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LUÍS FERNANDO KAEFER DESENVOLVIMENTO DE UMA FERRAMENTA GRÁFICA PARA ANÁLISE DE PÓRTICOS DE CONCRETO ARMADO Dissertação apresentada à Escola Politécnica da Universidade de São Paulo para a obtenção do título de Mestre em Engenharia. São Paulo 2000

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Page 1: DESENVOLVIMENTO DE UMA FERRAMENTA GRÁFICA PARA … · Mauro Lacerda Santos Filho, Mildred Ballin Hecke, Roberto Dalledone Machado e Sérgio Scheer, ao LMC (Laboratório de Mecânica

LUÍS FERNANDO KAEFER

DESENVOLVIMENTO DE UMA FERRAMENTA GRÁFICA PARA

ANÁLISE DE PÓRTICOS DE CONCRETO ARMADO

Dissertação apresentada à EscolaPolitécnica da Universidade de São Paulopara a obtenção do título de Mestre emEngenharia.

São Paulo2000

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LUÍS FERNANDO KAEFER

DESENVOLVIMENTO DE UMA FERRAMENTA GRÁFICA PARA

ANÁLISE DE PÓRTICOS DE CONCRETO ARMADO

Dissertação apresentada à EscolaPolitécnica da Universidade de São Paulopara a obtenção do título de Mestre emEngenharia.

Área de Concentração:Engenharia de Estruturas

Orientador:Túlio Nogueira Bittencourt

São Paulo2000

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À Deus,

aos meus pais, Libório e Iolanda,

aos meus irmãos, Lígia e Leonardo,

à minha namorada, Elka.

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Agradecimentos

AGRADECIMENTOS

Faltam-me palavras para agradecer a todos que me ajudaram neste trabalho assim como

àqueles que me deram suporte para simplesmente chegar ao ponto de poder começá-lo.

Só posso agradecer pelas pessoas maravilhosas que tive o prazer de conhecer ao longo

de minha vida e mais especificamente ao longo desta jornada.

Apresento então os meus agradecimentos

ao meu orientador Prof. Túlio Nogueira Bittencourt pelo incentivo e apoio na execução

deste trabalho,

ao meu “co-orientador” Prof. Luiz Fernando Martha, pelo entusiasmo contagiante com

relação a este trabalho e pela confiança depositada em mim,

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aos professores do PEF (Departamento de Estruturas e Fundações) da EPUSP (Escola

Politécnica da Universidade de São Paulo), em especial aos professores Miguel Luiz

Bucalem, Ricardo Leopoldo e Silva França e Lauro Modesto dos Santos, cuja troca de

idéias em muito enriqueceu este trabalho,

aos amigos de Pós-Graduação e do LMC, em especial à Adriane, Christian, Carlos,

Célio, Eduardo Prado, Estela, Gustavo, Irani, Mara e Odulpho, pela troca de

informações e pelas palavras amigas que sempre me ajudaram a seguir adiante,

aos meus amigos de Curitiba, em especial ao Alexandre, Eduardo Torres e Raul, pelo

apoio e pelos momentos de descontração,

ao grande amigo Paulo, pelo incentivo constante,

aos funcionários do PEF, em especial à Marly e à Wady, pelas palavras amigas e pelo

apoio “burocrático”,

aos professores da UFPR (Universidade Federal do Paraná) aonde me formei, que me

encorajaram a começar esta jornada, em especial aos professores Marcos José Tozzi,

Mauro Lacerda Santos Filho, Mildred Ballin Hecke, Roberto Dalledone Machado e

Sérgio Scheer,

ao LMC (Laboratório de Mecânica Computacional) do PEF/EPUSP pelas instalações

físicas,

ao Tecgraf/PUC-Rio (Grupo de Tecnologia em Computação Gráfica) pelos toolkits

essenciais para a confecção da ferramenta gráfica proposta,

à FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) pelo suporte

financeiro, sem o qual seria impossível a realização deste trabalho,

e a todas as outras pessoas não citadas aqui que muitas vezes, de uma maneira singela

fizeram parte desta jornada.

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Índice

ÍNDICE

AGRADECIMENTOS............................................................................................................. B

ÍNDICE ...................................................................................................................................... D

LISTA DE FIGURAS..............................................................................................................K

LISTA DE TABELAS .............................................................................................................O

LISTA DE SÍMBOLOS, ABREVIATURAS E SIGLAS...................................................Q

Símbolos...................................................................................................................................qLetras romanas maiúsculas...................................................................................................... qLetras romanas minúsculas.......................................................................................................sLetras gregas............................................................................................................................ t

Siglas e Abreviaturas ............................................................................................................... v

RESUMO................................................................................................................................... X

ABSTRACT................................................................................................................................Z

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1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................1

1.1 Objetivos ........................................................................................................................ 11.2 O FTOOL....................................................................................................................... 31.3 Organização do Texto ................................................................................................... 3

2 HIPÓTESES BÁSICAS E PROPRIEDADES DOS MATERIAIS............................6

2.1 Introdução ...................................................................................................................... 62.2 Concreto......................................................................................................................... 7

2.2.1 Classes ...................................................................................................................... 72.2.2 Massa Específica....................................................................................................... 72.2.3 Coeficiente de Dilatação Térmica .............................................................................. 72.2.4 Resistência à Tração .................................................................................................. 72.2.5 Módulo de Elasticidade ............................................................................................. 92.2.6 Diagramas Tensão-Deformação................................................................................11

2.2.6.1 Compressão ..........................................................................................................112.2.6.2 Tração ..................................................................................................................12

2.3 Aço ............................................................................................................................... 132.3.1 Categoria..................................................................................................................132.3.2 Coeficiente de Dilatação Térmica .............................................................................132.3.3 Módulo de Elasticidade ............................................................................................132.3.4 Diagrama Tensão-Deformação .................................................................................13

2.3.4.1 Aços de Dureza Natural ........................................................................................132.3.4.2 Aços Encruados a Frio ..........................................................................................14

2.3.5 Alongamento e Encurtamento Máximo Permitido para a Armadura..........................16

3 ANÁLISE ESTRUTURAL .............................................................................................17

3.1 Introdução .................................................................................................................... 173.2 Objetivo da Análise Estrutural.................................................................................... 173.3 Hipóteses Simplificadoras no Projeto de Edifícios ................................................... 183.4 Modelagem do Edifício ............................................................................................... 193.5 Determinação do Carregamento Vertical................................................................... 213.6 Modelagem das Lajes.................................................................................................. 223.7 Modelagem dos Elementos Lineares – Vigas e Pilares............................................. 243.8 Modelagem das Estruturas de Contraventamento..................................................... 25

3.8.1 Carregamento Horizontal..........................................................................................263.8.1.1 Vento....................................................................................................................263.8.1.2 Consideração das Imperfeições Construtivas.........................................................273.8.1.3 Assimetria da Estrutura ou do Carregamento.........................................................28

3.8.2 Definição da Estrutura de Contraventamento ............................................................283.8.3 Deslocabilidade........................................................................................................29

3.8.3.1 Rigidez Mínima das Estruturas Indeslocáveis........................................................293.8.4 Análise Não-Linear ..................................................................................................32

3.9 Modelagem de Vigas Isoladas .................................................................................... 363.10 Modelagem de Pilares Isolados .................................................................................. 38

3.10.1 Critério para a Dispensa dos Efeitos de 2ª Ordem......................................................403.10.2 Solicitações Iniciais..................................................................................................433.10.3 Momento Decorrente de Imperfeições Construtivas..................................................443.10.4 Métodos para o Dimensionamento dos Pilares Isolados ............................................44

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3.10.4.1 Método Geral ....................................................................................................453.10.4.2 Métodos Aproximados ......................................................................................45

3.10.4.2.1 Método do Pilar Padrão com Curvatura Aproximada..................................................... 453.10.4.2.2 Método do Pilar Padrão com rigidez Κ (kapa) aproximada............................................ 46

3.10.4.3 Método do Pilar Padrão acoplado a diagramas M, N, 1/r ....................................46

4 DIMENSIONAMENTO..................................................................................................47

4.1 Introdução .................................................................................................................... 474.2 Hipóteses Básicas ........................................................................................................ 484.3 Domínios de Deformações.......................................................................................... 494.4 Parâmetros Adimensionais Utilizados ....................................................................... 524.5 Equações de Compatibilidade..................................................................................... 534.6 Limites entre Domínios............................................................................................... 564.7 Resultante de Compressão do Concreto..................................................................... 574.8 Flexão Normal Composta – Dimensionamento com armadura em duas bordas –Proporção entre armaduras superior e inferior variáveis..................................................... 60

4.8.1 Hipóteses Básicas.....................................................................................................604.8.2 Equações de Equilíbrio.............................................................................................614.8.3 Zonas de Solicitação.................................................................................................624.8.4 Determinação de βx ..................................................................................................624.8.5 Limites entre as Zonas de Solicitação .......................................................................644.8.6 Roteiro – Procedimento de Cálculo ..........................................................................66

4.9 Flexão Normal Composta – Dimensionamento com a proporção entre asdiversas faces pré-estabelecida ............................................................................................. 67

4.9.1 Hipóteses Básicas.....................................................................................................674.9.2 Equações de Equilíbrio.............................................................................................684.9.3 Cálculo da Taxa de Armadura ..................................................................................704.9.4 Zonas de Solicitação.................................................................................................714.9.5 Limites entre as Zonas..............................................................................................724.9.6 Roteiro.....................................................................................................................73

4.10 Limites para a taxa de armadura longitudinal............................................................ 734.10.1 Vigas........................................................................................................................73

4.10.1.1 Armadura Mínima.............................................................................................734.10.1.2 Armadura Máxima ............................................................................................73

4.10.2 Pilares ......................................................................................................................744.10.2.1 Armadura Mínima.............................................................................................744.10.2.2 Armadura Máxima ............................................................................................74

4.11 Cisalhamento - Dimensionamento ............................................................................. 744.11.1 Taxa Mínima de Armadura.......................................................................................744.11.2 Verificação no Estado Limite Último........................................................................74

4.12 Implementação Computacional .................................................................................. 754.13 Exemplos de Aplicação ............................................................................................... 76

4.13.1 Exemplos de [SANTOS-2] .......................................................................................774.13.2 Exemplos de [FUSCO-1]..........................................................................................784.13.3 Exemplos de [SÜSSEKIND-1] .................................................................................804.13.4 Exemplos de [ISHITANI-1] .....................................................................................814.13.5 Exemplos de [ISHITANI-2] .....................................................................................824.13.6 Cisalhamento – Exemplos de [ISHITANI-2].............................................................83

4.14 Conclusões ................................................................................................................... 83

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5 ANÁLISE...........................................................................................................................84

5.1 Introdução .................................................................................................................... 845.2 Análise Interna............................................................................................................. 85

5.2.1 Análise Linear ..........................................................................................................855.3 Análise Externa (ADINA)........................................................................................... 86

5.3.1 Consideração sobre Cargas Distribuídas e de Temperatura .......................................865.3.2 Análise Linear ..........................................................................................................875.3.3 Análise Não Linear...................................................................................................87

5.3.3.1 Análise Não Linear Geométrica ............................................................................905.3.3.2 Análise Não Linear Física e Geométrica................................................................915.3.3.3 Geração dos Diagramas N-M-1/r...........................................................................93

5.4 Exemplos de Validação do Algoritmo de Geração dos Diagramas N-M-1/r .......... 945.4.1 Notação e Expressões Utilizadas...............................................................................955.4.2 Arranjos de Armadura utilizados ..............................................................................955.4.3 Tabelas.....................................................................................................................96

5.5 Conclusões .................................................................................................................100

6 IMPLEMENTAÇÃO COMPUTACIONAL..............................................................101

6.1 Introdução ..................................................................................................................1016.2 Histórico .....................................................................................................................1016.3 Implementação...........................................................................................................1036.4 Estrutura de Dados ....................................................................................................1036.5 Interface Gráfica ........................................................................................................108

7 EXEMPLOS DE VALIDAÇÃO ..................................................................................113

7.1 Introdução ..................................................................................................................1137.2 Viga 1 [SOLER-1].....................................................................................................114

7.2.1 Dados.....................................................................................................................1147.2.2 Resultados Obtidos ................................................................................................1147.2.3 Discussão dos Resultados.......................................................................................116

7.3 Viga 2 [SOLER-1].....................................................................................................1177.3.1 Dados.....................................................................................................................1177.3.2 Resultados Obtidos ................................................................................................1187.3.3 Discussão dos Resultados.......................................................................................119

7.4 Pilar 1[GARCIA-1] ...................................................................................................1197.4.1 Dados.....................................................................................................................1207.4.2 Resultados..............................................................................................................1207.4.3 Discussão dos Resultados.......................................................................................123

7.5 Pilar 2[SANTOS-1]...................................................................................................1237.5.1 Dados.....................................................................................................................1247.5.2 Considerações sobre os tipos de análise ..................................................................1257.5.3 Comentários sobre Efeitos de Instabilidade e Ruptura da Seção de Concreto ..........1287.5.4 Resultados Obtidos para o Último Ponto da Curva ANLFG (1)...............................129

7.6 Pórtico Plano [GARCIA-1].......................................................................................1317.6.1 Dados.....................................................................................................................1317.6.2 Resultados..............................................................................................................1327.6.3 Discussão dos Resultados.......................................................................................134

7.7 Conclusões .................................................................................................................134

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8 EXEMPLO DE APLICAÇÃO .....................................................................................135

8.1 Introdução ..................................................................................................................1358.2 Pórtico de Edifício [OLIVEIRA-1]..........................................................................136

8.2.1 Geometria ..............................................................................................................1368.2.2 Materiais ................................................................................................................1378.2.3 Carregamento.........................................................................................................1378.2.4 Modelo...................................................................................................................1398.2.5 Deslocabilidade da Estrutura ..................................................................................1418.2.6 Análise...................................................................................................................141

8.2.6.1 Análise Não-Linear.............................................................................................1428.2.7 Resultados..............................................................................................................144

8.3 Conclusões .................................................................................................................151

9 CONCLUSÕES...............................................................................................................152

10 BIBLIOGRAFIA ........................................................................................................155

ANEXO I - TUTORIAL DO FTOOL .......................................................................................I

A1.1 Generalidades .............................................................................................................. iA1.2 Manipulação de Arquivos.......................................................................................... iiA1.3 Criação e Manipulação da Geometria do Modelo .................................................. iv

A1.3.1 Menu de Edição ....................................................................................................... ivA1.3.2 Menu de Undo e Redo ............................................................................................... vA1.3.3 Menu Transform ....................................................................................................... v

A1.4 Controles de Visualização ......................................................................................... vA1.4.1 Menu de Controle de Visualização ............................................................................ vA1.4.2 Menu de Controle de Coordenadas ........................................................................... viA1.4.3 Menu Display........................................................................................................... vi

A1.5 Configurações...........................................................................................................viiA1.5.1 Menu Options ......................................................................................................... viiA1.5.2 Janela de Configuração do Solver ........................................................................... viiiA1.5.3 Janela de Configuração de Unidades e Formato de Numeração............................... viiiA1.5.4 Janela de Controle do Estabelecimento dos Pontos de Cálculo, doDimensionamento e da Análise Não-Linear ............................................................................ ix

A1.6 Atributos de Nós e Barras.........................................................................................xiA1.6.1 Menu de Controle dos Atributos dos Nós e Barras.................................................... xiA1.6.2 Características comuns aos submenus...................................................................... xiiA1.6.3 Submenu de Propriedades dos Materiais ................................................................. xiiiA1.6.4 Submenu de Propriedades das Seções Transversais................................................. xiiiA1.6.5 Submenu de Propriedades do Dimensionamento..................................................... xivA1.6.6 Submenu de Aplicação de Área de Aço ................................................................... xvA1.6.7 Submenu das Propriedades de Apoio....................................................................... xvA1.6.8 Submenu das Propriedades dos Apoios Elásticos .................................................... xviA1.6.9 Submenu das Propriedades de Articulação das Barras............................................ xvii

A1.7 Atribuição do Carregamento ................................................................................xviiiA1.7.1 Seleção do Caso de Carregamento ........................................................................ xviiiA1.7.2 Manipulação dos Casos de Carregamento............................................................. xviii

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A1.7.3 Menu de Controle dos Carregamentos .....................................................................xixA1.7.4 Submenu do Carregamento Nodal ...........................................................................xixA1.7.5 Submenu do Carregamento Uniforme.......................................................................xxA1.7.6 Submenu do Carregamento Linear............................................................................xxA1.7.7 Submenu do Carregamento de Temperatura ............................................................xxi

A1.8 Processamento.........................................................................................................xxiA1.8.1 Seleção da Combinação de Casos de Carga Corrente ...............................................xxiA1.8.2 Configuração das Combinações de Carregamento....................................................xxiA1.8.3 Menu de Processamento ........................................................................................ xxii

A1.9 Pós-Processamento ...............................................................................................xxivA1.9.1 Menu de Pós-Processamento .................................................................................xxivA1.9.2 Listagem de Resultados (Inquiry) ..........................................................................xxivA1.9.3 Visualização dos Resultados...................................................................................xxv

A1.9.3.1 Convenção de Sinais – Notação.......................................................................xxvA1.9.3.2 Telas de Resultados.......................................................................................xxvii

ANEXO II - COMUNICAÇÃO ENTRE ADINA E FTOOL ........................................XXIX

A2.1 Introdução ..............................................................................................................xxixA2.2 Arquivo Batch ........................................................................................................xxxA2.3 Sintaxe do Arquivo .in (ADINA Input File) ........................................................xxxi

A2.3.1 Controles Principais da Análise .............................................................................xxxiA2.3.2 Hipóteses Cinemáticas..........................................................................................xxxiiA2.3.3 Método de Iteração..............................................................................................xxxiiiA2.3.4 Definição da Função de Carregamento ................................................................xxxiiiA2.3.5 Definição dos Incrementos de Carga....................................................................xxxiiiA2.3.6 Definição das Coordenadas dos Nós....................................................................xxxivA2.3.7 Condições de Apoio ............................................................................................xxxivA2.3.8 Suportes Inclinados ..............................................................................................xxxvA2.3.9 Propriedades do Material......................................................................................xxxvA2.3.10 Seção Transversal............................................................................................xxxviA2.3.11 Liberações de Extremidade: End-Release.........................................................xxxviA2.3.12 Curva Momento-Curvatura.............................................................................xxxviiA2.3.13 Relação Força Normal – Momento – Curvatura ..............................................xxxviiA2.3.14 Rigidez..........................................................................................................xxxviiiA2.3.15 Definição do tipo de elemento .......................................................................xxxviiiA2.3.16 Criação dos Elementos.....................................................................................xxxixA2.3.17 Atribuição de Propriedades aos Elementos.......................................................xxxixA2.3.18 Cargas Concentradas ............................................................................................ xlA2.3.19 Cargas Distribuídas.............................................................................................. xliA2.3.20 Deslocamentos Prescritos .................................................................................... xliA2.3.21 Apoio Elástico .................................................................................................... xliiA2.3.22 Formatação do Arquivo de Resultados................................................................ xliiA2.3.23 Ativação do Solver............................................................................................. xliiiA2.3.24 Saindo do AUI – QUIT ...................................................................................... xliiiA2.3.25 Observações ...................................................................................................... xliv

A2.4 Exemplo de arquivo .in ..........................................................................................xlivA2.4.1 Análise Linear ....................................................................................................... xlivA2.4.2 Análise Não-linear Geométrica............................................................................... xlvA2.4.3 Análise Não-linear Física e Geométrica ................................................................. xlvi

A2.5 Formato do arquivo de resultados (porthole) .......................................................xlix

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ANEXO III - VALORES NUMÉRICOS COMPLEMENTARES AOS EXEMPLOSDE VALIDAÇÃO ...................................................................................................................LII

A3.1 Introdução ..................................................................................................................liiA3.2 Pilar [GARCIA-1].....................................................................................................lii

A3.2.1 Diagramas Força Normal – Momento – Curvatura.................................................... liiA3.2.2 Valores Numéricos das Curvas Força - Deslocamento .............................................. lv

A3.3 Pilar [SANTOS-1]..................................................................................................... lvA3.3.1 Diagramas Força Normal – Momento – Curvatura.................................................... lv

A3.3.1.1 ANLFG(1) ....................................................................................................... lviA3.3.1.2 ANLFG(2) ..................................................................................................... lviii

A3.3.2 Curvas Momento – Deslocamento (Valores Numéricos) .......................................... lixA3.3.3 Diagramas de Interação (Valores numéricos)............................................................ lx

A3.4 Exemplo de Pórtico [GARCIA-1].........................................................................lxiiiA3.4.1 Diagramas Força Normal – Momento – Curvatura................................................. lxiiiA3.4.2 Valores Numéricos das Curvas Força - Deslocamento .......................................... lxvii

ANEXO IV - TABELAS ADIMENSIONAIS PARA RELAÇÕES FORÇA NORMAL- MOMENTO - CURVATURA ......................................................................................LXVIII

A4.1 Introdução .............................................................................................................lxviiiA4.2 Relações N-M-1/r [SANTOS-3] .........................................................................lxviii

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Lista de Figuras

LISTA DE FIGURAS

Figura 2.1 – Comparação dos valores para a resistência à tração do concreto prescritosem [ABNT-1] e [ABNT-2]............................................................................................ 8

Figura 2.2 – Comparação entre os módulos de elasticidade do concreto definidos em[ABNT-1] e [ABNT-2] ................................................................................................ 10

Figura 2.3 – Diagrama tensão-deformação para o concreto............................................. 11Figura 2.4 – Diagrama tensão-deformação para aços de dureza natural ......................... 14Figura 2.5 – Diagrama tensão-deformação para aços encruados a frio ........................... 15

Figura 3.1 – Estrutura de concreto armado de um edifício............................................... 19Figura 3.2 – Decomposição do edifício em elementos básicos........................................ 21Figura 3.3 – Configuração das fissuras de uma laje de concreto armado retangular sob

carga uniforme no estado de ruptura [LEONHARDT-1] .......................................... 24Figura 3.4 – Exemplo de Edifício [OLIVEIRA-1]............................................................ 26Figura 3.5 – Consideração das imperfeições geométricas globais [ABNT-2] ................ 27Figura 3.6 – Estrutura de contraventamento do exemplo proposto em [OLIVEIRA-1]. 29Figura 3.7 – Efeito de imperfeição geométrica em um viga que liga um pilar

contraventado a um pilar de contraventamento [ABNT-2] ....................................... 35Figura 3.8 – Modelo básico para a determinação da envoltória para uma viga contínua

de três tramos (somente “q” é mostrada) .................................................................... 36Figura 3.9 – Modelo simplificado para a consideração do efeito de pilar de extremidade

....................................................................................................................................... 37

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Figura 3.10 – Consideração da solidariedade dos pilares com as vigas........................... 38Figura 3.11 – Determinação do comprimento de flambagem nos casos usuais de

estruturas de edifícios................................................................................................... 39Figura 3.12 – Critérios para a modelagem dos pilares isolados conforme o índice de

esbeltez.......................................................................................................................... 40Figura 3.13 – Variação de λ1 para pilares em balanço...................................................... 42Figura 3.14 – Variação de λ1 para pilares biapoiados....................................................... 42Figura 3.15 – Pilares de extremidade (Modelo simplificado) .......................................... 43Figura 3.16 – Falta de retilinidade no pilar [ABNT-2] ..................................................... 44Figura 3.17 – Desaprumo do pilar [ABNT-2] ................................................................... 44

Figura 4.1 – Domínios de Deformação.............................................................................. 50Figura 4.2 – Regiões de deformação [SANTOS-2] ......................................................... 52Figura 4.3 – Deformações na Região I [SANTOS-2]....................................................... 54Figura 4.4 – Deformações na Região II [SANTOS-2]...................................................... 55Figura 4.5 – Deformações na Região III [SANTOS-2] .................................................... 56Figura 4.6 – Resultante de compressão do concreto......................................................... 57Figura 4.7 – Transformação da seção transversal na poligonal de cálculo...................... 58Figura 4.8 – Hipóteses Básicas [SANTOS-2] ................................................................... 61Figura 4.9 – Zonas de Solicitação ...................................................................................... 64Figura 4.10 – Disposição da armadura............................................................................... 67Figura 4.11 – Forças atuantes na seção [SANTOS-2] ...................................................... 68Figura 4.12 – Zonas de Solicitação .................................................................................... 72Figura 4.13 – Notação Utilizada......................................................................................... 77

Figura 5.1 – Comportamento de um pilar submetido a uma carga vertical constante e auma carga horizontal variável...................................................................................... 87

Figura 5.2 – Método de Newton-Raphson Completo ....................................................... 90Figura 5.3 – Conjunto de curvas momento-curvatura [ADINA-3] .................................. 91Figura 5.4 – Modelo para a entrada de uma curva momento-curvatura .......................... 92Figura 5.5 – Relação momento-curvatura.......................................................................... 94Figura 5.6 – Disposições das armaduras............................................................................ 96Figura 5.7 – Relação M x 1/r (σcd = 0,85 fcd) .................................................................... 97Figura 5.8 – Relação M x 1/r (σcd = 1,10 fcd) .................................................................... 98Figura 5.9 – Comparação entre diagramas M x 1/r........................................................... 99

Figura 6.1 – Estrutura de dados – versão FTOOL com suporte para uma únicacombinação de carregamento. ................................................................................... 105

Figura 6.2 – Estrutura de dados – versão FTOOL/RC com suporte para múltiplascombinações de carregamento................................................................................... 107

Figura 6.3 – Estrutura de dados para armazenar os valores das relações N – M – 1/r.. 108Figura 6.4 – Tela do FTOOL – Pré-processamento (em detalhe as alterações na

interface). .................................................................................................................... 109Figura 6.5 – Configurando o solver e o tipo de análise. ................................................. 110Figura 6.6 – Load Case Manager / Load Combination Manager. .................................. 111Figura 6.7 – Visualização de resultados: configuração deformada................................ 112

Figura 7.1 – Geometria da viga 1 ..................................................................................... 114Figura 7.2 – Gráfico comparativo do deslocamento da extremidade livre da viga 1.... 115

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m

Figura 7.3 – Evolução da deformação da viga com o aumento do carregamento.(Resultados obtidos pelo FTOOL) ............................................................................ 115

Figura 7.1 – Geometria da Viga 2 .................................................................................... 117Figura 7.2 – Comparação do deslocamento na extremidade livre da viga 2. ................ 118Figura 7.3 – Evolução da deformação da viga com o aumento do carregamento

(Resultados obtidos pelo FTOOL). ........................................................................... 118Figura 7.4 – Geometria do Pilar 1 [GARCIA-1]............................................................. 120Figura 7.5 – Valores publicados em [GARCIA-1].......................................................... 121Figura 7.6 – Valores obtidos pelo FTOOL-ADINA. ...................................................... 122Figura 7.7 – Gráficos comparativos: [GARCIA-1] e FTOOL-ADINA......................... 122Figura 7.8 – Geometria do Pilar 2[SANTOS-1].............................................................. 124Figura 7.9 – Curvas “Deslocamento em Função do Momento Aplicado” .................... 126Figura 7.10 – Diagramas de interação para a seção transversal e para pilares de

comprimento variável................................................................................................. 128Figura 7.11 – Resultado impressos pelo FTOOL: Deformada, Força Normal (kN), Força

Cortante (kN), Momento Fletor (kNcm), Área de aço longitudinal calculada (cm2),Área de aço transversal calculada (cm2/m)............................................................... 130

Figura 7.12 – Geometria do Pórtico Plano [GARCIA-1] ............................................... 131Figura 7.13 – Curvas Força Horizontal – Deslocamento a............................................. 132Figura 7.14 – Dimensionamento da armadura longitudinal (Discretização em três

elementos por barra – F = 99,27 kN)......................................................... 133Figura 7.15 – Dimensionamento da armadura longitudinal (Discretização em três

elementos por barra – F = 95,7 kN).......................................................... 133

Figura 8.1 – Planta baixa do Edifício [OLIVEIRA-1].................................................... 136Figura 8.2 – Corte vertical esquemático [OLIVEIRA-1] ............................................... 137Figura 8.3 – Estrutura de contraventamento do exemplo proposto em [OLIVEIRA-1].

..................................................................................................................................... 139Figura 8.4 – Carregamento vertical aplicado a todos os pavimentos [OLIVEIRA-1].. 140Figura 8.5 - Deformada..................................................................................................... 145Figura 8.6 – Esforço Normal (kN) ................................................................................... 146Figura 8.7 – Momento Fletor (kN.m).............................................................................. 147Figura 8.8 – Força Cortante (kN) ..................................................................................... 148Figura 8.9 – Armadura Longitudinal (cm2) .................................................................... 149Figura 8.10 – Armadura transversal (cm2/m).................................................................. 150

Figura A1.1 – Tela do FTOOL 2.06..................................................................................... iiFigura A1.2 – Tela do FTOOL/RC ...................................................................................... iiFigura A1.3 – Menu File...................................................................................................... iiiFigura A1.4 – Comandos principais do menu File ............................................................ iiiFigura A1.5 – Menu de Edição............................................................................................ ivFigura A1.6 – Definição de nós e elementos através do teclado....................................... ivFigura A1.7 – Menu de Undo e Redo .................................................................................. vFigura A1.8 – Menu Transform ........................................................................................... vFigura A1.9 – Menu de Controle de visualização .............................................................. viFigura A1.10 – Menu de Controle de Coordenadas........................................................... viFigura A1.11 – Menu Display ............................................................................................ viiFigura A1.12 – Menu Options............................................................................................ viiFigura A1.13 – Janela de Configuração dos programas de análise.................................viiiFigura A1.14 – Janela de configuração de unidades e formatos de numeração............... ix

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n

Figura A1.15 – Configuração da divisão dos elementos .................................................... xFigura A1.16 – Menu de controle dos atributos de nós e barras ....................................... xiFigura A1.17 – Lista drop-down ........................................................................................ xiiFigura A1.18 – Manipulação dos conjuntos de propriedades .......................................... xiiFigura A1.19 – Criação de um novo conjunto de propriedades......................................xiiiFigura A1.20 – Submenu Material Parameters...............................................................xiiiFigura A1.21 – Submenu Section Properties ................................................................... xivFigura A1.22 – Submenu Reinforced Concrete Parameters............................................ xvFigura A1.23 – Submenu Steel Area Member Parameters .............................................. xvFigura A1.24 – Submenu das propriedades de apoio....................................................... xviFigura A1.25 – Submenu das propriedades de apoio elástico ........................................xviiFigura A1.26 – Submenu das propriedades de articulação das barras...........................xviiFigura A1.27 – Seleção do caso de carregamento .........................................................xviiiFigura A1.28 – Manipulação dos casos de carregamento .............................................xviiiFigura A1.29 – Menu de controle do carregamento ........................................................xixFigura A1.30 – Submenu Nodal Loading.........................................................................xixFigura A1.31 – Submenu Uniform Loading ......................................................................xxFigura A1.32 – Submenu Linear Loading .........................................................................xxFigura A1.33 – Submenu Thermal Loading .....................................................................xxiFigura A1.34 – Seleção da combinação de carregamentos .............................................xxiFigura A1.35 – Configuração das combinações de carregamento.................................xxiiFigura A1.36 – Configuração dos casos de carregamento .............................................xxiiFigura A1.37 – Menu de Processamento........................................................................xxiiiFigura A1.38 – Processamento utilizando o ADINA.....................................................xxiiiFigura A1.39 – Menu de pós-processamento .................................................................xxivFigura A1.40 – Inquiry .....................................................................................................xxvFigura A1.41 – Desenho dos diagramas de momento fletor para uma viga contínua.xxviiFigura A1.42 – Visualização das envoltórias de momento fletor para uma viga contínua

...................................................................................................................................xxviiFigura A1.43 – Desenho das configurações deformadas obtidas para três casos ......xxviiiFigura A1.44 – Visualização da envoltória obtida para a área de aço longitudinal

superior e..................................................................................................................xxviii

Figura A2.1 – Fluxograma do esquema de comunicação FTOOL – ADINA ..............xxxFigura A2.2 – Elemento de barra ..............................................................................xxxivFigura A2.3 – Sistema de coordenadas local do elemento de viga ...........................xxxviFigura A2.4 – End-Release's criados ........................................................................xxxviiFigura A2.5 – Sentido de aplicação das cargas distribuídas no elemento ......................xliFigura A2.6 – Convenção para os esforços de extremidade do elemento de barraXXHermitiano do ADINA..............................................................................................li

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o

Lista de Tabelas

LISTA DE TABELAS

Tabela 2.1 – Categoria dos aços para armadura passiva................................................... 13

Tabela 4.1 – Valores para ωmín........................................................................................... 73

Tabela 5.1 – Relações N – M – 1/r (Aço CA50A; d’ = 0,10; n’ = 2; n1 = 2; ω = 0,10)[SANTOS-3]................................................................................................................. 96

Tabela 5.2 – Relações N – M – 1/r (Aço CA50A; d’ = 0,10; n’ = 2; n1 = 2; ω = 0,10;σcd = 0,85 fcd) (FTOOL)............................................................................................... 97

Tabela 5.3 – Relações N – M – 1/r (Aço CA50A; d’ = 0,10; n’ = 2; n1 = 2; ω = 0,10;σcd = 1,10 fcd ) (FTOOL).............................................................................................. 97

Tabela 7.1 – Resultados obtidos por [SOLER-1] e utilizando o ADINA (Coordenadasda extremidade da viga para diversos níveis de carregamento). ............................. 116

Tabela 7.2 – Exemplo de Pilar [GARCIA-1]. ................................................................. 121Tabela 7.3 – Comparação da Carga Última (Md) de [SANTOS-1] e da curva ANLFG

(1)................................................................................................................................. 130Tabela 7.4 – Exemplo de pórtico plano [GARCIA-1]. ................................................... 132

Tabela 8.1 – Carregamento do Vento .............................................................................. 138Tabela 8.2 – Combinações de Carregamento .................................................................. 140Tabela 8.3 – Comparação dos valores de γz [OLIVEIRA-1]................................................... 141

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p

Tabela 8.4 – Tentativa 1 – Processamento 1 ................................................................... 142Tabela 8.5 – Tentativa 1 – Processamento 2 ................................................................... 143Tabela 8.6 – Tentativa 2 – Passo 1................................................................................... 143Tabela 8.7 – Tentativa 2 – Processamento 2 ................................................................... 143Tabela 8.8 – Tentativa 2 – Processamento 3 ................................................................... 143

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q

Lista de Símbolos

LISTA DE SÍMBOLOS, ABREVIATURAS E SIGLAS

Símbolos

Letras romanas maiúsculas

A - área

Ac - área da seção transversal bruta de concreto

As - área da seção transversal da armadura longitudinal tracionada

- área de aço total da seção

As’ - área da seção transversal da armadura longitudinal comprimida

Asi - área da seção transversal de uma barra de aço genérica

Asw - área de aço de armadura transversal

Ec - módulo de elasticidade do concreto

Ecs - módulo de elasticidade secante do concreto

(EI)sec - rigidez secante

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r

Es - módulo de elasticidade do aço

F - vetor das forças resistentes internas

Fd - valor de cálculo das ações

Fgk - valor característico das ações permanentes diretas

Fk - valor característico das ações

Fqk - valor característico das ações variáveis

Fq1k - valor característico das ações variáveis principais diretas

Htot - altura total da estrutura, medida a partir do topo da fundação ou de um

nível pouco deslocável do subsolo

Ic - momento de inércia da seção de concreto

K - matriz de rigidez

- matriz de rigidez tangente

M - momento fletor

M0 - momento na viga em apoio de extremidade

M1,tot,d - momento de tombamento (soma dos momentos de todas as forças

horizontais de cálculo em relação à base da estrutura)

M1d,mín - momento mínimo de cálculo

MA,MB - momentos fletores de 1ª ordem de cálculo nas extremidades A e B do pilar

MC - momento fletor de cálculo de 1ª ordem no meio do pilar

Md - momento fletor de cálculo

Meng - momento de engastamento perfeito

MRd - momento fletor resistente de cálculo

MSd - momento solicitante de cálculo

N - força normal

Nd - força normal total de cálculo

Nk - somatória de todas as cargas verticais atuantes na estrutura (a partir do

nível considerado para o cálculo de Htot), com seu valor característico

NRd - força normal resistente de cálculo

NSd - força normal solicitante de cálculo

R - vetor das forças externas aplicadas

Rcc - resultante das tensões de compressão do concreto

Rst - força de tração na armadura

Sd - esforço solicitante de cálculo

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s

Vc - parcela de força cortante resistida por mecanismos complementares ao

modelo de treliça

Vd - força cortante de cálculo

VRd2 - força cortante resistente de cálculo, relativa à ruína das diagonais

comprimidas de concreto

Letras romanas minúsculas

a - distância de Rcc à borda mais comprimida da seção transversal

ah, av - deslocamentos horizontais no nível do centro de gravidade das cargas

verticais da estrutura. O deslocamento horizontal av é o decorrente somente

das ações verticais e o deslocamento horizontal ah é decorrente somente das

ações horizontais.

b - largura

bf - largura da mesa das vigas de seção T

bw - largura das vigas de seção retangular ou da nervura das vigas de seção T

d’ - distância do centro da armadura à borda mais próxima da seção transversal

de concreto (recobrimento)

e1 - excentricidade de 1a ordem

e1,mín - excentricidade de 1a ordem mínima

f - resistência

fcd - resistência de cálculo do concreto à compressão

fck - resistência característica do concreto à compressão

fctk - resistência característica do concreto à tração

fctk,inf - resistência característica do concreto inferior à tração

fctk,sup - resistência característica do concreto superior à tração

fctm - resistência característica do concreto média à tração direta

fyc - resistência de escoamento do aço à compressão

fycd - resistência de cálculo do aço à compressão

fyck - resistência característica do aço à compressão

fyd - resistência de cálculo do aço à tração

fyk - resistência característica do aço à tração

g - carga permanente

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t

h - altura total da seção transversal

hf - espessura da mesa das vigas de seção T

i - raio de giração da seção geométrica da peça (seção de concreto não se

considerando a presença da armadura)

l - altura total da estrutura ou de um lance de pilar

- vão

le - comprimento equivalente de flambagem

linf - comprimento do tramo inferior de pilar

lsup - comprimento do tramo superior de pilar

lvig - comprimento do tramo de viga

n - número de barras de aço

- número total de elementos verticais contínuos

- número de andares acima da fundação ou de um nível pouco deslocável do

subsolo

n’ - número de camadas de barras de aço (número de linhas)

n1 - número de barras da primeira camada (igual à última)

r - raio de curvatura;

rinf - rigidez de tramo inferior de pilar em uma ligação tramo inferior de pilar –

viga – tramo superior de pilar

rsup - rigidez de tramo superior de pilar em uma ligação tramo inferior de pilar –

viga – tramo superior de pilar

rvig - rigidez da viga em uma ligação tramo inferior de pilar – viga – tramo

superior de pilar

q - carga acidental

s - espaçamento dos estribos medido segundo o eixo longitudinal da peça

x - distância da linha neutra à borda mais comprimida em uma seção transversal

de um elemento

Letras gregas

α - relação tensão de cálculo na armadura / tensão de cálculo do concreto

β - coeficiente adimensional que leva em conta a posição relativa (vertical)

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u

das armaduras superior, inferior e lateral de um elemento, além de d’ e x.

δ - distância do centro da armadura à borda mais próxima da seção transversal

de concreto (adimensional)

∆Mtot,d soma dos produtos de todas as forças verticais de cálculo atuantes na

estrutura pelos deslocamentos horizontais de seus respectivos pontos de

aplicação, obtidos na análise de 1ª ordem

∆R - vetor dos incrementos de carga

∆U - vetor dos deslocamentos incrementais

ε - deformação específica

εc - deformação específica do concreto

- deformação específica na borda superior (ou mais comprimida) da seção

de concreto

εc1 - deformação específica do início do trecho retangular do concreto no

diagrama parábola retângulo

- deformação específica na borda inferior da seção de concreto

εcu - deformação específica convencional da ruptura do concreto comprimido

εs - deformação específica do aço

εy - deformação específica de escoamento do aço

εycd - deformação específica de escoamento de cálculo do aço na compressão

εyd - deformação específica de escoamento de cálculo do aço na tração

εycu - deformação específica convencional de ruptura do aço na compressão

εyu - deformação específica convencional de ruptura do aço na tração

η - força normal resistente do concreto reduzida adimensional

η’ - momento fletor resistente do concreto reduzido adimensional

γc - coeficiente de minoração da resistência do concreto

γs - coeficiente de minoração da resistência do aço

γf - coeficiente de majoração das ações

γf3 - parte de γf que considera os desvios gerados nas construções e as

aproximações feitas em projetos do ponto de vista das solicitações

γz - coeficiente de majoração dos esforços globais finais de 1ª ordem para a

obtenção dos esforços finais globais de 2ª ordem

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v

λ - índice de esbeltez

λ1 - valor limite para λ para que não se considerem os efeitos localizados de 2ª

ordem

κ - rigidez secante adimensional ou relativa

µ - momento fletor relativo ou reduzido adimensional

µf - momento de ruptura (reduzido adimensional)

ν - coeficiente de Poisson

- força normal relativa ou reduzida adimensional

νo - valor reduzido adimensional da força normal de ruptura no caso ideal de

compressão centrada

θ1 - desaprumo de um elemento vertical contínuo

- desaprumo de um lance de pilar de altura l.

θa - desaprumo a ser considerado para um conjunto de elementos verticais

contínuos da estrutura aporticada

θf - curvatura majorada adimensional correspondente ao momento de ruptura

ρ - taxa geométrica de armadura

σ - tensão normal

σc - tensão normal de compressão no concreto

σcd - tensão de cálculo do concreto

σs - tensão normal de tração na armadura

σsd - tensão de cálculo na armadura

ω - taxa mecânica da armadura

Siglas e Abreviaturas

ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas

ADINA - Automatic Dynamic Incremental Non-Linear Analysis

CD - Canvas Draw – Biblioteca Gráfica 2D

CEB - Comite Européen du Béton

ELU - Estado Limite Último

EPUSP - Escola Politécnica da Universidade de São Paulo

FEMOOP - Finite Element Method – Object Oriented Programming

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w

FTOOL - Frame Tool Program – Programa Gráfico-Interativo para Ensino de

Comportamento de Estruturas

IUP - Sistema Portátil de Interface com o Usuário

LED - Linguagem de Especificação de Diálogos

LMC - Laboratório de Mecânica Computacional

PEF - Departamento de Engenharia de Estruturas e Fundações

PUC-Rio - Pontíficie Universidade Católica do Rio de Janeiro

Tecgraf - Grupo de Tecnologia em Computação Gráfica

UFPR - Universidade Federal do Paraná

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x

Resumo

RESUMO

O objetivo deste trabalho é o desenvolvimento de uma ferramenta gráfica interativa para

a modelagem e dimensionamento de pórticos planos de concreto armado que seja capaz

de lidar com múltiplos casos e combinações de carregamento e efetuar análises não-

lineares físico-geométricas das estruturas.

Utilizamos como base o programa FTOOL, que é um sistema gráfico interativo cujo

objetivo principal é fornecer ao estudante de engenharia estrutural uma ferramenta para

aprender o comportamento estrutural de pórticos planos.

Desta forma, apresentamos uma nova versão do programa FTOOL, que agora incorpora

ferramentas para a inserção de múltiplos casos de carga; múltiplas combinações de

carregamento; o dimensionamento das seções de concreto armado à flexão normal

composta e ao cisalhamento; o traçado de envoltórias de esforços e de área de aço; o

cálculo de diagramas força normal – momento – curvatura e integração com o programa

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y

(solver) comercial ADINA, permitindo a obtenção de esforços e a verificação do

dimensionamento sob não-linearidade geométrica e física (acoplada a diagramas força

normal – momento – curvatura).

O trabalho de implementação computacional é complementado pela apresentação das

características dos materiais concreto e aço recomendadas pela ABNT e utilizadas para

o dimensionamento, de um roteiro para a modelagem dos pórticos planos, vigas e

pilares sob efeitos de 2ª ordem, do método utilizado para a confecção das rotinas de

dimensionamento e de um breve relato sobre as análises linear e não-linear efetuadas e

geração de diagramas força normal – momento – curvatura. São apresentados também

vários exemplos de aplicação e finalmente, um manual de utilização do programa e a

documentação sobre o formato de comunicação entre o FTOOL e o ADINA.

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z

ABSTRACT

ABSTRACT

The objective of this work is the development of an interactive graphics tool for the

modeling and designing of reinforced concrete plane frames. This tool is also capable of

handling multiple loading combinations and perform material and geometrical non

linear analyses of plane frames.

The program FTOOL has been used as the platform for this work. This program is an

interactive graphics educational system. Its main purpose is to provide a tool for better

understanding the structural behavior of plane frames.

In that way, a new version of the program FTOOL has been developed. This version

now incorporates tools for handling: multiple load cases and loading combinations, the

design of concrete linear elements subjected to normal bending and shear, the automatic

sketching of internal forces diagrams and steel areas envelopes, the computation of

interaction diagrams (N-M-1/r) and the integration with the commercial package

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aa

ADINA. The new FTOOL allows the calculation of internal forces necessary for the

design of concrete frames taking into account material and geometrical nonlinearities.

The computer implementation addresses: the definition of properties of concrete and

steel, recommended by ABNT and necessary for design; the script for the modeling of

plane frames, beams and columns under 2nd order effects; the algorithm used in the

reinforced concrete design routines; a brief description of the linear and non linear

analyses performed and the generation of interaction (N-M-1/r) diagrams. Finally, some

application examples, the system tutorial and the documentation about the format of the

interface communication between FTOOL and ADINA are presented.

