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DESENVOLVIMENTO DE SOFTWARE PARA
AVALIAÇÃO DE ACRÉSCIMOS DE TENSÕES
EM SOLOS COMO FERRAMENTA DIDÁTICA
PARA O ENSINO DA GEOTECNIA
NICHOLAS VERES BARROS
Brasília, 11 de Julho de 2018
UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA FACULDADE DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL E AMBIENTAL
i
UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA
FACULDADE DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL E AMBIENTAL
DESENVOLVIMENTO DE SOFTWARE PARA
AVALIAÇÃO DE ACRÉSCIMOS DE TENSÕES
EM SOLOS COMO FERRAMENTA DIDÁTICA
PARA O ENSINO DA GEOTECNIA
NICHOLAS VERES BARROS
ORIENTADOR: PROF. ANDRÉ LUÍS BRASIL CAVALCANTE
MONOGRAFIA DE PROJETO FINAL
ii
BRASÍLIA – DF, 11 DE JULHO DE 2018
UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA
FACULDADE DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL E AMBIENTAL
DESENVOLVIMENTO DE SOFTWARE PARA
AVALIAÇÃO DE ACRÉSCIMOS DE TENSÕES
EM SOLOS COMO FERRAMENTA DIDÁTICA
PARA O ENSINO DA GEOTECNIA
NICHOLAS VERES BARROS
MONOGRAFIA DE PROJETO FINAL SUBMETIDA AO DEPARTAMENTO DE
ENGENHARIA CIVIL E AMBIENTAL DA FACULDADE DE TECNOLOGIA DA
UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA, COMO PARTE DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS
PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE BACHAREL EM ENGENHARIA CIVIL.
APROVADA POR:
Prof. André Luís Brasil Cavalcante, Ph.D. (ENC-UnB)
(Orientador)
Prof. Luis Fernando Martins Ribeiro, Ph.D. (ENC-UnB)
(Examinador interno)
Dr.ª Mylane Viana Hortegal, Ph.D. (UnB)
(Examinadora externa)
BRASÍLIA/DF, 11 DE JULHO DE 2O18
iii
FICHA CATALOGRÁFICA
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
BARROS, N.V. (2018). Desenvolvimento de Software para Avaliação de Acréscimos de
Tensões em Solos como Ferramenta Didática para o Ensino da Geotecnia. Publicação
G.PF-001/18, Departamento de Engenharia Civil e Ambiental, Universidade de Brasília,
Brasília, DF, ix, 43 p.
CESSÃO DE DIREITOS
NOME DO AUTOR: Nicholas Veres Barros
TÍTULO DA MONOGRAFIA DE PROJETO FINAL: Desenvolvimento de Software para
Avaliação de Acréscimos de Tensões em Solos como Ferramenta Didática para o Ensino da
Geotecnia.
GRAU / ANO: Bacharel em Engenharia Civil / 2018.
É concedida à Universidade de Brasília a permissão para reproduzir cópias desta monografia
de Projeto Final e para emprestar ou vender tais cópias somente para propósitos acadêmicos e
científicos. O autor reserva outros direitos de publicação e nenhuma parte desta monografia de
Projeto Final pode ser reproduzida sem a autorização por escrito do autor.
________________________
Nicholas Veres Barros
Condomínio RK, Conj. Centauros, Qd. K, n° 17
73.252-200 – Sobradinho/DF - Brasil
BARROS, NICHOLAS VERES
Desenvolvimento de Software para Avaliação de Acréscimos de Tensões em Solos como
Ferramenta Didática para o Ensino da Geotecnia
[Distrito Federal] 2018.
ix, 43 p., 210 x 279 mm (ENC/FT/UnB, Bacharel, Engenharia Civil, 2018)
Monografia de Projeto Final. Universidade de Brasília. Faculdade de Tecnologia.
Departamento de Engenharia Civil e Ambiental.
1.Acréscimos de tensão 3.Solução de Boussinesq
2.Teoria da Elasticidade 4.Solução de Newmark
5. Solução de Geddes 6. Wolfram Mathematica
I ENC/FT/UnB II Título (Bacharel)
iv
AGRADECIMENTOS
Agradeço a meu caro orientador, Professor André Brasil, pelo carinho e dedicação com
os quais tem acompanhado a mim e a meus colegas do grupo de pesquisa. Acredito com
convicção que o futuro reserva conquistas ainda melhores que aquelas que todos tivemos até
aqui.
Muito obrigado aos colegas de curso André, Aline, Bruno e Lucas, que me
acompanharam todos estes anos, atravessando as várias provações e me ajudando ao longo do
caminho.
Aos colegas e amigos do grupo de pesquisa, muito obrigado por todo o apoio. Tive a
maravilhosa oportunidade de aprender com vocês, e espero continuar fazendo-o nos anos que
se seguirão.
Agradeço também a meus amigos Amanda e Igor, que desde o início desta empreitada
estiveram comigo e cujas companhias não esquecerei, estando vocês perto ou longe. Os
momentos que passamos juntos fizeram valer todo o esforço até aqui, e espero que tenhamos
ainda outros adiante. Desejo o melhor a vocês, de coração.
Meus mais sinceros agradecimentos aos amigos que desde muito cedo estiveram por
perto, Marlon, João, Rodrigo e Luy. Ainda que não percebam, vocês me auxiliaram em cada
passo do caminho, comemorando comigo as coisas pequenas e grandes, ano após ano.
Obrigado a Alessandra, amiga que tem me aturado nestas últimas semanas e cuja
companhia foi essencial para este trabalho. Agradeço pelos momentos que passou comigo e
pelas conversas que tivemos, ainda que curtos.
Muito obrigado a Dhara, amiga que encontrei por acaso, mas por quem tenho grande
apreço. Te agradeço por estar ao meu lado durante os últimos semestres, pelas pequenas pérolas
de sabedoria e por acreditar em mim nos momentos que mais tenho necessitado. Espero um dia
poder devolver o carinho.
Muito obrigado a todos vocês. Tenho muito a vos agradecer, porém me faltam maneiras
de expressar. Deixo nesta página estes breves agradecimentos que de nenhuma maneira
compensam o que vocês fizeram e têm feito por mim.
v
Desenvolvimento de Software para Avaliação de Acréscimos de Tensões em Solos como
Ferramenta Didática para o Ensino da Geotecnia
Resumo
Este trabalho trata do desenvolvimento de um código no software Wolfram Mathematica para
o cálculo de acréscimos de tensão partindo de soluções analíticas oriundas da Teoria da
Elasticidade para alguns casos de carregamentos comuns, sendo elas a Solução de
Boussinesq (1883) para cargas pontuais, a Solução de Newmark (1935) para retângulos de carga
uniforme e a Solução de Geddes (1966) para cargas verticais aplicadas ao longo da
profundidade do solo. São apresentados algoritmos para o cálculo dessas soluções que
permitem a utilização de vários carregamentos simultâneos, resultando no acréscimo de tensões
total destes carregamentos, além de um programa que implementa tais algoritmos e que permite
a visualização da distribuição dos acréscimos de tensão vertical total no solo para uma
combinação de cargas.
Palavras-chave: Acréscimos de tensão, Teoria da Elasticidade, Solução de Boussinesq,
Solução de Newmark, Solução de Geddes, Wolfram Mathematica.
vi
Development of Software for Evaluation of Stress Increases in Soils as a Didactic Tool
for the Teaching of Geotechnics
Abstract This paper deals with the development of code for Wolfram Mathematica to calculate stress
increases using analytical solutions from Elastic Theory for some of the most common loading
conditions, i.e. Boussinesq’s Solution (1883) for vertical point loads, Newmark’s Solution
(1935) for uniform rectangular loaded areas and Geddes’ Solution (1966) for vertical loads
distributed uniformly with depth. Algorithms are presented for the calculation of these solutions
in a way which allows for the use of multiple simultaneous loadings, resulting in their total
vertical stress increase, and also a program which implements these algorithms, allowing the
visualization of the total vertical stress increase distribution in soil for a given combination of
loads.
Key-words: Stress increases, Elastic Theory, Boussinesq’s Solution, Newmark’s Solution,
Geddes’ Solution, Wolfram Mathematica.
vii
Lista de Figuras
Figura 2.1 – Tensões normais e tangenciais ao elemento de solo (Das, 2014). ......................... 4 Figura 2.2 – Tensões para o equilíbrio do elemento infinitesimal (Das, 2014). ........................ 5 Figura 2.3 – Carga pontual vertical aplicada sobre a superfície do meio (Das, 2014) ............... 7 Figura 2.4 – Acréscimo de tensão vertical diretamente abaixo do canto da área retangular
carregada (Das, 2014) ................................................................................................................. 9 Figura 2.5 – Retângulos auxiliares para cálculo da tensão vertical dentro da área carregada
original ...................................................................................................................................... 10 Figura 2.6 – Retângulos auxiliares para cálculo da tensão vertical fora da área carregada
original ...................................................................................................................................... 10
Figura 2.7 – Carga vertical distribuída uniformemente num comprimento ao longo da
profundidade do solo (Geddes, 1966)....................................................................................... 11 Figura 3.1 – Modificação do sistema de coordenadas para a Solução de Boussinesq ............. 13
Figura 3.2 – Sistema de coordenadas no centro da área carregada na Solução de Newmark .. 15 Figura 3.3 – Sistema de coordenadas comum aos retângulos carregados na Solução de
Newmark .................................................................................................................................. 16
Figura 3.4 – Divisão do meio em regiões ................................................................................. 16 Figura 3.5 – Retângulos auxiliares para a região 1................................................................... 17 Figura 3.6 – Retângulos auxiliares para as regiões 2 a 4. ......................................................... 18
Figura 4.1 – Interface inicial do programa ............................................................................... 23 Figura 4.2 – Seleção da linha “Iniciar”..................................................................................... 24
Figura 4.3 – Interface primária do programa após execução da linha “Iniciar” ....................... 24 Figura 4.4 – Painéis com parâmetros das cargas ...................................................................... 25 Figura 4.5 – Painel com as propriedades da malha de cálculo ................................................. 26
Figura 4.6 – Painel com posicionamento das cargas ................................................................ 27
Figura 4.7 – Seleção e execução da linha “Visualizar” ............................................................ 28 Figura 4.8 – Interface secundária do programa com a visualização dos resultados ................. 28 Figura 4.9 – Painel de sliders ................................................................................................... 29
Figura 4.10 – Painel de visualização da posição das cargas e das linhas de corte ................... 30
Figura 4.11 – Painéis de visualização dos cortes transversais com isóbaras ............................ 31 Figura 4.12 – Dados de entrada do programa para o exemplo ................................................. 33 Figura 4.13 – Interface secundária do programa para o exemplo ............................................ 34 Figura 4.14 – Resultados do programa para o exemplo com x = -3,71m, y = -1,51m, z = 0,1m.
