desenvolvimento e aplicação de método para a determinação do 3

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Page 1: Desenvolvimento e aplicação de método para a determinação do 3
Page 2: Desenvolvimento e aplicação de método para a determinação do 3

IIDesenvolvimento e Aplicaçãode Método para aDeterminaçãodo 3-Cloro-4-(Diclorometil)-5-

Hidroxi-2[5H]-Furanona(MX) em Água Potável"

ANDRÉA LÚCIA REZEMINI

Tese de Doutorado submetida ao Instituto deQuímicada Universidade de São Paulo como partedos requisitos necessários à obtenção do grau deDoutor em Química- Área: Química Analítica.

Aprovada por:

.f!~,~ ;( f C1~~arPreta. Dra. LlLIANROTHSCHILOFRANCODE CARVALHO

IQ- USP(Orientadera e Presidente)

"""""~~OLFROL10 - USP

~7 Pref. r. JORGE CÉIQ- USP

~+~

Preta. Ora. ROSP{UNOA CARMELA MONTONE10 - USP

~---Preta. Ora. GISELADEARAGAOUMBUZEIRO

CETESB -SP

SÃO PAULO10 DE MAIO2002.

Page 3: Desenvolvimento e aplicação de método para a determinação do 3

j -

A Deus por tudo.....

Aos meus pais Clelia e Oswaldo

por toda energia, apoio e dedicação

durante toda minha vida.

Ao meu irmão e cunhada,

Renato e Sueli, pelo apoio e

companheirismo nos momentos

que passamos juntos.

Page 4: Desenvolvimento e aplicação de método para a determinação do 3

À Profa. Dra. Lilian R. F. de Carvalho

pela orientação, amizade, confiança e

oportunidade de realizar este trabalho

nesta etapa da minha formação.

Ao Prof. Dr. Jorge Moreira Vaz pela

orientação, amizade, dedicação e por

transmitir sua experiência para a

realização deste trabalho.

Page 5: Desenvolvimento e aplicação de método para a determinação do 3

AGRADECIMENTOS

Aos amigos do laboratório: André, Alexandre, Bruno, Célia, Cristina, Denise,

Dina, Emy, Gisele, Heliara, José Carlos, Juliana, Larisse, Marçal, Maurício,

Pérola ,Regiane, Renato, Silvana, Silvia, Sônia, pelo carinho e apoio durante

todos ao anos que passamos juntos.

Aos amigos dos blocos 8 e 2: Cléria, Cristiane, Eliane, Francisco, Gilberto,

Luciana, Marcelo, Orlando, Paulo Cesar, Ulisses, José Roberto, Jorge, Sergio,

Nina, Silvia, Maria Tereza, pelo companheirismo na nossa alegre convivência

diária.

Aos Amigos Lucimara, Patricia, Francisco, Robson, Paulo, Felício, Julieta,

Denise, Jaison, que mesmo distantes, transmitem seu carinho.

Aos funcionários do IQ por toda ajuda prestada no decorrer do trabalho.

À CETESB pelo apoio e pelos extratos mutagênicos cedidos.

À SABESP pela confiança e amostras de água tratada cedidas.

A todos aqueles que de alguma forma contribuíram para a realização deste

trabalho.

Ao CNPq pela bolsa concedida.

Page 6: Desenvolvimento e aplicação de método para a determinação do 3

SUMÁRIO

Res Ufi o i

Abstra ct ii

1.IntrodUção 1

1.1. Desinfecção da água 3

1.2. O tratamento da água na Região Metropolitana de São

Paulo (RMSP) , 5

1.3. Subprodutos da doração 11

1.3.1. MX 12

1.3.2. Estudo dos precursores do MX 14

1.4. Efeito mutagênico do MX 16

1.5. Análise do MX em água " ".. ,. 19

2. Objetivos 26

2.1. Objetivos Gerais 26

2.2. Objetivos Específicos 26

3. Parte Experi fi ental 27

3.1. Reagentes e Solventes. 27

3.2. Instrumentação e análise 27

3.2.1. Condições operacionais do GCIMS 27

3.2.2. Procedimentos de derivatização 29

3.2.3. Curvas analíticas 30

3.3. Procedimentos de extração 30

3.3.1. Escolha do solvente orgânico 30

3.3.2. Extração em fase sólida (SPE) ..". " ..., .31

3.3.2.1. Preparação das fases sólidas 31

3.3.2.2. Recuperação do MX das fases sólidas 32

3.3.2.3. Recuperação do MX da água deionizada 32

Page 7: Desenvolvimento e aplicação de método para a determinação do 3

3.3.3. Extração líquido-líquido (LLE) 34

3.3.3.1. Escolha do solvente extrator 34

3.3.3.2. Otimização da extração líquido-líquido 34

3.3A. Microextração em fase sólida (SPME) 35

3.3A.1. Procedimentos de derivatização com SPME 37

3A. Avaliaçãodos contaminantes(brancos) 38

3.5. Análise de amostras de água 38

4. Resulta dos e Discussão. 40

4.1. Desenvolvimento da metodologia para a análise do MX em água.. 40

4.1.1. Determinação do MX por GC/MS AO

4.1.1.1. Escolha do solvente 44

4.1.1.2. Técnicas de derivatização: off-line e on-line 47

4.1.1.3. Influência da temperatura do injetor 50

4.1.1.4. Influência do tempo de splitless 51

4.1.1.5. Efeito da quantidade de BSTFA na derivatização

do MX 52

4.1.1.6. Sinal/resposta do detector com diferentes

concentrações de MX 54

4.1.2. Extração/Concentração do MX em água 55

4.1.2.1. escolha do solvente para a concentração da

solução de MX 55

4.1.2.2. Extração em fase sólida (SPE): escolha do

adsorvente. . . .. .. .. . .. .. .. .. .. .. . .. .. .. .. .. .. . .. .. .. .. .. .. . .. .. .. .. . .. .. .. .. .. .. .. . .. . 57

4.1.2.3. Extração em fase sólida (SPE): recuperação

4.1.2A. Extração líquido-líquido (LLE): melhores

condições de recuperação 61

4.1.2.5. Microextração em fase sólida (SPME): avaliação

da fibra e do modo de amostragem 64

60

Page 8: Desenvolvimento e aplicação de método para a determinação do 3

4.1.2.6. MicroextTaçãoem fase sólida (SPME): otimização

com a fibra PA 67

4.2. Avaliação da análise simultânea de subprodutos da doração 70

4.3. Aplicação do método proposto em amostras de água 71

5. Conclusões 77

6. Consideraçõesfinais 78

7. Sugestõespara trabalhos futuros 79

8. Referên cias Bibliográ ficas 80

Page 9: Desenvolvimento e aplicação de método para a determinação do 3

Índice de Figuras

Figura 1. Esquema representativo da osmose reversa 2

Figura 2. Mananciais que abastecem as Estações de Tratamento

de Água da RMSP. 1- Cantareira, 2 - Baixo Cotia,

3 - Alto Cotia, 4 - Guarapiranga, 5 - Rio Grande,

6 - Ribeirão da Estiva, 7 - Rio Claro e 8 - Alto Tietê 6

Figura 3. Esquema representativo do tratamento da água na RMSP 8

Figura 4. Estruturas do MX: duas formas tautoméricas a) 3-cloro-4-

(diclorometil)-5-hidroxi-2[5H]-furanona, b) (Z) -2-cloro-3-

(diclorometil)-4-ácido oxobutenóico e seu isômero

geométrico, c) (E)-2-cloro-3-( diclorometil)-4-ácido

oxobutenóico, o E-MX " 12

Figura 5. Formação do MX a partir de aldeídos aromáticos 15

Figura 6. Mecanismo de reação do MX com a guanosina 18

Figura 7. Modos de extração por SPME: a-) headspace,

b-) inserção direta 22

Figura 8. Esquema representativo de um GC/MS com sistema de dados 24

Figura 9. Gráfico das rampas de temperatura e pressão utilizadas

no fomo do cromatógrafo 28

Page 10: Desenvolvimento e aplicação de método para a determinação do 3

Figura 10. Esquema representativo (não está em escala) de uma

coluna para SPE preparada no laboratório 32

Figura 11. Extração do MX da água deionizada, utilizando

adsorvente sólido 33

Figura 12. Esquema do processo de LLE 35

Figura 13. Representação da fibra de SPME, exposta no injetor

do cromatógrafo para dessorção térmica e

derivatização do analito.. .38

Figura 14. Reação de derivatização do MX com BSTFA 41

Figura 15. a- Cromatograma do íon total do MX-D (5 mg/L)

b- Espectro de massas e alguns fragmentos propostos

do MX-D.. 42

Figura 16. Cromatograma do íon total (TIC) do MX-D com

dois de seus fragmentos, m/z = 135 e m/z = 275,

utilizados para a quantificação do MX (3~) 43

Figura 17. Espectro de massas e estrutura do trimetilsilil ester

4-metoxi-ácido benzóico 44

Figura 18. O efeito do solvente na detectabilidade do MX-D

e o monitoramento do tempo de reação à temperatura

ambiente 46

Page 11: Desenvolvimento e aplicação de método para a determinação do 3

Figura 19. Cromatogramas do MX-D em diferentes solventes:

(a) acetonitrila, (b) clorofórmio, (c) acetato de etila e

(d) tetrahidrofurano 46

Figura 20. Cromatogramas dos brancos do solvente: (a) THF e

(b) THF com BSTFA 47

Figura 21. Estudo da estabilidade da solução de MX-D durante uma

semana após derivatização na estufa à 75°C por 240 min 48

Figura 22. a- Curva analítica do MX-D obtida pelo modo Scan 54

b- Curva analítica do MX-D obtida pelo modo SIM 55

Figura 23. - Recuperação do MX após evaporação da solução

em acetato de etila e DCM 56

Figura 24. Recuperação do MX da água deionizada utilizando

SPE com diferentes adsorventes 60

Figura 25. Recuperação do MX da água deionizada por LLE nas

condições otimizadas, utilizando diferentes

concentrações de MX (10, 50, 100, 500 e 1000 ng/L) 64

Figura 26. Efeito do ácido e do sal na recuperação do MX

(1 J.lg/rnL)da água deionizada, usando o modo direto

de extração com a fibra de PA 68

Figura 27. Efeito do tempo na recuperação do MX (1 J.lg/rnL)

da água deionizada, usando o modo direto de

amostragem com a fibra de PA 69

Page 12: Desenvolvimento e aplicação de método para a determinação do 3

Figura 28. Recuperação do MX com diferentes concentrações

de MX, nas condições otimizadas da SPME 70

Figura 29. Fluxograma do método proposto para a análise de MX

em águas 72

Figura 30. Cromatogramas das águas: (a) deionizada,

(b) manancial Guarapiranga e (c) água clorada

(etapa fmal - Guarapiranga), evidenciando

os íons 93, 107, 135, 137, 273 e 275 monitorados

para verificara presençado MX-D 73

Page 13: Desenvolvimento e aplicação de método para a determinação do 3
Page 14: Desenvolvimento e aplicação de método para a determinação do 3

ABV

BSTFA

CETESB

CW/DVB

DCM

DNA

EI

E-MX

ETA

GC-ECD

GCIMS

HPLC

LLE

MX

MX-D

NIST

OMS

PA

PDMS

PDMS/DVB

PTFE

RMSP

RSD

-~

Lista de Abreviaturas

-Alto da Boa Vista

-Bis(trimetilsilil)trifluoroacetamida

-Companhia de Tecnologia e Saneamento Ambiental

-Carbowax / Divinilbenzeno

-Diclorometano

-Ácido desoxirribonucleico

-Electron impact (impacto de elétrons)

- (E)-2-cloro-3-( diclorometil)-4-ácido oxobutenóico

- Estação de TraÍ3rffientode Água

-Gas chromatography with electron capture detection

(cromatografia a gás com detector de captura de elétrons)

- Gas chromatography/ mass spectrometry (cromatografia

a gas acoplada a espectrometria de massas)

- High-performance liquid chromatography

(cromatografia líquida de alta eficiência)

- Liquid-liquid extraction (extração líquido-líquido)

- Mutagen-X ~ 3-cloro-4-(diclorometil)-5-hidroxi-2[5H]-

furanona

- MX derivatizado

- Nationallnstitute ofStandardsand Technology

-Organização Mundial de Saúde

-Poli(acrilato)

- Poli( dimetilsiloxano )

-Poli( dimetilsiloxano) / Divinilbenzeno

-Poli( tetrafluoroetileno )

-Região Metropolitana de São Paulo

- Relative Standard Deviation (desvio padrão relativo)

Page 15: Desenvolvimento e aplicação de método para a determinação do 3

SABESP -Companhia de Saneamento Básico do Estado de São

Paulo

-Serviço de Água e Esgoto

-Standard deviation (desvio padrão)

SAE

SD

SIM - Selected-ion monitoring (monitoramento de íons

selecionados

SPE

SPME

-Solid phase extraction (extração em fase sólida)

-Solid phase microextraction (microextração em fase

THF

THMs

sólida)

- Tetrahidrofurano

-Trihalometanos

TIC

TMCS

TMS

-Total ion chromatogram (cromatograma do íon total)

-Trimetilclorosilano

-Trimetilsilil

USEPA -United States Environmental Protection Agency

(Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos)

Page 16: Desenvolvimento e aplicação de método para a determinação do 3

Resumo

o processo de cloração da água pode levar à fonnação de compostos

tóxicos como o 3-cloro-4-(diclorometil)-5-hidroxi-2[5H]-furanona (MX).

Embora tenha sido detectado em baixas concentrações (ng/L), ele representa

cerca de 50% da atividade mutagênica das águas potáveis, previamente

tratadas com cloro.

Neste estudo, foi desenvolvido um método quantitativo para a análise

de traços de MX em águas cloradas. As técnicas de extração em fase sólida

(SPE), microextração em fase sólida (SPME) e a extração líquido-líquido

(LLE) foram avaliadas, sendo que esta última se mostrou mais eficiente para a

análise de MX em água, com recuperação de 500/0para concentrações s 50

ng/L. A determinação do MX foi realizada por cromatografia a gás acoplada a

espectrometria de massas (GC/MS). O método se baseia na derivatização on-

line do MX usando o reagente bis(trimetilsilil)trifluoroacetamida (BSTFA),

um procedimento experimental simples e rápido. A precisão elevada e a

detecção em concentrações baixas possibilitou a aplicação do método em

amostras reais. A confiabilidade dos resultados, se deve ao uso do

espectrômetro de massas, que pennitiu a identificação e quantificação precisa

do MX em águas. Uma pré-concentração de 2000 vezes do extrato foi

necessária, visto que o limite de detecção instrumental obtido foi 3 J..lg/L.

O método otimizado foi aplicado em amostras de água provenientes de

redes de abastecimento na cidade de São Paulo, coletadas antes e após o

processo de cloração. As concentrações de MX nessas águas cloradas

variaram de 3 a 22 ng/L, valores comparáveis aqueles encontrados em outros

países.

Page 17: Desenvolvimento e aplicação de método para a determinação do 3

Abstract

A by-product of cWorination in water is the 3-chloro-4-

(dicWoromethyl)-5-hydroxy-2[5H]-furanone (MX), a toxic compound which

has been the subject of recent studies. Although MX has been found at low

concentrations (nglL), it accounts for approximately 500/0 of the total

mutagenicity in drinking water.

In this study, a method was developed to analyze MX at trace leveI in

cWorinated waters. The MX extraction efficiency was evaluated using three

different techniques: solid phase extraction (SPE), solid phase microextraction

(SPME) and liquid-liquid extraction (LLE). The LLE technique provided

higher recovery with value of 50% at concentrations ~ 50 ng/L. A simple and

fast procedure involving on-line based trimethylsilyl derivatization for the

quantitative analysis of MX by gas chromatography with mass spectrometry

(GCIMS) is proposed. Good precision and low limit of detection of the

method allowed its application in real water samples. The reliable MX

identification and quantification were obtained due to the use of the mass

spectrometry. Since the instrumentallimit of detection was equal to 3.0 Jlg/L,

the samples had to be concentrated to 2000 times the original concentration.

