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" EQUIPAMENTO PARA EXTRAÇAO DE SEMENTES DE TOMATE Francisco Eduardo de Castro Rocha.' João Eustáquio Cabral de Miranda 2 Homem Bittencourt S. V. Pessoa 3 A extração de sementes de hortaliças de frutos carnosos, como tomate, pepino, melancia, melão e outras espécies, é mais eficiente mecânica que manualmente, quando a quantidade a ser processada é superior a 50 frutos (Rocha et al., 1990). No mercado brasileiro, entretanto, exis- tem apenas extratores grandes, que são usados por empresas produtoras de se- mentes. Aqueles menores, que poderiam ser empregados em trabalhos de pesquisa e em pequenas áreas, ainda não se encon- tram disponíveis no mercado nacional. O presente trabalho visa a apresentar um modelo de pequeno porte e descrever to- das as etapas de produção de semente de tomate, uma vez que o equipamento foi testado com esse produto. PRODUÇÃO DE SEMENTES DE TOMATE A produção comercial de sementes de hortaliças é uma atividade especializa- da, que requer a assistência de profissio- nais experientes e que conheçam profun- damente não s6 as técnicas culturais, bem como o processo de colheita e beneficia- mento de sementes (Anuário ... 1989). As técnicas culturais para a produção de sementes de tomate são semelhantes àquelas usadas na produção de frutos de tomate para consumo in natura (Silva; Casali, 1980). O processo inicia-se com o plantio de uma semente básica de boa qualidade em termos de pureza varietal, sanidade e vi- gor fisiol6gico. O local escolhido para o plantio não deve ter sido cultivado ante- riormente com tomate, outras solanáceas (batata, pimentão, berinjela,jil6, fumo) ou leguminosas (soja, ervilha, feijão etc). A umidade relativa do ar deverá ser baixa, se possível, menor que 50%, e a tempe- ratura, amena (20 a 25°C). Temperaturas muito elevadas ou baixas podem prejudi- car a polinização, diminuindo a produção de sementes. Em geral, rendimentos de 0,25 a 0,40% de sementes em relação ao peso do fruto são considerados bons (2,5 a 4,Okg de sementes por tonelada de fru- tos). O sistema de plantio de tomate pode ser o convencional, através de mudas produzidas em bandejas de isopor ou co- pinhos de papel; ou mesmo a semeadura direta. A produção de mudas pode ser feita em estufa, telado ou sementeira con- vencional, o mais isolado possível de la- vouras de tomate e de outras solanáceas, bem como de cebola, alho, amendoim e hortas em geral, o que auxilia na preven- ção de doenças, principalmente vírus-do- vira-cabeça (Maffia et al., 1980). Em qualquer sistema de produção de mudas, devem-se pulverizar as plantas na véspera do transplantio com inseticida sistêmico indicado para o controle de trips na cul- tura do tomateiro. Em locais e/ou em épocas de menor umidade relativa do ar, o estaqueamento das plantas é dispensado, o que diminui o custo de produção. Recomenda-se adotar espaçamentos mais largos para facilitar os tratos culturais, pulverizações e controle de doenças. O esquema de plantio em fi- leira dupla 1,40 x 0,60cm com 4 plan- tas/metro linear pode ser empregado para diferentes cultivares, sem estaqueamento. Se se optar pelo estaqueamento (maior custo, porém melhor controle sanitário), o espaçamento a ser utilizado é o de 1,Om entre fileiras simples e 0,6m entre plantas. No caso de cultivares de porte determina- do, o sistema de fileira dupla 1,30 x 0,5Om com cinco plantas/metro linear de- ve ser adotado. A irrigação por sulco é melhor, porque facilita o controle de doenças foliares e aumenta a qualidade do fruto (Manzan, 1980). Devem-se tomar todos os cuidados para preservar a sanidade das plantas, evitando-se a ocorrência de doenças fün- gicas, bacterianas, vir6ticas (Maffia et al., 1980) e também a ocorrência de pragas, principalmente insetos vetores de viroses, como pulgões e tripes. Além disso, de- vem-se fazer inspeções freqüentes e "ro- guing" (para eliminação de plantas doen- tes, fracas e fora do tipo ou padrão da cultivar), a fim de assegurar a pureza va- rietal. Os frutos são colhidos, quando estão completamente maduros e, logo a seguir, são levados para a máquina extratora de sementes. Estas, ainda com um pouco de suco, são recolhidas em tanques de ma- deira, caixas de amianto ou baldes plásti- cos e deixadas para fermentar por 24 ho- ras, na época quente (verão), ou até 48 horas, na época fria (inverno). A tempe- ratura 6tima para a fermentação é de 21 a 25°C. Temperaturas mais elevadas podem 1 Engº Agric., M.Sc. - Pesq.lEMBRAPAlCNPMS - Caixa Postal 151 - CEP 35700 Sete Lagoas, MG. 2 Engº Agrº, Ph.D. - Pesq.lEMBRAPAlCNPMS - Caixa Postal 151 - CEP 35700 Sete Lagoas, MG. 3 Engº Agrº, M.Sc. - Pesq.lEMBRAPAlCNPH - Caixa Postal 07.0218 - CEP 70359 Brasflia, DF. Inf. Agropec., Belo Horizonte, v.l5, n.169, p.57-60, 1991 57

