desenvolvimento de um sistema automatizado para o controle...

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GILMAR COELHO DESENVOLVIMENTO DE UM SISTEMA AUTOMATIZADO PARA O CONTROLE DA VISCOSIDADE DE TINTAS UTILIZADAS NA IMPRESSÃO DE EMBALAGENS FLEXÍVEIS Florianópolis 2011

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GILMAR COELHO

DESENVOLVIMENTO DE UM SISTEMA

AUTOMATIZADO PARA O CONTROLE DA

VISCOSIDADE DE TINTAS UTILIZADAS NA

IMPRESSÃO DE EMBALAGENS FLEXÍVEIS

Florianópolis

2011

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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO CIÊNCIA E

TECNOLOGIA DE SANTA CATARINA

DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE METAL-MECÂNICA

MESTRADO PROFISSIONAL EM MECATRÔNICA

GILMAR COELHO

DESENVOLVIMENTO DE UM SISTEMA

AUTOMATIZADO PARA O CONTROLE DA

VISCOSIDADE DE TINTAS UTILIZADAS NA

IMPRESSÃO DE EMBALAGENS FLEXÍVEIS

Dissertação submetida ao Programa de Pós-

Graduação em Mecatrônica do Instituto

Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de

Santa Catarina para a obtenção do Grau de

Mestre em Mecatrônica.

Orientador: Prof. Valdir Noll, Dr.Eng.

Co-orientador: Prof. André Roberto de Sousa,

Dr.Eng.

Florianópolis

2011

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C672d Coelho, Gilmar

Desenvolvimento de um sistema automatizado para o controle da

viscosidade de tintas utilizadas na impressão de embalagens flexíveis

[dissertação] / Gilmar Coelho ; orientador Valdir Noll ; coorientador

André Roberto de Sousa. – Florianópolis, SC, 2011.

122 f. : il., tabs.

Dissertação (mestrado) – Instituto Federal de Educação,

Ciência e Tecnologia de Santa Catarina. Programa de Pós-

Graduação em Mecatrônica.

Inclui referências.

1. Tintas de impressão. 2. Automatização - sistema. 2.

Dispositivo – controle de viscosidade. I. Noll, Valdir. II. Sousa,

André Roberto de. III Título.

CDD: 667.5

Sistema de Bibliotecas Integradas do IFSC

Biblioteca Dr. Hercílio Luz – Campus Florianópolis

Catalogado por: Augiza Karla Boso CRB 14/1092

Rose Mari Lobo Goulart CRB 14/277

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DESENVOLVIMENTO DE UM SISTEMA

AUTOMATIZADO PARA O CONTROLE DA

VISCOSIDADE DE TINTAS UTILIZADAS NA

IMPRESSÃO DE EMBALAGENS FLEXÍVEIS

GILMAR COELHO

Esta Dissertação foi julgada adequada para obtenção do Título de Mestre

em Mecatrônica, e aprovada em sua forma final pelo Programa de Pós-

Graduação em Mecatrônica.

______________________________________

Prof. Valdir Noll, Dr.Eng.

Orientador

_______________________________________

Prof. Raimundo Ricardo Matos da Cunha, Dr.Eng

Coordenador do Curso

Banca Examinadora:

_________________________________

Prof. Valdir Noll, Dr. Eng.

Presidente

__________________________________

Prof. Silvana Rosa Lisboa de Sá, Ms. Eng.

__________________________________

Prof. Armando Albertazzi Gonçalves Júnior, Dr. Eng.

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Dedico esta dissertação a minha esposa,

Denise e aos meus filhos, Felipe e Natan, que

por eles e em função deles foi possível

realizar este mestrado. Dedico, ainda, aos

meus pais que me deram uma base na minha

educação, e até hoje estou buscando o

caminho do conhecimento.

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AGRADECIMENTOS

Aos professores do núcleo de mestrado em Mecatrônica do Instituto

Federal de Santa Catarina, em especial a professora Silvana e o

professor André que me proporcionaram uma porta para a volta de meus

estudos em tempos distintos.

Ao responsável pela manutenção da empresa Plasc, Sr. Gilvane da Silva

pelo apoio incondicional ao projeto.

Ao bolsista da Mecatrônica Thiago Japur Paes Barreto pela dedicação e

ajuda no desenvolvimento do trabalho.

Ao professor João Batista Broering por ceder o uso do laboratório

(LAHP) no qual foi montado o protótipo.

Ao meu orientador, professor Valdir Noll, pela orientação e

credibilidade que deu ao projeto e pelos conhecimentos aplicados na

melhoria e construção do protótipo.

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O conhecimento amplo e satisfatório sobre

um processo ou um fenômeno somente

existirá quando for possível medi-lo e

expressá-lo por meio de números.

(Lord Kelvin, 1883)

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RESUMO

A crescente concorrência no mercado de embalagens flexíveis

motivou as indústrias da área em busca de alternativas que

proporcionam ao produto final um custo menor para a produção e desta

forma agregando valor final às embalagens. A tinta empregada para

impressão das embalagens colabora com um percentual de

aproximadamente 10% no valor final de um produto, e seu controle se

torna importante, pois evita desperdícios.

O tema de mestrado é o desenvolvimento de um dispositivo para

o controle da viscosidade de tinta utilizada nas máquinas de impressão

para filmes flexíveis. O controle da viscosidade da tinta foi realizado

online, ou seja, a viscosidade é analisada na maquina durante a

produção, evitando-se assim um mascaramento das medidas efetuadas,

com um resultado real e confiável para o ajuste do processo. O sistema

de produção foi totalmente automatizado, evitando-se o contato do

operador com a tinta e solventes utilizados no processo.

Com utilização do dispositivo busca-se um impacto positivo no

desenvolvimento da produção das embalagens promovendo a melhoria

das condições de trabalho no cotidiano dos operadores, redução dos

impactos ambientais, e a redução de perdas bem como aumento da

qualidade da impressão de embalagens flexíveis

Palavras chave: automatização, viscosidade, tintas, controle.

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ABSTRACT

The growing competition in the flexible packages market,

motivated the industries of the segment, to search for alternatives that

afford the end product a smaller production cast and so adding and value

to the packages. The ink employed in the printing of the packages

contributes to 10% of the end cost, and its control becomes important, as

it avoids waste.

The Masters theme is the development of a device that controls

the viscosity of ink used in flexible films printing machines. The ink

viscosity control was done online, the viscosity is analyzed by the

machine during production, avoiding so a masking effect the

measurements made, with a red and trustworthy result for the adjustment

of the process. The production system was totally automated, avoiding

human contact with the ink and solvents used in the process.

With the use of device, a positive impact in the development of

packaging production is sought for, promoting a better work condition

for the operators routines, reduction of the environmental impact,

reduction of waste as well as quality increase in the printing of flexible

packages.

Keywords: automation, viscosity, inks, control.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Classificação geral dos fluidos. ....................................... 39

Figura 2 - Representação esquemática viscosímetro capilar e de

esfera. ............................................................................................... 41

Figura 3 - Representação esquemática viscosímetro rotacional. ...... 41

Figura 4 - Medidas do copo Zahn. .................................................... 43

Figura 5 – Copo Zahn. ...................................................................... 43

Figura 6 - Gráfico de conversão de tempo em viscosidade do copo

zanh. ................................................................................................. 45

Figura 7 - Especificações técnicas. ................................................... 45

Figura 8 – Representação Gráfica do modelo do processo de

desenvolvimento integrado de produtos - PRODIP. ........................ 47

Figura 9 – Instrumentos utilizados na medição. ............................... 49

Figura 10 - Operador executando a medição manualmente. ............ 49

Figura 11 – Tinta fluindo pelo copo Zhan. ....................................... 50

Figura 12 – Colocação do copo Zhan dentro do reservatório de tinta.

.......................................................................................................... 50

Figura 13 – Operador cronometrando o tempo de escoamento total.50

Figura 14 - Reservatório de tinta. ..................................................... 51

Figura 15 – Controle de qualidade. .................................................. 51

Figura 16 – Espiral do desenvolvimento. ......................................... 52

Figura 17 – Função global: Medir e controlar a viscosidade da tinta.

.......................................................................................................... 58

Figura 18 – Subfunção: Transportar a tinta. ..................................... 58

Figura 19 – Subfunção: Medir a viscosidade. .................................. 59

Figura 20 – Subfunção: Supervisionar a medição da viscosidade. ... 59

Figura 21 – Subfunção: Controlar a viscosidade. ............................. 60

Figura 22 - Concepção 1. .................................................................. 62

Figura 23 - Concepção 2. .................................................................. 63

Figura 24 - Concepção 3. .................................................................. 64

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Figura 25 – Esquema hidráulico de transporte de tinta e solvente. .. 68

Figura 26 - Circuito eletro-pneumático. .......................................... 70

Figura 27 – Diagrama de blocos da parte eletro-eletrônica. ............ 71

Figura 28 - Esquema de ligações do circuito eletrônico. ................. 73

Figura 29 – Desenho técnico do dispositivo mecânico. ................... 74

Figura 30 – Imagem do dispositivo mecânico. ................................ 75

Figura 31 - comportamento do controle da viscosidade relativa ..... 76

Figura 32 - Comportamento esperado da viscosidade em função do

tempo de injeção de solvente. .......................................................... 77

Figura 33 - Funcionamento do sistema de medição do tempo de

escoamento. ...................................................................................... 79

Figura 34 – Fluxograma principal. ................................................... 80

Figura 35 – Fluxograma da função “medir.” ................................... 80

Figura 36 - Fluxograma função configuração. ................................. 81

Figura 37 - Fluxograma função comparação e controle................... 82

Figura 38 – Diagrama de blocos do funcionamento do protótipo. ... 85

Figura 39 - Foto protótipo desenvolvido.......................................... 86

Figura 40 - parte interna do painel de controle. ............................... 86

Figura 41 - Foto do Display mostrando informações do processo ... 87

Figura 42 - Foto do Copo Zhan e do receptáculo. ........................... 87

Figura 43 - Curva 1: sensor superior; Curva 2: sensor inferior........ 88

Figura 44 - Inicio e fim do processo de medição. ............................ 88

Figura 45 – Referência em 15±1s. ................................................... 95

Figura 46 – Alteração da referência para 14±1s. ............................. 96

Figura 47 – Referência em 15±1s. ................................................... 97

Figura 48 – Referência em 14±1s. ................................................... 98

Figura 49 – Referência em 14±1s após desligar protótipo. .............. 99

Figura 50 - Referência em 14±0,7. ................................................ 100

Figura 51 - Referência em 14±0,3s. ............................................... 101

Figura 52 – Referência em 14±1s .................................................. 102

Figura 53 – Referência em 14±1s .................................................. 103

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Principais pigmentos utilizados ...................................... 32

Quadro 2 - Principais resinas utilizadas ........................................... 33

Quadro 3 - Principais solventes utilizados ....................................... 34

Quadro 4 - Principais aditivos .......................................................... 35

Quadro 5 - Limite de tolerância aos solventes comumente utilizados

no setor de rotogravura e flexografia. .............................................. 37

Quadro 6 – Necessidades dos clientes .............................................. 53

Quadro 7 – Requisitos dos clientes .................................................. 54

Quadro 8 – Critérios específicos e generalizados para avaliação das

soluções das concepções ................................................................... 65

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Consumo de tintas e vernizes (2000-2004) ..................... 29

Tabela 2 - Consumo de tintas e vernizes (2005-2009) ..................... 29

Tabela 3 - Faturamentos, empresas e empregos na industrialização

das tintas .......................................................................................... 30

Tabela 4 - Triagem de soluções ....................................................... 66

Tabela 5 – Indicações obtidas .......................................................... 92

Tabela 6 – Valor de referência 15±1s .............................................. 94

Tabela 7 – Valor de referência 14 ±1s ............................................. 95

Tabela 8 – Valor de referência 15±1s .............................................. 97

Tabela 9 - Valor de referência 14±1s ............................................... 98

Tabela 10 - Valor de referência 14±1s após desligar protótipo ....... 98

Tabela 11 – Valor de referência 14±0,7s ......................................... 99

Tabela 12 - Valor de referência 14±0,3s ........................................ 100

Tabela 13 – Valor de referência 14±1s .......................................... 102

Tabela 14 – Valor de referência 14±1s .......................................... 102

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

SHP - Sistemas hidráulicos e pneumáticos.

IFSC - Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Santa

Catarina.

A – Constante dada pelo fabricante do copo de escoamento, zahn.

B – Constante dada pelo fabricante do copo de escoamento, zahn.

D - Diâmetro.

g - Gravidade.

h - Altura.

P – Poise.

l - Distância de tomada de pressão.

Q – Vazão.

- Variação de nível em função do tempo.

t - Tempo.

AT - Área transversal.

V – Viscosidade cinemática.

hf - Altura final.

h0 - Altura inicial.

p – Pressão.

v – Tensão.

vcc - Tensão continua

PC - Peça

UV – Ultravioleta.

∆p - Perda de pressão de um escoamento do tipo Poiseuille.

∆T - Variação de tempo.

µcATMEL® - Micro-contolador 8051 Atmel.

N° - Número.

ρ – Densidade.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ........................................................................ 25

1.1 OBJETIVOS ............................................................................ 25

1.1.1 Objetivo geral ................................................................................ 26

1.1.2 Objetivos específicos ..................................................................... 26

1.2 JUSTIFICATIVA .......................................................................... 26

2 TINTAS .................................................................................... 28

2.1 O QUE SÃO TINTAS ................................................................... 30

2.1.1 Composições das tintas líquidas ................................................... 31 2.1.1.1 Corantes ou pigmentos ............................................................................. 31 2.1.1.2 Resinas ..................................................................................................... 32 2.1.1.3 Diluentes .................................................................................................. 33 2.1.1.4 Aditivos .................................................................................................... 34 2.2 TOXICIDADE DAS TINTAS ....................................................... 35

2.3 ACERTOS E CONTROLE DA QUALIDADE ............................. 38

2.4 VISCOSIDADE DAS TINTAS ..................................................... 38

2.5 MEDIÇÃO DA VISCOSIDADE .................................................. 39

2.5.1 Copos de escoamento .................................................................... 41

2.6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................ 45

3 DESENVOLVIMENTO DO PRODUTO ................................ 47

3.1. PROJETO INFORMACIONAL ................................................. 48

3.1.1 Pesquisa de mercado ................................................................. 48

3.1.2 Informações sobre o tema de projeto ........................................... 49

3.1.3 Requisitos dos clientes /usuários .................................................. 52

3.1.3.1 Estabelecimento dos requisitos dos clientes .................................... 53

3.1.4 Requisitos do projeto .................................................................... 54

3.1.5 Especificações do projeto ............................................................. 56

3.1.6 Considerações ............................................................................... 57

3.2 PROJETO CONCEITUAL............................................................ 57

3.2.1 Estrutura funcional ...................................................................... 57

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3.2.2 Pesquisa por princípios de solução .............................................. 60

3.2.3 Geração de concepções ................................................................ 61

3.2.3.1 Concepção 1 ................................................................................. 61

3.2.3.2 Concepção 2 ................................................................................. 62

3.2.3.3 Concepção 3 ................................................................................. 63

3.2.4 Seleção das concepções ................................................................ 64

3.2.4.1 Triagem das concepções ( método de pugh) ................................. 65

3.2.4.2 Análise da melhor solução ............................................................ 66

3.2.4.3 Considerações finais. .................................................................... 66

3.3 PROJETO PRELIMINAR ............................................................ 67

3.3.1 Módulo hidráulico ....................................................................... 67

3.3.1.1 Bomba de circulação .................................................................... 68

3.3.1.2 Válvulas direcionais...................................................................... 68

3.3.1.3 Filtros ........................................................................................... 69

3.3.1.4 Mangueiras de transporte ............................................................. 69

3.3.1.5 Válvulas de retenção ..................................................................... 69

3.3.1.6 Válvulas reguladoras de fluxo ...................................................... 69

3.3.2 Módulo eletropneumático ............................................................ 70

3.3.2.1 Unidade condicionadora de ar comprimido ................................. 70

3.3.2.2 Válvulas pneumáticas ................................................................... 71

3.3.3 Módulo eletro-eletrônico .............................................................. 71 3.3.3.1 Sensores ópticos ............................................................................ 72

