução) —

Tarefa 1

Nota (0-10) Nota (0-10)

Número mínimo de

possibilidades

Número máximo de

possibilidades

Resultado final

igual (não

considera a

execução) —

Tarefa 2

Nota (0-10) Nota (0-10)

Número mínimo de

possibilidades

Número máximo de

possibilidades

Resultado final

igual (não

considera a

execução) —

Tarefa 3

Nota (0-10) Nota (0-10)

Número mínimo de

possibilidades

Número máximo de

possibilidades

Resultado final

igual (não

considera a

execução) —

Tarefa 4

Nota (0-10) Nota (0-10)

Número mínimo de

possibilidades

Número máximo de

possibilidades

Quadro 7 – Flexibilidade na entrada de dados.

O Quadro 8 apresenta o tempo médio gasto na

realização de cada tarefa, baseado no número mínimo de

ações necessárias para o cumprimento da tarefa. A carga

de trabalho do usuário está diretamente relacionada ao

tempo despendido na execução da tarefa.

Quesitos Sistema avaliado

Grupo II Grupo I

Tempo de

execução para

finalização —

Tarefa 1

Nota (0-10) Nota (0-10)

Tempo mínimo

Tempo máximo

Tempo de

execução para

finalização —

Tarefa 2

Nota (0-10) Nota (0-10)

Tempo mínimo

Tempo máximo

Tempo de

execução para

finalização —

Tarefa 3

Nota (0-10) Nota (0-10)

Tempo mínimo

Tempo máximo

Tempo de

execução para

finalização —

Tarefa 4

Nota (0-10) Nota (0-10)

Tempo mínimo

Tempo máximo

Quadro 8 – Tempo médio gasto na execução das tarefas.

As análises finais devem ser realizadas por grupo

de usuários, baseadas na comparação entre os resultados,

e apresentar a diferença entre a preferência desses dois

grupos em relação aos sistemas avaliados.

6 RECOMENDAÇÕES

Tarefas realizadas em sistemas de mapeamento

colaborativo têm como prioridade fornecer parâmetros

para discussão dos aspectos e funcionalidades. Deste

modo, é possível aprimorar as interfaces e, como

consequência, a usabilidade das ferramentas sistemas de

informação geográfica (SIG) voltadas a este tipo de

mapeamento.

Após a união das informações obtidas com o think-

aloud e o questionário de satisfação é possível realizar

uma análise qualitativa dos dados e, assim, compreender

melhor e interpretar determinados comportamentos,

preferências, dificuldades, opiniões e as expectativas dos

usuários ao utilizarem os sistemas. Como resultado destas

avaliações os possíveis itens e pontos que podem ser

melhorados em versões futuras e atualizações podem ser

identificados.

Uma análise quantitativa pode ser feita com as

informações resultantes do questionário geral para apontar

numericamente a visão e preferências dos usuários em

relação aos elementos das interfaces. Com o resultado das

análises qualitativas e quantitativas obtidas, pode-se

ampliar a usabilidade de acordo com as preferências dos

usuários, fazendo distinção entre o grupo especialista e o

não especialista.

AGRADECIMENTOS

Agradecemos a Capes e CNPQ pelo apoio

financeiro e concessão de bolsas.

REFERÊNCIAS

AUGUSTO, C. A. C. Arquitetura da Informação

Aplicada aos Websites de Instituições Arquivísticas:

a usabilidade e a cartografia da internet dentro da

convergência de informações. 2014, 23p, III Seminário

de Pesquisa – Fundação Escola de Sociologia e Política

de São Paulo.

ANDRIENKO, N., ANDRIENKO, G., VOSS, H.,

BERNANRDO, F., HIPOLITO, J. KRETCHMER, U.

Testting the Usability of Interactive Maps in Common

GIS. Cartography and Geographic Information

Science, v 29, p 325-342, 2002.

CYBIS, W., BETIOL, A. H., FAUST, R.. Ergonomia e

Usabilidade: conhecimentos, métodos e aplicações. São

Paulo: Novatec Editora, 2007, 352p.

FALLAT, D.R., DELAZARI, L.S. Avaliação de

Mapas na Web: questões relativas à interface e à

interatividade. Revista Brasileira de Cartografia, nº

62/02, p 207-217, 2010.

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IV Simpósio Brasileiro de Geomática – SBG2017

II Jornadas Lusófonas - Ciências e Tecnologias de Informação Geográfica - CTIG2017

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