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"EQUIPAMENTO PARA EXTRAÇAO

DE SEMENTES DE TOMATEFrancisco Eduardo de Castro Rocha.'João Eustáquio Cabral de Miranda 2

Homem Bittencourt S.V. Pessoa 3

A extração de sementes de hortaliçasde frutos carnosos, como tomate, pepino,melancia, melão e outras espécies, é maiseficiente mecânica que manualmente,quando a quantidade a ser processada ésuperior a 50 frutos (Rocha et al., 1990).No mercado brasileiro, entretanto, exis-tem apenas extratores grandes, que sãousados por empresas produtoras de se-mentes. Aqueles menores, que poderiamser empregados em trabalhos de pesquisae em pequenas áreas, ainda não se encon-tram disponíveis no mercado nacional. Opresente trabalho visa a apresentar ummodelo de pequeno porte e descrever to-das as etapas de produção de semente detomate, uma vez que o equipamento foitestado com esse produto.

PRODUÇÃO DESEMENTES DE TOMATE

A produção comercial de sementesde hortaliças é uma atividade especializa-da, que requer a assistência de profissio-nais experientes e que conheçam profun-damente não s6 as técnicas culturais, bemcomo o processo de colheita e beneficia-mento de sementes (Anuário ... 1989).

As técnicas culturais para a produçãode sementes de tomate são semelhantesàquelas usadas na produção de frutos detomate para consumo in natura (Silva;Casali, 1980).

O processo inicia-se com o plantio de

uma semente básica de boa qualidade emtermos de pureza varietal, sanidade e vi-gor fisiol6gico. O local escolhido para oplantio não deve ter sido cultivado ante-riormente com tomate, outras solanáceas(batata, pimentão, berinjela,jil6, fumo) ouleguminosas (soja, ervilha, feijão etc). Aumidade relativa do ar deverá ser baixa,se possível, menor que 50%, e a tempe-ratura, amena (20 a 25°C). Temperaturasmuito elevadas ou baixas podem prejudi-car a polinização, diminuindo a produçãode sementes. Em geral, rendimentos de0,25 a 0,40% de sementes em relação aopeso do fruto são considerados bons (2,5a 4,Okg de sementes por tonelada de fru-tos).

O sistema de plantio de tomate podeser o convencional, através de mudasproduzidas em bandejas de isopor ou co-pinhos de papel; ou mesmo a semeaduradireta. A produção de mudas pode serfeita em estufa, telado ou sementeira con-vencional, o mais isolado possível de la-vouras de tomate e de outras solanáceas,bem como de cebola, alho, amendoim ehortas em geral, o que auxilia na preven-ção de doenças, principalmente vírus-do-vira-cabeça (Maffia et al., 1980). Emqualquer sistema de produção de mudas,devem-se pulverizar as plantas na vésperado transplantio com inseticida sistêmicoindicado para o controle de trips na cul-tura do tomateiro.

Em locais e/ou em épocas de menorumidade relativa do ar, o estaqueamentodas plantas é dispensado, o que diminui ocusto de produção. Recomenda-se adotarespaçamentos mais largos para facilitar os

tratos culturais, pulverizações e controlede doenças. O esquema de plantio em fi-leira dupla 1,40 x 0,60cm com 4 plan-tas/metro linear pode ser empregado paradiferentes cultivares, sem estaqueamento.Se se optar pelo estaqueamento (maiorcusto, porém melhor controle sanitário), oespaçamento a ser utilizado é o de 1,Omentre fileiras simples e 0,6m entre plantas.No caso de cultivares de porte determina-do, o sistema de fileira dupla 1,30 x0,5Om com cinco plantas/metro linear de-ve ser adotado. A irrigação por sulco émelhor, porque facilita o controle dedoenças foliares e aumenta a qualidade dofruto (Manzan, 1980).

