desempenho reprodutivo de ovelhas santa inÊs … · zootecnia. Área de concentração: manejo...

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS DEPARTAMENTO DE ZOOTECNIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ZOOTECNIA MANEJO REPRODUTIVO ANA CAROLINA DE BARROS MOURA DESEMPENHO REPRODUTIVO DE OVELHAS SANTA INÊS CRIADAS NO NORDESTE PARAENSE FORTALEZA 2009

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Page 1: DESEMPENHO REPRODUTIVO DE OVELHAS SANTA INÊS … · Zootecnia. Área de concentração: Manejo Reprodutivo ... O Brasil possui um grande potencial para produção de pequenos ruminantes

UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS DEPARTAMENTO DE ZOOTECNIA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ZOOTECNIA MANEJO REPRODUTIVO

ANA CAROLINA DE BARROS MOURA

DESEMPENHO REPRODUTIVO DE OVELHAS SANTA INÊS

CRIADAS NO NORDESTE PARAENSE

FORTALEZA

2009

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ANA CAROLINA DE BARROS MOURA

DESEMPENHO REPRODUTIVO DE OVELHAS SANTA INÊS

CRIADAS NO NORDESTE PARAENSE

FORTALEZA 2009

Dissertação apresentada à Coordenação do curso de Pós-Graduação em Zootecnia, Universidade Federal do Ceará, como requisito parcial para obtenção do título de mestre em Zootecnia. Área de Concentração: Manejo Reprodutivo Orientador: Prof. Dr. Airton Alencar de Araújo Co-orientador: Prof. Dr. Luiz Fernando de Souza Rodrigues.

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M884d Moura, Ana Carolina de Barros Desempenho reprodutivo de ovelhas Santa Inês criadas no Nordeste Paraense / Ana Carolina de Barros Moura, 2009.

63 f. ; il. color. enc.

Orientador: Prof. Dr. Airton Alencar de Araújo Co-orientador: Prof. Dr. Luiz Fernando de Souza Rodrigues Área de concentração: Manejo Reprodutivo

Dissertação (mestrado) - Universidade Federal do Ceará, Centro de Ciências Agrárias. Depto. de Zootecnia, Fortaleza, 2009.

1. Clima 2. Estação de monta 3. Estação de parição 4. Época do ano 5. Taxas reprodutivas I. Araújo, Airton Alencar de (orient.) II. Rodrigues, Luiz Fernando de Sousa (co-orient.) III. Universidade Federal do Ceará – Programa de Pós-Graduação em Zootecnia IV.Título

CDD 636.08

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ANA CAROLINA DE BARROS MOURA

DESEMPENHO REPRODUTIVO DE OVELHAS SANTA INÊS CRIADAS NO NORDESTE PARAENSE

Dissertação submetida à Coordenação do Curso de Pós-Graduação em Zootecnia da Universidade Federal do Ceará, como requisito parcial para a obtenção do grau de Mestre em Zootecnia. Área de concentração: Manejo Reprodutivo Aprovada em 16 /03 /2009.

BANCA EXAMINADORA

___________________________________________ Prof. Dr. Airton Alencar de Araújo (Orientador)

Universidade Federal do Ceará-UFC

___________________________________________ Prof. Dr. Luiz Fernando de Souza Rodrigues Universidade Rural da Amazônia- UFRA

___________________________________________ Prof. Dr. Davide Rondina

Universidade Estadual do Ceará-UECE

_____________________________________________ Prof. Dr. José Valmir Feitosa

Universidade Federal do Ceará no Cariri

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À minha família que fez dos meus sonhos os seus

À minha querida avó Clélia Contente de Barros (in memorian), meu eterno amor

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AGRADECIMENTO

A minha família que incentivou com amor todos os meus passos e permitiu todas as minhas conquistas. À Universidade Federal do Ceará pela oportunidade concedida. Ao Professor Airton Alencar de Araújo pela orientação neste trabalho. Ao Professor Luiz Fernando de Souza Rodrigues pela co-orientação, amizade e oportunidades de aprendizado. Aos Professores Cristian Faturi e Paulo Contente de Barros pelo auxílio nas análises estatísticas. A todos os professores do Programa de Pós-Graduação em Zootecnia (PPGZ-UFC), pelos ensinamentos transmitidos. Ao amigo Higo Leonardo Lacerda de Sousa pela valiosa amizade sem a qual tudo se tornaria mais difícil. Aos Funcionários e estagiários do Centro de Pesquisa de Caprino e Ovino do Pará pela cooperação e apoio durante o desenvolvimento desta pesquisa. Aos Funcionários da propriedade Rancho dos Ipês pela colaboração no manejo e coleta de dados dos animais. À Universidade Federal Rural da Amazônia pela concessão de parte dos animais do experimento. A Drª Nilza Pacheco do Laboratório de Climatologia da Embrapa Amazônia Oriental pelos dados climatológicos fornecidos. À FUNCAP pela concessão da bolsa de estudo Aos amigos que incentivaram e fizeram desse trajeto mais fácil e descontraído. A todos que de alguma forma contribuíram nesta etapa da minha formação profissional.

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RESUMO

O objetivo deste trabalho foi identificar a época de estação de monta que proporcione condições climáticas para melhores índices reprodutivos em ovelhas Santa Inês criadas no município de Igarapé-açu, nordeste do Pará, durante os períodos seco e chuvoso. Utilizou-se 96 fêmeas separadas aleatoriamente em dois grupos, A: 38 animais e B: 58 animais. O Grupo A foi submetido à estação de monta no período seco com parição no período chuvoso ocorrendo o oposto com o Grupo B. As taxas reprodutivas foram submetidas ao teste do Qui-Quadrado ou teste Exato de Fisher e utilizou-se análise de variância através do teste t de Student para as variáveis de peso, pelo pacote estatístico SAS (1993). A distribuição de estro não apresentou diferença significativa entre as épocas do ano (P>0,05). Os Grupos A e B, respectivamente, apresentaram taxas de 86,8% e 93,1% para prenhez, 76,3% e 79,3% para parto, 9% e 7,4% para abortamento, 86,8% e 89,6% para fecundidade, 103,4% e 113% para natalidade, 113,8% e 113% para prolificidade, 2,6% e 13,8% para mortalidade das matrizes e 26,6% e 48% para mortalidade das crias até 10 dias. Somente a taxa de mortalidade das crias mostrou diferença significativa através do teste Qui-Quadrado (P<0,05). As matrizes apresentaram diferença apenas nos pesos ao final da estação de monta e no terço final de prenhez (P<0,05), apresentando melhores resultados os animais com acasalamento na época seca. Porém, os pesos no início da estação de monta, no pós-parto e o peso do borrego ao nascer não diferiram entre as épocas do ano (P>0,05). A época do ano em que a estação de monta foi realizada pareceu não influenciar de forma evidente no desempenho reprodutivo das ovelhas criadas nessa região devendo-se, no entanto, privilegiar a parição durante o período chuvoso, o qual garantiu maior índice de sobrevivência das crias. Palavras-chave: Clima. Estação de monta. Estação de parição. Época do ano. Taxas reprodutivas.

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ABSTRACT

The objective of this study was to investigate the reproductive performance of ewes submitted to reproductive station in the dry and rainy periods and to identify the best period of the year to perform reproductive and birth station in Igarapé-açu county,, Pará northeastern. Was used 96 ewes randomly separated in two groups (Group A: 38 animals and Group B: 58 animals). Group A was submitted to the station reproductive in the dry season and birth station in the rainy season with the opposite occurring with the Group B. The reproductive rates were submitted to Chi-square or Fisher Exact test and analysis of variance by t-Student to weight the variables by statistical package SAS (1993). The distribution of estrus showed no significant difference between the seasons (P>0,05). Groups A and B, respectively, showed rates of 86,8% and 93,1% for pregnancy, 76,3% and 79,3% for kidding rate, 9% and 7,4% for abortion rate, 86,8% and 89,6% for fecundity rate, 103,4% and 113% for birth rate, 113,8% and 113% for prolificacy rate, 2,6% and 13,8% mortality rate of ewe and 26,6% and 48% for mortality rate of lambs until 10 days. Only the mortality rate of lambs until 10 days was shown to be statistically different (P<0,05). The matrices showed only difference in weights to the end of the reproductive station and the in the last 45 days of pregnancy (P<0,05), showing better results with animals mating in the dry season. However, no differences between seasons were found on weights at the beginning of breeding season, postpartum and lamb birth weight (P>0,05). The seasons seemed not influence the reproductive performance of ewes reared in this region, however, the ewes must give birth during the rainy season which would ensure higher survival of lambs. Keywords: Birth station. Climate. Reproductive rates. Reproductive station. Season.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 Representação esquemática dos eventos reprodutivos e sua

duração média em ovelhas .............................................................. 15

Figura 2 Influência do estresse na produção e reprodução animal ................ 20

Figura 3 Influência de altas temperaturas na produção ................................. 22

Figura 4 Mapa Distância Belém/Igarapé-Açu ............................................... 32

Figura 5 Escala de interpretação e cuidados requeridos em função do ITU 34

Figura 6 Balança específica para pesagem dos animais ................................ 35

Quadro 1 Esquema de troca da cor da tinta para identificação de estro .......... 35

Figura 7 Ultra-som Portátil Pie medical Falco Vet ....................................... 37

Gráfico 1 Estimativa das médias de peso das matrizes nos grupos A e B ...... 40

Gráfico 2 Distribuição e repetição de estro durante as quatro quinzenas de

estação de monta no período seco e período chuvoso ..................... 43

Gráfico 3 Distribuição do percentual de fêmeas que manifestaram estro

fértil em cada quinzena de estação de monta durante o período

seco e período chuvoso ................................................................... 44

Gráfico 4 Percentual das taxas de prenhez, parto, tipo de parto, abortamento

e mortalidade de matriz em ovelhas submetidas a estação de

monta na época seca (Grupo A) e época chuvosa (Grupo B) ......... 45

Gráfico 5 Percentual das taxas de fecundidade, natalidade, prolificidade,

sexo e mortalidade da cria em ovelhas submetidas a estação de

monta na época seca (Grupo A) e época chuvosa (Grupo B) ......... 47

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LISTA DE TABELAS

1. Zona de conforto para categorias de ovinos segundo alguns autores ........ 21

2. Indicadores de desempenho zootécnico do sistema de produção de

ovinos em vários Estados da Amazônia brasileira ..................................... 30

3. Dados climáticos do período das estações de monta e parição nas épocas

seca e chuvosa ............................................................................................ 38

4. Estimativas das médias de pesos (kg) e ganhos de peso (g) de ovelhas

Santa Inês submetidas a estação de monta nos períodos seco e chuvoso

no município de Igarapé-açu (Pa) .............................................................. 39

5. Estimativas das médias de peso e erro padrão dos grupos A e B obtidas

pela análise da variância com aplicação do teste t- Student ...................... 40

6. Estimativas das médias de peso ao nascimento referentes ao sexo da cria

e ao tipo de parto de cordeiros nascidos no período chuvoso e no período

seco ............................................................................................................ 41

7. Testes estatísticos aplicados para a manifestação de estro nas quatro

quinzenas de estação de monta no período seco e período chuvoso .......... 43

8. Testes estatísticos aplicados para a manifestação de estro fértil nas

quatro quinzenas de estação de monta no período seco e período

chuvoso ...................................................................................................... 44

9. Testes estatísticos das taxas reprodutivas entre os grupos de ovelhas com

estação de monta na época seca e época chuvosa ...................................... 46

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 11

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .......................................................................... 14

2.1 Aspectos Reprodutivos .................................................................................... 14

2.2 Ciclo Estral ....................................................................................................... 14

2.3 Sazonalidade Reprodutiva .............................................................................. 16

2.3.1 Estação Reprodutiva ....................................................................................... 17

2.4 Influência Racial .............................................................................................. 18

2.5 Animal e Ambiente .......................................................................................... 19

2.5.1 Índice de Temperatura e Umidade- ITU ......................................................... 21

2.6 Influência do Clima na Produção e Reprodução .......................................... 22

2.6.1 No Macho ........................................................................................................ 23

2.6.2 Na Fêmea ........................................................................................................ 24

3 OBJETIVOS ........................................................................................................ 31

3.1 Objetivo Geral .................................................................................................. 31

3.2 Objetivos Específicos ....................................................................................... 31

4 MATERIAL E MÉTODOS ............................................................................... 32

4.1 Localização e Caracterização da Área ........................................................... 32

4.2 Animais Experimentais ................................................................................... 33

4.3 Metodologia Experimental .............................................................................. 33

4.4 Análise Estatística ............................................................................................ 37

5 RESULTADO E DISCUSSÃO .......................................................................... 38

5.1 Dados Meteorológicos ...................................................................................... 38

5.2 Peso .................................................................................................................... 39

5.3 Distribuição de Estro ....................................................................................... 42

5.4 Prenhez, Parição e Abortamento .................................................................... 45

5.5 Fecundidade, Natalidade e Prolificidade ....................................................... 47

5.6 Mortalidade ...................................................................................................... 48

6 CONCLUSÃO ..................................................................................................... 50

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................. 51

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1 INTRODUÇÃO

O Brasil possui um grande potencial para produção de pequenos ruminantes

domésticos, mercê das condições favoráveis para produção de carne e pele. Os criadores,

desde que trabalhem com as técnicas adequadas, bons animais e as condições necessárias,

podem obter ótimos lucros com a criação desses animais (ROCHA, 2006).

