desenvolvimento de briquetes autorredutores...

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FUNDAÇÃO OSWALDO ARANHA CENTRO UNIVERSITÁRIO DE VOLTA REDONDA MESTRADO PROFISSIONAL EM MATERIAIS TAÍSE AZEVEDO DE SOUSA DESENVOLVIMENTO DE BRIQUETES AUTORREDUTORES COM RESÍDUO DE FUNDIÇÃO E FIBRA DA PALMEIRA VOLTA REDONDA 2012

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FUNDAÇÃO OSWALDO ARANHA

CENTRO UNIVERSITÁRIO DE VOLTA REDONDA

MESTRADO PROFISSIONAL EM MATERIAIS

TAÍSE AZEVEDO DE SOUSA

DESENVOLVIMENTO DE BRIQUETES AUTORREDUTORES COM

RESÍDUO DE FUNDIÇÃO E FIBRA DA PALMEIRA

VOLTA REDONDA

2012

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FUNDAÇÃO OSWALDO ARANHA

CENTRO UNIVERSITÁRIO DE VOLTA REDONDA

MESTRADO PROFISSIONAL EM MATERIAIS

DESENVOLVIMENTO DE BRIQUETES AUTORREDUTORES COM

RESÍDUO DE FUNDIÇÃO E FIBRA DA PALMEIRA

Dissertação apresentada à Fundação

Oswaldo Aranha do Campus Aterrado,

Centro Universitário de Volta Redonda, para

a obtenção do título de Mestre em Materiais.

Orientada:

Taíse Azevedo de Sousa

Orientadora:

Prof. Dra. Daniella Regina Mulinari

VOLTA REDONDA

2012

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Embora ninguém possa voltar atrás e fazer

um novo começo, qualquer um pode

começar agora e fazer um novo fim.

Chico Xavier

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FOLHA DE APROVAÇÃO

Aluna:

Taíse Azevedo de Sousa

Título:

Desenvolvimento de briquetes autorredutores com resíduo de fundição e fibra da

palmeira

Orientador:

Prof. Dra. Daniella Regina Mulinari

VOLTA REDONDA

2012

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AGRADECIMENTOS

Quando chega um certo momento da vida que pensa que nada irá dar certo,

e parece que a luz se apagou; é neste momento que Deus na sua imensidão mostra

o quão importante você é e coloca pessoas de valor inestimável a qual não

inventaram palavras para classificação, mesmo com todos os defeitos que o ser

humano apresenta e com toda esta disputa pelo materialismo incontrolável, ainda

sim pode aparecer alguém no fim da escuridão e te dar a mão.

Assim foi a Profa Dra Daniella Mulinari, um anjo de Deus que me ajudou e

ajuda a evoluir.

Agradeço a minha mãe Tânia Maria Azevedo de Sousa e meu pai Carlos dos

Santos de Sousa, pelas orações e por acreditarem no fruto do amor deles.

Ao meu eterno amor Ricardo de Paula Silva a dedicação, amor e paciência

dispensados a mim.

Ao meu irmão Thiago Azevedo de Sousa por permitir que eu participasse de

sua vida e seus problemas, um exemplo de perseverança, pessoa na qual acredito e

quero estar sempre ao lado.

As pessoas mais que especiais, as quais se encontrão em extinção:

Ao Prof. Dr. José Vitor de Sousa obrigada por permitir que eu conviva e

aprenda a querer ser melhor como ser humano, Prof° Nilson José, Profº.Drº. Sinésio

de Almeida Marques; Profº. Dr. Claudinei dos Santos.

Ao grande amigo Engº. Alberto Kondo exemplo de dedicação e empenho,

como metalurgista, e por acreditar no meu projeto.

Ao engenheiro Marco Antônio Baptistella que despertou ainda mais o meu

interesse pela briquetagem, pessoa que admiro pela competência.

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Aos amigos da BRMETALS FUNDIÇÕES, os quais realmente quero sempre

ao meu lado, Jandir Fernandes, David Lidugério, Fernanda Teixeira, Jorge José

Santos, Luiz Fernando Pontes, Sidnei Souza, Hailton (cubilot), sem o apoio de vocês

o sonho não poderia se tornar realidade.

A Sra Selma Goulart UNFLA (Universidade Federal de Lavras).

A empresa Terra Marajó pelo fornecimento da fibra de palmeira.

Aos amigos do laboratório de areias e químico da BR Metals Fundições.

Ao INPE, na pessoa de Maria Lucia Brison de Mattos, pela possibilidade de

realizar as microscopias eletrônicas de varredura.

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SOUSA, T. A., DESENVOLVIMENTO DE BRIQUETES AUTORREDUTORES

COM RESÍDUO DE FUNDIÇÃO E FIBRA DA PALMEIRA 2012. 53f. Dissertação

(Mestrado Profissional em Materiais) – Fundação Oswaldo Aranha do Campus Três

Poços, Centro Universitário de Volta Redonda, Volta Redonda.

RESUMO

O presente trabalho consiste no aproveitamento das fibras da palmeira e resíduo de

fundição para a produção de briquetes. A avaliação do potencial de aproveitamento

da fibra da palmeira pode ser uma alternativa para diminuir o espaço ocupado por

estes resíduos no aterro sanitário, e desta forma aumentar a vida útil do mesmo. O

briquete produzido com este resíduo surge também como alternativa para

fornecimento de energia preservando as florestas nativas ou plantadas com

espécies exóticas. No entanto, na geração de energia a partir da biomassa vegetal,

um parâmetro que deve ser controlado é o teor de umidade uma vez que, quanto

menor o teor de umidade maior será a produção de calor por unidade de massa,

sendo que a presença de água representa poder calorífico negativo, pois parte da

energia liberada é gasta na vaporização da água e se o teor de umidade for muito

variável, poderá dificultar o processo de combustão, havendo necessidade de

constantes ajustes no sistema. Desta forma, o objetivo deste trabalho foi avaliar o

teor de umidade das fibras provenientes da palmeira, bem como a composição

(EDS- Espectroscopia de Energia Dispersiva) das mesmas e o teor de cinzas e

lignina, para posteriormente utilizá-la para a produção de briquete. O resíduo de

fundição apresentou características necessárias, para a mistura com a fibra. O

percentual de carbono na fibra permite a aglomeração da mesma a o resíduo na

tentativa de formação de briquete. O teor de umidade das fibras de 18,3%, a qual

permitirá a aglomeração.

Palavra chave: briquete, fibra da palmeira, resíduo de fundição, teor de umidade.

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SOUSA, T. A., DEVELOPMENT OF BRIQUETTES WITH FOUNDRY

RESIDUE AND PALM FIBERS 2012. 53f. Dissertação (Mestrado Profissional em

Materiais) – Fundação Oswaldo Aranha do Campus Três Poços, Centro Universitário

de Volta Redonda, Volta Redonda.