3.3.3.2 Circuito eletrônico de comando e controle ....................................... 73 3.3.4 Módulo mecânico. ........................................................................ 74

3.3.5 Software de controle..................................................................... 75

3.3.5.1 Sistema de Controle Proposto....................................................... 75

3.3.5.2 Software desenvolvido .................................................................. 77

3.3.6 Conclusão ..................................................................................... 83

4 CONSTRUÇÃO DO PROTÓTIPO ......................................... 84

4.1 FUNCIONAMENTO DO PROTÓTIPO ...................................... 84

4.2 REALIZAÇÃO DO PROTÓTIPO ................................................ 85

4.3 FUNCIONAMENTO DO SISTEMA DE MEDIÇÃO .................. 87

4.4 CONSIDERAÇÕES FINAIS. ....................................................... 88

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5 TESTES DO PROTÓTIPO E AVALIAÇÃO DE

RESULTADOS ...................................................................................... 90

5.1 TESTES NO PROTÓTIPO CALIBRAÇÃO ................................. 90

5.1.1 Calibração do sistema de medição ............................................... 91

5.2 TESTES COMPORTAMENTO DO PROTÓTIPO ...................... 94

5.2.1 Verificação do controle automático da viscosidade ..................... 94

5.2.2 Verificação do comportamento do protótipo ao ser ligado e

religado. .................................................................................................. 96

5.2.3 Verificação das tolerâncias do protótipo ..................................... 99

5.2.4 Verificação do tempo do controle automático da viscosidade com

variação do fluxo de solvente ................................................................... 101

5.3 CONCLUSÕES. .............................................................................. 103

6 CONCLUSÕES E SUGESTÕES ........................................... 105

6.1 ATENDIMENTO AO OBJETIVO GERAL ............................... 105

6.2 ATENDIMENTO DOS OBJETIVOS ESPECÍFICOS ................ 105

6.3 CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................... 106

6.4 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS ....................... 108

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................ 109

APÊNDICE 01- ENTREVISTAS. ......................................................... 112

APÊNDICE 02 – CASA DA QUALIDADE. .......................................... 113

APÊNDICE 03- BOMBA DE TINTA. ................................................... 114

APÊNDICE 04 - VÁLVULA DIRECIONAL. ........................................ 115

APÊNDICE 05- UNIDADE CONDICIONADORA DE AR. .................. 115

APÊNDICE 06- VÁLVULA PNEUMÁTICA 3/2 VIAS 24 VCC. ......... 115

APÊNDICE 07 – FONTE ELÉTRICA. .................................................. 116

APÊNDICE 08- PLACA DE CONVERSÃO. ......................................... 116

APÊNDICE 09 – SENSOR: FIBRA ÓPTICA. ....................................... 117

APÊNDICE 10 - SENSOR: AMPLIFICADOR. ..................................... 118

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APÊNDICE 11 – SENSOR: CABO........................................................ 119

APÊNDICE 12 - KIT MICROCONTROLADOR 8051. ......................... 120

APÊNDICE 13 – DISPLAY LCD. ......................................................... 120

APÊNDICE 14 - LISTA DE MATERIAIS UTILIZADOS COM OS

CUSTOS. .............................................................................................. 121

APÊNDICE 15 - CERTIFICADO ESTABELECIDO PELO

FABRICANTE. ..................................................................................... 122

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25

1 INTRODUÇÃO

As máquinas de rotogravura utilizadas na impressão de embalagens

flexíveis são, na sua maioria, altamente automatizadas. No entanto,

pressupõem que a tinta a ser utilizada virá com viscosidade, cor e

homogeneização adequadas para ser utilizada no processo de impressão.

Para isso um reservatório com tintas e um agitador são adaptados

nas máquinas, mas o controle da qualidade da tinta é feito de maneira

manual, por um operador que recebe parâmetros de qualidade do setor

de tintas e adiciona tinta ou solvente no reservatório. Da análise do

processo de produção observou-se que as condições e as perdas no

processo de controle da viscosidade necessitavam ser melhoradas, pois a

medição e o controle não eram feitos com a velocidade e exatidão

adequados. Atualmente na empresa PLASC®, e pelas informações que

tem-se de outras empresas do setor, o processo de medição e controle da

viscosidade da tinta é executado manualmente. Um operador, com

auxilio de um cronômetro, mede o tempo que a tinta passa (flui) por um

copo especial para medição, e de acordo com as leituras observadas,

adiciona solvente manualmente no reservatório de tinta para corrigir a

viscosidade. Esse procedimento é feito várias vezes até o acerto da

viscosidade dentro de parâmetros pré-definidos. O mesmo acontece com

outros parâmetros de qualidade, como cor e homogeneização.

Para permitir um aumento na rapidez e na qualidade da tinta, este

trabalho visa à completa automação do processo, em tempo real,

buscando o controle da viscosidade da tinta. Estima-se aumentar a

qualidade através de uma dosagem correta de solvente, num tempo

menor, com mais confiabilidade do que o processo manual.

Além disso, e não menos importante, pretende-se retirar o

funcionário do setor que realiza o controle manual, já que essa tarefa é

uma tarefa altamente insalubre ao ser humano, aumentando a qualidade

de vida do trabalhador.

1.1 OBJETIVOS

Devido às dificuldades encontradas durante o processo de

impressão para o controle da viscosidade da tinta, o presente trabalho

tem os seguintes objetivos:

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26

1.1.1 Objetivo geral

Desenvolver um sistema automatizado de controle da

viscosidade da tinta aplicado em máquinas de rotogravura de

embalagens flexíveis.

1.1.2 Objetivos específicos

a) Buscar alternativas viáveis economicamente e tecnicamente

para resolver o problema proposto;

b) Propor uma maneira de controlar a viscosidade

automaticamente;

c) Avaliar propostas de solução;

d) Construir um protótipo visando sua utilização;

e) Diminuir a quantidade de produtos químicos utilizados no

controle da qualidade;

f) Retirar o ser humano dessa tarefa manual e alocá-lo em outra

tarefa menos insalubre.

Portanto, com o desenvolvimento do trabalho, procura-se

definir um novo conceito para o controle da viscosidade da tinta hoje

realizada nas empresas do ramo de embalagens flexíveis.

1.2 JUSTIFICATIVA

As indústrias em geral estão a cada dia tornando-se mais

competitivas e a necessidade de uma maior qualidade nos processos de

fabricação está se tornando imprescindível. As indústrias do segmento

de impressão estão se reorganizando buscando alternativas que visam,

além do aumento da qualidade, o aumento da produção com a

diminuição dos custos envolvidos. Uma conseqüência imediata é o

aumento da concorrência e, do outro lado, a ampliação do tamanho do

mercado a desfrutar, ambos contribuindo para o acirramento da

competição entre as empresas.

Com esta reorganização, a incorporação da automação em

processos industriais tem tido um considerável crescimento durante as

últimas décadas, já que são várias as vantagens que a automatização de

processos trazem às indústrias, refletindo principalmente na redução de

custos e no aumento da qualidade do que é desenvolvido. Isto implica

que as empresas devem procurar novas estratégias para permanecer

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27 competitivas no mercado, por meio de inovações, redução de custos,

diversidades, novas idéias para a produção de manufatura,

especialmente substituindo sistemas manuais por sistemas

automatizados.

O benefício imediato é conseguir, por meio da automatização

do processo, maior rapidez no processo de controle da viscosidade da

tinta, o que acarretará em tempos menores de setup da máquina,

ganhando em produtividade. Além disso, diminui-se significativamente

a quantidade de solvente adicionado à tinta.

Um outro benefício da automatização, porém de mais longo

prazo, é evitar o contato dos operadores com substâncias nocivas a

saúde. Nesse caso o uso de solventes e tintas agridem fortemente as

mucosas nasais e também o pulmão, trazendo malefícios imediatos,

como mal estar, tontura e dores de cabeça, bem como malefícios

permanentes, dependendo do tempo de exposição a esses elementos.

Obtém-se dessa automatização, portanto, diversos benefícios técnicos,

econômicos, sociais e ambientais.

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2 TINTAS

A primeira técnica de recobrimento de superfície surgiu há

cerca de 2500 anos quando os povos antigos começaram a pintar seus

corpos, utilizando terras coloridas, graxas ou carvão (CHAFER, 1990).

Desde então a humanidade evoluiu muito, e com ela os materiais,

técnicas e usos para os revestimentos conhecidos como tintas ou

pinturas.

As tintas estão presentes em quase todos os bens que fazem

parte do mundo atual. Conferindo principalmente propriedades estéticas

e protetoras, são encontradas revestindo paredes, móveis,

eletrodomésticos, carros, rótulos de refrigerante, enfim uma vasta gama

de aplicações. Embora o consumidor comum tenha noção do

desempenho que determinada pintura deva ter, ele dificilmente conhece

a tecnologia empregada no desenvolvimento, produção e aplicação

destes materiais.

Entre as ciências envolvidas pode-se citar a química orgânica e

inorgânica, química de polímeros, eletroquímica, química de superfície,

físico-química e química de colóides (FAZENDA, 1993).

Atualmente os principais desafios tecnológicos nessa área estão

relacionados ao desenvolvimento de tintas de menor impacto ambiental

e, ao mesmo tempo, de melhor desempenho a preços competitivos. As

tabelas 1, 2 e 3 mostram um cenário geral do consumo e expectativa de

vendas das tintas no Brasil no setor industrial e pode-se observar que o

consumo no período de dez anos aumentou consideravelmente bem

como seu faturamento. Já em relação ao número de empresas do ramo e

empregos não mudou da mesma forma.

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Tabela 1 - Consumo de tintas e vernizes (2000-2004)

CONSUMO DE TINTAS E VERNIZES UNIDADES LITROS x

Período Setor

Industrial

2000 2001 2002 2003 2004

Indústria

Automotiva

52087 55982 55463 56705 68349

Indústria em

geral*

186438 193430 197745 200879 212001

Indústria de

tintas para

impressão

83698 74863 67711 63901 78425

Industria

construção civil

742911 766206 803697 787552 832356

Total Geral 1065134 1090481 1124616 1109037 1191131

Fonte: http://www.sitivesp.org.br

Tabela 2 - Consumo de tintas e vernizes (2005-2009)

CONSUMO DE TINTAS E VERNIZES UNIDADES LITROS X

Período Setor

Industrial

2005 2006 2007 2008 2009

Indústria

Automotiva

75030 80878 92674 100680 96486

Indústria em

geral*

218008 227392 240062 247595 231117

Indústria de

tintas para

impressão

85012 88158 93128 98004 90319

Indústria

construção

civil

853690 904930 1084490 1089434 1083607

Total Geral 1231740 1301358 1510354 1535713 1293529

Fonte: http://www.sitivesp.org.br

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Tabela 3 - Faturamentos, empresas e empregos na industrialização

das tintas

FATURAMENTO EM

USS

N° DE

EMPRESAS

N° DE

EMPREGOS

2000 = 1,82 BILHÃO 2000 = 338 2000 = 17278

2001 = 1,73 BILHÃO 2001 = 352 2001 = 16812

2002 = 1,65 BILHÃO 2002 = 370 2002 = 16303

2003 = 1,53 BILHÃO 2003 = 403 2003 = 15885

2004 = 1,75 BILHÃO 2004 = 399 2004 = 16284

2005 = 2,21 BILHÕES 2005 = 436 2005 = 16600

2006 = 2,44 BILHÕES 2006 = 397 2006 = 16933

2007 = 2,91 BILHÕES 2007 = 447 2007 = 17707

2008 = 3,72 BILHÕES 2008 = 524 2008 = 18326

2009 = 3,53 BILHÕES 2009 = 491 2009 = 17699

Fonte: http://www.sitivesp.org.br

Esses números mostram que o consumo de tinta é bastante

significativo e que vem crescendo ao longo dos anos. Quase todo rótulo

de embalagem, ou a própria embalagem, necessita de tinta. Qualquer

desperdício de tinta ou de solvente trás um forte impacto econômico,

além de impactos ecológicos “(descarte de embalagens no meio

ambiente, emissão de gases tóxicos )”.

2.1 O QUE SÃO TINTAS

Uma tinta, genericamente falando, é composta por pigmentos

em uma solução de resina. A resina é o agente formador de filme e

normalmente se encontra dissolvida em um solvente orgânico. Os

pigmentos são partículas coloridas, insolúveis na solução de resina,

responsáveis pelas propriedades de cor e opacidade (WICKS, et al,

1992).

Além do solvente da resina outros solventes são geralmente

adicionados a fim de reduzir a viscosidade da tinta a valores que

facilitem a sua manipulação e utilização. Outros materiais são

adicionados em pequenas quantidades, os aditivos, de modo a conferir características especiais à tinta (LÓPEZ, 1997).

Ao aplicar-se uma tinta na forma de uma película delgada, os

componentes voláteis evaporam, resultando em um revestimento sólido

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31 continuo e aderente que é ao mesmo tempo decorativo e protetor

(LÓPEZ, 1997).

Pode-se então definir a tinta como sendo uma substância líquida

(no caso de impressão, flexografia e rotogravura) constituída de um

veiculo fluido e de um corante, que poderá ser orgânico-metálico ou

inorgânico e que ao ser aplicado ao substrato deverá formar, quando

seco, um filme aderente.

2.1.1 Composições das tintas líquidas

As tintas utilizadas na impressão de embalagens flexíveis são

denominadas tintas líquidas

(http://www.fernandocaparroz.kit.net/rotogravura/tintasroto.htm) e são

basicamente constituídas de:

- Corantes ou pigmentos

- Resina

- Diluentes

A proporção dos componentes varia conforme o

comportamento reológico da tinta e as propriedades físicas e químicas

do filme da tinta. A escolha dos componentes depende das

características e aplicação final do impresso (CARMO. Edson R, 2009).

2.1.1.1 Corantes ou pigmentos

Os corantes são substâncias coloridas de origem química

solúvel (e não dispersáveis) no verniz em que são utilizados. Os

pigmentos são compostos de origem orgânica ou mineral de formulação

complexa. Sua intensidade, opacidade, resistência a intempéries ou a

agentes químicos variam em função da sua natureza. No estado seco

apresentam-se sob a forma de pó ou aglomerados que precisam ser

finamente moídos num verniz para promover sua dispersão visto que

são insolúveis nesse verniz.

De modo geral, a resistência dos pigmentos a intempéries aos

agentes químicos são superiores aos dos corantes. Conforme os

resultados desejados, e por razões de custo costuma-se usar dois ou mais

pigmentos combinados. O quadro 1 mostra os principais pigmentos utilizados.

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Quadro 1 - Principais pigmentos utilizados

Principais pigmentos utilizados em tintas para Rotogravura

Orgânicos Amarelo Hansa

Vermelho Toluidina

Azul Ftalocianina

Inorgânicos Amarelo de Cromo

Azul de Prússia

Dióxido de Titânio

Fonte: http://www.fernandocaparroz.kit.net/rotogravura/tintasroto.htm

2.1.1.2 Resinas

São matérias-primas naturais ou sintéticas que dissolvidas em

solventes, compõe os vernizes.