.................................................................................................................................................. 35
Figura 4.15 – Resultados do programa para o exemplo com x = -1,41m, y = -0,01m, z = 2,5m.
.................................................................................................................................................. 36
Lista de Tabelas
Tabela 3.1 – Limites das regiões do algoritmo ......................................................................... 17
Tabela 3.2 – Parâmetros m e n para a região 1 ......................................................................... 19 Tabela 3.3 – Parâmetros m e n para a região 2 ......................................................................... 19 Tabela 3.4 – Parâmetros m e n para a região 3 ......................................................................... 20 Tabela 3.5 – Parâmetros m e n para a região 4 ......................................................................... 20
viii
Lista de Símbolos
B – comprimento do retângulo de carga da Solução de Newmark [L]
D – comprimento em que a carga vertical P se distribui [L]
E – módulo de elasticidade axial [FL-2]
εx – deformação axial no eixo x [adimensional]
εy – deformação axial no eixo y [adimensional]
εz – deformação axial no eixo z [adimensional]
G – módulo de elasticidade transversal [FL-2]
γxy – deformação rotacional do plano xy [adimensional]
γxz – deformação rotacional do plano xz [adimensional]
γyz – deformação rotacional do plano yz [adimensional]
L – largura do retângulo de carga da Solução de Newmark [L]
ν – coeficiente de Poisson [adimensional]
P – carga vertical da Solução de Geddes [F]
Q – intensidade da carga vertical pontual da Solução de Boussinesq [F]
q – intensidade da carga uniforme distribuída da Solução de Newmark [FL-2]
σx – tensão axial paralela ao eixo x [FL-2]
σy – tensão axial paralela ao eixo y [FL-2]
σz – tensão axial paralela ao eixo z [FL-2]
Δσx – acréscimo de tensão horizontal no eixo x [FL-2]
Δσy – acréscimo de tensão horizontal no eixo y [FL-2]
Δσz – acréscimo de tensão vertical no eixo z [FL-2]
τxy – tensão tangencial no plano normal ao eixo x e sentido paralelo ao eixo y [FL-2]
τyx – tensão tangencial no plano normal ao eixo y e sentido paralelo ao eixo x [FL-2]
τxz – tensão tangencial no plano normal ao eixo x e sentido paralelo ao eixo z [FL-2]
τzx – tensão tangencial no plano normal ao eixo z e sentido paralelo ao eixo x [FL-2]
τyz – tensão tangencial no plano normal ao eixo y e sentido paralelo ao eixo z [FL-2]
τzy – tensão tangencial no plano normal ao eixo z e sentido paralelo ao eixo y [FL-2]
u – deslocamento no sentido do eixo x [L]
v – deslocamento no sentido do eixo y [L]
w – deslocamento no sentido do eixo z [L]
ix
Sumário FICHA CATALOGRÁFICA .................................................................................................... iii
AGRADECIMENTOS .............................................................................................................. iv
Resumo ....................................................................................................................................... v
Abstract ...................................................................................................................................... vi
Lista de Figuras ........................................................................................................................ vii
Lista de Tabelas ........................................................................................................................ vii
Lista de Símbolos .................................................................................................................... viii
Sumário ...................................................................................................................................... ix
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 1
1.1 Objetivo geral .............................................................................................................. 1
1.2 Objetivos específicos ................................................................................................... 2
1.3 Justificativa .................................................................................................................. 2
1.4 Organização do trabalho .............................................................................................. 3
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ........................................................................................... 4
2.1 A Teoria da Elasticidade .............................................................................................. 4
2.1.1 A Solução de Boussinesq ..................................................................................... 7
2.1.2 A Solução de Newmark ........................................................................................ 8
2.1.3 A Solução de Geddes .......................................................................................... 11
3. METODOLOGIA ............................................................................................................. 13
3.1 Algoritmo para computação da Solução de Boussinesq ............................................ 14
3.2 Algoritmo para computação da Solução de Newmark .............................................. 15
3.3 Algoritmo para computação da Solução de Geddes .................................................. 21
4. RESULTADOS E ANÁLISE ........................................................................................... 23
4.1 Interface e funcionamento do programa ......................................................................... 23
4.2 Exemplo de carregamento .............................................................................................. 31
5. CONCLUSÕES ................................................................................................................ 37
6. Referências Bibliográficas ................................................................................................ 38
7. Apêndice – Código do programa ...................................................................................... 39
1
1. INTRODUÇÃO
As tensões no solo são um assunto de elevada importância na Engenharia, dado que sua
determinação é necessária para a avaliação de vários fenômenos relacionados, como os
recalques em estruturas, adensamento do solo à longo prazo, ruptura do solo em taludes e
estabilidade de estruturas de contenção de terra. Existem na literatura várias soluções para a
determinação das tensões, sendo uma delas o uso da Teoria da Elasticidade (Das, 2014); dentro
desta teoria, foram desenvolvidas várias soluções analíticas para o cálculo das tensões
provocadas por certas condições de carregamento, como são os casos das Soluções de
Boussinesq, Newmark e Geddes.
Atualmente, a disseminação dos computadores como ferramentas de engenharia e a
evolução de sua capacidade de processamento tem permitido o desenvolvimento de softwares
para facilitar o cálculo e visualização de vários fenômenos e problemas relacionados. Neste
sentido, viu-se a necessidade do desenvolvimento de uma ferramenta didática que permita a
visualização da distribuição dos acréscimos de tensão provocados por tais carregamentos e que
melhore o entendimento intuitivo do tópico apresentado.
No presente trabalho, são propostos algoritmos para o cálculo dos acréscimos de tensão
para casos de carregamento comuns que ampliam as soluções encontradas na literatura para
permitir a consideração de vários carregamentos simultâneos; em seguida, é mostrado o
programa desenvolvido no software Wolfram Mathematica 11.2 que implementa os algoritmos
propostos e gera isóbaras (bulbos de tensão) para carregamentos simultâneos.
1.1 Objetivo geral
Este trabalho possui como objetivo o desenvolvimento de um código no software
Wolfram Mathematica para o cálculo e visualização de acréscimos de tensão utilizando as
soluções analíticas da Teoria da Elasticidade para alguns casos de carregamentos comuns,
porém provendo algoritmos que ampliem as soluções encontradas na literatura de modo a
permitir a consideração de vários carregamentos simultâneos. O programa deve gerar gráficos
mostrando as isóbaras (bulbos de tensão) para várias cargas simultâneas.
2
1.2 Objetivos específicos
Os objetivos específicos são:
- Desenvolvimento de um algoritmo para o cálculo e visualização da Solução de
Boussinesq, que considera cargas pontuais verticais aplicadas sobre a superfície de um meio
semi-infinito elástico-linear;
- Desenvolvimento de um algoritmo para o cálculo e visualização da Solução de
Newmark, que considera retângulos de cargas uniformes aplicados sobre a superfície do meio,
de maneira semelhante à Solução de Boussinesq;
- Desenvolvimento de um algoritmo para o cálculo e visualização da Solução de Geddes,
que considera cargas verticais distribuídas em um determinado comprimento ao longo da
profundidade do solo, de maneira semelhante a estacas transmitindo cargas por atrito lateral;
- Implementação dos algoritmos em um programa que permita calcular os acréscimos
de tensão em qualquer ponto de um determinado meio contínuo (resguardadas as hipóteses
simplificadoras das soluções analíticas utilizadas) provocados pela atuação de várias cargas
simultâneas e que permita visualizar as isóbaras provocadas pelo carregamento.
1.3 Justificativa
A avaliação das tensões no solo provocadas por vários tipos de carregamentos é de
elevada importância na Engenharia, em especial no ramo da Geotecnia. Estas tensões se
distribuem tridimensionalmente ao longo do solo, sendo tal distribuição grandemente afetada
pelo posicionamento, formato e intensidade dos carregamentos aplicados; além disso, as
soluções comumente apresentadas em sala de aula para cálculo dos acréscimos não permite a
consideração de várias cargas simultâneas e na maioria das vezes não é possível visualizar a
distribuição das tensões no solo.
Assim, viu-se a necessidade do desenvolvimento de uma ferramenta didática que
permita a visualização da distribuição dos acréscimos de tensão provocados por tais
carregamentos e que melhore o entendimento intuitivo do tópico apresentado. Esta ferramenta
deve ser capaz de calcular acréscimos de tensão em qualquer ponto do meio (resguardadas as
hipóteses simplificadoras das soluções analíticas utilizadas) de modo a permitir a geração de
isóbaras (bulbos de tensão) para visualização da distribuição das tensões.
3
1.4 Organização do trabalho
Este documento está dividido em quatro capítulos. Abaixo, encontra-se um resumo dos
assuntos abordados em cada capítulo.
O capítulo 1 possui a introdução ao assunto abordado neste trabalho, assim como os
seus objetivos, justificativas e uma relação dos capítulos subsequentes.
O capítulo 2 contém uma revisão bibliográfica dos temas necessários à realização do
experimento, tratando da Teoria da Elasticidade e das soluções de Boussinesq, Newmark e
Geddes oriundas dessa teoria.
O capítulo 3 apresenta a metodologia para o desenvolvimento do código, apresentando
os algoritmos que serão usados para cada uma das soluções apresentadas de modo a permitir a
que vários carregamentos sejam considerados em conjunto.
O capítulo 4 mostra as interfaces do programa desenvolvido e seu funcionamento, além
de um exemplo de carregamento com cargas múltiplas de diferentes tipos.
O capítulo 5 contém as conclusões do trabalho.
O capítulo 6 abrange as referências bibliográficas utilizadas durante a realização desta
monografia.
O capítulo 7 contém o código do programa desenvolvido no software Wolfram
Mathematica 11.2.
