desenvolviemtnso sustentável e gestão ambiental

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  • 8/7/2019 Desenvolviemtnso Sustentvel e Gesto ambiental

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    GESTO AMBIENTAL: UM ENFOQUE NO DESENVOLVIMENTOSUSTENTVEL

    AUTORIA: Maria Elisabeth Pereira Kraemer

    Contadora, CRC/SC n 11.170, Professora e Integrante da Equipe de Ensino e Avaliao na Pr-Reitoria de Ensino daUNIVALI Universidade do Vale do Itaja. Mestre em Relaes Econmicas Sociais e Internacionais pela Universidade doMinho-Portugal. Doutoranda em Cincias Empresariais pela Universidade do Museu Social da Argentina. Integrante daCorrente Cientfica Brasileira do Neopatrimonialismo e da ACIN Associao Cientfica Internacional Neopatrimonialista.

    E-mail: [email protected] TELEFONE/FAX: (0XX) 47-3446558

    Para baixar o artigo completo, com figuras e quadros, acesse:http://www.gestaoambiental/recebidos/maria_kraemer_pdf/pdf.php

    Resumo

    A ameaa sobrevivncia humana em face da degradao dos recursos naturais, a extinodas espcies da fauna e flora, o aquecimento da temperatura devido emisso de gasespoluentes fizeram a questo ambiental ocupar um lugar de destaque nos debatesinternacionais. O meio ambiente da empresa constitudo por diversas formas derelacionamento, considerando as disciplinas gerenciais, as tcnicas e o processo de produojunto s instalaes e ao meio interno e externo, incluindo-se tambm a relao entremercado, cliente, fornecedores, comunidade e consumidor. Neste sentido, o gerenciamentoambiental no pode separar e nem ignorar o conceito de ambiente empresarial em seusobjetivos, pois o desenvolvimento deste conceito possibilita melhores resultados nas relaesinternas e externas, com melhorias na produtividade, na qualidade e nos negcios.

    Abstract

    The menace to the human survival in face of the degradation of the natural resources, theextinction of the species of the fauna and flora, the heating of the temperature due to theemission of pollution gases insisted to occupy a prominence place in the international debates.The environment of the company is constituted by several relationship forms, considering themanagerial disciplines, the techniques and the production process close to the facilities and tothe internal and external middle, being also included the relationship among market,customer, vendors, community and consumer. In this sense, the environmental managementcannot separate and ignore the concept of managerial atmosphere in its objectives, becausethe development of this concept facilitates better results in the internal and externalrelationships, with improvements in the productivity, in the quality and in the business.

    Palavras-Chave: gesto ambiental, desenvolvimento sustentvel, responsabilidade ambientale social, impacto ambiental.

    Word-key: environmental administration, maintainable development, environmental andsocial responsibility, environmental impact.

    1 IntroduoA incorporao da varivel ambiental dentro da gesto empresarial se tem

    convertido em uma necessidade inexplicvel para aquelas empresas que no queriam atuar ecumprir com as obrigaes perante a sociedade.

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    Esta incorporao se desenvolve eficientemente mediante a incluso junto aosistema de gesto geral da empresa, conhecida como Sistema de Gesto Ambiental, que deveinstrumentar-se mediante os meios e estruturas necessrias para que no fique s como umamera declarao de intenes. Neste contexto, este artigo trata do desenvolvimentoeconmico em relao ao meio ambiente; a responsabilidade ambiental da empresa;

    desenvolvimento sustentvel; gesto ambiental; impacto ambiental; benefcios da gestoambiental; sistema de gesto ambiental e por fim trata dos padres internacionais de gestoambiental como: ISO 14000, BS 7750 e EMAS.

    2 - Desenvolvimento econmico em relao ao meio ambienteOs avanos ocorridos na rea ambiental quanto aos instrumentos tcnicos, polticos e

    legais, principais atributos para a construo da estrutura de uma poltica de meio ambiente,so inegveis e inquestionveis. Nos ltimos anos, saltos quantitativos foram dados, emespecial no que se refere consolidao de prticas e formulao de diretrizes que tratam aquesto ambiental de forma sistmica e integrada.

    Neste sentido, o desenvolvimento da tecnologia dever ser orientado para metas deequilbrio com a natureza e de incremento da capacidade de inovao dos pases em

    desenvolvimento, e o programa ser atendido como fruto de maior riqueza, maior benefciosocial eqitativo e equilbrio ecolgico. Meyer (2000) enfoca que, para esta tica, o conceitode desenvolvimento sustentvel apresenta pontos bsicos que devem considerar, de maneiraharmnica, o crescimento econmico, maior percepo com os resultados sociais decorrentese equilbrio ecolgico na utilizao dos recursos naturais.

    Assume-se que as reservas naturais so finitas, e que as solues ocorrem atravs detecnologias mais adequadas ao meio ambiente. Deve-se atender s necessidades bsicasusando o princpio da reciclagem. Parte-se do pressuposto de que haver uma maiordescentralizao, que a pequena escala ser prioritria, que haver uma maior participaodos segmentos sociais envolvidos, e que haver prevalescncia de estruturas democrticas. Aforma de viabilizar com equilbrio todas essas caractersticas o grande desafio a enfrentarnestes tempos.

    Neste sentido, Donaire (1999) diz que o retorno do investimento, antes, entendidosimplesmente como lucro e enriquecimento de seus acionistas, ora em diante, passa,fundamentalmente, pela contribuio e criao de um mundo sustentvel.

    Estes processos de produo de conhecimento tm oportunizado o desabrochar deprticas positivas e pr-ativas, que sinalizam o desabrochar de mtodos e de experincias quecomprovam, mesmo que em um nvel ainda pouco disseminado, a possibilidade de fazeracontecer e tornar real o novo, necessrio e irreversvel, caminho de mudanas.

    Isto corroborado por Souza (1993), ao dizer que as estratgias de marketingecolgico, adotadas pela maioria das empresas, visam a melhoria de imagem tanto da empresaquanto de seus produtos, atravs da criao de novos produtos verdes e de aes voltadas pelaproteo ambiental.

    Desse modo, o gerenciamento ambiental passa a ser um fator estratgico que a altaadministrao das organizaes deve analisar.

