destino referência em segmentos turísticos

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Destinos brasileiros que são referência nos diversos segmentos do turismo.

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Sumário

Presidente da República Federativa do Brasil

Luiz Inácio Lula da Silva

Ministro de Estado do Turismo

Luiz Eduardo Pereira Barretto Filho

Secretário-Executivo

Mário Augusto Lopes Moyses

Secretário Nacional de Políticas do Turismo

Carlos Silva

Diretor do Departamento de Estruturação, Articulação e Ordenamento Turístico

Ricardo Martini Moesch

Coordenadora-Geral de Segmentação

Sáskia Freire Lima de Castro

Coordenadora-Geral de Regionalização

Ana Clévia Guerreiro Lima

Coordenadora-Geral de Informação Institucional

Isabel Cristina da Silva Barnasque

Coordenadora-Geral de Serviços TurísticosRosiane Rockenbach

Introdução

Gestão do Projeto

Metodologia: Sistema Cores de Planejamento e Gestão de Destinos

O Movimento e o Resultado

5

11

15

18

4

Experiências mundiais em desenvolvimento

de destinos turísticos demonstram que

a governança e a sustentabilidade são

premissas básicas para o desenvolvimento

econômico estável e continuado. Os aspectos

de sustentabilidade avançaram sobre as

dimensões sociais, econômicas e ambientais

de maneira equilibrada, o que tornou a

participação das comunidades e dos agentes

do mercado imprescindíveis para o sucesso

de um destino.

Nesta perspectiva fica claro que só se tem

sustentabilidade com governança local, e

só se tem governança com trade turístico

organizado e profissional.

O Ministério do Turismo entendeu que seria

muito importante a experimentação de uma

estratégia de governança local a partir de

segmentos do mercado, considerando que os

parceiros teriam mais afinidade e interesses

mais aproximados, já que sempre é muito

difícil o acordo entre as inúmeras ou diversas

atividades que o turismo envolve.

Com isso foi criado o projeto Destinos

Referência em Segmentos Turísticos, que

tem como objetivo principal a organização

do trade local dentro da perspectiva de um

Segmento Turístico e a construção de um

modelo referencial que possa servir de base

para outros destinos com a mesma vocação

turística. Para isso, foram selecionados dez

destinos com características diferentes, em

regiões diferentes, para que suas experiências

possam servir como referencial para outros

destinos no Brasil, validando e consolidando

a estratégia de desenvolvimento de políticas

públicas e de ampliação, segmentação e

diversificação da oferta turística nacional.

O projeto visa o desenvolvimento de um

destino por meio de um segmento, partindo

do princípio de que o trade local deve estar

organizado, com prioridades e estratégias

definidas e com foco na competitividade.

A estratégia para selecionar os dez destinos

brasileiros para serem contemplados e

servirem de referência em segmentação

do turismo foi baseada nos Planos de

Marketing Turístico Nacional – Plano

Cores do Brasil – e Internacional – Plano

Aquarela –, desenvolvidos pelo Governo

Federal por meio do Ministério do Turismo

e do Instituto Brasileiro de Turismo

(Embratur), respectivamente, e nos Estudos

de Competitividade desenvolvidos pelo

Ministério do Turismo em parceria com o

Sebrae Nacional e a Fundação Getúlio Vargas,

nos casos em que se trata de Destino Indutor

de Desenvolvimento Turístico Regional.

Os destinos envolvidos são brevemente

apresentados a seguir. Suas experiências no

desenvolvimento dos segmentos específicos

foram publicadas em volumes específicos e

podem ser consultadas no site do Ministério

do Turismo (www.turismo.gov.br).

Introdução

6 7

Anitápolis, Rancho Queimado, Santa Rosa de Lima e Urubici (SC) – Destino Referência em Turismo Rural

As propriedades dos municípios citados

integram o projeto Acolhida na Colônia,

integrada a uma associação francesa de

agricultores, que visa valorizar o modo de

vida no campo através do agroturismo

ecológico. Esta modalidade de turismo é

praticado dentro das propriedades rurais,

permitindo ao turista entrar em contato

com a atmosfera da vida na propriedade,

integrando-se, de alguma forma, aos hábitos

locais, seja por acompanhar o processo de

elaboração dos produtos agrícolas – doces,

geleias, pães, café, queijo, etc. – ou por

vivenciar o dia a dia da vida rural – plantio,

colheita, manejo de animais –, consumindo

os saberes e fazeres do campo.

A região das Encostas da Serra Geral, em

Santa Catarina, por suas especificidades,

possui grande potencial para o

desenvolvimento do Turismo Rural, atividade

coordenada e articulada pela Associação

Acolhida na Colônia e fortalecida com ações

de apoio aos agricultores familiares na

formatação de roteiros turísticos e em sua

inserção no mercado.

Barcelos (AM) – Destino Referência em Turismo de Pesca

Localizado na região amazônica, Barcelos

é um destino turístico ainda pouco

conhecido pela maioria dos brasileiros, mas

já com destaque no mercado internacional.

Considerada a capital do peixe ornamental,

Barcelos é a maior exportadora brasileira do

produto e uma das maiores do mundo, com

destaque para os peixes conhecidos como

cardinal, de beleza exótica e brilho intenso, e

acará-disco.

Famosa por concentrar a maior quantidade

de tucunarés em toda a região amazônica,

em seus grandes rios e centenas de lagos,

Barcelos é o destino perfeito para o Turismo

de Pesca, que atrai pescadores de todos os

cantos do mundo em busca do tucunaré-

açu (Cichla temensis). Este peixe – que pode

atingir até 1 metro de comprimento e pesar

mais de 14 quilos – cativa cada dia mais

adeptos de sua pesca em todo o mundo,

devido ao modo explosivo como atacam

as iscas e às bruscas arrancadas depois de

fisgados. Essas características proporcionam

aos amantes da pesca esportiva emoções

indescritíveis, o que motiva o retorno dos

turistas ao local para reviverem a experiência

anterior.

Brasília (DF) – Destino Referência em Turismo Cinematográfico

Brasília reflete a mistura cultural dos

sotaques, da culinária, dos costumes e

trejeitos do povo brasileiro, trazidos pelos

candangos que ergueram a capital com suas

próprias mãos. Por servir ainda de base para

embaixadas de outras nações, é lugar das

mais variadas etnias internacionais.

Brasília é um destino referência no segmento

de turismo audiovisual, pelas facilidades

encontradas na prestação de serviços,

por ter um conjunto urbanístico em um

cenário natural variado e exclusivo, uma

vez que Brasília é a única cidade no século

XXI tombada como Patrimônio Cultural da

Humanidade.

É considerada também a cidade mais cinéfila

do Brasil, pois conta com o maior número de

salas de cinema por habitante.

Jericoacoara (CE) – Destino Referência em Turismo de Sol e Praia

A cidade de Jijoca de Jericoacoara,

classificada pelo jornal Washigton Post como

uma das dez praias mais bonitas do mundo,

desenvolveu nessas décadas um crescente

fluxo de curiosos, viajantes, mochileiros e

turistas, tanto brasileiros quanto estrangeiros,

que transformaram a vila de pescadores dos

anos 70 em um destino turístico de atração

internacional no século XXI.

Jericoacoara é hoje point internacional para

os esportes da vela, e tem na sua natureza

de dunas brancas, muito vento, sol intenso

e praias nativas, o ambiente perfeito para

permanecer atraindo turistas nacionais e

estrangeiros, garantindo a ocupação de

suas pousadas, o uso de seus serviços, e

por consequência a geração de emprego e

promoção da renda dos seus habitantes. O

destino é recomendado como um dos sete

destinos de vela no mundo, competindo no

windsurf com destinos internacionais de Sol

e Praia.

Lençóis (BA) – Destino Referência em Turismo de Aventura

A Chapada Diamantina é uma região de

serras, no centro da Bahia, onde nascem os

rios das bacias do Paraguaçu, do Jacuípe e

do Rio de Contas. Essas correntes de águas

brotam nos cumes e deslizam pelo relevo em

belos regatos, despencam em borbulhantes

cachoeiras e formam transparentes piscinas

naturais, propiciando assim as diversas

atividades de turismo de aventura.

Por suas características geográficas e

geológicas, a região da Chapada Diamantina

passou por diversos ciclos econômicos e de

ocupação: agricultura, pecuária, garimpo

8 9

de diamantes, e nas ultimas décadas vive

o desenvolvimento do turismo. Lençóis é

portão de entrada para a região, cidade

tombada como Patrimônio Histórico Artístico

Nacional pelo Iphan, e hoje é considerada

destino referência em Turismo de Aventura.

Paraty (RJ) – Destino Referência em Turismo Cultural

Patrimônio Histórico Nacional, com seus

casarios e igrejas em estilo colonial,

calendário cultural diversificado, celebrações

de festas religiosas tradicionais e suas

manifestações artísticas autênticas, Paraty

demonstra seu potencial para se projetar

como um destino de Turismo Cultural

nacional e internacionalmente.

Este cenário, naturalmente propício ao

turismo, é ainda enriquecido pela realização

de eventos culturais de âmbito internacional,

como a Festa Literária Internacional de Paraty

(Flip), momento em que a cidade tem a

oportunidade de reunir inúmeros escritores e

leitores de todo o mundo.

Ribeirão Preto (SP) – Destino Referência em Turismo de Negócios e Eventos

A escolha de Ribeirão Preto para participar

do projeto Destino Referência se deu

com base nas suas pré-condições para o

Segmento de Negócios e Eventos. Entre

os fatores que justificaram a determinação

de Ribeirão Preto como Destino Referência

devem ser destacados: boa infraestrutura

turística, com destaque para equipamentos

relacionados à realização de eventos

(hotéis com salas, centro de convenções e

exposições); existência de feiras de negócios

regulares; ocorrência de eventos nacionais e

internacionais técnico-científicos; existência

de aeroporto com frequência regular de voos

nacionais e regionais, boa acessibilidade

terrestre; proximidade da capital – São Paulo

– maior centro econômico do país e principal

emissor de turistas de negócios e eventos;

realização de visitas técnicas regulares no

município e entorno; existência de centros

tecnológicos e acadêmicos de excelência.

Santarém (PA) – Destino Referência em Ecoturismo

O município de Santarém é o centro do

polo Tapajós, a principal cidade do oeste

do Pará e a segunda mais importante do

Estado. Logo em frente à cidade, é possível

ver o encontro dos Rios Amazonas, com

suas águas barrentas, e Tapajós, em tons

esverdeados: suas águas correm lado a lado

por quilômetros sem se misturar. Além disso,

há diversas das cachoeiras, lagos e praias

formadas ao longo do Tapajós.

O ecossistema atual da região apresenta

a biodiversidade característica da região

amazônica, onde já foram catalogadas

mais de duas mil espécies de peixes, cerca

de 950 espécies de pássaros, 300 espécies

de mamíferos e cerca de 10% de todas as

espécies de plantas existentes na Terra.

Representantes típicas da flora local são a

vitória-régia e as dezenas de espécies de

bromélias.

São João del Rei (MG) – Destino Referência em Turismo de Estudos e Intercâmbio

O destino escolhido pelo Ministério do

Turismo para implantar o projeto piloto

para estruturação do segmento de Estudos

e Intercâmbio foi a cidade de São João

del Rei, em Minas Gerais. Como uma das

Capitais da Cultura no Brasil, a cidade

possui infraestrutura turística para receber

a demanda emergente para o Turismo

de Estudos e Intercâmbio, com posição

geográfica privilegiada e oferta de voos

regulares para o Rio de Janeiro e Belo

Horizonte.

O município está situado em uma região

de grandes atrativos, onde se encontram

importantes referências do patrimônio

material e imaterial do Brasil, como a cidade

de Tiradentes, parte das Serras do Lenheiro e

São José. Buscou-se, com isso, contribuir para

introduzir o Brasil como uma nova opção

de destino para estudantes internacionais,

por terem sido identificadas demandas

e expectativas de instituições de ensino

estrangeiras e de operadores e agentes de

intercâmbio no exterior por programas de

educação internacional no país.

Socorro (SP) – Destino Referência em Turismo de Aventura Especial

Localizada na Serra da Mantiqueira, Socorro

é uma pequena cidade a 110 quilômetros

de Campinas, entre os Estados de São Paulo

e Minas Gerais. Por trás da tranquilidade

interiorana, Socorro possibilita ao turista

liberar adrenalina, por meio das atividades de

aventurura.

As iniciativas pioneiras e experiências

de Socorro no segmento de Turismo de

Aventura e Acessibilidade chamaram a

atenção para o destino, que passou a contar

com o apoio de diversas instituições que

contribuíram para que a cidade se tornasse

realmente referência em Aventura Especial.

A partir desse conjunto de fatores é que a

cidade foi selecionada pelo Ministério do

Turismo como referência em Turismo de

Aventura Especial.

Os objetivos específicos do projeto são:

• Desenvolvereimplantarumsistemade

gestão do turismo nos destinos turísticos

selecionados pelo Ministério do Turismo,

com a participação de entidades locais

10

públicas, privadas e do terceiro setor,

garantindo a padronização dos métodos

utilizados, observando as devidas

peculiaridades de cada segmento e

destino, e a qualidade dos resultados a

serem obtidos

• ApoiarnaelaboraçãodeumPlanode

Ação para cada destino selecionado e

acompanhar e monitorar a implementação

desses planos, garantindo a qualidade dos

resultados a serem obtidos

• Apoiartecnicamenteaimplementaçãode

uma Ação Símbolo em cada destino

• Realizarmultiplicaçãodasexperiências

aplicadas nos destinos para outros

destinos e regiões turísticas

O modelo de gestão descentralizada

concebido e implementado pelo Ministério

do Turismo,1 desde 2003, prevê a integração

de diversas instâncias da gestão pública e

da iniciativa privada por meio da criação e

organização dos arranjos institucionais.

Para a gestão e execução do projeto Destinos

Referência em Segmentos Turísticos, o

Ministério do Turismo contou com a parceria

de várias instituições públicas, privadas e do

terceiro setor, o que permitiu abordagens em

dois enfoques estratégicos nos destinos: o

foco na gestão compartilhada, que valoriza

a governança local, e o foco no mercado,

que permite a elaboração dos planos de

ação voltados aos principais segmentos

turísticos que dão identidade aos territórios

contemplados.

A partir da parceria estabelecida com o

Intituto Casa Brasil de Cultura e com as

1. htpp://www.turismo.gov.br/turismo/conselhos/

entidades executoras do projeto em âmbito

local, o Ministério do Turismo, num processo

participativo, contou com o apoio técnico

presencial de tutores e consultores que

acompanharam a implantação de cada passo

da metodologia, garantindo integração e

participação das comunidades locais.

Para garantir o sucesso na execução das

ações nos territórios selecionados, entidades

locais foram selecionadas para atuar como

parceiros executores do projeto em âmbito

local, ou seja, nos destinos. Cada entidade

executora demonstra experiência com

segmento turístico que foi trabalhado

no destino e envolvimento com pessoas,

profissionais, instituições e empresas que

atuam nesse segmento.

Essas entidades locais firmaram convênio

com o Ministério do Turismo, conforme

quadro demonstrativo apresentado a seguir,

prevendo ações específicas para cada

Gestão do Projeto

ConvêniosSão acordos, ajustes ou qualquer outro instrumento que discipline a transferência de recursos financeiros de dotações consignadas nos orçamentos fiscais e da Seguridade Social da União e tenha como participantes: de um lado, órgão ou entidade da administração pública federal, direta ou indireta e, do outro lado, órgão ou entidade da administração pública estadual, distrital ou municipal, direta ou indireta, ou ainda, entidades privadas sem fins lucrativos, visando à execução de programa de governo, envolvendo a realização de projeto, atividade, serviço, aquisição de bens ou evento de interesse recíproco, em regime de mútua cooperação. (Decreto n° 6.170, de 25 de julho de 2007)

• Apoiaraatuaçãodasentidades,

conveniadas com o Ministério do

Turismo, responsáveis pela elaboração e

implementação do Plano da Ação

Para os destinos participantes, foi um

privilégio participar de um projeto

que valoriza a opinião local e fortalece

as entidades, exigindo dos parceiros

envolvimento e tolerância para que o

processo de discussão e busca de soluções

seja um catalisador do mercado e promova

sinergia e objetividade nas ações.

12 13

destino e que pudessem ser executadas

paralelamente à metodologia prevista em

âmbito nacional visando o fortalecimento da

participação local. De forma geral, as ações

executadas pelos parceiros conveniados

contemplavam a mobilização local, a

contratação de uma consultoria especializada

no segmento e uma ação simbólica para

consolidação do projeto no destino como

fechamento do cronograma.

A gestão nacional do projeto ficou a cargo

do Instituto Casa Brasil de Cultura. Para tanto

o Ministério do Turismo firmou um Termo

de Parceria com o referido instituto com

o intuito de desenvolver a metodologia a

partir das experiências nos dez destinos,

detalhando o passo a passo de cada

etapa, para que o destino pudesse realizar

seu planejamento de forma continuada

e participativa, diminuindo o risco de

interrupção de projetos e programas.

Também coube à Casa Brasil o

acompanhamento das entidades locais

conveniadas com o Ministério do Turismo

na execução das ações símbolo (marcos

efetivos de atuação do projeto) assim como

apoiar o desenvolvimento de uma estratégia

competitiva para o destino no âmbito do

segmento escolhido.

Os tutores do ICBC e os consultores as

entidades executoras realizaram visitas

periódicas aos destinos e mantinham contato

para acompanhamento das ações do projeto,

supervisionados por um coordenador geral.

Essa estratégia permitiu uma relação direta

com as pessoas envolvidas em cada destino,

mantendo o ambiente de governança

aquecido e tornando o processo dinâmico,

o que possibilitou a customização da

metodologia conforme necessidade de cada

destino inserindo ou adaptando ações com

vistas a alcançar os melhores resultados.

Para tornar um pouco mais clara a estrutura

de gestão, a seguir é apresentado um

organograma com as entidades executoras

em âmbito local.

Quadro 1 – Estrutura de Gestão do Projeto Destinos Referência em Segmentos Turísticos

Termo de Parceria

É um instrumento jurídico previsto na Lei 9.790, de 23 de março de 1999, para transferência de recursos para organizações sociais de interesse público.

14

Pensar e decidir sobre o destino de forma dinâmica e participativa

Para a realização do projeto Destinos

Referência foi desenvolvida uma metodologia

específica, que atendesse de forma flexível

e personalizada as necessidades de cada

destino e que pudesse ser facilmente

reaplicada em outros destinos. Assim foi

criado o Sistema Cores de Planejamento e

Gestão de Destinos.

O Sistema Cores é uma ferramenta de

planejamento turístico rápido, objetivo,

com bases sustentáveis e que estimula

o envolvimento dos diferentes setores

turísticos na gestão do destino. Isto se dá

por meio do estímulo ao grupo gestor local

na utilização do sistema para avaliação,

diagnóstico e prognóstico do próprio destino.

Em síntese, o sistema proporciona maior

viabilidade de execução, monitoramento

e ajustes ao subsidiar um planejamento

estratégico do turismo com as seguintes

características:

• Coerentecomarealidadeeasustentabilidade do destino

• Focadonasegmentaçãodoturismo

• Acordadopelosprincipaisatoreslocais

• Baseadonapotencializaçãodagovernançalocal

• Alinhadocomosmacroprogramaseprogramas do Plano Nacional de Turismo 2007-2010

1 Dimensões avaliadas pelo sistema

O Sistema Cores tem como foco a análise

do destino e seu sistema turístico a partir de

seis dimensões. As dimensões são avaliadas

pelos representantes de instituições públicas,

privadas e do terceiro setor, ligadas direta

e indiretamente ao turismo local durante a

realização do Seminário Cores. A partir desta

autoavaliação do destino, são priorizadas por

estes mesmos agentes as ações necessárias

ao desenvolvimento do destino e definidas as

atribuições de cada um dos envolvidos.

As dimensões avaliadas pelo Sistema Cores

são:

Arranjo institucional: Análise do nível

de cooperação, democratização e

descentralização, definição dos papéis dos

setores privado e público, representatividade

desses atores, composição do arranjo

institucional, instrumentos legais, incentivos

e interface com os outros setores. Esta

dimensão é trabalhada através da

identificação e mobilização dos agentes

relacionados ao setor ou ao segmento por

meio de encontros, reuniões e seminários

que devem culminar com a formação do

Grupo Gestor e com a organização da

atividade turística no destino.

Metodologia: Sistema Cores de Planejamento e Gestão de Destinos

16 17

Inteligência competitiva (informação):

Análise do desenvolvimento do sistema de

produção e difusão da realidade turística, do

monitoramento permanente da conjuntura

turística, de um sistema de base de dados

e de relacionamento com as instituições de

pesquisa para verificar o nível de existência

e utilização das informações sobre oferta e

demanda.

Infraestrutura: Identificação de ações

prioritárias para melhoria da infraestrutura

pública e turística, priorizando e

hierarquizando as necessidades de

investimentos do destino. Estas necessidades

são priorizadas durante a realização do

Seminário Cores, que utiliza metodologias

inclusivas e participativas.

Qualificação do produto: Análise da

qualificação dos serviços, atrativos,

produção associada, estética, identidade

visual e roteiros turísticos. Interface entre

as entidades especializadas na qualificação

profissional e empresarial.

Marketing e promoção: Avaliação do

posicionamento do destino no mercado,

ações de promoção e divulgação do destino,

participação em feiras, relacionamento

com a mídia, consolidação de imagem e

mecanismos de apoio à comercialização.

Sustentabilidade do destino: Índices e

sensação de violência, trânsito, capacidade

de abastecimento de água e energia,

tratamento de resíduos, patrimônio cultural,

inclusão social, unidades de conservação,

legislação ambiental e capacidade de carga,

práticas sustentáveis e monitoramento dos

impactos do turismo.

A análise das seis dimensões acima

é viabilizada através de uma série de

estratégias e ferramentas descritas a seguir.

2 Estratégias de implementação do Sistema Cores

A implementação do Sistema Cores se dá por

meio das seguintes estratégias, flexíveis no

tempo e na forma, adaptáveis às realidades

de cada destino:

a. Estruturação do projeto – esta ação

inicial foi realizada pelo MTur para

estabelecer com os gestores locais uma

linha de ação conjunta na realização do

projeto no destino e definir os objetivos

e responsabilidades. Esta fase foi

complementada pela tutoria do ICBC em

uma primeira viagem de reconhecimento

ao destino.

b. Tutoria – realizada pelos consultores

do ICBC, é responsável pela interface

com gestores e instituições no destino

(parceiros), viagem de reconhecimento

do destino e apoio técnico na execução

de todas as etapas do Sistema Cores.

Inclui visitas e reuniões técnicas, apoio

à distância, condução de seminários e

elaboração de relatórios.

c. Elaboração do Diagnóstico Competitivo

– realizado pelos parceiros locais com

o apoio técnico da tutoria. Apresenta

indicativos, diretrizes, orientações

e estratégias para serem debatidos,

aprimorados e priorizados nas reuniões

técnicas e no Seminário Cores,

constituindo-se em documento base para

a elaboração da Estratégia Competitiva

do Destino Turístico. Este diagnóstico

compreende o estudo de competitividade

realizado pelo Ministério do Turismo e

Fundação Getúlio Vargas (FGV), nos casos

em que o destino é Destino Indutor de

Desenvolvimento Turístico Regional, e

outros estudos e diagnósticos do destino.

Porém, a principal fonte de informação

para a elaboração do diagnóstico são os

atores locais envolvidos no projeto, que,

por meio da metodologia utilizada no

Seminário Cores, conseguem retratar, de

maneira real e participativa, a realidade e

prioridades do destino.

d. Formação do Grupo Gestor – formado

durante o Seminário Cores (ver a seguir), o

Grupo Gestor participa do posicionamento

e priorização de ações para o destino e é

o responsável pela gestão da execução e

monitoramento da estratégia competitiva

traçada. A responsabilidade do Grupo

Gestor é o monitoramento, a garantia da

continuidade e a coordenação das ações

subsequentes, assim como mobilização

e articulação locais, sobretudo com as

entidades ou grupos que representam.

O grupo deverá ter um tamanho

adequado, não devendo ser muito grande,

em torno de 15 integrantes. Portanto,

é muito importante que os agentes

nomeados sejam efetivos líderes neste

processo, agindo de forma proativa,

participativa e até entusiasta. Eles serão os

grandes responsáveis pela sensibilização

dos demais agentes e pela continuidade

do projeto. Sugere-se que o Grupo Gestor

tenha representantes das principais

atividades relacionadas diretamente ao

segmento, para que se tenha uma visão

global e não parcial.

e. Realização do Seminário Cores – é

realizado no destino com os gestores e

atores locais. O objetivo do seminário é

apresentar o projeto, estimular e viabilizar

a participação dos atores locais nos

processos de avaliação de diagnóstico do

destino, definir o Grupo Gestor, realizar

uma avaliação qualitativa e priorizar

as demandas do destino de forma

participativa. O Seminário Estratégico

18

tem seu formato e duração adequados ao

contexto de cada destino e é precedido

pelo trabalho de reconhecimento e

reuniões técnicas realizadas pela tutoria.

f. Realização de Avaliação Qualitativa – é

o resultado da percepção da comunidade

sobre a situação atual do destino ou

região, gerado a partir do diagnóstico

competitivo e da avaliação feita durante o

Seminário Cores, por meio de uma matriz

de avaliação qualitativa, quando as seis

dimensões do destino são avaliadas sob a

ótica dos participantes.

g. Elaboração da Estratégia Competitiva – é

o resultado do Seminário Cores e apresenta

a avaliação qualitativa e o posicionamento

do destino definidos pelo Grupo Gestor

durante o Seminário Estratégico.

h. Elaboração do Plano de Ação do

Segmento – o Plano de Ação assessora

os destinos no que tange às diretrizes dos

Programas do Plano Nacional de Turismo

e às orientações para as demais ações de

competência de outras entidades. Um

destaque desta estratégia, realizada com

sucesso em todos os destinos foi a Ação

Símbolo: algo efetivo que simbolize o

resultado dos esforços coletivos e inspire

novas pessoas e instituições a se envolver

com a estruturação do segmento e do

destino.

i. Seminários de Multiplicação – são

dirigidos a empresários e à comunidade

do destino, além de representantes de

outros destinos com vocação para o

desenvolvimento do segmento turístico.

Complementam esses seminários a

oficina de projeto e a visita técnica, com a

participação do Grupo Gestor do projeto.

O desenvolvimento do projeto nos destinos

trouxe muitos desafios e boas surpresas para

os consultores, técnicos, trade, comunidade

e instituições envolvidas no processo. Com

realidades e estágios de desenvolvimento tão

diversos, muitos dos destinos selecionados

não se percebiam como referência ou

ainda não davam ao segmento escolhido a

importância que este poderia ter. Em muitos

deles havia ações e projetos em curso, mas

estavam desacreditados e desarticulados,

assim como muitos dos arranjos

institucionais locais.

Entre os inúmeros desafios identificados

pelos consultores, o maior de todos era

entusiasmar as pessoas e entidades,

integrá-las ao processo e mostrar que sua

participação faria uma diferença significativa

para ter um resultado positivo para o destino,

a ponto de este se transformar em referência

nacional.

Desta forma, o Método Cores se mostrou

mais do que participativo, ele foi inclusivo e

interativo. As pessoas se sentiram acolhidas,

respeitadas em seus pontos de vista e

convidadas para atuar de forma proativa.

As reuniões, a princípio tensas e confusas,

aos poucos foram se transformando em um

ambiente saudável de desenvolvimento

coletivo, no qual cada setor podia se

posicionar perante os outros e, juntos, definir

e priorizar o que era efetivamente importante

para o destino.

O projeto fez com que cada setor ou

instituição identificasse e assumisse suas

responsabilidades. Mais do que apontar

necessidades e erros alheios, as estratégias

implementadas trouxeram a autoconsciência

da responsabilidade individual e coletiva,

além de entregar as ferramentas certas nas

mãos de quem faz o turismo acontecer

no destino. E, quando as necessidades

extrapolavam o âmbito local, também

deu orientações sobre como ter acesso

aos programas estaduais e federais de

desenvolvimento, numa verdadeira lição de

descentralização do turismo e de integração

ao Sistema Nacional de Turismo.

A proposta da Ação Símbolo foi muito

gratificante em todos os destinos. Ela criou

uma coesão, uma sensação de realização

coletiva que fortaleceu o Grupo Gestor,

interna e externamente, servindo de modelo

para outras ações que foram priorizadas e

que deveriam ser realizadas pelos envolvidos.

Os Seminários de Multiplicação coroaram

o encerramento do projeto nos destinos.

Estruturado para apresentar os resultados

coletivos alcançados, multiplicar as

experiências de outros destinos referência e

capacitar os interessados através de oficinas

com temas escolhidos pelo próprio destino,

O Movimento e o resultado

20 21

os eventos contaram com a participação do

Grupo Gestor, empresários, setor público

e comunidade, além de representantes

de outros destinos com vocação para o

desenvolvimento do mesmo segmento

turístico. As visitas técnicas realizadas durante

os seminários apresentaram na prática os

resultados das ações planejadas e preparadas

durante todo o desenvolvimento do projeto.

Assim, com muito AMOR – Ação e Movimento

Orientado para Resultado –, o projeto ajudou

a construir e fortalecer os Grupos Gestores,

que hoje se tornaram o coração dos destinos,

responsáveis por manter viva a chama do

trabalho cooperado, do entusiasmo e da

consciência de ser um destino referência para

outros destinos no país.

Certamente, entre os inúmeros e diferentes

resultados conquistados em cada destino,

os grandes destaques são o fortalecimento

institucional e o aumento do entusiasmo nos

destinos, além da troca de experiências, que

criou uma sinergia positiva entre destinos

tão distantes e distintos, que passaram a

se sentir valorizados em suas conquistas

coletivas. Os resultados das experiências

vividas já se multiplicam pelo Brasil por

meio de visitas técnicas, oficinas, palestras

e publicações, levando adiante a proposta

essencial do projeto de que só se tem

sustentabilidade com governança local, e

só se tem governança com trade turístico

organizado e profissional. E que isso se faz

com a compreensão de que cada um tem

seu papel e deve se responsabilizar por

suas atribuições, enxergando os interesses

coletivos a médio e longo prazo, ao invés de

somente os interesses individuais imediatos.

A proposta do projeto Destinos Referência,

com base na Metodologia Cores, é uma

diretriz e não um modelo fechado, que pode

e deve ser adaptado as peculiaridades e

especificidades de cada destino.

As experiências dos destinos contemplados

pelo projeto podem ser consultadas nas

dez publicações disponíveis no sítio do

Ministério do Turismo (www.turismo.gov.

br). Cada publicação conta os desafios e

conquistas dos destinos em seus segmentos

específicos, e podem servir de referência para

o desenvolvimento de outras regiões.

Resultados do Projeto Destinos Referência

•Fortalecimentoinstitucionalatravésdaformação de 10 Grupos Gestores locais

•Envolvimentode77instituiçõesligadasdiretaeindiretamente ao setor do turismo

•Desenvolvimentode10DestinosReferênciaemSegmentos Turísticos

•Realizaçãode10OficinasdeQualificação,entreelas:OficinasdePlanejamento,deMarketingTurístico,deElaboraçãodeProjetos,deEcoturismoedeArranjoInstitucional

•Realizaçãode9SemináriosdeMultiplicação,promovendo o fortalecimento local e a troca de experiências entre os destinos por meio de palestras,oficinasevisitastécnicas

•Participaçãodiretadecercademaisde600pessoas

•Integraçãodeaçõesentreasesferasmunicipais,estaduais e nacionais

•Integraçãoentregovernos,setorprivado,terceiro setor e comunidade

•MultiplicaçãodosresultadosdasexperiênciaspeloBrasil,pormeiodevisitastécnicas,oficinas,palestras, vídeos e publicações

Equipe Ministério do TurismoCoordenação Geral

Ricardo Martini MoeschTânia Brizolla

Coordenação TécnicaAna Clévia Guerreiro LimaJurema MonteiroRosiane RockenbachSáskia Lima

Equipe técnicaBrena CoelhoCarolina CamposFabiana OliveiraLaura MarquesPhilippe FigueiredoTalita PiresWilken Souto

ColaboraçãoAna Beatriz Borges SerpaAlessandra LannaBárbara Blaut RangelCristiano BorgesLuis Eduardo DelmontMarcela SouzaPriscilla GrintzosRafaela LehmannSalomar Mafaldo

Equipe Instituto Casa Brasil de CulturaCoordenação do projeto

Marcelo SafadiCoordenação operacional e assistência técnica

Priscila VilarinhoConsultores dos destinos

Marcos Pompeu – São João del Rei (MG) e Jericoacoara (CE)Priscila Vilarinho – Brasília (DF), Paraty (RJ) e Ribeirão Preto (SP)Rodrigo Lopes – Serra Geral (SC), Lençóis (BA) e Socorro (SP)Ricardo Silva – Santarém (PA) e Barcelos (AM)

Consultores de apoioAlessandra SchneiderFelipe ArnsMarcos Martins Borges Paulo d’Ávila FerreiraRoberto MourãoThiago Dias

Apoio administrativoJairo Mendonça Júnior

Assistência técnica adminstrativaBreno Mendonça Vieira

© Instituto Casa Brasil de Cultura. Goiânia, 2010

Destinos de Referência em Turismo

Coordenação editorialWolney Unes

TextoAlessandra Schneider

Projeto gráfico Samara Bitencourt

Arte final de capa Genilda Alexandria

DiagramaçãoMarcus Lisita Rotoli

FotografiaAcervo do Instituto Casa Brasil de Cultura:Wolney Unes

Revisão Camila Pessoa

ApoioAcolhida na Colônia AbetaCasa AzulBeltaInstituto DharmaConvention BureauAvapePrefeitura de SocorroSebrae-CEAmazonasTurSecretaria de Turismo de Barcelos

ImpressãoMarques e Bueno Ltda. (Gráfica Talento)

Serra Geral - SC

Sumário

Presidente da República Federativa do Brasil

Luiz Inácio Lula da Silva

Ministro de Estado do Turismo

Luiz Eduardo Pereira Barretto Filho

Secretário-Executivo

Mário Augusto Lopes Moyses

Secretário Nacional de Políticas do Turismo

Carlos Silva

Diretor do Departamento de Estruturação, Articulação e Ordenamento Turístico

Ricardo Martini Moesch

Coordenadora-Geral de Segmentação

Sáskia Freire Lima de Castro

Coordenadora-Geral de Regionalização

Ana Clévia Guerreiro Lima

Coordenadora-Geral de Informação Institucional

Isabel Cristina da Silva Barnasque

Coordenadora-Geral de Serviços TurísticosRosiane Rockenbach

Anitápolis, Urubici, Rancho Queimado e Santa Rosa de Lima Região das encostas da Serra Geral (SC)

Apresentação

O turismo nas Encostas da Serra Geral

Projeto Destinos Referência em Segmentos Turísticos

Destino referência em Turismo Rural

Resultados alcançados

5

5

7

15

19

31

Apresentação O charme do Turismo Rural em colônias europeias do Sul do Brasil

Nas Encostas da Serra Geral de Santa

Catarina, no entorno de Florianópolis,

região colonizada por imigrantes italianos

e alemães, famílias de agricultores que

trabalham de maneira cooperada na

produção de alimentos orgânicos, abriram

suas propriedades para mostrar aos visitantes

sua maneira de viver integrada à natureza.

Assim surgiu a Associação de Agroturismo

Acolhida na Colônia.

Nas propriedades que participam da

Acolhida, os visitantes são recebidos

por famílias rurais que ainda vivem

de maneira semelhante aos colonos

europeus e aprendem com as experiências

contemporâneas de agricultura

agroecológica. Essas experiências tornaram a

região referência em Turismo Rural.

