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0 , UNIVERSIDADE DO VALE DO TAQUARI - UNIVATES CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS CURSO DE DESIGN DESENVOLVIMENTO DE ESTAMPAS PARA BIQUÍNIS A PARTIR DAS OBRAS DE J. CARLOS Betina Inês Wilges Lajeado, Junho de 2018

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UNIVERSIDADE DO VALE DO TAQUARI - UNIVATES CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS

CURSO DE DESIGN

DESENVOLVIMENTO DE ESTAMPAS PARA BIQUÍNIS A PARTIR DAS OBRAS DE J. CARLOS

Betina Inês Wilges

Lajeado, Junho de 2018

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BETINA INÊS WILGES

DESENVOLVIMENTO DE ESTAMPAS PARA BIQUÍNIS A PARTIR DAS OBRAS DE J. CARLOS

Monografia apresentada na disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso II, do curso de Design, da Universidade do Vale do Taquari - UNIVATES, como parte da exigência para a obtenção do título de Bacharel em Design. Orientadora: Ma. Raquel Barcelos de Souza

Lajeado, Junho de 2018

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BETINA INÊS WILGES

DESENVOLVIMENTO DE ESTAMPAS PARA BIQUÍNIS A PARTIR DAS OBRAS DE J. CARLOS

A Banca examinadora abaixo aprova a Monografia apresentada na disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso II, no curso de Graduação em Design, da Universidade do Vale do Taquari - UNIVATES, como parte da exigência para a obtenção do grau de Bacharel em Design:

Profª. Ma. Raquel Barcelos de Souza (Orientadora) Universidade do Vale do Taquari - UNIVATES Profª. Ma. Sílvia Trein Heimfarth Dapper Universidade do Vale do Taquari - UNIVATES Profª. Me. Bruno da Silva Teixeira Universidade do Vale do Taquari - UNIVATES

Lajeado, Junho de 2018

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Dedico este trabalho aos meus pais, Ernane Wilges e Silvia Inês Wilges. E a minha irmã, Greice Daniela Wilges.

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente gostaria de agradecer a Deus, pois sem ele não estaria

realizando este sonho. Agradeço aos meus pais Ernane Wilges e Silvia Inês Wilges,

e a minha irmã Greice Daniela Wilges, pelo apoio neste período de minha vida, por

sempre estarem ao meu lado me ajudando e me auxiliando da melhor forma possível

para a realização dos meus sonhos, pela compreensão nesta etapa e nas demais para

chegar até aqui.

Agradeço a todos os professores da Universidade do Vale do Taquari –

Univates, pelo aprendizado gerados no decorrer do curso de Design. Em especial,

agradeço minha orientadora, Professora e Mestre Raquel Barcelos de Souza, pelo

auxilio e por transmitir seus conhecimentos no decorrer do presente trabalho.

Agradeço a Professora e Mestre Silvia Trein Heimfarth Dapper e ao Professor e

Mestre Bruno da Silva Teixeira, por acreditarem em meu potencial e me auxiliarem da

melhor forma possível.

Agradeço as minhas madrinhas Rejane Wilges e Gláucia Wilges, pelo apoio e

dedicação. Agradeço a Andiara Giordani Wink, por sua generosidade. Agradeço a

minha tia Renate Wilges, que prontamente me auxiliou neste trabalho. Agradeço a

minha família. Agradeço todos os meus amigos pela compreensão e apoio. Agradeço

a todos as demais pessoas que, diretamente ou indiretamente, contribuíram para o

sucesso deste trabalho.

Por fim, agradeço a José Carlos de Brito e Cunha mais conhecido como J.

Carlos, por suas incríveis e notáveis obras.

Meu muito obrigada a todos!

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RESUMO

O presente trabalho apresenta criação e produção de padrões característicos do

Design de Superfície, inspirados em quatro capas do designer carioca J. Carlos para

a revista “Para Todos...”, onde são demonstrados por seus traços e técnicas

elementos do movimento Art Déco. Para a realização das análises dos elementos das

obras foi utilizado o livro Sintaxe da Linguagem Visual, pois apresenta uma variedade

de métodos que proporciona uma melhor compreensão dos elementos escolhidos

para a criação das capas. Com isto, no decorrer do trabalho é demonstrado um breve

relato sobre Design Gráfico no Brasil, a caricatura no Brasil, a história do designer J.

Carlos e sua atuação nas principais revistas da década de 20, e um estudo referente

ás técnicas e criação de padronagens para o Design de Superfície. Os padrões

criados neste projeto foram aplicados em substrato Têxtil, para a aplicação em

biquínis.

Palavras-chave: Design; Design de Superfície; J. Carlos; Estamparia Têxtil.

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ABSTRACT

The present work presents the creation and production of characteristic components

of the Design of Surface, inspired in their covers of the carioca designer J. Carlos for

the magazine “Para todos…”, where they are demonstrated by their traces and the

techniques elements of the Art Decó movement. For the works of the newspapers, the

book Syntax of the Visual Language was used, because it presents a variety of

methods that provides a better understanding of the chosen elements for the creation

of the covers. With this, there is no work on the history of Graphic Design in Brazil, a

caricature in Brazil, a story of the designer J. Carlos and his performance in the main

figures of the 1920s, and a little training in techniques of creation of images. standards

for Surface Design. The texts were sent to the substrate Textile, for an application in

bikinis.

Keywords: Design; Surface Design; J. Carlos; Stamping.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1- Caricatura de K.lixto: Os nossos Caricaturista ........................................... 18 Figura 2- J. Carlos ..................................................................................................... 19

Figura 3 - Melindrosas ............................................................................................... 20 Figura 4 - Almofadinhas e Melindrosas ..................................................................... 20 Figura 5 - Careta - 1914 e 1919 ................................................................................ 23 Figura 6 - Careta - 1920 e 1921 ................................................................................ 23 Figura 7 – Careta - 1936 ........................................................................................... 24

Figura 8 - Careta - 1940 ............................................................................................ 24 Figura 9 - Careta - 1944 ............................................................................................ 25 Figura 10 - Careta - 1945 .......................................................................................... 25

Figura 11 - Careta - 1945 .......................................................................................... 26 Figura 12 - Última capa da carreira de J. Carlos - Careta (1950) .............................. 26 Figura 13 - Logotipo para seções internas d' O Malho .............................................. 28 Figura 14 - O Malho - 1904 ....................................................................................... 28

Figura 15 - O Malho - 1905 ....................................................................................... 29 Figura 16 - O Malho - 1906 ....................................................................................... 29 Figura 17 - O Malho - 1906 ....................................................................................... 30 Figura 18 - O Malho – 1922 e 1927 ........................................................................... 30

Figura 19 - O Malho - 1923 ....................................................................................... 31 Figura 20 - O Malho - 1927 e 1930 ........................................................................... 31

Figura 21 - Uso de fotografia nas páginas internas d'O Malho .................................. 32 Figura 22 - Quatro capas sequências de Para Todos... - 1927 ................................. 34 Figura 23 - Para Todos... - 1926 ............................................................................... 35

Figura 24 - Para Todos... – 1927 ............................................................................... 35 Figura 25 - Para Todos... - 1927 ............................................................................... 36

Figura 26 - Para Todos... - 1927 ............................................................................... 36 Figura 27 - Para Todos... – 1927 ............................................................................... 37

Figura 28 - Para Todos... - 1928 ............................................................................... 37 Figura 29 - Para Todos... - 1930 ............................................................................... 38 Figura 30 - Desenhos e fotografias estabelecem um diálogo irônico nas páginas de Para Todos... ............................................................................................................. 38

Figura 31 - Alguns exemplos do Art Déco ................................................................. 40 Figura 32 - Equilíbrio ................................................................................................. 42 Figura 33 - Instabilidade ............................................................................................ 42 Figura 34– Simetria ................................................................................................... 42 Figura 35 - Assimetria ............................................................................................... 43

Figura 36 - Regularidade ........................................................................................... 43 Figura 37 - Irregularidade .......................................................................................... 43

Figura 38 - Simplicidade ............................................................................................ 44 Figura 39 - Complexidade ......................................................................................... 44 Figura 40 - Unidade ................................................................................................... 45 Figura 41 - Fragmentação ......................................................................................... 45 Figura 42 - Economia ................................................................................................ 46

Figura 43 - Profusão .................................................................................................. 46 Figura 44 - Minimização ............................................................................................ 47 Figura 45 -Exagero .................................................................................................... 47

Figura 46 - Previsibilidade ......................................................................................... 48 Figura 47 - Espontaneidade ...................................................................................... 48

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Figura 48 - Atividade ................................................................................................. 48

Figura 49 - Estase ..................................................................................................... 49 Figura 50 - Sutileza ................................................................................................... 49 Figura 51 - Ousadia ................................................................................................... 49 Figura 52 - Neutralidade ............................................................................................ 50 Figura 53 - Ênfase ..................................................................................................... 50

Figura 54 - Transparência ......................................................................................... 51 Figura 55 - Opacidade ............................................................................................... 51 Figura 56 - Estabilidade ............................................................................................ 51 Figura 57 - Variação .................................................................................................. 52 Figura 58 - Exatidão .................................................................................................. 52

Figura 59 - Distorção ................................................................................................. 52

Figura 60 - Planura .................................................................................................... 53

Figura 61 - Profundidade ........................................................................................... 53 Figura 62 - Singularidade .......................................................................................... 54 Figura 63 - Justaposição ........................................................................................... 54 Figura 64 - Sequencialidade...................................................................................... 55

Figura 65 - Acaso ...................................................................................................... 55 Figura 66 - Agudeza .................................................................................................. 56

Figura 67 - Difusão .................................................................................................... 56 Figura 68 - Repetição ................................................................................................ 57 Figura 69 - Episodicidade .......................................................................................... 57

Figura 70 - Para Todos... 1926 .................................................................................. 58 Figura 71 - Para Todos... 1927 .................................................................................. 59

Figura 72 - Para Todos... 1927 .................................................................................. 61

Figura 73 - Para Todos... (1927) ............................................................................... 62 Figura 74 - Papelaria ................................................................................................. 65 Figura 75 – Estampa Corrida .................................................................................... 66 Figura 76 - Estampa Localizada ................................................................................ 67

Figura 77 - Módulo .................................................................................................... 68 Figura 78 - Estampa artesanal africana sobre tecido de algodão ............................. 69

Figura 79 - Exemplos de sistemas de repetição ........................................................ 70 Figura 80 - Sistema alinhado ..................................................................................... 70 Figura 81 - Sistema não-alinhado ............................................................................. 71

Figura 82 - Sublimação ............................................................................................. 73 Figura 83- Etapas da Metodologia ............................................................................ 74

Figura 84 - Desfile Salinas ........................................................................................ 76 Figura 85 - Esboços iniciais dos elementos percebidos nas capas ........................... 77

Figura 86 - Mapa mental da obra 1 ........................................................................... 79 Figura 87 - Mapa mental da obra 2 ........................................................................... 80 Figura 88 - Mapa mental da obra 3 ........................................................................... 80 Figura 89 - Mapa mental da obra 4 ........................................................................... 81 Figura 90 - Modelos impressos ................................................................................. 82

Figura 91- Linha Misteriosa - Primeiro módulo .......................................................... 84 Figura 92 - Linha Misteriosa - Segundo módulo ........................................................ 85 Figura 93 - Linha Misteriosa - Terceiro módulo ......................................................... 86 Figura 94 - Linha Misteriosa - Quarto módulo ........................................................... 87 Figura 95 - Linha Misteriosa - Quinto módulo............................................................ 88 Figura 96 - Linha Misteriosa - Sexto módulo ............................................................. 89 Figura 97 - Linha Espantalho - Primeiro módulo ....................................................... 90

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Figura 98 - Linha Espantalho - Segundo módulo (cor 1) ........................................... 91

Figura 99 - Linha Espantalho - Segundo módulo (cor 2) ........................................... 92 Figura 100 - Linha Espantalho - Terceiro módulo ..................................................... 93 Figura 101 - Linha Espantalho - Quarto módulo........................................................ 94 Figura 102 - Linha Espantalho - Quinto módulo ........................................................ 95 Figura 103 - Linha Espantalho - Sexto módulo ......................................................... 96

Figura 104 – Linha Ousada - Primeiro módulo .......................................................... 97 Figura 105 - Linha Ousada - Segundo módulo.......................................................... 98 Figura 106 - Linha Ousada - Terceiro módulo ........................................................... 99 Figura 107 - Linha Ousada - Quarto módulo ........................................................... 100 Figura 108 - Linha Ousada - Quinto módulo ........................................................... 101

Figura 109 - Linha Ousada - Sexto módulo ............................................................. 102

Figura 110 - Linha Dançarina - Primeiro módulo ..................................................... 103

Figura 111 - Linha Dançarina - Segundo módulo .................................................... 104 Figura 112 - Linha Dançarina - Terceiro módulo ..................................................... 105 Figura 113 - Linha Dançarina - Quarto módulo ....................................................... 106 Figura 114 - Linha Dançarina - Quinto módulo........................................................ 107

Figura 115 - Linha Dançarina - Sexto módulo ......................................................... 108 Figura 116 - Aplicação Linha Misteriosa ................................................................. 109

