desinfecÇÃo de almotolias: atividade ...as brincadeiras, conselhos, choros, risadas,...
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UniSALESIANO
Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium
Curso de Enfermagem
Amanda da Silva Machio Nogueira
Giovanna Giacomini Cerri
DESINFECÇÃO DE ALMOTOLIAS: ATIVIDADE
ANTIMICROBIANA DO HIPOCLORITO DE SÓDIO
1% EM NÍVEL INTERMEDIÁRIO
LINS-SP
2019
AMANDA DA SILVA MACHIO NOGUEIRA
GIOVANNA GIACOMINI CERRI
DESINFECÇÃO DE ALMOTOLIAS: ATIVIDADE ANTIMICROBIANA DO
HIPOCLORITO DE SÓDIO 1% EM NÍVEL INTERMEDIÁRIO
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Banca Examinadora do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium Lins-SP, curso de Enfermagem, sob a orientação da Profª Ma. Viviane Cristina do Nascimento Bastos e orientação técnica da Profª Ma. Jovira Maria Sarraceni.
LINS – SP
2019
AMANDA DA SILVA MACHIO NOGUEIRA
GIOVANNA GIACOMINI CERRI
DESINFECÇÃO DE ALMOTOLIAS: ATIVIDADE ANTIMICROBIANA DO
HIPOCLORITO DE SÓDIO 1% EM NÍVEL INTERMEDIÁRIO
Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium,
para obtenção do título de Bacharel em Enfermagem.
Aprovada em: _____/______/_____
Banca Examinadora:
Profa. Orientadora: Viviane Cristina do Nascimento Bastos
Titulação: Mestra em Doenças Tropicais pela Universidade Estadual Paulista
Júlio de Mesquita Filho – UNESP Botucatu/SP.
Assinatura _________________________________
1º Profa: Luciana Marcatto Fernandes Lhamas
Titulação: Mestra pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho –
UNESP Botucatu/SP.
Assinatura _________________________________
2º Prof: Paulo Fernando Barcelos Borges.
Titulação: Mestre em Enfermagem pela Universidade Estadual Paulista Júlio
de Mesquita Filho – UNESP Botucatu/SP.
Assinatura _________________________________
Agradecimentos Gerais
Agradeço e dedico este trabalho desenvolvido a todos que
participaram para que tudo desse certo.
À professora e orientadora Viviane Cristina do Nascimento
Bastos, pela paciência nas orientações e incentivo que tornaram
possíveis a conclusão desta monografia.
Agradecemos de coração à Professora Jovira Maria Sarraceni,
por todas as orientações técnicas e puxões de orelhas, obrigada por todas
as dúvidas tiradas e por nunca desistir de nós!
À professora Luciana Fernandes Marcatto Lhamas, que deu todo
apoio e suporte de análises microbiológicas e pelos ensinamentos.
Ao professor Chico nossos agradecimentos por ajudar nos quadros
de dados coletados na pesquisa.
“Não existe coisa melhor no mundo do que viver, curtir e gozar a vida,
que passa rápido e daqui não levaremos nada, a não ser toda a
experiência e as amizades”- Charles Chaplin.
Atenciosamente....
Amanda da Silva Machio Nogueira;
Giovanna Giacomini Cerri
Agradecimentos
Agradeço a Deus por mais essa conquista em minha vida,
obrigada por me sustentar até aqui, e por me dar pais maravilhosos que
sempre apoiaram todas as minhas decisões e que sempre acreditaram
em mim. Obrigada do fundo do meu coração pai Marcio Humberto
Cerri, mãe Claudia Eliane Giacomini Cerri e meu irmão Marcio
Humberto Cerri Filho, por todas as oportunidades que me deram até
hoje, e ser minha inspiração. Graças a vocês estou realizando este sonho.
Prometo que serei uma ótima enfermeira e que darei o meu melhor, se
hoje estou até aqui tenho muito a agradecer a vocês, obrigada pelo
incentivo e por todo carinho.
Ao meu namorado Rafael Bredariol Gazotto, que sempre esteve
comigo nessa caminhada, e principalmente, por escutar todas as minhas
reclamações e estresses do dia-dia, obrigada por sempre me apoiar e
incentivar minhas decisões.
Aos colegas de sala, sentirei falta de cada um de vocês, por todas
as brincadeiras, conselhos, choros, risadas, preocupações e até das
discussões. Saibam que torço por cada um de vocês, tenho a certeza que
serão ótimos profissionais. Levarei cada um de vocês comigo e espero
encontrar vocês pelos corredores dos hospitais.
A minha querida amiga e parceira de TCC Amanda, agradeço por
esses 5 anos, pela parceria, não foi fácil chegar até aqui mas enfim,
podemos dizer que acabou e valeu a pena cada noite mal dormida e
estressante, saiba que eu amo muito você, te admiro como pessoa e tenho
certeza que será uma ótima enfermeira.
Aos meus queridos professores, meus sinceros agradecimentos por
todo conhecimento e pela paciência. Em especial a minha orientadora
Viviane por todo apoio e paciência, saiba que te admiro muito como
pessoa e profissional, uma das pessoas mais doces e carinhosas que
conheci, porém ao mesmo tempo, a mais transparente e exigente, mas
justa. Saiba que me inspiro em você, obrigada por estar junto conosco,
em toda essa caminhada!
Atenciosamente: Giovanna Giacomini Cerri
Agradecimentos
Primeiramente agradeço a Deus que me sustentou a todo o momento, que em sua infinita sabedoria colocou força em meu coração para vencer essa etapa e todas as conquistas em minha vida.
“Direi do Senhor: Ele é o meu Deus, o meu refúgio, a minha fortaleza, e nele confiarei. Salmos 91:2”.
A família
Agradeço principalmente a minha mãe Paula e meu pai Fernando, que sempre estiveram ao meu lado, me dando apoio, segurando a minha mão e secando as minhas lágrimas. Por ter toda a paciência nos momentos de estresse e choros no decorrer destes anos, vocês sempre serão o meu refúgio e grande inspiração para alcançar todos os objetivos. Sem o apoio e amor de vocês não teria chegado até aqui! Eu amo vocês. A minha irmã e grande amor, que todas as vezes de estresse, você me abraçava e dizia que me amava. Minha gratidão por você é enorme, por Deus ter colocado você na minha vida, para transmitir alegria nos dias ruins.
Agradecer aos meus avôs Maria, Jandira e Jair que sempre estiveram ao meu lado, me apoiando, e agradecer também a minha tia Fernanda, que nos momentos mais difíceis me acolheu com todo amor. Vocês foram minha fortaleza de tudo. Deus foi generoso de ter me concebido uma família linda como esta.
Aos Amigos
Como passou rápido, foram cinco anos de companheirismo e finalmente chegamos ao tão esperado momento, o último ano! Ufa! Foram muitas risadas, brigas e principalmente festas juntos. Com vocês aprendi a verdadeira palavra de amizade, saber que temos alguém para contar nos momentos tristes e felizes. Nós fomos guerreiros e vitoriosos, por ter passado altos e baixos no decorrer destes cincos anos. Daqui pra frente, cada um de nós seguirá seu caminho, sua jornada.
A minha companheira e amiga de TCC Giovanna, como foi difícil essa etapa, pelos dias corridos e momentos de estresse. As dores de cabeça, as risadas no momento de desespero que não foram poucas. Mas enfim, conseguimos vencer mais uma etapa, mais uma etapa de companheirismo. Obrigada por ser essa amiga que Deus colocou na minha vida. Enfim, Obrigada por tudo. Eu amo você!
Meu agradecimento vai a minha amiga Paloma, que mesmo distante, sempre esteve presente por pensamentos dando toda força e me aplaudindo nas minhas conquistas e sendo minha psicóloga por muitos dias de estresse e erros. Obrigada pelas palavras ditas, eu amo você. Quero agradecer também a meu chefe Anselmo que proporcionou grandes oportunidades, aprendizados e conhecimentos, e que foi compreensivo com os afastamentos em horários de estudo, acompanhou de perto a realização desse trabalho e vibrou com a minha conquista. Você é um exemplo de ser humano. Obrigada por tudo.
Ao Orientador
Querida Viviane Cristina Bastos, quero agradecer por toda paciência, carinho que teve por nós, por todas as vezes que nos aconselhou, para nos tornarmos mais fortes e continuar essa jornada. Uma profissional de caráter e humildade. Nos ensinou a verdadeira paixão pela profissão, você é um exemplo de pessoa, profissional que orgulha a todos ao seu redor, principalmente nós. Obrigada por tudo.
Atenciosamente
Amanda Nogueira.
RESUMO
O processamento de artigos hospitalares em unidades de saúde tem como objetivo evitar qualquer evento adverso aos clientes. A transmissão de microrganismos causadores de infecção preocupa os especialistas da área da saúde, já que os artigos hospitalares podem se tornar um meio de infecção, ou seja, o microrganismo invade os tecidos corporais do hospedeiro provocando a doença. O objetivo geral da pesquisa foi verificar a presença de microrganismos patogênicos em almotolias, após a desinfecção periódica de nível intermediário em um hospital do interior do estado de São Paulo. As coletas das amostras de almotolias foram realizadas em seis setores hospitalares: Pronto socorro; UTI adulto; UTI neonatal; Maternidade; Clínica Médica e Central de Material de Esterilização. Foram coletadas 100 amostras, durante cinco dias consecutivos, no período da manhã. Logo após, foram levados para refrigeração e encaminhados para o laboratório de Microbiologia do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium de Lins, Lins/SP. Observou-se o crescimento de enterobacteriaceae em 64 amostras coletadas durante a pesquisa, o setor que houve mais contaminação das almotolias foi a Clínica Médica. Dentre as 64 amostras analisadas em 50 foram encontradas Salmonella e Shigella e Coliformes nas 14 restantes. Como resultado dos testes da pesquisa foram encontradas a bactéria na parte rosquiavel das almotolias, assim, é possível supor que as soluções, bem as almotolias, são uma fonte de colonização de microrganismos, que podem agravar o estado de saúde do enfermo ou o risco de infecção através da infecção cruzada. Na pesquisa as 25 amostras coletadas e analisadas após a desinfecção não houve crescimento bacteriológico, comprovando que a ação microbicida do hipoclorito de sódio 1% é eficaz, porém não há durabilidade de sete dias, constatando um meio de colonização de bactérias, causando riscos ao paciente e prejuízos a instituição. Sendo necessária a implantação de atividades educacionais relacionadas às precauções padrão, bem como o desenvolvimento de boas práticas no atendimento ao público interno e externo dos estabelecimentos de assistência a saúde.
