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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA GOIANO IF GOIANO - CAMPUS RIO VERDE PROGRAMA DE PÓS- GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS AGRÁRIAS - AGRONOMIA DESENVOLVIMENTO DE MÁQUINA EXTRATORA DE SEMENTES E SUBSTRATOS PARA PRODUÇÃO SUSTENTÁVEL DE MUDAS DE MACAÚBA [Acrocomia aculeata (Jacq.) Loddiges ex Mart.] Autor: Alan Carlos de Oliveira Castro Orientador: Prof. Dr. . Aurélio Rubio Neto Rio Verde - GO Agosto2017

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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA

GOIANO – IF GOIANO - CAMPUS RIO VERDE PROGRAMA DE PÓS-

GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS AGRÁRIAS - AGRONOMIA

DESENVOLVIMENTO DE MÁQUINA EXTRATORA DE

SEMENTES E SUBSTRATOS PARA PRODUÇÃO

SUSTENTÁVEL DE MUDAS DE MACAÚBA [Acrocomia

aculeata (Jacq.) Loddiges ex Mart.]

Autor: Alan Carlos de Oliveira Castro

Orientador: Prof. Dr.

. Aurélio Rubio Neto

Rio Verde - GO

Agosto– 2017

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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA

GOIANO – IF GOIANO - CAMPUS RIO VERDE PROGRAMA DE PÓS-

GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS AGRÁRIAS- AGRONOMIA

DESENVOLVIMENTO DE MÁQUINA EXTRATORA DE

SEMENTES E SUBSTRATOS PARA PRODUÇÃO

SUSTENTÁVEL DE MUDAS DE MACAÚBA [Acrocomia

aculeata (Jacq.) Loddiges ex Mart.]

Autor: Alan Carlos de Oliveira Castro

Orientador: Prof. Dr.

. Aurélio Rubio Neto

Rio Verde - GO

Agosto - 2017

Dissertação apresentada, como parte das exigências

para obtenção do título de MESTRE EM CIÊNCIAS

AGRÁRIAS – AGRONOMIA, no Programa de Pós-

Graduação em Ciências Agrárias - Agronomia do Instituto

Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Goiano. –

Campus Rio Verde - Área de Concentração em Produção

Vegetal

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Sistema desenvolvido pelo ICMC/USPDados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

Sistema Integrado de Bibliotecas - Instituto Federal Goiano

CC355dCastro, Alan Carlos de Oliveira DESENVOLVIMENTO DE MÁQUINA EXTRATORA DE SEMENTESE SUBSTRATOS PARA PRODUÇÃO SUSTENTÁVEL DE MUDAS DEMACAÚBA [Acrocomia aculeata (Jacq.) Loddiges exMart.] / Alan Carlos de Oliveira Castro;orientadorAurélio Rubio Neto; co-orientador Edson Luiz Souchie. -- Rio Verde, 2017. 50 p.

Dissertação (Mestrado em Ciências Agrárias -Agronomia) -- Instituto Federal Goiano, Câmpus RioVerde, 2017.

1. Superação da dormência. 2. Eficiência doprotótipo. 3. Despolpa. I. Rubio Neto, Aurélio ,orient. II. Souchie, Edson Luiz , co-orient. III. Título.

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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA

GOIANO – CÂMPUS RIO VERDE

DIRETORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS

AGRÁRIAS-AGRONOMIA

DESENVOLVIMENTO DE MÁQUINA EXTRATORA

DE SEMENTES DE MACAÚBA [Acronomia aculeata (Jacq.)

LODDIGES. ex MART.]

Autor: Alan Carlos De Oliveira Castro

Orientador: Dr. Aurélio Rubio Neto

TITULAÇÃO: Mestre em Ciências Agrárias-Agronomia - Área de

Concentração em Produção Vegetal Sustentável no Cerrado

APROVADA em, 21 de agosto de 2017.

Prof. Dr. Fabiano Guimarães Silva

Avaliador interno

IF Goiano – Campus Rio Verde

Prof. Dr. Jacson Zuchi

Avaliador externo

IF Goiano – Rede Arco Norte/Polo de Inovação

Prof. Dr. João das Graças Santana

Avaliador externo

IF Goiano – Campus Rio Verde

Prof. Dr. Aurélio Rubio Neto

Presidente da banca

IF Goiano – Rede Arco Norte/Polo de Inovação

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiro a Deus, que permitiu que tudo isso acontecesse na minha

vida, não somente nesse período como mestrando, mas que esteve comigo a vida toda.

À Instituição, pelo ambiente que disponibiliza. Agradeço а todos os professores por me

proporcionar о conhecimento não apenas ministrado em sala de aula, mas em todos os

campos do saber, que se dedicaram а mim, não somente por terem me ensinado, mas

por terem feito aprender. А palavra mestre, nunca fará justiça aos professores dedicados

aos quais sem nominar terão os meu eterno agradecimento. Ao meu orientador Dr.

Aurelio Rubio Neto, que independente dos momentos sempre apoiou a causa com

empenho e dedicação na elaboração deste trabalho e manutenção, pela aceitação em me

orientar, além da paciência ao transmitir conhecimento.

Agradeço a minha mãe Divina Batista de Oliveira Castro, heroína que apoiou, e

incentivou nas horas difíceis, de desânimo е cansaço. Agradeço também ao meu pai

Carlos Abadio de Castro, que sempre esteve presente servindo de alicerce e exemplo

que vou levar pelo resto da minha vida. Ao meu irmão Elan de Oliveira Castro, que

quando pode ajudar se fez presente. Meus agradecimentos aos amigos, companheiros de

trabalho e faculdade, em principal aos amigos de pesquisa do Laboratório de Cultura de

Tecidos Vegetais, Juliana Cabral, Luan Dionisio, Vinicius, Márcio, Agda, Ana, Valeria,

Jannifer e outros, além do pessoal dos demais laboratórios como Sementes,

Microbiologia e Anatomia que foram de grande ajuda para conclusão deste trabalho.

Irmãos na amizade que fizeram parte da minha formação е que vão continuar presentes

em minha vida com certeza.

Ao Instituto Federal Goiano – Campus Rio Verde e ao Programa de Pós-

Graduação em Ciências Agrárias – Agronomia, pela oportunidade deste. À CAPES,

pela concessão da bolsa de mestrado, e à empresa Torneadora Ypiranga, pela parceria

firmada no desenvolvimento e execução do trabalho. Ao CNPq, pelo financiamento

concedido por meio do edital 17/CNPq/N° 468500/2014-6.

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BIOGRAFIA DO AUTOR

Alan Carlos de Oliveira Castro, filho de Carlos Abadio de Castro e Divina

Batista de Oliveira Castro, nasceu em Uruaçu de Goiás, Estado de Goiás, em 25 de abril

de 1992. Em agosto de 2010, iniciou na Graduação de Agronomia na Faculdade

Evangélica de Goianésia – FACEG, GO, graduando-se em julho de 2015.

Em março de 2016, ingressou no Programa de Pós-Graduação em Ciências

Agrárias - Agronomia, em nível de Mestrado, na área de concentração em Produção

Vegetal, submetendo-se à defesa da dissertação, requisito indispensável para a obtenção

do título de Mestre em Ciências Agrárias - Agronomia, em agosto de 2017.

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ÍNDICE GERAL

ÍNDICE DE TABELA .................................................................................................... 13

ÍNDICE DE FIGURAS .................................................................................................. 14

LISTA DE SÍMBOLOS, SIGLAS, ABREVIAÇÕES E UNIDADES ........................... 16

RESUMO ........................................................................................................................ 17

ABSTRACT .................................................................................................................... 18

INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 19

1. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA............................................................................20

1.1 Acrocomia aculeata (Jacq.) Lodd. ex Mart. ........................................................ 20

1.2 Métodos de extração mecânica de sementes ........................................................ 24

1.3 Produção sexuada de mudas de Macaúba ............................................................ 28

1.4 Referências bibliográficas ......................................................................................... 29

OBJETIVOS ................................................................................................................... 34

1. Introdução ................................................................................................................... 36

2.Material e métodos ....................................................................................................... 37

2.1 Coleta e secagem superficial dos frutos .................................................................... 37

2.2 Invento do protótipo.............................................................................................38

2.3 Ensaio 2. Efeitos de diferentes RPM na qualidade física e fisiológica de sementes

de A. acuelata.............................................................................................................40

2.4 Tempo de despolpa na qualidade física das sementes extraídas..........................41

2.5 Ensaio 3. Avaliação do substrato alternativo à base de subprodutos de macaúba

no crescimento de mudas............................................................................................41

3. Resultados e discussão ................................................................................................ 42

3.1 Coleta e secagem superficial dos frutos................................................................42

3.2 Efeitos de diferentes RPM Efeitos de diferentes RPM na qualidade física e

fisiológica de sementes de A. acuelata.......................................................................43

