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UNIVERSIDADE SANTA CECÍLIA
GESTÃO AMBIENTAL PORTUÁRIA
FERNANDO BOZZA
DESTINAÇÃO DE RESÍDUOS PORTUÁRIOS:
UMA ANÁLISE BASEADA EM TERMINAIS PORTUÁRIOS
Santos - SP
Setembro/2015
UNIVERSIDADE SANTA CECÍLIA
GESTÃO AMBIENTAL PORTUÁRIA
FERNANDO BOZZA
DESTINAÇÃO DE RESÍDUOS PORTUÁRIOS:
UMA ANÁLISE BASEADA EM TERMINAIS PORTUÁRIOS
Santos - SP
Setembro/2015
Trabalho de conclusão de curso apresentado como exigência parcial para obtenção do título de Pós-graduado (lato sensu) em Gestão Ambiental Portuária à Universidade Santa Cecília, sob a orientação do Prof. Esp. Gustavo Abrahão dos Santos.
FERNANDO BOZZA
DESTINAÇÃO DE RESÍDUOS PORTUÁRIOS: UMA ANÁLISE BASEADA EM TERMINAIS PORTUÁRIOS
Trabalho de conclusão de curso apresentado como exigência parcial para obtenção do título de Pós-graduado (lato sensu) em Gestão Ambiental Portuária à
Universidade Santa Cecília.
Orientador: Gustavo Abrahão dos Santos
Data da aprovação: ____________
_______________________
Profº. Esp. Gustavo A. dos Santos
_______________________
Prof.................................................
_______________________
Prof.................................................
RESUMO
O objetivo deste trabalho é discutir a necessidade de uma legislação de âmbito federal, que exija o cadastramento de empresas gerenciadoras de resíduos, para que se tenha melhor controle da geração e destinação dos terminais portuários. Foram apresentados e comparados, dados qualitativos e quantitativos dos resíduos gerados, para afirmar a necessidade de novos e rigorosos procedimentos, assim prevenindo danos ao meio ambiente. Os números foram obtidos através de um levantamento apresentado pela Codesp, e revelaram uma variedade e volume de resíduos muito maiores nos terminais, do que nas embarcações. Após análise dos dados, concluiu-se que é necessária a criação de uma legislação específica para o gerenciamento de resíduos nos terminais portuários.
PALAVRAS-CHAVE: Gestão Ambiental; Resíduos; Porto de Santos; Terminais
portuários.
ABSTRACT
The objective of this paper is to discuss the need for a federal law that requires the registration of waste management companies businesses, in order to have better control of generation and allocation of port terminals. They were presented and compared, qualitative and quantitative data of the waste generated, to affirm the need for new and stricter procedures to prevent damage to the environment. The numbers were obtained by a survey made by CODESP, and showed a variety and much larger volume of waste terminals than the vessels . After analyzing the data, it was concluded that the creation of specific legislation for waste management in port terminals is required. KEYWORDS: Environmental Management; Waste; Port of Santos; Port terminals.
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Resíduos sólidos gerados por embarcações ........................................... 14
Tabela 2 – Resíduos sólidos gerados por terminais. ................................................. 15
S U M Á R I O
INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 7
1 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................ 9
1.1 Autoridades portuárias ....................................................................................... 9
1.2 A PNRS ........................................................................................................... 10
1.3 O Porto de Santos x meio ambiente ................................................................ 11
1.4 Retirada de resíduos de embarcações ............................................................ 12
1.5 Geração de resíduos nos terminais portuários ................................................ 14
CONCLUSÃO ............................................................................................................ 17
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 18
7
INTRODUÇÃO
A gestão ambiental funciona num processo crescente, atendendo inicialmente
as normas existentes, buscando sempre a qualidade do meio ambiente, e diminuição
dos riscos, através do uso de regramentos, normas e padrões de controle.
É umas das responsabilidades da gestão ambiental estudar a problemática da
geração desenfreada de resíduos, bem como rastrear sua destinação. Visto que o
resíduo é um problema continuado, garantir um bom planejamento e adotar medidas
preventivas, são ações de um gerenciamento ambiental eficiente.
Com o surgimento da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), a
obrigatoriedade de um Plano de Gerenciamento de Resíduos para as empresas
privadas, e a questão da responsabilidade compartilhada, foram melhorias
implantadas a fim de prevenir e reduzir a geração de resíduos.