ABSTRACT

This paper concerns about the utilization of the palm fibers and iron residue for the

briquettes production. The evaluation of the utilization potential of the palm fibers

means a path to reduce the gap taken by these residues on the sanitary landfill, in

order to increase their useful life. The briquettes which are produced from these

residues take form as an alternative for the energy generation, preserving so the

native as the planted forests with exotic species. Therefore, the generation of energy

from vegetables biomass, a parameter to be controlled is the moisture content since

the lower the moisture content the greater the heat production per unit mass.Thus,

the objective of this study was to evaluate the moisture content of the palm fibers,

composition, ash and lignin content for subsequent use it for briquette production.The

residue iron showed the characteristics necessary for mixing with the fiber. The

percentage of carbon fiber allows the clustering of the same residue in an attempt to

form briquettes and the fibers presented 18.3% moisture content, which allow

agglomeration.

Keywords: briquette, palm fiber, foundry residue, moisture content.

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO .................................................................................................... 13

1.1. Objetivo e Justificativa ................................................................................ 15

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................................................ 16

2.1. Briquetagem ............................................................................................... 16

2.1.1. O processo de briquetagem ............................................................. 17

2.1.2. Briquetagem com aglomerantes ...................................................... 21

2.1.3. Características dos briquetes ........................................................... 22

2.2. Biomassa: uma energia brasileira .............................................................. 23

2.2.1. Biomassa e Bioenergia .................................................................... 23

2.2.2. O briquete de fibra da palmeira ........................................................ 25

2.3. Auto-Redução ............................................................................................. 26

2.4. Ferros fundidos ........................................................................................... 27

2.4.1. Fornos elétricos de indução ............................................................. 28

3. MATERIAIS E MÉTODOS .................................................................................. 30

3.1. Obtenção das matérias-primas ................................................................... 31

3.1.1. Fibras naturais ................................................................................. 31

3.1.2. Resíduo de pó de jateamento de ferro fundido ................................ 32

3.2. Caracterização das matérias-primas .......................................................... 32

3.2.1. Microscopia eletrônica de varredura ................................................ 32

3.2.2. Determinação do teor de umidade das fibras .................................. 33

3.2.3. Caracterização química das fibras ................................................... 33

3.2.4. Determinação de carboidratos e ácidos orgânicos por CLAE .......... 34

3.2.5. Determinação de lignina insolúvel em ácido .................................... 34

3.2.6. Determinação do teor de cinzas ...................................................... 34

3.2.7. Determinação da lignina solúvel ...................................................... 34

3.2.8. Determinação de furfural e hidroximetilfurfural ................................ 35

3.2.9. Análise elementar das fibras ............................................................ 36

3.3. Briquetes .................................................................................................... 36

3.3.1. Preparação dos briquetes ................................................................ 36

3.3.2. Obtenção do briquete....................................................................... 37

3.4. Caracterização dos briquetes ..................................................................... 38

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3.4.1. Ensaio de compressão ..................................................................... 38

3.4.2. Determinação do poder calorífico .................................................... 38

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO .......................................................................... 39

4.1. Microscopia eletrônica de varredura ........................................................... 39

4.2. Determinação do teor de umidade ............................................................. 41

4.3. Caracterização química das fibras ............................................................. 42

4.4. Análise Elementar das fibras ...................................................................... 42

4.5. Caracterização dos briquetes ..................................................................... 43

4.5.1. Determinação do poder calorífico .................................................... 43

4.5.2. Ensaio de compressão ..................................................................... 43

5. CONCLUSÕES ................................................................................................... 46

6. REFERÊNCIAS .................................................................................................. 48

7. TRABALHOS FUTUROS .................................................................................... 52

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LISTA DE TABELAS

Tabela 2.1: Exemplos de aglomerantes (CETEM, 2011). ......................................... 21

Tabela 2.2: Características dos briquetes (BIOMACHINE, 2011). ............................ 23

Tabela 3.1: Materiais utilizados na composição do briquete. .................................... 37

Tabela 4.1: Composição química das fibras da palmeira. ......................................... 42

Tabela 4.2: Análise elementar das fibras. ................................................................. 43

Tabela 4.3: Análise do poder calorífico ..................................................................... 43

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LISTA DE FIGURAS

Figura 2.1: Cavidades dos rolos de briquetagem (RENOVA RECICLAGEM, 2011). 19

Figura 2.2: Compressão em prensas de rolos (CETEM, 2011) ................................. 20

Figura 2.3: Esquema do processo de briquetagem (RENOVA RECICLAGEM; 2011).

.................................................................................................................................. 21

Figura 2.4: Fluxo de 1850 a 2100 da demanda em % de combustíveis fósseis,

biomassa e outras energias (GENTIL, 2008). ........................................................... 25

Figura 2.5: Resíduos obtidos da palmeira (SIMAS et al, 2010). ................................ 26

Figura 2.6 : Aglomerado auto-redutor. ...................................................................... 26

Figura 3.1: Fluxograma das etapas de análise. ......................................................... 30

Figura 3.2: (a) Fibras da palmeira e (b) Triturador. ................................................... 31

Figura 3.3: Peneiras granulométricas. ....................................................................... 32

Figura 3.4: Equipamento de análise elementar: Vario Micro Cube. .......................... 36

Figura 3.5: (a) Confecção dos briquetes; (b) Briquete obtido na RENOVA. .............. 37

Figura 3.6: Calorímetro digital IKA C-200. ................................................................. 38

Figura 4.1: MEV das fibras da palmeira. ................................................................... 39

Figura 4.2: EDS das fibras da palmeira. .................................................................... 40

Figura 4.3: MEV do ferro fundido em diferentes aumentos. ...................................... 40

Figura 4.4: EDS do ferro fundido. .............................................................................. 41

Figura 4.5: Ensaios de compressão comparativo entre briquete de fibra de palmeira

e briquete comercialmente vendido Renova. ............................................................ 44

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LISTA DE SIGLAS

CST - Companhia Siderúrgica de Tubarão

CLAE - Cromatografia Líquida de Alta Eficiência

Clig - Concentração de Lignina

EDS - Espectroscopia de Energia Dispersiva

Fe – Ferro

Fe-C-Si - Ferro Carbono Silício

FeO - Óxido de Ferro

INPE - Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais

Mu - Massa Úmida

Ms - Massa Seca

MEV - Microscopia Eletrônica de Varredura

Mesh - Unidade de Medida de Peneira Granulométrica

Tu - Teor de Umidade

UFLA - Universidade Federal de Lavras

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1. INTRODUÇÃO

Energia, economia e sustentabilidade são três fatores fundamentais para a

sobrevivência da humanidade. E o aquecimento global causado pelo efeito estufa e

produzido pelo excesso de carbono na atmosfera devido à queima dos combustíveis

fósseis, tem gerado uma preocupação por alternativas energéticas que atendam à

demanda humana sem causar a poluição e as mudanças climáticas (SILVEIRA,

2008).

Durante a Conferência da ONU realizada em Estocolmo em 1972, aumentou-

se significativamente a preocupação da sociedade, com os desequilíbrios

econômico, social e ambiental. Foi o marco da idéia de desenvolvimento sustentável;

este concilia o desenvolvimento a partir da exploração dos recursos produtivos, com

a preservação ambiental. Almejando uma melhoria para as futuras gerações, com a

consciência de produção menos poluente e impacto mínimo no ecossistema. O

conceito de desenvolvimento sustentável visa uma produção de materiais ecológicos

de baixo custo e redução do consumo de energia, bem como a perpetuação de um

ambiente saudável (CENBIO, 2011).

Desta forma, alternativas energéticas tais como, estudos da energia da

biomassa, elétrica, eólica, hidráulica, solar e atômica entre outras tem aumentado.