3.3 Tempo de despolpa na qualidade física das sementes extraídas...........................46

3.4 Avaliação do substrato alternativo à base de subprodutos de macaúba no

crescimento de mudas................................................................................................48

4. Conclusões...................................................................................................................52

5. Referências bibliográficas ........................................................................................... 53

CONCLUSÃO GERAL..................................................................................................57

A

B

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13

ÍNDICE DE TABELA

Página

REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Tabela 1: Materiais vegetais à base de Macaúba (Acrocomia acuelata) e suas diversas

aplicações na produção por meio dos seus subprodutos................................................. 22

CAPÍTULO I

Tabela 1. Porcentagem de frutos de Acrocomia aculeata Mart quebrados e intactos em

diferentes rotações da máquina extratora de sementes....................................................44

Tabela 2. Porcentagem de sementes de Acrocomia aculeata Mart quebradas e intactas

em diferentes rotações da máquina extratora de sementes..............................................45

Tabela 3. Porcentagem de germinação, IVG (Índice de velocidade de germinação) e

emergência de Acrocomia aculeata Mart........................................................................46

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ÍNDICE DE FIGURAS

Página

REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Figura 1. Aspecto visual da Acrocomia aculeata (Jacq.) Loodiges ex Mart. (A); Frutos

da planta adulta de macaúba. Barra= 1m, em Rio Verde, GO (B); Frutos Maduros,

Barra=0.5m (C); Fruto após a quebra do endocarpo (D) e Semente após a germinação

(E). Barra= 20 mm. Foto: Alan Carlos............................................................................21

Figura 2. Conjunto de máquinas para quebrar coco babaçu modelo (Cód. 187640) (A),

Frutos de babaçu (B), Descascador (C), Frações separara das a partir do coco in natura

(D). Foto: MF RURAL....................................................................................................25

Figura 3. Conjunto de Máquinas para Quebrar Coco Baru modelo (Cód. 129139). Foto:

MF RURAL.....................................................................................................................26

Figura 4. Conjunto de máquinas para quebrar coco babaçu modelo (Cód. 224372) (A e

C), Conjunto de quebra do fruto de baru (B e D). Foto: MF RURAL............................27

CAPÍTULO I

Figura 1. Máquina extratora de sementes de Acrocomia aculeata Mart. Protótipo com

engrenagens sincronizadas. Fonte: Torneadora Ypiranga. Rio Verde, 2017..................40

Figura 2. Coleta de frutos de Acrocomia aculeata (Jacq.) Loodiges ex Mart. em Iporá,

GO (A) Barra= 1m.; Frutos em secagem superficial (B) Barra=0.5m.; Despolpadora de

Frutos (C); Máquina extratora de sementes (D); Subprodutos derivados da extração (E);

Plantas jovens de macaúba no ensaio dos substratos (F) Barra= 10 cm. Foto: Alan

Carlos...............................................................................................................................42

Figura 3. Teor de água em frutos de Macaúba [Acrocomia aculeata (Jacq.) Loddiges ex

Mart.] mantidos por 7 dias em estufa de circulação forçada de ar com temperatura

ajustada a 37±2°C. ± Erro Padrão da Média...................................................................43

Figura 4. Qualidade do processo de extração de frutos de Acrocomia aculeata Mart.

Porcentagem de frutos intactos, quebrados e trincados após diferentes tempos de

despolpa. ± Erro Padrão da Média *Significativo a 5%. Rio Verde (GO), 2016...........47

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Figura 5. Qualidade do processo de extração de sementes de Acrocomia aculeata Mart.

Porcentagem de sementes intactas, quebradas e trincadas após diferentes tempos de

despolpa. ± Erro Padrão da Média *Significativo a 5%. Rio Verde (GO), 2016............48

Figura 6. Médias (ab) do IVE (Índice de Velocidade de Emergência) de A. aculeata em

diferentes tipos de substrato. ± Erro Padrão da Média *Significativo a 5%. Rio Verde

(GO), 2017.......................................................................................................................49

Figura 7. Médias do número de folhas (A), altura de plantas (B), e diâmetro de caule

(C) de A. aculeata em diferentes tipos de substrato. ± Erro Padrão da Média................51

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LISTA DE SIMBOLOS, SIGLAS, ABREVIAÇÕES E UNIDADES

± Erro

% Porcentagem

°C Graus Celsius

B.O.D Demanda Bioquímica do Oxigênio

cm Centímetro

C.V Cavalos-vapor

CV Coeficiente de variação (%)

g Gramas

GO Goiás

IC Iniciação cientifica

IVE Índice de Velocidade de Emergência

IVG Índice de Velocidade de Germinação

Kg Quilogramas

m Metros

mm Milímetros

mL Mililitros

RPM Rotação por minuto

SM Substrato de macaúba

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RESUMO

CASTRO, ALAN CARLOS DE OLIVEIRA, Instituto Federal de Educação, Ciência e

Tecnologia Goiano - Campus Rio Verde, agosto de 2017. Desenvolvimento de

máquina extratora de sementes e substratos para produção sustentável de mudas

de macaúba [Acrocomia aculeata (Jacq.) Loddiges ex Mart.]. Orientador: Dr.

Aurélio Rubio Neto. Coorientador: Dr. Edson Luis Souchie, Dra. Paula Fabiane Martins.

A macaúba se destaca dentre as Arecaceaes pela elevada produção de frutos e teor de

óleo da semente, sendo fonte de óleo para as indústrias do setor alimentício, cosmético e

de biocombustíveis. A principal forma de propagação da macaúba é a sexuada, no

entanto, a dormência física existente nessa espécie, bem como, ausência de um produto

específico para auxiliar produtores e viveiristas, têm dificultado a utilização dessa

espécie em escala comercial. Objetivou-se com esse trabalho o desenvolvimento de

máquina eficiente para extração das sementes de A. aculeata, sem comprometimento da

qualidade fisiológica das sementes extraídas. Para determinar a eficiência do protótipo,

foram realizados três ensaios, sendo o primeiro avaliando o RPM (rotação por minuto),

no segundo ensaio, a realização de despolpa dos frutos por diferentes tempos. E, por

último, a utilização dos subprodutos gerados durante a extração das sementes na

formulação de substrato alternativo para produção de mudas. Assim, obteve-se uma

máquina extratora de sementes de A. aculeata, que utiliza sistema de engrenagens

sincronizadas com motor de 0,5CV que permite trabalho em rotações distintas, com

capacidade para quebra de até 9600 frutos por hora com eficiência na extração acima de

80%. Para isso, verificou-se a necessidade de despolpa parcial dos frutos por 20

minutos. Comprovando também que o uso da mistura de substrato comercial Bioplant®

com subprodutos da extração de sementes de macaúba, 1:1, forneceram os mesmos

resultados quando comparado ao substrato comercial isolado, permitindo assim, a

utilização dessa mistura sem prejuízo no crescimento vegetal e, além disso, tornar o

processo de produção de mudas mais econômico.

PALAVRAS-CHAVES: Superação da dormência, eficiência do protótipo, despolpa.

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ABSTRACT

CASTRO, ALAN CARLOS DE OLIVEIRA, Goiano Federal Institute of Education,

Science and Technology - Campus Rio Verde, August 2017. Development of a

substrate and substrate extraction machine for sustainable production of macaúba

seedlings [Acrocomia aculeata (Jacq.) Loddiges ex Mart.]. Advisor: Dr. Aurélio

Rubio Neto. Co-advisor: Dr. Edson Luis Souchie, Dra. Paula Fabiane Martins.

The macaw palm stands out among Arecaceaes by its fruits production and seed oil

content, being a source of oil for the food, cosmetic and biofuel industries. The main

form of macaw palm propagation is the asexual, however, a physical dormancy existing

in this species, as well as the absence of a specific product to help growers and

nurseries, has difficulty using the species on a commercial scale. The objective of this

work was to develop an efficient machine for extraction of A. aculeata seeds, without

compromising the physiological quality of the extracted seeds. In order to determine the

efficiency of the prototype, three tests were performed, the first evaluating the RPM

(rotation per minute), the second test, being an achievement of fruit fruits in different

times. And finally, a use of by-products generated during the extraction of seeds in the

alternative substrate formulation for seedling production. Thus, it was obtained an A.

aculeata seed extracting machine, which uses synchronized gear system with a 0.5CV

motor that allows to work in different rotations, with capacity for breaking up to 9600

fruits per hour with efficiency in the extraction above 80%. Therefore, it was verified

the necessity of partial pulp removal of the fruits for 20 minutes. Also proving that the

use of the Bioplant® commercial substrate mix with 1: 1 macaw palm seed extraction

byproducts, provided the same results when compared to the isolated commercial

substrate, thus allowing the use of this blend without prejudice plant growth and, in

addition, make the seedling production process more economical.

KEY WORDS: dormancy overcoming, prototype efficiency, pulp removal.

