design e ensaio de isolamento externo (1)
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INTRODUÇÃO
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Umas das causas de grandes interrupções nas redes e de
desperdício de energia nas linhas de transmissão são as
correntes de fuga nos isoladores, que são intensificadas em
ambientes sob poluição industrial ou com atmosfera muito
salina.
Há a necessidade de diminuir estas perdas na transmissão da
energia elétrica visando desenvolver isoladores com melhor
desempenho sob tais condições ambientais e reduzir os
prejuízos às empresas distribuidoras de energia elétrica.
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Classificação dos isolantes:
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Classificam-se quanto a fabricação e tipo de material:
CERÂMICA: incluem os construídos a partir de porcelana e
vidro. Possuem recobrimento
de uma camada fina e contínua de esmalte cerâmico que, após a
queima, adquire o aspecto vítreo. Esta camada vítrea contribui
para a melhoria das propriedades mecânicas e elétricas.
POLÍMEROS: referidos como NCI’s,
Operação em ambiente contaminado
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Um inconveniente desses isoladores é que as suas superfícies são
constituídas de óxidos metálicos que possuem alta energia, o
que têm como conseqüência a alta molhabilidade. Isto pode
ocasionar a formação de película de água que, se for contínua
por toda a altura do isolador, é capaz de conduzir corrente e
fechar um arco e em decorrência disto incapacitar a passagem
de energia elétrica pela rede. Este fenômeno é mais conhecido
como flashover.
Fontes de poluição que afetam o
isolamento do sistema:
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O sal do mar;
Produtos industriais que contêm sais solúveis.
Excrementos de pássaros;
Areias do deserto;
Mecanismo Flashover de isoladores
poluídos.
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Esse problema vem se agravando com o aumento da poluição
ambiental e a crescente concentração das indústrias no litoral,
pois a poluição e os sais com o decorrer do tempo vão se
depositando sobre a superfície do isolador até alcançar uma
concentração tal que, em um momento de chuva ou neblina,
podem tornar a película contínua condutora e causar descargas
disruptivas.
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O fenômeno de flashover observado nos isoladores elétricos
representa a conseqüência de um processo indeterminado que
acontece em sucessivos estágios, de acordo com uma ordem
bem definida:
camada de acúmulo
formação banda seca
arco parcial
arco longo
eventual arco cobrindo todo o isolador seguido por
abrasamento
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Erosão em isoladores
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A erosão por arcos acontece sobre as partes mais
resistivas da superfície úmida e que aparecem
durante a condensação. Os arcos são mais
freqüentes nas regiões das cadeias dos isoladores
onde a densidade de corrente e o campo elétrico
são mais intensos.
Alguns arcos induzem a formação de ozônio, que
podem acelerar a erosão.
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Corrosão
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O pino de um isolador de suspensão é geralmente fabricado
em aço galvanizado.
Uma das preocupações é com a corrosão do
pino que se inicia na interface tripla, pino/cimento/ar e causa,
inicialmente, aumento do diâmetro do
Tais esforços mecânicos, devido ao "pino expandido", podem
danificar os dielétricos de porcelana, causar perfuração elétrica,
devido a rachaduras e possível falha mecânica pino, que perde
sua camada de zinco.
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Contaminação causada pela fauna
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Medição do Grau de Contaminação
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A gravidade de contaminação da superfície de um isolador é
classificada a partir da Densidade Equivalente de Sal
Depositado (ESDD) na mesma.
As dimensões do isolador devem ser levadas em
consideração, uma vez que, o grau de contaminação é
relacionado com o comprimento e a área do isolador.
Determinação do ESDD
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O processo para determinação do ESDD é realizado em etapas:
Passo 1 – A condutividade da água destilada com o pano de
limpeza submerso é aferida.
Passo 2 – Com o auxilio de um cotonete, é realizada a limpeza do
isolador, limpando-se a parte superior e após a inferior.
Passo 3 – O pano é enxaguado e a condutividade é novamente
medida, será notado um aumento da condutividade.
Passo 4 –A solução é transferida para um balão volumétrico.
Passo 5 – A solução é diluída com o uso de 0,5 a 1 litro de água
destilada.
.