The optimized method was applied to water samples collected before

and afier cWorination process in water suppliers located in São Paulo City,

Brazil. Concentrations of MX in those samples ranged from 3 to 22 nglL

which are similar to those detected in other countries.

ii

Page 18: Desenvolvimento e aplicação de método para a determinação do 3
Page 19: Desenvolvimento e aplicação de método para a determinação do 3

Introdução

de filtração razoável. A membrana semi permeável deixa passar as moléculas

de água e retem grande parte de íons e moléculas maiores que as da água. As

membranas mais comuns são compostas de polímeros de acetato de celulose

ou poliamida [6]. Alguns especialistas contestam o termo dessalinização e

chamam o processo de dessalgamento, porque apenas remove o excesso de

sais da água, tomando-a potável, mas não retira toda a salinidade marinha [7].

I

Pressão

1 aplicada

Água com baixaconcentração

de sal

Pistão

Água com altaconcentração

de sal

Membrana

semi permeável

Figura 1 -Esquema representativo da osmose reversa.

A praticidade e a economia são fatores importantes, entre muitos

outros, que fazem das águas superficiais doces (rios e lagos) a principal fonte

de água potável em muitos países, incluindo o Brasil. Nas últimas décadas,

entretanto, a contaminação dessas águas tem-se agravado devido a ação

antrópica. Vários esforços tem sido feitos para avaliação dos riscos à saúde

pública ocasionados por estas contaminações. Hoje, além dos esgotos

domésticos, os despejos industriais também são fontes dos poluentes orgânicos

na água potável [8] que é captada para o abastecimento da população. Além

disso, existe a possibilidade da transformação de compostos não tóxicos em

2

Page 20: Desenvolvimento e aplicação de método para a determinação do 3

Introdução

tóxicos fonnados durante os processos de desinfecção utilizados no tratamento

da água.

1.1. Desinfecção da água

A destruição de grande parte dos microorganismos patogênicos

presentes na água é feita, geralmente, com os agentes oxidantes: cloro, ozônio,

dióxido de cloro e luz ultravioleta. Em ordem decrescente de poder de

oxidaçãoeles se colocamda seguintefonna [9 -11]:

Agente oxidante mais forte 7 Agente oxidante mais fraco

03 > Ch > CI02 > uv

A luz ultravioleta tem menor poder para a oxidação dos poluentes em

relação aos reagentes químicos (03, Ch e CI02), mas já tem sido aplicada em

águas menos poluídas que não necessitam de condições drásticas para

desinfecção. Em partes da Bélgica, Alemanha, USA, Holanda e Noruega, a luz

UV já tem sido utilizada, embora o cloro ainda seja o desinfectante de uso

dominante nesses países [12].

o dióxido de cloro é menos eficiente e mais caro que o cloro, mas tem

sido aplicado em águas pouco poluídas de partes da Itália, Alemanha, Holanda

e Suíça, apresentando a vantagem de produzir menos subprodutos

organoclorados do que com a utilização de cloro [13].

o ozônio é o mais forte agente oxidante, entre os citados anterionnente

e tem sido utilizado em algumas partes da Europa (Holanda, Espanha, Áustria

e Suíça). A rápida reação de oxidação (em pH < 7) é promovida pelo contato

físico direto entre os microorganismos e as boJhas ricas em 03, mas a fonna

dissociada do 03 em radicais hidroxila (equação 3) também atua na

desinfecção em valores de pH > 7 [14].

3

Page 21: Desenvolvimento e aplicação de método para a determinação do 3

Introdução

03 + H20 ~ O2 + 2 HO. (3)

o ozônio é degradado com grande facilidade, ou seja, ele não é residual

como o cloro. Por isso ao final do tratamento com 03 é adicionado cloro (-2mglL) para garantir a desinfecção da água em toda a rede de distribuição.

Durante a ozonização se formam compostos como os peróxidos orgânicos,

aldeídos e os epóxidos que apresentam potencial de risco à saúde humana. Em

sua maior parte, esses compostos são formados quando o ozônio reage com

espécies ole:frnicase aromáticas [15].

O gás cloro é utilizado na maioria dos países para a desinfecção das

águas, inclusive no Brasil. Ele é um forte agente oxidante e seu custo é

relativamente baixo quando comparado com os outros métodos de desinfecção

(com 03, CI02 e UV). O gás cloro ao ser adicionado na água forma o ácido

hipocloroso (HCIO - equação 4).

Ch + H20 ~ HCIO + H+ + cr (4)

Em pH = 5 o ácido hipocloroso predomina e em meio alcalino (pH = 9)

ocorre a sua ionização formando o íon hipoclorito CIO-(equação 5).

HCIO ~ Rr + CIO- (5)

Neste valor de pH = 9 se tem apenas 4% de HCIO e 96% de CIO-.

Tanto o ácido hipocloroso como o íon hipoclorito são fundamentais para a

morte das bactérias. Porém, o ácido hipocloroso possui uma ação bactericida

mais eficiente que o CIO-,pela sua maior permeabilidade à membrana celular.

Por isso a cloração é mais eficiente em meio ácido. O HCIO inativa as

bactérias porque reage com uma enzima (triosefosfato dehidrogenase)

4

Page 22: Desenvolvimento e aplicação de método para a determinação do 3

Introdução

essencial para a oxidação da glicose e consequentemente para a atividade do

metabolismo celular [8].

Além do processo de desinfecção, o tratamento da água pode incluir

outras etapas para tomá-Ia potável, conforme está apresentado a seguir no item

1.2.

1.2. O tratamento da água na Região Metropolitana de São Paulo (RMSP)

o tratamento das águas superficiais (doces) mais comumente utilizados

incluem os processos de coagulação, floculação, decantação, filtração,

fluoretação e desinfecção.

O sistema de tratamento e abastecimento de água da RMSP é operado

pela SABESP (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo)

que atende 36 municípios da região, fornecendo um volume total aproximado

de 62 mil litros de água por segundo. Na grande maioria desses municípios, a

SABESP é responsável pela operação do sistema até a chegada da água na

casa do consumidor, assim como pela cobrança da tarifa. Em 8 deles, São

Bernardo, São Caetano, Santo André, Diadema, Mauá, Osasco, Guarulhos e

Mogi das Cruzes, a responsabilidade da SABESP vai até os reservatórios de

distribuição e daí em diante o Serviço de Água e Esgotos (SAE) do município

se encarrega da rede de distribuição, inclusive pela cobrança das tarifas [16].

Na Figura 2 é possível localizar os reservatórios (mananciais) que

abastecem as estações de tratamento de água da RMSP [16].

Embora, desde a década de 70, exista na RMSP uma legislação de

proteção aos mananciais, o crescimento desordenado e explosivo da metrópole

com a implantação do maior parque industrial da América Latina e a formação

de uma rede urbana que se estende da região de Campinas até a Baixada

Santista, resultam em grandes problemas de poluição para os recursos hídricos

[17,18].

5

Page 23: Desenvolvimento e aplicação de método para a determinação do 3

Introducão

De acordo com a SABESP, que juntamente com a CETESB

(Companhia de Tecnologia e Saneamento Ambiental) fazem o monitoramento

dessas águas, o Sistema Cantareira apresenta a melhor qualidade das águas,

enquanto que os Sistemas Guarapiranga, Alto e Baixo Cotia, possuem as

águas mais poluídas da região.

Figura 2 - Mananciais que abastecem as Estações de Tratamento de Água da

RMSP. 1- Cantareira, 2- Baixo Cotia, 3- Alto Cotia, 4- Guarapiranga, 5- Rio

Grande, 6- Ribeirão da Estiva, 7- Rio Claro e 8- Alto Tietê.

1- Sistema Cantareira - é o maior manancial da RMSP. Capta água dos rios

Jaguari, Jacareí, Cachoeira, Atibainha e Juqueri. Essas águas são bombeadas

da usina Elevatória de Santa Inês para o reservatório de Águas Claras e daí

seguem para Estação de Tratamento de Água (ETA) Guaraú que produz 33

mil litros de água tratada por segundo. Abastece 9 milhões de pessoas nas

zonas norte, central, parte da leste e oeste da capital e São Caetano do Sul.

6

Page 24: Desenvolvimento e aplicação de método para a determinação do 3

Introdução

2- SistemaBaixo Cotia - Capta água do Rio Cotia e a bombeiapara a ETA

Baixo Cotia que produz 1,1 mil litros de água tratada por segundo. Abastece

200 mil pessoas em Barueri, Jandira e Itapevi.

3- Sistema Alto Cotia - Capta água da barragem do Rio Cotia e a bombeia

para a ETA Alto Cotia que produz 1,3 mil litros de água tratada por segundo.

Abastece 400 mil habitantes de Cotia, Embu, Itapecerica da Serra e Embu-

Guaçu.

4- Sistema Guarapiranga - o segundo maior produtor de água fica próximo da

Serra do Mar. A água é proveniente da reversão das cabeceiras do Rio

Capivari e retirada da Represa Guarapiranga. Essa água é bombeada até as

ETAs Alto da Boa Vista e Theodoro Ramos que produzem 15 mil litros de

água por segundo e abastece 3,2 milhões de pessoas da zona sul e sudoeste da

capital.

5- SistemaRio Grande- é um braço da Represa Billings. A água é bombeada

até a ETA Rio Grande que produz 4,2 mil litros de água tratada por segundo e

abastece 1,2 milhão de pessoas em Diadema, São Bemardo do Campo e parte

de Santo André.

6- Sistema Ribeirão da Estiva - o menor da Grande São Paulo. Capta água do

Rio Ribeirão da Estiva e a bombeia para a ETA, de mesmo nome, que produz

100 litros de água tratada por segundo, abastecendo 30 mil pessoas do

município de Rio Grande da Serra.

7- Sistema Rio Claro - fica a 70 km da capital. A água é captada do Rio Claro

e bombeada até a ETA, de mesmo nome, que produz 4 mil litros de água

tratada por segundo e abastece 1 milhão de pessoas em Sapopemba (capital),

Ribeirão Pires e partes de Mauá e Santo André.

8- SistemaAlto Tietê - localizado ao leste das nascentes do Rio Tietê, esse

sistema retira água das Represas Taiaçupeba e Jundiaí e a bombeia até a ETA

Alto Tietê que produz 10 mil litros de água tratada por segundo. Abastece 1,8

milhão de pessoas de parte da zona leste da capital e partes de Guarulhos,

Mogi das Cruzes, Mauá e Santo André.7

Page 25: Desenvolvimento e aplicação de método para a determinação do 3

Introdução

As etapas de captação da água dos mananciais, tratamento realizado nas

ETAs e distribuição para a RMSP, estão apresentadas na Figura 3 e descritas a

segmr.

Bombeamento

CarvãoAreltliCa$Ç8lho

--~~ç Cal"'" ';::pf r CI. OfQ Il. Flgor.

FUtração

DI$lrilMliç;lt> \Reservatóriodoe Bairros

-Sulfato de Alundnio/ -Cal

-Cloro

Figura 3 - Esquema representativo do tratamento da água na RMSP [19].

1- Represa / Bombeamento

A água bruta de rios é acumulada em represas e bombeada até as

estações de tratamento. Nesta fase, ela passa por grades para reter folhas,

troncos, galhos, peixes, etc.[19].

2 e 3- Coagulação e Floculação

A finalidade da coagulação e floculação é transformar as impurezas que

se encontram em suspensão fma, em estado coloidal ou em solução (como

bactérias, protozoários e/ou plancton) em partículas maiores (flocos) para que

possam ser removidas por sedimentação e/ou filtração. De maneira

simplificada, a coagulação promove a junção das partículas e estas ao

8

Page 26: Desenvolvimento e aplicação de método para a determinação do 3

Introdução

passarem pelos agitadores (floculadores) colidem e aderem-se umas as outras,

fonnando grandes aglomerados, os flocos [20].

Quando a água entra na estação é feita a primeira adição de cloro, com

o objetivo de começar a destruição de microorganismos causadores de

doenças. A fonnação de espécies como o ácido hipocloroso (HCIO) reduz o

pH da água. Como os processos de coagulação e floculação são mais

eficientes em meio alcalino, é feita a adição de cal (CaO) para corrigir o pH

para valores maiores do que 7. Os coagulantes mais utilizados são o sulfato de

alumínioAh(S04)3 (exemplo:ETAGuaraú- SistemaCantareira)e cloretode

ferro lU FeCh (exemplo: ETA Alto da Boa Vista - Sistema Guarapiranga).

Eles reagem, principalmente, com a cal hidratada (Ca(OH)2) e fonnam os

flocos de hidróxido de alumínio (Al(OH)3) e hidróxido de ferro lU (Fe(OH)3)

como mostram as reações 1 e 2, respectivamente.

Al2(S04)3eaq.)18H2O + 3Ca(OH)2eaq.)~ 3CaS04eaq.)+ 2Al(OH)3es)+ 18H2O (1)

2FeCheaq.) 18 H20 + 3Ca(OHheaq.) ~ 2 Fe(OH)3es)+ 3CaCheaq.)+ 18H2O (2)

A superfície dos flocos é, em sua maioria, grande e permite a adsorção

de boa parte das impurezas, favorecendo a sedimentação [21, 22].

4- Decantação

Nos tanques de decantação, os flocos de impurezas que ficam evidentes

na água, assentam-se fonnando uma camada de lodo que é constantemente

arrastada para um poço no centro de cada decantador [19].

9

Page 27: Desenvolvimento e aplicação de método para a determinação do 3

Introdução

5- Filtração

Este processo pennite a remoção das frações de partículas de impurezas

e outras partículas sólidas suspensas na água que não foram removidas no

decantador. Os filtros são constituídos por carvão antracito, areia e a camada

suporte é formada por pedregulhos em camadas de diferentes granulometrias.

A segunda etapa de cloração é feita antes da fIltração [19].

6- Fluoretação / Cloração e correção do pH

O objetivo da fluoretação é proporcionar aos dentes, enquanto se

processa o seu desenvolvimento, um esmalte mais resistente e de qualidade

superior, reduzindo na proporção de 65% a incidência de cárie dentária.

Devido às qualidades químicas e ao custo de aquisição, o ácido fluorsilícico é

utilizado para a fluoretação da água. A dosagem do íon fluoreto colocado na

água tratada da estação é de 0,6 mg/L, devido ao teor natural de íon fluoreto

encontrado na água bruta ser de 0,1 mg/L, totalizando 0,7 mg/L. Teores

excessivos de flúor na água, acima de 1,5 mg/L não podem ser mantidos por

longos períodos na água em virtude do risco de causar uma alteração nos

dentes que se tomam amarelados e manchados. Essa alteração é conhecida

como fluorose [22].

A água que sai da estação após a terceira e última etapa de desinfecção

através da adição de cloro precisa conter no mínimo 2 mg/L de cloro para

garantir o seu poder de desinfecção até a ponta da rede de distribuição de água

(residência mais distante que é abastecida pela estação) onde ela chega com

aproximadamente 0,2 mg/L de cloro. O consumo diário de cloro na maior

ETA da RMSP (ETA Guaraú) é de 10 toneladas.

Ao fmal do tratamento é adicionado cal para deixar o pH em ~ 8,0 para

evitar a corrosão dos tubos da rede de abastecimento [19, 23].

10

Page 28: Desenvolvimento e aplicação de método para a determinação do 3

Introdução

A oxidação da maior parte dos microorganismos causadores de doenças

comprova a importância efetiva do processo. Entretanto, a cloração leva a

formação de subprodutos que são prejudiciais à saúde humana.

7,8 e 9 - Reservatório da água fmal, reservatório dos bairros e distribuição

A água tratada será distribuída para as regiões atendidas, passando pelo

reservatório dos bairros e por fIm chega às residências.

1.3. Subprodutos da cioração

Uma grande diversidade de produtos são formados no processo de

cloração da água, a partir dos precursores presentes que podem reagir com

cloro, ácido hipocloroso e o íon hipoclorito [24]. Entre eles estão os

trihalometanos (THMs), fenóis clorados, quinonas cloradas, N-cloraminas

orgânicas (formadas pela reação do cloro com aminoácidos e proteínas), N-

cloraminas inorgânicas (provenientes da reação do cloro com a amônia livre),

ácidos organoclorados não voláteis, incluindo o ácido dicloroacético e

tricloroacético e muitos outros [25 - 29]. No Brasil, a Portaria 1469apresenta

valores máximos permissíveis (VPMs) para a concentração de alguns destes

compostos nas águas potáveis, como exemplo, os trihalometanos voláteis

(entre eles, clorofórmio, bromofórmio, clorodibromometano e

bromodiclorometano), VPM = 100 J.lglL,o mesmo valor é estabelecido pela

USEPA (United States Environrnental Protection Agency). Esses THMs têm

sido bastante estudados, nas últimas décadas, por terem apresentado efeitos

carcinogênicos em ratos [30].