Da mesma forma, há uma tendência mundial para a descarbonização da economia e

para a co-geração elétrica com biomassa onde ela é farta, de boa qualidade e de

baixo preço (GONÇALVES; SARTORI; LEÂO, 2009; PEREIRA Jr., 2001).

E dentre as alternativas energéticas, a biomassa tem sido uma das

alternativas aos combustíveis fósseis pelas suas características ambientais,

renováveis a cada plantio, de baixo preço, farta e com um potencial de produção no

limite das terras cultiváveis que o planeta oferece (CENBIO,2011). Entre os tipos de

biomassa mais promissores e que tem maiores níveis de energia e baixo preço,

estão os lignocelulósicos, oriundos de resíduos agroquímicos (BRIQUETES, 2011).

Uma das biomassas que tem ganhado destaque são as fibras provenientes

da palmeira real australiana, a qual é um subproduto da indústria do palmito. A

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agroindústria brasileira do palmito é responsável pela maior produção mundial de

palmito envasado, gerando como consequência, toneladas de resíduos no meio

ambiente . O processo de extração do palmito se dá pelo corte da palmeira, na qual

somente a bainha interna é utilizada para o consumo, o restante composto por caule

(estipe), folíolos e bainhas externas e internas são descartados tornando-se um

passivo ambiental (VASCONCELLOS, 2002), outra utilização do resíduo do palmito

é como adubo orgânico.

Desta forma, a briquetagem constitui uma das alternativas para o melhor

aproveitamento dos resíduos de biomassa, consistindo num processo de trituração e

compactação que utiliza elevadas pressões para transformar os referidos resíduos

metálicos e vegetais em blocos denominados de briquetes, estes apresentam

elevado potencial de geração de calor (energia) quando comparado aos resíduos in

natura (MOTA, 2009).

A briquetagem consiste na compactação de resíduos, é um processo muito

vantajoso no que diz respeito à armazenagem de material, onde ocorre uma grande

redução de volume do material, isso implica em um armazenamento de energia

maior em um menor espaço para estocagem.

A grande quantidade de resíduos gerados pelas indústrias é um fato que traz

inúmeros problemas para os fabricantes, o meio ambiente e a sociedade em geral.

Nesse contexto, a briquetagem, destacou-se como método adequado ao

processamento desses materiais e tornou-se o método pioneiro de aglomeração. A

primeira patente relacionada à briquetagem foi concedida a William Easby, em 1848.

O processo desenvolvido por Easby possibilitava a formação de aglomerados

sólidos de tamanho e forma variados, a partir de frações finas de qualquer tipo de

carvão, por meio da pressão exercida sobre esse material. Por esse processo,

materiais de pequeno ou quase nenhum valor agregado podiam ser transformados

em um produto de elevado valor combustível para máquinas a vapor, forjas, culinária

e outras aplicações, permitindo recuperar grande parte dos finos considerados como

rejeito do processo de beneficiamento de carvão (CETEM, 2011).

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15

Na geração de energia a partir da biomassa vegetal, um parâmetro que deve

ser controlado é o teor de umidade < 25% uma vez que, quanto menor o teor de

umidade maior será a produção de calor por unidade de massa, sendo que a

presença de água representa poder calorífico negativo, pois parte da energia

liberada é gasta na vaporização da água e se o teor de umidade for muito variável,

poderá dificultar o processo de combustão, havendo necessidade de constantes

ajustes no sistema (AMAYA et AL., 2007; ANDREJKO; GROCHOWICZ, 2007).

Portanto, o objetivo deste projeto foi avaliar o teor de umidade das fibras

provenientes da palmeira real australiana, bem como a composição (EDS) das

mesmas e o teor de cinzas, para utilizá-la para a produção de briquete e estudar a

capacidade de reaproveitamento do resíduo ferroso de fundição, reciclados em

forma de briquetes auto-redutores.

1.1. Objetivo e Justificativa

O objetivo principal do projeto foi desenvolver um briquete a partir do

reaproveitamento do resíduo ferroso de fundição e resíduos provenientes da fibra da

palmeira.

Para avaliar a capacidade da fibra da palmeira e do resíduo de ferro fundido

na obtenção do briquete foram necessárias as seguintes etapas de caracterização:

Determinação do teor de umidade e cinzas das fibras da palmeira;

Caracterização química das fibras da palmeira;

Obtenção do briquete;

Determinação do poder calorífico do briquete;

Determinação da resistência à compressão.

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2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1. Briquetagem

O Brasil possui 60 indústrias de briquetagem entre pequenas, médias e

grandes com uma produção mensal de 51,7 mil toneladas de briquetes

comercializados e uma quantidade de 350 briquetadeiras mecânicas de pistão em

funcionamento parcial ou total. Cerca de 70% das indústrias de briquetagem

trabalham independentes, compram descartes de terceiros, industrializam este

material e vendem briquetes para o mercado industrial ou de serviços como

agroindústrias, padarias, pizzarias e restaurantes (GENTIL, 2008).

Uma das primeiras iniciativas de utilização industrial do processo de

briquetagem ocorreu no início da década de 60 na Companhia Siderúrgica Belgo

Mineira, com a instalação de um equipamento da empresa alemã Humboldt, para

briquetagem de finos de carvão vegetal (CETEM, 2011).

Em 1965, a Companhia Brasileira de Briquetes, situada em Mateus Lemes,

MG, iniciou suas atividades de prestação de serviços de briquetagem,

principalmente de finos de carvão vegetal, com uma máquina de fabricação

japonesa, para uso doméstico e na siderurgia, em fornos cubilot. A empresa

trabalhou também na fabricação de máquinas e instalações de briquetagem

(CETEM, 2011).

A partir de 1974, a Empresa Carvel, estabelecida em Contagem, MG, iniciou

suas atividades na área de briquetagem, fabricando equipamentos e processando

diversos materiais, entre os quais o carbonato de sódio, usado na dessulfuração de

gusa nas usinas siderúrgicas integradas (CETEM, 2011).

Em 1994, a CST – Companhia Siderúrgica de Tubarão iniciou seus trabalhos

voltados para o aproveitamento de seus resíduos, colocando em operação uma

instalação experimental de briquetagem de lama de aciaria e outros resíduos,

contando atualmente com uma capacidade instalada de briquetagem da ordem de

20.000 t/mês (CETEM, 2011).

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17

A recente preocupação ambiental, resultando em leis cada vez mais rígidas,

fez com que a briquetagem ganhasse um novo impulso de aplicação na indústria.

Hoje ela constitui-se numa excelente alternativa para a reutilização de rejeitos

industriais (finos de carvão vegetal, turfa, plásticos, lixo biológico, limalhas metálicas

e outros) seja como fonte de energia, ou seja, como matéria prima (SILVA, 2007).

Porém devem-se avaliar para o processo de briquetagem os seguintes parâmetros:

Avaliação do material que será briquetado, com levantamento das

propriedades após briquetagem, características físicas e químicas;

Avaliação do processamento de briquetagem com aglomerante ou sem;

processo à quente ou à frio;

Cálculo do percentual de adição dos aglomerantes e agente redutor;

Definição do pré-processamento para secagem, avaliação granulométrica

para mistura; teor de umidade;

Condição de estocagem e armazenamento após processamento.