Determinação do ESDD
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Passo 6 – A condutividade da solução diluída é medida em
duas temperaturas diferentes, a condutividade equivalente a
temperatura de 20° C é calculada por interpolação.
Passo 7 – ESDD em mg/cm3 é calculado a partir da
expressão:
.
Exemplo da aplicação do método
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Exemplo da aplicação do método
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Tabela do grau de gravidade para
isoladores de cerâmica.
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Tabela 9.1
Tabela do grau de gravidade para
isoladores de cerâmica.
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A tabela 9.1 apresenta as características do grau de
contaminação, quais ambientes apresentam tal contaminação
e qual a distancia mínima de fuga qual deve ser utilizada no
isolador.
Embora a tabela 9.1 seja específica para isoladores de
cerâmica, na ausência de informações de características de
isoladores compostos ela pode ser utilizada como guia para
utilização de isoladores de materiais não-cerâmicos.
Testes de Contaminação
• Testes em Laboratórios
• Testes em Campo
Testes de Campo
Os Isoladores ao mesmo tempo que estão sobre a tensões de
funcionamento, estão expostos a poluições naturais.
Durante sua operação é monitorada a frequência de descargas
disruptivas os níveis destas descargas e duração
Testes de Campo
Posteriormente estes isoladores são removidos e testados em
laboratórios para determinar os níveis de descarga disruptiva.
Testes em campo oferecem uma oportunidade para
caracterizar o tipo de poluição depositada sobre o isolador.
Alguns poluentes típicos encontrados:
NaCl, CaSO4, MgCl2 e CaCO4.
Testes de Laboratórios
Existem dois procedimentos de testes laboratoriais de uso
comum.
Estes são:
Teste de Neblina Salina
Teste de Neblina Limpa
Teste de Neblina Salina
O isolador Limpo e seco é energizado até sua tensão de
operação mais elevada e é exposto a uma neblina com sal. O
maior índice de salinidade em Kg de NaCl/m³ que o isolador
pode resistir por cerca de três testes é usado para caracterizar
o desempenho do isolador.
Teste de Neblina Salina
Os padrões de salinidade variam em valores dependendo do
país.
A tabela 9.2 lista os valores da especificação italiana.
Testes de Neblina Salina
Teste de Neblina Limpa
Este tipo de ensaio reflete a contaminação de isoladores em
áreas industriais.
Na qual, o isolador é mergulhada em uma lama consistindo
de Kaolin, água e NaCl.
O Kaolin proporciona a matriz mecânica ligando o sal
condutor com o isolador. Logo após, o isolador é deixado
secar, e é então testada a contaminação do isolador.
Procedimentos de Testes de Limpeza
da Neblina
Os isoladores pré-contaminados são energizados sobre tensão
constante, e umedecidos por uma neblina limpa. A tensão de
ensaio é mantida até o FO ouWS ocorrer.
O tempo máximo é determinado pelo monitoramento da
corrente de fuga, cerca de 25-30 minutos depois de
umedecidos os isoladores.
Mitigação de Contaminação Flashover
Existe uma série de medidas utilizadas para minimizar ou
eliminar a contaminação flashover de isoladores cerâmicos.
Estas são:
Utilização de isoladores com formas otimizadas;
Limpeza periódica dos isoladores;
Revestimento de Graxa;
RTV Revestimento;
Mitigação de Contaminação Flashover
Esmalte Resistivo;
Substituição dos Isoladores de Cerâmica;
A Utilização de Isoladores com formas
Optimizadas
A forma e a distância de escoamento de isoladores podem ser
variadas, de forma a reunir o mínimo de poluição possível e
para aumentar a auto limpeza através do vento e da chuva na
qual estes ficam expostos.
Limpeza Periódica
No geral a limpeza periódica dos isoladores é feita através de
um sistema de água com alta pressão.
Exemplo de Limpeza de Isoladores.
Revestimento de graxa.
• Revestimento de superfícies isolantes com géis de petróleo
ou de hidrocarbonetos lubrificantes.
• Utilizado em áreas de elevada contaminação.
Revestimento de graxa.
Superfícies impermeáveis.
Extremamente eficaz e comprovada.
Manutenção periódica.
Revestimento RTV (Room temperature
vulcanizing).