Com as novas diretrizes e processos mais eficientes, o setor portuário, grande
gerador de resíduos, teve de se adequar e melhorar sua gestão para atender os
requisitos propostos em lei, e é dever dos portos, garantir operações portuárias
seguras, eficientes e com o mínimo de riscos ao meio ambiente.
Apesar de toda a habilitação necessária para a atuação de um terminal
portuário de uso privativo (TUP), e de empresas coletoras de resíduos em portos
brasileiros, as ações preventivas sobre a destinação de resíduos, ainda é um grande
problema.
Para que empresas privadas possam atuar na coleta de resíduos de
embarcações, devem seguir a norma exigida pela Agência Nacional de Transportes
Aquaviários (ANTAQ), aplicada através da Resolução nº 2190. A CODESP tem a
função de fiscalizar o cumprimento desta legislação, que exige um controle mais
detalhado desde o processo da geração até o destino final dos resíduos.
Já para terminais, onde controle é menos rigoroso, a CODESP exige um
Inventário de Resíduos Anual, onde constam informações para ciência e controle, já
que o material já foi coletado e destinado. Apesar do documento exigir uma série de
dados importantes, caso seja detectada alguma irregularidade, a ação será corretiva,
8
partindo do princípio que o ato já foi executado.
Contudo, os tipos e volume de resíduos gerados pelos terminais são
imensamente maiores que os coletados direto das embarcações, além de possuírem
em grande parte, maiores riscos, conforme serão apresentados no decorrer deste
trabalho.
Dentre os objetivos específicos deste trabalho, estão:
apresentar os resíduos gerados pelas embarcações e pelos
terminais privados no Porto de Santos.
comparar os dados obtidos.
discutir a legislação existente para coleta de resíduos gerados pelas
embarcações.
discutir a ausência de leis para controle de resíduos gerados pelos
terminais.
apontar as diferenças e resultados em ambas as situações.
Este trabalho, caracteriza-se por metodologia de estudo de caso, do tipo
quantitativa, através de uma pesquisa exploratória de dados, baseada numa revisão
bibliográfica abrangente sobre o tema, com apresentação de tabelas e números
representativos (YIN, 2005). Os dados serão analisados, e ao final, apresentada a
conclusão.
No decorrer do desenvolvimento deste trabalho, o seguinte roteiro foi definido:
apresentação das autoridades portuárias, apontando suas
responsabilidades.
relação entre a Política Nacional de Resíduos Sólido e os Portos;
análise da gestão ambiental do Porto de Santos atualmente.
desenvolvimento de comparativo entre os resíduos gerados por
embarcações e os gerados pelos terminais privados, através de
questões de mensuração.
questionamentos sobre a necessidade de lei específica para os
terminais, e conclusão sobre os dados.
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1 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
1.1 Autoridades portuárias
A Secretaria de Portos responde diretamente por somente quatro portos no
país, contudo existem 37 portos públicos, que têm suas administrações exercidas pela
União, através da Companhia Docas, ou à municípios estados e consórcios. Ela
também é responsável por políticas, medidas, programas e projetos que apoiem o
desenvolvimento dos portos (MESQUITA, 2015).
O Porto de Santos é administrado pela União, através da Codesp, porém, é a
Antaq quem possui a função deliberativa, quem analisa, e permite concessões para
os terminais privados, poderes concedidos à ela após a Lei dos Portos (A TRIBUNA,
2015). Com a Codesp, autoridade portuária, permaneceu as funções administrativas
e burocráticas, além de divulgação de dados estatísticos e reporte à agência
reguladora Antaq, quando do descumprimento de normas cometidos pelas empresas
(ALBINO, 2015; MARÇAL, 2011).
Segundo a ANTAQ (2002) em um informativo sobre o Porto Santista, aponta
que sua história foi iniciada devido a cultura de café, que tomou proporções de
exportação e necessitava de uma área adequada para tal. Um Decreto Imperial,
concedeu à Gaffrée, Guinle e Cia, que mais tarde veio a se transformar na Companhia
Docas de Santos, o direito de construir e explorar o Porto santista. Passados os 90
anos, o Porto teve sua administração assumida pela Companhia Docas do Estado de
São Paulo, a CODESP.
