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Revista da Ordem dos Médicos Dentistas Nacional Eleições e Tomada de posse dos Órgãos Sociais da OMD pág. 5 Criação do Gabinete de Apoio ao Licenciamento de Clínicas e Consultórios pág. 9 cadernoscientíficos Páginas Centrais ISSN: 1647-0486 número 5 | 10,00 Fevereiro 2010 trimestral Tomada de Posse Rumo a novos desafios

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Rev i s ta da Ordem dos Médicos Den t i s tas

NacionalEleições e Tomada de possedos Órgãos Sociais da OMDpág. 5

Criação do Gabinete de Apoioao Licenciamento de Clínicase Consultóriospág. 9

cadernoscientíficosPáginas Centrais

ISSN

:164

7-04

86

número 5 | €10,00Fevereiro 2010

trimestral

Tomada de Posse

Rumoa novos desafios

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índice I ficha técnica

3

índice

institucional I bastonárioEditorial

tomada de posse I omd«Estamos motivadíssimos para assumirnovos compromissos»

nacional I ordemLicenciamento de Clínicas e Consultórios

Reguladora pede mudanças à ADSE

OMD investiga cinco clínicas dentárias

Ponto de encontro

Expansão ibérica

Nova Comissão Científicae Centro de Formação Contínua

Colégio de Ortodontiadelibera novas datas

Sinergias com sociedades científicas

DGS vai regular unidades de saúde móvel

Programa avançado de gestão para médicos dentistas

Sedação consciente com protóxido de azoto

nacional I notíciasEstética e Articuladores nas Reabilitações Orais

Provas Académicas

internacional I europaNovas resoluções do Council of European Dentists

Exemplos de empreendedorismo

Europa a muitas velocidades

internacional I globalBastonário em grupo internacionalsobre amálgama dentária

Congresso proporciona formação e lazer

geral I opiniãoA “desumanização” do médico dentista

parcerias I omdFormação e serviços de protecção radiológica

cadernos científicos | destacávelArtigos assinados e de opinião remetem para as posições dos respectivos autores, não reflectindo, necessariamente, as posições oficiais e de consenso da OMD.Anúncios a cursos não implicam directa ou indirectamente a acreditação científica do seu conteúdo pela Ordem dosMédicos Dentistas, a qual segue os trâmites

dos termos regulamentares internos em vigor.

omd I Fevereiro 2010

FICHATÉCNICAAno II – nº 5 – Fevereiro de 2010Trimestral

Preço:€10,00

Propriedade e EdiçãoOrdem dos Médicos Dentistas

DirecçãoDirector:Orlando Monteiro da SilvaDirector-adjunto:Paulo Ribeiro de Melo

Conselho EditorialBastonário da OMDPresidente da Assembleia Geralda OMDPresidente do Conselho Deontológicoe de Disciplina da OMDPresidente do ConselhoDirectivo da OMDPresidente do ConselhoFiscal da OMD

Conselho CientíficoPresidente: Pedro LeitãoAntónio GinjeiraGil AlcoforadoJoão Carlos RamosPedro Correia

Sede e RedacçãoAv. Dr. Antunes Guimarães, 4634100-080 Porto, PortugalTelefone: +351 226 197 [email protected]

RedacçãoOrdem dos Médicos DentistasChefe de redacção:Cristina GonçalvesRedacção: Carlos Duarte

PublicidadeInédia – Consultoria e Estratégiade Comunicação, LdaRua 25 de Abril, 35 – 1º2665-201-Malveira, PortugalTel.: 217 718 [email protected]

Edição GráficaInédia – Consultoria e Estratégiade Comunicação, Lda

PaginaçãoFullDesign, Lda.

ImpressãoSogapal

Periodicidade: Trimestral

Distribuição: Gratuita

Tiragem: 7.500 exemplares

Depósito Legal: 285 271/08

ISSN: 1647-0486

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institucional I bastonário

4

Estimados colegas,

PelosMédicos Dentistas, Pela SaúdeOral.

Um lema centrado não na instituição em si, masantes nas duas grandes vertentes que decorrem doseu Estatuto: a promoção da medicina dentária e adefesa dos médicos dentistas.Após um extenso período de troca de ideias edebate através de diversos meios de comunicação,da tradicional comunicação social, aos meiosdisponibilizados pela própriaOrdem, comdestaquepara a internet e diversas redes sociais, fomoseleitos com 62% dos votos, nas eleições maisparticipadas de sempre da nossa Ordem!Aqui estamos, portanto, com a serenidade econsciência do direito e dos deveres de termos tidoa confiança dos médicos dentistas e, simulta-neamente, com toda a liberdade e responsabilidadeque isso implica.Para isso, será necessário interligar os recursosnacionais com as necessidades locais, assim comoos recursos locais com as necessidades nacionais.Estes desafios não sãopassíveis de seremcumpridossemo envolvimento dosmédicos dentistas e outrosprofissionais na área da saúde, da Ordem, doGoverno, de outros reguladores, académicos,faculdades, professores, pais, a sociedade no seuconjunto.

A minha eleição para a presidência da FederaçãoDentária Internacional (FDI), com início de funçõese tomada de posse em 2011, na cidade do México,aquandodoCongressoMundial da FDI, potenciamo cumprimento destes desafios estabelecidos para aprofissão em Portugal.Da nossa parte, como médicos dentistas, espera-seque saibamos crescer com os desafios e asdificuldades que permanentemente vamos tendopela frente. Que sejamos capazes de nosreinventarmos a cada instante com cada um dessesobstáculos.Interessa-nos, para além de fazer bem ou até àsvezes errar, actuarmos com voz própria, com estiloe personalidade. Precisamos de continuar com amesma fibra e talento empreendedor, paracontinuarmos a ser um dos grupos profissionaismais bem sucedidos em Portugal!Termino agradecendo,aos anteriores membros dos corpos sociais, oempenho prestado na obra feita até à data;aos apoiantes, promotores e votantes dacandidatura, pelo entusiasmo, participação, alegria;aos membros integrantes e votantes da listaadversária, pelo seu contributo na mobilização daclasse nestas eleições;aos membros integrantes da Comissão Científicada Ordem e da Revista da Ordem dos MédicosDentistas.De uma formamuito especial, ao SenhorProfessor António Felino, uma das nossasreferências na profissão, que nos emprestou a suacapacidade na presidência da Comissão Científicaao longo dos últimos nove anos, ajudando-nos acolocar de pé 11 congressos, a implementar umPrograma de Formação Contínua e de Acreditaçãode acções de FormaçãoContínuapor parte danossaOrdem.ObrigadoFelinopelo teu contributodesinteressado,pelo teu empenho, por acreditares na profissão e nanossa Ordem! Muito te devemos! Queremos quecontinues ligado à tua Ordem, a nível nacional einternacional, continuando a disponibilizar o teusaber, a tua experiência! �

O BastonárioOrlando Monteiro da Silva

omd I Fevereiro 2010

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tomada de posse I omd

5omd I Fevereiro 2010

O bastonário, Orlando Monteiro da Silva, lembrou,no discurso de tomada de posse, que as doenças dacavidade oral afectam todos os grupos etários edemográficos e foram mesmo relacionadas comuma série de patologias graves, nomeadamentedoenças cardiovasculares, enfarte do miocárdio eendocardite bacteriana.A produtividade é também afectada, perdendo-semilhões de horas no trabalho e na escola todos osanos devido a ausências relacionadas com a saúdeoral. Apesar de tudo isto, «a saúde oral tem sidonegligenciada no mundo inteiro. Só raramente éuma prioridade para Governos e serviços públicosde saúde», afirmou.«No entanto, e paradoxalmente, a saúde oral é, emlarga medida, passível de prevenção. Orgulha-mepoder dizer queonossoGoverno tem tentado, e emalguns aspectos conseguido, estar atento a esta

Bastonário afirmou na tomada de posse

«Estamosmotivadíssimospara assumir novos compromissos»

realidade. Esperamos que assim continue e quereforce essa atenção aos domínios atrás referidoscomo prioritários», apelou o bastonário. Aosmédicos dentistas, lembrou Orlando Monteiro daSilva, «o que se pede em tempos de crise é quesejamos empreendedores e saibamos tirar partidodos maus ventos».Para que a classe consiga alcançar os desafios dospróximos anos (ver caixa), a profissão não podetrabalhar com base em propostas contraditórias,dando sinais de desunião ou de conflito. Pelocontrário, tem de trabalhar conjuntamente,aceitandocompromissosparaquepossa alcançar osobjectivos definidos.«Este tipode compromisso, deumaprofissãounida,será fundamental para partilharmos valores eprincípios, objectivos e prioridades», sintetizou obastonário. �

Cinco desafios damedicina dentária- O alargamento do cheque-dentista a outras faixas etárias e grupos sociais;- A implementação e o acompanhamento das novas regras de licenciamento de clínicas e consultórios dentários,decorrentes da publicação de Portaria sectorial na sequência do Decreto-Lei nº 279/2009, de 6 de Outubro.- Um sistema nacional de comparticipação para todos os utentes do Serviço Nacional de Saúde (SNS)de cuidados básicos de Medicina Dentária;- A inserção dos médicos dentistas nos hospitais do SNS, centros de saúde e unidades de saúde familiar,através de uma carreira própria, idêntica à dos outros profissionais de saúde com formação similar;- A criação de mecanismos que permitam assegurar condições remuneratórias e de exercício da profissãodo jovem médico dentista adequadas e que possibilitem um exercício profissional digno.

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tomada de posse I omd

omd I Fevereiro 20106

João Braga, secretário-geralcessante, faz discurso de despedida.«Quando entrei na OMD, há 15anos atrás, éramos mil médicosdentistas, actualmente somos 7mil», lembrou. No futuro «voucontinuar a cumprir o meu devercomomédico dentista, participandona Assembleia Geral», avançou.Quanto à posição que até há poucotempo desempenhou, João Bragadefendeu que o cargo de secretário--geral não deverá ser suprimido emfuturas revisões dos estatutos daOMD.

GilAlcoforado,presidentecessantedaMesa da Assembleia Geral da OMD.Aproveitou a oportunidade parasalientar dois problemas que afectamactualmente a medicina dentária emPortugal: o número crescente deprofissionais e faculdades e as «con-dições precárias, quase desumanas,em que alguns dos nossos colegas sãocontratados».

Da esquerda para a direita, João Aquino, Orlando Monteiro da Silva, Manuel Pizarro, João Caramês, Paulo Melo, Ana Cristina Mano Azul.

JoãoCaramês apresenta as linhas orientadoras do seumandato. Revelou-se orgulhosopelamobilização e adesãoda classe durante oúltimoperíodoeleitoral. Caramês lembrou que «a Assembleia-geral é o espaço ondetodos os médicos dentistas podem manifestar-se livremente,contribuindo activamente para a criação de um fórum participado,repleto de propostas e acções, que seja a materialização da vontade danossa classe». A dinâmica de alterações que vive a medicina dentária nassuas vertentes política, social e educacional deve ser acompanhada deuma ampla discussão e do envolvimento transversal de toda a classe,defendeu.

Ana Cristina Mano Azul, presidente do Conselho Fiscal.

Paulo Melo toma posse como secretário-geral da OMD, presidente doConselho Directivo do triénio 2010/2012, ciente dos desafios que tempela frente.

João Aquino, presidente reeleito do Conselho Deontológico e deDisciplina (CDD). «A essência de toda a profissão da Saúde é servir opaciente. É uma escolha livre que tomamos», recordou. «O CDD é umdos garantes destes princípios, mas não é o único, já que cabe a cadamédico dentista cumprir o seu papel individual». Preparando-se parainiciar um quarto mandato à frente do CDD, João Aquino afirmou que«o cargo não me pesa porque tenho uma equipa de excelência e muitobom senso».

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Governogarantealargamentoanualdo cheque--dentista

Manuel Pizarro,secretário de EstadoAdjunto e da Saúde,encerrou a cerimónia detomada de posse.Destacou a «enormíssimaqualificação técnica ediferenciação da classe».Referindo-se ao cheque--dentista, lembrouque«a avaliação de umprogramadeste génerorequer tempo. É umprograma inovador pelofacto de ter o Estado, nãocomoprestador decuidados de saúde,mas antes comocontratualizador».O governante garantiuainda o alargamentoanual do programacheque-dentista.

tomada de posse I omd

omd I Fevereiro 20107

Espaço aos jovensA constituição do Comité Pelos JovensMédicos Dentistas, com carácter informal, não integrandoos órgãos sociais estatutários, foi um compromisso da candidatura vencedora. Terá como funçõesanalisar e propor formas de actuação daOMDno sentido de solucionar as principais dificuldadessentidas pelos colegasmais jovens, a pedido do Bastonário e do ConselhoDirectivo.