Finalmente avaliação da viabilidade econômica e custo benefício do

processamento.

2.1.1. O processo de briquetagem

O termo aglomeração é empregado para designar algumas operações

aplicadas a materiais de granulometria fina para transformá-los em corpos ou

fragmentos coesos, por meio da ligação rígida das partículas entre si, através de

mecanismos físicos e/ou químicos, conferindo-lhes tamanho e forma adequada à

sua utilização. As tecnologias de aglomeração surgiram da necessidade de

aproveitamento das frações mais finas do processamento de minérios, carvões ou

ainda resíduos em geral. Os três principais processos de aglomeração de finos

usados na indústria mínero-metalúrgica são a pelotização, a sinterização e a

briquetagem, cujos produtos respectivos são a pelota e o briquete (CETEM, 2011).

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18

A briquetagem consiste na aplicação de pressão na mistura de finos de

resíduos com objetivo de obter um corpo compacto de forma pré-definida. Neste

processo são utilizados moldes ou matrizes de tamanho e forma convenientes e

pode ser executado com auxílio ou não de aglutinantes, dependendo da matéria-

prima empregada e das propriedades requeridas ao elemento constituído,

denominado briquete (ZAGO et al., 2010).

Os aglutinantes são utilizados quando o material a ser aglomerado não possui

resistência à compressão e ao impacto após a compactação. Em resíduos

siderúrgicos normalmente é empregado um aglomerante composto de cal (CaOH) e

melaço de cana. Outros aglomerantes utilizados são o silicato de sódio ou ainda

resíduos da indústria alimentícia ou papeleira, como o lignosulfonato ou soluções de

dextrina. Os briquetes produzidos com aglutinantes são normalmente produzidos em

baixas pressões, de maneira a evitar uma nova fragmentação das partículas. Para a

produção de briquetes sem aglutinantes, necessita-se que as partículas estejam

situadas o mais próximo possível uma das outras, compensando a ausência de uma

substância aglutinante. Muitos materiais orgânicos e inorgânicos podem ser

briquetados sem a utilização de aglutinantes (RENOVA RECICLAGEM; 2011).

Depois de fabricados, os briquetes devem possuir as qualidades necessárias

à sua aplicação, tais como: resistência à compressão, ao impacto, à abrasão e à

penetração de água (MELO, 2000).

Essas características permitirão aos briquetes serem manuseados, estocados

e resistirem a choques ou gradientes térmicos, mantendo sua integridade. Dentre os

ensaios a serem realizados pode-se medir a resistência à compressão, à quedas e a

gradientes de temperatura sem colapso, ou seja, temperatura de choque ou

percentual de briquetes crepitados em determinada faixa de temperatura. Estes são

fatores importantes a serem medidos em briquetes que terão por finalidade a

inclusão na carga de fornos de fundição (MELO, 2000).

Na Figura 2.1 evidencia o esquema de funcionamento da briquetagem através

de rolos e da forma das cavidades presentes nos rolos em um equipamento aberto.

O material após misturado é vertido na prensa que copiará seu perfil e dimensão.

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Figura 2.1: Cavidades dos rolos de briquetagem (RENOVA RECICLAGEM, 2011).

No processo de aglomeração de partículas finas em prensas, as forças de

atração intermolecular de Van der Waals apresentam uma forte influência na união

das partículas. Entretanto, somente, tornam-se efetivas, quando a distância entre

essas partículas é reduzida pela ação de uma elevada força externa (RENOVA

RECICLAGEM; 2011).

Na aplicação da pressão externa ao material a ser briquetado, podem ser

utilizados três processos:

Briquetagem em prensas de rolos (Figura 2.2), onde o material flui

continuamente, entre dois rolos paralelos, com cavidades ou moldes dispostos em

sua superfície, de tamanho e forma adequados, rigidamente ligados entre si, girando

com a mesma velocidade de rotação, todavia em sentidos contrários;

Briquetagem por extrusão contínua em máquinas do tipo maromba;

Briquetagem em prensas hidráulicas, em que os moldes são preenchidos, de

forma intermitente (RENOVA RECICLAGEM; 2011).

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Figura 2.2: Compressão em prensas de rolos (CETEM, 2011)

Os briquetes apresentam as seguintes vantagens:

Excelente relação custo x benefício, quando comparado a substituição

parcial por sucata de aço;

Opção adicional de matéria-prima: substituição parcial das matérias-prima

padrão (sucata de ferro, ferro gusa, sínter, etc.);

Preparação dos cestos de sucatas: por ter alta densidade, o briquete é um

agente facilitador no processo de montagem de cargas frias;

Facilidade de armazenamento e transporte;

Produto com composição química pré-definida conhecida e garantida em

função de se conhecer a composição dos materiais adicionais para mistura

e confecção dos briquetes;

Matéria prima própria.

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A Figura 2.3 evidencia o processo de briquetagem.

Figura 2.3: Esquema do processo de briquetagem (RENOVA RECICLAGEM; 2011).

2.1.2. Briquetagem com aglomerantes

O aglomerante é utilizado para melhorar a resistência à compressão e ao

impacto, e proporcionar a adesão das partículas. Os aglomerantes podem ser

classificados em líquidos, sólidos, solúveis e insolúveis em água. Na Tabela 2.1

apresenta alguns tipos de aglomerantes.

Tabela 2.1: Exemplos de aglomerantes (CETEM, 2011).

Tipo Matriz Tipo Filme Aglutinantes Químicos

Alcatrão Água Ca(OH)2 + melaço

Asfalto de petróleo Silicato de Sódio Silicato de sódio + CO2

Cimento Portland Lignosulfonatos Epóxis

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2.1.3. Características dos briquetes

Godinskii et al. (2003) fez uma avaliação referente à empregabilidade de

briquetes de resíduos siderúrgicos para fornos a arco, defendendo a idéia de

reciclagem dos resíduos gerados pela planta metalúrgica no local de geração. A

principal razão dos pesquisadores é a compatibilidade entre resíduos gerados e a

carga utilizada no processo. Enfatizam que os briquetes de resíduos siderúrgicos,

com auxílio de agente redutor e ligantes viabilizam a reintrodução dos resíduos na

indústria.

Segundo Santos (2011) as características básicas dos briquetes não alteram

muito de um resíduo para outro, com exceção dos briquetes produzidos a partir de

cascas de arroz, os quais apresentam vantagens e desvantagens. Como

desvantagens podemos citar:

O teor de Fe contido na composição do briquete, onde poderá ocorrer

oxidação antes destes se incorporarem ao banho e acarretar maior

formação de escória;

A densidade, que é definida como a relação entre a sua massa e o seu

volume, quanto maior a densidade maior incorporação ao banho no forno;

Cálculo para atingir a composição química adequada do briquete, que

implicará a incorporação de alguns teores dos elementos específicos para

alcançar a composição.

E como vantagens podemos citar: Alta densidade de resíduos prensados,

com elevado poder calorífico; Controle do descarte de resíduos; Formato geométrico

que facilita transporte e manuseio; Possibilidade de adequação da composição

química para substituição parcial ou total da carga de sucata de aço, gusa, ou

retorno de canal no forno.