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1

1. Introdução

1 INTRODUÇÃO

1.1 Objetivos

O presente trabalho busca o desenvolvimento de um sistema computacional utilizando a

programação gráfica interativa, proporcionando com isso, um meio efetivo para

visualização de eventos ligados tanto à construção de modelos e entrada de dados,

quanto à interpretação e análise de resultados na análise de pórticos bi-dimensionais de

concreto armado. Este sistema será capaz de simular efeitos não-lineares decorrentes da

relação momento-curvatura das peças (não-linearidade física), bem como da evolução

da deformação da estrutura (não-linearidade geométrica). Além disso, o sistema será

capaz de dimensionar os elementos de concreto armado à flexão normal composta e ao

cisalhamento.

O objetivo básico deste trabalho foi ampliar as capacidades do programa FTOOL

(Frame Tool Program – Programa Gráfico-Interativo para Ensino de Comportamento

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2

de Estruturas) de maneira que este pudesse lidar com a análise e dimensionamento de

pórticos planos de concreto armado. Resumidamente, implementamos:

§ a possibilidade da inserção de múltiplos casos de carga e da posterior combinação

destes em combinações de carga, que serão processadas, gerando uma envoltória de

esforços, deslocamentos e áreas de aço para cada elemento;

§ a alteração da interface gráfica do FTOOL de modo a permitir a entrada dos novos

dados necessários à análise e ao dimensionamento (materiais: aço e concreto,

geometria da seção transversal);

§ a adaptação do FTOOL, possibilitando a comunicação com um solver externo

(programa ADINA – Automatic Dynamic Incremental Non-Linear Analysis),

permitindo análises lineares, sob não-linearidade geométrica (pré-dimensionamento)

e sob não-linearidade física e geométrica (verificação do dimensionamento) do

pórtico, criando um sistema integrado ADINA-FTOOL;

§ a geração de diagramas esforço normal – momento – curvatura como dados para o

programa ADINA proceder à análise não-linear (física e geométrica) do problema;

e apresentando a documentação do sistema computacional proposto. A presente

dissertação complementa este trabalho, organizando os fundamentos teóricos

necessários para a modelagem dos pórticos planos.

Todo procedimento adotado neste trabalho se baseia nas diretrizes apontadas pela

Norma Brasileira NBR6118/2000 [ABNT-2] – Projeto de Estruturas de Concreto, a ser

publicada em novembro de 2000, para a análise das estruturas no estado limite último

(ELU). Embora tenhamos consultado uma versão preliminar, pelo fato da revisão desta

norma estar praticamente concluído, acreditamos que nada mude em relação ao exposto

neste trabalho. Para efeito de comparação, em vários pontos desse texto traçaremos

paralelos entre ela e a norma vigente, a NB1/1978 [ABNT-1] – Projeto e Execução de

Obras de Concreto Armado, lembrando entretanto, sempre que a norma que deve ser

seguida é a NBR6118/2000.

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3

1.2 O FTOOL

O FTOOL é um sistema gráfico interativo cujo objetivo principal é fornecer ao

estudante de engenharia estrutural uma ferramenta para aprender o comportamento

estrutural de pórticos planos. O sistema consiste de uma interface gráfica com o usuário

baseada em manipulação direta, utilizando um sistema de janelas, com menus em

cascata e botões. Graças à utilização do sistema de interface IUP/LED

(http://www.tecgraf.puc-rio.br/manuais/iup) e o sistema gráfico CD (Canvas Draw –

http://www.tecgraf.puc-rio.br/manuais/cd), ambos desenvolvidos no Tecgraf/PUC-Rio,

o FTOOL pode ser executado em praticamente em qualquer plataforma, de

microcomputadores a estações gráficas de trabalho, bastando recompilá-lo na

plataforma desejada e ligá-lo com as bibliotecas gráficas apropriadas.

O estudante tem controle total sobre o modelo estrutural sendo analisado. A

manipulação no modelo é feita através de entrada via mouse ou teclado. O programa

integra todas as fases do processo de análise estrutural: criação e manipulação do

modelo com aplicação de atributos (pré-processamento), resolução pelo método da

rigidez direta e visualização de resultados (pós-processamento). Uma estrutura de dados

bastante eficiente, baseada em topologia computacional, permite uma integração natural

entre estas fases e uma poderosa capacidade de modelagem e visualização. Esta

integração é o aspecto fundamental no processo de aprendizagem, permitindo ao

estudante experimentar com rapidez diferentes concepções estruturais para uma

estrutura e assim entender melhor o seu comportamento estrutural [KAEFER-1].

1.3 Organização do Texto

Esta dissertação de mestrado é constituída por dez capítulos, incluindo este capítulo

introdutório, e de quatro anexos.

O Capítulo "Materiais" tem por objetivo apresentar os parâmetros utilizados neste

trabalho para a modelagem dos materiais concreto e aço.

No Capítulo "Análise Estrutural" abordamos o processo do estabelecimento de um

modelo matemático que representa uma estrutura real de edifício. Procuramos sempre,

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4

quando conveniente, traçar um paralelo entre as recomendações da norma brasileira

vigente para o cálculo estrutural e as recomendações de sua nova redação a ser

publicada no final de 2000. Acreditamos que este capítulo possui o mérito de

sistematizar de uma maneira simples a forma usual de se dimensionar estruturas de

contraventamento compostas por quadros planos.

O processo descrito em [SANTOS-2] e utilizado para o dimensionamento dos

elementos (vigas e pilares) é descrito no Capítulo 4 – Dimensionamento. Também

apresentamos os critérios para o dimensionamento ao cisalhamento e para o

estabelecimento dos limites mínimos e máximos de armadura para as seções de concreto

implementados e baseados na NBR6118/2000. No final do capítulo, apresentamos

exemplos simples de validação (seções isoladas de concreto armado) para as rotinas de

dimensionamento implementadas.

O Capítulo 5 – Análise, contém informações sobre as análises feitas pelo FTOOL-

ADINA e sobre como foram confeccionadas as rotinas para a geração das relações força

normal – momento – curvatura . No último tópico deste capítulo apresentamos um

exemplo de validação constituído por uma tabela de valores adimensionais para um

diagrama N-M-1/r , apresentando exemplos adicionais no Anexo IV.

Maiores detalhes sobre a implementação computacional realizada, como as estruturas de

dados implementadas e as alterações na interface gráfica básica (FTOOL 2.06), são

encontradas no Capítulo 6 – Implementação Computacional.

Os Capítulos 7, 8 e 9 concluem o trabalho. No Capítulo 7, apresentamos os exemplos de

validação constituídos por análises de vigas, pilares e de um pórtico simples. Os

aspectos da discretização da malha de elementos finitos e da detecção de pontos limite

de instabilidade são abordados. No Capítulo 8 apresentamos um exemplo maior, de um

pórtico simplificado de um edifício de 20 andares, visando mostrar o grande potencial

de modelagem do programa implementado. Finalmente, o Capítulo 9 apresenta as

conclusões obtidas.

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5

No primeiro anexo apresentamos o manual de utilização do programa. Neste anexo

pretendemos mostrar o funcionamento do FTOOL e as novas implementações.

O segundo anexo contém a sintaxe utilizada para a comunicação entre ADINA e

FTOOL através de arquivos texto. É particularmente importante o item que trata da

leitura do arquivo de resultados do ADINA, pois não há documentação deste formato.

O Anexo III contém os valores numéricos dos gráficos apresentados e das relações

força normal – momento – curvatura utilizadas no Capítulo 7.

No Anexo IV apresentamos mais algumas tabelas adimensionais com diagramas

força normal – momento – curvatura complementares às apresentadas no Capítulo 5.

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6

2. Hipóteses Básicas

2 HIPÓTESES BÁSICAS E PROPRIEDADES DOSMATERIAIS

2.1 Introdução

Neste capítulo apresentamos as características para os materiais concreto e aço

utilizadas neste trabalho. Tais características se baseiam na Norma Brasileira

NBR6118/2000 [ABNT-2] – Projeto de Estruturas de Concreto, a ser publicada em

novembro de 2000. Em vários pontos do texto traçaremos paralelo entre ela e a norma

vigente, a NB1/1978 [ABNT-1] – Projeto e Execução de Obras de Concreto Armado.

Entretanto, lembramos sempre que a norma que deve ser seguida é a NBR6118/2000.

Ressaltamos que nada impede que outros conjuntos de características, baseados em

outros códigos internacionais, para o concreto e para o aço sejam introduzidas no futuro,

pois todos os algoritmos de dimensionamento foram desenvolvidos visando uma grande

generalidade e uma possível posterior expansão dos modelos de materiais disponíveis.

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7

Acreditamos que esta possibilidade seria bastante interessante, permitindo futuras

comparações.

Assim sendo, neste capítulo, apresentaremos as características físicas (módulo de

elasticidade, diagramas tensão-deformação, módulo de dilatação, ...) do concreto e do

aço recomendadas por [ABNT-1] e [ABNT-2] e utilizadas nas rotinas do FTOOL.

2.2 Concreto

2.2.1 Classes

A norma brasileira se aplica a concretos de massa específica normal, das classes do

grupo I, indicadas na NBR8953, com resistência à compressão característica (fck)

especificada para a idade de 28 dias variando de 10 a 50 MPa (concretos C10, C15,

C20, C25, C30, C35, C40, C45 e C50).

A NBR6118/2000 relaciona a resistência do concreto à durabilidade das estruturas e por

isto estabelece valores mínimos da resistência à compressão, que deverá ser no mínimo

20 MPa para concretos que contenham apenas armadura passiva, 25 MPa para concretos

com armadura ativa e 15 MPa para fundações e obras provisórias.

2.2.2 Massa Específica

A massa específica dos concretos, para efeito de cálculo, pode ser adotada como sendo

de 2400 kg/m3 para o concreto simples e de 2500 kg/m3 para o concreto armado.

2.2.3 Coeficiente de Dilatação Térmica

Para efeito de análise estrutural, o coeficiente de dilatação térmica pode ser admitido

como sendo igual a 10-5 /ºC.

2.2.4 Resistência à Tração

Na falta de ensaios, a resistência à tração pode ser avaliada por meio das equações (2.1)

a (2.3) [ABNT-2].

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8

32

ckctm f3,0f ⋅= (fctm, fck,inf, fctk,sup e fck em MPa) (2.1)

ctminf,ctk f7,0f ⋅= (2.2)

ctmsup,ctk f3,1f ⋅= (2.3)

[ABNT-1] prescreve o seguinte valor para fctk:

>+⋅≤⋅

=MPa18fpara7,0f06,0

MPa18fparaf1,0f

ckck

ckckctk (fctk e fck em MPa)

(2.4)

Resistência à Tração do Concreto

0.000

1.000

2.000

3.000

4.000

5.000

6.000

0 10 20 30 40 50 60

Resistência à Compressão (fck-MPa)

Res

istê

ncia

à T

raçã

o (M

Pa)

fctk,inf

fctm

fctk,sup

fctk

fck fctk,inf fctm fctk,sup fctk

10 0.975 1.392 1.810 1.00015 1.277 1.825 2.372 1.50018 1.442 2.060 2.679 1.80020 1.547 2.210 2.874 1.90025 1.795 2.565 3.334 2.20030 2.028 2.896 3.765 2.50035 2.247 3.210 4.173 2.80040 2.456 3.509 4.561 3.10045 2.657 3.795 4.934 3.40050 2.850 4.072 5.293 3.700

Figura 2.1 – Comparação dos valores para a resistência à tração do concreto prescritos

em [ABNT-1] e [ABNT-2]

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2.2.5 Módulo de Elasticidade

Na ausência de dados experimentais sobre o módulo de elasticidade inicial do concreto

utilizado, na idade de 28 dias, a NBR6118/2000 permite estimá-lo através da equação

(2.5).

ckc f5600E ⋅= (MPa) (2.5)

O módulo de elasticidade secante a ser utilizado nas análises elásticas de projeto,

especialmente para a determinação de esforços solicitantes e verificação de estados

limite de serviço, deve ser calculado por (2.6), entretanto, na avaliação do

comportamento global da estrutura permite-se utilizar em projeto o módulo inicial

fornecido pela equação (2.5).

ckccs f4760E85,0E ⋅=⋅= (MPa) (2.6)

A NB1/78 prescreve outra expressão para o cálculo do módulo de elasticidade do

concreto à compressão, no início da deformação efetiva, correspondente ao primeiro

carregamento:

5,3f6600E ckc +⋅= (MPa) (2.7)

Na flexão, quando a deformação lenta for nula ou desprezível, por serem de curta

duração, o módulo de deformação Ec a ser adotado pela NB1/78 é o módulo secante do

concreto (Ecs), suposto igual a 0,9 do módulo na origem:

5,3f5940E ckcs +⋅= (MPa) (2.8)

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Módulo de Elasticidade do Concreto

0.00

10.00

20.00

30.00

40.00

50.00

60.00

0 20 40 60

fck (MPa)

E (G

Pa)

Ec (1982) Ec (2000) Ecs (1982) Ecs (2000)

fck Ec (1982) Ec (2000) Ecs (1982) Ecs (2000)10 24.25 17.71 21.82 15.0515 28.39 21.69 25.55 18.4420 31.99 25.04 28.80 21.2925 35.23 28.00 31.71 23.8030 38.20 30.67 34.38 26.0735 40.95 33.13 36.86 28.1640 43.53 35.42 39.18 30.1045 45.96 37.57 41.37 31.9350 48.27 39.60 43.45 33.66

Figura 2.2 – Comparação entre os módulos de elasticidade do concreto definidos em [ABNT-1] e

[ABNT-2]

A Figura 2.2 permite que observemos a grande redução do módulo de elasticidade

introduzida pela NBR6118/2000. Os módulos de elasticidade e elasticidade secante das

novas estruturas de concreto estão respectivamente e em média 20% e 25% menores

que os módulos definidos pela NB1/78. Este fato se deve à evolução dos cimentos, que

permitem que se obtenha concretos com grande resistência com teores menores de

cimento, o que entretanto, torna a estrutura interna do material menos compacta e

consequentemente as estruturas como um todo, mais flexíveis.

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2.2.6 Diagramas Tensão-Deformação

2.2.6.1 Compressão

Para análises no estado limite último, pode ser empregado o diagrama tensão-

deformação idealizado mostrado na Figura 2.3.

Neste e nos próximos diagramas é adotada a convenção de que tensões e deformações

positivas representam compressão.

Parábola do 2 grauoσc

fck

σcd

εc1= 2‰ εc

Diagrama de Cálculo

Diagrama Característico

Figura 2.3 – Diagrama tensão-deformação para o concreto.

O diagrama é descrito por uma parábola, para deformações entre 0 e εc1 e por uma reta

( cdc σ=σ ) entre εc1 e εcu, sendo σcd dado pela expressão:

c

ckcdcd

ff

γ⋅α=⋅α=σ (2.9)

onde:

γc é o coeficiente de minoração da resistência do concreto, tendo para os

casos normais valor 1,4 definido pela NBR6118 e 1,5 pelo CEB/90.

α assume o valor 0,85 (consideração a deformação lenta do concreto

(Efeito Rüsch)) e é utilizado para o dimensionamento no estado limite

último ou 1,10 na análise não-linear física ([ABNT-2] item 15.2).

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As equações (2.10) e (2.11) fornecem a relação entre tensão e deformação para o

diagrama de cálculo.

ε−ε⋅σ=σ

4

2c

ccdc (εc em ‰) para 1cc0 ε<ε< (2.10)

cdc σ=σ para cuc1c ε<ε<ε (2.11)

A NBR6118 permite a utilização deste diagrama para concretos com fck máximo de

50 MPa, entretanto, o CEB/90 permite que se utilize o mesmo diagrama para concretos

com fck compreendido entre 50 e 80 MPa, alterando-se o valor de εcu conforme a

expressão (2.12).

ckcu f

505,3 ⋅=ε (fck em MPa) (2.12)

A deformação específica εcu é o valor convencional para o qual se admite a ruptura do

concreto comprimido. Segundo [ABNT-1], para o encurtamento de ruptura do concreto

(εcu) nas seções não inteiramente comprimidas considera-se o valor convencional de

3,5‰ (domínios 3 e 4a cuja definição é encontrada no item 4.3). Nas seções

inteiramente comprimidas (domínio 5) admite-se que o encurtamento da borda mais

comprimida, na ocasião da ruptura, varie de 3,5‰ a 2‰, mantendo-se inalterada e igual

a 2‰ a deformação a 3/7 da altura total da seção, a partir da borda mais comprimida.

No caso particular da compressão centrada o encurtamento de ruptura do concreto é de

2‰.

2.2.6.2 Tração

No estado limite último o concreto tracionado se encontra fissurado não se considera

nesta situação resistência à tração nas rotinas de dimensionamento e geração de

diagramas força normal – momento – curvatura.

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2.3 Aço

2.3.1 Categoria

De acordo com o valor característico da resistência de escoamento, as barras e os fios

são classificados atualmente nas categorias CA-25, CA-50, CA-60.

Aço fyk (MPa)

CA-25 250

CA-50 500

CA-60 600

Tabela 2.1 – Categoria dos aços para armadura passiva

2.3.2 Coeficiente de Dilatação Térmica

O coeficiente de dilatação térmica vale 10-5 /ºC para intervalos de temperatura entre –

20 e 150ºC.

2.3.3 Módulo de Elasticidade

Na falta de ensaios ou valores fornecidos pelo fabricante, admite-se o módulo de

elasticidade do aço igual a 210 GPa ([ABNT-1], [ABNT-2]) ou 200 GPa (CEB/90).

2.3.4 Diagrama Tensão-Deformação

Na falta de determinação experimental, são admitidos os seguintes diagramas tensão-

deformação para os aços de dureza natural e encruados a frio.

A NBR6118/2000 permite que o diagrama da Figura 2.3 seja utilizado para cálculos nos

estados-limite de serviço e último para aços com ou sem patamar de escoamento.

2.3.4.1 Aços de Dureza Natural

São os aços ditos de classe A. Possuem patamar de escoamento bem definido.

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Es

εycd

εyd

εs

Traç

ãoC

ompr

essã

o

fyck

fycd

fyk

fyd

Diagrama de Cálculo

Diagrama Característico

εycu

εyu

σs

Figura 2.4 – Diagrama tensão-deformação para aços de dureza natural

O início do patamar de escoamento é dado pela equação (2.13).

s

ydycdyd E

f=ε=ε ,onde

s

ykyd

ff

γ= (2.13)

γs é o coeficiente de minoração da resistência do aço, tendo o valor 1,15

definido tanto pela NBR6118 como pelo CEB/90.

As equações (2.14) e (2.15) fornecem a relação entre tensão e deformação para o

diagrama de cálculo.

sss E ε⋅=σ para

ε≤ε≤≤ε≤ε

ycds

syd

00

(2.14)

yds f=σ para ( )

( )

=ε≤ε≤εε≤ε≤=ε

ooo

ycusycd

ydsooo

yu

5,310

(2.15)

2.3.4.2 Aços Encruados a Frio

São os aços ditos de classe B. Possuem patamar de escoamento convencional para o

valor de tensão correspondente à deformação permanente de 2‰.

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Es

εycd εs

fyck

fycd

Diagrama de Cálculo

Diagrama Característico

2‰

0,7 fyck

0,7 fycd

εyd

fyk

fyd

Parábola do 2 grauo

εyu -2 ‰

0,7 fyk

0,7 fyd

σs

εycu

Figura 2.5 – Diagrama tensão-deformação para aços encruados a frio

O início do patamar de escoamento é dado pela equação (2.16):

000

s

ydycdyd 2

E

f+=ε=ε onde

s

ykyd

ff

γ= (2.16)

O diagrama é descrito por uma reta, para deformações situadas nos intervalos [ 0,7εyd ;

0 ] e [ 0 ; 0,7εycd ], por uma parábola para os intervalos [εyd ; 0,7εyd] e [ 0,7εycd ; εycd ] e

por retas horizontais (σs constante) para os intervalos [ εyu ; εyd ] e [ εycd ; εycu ]. As

equações (2.17), (2.18) e (2.19) fornecem a relação entre tensão e deformação para o

diagrama de cálculo.

sss E ε⋅=σ para

≤ε≤

≤ε≤

s

ycds

ss

yd

E

f7,00

0E

f7,0

(2.17)

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ε−=

−⋅

=

⋅=

⋅⋅⋅−+=σ

sd

syd

2yd

2

s

4549,0C

E1

f454,1

B

f45

1A

com

A2CA4BB

para

ε≤ε≤⋅

⋅≤ε≤ε

ycdss

ycd

s

ydsyd

E

f7,0

E

f7,0

e εs adimensional.

(2.18)

yds f=σ para

ε≤ε≤εε≤ε≤ε

ycusycd

ydsyu (2.19)

2.3.5 Alongamento e Encurtamento Máximo Permitido para a Armadura

Os valores para εyu e εycu são iguais para os aços de dureza natural e para os aços

encruados a frio. Tanto εyu como εycu são valores convencionais. Segundo [ABNT-1], o

alongamento máximo permitido (εyu) ao longo da armadura de tração é de 10‰

(domínios 1 e 2), a fim de prevenir deformação plástica excessiva. εycu deve ser limitado

a um valor inferior a 3,5‰ em virtude do limite convencional de ruptura do concreto à

compressão.

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3. Análise Estrutural

3 ANÁLISE ESTRUTURAL

3.1 Introdução

Abordaremos neste capítulo o processo de análise estrutural de um edifício. Nosso

primeiro passo será identificar em um prédio os elementos estruturais que podem ser

calculados e dimensionados pelo FTOOL. Em seguida, discutiremos o processo

recomendado pela norma brasileira [ABNT-2] para a obtenção da envoltória de esforços

para cada um destes elementos (ou sub-estruturas) no estado limite último, sem

considerar os efeitos da fluência.

3.2 Objetivo da Análise Estrutural

O objetivo da análise estrutural é determinar os efeitos das ações em uma estrutura, com

a finalidade de efetuar verificações de estados limites últimos e de serviço. A análise

estrutural permite estabelecer as distribuições de esforços internos, tensões,

deformações e deslocamentos em uma parte ou em toda a estrutura [ABNT-2].

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18

Em geral as estruturas das construções são excessivamente complexas para

possibilitarem um tratamento numérico global. Desta forma, faz parte da análise

estrutural a divisão das estruturas em elementos mais simples, identificando o

comportamento estrutural principal destas partes simples para associá-las aos modelos

da Teoria das Estruturas.

Deve-se ressaltar, entretanto, que o projetista da estrutura terá sempre limitações quanto

às simplificações a serem adotadas, pois ele não poderá ignorar o comportamento real

da mesma como um todo. A análise estrutural será tanto mais eficaz quanto mais os

resultados do tratamento numérico simplificado aproximarem-se dos valores reais

esperados [ISHITANI-1].

3.3 Hipóteses Simplificadoras no Projeto de Edifícios

Em geral o comportamento das estruturas de concreto armado é bastante difícil de ser

representado. São inúmeros os aspectos a serem considerados, entre eles:

a) o emprego de materiais (concreto e aço) com diagramas tensão-deformação não

lineares, com características físicas que variam conforme a idade do concreto

(fluência do caso do concreto e relaxação para os aços);

b) o processo de construção artesanal, que pode inserir diversas imperfeições na

construção: “bicheiras” devidas a uma má vibração do concreto, falta de prumo em

pilares, cobrimentos insuficientes e concretos com características diferentes nos

diversos pontos da construção;

c) o processo de construção incremental, que faz com que existam concretos com

diversas idades na construção, com características físicas diferentes, o que ocasiona

uma grande redistribuição de esforços pela estrutura [ISHITANI-1];

d) a interação entre o solo e a estrutura;

e) os esforços de vento;

f) as exigências quanto à durabilidade da estrutura;

g) a grande quantidade de elementos básicos (a saber: vigas, lajes, pilares, ... );

h) a presença constante de elementos complementares (escadas, caixas d’água) e de

fundação (blocos, estacas, cortinas, ...).

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19

Percebe-se que sem uma análise estrutural adequada, o projeto das estruturas de

concreto assume proporções “épicas”. Deve-se considerar, entretanto, que com o grande

aumento da capacidade de processamento dos computadores, a custos cada vez

menores, a cada dia há maior poder de processamento nos escritórios de engenharia, o

que torna análises globais e a utilização modelos não-lineares uma possibilidade real

para o projeto das estruturas de concreto.

3.4 Modelagem do Edifício

Um edifício pode ser modelado como um pórtico espacial ao qual são acrescentadas

placas em diversos níveis (ou pavimentos).

Figura 3.1 – Estrutura de concreto armado de um edifício

Observa-se que a estrutura de um edifício é composta por elementos com funções

estruturais bem definidas, sendo os elementos estruturais básicos [ISHITANI-1]:

a) Laje

Elemento estrutural bidimensional, geralmente horizontal. Constitui os pisos dos

compartimentos. Suporta diretamente as cargas verticais do piso, e é solicitado

predominantemente à flexão (placa). No caso mais usual, as lajes descarregam as cargas

verticais do piso e o seu peso próprio a vigas de apoio, embora existam casos (lajes

cogumelo) aonde as lajes apoiam-se diretamente nos pilares;

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20

b) Viga

Elemento unidimensional (barra), geralmente horizontal, que vence os vãos entre os

pilares dando apoio às lajes, às alvenarias de tijolos e, eventualmente, a outras vigas. É

solicitado predominantemente à flexão. As vigas devem ainda ser dimensionadas para

absorver esforços de cisalhamento decorrentes de seu carregamento e de esforços

devidos à torção se suportarem platibandas ou pertencerem a estruturas tridimensionais;

c) Pilar

Elemento unidimensional (barra), geralmente vertical, que garante o vão vertical dos

compartimentos (pé-direito) fornecendo apoio às vigas, e é solicitado

predominantemente à compressão.

Além dos elementos básicos podemos citar também os elementos de fundação (sapatas,

radiers e blocos sobre estacas) responsáveis pelo encaminhamento da carga total da

estrutura para o solo e elementos complementares como escadas, caixas de água e

muros de arrimo.

Na próxima figura apresentamos o esquema convencional de estrutura de um edifício,

destacando seus elementos básicos:

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21

Laje

Pilar

Viga

Edifício

Pórticode

Contraventamento

Figura 3.2 – Decomposição do edifício em elementos básicos

Desta forma, dentro do processo de análise da estrutura, tendo em vista diminuir a

complexidade da estrutura de forma que possamos modelá-la, o primeiro passo é

identificar os elementos principais, eliminando do modelo os elementos secundários

(em muitos casos substituídos por um sistema de forças equivalentes), de menor

importância para o comportamento global da estrutura. Resulta então, um modelo

tridimensional composto por elementos de barra e de placa.

Para que o problema possa ser resolvido pelo sistema computacional proposto, as lajes

devem ser destacadas da estrutura e modeladas a parte. Após a análise das lajes, seu

carregamento deve ser transferido para as vigas ou pilares, que podem estar sendo

modelados individualmente ou fazer parte de uma estrutura plana de contraventamento.

3.5 Determinação do Carregamento Vertical

O carregamento vertical atuante na estrutura pode ser considerado permanente ou

acidental.

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22

O carregamento permanente é constituído em geral pelo peso próprio da estrutura e pelo

peso dos revestimentos e fechamentos. O carregamento acidental é decorrente do tipo

de utilização da estrutura e será representado por cargas normalizadas uniformemente

distribuídas sobre as lajes. Os valores para tais cargas são encontradas na

NBR6120/1990 – Cargas para o Cálculo de Estruturas de Edificações.

Deve-se lembrar que durante todos os cálculos, as cargas permanentes devem ser

mantidas em um caso de carga diferente do das cargas acidentais, facilitando

combinações futuras com outros tipos de carregamento, como o efeito do vento e da

excentricidade acidental global.

Primeiramente deve-se fazer a estimativa das cargas atuantes nas lajes. A análise das

lajes fornecerá reações de apoio que deverão ser somadas ao carregamento aplicado

diretamente sobre as vigas (seu peso próprio e alvenarias por exemplo), constituindo o

carregamento final das vigas.

3.6 Modelagem das Lajes

As estruturas de placas (lajes) podem ser analisadas admitindo-se as seguintes hipóteses

[ABNT-2]:

a) manutenção da seção plana após a deformação, em faixas suficientemente estreitas;

b) representação dos elementos por seu plano médio.

Os apoios das lajes são em geral constituídos pelas vigas do piso. Nestes casos, o

cálculo das lajes pode ser feito de maneira simplificada como se elas fossem isoladas

das vigas, com apoios (charneiras) livres à rotação e indeslocáveis à translação,

considerando-se, contudo, a continuidade de lajes contíguas. Em geral, podem ser

desprezados os efeitos da interação com as vigas. De fato, normalmente as flechas

apresentadas pelas vigas de apoio são desprezíveis quando comparadas às das lajes,

justificando a consideração dos apoios como irrecalcáveis. Além disso, também a

rigidez à torção das vigas é relativamente pequena face à rigidez à flexão da laje,

permitindo-se, em geral, desprezar-se a solicitação resultante desta interação. É

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23

obrigatória, entretanto, a consideração de esforços de torção inseridos nas vigas por

lajes em balanço, aonde a compatibilidade entre a flexão na laje e a torção na viga é

responsável pelo equilíbrio da laje [ISHITANI-1].

As cargas das lajes são constituídas pelo seu peso próprio, pela carga das alvenarias e

dos revestimentos que nela se encontrarem e pelas ações acidentais.

As lajes podem ser armadas em uma ou duas direções. As lajes armadas em um única

direção podem ser calculadas como vigas de largura unitária (maiores detalhes podem

ser encontrados em [ABNT-1], item 3.3.2.6). Já as lajes armadas em duas direções,

podem ser modeladas com elementos de placa, utilizando o coeficiente de Poisson ν =

0,2 para o material elástico linear. Dentro desta sistemática, inicialmente as lajes são

calculadas isoladamente, observando-se as condições de apoio de bordo engastado ou de

charneira, conforme haja continuidade ou não entre as lajes. Posteriormente é feita a

compatibilização entre os momentos de bordo de lajes contíguas. Os valores dos

momentos fletores máximos no vão e de engastamento para as formas e condições de

apoio mais comuns encontram-se tabelados, existindo tabelas publicadas por diversos

autores (Kalmanock, Barès, Czèrny, Timoshenko).

Para o cálculo das reações de apoio das lajes maciças retangulares com carga uniforme,

permite-se que as reações em cada apoio correspondam às cargas atuantes nos

triângulos ou trapézios determinados através das charneiras plásticas correspondentes à

análise efetivada com os critérios do item 14.6.5 – Análise Plástica [ABNT-2]. Estas

reações podem ser, de maneira aproximada, consideradas por retas inclinadas, a partir

dos vértices com os ângulos:

a) 45o entre dois apoios de mesmo tipo;

b) 60o a partir do apoio considerado engastado, se o outro for considerado

simplesmente apoiado;

c) 90o a partir do apoio, quando a borda vizinha for livre.

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24

Face superior da laje Face inferior da laje

Figura 3.3 – Configuração das fissuras de uma laje de concreto armado retangular sob carga uniforme no

estado de ruptura [LEONHARDT-1]

Além das lajes usuais, temos as lajes nervuradas e as lajes cogumelo (que se apoiam em

pilares com capitéis) e lajes planas (apoiadas diretamente sobre pilares).

Embora a forma de modelar as lajes apresentada possa não ser a mais exata, ela permite

que as lajes sejam modeladas de uma forma simples, com a obtenção de esforços

condizentes com a realidade e que estes esforços resultantes (reações de apoio) possam

ser aplicados de maneira consistente às vigas e pilares modeladas utilizando-se o

FTOOL.

3.7 Modelagem dos Elementos Lineares – Vigas e Pilares

Após a análise das lajes e da transferência das reações destas para as vigas e pilares,

passamos para a análise dos elementos lineares.

Estruturas ou partes de estruturas que possam ser assimiladas a elementos lineares

poderão ser analisadas admitindo-se as seguintes hipóteses [ABNT-2]:

a) manutenção da seção transversal plana após a deformação;

b) representação dos elementos por seus eixos longitudinais;

c) comprimento limitado pelo centro de apoios ou pelo cruzamento com o eixo de

outro elemento estrutural.

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Dentre o conjunto de vigas e pilares da estrutura de um edifício, deveremos identificar

sempre elementos que resistam aos esforços horizontais formando um sistema chamado

de estrutura de contraventamento. A estrutura de contraventamento pode ser formada

por pilares de maior rigidez (como a caixa dos elevadores), pela associação destes a

vigas e a outros pilares, formando conjuntos de pórticos planos em cada direção

considerada, ou finalmente por todos os pilares e vigas principais do edifício. É

interessante fazer com que todos os pilares e vigas principais participem do modelo de

contraventamento, pois por menor rigidez que possuam, sempre contribuirão para a

rigidez global da estrutura.

Após a análise global da estrutura de contraventamento, cada elemento deverá ser

analisado individualmente. Nesta análise local, são introduzidas as excentricidades

acidentais locais, e quando necessário, modelados os efeitos localizados de 2ª ordem.

Os demais elementos serão calculados individualmente, como elementos

contraventados, utilizando o processo de modelagem apresentado em [ABNT-2].

3.8 Modelagem das Estruturas de Contraventamento

Deste ponto em diante, visando facilitar a compreensão do problema de modelagem de

um edifício, utilizaremos um exemplo, extraído de [OLIVEIRA-1]. A estrutura em

questão possui 20 andares, com distância entre lajes de 2,80 m. Todos os andares

possuem a mesma planta baixa apresentada na Figura 3.4, observando que as lajes e

vigas em balanço são substituídas por suas forças equivalentes sobre o pilar P2 e P4 e

sobre a viga V4, obtendo o modelo simplificado da direita.

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26

L1h=12

V1 (18/70)

V2 (18/70)

V3(

18/7

0)

V4(

18/7

0)

V5(

18/7

0)

P1(60/60) (60/60)

P2

(60/60)P4

(60/60)P5

(35/35)P3

800

800 230

y

x

h=12L2

P1 P2

P4 P5

P3

740

740

V2

V3

V1

V4

Figura 3.4 – Exemplo de Edifício [OLIVEIRA-1]

3.8.1 Carregamento Horizontal

O carregamento horizontal é constituído pelo vento, pela consideração do desaprumo

global e pelo efeito da assimetria da geometria ou do carregamento do edifício.

O desaprumo global não precisa ser superposto ao carregamento de vento. Dentre os

dois, vento e desaprumo, pode ser considerado apenas aquele mais desfavorável,

permitindo-se escolher o mais desfavorável como sendo o que provoca o maior

momento total na base de construção.

3.8.1.1 Vento

A consideração do efeito do vento nas edificações é obrigatória segundo [ABNT-2]

sendo que este efeito pode ser calculado com base na NBR6123/1988 – Forças Devidas

ao Vento em Edificações.

Em geral, pela introdução da ação do vento, deve-se levar em conta sempre duas

combinações de carga levando em conta a simultaneidade das ações acidentais verticais

e o caráter acidental do vento. Segundo [ABNT-2] apud [OLIVEIRA-1], a primeira

combinação considera a carga acidental como a ação variável principal e a segunda

combinação considera a carga horizontal de vento como a ação variável principal. As

combinações são dadas por :

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27

F F F Fd g gk q q k q j qjk

n

= + + ∑γ γ γ ψ1 02

(3.1)

onde

Fd representa os valores de cálculo das ações;

Fgk representa as ações permanentes diretas;

Fqk representa as ações variáveis diretas das quais Fq1k é escolhida principal;

γg, γq representam os coeficientes de ponderação aplicados às ações

permanentes e variáveis;

ψ0 representa o coeficiente que leva em conta a simultaneidade de atuação

das ações.

As combinações ficam assim determinadas:

Fd = 1,4 Cargas Perm. + 1,4 Cargas Var. + 1,4⋅0,4 Ações horizontais

Fd = 1,4 Cargas Perm. + 1,4⋅0,4 Cargas Var. + 1,4 Ações horizontais(3.2)

3.8.1.2 Consideração das Imperfeições Construtivas

Na análise global das estruturas reticuladas, sejam elas contraventadas ou não, deve ser

considerado um desaprumo dos elementos verticais conforme mostra a Figura 3.5

[ABNT-2].

l

θa

n prumadas de pilaresFigura 3.5 – Consideração das imperfeições geométricas globais [ABNT-2]

Aonde:

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1001

1l

=θ (3.3)

21 n

1

1a+

θ=θ (3.4)

tal que,

l é a altura da estrutura em metros;

n é o número total de elementos verticais contínuos.

3001

4001

min1

para estruturas de nós fixos;

para estruturas de nós móveis e imperfeições locais.(3.5)

2001

máx1 =θ

3.8.1.3 Assimetria da Estrutura ou do Carregamento

Este efeito pode ser facilmente compreendido visualizando o exemplo [OLIVEIRA-1].

As lajes e vigas em balanço tornam a estrutura assimétrica na direção x, fazendo com

que a estrutura se deforme naturalmente na direção positiva do eixo x.

3.8.2 Definição da Estrutura de Contraventamento

Deve-se considerar o efeito do vento e das imperfeições construtivas pelo menos nas

direções principais x e y. Desta forma devem existir dois sistemas de contraventamento

ortogonais entre si. Na direção x associaremos dois pórticos, o primeiro formado pelas

vigas V1, V11, ... e V201 e pelos pilares P1 e P2 e o segundo formado pelas vigas V2,

V12, ... e V202 e pelos pilares P4 e P5 com o pilar contraventado P3. Na direção y

adotaremos arranjo similar. A compatibilização dos deslocamentos dos pilares e

transferência dos esforços horizontais em cada pavimento é feita com a introdução de

uma série de barras rígidas articuladas nas extremidades, conforme pode ser visto na

Figura 3.6.

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29

Figura 3.6 – Estrutura de contraventamento do exemplo proposto em [OLIVEIRA-1]

3.8.3 Deslocabilidade

Considerando o deslocamento dos nós das estruturas reticuladas perante cargas

horizontais, elas podem ser classificadas como de nós fixos ou de nós deslocáveis:

a) Estruturas de nós fixos: são as estruturas nas quais os deslocamentos horizontais

dos nós são pequenos e por decorrência, os efeitos globais de 2ª ordem são

desprezíveis (inferiores a 10% dos respectivos esforços de 1ª ordem); nestas

estruturas basta considerar os efeitos locais e localizados de 2ª ordem;

b) Estruturas de nós móveis: são as estruturas nas quais os deslocamentos horizontais

não são pequenos e, em decorrência, os efeitos globais de 2a ordem são importantes

(superiores a 10% dos respectivos esforços de 1ª ordem). Nestas estruturas devem

ser obrigatoriamente considerados os esforços globais, locais e localizados de 2ª

ordem [ABNT-2].

3.8.3.1 Rigidez Mínima das Estruturas Indeslocáveis

Dois processos aproximados são indicados pela NBR6118/2000 (e são transcritos a

seguir) para garantir a rigidez mínima das estruturas de nós fixos. Lembramos que a

avaliação da deslocabilidade da estrutura deve ser feita para todas as combinações de

carga aplicadas à estrutura.

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a) Parâmetro de Instabilidade

Uma estrutura reticulada simétrica poderá ser considerada como sendo de nós fixos se

seu parâmetro de instabilidade α for menor que o valor α1 definido a seguir:

1α≤α (3.6)

cc

ktot IE

NH=α (3.7)

n1,02,01 ⋅+=α se n ≤ 3

6,01 =α se n ≥ 4(3.8)

onde:

n - número de níveis de barras horizontais (andares) acima da fundação ou

de um nível pouco deslocável do subsolo;

Htot - altura total da estrutura, medida a partir do topo da fundação ou de um

nível pouco deslocável do subsolo;

Nk - somatória de todas as cargas verticais atuantes na estrutura (a partir do

nível considerado para o cálculo de Htot), com seu valor característico.

Ec Ic - somatória da rigidez de todos os pilares na direção considerada. No caso

de estruturas de pórticos, de treliças ou mistas, ou com pilares de rigidez

variável ao longo da altura, permite-se considerar produto de rigidez Ec Ic

de um pilar equivalente de seção constante. Para Ec permite-se adotar,

nessa expressão e em todas as análises de estabilidade global, o valor do

módulo de elasticidade inicial (equação (2.5)). O valor de Ic é calculado

considerando as seções brutas dos pilares.

Para determinar a rigidez equivalente (Ec Ic) em pórticos planos e estruturas treliçadas,

procede-se da seguinte maneira:

§ calcula-se o deslocamento do topo da estrutura de contraventamento, sob a ação do

carregamento horizontal característico;

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§ calcula-se a rigidez de um pilar equivalente de seção constante, engastado na base e

livre no topo, de mesma altura Htot, tal que, sob a ação do mesmo carregamento,

sofra o mesmo deslocamento no topo da estrutura de contraventamento.

O valor limite α1 = 0,6 prescrito para n ≥ 4 é, em geral, aplicável às estruturas usuais de

edifícios. Vale para associações de pilares-parede, e para pórticos associados a pilares-

parede. Ele pode ser aumentado para 0,7 no caso de contraventamento constituído

exclusivamente por pilares-parede, e deve ser reduzido para 0,5 quando só houver

pórticos.

b) Coeficiente γz

É possível determinar de forma aproximada o coeficiente γz de majoração dos esforços

globais finais com relação aos de primeira ordem. Essa avaliação é efetuada a partir dos

resultados de uma análise linear de primeira ordem, adotando-se os valores de rigidez

dados nas equações (3.6), que estimam o efeito da não-linearidade física.

para lajes : ( ) ccsec IE3,0EI ⋅=

para vigas : ( ) ccsec IE4,0EI ⋅= para A’s ≠ As e

( ) ccsec IE5,0EI ⋅= para A’s = As

para pilares : ( ) ccsec IE8,0EI ⋅=

para estruturas de contraventamento compostas exclusivamente por vigas e

pilares, pode-se considerar para ambas:

( ) ccsec IE7,0EI ⋅=

sendo

Ec : o módulo de elasticidade inicial do concreto (2.5) e

Ic : o momento de inércia da seção bruta de concreto

(3.9)

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32

O valor de γz é:

a

a a .

MM

1

1

h

vh

d,tot,1

d,totz +∆

−=γ

(3.10)

sendo:

M1,tot,d - momento de tombamento, ou seja, a soma dos momentos de todas

as forças horizontais, com seus valores de cálculo, em relação à base

da estrutura;

∆Mtot,d - soma dos produtos de todas as forças verticais atuantes na

estrutura, com seus valores de cálculo, pelos deslocamentos

horizontais de seus respectivos pontos de aplicação, obtidos da

análise de 1ª ordem;

ah, av - são os deslocamentos horizontais no nível do centro de gravidade

das cargas verticais da estrutura. O deslocamento horizontal av é o

decorrente somente das ações verticais e o deslocamento horizontal ah

é decorrente somente das ações horizontais.

Considera-se que a estrutura é de nós fixos se for obedecida a condição γz ≤ 1,1, sendo

que neste caso é possível desconsiderar os efeitos de 2ª ordem. Solução aproximada para

a determinação dos esforços globais de 2ª ordem, válida para estruturas regulares

consiste na avaliação dos esforços finais (1ª ordem + 2ª ordem) pela multiplicação por

0,95 γz dos momentos de 1ª ordem, desde que γz ≤ 1,3. Para valores de γz maiores que

1,3 é necessária a análise de 2ª ordem adequada, permitindo-se a adoção do processo P-

∆ para a avaliação da não-linearidade geométrica em conjunto com os valores de rigidez

dados por (3.9) representativos do efeito da não-linearidade física [ABNT-2].

3.8.4 Análise Não-Linear

A análise estrutural com efeitos de 2ª ordem deve assegurar que as combinações mais

desfavoráveis das ações de cálculo não ocasionem perda de estabilidade ou esgotamento

da capacidade resistente de cálculo [ABNT-2]. Assim sendo, neste tópico mostraremos

como proceder a uma análise não-linear de um pórtico plano utilizando o FTOOL.

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33

Num primeiro momento, não é possível utilizar a análise não-linear física e geométrica,

pois com o pré-dimensionamento temos apenas as dimensões das peças, mas não as

armaduras.

Desta forma, primeiro devemos processar todas as combinações utilizando a opção de

análise não-linear geométrica, adotando valores de rigidez aproximados para a seção

transversal fissurada de concreto. Os valores de rigidez para vigas e pilares

recomendados em [ABNT-2] podem ser vistos em (3.9). Outras referências indicam

valores levemente diferentes para a avaliação da rigidez da seção fissurada de concreto,

ficando a cargo do projetista a utilização dos valores mais adequados:

Vasconcelos & Franco ( [VASCONCELOS-1] apud [ANTUNES-1] )

( ) ccsec IE50,0EI ⋅= para vigas

( ) ccsec IE80,0EI ⋅= para pilares

MacGregor & Hage ( [MACGREGOR-1] apud [ANTUNES-1] )

( ) ccsec IE40,0EI ⋅= para vigas

( ) ccsec IE80,0EI ⋅= para pilares

ACI-318-95 ( apud [ANTUNES-1] )

( ) ccsec IE30,0EI ⋅= para vigas

( ) ccsec IE70,0EI ⋅= para pilares

(3.11)

A seguir, dimensionamos todos os elementos da estrutura para a envoltória de esforços

(no FTOOL calculam-se as áreas de aço para cada combinação e depois comparam-se

estes valores para o traçado da envoltória).

Após o dimensionamento passamos a ter os valores para a taxa de armadura em cada

elemento, permitindo que se proceda à verificação do dimensionamento recalculando os

esforços atuantes através de análises não-lineares físico-geométricas para todas as

combinações de carga. Nesta análise, o sistema pode resultar instável, por falta de

rigidez. Neste caso, a falta de rigidez da estrutura é ocasionada por terem sido adotados

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34

valores muito altos para a rigidez da seção de concreto fissurado nos cálculos não-

lineares geométricos (pré-dimensionamento). Assim sendo, deve-se estimar uma

rigidez inicial menor para as vigas e pilares e efetuar uma nova análise não-linear

geométrica com o posterior redimensionamento das armaduras.