Além disso, conforme pesquisas da Embrapa, a melhoria da qualidade de vida nas

comunidades rurais é um dos principais alvos almejados, tendo como tripé à diversificação

alimentar, obtenção de produtos de qualidade e geração de renda adicional. Neste horizonte, a

caprinovinocultura vem sendo desenvolvida há anos no norte e nordeste do Brasil, com

sucesso para os pequenos e médios produtores daquela região (Granados, 2006) notando-se

uma tendência para o aumento da produção de ovinos e caprinos, na região norte,

especialmente no estado do Pará (COUTO, 2002).

O rebanho ovino do Brasil está em torno de 15.057.838 de cabeças com o maior

número na região nordeste (Vasconcelos; Vieira, 2002). Dados do IBGE (2003) apontam que

a região Norte detém 474.502 ovinos, sendo que destes 178.865 concentram-se no Estado do

Pará.

A ovinocultura de corte é uma atividade que vem crescendo muito nos últimos anos,

principalmente devido à grande procura pela carne ovina. A atividade tem tido grande

crescimento nas regiões norte, sudeste e centro-oeste. O sucesso dessa atividade é

determinado, entre outros fatores pela taxa de cordeiros para abate, que varia em função do

número de matrizes e seu subseqüente desempenho reprodutivo (SASA et al, 2002).

Trabalhos conduzidos no trópico úmido brasileiro têm demonstrado que ovinos

deslanados apresentam-se como uma alternativa viável para a produção de carne e esterco

(Maia; Dias, 1992; Pereira et al., 1998). Na Amazônia, a criação de ovinos tem crescido

significativamente e conseqüentemente, o consumo de carne e derivados, o que tem

estimulado os produtores a importação de animais de boa genética para contribuírem com o

melhoramento do rebanho na região. Entretanto, a desorganização da cadeia produtiva faz

com que o consumidor não tenha constância na oferta dos produtos, na qualidade da carne, na

higiene do que é ofertado e no preço, entre outros fatores (Pereira et al., 2008). Portanto, faz-

se necessário um direcionamento no processo produtivo que atenda as exigências dos

consumidores (COSTA, 2006).

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Em torno de 50% da carne ovina consumida, oficialmente, no Brasil é importada do

Uruguai, Argentina e Nova Zelândia. Este dado permite auferir que existe um vasto mercado

a ser conquistado, o que dependerá fundamentalmente da organização e gestão da cadeia

produtiva (Simplício, 2001). Dentro desta perspectiva, haverá ampla necessidade de se assistir

a reprodução destes animais, seja para permitir o aumento da eficiência reprodutiva e/ou

produtiva dos rebanhos, seja para multiplicação mais eficiente dos genótipos (FONSECA,

2005).

De acordo com a Food and Agriculture Organization (FAO), um quinto da população

mundial de ovinos está localizado nos trópicos (Leite, 2005). A caprinovinocultura desde que

racionalmente explorada e conduzida em sintonia com os aspectos ambiental, econômico e

social é uma excelente alternativa para os diferentes ecossistemas no Brasil (Simplício, 2001).

Para o sucesso da atividade, deve-se levar em consideração a adequação do animal ao

ambiente, o desempenho reprodutivo e a precocidade sexual (RODRIGUES, 2003).

A reprodução é considerada a maneira mais rápida e econômica para aumentar a

produção ovina. Porém, para melhorar as diferentes características da reprodução devem-se

utilizar, principalmente, práticas de manejo que visem melhorar os aspectos ambientais, pois

as características reprodutivas possuem herdabilidades baixas, tendo pequenas respostas a

seleção (ROSATI et al., 2002).

A interação animal e ambiente deve ser considerada quando se busca maior eficiência

na exploração pecuária, pois as diferentes respostas do animal às peculiaridades de cada

região são determinantes no sucesso da atividade através da adequação do sistema produtivo

às características do ambiente e ao potencial produtivo dos ruminantes (TEIXEIRA, 2000).

Condições climáticas inadequadas à produção causam redução no desempenho

produtivo e reprodutivo dos animais. Especialmente em regiões tropicais, um dos desafios a

ser considerado para o sucesso da produção animal é a redução dos efeitos climáticos, sendo

que para isto, torna-se necessário caracterizar o ambiente térmico. Diante das adversidades

climáticas aos quais os animais estão sujeitos, o constante aprimoramento do conhecimento

entre as relações animal e clima, tem levado a avanços significativos na bioclimatologia

animal, visando o bem-estar dos animais e, conseqüentemente, o aumento de produtividade

(YANAGI JUNIOR et al., 2002).

Assim, a correta identificação dos fatores que influem na vida produtiva do animal,

como o estresse imposto pelas flutuações estacionais do meio-ambiente, permite ajustes nas

práticas de manejo dos sistemas de produção, possibilitando dar-lhes sustentabilidade e

viabilidade econômica. Dessa forma, o conhecimento das variáveis climáticas, sua interação

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com os animais e as respostas comportamentais, fisiológicas e produtivas são preponderantes

na adequação do sistema de produção aos objetivos da atividade (NEIVA et al., 2004).

No Brasil, país tropical por excelência, os problemas zootécnicos, têm sido

enfrentados com certo descaso no que diz respeito às influências do ambiente tropical sobre

os animais. A influência direta do clima processa-se principalmente pela temperatura do ar,

radiação solar e umidade relativa do ar, componentes climáticos que condicionam as funções

orgânicas envolvidas na manutenção do equilíbrio térmico do corpo e os quais

freqüentemente se encontram acima do ideal para ótimo desempenho do rebanho. E a indireta,

através da qualidade e quantidade de forragem indispensável à criação animal, do

favorecimento ou não de doenças infecto-contagiosas e parasitárias e do baixo potencial

genético dos animais (PIRES et al., 2003; VIANA, 1990).

O estado do Pará, em especial, vem surgindo como pólo na criação de ovinos e

caprinos principalmente por possuir forragem de boa qualidade durante todo o ano.

Entretanto, sua elevada média de temperatura e, sobretudo umidade, além de uma estação

com altíssimo índice pluviométrico tem exigido das instituições de pesquisas, estudos que

possam compreender e limitar os entraves impostos pelos fatores ambientais na busca do

manejo adequado, possibilitando, dessa forma, a racionalização da ovinocaprinocultura

paraense. Na atualidade e sob as condições anteriormente citadas, ainda se sabe muito pouco a

respeito do comportamento dos ovinos explorados no estado do Pará, evidenciando a

necessidade de se avaliar o desempenho reprodutivo de ovelhas criadas sob as condições

climáticas do norte do país.

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2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 Aspectos Reprodutivos

A atividade reprodutiva é a expressão fisiológica de um conjunto complexo de

mecanismos e fenômenos que obedecem a rígido controle endógeno de um sistema

hierarquizado de órgãos que se inter-relacionam, utilizando avançada linguagem bioquímica.

A compreensão desse universo ainda é restrita, porém nos últimos anos, a velocidade da

aquisição de conhecimento se acelerou e como conseqüência as biotécnicas aplicáveis à

reprodução sofreram evolução e se diversificaram (BICUDO, 1999).

Entre os diversos métodos existentes para se alcançar incremento da produtividade,

destaca-se o manejo reprodutivo eficiente, onde se busca um aumento no número de cordeiros

produzidos por ovelha em sua vida produtiva (Azzarini, 2004). A eficiência reprodutiva de

um rebanho é o resultado da interação do patrimônio genético dos indivíduos e do meio

ambiente. Este último fator deve ser manipulado adequadamente pelo homem na tentativa de

oferecer melhores condições de exploração da espécie a ser criada e, conseqüentemente,

alcançar maiores índices de produção (GRANADOS, 2006).

Portanto, a eficiência da produção, conforme Siqueira (1990) e Pilar et al. (2000),

depende do desempenho reprodutivo das matrizes, da velocidade de crescimento dos

cordeiros e do nível nutricional para ambos.

A espécie ovina é precoce em seus aspectos produtivos e reprodutivos, e alia-se a isso

um ciclo biológico curto, no qual se destaca um intervalo entre gerações breve (OLIVEIRA;

OLIVEIRA, 2008; BICUDO et al., 2005).

2.2 Ciclo Estral

O ciclo estral é o ritmo funcional dos órgãos reprodutivos femininos que se estabelece

a partir da puberdade. Compreendem as modificações cíclicas na fisiologia e morfologia dos

órgãos genitais e também no perfil dos hormônios relacionados (Antoniolli, 2002). Assim, o

ciclo estral é o período entre dois estros, durante o qual ocorrem profundas modificações

hormonais em todo o organismo, particularmente sobre o aparelho genital e no

comportamento da fêmea (OLIVEIRA; OLIVEIRA, 2008).

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Durante a estação reprodutiva da ovelha, o estro aparece em intervalos de

aproximadamente 17 dias, embora possa existir uma variação normal de 14 a 20 dias (Figura

1). A duração do ciclo estral pode ser influenciada pela raça, pelo estágio da estação de

monta, pela idade ou por estresse ambiental. Estes mesmos fatores podem afetar a duração do

estro que varia de 30 a 48 horas, sendo que a ovulação ocorre no terço final deste período. O

estro das borregas pode ter uma duração mais curta em até 10 horas. Neste período a fêmea se

torna receptiva ao macho (OTTO DE SÁ; SÁ, 2001).

O ciclo estral da ovelha pode ser dividido em duas fases distintas: 1) fase folicular:

caracterizada pelo desenvolvimento do folículo (estrutura no ovário que contém o óvulo) e

culmina com a liberação do mesmo (ovulação). Nesta fase encontram-se presentes o proestro

e estro. 2) fase luteínica: caracterizada pelo desenvolvimento do corpo lúteo. Esta estrutura é

formada após a ruptura do folículo e liberação do óvulo. É produzida a progesterona, que é o

hormônio responsável pela manutenção da gestação. Nesta fase encontra-se incluído o

metaestro e diestro. Se o óvulo for fertilizado, o corpo lúteo será mantido durante toda a

gestação. A ovelha é espécie placenta-dependente, ou seja, depende da placenta para o

fornecimento da progesterona. Os eventos que ocorrem durante o ciclo estral são regulados

basicamente pela interação dos hormônios GnRH (Hormônio Liberador de Gonadotrofinas),

FSH (Hormônio Folículo Estimulante), LH (Hormônio Luteinizante), estradiol e progesterona

(OLIVEIRA; OLIVEIRA, 2008).