O destino já é visitado por escolas,

universidades, famílias e casais, sendo a

maioria proveniente de Florianópolis e de

outras cidades de Santa Catarina. Há demanda

também de visitantes das capitais vizinhas,

como Curitiba e Porto Alegre, de São Paulo e

outros estados mais distantes, que vêm em

busca de viver a experiência de ser acolhido

por uma família que vive no meio rural.

Em geral as visitas de famílias e casais

ocorrem nos finais de semana e feriados,

e duram em média de dois a três dias. Os

turistas que procuram a região buscam saber

como vivem, como trabalham e o que fazem

os agricultores ecológicos, além de conhecer

os processos de plantio, transformação e

consumo dos alimentos orgânicos.

É comum os turistas ficarem amigos das

famílias rurais e retornarem com frequência,

aproveitando os períodos de determinadas

frutas, como os deliciosos morangos e uvas,

ou para vivenciar as diferenças climáticas

tão marcantes na região. Trata-se de

oportunidades interessantes para serem

trabalhadas de maneira a motivar as visitas

em períodos de baixa ocupação.

Visitas de escolas e universidades costumam

ocorrer durante a semana e têm duração

variável, dependendo do tema da visita.

Esta é uma boa estratégia para motivar as

visitas nos períodos de baixa temporada.

Empresas que organizam viagens técnicas

e pedagógicas podem ter um excelente

produto para oferecer a escolas e

universidades.

O ideal é que os agentes conheçam as

propriedades e a proposta da Acolhida

antes de organizar viagens para grupos ou

famílias. Para começar a conhecer a proposta,

a orientação é acessar o site da associação:

Anitápolis, Urubici, Rancho Queimado e Santa Rosa de Lima Região das encostas da Serra Geral (SC)

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Serra Geral - SC

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Serra Geral - SC

www.acolhida.com.br. A partir daí, pode-

se conhecer a distribuição espacial das

propriedades e o que cada uma oferece,

o que facilita a criação de um roteiro

personalizado para famílias ou grupos de

estudo. No site há também um link para

contatos e central de reservas, que conduz

ao atendimento direto pela equipe da

Associação, garantindo a escolha adequada

dos lugares que serão visitados.

As orientações de acesso usam como

referência Florianópolis, por ser o principal

emissor e também o portão de entrada

para a região. A capital é servida por um

aeroporto internacional, rodovias de

qualidade e sinalização turística que facilitam

a organização da viagem com segurança.

A partir de Florianópolis se têm acessos aos

vários destinos da Acolhida, tanto aos mais

próximos, como Rancho Queimado, quanto

aos mais distantes, como Urubici. A maioria

dos visitantes utiliza seu próprio veículo

para chegar até as propriedades. Porém, há

alternativas como o aluguel de veículos ou a

contratação de serviços locais de transporte

– vans e micro-ônibus –, que atendem aos

grupos. A melhor maneira de encontrar o

transporte ideal e as condições de acesso

é entrando em contato com a Central de

Reservas da Associação, indicada no final

desta publicação.

O turismo na região das Encostas da Serra Geral

É importante lembrar que as visitas devem

ser agendadas com antecedência, pois

as famílias precisam se preparar para

receber. Em alguns municípios há centros

de atendimento ao turista e sinalização

turística personalizada, sendo possível obter

informações sobre as propriedades rurais e os

serviços disponíveis em cada uma.

Atendendo ao perfil do viajante de Turismo

Rural, a hospedagem é feita nas propriedades

rurais, em quartos ou chalés coloniais. Os

quartos coloniais são cômodos dentro da

própria casa da família que, em geral, eram

utilizados pelos filhos que foram trabalhar ou

estudar na cidade. Tais quartos, preparados

para receber os visitantes, proporcionam

uma convivência mais próxima com os

agricultores. A sensação é de estar visitando

um parente querido que vive na área rural.

Já os chalés coloniais proporcionam mais

privacidade ao visitante e à família que o

recebe, pois têm estrutura independente de

acomodação e banheiro. Em qualquer um

dos casos, as refeições são feitas em conjunto

e o visitante pode se integrar às atividades

rurais ou aproveitar as atrações naturais

disponíveis no entorno da propriedade.

Uma prática muito comum entre os turistas

é se hospedar em uma propriedade e fazer

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Serra Geral - SC

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Serra Geral - SC

visitas ou algumas refeições nas propriedades

vizinhas. É uma maneira bem interessante de

aproveitar o tempo e distribuir os benefícios

econômicos do turismo.

Aliás, além das paisagens exuberantes, outro

grande destaque da região é a culinária. Não

há grandes restaurantes ou pratos turísticos

comuns a toda a região. Pelo contrário, o mais

interessante é provar as receitas tradicionais

criadas e preparadas pelas famílias rurais,

com alimentos orgânicos produzidos na

propriedade ou na região. Os cafés ou mesas

coloniais são uma experiência gastronômica

única, na qual cada ingrediente tem uma

história particular e requer toda uma

dedicação para chegar à mesa. A diversidade

é tão grande que até já foi criado um caderno

de receitas das famílias rurais, que podem ser

acessadas na página da Acolhida na Colônia.

Apesar da variedade dos pratos oferecidos

pelas famílias, há uma característica comum

a todos: o fogão à lenha é o coração da casa.

Ele aconchega, reúne, aquece no inverno, assa

o pinhão, garante a água quente do chuveiro

e do mate, além, é claro, de ser o responsável

pelos sabores e aromas que convidam ao

prazer gastronômico sem pressa.

A produção associada garante boas compras.

Os visitantes podem levar para casa mel,

melado, açúcar mascavo, geleias, doces,

molhos de tomate, compotas produzidas

pelas famílias. O pecado é permitido, afinal,

praticamente tudo é orgânico e de excelente

qualidade.

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Serra Geral - SC

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Serra Geral - SC

O segmento de Turismo Rural

Segundo o Ministério do Turismo no documento Turismo Rural – Orientações Básicas1, “Turismo Rural é o conjunto de atividades turísticas desenvolvidas no meio rural, comprometido com a produção agropecuária, agregando valor a produtos e serviços, resgatando e promovendo o patrimônio cultural e natural da comunidade”. Em virtude da heterogeneidade regional, das atividades oferecidas pelo empreendimento e da mão de obra utilizada, o conceito de Turismo Rural abrange algumas derivações, como é o caso do Agroturismo e do Turismo Rural na Agricultura Familiar. O Agroturismo pode ser entendido como o turismo praticado dentro das propriedades rurais, de modo que o turista entra em contato com a atmosfera da vida na propriedade, integrando-se, de alguma forma, aos hábitos locais. A definição traz na sua essência a noção de que a atratividade das propriedades rurais está na oportunidade de acompanhar a produção de produtos agrários – doces, geleias, pães, café, queijo, vinhos, aguardentes – ou vivenciar o dia a dia da vida rural, por meio do plantio, colheita, manejo de animais, consumindo os saberes e fazeres do campo.A Associação de Agroturismo Acolhida na Colônia baseia seu trabalho em alguns princípios:

• O Turismo Rural é parte integrante da propriedade rural e se constitui em fator de desenvolvimento local,

1. Brasil. Turismo rural: orientações básicas. Ministério do Turismo: Brasília, 2008. Disponível em www.turismo.gov.br

de valorização da cultura regional e revitalização do espaço rural

• Os agricultores desejam compartilhar com os turistas o ambiente onde vivem e a recepção e convívio devem ocorrer num clima de troca de experiência e respeito mútuo

• Devem ser cobrados preços acessíveis

• Os serviços são planejados e organizados pelos agricultores familiares, que garantem a qualidade dos produtos que oferecem

• O turismo deve ser complementar às outras atividades, ambientalmente correto e socialmente justo

• Oferta de produção local

• Estímulo à agroecologia e à venda direta de produtos pelos agricultores aos turistas

• Incentivo à diversificação da produção

• Estímulo ao associativismo

E foram exatamente estes princípios e a prática que fizeram com que a Acolhida na Colônia fosse escolhida pelo Ministério do Turismo para desenvolver um trabalho de estruturação que a tornasse um destino referência no segmento de Turismo Rural, levando ao desenvolvimento de uma metodologia de multiplicação das experiências aplicadas no destino para outros destinos e regiões turísticas do Brasil.

O modelo de gestão descentralizada1

concebido pelo Plano Nacional de Turismo e

implementado pelo MTur prevê a integração

de diversas instâncias da gestão pública e

da iniciativa privada por meio da criação e

organização dos arranjos institucionais.

O projeto Destinos Referência em Segmentos

Turísticos desenvolvido pelo MTur em

parceria com o Instituto Casa Brasil de

Cultura, tem como objetivo criar uma

estratégia de governança local, a partir

do fortalecimento e aperfeiçoamento

de segmentos de mercado, procurando

envolver de forma participativa toda a cadeia

produtiva e instituições relacionadas com o

segmento escolhido, através de prioridades

e estratégias definidas e com foco na

competitividade.

O projeto tem como premissa a

participação efetiva dos representantes

locais, fortalecendo as entidades públicas

e privadas, o trade e as organizações não

governamentais, levando à formação de

um Grupo Gestor que assume o papel

de líder do processo, buscando assim

garantir a continuidade das ações na área

do turismo, resultados mercadológicos e a

sustentabilidade do destino.

Assim, foram escolhidos dez destinos

com características diferentes, em

1. Ministério do Turismo: www.turismo.gov.br

regiões diferentes, para que suas

experiências contribuam para criar uma

base metodológica que possa servir de

modelo para outros destinos no Brasil,

validando e consolidando a estratégia de

desenvolvimento de políticas públicas, e de

ampliação e diversificação da oferta turística

nacional.

Projeto Destinos Referência em Segmentos Turísticos

19

Serra Geral - SC

Destino referência em Turismo Rural

Em 2007, a Acolhida na Colônia foi escolhida

para representar o segmento de Turismo

Rural no projeto Destinos Referência em

Segmentos Turísticos, uma parceria do

Ministério do Turismo (MTur) com o Instituto

Casa Brasil de Cultura (ICBC).

Um aspecto peculiar do projeto neste

segmento foi a seleção de quatro municípios

para compor o destino referência: Rancho

Queimado, Anitápolis, Santa Rosa de Lima

e Urubici. Nestes municípios estavam

localizadas as 30 propriedades rurais mais

preparadas para receber o projeto.

Apesar de ter sido considerada Destino

Referência em Turismo Rural, a Acolhida

não é apenas um destino turístico,2 visto

que é uma associação viva, que se expande

e se fortalece a cada dia, extrapolando

divisas de municípios e regiões e conta

com um conjunto de 30 municípios e 180

propriedades.

Acreditando que empreendimentos solitários

dificilmente são competitivos, a Associação

de Agroturismo Acolhida na Colônia foi

criada no Brasil em 1998, seguindo o modelo

da rede francesa Accueil Paysan, hoje

2. Para o MTur destino turístico é conceituado como local, cidade, região ou país para onde se movimentam os fluxos turísticos.

presente em países da Europa, África, Ásia

e América Latina. A iniciativa foi motivada

pela existência na região da Associação de

Agricultores Ecológicos das Encostas da Serra

Geral (Agreco), formada por famílias rurais

que trocaram o plantio com uso de insumos

químicos pela produção de alimentos

agroecológicos e orgânicos.

As famílias que formavam a Agreco já haviam

optado por um modelo de produção mais

saudável para si e para o planeta, quando

perceberam que poderiam diversificar

as atividades de suas propriedades –

agregando mais valor aos seus produtos

e oferecendo alternativa de trabalho e

renda para jovens e mulheres –, ofertando

o agroturismo ecológico. Para acolher

visitantes, aprenderam a utilizar os potenciais

locais: natureza exuberante, hospitalidade,

atrativos histórico-culturais, clima e técnicas

alternativas de produção e de vivência no

campo. A partir de então, começou a haver o

interesse de grupos de técnicos e agricultores

em visitar a região, criando uma necessidade

de ampliação da infraestrutura de

hospedagem e alimentação que atendesse a

essa demanda.

Inicialmente a Acolhida atuava em 40

propriedades rurais de cinco Municípios

– Santa Rosa de Lima, Rancho Queimado,

Anitápolis, Grão-Pará, Rio Fortuna e Gravatal,

20

Serra Geral - SC

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Serra Geral - SC

estruturando-os para a prestação de serviços

de hospedagem, alimentação, lazer, venda de

produtos e educação (técnica e ambiental),

por meio de roteiros integrados.

Desde 1999, a Acolhida propõe e executa

projetos em parceria com diferentes

instituições, objetivando diversificar a oferta

turística da região, melhorar a qualidade dos

produtos e serviços, promover a produção

comunitária da região.

Os trabalhos in loco começaram em janeiro

de 2008, quando os consultores do projeto

visitaram as propriedades e realizaram

reuniões com a equipe técnica da Acolhida

e gestores públicos dos municípios e do

turismo no Estado, para criar um ambiente

de organização que pudesse pensar e

decidir sobre o destino, de forma dinâmica

e participativa, levando à formação de um

grupo gestor do segmento.

Neste primeiro contato, foi possível

avaliar o cenário do destino, seus

principais diferenciais competitivos e suas

necessidades. Uma boa surpresa foi conhecer

a capacidade de auto-organização e o

trabalho cooperado entre os agricultores

e a equipe técnica da Acolhida, além do

comprometimento de todos com a causa.

Em algumas reuniões já ficaram claras as

demandas mais emergentes sob o ponto de

vista local, com destaque para:

• SaneamentoBásico–tratamentode

resíduos

• Faltadeatividadesdelazerparaos

visitantes

• Dificuldadesemadequaçãodasnormas

de certificação quanto aos alimentos

orgânicos

Como se pode perceber, as necessidades

da propriedade rural estavam diretamente

relacionadas ao produto turístico. E este foi o

grande desafio do projeto: conciliar os ideais

e as necessidades da agricultura familiar

com a atividade turística, de forma que a se

complementarem.

Para definir o rumo do trabalho, foi realizado

um Diagnóstico Competitivo e os resultados

demonstraram, dentre outras coisas, a

necessidade de aumentar a diversificação e a

qualificação da oferta de serviços turísticos.

Em seguida, em julho de 2008, foi realizado

o Seminário de Turismo Rural, que priorizou

de maneira participativa as diretrizes e

necessidades do destino. O evento contou

com a contribuição ativa de representantes

dos quatro municípios. Também participaram

representantes do Sebrae, da Santur, da

Sol – Secretaria de Estado de Turismo,

Cultura e Esporte, da Empresa de Pesquisa

Agropecuária e Extensão Rural (Epagri) e da

equipe técnica composta por consultores da

Casa Brasil, técnicos do MTur e da Acolhida.

As atividades realizadas durante o seminário

nortearam a Estratégia Competitiva e todas

as ações subsequentes do projeto na região.

A avaliação do Arranjo Institucional

destacou a importância da cooperação

intersetorial e de parcerias com entidades

nacionais, situação que contribuiu para

uma boa pontuação nesta dimensão, mas

também deixou evidente a necessidade

de dinamização dos Conselhos Municipais

de Turismo (Comturs) e das Secretarias de

Turismo, que, em sua maioria, são ligadas a

outras pastas.

A dimensão de Informação/Inteligência

Competitiva teve sua avaliação prejudicada

devido à ausência de ensino técnico

e superior no setor turístico, além

da inexistência de dados estatísticos

organizados e inventários turísticos nos

quatro municípios em questão.

A dimensão de Infraestrutura deixou claras

as dificuldades encontradas para o acesso

às propriedades, devido a problemas nas

estradas e à falta de sinalização. Porém, a

questão das telecomunicações é a mais

grave, já que há poucas linhas telefônicas

fixas, baixo sinal para telefonia celular e é

25

Serra Geral - SC

praticamente inexistente o acesso à internet

nas propriedades rurais. Esta dimensão só

teve sua pontuação melhorada devido à

proximidade do destino com o Aeroporto de

Florianópolis.

Na quarta dimensão, de Qualificação do

Produto, ficou explícita a carência de centros

de visitantes e serviços de receptivo, seguido

de outras necessidades como serviços

bancários e qualificação dos meios de

hospedagem. O grande destaque positivo

foi para a produção associada e serviços de

alimentação, reconhecidamente os maiores

valores agregados do destino. Porém, na

produção associada, foi destacada a falta de

oferta de artesanatos e souvenirs para os

visitantes.

A quinta dimensão avaliou a situação

do Mercado e Marketing, que tem como

principal aspecto positivo a proximidade dos

mercados emissores e um posicionamento

de destino reconhecido por elementos de

sua identidade. Seus maiores desafios são a

promoção e a comercialização.

A última dimensão, Sustentabilidade do

Destino, teve como aspectos positivos

a segurança, a disponibilidade de água,

os benefícios para a comunidade local,

destinação de resíduos sólidos e a existência

de Unidades de Conservação. Porém há

outros aspectos que colocam em risco

a sustentabilidade, como a ausência de

tratamento de esgoto, problemas no

fornecimento de energia elétrica, falta

de controle de capacidade de carga e

monitoramento de impactos. Outro grande

desafio para a continuidade do trabalho das

famílias é a evasão dos jovens, que buscam

outras oportunidades ainda não percebidas

no meio rural.

Com relação aos Segmentos, confirmou-se

o Turismo Rural como segmento principal,

complementado pelo Ecoturismo e Turismo

Pedagógico. Os principais mercados

emissores são evidentemente regionais, com

destaque para o Estado de Santa Catarina e a

capital, Florianópolis. Foram também muito

citadas as capitais de Estados mais próximos,

como São Paulo, Porto Alegre e Curitiba. Pela

relação com o modelo original Accueil Paysan,

o mercado francês também foi apontado

como um importante emissor.

A Identidade foi marcada por diversos

aspectos, porém todos complementares e

fortalecedores da identidade principal do

destino, que é a Agricultura Familiar. Em

seguida foram apontadas outras características

como povo acolhedor, vida no campo, clima

frio, vida sustentável, alimentação orgânica e

berços das águas puras.

Os Nichos refletiram a realidade do perfil de

visitantes atual: famílias, seguidas de casais,

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Serra Geral - SC

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Serra Geral - SC

pequenos grupos de amigos, grupos técnicos

e escolares.

A priorização das ações de Produto e

Mercado Turístico, consideradas pela equipe

de consultoria da Casa Brasil, equipe técnica

do MTur e da Acolhida na Colônia como

as principais necessidades deste Destino

serviram como referência para a Estratégia

Competitiva.

Outro importante resultado – que teve

origem no seminário e influenciou as

ações seguintes – foi a definição do

posicionamento, da priorização dos

segmentos, dos mercados emissores, das

identidades, dos nichos e da formação do

grupo gestor. O grupo foi então formado por

representantes das seguintes instituições:

Acolhida na Colônia, Secretaria de Turismo

de Urubici, Secretaria de Turismo de Rancho

Queimado, Prefeitura de Anitápolis, Prefeitura

de Santa Rosa de Lima, Epagri, Santur, Sol,

SDRs, Centro de Formação em Agroecologia

(SRL), Agreco e EcoSerra.

Assim, de posse dos resultados, a equipe

técnica da Acolhida e o Grupo Gestor,

com apoio dos consultores do ICBC,

desenvolveram projetos que foram

aprovados e estão sendo financiados

por diversas instituições, como o próprio

MTur e o MDA. Através destes projetos

foram contempladas praticamente todas

as demandas priorizadas. Os projetos,

atualmente em execução, têm como foco:

• Oferecerassistênciatécnicapara

estruturação das propriedades rurais e

fortalecimento das associações regionais

• Realizaromonitoramentoeavaliaçãodo

projeto e do desenvolvimento da Acolhida

na Colônia (incluindo impactos nas

propriedades rurais)

• RealizarapromoçãodaAssociação

Acolhida na Colônia

• Sinalizaraspropriedadesruraisintegrantes

do programa Destinos Referência

• Prepararjovensparaoempreendedorismo

em cicloturismo rural

• Promoverexperiênciasdebenchmarking

entre os agricultores

• Desenvolversistemadegestãodereserva

e controle de fluxo turístico

• Estruturarodesenvolvimentoea

comercialização de produtos e serviços

por meio da qualificação, diversificação e

ampliação da oferta turística na região

• FortaleceraRedeTurismoSolidário

(TuriSol) por meio de eventos de Turismo

de Base Comunitária

• RevisaroCadernodeNormasdaAcolhida

na Colônia e realizar proposta de

certificação

As ações priorizadas que não foram

contempladas imediatamente através

dos projetos aprovados, como sinalização

rodoviária de acesso aos municípios,

pesquisa de demanda e desenvolvimento

de artesanato regional, foram encaminhadas

à Sol, Santur e Sebrae-SC por meio dos

representantes do Grupo Gestor. Espera-se

com isso que essas ações sejam integradas

em outros projetos com outros destinos do

Estado e recebam apoio ou recursos para

serem executadas.

Outro grande destaque do programa,

prevista para todos os destinos foi a Ação

Símbolo: algo efetivo que representasse o

resultado dos esforços coletivos e inspirasse

novas pessoas e instituições a se envolver

com a estruturação do segmento e do

destino. Na Acolhida na Colônia, a Ação

Símbolo escolhida foi uma Campanha

Promocional em duas das maiores redes

de supermercado da Grande Florianópolis.

Estas duas redes foram escolhidas por terem

um trabalho forte na venda de produtos

orgânicos e, portanto, atingirem um público

mais direcionado para a proposta. Foram

montados quiosques e gôndolas onde

os próprios agricultores se revezaram no

atendimento e distribuição de material

de promoção: Livro de Receita, Folders,

Adesivos. A ação gerou um resultado

imediato, aumentando o volume de

visitantes às propriedades da Acolhida, além

de abrir oportunidade para outras exposições

em eventos e locais de fluxo de visitantes.

Além de organizar ações integradas dos

quatro municípios, pertencentes a instâncias

de governanças estaduais distintas, o grande

desafio do programa Destino Referência

em Turismo Rural na Acolhida na Colônia

foi conciliar as características da agricultura

familiar com as necessidades de formatação

de produtos turísticos e sua inserção no

mercado.

Ao mesmo tempo em que a proposta de

Turismo Rural na Agricultura Familiar traz

um autêntico diferencial para a região,

esta mesma proposta por vezes dificulta

a possibilidade de organização comercial

das propriedades rurais para sua inserção

no mercado turístico, de forma a garantir o

sucesso econômico desta ação sem colocar

em risco a essência do programa Acolhida

na Colônia. Desta forma, o processo de

desenvolvimento de produtos turísticos

rurais na agricultura familiar deve seguir uma

dinâmica própria, sem forçar o processo de

compreensão dos envolvidos, mas também

sem perder de vista o foco na qualificação.

Os programas, nascidos a partir da iniciativa

dos Destinos Referência, e atualmente

em execução, dão prosseguimento ao

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Serra Geral - SC

31

Serra Geral - SC

processo de desenvolvimento turístico com

foco justamente neste equilíbrio entre a

necessidade de atender ao mercado, porém

atentos à essência da proposta da Acolhida

na Colônia, que é conciliar a produção

familiar orgânica com a recepção de turistas.

Analisando a experiência de

desenvolvimento turístico na Acolhida na

Colônia, podemos concluir que os processos

participativos e a capacidade de organização

são fatores chave para o sucesso de projetos

de desenvolvimento comunitário sustentável.

Muito além de um modelo de Turismo

Rural na Agricultura Familiar, a Acolhida dá

exemplos de Turismo de Base Comunitária,

mostrando que é possível, sim, conciliar a

essência do ideal com a técnica, os produtos

locais com o mercado global e transformar

elementos tão puros em modelos de

sustentabilidade para o mercado.

O desafio, tanto da Acolhida quanto de

outros destinos do mesmo segmento, é

encontrar formas de se inserir no mercado

e garantir a sustentabilidade econômica.

Porém, em um momento em que o

mundo está cada vez mais preocupado

com consumo consciente e buscando

experiências turísticas autênticas, a Acolhida

e o Turismo Rural se apresentam como uma

oportunidade de criar um produto turístico

único e extremamente atraente para os

mercados nacional e internacional.

Resultados alcançados• Fortalecimento da Associação Acolhida na Colônia com expansão para outros

municípios do Estado• Reconhecimento nacional como destino referência em Turismo Rural na

Agricultura Familiar• Preparação do destino para exposição na mídia, conquistando promoção

espontânea devido ao tema inovador• Produção de material promocional• Articulação e entendimento entre os diversos programas e ações realizados no

destino• Desenvolvimento de projetos que garantem a continuidade das atividades da

Associação nos destinos• Repercussão no aumento do fluxo de visitantes, inclusive fora de temporada• Boa relação institucional entre os poderes públicos municipal, estadual e

federal, sem interferência de política partidária• Realização de seminário de multiplicação, oficina de projeto e visita técnica

com a participação do Grupo Gestor do projeto, empresários e comunidade do destino, além de representantes de outros destinos com vocação para o desenvolvimento do Turismo Rural

• Articulação e integração das ações e resultados com as estratégias dos programas do Ministério do Turismo, facilitando a continuidade das ações

Para saber mais:www.turismo.gov.brwww.acolhida.com.brwww. redetraf.com.brwww.cadastur.turismo.gov.br

Equipe Ministério do TurismoCoordenação Geral

Ricardo Martini MoeschTânia Brizolla

Coordenação TécnicaAna Clévia Guerreiro LimaJurema MonteiroRosiane RockenbachSáskia Lima

Equipe técnicaBrena CoelhoCarolina CamposFabiana OliveiraLaura MarquesPhilippe FigueiredoTalita PiresWilken Souto

ColaboraçãoAna Beatriz Borges SerpaAlessandra LannaBárbara Blaut RangelCristiano BorgesLuis Eduardo DelmontMarcela SouzaPriscilla GrintzosRafaela LehmannSalomar Mafaldo

Equipe Instituto Casa Brasil de CulturaCoordenação do projeto

Marcelo SafadiCoordenação operacional e assistência técnica

Priscila VilarinhoConsultores dos destinos

Marcos Pompeu – São João del Rei (MG) e Jericoacoara (CE)Priscila Vilarinho – Brasília (DF), Paraty (RJ) e Ribeirão Preto (SP)Rodrigo Lopes – Serra Geral (SC), Lençóis (BA) e Socorro (SP)Ricardo Silva – Santarém (PA) e Barcelos (AM)

Consultores de apoioAlessandra SchneiderFelipe ArnsMarcos Martins Borges Paulo d’Ávila FerreiraRoberto MourãoThiago Dias

Apoio administrativoJairo Mendonça Júnior

Assistência técnica adminstrativaBreno Mendonça Vieira

© Instituto Casa Brasil de Cultura. Goiânia, 2010

Destinos de Referência em Turismo

Segmento: Turismo Rural Destinos: Anitápolis, Urubici, Rancho Queimado e Santa Rosa de Lima – Região das Encostas da Serra Geral (SC)Parceiro executor local: Associação de Agroturismo Acolhida na Colônia

Coordenação editorialWolney Unes

TextoAlessandra Schneider

Projeto gráfico Samara Bitencourt

Arte final de capa Genilda Alexandria

DiagramaçãoMarcus Lisita Rotoli

FotografiaBanco de Imagens MTur:xxxxxxxxxxxxxxAcervo do Instituto Casa Brasil de Cultura:Wolney Unes

Revisão Camila Pessoa

ApoioAcolhida na Colônia AbetaCasa AzulBeltaInstituto DharmaConvention BureauAvapePrefeitura de SocorroSebrae-CEAmazonasTurSecretaria de Turismo de Barcelos

ImpressãoMarques e Bueno Ltda. (Gráfica Talento)

Barcelos - AM

Sumário

Presidente da República Federativa do Brasil

Luiz Inácio Lula da Silva

Ministro de Estado do Turismo

Luiz Eduardo Pereira Barretto Filho

Secretário-Executivo

Mário Augusto Lopes Moyses

Secretário Nacional de Políticas do Turismo

Carlos Silva

Diretor do Departamento de Estruturação, Articulação e Ordenamento Turístico

Ricardo Martini Moesch

Coordenadora-Geral de Segmentação

Sáskia Freire Lima de Castro

Coordenadora-Geral de Regionalização

Ana Clévia Guerreiro Lima

Coordenadora-Geral de Informação Institucional

Isabel Cristina da Silva Barnasque

Coordenadora-Geral de Serviços TurísticosRosiane Rockenbach

BarcelosApresentação

O Turismo de Pesca em Barcelos

Projeto Destinos Referência em Segmentos Turísticos

Resultados alcançados

5

5

8

19

22

Apresentação

Barcelos localiza-se à margem direita no mé-

dio Rio Negro, a uma distância aproximada

de 500 km de Manaus por via fluvial. O clima

é tropical, com temperatura média entre 28º

C e 38º C, durante o dia, e amenas de 16º C a

26º C, durante a noite. A beleza de suas praias

aliada à agradável temperatura da água do

Rio Negro oferece aos turistas inesquecíveis

banhos de rio, o que possibilita ao destino

características também para o desenvolvim-

ento do Turismo de Sol e Praia.

Como outras maravilhosas riquezas da

Amazônia brasileira, Barcelos é um destino

turístico ainda pouco conhecido pela maioria

dos brasileiros, mas já com destaque no mer-

cado internacional. Considerada a capital do

peixe ornamental, Barcelos é a maior exporta-

dora brasileira do produto e uma das maiores

do mundo, com destaque para peixes como

o cardinal, de beleza exótica e brilho intenso,

ou o acará-disco.

Mas o município de Barcelos também ocupa

posição de destaque quando o assunto são

peixes de grande porte. Famosa por concen-

trar a maior quantidade de tucunarés em

toda a região amazônica, em seus grandes

rios e centenas de lagos, Barcelos é o destino

perfeito para o Turismo de Pesca, que atrai

pescadores de todos os cantos do mundo

em busca do tucunaré-açu (Cichla temensis).

Este peixe – que pode atingir até 1 metro

de comprimento e pesar mais de 14 quilos

– cativa cada dia mais adeptos de sua pesca

em todo o mundo, devido ao modo explosivo

como atacam as iscas e às bruscas arranca-

das depois de fisgados. Essas características

proporcionam aos amantes da pesca es-

portiva emoções indescritíveis, o que motiva

o retorno dos turistas ao local para reviverem

a experiência anterior.

Os visitantes chegam a Barcelos via fluvial ou

por transporte aéreo. Há barcos que saem

duas vezes por semana de Manaus, com du-

ração de aproximadamente 30 horas de via-

gem pelas exuberantes paisagens da floresta

amazônica. Alguns barcos possuem melhor

infraestrutura, e podem ser reservados com

antecedência. Já por via aérea, o destino é

atendido por voos regulares que partem de

Manaus, com duração de cerca de uma hora.

CadasturAo contratar serviços para uma viagem, convém verificar se a empresa está cadastrada no Ministério do Turismo. O cadastro dos prestadores de serviços é grande fonte de consulta para o mercado turístico brasileiro e proporciona benefícios para os serviços turísticos cadastrados. Para ter acesso às informações detalhadas sobre os prestadores de serviços regularmente cadastrados, acesse www.cadastur.turismo.gov.br

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Barcelos - AM

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Barcelos - AM

O Turismo de Pesca em Barcelos

Todos os anos, milhares de pescadores – prin-

cipalmente, brasileiros e americanos – lotam

hotéis de selva, acampamentos e barcos-

hotéis durante a temporada de pesca, que vai

de setembro a março. As excursões de pesca

em busca dos grandes tucunarés duram cerca

de uma semana. Munidos de varas com car-

retilhas ou molinetes e iscas artificiais, os pes-

cadores partem em sua busca em pequenos

barcos. Os barcos preferidos são voadeiras

ou bass trackers de alumínio, ou bass boats

de fibra de vidro, com um barqueiro e dois

pescadores por barco. A adoção da prática

do pesque-e-solte e um maior cuidado com

o meio em que se pesca introduziram o novo

conceito da pesca como esporte, a chamada

pesca esportiva, o que garante a sustentabili-

dade da atividade na região.

Hoje existem diversos operadores atuando

com o Turismo da Pesca dentro da área do

município de Barcelos. Algumas exclusiva-

mente, com suas bases estabelecidas no

próprio município, e outras sazonalmente,

compostas principalmente por barcos-hotéis,

que iniciam suas excursões de pesca a partir

de Manaus ou de Barcelos, com o transporte

dos pescadores por avião.1

1. Mourão, Roberto. Análise da pesca esportiva no médio

Na região também é possível desfrutar de

pacotes com hospedagem em hotéis de

selva conhecidos como lodges, que oferecem

excelente estrutura hoteleira.

Desde 1994, a cidade promove anualmente

o Festival do Peixe Ornamental, principal

festa do município e da região. O evento

homenageia a cultura local e os pescadores,

conhecidos como piabeiros, e atrai grande

quantidade de turistas para o evento.

A região oferece também a seus visitan-

tes uma oportunidade única de conhecer

Rio Negro – Relatório técnico. Barcelos, 2007

as belezas amazônicas em atividades de

Ecoturismo. Pela dificuldade de acesso e

inúmeros fatores que prejudicam o desen-

volvimento agropecuário, a região encontra-

se em excelente estado de preservação com

lindas paisagens. O contraste entre a beleza

das águas do Rio Negro, com praias de areias

branquíssimas, ao lado da vasta e preservada

Floresta Amazônica em suas margens colo-

cam este destino entre os de maior beleza

natural do planeta. Caminhadas pelas flores-

tas da região durante a seca e a incursão, de

barco, pelas florestas inundadas (os igapós)

durante o período de cheia proporcionam

aos visitantes a interação com a exuberância

natural do ecossistema amazônico e ampla

possibilidade de observação de espécies da

fauna e flora, em especial, de pássaros.

O nome Rio Negro vem da cor de suas

águas, negras devido à grande quantidade

de ácidos húmicos em suspensão. O efeito

decorrente resulta em uma água de baixo pH

dificultando a presença de muitas espécies e

impedindo a reprodução de larvas de mos-

quito, o que torna o ambiente muito propício

à prática de atividades ligadas ao turismo.

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Barcelos - AM

13

Barcelos - AM

O segmento de Turismo de Pesca

A partir do início dos anos 90, o conceito e a prática da pesca amadora sofreram profundas transformações. A sensibilização da população mundial para questões relativas ao meio ambiente e aos recursos naturais foram postas em discussão. Com isso, a necessidade de uma exploração mais racional e sustentável de todo e qualquer tipo desses recursos ficou evidente. Nesse sentido, a pesca amadora – como denominada pelo Programa Nacional de Desenvolvimento da Pesca Amadora (PNDPA) – é uma atividade que permite conciliar o ganho econômico, através do Turismo da Pesca, explorando somente alguns recursos pesqueiros típicos de cada região, com poucos reflexos sobre o meio ambiente como um todo, desde que praticada com ética e bom senso. A pesca amadora é uma atividade turística alternativa, complementar, capaz de gerar desenvolvimento em áreas remotas, e que pode substituir atividades econômicas que degradam o meio ambiente.Segundo o Ministério do Turismo,1 o Turismo de Pesca é um dos segmentos turísticos que demonstram maior índice de crescimento no mundo. No Brasil, o segmento apresenta também tendência de crescimento, já que alia a oportunidade de convívio com a natureza ao fato de que a pesca é uma das atividades prediletas dos brasileiros.Desta forma, o MTur assumiu o desafio de estruturar esse segmento turístico, a partir da definição inicial do conceito de Turismo de Pesca2 como “as atividades turísticas decorrentes da prática da pesca amadora”.Para tanto, foi estabelecida parceria com a Secretaria Especial de Aquicultura e Pesca da Presidência da República (Seap-PR), atualmente Ministério da Pesca e Aquicultura, além de intensa e solidificada atuação com o PNDPA-Ibama e outros colaboradores. Como resultado, foi publicado o documento Turismo de Pesca – Orientações Básicas3, que define a delimitação conceitual, as características e a abrangência do segmento de Turismo de Pesca.

