desflorestação

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DESFLORESTAÇÃO Desflorestação, desflorestamento ou desmatamento é o processo de desaparecimento completo e permanente de florestas, atualmente causado em sua maior parte pela atividade humana. Embora o conceito se aplique em senso estrito à perda de florestas, regiões densamente cobertas por árvores, muitas vezes ele é aplicado para perdas em outras regiões com cobertura vegetal naturalmente esparsa, arbustiva ou rasteira, como as savanas, as pradarias e o cerrado, significando, em seu sentido lato, a perda permanente de todo tipo de cobertura vegetal original em determinada área. 1 Áreas desflorestadas historicamente mas que por qualquer razão recuperaram sua cobertura não entram no cômputo atual da desflorestação. 2 A desflorestação, que é uma perda quantitativa de superfície florestada, se distingue da degradação florestal, que é uma perda qualitativa em biodiversidade, estrutura ou função de uma floresta. As florestas são ecossistemas de enorme importância ambiental por uma variedade de razões, e historicamente sempre foram uma das principais bases do florescimento das civilizações. São fontes de inúmeros produtos úteis para o ser humano, como madeira, substâncias medicinais, frutos e fibras, entre outros serviços ambientais. Cerca de 1,6 bilhões de pessoas hoje ganham a vida em alguma atividade ligada às florestas, e cerca de 60 milhões de indígenas em todo o mundo dependem exclusivamente delas para sua subsistência. Elas preservam e purificam as águas doces, impedem a erosão do solo, produzem boa parte do oxigênio da atmosfera e reciclam o gás carbônico, contribuem na regulação do clima e do regime de chuvas, entre muitos outros efeitos benéficos para a manutenção do equilíbrio ecológico da Terra, do qual o bem-estar e mesmo a sobrevivência do homem também dependem diretamente. As florestas tropicais em particular estão entre os ecossistemas com maiores índices de biodiversidade do mundo. Desta forma, como é lógico, o desaparecimento das matas desencadeia inúmeros efeitos negativos sobre o equilíbrio do ambiente global e também sobre a vida humana, em aspectos econômicos, sociais, culturais e mesmo biológicos, afetando virtualmente todas as pessoas do mundo, direta ou indiretamente. Cerca de 31% da superfície terrestre do globo ainda são cobertos por florestas em vários graus de conservação, 12

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DESFLORESTAÇÃO

Desflorestação, desflorestamento ou desmatamento é o processo de desaparecimento completo e permanente de florestas, atualmente causado em sua maior parte pela atividade humana. Embora o conceito se aplique em senso estrito à perda de florestas, regiões densamente cobertas por árvores, muitas vezes ele é aplicado para perdas em outras regiões com cobertura vegetal naturalmente esparsa, arbustiva ou rasteira, como as savanas, as pradarias e o cerrado, significando, em seu sentido lato, a perda permanente de todo tipo de cobertura vegetal original em determinada área.1 Áreas desflorestadas historicamente mas que por qualquer razão recuperaram sua cobertura não entram no cômputo atual da desflorestação.2 A desflorestação, que é uma perda quantitativa de superfície florestada, se distingue da degradação florestal, que é uma perda qualitativa em biodiversidade, estrutura ou função de uma floresta.

As florestas são ecossistemas de enorme importância ambiental por uma variedade de razões, e historicamente sempre foram uma das principais bases do florescimento das civilizações. São fontes de inúmeros produtos úteis para o ser humano, como madeira, substâncias medicinais, frutos e fibras, entre outros serviços ambientais. Cerca de 1,6 bilhões de pessoas hoje ganham a vida em alguma atividade ligada às florestas, e cerca de 60 milhões de indígenas em todo o mundo dependem exclusivamente delas para sua subsistência. Elas preservam e purificam as águas doces, impedem a erosão do solo, produzem boa parte do oxigênio da atmosfera e reciclam o gás carbônico, contribuem na regulação do clima e do regime de chuvas, entre muitos outros efeitos benéficos para a manutenção do equilíbrio ecológico da Terra, do qual o bem-estar e mesmo a sobrevivência do homem também dependem diretamente. As florestas tropicais em particular estão entre os ecossistemas com maiores índices de biodiversidade do mundo. Desta forma, como é lógico, o desaparecimento das matas desencadeia inúmeros efeitos negativos sobre o equilíbrio do ambiente global e também sobre a vida humana, em aspectos econômicos, sociais, culturais e mesmo biológicos, afetando virtualmente todas as pessoas do mundo, direta ou indiretamente.