Palavras-Chave: Almotolias. Enterobactérias. Desinfecção. Infecção Hospitalar
ABSTRACT
The processing of articles in health units is aimed at avoiding any adverse events to clients. Transmission of infection causing microorganisms is of concern to health specialists, as hospital articles can become a means of infection, ie the microorganism invades the body tissues of the host causing the disease. The general objective of the research was to verify the presence of pathogenic microorganisms in almotolias, after periodic intermediate level disinfection in a hospital in the interior of the state of São Paulo. Samples almotolias were collected from six hospitals: First aid; Adult ICU; Neonatal ICU; Maternity; Medical Clinic and Central Sterilization Material. 100 samples were collected for five consecutive days in the morning. Soon after, they were taken to refrigeration and sent to the Laboratory of Microbiology of the Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium de Lins, Lins/SP. The growth of enterobacteriaceae was observed in 64 samples collected during the research, the sector that had more contamination of the almotolias was the Medical Clinic. Among the 64 samples analyzed in 50 were found Salmonella and Shigella and Coliforms in the remaining 14. As a result of the tests of the research were found the bacterium in the rosy part of the almotolias, thus, it is possible to suppose that the solutions, as well as the almotolias, are a source of colonization of microorganisms, that can aggravate the state of health of the patient or the risk of infection through cross infection. In the research the 25 samples collected and analyzed after the disinfection did not show bacteriological growth, proving that the microbicidal action of sodium hypochlorite 1% is effective, however, there is no durability of seven days, finding a means of colonization of bacteria, causing risks to the patient and losses to the institution. It is necessary to implement educational activities related to standard precautions, as well as the development of good practices in serving the internal and external audiences of the EAS.
Keywords: Almotolias. Enterobacteriaceae. Disinfection. Hospital Infection.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Fricção na rosca da almotolia com Swab Estéril. .............................. 28
Figura 2 - Swab estéril com meio de transporte Stuart. .................................... 30
Figura 3 - Meio de Cultura Bacteriológica MacConkey Agar. ........................... 31
Figura 4 - Placas de Petri com Meio de Cultura seletivo MacConkey Agar. ..... 31
Figura 5 - Estufa de Cultura Bacteriológica Fanem Modelo 00CB. ................... 32
Figura 6 - Bancada de Fluxo Laminar Vertical Modelo Pachane. ..................... 33
Figura 7 - Contador de Colônias. ...................................................................... 34
Figura 8 - Bancada de fluxo laminar vertical com amostras e placas de petri,
antes da técnica de estriamento. ...................................................................... 35
Figura 9 - Estufa de cultura bacteriológica Fanem Modelo 00CB, com as placas
de petri para encubação bacteriológica. ........................................................... 35
Figura 10 - Análise das amostras. .................................................................... 36
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 - Setor Pronto Socorro. ..................................................................... 36
Quadro 2 - Setor UTI Adulto. ............................................................................ 36
Quadro 3 - Setor UTI Neonatal. ........................................................................ 37
Quadro 4 - Setor Maternidade. ......................................................................... 37
Quadro 5 - Clinica Médica. ............................................................................... 37
Quadro 6 - Setor Central de Material de Esterilização – Antes da desinfecção.
.......................................................................................................................... 37
Quadro 7 - Setor Central de Material de Esterilização – Depois da desinfecção.
.......................................................................................................................... 38
LISTA DE TABELA
Tabela 1 - Soluções envasadas encontradas nos setores. ............................... 29
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ANVISA: Agência Nacional de Vigilância Sanitária
AOMH: Artigos Odonto Médico Hospitalares
C12: Cloro
CME: Central de Material de Esterilização
CNES: Cadastro Nacional de Estabelecimento de Saúde
EAS: Estabelecimento de Assistência á Saúde
EPI: Equipamentos de Proteção Individual
HM: Higienização das mãos
IRAS: Infecção Relacionada à Assistência de Saúde
KPC: Klebsiella pneumonia carbapenemase
MO: Microrganismo
OMS: Organização Mundial da Saúde
PP: Polipropileno
SCIRAS: Serviço de Controle de Infecção Relacionada à Assistência à Saúde
SUS: Sistema Único de saúde
UTI: Unidade Terapia Intensiva
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 8
1 CONCEITOS PRELIMINARES 10
1.1 Ambiente Hospitalar 10
1.2.1 Enterobactérias 13
1.3 Infecção Relacionada à Assistência de Saúde (IRAS) 15
1.3.1 Infecção Cruzada 18
1.4 Central de Material de Esterilização (CME) 20
1.4.1 Desinfecção 22
1.4.1.2 Processo de Desinfecção 23
1.5 Desinfetantes Hospitalares 24
1.5.1 Hipoclorito de Sódio 25
1.6 Almotolias 26
2 O EXPERIMENTO 27
2.1 Métodos 27
2.2 Materiais 29
2.2.1 Swab estéril com meio de transporte Stuart 30
2.2.2 Meio MacConkey Agar 30
2.2.3 Placas de Petri 31
2.2.4 Estufa de Cultura Bacteriológica 32
2.2.5 Bancada de Fluxo Laminar Vertical 33
2.2.6 Contador de Colônias 33
2.3 Condições Ambientes 34
2.4 Processamentos das Amostras 34
2.6 Resultados e Discussão 36
2.7 Considerações Finais 40
REFERÊNCIAS 42
ANEXOS 48
8
INTRODUÇÃO
O processamento de artigos em unidades de saúde tem como objetivo
evitar qualquer evento adverso aos clientes. A transmissão de microrganismos
causadores de infecção preocupa os especialistas da área da saúde, já que os
artigos hospitalares podem se tornar um meio de infecção, ou seja, o
microrganismo invade os tecidos corporais do hospedeiro provocando a
doença. A esterilização e a desinfecção dos artigos interrompem e diminuem a
proliferação destes microrganismos, destruindo os germes encontrados nos
objetos da assistência à saúde, sendo um meio importantíssimo para a redução
das infecções. (GUIMARÃES et al.,2017)
De acordo com a Sociedade de Anestesiologia do Estado de São Paulo
(2008 apud LEAL; RIBEIRO; LIMA 2017) a desinfecção é um “processo físico
ou químico para reduzir o número de microrganismos (MO), sendo esse
processo viável para a diminuição do MO a um nível menos prejudicial. Este
processo pode não destruir esporos”. É importante salientar que a desinfecção
é dividida em três níveis, ou seja, a desinfecção de alto nível que destrói todas
as bactérias vegetativas, micobactérias, fungos, vírus e parte dos esporos;
desinfecção de nível intermediário destrói vírus, bactérias vegetativas, inclusive
o bacilo da tuberculose, não destruindo apenas os esporos bacterianos, e por
último; a de baixo nível que é capaz de eliminar todas as bactérias na forma
vegetativa, apresenta ação relativa contra fungos, não destruindo esporos,
vírus não lipídicos e bacilo da tuberculose.
Com base no parecer técnico n° 25/2011 do COREN/MG, “As almotolias
são vasilhames para depósito temporário de soluções utilizadas geralmente em
antissepsia de pele, como por exemplo álcool 70%, soluções de iodo e outras”.
Por ser um item semicrítico, ou seja, há contato com pele e mucosas, deve-se
fazer a desinfecção de nível intermediário semanalmente, após o término da
solução. (COREN/SC, 2015)
A desinfecção das almotolias e de diversos outros materiais usados no
âmbito hospitalar é de responsabilidade do profissional de enfermagem, sendo
assim, o profissional enfermeiro da unidade responsável pelo setor de
desinfecção deve realizar o treinamento da equipe de enfermagem, fazer o
9
registro de todos os treinamentos prestados e supervisionar: o uso; a troca
semanal; a identificação clara e em local visível, informando o nome do
produto, data de abertura e nome do profissional responsável pela abertura.
(COREN/SP, 2010 apud COREN/SC, 2015)
As almotolias são amplamente utilizadas nos Estabelecimentos de
Assistência à Saúde (EAS), mas o seu reprocessamento ainda é pouco
abordado, porém esse tema constitui um assunto importante, pois a
colonização das almotolias por MO torna os usuários dos serviços de saúde
suscetíveis aos mais variados processos infecciosos.
O interesse pelo assunto surgiu quando foi feita uma revisão de literatura
sobre a desinfecção das almotolias com uso de hipoclorito de sódio a 1% e
infecções relacionadas a estes vasilhames, percebe-se a escassez do assunto,
principalmente em artigos científicos. Trata-se de uma temática nova, pouco
abordada e muito relevante dentro dos serviços de saúde, já que as infecções
são indicadores de uma boa assistência no ambiente hospitalar. E houve,
portanto, grande curiosidade acerca do tema a ser pesquisado. A pesquisa
pretende buscar provas concretas da eficácia da desinfecção das almotolias
com a utilização de hipoclorito de sódio a 1%, no intuito de reduzir a
contaminação e a infecção relacionada à assistência de saúde (IRAS).
Busca-se, por meio do presente trabalho, elucidar a seguinte questão: A
desinfecção em almotolias por hipoclorito de sódio a 1% é eficaz? Diante do
questionamento, surge a hipótese que o nível de contaminação das almotolias
seja elevado, por permanecerem sete dias no setor de destino. Em virtude
disso, pode haver uma colonização, ocasionando infecção nos pacientes
internados no âmbito hospitalar.
