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Desenvolvimento de metodologia para avaliação de riscos de impactos diretos de Usinas Hidrelétricas sobre a ictiofauna III Seminário Estratégias para Conservação de Peixes em Minas Gerais Raquel Loures 27 de junho de 2012

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Desenvolvimento de

metodologia para avaliação de

riscos de impactos diretos de

Usinas Hidrelétricas sobre a

ictiofauna

III Seminário Estratégias para Conservação de Peixes em Minas Gerais

Raquel Loures – 27 de junho de 2012

Tópicos da Apresentação

• Apresentação do problema

• Análise dos acidentes ambientais envolvendo a ictiofauna

• Desenvolvimento de metodologia para análise de risco de morte de peixes em usinas da Cemig.

• Resultados

• Considerações Finais

O PROBLEMA

Hidrelétricas da Cemig

Mais de 60 Usinas

Hidrelétricas em

virtualmente todas

as bacias

hidrográficas de

Minas Gerais.

Peixes próximos às Usinas

Riscos de acidentes pontuais

envolvendo a Ictiofauna

Consequência: Multa de R$750.000,00 e

assinatura de TAC

Acidentes

Morte de 5 toneladas de peixes vertedouro de Jaguara - 2000

Morte de 7 toneladas em turbina e vertedouro da UHE Três Marias – 2007

Consequência: Multa de R$4.900.000,00 (órgão ambiental

do estado) e R$ 6.000.000,00 (MP)

Acidentes

• Conflitos com a sociedade.

• Perda de credibilidade junto a órgãos ambientais.

• Imagem empresarial desgastada

• Multas crescentes.

Histórico 2001 a 2007

Lançado em junho de 2007

Estabelecimento de medidas mitigatórias e preventivas contra morte de peixes decorrentes da operação de usinas

hidrelétricas.

O Programa Peixe Vivo

Missão: minimizar o impacto sobre a ictiofauna buscando

soluções e tecnologias de manejo que integrem a geração de

energia elétrica pela Cemig com a conservação das espécies

de peixes nativas, promovendo o envolvimento da

comunidade.

Foco

ANÁLISE DOS ACIDENTES AMBIENTAIS

ENVOLVENDO A ICTIOFAUNA

DESENVOLVIMENTO DE METODOLOGIA

PARA ANÁLISE DE RISCO DE MORTE DE

PEIXES EM USINAS DA CEMIG.

- Identificação das manobras de maior risco para a ictiofauna em usinas

da CEMIG

0 5000 10000 15000 20000 25000 30000

Drenagem de máquina

Parada/Partida de máquina

Outros

Indeterminada

Variação de carga

Operação do vertedouro

Operação síncrono

Operação normal

Biomassa de peixes (kg)

Cau

sas

pri

nci

pai

s d

esd

e 2

00

1

Morte de peixes

Resgate de peixes

1º Passo: Análise de dados históricos

Canal de fuga

(jusante)

Tubo de sucção

Conduto

forçado

Reservatório

(montante)

Turbina

Caracol

Escotilha

da sucção

Poço de drenagem/esgotamento

- Identificação das épocas do ano de maior risco para a ictiofauna

0

50

100

150

200

250

300

Jan Feb Mar Apr May Jun Jul Aug Sep Oct Nov Dec

Bio

ma

ss

a d

e p

eix

es

(k

g)

Mês

1º Passo: Análise de dados históricos

- Identificação das espécies de peixes mais atingidas por acidentes

ambientais

Espécie %

Mandi (Pimelodus maculatus) 65

Curimba (Prochilodus spp) 23

Corvina (Plagioscion squamosissimus) 16

Mandi

Curimba

Corvina

1º Passo: Análise de dados históricos

2º Passo: Classificação do risco de impactos das

usinas da CEMIG sobre a ictiofauna

• GCHs que têm potencial de alto risco e/ou que historicamente já apresentaram impactos à ictiofauna.

Categoria A

• GCHs e PCH (que realiza drenagem de máquina) que têm potencial de médio e baixo risco e/ou que historicamente já apresentaram impactos à ictiofauna.

Categoria B

• PCHs e GCH que realizam descarga de fundo.

Categoria C

• PCHs que não realizam descarga de fundo.

Categoria D

3º Passo: Criação e implantação de uma instrução de

trabalho específica dentro da CEMIG

• Determinação de responsabilidades e autoridades antes,

durante e após as manobras realizadas.

• Criação de uma sistemática de planejamento das

manobras que levasse em conta não só os aspectos de

engenharia, mas também os aspectos ambientais

• Criação do índice de segurança ambiental praticada, um

formulário que funcionava como uma lista de checagem

ambiental, aplicado anteriormente à realização das

manobras.

