desequilÍbrio ácido base

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06-03-2010 Profª Neisa Lourenço 1 Átomo Pode ser definido como a menor porção de um elemento que retém todas as suas propriedades. O átomo é composto de um núcleo pequeno e pesado circundado por partículas que se situam a grande distância dele, sendo composto principalmente de espaço vazio. São constituídos basicamente de três partículas fundamentais: próton (+), elétron (-) e nêutron. Profª Neisa Lourenço 2 Prótons, Elétrons e Nêutrons Prótons: tem carga positiva e massa aproximada de uma unidade de massa atômica (uma) e estão localizados no interior do núcleo do átomo; Elétrons: tem carga negativa e massa de 1/1837 uma e estão localizados fora do núcleo do átomo; Nêutrons: não possuem carga, é uma partícula neutra. Tem um peso aproximado de 1 uma e estão localizados no interior do núcleo. Profª Neisa Lourenço 3 Profª Neisa Lourenço 4 Ácido Compostos que, quando em solução aquosa, produzem ou doam íons de hidrogênio (H + ) Brønsted definiu ácido como uma substância que doa prótons. HClH + + Cl - (Ácido clorídrico= hidrogênio + cloreto) Profª Neisa Lourenço 5 Base Substâncias que produzem íons hidroxila (OH - ) em solução aquosa. Ou seja, as bases aumentam a concentração de íons hidroxila (OH - ) em água. (OH - hidróxido) Brønsted a definiu como uma substância que recebe prótons. HCO 3 + H = H 2 CO 3 Bicarbonato + hidrogênio = ácido carbônico Profª Neisa Lourenço 6

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Page 1: DESEQUILÍBRIO ácido base

06-03-2010

Profª Neisa Lourenço 1

Átomo Pode ser definido como a menor porção de um

elemento que retém todas as suas propriedades.

O átomo é composto de um núcleo pequeno e

pesado circundado por partículas que se situam

a grande distância dele, sendo composto

principalmente de espaço vazio.

São constituídos basicamente de três partículas

fundamentais: próton (+), elétron (-) e nêutron.

Profª Neisa Lourenço 2

Prótons, Elétrons e Nêutrons Prótons: tem carga positiva e massa aproximada de

uma unidade de massa atômica (uma) e estão

localizados no interior do núcleo do átomo;

Elétrons: tem carga negativa e massa de 1/1837

uma e estão localizados fora do núcleo do átomo;

Nêutrons: não possuem carga, é uma partícula

neutra. Tem um peso aproximado de 1 uma e estão

localizados no interior do núcleo.

Profª Neisa Lourenço 3 Profª Neisa Lourenço 4

ÁcidoCompostos que, quando em solução

aquosa, produzem ou doam íons de

hidrogênio (H+)

Brønsted definiu ácido como uma

substância que doa prótons.

HCl→ H+ + Cl-

(Ácido clorídrico= hidrogênio + cloreto)

Profª Neisa Lourenço 5

BaseSubstâncias que produzem íons

hidroxila (OH-) em solução aquosa.

Ou seja, as bases aumentam a

concentração de íons hidroxila (OH-)

em água. (OH- hidróxido)

Brønsted a definiu como uma

substância que recebe prótons.

HCO3 + H = H2CO3Bicarbonato + hidrogênio = ácido carbônico

Profª Neisa Lourenço 6

Page 2: DESEQUILÍBRIO ácido base

06-03-2010

Profª Neisa Lourenço 2

Titulação ácido-baseQuando um ácido reage com uma

base (neutralização) é produzido um

sal e água. Teoria de Arrhenius

ÁCIDO + BASE → SAL + ÁGUA

HCl + NaOH → NaOH + H2O

Profª Neisa Lourenço 7 Profª Neisa Lourenço 8

Equilíbrio ácido-básico Intimamente relacionado com o balanço

hidroeletrolítico.