Figura 117 - Aplicação Linha Misteriosa ................................................................. 110 Figura 118 - Aplicação Linha Misteriosa ................................................................. 111 Figura 119 - Aplicação Linha Misteriosa ................................................................. 112

Figura 120 - Aplicação Linha Misteriosa ................................................................. 113 Figura 121 - Aplicação Linha Misteriosa ................................................................. 114

Figura 122 - Aplicação Linha Espantalho ................................................................ 115

Figura 123 - Aplicação Linha Espantalho ................................................................ 116 Figura 124 - Aplicação Linha Espantalho ................................................................ 117 Figura 125 - Aplicação Linha Espantalho ................................................................ 118 Figura 126 - Aplicação Linha Espantalho ................................................................ 119

Figura 127 - Aplicação Linha Espantalho ................................................................ 120 Figura 128 - Aplicação Linha Ousada ..................................................................... 121

Figura 129 - Aplicação Linha Ousada ..................................................................... 122 Figura 130 - Aplicação Linha Ousada ..................................................................... 123 Figura 131 - Aplicação Linha Ousada ..................................................................... 124

Figura 132 - Aplicação Linha Ousada ..................................................................... 125 Figura 133 - Aplicação Linha Ousada ..................................................................... 126

Figura 134 - Aplicação Linha Dançarina ................................................................. 127 Figura 135 - Aplicação Linha Dançarina ................................................................. 128

Figura 136 - Aplicação Linha Dançarina ................................................................. 129 Figura 137 - Aplicação Linha Dançarina ................................................................. 130 Figura 138 - Aplicação Linha Dançarina ................................................................. 131 Figura 139 - Aplicação Linha Dançarina ................................................................. 132

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 12

1.1 Problematização ............................................................................................ 13

1.2 Objetivos ........................................................................................................ 13 1.2.1 Objetivo Geral .............................................................................................. 13 1.2.2 Objetivos Específicos ................................................................................... 13

1.3 Justificativa .................................................................................................... 14

1.4 Divisão de Capítulos ..................................................................................... 15

2 REFERENCIAL TEÓRICO ................................................................................. 16

2.1 Design gráfico no Brasil ............................................................................... 16

2.2 A caricatura no Brasil ................................................................................... 17

2.3 Sobre J. Carlos .............................................................................................. 18 2.3.1 Obras de J. Carlos ....................................................................................... 21 2.3.2 Influências do Art Déco nas obras de J. Carlos ........................................... 39 2.3.3 Análise das obras de J. Carlos ..................................................................... 41

3 DESIGN DE SUPERFÍCIE .................................................................................. 64

3.1 Módulo e Repetição ....................................................................................... 68

3.2 Técnicas de estamparia ................................................................................ 71

4 METODOLOGIA ................................................................................................. 74

4.1 Problema ........................................................................................................ 75

4.2 Definição do Problema .................................................................................. 75

4.3 Componentes do Problema .......................................................................... 75

4.4 Coleta de Dados ............................................................................................ 76

4.5 Análise de Dados ........................................................................................... 76

4.6 Criatividade .................................................................................................... 77 4.6.1 Mapa mental ................................................................................................ 79

4.7 Materiais e Tecnologias ................................................................................ 81

4.8 Experimentação ............................................................................................. 81

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4.9 Modelo ............................................................................................................ 82

4.10 Verificação ..................................................................................................... 83

4.11 Desenhos de Construção ............................................................................. 83 4.11.1 Módulos – Linha Misteriosa ...................................................................... 84 4.11.2 Módulos – Linha Espantalho ..................................................................... 89 4.11.3 Módulos – Linha Ousada .......................................................................... 96 4.11.4 Módulos – Linha Dançarina .................................................................... 102

4.12 Solução ........................................................................................................ 108

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................. 133

6 REFERÊNCIAS ................................................................................................ 135

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1 INTRODUÇÃO

O design gráfico brasileiro está cada vez mais presente no cotidiano da

sociedade, contendo projetos com alto grau de complexidade e sofisticação. O

profissional desta área deve ter conhecimento teórico-prático, ser sensível, conhecer

processos técnicos, ter pensamento sistêmico... entre outras características, para

poder desenvolver os mais variados projetos. O design é uma área recente no campo

das profissões, onde são constituídos métodos, técnicas e conhecimentos. Segundo

Cardoso (2006, p.8), para muitos o início do design brasileiro acontece por volta de

1960, por intermédio da primeira escola de design ESDI1, então o que era criado antes

desta década não era considerado design, porém, é sabido que anterior a 1960, no

Brasil, já eram desenvolvidas atividades projetuais com alto grau de dificuldade,

sofisticação tecnológica e valor econômico, encontrado em produtos cerca de

cinquenta, ou até mesmo, cem anos antes da década de 60.

O ano de 1920, por sua vez, foi um período importante para fortalecer a

indústria nacional Brasileira, apresentando atividades projetuais na área comercial

através de projetos gráficos. Por meio da caricatura e ilustração, a representação dos

acontecimentos da época transmitidos por intermédio de revistas, que destaca-se por

excelentes profissionais, entre eles J. Carlos, responsável pela criação de arte.

O carioca José Carlos de Brito e Cunha mais conhecido como J. Carlos,

nascido em 1884, é considerado um talentoso cronista visual da época, classificado

como o melhor exemplo de designer moderno. J. Carlos trabalhou com tecnologias

gráficas e fotográficas na produção de livros, revistas, cartazes, entre outros, atuando

na área da caricatura, ilustrações, tipografias, charges, logotipos, vinhetas, adornos,

desenhos infantis e de publicidade. Sua trajetória foi marcada em quase todas as

revistas importantes da época como: O Malho; Para Todos...; A Cigarra e Vida

Moderna (ambas de São Paulo); Revista Nacional; Cinearte; Fon-Fon; A Avenida;

Tico-Tico; O Papagaio; O Cruzeiro e A Noite. Segundo Ramos (2011, p. 97) J. Carlos

foi o grande destaque da época, entre seus inúmeros trabalhos notáveis, sua série de

capas da revista “Para todos...” é considerada um dos importantes referencial do

design gráfico brasileiro.

1 ESDI – Escola Superior de Desenho Industrial, curso de Design da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, fundada em 1962, porém, teve início em suas atividades em 1963.

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J. Carlos por sua vez, transmite por meio de suas obras, elementos do

movimento Art Déco, caracterizando-se pelas suas melindrosas e cenários a sua

volta, com formas geométricas, angulares e uma variedade de paleta de cores, com a

utilização de técnica de sobreposição e criação de novos tons desenvolvidos por ele.

Mediante ao seu olhar, J. Carlos demonstrou para a sociedade seu olhar e

peculiaridade com formas comuns e acontecimentos do cotidiano, deixando em

evidencia o movimento Art Déco na revista Para Todos...

1.1 Problematização

Ao longo da década de 20, o design gráfico tornou-se por meio de revistas um

recurso capaz de conduzir o olhar e percepção dos acontecimentos gerados pela

época, pela peculiaridade de grandes nomes do design. Cartunistas, ilustradores e

chargistas, os quais demonstravam para a sociedade, em fatos reais, o que estava

ocorrendo no momento. Esta pesquisa destaca o trabalho de design gráfico

desenvolvido por, J. Carlos, o responsável pela criação de arte das principais revistas

da cidade e região. Por meio de seu olhar, percepção e técnica, desenvolveu trabalhos

com características próprias e movimentos, como o Art Déco, em seus personagens

e entornos.

Com a intensão de divulgar o trabalho desse importante representante do

design gráfico brasileiro questiona-se: É possível utilizar a obra de J. Carlos como

fonte de inspiração para a criação de uma coleção de estampas para biquínis?

1.2 Objetivos

1.2.1 Objetivo Geral

O objetivo geral deste trabalho é a criação de padrões têxteis para confecções

de biquínis a partir da análise de algumas capas da revista “Para Todos...”, criadas

pelo designer brasileiro J. Carlos.

1.2.2 Objetivos Específicos

a) Realizar um referencial teórico sobre o designer J. Carlos;

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b) Selecionar as obras do designer J. Carlos, que serão utilizadas para

conduzir o trabalho na criação das padronagens;

c) Projetar padrões a partir das análises realizadas pelas obras do designer

e sua aplicação em biquínis;

d) Realizar uma pesquisa Bibliográfica sobre Design de Superfícies.

1.3 Justificativa

Ao longo dos anos, o design vem sofrendo uma série de processos de evolução

estética e cultural, onde o mesmo, se preocupa com todos os aspectos no

desenvolvimento de um projeto, não se preocupando apenas em fatores funcionais, e

sim, com fatores emocionais e culturais, buscando da melhor forma possível atender

seu público com projetos simbólicos. Os usuários procuram modelos que reúnem

todos os aspectos que lhe são importantes que façam com que se sintam bem com

um toque atual, a moda por si só, auxilia muito na vida da sociedade, portanto, para

gerar um produto eficaz para o consumidor o designer busca sempre inovar e muitas

vezes relembrar e reutilizar traços de outros designers importantes tanto no ramo da

moda, de produto e do gráfico.

Este fenômeno observa-se atualmente dentro da área do design como sendo

uma valorização do passado traduzida na estética e nas formas de projetos variados.

Pode-se notar este fenômeno através dos modelos gerados por designers de moda,

por exemplo, que recriam modelos da década de 70, 80 e 90 nos modelos atuais,

abrangendo ainda mais as opções para o público sempre pensando no bem estar dos

usuários.

A razão da escolha do designer J. Carlos, como fonte de inspiração, surgiu por

meio de sua atuação na área do design, e por suas notáveis obras que são um marco

no design gráfico no Brasil. Apesar de suas marcantes obras, que relatavam a

sociedade por meio de ilustrações, o designer que era tão importante na década de

1920 ainda é muito pouco mencionado nos dias atuais por designers da atualidade.

Desta forma, este trabalho traz para a discussão acadêmica um novo olhar

sobre as obras de J. Carlos, colaborando com outras pesquisas dedicadas a figura de

J. Carlos e de seus trabalhos.

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Visto isto, o presente trabalho apresenta esboços e a produção, de padrões,

por meio do Design de Superfície, onde foram gerados módulos, os quais foram

submetidos a uma série de repetições, conhecido pelo termo rapport. Sendo então,

criada uma coleção de estampas para biquínis, a partir de uma pesquisa de elementos

do design presentes em algumas obras do designer J. Carlos. Para tal fim, foram

analisadas cerca de quatro obras do designer na revista “Para Todos...” que

evidenciam traços e a estética do Art Déco em suas capas.

1.4 Divisão de Capítulos

O presente trabalho está dividido da seguinte forma: no primeiro capítulo consta

a introdução; o problema de pesquisa; objetivos gerais e específicos; justificativa e a

demarcação da divisão dos capítulos do trabalho. No segundo capítulo é realizado o

referencial teórico, em que é abordado a história do Design Gráfico no Brasil; A

caricatura no Brasil; Sobre J. Carlos, demonstrando algumas de suas obras, a

influência do art déco em seus trabalhos e análises de suas quatro capas para a

revista “Para Todos...” selecionadas. No terceiro capítulo traz um estudo do Design

de Superfície, onde contempla seu conceito, características e aplicações. No quarto

capítulo é demonstrado a metodologia empregada no trabalho, que auxiliou no

desenvolvimento de cada etapa. O quinto capítulo contempla as considerações finais,

percebidas no decorrer da pesquisa.

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16

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 Design gráfico no Brasil

No Brasil, somente em 1808, com a chegada da família real, é então permitido

a utilização de máquinas tipográficas, antes proibida sua utilização pela Coroa

portuguesa que durou cerca de três séculos. Após ser liberada a utilização destes

meios, passam a se difundir rapidamente, em seu início não possuía um padrão visual

que diferenciava jornais de revistas e livros. Com o tempo cada modalidade gráfica

sofreu modificações, onde então, foram criados elementos visuais que diferenciavam

cada uma delas. As revistas criadas na época tinham como intuito atrair a atenção

dos leitores, sendo um dos marcos da memória gráfica brasileira do século XIX.

(RAMOS; MELO, 2011)

A definição de indústria gráfica surgiu entre 1830 e 1890, através das

transformações fabris que marcaram a industrialização, desde então, as imagens

impressas tornam-se acessíveis a população devido ao avanço da tecnologia, onde

anteriormente, eram apenas desfrutadas por quem possuía um valor aquisitivo maior

devido aos custos destes materiais e mão-de-obra. No Brasil, pode-se citar, a rica

tradição de revistas ilustradas, representada pelas mais importantes a “Semana

Ilustrada” – de Henrique Fleuiss – que circulou entre 1860 e 1876; e a “Revista

Ilustrada” – de Ângelo Agostini – que circulou entre 1876 a 1898. (CARDOSO)

Entre 1910 e 1920, destaca-se um importante designer brasileiro J. Carlos, que

atuou diretamente como diretor de arte de revistas da época, lembrado como

caricaturista e ilustrador. Demonstrando nesta época projetos gráficos com alto grau

de amadurecimento e sofisticação. (CARDOSO, 2006)

Outro marco da década de 20 foi a chegada da impressão em offset, com alto

grau de qualidade para a época. Após o término da Segunda Guerra Mundial e no

decorrer dos próximos séculos, a fotografia se torna protagonista da linguagem visual

gráfica. Observa-se a fotografia como um meio de retratar e demonstrar como registro

a realidade dos acontecimentos da época e o avanço da tecnologia. No decorrer dos

anos as técnicas e processos vão se aprimorando, e por volta de 1950 e 1960,

apresenta-se o design modernista no Brasil. (RAMOS; MELO, 2011)

De acordo com Schneider (2010), na década de 1960 e 1990, surgiu o design

gráfico brasileiro, devido ao constante debate entre o design europeu e também com

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o design norte-americano, as técnicas digitais das metrópoles geraram uma

reformulação da profissão design.