Devem-se tomar todos os cuidadospara preservar a sanidade das plantas,evitando-se a ocorrência de doenças fün-gicas, bacterianas, vir6ticas (Maffia et al.,1980) e também a ocorrência de pragas,principalmente insetos vetores de viroses,como pulgões e tripes. Além disso, de-vem-se fazer inspeções freqüentes e "ro-guing" (para eliminação de plantas doen-tes, fracas e fora do tipo ou padrão dacultivar), a fim de assegurar a pureza va-rietal.

Os frutos são colhidos, quando estãocompletamente maduros e, logo a seguir,são levados para a máquina extratora desementes. Estas, ainda com um pouco desuco, são recolhidas em tanques de ma-deira, caixas de amianto ou baldes plásti-cos e deixadas para fermentar por 24 ho-ras, na época quente (verão), ou até 48horas, na época fria (inverno). A tempe-ratura 6tima para a fermentação é de 21 a25°C. Temperaturas mais elevadas podem

1 Engº Agric., M.Sc. - Pesq.lEMBRAPAlCNPMS - Caixa Postal 151 - CEP 35700 Sete Lagoas, MG.2 Engº Agrº, Ph.D. - Pesq.lEMBRAPAlCNPMS - Caixa Postal 151 - CEP 35700 Sete Lagoas, MG.3 Engº Agrº, M.Sc. - Pesq.lEMBRAPAlCNPH - Caixa Postal 07.0218 - CEP 70359 Brasflia, DF.

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1 - Compartimento de recepção2 - Apoio da caixa com produto3 - Rolo esmagador4 - Rampa de escoamento5 - Peneira cilíndrica6 - Rolete de apoio da peneira7 - Bandeja coletora de sementes

8- Mancal9 - Motor10 - Sistema de transmissão de velocidade11 - Polia acionadora da peneira12 - Rodas dentadas acionadoras dos rolos esmagadores13 - Esticadores

Fig.1 - Esquema da extratora de sementes de frutos carnosos.

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provocar o início do processo de germi-nação, enquanto o excessivo tempo defermentação pode causar a redução do vi-gor fisiol6gico e o escurecimento das se-mentes, o que significa perda de valorcomercial Menor tempo de fermentaçãorestringe a eficiência no controle do can-cro bacteriano, Clavibacter michiganensesub,' sp. michiganense (Smith) Davis et alo(Silva; Casali, 1980).

Ap6s a fermentação, as sementes sãolavadas em água corrente, para retiradada mucilagem, restos de placenta e depolpa fermentadas. Deve-se, ainda, adi-cionar uma solução de HCI (ácido clorí-drico) a 2%, por uma hora, com a fínali-dade auxiliar no controle do cancro bac-teriano e na retirada de restos de polpa emucilagem. A seguir, as sementes são no-vamente lavadas em água corrente por 15minutos. Após a lavagem, elas são trata-das com fosfato trisõdico(Na3P04.12H20) a 10%, por 30 a 60minutos, para prevenir transmissão deviroses (TmV). Por último, as sementessão lavadas novamente em água correntepor 15 minutos, lavagem que se repetepor mais 15 minutos.

Para reduzir a umidade das sementespode-se utilizar a centrifugação. Para is-so, as sementes são colocadas em sacos depano e levadas para centrífugas ou mesmomáquinas de lavar roupa, o que permitereduzir sua umidade para cerca de 30%.Posteriormente, elas são postas para secarao sol, em local ventilado. O importante éreduzir rapidamente o teor de umidadedas sementes até atingir 6% (padrão in-ternacional), mas evitando-se o binômioumidade e temperatura alta. O processomais recomendado para a secagem é atra-vés de secadores com ventilação forçada,utilizando-se temperatura de 30°C no iní-cio e, à medida que o teor de umidade forse reduzindo, elevando-o até 42-45°C.