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    Figura 1 - Motivao para proteo ambiental na empresa

    Fonte: Callenbach et al (1993, p. 26)

    Neste contexto, as organizaes devero, incorporar a varivel ambiental no aspectode seus cenrios e na tomada de deciso, mantendo com isso uma postura responsvel de

    respeito questo ambiental.Empresas experientes identificam resultados econmicos e resultados estratgicos do

    engajamento da organizao na causa ambiental. Estes resultados no se viabilizam deimediato, h necessidade de que sejam corretamente planejados e organizados todos os passospara a interiorizao da varivel ambiental na organizao para que ela possa atingir oconceito de excelncia ambiental, trazendo com isso vantagem competitiva.

    Os dez passos necessrios para a excelncia ambiental segundo Elkington & Burke,apud Donaire (1999) so os seguintes:

    "1 - Desenvolva e publique uma poltica ambiental.2 - Estabelea metas e continue a avaliar os ganhos.3 - Defina claramente as responsabilidades ambientais de cada uma das reas e do

    pessoal administrativo (linha de assessoria).4 - Divulgue interna e externamente a poltica, os objetivos e metas e as

    responsabilidades.5 - Obtenha recursos adequados.6 - Eduque e treine seu pessoal e informe os consumidores e a comunidade.7 - Acompanhe a situao ambiental da empresa e faa auditorias e relatrios.8 - Acompanhe a evoluo da discusso sobre a questo ambiental.9 - Contribua para os programas ambientais da comunidade e invista em pesquisa e

    desenvolvimento aplicados rea ambiental.10 - Ajude a conciliar os diferentes interesses existentes entre todos os envolvidos:

    empresa, consumidores, comunidade, acionistas etc."A primeira dvida que surge quando considerarmos a questo ambiental do ponto de

    vista empresarial sobre o aspecto econmico. Qualquer providncia que venha a ser tomadaem relao varivel ambiental, a idia de que aumenta as despesas e o conseqenteacrscimo dos custos do processo produtivo.

    Donaire (1999) refere que "algumas empresas, porm, tm demonstrado que possvel ganhar dinheiro e proteger o meio ambiente mesmo no sendo uma organizao queatua no chamado 'mercado verde', desde que as empresas possuam certa dose de criatividade econdies internas que possam transformar as restries e ameaas ambientais emoportunidades de negcios.

    3 A responsabilidade ambiental da empresa

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    Ecologia e empresa eram considerados dois conceitos e realidades inconexas. Aecologia parte da biologia que estuda a relao entre os organismos vivos e seu ambiente.Dessa forma a ecologia entendida como uma cincia especfica dos naturalistas, distanciadada viso da Cincia Econmica e Empresarial. Para a empresa o meio ambiente que estudaecologia constitui simplesmente o suporte fsico que fornece a empresa os recursos

    necessrios para desenvolver sua atividade produtiva e o receptor de resduos que se geram.Alguns setores j assumiram tais compromissos com o novo modelo dedesenvolvimento, ao incorporarem nos modelos de gesto a dimenso ambiental. A gesto dequalidade empresarial passa pela obrigatoriedade de que sejam implantados sistemasorganizacionais e de produo que valorizem os bens naturais, as fontes de matrias-prima, aspotencialidades do quadro humano criativo, as comunidades locais e devem iniciar o novociclo, onde a cultura do descartvel e do desperdcio sejam coisas do passado. Atividades dereciclagem, incentivo diminuio do consumo, controle de resduo, capacitao permanentesdos quadros profissionais, em diferentes nveis e escalas de conhecimento, fomento aotrabalho em equipe e s aes criativas so desafios-chave neste novo cenrio.

    A nova conscincia ambiental, surgida no bojo das transformaes culturais queocorreram nas dcadas de 60 e 70, ganhou dimenso e situou o meio ambiente como um dos

    princpios fundamentais do homem moderno. Nos anos 80s, os gastos com proteo ambientalcomearam a ser vistos pelas empresas lderes no primordialmente como custos, mas comoinvestimentos no futuro e, paradoxalmente, como vantagem competitiva.

    Figura 2 - O Sistema Econmico e o Meio Ambiente

    SISTEMA ECONMICO

    Empresa FamliasProduo Consumo

    Outputs

    Inputs

    SolSISTEMA AMBIENTAL

    Ar, gua, Vida Selvagem, Energia, Matria-Prima

    Extrao Resduos

    Fonte: Tietenberg (1994)

    A incluso da proteo do ambiente entre os objetivos da organizao moderna ampliasubstancialmente todo o conceito de administrao. Administradores, executivos e

    empresrios introduziram em suas empresas programas de reciclagem, medidas para pouparenergia e outras inovaes ecolgicas. Essas prticas difundiram-se rapidamente, e em brevevrios pioneiros dos negcios desenvolveram sistemas abrangentes de administrao de cunhoecolgico.

    Para se entender a relao entre a empresa e o meio ambiente tem que se aceitar, comoestabelece a teoria de sistemas, que a empresa um sistema aberto. Sem dvida nenhuma, asinterpretaes tradicionais da teoria da empresa como sistema tem incorrido em uma certaviso parcial dos efeitos da empresa geral e em seu entorno.

    A empresa um sistema aberto porque est formado por um conjunto de elementosrelacionados entre si, porque gera bens e servios, empregos, dividendos, porm tambm

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    consome recursos naturais escassos e gera contaminao e resduos. Por isto necessrio quea economia da empresa defina uma viso mais ampla da empresa como um sistema aberto.

    Neste sentido Callenbach (1993), diz que possvel que os investidores e acionistasusem cada vez mais a sustentabilidade ecolgica, no lugar da estrita rentabilidade, comocritrio para avaliar o posicionamento estratgico de longo prazo das empresas.

    4 - Desenvolvimento Sustentvel a expresso entra em cena Em 1983, a ONU cria a Comisso Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento

    como um organismo independente. Em 1987, a comisso sobre a presidncia de Gro HarlemBrundtland, primeira-ministra da Noruega, materializa um dos mais importantes documentosdo nosso tempo o relatrio Nosso Futuro Comum, responsvel pelas primeirasconceituaes oficiais, formais e sistematizadas sobre o desenvolvimento sustentvel - idia-mestra do relatrio.

    O segundo captulo Em busca do desenvolvimento sustentvel o relatrio defineo desenvolvimento sustentvel com sendo aquele que atende s necessidades do presentesem comprometer a possibilidade de as geraes futuras atenderem a suas prpriasnecessidades.