1. Brasil. Turismo de pesca: orientações básicas. Ministério do Turismo: Brasília, 2008. Disponível em www.turismo.gov.br2. Idem3. Idem

18

Barcelos - AM

O modelo de gestão descentralizada2 con-

cebido pelo Plano Nacional de Turismo e

implementado pelo MTur prevê a integração

de diversas instâncias da gestão pública e da

iniciativa privada por meio da criação e orga-

nização dos arranjos institucionais.

O projeto Destinos Referência em Segmentos

Turísticos desenvolvido pelo MTur em par-

ceria com o Instituto Casa Brasil de Cultura,

tem como objetivo criar uma estratégia de

governança local, a partir do fortalecimento e

aperfeiçoamento de segmentos de mercado,

procurando envolver de forma participativa

toda a cadeia produtiva e instituições rela-

cionadas com o segmento escolhido, através

de prioridades e estratégias definidas e com

foco na competitividade.

2. Ministério do Turismo: www.turismo.gov.br

O projeto tem como premissa a participação

efetiva dos representantes locais, fortal-

ecendo as entidades públicas e privadas, o

trade e as organizações não governamentais,

levando à formação de um Grupo Gestor que

assume o papel de líder do processo, buscan-

do assim garantir a continuidade das ações

na área do turismo, resultados mercadológi-

cos e a sustentabilidade do destino.

Assim, foram escolhidos dez destinos com

características diferentes, em regiões diferen-

tes, para que suas experiências contribuam

para criar uma base metodológica que possa

servir de modelo para outros destinos no Bra-

sil, validando e consolidando a estratégia de

desenvolvimento de políticas públicas, e de

ampliação e diversificação da oferta turística

nacional.

Projeto Destinos Referência em Segmentos Turísticos

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Barcelos - AM

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Barcelos - AM

Resultados alcançados

O projeto Destinos Referência em Segmentos

Turísticos tem como premissa a participação

efetiva dos representantes locais, levando à

formação de um Grupo Gestor que assume o

papel de líder do processo, buscando assim

garantir a continuidade da ação e a sustent-

abilidade do projeto. O projeto propõe de-

senvolver a gestão do turismo local com foco

na estratégia de segmentação de produtos

turísticos, procurando envolver de forma par-

ticipativa toda a cadeia produtiva relacionada

com o segmento elencado.

Espera-se que as ações relativas ao orde-

namento e estruturação do segmento de

Turismo de Pesca em Barcelos sejam incorpo-

radas ao planejamento turístico do destino.

Como resultado, pretende-se estimular a

geração de renda e emprego, possibilitando

a continuidade das ações de estruturação do

segmento de Turismo de Pesca no Destino.

Diante do exposto, em continuidade ao

projeto, promoveu-se a realização de um

seminário em Barcelos, entre os dias 26 e 27

de abril de 2010, com os objetivos de estimu-

lar o trade turístico local para desenvolver

estratégias de criação e inovação de produtos

turísticos. Essas estratégias visam

• diversificar a oferta turística do destino

por meio da segmentação turística

• apresentar orientações básicas acerca

dos conceitos e das práticas do segmen-

to de Turismo de Pesca

• disseminar as boas práticas de Ecotur-

ismo e Turismo de Aventura para que

possam ser aplicadas ao destino, contri-

buindo para a diversificação da oferta e a

redução da sazonalidade

• orientar os empresários sobre o Cadas-

tur3 e efetuar os respectivos cadastros

• estimular o empreendedorismo dos

empresários locais e orientá-los sobre

o acesso às linhas de crédito e financia-

mento do Ministério do Turismo

• disseminar informações sobre o Pro-

grama Turismo Sustentável e Infância

(TSI), de modo a enfrentar a exploração

sexual infantil.

O seminário teve como público-alvo repre-

sentantes de empresas que prestam serviços

turísticos (meios de hospedagem, barcos

hotéis, agências e operadoras de turismo,

bares, restaurantes e etc.), representantes do

Poder Público local, da Secretaria de Turismo

de Barcelos, outros agentes públicos locais,

integrantes do Grupo Gestor Local do projeto

65 Destinos Indutores, além de outros atores

e associações relevantes para a atividade

turística.

3. www.cadastur.turismo.gov.br

Para saber mais:www.turismo.gov.brwww.abeta.org.brwww.cadastur.turismo.gov.br

Resultados do Projeto

• realização de fiscalização no Rio Negro, entre os dias 30 de abril e 8 de maio

• reunião com o Grupo Técnico de Pesca do Amazonas para discutir a prorrogação do Decreto n° 27.012 de 28 de setembro de 2007, que proíbe a pesca predatória do tucunaré

• solicitação de financiamentos do FNO para empreendimentos da locali-dade

• formalização de empresas para cadastramento no Cadastur para recor-rer a financiamentos

• realização de vídeo promocional• manifestação sobre o enfrentamento à exploração sexual infantil• Realização de seminário de multiplicação, oficina de projeto e visita

técnica com a participação do grupo gestor do projeto, empresários e comunidade do destino, além de representantes de outros destinos com vocação para o desenvolvimento do ecoturismo

Equipe Ministério do TurismoCoordenação Geral

Ricardo Martini MoeschTânia Brizolla

Coordenação TécnicaAna Clévia Guerreiro LimaJurema MonteiroRosiane RockenbachSáskia Lima

Equipe técnicaBrena CoelhoCarolina CamposFabiana OliveiraLaura MarquesPhilippe FigueiredoTalita PiresWilken Souto

ColaboraçãoAna Beatriz Borges SerpaAlessandra LannaBárbara Blaut RangelCristiano BorgesLuis Eduardo DelmontMarcela SouzaPriscilla GrintzosRafaela LehmannSalomar Mafaldo

Equipe Instituto Casa Brasil de CulturaCoordenação do projeto

Marcelo SafadiCoordenação operacional e assistência técnica

Priscila VilarinhoConsultores dos destinos

Marcos Pompeu – São João del Rei (MG) e Jericoacoara (CE)Priscila Vilarinho – Brasília (DF), Paraty (RJ) e Ribeirão Preto (SP)Rodrigo Lopes – Serra Geral (SC), Lençóis (BA) e Socorro (SP)Ricardo Silva – Santarém (PA) e Barcelos (AM)

Consultores de apoioAlessandra SchneiderFelipe ArnsMarcos Martins Borges Paulo d’Ávila FerreiraRoberto MourãoThiago Dias

Apoio administrativoJairo Mendonça Júnior

Assistência técnica adminstrativaBreno Mendonça Vieira

© Instituto Casa Brasil de Cultura. Goiânia, 2010

Destinos de Referência em Turismo

Segmento: Turismo de PescaDestino: Barcelos – AM Parceiro executor local: Bureau Brasileiro de Pesca

Coordenação editorialWolney Unes

TextoAlessandra Schneider

Projeto gráfico Samara Bitencourt

Arte final de capa Genilda Alexandria

DiagramaçãoMarcus Lisita Rotoli

FotografiaBanco de Imagens MTur: Roald AndrettaAcervo do Instituto Casa Brasil de Cultura:Wolney Unes

Revisão Camila Pessoa

ApoioAcolhida na Colônia AbetaCasa AzulBeltaInstituto DharmaConvention BureauAvapePrefeitura de SocorroSebrae-CEAmazonasTurSecretaria de Turismo de Barcelos

ImpressãoMarques e Bueno Ltda. (Gráfica Talento)

Brasília - DF

Sumário

Presidente da República Federativa do Brasil

Luiz Inácio Lula da Silva

Ministro de Estado do Turismo

Luiz Eduardo Pereira Barretto Filho

Secretário-Executivo

Mário Augusto Lopes Moyses

Secretário Nacional de Políticas do Turismo

Carlos Silva

Diretor do Departamento de Estruturação, Articulação e Ordenamento Turístico

Ricardo Martini Moesch

Coordenadora-Geral de Segmentação

Sáskia Freire Lima de Castro

Coordenadora-Geral de Regionalização

Ana Clévia Guerreiro Lima

Coordenadora-Geral de Informação Institucional

Isabel Cristina da Silva Barnasque

Coordenadora-Geral de Serviços TurísticosRosiane Rockenbach

BrasíliaApresentação

O turismo em Brasília

Projeto Destinos Referência em Segmentos Turísticos

Destino referência em Turismo Cinematográfico

Resultados alcançados

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Apresentação

Feche os olhos, esqueça por um instante

as manchetes políticas. Agora pense em

uma cidade que nasceu inspirada em uma

profecia, foi idealizada por um sonho de

união nacional, concebida com um projeto

urbanístico futurista e construída pelas mãos

e corações de milhares de brasileiros que

trocaram suas terras de origem para criar a

nova história do País.

Sim, deixando de lado o preconceito,

podemos ver a nossa Capital Federal como

ela é: uma cidade viva, moderna, humana

e cosmopolita, que faz questão de deixar a

céu aberto o maior acervo da arquitetura

moderna do mundo, que torna Brasília a única

cidade com construção iniciada no século

XX com título de Patrimônio Cultural da

Humanidade. Todos os que a conhecem são

tocados pelas intrigantes obras de Niemeyer,

pelo fascínio de ver de perto o palco do

poder político do Brasil ou pela forte energia

mística que vibra no Planalto Central. Com o

traçado urbanístico de Lúcio Costa integrado

ao Cerrado, o bioma local, os moradores e

visitantes têm sempre a visão do horizonte

vasto, que permite o contato com o sol, o céu

azul, estrelas e noites de lua. É privilégio de

poucas grandes cidades no mundo.

Os amplos jardins de Burle Marx, os milhares

de árvores frutíferas ou floridas criam um

ambiente harmônico entre os monumentos

de Niemeyer e os equipamentos urbanos.

Mesmo que a princípio tudo pareça estranho,

aos poucos é possível entender a lógica das

quadras, superquadras, setores, eixos e asas,

e tudo passa a ter sentido. E, enfim, as ruas

largas, o trânsito ordenado e motoristas

educados – que param nas faixas para dar

preferência ao pedestre (!) – convidam a uma

reflexão sobre como poderiam ser mais bem

planejadas as cidades brasileiras.

Esta metrópole cosmopolita – que possui um

dos melhores índices de qualidade de vida

do País, mas é muitas vezes injustamente

acusada de desumana e impessoal – acolhe

brasileiros de todos os cantos, que vêm em

busca de novas oportunidades e trazem

consigo suas raízes culturais. Assim Brasília,

ainda marcada pela migração, mas já com

uma bem definida geração de brasilienses1,

começa a afirmar sua identidade, fortemente

baseada na diversidade cultural que só um

país como o Brasil é capaz de produzir. Este

respeito e gosto pela diversidade faz de

Brasília um lugar hospitaleiro também para

estrangeiros, que se sentem em casa nesta

cidade, sede de embaixadas de mais de

oitenta países.

1. São chamados assim os nascidos em Brasília. Os imigrantes que vieram para construir Brasília são denominados candangos, uma expressão originalmente pejorativa, mas que hoje é reconhecida com orgulho pelos pioneiros da capital federal.

Brasília

7

Brasília - DF

O turismo em Brasília

Estruturada para receber turistas de negócios

ou eventos – a maioria de seus visitantes – a

cidade oferece equipamentos e serviços

turísticos de alto padrão de qualidade, que

surpreendem os turistas que procuram em

Brasília lazer e cultura, além dos que dão

uma esticada na permanência antes ou

depois de eventos e negócios. Há muitos

espaços e opções de atividades culturais e

recreativas nesta cidade, onde vibra a riqueza

e diversidade de todos os cantos do Brasil em

seus habitantes, que adoram viver em Brasília.

Para alegria dos moradores e dos visitantes

da cidade, o plano urbanístico de Brasília

deixou espaço para áreas verdes, com belas

árvores e extensas áreas gramadas que

fazem parte do cotidiano de quem vive no

Plano Piloto. E o clima também ajuda: com

as estações do ano bem marcadas, livres

de chuva por um longo período do ano, a

prática de atividades de lazer ao ar livre em

seus parques e nas áreas de lazer entre as

quadras residenciais é comum no quotidiano

dos brasilienses.

A qualidade de vida e a diversidade cultural

são marcas registradas dos moradores de

Brasília, que se orgulham de viver numa

cidade-monumento, com baixos índices

de violência, e de contar com segurança

pública e serviços à altura dos países mais

desenvolvidos do mundo. Viver em Brasília

inclui o direito urbano de fazer as refeições

em casa com a família, fazer compras e

curtir as áreas de lazer entre as quadras

residenciais, e passear nos inúmeros parques

da cidade.

Entre outros prazeres ofertados em Brasília,

está a vibrante vida cultural, que coloca

à disposição dos visitantes boas salas de

cinema e espetáculos, palco para as mais

diversas atividades culturais. Além da cultura

intrínseca ao dia a dia do brasiliense, como

as apresentações do Clube do Choro, há

eventos consagrados como os festivais de

inverno e verão e o já tradicional Festival de

Brasília do Cinema Brasileiro. Mas há também

espetáculos de música, teatro, dança,

literatura, artes plásticas e as inúmeras festas

populares que fazem parte do calendário de

eventos de Brasília, trazendo gente do País

inteiro para assistir às apresentações.

Uma cidade tão rica culturalmente deixa

sua marca evidente também na culinária,

que faz de Brasília um dos principais polos

gastronômicos do Brasil: são bares, cafés e

restaurantes que oferecem comidas típicas

nacionais e internacionais, com padrões de

preços e qualidades para diversas classes

e paladares. Casas especializadas em

pratos da cozinha nacional e internacional,

8

Brasília - DF

9

Brasília - DF

prontas para atender ao paladar mais

sofisticado e exigente, oferecem muitas

opções, restaurantes mineiros, nordestinos,

goianos, italianos, japoneses, mexicanos,

portugueses, árabes, chineses, espanhóis,

franceses e alemães. Além disso, há também

a rica culinária popular, presente em espaços

como a Feira da Torre, onde há barracas

com comidas típicas que representam a

diversidade gastronômica de todas as partes

do Brasil.

No aeroporto – o terceiro do País em tráfego

aéreo – chegam e partem voos de e para

todas as capitais e principais municípios

brasileiros, além de voos internacionais

para a Europa e os Estados Unidos. Todo

este movimento torna Brasília um dos

mais importantes hubs do Brasil e uma

oportunidade de uma escala para conhecer a

capital federal.

A hotelaria atende aos melhores padrões de

serviço mundiais, tanto em sua estrutura para

o turismo de negócios e eventos quanto para

o lazer. A rede hoteleira da cidade conta com

hotéis administrados por bandeiras nacionais

e internacionais. Alguns dos principais hotéis

ficam próximos dos melhores parques ou dos

atrativos urbanos da cidade e, é claro, dos

variados espaços para eventos e centros de

negócios e política.

Sede de eventos nacionais e internacionais

dos mais variados portes e temas, Brasília

dispõe de auditórios, clubes sociais, estádios,

ginásios de esportes, salas e espaços em

hotéis, business centers, salões de festas,

salas de espetáculos, parques de exposições

e mansões para encontros sociais.

Brasília também oferece facilidades para

quem viaja para comprar. Seus inúmeros

e famosos shoppings oferecem lojas e

marcas que satisfazem a todos os desejos de

consumo. Há também centros de compras

nas quadras comerciais e entrequadras, além

de setores especializados em determinados

tipos de serviço ou produtos específicos.

Uma experiência interessante de compras é

visitar as feiras alternativas, como a BSB Mix,

a Feira dos Importados e a conhecida Feira da

Torre, que reúne artesanatos e pratos típicos

de todo o Brasil.

Há muito a fazer em Brasília. Por isso, as

agências de receptivo local oferecem roteiros

e atividades ligadas aos principais temas da

cidade, como o Turismo Cívico-Arquitetônico,

Ecológico-Rural e o Místico-Religioso. Outro

tema cada dia mais evidente no cenário de

Brasília é o Turismo Cinematográfico, que

procura promover a cidade como espaço

de locação para produções audiovisuais e

leva os visitantes a conhecer os lugares onde

foram filmadas diversas produções.

Para quem quer ficar mais tempo na

região, Brasília é o ponto de partida para

interessantes destinos turísticos de Goiás. Em

um raio de 200 km, podem ser conhecidos

destinos de ecoturismo e aventura, como a

Chapada dos Veadeiros, inserida na Reserva

da Biosfera (da Unesco) e Pirenópolis,

patrimônio histórico e artístico nacional

tombado pelo Iphan, que também oferece

opções de passeios na natureza com

cachoeiras e trilhas pelo Cerrado.

CadasturAo contratar serviços para uma viagem, convém verificar se a empresa está cadastrada no Ministério do Turismo. O cadastro dos prestadores de serviços é grande fonte de consulta para o mercado turístico brasileiro e proporciona benefícios para os serviços turísticos cadastrados. Para ter acesso às informações detalhadas sobre os prestadores de serviços regularmente cadastrados, acesse www.cadastur.turismo.gov.br

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Brasília - DF

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Brasília - DF

O segmento de Turismo CinematográficoParece simples e óbvia a relação entre a motivação dos turistas para visitar um local e os estímulos provocados por filmes, documentários e programas de TV. Aliás, isso também é evidente em várias pesquisas de demanda turística que procuram saber o que motiva a visita ou como o turista tem despertado o interesse em visitar um determinado destino. Esta relação entre produções cinematográficas e o turismo já é uma realidade desenvolvida de maneira estratégica, bem-sucedida e mensurada em vários países.O Ministério do Turismo – ciente da inegável vocação do Brasil e atento a esta tendência mundial de utilizar as mais diversas mídias para difundir a cultura, as paisagens e os valores de uma região ou país – resolveu estudar mais a fundo a relação entre cinema e turismo e criar estratégias para estruturar destinos brasileiros para desenvolver o Turismo Cinematográfico. O primeiro passo foi a publicação da cartilha Turismo Cinematográfico Brasileiro,1 e do Estudo de Sinergia e Desenvolvimento entre as Indústrias do Turismo e do Audiovisual Brasileiro,2 produzidos em parceria com o Instituto Dharma. Essas publicações têm a finalidade de sensibilizar o trade turístico nacional sobre quanto o turismo pode se beneficiar ao disseminar seus destinos no mundo do entretenimento. Além disso, apresentam um diagnóstico dos setores no Brasil e oferecem propostas estratégicas, táticas e operacionais que podem conduzir o Brasil a uma posição de destaque como provedor de locações e a consequente promoção dos destinos turísticos por meio do audiovisual, no mercado doméstico e no internacional.Os estudos realizados apontam a nação brasileira como reconhecida mundialmente por sua privilegiada diversidade étnica, atributos culturais e inegável criatividade; variedade de locações, clima favorável, ambiente pacífico, livre de catástrofes naturais e de ações terroristas. Essa é uma combinação promissora para o desenvolvimento do Turismo Cinematográfico, que pode assumir um papel de destaque como ferramenta de desenvolvimento da cadeia produtiva local. O setor pode ser responsável por resultados positivos para

o futuro e o presente de uma comunidade, gerando empregos e oportunidades, renda e divisas além de impulsionar o turismo e o empreendedorismo. Levando em conta que o Turismo Cinematográfico abrange vários elos da cadeia produtiva nacional e que o Brasil é reconhecido como um país empreendedor, é possível imaginar um cenário inovador, onde novos negócios sejam estruturados colocando em comunhão a criatividade e a imaginação do povo brasileiro. Afinal, essa é a essência da chamada Economia Criativa: conectar vários setores da economia para integrar um amplo espectro de atividades que têm uma força motriz comum, como forma de manifestação da criatividade de uma nação.O Brasil tem grande potencial para se destacar como locação de diversas produções cinematográficas e canalizar os benefícios em favor de um aumento da demanda turística. A orientação do Ministério do Turismo para que isso ocorra é investir em ações como:

• Criação de um pacote atrativo, unificando incentivos fiscais às

virtudes nacionais

• Apoio e chancela governamental à atuação da rede nacional de

film commissions

• Divulgação da cultura e imagens típicas da geografia aos olhos

do grande público mundial, agregando valor ao audiovisual em

conjunto com o turismo e economia local

• Incentivo à modernização da infraestrutura e potencialização do

talento criativo nacional com formação e qualificação de mão-de-

obra técnica

Essas ações visam tornar possível o desenvolvimento dos potenciais nacionais e superar os desafios impostos pela modernidade e a globalização, inserindo o Turismo Cinematográfico e setores complementares na economia criativa brasileira, usufruindo de seus inúmeros benefícios.

1. Brasil. Ministério do Turismo. Turismo Cinematográfico Brasileiro. Brasília, 2008. Disponível em www.turismo.gov.br

2. Brasil. Ministério do Turismo. Estudo de Sinergia e Desenvolvimento entre as Indústrias do Turismo e Audiovisual Brasileira. Brasília, 2008 (2ª edição). Disponível em www.turismo.gov.br

O modelo de gestão descentralizada2

concebido pelo Plano Nacional de Turismo e

implementado pelo MTur prevê a integração

de diversas instâncias da gestão pública e

da iniciativa privada por meio da criação e

organização dos arranjos institucionais.

O projeto Destinos Referência em Segmentos

Turísticos desenvolvido pelo MTur em

parceria com o Instituto Casa Brasil de

Cultura, tem como objetivo criar uma

estratégia de governança local, a partir

do fortalecimento e aperfeiçoamento

de segmentos de mercado, procurando

envolver de forma participativa toda a cadeia

produtiva e instituições relacionadas com o

segmento escolhido, através de prioridades

e estratégias definidas e com foco na

competitividade.

2. Ministério do Turismo: www.turismo.gov.br

O projeto tem como premissa a

participação efetiva dos representantes

locais, fortalecendo as entidades públicas

e privadas, o trade e as organizações não

governamentais, levando à formação de

um Grupo Gestor que assume o papel

de líder do processo, buscando assim

garantir a continuidade das ações na área

do turismo, resultados mercadológicos e a

sustentabilidade do destino.

Assim, foram escolhidos dez destinos

com características diferentes, em

regiões diferentes, para que suas

experiências contribuam para criar uma

base metodológica que possa servir de

modelo para outros destinos no Brasil,

validando e consolidando a estratégia de

desenvolvimento de políticas públicas, e de

ampliação e diversificação da oferta turística

nacional.

Projeto Destinos Referência em Segmentos Turísticos

18

Brasília - DF

19

Brasília - DF

Destino referência em Turismo Cinematográfico

Contemplada pelo Ministério do Turismo

para ser o Destino Referência em Turismo

Cinematográfico, Brasília é uma capital

que foi pensada, desenhada, sonhada e

erguida pelas mãos de candangos e que,

curiosamente, já nasceu filmada. Além disso,

em Brasília já foram filmados cerca de 200

filmes, que fizeram uso de seus cenários

naturais e urbanos como locação. E em

pelo menos um quarto desses filmes, a

própria cidade foi personagem ou mesmo

protagonista da trama. Foram inúmeros os

fatores que criaram condições para que este

segmento turístico fosse desenvolvido no

destino, tais como:

• Vocação natural e gosto da sua população

pelo cinema

• Palco de um dos mais tradicionais festivais

cinematográficos do País

• Disponibilidade de serviços e estruturas de

qualidade

• Proximidade com o Governo Federal

• Presença de entidades setoriais

organizadas, tanto do turismo quanto do

audiovisual

• Cenários inusitados de arquitetura

moderna e natureza, já utilizados como

locação de mais de 200 filmes

• Cultura com várias características do Brasil

• Maior número de salas e de frequência a

cinema por habitante do País

Mesmo com muitos fatores favoráveis,

como os demais destinos escolhidos para o

projeto Destinos Referência em Segmentos

Turísticos, Brasília passou por um processo

de desenvolvimento do segmento, que

procurou aliar e criar uma interação,

inexistente até então, entre o turismo e o

setor audiovisual.

A entidade local escolhida como parceira

neste projeto foi o Instituto Dharma3, que

já havia realizado com o MTur o citado

Estudo de Sinergia e Desenvolvimento entre

as Indústrias do Turismo e do Audiovisual

Brasileiro, um documento que trouxe dados

sobre as políticas globais de incentivo ao

Turismo Cinematográfico, tais como criação

de film commissions, isenção fiscal e apoio

3. http://www.dharmafilmes.com.br/site/instituto.php

financeiro em produções audiovisuais.

O projeto Destinos Referência em Brasília

teve como objetivos principais:

• Planejamento estratégico para o destino,

com foco no Segmento de Turismo

Cinematográfico

• Formação de um arranjo institucional local

envolvendo o setor público, a iniciativa

privada e o terceiro setor, ligado ao

turismo e à produção audiovisual

• Criação e lançamento da Brasília Film

Commission, entidade público‐privada

para promoção da região como destino

privilegiado de produções audiovisuais

transnacionais

22

Brasília - DF

23

Brasília - DF

Logo no início do projeto, foram identificados

e convidados representantes do setor

turístico e do audiovisual para participar

do evento de sensibilização em que foi

apresentado o projeto Destino Referência

em Turismo Cinematográfico. Neste evento

foram apresentados ainda o segmento de

Turismo Cinematográfico e os motivos que

fizeram Brasília ser escolhida como destino

referência neste segmento, nivelando as

informações entre todos os envolvidos.

Em um segundo encontro, foram realizadas

palestras de benchmarking pela consultoria

do Instituto Dharma, que trouxe as

experiências e boas práticas da Nova

Zelândia e da África do Sul no segmento de

Turismo Cinematográfico. Neste encontro

foram mostrados possibilidades e desafios

para o desenvolvimento do segmento.

Com o grupo mais maduro e envolvido, foi

então realizado o Seminário Estratégico

com a aplicação da Avaliação Qualitativa,

seguindo a metodologia do Sistema Cores de

Planejamento de Destinos. Neste seminário,

foi possível analisar a percepção da cadeia

do audiovisual e do turismo em Brasília,

priorizando as ações e institucionalizando o

grupo gestor com entidades representativas.

A partir dos resultados, os consultores do

Instituto Dharma, especializados em turismo

e em cinema, criaram um diagnóstico para o

segmento, que foi então validado pelo grupo

gestor. A partir disso, foi criado o Plano de

Ação do Turismo Cinematográfico em Brasília.

A Ação Símbolo e, sem dúvida, o resultado

mais importante do projeto foi a criação da

Brasília Film Commission. As Film Commissions

são órgãos responsáveis por captar e facilitar

a realização de obras audiovisuais nas regiões

que representam. Elas são as primeiras

entidades que empresas e profissionais do

audiovisual no mundo inteiro buscam ao

decidir que lugar sediará suas produções.

A disputa pelo receptivo dessas produções

(filmes, séries de TV, documentários, entre

outros) é muito competitiva, e cabe à film

commission apresentar as ferramentas mais

sofisticadas e atraentes para seduzir os

produtores e cineastas a escolherem suas

locações como destino dos filmes.

25

Brasília - DF

Resultados alcançados

A criação Brasília Film Commission traduz-se

na importância do fortalecimento dos grupos

locais e no estímulo à criação de outras

entidades do setor – como, por exemplo,

a associação de atores de Brasília –, mas

também se reflete nos grandes desafios para

sua continuidade e consolidação. Outras

lições aprendidas no processo é que o destino

tem de ter potencial e investir no segmento,

criando portfólio e condições técnicas para as

produções cinematográficas.

Agora, a Film Commission de Brasília tem

o desafio de fortalecer a relação do setor

audiovisual com a atividade turística e mostrar

ao destino de que forma o cinema pode

agregar valor ao turismo, principalmente em

um destino como Brasília: extremamente

interessante, porém ainda sem uma imagem

positiva no imaginário coletivo. A experiência

de Brasília como Destino de Turismo

Cinematográfico destaca que não basta

ter belos cenários para receber produções

audiovisuais. O destino tem de se preparar e

se posicionar. Para isso, algumas ferramentas

estratégicas são essenciais para se tornar

competitivo:4

• CriaçãodeFilm Commissions ou Birôs

Audiovisuais, que centralizam as

4. Brasil. Ministério do Turismo. Turismo Cinematográfico Brasileiro. Brasília, 2008. Disponível em www.turismo.gov.br

Resultados do projeto

• Diagnóstico do setor audiovisual e do turismo elaborado, subsidiando o planejamento estratégico do setor

• Formação de um ambiente de governança, compondo um arranjo institucional com a presença do setor público, iniciativa privada e terceiro setor

• Criação da Brasília Film Commission, primeira entidade nacional do setor com colegiado formado pelo Poder Público, pela iniciativa privada e pelo terceiro setor, que será de fundamental importância para facilitar o trabalho de produtores por centralizar informações sobre o setor na região, promovendo seu potencial

• Elaboração da cartilha Brasília Cinematográfica, que retrata todo o processo de desenvolvimento da 1ª Etapa de Preparação do Destino Referência em Turismo Cinematográfico no Brasil

• Realização de seminário de multiplicação, oficina de projeto e visita técnica com a participação de representantes de outros destinos com vocação para o desenvolvimento do Turismo Cinematográfico

27

Brasília - DF

informações sobre filmagens em uma

região e têm como objetivo promover o

potencial da região e facilitar o trabalho

dos produtores. Um trabalho integrado

entre o Convention Bureau e a Film

Commission pode criar uma sinergia muito

forte para a atração de produções e para a

promoção do destino

• ProduçãodeumGuia de Locações,

impresso e virtual, com a oferta de

cenários urbanos e naturais com potencial

de locação

• CriaçãodeumGuia de Produção, listando

serviços locais importantes para o

segmento: produtoras, locadoras de

equipamentos, laboratórios, estúdios e

profissionais da área. Também devem

ser listados serviços turísticos e outros

serviços de apoio às produções

• Criaçãoemanutençãodewebsitecom

informações atualizadas sobre as locações,

produções e serviços

• Promoçãododestinoeseupotencialpara

o Turismo Cinematográfico em revistas,

sites, feiras e eventos, além de convite

a formadores de opinião, jornalistas,

operadoras de turismo e pessoas

influentes para olhar o destino com os

olhos do audiovisual

• Integraçãocomoutrasiniciativase

instituições relacionadas ao turismo e ao

audiovisual

Para saber mais:www.turismo.gov.brwww.dharmafilmes.com.brwww.cadastur.turismo.gov.br

Equipe Ministério do TurismoCoordenação Geral

Ricardo Martini MoeschTânia Brizolla

Coordenação TécnicaAna Clévia Guerreiro LimaJurema MonteiroRosiane RockenbachSáskia Lima

Equipe técnicaBrena CoelhoCarolina CamposFabiana OliveiraLaura MarquesPhilippe FigueiredoTalita PiresWilken Souto

ColaboraçãoAna Beatriz Borges SerpaAlessandra LannaBárbara Blaut RangelCristiano BorgesLuis Eduardo DelmontMarcela SouzaPriscilla GrintzosRafaela LehmannSalomar Mafaldo

Equipe Instituto Casa Brasil de CulturaCoordenação do projeto

Marcelo SafadiCoordenação operacional e assistência técnica

Priscila VilarinhoConsultores dos destinos

Marcos Pompeu – São João del Rei (MG) e Jericoacoara (CE)Priscila Vilarinho – Brasília (DF), Paraty (RJ) e Ribeirão Preto (SP)Rodrigo Lopes – Serra Geral (SC), Lençóis (BA) e Socorro (SP)Ricardo Silva – Santarém (PA) e Barcelos (AM)

Consultores de apoioAlessandra SchneiderFelipe ArnsMarcos Martins Borges Paulo d’Ávila FerreiraRoberto MourãoThiago Dias

Apoio administrativoJairo Mendonça Júnior

Assistência técnica adminstrativaBreno Mendonça Vieira

© Instituto Casa Brasil de Cultura. Goiânia, 2010

Destinos de Referência em Turismo

Segmento: Turismo CinematográficoDestino: Brasília – DFParceiro executor local: Instituto Dharma

Coordenação editorialWolney Unes

TextoAlessandra Schneider

Projeto gráfico e capa Samara Bitencourt

DiagramaçãoMarcus Lisita Rotoli

FotografiaBanco de Imagens MTur:Beto GaravelloLuiz Trazzi MartinsTamás HáriWerner Zotz

Revisão Camila Pessoa

ApoioAcolhida na Colônia AbetaCasa AzulBeltaInstituto DharmaConvention BureauAvapePrefeitura de SocorroSebrae-CEAmazonasTurSecretaria de Turismo de Barcelos

ImpressãoMarques e Bueno Ltda. (Gráfica Talento)

Jericoacoara - CE

Sumário

Presidente da República Federativa do Brasil

Luiz Inácio Lula da Silva

Ministro de Estado do Turismo

Luiz Eduardo Pereira Barretto Filho

Secretário-Executivo

Mário Augusto Lopes Moyses

Secretário Nacional de Políticas do Turismo

Carlos Silva

Diretor do Departamento de Estruturação, Articulação e Ordenamento Turístico

Ricardo Martini Moesch

Coordenadora-Geral de Segmentação

Sáskia Freire Lima de Castro

Coordenadora-Geral de Regionalização

Ana Clévia Guerreiro Lima

Coordenadora-Geral de Informação Institucional

Isabel Cristina da Silva Barnasque

Coordenadora-Geral de Serviços TurísticosRosiane Rockenbach

Jijoca de JericoacoaraApresentação

O turismo em Jericoacoara

O Turismo de Sol e Praia em Jericoacoara

Projeto Destinos Referência em Segmentos Turísticos

Destino referência em Turismo de Sol e Praia

Resultados alcançados

5

5

7

9

13

16

24

Jijoca de Jericoacoara

Apresentação

Jericoacoara, já popularmente conhecida

por Jeri, é um lugar fora do comum, que

coloca em cheque a lógica da vida urbana

e do tempo. As ruas são cobertas de areia

e as praias se estendem por quilômetros,

exatamente como Deus criou, sem

interferências visuais de prédios, antenas ou

outras estruturas que destoem da paisagem

natural.

Localizada no extremo norte do Ceará, a

300 km de Fortaleza, está perto da linha do

Equador e inserida no Polígono da Seca,

o que, neste caso, significa uma grande

vantagem, pois proporciona um clima

ensolarado o ano todo. Mas as vantagens da

sua localização não acabam por aí. Por estar

localizada em uma península, Jericoacoara

tem mar tanto a leste como a oeste, o que

o torna um dos poucos lugares do Brasil

continental onde é possível ver o nascer e o

pôr do sol e da lua no mar.

O portão de entrada de Jericoacoara é

Fortaleza, a capital do Ceará, onde está

localizado o Aeroporto Internacional Pinto

Martins, que recebe voos de todo o Brasil,

Europa e Estados Unidos.

O acesso, que até pouco tempo atrás era

um grande obstáculo ao desenvolvimento

turístico, atualmente está mais simplificado

(apesar de ainda haver um trecho de 28 km

que cruza o Parque Nacional de Jericoacoara,

sem asfalto) com várias opções de serviço de

transporte.

As empresas de receptivo garantem o

transporte em vans e veículos com tração.

Outras opções são os ônibus de linhas

regulares, com conexão para o trecho não

asfaltado em jardineiras, com saída a partir da

sede do município de Jijoca de Jericoacoara.

Para quem prefere ir com veículo próprio ou

locado, o ideal é que estes possuam tração

e que o motorista tenha experiência em

direção off-road. Veículos convencionais

estão sujeitos a fatores climáticos, como

chuva e ventos, envolvendo riscos. Há

ainda a opção de helicóptero, mais rápida e

confortável, porém com um custo alto.

Na internet existem diversos sites e portais

com informações variadas e aprofundadas

sobre o destino, inclusive sobre os acessos

e transporte. Uma busca na rápida leva a

links de uma série de empresas que fazem

a comercialização dos seus serviços e

equipamentos turísticos e de lazer.