O termo design gráfico designa um conjunto de atividades de meio de

comunicação visual e criação, essas atividades são encontradas em materiais

impressos como revistas; cartazes; jornais; livros; entre outros; e também em meios

digitais devido ao avanço da tecnologia. O designer gráfico é responsável por criar

comunicações visuais por meio de ilustrações, tipografias, conceitos, além de

desenvolver projetos que transmitam para sociedade informações sobre o que está

ocorrendo nos dias atuais e informações do cotidiano. Isso é facilmente observado em

anúncios; marcas; símbolos; logotipos; embalagens; camisetas; entre outros.

2.2 A caricatura no Brasil

A caricatura é um meio de representação gráfica ou plástica, podendo ser

empregado a pessoas, coisas, acontecimentos e ideias. Baseia-se na criação de

desenhos com traços sinuosos, que representam de alguma forma elementos e

aspectos grotescos de pessoas ou acontecimentos. As características encontradas e

trabalhadas de determinado fato ou pessoa, normalmente, é projetado através do

exagero, enfatizando determinados pontos. Pode-se observar isto, através da

caricatura pessoal, que enfatiza as características físicas da pessoa desenhada; e,

caricaturas de situações, que empregam elementos do cotidiano, podendo ser

acontecimentos reais ou imaginários relacionando com costumes ou comportamentos

de outras pessoas. (FONSECA, 1999)

No Brasil, devido à demora da liberação da impressa, a caricatura surgiu

apenas em 1837 através do desenho produzido por Manuel de Araújo Porto Alegre

(1806-1879), original da cidade de Rio Parto – Rio Grande do Sul. Com a proibição da

imprensa pela coroa real, a caricatura, era manifestada de outras formas, podendo

ser vista em bonecos de carnaval, fantasias que representavam costumes e atos da

época, entre outros meios. O Brasil possui um leque significativo de caricaturistas (fig.

1, pág. 18) e publicações de humor como meio de manifestos políticos, podendo

destacar: Yantok; Romano; Helios; Nemesio; Amaro; Cícero; Perdigão; Raul; K.lixto;

J. Carlos; Luiz; Fritz; Loureiro; e Gil.Neste ramo, cada artista possui uma singularidade

especifica e traços inconfundíveis. (SILVA, 2009)

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Figura 1- Caricatura de K.lixto: Os nossos Caricaturista

Fonte: Godoy; Goulart (2012)

De acordo com Fonseca (1999), no início do século XX surgiram as revistas: O

Malho (1902), Kosmos (1904), Fon-Fon! (1907), Careta (1908) e Revista da Semana.

Pode-se destacar nestas revistas a participação de ilustres profissionais brasileiros

como: Raul (Raul Paranhos Pederneiras), K. Lixto (Calixto Cordeiro), J. Carlos (José

Carlos de Brito e Cunha), entre outros.

2.3 Sobre J. Carlos

Nascido em 1884, no município do Rio de Janeiro, Brasil, José Carlos de Brito

Cunha (fig. 2, pág. 19) mais conhecido como J. Carlos, considerado como um dos

maiores cronistas visuais na primeira metade do século XX, retratou em suas obras a

beleza e elegância do cotidiano da cidade do Rio de Janeiro e seus habitantes.

Expondo, assim, suas ideologias e críticas a sociedade carioca por meio de

caricaturas; charges; tipografia; vinhetas; publicidade; e outros meios de produtos

gráficos.

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Figura 2- J. Carlos

Fonte: Godoy; Goulart (2012)

J. Carlos em 1902, aos 18 anos de idade, sob o auxílio de Paul; K.lixto; Raul

Pederneiras; Augusto Santos e Bastos Tigre, anunciaram o surgimento d’O Tagarela,

revista responsável por ilustrações humorísticas, mas pensando como um meio de

divulgação literária. J. Carlos, por se destacar em seus trabalhos no decorrer do ano,

foi encarregado de gerar a capa da revista no ano seguinte. (MARTINS; LUCA, 2011)

Em 1908, aos 24 anos, foi convidado para trabalhar na editora Kosmos, dirigida

pelo empresário e jornalista Jorge Schmidt, nomeado como Ilustrador executivo para

a revista Careta, gerando cerca de dez e vinte desenhos por números. Em sua

trajetória o designer gerou a personagem Melindrosa (fig. 3, pág. 20) representação

da beleza feminina, que era almejada pelas garotas da sociedade e a imagem da

mulher idealizada pelo homem e; o Almofadinha (fig. 4, pág. 20) que representava o

homem da sociedade, com um olhar crítico sobre o homem da época, considerados

um dos marcos em suas obras. Entre 1922 e 1931, foi diretor de arte de todas as

revistas do grupo Pimenta de Mello e Cia, entre elas estão as revistas: O Malho; Para

todos...; Ilustração Brasileira; Leitura Para Todos...; Tico-Tico. (SOBRAL, 2006)

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Figura 3 - Melindrosas

Fonte: Godoy; Goulart (2012)

Figura 4 - Almofadinhas e Melindrosas

Fonte: Pinheiro; Freitas (2014)

Fonseca (1999) descreve J. Carlos como sendo um trabalhador incansável e

influenciador da mulher brasileira em seus desenhos:

[...] glorificou a mulher e gerou tipos, alcançando, por isso, dimensão universal, imortalizando a figura fascinante da jovem garota melindrosa, um tipo característico dos anos 1930, graciosa, coqueta e de recatada

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sensualidade, que as jovens da época procuravam imitar com os penteados, os vestidos, e a pose. Soube, como nenhum outro, captar o espírito carioca. (FONSECA, 1999, p.231)

J. Carlos com seu traço elegante retratava a paisagem carioca, no meio das

mudanças que a cidade sofria pela nova capital, sob as ruínas da velha cidade

imperial. Suas caricaturas referentes ao carnaval, era gerado por meio de crítica

política ou modos e costumes da época, com traços finos e sofisticados. (CUNHA,

2008)

Sobral (2006) descreve a técnica empregada por J. Carlos, com a utilização de

fotografias em seus trabalhos:

Brincando com a ideia de figura e fundo, utiliza colagem, sobreposição, variação de escala, recortes geométricos e fios que se misturam à foto com o intuito de dar movimento e tridimensionalidade à moça retratada. Ousadia e modernidade eram as palavras-chave do projeto, e a busca constante pela inovação pode ser percebida quando acompanhamos a evolução dos recortes utilizados nas fotografias. Esgotados os espelhos ornamentados e as molduras geométricas, J. Carlos parte para recortes livres, formas irregulares e pontiagudas nas quais encerra atrizes do cinema e do teatro. (SOBRAL, 2006, pág. 153)

De acordo com Ramos e Melo (2011), um dos principais marcos em sua

carreira e principal momento como designer da época, surgiu na revista Para Todos...,

que a partir de 1926, muda de perfil editorial e J. Carlos é responsável por redefinir os

rumos da linguagem gráfica empregada pela revista.

O então célebre ilustrador e caricaturista da época faleceu em 1950, após sofrer

um mal súbito sobre a prancheta de trabalho, na redação da revista Careta. (CUNHA,

2008)

2.3.1 Obras de J. Carlos

J. Carlos um dos maiores cronistas visuais de sua época, destaca-se pelo seu

traço original e técnicas empregadas em suas obras, relatando cenas do cotidiano,

hábitos, comportamentos e costumes da sociedade. Obras marcantes que geravam

harmonia com tipografias, fotografias, caricaturas e ilustrações, elementos que mais

se destacavam nas obras do designer, com suas técnicas impressionantes e domínio

que possuía na criação de cada obra. Em sua trajetória desenvolveu projetos para as

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principais revistas da época, tornando-se o marco do design gráfico brasileiro,

podendo ser observado a seguir.

Careta

A revista Careta foi fundada por Jorge Schimidt, 1908, tendo como colaboração

nas ilustrações J. Carlos e K.Lixto. Já na colaboração de informações por meio de

escritas contou com o apoio de Olavo Bilac, Martins Fontes, Lima Barreto e Bastos

Tigre. Na revista os leitores encontravam poesias, opiniões, piadas, notícias, criticas,

sátiras políticas e de costumes, entre outros. (CUNHA, 2008)

Em 1908, J. Carlos foi convidado para ser o ilustrador executivo da revista

Careta, onde seu trabalho serviu como uma especialização. Na revista pôde

aprofundar seu conhecimento técnico na área gráfica, explorar os meios da tecnologia

e aperfeiçoando cada vez mais seu traço. Seu talento na revista foi admirado por todo

o território nacional, onde por meio da Careta, demonstrou como o Brasil era para o

Brasil. J. Carlos colaborou com a revista “Caretas” durante treze anos, deixando de

ser o então ilustrador exclusivo, para trabalhar com o principal concorrente, O Malho.

(p.128)

Em 1935 retorna à revista, na qual realizou inúmeros trabalhos notáveis de sua

época, até chegar em 1950 onde morre, após sofrer um mal súbito sobre a prancheta

de trabalho, na redação da revista Careta. (CUNHA, 2008)

A seguir algumas obras criadas pelo designer em sua trajetória na revista (fig.

5 e 6, pág. 23; fig. 7 e 8, pág. 24; fig. 9 e 10, pág. 25; fig. 11 e 12, pág. 26):

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Figura 5 - Careta - 1914 e 1919

Fonte: Godoy; Goulart (2012)

Figura 6 - Careta - 1920 e 1921

Fonte: Godoy; Goulart (2012)

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Figura 7 – Careta - 1936

Fonte: Godoy; Goulart (2012)

Figura 8 - Careta - 1940

Fonte: Godoy; Goulart (2012)

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Figura 9 - Careta - 1944

Fonte: Godoy; Goulart (2012)

Figura 10 - Careta - 1945

Fonte: Godoy; Goulart (2012)

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Figura 11 - Careta - 1945

Fonte: Godoy; Goulart (2012)

Figura 12 - Última capa da carreira de J. Carlos - Careta (1950)

Fonte: Godoy; Goulart (2012)

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O Malho

A revista O Malho, foi fundada por Luiz Bartholomeu de Souza e Silva, em 1902,

com a colaboração de Olavo Bilac, Emílio de Menezes e Bastos Tigre, para a

elaboração de meios de comunicação, como a escrita e com a colaboração dos

principais cartunistas da época Raul, K.lixto, Yantok, Nássara, Theo, Figueiroa e

Guevara. O principal tema empregado pela revista era referente ao cenário político da

época. Dirigida até 1918 por Luiz Bartholomeu de Souza e Silva, foi vendida para a

maior gráfica da época – Pimenta de Mello e Cia. -, sendo então responsável pela

publicação dos semanários ilustrados que são: O Malho; Ilustração Brasileira; Para

Todos...; Leitura Para Todos...; Tico-Tico. (SOBRAL, 2006)

Em 1922, J. Carlos foi convidado para assumir a direção artística na revista O

Malho. Sua atuação dentro da revista não era apenas desenhar, e sim, teria a

responsabilidade de cuidar dos projetos gráficos de todas as revistas da editora. Ao

desenvolver projetos para a revista, gerou mais de 20 desenhos em apenas uma

semana, sendo o marco de sua carreira. (GODOY; GOULART, 2012)

De acordo com Sobral (2006) a revista poderia ser encontrada nas ruas, nas

barbearias, nas casas e nos bares. Por meio de charges, J. Carlos desenhava em

suas capas os principais assuntos políticos da semana, com tudo, para o

entendimento dos fatos gerados e mencionados era então necessário que o leitor

estivesse situado em relação aos acontecimentos políticos do pais no devido

momento. Nas charges e caricaturas, eram destacadas, principalmente, a figura

masculina, a figura feminina era apenas utilizada para representar a paz, a anistia e a

pátria, pouco vista nas revistas. Possuindo um logotipo (fig. 13, pág.28) mais rígido,

sofreu em sua trajetória apenas dois redesenhos, um em 1922 e outro em 1927. A

revista caracteriza-se pela utilização de duas ou até mesmo três cores em suas capas.

Sendo assim:

O vermelho está presente em todas as capas d’O Malho e aparece sempre associada a cores frias – verde, azul ou preto -, preenchendo o logotipo ou ocupando as áreas mais pregnantes da imagem. Vibrante e chamativa, é uma cor facilmente associada à oposição política, além do quê, devia dar à publicação o devido destaque no ponto-de-venda. (SOBRAL, 2006, p.133)

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A seguir algumas obras criadas pelo designer em sua trajetória na revista

(fig.14, pág.28; fig. 15 e 16, pág. 29; fig. 17 e 18, pág. 30; fig. 19 e 20, pág. 31; fig. 21,

pág. 32):

Figura 13 - Logotipo para seções internas d' O Malho

Fonte: Cardoso (2006)

Figura 14 - O Malho - 1904

Fonte: Godoy; Goulart (2012)

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Figura 15 - O Malho - 1905

Fonte: Godoy; Goulart (2012)

Figura 16 - O Malho - 1906

Fonte: Godoy; Goulart (2012)

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Figura 17 - O Malho - 1906

Fonte: Godoy; Goulart (2012)

Figura 18 - O Malho – 1922 e 1927

Fonte: Cardoso (2006)

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Figura 19 - O Malho - 1923

Fonte: Grigório (2013)

Figura 20 - O Malho - 1927 e 1930

Fonte: Godoy; Goulart (2012)

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Figura 21 - Uso de fotografia nas páginas internas d'O Malho

Fonte: Cardoso (2006)

Para Todos...