• Determinação de controles específicos para cada usina

de acordo com a sua categoria de risco.

• Obrigatoriedade de comunicação prévia das manobras a

serem realizadas pela Cemig aos órgãos ambientais

(estadual ou federal de acordo com o rio no qual se

localiza a usina)

4º Passo: Metodologia para a avaliação prévia de

riscos à ictiofauna em usinas da Cemig

Projeto Cemig – UFMG: equipe de biólogos e gestores do Projeto

OBJETIVOS

• Padronizar metodologias de coleta de dados para avaliação dos riscos para a ictiofauna nas manobras das UGs;

• Apoio durante drenagens e resgate de peixes aplicando metodologia para quantificação;

• Construir banco de dados que possa subsidiar ações corretivas e operacionais relacionadas à morte de peixes na operação das usinas da Cemig

4º Passo: Metodologia para a avaliação prévia de

riscos à ictiofauna em usinas da Cemig

NA PRÁTICA:

Alto Risco

Baixo Risco

4º Passo: Metodologia para a avaliação prévia de

riscos à ictiofauna em usinas da Cemig

RESULTADOS

Dados preliminares referentes a coletas da Usina de Amador Aguiar II

Modelo preditivo do risco de morte de peixe

CPUE mandi x nº mandis resgatados

(p<0,05)

Regressão linear entre a captura por unidade de esforço (CPUEn) de mandis

capturados no monitoramento prévio e quantidade de mandis resgatados com as

variáveis log-transformadas.

• CPUE mandi até 15 indivíduos/m²: RISCO BAIXO - Recomendamos a manobra

• CPUE mandi de 15 a 30 indivíduos/m²: RISCO MÉDIO - Recomendamos a

manobra, mas alertamos para a necessidade de ser bem avaliado o Plano de

Contingências.

• CPUE mandi de 30 a 50 indivíduos/m²: RISCO ALTO - Recomendamos a manobra

somente caso a sua realização não possa ser adiada (segundo avaliação da

gerência de engenharia), mas alertamos para a necessidade de ser bem

avaliado o Plano de Contingências e haver duas equipes de monitoramento e

resgate para o caso de prolongamento das atividades.

• CPUE mandi acima de 50 indivíduos/m²: RISCO MUITO ALTO - Não

recomendamos a manobra e participaremos do resgate somente após a

comprovação da inadiabilidade e urgência da manobra.

Definição de faixas de risco baseado no resultado das

CPUE peixes m²/rede para UHE Amador Aguiar II

Exemplos:

Monitoramentos em AAII: 17 e 18/03/2011

Peixes

capturados

Mandis

capturados CPUE total CPUE mandi

Risco p/

operação*

403 265 63,6 32,2 Alto

- Monitoramentos em AAII: 24 e 25/03/2011

Peixes

capturados

Mandis

capturados CPUE total CPUE mandi

Risco p/

operação*

549 296 136,0 73,3 Alto

MANOBRAS

ABORTADAS

Definição de faixas de risco baseado no resultado das

CPUE peixes m²/rede para UHE Amador Aguiar II

Indicador estratégico do Sistema de Gestão:

Biomassa Afetada (BA)

• Indicador estratégico acompanhado pela diretoria da empresa,

compõe a remuneração variável.

5º Passo: Criação de um indicador estratégico

para a empresa

CONSIDERAÇÕES FINAIS

• A metodologia desenvolvida apresentou sucesso na redução dos

impactos de UHEs da Cemig sobre a ictiofauna

- A informação gerada cria padrões de análise do risco baseados

em fatos e dados.

• Integração entre a área ambiental e de engenharia da empresa:

- Maior racionalidade do planejamento de manobras nas usinas da

empresa.

- Permite que decisões sejam tomadas de maneira integrada

• A Cemig conseguiu expurgo de R$17 milhões de multa da Aneel

recebida por não geração da UHE Três Marias apresentando dados

coletados através da metodologia.

UHE Três Marias – Resultados relativos ao expurgo da multa por não geração de

energia por razões ambientais

DESAFIO

DESAFIO

Ocorrência de morte de peixes na UHE Três Marias em maio/2012

0

2000

4000

6000

8000

10000

12000

14000

2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012

Bio

mas

sa d

e p

eixe

s (k

g)

Ano

Resgate de peixes Morte de peixes

Biomassa

de carcaça

(kg)

Biomassa viva

correspondente (kg)

125 1.143,8

69,5 635,9

- 19

Total

194,5kg

Total

1.798,7kg

Obrigada Raquel Loures

[email protected]