7

Jericoacoara - CE

O turismo em Jericoacoara

A atividade turística na região se iniciou

de forma incipiente nos anos 80, como um

destino de “paz e amor”, procurado por

pessoas de espírito hippie, em busca de

liberdade e contemplação. Nesta época,

Jericoacoara era apenas uma vila de

pescadores, sem nenhuma estrutura de

hospedagem, energia elétrica e com acesso

difícil.

Ao longo dos últimos 20 anos, o destino foi

se estruturando, por iniciativa dos próprios

nativos e dos novos moradores – brasileiros

e estrangeiros – que criaram negócios e

investiram na vila.

O principal atrativo de Jericoacoara é o

conjunto de sua paisagem exuberante – a

dimensão das dunas e o desenho de suas

praias – e da diversidade cultural criada a

partir da integração das características dos

pescadores nativos às de brasileiros de outras

regiões do País e de estrangeiros de várias

partes do mundo.

Em Jeri, tudo tem um toque slow e

descontraído, o que dá a sensação de estar

em um lugar fora do tempo. Mas isso não

quer dizer que o visitante seja privado do

charme, do conforto e do bom atendimento.

Muito pelo contrário. O setor de hospedagem

progrediu muito no destino.

8

Jericoacoara - CE

9

Jericoacoara - CE

No princípio, poucas pousadas ofereciam

as comodidades como energia elétrica,

água quente, estrutura de alimentação e

repouso. Hoje existem quase cem meios de

hospedagem, que variam desde pousadas de

charme a hotéis com acomodações e serviços

requintados de padrão internacional. Há

ainda opções de hospedagem mais básicas,

mas que atendem bem aos padrões mínimos

de estrutura e serviços.

A diversidade cultural está muito bem

representada na gastronomia local, que é

marcada por uma fusão de estilos, tanto da

culinária brasileira (em especial a nordestina),

quanto da estrangeira.

Há restaurantes para todos os gostos

e bolsos, porém o destaque está nos

restaurantes de charme, que representam

da melhor forma a riqueza desta variedade

gastronômica.

O Turismo de Sol e Praia em Jericoacoara

Jeri surpreende na oferta de atividades

turísticas e de lazer que vão além de passar o

dia na barraca de praia ou tostando no sol. O

destino também oferece diversas opções de

ecoturismo, atividades de aventura e turismo

cultural para agradar aos mais exigentes e

diversificados perfis de turista.

Os pontos de visitação mais procurados são

Tatajuba, Mangue Seco e Rio Guriú, Lagoa

do Paraíso, Lagoa Azul e Lagoa do Pinguela.

A paisagem é muito diversa com vegetações

variadas como restingas, dunas, tabuleiros,

manguezais, gramados, praias e serrotes,

que abrigam mais de 38 famílias de aves,

das quais várias espécies são raras ou estão

ameaçadas de extinção.

As dunas e as lagoas de água doce são o

cenário perfeito para passeios de buggy ou

para caminhadas ao entardecer. Um ponto

turístico famoso perto da vila é a Duna Pôr

do Sol, de onde é possível apreciar tanto o

amanhecer como o entardecer no mar. Na

vila existe uma Associação de Bugueiros, que

assim como as agencias receptivas locais,

oferecem passeios a preços acessíveis e com

motoristas treinados e cadastrados.

Uma opção mais slow é o passeio de cavalo

até o Mangue Seco para a melhor apreciação

das belezas da paisagem. No caminho a

Tatajuba é possível visitar um reduto de

cavalos marinhos.

O artesanato é outro destaque em

Jericoacoara, como em praticamente todo

o Ceará, pela riqueza e multiplicidade das

técnicas, (que foram aprimoradas por meio

de oficinas promovidas por instituições como

o Sebrae-CE), pela tradição, e pelos preços

em conta.

CadasturAo contratar serviços para uma viagem, convém verificar se a empresa está cadastrada no Ministério do Turismo. O cadastro dos prestadores de serviços é grande fonte de consulta para o mercado turístico brasileiro e proporciona benefícios para os serviços turísticos cadastrados. Para ter acesso às informações detalhadas sobre os prestadores de serviços regularmente cadastrados, acesse www.cadastur.turismo.gov.br

10

Jericoacoara - CE

11

Jericoacoara - CE

O segmento de Turismo de Sol e PraiaAntes de haver uma acepção oficial dos segmentos turísticos, turismo de Sol e Praia era denominado das mais variadas formas: Turismo de Sol e Mar, Turismo Litorâneo, Turismo de Praia, Turismo de Balneário, Turismo Costeiro e inúmeras outras. Estes conceitos, em geral, excluíam destinos que estavam longe da orla marítima, como as praias fluviais e lacustres (margens de rios, lagoas e outros corpos de água doce) e praias artificiais, muito comuns no interior do Brasil. A partir dessa constatação e com a finalidade de alinhar e ampliar os conceitos principalmente para fins de formulação de políticas públicas, o Ministério do Turismo elaborou a publicação Turismo de Sol e Praia: Orientações Básicas. Nela, denomina-se o segmento como: Turismo de Sol e Praia constitui-se das atividades turísticas relacionadas à recreação, entretenimento ou descanso em praias, em função da presença conjunta de água, sol e calor. O principal fator de atratividade do segmento de Sol e Praia está na combinação de elementos que complementam a paisagem natural e o clima apropriado à balneabilidade. Estes elementos complementares são a recreação, o entretenimento e o descanso, relacionados ao divertimento, à distração ou contemplação da paisagem.O turista de Sol e Praia apresenta um perfil heterogêneo, desde jovens interessados em novas descobertas e praias isoladas, até famílias compostas de pessoas de

diferentes idades e com necessidades distintas, que buscam no destino atividades que possam atender aos desejos de cada um. O que se pode considerar como característica comum a estes turistas é sua motivação pelo desejo de descanso, práticas esportivas, diversão, novas experiências e busca de vivências e interação com as comunidades receptoras.Um dos aspectos mais marcantes e desafiadores do segmento é a tendência de atrair o turismo de massa sazonal, concentrando um grande número de pessoas na mesma época e em um só lugar. Isto se dá pelas características próprias do produto que se comercializa, o que traz como consequência uma demanda concentrada nos meses de verão ou estiagem (no caso das praias fluviais) e em períodos de férias ou feriados prolongados.Esta tendência, somada a uma falta de planejamento prévio, pode tornar-se uma ameaça para o destino em todos os aspectos da sustentabilidade, havendo o risco de desequilibrar a economia local, sobrecarregar o ambiente com excesso de dejetos e conturbar a vida da comunidade local.Outra característica do segmento é a interação com outros tipos de turismo, como o Turismo Náutico, Turismo Cultural, Aventura e Esportes, diversificando a experiência do turista e a atratividade do destino. Aliás, esta interação com outros elementos é que pode garantir o diferencial e a competitividade do destino e contribuir para equilibrar a sazonalidade típica deste segmento.

12

Jericoacoara - CE

O modelo de gestão descentralizada1

concebido pelo Plano Nacional de Turismo e

implementado pelo MTur prevê a integração

de diversas instâncias da gestão pública e

da iniciativa privada por meio da criação e

organização dos arranjos institucionais.

O projeto Destinos Referência em Segmentos

Turísticos desenvolvido pelo MTur em

parceria com o Instituto Casa Brasil de

Cultura, tem como objetivo criar uma

estratégia de governança local, a partir

do fortalecimento e aperfeiçoamento

de segmentos de mercado, procurando

envolver de forma participativa toda a cadeia

produtiva e instituições relacionadas com o

segmento escolhido, através de prioridades

e estratégias definidas e com foco na

competitividade.

O projeto tem como premissa a

participação efetiva dos representantes

locais, fortalecendo as entidades públicas

e privadas, o trade e as organizações não

governamentais, levando à formação de

um Grupo Gestor que assume o papel

de líder do processo, buscando assim

garantir a continuidade das ações na área

do turismo, resultados mercadológicos e a

sustentabilidade do destino.

Assim, foram escolhidos dez destinos

com características diferentes, em

1. Ministério do Turismo: www.turismo.gov.br

regiões diferentes, para que suas

experiências contribuam para criar uma

base metodológica que possa servir de

modelo para outros destinos no Brasil,

validando e consolidando a estratégia de

desenvolvimento de políticas públicas, e de

ampliação e diversificação da oferta turística

nacional.

Projeto Destinos Referência em Segmentos Turísticos

A Pedra Furada, um dos cartões postais mais

famosos do Ceará – resultado de um belo

trabalho da ação dos ventos, do mar e do

tempo – pode ser visitada durante a maré

baixa, passando pelas praias Malhada e do

Pontal, numa caminhada de cerca de 3 km. É

impossível resistir e não tomar um banho de

mar.

Com seus belos atrativos, o destino faz

parte da Rota das Emoções, um roteiro

integrado com os Estados vizinhos, que

envolve paraísos naturais como a Área de

Proteção Ambiental do Delta do Parnaíba

(PI) e o Parque Nacional dos Lençóis

Maranhenses (MA), além do Parque Nacional

de Jericoacoara (CE). Este roteiro, que oferece

aventura, praia e ecoturismo, foi premiado

em 2009 pelo Ministério do Turismo com o

Troféu Roteiros do Brasil, sendo considerado

um caso de sucesso do Programa de

Regionalização do Turismo na categoria

Roteiro Turístico.

Para os praticantes e apreciadores de

esportes de aventura, Jeri também tem

o cenário ideal. Os bons ventos da região

proporcionam condições perfeitas para a

prática de surf, windsurf e kitesurf. Além

disso, são muito populares o sandboard e a

capoeira.

Além das atividades de ecoturismo e

aventura, o visitante pode desfrutar

de serviços de massagem, jantares em

charmosos restaurantes, curtir um happy

hour num bar tranquilo ou em casas

com música ao vivo, tudo no relaxado e

descontraído ritmo de Jeri.

16

Jericoacoara - CE

17

Jericoacoara - CE

Destino referência em Turismo de Sol e Praia

É um grande desafio escolher um destino

para ser referência no segmento de Sol

e Praia em um país com cerca de 8 mil

quilômetros de litoral, além de inúmeras

praias fluviais e lacustres que movimentam

o turismo no interior do país. Assim, com

inúmeros destinos já consolidados neste

segmento, que é o mais procurado do

turismo nacional, havia uma infinidade de

opções.

Porém, a escolha de Jericoacoara para servir

de referência foi motivada por este ser um

destino ainda em desenvolvimento, com

uma série de desafios ambientais e sociais,

mas onde seria possível trabalhar conceitos

e práticas de sustentabilidade e arranjo

institucional, criando experiências que

pudessem ser replicadas em outros destinos.

O Nordeste brasileiro naturalmente

representa a vocação do Brasil para o

turismo de Sol e Praia, tanto pelos seus

aspectos climáticos e praias com águas

mornas quanto por suas características

culturais, como a hospitalidade e alegria do

seu povo. A música, a dança, o artesanato, a

gastronomia e as festas populares colocam

as praias do Nordeste em evidência nos

contextos nacional e internacional. Porém,

o turismo nacional amadureceu muito nos

últimos anos, e deixou para trás a ilusão de

que somente vocação basta para obter um

destino de sucesso e sustentável. Por isso

mesmo é que o projeto Destinos Referência

optou por Jericoacoara para trabalhar

este segmento, com todos os desafios e

oportunidades que um destino emergente

pode apresentar.

Logo nas primeiras visitas técnicas ao destino,

foi verificado que Jericoacoara apresentava

alguns entraves quanto à articulação

institucional, crescimento desordenado e

20

Jericoacoara - CE

21

Jericoacoara - CE

ocupação irregular de diversas áreas que

deveriam permanecer de livre trânsito para a

comunidade e os visitantes. Outro fator que

comprometia o desenvolvimento do destino

era um alto índice de informalidade entre

os prestadores de serviços e a falta de auto-

organização dos setores.

Esta visão motivou a escolha e a estratégia

de aproximação. Assim como em outros

destinos do projeto, foram envolvidas as

entidades parceiras locais, identificadas com

o segmento. As primeiras entidades a apoiar

o projeto, além do Ministério do Turismo,

foram a Secretaria de Turismo do Estado do

Ceará, a Secretaria Municipal de Turismo

de Jericoacoara e o Sebrae-CE, a principal

entidade parceira local conveniada para o

desenvolvimento do projeto.

Devido a este cenário, as primeiras reuniões

no destino foram realizadas separadamente

com os empresários dos quatro principais

setores: meios de hospedagem, alimentação,

receptivos (esporte) e comércio.

O primeiro objetivo foi despertar o

autoconhecimento, identificar o papel de

cada um no seu negócio, no turismo e na

comunidade. Depois os quatro grupos

foram reunidos e foram desenvolvidos

trabalhos participativos, que culminariam

com a formação do arranjo institucional.

Nestas reuniões foram apresentadas outras

iniciativas e projetos em andamento

enfraquecidos por falta de uma dinâmica

cooperada.

Também se apresentaram entidades

empresariais pré-formadas ou

desestruturadas e não atuantes, tudo isso

como forma de evidenciar a importância da

cooperação e do trabalho conjunto.

Para instituir o Arranjo Institucional do

destino, o Ministério do Turismo e a Casa

Brasil, com o apoio dos órgãos estaduais e

municipais de turismo e Sebrae-CE, além

dos conselhos e associações estaduais e

locais afins, implementaram a Metodologia

Cores de Gestão de Destinos Turísticos, que

consiste em técnicas e ações participativas e

cooperadas, em que se define a atribuição de

cada um dos atores.

Importante observar que os empresários

de Jericoacoara, em sua quase totalidade,

não são cearenses, mas oriundos de outros

Estados brasileiros ou estrangeiros. Esta

situação era um dos principais motivos para

uma cultura pouco integrada. Na verdade,

eles não se comunicavam, competiam,

sem enxergar que separados, contribuíam

para a degradação do destino. Os primeiros

encontros com os grupos empresariais, um

por vez, confirmaram essa observação. As

pessoas chegavam desconfiadas, criticando

o que não funcionava e sem acreditar que

algo novo pudesse estar acontecendo.

23

Jericoacoara - CE

Após uma série de reuniões utilizando a

Metodologia Cores foi possível atingir de fato

o sentimento de que a união dos empresários

e da comunidade em torno de uma instância

de governança local era indispensável,

necessária e urgente para o desenvolvimento

e sustentação do destino, inclusive na

interlocução das parcerias com os gestores

públicos.

O modelo definido foi a constituição de

uma Agência de Desenvolvimento – Adetur

Jeri, criada em assembleia em agosto de

2008, com a participação de mais de 50

empresários, comprometidos em criar

ou consolidar as entidades empresariais

setoriais. Essa iniciativa revigorou outras

associações de alguma forma constituídas e

ficou marcada como a Ação Símbolo neste

destino. Com esta unidade de planejamento

foram estabelecidas conexões com outros

projetos em curso no destino, de iniciativa do

próprio Ministério do Turismo ou dos órgãos

estaduais e municipais, e ainda de entidades

como o Sebrae.

Outra ação a ser destacada foi o trabalho

desenvolvido pelas artesãs de Jericoacoara

durante a Vivência Elo Cultural, que

apresentou um desfile na praia com peças

artesanais criadas pelas próprias artesãs. A

coleção ganhou uma marca – Mundo Jeri:

Cultura, Natureza e Magia. No total, 15 peças-

piloto foram exibidas pelas modelos durante

o desfile. Para chegar a este resultado, o

Sebrae-CE envolveu 40 artesãs da região,

realizou o diagnóstico de sua atividade,

identificou demandas e elaborou sugestões

para a estruturação da ação Vivência Elo

Cultural. Depois disso, foi feito um trabalho

de articulação com as artesãs, com oficinas

preparatórias com foco no associativismo,

nas relações humanas e no aperfeiçoamento

das técnicas do crochê.

24

Jericoacoara - CE

25

Jericoacoara - CE

Resultados alcançados

O projeto Destino Referência em Turismo

de Sol e Praia realizado em Jericoacoara

atingiu o objetivo da construção de um

modelo referencial dotado de parâmetros

para o desenvolvimento sustentável do

turismo de Sol e Praia, como base para outros

destinos turísticos do segmento no Brasil,

adaptando-o e adequando-o às diferentes

situações e soluções.

O exemplo de Jericoacoara, que conseguiu

transformar uma realidade de crescimento

desordenado – que certamente levaria o

destino a um possível colapso – em uma

situação de desenvolvimento participativo

e cooperado, em que cada um conhece

e executa seu papel na comunidade e no

turismo, poderá ser replicado em outros

destinos que queiram desenvolver o

segmento de Turismo de Sol e Praia em seu

destino.

Um acompanhamento técnico dos

arranjos institucionais, e principalmente, o

fortalecimento do conselho municipal e de

sua interlocução com o órgão estadual de

turismo, e deste com as instâncias regionais

e com o Ministério do Turismo, são o ideal

para a consolidação do Sistema Nacional do

Turismo.

O futuro será de entidades empresariais

fortes e arranjos institucionais dinâmicos,

que tenham base em planejamentos de

curto, médio e longo prazos, feitos dentro

da boa técnica, com legitimidade e pela

participação de todos os envolvidos do setor

e da comunidade local.

O que realmente foi criado pela ação da

Casa Brasil através do Método Cores e que

pode ser reaplicado com sucesso em outros

destinos brasileiros foi a formação do Grupo

Gestor de projetos. Em síntese, isso significa

a existência de um conjunto de atores

(pessoas) que representam os interesses

públicos, privados e da sociedade local,

relacionados com os projetos do destino.

Para a equipe técnica da Casa Brasil, esta

deve ser a tônica na maioria dos destinos

turísticos brasileiros que ainda apresentam

falta de integração, de estruturação e de

representatividade dos setores. O arranjo

institucional é a base para qualquer projeto

de desenvolvimento sustentável.

Resultados do projeto

• Participação ativa dos empresários e mobilização para adesão desde o início do projeto

• Governança local representativa e atuante

• Atuação continuada e liderança do empresariado local

• Preparação de materiais promocionais para o destino

• Qualificação na produção associada ao turismo, envolvendo 40 artesãs da região, com foco no associativismo, nas relações humanas e de aperfeiçoamento das técnicas do crochê

• Realização de desfile na praia com peças artesanais criadas pelas artesãs de Jericoacoara

• Constituição de uma Agência de Desenvolvimento – Adetur Jeri

28

Jericoacoara - CE

29

Jericoacoara - CE

Todo programa relevante de turismo que

envolva recursos públicos e privados,

produza impactos importantes no destino

e mobilize uma diversidade de esforços e

investimentos deve ter seu grupo gestor.

Este grupo deve se reportar ou participar

do Conselho Municipal do Turismo, que

por sua vez se reporta ou participa do

Conselho Estadual, que é presidido pelo

secretário ou dirigente estadual de Turismo.

O dirigente estadual deve integrar o Fórum

Nacional dos Secretários e Dirigentes

Estaduais de Turismo (Fornatur), que é

parte do Conselho Nacional do Turismo,

presidido pelo ministro do Turismo. Aí

está o Sistema Nacional do Turismo, que

estabelece uma conexão e interação desde

o programa no destino até o MTur, que é o

responsável pela implementação do Plano

Nacional do Turismo, seus projetos e ações,

democraticamente construído com uma

ampla participação do trade e da sociedade.

Para saber mais:www.turismo.gov.brwww.ce.sebrae.com.brwww.cadastur.turismo.gov.br

Equipe Ministério do TurismoCoordenação Geral

Ricardo Martini MoeschTânia Brizolla

Coordenação TécnicaAna Clévia Guerreiro LimaJurema MonteiroRosiane RockenbachSáskia Lima

Equipe técnicaBrena CoelhoCarolina CamposFabiana OliveiraLaura MarquesPhilippe FigueiredoTalita PiresWilken Souto

ColaboraçãoAna Beatriz Borges SerpaAlessandra LannaBárbara Blaut RangelCristiano BorgesLuis Eduardo DelmontMarcela SouzaPriscilla GrintzosRafaela LehmannSalomar Mafaldo

Equipe Instituto Casa Brasil de CulturaCoordenação do projeto

Marcelo SafadiCoordenação operacional e assistência técnica

Priscila VilarinhoConsultores dos destinos

Marcos Pompeu – São João del Rei (MG) e Jericoacoara (CE)Priscila Vilarinho – Brasília (DF), Paraty (RJ) e Ribeirão Preto (SP)Rodrigo Lopes – Serra Geral (SC), Lençóis (BA) e Socorro (SP)Ricardo Silva – Santarém (PA) e Barcelos (AM)

Consultores de apoioAlessandra SchneiderFelipe ArnsMarcos Martins Borges Paulo d’Ávila FerreiraRoberto MourãoThiago Dias

Apoio administrativoJairo Mendonça Júnior

Assistência técnica adminstrativaBreno Mendonça Vieira

© Instituto Casa Brasil de Cultura. Goiânia, 2010

Destinos de Referência em TurismoSegmento: Turismo de Sol e PraiaDestino: Jijoca de Jericoacoara – CEParceiro executor local: Sebrae-CE

Coordenação editorialWolney Unes

TextoAlessandra Schneider

Projeto gráfico e capa Samara Bitencourt

DiagramaçãoMarcus Lisita Rotoli

FotografiaBanco de Imagens MTur:Christian KnepperJ. Wagner da SilvaRicardo Rollo

Revisão Camila Pessoa

ApoioAcolhida na Colônia AbetaCasa AzulBeltaInstituto DharmaConvention BureauAvapePrefeitura de SocorroSebrae-CEAmazonasTurSecretaria de Turismo de Barcelos

ImpressãoMarques e Bueno Ltda. (Gráfica Talento)

Lençóis - BA

Sumário

Presidente da República Federativa do Brasil

Luiz Inácio Lula da Silva

Ministro de Estado do Turismo

Luiz Eduardo Pereira Barretto Filho

Secretário-Executivo

Mário Augusto Lopes Moyses

Secretário Nacional de Políticas do Turismo

Carlos Silva

Diretor do Departamento de Estruturação, Articulação e Ordenamento Turístico

Ricardo Martini Moesch

Coordenadora-Geral de Segmentação

Sáskia Freire Lima de Castro

Coordenadora-Geral de Regionalização

Ana Clévia Guerreiro Lima

Coordenadora-Geral de Informação Institucional

Isabel Cristina da Silva Barnasque

Coordenadora-Geral de Serviços TurísticosRosiane Rockenbach

A Chapada DiamantinaApresentação

O turismo na Chapada Diamantina

O turismo de aventura na Chapada Diamantina

Projeto Destinos Referência em Segmentos Turísticos

Destino referência em Turismo de Aventura

Resultados alcançados

5

5

7

13

19

22

28

Apresentação

Portão de entrada para a Chapada

Diamantina, Lençóis é um lugar

impressionante, que reúne a magia da

Bahia, um rico patrimônio histórico-

cultural tombado pelo Iphan e a natureza

extraordinária do Parque Nacional da

Chapada Diamantina. Considerada um

dos melhores destinos de Ecoturismo e

Aventura do Brasil, a região possui centenas

de atrativos naturais como grutas, lagos,

montanhas e cachoeiras de todos os

tamanhos – cercados de lendas e mitos

–, cenários para aventuras e experiências

profundas, como caminhadas de vários

dias pelos vales e montanhas da Chapada

Diamantina, trekkings, ou momentos de

relaxamento para quem quer um contato

mais sutil com a natureza.

Outro aspecto que se destaca em Lençóis

é que, apesar de ser uma cidade pequena

do sertão da Bahia, vibra na região uma

energia mística e cosmopolita, com pessoas

do mundo inteiro que vêm à procura de um

lugar encantado.

Mas é impossível falar apenas de Lençóis

quando se tem em vista toda a dimensão e

a diversidade da Chapada Diamantina, que

envolve muitos outros municípios como

Palmeiras/Vale do Capão, Andaraí/Igatu e

Mucugê, cada um com suas peculiaridades e

atrativos.

Localizada a cerca de 400 km de Salvador,

há diversas formas de chegar à Chapada

Diamantina, e grande parte delas sugere

um tempo de permanência de uma semana.

Todos os sábados há voos regulares a partir

de Salvador. As agências de receptivo

prestam serviços de traslado privativo e

oferecem roteiros regulares completos, que

contribuem para reduzir o custo da viagem.

Para os viajantes independentes, o acesso de

carro a partir de Salvador pode ser feito pela

BR-324 até Feira de Santana. A partir daí, o

motorista pode decidir entre dois caminhos:

ou pela BR-116 até o entroncamento com

a BR-242 (Rodovia Bahia-Brasília) ou pela

BA-052 até o município de Ipirá, e daí até

Itaberaba. Depois desta cidade, os dois

caminhos se reencontram e seguem pela BR-

242, até o trevo de acesso à cidade. Daí até

Lençóis são apenas mais 12 km. Há também

vários horários diários de ônibus a partir de

Salvador e a viagem dura cerca de seis horas.

A Chapada Diamantina

7

Lençóis - BA

O turismo na Chapada Diamantina

A Chapada Diamantina emergiu como

destino turístico em meados dos anos 70,

quando foi escolhida por aventureiros de

várias nacionalidades, atraídos pela natureza

exuberante em harmonia com arquitetura

colonial em ótimo estado de conservação

devido ao isolamento e à estagnação do

crescimento econômico no séc. XX.

Já nos anos 80, a região teve seu maior

desafio com a criação do Parque Nacional

da Chapada Diamantina. Este desafio

logo se tornou uma oportunidade de

desenvolvimento sustentável. As poucas

pessoas, que até então ainda viviam

basicamente da extração de diamantes

e pequenas produções de agricultura

e pecuária, tiveram suas atividades

redirecionadas para áreas fora dos limites do

parque. Além deste fato, o crescente interesse

pelo Ecoturismo e pelo Turismo de Aventura

possibilitou uma virada econômica para a

região, onde os garimpeiros mais velhos se

aposentaram e os mais novos começaram

a se adaptar a novas atividades, inclusive

algumas ligadas ao turismo.

Aos poucos, pessoas da comunidade

e recém-chegados tornaram-se

empreendedores locais, abrindo pousadas,

restaurantes, agências, lojas de artesanato

e outros serviços para atender a uma

demanda de visitantes ávida por aventura.

Com a melhoria da estrutura, na década

de 90, algumas operadoras de turismo

especializadas em natureza e aventura

começaram a promover excursões para

a Chapada Diamantina, o que mudou

radicalmente a história do destino.

Atualmente a Chapada apresenta uma nova

imagem, pois atende, além dos aventureiros,

um perfil mais amplo de viajantes, uma vez

que oferece serviços e atividades focados

em padrões de excelência, acessíveis para

famílias com crianças, idosos ou pessoas que

querem estar em contato com a natureza,

sem deixar de lado conforto, charme e

requinte.

Para o turismo, o resultado são serviços de

hotéis e restaurantes refinados e charmosos,

a princípio incomuns para um destino tão

isolado. No centro histórico há inúmeras

e bem qualificadas agências de turismo,

que oferecem excelentes opções de trilhas

e roteiros emocionantes, planejados

sob o conceito de Aventura Segura,

proporcionando aos visitantes experiências

inesquecíveis e dimensionadas para atender

a suas expectativas e possibilidades.

As opções de hospedagem são

surpreendentes e há uma grande diversidade

8

Lençóis - BA

9

Lençóis - BA

e quantidade de hotéis e pousadas com

estilo e requinte. Desde casas de famílias e

albergues até pousadas de charme e hotéis

de médio porte, há opções com conforto

para os mais diversos públicos, inclusive

famílias com crianças.

A diversidade cultural e o caráter

cosmopolita de Lençóis se refletem em sua

gastronomia, que oferece boas surpresas

aos seus visitantes. A culinária tradicional

está presente em pratos típicos, de origem

sertaneja, tropeira e garimpeira, como o

feijão de corda, carne de bode, godó de

banana, cortado de palma, batata da serra

e outros. Há restaurantes de comida caseira

por quilo e lanches caprichados para quem

volta da trilha. Os empreendedores, vindos

das mais variadas regiões, trouxeram novos

ingredientes e criaram restaurantes que

servem pratos da culinária internacional

e contemporânea, mas utilizam muitos

produtos locais, proporcionando uma

experiência gastronômica no melhor estilo

slow food. E, como estamos na Bahia,

acarajé e beiju são algumas das delícias

imperdíveis para quem está de passagem

por Lençóis. Uma refeição curiosa no

destino são os lanches de trilha: kits com

sanduíches, frutas desidratadas, doces, sucos

e outras guloseimas naturais que podem ser

levadas na mochila pelos aventureiros para

piqueniques em meio aos mais fascinantes

cenários da Chapada Diamantina.

O artesanato traduz a identidade do

interior da Bahia, do período da exploração

do diamante. A matéria-prima principal

são o couro e a pedra. Um dos principais

ícones é a bruaca, usada pelos burros que

acompanhavam as tropas e cortavam o

sertão no período do garimpo.

As operadoras nacionais especializadas

em Ecoturismo e Turismo de Aventura já

ofertam o destino em pacotes disponíveis

em várias agências do Brasil. Para os viajantes

independentes, há ótimas informações sobre

o destino nos guias impressos nacionais

e internacionais. No site www.chapada.

org há links para as principais empresas e

CadasturAo contratar serviços para uma viagem, convém verificar se a empresa está cadastrada no Ministério do Turismo. O cadastro dos prestadores de serviços é grande fonte de consulta para o mercado turístico brasileiro e proporciona benefícios para os serviços turísticos cadastrados. Para ter acesso às informações detalhadas sobre os prestadores de serviços regularmente cadastrados, acesse www.cadastur.turismo.gov.br

serviços da Chapada, associadas à Chapada

Convention Bureau.

Os sites das pousadas e das agências locais

também oferecem ótimas informações, além

de opções de roteiros e serviços.

13

Lençóis - BA

O Turismo de Aventura na Chapada Diamantina

O Parque Nacional da Chapada Diamantina é

a principal unidade de conservação da região

e guarda alguns dos mais belos conjuntos de

cachoeiras do Brasil. São centenas de quedas

d’água que escorrem entre penhascos, nas

serras cobertas de verde, com uma vegetação

mista de Cerrado, Mata Atlântica e Caatinga.

A Cachoeira da Fumaça, com cerca de 380

m de queda livre, é a segunda mais alta do

País, só superada pela Cachoeira dos Anjos

na fronteira do Brasil com a Venezuela. No

parque há várias trilhas, com diferentes graus

de dificuldade, entre as quais uma das mais

famosas a trilha do Vale do Pati, que atrai

turistas de todo o mundo para se aventurar

em caminhadas de até sete dias, passando

pela Cachoeira da Fumaça, Cachoeirão,

Ruinha, Morro Branco, Funis e Morro do

Castelo e visitando comunidades tradicionais,

esotéricas e alternativas.

Alguns dos principais atrativos ficam nos

municípios do entorno do parque e muitos

deles, no mundo subterrâneo, uma vez que

a região se destaca por possuir o maior

acervo espeleológico da América do Sul,

com cavernas de beleza cênica e grande

importância científica.

As agências locais, capacitadas para atender

às normas de segurança, organizam roteiros

que atendem aos mais diversos perfis de

público. Os mais procurados incluem os

principais atrativos como Igatu, uma antiga e

bem preservada vila de garimpeiros; Vale do

Capão, com suas comunidades alternativas,

terapias holísticas e excelentes e requintadas

pousadas; Morro do Pai Inácio, um dos

lugares de contemplação mais fantásticos

da região e cenário de interessantes lendas

e causos; Vale do Pati; Cachoeira da Fumaça;

Cachoeira do Buracão; Mucugezinho e Poço

do Diabo; além das grutas do Lapão, Lapa

Doce e Fumacinha, entre inúmeros outros

atrativos tão interessantes quanto estes.

As agências também oferecem atividades

específicas, como trekking, escalada

em rocha, mountain bike, cavalgadas,

observação de aves, canionismo, mergulho

em cavernas e o exclusivo cave-jumping.

14

Lençóis - BA

15

Lençóis - BA

O segmento de Turismo de AventuraQuando o Turismo de Aventura começou a despontar no Brasil, no início dos anos 90, era entendido como uma atividade associada ao Ecoturismo e, muitas vezes, confundido com atividades e esportes de aventura que não tinham relação com o turismo. Com a evolução do mercado e dos conceitos, o Turismo de Aventura passou a ter características estruturais e consistência mercadológica próprias. De acordo com a definição adotada pelo MTur, “Turismo de Aventura compreende os movimentos turísticos decorrentes da prática de atividades de aventura de caráter recreativo e não competitivo.”1 Isso significa que, para ser Turismo de Aventura, é preciso que:

• Haja movimento turístico, ou seja, pessoas se deslocando de seu local de residência habitual e utilizando serviços e equipamentos turísticos no destino;

• O movimento seja motivado pela busca de experiências físicas e sensoriais recreativas que envolvem desafio, riscos avaliados, controláveis e assumidos;

1. Brasil. Turismo de aventura: orientações básicas. Brasília: Ministério do Turismo, 2008. Disponível em www.turismo.gov.br

• As aventuras ocorram em quaisquer espaços: natural, construído, rural, urbano, estabelecido como área protegida ou não;

• Não haja competição, pois, neste caso, as atividades são tratadas no âmbito do segmento Turismo de Esportes e não de Aventura.

Atualmente, o segmento está representado nacionalmente pela Associação Brasileira de Empresas de Turismo de Aventura e Ecoturismo (Abeta),2 formada por pequenos empreendedores de várias partes do país. A associação trabalha na criação de normas técnicas aplicáveis ao Turismo de Aventura, trazendo mais confiabilidade e parâmetros para o desenvolvimento do segmento, com o objetivo de torná-lo mais competitivo nacional e internacionalmente. Uma ação de grande destaque e abrangência nacional é o Programa Aventura Segura,3 uma iniciativa do Ministério do Turismo e Sebrae Nacional, em parceria com a Abeta. Trata-se de uma ação dedicada ao fortalecimento, à qualificação e à estruturação do Ecoturismo e Turismo de Aventura no Brasil, com foco em iniciativas voltadas para o desenvolvimento com qualidade, sustentabilidade e segurança. Para saber mais sobre este segmento, é recomendada a leitura das publicações do Ministério do Turismo e da Abeta sobre o tema.

2. www.abeta.com.br3. www.abeta.com.br/aventura-segura/

18

Lençóis - BA

O modelo de gestão descentralizada1

concebido pelo Plano Nacional de Turismo e

implementado pelo MTur prevê a integração

de diversas instâncias da gestão pública e

da iniciativa privada por meio da criação e

organização dos arranjos institucionais.

O projeto Destinos Referência em Segmentos

Turísticos desenvolvido pelo MTur em

parceria com o Instituto Casa Brasil de

Cultura, tem como objetivo criar uma

estratégia de governança local, a partir

do fortalecimento e aperfeiçoamento

de segmentos de mercado, procurando

envolver de forma participativa toda a cadeia

produtiva e instituições relacionadas com o

segmento escolhido, através de prioridades

e estratégias definidas e com foco na

competitividade.

O projeto tem como premissa a

participação efetiva dos representantes

locais, fortalecendo as entidades públicas

e privadas, o trade e as organizações não

governamentais, levando à formação de

um Grupo Gestor que assume o papel

de líder do processo, buscando assim

garantir a continuidade das ações na área

do turismo, resultados mercadológicos e a

sustentabilidade do destino.

Assim, foram escolhidos dez destinos

com características diferentes, em

1. Ministério do Turismo: www.turismo.gov.br

regiões diferentes, para que suas

experiências contribuam para criar uma

base metodológica que possa servir de

modelo para outros destinos no Brasil,

validando e consolidando a estratégia de

desenvolvimento de políticas públicas, e de

ampliação e diversificação da oferta turística

nacional.