Os vernizes têm por função transportar os pigmentos ou corante

ao substrato (embalagem) e após a evaporação do solvente formar um

filme que fixe a substância colorida, assegurando as propriedades

necessárias ao impresso.

De acordo com o substrato e as condições impostas do trabalho

é necessário o uso de duas ou mais resinas combinando suas

propriedades (CHAFER, 1990).

Os requisitos gerais de uma resina devem ser compatíveis com

o sistema de impressão. A resina deve ser formadora do filme, pura,

amorfa, sem odor, sem cor, transparente e solúvel nos solventes da tinta.

E deve também envolver o pigmento para garantir uma boa dispersão e

estabilidade. O quadro 2 apresenta as principais resinas utilizadas.

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Quadro 2 - Principais resinas utilizadas

Principais resinas utilizadas em tintas para Rotogravura

Naturais Breu

Goma Arábica

Copal

Sintéticas Resinatos

Alquídicas

Celulósicas (nitro celulósico)

Poliamidas

Ester de Breu

Vinílicas

Acrílicas

Maléicas

Borrachas clonadas

Fonte: http://www.fernandocaparroz.kit.net/rotogravura/tintasroto.htm

2.1.1.3 Diluentes

Os diluentes ou solventes são líquido voláteis, orgânicos,

capazes de dissolver o veículo fixo das tintas e vernizes, cujos principais

funções são: facilitar a formulação, conferir a viscosidade adequada para

a aplicação da tinta e contribuir para o nivelamento e secagem (Revista

gráfica - http://abtg.org.br ).

Sua principal tarefa consiste em tornar a resina fluida de modo a

poder entrar e sair nos alvéolos do cilindro impressor carregando a

resina e permitindo que esta possa agarrar-se ao substrato. Após

alcançar o substrato é desejável que o solvente seja eliminado o mais

rápido possível de modo que a tinta possa rapidamente passar ao estado

sólido. Eles devem ser praticamente ausentes no produto acabado, mas

desempenham um papel extremamente importante em todos os estágios

anteriores a impressão. O quadro 3 apresenta os principais tipos de

solventes utilizados.

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Quadro 3 - Principais solventes utilizados

Principais solventes utilizadas em tintas para Rotogravura

Alcoóis Etílico

Metílico

Isopropílico

Butílico

Hidrocarbonetos Aromáticos Benzeno

Tolueno

Xileno

Hidrocarbonetos alifáticos Hexano

Heptano

Cetonas Acetona

Metiletilcetona

Diluentes Clorados Tricloroetileno

Cloreto de Metileno

Fonte: http://www.fernandocaparroz.kit.net/rotogravura/tintasroto.htm

2.1.1.4 Aditivos

São compostos selecionados incorporados às tintas para

eliminar ou introduzir propriedades especificas tais como:

- melhorias na dispersão;

- estabilização;

- deslize;

- anti-decalque.

O quadro 4 apresenta os principais aditivos utilizados.

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Quadro 4 - Principais aditivos

Principais aditivos utilizadas em tintas para Rotogravura

Plastificantes

(Cargas)

Parafinas cloradas

Poli ésteres

Óleo de Mamona

Resinas Alquídicas

Dispersantes

(aditivos)

Lecetina de Sódio

Naftenato de Zinco

Anti-Espumantes

(aditivos)

Tintas a base de água

Resinas acrílicas

Diversos

(aditivos)

Alastrantes

Deslizantes

Fungistáticos

Espessantes. Etc.

Fonte: http://www.fernandocaparroz.kit.net/rotogravura/tintasroto.htm

2.2 TOXICIDADE DAS TINTAS

A aspiração ou absorção da pele por estes produtos (tintas e

solventes) podem proporcionar problemas a saúde humana, pois é muito

comum o contato direto das mãos ao diluir o solvente na tinta. Além

disso ocorre a aspiração quando da medição da viscosidade, visto que o

ambiente esta totalmente contaminado pelo solvente. Em geral os

operadores não usam protótipos de proteção individual (E.P.I) como

luvas e máscaras com filtro, por ser incômodo, e as empresas da área

também não cobram o uso dos mesmos. Geralmente as pessoas mais

afetadas com estes problemas são os coloristas que são os responsáveis

pela fabricação da tinta e os operadores de impressão, que são os

responsáveis pela medição durante o processo. Estes dois grupos ficam

em contato por até oito horas diárias.

Segundo FOSTER (et al, 1994) "Os componentes básicos da

tintas são resinas, corantes e solventes. Dentre os três componentes o

solvente é o que apresenta a maior concentração de toxidade. Na indústria os solventes mais utilizados para diluição de tintas e

procedimentos de limpeza são, em sua maioria, compostos derivados do

petróleo, como o tolueno, xilenos, acetato de etila, acetona, álcool

butílico, álcool isopropílico, etc".

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36

Uma pesquisa realizada pela Gerência de Segurança e Saúde no

Trabalho (GSST) avaliou as empresa do ramo gráfico, em relação às

questões de segurança e saúde no trabalho (SESI, 2006) e segundo o

Manual da indústria gráfica SESI (2006) diz que: “Nesse trabalho foi

avaliada a concentração de solventes orgânicos em algumas empresas do

ramo gráfico, através de coleta amostras de ar que foram analisadas pela

técnica de cromatografia com base em metodologias NIOSH (National

Institute of Ocupational Safety and Health) para solventes orgânicos. Os

resultados foram comparados com os limites de tolerância (LT)

estabelecidos pela NR 15 e pela American Conference of Industrial

Hygienists (ACGIH). O processo de impressão rotográfica foi avaliado

em várias empresas. Os resultados da análise de amostra de ar coletado

no setor de rotogravura foram de aproxidamemente 429 ppm de tolueno,

de 276 ppm de acetato de etila e 436 ppm de álcool isopropílico".

Segundo MORAES E DOMINGUES (2007), fica claro os

perigos à saúde humana que a manipulação de solventes produz:

"Solventes, estopas, trapos e embalagens contendo restos de

solventes quando lançados indiscriminadamente no meio

ambiente, podem causar problemas de contaminação

ambiental no solo e nas águas, tanto superficiais como

subterrâneas e problemas ordem ocupacional, pela aspiração

de componentes orgânicos voláteis e por sua absorção

cutânea. Em geral, os solventes são incorporados à corrente

sangüínea e distribuídos pelos tecidos gordurosos do corpo,

incluindo o cérebro, medula óssea, fígado, rins e sistema

nervoso. Dependendo da concentração e do tempo de

exposição, podem provocar desde uma leve sonolência até

danos ao fígado, rins, pulmões, causando, inclusive, danos ao

sistema nervoso central e até a morte, quando em dosagens

muito elevadas (FORSTER et al, 1994). A toxidade,

inflamabilidade e os limites permitidos para a exposição de

um trabalhador para um determinado solvente são também

aspectos fundamentais e que são sujeitos a grande pressão

pelos órgãos reguladores destas questões e da própria

sociedade."

Segundo MORAES E DOMINGUES (2007), os trabalhadores

na área de rotogravura sofrem muito com a exposição aos solventes em

geral, prejudicando sua saúde consideravelmente.

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37 O SESI apresenta um quadro de tempo limite de exposição ao

solvente, através do Manual da Industria Gráfica (2006), que

comparando-se com a pesquisa do GSST, mostra o quanto os solventes

e tintas são elementos altamente perigosos a saúde quando não

controlados. O quadro 5 apresenta os limites de tolerância aos solventes

na indústria gráfica.

Quadro 5 - Limite de tolerância aos solventes comumente utilizados

no setor de rotogravura e flexografia.

Agentes químicos Limite de tolerância até

48 horas/semana (ppm)

Acetato de etila 310

Acetona 780

Metil etil cetona 155

N-hexano 50

Tolueno 78

Xilenos 78

Álcool isopropilico 310

Fonte: SESI, 2006.

Notas: Dados extraídos da NR-15 e da ACGIH

A questão ecológica é também um fator importante, e muitas

vezes significa a sobrevivência da própria indústria, pois em países

onde há um legislação ambiental mais forte exige-se um tratamento

diferenciado da tinta e solventes. O cumprimento da norma ISO-14.000

(que trata da gerência do meio-ambiente) já é uma exigência importante

para diversas empresas. Exige-se um melhor aproveitamento da matéria

prima, especialmente a tóxica, para evitar desperdícios e danos maiores

à natureza.

Portanto, as empresas devem ter um cuidado especial com a

manipulação de tintas e solventes. Em média o trabalhador da indústria

de impressão de embalagens permanece 8 horas por dia em contato com

produtos tóxicos, realizando a aferição manual da viscosidade da tinta,

corrigindo-o por adição de solvente. Se for realizada a automatização

desse processo, fica garantida a qualidade de vida do trabalhador,

podendo o mesmo ser alocado em função de supervisão e controle, que

são áreas menos prejudiciais à saúde.

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38

2.3 ACERTOS E CONTROLE DA QUALIDADE

O controle de qualidade das tintas pode compreender desde

testes simples como o aspecto na embalagem, até testes complexos,

como as de avaliação do uso final do produto, impactando diretamente

no tempo de ciclo de produção.

Na grande maioria dos casos, os principais parâmetros

controlados são cor, brilho e viscosidade. Assim, a indústria de tinta

tradicional trabalha com um estágio de ajustes, associado aos testes de

liberação.

O acerto da cor é feito normalmente comparando a cor do lote

com a de um padrão, e adicionando-se concentrados de pigmento em

combinações e teores adequados de modo a aproximar a cor do lote ao

padrão.

O acerto do brilho, que não é tão freqüente, consiste na adição

de resina ou fosqueador, de modo a aumentar ou diminuir o brilho,

respectivamente.

O acerto da viscosidade é feito através da adição de solvente ou

tinta dependendo se a viscosidade está respectivamente acima ou abaixo

da faixa especificada.

2.4 VISCOSIDADE DAS TINTAS

A viscosidade é a resistência de um fluido ao escoamento,

definida como a relação entre a tensão de cisalhamento e a taxa de

cisalhamento. No caso de líquidos ideais, também chamados de

newtonianos, esta razão é constante, isto é, a viscosidade é independente

da taxa ou da tensão de cisalhamento. É o caso de líquidos compostos

por moléculas pequenas miscíveis, soluções de resinas em solventes

verdadeiros e dispersões em partículas rígidas em um fluido

newtoniano, desde que não haja interações partícula-partícula (WICK´S,

1992).

Outros fluídos apresentam comportamentos distintos, dependem

da taxa ou da tensão de cisalhamento. São os chamados fluidos não-

newtonianos, que podem ser pseudoplásticos, quando a viscosidade

diminui com o aumento do cisalhamento, ou dilatantes quando a

viscosidade aumenta. Há ainda outro tipo de sistema dentro dos fluidos

pseudoplásticos, chamados tixotrópicos, onde o escoamento é

dependente do tempo e do histórico anterior de cisalhamento (WICK´S,

1992; SCHOFF, 1976).

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39 O estudo da viscosidade está inserido dentro da ciência

chamada reologia, que avalia a deformação e o escoamento dos fluidos.

Em condições de baixo cisalhamento, entretanto, a presença de aditivos

especiais (aditivos reológicos) é que determina as propriedades

reológicas da tinta (HARE, 1991; SCHOFF, 1976). No sistema

internacional a unidade de viscosidade é pascal-segundo ( ), apesar

disto esta unidade é pouco utilizada. Existe uma enormidade de

unidades de engenharia que comumente são utilizadas e uma delas é o

poise (P) em homenagem ao fisiologista francês Jean Louis Poiseuille

(1799-1869).

A Figura 1 mostra um panorama geral da classificação dos

fluidos.

Figura 1 - Classificação geral dos fluidos.

Fonte: http://www.setor.1.com.br/analises_reologia_cla_ssi.htm

2.5 MEDIÇÃO DA VISCOSIDADE

Os viscosímetros mais utilizados para a medição da viscosidade

são:

a) Viscosímetro capilar: a viscosidade é medida pela velocidade de

escoamento do líquido através de um tubo capilar de vidro. Mede-se o

tempo de escoamento do líquido entre duas marcas feitas no

viscosímetro. A Figura 2 amostra uma representação esquemática desse

viscosímetro.

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b) Viscosímetro de esfera: a viscosidade é medida pela velocidade de

queda de uma esfera dentro de um líquido colocado em um tubo vertical

de vidro. É medido o tempo que uma esfera gasta para percorrer o

espaço entre duas marcas feitas no viscosímetro. A Figura 2 amostra

também uma representação esquemática desse viscosímetro.

c) Viscosímetro rotacional: a viscosidade é medida pela velocidade

angular de uma parte móvel separada de uma parte fixa pelo líquido. A

parte fixa é em geral a parede do próprio recipiente cilíndrico e a parte

móvel pode ser no formato de palhetas ou um cilindro. A Figura 3

amostra representação esquemática desse viscosímetro.

d) Viscosímetro de orifício: a viscosidade é medida pelo tempo que um

volume fixo de líquido leva para escoar através de um orifício existente

no fundo de um recipiente.

A escolha do tipo a ser utilizado depende do propósito da

medida e do tipo de líquido a ser investigado. O viscosímetro capilar

não é adequado para líquidos não-newtonianos, pois não permite variar

a tensão de cisalhamento, mas é bom para líquidos newtonianos de

baixa viscosidade. O viscosímetro rotacional é o mais indicado para

estudar líquidos não-newtonianos. O viscosímetro de orifício é indicado

onde se exige rapidez, simplicidade e facilidade de operação, coisas que

são mais importantes que a exatidão na medida. Esse viscosímetro é

usado em fábricas de tintas, adesivos e óleos lubrificantes. O

viscosímetro de esfera não é adequado para medições em linha na

máquina, pois o fluido precisa ser transparente e utiliza um volume

muito grande de fluido. (Fonte:

http://www.qmc.ufsc.br/~minatti/experiencia2_reologia_fluidos.pdf).

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Figura 2 - Representação esquemática viscosímetro capilar e de esfera.

Fonte: apostila EM 847-laboratório de calor e energia UNICAMP

Figura 3 - Representação esquemática viscosímetro rotacional.

Fonte: apostila EM 847-laboratório de calor e energia UNICAMP

2.5.1 Copos de escoamento

São viscosímetros de orifício, e a medição é obtida enchendo o

copo até a borda superior e conta-se o tempo para esvaziar o mesmo

através de um furo existente no copo. Para muitas aplicações não é

necessário conhecer a viscosidade absoluta de um sistema de impressão.

Um parâmetro que permita uma classificação e uma estimativa relativa

é, muitas vezes, suficiente. O período de influxo, medido em segundos,

por meio de copos de escoamento, tem se mostrado uma medida prática

suficiente para o uso em indústrias de embalagens. A reprodutibilidade

de tais medições depende da:

- Exatidão do volume interno do copo;

- Temperatura;

- Comportamento do influxo do fluido.

capilar esfera

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42

O copo de escoamento infere a viscosidade do fluido a partir do

tempo gasto para esvaziar o reservatório (o copo). É um método simples

e rápido e que requer um pequeno volume de amostra de fluido

(BRODKEY, RS, 1967).

Apesar de medir somente a viscosidade de fluido à temperatura

ambiente, ele é bastante adequado para fluidos como tintas e vernizes.

O princípio de funcionamento baseia-se na equação de

Poiseuille, mostrado pela Equação 1. Numa primeira aproximação

pode-se supor um regime de escoamento “quase permanente” durante o

esvaziamento do copo e ainda desprezar qualquer perda de carga no

copo. Assim, somente as perdas no escoamento através do orifício, onde

a velocidade é maior, serão consideradas.