4
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 A Teoria da Elasticidade
A Teoria da Elasticidade é utilizada no estudo das tensões e deformações em meios
contínuos provocadas por um carregamento determinado. Na mecânica dos solos, esta teoria
tem a função de estimar recalques e conduzir análises de estabilidade do solo e das estruturas
de contenção deste. Para isso, usualmente se considera o meio como sendo isotrópico,
homogêneo e elástico-linear, apesar do solo naturalmente não se adequar completamente a
qualquer uma destas características; no entanto, os resultados derivados deste tipo de análise
podem ser aplicados aos problemas de mecânica dos solos desde que isto seja feito com
prudência (Das, 2014; Poulos & Davis, 1974).
A Figura 2.1 a seguir apresenta um elemento infinitesimal de solo de lados dx, dy e dz.
As tensões normais às paredes do elemento são dadas por σx, σy, σz, sendo suas direções
paralelas aos eixos x, y e z, respectivamente; estas tensões são consideradas positivas quando
dirigidas para dentro do elemento, ou seja, quando são tensões de compressão. As tensões
tangenciais às paredes do elemento são dadas por τxy, τyx, τyz, τzy, τzx, e τxz, sendo estas as tensões
de cisalhamento do solo; quanto à notação, uma tensão τij é tangencial ao plano normal ao eixo i
e tem sua direção paralela ao eixo j, sendo positiva se direcionada no sentido negativo do eixo j
enquanto age num plano cuja normal aponta fora do elemento no sentido positivo do eixo i.
Todas as tensões mostradas na Figura 2.1 são positivas.
Figura 2.1 – Tensões normais e tangenciais ao elemento de solo (Das, 2014).
5
Para que o elemento de solo mostrado esteja em equilíbrio, é necessário que a soma das
tensões agindo numa mesma direção seja nula. Assim, para as tensões mostradas na Figura 2.2
a seguir, tem-se as seguintes equações de equilíbrio:
Figura 2.2 – Tensões para o equilíbrio do elemento infinitesimal (Das, 2014).
0
0
0
yxx zx
y xy zy
yzxzz
x y z
y x z
z x y
(2.1)
xy yx
xz zx
yz zy
(2.2)
6
Dado um carregamento determinado, o elemento infinitesimal irá se deformar, sendo os
deslocamentos nas direções x, y e z dados por u, v e w, respectivamente. As deformações axiais
εx, εy e εz na direção dos eixos x, y e z são dadas pelas equações a seguir:
x
y
z
u
x
v
y
w
z
(2.3)
Além das deformações axiais, o carregamento provoca ainda deformações rotacionais
por cisalhamento γxy, γxz, γyz, sendo estas dadas pelas equações a seguir:
xy
xz
yz
u v
y x
u w
z x
v w
z y
(2.4)
Considerando o solo como um material elástico e isotrópico, as deformações axiais e
rotacionais podem ser dadas pela Lei de Hooke. Assim, as Equações (2.3) e (2.4) podem ser
escritas da seguinte forma:
1
1
1
x x y z
y y x z
z z x y
E
E
E
(2.5)
7
xy
xy
xzxz
yz
yz
G
G
G
(2.6)
2(1 )
EG
(2.7)
onde,
E = módulo de elasticidade axial [FL-2];
G = módulo de elasticidade transversal [FL-2];
ν = coeficiente de Poisson [adimensional].
2.1.1 A Solução de Boussinesq
A aplicação da Teoria da Elasticidade para o caso de uma carga pontual vertical aplicada
sobre a superfície de um meio isotrópico, elástico, homogêneo e semi-infinito foi feita por
Boussinesq (1883), sendo então conhecida por Solução de Boussinesq. As equações a seguir
apresentam os acréscimos de tensão vertical e horizontais Δσz, Δσx e Δσy, sendo o sistema de
coordenadas centrado no ponto de aplicação da carga como mostrado na Figura 2.3 a seguir:
Figura 2.3 – Carga pontual vertical aplicada sobre a superfície do meio (Das, 2014)
8
3
5
3 .
2z
Q z
R
(2.8)
2 2 2 2
5 2 3 2
3(1 2 )
2 ( )x
Q x z x y y z
R Rr R z R r
(2.9)
2 2 2 2
5 2 3 2
3(1 2 )
2 ( )y
Q y z y x x z
R Rr R z R r
(2.10)
1/22 2
1/22 2 2
r x y
R x y z
(2.11)
onde,
Q = intensidade da carga pontual [F];
x = coordenada x do ponto de cálculo do acréscimo de tensão [L];
y = coordenada y do ponto de cálculo do acréscimo de tensão [L];
z = coordenada z do ponto de cálculo do acréscimo de tensão [L];
r = distância entre o ponto de aplicação da carga e o ponto de cálculo, em planta [L];
R = distância entre o ponto de aplicação da carga e o ponto de cálculo, espacial [L];
ν = coeficiente de Poisson [adimensional].
2.1.2 A Solução de Newmark
A Solução de Newmark trata da aplicação da Teoria da Elasticidade para o caso de uma
carga retangular uniforme. Esta solução foi desenvolvida por Newmark (1935) e calcula o
acréscimo de tensão vertical Δσz a partir da integração da Equação (2.8) da Solução de
Boussinesq, substituindo a carga pontual Q por uma carga uniforme de intensidade q atuando
numa área infinitesimal dx.dy. O acréscimo de tensão vertical Δσz calculado num ponto
diretamente abaixo do canto da área carregada é dado como a seguir:
`
9
2 2 2 2 2 2 2 21
2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2
2 2 2 2 2 21
2 2 2 2 2 2 2 2 2 2
2 1 2 2 1 .tan , se 1
4 1 1 1
2 1 2 2 1tan ,
4 1 1 1
z
q m n m n m n m n m n m n
m n m n m n m n m n m n
q m n m n m n m n m n
m n m n m n m n m n
2 2
2 2
. se 1
m n
m n
(2.12)
/
/
m B z
n L z
(2.13)
onde,
q = intensidade do carregamento uniforme [FL-2];
B = comprimento do retângulo de carregamento [L];
L = largura do retângulo de carregamento [L];
z = coordenada z do ponto de cálculo do acréscimo de tensão [L];
m = parâmetro de influência do comprimento B na profundidade z [adimensional];
n = parâmetro de influência da largura L na profundidade z [adimensional].
Figura 2.4 – Acréscimo de tensão vertical diretamente abaixo do canto da área retangular carregada (Das, 2014)
10
Apesar da solução calcular o acréscimo de tensão vertical apenas diretamente abaixo do
canto da área carregada, é possível calcular esta tensão em qualquer ponto do meio contínuo
superpondo vários retângulos de carregamento de mesma intensidade conforme mostrado na
Figura 2.5 e na Figura 2.6 a seguir:
Figura 2.5 – Retângulos auxiliares para cálculo da tensão vertical dentro da área carregada original
Figura 2.6 – Retângulos auxiliares para cálculo da tensão vertical fora da área carregada original
11
2.1.3 A Solução de Geddes
A Solução de Geddes (1966) trata da Teoria da Elasticidade aplicada ao caso de uma
carga vertical distribuída uniformemente em um determinado comprimento ao longo da
profundidade do meio contínuo, sendo semelhante ao caso de uma carga aplicada numa estaca
cujo atrito lateral é uniforme ao longo de seu comprimento no solo, conforme a Figura 2.7 a
seguir. Neste caso, o acréscimo de tensão vertical Δσz é dado por:
Figura 2.7 – Carga vertical distribuída uniformemente num comprimento ao longo da profundidade do solo
(Geddes, 1966)
2
2 2
2 2
2
3 3 3
4 452 2
2 2 2 2
3 5 5
12 2 2 1 2 1 2 2
2 2
14 4 1 4 1 1
8 1
16 6 1
4
z
m m m
n n n n
A B F
m mm m m m
P n n n n
D A F B
m nm m mn m
m n n n
B F B
(2.14)
1/2
2 2x yn
D
zm
D
(2.15)
12
1/222
1/222
1/22 2
1
1
A n m
B n m
F n m
(2.16)
onde,
P = intensidade da carga vertical (carga sobre a estaca) [F];
x = coordenada x do ponto de cálculo do acréscimo de tensão [L];
y = coordenada y do ponto de cálculo do acréscimo de tensão [L];
z = coordenada z do ponto de cálculo do acréscimo de tensão [L];
D = comprimento em que a carga vertical se distribui (comprimento da estaca) [L];
n = distância entre o ponto de aplic. Da carga e o ponto de cálculo, em planta [adimensional];
m = profundidade adimensional [adimensional];
ν = coeficiente de Poisson [adimensional].
Quando n = 0 e m > 1, o ponto onde o acréscimo de tensão está sendo calculado
encontra-se diretamente abaixo da ponta da estaca. Neste caso, a Equação (2.14) deve ser
substituída por:
2
2 3
4 1 2 2 2 2 4 2 4
8 1 1 1 1 1z
mP m
D m m m m m
(2.17)
13
3. METODOLOGIA
As soluções oriundas da Teoria da Elasticidade apresentadas na seção anterior serão
implementadas no software Wolfram Mathematica 11.2, entretanto o código implementado no
software deverá permitir a aplicação de vários carregamentos simultâneos de modo que se tenha
o acréscimo de tensão total além dos acréscimos individuais. Para isso, é necessário fazer
algumas modificações nas soluções apresentadas e gerar algoritmos para permitir o cálculo
simultâneo.
A primeira modificação a ser feita é adotar um único sistema de coordenadas
independente dos pontos de aplicação das cargas para todas as soluções apresentadas. Note das
Equações (2.8) a (2.11) da Solução de Boussinesq e das Equações (2.14) a (2.17) da Solução
de Geddes que os acréscimos de tensão estão sendo calculados a partir do ponto de aplicação
dos carregamentos (conforme Figura 2.3 e Figura 2.7); além disso, nas Equações (2.12) e (2.13)
da Solução de Newmark, o acréscimo de tensão vertical é calculado em um ponto abaixo do
canto da área retangular carregada (conforme Figura 2.4).