Figura 1- Representação esquemática dos eventos reprodutivos e sua duração média em ovelhas Fonte: Otto de Sá; Sá (2001)

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2.3 Sazonalidade Reprodutiva

A sazonalidade reprodutiva representa uma adaptação natural dos animais para que as

épocas de parto coincidam com os períodos de melhor clima e maior disponibilidade de

forrageira, condições fundamentais para uma melhor taxa de sobrevivência da descendência.

Contudo, esta sazonalidade representa uma importante barreira na exploração comercial dos

pequenos ruminantes, quando se têm em atenção exigências de mercado e econômicas

(HORTA; GONÇALVES, 2006).

Segundo Otto de Sá (2002), a origem geográfica dos animais e a latitude na qual se

encontram são importantes fatores que condicionam o efeito da luz sobre a atividade

reprodutiva dos ovinos. Àqueles que estão localizados em região próxima a linha do equador,

a estacionalidade reprodutiva não é tão evidente. A influência do fotoperíodo é maior quanto

maior for a latitude.

Os efeitos do meio ambiente repercutem sobre o potencial genético dos indivíduos,

determinando durante o ano os períodos de reprodução assim como sua intensidade. Nas

zonas tropicais, os pequenos ruminantes tem desenvolvido a estratégia reprodutiva de permitir

iniciar suas atividades sexuais quando os fatores ambientais são propícios: alimentação,

temperatura, presença de indivíduos do sexo oposto entre outros. Ao contrário, nas zonas

temperadas, é necessário criar os animais jovens na época mais favorável do ano limitando o

período de nascimentos ao final do inverno e início do verão quando o clima é menos rígido e

a disponibilidade de alimentos é abundante (CHEMINEAU, 2004).

Em ovinos oriundos geneticamente da África e países do hemisfério sul (Santa Inês,

Dooper), não é clara a influência da estacionalidade, mas percebe-se uma maior concentração

de partos em determinado período do ano, porém alguns estudos devem ser realizados, para

saber se poderia ser a influencia nutricional e/ou fatores reprodutivos (Granados, 2006). De

acordo com Girão et al.(1984), as ovelhas deslanadas ciclam ao longo do ano, podendo ser

acasaladas mais de uma vez ao ano. Nos trópicos, a estacionalidade da atividade reprodutiva

varia mais em função da temperatura e da nutrição (SILVA; NUNES, 1987).

A produção de cordeiros é maior nos rebanhos de raças deslanadas, sendo que as

ovelhas nos trópicos, além de serem poliéstricas anuais, apresentam uma maior taxa de

ovulação e, conseqüentemente, maiores índices de prolificidade, do que as ovelhas lanadas

usualmente criadas na região de clima temperado (VILLARROEL, 1991).

Mies Filho (1988), sugeriu que o regime de chuvas e o conseqüente estado das

pastagens podem afetar o ritmo das secreções hormonais e assim modular os períodos

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reprodutivos de forma mais importante nestas regiões. Contudo, de acordo com Siqueira

(1990), entre os animais domésticos, o ovino é um dos que apresentam mecanismos

anatomorfológicos mais propícios a sobrevivência em regiões de altas temperaturas, desde

que a umidade do ar seja baixa.

2.3.1 Estação Reprodutiva

As matrizes devem estar ganhando peso durante todo este período. As ovelhas quando

ganham peso antes e durante o período de acasalamento melhoram a fertilidade, apresentando

menor número de ovelhas falhadas, assim como apresentam aumento na quantidade de partos

gemelares (MINOLA; GOYNECHEA, 1975; COUTINHO; SILVA, 1989; COIMBRA

FILHO, 1992; CUNHA et al., 1999).

A escolha da época para a realização da estação de reprodução deve estar baseada nas

condições climáticas da região, capacidade de reprodução do macho e da fêmea e na

disponibilidade de alimento durante os períodos de nascimento das crias e matrizes paridas. O

período das estações de monta deve ser alicerçado pelas condições locais e regionais, além de

um adequado manejo sanitário e nutricional antes e durante as épocas de cobertura. Cuidados

especiais devem ser dados ao terço final da gestação e após o parto (GRANADOS, 2006).

Diversos sistemas de acasalamento podem ser empregados e na escolha daquele que

melhor convém, devem ser analisados o número de fêmeas do rebanho e os objetivos da

criação. O método a ser empregado deve reunir vantagens como simplicidade, concentração

das atividades de manejo em um curto espaço de tempo, dar bons resultados econômicos e

permitir o aproveitamento máximo do reprodutor (BICUDO, 1998).

Uma característica favorável à precocidade ovina é o fato dessa espécie ter um ciclo

estral curto. Como conseqüência é possível a utilização de estações de monta de 60 dias

quando são oferecidas praticamente quatro chances de cobertura a uma fêmea (OLIVEIRA;

OLIVEIRA, 2008).

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2.4 Influência Racial

A produção animal nos trópicos é limitada principalmente pelo o estresse térmico e há

o agravante de que as raças selecionadas para maior produção, no geral, são provenientes de

países de clima temperado, o que não permite a estas expressar o máximo da sua capacidade

produtiva. Desta forma, torna-se imprescindível o conhecimento da capacidade de adaptação

das espécies e raças exploradas no Brasil, bem como a determinação dos sistemas de criação e

práticas de manejo que permitam a produção pecuária de forma sustentável, sem prejudicar o

bem-estar dos animais (PIRES et al., 2000).

Para Medeiros e Vieira (1997), os animais bem adaptados a um determinado meio

ambiente apresentam algumas características que os diferenciam dos animais menos

adaptados: manutenção ou pequena perda de peso durante estresse geral, principalmente o

térmico, alta taxa reprodutiva, alta resistência a doenças e parasitos, baixa taxa de mortalidade

e longevidade.

O grau de sazonalidade em ovinos varia de acordo com a raça, existindo diferenças

significativas em relação ao início e a duração da estação reprodutiva (WILLIAMS, 1984).

Segundo Sousa e Leite (2000), apesar de as raças ovinas deslanadas apresentarem excelentes

qualidades de adaptação e de reprodução, apresentam baixos índices de produtividade.

Sabe-se que em temperaturas ambientais elevadas os ovinos da raça Santa Inês e seus

cruzamentos manifestam insatisfação fisiológica (elevação da temperatura corporal,

freqüência respiratória e cardíaca) e modificam seu desempenho (menor ganho de peso

corporal, conversão alimentar e rendimento de carcaça), na tentativa de manter a temperatura

corporal constante (RASLAN, 2007b).

Sarmento et al (2006) concluíram que a raça Santa Inês apresenta tolerância ao calor,

mas que há variabilidade dentro da raça. Porém, nos estudos de Neiva et al. (2004) os animais

desta raça mostraram-se sensíveis ao estresse ambiental, uma vez que apresentaram baixo

desempenho produtivo quando mantidos ao sol, não atingindo o ganho de peso máximo,

mesmo se alimentados com dietas com alta concentração de nutrientes.

Porém, para Olivier (2000), a avaliação de uma raça ou grupo genético não pode ser

baseada apenas na capacidade de ganho de peso e no rendimento de carcaça, mas também na

eficiência produtiva, adaptabilidade, prolificidade e taxa de sobrevivência. Assim, se a

performance produtiva for baseada apenas no desempenho produtivo, pode estar sujeito a

erros.

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2.5 Animal e Ambiente

Para Hopkins et al. (1978), o estresse térmico tem sido reconhecido como um

importante fator limitante da produção ovina nos trópicos. O clima predominantemente

tropical, com altas temperaturas médias durante o ano encontrado no Brasil pode provocar

estresse térmico aos animais e interferir no seu comportamento (RASLAN; TEODORO,

2007).

O estresse é acompanhado por um aumento na atividade do eixo Hipotalâmico-

Hipofisário-Adrenal (HPA) e por uma redução das funções reprodutivas (fenômeno que

atribuiu à necessidade de preservação da função do córtex adrenal em detrimento da função

gonadal, em casos de emergência). O estresse prolongado inibe a secreção dos hormônios LH

e FSH e bloqueia a ovulação (SWANSON; SIMMONS, 1989).

Dentro da zona de sobrevivência dos animais existem: Zona de termoneutralidade

(conforto), zona de hipotermia (estresse por frio) e zona de hipertermia (estresse por calor).

Os elementos climáticos irão influenciar na zona de conforto térmico dos ovinos,

conseqüentemente no bem-estar, comportamento, consumo, produção e reprodução. Durante

o dia pode haver mudanças de temperaturas, obrigando os animais utilizarem mecanismos

comportamentais e fisiológicos de adaptação a curto, médio e longo prazo para manter sua

temperatura corporal dentro da zona de conforto térmico normal. (RASLAN, 2007a).

O comportamento alimentar é influenciado pelas condições ambientais, em que os

animais submetidos ao estresse térmico reduzem o número de refeições diárias, a duração das

refeições e a taxa de consumo de matéria seca (Albright, 1993), influenciando diretamente o

crescimento animal e o desenvolvimento produtivo e reprodutivo do rebanho, Figura 2

(RASLAN; TEODORO, 2007).

Os animais, para terem máxima produtividade, dependem de uma faixa de temperatura

adequada, zona de conforto térmico, em que não há gasto de energia ou atividade metabólica

para aquecer ou esfriar o corpo. Do ponto de vista de produção, este aspecto reveste-se de

muita importância, pelo fato de, dentro desses limites, os nutrientes ingeridos pelos animais

serem utilizados exclusivamente para seu crescimento e desenvolvimento (BAÊTA; SOUZA,

1997).

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Figura 2- Influência do estresse na produção e reprodução animal Onde IMS: Ingestão de Matéria Seca e GP: Ganho de Peso Fonte: Raslan; Teodoro (2007)

Vários autores confirmaram diferentes zonas de conforto à espécie ovina (Tabela 1).

Segundo Nããs (1989) o ideal é uma umidade relativa média de 75%. Baêta e Souza (1997)

recomendam que a zona de conforto para ovinos deve situar-se entre 20 e 30°C, sendo a

temperatura efetiva crítica superior a 34°C. McDowell (1972) preconizou, como condições

ideais para criação de animais domésticos, umidade relativa do ar entre 60 e 70% e ventos

com velocidade de 1,3 a 1,9 m.s-1.

Otto de Sá e Sá (2001) afirmaram que acima de 26,5ºC, a maioria dos ovinos necessita

controlar o calor corporal. Os cordeiros recém nascidos, nas primeiras 72 horas de vida, não

têm desenvolvido a capacidade de se adaptar às temperaturas ambientais, por isso necessitam

de proteção, principalmente contra o frio. Já para Belluzo et al (2001), as condições próprias

para a criação de ovinos devem ter precipitação pluviométrica de 75 a 115 mm por mês, ou

seja, 900 a 1380 mm por ano e umidade relativa entre 55 a 70% em altas temperaturas e entre

65 e 91% em baixas temperaturas.

Vários índices têm sido desenvolvidos e usados para avaliar o conforto do animal com

relação a dado ambiente. Em geral consideram a temperatura e a umidade relativa do ar, e um

dos mais difundidos é o Índice de Temperatura e Umidade (ITU).