A classe escolheu pela quarta vez consecutiva omédico dentista Orlando Monteiro da Silva parabastonário da OMD ao assegurar, pela Lista A, 62%dos votos nas eleições realizadas a 12 de Dezembro.Os médicos dentistas garantiram as eleições maisparticipadas de sempre. Num universo de 6594médicos dentistas activos, contribuíram para areeleição 1436 dos 2315 votos válidos contra 879 dalista B. Em rigor, Orlando Monteiro da Silva

Eleições OMD

Mais participadas de semprealcançou, nesta expressiva vitória, mais 557 votosque Fernando Guerra, candidato da lista B.Apresentou-se ainda a sufrágio autónomo, uma listaúnica ao Conselho Deontológico e de Disciplina,liderada por João Aquino que confirmou a suareeleição com 1997 votos válidos. Apurados osresultados, iniciou-se um novo ciclo com a tomadade posse dos novos órgãos sociais no Palácio Foz,em Lisboa, a 9 de Janeiro de 2010. �

�Mesa da Assembleia-GeralPresidenteJoão Caramês

Vice-presidenteCristina Trigo Cabral

SecretáriosJoel Ribeiro dos SantosAndré Moz Caldas

SuplentesCristina Paiva FigueiredoLuís Filipe Amante

�BastonárioOrlando Monteiro da Silva

� Secretário-GeralPaulo Ribeiro de Melo

�Conselho DirectivoVogaisJosé RosaLaredo de SousaNatália Lucas NunesPedro Pires

ÓRGÃOS SOCIAIS OMD -TRIÉNIO 2010/2012Ricardo Faria e AlmeidaTiago Pires Frazão

SuplentesHumberto Santos SilvaJaime Alberich MotaMário ResendesPatrícia Manarte MonteiroPedro Ferreira TrancosoRicardo Oliveira Pinto

Representantes das RegiõesRA AçoresArtur LimaRAMadeiraGil Fernandes AlvesNortePaulo RompanteCentroNatércia LourençoSulIsabel Veiga

�Conselho FiscalPresidenteAna Cristina Mano Azul

VogaisCassiano ScapiniHelena Rebelo

SuplenteFrancisco Coelho Gil

�ConselhoDeontológicoe DisciplinaPresidenteJoão Aquino

VogaisAntónio GinjeiraJoana FigueiredoJosé Felino CarvalhãoJosé Frias BulhosaLuís Filipe CorreiaTiago Mourão

SuplentesPaulo MillerSérgio Santos

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tomada de posse I omd

omd I Fevereiro 20108

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nacional I ordem

omd I Fevereiro 20109

A OMD criou recentemente o Gabinete de Apoioao Licenciamento de Clínicas e ConsultóriosDentários (GAL) uma iniciativa de apoioinstitucional aos associados da OMD, decorrenteda recente reforma do regime legal aplicável àsunidades privadas de saúde no sector (ao abrigodo Decreto Lei nº 279/2009, de 6 de Outubro).Dada a evolução do regime legal que em breveserá aplicado às clínicas e aos consultóriosdentários, a OMD formalizou, no passado dia 27de Janeiro, uma iniciativa de apoio institucionalaos associados, no âmbito do vasto domínio deactuação que constitui o licenciamento dos locaisde exercício da profissão.Por nomeação do secretário-geral da OMD,Paulo Melo, e sob sua coordenação, foramconvidados a colaborar os médicos dentistasPatrícia Manarte, Jaime Alberich Mota, José

OMD cria gabinete de apoio

Licenciamento de Clínicase Consultórios

Pretende-se encontrarsinergias entre aOrdem, os médicosdentistas e asautoridades públicasou privadas, enquantoagentes do sectordo licenciamento

Rosa, Paulo Rompante, Alão Freitas, André MozCaldas, Isabel Veiga, Ricardo Maia, Tiago Frazãoe Ricardo Oliveira Pinto.Pretende-se a criação de sinergias adequadasentre a Ordem, os médicos dentistas e asautoridades públicas ou privadas, enquantoagentes actuantes no sector do licenciamento,buscando as soluções e as medidas maisadequadas ao bom andamento dos processos,tanto quanto possível, facilitadoras dos seustrâmites.As opções do plano de acção estão traçadas, querna vertente da resposta institucional a dúvidas ouquestões dos colegas, quer na disponibilização dedocumentação diversa, que possa revestir-se deutilidade diante da multiplicidade de obrigaçõeslegais em torno do exercício legalizado dasunidades privadas de saúde no sector. �

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nacional I ordem

omd I Fevereiro 201010

Ao encontro das denúncias da OMD

Reguladora pedemudanças àADSE

A OMD alcançou um avanço importante napolítica de saúde com a recente resposta da ERS àexposição da OMD, de Junho passado, acerca doscritérios de legalidade e transparência naorganização, estrutura e funcionamento do sistemade Convenção ADSE, nos moldes mantidos pordécadas.A Ordem denunciava, então, o encerramento daConvenção ADSE desde 1991 “pelo que o universode prestadores autorizados a prestar serviçopúblico-privado está cristalizado desde então,gerando fortes e perturbadoras tensões no normalfuncionamento dos estabelecimentos de saúde,mormente na distribuição interna de trabalho”.Afirmando que “O Estado, (…) coarcta de um lado,a liberdade de escolha dos utentes na limitação àpartida do campo de escolha que lhes é dado, e dooutro lado, limita ferozmente a concorrência entreos operadores que não podem, querendo, aderir aum serviço público de base”.Apontando que “desde a mesma data de 1991 osvalores da tabela ADSE não cumprem sequer comos referenciais mínimos da taxa de inflação. (…) Ovalor correspectivo de honorários adequados àrealização dos actos médicos fica muito abaixo doslimiares de base, aceitáveis de acordo com aevolução da economia. Dizer-se que a qualidadetem de ser assegurada, ou pode sê-lo a qualquercusto demonstra umaatitudenegligente e irrealista”.