A modificação dos sistemas de coordenadas das soluções deve ser feita de modo a
permitir a aplicação de carregamentos simultâneos e facilitar a implementação computacional
das mesmas, criando um sistema de coordenadas comum a todas elas. Isto pode ser feito de
maneira simples substituindo as coordenadas x e y nas Equações mencionadas anteriormente
por (x – xi) e (y – yi), respectivamente, onde xi e yi são as coordenadas do ponto de aplicação
das cargas no novo sistema de coordenadas. A Figura 3.1 a seguir exemplifica esta situação
para a Solução de Boussinesq,
Figura 3.1 – Modificação do sistema de coordenadas para a Solução de Boussinesq
14
A segunda modificação a ser feita diz respeito exclusivamente à Solução de Newmark,
e é o desenvolvimento de um algoritmo que permita, ao mesmo tempo, calcular o acréscimo de
tensão vertical em qualquer ponto do meio contínuo, não somente abaixo do canto da área
carregada, e considerar várias áreas carregadas.
As modificações citadas serão discutidas com maior detalhe nas seções a seguir, onde
serão mostradas também as Equações modificadas para comportar as mudanças necessárias.
3.1 Algoritmo para computação da Solução de Boussinesq
De modo a facilitar a aplicação computacional da Solução de Boussinesq e permitir o
cálculo simultâneo de várias cargas pontuais, é necessário adotar um sistema de coordenadas
independente do ponto de aplicação das cargas, ou seja, todas as cargas devem ter um sistema
de coordenadas em comum.
Assim, seja Qi a intensidade das i-ésima carga pontual, e sejam xi e yi as coordenadas
dessa carga no sistema de coordenadas comum a todas as cargas. Os acréscimos de tensão
individuais podem ser calculados substituindo x e y nas Equações (2.8) a (2.11) por x – xi e y –
yi, respectivamente, e o acréscimo de tensão total pode ser calculado sobrepondo os efeitos dos
acréscimos individuais, uma vez que o meio considerado é elástico-linear; dessa maneira, as
Equações citadas são dadas a seguir, sendo o novo sistema de coordenadas semelhante ao da
Figura 3.1:
33
, 521 1
Qn nz iz z i
Ri ii
(3.1)
2 2 2 23( ) ( ) ( ) ( )
(1 2 ), 5 2 3 22 ( )1 1
Q x x z x x y y y y zn ni i i i i
x x iR R r R z R ri i
i i i i i i
(3.2)
2 2 2 23( ) ( ) ( ) ( )
(1 2 ), 5 2 3 22 ( )1 1
y
Q y y z y y x x x x zn ni i i i i
y iR R r R z R ri i
i i i i i i
(3.3)
1/22 2
1/22 2 2
( ) ( )
( ) ( )
i i i
i i i
r x x y y
R x x y y z
(3.4)
15
onde,
Qi = intensidade da i-ésima carga pontual [F];
x = coordenada x do ponto de cálculo do acréscimo de tensão [L];
y = coordenada y do ponto de cálculo do acréscimo de tensão [L];
xi = coordenada x do ponto de aplicação da i-ésima carga pontual [L];
yi = coordenada y do ponto de aplicação da i-ésima carga pontual [L];
z = coordenada z do ponto de cálculo do acréscimo de tensão [L];
ri = distância entre o ponto de aplic. Da i-ésima carga e o ponto de cálculo, em planta [L];
Ri = distância entre o ponto de aplic. Da i-ésima carga e o ponto de cálculo, espacial [L];
ν = coeficiente de Poisson [adimensional];
n = quantidade de cargas pontuais [adimensional].
3.2 Algoritmo para computação da Solução de Newmark
A Solução de Newmark apresenta dificuldades maiores que as outras soluções para a
implementação computacional devido ao fato do acréscimo de tensão ser calculado no canto da
área carregada e da necessidade de trabalhar com vários retângulos para calcular o acréscimo
nos pontos que não se encontram diretamente abaixo do canto.
De maneira semelhante ao caso da Solução de Boussinesq, para que se possa calcular o
acréscimo de tensão devido a vários carregamentos simultâneos e aplicar esta solução
computacional, deve ser adotado um sistema de coordenadas comum a todos os retângulos
carregados; para isso, o primeiro passo é trazer o sistema de coordenadas do canto da área
carregada para o seu centro, conforme a Figura 3.2 a seguir.
Figura 3.2 – Sistema de coordenadas no centro da área carregada na Solução de Newmark
O segundo passo é adotar o sistema de coordenadas comum a todos os retângulos
carregados, tendo como base o sistema de coordenadas mostrado anteriormente. De maneira
semelhante à Solução de Boussinesq, as coordenadas no sistema antigo podem ser trazidas ao
16
novo sistema substituindo x e y por (x – xj) e (y – yj), respectivamente, onde xj e yj são as
coordenadas do centro do j-ésimo retângulo carregado, como mostrado na Figura 3.3 a seguir.
Figura 3.3 – Sistema de coordenadas comum aos retângulos carregados na Solução de Newmark
O último passo é adotar um método para o cálculo dos acréscimos de tensão fora dos
pontos diretamente abaixo do canto de cada retângulo carregado. Para isso, o meio ao redor do
retângulo de carregamento deve ser dividido em regiões conforme a Figura 3.4 a seguir:
Figura 3.4 – Divisão do meio em regiões
Na Figura 3.4, as regiões de número 1 são aquelas internas ao retângulo carregado,
enquanto todas as regiões 2 a 4 são externas ao retângulo. Matematicamente, os limites das
regiões no sistema de coordenadas comum a todos os retângulos são dados na Tabela 3.1 a
seguir:
17
Tabela 3.1 – Limites das regiões do algoritmo
Região Limite x Limite y
1 2j
j
Lx x
2j
jBy y
2 2j
jLx x 2
jj
By y
3 2j
jLx x
2j
jBy y
4 2j
jLx x
2j
jBy y
Com os limites das regiões definidos conforme a Tabela 3.1, é possível localizar o ponto
onde se pretende determinar o acréscimo de tensão em relação ao retângulo de carga. Definida
a localização do ponto, o retângulo de carga deve ser dividido em quatro retângulos auxiliares
de modo a permitir o cálculo do acréscimo, sendo o método utilizado na divisão e os parâmetros
adotados dependentes da região em que o ponto se localiza; a Figura 3.5 e a Figura 3.6 a seguir
mostram os retângulos auxiliares utilizados:
Figura 3.5 – Retângulos auxiliares para a região 1
I II
III IV
18
(a) (b)
(c) (d)
Figura 3.6 – Retângulos auxiliares para as regiões 2 a 4.
(a) Retângulo auxiliar I. (b) Retângulo auxiliar II. (c) Retângulo auxiliar III. (d) Retângulo auxiliar IV.
Dessa forma, o acréscimo de tensão provocado por um retângulo de carga pode ser
calculado a partir dos acréscimos dos retângulos auxiliares sobrepondo os efeitos dos mesmos
a partir das Equações (3.5) e (3.6) a seguir:
4
, ,
1
, na região 1z j z ji
i
(3.5)
2 4
, , ,
1 3
, nas regiões 2 a 4z j z ji z ji
i i
(3.6)
onde,
i = número do retângulo auxiliar (I a IV) [adimensional];
j = número do retângulo de carregamento [adimensional].
I
II
III
IV
19
Os acréscimos de tensão dos retângulos auxiliares são calculados pela Equação (2.12),
porém os parâmetros m e n usados devem ser aqueles mostrados na Tabela 3.2 a Tabela 3.5 a
seguir:
Tabela 3.2 – Parâmetros m e n para a região 1
Retângulo
auxiliar mi ni
I ( )
2j
j
By y
z
( )2
jj
Lx x
z
II ( )
2j
j
By y
z
( )2
jj
Lx x
z
III ( )
2j
j
By y
z
( )2
jj
Lx x
z
IV ( )
2j
j
By y
z
( )2
jj
Lx x
z
Tabela 3.3 – Parâmetros m e n para a região 2
Retângulo
auxiliar mi ni
I 2j
jBy y
z
( )2
jj
Lx x
z
II 2j
jBy y
z
( )2
jj
Lx x
z
III 2j
j
By y
z
( )2
jj
Lx x
z
IV 2j
j
By y
z
( )2
jj
Lx x
z
20
Tabela 3.4 – Parâmetros m e n para a região 3
Retângulo
auxiliar mi ni
I
( )2
jj
By y
z
2j
j
Lx x
z
II
( )2
jj
By y
z
2j
j
Lx x
z
III
( )2
jj
By y
z
2j
jLx x
z
IV
( )2
jj
By y
z
2j
jLx x
z
Tabela 3.5 – Parâmetros m e n para a região 4
Retângulo
auxiliar mi ni
I 2j
jBy y
z
2j
j
Lx x
z
II 2j
j
By y
z
2j
jLx x
z
III 2j
j
By y
z
2
jj
Lx x
z
IV 2j
jBy y
z
2j
jLx x
z
Por fim, para calcular o acréscimo de tensão provocado por vários retângulos de carga,
faz-se a sobreposição dos acréscimos individuais de cada retângulo a partir dos retângulos
auxiliares de cada um destes. Assim, o acréscimo de tensão vertical total é dado pela
Equação (3.7) a seguir:
,
1
k
z z jj
(3.7)
21
onde,
j = número do retângulo de carregamento [adimensional];
k = quantidade de retângulos de carregamento [adimensional].
3.3 Algoritmo para computação da Solução de Geddes
A solução de Geddes pode ser manipulada de maneira semelhante à de Boussinesq de
modo a facilitar sua aplicação computacional e permitir o cálculo simultâneo de várias cargas,
bastando substituir x e y nas Equações (2.14) a (2.17) por x – xi e y – yi (onde xi e yi são as
coordenadas dos centros de aplicação das cargas), respectivamente, para que todas as cargas
tenham um sistema de coordenadas comum. O acréscimo de tensão vertical Δσz,i da i-ésima
carga é dado por:
2
2 2
2 2
2
, 3 3 3
4 452 2
2 2 2 2
3 5 5
12 2 2 1 2 1 2 2
2 2
14 4 1 4 1 1
8 1
16 6 . 1
4
i i i
i i i i
i i i
i i
i i i i
i i ii i
z i
i i i i
i i
i i i i i
i i i i
i i i
m m m
n n n n
A B F
m mm m m m
n n nP n
D A F B
m nm m m n m
m n n n
B F B
(3.8)
1/2
2 2
i i
i
i
i
i
x x y yn
D
zm
D
(3.9)
1/222
1/222
1/22 2
1
1
i i i
i i i
i i i
A n m
B n m
F n m
(3.10)
22
onde,
Pi = intensidade da i-ésima carga vertical (carga sobre a i-ésima estaca) [F];
x = coordenada x do ponto de cálculo do acréscimo de tensão [L];
y = coordenada y do ponto de cálculo do acréscimo de tensão [L];
xi = coordenada x do ponto de aplicação da i-ésima carga pontual [L];
yi = coordenada y do ponto de aplicação da i-ésima carga pontual [L];
z = coordenada z do ponto de cálculo do acréscimo de tensão [L];
ni = distância entre o ponto de aplic. Da i-ésima carga e o ponto de cálculo, em planta [L];
mi = profundidade adimensional [L];
Di = comprimento em que a i-ésima carga se distribui (comprimento da i-ésima estaca) [L];
ν = coeficiente de Poisson [adimensional].