Potencial de hidrogênio (pH): expressão

da relativa acidez ou alcalinidade dos

líquidos orgânicos, refere-se à

concentração de íons hidrogênios no

líquido.

Profª Neisa Lourenço 9

Equilíbrio ácido-básico pH= -log[H+]

Um algarismo é um expoente. Portanto, o logarítmo

de 10-2 é -2. Assim uma solução que tem [H+]=10-4

tem um pH=4.

OU SEJA:

pH= -log[H+]

pH= - (-4) = 4

pH = 7 (neutro) pois [H+] = [OH-], pH da água pura

7,35 ≤ pH sangue ≤ 7,45

Profª Neisa Lourenço 10

Equilíbrio ácido-básico Substâncias tampões: são capazes de captar e

armazenar íons de hidrogênio para devolvê-los

lentamente quando estiverem escassos. As mais

importantes são:

Bicarbonato de sódio (NaHCO3);

Ácido carbônico (H2CO3);

Proteínas plasmáticas (albumina);

Hemoglobina (HHb e KHb) e Oxiemoglobina (HHbO2

e KHbO2).

Profª Neisa Lourenço 11

Equilíbrio ácido-básicoTransportam os íons hidrogênio dos

lugares de formação até os pulmões e

rins.

HCl + NaHCO3 = NaCl + H2CO3

O NaCl produzido é neutro, não hidrolisa

Profª Neisa Lourenço 12

Page 3: DESEQUILÍBRIO ácido base

06-03-2010

Profª Neisa Lourenço 3

Equilíbrio ácido-básico Mecanismo respiratório: como os pulmões são

responsáveis pela eliminação da maior porção de

ácido, a função respiratória desempenha um papel

importante na regulação ácido-base.

Excretar CO2;

Regular o pH através do controle da pressão parcial

do gás carbônico (pCO2).

pH abaixo de 7,3 (acidose) há estímulo do bulbo para elevar

a freqüência respiratória e diminuir a pCO2.

CO2 + H2O = H+ + HCO3

Profª Neisa Lourenço 13

Equilíbrio ácido-básico Mecanismo renal: o sistema renal compensa o

excesso de ácido do organismo excretando o ácido

e reabsorvendo bicarbonato. Os mecanismos que o

rim lança mão para regular e manter o equilíbrio

ácido-base são:

Reabsorção de bicarbonato;

Remoção de íons hidrogênio do organismo.

Profª Neisa Lourenço 14

Desequilíbrios ácido-base

Distúrbios metabólicos: produção

ou perda de ácido ou bicarbonato no

compartimento extracelular.

Distúrbios respiratórios: diminuição

ou aumento da eliminação de CO2,

com conseqüente elevação de p CO2

no sangue.

Profª Neisa Lourenço 15

Desequilíbrios ácido-base Avaliação:

Anamnese

Exame clínico

Gasometria arterial

Gasometria arterial: analisa o pH (7,35 a 7,45), a

pCO2 (35 a 45 mmHg), a pO2 (80 a 100 mmHg), o

bicarbonato (de 22 a 26 mEq/L) e a percentagem de

saturação da oxiemoglobina (95% a 98%).

Coleta de amostra de sangue (seringa heparinizada, não

deixar ar, encaminhar imediatamente para análise)

Profª Neisa Lourenço 16

Interpretação da gasometria A interpretação da gasometria arterial, para a

identificação de distúrbios do equilíbrio ácido-base é

feita em etapas sucessivas:

* Verificação do pH;

* Verificação da PCO2;

* Verificação das bases (bicarbonato);

* Verificação da diferença de bases- BE (excesso ou

déficit).

Profª Neisa Lourenço 17

Interpretação da gasometria

Profª Neisa Lourenço 18

Page 4: DESEQUILÍBRIO ácido base

06-03-2010

Profª Neisa Lourenço 4

Interpretação da gasometria VERIFICAÇÃO DA PCO2

O componente respiratório é avaliado pela quantidade

de ácido carbônico existente no sangue. O ácido

carbônico existe quase completamente sob a forma

de CO2 + H2O. A sua quantidade, portanto, pode ser

determinada pela pressão parcial do dióxido de

carbono (PCO2).