“Isto interfere flagrantemente com a concorrênciaentre operadores, atingindo a liberdade de acção ede protecção dos utentes”, alertou o bastonário,Orlando Monteiro da Silva.Na óptica dos profissionais daClasse foi dito que “A(sua) afectação é potenciada também quando (aomédico dentista) convencionado, (…) é retirada aliberdade de realização da terapêutica maisadequada aodoente, comdiscriminação emrelaçãoaos moldes assistenciais de base do serviçocomparticipado, em razão de certo acto nãoconfigurar a descrição da nomenclatura que atabela, erradamente utilizada, faz há vários anos.(…) Sendo urgente actualizar o emprego danomenclatura oficialmente correcta”.Em resultado, desta iniciativa da OMD, foi abertoum processo de inquérito pela ERS que emitiu umparecer, louvável, visando a emissão de recomen-dações dirigidas à tutela da ADSE com destaquesimportantes do ponto sócio-profissional eadequados à concretização do Estado Social.Na sequência dos resultados obtidos junto dareguladora económica, o secretário-geral daOrdem, Paulo Melo, enviou já uma comunicaçãosobre estes factos ao director da ADSE, a par dainiciativa dobastonário,OrlandoMonteiro da Silva,que solicitou uma audiência aos ministros dasFinanças e secretário de Estado, responsáveis pelapasta do Governo.Destacamos aqui as principais medidas da ERS aoencontro da participação da OMD:- as tabelas (…) do regime convencionadodaADSEactualmente em vigor encontram-se pro-fundamente desactualizadas, quer em termos denomenclaturas, quer em termos de preços pra-ticados, o que determinará o seu desajustamentoface às reais condições de prática e de mercado.- (…) que tal desajustamento potencia o surgimentode fenómenos adversos, designadamente reduçõesde qualidade dos serviços prestados e alteração daprática clínica (…).- (…) a ERS teve já oportunidade de recomendar àADSE que adoptasse as diligências necessárias (…)no sentido de verificar que o acesso dos seusbeneficiários à sua rede de convencionados não éprejudicado por dificuldades de funcionamento damesma.” Designadamente “ o próprio funciona-mento das convenções após adesão às mesmas.” �

A ADSE foi alvode recomendações

urgentes parareajustamento

dos preços da tabelade comparticipações

do RegimeConvencionadoe uso da Tabela

de Nomenclaturaoficialmente

reconhecida pelamedicina dentária

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nacional I ordem

omd I Fevereiro 201012

O DIAP de Lisboa e a Divisão de InvestigaçãoCriminal do Comando da PSP de Lisboa, emconjunto com a OMD, realizou em Dezembrobuscas em cinco clínicas do mesmo titular, nosconcelhosdeLisboa, PovoadeSanta Iria e Salvaterrade Magos. Foram apreendidos fármacos, vinhetas,receitas, utensílios vários e outros equipamentosencontrados nos diversos locais.Naturalmente que estamos em sede de umprocesso-crime ainda a decorrer, na sua faseprocessual de inquérito e abrangidopelo segredodejustiça.Existe, portanto, interesse em preservar a prova,razão pela qual ainda não se desvendará o nome doprestador ilegal e dos espaços envolvidos.A OMD entende, novamente, que a intervençãoatenta de médicos dentistas nestas equipas, comofoi o caso, é importante, namedida emque apráticade actos médico-dentários, a análise de equipa-mentos utilizados nos locais de atendimentopúblico e toda apráticamédicaque gira emtornodamedicina dentária, é altamente regulamentada em

Portugal e o apoio técnico ou pericial dos médicosdentistas aos magistrados e aos órgãos de políciacriminal é fundamental na identificação demúltiplos problemas que surgem nas buscas.Os associados da OMD têm sido chamados aparticipar em várias acções de combate àilegalidade. Estes colegas vêm defendendo orespeito institucional detectando, a título deexemplo, o seguinte:•Confirmaçãodahabilitação ounão, para exercícioda profissão;• Identificação ou confirmação da existência everacidadede cédulas profissionais que são exibidas;•Confirmaçãoda formadeorganizaçãodas clínicase da existência ou omissão, de equipamentoessencial;• Confirmação da boa ou má prática;•Confirmação atenta na conclusão da existência daprática de crime, ou não;• Confirmação atenta na conclusão de que existeou não, uma ameaça à saúde pública daspopulações. �

A OMD mais uma vezparticipou activamenteno combateao exercício ilegal

No combate à ilegalidade

OMD investigacinco clínicas dentárias

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nacional I ordem

omd I Fevereiro 201014

«O legisladornorte-americanoé disfuncional»

Qual a posição dos médicosdentistas norte-americanos sobreo projecto de serviço público desaúde que a administraçãoObama pretende implementar?PresentenocongressodaOMD,opresidente da American DentalAssociation (ADA), RonaldTankersly, respondeu a estaquestão comclareza: «AADAnãoestá satisfeita com a legislaçãoproposta». A ADA não apoia osmodelosqueobriguemabaixarospadrõesdequalidadepara atingirmaiores eficiências económicas.«Acreditamos que os cuidadosdentários devem ser baseados naciência e não em rácios eco-nómicos».Ronald Tankersly defendeu quetodos os cidadãos norte-ame-ricanos devem ter acesso a umserviço essencial de medicinadentária, no entanto opôs-se queeste seja a custo zeropara todas aspessoas. Não é a primeira vez queos Estados Unidos tentamimplementar um serviço públicode saúde. «O projecto do presi-dente Clinton falhou porque aspessoas sabiam demais», justifi-cou.AgoraoprojectodeObamaéuma incerteza: «Ninguém sabeem que vai dar». «O legisladornorte-americano é disfuncionalpor natureza», resumiu.

A classe deu um sinal de grande vitalidade aocomparecer em peso no último congresso daOMD, realizado em Novembro em Lisboa.Cerca de 2800 profissionais, 53 conferencistas,118 apresentações científicas, mais de 6080visitantes e 283 stands ocupados na Expo-Dentária garantiram o sucesso do evento.A presidente da comissão organizadora,Natália Lucas Nunes, afirmou que «osobjectivos foramabsolutamente atingidos». «Oprograma científico foi apreciado por todos osparticipantes e os números de congressistas evisitantes à Expo-Dentária foram os maioresde sempre», justificou. �

Congresso OMD 2009

Ponto de encontro

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nacional I ordem

omd I Fevereiro 201015

“Momentos”de Kady KountaNem só de revelaçõescientíficas e comerciaisse faz um congresso.Amédica dentista KadyKounta demonstrou naexposição de fotografia“Momentos”, patente duranteo Congresso, que amedicinadentária pode andar demãosdadas com outras expressõesartísticas.O acervo fotográfico de“Momentos”, além doscenários urbanos doquotidiano da autora, incidiusobre o sorriso de crianças eadultos, tão directamenteligados àmedicina dentária.Umdos trabalhos daexposição viria a seroferecido por Kady KountaàOMD.Em concreto, umacomposição fotográfica ondese amontoam sorrisos depessoas de idades e raças.Esta obra ficará exposta nasinstalações de Lisboa daOMD.