Quando ni = 0 e mi > 1, o ponto onde o acréscimo de tensão está sendo calculado
encontra-se diretamente abaixo da ponta da estaca. Neste caso, a Equação (3.8) deve ser
substituída por:
2
, 2 3
4 1 2 2 2 2 4 2 4
8 1 1 1 1 1
ii iz i
i i i i i i
mP m
D m m m m m
(3.11)
O acréscimo de tensão total provocado pelas várias cargas pode ser calculado pela
sobreposição dos acréscimos individuais, uma vez que o meio considerado é elástico-linear.
Assim:
,
1
n
z z ii
(3.12)
23
4. RESULTADOS E ANÁLISE
O resultado deste trabalho é um programa desenvolvido no Wolfram Mathematica 11.2
capaz de calcular acréscimos de tensão vertical para qualquer combinação de carregamentos
pontuais, uniformemente distribuídos retangulares e uniformemente distribuídos em
profundidade. São gerados gráficos contendo as isóbaras dos acréscimos de tensão vertical total
(ou seja, da combinação de todos os carregamentos) ao longo de um meio contínuo estipulado
pelo usuário. A seguir, são mostrados as interfaces do programa, o seu funcionamento e um
exemplo de carregamento.
4.1 Interface e funcionamento do programa
A interface inicial do programa é mostrada na Figura 4.1 a seguir. Ela conta com duas
linhas de código: a primeira, chamada “Iniciar”, gera a interface primária do programa quando
executada, que contém dados de um carregamento padrão (de forma que o usuário veja como
devem ser passados os parâmetros ao programa) que podem ser alterados, uma tela para
visualização das cargas colocadas no programa e um botão para gerar os resultados para o
carregamento escolhido; a segunda linha de código, chamada “Visualizar”, gera a interface
secundária, que contém a visualização dos resultados gerados na interface primária, devendo
ser executada após ter sido finalizada a geração dos resultados.
Figura 4.1 – Interface inicial do programa
As linhas de código “Iniciar” e “Visualizar” são executadas ao se apertar a combinação
de teclas Shift + Enter após selecioná-las. Na Figura 4.2 a seguir, a linha “Iniciar” é selecionada
e então executada, gerando a interface primária do programa na Figura 4.3.
24
Figura 4.2 – Seleção da linha “Iniciar”
Figura 4.3 – Interface primária do programa após execução da linha “Iniciar”
A interface primária do programa, chamada “Parâmetros dos Carregamentos” e
mostrada na Figura 4.3 anterior, contém quatro painéis com linhas para entradas de valores pelo
usuário, uma tela com a visualização do posicionamento das cargas e dois botões chamados
“Atualizar visualização” e “Gerar resultados”. A interface primária apresenta, como padrão,
uma combinação de cargas contendo múltiplas cargas pontuais, estacas e retângulos de
carregamento, de forma a indicar ao usuário como deve ser feita a entrada dos valores no
programa.
Os três primeiros painéis desta interface dizem respeito aos parâmetros dos
carregamentos que serão utilizados, sendo o painel esquerdo relativo a cargas pontuais, o painel
central relativo a áreas retangulares uniformemente carregadas e o painel direito relativo a
estacas, conforme a Figura 4.4 a seguir.
25
(a) (b)
(c)
Figura 4.4 – Painéis com parâmetros das cargas
(a) Painel para cargas pontuais. (b) Painel para áreas retangulares unif. Carregadas. (c) Painel para estacas.
As chaves “{ }” mostradas na Figura 4.4 correspondem a listas de parâmetros. Cada
elemento de uma lista diz respeito a uma carga individual. Assim, na Figura 4.4.a, os três
elementos da lista da primeira linha representam cargas pontuais de intensidade 200, 300 e 400,
respectivamente; de maneira semelhante, os três elementos da lista da segunda linha
representam as coordenadas em x dos pontos de aplicação das cargas, sendo as coordenadas
iguais a x1 = -5, x2 = -3 e x3 = - 2,5 para as cargas de intensidade 200, 300 e 400,
respectivamente.
Note que as unidades das cargas e dimensões não são mencionadas em nenhum
momento. Isto se deve ao fato de que o usuário pode arbitrar por utilizar qualquer sistema de
unidades, sendo os resultados mostrados também nas unidades arbitradas pelo usuário; assim,
se as cargas mostradas na Figura 4.4.a tem intensidades em quilonewtons (kN) e as coordenadas
x e y estão em metros (m), os resultados do programa utilizarão as mesmas unidades, de modo
que todas as dimensões mostradas estarão em metros e todas as tensões em quilopascals (kPa
ou kN/m2).
Note ainda que o separador decimal utilizado pelo programa é o ponto “.” E não a
vírgula “,”. No Wolfram Mathematica 11.2, a vírgula é usada para separar elementos dentro de
listas, enquanto o ponto é usado como separador decimal.
26
Os acréscimos de tensão são calculados pelo programa utilizando uma malha
tridimensional de pontos distribuídos uniformemente conforme os parâmetros passados pelo
usuário. O painel esquerdo no centro da interface primária, mostrado na Figura 4.5 a seguir, diz
respeito às propriedades da malha de cálculo do programa.
Figura 4.5 – Painel com as propriedades da malha de cálculo
Neste painel, as linhas de nome “Limite” são responsáveis pelas dimensões externas da
malha (comprimento, altura e largura), enquanto as linhas de nome “Espaçamento” são
responsáveis pelas dimensões internas (espaçamentos entre pontos da malha nos eixos x, y e z).
Assim, para os dados mostrados na Figura 4.5, a malha irá das coordenadas x = -10 até x = 10
no eixo x, das coordenadas y = -10 até y = 10 no eixo y e das coordenadas z = 0,1 até z = 10,1
no eixo z, sendo os pontos da malha espaçados de 2,15 unidades no eixo x, 2,15 unidades no
eixo y e 5 unidades no eixo z.
Deve ser notado que, caso os espaçamentos adotados não sejam compatíveis com os
limites arbitrados, as dimensões da malha serão reduzidas de modo a manter o espaçamento
adotado. Assim, no caso mostrado na Figura 4.5, a malha irá das coordenadas x = -10 até
x = 9,35 e de y = -10 até y = 9,35, mantendo os espaçamentos de 2,15 unidades arbitrados para
ambos os eixos; os resultados serão calculados então dentro do intervalo [-10 ; 9,35] nos eixos
x e y, não sendo exibidos resultados para os pontos no intervalo (9,35 ; 10].
Os limites e espaçamentos da malha mostrados na Figura 4.5 são valores padrão do
programa, utilizados apenas de forma a indicar ao usuário como deve ser feita a entrada destes
dados na interface. De forma a garantir a qualidade do resultado do programa, o usuário deve
escolher os limites da malha de acordo com seus pontos de interesse no meio contínuo (ou seja,
de forma que os pontos em que se deseja visualizar os acréscimos de tensão se encontrem dentro
27
dos limites da malha.), e arbitrar espaçamentos pequenos o suficiente para que os resultados
gerados provenham a qualidade esperada; como será visto na Figura 4.11, a qualidade dos
gráficos gerados mantendo-se os espaçamentos padrão do programa é propositalmente baixa
(para que as interfaces sejam geradas rapidamente), devendo ser alterados para conferir a
qualidade desejada.
O último painel da interface primária, mostrado na Figura 4.6 a seguir, exibe o
posicionamento das cargas e os limites da malha conforme adotado pelo usuário nos painéis
anteriores.
Figura 4.6 – Painel com posicionamento das cargas
Neste painel, as cargas pontuais são marcadas por círculos cortados “⊗”, os centros das
áreas retangulares são marcados por quadrados cheios “■” (sendo suas dimensões dadas pelas
regiões retangulares coloridas), e as estacas são marcadas por círculos cheios “●”. Sobre cada
uma das cargas é mostrada uma lista contendo a intensidade do carregamento, a posição em x
e a posição em y, nesta ordem; assim, a estaca de intensidade de carga igual a 400 locada em
x = -5 e y = 0 é mostrada por um círculo cheio “●” com uma lista igual a {400, -5, 0} sobre ele.
A visualização da posição dos carregamentos e dos limites da malha não é atualizada
automaticamente. Para isso, é necessário pressionar o botão “Atualizar visualização” mostrado
na Figura 4.3 após modificar os valores de interesse nos painéis desejados.
28
Por fim, após todos os valores de interesse terem sido passados ao programa pelo
usuário, basta pressionar o botão “Gerar resultados” para que o programa realize os cálculos
necessários. O último passo é selecionar a linha “Visualizar” e executá-la pressionando
Shift+Enter, conforme mostrado na Figura 4.7 a seguir para gerar a interface secundária que
contém a visualização dos resultados.
Figura 4.7 – Seleção e execução da linha “Visualizar”
Figura 4.8 – Interface secundária do programa com a visualização dos resultados
29
A interface secundária do programa, chamada “Visualização dos Resultados” e
mostrada na Figura 4.8 anterior, contém um painel para seleção dos cortes transversais, uma
tela para visualização da posição das cargas e das linhas de corte, e três painéis para visualização
das isóbaras geradas para os cortes selecionados.