A pressão parcial do CO2 no sangue arterial normal

oscila entre 35 e 45mmHg. Um valor anormal da

PCO2, acima de 45mmHg ou abaixo de 35mmHg,

indica a origem respiratória do distúrbio.

Profª Neisa Lourenço 19

Interpretação da gasometria

Profª Neisa Lourenço 20

Interpretação da gasometria VERIFICAÇÃO DAS BASES

A quantidade de bases disponíveis no sangue, indica

o estado do componente metabólico do equilíbrio

ácido-base sendo disponíveis no organismo para a

neutralização dos ácidos. A relação entre o

bicarbonato plasmático, controlado pelos rins, e o

ácido carbônico, controlado pelos pulmões, determina

o pH. Esse princípio permite o cálculo das bases, em

função da sua relação com o pH e a PCO2.

Profª Neisa Lourenço 21

Interpretação da gasometria Existem diversos modos de expressar as bases

existentes no sangue. Os dois parâmetros mais

correntemente utilizados na prática, são o

bicarbonato real e o base excess.

O bicarbonato real existente no sangue é calculado

à partir do pH e do CO2. Os valores das bases são

expressos em miliequivalentes por litro ou, mais

comumente em milimols/litro (mM/L). O valor normal

do bicarbonato real (BR), oscila de 22 a 28mM/L. A

figura 3 ilustra o comportamento do bicarbonato real

nos distúrbios metabólicos do equilíbrio ácido-base.Profª Neisa Lourenço 22

Interpretação da gasometria

Profª Neisa Lourenço 23

Interpretação da gasometria VERIFICAÇÃO DA DIFERENÇA DE BASES

A capacidade total de neutralização das bases é

melhor refletida pelo cálculo da diferença de bases

(excesso ou déficit de bases existentes). Este

parâmetro é calculado à partir das medidas do pH, da

PCO2 e da hemoglobina. O resultado expressa o

excesso de bases existentes nas alcaloses

metabólicas ou o déficit de bases existentes nas

acidoses metabólicas. O valor aceito como normal

para a diferença de bases é de 2mEq/L ou, em outras

palavras: a diferença de bases oscila entre um déficit

(BD) de -2,0mEq/l e um excesso (BE) de +2,0mEq/l.Profª Neisa Lourenço 24

Page 5: DESEQUILÍBRIO ácido base

06-03-2010

Profª Neisa Lourenço 5

Interpretação da gasometria

Profª Neisa Lourenço 25

Acidose Respiratória Etiologia

Qualquer diminuição súbita e severa de ventilação

que o origine acúmulo de CO2 no sangue produz

acidose respiratória aguda (hipoventilação alveolar),

por doença pulmonar, lesão do SNC ou inalação de

CO2.

Manifestações

Esforço expiratório;

Dispnéia;

Desorientação;

Coma.

Profª Neisa Lourenço 26

Acidose Respiratória Compensação

Aumento de CO2→aumento de H2CO2 queda

acentuada do pH

Rins não dispõem de tempo necessário para

compensação nos quadros respiratórios, pois são agudos

e muito graves.

Achados laboratoriais

pCO2 muito alta, pH muito baixo

Tratamento

Buscar rapidamente a causa

Gasometria arterial, hemograma, eletrólitos, raio-X de tórax,

intubação orotraqueal, cultura de secreção, reposição de

HCO3.Profª Neisa Lourenço 27

Alcalose respiratória Etiologia

Causada por hiperventilação e manifesta-se por meio

de dor, estado de ansiedade, estado hipermetabólico

(septicemia por gram-negativo) e falta de oxigênio.