Havendo rigidez suficiente, o sistema convergirá para todas as combinações de carga,

originando mais uma envoltória de esforços solicitantes. Observa-se que no cálculo não-

linear físico e geométrico haverá uma redistribuição de rigidez ao longo da estrutura

conforme o dimensionamento das armaduras efetuado. Esta redistribuição poderá alterar

significativamente os esforços solicitantes em toda a estrutura ou em parte dela. Por

causa disto, mais uma vez deve-se proceder ao dimensionamento das armaduras das

seções de concreto armado. Se os valores obtidos para as armaduras calculadas com os

esforços provenientes da análise não-linear física e geométrica forem muito diferentes

dos obtidos pela análise não-linear geométrica, deve-se proceder a novos cálculos (com

a nova distribuição de armadura) que considerem a não-linearidade física e geométrica

até que se tenha a estabilização (convergência) da distribuição da armadura nos diversos

elementos.

Lembramos que segundo [ABNT-2] poderá ser considerada também a formulação de

segurança em que se calculam os efeitos de 2ª ordem das cargas majoradas de γf/γf3 que

posteriormente são majorados de γf3, com γf3 = 1,1. O fator γf3 considera as incertezas

provenientes do método de análise e deve ser aplicado aos valores finais dos esforços.

Nos problemas não-lineares, a consideração deste fator em γf poderia conduzir a

deformações e consequentemente a esforços de 2ª ordem superavaliados.

Finalmente, deve-se ainda avaliar os efeitos de 2ª ordem e decorrentes de desaprumos

locais em cada tramo de pilar da estrutura de contraventamento. O processo é análogo

ao dimensionamento de elementos contraventados.

Os efeitos localizados de 2ª ordem tornam-se presentes apenas quando o índice de

esbeltez do pilar definido entre dois pavimentos superar os valores de λ1 estabelecidos

no tópico 3.10.1. Caso haja necessidade da avaliação destes efeitos, ela pode ser feita de

várias maneiras:

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35

§ no modelo global, discretizando-se cada tramo de pilar em pelo menos três

elementos;

§ criando um modelo local com os esforços de extremidade provenientes do pórtico,

discretizado em pelo menos três elementos com a posterior análise não-linear física

e geométrica;

§ criando um modelo local com os esforços de extremidade provenientes do pórtico e

utilizando métodos aproximados baseados no método do pilar padrão (ver item

3.10.4.2).

As excentricidades acidentais podem ser introduzidas no modelo localizado através de

momentos mínimos de extremidade (M1d,mín).

Deve-se também efetuar a análise local de vigas que liguem pilares contraventados a

pilares de contraventamento, considerando a tração decorrente do desaprumo do pilar

contraventado [ABNT-2]. O valor de θ1 para a avaliação de imperfeições locais é

considerado como l/300.

l

θ1

θ1

Pilar decontraventamento

Pilarcontraventado

Figura 3.7 – Efeito de imperfeição geométrica em um viga que liga um pilar contraventado a um pilar de

contraventamento [ABNT-2]

Finalmente, a última recomendação é ressaltar o fato de que quando o FTOOL constrói

os diagramas M-1/r utilizados para estimar a não-linearidade física, ele utiliza taxas de

armadura constantes (valores máximos calculados da área de aço) em todo o elemento.

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36

Desta forma, para uma avaliação da rigidez um pouco mais refinada, convém dividir

cada tramo de viga em pelo menos três elementos.

Dimensionada a estrutura de contraventamento, deve-se calcular as vigas e pilares

contraventados. A análise destes elementos restantes é feita através de modelos

localizados supondo que estes façam parte de estruturas indeslocáveis.

3.9 Modelagem de Vigas Isoladas

O modelo básico para a consideração das cargas verticais é a análise linear de uma viga

contínua. A caracterização da geometria das vigas pode ser vista no item 14.5.2 da

NBR6118/2000.

O carregamento das vigas é composto pelas reações das lajes (admite-se que estas sejam

consideradas uniformes sobre cada viga de bordo), pelo seu peso próprio e pelo peso

das alvenarias. Permite-se supor que a posição das cargas acidentais uniformemente

distribuídas (q) com a qual se obtém a situação mais desfavorável para a seção

considerada, seja determinada com cada tramo totalmente carregado ou totalmente

descarregado. Dispensa-se o cálculo das envoltórias quando a carga acidental for menor

que 20% da carga total.

Figura 3.8 – Modelo básico para a determinação da envoltória para uma viga contínua de três tramos

(somente “q” é mostrada)

No modelo básico de viga contínua, é desconsiderada a solidariedade da viga aos pilares

e por isso, devemos utilizar modelos adicionais de forma a estimar esta influência.

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37

Quando um pilar interno for muito rígido (largura na direção da viga maior que o pé-

direito dividido por 5 [ABNT-1] ou 4 [ABNT-2]), não poderá ser considerado momento

negativo de valor absoluto menor do que o de engastamento perfeito nesse apoio.

O efeito de pilar de extremidade pode ser estimado através do modelo constituído por

três barras convergentes, todas consideradas engastadas nas extremidades (pode-se

considerar a viga simplesmente apoiada no pilar interno, dependendo de sua rigidez). O

esquema básico é representado na próxima figura.

lsup

linf

lFigura 3.9 – Modelo simplificado para a consideração do efeito de pilar de extremidade

engsupinfvig

supinf0 M

rrr

rrM

++

+= (momento na viga, apoio de extremidade) (3.12)

12)qg(

M2

engl⋅+

= (momento de engastamento perfeito) (3.13)

lvig

vig

EI4r = (rigidez da viga) (3.14)

inf

infinf

EI4r

l= (rigidez do pilar inferior) (3.15)

sup

supsup

EI4r

l= (rigidez do pilar superior) (3.16)

Em certas situações, a articulação perfeita junto a pilares internos pode subestimar o

momento positivo em um vão pequeno ou pouco carregado face a vãos adjacentes mais

carregados. Costuma-se então comparar os valores dos momentos positivos em cada

tramo, obtidos engastando-se todos os apoios internos.

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38

Todo este processo de modelagem de viga contínua pode ser substituída pela análise de

um pórtico plano que considere a solidariedade dos pilares com as vigas, o que conduz a

uma modelagem muito mais simples e eficaz da viga.

Figura 3.10 – Consideração da solidariedade dos pilares com as vigas.

Sobre os apoios, os momentos fletores poderão ser arredondados conforme o item

14.5.3 da NBR6118/2000. Pode também ser considerado no cálculo das vigas o

momento fletor de 2ª ordem dos pilares a que ela está rigidamente ligada [ABNT-1].

Na análise local de vigas que liguem pilares contraventados a pilares de

contraventamento, deve ser considerada a tração decorrente do desaprumo do pilar

contraventado [ABNT-2] (ver Figura 3.7).

3.10 Modelagem de Pilares Isolados

As funções dos pilares são as de conduzir as cargas verticais dos pavimentos para as

fundações, donde decorre seu comportamento primário de barra comprimida, e de

fornecer estabilidade ao edifício quanto aos esforços horizontais (vento e terremotos).

As simplificações possíveis (tanto do seu comportamento, como do método de

modelagem) de serem adotadas no projeto de pilares estão diretamente relacionadas

com o índice de esbeltez λ do pilar.

iel

=λ (3.17)

c

c

AI

i = (3.18)

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39

onde

le = comprimento de flambagem

i = raio de giração da seção geométrica da peça (seção de concreto não se

considerando a presença da armadura)

Ic = momento de inércia da seção transversal do pilar em relação ao eixo

principal de inércia na direção considerada

Ac = área da seção transversal do pilar

Nas estruturas de edifícios consideradas indeslocáveis, o comprimento de flambagem le

dos pilares é determinado conforme a Figura 3.11 e a Equação (3.19). Nas estruturas de

nós móveis, rigorosamente o comprimento de flambagem é medido entre pontos de

inflexão da configuração deformada do pilar. Entretanto, uma boa aproximação é

considerar o mesmo critério adotado para os pilares de estruturas indeslocáveis.

h0

Figura 3.11 – Determinação do comprimento de flambagem nos casos usuais de estruturas de edifícios

O comprimento equivalente le do elemento comprimido suposto vinculado em ambas as

extremidades é o menor dos seguintes valores:

+

≤ll

lh0

e (3.19)

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40

A próxima figura mostra os critérios para a modelagem dos pilares isolados em função

de seu índice de esbeltez.

Consideração dos efeitos de 2 ordema

Consideração da Fluência

Método Geral

Método do Pilar Padrão com curvatura aproximada

Método do Pilar Padrão com rigidez aproximadaΚ

Método do Pilar Padrão acoplado a diagramas M, N, 1/r

λ1 90 140 2000

Figura 3.12 – Critérios para a modelagem dos pilares isolados conforme o índice de esbeltez

As duas primeiras barras indicam o intervalo onde há obrigatoriamente a necessidade da

consideração dos efeitos de 2ª ordem e de fluência e nas quatro barras seguintes o

intervalo de validade de cada método de solução recomendado pela NBR6118/2000.

Devemos ainda complementar que o valor λ1 é um valor que determina o início da

consideração dos efeitos de 2ª ordem e será discutido com mais detalhe no Tópico

3.10.1 e que não são permitidos pilares usuais com índice de esbeltez maior que 200.

3.10.1 Critério para a Dispensa dos Efeitos de 2ª Ordem

A NBR6118/2000 estabelece novos critérios para a dispensa dos efeitos de 2ª ordem.

Ela estabelece que os esforços locais de 2ª ordem em elementos isolados podem ser

desprezados quando o índice de esbeltez λ for menor que o valor limite λ1 (ao invés do

valor fixo de 40 utilizado anteriormente).

O valor de λ1 depende de diversos fatores, mas os preponderantes são:

§ a excentricidade relativa de 1ª ordem e1/h;

§ a vinculação dos extremos da coluna isolada;

§ a forma do diagrama de momentos de 1ª ordem.

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41

Desta forma, são estabelecidas expressões que visam levar em conta a influência de

cada um dos fatores citados acima. Assim sendo, o valor de λ1 é calculado pela

expressão:

α≥

α+

bb

11 35

90 /h)e 12,5 (

25

(3.20)

O parâmetro αb é determinado em função da vinculação dos extremos da coluna e da

forma do diagrama de momentos de 1ª ordem:

a) Para pilares biapoiados

40,0M

M 40,060,0

A

Bb ≥+=α para pilares biapoiados sem cargas transversais (3.21)

αb = 1,0 para pilares biapoiados com cargas transversais significativas, ao longo

da altura.

Sendo,

MA e MB os momentos de 1ª ordem nos extremos do pilar, tomando-se para MA

o maior valor absoluto ao longo do pilar e adotando para MB o sinal

positivo se tracionar a mesma face que MA e negativo em caso

contrário.

b) Para em pilares em balanço

85,0M

M 20,080,0

A

Cb ≥+=α (3.22)

Sendo,

MA o momento de 1ª ordem no engaste, e

MC o momento de 1ª ordem no meio do pilar em balanço.

c) Para pilares biapoiados ou em balanço com momentos menores que o momento

mínimo

Deve-se tomar αb = 1 se o maior momento ao longo da coluna for menor que o

momento mínimo definido em (3.26).

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42

Nas figuras seguintes apresentamos curvas representativas do valor de λ1 para pilares

em balanço e biapoiados para diversos fatores e1/h (excentricidade relativa de 1ª ordem)

e para diversas formas do diagrama de momentos de primeira ordem (MA/MB ou

MC/MA).

λ 1 x Mc/Ma

20.0

25.0

30.0

35.0

40.0

45.0

50.0

55.0

60.0

65.0

-3 -2 -1 0 1 2 3

Mc /Ma

2.20

1.80

e1 /h

1.40

1.00

0.00 - 0.80

Figura 3.13 – Variação de λ1 para pilares em balanço

λ 1 x Mb/Ma

30.0

40.0

50.0

60.0

70.0

80.0

90.0

100.0

-1.5 -1 -0.5 0 0.5 1 1.5

Mb /Ma

λ

2.20

1.80

1.401.000.00 - 0.80

e 1 /h

Figura 3.14 – Variação de λ1 para pilares biapoiados

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43

3.10.2 Solicitações Iniciais

A solicitação inicial é composta pela força normal de cálculo (Nd) e pelos momentos

iniciais de cálculo (M1d,A e M1,B) aplicados às extremidades das barras.

O momento inicial é introduzido nos pilares em virtude da sua solidariedade com as

vigas. Para pilares de edifícios com cargas previstas na NBR6120, sem a consideração

de cargas transversais (vento), admite-se:

a) que para pilares intermediário, não há momento aplicado, desde que não haja grande

variação de rigidez ou carregamento nos tramos das vigas de uma direção, pois neste

caso pode haver um momento fletor expressivo aplicado ao pilar;

b) para pilares extremos, serão aplicados os momentos fletores provenientes da

solidariedade viga-pilar; os pilares de canto, com momentos fletores de duas vigas

ortogonais será solicitado à flexão oblíqua.

Msup

M inf

Mvig

12

Minf12

Msup

Figura 3.15 – Pilares de extremidade (Modelo simplificado)

engsupinfvig

infinf M

rrrr

M++

= (3.23)

engsupinfvig

supsup M

rrr

rM

++=

onde as definições de rinf, rsup, rvig podem ser vistas nas equações (3.14) a (3.16).

(3.24)

Deve-se ressaltar que os momentos iniciais nas extremidades podem ser oriundos de

uma análise de 1ª ordem ou de 2ª ordem (constituídos pelos esforços de extremidade da

análise não-linear de um pórtico).

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44

O momento inicial deve ainda respeitar um momento mínimo inicial decorrente da

consideração de imperfeições construtivas conforme será visto no item 3.10.3.

3.10.3 Momento Decorrente de Imperfeições Construtivas

A NBR6118/2000 recomenda que sejam considerados os efeitos decorrentes da falta de

retilinidade e de desaprumo no pilar.

l2

θ1

Figura 3.16 – Falta de retilinidade no pilar [ABNT-2]

lθ1

Figura 3.17 – Desaprumo do pilar [ABNT-2]

A excentricidade acidental mínima deve respeitar a relação (3.25), admitindo-se para as

estruturas reticuladas que o efeito das imperfeições locais esteja atendido se for

respeitado este valor.

h03,05,1e mín,a += (dimensões em cm)

h = dimensão do pilar paralelo à excentricidade acidental considerada(3.25)

A consideração desta excentricidade gera M1d,mín, o momento de 1a ordem acrescido dos

efeitos das imperfeições locais que sempre deve respeitar o valor mínimo dado por

(3.26)

( )h03,05,1NeNM dmín,admín,d1 +⋅=⋅= (dimensões em cm) (3.26)

3.10.4 Métodos para o Dimensionamento dos Pilares Isolados

A NBR6118/2000 estabelece alguns métodos que podem ser utilizados para a obtenção

de esforços utilizados para o dimensionamento de pilares. A seguir apresentamos a

transcrição destes métodos.

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45

3.10.4.1 Método Geral

Consiste na análise não-linear de 2ª ordem efetuada com discretização adequada da

barra, consideração da relação momento-curvatura real em cada seção e consideração da

não-linearidade geométrica de maneira não aproximada, sendo obrigatório para λ >140.

Na modelagem de um pilar utilizando o FTOOL discretizado em mais de três elementos

e selecionando a opção “análise não-linear física e geométrica”, estamos empregando o

método geral com a avaliação rigorosa do efeito de 2a ordem geométrico.

3.10.4.2 Métodos Aproximados

A determinação dos esforços locais de 2ª ordem pode ser feita por métodos

aproximados como o do pilar padrão e o do pilar padrão melhorado.

3.10.4.2.1 Método do Pilar Padrão com Curvatura Aproximada

É permitido para λ ≤ 90, em pilares de seção constante e de armadura simétrica e

constante ao longo de seu eixo. A não-linearidade geométrica é considerada de forma

aproximada, supondo que a deformada da barra seja senoidal. A não-linearidade física é

levada em conta através de uma expressão aproximada da curvatura na seção crítica.

O momento total máximo na coluna é dado por:

A1d,

2e

dA 1d,btot ,d M r1

10 . N M M ≥+α=l (3.27)

sendo 1/r a curvatura, que na seção crítica pode ser avaliada pela expressão aproximada:

h0,005

0,5) ( h

0,005

r1

≤+ν

= (3.28)

onde,

h = altura da seção na direção considerada;

ν = força normal adimensional, dada pela expressão f A

N

cdc

Sd=ν

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46

M1d,A deve respeitar o valor mínimo estabelecido em (3.26) (M1d,A ≥ M1d,min). O

momento M1d,A e o coeficiente αb têm as mesmas definições do item 3.10.1, sendo

M1d,A o valor de cálculo de 1ª ordem do momento MA.

3.10.4.2.2 Método do Pilar Padrão com rigidez Κ (kapa) aproximada

É permitido para λ ≤ 90 nos pilares de seção retangular constante, armadura simétrica e

constante ao longo do eixo.

A não linearidade geométrica é considerada de forma aproximada, supondo que a

deformada da barra seja senoidal. A não linearidade física é levada em conta através de

uma expressão aproximada da rigidez.

O momento total máximo na coluna é dado por:

M M

/ 1201

M M min1d,A1d,2

A1d,btot,d ≥≥

νκλ

α=

(3.29)

sendo o valor da rigidez adimensional Κ (kapa) dado aproximadamente por:

ν

+=Κ

h.N

M . 5 1 32

d

totd, (3.30)

As variáveis h, ν, M1d,A e αb são as mesmas definidas no item anterior e o processo é

iterativo, sendo usualmente 2 ou 3 iterações suficientes.

3.10.4.3 Método do Pilar Padrão acoplado a diagramas M, N, 1/r

A determinação dos esforços locais de 2ª ordem em pilares com λ ≤ 140 pode ser feita

pelo método do pilar padrão ou pilar padrão melhorado, utilizando para a curvatura da

seção crítica valores obtidos de diagramas M – N – 1/r específicos para o caso.

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47

4. Dimensionamento

4 DIMENSIONAMENTO

4.1 Introdução

Neste capítulo apresentaremos os métodos e as considerações utilizados pelo FTOOL

para dimensionar os elementos de concreto armado.

As prescrições para a quantidade mínima e máxima de armadura e o dimensionamento

quanto ao cisalhamento seguem [ABNT-2].

As rotinas para o dimensionamento das seções de concreto submetidas à flexão normal

composta do FTOOL foram confeccionadas de acordo com os procedimentos propostos

em [SANTOS-2] e respeitam as prescrições da NBR6118/2000 [ABNT-2].

Tais procedimentos foram adotados por considerarmos muito eficiente o método de

separar os casos de dimensionamento em “regiões” caracterizadas pelos pólos de ruína

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48

(pontos A, B e C da Figura 4.1) e não com base nos domínios de deformação da

NBR6118. Os algoritmos são capazes de identificar a região em que se encontra a peça

e, através de procedimentos diretos ou iterativos, de dimensionar a peça para qualquer

combinação de força e momento para distribuições de armadura bastante variadas. Além

disso, as seções são dimensionadas pelo método mais exato possível, aproveitando a

facilidade do cálculo automático pelo computador.

Nos vários processos iterativos utilizados, as funções que relacionam as diversas

grandezas são bastante “caprichosas” e por isto o prof. Lauro Modesto evita o uso de

técnicas de cálculo numérico, como o procedimento de Newton-Raphson para acelerar a

convergência, trabalhando com intervalos encaixantes com o conhecimento prévio de

cada trecho por onde a iteração segue.

Pelo fato do concreto e dos pilares (principais peças submetidas à flexão composta)

trabalharem basicamente à compressão, o prof. Lauro Modesto inverte a convenção de

sinais para forças, tensões e deformações. Desta forma, neste capítulo seguimos a

mesma convenção:

forças e tensões de compressão

encurtamentos

sinal positivo (+)

forças e tensões de compressão

alongamentos

sinal negativo (-)

4.2 Hipóteses Básicas

A NBR6118 estabelece certas hipóteses básicas para o cálculo dos elementos lineares

sujeitos a solicitações normais nos Estados Limite Últimos. Para o dimensionamento

das armaduras passivas são consideradas as seguintes hipóteses:

a) as seções transversais se mantém planas após a deformação (Hipótese de Navier);

b) a deformação das barras aderentes, em tração ou compressão, é a mesma do

concreto em seu entorno;

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49

c) as tensões de tração no concreto, normais à seção transversal, podem ser

desprezadas;

d) a distribuição de tensões no concreto se faz de acordo com o diagrama parábola

retângulo definido no item 2.2.6.1 com pico igual a 0,85 fcd. Permite-se, embora

utilizemos em nossas rotinas o diagrama parábola retângulo, a substituição desse

diagrama pelo retângulo de altura 0,8 x (onde x é a profundidade da linha neutra)

com a seguinte tensão:

§ 0,85 fcd no caso da largura da seção, medida paralelamente à linha neutra,

aumentar a partir desta para a borda comprimida;

§ 0,80 fcd no caso contrário.

e) a tensão nas armaduras será obtida a partir dos diagramas tensão-deformação do

aço. Segundo [ABNT-2], os valores de cálculo utilizados são os definidos no item

2.3.4.1, tanto para aços com ou sem patamar de escoamento. Entretanto, [ABNT-1]

estabelece distinção entre os tipos de aço, devendo ser utilizados os valores

prescritos em 2.3.4.1 para os aços de classe A e os valores prescritos em 2.3.4.2 para

os aços de classe B. Foram implementadas rotinas para se obter as tensões nas

armaduras a partir os diagramas definidos em 2.3.4.1 e 2.3.4.2;

f) o estado limite último é caracterizado quando a distribuição das deformações na

seção transversal pertencer a um dos domínios de deformações caracterizados pelos

pólos de ruptura definidos na Figura 4.1.

4.3 Domínios de Deformações

Os domínios de deformação definidos pelas [ABNT-1] e [ABNT-2] podem ser vistos na

Figura 4.1.

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50

1

2a

2b2 4

3

4a

5

h

C

B

A

3h7

-10ooo

alongamentos (-) encurtamentos (+)

reta

a

reta

b

Figura 4.1 – Domínios de Deformação

O domínio 1 representa a tração não uniforme (cujo caso particular é a tração uniforme

⇔ reta a). É caracterizado pelas retas representativas do estado de deformação da seção

transversal passarem necessariamente pelo pólo de ruína C que caracteriza o

alongamento máximo permitido para a armadura de tração e pelo fato de toda a seção de

concreto estar tracionada.

O domínio 2 representa a flexão simples ou composta sem ruptura à compressão do

concreto. É caracterizado pelo pólo de ruptura C e pelo fato de existirem fibras de

concreto comprimidas. A deformação específica da fibra mais comprimida fica

compreendida entre 0 e o limite εcu.

O domínio 3 representa a flexão simples (seção subarmada) ou composta com ruptura à

compressão do concreto e com escoamento do aço (εs ≥ εyd). Desta forma, este domínio

é caracterizado pelo pólo de ruptura A, ou seja, o estado limite último é caracterizado

pelo esmagamento do concreto e pela deformação da armadura mais tracionada se

encontrar entre 10‰ e εyd.

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51

O domínio 4 representa a flexão simples (peça superarmada) ou composta com ruptura

à compressão do concreto (caracterizada pelo pólo de ruptura A) e aço tracionado sem

escoamento (εs ≤ εyd).

O domínio 4a representa a flexão composta com armaduras comprimidas. Este domínio

é, pois, caracterizado pelo pólo de ruína A e por toda armadura estar comprimida.

O domínio 5, representa a compressão não uniforme (cujo caso particular é a

compressão uniforme ⇔ reta b). É caracterizado pelo pólo de ruptura C e pelo fato de

toda seção transversal e consequentemente todas as armaduras estarem comprimidas. O

encurtamento máximo do concreto varia de 2‰ na compressão centrada a 3,5‰,

mantendo-se sempre o encurtamento de 2‰ a uma distância de 3h / 7 da borda mais

comprimida.

Conforme [SANTOS-2], a divisão dos estados limite últimos em domínios de

deformação facilita o tratamento teórico, entretanto, do ponto de vista do

dimensionamento, dos domínios de deformação só nos interessam as regiões para as

quais são válidas cada pólo de ruptura, pois é a partir do estabelecimento destes pólos

que se estabelecem as equações de compatibilidade que caracterizam a deformação

específica ao longo da seção transversal. Desta forma serão estabelecidas três regiões

caracterizadas pelos três pólos de ruína.

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52

alongamentos (-) encurtamentos (+)

Região II

Região II Região I

h

-10ooo

3h7

C

B

A

Região I

Região II

Região III

⇒ pólo de ruína B

⇒ pólo de ruína A

⇒ pólo de ruína C

Figura 4.2 – Regiões de deformação [SANTOS-2]

4.4 Parâmetros Adimensionais Utilizados

Apresentamos as variáveis adimensionais utilizadas para a dedução das expressões deste

capítulo. Para uma melhor compreensão ver a representação das variáveis envolvidas na

Figura 4.8.

hx

x =βcoeficiente adimensional que representa a distância da linha

neutra à borda superior da seção(4.1)

hd

=βcoeficiente adimensional que representa a distância de uma fibra

genérica à borda superior da seção

ccd

cc

AR

⋅σ=η força normal resistente do concreto reduzida adimensional (4.2)

ccd

cc

AaR

'⋅σ⋅

=ηmomento fletor resistente do concreto, em relação à borda mais

encurtada, reduzido adimensional

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53

c

1s1 A

A=ρ

c

2s2 A

A=ρ (4.3)

h'd 1

1 =δh'd 2

2 =δ (4.4)

he1

1e =βhe2

2e =β (4.5)

hc1

1c =βhc2

2c =β (4.6)

cd

1sd1 σ

σ=α

cd

2sd2 σ

σ=α

cd

sdii σ

σ=α (4.7)

ccd

d

AN

⋅σ=ν

hAM

ccd

d

⋅⋅σ=µ

Esforços solicitantes adimensionais (4.8)

c

ckcdcd

f85,0f85,0

γ⋅=⋅=σ (4.9)

11e1c22e2c 11 δ−β−=β−=δ+β=β (4.10)

2c11e 1 β−δ−=β 22c2e δ−β=β (4.11)

4.5 Equações de Compatibilidade

O princípio básico para o estabelecimento das equações de compatibilidade é o de que a

Hipótese de Navier seja válida. Desta forma, as deformações ao longo da seção

transversal do elemento (supostas constantes para retas paralelas à linha neutra) podem

ser dadas por retas.

A equação de uma reta precisa que dois coeficientes sejam definidos. No nosso caso, o

primeiro é dado pela deformação no pólo de ruptura e o segundo pela posição da linha

neutra (x). Desta forma, precisaremos estabelecer três equações de compatibilidade,

uma para cada região de deformação ou pólo de ruína. Pela hipótese de que há perfeita

aderência entre concreto e armadura, as expressões aqui deduzidas servem para que se

obtenha tanto a deformação para o concreto como para o aço a uma dada altura

(posição).

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54

Abaixo apresentamos as equações deduzidas em [SANTOS-2] para as equações de

compatibilidade:

a) Região I

O diagrama de deformações é do tipo apresentado na Figura 4.3, onde x é a

profundidade da linha neutra. O encurtamento na borda mais comprimida (ou superior

no caso padrão) é εc e na borda inferior εc1. Todas as deformações serão dadas em ‰.

εc

ε

εc1

x

h

L N

x - d i

d

3h72

Pólo B

Figura 4.3 – Deformações na Região I [SANTOS-2]

Por semelhança de triângulos (e utilizando parâmetros adimensionais vistos no item 4.4)

na Figura 4.3 obtém-se a expressão geral:

( )37

14

x

x

−ββ−β

=ε (4.12)

que permite que se calcule a deformação nas duas bordas da seção:

3714

x

xc −β

β=ε (4.13)

( )37114

x

x1c −β

−β=ε (4.14)

e reciprocamente, a partir de (4.13) e (4.14):

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55

1473

c

cx −ε

ε=β (4.15)

147143

1c

1cx −ε

−ε=β (4.16)

A deformação ε pode ainda ser dada por:

xdxcε

=−ε

donde,x

xc β

β−βε=ε (4.17)

É necessário tomar cuidado, pois quando εc1 = 2‰, βx tende ao infinito como mostra

(4.15).

b) Região II

L Nh

Pólo A

d

εc = 3,5

εx

Figura 4.4 – Deformações na Região II [SANTOS-2]

x

x5,3x

dx5,3

ββ−β

=−

=ε (4.18)

Observe-se que (4.18) é a mesma (4.17) com εc = 3,5‰.

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56

c) Região III

Pólo C

x

εc

d

d’

h-d’

|10|

Figura 4.5 – Deformações na Região III [SANTOS-2]

Da Figura 4.5:

( ) ( )x

x

110

x'dhdx10

β−δ−β−β

=−−

−=ε (4.19)

Donde as relações entre εc e βx:

x

xc 1

10β−δ−

β=ε (4.20)

( )10

1

c

cx +ε

δ−ε=β (4.21)

Levando (4.20) em (4.19) resulta (4.17). Desta forma, (4.17) é geral e vale em todas as

regiões. Em todas as fórmulas apresentadas, o sinal de ε resulta automaticamente.

Na região III também é preciso tomar cuidado. A equação (4.21) mostra que quando

εc = -10‰ (tração centrada), βx tende para o infinito.

4.6 Limites entre Domínios

Pode-se determinar βx correspondente a cada limite entre dois domínios. No

dimensionamento das vigas é particularmente necessário o conhecimento de βx

correspondente ao limite entre os domínios 3 e 4 (dimensionamento econômico).

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57

De (4.18):

( )yd

43lim,x 5,315,3

ε+δ−⋅

=β − (4.22)

4.7 Resultante de Compressão do Concreto

A determinação dos esforços resistentes do concreto (força normal e momento fletor

resistidos pelo concreto) são fundamentais para a verificação e dimensionamento das

seções de concreto armado. Na flexão normal de seções transversais com um eixo de

simetria, os esforços resistentes ficam caracterizados quando se determina a resultante

Rcc de tensões de compressão no concreto e a sua posição a em relação à borda mais

comprimida.

x

Borda 2

Borda 1

As2

As1

c1e2

e1

d'1

d'2

c2

h

εc

εsd2

εc1

εsd1

aRs2

ccR

s1R

Figura 4.6 – Resultante de compressão do concreto

A resultante de compressão é obtida pela integração do diagrama tensão-deformação do

concreto (Figura 2.3) sobre a seção transversal para um determinado estado de

deformação da seção.

O primeiro passo é então transformarmos a seção transversal genérica numa poligonal

representativa do seu semi-contorno (Figura 4.7).

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58

εc = 0

εc = 2

y

x

pi-1

pi

pi-1(x ,y )i-1 i-1

p(x,y)i i i

y

x

B(x)i

Segmento 1 B(x)1

Figura 4.7 – Transformação da seção transversal na poligonal de cálculo

−⋅−⋅

=

−−

=

+⋅=

−−

1ii

i1i1iii

1ii

1iii

iii

xxyxyx

b

xxyy

a

bxa)x(B

B(x)i é válida no intervalo [pi-1, pi] (4.23)

A seguir temos de caracterizar o estado de deformação. Utilizando a Hipótese de

Navier, a seção transversal deformada pode ser caracterizada por uma reta (Figura 4.6).

Esta reta pode ser caracterizada por βx (posição da linha neutra) e εc2 (deformação na

borda mais comprimida), pela deformação εc2 e pela curvatura 1/r ou algum outro par de

valores que consigam representar o estado de deformação. Estes valores devem ser

convertidos através das equações de compatibilidade para as deformações na borda 1

(εc1) e borda 2 (εc2). Em termos de εc1 e εc2 a equação da reta das deformações da seção

transversal assume a forma:

ε=

ε−ε=

+⋅=ε

2c

1c2c

dh

c

dxc)x(

(4.24)

Vemos nas equações (2.10) e (2.11) transcritas abaixo que o comportamento do

concreto é representado por três diferentes equações para o domínio de deformação.

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59

Desta forma devemos inserir quando necessário dois pontos a mais na poligonal da

seção transversal referente às deformações 0 e 2 ‰ para procedermos à integração das

tensões, conforme pode ser visto na Figura 4.7.

para ε ≤ 0

para 0 < ε < 2‰( )

⋅α

ε+

ε⋅α=εσ

cd

2

cd

f

4f

0

)x(

para ε ≥ 2‰

(4.25)

onde α pode assumir os valores 0,85 e 1,10.

Assim sendo a resultante de compressão é dada por:

( )

⋅=⋅

=

∑segmentosn

iccicc

segmentosn

iccicc

rxRa

rR(4.26)

onde rcci é a resultante de compressão do concreto para obtida para segmento

§ 1o caso: para ε ≤ 0 ⇒ 0rcci =

=

=

0rx

0r

ccii

cci (4.27)

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60

§ 2o caso: para 0 < ε < 2‰

( )( ) ( ) ( )

( ) ( )( )

( ) ( )

( )( ) ( ) ( )

( ) ( )( )

( ) ( )

−+

+

+−++++

−++

+−

⋅α=

=⋅

ε+

ε⋅α⋅=⋅εσ⋅=

=

−+

+

+−++++

+−++

+−

⋅α=

=⋅

ε+

ε⋅α⋅=⋅εσ=

=

−−

−−

∫∫

∫∫

−−

−−

21i

2i

31i

3i

2

41i

4i

25

1i5i

2

cd

x

x

2

cdx

x ic

ccii

1ii

21i

2i

2

31i

3i

24

1i4

i

2

cd

x

x

2

cdx

x ic

cci

xx2

d4bd

xx6

ad2bcd2ad4bc4

xx8

acd2bcac4xx

10ac

f

dx)x(Bx4x

f2dx)x(Bxx2

rx

xx2

d4bd

xx4

adbcd2ad4bc4

xx6

acd2bcac4xx

8ac

f

dx)x(Bx4x

f2dx)x(Bx2

r

i

1i

i

1i

i

1i

i

1i

(4.28)

§ 3o caso: para ε ≥ 2‰

( ) ( )[ ]

( ) ( )[ ]

−+−⋅⋅⋅α=⋅⋅⋅α=

+−⋅⋅−⋅⋅α=⋅⋅α=

−−

−−

31i

3i

21i

2icd

x

x cdccii

1ii1iicdx

x cdcci

xx3a2xxbf2dx)x(Bxf2rx

b2xxaxxf2dx)x(Bf2r

i

1i

i

1i (4.29)

4.8 Flexão Normal Composta – Dimensionamento com Armadura emduas bordas – Proporção entre Armaduras Superior e InferiorVariáveis

É o caso usual do dimensionamento de vigas.

4.8.1 Hipóteses Básicas

A seção transversal é qualquer, mas com um eixo de simetria, que coincide com o traço

do plano do momento. Supõe-se que os esforços solicitantes de cálculo, Nd e Md,

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61

estejam aplicados no ponto O, centro geométrico da seção de concreto. Md é suposto

sempre positivo, tracionando As1 e comprimindo As2.

x

Borda 2

Borda 1

As2

As1

c1e2

e1

d'1

d'2

c2

h

εc

εsd2

εc1

εsd1

aRs2

ccR

s1R

Md

Nd

O

Figura 4.8 – Hipóteses Básicas [SANTOS-2]

4.8.2 Equações de Equilíbrio

Equilíbrio das forças normais

dSd NN =

2s1sccd RRRN ++=

2sd2s1sd1sccdd AAAN σ+σ+ησ= (4.30)

Equilíbrio de momentos em relação à borda 2:

( ) 22sd2s11sd1sccd2d 'dA'dhAaRMcN σ+−σ+=− (4.31)

Dividindo ambos os membros de (4.30) e de (4.31) por ccdAσ e por hAccdσ , obtemos

respectivamente:

2211 αρ+αρ+η=ν (4.32)

( ) 2221112c 1' δαρ+δ−αρ+η=µ−νβ (4.33)

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62

Considerando ρ1 e ρ2 como incógnitas, (4.32) e (4.33) formam um sistema de duas

equações que resolvido fornece:

( )211

22e1 1

'δ−δ−α

η−ηδ+µ−νβ=ρ (4.34)

( )( )211

11e2 1

'1δ−δ−α

η+ηδ−−µ+νβ=ρ (4.35)

e daí as respostas,

c11s AA ρ= c22s AA ρ= (4.36)

Examinando (4.34) e (4.35), vemos que ρ1 e ρ2 dependem de α1, α2, η e η' que por sua

vez são funções de βx, ou seja, as armaduras são determinadas quando se define a

posição da linha neutra.

4.8.3 Zonas de Solicitação

Quando se procuram as duas armaduras As1 e As2, ocorrem cinco situações principais. O

conjunto dos pares (ν, µ) para cada um destes casos formam conjuntos chamados zonas

de solicitação:

§ Zona A: as duas armaduras são comprimidas;

§ Zona B: só há uma armadura (As2) comprimida; o equilíbrio é conseguido sem a

armadura As1;

§ Zona C: As1 é tracionada, As2 é comprimida;

§ Zona D: só há uma armadura (As1) tracionada; o equilíbrio é conseguido sem a

armadura As2;

§ Zona E: as duas armaduras são tracionadas;

§ Zona 0: teoricamente não há necessidade de armadura.

4.8.4 Determinação de βx

Da consideração das zonas de solicitação, decorrem dois casos de dimensionamento.

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63

No primeiro (zonas B e D), só há uma incógnita em relação à armadura. A segunda

incógnita, βx, tem valor único e determinável por equação de equilíbrio:

§ Na zona B, As1 = 0 e portanto ρ1 = 0. Pela (4.34):

0' 22e =ηδ+η−µ−νβ ou ηδ−η=µ−νβ 22e ' (4.37)

resulta βx calculado por tentativas.

§ Analogamente, na zona D, As2 = 0 e portanto ρ2 = 0. Pela (4.35):

( ) 0'1 11e =η+ηδ−−µ+νβ ou ( ) '1 11e η−ηδ−=µ+νβ (4.38)

que também resulta βx calculado por tentativas.

No segundo caso, (zonas A, C e D), há duas incógnitas (As1 e As2) e o sistema de

equações formado pelas equações de equilíbrio torna-se indeterminado e passa a ser

necessário escolher um valor para βx. Da infinidade de soluções possíveis, deve-se

escolher a mais econômica. Demonstra-se que βx econômico é dado por:

§ na zona A: βx → ∞ (compressão uniforme) (4.39)

§ na zona C: βx = βx,lim 3-4 (4.40)

§ na zona E: βx → -∞ (tração uniforme) (4.41)

na expressão (4.40), βx,lim 3-4 corresponde ao limite entre os domínios 3 e 4 e é dado por

(4.22).

Aqui vale a menção de que a NBR6118/2000 recomenda que em regiões de apoio das

vigas ou de ligações com outros elementos estruturas, quando não fizerem

redistribuições de esforços solicitantes, deve-se garantir para a posição da linha neutra

no estado limite último os valores:

50,0x ≤β para concretos com fck ≤ 35 Mpa

40,0x ≤β para concretos com fck > 35 Mpa (4.42)

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64

Desta forma, foi implementada a opção de, na zona C, limitar a posição da linha neutra

aos valores indicados em (4.42) (em todo o elemento de viga), ocasionando um

consumo um pouco maior de armadura, porém, aumentando a capacidade de rotação das

seções da viga. Desta forma:

§ na zona C: βx = 0,5 ou 0,4 (4.43)

4.8.5 Limites entre as Zonas de Solicitação

Criando um gráfico ν-µ, podemos determinar os limites entre as zonas.

CC

D

O

B

AE

µ

νB

0

A

µνDE( )

µνCD( ) µ

νBC( )

µν

AB( )

βx,lim = βx,lim 3-4

βx,lim = 0,4 ou 0,5

Figura 4.9 – Zonas de Solicitação

§ Limite AB

No limite entre A e B, devemos ter ρ1 = 0, característica da zona B e ao mesmo

tempo βx → ∞, que corresponde à zona A. Temos, pois, que satisfazer (4.37), sendo

aqui ν = 1 e η' = βc2 (correspondente a βx → ∞ - compressão uniforme).

Chamando de µAB(ν) a equação da reta que determina o limite entre as zonas A e B,

(4.37) fornece:

'22e η−ηδ+νβ=µ ;

( ) 2c22eAB β−δ+νβ=νµ (4.44)

A abscissa νA do ponto A pode ser determinada a partir de (4.37):

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65

2e

2e

2e

22cA22e 0'

ββ

δ−β=ν∴=η−ηδ+νβ ou seja, 1A =ν (4.45)

§ Limite BC

No limite entre B e C, devemos ter ρ1 = 0, característica da zona B e ao mesmo tempo

βx = βx,lim que corresponde à zona C ( dado por (4.40) ou (4.43)). Chamando ηlim e η'lim

respectivamente os valores de η e η' para βx = βx,lim, de (4.37) resulta:

( ) limlim22eBC 'η−ηδ+νβ=νµ (4.46)

§ Limite CD

Combinando βx = βx,lim 3-4, característica da zona C, com ρ2 = 0, característica da zona D

(equação (4.38)) resulta:

( ) ( ) limlim11eCD '1 η−ηδ−+νβ−=νµ (4.47)

§ Limite DE

Corresponde a ρ2 = 0 combinado com βx → -∞. Neste caso η = 0 e η' = 0. De (4.38)

resulta:

( ) νβ−=νµ 1eDE (4.48)

§ Coordenadas do ponto B

O ponto B é definido pela interseção das retas BC e CD. Igualando as expressões das

duas retas (4.46) e (4.47) , resultam:

limB η=ν (4.49)

limlim2cB 'η−ηβ=µ (4.50)

§ Limite da zona O

Na zona O temos ρ1 = ρ2 = 0. Substituindo ρ1 = ρ2 = 0 em (4.32) e (4.33) resultam

respectivamente:

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66

η=ν0 e

'2c0 η−ηβ=µ

(4.51)

(4.52)

Vemos que µ0 é função de βx, uma vez que η e η' o são. A curva limite da zona O é

dada pelas equações paramétricas (4.51) e (4.52) com pontos (ν0, µ0). Desde já podemos

observar que:

a) a curva passa pela origem 0: De fato, para βx → -∞, η = η' = 0, resultando ν0 = 0

e µ0 = 0;

b) a curva passa pelo ponto A: Para βx → +∞, η = 1, donde ν0 = 0 e

µ0 = βc2 - βc2 = 0;

c) a curva passa pelo ponto B: Basta observar que (4.49) e (4.50) são (4.51) e (4.52)

tomados para βx,lim.

4.8.6 Roteiro – Procedimento de Cálculo

Calcula-se previamente as características dos materiais e os adimensionais da seção. Em

seguida, para cada seção de cálculo em todo elemento (viga) da estrutura, adota-se o

procedimento:

a) dada a solicitação (Nd, Md), calculam-se ν e µ;

b) determinam-se os limites entre as zonas;

c) verifica-se a localização do ponto (ν, µ), isto é, em que zona se encontra a

solicitação dada;

d) fixa-se ou determina-se o valor de βx, conforme a zona;

e) tendo βx, têm-se η, η' e as deformações e consequentemente as tensões e daí α1 e

α2;

f) aplicam-se as fórmulas (4.34) a (4.36) para o cálculo das áreas de aço.

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67

4.9 Flexão Normal Composta – Dimensionamento com a Proporçãoentre as Diversas Faces Pré-Estabelecida

É o caso usual do dimensionamento de pilares.

4.9.1 Hipóteses Básicas

A seção transversal é retangular e deve-se definir o arranjo da armadura. O eixo de

simetria coincide com o traço do plano do momento. Supõe-se que os esforços

solicitantes de cálculo, Nd e Md, estejam aplicados no ponto O, centro geométrico da

seção de concreto. Md é suposto sempre positivo, tracionando a borda 1 e comprimindo

a borda 2.

x

Borda 2

Borda 1 As1

c1e2

e1

d'

d'

c2

hO

Figura 4.10 – Disposição da armadura

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68

4.9.2 Equações de Equilíbrio

d i

L

N

x

a Rcc

Asi σsdi

Md Nd

e2 e1

d' d'

c2 c1

h

Borda2

Borda1

Figura 4.11 – Forças atuantes na seção [SANTOS-2]

Equilíbrio das forças normais:

0NN Rdd =−

∑ σ+='n

1sdisiccd ARN

(4.53)

como as barras utilizadas são de mesma bitola, a área de uma só barra é:

tot

tot,sunit,s n

AA = (4.54)

a soma das áreas das barras da camada i, Asi, será:

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69

tot

tot,siunit,sisi n

AnAnA == (4.55)

A equação de equilíbrio das forças normais fica:

∑ σ+='n

1sdii

tot

tot,sccd n

n

ARN (4.56)

n' = número de camadas

Equilíbrio de momentos em relação à borda mais encurtada (borda 2):

0dAaRMcN'n

1isdisiccd2d =σ−−− ∑

0dnn

AaRMcN

'n

1isdii

tot

tot,sccd2d =σ−−− ∑ (4.57)

Dividindo ambos os membros de (4.56) e de (4.57) por ccdAσ e por hAccdσ ,

respectivamente, vem:

sdi

'n

1i

cdtot

nn

σσρ

+η=ν ∑ (4.58)

isdi

'n

1i

cdtot2c n

n' βσ

σρ

+η=µ−νβ ∑ (4.59)

onde, c

tot,s

A

A=ρ (4.60)

e,hdi

i =β (4.61)

Introduzindo os coeficientes com dimensão:

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70

tot

isdi

'n

1i

n

nA

βσ=

∑ (4.62)

tot

sdi

'n

1i

n

nB

σ=

∑ (4.63)

e o coeficiente adimensional:

BA

=κ (4.64)

as equações de equilíbrio (4.58) e (4.59) podem ser rescritas como:

Bcdσρ

+η=ν (4.65)

A'cd

2c σρ

+η=µ−νβ (4.66)

4.9.3 Cálculo da Taxa de Armadura

A taxa geométrica de armadura ρ pode ser determinada de duas maneiras. Na primeira,

a taxa geométrica de armadura resulta de (4.65):

( )cdB

ση−ν

=ρ (4.67)

Desta forma, ρ depende de η e B, que por sua vez dependem de βx, que expressa a

profundidade da linha neutra. Levando (4.67) em (4.66), obtemos:

( )η−νκ+η=µ−νβ '2c (4.68)

fazendo,

κη−η=Ω ' (4.69)

(4.68) pode ser escrita:

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71

( ) 02c =Ω−µ−νκ−β (4.70)

Uma vez satisfeita a equação (4.70), tem-se o valor de βx, e daí η e B, podendo-se

calcular ρ pela equação (4.67). Conhecido ρ tem-se As,tot pela (4.60) e o problema fica

resolvido.