Outros subprodutos da cloração, com interesse toxicológico, estão

sendo estudados mais recentemente devido a evolução das técnicas analíticas

11

Page 29: Desenvolvimento e aplicação de método para a determinação do 3

Introdução

que possibilitou identificá-Ios, como o 3-cloro-4-(diclorometil)-S-hidroxi-

2(SH)-furanona (MX).

1.3.1. MX

o MX (mutagen-X) é resultante da reação do cloro com as substâncias

húmicas presentes na água [31 - 38]. Ele pode ser encontrado em três formas

distintas, de acordo com o equilíbrio mostrado na Figura 4. Em pH menor que

3 ocorre a predominância da estrutura cíclica (cadeia fechada, anel) e entre pH

5 e 8 prevalece a estrutura acíclica (cadeia aberta) do seu isômero geométrico

E-MX, que tem alta solubilidade na água em condições alcalinas. A

estabilidade do MX na água é mantida até cinco horas em pH 2,0 e abaixo de

60°C, mas é degradado com o aumento do pH. Em pH 6,0 (abaixo de 60°C), o

seu tempo de vida é aproximadamente 3 horas e em pH 12 ao redor de 10 min

[33].

o E-MX é encontrado em concentrações ainda menores que as do MX,

ao redor de S ngIL e apresenta atividade mutagênica menor do que 10% do

total encontrado nas águas cloradas [33, 39, 40].

a)

CI2»HC CI ~H -

:-"'0H O

b) c)

CI2HC CI" /C=C ~

0= c! "COOH"H

MX, forma cíclica MX, forma acíclica

CI2HC COOH" /

C=C0= 6 "CI

"H

E-MX

Figura 4- Estruturas do MX: duas formas tautoméricas a) 3-cloro-4-

(diclorometil)-S-hidroxi-2[SH]-furanona, b) (Z) -2-cloro-3-(diclorometil)-4-

ácido oxobutenóico e seu isômero geométrico, c) (E)-2-cloro-3-

(diclorometil)-4-ácido oxobutenóico, o E-MX.

12

Page 30: Desenvolvimento e aplicação de método para a determinação do 3

Introdução

A relação entre o processo de desinfecção da água e a formação de MX

foi recentemente estudada [41] com águas de um manancial contendo grande

quantidade de substâncias húmicas. Na Tabela 1 é possível observar que a

substituição do cloro pelo dióxido de cloro proporciona uma grande redução

na formação do MX, de 194 para 20 ng/L. Por outro lado, a desinfecção

realizada com a mistura de ozônio e cloro também contribui para a redução do

MX na água, de 194 para 128ng/L, mas de maneira menos efetiva do que com

a utilização de dióxido de cloro.

Investigações sobre a possibilidade de reduzir a concentração de MX no

final do tratamento da água estão sendo feitas. O tratamento convencional da

água (como descrito no ítem 1.2) foi comparado com outros que diferiam

principalmente nos processos de coagulação e desinfecção. Os resultados

mostraram que a formação do MX foi minimizada (de 53 para 2 ng/L) quando

foram utilizados dois processos seqüenciais de coagulação com FeCl3 e

A12(S04)3 e uma mistura de CI02/ Cl2 (1:1) para a desinfecção da água no

fmal do tratamento [42].

Tabela 1 -Efeito do agente desinfetante na formação do MX.

13

MX (ng/L)Contribuição do MX na

Agente desinfetante mutagenicidade água (%)

CI02 : Ch (%)(concentração total: 20 mg/L)

O: 100 194 52

25 : 75 100 31

50: 50 47 32

75: 25 20 21

100: O 20 29

Ch (10 mg/L) 194 53

03 + Ch36128

(10 + 10 mg/L)

Page 31: Desenvolvimento e aplicação de método para a determinação do 3

Introducão

1.3.2. Estudo dos precursores do MX

Desde 1991, alguns grupos de pesquisa da Finlândia [43] e da China

[35, 37, 44] relatam suas investigações sobre os precursores do MX e os

possíveis caminhos de reação que levam à sua fonnação. Em todos os estudos,

diferentes componentes das substâncias húmicas foram testados na reação com

o cloro para verificar a fonnação do MX [45]. As substâncias húmicas são

resultantes da decomposição orgânica natural ou do metabolismo da biota

aquática [8]. Essas substâncias são complexas e contém nas suas estruturas

ácidos carboxilicos, fenóis, aminoácidos, etc. e grupos polifuncionais. De

acordo com a literatura, [46, 47] suas estruturas, que continuam sendo

estudadas, podem variar de acordo com as diferentes matérias orgânicas que se

decompõem em cada local. A maior parte das substâncias húmicas apresenta

peso molecular alto e as frações que se pode obter delas podem ser

caracterizadas de acordo com suas solubilidades: ácidos húmicos, ácidos

fúlvicos e a humina [47].

Os ácidos húmicos são compostos por estruturas complexas de

macromoléculas aromáticas com aminoácidos, açúcares, peptídeos e

compostos alifáticos envolvidos entre os grupos aromáticos. Esta fração das

substâncias húmicas não é solúvel em água em condições ácidas (PH < 2), mas

é solúvel em valores de pH > 7 (a solubilidade aumenta com o aumento do

pH). Os ácidos fúlvicos contêm estruturas aromáticas e alifáticas e são

solúveis em água em qualquer valor de pH. Eles pennanecem em solução após

a remoção dos ácidos húmicos por acidificação. Os ácidos fúlvicos apresentam

peso molecular menor que os ácidos húmicos. A humina é a fração das

substâncias húmicas que não é solúvel em água, qualquer que seja o valor do

pH [47].

Apesar de existirem estudos que apontam os ácidos fúlvicos como

precursores do MX [35], a maior parte das investigações relata que tanto os

ácidos fúlvicos como os húmicos podem, através da oxidação com cloro,14

Page 32: Desenvolvimento e aplicação de método para a determinação do 3

Introdução

ongmar o MX [35, 37, 44]. Entre os precursores estudados, os aldeídos

aromáticos são os principais responsáveis pela formação do MX. Nas Figuras

5 a e b são mostradas as sugestões dos mecanismos de reação partindo do

resorcinol e do 3,4,5 trimetoxibenzaldeído, respectivamente [43].

o mecanismo sugerido a partir da reação do cloro com o resorcinol

(Figura 5a) inclui a formação de uma molécula de clorofórmio para uma

molécula de E-MX/MX. A formação do clorofórmio é aumentada em

condições alcalinas, enquanto que a formação do MX é maior quando a

cloração é realizada em condições ácidas. Assim o mecanismo de formação do

MX não pode ser a principal rota de formação do clorofórmio [43].

a-) CHO

6 -HcMoH

resorcinol~CHO Cl

C ';::

'Y ~oCl Cl

- CL!):(l OC100~Ch

b-) CHO

O~~~: ---+OClli

3,4,5 trimetoxibenzaldeídoCI

Cl,,~ I ~O-- C=C-C=cz.Cl/ I V 0+

OHC I "fI

intermediário b I H

CHO

- CI"

/C=C-C=C~CI II ~

OHC Cl H20

Cl

O

- C12HC- Cl ~ C12HVI

OH~COOH H~O~MX

Figura 5- Formação do MX a partir de aldeídos aromáticos [43].15

H20

ZIOHCCl c-

F< -- --CHCh -COOH

C12HC COOH - HH O oCl COOHCl

E-MX MXintermediário a I

Page 33: Desenvolvimento e aplicação de método para a determinação do 3

Introdução

Na Figura 5 b, o mecanismo começa com a incorporação do cloro no

anel aromático do 3,4,5 trimetoxibenzaldeído. O grupo aldeído permanece

inalterado no decorrer da reação. Devido à ligação simples entre C2 e C3 no

intermediário b I, ambos MX e E-MX podem ser formados por este

mecanismo, mas a formação do E-MX pode ser levemente favorecida por

razões estéricas.

Os estudos indicam que os aldeídos aromáticos (não substituídos na

posição orto) podem ser os principais precursores do MX [48, 49]. Muitos

estudos, entretanto, ainda são necessários para defInir a caracterização dos

precursores do MX, assim como para a comprovação dos mecanismos

sugeridos [44]. Esses estudos serão importantes porque o conhecimento dos

precursores do MX poderá levar a otimização do processo de cloração da água

para minimizar a formação deste composto mutagênico.

1.4. Efeito mutagênico do MX

Os compostos que apresentam atividade mutagênica têm recebido a

atenção de muitos pesquisadores [50 - 55] visto que o dano ao material

genético pode causar doenças hereditárias e câncer. Dessa forma, os testes de

mutagenicidade, por exemplo, o Teste de Ames [51],juntamente com a análise

química são importantes na identifIcação dos compostos genotóxicos presentes

na água. O reconhecimento desses agentes mutagênicos poderá levar ao

controle de suas concentrações, pelo menos para aqueles que são formados

devido à ação antrópica.

O MX é considerado como o mais mutagênico da sua classe de

compostos que possuem estruturas análogas [56]. Ele foi encontrado pela

primeira vez em efluentes de indústria de papel, no Canadá em 1984 [57, 58] e

desde então, estudos têm sido realizados para verificar seu potencial

mutagênico in vivo [59-64] e in vitro [65-69].

16

Page 34: Desenvolvimento e aplicação de método para a determinação do 3

Introdução

Nos estudos realizados para a avaliação da atividade mutagênica in vivo

foram verificadas alterações significativas no DNA do figado, rim e pulmão de

ratos, quando estes sistemas biológicos, expostos à doses diárias de MX (0,4

mg/Kg), foram monitorados por um período de 15 a 30 dias [62, 63].

A interação do MX com o DNA ainda não está completamente

esclarecida, mas alguns estudos têm sido feitos [70-73] evidenciando a reação

do MX com a guanosina, como apresentado na Figura 6 [58]. O mecanismo

para a formação do aduto do DNA, identificado como lO-formil-l, N2-

benzoquinona propenoguanosina (MX - guanosina), envolve um ataque

seqüencial de duas moléculas de MX na guanosina. Na primeira etapa, o

composto A, formado através da hidrólise e descarboxilação do MX (na forma

acíclica), reage com a guanosina. A ciclização do produto formado, resulta em

uma base tricíclica. A reação desta base com outra molécula A seguida por um

rearranjo e eliminação de água proporciona a formação do MX - guanosina. O

mecanismo de reação do MX cíclico, forma que apresenta maior contribuição

mutagênica, com a guanosina está sendo estudado [58].

Embora tenha sido detectado em concentrações baixas, ao redor de 50

ng/L, o MX representa cerca de 50% do total da mutagenicidade da água

potável, observado pelo teste de Ames realizado com a Salmonella

Typhimurium TA 100 sem ativação metabólica ( - S9) [74]. Nesses ensaios in

vitro, a atividade mutagênica do MX é comparada a da aflatoxina ( - 20

revertantes/ ng) [66].

As propriedades fisico-químicas do MX são desconhecidas, o que

limita sua avaliação na água. O MX tem sido detectado nas águas potáveis,

tratadas com cloro em alguns países: Finlândia [75]; Noruega [76]; Japão [77]

e Estados Unidos [78].

17

Page 35: Desenvolvimento e aplicação de método para a determinação do 3

C12CH Cl

>=< ~OHC COOH -COOH

MX (forma acíclica)

OHC>=<OHOHC H

~

+ HNp-NH2~NJ,lJ-H -

I

R

guanosinaA

CHO

~&N~H°X. N NI

R

OHC>=<OHOHC H-

- 2 H20

MX -guanosina

R = ~-D-ribofuranosil

Introdução

OHC>=<OHOHC H

A

OHC \HHN N

OH>=<N/-NI J-HC I I

H R

1t

::ç\OHI N I NN~N J-H

I I

H R

Figura 6 -Mecanismo de reação do MX com a guanosina.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) reconhece o MX como um

potente agente mutagênico e aponta para a necessidade do controle de sua

concentração na água potável [79]. Até o momento, entretanto, não foram

estabelecidos os valores limites para a sua concentração na água que é

destinada ao consumo da população, provavelmente devido à falta de dados

para a avaliação dos riscos da presença de MX nas águas e dificuldades

analíticas.

18

Page 36: Desenvolvimento e aplicação de método para a determinação do 3

Introdução

1.5. Análise do MX em água

A análise da maior parte dos compostos organoclorados voláteis e semi-

voláteis em água está baseada na extração líquido-líquido e determinação por

cromatografia a gás com detector de captura de elétrons (GC-ECD) ou

acoplada ao espectrômetro de massas (GCIMS), de acordo com o Standard

Methods 1992 [80].

Os métodos existentes na literatura para a análise do MX em água

utilizam a extração em fase sólida (SPE) com as resinas XAD -4, XAD -8 ou

uma mistura das duas [75] e a extração líquido-líquido com éter etílico [78]. A

determinação do composto é feita por GC-ECD [77] ou GCIMS, sendo

utilizados espectrômetros de massa de alta [78] e baixa [75] resolução. O ECD

é apropriado para compostos clorados em concentrações baixas, entretanto,

devido à complexidade química da água, o cromatograma do MX apresenta

picos na sua região analítica com intensidades semelhantes dificultando a sua

identificação [77].

Neste trabalho foram avaliadas as técnicas de extração líquido-líquido

(LLE), extração em fase sólida (SPE) e a microextração em fase sólida

(SPME) para traços (nglL) de MX na água. A seguir, serão descritas as

características das várias técnicas de extração, apontando algumas vantagens e

desvantagens das mesmas.

-Extração liquido-líquido (LLE)

Na extração líquido-líquido ocorre a partição da amostra entre duas

fases imiscíveis (orgânica e aquosa). A eficiência da extração depende da

afinidade do soluto pelo solvente de extração, da razão das fases e do número

de extrações [81]. Para alguns sistemas, o valor da constante de distribuição

entre as fases pode ser aumentado pelo ajuste do pH, para prevenir a ionização

de ácidos ou bases, pela fonnação do par iônico com solutos ionizáveis, pela19

Page 37: Desenvolvimento e aplicação de método para a determinação do 3

Introdução

fonnação de complexos hidrofóbicos com íons metálicos ou pela adição de

sais neutros, para diminuir a solubilidade de compostos orgânicos na fase

aquosa (efeito salting-out).

A LLE apresenta vantagens de ser simples (na configuração mais

comum usa-se um funil de separação ou tubos de centrífuga) e por utilizar um

número grande de solventes, puros e disponíveis comercialmente, os quais

fornecem uma ampla faixa de solubilidade e seletividade. Por outro lado, esta

técnica possui desvantagens como: a exposição ocupacional do analista; as

amostras com alta afInidade pela água são parcialmente extraídas pelo

solvente orgânico, resultando em perda do analito; impurezas do solvente são

concentradas junto com a amostra, implicando no uso de solventes ultrapuros;

pode ocorrer a fonnação de emulsões, o que resulta em grande consumo de

tempo; volumes relativamente grandes de amostras e de solventes são

requeridos, gerando problemas de descarte; alguns solventes orgânicos são

tóxicos; pode ocorrer adsorção dos analitos na vidraria; decomposição de

compostos instáveis termicamente, na etapa de pré-concentração.

- Extração em fase sólida (SPE)

A extração em fase sólida tem sido muito empregada para a extração e/

ou pré-concentração de analitos presentes em matrizes complexas [82]. Em

geral, os procedimentos de SPE contêm quatro etapas: 1-) ativação do

adsorvente para deixar os sítios ativos disponíveis; 2-) introdução da amostra,

quando ocorre a retenção do analito e às vezes de alguns interferentes; 3-)

limpeza da coluna para retirar os interferentes menos retidos que o analito; 4-)

eluição e coleta do analito.

Atualmente um número grande de adsorventes são disponíveis

comercialmente [83, 84]. Neste trabalho foram utilizados adsorventes que

apresentam diferentes interações preferenciais com os compostos: carvão

grafItizado, alumina, XAD - 4 e XAD - 8 (adsorção); Florisil e silica gel

20

Page 38: Desenvolvimento e aplicação de método para a determinação do 3

Introdução

(interação dipolo-dipolo), C-18 (partição). Esta técnica geralmente utiliza

menor quantidade de solvente que a LLE e tem apresentado facilidade de

automação [85, 86].