Projeto Destinos Referência em Segmentos Turísticos

22

Lençóis - BA

23

Lençóis - BA

Destino referência em Turismo de Aventura

Em 2007, quando Lençóis foi o destino

selecionado para representar o segmento

de Turismo de Aventura no projeto Destinos

Referência em Segmentos Turísticos, foi

diagnosticada uma realidade comum

a vários destinos de Aventura no Brasil:

excelente potencial natural, mas com uma

baixa capacidade de organização, alto

índice de informalidade e diversas iniciativas

desconexas, gerando um subaproveitamento

deste potencial. Em Lençóis, já havia uma

forte demanda turística no destino, inclusive

internacional, e muitos profissionais atuando

no segmento de Aventura. Porém, os desafios

também eram grandes. Até então, nenhuma

empresa estava adequada às normas de

segurança, os setores não interagiam entre

si e nem com o Poder Público. As poucas

iniciativas de organização local estavam

isoladas e enfraquecidas.

Com este cenário, tiveram início as ações

para a estruturação do destino com foco

no segmento de Turismo de Aventura,

partindo do princípio de que os atores locais

devem se organizar, definir prioridades e

estratégias com foco na competitividade.

Uma aproximação do destino com as

instituições parceiras do projeto (MTur, ICBC

e Abeta) promoveu o primeiro contato para a

apresentação e início de implementação das

ações previstas no projeto Destino Referência

em Turismo de Aventura. Além disso,

procedeu-se à pactuação e ao alinhamento

com o programa Aventura Segura, que seria

implementado pela Abeta, em parceria com

o Sebrae Nacional.

O passo seguinte foi constituir o arranjo

institucional, ou seja, criar o Grupo Gestor,

para conduzir as ações do projeto na

localidade. A criação deste grupo logo

no início foi importante para que ele

pudesse amadurecer e se fortalecer à

medida que o projeto se desenvolvia. Já

no primeiro encontro, a comunidade e o

trade expressaram a intenção de ampliar

a abrangência do projeto para a região

da Chapada Diamantina e incluir outros

municípios que compõem o destino. Esta

ampliação se justificou pelas características

geográficas da região, uma vez que a maior

parte dos equipamentos e serviços se

concentra no município de Lençóis, porém

os atrativos visitados pelos turistas estão no

entorno do Parque Nacional da Chapada

Diamantina, cujos principais acesso são os

municípios de Palmeiras, Andaraí e Mucugê.

A Avaliação Qualitativa foi feita em Lençóis

durante a primeira reunião do Grupo

Gestor, com a presença e participação da

comunidade representada por entidades

dos setores público, privado e terceiro

setor. Nesta etapa foram avaliadas as

dimensões abordadas na Metodologia

Cores de planejamento participativo em

destinos turísticos e identificados os atores

e entidades locais comprometidos com o

processo para criar o Grupo Gestor.

Simultaneamente, a Abeta começou a

implementar o programa Aventura Segura,

a fim de fortalecer o setor, qualificar os

prestadores de serviço e empreendedores

para gestão empresarial e divulgar o Turismo

de Aventura na Chapada em diversas ações

de promoção do Turismo de Aventura no

Brasil.

26

Lençóis - BA

27

Lençóis - BA

Com os resultados da Avaliação Quantitativa

foi elaborado o Plano de Ações, que contou

com a participação ativa da comunidade

na priorização das ações e definição dos

responsáveis. A Estratégia Competitiva foi

estruturada com base nas ações priorizadas

no seminário em Lençóis, na forma de

programas e subprogramas focados no

destino, mas alinhados aos macroprogramas

e programas do Plano Nacional de Turismo

2007-2010. Desta forma, foi possível elaborar

estratégias que contemplam as demandas

locais, alinhadas com as políticas definidas

pelo Ministério do Turismo, facilitando o

acesso a recursos para viabilização das

ações estratégicas do destino. O diagnóstico

realizado no Plano de Ações apontou a

existência de algumas necessidades tais

como:

• Reestruturarefortaleceroarranjo

institucional

• Desenvolverprogramadecapacitação

empresarial

• Criarcampanhapromocionalcomportal

na internet e participação nas feiras

Entre as ações priorizadas no Plano de Ações,

foi escolhida como Ação Símbolo do projeto

a execução de uma campanha promocional

da Chapada Diamantina, com a finalidade

de fortalecer o Grupo Gestor e atrair novos

participantes para o trabalho cooperado.

Esta ação foi liderada por uma das entidades

que compõem o Grupo Gestor, a Associação

dos Empresários de Turismo da Chapada

Diamantina, que desenvolveu um website

(www.chapada.org), produziu material

impresso – um conjunto de prospectos

dos quatro principais destinos na Chapada

Diamantina – e apoiou a participação do

destino nas principais feiras no Brasil.

Durante a execução do projeto, foi realizada

uma série de oficinas setoriais, que contou

com uma representatividade expressiva

dos empreendedores locais. Estas reuniões

tiveram foco nos seguintes setores: agências

de turismo, condutores locais e regionais,

meios de hospedagem, prestadores de

serviços turísticos e comércio em geral.

28

Lençóis - BA

29

Lençóis - BA

Resultados alcançados

Entre os inúmeros resultados – diretos e

indiretos – das ações realizadas no projeto

Destinos Referência em Turismo de Aventura

na Chapada Diamantina, podemos destacar:

• Estruturaçãoefortalecimentoda

governança local, com o resgate e a criação

de entidades setoriais organizadas – Abeta

Chapada, Chapada Convention, ABIH

Regional – bem como a integração destas

instituições entre si e com os demais setores

• Aintegraçãoregionalpropiciadapela

flexibilização na abrangência do programa,

que a princípio contemplava apenas a

cidade de Lençóis e que, por demanda dos

representantes da própria comunidade,

foi ampliado municípios da Chapada

Diamantina

• OsucessodoProjetodePromoçãoe

Apoio à Comercialização liderado por

entidade local, resultado da aposta na

gestão descentralizada com o convênio

firmado entre o Ministério do Turismo e

a Associação de Empresários de Turismo

da Chapada Diamantina (Asset) para

a promoção do destino no mercado

nacional, com ênfase no segmento de

Turismo de Aventura

• ReativaçãodevooregulardeSalvadorpara

Lençóis

• Altaadesãoesucessonaimplementação

do Programa Aventura Segura e criação da

Comissão Abeta Chapada

• Articulaçãoparaestruturaçãodasbrigadas

de incêndio, liderada pelas Associações de

Guias e apoiada pelo Programa Aventura

Segura através dos cursos e equipamentos

• Realizaçãodesemináriodemultiplicação,

oficina de projeto e visita técnica com a

participação do Grupo Gestor do projeto,

empresários e comunidade do destino,

além de representantes de outros destinos

com vocação para o desenvolvimento de

Turismo de Aventura

A Chapada Diamantina naturalmente

apresenta uma vocação para o turismo

tanto por sua natureza privilegiada quanto

pela cultura e patrimônio preservadas na

arquitetura das cidades e no costume de seus

habitantes.

Mesmo com o fato de o destino ter avançado

muito na qualificação da oferta de Turismo

de Aventura, a partir do programa Aventura

Segura, é importante que a governança local

continue atuante, para que possa orientar as

ações empreendidas e as políticas públicas

para a mesma direção. Este é, sem dúvida, o

maior desafio da Chapada Diamantina como

destino de Turismo de Aventura.

A região apresenta capacidade de competir

internacionalmente no segmento proposto,

e em alguns quesitos possui mesmo fortes

diferenciais competitivos, tais como:

concentração de agências de turismo

com foco na operação de atividades de

aventura; clima estável, favorável à prática

das atividades durante a maior parte do

ano; diversidade de cenários naturais, que

possibilitam a diversificação da oferta de

atividades, e ainda um Parque Nacional, que

por si já é um importante atrativo turístico.

O processo de qualificação da Chapada

Diamantina no segmento de Turismo de

Aventura não é estático e necessita ser

orientado para o amadurecimento da

governança regional, que poderá então

conduzir o processo, buscando excelência

nos serviços e sintonia com as diretrizes

nacionais. A experiência do projeto Destinos

Referência poderá pontuar as próximas

etapas fundamentais na qualificação do

destino, como o apoio ao fortalecimento

da organização setorial, amparado por

um planejamento estratégico de longo

prazo, voltado para qualificação da oferta e

posicionamento no mercado.

Para saber mais:www.turismo.gov.brwww.abeta.org.brwww.aventurasegura.org.brwww.inmetro.gov.brwww.chapada.orgwww.cadastur.turismo.gov.br

Equipe Ministério do TurismoCoordenação Geral

Ricardo Martini MoeschTânia Brizolla

Coordenação TécnicaAna Clévia Guerreiro LimaJurema MonteiroRosiane RockenbachSáskia Lima

Equipe técnicaBrena CoelhoCarolina CamposFabiana OliveiraLaura MarquesPhilippe FigueiredoTalita PiresWilken Souto

ColaboraçãoAna Beatriz Borges SerpaAlessandra LannaBárbara Blaut RangelCristiano BorgesLuis Eduardo DelmontMarcela SouzaPriscilla GrintzosRafaela LehmannSalomar Mafaldo

Equipe Instituto Casa Brasil de CulturaCoordenação do projeto

Marcelo SafadiCoordenação operacional e assistência técnica

Priscila VilarinhoConsultores dos destinos

Marcos Pompeu – São João del Rei (MG) e Jericoacoara (CE)Priscila Vilarinho – Brasília (DF), Paraty (RJ) e Ribeirão Preto (SP)Rodrigo Lopes – Serra Geral (SC), Lençóis (BA) e Socorro (SP)Ricardo Silva – Santarém (PA) e Barcelos (AM)

Consultores de apoioAlessandra SchneiderFelipe ArnsMarcos Martins Borges Paulo d’Ávila FerreiraRoberto MourãoThiago Dias

Apoio administrativoJairo Mendonça Júnior

Assistência técnica adminstrativaBreno Mendonça Vieira

© Instituto Casa Brasil de Cultura. Goiânia, 2010

Destinos de Referência em TurismoDestino: Lençóis, Chapada Diamantina – BAParceiros executores locais: Associação Brasileira de Empresas de Ecoturismo e Turismo de Aventura (Abeta)

Coordenação editorialWolney Unes

TextoAlessandra Schneider

Projeto gráfico e capa Samara Bitencourt

DiagramaçãoMarcus Lisita Rotoli

FotografiaBanco de Imagens MTur:Bento VianaWerner ZotzAcervo do Instituto Casa Brasil de Cultura: Marcelo Safadi

Revisão Camila Pessoa

ApoioAcolhida na Colônia AbetaCasa AzulBeltaInstituto DharmaConvention BureauAvapePrefeitura de SocorroSebrae-CEAmazonasTurSecretaria de Turismo de Barcelos

ImpressãoMarques e Bueno Ltda. (Gráfica Talento)

Paraty - RJ

Sumário

Presidente da República Federativa do Brasil

Luiz Inácio Lula da Silva

Ministro de Estado do Turismo

Luiz Eduardo Pereira Barretto Filho

Secretário-Executivo

Mário Augusto Lopes Moyses

Secretário Nacional de Políticas do Turismo

Carlos Silva

Diretor do Departamento de Estruturação, Articulação e Ordenamento Turístico

Ricardo Martini Moesch

Coordenadora-Geral de Segmentação

Sáskia Freire Lima de Castro

Coordenadora-Geral de Regionalização

Ana Clévia Guerreiro Lima

Coordenadora-Geral de Informação Institucional

Isabel Cristina da Silva Barnasque

Coordenadora-Geral de Serviços TurísticosRosiane Rockenbach

ParatyApresentação

O Turismo em Paraty

O Turismo Cultural em Paraty

Projeto Destinos Referência em Segmentos TurísticosDestino referência em Turismo Cultural

Resultados alcançados

5

5

8

13

21

22

26

ApresentaçãoParaty é um destino turístico reconhecido nacionalmente por seu patrimônio histórico e cultural, com seu casario e igrejas em estilo colonial, calendário cultural diversificado, celebrações de festas religiosas tradicionais e suas manifestações artísticas, além das belas praias e ilhas que integram a magia da Mata Atlântica. Neste cenário, viveram e ainda vivem interessantes personagens da história brasileira. Tais atributos demonstram o potencial de Paraty para se projetar como um destino de Turismo Cultural.São inúmeros os motivos que fazem desta cidade um destino com um charme inconfundível. A cidade é encantadora quando se conhece de perto a rica cultura local, que torna vivo o merecido título de Patrimônio Histórico Nacional que Paraty possui. Com localização estratégica, entre as capitais do Rio de Janeiro e de São Paulo, Paraty há muitos anos começou a atrair um fluxo de visitantes que passou a demandar serviços turísticos. Esse fluxo hoje garante uma diversificada e qualificada oferta de hotéis, pousadas, restaurantes e atividades. O ambiente cultural do município – caracterizado pelo conjunto arquitetônico singular de seu Centro Histórico e por um entorno paisagístico natural de beleza exuberante – ganha vida em manifestações e expressões artísticas autênticas que representam a identidade das mais diversas

culturas que compõem a essência do povo paratiense: indígena, africana e portuguesa. Tudo pode ser visto e sentido nos ateliês dos artistas plásticos, na dança, na música, no folclore, no artesanato e na gastronomia, que integram um grande mosaico cultural, tanto na cidade quanto nas comunidades tradicionais, sítios e caminhos históricos do seu entorno.Com um calendário cultural diversificado, Paraty passou a integrar o seleto grupo de destinos capazes de realizar eventos de qualidade, indutores de fluxo turístico. Entre os inúmeros eventos realizados anualmente, os destaques são para a Festa Literária Internacional de Paraty (Flip), momento em que a cidade tem oportunidade de reunir escritores e leitores de todo o mundo, e para a Festa do Divino, evento popular tradicional, de caráter religioso, realizado entre maio e junho.Atualmente, chegar a Paraty é muito fácil. A rodovia Rio–Santos dá acesso tanto para quem vem de São Paulo quanto do Rio de Janeiro. É possível vir de carro próprio, alugado, ônibus regulares ou com os serviços de traslados oferecidos pelas agências locais. Muitas agências e operadoras nacionais e internacionais têm Paraty disponível em seus catálogos, facilitando a organização das viagens. Para os viajantes independentes, há informações sobre Paraty em vários guias de viagem e nos portais da internet, onde uma simples pesquisa sobre o destino já demonstra a diversidade da oferta disponível em Paraty.

Paraty

8

Paraty - RJ

9

Paraty - RJ

O turismo em Paraty

No extremo sul do Estado do Rio de Janeiro,

na divisa com São Paulo, situa-se Paraty,

no fundo da Baía da Ilha Grande e aos pés

da Serra da Bocaina. Com esta geografia

peculiar, Paraty foi privilegiada com praias

esplêndidas de águas verdes e transparentes.

Sua baía, crivada de ilhas paradisíacas, é o

cenário dos inesquecíveis passeios de escuna

e mergulhos entre os belos peixes e corais.

As trilhas na Mata Atlântica e as cachoeiras

do entorno, com destaque para o Parque

Nacional da Serra da Bocaina, são grandes

atrativos para praticantes de ecoturismo e em

busca de aventura.

Hospedar-se em Paraty é uma agradável

experiência, seja no centro histórico, em

frente às praias ou próximo às cachoeiras da

serra. Há centenas de charmosas pousadas

e hotéis construídos em estilo colonial

oferecendo hospedagem em apartamentos

confortáveis, com áreas de lazer decoradas

com vegetação nativa, o que torna os

ambientes muito aconchegantes. As reservas

podem ser feitas por telefone ou via internet.

Paraty também é famosa pela qualidade

de sua gastronomia, ofertando desde as

tradicionais receitas caiçaras e indígenas,

iguarias portuguesas e africanas, a pratos

da culinária internacional. A maior parte dos

restaurantes se localiza no centro histórico,

oferecendo grande diversidade de serviços,

muitos com música ao vivo. Os doces típicos

locais, como o pé-de-moleque, o maçapão

e o manuê-de-bacia, chamam atenção pelo

paladar e pela forma como são vendidos,

por ambulantes nas ruas do centro histórico

em carrinhos de madeira. A todo momento

um carrinho de doces cruza por quem está

perambulando pelo centro histórico, o que

pode ser um bom convite a recarregar as

energias e continuar o passeio.

Outra atração gastronômica imperdível em

Paraty é a fabricação artesanal de cachaça,

tradição que remonta ao século XVIII. O

município já chegou a ter mais de 200

engenhos e casas de moenda, e possui

atualmente cinco engenhos artesanais em

funcionamento, incluindo roda d’ água,

moenda, barris de carvalho, fogão de cobre e

fogo à lenha.

Paraty respira arte, o que pode ser percebido

em suas ruas. O rico artesanato tem fortes

raízes na história de intenso intercâmbio

cultural da cidade e há produtos com

características muito interessantes. As

habilidades manuais são passadas de

geração em geração, principalmente entre

as mulheres, e são um complemento das

atividades econômicas básicas (pesca e

lavoura) do caiçara1. Os produtos típicos

do artesanato paratiense são trabalhos em

tecido, madeira, cabaças, fibras vegetais e

papel machê, com destaque para as bonecas

de pano, barcos e remos de madeira e as

máscaras. Há também vários artistas, locais

e vindos de outros cantos do mundo, que

se inspiram nos cenários de Paraty para criar

obras de arte dignas das melhores galerias.

As agências locais de receptivo oferecem

inúmeros serviços turísticos e são uma

boa referência para quem quer se divertir,

aventurar-se ou vivenciar experiências

culturais com conteúdo e segurança. Com

1. Palavra de origem tupi que se refere aos habitantes e à cultura das zonas litorâneas dos litorais paranaense, paulista e do sul do Rio de Janeiro. As comunidades caiçaras nasceram a partir da miscigenação de brancos de origem portuguesa com grupos indígenas das regiões litorâneas de São Paulo (tupinambás).

11

Paraty - RJ

300 praias, 65 ilhas, cinco unidades de

conservação de Mata Atlântica, centenas de

cachoeiras e uma população local acolhedora

e criativa, não falta o que fazer em Paraty. Há

praticamente de tudo, para todos os gostos.

As agências locais oferecem excelentes

opções de ecoturismo e aventura, como

passeios de barco, mergulho, rafting, trekking,

passeios off-road e arvorismo. É importante

procurar as agências legais, cadastradas no

Ministério do Turismo2 e que seguem as

normas de segurança para estas atividades.

2. www.paratycvb.com.br/calendario.htm

CadasturAo contratar serviços para uma viagem, convém verificar se a empresa está cadastrada no Ministério do Turismo. O cadastro dos prestadores de serviços é grande fonte de consulta para o mercado turístico brasileiro e proporciona benefícios para os serviços turísticos cadastrados. Para ter acesso às informações detalhadas sobre os prestadores de serviços regularmente cadastrados, acesse www.cadastur.turismo.gov.br

13

Paraty - RJ

O Turismo Cultural em Paraty

O centro histórico de Paraty é um convite a

uma verdadeira viagem ao passado. Como

não são permitidos carros nesta parte

da cidade, o casario bem conservado e

representativo das arquiteturas dos séculos

XVIII e XIX, pode ser admirado em um passeio

a pé por suas ruas irregulares, calçadas com

pedras no estilo pé-de-moleque. As sutilezas

históricas de Paraty são muitas e quase

intocadas, como o símbolo enigmático dos

maçons nas paredes de inúmeras casas do

século XVII, a forma labiríntica de suas ruas

ou os lampiões que iluminam a noite, dando

um charme especial aos casarões.

Entender um pouco do contexto histórico

é interessante para compreender como

e por que esta cidade se tornou um local

tão interessante para visitar. A Vila de

Paraty teve nos primeiros séculos de sua

história uma importância estratégica no

cenário histórico brasileiro. Nesta época

foi entreposto comercial utilizado para a

entrada de mercadorias e escravos e porto

para o escoamento do ouro das Minas e

posteriormente para o café do Vale do

Paraíba. Todo este movimento econômico

criou uma cidade dinâmica, receptiva aos

estrangeiros que circulavam por ali e traziam

as novidades do mundo.

Porém, a abertura de novos caminhos

e a criação de rotas alternativas dentro

do País reduziu a importância do porto

e gradativamente isolou Paraty. Esse

contexto de isolamento geográfico durou

aproximadamente cem anos e teve como

consequência direta um processo de

estagnação econômica. Somente na década

de 1970, com a construção da rodovia Rio–

Santos, Paraty voltou a se integrar ao novo

ambiente econômico da região. A rodovia

permitiu o acesso do público a um dos

mais íntegros sítios históricos brasileiros e

à maior área contínua preservada da Mata

14

Paraty - RJ

Atlântica do país. Se o isolamento geográfico

e a estagnação econômica impediram

o crescimento de Paraty, por outro lado

garantiram a preservação e a integridade

de seus patrimônios naturais e culturais,

elementos que a diferenciam de outras

cidades brasileiras e que se constituem hoje

em sua maior riqueza e fator de atratividade

turística para a região.

Na área ambiental, Paraty abriga importantes

unidades de conservação da Mata Atlântica,

o bioma mais ameaçado do Brasil, com áreas

de proteção ambiental (APAs), estações

ecológicas e o Parque Nacional da Serra da

Bocaina, conjunto inserido na Reserva Mundial

da Biosfera, reconhecida pela Unesco.

Na área cultural, há desde o consagrado city-

tour pelo centro histórico até vivências de

culturas tradicionais nos quilombos e aldeias

indígenas, além de passeios interpretativos

pelo Caminho do Ouro e museus da região.

Ainda no centro histórico, há a Casa da

Cultura, um espaço interativo que permite

conhecer mais sobre a cultura e história de

Paraty. Os eventos culturais, tradicionais e

contemporâneos, trazem visitantes para a

cidade durante o ano todo. Vale conferir o

calendário3 da cidade antes de programar a

viagem.

3. BRASIL. Turismo Cultural: orientações básicas. Ministério do Turismo, Brasília: 2008. Disponível em www.turismo.gov.br

16

Paraty - RJ

17

Paraty - RJ

O segmento de Turismo CulturalA relação entre turismo e cultura é histórica. Desde os primeiros movimentos turísticos do mundo moderno, muitos foram motivados pela busca de conhecimento e pela cultura de lugares distantes. No Brasil, recentemente o setor turístico passou a entender melhor esta relação e a estudar formas de empregar a pluralidade da cultura brasileira para desenvolver a oferta de pro dutos de Turismo Cultural autênticos. Esse segmento tem a capacidade de promover e preservar a cultura de um destino, além de oferecer às comunidades bem-estar e a oportunidade de participação. Desta forma, cultura e turismo configuram, em suas diversas combinações, um segmento denominado Turismo Cultural, que se materializa quando o turista é motivado a se deslocar especialmente com a finalidade de vivenciar aspectos e situações particulares do destino.Diante da abrangência e diversidade dos termos turismo e cultura, o Ministério do Turismo, em parceria com o Ministério da Cultura e o Iphan, estabeleceu um recorte nesse universo e dimensionou o segmento com a seguinte definição:

Turismo Cultural compreende as atividades turísticas relacionadas à vivência do conjunto de elementos significativos do patrimônio histó rico e cultural e dos eventos culturais,

• Aqueles com interesse específico na cultura, isto é, que desejam aprofundar-se na compreensão das culturas visitadas e se deslocam especialmente para esse fim

• Aqueles com interesse ocasional na cultura, possuindo outras motivações que o atraem ao destino, relacionando-se com a cultura apenas como uma opção de lazer. Esses turistas, muitas vezes, acabam visitando algum atrativo cultural, embora não tenham se deslocado com esse fim, e, apesar de não se configurarem como público principal do que conceituamos de Turismo Cultural, são também importantes para o destino, devendo ser considerados para fins de estruturação e promoção do produto turístico

Os resultados das pesquisas com os turistas facilitam ao destino e aos empresários o desenvolvimento de produtos de Turismo Cultural que atendam aos diferen tes perfis, motivações e interesses de viagem, permitindo a segmentação da demanda e melhores ações mercadológicas. Com relação à oferta, quanto maior a diversidade de opções e atividades, maiores serão as possi bilidades de criar produtos diferenciados. Além de estimular a permanência do turista no destino por um período de tempo maior, atividades culturais incentivam a visitação nos períodos de baixa temporada e fortalecem a

valorizando e promovendo os bens materiais e imateriais da cultura.

A relação entre cultura e turismo fundamenta-se em dois pi lares: o primeiro é a existência de pessoas motivadas a conhecer culturas diversas e o segundo é a possibilidade do turismo servir como instrumento de valorização da identidade cultural, da preservação e conservação do patrimô-nio e da promoção econômica de bens culturais. Ou seja, para desenvolver este segmento turístico é preciso conhecer muito bem a demanda e a oferta.Pesquisas de demanda permitem conhecer as preferências e necessidades do turista e elaborar produtos adequados a cada perfil consumidor. No caso desse segmento, é também importante saber quais atividades têm a preferência do turista e como elas podem ser organizadas como parte da programação de uma viagem. Ainda há poucas pesquisas específicas para o segmento no Brasil, mas é possível analisar dados básicos da demanda como procedência e número de visitantes, consultando registros, livros de visitas de órgãos e instituições de cultura, tais como museus, centros culturais e igrejas.Alguns estudos realizados em outros países1 também podem servir de referência para conhecer o perfil do turista cultural. Estes trabalhos apontam para a existência de dois tipos de turistas que visitam atrativos culturais:

1. Ministério do Turismo: www.turismo.gov.br

autoestima da comunidade, que passa a se sentir incluída no processo de desenvolvimento turístico. Neste segmento, as opções de produtos e atividades turísticas são tão vastas quanto a própria diversidade cultural do destino: pintura, escultura, teatro, dança, música, gastro nomia, artesanato, literatura, arquitetura, história, festas, folclore são combinações que permitem a vivência da diversidade cultural brasileira e garantem a satisfação do visitante.Diversas atividades turísticas motivadas por interesses afins podem ser incluídas no âmbito do Turismo Cultural e constituem segmentos específicos: Turismo Cívico, Turismo Religioso, Turismo Místico e Esotérico, e Turismo Étnico. O Turismo Gastronômico, entre outros, pode também instituir-se no âmbito do Turismo Cultural, desde que preservados os princípios da tipicidade e identidade.Para desenvolver o segmento de Turismo Cultural é necessário implementar ações conjuntas, planejadas e geridas entre as áreas de turismo e de cultura. Neste contexto, há que se contemplar o respeito à identidade cultural e à memória das comunidades. É importante ter em mente que o patrimônio cultural – mais que simples atrativo turístico – é fator de identidade e de memória das comunidades e, como tal, deve ter seu sentido respeitado.

20

Paraty - RJ

O modelo de gestão descentralizada4

concebido pelo Plano Nacional de Turismo e

implementado pelo MTur prevê a integração

de diversas instâncias da gestão pública e

da iniciativa privada por meio da criação e

organização dos arranjos institucionais.

O projeto Destinos Referência em Segmentos

Turísticos desenvolvido pelo MTur em

parceria com o Instituto Casa Brasil de

Cultura, tem como objetivo criar uma

estratégia de governança local, a partir

do fortalecimento e aperfeiçoamento

de segmentos de mercado, procurando

envolver de forma participativa toda a cadeia

produtiva e instituições relacionadas com o

segmento escolhido, através de prioridades

e estratégias definidas e com foco na

competitividade.

O projeto tem como premissa a

participação efetiva dos representantes

locais, fortalecendo as entidades públicas

e privadas, o trade e as organizações não

governamentais, levando à formação de

um Grupo Gestor que assume o papel

de líder do processo, buscando assim

garantir a continuidade das ações na área

do turismo, resultados mercadológicos e a

sustentabilidade do destino.

Assim, foram escolhidos dez destinos

com características diferentes, em regiões

4. www.chiasmarketing.com

diferentes, para que suas experiências

contribuam para criar uma base metodológica

que possa servir de modelo para outros

destinos no Brasil, validando e consolidando

a estratégia de desenvolvimento de políticas

públicas, e de ampliação e diversificação da

oferta turística nacional.

Projeto Destinos Referência em Segmentos Turísticos

22

Paraty - RJ

23

Paraty - RJ

Destino referência em Turismo Cultural

A diversidade e tradição cultural de Paraty

foram, sem dúvida, os principais fatores que

determinaram sua escolha como destino

referência em Turismo Cultural. Mas outros

fatores, como o risco de se transformar em

um destino turístico de massa – pela falta de

um plano de desenvolvimento definido e um

arranjo institucional organizado e atuante –,

foram decisivos para transformar Paraty em

um verdadeiro laboratório do segmento de

Turismo Cultural, cujas experiências podem

ser reaplicadas em outros destinos brasileiros.

Ao iniciar o projeto Destinos Referência em

Turismo Cultural em Paraty, havia várias

iniciativas e projetos tanto do setor turístico

quanto do setor cultural. Porém, as entidades

representativas destes setores estavam

agindo de maneira desarticulada. O Conselho

Municipal de Turismo (Comtur) estava inativo.

Para facilitar a integração das entidades

locais e a implementação do projeto, a

Associação Casa Azul foi escolhida pelo

Ministério do Turismo como instituição

local parceira, para liderar a implantação

do projeto em Paraty, com a participação

ativa de representantes da sociedade de

modo a garantir a continuidade posterior

das ações. A reativação do Comtur pode ser

considerada fruto do envolvimento de todos

os representantes do Grupo Gestor, que,

entendendo o papel da governança local no

processo de desenvolvimento de sua cidade,

optaram por participar de forma responsável

e organizada de um conselho específico do

setor turístico, principal economia de Paraty.

O projeto Destinos Referência em Paraty teve

como linhas de ação:

• InstituirumarranjoInstitucionalparao

desenvolvimento do projeto

• Elaborarplanejamentoparticipativocom

foco no segmento

• Disseminarasexperiênciasparaoutros

destinos

A primeira ação do projeto em Paraty foi

a formação do Grupo Gestor – composto

por representantes da cultura, do turismo

e da comunidade. Este grupo passou a ser

corresponsável pelas ações que se seguiram,

como a elaboração do dossiê da candidatura

de Paraty a Patrimônio da Humanidade;

cursos de atendimento em Turismo Cultural

para guias, barqueiros, agentes de receptivo

e recepcionistas de pousadas, e de Gestão

de Turismo Cultural para empresários

e produtores culturais. No total, foram

capacitadas 60 pessoas. O grupo também

contribuiu com os descritivos e pontuação

das fichas dos atrativos turísticos de Paraty.

Com o Grupo Gestor formado e atuante, a

Associação Casa Azul contratou a empresa de

consultoria Chias Marketing5 para elaborar

o Plano de Desenvolvimento do Turismo

Cultural de Paraty, intitulado Plano Mar de

Cultura. Este plano de ação, realizado com

base em uma metodologia participativa

consagrada, teve o objetivo de fortalecer

a atratividade do destino, qualificando os

produtos turísticos de modo a amenizar a

sazonalidade, promover a oferta responsável

e viabilizar o desenvolvimento sustentável

do destino. O trabalho resultou em uma

análise mercadológica e na estratégia

competitiva para o segmento, com foco em

dar consistência aos produtos e diversificar

a oferta. Desta maneira, as ações de

desenvolvimento propostas dão ênfase

à estruturação da oferta e o marketing

vincula a promoção da imagem do destino à

identidade turístico-cultural de Paraty. Com

isso, o posicionamento mercadológico de

Paraty foi readequado com ênfase no turismo

cultural, o que permitirá que o produto

global do destino ganhe em competitividade.

O Plano Mar de Cultura foi apresentado

publicamente e aprovado pela comunidade e

pelos representantes do turismo e da cultura

de Paraty no Seminário e Exposição Mar de

5. www.chiasmarketing.com

Cultura. Neste evento, que caracterizou a

Ação Símbolo do projeto, foram entregues

o slogan e logomarca turística de Paraty

como destino cultural6. Como parte da ação,

também foi realizado um fam-tour para

operadoras, agências de turismo e veículos

de comunicação especializados.

No decorrer do projeto, o Grupo Gestor

realizou encontros e reuniões, alterou e

ampliou sua representatividade, e criou ações

de comunicação entre o grupo por meio

do Breve Informativo, um documento com

informações atualizadas sobre as ações em

andamento, reuniões e resultados do projeto,

enviado por email periodicamente para os

participantes.

Uma atividade que merece destaque é a

viagem técnica a Tiradentes e São João

del Rei (MG), que contou com a presença

de muitos representantes do Grupo

Gestor. O objetivo inicial desta ação era

que os participantes aprendessem com

as melhores práticas destes destinos, por

meio de benchmarking7. Mas ela teve um

efeito muito mais positivo que o esperado,

pois a convivência mais próxima entre os

participantes garantiu a integração e o

6. www.paratycultura.com.br7. O benchmarking tem como objetivo promover, através da realização de viagens técnicas, o aprimoramento dos serviços turísticos, por meio da observação, assimilação e implementação das melhores práticas aplicadas em des-tinos de referência em determinado segmento turístico.

26

Paraty - RJ

27

Paraty - RJ

fortalecimento dos membros do Grupo

Gestor, o que se refletiu na continuidade das

ações desenvolvidas pelo grupo.

Outra ação, vinculada ao Plano Mar

de Cultura, foi o lançamento de peças

promocionais do destino, como o Mapa

Turístico e Cultural de Paraty, o filme Paraty

Cultura em Verde e Azul e o website www.

paratycultura.org.br.

A experiência do Grupo Gestor de Paraty foi

tão positiva que foi selecionada na chamada

de Experiências de Gestão e Políticas do

Patrimônio Cultural promovida em 2009 pelo

Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico

Nacional (Iphan), além disso, foi apresentada

nos seminários de multiplicação do projeto

Destinos Referência em Segmentos Turísticos

realizados na Bahia, em Minas Gerais e Brasília.

Resultados alcançados

• Comapresençadeumainstituiçãolocal

forte, atuante e inclusiva, a Associação Casa

Azul, foi possível a realização da articulação

entre os programas públicos e a realidade

local e pela continuidade das ações

• Reconhecimentodavocaçãoturísticado

destino para desenvolver o segmento de

Turismo Cultural

• GrupoGestoratuanteerepresentativodo

setor turístico e cultural, que se ampliou e

se fortaleceu durante o processo

• Viagemdebenchmarking que integrou

os participantes do Grupo Gestor,

possibilitando uma sinergia positiva para a

consecução das atividades

• Metodologiadeplanejamento

participativo, implementada pela

consultoria Chias Marketing, com

pesquisas, seminários de avaliação e

aprovação das ações

• Posicionamentodemercado:imagem

do destino relacionada ao segmento,

logomarca que traduz a cultura, criação de

material promocional, como vídeo, mapa

turístico e cultural, e website

• Responsabilidadeconjuntapelaexecução

das ações definidas no planejamento

• Periodicidadedereuniõespara

acompanhamento, com agenda definida e

comissões de trabalho

• Protagonismolocalecontinuidadedas

ações de desenvolvimento pelo Grupo

Gestor, mesmo após a finalização do

projeto

• BreveInformativo: solução simples e eficaz

de comunicação por correio eletrônico,

que apresentava ao Grupo Gestor o que

previa o projeto, o que havia sido realizado

e quais os próximos passos

• Desafiocoletivodemanteronúmerode

visitantes e não permitir que a cidade se

Para saber mais:www.turismo.gov.brwww.paratycvb.com.brwww. chiasmarketing.comwww.casaazul.org.brwww.cadastur.turismo.gov.br

transforme em destino de massa (qualificar

a oferta e direcionar a demanda)

• ApoioparareativaçãodoComtur

• Realizaçãodesemináriodemultiplicação,

oficina de projeto e visita técnica com

a participação efetiva do Grupo Gestor

do projeto, empresários, comunidade

do destino e representantes de

outros destinos com vocação para

desenvolvimento do segmento Turismo

Cultural.

