Desenvolvimento da ação motora e acesso a cultura corporal

Luiz DantasGrupo de Estudo de Pedagogia da

Educação Física Escolar - USP

Prolegômeros

• CULTURA• CULTURA CORPORAL• DESENVOLVIMENTO• DESENVOLVIMENTO DA AÇÃO MOTORA• EDUCAÇAO FÍSICA E EDUCAÇÃO FÍSICA

ESCOLAR

Cultura

• Cultura é uma das duas ou três palavras mais complicadas da lingua inglesa (Williams, 1976)

• Cultura é considerada umas das ou três palavras mais complexas de nossa língua (Eagleton, 2000)

• Tudo que é aprendido (Tylor, 1871)• Todos os aspectos de uma realidade

social...conhecimento, idéias e crenças de um povo (Santos, 2004)

ESCHER

CONDIÇÃO HUMANA

• O que quer que toque a vida humana ou entre em relação duradoura com ela, assume imediatamente o caráter de condição de existência humana. (Arendt, 1958)

Cultura Corporal

• 1992: um ano mágico• “Na perspectiva da reflexão sobre a cultura

corporal...Busca desenvolver uma reflexão pedagógica sobre o acervo de formas de representação do mundo que o homem tem produzido no decorrer da história, exteriorizados pela expressão corporal: jogos...e outros, que podem ser identificados como formas de representação simbólica de realidades vividas pelo homem, historicamente criadas e culturalmente desenvolvidas” (Coletivo de autores, 1992)

Cultura corporal

• “É fundamental para essa perspectiva da prática pedagógica da Educação Física o desenvolvimento da noção de historicidade da cultura corporal. É preciso que o aluno entenda que o homem não nasceu pulando, saltando...Essa compreensão deve instigar o aluno a assumir a postura de produtor de outras atividades corporais...” (Coletivos de autores, 1992)

Cultura corporal

• Substantivo coletivo• Simplificação• Problema de delimitação

Problema de delimitação

• “Cabe esclarecer que a expressão “cultura corporal” pode não ser a mais adequada porque é difícil imaginar uma atividade humana que não seja culturalmente produzida pelo homem, assim como é difícil imaginar uma atividade cultural manifesta que não seja corporal. “

• Moreira (1996).

• “o conjunto de significados/sentidos e códigos que se produzem e reproduzem dinamicamente nos jogos, esporte, danças e atividades rítmicas, lutas, ginásticas e etc., os quais influenciam, delimitam, dinamizam e/ou constrangem o Se-movimentar dos sujeitos, base de nosso diálogo expressivo com o mundo e com os outros.” (Caderno de Educação Física, 2008)

DESENVOLVIMENTO• CRIAR; PROGREDIR;ELABORAR UMA

MONOGRAFIA; DESENROLAR;TRAZER PARA UM ESTÁGIO MAIS AVANÇADO

• MUDANÇAS AO LONGO DA VIDA• SUA VIDA• ESTUDOS DESENVOLVIMENTAIS BUSCAM

DESCREVER/EXPLICAR ESSAS “MUDANÇAS” AO LONGO DA VIDA DO INDIVÍDUO..

• O CONHECIMENTO SOBRE O DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇAS NÃO DETERMINA O QUE DEVE SER A CRIANÇA.

NATUREZA HUMANA

• O homem a rigor não tem natureza, e falar de natureza humana é sumamente um equívoco...O que o homem faz não lhe é oferecido pela natureza: o tem que escolher, tem que imaginá-lo e depois tentar realizá-lo, com melhor ou pior sorte.

Julian Marias (1989) p.22-23•

DESENVOLVIMENTO DA AÇÃO MOTORA

• Ações só podem ser compreendidas com referência a um estado intencional (objetivos, valores, intenções, vontades e etc.)

• Ações, pelo menos parcialmente, estão sobre controle da pessoa, que a selecionou entre alternativas possíveis

• Ações são constituídas e restritas por regras e convenções sociais ou pelas representações que as pessoas tem sobre tem sobre esses objetos culturais

• Ações buscam transformar situações de acordo com as suas representações (crenças/desejos e etc.) em relação a estados futuros. Brandstader (2006)

Magali e companhia

• Um momento por favor!

Desenvolvimento da ação motora

• 1. O indivíduo é sujeito do próprio desenvolvimento.• Não há desenvolvimento motor, mas sim

desenvolvimento da ação motora Manoel (2008)• D/Ação emerge das relações entre aspectos

perceptivos, cognitivos, sociais, emocionais...físicos* • Não existe sequência de desenvolvimento, mas trilhas

desenvolvimentais. Manoel (2008)• A idéia de progresso no desenvolvimento da ação

motora é equivocada, a ubiqüidade é a essência do desenvolvimento, e nela, a diversidade Manoel (2008)

*

• O que quer que toque a vida humana ou entre em relação duradoura com ela, assume imediatamente o caráter de condição de existência humana. (Arendt, 1958)

Educação Física e Educação Física Escolar

• O modelo invertido• EF é uma “disciplina produtiva” como arte,

arquitetura...disciplinas organizadas em torno da construção do fenômeno que estudam. As formas de intervenção, determinadas historicamente, é o objeto de estudo inicial dessa disciplina.