É uma dispersão elastomérica de silicone monocomponente
pronta para uso que se provou adequada a isoladores de alta
tensão para a prevenção de descarga disruptiva e formação de
arco.
Revestimento RTV (Room temperature
vulcanizing).
Reveste isoladores sólidos.
Revestimento RTV (Room temperature
vulcanizing).
Podem ser aplicados em circuitos energizados.
Revestimento RTV (Room temperature
vulcanizing).
Revestimento hidrofóbico.
Isoladores com esmalte resistivo.
São utilizados em ambientes de grande contaminação.
Eles utilizam esmaltes específicos, que são parcialmente
condutivos, de tal forma, que proporciona campos elétricos
uniformes, e aquecimento da superfície.
Isoladores cerâmicos.
Isoladores cerâmicos são materiais destinados a isolar
eletricamente e suportar mecanicamente os esforços gerados
em um corpo condutor.
Possuem elevadas resistências elétricas e mecânicas.
Isoladores cerâmicos.
À temperaturas usuais, os materiais cerâmicos são duros e
frágeis e contrariamente aos metais, a sua fragilidade não
pode ser diminuída pôr tratamentos térmicos; apresentam
elevada resistência à corrosão, à erosão, à abrasão, sendo
entretanto frágeis nos aspectos de tração e compressão;
possuem alta resistividade e em geral são ótimos dielétricos.
As peças cerâmicas podem ser fabricadas pôr compactação a
frio, e pôr extrusão e compactação a quente, realizando-se
seu acabamento pôr usinagem ou esmerilhamento.
Isoladores cerâmicos.
O formato dos isoladores resulta das exigências mecânicas
que vão ser solicitadas em serviço.
No caso das linhas de transmissão, as solicitações mecânicas
são satisfeitas com o acoplamento de várias unidades,
distribuindo as forças de tração impostas pelos condutores
pelas dielétricos.
Isoladores cerâmicos.
Essas unidades são isoladores do tipo campânula e espigão
(em inglês cap and pin).
Estes equipamentos são constituídos por três peças
principais.
- Dielétrico
- Espigão
- Campânula
Isoladores cerâmicos.
Dielétrico: neste caso trata-se de um material de porcelana
ou vidro, não condutor, que resiste a tensão AC ou DC
permanentemente aplicada, e dificulta a circulação de
correntes de fuga ao longo da sua superfície. Deve assegurar a
resistência à tensão de impulso sem que se registrem
perfurações no seu corpo. Além disso, assegura a
transferência de carga mecânica do espigão ao distribuí-la ao
longo do seu volume.
Isoladores cerâmicos.
Espigão: peça metálica que permite a ligação com um outro
isolador da cadeia ou terminal metálico. A ligação entre o
espigão e o material dielétrico é assegurada pela introdução
de cimento na cavidade inferior da saia. A expansão do
cimento deve ser de tal forma correta que estabeleça uma
ligação forte entre ambos, sem criar pontos de grande
densidade de força que provoque a fratura do material
dielétrico.
Isoladores cerâmicos.
Campânula: ferragem metálica que abraça a parte superior
do dielétrico, a qual é fixada através do uso de cimento ao
longo de toda a superfície. Tal como no espigão, a qualidade
da ligação deve ser elevada por forma a garantir resistência
mecânica à tensão nominal.
Isoladores cerâmicos.
Isoladores Poliméricos
Conhecidos como isoladores não-cerâmicos - Non-Ceramic
Insulators – NCI
Foram introduzidos em 1949, eram feitos em epóxi e quando
utilizados ao tempo ou em ambientes contaminados, eram
susceptíveis a problemas associados degradação por radiação e
erosão.
Os NCIs eram produzidos por diversos fabricantes ao longo dos
anos 60 e 70.