O trabalho em questão, teve como objetivo geral verificar presença de
microrganismos patogênicos em almotolias, após a desinfecção periódica de
nível intermediário e como objetivos específicos: identificar crescimento
bacteriano; identificar enterobactérias antes, durante a utilização das almotolias
nos setores hospitalares e após a desinfecção; e por fim, verificar qual produto
envasado em almotolia apresenta maiores índices de contaminação.
A pesquisa apresenta dois capítulos, onde primeiramente serão
abordados os conceitos preliminares, a fim de instrumentalizar o leitor a cerca
das terminologias relacionadas à temática. No segundo e último capítulo, será
10
abordada a pesquisa propriamente dita, onde serão apresentados os
resultados encontrados e a discussão dos mesmos, e será apresentada a
conclusão do trabalho.
1 CONCEITOS PRELIMINARES
1.1 Ambiente Hospitalar
O hospital é um ambiente destinado a atender pessoas doentes, com o
propósito de diagnóstico ou tratamento de acordo com os sinais e sintomas
apresentados pelo paciente. Os hospitais podem ser classificados em:
hospitais gerais, específicos, de caráter de urgência e emergência,
maternidade entre outras. Nestes trabalham profissionais capacitados na
limpeza, administração, diretoria, recepção e principalmente profissionais de
saúde, como nutricionistas, médicos, cirurgiões-dentistas, enfermeiros e
fisioterapeutas. (RENNER et al., 2014)
O ambiente hospitalar contribui para disseminação de patógenos.
Normalmente o local ocupado por pacientes colonizados e infectados pode
tornar-se contaminado, isso porque as bactérias que envolvem o paciente se
instalam em superfícies inanimadas e em aparelhos utilizados para o
tratamento do enfermo, sendo importantíssima a higienização e a desinfecção
dos objetos, evitando complicações futuras e infecções cruzadas. (OLIVEIRA;
DAMASCENO, 2010)
Os ambientes hospitalares concentram inúmeros agentes patogênicos e
fatores de riscos, alguns deles ocultos ou desconhecidos, mas que podem
causar danos à saúde do trabalhador e do paciente. Observam-se algumas
deficiências na gestão de riscos ocupacionais, como a falta de biossegurança
no campo de trabalho da área da saúde, já que a exposição aos agentes
patogênicos é uma prática muito comum nos hospitais, trazendo riscos aos
profissionais e pacientes internados. (SULZBACHER; FONTANA, 2013)
Dentre as atividades gerenciais, a identificação de riscos relacionados à
assistência à saúde deve ser realizada no momento da internação do paciente
e no decorrer do processo de hospitalização, promovendo assim a segurança
na admissão do paciente e evitando perigos e agravos na internação. O
11
gerenciamento de riscos consiste em medidas de controle e prevenção para
evitar e reduzir a probabilidade de uma situação de perigo ou erro, resultando
em um trabalho complexo, que incorpora diferentes aspectos na prática
profissional, relevantes para oferecer qualidade na assistência à saúde e a
segurança do cliente em primeiro lugar. (CEDRAZ et al., 2017)
A segurança do paciente, por meio de ações de gerenciamento dos
riscos e incorporação de boas práticas baseadas em evidências científicas, é
essencial para efetividade dos cuidados prestados pelo profissional no hospital,
onde realizando a prevenção de incidentes e falhas na assistência à saúde ao
paciente, acarretam bons resultados e benefícios para instituição e para o
cliente. (CEDRAZ et al., 2017)
Os profissionais da equipe multiprofissional promovem a assistência à
saúde de usuários buscando a cura e promoção da saúde, onde dependendo
do atendimento prestado e da situação socioeconômica do tomador é possível
optar em utilizar o Sistema Único de Saúde (SUS), serviços particulares ou
conveniados. Assim, promovem a assistência à saúde, educam, produzem
conhecimento e transformam realidades a partir da interface com os clientes
internos e externos. (SVALDI; SIQUEIRA, 2010)
De acordo com Costeira (2004 apud SILVA, 2010) a estrutura física do
local é vital para o processo de cura do paciente e promoção da saúde do
enfermo, onde o suporte de um ambiente confortável e acolhedor são
essenciais para o cuidado de alta qualidade do doente. Todos os atores que
participam do processo de cuidar como: pacientes, família e equipe de
profissionais, desempenham um papel único e fundamental no cenário da
prestação de cuidados e na melhora do quadro do paciente. O autocuidado, a
colaboração e o apoio familiar e a assistência dos profissionais trazem
benefícios na recuperação e na cura do paciente.
1.2 Microrganismos
Os microrganismos são seres vivos não visíveis ao olho nu, podendo ser
visualizados apenas por microscópio, os principais grupos de micróbios são
vírus, bactérias, protozoários, algas e fungos, estes seres diminutos podem ser
encontrados no ar, no solo e inclusive no homem. Geralmente os
12
microrganismos contribuem e são indispensáveis para a vida, porém também
podem ser prejudiciais, ocasionando doenças graves e até a morte, apenas 3%
dos microrganismos conhecidos são considerados patogênicos, ou seja, que
podem ocasionar doenças. (ENGELKIRK; ENGELKIRK, 2012)
Pacientes hospitalizados e imunodeprimidos têm maiores chances de
contrair infecções relacionadas à assistência de saúde, isso porque o sistema
imunológico destes enfermos está reduzido, ou seja, as células de defesa são
incapazes de produzir uma resposta ao antígeno, originando a infecção. Isto é,
as infecções dependem da resposta do sistema imunológico para se
disseminar, quanto menor a imunidade do paciente estiver, maior a
probabilidade de adquirir infecções relacionadas à assistência de saúde.
(SANTOS, 2004 apud MENEZES; PORTO; PIMENTA, 2016)
A microbiota do paciente, que reside no interior ou na superfície corporal
dos seres, é reconhecida como uma fonte de infecção, podendo ser transmitida
por meio dos profissionais da equipe de saúde, objetos inanimados que cercam
o paciente e objetos que são usados para assistência, se propagando
principalmente quando não higienizam suas mãos, após prestar assistência ao
paciente, mediante falhas no processo da desinfecção. (GOMES et al., 2014)
A contaminação de computadores, máquinas e superfícies inanimadas
corrobora com a hipótese de que os objetos utilizados na assistência à saúde
do paciente são tocados pelo profissional várias vezes ao dia, ocasionando
colônias de microrganismos patogênicos. Isso reforça a ideia de que os
profissionais da saúde, após a assistência prestada aos doentes, não se atêm
à necessidade da higienização das mãos e ignoram os benefícios que essa
prática ocasiona ao ambiente de trabalho, retornando ao serviço sem se dar
conta da possibilidade de disseminar microrganismos. (OLIVEIRA;
DAMASCENO, 2010)
Durante a circulação nos hospitais, os profissionais da saúde, visitantes
e familiares do paciente internado, mantêm contato com fluidos, secreções,
objetos e superfícies diversas que cercam o doente, aumentando a
possibilidade de disseminação de microrganismos. Por inúmeras vezes a
contaminação de locais aparentemente limpos, sem aparente sujidade são
ignorados, negligenciando, portanto, medidas eficazes de limpeza,
proporcionando colônias de bactérias e contribuindo assim para infecções
13
cruzadas e relacionadas à assistência de saúde. (OLIVEIRA; DAMASCENO,
2010)
A infecção relacionada à assistência de saúde (IRAS) tem como a
principal via de transmissão de patógenos o contato das mãos dos profissionais
em superfícies, equipamentos e pelo próprio doente que está recebendo a
atenção. A limpeza das mãos é reconhecida mundialmente e sua eficiência
comprovada. Os prestadores de serviço na área da saúde nem sempre
cumprem os protocolos técnicos para prevenção de infecções, o que é
demonstrado pela desvalorização da prática de higienização das mãos (HM),
acarretando infecções hospitalares e agravando muitas vezes a condição de
saúde do paciente, carreando microrganismos a todo ambiente hospitalar.
(PRIMO et al., 2010)
Há inúmeras situações que fazem com que os profissionais não
cumpram as normas de controle de infecção relacionadas à assistência de
saúde, como por exemplo: a omissão da técnica de HM, carência de pias
próximas ao cliente e recursos adequados, reações alérgicas nas palmas das
mãos, falta de incentivo, tempo, recursos humanos, preparo e conhecimento
sobre a gravidade da transmissão de microrganismos pelo contato, não tendo
noção dos malefícios que trazem para a instituição e paciente. (PRIMO et al.,
2010)
1.2.1 Enterobactérias
As enterobactérias são da família de bacilos Gram-negativos, podendo
ser encontradas amplamente na natureza, a maioria habita os intestinos do
homem e dos animais, seja como membros da microbiota normal ou como a-
gentes de infecção, tendo como principais gêneros a Escherichia, Shigella,
Salmonela, Klebsiella, Proteus, Yersinia entre outros. (BROOKS, 2014)
As infecções entéricas constituem um grave problema de saúde pública
na maioria dos países em desenvolvimento, já que a alta incidência de casos e
a morbimortalidade, preocupam os especialistas. As infecções ocasionadas por
essas bactérias, diz muito sobre a imunidade do próprio doente, onde esses
microrganismos apresentam-se como oportunistas e determinantes de tais
infecções. (CARNEIRO et al., 2008)
14
Seibert et al., (2014) concluíram que a resistência bacteriana é um
problema frequente e importante no ambiente hospitalar, isso ocorre porque as
bactérias têm grande facilidade em se alterar geneticamente e adaptar-se a
diversos ambientes. O aumento da resistência a antibióticos tem aumentado a
evolução das bactérias, de modo a produzir mecanismos que lhes permitem
resistir ao tratamento e apresentar mutações constantemente. O aparecimento
das enterobactérias está cada vez mais frequente nos hospitais, representando
um problema de saúde pública, já que essas bactérias tem a capacidade de se
acomodar e se alterar geneticamente, criando uma multirresistência aos
medicamentos, exigindo esforço multidisciplinar para prevenção e controle,
além de uma detecção laboratorial eficiente dos profissionais.