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INTRODUÇÃO

A macaúba [Acrocomia aculeata (Jacq.) Lodd. ex Mart.] é encontrada em

diversas regiões do Brasil, tendo de 5-20 m de altura, espinhos em seu caule e seus

frutos podem levar até 14 meses para amadurecer (MOURA et al.,2010). As Arecaceae

são consideradas promissoras na produção de óleos vegetais, sendo a mais utilizada o

dendezeiro (Elaeis guineensis), e essa espécie e a principal fonte de óleo para as

indústrias do setor alimentício, cosmético e de biocombustíveis (RÍOA et al., 2016).

Entretanto, a macaúba possui grande potencial para produção, tornando-se uma espécie

de maior importância dentre as Arecaceae, pois o óleo extraído da polpa e amêndoa é de

grande valor para as indústrias farmacêutica, alimentícia, cosmética e setor energético

para produção de biodiesel (BHERING, 2009; MOTOIKE et al., 2009; SOUZA et al.,

2017).

A principal forma de propagação da macaúba é a sexuada, porém suas sementes

têm germinação lenta (até dois anos), devido à dormência física, imposta pelo

tegumento e endocarpo que dificultam a absorção de água (MOTOIKE et al., 2009).

Consequentemente, a embebição da semente, além de fatores externos do ambiente

natural, assim a superação da dormência que utiliza de métodos complexos e sugere a

quebra dos diásporos, que até o momento é realizado de forma manual com altas

porcentagens de danos as sementes, utilizando martelo ou torno mecânico, permite altas

taxas de germinação (RUBIO NETO et al., 2014; MACHADO et al., 2015).

Os frutos de macaúba coletados têm seu epicarpo removido e, posteriormente,

são quebrados para remoção do endocarpo e liberação da amêndoa, visando após a

extração, o destino adequado para cada tipo de semente, sendo essa para plantio e

produção de mudas, produção de óleo para processamento industrial ou embrião para

micropropagação (RIBEIRO et al., 2011; SOUZA et al., 2016).

Devido à extração da semente ser dificultada pelo endocarpo, e esse age como

barreira mecânica, tornando a quebra lenta e onerosa, a máquina desenvolvida

possibilita diversas velocidades de quebra por meio das distintas rotações, além da

possibilidade de se extrair sementes de frutos de tamanhos diferentes pelos ajustes das

engrenagens e interações com outros fatores como despolpa, definindo também a

qualidade da semente para utilização na produção de mudas, criando estratégias

promissoras para maximizar a produção e promoção do crescimento de plantas de

macaúba.

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20

Assim foi realizado nesse trabalho o primeiro protótipo para extração de

sementes de macaúba, tornando viável a produção de mudas por meio de sementes de

boa qualidade física e fisiológica, tornando possível nessa dissertação encontrar

informações para produção de um novo substrato para plantas, à base de substrato

comercial e mistura com os subprodutos da extração de sementes. Por isso,

disponibiliza informações científicas evidenciando o potencial da máquina extratora de

sementes de macaúba desenvolvida pelo IF Goiano e Torneadora Ypiranga.

1. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

1.1 Acrocomia aculeata (Jacq.) Lodd. ex Mart.

As Arecaceae são promissoras na produção de óleos vegetais, sendo a mais

utilizada o dendezeiro (Elaeis guineensis), como principal fonte de óleo para as

indústrias do setor alimentício e cosmético de todo o Brasil (RÍOA et al., 2016). A

escolha de plantas da família Arecaceae para produção de óleo, ocorre pela grande

necessidade de óleos comestíveis (soja, milho, girassol, amendoim e outras), e por ter

óleo de maior composição de ácidos graxos e outros compostos solúveis em gordura,

sendo assim, as Arecaceae, tornam-se alternativa para produção de bicombustíveis e

produtos farmacêuticos (WITTKOP et al., 2009; GONÇALVES et al., 2013; PIRES et

al., 2013).

A macaúba (A. aculeata), é encontrada em diversos ambientes de climas

subtropicais e semiáridos (FALASCA et al., 2016). Tem de 5 a 20 m de altura e seus

frutos levam até 14 meses para amadurecer (SILVA et al., 2015). Possui espinhos no

caule, suas folhas são pinadas e aglomeradas no ápice do estipe (VIANNA et al., 2017).

Produz frutos em cachos densos que podem pesar mais de 25 kg (PIRES et al., 2013)

(Figura 1).

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21

Figura 2. Aspecto visual da Acrocomia aculeata (Jacq.) Loodiges ex Mart. (A) Barra=

1,5m; Frutos da planta adulta de macaúba. Barra= 1m, Jardim Botânico do Campus Rio

Verde, GO (B); Frutos Maduros, Barra=40 mm (C); Fruto após a quebra do endocarpo

40 mm (D) e Semente após a germinação Barra= 20 mm (E). Foto: Alan Carlos.

A macaúba pode ser utilizada em diversos setores industriais, que fazem uso dos

subprodutos gerados durante o processo de coleta ou extração (Tabela 1). Evidenciando

o potencial da espécie, e o óleo extraído da polpa e amêndoa possui grande valor para a

indústria (BHERING, 2009; MOTOIKE et al., 2009; SOUZA et al., 2017).

A B C

D E

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22

Tabela 1: Materiais vegetais à base de Macaúba (Acrocomia acuelata) e suas diversas

aplicações na produção por meio dos seus subprodutos

Material Forma de uso Utilização Referências

Acrocomia

aculeata Planta inteira

Ornamental;

sistemas

agroflorestais

CARDOSO et al. (2017);

VIANNA et al. (2017)

Folha Matéria-prima

(fibras)

Produção de linhas,

cordas e redes, além

de forragem de boa

qualidade

SILVA, (2007); VIANNA

et al. (2017)

Raiz Pedaços Fármacos HERNÁNDEZ et al.

(2013)

Caule

Madeira

Fixação de carbono

ROCHA et al. (2017)

Fruto

(Pericarpo)

Epicarpo,

endocarpo e

mesocarpo.

Alimento fresco e

processado;

biocombustíveis

RAMOS et al. (2008) ;

TRENTINI et al. (2017)

Fruto

(amêndoa)

Extração

Produção de mudas;

biocombustíveis

CARVALHO LOPES et

al. (2013); ALVES et al.

(2017); CARDOSO et al.

(2017)

Direcionamento para artigos citados nessa tabela.

A polpa obtida do fruto pode ser consumida in natura, ou feita à extração de

gordura que pode ser utilizada na fabricação de derivados comestíveis, enquanto a

amêndoa fornece óleo claro, semelhante ao da azeitona (BHERING, 2009). A polpa do

fruto também pode ser utilizada como coproduto para a alimentação de animais,

principalmente em locais semiáridos, por causa do teor de gordura (AZEVEDO et al.,

2012). O aproveitamento do fruto pode gerar vários produtos e coprodutos (óleos,

fibras, carvão vegetal e dentre outros), dependendo da parte processada (COIMBRA;

JORGE, 2011; PIRES et al., 2013). Esta planta também se destaca pelo potencial para a

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produção de grandes quantidades de óleo, sendo estes valores superiores à soja, além de

ser uma atividade lucrativa para agricultores graças à possibilidade de intercalamento e

utilização em sistemas agrosilvopastoris (BHERING, 2009; SILVA et al., 2015;

PRADO et al., 2016).

Uma das desvantagens da macaúba é seu longo período juvenil, o início da

produção de frutos pode levar até sete anos, apesar do período reprodutivo ser de até

100 anos (TEIXEIRA, 2005). Sua produção comercial é dificultada pela germinação das

sementes, e a dormência física, imposta pelo tegumento e endocarpo dificultam a

absorção de água e consequentemente, a embebição da semente (MOTOIKE et al.,

2009). Além disso, estas espécies não formam broto, impedindo assim sua

multiplicação por métodos vegetativos convencionais, e sob condições naturais, as

sementes podem levar até dois anos para germinar (MOURA et al., 2009). O consórcio

da espécie em sistemas como ILPF (Integração lavoura-pecuária-floresta) seria uma

alternativa interessante para estimular o plantio, por ser uma atividade lucrativa para

agricultores graças à possibilidade de intercalamento e utilização em sistemas

agrosilvopastoris (BHERING, 2009; SILVA et al., 2015; PRADO et al., 2016).

Devido à dificuldade em extrair as sementes intactas do coco de macaúba,

estudos têm sido conduzido, para viabilizar a produção de mudas. Vários tratamentos

têm sido empregados para facilitar a germinação das sementes de macaúba, por meio da

remoção dos tecidos que envolvem as sementes, em que o endocarpo do fruto age como

uma barreira mecânica dificultando sua quebra (PEREIRA et al., 2006; COSTA;

MARCHI, 2008). Os frutos são previamente coletados e têm seu pericarpo e endocarpo

removidos manualmente para liberação da amêndoa, visando à semente para plantio,

produção de óleo ou obtenção do embrião para micropropagação. Embora seja

considerada uma espécie promissora, o cultivo em escala comercial é inexistente devido

à dormência das sementes, falta de cultivares para maior produtividade da espécie,

tratos culturais relacionados ao cultivo da macaúba (RIBEIRO et al., 2011; SOUZA et

al., 2016).