    Ele contm dois conceitos-chave: o de necessidades, sobretudo as necessidadesessenciais dos pobres no mundo, que devem receber a mxima prioridade; e a noo daslimitaes que o estgio da tecnologia e da organizao social impe ao meio ambiente,impedindo-o de atender s necessidades presentes e futuras.

    Em 1992 no Rio de Janeiro, na Conferncia das Naes Unidas sobre Meio Ambientee Desenvolvimento, reconheceu-se importncia de assumir a idia de sustentabilidade emqualquer programa ou atividade de desenvolvimento.

    Nesse aspecto as empresas tm um papel extremamente relevante. Atravs de umaprtica empresarial sustentvel, provocando mudana de valores e de orientao em seussistemas operacionais, estaro engajadas idia de desenvolvimento sustentvel e preservaodo meio ambiente.

    Neste novo paradigma, Almeida (2002) diz que a idia de integrao e interao,propondo uma nova maneira de olhar e transformar o mundo, baseada no dilogo entresaberes e conhecimentos diversos. No mundo sustentvel, uma atividade a econmica, porexemplo no pode ser pensada ou praticada em separado, porque tudo est inter-relacionado, em permanente dilogo.

    Abaixo tem-se as diferenas entre o velho e o novo paradigmas:Quadro 1 Paradigma cartesiano versus paradigma da sustentabilidade

    Cartesiano SustentvelReducionista, mecanicista, tecnocntrico Orgnico, holstico, participativoFatos e valores no relacionados Fatos e valores fortemente relacionadosPreceitos ticos desconectados das prticas cotidianas tica integrada ao cotidianoSeparao entre o objetivo e o subjetivo Interao entre o objetivo e o subjetivoSeres humanos e ecossistemas separados, em uma

    relao de dominao

    Seres humanos inseparveis dos ecossistemas, em

    uma relao de sinergiaConhecimento compartimentado e emprico Conhecimento indivisvel, emprico e intuitivoRelao linear de causa e efeito Relao nolinear de causa e efeitoNatureza entendida como descontnua, o todoformado pela soma das partes

    Natureza entendida como um conjunto de sistemasinter-relacionados, o todo maior que a soma daspartes

    Bem-estar avaliado por relao de poder (dinheiro,influncia, recursos)

    Bem-estar avaliado pela qualidade das inter-relaesentre os sistemas ambientais e sociais

    nfase na quantidade (renda per capita) nfase na qualidade (qualidade de vida)Anlise SnteseCentralizao de poder Descentralizao de poderEspecializao Transdisciplinaridade

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    nfase na competio nfase na cooperaoPouco ou nenhum limite tecnolgico Limite tecnolgico definido pela sustentabilidade

    Fonte: Almeida (2002).

    Os empresrios neste novo papel, tornam-se cada vez mais aptos a compreender eparticipar das mudanas estruturais na relao de foras nas reas ambiental, econmica esocial. Tambm, em sua grande parte, j decidiram que no querem ter mais passivoambiental.

    Alm disso, desenvolvimento sustentvel introduz uma dimenso tica e poltica queconsidere o desenvolvimento como um processo de mudana social, com conseqentedemocratizao do acesso aos recursos naturais e distribuio eqitativa dos custos ebenefcios do desenvolvimento.

    Camargo, apud Novaes (2002), diz que nos ltimos dois sculos tm vivido sob atrade da liberdade, da igualdade e da fraternidade. medida que caminhamos para o sculoXXI, precisamos tomar como inspirao os quatros valores da liberdade, da igualdade, dafraternidade e da sustentabilidade.

    O desenvolvimento sustentvel, alm de equidade social e equilbrio ecolgico,

    segundo Donaire (1999), apresenta, como terceira vertente principal, a questo dodesenvolvimento econmico. Induz um esprito de responsabilidade comum como processode mudana no qual a explorao de recursos materiais, os investimentos financeiros e asrotas do desenvolvimento tecnolgico devero adquirir sentidos harmoniosos. Neste sentido,o desenvolvimento da tecnologia dever ser orientado para metas de equilbrio com a naturezae de incremento da capacidade de inovao dos pases em desenvolvimento, e o progressoser entendido como fruto de maior riqueza, maior benefcio social eqitativo e equilbrioecolgico.

    Sachs apud Campos (2001) apresenta cinco dimenses do que se pode chamardesenvolvimento sustentvel:

    Figura 4 - As cinco dimenses da sustentabilidade.

    Fonte: Sachs apud Campos (2001)

    - A sustentabilidade social que se entende como a criao de um processo dedesenvolvimento sustentado por uma civilizao com maior equidade na distribuio de rendae de bens, de modo a reduzir o abismo entre os padres de vida dos ricos e dos pobres.- A sustentabilidade econmica que deve ser alcanada atravs do gerenciamento ealocao mais eficientes dos recursos e de um fluxo constante de investimentos pblicos eprivados.- A sustentabilidade ecolgica que pode ser alcanada atravs do aumento da capacidade deutilizao dos recursos, limitao do consumo de combustveis fsseis e de outros recursos e

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    produtos que so facilmente esgotveis, reduo da gerao de resduos e de poluio, atravsda conservao de energia, de recursos e da reciclagem.- A sustentabilidade espacial que deve ser dirigida para a obteno de uma configuraorural-urbana mais equilibrada e uma melhor distribuio territorial dos assentamentoshumanos e das atividades econmicas.

    - A sustentabilidade cultural incluindo a procura por razes endgenas de processos demodernizao e de sistemas agrcolas integrados, que facilitem a gerao de soluesespecficas para o local, o ecossistema, a cultura e a rea.

    A busca de sustentabilidade um processo, sendo a prpria construo do conceitouma tarefa ainda em andamento e muito longe do fim. Alguns resultados prticos j podemser reconhecidos e celebrados como argumenta Almeida (2002), que entre julho de 1996 ejulho de 2001, o ndice Dow Jones de Sustentabilidade ultrapassou com folga o ndice DowJones Geral: 18,4% para o primeiro, contra 14,8% para o segundo. O ndice Dow Jones deSustentabilidade reflete a lucratividade das aes das 312 empresas com melhor desempenhoscio ambiental, dentre as cerca de trs mil que compem o ndice Dow Jones Geral, principalndice bolsista do mundo.