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nacional I ordem

omd I Fevereiro 201016

Congresso OMD 2010

Expansão ibérica

«O congresso da OMD continuará a crescer seconquistar novos parceiros além fronteiras»,avançou Pedro Pires, presidente da comissãoorganizadora. Este ano será realizada umaaproximação ao mercado espanhol, numa apostatanto a nível científico como comercial.Está a ser organizado um fórum ibérico daprofissão, para o qual já foram contactadas asprincipais sociedades científicas espanholas,explicou Pedro Pires.É de esperar também uma forte presença deexpositores brasileiros, fruto dos esforços depromoção do congresso naquele mercado. Talcomo tem acontecido nos últimos anos, uma

comitiva da OMD divulgou o certame portuguêsno último CIOSP, realizado entre Janeiro eFevereiro em São Paulo.Depois de Lisboa, em 2009, este ano o congressoregressa ao Grande Porto, tendo lugar noEuroparque, em Santa Maria da Feira, entre 11 e 13de Novembro.Está garantido um bom programa científico –muitos conferencistas internacionais já estãoconfirmados – e a presença de um grande númerode médicos dentistas e outros profissionais dosector. Não deixe de consultar informaçõesactualizadas sobre o congresso emwww.omd.pt/congresso. �

Depois de Lisboa,em 2009, este ano o

congresso regressa aoGrande Porto, tendolugar no Europarque,

em Santa Mariada Feira, entre 11 e 13

de Novembro

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nacional I ordem

omd I Fevereiro 201017

Comissão CientíficaRicardo Faria e Almeida (Presidente)Cassiano ScapiniCristina Trigo CabralIsabel Poiares BatistaJoão DesportJoão DiasJoão Paulo TondelaJosé João MendesLuís Pedro FerreiraMário VasconcelosPaulo RompantePaulo MaurícioPedro Ferreira TrancosoPedro PiresSandra GavinhaSofia Arantes OliveiraSusana Noronha

Ricardo Faria e Almeida assumiu a presidência daComissão Científica e Centro de Formação Contínua

Centro de Formação ContínuaRicardo Faria e Almeida (Presidente)Joana DominguesAlexandra Abreu Gomes (Madeira)Mário Resendes (Açores)Miguel Matos (Norte)Nuno Montezuma (Sul)Pedro Samões (Centro)

OMD

Nova Comissão Científicae Centro de Formação Contínua

Colégio deOrtodontiadelibera novas datasEm Janeiro iniciou-se o processo de candidaturasao título de especialidade em Ortodontia daOMD. De acordo com os novos prazosestabelecidos pelo Colégio de Ortodontia, osprofissionais que apresentaram as candidaturasaté 20 de Janeiro poderão agora entregar ocurrículo vitae até 20 de Março.A direcção do Colégio terá de pronunciar-se até20 de Abril. A data limite de requerimento deprovas de especialidade é 15 de Maio. Por último,até 15 de Junho serão afixadas as datas e locais dasprovas, que deverão decorrer entre os meses deJulho e Outubro de 2010.A versão revista e alterada do RegulamentoInterno do Colégio de Ortodontia, publicada emDiário da República a 5 de Dezembro de 2009 (nº

481), entrou em vigor no dia seguinte ao da suapublicação e veio substituir o anteriorregulamento nº 4/2005, de 16 de Maio de 2005,sob a égide da direcção do Colégio e do ConselhoDirectivo da OMD, que operaram a clarificação, oaperfeiçoamento e a actualização do regime deacesso à especialidade de Ortodontia.Na base, estão as recentes transformaçõesresultantes da adaptação ao processo de Bolonha,a necessidade de aclaração de competências, aadequação à realidade dos candidatos, à actualoferta formativa e a nova legislação nacional ecomunitária. �

Mais informações em:http://link.omd.pt/r5ortodontia.

Noseguimentodas eleiçõesparaosórgãossociais da Ordem dos Médicos Dentistaspara o triénio 2010/2012 foi constituídaumanovaComissãoCientífica eCentrodeFormação Contínua formados pelosseguintes médicos dentistas:

Os profissionaisque apresentaram ascandidaturas até 20 deJaneiro poderão agoraentregar o currículovitae até 20 de Março.

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O r d e m d o s M é d i c o s D e n t i s t a sNúm

ero

5•

Feve

reiro

2010

•Tri

mes

tral

Entrámos num novo ano envoltos numa bruma depessimismo e apenas comum resquício de esperança que2010 venha a sermelhor que 2009. Os indicadores globaissão positivos, mas de forma muito envergonhada. Todosos chefes de Estado apregoam a “recuperação”, mas – defacto – ninguém sabe exactamente como se vai desenrolareste ano de 2010.A medicina dentária portuguesa amadureceu e já ultrapas-sou a sua adolescência. O número demédicos dentistas foicrescendoea vontadedaspopulaçõesportuguesas para setratar também. Infelizmente esta crise não veio ajudar,precisamente quando se estava a atingir um ponto deestabilização entre a oferta e a procura. Sendo um “for-mador”, sinto-me responsável, não só pela qualidade dosclínicos que formamos, mas também pela possibilidade decolocação desses profissionais no mercado de trabalho.Sabendo nós que a licenciatura de um médico dentista édas mais dispendiosas, qual é a nossa responsabilidademoral de continuar a formar profissionais que terão poucasperspectivas de vingar nas condiçõesactuais na vida real? E tudo isto com odinheiro dos contribuintes e dos“encarregados de educação”, geralmenteos pais portugueses.A especialização será uma das saídaslógicas para utilizar de modo racional opotencial académico das nossas univer-sidades. No entanto, mesmo isso teráque ser pensado de forma a não inundaro mercado de super-especialistas quepoderão não ter que fazer após dez oumais anos de intenso estudo. Estasproblemáticas deveriam ser ponderadaspelos organismos competentes. Deveriaser dado um papel preponderante àOrdem dos Médicos Dentistas (OMD)pois é a Ordem que estará melhorapetrechada para conhecer com exactidão a situação damedicina dentária no campo do país real.Estude-se primeiro e aja-se depois como saber adquirido,o que raramente se faz em Portugal, geralmente gover-nado ao sabor das eleições, que se realizam de quatro emquatro anos. Namedicina dentária, assim como emoutras