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Tabela 1- Zona de conforto para categorias de ovinos segundo alguns autores

Categoria Animal Zona de Conforto°C Autor e Data

Fêmeas em lactação 4 – 26 PEREIRA, 2005

Europeus adultos -2 – 20 SILVA, 2000

Carneiros 21 – 25 MÜLLER, 1989

Ovinos deslanados 20 – 30 BAÊTA; SOUZA, 1997

Ovinos deslanados 4 – 30 NAAS, 1989

Ovino 10 – 26,5 OTTO de SÁ; SÁ, 2001

Ovino 5 – 25 BELUZZO et al., 2001

Cordeiros Recém 24 – 26,5 OTTO de SÁ e SÁ, 2001

Cordeiros Recém 25 – 30 BAÊTA; SOUZA, 1997

Caprinos adultos 20 – 30 BAÊTA; SOUZA, 1997

Fonte: Adaptado Raslan (2007a)

2.5.1 Índice de Temperatura e Umidade-ITU

Desenvolvido originalmente por Thom (1959) como um índice de conforto térmico

humano. Posteriormente foi utilizado para descrever o conforto térmico de animais, desde que

Johnson et al. (1962) e Cargill e Stewart (1966) observaram quedas significativas na produção

de leite de vacas, associadas ao aumento no valor de ITU. Da mesma forma, Hahn (1985)

também encontrou queda na produção de leite associada ao valor de ITU. De acordo com

Buffington et al. (1981), é o índice mais utilizado pela maioria dos pesquisadores para

avaliação do conforto em animais.

Este índice leva em consideração pesos para temperaturas dos termômetros de bulbo

seco e bulbo úmido, ou a temperatura do ponto de orvalho, para a relação com o desempenho

do animal (Kelly; Bond, 1971). Os valores do índice podem ser calculados a partir da

temperatura de bulbo seco mais uma medida de umidade. Hahn (1985) coloca que: ITU < 70

= normal; 71 até 78 = crítico; 79 até 83 = perigo; ITU > 83 = emergência.

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2.6 Influência do Clima na Produção e Reprodução

Estudos desenvolvidos por Hopkins e Knights (1984) demonstraram existir alterações

tanto na produção como na reprodução de ovinos, face às alterações das condições

ambientais. De acordo com Moner (1997) um dos fatores ambientais de maior influência nos

índices reprodutivos de um rebanho é a temperatura (Figura 3). Com um aumento da

temperatura ambiente acima de 30°C, diminui a ingestão de alimentos nos ruminantes e a

produção de leite (FURTADO; ARAÚJO FILHO, 2002).

Figura 3- Influência de altas temperaturas na produção Fonte: Raslan (2008)

Outros fatores estressantes impostos pelo tempo aos animais tais como umidade,

ventilação, incidência direta e indireta de radiação solar interagem com as variações de

temperatura (BETTENCOURT, 1999; SILANIKOVE, 2000).

A reação mais importante dos animais, quando postos nos trópicos, é um decréscimo

das funções reprodutivas. Sabe-se que seu desajuste às condições tropicais acarreta uma série

de alterações, na fisiologia e no seu comportamento, do que resulta como conseqüência final

sua produtividade baixa (Furtado; Araújo Filho, 2002). Sawyer (1975) cita que trabalhos

sobre a influência da radiação calórica sobre a reprodução das ovelhas indicaram que 30% do

total de fêmeas expostas a altas temperaturas ambientais falharam na reprodução.

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O mecanismo pelo qual o estresse térmico deprime a fertilidade ao parto em várias

espécies de animais domésticos, machos e fêmeas, tem recebido intensa atenção dos

pesquisadores. As respostas do animal ao ambiente quente são relacionadas de várias formas

e, evidentemente, envolvem os efeitos diretos da temperatura, alterando a regulação do

sistema nervoso, o balanço hídrico, o nível hormonal, o balanço nutricional e o equilíbrio

bioquímico (URIBE-VELÁSQUEZ, 2001).

A eficiência reprodutiva é a característica que mais contribui para o aumento da

produtividade. A fertilidade e a prolificidade é influenciada, dentre outros fatores, pelas

condições edafo-climáticas (Rodrigues, 1988). É importante compreender que o desempenho

reprodutivo dos rebanhos, bem como, a biologia dos machos e das fêmeas para se reproduzir,

a taxa de ovulação e liberação de sêmen, a sobrevivência embrionária e a habilidade materna

são extrínsecos a temperatura ambiente, dentre outros (SIMPLÍCIO; SANTOS, 2000).

Os recém nascidos não estão bem adaptados para enfrentar altas temperaturas no início

da vida, sendo especialmente suscetíveis os cordeiros e bezerros. Cordeiros entre dois e sete

dias de vida não conseguem sobreviver mais do que duas horas a 38°C, ou mais do que três

horas de exposição à radiação solar (HAFEZ, 1995).

O efeito direto, por sua vez, se faz em dois sentidos: sobre os machos, qualidade de

esperma e sobre as fêmeas, ciclo estral e sensibilidade do embrião (DOMINGUES, 1960).

2.6.1 No Macho

A exposição dos espermatozóides ovinos a temperaturas elevadas reduz a taxa de

sobrevivência dos embriões produzidos, fertilizados com estes espermatozóides. Os efeitos do

estresse térmico sobre a fertilidade dos ovinos se manifestam durante um período de tempo

relativamente curto, depois da fertilização. Ao se evitar o estresse térmico durante este

período crítico, se tem obtido melhores taxas de reprodução ovina (McDOWELL, 1974).

Nos ovinos, a qualidade do sêmen e a fertilidade do macho, tendem a diminuir durante

os meses mais quentes (verão), mas não se sabe se é devido aos efeitos estacionais no eixo

hipotálamo-hipófise, ou ao efeito direto da temperatura nos testículos e epidídimo (Pineda,

1989). Para Martins et al, (2003), no Distrito Federal, durante a época chuvosa a capacidade

fertilizante do sêmen parece ser melhor nos carneiros. O ambiente fótico influencia a função

reprodutiva no macho, alterando a produção de hormônios gonadotróficos pela hipófise e,

conseqüentemente, o desenvolvimento gonadal. Deste modo, o efeito da estação pode ser

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devido à temperatura do ar, a disponibilidade e a qualidade da forragem, juntamente com os

regimes curtos de luz (CURTIS, 1983).

Extremo calor pode afetar os espermatozóides e o óvulo degenerando-os dentro do

trato reprodutivo; alteração no balanço hormonal através da ação do hipotálamo e suprimir o

libido e o ato físico de cobertura (Furtado; Araújo Filho, 2002). Outros estudos mostram que

o estresse térmico nos machos é uma das causas da degeneração testicular, onde o estresse

prolongado inibe a secreção dos hormônios reprodutivos, como a testosterona, que promove a

maturação dos espermatozóides e a sua falta causa alteração na produção deste, assim

ocorrendo a anormalidades espermáticas, que conseqüentemente irão reduzir o poder

fecundante do sêmen (LIBONI, 2002).

2.6.2 Na Fêmea

Pesquisas verificaram que as ovelhas submetidas a altas temperaturas entram em cio,

porém somente 50% dão crias, e muitos dos cordeiros gerados são muito pequenos

(DOMINGUES, 1960).

A falha do cio, que ocorre nas condições tropicais desfavoráveis, ocorre porque a

gestação é uma causa de déficit energético e, não sendo bem alimentada, a fêmea gestante

lança mão de suas próprias reservas e por isso perde peso. A lactação, que se segue ao parto, é

outra fonte de déficit energético, e ainda exige mais do organismo da fêmea que a própria

formação do feto. Para que possa manter-se, a fêmea suprime o ciclo estral, e não manifesta o

estro, constituindo-se em cabras, ovelhas ou vacas sem cria no ano seguinte. A ação do clima

tropical, sobre a fertilidade dos rebanhos, faz-se sentir por duas vias: direta, sobre o animal e

indiretamente, sobre as suas possibilidades de alimentação em criação extensiva (FURTADO;

ARAÚJO FILHO, 2002).

Inúmeros estudos em ovelhas submetidas a altas temperaturas ambientes tem indicado

que o início do estro até a passagem do óvulo pelo útero é um período crítico em resposta ao

estresse térmico (Rich; Alliston, 1970). O desenvolvimento folicular é afetado pelo estresse

térmico por atraso na seleção folicular e prolongamento da onda folicular, atuando de forma

adversa na qualidade do oócito e da esteroidogênese folicular (RENSIS; SCARAMUZZI,

2003).

O estresse térmico pode levar ao retardamento da maturidade sexual, alteração da

manifestação do cio, dinâmica folicular, ovulação, baixa percentagem de óvulos fertilizados e

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interferência na sua implantação no útero, desenvolvimento e mortalidade embrionária e

conseqüentemente em menor prolificidade (PERASSOLI, 2006). Porém, Medeiros e Vieira

(1997) afirmam que não tem sido observado alteração significante da prolificidade e do

período de reprodução, onde espécies como a ovelha e a cabra apresentam atividade sexual ao

longo do ano devido a inexistência de variações anuais significativas no fotoperíodo perto do

equador.

Os embriões ovinos submetidos a temperatura que ultrapasse 1,1°C da normal do

organismo durante o começo de seu desenvolvimento (primeira ou segunda divisão celular),

não será capaz de sobreviver. As ovelhas mantidas durante 11 horas diárias, a uma

temperatura de 40°C, durante os três últimos meses de gestação, não terão aborto porém,

parirão cordeiros menores que outras ovelhas testemunhas (Mcdowell, 1974). Müller (1989)

confirmou a diminuição de peso dos neonatos em bovinos e ovinos. Confirmando isso,

Medeiros e Vieira (1997) constataram que ovelhas submetidas a temperatura elevada, além da

redução de natalidade, os cordeiros nascem com pouco peso. Também, foi observado que a

estação em que ocorre o nascimento afeta os valores interferentes no desenvolvimento dos

bezerros. Isso demonstra que o estresse térmico parece retardar o crescimento fetal.

Em ovinos, o ganho de peso diário até a desmama, como também a percentagem de

cordeiros desmamados, ficam diminuídos pela dificuldade dos animais em suportarem o calor

ambiente. A temperatura ambiente influencia no desenvolvimento ponderal, crescimento dos

jovens, conformação e tamanho, acabamento, conversão alimentar, manutenção do peso, taxa

de crescimento do embrião, peso ao nascer, peso no pré e pós-desmame, etc. Cordeiros com

menor peso ao nascer apresentaram não só maior mortalidade do que aqueles com maior peso,

mas também menor temperatura corporal e se caracterizavam por uma baixa fertilidade mais

tarde. A mortalidade pode estar diretamente relacionada com o menor peso ao nascer

(Medeiros; Vieira, 1997). Todavia, o peso ao nascer dos borregos não sofreu influência da

estação quando avaliado nos períodos seco e chuvoso (COLODO et al., 2004).

Sob a ação de altas temperaturas e de intensa radiação solar, os animais passam a um

estado de hipertemia, de respiração acelerada, por vezes de exagerada salivação, de falta de

apetite, de redução do tempo de pastejo. Tudo isso predispõe fundamentalmente à redução da

lactação e do crescimento (FURTADO; ARAÚJO FILHO, 2002).

Segundo Maia (1997) as altas temperaturas podem reduzir a fertilidade da fêmea

provocando estresse térmico com conseqüências nas crias que nascem pequenas e fracas

devido as reações químicas e térmicas sofridas pela genitora durante a gestação. O estresse

térmico também está relacionado com a redução do crescimento fetal, por diminuir o fluxo

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sanguíneo no útero (Henderson; Robinson, 2000) e com o aumento da temperatura do útero,

no momento da concepção. A maior secreção de hormônios corticóides, durante o estresse,

provoca redução do estrógeno e pode ajudar a diminuir a circulação uterina (MÜLLER,

1989).

Os níveis de progesterona podem aumentar ou diminuir dependendo da intensidade do

estresse e do estado metabólico do animal. Estas alterações endócrinas reduzem a atividade

folicular e alteram o mecanismo ovulatório, promovendo uma diminuição na qualidade do

oócito e do embrião. O ambiente uterino também é afetado, desfavorecendo a implantação do

embrião (RENSIS; SCARAMUZZI, 2003).