Os efeitos de aceleração ao desenvolvimento do perfil

hidrodinâmico no orifício são desprezados se o diâmetro do orifício for

aproximadamente duas vezes maior que a altura do orifício

( Pode-se afirmar que a diferença de pressão do

escoamento através do orifício (∆P) é dada por ρgh, sendo h a altura do

fluido no copo (o orifício descarrega o fluido na atmosfera). As figuras 4

e 5 mostram um copo com determinadas medidas e os cálculos para

medição da viscosidade. A figura 6 mostra o gráfico de conversão para

cálculo da viscosidade baseado no tempo, fornecido pelo fabricante do

copo e a figura 7 mostra as especificações técnicas em função da

aplicação, o diâmetro do orifício e a faixa de viscosidade a ser medida.

Estes dados são utilizados para especificar o melhor copo para o fim que

se pretende.

(1)

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43

Figura 4 - Medidas do copo Zahn.

Fonte: apostila EM 847-laboratório de calor e energia UNICAMP

Figura 5 – Copo Zahn.

Fonte: apostila EM 847-laboratório de calor e energia UNICAMP

Assim, se ∆P é a perda de pressão de um escoamento de Poiseuille tem-

se que:

∆P = ρgh=128µ (2)

Então, se:

Q = AT dh/dt (3)

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Sendo AT a área transversal do copo e dh/dt a variação do nível

do fluido no copo com o tempo, chega-se à eq. (4):

C.const

4

T

gD

LA128

h

dhdt

(4)

Integrando-se a equação (4) se obtém uma expressão

aproximadamente para a viscosidade cinemática em função do tempo,

dada pela eq. (5):

0f hhlnC

t

(5)

Logo a eq. (5) é uma expressão analítica aproximada que

correlaciona o tempo de esvaziamento do copo com a viscosidade. Os

fabricantes de copos de medição propõem uma linearização da eq. (5)

em função da não idealidade, mostrada na eq. (6), onde t representa o

tempo necessário para esvaziar completamente o copo.

BtA (6)

As constantes A e B são definidas experimentalmente pelo

fabricante e corrigem todas as aproximações da análise teórica tais

como: perdas no escoamento no copo, efeitos da aceleração

desprezados, o fato do copo ser cônico na base, que o intervalo de tempo

é medido para o esgotamento total do copo (até a interrupção do jato

contínuo e surgir à primeira gota no orifício).

A eq. (6) é então, a curva de conversão entre o esvaziamento

total do copo e a viscosidade cinemática do fluido. As constantes

variam, evidentemente, com diferentes orifícios. As figuras 6 e 7

mostram a curva fornecida pelo fabricante do copo Zhan e os dados

técnicos do mesmo, e que são amplamente utilizados nas indústrias de

impressão de embalagens para o ajuste manual da viscosidade.

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45

Figura 6 - Gráfico de conversão de tempo em viscosidade do copo zanh.

Fonte: BYK Gardner instrumentos

Figura 7 - Especificações técnicas.

Fonte: BYK Gardner instrumentos

2.6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Neste capitulo foram abordados a importância, as características

das tintas bem como os sistemas atuais de medição da viscosidade,

principalmente dos processos que envolvem tintas. Existe certa

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dificuldade na medição da viscosidade de tintas durante o uso da mesma

por uma máquina de impressão, já que existem poucos sistemas de

controle automatizados, prontos, para serem acoplados a essas máquinas

com o fim de garantir a correta viscosidade da tinta.

No Brasil, especificamente, não se produz protótipos voltados

para esta área específica, com as características necessárias para

máquinas de rotogravura.

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47

3 DESENVOLVIMENTO DO PRODUTO

O projeto do protótipo do sistema de controle da viscosidade de

tintas foi desenvolvido seguindo-se o modelo de referência – PRODIP:

Processo de Desenvolvimento Integrado de Produtos, desenvolvido por

Romano (2003), proposto com base em pesquisas e experiências pelo

NeDIP – Núcleo Integrado de Desenvolvimento de Produtos da

Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e adotado como

referência pelo Programa de Pós-Graduação em Mecatrônica do

Instituto Federal de Santa Catarina (IF-SC), mostrado na Figura 8. Nesta

dissertação foi descrita a macro fase “Elaboração do Projeto do

Produto” que contempla as seguintes fases: Projeto Informacional,

Projeto Conceitual, Projeto Preliminar e Projeto Detalhado.

Figura 8 – Representação Gráfica do modelo do processo de

desenvolvimento integrado de produtos - PRODIP.

Fonte: Romano (2003) apud Back, et all, (2008 pg. 70).

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48

3.1. PROJETO INFORMACIONAL

As especificações obtidas nesta fase são fundamentais para

avaliação e escolha da concepção final, já que estas avaliam se o

produto atende ou não as necessidades do mercado (PAHL e BEITZ,

1996).

3.1.1 Pesquisa de mercado

No inicio do desenvolvimento do projeto foram feitas pesquisas

de mercado, para verificar as características dos protótipos similares ao

que se pretende desenvolver. Numa pesquisa realizada pela internet,

verificou-se que existem algumas empresas que dominam a tecnologia

de medição da viscosidade, e na sua maioria, são empresas de fora do

mercado nacional, e alguns poucos são representações de empresas de

fora do país. Destacam-se as seguintes empresas, com seus respectivos

sitios:

Inkspec: http://www.inkspec.com/en/index.php

Norcross: http://www.viscosity.com/

Dynatrolusa: http://dynatrolusa.com/viscosity-systems.html

Hydranotion: http://www.hydramotion.com/

Jenton: http://www.viscositycontrol.co.uk/

Shinko: http://www.shinko-

jp.biz/english/contents/product/viscosity.html

Tresu: http://www.tresu.com/index.php?id=415

Viscoflex: http://www.viscoflex.com.br/

Essas empresas não mostram os princípios de medição e

controle utilizados, pois as mesmas não abordam os processos internos.

A empresa Norcross indica que usa um pistão em linha e através deste

consegue-se as medidas e o controle. Já a empresa Jenton e a Tresu

desenvolveram sensores que detectam a viscosidade, porém não indicam

como isso é feito.

No mercado nacional encontrou-se somente uma empresa que produz viscosímetros, chamada de Viscoflex. Pode-se verificar que sua

medição é realizada também através de um pistão que é colocado em

linha nas impressoras, porém sem mostrar como isso é, de fato,

realizado.

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49 3.1.2 Informações sobre o tema de projeto

O foco do projeto é automatizar o processo que é realizado

manualmente, evitando contato dos operadores com substancias

insalubres bem como melhorar a rapidez e exatidão no controle do

processo. A figura 9 mostra os instrumentos utilizados no processo atual

e as figuras 10, 11,12 e 13 apresentam o operador executando a medição

manual do processo.

Figura 9 – Instrumentos utilizados na medição.

Figura 10 - Operador executando a medição manualmente.

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50

Figura 11 – Tinta fluindo pelo copo Zhan.

Figura 12 – Colocação do copo Zhan dentro do reservatório de tinta.

Figura 13 – Operador cronometrando o tempo de escoamento total.

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51 O principal objetivo do produto a ser desenvolvido é executar a

medição da viscosidade, e, a partir dessa informação, conseguir dosar

quantidades de solventes na tinta de forma que a mesma esteja dentro de

padrões pré-estabelecidos, evitando com isso problemas no processo de

impressão. Para verificar a viscosidade manualmente, a tinta é colocada

em reservatórios de 20L, visto na figura 14, e através de bombas

pneumáticas é enviada para a máquina de impressão. Com o impresso, a

pessoa responsável pelo controle de qualidade, avalia brilho,

viscosidade e tonalidade (figura 15). Se não estiver dentro do padrão

(comparação com uma amostra definida) inicia-se o acerto da impressão

e para acertar a viscosidade da tinta adiciona-se solvente até atingir a

qualidade desejada, definindo-se assim, a viscosidade. Em termos de

tempo, geralmente a viscosidade desejada é obtida quando a tinta leva

entre 18 a 22 s para passar no copo Zahn nº2.

Figura 14 - Reservatório de tinta.

Figura 15 – Controle de qualidade.

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52

3.1.3 Requisitos dos clientes /usuários

Necessidades são aquelas expressões espontâneas dos usuários

potenciais do produto, ou das distintas categorias de clientes,

relacionadas com o projeto ou com o produto (FONSECA, 2000). Para

identificar os clientes foi feita uma análise do ciclo de vida do produto,

sendo utilizada para isso a espiral do desenvolvimento, apresentada na

figura 16, e com base nela, definiu-se uma classificação de clientes.

Figura 16 – Espiral do desenvolvimento.

Fonte: Atributos típicos de produtos industriais (Fonseca 2000).

a) Clientes internos – fazem parte do setor produtivo. São eles que

manusearão o protótipo (produto). Participam os operadores,

supervisores, e lideres de seção. Inclui também a equipe do

projeto.

b) Clientes intermediários – fazem parte as empresas onde poderá

ser utilizado o dispositivo elaborado.

c) Clientes externos – fazem parte deste grupo, supervisores e

técnicos em manutenção.

Após as definições dos clientes do projeto, o próximo passo é

definir as suas necessidades que foram diagnosticadas através de

entrevistas, e que, segundo (MASTRONARDI, 2001) precisaríamos de

aproximadamente seis entrevistas com cada cliente classificado. Foi

então elaborado um guia de entrevistas (Apêndice 1) e dada total

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53 liberdade aos entrevistados, que se sentiram a vontade para responder.

Com o guia pode-se também elaborar perguntas personalizadas.

Após realizar as entrevistas e com auxílio dos participantes do

projeto foi identificado às necessidades dos clientes.

Clientes selecionados para a pesquisa:

- Operadores

- Supervisores

- Líderes do setor

- Manutenção

- Coordenador impressão

- Coordenador tintas

- Coordenador manutenção

Através das respostas das entrevistas chegou-se às seguintes

necessidades apresentadas no quadro 6:

Quadro 6 – Necessidades dos clientes

ITEM NECESSIDADES

1 Protótipo fácil de operar

2 Que não faça barulho

3 Não deixe vazar tinta

4 Não precise limpar

5 Ser bonito e forte

6 Fácil de desmontar

7 Coloque solvente na tinta sem usar as mãos

8 Fácil manutenção

9 Baixo custo

10 Resista ao solvente

11 Que meça a viscosidade e corrija rápido

12 Que não atrapalhe no processo

13 Que não seja grande demais por causa do espaço da máquina

14 Que tenha peças das que sejam fáceis de comprar

3.1.3.1 Estabelecimento dos requisitos dos clientes

Requisitos dos clientes constam nas necessidades dos clientes,

escritas em linguagem de engenharia, de modo que compreendidas

claramente pela equipe do projeto. O quadro 7 apresenta os requisitos

dos clientes.

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Quadro 7 – Requisitos dos clientes

Equipe manutenção Ser fácil de montar e desmontar

Coordenador

manutenção

Ter peças padronizadas

Ter peças nacionalizadas

Ter resistência à corrosão

Empresa Ter alto desempenho funcional

Coordenador

impressão

Ter preço baixo

Coordenador tintas Não ter contato com solventes para não expor

o operador

Ter segurança

Projetista e gerente

projetos

Ter um produto que elimina o serviço manual

do operador tornando-o automatizado

3.1.4 Requisitos do projeto

Requisitos de projeto são características técnicas-físicas

mensuráveis que o produto deve ter para satisfazer os requisitos dos

clientes (FONSECA, 2000). Foi adotado o seguinte procedimento para

obtê-los:

a) Confrontar os requisitos dos clientes com a classificação de

requisitos de projeto (FONSECA, 2000)

b) Verificar se os requisitos de projeto assim obtidos apresentam

propriedades consideradas desejáveis, conforme os critérios,

que são: validade, operacionalidade, concisão e praticidade.

Assim obteve-se uma lista de requisitos de projeto mostrados no

quadro 8.

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55

Quadro 8 – Requisitos de projeto

Item Descrição geral Descrição determinada

1 Funcionar

automaticamente

Sistema com sensor que executa leituras e

fornece dados a um controlador.

2 Fácil operação Software que controla o sistema (definido

pelo cliente).

3 Interface simples IHM para parametrização de informações.

4 Fácil montagem

desmontagem

Componentes acessíveis, com válvulas

pneumáticas de fácil manutenção.

5 Peças padronizadas Definir padrões de peças, para

substituições, se necessárias.

6 Peças

nacionalizadas

Se possível manter o máximo possível de

peças nacionalizadas para evitar

problemas posteriores de compras de

peças (problemas de importação).

7 Resistência

corrosão

Material que resista ao ataque químico da

tinta evitando à corrosão

8 Desempenho

funcional

Atenda as necessidades propostas e que

não falhe.

9 Baixo custo Projetar um produto que atenda as

necessidades e não extrapole nos custos,

sendo competitivo.

10 Eliminar o serviço

manual

Sistema totalmente automatizado.

Os requisitos do projeto foram hierarquizados de forma que o

produto atenda as necessidades dos clientes, priorizando a que eles

consideram mais importante. Para isso foi utilizada como ferramenta a

matriz da Casa da Qualidade QFD (Quality Function Deploypment) .

Os requisitos de projeto então, foram hierarquizados com

auxilio da ferramenta QFD, seguindo-se a seqüência de passos proposta

por BACK e FORCELLINI (2003).

O confrontamento dos requisitos de projeto com as

necessidades dos clientes que determinaram a seqüência de importâncias

no projeto e com esta ferramenta consegue-se determinar a ordem de

atuações no projeto. Viu-se que o item funcionar automaticamente teve

um grau de importancia maior que os demais, e busca-se então um

comprometimento mais cuidadoso com este requisito, fácil operação foi

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56

outra descrição geral que pelo grau de importancia teve maior

comprometimento da equipe do projeto, pelo desenvolvimento do

software, e assim por diante os requisitos foram avaliados e analisados

seu grau de comprometimento. O Apêndice 2 apresenta a casa da

qualidade desenvolvida com os resultados obtidos

3.1.5 Especificações do projeto

As especificações do projeto são constituídas pelos requisitos

do projeto hierarquizados com seus valores metas, formas de avaliação

destes valores e aspectos indesejáveis (FONSECA, 2000). O quadro 9

apresentado é a saída da fase do projeto informacional e serve como

informação básica e referencial para as seguintes fases do projeto.

Quadro 9 – Saída da fase do projeto informacional

Requisito Valor meta Forma de

avaliação

Aspectos indesejáveis

Medir a

viscosidade

da tinta

automaticam

ente

Tabela de

viscosidade

tintas

Medição da

viscosidade

através do

tempo

Não conseguir

mensurar com exatidão

Software de

interação

com sistema e

IHM

Interação

completa

Testes Incompatibilidade

Manutenção < 2/ano Testes Muitas quebras

Padronização Normalizar Implantação Não existirem normas

Nacionalizaç

ão

Totalmente

nacional

Verificação Não conseguir

produtos nacionais

Programação

da IHM

100%

funcional

Testes Falhas nos programas

Resistência à

corrosão

> 3 anos Testes Custo do material pode

aumentar o custo total

do projeto

Baixo custo < Produtos similares

Avaliação de mercado

Custo maior que o de mercado

Eliminar

serviço

manual

100% Teste Necessidade de

alguma operação

manual

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57

3.1.6 Considerações

Pode-se observar nesta primeira fase do projeto que as

especificações feitas pelos clientes selecionados proporcionam um

grande número de informações que serão de suma importância para a

realização do projeto, também vale destacar que as técnicas adotadas

conseguem transmitir razoavelmente os desejos do cliente em relação ao

produto.