- Microextração em fase sólida (SPME)

Atualmente, a SPME tem sido aplicada em várias matrizes como: ar,

água, solo, alimentos, plantas, drogas etc. para a extração de uma grande

diversidade de compostos, desde os mais voláteis até os não voláteis [87-90].

Esta técnica consiste de dois processos: (1) a partição dos analitos entre a

amostra e o recobrimento da fibra e (2) a dessorção dos analitos concentrados

para um instrumento analítico (exemplo: cromatógrafo a gás acoplado ao

espectrômetro de massas). As fibras, comercialmente disponíveis, possuem

recobrimentos com diferentes polaridades, como exemplo, o

poli(dimetilsiloxano), apoIar e o poli(acrilato), polar [91].

Na Figura 7 [91] estão apresentados os modos de extração por SPME

com a fibra exposta no headspace (espaço acima do líquido), na Figura 7a e

com inserção direta da fibra na solução, na Figura 7b.

O modo headspace geralmente é usado para a extração de compostos

voláteis ou facilmente volatilizáveis, em matrizes sólidas ou matrizes com

material em suspensão ("sujas"), para não danificar a fibra. O modo direto de

extração é mais comumente aplicado para compostos pouco ou não voláteis

em matrizes menos complexas ("limpas"). Quando uma amostra (exemplo:

solução aquosa) é colocada em um frasco fechado, o equilíbrio ocorre entre:

(1) o recobrimento da fibra com a fase aquosa, quando a extração é feita no

modo direto, (2) o headspace com a fase aquosa, nos dois modos de extração e

(3) o recobrimento da fibra com o headspace, quando a extração é feita no

modo headspace. A maior eficiência de extração é alcançada quando ocorre o

equilíbrio entre as três fases (aquosa, headspace e recobrimento da fibra). A

21

Page 39: Desenvolvimento e aplicação de método para a determinação do 3

Introdução

agitação da solução é frequentemente utilizada pois aumenta a difusão dos

analitos em direção à fibra, favorecendo o alcance do equilíbrio [92].

(a) (b)

~

holder

êmbolo

cilindro

guia -Z

VIsor

mola

guia ajustável

agulha

fibra

Figura 7 - Modos de extração por SPME: a-) headspace, b-) inserção direta.

Dentre as vantagens desta técnica de extração/concentração pode-se

citar: a não utilização de solvente, o baixo custo e a versatilidade. A SPME

pode ser usada para extrair concentrações baixas, dependendo principalmente,

das propriedades fisico-químicas do analito, e do recobrimento da fibra. Por

outro lado, podem ser observadas algumas limitações da técnica: as fibras são

frágeis e podem ser facilmente quebradas; a extração não é exaustiva; o tempo

de condicionamento das fibras proporciona perda da fase estacionária

(sangramento); alguns analitos podem ficar adsorvidos irreversivelmente na

fibra, modificando suas propriedades ou às vezes tomando-a inativa [93, 94].

22

Page 40: Desenvolvimento e aplicação de método para a determinação do 3

Introdução

Neste Trabalho, a identificação e quantificação do MX foram feitas porGC/MS.

- Cromatografia a gás acoplada a espectrometria de massas (GC/MS)

A cromatografia a gás acoplada a espectrometria de massas é uma

técnica analítica que permite a separação e determinação de compostos em

uma mistura complexa. Na Figura 8 está apresentado um esquema

representativo de um GC/MS.

Através de um sistema de injeção, a amostra (gás ou substância

volatilizável) é introduzida em uma coluna contendo a fase estacionária. Um

gás inerte (exemplo: hélio) é a fase móvel que carrega a amostra ao longo do

sistema cromatográfico. No injetor existe uma válvula que controla o fluxo de

gás que entra na coluna. Dessa forma, o gás junto com a amostra vaporizada

podem ser introduzidos na coluna de forma parcial ( injeção no modo split) ou

total (injeção no modo splitless), sendo que este último favorece a análise de

baixas concentrações dos analitos. O uso de temperaturas adequadas no injetor

e na coluna possibilita a vaporização dos analitos. A separação é feita na

coluna e baseia-se na distribuição diferente das substâncias da amostra entre

uma fase estacionária (sólida ou líquida) e uma fase móvel (gás). As

substâncias são retidas por tempos determinados, de acordo com as suas

propriedades e as da fase estacionária e chegam à saída da coluna em tempos

diferentes [95]. O uso do espectrômetro de massas na saída da coluna toma

possível a identificação e quantificação destas substâncias.

23

Page 41: Desenvolvimento e aplicação de método para a determinação do 3

Introdução

injetor quadrupolo

fonte de íons

íonsíons

selecionadoscoluna

sinal

~Cromatógrafo

~

Espectrômetro de massas

detector ~Sistema de

dados

Figura 8 -Esquema representativo de um GC/MS com sistema de dados.

No espectrômetro de massas, a técnica de impacto de elétrons (EI) é a

mais comumente utilizada para a ionização das moléculas. O feixe gasoso

proveniente da coluna entra na câmara de ionização, na qual é bombardeado

por um feixe de elétrons perpendicular emitido por um filamento (Rhênio)

aquecido. Os íons formados são, em sua maior parte, positivos e atravessam as

fendas de aceleração, forçados por um pequeno campo eletrostático, em

direção ao analisador (quadrupolo). Este atua como um filtro de massas e usa

quatro barras metálicas sujeitas a uma diferença de potencial. Os íons

atravessam o sistema em direção paralela aos polos, porém oscilam de modo

complexo devido à aplicação simultânea de corrente contínua e

radiofreqüência aos pólos. Existe uma "oscilação estável" que faz com que um

íon particular alcance a extremidade do quadrupolo, sem tocar os pólos. Esta

oscilação depende da razão m/z do íon. Os demais íons terão oscilações

instáveis, tocarão os pólos e serão destruídos. Os íons que atravessaram o

quadrupolo passarão por fendas colimadoras que admitem um conjunto de

íons de cada vez no coletor, onde são detectados e o sinal é ampliado por uma

multiplicadora de elétrons. Todo o sistema é mantido em vácuo relativamente

24

Page 42: Desenvolvimento e aplicação de método para a determinação do 3

Introdução

alto (10-4 - 10-5 torr) por várias razões, entre elas: para garantir que as

moléculas que entram na fonte de íons estão na fase gasosa e não irão se

condensar dentro do espectrômetro de massas e para minimizar as colisões

entre os íons formados [96].

Os espectrômetros de massas fornecem os dados tratados por

computador na forma de gráfico de barras, conforme está apresentado na

Figura 15b. A grande vantagem desta técnica é que através da interpretação do

espectro de massas, ou seja, a verificação dos íons fragmentados, suas quebras

e rearranjos, pode-se ter informações estruturais das moléculas [97]. Por outro

lado, o GC/MS é um equipamento de custo elevado e necessita de manutenção

freqüente da estabilidade do vácuo e a limpeza do sistema, entre outros, para

que se possa alcançar boa precisão dos resultados de quantificação dos

analitos de uma amostra.

25

Page 43: Desenvolvimento e aplicação de método para a determinação do 3
Page 44: Desenvolvimento e aplicação de método para a determinação do 3

Parte Experimental

3 -Parte Experimental

3.1. Reagentes e Solventes

o padrão do MX (98%, Sigma) se apresenta como um filme

transparente.A soluçãoestoquede MX (1500mglL)foi preparadaem acetato

de etila e mantida em freezer a -20°C. Os reagentes usados para a

derivatização (silanização) do MX foram: o bis(trimetilsilil)trifluoroacetamida

(BSTFA ~ 98%, Merck) e o trimetilclorosilano (TMCS ~ 99%, Merck) . Nos

procedimentos para a otimização da extração do MX da água e

desenvolvimento do método para a determinação do MX, diferentes solventes

(EM Science - grau HPLC) foram utilizados: acetato de etila, diclorometano

(DCM), metanol, éter etílico, hexano, clorofórmio, acetonitrila e

tetrahidrofurano (THF). Os sais NaCl e Na2S04 (calcinado na mufla à 500°C),

ambos PA (Merck) foram testados nos experimentos de extração do MX da

água. A solução padrão da mistura de THMs (clorofórmio,

clorodibromometano, bromodiclorometano e bromofórmio), 1000mglL em

metanol, da Supelco , foi utilizada para as análises simultâneas de MX e

THMs.

3.2. Instrumentação e análise

3.2.1. Condições operacionais do GCIMS

A determinação do MX derivatizado (MX-D) foi realizada em um

cromatógrafo a gás acoplado a um espectrômetro de massas (GC/MS);

Shimadzu - modelo GCMS-QP5000. A aquisição dos dados foi feita através

do software Class - 5000 versão 2.10. No cromatógrafoa gás foi utilizada

uma coluna capilar (open-tubular) de sílica fundida com fase estacionária

quimicamente ligada de poli (5% difenil / 95% dimetilsiloxano), HP - 5MS,27

Page 45: Desenvolvimento e aplicação de método para a determinação do 3

Parte Experimental

30 m de comprimento x 0,25 mm de diâmetro interno x 0,25 J..lIllde espessura

do filme.

Parâmetros utilizados no cromatógrafo:

. gás de arraste: Hélio (pureza 99,9995%)

. fluxo na coluna: 0,8 mL/min

. fluxo total: 50,3 mL/min

. velocidade linear: 32 cmls

. volume de injeção: 0,5 ou 1,0 ~L

. injeção no modo splitless --+tempos avaliados: 0,5; 1,0; 1,5; 2,0 e 2,5

mm

. temperaturas testadas no injetor: 150, 250 e 340°C

A Figura 9 mostra as rampas coincidentes de temperatura do fomo do

cromatógrafo: de 40 à 310°C (aquecimento 20°C/min) e pressão de He

aplicada no topo da coluna: de 32 à 125 kPa (rampa 7 kPa/min) para manter o

fluxo da coluna constante em 0,8 mL/min.

(+C)

Figura 9 - Gráfico das rampas de temperatura e pressão utilizadas no

fomo do cromatógrafo.

o espectrômetrode massas com fonte de ionização por impacto de

elétrons (EI - 70 eV) e analisador de massas - quadrupolo, foi operado nos

28

Page 46: Desenvolvimento e aplicação de método para a determinação do 3

Parte Experimental

modos Scan e SIM (selected ion monitoring). Os parâmetros utilizados no

espectrômetro de massas foram:

. temperatura da fonte de ionização: 240°C

. modo Scan ~ variação da m/z: 45 a 350 m/z, scan rate = 0,5s

. modo SIM ~ íons selecionados: 93, 107,135, 137, 273 e 275,

sampling rate = 0,5s

. tempo para o corte do solvente: 5 min

. voltagem no detector: 1,50 kV (Scan) e 2,50 kV (SIM)

3.2.2. Procedimentos de Derivatização

Alíquotas de 0,5 IlL das soluções padrão de MX (5 llg/mL) em

diferentes solventes (acetonitrila, clorofórmio, acetato de etila e rHF) com 1%

(v/v) de BSrF A, foram injetadas no GC/MS para avaliar a formação do

produto da reação (MX derivatizado). As injeções foram feitas após 30, 60,

90, 120, 180 e 240 min do preparo de cada solução, a qual foi mantida à

temperatura ambiente.

Dois procedimentos de derivatização foram avaliados para soluções

padrão de MX (5 llg/mL) em acetato de etila com 1% (v/v) de BsrFA:

Derivatização on-line , na qual a solução de MX com o agente derivatizante é

injetada imediatamente após o seu preparo, à temperatura de 250°C

(temperatura do injetor do cromatógrafo). Derivatização o./f-line, onde as

soluções foram mantidas em estufa à 25 e 75°C e injetadas após 30, 90, 120,

180 e 240 min da adição de BsrF A. Na derivatização on-line, maiores

quantidades de BsrF A foram testadas, onde a razão BSrF A/MX (moI/moI)

variou de 0,2/0,001 a 16,5/0,001, para verificar o maior valor da área do pico

do MX derivatizado (MX-D) que se poderia alcançar nas condições estudadas.

Alguns testes empregando derivatização on-line do MX (5Ilg/L) em

acetato de etila foram feitos, nas mesmas condições, com 1% (v/v) de

29

Page 47: Desenvolvimento e aplicação de método para a determinação do 3

Parte Experimental

trimetilclorosilano (TMCS) para comparar o sinal/resposta do MX

derivatizado com o reagente BSTFA.

3.2.3. Curvas Analíticas

Cinco soluções de concentrações diferentes de MX (0,1; 0,2; 0,3; 0,4 e

0,5 /-lg/mL) em acetato de etila foram injetadas para a obtenção da curva

analítica no modo Scan. Para o modo SIM, as concentrações de MX foram: 3,

10, 20, 50 e 100 /-lg/L.As injeções foram feitas nas seguintes condições:

temperatura do injetor 250°C, tempo de split/ess = 2 min e derivatização on-

line com BSTFAlMX (mol:mol x 10-3) = 0,8. Estas condições foram

consideradas aquelas com melhor resposta do sinal (maior área do pico do MX

derivatizado) e portanto designadas condições otimizadas de análise, às quais

foram usadas em todos os experimentos para a determinação do MX.

3.3. Procedimentos de extração

3.3.1. Escolha do solvente orgânico

A pennanência do MX foi testada em acetato de etila e em

diclorometano. Soluções contendo MX em diferentes concentrações (30 e 300

ng/L) e solvente orgânico (60 mL) foram submetidas à secagem branda

através do uso de nitrogênio gasoso. A evaporação do solvente foi feita à

temperatura ambiente e à 40°C (banho tennostatizado) até quase secura

(restando -5/-lL). Após esse processo, foi feita a adição de 50 /-lLde acetato de

etila e BSTFA (1% v/v) a essa solução e em seguida 1 /-lLfoi injetado no

GC/MS.

30

Page 48: Desenvolvimento e aplicação de método para a determinação do 3

Parte Experimental

3.3.2. Extração em fase sólida (SPE)

3.3.2.1. Preparação das fases sólidas

Os adsorventes testados na SPE foram:

Florisil (silicato de magnésio -MgSi03), 100-200 mesh, da Supelco;

Alumina (óxido de alumínio -Al203), 60 -80 mesh, da Supe1co;

Carvão Grafitizado (carbono -C), 80 -100mesh, da Alltech;

Sílica Gel (Si02), 18 -35 mesh, da Aldrich;

C-18 (octadecilsilano - (Si(CH2)17CH3),80 - 100 mesh, da Waters;

XAD -4 (metacrilato de metila -(CH3CH2C202CH3)),20 -60 mesh, da

Supelco;

XAD - 8 (estirenodivinilbenzeno- (CH2CH)3C6HsC6I4),20 - 60 mesh,

da Supelco.

Apenas a C-18 foi adquirida comercialmente, as demais foram pré-

ativadas e em seguida empacotadas no laboratório. A pré-ativação em mufla

do Florisil e alumina, foram feitas à 300°C por 4 horas e para o carvão

grafitizado e sílica gel, à 400°C por 8 horas. Na estufa foram pré-ativadas

XAD- 4 e XAD - 8 à 110°C por 5 horas e em seguida misturadas (1:1) e

empacotadas.

Os empacotamentos foram feitos com as partículas (- 150 mg) em

suspensão (metanol), processo conhecido como slurry packing. Tubos de

vidro de 9 cm de comprimento e 0,5 cm de diâmetro interno foram utilizados

para o preparo das colunas e a lcm de cada extremidade dos tubos foi

colocada lã de vidro para imobilizar as partículas (Figura 10).

Após o empacotamento, foi feita a limpeza de cada coluna eluindo 10

mL de acetato de etila, 10 mL de metanol elO mL de dic1orometano, para

remover os compostos solúveis nesses solventes , possíveis interferentes nas

análises cromatográficas.

31

Page 49: Desenvolvimento e aplicação de método para a determinação do 3

Parte Experimental

lem

I r+ lã de vidro

lem

I

m~ T0,5 em

partículas do adsorvente

gem

Figura 10 - Esquema representativo (não está em escala) de uma coluna para

SPE preparada no laboratório.