Resultados promissores têm sido obtidos com aumento das taxas de germinação e

uniformidade das plantas utilizando as técnicas na propagação de muitas Arecaceae, no

entanto a quebra do fruto para a retirada das sementes e embriões deve passar por uma

melhora a fim de otimizar o processo (PEREIRA et al., 2006; AKÉ et al., 2007).

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1.2 Métodos de extração de sementes

O Cerrado é lar de diversas espécies potenciais para o mercado do biodiesel,

dentre elas, destaca-se o fruto da macaúba como um dos produtos de maior importância

em meio às espécies de Arecaceae, entretanto, por causa de seu tegumento lignificado a

extração das sementes é dificultada pelo endocarpo do fruto que age como barreira

mecânica dificultando sua quebra, causada pela baixa absorção de água e

consequentemente, embebição da semente (BHERING, 2009; MOTOIKE et al., 2009;

RUBIO NETO et al., 2014).

Estudos têm sido conduzidos com a finalidade de fornecer informações que

possam promover a quebra do fruto e extração das sementes de macaúba com boas

qualidades físicas de maneira rápida e eficiente, visando à produção destinada ao

biodiesel em escala comercial e produção de mudas via semente ou embriões, e este

processo de extração deve ocorrer por meio de uma máquina automatizada que possa

viabilizar a produção em larga escala.

Até o momento a extração de sementes de macaúba é realizada de forma manual

(MOTOIKE et al., 2009; RUBIO NETO et al., 2014), inviabilizando a aplicação

comercial da produção de mudas a partir de embriões in vitro. Em alguns casos para a

retirada de embriões, os frutos são colocados em estufa para diminuir o teor de água,

uma vez que a aplicação de calor nas condições controladas torna possível remover

substâncias voláteis (água, mas não exclusivamente), facilitando o processo de quebra.

A polpa estará menos viscosa devido a retirada de água, ocorrendo contração (epicarpo,

mesocarpo) promovida pela redução da tensão das células (PRADO et al., 2000;

RUBIO NETO et al., 2014).

Após a secagem dos frutos, esses são retirados da estufa e quebrados com

auxílio de marreta de 1,5 kg em placa de concreto, objetivando sementes sem dano para

a retirada do embrião (RUBIO NETO et al., 2014). Segundo Bandeira et al. (2013), os

frutos posteriormente a coleta, têm seu pericarpo removido e são quebrados com auxílio

de um torno manual para remoção do endocarpo e liberação da amêndoa.

Hoje são encontradas diversas máquinas extratoras para a quebra de frutos (baru,

babaçu, macaúba) derivados de Arecaceae e outras famílias, em contrapartida, possuem

alto valor agregado e não estão adaptadas a espécie A. aculeata, muitas das quais

danificam as sementes na tentativa de uso, prejudicando sua germinação. Os protótipos

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de máquinas extratoras podem variar desde sistemas de prensa a uso de conjuntos com

engrenagens adaptadas, alguns exemplos que podem ser citados são, a máquina para

quebra do coco de babaçu Attalea speciosa (Modelo Cód. 187640), disponível pela

empresa Inovatec Inovações Tecnológicas é capaz de processar 20.000 Kg de coco in

natura por dia (Figura 2).

Figura 2. Conjunto de máquinas para quebrar coco babaçu modelo (Cód. 187640) (A),

Frutos de babaçu (B), Descascador (C), Frações separadas a partir do coco in natura

(D). Foto: MF RURAL.

Este conjunto de equipamentos é capaz de separar a fibra, fração amilácia

(amido), endocarpo (fração lenhosa) e amêndoas do fruto, e pode ser encontrada no

mercado com valor médio de R$159.500,00 (MF RURAL, 2014). O sistema de

processamento da máquina de quebrar coco de (babaçu) Attalea speciosa (Mart. ex

Spreng), é composto por um elevador para elevação do coco a partir do silo até a

tremonha (peça coniforme) do descascador, dois descascadores que desagregam fibras e

mesocarpo do coco in natura. Uma peneira para separação da fibra, amido do

endocarpo e amêndoas. Um quebrador que desagrega o endocarpo das amêndoas. Uma

segunda peneira que separa as amêndoas e o endocarpo já desagregados. Transportador

helicoidal que retorna as amêndoas e o endocarpo não desbragados para o quebrador.

D

B A

C

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Separador que por meio de flotação separa o endocarpo das amêndoas. E uma terceira

peneira que separa as amêndoas da água utilizada no processo de flotação. Todos

acionados através de 10 motores elétricos com uma potência total de 34,5 CV.

Para despolpar e quebrar o Baru (Dipteryx alata Vog.), é encontrado no

mercado, a máquina a elétrica (Modelo Cód. 129139) que contém um conjunto

composto por duas partes, sendo a primeira uma despolpadeira com motor monofásico

de 3cv, com movimento circular contínuo, utilizando água no processo, chave de

partida, eixo central circular com facas em aço, tambor em aço com capacidade de 50

litros, com despolpa de 15 a 20 sacas (peso aproximado de 60 kg) por dia. E a segunda

parte uma máquina de quebrar Baru (Dipteryx alata Vog.)/ , em que o processo de

esmagamento ocorre por pressão, tem capacidade de quebrar 20 kg de fruto por dia.

Valor aproximado de 40.000 mil reais (Figura 3) (MF RURAL, 2014).

Figura 3. Conjunto de Máquinas para Quebrar Coco Baru modelo (Cód. 129139). Foto:

MF RURAL.

Modelos manuais desenvolvidos para partir ao meio o fruto também são

encontrados como a máquina para quebrar o coco de babaçu (Modelo Cód. 224372)

(Figura 4 A, C), com lâmina fixada, e esta pode ser removida para amolação. E, para

quebrar baru/cumburu (Modelo Cód. 78326) (Figura 4 B, D), com rendimento de até 8

kg por dia, essa com estrutura de comando em alumínio, eixo em aço com suporte para

prender o saco. Além de aproveitamento de quase 100 % das castanhas, com valor de

venda variando de 650 a 1.100 reais (MF RURAL, 2014).

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Figura 4. Conjunto de máquinas para quebrar coco babaçu modelo (Cód. 224372) (A e

C), Conjunto de quebra do fruto de baru (B e D). Foto: MF RURAL.

Devido à dificuldade em extrair as sementes intactas do coco de macaúba,

estudos têm sido conduzidos, para viabilizar a produção de mudas em escala comercial.

A remoção das partes do fruto (epicarpo, mesocarpo, endocarpo) que envolvem as

sementes, têm sido empregadas para aumentar a porcentagem de germinação

(MOTOIKE et al., 2009), utilizando ferramentas ou equipamentos que não danifiquem a

amêndoa.

A alta qualidade dos derivados da macaúba é consequência da utilização de

processos adequados (coleta, manuseio, quebra e processamento), porém uma das

dificuldades enfrentadas é o acesso à amêndoa dentro do fruto, deste modo os processos

citados são de extrema importância (QUAMPAH et al., 2012; MATSIMBE et al.,

2015). Em virtude das plantações ainda serem de origem natural, a dormência física e

susceptibilidade a decomposição encontrada na macaúba dificultam sua propagação em

condições naturais e de berçário, assim, estudos são escassos, ocasionando falta de

metodologias eficientes, resultando em baixa qualidade no processo industrial e

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produção de sementes (HIANE et al., 2005; MOURA et al., 2009; LORENZI, 2010;

RIBEIRO et al 2011; SILVA; ANDRADE, 2013).

Deve ser levado em consideração vários fatores como a maturação dos frutos e

tamanho para escolha da máquina a ser empregada na produção de mudas, evitando

danos físicos ocasionados pelo esmagamento das sementes, a extração deve ser feita de

forma que os embriões permaneçam intactos, sem danos ocasionados pelo processo de

extração, favorecendo sua germinação após o plantio ou estabelecimento in vitro

(MOTOIKE et al., 2009; MONTOYA et al., 2016; TRENTINI et al., 2017).

1.3 Produção sexuada de mudas de Macaúba

Entre as plantas capazes de produzir diversos subprodutos (óleos, fibras, carvão

vegetal e dentre outros), as palmeiras são consideradas as mais promissoras, pelo seu

potencial relatado na literatura, até 6.000 kg de óleo por hectare, e da crescente

demanda mundial de óleos vegetais, principalmente para alimentos e energia, porém,

plantações de macaúba no Brasil e em muitos lugares da América Latina ainda estão em

sua fase primária e sua exploração comercial depende diretamente do seu

desenvolvimento tecnológico, que inclui a seleção de clones elite e sua propagação

(COIMBRA; JORGE, 2011; SOARES et al., 2011; SILVA CÉSAR et al., 2015).