    Hoje, a principal ferramenta de escolha de aes de empresas com responsabilidade

    social e ambiental o ndice Dow Jones de Sustentabilidade (DJSI, em ingls Dow JonesSustainability Group Index). O DJSI foi lanado em setembro de 1999 pela Dow Jones e aSustainable Asset Management (SAM), gestora de recursos da Sua especializada emempresas comprometidas com a responsabilidade social e ambiental. O ndice formado por312 aes de empresas de 26 pases e quatro brasileiras integram a lista: Ita, Unibancos,Embraer e Cemig.

    Os ndices de sustentabilidade fornecem marcas de nvel objetivas para os produtosfinanceiros que so ligados aos critrios econmicos, ambientais e sociais. Oferecem umalinha de base do desempenho como uma marca de nvel e universo do investimento para onmero crescente de fundos mtuos, de certificados e de outros veculos de investimento queso baseados no conceito de sustentabilidade.

    As empresas que integram a lista do DJSI tem vrios benefcios como:- Reconhecimento pblico da preocupao com a rea ambiental e social.- Reconhecimento dos stakeholders importantes tais como legisladores, clientes e

    empregados (por exemplo conduzir a uma lealdade melhor do cliente e doempregado).

    - Benefcio financeiro crescente pelos investimentos baseados no ndice.- Os resultados altamente visveis, internos e externos companhia, como todos os

    componentes so anunciados publicamente pelo Boletim do ndice e a companhias sointituladas a usar membro da etiqueta oficial de DJSI.Verifica-se, portanto, que as empresas esto cuidando dos aspectos sociais e

    ambientais e muitas delas tm ganho econmico e maior durabilidade a longo prazo, ou seja,o risco do investidor menor.

    O Jornal Valor Econmico de 07 de maro de 2003, trouxe a seguinte manchete :Sustentabilidade entra na pauta das multinacionais, que diz: Presidentes e diretores demultinacionais e de grandes grupos brasileiros participaram segunda-feira dia 10 de maro de2003, no Rio, da reunio executiva do Conselho Empresarial Mundial para oDesenvolvimento Sustentvel (WBCSD, na sigla em ingls). A entidade, que representa 169grupos com faturamento anual de US$ 6 trilhes, discutiu os caminhos do desenvolvimentosustentvel, abordando temas como pobreza, recursos naturais, inovao tecnolgica ebiotecnologia.

    O vice-presidente da Repblica, Jos Alencar, participou de um seminrio durante oencontro. Fernando Almeida, diretor-executivo do Conselho Empresarial Brasileiro para o

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    Desenvolvimento Sustentvel (CEBDS, equivalente nacional do WBCSD), disse que nareunio o Brasil poder se tornar o primeiro caso do projeto-piloto Sobrevivncia Sustentvel.Criado pelo WBCSD, o projeto tem o objetivo de desenvolver atividades em reas de baixarenda, oferecendo condies para que essas regies se desenvolvam conforme o conceito desustentabilidade.

    Almeida previu que os lderes empresariais reunidos no Rio podero apoiar ainiciativa de transformar o Brasil no primeiro "case" do Sobrevivncia Sustentvel. A idia comear com dois projetos-piloto, um na caatinga e outro na regio Noroeste do estado doRio. Segundo ele, os temas discutidos pelo WBCSD, como clima e energia, acesso a gua,biodiversidade, inovao e tecnologia, valem tambm para os 42 conselhos nacionais (porpas), que renem cerca de mil empresas. H ainda projetos setoriais discutidos pelo conselho,como florestas, minerao, cimento e setores eltrico e financeiro.

    5. Gesto ambiental o novo paradigmaGesto ambiental um aspecto funcional da gesto de uma empresa, que desenvolve

    e implanta as polticas e estratgias ambientais.Diversas organizaes empresariais esto cada vez mais preocupadas em atingir e

    demonstrar um desempenho mais satisfatrio em relao ao meio ambiente. Neste sentido, agesto ambiental tem se configurado como uma das mais importantes atividades relacionadascom qualquer empreendimento. Alm dessa ferramenta, a problemtica ambiental envolvetambm o gerenciamento dos assuntos pertinentes ao meio ambiente, por meio de sistemas degesto ambiental, da busca pelo desenvolvimento sustentvel, da anlise do ciclo de vida dosprodutos e da questo dos passivos ambientais.

    Para Meyer (2000), a gesto ambiental apresentada da seguinte forma:*objeto de manter o meio ambiente saudvel ( medida do possvel), para atender asnecessidades humanas atuais, sem comprometer o atendimento das necessidades das geraesfuturas.*meio de atuar sobre as modificaes causadas no meio ambiente pelo uso e/ou descarte dosbens e detritos gerados pelas atividades humanas, a partir de um plano de ao viveis tcnica

    e economicamente, com prioridades perfeitamente definidas.*instrumentos de monitoramentos, controles, taxaes, imposies, subsdios, divulgao,obras e aes mitigadoras, alm de treinamento e conscientizao.*base de atuao de diagnsticos (cenrios) ambientais da rea de atuao, a partir de estudose pesquisas dirigidos em busca de solues para os problemas que forem detectados.

    Assim, para que uma empresa passe a realmente trabalhar com gesto ambiental deve,inevitavelmente, passar por uma mudana em sua cultura empresarial; por uma reviso deseus paradigmas. Neste sentido, a gesto ambiental tem se configurado com uma das maisimportantes atividades relacionadas com qualquer empreendimento.

    Quadro 2 Viso geral da gesto ambientalGESTO AMBIENTAL

    Gesto de Processos Gesto de Resultados Gesto deSustentabilidade

    Gesto do PlanoAmbiental

    Explorao de recursos Emisses gasosas Qualidade do ar Princpios ecompromissos

    Transformao derecursos

    Efluentes lquidos Qualidade da gua Poltica ambiental

    Acondicionamento derecursos

    Resduos slidos Qualidade do solo Conformidade legal

    Transporte de recursos Particulados Abundncia e diversidadeda flora

    Objetivos e metas

    Aplicao e uso de Odores Abundncia e diversidade Programa ambiental

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    recursos da faunaQuadros de riscosambientais

    Rudos e vibraes Qualidade de vida doser humano

    Projetos ambientais

    Situaes de emergncia Iluminao Imagem institucional Aes corretivas epreventivas

    Fonte: Macedo, R.K. 1994.

    De acordo com Macedo (1994), se uma unidade produtiva, ao ser planejada, atendera todos os quesitos apresentados na tabela acima, atravs de ferramentas e procedimentosadequados, certamente ela atender a todas as requisies existentes relativas qualidadeambiental.