A revista Para Todos..., criada em 1918, pelo comando da Editora Pimenta de

Mello e Cia. - no Rio de Janeiro, teve J. Carlos como principal designer e ilustrador.

Responsável por atender diferentes públicos e abordando inúmeros assuntos, a

revista estava diretamente voltada ao público feminino. (ALENCASTRO, p.219)

De acordo com Sobral (2006), Para todos..., parece:

[...] como o próprio nome indica, ter tido circulação irrestrita, chegando a ingressar nas arenas mais recônditas do universo feminino: dos salões e lojas de moda aos quartos das mocinhas. Podia igualmente estar nas mãos de uma moça de família, de uma cocote ou de um almofadinha. Tratando de cinema, música, teatro e elegância, ia do espaço público ao privado, da rua ao sonho mais secreto, povoando o imaginário de uma geração. (SOBRAL, 2006, p.132)

No momento em que a revista não estava mais voltada para o cinema, J. Carlos

tinha a liberdade de realizar seus trabalhos livremente, sem possuir um acontecimento

especifico. Conforme Godoy e Goulart (2012, p.150), “a partir de então, J. Carlos

passou a exaltar a mulher nas capas do semanário, quase sempre desenhando belas

jovens rodeadas por seres fantásticos: faunos, bufões, budas, arlequins, diabos e

outros personagens usados para representar o universo masculino.”

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Em 1926, J. Carlos com seu traço elegante e sofisticado, tornou-se um design

gráfico art déco. Ao trabalhar no mesmo prédio do parque gráfico da editora Para

Todos..., J. Carlos com sua liberdade de expressão desenvolveu as capas da revista,

desempenhando seu conhecimento em quatro capas, utilizando de três a quatro

cores. Marcada pela ousadia, sua paleta de cores emprega técnicas de sobreposição

de retículas, sendo capaz de obter novas cores e tons. Suas capas normalmente são

voltadas para as estações do ano ou datas festivas, possui a liberdade de criação e

imaginação, sendo assim, desenvolveu no carnaval de 1927 uma sequência de capas

que juntas contam uma história, este fenômeno observa-se na figura 22, pág.34.

(SOBRAL, 2006)

Segundo Godoy e Goulart (2012, p.154), a revista “Para Todos... possuía 60

páginas, as oito primeiras e as oito últimas eram impressas em papel jornal e as

demais em papel couchê”.

O logotipo empregado pela revista varia a cada número, harmonizando com as

características do desenho. Em 1926, o logotipo da seção interna é composta por

letras leves e sinuosas, criando vinhetas de sua autoria, retratando a figura feminina.

Tendo como principal característica enriquecer as páginas da revista com animação

e bom humor. (SOBRAL, 2006)

A seguir algumas obras criadas pelo designer em sua trajetória na revista (fig.

23 e 24, pág.35; fig. 25 e 26, pág. 36; fig. 27 e 28, pág. 37; fig. 29 e 30, pág. 38):

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34

Figura 22 - Quatro capas sequências de Para Todos... - 1927

Fonte: Cardoso (2006)

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35

Figura 23 - Para Todos... - 1926

Fonte: Ramos; Melo (2011) Figura 24 - Para Todos... – 1927

Fonte: Lostcantina (2017)

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Figura 25 - Para Todos... - 1927

Fonte: Ramos; Melo (2011)

Figura 26 - Para Todos... - 1927

Fonte: Cardoso (2006)

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37

Figura 27 - Para Todos... – 1927

Fonte: Cardoso (2006)

Figura 28 - Para Todos... - 1928

Fonte: Ramos; Melo (2011)

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Figura 29 - Para Todos... - 1930

Fonte: Cardoso (2006)

Figura 30 - Desenhos e fotografias estabelecem um diálogo irônico nas páginas de Para Todos...

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Fonte: Cardoso (2006)

No decorrer da pesquisa, em relação as capas criadas pelo designer, pode-se

observar que nas capas da revista Para Todos... há grande influência do movimento

Art Déco, que é um dos marcos de seu trabalho, com traços e técnicas do movimento,

tornando-se um designer reconhecido em sua época pela utilização deste movimento.

Devido a isto, foi escolhido quatro capas da revista Para Todos... para a realização

das análises e criação de novos padrões (estampas) para o projeto em si.

2.3.2 Influências do Art Déco nas obras de J. Carlos

O Art Déco tem origem francesa e é uma abreviação de arts décoratifs – artes

decorativas (em português) - surgiu na França como style moderne em Paris em 1925

na Exposição Internacional de Artes Decorativas e Industriais Modernas. Tornando-

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40

se um novo estilo de design nas artes aplicadas e na arquitetura. Apenas nos anos 60

recebeu seu nome de origem atualmente art déco. Pertencendo a um estilo luxuoso e

decorativo. (DEMPSEY; MOURA, 2003)

De acordo com Raimes (2007), o estilo art déco (fig. 31 pág. 40) caracteriza-se

por formas geométricas, angulares e utilização de cores vibrantes, sendo bem variada

sua paleta de cores com tonalidades neutras (tais como: malva; lavanda e lilás) de

1920 e tons mais ousados (tais como: verdes frios; vermelho; tons metálicos e azuis).

Um movimento detalhista e marcante, com formas comuns e do cotidiano.

Figura 31 - Alguns exemplos do Art Déco

Fonte: Elaborado pela autora (2018); Dempsey (2003) (1) (2); Ilagan (2013) (3) (4); Centro Acadêmico do Agreste - UFPE (2013) (5).

Caracterizado como uma expressão da modernidade da década de 1920 e

1930, como estilo decorativo e ornamental. Conforme Cardoso (2008, p. 102):

A figura do ilustrador J. Carlos paira imponentemente sobre o design de periódicos dessa época, realizando inclusive sem nenhuma ruptura aparente a transição para o estilo Art Déco e além, durante sua longa atividade na imprensa que se estendeu de 1902 até 1950. Além da enorme repercussão que atingiu com suas ilustrações e caricaturas, J. Carlos foi responsável por importantes transformações no projeto gráfico das revistas que exerceu o seu oficio... (CARDOSO, 2008, p. 102).

No Brasil, uma influência deste movimento dá-se por meio do traço do designer

J. Carlos, um dos importantes caricaturistas do Brasil e considerado o melhor exemplo

de designer moderno de sua época, demonstra em seus trabalhos elegância e

sofisticação. Possui um traço marcante do art déco ao criar suas melindrosas, em que

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destaca-se sua sofisticação, elegância, ingenuidade, simpatia e sensualidade

(RAMOS; MELO, 2011)

J. Carlos foi um dos primeiro representantes do modernismo no Brasil, que

utilizou em suas obras influencias do art nouveau e do art déco. Encontra-se estes

movimentos em seus trabalhos, pelo modo que retratou em suas obras os interiores,

as roupas criadas em suas personagens e no corpo de suas melindrosas, com isto,

gerou principalmente do art déco, um traço único e inconfundível em suas obras.

2.3.3 Análise das obras de J. Carlos

Ao longo de sua carreira, J. Carlos, um dos maiores cronistas de sua época,

realizou inúmeros trabalhos gráficos nas principais revistas da época. Caricaturista,

chargista, ilustrador, publicitário e humorista, demonstrou em suas obras elementos

do modernismo. Traço e elegâncias do art déco em seus edifícios, personagens e

paisagens. Perante os acontecimentos gerados na época, J. Carlos demonstrou seu

olhar e percepção, minuciosamente, relatando por meio da arte, o que estava

ocorrendo no Brasil como: importantes episódios políticos da sociedade e dos

costumes brasileiros.

Para o presente trabalho, foram analisadas quatro capas criadas pelo designer

carioca J. Carlos para a revista Para Todos... Para a realização das análises, foi

empregado as técnicas de comunicação visual do autor Dondis, em seu livro Sintaxe

da Linguagem Visual. De acordo com Dondis (2007), esta técnica auxilia a realizar as

análises dos elementos empregados nas artes, na maioria dos casos, as técnicas

visuais jamais podem ser sutis a ponto de modificar a clareza da obra. É então de

suma importância, seguir um dos caminhos, para que não haja confusão ao que está

sendo apresentado. A seguir, será demonstrado cada técnica e seu oposto:

I. Equilíbrio / Instabilidade – o equilíbrio (fig. 32, pág. 42) é um dos mais

importantes elementos no design, é uma estratégica de estabilidade, uma proporção

de harmonia. Instabilidade (fig.33, pág. 42) é a ausência do equilíbrio, é uma forma

inquietante na arte.

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42

Figura 32 - Equilíbrio

Fonte: Dondis (2007) Figura 33 - Instabilidade

Fonte: Dondis (2007)

II. Simetria / Assimetria – simetria (fig. 34, pág. 42) é o equilíbrio entre os

elementos, é resolvida, todas as unidades apresentadas de um lado de uma linha

central é repetida com todas as características. Assimetria (fig. 35, pág. 43) é a

ausência de elementos iguais, tornando-se um equilíbrio precário.

Figura 34– Simetria

Fonte: Dondis (2007)

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43

Figura 35 - Assimetria

Fonte: Dondis (2007)

III. Regularidade / Irregularidade – regularidade (fig. 36, pág. 43) é o

desenvolvimento de uma ordem baseado por princípio ou método ou frequência.

Irregularidade (fig. 37, pág. 43) baseia-se no inesperado, algo que está fora do normal,

não ajustando-se a nenhum plano decifrável.

Figura 36 - Regularidade

Fonte: Dondis (2007)

Figura 37 - Irregularidade

Fonte: Dondis (2007)

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44

IV. Simplicidade / Complexidade – simplicidade (fig. 38, pág. 44) é a ausência

de complicações ou elaborações secundárias. Complexidade (fig. 39, pág. 44) é

representada por inúmeros elementos, apresentando dificuldade no entendimento do

que está sendo transmitido.

Figura 38 - Simplicidade

Fonte: Dondis (2007)

Figura 39 - Complexidade

Fonte: Dondis (2007)

V. Unidade / Fragmentação – unidade (fig. 40, pág. 45) consiste no equilíbrio

entre os elementos, tornando-se visível. Deve-se com a junção de mais elementos

harmonizar-se de modo a se tornarem apenas um. Fragmentação (fig. 41, pág. 45) é

a decomposição dos elementos que mesmo estando separados individualmente,

conversam entre si.

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45

Figura 40 - Unidade

Fonte: Dondis (2007)

Figura 41 - Fragmentação

Fonte: Dondis (2007)

VI. Economia / Profusão – economia (fig. 42, pág. 46) preocupa-se com a

organização dos elementos na arte, enfatiza o conservadorismo, associado ao pobre

e o puro. Profusão (fig. 43, pág. 46) é uma técnica carregada, de enriquecimento visual

associada ao poder e a riqueza.

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46

Figura 42 - Economia

Fonte: Dondis (2007)

Figura 43 - Profusão

Fonte: Dondis (2007)

VII. Minimização / Exagero – minimização (fig. 44, pág. 47) é a técnica que busca

do observador a máxima interpretação e entendimento com o mínimo de detalhes.

Exagero (fig. 45, pág. 47) consiste na intensificação de um elemento, muito além da

verdade, sendo um modo de ampliar o que deseja apresentar.

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47

Figura 44 - Minimização

Fonte: Dondis (2007)

Figura 45 -Exagero

Fonte: Dondis (2007)

VIII. Previsibilidade / Espontaneidade – previsibilidade (fig. 46, pág. 48) consiste

em um plano ou ordem convencional, é a interpretação do que é apresentar por

antemão. Espontaneidade (fig. 47, pág. 48) não há planejamento, é uma técnica livre,

impulsiva e de emoções.

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48

Figura 46 - Previsibilidade

Fonte: Dondis (2007)

Figura 47 - Espontaneidade

Fonte: Dondis (2007)

IX. Atividade / Estase – atividade (fig. 48, pág. 48) é a técnica que demonstra por

meio do desenho movimento. Estase (fig. 49, pág. 49) é seu oposto, apresentado por

tranquilidade, repouso e equilíbrio absoluto.

Figura 48 - Atividade

Fonte: Dondis (2007)

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49

Figura 49 - Estase

Fonte: Dondis (2007)

X. Sutileza / Ousadia – sutileza (fig. 50, pág. 49) é um meio delicado e requintado

em uma arte. Ousadia (fig. 51, pág. 49) deve-se utilizar com segurança e confiança, é

uma técnica óbvia.