Estudos associam não somente a infecção, mas também a colonização
pela Klebsiella pneumonia carbapenemase (KPC) como um fator de aumento
de morbimortalidade de pacientes internados em unidades clínicas, isso porque
o paciente apresenta reação imunitária deprimida, em decorrência da doença
de base, como essas bactérias são oportunistas, aumenta significativamente a
possiblidade de o paciente contrair infecção relacionada à assistência de
saúde, agravando o seu caso, podendo levar à morte. Estudos constatam
elevada porcentagem de mortalidade dos pacientes infectados por bactérias
produtoras de KPC em ambiente hospitalar, cerca de 50% de mortes estão
relacionadas a essa bactéria multirresistente. (BORGES et al.,2015)
As carbapenemases são enzimas produzidas por bactérias resistentes
aos antibióticos carbanepenêmicos. As enterobactérias se multiplicam e sofrem
mutações significativas de acordo com seu ambiente, facilitando o seu convívio
e sua sobrevivência no meio externo, tornando-se cada vez mais fortes e
difíceis de combater. A disseminação plasmidial explica o rápido
desenvolvimento de surtos em ambientes hospitalares e sua resistência aos
antibióticos. (ALVEZ; BEHAR, 2013)
Observando que as infecções causadas por enterobactérias produtoras
de carbapenemases, tem uma resistência maior aos antibióticos em relação a
outros gêneros de bactérias, torna-se de suma importância conter a
disseminação desses microrganismos, sendo necessárias orientações sobre o
uso correto dos antibióticos. É importante ainda reconhecer o comportamento
deste tipo de patógeno e sua relevância clínica, através da avaliação dos
15
fatores associados à colonização por KPC e da análise de morbimortalidade
dos pacientes colonizados e uma limpeza e desinfecção eficiente nos hospitais.
(BORGES et al., 2015)
1.3 Infecção Relacionada à Assistência de Saúde (IRAS)
Infecção relacionada à assistência de saúde refere-se a qualquer
infecção que se adquire na admissão do paciente, com o processo assistencial
ou a internação do mesmo, se agravando ou evoluindo para um isolamento por
patógenos. Esse termo inclui as infecções que são adquiridas no hospital e se
manifestam durante a internação ou mesmo após a alta. Também abrange as
infecções relacionadas a procedimentos realizados ambulatoriamente, durante
cuidados domiciliares, e as infecções ocupacionais adquiridas pelos
profissionais de saúde. (GOMES et al., 2014)
Em pacientes críticos, desidratados e com prolongamento de
internamento, o sistema imunológico fica deprimido, em virtude dos fatores de
risco e em consequência da manifestação da doença durante a internação,
bem como em decorrência de procedimentos invasivos, já que a maioria das
infecções hospitalares é causada por um desequilíbrio da relação existente
entre a microbiota humana normal e os mecanismos de defesa do hospedeiro.
A qualidade dos cuidados no ambiente hospitalar tem grande importância,
evitando riscos para o paciente, principalmente em procedimentos invasivos,
oferecendo um potencial cuidado aos enfermos. (PEREIRA et al., 2005)
Considera-se que nas IRAS, o aparecimento dos sintomas ocorre nas 72
horas após a admissão do paciente, sendo causada por microrganismos, e
como consequência há o agravamento da condição de saúde, fato que pode vir
a causar a morte do paciente. Uma das opções para controle de
microrganismos multirresistentes é o uso de isolamento, o que contribui para
controle da disseminação das doenças. Na aquisição das infecções
hospitalares, os microrganismos têm um papel passivo, cabendo ao homem o
papel ativo, portanto, será sobre suas ações, o maior enfoque do controle
dessas infecções. (VALLE et al., 2008)
Acredita-se que a transmissão das infecções aos pacientes acontece através
dos profissionais de saúde que circulam por vários setores. No entanto, o
16
ambiente inanimado que o cerca e os objetos de uso na assistência também
albergam microrganismos que podem ser transmitidos para o doente,
profissionais e outros objetos. Embora não causem doenças, os objetos
contaminados e as superfícies servem de reservatórios secundários, podendo
levar as infecções cruzadas. (GOMES et al., 2014)
Os materiais invasivos utilizados são corpos estranhos colocados
temporariamente, ou de forma semipermanente no tecido do paciente com
finalidade terapêutica ou diagnóstica. Estes danificam ou invadem as barreiras
epiteliais e mucosas, permitindo o acesso de microrganismos diretamente na
corrente sanguínea e nos tecidos. (TURRINI, 2000)
Parafraseando Scheidt; Rosa; Lima (2006) os conhecimentos
desenvolvidos, no que tange as infecções em ambiente hospitalar demonstram
que a prevenção da exposição dos profissionais de saúde e dos demais
trabalhadores que atuam no local de riscos é de suma importância no controle
das infecções, sendo que o risco biológico constitui o principal perigo para
infecções ocupacionais. A transmissão de microrganismo aos profissionais e
pacientes se dá de inúmeras formas como a contaminação paciente/
profissional de saúde por doenças infectocontagiosa, contato direto com fluidos
corpóreos durante a realização de procedimentos invasivos ou através da
manipulação de artigos, roupas, lixo e até mesmo as superfícies contaminadas,
sem que medidas de biossegurança sejam utilizadas.
Oliveira e Damasceno (2010) descrevem o ambiente hospitalar como
local que contribui para disseminação de patógenos, pois é onde se realizam
procedimentos invasivos, além da utilização de diversos artigos relacionados à
internação. Nesses ambientes ocorre a ocupação por pacientes colonizados,
com a possibilidade de altos índices de infecção em decorrência de
procedimento ou transmissão de infecção durante uma internação prolongada.
Considera-se ainda que a maioria das bactérias e microrganismos seja
encontrada em objetos e equipamentos usados nos procedimentos, por vários
profissionais da saúde durante as atividades realizadas no setor no qual o
paciente está internado.
O procedimento invasivo pode contribuir para o aparecimento de
infecção, onde se acredita que a deficiência no procedimento de lavagem das
17
mãos constitui uns dos principais fatores para o desenvolvimento de infecções
relacionadas à assistência à saúde. (SIQUEIRA et al., 2017)
Em qualquer setor do ambiente hospitalar pode-se contrair MO, porém
os locais de maior incidência são a unidade de terapia intensiva (UTI), centro
cirúrgico, unidades de pediatria, berçário neonatal, clínica médica e cirúrgica,
onde os pacientes são internados e amplamente tratados com antibióticos, o
que representa um “habitat” que alberga bactérias que são passíveis de
tornarem-se resistentes às drogas utilizadas. Alguns pacientes podem
apresentar resposta imunológica reduzida, aumentando o número de
microrganismos relacionados à infecção hospitalar. (QUEIROZ, 2004)
O agente infeccioso é o causador das infecções adquiridas no ambiente
hospitalar, o paciente imunodeprimido é exposto durante a hospitalização, a
outros patógenos, ampliando a probabilidade de adquirir a infecção hospitalar.
Dependendo do modo de transmissão do microrganismo e dos fatores
relacionados ao hospedeiro, qualquer MO pode ser patogênico. Os MO podem
ser transmitidos dentro do ambiente hospitalar por contato, ar e vetor.
Dependendo da exposição, o patógeno pode ser transmitido por mais de uma
via, durante um único episódio, e esse mesmo agente pode ser transferido por
diferentes vias em diferentes ocasiões. (AGUIAR; LIMA; SANTOS, 2008)
É imperioso lembrar que além da infecção adquirida por qualquer
procedimento invasivo, ela pode se agravar por questões relacionadas à idade,
imunodeficiência e em virtude de longo período de internação, o que pode
acarretar diminuição da reação imunológica. Os procedimentos realizados em
âmbito hospitalar, como diagnóstico por biópsia, cauterização e aspiração de
fluidos, tendem a aumentar o risco de infecções nos pacientes, as mudanças
da temperatura ou da umidade do ar podem igualmente influenciar a ocorrência
de infecções. Para tratamento e prevenção das IRAS, se faz importante a
adoção de medidas preventivas, como: a utilização de equipamentos
adequados, e a instituição de ações relacionadas às precauções-padrão.
Reduzindo o risco e agravamento de doenças, garantindo assim a segurança e
a melhoria da qualidade de vida tanto do paciente quanto do profissional de
saúde. E reduzindo as internações em quartos de isolamento por quaisquer
agentes patogênicos que possam levar o paciente à morte no ambiente
hospitalar. (AGUIAR; LIMA; SANTOS, 2008)
18
Os patógenos carreados por profissionais de saúde constituem falha
importante durante o processo de assistência ao indivíduo, pesando contra a
qualidade do trabalho ofertado na instituição e comprometendo a segurança do
paciente. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estabelece que a qualidade
do cuidado e a segurança do paciente constituem uma única vertente, ou seja,
a ocorrência dos eventos adversos é reconhecida como uma falha na
segurança do paciente, podendo ocorrer entre 5% a 17%, dentre os quais 60%
podem ser preveníveis. Assim, a segurança do paciente deve ser vista como
um conjunto de estratégias e intervenções capazes de prevenir e reduzir o
risco de dano ao paciente, decorrente do cuidado de saúde. (OLIVEIRA, 2013)
1.3.1 Infecção Cruzada
Refere-se à passagem de microrganismo de uma pessoa para outra,
paciente para paciente; profissional para paciente até mesmo de objeto
inanimado, por meio de áreas e instrumentos contaminados. A infecção
cruzada é uma transmissão de agentes infecciosos dentro de um ambiente
clínico que pode ser realizada através do contato de pessoa para pessoa, pelo
ar ou por meio de objetos contaminados. (ALBUQUERQUE, 2013)
A transmissão de microrganismo pode ocorrer por contato direto e
indireto, o direto se dá de pessoa para pessoa, podendo ser do profissional de
saúde para o paciente. Já o contato indireto ocorre através de um objeto
contaminado para o paciente, pois há o compartilhamento do mesmo. Os
enfermeiros também devem atentar-se para a importância de orientar os
visitantes durante o momento da internação hospitalar acerca das medidas de
prevenção de infecção cruzada, já que os pacientes estão fragilizados e podem
contrair infecções hospitalares pelas mãos contaminadas de suas próprias
visitas. (ALBUQUERQUE, 2013)
Por ser um assunto amplo, a infecção cruzada constitui um grande
problema no ambiente hospitalar, elevando os índices de morbidade e
mortalidade, constituindo, portanto, uma questão para saúde pública.