O primeiro painel desta interface, mostrado na figura a seguir, contém sliders que
permitem variar as coordenadas x, y e z do posicionamento das linhas de corte onde são geradas
as isóbaras. Os sliders variam cada coordenada em incrementos iguais aos espaçamentos
indicados pelo usuário na Figura 4.5. A medida que um slider é variado, o painel de visualização
das cargas mostra automaticamente a nova posição das linhas de corte e o painel contendo as
isóbaras relativas à nova linha de corte é atualizado. O botão “+” ao lado de cada slider permite
ver os valores assumidos pelas coordenadas x, y e z, além de conter funções adicionais, como
variar o slider automaticamente.
(a) (b)
Figura 4.9 – Painel de sliders
(a) Sliders para as coordenadas x, y e z. (b) Sliders com funções adicionais habilitadas.
O painel de visualização das cargas e das linhas de corte, mostrado na Figura 4.10 a seguir,
é semelhante aquele da Figura 4.6. A diferença está na presença de duas linhas, uma vertical e
outra horizontal, que mostram a posição dos cortes transversais selecionados dependendo a
posição dos sliders da Figura 4.9, e de uma pequena tela com o valor do acréscimo de tensão
vertical Δσz para o ponto selecionado.
30
Figura 4.10 – Painel de visualização da posição das cargas e das linhas de corte
Os três outros painéis, mostrados na Figura 4.11 a seguir, contém os cortes
transversais selecionados com os sliders com suas isóbaras. Próximo a cada gráfico, é
mostrada uma legenda em cores indicando os valores das tensões em cada isóbara.
(a) (b)
31
(c)
Figura 4.11 – Painéis de visualização dos cortes transversais com isóbaras
(a) Painel de corte para x fixo. (b) Painel de corte para y fixo. (c) Painel de corte para z fixo.
Note que a qualidade das isóbaras mostradas na Figura 4.11 é um tanto precária. Isso se
deve aos espaçamentos padrões adotados, que são muito grandes em relação às dimensões da
malha. Para refinar os resultados, basta diminuir os espaçamentos entre os pontos nas direções
desejadas. Vale destacar que, apesar das isóbaras serem pouco definidas, os valores de
acréscimo de tensão em cada ponto são exatos (segunda as soluções adotadas), já que foram
calculados por soluções analíticas e não por processo numérico.
4.2 Exemplo de carregamento
O exemplo a seguir irá gerar os resultados para o seguinte carregamento:
Três cargas pontuais Q1, Q2 e Q3:
o Intesidades dos carregamentos:
Q1 = 200 kN;
Q2 = 300 kN;
Q3 = 400 kN.
o Pontos de aplicação:
(x1,y1) = (-4,5; -4,5);
(x2,y2) = (-3,0; -3,0);
(x3,y3) = (-2,5; -2,5).
32
Duas áreas retangulares uniformemente carregadas q1 e q2:
o Intesidades dos carregamentos:
q1 = 250 kN/m2;
q2 = 315 kN/m2.
o Lados:
L1 = 2,0m e B1 = 2,0m;
L2 = 1,4m e B2 = 1,4m.
o Coordenadas dos centros dos retângulos:
(x1,y1) = (-1,5; -3,0);
(x2,y2) = (-1,5; 3,0).
Duas estacas P1 e P2:
o Intesidades dos carregamentos:
P1 = 300 kN;
P2 = 400 kN.
o Comprimentos das estacas:
D1 = 2,0m;
D3 = 3,0m;
o Coeficiente de Poisson do solo:
ν = 0,3.
o Coordenadas das estacas:
(x1,y1) = (-1,5; -3,0);
(x2,y2) = (-1,5; 3,0).
Os valores adotados para a malha de cálculo são:
Limites horizontais:
o x- = -5,51m e x+ = 3,01m;
o y- = -5,01m e y+ = 4,01m.
Limites verticais:
o z superior = 0,1 m e z inferior = 5,1 m.
Espaçamentos entre pontos:
o Eixo x = 0,1m;
o Eixo y = 0,1m;
o Eixo z = 0,2m.
33
O carregamento citado e as propriedades da malha foram escolhidos de modo a gerar
resultados que propositalmente necessitariam de um tempo de execução alto porém que seriam
de alta qualidade. Isto foi feito de modo a verificar a estabilidade do programa durante a
execução e demonstrar a o nível que os resultados podem alcançar.
Figura 4.12 – Dados de entrada do programa para o exemplo
A Figura 4.12 mostrada anteriormente contém os dados de entrada para o carregamento
do exemplo e as propriedades adotadas para a malha, além da visualização do posicionamento
das cargas em questão.
A Figura 4.13 a seguir mostra a interface secundária do programa com os resultados
obtidos após pressionar o botão “Gerar resultados” e executar a linha “Visualizar”. Note que a
qualidade das isóbaras geradas para o exemplo é bastante superior àquela das isóbaras geradas
pelo carregamento padrão do programa, isso porque os espaçamentos entre pontos foram
bastante reduzidos em relação aos limites de cálculo do meio, gerando uma maior quantidade
de resultados; em contrapartida, o tempo de execução necessário para geração dos resultados é
bastante elevado (cerca de uma hora), já que há cerca de 210 mil pontos nesta malha, devendo
ser executado um número ainda maior de operações devido à quantidade de cargas do
34
carregamento. Deve ser notado que não é necessário um número tão grande de pontos para
obtenção de isóbaras de boa qualidade.
Figura 4.13 – Interface secundária do programa para o exemplo
A Figura 4.14 e a Figura 4.15, mostradas a seguir, exibem algumas isóbaras para alguns
cortes transversais e valores de acréscimos de tensão para determinados pontos do meio.
35
(a) (b)
(b) ©(d)
Figura 4.14 – Resultados do programa para o exemplo com x = -3,71m, y = -1,51m, z = 0,1m.
(a) Valores das coordenadas, posição das cargas e dos cortes. (b) Isóbaras em corte transversal para
x = -3,71m. (c) Isóbaras em corte transversal para y = -1,51m. (d) Isóbaras em corte transversal para
z = 0,1m.
36
(a) (b)
(c) (d)
Figura 4.15 – Resultados do programa para o exemplo com x = -1,41m, y = -0,01m, z = 2,5m.
(a) Valores das coordenadas, posição das cargas e dos cortes. (b) Isóbaras em corte transversal para x = -1,41m.
(c) Isóbaras em corte transversal para y = -0,01m. (d) Isóbaras em corte transversal para z = 2,5m.
37
5. CONCLUSÕES
O trabalho desenvolvido atingiu todos os objetivos propostos. Em primeiro lugar, os
algoritmos desenvolvidos para as Soluções de Boussinesq, Newmark e Geddes ampliam a
capacidade destas, permitindo o cálculo de acréscimos de tensão vertical em qualquer ponto do
meio contínuo para qualquer combinação de cargas pontuais, áreas retangulares uniformemente
carregadas e cargas distribuídas uniformemente ao longo da profundidade do meio; as soluções
analíticas mencionadas foram modificadas por meio de uma mudança de sistema de
coordenadas que visa desassociar as cargas consideradas do centro do sistema de coordenadas,
permitindo que todas as cargas de uma combinação tenham um sistema em comum a partir do
qual os acréscimos individuais podem ser somados.
Em segundo lugar, o programa desenvolvido implementou os algoritmos propostos
com sucesso, sendo capaz de calcular os acréscimos e de gerar gráficos para visualização da
distribuição dos acréscimos de tensão. Foram desenvolvidos um conjunto de interfaces que
permitem ao usuário do programa alterar as condições de carregamento do meio facilmente e
visualizar a distribuição do acréscimo de tensão vertical por meio de isóbaras. O programa
utiliza uma malha tridimensional de dimensões e espaçamentos controlados pelo usuário; os
acréscimos são calculados pelas soluções analíticas de Boussinesq, Newmark e Geddes em cada
ponto da malha (sendo portanto um processo exato, e não numérico), gerando isóbaras a partir
dos valores calculados. As isóbaras geradas facilitam a visualização da distribuição da tensão
provocada pelo carregamento e permitem um melhor entendimento do fenômeno em questão.
Quanto a possíveis trabalhos futuros, recomenda-se:
Desenvolvimento de algoritmos que permitam o cálculo dos acréscimos
de tensão horizontais e tangenciais para as soluções analíticas;
Implementação de soluções analíticas para mais tipos de carregamentos;
Implementação de uma solução analítica para estacas que leve em conta
o diâmetro das mesmas;
Implementação do cálculo dos recalques elásticos das soluções
consideradas;
Implementação do cálculo de recalques por adensamento, para o caso de
solos de baixa permeabilidade;
Implementação de algoritmo que permita a visualização do fluxo de água
provocado pelos acréscimos de tensão durante o adensamento.
38
6. Referências Bibliográficas
Boussinesq, J. (1883). Application des Potentials a L’Etude de L’Equilibre et due Mouvement
des Solides Elastiques. Paris: Gauthier-Villars.
Das, M. B (2014). Advanced Soil Mechanics. 4th ed. New York: CRC Press.
Geddes, J. D. (1966). Stresses in foundation soils due to vertical subsurface loading.
Géotechnique, Volume 16 Issue 3, p. 231 – 255.
Newmark, N. M. (1935). Simplified computation of vertical pressure in elastic foundations.
University of Illinois Engineering Experiment Station, Circular 24.
Poulos, H. G. & Davis, E. H. (1974). Elastic Solutions for Soil and Rock Mechanics. New York:
John Wiley & Sons Inc.