Editorial

Área Editorial

disciplinasmédicas, a prevenção é a resposta paramuitosdos males que afectam a nossa população. Que verbassão utilizadas para programas de prevenção a nívelnacional? Poucas, infelizmente, já que a construção deedifícios, sejam quais forem as suas utilizações, acaba porser concluída em tempo útil de uma reeleição. Umprograma sério de prevenção leva vários mandatos antesque os resultados sejam visíveis e, nessa altura, já ninguémse lembra quem foram os seus autores.Um outro flagelo que assombra a nossa profissão prende--se com as condições sub-humanas, diria mesmodegradantes, a que alguns dos nossos colegas sãosujeitos por clínicas industrializadas e que só têm o lucrocomo objectivo. Os pacientes e os profissionais que látrabalham são apenas duas das parcelas necessárias paraque o lucro apareça. Tenho a certeza que este problema iráser analisado commuita atenção e cuidado pelos recém-eleitos corpos directivos da nossa OMD que tomarãomedidas para que os nossos colegas finalistas possam

trabalhar em condições que dignifiquem aprofissão que representam e de que tantogostam.A fim de combater este quadro sombrio,considero mais do nunca fundamental avalorização profissional de todos oscolegas. Gostaria de lembrar que aprodução de artigos científicos é uma dasmelhores maneiras de se valorizarprofissionalmente e ajudar os outros acrescerem profissionalmente. Haverá quenão esquecer que a revista da OMD é detodos osmédicos dentistas para todos osmédicos dentistas.Termino com uma palavra de esperançaao ver o grande número de colegas quededicam tempo das suas vidas atarefadasao trabalho pelo bem-estar oral de

populações desfavorecidas. Quantos mais colegas ofizerem, maior será o impacto da nossa profissão napopulação portuguesa a todos os níveis.

Desejo a Todos um óptimo Ano de 2010!Gil Alcoforado

‘Um outro flageloque assombra a nossaprofissão prende-se com

as condições sub--humanas, diria mesmo

degradantes, a que algunsdos nossos colegas sãosujeitos por clínicasindustrializadas e que

só têm o lucrocomo objectivo.’

Revista daOrdem dosMédicosDentistas

Pedro Leitão (Presidente)António GinjeiraGil AlcoforadoJoão Carlos RamosPedro Correia

Composiçãodo Conselho Científico

Sumário1 • Área Editorial

Editorial CCGil Alcoforado

2 • Cirurgia OralAlveolite seca -- do diagnósticoao tratamentoRui FernandesPedro Fernandes

12 • Ética e DeontologiaA responsabilidadedisciplinar dos médicosdentistas: contributopara a sua autonomiateórica – parte IIAndré Moz CaldasAntónio Ginjeira

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Resumo

A alveolite é uma das complicações pós-operatórias mais frequentes das exodontias,razão pela qual o conhecimento aprofundadodesta patologia se revela bastante importantepara o médico dentista.Apesar da sua etiologia continuar por esclarecer,alguns factores predisponentes estão bemidentificados, o que permite orientar odesenvolvimento de protocolos profilácticos emelhorar o período pós-operatório.O tratamento da alveolite tempor objectivo o alívioda sintomatologia dolorosa do paciente duranteo período de cicatrização. Contudo, uma vez queo tratamento existente é bastante limitado epraticamente paliativo, a prevenção permanece amelhor atitude.

1. Introdução

O termo alveolite tem sido utilizado na literaturadesde 1896, quando foi descrito pela primeira vezpor Crawford.1 Desde então, surgiram váriasdefinições por todo o mundo, tais como alveolitelocalizada, alveolite seca dolorosa, alvéolo seco,osteíte alveolar, alvéolo séptico, alveoloalgia oualveolite fibrinolítica.2,3

Desde essa altura, a alveolite constitui umassunto de grande interesse, devido à suaocorrência e complicações, sendo consideradauma patologia muito pesquisada na MedicinaDentária. Aliás, a alveolite é uma dascomplicações pós-operatóriasmais comuns apósa exodontia de dentes permanentes.Segundo Bui et al.,4 as quatro complicações pós-operatóriasmais comuns reportadas na literaturasão a alveolite, a infecção, a hemorragia e aparestesia.A definição mais recente descreve a alveolite

como “umador pós-operatória dentro e à volta dolocal de extracção, que aumenta de severidade aqualquer altura, entre o primeiro e o terceiro diaapós uma extracção dentária, acompanhada dedesintegração parcial ou total do coágulosanguíneo dentro do alvéolo, com ou semhalitose.”3

A alveolite constitui um processo infecciosolocalizado numa parede alveolar, que consistenum atraso da cicatrizaçãomas, no entanto, nãosignifica que esteja infectado. A dor pode ser demoderada a severa, mas sem os sintomasnormais de infecção, tais como a febre, o edemae o eritema.Esta patologia ocorre devido às característicasanatómicas e vasculares do local, ou seja, umavascularização terminal encerrada entre duascorticais ósseas espessas, determinando umadiminuição das barreiras defensivas que ohospedeiro habitualmente dispõe contra asinfecções.4

Para o paciente, resulta numa morbilidadesignificativa e em consultas frequentes paraaliviar o desconforto.5

Dessa forma, a quantidade de trabalho perdidapelo paciente e a perda de produtividade domédico dentista traduz-se numa grande perdaeconómica para a sociedade.6

A prevalência, o retrato clínico e os factores derisco da alveolite têm sido vastamente estudados.No que se refere à alveolite, a sua frequência variade 1% a 3% em todas as extracções, mas chegaa ser tão elevada quanto 30% nos casos deterceiros molares mandibulares inclusos.7

Após a exodontia de terceiros molares, aincidência da alveolite varia entre 20% e 35%.A alveolite é extremamente rara após a exodontiade dentes decíduos; é mais frequente nasmulheres8 e é mais prevalente após a exodontiade dentes posteriores mandibulares.5

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REVISTA DA ORDEM DOS MÉDICOS DENTISTAS

Do diagnósticoao tratamento

Alveolite seca

AbstractDry socket is one of the most

common postoperative complica-tions after a tooth extraction;

therefore, the knowledge of thisdisease is of paramount

importance for the dentist.Despite its aetiology remains

unclear, several predisposing fac-tors are well identified, which can

guide the development ofprophylactic protocols and im-prove the postoperative period.

The treatment of dry socket is torelieve the painful symptoms ofthe patient during the healing

period. However, since the exis-ting treatment is quite limited

and largely palliative, preventionremains the best approach.

Keywords“dry socket”, “complications”,

“postextraction” e “risk factors”

AUTORES:Rui FernandesMédico Dentista

Pedro FernandesMédico Dentista

Mestre em ImplantologiaAssistente convidado

de Prótese Fixa– FMDUP

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O facto de haver preponderância nas mulheres, sugere que opapel do estrogénio na activação do sistema fibrinolítico estejarelacionado indirectamente com a etiologia da alveolite nestespacientes.No que se refere à localização, pode ser justificada pelo facto doosso ser mais denso na região posterior do que na anterior damandíbula, e mais denso na mandíbula do que no maxilar.Consequentemente, uma menor vascularização da mandíbulaleva a umacapacidade reduzida de produzir tecido de granulação.6

No que à idade diz respeito, há artigos2 que demonstram araridade do aparecimento de alveolite empacientes commenos de18 anos de idade. O pico de idades em que ocorre situa-se entreos 20 e os 40 anos de idade.9,10

O trauma é outro dos factores que aumenta a susceptibilidade doindivíduo ao aparecimento de alveolite, na medida em queaumenta o atraso da cicatrização, reduz a resistência tecidular,predispondo a uma infecção.3

Por ser uma das complicações pós-operatórias mais frequentesdas exodontias, o conhecimento aprofundado da alveolite revela-

se bastante importante para o médico dentista, que a deve saberdiagnosticar, tratar e, principalmente, prevenir.