Pesquisa realizada por Wheeler e Blackshaw (1986), em ovelhas, mostrou variações

significativas dos valores médios nas concentrações plasmáticas de P4 (Progesterona), as

quais foram mais elevadas nas fêmeas ovinas submetidas ao estresse térmico (39,4°C; 3,82

ng/mL) quando comparadas às ovelhas em condições termoneutras (24,5°C; 2,94 ng/mL).

Enquanto que Lamond et al. (1972) observaram, em ovelhas, variações sazonais nas

concentrações de P4 mais baixas durante o verão que no inverno, com valores de 1,36 e 2,53

ng/mL, respectivamente.

Ovelhas sujeitas a temperaturas elevadas, durante os seis dias que antecedem a data

prevista do estro, apresentaram atrasos quer na onda pré-ovulatória de LH, quer no início do

estro. Além disso, verificou-se uma redução na incidência de cios e uma menor expressão

deste (Sawyer et al., 1975). Altas temperaturas estão freqüentemente associadas à diminuição

nas concentrações basais de LH, provavelmente devido à alteração inerente dos hábitos

alimentares (CLARKE; TILBROOK, 1992).

A temperatura ambiente elevada pode reduzir a eficiência da reprodução tanto nos

machos como nas fêmeas, afetando a gametogênese, libido, estro, ovulação, fertilidade,

implantação, sobrevivência embrionária, duração da gestação e a capacidade maternal das

mães, assim como um aumento dos problemas no momento do parto. O estresse térmico

intenso provoca o desaparecimento do estro e inclusive a ovulação do gado e da ovelha. As

temperaturas elevadas originam também uma redução do período onde se pode observar,

visualmente, o estro e quando no início do estro tem provocado um aumento da proporção de

óvulos anormais, diminuição na taxa de fertilidade e aumento da morte embrionária (RICH;

ALLISTON, 1970; FURTADO; ARAÚJO FILHO, 2002).

Geralmente, considera-se que o estresse térmico tenha um efeito negativo direto sobre

as taxas de sobrevivência embrionária em ovinos. Embora a variação normal da temperatura

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diurna e aclimatação possam moderar este efeito a campo, ele não deve ser desprezado em

áreas onde altas temperaturas são comuns (HENDERSON; ROBINSON 2000).

As fêmeas paridas na estação seca apresentam maior prolificidade possivelmente em

decorrência de sua maior taxa de ovulação durante o acasalamento na época chuvosa (Silva;

Nunes, 1984). Rensis e Scaramuzzi, (2003) afirmaram que há uma redução do grau de

dominância do folículo e maior quantidade de folículos de tamanho médio se desenvolvem,

aumentando a incidência de gestações gemelares nos meses quentes.

Para Swanson (1988) temperaturas de verão mais quentes que o normal adiantam a

estação de monta em ovinos. Altas temperaturas afetam de maneira desfavorável os ciclos

reprodutivos apenas sobre condições extremas, incluindo exposição prolongada ao calor (24

horas diárias). Nesta situação, a mortalidade embrionária (especialmente antes da

implantação) é o principal efeito observado quando os ciclos reprodutivos permanecem

normais.

A exposição do animal à radiação solar direta aumenta muito a carga de calor (carga

térmica adicional) que ele recebe em relação aquela recebida da radiação solar indireta,

refletida pelas nuvens, poeira no ar, solo e objetos. Analisando o elemento precipitação, pode-

se dizer que é benéfico enquanto refresca a superfície do animal, mas sob o ângulo de maior

umidade relativa do ar, passa a ser maléfico para o animal sob estresse térmico. A condução

causada pela chuva é mais eficiente do que a evaporação pulmonar e superficial. Portanto

após a chuva mesmo com umidade maior, o animal molhado perde calor para o ambiente

sendo assim beneficiado (MEDEIROS; VIEIRA, 1997).

A umidade relativa do ar pode causar desconforto térmico se estiver associada com

altas temperaturas, prejudicando os processos de dissipação de calor corporal (Armstrong,

1994). Assim, temperaturas elevadas associadas a altas umidades do ar e a radiação solar são

os principais elementos climáticos estressantes que causam diminuição na taxa de

crescimento, produção de leite e falhas na reprodução, incluindo estros curtos, ciclos estrais

anormais, diminuição da fertilidade ao parto dos rebanhos e aumento da mortalidade

embrionária e fetal ao início da gestação (GWASDAUSKAS et al., 1972).

De acordo com revisão de Emesih et al. (1995) o estresse pelo calor e a umidade

elevada reduzem a taxa de concepção em ovelhas, bovinos e suínos. Isso pode ser,

parcialmente, devido ao efeito direto do calor e a umidade sobre o embrião na fase inicial,

pois vacas leiteiras expostas a altas temperaturas ambientais, nos primeiros sete dias de

prenhez tiveram uma maior incidência de embriões anormais ou retardados (MARQUES et

al., 2008).

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Machado et al. (1999a) afirmaram que, no nordeste do Brasil, quando a oferta de

forrageira é prejudicada e aliada a falta de suplementação adequada, pode ser mais

interessante efetuar a estação de monta na estação chuvosa, porém isto pode propiciar taxas

produtivas, isto é, peso ao nascer e peso a desmama menores, em função da prenhez

transcorrer e ir a termo durante a época de carência alimentar. No entanto, mesmo quando os

nascimentos ocorrerem na época chuvosa, podem ocorrer quedas nas taxas reprodutivas

devido à mortalidade das crias por pneumonias e por proliferação de eventuais patógenos no

ambiente com maior umidade (MACHADO; SIMPLÍCIO, 1998).

A ocorrência tanto de ectoparasitos como de endoparasitos, causam prejuízos à

exploração dos animais domésticos, e é bem maior nos climas quentes e úmidos e mesmo nos

climas úmidos mesotérmicos. Nas regiões tropicais, no verão, quando as chuvas são

periódicas e intensas, os animais bebem freqüentemente água estancada dos charcos e sofrem

de parasitos internos e vários tipos de doenças. (Medeiros; Vieira, 1997). Conforme Belluzo

et al. (2001), precipitação pluviométrica elevada e alto grau de umidade do ar dificultam a

evaporação da água do solo, favorecendo, com isso, a proliferação de agentes patológicos,

prejudiciais a espécies ovina.

As perdas econômicas de nematóides, principais parasitas de pequenos ruminantes são

decorrentes da baixa produtividade, geralmente observada no período seco e da alta

mortalidade, que ocorre principalmente na estação chuvosa. Além das altas taxas de

mortalidade, destacam-se as perdas ocasionadas pelo comprometimento no desempenho

produtivo, que são decorrentes do atraso no crescimento, da queda na produção leiteira e da

baixa fertilidade (CHARLES et al., 1989).

No caso dos ovinos, a mortalidade de cordeiros após o parto é uma das causas mais

importantes da baixa eficiência reprodutiva observada (Pedroso et al., 2004). Scales et al.

(1986) relataram que este fenômeno se deve, em grande parte, à existência de fetos mal

nutridos no terço final de gestação que, ao nascer, são expostos a intempéries, como fortes

chuvas. A criação de ovelhas a sombra ao final da gestação contribui para o aumento do peso

dos cordeiros ao nascimento, 2,2kg a 2,8kg e reduz a mortalidade (CHEMINEAU, 2004).

No estado da Bahia, estudos demonstram que a sazonalidade da produção forrageira

concentra-se em nível superior a 80% na época quente e chuvosa do ano. O inverso observa-

se na época seca, quando há acentuada redução quantitativa e qualitativa da forragem. Essa

oscilação provoca conseqüências negativas do ponto de vista zootécnico, como altas taxas de

mortalidade, baixo desempenho reprodutivo e baixa taxa de crescimento, aliados aos sérios

problemas sanitários (QUADROS, 2004).

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Neiva et al., (2004) ao avaliarem o efeito do estresse climático sobre os parâmetros

produtivos e fisiológicos de ovinos Santa Inês, mantidos em confinamento em ambiente de

sombra e sol, com diferentes níveis de volumoso e concentrado na dieta, observaram que o

consumo de matéria seca foi superior para os animais mantidos à sombra independente da

quantidade de concentrado, os quais apresentaram maior ganho de peso. Com relação aos

parâmetros fisiológicos foi observado que a elevação da temperatura ambiente no turno da

tarde exerceu influência sobre a temperatura retal e freqüência respiratória. Portanto, mesmo

no caso de animais de regiões tropicais as interações entre o tipo de alimento, o consumo, o

ambiente e parâmetros fisiológicos devem ser determinados a fim de que o desempenho dos

animais não seja prejudicado.

O aspecto mais importante nos animais adaptados aos trópicos é a sobrevivência em

condições difíceis com muitas doenças e escassez de alimentos. Isto, somado ao estresse

ambiental, causa diminuição das taxas de sobrevivência e crescimento e da eficiência

reprodutiva (DOMINGUES, 1958; QUESADA et al., 2001). Na Amazônia, a criação de

ovinos tem crescido de maneira significativa de forma que cada vez mais pesquisas surgem na

busca do melhor conhecimento do desempenho reprodutivo e produtivo afim de se utilizar

raças e manejo adequados para a produção desses animais nas condições da região (Tabela 2).

De acordo com Bastos (2005) o clima amazônico apresenta temperatura médias

máximas e mínimas anuais oscilando respectivamente entre 24- 27°C, 30- 32ºC e 18- 23ºC e

os totais anuais de brilho solar variam entre valores aproximados de 1.500 e 2.600 h. A

umidade relativa do ar oscila entre 67 e 90% e os totais pluviométricos anuais estão contidos

entre 1.300 e 3.000 mm.

Portanto, por tudo posto acima, fica evidente a importância do clima na sobrevivência

dos seres vivos. Tendo o conhecimento dos seus efeitos sobre a fisiologia e comportamento,

fica mais fácil de corrigi-los e proporcionar mais conforto e bem-estar, o que favorecerá os

animais a demonstrarem toda sua potencialidade genética e produtiva (RASLAN, 2008).

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30

Tabela 2- Indicadores de desempenho zootécnico do sistema de produção de ovinos em vários Estados da Amazônia brasileira

1...> valores médios entre as raças Morada Nova e Santa Inês 2...> valores médios de rebanhos Morada Nova, Barriga Negra e Santa Inês 3...> valores médios da raça Santa Inês Fonte: Magalhães et al. (1984); Costa et al. (1987); Moura Carvalho et al. (1984); Paiva (1987); Santos et al.(1984), EMBRAPA (1984).

Indicadores Rondônia1 Acre1 Pará3 Amazonas1 Roraima2 Amapá1

Tx de Paricão % 96,16 91,25 96,50 87,50 93,76 82,62

Tx de Aborto % 4,07 ----- ----- 7,50 ----- 6,13

Parto simples % 61,69 88,58 77,12 60,85 76,08 74,84

Parto múltiplo% 38,31 11,42 22,88 39,15 23,92 25,16

Prolificidade 1,39 1,18 1,57 1,40 1,24 1,26

PesoNascer (kg)

♂ parto simples 2,78 2,90 3,23 2,95 2,64 ----

♀ parto simples 2,56 2,59 3,16 2,85 2,64 -----

♂ parto múltiplo 2,21 ----- 2,73 ----- ----- -----

♀ parto múltiplo 2,04 ----- 2,72 ----- ----- -----

Mortalidade %

Aos 12m 26,87 10,00 ----- 17,70 ----- 17,35

Adultos 8,60 8,75 ----- 6,80 ----- 19,11

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3 OBJETIVOS

3.1 Objetivo Geral

Avaliar o comportamento reprodutivo de fêmeas ovinas Santa Inês criadas nas

condições climáticas do nordeste paraense.

3.2 Objetivos Específicos:

♦ Comparar os fatores inerentes ao clima do município de Igarapé- Açu no nordeste do

estado do Pará, entre os períodos caracterizados como período seco e o período chuvoso.