3.3.2.2. Recuperação do MX das fases sólidas

Nos procedimentos de recuperação do MX das fases sólidas, 50 I-LLde

solução padrão de MX (5 I-LglrnLem DCM) foram adicionados no topo de

cada coluna (Florisil, alumina, sílica gel, XAD-4 + XAD-8, C-18 e carvão

grafitizado) e eluídos com 5 alíquotas de 0,5 rnL de solvente orgânico ( acetato

de etila ou metanol ou DCM). Os três solventes foram testados,

separadamente,na recuperação do MX de cada fase sólida. Nas eluições

realizadas com metanol e DCM, foi feita a evaporação desses solventes

(nitrogênio gasoso) e a adição de 0,5 rnL de acetato de etila antes das análises

por GC/MS. Durante a evaporação do metanol foram adicionadas,

sequencialmente, alíquotas de 3,0; 1,5; 0,8; 0,5; 0,5; 0,25 e 0,25 rnL de DCM

para evitar a perda do MX. Nas soluções extraídas, foi adicionado 1% v/v de

'BSTFA e em seguida 1 J..LLdesta solução foi injetada no GC/MS.

3.3.2.3. Recuperação do MX da água deionizada

Os testes de recuperação do MX da água deionizada foram feitos com

C-18, carvão grafitizado e Florisil, utilizando para a eluição dos compostos32

Page 50: Desenvolvimento e aplicação de método para a determinação do 3

Parte Experimental

retidos nas colunas, acetato de etila, com as duas primeiras fases sólidas e

metanol para a última.

Em 100 mL de água deionizada foram adicionados 10 J-lLde solução

padrão de MX (5 J-lg/mLem DCM). A solução resultante foi transferida para a

fase sólida e eluída com o auxílio de uma bomba a vácuo, em um fluxo de

aproximadamente 3 mL/min (Figura 11). Em seguida, o MX retido na coluna

foi extraído com solvente orgânico, utilizando 1,5 e 0,5 mL de acetato de etila

para o carvão grafitizado e C-18, respectivamente e 0,5 mL de metanol para o

Florisil.

fase sólida

t

água + MX

-~-

Figura 11- Extração do MX da água deionizada, utilizando adsorvente sólido.

A secagem branda do solvente foi realizada com nitrogênio e durante

este procedimento, alíquotas de 3,0; 1,5; 0,8; 0,5; 0,5; 0,25 e 0,25 mL de DCM

foram adicionadas sequencialmente ao eluato, para impedir a perda do MX,

até secagemquasecompleta(~ 5 J-lL).Apósesseprocesso,foi feita a adiçãode

50 J-lLde acetato de etila e BSTFA (1% v/v) a essa solução e em seguida 1 J-lL

foi injetado no GC/MS.

Nos procedimentos de extração em fase sólida, os efeitos do meio ácido

(pH = 2,0 /HCI) e da adição de solução saturada de Na2S04 na água

deionizada foram verificados.

33

Page 51: Desenvolvimento e aplicação de método para a determinação do 3

Parte Experimental

3.3.3. Extração líquido-líquido (LLE)

3.3.3.1. Escolha do solvente extrator

A recuperação do MX (5 Jlg/mL em DCM) da água deionizada (100

mL), foi testada com diferentes solventes orgânicos (éter etílico, hexano,

clorofórmio, acetato de etila e diclorometano), separadamente. As extrações

foram feitas com 3 alíquotas de 10 mL de solvente orgânico e agitação de 5

min em cada etapa. Os efeitos do pH 2,0 e da adição de sal Na2S04 (5, 10 e

20%) na água foram avaliados.

3.3.3.2. Otimização da extração líquido-líquido

A recuperação do MX (10, 50, 100, 500 e 1000 ng/L em DCM) da água

deionizada foi realizada com DCM. Uma pré-concentração de 2000 vezes foi

feita com nitrogênio gasoso (fluxo lento) à 40°C (banho termostatizado), até

quase secura (~ 5 JlL). Após esse processo, foi feita a adição de 45 JlL de

acetato de etila e BSTFA (1% v/v) a essa solução e em seguida 1 JlL foi

injetado no GC/MS. Vários parâmetros para otimizar as condições de extração

do MX (50 ng/L) foram avaliados, tais como: adição de sal (solução saturada

com NaCI ou Na2S04), pH (2,0 e 4,0), c/ean-up (C-18), volume de DCM (3 x

10 mL, 3 x 5 mL), tempo de extração (5 e 30 min) e volume de água

deionizada (100 e 1000 mL). A Figura 12 ilustra as etapas do processo de

extração líquido-líquido (LLE).

As recuperações de cinco diferentes concentrações de MX (10, 50, 100,

500 e 1000 ng/L) em água deionizada foram feitas com 100 mL de solução

aquosa, em pH 2,0, sem sal, com passagem pela C-18 (c/ean-up), extração

com 3 x 10 mL de DCM e tempo de extração de 5 mino

34

Page 52: Desenvolvimento e aplicação de método para a determinação do 3

Parte Experimental

secagemN2

água + MX +solventeorgânico

extrato do MX +solvente orgânico

adição deacetato de etila ij-8

Figura12- Esquema do processo de LLE.

3.3.4. Microextração em fase sólida (SPME)

Nos procedimentos de SPME, o holder (Supe1co), apresentado na

Figura 7, foi utilizado com fibras recobertas com fases estacionárias diferentes

(Supe1co): Polidimetilsiloxano (PDMS), PolidimetilsiloxanolDivinilbenzeno

(PDMSIDVB), Carboxen/Polidimetilsiloxano (Carboxen/PDMS),

CarbowaxIDivinilbenzeno (CWIDVB) e Poliacrilato (PA) com espessuras de

filme de 7, 65, 75, 65 e 85 J-lm,respectivamente.

Todas as fibras foram previamente condicionadas. Nesta etapa, a

agulha, presa ao holder, foi inserida no injetor do cromatógrafo e a fibra ficou

exposta para a sua ativação térmica, de acordo com o manual de instruções:

. PDMS => de 1 a 4 horas à 320°C,

. PDMSIDVB => 30 min à 260°C,

. Carboxen/PDMS => 30 min à 280°C,

. CWIDVB => 30 min à 250°C,

. PA => 2 horas à 300°C.

35

Page 53: Desenvolvimento e aplicação de método para a determinação do 3

Parte Experimental

Antes de cada processo de extração, as fibras ficaram mantidas sob

vácuo por 15 min em um kitassato. Este procedimento foi importante para

impedir a formação de bolhas, que ocorre durante a extração, na superficie da

fibra. Estas afetam as transferências de massa e levam à imprecisão dos

resultados.

As fibras foram testadas em dois modos de extração por SPME:

headspace e direto. No modo headspace, 2,5 mL de água deionizada contendo

solução padrão de MX (1 ~g/mL em DCM) foram colocados em frasco de 4

mL (âmbar) com tampa de polipropileno e septo de silicone-PTFE

(politetrafluoroetileno).

A agulha do SPME foi inserida no frasco e a fibra ficou exposta na

parte gasosa (headspace) acima da solução aquosa, por 1 hora com agitação

(agitador magnético). Este procedimento de extração no modo headspace

também foi utilizado para o modo direto, mas neste caso, o frasco foi

completamente cheio com água deionizada contendo solução padrão de MX e

a fibra ficou exposta na fase aquosa durante a amostragem.

No modo headspace foram avaliados os efeitos do pH 2,0 (HCI 1M),

adição de sal (20% Na2S04) e temperatura (banho termostatizado à 60°C) da

solução aquosa, na eficiência de extração do MX, utilizando as fibras de

PDMS e PA. No modo direto, os parâmetros avaliados foram: pH 2,0 (HCI

1M), adição de sal (20% Na2S04) e tempo de extração (15, 60 e 240 min) com

a fibra de PA.

Extrações no modo direto com a fibra de PA foram feitas com cinco

concentrações diferentes do MX (50, 100, 200, 500 e 1000 ng/L) em água

deionizada (pH 2,0 e 20% Na2S04)'

Após cada corrida cromatográfica, foi feita uma nova corrida nas

mesmas condições para verificar se a dessorção do analito que estava na fibra

foi completa, processo chamado de carryover.

36

Page 54: Desenvolvimento e aplicação de método para a determinação do 3

Parte Experimental

3.3.4.1. Procedimentos de derivatização com SPME

Dois procedimentos de derivatização (DI e DIl) foram utilizados e estão

descritos abaixo. DI - derivatizaçãocom as fibras de PDMS, PDMS/DVB,

CarboxenlPDMS e PA; DII -derivatização com a fibra CW/DVB.

Procedimento de derivatização DI: Após a extração, a agulha do SPME

foi removida do frasco e inserida em um outro (insert) de 0,5 mL contendo

BSTFA 10% em acetato de etila. O procedimento de adsorção do BSTFA foi

feito com a exposição da fibra na solução orgânica no modo direto ou

headspace por 5 minoApós esse tempo, a agulha do SPME foi removida do

frasco de amostragem do BSTFA e inserida no injetor do cromatógrafo para a

dessorção térmica e derivatização on-line (250°C) por 3 min (tempo de

sp/it/ess) do analito (Figura 13).

Procedimento de derivatização DIl: Este procedimento foi feito apenas

com a fibra de CW/DVB. Após a amostragem, a agulha do SPME foi

removida do frasco e inserida no injetor do cromatógrafo para a dessorção

térmica do analito durante 3 mino Em seguida foi injetado 1 JlL de BSTFA

10% em acetato de etila para a derivatização on-/ine do MX. Durante a

dessorção térmica e a injeção do BSTFA, o fluxo do gás de arraste foi

desligado.

37

Page 55: Desenvolvimento e aplicação de método para a determinação do 3

-. holder

entrada de

gás (hélio)

insert

Parte Experimental

septo

purga dosepto

split

fibra

coluna

Figura 13 - Representação da fibra de SPME exposta no injetor do

cromatógrafo para dessorção ténnica e derivatização do analito.

3.4. Avaliação dos contaminantes (brancos)

Durante toda a parte experimental deste trabalho as vidrarias foram

lavadas com solução sulfocrômica (mistura de ácido sulfúrico e dicromato de

potássio).

Brancos da instrumentação (injetor, coluna, detector), dos solventes,

das extrações foram feitos para verificar a presença ou não de contaminantes.

3.5. Análise de amostras de água

As amostras de água foram coletadas nos mananciais, após a primeira

etapa de doração, após a última etapa de doração e em águas de residências

fomecidas pelos sistemas Cantareira (Estação de tratamento de água (ETA) de

38

Page 56: Desenvolvimento e aplicação de método para a determinação do 3

Parte Experimental

Guaraú) e Guarapiranga (ETA Alto da Boa Vista (ABV)). As águas das

residências foram coletadas em torneiras com canalização proveniente da rede

de abastecimento da SABESP (Companhia de Saneamento Básico do Estado

de São Paulo), ou seja, são águas que não passaram pela caixa d'água das

casas.

As coletas foram feitas nos dias 9 e 24 de outubro de 2001 no sistema

Guarapiranga e foi feita uma coleta no dia 31 de outubro de 2001 no sistema

Cantareira. As águas foram coletadas em frascos de vidro âmbar e analisadas

no mesmo dia. As extrações (LLE) foram realizadas nas melhores condições

anteriormente estabelecidas (clean-up com C-18, pH 2,0, sem sal, 3 x 10 mL

de DCM e 5 min de agitação) e as análises por GC/MS foram feitas nas

condições otimizadas (item 3.2.3).

39

Page 57: Desenvolvimento e aplicação de método para a determinação do 3

Resultados e Discussão

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1. Desenvolvimento da metodologia para a análise do MX em água

4.1.1. Determinação do MX por GC/MS

Os testes iniciais realizados para detectar o MX nos cromatogramas

obtidos por GC/MS não apresentaram nenhum sinal/resposta do analito. A

molécula do MX (Figura 4) apresenta uma massa molecular relativamente

baixa (mw = 217,43), mas podem existir interações intermoleculares fortes

entre os seus grupos polares que dificultam a volatilização do composto no

injetor do cromatógrafo. Outros compostos organoclorados [98-100], com

peso molecular maior que o MX, entretanto, são volatilizados no injetor com a

mesma temperatura usada nos testes deste trabalho, 250°C. Desta forma,

acredita-se que a maior probabilidade da ausência do pico do MX nos

cromatogramas, seja devido a interação do composto com a fase estacionária

da coluna ou mesmo com o insersor de vidro, no interior do injetor, impedindo

desta maneira que o analito alcance o espectrômetro de massas.

A técnica de derivatização, portanto, foi sugerida para a detecção do

MX por GCIMS. Entre os procedimentos de derivatização, a metilação tem

sido usada para identificar o MX [37, 75]. A metilação geralmente é feita em

solução alcoólica (metanol) ácida (2% H2S04) e requer um tempo longo,

aproximadamente de 2 a 12 horas de reação à ~ 70°C. Após a síntese do

produto derivatizado, neutralização (NaHC03) e extração com solvente

orgânico (hexano) são etapas necessárias antes da análise por GCIMS. Uma

alternativa para as reações de derivatização é o BSTFA que tem sido

comumente utilizado para compostos analisados por cromatografia a gás e o

processo não requer extração com solvente orgânico [101]. O BSTFA foi

escolhido por ser um forte doador do grupamento silil e por facilitar o

procedimento experimental de derivatização, sendo necessária apenas a adição40

Page 58: Desenvolvimento e aplicação de método para a determinação do 3

Resultados e Discussão

deste reagente à solução. A grande eficiência da reação se deve ao forte carater

aceptor de elétrons do grupo (-CF3-)do BSTFA que estabiliza a carga negativa

(no estado de transição) do grupo de saída (trifluoroacetamida) e portanto

facilita a ocorrência desta reação de substituição nucleofilica (Figura 14)

[101]. A reação do MX com BSTFA formou o produto 3-cloro-4-

(diclorometil)-5-(trimetilsilil)oxi-2[5H]-furanona (MX-D), o qual está

apresentado no cromatograma do íon total (TIC) com seu respectivo espectro

de massas (Figuras 15a e 15b).

)::)<C\ CHCI2

- H

'7 O .,/'" OH

+

(CH3)3Si\O

)=CF3

N

"Si(CH3)3

BSTFA

MX

t

CI CI2CH

~ s;: CH3 CH3- H u+ ,,/ õ-

~ O -_u_-- Si O - C = N- Si (CH3)3

O O I I I

H CH3 CF3

tCI CI2CH

)o~~-Si (CH3)3+

O

J-N-Si(CH3)3CF3 I

H

MX-D

Figura 14- Reação de derivatização do MX com BSTFA.

41

Page 59: Desenvolvimento e aplicação de método para a determinação do 3

Resultados e Discussão

100MX-D

/

CH3

\ CH3Si"'--

H3C---\ °, ~O

TIC

c

50 CI

o7.5 10

tempo (min)

Figura 15a -Cromatograma do íon total do MX-D (5 mglL).

[C3ChHt (31)[] ftagmentos

() % intensidade relativa

~.?;......

~ 1O0~ [C3ClH2f (48)

.~ I tc::~ 50§ 145.D~

I~ [C4ChOHt (100)

[M-Clt (1)

115[M-(ClCOO)t (2)

159

l'181 209

. I

200

~ [M-CH3t(5)

299 324--t-300 (m/z)

73

o100

Figura 15b -Espectro de massas e alguns fragmentos propostos do MX-D.

42

Page 60: Desenvolvimento e aplicação de método para a determinação do 3

Resultados e Discussão

Alguns fragmentos do espectro de massas do MX derivatizado (MX-D)

estão propostos na Figura 15b. As intensidades dos picos dos isótopos de cloro

obtidos no espectro de massas do MX-D estão de acordo com os valores

teóricos [79]. O fragmento de mJz 73 (M) apresenta um átomo de cloro

[C3CIH2t e antecede o fragmento de mJz 75 (M + 2) que tem

aproximadamente um terço de sua intensidade. Os fragmentos que contêm

dois átomos de cloro foram: [C3chHt com o cluster M, M + 2 eM + 4 (107,

109 e 111) e [C4ChoHt com o cluster M , M + 2 eM + 4 (135, 137 e 139),

sendo que os dois últimos fragmentos têm, respectivamente, "" 65 e 1O % da

intensidade de M. Para o fragmento [M - CH3t que apresenta três átomos de

cloro, o cluster M, M + 2, M + 4 e M + 6 (273, 275, 277 e 279) foi obtido,

sendo que os três últimos fragmentos apresentam as respectivas intensidades

de"" 97,31 e 4 % em relação a M.