39
7. Apêndice – Código do programa
40
Código para carregamento padrão e interface primária do programa (entrada de dados):
LaunchKernels[];
Q = {200, 300, 400};
xi = {-5, -3, 2.5};
yi = {-5, -3, 2.5};
nQ = 3;
q = {250, 315};
xj = {-1.5, 5};
yj = {-1.5, 5};
l = {2., 1.4};
b = {2., 1.4};
nq = 2;
P = {300, 400};
xk = {0, -5};
yk = {0, 0};
d = {10, 12};
ν = 0.3;
nP = 2;
gridx = 2.15;
gridy = 2.15;
gridz = 5;
limxEsq = -10;
limxDir = 10;
limyEsq = -10;
limyDir = 10;
limzSup = 0.1;
limzInf = 10.1;
Status = 0;
PositQ = Table[{xi[[i]], yi[[i]]}, {i, 1, nQ}];
Positq = Table[{xj[[i]], yj[[i]]}, {i, 1, nq}];
PositP = Table[{xk[[i]], yk[[i]]}, {i, 1, nP}];
Graphsq = Table[RegionPlot[xj[[i]] - l[[i]]/2 < x < xj[[i]] + l[[i]]/2 && yj[[i]] - b[[i]]/2 < y < yj[[i]] +
b[[i]]/2, {x, limxEsq, limxDir}, {y, limyEsq, limyDir},
AspectRatio -> Abs[limyEsq - limyDir]/Abs[limxEsq - limxDir]], {i, 1, nq}];
GraphsQ = Table[ListPlot[Labeled[{PositQ[[i]]}, {{Q[[i]], PositQ[[i]][[1]], PositQ[[i]][[2]]}},
{PositQ[[i]][[1]], PositQ[[i]][[2]]}], PlotMarkers -> {"⊗", 10},
AspectRatio -> Abs[limyEsq - limyDir]/Abs[limxEsq - limxDir]], {i, 1, nQ}];
GraphsP = Table[ListPlot[Labeled[{PositP[[i]]}, {{P[[i]], PositP[[i]][[1]], PositP[[i]][[2]]}},
{PositP[[i]][[1]], PositP[[i]][[2]]}], PlotMarkers -> {"●", 10},
AspectRatio -> Abs[limyEsq - limyDir]/Abs[limxEsq - limxDir]], {i, 1, nP}];
GraphsPosq = Table[ListPlot[Labeled[{Positq[[i]]}, {{q[[i]], Positq[[i]][[1]], Positq[[i]][[2]]}},
{Positq[[i]][[1]], Positq[[i]][[2]]}], PlotMarkers -> {"◼", 15},
AspectRatio -> Abs[limyEsq - limyDir]/Abs[limxEsq - limxDir]], {i, 1, nq}];
Panel[Grid[{{Panel["PARÂMETROS DOS CARREGAMENTOS"]},
{Panel[Grid[{{Panel[Panel[Grid[Transpose[{{"Intens. das cargas", "Coord. x das cargas", "Coord. y das
cargas", "Qnt. de cargas"}, {InputField[Dynamic[Q]], InputField[Dynamic[xi]],
InputField[Dynamic[yi]], InputField[Dynamic[nQ]]}}]], "CARGAS PONTUAIS - Boussinesq", Top],
Background -> None],
Panel[Panel[Grid[Transpose[{{"Intens. dos carreg.", "Coord. x dos centros dos ret.", "Coord. y dos
centros dos ret.", "Lados L dos ret. (x)", "Lados B dos ret. (y)",
"Qnt. de retângulos"}, {InputField[Dynamic[q]], InputField[Dynamic[xj]], InputField[Dynamic[yj]],
InputField[Dynamic[l]], InputField[Dynamic[b]], InputField[
Dynamic[nq]]}}]], "CARGAS UNIFORMEMENTE DISTR. - Newmark", Top], Background -> None],
Panel[Panel[Grid[Transpose[{{"Cargas das estacas", "Coord. x das estacas", "Coord. y das estacas",
"Comprimentos das est.", "Poisson (ν)", "Qnt. de estacas"},
{InputField[Dynamic[P]], InputField[Dynamic[xk]], InputField[Dynamic[yk]],
InputField[Dynamic[d]], InputField[Dynamic[ν]], InputField[Dynamic[nP]]}}]], "ESTACAS - Geddes",
Top], Background -> None]}}], Background -> LightGray]},
41
{Panel[Grid[{{Panel[Panel[Grid[Transpose[{{"Limite x-", "Limite x+", "Limite y-", "Limite y+", "Limite z
sup.", "Limite z inf.", "Espaçamento em x", "Espaçamento em y",
"Espaçamento em z"}, {InputField[Dynamic[limxEsq]], InputField[Dynamic[limxDir]],
InputField[Dynamic[limyEsq]], InputField[Dynamic[limyDir]], InputField[Dynamic[limzSup]],
InputField[Dynamic[limzInf]], InputField[Dynamic[gridx]], InputField[Dynamic[gridy]],
InputField[Dynamic[gridz]]}}]], "PROPRIEDADES DA MALHA", Top], Background -> None,
ImageMargins -> 60], Dynamic[Panel[Panel[Panel[Labeled[Show[Graphsq, GraphsQ, GraphsP,
GraphsPosq], {"Y", "X"}, {Left, Bottom}]], "POSIÇÃO DAS CARGAS", Top,
Background -> None]]]}}], Background -> LightGray]},
{Grid[{{Panel[Button["Atualizar visualização", PositQ = Table[{xi[[i]], yi[[i]]}, {i, 1, nQ}]; Positq =
Table[{xj[[i]], yj[[i]]}, {i, 1, nq}];
PositP = Table[{xk[[i]], yk[[i]]}, {i, 1, nP}]; Graphsq = Table[RegionPlot[xj[[i]] - l[[i]]/2 < x < xj[[i]]
+ l[[i]]/2 && yj[[i]] - b[[i]]/2 < y < yj[[i]] + b[[i]]/2,
{x, limxEsq, limxDir}, {y, limyEsq, limyDir}, AspectRatio -> Abs[limyEsq - limyDir]/Abs[limxEsq -
limxDir]], {i, 1, nq}];
GraphsQ = Table[ListPlot[Labeled[{PositQ[[i]]}, {{Q[[i]], PositQ[[i]][[1]], PositQ[[i]][[2]]}},
{PositQ[[i]][[1]], PositQ[[i]][[2]]}], PlotMarkers -> {"⊗", 10},
AspectRatio -> Abs[limyEsq - limyDir]/Abs[limxEsq - limxDir]], {i, 1, nQ}]; GraphsP =
Table[ListPlot[Labeled[{PositP[[i]]}, {{P[[i]], PositP[[i]][[1]], PositP[[i]][[2]]}}, {
PositP[[i]][[1]], PositP[[i]][[2]]}], PlotMarkers -> {"●", 10}, AspectRatio -> Abs[limyEsq -
limyDir]/Abs[limxEsq - limxDir]], {i, 1, nP}];
GraphsPosq = Table[ListPlot[Labeled[{Positq[[i]]}, {{q[[i]], Positq[[i]][[1]], Positq[[i]][[2]]}},
{Positq[[i]][[1]], Positq[[i]][[2]]}], PlotMarkers -> {"◼", 15},
AspectRatio -> Abs[limyEsq - limyDir]/Abs[limxEsq - limxDir]], {i, 1, nq}]; ]],
Panel[Button["Gerar resultados", BousZ[x_, y_, z_] := If[nQ != 0, ((3*z^3)/(2*Pi))*Module[{i},
Sum[Q[[i]]/Sqrt[(x - xi[[i]])^2 + (y - yi[[i]])^2 + z^2]^5, {i, nQ}]], 0];
BousX[x_, y_, z_] := If[nQ != 0, Module[{i}, Sum[(Q[[i]]/(2*Pi))*(3*(x - xi[[i]])^2*(-z/Sqrt[(x -
xi[[i]])^2 + (y - yi[[i]])^2 + z^2]^5) -
(1 - 2*ν)*(((x - xi[[i]])^2 - (y - yi[[i]])^2)/(Sqrt[(x - xi[[i]])^2 + (y - yi[[i]])^2 + z^2]*Sqrt[(x -
xi[[i]])^2 + (y - yi[[i]])^2]^2*
(Sqrt[(x - xi[[i]])^2 + (y - yi[[i]])^2 + z^2] - z)) + ((y - yi[[i]])^2*(-z))/(Sqrt[(x - xi[[i]])^2 + (y -
yi[[i]])^2 + z^2]^3*Sqrt[(x - xi[[i]])^2 + (y - yi[[i]])^2]^
2))), {i, nQ}]], 0]; BousY[x_, y_, z_] := If[nQ != 0, Module[{i}, Sum[(Q[[i]]/(2*Pi))*(3*(y -
yi[[i]])^2*(-z/Sqrt[(x - xi[[i]])^2 + (y - yi[[i]])^2 + z^2]^5) -
(1 - 2*ν)*(((y - yi[[i]])^2 - (x - xi[[i]])^2)/(Sqrt[(x - xi[[i]])^2 + (y - yi[[i]])^2 + z^2]*Sqrt[(x -
xi[[i]])^2 + (y - yi[[i]])^2]^2*
(Sqrt[(x - xi[[i]])^2 + (y - yi[[i]])^2 + z^2] - z)) + (x - xi[[i]])^2*(-z/(Sqrt[(x - xi[[i]])^2 + (y -
yi[[i]])^2 + z^2]^3*Sqrt[(x - xi[[i]])^2 + (y - yi[[i]])^2]^
2)))), {i, nQ}]], 0]; Case[x_, y_] := Which[Abs[x - xj[[j]]] <= 0.5*l[[j]] && Abs[y - yj[[j]]] <=
0.5*b[[j]], 1, Abs[x - xj[[j]]] <= 0.5*l[[j]] &&
Abs[y - yj[[j]]] > 0.5*b[[j]], 2, Abs[x - xj[[j]]] > 0.5*l[[j]] && Abs[y - yj[[j]]] <= 0.5*b[[j]], 3,
Abs[x - xj[[j]]] > 0.5*l[[j]] && Abs[y - yj[[j]]] > 0.5*b[[j]], 4];
m[x_, y_, z_] := Which[Case[x, y] == 1, Which[r == 1 || r == 2, Abs[(y - yj[[j]]) - 0.5*b[[j]]]/z, r == 3
|| r == 4, Abs[(y - yj[[j]]) + 0.5*b[[j]]]/z], Case[x, y] == 2,