A macaúba e considerada uma das espécies mais visíveis do país, cresce

naturalmente em grandes populações em áreas degradadas ou intactas e está adaptada a

diferentes ecossistemas, está sendo resiliente, pode povoar áreas com escassos recursos,

o que é uma característica desejável para plantas usadas para reabilitar pastagens

degradadas ou para práticas agroflorestais (RATTER et al., 2003; GOIS AQUINO et

al., 2008; PIRES et al., 2013). Apesar de suas perspectivas econômicas, a macaúba

ainda é selvagem e sua exploração se baseia no extrativismo, que muitas vezes recolhe o

fruto de forma ineficaz, ocasionando baixa produtividade e má qualidade dos produtos

obtidos, sua produção se estende de setembro a janeiro (PIRES et al., 2013; SILVA

CÉSAR et al., 2015).

As sementes de macaúba têm baixa germinação devido à dormência física, por

esta razão é importante à quebra da dormência visando à produção de mudas em escala

comercial (FINCH-SAVAGE; LEUBNER-METZGER, 2006; RIBEIRO et al., 2011;

RODRIGUES JUNIOR et al., 2013). Tratamentos térmicos, escarificação, embebição

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em reguladores de crescimento, pré-imersão em água, remoção do endocarpo, e

tratamentos químicos são utilizados para superar a dormência física das sementes desta

espécie (MARTINS et al., 2006; YANG et al., 2007; ROBINSON, 2009; ROBERTO;

HABERMANN, 2010).

Motoike et al. (2009) desenvolveu um método que elevou a taxa de germinação

para valores entre 60 e 80%, possibilitando assim a produção em escala comercial de A.

aculeata, entretanto torna-se necessário desenvolver técnicas para propagação clonal, a

fim de estabelecer um sistema de cultivo uniforme (PADILHA et al., 2015). As mudas

de palmeiras são produzidas a partir de sementes pré-germinadas, em duas etapas

consecutivas, sendo ela fase pré-berçário, que se estende desde a semente pré-

germinada até o primeiro par de folhas lanceoladas (Folhas divididas) e a segunda etapa

com a formação do par de folhas pinnate (Folhas maduras), a partir desse ponto, quando

as mudas atingem cerca de um ano de idade pode ser levadas a campo (PIMENTEL et

al., 2016). No entanto, em condições naturais e de berçário, a taxa de germinação é

relativamente baixa, além de exibir um período de germinação de até quatro anos

(LORENZI, 2010; BERTON et al., 2013).

Estudos estruturais são importantes para a produção de mudas, auxiliando na

compreensão dos estágios posteriores de germinação, incluindo seu crescimento e

estabelecimento das plântulas, além de estar associada à imaturidade dos embriões, e

esses fatores retardam o início da germinação pelo tempo necessário para a

diferenciação completa do embrião (OROZCO-SEGOVIA et al., 2003; HENDERSON,

2006; MAGALHÃES et al., 2013). A propagação da macaúba ocorre exclusivamente

por sementes, as quais, em condições naturais, podem levar de um a dois anos para

germinar (BERTON et al., 2013; LUIS, SCHERWINSKI-PEREIRA, 2014). Com isto, a

técnica de quebra do endocarpo para extração de sementes, torna uma ferramenta de

grande importância para produção de mudas desta espécie, permitindo a obtenção de

plantas que podem ser utilizadas em programas de melhoramento.

1.4 Referências bibliográficas

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OBJETIVOS

O objetivo geral deste trabalho foi desenvolver uma máquina eficiente de extração

de sementes de macaúba [Acrocomia aculeata (Jacq.) Loddiges ex Mart.].

Objetivos específicos:

Desenvolver uma máquina de extração de sementes por engrenagens

sincronizadas e diferentes rotações por minuto;

Garantir maior extração das sementes, sem perda de qualidade fisiológica;

Avaliar o melhor tempo de despolpa dos frutos para a extração das sementes;

Elaborar protocolo eficiente e passível de utilização de produção de mudas de

macaúba;

Avaliar tipos e proporções dos substratos à base de subprodutos da extração das

sementes para produção de mudas;

Formação de recursos humanos, alunos de mestrado e IC;

Gerar patente e artigo científico.

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CAPÍTULO I

(Normas de acordo com a revista Industrial crops)

Desenvolvimento de máquina extratora de sementes e substratos para produção

sustentável de mudas de macaúba [Acrocomia aculeata (Jacq.) Loddiges ex Mart.]

Development of a seed extracting machine and substrates for sustainable production of

macaúba seedlings [Acrocomia aculeata (Jacq.) Loddiges ex Mart.]

Resumo: A macaúba é encontrada em diversas regiões do Brasil, e apresenta elevada

produção de frutos e teor de óleo da semente. No entanto, a dormência física existente

nessa espécie e, ausência de métodos mecânicos para extração de sementes têm

dificultado a utilização dessa espécie em escala comercial. Diante disso, objetivou-se

com esse trabalho o desenvolvimento de máquina eficiente para extração das sementes

de A. aculeata, sem comprometimento da qualidade fisiológica da semente. Assim, foi

desenvolvido um protótipo capaz de extrair as sementes em diferentes rotações. Para

determinar a eficiência do protótipo, foram realizados três ensaios, sendo o primeiro

avaliando o RPM (rotação por minuto) na quebra do fruto, no segundo ensaio, ao tempo

de despolpa. E, por último, a utilização dos subprodutos gerados durante a extração das

sementes na formulação de substrato alternativo para produção de mudas. Obteve-se

uma máquina extratora de sementes de A. aculeata, que utiliza sistema de engrenagens

sincronizadas com motor de 0,5 CV que permite trabalho em rotações distintas, com

capacidade para quebra de até 9660 frutos por hora com eficiência na extração acima de

80%. Verificou-se a necessidade de despolpa parcial dos frutos por 20 minutos para

agilizar o processo. Além disso, foi comprovado que o uso da mistura de substrato

comercial Bioplant®, com subprodutos da extração de sementes de macaúba, 1:1,

forneceram os mesmos resultados quando comparado ao substrato comercial isolado,

tornando o processo de produção de mudas mais econômico.

Termos para indexação: superação da dormência, eficiência do protótipo, despolpa

Abstract: Macaw palm is found in several regions of Brazil, and presents high fruit yield

and seed oil content. However, the physical dormancy of this species and the absence of

mechanical methods for seed extraction turn difficult to use this species on a

commercial scale. Therefore, the objective of this work was the development of an

efficient machine for extracting the seeds of A. aculeata, without compromising the

physiological quality of the seed. Thus, a prototype capable of extracting seeds at

different rotations was developed. In order to determine the efficiency of the prototype,

three tests were performed, the first one being the RPM (rotation per minute) in the fruit

break, and the second test was the pulp removal time. And, lastly, the use of by-

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products generated during the seed extraction in the alternative substrate formulation for

seedling production. A. aculeata seed extractor was used, which uses synchronized gear

system with a 0.5 CV motor that allows different rotational work with a capacity to

break up to 9660 fruits per hour with efficiency in extraction above 80%. The need for

partial skimming of the fruits was verified for 20 minutes to expedite the process. In

addition, the use of the Bioplant® commercial substrate mix with 1: 1 macaw palm seed

extraction by-products provided the same results when compared to the isolated

commercial substrate, making the seedling production process more economical.

Index terms: dormancy overcoming, prototype efficiency, pulp removal.

1. Introdução

Diante da demanda mundial por sustentabilidade e diminuição dos impactos

ambientais, a macaúba surge como uma planta de grande importância econômica e

ambiental. Seus frutos podem pesar mais de 25 kg, atingindo de 6.000 kg de óleo por

hectare por ano (COIMBRA; JORGE, 2011; PIRES et al., 2013). Com o fruto da

macaúba, pode se extrair diversos subprodutos, como alimentos, biocombustíveis a

partir do óleo da semente e utilização do endocarpo como carvão (HIANE et al., 2005;

RAMOS et al., 2008; VIANNA et al., 2017). A macaúba (A. aculeata), é encontrada em

diversos ambientes de climas subtropicais a ecossistemas semiáridos e pode ser

utilizada como coproduto para a alimentação de animais (POMPELLI et al., 2011;

AZEVEDO et al., 2012).

Uma das desvantagens da macaúba é seu longo período juvenil, o início da

produção dos frutos pode levar até sete anos, apesar de o período reprodutivo ser

estendido por mais de 100 anos (TEIXEIRA, 2005). Além disso, por não formar

brotações, a mesma não tem sua multiplicação por métodos convencionais, e a

propagação ocorre via sementes, devido à cobertura protetora (endocarpo) impor

resistência mecânica, caracterizando dormência do tipo física (YANG et al., 2007;

MOTOIKE et al., 2009; MOURA et al., 2009). Estudos vêm sendo conduzidos para

superação da dormência utilizando técnicas como escarificação das sementes e cultivo

de embriões in vitro, e resultados promissores têm sido obtidos, com aumento das taxas

de germinação e uniformidade das plantas (AKÉ et al., 2007; SOARES et al., 2011;

RUBIO NETO et al., 2014; LUIS; SCHERWINSKI-PEREIRA, 2014).