3.2 PROJETO CONCEITUAL

Esta fase destina-se à procura da concepção do produto. Para

atingir este propósito são realizadas diferentes tarefas que buscam, em

um primeiro momento, estabelecer a estrutura funcional do produto. São

atividades que envolvem a definição da função global e suas subfunções

determinadas as funções do produto. A seguir parte-se para a procura e

seleção de princípios de solução que atendam de forma mais adequada

as subfunções do produto. Para a seleção da concepção faz-se uma

análise coorporativa entre as alternativas considerando as especificações

de projeto, custos, riscos, etc. (BACK et al, 2008).

O primeiro passo desta fase é estabelecer a estrutura

funcional do produto. Estabelecendo-se as funções do produto buscam-

se combinações de princípios de solução para estas funções. Obtêm-se,

assim variantes de concepções que ao final, são avaliadas segundo

critérios técnicos e econômicos.

3.2.1 Estrutura funcional

O grande objetivo ao estabelecer a estrutura funcional do

produto é para auxiliar na busca por princípios de solução, pois estes são

determinantes para atender as funções desejadas do produto.

A função global foi determinada a partir da análise das

especificações do projeto. Foi escolhido o tema medir e controlar a

viscosidade da tinta e a partir dele foram criados subfunções parciais, na

busca de uma estrutura funcional. Para a elaboração da mesma foram feitas várias visitas à produção da empresa PLASC

® acompanhando as

tarefas de medição e controle da viscosidade.

A figura 17 mostra a função global medir e controlar a

viscosidade da tinta. As figuras 18, 19, 20 e 21 apresentam as

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58

subfunções transportar a tinta, medir a viscosidade da tinta,

supervisionar a medição da viscosidade e controlar a viscosidade.

Medir e controlar a viscosidade

da tinta

Medir a viscosidade

da tinta

Transportar a tinta

Supervisionar a medição da viscosidade

Controlar a viscosidade

Figura 17 – Função global: Medir e controlar a viscosidade da tinta.

Com a função global procura-se determinar um conceito e

avaliar o sentido da função, vê-se que com a função medir e controlar

pode-se definir as subfunções e determinar o conceito do projeto.

Figura 18 – Subfunção: Transportar a tinta.

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59 Com a subfunção transportar a tinta, foram procuradas as

alternativas possíveis, como transporte através de bombeamento ou

gravidade e componentes viáveis.

Figura 19 – Subfunção: Medir a viscosidade.

As opções na subfunção medir a viscosidade foram: tempo de

escoamento, vibração, peso e emissão de luz, e através delas chegou-se

a um grande número de componentes alternativos.

Supervisionar a medição da viscosidade

Visualmente

Olhando no reservatório o tempo

no cronômetro

SupervisoriosSoftware

Sinal CLP

CLP

Sinal Sensor

Receber Sinal

Amplificar Sinal

Transmitir Sinal

Executar programa definido pelos sinais transmitidos

Figura 20 – Subfunção: Supervisionar a medição da viscosidade.

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60

Nesta subfunção verificou-se que as maneiras possíveis de

supervisionar a medição da viscosidade pode ser através de

controladores, software ou visualmente com alternativas possíveis.

Figura

21 – Subfunção: Controlar a viscosidade.

Na subfunção controlar a viscosidade, foram verificadas

alternativas como adicionar solvente na tinta de maneira automática ou

mesmo manual ou ainda podendo apenas refrigerar a tinta para reduzir a

evaporação do solvente.

3.2.2 Pesquisa por princípios de solução

Os princípios de solução definidos nesta seção serão atribuídos

as funções da estrutura funcional e darão forma ao produto. Por isso é

fundamental a realização da pesquisa por meio de métodos criativos. É

importante que não se restrinjam apenas a soluções já conhecidas,

buscando alternativas em diferentes áreas do conhecimento.

Encontrados os princípios de solução, eles serão estruturados e

sistematizados.

Através da estrutura funcional chegou-se aos princípios de soluções e obteve-se após varias análises junto à equipe do projeto três

soluções possíveis.

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61 3.2.3 Geração de concepções

Para que os modelos de principio de solução possam ser melhor

avaliadas na próxima etapa, eles devem evoluir para concepções. Assim

critérios relacionados a uso, aparência, produção, custos entre outros,

podem ser explicitados e levados em consideração na avaliação das

concepções. (BACK et-al, 2008)

Dentre alguns métodos pesquisados na literatura para obtenção

das variantes (PAHL e BEILZ, 1996, REIS 2003, MENEGATTI, 2003)

foram empregadas suposições simplificadas, desenhos em escalas

simplificadas de possíveis leiautes formas, requisitos especiais,

compatibilidade entre funções, etc.

No entanto, a evolução que ocorre é limitada, já que se trata de

uma representação ainda conceitual do sistema. Assim, detalhes de

componentes, não foram representados, pois ainda não são fundamentais

neste nível do desenvolvimento (MENEGATTI, 2004).

Uma concepção deve ser suficientemente detalhada para que

seja possível avaliar custos, pesos e dimensões totais aproximadas. Um

esquema deve ser relativamente explícito em relação a fatores ou

componentes especiais mas não necessita ter muitos detalhes com

relação a pratica estabelecida. (FRENCH, 1985, Apud FERREIRA,

1997)

Foram, então, geradas três (3) concepções para o projeto.

3.2.3.1 Concepção 1

Através de uma bomba pneumática (1) a tinta é transportada de

um reservatório (2) até a máquina (3) e também a um dispositivo de

medição (4). Duas válvulas elétricas (5) (6) direcionarão o fluxo da

tinta que estarão sendo controladas por um micro controlador (7). A

tinta é direcionada ao dispositivo de medição, que consiste de um copo

Zahn monitorado por dois sensores (8) (9). Um dos sensores (9) define o

nível cheio do copo e envia um sinal elétrico ao microcontrolador que

fecha a válvula elétrica(6) impedindo a entrada de mais tinta. O outro

sensor (8) contará o tempo de esvaziamento do copo, enviando um sinal

ao microcontrolador ao término da tinta. No processo haverá ainda outro circuito monitorado também pelo microcontrolador onde uma válvula

elétrica (10) abre o circuito de uma bomba pneumática (11) que enviará

a quantidade de solvente de acordo com a medição realizada e a

viscosidade desejada. A figura 22 mostra a concepção 1 gerada.

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62

Figura 22 - Concepção 1.

3.2.3.2 Concepção 2

A tinta é transportada de um reservatório (1) de tinta por uma

bomba elétrica (2) com tubos de aço inoxidável e enviada para um

dispositivo de medição (3) que consiste de um tubo de vidro com dois

sensores ópticos (4) (5). Dentro do tubo de vidro há uma esfera (6) que

estará na parte superior, e quando as válvulas (7) (8) de controle de

fluxo fecharem, a esfera tende a cair .O tempo percorrido pela esfera

define a viscosidade da tinta. As válvulas e os sensores estarão sendo

controlados por um CLP (9) e um software . De acordo com a

viscosidade medida adiciona-se solvente ao reservatório (2)

manualmente. A figura 23 mostra a concepção 2 .

1 2

3

4

5

6

7

9

8

10

11

15

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63

Figura 23 - Concepção 2.

3.2.3.3 Concepção 3

A tinta é transportada de um reservatório de tinta (1) por uma

bomba elétrica (2) e tubos de PVC a um dispositivo de medição (3). A

tinta será analisada por um sensor ultra-sônico (4) que enviará sinais ao

CLP (5) que estará em rede com o supervisório (6). O solvente é

adicionado de acordo com o programa do CLP e o supervisório, através

do controle de uma válvula elétrica e uma bomba elétrica (7) (8) . A

figura 24 mostra a concepção 3 gerada.

1

2

3

4

5

6

7

8 9

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64

Figura 24 - Concepção 3.

3.2.4 Seleção das concepções

Para iniciar a escolha da concepção desejada deve ser feita uma

triagem das concepções geradas. O ponto de partida é o estabelecimento

de criterios ou limites que permitem distinguir as soluções uteis

daquelas que devem ser abandonadas. As informações das concepções

são geralmente abstratas e esquemáticas, assim, recomendam-se

critérios generalizados e qualitativos em menor número, para separar as

concepções viáveis das concepções enviáveis (BACK, 2008 ). O quadro

8 apresenta os critério especificos e generalizados para a seleção das

três concepções.

2 1

3

4

5 6

7

8

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65

Quadro 8 – Critérios específicos e generalizados para avaliação das

soluções das concepções

Nº Critérios

generalizados

típicos

Critérios específicos típicos Dimensões dos

critérios

específicos

1 Atendimento

a função

Tempo de resposta

Exatidão das medidas

Correção da leitura

Segundos

Segundos

Segundos

2 Tecnicamente

viável

Materiais disponíveis

Fabricação

Qualitativo

Qualitativo

3 Viabilidade

econômica

Custo produção

Retorno do investimento

R$

R$

4 Fácil

manutenção

Custo manutenção preventiva

Custo manutenção corretiva

R$

R$

5 Alta

confiabilidade

Probabilidade de sucesso

Taxa de falhas

Tempo médio de falhas

%

Horas

Minutos

6 Boa aparência Estrutura

Composição

Qualitativo

Qualitativo

7 Fácil uso Controles

Formas de leituras

Aprendizado fácil

Qualitativo

Qualitativo

Qualitativo

8 Apropriado ao

meio

ambiente

Mínimo de contaminação

Mínimo custo de reciclagem

Mínimo consumo de energia

Qualitativo

R$

R$

9 Segurança Atende as normas Qualitativo

3.2.4.1 Triagem das concepções ( método de pugh)

A triagem de soluções foi efetuada após determinada uma

concepção de referência e a comparação entre as outras. A escolha da

concepção de referência deve ser feita pela concepção onde há menores

dúvidas sobre o funcionamento dos principios de solução e há maior facilidade de variação de parâmetros construtivos e funcionais na fase

de construção de protótipos (REIS, 2003). A tabela 4 mostra a triagem

de soluções desenvolvida.

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66

Tabela 4 - Triagem de soluções

Nº Critérios generalizados adotados Concepções alternativas

geradas

Sol. Ref.

1

Sol. 2 Sol. 3

1 Desempenho de função 0 0 0

2 Viabilidade econômica 0 - -

3 Fácil uso 0 - +

4 Alta confiabilidade 0 0 -

5 Fácil manutenção 0 - -

6 Boa aparência 0 - +

7 Segurança 0 0 -

8 Apropriado meio ambiente 0 0 0

9 Fabricação 0 - -

10 Reciclagem econômica 0 + +

Soma de (+) 0(0) 1(+) 3(+)

Soma de (-) 0(-) 5(-) 5(-)

Soma de (0) 10(0) 4(0) 2(0)

Resultado final (+) + (-) 0(+) 4(-) 2(-)

3.2.4.2 Análise da melhor solução

A equipe de projeto não deve considerar a concepção que

obteve a melhor pontuação como solução definitiva, mas validar e

comparar os resultados da valoração das melhores concepções e realizar

uma análise de sensibilidade (BACK, 2008). Foi então decidido que a

concepção 1 será a opção do projeto e nela serão desenvolvidos todos os

elementos do protótipo, pois além de ser a solução de melhor

desempenho na triagem de soluções foi também a solução que a equipe

do projeto achou mais viável para a construção do protótipo.

3.2.4.3 Considerações finais.

A fase do projeto conceitual é de extrema importância para

determinação da concepção, pois nesta etapa consegue-se uma melhor avaliação do projeto, buscando princípios de solução em diversas áreas

de conhecimento para atender às funções do produto. Conseguiu-se dar

forma ao dispositivo e avaliar com maior clareza a essência do protótipo

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67 pretendido. A partir desta etapa pode-se definir os materiais utilizados,

protótipos necessários, bem como todo funcionamento do protótipo.

3.3 PROJETO PRELIMINAR

No projeto preliminar foram detalhadas as dimensões os

materiais, as peças e os esquemas da concepção escolhida na fase

anterior. Definiu-se um leiaute onde foram confeccionados os desenhos

e os esquemas para construção do protótipo. Para facilitar o

detalhamento do protótipo dividiu-se em módulos:

- Hidráulico.

- Eletropneumático.

- Elétro-eletrônico.

-Mecânico.

- Sofware de controle.

3.3.1 Módulo hidráulico

O módulo hidráulico tem a função de transportar e controlar o

envio de tinta e solvente para o dispositivo de medição. Foram

determinados alguns componentes, verificando-se a melhor relação de

custo-benefício, os quais são:

- Bomba de circulação

-Válvulas direcionais

-Filtros

-Mangueiras

-Válvula de retenção

-Válvula reguladora de fluxo.

A figura 25 mostra o esquema hidráulico desenvolvido e seus

componentes e nas seções seguintes descreve-se as partes principais

desse sistema.

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68

Figura 25 – Esquema hidráulico de transporte de tinta e solvente.

3.3.1.1 Bomba de circulação

As bombas de circulação normalmente utilizadas são a bomba

centrífuga vertical com motor elétrico e a bomba pneumática. São

bombas de baixa pressão, nas quais o fluxo é controlado facilmente

mediante válvulas ou registros. Não deve haver rolamentos ou retentores

em contato com o líquido, pois os pigmentos causarão rápido desgaste.

Além disso, a tinta aderirá aos rolamentos emperrando-os. Uma

vantagem deste tipo de bomba é que ela permite desenvolver um fluxo

suficiente tanto para a circulação quanto para o condicionamento da

tinta.

A bomba de tinta deve funcionar entre 1750 a 3400 rpm, pois

nessa velocidade evita-se a superagitação da tinta, que causa problemas no processo. Para o desenvolvimento do protótipo utilizou-se duas

bombas pneumáticas, uma para circulação de tinta e outra para

circulação de solvente, modelo Ingersoll Rand®, conforme dados

técnicos mostrados no Apêndice 3.

3.3.1.2 Válvulas direcionais

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69

Existem três tipos recomendados para controle de tintas e

solventes: de comporta, de borboleta e de constrição. As três asseguram

um fluxo direto, pouca restrição. As válvulas são responsáveis pelo

controle e monitoramento de fluxo e pressão hidráulica dentro do

sistema. Basicamente possuem 2 fases, a de abertura e a de fechamento.

A válvula utilizada no protótipo é da empresa Burkert Fluid Control

Systems®, modelo 2000 com acento inclinado, com controle por

válvula solenóide, de 3 posições e 2 vias, alimentado em 24V, conforme

mostra o Apêndice 4.

3.3.1.3 Filtros

Os filtros são instalados na descarga da bomba para que o fluido

esteja sempre limpo. Normalmente são de malha entrelaçada de aço

inoxidável, nos tamanhos de aberturas de malha 30, 60, 100 e 150. A

malha mais utilizada nos filtros das bombas de tinta na indústria grafica

é de malha 100, devido o seu entrelaçamento permitir uma boa

filtragem das impurezas do processo e permite também uma boa fluidez

da tinta. Malhas muito fechadas aumentam o tempo de paradas para

limpeza desnecessariamente. Utilizou-se para o projeto um filtro de

malha 100 instalado dentro do recipiente de tinta.

3.3.1.4 Mangueiras de transporte

O material da mangueira deve ser compatível com os solventes

utilizados. Para elaboração do protótipo utilizou-se uma mangueira

pneumática de diâmetro interno de 8 mm, compatível ao solvente e

tintas utilizadas.