Equipe Ministério do TurismoCoordenação Geral

Ricardo Martini MoeschTânia Brizolla

Coordenação TécnicaAna Clévia Guerreiro LimaJurema MonteiroRosiane RockenbachSáskia Lima

Equipe técnicaBrena CoelhoCarolina CamposFabiana OliveiraLaura MarquesPhilippe FigueiredoTalita PiresWilken Souto

ColaboraçãoAna Beatriz Borges SerpaAlessandra LannaBárbara Blaut RangelCristiano BorgesLuis Eduardo DelmontMarcela SouzaPriscilla GrintzosRafaela LehmannSalomar Mafaldo

Equipe Instituto Casa Brasil de CulturaCoordenação do projeto

Marcelo SafadiCoordenação operacional e assistência técnica

Priscila VilarinhoConsultores dos destinos

Marcos Pompeu – São João del Rei (MG) e Jericoacoara (CE)Priscila Vilarinho – Brasília (DF), Paraty (RJ) e Ribeirão Preto (SP)Rodrigo Lopes – Serra Geral (SC), Lençóis (BA) e Socorro (SP)Ricardo Silva – Santarém (PA) e Barcelos (AM)

Consultores de apoioAlessandra SchneiderFelipe ArnsMarcos Martins Borges Paulo d’Ávila FerreiraRoberto MourãoThiago Dias

Apoio administrativoJairo Mendonça Júnior

Assistência técnica adminstrativaBreno Mendonça Vieira

© Instituto Casa Brasil de Cultura. Goiânia, 2010

Destinos de Referência em TurismoSegmento: Turismo CulturalDestino: Paraty – RJParceiro executor local: Associação Casa Azul

Coordenação editorialWolney Unes

TextoAlessandra Schneider

Projeto gráfico e capa Samara Bitencourt

DiagramaçãoMarcus Lisita Rotoli

FotografiaBanco de Imagens MTurAcevo do Instituto Casa Brasil de Cultura: Marcelo Safadi

Revisão Camila Pessoa

ApoioAcolhida na Colônia AbetaCasa AzulBeltaInstituto DharmaConvention BureauAvapePrefeitura de SocorroSebrae-CEAmazonasTurSecretaria de Turismo de Barcelos

ImpressãoMarques e Bueno Ltda. (Gráfica Talento)

Ribeirão Preto - SP

Sumário

Presidente da República Federativa do Brasil

Luiz Inácio Lula da Silva

Ministro de Estado do Turismo

Luiz Eduardo Pereira Barretto Filho

Secretário-Executivo

Mário Augusto Lopes Moyses

Secretário Nacional de Políticas do Turismo

Carlos Silva

Diretor do Departamento de Estruturação, Articulação e Ordenamento Turístico

Ricardo Martini Moesch

Coordenadora-Geral de Segmentação

Sáskia Freire Lima de Castro

Coordenadora-Geral de Regionalização

Ana Clévia Guerreiro Lima

Coordenadora-Geral de Informação Institucional

Isabel Cristina da Silva Barnasque

Coordenadora-Geral de Serviços TurísticosRosiane Rockenbach

Ribeirão PretoApresentação

O Turismo em Ribeirão Preto

O Turismo de Negócios e Eventos em Ribeirão Preto

Projeto Destinos Referência em Segmentos Turísticos

Destino referência em Turismo de Negócios e Eventos

Resultados alcançados

5

5

8

13

22

26

30

Apresentação

Ribeirão Preto é um destino turístico que

mudou o paradigma de que os melhores

lugares para realizar eventos e turismo

de negócios são somente as grandes

capitais. Com uma vocação histórica para o

agronegócio, Ribeirão Preto colocou o pé

no século XXI mostrando que a produção

agrícola pode criar condições excelentes para

a vida urbana e para muitos negócios. E esta

fórmula impulsiona também o turismo.

A cidade apresenta inúmeros requisitos para

o desenvolvimento do Turismo de Negócios

e Eventos, como economia dinâmica, ótimo

padrão de vida, localização estratégica, boa

qualidade de infraestrutura de transportes

e comunicações, qualidade e diversidade de

serviços turísticos.

Localizada no maior polo de produção

sucroalcooleira do Brasil – a região nordeste

do Estado de São Paulo, próxima às principais

cidades do interior do próprio Estado e de

Minas Gerais – Ribeirão é considerada a

Capital Brasileira do Agronegócio. É um polo

irradiador de desenvolvimento e indutor

de muitas oportunidades de negócios,

que vão além da produção agroindustrial.

Bons exemplos destas oportunidades são

o turismo corporativo e as visitas técnicas

realizadas por funcionários de diversas

empresas, principalmente aquelas ligadas aos

negócios no âmbito agroindustrial.

A localização e os acessos favorecem a

indução de eventos e negócios para Ribeirão

Preto. A apenas 313 km da capital do

Estado, sua malha rodoviária está integrada

aos grandes centros produtores do país,

tendo como principal acesso a Rodovia

Anhanguera.

O Aeroporto Leite Lopes teve recentemente

seu terminal de passageiros ampliado,

oferecendo mais conforto, segurança e

agilidade aos moradores e visitantes. O

aeroporto recebe voos de várias companhias

aéreas regionais, além de conexões com os

principais aeroportos de São Paulo.

Ribeirão Preto

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Ribeirão Preto - SP

9

Ribeirão Preto - SP

O turismo em Ribeirão Preto

Por sua infraestrutura, localização e

capacidade de hospedagem, a cidade é sede

de vários eventos e feiras de importância

nacional e internacional. Em Ribeirão Preto

é possível encontrar serviços e estruturas de

excelente padrão de qualidade, comparáveis

aos das grandes capitais do mundo e do

Brasil, com algumas vantagens extras, como

o trânsito mais tranquilo e maior segurança.

A cidade moderna, que oferece conforto

e qualidade de vida aos seus moradores,

também surpreende os visitantes com

seus incríveis parques urbanos, hotéis,

restaurantes, shoppings, vida noturna e, é

claro, as famosas e tradicionais choperias.

O setor hoteleiro é muito forte e competitivo,

com profissionais qualificados e estruturas

de alto nível. Há hotéis de grandes redes,

bem como hotéis locais, cada vez mais

preocupados em oferecer atendimento

e serviços com padrão internacional.

Os espaços para eventos atendem às

mais diversas necessidades, desde salas

menores, para pequenas reuniões, até

centros de convenções e auditórios para

grandes congressos com mais de mil

pessoas. Os espaços para feiras também

são excelentes, oferecendo equipamentos

e serviços que atendem às necessidades de

organizadores, expositores e público.

O setor gastronômico acompanha a

tendência e há uma grande oferta de

restaurantes, bares e similares, com serviços

diversificados e qualificados para atender

aos padrões mais altos de exigência dos

visitantes e de seus habitantes.

A gastronomia reflete a diversidade de

culturas e estilos que compõem a cidade.

Há circuitos gastronômicos de culinária

italiana e japonesa, além de inúmeros

restaurantes de pratos típicos, comida

chinesa, churrascarias, cafeterias, bares e,

é claro, as tradicionais cervejarias e choperias,

que embalam a vibrante vida noturna de

Ribeirão Preto.

A Choperia Pingüim, uma das mais famosas e

tradicionais do Brasil, divulgou para o mundo

o prestígio do chope ribeirão-pretano,

reconhecido nacional e internacionalmente.

A tradição virou tendência e agora há

choperias espalhadas pelos quatro cantos

da cidade que são pontos de encontro de

estudantes, artistas, empresários e turistas.

Na carona do sucesso do chope surgiram

outros empreendimentos para reafirmar a

condição de Ribeirão Preto como a Capital

do Chope do Brasil. Fundada em 1995, a

Cervejaria Colorado já conquistou o mundo

gourmet com chope e cervejas especiais,

premiadas por várias revistas especializadas.

Produzidas com a pura água do Aquífero

Guarany, a fórmula do sucesso leva ainda

malte selecionado, lúpulo checo, fermento

especial e uma pitadinha de criatividade no

processo de elaboração, que dão um toque

de brasilidade a cada uma das cervejas

gourmets: Colorado Cauim (Pilsen com

Mandioca), Colorado Appia (Weiss com

Mel), Colorado Indica (India Pale Ale com

Rapadura) e Colorado Demoiselle (Porter

com Café).

Outra marca registrada de Ribeirão é a

qualidade de vida. A cidade investe em ações

socioambientais como a recuperação da

mata ciliar, manutenção de praças e limpeza

dos córregos para prevenir enchentes.

Os parques, com grandes áreas verdes,

proporcionam a convivência entre as pessoas

e a prática de atividades físicas.

A vida cultural intensa de Ribeirão contribui

também para que a cidade seja um ótimo

lugar para viver e visitar. A cidade oferece

expressões artísticas das mais variadas

origens, além de museus e espaços para

eventos, como o Teatro Pedro II – terceiro

maior teatro de opera do país em capacidade

de público, com mais de 1.500 lugares – e

o Salão de Artes de Ribeirão Preto (Sarp),

ambos palcos de grandes espetáculos.

A agenda cultural1 de Ribeirão possui

programação diversificada que atrai público

de todas as idades e de vários lugares. Entre

os eventos, vale destacar o Festival de Dança,

realizado anualmente entre o final de maio

e começo de junho, e a Feira Nacional do

Livro de Ribeirão Preto, que movimenta

um número expressivo de pessoas durante

dez dias do mês de junho. Em julho há o

imperdível Festival Tanabata, um evento

de cultura japonesa que movimenta toda

a cidade e a região. Há ainda eventos mais

populares, como as serestas e as romarias.

Para o público jovem há eventos de música,

como o Carnabeirão.

1. www.ribeiraopreto.sp.gov.br/scultura/i14prgano.htm

CadasturAo contratar serviços para uma viagem, convém verificar se a empresa está cadastrada no Ministério do Turismo. O cadastro dos prestadores de serviços é grande fonte de consulta para o mercado turístico brasileiro e proporciona benefícios para os serviços turísticos cadastrados. Para ter acesso às informações detalhadas sobre os prestadores de serviços regularmente cadastrados, acesse www.cadastur.turismo.gov.br

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Ribeirão Preto - SP

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Ribeirão Preto - SP

O Turismo de Negócios e Eventos em Ribeirão Preto

Ribeirão Preto sempre teve vocação para o

sucesso. Fundada em 1856, a cidade ganhou

impulso com a lavoura de café e contribuiu

para transformar a região onde está inserida

na maior produtora de café do mundo, na

virada do séc. XX, abastecendo o mundo com

o que era conhecido como ouro verde.

O que a princípio era uma atividade

favorecida pelo solo e clima, evoluiu para o

agronegócio e a agroindústria. Hoje, Ribeirão

Preto pertence a uma macrorregião que

se destaca pela forte presença da indústria

sucroalcooleira, com estrutura econômica

forte e diversificada, marcada pelos altos

índices de produtividade da agricultura, com

destaque para cana, laranja, soja, amendoim

e fruticultura.

Além da agroindústria, Ribeirão também

é um importante centro de atividades

comerciais e industriais, de prestação de

serviços e referência em educação e saúde.

Mesmo com uma população relativamente

pequena (cerca de 600 mil habitantes2) o

comércio e serviços da cidade oferecem

estrutura para atender a demanda dos

três milhões de habitantes que vivem nos

municípios da região3 e ao turismo de

2. IBGE, 2007 – www.ibge.gov.br3. www.ribeiraopretoconvention.org.br

Eventos e Negócios, segmento econômico

em pleno desenvolvimento no destino.

O Turismo de Negócios e Eventos em Ribeirão

foi motivado pela frequente realização

de visitas técnicas às empresas da região,

originadas de demanda espontânea tanto

do mercado nacional como internacional,

trazendo para a região empresários,

políticos, representantes de organizações

governamentais e não- governamentais e

estudiosos, com foco na agroindústria, tendo

destaque especial a produção do biodiesel,

além de outros produtos derivados da cana-

de-açúcar e criação de gado.

No setor de feiras, o destaque está

na Agrishow, feira anual do setor de

agronegócios que movimenta mais de 700

expositores e público de mais de 140 mil

visitantes, de cerca de 50 países, deixando

muitos benefícios sociais e econômicos para

a região. Uma tendência atual é a realização

de eventos na área energias renováveis e

desenvolvimento sustentável.

O turismo de compras também move o

comércio varejista. Amplamente diversificado

e impulsionado pela presença de vários

estabelecimentos comerciais e prestadores de

serviço. Na cidade há três shoppings, vários

mercados, um mercado municipal, parques

ecológicos, clubes e dois estádios de futebol.

O dinamismo de Ribeirão Preto colabora com

o desempenho econômico da sua região

geoeconômica – composta por mais de

sessenta municípios – e também recebe os

benefícios desta, ampliando as chances de

sucesso dos negócios. A renda per capita da

região é semelhante à de alguns países da

Europa Mediterrânea e praticamente o dobro

da média brasileira4.

Na área de saúde, Ribeirão se destaca como

um dos mais importantes e desenvolvidas

centros médicos do país, com modernos

hospitais, unidades de saúde, farmácias,

clínicas, entre outros serviços do setor.

Para atender à demanda de eventos e

turistas a negócios, os empresários da cidade

sabem que é necessária boa qualificação.

E Ribeirão Preto não deixa por menos.

A presença de um forte núcleo acadêmico

público e privado garante a formação de

profissionais para os mais diversos setores,

inclusive para o turismo e gastronomia. O

câmpus da USP, a Faculdade de Medicina

de Ribeirão Preto, a Escola de Enfermagem

e inúmeras universidades e faculdades

capacitam os jovens locais e atraem novos

talentos para se formar na cidade. Por sua

diversidade, qualidade, evolução do ensino

e pelas pesquisas desenvolvidas em suas

universidades, a cidade é considerada um

importante polo educacional, com destaque

para as áreas tecnológicas e a biomedicina.

4. Brasil. Turismo de negócios e eventos: orientações básicas. Ministério do Turismo: Brasília, 2008. Disponível em www.turismo.gov.br

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Ribeirão Preto - SP

19

Ribeirão Preto - SP

O segmento de Turismo de Negócios e Eventos

De acordo com o Ministério do Turismo, o segmento de Turismo de Negócios e Eventos engloba “o conjunto de atividades turísticas decorrentes de encontros de interesse profissional, associativo, institucional, de caráter comercial, promocional, técnico, científico e social”.1 O segmento é formado por dois subsegmentos básicos, independentes, compatíveis e muitas vezes inter-relacionadas: negócios e eventos.As atividades desempenhadas pelo turista no destino –sejam negócios, eventos ou ambos – dependem da sua motivação. Entretanto, é importante destacar que é possível a compatibilização das duas motivações principais do segmento, isto é, o turista de eventos poderá aproveitar sua permanência na cidade para realização de ações de negócios, assim como um turista que venha para uma reunião específica poderá comparecer a um evento que esteja ocorrendo no mesmo período. Para explicar as características deste segmento e o perfil do público, é importante destacar alguns conceitos e informações:

1. TURISTAS DE NEGÓCIOS – caracterizados principalmente por turistas individuais, que se deslocam para participar em reuniões de trabalho. Dentre todos os tipos de atividades desempenhadas por estes turistas, são as feiras de negócios as de mais alto poder de atração, inclusive entre todas as atividades do segmento de Negócios e Eventos.

1. As visitas técnicas podem também ser realizadas por turistas de lazer, e normalmente ocorrem em empresas que produzem bens destinados a varejo (bebidas, roupas e sapatos, carros, entre outras). Estas empresas veem estas visitações como uma oportunidade de marketing de relacionamento com seus potenciais consumidores.

As principais atividades desenvolvidas por estes turistas:

• Reuniões de negócios – prospecções de clientes, fechamentos e discussão de contratos, apresentação de propostas, desenvolvimento e acompanhamentos de projetos, consultorias

• Feiras de negócios – visitação ou participação na qualidade de expositor de feiras de negócios

• Missões empresariais – visitação de grupos de empresários a mercados potenciais ou efetivos. Consideradas atividades do turismo emissivo do segmento de negócios e eventos, é comum também utilizar esta terminologia para designar “visitas técnicas”, termo mais frequentemente usado

• Visitas técnicas – visitação de grupos em locais similares ou relacionados ao foco dos negócios da empresa ou instituição à qual pertence, visando a observação de práticas de excelência e aprendizado. Ainda que possam ser trabalhadas de forma independente, também é comum que estejam atreladas à visitação posterior ou anterior a um evento de maior porte como feiras, convenções ou congressos2

• Rodadas de Negócios – participação individual em breves reuniões pré-agendadas de apresentação de produtos ou serviços entre compradores e fornecedores. É comum que se desenvolvam com parte de um evento de maior porte, como feira ou congresso

2. TURISTAS DE EVENTOS – A divisão destes turistas em dois grupos principais – corporativos e associativos – é apropriada em função de características e comportamentos bastante distintos.

2. Ministério do Turismo: www.turismo.gov.br

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Ribeirão Preto - SP

21

Ribeirão Preto - SP

O turista de eventos corporativos é habitualmente convocado pela empresa, pois na qualidade de funcionário, não se trata de uma opção a sua participação. Os eventos de treinamento, capacitação e planejamento ocorrem durante os dias de semana e para eles são convocados profissionais de posição de destaque hierárquico dentro da empresa, ou equipes comerciais. Habitualmente utilizam-se de hotéis por questões de logística e praticidade de contratação de serviços, razão pela qual são foco de atenção da hotelaria. Os eventos são fechados aos funcionários (ou no máximo incluem fornecedores ou clientes nas grandes convenções), e a presença de acompanhantes só é facultada quando há mescla com ações de incentivo.Por outro lado, o turista de eventos associativos é usualmente um profissional liberal, dono de seu próprio negócio, razão pela qual os dias preferenciais para realização destes eventos são inicio ou fins da semana, muitas vezes incluindo sábados e até domingos em suas programações – já que nos dias não trabalhados não há ganho. Viaja de forma individual ou em grupos, tem o poder de decidir sobre a participação no evento ou não, assim como as condições da viagem: perfil de hotel a ser utilizado, possibilidade de levar acompanhantes, tempo de permanência, etc. E é bastante comum agregar alguma visitação no pré ou pós evento.

3. TURISTA DE INCENTIVOS – embora o desfrute da atividade assemelhe-se muito a uma viagem de lazer, a sua motivação tem origem no seu ambiente profissional, já que a estratégia de incentivo tem por objetivo recompensar ou motivar bom desempenho dos funcionários ou promover sua maior integração – que por consequência acabará por melhorar os

resultados da equipe. As atividades estão mais relacionadas a experiências vivenciais, de interação com a cultura do destino, quer patrimônio material ou imaterial.

TIPOS DE EVENTOS

Os eventos, também segundo o Ministério, são agrupados em quatro grupos principais, quanto ao seu caráter: eventos comerciais, técnico-científicos, promocionais e sociais.Nesta conceituação considera-se:

• Comerciais: Atividades relacionadas a “transações de compra e venda de produtos e serviços”

• Técnico-científicos: Atividades relacionadas a “especialidades, processos, habilidades, domínios de arte ou ciência”, administração

• Promocionais: Atividades relacionadas à divulgação de produtos e serviços ou ideias

• Sociais: Atividades relacionadas a assuntos da comunidade

Do ponto de vista de potencial de atratividade turística, são os eventos comerciais (que tem nas feiras profissionais as suas principais representantes) e os encontros técnico-científicos (que tem nos congressos – promovidos por associações e ONGs – e convenções – promovidos por corporações – seus expoentes máximos) os grandes geradores de fluxo turístico, já que boa parte de seu público provém de outras localidades. Por sua vez, os eventos promocionais e sociais são orientados à comunidade na qual estão inseridos, e por esta razão tem reduzido potencial de atratividade. Da mesma maneira, os eventos técnico-científicos voltados para a população local possuem baixa atratividade, como reuniões, seminários, cursos e treinamentos.

23

Ribeirão Preto - SP

O modelo de gestão descentralizada5

concebido pelo Plano Nacional de Turismo e

implementado pelo MTur prevê a integração

de diversas instâncias da gestão pública e

da iniciativa privada por meio da criação e

organização dos arranjos institucionais.

O projeto Destinos Referência em Segmentos

Turísticos desenvolvido pelo MTur em

parceria com o Instituto Casa Brasil de

Cultura, tem como objetivo criar uma

estratégia de governança local, a partir

do fortalecimento e aperfeiçoamento

de segmentos de mercado, procurando

envolver de forma participativa toda a cadeia

produtiva e instituições relacionadas com o

segmento escolhido, através de prioridades

e estratégias definidas e com foco na

competitividade.

O projeto tem como premissa a

participação efetiva dos representantes

locais, fortalecendo as entidades públicas

e privadas, o trade e as organizações não

governamentais, levando à formação de

um Grupo Gestor que assume o papel

de líder do processo, buscando assim

garantir a continuidade das ações na área

do turismo, resultados mercadológicos e a

sustentabilidade do destino.

Assim, foram escolhidos dez destinos

com características diferentes, em

7. Ministério do Turismo: www.turismo.gov.br

Projeto Destinos Referência em Segmentos Turísticos

regiões diferentes, para que suas

experiências contribuam para criar uma

base metodológica que possa servir de

modelo para outros destinos no Brasil,

validando e consolidando a estratégia de

desenvolvimento de políticas públicas, e de

ampliação e diversificação da oferta turística

nacional.

26

Ribeirão Preto - SP

27

Ribeirão Preto - SP

Destino referência em Turismo de Negócios e Eventos

A escolha de Ribeirão Preto para participar

do projeto Destino Referência se deu

com base nas suas pré-condições para o

segmento de Negócios e Eventos. E embora

a cooperação público-privada não estivesse

totalmente ajustada, houve fatores que, por

sua relevância e particularidade na região,

justificaram a determinação de Ribeirão Preto

como Destino Referência em Turismo de

Negócios e Eventos, dentre as quais podem

ser destacados:

• Aconcentraçãodeumpoloindustrial

expressivo

• Existênciadecentrostecnológicose

acadêmicos de excelência

• Utilizaçãodetecnologiadepontana

agroindústria

• Realizaçãodevisitastécnicasregularesno

município e entorno

• ProximidadedeSãoPaulo,capital–maior

centro econômico do país e principal

emissor de turistas de negócios e eventos

• Boaacessibilidadeterrestre

• Existênciadeaeroportocomfrequência

regular de voos nacionais e regionais (fato

não usual no cenário de não capitais)

• AltíssimoPIBdomunicípio

• Ocorrênciafrequentedeeventostécnico-

científicos nacionais e internacionais

• Existênciadefeirasdenegóciosregulares

• Boainfraestruturageral

• Boainfraestruturaturística,comdestaque

para equipamentos relacionados à

realização de eventos (hotéis com salas,

centros de convenções e exposições)

O desenvolvimento do projeto Destinos

Referência em Ribeirão Preto seguiu, como

nos demais destinos selecionados no Brasil,

a Metodologia Cores de Gestão de Destinos

Turísticos, respeitando as particularidades de

cada segmento e destino. O caráter flexível

desta metodologia permitiu sua aplicação em

Ribeirão Preto de forma a organizar o cluster,

e melhorar a exploração dos atrativos e

produtos ofertados no segmento de Turismo

de Negócios e Eventos.

Os objetivos do projeto Destinos Referência

em Ribeirão Preto foram:

• InstituirumArranjoInstitucionalparao

desenvolvimento do projeto

• Elaborarplanejamentoparticipativocom

foco no segmento

• Disseminarasexperiências

A entidade local conveniada, principal

parceira do projeto no destino, foi o Ribeirão

Preto e Região Convention & Visitors Bureau,

representante local da Confederação

Brasileira dos Conventions & Visitors Bureaux,

que participou de forma ativa de todo

o processo, mantendo uma consultoria

especializada que apoiou e realizou várias

ações durante a implantação do projeto

Destino Referência em Turismo de Negócios e

Eventos em Ribeirão Preto.

A partir de então, foi realizada uma série de

eventos e encontros, que contribuiu para

a criação e fortalecimento da governança

local e desenvolvimento do segmento no

destino. No primeiro encontro, foi definido

um grupo gestor para o segmento de

Turismo de Negócios e Eventos, composto

por representantes de centro de eventos;

promoção de feiras; parque de exposições;

operador de turismo receptivo; organizador

de congressos; hotéis e salas de reuniões;

entretenimento; aeroporto (Infraero);

empresas não turísticas, relacionadas a visitas

técnicas; e o núcleo acadêmico.

Em seguida, com a metodologia de avaliação

e diagnóstico turístico adaptada para

o segmento de Negócios e Eventos, foi

realizado um seminário com dinâmicas de

avaliação da percepção da comunidade e do

trade local, que resultou em uma avaliação de

toda cadeia produtiva do segmento.

A avaliação participativa foi transformada

em um diagnóstico sobre a percepção

do destino e do segmento. No encontro

seguinte com o grupo, este diagnóstico foi

apresentado, validado e priorizado pela

mesma comunidade e trade.

A Ação Símbolo do projeto Destinos

Referência em Ribeirão Preto se constituiu na

realização de um curso de Mercado Turístico,

com grande participação de representantes

do segmento. Neste mesmo evento, o

diagnóstico validado anteriormente foi

trabalhado e teve as ações priorizadas de

forma participativa, se transformando no

Prognóstico ou Estratégia Competitiva, que

definiu as linhas gerais para a elaboração do

plano de ações para o segmento de Turismo

de Negócios e Eventos.

Finalizando essa etapa do projeto no destino,

houve o Seminário de Multiplicação, em que

foram apresentados os resultados alcançados

em Ribeirão Preto e as experiências bem-

sucedidas de outros destinos e segmentos

que também participaram do projeto

Destinos Referência em Segmentos Turísticos.

30

Ribeirão Preto - SP

31

Ribeirão Preto - SP

Resultados alcançados

A partir destas conquistas, o Grupo Gestor de

Ribeirão Preto deve continuar seu trabalho,

com muitos desafios e oportunidades.

A criação da Secretaria de Turismo e a

reativação do Comtur devem ser apoiadas

para que estas instituições se fortaleçam e

possam cumprir seu papel satisfatoriamente.

As relações comerciais entre os agentes

locais podem ser ainda mais fortalecidas,

ampliando a capacidade de atração

negócios para o destino. Outro foco deve

ser no posicionamento de mercado, com a

criação de uma imagem forte de destino na

mídia e no mercado turístico, destacando

sua vocação para agronegócios e energias

renováveis, uma crescente tendência

nacional e internacional para a qual Ribeirão

Preto tem vocação indiscutível.

Para destinos que desejam se desenvolver

com foco no Segmento de Turismo de

Negócios e Eventos, a experiência de Ribeirão

Preto destaca:

• Aimportânciadoarranjoinstitucional

local e o protagonismo do trade e da

Para saber mais:www.turismo.gov.brwww.ribeiraopretoconvention.org.brwww.cadastur.turismo.gov.br

Resultados do Projeto

• Criação da Secretaria Municipal de Turismo e reativação do Conselho Municipal de Turismo

• Participação efetiva dos representantes locais, levando à formação de um Grupo Gestor que assumiu o papel de líder do processo, buscando assim garantir a continuidade das ações e a sustentabilidade do desenvolvimento competitivo

• Participação da governança local efetivamente em todas as etapas e encontros

• Participação efetiva na validação do diagnóstico e elaboração do plano de ações

• Participação do Grupo Gestor no Curso de Mercado Turístico

• Participação na Oficina de Projetos

• Realização de seminário de multiplicação, oficina de projeto e visita técnica com a participação do grupo gestor do projeto, empresários e comunidade do destino, além de representantes de outros destinos com vocação para o desenvolvimento do Turismo de Negócios e Eventos

comunidade, pois não há plano de ações que funcione sem um grupo responsável por sua implementação

• Capacidadedeutilizarainfraestruturae serviços disponíveis para atender a demanda do mercado, destacando seus diferenciais competitivos

• Posicionamentodemercadocorreto,com foco na vocação do destino e nas demandas do mercado.

Equipe Ministério do TurismoCoordenação Geral

Ricardo Martini MoeschTânia Brizolla

Coordenação TécnicaAna Clévia Guerreiro LimaJurema MonteiroRosiane RockenbachSáskia Lima

Equipe técnicaBrena CoelhoCarolina CamposFabiana OliveiraLaura MarquesPhilippe FigueiredoTalita PiresWilken Souto

ColaboraçãoAna Beatriz Borges SerpaAlessandra LannaBárbara Blaut RangelCristiano BorgesLuis Eduardo DelmontMarcela SouzaPriscilla GrintzosRafaela LehmannSalomar Mafaldo

Equipe Instituto Casa Brasil de CulturaCoordenação do projeto

Marcelo SafadiCoordenação operacional e assistência técnica

Priscila VilarinhoConsultores dos destinos

Marcos Pompeu – São João del Rei (MG) e Jericoacoara (CE)Priscila Vilarinho – Brasília (DF), Paraty (RJ) e Ribeirão Preto (SP)Rodrigo Lopes – Serra Geral (SC), Lençóis (BA) e Socorro (SP)Ricardo Silva – Santarém (PA) e Barcelos (AM)

Consultores de apoioAlessandra SchneiderFelipe ArnsMarcos Martins Borges Paulo d’Ávila FerreiraRoberto MourãoThiago Dias

Apoio administrativoJairo Mendonça Júnior

Assistência técnica adminstrativaBreno Mendonça Vieira

© Instituto Casa Brasil de Cultura. Goiânia, 2010

Destinos de Referência em TurismoSegmento: Turismo de Negócios e EventosDestino: Ribeirão Preto - SPParceiro executor local: Federação Brasileira de Con-vention & Visitors Bureau Ribeirão Preto e Região Convention & Visitors Bureau

Coordenação editorialWolney Unes

TextoAlessandra Schneider

Projeto gráfico Samara Bitencourt

Arte final de capa Genilda Alexandria

DiagramaçãoMarcus Lisita Rotoli

FotografiaBanco de Imagens do Estado de São PauloAcervo do Instituto Casa Brasil de Cultura:Wolney Unes

Revisão Camila Pessoa

ApoioAcolhida na Colônia AbetaCasa AzulBeltaInstituto DharmaConvention BureauAvapePrefeitura de SocorroSebrae-CEAmazonasTurSecretaria de Turismo de Barcelos

ImpressãoMarques e Bueno Ltda. (Gráfica Talento)

Santarém - PA

Sumário

Presidente da República Federativa do Brasil

Luiz Inácio Lula da Silva

Ministro de Estado do Turismo

Luiz Eduardo Pereira Barretto Filho

Secretário-Executivo

Mário Augusto Lopes Moyses

Secretário Nacional de Políticas do Turismo

Carlos Silva

Diretor do Departamento de Estruturação, Articulação e Ordenamento Turístico

Ricardo Martini Moesch

Coordenadora-Geral de Segmentação

Sáskia Freire Lima de Castro

Coordenadora-Geral de Regionalização

Ana Clévia Guerreiro Lima

Coordenadora-Geral de Informação Institucional

Isabel Cristina da Silva Barnasque

Coordenadora-Geral de Serviços TurísticosRosiane Rockenbach

SantarémApresentação

O Turismo em Santarém

O Ecoturismo em Santarém

Projeto Destinos Referência em Segmentos Turísticos

Destino referência em Ecoturismo

Resultados alcançados

5

5

9

13

17

21

26

Apresentação

Carinhosamente conhecida como Pérola do

Tapajós, Santarém é uma agradável cidade

paraense, localizada na região central da

Amazônia, na confluência dos Rios Amazonas

e Tapajós. Em frente à cidade, ocorre o

espetáculo do encontro das águas destes

grandes rios, que fluem por quilômetros, lado

a lado, sem misturar suas águas de cores e

densidades diferentes.

Em pleno coração da Amazônia, entre Belém

e Manaus – onde o Rio Amazonas é tão largo

que nas épocas de cheia não se avista a

margem oposta –, Santarém é um santuário

natural que atrai visitantes de todas as

partes do mundo. A região faz jus à famosa

biodiversidade característica da Amazônia. Já

foram catalogadas mais de duas mil espécies

de peixes, quase mil de pássaros, centenas

de espécies de mamíferos e cerca de 10%

de todas as espécies de plantas existentes

na Terra, entre elas espécies-símbolo da

região, como a vitória-régia, as bromélias e as

enormes árvores típicas deste bioma.

Na região há florestas protegidas, cachoeiras,

igarapés, rica fauna e flora, além dos lagos e

praias formadas ao longo do Rio Tapajós, que

fazem a alegria dos ecoturistas que buscam

um contato profundo com a natureza.

A praia mais bela e famosa é Alter do Chão,

destacada na mídia nacional e internacional

como uma das mais belas do mundo, por

suas areias brancas, água clara, morna e de

um azul transparente. Este paraíso é palco da

festa do Sairé, a maior manifestação cultural

do oeste do Pará.

Santarém também é o principal acesso para

unidades de conservação, com destaque

para a Floresta Nacional do Tapajós (Flona

Tapajós), localizada no município de Belterra,

uma maravilhosa reserva natural onde é

possível caminhar, passear de canoa e visitar

as famílias extrativistas que vivem na região.

Os visitantes chegam a Santarém pelos mais

diversos motivos e das mais variadas formas.

Há navios de cruzeiro internacionais que

ancoram na região e depois seguem viagem

sem muito contato com a comunidade local.

Há também os mochileiros, em geral jovens

estrangeiros, que se aventuram e viajam nas

gaiolas – barcos de transporte de passageiros

típicos do Rio Amazonas – de Belém a

Manaus, com parada em Santarém.

Mais recentemente, com a construção do

aeroporto e a chegada de voos comerciais

regulares, várias agências de turismo

nacionais e internacionais passaram a

oferecer pacotes de Ecoturismo, o que está

contribuindo para desenvolver a oferta local

de passeios e atividades.

Santarém

9

Santarém - PA

O turismo em Santarém

Depois de passar por inúmeros ciclos

econômicos, há 15 anos o turismo começou

a se consolidar em Santarém como uma

alternativa sustentável de desenvolvimento

para a região. A princípio, o único segmento

explorado era o turismo regional de Sol e

Praia em Alter do Chão. Com o advento do

Ecoturismo, Santarém foi descoberta como

um excelente destino para atividades na

natureza e ecoturistas de várias partes do

Brasil e do mundo começaram a frequentar a

região.

Há opções de hospedagem para todos os

gostos e bolsos. O turismo de negócios

– movimentado principalmente por

representantes comerciais, compradores,

técnicos de mineradoras e pessoas ligadas

ao porto – tem motivado a construção de

novos hotéis que já estão estruturados

para realização de reuniões e eventos.

A disponibilidade destas estruturas e a

qualificação dos serviços começam a atrair

uma demanda diferenciada que contribui

para garantir altas taxas de ocupação,

equilibrar a sazonalidade e melhorar a

qualidade da oferta turística em Santarém.

Em Alter do Chão, a 35 km de Santarém,

há outras opções de hotéis e pousadas.

A maioria é bem simples, mas algumas se

destacam por oferecer boa infraestrutura e

10

Santarém - PA

11

Santarém - PA

belas áreas verdes, às margens do lago que

banha a cidade.

A produção artesanal é um dos grandes

destaques do turismo em Santarém. Peças

em cerâmica, madeira, palha, tecido e as

belíssimas biojoias, com fortes influências

indígenas e ribeirinhas, são comercializadas

em ótimas lojas. Há algumas tão ricas e

diversificadas que oferecem peças de mais de

60 etnias indígenas.

A gastronomia local é também muito rica

e possui diversos pratos típicos. O pato no

tucupi, o principal deles, utiliza jambu em

seu preparo, um vegetal que tem o poder de

adormecer a língua de quem prova a iguaria.

Mas também os pratos à base de peixes da

região amazônica, como tucunaré, tambaqui

e pirarucu, são muito apreciados tanto por

moradores quanto por visitantes.

Agências locais organizam os passeios de

barco para Alter do Chão e Ponta de Pedras,

outra belíssima praia da região.