Nos estudos práticos com macaúba poucos avanços aconteceram, pela

dificuldade em se extrair as sementes. Uma forma encontrada para resolver esta

dormência física, seria a extração das sementes (RUBIO NETO et al., 2014), e este

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processo até o presente é realizado de forma manual, empregando uma marreta ou

prensa de bancada, inviabilizando a aplicação comercial para produção de mudas. Desta

forma, o desenvolvimento de uma máquina que consiga extrair as sementes acelerará o

processo de obtenção das mudas garantindo nova fonte de renda para grandes e

pequenos produtores e/ou viveiristas.

Tanto no processo de extração das sementes de macaúba, quanto no óleo, são

geradas grandes quantidades de subprodutos, que podem ser utilizados para a confecção

de substratos alternativos visando à produção de mudas de várias espécies. Segundo

Ramos et al. (2008), uma planta de macaúba pode produzir de 3 a 6 cachos por ano e,

em um fruto inteiro é constituído por 42% de polpa (mesocarpo), 20% epicarpo (casca),

31% endocarpo e 7% de sementes, cujo teor de óleo varia de 20 a 30% (SANJINEZ-

ARGANDONÑA; CHUBA, 2011). Portanto, após a extração das sementes 93% do

fruto, pode ser utilizado como matéria-prima para produção de substratos alternativos.

Assim um substrato com características químicas, físicas e biológicas desejáveis, pode

proporcionar condições ideais para o desenvolvimento do sistema radicular da planta

(WAGNER JÚNIOR et al., 2007 ). Tornando assim, a avaliação de substratos um passo

crítico na produção de plântulas de qualquer espécie vegetal (PIMENTEL et al., 2016).

Objetivou-se desenvolver uma máquina e eficaz para extração das sementes de

macaúba [Acrocomia aculeata (Jacq.) Loddiges ex Mart.], além de elaborar um

protocolo eficiente e passível de utilização por viveiristas e produtores permitindo

rápida extração das sementes, que por sua vez, podem ser utilizadas com diversas

finalidades, como produção de mudas e/ou biocombustíveis, bem como, comprovar a

eficiência da utilização dos subprodutos derivados do processo de extração de sementes

na produção de um substrato alternativo, que pode ser empregado na própria linha de

produção de mudas de macaúba.

2. Material e Métodos

2.1 Coleta e secagem superficial dos frutos

Os experimentos foram realizados na Empresa Torneadora Ypiranga®, nos

Laboratórios de Cultura de Tecidos Vegetais, Sementes e Anatomia Vegetal do Instituto

Federal Goiano, Campus Rio Verde - GO, com frutos maduros de macaúba [Acrocomia

aculeata (Jacq.) Loddiges ex Mart.], coletados entre os meses de março e agosto de

2016, nos municípios de Montes Claros (16°08’42.5’’S 51°19’24.6’’W) e Acreúna

(17°22’17.0’’S 50°21’20.7’’W) (GO). Em laboratório, e antes do processo de secagem

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superficial dos frutos, esses foram selecionados, descartando os frutos malformados

e/ou danificados.

Foi realizada a padronização do tamanho dos frutos utilizados em cada parcela

experimental. Para isso, após mensuração do diâmetro equatorial e longitudinal, os

frutos foram separados em três classes, pequenos (24 a 28 mm), médios (28,1 a 31 mm)

e grandes (31,1 a 35 mm), sendo utilizado a mesma quantidade de frutos dessas classes

em todas as parcelas experimentais. Em seguida os frutos ideais para a extração de

sementes foram secos superficialmente a 37±2 °C, durante sete dias em estufa de

circulação, com a intenção de desprender a semente do endocarpo, ocasionando assim o

aumento da qualidade de extração, conforme sugerido por Rubio Neto et al. (2012).

2.2 Invento do protótipo

Nas instalações da Torneadora Ypiranga, em Rio Verde – GO, foi desenvolvido

um protótipo que utiliza sistema de engrenagens sincronizadas e diferentes rotações A

máquina têm emprego de dois conjuntos de cilindros na posição horizontal, sendo um

eixo fixo (Figura 1. 5) e outro soldado em base ajustável por manivela (Figura 1. 2-3),

permitindo que a máquina seja, manualmente ajustada a diferentes tamanhos de frutos,

devido, a heterogeneidade destes. Além disso, esse ajuste manual permite a máquina ser

adaptada para outras espécies de frutos, tanto da família Areaceae, como outras

famílias.

O conjunto de cilindros contém na extremidade dos eixos, um elemento de

quebra. Esse elemento de quebra é constituído por duas engrenagens de alumínio com 4

lócus cada (Figura 1. 7). Como os eixos/lócus são sincronizados, esses realizam a

quebra do fruto por meio da pressão e rotação gerada por um motor elétrico de 0,5 cv,

localizado na outra extremidade dos eixos. Esse protótipo permite também o ajuste da

rotação dessas engrenagens. Com isso, é possível obter a rotação de 10, 20 e 40 RPM e

permite o usuário obter diferentes quantidades e qualidades de sementes extraídas.

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Figura 1. Máquina extratora de sementes de Acrocomia aculeata Mart. Protótipo com

engrenagens sincronizadas. Fonte: Torneadora Ypiranga. Rio Verde, 2017.

2.3 Ensaio 1. Efeitos de diferentes RPM na qualidade física e fisiológica de

sementes de A. aculeta

Foram utilizadas três rotações distintas possíveis no protótipo (10, 20 e 40

RPM). Ao final do processo de secagem superficial, os frutos foram separados,

posteriormente passaram por diferentes rotações para avaliação da qualidade de quebra

dos frutos e das sementes, por meio das características trincadas (com rachaduras),

intactas (sem nenhum dano físico) e quebradas (partida em pedaços) tanto para frutos

quanto sementes. O experimento foi executado em delineamento inteiramente ao acaso

em esquema fatorial, contendo 4 repetições de 16 frutos.

Com base dos resultados de RPM, também foi avaliado as características

germinativas das sementes, extraídas de frutos quebrados nas rotações de 10, 20 e 40

RPM, e essas foram desinfetadas com três gotas de Tween em H2O corrente por 15

minutos, álcool 70% por 1 minuto, hipoclorito de sódio 20% por 20 minutos, lavadas

em água destilada e passaram por escarificação mecânica com ajuda de um bisturi

cirúrgico segundo Rubio Neto et al. (2014), em seguida foram semeadas em rolos de

papel germitest umedecidas com 50 mL de água destilada, sendo feito todo o

procedimento em câmera de fluxo laminar. As sementes foram incubadas em B.O.D,

1- Chapa de contenção dos

frutos

2- Base fixa de sustentação dos

elementos de quebra

3- Base ajustável de sustentação

dos elementos de quebra

4- Suporte para manivela de

ajuste de distancia

5- Eixo dos elementos de quebra

6- Adaptador mecanizado

7- Elementos de quebra

8- Eixo inferior de elementos de

quebra

9- Placa suporte

10- Elemento dentado principal

11- Elemento dentado

12- Tirantes de sustentação

13- Placa guia dos elementos

dentados

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regulada a 30±°C por 30 dias. Após a germinação das sementes, estas foram colocadas

em tubetes de 300 mL contendo substrato Bioplant® e mantidas em casa de vegetação

por 60 dias.

Foi realizada a contagem diária para o cálculo do índice de velocidade de

germinação (IVG) (MAGUIRE, 1962) e velocidade de germinação, além da

emergência, após as diferentes rotações e tempos de despolpa. As características

utilizadas para determinação do vigor das sementes foram avaliadas nos rolinhos, o

delineamento experimental foi inteiramente ao acaso, utilizando 3 rotações de quebra do

fruto (10, 20 e 40 rpm), com 4 repetições de 16 sementes. As médias foram realizadas

pelo Teste de Kruskal Wallis (5%).

2.4 Ensaio 2. Tempo de despolpa na qualidade física das sementes

extraídas

No ensaio 2, objetivou-se avaliar o melhor tempo de despolpa em relação à

qualidade de extração. Para isso, foi avaliado quatro tempos de despolpa (20, 40, 60, 80

minutos). E, após coleta, e secagem superficial como descrita anteriormente, os frutos

foram submetidos ao processo de despolpa utilizando a despolpadora de frutas e

hortaliças semelhante ao descascador de batata (modelo DBL-10 Bi-Volt B7041 -

Braesi) por diferentes tempos, visando otimizar a eficiência da máquina extratora de

sementes.