Uma das medidas importantes para redução da infecção cruzada intra-
hospitalar é a higienização e a desinfecção de materiais. Pacientes internados
em instituições de saúde estão expostos a uma ampla variedade de
19
microrganismos patogênicos, principalmente em Unidade de Terapia Intensiva
(UTI), onde o uso de antimicrobianos potentes e de largo espectro é a regra e
os procedimentos invasivos são rotina. (MOURA et al., 2007)
De acordo com Esmanhoto et al., (2013) o índice de resistência aos
antimicrobianos é uma preocupação mundial e crescente, a transferência de
microrganismos resistentes entre pacientes, possivelmente, ocorre via mãos e
trato respiratório dos profissionais de saúde, que podem se contaminar em
ocasião de contato com o paciente ou superfícies contaminadas, no ambiente
hospitalar.
Pode-se dizer que a infecção cruzada depende dos processos de
limpeza, tanto da manutenção da higiene pessoal, quanto da desinfecção de
superfícies. Os microrganismos podem se multiplicar por diversos fatores,
podendo colonizar e sobreviver em diferentes objetos inanimados, tanto em
ambientes hospitalares, como os comunitários. A principal via de transmissão
de microrganismos implicados na ocorrência das IRAS ocorre entre as mãos
dos profissionais de saúde em contato com os pacientes, sendo vista como
infecção cruzada. (OLIVEIRA, 2013)
Objetos inanimados constituem ambientes propícios para disseminação
de patógenos, pois dependem de desinfecção rotineira. E esse tipo de artigo
pode ser encontrado, tanto em ambientes hospitalares, como na comunidade.
Ao serem colonizados esses objetos atuam como veículos disseminadores
desses microrganismos, sendo considerados como focos potenciais de
contaminação. (BALANI; MARCUZ, 2014)
As medidas de prevenção de infecção cruzada ocorrem a partir de
providências simples que surgem como um mecanismo primário de redução do
risco de transmissão de agentes infecciosos. A lavagem das mãos, como
medida fundamental para reduzir o risco de infecção cruzada entre pacientes,
constitui precaução padrão importante, diminuindo a carga microbiana nas
mãos dos profissionais, visitantes e acompanhantes dos pacientes, o que
diminui significativamente o risco potencial de contaminação e de infecção
cruzada. (PRIMO et al., 2010)
A lavagem das mãos constitui um dos meios de precaução padrão mais
eficaz e de baixo custo, evitando assim, o aumento de infecção no ambiente
hospitalar e diminuindo os custos do mesmo. Além da lavagem das mãos outro
20
meio de prevenção é o uso correto de equipamentos de proteção individual
(EPI). A prevenção da infecção cruzada é um dos deveres do enfermeiro, tendo
como obrigação moral, ética e legal de prestar o atendimento com parâmetros
ideais que impeçam a disseminação de MO, garantindo que sejam utilizados
materiais esterilizados durante os procedimentos, sendo essa uma medida
imprescindível para evitar a infecção cruzada. (ALBUQUERQUE, 2013)
1.4 Central de Material de Esterilização (CME)
A CME pode ser localizada em hospitais ou em unidades de saúde,
porém é mais comum em ambiente hospitalar, já que se destina a realizar a
limpeza, preparo, desinfecção e esterilização dos materiais utilizados em
procedimentos. Os objetos ali processados são, principalmente, itens
semicríticos e críticos, utilizados em todos os setores da organização
hospitalar. A Central de Material de Esterilização (CME) é uma unidade de
apoio técnico, a qual se propõe a prestar um serviço que possa assegurar o
controle, preparo e esterilização de artigos odonto-médico-hospitalares
(AOMH), garantindo qualidade e contribuindo para um baixo nível de infecções.
(PAUROSI et al., 2014)
O setor é considerado um local crítico, já que fluidos, secreções e
sangue entram em contato com os equipamentos utilizados nos procedimentos,
acarretando a contaminação dos objetos, por isso os profissionais que atuam
nesse ambiente, como o enfermeiro e técnicos de enfermagem, devem passar
por treinamentos e conter uma formação específica para desenvolver suas
atividades nesse local. O perfil profissional do indivíduo que é responsável pelo
processamento dos artigos, influencia de maneira positiva ou não, nos
resultados da assistência, com reflexos na segurança do paciente. A realização
das etapas do processo de esterilização dentro dos padrões de boas práticas é
fator primordial para assegurar que procedimentos que envolvam o uso de
artigos críticos não sejam responsáveis pela transmissão de infecções.
(GONÇALVES et al., 2015)
A Resolução de Diretoria Colegiado (RDC) nº 307, de 14 de novembro
de 2002, considera a CME uma unidade de apoio técnico, que tem como
finalidade o fornecimento de artigos médicos adequadamente processados,
21
proporcionando assim, condições para o atendimento direto e a assistência à
saúde dos indivíduos enfermos e sadios, onde os profissionais que atuam no
local devem desempenhar suas atividades com total responsabilidade e
habilidade, atentando-se para todos os processos de preparo, desinfecção e
esterilização dos artigos. Os processamentos dos materiais levados à CME são
realizados por etapas, também determinadas pela RDC nº 307, onde as
atividades basicamente desenvolvidas pela CME são: receber, desinfetar,
separar, lavar, preparar e esterilizar artigos médico-hospitalares e ainda,
preparar e esterilizar roupas; realizar controle microbiológico e de validade dos
produtos por ela processados, armazenar artigos e roupas esterilizadas,
distribuí-los, além de zelar pela proteção e pela segurança dos operadores.
(COSTA et al., 2011)
Os artigos críticos são usados em procedimentos invasivos tendo o
contato com a pele e mucosas do paciente, para empregar estes artigos, é
necessário esterilizar, são exemplo de artigos críticos: os instrumentos
cirúrgicos, como bisturis, agulhas, cateteres etc. Os artigos semicríticos
mantêm contato íntimo com a pele e mucosa, como: as máscaras de ambu,
nebulizador e inaladores, para o emprego desses artigos, não necessita
realizar o processo de esterilização, a desinfecção de nível intermediário é o
processo adequado para esse tipo de artigo. Os não críticos são aqueles que
têm o contato com a pele íntegra do paciente, não atingindo os tecidos, o
esfigmomanômetro e o termômetro são exemplos de materiais nessa categoria,
sua desinfecção é simples, sendo de nível baixo. As atividades na CME devem
ser criteriosas, pois se trata de um setor suscetível a microrganismos em
decorrência de suas características funcionais, onde qualquer falha ocorrida
durante o processamento implica em possível comprometimento na
esterilidade, possibilitando o aumento nos riscos de casos de infecção pré ou
pós-operatória, bem como em diversos procedimentos não cirúrgicos nas
instituições. (SANTOS et al., 2015)
Os profissionais de enfermagem que trabalham na CME mantêm um
contato indireto com o paciente. Medidas de prevenção para controle de
infecção dentro da CME são importantes, deve-se evitar a passagem do
ambiente contaminado para o limpo, diante disso os trabalhadores desse setor
devem ser treinados para execução das tarefas pertinentes ao processo ali
22
desenvolvido. As atividades exercidas no setor devem garantir sempre a
segurança para os usuários dos serviços de saúde, bem como para os
trabalhadores envolvidos no reprocessamento do artigo. (PAUROSI et al.,
2014)
1.4.1 Desinfecção
De acordo com a Sociedade de Anestesiologia do Estado de São Paulo
(2008 apud LEAL; RIBEIRO; LIMA, 2017) a desinfecção é um “processo físico
ou químico para reduzir o número de microrganismos viáveis para níveis
menos prejudiciais. Este processo pode não destruir esporos”. É importante
salientar que a desinfecção é dividida por três níveis: a de alto nível;
desinfecção de nível intermediário e de baixo nível.
A desinfecção de alto nível é a destruição de todos os bacilos, bactérias,
fungos e alguns esporos dos ambientes e equipamentos, sendo indicada para
artigos que entram em contato com mucosa íntegra colonizada, uma vez que
utilizam compostos como o glutaraldeído que além de agirem sobre bactérias
vegetativas, fungos e vírus, agem também na eliminação de alguns esporos e
do bacilo da tuberculose. (TEODORO, 2011)
A desinfecção de nível intermediário é capaz de combater a maioria dos
fungos e bactérias, porem sua ação ainda não destrói os microrganismos
resistentes, ela é parecida com a desinfecção de baixo nível, porém combate
pequenas bactérias, como bacilo da tuberculose. Tem ação média sobre vírus
não lipídicos, embora seja tuberculicida e elimine a maior parte dos fungos.
Nesse grupo encontramos o cloro, os fenóis, iodóforos e os alcoóis.