O Ecoturismo em Santarém

Há uma demanda regional de turistas de

cidades próximas, como Belém e Manaus, em

busca de sol e praia, principalmente durante

o carnaval, nas férias escolares de dezembro e

janeiro e, no Sairé, que ocorre atualmente em

setembro. A festa atrai milhares de turistas

que, durante três dias, cantam, dançam e

participam de rituais religiosos e profanos,

resultantes da miscigenação cultural entre

índios e portugueses.

Um atrativo muito procurado pelos

ecoturistas é a Floresta Nacional do

Tapajós. Atividades como caminhadas,

passeios de barco a motor e a remo,

visitas às comunidades ribeirinhas

extrativistas ou mesmo banhos de rios

são as grandes atrações para os visitantes.

O acompanhamento dos guias locais

capacitados, que fazem uma excelente

interpretação do ambiente, garante a

segurança e o melhor aproveitamento

dos passeios. Na Flona não há hotéis ou

pousadas, mas uma experiência interessante

é se hospedar nas casas das comunidades de

seringueiros e interagir com o seu modo de

vida integrado à floresta.

A cidade ainda guarda uma boa parte do

patrimônio histórico arquitetônico da época

da colonização portuguesa, com casarões,

igrejas e museus, o que torna a visita também

interessante sob o ponto de vista cultural.

CadasturAo contratar serviços para uma viagem, convém verificar se a empresa está cadastrada no Ministério do Turismo. O cadastro dos prestadores de serviços é grande fonte de consulta para o mercado turístico brasileiro e proporciona benefícios para os serviços turísticos cadastrados. Para ter acesso às informações detalhadas sobre os prestadores de serviços regularmente cadastrados, acesse www.cadastur.turismo.gov.br

14

Santarém - PA

15

Santarém - PA

O segmento de EcoturismoQuando os termos Ecoturismo e Turismo Ecológico surgiram no Brasil, no final dos anos 80, seguindo a tendência mundial de valorização do meio ambiente1, muitas pessoas e empresas se apropriaram indevidamente dos termos e passaram a utilizá-los como uma etiqueta para vender qualquer atividade turística que tivesse alguma relação com a natureza, sem se preocupar com nenhum princípio de sustentabilidade ou responsabilidade ambiental.Enquanto isso acontecia no mercado, alguns profissionais da área de turismo e meio ambiente, acadêmicos e consultores começaram a discutir o tema. O segmento parecia ser uma alternativa ao turismo convencional, que já começava a dar sinais de alerta por seus impactos sociais e ambientais. Em 1994, a Embratur2 e o Ministério do Meio Ambiente publicaram as Diretrizes para uma Política Nacional de Ecoturismo, chegando a um conceito que continua sendo referência no Brasil e que foi adotado pelo Ministério do Turismo em suas publicações oficiais sobre segmentação. Neste segmento, a publicação de referência é Ecoturismo – Orientações Básicas3, que define:

Ecoturismo é um segmento da atividade turística que utiliza, de forma sus-tentável, o patrimônio natural e cultural, incentiva sua conservação e busca a formação de uma consciência ambientalista por meio da interpretação do ambiente, promovendo o bem-estar das populações.

Inspirados neste conceito e nas fortes influências ambientalistas da década de 90, formaram-se muitos profissionais e acadêmicos, que passaram a ter uma nova visão da atividade turística e a aplicar os valores do Ecoturismo a outros segmentos e setores, ampliando a consciência para o ideal de Turismo Sustentável. Apesar da sobreposição de alguns elementos entre os conceitos de Turismo Sustentável e Ecoturismo, este último se diferencia pelo enfoque

1. Na época ainda não existia o Ministério do Turismo, e a Embratur era a instituição pública que representava o turismo no Brasil.2. Ministério do Turismo: www.turismo.gov.br3. BRASIL. Ecoturismo: orientações básicas. Ministério do Turismo: Brasília, 2008. Disponível em www.turismo.gov.br

na natureza como fator de atratividade.Durante muitos anos Ecoturismo significava uma coisa para os turistas, outra para os agentes e operadores de turismo, outra para os guias e comunidades e ainda outra para os acadêmicos e consultores. Finalmente, o conceito amadureceu e hoje é possível resumir as atividades inerentes a este segmento: observação e contemplação da natureza. Entretanto, essas atividades podem ocorrer de diversas formas.A observação é um exame minucioso de aspectos e características da fauna, flora, formações rochosas e outros, que exigem técnicas de interpretação ambiental, guias e condutores especializados, equipamentos e vestuário adequados. Já a contemplação se baseia na apreciação de flora, fauna, de paisagens e de espetáculos naturais extraordinários, em atividades relacionadas, como caminhadas, mergulho, com ou sem a utilização de equipamentos especiais, safáris fotográficos e trilhas interpretativas.Há ainda inúmeras outras atividades que, embora possam caracterizar outros tipos de turismo, também são ofertadas em produtos e roteiros desse segmento: atividades de aventura, de pesca, náuticas, esportivas, culturais e várias outras, desde que cumpram as premissas, comportamentos e atitudes estabelecidas para o Ecoturismo.O Ecoturismo caracteriza-se pelo contato com ambientes naturais, pela realização de atividades que possam proporcionar a vivência e o conhecimento da natureza e pela proteção das áreas onde ocorre. Ou seja, sua base é o tripé interpretação, conservação e sustentabilidade. Assim, o Ecoturismo pode ser entendido como as atividades turísticas motivadas pela relação sustentável com a natureza, comprometidas com a conservação e a educação ambiental.

O modelo de gestão descentralizada1

concebido pelo Plano Nacional de Turismo e

implementado pelo MTur prevê a integração

de diversas instâncias da gestão pública e

da iniciativa privada por meio da criação e

organização dos arranjos institucionais.

O projeto Destinos Referência em Segmentos

Turísticos desenvolvido pelo MTur em

parceria com o Instituto Casa Brasil de

Cultura, tem como objetivo criar uma

estratégia de governança local, a partir

do fortalecimento e aperfeiçoamento

de segmentos de mercado, procurando

envolver de forma participativa toda a cadeia

produtiva e instituições relacionadas com o

segmento escolhido, através de prioridades

e estratégias definidas e com foco na

competitividade.

O projeto tem como premissa a

participação efetiva dos representantes

locais, fortalecendo as entidades públicas

e privadas, o trade e as organizações não

governamentais, levando à formação de

um Grupo Gestor que assume o papel

de líder do processo, buscando assim

garantir a continuidade das ações na área

do turismo, resultados mercadológicos e a

sustentabilidade do destino.

Assim, foram escolhidos dez destinos

com características diferentes, em

1. Ministério do Turismo: www.turismo.gov.br

regiões diferentes, para que suas

experiências contribuam para criar uma

base metodológica que possa servir de

modelo para outros destinos no Brasil,

validando e consolidando a estratégia de

desenvolvimento de políticas públicas, e de

ampliação e diversificação da oferta turística

nacional.

Projeto Destinos Referência em Segmentos Turísticos

21

Santarém - PA

Destino referência em Ecoturismo

Com um potencial indiscutível para

o Ecoturismo e com grandes desafios

em questões como governança local e

qualificação do produto, Santarém foi

escolhida para ser um laboratório de

experiências que pudessem se tornar

referência para outros destinos em diferentes

graus de desenvolvimento do segmento de

Ecoturismo.

Ao iniciar o projeto Destinos Referência

em Ecoturismo em Santarém, foram

realizadas visitas técnicas ao destino com

a finalidade de estabelecer contato com

as lideranças locais, apresentar o projeto

e levantar informações relevantes para a

execução do programa. Foram visitados

os diversos equipamentos e atrativos

do destino e realizadas reuniões com as

principais lideranças e instituições locais,

públicas e privadas, relacionadas direta ou

indiretamente ao turismo.

Já nos primeiros contatos, foi possível verificar

que havia vários desafios institucionais

que demonstravam a falta de união,

representatividade e confiança do setor,

simbolizados, entre outros fatores, na

ausência efetiva do Conselho Municipal

de Turismo de Santarém. A partir deste

panorama, percebeu-se que a construção da

governança local seria ação fundamental para

o desenvolvimento do programa no destino.

A segunda ação no destino foi a realização

de um evento para apresentação do projeto

e formação do Grupo Gestor. Também foi

realizado um processo participativo a fim de

gerar informações para embasar a construção

do Diagnóstico de Ecoturismo.

Entre esta ação e o Seminário de Validação

do Diagnóstico realizado pela Abeta, foi

contratado um consultor local para moderar

reuniões setoriais, fortalecer a governança

e ativar os processos de mobilização e

articulação. Neste intermédio a equipe

técnica da Abeta realizou reuniões setoriais e

entrevistas com importantes representantes

da cadeia produtiva, além de pesquisas em

trabalhos anteriores, com os objetivos de

levantar as informações do destino para a

construção do diagnóstico, mas também

para manter ativo o processo de articulação e

mobilização. Finalizada a primeira versão do

diagnóstico, este foi apresentado ao Grupo

Gestor para validação dos dados levantados.

O Diagnóstico de Ecoturismo no Destino

Santarém tratou, entre muitos aspectos, de

definições importantes para o segmento,

listou entidades importantes em Santarém,

no Pará e no Brasil, caracterizou aspectos

importantes para o desenvolvimento do

22

Santarém - PA

23

Santarém - PA

turismo no destino e, mais detalhadamente,

avaliou atrativos, unidades de conservação e

prestadores de serviço em Ecoturismo.

Na formação do Grupo Gestor do projeto

em Santarém foram escolhidas entidades

consideradas indispensáveis para o

desenvolvimento do segmento no destino,

como o Sebrae, as Secretarias Municipais e

Estaduais de Turismo e o Tapajós Convention

and Visitors Bureau. Na inexistência de

entidades setoriais institucionalizadas, que

pudessem indicar seu representante legal,

utilizou-se como critério a identificação, entre

os agentes do mercado, de empresários que

se mostraram interessados em desenvolver

um ambiente de governança local. Outras

entidades e grupos representativos

foram escolhidos segundo a relevância e

capacidade de cooperação.

Observou-se que a comunidade de Alter do

Chão já estava mais bem organizada, em vista

do grande afluxo de visitantes durante a alta

temporada, de setembro a fevereiro, e o Sairé,

a maior festa cultural da região. Por isso ações

como saneamento, coleta e destinação dos

resíduos sólidos, organização em associações

dos catraieiros (barqueiros) e barraqueiros

de praia foram discutidas em ambientes de

governança, buscando desenvolver parcerias

para o desenvolvimento da atividade.

Dando sequência ao projeto, a Abeta

desenvolveu o planejamento estratégico,

com as ações validadas pelo Grupo Gestor

do projeto indicando as responsabilidades

de cada setor, entidade ou grupo, com

definições de responsáveis por execução,

coordenação, liderança de processos

interinstitucionais e parcerias; apoio técnico,

gerencial, assessoria; investimentos, apoio

financeiro, doações e financiamento.

Durante o desenvolvimento do projeto,

foram realizadas várias ações de qualificação

demandadas pelo destino, como a Oficina de

Elaboração de Projetos, Oficina de Mercado

Turístico, apresentação do case Costa Rica

e oficina de Legislação para o Ecoturismo.

Estas ações contribuíram para o nivelamento

de informações e para a qualificação dos

vários atores da cadeia produtiva local.

A Ação Símbolo do projeto Destinos

Referência em Ecoturismo em Santarém –

com a intenção de realizar algo em curto

prazo, que materializasse o processo de

construção da governança e do planejamento

do turismo – foi a elaboração do Mapa do

Ecoturismo de Santarém e Belterra, onde são

apresentados os atrativos turísticos naturais,

serviços e informações úteis ao ecoturista.

Esta ação teve a participação e contribuição

de todos os envolvidos no processo,

simbolizando o que se espera alcançar com

o processo de planejamento participativo

e desenvolvimento do destino. O mapa

se materializou como uma importante

ferramenta para a organização da oferta e

disseminação de informação para visitantes,

sendo um canal de distribuição para produtos

e serviços.

26

Santarém - PA

27

Santarém - PA

Resultados alcançados

Uma vez que o fortalecimento da governança

é um dos objetivos centrais do projeto

Destinos Referência em Segmentos Turísticos,

foi possível observar ao longo do processo

o amadurecimento das lideranças locais,

sobretudo quanto ao entendimento da

importância do arranjo institucional e do

estabelecimento da cadeia produtiva com

critérios e atribuição de responsabilidades.

Foi amplamente discutida no processo

a necessidade de ampliar o número de

entidades setoriais no destino.

Destaque importante em termos

da governança é a organização das

comunidades da Flona do Tapajós. Ainda

que embrionário, o processo de articulação

entre as comunidades já resulta em

atividades conjuntas, como a comercialização

cooperada de artesanato e o rodízio nas

atividades de guiagem de trilhas.

Com a governança local organizada,

Santarém participa do Conselho Regional do

Tapajós, no qual está representada boa parte

das entidades que formam o Grupo Gestor do

projeto. Portanto, a qualificação dos debates

no âmbito do Grupo Gestor tem também

Resultados do projeto

• Amadurecimento das lideranças locais, sobretudo quanto ao entendimento da importância do arranjo institucional e do estabelecimento da cadeia produtiva com critérios e atribuição de responsabilidades

• Organização das comunidades da Flona do Tapajós

• Realização de Oficina Jurídica sobre Legislação voltada ao Ecoturismo

• Apresentação de case de sucesso – Costa Rica

• Oficina sobre Ecoturismo

• Criação de uma governança local representativa e atuante, que trabalha para planejar o desenvolvimento do destino de maneira participativa, organizada e continuada, refletindo-se nas instâncias de governança regionais.

• Realização de seminário de multiplicação, oficina de projeto e visita técnica com a participação do grupo gestor do projeto, empresários e comunidade do destino, além de representantes de outros destinos com vocação para o desenvolvimento do Ecoturismo

qualificado a governança regionalmente.

Desta forma, Santarém conseguiu demonstrar

que, apesar dos inúmeros desafios, é possível

criar uma governança local representativa

e atuante, que trabalhe para planejar o

desenvolvimento do destino de maneira

participativa, organizada e continuada.

Entre as boas práticas de Ecoturismo que se

destacam em Santarém, e que podem ser

replicadas em outros destinos, é importante

citar o forte envolvimento da comunidade

local, com suas tradições, folclore e

gastronomia muito bem integradas ao

ambiente natural.

Para saber mais:www.turismo.gov.brwww.abeta.org.brwww.cadastur.turismo.gov.br

Equipe Ministério do TurismoCoordenação Geral

Ricardo Martini MoeschTânia Brizolla

Coordenação TécnicaAna Clévia Guerreiro LimaJurema MonteiroRosiane RockenbachSáskia Lima

Equipe técnicaBrena CoelhoCarolina CamposFabiana OliveiraLaura MarquesPhilippe FigueiredoTalita PiresWilken Souto

ColaboraçãoAna Beatriz Borges SerpaAlessandra LannaBárbara Blaut RangelCristiano BorgesLuis Eduardo DelmontMarcela SouzaPriscilla GrintzosRafaela LehmannSalomar Mafaldo

Equipe Instituto Casa Brasil de CulturaCoordenação do projeto

Marcelo SafadiCoordenação operacional e assistência técnica

Priscila VilarinhoConsultores dos destinos

Marcos Pompeu – São João del Rei (MG) e Jericoacoara (CE)Priscila Vilarinho – Brasília (DF), Paraty (RJ) e Ribeirão Preto (SP)Rodrigo Lopes – Serra Geral (SC), Lençóis (BA) e Socorro (SP)Ricardo Silva – Santarém (PA) e Barcelos (AM)

Consultores de apoioAlessandra SchneiderFelipe ArnsMarcos Martins Borges Paulo d’Ávila FerreiraRoberto MourãoThiago Dias

Apoio administrativoJairo Mendonça Júnior

Assistência técnica adminstrativaBreno Mendonça Vieira

© Instituto Casa Brasil de Cultura. Goiânia, 2010

Destinos de Referência em Turismo

Segmento: EcoturismoDestino: Santarém – PAParceiro executor local: Associação Brasileira das Em-presas de Turismo de Aventura e Ecoturismo (Abeta)

Coordenação editorialWolney Unes

TextoAlessandra Schneider

Projeto gráfico Samara Bitencourt

Arte final de capa Genilda Alexandria

DiagramaçãoMarcus Lisita Rotoli

FotografiaBanco de Imagens MTur:Luiz OlarteWerner ZotzAcervo do Instituto Casa Brasil de Cultura:Wolney Unes

Revisão Camila Pessoa

ApoioAcolhida na Colônia AbetaCasa AzulBeltaInstituto DharmaConvention BureauAvapePrefeitura de SocorroSebrae-CEAmazonasTurSecretaria de Turismo de Barcelos

ImpressãoMarques e Bueno Ltda. (Gráfica Talento)

São João del Rei - MG

Presidente da República Federativa do Brasil

Luiz Inácio Lula da Silva

Ministro de Estado do Turismo

Luiz Eduardo Pereira Barretto Filho

Secretário-Executivo

Mário Augusto Lopes Moyses

Secretário Nacional de Políticas do Turismo

Carlos Silva

Diretor do Departamento de Estruturação, Articulação e Ordenamento Turístico

Ricardo Martini Moesch

Coordenadora-Geral de Segmentação

Sáskia Freire Lima de Castro

Coordenadora-Geral de Regionalização

Ana Clévia Guerreiro Lima

Coordenadora-Geral de Informação Institucional

Isabel Cristina da Silva Barnasque

Coordenadora-Geral de Serviços TurísticosRosiane Rockenbach

São João del ReiApresentação

O Turismo em São João del Rei

O Turismo de Estudos e Intercâmbio em São João del Rei

O segmento no Mundo e no Brasil

Projeto Destinos Referência em Segmentos Turísticos

Destino referência em Turismo de Estudos e Intercâmbio

Resultados alcançados

5

5

7

11

18

19

22

28

Sumário

São João del Rei

Apresentação

Famosa por ser uma das principais cidades

históricas de Minas Gerais, São João del

Rei mostra que seus encantos e atrativos

turísticos vão muito além do legado

deixado pelo seu ilustre passado. Declarada

Patrimônio Histórico e Artístico Nacional

em 1938 e escolhida Capital Brasileira da

Cultura em 2007, a cidade, que inspira e

expira cultura, sabe muito bem como aliar

sua tradição e estilo de vida interiorano a um

mundo cosmopolita e dinâmico.

Situada em uma região de importantes

atrativos turísticos, São João del Rei – ao

lado das cidades de Tiradentes, Ouro Preto,

Serras do Lenheiro e São José – compõe o

Roteiro Caminhos Reais1. Esta região – com

suas ladeiras, igrejas, museus e casarios –

guarda a riqueza do ciclo do ouro e revela aos

seus visitantes o estilo de vida dos mineiros,

além de apresentar o melhor do barroco

brasileiro e explicar boa parte da história

do país. O artesanato e a famosa culinária

mineira garantem o sucesso do roteiro, e,

para quem gosta de natureza, não faltam

opções de ecoturismo e turismo de aventura,

com grutas, cachoeiras, rios e montanhas.

Em São João del Rei é imperdível uma visita

1. http://www.copa2014.turismo.gov.br/promocional/roteiros/caminhos_reais.html

para conhecer a Igreja de São Francisco de

Assis e fazer o agradável passeio de trem até

Tiradentes, além de conhecer os ateliês dos

santeiros, carpinteiros e sineiros.

Com localização geográfica privilegiada,

chegar a São João del Rei, é muito fácil, seja

de carro, ônibus ou avião. Muitas agências

oferecem pacotes e roteiros para conhecer as

cidades históricas de Minas, e praticamente

todos incluem São João del Rei no itinerário.

Para os viajantes mais independentes, o

acesso de carro a partir de Belo Horizonte

(cerca de 200 km) pode ser feito pela BR-040

(Rodovia Juscelino Kubitschek) ou pela BR-

381 (Rodovia Fernão Dias). Do Rio de Janeiro,

são 320 km pela BR-040 (Rodovia Juscelino

Kubitschek). Para quem vem de São Paulo, o

acesso é pela BR-381, totalizando quase 500

km. Há várias opções de horários de ônibus

a partir das capitais, além de linhas regulares

para as cidades do entorno. Para quem

prefere vir de avião, há voos diretos a partir

do Rio de Janeiro e de Belo Horizonte.

7

São João del Rei - MG

O turismo em São João del Rei

Independente de preferências religiosas, as

igrejas devem fazer parte do roteiro turístico

de qualquer pessoa que visite a cidade

em busca de cultura, pois elas abrigam

alguns dos mais belos acervos de arte

sacra e barroca do Brasil. Entre as 35 igrejas

existentes, se destacam a de São Francisco

de Assis, de Nossa Senhora do Carmo,

Nossa Senhora do Rosário e Nossa Senhora

das Mercês. Vale também conhecer outros

ícones da história, como o Museu Ferroviário,

Museu de Arte Sacra, Solar dos Neves, Rua

da Cachaça e Beco do Cotovelo. Uma boa

dica é viver a atmosfera de São João del

Rei, andando a pé pelas suas ruas e praças,

no ritmo dos moradores locais. Embarcar

no passeio de 12 km na Maria-Fumaça até

Tiradentes completa a viagem no tempo e

leva o visitante a vivenciar o clima romântico

do período colonial.

Em São João del Rei e região, a arte e o

artesanato encantam os visitantes com

o talento de pessoas das mais variadas

classes, estilos e tendências. A disputa entre

a diversidade e a qualidade é acirrada.

A história e a natureza inspiram as mãos

habilidosas que produzem peças em prata,

estanho, madeira, ferro ou barro, além de

bordados, rendas de abrolhos, trabalhos em

crochê feitos à mão e móveis rústicos com

estilo antigo.

Na gastronomia o destaque é para a

famosa culinária típica de Minas Gerais e

para os animados bares onde se reúnem

estudantes, artistas, empresários e todos

aqueles que quiserem curtir um happy hour

com os amigos. Mas há também opções

de restaurantes que servem comida árabe

e italiana, além de bistrôs e cafés muito

charmosos.

A oferta de hospedagem é muito variada.

Há hotéis, pousadas e casas de família que

hospedam os visitantes, principalmente

CadasturAo contratar serviços para uma viagem, convém verificar se a empresa está cadastrada no Ministério do Turismo. O cadastro dos prestadores de serviços é grande fonte de consulta para o mercado turístico brasileiro e proporciona benefícios para os serviços turísticos cadastrados. Para ter acesso às informações detalhadas sobre os prestadores de serviços regularmente cadastrados, acesse www.cadastur.turismo.gov.br

10

São João del Rei - MG

11

São João del Rei - MG

estudantes. Mas o destaque são as boas

pousadas de charme, que aproveitam casarios

antigos e criam uma atmosfera especial para

os hóspedes, sem descuidar dos padrões

internacionais de serviços de hospedagem.

Mas para quem quer ficar mais e vivenciar

profundamente a cultura mineira e brasileira,

São João del Rei vai mais longe. Com tradição

e renome na área de educação, a cidade se

O Turismo de Estudos e Intercâmbio em São João del Rei

Marcada pela tradição de instituições de

ensino superior e médio, escolas livres e de

idiomas, São João del Rei já é um destino

escolhido por brasileiros e estrangeiros para

o Turismo de Estudos e Intercâmbio. Além

dos atrativos turísticos mais populares, do

fácil acesso às capitais da Região Sudeste

– inclusive com voos regulares –, o destino

oferece hotéis, pousadas, casas de família e

residências estudantis para receber turistas

e estudantes brasileiros e estrangeiros em

busca de ensino de qualidade e contato com

as raízes da brasilidade.

Muito mais do que cursos regulares de

graduação e pós-graduação e das aulas de

português para estrangeiros, o que atrai

estudantes das mais diversas partes do

mundo são os programas educacionais e

cursos de curta duração nas áreas de cultura,

música e história brasileira, danças típicas,

capoeira e futebol de campo. Há ainda a

possibilidade de participar de intercâmbio

em instituições de nível médio e graduação

e fazer estágios e trabalhos voluntários em

ONGs locais.

Complementando esta oferta organizada,

muitas atividades ocorrem espontaneamente

na cidade, como apresentações de orquestras,

festas religiosas, rituais, carnaval e outras

manifestações populares das quais o visitante

pode participar e com elas interagir.

A oferta é tão diversificada que foi criado

o Catálogo de Programas Educacionais e

Atividades Turísticas de São João del Rei2,

reunindo educação, cultura e turismo em

um mesmo pacote. Nele, são elencados

22 programas educacionais, 51 atividades

complementares e 13 roteiros turísticos. Há

programas, por exemplo, para quem quer

aprender a fazer tambores de percussão

artesanal e até a famosa cachaça brasileira, ou,

se preferir, assistir a espetáculos e concertos

e participar de rodas de dança e outras

atividades culturais. Para quem está na região

em busca de natureza e aventura, há opções

de roteiros turísticos com montanhismo,

caminhada, rapel, banho de cachoeira e

cavalgada.

Estes programas e roteiros foram selecionados

com apoio da Universidade Federal de São

João del Rei (UFSJ), Instituto de Ensino

Superior Presidente Tancredo de Almeida

Neves (Iptan), escolas de idiomas, escolas

livres, agências de turismo e empreendedores

locais. Os programas e roteiros foram

formatados a partir das potencialidades e

atrativos da cidade e região, garantindo uma

boa condição de organização e interação com

a vida da comunidade.

2. Disponível em www.studyinbrazil.org.br/ei/saojoao

preparou e criou uma rede composta por

instituições de ensino superior e técnico,

escolas de idiomas, ensino médio e ONGs

focadas em projetos sociais e voluntariado.

Hoje é ofertada uma grande diversidade de

cursos, oficinas e vivências juntamente com

os serviços de receptivo e atividades extras,

combinação indispensável para a formatação

e oferta de programas para estudantes.

14

São João del Rei - MG

15

São João del Rei - MG

O segmento de Turismo de Estudos e Intercâmbio

O Segmento Turístico de Estudos e Intercâmbio com foco no receptivo de turistas ainda é novidade para muitos brasileiros. Em geral, quando se pensa em qualificação profissional e enriquecimento cultural, a primeira ideia é ir buscá-los em outros países. Mas, finalmente, o trade nacional já começa a perceber o interesse de estrangeiros em se capacitar em áreas em que o Brasil é referência, além de querer sentir um pouco como é ser brasileiro. Até mesmo os estudantes brasileiros estão descobrindo que é possível encontrar no próprio País aquela qualificação ou experiência de vida que até então só havia em países distantes.A percepção da relação entre as atividades de Estudos e Intercâmbio com o movimento do turismo e da economia local leva à conclusão de que esse tipo de turismo é um ótimo negócio para o país. O Turismo de Estudos e Intercâmbio contribui para o equilíbrio da sazonalidade, aumento da permanência e do gasto médio do turista, além de ter um efeito multiplicador e distribuidor de renda, gerando novas oportunidades de negócio e inclusão social. Internacionalmente, este segmento turístico colabora com o fortalecimento da imagem do país e com a promoção da cultura de paz.Durante muitos anos, as viagens de cunho educativo, por sua amplitude e grande número de atividades englobadas, receberam diversas denominações, como turismo educacional, científico, pedagógico, intercâmbio, estudantil, entre outros. Para começar a organizar o segmento, que envolve inúmeras outras atividades e instituições além das que atuam normalmente no turismo, o Ministério do Turismo analisou a realidade destas atividades e percebeu a necessidade de delimitar o conceito e instituir o segmento. O início deste processo se deu com a publicação do documento

Turismo de Estudos e Intercâmbio: Orientações Básicas, onde são apresentados conceitos e modalidades, além de informações sobre o mercado e bases para o desenvolvimento do Turismo de Estudos e Intercâmbio. Nesta publicação, define-se o segmento:

Turismo de Estudos e Intercâmbio constitui-se da movimentação turística gerada por atividades e programas de aprendizagem e vivências para fins de qualificação, ampliação de conhecimento e de desenvolvimento pessoal e profissional.1

Dentro deste conceito estão incluídas diversas modalidades, como o ensino médio, os programas de educação superior, os programas de curta duração, tais como cursos livres e visitas técnicas, o ensino de idiomas, estágios profissionalizantes ou trabalho voluntário.Vale destacar que o Turismo de Estudos e Intercâmbio difere dos outros segmentos porque os principais envolvidos na atividade não são diretamente relacionados à cadeia produtiva do turismo. Há professores, tutores e outros profissionais da área educacional e empresarial. Por isso, é muito importante a participação de agências de intercâmbio ou de turismo, diretorias de relações internacionais de empresas, entidades educacionais e órgãos governamentais, clubes esportivos, entre outros, para garantir a profissionalização do segmento.A proposta é explorar o potencial de atratividade do Brasil, incentivando acordos com empresas para estágios e firmando convênios com escolas e universidades, tanto em cursos de longa, quanto de curta duração, e tentar conjugá-los com outras atividades, como cursos de português, cultura brasileira, dança, esporte, culinária, entre outras. Assim, o turista se identificará mais facilmente com o País, sua cultura e povo.

1. Brasil. Turismo de estudos e intercâmbio: orientações básicas. Brasília: Ministério do Turismo, 2008. Disponível em www.turismo.gov.br

18

São João del Rei - MG

O segmento no Mundo e no Brasil

Por ser um segmento ainda novo no Brasil,

é muito importante a análise de estudos

de mercado para conhecer a demanda,

antes de se iniciar qualquer investimento na

oferta de produtos de Turismo de Estudos e

Intercâmbio.

Segundo a Associação Brasileira de

Organizadores de Viagens Educacionais

e Culturais (Belta)3, entidade que reúne

as principais instituições brasileiras que

trabalham nas áreas de cursos estágios e

intercâmbio no exterior, atualmente há mais

de 100 milhões de estudantes de ensino

superior no mundo. Dois milhões deles

estão matriculados fora de seus países e,

nos próximos cinco anos, deve-se chegar a

3 milhões de estudantes em mobilidade no

exterior.

Na América Latina são 140 mil estudantes

de ensino superior estudando fora do seu

país de origem. Estes números têm levado

diversos países a definir políticas e estratégias

de inserção internacional de sua educação e

de atração de estudantes internacionais.

No Brasil ainda há poucos estudos

específicos sobre a demanda para receptivo

no segmento, mas dados da pesquisa

3. Disponível em www.belta.org.br

Caracterização e Dimensionamento do

Turismo Internacional, realizada pela

Embratur, revelaram que, em 2005, cerca de

72 mil turistas estrangeiros desembarcaram

no Brasil com intuito de realizar estudo, curso

ou pesquisa no País. Isto equivale a 1,3% do

total de turistas estrangeiros que o Brasil

recebeu no período. Porém, a procura tem

aumentado. Ainda de acordo com a Belta,

nos últimos cinco anos, houve um aumento

de 78% no número de franceses que vêm ao

Brasil para estudar.

Nas últimas décadas, a dimensão

internacional da educação tem se afirmado

como uma das principais tendências

mundiais, o que cria um espaço privilegiado

de construção de um novo cenário global

para o conhecimento. Reconhecendo esta

nova realidade e visando o aprimoramento

e a sustentabilidade da educação e do

turismo brasileiros, o Brasil está definindo

suas políticas de inserção no cenário da

educação internacional, abrindo inúmeras

oportunidades de negócio para o segmento.

Cabe destacar que organizar a oferta de

programas educacionais e produtos e

roteiros turísticos requer empreendedorismo

e investimento e seu sucesso depende da

percepção da real demanda, e da capacidade

do setor turístico e das instituições de ensino

de atender a esta demanda.

O modelo de gestão descentralizada4

concebido pelo Plano Nacional de Turismo e

implementado pelo MTur prevê a integração

de diversas instâncias da gestão pública e

da iniciativa privada por meio da criação e

organização dos arranjos institucionais.

O projeto Destinos Referência em Segmentos

Turísticos desenvolvido pelo MTur em

parceria com o Instituto Casa Brasil de

Cultura, tem como objetivo criar uma

estratégia de governança local, a partir

do fortalecimento e aperfeiçoamento

de segmentos de mercado, procurando

envolver de forma participativa toda a cadeia

produtiva e instituições relacionadas com o

segmento escolhido, através de prioridades

e estratégias definidas e com foco na

competitividade.

O projeto tem como premissa a

participação efetiva dos representantes

locais, fortalecendo as entidades públicas

e privadas, o trade e as organizações não

governamentais, levando à formação de

um Grupo Gestor que assume o papel

de líder do processo, buscando assim

garantir a continuidade das ações na área

do turismo, resultados mercadológicos e a

sustentabilidade do destino.

Assim, foram escolhidos dez destinos

com características diferentes, em

4. Ministério do Turismo: www.turismo.gov.br

regiões diferentes, para que suas

experiências contribuam para criar uma

base metodológica que possa servir de

modelo para outros destinos no Brasil,

validando e consolidando a estratégia de

desenvolvimento de políticas públicas, e de

ampliação e diversificação da oferta turística

nacional.

Projeto Destinos Referência em Segmentos Turísticos

22

São João del Rei - MG

23

São João del Rei - MG

Destino referência em Turismo de Estudos e Intercâmbio Com tradição e vocação cultural

e educacional, demanda efetiva e

outros requisitos fundamentais para o

desenvolvimento do Turismo de Estudos e

Intercâmbio, São João del Rei foi selecionada

pelo Ministério do Turismo para ser

preparada para se tornar referência nacional,

através do projeto Destinos Referência em

Segmentos Turísticos. Para isso, foi firmado

um convênio com a Belta com a meta de criar

um projeto-piloto e introduzir o Brasil como

uma nova opção de destino para estudantes,

criando um modelo de estruturação

de produto segmentado que possa ser

multiplicado para outros destinos com a

mesma vocação de desenvolvimento.

O projeto Destinos Referência em São João

del Rei teve como linhas de ação:

• Criaçãoeformataçãoderoteirosde

Estudos e Intercâmbios, adequados à

demanda de mercado

• CriaçãodeumManualTécnicopara

adequação das relações

• Criaçãodematerialpromocional:catálogo

de serviços devidamente adequados

pela equipe técnica, folder promocional

com linguagem de mercado e site

referencial para as relações e informações

institucionais e promocionais

• PreparaçãodeGrupoGestorpara

administração das relações

• Integraçãodossetoresdemercadodo

turismo e da educação

• PreparaçãodeSãoJoãodelReieregião

para o mercado, alinhando entendimentos

quanto a oferta e demanda, fortalecendo

uma rede de cooperação entre prestadores

de serviços e empreendedores

• RealizaçãodoIIFórumBrasileirode

Educação Internacional (ForBEI), com

participação de palestrantes nacionais e

estrangeiros

• Realizaçãodesemináriodemultiplicação,

oficina de projeto e visita técnica com a

participação do Grupo Gestor do projeto,

empresários e comunidade do destino,

além de representantes de outros destinos

com vocação para o desenvolvimento do

Turismo de Estudos e Intercâmbio

A princípio, as atividades de Estudos e

Intercâmbio em São João del Rei estavam

mais relacionadas a instituições de ensino do

que com o setor turístico. Havia importantes

iniciativas da Universidade Federal de

São João del Rei (UFSJ), Rotary e outras

instituições de ensino. Entre as inúmeras

iniciativas se destacavam: oficinas do Inverno

Cultural; programas de curta duração para

estrangeiros; eventos de caráter internacional

nas áreas de música, educação e filosofia;

programa de intercâmbio acadêmico

internacional, e curso de português para

estrangeiros.

Porém, para desenvolver o projeto com

foco no segmento turístico era necessária

a participação de empresários prestadores

dos serviços turísticos essenciais, como

hospedagem, alimentação, transporte,

receptivo e eventos. Desta forma, a estratégia

utilizada foi criar ou fortalecer as entidades

empresariais setoriais, como base da

articulação e da organização do destino,

e integrá-las às iniciativas de Estudos e

Intercâmbio já em desenvolvimento por

algumas instituições de ensino.