A Tabela 2.2 evidencia as características obtidas pela Biomachine (primeira

empresa de briquetagem).

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Tabela 2.2: Características dos briquetes (BIOMACHINE, 2011).

Características Valores

Umidade 10 a 12%

Carbono Fixo 13,6 %

Cinzas 2%

Materiais Voláteis 84,40%

Poder Calorífico 4300 a 5000 Kcal/kg

Densidade 1000 a 1300 Kg/m3

2.2. Biomassa: uma energia brasileira

O termo Biomassa é ainda pouco conhecido, mais está a cada dia sendo mais

estudado para atuar no cotidiano brasileiro. Por ser considerado uma fonte de

energia não poluente, a biomassa é caracterizada como matéria orgânica, de origem

animal ou vegetal, podendo ser utilizada na produção de energia (BUZIN, 2009).

Todos as fontes biológicas que podem ser aproveitados como fontes de

energia são chamados de biomassa; dentre as matérias-primas mais utilizadas estão

a cana-de-açúcar, o eucalipto, o lixo orgânico (que dá origem ao biogás), resíduos

(casca de arroz, casca da soja, bagaço da laranja, entre outros), além de alguns

óleos vegetais (amendoim, soja, dendê), as fibras (de coco).

Espera-se, que a utilização da biomassa como fonte de energia, aumente

consideravelmente, através de uma política clara de comercialização, pela sua

vantagem de geração descentralizada, próxima aos pontos de carga e pelos

benefícios ambientais decorrentes da sua utilização (ĐERČAN et AL., 2012).

2.2.1. Biomassa e Bioenergia

A biomassa é uma fonte de energia abundante em nosso país, sendo muito

utilizada em processos industriais. Ao longo dos anos o homem vem se aproveitando

do potencial econômico dos vegetais, dessa forma usinas, serrarias, industriais,

entre outros, utilizam-se da biomassa vegetal para inúmeros processos de

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beneficiamento de matérias ou para a obtenção de energia, porém as indústrias com

base no setor florestal possuem baixo rendimento, aproveitando uma pequena parte

do material, gerando assim, uma grande quantidade de resíduos lignocelulósicos

(BUZIN, 2009; LUCENA et al., 2008).

Boa parte dos resíduos lignocelulósicos gerados pelas indústrias podem ser

reaproveitados para fazer pequenos objetos, chapas, ou para gerar energia, sendo

queimados diretamente ou transformados em pellets ou briquetes, sendo que este

último representa uma das fontes tecnológicas de melhor aproveitamento de

resíduos(SAIDUR et al., 2011).

A briquetagem é um processo eficiente, concentrando uma grande quantidade

de energia oriunda da biomassa em uma pequena unidade de área, tendo em vista

que os briquetes possuem no mínimo cinco vezes mais energia que os resíduos que

os originaram, sendo que seu poder calorífico é superior até ao da lenha (BUZIN,

2009).

A briquetagem é um processo muito vantajoso no que diz respeito à

armazenagem de material, visto que com a briquetagem ocorre uma grande redução

de volume do material, isso implica em um armazenamento de energia maior em um

menor espaço para estocagem. Além disso, há vantagem de diminuir os custos com

o transporte, visto que, em decorrência do fato do material estar condensado,

poderá ser transportada uma quantidade muito superior de biomassa em espaço

físico reduzido (BIOMAX, 2011).

Estima-se para 2100 oito tipos de energia, sendo carvão 2% e lenha 2%. Ou

seja, seis novos tipos de energia entrarão no cenário civilizatório, entre elas a

moderna biomassa e dentro desta, os descartes ligno-celulósicos e o briquete de

madeira. O destaque desta projeção para 2100 é que a energia solar seria a

dominante (GENTIL, 2008). A Figura 2.4 elucida este fato.

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Figura 2.4: Fluxo de 1850 a 2100 da demanda em % de combustíveis fósseis, biomassa e outras

energias (GENTIL, 2008).

2.2.2. O briquete de fibra da palmeira

As fibras de palmeira podem ser extraídas de várias espécies. Uma

característica fundamental da espécie eleita é a qualidade do produto (rendimento,

textura, coloração, etc) e o tempo necessário para a planta estar apta à colheita.

Palmeiras do gênero Archontophoenix vêm sendo usadas recentemente para a

produção de palmito devido às suas características de qualidade, precocidade e

rusticidade. Como o cultivo é recente, não é sabido se há diferenças na

produtividade e qualidade do palmito entre as espécies (HUSAIN; ZAINAC;

ABDULLAH, 2002).

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Figura 2.5: Resíduos obtidos da palmeira (SIMAS et al, 2010).

2.3. Auto-Redução

Auto-redução é aplicada ao processamento metalúrgico de óxidos metálicos

onde um agente de redução sólido, geralmente material com teores razoáveis de

carbono fixo está intimamente misturado com os óxidos metálicos a serem

reduzidos. Desta forma ocorre a coesão, na qual ao ser submetido a um gradiente

térmico em atmosfera controlada, realiza à redução do metal. Estes aglomerados

auto-redutores podem ser considerados auto-reagentes (BUZIN, 2009).

Na Figura 2.6 visualiza-se uma representação esquemática e simplificada de

um aglomerado auto-redutor.

Figura 2.6 : Aglomerado auto-redutor.

A função da fibra é atuar como um agente redutor em virtude do percentual de

carbono da mesma somado com o percentual de carbono do carvão vegetal utilizado

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em menor quantidade auxiliará na redução do óxido metálico (óxido de Fe), onde se

pode aproveitar o Fe metálico.

Usualmente o conceito de redução está vinculado à remoção do oxigênio dos

óxidos de ferro, ocorrendo à diminuição do grau de oxidação inicial. Caso haja

remoção de todo o oxigênio dos óxidos, diz-se que o metal está completamente

reduzido. Neste sentido, o grau de redução de um material se refere ao percentual

de oxigênio removido em relação ao oxigênio inicial (ARAÚJO, 1997).

Com a inserção de um agente aglomerante ligante pode-se processar

aglomerados auto-redutores na forma de briquetes, proporcionando o

aproveitamento de resíduos industriais, transformando-os em uma matéria-prima

convencional ao processo.Uma baixa granulometria do agente redutor favorecerá a

utilização de carbono proveniente de biomassa. Desta forma, neste projeto foi

utilizado resíduo de biomassa e ferro fundido para produção de briquetes.

2.4. Ferros fundidos

É o termo genérico utilizado para as ligas Ferro-Carbono nas quais o

conteúdo de Carbono excede o seu limite de solubilidade na austenita na

temperatura do eutético. A maioria dos ferros-fundidos contém no mínimo 2% de

carbono, mais silício (entre 1 e 3%) e enxofre, podendo ou não haver outros

elementos de liga (LOPES, 2006). Com base no diagrama de equilíbrio ferro

carbono, pode-se definir ferro fundido como uma liga ferro-carbono, onde o carbono

possui teores maiores que 2%, apresentando-se na forma de carbono combinado. O

ferro fundido é considerado como uma liga ternária Fe-C-Si, uma vez que o silício

aparece naturalmente junto com o carbono, algumas vezes em porcentagem

similares ou maiores que o próprio carbono (CETEM, 2011).