Um estudo realizado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA,
2012), apresentou a necessidade de novos investimentos nas operações portuárias,
para que não ocorresse uma fuga para outros complexos de carga. Neste ano, o Porto
de Santos era responsável por 33% das cargas marítimas do país, e sofria com a
limitação de capacidade, segundo PORTOGENTE (2014). De acordo com sítio
institucional do Porto de Santos (2015), os terminais privados trouxeram
melhoramentos e modernização, além de ampliações na capacidade de
armazenamento e movimentação de cargas.
10
TUP é “instalação construída por instituições privadas, não integrante do
patrimônio do Porto Público, para a movimentação e armazenagem de mercadorias
destinadas ao transporte aquaviário ou provenientes dele” (ANTAQ, 2015).
1.2 A PNRS
Em 2010, foi promulgada uma lei que estabeleceu a Política Nacional de
Resíduos Sólidos (PNRS), que trouxe como proposta a criação de metas, definição
de responsabilidades, e fornecimento de instrumentos importantes para melhorar o
meio ambiente. Um desses instrumentos é o Plano de Gerenciamento de Resíduos
Sólidos (PGRS), para padronizar o modelo, e tentar garantir o manejo correto dos
resíduos (MMA, 2015). A lei não inovou, e sim, aprimorou e formalizou princípios já
divulgados na Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e
Desenvolvimento.
Algumas das diretrizes de grande destaque estão: a instituição da
responsabilidade compartilhada, que torna corresponsáveis pelo resíduo gerado os
fabricantes, importadores, distribuidores, comerciantes e cidadãos; a instituição de
ferramentas de planejamento, como por exemplo o Plano de Gerenciamento de
Resíduos Sólidos, em todas as esferas (nacional, regional, municipal, etc); a
uniformização dos planos de gestão de resíduos sólidos; a definição dos resíduos
sólidos dos vários modais de transporte, o que facilitou os processos administrativos
e operacionais no setor portuário (MARTINS; MORE, 2012).
Porém, um estudo realizado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada
(INPEA, 2012), verificou que não há padronização nas informações e modelos
adotados, entre todos os portos existentes no país. Esse tipo de situação ocorre
devido à falta de pesquisas e capacitação de pessoal, quando se trata de uma atuação
integrada, falta de reconhecimento da situação real, saber lidar em ocorrências
distintas, a lentidão na aprovação do PGRS, entre outros (CARVALHO, 2007).
11
1.3 O Porto de Santos x meio ambiente
Na sua função de administradora do Porto, a Codesp deve buscar sempre
melhorias na gestão ambiental, juntamente com os operadores portuários, terminais
e órgão públicos, diz Angelino Caputo, presidente da Codesp (PORTO DE SANTOS,
2015a).
Os problemas ambientais que ocorrem na área portuária, são tão complexos
que exigem a soma de esforços entre setores públicos e privados, para que se
desenvolvam novas ideias. Conflitos relacionados à operação, envolvem riscos de
acidentes ambientais e casos de poluição, já conflitos relacionados à expansão da
área, envolvem problemas com comunidades instaladas ao entorno (Cunha, 2006).
Segundo o caderno de modelo ambiental portuário, O Porto Verde, um manual
de modelo ambiental portuário, criado pela Antaq (2011), os problemas estendem-se
para muito além, e são eles:
resíduos de embarcações,
operações de abastecimento ou retirada das embarcações,
operações de dragagem,
resíduos das atividades portuárias,
operação de máquinas e veículos portuários,
manuseio de cargas perigosas,
limpeza das embarcações,
contaminação por água de lastro,
poluição do ar por emissão de gases ou partículas sólidas,
geração de odores
geração de ruídos
E os resíduos gerados no porto de Santos, são divididos, de acordo com a
Codesp (2014), conforme segue:
resíduos Classe I: Perigosos (conforme NBR 10.004/2004) –
produtos químicos, pilhas, solventes, resíduos de laboratório, etc;
resíduos Classe IIA: Não Inertes (conforme NBR 10.004/2004) –
resíduos de varrição, sobra de alimentos, madeira, tecidos, etc;
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resíduos Classe IIB: Inertes (conforme NBR 10.004/2004) – resíduos
de plástico, borracha, vidro, sucata, RCC;
resíduos de taifa: pode se enquadrar como Classe I Perigoso ou
Classe II Não perigoso, e se trata de resíduo operacional, como
restos de alimentos, embalagens e os resíduos de operação e
manutenção do navio.