Which[r == 1 || r == 2, (Abs[y - yj[[j]]] + 0.5*b[[j]])/z, r == 3 || r == 4, (Abs[y - yj[[j]]] -
0.5*b[[j]])/z], Case[x, y] == 3,
Which[r == 1 || r == 3, Abs[(y - yj[[j]]) - 0.5*b[[j]]]/z, r == 2 || r == 4, Abs[(y - yj[[j]]) +
0.5*b[[j]]]/z], Case[x, y] == 4,
Which[r == 1 || r == 4, (Abs[y - yj[[j]]] + 0.5*b[[j]])/z, r == 2 || r == 3, (Abs[y - yj[[j]]] -
0.5*b[[j]])/z]];
n[x_, y_, z_] := Which[Case[x, y] == 1 || Case[x, y] == 2, Which[r == 1 || r == 3, Abs[(x - xj[[j]]) +
0.5*l[[j]]]/z, r == 2 || r == 4, Abs[(x - xj[[j]]) - 0.5*l[[j]]]/z],
Case[x, y] == 3, Which[r == 1 || r == 2, (Abs[x - xj[[j]]] + 0.5*l[[j]])/z, r == 3 || r == 4, (Abs[x -
xj[[j]]] - 0.5*l[[j]])/z], Case[x, y] == 4,
Which[r == 1 || r == 3, (Abs[x - xj[[j]]] + 0.5*l[[j]])/z, r == 2 || r == 4, (Abs[x - xj[[j]]] -
0.5*l[[j]])/z]];
NewAux[x_, y_, z_] := Table[(q[[j]]/(4*Pi))*((2*m[x, y, z]*n[x, y, z]*(Sqrt[m[x, y, z]^2 + n[x, y, z]^2 +
1]/(m[x, y, z]^2 + n[x, y, z]^2 + m[x, y, z]^2*n[x, y, z]^2 + 1)))*
((m[x, y, z]^2 + n[x, y, z]^2 + 2)/(m[x, y, z]^2 + n[x, y, z]^2 + 1)) + If[m[x, y, z]^2 + n[x, y, z]^2 + 1
>= m[x, y, z]^2*n[x, y, z]^2,
42
ArcTan[2*m[x, y, z]*n[x, y, z]*(Sqrt[m[x, y, z]^2 + n[x, y, z]^2 + 1]/(m[x, y, z]^2 + n[x, y, z]^2 - m[x,
y, z]^2*n[x, y, z]^2 + 1))],
ArcTan[2*m[x, y, z]*n[x, y, z]*(Sqrt[m[x, y, z]^2 + n[x, y, z]^2 + 1]/(m[x, y, z]^2 + n[x, y, z]^2 - m[x,
y, z]^2*n[x, y, z]^2 + 1))] + Pi]), {r, 1, 4, 1}];
NewIndZ[x_, y_, z_] := If[Case[x, y] == 1, Sum[NewAux[x, y, z][[i]], {i, 1, 4}], Sum[NewAux[x, y,
z][[i]], {i, 1, 2}] - Sum[NewAux[x, y, z][[i]], {i, 3, 4}]];
NewTotZ[x_, y_, z_] := If[nq != 0, Sum[NewIndZ[x, y, z], {j, 1, nq}], 0]; nGed[x_, y_] := ((x - xk[[i]])^2
+ (y - yk[[i]])^2)^(1/2)/d[[i]]; mGed[z_] := z/d[[i]];
A[x_, y_, z_] := (nGed[x, y]^2 + (mGed[z] - 1)^2)^(1/2); B[x_, y_, z_] := (nGed[x, y]^2 + (mGed[z] +
1)^2)^(1/2); F[x_, y_, z_] := (nGed[x, y]^2 + mGed[z]^2)^(1/2);
GedIndZ[x_, y_, z_] := If[nGed[x, y] == 0 && mGed[z] > 1, (-(P[[i]]/d[[i]]^2))*(1/(8*Pi*(1 - ν)))*(-
((4*(1 - ν))/mGed[z]) - (2*(2 - ν))/(mGed[z] - 1) + (2*(2 - ν))/
(mGed[z] + 1) + (4*mGed[z]*(2 - ν))/(mGed[z] + 1)^2 - (4*mGed[z]^2)/(mGed[z] + 1)^3), (-
(P[[i]]/d[[i]]^2))*(1/(8*Pi*(1 - ν)))*(-((2*(2 - ν))/A[x, y, z]) +
(1/B[x, y, z])*(2*(2 - ν) + 2*(1 - 2*ν)*(mGed[z]/nGed[x, y])*(mGed[z]/nGed[x, y] + 1/nGed[x, y])) -
((1 - 2*ν)*2*(mGed[z]/nGed[x, y])^2)/F[x, y, z] + nGed[x, y]^2/
A[x, y, z]^3 + (4*mGed[z]^2 - 4*(1 + ν)*(mGed[z]/nGed[x, y])^2*mGed[z]^2)/F[x, y, z]^3 + (1/B[x,
y, z]^3)*(4*mGed[z]*(1 + ν)*(mGed[z] + 1)*
(mGed[z]/nGed[x, y] + 1/nGed[x, y])^2 - (4*mGed[z]^2 + nGed[x, y]^2)) +
(6*mGed[z]^2*((mGed[z]^4 - nGed[x, y]^4)/nGed[x, y]^2))/F[x, y, z]^5 + (1/B[x, y, z]^5)*
(6*mGed[z]*(mGed[z]*nGed[x, y]^2 - (1/nGed[x, y]^2)*(mGed[z] + 1)^5)))]; GedTotZ[x_, y_, z_] :=
If[nP != 0, Sum[GedIndZ[x, y, z], {i, 1, nP}], 0];
CombTot[x_, y_, z_] := BousZ[x, y, z] + NewTotZ[x, y, z] + GedTotZ[x, y, z]; limNumx = limxEsq +
Round[Abs[limxDir - limxEsq]/gridx]*gridx;
limNumy = limyEsq + Round[Abs[limyDir - limyEsq]/gridy]*gridy; limNumz = limzSup +
Round[Abs[limzSup - limzInf]/gridz]*gridz;
CombTotRes = Table[{x, y, -z, CombTot[x, y, z]}, {x, limxEsq, limNumx, gridx}, {y, limyEsq, limNumy,
gridy}, {z, limzSup, limNumz, gridz}]; Status = 1; ,
Method -> "Queued"]]}}]}}], Background -> LightGray]
Código para interface secundária do programa (visualização dos resultados):
If[Status == 1,
Contourx = Table[Labeled[ListContourPlot[Flatten[Table[{CombTotRes[[Round[Abs[X - limxEsq]/gridx +
1]]][[i]][[j]][[2]], CombTotRes[[Round[Abs[X - limxEsq]/gridx + 1]]][[i]][[j]][[3]],
CombTotRes[[Round[Abs[X - limxEsq]/gridx + 1]]][[i]][[j]][[4]]}, {i, 1,
Dimensions[CombTotRes][[2]], 1}, {j, 1, Dimensions[CombTotRes][[3]], 1}], 1], PlotLegends -> Automatic,
ColorFunction -> "Rainbow", AspectRatio -> Abs[(limzSup - limzInf)/(limyEsq - limyDir)]], {"Z", "Y"},
{Left, Bottom}], {X, limxEsq, limNumx, gridx}];
Contoury = Table[Labeled[ListContourPlot[Flatten[Table[{CombTotRes[[i]][[Round[Abs[Y - limyEsq]/gridy
+ 1]]][[j]][[1]], CombTotRes[[i]][[Round[Abs[Y - limyEsq]/gridy + 1]]][[j]][[3]],
CombTotRes[[i]][[Round[Abs[Y - limyEsq]/gridy + 1]]][[j]][[4]]}, {i, 1, Dimensions[CombTotRes][[1]],
1}, {j, 1, Dimensions[CombTotRes][[3]], 1}], 1], PlotLegends -> Automatic,
ColorFunction -> "Rainbow", AspectRatio -> Abs[(limzSup - limzInf)/(limxEsq - limxDir)]], {"Z", "X"},
{Left, Bottom}], {Y, limyEsq, limNumy, gridy}];
Contourz = Table[Labeled[ListContourPlot[Flatten[Table[{CombTotRes[[i]][[j]][[Round[Abs[Z -
limzSup]/gridz + 1]]][[1]], CombTotRes[[i]][[j]][[Round[Abs[Z - limzSup]/gridz + 1]]][[2]],
CombTotRes[[i]][[j]][[Round[Abs[Z - limzSup]/gridz + 1]]][[4]]}, {i, 1, Dimensions[CombTotRes][[1]],
1}, {j, 1, Dimensions[CombTotRes][[2]], 1}], 1], PlotLegends -> Automatic,
ColorFunction -> "Rainbow", AspectRatio -> Abs[(limyEsq - limyDir)/(limxEsq - limxDir)]], {"Y", "X"},
{Left, Bottom}], {Z, limzSup, limzInf, gridz}];
ParamPlotX = Table[ParametricPlot[{X, u}, {u, limyEsq, limyDir}, AspectRatio -> Abs[(limyEsq -
limyDir)/(limxEsq - limxDir)]], {X, limxEsq, limNumx, gridx}];
ParamPlotY = Table[ParametricPlot[{u, Y}, {u, limxEsq, limxDir}, AspectRatio -> Abs[(limyEsq -
limyDir)/(limxEsq - limxDir)]], {Y, limyEsq, limNumy, gridy}];
Panel[Grid[{{Panel["VISUALIZAÇÃO DOS RESULTADOS"]},
{Manipulate[Panel[Grid[{{Panel[Panel[Panel[Labeled[Show[Graphsq, GraphsQ, GraphsP, GraphsPosq,
ParamPlotX[[Round[Abs[X - limxEsq]/gridx + 1]]],
43
ParamPlotY[[Round[Abs[Y - limyEsq]/gridy + 1]]]], {"Y", "X"}, {Left, Bottom}]], "POSIÇÃO DAS
CARGAS", Top, Background -> None]],
Panel[Panel[Show[Contourx[[Round[Abs[X - limxEsq]/gridx + 1]]]], Grid[{{"ISÓBARAS PARA X =",
X}}]]], Panel[Panel[Show[Contoury[[Round[Abs[Y - limyEsq]/gridy + 1]]]],
Grid[{{"ISÓBARAS PARA Y =", Y}}]]]}, {Panel[Grid[{{"\!\(\*SubscriptBox[\(Δσ\), \(z\)]\)=",
Panel[CombTotRes[[Round[Abs[X - limxEsq]/gridx + 1]]][[
Round[Abs[Y - limyEsq]/gridy + 1]]][[Round[Abs[Z - limzSup]/gridz + 1]]][[4]]]}}]]}, {Null,
Panel[Panel[Show[Contourz[[Round[Abs[Z - limzSup]/gridz + 1]]]],
Grid[{{"ISÓBARAS PARA Z =", Z}}]]], Null}}], Background -> LightGray], {X, limxEsq, limNumx,
gridx}, {Y, limyEsq, limNumy, gridy}, {Z, limzSup, limNumz, gridz}]}}],
Background -> LightGray], Null]