    O mesmo autor subdivide a gesto ambiental em quatro nveis:Gesto de Processos envolvendo a avaliao da qualidade ambiental de todas as atividades,mquinas e equipamentos relacionados a todos os tipos de manejo de insumos, matriasprimas, recursos humanos, recursos logsticos, tecnologias e servios de terceiros.Gesto de Resultados envolvendo a avaliao da qualidade ambiental dos processos deproduo, atravs de seus efeitos ou resultados ambientais, ou seja, emisses gasosas,efluentes lquidos, resduos slidos, particulados, odores, rudos, vibraes e iluminao.

    Gesto de Sustentabilidade (Ambiental) envolvendo a avaliao da capacidade de respostado ambiente aos resultados dos processos produtivos que nele so realizados e que o afetam,atravs da monitorao sistemtica da qualidade do ar, da gua, do solo, da flora, da fauna edo ser humano.Gesto do Plano Ambiental envolvendo a avaliao sistemtica e permanente de todos oselementos constituintes do plano de gesto ambiental elaborado e implementado, aferindo-o eadequando-o em funo do desempenho ambiental alcanado pela organizao.Os instrumentos de gesto ambiental objetivam melhorar a qualidade ambiental e o processodecisrio. So aplicados a todas as fases dos empreendimentos e poder ser: preventivos,corretivos, de remediao e pr-ativos, dependendo da fase em que so implementados

    5.1. - Impacto AmbientalA expresso impacto ambiental teve uma definio mais precisa, nos anos 70 e 80,

    quando diversos pases perceberam a necessidade de estabelecer diretrizes e critrios paraavaliar efeitos adversos das intervenes humanas na natureza.

    A definio jurdica de impacto ambiental no Brasil vem expressa no art. 1 da Res.1, de 23.1.86 do CONAMA Conselho Nacional do Meio Ambiente, nos seguintes termos:considera-se impacto ambiental qualquer alterao das propriedades fsicas, qumicas ebiolgicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matria ou energia resultante dasatividades humanas, que direta ou indiretamente, afetam-se: a sade, a segurana e o bem-estar da populao; as atividades sociais e econmicas; a biota; as condies estticas esanitrias do meio ambiente e a qualidade dos recursos naturais.

    O Impacto ambiental a alterao no meio ou em algum de seus componentes por

    determinada ao ou atividade. Estas alteraes precisam ser quantificadas, pois apresentamvariaes relativas, podendo ser positivas ou negativas, grandes ou pequenas.O que caracteriza o impacto ambiental, no qualquer alterao nas propriedades do

    ambiente, mas as alteraes que provoquem o desequilbrio das relaes constitutivas doambiente, tais como as alteraes que excedam a capacidade de absoro do ambienteconsiderado.

    Assim, de acordo com Moreira (2002) o ambiente urbano como relaes dos homenscom o espao construdo e com a natureza, em aglomeraes de populao e atividadeshumanas, constitudas por fluxo de energia e de informao para a nutrio e biodiversidade;pela percepo visual e atribuio de significado s conformaes e configuraes da

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    aglomerao; e pela apropriao e fruio (utilizao e ocupao) do espao construdo e dosrecursos naturais.

    Porm o impacto ambiental entendido como qualquer alterao produzida peloshomens e suas atividades, nas relaes constitutivas do ambiente, que excedam a capacidadede absoro desse ambiente.

    Em suma, os impactos ambientais afetam a estabilidade preexistente dos ciclosecolgicos, fragilizando-a ou fortalecendo-a.Antes de se colocar em prtica um projeto, seja ele pblico ou privado, precisamos

    antes saber mais a respeito do local onde tal projeto ser implementado, conhecer melhor oque cada rea possui de ambiente natural (atmosfera, hidrosfera, litosfera e biosfera) eambiente social (infraestrutura material constituda pelo homem e sistemas sociais criados).

    A maioria dos impactos devido ao rpido desenvolvimento econmico, sem ocontrole e manuteno dos recursos naturais. A conseqncia pode ser poluio, usoincontrolado de recursos como gua e energia etc. Outras vezes as reas so impactadas porcausa do subdesenvolvimento que traz como conseqncia a ocupao urbana indevida emreas protegidas e falta de saneamento bsico.

    De maneira geral, os impactos ambientais mais significativos encontram-se nas

    regies industrializadas, que oferecem mais oportunidades de emprego e infra-estruturasocial, acarretando, por isso, as maiores concentraes demogrficas.

    Quadro 3 - Principais impactos ambientais

    ATIVIDADES DE MAIORPOTENCIAL DE IMPACTO

    AMBIENTAL

    TIPO DE DEGRADAO

    Garimpo de ouro Assoreamento e eroso nos cursos d'guaPoluio das guas, aumento da turbidez e metais pesadosFormao de ncleos populacionais com grandes problemas sociaisDegradao da paisagemDegradao da vida aqutica com conseqncias diretas sobre a pesca ea populao

    Minerao industrial, Ferro,Mangans, Cassiterita, Cobre,Bauxita, etc.

    Degradao da paisagemPoluio e assoreamento dos cursos d'guaEsterilizao de grandes reasImpactos scio-econmicos

    Agricultura e pecuria extensivas(grandes projetos agropecurios)

    Incndios florestais, destruio da fauna e floraContaminao dos cursos d'gua por agrotxicosEroso e assoramento dos cursos d'guaDestruio de reas de produtividade naturalReservas extrativistas

    Grandes Usinas Hidreltricas Impacto cultural - provas indgenasImpacto scio-econmicoInundao de reas florestais, agrcolas, vilas, etcImpacto sobre flora, fauna e ecossistemas adjacentes

    Plos industriais e/ou grandesindstrias

    Poluio do ar, gua e soloGerao de resduos txicosConflitos com o meio urbano

    Caa e pesca predatrias Extino de mamferos aquticos e diminuio e peixesDrstica reduo de animais de valores econmico e ecolgico

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    Indstrias de Alumnio Poluio atmosfricaPoluio marinhaImpactos indiretos pela enorme demanda de energia eltrica

    Crescimento populacionalvertiginoso (migrao interna)

    Problemas sociais graves, chegando - em alguns casos - a um aumentode 40% da populao entre 1970 e 1980Ocupao desordenada do solo com srias conseqncias sobre osrecursos naturais

    Fonte: http://www.sivam.gov.br

    6 Benefcios da Gesto AmbientalA gesto ambiental facilita o processo de gerenciamento, proporcionando vrios

    benefcios s organizaes. North apud Cagnin (2000) enumera os benefcios da gestoambiental, que esto discriminados abaixo:

    Quadro 4: Benefcios da gesto ambientalBENEFCIOS ECONMICOS

    Economia de Custos Reduo do consumo de gua, energia e outros insumos.Reciclagem, venda e aproveitamento e resduos, e diminuio de efluentes.Reduo de multas e penalidades por poluio.Incremento de ReceitaAumento da contribuio marginal de produtos verdes, que podem ser vendidos a preos mais altos.Aumento da participao no mercado, devido inovao dos produtos e menor concorrncia. Linhas de novos produtos para novos mercados.Aumento da demanda para produtos que contribuam para a diminuio da poluio.