(TEODORO, 2011)
A desinfecção classificada como de baixo nível tem como ação a
eliminação dos vírus lentos, destruição da maioria das bactérias, vírus e
fungos, porém não elimina a Mycobacterium tuberculoses e esporos
bacterianos. (GARCIA, 2015)
Os materiais hospitalares reprocessáveis e que não necessitam de
esterilização, sofrem o processo de desinfecção. O reprocessamento pode ser
entendido como o processo aplicado aos produtos, exceto os de uso único,
para permitir sua reutilização. Inclui limpeza, preparo acondicionamento,
23
rotulagem, desinfecção ou esterilização, a realização de testes biológicos e
químicos, análise de possíveis resíduos do agente esterilizante. Para tal, os
profissionais devem sempre atentar-se para a necessidade de utilização de EPI
já que os produtos químicos são tóxicos, podendo com o tempo comprometer a
saúde do trabalhador. (LIMA et al.,2014)
No processo de desinfecção de equipamentos hospitalares o local de
armazenamento deve ser adequado e rigoroso, evitando a contaminação dos
artigos que sofreram o processo de desinfecção, para isso é necessário um
conjunto de medidas empregadas para impedir a entrada e crescimento de
microrganismos em um ambiente ou estrutura, tornando-os livres de agentes
infecciosos, com o uso de substâncias desinfetantes ou outras formas físicas
de desinfecção. (SOUZA et al., 2011)
1.4.1.2 Processo de Desinfecção
O processo de desinfecção é a eliminação de microrganismos, por
agentes químicos ou físicos, menos a eliminação dos esporos bacterianos. Sua
ação deve ocorrer de maneira rápida e eficaz, a fim de garantir a
descontaminação, além de ser um processo econômico. Para controle da
qualidade da desinfecção é necessário levar em consideração o nível da
desinfecção que será utilizado e a concentração do agente.
Os processos de desinfecção podem ser químicos ou físicos, onde a
desinfecção química é realizada através de agentes químicos, como aldeído,
ácido e outros. É um processo onde os profissionais devem ficar atentos,
exigindo uma grande atenção, por haver uso de produtos químicos, pode-se
gerar toxicidade se não empregados corretamente, prejudicando também o
próprio profissional. (TEODORO, 2011)
A desinfecção física é a utilização de equipamentos, como lavadoras de
descargas e de termo desinfetadoras, geralmente a desinfecção é de alto nível,
e isso também demanda grande atenção, principalmente no que diz respeito
aos equipamentos que são utilizados durante o processo. (TEODORO, 2011)
Entretanto, para o sucesso do processo de desinfecção, observa-se a
necessidade de que o agente químico escolhido mantenha contato efetivo com
os microrganismos presentes no material a ser desinfetado, por um período de
24
exposição suficiente do material ao agente desinfetante, para que ocorra a
morte microbiana. A essas etapas segue-se o adequado enxágue, a secagem
e o armazenamento do produto. (TEODORO, 2011)
Os materiais e instrumentos utilizados nos diversos setores devem ser
encaminhados à CME em caixas, onde a desinfecção é feita a partir de
protocolos, nível de desinfecção e de acordo com o tipo de artigo. Um exemplo
são as almotolias, consideradas itens semicríticos, que são submetidas a
desinfecção de nível intermediário, utilizando como agente desinfetante, na
maioria dos Estabelecimentos de Assistência à Saúde (EAS), o hipoclorito de
sódio a 1%. A rotina dos EAS denota a permanência das almotolias nos
setores por sete dias, logo após esse período, são enviadas à CME para a
desinfecção, a solução é descartada e as almotolias imergidas por 30 minutos
na solução de hipoclorito de sódio e água. Após esse procedimento as
almotolias são identificados com nome da solução, data do envase da solução,
validade e identificação de quem realizou o envase, caso ocorra o término da
solução antes da validade prevista, deve-se enviar a almotolia à CME para a
desinfecção. (COREN/SC, 2015)
Desinfecção consiste no processo de eliminar bactérias ou agentes
patogênicos que se acumulam em determinado local ou artigos, sendo
realizado através de agentes químicos, como o hipoclorito de sódio, aldeído,
álcool, dentre outros. A desinfecção física é realizada através das lavadoras
termo desinfetadoras, que são máquinas que tem o intuito de aplicar água
quente ou vapor em altas temperaturas para reduzir microrganismos. A limpeza
e desinfecção da unidade é uma das responsabilidades da equipe de
enfermagem, que deve oferecer um ambiente biologicamente seguro a todos.
(TEODORO, 2011)
1.4 Desinfetantes Hospitalares
Os desinfetantes hospitalares possuem ação antimicrobiana e
saneantes, tendo como objetivo a diminuição e eliminação de microrganismos
presentes em superfícies ou equipamentos hospitalares. Medidas simples
como a lavagem das mãos antes e após a assistência do paciente amenizam
as taxas de infecções hospitalares, evitando a contaminação e a propagação
25
de microrganismos nos setores. Os principais desinfetantes utilizados nos
ambientes hospitalares são o hipoclorito de sódio e o ácido peracético com
eficácia comprovada. (BRASIL, 2005; VARGAS et al., 2010 apud GILDO et al.,
2017)
O aumento de microrganismos multirresistentes a desinfetantes e
antissépticos em área hospitalar vem crescendo significativamente nos últimos
anos, porém essas soluções são fundamentais no controle de infecções
hospitalares, agindo de forma a diminuir a proliferação de bactérias, fungos e
vírus. (REIS et al., 2011)
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) é um órgão do
Ministério da Saúde que estabelece normas para a fabricação, rotulagem e
comercialização de produtos saneantes no Brasil. A verificação da eficácia dos
desinfetantes é fundamental para avaliar o princípio ativo, durabilidade,
toxicidade e atividade antimicrobiana dos produtos. Os produtos saneantes são
compostos por substâncias químicas, que agem na parede celular dos
microrganismos com o intuito de matar e inibir o crescimento de MO. (REIS et
al., 2011)
Os principais compostos dos desinfetantes hospitalares são “o fenol,
aldeídos, álcool, biguanidas metais pesados, peroxigênio, compostos
halogenados e compostos quaternários de amônia”. Assim, é importante que
sejam realizados treinamentos sistemáticos, contínuos e a utilização de EPI,
evitando riscos para os profissionais que participam do processo de limpeza e
desinfecção dos artigos. (REIS et al., 2011)
1.5.1 Hipoclorito de Sódio
O hipoclorito de sódio é um composto químico, encontrado sob a forma
líquida com coloração amarelada de odor extremamente forte e desagradável,
sendo solúvel em água e não inflamável, obtido a partir da reação do cloro
(Cl2) com uma solução diluída de soda cáustica. (LIMA, 2018)
O hipoclorito de sódio é comercializado e utilizado para tratamento de
água, desinfecção de superfícies, equipamentos, limpeza e higiene de
vegetais, eliminador de odores, atuando de forma eficaz na eliminação de
microrganismos, pois reduz a tensão superficial onde cloro provoca uma
26
oxidação irreversível, inibindo as enzimas bacterianas e promovendo a sua
eliminação. (BOTH, et al., 2009 apud LIMA, 2018)
De acordo com Frutuoso (2018) o hipoclorito de sódio a 1% é
considerado um desinfetante de nível intermediário, destruindo bactérias
vegetativas, micobactérias e a maioria dos fungos e vírus, não eliminando
apenas os esporos bacterianos. Os compostos liberadores de cloro ativo não
tem comprovação do mecanismo de ação na destruição de microrganismos.
1.6 Almotolias
De acordo com o parecer técnico nº 25/2011 do Coren-MG, “as
almotolias são vasilhames que servem para depósito temporário de soluções
utilizadas geralmente em antissepsia de pele, como por exemplo, álcool 70%,
soluções de iodo e outras”. Por ser um item semicrítico, ou seja, há contato
com pele e mucosas, deve-se fazer a desinfecção semanalmente, após o
término da solução. (COREN/SC,2015)
As almotolias requerem cuidados permanentes, a desinfecção do
vasilhame e de diversos outros materiais usados no âmbito hospitalar é de
responsabilidade do profissional de enfermagem, sendo assim, o enfermeiro da
unidade responsável pelo setor de desinfecção deve prestar treinamento à
equipe de enfermagem e fazer o registro de todos os treinamentos realizados.
O enfermeiro deve atuar supervisionando o uso, troca semanal, identificação
clara e em local visível, informando o nome do produto envasado, data de
abertura e nome do profissional responsável. Todo procedimento requer
cuidados dos profissionais como a lavagem das mãos, antes e após a
utilização das almotolias, diminuindo a contaminação dos recipientes. (COREN-
SP, 2010 apud COREN-SC, 2015)
A desinfecção das almotolias em ambientes hospitalares é uma prática
que não está esclarecida na literatura, não havendo respaldo cientifico da
prática, sendo amplamente discutida nos serviços de saúde de forma empírica.
Os profissionais do Serviço de Controle de Infecção Relacionada à Assistência
à Saúde – SCIRAS são responsáveis em escolher os produtos para limpeza e
desinfecção do hospital, superfícies e equipamentos da instituição, onde esses
desinfetantes devem estar de acordo com a ANVISA. (PAINA et al., 2015)
27
2 O EXPERIMENTO
Essa pesquisa de abordagem qualitativa e quantitativa tem como
objetivo avaliar o processo de desinfecção das almotolias de um
estabelecimento de assistência à saúde (EAS) utilizando o hipoclorito de sódio
a 1%.
A necessidade de avaliar o referido processo constitui parte importante
do trabalho do enfermeiro da CME, pois impede a disseminação de
microrganismos patogênicos, reduz o risco de desenvolvimento de cepas
patogênicas e garante a qualidade do serviço prestado.
A seguir serão explicitados o caminho percorrido durante o processo de
pesquisa, bem como materiais utilizados na busca dos objetivos anteriormente
estabelecidos.
Em virtude de não ser uma pesquisa com seres humanos, embora tenha
passado pela avaliação ética do Comitê de Ética e Pesquisa, não há
necessidade da aprovação do mesmo. (ANEXO 1)
2.1 Métodos
Serão expostos aqui o caminho percorrido para o desenvolvimento da
pesquisa, e abordados os métodos utilizados, materiais e técnicas.
O estudo experimental foi desenvolvido em um Hospital de médio porte,
localizado em um município da região centro-oeste paulista, com 80 leitos
operantes de acordo com o Cadastro Nacional de Estabelecimento de Saúde
(CNES).