O ensaio foi realizado utilizando 4 tempos de despolpa (20, 40, 60 e 80 minutos)

com 4 repetições de 16 frutos. Ao final foi avaliada a qualidade da extração em relação

à integridade das sementes, e estas foram classificadas em sementes intactas (sem

nenhum dano físico), trincadas (com rachaduras), e quebradas (partida em pedaços),

além da padronização dos frutos por tamanho dentro de cada repetição. As médias

foram realizadas pelo Teste de Kruskal Wallis (5%).

2.5 Ensaio 3. Avaliação do substrato alternativo à base de subprodutos

de macaúba no crescimento de mudas

Após a coleta dos frutos, seleção, padronização, e secagem superficial como

descrita anteriormente, os frutos foram submetidos ao processo de extração, e as

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sementes utilizadas para montar o ensaio foram obtidas por meio da extração utilizando

a máquina extratora de sementes (Figura 2).

Figura 2. Coleta de frutos de Acrocomia aculeata (Jacq.) Loodiges ex Mart. em Iporá,

GO (A) Barra= 1m.; Frutos em secagem superficial (B) Barra=0.5m.; Despolpadora de

Frutos (C); Máquina extratora de sementes (D); Subprodutos derivados da extração (E);

Plantas jovens de macaúba no ensaio dos substratos (F) Barra= 10 cm. Foto: Alan

Carlos.

O material vegetal remanescente da extração das sementes de macaúba, ou seja,

epicarpo, endocarpo e mesocarpo dos frutos foram colocados em triturador TM 05

(Lippel) para obtenção de material para confecção de substrato para produção de mudas

de macaúba. Foi avaliado o substrato de macaúba (SM), ou seja, o fruto triturado sem

semente, Bioplant®, SM enriquecido com Bioplant® (1:1), e SM enriquecido com

vermiculita média (1:1). E foram utilizadas características de crescimento para

avaliação, como índice de velocidade de emergência (IVE) das plântulas, comprimento

médio de parte aérea, diâmetro do caule e número de folhas.

As sementes utilizadas para montar o ensaio foram obtidas por meio da extração

utilizando a máquina conforme demonstrado na Figura 2, essas foram escarificadas e

desinfetadas conforme o ensaio 2.4. Posteriormente, semeadas em papel germitest no

sistema rolo, e umedecidas com 50 mL de água e levadas para incubadora modelo

B.O.D, regulada a 32°C por 15 dias, 30 dias após o início do processo germinativo

foram colocadas em tubetes de 300 mL contendo os respectivos subtratos e mantidas em

casa de vegetação por 60 dias seguindo metodologia de Rubio neto et al. (2014). O

delineamento experimental adotado foi blocos ao acaso, contendo cinco blocos de 20

repetições em cada substrato.

3. Resultados e discussão

3.1 Coleta e secagem superficial dos frutos

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Os frutos foram coletados com 60% de teor de água, após o processo de secagem

superficial (Figura 3), os frutos atingiram teor de água de 42 %.

Figura 3. Teor de água de frutos de Macaúba [Acrocomia aculeata (Jacq.) Loddiges ex

Mart.], mantidos por 7 dias em estufa de circulação forçada de ar com temperatura

ajustada a 37±2°C. ± Erro Padrão da Média.

3.2 Efeitos de diferentes RPM na qualidade física e fisiológica de sementes

de A. aculeta.

Foi constatado que não houve diferença entre os diferentes tipos de rotações nas

características frutos quebrados e intactos (Tabela 1). Assim, recomenda-se a rotação de

20 RPM pela facilidade de abastecimento e rendimento da quebra, podendo ser adotada

a rotação de até 40 RPM quebrando cerca de 19,200 frutos por hora, dependendo do

destino final do fruto de macaúba. Foram obtidas médias superiores a 60% de quebra

dos frutos independente da rotação utilizada na máquina desenvolvida.

Apesar da velocidade de rotação não influenciar na quebra dos frutos foi adotada

a velocidade de 20 RPM pela facilidade de abastecimento, e para evitar acúmulo de

subprodutos derivados da extração nas engrenagens da máquina, em que a otimização

do processo pode ser comprometida.

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Tabela 1. Porcentagem de frutos de [Acrocomia aculeata (Jacq.) Loddiges ex Mart.],

quebrados e intactos em diferentes rotações da máquina extratora de sementes.

Qualidade da quebra Porcentagem

RPM Frutos quebrados Frutos intactos

10

20

40

66,7 ± 4,40 A¹

72,9 ± 2,50 A

68,8 ± 3,12 A

33,3 ± 4,40 A

27,1 ± 2,50 A

31,3 ± 3,12 A

¹Médias seguidas pela mesma letra maiúscula na linha não diferem entre si pelo Teste

de Kruskal Wallis (5%). ± Erro Padrão da Média.

A máquina extratora de sementes de macaúba também possui capacidade para

quebra de frutos completos, ou seja, sem ser despolpado, entretanto pelo seu tamanho,

faz com que as engrenagens trabalhem mais distantes, segundo Rubio Neto et al. (2014)

a qualidade de extração foi de 40% pelo método manual com auxílio de marreta de 1,5

kg e placa de concreto, utilizando a máquina extratora, foi possível obter quebra dos

frutos superior a 60% e, ressalta-se ainda que a máquina desenvolvida pode variar

conforme o objetivo da extração das sementes.

A máquina pode ser utilizada tanto para a extração de sementes destinadas a

produção de biocombustível, em que a qualidade da semente extraída não importa no

processo, ou seja, podem ser utilizados sementes quebradas e intactas obtidas na maior

rotação para o processamento de biocombustível, quanto também, pode ser destinada

para obtenção de sementes destinadas à produção de mudas, e a mesma deve ser feita na

rotação de 20 RPM para que seja obtido maior porcentagem de sementes intactas

(Tabela 2).

Tabela 2. Porcentagem de sementes de [Acrocomia aculeata (Jacq.) Loddiges ex

Mart.], quebradas e intactas em diferentes rotações da máquina extratora de sementes.

Qualidade da quebra Porcentagem

RPM Sementes quebradas Sementes intactas

10

20

40

19,44 ± 2,66 A¹

8,33 ± 4,74 A

19,44 ± 1,60 A

80,56 ± 2,66 A

91,67 ± 4,74 A

80,55 ± 1,60 A

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¹Médias seguidas pela mesma letra maiúscula na linha não diferem entre si pelo Teste

de Kruskal Wallis (5%).*médias obtidas de cada tratamento. ± Erro Padrão da Média.

A versatilidade da utilização das sementes de macaúba, que podem ser

destinadas para a produção de mudas, alimentação, ou produção de óleo está

reproduzida no protótipo desenvolvido, visto que com as diferentes rotações

disponíveis, é possível obter diferentes níveis de qualidade de semente. Logo, se o

objetivo do usuário desse protótipo for extração de óleo, ele poderá utilizar maior

rotação para extração das sementes, e a qualidade da extração não interfere no teor de

óleo. Por outro lado, se o objetivo for à produção de mudas, espera-se que as sementes

não tenham nenhum tipo de dano mecânico, visando à germinação e a proteção contra

micro-organismos que poderiam se aproveitar de possíveis fissuras.

Foi observado que as rotações de 10 e 20 RPM proporcionaram maiores taxas de

germinação, entretanto, pelo seu baixo rendimento em relação às demais rotações

levando em conta o total de frutos quebrados e sementes extraídas obtidos a 10RPM,

recomenda-se a rotação de 20 RPM (Tabela 3).

Tabela 3. Porcentagem de germinação, IVG (Índice de velocidade de germinação) e

emergência de [Acrocomia aculeata (Jacq.) Loddiges ex Mart.].

Qualidade da quebra Porcentagem

RPM Germinação IVG Emergência

10 77,00 ± 4,358 A¹ 0,68 ± 0,165 A 73,50 ± 10,887 A

20 67,50 ± 9,810 AB 0,66 ± 0,047 A 44,50 ± 14,315 A

40 26,50 ± 3,242 B 0,37 ± 0,027 A 53,00 ± 20,487 A

¹Médias seguidas pela mesma letra maiúscula na linha não diferem entre si pelo Teste

de Kruskal Wallis (5%). ± Erro Padrão da Média.

3.3 Tempo de despolpa na qualidade física das sementes extraídas

A máquina despolpadora promove movimento de rotação em uma lixa para

despolpa dos frutos e faz uso de água corrente durante todo processo, constatou-se que o

fruto, ao passar pela despolpa em todos os tempos avaliados obtiveram igualdade nas

variáveis frutos quebrados, frutos trincados e intactos (Figura 4), entretanto, levando em

consideração o tempo empregado para despolpa, torna-se inviável usar tempos

superiores a 20 minutos, desta forma, recomenda-se a despolpa dos frutos por 20

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minutos, devido à remoção do epicarpo em quantidade ideal para quebra. Os demais

tempos de despolpa removem maior quantidade de mesocarpo, em contrapartida

possuem elevado gasto de recursos (energia, água), de acordo com a máquina utilizada.