Além da composição química, outros fatores importantes que afetam as

propriedades são: o processo de solidificação, a taxa de solidificação e os

tratamentos térmicos posteriores. Elementos de liga são adicionados para melhorar

as propriedades de resistência ao desgaste, abrasão e corrosão, dureza.

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2.4.1. Fornos elétricos de indução

Os fornos elétricos de indução são fornos usados para a fusão e afinação de

vários tipos de ligas ferrosas e não ferrosas, os quais garantem um bom controle

químico das ligas que são elaboradas. O rendimento destes fornos é bom, embora,

se utilize uma carga metálica parcialmente líquida transferida de fornos auxiliares.

Funcionam sob o mesmo princípio de um transformador e se subdivide em:

Fornos de indução de baixa freqüência (até – 50hz);

Fornos de indução de média freqüência (volta dos 500hz);

Fornos de indução de alta freqüência (acima dos 5000hz).

Fornos de indução a vácuo, geralmente, é usado para baixa freqüência,

consiste de uma bobina primária (refrigerada por fluxo de um fluido) pela qual é

percorrida por corrente alternada, induzindo um campo eletromagnético alternado,

ou seja, gera correntes parasitas ou correntes de Foucault no metal produzindo um

efeito de aquecimento no metal de carga (cadinho) que atuam como bobina

secundária. A profundidade (s) de penetração da corrente é dependente da

freqüência (f) na carga, de tal forma que a relação S/√f deve ser constante, para

fundir o metal. Comparando os fornos de indução de baixa e de alta freqüência se

pode indicar que:

A agitação é tanto maior, quanto mais baixa for à freqüência;

A agitação do banho pode destruir a camada protetora de escória e

promover a inclusão de óxidos;

Os refratários duram menos tempo nos fornos de baixa freqüência, devido

à agitação do banho metálico. Na fase de arranque as correntes de alta

freqüência desenvolvem mais calor que as de baixa freqüência;

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As cargas mais utilizadas, nos fornos de indução, incluem sucata de aço,

sucata de ferro fundido, retornos, ferro-silício e carbono. No entanto, a carga varia

em função do tipo de produto se deseja obter.Forno de indução típico: potência de

150 kW, capacidade 13ton. Velocidade de fusão 2500 kg/h. Temperatura de trabalho

600 a 1750°C (LOPES, 2006).

O processo de carregamento para utilização do briquete em forno de 3 ton

consiste em:

1. Carregar o forno com sucata de aço ou liga a ser fundida;

2. A seguir, se liga a corrente de alta freqüência é passada através da bobina

primária;

3. Após carregar 30% da matéria-prima total, adiciona-se de 2 a 3,5% de

briquete;

4. Carregar o forno com o restante da carga;

5. Esperar a fusão total do material;

6. Coletar amostra de escória para análise, e amostra do metal fundido.

O mix operacional para carregamento do forno é de importância no caso de

fornos à indução para que ocorra a perfeita incorporação do material ao banho.

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3. MATERIAIS E MÉTODOS

Para avaliar a capacidade dos resíduos de ferro fundido e das fibras da

palmeira para a produção do briquete foi necessário caracterizar as matérias-primas.

O fluxograma da Figura 3.1 descreve um esquema geral simplificado das etapas que

foram desenvolvidas neste projeto.

Figura 3.1: Fluxograma das etapas de análise.

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3.1. Obtenção das matérias-primas

3.1.1. Fibras naturais

As fibras provenientes da palmeira real australiana foram gentilmente

fornecidas pela Empresa Terra Marajó. Primeiramente as fibras foram cortadas,

secas em estufa a 60ºC em seguida foram peneiradas em uma peneira de 10, 20 e

40 mesh, conforme evidenciado nas Figuras 3.2 e 3.3.

(a) (b)

Figura 3.2: (a) Fibras da palmeira e (b) Triturador.

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Figura 3.3: Peneiras granulométricas.

Este procedimento foi adotado, pois o diâmetro do briquete a partir de

biomassa deverá ser quando de madeira para queima em caldeiras, fornos e lareiras

é de 70 mm a 100 mm e com comprimento de 250 mm a 400 mm. Outras dimensões

com diâmetros de 28 mm a 65 mm são usadas em estufa, fogão de alimentação

automática, grelha e churrasqueira (GENTIL, 2008).

3.1.2. Resíduo de pó de jateamento de ferro fundido

O resíduo de ferro fundido foi oriundo de fundição da Empresa BR Metals e

proveniente da atividade de jateamento virabrequins. Nesta atividade o resíduo é

controlado pelo meio ambiente e descartado em caçambas e posteriormente

armazenado em bags, onde são retirados periodicamente por empilhadeiras e

destinado ao setor de descarte de resíduos. Foi feito um levantamento prévio dos

resíduos gerados na fábrica e analisados para posterior mistura. Este resíduo foi

peneirado em uma peneira de 100 mesh.

3.2. Caracterização das matérias-primas

3.2.1. Microscopia eletrônica de varredura

As micrografias foram realizadas em um microscópio eletrônico de varredura

JEOL JSM5310 acoplado ao EDS, disponível no Instituto Nacional de Pesquisas

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Espaciais/INPE, operando de 15 a 20 kV, usando elétrons secundários, a fim de

obter informações quanto à morfologia e composição das fibras. As amostras foram

fixadas em um suporte com auxílio de uma fita de carbono autocolante dupla face e

submetidas ao recobrimento metálico com ouro (fibras e resíduo de ferro fundido).

A composição química das matérias primas é de suma importância para a

produção do briquete, para posterior cálculo da composição química dos briquetes e

adequação da mesma, de forma que atendam a necessidade de substituição parcial

das cargas metálicas nos fornos cubilot ou indução. Desta forma, a composição

química das matérias primas foi obtida por uma análise qualitativa por EDS.

3.2.2. Determinação do teor de umidade das fibras

O teor de umidade das fibras da palmeira foi determinado utilizando uma

estufa à 100 oC (ABNT NBR 8112), considerando cinco amostras, utilizando a

equação 3.1.

,100(%)

Mu

MuMsTU (3.1)

Onde: TU é o teor de umidade das fibras, Mu e Ms correspondem as massas

das fibras úmidas e secas.

3.2.3. Caracterização química das fibras

A lignina atua como aglomerante das partículas da madeira (GENTIL, 2008).

A lignina solidificada na superfície faz que o briquete resista à umidade, justificando

a não utilização de produtos aglomerantes como cola, resina, cera ou amido (ALARU

et al., 2011). Portanto, foi realizada a caracterização química das fibras da palmeira

in natura empregando a metodologia analítica para bagaço de cana desenvolvida

por Rocha et al (1997) e validado por Gouveia et al., 2009.

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3.2.4. Determinação de carboidratos e ácidos orgânicos por CLAE

Os hidrolisados obtidos foram analisados por cromatografia líquida de alta

eficiência (CLAE), utilizando uma coluna Aminex HPX-87H (300 x 7,8 mm, BioRad

Laboratories Ltda) em um cromatógrafo Shimadzu LC-10AD. Como fase móvel foi

empregado H2SO4 0,005 mol.L-1 com fluxo de 0,6 mL.mim-1, a 45°C. Os compostos

foram monitorados com um detector de índice de refração Shimadzu RID-6 A, sendo

os compostos fenólicos presentes nas amostras removidos por cartuchos de

extração sólida Sep-Pak C18 (Waters). Os cromatogramas das amostras foram

comparados com o padrão dos açúcares e ácidos orgânicos a serem analisados. A

quantidade foi feita através de curvas de calibração de cada composto.