Utilizamos a segunda solução quando B = 0. Nela, todo o processo é análogo à primeira

solução, entretanto ρ é isolado de (4.66), donde:

( )A

' cd2c ση−µ−νβ=ρ (4.71)

fazendo:

'C 2c η−µ−νβ= (4.72)

resulta:

AC cdσ

=ρ (4.73)

que levada em (4.65) resulta:

κ+η=ν

Cou 0

C=

κ−η−ν (4.74)

4.9.4 Zonas de Solicitação

Pode ocorrer um dos seguintes casos:

§ Zona A: todas as barras de aço são comprimidas;

§ Zona C: parte da armadura é tracionada, parte é comprimida;

§ Zona E: todas as barras são tracionadas;

§ Zona 0: teoricamente, não há necessidade de armadura.

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72

CC

0

AE

µ

ν0 ηEC ηAC

µ0

βδx =

β

δ

x = 1 -

1,0Figura 4.12 – Zonas de Solicitação

Em qualquer uma das zonas, βx é variável e constitui a segunda incógnita do problema

(a primeira é a taxa ρ).

4.9.5 Limites entre as Zonas

§ Limite AC

Na zona A, βx varia desde o infinito (compressão uniforme) até um valor limite com a

zona C, a partir do qual começa a existir tração. É fácil ver que tal limite corresponde a

βx,AC = 1 - δ. Dando a βx o valor (1 - δ), determina-se η, η' e κ, que serão chamados de

ηAC, η'AC e κAC, de maneira que a equação da reta que divide as zonas A e C é dada por:

( ) ( ) ACACACAC2cAC ' ηκ−η−νκ−β=νµ ou

( ) ( ) ACAC2cAC Ω−νκ−β=νµ (4.75)

§ Limite EC

Analogamente, na zona E, βx varia desde -∞ (tração uniforme) até um valor limite com

a zona C, a partir do qual todas as barras ficam tracionadas, o que corresponde a βx,EC =

δ. Dando a βx o valor δ, determina-se η, η' e κ, que serão chamados de ηEC, η'EC e κEC,

de maneira que a equação da reta que divide as zonas E e C é dada por:

( ) ( ) ECECECEC2cEC ' ηκ−η−νκ−β=νµ ou

( ) ( ) ECEC2cEC Ω−νκ−β=νµ (4.76)

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73

§ Limite da zona O

O limite da zona O independe da disposição da armadura, tal que o processo é igual ao

descrito no dimensionamento de armadura disposta em duas bordas.

4.9.6 Roteiro

A seqüência de cálculo é análoga ao dimensionamento de armadura disposta em duas

bordas.

4.10 Limites para a taxa de armadura longitudinal

4.10.1 Vigas

4.10.1.1 Armadura Mínima

yd

cdcmínmín,s f

fAA

⋅⋅ω= (4.77)

onde Ac é a área total de concreto, considerando-se a mesa colaborante nas vigas T e fcd

e fyd respectivamente as resistências de cálculo do concreto e do aço.

Forma da Seção ωmín

Retangular 0,035T (mesa comprimida) 0,024T (mesa tracionada) 0,031

Tabela 4.1 – Valores para ωmín

4.10.1.2 Armadura Máxima

( ) ( ) c2s1s A%4AA ⋅≤+ (4.78)

considerando os trechos fora da região de emendas. As1 e As2 são as áreas de aço

situadas respectivamente nas seções inferior e superior da viga.

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74

4.10.2 Pilares

4.10.2.1 Armadura Mínima

cyd

dmín,s A%40,0

fN

15,0A ⋅≥⋅= (4.79)

4.10.2.2 Armadura Máxima

cmáx,s A%)8(A ⋅≤ (4.80)

inclusive nas regiões de emenda.

4.11 Cisalhamento - Dimensionamento

O cálculo à força cortante segue a NBR6118/2000, considerando-se sempre os estribos

dispostos perpendicularmente ao eixo dos elementos [KAEFER-2].

4.11.1 Taxa Mínima de Armadura

Exige-se em todos os elementos a taxa mínima de armadura dada por:

ywk

ctm

w

swsw f

f2,0

sbA

≥⋅

=ρ ∴ywk

wctmsw

fbf

2,0s

A ⋅≥ (4.81)

onde,

32

ckctm f3,0f = , com fctm e fck em MPa (2.1) e

fywk ≤ 500 Mpa

Ressalta-se que para elementos de fundação e pilares estes valores mínimos podem ser

dispensados conforme o item 17.3.1.1.b da NBR6118/2000. Em nosso trabalho, não

contemplamos esta possibilidade.

4.11.2 Verificação no Estado Limite Último

Utilizamos o modelo de cálculo I conforme o item 17.3.2.1 [ABNT-2].

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75

+=<<

swc3RdSd

2RdSd

VVVV

VV Verificação das diagonais comprimidas deconcreto

Verificação relativa à tração diagonal

(4.82)

em que:

Vsd = força cortante solicitante de cálculo na seção

Verificação da compressão diagonal do concreto:

dbf250f

127,0V wcdck

2Rd ⋅⋅

−= (4.83)

Cálculo da armadura transversal:

ywd

cSdsw

fd9,0VV

sA

⋅⋅−

=

(4.84)

nas peças tracionadas quando a linha neutra sesitua fora da seção

⋅⋅⋅==

dbf6,0V

0V

wctd0c

cnos demais casos

(4.85)

onde

c

ctm

c

inf,ctkctd

f7,0

ff

γ=

γ=

nas peças tracionadas quando a linha neutra se

situa fora da seção (4.86)

Há ainda a possibilidade de aumentar Vc na flexo-compressão aproveitando o efeito

favorável da força de compressão, principalmente nos casos de peças protendidas.

Todavia este efeito não é levado em conta em nossos algoritmos.

4.12 Implementação Computacional

Apesar da forte presença de processos iterativos, percebe-se que estes são extremamente

rápidos. Tendo testado exemplos de pequenas estruturas, com pelo menos 4 seções de

cálculo em cada elemento, com a plataforma utilizada para desenvolvimento (Pentium II

e III) nem se percebe o tempo de cálculo.

No FTOOL, deve-se caracterizar cada elemento como viga ou pilar, o que condicionará

o dimensionamento, respectivamente, ao disposto em 4.8 e 4.9. Para o dimensionamento

como viga foram implementadas as opções de seção retangular e T, para pilar, foram

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76

implementadas as opções de armadura uniformemente distribuída nas quatro faces,

armadura distribuída nas faces laterais e armadura distribuída nas faces superior e

inferior para seções retangulares.

No que se refere ao dimensionamento de vigas, a opção de termos outras seções com

um eixo de simetria podem ser facilmente implementadas, bastando alterar a interface

gráfica e criar novas rotinas para transformar estas seções em poligonais.

No caso dos pilares, o procedimento proposto em [SANTOS-2] foi simplificado para

seções transversais com duplo eixo de simetria. Desta forma, novos arranjos de

armadura para o pilar retangular seriam facilmente implementadas, através da alteração

da interface gráfica e da função responsável por alojar a armadura na seção transversal.

A opção de seções diferentes, mas com duplo eixo de simetria seriam implementadas

analogamente ao procedimento adotado para novas seções de vigas. Para

disponibilizarmos a opção de seções com apenas um eixo para pilares, além das

modificações citadas anteriormente para criação de novas seções transversais de pilares,

teríamos de modificar o algoritmo de cálculo segundo [SANTOS-2].

4.13 Exemplos de Aplicação

Apresentamos nas próximas tabelas, exemplos de dimensionamento de seções de

concreto submetidas à flexão normal composta de diversos autores acompanhadas dos

valores obtidos pelo FTOOL.

N

M +

As2

As1

bf

hf

bw

h

d’

d’

As2

As1

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77

Unidades dos Exemplos

Momento fletor – kN.m

Esforço Normal – kN

Resistência do Concreto – MPa

Dimensões – cm

Área de aço – cm2 ou cm2/m

Figura 4.13 – Notação Utilizada

4.13.1 Exemplos de [SANTOS-2]

a) Armadura sem disposição fixa (vigas)

[Santos-1] FTOOL

fck Aço bw h bf hf d’ Nd Md As1 As2 As1 As2

6.1 20 50A 20 50 3 -400 300 22,80 1,37 22,80 1,37

6.2 20 50A 20 50 3 -400 100 9,80 0,00 9,80 0,00

6.3 20 50A 20 50 3 -800 100 14,43 3,97 14,43 3,97

6.4 20 50A 20 30 4 0 100 11,28 4,51 11,28 4,51

6.5 20 50A 20 50 3 500 10 0,00 0,00 0,00 0,00

6.6 20 50A 20 50 3 1000 500 17,16 27,92 17,16 27,92

6.7 20 50A 20 40 40 10 4 1100 2 0,00 0,00 0,00 0,00

6.8 20 50A 20 40 40 10 4 1500 2 3,57 5,60 3,57 5,60

6.9 20 50A 20 40 40 10 4 -500 200 18,98 0,00 18,98 0,00

6.10 20 50A 20 40 40 10 4 0 200 16,07 1,49 16,07 1,49

γs=1,15 γc=1,5 Es=200GPa

b) Armadura com disposição fixa (pilares)

[Santos-1] FTOOL

fck Aço bw h n’ n1 d’ Nd Md As As

7.1 20 50A 20 50 2 2 3 400 100 3,79 3,79

7.2 20 50A 20 50 4 2 3 400 100 6,24 6,24

7.3 20 50A 20 50 2 2 3 -400 100 19,61 19,61

7.4 20 50A 20 30 2 2 3 3000 30 47,26 47,26

7.5 20 50A 20 50 2 2 3 1000 5 0,00 0,00

γs=1,15 γc=1,5 Es=200GPa (As = As1 + As2)

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78

c) Discussão dos resultados

Como esperado, os valores dos exemplos e os calculados pelo FTOOL foram

exatamente iguais, pois no FTOOL utilizamos o procedimento de dimensionamento

proposto em [SANTOS-2].

4.13.2 Exemplos de [FUSCO-1]

a) Seções sem disposição fixa para as armaduras (vigas)

[FUSCO-1] FTOOL

fck Aço bw h bf hf d’ Nd Md As1 As2 As1 As2

1(1) 50A - 50 4 -1175 117,520

(19,94)

10

(7,07)19,95 7,08

2 - 50A - 60 4 -700 140 14,3 1,86 14,24 1,86

3(2) 18 50A 25 50 4 0 126 7,26 7,23

4(3) 18 50A 12 50 4 0 126 8,19 1,22 8,25 1,19

5(2) 18 50A 25 50 4 0 126 7,12 7,23

6(3) 18 50A 12 50 4 0 126 8,24 1,11 8,25 1,19

7(4) 18 50B 12 50 4 0 126 7,60 2,56 7,50 2,54

8(5) 13,5 50A 30 50 4,5 0 318,3 18,9 9,45 20,22 7,13

9(6) 25 50A 25 70 5 700 560 18,9 6,82 19,18 6,43

10(7) 25 50B 25 70 5 700 560 15,99 12,18 16,07 11,96

11(6) 25 50A 25 70 5 700 560 18,9 7,02 19,18 6,43

12(7) 25 50B 25 70 5 700 560 16,4 12,6 16,07 11,96

13(8) 25 50A 25 70 5 2800 28011,46

(12,42)13,21

14(8) 25 50B 25 70 5 2800 280 12,17 14,14

15(9) 25 50A 25 70 5 4200 420 34,22 1,71 35,04 1,71

16(9) 25 50B 25 70 5 4200 420 41,50 2,07 41,41 2,02

17(9) 15 50B 12 45 112 7 5 0 84 5,03 5,03

γs=1,15 γc=1,4 Es=210GPa

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79

b) Discussão dos resultados

Pelo fato dos resultados serem calculados manualmente e com a utilização de tabelas,

ocorreram inevitavelmente diferenças nas áreas de aço calculadas. Além disso, podemos

fazer as seguintes observações:

(1) Flexo-tração. Neste problema de verificação pede-se a máxima força de tração com

excentricidade de 10cm que pode ser aplicada dadas As1 = 10cm2 e As2 = 20cm2.

Verifica-se que As1 não alcançou o limite de escoamento, pois ao dimensionarmos

para o par Nd = 1175kN e Md = 117,5 kN.m obtemos os valores entre parênteses

(cálculo manual – equação de equilíbrio) que coincidem com os calculados pelo

FTOOL.

(2) Observa-se que o par de esforços é o mesmo para os dois problemas, mas que os

valor de referência do primeiro exemplo aproxima-se mais da solução do FTOOL.

Isto se deve ao fato de no primeiro exemplo o prof. Fusco utilizar tabelas de

dimensionamento que utilizam o diagrama tensão-deformação parábola-retângulo

para o concreto e no segundo tabelas que utilizam o diagrama retangular

simplificado.

(3) Vide observações em (2). Observa-se que, novamente, comparando a soma das

áreas de aço, os valores do exemplo 4 aproximam-se mais dos valores calculados

pelo FTOOL.

(4) Diferenças provenientes do fato do exemplo ter sido resolvido com tabelas de

dimensionamento que utilizam o diagrama tensão-deformação simplificado

retangular para o concreto.

(5) A diferença entre as áreas de aço calculadas pelo Prof. Fusco e as calculadas pelo

FTOOL advém deste ser um problema de verificação, além de ter sido adotado para

a solução de referência o diagrama retangular simplificado.

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80

(6) Vide observações em (2). Observa-se, que novamente, comparando-se a soma das

áreas de aço, os valores do exemplo 9 aproximam-se mais dos valores calculados

pelo FTOOL.

(7) Vide observações em (2). Observa-se, que novamente, comparando-se a soma das

áreas de aço, os valores do exemplo 10 aproximam-se mais dos valores calculados

pelo FTOOL.

(8) O valor entre parênteses do exemplo 13 foi obtido utilizando-se o diagrama

retangular (ver exemplo 5 – [ISHITANI-2]). Considerando o fato das áreas de aço

obtidas com a utilização do diagrama retangular nos cálculos sempre ficarem mais

distantes dos obtidos pelo FTOOL, acredita-se que o processo adotado pelo prof.

Fusco, utilizando vários valores interpolados de valores tabelados introduziu algum

desvio no resultado final.

(9) Nestes exemplos, de flexo-compressão com pequena excentricidade, foi utilizado o

diagrama parábola-retângulo. Dada a utilização da mesma formulação na referência

e no FTOOL são obtidos valores idênticos.

4.13.3 Exemplos de [SÜSSEKIND-1]

Os exemplos apresentados em [SÜSSEKIND-1] utilizam o diagrama tensão-deformação

retangular simplificado.

a) Seções sem disposição fixa para as armaduras (vigas)

[Süssekind-1] FTOOL

fck Aço bw h bf hf d’ Nd Md As1 As2 As1 As2

1 18 50B 25 60 3 250 175 6,00 6,02

2 18 50B 25 60 500 200 4,50 3,10 4,75 3,05

3(1) 20 50B 20 60 100 10 3 -150 37518,3

(17,6)17,72

4 18 50B 30 50 170 9 3 420 450,5 21,80 21,35

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81

5 18 50B 40 80 4 4000 600 28,00 27,99

6 18 50B 40 80 4 5500 600 4,60 50,40 4,73 51,61

7 18 50B 40 80 4 5500 0 27,50 27,50 28,17 28,17

γs=1,15 γc=1,4 Es=210GPa

b) Discussão dos resultados

(1) O resultado em parênteses foi calculado segundo o procedimento descrito em

[ISHITANI-2].

4.13.4 Exemplos de [ISHITANI-1]

Nesta referência encontramos exemplos de seções de vigas submetidas à flexão normal

simples. O modelo para o diagrama tensão-deformação do concreto utilizado é o

retangular simplificado, que conduz sempre a áreas de aço um pouco menores, como

pode ser visto no quadro comparativo.

a) Seções sem disposição fixa para as armaduras (vigas)

[ISHITANI-1] FTOOL

fck Aço bw h bf hf d’ Nd Md As1 As2 As1 As2

1 18 50A 12 40 4 0 55,6 4,47 4,52

2 15 50A 12 40 4 0 18,2 1,18 1,19

3 15 50A 20 100 100 7 10 0 602 16,10 16,15

4 15 50A 12 50 87 7 5 0 54,18 2,82 2,86

5 15 50A 12 50 5 0 96,32 5,99 1,47 6,04 1,46

γs=1,15 γc=1,4 Es=210GPa

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82

b) Discussão dos resultados

Percebe-se que a diferença entre os valores para uma mesma seção é muito pequena, da

ordem de 1%, o que nos faz concluir que a substituição do diagrama parábola-retângulo

pelo diagrama retangular é perfeitamente aceitável na flexão simples.

4.13.5 Exemplos de [ISHITANI-2]

Nesta referência temos seções submetidas à flexão normal composta. As seções são

resolvidas para distribuição fixa de armadura ou não.

a) Seções sem proporção pré-definida entre As1 e As2 (vigas)

[ISHITANI-2] FTOOL

fck Aço bw h bf hf d’ Nd Md As1 As2 As1 As2

1 15 50A 20 40 4 100 50 2,77 2,80

2 15 50A 20 40 4 100 100 7,23 1,95 7,33 1,96

3 15 50A 20 40 4 -100 82 7,37 7,40

4(1) 25 50A 25 70 5 4200 280 7,27 29,49 7,27 29,49

5 25 50A 25 70 5 2800 280 12,42 13,21

6 25 50A 25 70 5 2600 280 10,42 11,16

7(2) 25 50A 25 70 5 1000 2803,90

-

-

8,674,25

8(3) 25 50A 25 70 5 -1000 100 15,33 7,67 15,33 7,67

γs=1,15 γc=1,4 Es=210GPa

b) Discussão dos resultados

(1) A seção está muito próxima da compressão centrada, com todas as fibras da seção

submetidas à uma deformação muito próxima de εc = 2,0‰, aonde não há

influência dos diferentes diagramas adotados.

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83

(2) Dois arranjos de armadura são possíveis para equilibrar o sistema. No primeiro, a

armadura é posicionada na borda tracionada e no segundo a armadura está

comprimida. Observa-se que entre as duas opções, o FTOOL escolhe o

dimensionamento mais econômico.

(3) Com a seção totalmente tracionada, sem a participação do concreto, não há

influência dos diferentes diagramas tensão-deformação do concreto e

consequentemente os valores calculados são exatamente iguais.

4.13.6 Cisalhamento – Exemplos de [ISHITANI-2]

Verifica-se que as diretrizes apontadas por [ABNT-2] para a verificação e

dimensionamento das seções de concreto ao cisalhamento resultam em valores menores

para as armaduras que as obtidas em [ISHITANI-2] que utiliza [ABNT-1].

[ISHITANI-2] FTOOL

fck Aço bw h d’ Q Asw/s Asw,mín/s Asw/s Asw,mín/s

15 50A 12 50 4 85,5 3,32 1,68 3,07 0,88

15 50A 12 50 4 64,1 2,08 1,68 1,88 0,88

4.14 Conclusões

Concluímos que o procedimento indicado em [SANTOS-2], apresentado neste capítulo,

para o dimensionamento das peças submetidas à flexão normal composta é bastante

eficiente, pois estabelece um método que permite tratar todos os casos de solicitação

normal de uma maneira consistente para as seções transversais e arranjos de armadura

testados.

A utilização do diagrama parábola-retângulo para o concreto comparado ao diagrama

retangular simplificado conduz a um maior consumo de armadura. Esta diferença é da

ordem de no máximo 5%, o que não acarreta mudança significativa no detalhamento das

armaduras.

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84

5. Análise

5 ANÁLISE

5.1 Introdução

Neste capítulo abordaremos os diversos tipos de análise que podem ser disparados a

partir do sistema computacional desenvolvido. O enfoque será bem simples, pois nosso

objetivo é fornecer o subsídio mínimo para a compreensão das análises efetuadas pelo

FRAMOOP e pelo ADINA, já que não foi objetivo principal deste trabalho

confeccionar solvers lineares e não-lineares. O leitor que necessitar de maiores

esclarecimentos deverá consultar as referências [ADINA-3], [BATHE-1], [BATHE-2],

[CRISFIELD-1] e [MCGUIRE-1].

Os elementos de viga utilizados são sempre retos, com seção transversal constante e que

suas seções transversais permanecem planas durante a deformação e perpendiculares ao

eixo neutro.

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85

O elemento pode sofrer grandes deslocamentos e rotações (na análise não-linear) mas

sempre apenas pequenas deformações são consideradas. Assim sendo, a área da seção

transversal e o comprimento do elemento de viga não mudam durante a deformação.

5.2 Análise Interna

O solver interno disponível é capaz de realizar análises lineares empregando o método

da rigidez direta. Este solver é um módulo independente (FRAMOOP) que é compilado

junto com o FTOOL.

5.2.1 Análise Linear

O elemento bidimensional utilizado é derivado do elemento de viga tridimensional,

utilizando apenas as linhas e colunas correspondentes aos graus de liberdade x, y e θz.

Assume-se que os deslocamentos, rotações e deformações são infinitesimalmente

pequenos, e é utilizado o material elástico isotrópico, sendo a matriz de rigidez

calculada em forma fechada.

As matrizes de rigidez de cada elemento são determinadas primeiramente no sistema de

coordenadas local do elemento e em seguida, estas matrizes são transformadas do

sistema de coordenadas local para o sistema de coordenadas global e então somada à

matriz de rigidez global da estrutura.

Matriz de rigidez do elemento bidimensional:

−−−

=

llll

llll

ll

llll

llll

ll

z2zz

2z

2z

3z

2z

3z

z2zz

2z

2z

3z

2z

3z

EI4

EI60

EI2

EI60

EI6

EI120

EI6

EI120

00EA

00EA

EI2

EI60

EI4

EI60

EI6

EI120

EI6

EI120

00EA

00EA

K (5.1)

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86

A matriz de rigidez e o vetor de esforços final do elemento são obtidos a partir da

condensação estática das matrizes e vetores básicos, de maneira a considerar as

liberações de extremidade.

5.3 Análise Externa (ADINA)

O ADINA (Automatic Dynamic Incremental Nonlinear Analysis) é um programa

comercializado pela empresa ADINA R & D, Inc. (http://www.adina.com), fundada em

1986 pelo Prof. Dr. K.J. Bathe e outros associados.

O ADINA é um sistema integrado utilizado para a análise de estruturas e escoamento de

fluidos. Cada um dos módulos de solução (ADINA, ADINA-F (fluid) e ADINA-T

(thermal) ) utiliza o mesmo pré e pós-processador (ADINA-IN e ADINA-PLOT)

acoplados ao ADINA-AUI (Adina User Interface).

Em nosso trabalho utilizamos diretamente o módulo de solução ADINA. A

comunicação entre o FTOOL e o ADINA é feita através de arquivos neutros (arquivos

texto). Inicialmente alimentamos o ADINA com a geometria e carregamento do pórtico

e após o processamento lemos o arquivo de resultados (o processo de comunicação

entre o FTOOL e o ADINA é explicado em detalhe no Anexo II).

5.3.1 Consideração sobre Cargas Distribuídas e de Temperatura

O ADINA não lida bem com cargas distribuídas, pois ele faz a redução das cargas

distribuídas em forças nodais equivalentes considerando sempre o elemento

biengastado, que desconsidera liberações de extremidade. Ele também não possui a

opção de aplicar gradientes térmicos aos elementos. Por isto, todas as cargas

distribuídas são transformadas em esforços nodais equivalentes que então serão

enviados para o ADINA. Os algoritmos utilizados para esta transformação são os

mesmos utilizados pelo FRAMOOP.

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87

5.3.2 Análise Linear

Os elementos finitos de viga assumem a mesma forma daqueles obtidos pela teoria das

estruturas (item 5.2.1).

5.3.3 Análise Não Linear

O comportamento real dos pórticos de concreto armado é não-linear. Este efeito advém

da combinação do efeito P-∆ da estrutura com o comportamento não-linear do concreto.

Desta forma a solução para um pórtico de concreto armado é obtida da resolução de um

sistema de equações não-lineares.

F

a

Ponto de Instabilidade do Equilíbrio

ELU

F

N

l

a

y

Figura 5.1 – Comportamento de um pilar submetido a uma carga vertical constante e a uma carga

horizontal variável

A Figura 5.1 ilustra o comportamento típico das estruturas civis. Com o incremento da

força horizontal a estrutura vai perdendo rigidez até atingir um ponto de instabilidade do

equilíbrio. Como a capacidade de carga diminui a partir deste ponto, considera-se este

ponto como um ponto limite último. Em estruturas pouco esbeltas, este ponto pode não

ser atingido, alcançando-se antes o limite de ruptura para a seção de concreto mais

solicitada.

Nas análises não-lineares, assumimos que as equações não-lineares de equilíbrio podem

ser reduzidas a um conjunto para o qual podemos adaptar técnicas utilizadas para a

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88

resolução de sistemas de equações lineares, onde o comportamento pode ser traçado

incrementalmente [MCGUIRE-1]:

RUK ∆=∆ (5.2)

onde

K é a matriz de rigidez tangente,

∆U é o vetor dos deslocamentos incrementais e

∆R é o vetor dos incrementos de carga

O problema essencial nas análises não lineares é então garantir o equilíbrio das forças

internas e externas para um determinado incremento de carga [ADINA-3]:

0FR ii =− (5.3)

onde,iR é o vetor das forças externas aplicadas no final do passo (incremento de

carga) i, eiF é o vetor das forças resistentes internas no final do passo (incremento de

carga) i.

Existem diversas estratégias para a obtenção da resposta não-linear. Podemos dividi-las

em dois grupos principais, o primeiro controlando a carga aplicada e o segundo os

deslocamentos impostos. O ADINA fornece diversas opções de processo de solução

para as duas estratégias. O método de controle de deslocamentos é mais vantajoso pois

conseguimos captar o comportamento das estruturas após pontos de instabilidade do

equilíbrio. Entretanto, optamos por utilizar controle de carga, que se adapta melhor com

a estrutura de dados implementada no FTOOL, no qual aplicamos a carga final da

estrutura em vários incrementos de carga configuráveis. Além disso nas análises mais

usuais, nosso principal interesse é na carga máxima da estrutura, não nos importando o

comportamento pós-pico. Ressaltamos, entretanto, que com algumas modificações na

estrutura de dados do FTOOL, seriamos capazes de lidar com o controle de

deslocamentos.

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89

Dos métodos baseados no controle de carga, optamos por utilizar um método iterativo, o

método de Newton-Raphson Completo. A vantagem dos métodos iterativos em relação

ao método do incremento de carga sem iteração é que estes garantem o equilíbrio a cada

incremento de carga, evitando que a solução calculada desvie da solução real.

Dentre os métodos iterativos disponíveis no ADINA (Newton-Raphson Completo e

Modificado e BFGS), o método de Newton-Raphson Completo é o mais custoso

computacionalmente por incremento de carga, pois atualiza a matriz de rigidez tangente

a cada incremento de carga e a cada iteração. No entanto, é também o mais exato (sendo

inclusive o mais indicado quando as não-linearidades forem muito fortes), fazendo com

que seja necessário utilizar menos incrementos de carga. Desta forma, como foi

detectado um custo computacional para a solução do problema insignificante quando

comparado com as operações de I/O entre ADINA-FTOOL optamos por este método:

Método de Newton-Raphson Completo)1j(ii)j()1j(i FRUK −− −=∆ (5.4)

)j()1j(i)j(i UUU ∆+= − (5.5)

onde,iK(j-1) é a matriz de rigidez tangente baseada na solução calculada para a

iteração (j-1) do incremento de carga i,

∆U(j) é o incremento do vetor dos deslocamentos na iteração j,iR é o vetor das forças externas aplicadas no final do passo (incremento de

carga) i,iF(j-1) é o vetor das forças resistentes internas para a iteração (j-1) do passo

(incremento de carga) i,iU(j) é o vetor dos deslocamentos para a iteração (j) do passo i, e,iU(j-1) é o vetor dos deslocamentos para a iteração (j-1) do passo i.

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90

Carga

iR

i-1R

Deslocamento

iR - i (0)F iR - i (1)F

iK(0)

iK(1)

i-1U iU

∆U(1) ∆U(2)

Figura 5.2 – Método de Newton-Raphson Completo

(representação para um modelo com um grau de liberdade)

Todo processo iterativo necessita de um mecanismo que o interrompa quando o nível de

acerto exigido for atingido. O ADINA possui diversas opções, critérios de convergência

baseados na avaliação das forças, deslocamentos ou energia a cada incremento de carga.

Em testes não foi verificada menor ou maior vantagem na adoção de um método em

particular. Como em [ADINA-3] indica como mais efetivo o critério baseado na

energia, que leva em conta deslocamentos e forças, optamos por utilizar este método:

[ ][ ] ETOL

FRU

FRUii)1(

)1j(ii)j(

T

T

≤−∆

−∆ −

(5.6)

onde,

ETOL é a tolerância na norma de energia.

5.3.3.1 Análise Não Linear Geométrica

Utilizamos o elemento de viga hermitiano de dois nós, que utiliza funções cúbicas para

interpolar os deslocamentos transversais e interpolação linear dos deslocamentos

longitudinais. O material é considerado elástico isotrópico e a formulação utilizada é a

lagrangeana incremental, sendo que este tipo de elemento é recomendado para análise

de estabilidade elástica.

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91

O elemento admite grandes deslocamentos e rotações, mas apenas pequenas

deformações. Observamos que apesar do fato de que apenas pequenas deformações

serem permitidas, não há problema para as análises de estruturas de concreto, pois o

concreto é um material frágil, com deformação de ruptura baixa, atingindo então sua

carga de ruptura com a aplicação de deformações muito pequenas.

Maiores detalhes sobre a formulação dos elementos pode ser vista em [BATHE-2].

5.3.3.2 Análise Não-Linear Física e Geométrica

Na prática da engenharia, os dados disponíveis para descrever o comportamento dos

elementos de viga (planos) podem ser dados somente na forma de relações entre o

momento fletor e a curvatura. O ADINA oferece a capacidade de usarmos diretamente

estes dados sem ter que se definir uma relação tensão-deformação equivalente e a forma

exata da seção transversal da viga como dados de entrada. Desta forma, empregamos o

mesmo elemento descrito em 5.3.3 com a diferença de fornecermos a rigidez de cada

elemento através de relações força normal – momento – curvatura.

Na figura abaixo vemos a forma típica destas relações e como elas são fornecidas para o

ADINA.

Conjunto típico de relaçõesMomento-Curvatura para uma viga

MomentoNi+1

Ni

Ni-1

Força Axial - N(pode ser positivaou negativa)

i

Curvatura

Entrada para o ADINA

Momento

Curvatura

F5

F4

F3

Força axial

Figura 5.3 – Conjunto de curvas momento-curvatura [ADINA-3]

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92

Último pontofornecido

Extrapolação feita pelo Adina

Curvatura

Momento

Primeiro pontofornecido

Primeiro e último pontosnão são consideradoscomo pontos de ruptura

Conjunto de dados para uma determinada força axial

Figura 5.4 – Modelo para a entrada de uma curva momento-curvatura

para uma determinada força normal [ADINA-3]

O comportamento descrito pelas curvas momento-curvatura para rotações negativas

pode ser diferente do que para rotações positivas. Deve-se notar que os últimos

segmentos de uma curva momento-curvatura são extrapolados se necessário, de maneira

a calcular o momento quando a curvatura encontra-se fora da abrangência da curva

fornecida, sendo que desta forma os pontos finais das curvas não representam pontos de

ruptura. Por causa disto, na geração dos diagramas pelo FTOOL, utilizamos o

procedimento de traçar uma reta horizontal com a abscissa do último (momento fletor)

do último ponto fornecido, garantindo que não haja aumento da capacidade de carga

com a extrapolação.

Para o cálculo da matriz de rigidez tangente do elemento de viga e do vetor de forças

internas, é utilizada integração numérica (Newton-Cotes) para integrar ao longo do

comprimento do elemento e uma solução fechada é usada ao longo da seção transversal.

A rigidez axial do elemento é suposta constante e é calculada por:

( ) sscsc EAEAAAxialRigidez ⋅+⋅−= (5.7)

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93

5.3.3.3 Geração dos Diagramas N-M-1/r

Utilizamos para a confecção dos diagramas momento-curvatura o procedimento semi-

analítico apresentado em [SANTOS-1], utilizando para descrever o concreto o diagrama

parábola-retângulo com tensão máxima 0,85 fcd ou 1,10 fcd (item 2.2.6) e as leis tensão-

deformação para os aços de classes A e B (item 2.3.4).

Simplificadamente, o procedimento adotado é:

1) variam-se os valores para a força normal (ν) da força normal resistente à tração

uniforme até o valor limite para a compressão uniforme;

§ para um determinado valor para a força normal (ν);

2) variam-se os valores para a curvatura (θ) de zero até a curvatura máxima

positiva (θmáx) e negativa (θmín);

§ para uma determinada curvatura (θ);

3) escolhe-se um valor inicial para a deformação na borda mais comprimida

(εc);

4) calcula-se a posição da linha neutra (determinada pela curvatura e pela

deformação na borda mais comprimida);

5) fixados εc e θ, determinam-se a força e momento resistente pelo concreto;

6) calculam-se as deformações (εsi) para cada posição da armadura;

7) com os valores de εsi obtemos as tensões (σsi) nas armaduras;

8) determinadas as forças resistentes pelo concreto e pelas armaduras,

calcula-se a força normal resistida pela seção (νi);

9) se (νi ≠ ν fixado), repete-se o ciclo de cálculos a partir de 3), alterando-

se εc;

10) quando (νi = ν fixado) a menos de uma tolerância, calcula-se µi, que é

momento fletor associado à curvatura e força normal atuais.

Ao final de cada iteração, antes de se definir um ponto para a curva M-1/r, verifica-se se

o estado limite último não foi alcançado. Neste caso calcula-se o ponto final da curva

M-1/r a partir do ELU.

Tem-se então um conjunto de curvas com a aparência da representada na Figura 5.4.

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94

Observamos que a NBR6118/2000 no item 15.2.1 recomenda que as relações momento-

curvatura sejam obtidas a partir do diagrama tensão-deformação do concreto com tensão

máxima de 1,10 fcd. A curva obtida utilizando os diagramas de cálculo do concreto e do

aço (curva tracejada da figura 8) será utilizada somente para definir os esforços

resistentes Nrd e Mrd (ponto B) últimos.

Momento

Curvatura

Curva obtida com 0,85 fcd

Curva obtida com 1,10 fcd

ELUB

Figura 5.5 – Relação momento-curvatura

Esta consideração da norma leva em conta que para caracterizar a capacidade portante

de um elemento é determinante a característica física da pior seção. Entretanto, no

cálculo de seu alongamento, importam as características de todas as seções e não faz

sentido imaginar que toda a peça seja constituída por um material com dimensões e

valores correspondentes a quantis estatísticos inferiores (característicos ou de projeto).

O alongamento obtido com esta postura possui uma probabilidade de ocorrência muito

menor do que a suposta no cálculo da capacidade portante [FRANÇA-2], sendo a

adoção de σcd,máx = 1,10 fcd mais coerente e realista.

5.4 Exemplos de Validação do Algoritmo de Geração dosDiagramas N-M-1/r

A validação do algoritmo foi feita comparando-se os valores obtidos pelo FTOOL com

tabelas [SANTOS-3] que contêm relações força normal – momento – curvatura. Neste

tópico apresentamos em detalhe a comparação com a primeira destas tabelas e no

Anexo IV, comparações adicionais.

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95

5.4.1 Notação e Expressões Utilizadas

n’ : número de camadas de barras de aço (número de linhas);

n1 : número de barras da primeira camada (igual à última);

µf : momento de ruptura (reduzido adimensional);

θf : curvatura majorada adimensional correspondente ao momento de ruptura;

νo : valor reduzido adimensional da força normal de ruptura no caso ideal de

compressão centrada.

c

ckcd

f85,0

γ=σ (5.8)

h'd

=δ (5.9)

rh

1000=θ (5.10)

ccd

d

AN

⋅σ=ν (5.11)

hAM

ccd

d

⋅⋅σ=µ (5.12)

cdc

yds

A

fA

σ⋅

⋅=ω (5.13)

rh

1000=θ (5.14)

5.4.2 Arranjos de Armadura Utilizados

As tabelas foram implementadas para três arranjos de armadura:

a) Armadura em duas bordas b ( n’ = 2; n1 = 2);

b) Armadura ao longo de todo o perímetro (n’ = 10; n1 = 8);

c) Armadura em duas bordas h (n’ = 10; n1 = 2 ).

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96

Arranjo 1

Armadura nas duas bordas b

Arranjo 2

Armadura distribuída

Arranjo 3

Armadura nas duas bordas h

Figura 5.6 – Disposições das armaduras

Os arranjos de armadura são iguais aos implementados no FTOOL. Entretanto, para o

arranjo de armadura distribuída nas quatro faces, no FTOOL utilizamos n’ = 10 e n1 =

10 e por isto, para efeito de comparação com as tabelas, estes valores foram alterados

para n’ = 10 e n1 = 8.

5.4.3 Tabelas

Nas tabelas de [SANTOS-3], fez-se a força normal ν variável de 0 a 2,4; a taxa

mecânica ω de 0,1 até 2,0; a curvatura θ, de 1,0 a 8,0. Nas tabelas geradas pelo FTOOL,

para uma taxa de armadura ω, o algoritmo varre ν do limite de resistência da seção à

tração centrada ao limite de resistência da seção à compressão centrada com passo 0,1.

A curvatura θ varia de 0 a θf.

Aço CA50A; d’ = 0,10; n’ = 2; n1 = 2; ω = 0,10

[SANTOS-3] ν0 = 1.10θ\ν 0.0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1.0 1.1 1.2 1.3 1.4 1.5 1.6 1.7 1.8 1.9 2.0 2.2 2.41.0 .015 .042 .060 .070 .072 .067 .061 .055 .048 .039 .0272.0 .029 .058 .082 .099 .109 .114 .111 .101 .085 .064 .0363.0 .042 .072 .097 .116 .129 .135 .134 .122 .101 .0724.0 .042 .080 .111 .130 .143 .148 .142 .1295.0 .042 .081 .113 .139 .153 .1546.0 .042 .082 .115 .141 .1577.0 .043 .082 .116 .143 .1588.0 .043 .083 .117 .143µef .043 .084 .119 .144 .158 .158 .147 .130 .106 .073 .037θef 12.5 13.8 14.2 9.4 7.1 5.8 4.9 4.3 3.8 3.2 2.2

Tabela 5.1 – Relações N – M – 1/r (Aço CA50A; d’ = 0,10; n’ = 2; n1 = 2; ω = 0,10) [SANTOS-3]

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97

FTOOL (σcd = 0,85 fcd)θ\ν 0.0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1.0 1.1 1.2 1.3 1.4 1.5 1.6 1.7 1.8 1.9 2.0 2.2 2.41.0 .015 .042 .060 .070 .072 .067 .061 .055 .048 .039 .0272.0 .029 .058 .082 .099 .109 .114 .111 .101 .085 .064 .0363.0 .042 .073 .097 .116 .129 .135 .134 .122 .101 .0724.0 .042 .080 .111 .130 .143 .148 .142 .1295.0 .042 .081 .113 .139 .153 .1546.0 .043 .082 .115 .141 .1577.0 .043 .083 .116 .143 .1588.0 .043 .083 .117 .1439.0 .043 .083 .118 .14410.0 .043 .084 .11811.0 .043 .084 .11812.0 .043 .084 .11913.0 .084 .11914.0 .119µef .043 .084 .119 .144 .158 .158 .147 .130 .106 .073 .037θef 12.5 13.8 14.2 9.44 7.08 5.77 4.94 4.3 3.79 3.22 2.17

Tabela 5.2 – Relações N – M – 1/r (Aço CA50A; d’ = 0,10; n’ = 2; n1 = 2; ω = 0,10; σcd = 0,85 fcd)

(FTOOL)

Relações M x 1/r Adimensionais

0

0.02

0.04

0.06

0.08

0.1

0.12

0.14

0.16

0.18

0 2 4 6 8 10 12 14 16

teta

mi

0.0

0.1

0.2

0.3

0.4

0.5

0.6

0.7

0.8

0.9

1.0

Figura 5.7 – Relação M x 1/r (σcd = 0,85 fcd)

FTOOL (σcd = 1,10 fcd)θ\ν 0.0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1.0 1.1 1.2 1.3 1.4 1.5 1.6 1.7 1.8 1.9 2.0 2.2 2.41.0 .015 .045 .067 .081 .089 .091 .087 .081 .075 .0682.0 .030 .061 .088 .109 .125 .136 .142 .1183.0 .042 .076 .104 .127 .1464.0 .042 .082 .115 .1425.0 .043 .083 .1186.0 .043 .0837.0 .0438.09.010.011.012.013.014.0µef .043 .084 .119 .144 .157 .157 .147 .130 .106 .073 .037θef 8.0 7.0 6.0 4.1 3.8 2.9 2.2 1.72 1.45 1.1 .59

Tabela 5.3 – Relações N – M – 1/r (Aço CA50A; d’ = 0,10; n’ = 2; n1 = 2; ω = 0,10; σcd = 1,10 fcd )

(FTOOL)

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98

Relações M x 1/r Adimensionais

0.00

0.02

0.04

0.06

0.08

0.10

0.12

0.14

0.16

0.18

0 2 4 6 8 10

teta

mi

0.0

0.1

0.2

0.3

0.4

0.5

0.6

0.7

0.8

0.9

1.0

Figura 5.8 – Relação M x 1/r (σcd = 1,10 fcd)

ni = 0.0

00.010.020.030.040.05

0 5 10 15

teta

mi

ni = 0.1

0

0.02

0.04

0.06

0.08

0.1

0 5 10 15

teta

mi

ni = 0.2

00.020.040.060.080.1

0.120.14

0 5 10 15

teta

mi

ni = 0.3

00.020.040.060.08

0.10.120.140.16

0 5 10

teta

mi

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99

ni = 0.4

00.020.040.060.08

0.10.120.140.160.18

0 2 4 6 8

teta

mi

ni = 0.5

00.020.040.060.080.1

0.120.140.160.18

0 2 4 6 8

teta

mi

ni = 0.6

00.020.040.060.080.1

0.120.140.16

0 2 4 6

teta

mi

ni = 0.7

00.020.040.060.080.1

0.120.14

0 2 4 6

tetam

i

ni = 0.8

00.020.040.060.080.1

0.12

0 1 2 3 4

teta

mi

ni = 0.9

0

0.02

0.04

0.06

0.08

0 1 2 3 4

teta

mi

0.85 fcd

1.10 fcd

ni = 1.0

0

0.01

0.02

0.03

0.04

0 1 2 3

teta

mi

Figura 5.9 – Comparação entre diagramas M x 1/r

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100

5.5 Conclusões

As tabelas do tópico anterior mostram que os resultados obtidos pelo FTOOL são

precisos quando comparados com os valores das tabelas de [SANTOS-3]. No Anexo IV

encontram-se outras tabelas, que cobrem um grande número de situações.

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101

6. Implementação

6 IMPLEMENTAÇÃO COMPUTACIONAL

6.1 Introdução

Neste capítulo apresentaremos um breve histórico sobre o FTOOL e em seguida

explicaremos como funcionam e como foram feitas as alterações em sua estrutura de

dados e em sua interface gráfica.

Não abordaremos aspectos mais específicos, relacionados à implementação das rotinas

de dimensionamento, à geração dos diagramas N-M-1/r e à comunicação com o

ADINA. Maiores esclarecimentos sobre estes assuntos podem ser encontrados

respectivamente nos Capítulos 4, 5 e Anexo II.

6.2 Histórico

O FTOOL (Frame Tool Program) nasceu em 1991, fruto de um projeto integrado de

pesquisa o do Grupo de Tecnologia em Computação Gráfica (Tecgraf/PUC-Rio). No

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102

ponto de partida do programa foi importante o desenvolvimento da biblioteca de

funções HED (Half-Edge Data Structure), para representação interna dos dados, e do

programa MTOOL, cuja interface gráfica e estrutura de dados foram aproveitados. O

programa, desenvolvido na plataforma DOS, sofreu alguns aprimoramentos até abril de

1995.

Durante o período do final de 1997 ao início de 1998, o FTOOL foi remodelado,

utilizando o sistema de interface IUP e o sistema gráfico CD, desenvolvidos pelo

Tecgraf/PUC-Rio. Esta interface gráfica permite que o programa seja executado tanto

no ambiente Windows quanto no ambiente Unix/X-windows. Em fevereiro de 1998 foi

lançada a versão 2.00 do FTOOL. Deste então sucessivas versões do FTOOL foram

lançadas, cada uma com pequenos melhoramentos, até a última versão 2.08 de junho de

2000.