    BENEFCIOS ESTRATGICOSMelhoria da imagem institucional.Renovao da carteira de produtos.Aumento da produtividade.Alto comprometimento do pessoal.

    Melhoria nas relaes de trabalho.Melhoria da criatividade para novos desafios.Melhoria das relaes com os rgos governamentais, comunidade e grupos ambientalistas.Acesso assegurado ao mercado externo.Melhor adequao aos padres ambientais.Fonte: Adaptado de North, K. Environmental business management. Genebra: ILO, 1992. In: Cagnin, 1999..7 SGA - Sistema de Gesto Ambiental

    Para a institucionalizao da funo Gesto Ambiental na organizao, precisoressaltar algumas condies ou princpios em que ela dever se basear. So as etapas de umSGA, apresentadas sob a forma de princpios:Poltica do Ambiente a posio adotada por uma organizao relativamente ao ambiente. A

    elaborao e definio desta poltica o primeiro passo a dar na implementao de um SGA,traduzindo-se numa espcie de comprometimento da organizao para com as questes doambiente, numa tentativa de melhoria contnua dos aspectos ambientais.Planejamento - O sucesso de um bom SGA, tal como acontece com muitas das medidas quequeremos que sejam tomadas com sucesso, requer um bom planejamento. Deve-se comearpor identificar aspectos ambientais e avaliar o impacto de cada um no meio ambiente. Poraspectos ambientais entende-se, por exemplo, o rudo, os resduos industriais e as guasresiduais. A organizao deve estabelecer e manter procedimentos para identificar os aspectosambientais que controla e sobre os quais exerce alguma influncia, devendo igualmente

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    garantir que os impactos por eles provocados esto considerados no estabelecimento da suapoltica ambiental.

    Atravs dos requisitos legais, relativamente a cada um dos aspectos ambientais,estabelecem-se objetivos e metas que se definem num Programa Ambiental, que clarifica aestratgia que a organizao ir seguir na implementao do SGA. Neste Programa de Gesto

    Ambiental, os objetivos ambientais a estabelecer e manter devem ser considerados relevantespara a organizao. Deve ser designado um responsvel por atingir os objetivos a cada nvelda organizao, sem esquecer os meios e espaamento temporal para que os mesmos possamser atingidos.Implementao - As regras, responsabilidades e autoridades devem estar definidas,documentadas e comunicadas a todos, por forma a garantir a sua aplicao.

    A gesto deve providenciar os meios humanos, tecnolgicos e financeiros para aimplementao e controle do sistema.

    O responsvel pela gesto ambiental dever garantir que o Sistema de GestoAmbiental estabelecido, documentado, implementado e mantido de acordo com o descritona norma e que gesto de topo transmitida a eficincia e eficcia do mesmo.

    A organizao dever providenciar formao aos seus colaboradores,

    conscientizando-os da importncia da Poltica do Ambiente e do SGA em geral, da relevnciado impacto ambiental das suas atividades, da responsabilidade em implementar o SGA e dasconseqncias em termos ambientais de trabalhar em conformidade com procedimentosespecficos.

    A organizao deve estabelecer e manter procedimentos para a comunicao internaentre os vrios nveis hierrquicos e para receber e responder s partes externas.

    Compete ainda organizao estabelecer e manter informao que descreva oselementos base do SGA e da sua interao, controlando todos os documentos exigidos pelanorma.

    As operaes de rotina que estejam associadas a impactos ambientais considerveisdevero ser alvo de um controle eficaz.

    Por ltimo, devem ser estabelecidos e mantidos procedimentos que visem respondera situaes de emergncia, minimizando o impacto ambiental associado.Verificao e aes corretivas - A organizao deve definir, estabelecer e manterprocedimentos de controle e medida das caractersticas chave dos seus processos que possamter impacto sobre o ambiente. Do mesmo modo, a responsabilidade pela anlise de noconformidades e pela implementao de aes corretivas e preventivas deve estardevidamente documentada, bem como todas as alteraes da resultantes. Todos os registrosambientais, incluindo os respeitantes s formaes e auditorias, devem estar identificveis eacessveis.

    Procedimentos e planos que visem garantir auditorias peridicas ao SGA, de modo adeterminar a sua conformidade com as exigncias normativas, devem ser estabelecidos emantidos.Reviso pela direo - Cabe direo, com uma freqncia definida por ela prpria, rever oSGA e avaliar a adequabilidade e eficcia do mesmo, num processo que dever serdevidamente documentado. A reviso pela direo deve ter em conta a possvel necessidadede alterar a Poltica do Ambiente, objetivos e procedimentos, como resposta a alteraesorganizativas, melhorias contnuas e modificaes externas.

    Aps todo este processo que dever ser acolhido de braos abertos por toda aestrutura organizacional e em especial pela gesto, a organizao dever estar em condiesde proceder respectiva certificao do seu SGA por uma autoridade independente e externa.

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    7.1. - ISO 14000

    A ISO uma organizao internacional fundada em 1946 para desenvolver padresde manufatura, do comrcio e da comunicao, tais como linhas padro do parafuso,tamanhos do recipiente de transporte, formatos de vdeo, etc. Estes padres so para facilitar o

    comrcio internacional aumentando a confiabilidade e a eficcia dos bens e servios. Todosos padres desenvolvidos por ISO so voluntrios; entretanto, os pases freqentementeadotam padres de ISO e fazem-nos imperativos.