2. Métodos

Foi realizada uma pesquisa bibliográfica na Medline de artigospublicados desde Janeiro de 2000 atéMaio de 2009. Utilizaram-seas palavras-chave “dry socket”, “complications”, “postextraction”e “risk factors”.

3. Discussão

3.1. Etiologia

No que se refere à etiologia da alveolite, apesar de não estar bemesclarecida, existem vários factores de risco que têm sidodescritos,3,11 acreditando-se mesmo que haja um mecanismomultifactorial, que varia de paciente para paciente, e que pode terorigem bacteriana ou fibrinolítica.

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Muitas causas têm sido sugeridas para o aparecimento daalveolite.Actualmente, há duas principais teorias etiopatogénicas sobre aalveolite: a teoria fibrinolítica de Birn e a teoria bacteriana.7,12

A hipótese bacteriana surgiu coma evidência de que as bactériaspresentes na ferida operatória contribuem para a fibrinólise esubsequente perda do coágulo sanguíneo.3

Não existe consenso acerca da etiologia da alveolite, porém,conhece-se um grupo de factores locais e gerais capazes depredispor os indivíduos, entre eles: a idade do paciente, o sexo, ouso de contraceptivos orais, a localização anatómica e acirculação local, a fibrinólise, a curetagemalveolar, a presença deinfecções, a acção dos anestésicos locais, o hábito tabágico, aduração da cirurgia, o estado de erupção dentária, o traumacirúrgico, a fraca higiene oral, a inexperiência do operador e osproblemas de saúde em geral, tal como a Diabetes Mellitus.13,14

Apesar da patogénese exacta da alveolite não estar bemesclarecida, a desintegração do coágulo sanguíneo através dafibrinólise permanece a teoria mais vastamente aceite.A identificação de factores que desempenham um papel impor-tante na etiologia da alveolite, permite orientar o desenvolvimentode protocolos profilácticos emelhorar o período pós-operatório.Algumas medidas profilácticas podem ser adoptadas parareduzir a incidência de alveolite, quer sejam farmacológicas, ounão farmacológicas, nomeadamente o uso de agenteantifibrinolíticos, antisépticos, agentes antibacterianos, anti-inflamatórios, entre outros.No que respeita a instruções pós-operatórias, deve ser salientadoque um dos procedimentos que pode originar o aparecimentode alveolite são os bochechos imediatamente após a extracção,levando à perda do coágulo sanguíneo.

3.2. Evolução

Para compreender a patogénese dos distúrbios da cicatrização,é importante conhecer as fases de cicatrização de um alvéolopós-extracção. Este cicatriza normalmente em cinco fasessobrepostas, as quais envolvem a formação de coágulo, asubstituição do coágulo sanguíneo por tecido de granulaçãosaudável, substituição gradual do tecido de granulação portecido conjuntivo e tecido ósseo imaturo, e pelo trigésimo oitavodia, o trabeculado ósseo preenche pelo menos dois terços doálveolo.15 O encerramento do epitélio começa coma regeneraçãoao quarto dia, com o fecho completo do alvéolo passados 24-35dias.Segundo Caso et al.,7 a alveolite manifesta-se maisfrequentemente entre o segundo e o quinto dia após a cirurgia e

pode prolongar-se entre uma a duas semanas.Num estudo de Oginni et al.,2 o aparecimento dos sintomas teveumpico no segundo dia e diminuiu drasticamente no quarto dia.Clinicamente, a alveolite surge num quadro de dor e o alvéoloparece estar vazio, com uma perda total ou parcial do coágulosanguíneo e com as paredes ósseas do alvéolo expostas.O osso exposto é extremamente sensível e normalmente é acausa de dor. Esta dor é geralmente localizada, persistente,pulsátil e pode irradiar para o ouvido.O paciente pode desenvolver um hálito fétido, com dor irradiadae persistente, a qual não é facilmente aliviada por analgésicos.Esta dor resulta da irritação química das terminações nervosasexpostas no ligamento periodontal e osso alveolar. Por vezes,observa-se radiograficamente o sequestro ósseo, podendo serconfundida com osteomielite.16,17

Quando a alveolite se desenvolve, o tratamento requer cerca dequatro oumais consultas pós-operatórias, ou seja, para além dodesconforto e dor causada, envolve um acréscimo de tempo ecusto necessários.13

3.3. Tratamento

O termo tratamento pode ser bastante ilusório quando é utilizadono contexto da alveolite, uma vez que esta condição clínica nãopode ser tratada na ausência de uma etiologia bemestabelecida.18 Porém, a sua gestão parece ser simples e eficaze envolve, geralmente, a limpeza e irrigação do alvéolo afectadoe a inserção de medicação no local.3,6

O tratamento da alveolite tem por objectivo o alívio dasintomatologia dolorosa do paciente durante o período decicatrização; consiste na irrigação e cobertura medicamentosa,obtido mediante a prescrição de analgésicos e a limpeza doalvéolo com peróxido de hidrogénio diluído ou soro fisiológico,preferivelmente a uma temperatura moderadamente quente.Para o alívio da dor preconiza-se ainda, após a lavagem doalvéolo, a inserção de uma gaze embebida em determinadassoluções contendo eugenol, que se coloca gentilmente nointerior do alvéolo,13 ou então, pensos de fibrina.Normalmente, o paciente sente um profundo alivio das doresdurante aproximadamente uns cinco minutos.16,17 Esteprocedimento pode ser repetido a título diário durante cerca dequatro ou cinco dias.16,17 Quando a dor do paciente diminui, agaze não deve voltar a ser colocada, pois irá actuar como umcorpo estranho e prolongar o tempo de cicatrização.Actualmente, estão também descritas terapias a laser para otratamento da alveolite,16,17 ou oxigenoterapia hiperbárica emdoentes submetidos a radioterapia.