♦ Avaliar e comparar eficiência reprodutiva nos períodos do ano, seco e chuvoso, pelo

registro dos seguintes parâmetros:

Nas matrizes

− Desempenho ponderal do início da estação de monta até o pós-parto

− Distribuição de estro

− Taxa de prenhez

− Taxa de parição

− Taxa de fecundidade

− Taxa de natalidade

− Taxa de prolificidade

− Taxa de abortamento

− Taxa de mortalidade

Nas crias

− Peso ao nascer

− Proporção macho e fêmea

− Taxa de mortalidade até 10 dias

♦ Determinar o período do ano mais adequado para realização da estação de monta e estação

de parição das crias no município de Igarapé- Açu.

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4 MATERIAL E MÉTODOS

4.1 Localização e Caracterização da Área

O experimento foi realizado em propriedade particular no município de Igarapé-açu,

nordeste do Pará, distante 143 km de Belém (Figura 4). A propriedade está localizada a uma

latitude 01º12'S e a uma longitude 47º36'W, estando a uma altitude de 93 metros do nível do

mar. O clima do município insere-se na categoria de megatérmico úmido, do tipo Am da

classificação de Köppen, temperatura média, durante todo o ano, em torno de 25°C. A

precipitação anual é elevada e atinge 2.350 mm, com forte concentração entre os meses de

janeiro a junho e mais rara de julho a dezembro, e a umidade relativa do ar em torno de 85%.

Figura 4- Mapa Distância Belém/Igarapé-Açu Fonte: http://www.achetudoeregiao.com.br/PA/igarape_acu/localizacao_igarape_acu.htm

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4.2 Animais Experimentais

Foram utilizadas neste experimento 96 fêmeas ovinas Santa Inês separadas

aleatoriamente em dois grupos, Grupo A: 38 animais e Grupo B: 58 animais; dois rufiões e

três reprodutores provenientes do Centro de Pesquisas de Caprinos e Ovinos do Pará-

CPCOP. As matrizes tinham, no início do experimento, de 18 a 36 meses de idade, escore

corporal de 2,5 a 3,0 e peso médio de 38,5kg (± 0,89kg). Todos os animais foram mantidos

em regime semi- intensivo com acesso, em sistema de rodízio, às forrageiras: capim nativo

Quicuio (Bhrachiaria humidícola) e os capins cultivados Braquiarão (Bhrachiaria brizantha),

Mombaça (Panicum maximum cv Mombaça) e Massai (Panicum maximum cv. Massai).

capineiras: capim elefante (Pennisetum purpureum) variedade cameron e napier. A

leguminosa utilizada foi a Puerária (Pueraria phaseoloides).

Ao final da tarde, ao retornarem ao aprisco recebiam o complemento de 200g de ração

comercial no cocho, sal mineral e água ad libitum. Todos os animais foram previamente

vermifugados e apresentavam-se clinicamente sadios e aptos a reprodução.

4.3 Metodologia Experimental

O experimento foi realizado em duas etapas distintas em períodos com diferentes

características climáticas. Dados meteorológicos da região foram coletados junto ao

laboratório de climatologia da Embrapa Amazônia Oriental a fim de se caracterizar cada

período estudado. De acordo com esse laboratório, fevereiro a abril foram os meses

considerados mais chuvosos e agosto a outubro os meses mais secos, nos últimos dez anos.

O ITU foi calculado a partir da fórmula utilizada por Thom (1958):

ITU = 0,8*T+(UR/100)*(T-14,4) + 46,4

Onde: ITU: Índice de Temperatura e Umidade

T: Temperatura ambiente

UR: Umidade relativa

A interpretação foi realizada a partir da escala fornecida pelo Instituto Nacional de

Meteorologia (INMET) conforme Figura 5.

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ITU

84 83 82 81 80 79 78 77 76 75 74 73 72

Figura 5- Escala de interpretação e cuidados requeridos em função do ITU

Os períodos foram classificados em chuvoso, referente aos meses de julho a dezembro,

e seco compreendido pelos meses de janeiro a junho.

O Grupo A foi submetido à estação de monta no período seco (setembro e outubro de

2007) com parição no período chuvoso (Fevereiro e Março de 2008) e as fêmeas do Grupo B

entraram em reprodução no período chuvoso (março e abril de 2008) ocorrendo as parições

durante o período seco (agosto e setembro de 2008).

Três meses antes da estação de monta, as fêmeas de cada grupo permaneceram junto

aos rufiões a fim de se evitar a estimulação do estro em função do efeito macho. Um dia antes

do início e no último dia de cada estação de monta foi realizada, com auxílio de balança

específica, a pesagem de todo o grupo (Figura 6).

A estação de monta teve duração de 60 dias e os reprodutores foram soltos ao pasto

com as fêmeas diariamente pela manhã e separados ao final da tarde no retorno ao aprisco.

Neste momento também era realizada a observação de manifestação de estro. Os reprodutores

tiveram a região peitoral pintada com uma mistura de graxa e tinta xadrez e as fêmeas que

aceitavam a monta tinham o dorso marcado indicando o estro. A cada quinze dias da estação

de monta a cor da tinta utilizada era trocada, facilitando a compreensão da distribuição de cio

e suas possíveis repetições (Quadro 1). O estro fértil foi considerado o cio seguido de

diagnóstico de prenhez.

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Figura 6- Balança específica para pesagem dos animais

Quadro 1- Esquema de troca da cor da tinta para identificação de estro

Quinzena Cor da Tinta

1º Vermelho

2º Amarelo

3º Verde

4º Azul

Após 30 dias do início da estação de monta foram realizados, quinzenalmente até o

terço final de gestação, exames ultrassonográficos por via transretal através do aparelho Pie

medical Falco V, munido de sonda transretal de 5.0 Hertz (Figura 7) para avaliação da taxa de

fecundidade, prenhez e aborto. À medida que as prenhezes foram diagnosticadas, as fêmeas

foram separadas em piquetes específicos. Foram realizadas pesagens das fêmeas no terço final

de prenhez e imediatamente após o parto. Os borregos foram igualmente pesados ao nascer e

mantidos em sistema intensivo até os 10 dias de idade. Todas as pesagens, com exceção do

pós-parto, foram realizadas pela manhã, antes dos animais serem soltos ao pasto. As taxas de

fecundidade, prenhez, parto, abortamento, natalidade, prolificidade e mortalidade das matrizes

e das crias até os 10 dias foram realizadas com base do controle zootécnico do rebanho e

calculadas de acordo com as seguintes fórmulas:

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Taxa de Prenhez: Nº de ovelha prenhe ao diagnóstico de gestação x 100

Nº de ovelhas expostas ao reprodutor

Taxa de Parto: Nº de partos x 100

Nº de ovelhas exposta ao reprodutor

Taxa de Abortamento: Nº de ovelhas que abortaram x 100

Nº de ovelhas prenhe

Taxa de Fecundidade: Nº de crias nascidos (mortos ou vivos) x 100

Nº de ovelhas exposta ao reprodutor

Taxa de Natalidade: Nº de crias nascidas vivas x 100

Nº de ovelhas paridas

Taxa de Prolificidade: Nº de crias nascidos (mortos ou vivos) x 100

Nº de ovelhas paridas

Taxa de Mortalidade (matriz): Nº de óbitos x 100

N° de ovelhas exposta ao reprodutor

Taxa de Mortalidade (cria): Nº de óbitos até 10dias x 100

N° de crias nascidas vivas

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Figura 7- Ultra-som Portátil Pie medical Falco Vet

4.4 Análise Estatística

O delineamento estatístico foi o completamente ao acaso com número de repetições

diferentes nas diversas variáveis estudadas. As variáveis de peso foram previamente testadas

sob a hipótese de normalidade e homogeneidade de variância, com a hipótese de nulidade

verdadeira foi realizado análise da variância com a aplicação do teste t de Student onde se

testou dois efeitos através do procedimento GLM do Pacote Estatístico Statistical Analysis

System (SAS, 1993).

Para distribuição de estro e as taxas de fecundidade, prenhez, parto, prolificidade,

natalidade, mortalidade, aborto e sexo da cria foi utilizado o teste do Qui-Quadrado (X2). O

teste Exato de Fisher ou o G (Williams) foram utilizados quando o Qui-Quadrado não foi

considerado um teste válido. Para todas as situações adotou-se nível de significância de 5%.

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5 RESULTADO E DISCUSSÃO

5.1 Dados Meteorológicos

Os dados meteorológicos coletados foram analisados a partir da média mensal e estão

descritos na Tabela 3. A temperatura e umidade apresentaram-se acima da recomendada como

ideal por Nããs (1989) e McDowell (1972) nas duas épocas do ano. Porém, quando associadas

a índices de precipitação e evaporação mais baixos, além de um brilho solar intenso como os

verificados no período seco sugerem um desconforto térmico em virtude de processo

homeotérmico mais lento conforme dito por Young (1988), Raslan (2008) e Emesih et al.,

(1995). Em pesquisa realizada com ovinos das raças Dorper e Santa Inês criados no semi-

árido nordestino, verificou-se que as condições climáticas durante o período experimental de

23,3ºC temperatura mínima, 33,2ºC temperatura máxima e 54% de UR, levaram os animais à

situação de alerta e perigo térmico, ambas consideradas como desconforto térmico para os

animais (Cezar et al., 2004). As temperaturas semelhantes as encontradas por esses autores e a

umidade mais elevada, sugeriram igual situação de perigo térmico aos animais deste estudo.

Tabela 3- Dados climáticos do período das estações de monta e parição nas épocas seca e chuvosa

Estação Mês/Ano Época Tx Tn Tm UR Vv Pp Ev Bs ITU

Monta

(Grupo A)

Set/Out

2007 Seca 32,2 21,6 26,9 78 1,2 50,8 85 247,9 85e

Monta

(Grupo B)

Mar/Abr

2008 Chuvosa 30,2 22,3 26,3 89 0,8 454,3 114,1 30,2 84e

Parição

(Grupo A)

Fev/Mar

2008 Chuvosa 30,4 22,3 26,6 89 0,8 278,8 116,5 30,4 84e

Parição

(Grupo B)

Ago/Set

2008 Seca 32,8 21,6 27,2 78 1,1 63,3 85,3 249,5 87e

Tx- Temperatura máxima em ºC;Tn- Temperatura mínima em ºC; Tm- Temperatura média em ºC; UR- Umidade Relativa em %; Vv- Velocidade de vento (m.s-1); Pp- precipitação pluviométrica (milímetro); Ev- Evaporação (Evaporímetro de Piche) em milímetro; Bs- Brilho solar em horas; ITU- Índice de Temperatura e Umidade; e: Situação de Emergência Fonte: Embrapa Amazônia Oriental.

Diante dessa situação, a adoção de sistemas silvilpastoris, os quais combinam

plantações de árvores e criação de animais, pode se apresentar como uma alternativa viável a

essa região devido proporcionar um microclima mais favorável através do sombreamento

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proporcionando um ambiente mais ameno e podendo, dessa forma, aumentar a produtividade

pecuária.

5.2 Peso

Para Medeiros e Vieira (1997) o desenvolvimento ponderal das ovelhas e o peso ao

nascer das crias sofrem influência da temperatura ficando diminuídos pela dificuldade dos

animais em suportarem o calor ambiente. No ensaio experimental em questão, os pesos

médios das matrizes constatados no início da estação de monta foram similares nas épocas

seca e chuvosa (P>0,05). No entanto, o peso médio no final da estação de monta diferiu

(P<0,01) com maior valor referente a estação de monta do período seco (42,9kg vs 38,5kg).