3.3.1.5 Válvulas de retenção

As válvulas de retenção são utilizadas para evitar que ocorra

fluxo na direção oposta ao sentido desejado. Para o projeto serão usadas

duas válvulas conectadas às bombas pneumáticas.

3.3.1.6 Válvulas reguladoras de fluxo

As válvulas reguladoras de fluxo foram utilizadas com a

finalidade de regular o fluxo de entrada de tinta e solvente no protótipo.

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70

3.3.2 Módulo eletropneumático

O módulo eletropneumático é responsável pelo controle dos

acionamentos das válvulas direcionais do circuito hidráulico, isto é, ao

acionarmos as eletroválvulas Y1 e Y2 , acionamos as válvulas

hidráulicas com comando pneumático. A figura 26 mostra o esquema

eletropneumático de comando da parte hidráulica, e é composto por:

- Unidade de acondicionamento de ar comprimido

- Válvulas pneumáticas de comando elétrico

- Conexões

- Mangueiras

Figura 26 - Circuito eletro-pneumático.

3.3.2.1 Unidade condicionadora de ar comprimido

A unidade condicionadora de ar tem a função de lubrificar,

filtrar e regular a pressão do ar no processo. É composto de um manômetro de 0,5 a 8,5 bar e um regulador de pressão e um sistema de

lubrificação, conforme está detalhado no Apêndice 5.

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71

3.3.2.2 Válvulas pneumáticas

São responsáveis pelo controle das válvulas direcionais no

circuito hidráulico. O modelo utilizado foi a válvula simples solenóide,

de 3/2 vias, alimentado em 24V, conforme detalha o Apêndice 6.

3.3.3 Módulo eletro-eletrônico

O módulo elétro-eletrônico é responsavel pela alimentação

elétrica do protótipo, aquisição dos sinais, controle e interação humano-

máquina. A figura 27 mostra os componentes do sistema elétrico junto

com o sistema eletrônico.

Figura 27 – Diagrama de blocos da parte eletro-eletrônica.

Verifica-se que alimentação elétrica é 220V com um disjuntor de segurança, que alimenta um circuito elétrico (fonte) para gerar a

tensão de 24V mostrado no Apêndice 07. Essa tensão alimenta os

sensores, as eletroválvulas e a placa de conversão das tensões dos sinais

mostrada no apêndice 08. Esta placa eletrônica converte os sinais das

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válvulas e dos sensores, transformando-os de 24V para 5V e de 5V para

24V, quando necessário, isola os sinais por meio de fotoacopladores e

também amplifica a corrente vinda do microcontrolador. Usa-se um

microcontrolador de núcleo 8051® para o controle do processo, modelo

AT89S8263, fabricado pela empresa ATMEL®. Um visualizador de

informações por caracteres (mais conhecido como LCD - Liquid Crystal Display) e um teclado são os meios utilizados para realizar a interação

entre o operador e a máquina.

O módulo elétro-eletrônico é, portanto, composto por:

- painel elétrico

- fonte de alimentação de 24V

- disjuntor

- sensores ópticos

- microcontrolador

- display de LCD

- teclado

3.3.3.1 Sensores ópticos

Para detectar quando a tinta enche o copo Zahn e quando

esvazia, utilizou-se de dois sensores de presença ópticos, com saida

NPN, alimentados em 24V. Esses sensores funcionam por reflexão

difusa da luz, isto é, tem um fotodiodo que emite luz e quando essa luz

retorna por reflexão no objeto que se quer detectar, sensibiliza uma

fototransitor, que é então acionado. Na sua saída um sinal muda de

estado lógico 1 para estado lógico 0 na presença de um objeto, dentro

dos limites de proximidade. O modelo escolhido foi o FD-FX3, com

amplificador eletrônico acoplado e condução da luz por fibra óptica. A

posição do sensor foi tal que permitiu um ajuste da posição do sensor

para que detectasse o momento exato em que o copo está cheio e quando

o copo está vazio.Nos Apêndices 09 e 10 tem-se os dados técnicos do

fotosensor escolhido.

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73 3.3.3.2 Circuito eletrônico de comando e controle

A figura 28 mostra o circuito eletrônico de controle, composto

por um microcontrolador, display LCD e teclado, dos circuitos de

amplificação de sinais que vem dos sensores ópticos e circuito de

amplificação de sinais de comando, tanto da eletroválvula que controla a

passagem da tinta, quanto da eletroválvula que controla a passagem do

solvente.

Figura 28 - Esquema de ligações do circuito eletrônico.

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74

O principal cuidado neste projeto é no desenvolvimento do

circuito de amplificação e isolação de sinais elétricos, convertendo

tensões diferentes, amplificando a corrente e protegendo o componente

mais sensível a ruídos (no caso o microcontrolador). Os Apêndices de 7

a 13 mostram os componentes deste módulo.

3.3.4 Módulo mecânico.

Desenvolveu-se um receptáculo mecânico onde o copo de medição

será posicionado de tal maneira que fique simples de colocar e pôr

sempre na mesma posição e onde serão também montados os sensores

ópticos, bem como a entrada para a tinta. O material utizado no

receptáculo foi o alumínio, para manter maior qualidade e facilidade de

limpeza. Este dispositivo mecânico tem a função de dar exatidão nas

posições dos sensores e na colocação (posição) do copo. Deve, também,

facilitar o operação da entrada e saida do copo. As figuras 29 e 30

apresentam o detalhamento técnico.

Figura 29 – Desenho técnico do dispositivo mecânico.

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75

Figura 30 – Imagem do dispositivo mecânico.

3.3.5 Software de controle

O software desenvolvido (em linguagem de programação “C”)

tem a função de automatizar o processo de medição e controle, e ainda

interagir os resultados com o usuário do sistema por meio do display de

LCD.

3.3.5.1 Sistema de Controle Proposto

O objetivo do controle é manter o tempo de escoamento dentro

dos limites impostos pelo Controle de Qualidade da indústria. Portanto,

o que se deseja é manter a viscosidade dentro da faixa média, entre os limites superior e inferior, por adição de solvente. A viscosidade

diminui por adição de um pouco de solvente na tinta, e aumenta

naturalmente, pelo processo de evaporação. Esse processo de

evaporação depende da temperatura ambiente e da quantidade de

solvente na tinta, além do volume do reservatório (área de contato com o

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76

ambiente). Se a viscosidade exceder o valor médio, é, então, injetado

solvente trazendo a viscosidade para dentro da faixa. A figura 31 mostra

o comportamento esperado do controle. A cada injeção de solvente,

e dado um tempo de espera de aproximadamente 1 minuto, agitando a

tinta para a completa homogeneização do solvente com a tinta.

Figura 31 - comportamento do controle da viscosidade relativa

O tempo de adição de solvente serve como variável de controle

indireta da viscosidade. No entanto, a curva de adição de solvente

depende fortemente do volume do recipiente, da temperatura do

ambiente e do tempo entre medições (por causa da evaporação). A

Figura 32 mostra o comportamento qualitativo da viscosidade relativa

em função do tempo de injeção de solvente, mostrando que, quanto

maior a viscosidade, maior é a quantidade de solvente que tem-se que

injetar.

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77

Figura 32 - Comportamento esperado da viscosidade em função do

tempo de injeção de solvente.

A estratégia então foi adequar o tempo de injeção de solvente

através de uma proporcionalidade: quanto maior a viscosidade, maior o

tempo de injeção de solvente. O tempo foi determinado empiricamente,

e ajustado para o experimento. O valor encontrado foi em função do

volume de tintas do reservatório, da abertura da válvula que controla o

fluxo de solvente e o módulo do erro entre o valor medido e o valor

desejado (em segundos), dado pela equação 7:

(7)

Onde:

L : volume do reservatório (L).

x : a diferença em módulo entre o tempo medido menos o

tempo médio.

y : tempo necessário para a adição de solvente (em segundos).

Como não se tem a injeção de tinta para aumentar a

viscosidade, toda vez que a viscosidade está abaixo da linha média o

controle não atua

3.3.5.2 Software desenvolvido

O fluxograma mostrado na figura 34 apresenta o funcionamento

completo do sistema. Primeiro é feita a configuração do sistema

reconhecendo os principais componentes presentes e configurando

valores de entrada do usuário. Em seguida é dado algum tempo para

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78

entrar no modo automático. Se nesse tempo o usuário apertar o botão de

medição manual, o processo opera manualmente, caso contrário o

processo é feito automaticamente, de tempos em tempos. A medição é

efetuada e baseado no tempo de escoamento sabe-se a viscosidade está

alta, baixa ou dentro dos limites especificados. É aberta a válvula

elétrica que permite o escoamento do solvente para dentro do recipiente

de tintas por um tempo pré-determinado. A homogeneização é

constante, e após um tempo de espera é refeito o processo de medição e

adição de solvente (caso necessário). Este processo se repete mantendo a

viscosidade dentro do padrão desejado na etapa de configuração.

Na figura 36 mostra-se o fluxograma da etapa de configuração

de dados de entrada pelo usuário. O usuário pode navegar usando o

teclado e o display LCD para entrar com os seguintes valores: valor de

referência (viscosidade desejada), a viscosidade máxima e viscosidade

mínima. O controle procura manter a viscosidade dentro da faixa

especificada. A viscosidade não é assumida como um valor absoluto,

mas sim como um valor de tempo equivalente, baseado nas

especificações do fabricante do copo Zahn.

A Figura 35 mostra o fluxograma de uma das funções

principais: a medição do tempo de esvaziamento do copo Zahn. Na

figura 33 mostra-se esquematicamente que o tempo de escoamento é

computado entre a ativação do sensor ótico superior e a desativação do

sensor óptico inferior.

O programa zera a variável que armazena o tempo de medida, e

escreve no display “adicionando tinta” e abre a válvula para adicionar

tinta no dispositivo. Quando o copo estiver cheio (detectado pelo sensor

fotoelétrico superior) fecha-se a válvula que controla a entrada de tinta

no copo Zahn e escreve no display “medindo”. Ao mesmo tempo

dispara-se um temporizador de 16 bits interno, com uma resolução de 1

µs, ou seja, a cada microsegundo o contador incrementa a variável de

contagem. Quando o copo Zahn esvaziar completamente (a primeira

gotícula interrompe o fluxo e gera um sinal que interrompe o

processador) o programa pára a contagem e armazena o valor contado

na variável interna que armazena o tempo total de escoamento da tinta

no copo Zahn.

Finalmente, na figura 37, mostra-se a função de controle

realizado pelo programa. Com o valor medido, o software avalia o valor

de referência e a faixa de medição com o valor medido previamente. Se

o tempo de escoamento da ultima medição for menor que o valor

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79 mínimo, escreve no display “pouco viscoso”. Nesse caso, não há nada a

fazer, porque não é possível, nesse sistema, adicionar tinta para

aumentar a viscosidade. No entanto, se o tempo de escoamento da tinta

medido for maior que o valor máximo, isso indica a necessidade de se

adicionar solvente.

Microcontrolador

copo Zhan

EletroválvulaSensorSuperior

Sensor Inferior

Sensor Inferior

t(s)

t(s)

t(s)

Sensor Superior

Comando da eletroválvulade tinta

Tempo de

escoamento

Figura 33 - Funcionamento do sistema de medição do tempo de

escoamento.

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80

Chegou no tempo para

medir

Configuração

Medir Tempo

Esvaziar Copo

Comparar tempo e

controlar

quantidade de

solvente

Apertado Botão

Confirma

Inicia Programa

Escreve no LCD o

Valor da medida

Escreve no LCD a

medida como “Ultima

medida” e o resultado

da comparação

Não

Sim

Sim

Não

Dispara

temporizador

medição AUTO

Tempo da

medida = 0

Armazena o valor

do tempo na

variável tempo da

medida

Fim da medição

Não

Início da Medição

Zera variavel que

armazena o tempo

da medida

Escreve no LCD “

ADICIONANDO

TINTA”

Abre válvula de

tinta

Sensor copo

cheio = 1

Não

Inicia a contagem

de tempo

Fecha válvula de

tinta

Escreve no LCD “

MEDINDO”

Sensor copo

vazio = 1

Não

Sim

Para contagem do

tempo

Sim

Sim

Figura 34 – Fluxograma principal.

Figura 35 – Fluxograma da

função “medir.”

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81

Figura 36 - Fluxograma função configuração.

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82

Tempo p/ Muito

Solvente = Valor

Referencia –

Faixa de Medição

Tempo p/ Pouco

Solvente = Valor

Referencia +

Faixa de Medição

Tempo da medida <

Tempo p/ Muito Solvente

Tempo da medida > Tempo

p/ Pouco Solvente

Conta tempo, se tempo = a

Tempo de Adicionar Solvente

Não

Sim

Início da Comparação e

Controle

Sim

Escreve no LCD “POUCO

VISCOSO”

Escreve no LCD “MUITO

VISCOSO”

Escreve no LCD

“ADICIONANDO

SOLVENTE”

Abre válvula de solvente

Fecha válvula de solvente

Escreve no LCD

“SOLVENTE

ADICIONADO”

Escreve no LCD “TINTA

NO PADRÃO”

Fim da Comparação e

Controle

Fim da Comparação e

Controle

Fim da Comparação e

Controle

Tempo Adicionar Solvente

= L(variável relacionada

ao tamanho do

reservatório) * diferença

do tempo medida pelo

tempo p/ Pouco Solvente

Sim

Não Não

Tempo da medida estiver entre

Tempo p/ Pouco Solvente e

Tempo p/ Muito Solvente

Figura 37 - Fluxograma função comparação e controle.

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83 3.3.6 Conclusão

Neste capítulo foi descrito o projeto das principais partes que

compõem o protótipo, detalhando-o em módulos, facilitando a futura

integração e contrução do mesmo. A determinação dos componentes

leva em conta desde custos de materiais, funções dos componentes e

problemas que possam ocorrer. Esta fase é a que despende maior estudo

do desenvolvimento do projeto, mas através de ferramentas, métodos,

conceitos, procedimentos e informações aplicáveis foi possivel a

procura, criação, avaliação de todos os componentos do protótipo.

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84

4 CONSTRUÇÃO DO PROTÓTIPO

Com a conclusão da fase de projeto preliminar inicia-se a fase

de construção e montagem do protótipo.

De acordo com Ulrich e Eppinger (1995), um protótipo é uma

aproximação do produto ao longo de uma ou mais dimensões de

interesse. Alguns autores classificam protótipo de acordo com os

objetivos que se buscam com a construção do mesmo. Segundo Reis

(2003), quanto ao grau de realização física, há o prototipo físico, ou

seja, artefato tangível criado para se aproximarem das características do

produto; e o protótipo analítico, que representa o produto de forma não

tangível, muitas vezes matematicamente. Quanto ao grau de

abrangência, há o prototipo compreensivo que representa todas as

características do produto e o prototipo focado, que representa apenas

um ou poucos atributos do produto. Visando atender os objetivos

propostos optou-se pela construção de um protótipo fisico-

compreensivo.

O primeiro passo para a construção do protótipo foi a compra

dos materiais. O apêndice 14 apresenta a lista dos materiais utilizados

juntamente com os custos.