Figura 50 - Sutileza

Fonte: Dondis (2007)

Figura 51 - Ousadia

Fonte: Dondis (2007)

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50

XI. Neutralidade / Ênfase – neutralidade (fig. 52, pág. 50) é a utilização mínima

de elementos, sendo uma composição menos provocante de uma manifestação visual

ao observador. Ênfase (fig. 53, pág. 50) é apresentado por realçar apenas um

elemento na arte contra um fundo uniforme.

Figura 52 - Neutralidade

Fonte: Dondis (2007)

Figura 53 - Ênfase

Fonte: Dondis (2007)

XII. Transparência / Opacidade – transparência (fig. 54, pág. 51) é a técnica que

demonstra por meio de um elemento o que é apresentado atrás, deixando-o visível.

Opacidade (fig. 55, pág. 51) é o bloquei dos elementos que apresentam atrás do

elemento principal, não sendo visível.

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51

Figura 54 - Transparência

Fonte: Dondis (2007)

Figura 55 - Opacidade

Fonte: Dondis (2007)

XIII. Estabilidade / Variação – estabilidade (fig. 56, pág. 51) consiste em uma

abordagem uniforme e coerente, utilização de um padrão. Variação (fig. 57, pág. 52)

é a falta de uma abordagem uniforme, é a mudança de elementos, normalmente

controlada por um tema dominante.

Figura 56 - Estabilidade

Fonte: Dondis (2007)

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52

Figura 57 - Variação

Fonte: Dondis (2007)

XIV. Exatidão / Distorção – exatidão (fig. 58, pág. 52) é a técnica do realismo, como

vemos as coisas, podendo ser utilizada por ilusão de ótica ou até mesmo por

perspectiva e a utilização do claro-escuro. Distorção (fig. 59, pág. 52) modifica o

realismo, é a alteração da forma ou característica que conhecemos.

Figura 58 - Exatidão

Fonte: Dondis (2007)

Figura 59 - Distorção

Fonte: Dondis (2007)

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53

XV. Planura / Profundidade – planura (fig. 60, pág. 53) consiste na falta de

perspectiva, estas duas técnicas transmitem por meio das características o que é

claro-escuro, tendo como objetivo eliminar a aparência natural das coisas.

Profundidade (fig. 61, pág. 53) presença de perspectiva.

Figura 60 - Planura

Fonte: Dondis (2007)

Figura 61 - Profundidade

Fonte: Dondis (2007)

XVI. Singularidade / Justaposição – singularidade (fig. 62, pág. 54) consiste no

destaque em um elemento especifico sem a utilização de outros para o entendimento

do que deseja ser transmitido, um tema isolado. Justaposição (fig. 63, pág. 54) é a

comunicação de mais de um elemento, normalmente lado a lado, que ativa todos os

elementos para a interpretação ou comparação que elas estabelecem entre si.

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54

Figura 62 - Singularidade

Fonte: Dondis (2007)

Figura 63 - Justaposição

Fonte: Dondis (2007)

XVII. Sequencialidade / Acaso – sequencial (fig. 64, pág. 55) consiste na

representação de uma ordem lógica, podendo ser uma fórmula ou um padrão rítmico.

Acaso (fig. 65, pág. 55) é a falta de planejamento, é a desorganização intencional ou

até mesmo acidental.

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55

Figura 64 - Sequencialidade

Fonte: Dondis (2007)

Figura 65 - Acaso

Fonte: Dondis (2007)

XVIII. Agudeza / Difusão – agudeza (fig. 66, pág. 56) é a representação da clareza

da expressão, podendo ser apresentado por traços rígidos que não modifica a

interpretação do que está sendo demonstrado. Difusão (fig. 67, pág. 56) não se

preocupa com a precisão dos elementos, uma técnica que pode demonstrar

sentimento e calor.

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56

Figura 66 - Agudeza

Fonte: Dondis (2007)

Figura 67 - Difusão

Fonte: Dondis (2007)

XIX. Repetição / Episodicidade – a repetição (fig. 68, pág. 57) é o elemento que é

apresentado mais de uma vez, há conexão entre os elementos, modo de destacar e

fixar o que deseja transmitir. Episodicidade (fig. 69, pág. 57) não possui conexão entre

os elementos, é empregado para reforçar a qualidade individual de cada parte, sem

deixar de lado seu significado.

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57

Figura 68 - Repetição

Fonte: Dondis (2007)

Figura 69 - Episodicidade

Fonte: Dondis (2007)

2.3.3.1 Revista Para Todos...

Para a análise e realização da produção das estampas para o respectivo

projeto, foram escolhidas quatro capas da revista Para Todos... onde se observa

elementos com características do art déco. A primeira capa (fig. 70, pág. 58) analisada

foi criada em 1926.

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58

Figura 70 - Para Todos... 1926

Fonte: Ramos; Melo (2011)

Análise de Elementos: pode-se observar que há equilíbrio, os elementos se

comunicam entre si, tendo uma harmonia entre eles; esta obra possui simetria, onde

todos os elementos de um lado permanecem totalmente iguais do outro, observa-se

isto pela personagem, o fundo, e os demais traços que permanecem iguais; é uma

obra regular que possui um método para seu desenvolvimento; há um grau de

complexidade nesta arte, devido aos inúmeros elementos e detalhes que fazem

alusão ao Art Déco; A presença de inúmeros detalhes, traços, linhas curvas, linhas

retas, formatos circulares, xadrez (quadriculado) que mesmo separados conversam

entre si, como a técnica da fragmentação; uma obra enriquecida visualmente, com

curvas e ao centro sua personagem principal associada ao poder por meio da técnica

de profusão; há muitos elementos para a composição da obra, possuindo um certo

exagero de informações; é uma obra previsível o que está de um lado permanece

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igual ao outro; não há presença de atividade, é uma obra tranquila e com equilíbrio

absoluto; uma obra sutil e delicada; neutra; pode-se observar a presença de cores

chapadas (verde, laranja-escuro e laranja-claro, roxo, preto, bege) e texturas,

opacidade; é estável pela utilização de um padrão; é uma obra exata; plana e

chapada, sem utilização de perspectiva; cada elemento está sobreposto ao outro,

observa-se isto, no lustre que está sobreposto na mulher, seu vestido sobreposto à

parte inferior dos elementos apresentados no fundo e o elemento central (forma oval

com detalhes nas laterais) sobreposto ao papel de parede; apresentação de uma

sequência lógica em todos os elementos; traços firmes, alguns mais delicados e

outros mais grossos, representado pela técnica de agudeza e repetição.

A segunda capa (fig. 71, pág. 59) analisada é de 1927. A obra criada demonstra

a felicidade de um personagem que se encontra ao fundo, com a morte de um

“espantalho” (representando o homem) ao levar uma flechada, a sua frente uma jovem

ao que tudo indica assustada pelo ocorrido.

Figura 71 - Para Todos... 1927

Fonte: Cardoso (2006)

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Análise de Elementos: observa-se nesta obra o equilíbrio entre os elementos;

há presença de simetria pela forma que realizou os corações ao fundo, que juntos

tornam-se um círculo de corações de diferentes cores (representação do amor) e

gradação devido a diminuição dos corações no círculo, e assimetria nos demais

elementos empregados na obra; há irregularidade nos elementos, apenas os corações

seguem um princípio lógico, porém o restante não, por se tratar de mais de um

personagem; observa-se um grau de complexidade pela quantia de elementos e

personagens, várias curvas, retas, círculos e elementos diferentes; fragmentação

onde cada um dos elementos se conversam entre si, mas sendo separados; uma obra

carregada com diferentes cores e formas, pela profusão; exagero é o que lhe

caracteriza, muitos elementos, mas juntos possuem uma história; espontaneidade

pelas ações dos personagens (a emoção da jovem, a tristeza do homem e a alegria

do alecrim); estase, por não possuir nenhum efeito de movimento, mas sim de

emoção; uma obra ousada, porém neutra; opacidade, cores chapadas (preto, roxo,

verde-claro, verde-escuro, branco, cinza) e texturas (xadrez na vestimenta do homem

e poá na saia da jovem); variação, há uma abordagem uniforme, porém controlada

por um tema dominante; uma obra exata, é a representação de como vemos, a

perfeição do traço que emprega a realidade; plana, sem a presença de perspectiva;

justaposição de todos os elementos, a jovem e o homem (apoiado a um poste)

expostos na parte frontal como tema principal, ao seu fundo um círculo de coração e

por último a alegria de alecrim; uma desorganização intencional nos elementos, dando

ênfase aos personagens principais mas misturados com seu fundo; traços firmes e

claros, utilização da técnica agudeza; espisodicidade é a representação da qualidade

individual de cada personagem, com um propósito e significado.

A terceira capa (fig. 72, pág. 61) analisada foi criada em 1927.

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61

Figura 72 - Para Todos... 1927

Fonte: Lostcantina (2017)

Análise de Elementos: observa-se nesta obra uma harmonia entre os

elementos, um equilíbrio; todas as representações são assimétricas, apesar dos

desenhos ao fundo (rosto com boca aberta) que estão expostos lado a lado, em duas

linhas, estão em direções opostas; uma regularidade nos elementos ao fundo que

seguem por um princípio lógico, lado a lado; uma obra mais simples em relação as

outras, possui poucos elementos e os que são apresentados são repetidos; um

elemento conversa com o outro, técnica de fragmentação; econômica, há uma

preocupação na organização dos elementos; minimização de elementos, porém um

certo exagero (aumento dos rostos com a boca aberta, sendo pouco destacado a

jovem) no fundo; previsível por se tratar de uma ordem convencional; uma

demonstração de movimento (atividade) nos personagens ao fundo; ousado no modo

como dispõe e aumenta os elementos; ênfase dos rostos com a boca aberta o que

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mais se sobressai na obra; opacidade, cores chapadas (verde azulado, vermelho,

branco, preto, cinza) e texturas (uma representação mínima de xadrez, criado por

linhas verticais e horizontais, na bermuda da jovem; xadrez em forma de quadrados,

no retângulo que está abaixo do rosto); estabilidade pela utilização de um padrão;

exatidão, todos os elementos são representados conforme vemos, linhas bem

trabalhadas e efeitos de luz; plana, sem a presença de perspectiva; há uma

justaposição, a jovem está à frente da escrita (Para Todos...) e dos rostos com a boca

aberta; há uma sequência nos elementos; uma obra clara e precisa, traços firmes,

linhas retas, linhas curvas, círculos, retângulos, quadrados, técnica da agudeza e;

repetição nos elementos, como modo de fixar o que deseja transmitir.

A quarta capa (fig. 73, pág. 62) e última obra analisada foi criada em 1927.

Figura 73 - Para Todos... (1927)

Fonte: Ramos; Melo (2011)

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Análise de Elementos: observa-se uma harmonia nesta arte, um equilíbrio; não

há presença de simetria, todos os elementos apesar de estarem em uma sequência

lógica, não apresentam esta técnica; é utilizado um método para a criação do fundo

(vários retângulos alguns maiores e outros menores, uns mais largos e uns mais finos,

que juntos seguem uma lógica tornando círculos, nas cores preto, vermelho e azul),

sendo regular; uma obra simples apesar de inúmeros detalhes e informações, porém

o que é apresentado é concebido pelos mesmos formatos; é uma unidade, todos os

elementos juntos tornam-se apenas um, pode-se observar isto, no fundo, que ao

colocar retângulos de tamanhos diferentes um ao lado do outro geram círculos de

diferentes tamanhos, tendo gradação nestes elementos; é uma obra carregada,

mesmo tratando de poucos elementos diferentes, mas juntos tornam-se uma obra

cheia de cores e formatos; há exagero na obra, o fundo é bem enfatizado destacando

mais do que a personagem principal; uma obra previsível pelo modo de como a jovem

está posicionada (com a perna esquerda levantada e os braços levantados) é

empregado pela técnica da atividade, dá um ar de movimento; ousado; apresenta uma

ênfase no fundo da obra; não há transparência na arte, são cores chapadas (azul-

claro, azul-escuro, preto, branco, vermelho); possui um padrão, uma arte estável; é

exata, contornos fortes e precisos, deixando claro o que está sendo apresentado,

linhas curvas e linhas retas, retângulos, elementos pontiagudos, círculos, losango

(observa-se este elemento na blusa da jovem, na cor de contorno vermelho); pelo

modo que é concebido o fundo, ao diminuir os retângulos, observa-se uma leve

perspectiva; há justaposição, é a comunicação de mais de um elemento, cada

elemento conversa entre si; possui uma sequência lógica nesta obra, um padrão; uma

obra clara e expressiva, pela técnica da agudeza; repetição dos elementos, há

presença de mais de uma vez criando uma conexão entre eles.