Foi possível determinar que em todos os tempos de despolpa testados ocorreram quebra

de aproximadamente 60% dos frutos que, somando aos trincados, atingiu

aproximadamente 90% de frutos quebrados. Ressalta-se que frutos trincados necessitam

mais uma quebra na máquina ou podem ser facilmente abertos manualmente.

Segundo Sousa Pereira et al. (2014) o epicarpo de frutos de Arecaceae pode ser

retirado utilizando faca de mesa, ou material semelhante que possa efetuar o corte. E na

maioria dos casos e feita de forma manual (FIOR et al., 2011), sendo assim, pela rigidez

do epicarpo e mucilagem do mesocarpo, que dificultam o processo de extração das

sementes, tanto de forma manual quanto na mecânica, utilizando o protótipo

desenvolvido, foi avaliado a utilização de uma máquina despolpadora para facilitar a

posterior quebra do fruto na máquina extratora, desenvolvida nesse trabalho.

Figura 4. Qualidade do processo de extração de frutos de [Acrocomia aculeata (Jacq.)

Loddiges ex Mart.], Porcentagem de frutos intactos, quebrados e trincados após

diferentes tempos de despolpa. ± Erro Padrão da Média *Significativo a 5%. Rio Verde

(GO), 2016.

Algumas espécies têm seu endocarpo rígido como Syagrus romanzoffiana

(Cham.) (MOREIRA et al., 2013), Acrocomia acuelata (Jacq.) Loddiges ex Mart.

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(RUBIO NETO et al., 2014), Mauritia flexuosa L. (REIS et al., 2017), e para se extrair

a semente é necessário a despolpa, a mesma facilita o trabalho de extração, aumentando

o rendimento operacional e estabilidade do fruto durante a prensagem, seja despolpa por

máquinas extratoras (ZUCHI et al., 2016) ou imersão em água.

O processo de despolpa mecânica remove partes dos frutos, sendo recomendada

para gêneros de Arecaceae (FERREIRA; GENTIL, 2006; COSTA; MARCHI, 2008)

com a intenção de acelerar e padronizar o processo de germinação (CURSI; CICERO,

2014). Bovi; Cardoso (1975) trabalhando com Euterpe edulis Mart. notaram que frutos

que tinham sua polpa removida manualmente, forneciam sementes com maior

desempenho, apresentando maior velocidade de germinação e uniformidade.

Entretanto, ocorre quebra de algumas sementes durante o processo de extração,

diante disso, recomenda-se aumentar a quantidade de frutos na mesma porcentagem de

quebra de sementes, para obtenção da quantidade desejada ao final do processo. Embora

houvesse quebra das sementes, isso acontece em todos os métodos avaliados, seja

manual ou mecânico (PHU; HUANG, 2013; RODRIGUES JUNIOR et al., 2013;

RUBIO NETO et al., 2014; FERRARI; SOLER 2015; HIRANRANGSEE et al., 2016).

Ao avaliar a qualidade das sementes extraídas de frutos despolpados por

diferentes tempos, não foi verificado diferença entre os tempos testados, que atingiram

média final de 62% por cento de sementes intactas, em que essas são excelentes para

produção de mudas (Figura 5). Além da elevada quantidade de sementes intactas, foi

obtido sementes trincadas e quebradas, cerca de 35%. Sendo que essas sementes podem

ser utilizadas na produção de biocombustíveis ou alimentos.

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Figura 5. Qualidade do processo de extração de sementes de [Acrocomia aculeata

(Jacq.) Loddiges ex Mart.], Porcentagem de sementes intactas, quebradas e trincadas

após diferentes tempos de despolpa. ± Erro Padrão da Média *Significativo a 5%. Rio

Verde (GO), 2016.

A despolpa dos frutos é fundamental para garantir maior qualidade da extração

das sementes de macaúba utilizando o protótipo desenvolvido nesse trabalho, essa

despolpa pode ser facilmente adaptada pelos viveiristas e produtores de mudas de modo

geral. Entretanto, utilizando a despolpadora de frutas e hortaliças, como foi realizada

nesse trabalho recomenda-se que os frutos sejam mantidos por 20 minutos na

despolpadora antes de serem submetidos à extração das sementes, pois a mesma

proporcionou mais de 70% de sementes intactas após a extração (Figura 5). Ressalta-se

ainda, que é possível a utilização de frutos inteiros, sem a necessidade de despolpa,

porém, pode haver acúmulo de polpa nas engrenagens, prejudicando o rendimento.

3.4 Avaliação do substrato alternativo à base de subprodutos de macaúba

no crescimento de mudas

Dentre os materiais testados, os subprodutos derivados da extração de sementes

de macaúba são recomendados quando misturados a algumas fontes comerciais, como

Bioplant® ou vermiculita, visando o crescimento de mudas de Acrocomia aculeata. Os

materiais de destaque na emergência das plântulas foram obtidos no substrato comercial

Bioplant® atingindo 0,5 dias no IVE, e naqueles enriquecidos com macaúba, como no

caso do SM enriquecido com vermiculita média e SM enriquecido com Bioplant® em

média 0,4 (Figura 6). Essa variação pode se dar ao fato do tamanho e a desuniformidade

das sementes em algumas espécies afetarem a taxa de germinação e vigor (OLIVEIRA

et al., 2016; SMIDERLE, et al., 2016). Assim os valores encontrados no IVE

demonstram a capacidade de substituição de até 50% do subtrato comercial pelo

subproduto derivado do processo de extração, barateando assim o custo de produção de

mudas (Figura 6).

A

B

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Figura 6. Médias (ab) do IVE (Índice de Velocidade de Emergência) de [Acrocomia

aculeata (Jacq.) Loddiges ex Mart.], em diferentes tipos de substrato. ± Erro Padrão da

Média *Significativo a 5%. Rio Verde (GO), 2017.

Ao testar substrato orgânico alternativo à base de subprodutos derivados da

extração de sementes de macaúba, foi constatado que a adição de fruto de macaúba

triturado a vermiculita média ou substrato comercial Bioplant®, promoveram resultados

semelhantes ao Bioplant® isoladamente. Vale lembrar, que a utilização isolada do

Bioplant é realidade em muitos viveiros produtores de mudas ornamentais. Diante disso,

fica evidente a capacidade de uso desse material alternativo adicionado aos substratos

comerciais, tornando o processo mais econômico financeiramente, sem perda no

crescimento inicial das mudas, além de evitar descarte de grande quantidade de material

antes não utilizado na produção de mudas. Pimentel et al. (2016) afirma que resultados

indicam que 25% do substrato orgânico misturado com solo é suficiente para produzir

mudas de macaúba com boa qualidade, sendo assim o aproveitamento do subproduto

gerado na extração e de extrema valia levando em consideração o processo comercial de

mudas.

Mudas produzidas em substratos orgânicos apresentam resultados promissores,

quanto a seu crescimento, este efeito se dá pela estrutura física do substrato, como

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formação de agregados de solo, melhorando o equilíbrio entre macro e microporos,

retenção de água, além de melhoria da textura, e favorece o desenvolvimento da raiz

(HARTMANN et al., 1997; PIMENTEL et al., 2016). O substrato também pode afetar

diretamente o número de folhas, como foi observado (Figura 7A), e os valores entre o

substrato comercial e as misturas à base de macaúba atingiram igualdade, enquanto o

substrato de SM atingiu o menor valor dentre os comparados.

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Figura 7. Médias do número de folhas (A), altura de plantas (B), e diâmetro de caule

(C) de [Acrocomia aculeata (Jacq.) Loddiges ex Mart.], em diferentes tipos de

substrato. ± Erro Padrão da Média.

O maior crescimento das mudas nos substratos com maiores proporções destes

resíduos pode ser explicado pelo aumento da fertilidade e melhoria das propriedades

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físicas, conforme destacado na literatura (LUSTOSA FILHO et al., 2015; ARAÚJO et

al., 2016), resultado corroborado ao encontrado neste ensaio (Figura 7B). Wang et al.,

(2015) encontraram melhores índices de altura e espessura de plantas de

Oncidium quando utilizaram substratos à base de fibra de coco. Para o diâmetro de

caule todas as misturas atingiram igualdade ao substrato comercial (Figura 7C).

4. Conclusão

Foi desenvolvida uma máquina extratora de sementes de A. aculeata, capaz de

quebrar frutos e extrair sementes em diferentes rotações e em qualidades diferentes;

Definiu-se a necessidade de despolpa dos frutos a serem utilizados na máquina

desenvolvida, no mínimo por 20 minutos;

Foi definida a rotação de 20 RPM para a extração de sementes de macaúba com

boa qualidade física e fisiológica, podendo utilizar rotações superiores como 40RPM

recomendada para produção de óleo ou alimentação;

O uso da mistura de substratos à base de subprodutos da extração de sementes de

macaúba, tornou-se viável para economia do processo de produção de mudas.

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