As coletas se deram no período matutino, das 08h00min às 11h00min
durante uma semana de 28/01/2019 à 01/02/2019. Sendo que todas as
amostras, após coletadas, eram levadas para incubação no laboratório de
microbiologia do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium de Lins-SP
em horários alternados, sendo a referida instituição de ensino possuidora de
aporte material para realização das análises microbiológicas.
As coletas das amostras de almotolias foram realizadas em seis setores
hospitalares:
28
a) Pronto Socorro;
b) UTI Adulto;
c) UTI Neonatal;
d) Maternidade;
e) Clinica Médica e
f) CME
As amostras foram coletadas de modo estéril com o auxílio do Swab
estéril e transportadas para a instituição em meio de transporte Stuart. A coleta
se deu através de fricção de forma circular na rosca das almotolias (Figura 1),
assim as amostras eram denominadas por numeração, setor, dia da coleta e
produto envasado nas almotolias.
Foram coletadas 100 amostras durante o período determinado nos
diversos setores pesquisados, as coletas se deram em dias consecutivos no
período matutino, durante uma semana.
Figura 1: Fricção na rosca da almotolia com Swab Estéril.
Fonte: Elaborado pelas autoras, 2019.
Na tabela abaixo estão descritas as soluções envasadas em almotolias
nas quais foram realizadas as coletas e seus setores de origem.
29
Tabela 1 - Soluções envasadas encontradas nos setores.
Setores Clorex.
Degermante
Clorex.
Aquoso
Clorex.
Álcoolico
Álcool
70%
Água
Oxigenada
Vaselina Total
Pronto
Socorro
4 2 1 0 2 2 11
UTI Neonatal
1 4 4 1 1 0 11
UTI Adulto
1 0 5 1 0 4 11
Maternidade
4 0 0 3 0 3 10
Clinica Médica
2 1 2 0 0 6 11
CME
7 0 3 9 0 2 21
TOTAL 19 7 15 14 3 17 75
Fonte: Elaborado pelas autoras, 2019.
De acordo com a Tabela 1 foram coletados 6 tipos de soluções
envasadas em almotolias, perfazendo um total de 75 amostras. Destas,
amostras 54 almotolias foram coletadas durante a assistência prestada ao
paciente nos setores, e as outras 21 almotolias que restaram foram coletadas
na CME. As almotolias coletadas neste local pertenciam aos setores de origem
e já estavam fora da validade ou a solução envasada já havia acabado,
contudo, as amostras destas almotolias foram coletadas antes do processo de
desinfecção. Em seguida, após o processo de desinfecção foram selecionadas
aleatoriamente, outras 25 amostras, formando um total de 100 amostras.
Posteriormente, as amostras foram levadas para refrigeração a
temperatura de 12º C até seu processamento no laboratório de Microbiologia
do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium de Lins, Lins/SP. As
amostras foram analisadas após seis horas de sua coleta.
2.2 Materiais
Serão descritos os materiais e equipamentos utilizados para coleta,
transporte, armazenamento e processamento das amostras.
30
2.2.1 Swab estéril com meio de transporte Stuart
O Swab estéril é uma haste confeccionada em polipropileno (PP) com
algodão especial de alta absorção estéril utilizada para pesquisas e coletas de
materiais para testes biológicos. O meio de transporte Stuart possui uma cor
branca opalescente semi-sólido (Figura 2), tem o intuito de conservar os
microrganismos presentes no objeto coletado, tendo a capacidade de inibir
reações enzimáticas auto-destrutivas, especialmente a oxidação e a morte
bacteriana. É adequado para o transporte de Enterobacteriaceae,
Haemophilus, Neisserias, Streptococcus, Bordetella, Staphylococcus,
Pseudomonas, fungos e anaeróbios. (NOGUEIRA et al., 2007)
Figura 2 - Swab estéril com meio de transporte Stuart.
Fonte: Elaborado pelas autoras, 2019.
2.2.2 Meio MacConkey Agar
O Agar Mac Conkey (Figura 3) é um meio seletivo utilizado para
isolamento e identificação da Enterobacteriacea, esse meio também é utilizado
para diferenciar coliformes de enterobactérias patogênicas não fermentadoras
de lactose. A digestão pancreática de gelatina e a peptona fornecem para o
meio de nutrientes básicos como: nitrogênio, vitaminas, minerais e
aminoácidos. A lactose fornece o carboidrato como fonte de energia. O cloreto
de sódio otimiza o crescimento de Salmonella e Shigella. Os sais biliares n°3 e
31
o cristal violeta são os agentes seletivos. O vermelho neutro é um indicador de
pH. O Agar bacteriológico é o agente solidificante. A fermentação de lactose
por coliformes provoca a acidificação do meio com uma consequente
precipitação dos sais biliares e absorção do vermelho neutro. Os coliformes
crescem como colônias vermelhovioleta circundadas por uma zona de
precipitação. As cepas não fermentadoras de lactose (Salmonella spp. e
Shigella spp.) crescem transparentes incolores e sem nenhuma zona de
precipitação. KASVI. Lote: 041217501 Validade: 09/04/2021.
Figura 3 - Meio de Cultura Bacteriológica MacConkey Agar.
Fonte: Elaborado pelas autoras, 2019.
2.2.3 Placas de Petri
Trata-se de uma vidraria ou plástico arredondado, achatado, com
dimensões variadas (Figura 4), utilizada para separar e pesar substâncias,
além de ser um recipiente utilizado para meios de cultura. A placa tem como
finalidade guardar amostras diversas e auxiliar nos procedimentos de análises
microbiológicas. (MARTY, MARTY, 2014)
Figura 4 - Placas de Petri com Meio de Cultura seletivo MacConkey Agar.
32
Fonte: Elaborado pelas autoras, 2019.
2.2.4 Estufa de Cultura Bacteriológica
Equipamento elétrico (Figura 5) que atinge uma temperatura constante,
proporcionando calor para crescimento de microrganismos não patogênicos e
patogênicos, podendo também ser utilizado para a secagem de materiais,
como vidrarias, além de ser muito utilizada na incubação de culturas
bacteriológicas. (MARTY, MARTY 2014).
Figura 5 - Estufa de Cultura Bacteriológica Fanem Modelo 00CB.
Fonte: Elaborado pelas autoras, 2019.
33
2.2.5 Bancada de Fluxo Laminar Vertical
Equipamento (Figura 6) estéril utilizado em laboratórios para as
realizações de trabalhos biológicos e estéreis, utilizado particularmente na
manipulação de materiais, evitando a contaminação de agentes
microbiológicos, mantendo a segurança da manipulação e análises, sem que
ocorra a contaminação das amostras e do meio ambiente, proporcionando uma
melhor visibilidade no manuseio e segurança das amostras.
Figura 6 - Bancada de Fluxo Laminar Vertical Modelo Pachane.
Fonte: Elaborado pelas autoras, 2019.
2.2.6 Contador de Colônias
O contador de colônias (Figura 7) é indicado para contagem rápida de
colônias de bactérias ou fungos que crescem nas placas de Petri,
apresentando ótimas condições de iluminação e visibilidade, obtidas através de
uma lâmpada circular fluorescente com lupa de aumento e com uma haste
flexível na ponta, facilitando a identificação da contagem de colônias
apresentadas nas placas de petri.
34
Figura 7 - Contador de Colônias.
Fonte: Elaborado pelas autoras, 2019.
2.3 Condições Ambientes
As coletas foram realizadas nos setores pesquisados, onde a
temperatura do ambiente variou de 31 a 37°C, sendo que a temperatura foi
aferida através de termômetro instalado no ambiente, com exceção da CME
onde a temperatura variava de 21 a 35°C. As coletas das amostras foram
realizadas respeitando os princípios assépticos, onde foi utilizado máscara,
gorro e luvas de procedimento. O processamento das amostras foi realizado no
Laboratório de Microbiologia do Centro Universitário Católico Salesiano
Auxilium Lins/Sp, no período noturno a temperatura variava entre 21 a 35°C.
Concluindo o ambiente tanto do hospital quanto do laboratório possuiu todos
aportes necessários para efetivar a pesquisa.
2.4 Processamentos das Amostras
Primeiramente foi realizada a lavagem e desinfecção das mãos e da
bancada de fluxo laminar vertical com álcool 70%, logo após as amostras foram
colocadas na bancada, que tem o intuito de criar e manter um lugar estéril para
manipulação dos materiais biológicos como demonstrado na Figura 8.
35
Figura 8 - Bancada de fluxo laminar vertical com amostras e placas de petri,
antes da técnica de estriamento.
Fonte: Elaborado pelas autoras, 2019.
As placas de petri médias e pequenas com o meio seletivo para
enterobactérias foi dividido ao meio e identificadas por setor, numeração e data
da coleta (ex: UTI Adulto, 28/01, E1). Após a identificação a placa é aberta e o
Swab é passado em técnica de estriamento por movimento único. As amostras
foram inseridas na estufa de cultura Fanem Modelo 00CB para incubação
bacteriológica, permaneceram um período de 48 horas à 37º C (Figura 9).
Figura 9 - Estufa de cultura bacteriológica Fanem Modelo 00CB, com as placas
de petri para encubação bacteriológica.
Fonte: Elaborado pelas autoras, 2019.
36
Logo após esse período de encubação foi realizado a análise
microbiológica das amostras (Figura 10), selecionando as amostras com
crescimento bacteriológico.
Figura 10 - Análise das amostras.
Fonte: Elaborado pelas autoras, 2019.
2.6 Resultados e Discussão
Com base nos resultados encontrados houve um crescimento
significativo de enterobactérias, já que mais da metade das amostras estavam
contaminadas por Coliformes, Salmonella e Shigella, em todos os setores as
amostras foram coletadas de modo estéril e aleatória. Segue abaixo os
quadros de caráter qualitativo e quantitativo.
Quadro 1 - Setor Pronto Socorro.