O processo de fermentação naturaldescrito anteriormente é o mais usual paraa extração de sementes de tomate. Po-de-se também utilizar ácido clorídrico(HCI) para a eliminação da mucilagem,restos de placenta e de polpa depois damoagem do material, sem necessidade defermentação.

Após a completa secagem das se-mentes, devem-se fazer testes de germi-nação, vigor e pureza. Antes da embala-gem, providencia-se limpeza delas emmáquinas apropriadas e a retirada de seus

Fiy. 2 - Extratora de sementes de tomate em operação.

pêlos (desaristamento), visando a facilitara semeadura mecanizada.

DESCRiÇÃO DO EQUIPAMENTO

O equipamento (Figs. 1 e 2) foiconstruído com base em um modelo pro-jetado pela Universidade Estadual daCarolina do Norte, Estados Unidos(Wehner et al., 1983). Os elementos es-senciais desse modelo, são: uma moegaalimentadora, constituída por um par derolos esmagadores que giram em sentidocontrário; uma rampa de escoamento;uma peneira de forma cilíndrica, que se-para as sementes da polpa, e uma bandejacoletora das sementes com a mucilagem.Esses elementos são acionados através dosistema de transmissão de velocidade,composto de correntes de roletes, rodasdentadas, correias e polias, todos monta-dos sobre uma estrutura de metalon, per-fil quadrado de 10 x 50mm.

O equipamento é acionado por ummotor elétrico trifásico (380v) de 3HP,que funciona a 1.750rpm.

Os rolos esmagadores possuem152mm de diâmetro e 381mm de com-primento e são montados em tubo deferro galvanizado. Soldam-se seis barrasde perfil quadrado 13 x 13mm ao longode cada rolo esmagador.

A peneira cilíndrica é construída dechapa de ferro n!?16 com crivos oblongosde 5 x 25mm. Possui 460mm de diâmetroe 610mm de comprimento, sendo abertaem ambos os lados. É montada numa in-

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clinação suave de 5% em relação à hori-zontal e gira apoiada sobre quatro roletesde alumínio de 75mm de diâmetro. O sis-tema de transmissão de velocidade éconstituído por uma polia de 70mm dediâmetro conectada ao eixo do motor, queaciona outra de 260mm de diâmetro fixa-da no eixo intermediário. Esse eixo, porsua vez, também contém uma polia de100mm de diâmetro, que aciona outra de260mm de diâmetro presa a um dos eixosque movimenta a peneira cilíndrica, o qualtrabalha a uma rotação de aproximada-mente 46rpm.

Encontra-se também fixada no eixointermediário uma roda dentada de 24dentes que aciona outra, de 52 dentes.Essa, por sua vez, é conectada ao mesmoeixo do rolo esmagador, trabalhando jun-tamente com uma roda dentada de 22dentes, que aciona, em sentido contrário,o outro rolo esmagador por meio de umaroda dentada de 22 dentes. Assim, os ro-los esmagadores trabalham a uma rotaçãode aproximadamente 90rpm.

São utilizados ainda, na construçãodo equipamento, 10 mancais n!? 5, paraadaptar os componentes que trabalhamem movimento circular. Quatro mancaissão para fixar os eixos dos quatro roletesde apoio da peneira cilíndrica; dois, paraconectar o eixo intermediário e os outrosquatro, para prender os eixos dos doisrolos esmagadores.

A rampa de escoamento é confeccio-nada em chapa de alumínio n!?18 e mon-

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tada logo abaixo dos rolos esmagadores,num ângulo de'45°. Ela serve para condu-zir gravitacionalmente o material esmaga-do ao interior da peneira cilíndrica.

Constr6i-se a bandeja coletora desementes em chapa galvanizada n!? 20,com dimensões de 530 x 660 x 51mm. Elapossui lateralmente uma extremidade afu-nilada, para direcionar o fluxo de mucila-gem com semente a outro recipiente co-letor, de fácil manuseio.

O equipamento foi testado com to-mate, conseguindo-se beneficiar, em mé-dia, 250 caixas de 27kg de frutos por dia,variando a taxa de trabalho de acordocom o estádio de amadurecimento do

fruto. Foi testado também com pepino econseguiu-se beneficiar, em média, 200caixas de 22kg de frutos por dia, para osbem maduros. Para os menos maduros, orendimento médio foi de 80 a 120 caixaspor dia, o que exigiu a divisão prévia dosfrutos ao meio.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ANUÁRIO ESTATfSTICO DO BRASIL. Riode Janeiro: lBOE, v.49, p.327, 1989.