Na Figura 16 está apresentado o cromatograma que contém o pico do

MX-D, destacando os íons 135 (íon base) e 275. O íon 135 foi utilizado para a

quantificação do MX durante o desenvolvimento do método para a sua

determinação por GC/MS.

50

1.~

TIC

o7.5 8.2 10

(.

)tempo mm

Figura 16 - Cromatograma do íon total (TIC) do MX-D com dois de seus

fragmentos, mJz = 135 e mJz = 275, utilizados para a quantificação do MX

(3J.!g/L).

43

Page 61: Desenvolvimento e aplicação de método para a determinação do 3

Resultados e Discussão

As recuperações do MX da água feitas utilizando extração em fase

sólida (SPE), extração líquido-líquido (LLE) e microextração em fase sólida

(SPME), foram quantificadas pelo íon 275. Através dos espectros de massas

foi possível observar que em todas as águas analisadas (deionizada, do

manancial, cloradas e das torneiras das residências) havia um interferente que

coeluia com o MX. Este interferente, identificado comparando-se com

espectros de massa da biblioteca NIST 98 (National Institute ofStandards and

Technology, com 83% de confiabilidade) é um subproduto da derivatização

com BSTFA, o trimetilsilil ester 4-metoxi-ácido benzóico, que além de ter o

mesmo tempo de retenção do pico do MX-D, possui fragmentos em comum

(73, 107, 135, 137, 209), conforme está apresentado no espectro de massas da

Figura 17. Por isso a quantificação do MX foi feita por um íon distinto (275)

aos do interferente.

(Tj;;.

.~~

(Tj

'ü(§ 50"Ot:

~ 0145

1115 ffo \,/

O,/Si

"o ° \165 209

100

183'f' I ','.

200

318 33I . . .

300(m/z)

Figura 17 - Espectro de massas e estrutura do trimetilsilil ester 4-metoxi-ácido

benzóico.

4.1.1.1. Escolha do solvente

Na Figura 18 pode-se observar que os diferentes solventes testados

(acetonitrila, clorofórmio, acetato de etila e tetrahidrofurano) no preparo da

solução padrão de MX afetaram a detecção do analito derivatizado (MX-D). A44

Page 62: Desenvolvimento e aplicação de método para a determinação do 3

Resultados e Discussão

Figura 19 (a -d) mostraos cromatogramasobtidoscom os solventesestudados

após 60 min da adição de BSTFA na solução. Os maiores valores de área do

pico do MX-D foram alcançados com o THF, com exceção do tempo de 120

min, em que o acetato de etila proporcionou maior sinal/resposta. Em todos os

tempos monitorados, entretanto, o perfil cromatográfico obtido com o THF foi

bastante diferente daqueles encontrados com os outros solventes, apresentando

cromatogramas com muitos picos, principalmente na região analítica do MX

(Figura 19d).

É interessante ressaltar que o cromatograma do solvente THF não

apresentou impurezas significativas (Figura 20a), mas quando este foi injetado

com o BSTFA, pôde se observar (Figura 20b) vários picos, que coincidiam

com os do cromatograma da Figura 6d. De acordo com o banco de dados do

software (NIST 1998 - National lnstitute of Standard5 and Technology) as

impurezas constatadas são trimetilsilil (TMS) derivados de ácidos carboxilicos

e aldeídos. Provavelmente esses últimos são impurezas do THF que

conseguem ser eluídas somente quando estão na forma derivatizada.

Estes interferentes poderiam dificultar a determinação do MX após sua

extração da água, que é uma matriz complexa e também apresenta uma grande

quantidade de picos no cromatograma. Por isso, apesar do THF ter

apresentado os melhores resultados para o MX-D, o acetato de etila foi

escolhido como o mais apropriado para a determinação do MX-D por GC/MS

porque as áreas obtidas com este solvente foram, em sua maioria, pouco

menores que as do THF e os cromatogramas apresentaram poucos picos.

A utilização dos solventes acetonitrila e clorofórmio foi descartada do

processo de análise do MX, visto que na maioria dos tempos estudados, os

resultados encontrados foram muito inferiores aos obtidos com o THF.

No monitoramento do tempo de reação, à temperatura ambiente, os

resultados foram aleatórios, sem apontar uma tendência. Desta forma, na etapa

seguinte, foi investigado o efeito de temperaturas mais elevadas na reação de

derivatização.45

Page 63: Desenvolvimento e aplicação de método para a determinação do 3

Resultados e Discussão

1

ca~ 0,8.~caE 0,6oc:

~ 0,4"-.ca

[] acetonitrila

flJ clorofórmio

lã acetato de etila

O tetrahidrofurano

0,2

o30 60 90 120 180 240

tempo (min)

Figura 18 - O efeito do solvente na detectabilidade do MX-D e o

monitoramento do tempo de reação à temperatura ambiente.

(b) clorofórmio, (c) acetato de etila e (d) tetrahidrofurano.

46

TIC Iacetonitr:ila 10,000,000

(a) J

MX-D

50 II l

O-clorofórmio 10,000,000

(b)501 I

(c)1 I acetato de etila

10,000,000

50

°

(d) 1TI1TTl11 m tetrahidrofurano10,000,000

11111 I 11 I 1\ I50

O- , , ,7.5 10 12.5

tempo (min)

Figura 19 -Cromatogramas do MX-D em diferentes solventes: (a) acetonitrila,

Page 64: Desenvolvimento e aplicação de método para a determinação do 3

Resultados e Discussão

10,000,000THF

10,000,000

THF + BSTF A

10 12.5

tempo (min)

Figura 20 - Cromatogramas dos brancolsdo solvente: (a) do THF e (b) THFcom BSTFA.II

4.1.1.2. Técnicas de derivatização: off-line e on-line

As derivatizações on-line (no injetor do cromatógrafo) e off-line (na

estufa) à 25 e 75°C, monitorada em diferentes tempos (30, 90, 120, 180 e 240

min) foram investigadas neste estudo (Tabela 2). Os resultados mostraram que

a reação foi completada após 120 min do início da reação e nos tempos

posteriores, as áreas dos picos do MX-D diminuíram e nos cromatogramas não

se observou a formação de outros compostos que poderiam ser resultantes da

degradação do MX-D. Entre 90 e 120 minutos os valores da área do pico do

MX-D foram similares, nas temperaturas estudadas (25 e 75°C). O mesmo

pode se observar com a derivatização on-line onde os resultados se

assemelham aos de 90 min na estufa. Em busca de um método quantitativo e

rápido para a determinação do MX, a derivatização on-line foi escolhida para

todas as etapas seguintes deste trabalho.

A solução de MX que foi derivatizada à 75°C na estufa durante 240

min, foi monitorada durante uma semana para verificar a sua estabilidade. Na

47

TIC

(a)50

O

(b)50

O- .7.5

Page 65: Desenvolvimento e aplicação de método para a determinação do 3

Resultados e Discussão

Figura 21 pode se observar que houve diminuição da área do pico do MX-D

no decorrer do tempo. Ao final do monitoramento a área do pico do MX-D

ficou aproximadamente 1,8% da área inicial (após 240 min na estufa) e não se

observou a formação de outros compostos originados da possível degradação

do MX-D. A diminuição do sinal/resposta do MX-D indicou que a solução

derivatizada não é estável e portanto, não poderia ser utilizada ao longo dos

experimentos. Este fato também contribuiu para a escolha da derivatização on-

fine.

2 3 4 5 6 7tempo (dias)

Figura 21 - Estudo da estabilidade da solução de MX-D durante uma semana

após derivatização na estufa à 75°Cpor 240 mino

o trimetilclorosilano (TMCS) foi testado para a derivatização do MX

on-fine nas mesmas condições realizadas com o BSTFA para comparar a

eficiência dos dois reagentes na determinação do MX-D. Entretanto, nenhum

sinal/resposta do MX-D foi observado com a utilização do TMCS. A

substituição do grupamento silil é muito mais lenta com TMCS do que com

BSTFA e provavelmente, as condições experimentais estabelecidas não foram

adequadas para que a reação do MX com TMCS ocorresse [101]. Sendo

assim, o reagente TMCS não foi utilizado neste trabalho.

48

<.o 120o,.-O 100

Ix-80

o c:u:::J 60.- oa.uo""""

40"'CcoQ) 20....

'CO

O1

Page 66: Desenvolvimento e aplicação de método para a determinação do 3

Resultados e Discussão

Tabela 2- Respostas do detector obtidas em diferentes condições de

derivatização para o MX-D em acetato de etila.

a - análises em triplicata, n = 3

b -temperatura do injetor (tempo de splitless = 2 min)

c -temperatura da estufa

Três parâmetros foram avaliados na eficiência da reação de

derivatização on-line: a temperatura do injetor, o tempo de splitless e a

quantidade de BSTFA em relação ao analito na solução.

49

Valores normalizados de área do pico do MX-D

(íon 135), médiaa::tSD

Tempo (min)

250°C b(on-line) 25°C c (off-line) 75°C c (off-line)

O 0,90 ::t0,02 - -

30 - 0,32 ::t0,01 0,66 ::t0,02

90 - 0,89 ::t0,04 0,97 ::t0,05

120 - 1,0 ::t0,03 0,98 ::t0,03

180 - 0,91 ::t0,07 0,84 ::t0,06

240 - 0,62 ::t0,07 0,55 ::t0,03

Page 67: Desenvolvimento e aplicação de método para a determinação do 3
Page 68: Desenvolvimento e aplicação de método para a determinação do 3

Resultados e Discussão

4.1.1.4. Influência do tempo de splitless

A variação do tempo de splitless foi feita de 0,5 a 2,5 min, enquanto a

temperatura do injetor foi mantida constante em 250°C. A Tabela 4 mostra

que até 1,5 mio houve um aumento representativo no sinal-resposta do MX-D

e acima deste tempo, as variações dos resultados foram pequenas. Com o

tempo de splitless de 2 mio foi alcançado o maior valor de área do pico do

MX-D, por isso este foi aplicado no decorrer dos procedimentos deste

trabalho.

Tabela 4 - Efeito do tempo de splitless na resposta do detector, usando a

temperatura do injetor de 250°C.

Tempo de splitless

(mio)

Valores normalizados de área do

pico do MX-D (íon 135),

médiaa :!:SD

0,5 0,47 :!:0,04

1,0 0,75 :!:0,03

1,5 0,98 :!:0,03

2,0 1,0 :!:0,02

2,5 0,94 :t 0,02

a -análises feitas em triplicata, n = 3

51

Page 69: Desenvolvimento e aplicação de método para a determinação do 3

Resultados e Discussão

4.1.1.5. Efeito da quantidade de BSTFA na derivatização do MX

Nesta etapa, a eficiência da reação de derivatização foi avaliada através

da injeção de diferentes razões de BSTFA:MX, enquanto pennaneceram

constantes a temperatura do injetor (250°C) e o tempo de splitless (2 mio). As

razões de moI BSTFA: moI MX 10-3utilizadas foram: 0,2; 0,8; 1,7; 3,3; 6,6;

8,2; 13,2 e 16,5 quecorrespondem respectivamente aos volumes: 0,1; 0,5; 1;

2; 4; 5; 8 e 10 ~ de BSTF A puro em um total de 100)..lLde solução de MX (5

)..lglmLem acetato de etila). Os resultados estão mostrados na Tabela 5. O

BSTFA reage com o grupo -OH do MX e com outros grupos -OH dos

silanóis presentes na vidraria utilizada, como o frasco que continha a solução,

e o insert do injetor do cromatógrafo. Além disso, impurezas como ácidos

carboxílicos e aldeídos (que contêm grupamentos hidroxila) que poderiam

estar presentes na solução, também são derivatizadas. Por isso, foi utilizado

um grande excesso de BSTFA em relação ao MX. O maior valor de área do

pico do MX-D foi alcançado com a razão BSTFA:MX = 8,3: 0,001 sendo que

um pequeno decréscimo na área foi observado quando foram adicionadas

quantidades de BSTFA maiores que 8,3 moles.

Portanto, os parâmetros otimizados para o uso da derivatização on-line

do MX com BSTFA por cromatografia a gás acoplada a espectrometria de

massas (GC/MS) foram: temperatura do injetor = 250°C, tempo de splitless =

2 mio e razão molar de BSTFA:MX = 8,3: 0,001.

52

Page 70: Desenvolvimento e aplicação de método para a determinação do 3

Resultados e Discussão

Tabela 5 - Efeito da razão BSTFA:MX na resposta do detector.

Razão BSTFA:MX

(mol:mol x 10-3)

Valores normalizados de área do

pico do MX-D (íon 135),' di a + SDme a -

0,2 0,44 :t 0,05

0,8 0,51 :t 0,02

1,7 0,51 :t 0,02

3,3 0,41 :t 0,08

6,6 0,60 :t 0,01

8,3 1,0 :t 0,02

13,2 0,85 :t 0,07

16,5 0,87 :t 0,08

a - análises feitas em triplicata, n = 3

53

Page 71: Desenvolvimento e aplicação de método para a determinação do 3
Page 72: Desenvolvimento e aplicação de método para a determinação do 3
Page 73: Desenvolvimento e aplicação de método para a determinação do 3

Resultados e Discussão

isso a etapa de concentração, feita após a extração (SPE e LLE), foi necessária

neste estudo. Essa etapa de concentração foi realizada através da evaporação

do solvente utilizando nitrogênio gasoso. Para verificar se havia perda do MX

durante esse processo de evaporação, dois solventes (acetato de etila e DCM)

foram testados à temperatura ambiente e à 40°C. Através da Figura 23 pode se

observar que após a secagem da solução de MX (30 e 300 ngIL em acetato de

etila), houve uma grande perda do analito nas temperaturas estudadas

(temperatura ambiente e 40°C). A recuperação do MX variou de 7 a 30%.

Com o dic1orometano,as recuperações do MX foram quase completas (Figura

23), variando de 89 a 97%. Por isso, o DCM foi utilizado para a concentração

das soluções contendo MX após a etapa de extração (SPE e LLE). Como os

resultados com DCM foram semelhantes nas duas temperaturas estudadas, foi

escolhida a mais elevada (40°C), para acelerar o processo de evaporação

(endotérmico ).

100, ,

'$.'-"~ 80~o~ 60ItI:S

g-I-<

(!) 40§"Q(!)I-<

20

o

,.~

bI tempo ambiente - acetato

~ 11 1ãi140°C-acetato

;. I;, II Otempoambiente- DCM~ I;J40°C - DCM

30 300

concentração de MX (ng/L)

Figura 23 - Recuperação do MX após evaporação da solução em acetato de

etila e DCM.

56

Page 74: Desenvolvimento e aplicação de método para a determinação do 3

Resultados e Discussão

Após a detemúnação do solvente apropriado (DCM) para a

concentração das soluções, foram iniciados os estudos de extração (SPE, LLE

e SPME) do MX em água.

4.1.2.2. Extração em fase sólida (SPE): escolha do adsorvente

Valores de recuperação máximos foram encontrados com diferentes

volumes de solventes (acetato de etila, metanol, DCM) para os diversos

adsorventes sólidos testados (Tabela 6) As extrações do MX utilizando

alumina, sílica gel e XAD 4 + XAD 8 forneceram baixas recuperações com

todos os solventes. Por isso, esses adsorventes não foram mais utilizados neste

trabalho. Eram esperados bons resultados com os adsorventes XAD 4 + XAD

8, visto que alguns grupos [31, 62], apresentam os valores de concentração do

MX extraído da água utilizando esses adsorventes, embora não forneçam

dados de recuperação do MX da fase sólida. Esses procedimentos

experimentais foram feitos em escala muito maior do que a aplicada para este

estudo. Aproximadamente dez litros de água passam por uma coluna de 2 x 20

cm de XAD 4 + XAD 8 e a eluição foi feita com - 500 mL de solvente

orgânico (acetato de etila). Essas condições experimentais não faziam parte

dos objetivos deste trabalho porque o uso de 500 mL de solvente orgânico em

cada extração elevaria o custo da análise e o grande volume desse descarte

seria prejudicial ao ambiente e por isso não foram aplicadas.

É importante ressaltar que os processos de empacotamento, assim como

o tamanho dos poros e a área das fases sólidas (não fornecidos nas literaturas

que descrevem a extração do MX utilizando XAD), podem proporcionar

grandes diferenças na extração de um analito. Neste trabalho os valores de

área e tamanho dos poros para XAD 4 e XAD 8 foram, respectivamente, 780

m2jg, 50 A e paraXAD 8 140m2jge 250A.