4.1 FUNCIONAMENTO DO PROTÓTIPO

O método de medição consiste, em acionar uma eletroválvula que

permite que uma bomba de tinta pneumática encha automaticamente um

copo do tipo Zahn, sensoreado por dois sensores de nível: um superior e

outro inferior. Quando o sensor superior detecta que o copo está cheio,

fecha a abertura de entrada de tinta, e dispara um temporizador interno

ao microcontrolador utilizado. Quando ocorre a primeira gota

(escoamento completo da tinta), dispara uma interrupção do

temporizador e é calculada a medida da viscosidade relativa, baseado no

tempo que leva para escoar a tinta no copo. Com a medida realizada e

apresentada no LCD, o controlador avalia se a medida realizada está

compatível com um valor de referencia configurada. Se a medida da

leitura realizada estiver menor que a configurada, escreve no LCD

“pouco viscoso”, ou seja, tem muito solvente na tinta. Se a medida da

leitura realizada estiver maior que a configurada escreve no LCD “muito

viscoso” e inicia a correção. Se a medida da leitura realizada estiver

dentro da medida e faixa configurada escreve no LCD “medida no

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85 padrão,”a figura 38 amostra o diagrama de blocos do funcionamento do

protótipo.

Figura 38 – Diagrama de blocos do funcionamento do protótipo.

4.2 REALIZAÇÃO DO PROTÓTIPO

O protótipo completo é visto na figura 39, onde se identificam-

se os componentes principais: o receptáculo mecânico com o copo Zahn,

os sensores ópticos no receptáculo mecânico, as duas bombas de vácuo,

as eletroválvulas e o gabinete elétro-eletrônico de controle, contendo um

display LCD e um teclado externo.

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Figura 39 - Foto protótipo desenvolvido.

Internamente, no gabinete, vê-se na figura 40 os circuitos eletro-

eletrônicos que comandam o sistema para um correto funcionamento e

na figura 41 mostra uma foto do display LCD mostrando informações ao

usuário.

Figura 40 - parte interna do painel de controle.

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87

Figura 41 - Foto do Display mostrando informações do processo

A figura 42 mostra o copo Zahn sendo colocando no

receptáculo mecânico, e a posição dos sensores ópticos.

Figura 42 - Foto do Copo Zhan e do receptáculo.

4.3 FUNCIONAMENTO DO SISTEMA DE MEDIÇÃO

A Figura 43 mostra o sinais para o microcontrolador, relativos à

medição do tempo de escoamento. A forma de onda 1 indica o momento

em que o sensor superior foi acionado, indicando copo cheio. Apesar de

ter várias transições seguidas, somente o primeiro sinal é que realmente

importa, pois o microcontrolador ignora, por software, as demais

interrupções. A mesma coisa acontece no sinal vindo do sensor inferior,

que indica o esvaziamento do copo. Observe que gerou-se um segundo

pulso no sensor inferior indicando a passagem de uma gota. O

temporizador pára exatamente na primeira borda de descida do sinal 2.

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Figura 43 - Curva 1: sensor superior; Curva 2: sensor inferior.

A figura 44 mostra o tempo total de enchimento e esvaziamento

do copo Zhan, que nesse caso foi de aproximadamente 50 s. Da mesma

forma observe que, apesar de ter muito ruido, o primeira transição por

borda é a que é realmente importa. As demais são ignoradas.

Figura 44 - Inicio e fim do processo de medição.

4.4 CONSIDERAÇÕES FINAIS.

Neste capítulo foram apresentadas algumas fotos do protótipo

desenvolvido e o seu funcionamento detalhado, por meio de aquisições

de sinais. Após montagem do conjunto, foram realizados testes de

software, ajustes de sensores, tanto de posicionamento quanto de valores

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89 dos sinais, análise de funcionamento dos comandos das bombas, do

teclado e do display LCD. Todos esses componentes funcionaram

satisfatoriamente, exigindo um esforço na parte de ajustes, para deixar o

sistema funcionando adequadamente.

Com o prótótipo testado e ajustado, partiu-se para a fase de

testes com tinta e avaliação de resultados, mostrados no capítulo 5.

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5 TESTES DO PROTÓTIPO E AVALIAÇÃO DE

RESULTADOS

Com a montagem do protótipo foram realizados nos laboratórios

vários testes com o objetivo principal de avaliar erros e incertezas do

dispositivo de medição, buscando sua validação.

A variável tempo foi medida por meio de um temporizador interno

ao microcontrolador que opera com uma frequencia de 11,0592 MHz

vinda de um cristal de quartzo. Essa frequencia, dividida por doze, é a

base de tempo do temporizador, portanto, com um tick de 1,0856 µs.

Visando atender imediatamente as interrupções geradas pelso sensores,

foi escolhido operar o temporizador no modo em que o inicio e o fim do

temporizador se dá por um sinal de hardware (e não por software),

garantindo uma maior rapidez na partida e na parada do temporizador,

melhorando a exatidão.

Operando desse modo e colocando a interrupção do temporizador

como a de mais alta prioridade, o tempo máximo de atendimento a

interrupções é de 4 pulsos de clock. Como são duas interrupções (uma

do sensor superior e outra do sensor inferior), temos um erro máximo de

8 pulsos de clock, portanto, de 72 ns, que é o tempo máximo para

atender duas interrupções por hardware. Além disso, considerando que o

relógio interno pode ser parado ou partido com um erro de um tick,

combinando as incertezas, temos uma incerteza muito próxima do valor

do tick, ou seja, ± 1,0856us.

Considera-se, portanto, para fins de controle e de calibração, que o

erro do temporizador é desprezivel, já que optou-se por trabalhar com

uma resolução de duas casas decimais na medida do tempo (na faixa de

centésimos de segundo), pois as mesmas atendem às necessidades de

projeto.

5.1 TESTES NO PROTÓTIPO CALIBRAÇÃO

Para realizar os testes no protótipo foi necessária fazer a calibração

do dispositivo de medição para depois realizar testes com tinta e

solvente.

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5.1.1 Calibração do sistema de medição

Sistemas de medição sempre apresentam erros. Em maior ou

menor grau, erros estarão sempre agindo sejam eles originados

internamente ou decorrentes da ação de várias influências. A forma

usual de caracterizar o desempenho metrológico de um sistema de

medição é pelo procedimento denominado calibração. São

procedimentos importantíssimos para manter a universalidade e

confiabilidade das medições efetuadas em qualquer momento ou local

(ALBERTAZZI e SOUSA, 2008).

A calibração é o conjunto de operações que estabelece sob

condições específicas, a relação entre valores indicados por um

instrumento ou sistema de medição, ou valores representados por uma

medida materializada ou um material de referência e os valores

correspondentes das grandezas estabelecidas por padrões

(ALBERTAZZI e SOUSA, 2008).

O objetivo da calibração é obter a incerteza de medição total,

além de posicionar corretamente (o melhor que se pode) os dispositivos

sensores.

Para a calibração é necessário conhecer os componentes e suas

incertezas:

- Foi utilizado um copo Zhan No. 2, marca Omicron código

:123 02.

- Foi utilizado um óleo com viscosidade conhecida (óleo para

calibração) como sendo o óleo mineral OP35 IPT80, certificado

n°1428-103.

- Foram identificadas as seguintes fontes de incerteza, segundo

o Apêndice 15:

a) A incerteza expandida da medição de viscosidade é de

0,32%;

b) A incerteza do óleo mineral conforme informação no

certificado n 1798-103 é 0,25%;

c) A incerteza total do copo e do óleo é de 0,40%;

d) Incertezas declaradas são baseadas em uma incerteza

padronizada combinada, multiplicada por um fator de abrangencia K=2 (para nível de confiança de aproximadamente de 95%) ( fonte Omicron).

No procedimento adotado pela empresa Omicrom é adicionado óleo

mineral (OP35 IPT 80) num reservatório e quando o mesmo atingir a

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temperatura de 25°C, eleva-se o copo Zahn com uma alça e com auxílio

de um cronômetro verifica-se o tempo para o mesmo esvaziar. Com este

tempo em mãos compara-se o tempo de escoamento do óleo no copo

com a faixa de tempo estabelecido pelo fabricante do óleo, de acordo

com a tabela de dados no anexo 15.

Com base neste procedimento foi avaliado o sistema proposto, só

que fazendo a medição do tempo por meio do aparato. Para isso foram

realizadas 20 medições em laboratório, com temperatura controlada de

25±1°C, utilizando o óleo mineral OP35 IPT80, certificado n°1428-103,

que tem a densidade de 0,8656g/cm³, à 25°C. Utilizou-se o mesmo óleo

com que são calibrados os copos de escoamento modelo zahn n°2, que

de acordo com o certificado emitido pela empresa Omicron, a incerteza

expandida aumenta para 0,40% (com nivel de confiança de 95%). De

acordo com o fabricante do óleo mineral, com este óleo e o copo zahn

n°2, o tempo de escoamento esperado é de 35s mais a incerteza de

0,40%, resultado em 35,00 ± 0,14s.

Ajustou-se o protótipo para que os sensores detectassem quando o

copo estava completamente cheio, para reproduzir as mesmas condições

usadas na calibração do copo. Espera-se com este experimento ajustar a

distância dos sensores, o que foi feito iterativamente até que se

conseguisse tempos muito próximos do esperado. A tabela 5 apresenta

as indicações finais obtidas na calibração.

Tabela 5 – Indicações obtidas

PADRÃO 35

1 35,41

2 35,05

3 34,98

4 34,77

5 34,91

6 34,91

7 34,98

8 34,84

9 35,12

10 34,98

11 34,56

12 35,41

13 35,27

14 35,34

15 35,30

16 35,12

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Tabela 5– Indicações obtidas

PADRÃO 35

17 35,27

18 35,22

19 34,91

20 35,34

MÉDIA 35,09

DESVIO 0,2337

A partir da média e do desvio-padrão experimental determinou-

se a tendência e a repetitividade do sistema nas condições testadas.

s 0,09 35,00 - 35,09 VVCMédiaTendência

Onde:

VVC = Valor Verdadeiro Convencional estabelecido pelo óleo

padrão

t = Coeficiente de Student para n-1 graus de liberdade

u = Incerteza padrão

Re = Repetitividade

Para a expressão da incerteza dos resultados das medições,

assumindo que a tendência não será corrigida na operação do sistema de

medição, e considerando que a repetitividade e a incerteza do óleo são

fontes de incerteza predominantes, estima-se a incerteza de medição da

forma:

)ReTendência( I22

PadrãoIMncerteza

s 0,65 )14,054,00,09( I 22 ncerteza

sut 54,0 )2337,032,2( Re

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5.2 TESTES COMPORTAMENTO DO PROTÓTIPO

Após a calibração efetuada do protótipo, foram realizados testes

visando observar seu comportamentos em relação ao controle da

viscosidade.

Montou-se dois reservatórios, um para tinta e outro para

solvente, e realizou-se experimentos os quais serão posteriormente

apresentados com análises e gráficos correspondentes.

5.2.1 Verificação do controle automático da viscosidade

Adotou-se o valor de referência de 15s com uma tolerância de

±1s e observou-se, através de 10 leituras, o seu comportamento. Notou-

se que nas primeiras leituras a tolerância estava dentro dos limites e o

protótipo apenas realizou medidas. Mudou-se então o valor de

referência para 14±1s e o mesmo reagiu de forma eficiente corrigindo o

processo injetando solvente. O tempo de correção da viscosidade foi de

5 minutos. As tabelas 6 e 7 mostram as leituras para as referências de

15±1s e 14±1s respectivamente. As figuras 45 e 46 mostram os gráficos

com os limites e as leituras encontradas.

Tabela 6 – Valor de referência 15±1s

Nº Medida Leituras(s) Condição

1 14,58 Dentro dos limites

2 14,72 Dentro dos limites

3 14,58 Dentro dos limites

4 14,79 Dentro dos limites

5 14,93 Dentro dos limites

6 14,86 Dentro dos limites

7 14,79 Dentro dos limites

8 14,86 Dentro dos limites

9 14,86 Dentro dos limites

10 14,64 Dentro dos limites

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Figura 45 – Referência em 15±1s.

Tabela 7 – Valor de referência 14 ±1s

º Medida Leituras(s) Condição

1 14,93 Adicionado Solvente

2 14,57 Adicionado Solvente

3 14,08 Adicionado Solvente

4 13,79 Dentro dos limites

5 13,80 Dentro dos limites

6 13,37 Dentro dos limites

7 13,99 Dentro dos limites

8 13,51 Dentro dos limites

9 13,72 Dentro dos limites

10 13,51 Dentro dos limites

11 13,44 Dentro dos limites

12 13,51 Dentro dos limites

13 13,58 Dentro dos limites

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Figura 46 – Alteração da referência para 14±1s.

Observa-se que, mesmo estando o tempo de escoamento dentro

da faixa especificada, e portanto, aceitável, a correção se inicia assim

que o valor medido for maior que o valor de referencia (valor médio da

faixa). O objetivo é corrigir antes que ultrapasse o valor superior de

controle, evitando-se que fique, mesmo que momentaneamente, com a

viscosidade relativa acima do que se deseja. Além disso, a quantidade de

solvente deve ser ajustada de tal maneira que não ultrapassar o valor de

referencia mínimo.

5.2.2 Verificação do comportamento do protótipo ao ser ligado e

religado.

Neste experimento pretende-se, ao desligar o protótipo após ter feito

algumas medidas e religá-lo, verificar se o sistema não apresenta

alterações de valores na medição. Iniciou-se com o valor de referência

de 15±1s e fêz-se as leituras do tempo. A primeira medida estava fora

do valor de referência e o protótipo corrigiu a viscosidade (adicionando

solvente) e manteve-se dentro dos limites até a oitava medida quando

foi adicionado solvente novamente, corrigindo a viscosidade. Partiu-se

então para uma nova configuração de 14±1s e o protótipo novamento

iniciou a correção da viscosidade adicionando solvente até atingir a

configuração. O tempo total de correção foi de 7 minutos.

Desligou-se, então, o protótipo por alguns minutos. Ligou-se o

mesmo e então configurou-se novamente na referência 14±1s. O

protótipo realizou as medidas e manteve dentro dos valores de referência desejado, mostrando que o fato de desligar o protótipo não

alterou sua funcionalidade. As tabelas 9, 10 e 11 mostram as medidas

para os valores de referência 15±1s, 14±1s e 14±1s com o protótipo

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97 tendo sido religado. As figuras 47, 48 e 49 mostram os gráficos com os

limites e leituras encontradas.

Tabela 8 – Valor de referência 15±1s

Nº Medida Leituras(s) Condição

1 15,14 Adicionado Solvente

2 14,86 Dentro dos limites

3 14,93 Dentro dos limites

4 14,99 Dentro dos limites

5 14,93 Dentro dos limites

6 14,58 Dentro dos limites

7 14,79 Dentro dos limites

8 15,30 Adicionado Solvente

9 14,79 Dentro dos limites

10 14,83 Dentro dos limites

Figura 47 – Referência em 15±1s.

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Tabela 9 - Valor de referência 14±1s

Nº Medida Leituras(s) Condição

1 15,43 Adicionado Solvente

2 14,72 Adicionado Solvente

3 15,07 Adicionado Solvente

4 14,08 Adicionado Solvente

5 14,15 Adicionado Solvente

6 13,58 Dentro dos limites

7 13,44 Dentro dos limites

8 13,51 Dentro dos limites

9 13,58 Dentro dos limites

10 13,44 Dentro dos limites

Figura 48 – Referência em 14±1s.

Tabela 10 - Valor de referência 14±1s após desligar protótipo

Nº Medida Leituras(s) Condição

1 13,30 Dentro dos limites

2 13,37 Dentro dos limites

3 13,87 Dentro dos limites

4 13,80 Dentro dos limites

5 13,65 Dentro dos limites

6 13,69 Dentro dos limites

7 13,51 Dentro dos limites

8 13,44 Dentro dos limites

9 13,63 Dentro dos limites

10 13,53 Dentro dos limites

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99

Figura 49 – Referência em 14±1s após desligar protótipo.