3.2.5. Determinação de lignina insolúvel em ácido

O material insolúvel retido no papel de filtro proveniente da etapa de hidrólise

ácida para caracterização química foi lavado com aproximadamente 1,5 L de água

destilada, para remoção de ácido residual (até pH próximo de 7), a seco em estufa à

temperatura de 105°C até massa constante. A porcentagem de lignina insolúvel em

meio ácido foi calculada em relação à massa de material lignocelulósico seco

descontando-se a massa de cinzas presentes na lignina.

3.2.6. Determinação do teor de cinzas

Os materiais resultantes da etapa de determinação de lignina insolúvel foram

colocados em cadinhos de porcelana previamente calcinados e tarados. Em

seguida, esses materiais foram calcinados, inicialmente a 400°C e depois por mais 2

h a 800°C. Após a calcinação, os cadinhos foram resfriados em dessecador e a

massa de cinzas determinada. A massa real de lignina Klason foi calculada

descontando-se a massa de cinzas.

3.2.7. Determinação da lignina solúvel

A quantidade de lignina solúvel foi determinada pela medida de absorbância a

280 mm em um espectrofotômetro UV-visível Perkin Elmer modelo Lambda 25. Uma

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alíquota de 5 mL do hidrolisado obtido da etapa de hidrólise ácida para

caracterização química dos materiais lignocelulósicos foi transferida para um balão

volumétrico de 100 mL, juntamente com 50 mL de água destilada e 2 mL de NaOH

6,5 molar (pH final próximo a 12). Após agitação, completou-se o volume com água

destilada e essa mistura resultante foi analisada no espectrofotômetro. A equação

3.2 abaixo foi utilizada para determinar a concentração de lignina solúvel no

hidrolisado:

(3.2)

Onde: CLig: Concentração de lignina solúvel no hidrolisado (g/L);

A280nm: Absorbância do hidrolisado em 280 nm;

εHMF: Absortividade do hidroximetilfurfural (114 L.g -1);

εFurf : Absortividade do furfural (146,85 L.g -1);

CHMF: Concentração de hidroximetilfurfural no hidrolisado (g/L);

CFurf: Concentração de furfural no hidrolisado (g/L);

A: Absortividade da lignina para o bagaço de cana-de-açúcar (19,6 L/g)

(ROCHA et al., 1997).

3.2.8. Determinação de furfural e hidroximetilfurfural

Furfural e hidroximetilfurfural foram determinados por CLAE, em uma coluna

LiChrospher 100 RP-18 (5µm) de 125 x 4 mm (Hewlett-Packard), utilizando-se

acetonitrila/água 1:8 (v/v) com 1% á ácido acético como fase móvel, a uma vazão de

0,8 mL.mim-1 a 25°C. O hidrolisado obtido foi previamente diluído com água na razão

Clig= (A280nm – εHMF ). (CHMF – εFurf.CFurf )

A A

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de 1:100, filtrado em membrana de diâmetro de poro de 0,45 µm (Millipore), e

injetado com uma válvula Rheodyne equipada com alça de injeção de 20 µL. Os

compostos foram detectados a 276 nm, em um detector UV/Visível Shimadzu SPD-

10. As concentrações de furfural e hidrometilfurfural foram determinadas a partir de

curvas de calibração obtidas com os compostos puros.

3.2.9. Análise Elementar das fibras

Para a análise elementar, as amostras foram moídas e peneiradas, sendo

utilizada a fração que passou pela peneira 200 mesh e ficou retida na de 270 mesh.

A quantificação dos teores de carbono, hidrogênio, nitrogênio e enxofre em relação à

massa seca das fibras de palmeira real australiana foi realizada em um analisador

universal da marca Elementar, modelo Vario Micro Cube. O analisador utiliza, como

gases de arraste e ignição, o hélio e o oxigênio, respectivamente. Foram

acondicionadas 2 mg da amostra em cápsulas de estanho e completamente

incineradas a 1200 °C.

Figura 3.4: Equipamento de análise elementar: Vario Micro Cube.

3.3. Briquetes

3.3.1. Preparação dos briquetes

O processo de aglomeração das matérias-primas para briquetagem foi

realizado em briquetadeira do tipo de rolos na empresa RENOVA. Utilizou-se 2,6 kg

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de fibra de palmeira real australiana com granulometria de 100 mesh, onde foi

preparada a mistura como evidenciado na Tabela 3.1.

Tabela 3.1: Materiais utilizados na composição do briquete.

Materiais %

Resíduo Metálico 88

Melaço 4

Cal Hidratada 4

Fibra Redutora 4

Total 100

3.3.2. Obtenção do briquete

De acordo com a Tabela 3.1 com as proporções para confecção dos

briquetes, sendo 88% em massa de resíduo metálico e os 12 % dos demais

constituintes, pode-se efetuar a aglomeração a frio dos materiais em briquetadeira

no grupo Renova-SP. Os briquetes foram confeccionados com 50 mm de

comprimento e 25 mm de largura.

(a) (b)

Figura 3.5: (a) Confecção dos briquetes; (b) Briquete obtido na RENOVA.

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3.4. Caracterização dos briquetes

3.4.1. Ensaio de compressão

A avaliação dos briquetes foi analisada por meio de ensaios de compressão

em um equipamento para medição de ponto de ruptura à compressão fabricado pela

empresa Peso Real Ltda., localizado na Empresa Renova, em SãoPaulo. Os ensaios

foram realizados com 3 tipos de preparação dos briquetes aplicando-se

hidraulicamente pressão onde foram registrados os picos de ruptura:

1. Briquete de resíduo de aço rolamento sem agente redutor;

2. Briquete do resíduo do aço rolamento com 2% de carvão vegetal como

agente redutor;

3. Briquete do resíduo do aço rolamento com 2% de fibra de palmeira real

australiana como agente redutor.

3.4.2. Determinação do poder calorífico

O poder calorífico superior foi determinado em um calorímetro digital, modelo

IKA C-200, conforme a norma NBR 8633 (ABNT, 1984). No departamento de

engenharia química/UFLA.

Figura 3.6: Calorímetro digital IKA C-200.

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4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1. Microscopia eletrônica de varredura

A Figura 4.1 elucida a morfologia das fibras da palmeira, nas quais

apresentam uma superfície lisa ,estrutura porosa e oca com formas cilíndricas.

(A) (B)

Figura 4.1: MEV das fibras da palmeira.

A análise realizada por energia dispersiva, EDS, determinou a composição de

forma qualitativa da fibra, a qual apresentou 39,52% de Carbono e 60,48% de

Oxigênio. A Figura 4.2 evidencia o EDS das fibras. A quantidade de carbono foi

satisfatória, pois quanto maior o teor de carbono fixo maior o calor gerado.

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Figura 4.2: EDS das fibras da palmeira.

Figura 4.3: MEV do ferro fundido em diferentes aumentos.

A Figura 4.3 evidência o aspecto do ferro fundido.