Educação Física Escolar

INQUIETAÇÃO DO PALESTRANTE

• A minha impressão é que está presente na prática pedagógica, na formação docente e no discurso acadêmico, uma desvalorização do exercício da competência motora/destreza motora/letramento motor e do estudo aprofundado das ações motoras individualmente e em grupo (fazer melhor)

Bracht 2007

• “Tratar criticamente o esporte nas aulas de EF não é ser contra a técnica esportiva...pedagogia crítica da EF não propôs/propõe ...a abolição do ensino de técnicas”

Prefeitura de São Paulo• EF 11 Reconhecer, demonstrar e experimentar corporalmente as danças

socializadas no grupo de estudantes.

• EF 12 Reconhecer a dança como possibilidade de expressão de sentimentos pessoais e coletivos por meio das situações vivenciais e outras ações didáticas,

• EF 13 Demonstrar capacidade de abstração na criação de danças sem e com o uso de adereços, mediante as situações práticas propostas.

• EF 14 Construir e vivenciar coreografias a partir de temáticas combinadas coletivamente

• EF 15 Utilizar materiais diversos no contexto da dança, atribuindo-lhes significado.

• EF 16 Reconstruir e vivenciar as danças propostas em conformidade com as características do grupo e da dança (ritmo, letra, quantidade de participantes, dificuldades gestuais etc.).

• EF 17 Participar ativamente da experiência rítmica desenvolvida no ambiente escolar, identificando possíveis aspectos que contribuam para a exclusão da prática.

• EF 18 Elaborar formas de registro a partir das vivências, enfatizando aspectos rítmicos e coreográficos e culturais.

• EF 19 Identificar aspectos nominais e factuais referentes às danças abordadas (número de participantes, significado da dança, papéis e funções durante a prática etc.)

• EF 20 Reconhecer nas diversas situações de prática as características que diferenciam as danças (urbanas, rurais, folclóricas, eruditas, contemporâneas, eletrônicas etc.), associando-as a identidade cultural do grupo provedor.

• EF 21 Demonstrar apreço por meio de diversas formas de expressão para com a temática investigada.

• EF 22 Reconhecer nas diversas vivências os aspectos de regulação de um movimento musical (dança) específico.

• EF 23 Analisar as coreografias planejadas e executadas pelos próprios estudantes.

• EF 24 Relacionar e vivenciar a gestualidade de cada dança a identidade cultural do grupo provedor.

• LUTAS• EF 25 Identificar, demonstrar e explicar as modalidades de luta (brincadeiras, jogos,

artes marciais) presentes na comunidade.• EF 26 Reconhecer as dificuldades e facilidades pessoais encontradas nas atividades

propostas.• EF 27 Perceber as alterações fisiológicas e emocionais resultantes das vivências• EF 28 Identificar aspectos nominais e factuais referentes às lutas abordadas.• EF 29 Relatar de forma oral ou escrita a existência de características que diferenciam as

lutas (equilíbrio, imobilização, contusão, vestuário, graduação etc.) vivenciadas nas aulas.

• EF 30 Relacionar as lutas aos ambientes específicos de prática (espaço físico).• EF 31 Reconhecer materiais de uso para as práticas.• EF 32 Comparar as características técnicas das lutas (no chão, em pé, uso de membros

inferiores, uso dos membros superiores, tipos de imobilização, formas de finalização etc.), mediante as vivências,

• EF 33 Compreender por meio de situações de prática e demais ações didáticas as lutas enquanto manifestação sócio-histórica pertencente a determinados grupos culturais.

• EF 34 Identificar e discutir, buscando modificar as ações preconceituosas referentes às questões de gênero, idade e biotipo presentes nas lutas e nas atividades vivenciadas nas aulas, mediante vivências corporais.

• EF 35 Elaborar formas de registro a partir das vivências•

• 5 ano• Esportes• EF 57 Reconhecer modalidades esportivas praticadas em outras

localidades e elaborar adaptações para a prática no contexto escolar considerando as características do grupo e do espaço.

• EF 58 Analisar e comentar em diversas situações (aulas, eventos intra e extra-classe/escola, amadores e profissionais) o desempenho esportivo dos colegas, dos esportistas e de outras pessoas.

• EF 59 Expressar opiniões pessoais de forma construtiva no tocante à estratégias a serem adotadas na prática esportiva vivenciada nas aulas.

• EF 60 Apreciar a prática esportiva propostas nas aulas, considerando aspectos técnicos, táticos e culturais, estendendo para outras esferas do campo esportivo.

• EF 61 Identificar aspectos nominais e factuais referentes aos esportes abordados durante as aulas apropriando-se da terminologia específica da modalidade.

• EF 62 Compreender e sugerir modificações visando adaptar a prática esportiva identificada à demanda do grupo, mediante as situações de prática.

Competência motora e acesso a cultura corporal

• A importância educacional do trabalho da competência motora e da apropriação encarnada do jogo....etc.

• O acesso a cultura é restrito ou possibilitado pela competência motora

• Argumento que a educação não escolarizada é suficiente para o D/da ação

• . Indícios

“Competência motora”

• Um momento por favor!• Malaberes• PAPACAPIM E OUTROS• PENINHA

Em construção

• Obrigado