    Aps a aceitao rpida da ISO 9000, e o aumento de padres ambientais em tornodo mundo, a ISO (International Organization for Starda-dization) constitui o GrupoEstratgico Consultivo sobre o meio ambiente (SAGE) em 1991, para considerar se taispadres atendiam o seguinte:

    - Promover uma aproximao comum gerncia ambiental similar gerncia daqualidade;

    - Realar a habilidade das organizaes de alcanar e medir melhorias no desempenhoambiental; e

    - Facilite o comrcio e remova as barreiras de comrcio.

    - Em 1992, as recomendaes do SAGE criaram um comit novo, o TC 207, parapadres ambientais internacionais da gerncia. O comit, e seus sub-comits incluemrepresentantes da indstria, das organizaes de padres, do governo e dasorganizaes ambientais de muitos pases.

    Os padres aplicam-se a todos os tipos e tamanhos de organizaes e so projetadosa abranger circunstncias geogrficas, culturais e sociais diversas.

    A ISO 14000 sries dos padres consistem em dois tipos de padresa) Padres da organizao que podem ser usados para executar e avaliar o sistema degerncia ambiental (EMS) dentro de uma organizao, incluindo a ISO 14010 sries depadres de auditorias ambientais e a ISO 14030 srie dos padres para a avaliao dedesempenho ambiental. Sistemas de gerncia ambientais - Os padres do EMS incluem uma especificao e umaguia. O original da especificao consultado como a ISO 14001 (sistemas de gernciaambientais especificaes como orientao para o uso). A ISO 14001 o padro que umaorganizao registra seu EMS usando third-party independente de avaliar o sistema econfirmar que o EMS da organizao se conforma s especificaes do ISO 14001. A ISO14001 o nico padro na srie inteira a que uma organizao pode ser registrada. O originaldo guia consultado como ISO 14004 (sistema de gerncia ambiental guias gerais emprincpios, sistemas e tcnicas). A inteno da ISO 14004 ajudar a organizao adesenvolver e executar um EMS que se encontre com as especificaes da ISO 14001. Sopretendidos para o uso como uma ferramenta de gerncia e no uma certificao ou umregistro voluntrio, interno. Auditoria Ambiental - Estes originais fornecem uma estrutura ambiental consistente de

    auditoria e permitem tambm o registro third-party sob ISO 14001. Os guias para auditoriaambiental incluem originais: esboando os princpios gerais (ISO 14010), estabelecendo os procedimentos da auditoria (ISO 14011), e descrevendo os critrios da qualificao do auditor (ISO 14012).

    Os artigos novos do trabalho forma propostos para as avaliaes ambientais do local (ISO14015), revises e a gerncia iniciais do programa de auditoria. Avaliao de Desempenho Ambiental - A ISO 14031 fornecer a organizao umaorientao de como desenvolver e executar um sistema ambiental da avaliao dedesempenho (EPE). Este padro define EPE como "uma ferramenta de gerncia que ajude a

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    uma organizao focalizar sua melhora no desempenho ambiental". O padro fornecertambm a orientao no desenvolvimento e na seleo de indicadores do desempenho.

    Figura 5 - Espiral do Sistema de Gesto Ambiental (ISO 14001)

    Fonte: Adaptado de Maimon (1996) e Cajazeira (1997).

    b) Padres de produtos que podem ser usados para avaliar os impactos ambientais dosprodutos e dos processos. Fazem parte deste grupo a ISO 14020 srie de padres de rotulagemambiental, a ISO 14040, srie de padres da anlise do ciclo de vida e a ISO 14060 srie depadres do produto.

    Rotulagem Ambiental- Os padres so desenvolvidos para trs tipos de programas: Os programas do tipo I so consultados como os programas do "practitioner" que so

    produto ou categoria do produto baseada, similares ao programa bem escolhidoambiental ou ao programa azul do angel de Germany.

    Os programas do tipo II so baseados nos termos e nas definies comuns que podemser usados para reivindicaes self-declaradas.

    Os programas do tipo III so baseados do "em um conceito do carto relatrio", bemcomo etiquetas existentes do nutrition.

    Esta srie inclui tambm um padro que esboa um jogo de princpios comuns para todos ostipos de programas de rotulagem. Anlise do Ciclo de Vida (LCA) - Diversos padres de LCA esto sendo desenvolvidosatualmente que cobrem cada estgio do ciclo de vida de um produto, incluindo a avaliao do

    inventrio, a avaliao do impacto, e a avaliao da melhoria. As aplicaes especficas deLCA incluem comparar produtos alternativos e processos, o ajuste de linhas de base dodesempenho, e benchmarking o progresso. Os conceitos de LCA podiam ser usados comouma base eco-rotulagem. Aspectos ambientais em padres do produto - A ISO 14060 (guia para a incluso deaspectos ambientais em padres do produto) o sexto padro. Este original uma guia paraescritores dos padres nas reas fora da gerncia ambiental, e o TC 207 est emitindo opadro de esboo ao secretariado central do ISO para uma experimentao de 12 a 18 meses.

    7.2. - BS 7750

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    Padro britnico BS 7750 - a especificao para sistemas de gerncia ambientais,baseada nos princpios do padro britnico BS 5750 e o ISO da qualidade 9000 sries, foiesboada em 1991 pela instituio britnica dos padres (BSI). O comit, o ambiente e ocomit da poltica dos padres da poluio dos padres britnicos instituem constitudos por40 membros de indstria, comrcio, governo e partidos legislativos do corpo e os

    interessados. usado para descrever o sistema de gerncia ambiental da companhia, avalia seudesempenho e defini a poltica, as prticas, os objetivos; e fornece um catalisador para amelhoria contnua.

    O padro foi publicado primeiramente em junho 1992, e subseqentemente revisto erevisado a uma edio nova de janeiro 1994.

    BS 7750 projetado agora ser compatvel com o esquema da (EMAS) e tambmcom padro internacional ISO 14001. Ele requer uma poltica ambiental de acordo com alegislao ambiental que possa a organizao efetuar e fora um compromisso melhoriacontnua.

    Deve relacionar-se aos locais dentro da organizao abrangida pelo sistema degerncia, deve fornecer uma vista geral das atividades da companhia no local e em uma

    descrio daquelas atividades.A reviso e a definio preparatrias dos efeitos ambientais da organizao no so

    parte de uma avaliao BS 7750, porm a auditoria destes dados fornecer um exame externocom uma riqueza da informao nos mtodos adotados pela companhia.

    A companhia declarar seus objetivos ambientais preliminares, aqueles que podemter a maioria de impacto ambiental. A fim ganhar a maioria de benefcio estes transformar-se-o as reas preliminares de considerao dentro do processo da melhoria, e o programaambiental da companhia.