Neste período, o FTOOL demonstrou ser uma valiosa ferramenta para o ensino de

engenharia, sendo utilizado nos cursos de Análise Estrutural, Estruturas de Concreto

Armado e Estruturas de Aço dos cursos de Engenharia Civil de diversas universidades,

brasileiras (PUC-Rio, EPUSP, UERJ, UNICAMP) e estrangeiras (BUCKNELL,

CORNELL, Universidade de Alberta).

Seu ponto forte vem dele ser um programa que se destina ao ensino do comportamento

estrutural de quadros planos, ocupando um espaço pouco explorado por programas

educativos, que se preocupam mais com o ensino das técnicas numéricas de análise e

por versões educacionais de programas comerciais, mais preocupados em introduzir os

estudantes a sua interface [KAEFER-1]. Seu objetivo básico é motivar o aluno a

aprender a teoria dos métodos de análise mostrando como o modelo se comporta

realmente.

Do seu objetivo básico decorre a necessidade do FTOOL ser uma ferramenta simples

(mesmo com as novas implementações), unindo em uma única plataforma recursos para

uma eficiente criação e manipulação do modelo (pré-processamento), de uma análise

numérica rápida (não mais transparente), e de uma visualização de resultados rápida e

efetiva (pós-processamento) [MARTHA-].

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103

Esta nova versão, chamada FTOOL/RC (Ftool – Reinforced Concrete Version), é

particularmente voltada para os cursos de concreto armado. Ela incorpora novos

recursos como a possibilidade de termos simultaneamente múltiplas combinações de

carregamento, de efetuarmos análises não-lineares físicas e geométricas, e de

dimensionarmos os elementos à flexão normal composta e ao cisalhamento

[KAEFER-2].

6.3 Implementação

O trabalho de programação se divide na alteração da interface gráfica, que é feita

usando o IUP e o CD e na programação em C que fornece operacionalidade à interface.

O FTOOL é constituído por diversos módulos. Existe um módulo principal (ftooldrv.c),

que faz a ligação dos elementos da interface com restante do programa e diversos

módulos (arquivos) independentes que agrupam conjuntos de funções responsáveis por

tarefas similares.

Durante a implementação de rotinas para o suporte aos múltiplos casos e combinações

de carga, fizemos muitas alterações nos módulos já existentes.

Ao estabelecermos a comunicação com o ADINA e ao programarmos rotinas para o

dimensionamento das seções de concreto armado e para a geração dos diagramas

momento-curvatura, optamos por criar módulos independentes, pensando em facilitar a

linkagem destes módulos a outros programas.

6.4 Estrutura de Dados

Os objetivos do FTOOL impuseram severos requisitos no projeto de sua estrutura de

dados. Primeiro, era necessário uma estrutura de dados que fosse comum a todas as

fases da simulação das estruturas de quadros: pré-processamento (criação do modelo),

análise estrutural e pós-processamento (visualização de resultados de análise).

Segundo, ela deveria propiciar uma interface com usuário consistente e com fácil

navegação entre estas fases. Além disso, a estrutura de dados deveria possibilitar a

detecção de inconsistências na definição do modelo, permitindo uma forma eficiente de

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104

se registrar relações de adjacência entre as entidades do modelo (por exemplo, quais

barras compartilham um determinado nó). Finalmente, ela deveria propiciar operadores

geométricos eficientes, incluindo detecção automática de interseção de membros.

O grupo que desenvolveu o FTOOL, no Tecgraf, optou por uma estrutura de dados

centralizada em uma representação topológica completa de uma subdivisão planar, com

busca eficiente de informações de adjacência, percebendo que a topologia não só era um

meio conveniente de armazenar as informações necessárias, mas também um poderoso

agente organizador dos dados. A representação topológica completa provê um

mecanismo através do qual todas as relações necessárias podem ser armazenadas e

manipuladas de forma matematicamente consistente. No caso de modelagem de pórticos

planos, os vértices da subdivisão planar são relacionados com os nós do quadro e as

curvas (arestas) da subdivisão são relacionadas com os membros (elementos de barra)

do quadro [MARTHA-1]. Observa-se que este tipo de representação acaba sendo um

caso particular da representação de sólidos, isto é, do problema de criar e manter uma

subdivisão planar, que se refere ao problema de “Representação de Fronteiras” da

Modelagem de Sólidos [MÄNTYLÄ-1]. A estrutura de dados topológica usada no

FTOOL é descrita nas referências [CARVALHO-1], [CAVALCANTI-1].

Dessa forma, o FTOOL utiliza uma biblioteca de modelagem chamada HED (Half-Edge

Data Structure) [CAVALCANTI-1], que implementa a referida representação

topológica completa. O HED é uma ferramenta bastante poderosa que isenta o cliente

programador de grande parte do trabalho de confecção de funções para a manipulação

do modelo. Por outro lado, o HED impõe um padrão na definição e na organização da

estrutura de dados do programa cliente. No caso do FTOOL, os registros de dados para

forças e condições de apoio aplicados a nós, forças distribuídas aplicadas a barras, etc.,

são blocos de atributos “pendurados” nas entidades topológicas do HED: solid

(modelo), edge (aresta, que corresponde a uma barra) e vertex (vértice, que corresponde

a um nó).

Portanto, com a utilização da biblioteca HED para gerenciar as subdivisões planares, o

trabalho no desenvolvimento da estrutura de dados do FTOOL consistiu em acrescentar

registros de dados de cliente, que ficam relacionados às entidades topológicas do HED.

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105

A Figura 6.1 descreve simplificadamente a estrutura de dados do FTOOL, projetada

inicialmente para lidar com apenas um caso de carregamento (versão 2.07). No

fluxograma desta figura, omitiu-se o registro de dados da entidade tolopológica Half-

edge (semi-aresta), que é uma entidade de ligação entre as diversas entidades

topológicas, vertex, edge e loop, do HED [MÄNTYLÄ-1]. Os retângulos pretos no

fluxograma representam os nomes dos registros principais, os retângulos cinza, os

conjuntos de dados armazenados no FTOOL, e os brancos, com as variáveis precedidas

por um asterisco, os ponteiros que relacionam as entidades e registros de dados.

Matpa Sprop

Nforc

Uload

Lload

Tpvar

Tmember

*unif*line*edval

*spro*matp*temp

VERTEX VERTEXVERTEX

*prevv *nextv

*vedge

*u_atrib

SOLID SOLIDSOLID

*prevs *nexts

*sedges

*sverts

*u_atrib

Nforc

*next

Nforc

*next

Uload Uload

*next

Lload Lload

*next

Tpvar Tpvar

*next

Matpa Matpa

Tmodel

*nodforce*unifload*lineload

*tempevar*matparam*sectprop

*next

Sprop Sprop

Tnode

*forceHalfedge

EDGE EDGEEDGE

*preve *nexte

*he1 *he2

*u_atribHalfedge

Figura 6.1 – Estrutura de dados – versão FTOOL com suporte para uma única combinação de

carregamento.

A Figura 6.2, na qual adota-se a mesma convenção da Figura 6.1, ilustra a estrutura de

dados implementada para suportar os múltiplos casos e combinações de carregamento e

o dimensionamento das seções. A montagem do vetor carregamento é definida a partir

das informações contidas em cada combinação de carregamento. Cada combinação é

composta de parâmetros como nome, visibilidade e cor, e pelo ponteiro *lcaselst que

aponta para uma lista encadeada que relaciona casos de carregamento a um fator de

ponderação. Os casos de carregamento se relacionam com as cargas (forças

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106

concentradas, forças distribuídas e variação de temperatura). Este relacionamento é feito

pelo usuário na fase de pré-processamento. Cada vez que se aplica uma carga ao

modelo, relaciona-se à mesma um caso de carregamento (dito corrente ou atual).

Dessa forma, no registro de dados que corresponde ao bloco de atributos de um modelo

(Tmodel), foram criados dois novos ponteiros, *loadcase e *loadcomb, que apontam

para listas encadeadas que abrigam os casos de carregamento e as combinações entre os

casos de carregamento definidos. Ainda em Tmodel foi criado o ponteiro *rcparam, que

aponta para a lista encadeada com dados para o detalhamento e dimensionamento das

seções de concreto armado.

No bloco de atributos das barras (Tmember), os ponteiros diretos para as cargas foram

substituídos por uma lista encadeada de registros de cargas de barra (Lmember), que

contêm ponteiros para as cargas distribuídas uniformes e lineares (*unif e *line), para a

variação de temperatura (*temp) e para um caso de carregamento (*lcase), permitindo,

assim, que se apliquem os casos de carregamento às barras. Além disso, todas as

variáveis responsáveis por armazenar os resultados da análise foram movidas do

registro Tmember para uma lista encadeada de registros de esforços de barras (Meffort).

Esta lista encadeada contém uma célula para cada combinação de carregamento

definida. Os valores das envoltórias são armazenados no registro de dados Tmember.

Alterações análogas foram processadas no bloco de atributos de nós (Tnode): o ponteiro

para carga concentrada (*force) foi substituído por uma lista encadeada de registros de

cargas de nó (Lnode) e os campos responsáveis por guardar os deslocamentos nodais

foram substituídos por uma lista encadeada de registros de deslocamentos (e rotações)

nodais (Ndispl).

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107

Matpa Sprop

Nforc

Tmember

*loadlst

*spro*matp

*efflst

VERTEX VERTEXVERTEX

*prevv *nextv

*vedge

*u_atrib

SOLID SOLIDSOLID

*prevs *nexts

*sedges

*sverts

*u_atrib

Tmodel*nodforce*unifload*lineload

*tempevar*matparam*sectprop

Tnode

*loadlstHalfedge

EDGE EDGEEDGE

*preve *nexte

*he1 *he2

*u_atrib

Halfedge

*next

Ccomb Ccomb

*lcase

*loadcase*loadcomb

Nforc

*next

Nforc

*next

Uload Uload

*next

Lload Lload

*next

Tpvar Tpvar

*next

Matpa Matpa

*next

Sprop Sprop

*next

Lcase Lcase

*next

Lcomb Lcomb

*lcaselst

*displst

Lcase

Lnode*next*force*lcase

Lnode

Ndispl*nextndisp

Ndispl

Uload

Lload

Lmember*next*unif*line

Lmember

*temp*lcase

Tpvar

Lcase

Meffort*next

*edval

Meffort

edval[]

Rcpar *rcpar *brig

*rcparam

*next

Rcpar Rcpar

BeamRigid

Figura 6.2 – Estrutura de dados – versão FTOOL/RC com suporte para múltiplas combinações de

carregamento.

Tendo em vista o cálculo dos diagramas força normal – momento – curvatura, em

Tmember ainda foi criada a variável axrig para armazenar a rigidez axial do elemento e

o ponteiro *brig para uma lista encadeada de registros Tbeamrigid. Cada registro

Tbeamrigid armazena uma curva M x 1/r. Cada um destes registros armazena um

esforço normal (ν) e possui um ponteiro *curvmom que aponta para uma lista encadeada

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108

de registros Tcurvmom. Cada registro Tcurvmom armazena um ponto (ν,µ) de uma

determinada curva M-1/r. A memória para estas estruturas é alocada no cálculo dos

diagramas M-1/r e é automaticamente liberada após a escrita do arquivo de dados de

entrada para o ADINA.

*brig

BeamRigid

*curvmom

Curvmom

*next

Curvmom

*next

BeamRigid

*curvmom*next

BeamRigid

Curvmom

*next

Curvmom

Figura 6.3 – Estrutura de dados para armazenar os valores das relações N – M – 1/r

6.5 Interface Gráfica

Os elementos gráficos para interação com o usuário (diálogos, botões, caixas de texto,

etc.) do FTOOL são confeccionados utilizando elementos e funções do IUP. O IUP é

um sistema portátil de interface com usuário composto por uma Linguagem de

Especificação de Diálogos (LED) e uma biblioteca de aproximadamente 60 funções

para a criação e a manipulação de diálogos. A proposta do toolkit IUP é permitir que um

programa possa ser executado sem modificações em vários ambientes de interface,

conferindo ao programa uma alta portabilidade. Os ambientes suportados atualmente

são: DOS, X-Windows/Motif, Microsoft Windows (http://www.tecgraf.puc-

rio.br/manuais/iup).

A disposição dos elementos de interface dentro da tela do FTOOL é guardada em um

arquivo texto escrito em LED que é lido ao se executar o programa. Este arquivo LED

pode ser também convertido em um arquivo “C” que é compilado com o restante do

código do FTOOL, dispensando-se os arquivos LED.

Para dar suporte a esta nova versão, a janela principal do FTOOL precisou sofrer

algumas modificações (Figura 6.4).

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109

Figura 6.4 – Tela do FTOOL – Pré-processamento (em detalhe as alterações na interface).

Em primeiro lugar, foram criados dois conjuntos contendo uma lista dropdown e um

botão cada uma. As listas dropdown servem para que o usuário possa selecionar o caso

de carregamento e a combinação ativa ou atual, e os botões servem para o acesso às

janelas de configuração dos casos e combinações de carregamento.

Em seguida, foram alterados os menus responsáveis pela entrada de dados referentes ao

material utilizado e à seção transversal para que se possa agora entrar com os novos

dados do concreto e do aço e dos elementos de pilar e viga. Além disso, foram criados

dois novos menus, um responsável pelos parâmetros necessários para o

dimensionamento das seções (Reinforced Concrete Parameters) e outro para que se

possa atribuir armaduras diretamente aos elementos (recurso indispensável em

problemas de verificação).

O próximo passo foi criar o botão Solve e o botão Design . Pressionando o botão

Design é disparado o algoritmo de dimensionamento para toda a estrutura e para todas

as combinações de carregamento calculadas. Cada combinação de carregamento terá um

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110

conjunto de armaduras calculado. A envoltória de armaduras é calculada comparando-se

estes diversos conjuntos de cada combinação, ou seja, não se calculam as armaduras

para os valores finais das envoltórias de esforços. O botão Solve foi criado para separar

o processamento do pós-processamento. Isto foi feito tendo em vista a utilização do

FTOOL com o solver não-linear externo (ADINA), que necessita de um tempo maior de

processamento e que não é transparente para o usuário, o que tornaria o processo de

visualização de resultados bastante lento, pois toda vez que se acessasse o pós-

processamento todas as combinações de carregamento precisariam ser recalculadas.

Pressionando o botão Solve é disparado o processo de análise para a combinação ativa.

Desta forma, cada combinação é calculada individualmente, possibilitando a

comparação entre resultados obtidos com diferentes formulações.

Na seqüência criamos itens (no menu Options) e uma janela para configurarmos os

solvers e o tipo de análise.

Figura 6.5 – Configurando o solver e o tipo de análise.

No menu Options foi adicionado o item Options. O selecionamento deste item dispara

um diálogo de interface através do qual o usuário pode definir parâmetros para guiar a

subdivisão das barras para cálculo de resultados e definir parâmetros utilizados na

análise não-linear e no dimensionamento. Nas versões anteriores, esta subdivisão era

feita transparentemente com base no tamanho da tela, visando sempre uma boa

visualização. Na versão atual, como as envoltórias são calculadas comparando-se os

valores dos esforços de cada combinação em pontos fixos do elemento, há a necessidade

de que estes pontos sejam bem estabelecidos. O diálogo de subdivisão de barras

possibilita ao usuário informar comprimentos mínimos e máximos entre os pontos de

cálculo, assim como os números mínimo e máximo de subdivisões por barra.

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Dois novos diálogos, Load Case Manager e Load Combination Manager, foram criados

(Figura 4) para que o usuário possa escolher a cor e a visibilidade de forças e de

diagramas, assim como adicionar, renomear e remover casos de carregamento e

combinações. No diálogo de combinações ainda há o recurso de incluir ou não uma

combinação nas envoltórias e a possibilidade de disparar uma janela para aplicar fatores

de ponderação aos casos de carregamento.

Figura 6.6 – Load Case Manager / Load Combination Manager.

Finalmente, foram criados os botões Envelope , que ativa a exibição das envoltórias

de esforços, Transversal Steel Area e Longitudinal Steel Area para visualização

das áreas de aço transversal e longitudinal calculadas.

Após o processamento, pode-se selecionar qualquer botão do pós-processamento e os

resultados da estrutura serão automaticamente atualizados na tela. Foram criados

algoritmos que captam qualquer alteração no modelo e limpam as listas de resultados,

solicitando que o usuário reprocesse a estrutura.

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112

Figura 6.7 – Visualização de resultados: configuração deformada.

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113

7. Exemplos de Validação

7 EXEMPLOS DE VALIDAÇÃO

7.1 Introdução

Este capítulo contém exemplos que complementam os exemplos de dimensionamento e

de elaboração de tabelas momento-curvatura já apresentados.

Nos dois primeiros exemplos apresentaremos resultados de análises não-lineares

puramente geométricas, comprovando o bom funcionamento do ADINA para este tipo

de análise. Nos exemplos seguintes pretendemos validar o processo de análise não-

linear físico-geométrica implementada, discutindo aspectos como pontos de

instabilidade do equilíbrio e nível de discretização das barras.

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114

7.2 Viga 1 [SOLER-1]

M

l

x

y

Figura 7.1 – Geometria da viga 1

7.2.1 Dados

b = 0,5774cm A = 20 cm2

h = 34,641cm I = 2000 cm2

Obs.: Os valores para b e h foram obtidos para uma seção transversal retangular

equivalente a partir dos valores de A e I apresentados na referência.

l = 500 cm

Es = 200 GPa

A viga foi dividida em 10 elementos, tanto na referência como na modelagem utilizando

o FTOOL. Foram utilizados 50 passos iguais (análise incremental) de carregamento

para cada análise efetuada.

7.2.2 Resultados Obtidos

Na Figura 7.2 apresentamos um gráfico mostrando as coordenadas da extremidade livre

da viga para os diversos níveis de carregamento apresentados na Tabela 7.1.

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115

Deslocamento da ponta da viga

0

50

100

150

200

250

300

350

-150 -50 50 150 250 350 450 550

x (cm)

y (c

m)

Exato Soler ADINA

Figura 7.2 – Gráfico comparativo do deslocamento da extremidade livre da viga 1.

Figura 7.3 – Evolução da deformação da viga com o aumento do carregamento.

(Resultados obtidos pelo FTOOL)

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116

Solução Exata [SOLER-1] 10 elem. [SOLER-1] ADINAM

(kNcm) x (cm) y (cm) θ (rad) x (cm) y (cm) θ (cm)

M

(kNcm) x (cm) y (cm) θ (cm)

500 499.997 1.562 0.00625 499.997 1.562 0.00625 500 499.997 1.563 0.00625

1413 499.974 4.416 0.01766 499.974 4.416 0.01766 1413 499.974 4.416 0.01766

3079.5 499.876 9.622 0.03849 499.877 9.622 0.03849 3079.5 499.877 9.622 0.0385

5000 499.675 15.620 0.0625 499.675 15.620 0.0625 5000 499.675 15.620 0.0625

50265.5 467.745 151.979 0.6283 467.745 151.980 0.06283 50265.5 467.822 152.005 0.6283

138029 286.340 334.408 1.725 286.313 334.421 1.725 138029 278.685 333.618 2.0497

290987 -65.388 258.379 3.637 -65.400 258.373 3.637 273000 55.852 100.167 6.1289

367491 -108.08 121.742 4.594 -108.98 121.784 4.594

443945 -60.346 23.194 5.549 -60.088 23.195 5.549

502655 0.000 0.000 6.283 0.000 0.000 6.283

Tabela 7.1 – Resultados obtidos por [SOLER-1] e utilizando o ADINA (Coordenadas da extremidade da

viga para diversos níveis de carregamento).

7.2.3 Discussão dos Resultados

Observa-se que até o carregamento de 1380,29 kNm os resultados do ADINA são muito

bons. A partir deste ponto, com o aumento da carga, as rotações são muito grandes e a

formulação adotada no ADINA, recomendada apenas para pequenas deformações e

rotações impede que se capte com exatidão o comportamento da viga para cargas

maiores e por isto os resultados desviam-se dos de Soler, que utilizou em sua

dissertação formulação que permite que as vigas sejam submetidas a grandes

deslocamentos, rotações de deformações.

Observamos entretanto, que estes níveis de carregamento nunca seriam obtidos numa

análise de uma estrutura de concreto, pois o material romperia muito antes disto, o que

valida os resultados obtidos com o ADINA para os problemas normais em projetos de

estruturas de concreto armado.

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117

7.3 Viga 2 [SOLER-1]

F

l

x

y

Figura 7.1 – Geometria da Viga 2

7.3.1 Dados

A geometria, o material e a discretização são os mesmos do exemplo anterior:

b = 0,5774cm A = 20 cm2

h = 34,641cm I = 2000 cm2

Obs.: Os valores para b e h foram obtidos para uma seção transversal retangular

equivalente a partir dos valores de A e I apresentados na referência.

l = 500 cm

Es = 200 GPa

A viga foi dividida em 10 elementos, tanto na referência como na modelagem utilizando

o FTOOL. Foram utilizados 50 passos iguais de carregamento para cada análise

efetuada.

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118

7.3.2 Resultados Obtidos

Deslocamento da ponta da viga

-500

-450

-400

-350

-300

-250

-200

-150

-100

-50

00 100 200 300 400 500

x (cm)

y (c

m)

[SOLER-1] ADINA

Figura 7.2 – Comparação do deslocamento na extremidade livre da viga 2.

Figura 7.3 – Evolução da deformação da viga com o aumento do carregamento

(Resultados obtidos pelo FTOOL).

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119

[SOLER-1] ADINAF (kN)

x (cm) y (cm) θ (rad) x (cm) y (cm) θ (rad)

0 500.00 0.00 0.000 500.00 0.00 0.000

48 497.06 -49.50 -0.147 497.06 -49.50 -0.149

96 488.78 -96.19 -0.291 488.80 -96.19 -0.291

144 476.53 -138.13 -0.421 476.57 -138.15 -0.421

227.808 450.16 -198.20 -0.615 450.25 -198.24 -0.615

307.824 423.72 -241.35 -0.762 423.85 -241.43 -0.763

387.84 398.75 -273.88 -0.880 398.91 -274.00 -0.880

427.824 387.14 -287.11 -0.929 387.32 -287.25 -0.930

480 372.94 -301.98 -0.986 373.13 -302.14 -0.987

1416 236.20 -399.96 -1.402 236.55 -400.35 -1.403

1920 203.83 -416.25 -1.468 204.22 -416.72 -1.468

2676 173.07 -430.85 -1.516 173.52 -431.43 -1.517

3209.76 158.15 -437.87 -1.534 158.63 -438.51 -1.534

3876.96 144.00 -444.62 -1.547 144.52 -445.33 -1.548

4710.72 130.73 -451.15 -1.557 131.28 -451.96 -1.557

4800 129.51 -451.77 -1.557 130.07 -452.58 -1.558

7.3.3 Discussão dos Resultados

Observa-se que, neste exemplo, conseguimos bons resultados com o ADINA para todos

os níveis de deslocamento, pois as rotações das seções das barras são menores.

Da análise dos resultados obtidos com estes dois exemplos percebe-se que a formulação

utilizada pelo ADINA para simular os efeitos não-lineares geométricos pode ser

utilizada tranqüilamente para estruturas aporticadas.

7.4 Pilar 1[GARCIA-1]

Apresentamos neste exemplo uma comparação entre os resultados fornecidos pelo

FTOOL-ADINA, quando, na análise do pilar considerado se utiliza um número variável

de elementos. Para tanto, o pilar em questão será dividido em 1, 2, 4 e 10 elementos.

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120

h

d’

d’

b

As

2

As

2

y

F

N

l

a

y

Figura 7.4 – Geometria do Pilar 1 [GARCIA-1].

7.4.1 Dados

b = 40cm A = 1600 cm2 N = 1280 kN (compressão)

h = 40cm I = 213333 cm2 F = variável

d’ = 4cm δ = 0,10 l = 400 cm

λ = 69,28 λ1 =38,89

As = 30,2 cm2

Aço Classe A γs = 1,1905 Es = 210 GPa

Concreto: fck = 32,941 MPa γc = 1,4 Ec = 32,141 GPa

Na geração dos diagramas força normal – momento – curvatura foi adotado σcd = 0,85

fcd e γf3 = 1,0 para manter a compatibilidade com os resultados da bibliografia. As

curvas utilizadas na análise estão transcritas no Anexo III.

7.4.2 Resultados

Na próxima tabela apresentamos os valores máximos para a carga suportada pelo pilar

com a respetiva flecha a obtidas por Garcia e pelo FTOOL .

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121

[GARCIA-1] FTOOL

Fmáx a Fmáx a

1 elemento 76,1 8,24 82,2 8,47

2 elementos 71,4 7,00 72,9 6,88

4 elementos 70,1 6,70 70,3 6,84

10 elementos 68,9 6,36 69,1 6,44

Tabela 7.2 – Exemplo de Pilar [GARCIA-1].

Para cada situação de discretização do pilar foram traçadas curvas relacionando a carga

horizontal F com a flecha a (deslocamento horizontal da ponta do pilar) mantendo-se

sempre N constante e igual a -1280 kN. Primeiro apresentamos as curvas apresentadas

em [GARCIA-1], em seguida as obtidas em nosso trabalho e finalmente quatro gráficos

relacionando os nossos resultados com os de [GARCIA-1] para cada situação.

[GARCIA-1]

0.00

10.00

20.00

30.00

40.00

50.00

60.00

70.00

80.00

0.00 2.00 4.00 6.00 8.00 10.00

a (cm)

F (k

N)

1 Elemento 2 Elementos 4 Elementos 10 Elementos

Figura 7.5 – Valores publicados em [GARCIA-1]

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122

FTOOL

0.00

10.00

20.00

30.00

40.00

50.00

60.00

70.00

80.00

90.00

0.00 2.00 4.00 6.00 8.00 10.00

a (cm)

F (k

N)

1 Elemento 2 Elementos 4 Elementos 10 Elementos

Figura 7.6 – Valores obtidos pelo FTOOL-ADINA.

1 Elemento

0.00

10.00

20.00

30.00

40.00

50.00

60.00

70.00

80.00

90.00

0.00 2.00 4.00 6.00 8.00 10.00

a (cm)

F (k

N)

Garcia Ftool

2 Elementos

0.00

10.00

20.00

30.00

40.00

50.00

60.00

70.00

80.00

0.00 1.00 2.00 3.00 4.00 5.00 6.00 7.00 8.00

a (cm)

F (k

N)

Garcia Ftool

4 Elementos

0.00

10.00

20.00

30.00

40.00

50.00

60.00

70.00

80.00

0.00 1.00 2.00 3.00 4.00 5.00 6.00 7.00 8.00

a (cm)

F (k

N)

Garcia Ftool

10 Elementos

0.00

10.00

20.00

30.00

40.00

50.00

60.00

70.00

80.00

0.00 1.00 2.00 3.00 4.00 5.00 6.00 7.00

a (cm)

F (k

N)

Garcia Ftool

Figura 7.7 – Gráficos comparativos: [GARCIA-1] e FTOOL-ADINA.

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123

7.4.3 Discussão dos Resultados

Os resultados de [Garcia-1] foram obtidos utilizando um programa de sua autoria que

utiliza um processo iterativo constituído por etapas lineares de cálculo, levando em

conta a não-linearidade dos diagramas tensão-deformação dos materiais e os efeitos de

segunda ordem decorrentes da interação esforço axial – flexão.

Observa-se que com o mesmo nível de discretização obtém-se resultados compatíveis

com os da bibliografia. Além disso nota-se que para valores da força horizontal menores

que 35kN, os resultados independem do número de elementos e que para valores de F

superiores, há um aumento da rigidez da estrutura ao empregarmos um número menor

de elementos. Neste caso (pilar engastado na base) observa-se que já com um número

reduzido de elementos (3 ou 4) obtemos resultados bastante próximos dos valores

considerados exatos (obtidos com 10 elementos).

Baseados em outros testes não publicados, percebemos que a exigência de uma maior

discretização dos pilares aumentará conforme haja também um aumento do índice de

esbeltez (λ), acentuando-se esta necessidade quando λ superar λ1.

7.5 Pilar 2[SANTOS-1]

O objetivo deste exemplo é discutir tipo de resposta que pode ser obtida utilizando a

análise linear, não-linear geométrica e a não-linear física e geométrica, bem como

comentar sobre a influência da utilização do fator γf3, dos diagramas normal – momento

– curvatura com σcd = 1,10 fcd, e da esbeltez da coluna.

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124

h

d’

d’

b

As

2

As

2

y

Md

Nd

l

a

yFigura 7.8 – Geometria do Pilar 2[SANTOS-1].

7.5.1 Dados

b = 20cm A = 1000 cm2 Nd = 605 kN

h = 50cm I = 208330 cm2

d’ = 5cm δ = 0,10 l = 500 cm ⇒ λ = 69,28

As = 12 cm2

Aço CA50B γs = 1,15 Es = 210 GPa

Concreto C20 γc = 1,4

Os módulos de elasticidade do concreto foram calculados utilizando as expressões (2.5)

e (2.6):

Ec = 25,044 GPa

Ecs = 21,287 GPa

O pilar foi dividido em cinco elementos, tanto na referência como na modelagem

utilizando o FTOOL.

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125

7.5.2 Considerações sobre os tipos de análise

Os resultados deste tópico ilustram as grandes diferenças entre resultados que podem ser

obtidos conforme se mude o tipo de análise ou seus parâmetros, mostrando o cuidado

que deve ser tomado durante a análise de uma estrutura, principalmente quando forem

efetuadas análises não-lineares.

Mostra-se também que, quando o modelo for calibrado para as mesmas condições dos

cálculos efetuados pelo prof. Lauro Modesto, obtemos curvas bastante semelhantes,

validando os resultados do FTOOL.

Embora nas análises no estado limite último estejamos interessados em esforços e nas

respectivas armaduras obtidas, por simplicidade os comentários serão efetuados em

termos de curvas que representem o deslocamento da extremidade superior do pilar em

função do momento variável aplicado, mantendo sempre constante a força normal de

605 kN. Por conveniência, os deslocamentos serão apresentados no eixo das

coordenadas e os momentos no eixo das ordenadas.

Os valores numéricos das curvas e os valores dos diagramas momento-curvatura podem

ser encontrados no Anexo III.

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126

0

20

40

60

80

100

120

140

0 2 4 6 8 10 12 14

Deslocamento no topo do pilar (cm)

Mom

ento

Fle

tor

Apl

icad

o (k

N.m

)

AL (1) AL (2) AL (3) ANLG (1) ANLG (2) SANTOS[1] ANLFG (1) ANLFG (2)

Figura 7.9 – Curvas “Deslocamento em Função do Momento Aplicado”

As curvas AL foram obtidas através de análise linear do problema. AL(1) utiliza o

módulo de elasticidade tangente Ecs. AL(2) e AL(3) utilizam respectivamente os

produto de rigidez (EI)sec = 0,80 EcIc e (EI)sec = 0,70 EcIc (ver relações (3.9) e (3.11))

para estimar o efeito da não-linearidade física. Analisando as curvas obtidas, percebe-se

obviamente que a análise elástica não é capaz de captar um momento máximo

suportável pelo pilar (decorrente de uma situação de ruptura ou de instabilidade

elástica), tampouco capta o trecho inicial (praticamente linear) obtido por análise não-

linear. Deve-se ressaltar que o índice de esbeltez da coluna na direção considerada (λ) é

de 69,28, tendo para este nível de solicitação λ1 = 35 o que já indica que os efeitos de 2ª

ordem são importantes e desta forma de maneira alguma poderia ser utilizada apenas

uma análise linear para a modelagem da coluna.

As curvas ANLG foram obtidas através de análise não-linear geométrica, utilizando-se

10 incrementos de carga. ANLG(1) e ANLG(2) utilizam respectivamente os produto de

rigidez (EI)sec = 0,80 EcIc e (EI)sec = 0,70 EcIc. Para este nível de carregamento, as

curvas podem ser representadas por duas retas. ANLG(2) consegue representar bem o

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127

trecho inicial da curva ANLFG(2) (ver comentários a seguir), o que sugere que a análise

não-linear física com a estimativa do efeito da não-linearidade geométrica através da

redução do produto rigidez é um bom método para a obtenção de esforços que possam

ser utilizados para o pré-dimensionamento das seções de concreto que depois poderão

ser verificadas através de análises não-lineares físico-geométricas.

Finalmente, as curvas ANLFG foram obtidas através de análise não linear física e

geométrica utilizando 10 incrementos de carga e os diagramas momento-curvatura do

Anexo III. As respostas diferem em virtude da adoção de valores diferentes para o σcd

utilizado para a construção das curvas força normal – momento – curvatura e para o

valor de γf3. ANLFG(1) utiliza σcd = 0,85 fcd e γf3 = 1,0 e ANLFG(2) σcd = 1,10 fcd e

γf3 = 1,10.

ANLFG(1) pode ser comparada à curva apresentada em [SANTOS-1], pois as duas

utilizam os mesmos dados. Desta comparação percebe-se que os valores obtidos pelo

FTOOL representam com extrema fidelidade os valores obtidos pelo Prof. Lauro

Modesto, (que utilizou o “Método Geral”, associado ao método das diferenças finitas e

ao diagrama M-1/r para a força normal de compressão de 605 kN) excetuando-se o

trecho final, aonde há diminuição da carga, que não somos capazes de captar por

enquanto, pois estamos utilizando algoritmos baseados em controle de carga e não de

deslocamentos.

ANLFG(2) utiliza novos critérios introduzidos em [ABNT-2], e descritos com maior

detalhe em [FRANÇA-2], que permitem uma avaliação mais racional do

comportamento das estruturas de concreto (ver item 5.3.3.3). Uma observação

importante é que γf3 deve ser utilizado com bastante cuidado. Observando os diagramas

apresentados no item A3.3, em certos casos, que serão melhor comentados no próximo

tópico, ao dividirmos a força normal por γf3 podemos passar a utilizar outra curva

momento-curvatura (associada a um esforço normal mais baixo) com momento-fletor

último mais elevado, induzindo a valores mais elevados para a capacidade de carga do

pilar (que levariam à ruptura da seção de concreto mais solicitada). Este fato pode ser

percebido dimensionando os elementos com os esforços obtidos da análise não-linear.

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128

Se a partir do cálculo das armaduras resultar uma taxa de armadura maior, ocorreu o

problema destacado acima.

7.5.3 Comentários sobre Efeitos de Instabilidade e Ruptura da Seção deConcreto

Na próxima figura apresentamos o diagrama de interação completo para a seção

transversal de concreto do pilar em questão e outras curvas de interação para força

normal de compressão e momento fletor positivo para pilares de diferentes

comprimentos.

Para o pilar com comprimento de 5,0 m geramos duas respostas. A primeira associada à

utilização de σcd = 0,85 fcd e γf3 = 1,0, e a segunda a σcd = 1,10 fcd e γf3 = 1,10. As curvas

de interação dos pilares representam o momento fletor máximo (na seção do apoio)

suportável pelo pilar para cada nível de solicitação normal. No Anexo III apresentamos

os valores numéricos das curvas da Figura 7.13 e os momentos solicitantes associados a

cada ponto dos diagramas dos pilares.

Diagramas de Interação

-1000

-500

0

500

1000

1500

2000

-200 -150 -100 -50 0 50 100 150 200

M,máx (kN.m)

N (

kN)

Seção Transversal Coluna 5,0m (1) Coluna 5,0m (2) Coluna 2,5m Coluna 10,0m

Figura 7.10 – Diagramas de interação para a seção transversal e para pilares de comprimento variável

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129

Analisando o gráfico percebemos que para colunas com comprimento de 5,0m (1) e

10,0m (λ = 138,56) a ruptura do pilar se dá por instabilidade do equilíbrio para todo o

nível de solicitação normal, pois suas curvas de interação são internas à curva da seção

transversal. Não há, portanto, esgotamento da capacidade das seções. O mesmo não

acontece para o pilar curto, com comprimento de 2,5 m (λ = 34,64), pois vemos que sua

curva coincide com o diagrama de interação da seção transversal que comanda seu

processo de ruptura.

Comparando agora as duas curvas obtidas para o pilar com comprimento de 5,0m

percebemos que a utilização de σcd = 1,10 fcd ao invés de 0,85 fcd realmente enrigesse a

coluna. Vemos também que a utilização de γf3 = 1,10 conduz a momentos resistentes

superiores aos suportados pela seção transversal de concreto para forças normais mais

elevadas. Isto se dá pelo fato de que ao dividirmos a força normal aplicada à coluna pelo

fator γf3 = 1,10 acabamos utilizando uma curva momento-curvatura que suporta um

momento máximo mais elevado, como pode ser visto nos diagramas momento-

curvatura apresentados no Anexo III.

7.5.4 Resultados Obtidos para o Último Ponto da Curva ANLFG (1)

Neste tópico apresentamos os resultados que podem ser obtidos pelo FTOOL para um

dado carregamento. Para isto tomaremos o nível de carregamento do último ponto da

Curva ANLFG(1) (Item 7.5.2), aproveitando para comparar com mais detalhe com o

valor para a carga última apresentada em [SANTOS-1].

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130

Figura 7.11 – Resultado impressos pelo FTOOL: Deformada, Força Normal (kN), Força Cortante (kN),

Momento Fletor (kNcm), Área de aço longitudinal calculada (cm2), Área de aço transversal calculada

(cm2/m).

Carga Última (Md) a (cm)

[SANTOS-1] 9129,5 10,91

FTOOL 9270 10,97

Tabela 7.3 – Comparação da Carga Última (Md) de [SANTOS-1] e da curva ANLFG (1).

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131

7.6 Pórtico Plano [GARCIA-1]

h

d’

d’

b

As

2

As

2

y

Arranjo das armaduras

P P

Fa

yy

y

F

Figura 7.12 – Geometria do Pórtico Plano [GARCIA-1]

7.6.1 Dados

P = 128 tf

F = 9,40 tf

Aço Classe A γs = 1,1905 Es = 210 GPa

Concreto: fck = 32,941 MPa γc = 1,4 Ec = 37,88 GPa

Viga

b = 40cm h = 60cm

d’ = 4cm δ = 0,067 l = 606 cm

As = 33,4 cm2

Pilares

b = 40cm

h = 40cm

d’ = 4cm δ = 0,10 l = 303 cm

As = 30,2 cm2

Na geração dos diagramas força normal – momento – curvatura, foi adotado σcd = 0,85

fcd e γf3 = 1,0 para manter a compatibilidade com os resultados da bibliografia. As

curvas utilizadas são apresentadas no Anexo III.

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132

7.6.2 Resultados

Na próxima tabela apresentamos os valores máximos para a carga suportada pelo

pórtico com a respetiva flecha a, publicadas em [GARCIA-1] e calculadas pelo FTOOL

.

Fmáx (kN) a (cm)

Garcia [GARCIA-1] 100,0 5,46

Frame Analysis [GARCIA-1] 94,00 5,30

FTOOL ( 3 elem.) 99,27 5,90

FTOOL (10 elem.) 95,70 5,21

Tabela 7.4 – Exemplo de pórtico plano [GARCIA-1].

A próxima figura mostra curvas relacionando a flecha a com a carga horizontal F. Os

valores numéricos de cada curva estão transcritos no Anexo III.

0

20

40

60

80

100

120

0.00 1.00 2.00 3.00 4.00 5.00 6.00 7.00

a (cm)

F (k

N)

TABORDA FRAME ANALYSISFTOOL - 3 elem. FTOOL - 10 elem.

Figura 7.13 – Curvas Força Horizontal – Deslocamento a

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133

A seguir, apresentamos duas telas de computador com a representação gráfica das

armaduras longitudinais calculadas para os esforços provenientes da carga máxima

aplicada ao pórtico para pilares e vigas discretizadas respectivamente em 3 e 10

elementos.

Figura 7.14 – Dimensionamento da armadura longitudinal (Discretização em três elementos por

barra – F = 99,27 kN)

Figura 7.15 – Dimensionamento da armadura longitudinal (Discretização em três elementos por

barra – F = 95,7 kN)

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134

7.6.3 Discussão dos Resultados

Os valores obtidos pelo programa de computador desenvolvido em [GARCIA-1] para o

pórtico foi modelado dividindo-se vigas e pilares em 3 elementos. Com o mesmo nível

de discretização o FTOOL-ADINA obteve resultados praticamente iguais.

Entretanto, para este exemplo, os valores de referência são os obtidos utilizando o

programa Frame Analysis. O processo de solução deste programa se baseia num

processo iterativo constituído por etapas lineares de análise pelo método da rigidez com

controle de deslocamentos.

Os resultados do programa Frame Analysis também foram publicados em [GARCIA-1].

Não se menciona o nível de discretização utilizado para a obtenção destes resultados,

entretanto, vê-se que com 10 elementos nos aproximamos muito da resposta publicada.

As Figuras 7.17 e 7.18 mostram a diferença no resultado final que pode ser obtido

utilizando diferentes níveis de discretização. Na primeira tela percebe-se que os valores

obtidos são bastante diferentes do dimensionamento inicial proposto, o que já não se

verifica na segunda figura.

7.7 Conclusões

O sistema computacional proposto mostra-se muito eficiente para a modelagem de

estruturas de concreto armado, captando bem os efeitos decorrentes da não-linearidade

física e geométrica, desde que haja uma modelagem criteriosa.

A qualidade das respostas depende do modelo adotado. Para um mesmo problema, as

respostas podem variar bastante conforme o tipo de análise, os parâmetros adotados e o

grau de refinamento da malha de elementos finitos. É de responsabilidade do usuário

avaliar o nível de não-linearidade da estrutura. Deve-se ater principalmente à

verificação do nível de esbeltez das colunas e se há inversão de momento-fletor ao

longo do elemento. Quanto mais esbelto o elemento e se houver inversão do diagrama

de momento-fletor, maior será necessidade de refinamento da malha. Às vezes torna-se

interessante testar mais de um nível de discretização antes de proceder à análise final.

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135

8. Exemplo de Aplicação

8 EXEMPLO DE APLICAÇÃO

8.1 Introdução

Neste capítulo apresentaremos um exemplo com o objetivo de demonstrar as

capacidades de modelagem do FTOOL em estruturas de edifícios.

Ressaltamos que o programa tem um grande potencial, mas ainda não é muito indicado

para a prática corriqueira dos escritórios. As análises ainda são um pouco demoradas,

com tempo de processamento para cada combinação de carregamento do exemplo em

questão, variando de 3 a 5 minutos, dependendo do grau de refinamento. Entretanto,

identificamos que em vários pontos os algoritmos de geração e exportação das relações

N-M-1/r poderiam ser otimizados, fazendo com que facilmente reduzíssemos o tempo

de processamento a 1/3 do tempo atual. Faltam também recursos para a manipulação

simultânea de muitos elementos, como listagens de esforços, deslocamentos e áreas de

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136

aço. Podemos dizer que este é o início de um trabalho, que ainda pode ser muito

melhorado.

8.2 Pórtico de Edifício [OLIVEIRA-1]

O problema apresentado aqui foi inicialmente proposto por Rogério M. Oliveira em sua

dissertação de mestrado [OLIVEIRA-1]. Este problema já foi discutido parcialmente no

Capítulo 3 e desta forma omitiremos vários aspectos que já tenham sido abordados.

8.2.1 Geometria

A estrutura em questão possui 20 andares, com distância entre lajes de 2,80 m. Todos os

andares possuem a mesma planta baixa apresentada na Figura 8.1 e o corte esquemático

vertical na figura Figura 8.2, observando-se que as lajes e vigas em balanço são

substituídas por suas forças equivalentes sobre o pilar P2 e P4 e sobre a viga V4, sendo

que a planta resultante pode ser vista à direita.

L1h=12

V1 (18/70)

V2 (18/70)

V3(

18/7

0)

V4(

18/7

0)

V5(

18/7

0)

P1(60/60) (60/60)

P2

(60/60)P4

(60/60)P5

(35/35)P3

800

800 230

y

x

h=12L2

P1 P2

P4 P5

P3

740

740

V2

V3

V1

V4

Figura 8.1 – Planta baixa do Edifício [OLIVEIRA-1]

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137

Figura 8.2 – Corte vertical esquemático [OLIVEIRA-1]

Utilizou-se para todas as vigas seção T com largura da mesa igual a 73 cm.

8.2.2 Materiais

Foi utilizado concreto C25 (desconsiderando-se efeitos de fluência) e aço CA50-A em

toda a estrutura, com demais características dos materiais definidas segundo [ABNT-2].

8.2.3 Carregamento

O carregamento vertical considerado [OLIVEIRA-1] é igual em todos os pavimentos e é

dado por:

§ Lajes:

Carga permanente por área (revestimento) = 1,00 kN/m2

Carga acidental por área = 1,50 kN/m2

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138

§ Vigas:

Carga permanente linear = 6,00 kN/m nas vigas V1 a V4 em toda a extensão.

Carga permanente linear = 2,00 kN/m na viga V5 em toda a extensão.

O carregamento horizontal é constituído apenas pelo vento e é apresentado na Tabela

8.1. Desconsiderou-se o carregamento horizontal decorrente da avaliação do desaprumo

global do edifício por se considerar o efeito do vento num edifício alto preponderante.

Andar Vento (kN)

20º 9,60

19º 19,10

18º 19,0

17º 18,90

16º 18,40

15º 17,90

14º 17,80

13º 17,30

12º 16,70

11º 16,60

10º 16,10

9º 15,50

8º 15,30

7º 14,70

6º 14,10

5º 13,50

4º 12,50

3º 11,40

2º 10,20

1º 11,90

Tabela 8.1 – Carregamento do Vento

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139

8.2.4 Modelo

Neste trabalho, tendo-se em vista o caráter didático, procedemos apenas à análise da

estrutura de contraventamento da estrutura na direção x, analisando o pórtico plano

formado pela associação de dois pórticos, o primeiro formado pelas vigas V1, V11, ... e

V201e pelos pilares P1 e P2 e o segundo formado pelas vigas V2, V12, ... e V202 e

pelos pilares P4 e P5 com o pilar P3 (pilar contraventado). A compatibilização dos

deslocamentos dos pilares e transferência dos esforços horizontais em cada pavimento

foi feita com a introdução de uma série de barras rígidas articuladas nas extremidades,

conforme pode ser visto no modelo plano apresentado na próxima figura. Considerou-se

os pilares engastados na fundação.