Isoladores Poliméricos
Isoladores Poliméricos
Tipos mais comuns
Tipo Pino Tipo Suspensão
Isoladores Poliméricos
Material de Revestimento
Os materiais mais comumente utilizados como revestimento dosisoladores não-cerâmicos são elastômeros, de hidrocarbono e desilicone
Hidrocarbono
Monômero de etileno-propileno (EPM)
Monômero de dieno etileno-propileno (EPDM)
Silicone
Mopolímero de etileno-propileno e silicone (ESP)
Os elastômeros de silicone servem tanto para alta temperatura etemperatura ambiente
Isoladores Poliméricos
Material de Revestimento
Ambas famílias de materiais utilizam alumínio tri hidrato (ATH)como um filtro que aumenta sua performance contra erosão
Capacidade de manter a sua hidrofobia, mesmo em ambientespoluídos, quando então a hidrofobia é transmitida à camada depoluentes depositados na superfície do isolador
Hidrofobia é a propriedade que permite a superfície domaterial repelir a água, evitando a formação de uma películade água, assim, ela reduz as correntes de fuga
Isoladores Poliméricos
Núcleo
A resistência mecânica dos NCIs provém através do núcleo de fibra devidro.
Processo de pultrusão, um processo de fabricação em contínuo deperfis constituídos por fibras e resinas termo endurecidas, que consisteem “puxar” as fibras embebidas na resina matriz através de uma fieira oumolde.
Alta resistência física e química
Flexibilidade
Dois tipos de resina são mais utilizados:
Epóxi - Possui maior performance
Poliéster - Alternativa de menor custo
Existem também isoladores poliméricos de núcleo oco (HCNCIs)
Isoladores Poliméricos
Terminal de Encaixe
O tipo de terminal deve suportar a carga mecânica doisolador sem escorregamento.
O sistema de fixação das ferragens deve garantir aintegridade do núcleo, não devendo provocar trincas,fissuras ou esmagamento.
Composição Ferro nodular Aço carbono forjado Aço inoxidável Liga de alumínio Bronze
Isoladores Poliméricos
Terminal de Encaixe
Os engates devem satisfazer as exigências da NormaTécnica ABNT NBR 7107, ou outro documentonormativo equivalente (por exemplo, IEC ou ANSI).
Engates mais comuns: Concha
Bola
Elo
Cupilha - travamento positivo contra a separação nãointencional da unidade do isolador
Isoladores Poliméricos
Detecção de Defeitos e Falhas
Uma das principais causas de falha dos isoladores poliméricos utilizados em redes de distribuição de energia elétrica é a existência de vazios (bolhas de ar ou trincas). Processo de injeção do polímero ou por trincas
ocasionadas pela fadiga devido aos estresses mecânicos e térmicos sofridos durante a operação ou, ainda, pela má colocação de massa de fixação no isolador.
Radiografia Digital industrial Torna possível visualizar os defeitos no interior dos
componentes de forma não-destrutiva.
Isoladores Poliméricos
Detecção de Defeitos e Falhas
Radiografia digital de um isolador com defeito
Isoladores Poliméricos
Especificações e Normas
Para fins de especificação são adotadas as definições da
Norma ABNT NBR 5456 e NBR 5472,
complementadas pelas definições a seguir. Entretanto,
é também permitida a adoção de definições
equivalentes de outras Normas Técnicas de aceitação
mundial, tais como publicações da IEC, ANSI, IEEE,
CSA e CEA
Isoladores Poliméricos
Vantagens
Vantagens dos isoladores poliméricos : São mais leves, assim reduzem o tempo gasto em sua instalação e
consequentemente seu custo.
São menos susceptíveis ao vandalismo, que pode causar a queda de
uma linha de transmissão cujos isoladores tenham sido alvejados por
projéteis de arma de fogo.
Reduz os custos com manutenção, pois não precisa ser lavado
periodicamente.
Não emitem tanta interferência eletromagnética quanto os isoladores
cerâmicos.
Isoladores Poliméricos
Desvantagens
Desvantagens dos isoladores poliméricos : Diferentemente dos isoladores de vidro temperados, que se
esfarelam quando quebrados, os isoladores poliméricos muitas vezes não apresentam, aparentemente, indícios de que houve uma falha interna. Assim, uma inspeção feita do solo pode não detectar problemas no isolador.
É difícil avaliar a expectativa de vida do isolador e seu comportamento em longo prazo é desconhecido .
Eles estão sujeitos a alterações químicas em seu revestimento devido às condições ambientais ou à formação de arcos voltaicos em sua superfície.
A expectativa de vida útil dos isoladores poliméricos é de 30 a 40 anos, enquanto nos isoladores cerâmicos a expectativa de vida útil é de 60 a 90 anos.