MAFFIA, L.A.; MARTINS, M.C. dei P.;MATSUOKA, K. Doenças do tomateíro.In-forme Agropecuário, Belo Horizonte, v.6,

n.66, p.42-60,jun.1980.

MANZAN, R.J. Irrigação do tomateiro. Infor-me Agropecuário, Belo Horizonte, v.6,n.66, p.20-21,jun. 1980.

ROCHA, F.E. de C.; FOLLE, S.M.; MA-ROUELL!, W.A. Protótipos de equipa-mentos para produção de hortaliças.Brasflia: EMBRAPA-CNPH, 1990. 30p.(EMBRAPA-CNPH. Documentos, 6).

SILVA, R.F. da; CASAL!, V.W.D. Produçãode sementes do tomateiro. Informe Agrope-cuário, Belo Horizonte, v.6, n.66, p.35-36,jun.1980.

WEHNER, T.C.; TOLLA, O.E.; HUM-PHRIES, E.O. A plot scaIe extractor for eu-cumber seeds. Hortiscience, v.18, n.2,p.246-247,1983.

DESARISTADORA DE SEMENTES

Francisco Eduardo de Castro Rocha 1

Jairo Vidal Vieira 2

Neville Viana Barbosa dos Reis 3

As atividades voltadas para colheita,beneficiamento, classificação, acondicio-namento e comercialização de hortaliçasestão entre as que mais exigem mão-de-obra, Isso se deve em especial à falta deequipamentos para manuseio dos dife-rentes tipos de hortaliças, que geralmentesão bastante suscetíveis a danos mecâni-cos (Rocha et al., 1990).

A cenoura (Daucus carotaL.) é umadas hortaliças mais consumidas no país, eocupa, em média, o quinto lugar em vo-lume comercializado pelo sistema de cen-trais de abastecimento. Até o início da dé-cada de 80, a totalidade das sementes uti-lizadas para o plantio, no Brasil, era im-

DE CENOURAportada. Ap6s a criação de cultivares na-cionais de cenoura, adaptadas às nossascondições edafoclimáticas de cultivo(Vieira; Casali, 1984), uma expressivaquantidade desses materiais tornou-seproduto brasileiro, sob o sistema de con-trato de produção (Viggiano, 1984).

Assim, parte das sementes de ce-noura utilizadas no país, passou a ser ge-rada no Distrito Federal, mediante a prá-tica do método de produção "semente-raiz-semente", sendo a colheita executadaparceladamente, à medida que ocorre oamadurecimento das umbelas. O benefi-ciamento destas é efetuado pelas compa-nhias que contratam a produção junto aospequenos produtores da região. Entre-tanto, alguns desses olericultores reser-vam ou produzem, para consumo pr6prio,pequenas quantidades de sementes que,em geral, são beneficiadas manualmente,

uma vez que eles não dispõem de alterna-tiva mais eficiente.

A necessidade de beneficiamento dassementes de cenoura é decorrente dapresença de aristas (prolongamentos rígi-dos distribuídos sobre toda a superfície dasemente) que, quando não eliminadas,provocam o aglutinamento das sementes,dificultando sobremaneira a distribuiçãodelas ao longo do sulco de plantio, porocasião do semeio.

Paralelamente, o Centro Nacionalde Pesquisa de Hortaliças CNPH/EMBRAP A tem produzido, em pequenasquantidades, sementes tanto de diversascultivares e/ou populações de cenoura,como de algumas centenas de linhagensque são utilizadas no programa de me-lhoramento dessa olerícola. Tais sementestambém são beneficiadas manualmente.

Em face disso, foi desenvolvido um

1 Engº Agric., M.Sc. - Pesq./EMBRAPNCNPMS - Caixa Postal 151 - CEP 35700 Sete Lagoas, MG.2 Engº Agr'2,Ph.D. - Pesq.lEMBRAPNCNPH - Caixa Postal 07.0218-CEP 70359 Brasflia, DF.3 Engº Agr'2,M.Sc. - Pesq./EMBRAPNCNPH - Caixa Postal 07.0218 - CEP 70359 Brasflia, DF.

60 Inf. Agropec., Belo Horizonte, v.15, n.l69, p.57-60, 1991