Figura 8.3 – Estrutura de contraventamento do exemplo proposto em [OLIVEIRA-1].

O carregamento que solicita o pórtico plano foi dividido em três casos:

§ Caso 1 – Cargas permanentes;

§ Caso 2 – Cargas acidentais;

§ Caso 3 – Cargas horizontais (vento).

A carga vertical das lajes foi distribuída para as vigas e o pilar P3. Como não aparecem

no pórtico plano, as vigas V3, V4 , V5 e os balanços das vigas V1 e V2, tiveram seus

carregamentos representados por meio de suas reações nos pilares [OLIVEIRA-1]. A

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140

figura Figura 8.4 mostra o esquema de carregamento final imposto em cada pavimento

em decorrência das cargas permanentes e acidentais verticais.

Figura 8.4 – Carregamento vertical aplicado a todos os pavimentos [OLIVEIRA-1]

Desta forma, considerando a simultaneidade das ações acidentais (3.8.1.1) e a

incidência do vento nas direções positiva e negativa do eixo x, devemos adotar 4

combinações de carregamento:

Caso 1 Caso 2 Caso 3 (Vento)

Combinação 1 1,4 1,4 0,4 ⋅ 1,4

Combinação 2 1,4 0,4 ⋅ 1,4 1,4

Combinação 3 1,4 1,4 -(0,4 ⋅ 1,4)

Combinação 4 1,4 0,4 ⋅ 1,4 -(1,4)

Fator de Ponderação

Tabela 8.2 – Combinações de Carregamento

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141

Finalmente, cada lance de pilar foi representado por apenas um elemento. Isto é possível

porque os efeitos localizados de 2ª ordem podem ser desconsiderados em virtude da

esbeltez pequena dos pilares (λ = 16,2 para P1, P2, P4 e P5 e λ = 27,7 para P3 sendo

bem menores que λ1,mín ≅ 46 para os dois tipos de pilar). Cada viga foi dividida em 3

elementos.

8.2.5 Deslocabilidade da Estrutura

A avaliação da deslocabilidade da estrutura pode ser realizada através da consideração

do coeficiente γz, cujo processo de obtenção foi descrito em 3.8.3.1.

Utilizando (EI)sec = 0,4 EcIc para vigas e (EI)sec = 0,8 EcIc para pilares para a avaliação

da não-linearidade física, obtivemos os seguintes valores [OLIVEIRA-1]:

γz

Combinação 1 – Sentido (+) de x 3,64

Combinação 2 – Sentido (+) de x 1,41

Combinação 3 – Sentido (-) de x 1,00

Combinação 4 – Sentido (-) de x 1,05

Tabela 8.3 – Comparação dos valores de γz [OLIVEIRA-1]

É interessante mencionar que, embora γz indique que a estrutura é indeslocável para a

combinação 4, verifica-se um comportamento não-linear bastante pronunciado da

estrutura como será visto a seguir.

8.2.6 Análise

É muito difícil comparar elemento a elemento os resultados obtidos, pois as armaduras

determinadas aqui e na referência são diferentes (na referência, as armaduras utilizadas

na verificação decorrem do detalhamento dos elementos). Desta forma, utilizaremos

como parâmetro de controle global (qualitativo) o deslocamento horizontal no topo do

edifício.

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142

Nos processamentos sempre foram utilizados 10 incrementos de carga, σcd = 1,10 fcd

para a confecção dos diagramas M-1/r, γf3 = 1,10. As curvas M-1/r utilizadas

distanciam-se entre si de 0,05 ν e foram consideradas as curvas distanciadas de ± 0,08 ν

do esforço normal da análise anterior.

8.2.6.1 Análise Não-Linear

O processo da análise não-linear é iterativo. Primeiro faz-se um pré-dimensionamento

das armaduras do pórtico e em seguida processa-se (análise não-linear físico-

geométrica) a estrutura quantas vezes forem necessárias até que não haja mais alteração

significativa dos esforços internos e consequentemente da disposição das armaduras.

§ Tentativa 1

Em nossa primeira tentativa, adotamos os parâmetros para a da rigidez reduzida secante

indicadas em [ABNT-2] (tópico 3.8.3.1, equações (3.9)), obtendo o seguinte quadro de

deslocamentos (topo do pilar P1 no 20º andar) e armadura resultante para o pilar mais

solicitado:

Combinação Deslocamento (cm) As,máx P2 (cm2)

1 17,56 89,54

2 25,90

3 4,84

4 -5,55

Tabela 8.4 – Tentativa 1 – Processamento 1

Com as armaduras dimensionadas procedeu-se à análise não-linear físico-geométrica da

estrutura, observando-se que não se obteve convergência para a combinação 4 (Tabela

8.5). Por causa disto, iniciamos uma nova tentativa, reduzindo um pouco mais a rigidez

inicial da estrutura.

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143

Combinação Deslocamento (cm) As,máx P2 (cm2)

1 26,79 105,25

2 43,13

3 3,90

4 -

Tabela 8.5 – Tentativa 1 – Processamento 2

§ Tentativa 2

Nesta tentativa adotamos os valores para a rigidez secante reduzida determinados pelo

ACI-318/95 (ver tópico 3.8.4) para a análise não-linear geométrica, iniciando uma nova

tentativa de dimensionamento:

Combinação Deslocamento (cm) As,máx P2 (cm2)

1 22,72 97,11

2 33,88

3 5,62

4 -8,20

Tabela 8.6 – Tentativa 2 – Passo 1

Combinação Deslocamento (cm) As,máx P2 (cm2)

1 24,56 104,45

2 39,31

3 3,02

4 -23,21

Tabela 8.7 – Tentativa 2 – Processamento 2

Combinação Deslocamento (cm) As,máx P2 (cm2)

1 24,10 107,54

2 38,60

3 3,31

4 -18,96

Tabela 8.8 – Tentativa 2 – Processamento 3

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144

Nas tabelas acima, os processamentos 2 e 3 constituem de análises não-lineares físico-

geométricas, que utilizam a armadura determinada no passo imediatamente anterior para

a geração dos diagramas N-M-1/r.

O processo é interrompido no processamento 3, pois verifica-se que há pouca alteração

nos esforços e consequentemente nas armaduras. Tal diferença seria suprida no

detalhamento dos elementos, aonde sempre há um acréscimo na área de aço.de cada

elemento.

8.2.7 Resultados

Apresentamos a seguir telas de programa com a configuração deformada para todos as

combinações de carregamento obtidas no processamento 3 da tentativa 2 e gráficos dos

esforços obtidos apenas para a combinação de carregamento 2.

Comparando os deslocamentos, obtivemos 38,60cm de deslocamento horizontal final

máximo (combinação 2) para o pórtico contra 35,27cm obtidos em [OLIVEIRA-1].

Nota-se que os resultados obtidos são muito parecidos e acreditamos que esta diferença

advenha de termos utilizado menos armadura, pois não fizemos o detalhamento de cada

peça antes das análises não-lineares físico-geométricas.

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145

Figura 8.5 - Deformada

Combinação 1

Combinação 2

Combinação 4

Combinação 3

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146

Figura 8.6 – Esforço Normal (kN)

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147

Figura 8.7 – Momento Fletor (kN.m)

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148

Figura 8.8 – Força Cortante (kN)

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149

Figura 8.9 – Armadura Longitudinal (cm2)

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Figura 8.10 – Armadura transversal (cm2/m)

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151

8.3 Conclusões

Já era esperado que o valor para o deslocamento do topo da estrutura (combinação 2)

fosse superior ao da referência, pois neste trabalho não detalhamos as vigas e pilares. O

detalhamento ocasiona um aumento da armadura, que na análise não-linear aumenta a

rigidez dos elementos e as torna consequentemente menos deslocáveis. Desta forma

podemos dizer mais uma vez que o sistema computacional proposto é eficiente para o

dimensionamento e verificação de pórticos planos de concreto armado, inclusive os

mais complexos, com maior quantidade de elementos.

Deste exemplo, concluímos também que o trabalho de modelagem seria bastante

facilitado com a confecção de rotinas que permitam automatizar o processo de cálculo

utilizado, constituído por sucessivas análises não-lineares até que haja estabilização da

armadura dos diversos elementos e de rotinas para a impressão de listagens com

esforços, deslocamentos e áreas de aço.

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9. Conclusões

9 CONCLUSÕES

Resumindo as conclusões parciais apresentadas no desenvolver deste trabalho,

concluímos que:

§ o procedimento indicado em [SANTOS-2], para o dimensionamento das seções

simétricas com disposição pré-definida das armaduras submetidas à flexão normal

composta é bastante eficiente, pois estabelece um método que permite tratar todos

os casos de solicitação de uma maneira consistente (Capítulo 4);

§ a utilização do diagrama parábola-retângulo para o concreto, ao invés do retangular

simplificado, conduz a um maior consumo de armadura. Esta diferença de consumo

é pequena, não ocasionando mudança significativa no detalhamento (Capítulo 4);

§ os algoritmos para confecção das relações N-M-1/r geram resultados precisos

quando comparados com os valores das tabelas de [SANTOS-3] (Capítulo 5);

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153

§ o sistema computacional proposto mostra-se muito eficiente para a modelagem de

estruturas de concreto armado, captando bem os efeitos decorrentes da não-

linearidade física e geométrica, desde que haja uma modelagem criteriosa (Capítulos

6 e 7).

Podemos registrar também que o programa desenvolvido pode ser um grande aliado no

ensino do comportamento das estruturas de concreto. Há muitos outros problemas

planos, e também espaciais, que podem ser modelados e melhor explicados utilizando o

FTOOL. Seria inviável abordar todos estes problemas nesta dissertação, mas

acreditamos que, uma vez criada a ferramenta, a confecção de exemplos didáticos torna-

se mais simples.

Sugestões para Trabalhos Futuros

Sempre há a possibilidade de melhorar. O FTOOL pode ser aperfeiçoado para

aplicações acadêmicas incluindo a possibilidade de fazer animações, de visualizar os

diagramas força normal – momento – curvatura, de gerar diagramas de interação e de

imprimir os resultados.

Para sua aplicação no âmbito profissional, é interessante elaborar rotinas para:

§ a consideração da fluência, elaborando modelos considerando as alterações das

características mecânicas do concreto ao longo do tempo, e permitindo o tratamento

de peças mais esbeltas (λ > 90);

§ a automatização do processo de cálculo utilizado, constituído por sucessivas análises

não-lineares até que haja estabilização da armadura dos diversos elementos;

§ a impressão de listagens com esforços, deslocamentos e áreas de aço;

§ o detalhamento de vigas e pilares ou para a integração com softwares de

detalhamento (como o Strakon);

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154

§ a automatização de certas tarefas, como o cálculo do peso próprio e do efeito de

vento;

§ a resolução dos problemas não-lineares internos sem a utilização de solvers

comerciais.

Desta forma, acreditamos que o nosso trabalho abre a possibilidade de diversas outras

pesquisas dentro da mesma interface, sempre buscando uma modelagem cada vez mais

fiel dos pórticos planos e quiçá do comportamento global dos edifícios com uma

interface que proporcione o tratamento tridimensional das estruturas de concreto

armado.

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155

10. Bibliografia

10 BIBLIOGRAFIA

[ABNT-1]ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Projeto eexecução de obras de concreto armado - NB1 / NBR6118. Rio deJaneiro, 1978.

[ABNT-2]ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Projeto deestruturas de concreto - NBR6118. Rio de Janeiro, a ser publicada em2000.

[ADINA-1]ADINA R & D Inc.. ADINA user interface - primer. Watertown, MA,1996.

[ADINA-2]ADINA R & D Inc.. ADINA user interface - command reference manual(model definition). Watertown, MA, 1996.

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156

[ADINA-3]ADINA R & D Inc.. ADINA - Automatic dynamic incremental nonlinearanalysis - Theory and modeling guide. Watertown, MA, 1996.

[ANTUNES-1]ANTUNES, H. M. C.; SILVA, R. M.. Numerical evaluation of designmethods to consider the non-linearity on plane frames. Proceedings.Fourth World Congress on Computational Mechanics. CD-ROM. BuenosAires, Argentina, June 1998.

[BATHE-1]BATHE, K. J.. Finite element procedures. Englewood Cliffs. Prentice-Hall, 1996.

[BATHE-2]BATHE, K. J.; BOLOURCHI, S.. Large displacement analysis of three-dimensional beam structures. International Journal for NumericalMethods in Engineering. v. 14, p. 961-86, 1979.

[CARVALHO-1]CARVALHO, P. C. P.; GATTASS, M.; MARTHA, L. F.. A software toolwhich allows interactive creation of planar subdivisions, and applications toeducational programs. Proceedings. CATS’90 – International Conferenceon Computer Aided Training in Science and Technology. Barcelona,Espanha, p. 201-07, July 1990.

[CAVALCANTI-1]CAVALCANTI, P.R., CARVALHO, P. C. P.; MARTHA, L. F.. Criação emanutenção de subdivisões planares. Anais. IV Simpósio Brasileiro deComputação Gráfica e Processamento de Imagens. São Paulo, SP, p. 13-24,jul. 1991.

[CRISFIELD-1]CRISFIELD, M.A.. Non-linear finite element analysis of solids andstructures Vol. 1. Englewood Cliffs. John Willey & Sons, 1991.

[FRANÇA-1]FRANÇA, R. L. S.. Relações momento-curvatura em peças de concretoarmado submetidas à flexão oblíqua composta. Dissertação (Mestrado).Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. São Paulo, 1984.

[FRANÇA-2]FRANÇA, R. L. S.. Contribuição ao estudo dos efeitos de segundaordem em pilares de concreto armado. Tese de doutorado. EscolaPolitécnica da Universidade de São Paulo. São Paulo, 1991.

[FUSCO-1]FUSCO, P. B.. Estruturas de concreto – solicitações normais. Rio deJaneiro. Ed. Guanabara Dois, 1981.

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157

[GARCIA-1]GARCIA, L. F. Taborda.. Análise não-Linear de pórticos planos deconcreto armado. Dissertação (Mestrado). Universidade Federal do Rio deJaneiro (COPPE-UFRJ). Rio de Janeiro, 1974.

[ISHITANI-1]ISHITANI, H. et al.. Estruturas de concreto I (notas de aula). Apostilada Disciplina PEF-311. Escola Politécnica da Universidade de São Paulo.São Paulo, 1998.

[ISHITANI-2]ISHITANI, H. et al.. Estruturas de concreto II (notas de aula). Apostilada Disciplina PEF-312. Escola Politécnica da Universidade de São Paulo.São Paulo, 1998.

[KAEFER-1]KAEFER, L. F.; MARTHA, L. F.; BITTENCOURT, T. N.. FTOOL:Ensino de comportamento de estruturas com múltiplos casos e combinaçõesde carregamento. Anais. IV SIMMEC – Simpósio Mineiro de MecânicaComputacional, Uberlândia, MG, p. 305-12, mai. 2000.

[KAEFER-2]KAEFER, L. F.; MARTHA, L. F.; BITTENCOURT, T. N.. FTOOL:Ensino de comportamento de estruturas de concreto armado sob não-linearidade física e geométrica. Anais. IV Simpósio EPUSP sobreEstruturas de Concreto, Escola Politécnica da Universidade de São Paulo.CD-ROM. São Paulo – SP, ago. 2000.

[LEONHARDT-1]LEONHARDT, F. e MÖNNIG, E.. Construções de concreto – volume 1.Rio de Janeiro. Livraria Interciência Ltda., 1977.

[KERNIGHAN-1]KERNIGHAN, B. W. e RITCHIE, D. M.. C, A linguagem deprogramação. Porto Alegre, EDISA, 1988.

[LEVY-1]LEVY, C. H.. IUP/LED - Uma ferramenta portátil de interface comusuário. Dissertação (Mestrado). Pontífice Universidade Católica do Rio deJaneiro (PUC-Rio). Rio de Janeiro, 1993.

[MACGREGOR-1]MACGREGOR, J. G.; HAGE, S.. Stability analysis and design of concreteframes. Journal of Structural Division. v. 103, n. 10, p. 1953-1970, Oct.,1977.

[MCGUIRE-1]MCGUIRE, W.; GALLAGER, R. H.; ZIEMIAN, R. D.. Matrix structuralanalysis. 2.ed. Englewood Cliffs. John Wiley & Sons, 2000.

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158

[MARTHA-1]MARTHA, L.F.. FTOOL: A structural analysis educational interactive tool.Proceedings. Workshop in Multimedia Computer Techniques inEngineering Education. Institute for Structural Analysis, TechnicalUniversity of Graz, Áustria, p. 51-65, Feb. 1999.

[OLIVEIRA-1]OLIVEIRA, R. M.. Contribuição ao estudo da rigidez de vigas deconcreto armado em análises de 2ª ordem. Dissertação (Mestrado).Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. São Paulo, 2000.

[SANTOS-1]SANTOS, L. M.. Estado limite último de instabilidade. Apostila. EscolaPolitécnica da Universidade de São Paulo. São Paulo, 1988.

[SANTOS-2]SANTOS, L. M.. Sub-rotinas básicas do dimensionamento de concretoarmado. São Paulo. Ed. Thot, 1994.

[SANTOS-3]SANTOS, L. M.. Tabelas momento-curvatura – seção retangular.Boletim Técnico BT/PEF- 8815. Escola Politécnica da Universidade de SãoPaulo. São Paulo, 1988.

[SOLER-1]SOLER, J. G. M.. Análise não-Linear de pórticos planos de concretoarmado. Dissertação (Mestrado). Escola Politécnica da Universidade deSão Paulo. São Paulo, 1989.

[SÜSSEKIND-1]Süssekind, J. C.. Curso de concreto – volume II. Rio de Janeiro. Ed.Globo, 1984.

[TECGRAF-1]TECGRAF/PUC-RIO. IUP - Sistema portátil de interface com o usuário- versão 1.8. Documentação "Online". (http://www.tecgraf.puc-rio.br/manuais/cd/). Rio de Janeiro. TecGraf / PUC-Rio, 1998.

[TECGRAF-2]TECGRAF/PUC-RIO. CD - Canvas draw - uma biblioteca gráfica 2D -versão 3.6. Documentação "Online". (http://www.tecgraf.puc-rio.br/manuais/iup/). Rio de Janeiro. TecGraf / PUC-Rio, 1998.

[VASCONCELOS-1]VASCONCELOS, A. C.; FRANCO, M.. Practical assessment of secondorder effects in tall buildings. Proceedings. Colloquium on the CEB-FIPModel Code 90, Rio de Janeiro, 1991.

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i

11. Anexo I

A1 ANEXO I

TUTORIAL DO FTOOL

A1.1 Generalidades

Neste anexo mostraremos todas as características do FTOOL, implementadas ou não

nesta dissertação, pois o objetivo principal é ensinar como utilizar o FTOOL. O texto foi

organizado da maneira mais didática possível, colocando as explicações sobre os

diversos controles na ordem em que eles são utilizados normalmente ao criarmos um

modelo.

Nas próximas figuras apresentamos duas telas, uma da versão básica do FTOOL e outra

do FTOOL implementado nesta dissertação, visando a identificação, a grosso modo, dos

novos recursos e particularidades.

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ii

Figura A1.1 – Tela do FTOOL 2.06

Figura A1.2 – Tela do FTOOL/RC

A1.2 Manipulação de Arquivos

A manipulação de arquivos no FTOOL se dá através do menu suspenso File.

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iii

Figura A1.3 – Menu File

O Menu File contém opções de informações sobre o programa (About FTOOL) e

opções para criar um novo modelo (New), carregar na memória o modelo gravado em

um arquivo armazenado em disco (Open), gravar o modelo corrente em um arquivo em

disco com o mesmo nome (Save) ou com um nome diferente (Save as), exportar a

imagem da tela (Export Screen) para a área de transferência do Windows (Clipboard)

ou arquivos com formatos específicos, verificar o número total de barras e nós

existentes no modelo (Totals), determinar o limite da janela de trabalho (Limits) e por

fim a opção de saída do programa (Exit). A opção Read Results serve para lermos

arquivos de resultados gravados em disco.

Os comandos mais utilizados do menu File foram agrupados no conjunto de botões

abaixo do menu File.

Novo arquivo Copiar tela para o Clipboard

Abrir arquivo Imprimir

Gravar arquivo

Figura A1.4 – Comandos principais do menu File

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iv

A1.3 Criação e Manipulação da Geometria do Modelo

A1.3.1 Menu de Edição

O menu de edição reúne as principais ferramentas para a criação do modelo.

Seleciona um grupo de barras ou nósInsere uma barraInsere um nóModo tecladoElimina os objetos selecionados

Figura A1.5 – Menu de Edição

A criação de uma entidade se faz de maneira direta. Para inserir uma barra, basta

pressionar o botão e “clicar” em dois pontos do canvas. Instantaneamente são

criados os nós nas extremidades da barra. Ao criarmos duas barras que se interceptem, o

nó da interseção dos dois elementos é automaticamente criado. Analogamente, para

criarmos um nó, selecionamos e “clicamos” em um ponto do canvas. O FTOOL

possui também um sistema parecido com o Osnap do AutoCAD, que automaticamente

seleciona um nó para a definição das barras. O processo de criação pode ser auxiliado

pelo uso do Snap (A1.4.2).

Adicionalmente, selecionando o modo teclado, podemos criar nós e elementos digitando

suas coordenadas nos diálogos da Figura A1.6:

Figura A1.6 – Definição de nós e elementos através do teclado

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v

Finalmente, o botão coloca o FTOOL em modo de seleção. Neste modo, “clicando”

com o botão direito do mouse sobre barras ou nós, pode-se visualizar seus atributos na

área do menu lateral. Usando o botão esquerdo selecionamos a entidade e em conjunto

com a tecla shift podemos selecionar mais de uma entidade (precisamos selecionar as

entidades para lhes aplicar atributos).

A1.3.2 Menu de Undo e Redo

Permitem desfazer as últimas ações, ou refazê-las.

Undo Redo

Figura A1.7 – Menu de Undo e Redo

A1.3.3 Menu Transform

Figura A1.8 – Menu Transform

O menu Transform nos fornece opções para manipular entidades já criadas. Existem as

opções de mover (Move), espelhar (Mirror), rotacionar (Rotate), aplicar um fator de

escala (Scale) e repetir a última transformação (Repeat). Selecionando Leave Original, é

feita uma cópia do elemento, que é então transformada. Desta forma Leave Original

associado com o comando Move é responsável por fazer cópias dos elementos.

A1.4 Controles de Visualização

A1.4.1 Menu de Controle de Visualização

Este menu agrupa todos os controles para definição da janela de visualização do

modelo.

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Redesenha o modeloAjusta o modelo à telaÁrea de visualização definida por um retânguloAproxima (Mais Zoom)Afasta (Menos Zoom)

Dial para definição da escala do desenho (Afasta ou aproxima o observador)

Figura A1.9 – Menu de Controle de visualização

A1.4.2 Menu de Controle de Coordenadas

Neste menu se encontram as informações sobre a superfície de visualização. Os campos

H e V armazenam o tamanho da janela de visualização e permitem a alteração destes

valores. As labels X e Y mostram a posição do cursor na tela. Disponibiliza-se também

a opção do usuário definir um Grid (pontos na tela) e ativar o Snap, que faz com que

somente os pontos espaçados uniformemente pela tela (do Grid) possam ser

selecionados.

Tamanho da área de trabalho Aciona o Grid

Espaçamento dos pontos doGrid

Posição do cursor Aciona o Snap

Figura A1.10 – Menu de Controle de Coordenadas

A1.4.3 Menu Display

Neste menu o usuário pode escolher de acordo com sua preferência, qual a cor de fundo

de tela, tendo para cada cor de fundo selecionada diferentes cores relacionadas com as

barras e nós do modelo. Outra opção do usuário é trabalhar com todos os elementos do

modelo com a cor preta e fundo de tela branco. Isto permite que a imagem do modelo

possa ser impressa em uma impressora monocromática. Pode-se também especificar

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quais os atributos que devem ser mostrados na tela durante o manuseio do programa,

devendo-se observar que certas opções aplicam-se somente ao pré-processamento e

outras somente ao pós-processamento.

BrancoCinzaFundo de telaPerto

Modelo com todos elementos pretosOrientação do ElementoCarregamentoCarregamento e ResultadosValores do carregamentoSuportesValores dos resultadosReações nos apoiosValores das reaçõesNumeração dos nós

Mos

trar

Numeração dos elementos

Figura A1.11 – Menu Display

A1.5 Configurações

A1.5.1 Menu Options

O menu Options agrupa os controles para configurar o tipo de análise efetuada (Linear,

Não-linear geométrica e Não-linear geométrica e física), qual programa efetuará a

análise (ADINA ou Femoop/Framoop), além de chamar as janelas de configuração das

Unidades e Formatação de Números (Units & Number Formatting) e do

estabelecimento dos pontos de cálculo dos diagramas dos elementos e configuração do

dimensionamento e da análise não-linear (Options).

Figura A1.12 – Menu Options

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A1.5.2 Janela de Configuração do Solver

Esta janela permite que se selecione o programa que efetuará a análise. São disponíveis

a análise interna (linear) Femoop e a análise externa (com a opção não-linear) efetuada

pelo Adina.

Figura A1.13 – Janela de Configuração dos programas de análise

Os campos AUI e Adina devem ser preenchidos com os diretórios, aonde

respectivamente estão instalados o ADINA-AUI (Adina User Interface) e o ADINA

(solver).

Deve-se ainda instalar o ADINA em diretórios com nomes com menos de 8 caracteres

sem a utilização de caracteres acentuados. A mesma prescrição se faz para os diretórios

de trabalho, pois dependendo do caso, o ADINA pode não reconhecer a posição dos

arquivos de dados.

A1.5.3 Janela de Configuração de Unidades e Formato de Numeração

Com o objetivo de tornar a interface com o usuário mais amigável, permite-se que

sejam definidas unidades para as diversas grandezas envolvidas, bem como um formato

para exibição para os números.

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Figura A1.14 – Janela de configuração de unidades e formatos de numeração

A1.5.4 Janela de Controle do Estabelecimento dos Pontos de Cálculo,do Dimensionamento e da Análise Não-Linear

Na ficha R. C. Config encontram-se controles para que se estabeleça um fator γf3 (ver

tópico 3.8.4) diferente de 1,0 para as análises não-lineares, limitar a posição da linha

neutra (βx,lim) conforme 4.8.4 e determinar a tensão máxima de cálculo para o concreto

(σcd) no cálculo dos diagramas momento-curvatura (ver item 5.3.3.3).

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Figura A1.15 – Configuração da divisão dos elementos

A ficha N. L. Analysis contém controles para a configuração da análise não-linear. Os

elementos para a configuração do ADINA permitem que se opte entre uma função de

carregamento constante (toda a carga já é aplicada no início) ou linear (o carregamento

varia linearmente entre o primeiro e o último incremento de carga) e que se estabeleça o

número de incrementos de carga. As configurações do FTOOL referem-se à geração dos

diagramas força normal – momento – curvatura. ∆ν define o incremento de variação da

força normal e ∆θ da curvatura para o traçado das curvas (em termos adimensionais).

Além disso pode ser estabelecido um intervalo (também em termos adimensionais) em

torno da força normal obtida de uma análise linear (ou não-linear geométrica)

preliminar para o qual serão geradas os diagramas momento-curvatura.

A ficha Memb. Subdiv. controla o estabelecimento dos pontos de cálculo dos diagramas

e da deformada. Estabelece-se um número mínimo e máximo de divisões, bem como

um comprimento mínimo e máximo para o espaçamento entre as seções. Ao dividir as

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barras, o FTOOL procurará respeitar estes critérios, buscando adequar a divisão a

tamanhos diferentes de barras.

A configuração do número de subdivisões dos elementos foi necessária ao inserirmos o

cálculo das envoltórias e dimensionamento das seções de concreto armado, quando

detectamos a necessidade de o passo de cálculo dos diagramas ser feito não com base

em critérios de uma boa visualização, mas como critério de projeto.

A1.6 Atributos de Nós e Barras

A1.6.1 Menu de Controle dos Atributos dos Nós e Barras

Os botões deste menu nos permitem visualizar os diversos submenus responsáveis pela

criação e atribuição de propriedades às entidades do modelo.

Aciona o submenu com as possibilidades de articulação dasbarras

Aciona o submenu que permite a aplicação dos apoios de molanos nós

Aciona o submenu que permite a aplicação das condições deapoio dos nós

Aciona o submenu que fixa as áreas de aço dos nós

Aciona o submenu responsável pela criação das propriedadespara o cálculo de concreto armado

Aciona o submenu responsável pela criação das seçõestransversais das barras.

Aciona o submenu responsável pela criação das propriedadesdos materiais.

Figura A1.16 – Menu de controle dos atributos de nós e barras

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A1.6.2 Características comuns aos submenus

Os submenus para manipulação dos materiais, seções transversais, parâmetros de

detalhamento e carregamentos possuem funcionamento básico igual.

A lista drop-down (Figura A1.17) permite que seja selecionado um conjunto de

propriedades através de seu nome. Os valores desta propriedade serão automaticamente

visualizadas nos campos do submenu, permitindo sua edição.

Figura A1.17 – Lista drop-down

Os botões da próxima figura permitem a manipulação destes conjuntos de propriedade.

Aplica o conjunto de propriedades corrente ao elemento.

Seleciona elementos que possuírem o conjunto de propriedadescorrente ou atual.

Condensa o conjunto de propriedades, excluindo aquelas que nãoestiverem sendo usadas.

Exclui o conjunto de propriedades corrente.

Altera o nome do conjunto de propriedades corrente.

Cria um novo conjunto de propriedades.

Figura A1.18 – Manipulação dos conjuntos de propriedades

Para criar um novo conjunto de propriedades, deveremos pressionar e atribuir um

nome diferente das outras propriedades.

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Figura A1.19 – Criação de um novo conjunto de propriedades

A1.6.3 Submenu de Propriedades dos Materiais

Ao criarmos um novo conjunto de propriedades de material deveremos atribuir os

valores das características do concreto e do aço. A notação utilizada é a mesma desta

dissertação. O tipo do aço deverá ser selecionado entre os aços padronizados pela

ABNT através de uma lista expansível.

Figura A1.20 – Submenu Material Parameters

A1.6.4 Submenu de Propriedades das Seções Transversais

Deve-se escolher a que tipo de elemento se aplicará esta seção transversal. Selecionando

viga (Beam) o dimensionamento seguirá conforme o disposto em 4.8, caso contrário,

assinalando pilar (Column) o dimensionamento será realizado segundo 4.9.

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Conforme o elemento estrutural selecionado poderemos escolher entre duas formas

básicas: retangular para vigas e pilares e T somente para vigas. Para os pilares

disponibilizamos três arranjos simétricos de armadura: armadura uniformemente

distribuída nas quatro faces, armadura distribuída nas laterais e armadura distribuída nas

faces superior e inferior.

Nos demais campos editáveis devemos digitar os valores das medidas da seção,

conforme a próxima figura e nos campos A, I e y temos os valores para a área,

momento de inércia em relação ao centro geométrico e distância do centróide à face

inferior da seção .

Figura A1.21 – Submenu Section Properties

A1.6.5 Submenu de Propriedades do Dimensionamento

O parâmetro d’ é a distância do centro geométrico armadura longitudinal às faces dos

elementos.

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Figura A1.22 – Submenu Reinforced Concrete Parameters

A1.6.6 Submenu de Aplicação de Área de Aço

Neste submenu e nos demais desta seção, não há a criação de conjuntos de propriedades

que então serão atribuídas aos elementos (ou nós). Os atributos são armazenados

diretamente nas entidades.

Este submenu é muito importante para problemas de verificação. Através dele podemos

aplicar às barras áreas de aço independentemente dos valores calculados. Selecionando

Lock, os parâmetros a serem atribuídos (se Apply As’s estiver selecionado) ou atuais

serão conservados, independentemente de novos processamentos e novos

dimensionamentos das armaduras.

Figura A1.23 – Submenu Steel Area Member Parameters

A1.6.7 Submenu das Propriedades de Apoio

Através deste submenu, o usuário define as componentes de deslocamentos na direção x

e y e a rotação em torno do eixo z estão liberados ou não. Define-se também o ângulo

do apoio, bem como se há algum deslocamento ou rotação prescrita.

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Fixa/Libera o deslocamento no eixo “X” global.

Fixa/Libera o deslocamento no eixo “Y” global.

Fixa/Libera o rotação em torno do eixo “Z”.

Ângulo de rotação do apoio

Prescreve deslocamentos

Deslocamento aplicado (no eixo “X” global).Deslocamento aplicado (no eixo “Y global).Rotação aplicada.

Limpa os parâmetrosSeleciona nós que possuírem a mesma condição de apoio atual.Aplica os parâmetros definidos aos nós.

Figura A1.24 – Submenu das propriedades de apoio

OBSERVAÇÃO:

Os fatores de ponderação das combinações de carregamento não são aplicados a

deslocamentos de apoio ou molas. O fator γf3 é aplicado nas cargas, deslocamentos

prescritos e fatores de mola.

A1.6.8 Submenu das Propriedades dos Apoios Elásticos

Permite que sejam aplicados apoios elásticos aos nós das estruturas. O princípio é

similar ao disposto no item A1.6.7.

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Figura A1.25 – Submenu das propriedades de apoio elástico

OBSERVAÇÃO:

Os fatores de ponderação das combinações de carregamento não são aplicados a

deslocamentos de apoio ou molas. O fator γf3 é aplicado nas cargas, deslocamentos

prescritos e fatores de mola.

A1.6.9 Submenu das Propriedades de Articulação das Barras

Este submenu permite que se atribuam rótulas a barras ou nós.

Articula / Remove articulação de um nó.Articula as duas extremidades da barra.Articula a extremidade inicial da barra.Articula a extremidade final da barra.Remove articulações das barras.

Seleciona barras com o tipo de articulação corrente.Aplica situação de articulação aos elementos.

Figura A1.26 – Submenu das propriedades de articulação das barras

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A1.7 Atribuição do Carregamento

O sistema de atribuição dos carregamentos é aproximadamente igual ao disposto no

item A1.6.2. Entretanto, além do já disposto, ao aplicar um carregamento, deve-se

sempre selecionar um caso de carregamento, ao qual este será relacionado.

A1.7.1 Seleção do Caso de Carregamento

O caso de carregamento corrente (ao qual serão relacionado os carregamentos aplicados

posteriormente) pode ser escolhido através da lista drop-down mostrada na próxima

figura.

Figura A1.27 – Seleção do caso de carregamento

A1.7.2 Manipulação dos Casos de Carregamento

Pressionando o botão da Figura A1.27 abre-se a janela de configuração dos casos de

carregamento.

Figura A1.28 – Manipulação dos casos de carregamento

Através dos botões pode-se criar (Add) ou remover (Del) casos de carga. O botão OK

confirma alterações processadas. A criação ou remoção de um caso de carregamento

não pode ser cancelada (Cancel). Os dados de cada caso de carregamento podem ser

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vistos e alterados diretamente na tabela. Pode-se alterar o nome (Label) e a cor (Color)

com a qual os carregamentos de cada caso serão mostrados ou não (Visible).

A1.7.3 Menu de Controle dos Carregamentos

Os botões deste menu nos permitem visualizar os diversos submenus responsáveis pela

criação e atribuição de carregamentos às entidades do modelo. Os carregamentos

disponíveis são os de força concentrada aplicada aos nós, carga uniformemente ou

linearmente distribuída e carga de gradiente térmico sobre as barras.

Carregamento de temperatura

Carregamento linearmente distribuído

Carregamento uniformemente distribuído

Carregamento Nodal

Figura A1.29 – Menu de controle do carregamento

A1.7.4 Submenu do Carregamento Nodal

Permite que sejam criadas e aplicadas cargas concentradas aos nós da estrutura. O

sistema de coordenadas é o global.

Figura A1.30 – Submenu Nodal Loading

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A1.7.5 Submenu do Carregamento Uniforme

Permite que sejam criados e aplicados carregamentos uniformes aos elementos. Pode-se

adotar como sistema de referência o sistema de coordenadas global ou local (da barra).

Figura A1.31 – Submenu Uniform Loading

A1.7.6 Submenu do Carregamento Linear

Permite que sejam criados e aplicados carregamentos lineares aos elementos. Pode-se

adotar como sistema de referência o sistema de coordenadas global ou local (da barra).

Figura A1.32 – Submenu Linear Loading

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A1.7.7 Submenu do Carregamento de Temperatura

Permite que sejam criados e aplicados carregamentos ocasionados por gradientes

térmicos aos elementos.

Figura A1.33 – Submenu Thermal Loading

A1.8 Processamento

A1.8.1 Seleção da Combinação de Casos de Carga Corrente

A seleção da combinação de carregamento ativa, que será calculada pressionando o

botão que dispara o processamento pode ser feita através da lista drop-down mostrada

na próxima figura.

Figura A1.34 – Seleção da combinação de carregamentos

A1.8.2 Configuração das Combinações de Carregamento

A configuração das combinações de carregamento é análoga à dos casos de

carregamento. Acresce-se apenas a manipulação dos atributos Envelope e Load Cases.

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Figura A1.35 – Configuração das combinações de carregamento

A opção Envelope indica se a combinação é incluída ou não no cálculo das envoltórias.

“Clicando” com o botão direito do mouse sobre uma das células da coluna Load Cases,

visualizamos a janela abaixo, aonde podemos atribuir fatores de ponderação aos

diversos casos de carregamento. Todo caso de carregamento que possuir coeficiente de

ponderação diferente de zero será incluído na respectiva combinação.

Figura A1.36 – Configuração dos casos de carregamento

pertencentes às combinações de carregamento

A1.8.3 Menu de Processamento

Nesta versão do FTOOL, cada combinação de carregamento deverá ser calculada

individualmente (combinação corrente) o que permite que se configure tipos de análise

diferentes (linear ou não) para cada combinação. O dimensionamento das seções de

concreto armado é realizado para todas as combinações previamente calculadas.

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Resolve a estrutura para a combinação decarregamento ativa

Dimensiona as seções de concretoarmado para todas as combinaçõescalculadas

Figura A1.37 – Menu de Processamento

ATENÇÃO:

Antes de se analisar uma estrutura sob não linearidade física e geométrica, deve-se

primeiramente definir ou calcular as áreas de aço dos elementos e armazenar na

combinação aonde pretende-se gravar os resultados da análise não-linear primeiramente

os valores obtidos por uma análise linear.

Figura A1.38 – Processamento utilizando o ADINA

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A1.9 Pós-Processamento

A1.9.1 Menu de Pós-Processamento

Seleciona a visualização em modo envoltória.

Mostra os diagramas de áreas de aço (longitudinal etransversal).

Mostra as deformadas.

Mostra os diagramas de momento fletor.

Mostra os diagramas de força cortante.

Mostra os diagramas de força normal.

Figura A1.39 – Menu de pós-processamento

A1.9.2 Listagem de Resultados (Inquiry)

“Clicando” sobre um elemento com o botão direito do mouse no pós-processamento,

visualiza-se o valor do diagrama neste ponto e lista-se na caixa de mensagens acima do

canvas o respectivo valor. Utilizando o botão esquerdo sobre nós ou elementos, o menu

lateral se transforma numa caixa de texto aonde são exibidos os valores mínimos,

máximos e das extremidades do esforço área de aço ou deslocamento que está sendo

exibido para cada combinação ou da envoltória.

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Figura A1.40 – Inquiry

A1.9.3 Visualização dos Resultados

Todos os resultados podem ser visualizados, inclusive as áreas de aço. Existe a opção de

se visualizar os diagramas ou apenas os valores mínimos e máximos destes

(envoltórias).

A1.9.3.1 Convenção de Sinais – Notação

Transcrevendo texto do Prof. Luiz Fernando Martha (disponível em

http://www.tecgraf.puc-rio/ftool):

A convenção de sinais depende da definição de um sistema de coordenadas local para as

barras. Neste sistema o eixo x local coincide com o eixo da barra. No FTOOL, o eixo y

(para o traçado dos diagramas) fica definido da seguinte maneira:

a) Barras horizontais e inclinadas

eixo y no sentido do eixo Y global (eixo vertical da tela com sentido para cima);

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b) Barras verticais

eixo y no sentido contrario ao eixo global X, isto é o eixo y tem a direção horizontal

com sentido da direita para esquerda.

A definição de um sistema de eixos locais para cada barra serve para definir fibras

inferiores (do lado negativo do eixo y local) e fibras superiores (do lado positivo do eixo

y local) para a barra. Assim, nas barras horizontais e inclinadas as fibras inferiores são

as fibras de baixo quando se olha o eixo vertical da tela na sua orientação natural

(cabeça do observador para cima). Nas barras verticais as fibras inferiores são as da

direita.

Uma vez definido o sistema de eixos locais, o FTOOL adota é a seguinte convenção

para desenho do diagrama:

a) Esforços normais (axiais)

Valores positivos são desenhados do lado das fibras superiores (do lado positivo do

eixo x local) e negativos do outro lado. Esforços normais positivos são de tração e

negativos de compressão. Na linha de mensagem, além do sinal do valor do esforço

normal, também é indicado se ele é de compressão ou tração;

b) Esforços cortantes

Esforços cortantes são positivos quando entrando com as forcas à esquerda de uma

seção transversal (no seu sistema de eixos locais) a resultante das forças na direção

vertical local for no sentido positivo do eixo y local. O sinal aparece na linha de

mensagens quando um ponto na barra é selecionado;

c) Momentos fletores

O diagrama de momentos fletores é sempre desenhado do lado da fibra tracionada.

O sinal que aparece na linha de mensagem adota a convenção de que momentos são

positivos quando tracionam as fibras inferiores e negativos quando tracionam as

fibras superiores.

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A1.9.3.2 Telas de Resultados

Apresentamos a seguir algumas telas do FTOOL com representações gráficas que

podem ser obtidas.

Figura A1.41 – Desenho dos diagramas de momento fletor para uma viga contínua.

Figura A1.42 – Visualização das envoltórias de momento fletor para uma viga contínua

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Figura A1.43 – Desenho das configurações deformadas obtidas para três casos

de carregamento aplicados à uma viga contínua.

Figura A1.44 – Visualização da envoltória obtida para a área de aço longitudinal superior e

inferior para uma viga contínua (As,mín e As,máx não calculados).

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12. Anexo II

A2 ANEXO II

COMUNICAÇÃO ENTRE ADINA E FTOOL

A2.1 Introdução

Neste anexo descreveremos o procedimento utilizado para se estabelecer a comunicação

entre o FTOOL e o programa ADINA - Automatic Dynamic Incremental Non-Linear

Analysis. Ressaltamos que o procedimento descrito aqui é geral e salvo as devidas

modificações inerentes a cada tipo de problema que possa a ser resolvido com o

ADINA, pode ser utilizado para estabelecer a comunicação entre quaisquer pré e pós-

processadores e o ADINA. Lembramos que estes procedimentos referem-se à utilização

do ADINA versão 7.3 em ambiente Windows NT, que podem não ser totalmente

válidos utilizando-se versões diferentes do ADINA ou de sistema operacional.

A comunicação entre o FTOOL e o ADINA é feita através de arquivos padrão ASCII.

Quando uma análise através do ADINA é disparada pelo FTOOL, é criado um arquivo

tipo texto com a extensão .in (ADINA-IN Command File) e um arquivo batch com as

instruções para se executar o ADINA. O arquivo .in é processado pelo AUI, que gera

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um arquivo .dat (ADINA Input File) com as informações do modelo, que será lido e

processado pelo ADINA, que gravará um arquivo .por (ADINA Porthole File), em

formato texto ou binário com os resultados da análise. Finalmente o arquivo .por,

gravado como texto, com os deslocamentos e esforços nodais é lido pelo FTOOL e os

resultados podem ser visualizados em sua própria interface.

FtoolPré-ProcessamentoPós-Processamento

AUIAdina User Interface

AdinaProcessamento

modelo.in modelo.dat

resultados.por

Figura A2.1 – Fluxograma do esquema de comunicação FTOOL - ADINA

A2.2 Arquivo Batch

1 d:

2 cd \Program Files\adina\adina73\aui

3 aui -b C:\Models\model-001.in

4 d:

5 cd \Program Files\adina\adina73\adina

6 adina C:\Models\model-001.datArquivo batch gerado pelo FTOOL (adina.bat)

Tanto o AUI, como o ADINA devem ser executados de dentro do seu diretório de

instalação (instruções 1-2 e 4-5 do arquivo batch), pois caso contrário não reconhecerão

a licença de utilização.

A instrução 3 dispara o AUI, que lerá o arquivo .in gerado pelo FTOOL e gerará um

arquivo texto .dat (ADINA Input File) para processamento no ADINA através da linha

de comando 6. A sintaxe para a execução do AUI e ADINA é:

aui -bmodo não gráfico

path_do-arquivo\arquivo.in

adina path_do_arquivo\arquivo.dat

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A2.3 Sintaxe do Arquivo .in (ADINA Input File)

A interface do ADINA e consequentemente seus comandos e manuais são mais voltados

para a geração automática da malha de elementos finitos, através da definição da

geometria dos problemas através de linhas, superfícies e volumes. Entretanto, esta

sistemática não pôde ser adotada, pois no FTOOL a geometria já está discretizada em

nós e elementos, com uma numeração já definida, que deve ser respeitada para que os

programas possam se comunicar adequadamente. Desta forma foram utilizados apenas

comandos, ainda que mais limitados, que funcionassem dentro de uma geração direta da

geometria.