Notou-se que as ovelhas de estação reprodutiva na época chuvosa tiveram um decréscimo

médio diário de 17,5g enquanto as que foram cobertas na época seca obtiveram ganho médio

diário de 89,6g (P<0,01) durante a estação de monta. O peso médio no terço final de prenhez

foi de 47,2kg para as ovelhas acasaladas no período seco e, de 40,8kg para as do período

chuvoso (P<0,01). Porém, a diferença no peso pós-parto não foi significativa (P>0,05). As

médias dos pesos de ambos os períodos estão descritas na Tabela 4 e gráfico 1 e as

estimativas da média e do erro padrão da média para PIEM, PFEM, GPM, PTFP, PPP,

Pnascer dentro de cada grupo são apresentadas na Tabela 5.

Tabela 4- Estimativas das médias de pesos (kg) e ganhos de peso (g) de ovelhas Santa Inês submetidas a estação de monta nos períodos seco e chuvoso no município de Igarapé-açu (Pa)

Período Grupo PIEM ±E.P. PFEM**±E.P GPM**±E.P PTFP**±E.P PPP±E.P Pnascer±E.P

Seco A 37,7a± 0,99 43,6a± 0,93 89,6ª±0,009 49ª± 1,07 39,7ª± 0,98 3,2a± 0,12

Chuvoso B 41,4a± 0,80 38,5b± 0,75 -17,5b±0,008 41,4b± 0,84 36ª± 0,78 3a± 0,09

Onde PIEM: Peso no início da estação de monta; PFEM: Peso no Final de Estação de Monta; GPM: Ganho de Peso Médio Diário durante a Estação de monta; PTFP: Peso no Terço Final de Prenhez; PPP: Peso Pós-parto; Pnascer: Peso da cria ao nascer Médias nas linhas, seguidas por letras diferentes diferem entre si pelo teste t- Student (P**<0,01).

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40

39,7

4943,6

37,7 3641,4

38,541,4

0

10

20

30

40

50

60

PIEM PFEM PTFP PPP

Pes

o (kg

)

Grupo A Grupo B

Gráfico 1- Estimativa das médias de peso das matrizes nos grupos A e B Onde PIEM: Peso no início da estação de monta; PFEM: Peso no Final de Estação de Monta; GPM: Ganho de Peso Médio Diário durante a Estação de monta; PTFP: Peso no Terço Final de Prenhez; PPP: Peso Pós-parto; Pnascer: Peso da cria ao nascer

Tabela 5- Estimativas das médias de peso e erro padrão dos grupos A e B obtidas pela análise da variância com aplicação do teste t-Student

Tratamento Variável Médias (Kg) ± EP Probabilidade

T1: Grupo A

T2: Grupo B

PIEM Grupo A: 37,58 ± 0,99

Grupo B: 39,59 ± 0,80 0,1202

PFEM Grupo A: 42,96 ± 0,93

Grupo B: 38,54 ± 0,75 0,0004

GPM Grupo A: 0,089 ± 0,009

Grupo B: -0,017 ± 0,008 0,0001

PTFP Grupo A: 47,27 ± 1,07

Grupo B: 40,88 ± 0,84 0,0001

PPP Grupo A: 40,25 ± 0,98

Grupo B: 37,81 ± 0,78 0,0563

Pnasc Grupo A: 3,24 ± 0,12

Grupo B: 3,05 ± 0,09 0,2222

Onde PIEM: Peso no início da estação de monta; PFEM: Peso no Final de Estação de Monta; GPM: Ganho de Peso Médio Diário durante a Estação de monta; PTFP: Peso no Terço Final de Prenhez; PPP: Peso Pós-parto; Pnascer: Peso da cria ao nascer

Esses resultados podem ter sido afetados pela alteração do comportamento alimentar

através da diminuição do número e duração das refeições não em virtude do estresse térmico

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conforme descrito por Albright (1993) mas, provavelmente, pelas fortes chuvas constantes

características do período chuvoso da região. Além disso, a maior incidência de problemas de

cascos e demais alterações sanitárias inerentes ao período de chuvas como as parasitoses e

infecções respiratórias, também limitaram o consumo e por consequência influenciaram

diretamente no crescimento animal e desenvolvimento produtivo. Isto demonstra a

necessidade de aplicação de estratégias de manejo diferenciado para a estação de monta.

Divergindo, os pesos no início e final da monta, bem como o ganho de peso durante a

monta, encontrados por Ribeiro et al. (2008) para as ovelhas acasaladas no verão ou no

outono, foram similares. De acordo com os autores em ambos os períodos observou-se perda

de peso das ovelhas do final da monta ao parto, algo esperado pois, para eles, nos dois casos

pelo menos parte da gestação ocorreu durante o inverno, onde a qualidade da pastagem é

inferior, e a suplementação não foi suficiente para atender todas as exigências dos animais.

Em estudo no norte do Paraná, as ovelhas acasaladas no verão perderam menos peso e

conseqüentemente foram mais pesadas ao parto que as acasaladas no outono, pois aquelas

passaram um período menor da gestação no inverno. O ganho de peso ocorrido nas duas

épocas de monta durante o acasalamento demonstrou que a pastagem estava em melhores

condições nestes períodos (RIBEIRO et al., 2008).

Neste estudo, o peso ao nascer dos cordeiros não mostrou influência da estação do ano

ou do sexo da cria (P>0,05), porém diferiram em relação ao tipo de parto (P<0,01) (Tabela 6).

Corrobando, para Colodo et al. (2004) o peso ao nascer dos borrego, no nordeste do Brasil,

não sofreu influência da estação quando avaliados nos períodos seco e chuvoso. No Pará,

Moura Carvalho et al. (1984) obtiveram pesos das crias ao nascimento de 3,23kg e 3,16kg

para machos e fêmeas de parto simples e, 2,73kg e 2,72kg para machos e fêmeas de partos

múltiplos, respectivamente. Dados estes, semelhantes aos observados neste estudo.

Tabela 6- Estimativas das médias de peso ao nascimento referentes ao sexo da cria e ao tipo de parto de cordeiros nascidos no período chuvoso e no período seco

Grupo Período de

nascimento

Peso Macho (kg) Peso Fêmea (kg)

P. Simples P. Duplo P. Simples P. Duplo

A Chuvoso 3,37a 2,9 b 3,5 a 2,27 b

B Seco 3,18 a 2,42 b 3,34 a 2,67 b

Médias na mesma linha com letras diferentes divergem entre si pelo teste t-Student (P**<0,01)

De forma semelhante, Ribeiro et al. (2008) notaram que cordeiros resultantes dos

acasalamentos de verão ou outono apresentaram pesos e ganhos de pesos similares e o peso ao

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nascimento teve a média de 3,79 kg. Cordeiros com menor peso ao nascer apresentaram não

só maior mortalidade do que aqueles com maior peso, mas também menor temperatura

corporal e se caracterizavam por uma baixa fertilidade mais tarde.

A mortalidade pode estar diretamente relacionada com o menor peso ao nascer

(MEDEIROS; VIEIRA, 1997).

Maia e Dias (1992) constataram que o peso ao nascer de cordeiros Santa Inês foi de

2,95 kg para machos e 2,86 kg para fêmeas. De forma similar aos resultados deste estudo,

estes autores observaram que o peso ao nascer também sofreu influência do tipo de parto, pois

os animais nascidos de partos simples apresentaram peso corporal superior (3,10 kg) em

relação aos nascidos de partos duplos (2,60 kg), porém, a associação entre peso ao nascer e

sexo da cria não foi significativo. Mexia et al. (2004) também constataram que o tipo de parto

influenciou o peso dos cordeiros ao nascer e aos 30 dias de idade. A média de peso ao nascer

dos cordeiros oriundos de parto simples foi de 3,70 kg, e para parto múltiplo de 3,10 kg.

5.3 Distribuição de Estro

A manifestação de estro concentrou-se na primeira quinzena de estação de monta nos

dois grupos estudados (Gráfico 2) não apresentando diferença significativa (P>0,05) entre os

grupos (Tabela 7). Esse resultado coincide com os de Rich e Alliston (1970), que em pesquisa

comparando um grupo de ovelhas submetidas a temperatura ambiente constante de 21,1ºC e

outro grupo com temperatura flutuante até 32,2ºC não observaram diferenças significativas

entre os grupos nas taxas de ovulação e comportamento do estro. Neste mesmo trabalho, os

autores observaram, no grupo com flutuação de temperatura, um aumento de 0,36ºC da

temperatura retal e duplicação da freqüência respiratória.

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68.4

44.7

26.3

82.7

63.8

19

63.844.7

84.5

20.727.6

73.7

28.939.4

94.8

10.38.6

84.2

10.515.8

98.3

3.48.6

86.8

2.67.90

20

40

60

80

100

120

Estro

E. Fértil

E.F.

Cumulativo

Repetição

Cio Estro

E. Fértil

E.F.

Cumulativo

Repetição

Cio

PERÍODO SECO PERÍODO CHUVOSO

% F

êmea

s

1º quinzena 2º quinzena 3º quinzena 4º quinzena

Gráfico 2- Distribuição e repetição de estro durante as quatro quinzenas de estação de monta no período seco e período chuvoso

Tabela 7- Testes estatísticos aplicados para a manifestação de estro nas quatro quinzenas de estação de monta no período seco e período chuvoso

Variável Teste aplicado Valor Probabilidade

Estro na 1º quinzena Qui-quadrado Χ2: 2,6716 p: 0.1022

Estro na 2º quinzena Qui-quadrado Χ2: 1,4838 p: 0.2232

Estro na 3º quinzena Qui-quadrado

Exato de Fisher

X2: 1,1630

_

p: 0.2809

p: 0.3346

Estro na 4º quinzena Exato de Fisher _ p: 1.0000

Repetição de cio Qui-quadrado Χ2: 0,7258 p: 0.3943

No entanto, embora a diferença não seja significativa (Tabela 8), se analisado

percentualmente, percebe-se que o grupo com estação de monta na época seca apresentou

maior distribuição de estro fértil ao longo da estação de monta quando comparado ao grupo

do período chuvoso (Gráfico 3). A inibição da secreção dos hormônios reprodutivos e atraso

no ciclo estral causado pelo estresse térmico conforme descrito por Swanson e Simmons

(1989) e Rensis e Scaramuzzi (2003) pode ter influenciado esta resposta.

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Tabela 8- Testes estatísticos aplicados para a manifestação de estro fértil nas quatro quinzenas de estação de monta no período seco e período chuvoso

Variável Teste aplicado Valor Probabilidade

Estro Fértil 1º quinzena Qui-quadrado χ2: 2,2528 0,1334

Estro Fértil 2º quinzena Qui-quadrado χ2: 2,5107 0,1131

Estro Fértil 3º quinzena Exato de Fisher _ 0,5292

Estro Fértil 4º quinzena Exato de Fisher _ 1,0000

44,7

2,6

10,5

28,9

6,83,4

60,3

15,5

0

10

20

30

40

50

60

70

1º 2º 3º 4º

Quinzena

% F

êmea

s em

Est

ro

GRUPO S (SECO) GRUPO C (CHUVOSO)

Gráfico 3- Distribuição do percentual de fêmeas que manifestaram estro fértil em cada quinzena de estação de monta durante o período seco e período chuvoso

De forma diferente, no estado de São Paulo, Prucolli e Baccari Júnior (1967)

observaram em ovelhas das raças Merino, Ideal e Corriedale, uma maior incidência de estros

no final da primavera e início do verão. Por outro lado, Sasa et al. (2001), no mesmo estado,

observaram não haver sazonalidade reprodutiva em ovelhas da raça Santa Inês, mas em

animais das raças Romney Marsh e Suffolk houve anestro fisiológico durante o período de

julho a dezembro. No norte do Paraná, em rebanho Hampshire Down, Ribeiro et al. (1996) e

Ribeiro et al. (1999) observaram coberturas em todas as estações do ano, porém a maior

atividade sexual foi observada nos meses de verão e outono.