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3 Design de Superfície

O termo Design de Superfície (DS) ou Surface Design (SDA) só é reconhecido

no Brasil na década de 1980, pela gaúcha Renata Rubim, que retornou ao Brasil após

um período de estudos nos Estados Unidos. Com os conhecimentos adquiridos e

constituídos nos Estados Unidos, a gaúcha apresenta esta nova especialidade da

área do design que ainda era desconhecida no Brasil, sendo então realizado projetos

de design, responsáveis no tratamento e escolha de cores de uma superfície. (RUBIM,

2010)

Contudo, apenas em 2005, o Design de Superfície é reconhecido como uma

especialidade na área do Design, pelo Comitê Assessor de Design do Conselho

Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Com o

reconhecimento desta nova especialidade, foi possível a inclusão como disciplina em

cursos de graduação em Design. (SCHWARTZ, 2008)

Conforme Rubim (2010, p.22), Design de Superfície

...abrange o Design Têxtil (em todas as especialidades), o de papéis(idem), o cerâmico, o de plástico, de emborrachados, desenhos e/ou cores sobre utilitários (por exemplo louça). Também pode ser um precioso complemento ao Design Gráfico quando participa de uma ilustração, ou como fundo de uma peça gráfica, ou em web design. (RUBIM, 2010, p. 22)

Com o amplo leque de possibilidades de atuação na especialidade Design de

Superfície, Rüthschilling (2008) destaca como sendo

...uma atividade criativa e técnica que se ocupa com a criação de desenvolvimento de qualidades estéticas, funcionais e estruturais, projetadas especificamente para constituição e/ou tratamentos de superfícies, adequadas ao contexto sócio-cultural e às diferentes necessidades e processos produtivos (RUTHSCHILLING, 2008, p.23).

De acordo com Freitas (2011), Design de Superfície, compreende-se pela

superfície gerada não apenas como suporte de proteção ou até mesmo de

acabamento, mas sim, como um meio de comunicação do exterior e do interior do

objeto criado, sendo transmitida por meio de sentidos, como a cor, grafismo, texturas.

Conforme Schwartz (2008), o DS é um influenciador de sentimentos e percepções,

adquiridos pelo contato com o objeto, transmitindo emoções e iniciativa do público

apreciador da obra.

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Para Oliveira (2012), os principais requisitos para o processo de superfícies

são:

...o conhecimento sobre o material a que se destina o projeto; o método de impressão a ser utilizado; domínio no desenvolvimento de módulos, repetições e encaixes; compreensão do processo produtivo que será empregado no desenvolvimento de tal superfície; domínio sobra tintas e a utilização de texturas em diferentes superfícies; noções de ergonomia; conhecimento amplo da população a que o objeto será destinado, além da atualização constante diante das questões sociais, políticas, econômicas e ambientais. (OLIVEIRA, 2012, pág. 31)

Um dos principais campos de atuação do design de superfície ainda é no

campo têxtil. Porém no Brasil, é utilizado este termo para diferentes projetos de design

sendo utilizado de forma ampla atuando com diferentes materiais, estando presente

em nosso cotidiano. Rüthschilling (2008) demonstra algumas áreas de atuação do

design de superfície:

Papelaria: observa-se produtos na área papelaria (fig. 74, pág. 65), por meio de

papéis de presente; embalagens; produtos descartáveis (guardanapos, pratos,

copos...), muito utilizado em comemorações; materiais escolares e de escritórios,

como em agendas e até mesmo em papéis de parede.

Figura 74 - Papelaria

Fonte: Imaginarium [s.d]

Têxtil: esta área atua com a utilização de fibras. Tanto em tecido e quanto em não

tecidos, podendo ter diferentes modos de traçar (como: tecelagem, rendas, tapeçaria,

malharia, entre outros.); e modos de acabamento com a utilização de estampas,

tinturas, bordados. Sendo uma das maiores área do design de superfície, podendo

atuar com diferentes técnicas.

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- Estamparia: consiste na elaboração de padrões para diferentes modos de

estampagem, estampas sobre tecidos. Neste caso há três diferentes modos de

estampa, tais como: Estampa corrida (fig. 75, pág. 66) - consiste na utilização de uma

técnica conhecida como rapport (é um tipo de repetição de um módulo com encaixes

precisos, que juntos, transformam desenhos específicos, podendo ser montados e/ou

trabalhados de diferentes modos). Estampa localizada (fig. 76, pág. 67) – não há

repetição de módulos, sendo aplicado apenas uma imagem no tecido.

Figura 75 – Estampa Corrida

Fonte: CIA. Marítima (2011 - 2017)

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Figura 76 - Estampa Localizada

Fonte: CIA. Marítima (2011 - 2017)

- Tecelagem: é a técnica de entrelaçar fios tanto vertical quanto horizontal, para

a criação do tecido. Com o conhecimento da tecelagem o designer pode criar

diferentes modelos e mistura de cores.

- Jacquard: é a técnica mais complexa da tecelagem, que permite a criação de

texturas, muito utilizado em estofados de móveis, automóveis, entre outros.

- Malharia: este tipo de tecido é criado por apenas um fio, por máquinas

específicas, mecânicas e/ou industrializadas.

- Tapeçaria: pode ser artesanal ou industrial, criação de tapetes e carpetes.

Cerâmica: revestimentos para pisos e paredes, podendo ser encontrado em louça ou

em itens de decoração.

Materiais Sintéticos: os materiais sintéticos estão sempre inovando, buscando

praticidade, conservação e conforto.

Outros materiais: a área do design de superfície pode ser introduzida e utilizada com

diferentes materiais ou suportes.

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3.1 Módulo e Repetição

Para a realização de um projeto de Design de Superfície, é importante saber

criar e projetar um desenho, pois, até mesmo elementos simples podem gerar algo

surpreendente e interessante (RUBIM, 2010). Com isto, é necessário o entendimento

referente a módulos (fig. 77, pág. 68) e sua construção em um trabalho. O módulo

nada mais é, do que uma única unidade da padronagem, que compõe todos os

elementos do desenho, tais como linhas, cores, texturas. (RÜTHSCHILLING, 2008)

Figura 77 - Módulo

Fonte: Rüthschilling (2008, p. 64)

Conforme Freitas (2011), a respeito das medidas a serem adotadas na criação

de um módulo:

As medidas do módulo são específicas para cada projeto e dependem do processo de produção que será utilizado e também do tamanho do motivo que se deseja representar no rapport. Os módulos são normalmente retangulares, resquícios da tradição têxtil, onde se media seu tamanho a partir do comprimento e da largura do tecido a ser estampado. (FREITAS, 2011, pág. 66)

De acordo com Schwartz (2008), o módulo criado pode ser executado com

repetição ou sem repetição, sendo o designer responsável por esta escolha, uma das

vantagens da utilização da repetição é o modo que pode ser aplicado, preenchendo

áreas maiores com apenas a repetição dos módulos. Para Freitas (2011, pág. 60), “os

módulos possuem o mesmo motivo, cada padrão de repetição produz um efeito visual

específico e, ao final, podemos encontrar um resultado estético totalmente diferente

do presente na unidade modular”.

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69

Segundo Rüthschilling (2008), observa-se esta técnica pelo encaixe dos

motivos entre os módulos, que consiste no encontro de pontos entre os módulos,

quando unidos pelo sistema de repetição, transforma-se no desenho. Sendo regida

por dois princípios de encaixe: a continuidade e a contiguidade. A autora destaca estes

princípios como sendo, continuidade “sequencia ordenada e ininterrupta de elementos

visuais dispostos sobre uma superfície” e contiguidade (fig. 78, pág. 69) “harmonia

visual na vizinhança dos módulos, estando de união visual. De maneira que, quando

repetidos lado a lado e em cima e embaixo, os módulos formam um padrão.”.

(RÜTHSCHILLING, 2008, pág. 65)

Figura 78 - Estampa artesanal africana sobre tecido de algodão

Fonte: Rüthschilling (2008, p. 65)

A repetição é um dos elementos principais no desenvolvimento de um projeto

do design de superfície. Segundo Rüthschilling (2008):

A representação gráfica do estudo de encaixe deve conter, no mínimo, o conjunto de quatro módulos adjacentes, sendo mais recomendada a representação de nove módulos, porque evidencia um módulo central e as relações visuais com os vizinhos em todo seu entorno. Os pontos de encontro das formas indicam claramente o efeito que será criado no desenho posto em repetição. (RÜTHSCHILLING, 2008, pág. 65)

O modo de repetição no DS é representado pelo termo rapport, podendo ser

apresentados de formas simples ou complexas (RUBIM, 2010). É um sistema de

repetição que segue uma lógica, a qual o módulo é submetido, seguindo um intervalo

constante entre eles, possuindo um leque de possibilidade de encaixes dos módulos

e repetições (fig. 79, pág. 70). (RÜTHSCHILLING, 2008)

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Figura 79 - Exemplos de sistemas de repetição

Fonte: Rüthschilling (2008, p. 69)

Neste momento o designer deve escolher a melhor forma que deseja executar

seu trabalho. Onde, ao variar o sistema, será variado o desenho, tornando-se

completamente diferente. Com isto, é necessário o domínio desta técnica, para não

ocorrer efeitos indesejados. Sendo empregado dois sistemas, o ‘sistema alinhado (fig.

80, pág. 70) e o sistema não-alinhado (fig. 81, pág. 71)’. De acordo com Silva (2005):

Sistema alinhado: quando as unidades são posicionadas lado a lado e uma sobre as outras, seguindo uma grade com linhas horizontais e verticais. Sistema não-alinhado: quando mantém um alinhamento (vertical ou horizontal) e muda o outro, alterando o ângulo ou espaçamento. (SILVA, 2005, pág. 13)

Figura 80 - Sistema alinhado

Fonte: Silva (2005)

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Figura 81 - Sistema não-alinhado

Fonte: Silva (2005)

3.2 Técnicas de estamparia

Para a execução de um trabalho na área do Design de Superfície, é

fundamental o domínio dos aspectos de estamparias disponíveis no mercado. Para

tal fim, existem técnicas específicas a serem adotadas, utilizando inúmeros processos

de impressão, desde manuais a digitais. A seguir, será apresentado 4 tipos diferentes

de técnicas de estamparias, tais como: transfer, serigrafia, impressão digital e

sublimação.

Transfer: seu processo ocorre por meio de termo transferência, que consiste

na transferência da imagem já impressa por uma impressora a laser ou jato de tinta,

com a utilização do papel de transfer. A imagem já impressa é submetida a alta

temperatura e pressão para a fixação na área a ser transferida o desenho desejado.

Podendo ser aplicado em tecidos sintéticos e tecidos naturais. (PIPPI, 2010)

Serigrafia: serigrafia ou silk-screenum dos mais antigos processos de

impressão que existem, com a utilização de telas (matrizes), rodo ou puxador e tinta,

para seu procedimento. A três diferentes modos de serigrafia: serigrafia a quadro

automática; serigrafia corrida de cilindro e serigrafia corrida de sublimação. (PIPPI,

2010)

Serigrafia a quadro automática, muito utilizada em estampas localizadas e

podendo ser empregada a praticamente todos os tecidos. Este processo é muito

semelhante com o quadro manual, porém é produzido mecanicamente, sendo uma

impressão mais perfeita da repetição. No processo manual é utilizado o rodo, sobre a

tela que sofre uma pressão manual, já no processo mecânico é mais preciso feito com

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réguas ou varetas de aço deslocadas por ações eletromagnéticas, para a medição

exata da impressão. (PIPPI, 2010)

Serigrafia corrida de cilindro é um dos processos mais rápido, indicado para

grandes quantidades e tecido corrido. Para este processo é utilizado cilindro

perfurado, feito de níquel, devido a boa flexibilidade e baixa tendência ao

alongamento. Cada cilindro representa uma cor específica, podendo ser utilizado de

8 a 12 cores. Este processo possui um custo elevado devido aos processos de

gravação do cilindro. (PIPPI, 2010)

Serigrafia corrida de sublimação, realizada com a utilização de cilindros

perfurados, porém sendo diferente da anterior, devido a utilização de tinta sublimática

que é impressa sobre o rolo de papel. Este papel é submetido a uma prensa térmica

que realiza a transferência do desenho para o tecido. Este processo pode ser

realizado até 8 cores. Não indicado para tecidos de poliéster e poliamida. (PIPPI,

2010)

Impressão digital: semelhante a impressão de jato de tinta sobre o papel.

Neste processo o desenho é impresso diretamente no tecido, com a utilização de uma

impressora de tipo jato de tinta, ainda muito limitado em questão de cores. É um

processo lento, em relação aos processos serigráficos, e de custo elevado devido a

necessidade de produtos químicos específicos para a preparação no tecido, não é

utilizado cilindro e nem quadros em seu processo. Após a impressão é fundamental a

fixação com vapor a alta temperatura. Este tipo de impressão pode ser empregado

em diversos tipos de tecidos naturais como algodão, viscose, seda, linho. E podendo

ser aplicado em substratos sintéticos como poliamida, polipropileno e lycra. (PIPPI,

2010)

Sublimação: neste processo é utilizado uma impressora digital sublimática

(impressora de jato de tinta – que utiliza corantes ao invés de cartuchos de tintas) (fig.

82, pág. 73), após a impressão, o papel é posto juntamente com o tecido onde passam

por um cilindro quente, que transfere o desenho para o tecido por meio do calor e

pressão. Este processo ocorre, devido a transformação do estado sólido para o estado

gasoso, por meio da alta temperatura que o corante é submetido transferindo-o ao

tecido. (MENDES; LAMARCA; SÁ, 2015)

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Figura 82 - Sublimação

Fonte: Campelo, 2012

Para o respectivo projeto, foi utilizada a técnica de Sublimação, por ser um

processo de baixo custo e aplicação em quantidades pequenas de peças. A

sublimação é um processo de impressão resistente a lavagens e temperaturas

extremas como quente e frio, sendo um dos principais pontos da escolha desta técnica

por se tratar de estampas voltadas a biquínis.