57

Page 75: Desenvolvimento e aplicação de método para a determinação do 3

Resultados e Discussão

Os cromatogramas correspondentes à extração com carvão grafitizado

apresentaram uma grande quantidade de picos. A coeluição de alguns desses

picos com os do MX-D foi observada, fornecendo recuperações acima de

1000/0(210 e 760% - Tabela 6). A tentativade quantificara recuperaçãodo

MX obtida com o carvão grafitizado através dos fragmentos do MX-D (93,

107, 135, 275) e não pelo TIC, como está apresentado na Tabela 6, não foi

bem sucedida. Os resultados com os fragmentos foram praticamente iguais aos

obtidos com o TIC, indicando que os picos dos interferentes tinham o mesmo

tempo de retenção do pico do MX-D a além disso os compostos apresentavam

fragmentos em comum.

Mesmo assim, o carvão grafitizado foi testado na etapa seguinte para a

extração do MX da água, utilizando o acetato de etila para a eluição. Outros

dois adsorventes, Florisil e C-18 apresentaram recuperação quase total do MX

com o uso de metanol e acetato de etila, respectivamente para a eluição. Além

disso, os cromatogramas obtidos empregando esses adsorventes não

apresentam picos que coeluem com o MX-D. Por isso, esses adsorventes

também foram escolhidos para a etapa de extração do MX da água.

58

Page 76: Desenvolvimento e aplicação de método para a determinação do 3

Resultados e Discussão

Tabela 6 - Recuperação do MX com diferentes adsorventes sólidos: carvão

grafitizado, alumina, Florisil, sílica-gel , XAD 4 + XAD 8 e C-18, utilizando,

individualmente, acetato de etila, metanol, DCM para a eluição.

*y = volume necessário para a recuperação máxima do MX.

59

Solvente utilizado para a eluição

Acetato de etila Metanol DiclorometanoAdsorvente

sólidoy* y* y*recuperação recuperação Recuperação

(%) (mL) (0/0) (mL) (0/0) (mL)

Carvão98 1,5 210 1,5 760 2,5

Grafitizado

Alumina 0,3 0,5 O,I 0,5 O 2,5

Florisil 9,3 0,5 98 0,5 1,5 0,5

Sílica gel 2,5 0,5 15 0,5 19,6 1,5

XAD4+8 24 1,0 16,6 0,5 O 2,5

C-18 99 0,5 62 1,5 85 1,5

Page 77: Desenvolvimento e aplicação de método para a determinação do 3

°-° o. '- uu.

Resultados e Discussão

4.1.2.3. Extração em fase sólida (SPE): recuperação

Os resultados de recuperação do MX em água deionizada foram muito

baixos com o uso de Florisil (5%), carvão grafitizado (9%) e com C-I8 não

houve recuperação (Figura 24). Dessa forma, a SPE se mostrou inadequada

para os propósitos deste trabalho.

L:. .-. <. ."

C-18 Florisil Carvão

grafitizado

Figura 24 - Recuperação do MX da água deionizada utilizando SPE com

diferentes adsorventes.

Com a água que passou pela C-I8, foi feita extração líquido-líquido

com DCM e pôde se constatar, através da recuperação quase completa do MX,

que o mesmo permaneceu na água e não ficou retido na fase sólida. A partir

desse resultado, foram iniciados os estudos com extração líquido-líquido

(LLE).

60

10----

olC\$u.. 5C\$;...(])o..

u

O

Page 78: Desenvolvimento e aplicação de método para a determinação do 3

Resultados e Discussão

4.1.2.4. Extração líquido-líquido (LLE): melhores condições de

recuperação

Todos os solventes testados (éter etílico, hexano, clorofónnio, acetato

de etila e DCM) apresentaram os melhores resultados de recuperação do MX

(Tabela 7) em pH 2,0 e sem adição de sal na água. O DCM foi escolhido como

solvente extrator por ter apresentado a melhor eficiência na recuperação do

MX e foi utilizado nos processos de otimização da LLE.

Tabela 7 - Recuperação do MX da água deionizada utilizando diferentes

solventes.

n=3

Nesta etapa do trabalho, foram feitos alguns testes de injeção de

solução padrão de MX em DCM no GC/MS, para verificar a influência da

resposta do detector. Como o melhor solvente extrator foi o DCM, estes testes

visavam eliminar a troca de solvente de DCM para acetato de etila feita após a

etapa de concentração. Entretanto, com o DCM os resultados para o MX-D

foram -70% dos alcançados com acetato de etila. Portanto, as injeções dos

extratos continuaram a ser feitas com acetato de etila.61

Solvente Recuperação (%) (:t SD)

Éter etílico 26 :t7

Hexano 30 :tI

Acetato de etila 41 :t2

Clorofónnio 54 :t4

Diclorometano 98 :t2

Page 79: Desenvolvimento e aplicação de método para a determinação do 3

Resultados e Discussão

Alguns parâmetros como: volume de água deionizada (100 e 1000 roL),

clean-up com C-18, adição de sal (Na2S04 e NaCl), pH (2,0 e 4,0), volume de

DCM (3 x 10 e 3 x 5 mL), e tempo de agitação (5 e 30 min) foram otimizados

no processo de LLE (Tabela 8).

Tabela 8 - Efeito do volume de água deionizada, clean-up (C-18), sal, pH,

volume de DCM e tempo de agitação na recuperação do MX (50 ng/L) da

água.

n=3

De acordo com os resultados anteriores, mostrados na Figura 24, o MX

não fica retido na C-18, por isso esse adsorvente foi utilizado para o clean-up

62

Volume de C-18 Sal pH Volume de Tempo de Recuperação

água (rnL) DCM (rnL) agitação (min) (%) (1 SD)

100 - - 2,0 3 x 10 5 15 13

1000 SIm - 2,0 3 x 10 5 12 12

100 SIm Na2S04 2,0 3 x 10 5 26 1 4

100 SIm NaCl 2,0 3 x 10 5 22 1 2

100 SIm - 4,0 3 x 10 5 15 14

100 SIm - 2,0 3x5 5 23 1 5

100 SIm - 2,0 3 x 10 30 49 1 3

100 SIm - 2,0 3 x 10 5 50 1 2

Page 80: Desenvolvimento e aplicação de método para a determinação do 3

Resultados e Discussão

nos procedimentos de LLE. Nos primeiros testes foi verificado, através dos

cromatogramas, que uma grande parte dos compostos presentes na água ficou

retida na C-18 e isso foi muito importante para abaixar a intensidade da linha

de base dos cromatogramas, melhorando a relação sinal/ruído, tomando

possível a análise de baixas concentrações (nglL) de MX em água. Nos testes

sem a utilização do clean-up, os resultados não foram satisfatórios (- 150/0).

Por isso, todos os experimentos seguintes de otimização foram feitos

utilizando a C-18 para o clean-up.

A menor recuperação do MX foi obtida com 1000 mL de água,

mostrado na Tabela 8. Nos experimentos foi observado que nos primeiros 10

mL de DCM adicionados em 1000 mL de água para a extração, pouco mais de

5 mL foram recolhidos do funil de separação após a agitação. Isso indica que

uma parte do DCM adicionado se solubilizou na água, devido ao grande

volume e provavelmente uma quantidade de MX ficou nessa fração de DCM

proporcionando assim uma baixa recuperação do analito.

Era esperado que a adição de sal (Na2S04 ou NaCI) na água pudesse

oferecer maior recuperação do MX, devido ao efeito salting out, em relação

aos experimentos feitos nas mesmas condições e sem sal. Como os resultados

foram menores, os testes seguintes foram realizados sem sal. O maior volume

de solvente extrator (3 x 10 mL) foi necessário (ao invés de 3 x 5 mL), para

alcançar a maior recuperação do MX da água. O tempo de agitação de 5 min

mostrou ser suficiente, já que os resultados foram similares aos obtidos com

30 mino A baixa eficiência de recuperação do MX em pH 4,0 ocorreu

provavelmente porque, de acordo com a literatura [72], em pH > 3,0 prevalece

a forma ácida (aberta) do MX.

Na Figura 25 pode-se observar as recuperações de diferentes

concentrações de MX, variando de 10 a 1000 ngIL, obtidas através das

melhores condições experimentais encontradas: pH 2,0, sem sal, volume de

água = 100 mL, clean-up com C-18, volume de DCM = 3 x 10 mL e tempo de

agitação = 5 mino63

Page 81: Desenvolvimento e aplicação de método para a determinação do 3

Resultados e Discussão

Os valores de recuperação, para n = 3, (::tSD) foram: 50 (::t2), 50 (::t2),

65 (::t4), 45 (::t3) e 80 (::t3) com sinal/ruído de 30 (::t4), 35 (::t3), 104 (::t9),

128 (::t4) e 209 (::t6) para as concentrações de 10, 50, 100, 500 e 1000 ng/L,

respectivamente. Os valores das recuperações são aceitáveis, considerando-se

a baixa concentração do analito na água.

80~

~'-"

Ig 60g-"'"Q)

§- 40<:)Q)"'"

20

a11.

o10 50 100 500 1000

concenITação(ngnL)

Figura 25 - Recuperação do MX da água deionizada por LLE nas condições

otimizadas, utilizando diferentes concenITaçõesde MX (10,50 100,500 e 1000 ng/L)

4.1.2.5. Microextração em fase sólida (SPME): avaliação da fibra e modo

de amostragem

Nos testes iniciais, as amostragens foram feitas no modo headspace,

pois este modo minimiza as interferências da análise e aumenta a durabilidade

da fibra [94]. Nas condições estudadas no modo headspace, entretanto, o MX

não foi detectado.

64

Page 82: Desenvolvimento e aplicação de método para a determinação do 3
Page 83: Desenvolvimento e aplicação de método para a determinação do 3

Resultados e Discussão

Tabela 9 -Recuperação do MX obtida com diferentes fibras no modo direto de

amostragem.

Análises feitas em replicata, n = 2

*procedimentode derivatização=> DIl

não houve recuperação

Na etapa de derivatização realizada com a fibra de CW/DVB, o BSTFA

foi injetado após a dessorção dos compostos extraídos pela fibra. Esse

procedimento visava impedir o contato do reagente de derivatização com a

fibra, já que o BSTFA poderia reagir com os grupos - OH presentes no

polietilenoglicol, da fibra de Carbowax, tomando-a inativa. Os valores de

recuperação com esta fibra polar foram maiores do que com as fibras apoIar e

bipolar, citadas anteriormente, mas não foram adequadas para analisar baixas

concentrações (ng/L) de MX.

Na Tabela 9 pode-se observar que todos os valores de recuperação do

MX foram baixos, mas entre as fibras testadas, a natureza química e a alta

66

Recuperação do MXFibras

(%) (:t SD)

PDMS ----

PDMS/DVB ----

CarboxenlPDMS 0,27 :t 0,06

CW/DVB* 0,32 :t 0,05

Poliacrilato 1,00 :t 0,1

Page 84: Desenvolvimento e aplicação de método para a determinação do 3

Resultados e Discussão

polaridade da fibra de PA proporcionaram a maior afinidade com o MX.

Portanto, esta fibra foi utilizada em todos os testes de otimização.

Nos testes preliminares foi possível verificar que a extração de BSTFA

no modo headspace não foi eficiente. Desta forma, em todos os experimentos

seguintes, a dopagem da fibra com 10% de BSTFA em acetato de etila foi

realizada no modo direto, após a amostragem do MX, feita tanto no modo

direto como no modo headspace. Através da injeção de uma alíquota da

solução que foi usada para dopar a fibra com BSTFA (por imersão direta), foi

possível observar, nos cromatogramas, a presença do pico do MX-D. Isto

significa que uma fração do MX (- 5%) foi perdida devido a dessorçãodo

analito da fibra para esta solução.

4.1.2.6. Microextração em fase sólida (SPME): otimização com a fibra PA

Três parâmetros foram otimizados utilizando a fibra de PAno modo

direto de extração: acidificação da solução (pH 2,0), adição de sal na água

(20% Na2S04) e tempo de extração (15, 60 e 240 min).

A Figura 26 mostra o efeito do meio ácido e da adição de sal na

extração do MX, comparado com um meio não modificado, onde a

recuperação foi apenas 1% :t 0,1. O pH da água deionizada medido foi 5,7.

A acidificação da solução aquosa (pH 2,0) apresentou um efeito

significativo na recuperação do MX (41% :t 2, Figura 26). Em pH 2,0

prevalece a forma de anel (furanona) do MX em solução aquosa. Nesta forma

o MX é menos solúvel em água do que a forma ácida (aberta). Portanto, o pH

2,Ocontribuiu para a migração do MX da solução para a fibra.

A melhor eficiência de recuperação do MX (94% :t 3) da água foi

alcançada com a adição de ácido (pH 2,0) e sal (20% de Na2S04)' A adição de

sal aumenta a força iônica da solução tomando os compostos orgânicos menos

solúveis e aumentando o coeficiente de partição [87].

67

Page 85: Desenvolvimento e aplicação de método para a determinação do 3

Resultados e Discussão

pH2,0 pH 2,0

20% Na2S040% Na2S04

Figura 26 - Efeito do ácido e do sal na recuperação do MX (1 f.lg/mL)da água

deionizada, usando o modo direto de extração com a fibra de PA.

Conforme apresentado em outros estudos [87, 94], a natureza sólida do

poliacrilato toma a migração dos analitos mais lenta, tanto na adsorção como

na dessorção dos compostos da fibra. Por isso, é necessário maior tempo para

extrair os analitos com a fibra de PA do que com as outras fibras

convencionais. Com o tempo de extração igual a 15 min foi obtido o menor

valor de recuperação do MX (33% :t 4) em relação aos outros tempos

estudados. Os resultados obtidos após 240 min de extração (89% :t 3) foram

próximos aos obtidos após 60 min (94% :t 3). A Figura 27 mostra que o

tempo de equilíbrio foi alcançado após 60 min de extração, onde a maior

recuperação do MX foi alcançada. Todas as análises do processo de

otimização foram feitas em triplicata.

68

100

,.-... 80'$.'-"o 60lrou..roI-<

40(l)

§-C,)(l) 20I-<

1 -,.1<,-""'"

OV

pH5,7

0% Na2S04

Page 86: Desenvolvimento e aplicação de método para a determinação do 3
Page 87: Desenvolvimento e aplicação de método para a determinação do 3

Resultados e Discussão

80

~ 60'-'oI~ 40roI-<Q)

§' 20o~

o50 100 200 500 1000

concentração de MX (ng/L)

Figura 28 - Recuperação do MX com diferentes concentrações de MX,

nas condições otimizadas da SPME.

Este estudo com SPME mostrou que em concentrações inferiores a 50

ng/L o MX não foi extraído, nas condições empregadas. Como o

aprimoramento desta técnica tem sido crescente, [87] fases estacionárias

diferentes poderão estar disponibilizadas, permitindo utilizar a técnica de

SPME como método de extração para traços de MX « 50 ng/L) em água.

4.2. Avaliação da análise simultânea de subprodutos da cIoração

Neste trabalho foram feitas tentativas para a recuperação do MX (50

ng/L) junto com os THMs (100 J.1g/L).Mesmo estando em níveis diferentes de

concentração na água, foi possível extraí-Ios utilizando as condições

otimizadas do processo de extração líquido-líquido (ítem 4.1.2.4). A

determinação do analito por GC/MS, entretanto, só foi possível com duas

corridas cromatográficas distintas, utilizando o método proposto (ítem

4.1.1.5). Nos testes para a determinação simultânea do MX e THMs, os picos

das impurezas e dos subprodutos do BSTFA foram muito mais intensos,

coeluiam e apresentavam quase todos os fragmentos em comum com aqueles

70

Page 88: Desenvolvimento e aplicação de método para a determinação do 3

Resultados e Discussão

dos THMs, tomando inviável a identificação e quantificação destes

compostos, nas condições aplicadas.