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5.4 Prenhez, Parição e Abortamento

Conforme Medeiros e Vieira (1997), a precipitação pluviométrica elevada inerente ao

período chuvoso, refresca a superfície do animal melhorando o seu bem-estar. Por outro lado,

de acordo com revisão de Emesih et al. (1995) o estresse pelo calor e a alta umidade reduzem

a taxa de prenhez. Ribeiro et al. (1996), ao estudarem um rebanho de ovelhas Hampshire

Down no estado do Paraná com parições ao longo do ano, relataram que a taxa de parto foi de

4,7% para os animais que pariram durante o verão e para as parições no outono o valor foi de

37,9%, sendo que a porcentagem de partos múltiplos não diferiu entre os meses do ano.

Em estudo recente, foi observado que as ovelhas acasaladas no outono apresentaram

taxa de parição 9,5% maior que as acasaladas no verão (RIBEIRO et al, 2008).

Neste trabalho, as taxas de prenhez e parição dos animais que reproduziram durante a

época seca (86,8% e 76,3%, respectivamente) foram menores que as taxas obtidas pelo grupo

com acasalamento na época chuvosa (93,1% e 79,3%, respectivamente) (Gráfico 4), mas a

diferença não foi significativa (Tabela 9). Diferente de Rensis e Scaramuzzi, (2003), que

afirmam que nos meses mais quentes a incidência de gestações gemelares aumenta, o tipo de

parto parece não ter sido influenciado pelo clima. As porcentagens de partos simples e

múltiplos foram, respectivamente, 86,2 e 13,8 na época chuvosa e 84,8 e 15,2 na época seca.

Moura Carvalho et al (1984) encontraram, também no estado do Pará, uma maior taxa de

parto em ovelhas desta raça (96,5%), sendo destes 77,12% partos simples e 22,88% de partos

múltiplos.

913,8

86,276,3

86,8

13,82,6

84,879,3

93,1

15,27,4

0102030405060708090100

Prenhez Parto Parto Simples Parto Múltiplos Abortamento MortalidadeMatriz

Taxas Reprodutivas

Porc

enta

gem

Grupo A Grupo B

Gráfico 4- Percentual das taxas de prenhez, parto, tipo de parto, abortamento e mortalidade de matriz em ovelhas submetidas a estação de monta na época seca (Grupo A) e época chuvosa (Grupo B)

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Tabela 9- Testes estatísticos das taxas reprodutivas entre os grupos de ovelhas com estação de monta na época seca e época chuvosa

Variável Teste aplicado Valor Probabilidade

Prenhez Exato de Fisher - 0,4758

Parto Qui-quadrado χ2: 0,1205 0,7285

Abortamento Exato de Fisher _ 1,0000

Fecundidade G (Williams) G: 0,9927 0,6088

Natalidade G (Williams) G: 1,2557 0,5337

Prolificidade Exato de Fisher - 1,000

Mortalidade matriz Exato de Fisher - 0,0828

Mortalidade cria Qui-quadrado χ2: 4,5207 0,0335*

Tipo de parto Exato de Fisher - 1,0000

Sexo cria Qui-quadrado χ2: 0,2125 0,6448

P<0,05

Porém, os resultados obtidos neste experimento estão próximos aos 88% de taxa de

parição e os valores de 77,3% e 22,7%, respectivamente para partos simples e partos

múltiplos encontrados por Vinagre et al. (1989). No nordeste brasileiro, Pereira et al. (1998)

observaram, na raça Santa Inês, valor semelhante para taxa de parto (90,3%) mas, constataram

58,4% de partos simples e 41,6% de partos múltiplos.

Contudo, resultados superiores foram observados por Machado et al. (1999b) que

trabalharam com fêmeas ovinas deslanadas das raças Morada Nova e Santa Inês, no estado do

Ceará, cobertas no final da estação seca para permitir a parição no período chuvoso. Os

autores encontraram uma taxa de parto de 98,48% e 97,95% para as fêmeas Santa Inês e

Morada Nova, respectivamente, não havendo diferença significativa entre raças, idade das

fêmeas ou condição corporal das matrizes.

A taxa de abortamento comportou-se de forma semelhante nas fêmeas acasaladas nas

épocas seca e chuvosa. Este resultado conflita com a opinião de Chemineau et al. (1992) e

Henderson e Robinson (2000) que afirmam que o estresse térmico tem efeito negativo sobre a

sobrevivência embrionária e fetal. Porém, mortes embrionárias precoces podem ter ocorrido

antes que o diagnóstico de prenhez pudesse ter sido realizado através do exame

ultrassonográfico. Marques et al. (2008) notaram em seus estudos com vacas leiteiras

expostas a altas temperaturas ambientais, que o efeito direto do calor e umidade sobre o

embrião na fase inicial, nos primeiros sete dias de prenhez tiveram uma maior incidência de

embriões anormais ou retardados.

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5.5 Fecundidade, Natalidade e Prolificidade

As taxas de fecundidade, natalidade e prolificidade das matrizes que acasalaram na

época seca (Grupo A) e na época chuvosa (Grupo B) foram de 86,8%; 103,4%; 113,8% e

89,6%; 113%; 113%, respectivamente (Gráfico 5).

A teoria de Silva e Nunes (1984) que fêmeas paridas na estação seca apresentam maior

prolificidade em decorrência de maior taxa de ovulação durante o acasalamento na época

chuvosa não aplicou-se a esse experimento pois não houve diferença significativa entre os

resultados de prolificidade (P>0,05). Este resultado está de acordo com o relato de Medeiros e

Vieira (1997) de não ter sido observado alteração significante da prolificidade de ovelhas

próximas a linha do equador. Porém, estes mesmos autores afirmam que ovelhas submetidas a

temperatura elevada apresentam redução de natalidade.

A proporção de machos e fêmeas entre os cordeiros nascidos foi semelhante nas duas

épocas do ano. A prolificidade nos dois grupos foi menor que as taxas encontradas no Pará

(1,57) por Moura Carvalho et al. (1984) e em outros estados da Amazônia (Magalhães et al.,

1984; Costa et al., 1987; Paiva, 1987; Santos et al., 1984 e Embrapa, 1984).

89,6

113

48,5

26,6

51,5

113,8103,4

86,8

44,2 4855,8

113

0

20

40

60

80

100

120

Macho Fêmea

Fecundidade Natalidade Prolificidade Sexo Cria Mortalidade Cria

Taxas Reprodutivas

Porc

enta

gem

Grupo A Grupo B

Gráfico 5- Percentual das taxas de fecundidade, natalidade, prolificidade, sexo e mortalidade da cria em ovelhas submetidas a estação de monta na época seca (Grupo A) e época chuvosa (Grupo B)

Pesquisas com ovelhas Santa Inês apresentaram taxas de prolificidade de 1,3 (Vinagre

et al., 1989) e de 1,48, indicando uma média de três partos a cada dois anos (Pereira et al.,

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1998). Barbas et al (1999) estudando ovelhas da raça Serra da Estrela, em Portugal,

encontraram 216,67% de prolificidade e 100% de fecundidade.

As taxas de fecundidade de 55% para ovelhas com estação de monta na primavera e

44% para ovelhas que reproduziram nos meses mais quentes, encontradas por Barbas et al

(2004) são inferiores as obtidas neste trabalho porém, as taxas de prolificidade encontradas

por esses autores (156% e 147%, respectivamente), foram superiores.

Ribeiro et al. (2001) no norte do Paraná, notaram maior taxa de natalidade para

ovelhas acasaladas no outono (80%), quando comparado com o acasalamento no verão (60%),

no entanto, igualando-se a esta pesquisa, a prolificidade não diferiu entre as épocas de monta.

Em estudo realizado por Machado e Simplício (1998) em região tropical semi-árida,

afirmaram que houve efeito significativo da época do ano sobre a fertilidade e prolificidade

das ovelhas. As coberturas na época chuvosa favoreceram maiores taxas de fertilidade e

prolificidade, tendo como possíveis causas o maior peso das matrizes à cobertura, sendo que

nos meses de abril a julho a prolificidade foi de 1,17, de dezembro a fevereiro de 1,16, e de

outubro a dezembro, de 1,00. Na espécie bovina, Putney (1989), avaliando novilhas sob

estresse térmico percebeu incidência 70% superior de embriões anormais e retardados e

óvulos não fecundados. Em ovelhas, Coop (1962), afirmou que a baixa prolificidade, levando-

se em consideração a capacidade ovulatória, pode ser atribuída à época do acasalamento, pois

sabe-se que, quando as ovelhas estão na faixa ascendente de ganho de peso, a taxa ovulatória

aumenta e vice-versa.

Nesta pesquisal, o peso não influenciou no desempenho reprodutivo das ovelhas pois

apresentaram boas taxas reprodutivas mesmo durante a época chuvosa que foi o período de

menor média de peso das fêmeas.

5.6 Mortalidade

A taxa de mortalidade das matrizes durante o experimento não diferiu

significativamente entre os grupos (P>0,05), embora tenham ocorrido durante a época seca

nos dois grupos estudados. A mortalidade dos cordeiros até 10 dias mostrou-se diferente

(P<0,05) ocorrendo mais óbitos no grupo que nasceu durante a época seca (48% vs 26,6%). A

alta mortalidade da estação seca pode ter ocorrido em virtude das matrizes terem vindo da

época chuvosa mais magras devido ao menor tempo de pastejo desta época e iniciado um

período de alta exigência nutricional, como a prenhez e a lactação em função da formação do

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feto e produção do leite, mais leves que as fêmeas provenientes da estação de monta do

período seco. Isso pode ter influenciado na menor produção de leite e maior índice de rejeição

materna observados durante o período seco.

Estes dados concordam com a afirmação de Scales et al. (1986) que fetos mal nutridos

no terço final de gestação que, ao nascer, são expostos a intempéries, como fortes chuvas

aumentam a taxa de mortalidade das crias após o parto. O resultado diverge do encontrado por

Ribeiro et al. (2008) que afirmaram que a taxa de mortalidade dos cordeiros não diferiu entre

épocas de monta no verão e outono (14,41% e 16,45% respectivamente) e converge com

Girão et al (1998) que perceberam, em pesquisa no Estado do Piauí, que as maiores taxas de

mortalidade de cordeiros Santa Inês ocorreram quando a parição coincidiu com a época seca,

verificando- se efeito de época de nascimento na freqüência total de mortes ocorridas.

Diante do exposto, para este estudo, embora não significativa, os animais que

realizaram a estação de monta na época chuvosa (Grupo B) apresentaram uma discreta

vantagem no percentual da maioria dos parâmetros reprodutivos avaliados quando

comparados aos animais com estação de monta no período seco (Grupo A) podendo ser

justificada pela observação de Medeiros e Vieira (1997) de que após a chuva mesmo com

umidade maior, o animal molhado perde calor para o ambiente sendo assim beneficiado por

uma melhor termorregulação.

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6 CONCLUSÃO

1. Sob as condições climáticas do nordeste do Pará, o desempenho reprodutivo de ovelhas

Santa Inês parece não ter sofrido influência da época do ano em que foi realizada a estação de

monta, apresentando-se de forma similar nos períodos seco e chuvoso. Os bons índices

reprodutivos apresentados pelas ovelhas Santa Inês em ambos os períodos sugeriu boa

adaptação a região por esses animais.

2. A época chuvosa parece ser o período que exige maiores cuidados nutricionais e sanitários

com as fêmeas em estação de monta e parição embora o peso não tenha influenciado nas

respostas reprodutivas.

3. A eficiência produtiva do rebanho foi afetada quando os nascimentos dos cordeiros

ocorreram na época seca em virtude de menor condição de sobrevivência das crias durante

esta estação.

4. Tornam-se necessários, novos estudos que avaliem efeitos fisiológicos, manejos, raças

entre outros fatores, para que se possa assegurar e completar os resultados encontrados nesta

pesquisa.

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