Manifestações clínicas

Tontura,

Fotofobia,

Sudorese,

Palpitações,

Parestesia e tremores.

Profª Neisa Lourenço 28

Alcalose respiratória Achados laboratoriais

pCO2 baixa e pH elevado

Tratamento

Lentificar a respiração por meios adequados:

Analgesia;

Administrar agentes sedativos;

Aumentar a concentração de O2;

Diminuir a freqüência ou o volume em que opera o

ventilador, de acordo com a indicação;

Profª Neisa Lourenço 29

Acidose Metabólica Etiologia

Fármacos, em particular dose excessiva de ácido

acetil salicílico (AAS, aspirina, etc.);

IRA;

DM não controlada, alcoolismo;

Diarréia grave, fístula no intestino delgado;

Hipoperfusão tecidual: sepse, ICC, hipovolemia;

Necrose tecidual

Achados laboratoriais

pCO2 diminuída, pH diminuído, HCO3 diminuído.

Profª Neisa Lourenço 30

Page 6: DESEQUILÍBRIO ácido base

06-03-2010

Profª Neisa Lourenço 6

Acidose Metabólica Manifestações clínicas

Leve: aumento da freqüência respiratória;

Grave: respiração profunda, sonolência, pulso

filiforme, instabilidade hemodinâmica, arritmia

cardíaca e aumento da excitabilidade muscular.

Tratamento

Identificar e controlar a causa primária;

Manter pCO2 em torno de 30mmHg;

Repor devidamente o bicarbonato de sódio e potássio.

Profª Neisa Lourenço 31

Alcalose Metabólica Etiologia

Uso crônico de diuréticos;

Vômitos;

Excesso de ingestão de álcalis (bicarbonato de sódio);

Hipovolemia;

Uso de esteróides, laxantes.

Achados laboratoriais

pCO2 aumentada, pH aumentado, HCO3 aumentado,

potássio diminuído.

Profª Neisa Lourenço 32

Alcalose Metabólica Manifestações clínicas

Hipoventilação compensatória;

Turgor da pele diminuído;

Hipotensão arterial;

Distensão abdominal;

Arritmia ventricular.

Tratamento

Reposição de líquidos (SF0,9% e de KCl) em grandes

quantidades geralmente é suficiente para restaurar o

equilíbrio ácido-base.• Raramente é necessário;

Profª Neisa Lourenço 33

ExercícioGasometria Arterial: Valores de referência

• pH = 7,35

• pCO2 = 39,3mmHg

• pO2 = 191 mmHg

• HCO3 = 21,4 mmol/L

• BE = - 3,2

pH= 7,35 a 7,45

pCO2 = 35 a 45 mmHg

pO2 = 80 a 100 mmHg

Bicarbonato (BR) = 22 a 26

mEq/L

SatO2 = 95% a 98%

BE = +2 a -2

Profª Neisa Lourenço 34

BibliografiaKnobel E. Condutas no paciente grave. São Paulo: Atheneu. 3ed. (2):

613-23

Sackhein GI, Lehman DD. Química e bioquímica para ciências

biomédicas. Barueri: Manole. 8ed

Pascoal CP. Gasometria arterial. [apostila] Especialização em

Fisioterapia Respiratória em UTI com Ênfase em Clínica Médica.

Hospital Glória. [on line]. Disponível em:

http://www.capscursos.com.br/docs/GASOMETRIA%20ARTERIAL.pdf.

Profª Neisa Lourenço 35

BibliografiaUenishi EK. Enfermagem médico-cirúrgica em

unidade de terapia intensiva. São Paulo: Senac, 2007.

p 71-86.

Smeltzer, S.C., Bare, B.G. Brunner/Suddarth: tratado

de enfermagem médico-cirúrgica. Rio de Janeiro:

Guanabara Koogan, 1994; 7 ed. Capítulo 18: Líquidos

e eletrólitos: equilíbrio e distúrbios.

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