Data N. coletas Tipo de bactéria Crescimento/Estável
28/01/2019 2 Coliforme Crescimento
29/01/2019 2 - Estável
30/01/2019 2 Coliforme Crescimento
31/01/2019 2 Salmonela/Shigella Crescimento
01/02/2019 3 Coliforme/Salmonela/Shigella Crescimento
Fonte: Elaborado pelas autoras, 2019.
Quadro 2 - Setor UTI Adulto.
37
Data N. coletas Tipo de bactéria Crescimento/Estável
28/01/2019 2 Coliforme/Salmonela/Shigella Crescimento
29/01/2019 2 - Estável
30/01/2019 2 Coliforme Crescimento
31/01/2019 2 - Estável
01/02/2019 2
1
Salmonela/Shigella
Coliforme/Salmonela/Shigella
Crescimento
Fonte: Elaborado pelas autoras, 2019.
Quadro 3 - Setor UTI Neonatal.
Data N. coletas Tipo de bactéria Crescimento/Estável
28/01/2019 2 - Estável
29/01/2019 2 Salmonela/Shigella Crescimento
30/01/2019 2 Coliforme/Salmonela/Shigella Crescimento
31/01/2019 2 Salmonela/Shigella Crescimento
01/02/2019 3 Salmonela/Shigella Crescimento
Fonte: Elaborado pelas autoras, 2019.
Quadro 4 - Setor Maternidade.
Data N. coletas Tipo de bactéria Crescimento/Estável
28/01/2019 2 Coliforme Crescimento
29/01/2019 2 - Estável
30/01/2019 2 Coliforme Crescimento
31/01/2019 2 Salmonela/Shigella Crescimento
01/02/2019 2 Coliforme/Salmonela/ Shigella Crescimento
Fonte: Elaborado pelas autoras, 2019.
Quadro 5 - Clinica Médica.
Data N. coletas Tipo de bactéria Crescimento/Estável
28/01/2019 1
1
Coliforme
-
Crescimento
Estável
29/01/2019 2 Coliforme/Salmonela/Shigella Crescimento
30/01/2019 2 Coliforme/Salmonela/Shigella Crescimento
31/01/2019 2 Salmonela/Shigella Crescimento
01/02/2019 3 Coliforme/Salmonela/Shigella Crescimento
Fonte: Elaborado pelas autoras, 2019.
Quadro 6 - Setor Central de Material de Esterilização – Antes da desinfecção.
38
Data N. coletas Tipo de bactéria Crescimento/Estável
31/01/2019 18 Coliforme/Salmonela/Shigela Crescimento
Fonte: Elaborado pelas autoras, 2019.
Quadro 7 - Setor Central de Material de Esterilização – Depois da desinfecção.
Data N. coletas Tipo de bactéria Crescimento/Estável
30/01/2019 25 - Estável
Fonte: Elaborado pelas autoras, 2019.
De acordo com os quadros acima houve o crescimento de
enterobacteriaceae em 61 de 100 amostras analisadas durante a pesquisa, o
setor onde a contaminação das almotolias ficou mais evidente foi a Clínica
Médica, pois houve crescimento de MO em 10 de 11 amostras. Nas coletas
realizadas na UTI Neonatal e Pronto Socorro observou-se crescimento de
enterobactérias em 9/11 amostras; maternidade com 8/10 amostras e por
último a UTI adulto com 7/11 amostras.
Na CME, antes da desinfecção, foram coletadas e analisadas 21
amostras, sendo que 18 apresentavam contaminação por enterobactérias,
porém observou-se que após a desinfecção das almotolias não houve nenhum
crescimento microbiano. Dentre as 61 amostras coletadas em 50 foram
encontradas Salmonella/Shigella e 46 Coliformes.
Como resultado dos testes da pesquisa foi encontrada a bactéria na
parte rosquiavel das almotolias, assim, é possível supor que as soluções, bem
como as almotolias, são uma fonte de colonização de microrganismos, que
podem agravar o estado de saúde do enfermo ou o risco de infecção através
da infecção cruzada.
Abebe et al., (2018) afirma que a doença diarreica é a segunda principal
causa de morte entre crianças menores de 5 anos, sendo responsável em
matar mais de 525.000 crianças por ano em países subdesenvolvidos, já que
nesses países o saneamento básico, estado nutricional, higienização são
deficientes, onde os principais agentes etiológicos que causam a morte por
diarreia são os Rotavirus, Salmonella e a Shigella.
A contaminação por coliformes, não é necessariamente um indicador de
patógenos e sim um indicador de condições sanitárias insatisfatórias, técnicas
39
inadequadas de manipulação, falhas durante o processo de higienização e
desinfecção de equipamentos e materiais. (LIMA et al., 2005)
Na pesquisa as 25 amostras coletadas e analisadas após a desinfecção
não houve crescimento bacteriológico, comprovando que a ação microbicida do
hipoclorito de sódio 1% é eficaz, porém não há durabilidade de sete dias,
constatando um meio de colonização de bactérias, causando riscos ao
paciente e prejuízos a instituição.
De acordo com Pereira (2015) mesmo se o hipoclorito de sódio 1% for
eficaz na desinfecção, existem dificuldades a serem enfrentadas como a
manipulação dos equipamentos pelos profissionais e a resistência dos
microrganismos ao desinfetante, já que a ação antimicrobiana de todos
desinfetantes, inclusive do hipoclorito está ligada à concentração e ao tempo,
onde muitas vezes a desinfecção não é eficaz e não tem a durabilidade
esperada.
É possível avaliar várias falhas nos setores como a falta de lavagem das
mãos dos profissionais, após procedimentos, o uso inadequado das almotolias,
já que os profissionais desrosqueavam o objeto, no intuito de avolumar a
quantidade das soluções, a falta de atenção ao vencimento das almotolias, pois
foram encontrados vasilhames vencidos há mais de 5 dias, observou-se
profissionais de enfermagem preenchendo as almotolias sem a desinfecção
indicada, já que por ser um item semicrítico, deve-se fazer a desinfecção
semanalmente, após o término da solução, no casos das soluções acabarem
antes do sétimo dia e quando a almotolia estiver sem data de validade.
Cataneo et al., (2011 apud ALMEIDA et al., 2018, p.03) descrevem que
“o paciente que desenvolver infecção hospitalar, independentemente da fonte
ou motivo, elevará seu tempo de permanência internado”, causando gastos ao
hospital com medicamentos, materiais, equipamentos, que poderiam ser
evitados institucionalizando atos simples como a lavagem das mãos.
Nakashima (2017, p.03) descreve que “o ambiente hospitalar é fonte
reservatória de microrganismos capazes de se disseminar principalmente pelas
mãos dos profissionais da saúde ou por fômites”. As almotolias são
manipuladas por vários profissionais, sendo utilizadas em diversos
procedimentos, o uso inadequado da manipulação do objeto e a negligência
dos profissionais com a falta de lavagem das mãos, acarretam o aumento dos
40
casos de infecções associadas aos cuidados à saúde, reforçando a importância
de lavar as mãos para a diminuição das infecções cruzadas no ambiente
hospitalar.
A vaselina foi a solução envasada que mais apresentou contaminação
por enterobactérias, sendo que de 17 amostras 14 apontaram a presença do
MO. Acredita-se que esse fenômeno esteja relacionado às características da
solução pois a vaselina não tem função antisséptica, por ser uma solução
oleosa, acredita-se que a probabilidade é maior de adesão de sujidades
quando comparado a soluções antissépticas como o álcool, clorexidina
alcoólico, clorexidina aquoso, entre outros. Por outro lado, por ser muito
utilizado em curativos e hidratação da pele, pode haver contaminação o
vasilhame, o que constitui infecção cruzada indireta.
Com os resultados encontrados percebe-se que é necessário instituir,
efetivamente, precauções para manipulação das almotolias, no intuito de
aumentar a durabilidade da ação microbicida do desinfetante.
2.7 Considerações Finais
Logo após o término da pesquisa em um hospital do interior do estado
de São Paulo, observou-se que a desinfecção por ação do hipoclorito de sódio
a 1% é eficaz. Porém acredita-se que houve falhas como a ineficiência na
higienização das mãos dos profissionais, antes de tocar nas almotolias ou após
os procedimentos; o uso inadequado desse tipo de artigo, já que os
profissionais “desrosqueavam” o objeto, no intuito de avolumar a quantidade
das soluções; a falta de atenção ao vencimento das almotolias, pois foram
encontrados vasilhames vencidos há mais de 5 dias nos setores pesquisados e
foi observado que profissionais de enfermagem envasam soluções no setor a
fim de completar o conteúdo que foi utilizado.
Durante o estudo ficou evidente a falha na utilização das almotolias
pelos profissionais, já que essas atitudes contribuem para a contaminação dos
vasilhames reduzindo a eficácia da desinfecção quando utilizado hipoclorito de
sódio a 1%.
A literatura acerca da temática é escassa, embora o hipoclorito seja
utilizado amplamente nas EAS o tema é pouco abordado pela comunidade
41
científica em geral. Acredita-se que isso ocorra em decorrência das
dificuldades que os hospitais apresentam em realizar seus testes
microbiológicos e também em virtude de algumas EAS, substituírem as
almotolias reprocessáveis por frascos de solução para uso individual em
pacientes, portanto não foi possível correlacionar os dados encontrados na
presente pesquisa com outros encontrados em estudos correlatos.
Diante dos resultados encontrados no presente estudo, foi possível
responder a problemática levantada aventada na etapa inicial da pesquisa pois
observou-se que a desinfecção por hipoclorito de sódio a 1% foi eficaz, porém
a durabilidade do processo não atingiu os 7 dias consecutivos preconizados.
Há a necessidade de implantação de atividades educacionais relacionadas às
precauções padrão, bem como o desenvolvimento de boas práticas no
atendimento ao público interno e externo das EAS.
42
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ANEXOS
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ANEXO A: Parecer Consubstanciado do CEP
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ANEXO B: Declaração Associação Hospitalar Santa Casa De Lins