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4 METODOLOGIA

Para a realização de um projeto bem sucedido é de suma importância

estabelecer métodos que auxiliam seu desenvolvimento. Os métodos empregados em

diferentes projetos é o que estabelece o sucesso ou o fracasso do mesmo. Segundo

Munari (2008) “Projetar é fácil quando se sabe fazer”. O designer não pode projetar

sem um método, é necessário um levantamento de dados com projetos semelhantes

e não apenas buscar soluções sem antes definir seu problema em questão.

Inicialmente foi realizado um levantamento bibliográfico, para o entendimento e

o embasamento do assunto, com a utilização de pesquisas em livros, artigos, teses e

outros meios de pesquisas para fundamentar a compreensão do assunto. Após

realizado o levantamento bibliográfico teve como objetivo principal a coleta de

imagens sobre os trabalhos criados pelo designer J. Carlos, para a efetuação das

análises para a criação de superfícies que posteriormente foi aplicado em biquínis.

De acordo com Munari (2008) método de projeto, é uma série de etapas

importantes, que são fundamentadas em uma ordem lógica. Tendo como principal

objetivo, desenvolver um projeto eficiente com o menor esforço.

Por este motivo será empregada a metodologia de Munari (2008). Sendo

dividido da seguinte forma (fig. 83, pág. 74):

Figura 83- Etapas da Metodologia

Fonte: Elaborado pela autora (2018)

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4.1 Problema

Para o projeto em questão, tem-se como problema, criar padrões de design de

superfície, baseando-se em obras do designer J. Carlos para a revista Para Todos...,

para posteriormente aplicá-las em biquínis.

4.2 Definição do Problema

De acordo com Munari (2008) deve-se primeiramente definir o problema em um

todo, o mesmo serve para definir os limites que o projetista terá para a realização do

projeto. Após definido o problema, pode-se encontrar algumas soluções, mas

devemos entender e atender a solução mais eficaz para o presente trabalho.

Para este projeto, a definição do problema se estabelece na criação de padrões

do design de superfície, inspirado em quatro obras do designer J. Carlos para a revista

Para Todos..., que após a realização das análises e criações dos padrões, foram

aplicadas em biquínis, como meio de valorização das obras criadas pelo designer.

4.3 Componentes do Problema

Segundo Munari (2008) independentemente do problema encontrado é

possível dividi-lo em seus componentes. Este processo auxilia para evidenciar os

pequenos problemas encontrados no projeto, tornando assim em subproblemas.

Deste modo é demonstrado alguns limites do projeto em questão que auxiliam em seu

decorrer, desde elementos simples ou até mesmo elementos complexos.

Levando em conta o problema encontrado no projeto, pode-se dividi-lo nos

seguintes subproblemas, que configuram de forma estrutural, estética, funcional e

material:

- Como conseguir informações sobre o designer J. Carlos?

- Qual será o público alvo para o projeto?

- Quais desenhos serão utilizados?

- Qual o tipo de tecido utilizar?

- Qual técnica de impressão utilizar?

- Qual a quantidade de padrões que devem ser criados?

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- O que o produto pretende comunicar?

- Existem produtos similares?

- Quais cores e formas serão utilizadas?

4.4 Coleta de Dados

Nesta etapa do projeto, é o momento de averiguar se o produto criado já existe

no mercado. Com isto, foi realizado um levantamento sobre projetos de Design de

Superfície que já existem e entender de que maneira foram produzidos e aplicados.

Sendo então verificado se algum dos projetos voltados para os trabalhos realizados

pelo designer apresentam características semelhantes, a qual, o projeto deseja

desenvolver.

4.5 Análise de Dados

Ao realizar um levantamento via internet, referente aos produtos similares,

verificou-se que existe um trabalho realizado pela designer Jacqueline de Biase, que

criou 10 modelos diferentes de biquínis inspirados em obras do designer J. Carlos

referente a blocos de carnaval (fig. 84, pág. 76). Para esse projeto foram utilizadas 20

capas da revista Para Todos... Os desenhos do designer foram digitalizados. Os

biquínis, maiôs e demais peças foram estampados com os desenhos de J. Carlos,

sem sofrer alterações, apenas montagens digitais de diferentes capas em apenas um

biquíni. O desfile foi realizado em 2007, no Rio de Janeiro.

Figura 84 - Desfile Salinas

Fonte: Artigas, 2007

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77

Neste momento, todas as informações foram analisadas para auxiliar no

desenvolvimento de padrões e sugestões do que deve ou não ser projetado. Para o

início dos primeiro esboços e padrões.

4.6 Criatividade

Nesta etapa do projeto, iniciou-se os primeiros esboços. É neste momento que

as ideias começam a surgir, sendo criado alguns esboços à mão, por meio das

análises geradas sobre as obras escolhidas, análise de elementos e princípios do

design, embasados na bibliografia de Dondis.

De acordo com Munari (2008) referente a criatividade...

... ocupa assim o lugar da ideia e processa-se de acordo com o seu método. Enquanto ideia, ligada à fantasia, pode chegar a propor soluções irrealizáveis por razões técnicas, materiais ou econômicas, a criatividade mantém-se nos limites do problema – limites que resultam da análise dos dados e subproblemas. (MUNARI, 2008, p. 44)

Por este motivo, é de suma importância o entendimento do que foi pesquisado

e analisado, para a execução dos primeiros esboços rápidos (fig. 85, pág. 77 e 78),

onde deve-se comunicar de forma clara e objetiva todos os detalhes que foram

levantados à partir das análises feitas. Devido a isto, neste momento foi realizado uma

primeira geração de alternativas, por meio de desenhos manuais, que no decorrer do

projeto passaram por uma seleção e posteriormente foram aprimorados.

Figura 85 - Esboços iniciais dos elementos percebidos nas capas

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Fonte: Da autora (2018)

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79

4.6.1 Mapa mental

Mapa mental é uma técnica criativa que auxilia na organização e representação

de informações, que possibilita de forma simples o levantamento de palavras-chaves,

que juntas interligam-se. Uma técnica criada pelo britânico Tony Buzan, na década de

1970, com o objetivo de realizar conexões de informações (SILVA, 2009). O mapa

mental, consiste na ramificação de um conceito central. Auxiliando de forma rápida e

prática a organização de ideias, por meio da utilização de palavras, fotos, imagens,

desenhos, entre outros meios de expressão que facilita no entendimento dos

elementos. (LUCIDCHART)

Como auxilio na criação dos padrões referentes as obras do designer J. Carlos

foi criado um mapa mental de cada obra escolhida (fig. 86, pág. 79; fig. 87 e fig. 88,

pág. 80; fig. 89, pág. 81), para uma melhor compreensão das características

empregadas em cada capa da revista Para Todos...

Figura 86 - Mapa mental da obra 1

Fonte: Elaborado pela autora (2018)

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Figura 87 - Mapa mental da obra 2

Fonte: Elaborado pela autora (2018)

Figura 88 - Mapa mental da obra 3

Fonte: Elaborado pela autora (2018)

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Figura 89 - Mapa mental da obra 4

Fonte: Elaborado pela autora (2018)

4.7 Materiais e Tecnologias

Neste momento é realizado uma nova coleta de dados, segundo Munari (2008),

é o momento de pesquisar e entender os possíveis materiais e tecnologia para a

realização do projeto em si, é quando se busca compreender todas as possibilidades

de aplicações do projeto em andamento. No decorrer do processo e realização dos

padrões, preocupou-se com qual tecido seria aplicado as estampas geradas.

Após a finalização das estampas para o respectivo projeto, foram escolhidas

três estampas para serem impressas, as mesmas foram encaminhadas para a

empresa Casa Rima de Porto Alegre - RS para sua aplicação no tecido. A empresa

dispõe do tecido Fluity - com a composição de 87% poliamida e 13% elastano este

tecido totalmente branco passou pelo processo de sublimação, onde então, foi todo

estampado. Foi então solicitado 1 metro e 20 cm de tecido estampado, sendo 40 cm

para cada estampa totalizando 1,20. Com isto, o tecido terá 1,20x1,40 com três

estampas.

4.8 Experimentação

Esta é a fase de experimentação e testes de todos os materiais e tecnologias

disponíveis para o projeto, é o momento de averiguar se a escolha do material é

propícia para o andamento do projeto, podendo neste instante modificar ou descobrir

novos materiais.

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Corroborando sobre esta etapa, Munari (2008, p. 48) destaca, “a

experimentação de materiais e de técnicas e, portanto, também de instrumentos,

permite recolher informações sobre novas formas de aplicações de produtos

inventados para uma única finalidade”.

Para este projeto foi optado pela técnica de sublimação, por se tratar de um

processo de baixo custo e por poder ser aplicado em menos quantidades, além de

dispor de uma empresa qualificada para a realização deste processo.

4.9 Modelo

Esta é a fase de testar os padrões de design de superfície criados para este

projeto, que após a realização dos esboços e levantamento referente a

experimentação de técnicas e materiais, iniciou-se a etapa de testes de impressão

(fig. 90, pág. 82), com finalidade de analisar as características das estampas e, se as

mesmas, se comportariam entre si, podendo ocorrer algumas adaptações nos

padrões para sua melhoria.

Figura 90 - Modelos impressos

Fonte: Da autora (2018)

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Os modelos apresentados forma impressos em papel brilho, tamanho superior

a A1, para a melhor visualização dos elementos empregados nas estampas.

4.10 Verificação

Após a fase do modelo, é necessário uma verificação das impressões das

estampas, para compreender se necessitavam de alguma modificação de formato ou

melhoria, com o propósito de ajustar as aplicações propostas. Foi então necessários

ajustes para os módulos criados, inicialmente foram criados em formato 6x6cm para

a confecção da estampa, porém ao observar os módulos impressos, alguns passaram

por ajustes sendo reduzidos para 5x5cm, 4x4cm e 3x3cm por se tratar de peças

pequenas como é o caso dos biquínis

De acordo com Munari (2008, p. 52), “com base em todos esses dados pode-

se começar a preparar os desenhos de construção, em escala ou tamanho natural,

com todas as medidas precisas e todas as indicações necessárias à realização do

protótipo.”

4.11 Desenhos de Construção

Após o término de todas as etapas anteriores, pode-se iniciar a etapa da criação

de desenhos de construção. Segundo Munari (2008) referente a esta etapa:

Os desenhos de construção devem servir para comunicar todas as informações úteis à confecção de um protótipo. Serão executados de maneira clara e legível, em quantidades suficientes para se evidenciarem bem todos os aspectos. (MUNARI, 2008, p. 54)

Para a construção deste trabalho e mencionado no decorrer do mesmo,

desenvolveu-se a coleção J. Carlos a partir das análises realizadas nas obras para a

revista Para Todos..., sendo destinada estampas para o segmento têxtil (biquínis

femininos). A coleção J. Carlos conta com quatro linhas de estampas, a Linha

Misteriosa, que consiste na primeira obra analisadas de 1926; a Linha Espantalho,

inspirada na segunda obra analisada de 1927; a Linha Ousada, inspirada na terceira

obra analisada de 1927; a Linha Dançarina, inspirada na quarta obra analisada de

1927. Para cada uma das quatro linhas, foram criadas seis estampas, por meio das

análises das obras da revista Para Todos...

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4.11.1 Módulos – Linha Misteriosa

A criação da linha Misteriosa, baseia-se na primeira obra analisada de J. Carlos

de 1926. Os módulos desenvolvidos nesta linha não seguem um padrão de tamanho,

apenas a utilização das cores, as quais já foram apresentadas no decorrer do trabalho,

sem sofrer nenhuma alteração.

O primeiro módulo apresentado (fig. 91, pág. 84), tem o tamanho: 40x40 cm,

com as cores: PANTONE 226C; PANTONE 7754C; PANTONE 7479C.

Figura 91- Linha Misteriosa - Primeiro módulo

Fonte: Elaborado pela autora (2018)

O segundo módulo apresentado (fig. 92, pág. 85), tem o tamanho: 60x60 cm,

com as cores: PANTONE 226C; PANTONE 7754C; PANTONE 7479C.

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Figura 92 - Linha Misteriosa - Segundo módulo

Fonte: Elaborado pela autora (2018)

O terceiro módulo apresentado (fig. 93, pág. 86), tem o tamanho: 60x60 cm,

com as cores: PANTONE BLACK C; PANTONE 7754C; PANTONE 7479C.

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Figura 93 - Linha Misteriosa - Terceiro módulo

Fonte: Elaborado pela autora (2018)

O quarto módulo apresentado (fig. 94, pág. 87), tem o tamanho: 40x40 cm, com

as cores: PANTONE BLACK C; PANTONE 7754C.

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87

Figura 94 - Linha Misteriosa - Quarto módulo

Fonte: Elaborado pela autora (2018)

O quinto módulo apresentado (fig. 95, pág. 88), tem o tamanho: 40x40 cm, com

as cores: PANTONE 226C; PANTONE 7754C; PANTONE 7479C; PANTONE BLACK

C.

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88

Figura 95 - Linha Misteriosa - Quinto módulo

Fonte: Elaborado pela autora (2018)

O sexto módulo apresentado (fig. 96, pág. 89), tem o tamanho: 40x40 cm, com

as cores: PANTONE 226C; PANTONE 7754C; PANTONE 7479C.