    O sistema de gerncia ambiental fornece um detalhe mais adicional no programaambiental. O EMS estabelece procedimentos, instrues de trabalho e controles assegurar-sede que a execuo da poltica e da realizao dos alvos possa se transformar uma realidade.

    Em junho 1993, a organizao de padres internacional (ISO) reviu asrecomendaes do Grupo Estratgico Consultivo sobre o meio ambiente (SAGE) e decidiu-sedar forma a um comit tcnico internacional novo ISO/TC 207

    7.3 - EMASO EMAS Sistema Comunitrio de Eco-Gesto e Auditoria ou Eco-Management

    and Audit Scheme foi estabelecido pelo Regulamento (CEE) n 1836/93 de 29 de Junho, quedefinia as responsabilidades dos Estados-membro na criao das estruturas de base do EMAS,as condies de funcionamento e operacionalidade dessas estruturas, bem como os requisitosde adeso a este sistema.

    um instrumento voluntrio dirigido s empresas que pretendam avaliar e melhoraros seus comportamentos ambientais e informar o pblico e outras partes interessadas arespeito do seu desempenho e intenes ao nvel do ambiente, no se limitando aocumprimento da legislao ambiental nacional e comunitria existente.Em 2001 foi publicado o novo regulamento EMAS (EMAS II), institudo pelo Regulamento(CE) n. 761/2001 do Parlamento Europeu e do Conselho de 19 de Maro de 2001, querevoga o primeiro.

    As vantagens em aderir ao EMAS so:Ajuda ao cumprimento legal;Permite melhorar o desempenho ambiental;Demonstrar s partes interessadas um empenho na melhoria ambiental;

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    Integrar princpios de desenvolvimento sustentvel na ao da autoridade, de acordo coma agenda local 21;

    Permite realizar economias no que respeita reduo de resduos, poupana de energia eutilizao de recursos;

    Permite melhorar o controle da gesto;

    Aps o registro no EMAS as organizaes podem utilizar o logotipo nas seguintesmodalidades:

    O relatrio ambiental de EMAS chamado de Indicao Ambiental. uma maneirapara que a empresa faa a informao em seu desempenho ambiental publicamentedisponvel. Pode ser usado para informar os sucessos, problemas e objetivos no campo dagerncia ambiental. Tambm usado para:

    - Motivar os empregados a se motivarem ativamente em medidas da proteoambiental;

    - Documento de atividade e desempenho ambiental;- Refora o compromisso execuo da gerncia ambiental;- Monitore o sucesso, e- Ajude no planejamento.

    8 - ConclusoO desenvolvimento sustentvel um importante conceito de crescimento, presente

    no debate poltico internacional em especial quando se trata de questes referentes qualidadeambiental e distribuio global de uso de recursos.

    A sociedade como um todo acaba por sofrer as conseqncias de um problemanascido de sua relao com o meio ambiente. Os grandes problemas que emergem da relaoda sociedade com o meio ambiente so densos, complexos e altamente inter-relacionados e,portanto, para serem entendidos e compreendidos nas proximidades de sua totalidade,precisam ser observados numa tica mais ampla.

    A implantao de um sistema de gesto ambiental poder ser solues para umaempresa que pretende melhorar a sua posio em relao ao meio ambiente. Ocomprometimento hoje exigido s empresas com a preservao ambiental obriga mudanasprofundas na sua filosofia, com implicaes diretas nos valores empresariais, estratgias,objetivos, produtos e programas.

    Como diz Callenbach (1993), ns, seres humanos, somos organismos que pensam.No precisamos esperar que os desastres nos ensinem a viver de maneira sustentvel

    9 Referencias

    ALMEIDA, F. O bom negcio da sustentabilidade. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2002.CALLENBACH, E., et al. Gerenciamento Ecolgico Eco-Manangement Guia doInstituto Elmwood de Auditoria Ecolgica e Negcios Sustentveis. So Paulo: Ed.

    Cultrix, 1993.CAGNIN, C. H. Fatores relevantes na implementao de um sistema de gesto ambientalcom base na Norma ISO 14001. 2.000. Dissertao (Mestrado em Engenharia da Produo) Universidade Federal de Santa Catarina, Florianpolis.CAMPOS, L. M. S. SGADA Sistema de gesto e avaliao de desempenho ambiental:uma proposta de implementao. 2001. Tese (Doutorado em Engenharia da Produo) Universidade Federal de Santa Catarina. Florianpolis.COMISSO Mundial sobre Ambiente e Desenvolvimento Nosso Futuro Comum. Rio deJaneiro: FGV, p.44-50, 1988.

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    CONAMA Conselho Nacional do Meio Ambiente. Resoluo n 001, de 23 de janeiro de1986, publicado no D. O U. de 17.2.86. Acesso em 03 jun. 2002.DONAIRE, D. Gesto ambiental na empresa. 2.ed. So Paulo: Atlas, 1999.MACEDO, R. K. de, Gesto Ambiental - Os Instrumentos Bsicos para a Gesto

    vAmbiental de Territrios e de Unidades Produtivas. ABES: AIDIS. Rio de Janeiro. vRJ.1994.MAIMON, D. Passaporte Verde Gesto ambiental e competitividade. Rio de Janeiro:Qualitymark, 1996.MEYER, M. M. Gesto ambiental no setor mineral: um estudo de caso. 2000. Dissertao(Mestrado em Engenharia da Produo) Universidade Federal de Santa Catarina,Florianpolis.MOREIRA, A. C. Conceitos de ambiente e de impacto ambiental aplicveis ao meiourbano.http://www.usp.br/fau/docentes/depprojeto/a_moreira/producao/conceit.htm. Acessoem 21 de mar.2002.NOVAES, W. A dcada do impasse. Da Rio-92 Rio+10. So Paulo: Estao Liberdade,2002.

    SOUZA, M. T. S. Rumo prtica empresarial sustentvel. Revista de Administrao deEmpresas. So Paulo, SP: v.4, n.33, p. 40-52, jul/ago/1993.TIETENBERG, T. Economia de recursos ambiental e natural.www.colby.edu/personal/thtieten/ Acesso em 08 de abril de 2003http://www.valoronline.com.br. 7 de maro de 2003, ano 4, n 712. Sustentabilidade entra napauta das multinacionais.http: www.sivam.gov.br. Acesso em 13 de setembro de 2002.