Abaixo apresentamos um "esqueleto" de Input File, dispondo os comandos na seqüência

que consideramos ser mais lógica, mostrando e comentando apenas o que é fundamental

para se modelar pórticos planos e analisá-los estaticamente, sob hipóteses de linearidade

física e geométrica, não-linearidade geométrica e não-linearidade físico-geométrica.

Para a resolução de outros tipos de problema recomendamos a consulta ao ADINA User

Interface Command Reference Manual: Adina Model Definition [ADINA-2].

A2.3.1 Controles Principais da Análise

MASTER ANALYSIS=STATIC MODEX=EXECUTE, IDOF=100011 REACTIONS=YES AUTOMATIC=OFF, SOLVER=SPARSE SINGULAR=YES STIFFNES=1000

ANALYSIS=STATIC Define que a análise é estática.

MODEX=EXECUTE Define o modo de execução: o ADINA checa os dados e executa.

IDOF=100011 Graus de liberdade do problema. Cada dígito indica se o grau de

liberdade é livre (0) ou não (1).

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xxxii

Dígito Grau de Liberdade

1 Translação segundo X

2 Translação segundo Y

3 Translação segundo Z

4 Rotação segundo X

5 Rotação segundo Y

6 Rotação segundo Z

Observe-se que a geometria é definida no plano YZ.

REACTIONS=YES Indica se as reações de apoio são calculadas (YES) ou não (NO).

AUTOMATIC=... Seleciona um método de incremento automático durante a análise:

OFF Usuário define a seqüência dos timesteps

ATS Automatic Time-Stepping

LDC Automatic Load-Displacement

SOLVER=... Seleciona o algoritmo de solução utilizado para resolver o sistema

de equações de equilíbrio:

DIRECT Algoritmo direto (Eliminação de Gauss)

SPARSE Sparse Matrix Solver

SINGULAR=YES Força a resolução de uma matriz de rigidez singular.

STIFFNES=1000 Multiplicador da rigidez.

A2.3.2 Hipóteses Cinemáticas

KINEMATICS DISPLACE=LARGE STRAINS=SMALL PRESSURE=NO INCOMPAT=NO

DISPLACE=... Define se é considerada a não-linearidade geométrica:

SMALL Análise linear geométrica

LARGE Análise não-linear geométrica

STRAINS=SMALL A formulação do elemento de viga do ADINA só possibilita aconsideração de pequenas deformações.

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xxxiii

A2.3.3 Método de Iteração

ITERATION METHOD=FULL-NEWTON LINE-SEA=DEFAULT MAX-ITER=15,PRINTOUT=LAST

No caso de uma análise não linear, define o método iterativo.

TOLERANCES ITERATION CONVERGE=ENERGY ETOL=0.00100000000000000RCTOL=0.0500000000000000 STOL=0.500000000000000RCONSM=0.0100000000000000

Define os parâmetros de tolerância para o método iterativo na análise não linear.

A2.3.4 Definição da Função de Carregamento

TIMEFUNCTION NAME=1 IFLIB=1 FPAR1=0.00, FPAR2=0.00 FPAR3=0.00, FPAR4=0.00 FPAR5=0.00, [email protected] 0.000000000000001.00000000000000 1.00000000000000@

Utilizamos TIMEFUNCTION para estabelecer uma função para o carregamento

aplicado. O código acima cria uma função com nome 1 (NAME=1) linear, estabelecendo

que para o tempo 0 o carregamento aplicado é zero e que para o tempo 1, aplica-se a

totalidade do carregamento (fator 1).

Podemos ter mais de uma função de carregamento e desta forma quando aplicarmos

cargas à estrutura deveremos associá-las a funções de carregamento diferentes.

A2.3.5 Definição dos Incrementos de Carga

TIMESTEP NAME=DEFAULT@CLEAR5 0.20@

Dada uma função de carregamento, deve-se definir os tempos aonde serão processadas

análises, estabelecendo assim incrementos de carga. No código anterior criamos 5

TIMESTEP’s com um intervalo de 0,20. Desta forma o último TIMESTEP

corresponderá ao tempo e carregamento 1.

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xxxiv

A2.3.6 Definição das Coordenadas dos Nós

COORDINATES NODE SYSTEM=0@CLEAR1 0 0 02 0 10 03 0 0 2@

COORDINATES NODE SYSTEM=0 Demarca o início da definição das coordenadas dos

nós, no sistema de coordenadas 0 (usamos um

único sistema de coordenadas).

@ Demarca o início da entrada dos dados dos nós

CLEAR Limpa a lista de nós.

1 0 0 0 Define o nó 1 com coordenadas x=0, y=0 e z=0.

@ Demarca o fim da entrada dos dados dos nós.

Lembrando que os pórticos são definidos no plano YZ, o código exemplo acima define

os nós necessários para a definição de um elemento. Os nós 1 e 2 definem o elemento e

o nó auxiliar 3 a orientação e consequentemente a face superior da barra.

1 2

3

Y

Z

Face superior

Figura A2.2 – Elemento de barra

A2.3.7 Condições de Apoio

BOUNDARIES@CLEAR1 'FIXED' 'FIXED' 'FIXED' 'FIXED' 'FIXED' 'FIXED'2 'FIXED' 'FREE' 'FREE' 'FREE' 'FIXED' 'FIXED'3 'FIXED' 'FIXED' 'FIXED' 'FIXED' 'FIXED' 'FIXED'@

BOUNDARIES Assinala o início da definição das restrições nodais.

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xxxv

2 'FIXED' 'FREE' 'FREE' 'FREE' 'FIXED' 'FIXED'

Restrições do nó 2, deslocamentos segundo y e z e rotação em

torno do eixo x liberados.

A sintaxe do comando é: nodei uxi uyi uzi rxi ryi rzi,

aonde ux, uy e uz representam os deslocamentos segundo os eixo

x, y e z e rx, ry e rz as rotações em torno dos eixos x, y e z. Cada

posição pode assumir o valor 'FREE' (livre) ou 'FIXED' (fixo).

A2.3.8 Suportes Inclinados

SKEWSYSTEMS EULERANGLES@CLEAR1 30.0 0.0 0.0@

DOF-SYSTEM NODES@CLEAR3 1@

SKEWSYSTEMS EULERANGLES Define um sistema de coordenadas cartesianas

"rotacionado" em função dos ângulos de Euler.

1 30.0 0.0 0.0 Define o sistema de coordenadas 1 (rótulo de

identificação) rotacionando o sistema local alinhado com o

sistema de coordenadas 30º em torno do eixo x,

perpendicular ao plano y-z que contém o pórtico plano.

Em problemas planos sempre os dois últimos ângulos

serão iguais a zero.

DOF-SYSTEM NODES Aplica os sistemas de coordenadas rotacionados a nós.

3 1 Aplica o skewsystem 1 ao nó 3.

Observação:

Ao aplicarmos um sistema de coordenadas rotacionado a um nó, as cargas aplicadas a

este nó e resultados nodais terão como referência este novo sistema.

A2.3.9 Propriedades do Material

MATERIAL ELASTIC 1 E=20000 NU=.3 DENSITY=2500

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xxxvi

MATERIAL ELASTIC Define um material isótropo elástico linear.

1 Rótulo ("número indicando o nome") do material

E=20000 Módulo de Elasticidade

NU=.3 Coeficiente de Poisson

DENSITY=2500 Densidade (massa/volume)

A2.3.10 Seção Transversal

CROSS-SECTION PROPERTIES 1 TINERTIA=200 AREA=50

CROSS-SECTION PROPERTIES Define uma seção transversal genérica em termos

dos momentos principais de inércia e áreas.

1 Rótulo ("número indicando o nome") da seção transversal.

TINERTIA = 200 Momento de inércia em relação ao eixo local t do elemento.

AREA= 50 Área da seção transversal.

N1

N2

Aux

t

sr

O nó Aux determina o plano .r-s

O eixo representa o eixo da viga,mas não necessariamente o eixoprincipal da seção.

r

X

Y

Z

Figura A2.3 – Sistema de coordenadas local do elemento de viga

A2.3.11 Liberações de Extremidade: End-Release

ENDRELEASE NAME=1ENDRELEASE NAME=2 MOMENT1=6ENDRELEASE NAME=3 MOMENT1=12ENDRELEASE NAME=4 MOMENT1=6 MOMENT2=12

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xxxvii

ENDRELEASE Define um conjunto de liberações de graus de liberdade de um elemento,

prescrevendo que as forças ou momentos selecionados são zero.

NAME=1 Define um rótulo para o ENDRELEASE.

MOMENT1=6 Lista com até seis identificadores MOMENTi=j, (i=1,...,6) indicando

quais graus de liberdade (j) são liberados.

i j1

i j2

i j3

i j4

Rotação Liberada

Rotação Restrita

Figura A2.4 – End-Release's criados

A figura representa a situação de vinculação para as condições de vinculação criadas no

quadro anterior.

A2.3.12 Curva Momento-Curvatura

CURVATURE-MOMENT NAME=18@CLEAR -0.002948 -16.947 -0.00268 -16.947 -0.002 -13.957 0.000 0.000 0.002 13.957 0.00268 16.947 0.002948 16.947@

CURVATURE-MOMENT Cria uma curva momento-curvatura.

NAME=18 Número (ou nome) da relação momento-curvatura.

-0.002948 -16.947 Especifica um ponto da curva: (curvatura, momento).

A2.3.13 Relação Força Normal – Momento – Curvatura

MOMENT-CURVATURE-FORCE NAME=1@CLEAR -485.71 9 -607.14 10

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-728.57 11@

MOMENT-CURVATURE-FORCE Cria um conjunto de relações força normal – momento –

curvatura , associando as curvas definidas por CURVATURE-

MOMENT a suas respectivas forças normais.

NAME=1 Número (ou nome) da relação força normal-momento-

curvatura.

-485.71 9 Adiciona uma relação M/1r (definida por CURVATURE-

MOMENT), associando-a a uma força normal.

A2.3.14 Rigidez

RIGIDITY-MOMENT-CURVATURE NONLINEAR-ELASTIC NAME=1,RIGIDITY=2.2315e+006 MOMENT-T=1

RIGIDITY-MOMENT-CURVATURE NONLINEAR-ELASTIC

Cria uma rigidez, constituída por curvas momento-

curvatura e uma rigidez axial constante.

NAME=1 Número (ou nome) da rigidez.

RIGIDITY=2.2315e+006 Especifica o valor da rigidez axial.

MOMENT-T=1 Associa um conjunto força normal-momento-curvatura à

rigidez do elemento à flexão ao redor do eixo local t.

A2.3.15 Definição do tipo de elemento

§ Linear

EGROUP BEAM 1 SUBTYPE=TWO-D DISPLACEMENTS=SMALL RESULTS=FORCES, MOMENT-CURVATURE=NO

§ Não Linear (Geométrico)

EGROUP BEAM 1 SUBTYPE=TWO-D DISPLACEMENTS=LARGE RESULTS=FORCES MOMENT-CURVATURE=NO

§ Não Linear (Físico e Geométrico)

EGROUP BEAM 1 SUBTYPE=TWO-D DISPLACEMENTS=LARGE RESULTS=FORCES

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xxxix

MOMENT-CURVATURE=YES RIGIDITY=1

EGROUP BEAM Cria um novo grupo de elementos baseado no elemento

Hermitiano de viga.

1 Rótulo do EGROUP.

SUBTYPE=TWO-D Indica o tipo do elemento de viga. TWO-D define que o

problema será bidimensional.

DISPLACEMENTS=... Indica se a formulação cinemática deve levar em conta

grandes deslocamentos (DISPLACEMENTS=LARGE) ou não

(DISPLACEMENTS=SMALL).

RESULTS=FORCES Define que os resultados (esforços nodais) devem ser

dados em termos de forças.

MOMENT-CURVATURE=... Especifica se as propriedades de momento-curvatura são

utilizadas (YES/NO).

RIGIDITY=1 Especifica a rigidez aplicada ao elemento (definida por

RIGIDITY-MOMENT-CURVATURE).

A2.3.16 Criação dos Elementos

ENODES GROUP=1@CLEAR1 3 2 4@

ENODES GROUP=1 Define a conectividade nodal para o grupo de elementos

especificado (GROUP=1) definido pelo comando EGROUP.

1 3 2 4 Cria o elemento 1, com nó auxiliar 3 do nó 2 ao nó 4, ou seja, a

sintaxe para criação de elementos é eli auxi n1i n2i, aonde eli é

o número do nó, auxi o número do nó auxiliar, n1i o nó inicial e n2i

o nó final.

A2.3.17 Atribuição de Propriedades aos Elementos

EDATA GROUP=1@CLEAR1 2 3 4@

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xl

EDATA GROUP=1 Atribui as propriedades material (MATERIAL), seção transversal

(CROSS-SECTION) e liberação de extremidade (ENDRELEASE) para

elementos pertencentes ao grupo de elementos 1 (GROUP=1).

1 2 3 4 Atribui ao elemento 1, pertencente ao grupo 1 o material 2, a

seção transversal tipo 3 e a liberação de extremidade tipo 4. A

sintaxe é eli materiali cross-sectioni endreleasei

(elemento - material - seção transversal – situação de vinculação

das extremidades).

A2.3.18 Cargas Concentradas

APPLY CONCENTRATED-LOADS@CLEAR2 3 -101 2 -52 2 -5@

APPLY CONCENTRATED-LOADS Demarca o início da definição da aplicação de

cargas (forças ou momentos) concentradas aos nós

da estrutura.

2 3 -10 Aplica ao nó 2 uma carga concentrada com valor -10 segundo a direção 3

(eixo z). A sintaxe para a aplicação de cargas é nodei directioni

factori (nó - direção da carga - valor da carga). A definição da direção

das forças segue a sintaxe da tabela abaixo.

Flag

1 Força aplicada na direção do eixo local x (rotacionado ou não).

2 Força aplicada na direção do eixo local y (rotacionado ou não).

3 Força aplicada na direção do eixo local z (rotacionado ou não).

4 Momento aplicado em torno do eixo local x (rotacionado ou não).

5 Momento aplicado em torno do eixo local y (rotacionado ou não).

6 Momento aplicado em torno do eixo local z (rotacionado ou não).

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xli

A2.3.19 Cargas Distribuídas

LOADS-ELEMENT@CLEAR5 1 -2 -3@

LOADS-ELEMENT Demarca o início da definição de cargas distribuídas transversais

sobre elementos.

5 1 -2 -3 Aplica ao elemento 5, segundo a direção 1 (carga atuante no

plano r-s), uma carga distribuída com intensidade -2 no nó i e -3

no nó j.

+

i jFigura A2.5 – Sentido de aplicação das cargas distribuídas no elemento.

Observação:

O ADINA transforma o carregamento distribuído em ações equivalentes nos nós,

entretanto, isto se dá sempre tendo como base o elemento biengastado. No caso de

rótulas internas isto poderá introduzir diferenças nos resultados obtidos pela teoria das

estruturas.

A2.3.20 Deslocamentos Prescritos

APPLY DISPLACEMENTS@ CLEAR1 2 10@

APPLY DISPLACEMENTS Demarca o início da definição da aplicação de cargas (forças

ou momentos) concentradas aos nós da estrutura.

1 2 10 Aplica ao nó 1 um deslocamento de 10 segundo a direção 2 (eixo local

y). A sintaxe para a aplicação de cargas é nodei directioni factori

(nó - direção do deslocamento - valor do deslocamento). A definição da

direção das forças segue a sintaxe da tabela abaixo.

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xlii

Flag

1 Translação na direção do eixo local x (rotacionado ou não).

2 Translação na direção do eixo local y (rotacionado ou não).

3 Translação na direção do eixo local z (rotacionado ou não).

4 Rotação em torno do eixo local x (rotacionado ou não).

5 Rotação em torno do eixo local y (rotacionado ou não).

6 Rotação em torno do eixo local z (rotacionado ou não).

A2.3.21 Apoio Elástico

PROPERTYSET NAME=1 K=1000.00 M=0.0 C=0.0 S=0.0 NONLINEA=NO

EGROUP SPRING NAME=1 PROPERTY=1 RESULT=FORCES, NONLINEA=NO SKEWSYST=NO BOLT=NO

ENODES SUBSTRUC=0 GROUP=1@CLEAR 1 3 4 0 0@

PROPERTYSET NAME=1 Cria o conjunto de propriedades número 1.

K=1000.00 Atribui o valor da rigidez da mola.

EGROUP SPRING NAME=1 PROPERTY=1

Cria um grupo de elemento de mola (número 1) e aplica o

PROPERTYSET 1 a este conjunto (PROPERTY=1).

ENODES SUBSTRUC=0 GROUP=1

Inicia a geração de elementos de mola (para EGROUP=1).

1 3 4 0 0 Cria o elemento de mola 1, no nó 3 com a mola na direção 4 (mesma

convenção de direções usada para a prescrição de deslocamento).

A2.3.22 Formatação do Arquivo de Resultados

PORTHOLE FORMATTED=YES INPUT-DATA=0, VELOCITIES=NO ACCELERATIONS=NO, TEMPERATURES=NO

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xliii

PORTHOLE Controla a formatação do arquivo de resultados escrito pelo

ADINA.

FORMATTED=YES Grava os resultados num arquivo em formato texto.

INPUT-DATA=0 Define o nível de "gravação" dos dados da malha. Definindo

INPUT-DATA=0 salva-se apenas as informações principais.

VELOCITIES=NO Não escreve as velocidades (iniciais ou calculadas) no arquivo de

resultados.

ACCELERATIONS=NO Não escreve as acelerações (iniciais ou calculadas) no arquivo de

resultados.

TEMPERATURES=NO Não escreve as temperaturas (iniciais ou calculadas) no arquivo

de resultados.

A2.3.23 Ativação do Solver

ADINA OPTIMIZE=SOLVER FILE='C:\Ex\x-001.dat', FIXBOUNDARY=YES OVERWRITE=YES

ADINA Inicia a validação do modelo e se o modelo for válido, cria

o arquivo de entrada para o ADINA indicado por FILE.

OPTIMIZE=SOLVER Renumeração nodal é feita levando-se em conta o

SOLVER utilizado.

FILE='C:\Ex\x-001.dat' Define o nome do arquivo de entrada de dados para o

ADINA a ser gerado.

FIXBOUNDARY=YES Apaga graus de liberdade que não estejam sendo usados.

OVERWRITE=YES Escreve o novo arquivo de dados mesmo que já exista um

outro arquivo com o mesmo nome. Sobrescreve-se o

arquivo antigo.

A2.3.24 Saindo do AUI – QUIT

QUIT IMMEDIATE=YES

QUIT Requisita o término do programa.

IMMEDIATE=YES Dispensa confirmação para encerrar o AUI.

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xliv

A2.3.25 Observações

Um asterisco (*) faz com que o AUI pule a linha de comando, permitindo a inserção de

comentários.

Para continuar comandos em outra linha deve-se inserir um vírgula ( , ).

A2.4 Exemplo de arquivo .in

A2.4.1 Análise Linear

*** 'Two-Dimensional Analysis of a Frame'

MASTER ANALYSIS=STATIC MODEX=EXECUTE, IDOF=100011 REACTIONS=YES AUTOMATIC=OFF, SOLVER=SPARSE SINGULAR=YES STIFFNES=1000*COORDINATES NODE SYSTEM=0@CLEAR1 0 0 02 0 0 53 0 -1 0@*BOUNDARIES@CLEAR1 'FIXED' 'FIXED' 'FIXED' 'FIXED' 'FIXED' 'FIXED'2 'FIXED' 'FREE' 'FREE' 'FREE' 'FIXED' 'FIXED'3 'FIXED' 'FIXED' 'FIXED' 'FIXED' 'FIXED' 'FIXED'@*MATERIAL ELASTIC 1 E=2.0035e+007

CROSS-SECTION PROPERTIES 1 TINERTIA=0.00208333 AREA=0.1

ENDRELEASE NAME=1ENDRELEASE NAME=2 MOMENT1=6ENDRELEASE NAME=3 MOMENT1=12ENDRELEASE NAME=4 MOMENT1=6 MOMENT2=12*EGROUP BEAM 1 SUBTYPE=TWO-D DISPLACE=SMALL RESULTS=FORCES, MOMENT-CURVATURE=NO*ENODES GROUP=1@CLEAR1 3 1 2@*EDATA GROUP=1@CLEAR1 1 1 1

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xlv

@*APPLY CONCENTRATED-LOADS@CLEAR2 3 -6052 4 -130@*PORTHOLE FORMATTED=YES INPUT-DATA=0, VELOCITIES=NO ACCELERATIONS=NO, TEMPERATURES=NO ACCELERATIONS=NO*ADINA OPTIMIZE=SOLVER FILE='C:\Comum\anexoII\pilar01-001.dat', FIXBOUNDARY=YES OVERWRITE=YES*QUIT IMMEDIATE=YES

A2.4.2 Análise Não-linear Geométrica

*** 'Two-Dimensional Analysis of a Frame'

MASTER ANALYSIS=STATIC MODEX=EXECUTE, IDOF=100011 REACTIONS=YES AUTOMATIC=OFF, SOLVER=SPARSE SINGULAR=YES STIFFNES=1000*KINEMATICS DISPLACE=LARGE STRAINS=SMALL PRESSURE=NO INCOMPAT=NO*ITERATION METHOD=FULL-NEWTON LINE-SEA=DEFAULT MAX-ITER=15, PRINTOUT=LAST*TOLERANCES ITERATION CONVERGE=ENERGY ETOL=0.00100000000000000, RCTOL=0.0500000000000000 STOL=0.500000000000000, RCONSM=0.0100000000000000*TIMEFUNCTION NAME=1 IFLIB=1 FPAR1=0.00000000000000, FPAR2=0.00000000000000 FPAR3=0.00000000000000, FPAR4=0.00000000000000 FPAR5=0.00000000000000, [email protected] 0.000000000000001.00000000000000 1.00000000000000@*TIMESTEP NAME=DEFAULT@CLEAR5 0.20@*COORDINATES NODE SYSTEM=0@CLEAR1 0 0 02 0 0 53 0 -1 0@*BOUNDARIES@CLEAR1 'FIXED' 'FIXED' 'FIXED' 'FIXED' 'FIXED' 'FIXED'

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2 'FIXED' 'FREE' 'FREE' 'FREE' 'FIXED' 'FIXED'3 'FIXED' 'FIXED' 'FIXED' 'FIXED' 'FIXED' 'FIXED'@*MATERIAL ELASTIC 1 E=2.0035e+007*CROSS-SECTION PROPERTIES 1 TINERTIA=0.00208333 AREA=0.1*ENDRELEASE NAME=1ENDRELEASE NAME=2 MOMENT1=6ENDRELEASE NAME=3 MOMENT1=12ENDRELEASE NAME=4 MOMENT1=6 MOMENT2=12*EGROUP BEAM 1 SUBTYPE=TWO-D DISPLACE=LARGE RESULTS=FORCES, MOMENT-CURVATURE=NO*ENODES GROUP=1@CLEAR1 3 1 2@*EDATA GROUP=1@CLEAR1 1 1 1@*APPLY CONCENTRATED-LOADS@CLEAR2 3 -6052 4 -130@*PORTHOLE FORMATTED=YES INPUT-DATA=0, VELOCITIES=NO ACCELERATIONS=NO, TEMPERATURES=NO ACCELERATIONS=NO*ADINA OPTIMIZE=SOLVER FILE='C:\Comum\anexoII\pilar01-002.dat', FIXBOUNDARY=YES OVERWRITE=YES*QUIT IMMEDIATE=YES

A2.4.3 Análise Não-linear Física e Geométrica

*** 'Two-Dimensional Analysis of a Frame'

MASTER ANALYSIS=STATIC MODEX=EXECUTE, IDOF=100011 REACTIONS=YES AUTOMATIC=OFF, SOLVER=SPARSE SINGULAR=YES STIFFNES=1000*TIMEFUNCTION NAME=1 IFLIB=1 FPAR1=0.00000000000000, FPAR2=0.00000000000000 FPAR3=0.00000000000000, FPAR4=0.00000000000000 FPAR5=0.00000000000000, [email protected] 0.000000000000001.00000000000000 1.00000000000000@*

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TIMESTEP NAME=DEFAULT@CLEAR5 0.20@*COORDINATES NODE SYSTEM=0@CLEAR1 0 0 02 0 0 53 0 -1 0@*BOUNDARIES@CLEAR1 'FIXED' 'FIXED' 'FIXED' 'FIXED' 'FIXED' 'FIXED'2 'FIXED' 'FREE' 'FREE' 'FREE' 'FIXED' 'FIXED'3 'FIXED' 'FIXED' 'FIXED' 'FIXED' 'FIXED' 'FIXED'@*MATERIAL ELASTIC 1 E=2.0035e+007*CROSS-SECTION PROPERTIES 1 TINERTIA=0.00208333 AREA=0.1*ENDRELEASE NAME=1ENDRELEASE NAME=2 MOMENT1=6ENDRELEASE NAME=3 MOMENT1=12ENDRELEASE NAME=4 MOMENT1=6 MOMENT2=12*CURVATURE-MOMENT NAME=9@CLEAR -0.015532 -166.17 -0.01412 -166.17 -0.014 -165.89 -0.012 -161.12 -0.01 -154.91 -0.008 -143.87 -0.006 -122.48 -0.004 -94.565 -0.002 -59 0 0 0.002 59 0.004 94.565 0.006 122.48 0.008 143.87 0.01 154.91 0.012 161.12 0.014 165.89 0.01412 166.17 0.015532 166.17@*CURVATURE-MOMENT NAME=10@CLEAR -0.013112 -163.09 -0.01192 -163.09 -0.01 -156.12 -0.008 -142.87 -0.006 -125.28 -0.004 -98.403 -0.002 -58.571

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xlviii

0 0 0.002 58.571 0.004 98.403 0.006 125.28 0.008 142.87 0.01 156.12 0.01192 163.09 0.013112 163.09@*CURVATURE-MOMENT NAME=11@CLEAR -0.01166 -153.09 -0.0106 -153.09 -0.01 -150.16 -0.008 -138.86 -0.006 -124.03 -0.004 -99.925 -0.002 -55.956 0 0 0.002 55.956 0.004 99.925 0.006 124.03 0.008 138.86 0.01 150.16 0.0106 153.09 0.01166 153.09@*MOMENT-CURVATURE-FORCE NAME=1@CLEAR -485.71 9 -607.14 10 -728.57 11@*RIGIDITY-MOMENT-CURVATURE NONLINEAR-ELASTIC NAME=1,RIGIDITY=2.2315e+006 MOMENT-T=1*EGROUP BEAM NAME=1 SUBTYPE=TWO-D DISPLACE=LARGE RESULTS=FORCES,MOMENT-C=YES RIGIDITY=1*ENODES GROUP=1@CLEAR1 3 1 2@*EDATA GROUP=1@CLEAR1 1 1 1@*APPLY CONCENTRATED-LOADS@CLEAR2 3 -6052 4 -100@*PORTHOLE FORMATTED=YES INPUT-DATA=0, VELOCITIES=NO ACCELERATIONS=NO,

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xlix

TEMPERATURES=NO ACCELERATIONS=NO*ADINA OPTIMIZE=SOLVER FILE='C:\Comum\anexoII\pilar01-003.dat', FIXBOUNDARY=YES OVERWRITE=YES*QUIT IMMEDIATE=YES

A2.5 Formato do arquivo de resultados (porthole)

Descrevemos neste item o procedimento para se ler o arquivo de resultados do ADINA

gravado como texto (ASCII).

O arquivo de resultados é criado com o mesmo nome do arquivo de dados processado

pelo ADINA (com extensão .dat), mudando-se apenas a extensão para .por. O arquivo

de resultados contém diversos dados sobre o problema, como a geometria e informações

sobre o processamento. Estas informações variam conforme a configuração do arquivo

de resultados (volume).

No nosso caso, nos interessa o trecho do arquivo aonde estão gravados os resultados.

Abaixo apresentamos a transcrição do trecho correspondente aos resultados de um time

step.

NEW STEP 0 11 0 1 0 0 0 0 0.10000000E+00 0DISP-XYZ 15 0.11274504E-03-0.28421102E-04-0.22549009E-03 0.45098019E-03-0.56842204E-04-0.45098019E-03 0.10147054E-02-0.85263306E-04-0.67647028E-03 0.18039207E-02-0.11368440E-03-0.90196038E-03 0.28186262E-02-0.14210551E-03-0.11274504E-02ELEMBIRT 0 1NEWSTEP4 0 1 1 1 4 5 0 0 0 0 3 2 5 3 1 1 -1 12 1 1 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0.1000000000000E+00OUTPUT-4 1 12 0.60500000E+02 0.00000000E+00 0.00000000E+00 0.00000000E+00 0.00000000E+00-0.10000000E+02-0.60500000E+02 0.00000000E+00 0.00000000E+00 0.00000000E+00 0.00000000E+00 0.10000000E+02OUTPUT-4 2 12

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l

0.60500000E+02-0.14210854E-13 0.00000000E+00 0.00000000E+00 0.00000000E+00-0.10000000E+02-0.60500000E+02 0.14210854E-13 0.00000000E+00 0.00000000E+00 0.00000000E+00 0.10000000E+02OUTPUT-4 3 12 0.60500000E+02 0.00000000E+00 0.00000000E+00 0.00000000E+00 0.00000000E+00-0.10000000E+02-0.60500000E+02 0.00000000E+00 0.00000000E+00 0.00000000E+00 0.00000000E+00 0.10000000E+02OUTPUT-4 4 12 0.60500000E+02 0.00000000E+00 0.00000000E+00 0.00000000E+00 0.00000000E+00-0.10000000E+02-0.60500000E+02 0.00000000E+00 0.00000000E+00 0.00000000E+00 0.00000000E+00 0.10000000E+02OUTPUT-4 5 12 0.60500000E+02-0.22737367E-12 0.00000000E+00 0.00000000E+00 0.00000000E+00-0.10000000E+02-0.60500000E+02 0.22737367E-12 0.00000000E+00 0.00000000E+00 0.00000000E+00 0.10000000E+02REACFORC 1 3REACFOR1 1REACFOR2 0.0000000000000E+00 0.6050000000000E+02 0.1000000000000E+02

O bloco de dados de um passo de carregamento é marcado com a instrução NEW STEP.

Duas linhas abaixo é registrado o valor do passo de carregamento (0.10000000E+00 por

exemplo).

A instrução DISP-XYZ marca o início da transcrição dos deslocamentos. A seguir consta

o número de graus de liberdade da estrutura e consequentemente de deslocamentos (no

exemplo 15 deslocamentos). Os valores seguintes são os valores destes deslocamentos,

que são gravados seguindo a numeração crescente dos nós e na seqüência das direções

dos esforços de extremidade dos elementos, indicadas na Figura A2.6. Deve-se lembrar

que caso o sistema de coordenadas do nó tiver sido girado, os deslocamentos referir-se-

ão a este sistema e deverão pois ser transformados para o sistema global.

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li

Z

YX

sr

tS4

S1

S5

S2

S11

S8S10S7

S9 S12

S3

S6

1

2

Figura A2.6 – Convenção para os esforços de extremidade do elemento de barra Hermitiano do ADINA

Os esforços internos de cada barra são gravados após a instrução OUTPUT-4. Na linha

seguinte consta o número da barra e o número de graus de liberdade. Nas linhas

seguintes são gravados os esforços (no nosso caso 12) segundo a notação da Figura

A2.6.

As reações são gravadas ao final.

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lii

13. Anexo III

A3 ANEXO III

VALORES NUMÉRICOS COMPLEMENTARES AOSEXEMPLOS DE VALIDAÇÃO

A3.1 Introdução

Neste anexo apresentamos os valores numéricos de diagramas força normal – momento

– curvatura e dos gráficos do Capítulo 7

A3.2 Pilar [GARCIA-1]

A3.2.1 Diagramas Força Normal – Momento – Curvatura

As unidades utilizadas nos diagramas são o quilo-Newton (kN) e o metro (m). O sinal

negativo representa força de tração e o positivo compressão.

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liii

σcd = 0,85 fcd; γf3 = 1,00

N = -959,99 N = -640 N = -320 N = 0,0 N = 320 N = 640

1/r M 1/r M 1/r M 1/r M 1/r M 1/r M

-0,0394 -257,89 -0,0389 -304,67

-0,0373 -208,4 -0,0358 -257,89 -0,0354 -304,67

-0,0333 -103,21 -0,0353 -156,78 -0,0339 -208,4 -0,035 -257,82 -0,035 -304,54

-0,0308 -49,332 -0,0303 -103,21 -0,0321 -156,78 -0,0325 -208,36 -0,0325 -257,54 -0,0325 -304,28

-0,028 -49,332 -0,03 -103,14 -0,03 -156,7 -0,03 -208,24 -0,03 -257,23 -0,03 -303,63

-0,0275 -49,352 -0,0275 -102,94 -0,0275 -156,51 -0,0275 -208,04 -0,0275 -256,8 -0,0275 -302,64

-0,025 -49,212 -0,025 -102,86 -0,025 -156,31 -0,025 -207,78 -0,025 -256,27 -0,025 -301,57

-0,0225 -49,212 -0,0225 -102,56 -0,0225 -156,12 -0,0225 -207,39 -0,0225 -255,64 -0,0225 -300,27

-0,02 -49,212 -0,02 -102,3 -0,02 -155,96 -0,02 -206,99 -0,02 -254,82 -0,02 -298,74

-0,0175 -49,212 -0,0175 -102,17 -0,0175 -155,66 -0,0175 -206,46 -0,0175 -253,78 -0,0175 -296,81

-0,015 -49,212 -0,015 -101,91 -0,015 -155,38 -0,015 -205,76 -0,015 -252,22 -0,015 -294,22

-0,0125 -49,212 -0,0125 -101,78 -0,0125 -154,96 -0,0125 -204,66 -0,0125 -250,09 -0,0125 -290,66

-0,01 -49,212 -0,01 -101,44 -0,01 -154,53 -0,01 -203,23 -0,01 -246,87 -0,01 -276,53

-0,0075 -49,212 -0,0075 -101,23 -0,0075 -153,74 -0,0075 -180,82 -0,0075 -203,06 -0,0075 -222,88

-0,005 -49,212 -0,005 -81,178 -0,005 -97,448 -0,005 -121,92 -0,005 -145,58 -0,005 -166,25

-0,0025 -40,589 -0,0025 -40,589 -0,0025 -40,589 -0,0025 -61,586 -0,0025 -85,783 -0,0025 -104,56

0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

0,0025 40,589 0,0025 40,589 0,0025 40,589 0,0025 61,586 0,0025 85,783 0,0025 104,56

0,005 49,212 0,005 81,178 0,005 97,448 0,005 121,92 0,005 145,58 0,005 166,25

0,0075 49,212 0,0075 101,23 0,0075 153,74 0,0075 180,82 0,0075 203,06 0,0075 222,88

0,01 49,212 0,01 101,44 0,01 154,53 0,01 203,23 0,01 246,87 0,01 276,53

0,0125 49,212 0,0125 101,78 0,0125 154,96 0,0125 204,66 0,0125 250,09 0,0125 290,66

0,015 49,212 0,015 101,91 0,015 155,38 0,015 205,76 0,015 252,22 0,015 294,22

0,0175 49,212 0,0175 102,17 0,0175 155,66 0,0175 206,46 0,0175 253,78 0,0175 296,81

0,02 49,212 0,02 102,3 0,02 155,96 0,02 206,99 0,02 254,82 0,02 298,74

0,0225 49,212 0,0225 102,56 0,0225 156,12 0,0225 207,39 0,0225 255,64 0,0225 300,27

0,025 49,212 0,025 102,86 0,025 156,31 0,025 207,78 0,025 256,27 0,025 301,57

0,0275 49,352 0,0275 102,94 0,0275 156,51 0,0275 208,04 0,0275 256,8 0,0275 302,64

0,02803 49,332 0,03 103,14 0,03 156,7 0,03 208,24 0,03 257,23 0,03 303,63

0,03083 49,332 0,03029 103,21 0,03213 156,78 0,0325 208,36 0,0325 257,54 0,0325 304,28

0,03332 103,21 0,03534 156,78 0,03391 208,4 0,035 257,82 0,035 304,54

0,0373 208,4 0,03578 257,89 0,0354 304,67

0,03935 257,89 0,03894 304,67

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liv

σcd = 0,85 fcd; γf3 = 1,00

N = 959,99 N = 1280 N = 1600 N = 1920 N = 2240 N = 2560

1/r M 1/r M 1/r M 1/r M 1/r M 1/r M

-0,026 -335,78

-0,0236 -335,78

-0,0225 -335,51 -0,0195 -353,73

-0,02 -335,06 -0,0177 -353,73

-0,0175 -334,38 -0,0175 -353,59 -0,0162 -348,61 -0,0147 -321,84

-0,015 -331,19 -0,015 -352,55 -0,0147 -348,61 -0,0133 -321,84 -0,0133 -293,61 -0,0121 -262,83

-0,0125 -325,68 -0,0125 -343,72 -0,0125 -333,42 -0,0125 -317,35 -0,0121 -293,61 -0,011 -262,83

-0,01 -291,47 -0,01 -302,7 -0,01 -309,97 -0,01 -300,77 -0,01 -283,44 -0,01 -259,52

-0,0075 -239,67 -0,0075 -252,71 -0,0075 -261,58 -0,0075 -265,7 -0,0075 -264,81 -0,0075 -245,62

-0,005 -183,22 -0,005 -195,87 -0,005 -203,86 -0,005 -206,87 -0,005 -204,51 -0,005 -196,48

-0,0025 -116,9 -0,0025 -122,54 -0,0025 -121,4 -0,0025 -115,74 -0,0025 -109,66 -0,0025 -103,1

0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

0,0025 116,9 0,0025 122,54 0,0025 121,4 0,0025 115,74 0,0025 109,66 0,0025 103,1

0,005 183,22 0,005 195,87 0,005 203,86 0,005 206,87 0,005 204,51 0,005 196,48

0,0075 239,67 0,0075 252,71 0,0075 261,58 0,0075 265,7 0,0075 264,81 0,0075 245,62

0,01 291,47 0,01 302,7 0,01 309,97 0,01 300,77 0,01 283,44 0,01 259,52

0,0125 325,68 0,0125 343,72 0,0125 333,42 0,0125 317,35 0,01208 293,61 0,01096 262,83

0,015 331,19 0,015 352,55 0,01473 348,61 0,01334 321,84 0,01329 293,61 0,01205 262,83

0,0175 334,38 0,0175 353,59 0,0162 348,61 0,01467 321,84

0,02 335,06 0,0177 353,73

0,0225 335,51 0,01947 353,73

0,0236 335,78

0,02596 335,78

σcd = 0,85 fcd; γf3 = 1,00

N = 2880 N = 3200 N = 3520 N = 3840 N = 4160

1/r M 1/r M 1/r M 1/r M 1/r M

-0,011 -228,9 -0,01 -188,87 -0,0086 -143,13

-0,01 -228,9 -0,0091 -188,87 -0,0078 -143,13 -0,0065 -95,461

-0,0075 -218,4 -0,0075 -183,59 -0,0075 -142,56 -0,0059 -95,461 -0,0039 -47,416

-0,005 -182,51 -0,005 -165,17 -0,005 -132,2 -0,005 -94,084 -0,0035 -47,416

-0,0025 -96,002 -0,0025 -88,215 -0,0025 -79,362 -0,0025 -68,855 -0,0025 -46,084

0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

0,0025 96,002 0,0025 88,215 0,0025 79,362 0,0025 68,855 0,0025 46,084

0,005 182,51 0,005 165,17 0,005 132,2 0,005 94,084 0,0035 47,416

0,0075 218,4 0,0075 183,59 0,0075 142,56 0,00588 95,461 0,00385 47,416

0,00998 228,9 0,00908 188,87 0,00778 143,13 0,00646 95,461

0,01097 228,9 0,00999 188,87 0,00855 143,13

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lv

A3.2.2 Valores Numéricos das Curvas Força - Deslocamento

[GARCIA-1]

1 Elemento 2 Elementos 4 Elementos 10 Elementos

a (cm) F (kN) a (cm) F (kN) a (cm) F (kN) a (cm) F (kN)

0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00

1.50 27.50 1.50 27.50 1.50 27.50 1.50 27.50

3.00 46.05 3.00 45.52 3.00 45.48 3.00 45.45

4.50 58.20 4.50 57.48 4.50 57.40 4.50 57.35

6.00 68.00 6.00 67.00 6.00 66.52 6.00 66.52

7.30 73.60 7.00 71.40 6.70 70.10 6.36 68.90

8.24 76.10

(Valores aproximados, extraídos graficamente do gráfico publicado.)

FTOOL

1 Elemento 2 Elementos 4 Elementos 10 Elementos

a (cm) F (kN) a (cm) F (kN) a (cm) F (kN) a (cm) F (kN)

0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00

1.40 27.50 1.43 27.50 1.44 27.50 1.44 27.50

2.80 46.00 2.91 46.00 2.96 46.00 2.97 46.00

4.02 57.50 4.24 57.50 4.33 57.50 4.36 57.50

5.22 67.00 5.63 67.00 5.78 67.00 5.82 67.00

6.22 73.50 6.88 72.90 6.84 70.30 6.44 69.10

8.47 82.20

A3.3 Pilar [SANTOS-1]

A3.3.1 Diagramas Força Normal – Momento – Curvatura

As unidades utilizadas nos diagramas são o quilo-Newton (kN) e o metro (m). O sinal

negativo representa força de tração e o positivo compressão.