Cerca de 31% da superfície terrestre do globo ainda são cobertos por florestas em vários graus de conservação,12 com aproximadamente 22% delas ainda em condições intocadas. Apesar da significativa cobertura sobrevivente, calcula-se que metade das florestas do mundo já tenha desaparecido,13 embora por incertezas acerca dos métodos de mensuração e pela dificuldade de definição do que se entende por "floresta" haja discordância nos números exatos.13 1 14 Segundo uma estimativa da FAO, entre 2000 e 2010 o mundo perdeu 130 milhões de hectares de florestas, mas ganhou de volta 78 milhões de hectares em reflorestamentos naturais ou induzidos, com uma média total de perdas de cerca de 5,2 milhões de hectares a cada ano.15 Quase a totalidade das perdas recentes ocorre nas regiões tropicais, e entre suas causas imediatas estão o clareamento do solo para a agricultura, a pecuária e a urbanização, e a retirada de madeira.5 De todas, a expansão agrícola é de longe a causa mais importante, respondendo por 80% da desflorestação mundial

O desflorestamento é um dos maiores desafios ambientais da atualidade e tem sido objeto de inúmeros estudos científicos, mas ainda é motivo de grande controvérsia a respeito de sua verdadeira extensão, de suas causas profundas, dos mecanismos naturais associados e dos meios de prevenção necessários. Muitos países e organizações internacionais têm elaborado e executado programas e leis para conter seu avanço, mas os seus resultados práticos têm sido pobres e muitas são as dificuldades ainda encontradas para que tais medidas surtam efeito, pois os impactos negativos deste processo até agora poucas vezes são levados em conta nos planos de desenvolvimento das nações, que permanecem presas principalmente a interesses econômicos e políticos mais imediatos, e continuam negligenciados pela sociedade em geral, que ainda não está

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consciente da gravidade e das vastas implicações da situação ou não se mostra disposta a agir decididamente para reverter esse quadro.

Causas

Historicamente a desflorestação acompanhou o crescimento da população humana e a organização das sociedades. Suas principais causas diretas têm sido a abertura de áreas para agricultura, pastoreio e habitação, e o uso da madeira como combustível e como material de construção de habitações, edifícios públicos, navios, mobiliário e outros bens de consumo, mas as causas localizadas variam bastante de região para região. Hoje a agricultura sozinha é responsável por 80% da desflorestação do mundo. Cerca de 70% da degradação florestal na América Latina, Oceania e Ásia é causada pelas atividades madeireiras, e a maior parte da degradação na África tem origem no uso da madeira como combustível. Outras causas apontadas são os impactos diretos das atividades militares e das guerras, migrações de populações, especialmente de refugiados de guerras e de regiões afligidas pela seca e pela fome, conflitos pela posse da terra e de seus recursos, mineração, abertura de estradas, ineficiência dos métodos de derrubada, ineficiência no controle de áreas protegidas já consolidadas e dificuldades para a criação de novas, e incêndios acidentais ou provocados.

Mas há uma série de causas profundas para seu desaparecimento, que envolvem contextos tanto locais como globais. Elas foram analisadas e delimitadas durante o Fórum Intergovernamental sobre as Florestas, organizado pela ONU:

Pobreza, Ausência de parâmetros seguros para a posse da terra, Ausência de reconhecimento adequado das necessidades dos povos indígenas e

comunidades tradicionais dependentes exclusivamente das florestas, Políticas públicas inadequadas ou claramente predatórias, Subvalorização dos produtos florestais e serviços ambientais, Falta de participação popular nas medidas de controle, Falta de boa governança, Oposição do modelo econômico prevalente, contrário aos princípios do manejo

sustentável, Comércio ilegal, Falta de meios e capacidade dos países e comunidades para reverter o quadro de

desmatamento, Ausência de cooperação internacional realmente efetiva em uma escala

desejável, Dificuldades técnicas de mapeamento e avaliação das áreas desflorestadas, Influência da degradação ambiental global, causada pela poluição, mudanças

climáticas, declínio dos recursos hídricos e da biodiversidade, entre outros fatores.

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DESERTIFICAÇÃO

Desertificação é o fenômeno que corresponde à transformação de uma área num deserto. Segundo a Convenção das Nações Unidas de Combate à Desertificação, a desertificação é "a degradação da terra nas regiões áridas, semiáridas e subúmidas secas, resultante de vários fatores, entre eles as variações climáticas e as atividades humanas". Considera as áreas suscetíveis aquelas com índice de aridez entre 0,05 e 0,65. A ONU adotou o dia 17 de Junho como o Dia Mundial de Combate à Desertificação.