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Analisando o EDS do ferro fundido (Figura 4.3), foi possível determinar a

composição química elementar e caracterizá-lo como ferro fundido nodular, onde

pode-se verificar pelo formato poroso da microestrutura em MEV, a qual apresentou

26% de Ferro, 12% de Magnésio, 14% de Silício e 6% de Carbono.

Figura 4.4: EDS do ferro fundido.

O ferro metálico, elemento este que não depende da presença do oxigênio

para se agregar à massa metálica da corrida processada, contendo no máximo 10 a

12% de óxido de ferro, sendo o FeO o que aparece em maior percentual. A fim de

recuperarmos o ferro existente no óxido, adicionamos na mistura carbono na forma

de carvão vegetal, com granulometria máxima de 50 mesh, que na presença de

temperatura e ao longo do tempo provoca a redução do óxido de ferro presente,

levando-nos a obter um metal com alto teor de ferro metálico.

4.2. Determinação do teor de umidade

O valor determinado do teor de umidade das fibras da palmeira foi de 18,3 ±

2. A umidade de um material está relacionada com o seu teor de água, no caso do

briquete o valor de 10 a 12% de umidade é considerado baixo em relação à lenha

convencional (BIOMAX, 2011). Analisando-se a Tabela 2.2 com o valor encontrado

observa-se a fibra da palmeira poderá ser utilizada para a produção de briquetes.

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Gentil (2008) também sugere um teor de umidade igual ou menor de 25% como

adequado para a combustão. Teores elevados de umidade demandam muita

energia para secar a lenha, diminuindo a quantidade de energia disponível para a

secagem da serragem.

4.3. Caracterização química das fibras

Na Tabela 4.1 podemos analisar a composição dos componentes da fibra de

palmeira.

Tabela 4.1: Composição química das fibras da palmeira.

Componentes Fibra

Celulose 47,8 ± 5,2

Hemicelulose 23,7 ± 3,1

Lignina 25,9 ± 2,4

Cinzas 1,8 ± 0,3

TOTAL 99,2

A análise da composição química das fibras da palmeira evidenciou o teor de

25,9 ± 2,4 lignina que pode promover a colagem entre as partículas adensadas.

Segundo, Gentil (2008) a lignina solidificada na superfície faz que o briquete resista

à umidade facilita a colagem, justificando a não utilização de produtos aglomerantes

como cola, resina, cera ou amido. Os aglutinantes são utilizados quando o material a

ser aglomerado não possui resistência à compressão e ao impacto, após a

compactação. Além de permitirem uma maior adesão das partículas finas, os

aglutinantes podem aumentar ou diminuir as propriedades coqueificantes do material

a ser briquetado.

4.4. Análise Elementar das fibras

A partir dos resultados obtidos pela análise elementar (Tabela 4.2), foi

possível confirmar que o percentual de enxofre elemento deletério foi relativamente

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baixo e o percentual de carbono foi considerado ideal para a confecção do briquete

e atuação no processo de redução

Tabela 4.2: Análise Elementar das fibras.

Análise Elementar

N C H S

Fibra 1,35 41,21 5,48 0,15

1,32 42,75 5,62 0,14

Média 1,34 41,98 5,55 0,14

4.5. Caracterização dos briquetes

4.5.1. Determinação do poder calorífico

A Tabela 4.3 demonstra o acréscimo do poder calorífico em relação a

diferentes valores de massa, sabe-se que ocorre a liberação da energia pelo

processo exotérmico antes do total aquecimento das fibras. A queima e processo de

redução favorece o aumento de carbono onde este combinado com oxigênio formam

o dióxido de carbono e permitem a liberação do Fe metálico.

Tabela 4.3: Análise do Poder calorífico

Briquete Palmeira Real Australiana

Massa Poder Cal. Média

0,3614 1426

1488 ± 57,2 0,2866 1498

0,2775 1539

4.5.2. Ensaio de compressão

Analisando-se os resultados obtidos dos briquetes após o ensaio de

compressão observou-se um incremento da resistência dos briquetes de palmeira

real australiana quando comparados aos briquetes de carvão vegetal como agente

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redutor. O equipamento utilizado para o ensaio tem capacidade de 9807 N

localizado na empresa Renova –SP, a medida foi executada no mesmo dia de

produção e 20 dias depois. O briquete de resíduo de aço sem agente redutor

apresentou resistência à compressão de 55,1± 6 kgf/cm2, o briquete de resíduo de

aço com carvão vegetal como agente redutor apresentou 61,2 ± 5,1 kgf/cm2 de

resistência a compressão contra 59 ± 10,5 kgf/cm2 do briquete de resíduo de aço

mais fibra de palmeira real australiana.

Pode-se observar que o briquete de resíduo de aço com fibra de palmeira real

australiana apresentou valores para o ensaio de compressão próximos ao briquete

com carvão como agente redutor, o qual é comercializado, conforme Figura 4.5.

Deve-se levar em consideração para a variação alta do desvio padrão do briquete

com fibra de palmeira a proporção de fibra utilizada que foi de 4%.

Figura 4.5: Ensaios de compressão comparativo entre briquete de fibra de palmeira e briquete

comercialmente vendido Renova.

O comportamento do briquete de fibra de palmeira real australiana como

agente redutor foi positivo para utilização no processo de fundição com o devido

controle da composição química do mesmo e da inserção deste nos fornos de

indução.

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O ensaio de compressão foi essencial para analisar a resistência do briquete

visto que o mesmo será inserido no meio da carga em fornos de indução e após

adiciona-se a sucata de aço para realizar uma carga tipo sanduíche.

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5. CONCLUSÕES

Com base nos resultados levantados pelos métodos de ensaios pode-se

concluir que:

O resíduo de ferro fundido (pó) da empresa BRMETALS apresentou as

características necessárias, para a mistura com a fibra;

O percentual de carbono na fibra permite a aglomeração da mesma e o

resíduo na tentativa de formação de briquete autorredutor;

O teor de umidade das fibras de 18,3%, a qual permitirá a aglomeração;

O briquete com palmeira real australiana apresenta propriedades similares

ao briquete com carvão vegetal comercializado;

O teor de lignina da fibra de palmeira real australiana facilitou a

aglomeração do material;

Foi desenvolvido um briquete com propriedades similares ao

comercialmente vendido;

No ensaio de análise elementar a média de 0,14 para teor de enxofre foi

significativa para a confecção do briquete visto que teores acima de 0,20

seriam considerados deletérios;

O teor de carbono da fibra de 41,28 juntamente com o percentual de

carbono do resíduo foi primordial para o processo de autorredução;

Pode-se observar que o briquete de palmeira real australiana apresentou

valor significativo de resistência à compressão (59kgf/cm2), quando

comparados aos briquetes de carvão vegetal como agente redutor

(61,2kgf/cm2).

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Desta forma, considera-se que o produto obtido poderá ser empregado

para substituição parcial na carga metálica em fornos de fundição.

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7. TRABALHOS FUTUROS

Utilização de 5% de fibra de palmeira real australiana como agente redutor

para confecção de briquete autorredutor e analisar o comportamento do

mesmo;

Modificar quimicamente a fibra de palmeira real australiana para utilizar

como agente redutor em briquete de resíduo de fundição;

Utilização de amido de milho como aglomerante de briquete de resíduo de

fundição e fibra de palmeira real australiana como agente redutor.