4.3. Aplicação do método proposto em amostras de água

o método proposto para a análise traço ( ng/L) de MX, apresentado na

Figura 29, foi aplicado em amostras de água coletadas antes a após o processo

de doração dos sistemas de tratamento de água Guarapiranga e Cantareira,

localizados em diferentes regiões da cidade de São Paulo em outubro de 2001,

estação seca. O sistema de tratamento de água Guarapiranga é localizado em

uma área urbana e o manancial é afetado por fontes antrópicas, devido ao

lançamento de lixo e esgoto doméstico pela população que habita, ilegalmente,

essa área. Em contraposição, o sistema Cantareira é localizado em uma área

sub-urbana e o manancial apresenta baixa carga poluidora devido a região ser

circundada por área florestal com baixa densidade populacional.

Na Figura 30 estão apresentados os cromatogramas da água deionizada

e das águas do manancial e dorada, em sua etapa fmal, do sistema

Guarapiranga. O perfil cromatográfico das águas dorada e do manancial é

muito semelhante, mostrando que os processos de clean-up e extração (LLE)

foram eficientes para amostras mais complexas como as águas do manancial.

Cabe mencionar que devido a grande quantidade de partículas em suspensão

na água do manancial Guarapiranga, foi necessário um pré-tratamento da

amostra empregando duas colunas de C-18. O pico que representa o íon 275

do MX-D foi utilizado para a quantificação do MX encontrado nessa água

(Figura 30c). O cromatograma da água deionizada é semelhante ao das

amostras reais, porém com um número menor de picos (Figura 30a).

71

Page 89: Desenvolvimento e aplicação de método para a determinação do 3

Resultados e Discussão

CI(lM)

18)

OrnL)min)

branda doom N2

5 )lL~ etila

% v/v)

)lL no GC/MS*

* Parâmetros utilizados no GC/MS: temperatura do injetor: 250°C (derivatização on-Une);tempo de spUtless 2 min; coluna poli (5% difenil/ 95% dimetilsiloxano) 30m x0,25 mm x 0,25 Ilm, rampa de aquecimento do fomo de 20°C/min (40 à 310°C),temperatura da fonte de ionização - 240°C. Aquisição do espectro de massas nomodo Scan (m/z de 45 a 350, scan rate 0,5 s), detector 1,5kV; corte do solvente: 5mm

Figura 29 - Fluxograma do método proposto para a análise de MX em águas.

72

Água dorada oudo manancial

(100 rnL)

Adição de H

ÁguapH = 2.0

Clean-up (C

Água com menorquantidade de

interferentes orgânicos

LLEDCM (3 xAgitação (:

Extrato em DCM(- 28 rnL)

Evaporaçãosolvente I

Extrato concentrado(- 5 uL)

Adiçãode L

de acetato de BSTFA (lj

Extrato em acetatode etilaJ DCM

(90/10 %) + BSTFA

Injeção de 1

Cromatograma e espectro demassas do MX derivatizado

Page 90: Desenvolvimento e aplicação de método para a determinação do 3

Resultados e Discussão

TIC (a) água deionizada

~1Jsi==:=>'---==137.00-2t~:88

I 250

12.5

2

Figura 30 - Cromatogramas das águas: (a) deionizada, (b) manancial Guarapiranga e

(c) água dorada (etapa final - Guarapiranga), evidenciando os íons 93, 107, 135,

137,273 e 275, monitorados para verificar a presença do MX-D.

Vários compostos orgânicos podem ser observados na água deionizada

(Figura 30a), sendo que alguns deles, embora não apresentem o mesmo tempo

de retenção e estejam em concentração diferentes, são iguais nas três águas,

73

o -- r-- --- r7.5 10

(b) águado manancial 1

1Jsi ----137.00---

50J 2j:88

o---_.- , . ,

7.5 10 12.5

(c) águatratada 1

jl I I I 2

50 2j'88.,OW .

7.5 10 12.5

Tempo (min)

Page 91: Desenvolvimento e aplicação de método para a determinação do 3

Resultados e Discussão

como por exemplo os picos (1) l-pentadecanol e (2) trimetilsilil ester ácido

octanodióico, identificados por comparação através de espectros de massas da

biblioteca NIST 98, com 92 e 85% de confiabilidade. O pico 2 é um produto

da derivatização, formado a partir de impurezas da água, por exemplo o ácido

octanodióico, já que todas as soluções foram injetadas com BSTFA.

Os resultados das concentrações de MX encontradas nas amostras de

águas coletadas no manancial, após o tratamento de doração (etapas inicial e

[mal) e águas de torneira das residências pertencentes a rede de abastecimento

dos sistemas Guarapiranga e Cantareira, estão mostrados na Tabela 10.

O MX não foi encontrado nas amostras de águas coletadas nos

mananciais, mostrando que a presença dele ocorre devido ao processo de

doração das águas. As concentrações maior e a menor MX (22 e 3 ng/L)

foram encontradas nas águas doradas, em sua etapa final, das Estações de

Tratamento de Água (ETA) Alto da Boa Vista (ABV) e Guaraú,

respectivamente. Vale mencionar que o menor valor de concentração de MX

(3 ng/L) deve ser considerado com restrição, visto que o valor da área do pico

(concentração de 6,6 ~g/L) se encontra ligeiramente abaixo do limite de

quantificação do equipamento (7 ~g/L). Segundo a CETESB, as águas tratadas

que saem das ETAs são misturadas na rede de distribuição de água potável.

Dessa forma, a água da residência que continha MX (15ng/L), pode não ser a

mesma água que saiu da ETA ABV com 22 ng/L de MX. Por isso não foi

possível avaliar se ocorreu degradação do MX ao longo da rede de distribuição

de água potável.

Nos dias em que foram feitas as coletas de água, as concentrações totais

de doro adicionadaspara o tratamento das águas foram 10 e 2 .~g/mL nas

ETAs ABV e Guarú, respectivamente.

Uma parte de cada amostra de água foi utilizada para os testes de

recuperação do MX. Os resultados de MX em água deionizada (Figura 25) e

nas amostras reais (manancial, doradas e da torneira das residências) foram

74

Page 92: Desenvolvimento e aplicação de método para a determinação do 3

Resultados e Discussão

praticamente iguais indicando que nestas últimas, matrizes complexas, o

método de extração proposto pode ser aplicado.

Como o método de LLE fornece - 50% de recuperação do MX nas

concentrações ~ 50 ngIL, pode-se estimar que as concentrações do MX nas

amostras reais de água são praticamente o dobro daquelas observadas na

Tabela 10.

Tabela 10 - Concentrações e recuperações de MX em amostras de6 águas dos

sistemas Guarapiranga e Cantareira.

* Rec. = recuperação (50 ngIL)

n.d. = não detectado

** n = número de análises

Com a utilização da SPME, nas condições otimizadas, para a análise

das amostras reais de água, nenhum sinal/resposta do MX-D foi observado nos

cromatogramas. De acordo com os resultados anteriores, (Figura 28), essa

técnica de extração não é eficiente para concentrações de MX < 50 ng/L.

75

Sistema Guarapiranga Sistema Cantareira

Amostras de água MX (ng/L) Rec.* (%) MX (ng/L) Rec.* (%)

(n** = 6) (n** = 2) (n** = 3) (n** = 2)-

Manancial n.d. 45 :t 3 n.d. 48 :t 3

Clorada (inicial) 6,3:t 1 49:t 4 n.d. 47 :t 2

Clorada (final) 22 :t 3 52:t 2 3:t 1 50:t 3

Torneira (residências) 15:t 2 49:t 2 n.d. 49 :t 4

Page 93: Desenvolvimento e aplicação de método para a determinação do 3

Resultados e Discussão

Na Tabela 11 estão apresentadas as concentrações mínima e máxima de

MX encontradas nos países que estudam esse composto. A faixa de

concentração de MX encontrada neste trabalho é semelhante a dos outros

países, com exceção do Japão, onde os valores foram mais elevados,

alcançando até 141ngIL.

Desde 1986, a maior parte dos estudos com o MX tem sido realizados

na Finlândia, entretanto, recentemente pôde-se observar que vários outros

países estão envolvendo pesquisas com esse composto nas águas de

abastecimento público devido à preocupação com seus efeitos genotóxicos.

Tabela 11- Concentrações de MX encontradas em águas cloradas.

76

Regiões Faixa de Concentração Referência

(ng/L) Bibliográfica

Turku (Finlândia) 2 -60 (L. Kronberg, 1988)

Carolina do Norte (E.U.A.) 6 - 13 (M. J. Charles, 1992)

Quioto (Japão) 3 - 141 (S. Ogawa, 1993)

Oslo (Noruega) 5 -57 (J. A. Holme,1997)

São Paulo (Brasil) 3 -22 (Este estudo, 2001)

Page 94: Desenvolvimento e aplicação de método para a determinação do 3

Conclusões

5. Conclusões

- Dentre os métodos estudados, processo de extração líquido-líquido,

mostrou ser o mais eficientepara a análise de concentraçõesbaixas (10 - 50

nglL) de MX em água.

- O desenvolvimento do método alternativo para a determinação do MX

por GC/MS, utilizando a derivatização on-line, ofereceu praticidade, boa

precisão dos resultados e tempo de análise menor.

- A maior confiabilidade dos resultados só foi possível graças à

detecção por espectrometria de massas, que possibilitou a identificação e

quantificação do analito extraído das águas, na presença de um interferente

que apresentava o mesmo tempo de retenção do MX e com alguns íons

fragmentados comuns.

- O método proposto para as análises de MX em amostras de água

utilizando a extração líquido-líquido e GC/MS pode ser aplicado em processos

de rotina para o controle da qualidade das águas de abastecimento.

-O processo de desinfecção das águas por adição de cloro resulta na

formação de MX, produto genotóxico, o qual foi detectado em amostras de

águas de consumo coletadas na RMSP.

77

Page 95: Desenvolvimento e aplicação de método para a determinação do 3

Considerações Finais

6. Cosiderações Finais

Nas últimas décadas, pesquisas sobre a contaminação da água potável e

os possíveis riscos à saúde tem sido aplicadas, assim como os incentivos

políticos e as questões legais.

Grande parte dos problemas recentes relacionados à contaminação da

água potável está associada com a formação de produtos resultantes do uso de

desinfetantes no seu tratamento.

Desde 1974, quando foi descoberta a formação de trihalometanos por

cloração da água, esses e outros produtos formados devido à cloração têm sido

alvo de grande interesse de pesquisadores. Um número significativo de

estudos ~obre a identificação dos subprodutos da cloração e seus efeitos

toxicológicos tem fornecido razões convincentes para evitar o uso de cloro no

tratamento da água potável e empregar métodos de desinfecção alternativos.

Pouca informação existe, entretanto, sobre as conseqüências da

aplicação de métodos alternativos, tais como ozônio e dióxido de cloro.

Existem ainda poucas evidências para mostrar que os produtos formados por

tratamento alternativo são menos prejudiciais do que aqueles formados pelo

cloro. No momento atual das pesquisas pode ser considerado apenas que

qualquer processo de mudança no tratamento da água irá introduzir um risco

alto de formação de subprodutos não identificáveis com efeitos à saúde

desconhecidos.

Assim sendo, visando a saúde pública, seria fundamental impedir o

lançamento de esgotos domésticos e industriais nos mananciais, assim como a

implantação de um processo efetivo de coagulação durante o tratamento

dessas águas, com o propósito de minimizar a quantidade necessária de

oxidantes para a sua desinfecção.

78

Page 96: Desenvolvimento e aplicação de método para a determinação do 3

Sugestões para Trabalhos Futuros

7. Sugestões para Trabalhos Futuros

::::>Para a técnica de SPME seria interessante disponibilizar uma fase

estacionária que apresente maior afL'1idadecom o MX para tomar possível a

extração de concentrações < 50 ng/L.

::::> Para implementar um programa de qualidade das águas é importante

estudar a viabilidade de determinação do MX simultaneamente com outros

compostos (exemplo: trihalometanos) que já são regulamentados pela

legislação (Portaria 1469) de água potável.

::::>Testar uma coluna mais polar do que a poli (5% fenil / 95%

dimetilsiloxano) no GC para tentar determinar o MX não derivatizado, por

GC/MS. Essa proposta também pode ser aplicada para o GC-ECD. Se a

derivatização puder ser eliminada, seria importante a investigação do uso de

purge-and trap acoplado ao GC/MS (ou GC-ECD) para a análise do MX,

apesar do composto ter baixa volatilidade, pois esse processo evita perdas do

analito e requer uma única etapa de análise.

::::>Investigar fases estacionárias capazes de reter o MX e então avaliar a

possibilidade de extrair o MX do adsorvente utilizando dessorção ténnica que

pode estar acoplado ao GC/MS para que a extração e determinação do

composto sejam feitas em uma etapa.

::::> Propor um processo de desinfecção que possa ser aplicado nas ETAs e que

minimize os riscos à saúde humana.

::::;>Utilizar MS-MS ou GC-MS-MS para minimizar etapas de clean-up e/ou

pré-concentração.

::::>Monitorar as concentrações de MX nas águas da RMSP.

79

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Page 107: Desenvolvimento e aplicação de método para a determinação do 3

CURRICULUM VITAE

Andrea Lucia Rezemini

Data de Nascimento: 28/01/1971

Nacionalidade: Brasileira

e-mail: [email protected]

1. Formação

Graduação:

Bachareladoem Química,Institutode Químicada Universidadede São

Paulo- Campusde SãoCarlos(IQSC-USP),SP,Brasil, 1994.

Pós-graduação:

Mestrado em Química Analítica. "Estudo de empacotamento de colunas

para cromatografia líquida capilar (j.l-LC)". Instituto de Química da

Universidade de São Paulo - Campus de São Carlos (IQSC -USP), SP, Brasil,

1997.

Doutorado em Química Analítica. "Desenvolvimento e aplicação de

método analítico para a determinação do composto mutagênico 3-c1oro-4-

(dic1orometil)-5-hidroxi-2[5H]-furanona (MX) em água potável". Instituto de

Química da Universidade de São Paulo - Campus de São Paulo (IQ - USP),

SP, Brasil, 2002.

2. Publicações

A. L. Rezemini, P. M. Donate, F. M. Lanças, "Upgrading of Sugar Cane

Bagasseby ThermalProcesses- 9. CatalyticLiquefactionin Ethanol",Energy

Sources, 21 (1999) 299.

Page 108: Desenvolvimento e aplicação de método para a determinação do 3

A. L. Rezemini, 1. M. Vaz, L. R F. Carvalho, "An Altemative GC/MS

Method for Quantification of 3-cWoro-4-(dicWoromethyl)-5-hydroxy-2[5H]-

furanone (MX) in Chlorinated Waters Samples". Journal ofChromatography

A, 972 (2002) 259.

A. L. Rezemini, J. M. Vaz, L. R F. Carvalho, "Presença de um composto

mutagênico em amostras de água potável", 25~ Reunião Anual - Sociedade

Brasileira de Química (SBQ), Poços de Caldas, MG, Brasil (2002).

A. L. Rezemini, 1. M. Vaz, L. R F. Carvalho, G. A. Umbuzeiro, "Análise

química do 3-cloro-4-(diclorometil)-5-hidroxi-2[5H]-furanona (MX) em água

potável" , VI Encontro de Ecotoxicologia, São Carlos, SP, Brasil, (2000).

U. M. F. Oliveira, A. L. Rezemini, J. M. Vaz, L. R F. Carvalho, 1. C. Masini,

"Propriedades eletroquímicas do 3-cloro-4-(diclorometil)-5-hidroxi-2[5H]-

furanona (MX)", 23~ Reunião Anual - Sociedade Brasileira de Química

(SBQ), Poços de Caldas, MG, Brasil, (2000).

A. L. Rezemini, 1. M. Vaz, L. R F. Carvalho, "Desenvolvimento de

metodologia para a análise do 3-cloro-4-(diclorometil)-5-hidroxi-2[5H]-

furanona (MX) em água potável", 1~ Encontro Nacional de Química

Analítica (ENQA), Santa Maria, RS, Brasil, (1999).

A. C. S. Khamis, A. L. Rezemini, P. M. Donate, F. M. Lanças, "Liquefação

catalítica do bagaço de cana-de-açúcar: influência do catalisador e do maio

reacional", XXXVI Congresso Brasileiro de Química (ABQ), São Paulo, SP,

Brasil, (1996).

A. L. Rezemini, M. H. Van Kampen, P. M. Donate, F. M. Lanças,

"Liquefação catalítica do bagaço de cana-de-açúcar em etanol: influência do

tipo de catalisador", Poços de Caldas, MG, Brasil, (1996).