5.2.3 Verificação das tolerâncias do protótipo

Neste experimento verificou-se o comportamento do controle,

alterando a tolerância do valor de referência. O valor de referência foi

sempre o mesmo, 14s, com variação nas tolerâncias de 0,7s e 0,3s,

respectivamente. Observou-se que mesmo com a tolerâncias menores de

±0,7s e de ±0,3s o protótipo sempre inicia sua correção quando

ultrapassa o valor de referência (valor central). As tabelas 12 e 13

mostram as medidas, e as condições de operação para os valores de

referência 14,00±0,7s e 14,00±0,3s, respectivamente. As figuras 50 e 51

mostram os gráficos com os limites e leituras encontradas.

Tabela 11 – Valor de referência 14±0,7s

Nº Medida Leituras(s) Condição

1 14,36 Adicionado Solvente

2 14,01 Adicionado Solvente

3 13,94 Dentro dos limites

4 13,87 Dentro dos limites

5 13,79 Dentro dos limites

6 13,87 Dentro dos limites

7 14,36 Adicionado Solvente

8 13,94 Dentro dos limites

9 13,87 Dentro dos limites

10 13,83 Dentro dos limites

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Figura 50 - Referência em 14±0,7.

Tabela 12 - Valor de referência 14±0,3s

Nº Medida Leituras(s) Condição

1 14,43 Adicionado Solvente

2 13,86 Dentro dos limites

3 13,72 Dentro dos limites

4 14,43 Adicionado Solvente

5 14,01 Adicionado Solvente

6 13,69 Dentro dos limites

7 14,44 Adicionado Solvente

8 13,94 Dentro dos limites

9 13,80 Dentro dos limites

10 13,79 Dentro dos limites

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Figura 51 - Referência em 14±0,3s.

O resultado encontrado e mostrado pelas figuras 50 e 51 é

importante, pois mostra que o controle procura manter-se no valor de

referência, mesmo quando diminuímos as tolerâncias para valores bem

pequenos. Portanto, se o usuário quiser manter uma faixa mais estreita

de controle, mesmo que o setor de qualidade não o requeira, ele pode

fazê-lo para manter o mais constante possível o valor da viscosidade

relativa.

5.2.4 Verificação do tempo do controle automático da viscosidade

com variação do fluxo de solvente

Neste experimento realizou-se várias medidas, com uma leitura

de 14,86s. Mudou-se, então, o valor de referência para 14±1s e iniciou-

se novas medidas. No primeiro teste o protótipo novamente efetuou a

correção da viscosidade para o valor desejado, mas observou-se que

diminuindo-se o fluxo de solvente, maior é o tempo para correção. O

tempo para correção, nesse caso, foi de 11 minutos. No segundo teste

aumentou-se o fluxo da bomba pneumática. A correção foi mais rápida

levando em torno de 3 minutos. Observou-se então que é importante a

regulagem do fluxo da bomba pneumática para o controle da adição de

solvente, porém, se aumentarmos o fluxo, corre-se o risco de ultrapassar

o limite mínimo, mas obtém-se como vantagem uma correção mais

rápida. As tabelas 18 e 19 mostram as leituras e as condições para o

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102

valores de referência de 14±1s nos dois testes, e as figuras 52 e 53

mostram os gráficos equivalentes.

Tabela 13 – Valor de referência 14±1s

Nº Medida Leituras(s) Condição

1 14,22 Adicionado Solvente

2 14,08 Adicionado Solvente

3 14,01 Adicionado Solvente

4 14,01 Adicionado Solvente

5 14,04 Adicionado Solvente

6 13,51 Dentro dos limites

7 14,08 Adicionado Solvente

8 13,86 Dentro dos limites

9 13,30 Dentro dos limites

10 13,93 Dentro dos limites

Figura 52 – Referência em 14±1s

Tabela 14 – Valor de referência 14±1s

Nº Medida Leituras(s) Condição

1 14,08 Adicionado Solvente

2 14,03 Adicionado Solvente

3 13,30 Dentro dos limites

4 13,36 Dentro dos limites

5 13,01 Dentro dos limites

6 13,30 Dentro dos limites

7 13,15 Dentro dos limites

8 12,94 Dentro dos limites

9 13,08 Dentro dos limites

10 13,23 Dentro dos limites

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103

Figura 53 – Referência em 14±1s

5.3 CONCLUSÕES.

O protótipo apresentou bons resultados no processo de medição

da viscosidade automatizada. Por comparação pode-se verificar que a

viscosidade apresenta uma tendência de medir 0,09s a mais, e a

incerteza é de 0,65s, ou seja, se considerarmos o valor de 35s, representa

uma incerteza de 1,86%. Esses resultados são animadores e indicam que

o sistema de controle executa satisfatóriamente a medição e atende as

necessidades de controle da viscosidade de tintas.

Ao iniciar o processo de medição da viscosidade da tinta e a sua

correção automática, verificou-se que as leituras ficam próximas a sua

faixa central, como éra o desejado. Essa ação é intencional, pois a

quantidade de solvente adicionado automaticamente, através da

programação, é um valor minimo tal que mantenha o a viscosidade

excessiva sistema nessa condição. Prefere-se demorar um pouco mais

para diminuir a viscosidade do que ultrapassar o valor de referência

mínimo, uma vez que o sistema somente pode corrigir a viscosidade

excessiva e não a falta da viscosidade. Como o solvente é bastante

volátil, a tendência é que com o passar de alguns minutos, se houver

excesso de viscosidade, naturalmente o sistema se torna menos viscoso.

Observa-se também O tempo para correção de adição de

solvente é uma variavel que está associada ao volume do reservatório,

por isso, definiu-se uma constante no inicio do programa para permitir

diferentes volumes. que é muito importante a utilização de um

dispositivo de agitação (agitador) para misturar a tinta com o solvente,

visando não mascarar os resultados.

Por fim, verificou-se por observação que a temperatura é uma

variavel importante para o processo, pois quanto maior for a

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temperatura, maior será a frequencia que o protótipo precisa executar

para manter a viscosidade dentro de uma faixa limite.

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6 CONCLUSÕES E SUGESTÕES

As conclusões finais do trabalho serão apresentadas tendo em

vista o objetivo geral, os objetivos específicos determinados e o

atendimento das contribuições propostas. Finalizando seão feitas

algumas sugestões para trabalhos futuros.

6.1 ATENDIMENTO AO OBJETIVO GERAL

O objetivo geral foi atingido através de um sistema, na forma de

um protótipo, que realiza o controle automatizado da viscosidade das

tintas para a indústria de embalagens flexíveis. O protótipo

desenvolvido serviu para mostrar que a forma de medição e controle são

formas possíveis para realizar a tarefa proposta, contendo vantagens e

desvantagens.

Um dos principais objetivos foi retirar o ser humano dessa

tarefa insalubre, e isso se tornou possível com grau de automatização

satisfatória, tornando-o praticamente independente do operador.

6.2 ATENDIMENTO DOS OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Os objetivos específicos foram atendidos, especialmente pela

aplicação da Metodologia de Desenvolvimento de Produto utilizada que

ajudou a encontrar algumas soluções possiveis, além de direcionar o

desenvolvimento do produto. Durante a fase do projeto informacional

foi possível identificar os clientes envolvidos e sua reais necessidades

culminando nos requisitos de projeto. Na fase do projeto conceitual foi

gerado um conceito que atendeu a quase todas as especificações de

projeto, com destaque para alguns: possuir uma IHM (interface humano-

maquina) simples de operar, ser de fácil manutenção e operação, e que

realizásse, de maneira automática, o processo de controle da

viscosidade. No projeto preliminar foi possível conceber todo o

protótipo e, com isso, iniciar a contrução do protótipo.

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106

6.3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O protótipo desenvolvido é o resultado de uma pesquisa para

resolver um problema real, e representa um avanço no controle da

viscosidade da tinta durante o processo de impressão.

Assim, com o uso desta forma de controle obtém-se um impacto

positivo nas indústrias de impressão de embalagens, promovendo várias

melhorias. A principal delas é uma melhor condição de trabalho e de

saúde dos operadores de máquinas de impressão, especialmente por

reduzir drasticamente o contato com tintas e solventes.

Um outro fator importante é o impacto econômico e técnico.

Com o controle automatizado da adição de solvente por meio desse

sistema, obtém-se acertos de viscosidade mais exatos, reduzindo perdas

e eventuais erros e desvios no processo causados por operação humana

repetitiva. Isso, por sua vez, leva a uma melhor qualidade de impressão,

por manter-se a viscosidade dentro da faixa de operação. Espera-se, com

isso, diminuir o volume de solvente gasto no processo.

Do ponto de vista ambiental, obtém-se vantagens pois gera uma

diminuição de subprodutos gerados pela manipulação de solventes, tais

como estopas, panos, e luvas sujas com solvente, reduzindo os impactos

ambientais causados pela geração e tratamento destes residuos.

As necessidades dos clientes, requisitos dos clientes e requisitos

do projeto foram atendidos parcialmente, já que nesse caso se trata de

um protótipo, e não de um produto final. No entanto, alguns dos

requisitos de projeto já se mostram ser possíveis de serem atendidos:

a) A usabilidade (facilidade de uso) do protótipo é ainda objeto de

estudo posterior, mas o que foi desenvolvido até o momento

torna-o fácil de usar e entender as operações necessárias para

colocá-lo em funcionamento.

b) Uma interface foi desenvolvida, fornecendo informações do

andamento do processo por meio de um display LCD, e mostra

as informações mais relevantes durante a operação do protótipo.

A entrada de dados é por meio de botões que permitem ajuste

dos dados de entrada, tais como os valores de referência e a

faixa de valores limites para o controle da viscosidade.

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c) A segurança é aumentada, pois há um menor contato com

substâncias inflamáveis em um ambiente explosivo.

d) A manutenção é boa, simples, pois usa-se peças de fácil

obtenção no mercado nacional, e a desmontagem e montagem é

simples.

Este protótipo apresentou um custo total de R$ 4.537,15

(detalhado no Apêndice 14), mostrando que existe uma boa viabilidade

econômica de ser realizado, pois protótipos que corrigem a viscosidade

de tintas existentes no mercado nacional são importados, e caros. A

economia gerada pelo controle automático, reduzindo custos de

solvente, de saúde e de meio-ambiente já justifica o investimento

realizado.

Em relação aos métodos para a busca de soluções utilizadas

neste projeto, destaca-se a metodologia empregada (PRODIP/UFSC)

como um método eficaz, que ajuda muito no sentido de direcionar o

projetista na direção certa, desenvolvendo um produto que atenda as

exigências do mercado sem esquecer as exigências técnicas.

As limitações observadas nesse protótipo são importantes, pois

ajudam a avaliar futuras alterações e estão detalhadas no item 6.4 como

sugestões de melhorias. No entanto destacam-se três problemas a serem

resolvidos:

a) A injeção de solvente e de tinta pelas bombas devem ter um

fluxo mais laminar, evitando turbulências durante o enchimento

do copo. A solução é utilizar-se de bombas elétricas e não de

bombas pneumáticas, porém estas são mais caras.

b) O controle de tempo de injeção de solvente é uma variável

critica e necessita atualmente de ajustes manuais na vazão. Isso

pode ser melhorado pela adoção de um volume fixo de

reservatório e de bombas elétricas que permitem a dosagem

correta de solvente.

c) Incluir a injeção de tinta mais viscosa na solução, de tal maneira

que seja possível controlar a viscosidade no sentido crescente,

permitindo controles mais clássicos, como o controle Proporcional-Integral-Derivativo.

Portanto, acredita-se que com a continuidade da pesquisa na

área, partindo do protótipo aqui apresentado, pode levar ao

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desenvolvimento de um produto mais promissor, que possa realizar com

sucesso o controle da viscosidade de tinta das embalagens de filmes

flexíveis.

6.4 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS

Para tornar este protótipo com melhores características, sugere-se as

seguintes melhorias futuras:

- Utilização de um CLP (Controlador Lógico-programável) para o

controle e sensoreamento do processo, permitindo maior integração com

plantas fabris do que atualmente se tem com o uso de

microcontroladores dedicados.

- Utilização de bombas elétricas anti-explosão para a adição de

solvente, pois isso permitirá um fluxo mais contínuo.

- Geração de relatórios das medições (impressos ou por arquivo).

- Realização de leituras intermediárias ao adicionar solvente visando

avaliar a completa mistura do solvente e a tinta.

- Medir a temperatura e corrigir a viscosidade em função da temperatura

medida, permitindo que o setor de qualidade somente defina a própria

viscosidade e não o tempo de escoamento.

- Limpeza automática do circuito de medição por injeção de solvente no

copo.

- Incluir um controlador do tipo Proporcional-Integral no lugar do

controle proposto, para aumentar a exatidão do sistema. Nesse caso teria

que se incluir também uma bomba que adicionasse tinta bem viscosa,

visando corrigir a baixa viscosidade.

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112

Apêndices

APÊNDICE 01- Entrevistas.

Guia de entrevista.

01- O que você acha do sistema atual de medição da viscosidade

utilizado na fabrica ?

02-Quais as principais dificuldades encontradas na medição da tinta ?

03-O que você gostaria que muda-se no sistema atual ?

04-Como você acha que devia ser o sistema de medição ?

05-Você considera o sistema atual de medição eficiente,por que ?

06-Faça uma lista das principais mudanças que deveria haver no método

atual ?

07-O que você acha de um método todo automático ?

08- Você saberia utilizar um método com sistema automático ?

09-Faça um resumo de como você gostaria de um novo método

automatico para a medição da tinta ?

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113 APÊNDICE 02 – Casa da Qualidade.

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114

APÊNDICE 03- Bomba de tinta.

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115 APÊNDICE 04 - Válvula direcional.

APÊNDICE 05- Unidade condicionadora de ar.

APÊNDICE 06- Válvula pneumática 3/2 vias 24 vcc.

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116

APÊNDICE 07 – Fonte elétrica.

APÊNDICE 08- Placa de conversão.

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117 APÊNDICE 09 – Sensor: Fibra óptica.

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118

APÊNDICE 10 - Sensor: Amplificador.

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119 APÊNDICE 11 – Sensor: Cabo.

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120

APÊNDICE 12 - Kit microcontrolador 8051.

APÊNDICE 13 – Display LCD.

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121 APÊNDICE 14 - Lista de materiais utilizados com os custos.

Descrição Quanti

dade

Unid

ade

Preço

unitário

Preço

total

Bomba pneumática

Ingersollrand 666058-04

2 PC 900.00 1800.0

0

Válvulas globo bronze

Burkert

2 PC 340.00 680.00

Válvula retenção VNR ¼ 2 PC 25.00 50.00

Válvula reguladora de fluxo 2 PC 14.00 28.00

Filtro malha 100 2 PC 12.00 24.00

Unidade condicionadora de

ar

1 PC 230.00 230.00

Válvula solenóide 3/2vias 24

vcc

2 PC 123.00 246.00

Mangueiras pneumáticas 1/4 5 M .80 4.00

Mangueira pneumática 5/16 5 M .85 4.75

Conexões 1/4 (tê) 2 PC .20 .40

Conexões ¼ 10 PC .10 1.00

Conexões 5/16 10 PC .10 1.00

Fonte Weg 220/24vcc 1 PC 130.00 130.00

Quadro elétrico 1 PC 35.00 35.00

Sensores (amplificador,

sensor, fibra) conjunto.

2 Cj 480.00 960.00

Placa com microcontrolador 1 PC 60.00 60.00

Dispositivo de medição

alumínio

1 PC 180.00 180.00

Copo zahn 1 PC 103.00 103.00

Total 4.537,15

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APÊNDICE 15 - Certificado estabelecido pelo fabricante.

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