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lvi

A3.3.1.1 ANLFG(1)

σcd = 0,85 fcd; γf3 = 1,00

N = -485,71 N = -364,29 N = -242,86 N = -121,43 N = 0,0 N = 121,43

1/r M 1/r M 1/r M 1/r M 1/r M 1/r M

-0,032 -130,290

-0,030 -106,920 -0,029 -130,290

-0,027 -57,295 -0,029 -82,541 -0,027 -106,920 -0,028 -130,230

-0,025 -31,627 -0,025 -57,295 -0,026 -82,541 -0,026 -106,850 -0,026 -130,090

-0,023 -31,627 -0,024 -57,229 -0,024 -82,468 -0,024 -106,800 -0,024 -129,920

-0,021 -7,110 -0,022 -31,599 -0,022 -57,165 -0,022 -82,403 -0,022 -106,680 -0,022 -129,710

-0,019 -7,110 -0,020 -31,499 -0,020 -57,077 -0,020 -82,337 -0,020 -106,570 -0,020 -129,430

-0,018 -7,132 -0,018 -31,449 -0,018 -56,966 -0,018 -82,232 -0,018 -106,400 -0,018 -129,090

-0,016 -7,132 -0,016 -31,510 -0,016 -56,922 -0,016 -82,099 -0,016 -106,150 -0,016 -128,670

-0,014 -7,132 -0,014 -31,510 -0,014 -56,767 -0,014 -82,009 -0,014 -105,860 -0,014 -128,120

-0,012 -7,132 -0,012 -31,510 -0,012 -56,683 -0,012 -81,832 -0,012 -104,900 -0,012 -124,370

-0,010 -7,132 -0,010 -31,510 -0,010 -56,402 -0,010 -78,367 -0,010 -99,097 -0,010 -118,080

-0,008 -7,132 -0,008 -31,142 -0,008 -50,477 -0,008 -71,930 -0,008 -92,029 -0,008 -110,110

-0,006 -7,132 -0,006 -26,027 -0,006 -43,452 -0,006 -63,755 -0,006 -82,422 -0,006 -98,086

-0,004 -6,781 -0,004 -20,000 -0,004 -34,798 -0,004 -48,687 -0,004 -60,077 -0,004 -71,044

-0,002 -3,380 -0,002 -12,417 -0,002 -20,160 -0,002 -20,203 -0,002 -30,351 -0,002 -41,623

0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000

0,002 3,380 0,002 12,417 0,002 20,160 0,002 20,203 0,002 30,351 0,002 41,623

0,004 6,781 0,004 20,000 0,004 34,798 0,004 48,687 0,004 60,077 0,004 71,044

0,006 7,132 0,006 26,027 0,006 43,452 0,006 63,755 0,006 82,422 0,006 98,086

0,008 7,132 0,008 31,142 0,008 50,477 0,008 71,930 0,008 92,029 0,008 110,110

0,010 7,132 0,010 31,510 0,010 56,402 0,010 78,367 0,010 99,097 0,010 118,080

0,012 7,132 0,012 31,510 0,012 56,683 0,012 81,832 0,012 104,900 0,012 124,370

0,014 7,132 0,014 31,510 0,014 56,767 0,014 82,009 0,014 105,860 0,014 128,120

0,016 7,132 0,016 31,510 0,016 56,922 0,016 82,099 0,016 106,150 0,016 128,670

0,018 7,132 0,018 31,449 0,018 56,966 0,018 82,232 0,018 106,400 0,018 129,090

0,019 7,110 0,020 31,499 0,020 57,077 0,020 82,337 0,020 106,570 0,020 129,430

0,021 7,110 0,022 31,599 0,022 57,165 0,022 82,403 0,022 106,680 0,022 129,710

0,023 31,627 0,024 57,229 0,024 82,468 0,024 106,800 0,024 129,920

0,025 31,627 0,025 57,295 0,026 82,541 0,026 106,850 0,026 130,090

0,027 57,295 0,029 82,541 0,027 106,920 0,028 130,230

0,030 106,920 0,029 130,290

0,032 130,290

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lvii

σcd = 0,85 fcd; γf3 = 1,00

N = 242,86 N = 364,29 N = 485,71 N = 607,14 N = 728,57 N = 850

1/r M 1/r M 1/r M 1/r M 1/r M 1/r M

-0,027 -150,240

-0,024 -150,240

-0,024 -150,130

-0,022 -149,840

-0,020 -149,480 -0,019 -164,140

-0,018 -149,060 -0,017 -164,140 -0,016 -166,170

-0,016 -148,510 -0,016 -162,810 -0,014 -166,170

-0,014 -146,820 -0,014 -158,730 -0,014 -165,890 -0,013 -163,090 -0,012 -153,090

-0,012 -141,690 -0,012 -153,890 -0,012 -161,120 -0,012 -163,090 -0,011 -153,090 -0,011 -139,750

-0,010 -134,950 -0,010 -147,730 -0,010 -154,910 -0,010 -156,120 -0,010 -150,160 -0,010 -139,750

-0,008 -125,820 -0,008 -138,460 -0,008 -143,870 -0,008 -142,870 -0,008 -138,860 -0,008 -131,860

-0,006 -108,570 -0,006 -116,370 -0,006 -122,480 -0,006 -125,280 -0,006 -124,030 -0,006 -119,240

-0,004 -80,686 -0,004 -88,637 -0,004 -94,565 -0,004 -98,403 -0,004 -99,925 -0,004 -98,147

-0,002 -50,447 -0,002 -56,257 -0,002 -59,000 -0,002 -58,571 -0,002 -55,956 -0,002 -53,123

0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000

0,002 50,447 0,002 56,257 0,002 59,000 0,002 58,571 0,002 55,956 0,002 53,123

0,004 80,686 0,004 88,637 0,004 94,565 0,004 98,403 0,004 99,925 0,004 98,147

0,006 108,570 0,006 116,370 0,006 122,480 0,006 125,280 0,006 124,030 0,006 119,240

0,008 125,820 0,008 138,460 0,008 143,870 0,008 142,870 0,008 138,860 0,008 131,860

0,010 134,950 0,010 147,730 0,010 154,910 0,010 156,120 0,010 150,160 0,010 139,750

0,012 141,690 0,012 153,890 0,012 161,120 0,012 163,090 0,011 153,090 0,011 139,750

0,014 146,820 0,014 158,730 0,014 165,890 0,013 163,090 0,012 153,090

0,016 148,510 0,016 162,810 0,014 166,170

0,018 149,060 0,017 164,140 0,016 166,170

0,020 149,480 0,019 164,140

0,022 149,840

0,024 150,130

0,024 150,240

0,027 150,240

σcd = 0,85 fcd; γf3 = 1,00

N = 971,43 N = 1092,9 N = 1214,3 N = 1335,7 N = 1457,1 N = 1578,6

1/r M 1/r M 1/r M 1/r M 1/r M 1/r M

-0,010 -125,320

-0,009 -125,320 -0,009 -109,070 -0,008 -90,544 -0,007 -68,026

-0,008 -122,050 -0,008 -109,070 -0,007 -90,544 -0,006 -68,026 -0,005 -43,189

-0,006 -111,010 -0,006 -99,280 -0,006 -84,425 -0,006 -67,112 -0,005 -43,189 -0,003 -16,947

-0,004 -91,962 -0,004 -81,924 -0,004 -69,799 -0,004 -56,128 -0,004 -40,098 -0,003 -16,947

-0,002 -50,062 -0,002 -46,722 -0,002 -42,929 -0,002 -36,374 -0,002 -27,264 -0,002 -13,957

0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000

0,002 50,062 0,002 46,722 0,002 42,929 0,002 36,374 0,002 27,264 0,002 13,957

0,004 91,962 0,004 81,924 0,004 69,799 0,004 56,128 0,004 40,098 0,003 16,947

0,006 111,010 0,006 99,280 0,006 84,425 0,006 67,112 0,005 43,189 0,003 16,947

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0,008 122,050 0,008 109,070 0,007 90,544 0,006 68,026 0,005 43,189

0,009 125,320 0,009 109,070 0,008 90,544 0,007 68,026

0,010 125,320

A3.3.1.2 ANLFG(2)

σcd = 1,10 fcd; γf3 = 1,10

N = -485,71 N = -364,29 N = -242,86 N = -121,43 N = 0,0 N = 121,43

1/r M 1/r M 1/r M 1/r M 1/r M 1/r M

-0,009 -52,086 -0,010 -75,037 -0,010 -97,201 -0,010 -118,440

-0,008 -28,751 -0,008 -52,086 -0,009 -75,037 -0,009 -97,201 -0,009 -118,440

-0,007 -28,751 -0,008 -50,716 -0,008 -72,831 -0,008 -93,706 -0,008 -112,890

-0,0042 -6,463 -0,006 -26,027 -0,006 -43,563 -0,006 -64,609 -0,006 -84,298 -0,006 -101,700

-0,004 -6,463 -0,004 -20,000 -0,004 -34,798 -0,004 -49,995 -0,004 -62,798 -0,004 -75,258

-0,002 -3,380 -0,002 -12,417 -0,002 -20,160 -0,002 -20,216 -0,002 -31,704 -0,002 -44,441

0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000

0,002 3,380 0,002 12,417 0,002 20,160 0,002 20,216 0,002 31,704 0,002 44,441

0,004 6,463 0,004 20,000 0,004 34,798 0,004 49,995 0,004 62,798 0,004 75,258

0,0042 6,463 0,006 26,027 0,006 43,563 0,006 64,609 0,006 84,298 0,006 101,700

0,007 28,751 0,008 50,716 0,008 72,831 0,008 93,706 0,008 112,890

0,008 28,751 0,008 52,086 0,009 75,037 0,009 97,201 0,009 118,440

0,009 52,086 0,010 75,037 0,010 97,201 0,010 118,440

σcd = 1,10 fcd; γf3 = 1,10

N = 242,86 N = 364,29 N = 485,71 N = 607,14 N = 728,57 N = 850

1/r M 1/r M 1/r M 1/r M 1/r M 1/r M

-0,010 -136,590 -0,010 -149,220

-0,009 -136,590 -0,009 -149,220 -0,008 -151,060 -0,007 -148,260

-0,008 -130,100 -0,008 -145,090 -0,007 -151,060 -0,007 -148,260 -0,0062 -139,170 -0,0052 -127,050

-0,006 -115,840 -0,006 -125,610 -0,006 -133,830 -0,006 -140,460 -0,006 -139,170 -0,005 -127,050

-0,004 -86,550 -0,004 -96,292 -0,004 -104,380 -0,004 -110,600 -0,004 -114,890 -0,004 -117,150

-0,002 -54,940 -0,002 -62,836 -0,002 -68,011 -0,002 -70,474 -0,002 -70,214 -0,002 -67,662

0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000

0,002 54,940 0,002 62,836 0,002 68,011 0,002 70,474 0,002 70,214 0,002 67,662

0,004 86,550 0,004 96,292 0,004 104,380 0,004 110,600 0,004 114,890 0,004 117,150

0,006 115,840 0,006 125,610 0,006 133,830 0,006 140,460 0,006 139,170 0,005 127,050

0,008 130,100 0,008 145,090 0,007 151,060 0,007 148,260 0,0062 139,170 0,0052 127,050

0,009 136,590 0,009 149,220 0,008 151,060 0,007 148,260

0,010 136,590 0,010 149,220

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σcd = 1,10 fcd; γf3 = 1,10

N = 971,43 N = 1092,9 N = 1214,3 N = 1335,7 N = 1457,1 N = 1578,6

1/r M 1/r M 1/r M 1/r M 1/r M 1/r M

-0,0043 -113,930 -0,004 -99,154 -0,0033 -82,312 -0,003 -61,842

-0,004 -113,930 -0,003 -99,154 -0,003 -82,312 -0,002 -61,842 -0,0017 -39,262 0,00075 -15,407

-0,002 -64,749 -0,002 -61,639 -0,002 -58,365 -0,002 -54,829 -0,0015 -39,262 -0,0007 -15,407

0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000

0,002 64,749 0,002 61,639 0,002 58,365 0,002 54,829 0,0015 39,262 0,0007 15,407

0,004 113,930 0,003 99,154 0,003 82,312 0,002 61,842 0,0017 39,262 0,00075 15,407

0,0043 113,930 0,004 99,154 0,0033 82,312 0,003 61,842

A3.3.2 Curvas Momento – Deslocamento (Valores Numéricos)

AL(1) AL(2) AL(3)

a (cm) Md (kNm) a (cm) Md (kNm) a (cm) Md (kNm)

0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0

3,6647 130,0 3,8938 130,0 4,4499 130,0

ANLG(1) ANLG (2)

a (cm) Md (kNm) a (cm) Md (kNm)

0,0 0,0 0,0 0,0

3,5189 100,0 4,1242 100,0

4,5745 130,0 5,3614 130,0

SANTOS[1]

a (cm) Md (kNm)

0,0 0,0

1,22 22,869

2,51 45,315

2,818 48,718

6,52 81,554

10,00 90,75

10,44 91,113

10,91 91,295

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lx

11,49 90,811

11,96 90,387

ANLFG (1)

a (cm) Md (kNm)

0,0 0,0

1,0834 20,0

2,1668 40,0

3,7628 60,0

6,1283 80,0

9,3438 91,3

10,6048 92,65

10,9664 92,7

ANLFG(2)

a (cm) M (kNm)

0,0 0,0

0,862 20,0

1,724 40,0

2,5859 60,0

4,2419 80,0

5,2987 91,3

6,3779 100

7,7236 110

8,8761 115,1

8,907 115,15

A3.3.3 Diagramas de Interação (Valores numéricos)

Diagrama de Interação da Seção Transversal

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lxi

Md (kNm) Nd (kN)

0 -521,78

7,1096 -485,71

31,627 -364,29

57,295 -242,86

82,541 -121,43

106,92 0,00

130,29 121,43

150,24 242,86

164,14 364,29

166,17 485,71

163,09 607,14

153,09 728,57

139,75 850

125,32 971,43

109,07 1092,9

90,544 1214,3

68,026 1335,7

43,189 1457,1

16,947 1578,6

0,00 1641,6

-16,947 1578,6

-43,189 1457,1

-68,026 1335,7

-90,544 1214,3

-109,07 1092,9

-125,32 971,43

-139,75 850

-153,09 728,57

-163,09 607,14

-166,17 485,71

-164,14 364,29

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lxii

-150,24 242,86

-130,29 121,43

-106,92 0,00

-82,541 -121,43

-57,295 -242,86

-31,627 -364,29

-7,1096 -485,71

0,00 -521,78

Diagramas de Interação para os diversos comprimentos de pilar

Coluna 5,0m (1) Coluna 5,0m (2)

Mmáx,base Md Nd Mmáx,base Md Nd

92,55 92,55 0 100,68 100,68 0

145,79 108,8 300 152,48 122,3 300

158,98 92,70 605 164,15 115,15 605

116,91 59,23 900 140,79 92,10 900

37,655 6,948 1350 88,504 43,58 1350

0,0 0,0 1578,6 0,0 0,0 1641,6

Coluna 2,5m Coluna 10,0m

Mmáx,base Md Nd Mmáx,base Md Nd

103,05 103,05 0 86,83 86,83 0

155,94 141,81 300 112,16 37,34 300

165,55 146,21 450 62,964 8,311 605

163,22 142,42 605 0,00 0,00 702,7

133,99 109,97 900

65,248 42,56 1350

0,00 0,00 1641,6

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lxiii

A3.4 Exemplo de Pórtico [GARCIA-1]

A3.4.1 Diagramas Força Normal – Momento – Curvatura

As unidades utilizadas nos diagramas são o quilo-Newton (kN) e o metro (m). O sinal

negativo representa força de tração e o positivo compressão.

Pilares

σcd = 0,85 fcd; γf3 = 1,00

N = 960 N = 640 N = 320 N = 0,0 N = 320 N = 640

1/r M 1/r M 1/r M 1/r M 1/r M 1/r M

-0,03935 -257,89 -0,03894 -304,67

-0,0373 -208,4 -0,03578 -257,89 -0,0354 -304,67

-0,03332 -103,21 -0,03534 -156,78 -0,03391 -208,4 -0,035 -257,82 -0,035 -304,54

-0,03083 -49,332 -0,03029 -103,21 -0,03213 -156,78 -0,0325 -208,36 -0,0325 -257,54 -0,0325 -304,28

-0,02803 -49,332 -0,03 -103,14 -0,03 -156,7 -0,03 -208,24 -0,03 -257,23 -0,03 -303,63

-0,0275 -49,352 -0,0275 -102,94 -0,0275 -156,51 -0,0275 -208,04 -0,0275 -256,8 -0,0275 -302,64

-0,025 -49,212 -0,025 -102,86 -0,025 -156,31 -0,025 -207,78 -0,025 -256,27 -0,025 -301,57

-0,0225 -49,212 -0,0225 -102,56 -0,0225 -156,12 -0,0225 -207,39 -0,0225 -255,64 -0,0225 -300,27

-0,02 -49,212 -0,02 -102,3 -0,02 -155,96 -0,02 -206,99 -0,02 -254,82 -0,02 -298,74

-0,0175 -49,212 -0,0175 -102,17 -0,0175 -155,66 -0,0175 -206,46 -0,0175 -253,78 -0,0175 -296,81

-0,015 -49,212 -0,015 -101,91 -0,015 -155,38 -0,015 -205,76 -0,015 -252,22 -0,015 -294,22

-0,0125 -49,212 -0,0125 -101,78 -0,0125 -154,96 -0,0125 -204,66 -0,0125 -250,09 -0,0125 -290,66

-0,01 -49,212 -0,01 -101,44 -0,01 -154,53 -0,01 -203,23 -0,01 -246,87 -0,01 -276,53

-0,0075 -49,212 -0,0075 -101,23 -0,0075 -153,74 -0,0075 -180,82 -0,0075 -203,06 -0,0075 -222,88

-0,005 -49,212 -0,005 -81,178 -0,005 -97,448 -0,005 -121,92 -0,005 -145,58 -0,005 -166,25

-0,0025 -40,589 -0,0025 -40,589 -0,0025 -40,589 -0,0025 -61,586 -0,0025 -85,783 -0,0025 -104,56

0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

0,0025 40,589 0,0025 40,589 0,0025 40,589 0,0025 61,586 0,0025 85,783 0,0025 104,56

0,005 49,212 0,005 81,178 0,005 97,448 0,005 121,92 0,005 145,58 0,005 166,25

0,0075 49,212 0,0075 101,23 0,0075 153,74 0,0075 180,82 0,0075 203,06 0,0075 222,88

0,01 49,212 0,01 101,44 0,01 154,53 0,01 203,23 0,01 246,87 0,01 276,53

0,0125 49,212 0,0125 101,78 0,0125 154,96 0,0125 204,66 0,0125 250,09 0,0125 290,66

0,015 49,212 0,015 101,91 0,015 155,38 0,015 205,76 0,015 252,22 0,015 294,22

0,0175 49,212 0,0175 102,17 0,0175 155,66 0,0175 206,46 0,0175 253,78 0,0175 296,81

0,02 49,212 0,02 102,3 0,02 155,96 0,02 206,99 0,02 254,82 0,02 298,74

0,0225 49,212 0,0225 102,56 0,0225 156,12 0,0225 207,39 0,0225 255,64 0,0225 300,27

0,025 49,212 0,025 102,86 0,025 156,31 0,025 207,78 0,025 256,27 0,025 301,57

0,0275 49,352 0,0275 102,94 0,0275 156,51 0,0275 208,04 0,0275 256,8 0,0275 302,64

0,028025 49,332 0,03 103,14 0,03 156,7 0,03 208,24 0,03 257,23 0,03 303,63

0,030828 49,332 0,030287 103,21 0,032125 156,78 0,0325 208,36 0,0325 257,54 0,0325 304,28

0,033316 103,21 0,035337 156,78 0,033912 208,4 0,035 257,82 0,035 304,54

0,037304 208,4 0,035775 257,89 0,0354 304,67

0,039352 257,89 0,03894 304,67

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lxiv

σcd = 0,85 fcd; γf3 = 1,00

N = 959,99 N = 1280 N = 1600 N = 1920 N = 2240 N = 2560

1/r M 1/r M 1/r M 1/r M 1/r M 1/r M

-0,02596 -335,78

-0,0236 -335,78

-0,0225 -335,51 -0,01947 -353,73

-0,02 -335,06 -0,0177 -353,73

-0,0175 -334,38 -0,0175 -353,59 -0,0162 -348,61 -0,01467 -321,84

-0,015 -331,19 -0,015 -352,55 -0,01473 -348,61 -0,01334 -321,84 -0,01329 -293,61 -0,01205 -262,83

-0,0125 -325,68 -0,0125 -343,72 -0,0125 -333,42 -0,0125 -317,35 -0,01208 -293,61 -0,01096 -262,83

-0,01 -291,47 -0,01 -302,7 -0,01 -309,97 -0,01 -300,77 -0,01 -283,44 -0,01 -259,52

-0,0075 -239,67 -0,0075 -252,71 -0,0075 -261,58 -0,0075 -265,7 -0,0075 -264,81 -0,0075 -245,62

-0,005 -183,22 -0,005 -195,87 -0,005 -203,86 -0,005 -206,87 -0,005 -204,51 -0,005 -196,48

-0,0025 -116,9 -0,0025 -122,54 -0,0025 -121,4 -0,0025 -115,74 -0,0025 -109,66 -0,0025 -103,1

0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

0,0025 116,9 0,0025 122,54 0,0025 121,4 0,0025 115,74 0,0025 109,66 0,0025 103,1

0,005 183,22 0,005 195,87 0,005 203,86 0,005 206,87 0,005 204,51 0,005 196,48

0,0075 239,67 0,0075 252,71 0,0075 261,58 0,0075 265,7 0,0075 264,81 0,0075 245,62

0,01 291,47 0,01 302,7 0,01 309,97 0,01 300,77 0,01 283,44 0,01 259,52

0,0125 325,68 0,0125 343,72 0,0125 333,42 0,0125 317,35 0,012077 293,61 0,010955 262,83

0,015 331,19 0,015 352,55 0,01473 348,61 0,013335 321,84 0,013285 293,61 0,01205 262,83

0,0175 334,38 0,0175 353,59 0,016203 348,61 0,014669 321,84

0,02 335,06 0,0177 353,73

0,0225 335,51 0,01947 353,73

0,0236 335,78

0,02596 335,78

σcd = 0,85 fcd; γf3 = 1,00

N = 2880 N = 3200 N = 3520 N = 3840 N = 4160

1/r M 1/r M 1/r M 1/r M 1/r M

-0,01097 -228,9 -0,00999 -188,87 -0,00855 -143,13

-0,00998 -228,9 -0,00908 -188,87 -0,00778 -143,13 -0,00646 -95,461

-0,0075 -218,4 -0,0075 -183,59 -0,0075 -142,56 -0,00588 -95,461 -0,00385 -47,416

-0,005 -182,51 -0,005 -165,17 -0,005 -132,2 -0,005 -94,084 -0,0035 -47,416

-0,0025 -96,002 -0,0025 -88,215 -0,0025 -79,362 -0,0025 -68,855 -0,0025 -46,084

0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

0,0025 96,002 0,0025 88,215 0,0025 79,362 0,0025 68,855 0,0025 46,084

0,005 182,51 0,005 165,17 0,005 132,2 0,005 94,084 0,0035 47,416

0,0075 218,4 0,0075 183,59 0,0075 142,56 0,005875 95,461 0,00385 47,416

0,009975 228,9 0,009083 188,87 0,007775 143,13 0,006463 95,461

0,010972 228,9 0,009991 188,87 0,008553 143,13

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lxv

Vigas

σcd = 0,85 fcd; γf3 = 1,00

N = -960 N = 480 N = 0,0 N = 480 N = 960 N = 1440

1/r M 1/r M 1/r M 1/r M 1/r M 1/r M

-0,026 -593,6

-0,0244 -487,75 -0,0236 -593,6

-0,023 -368,67 -0,0222 -487,75 -0,0233 -593,32

-0,0215 -243,44 -0,0209 -368,67 -0,0217 -487,54 -0,0217 -593,12

-0,0196 -115,31 -0,0196 -243,44 -0,02 -368,47 -0,02 -486,77 -0,02 -592,78

-0,0178 -115,31 -0,0183 -243,55 -0,0183 -368,15 -0,0183 -485,64 -0,0183 -592,34 -0,0173 -663,61

-0,0167 -115,19 -0,0167 -243,24 -0,0167 -367,69 -0,0167 -484,53 -0,0167 -591,8 -0,0157 -663,61

-0,015 -114,89 -0,015 -243,16 -0,015 -367,15 -0,015 -483,1 -0,015 -588,95 -0,015 -663

-0,0133 -114,95 -0,0133 -242,98 -0,0133 -366,4 -0,0133 -481,13 -0,0133 -585,18 -0,0133 -662

-0,0117 -115,19 -0,0117 -242,73 -0,0117 -365,57 -0,0117 -478,72 -0,0117 -580,63 -0,0117 -660,45

-0,01 -114,89 -0,01 -242,48 -0,01 -364,36 -0,01 -475,58 -0,01 -574,95 -0,01 -658,07

-0,0083 -114,95 -0,0083 -242,33 -0,0083 -362,52 -0,0083 -471,15 -0,0083 -566,87 -0,0083 -648,16

-0,0067 -115,19 -0,0067 -241,83 -0,0067 -360,15 -0,0067 -464,65 -0,0067 -555,5 -0,0067 -605,4

-0,005 -114,89 -0,005 -241,51 -0,005 -351,54 -0,005 -409,63 -0,005 -460,64 -0,005 -503,05

-0,0033 -114,95 -0,0033 -174,81 -0,0033 -236,46 -0,0033 -297,05 -0,0033 -349,19 -0,0033 -390,47

-0,0017 -79,024 -0,0017 -79,024 -0,0017 -119,24 -0,0017 -180,07 -0,0017 -225,47 -0,0017 -253,53

0,00 0.00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

0,00167 79,024 0,00167 79,024 0,00167 119,24 0,00167 180,07 0,00167 225,47 0,00167 253,53

0,00333 114,95 0,00333 174,81 0,00333 236,46 0,00333 297,05 0,00333 349,19 0,00333 390,47

0,005 114,89 0,005 241,51 0,005 351,54 0,005 409,63 0,005 460,64 0,005 503,05

0,00667 115,19 0,00667 241,83 0,00667 360,15 0,00667 464,65 0,00667 555,5 0,00667 605,4

0,00833 114,95 0,00833 242,33 0,00833 362,52 0,00833 471,15 0,00833 566,87 0,00833 648,16

0,01 114,89 0,01 242,48 0,01 364,36 0,01 475,58 0,01 574,95 0,01 658,07

0,01167 115,19 0,01167 242,73 0,01167 365,57 0,01167 478,72 0,01167 580,63 0,01167 660,45

0,01333 114,95 0,01333 242,98 0,01333 366,4 0,01333 481,13 0,01333 585,18 0,01333 662

0,015 114,89 0,015 243,16 0,015 367,15 0,015 483,1 0,015 588,95 0,015 663

0,01667 115,19 0,01667 243,24 0,01667 367,69 0,01667 484,53 0,01667 591,8 0,01573 663,61

0,01782 115,31 0,01833 243,55 0,01833 368,15 0,01833 485,64 0,01833 592,34 0,01731 663,61

0,0196 115,31 0,01957 243,44 0,02 368,47 0,02 486,77 0,02 592,78

0,02153 243,44 0,0209 368,67 0,02167 487,54 0,02167 593,12

0,02299 368,67 0,02221 487,75 0,02333 593,32

0,02443 487,75 0,0236 593,6

0,02596 593,6

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lxvi

σcd = 0,85 fcd; γf3 = 1,00

N = 1920 N = 2400 N = 2880 N = 3360 N = 3840 N = 4320

1/r M 1/r M 1/r M 1/r M 1/r M 1/r M

-0,013 -703,99

-0,0118 -703,99

-0,0117 -703,68 -0,0106 -703,94 -0,0094 -646,02

-0,01 -701,35 -0,0096 -703,94 -0,0086 -646,02 -0,0085 -582,93 -0,0076 -511,54

-0,0083 -697,42 -0,0083 -677,57 -0,0083 -641,92 -0,0077 -582,93 -0,0069 -511,54 -0,0069 -426,29

-0,0067 -633,72 -0,0067 -634,89 -0,0067 -609,89 -0,0067 -567,71 -0,0067 -508,34 -0,0063 -426,29

-0,005 -534,89 -0,005 -554,88 -0,005 -561,51 -0,005 -532,55 -0,005 -480,63 -0,005 -410,33

-0,0033 -420,14 -0,0033 -437,01 -0,0033 -440,42 -0,0033 -429,48 -0,0033 -402,7 -0,0033 -363,01

-0,0017 -264,15 -0,0017 -257,7 -0,0017 -243,78 -0,0017 -228,78 -0,0017 -212,46 -0,0017 -194,22

0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

0,00167 264,15 0,00167 257,7 0,00167 243,78 0,00167 228,78 0,00167 212,46 0,00167 194,22

0,00333 420,14 0,00333 437,01 0,00333 440,42 0,00333 429,48 0,00333 402,7 0,00333 363,01

0,005 534,89 0,005 554,88 0,005 561,51 0,005 532,55 0,005 480,63 0,005 410,33

0,00667 633,72 0,00667 634,89 0,00667 609,89 0,00667 567,71 0,00667 508,34 0,00626 426,29

0,00833 697,42 0,00833 677,57 0,00833 641,92 0,0077 582,93 0,00693 511,54 0,00688 426,29

0,01 701,35 0,00961 703,94 0,00859 646,02 0,00847 582,93 0,00763 511,54

0,01167 703,68 0,01057 703,94 0,00945 646,02

0,0118 703,99

0,01298 703,99

σcd = 0,85 fcd; γf3 = 1,00

N = 4800 N = 5280 N = 5760

1/r M 1/r M 1/r M

-0,0061 -327,56

-0,0055 -327,56 -0,0046 -217,54

-0,005 -322,3 -0,0042 -217,54 -0,0028 -105,96

-0,0033 -292,9 -0,0033 -208,73 -0,0025 -105,96

-0,0017 -173,82 -0,0017 -149,58 -0,0017 -99,777

0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

0,00167 173,82 0,00167 149,58 0,00167 99,777

0,00333 292,9 0,00333 208,73 0,00252 105,96

0,005 322,3 0,0042 217,54 0,00277 105,96

0,00552 327,56 0,00462 217,54

0,00607 327,56

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lxvii

A3.4.2 Valores Numéricos das Curvas Força - Deslocamento

FTOOL[GARCIA-1] Frame Analysis

[GARCIA-1] 3 elementos 10 elementos

F (kN) a (cm) F (kN) a (cm) F (kN) a (cm) F (kN) a (cm)

0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00

27.0 1.00 29.3 1.00 25.0 0.99 25.0 0.93

49.5 2.00 52.0 2.00 50.0 1.99 50.0 1.99

67.5 3.00 67.5 3.00 75.0 3.43 75.0 3.45

83.3 4.00 83.3 4.00 85.0 4.13 85.0 4.15

93.0 4.78 91.3 4.78 95.0 4.9672 95.0 5.0472

96.5 5.11 93.6 5.11 99.0 5.6888 95.7 5.2108

98.3 5.28 94 5.30 99.27 5.90

100 5.46 92.3 5.77

(Os valores de [GARCIA-1] e Frame Analysis foram obtidos graficamente.)

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14. Anexo IV

A4 ANEXO IV

TABELAS ADIMENSIONAIS PARA RELAÇÕES FORÇANORMAL – MOMENTO - CURVATURA

A4.1 Introdução

Apresentamos neste anexo exemplos de validação adicionais ao apresentado no tópico

5.4, constituídos também por tabelas adimensionais com relações N-M-1/r para diversos

arranjos e taxas de armadura em pilares para os aços classe A e B.

A4.2 Relações N-M-1/r [SANTOS-3]

Aço CA50A; d = 0,10; n’ = 2; n1 = 2; ω = 1,0

[SANTOS-3] ν0 = 1.97θ\ν 0.0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1.0 1.1 1.2 1.3 1.4 1.5 1.6 1.7 1.8 1.9 2.0 2.2 2.41.0 .101 .113 .124 .132 .138 .141 .141 .138 .135 .131 .127 .124 .119 .115 .111 .106 .100 .095 .0772.0 .200 .211 .221 .231 .238 .245 .249 .252 .253 .251 .248 .242 .234 .225 .215 .185 .1533.0 .296 .306 .315 .323 .330 .336 .340 .343 .344 .344 .340 .317 .291 .261 .229 .1944.0 .389 .397 .405 .411 .417 .421 .424 .422 .403 .382 .357 .3315.0 .395 .429 .461 .491 .499 .485 .466 .445 .4216.0 .397 .432 .466 .498 .517 .5087.0 .399 .435 .469 .503 .5188.0 .400 .437 .472 .503µef .403 .442 .479 .504 .518 .509 .480 .451 .422 .393 .363 .333 .301 .268 .232 .194 .156 .117 .079 .040θef 14.3 14.7 14.2 9.4 7.1 6.0 5.7 5.4 5.1 4.8 4.5 4.2 4.0 3.7 3.5 3.0 2.5 2.0 1.4 .7

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lxix

FTOOLθ\ν 0.0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1.0 1.1 1.2 1.3 1.4 1.5 1.6 1.7 1.8 1.9 2.0 2.2 2.41.0 .101 .113 .124 .132 .138 .141 .141 .138 .135 .131 .128 .124 .119 .115 .111 .106 .1 .095 .0782.0 .2 .211 .221 .231 .238 .245 .249 .252 .253 .251 .248 .242 .234 .225 .215 .186 .1533.0 .296 .306 .315 .323 .33 .336 .34 .343 .344 .344 .34 .317 .291 .261 .228 .1944.0 .389 .397 .405 .411 .417 .421 .424 .422 .403 .382 .358 .335.0 .395 .429 .461 .491 .499 .485 .466 .445 .4216.0 .397 .432 .466 .498 .517 .5087.0 .399 .435 .469 .503 .5188.0 .4 .437 .472 .5039.0 .401 .438 .474 .50410.0 .401 .439 .47611.0 .402 .44 .47712.0 .402 .44 .47813.0 .403 .441 .47914.0 .403 .441 .479µef .403 .442 .479 .504 .518 .509 .48 .451 .422 .393 .363 .333 .301 .267 .232 .194 .155 .117 .078 .039θef 14.3 14.7 14.2 9.44 7.08 6.04 5.71 5.39 5.08 4.77 4.49 4.22 3.01 3.47 3.71 3.96 2.5 1.96 1.35 .66

Aço CA50A; d = 0,10; n’ = 2; n1 = 2; ω = 2,0

[SANTOS-3] ν0 = 2.93θ\ν 0.0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1.0 1.1 1.2 1.3 1.4 1.5 1.6 1.7 1.8 1.9 2.0 2.2 2.41.0 .183 .191 .198 .205 .210 .214 .217 .219 .219 .217 .215 .212 .210 .207 .204 .202 .199 .196 .193 .190 .187 .181 .1742.0 .363 .370 .376 .382 .388 .393 .397 .401 .404 .406 .407 .407 .407 .405 .403 .399 .394 .389 .383 .377 .371 .308 .2363.0 .538 .544 .549 .554 .559 .563 .567 .570 .572 .574 .576 .576 .576 .576 .574 .549 .520 .490 .458 .424 .3894.0 .709 .713 .717 .721 .725 .728 .730 .732 .734 .735 .711 .685 .657 .629 .599 .568 .5365.0 .786 .821 .855 .883 .885 .873 .848 .821 .794 .766 .7376.0 .791 .827 .862 .897 .917 .9047.0 .794 .831 .867 .903 .9188.0 .796 .834 .870 .903µef .802 .841 .879 .904 .918 .907 .873 .840 .806 .773 .739 .706 .673 .639 .605 .571 .537 .502 .466 .430 .392 .315 .237θef 14.6 14.9 14.2 9.4 7.1 6.1 5.9 5.7 5.5 5.3 5.2 5.0 4.8 4.6 4.4 4.3 4.1 3.9 3.8 3.6 3.4 2.8 2.2

FTOOLθ\ν 0.0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1.0 1.1 1.2 1.3 1.4 1.5 1.6 1.7 1.8 1.9 2.0 2.2 2.41.0 .183 .191 .198 .205 .21 .214 .217 .219 .219 .217 .215 .212 .21 .207 .204 .202 .199 .196 .193 .19 .187 .181 .1742.0 .363 .37 .376 .382 .388 .393 .397 .401 .404 .406 .407 .407 .407 .405 .403 .399 .394 .389 .383 .377 .371 .308 .2373.0 .538 .544 .549 .554 .559 .563 .567 .57 .572 .574 .576 .576 .576 .576 .574 .549 .521 .49 .458 .425 .3894.0 .709 .713 .717 .721 .725 .728 .73 .732 .734 .735 .711 .685 .658 .628 .599 .568 .5355.0 .786 .821 .855 .883 .885 .873 .848 .821 .794 .766 .7376.0 .791 .827 .862 .897 .917 .9047.0 .794 .831 .867 .903 .9188.0 .796 .834 .87 .9039.0 .798 .836 .873 .90410.0 .799 .837 .87511.0 .8 .838 .87612.0 .801 .839 .87813.0 .801 .84 .87914.0 .802 .841 .879µef .802 .841 .879 .904 .918 .907 .873 .84 .806 .773 .739 .706 .673 .639 .605 .571 .537 .501 .466 .43 .393 .315 .236θef 14.6 14.9 14.2 9.44 7.08 6.11 5.91 5.72 5.53 5.34 5.15 4.97 4.79 4.61 4.44 4.26 4.1 3.93 3.77 3.62 3.44 2.82 2.16

FTOOLθ\ν 2.0 2.1 2.2 2.3 2.4 2.5 2.6 2.7 2.8 2.91.0 .187 .184 .181 .178 .174 .171 .157 .1192.0 .371 .342 .308 .272 .2373.0 .389 .3524.05.06.0µef .393 .353 2.82 2.5 2.16 1.82 1.46 1.08 .7 .28θef 3.44 3.13 .315 .276 .236 .198 .158 .118 .080 .039

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Aço CA50B; d = 0,10; n’ = 2; n1 = 2; ω = 0,10

[SANTOS-3] ν0 = 1.08θ\ν 0.0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1.0 1.1 1.2 1.3 1.4 1.5 1.6 1.7 1.8 1.9 2.0 2.2 2.41.0 .015 .042 .060 .070 .072 .067 .061 .055 .048 .038 .0232.0 .029 .058 .082 .099 .109 .114 .110 .099 .081 .059 .0323.0 .035 .070 .097 .116 .129 .134 .130 .118 .097 .0694.0 .039 .075 .105 .128 .141 .144 .139 .1265.0 .042 .079 .110 .134 .148 .1526.0 .042 .082 .114 .137 .1517.0 .043 .082 .116 .140 .1548.0 .043 .083 .117 .142µef .043 .084 .119 .143 .154 .155 .145 .128 .103 .070 .033θef 12.5 13.8 13.6 9.3 7.1 5.8 4.9 4.3 3.8 3.2 2.1

FTOOLθ\ν 0.0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1.0 1.1 1.2 1.3 1.4 1.5 1.6 1.7 1.8 1.9 2.0 2.2 2.41.0 .015 .042 .060 .070 .072 .067 .061 .055 .048 .038 .0232.0 .029 .058 .082 .099 .109 .114 .110 .099 .081 .059 .0323.0 .035 .070 .097 .116 .129 .134 .130 .118 .097 .0694.0 .039 .075 .105 .128 .141 .144 .139 .1265.0 .042 .079 .110 .134 .148 .1526.0 .043 .082 .114 .137 .1517.0 .043 .083 .116 .140 .1548.0 .043 .083 .117 .1429.0 .043 .083 .117 .14210.0 .043 .084 .11811.0 .043 .084 .11812.0 .043 .084 .11813.0 .084 .118

µef .043 .084 .119 .143 .154 .155 .145 .128 .103 .070 .033θef 12.5 13.8 13.6 9.26 7.08 5.75 4.92 4.28 3.77 3.19 2.1

Aço CA50B; d = 0,10; n’ = 2; n1 = 2; ω = 1,0

[SANTOS-3] ν0 = 1.82θ\ν 0.0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1.0 1.1 1.2 1.3 1.4 1.5 1.6 1.7 1.8 1.9 2.0 2.2 2.41.0 .101 .113 .124 .132 .138 .141 .141 .138 .135 .131 .127 .124 .119 .114 .104 .090 .072 .0502.0 .200 .211 .221 .231 .238 .245 .249 .252 .253 .248 .238 .223 .204 .184 .161 .136 .1093.0 .291 .306 .315 .323 .330 .336 .335 .330 .321 .308 .292 .272 .249 .224 .1954.0 .333 .359 .382 .400 .406 .400 .390 .378 .364 .346 .326 .3045.0 .362 .390 .415 .432 .441 442 .432 .4156.0 .385 .414 .437 .453 .463 .4657.0 .399 .433 .455 .470 .4808.0 .400 .436 .467 .485µef .403 .440 .470 .487 .480 .469 .451 .423 .395 .367 .338 .307 .276 .242 .204 .161 .116 .070 .018θef 14.3 14.9 10.7 8.2 7.0 6.2 5.6 5.3 5.0 4.7 4.4 4.1 3.9 3.6 3.3 2.8 2.2 1.6 0.6

FTOOLθ\ν 0.0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1.0 1.1 1.2 1.3 1.4 1.5 1.6 1.7 1.8 1.9 2.0 2.2 2.41.0 .200 .211 .221 .231 .238 .245 .249 .252 .253 .248 .238 .223 .205 .184 .161 .136 .1102.0 .291 .306 .315 .323 .330 .336 .335 .330 .321 .308 .292 .272 .250 .224 .1963.0 .333 .359 .382 .400 .406 .400 .391 .378 .364 .346 .326 .3044.0 .362 .390 .415 .432 .441 .442 .432 .4155.0 .385 .414 .437 .453 .463 .4656.0 .399 .433 .455 .470 .4807.0 .400 .436 .467 .4858.0 .401 .437 .4689.0 .401 .438 .47010.0 .402 .43911.0 .402 .43912.0 .403 .44013.0 .403 .44014.0µef .403 .440 .470 .487 .480 .469 .451 .423 .395 .367 .338 .307 .275 .243 .204 .161 .116 .070 .016θef 14.3 14.9 1.7 8.18 7.05 6.19 5.59 5.26 4.96 4.67 4.39 4.12 3.87 3.64 3.31 2.8 2.23 1.6 .61

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Aço CA50B; d = 0,10; n’ = 2; n1 = 2; ω = 2,0

[SANTOS-3] ν0 = 2.64θ\ν 0.0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1.0 1.1 1.2 1.3 1.4 1.5 1.6 1.7 1.8 1.9 2.0 2.2 2.41.0 .183 .191 .18 .205 .210 .214 .217 .219 .219 .217 .215 .212 .210 .207 .204 .202 .199 .196 .193 .184 .172 .139 .0982.0 .363 .370 .376 .382 .388 .393 .397 .401 .404 .406 .407 .407 .404 .396 .384 .369 .350 .331 .310 .287 .263 .2123.0 .538 .544 .549 .554 .559 .563 .567 .566 .561 .552 .540 .527 .511 .493 .474 .453 .430 .405 .379 .352 .3234.0 .643 .665 .686 .700 .696 .684 .671 .655 .639 .621 .601 .580 .558 .535 .5115.0 .703 .729 .748 .761 .767 .768 .761 .744 .724 .703 .6816.07.0 .788 .808 .824 .835 .8418.0 .795 .828 .853µef .801 .834 .861 .857 .842 .825 .804 .778 .746 .714 .682 .650 .617 .584 .551 .518 .484 .450 .415 .379 .334 .241 .145θef 15.0 11.7 9.0 7.8 7.0 6.4 5.9 5.6 5.4 5.2 5.0 4.8 4.7 4.5 4.3 4.1 4.0 3.8 3.7 3.5 3.2 2.5 1.8

FTOOLθ\ν 0.0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1.0 1.1 1.2 1.3 1.4 1.5 1.6 1.7 1.8 1.9 2.0 2.2 2.41.0 .183 .191 .198 .205 .210 .214 .217 .219 .219 .217 .215 .212 .210 .207 .204 .202 .199 .196 .193 .184 .172 .140 .0982.0 .363 .370 .376 .382 .388 .393 .397 .401 .404 .406 .407 .407 .404 .396 .384 .369 .351 .331 .310 .287 .264 .2133.0 .538 .544 .549 .554 .559 .563 .567 .566 .561 .552 .540 .527 .511 .493 .474 .453 .430 .405 .379 .352 .3234.0 .643 .665 .686 .700 .704 .696 .684 .671 .655 .639 .621 .601 .581 .559 .535 .5115.0 .703 .729 .748 .761 .767 .768 .761 .744 .725 .704 .6826.0 .751 .773 .790 .802 .809 .8107.0 .788 .808 .824 .835 .8418.0 .795 .828 .8539.0 .796 .830 .86110.0 .797 .83211.0 .798 .83312.0 .79913.0 .80014.0 .800µef .801 .834 .861 .857 .842 .825 .804 .778 .746 .714 .682 .649 .617 .584 .551 .518 .484 .449 .415 .379 .334 .241 .145θef 15.0 11.7 9.01 7.78 7.03 6.41 5.92 5.57 5.37 5.19 5.01 4.83 4.65 4.48 4.31 4.15 3.98 3.82 3.67 3.52 3.21 2.52 1.76

FTOOLθ\ν 2.0 2.1 2.2 2.3 2.4 2.5 2.61.0 .172 .157 .14 .12 .098 .0742.0 .264 .239 .213 .1863.0 .3234.05.06.0µef 3.21 2.87 2.52 2.15 1.76 1.35θef .334 .287 .241 .193 .145 .095

Aço CA50A; d = 0,10; n’ = 10; n1 = 8; ω = 0,3

[SANTOS-3] ν0 = 1.29θ\ν 0.0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1.0 1.1 1.2 1.3 1.4 1.5 1.6 1.7 1.8 1.9 2.0 2.2 2.41.0 .028 .050 .065 .075 .079 .077 .072 .067 .061 .055 .047 .039 .0272.0 .056 .077 .096 .110 .120 .126 .127 .123 .114 .101 .084 .0623.0 .083 .104 .121 .136 .147 .154 .156 .154 .142 .124 .0994.0 .099 .125 .145 .159 .169 .175 .173 .166 .1525.0 .106 .134 .158 .176 .187 .187 .1836.0 .110 .140 .165 .184 .195 .1977.0 .113 .143 .169 .188 .1988.0 .115 .146 .172 .190µef .120 .153 .176 .191 .198 .197 .186 .172 .155 .132 .104 .069 .034θef 14.2 13.9 10.5 8.4 7.1 6.1 5.4 4.9 4.3 .3.9 3.5 2.8 1.8

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FTOOLθ\ν 0.0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1.0 1.1 1.2 1.3 1.4 1.5 1.6 1.7 1.8 1.9 2.0 2.2 2.41.0 .029 .050 .065 .075 .079 .077 .072 .067 .061 .055 .048 .039 .0282.0 .056 .077 .096 .110 .120 .126 .127 .123 .114 .101 .084 .0623.0 .083 .104 .121 .136 .147 .154 .156 .154 .142 .124 .0994.0 .099 .125 .145 .159 .169 .175 .173 .166 .1525.0 .106 .134 .158 .176 .187 .187 .1836.0 .110 .140 .165 .184 .195 .1977.0 .113 .143 .169 .188 .1988.0 .115 .146 .172 .1909.0 .116 .148 .17410.0 .117 .149 .17511.0 .118 .15112.0 .119 .15113.0 .120 .15214.0 .120µef .120 .153 .176 .191 .198 .197 .186 .172 .155 .132 .104 .069 .034θef 14.2 13.9 1.5 8.44 7.06 6.08 5.43 4.85 4.35 3.91 3.54 2.78 1.75

Aço CA50A; d = 0,10; n’ = 10; n1 = 2; ω = 0,3

[SANTOS-3] ν0 = 1.29θ\ν 0.0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1.0 1.1 1.2 1.3 1.4 1.5 1.6 1.7 1.8 1.9 2.0 2.2 2.41.0 .023 .045 .060 .070 .074 .071 .067 .061 .056 .049 .042 .034 .0232.0 .046 .067 .085 .100 .110 .116 .117 .113 .104 .090 .075 .0563.0 .068 .088 .106 .121 .132 .139 .141 .138 .129 .114 .0924.0 .085 .107 .125 .138 .148 .154 .155 .150 .1405.0 .094 .118 .138 .152 .161 .164 .1636.0 .100 .125 .146 .161 .169 .1727.0 .104 .130 .150 .166 .1758.0 .106 .133 .154 .169µef .114 .139 .157 .169 .175 .174 .167 .157 .142 .123 .098 .065 .031θef 14.9 11.9 9.7 8.2 7.0 6.2 5.5 4.9 4.4 4.0 3.6 2.9 1.9

FTOOLθ\ν 0.0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1.0 1.1 1.2 1.3 1.4 1.5 1.6 1.7 1.8 1.9 2.0 2.2 2.41.0 .023 .045 .060 .070 .074 .071 .067 .061 .056 .049 .042 .034 .0232.0 .046 .067 .085 .100 .110 .116 .117 .113 .104 .090 .075 .0563.0 .068 .088 .106 .121 .132 .139 .141 .138 .129 .114 .0924.0 .085 .107 .125 .138 .148 .154 .155 .150 .1405.0 .094 .118 .138 .152 .161 .164 .1636.0 .100 .125 .146 .161 .169 .1727.0 .104 .130 .150 .166 .1758.0 .106 .133 .154 .1699.0 .108 .135 .15610.0 .110 .13711.0 .111 .13812.0 .11213.0 .11314.0 .113µef .114 .139 .157 .169 .175 .174 .167 .157 .142 .123 .098 .065 .031θef 14.9 11.9 9.66 8.16 7.05 6.2 5.53 4.95 4.43 3.98 3.6 2.9 1.85