O processo de desertificação

O termo desertificação tem sido muito utilizado para a perda da capacidade produtiva dos ecossistemas causada pela atividade humana. Devido às condições ambientais, as atividades econômicas desenvolvidas em uma região podem ultrapassar a capacidade de suporte e de sustentabilidade. O processo é pouco perceptível a curto prazo pelas populações locais. Há também erosão genética da fauna e flora, extinção de espécies e proliferação eventual de espécies exóticas.

O que acontece é um processo em que o solo de determinados lugares começa a ficar cada vez mais estéril. Isso quer dizer que a terra perde seus nutrientes e a capacidade de fazer nascer qualquer tipo de vegetação, seja florestas naturais ou plantações feitas pelo ser humano.

Sem vegetação, as chuvas vão rareando, o solo vai ficando árido e sem vida, e a sobrevivência fica muito difícil. Os moradores, agricultores e pecuaristas geralmente abandonam essas terras e vão procurar outro lugar para viver.

No caso de desertos arenosos, origina-se a partir do empobrecimento do solo e consequente morte da vegetação, sendo substituída por terreno arenoso. No caso dos desertos polares, a causa evidente é a temperatura extremamente baixa daquelas regiões.

Nas regiões semiáridas e semiúmidas secas, a ação humana intensifica os processos de desertificação. As atividades agropecuárias insustentáveis são responsáveis pelos principais processos: a salinização de solos por irrigação, o sobrepastoreio e o esgotamento do solo pela utilização intensiva e insustentável dos recursos hídricos por procedimentos intensivos e não adaptados às condições ambientais, além do manejo inadequado na agropecuária.

O crescimento demográfico e a consequente demanda por energia e recursos naturais também exerce pressão pela utilização intensiva do solo e dos recursos hídricos.[2]

As consequências deste processo geram grandes problemas econômicos e culturais. Em primeiro lugar, reduz a oferta de alimentos. Além disto, há o custo de recuperação da área degradada. Do ponto de vista ambiental, a perda de espécies nativas é uma consequência funesta. Finalmente, os problemas sociais: a migração das populações para os centros urbanos, a pobreza, o desemprego e a violência. Isto gera um desequilíbrio entre as diversas regiões mundiais, uma vez que as áreas suscetíveis à desertificação encontram-se em regiões pobres, onde já há uma desigualdade social a ser vencida.

Desertificação no mundo

O risco de desertificação atinge 33% da superfície terrestre, envolvendo uma população de 2,6 bilhões de pessoas. Na África, são 200 milhões de pessoas atingidas pelo

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processo na região subsaariana. A degradação nos vários países subsaarianos varia de 20% a 50% do território

Na Ásia e na América Latina, são 357 milhões de hectares afetados. A cada ano, perde-se 2,7 bilhões de toneladas de solo.

As adaptações a estas mudanças provocam mais pressões sobre o uso do solo, aumentando sua degradação pelo manejo inadequado

Considera as áreas suscetíveis aquelas com índice de aridez entre 0,05 e 0,65. A ONU adotou o dia 17 de Junho como o Dia Mundial de Combate à Desertificação

Entre as principais causas responsáveis pela desertificação estão:

- Desmatamento de áreas com vegetação nativa;- Uso intenso do solo, tanto na agricultura quanto na pecuária;- Práticas inadequadas de irrigação;- Mineração.

As principais consequências da desertificação são:

- Eliminação da cobertura vegetal;- Redução da biodiversidade;- Salinização e alcalinização do solo;- Intensificação do processo erosivo;- Redução da disponibilidade e da qualidade dos recursos hídricos;- Diminuição na fertilidade e produtividade do solo;- Redução das terras agricultáveis;- Redução da produção agrícola;- Desenvolvimento de fluxos migratórios.

De acordo com o Worldwatch Institute, cerca de 15% da superfície terrestre sofre algum tipo de desertificação. Esse fenômeno afeta mais de 110 países, prejudicando a vida de mais de 250 milhões de pessoas. As regiões mais atingidas pela desertificação são: Oeste da América do Sul, Norte e Sul da África, Oriente Médio, Ásia Central, Noroeste da China, Austrália e Sudoeste dos Estados Unidos.

BIBLIOGRAFIA

WIKIPEDIA, Deflorestação, https://pt.wikipedia.org/wiki/Desflorestação

WIKIPEDIA, Desertificação, https://pt.wikipedia.org/wiki/Desertificação