Com o Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos, exigido pela PNRS,
novas diretrizes foram traçadas para que fossem cumpridas por todos operadores
portuários, embarcações, e quaisquer atores do Porto de Santos (ANTAQ, 2006).
Cabe à Administração Portuária, fiscalizar e garantir o cumprimento das regras
e atingimento de metas para uma melhoria continua.
A Antaq realizou um levantamento para avaliar a gestão ambiental dos
complexos portuários públicos, onde o Porto santista classificou-se em 12º lugar,
dentre 18 avaliados. O Índice de Desempenho Ambiental, que serviu como critério
avaliativo, levou em consideração “fatores econômicos-operacionais, sociológico-
culturais, físico-químicos e biológico-ecológicos, avaliados de 0 a 100.”
(FIGUEIREDO, 2015). Através da divulgação periódica desse levantamento, será
possível avaliar o investimento necessário e melhorias na gestão ambiental no Porto
de Santos.
Um outro braço de suporte para melhorias ambientais do setor portuário, é o
Manual detalhado de instalações portuárias para recepção de resíduos (IMO),
documento produzido pela Organização Marítima Internacional, que tem a finalidade
de fornecer suporte para instalações de recepção de resíduos gerados em navios. O
Manual retrata que uma instalação adequada, deve responder às necessidades
completas de um navio, ser capaz de receber os resíduos e misturas e facilitar a carga
e descarga dos navios, para não causar atrasos indevidos (IMO, 2004).
1.4 Retirada de resíduos de embarcações
A prestação de serviço de retirada de resíduos de embarcações tornou-se mais
burocrática com a elaboração da resolução nº 2190, uma norma disciplinar elaborada
13
pela Antaq em julho de 2011. Posteriormente, a Codesp somou à ela outros processos
e leis, e criou uma resolução específica para a realização deste serviço no Porto de
Santos, chamada resolução 12.2012, alterada em 2014, pela de nº13.2014.
A resolução nº 2190 (ANTAQ, 2011a) estabeleceu regras importantes para o
serviço de prestação de serviços para retirada de resíduos de embarcações, tornando
o processo mais seguro, e garantindo o mínimo de impacto ao meio ambiente.
A resolução 13.2014, exige do prestador uma série de documentos, certificados
e informações, que devem ser entregues à autoridade controladora.
Além de vistorias aos equipamentos, instalações e os transportes, parte da
documentação exigida é:
formulário de cadastramento de prestador de serviço.
licença de operação cabível emitida por órgão ambiental
competente.
seguro ambiental.
licença de operação em vigor, emitida por órgão ambiental local.
alvará de funcionamento.
autorização de funcionamento da empresa emitido pela Anvisa.
certificado no cadastro técnico federal, emitido pelo Ibama.
A Codesp deve atuar com suas atividades administrativas, e também fiscalizar
o cumprimento das leis (CODESP, 2014). Algumas de suas atividades:
procedimentos operacionais e de emergência.
promover o credenciamento de empresas coletoras de resíduos.
preencher e manter atualizados formulários.
manter o registro das operações de coleta atualizados
periodicamente.
instituir e aplicar modelo padrão de certificado de retirada de
resíduos de embarcações.
O total de resíduos de embarcações gerados em 2012, segundo o Quadro
detalhado de resíduos, fornecido pelo sítio do Porto de Santos, foi de 77,5 mil
toneladas, conforme tabela abaixo:
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Tabela 1 – Resíduos sólidos gerados por embarcações
CLASSIFICAÇÃO RESÍDUO PESO (t)
IIA - Não inerte Taifa 1.952
I – Perigoso Óleo usado 75.623
TOTAL GERAL 77.575
Fonte: PORTO DE SANTOS, 2012.
Atualmente, o serviço de coleta de resíduos de embarcações é realizado por
14 empresas.
A norma torna possível a rastreabilidade dos resíduos gerados, uma vez que
exige um processo detalhado e rigoroso, dificultando a execução irregular, e
facilitando a fiscalização.
“É óbvio que resíduos gerados em navios somente são uma parte do fluxo total
de resíduos de um porto. Da mesma forma, todos os resíduos recebidos e gerados
em um porto são parte do fluxo de resíduos de um país” (IMO, 2004)
1.5 Geração de resíduos nos terminais portuários
Quaisquer terminais marítimos têm a responsabilidade de possuir um Sistema
Integrado de Gestão Ambiental, visando ações de proteção ao meio ambiente e
promovendo melhorias, como um sistema de coleta, classificação, transporte, entre
outros. (ANTAQ, 2011).
