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MATÉRIA SOBRE CAVERNAS Um jornalista norte-americano que vive em Porto Alegre me acompanhou em uma das minhas garimpagens de cavernas e paleotocas na região de Picada Café e Nova Petrópolis e uma matéria sobre isso saiu publicada em uma revista norte-americana: “O Caçador de Cavernas da Serra Gaúcha”. Link: http://roadsandkingdoms.com/2017/the- cave-hunter-of-serra-gaucha/ TRABALHO APRESENTADO No Congresso Brasileiro de Paleontologia, que transcorreu em final de julho pp., o Prof. Renato Lopes apresentou o trabalho sobre as duas cavernas em rochas vulcânicas com marcas de garra de preguiças gigantes. Vamos preparar agora os trabalhos para o Congresso Brasileiro de Geologia em 2018. . 43 dezembro de 2017 EDITORIAL O ano de 2017 foi bastante proveitoso em relação às paleotocas. Continuaram a aparecer ocorrências novas – não apenas no Rio Grande do Sul, mas também em outros estados. Muito interessantes foram as duas cavernas em rochas vulcânicas com marcas de garra de preguiças. Sem dúvida foi a grande novidade do ano. Além disso, teve uma divulgação internacional, que também foi inédita. Vamos a 2018 prontos para novas e emocionantes descobertas em paleotocas e cavernas! Desejamos um FELIZ NATAL e um Próspero Ano Novo!

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Page 1: Desejamos um - ufrgs.br · de 5,5 metros, chega-se ao “salão”, que é o pé do “L”. O salão tem 15 m de comprimento, 7 de largura e 7,5 de altura. Junto à entrada, a rocha

MATÉRIA SOBRE CAVERNAS Um jornalista norte-americano que

vive em Porto Alegre me acompanhou em

uma das minhas garimpagens de cavernas e

paleotocas na região de Picada Café e Nova

Petrópolis e uma matéria sobre isso saiu

publicada em uma revista norte-americana:

“O Caçador de Cavernas da Serra Gaúcha”.

Link: http://roadsandkingdoms.com/2017/the-

cave-hunter-of-serra-gaucha/

TRABALHO APRESENTADO

No Congresso Brasileiro de

Paleontologia, que transcorreu em final de

julho pp., o Prof. Renato Lopes apresentou o

trabalho sobre as duas cavernas em rochas

vulcânicas com marcas de garra de preguiças

gigantes. Vamos preparar agora os trabalhos

para o Congresso Brasileiro de Geologia em

2018.

.

43 – dezembro de 2017

EDITORIAL

O ano de 2017 foi bastante

proveitoso em relação às paleotocas.

Continuaram a aparecer

ocorrências novas – não apenas no Rio

Grande do Sul, mas também em outros

estados. Muito interessantes foram as

duas cavernas em rochas vulcânicas com

marcas de garra de preguiças. Sem

dúvida foi a grande novidade do ano.

Além disso, teve uma divulgação

internacional, que também foi inédita.

Vamos a 2018 prontos para novas

e emocionantes descobertas em

paleotocas e cavernas!

Desejamos um

FELIZ NATAL

e um

Próspero Ano

Novo!

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Novas Paleotocas 1

Recebemos uma informação de que 50 anos atrás, durante a abertura de RS-115 entre

Taquara e Gramado (RS), surgiu um “buraco” em um corte perto de Taquara. Investigamos o corte.

Mato alto de pinus, samambaias cobrindo tudo – já estávamos quase desistindo. Mas o buraco

estava lá, escondido no alto do barranco. Paleotoca com quase 2 m de largura. Sobraram uns 10

metros e o vão livre que sobrou é de 50-70 cm. Originalmente a paleotoca com certeza tinha mais

de 40 metros de comprimento. Já é a segunda paleotoca com estas características que conseguimos

encontrar em Taquara.

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Novas Paleotocas 2 Outra dica veio de Gramado: tinha um “buraco” aberto há muito tempo no barranco no lado oposto do Mirante do Vale do Quilombo. Fomos investigar. Estava lá ainda, bem escondido atrás das hortênsias. Claro que é uma paleotoca. Pelo tamanho, de preguiças gigantes. Sobraram uns 8 metros, muito atulhados com lixo. Vamos limpar ela numa próxima oportunidade.

Novas Paleotocas 3

Duplicações de estradas ou asfaltamentos de estradas, com a conseqüente escavação dos taludes, sempre são ótimas oportunidades para visualizar paleotocas. Bem, asfaltaram a estrada de São José do Hortêncio a São Sebastião do Caí e, claro, detectamos uma paleotoca. Corte longitudinal, tem uns 7 metros aparecendo, com um pouco mais de um metro de altura.

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Novas Paleotocas 4 Recebemos algumas imagens de ocorrências de Ibirubá. Com certeza são paleotocas. Este padrão de destruição, formado por crateras com túneis no fundo, são bem características de paleotocas em materiais friáveis, como alteração de rochas graníticas, rochas sedimentares finas e, como no caso de Ibirubá, alteração de rochas basálticas.

Novas Paleotocas 5 Recebemos algumas imagens de

ocorrências em Tupanciretã. São tão

familiares para nós que até parece que já as

conhecemos há muito tempo, mas nunca

estivamos lá.

Paleotoca da boa, erodida no piso devido à

água que corre dentro dela. Muito típico.

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Novas Paleotocas 6 Quase em frente ao trevo de acesso a Bom Princípio (RS) tem um paredão de arenito na propriedade da Família Weber. Além de uma bela caverna de onde verte água, há uma paleotoca entulhada no paredão. O corte elíptico sugere que a seção é oblíqua à toca – a toca está descendo o morro. É a primeira paleotoca registrada para Bom Princípio, a Capital Nacional do Moranguinho.

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Caverna com marcas de garra Em Alto Feliz (RS), na propriedade da Família Schneider, há uma lateral do morro com muitas rachaduras na rocha vulcânica. Em algumas destas rachaduras é possível entrar. Uma delas tem a forma de um “L”. A entrada é pelo início da perna do “L”, descendo 3 metros a rocha. Depois de 5,5 metros, chega-se ao “salão”, que é o pé do “L”. O salão tem 15 m de comprimento, 7 de largura e 7,5 de altura. Junto à entrada, a rocha está toda riscada numa faixa de meio metro, de alto a baixo, como se um bicho usasse este caminho para sair. Tatu gigante não pode ser e preguiça gigante também não. Uma ocorrência diferente que vamos investigar.

Obrigado pelo interesse e pela leitura

O “salão” é grande e confortável.

A entrada é por esta fenda (esq.) e ali, à esquerda da escada, a parede está toda riscada (imagem abaixo).