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89

Figura 96 - Linha Misteriosa - Sexto módulo

Fonte: Elaborado pela autora (2018)

4.11.2 Módulos – Linha Espantalho

A criação da linha Espantalho, baseia-se na segunda obra analisada de J.

Carlos de 1927. Os módulos desenvolvidos nesta linha, também não seguem um

padrão de tamanho, apenas a utilização das cores, as quais já foram apresentadas

no decorrer do trabalho, sem sofrer nenhuma alteração.

O primeiro módulo apresentado (fig. 97, pág. 90), tem o tamanho: 40x40 cm,

com as cores: PANTONE 2582C; PANTONE 2627C; PANTONE 5235C; PANTONE

807C.

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90

Figura 97 - Linha Espantalho - Primeiro módulo

Fonte: Elaborado pela autora (2018)

O segundo módulo apresentado (fig. 98, pág. 91; fig. 99, pág. 92), é composto

por dois módulos, sendo apenas modificado as cores, com o tamanho: 30x30 cm, com

as cores: PANTONE 2627C; PANTONE 807C.

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91

Figura 98 - Linha Espantalho - Segundo módulo (cor 1)

Fonte: Elaborado pela autora (2018)

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Figura 99 - Linha Espantalho - Segundo módulo (cor 2)

Fonte: Elaborado pela autora (2018)

O terceiro módulo apresentado (fig. 100, pág. 93), tem o tamanho: 40x40 cm,

com as cores: PANTONE 2627C; PANTONE 5235C; PANTONE 807C.

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93

Figura 100 - Linha Espantalho - Terceiro módulo

Fonte: Elaborado pela autora (2018)

O quarto módulo apresentado (fig. 101, pág. 94), tem o tamanho: 60x60 cm,

com as cores: PANTONE 2582C; PANTONE 5235C; PANTONE BLACK 6C.

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94

Figura 101 - Linha Espantalho - Quarto módulo

Fonte: Elaborado pela autora (2018)

O quinto módulo apresentado (fig. 102, pág. 95), tem o tamanho: 40x40 cm,

com as cores: PANTONE 2582C; PANTONE 2627C; PANTONE BLACK 6C.

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95

Figura 102 - Linha Espantalho - Quinto módulo

Fonte: Elaborado pela autora (2018)

O sexto módulo apresentado (fig. 103, pág. 96), tem o tamanho: 60x60 cm, com

as cores: PANTONE 2627C; PANTONE 5235C.

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96

Figura 103 - Linha Espantalho - Sexto módulo

Fonte: Elaborado pela autora (2018)

4.11.3 Módulos – Linha Ousada

A criação da linha Ousada, baseia-se na terceira obra analisada de J. Carlos

de 1927. Os módulos desenvolvidos nesta linha, não seguem um padrão de tamanho,

apenas a utilização das cores, as quais já foram apresentadas no decorrer do trabalho,

sem sofrer nenhuma alteração.

O primeiro módulo apresentado (fig. 104, pág. 97), tem o tamanho: 40x40 cm,

com as cores: PANTONE 119C; PANTONE 7479C; BRANCO.

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97

Figura 104 – Linha Ousada - Primeiro módulo

Fonte: Elaborado pela autora (2018)

O segundo módulo apresentado (fig. 105, pág. 98), tem o tamanho: 40x40 cm,

com as cores: PANTONE 119C; PANTONE BLACK C; PANTONE 7479C.

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98

Figura 105 - Linha Ousada - Segundo módulo

Fonte: Elaborado pela autora (2018)

O terceiro módulo apresentado (fig. 106, pág. 99), tem o tamanho: 50x50 cm,

com as cores: PANTONE 119C; PANTONE BLACK C; BRANCO.

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99

Figura 106 - Linha Ousada - Terceiro módulo

Fonte: Elaborado pela autora (2018)

O quarto módulo apresentado (fig. 107, pág. 100), tem o tamanho: 40x40 cm,

com as cores: PANTONE 119C; PANTONE 7479C; BRANCO.

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100

Figura 107 - Linha Ousada - Quarto módulo

Fonte: Elaborado pela autora (2018)

O quinto módulo apresentado (fig. 108, pág. 101), tem o tamanho: 60x60 cm,

com as cores: PANTONE 119C; PANTONE BLACK C; PANTONE 7479C.

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101

Figura 108 - Linha Ousada - Quinto módulo

Fonte: Elaborado pela autora (2018)

O sexto módulo apresentado (fig. 109, pág. 102), tem o tamanho: 60x60 cm,

com as cores: PANTONE 119C; PANTONE 7479C.

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102

Figura 109 - Linha Ousada - Sexto módulo

Fonte: Elaborado pela autora (2018)

4.11.4 Módulos – Linha Dançarina

A criação da linha Dançarina, baseia-se na quarta obra analisada de J. Carlos

de 1927. Os módulos desenvolvidos nesta linha não seguem um padrão de tamanho,

apenas a utilização das cores, as quais já foram apresentadas no decorrer do trabalho,

sem sofrer nenhuma alteração.

O primeiro módulo apresentado (fig. 110, pág. 103), tem o tamanho: 40x40 cm,

com as cores: PANTONE 185C; PANTONE 2765C; PANTONE 285C.

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103

Figura 110 - Linha Dançarina - Primeiro módulo

Fonte: Elaborado pela autora (2018)

O segundo módulo apresentado (fig. 111, pág. 104), tem o tamanho: 40x40 cm,

com as cores: PANTONE 185C; PANTONE 2765C; PANTONE 285C.

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104

Figura 111 - Linha Dançarina - Segundo módulo

Fonte: Elaborado pela autora (2018)

O terceiro módulo apresentado (fig. 112, pág. 105), tem o tamanho: 50x50 cm,

com as cores: PANTONE 185C; PANTONE 2765C; PANTONE 285C.

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105

Figura 112 - Linha Dançarina - Terceiro módulo

Fonte: Elaborado pela autora (2018)

O quarto módulo apresentado (fig. 113, pág. 106), tem o tamanho: 30x30 cm,

com as cores: PANTONE 185C; PANTONE 2765C; PANTONE 285C.

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106

Figura 113 - Linha Dançarina - Quarto módulo

Fonte: Elaborado pela autora (2018)

O quinto módulo apresentado (fig. 114, pág. 107), tem o tamanho: 30x30 cm,

com as cores: PANTONE 185C; PANTONE 2765C; PANTONE 285C.

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107

Figura 114 - Linha Dançarina - Quinto módulo

Fonte: Elaborado pela autora (2018)

O sexto módulo apresentado (fig. 115, pág. 108), tem o tamanho: 60x60 cm,

com as cores: PANTONE 185C; PANTONE 2765C; PANTONE 285C.

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108

Figura 115 - Linha Dançarina - Sexto módulo

Fonte: Elaborado pela autora (2018)

4.12 Solução

Após a finalização dos desenhos de construção dos módulos, chegou o

momento da realização das aplicações das estampas em uma situação ilustrativa (fig.

116, pág. 109; fig. 117, pág. 110; fig. 118, pág. 111; fig. 119, pág. 112; fig. 120, pág.

113; fig. 121, pág. 114; fig. 122, pág. 115; fig. 123, pág. 116; fig. 124, pág. 117; fig.

125, pág. 118; fig. 126, pág. 119; fig. 127, pág. 120; fig. 128, pág. 121; fig. 129, pág.

122; fig. 130, pág. 123; fig. 131, pág. 124; fig. 132, pág. 125; fig. 133, pág. 126; fig.

134, pág. 127; fig. 135, pág. 128; fig. 136, pág. 129; fig. 137, pág. 130; fig. 138, pág.

131; fig. 139, pág. 132), para uma melhor compreensão e visualização das

padronagens criadas. Para a realização deste processo, foi utilizado o software Adobe

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109

Photoshop e Adobe Illustrator. Sendo apresentado a modelo de biquíni, o módulo

criado e seu respectivo tamanho e cores, o rapport (esquema de repetição) e o padrão

que compõe a estampa.

Figura 116 - Aplicação Linha Misteriosa

Fonte: Elaborado pela autora (2018)

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110

Figura 117 - Aplicação Linha Misteriosa

Fonte: Elaborado pela autora (2018)

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111

Figura 118 - Aplicação Linha Misteriosa

Fonte: Elaborado pela autora (2018)

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112

Figura 119 - Aplicação Linha Misteriosa

Fonte: Elaborado pela autora (2018)

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113

Figura 120 - Aplicação Linha Misteriosa

Fonte: Elaborado pela autora (2018)

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114

Figura 121 - Aplicação Linha Misteriosa

Fonte: Elaborado pela autora (2018)

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115

Figura 122 - Aplicação Linha Espantalho

Fonte: Elaborado pela autora (2018)

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116

Figura 123 - Aplicação Linha Espantalho

Fonte: Elaborado pela autora (2018)

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117

Figura 124 - Aplicação Linha Espantalho

Fonte: Elaborado pela autora (2018)

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118

Figura 125 - Aplicação Linha Espantalho

Fonte: Elaborado pela autora (2018)

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119

Figura 126 - Aplicação Linha Espantalho

Fonte: Elaborado pela autora (2018)

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120

Figura 127 - Aplicação Linha Espantalho

Fonte: Elaborado pela autora (2018)

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121

Figura 128 - Aplicação Linha Ousada

Fonte: Elaborado pela autora (2018)

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Figura 129 - Aplicação Linha Ousada

Fonte: Elaborado pela autora (2018)

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Figura 130 - Aplicação Linha Ousada

Fonte: Elaborado pela autora (2018)

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Figura 131 - Aplicação Linha Ousada

Fonte: Elaborado pela autora (2018)

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125

Figura 132 - Aplicação Linha Ousada

Fonte: Elaborado pela autora (2018)

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126

Figura 133 - Aplicação Linha Ousada

Fonte: Elaborado pela autora (2018)

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127

Figura 134 - Aplicação Linha Dançarina

Fonte: Elaborado pela autora (2018)

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128

Figura 135 - Aplicação Linha Dançarina

Fonte: Elaborado pela autora (2018)

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129

Figura 136 - Aplicação Linha Dançarina

Fonte: Elaborado pela autora (2018)

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Figura 137 - Aplicação Linha Dançarina

Fonte: Elaborado pela autora (2018)

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131

Figura 138 - Aplicação Linha Dançarina

Fonte: Elaborado pela autora (2018)

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Figura 139 - Aplicação Linha Dançarina

Fonte: Elaborado pela autora (2018)

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133

5 Considerações Finais

A partir deste trabalho observou-se que a área do design está cada vez mais

presente no cotidiano da sociedade, por meio de projetos gráficos, projetos de

produtos, projetos de superfície, embalagens, entre outros. No Brasil por sua vez, o

design só é reconhecido por volta de 1960, por intermédio da primeira escola de

design ESDI. Pode-se observar por meio deste estudo, que muito antes desta data já

eram realizado projetos com alto grau de complexidade e sofisticação. Os designers

dos dias atuais buscam inovar e recriar projetos já desenvolvidos por outros designers,

a fim, de desenvolver uma valorização do passado traduzida na estética e nas formas

de projetos variados.

Com isto, optou-se para a realização deste trabalho a área do Design de

Superfície; e a valorização do designer J. Carlos, que na década de 20, realizou

projetos de alto grau de dificuldade e sofisticação, podendo ser analisado aspectos e

características do Art Déco e do modernismo.

Por meio do referencial teórico obteve-se conhecimentos sobre a área do

design gráfico, tendo a caricatura como uma técnica desta, encontrada em

acontecimentos, datas e nomes de destaque. Já, referente ao designer J. Carlos, foi

relatado sua história e, atuação nas principais revistas da época, suas obras e

características especificas que é demonstrado pela delicadeza e perfeição em seus

traços. Por se tratar de um projeto voltado a área de Design de Superfície, é

necessário o conhecimento e o embasamento para a organização e criação de

módulos e padrões de repetições.

Para o desenvolvimento dos padrões foi necessário a realização de uma

análise de quatro obras realizadas pelo designer J. Carlos para a revista Para Todos...,

com a utilização do livro Sintaxe da Linguagem Visual, que auxiliou no entendimento

dos elementos empregados nas obras. Após as análises realizadas, foi gerado um

mapa mental, que auxiliou na organização das ideias, onde foram apresentados

palavras-chaves para cada uma das obras. Podendo desta forma realizar esboços à

mão, os quais passaram por melhorias na hora da vetorização dos desenhos

(módulos) com a utilização de um software.

Desta forma pode-se afirmar que foi possível desenvolver uma coleção de

padronagens para aplicação em biquínis, com a técnica de impressão por sublimação

com o tecido Fluity, a partir do estudo e análise das obras de J. Carlos. Sendo o

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134

principal propósito a valorização das obras de J. Carlos, que foi um marco na década

de 20 com trabalhos esplendidos e utilização de técnicas impressionantes da área do

design. Apesar de terem sido criados padrões pensando na aplicação em segmento

têxtil, como é o caso dos biquínis, os padrões podem também ser aplicados em

diferentes segmentos do Design de Superfície, porém, pode ser necessário a

modificação de tamanhos e proporções para a adaptação. Por fim, abre-se novas

possibilidades para a valorização de marcos do design que ainda hoje são pouco

reconhecidos.

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