Portanto, para garantir que o fluxo de resíduos seja eficiente e ambientalmente
correto, os terminais devem tratá-los de maneira a evitar transferências de problemas
de poluição.
O quadro abaixo é de 2012, e apresenta uma relação de resíduos gerados por
terminais, com sua classificação, peso em toneladas, e volume em litros, afim de
apresentar uma dimensão da variedade e significância:
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Tabela 2 – Resíduos sólidos gerados por terminais
CLASSIFICAÇÃO PESO (t) Volume (I) Unidades
I – Perigoso
Resíduos sólidos contaminados
2.080 752.811 79.815
Emulsão aquosa
Solventes contaminados
Borra de ETE
Mix de soluções de pré-wash
Produto químico contaminado
Resíduos orgânicos de processo
Resíduos oleosos
Solo contaminado
Borra - CSAO
Resíduos de derramamento de óleo
Resíduos de derramamento de produtos químicos
Resíduos sólidos orgânicos contaminados
Óleo usado
Resíduos laboratoriais
Resíduos têxteis contaminados
Resíduos ambulatoriais
Barreias, manta, turfa
Lâmpadas, pilhas, baterias
Resíduos de borras de tinta
Cartuchos de impressora e tonner
CLASSIFICAÇÃO PESO (t) Volume (I) Unidades
IIA - Não inerte
Resíduos de varrição
8.570 6.681.227 4.595
Resíduos orgânicos de processos
Resíduos de madeiras não tóxica
Restos de alimentos
Resíduos de papel e papelão
RCC – Classe B e C
Efluente orgânico
Mistura de resíduos orgânicos com recicláveis
Resíduos sólidos e ETE
Resíduos de materiais têxteis
Resíduo de despoeiramento
Resíduo de minerais não metálicos
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Fonte: PORTO DE SANTOS, 2012.
Comparando-se os dados entre os resíduos retirados de embarcações, e os
dados do quadro acima, percebe-se que a quantidade, volume e variedade de
resíduos é muito maior nos terminais. Enquanto as embarcações geram apenas 1.952
toneladas de resíduos de taifa (Classe IIA), os resíduos sólidos dos terminais geram
8.570 toneladas e 6.681.227 litros. Entre os resíduos perigosos também segue uma
grande diferença.
Este comparativo revela a importância dos riscos possíveis que podem gerar
os resíduos dos terminais, e a atenção na questão do gerenciamento de resíduos
desses locais, bem como a escolha das empresas que prestarão o serviço.
CLASSIFICAÇÃO PESO (t)
Volume (I) Unidades
IIB - Inerte
RCC – Classe A
4.750 - 5.418
Sucata metálica
Resíduo de plástico
Pneus
Resíduos de vidros
Resíduos de borracha
TOTAL GERAL 15.400 7.434.038 89.828
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CONCLUSÃO
Em vista dos argumentos apresentados, fica clara a importância de legislação
específica para gestão dos resíduos gerados por terminais. Pois, apesar da
necessidade de um grande investimento para se elaborar e implantar um
gerenciamento ambiental adequado, os custos de ações corretivas serão
extremamente elevados, além de possíveis riscos à saúde pública.
Leis e normas mais exigentes, da mesma forma que o são para o serviço de
retirada de resíduos de embarcações, trariam maior segurança ao meio ambiente.
Seria necessário que a lei abrangesse o completo ciclo de vida do resíduo,
desde sua geração, até a disposição final.
A autoridade portuária, amparada por uma legislação eficaz, analisando
informações das atividades exercidas no ato do cadastramento das empresas
gerenciadoras, garantiria organização, planejamento e rastreabilidade, onde o resíduo
seria parte de um processo eficaz e com baixo risco ao meio ambiente.
Por fim, as empresas gerenciadoras de resíduos sendo controladas e
fiscalizadas pelas operadoras portuárias, como são as embarcações no Porto de
Santos, limitaria o erro de ações ligadas ao meio ambiente, e paralelamente traria uma
doutrina na questão do enquadramento de procedimentos além da busca pela
melhoria contínua das empresas que prestam serviço nesta área.
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REFERÊNCIAS
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