Uma aproximação receptiva e comprometida

entre as entidades e pessoas do setor

turístico, cultural e de Estudos e Intercâmbio

em São João del Rei foi o primeiro sinal de

que estava se formando uma excelente

base para o arranjo institucional e futuro

Grupo Gestor, contando com a participação

ativa de instituições parceiras como a Belta

(consultoria especializada no segmento),

Secretaria Estadual de Turismo, Secretaria

Municipal de Cultura e Turismo, UFSJ e Iptan.

Já na primeira etapa do projeto-piloto foi

realizado um diagnóstico participativo e a

formação do Grupo Gestor, com base no

modelo do Sistema Cores Planejamento

Turístico e com foco no segmento do

Turismo de Estudos e Intercâmbio no

destino. Também foram analisados outros

estudos realizados pelo MTur, FGV, Sebrae

e Belta para se ter uma visão do cenário

para o desenvolvimento do segmento

em São João del Rei. O diagnóstico e

os estudos apontaram a existência de

múltiplas oportunidades e também algumas

necessidades urgentes como:

• Parceriaentreossetorespúblico,privadoe

a sociedade civil do município para discutir

ações de planejamento e desenvolvimento

e colocá-las em prática

• Pesquisasparamonitoramento(oferta

e demanda e dados estatísticos de

visitações), plano de marketing,

promoção e comercialização, ações que

apresentaram indicadores desfavoráveis à

competitividade do destino

• Articulaçãoentreosmunicípiosdaregião

para trabalhar de forma cooperada e mais

competitiva no mercado, apresentando

roteiros integrados e ampliando os canais

de distribuição e a comercialização

• InformatizaçãoequalificaçãodoCentro

de Informação Turística para atendimento

bilíngue

• Organizaçãoesistematizaçãode

informações sobre a oferta turística

• Cooperaçãoentreempresáriose

instituições

25

São João del Rei - MG

O diagnóstico, validado pelo Grupo Gestor,

serviu como base para criar o plano

estratégico do destino, desenvolvido pela

Belta e consultoria especializada. Este

plano subsidiou as ações seguintes, como a

organização da oferta do segmento através

da formatação de programas educacionais,

atividades complementares e roteiros

turísticos. Tudo isso resultou em um banco

de dados e na publicação do Catálogo de

Programas Educacionais e Atividades Turísticas

de São João del Rei5 e de diversos materiais

promocionais como website, mapa e

prospecto.

Todas as ações realizadas pela consultoria

da Belta foram sempre validadas pelo Grupo

Gestor, que criou uma verdadeira rede de

cooperação formada pelos principais atores

envolvidos nas áreas de educação, turismo,

cultura, indústria e comércio da cidade de

São João del Rei e região. Foram muitos

encontros, seminários, reuniões e capacitação

que contribuíram para criar o alicerce da

organização setorial e o arranjo institucional

local, representado pelo Grupo Gestor.

A experiência foi tão rica que a Belta

criou o Manual Técnico de Operações6

para o segmento de Turismo de Estudos

5. Disponível em www.studyinbrazil.org.br/ei/saojoao6. Manual integrante do projeto Estudos e Intercâm-bio: Destino Referência São João del Rei. Brasil. Manual técnico de operações. Brasília: Ministério do Turismo; São Paulo: Belta, 2009. Disponível em www.turismo.gov.br

e Intercâmbio. A princípio, o objetivo era

apresentar para os atores e empreendedores

locais de São João del Rei as etapas básicas

de estruturação de um destino referência

de Turismo de Estudos e Intercâmbio,

como o desenvolvimento, a formatação,

a operacionalização e a promoção de

programas educacionais e produtos/roteiros

turísticos para o público internacional,

visando dinamizar o segmento. Porém, as

expectativas foram superadas e as diretrizes

e orientações apresentadas no manual

também podem facilitar a estruturação de

outros destinos para acolhida de estudantes

estrangeiros.

A Ação Símbolo do projeto em São João del

Rei foi a realização do II Fórum Brasileiro de

Educação Internacional (ForBEI), em abril

de 2009. O evento discutiu as principais

tendências globais para a educação

internacional e a mobilidade estudantil,

e apresentou os resultados do Projeto

Destino Referência em Turismo de Estudos

e Intercâmbio em São João Del Rei, com

vistas a apresentar o potencial do Brasil

como destino para estudantes internacionais.

O evento contou com a participação de

palestrantes nacionais e estrangeiros e com

um público de 430 participantes.

28

São João del Rei - MG

29

São João del Rei - MG

Resultados alcançados

Além dos inúmeros resultados tangíveis,

como as publicações produzidas, os

encontros e capacitações realizados durante

o Programa Destinos Referência em São João

del Rei, o grande legado da experiência no

destino é a integração entre os setores de

turismo e educação. O ícone desta conquista

foi a formação do Grupo Gestor, que

estimulou o fortalecimento das entidades

representativas dos serviços turísticos e

das instituições de ensino da cidade e da

região, criando a sinergia necessária ao

desenvolvimento sustentado do destino, com

foco no segmento de Estudos e Intercâmbio.

A governança local instituída e atuante é

um dos alicerces do arranjo institucional

e condição fundamental para dar

legitimidade aos órgãos, fóruns e conselhos

locais e regionais, possibilitando o seu

relacionamento com instâncias de

governança estaduais e nacionais. Desta

forma, o destino passa a ter mais acesso e

informações sobre os programas e projetos

tanto do Ministério do Turismo quanto das

entidades setoriais nacionais, compondo o

Sistema Nacional do Turismo, que distribui

benefícios e qualificação a partir de uma rede

integrada de comunicação de gestão.

É importante destacar a necessidade de

um acompanhamento técnico ao arranjo

Resultados do Projeto

• CriaçãoeformataçãoderoteirosdeEstudoseIntercâmbios, adequados à demanda de mercado

• Criaçãodeummanualtécnicoparaadequaçãodas relações

• Criaçãodematerialpromocional:Catálogodeserviços devidamente adequados pela equipe técnica, prospecto promocional com linguagem de mercado e site referencial para as relações e informações institucionais e promocionais

• Preparaçãodegrupogestorparaadministraçãodas relações

• Integraçãodossetoresdemercadodoturismoeda educação

• PreparaçãodeSãoJoãodelReieregiãoparaomercado, alinhando entendimentos quanto a oferta e demanda, fortalecendo uma rede de cooperação entre prestadores de serviços e empreendedores

• Realizaçãodesemináriodemultiplicação,oficina de projeto e visita técnica com a participação do grupo gestor do projeto, empresários e comunidade do destino, além de representantes de outros destinos com vocação para o desenvolvimento do Turismo de estudos e intercâmbio

institucional nas primeiras etapas do seu

desenvolvimento. Técnicas de organização

de reuniões e eventos, elaboração de

diagnósticos e planos estratégicos,

criação de estrutura executiva e de

comunicação, articulação com entidades

públicas e privadas são alguns elementos

determinantes para o sucesso do próprio

arranjo.

Para saber mais:www.turismo.gov.brwww.studyinbrazil.org.brwww.belta.org.brwww.cadastur.turismo.gov.br

Equipe Ministério do TurismoCoordenação Geral

Ricardo Martini MoeschTânia Brizolla

Coordenação TécnicaAna Clévia Guerreiro LimaJurema MonteiroRosiane RockenbachSáskia Lima

Equipe técnicaBrena CoelhoCarolina CamposFabiana OliveiraLaura MarquesPhilippe FigueiredoTalita PiresWilken Souto

ColaboraçãoAna Beatriz Borges SerpaAlessandra LannaBárbara Blaut RangelCristiano BorgesLuis Eduardo DelmontMarcela SouzaPriscilla GrintzosRafaela LehmannSalomar Mafaldo

Equipe Instituto Casa Brasil de CulturaCoordenação do projeto

Marcelo SafadiCoordenação operacional e assistência técnica

Priscila VilarinhoConsultores dos destinos

Marcos Pompeu – São João del Rei (MG) e Jericoacoara (CE)Priscila Vilarinho – Brasília (DF), Paraty (RJ) e Ribeirão Preto (SP)Rodrigo Lopes – Serra Geral (SC), Lençóis (BA) e Socorro (SP)Ricardo Silva – Santarém (PA) e Barcelos (AM)

Consultores de apoioAlessandra SchneiderFelipe ArnsMarcos Martins Borges Paulo d’Ávila FerreiraRoberto MourãoThiago Dias

Apoio administrativoJairo Mendonça Júnior

Assistência técnica adminstrativaBreno Mendonça Vieira

© Instituto Casa Brasil de Cultura. Goiânia, 2010

Destinos de Referência em TurismoSegmento: Turismo de Estudos e IntercâmbioDestino: São João del Rei – MGParceiro executor local: Associação Brasileira de Organizadoras de Viagens Educacionais e Culturais (Belta)

Coordenação editorialWolney Unes

TextoAlessandra Schneider

Projeto gráfico Samara Bitencourt

Arte final de capa Genilda Alexandria

DiagramaçãoMarcus Lisita Rotoli

FotografiaBanco de Imagens MTur:Alexandre CampbellAcervo do Instituto Casa Brasil de Cultura:Wolney Unes

Revisão Camila Pessoa

ApoioAcolhida na Colônia AbetaCasa AzulBeltaInstituto DharmaConvention BureauAvapePrefeitura de SocorroSebrae-CEAmazonasTurSecretaria de Turismo de Barcelos

ImpressãoMarques e Bueno Ltda. (Gráfica Talento)

Socorro - SP

Sumário

Presidente da República Federativa do Brasil

Luiz Inácio Lula da Silva

Ministro de Estado do Turismo

Luiz Eduardo Pereira Barretto Filho

Secretário-Executivo

Mário Augusto Lopes Moyses

Secretário Nacional de Políticas do Turismo

Carlos Silva

Diretor do Departamento de Estruturação, Articulação e Ordenamento Turístico

Ricardo Martini Moesch

Coordenadora-Geral de Segmentação

Sáskia Freire Lima de Castro

Coordenadora-Geral de Regionalização

Ana Clévia Guerreiro Lima

Coordenadora-Geral de Informação Institucional

Isabel Cristina da Silva Barnasque

Coordenadora-Geral de Serviços TurísticosRosiane Rockenbach

SocorroApresentação

O Turismo em Socorro

O Turismo de Aventura Especial em Socorro

Projeto Destinos Referência em Segmentos Turísticos

Destino referência em Turismo de Aventura Especial

Resultados alcançados

5

5

10

14

21

22

24

Apresentação

Socorro foi colonizada por bandeirantes por

volta de 1730 e, mais tarde, no século XIX,

por imigrantes italianos que deixaram suas

marcas na cultura e na arquitetura da cidade.

Ainda hoje – apesar de algumas construções

modernas – passear pelas ruas de Socorro é

uma viagem ao tempo do Brasil-Colônia, mas

com uma estrutura perfeitamente integrada

às necessidades da vida contemporânea.

Socorro é o portão de entrada para o Circuito

das Águas Paulista. A cidade, que se estende

às margens do Rio do Peixe, possui inúmeras

fontes de água mineral com propriedades

medicinais, casarões do ciclo do café e

horto municipal. O relevo montanhoso e os

abundantes rios favoreceram a formação de

cachoeiras e corredeiras, que atualmente

se transformaram em grandes atrativos

turísticos.

Com tantas trilhas, montanhas, cavernas,

correntezas, cachoeiras e aventuras,

monotonia e tédio são palavras que

ninguém conhece em Socorro. Aventureiros,

experientes ou iniciantes, podem desfrutar

das mais incríveis atividades de ecoturismo e

aventura. As operadoras de atividades locais

proporcionam todo o auxílio e segurança

aos praticantes, respeitando as normas

de cada atividade, aprendidas dentro do

programa Aventura Segura – uma parceria

entre o MTur e a Associação Brasileira de

Empresa de Turismo de Aventura (Abeta).

O destino foi um dos primeiros selecionados

no Brasil para receber esse programa, que

tem como foco a implementação das normas

da Associação Brasileira de Normas Técnicas

(ABNT) para Sistema de Gestão de Segurança

e a certificação pelo Instituto Nacional de

Metrologia, Normalização e Qualidade

Industrial (Inmetro).

Entre outros destinos de turismo de

Aventura do Brasil, Socorro foi mais além,

e tornou-se o primeiro destino turístico do

Brasil a unir o Turismo de Aventura com a

proposta de acessibilidade. Numa iniciativa

pioneira, o programa Aventureiros Especiais,

desenvolvido pela ONG Aventura Especial.1

em conjunto com o MTur, criou diversas

modalidades de Turismo de Aventura para

este público. A partir de então, outras

oportunidades surgiram, como o programa

Socorro Acessível, através de uma nova

parceria do MTur, desta vez com a Prefeitura

Municipal de Socorro e a Avape. O programa

trouxe a acessibilidade para todo o destino,

além de aumentar as condições de segurança

para o tráfego de veículos e possibilitar a

utilização por pessoas com deficiência ou

mobilidade reduzida, no centro histórico e

comercial, nas pousadas, hotéis, restaurantes,

1. www.aventuraespecial.org.br

Socorro

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Socorro - SP

9

Socorro - SP

parques e nos principais pontos e

equipamentos turísticos da cidade.

Socorro é mesmo tão especial que faz com

que todos os seus visitantes se sintam

especiais também. Apesar de o destino ser

referência em Turismo de Aventura, a oferta

de atividades é tão grande e diversificada,

que sempre há uma opção que atende às

necessidades e desejos dos perfis mais

diversos de visitantes: história, arquitetura,

cultura popular, gastronomia, artesanato,

compras e, é claro, muita natureza. Sempre

há algo interessante para fazer em Socorro.

E a grata surpresa é que todos podem fazer

quase tudo!

A proposta de inclusão, que teve início com

as atividades de Aventura, se estendeu

depois para a cidade, para os serviços

urbanos, públicos e privados. Desta forma,

os turistas com deficiência podem se sentir

livres e autônomos para circular na cidade

e para fazer atividades de Aventura, que

estimulam a autossuperação, o trabalho em

equipe, a coordenação e a coragem, num

desafio saudável e seguro para o corpo e para

a mente. No Horto Municipal, por exemplo,

existe um jardim aromático contemplando

sinalização tátil (pisos alerta e direcional,

mapas táteis e placas em braille) para

deficientes visuais, rampas de acesso, além de

banheiros adaptados.

A economia do município de Socorro está

baseada em três atividades principais:

agropecuária, malharias retilíneas e, nos

últimos anos, o turismo, que tem encontrado

cada vez mais espaço, revertendo a forma

de exploração dos recursos naturais. Antigas

pastagens e plantações que contaminavam

o solo e o ambiente hoje se transformam em

parques e plantações orgânicas, agregando

valor ao produto turístico e melhorando a

qualidade de vida de todos.

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Socorro - SP

11

Socorro - SP

O turismo em Socorro

Socorro é um destino onde tudo é especial.

A 130 km da capital paulista, cercada pela

Serra da Mantiqueira e com um cenário típico

de cidade histórica, Socorro oferece diversas

opções de atividades de Aventura na terra, na

água ou no ar para todos os públicos.

Há 15 anos, os visitantes procuram a região

em busca de esportes de Aventura e contato

com a natureza, seu clima ameno, ar puro

e fontes medicinais. Com o tempo e muito

trabalho, Socorro ficou famosa como destino

por ser um dos melhores locais do Brasil

para a prática de boia-cross, arvorismo,

rafting, acquaride, canoagem, rapel e trilhas

de quadriciclo, além de inúmeras outras

aventuras.

Mas as atrações não param por aí.

Atualmente, além das aventuras, o principal

diferencial de Socorro é o cuidado e a

atenção com a acessibilidade de pessoas com

deficiência ou mobilidade reduzida, inclusive

idosos, crianças e gestantes. Praticamente

todos os pontos e equipamentos turísticos

da cidade foram ou estão sendo adaptados

para permitir o acesso de pessoas que,

usualmente, não poderiam participar das

atividades ou visitar os atrativos.

Entre as mais de 20 atividades de Aventura

oferecidas hoje em Socorro, dez já foram

adaptadas e podem ser praticadas até

mesmo por cadeirantes. O desafio é grande,

pois cada pessoa tem uma necessidade

ou limitação específica e, por isso, é

preciso prever adaptações para atender às

particularidades.

Além da proposta de inclusão, Socorro

também segue a linha do turismo

sustentável. Iniciativas como reflorestamento

para compensar os danos causados por

anos de exploração agropecuária, projetos

de educação ambiental e envolvimento da

comunidade nas atividades turísticas são

outros destaques deste destino que, a cada

dia, se torna referência de boas práticas no

turismo no Brasil.

Na gastronomia os destaques são para o café

e a cachaça, reconhecidos nacionalmente por

sua qualidade e sabor. Mais recentemente,

produtos orgânicos têm chamado a atenção

dos visitantes, principalmente o morango,

que pode ser degustado sem medo nas

plantações de Socorro.

Na produção associada é possível encontrar

os mais diversos tipos de artesanato, como

os tradicionais bordados, tricô, pintura em

tecido e o patchwork, a grande tendência

atual do artesanato local. Algumas técnicas

como o jacá japonês e o nhanduti, de origem

estrangeira com influência indígena, também

fazem parte do acervo de artesanato de

Socorro. A produção é tão rica e variada que

foi criada uma cooperativa que reúne os

artesãos locais. Há ainda artistas plásticos

com trabalhos exclusivos, como as pinturas

em telhas de casarões demolidos. E as

reconhecidas indústrias de malha da região

também oferecem boas opções de compras

para os turistas.

A vida cultural em Socorro é muito ativa.

Além do museu e outros atrativos históricos,

há uma rica agenda cultural que promove as

manifestações culturais locais e traz mostras

de cultura de outras localidades.

A maioria dos visitantes de Socorro vem

de São Paulo, principalmente da capital.

Mas cada vez mais pessoas de Estados

vizinhos procuram a cidade para descansar,

se aventurar e conhecer as iniciativas

inovadoras de Socorro. Operadoras já

oferecem roteiros com vários destinos

em que há um pernoite em Socorro, com

atividades na região. Espaços e serviços para

eventos e convenções proporcionam a vinda

de turistas com um perfil complementar ao

do fluxo atual.

CadasturAo contratar serviços para uma viagem, convém verificar se a empresa está cadastrada no Ministério do Turismo. O cadastro dos prestadores de serviços é grande fonte de consulta para o mercado turístico brasileiro e proporciona benefícios para os serviços turísticos cadastrados. Para ter acesso às informações detalhadas sobre os prestadores de serviços regularmente cadastrados, acesse www.cadastur.turismo.gov.br

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Socorro - SP

15

Socorro - SP

O Turismo de Aventura Especial em Socorro

Em Socorro, o turismo, especialmente de

Aventura, está diretamente relacionado

ao desenvolvimento socioambiental do

município. Além de levar oportunidades de

trabalho e renda para a região, o movimento

dos visitantes provoca nos moradores

locais um sentimento de orgulho de suas

origens. Tudo isso evita o êxodo rural e,

logo, gera menos problemas nas grandes

cidades. Os principais beneficiários das

oportunidades de trabalho no local são os

jovens da cidade, que atuam como monitores

ou guias, passando a se envolver na defesa

de causas ambientais e em projetos para a

sustentabilidade da região.

A organização da oferta turística da

região é caracterizada por atrativos e

parques particulares, localizados em

sua maioria no corredor do Rio do Peixe.

Esses empreendimentos oferecem

opções completas de hospedagem rural,

alimentação, atividades e outros serviços.

Alguns deles merecem destaque por

suas iniciativas pioneiras que serviram de

modelo e estímulo para as demais ações do

destino. É o caso do Parque dos Sonhos e

Campo dos Sonhos, que foram os grandes

incentivadores e primeiros parceiros a aderir

ao programa Aventura Segura e a investir

na adaptação das instalações do hotel-

fazenda para pessoas com deficiência, além

de desenvolver um trabalho de educação

ambiental e turismo pedagógico.

Muitos empreendimentos trabalham de

forma organizada e associada, sempre de

olho na sustentabilidade e segurança das

atividades ofertadas. Além do cuidado com

os mínimos impactos de suas atividades,

os empresários aliam turismo à educação

ambiental, ofertando para crianças e

adolescentes atividades conhecidas como

Estudos do Meio. Nessas atividades são

exploradas questões específicas que

buscam despertar a atenção da criança para

as peculiaridades do ambiente visitado,

fazendo-a refletir sobre como suas atitudes

e escolhas podem afetar o ambiente.

As crianças também entram em contato com

tecnologias e práticas sustentáveis, como o

aquecimento por energia solar, reciclagem

e o biodigestor, aprendendo que soluções

simples podem ajudar a minimizar os

impactos negativos dos seres humanos no

planeta.

Alguns passeios passam pela Pedra da

Bela Vista, onde se aprende sobre grutas,

morcegos e sobre a história da região, palco

de fatos importantes da Revolução de 1930.

E, como não poderia deixar de ser, até as

aventuras entram no clima da educação

ambiental. Enquanto as crianças fazem

rafting, os monitores mostram e explicam

problemas de erosão e assoreamento do

rio. Também destacam áreas de mata nativa

e recuperação do solo, levando o grupo a

pensar sobre os impactos do desmatamento

e estimular a consciência ambiental.

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Socorro - SP

17

Socorro - SP

O segmento de Turismo de Aventura Especial

Para falar de Aventura Especial é preciso, primeiro, compreender os conceitos de Turismo de Aventura e Acessibilidade.De acordo com o Ministério do Turismo, “Turismo de Aventura compreende os movimentos turísticos decorrentes da prática de atividades de aventura de caráter recreativo e não competitivo”1. Isso significa que, para ser Turismo de Aventura, é preciso que:

• Haja movimento turístico, ou seja, pessoas se deslocando de seu local de residência e utilizando serviços e equipamentos turísticos no destino

• O movimento seja motivado pela busca de experiências físicas e sensoriais recreativas que envolvam desafio, riscos avaliados, controláveis e assumidos

• As aventuras ocorram em quaisquer espaços: natural, construído, rural, urbano, estabelecido como área protegida ou não

• Não haja competição, pois, neste caso, as atividades são tratadas no âmbito do segmento Turismo de Esportes e não de Aventura

Já a acessibilidade, apesar de não se constituir em um segmento em si, foi adotada pelo MTur como uma

1. BRASIL. Turismo de aventura: orientações básicas. Ministério do Turismo: Brasília, 2008. Disponível em www.turismo.gov.br

estratégia do Plano Nacional de Turismo 2007-2010 – Uma Viagem de Inclusão, para transformar o turismo em um importante mecanismo de desenvolvimento econômico do Brasil e em um grande indutor de inclusão social. Com a visão de que as necessidades das pessoas com deficiência e com mobilidade reduzida assumem um caráter estratégico de ação efetiva do Estado, o MTur está desenvolvendo ações para estruturar os destinos e estimular o turismo entre grupos e minorias que, até então, não tinham acesso a experiências de viagem. O programa piloto, Sensibilização para o Turismo Acessível, implementado pela Avape e pela Prefeitura de Socorro, visa promover o mapeamento da acessibilidade turística e a qualificação do receptivo turístico local para o atendimento adequado a pessoas com deficiência e com mobilidade reduzida, além de propor e divulgar roteiros adaptados em diferentes segmentos turísticos, tais como Turismo Cultural, Ecoturismo e Turismo de Aventura.A experiência adquirida com este programa é apresentada em uma publicação de quatro volumes, intituladas Turismo Acessível – Introdução a uma viagem de inclusão, Mapeamento e Planejamento de Acessibilidade em Destinos Turísticos, Bem Atender no Turismo Acessível e Bem Atender no Turismo de Aventura Adaptada,2 produzidas pela Avape e pelo MTur e disponível no portal do MTur.

2. www.socorro.sp.gov.br

20

Socorro - SP

O modelo de gestão descentralizada2

concebido pelo Plano Nacional de Turismo e

implementado pelo MTur prevê a integração

de diversas instâncias da gestão pública e

da iniciativa privada por meio da criação e

organização dos arranjos institucionais.

O projeto Destinos Referência em Segmentos

Turísticos desenvolvido pelo MTur em

parceria com o Instituto Casa Brasil de

Cultura, tem como objetivo criar uma

estratégia de governança local, a partir

do fortalecimento e aperfeiçoamento

de segmentos de mercado, procurando

envolver de forma participativa toda a cadeia

produtiva e instituições relacionadas com o

segmento escolhido, através de prioridades

e estratégias definidas e com foco na

competitividade.

O projeto tem como premissa a

participação efetiva dos representantes

locais, fortalecendo as entidades públicas

e privadas, o trade e as organizações não

governamentais, levando à formação de

um Grupo Gestor que assume o papel

de líder do processo, buscando assim

garantir a continuidade das ações na área

do turismo, resultados mercadológicos e a

sustentabilidade do destino.

Assim, foram escolhidos dez destinos

com características diferentes, em

regiões diferentes, para que suas

2. Ministério do Turismo: www.turismo.gov.br

experiências contribuam para criar uma

base metodológica que possa servir de

modelo para outros destinos no Brasil,

validando e consolidando a estratégia de

desenvolvimento de políticas públicas, e de

ampliação e diversificação da oferta turística

nacional.

Projeto Destinos Referência em Segmentos Turísticos

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Socorro - SP

23

Socorro - SP

Destino referência em Turismo de Aventura Especial

As iniciativas pioneiras e experiências

de Socorro no segmento de Turismo de

Aventura e Acessibilidade chamaram a

atenção para o destino, que passou a contar

com o apoio de diversas instituições que

contribuíram para que a cidade se tornasse

realmente referência em Aventura Especial.

Em 2008, ao iniciar o projeto Destinos

Referência em Segmentos Turísticos, muitas

ações importantes já estavam acontecendo,

mas não havia foco em nenhum segmento

específico e havia muitas iniciativas

desarticuladas. Outros desafios eram a pouca

integração entre o fluxo turístico dos parques

e pousadas com a vida social e cultural

da cidade, a baixa qualificação de alguns

serviços e pouca adesão aos projetos de

Aventura e Acessibilidade.

Diferentemente de outros destinos

envolvidos no projeto, em que se trabalhou

um segmento claro e específico, em Socorro

o desafio foi aliar Aventura e Acessibilidade

em uma experiência possível e coerente,

primeiro dentro do próprio destino e depois

num formato que pudesse ser reaplicado em

outros locais.

Porém, neste momento, também já havia um

cenário favorável, que possibilitou a solução

dos desafios e o desenvolvimento do destino

com foco na Aventura Especial.

Como já havia uma governança local

estabelecida, representativa e atuante, com

base no Conselho Municipal de Turismo

(Comtur), a estratégia foi fortalecer esta

instituição para ser o alicerce do arranjo

institucional. Alguns empresários locais – que

já tinham iniciativas nas áreas de Aventura

e Acessibilidade e estavam motivados pelas

oportunidades dos programas – estavam

organizados na Associação Comercial

e contribuíram para agregar novos

empreendimentos e fortalecer o movimento

pela Aventura Especial. Cabe ainda destacar

a articulação dos poderes público municipal,

estadual e federal, que mantiveram o

apoio aos projetos em desenvolvimento

independentemente de preferências e

mudanças políticas.

Para atender às necessidades do destino,

que eram principalmente interligar as ações

e programas que estavam acontecendo e

reacender o ânimo dos parceiros envolvidos.

A estratégia do projeto foi apoiar e articular

os convênios de três instituições com o MTur:

• ConvêniocomaAbetaparaqualificar

os prestadores de serviço de Turismo

de Aventura e implementar as Normas

Técnicas de Turismo de Aventura3 para

condutores, informações mínimas

3. www.abntnet.com.br/mtur

preliminares a clientes e requisitos para

o Sistema de Gestão de Segurança e

Terminologia.

• ConvêniocomaAvapeparaplanejamento

e articulação com as organizações locais;

mapeamento, diagnóstico e assessoria

técnica para adequação das estruturas

públicas e privadas no município;

realização de cursos de qualificação aos

prestadores de serviços turísticos, de apoio

e Turismo de Aventura; desenvolvimento

e produção de material técnico de cunho

didático, comercial e operacional.

• ConvêniocomaPrefeituraMunicipalde

Socorro4 para adequação das estruturas

públicas e criação de um roteiro urbano

adaptado.

No decorrer do projeto Destino Referência

em Turismo de Aventura Especial, a Abeta

implementou o programa Aventura

Segura, qualificou empresas e profissionais,

organizou a associação do segmento e

formalizou os empreendimentos. A Avape

mapeou os equipamentos públicos e

privados, mediu e avaliou as condições

de acessibilidade e propôs modificações,

projetando como deveriam ser as

adaptações. Ao lado da prefeitura, desenhou

ainda os roteiros turísticos que seriam

adaptados. Além disso, ofertou cursos

específicos de atendimento a pessoa com

4. www.socorro.sp.gov.br/

deficiência, como a comunicação por meio

da Língua Brasileira de Sinais (Libras), tanto

para prestadores de serviço público quanto

privado, ligados direta ou indiretamente ao

turismo.

A prefeitura investiu na criação de roteiro

adaptado, que interliga dez pontos turísticos

totalmente trafegáveis por turistas com

deficiência, na região central da cidade,

contemplando o Centro Histórico, o comércio

local, o Mirante do Cristo e o Horto Municipal.

O apoio e as ações do MTur e das instituições

conveniadas motivaram os empresários e os

moradores, criando uma forte sinergia sobre

o tema no destino. Assim, os empresários

passaram a oferecer atividades de Aventura

completamente adaptadas para atender a

esse público.

O Comtur, que desde o princípio era a

instituição representativa da governança

local, ficou ainda mais fortalecido.

Organizado no formato de comissões

técnicas – grupos de trabalho voluntário

com foco em Aventura, Acessibilidade,

Marketing e outros temas relacionados ao

setor –, o Comtur é uma peça-chave no

desenvolvimento organizado do destino.

Sua importância como Grupo Gestor

foi respaldada, inclusive nos estudos de

competitividade da FGV, também realizados

em Socorro durante o desenvolvimento do

projeto.

24

Socorro - SP

25

Socorro - SP

Em Socorro, a Ação Símbolo do projeto –

entendida como algo efetivo que represente

o resultado dos esforços coletivos e

inspire novas pessoas e instituições a se

envolver com a estruturação do segmento

e do destino – foi a inauguração do roteiro

adaptado, com a presença do ministro do

Turismo, imprensa, autoridades, técnicos e

comunidade. Essa ação projetou o destino na

mídia, colocando-o em evidência tanto entre

o trade quanto entre o público-alvo, o que se

refletiu em aumento do fluxo ao destino.

Resultados alcançados

Durante a realização do projeto Destinos

Referência em Segmentos Turísticos, a equipe

de trabalho envolvida na execução do projeto

foi muito importante para a articulação e

integração das ações e resultados com as

estratégias do MTur. Esse foco contribuiu

para atingir um resultado coletivo, que

foi exatamente consagrar Socorro como

referência em Aventura Especial.

Mesmo antes da finalização do projeto

Destinos Referência em Turismo de

Aventura Especial em Socorro, o destino

já se posicionava no mercado nacional

como modelo em Turismo de Aventura e

Acessibilidade. Técnicos e representantes

do destino já apresentam as experiências

bem sucedidas em eventos e publicações

em todo Brasil. O aumento na quantidade

de visitas técnicas de gestores públicos e

empreendedores privados, que buscam

aprender como aplicar as normas de

Aventura e Acessibilidade em seus locais

de origem, demonstra a importância que

a estruturação da Aventura Acessível em

Socorro tem para o desenvolvimento e

inclusão social através do turismo. Prova

do sucesso das ações e do destino é a

recente visita da Secretaria da Copa 2014

e Rio 2016 e da Secretaria da Pessoa com

Deficiência, ambas da Prefeitura do Rio de

Janeiro, que visitaram a cidade para conhecer

a experiência de Socorro e utilizá-la nas

adaptações das estruturas da cidade para a

Copa 2014, Olimpíadas e Paraolimpíadas do

Rio de 2016.

Resultados do Projeto

• Adesãodosempresárioseprestadoresdeserviçoaosprogramasdequalificaçãoe

implementação de normas técnicas de Turismo de Aventura e acessibilidade

• Governançalocalrepresentativaeatuante,baseadanoComtur

• Atuaçãocontinuadaeliderançadopoderpúblicomunicipalque,apesardatrocade

administração durante o projeto, manteve o processo em andamento e fortaleceu o

destino

• Articulaçãoeentendimentoentreosdiversosprojetoseaçõesrealizadosnodestino

• Preparaçãododestinoparaexposiçãonamídia,conquistandopromoçãoespontânea

devido ao tema inovador

• Repercussãonoaumentodofluxodevisitantes,inclusiveforadetemporada

• Utilizaçãodeassessoriatécnicaparaimplementaçãodasnormas

• BoarelaçãoinstitucionalentreosPoderesPúblicosmunicipal,estadualefederal,sem

interferência de política partidária

• Realizaçãodesemináriodemultiplicação,oficinadeprojetoevisitatécnicacoma

participação do grupo gestor do projeto, empresários e comunidade do destino,

além de representantes de outros destinos com vocação para o desenvolvimento de

Turismo de Aventura e acessibilidade

Para saber mais:www.turismo.gov.brwww.abeta.org.brwww.aventurasegura.org.brwww.inmetro.gov.brwww.aventuraespecial.org.brwww.avape.org.brwww.abnet.com.br/mturwww.socorro.sp.gov.brwww.cadastur.turismo.gov.br

Equipe Ministério do TurismoCoordenação Geral

Ricardo Martini MoeschTânia Brizolla

Coordenação TécnicaAna Clévia Guerreiro LimaJurema MonteiroRosiane RockenbachSáskia Lima

Equipe técnicaBrena CoelhoCarolina CamposFabiana OliveiraLaura MarquesPhilippe FigueiredoTalita PiresWilken Souto

ColaboraçãoAna Beatriz Borges SerpaAlessandra LannaBárbara Blaut RangelCristiano BorgesLuis Eduardo DelmontMarcela SouzaPriscilla GrintzosRafaela LehmannSalomar Mafaldo

Equipe Instituto Casa Brasil de CulturaCoordenação do projeto

Marcelo SafadiCoordenação operacional e assistência técnica

Priscila VilarinhoConsultores dos destinos

Marcos Pompeu – São João del Rei (MG) e Jericoacoara (CE)Priscila Vilarinho – Brasília (DF), Paraty (RJ) e Ribeirão Preto (SP)Rodrigo Lopes – Serra Geral (SC), Lençóis (BA) e Socorro (SP)Ricardo Silva – Santarém (PA) e Barcelos (AM)

Consultores de apoioAlessandra SchneiderFelipe ArnsMarcos Martins Borges Paulo d’Ávila FerreiraRoberto MourãoThiago Dias

Apoio administrativoJairo Mendonça Júnior

Assistência técnica adminstrativaBreno Mendonça Vieira

© Instituto Casa Brasil de Cultura. Goiânia, 2010

Destinos de Referência em TurismoSegmento: Aventura EspecialDestino: Socorro – SPParceiros executores locais: Associação para Valorização de Pessoas com Deficiên-cia (Avape)Associação Brasileira de Turismo Aventura (Abeta)Prefeitura Municipal de Socorro

Coordenação editorialWolneyUnes

TextoAlessandra Schneider

Projeto gráfico Samara Bitencourt

Arte final de capa Genilda Alexandria

DiagramaçãoMarcus Lisita Rotoli

FotografiaBanco de Imagens do Estado de São Paulo

Revisão Camila Pessoa

ApoioAcolhida na Colônia AbetaCasa AzulBeltaInstituto DharmaConvention BureauAvapePrefeitura de SocorroSebrae-CEAmazonasTurSecretaria de Turismo de Barcelos

ImpressãoMarques e Bueno Ltda. (Gráfica Talento)