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REVISTA DA ORDEM DOS MÉDICOS DENTISTAS

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Relativamente ao alvéolo, este não deve ser curetado de forma anão expor o osso e a não aumentar a dor. Na maioria dos casos,o coágulo sanguíneo não está totalmente lisado, e a parte queainda está intacta deve ser mantida.Deve ser realizado um exame radiológico para pesquisa depresença de fragmentos intra-alveolares.No que se refere à antibioterapia, apenas devem ser utilizadosantibióticos, nos casos emque a alveolite é supurada e apresentaetiologia claramente infecciosa.16,17 Nestes casos pretende-seeliminar populações de estreptococos e estafilococos; para isso,utiliza-se a associação entre amoxicilina e ácido clavulânico ouummacrólido.

3.4. Prevenção

A prevenção da alveolite é preferível ao seu tratamento. Váriosestudos mostram a eficácia de várias medidas preventivas, taiscomo a utilização de gluconato de clorohexidina a 0,12%, aclindamicina, a aplicação local de tetraciclina e a aplicação local

de espuma de lincomicina. Outros meios profilácticos são aaplicação de ácido tranexâmico nos alvéolos e o uso de penicilinatópica.5

A prevenção do aparecimento de alveolite requer que o cirurgiãorealize uma cirurgia o mais atraumática possível, com incisõeslimpas, minimizando também a contaminação bacteriana naárea cirúrgica.Depois do procedimento cirúrgico, a ferida operatória deve sercuidadosamente desbridada e irrigada com elevadasquantidades de soro fisiológico. Pequenas quantidades deantibiótico (tetraciclina) colocadas no alvéolo, isoladamente oucom uma esponja de gelatina, podem ajudar a diminuir aincidência da alveolite seca na extracção de terceiros molaresmandibulares inclusos. Esta incidência pode diminuir até 50%com bochechos pré-operatórios e pós-operatórios de elixiresantimicrobianos, como por exemplo a clorohexidina.A clorohexidina é um agente antiséptico do tipo biguanida, comeficiência provada na prevenção da alveolite, quer na forma decolutório, quer na forma de gel.12

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As medidas preventivas mais utilizadas na manutençãoterapêutica da alveolite são: bochecho com solução salina,revestimento com eugenol para promover alívio da dor, agentesantifibrinolíticos, antibióticos e agentes antissépticos.12

Os antibióticos, para além de serem mais caros, podem criarresistências e a sua eficiência na prevenção da alveolite tem sidoquestionada por vários autores.

3.4.1. Medidas profilácticas:

- As exodontias devem ser o mais atraumáticas possível, comirrigação copiosa para remover todos os restos de osso e defragmentos dentários;19

- Eliminar todos os tecidos de granulação;- É aconselhável que, nas extracções na mandíbula, se utilizemanestésicos sem vasoconstrictores;- Evitar bochechar imediatamente a seguir a extracções,reservando este acto para as 24 ou 48h após a intervenção;-Profilaxia antibiótica em doentes de risco (imunossupressão,infecção local, presença de factores de risco);-Medidas de higiene oral antes da exodontia;-Nos pacientes fumadores, aconselhar abstinência de fumo nas24h prévias à cirurgia e nas duas semanas subsequentes.

3.4.2. Estudos sobre medidas profilácticas:

Devido à hipótese da etiologia microbiana, a prevenção daalveolite tem sido focada em terapias antimicrobianas tópicas esistémicas. Alguns dos protocolos existentes incluíam autilização quer sistémica, quer tópica de clorohexidina, povidonaiodada, metronidazol, tetraciclina e clindamicina, com variadastaxas de sucesso.Em 2000, Bloomer13 efectuou umestudo sobre o preenchimentodo alvéolo commedicação, imediatamente após a exodontia deterceiros molares inferiores. Concluiu que aparentava havervantagemnesse revestimento, pois apesar de originar umatrasona cicatrização do alvéolo, a incidência de alveolite diminuiu.Numameta-análise efectuada por Caso et al.7 sobre a utilizaçãode clorohexidina no período pós-operatório, após a exodontia deterceirosmolares inclusos, os autores concluemque bochecharcom clorohexidina durante o período pós-operatório permitereduzir a incidência de alveolite. Contudo, não especificam onúmero mínimo de dias que é necessário bochechar para queeste protocolo tenha efeito.Num estudo recente, Hita-Iglesias et al.12 compararam autilização de clorohexidina emgel como colutório. Os resultadosdeste estudo clínico mostram que a aplicação de gel de

clorohexidina 0,2% na ferida operatória após a extracção deterceiros molares mandibulares inclusos diminui a incidênciada alveolite, comparando com o bochecho de colutório comclorohexidina a 0,12%, nas mesmas circunstâncias. Estesresultados podem ser explicados pelas propriedades bioadesivasdo gel, o que prolonga a libertação de clorohexidina no localaplicado.Um estudo de Torres-Lagares et al.20 apresentou resultados quemostram que a utilização de um gel bioadesivo com 0,2% declorohexidina, aplicado apenas uma vez dentro do álveolo pós-extracção, diminui a incidência de alveolite, provando assim serum bom agente profilático.Bergdahl et al.,21desenvolveram um estudo controlado erandomizado em 120 pacientes para avaliar o papel dometronidazol na prevenção da alveolite após a exodontia deterceiros molares mandibulares parcialmente inclusos. Paraisso, no grupo experimental, administraram 1600mg demetronidazol, numa dose única, 45minutos antes da cirurgia.No grupo de controlo, foi administrado placebo. Concluíramqueuma dose única de metronidazole é ineficaz na prevenção dodesenvolvimento da alveolite e que para prevenir uma infecçãodo coágulo, amedicação antimicrobiana terá que ser estendidapara englobar o período de cicatrização da ferida. Uma vez queos antimicrobianos sistémicos apenas devem ser utilizados parainfecções graves, a prevenção da alveolite não parece ser umaindicação apropriada para a utilização de antimicrobianossistémicos.21

Em 2006, Metin et al.22 efectuaram um estudo randomizado,duplamente cego, em 99 pacientes saudáveis, sobre a utilizaçãode colutórios com clorohexidina para profilaxia da alveolite.Concluíram que o seu uso era adequado, mas os resultados doestudo demonstraram que o uso de clorohexidina apenas noperíodo pós-operatório é mais exequível do que em ambos osperíodos, pré- e pós-operatório.Um estudo de Sanchis et al.8 em 200 casos de extracção deterceiros molares mandibulares inclusos, concluiu que acolocação intra-alveolar de um composto com tetraciclina apósa remoção cirúrgica dos dentes não afecta a incidência dealveolite.

4. Considerações finais

A alveolite é das complicações pós-operatóriosmais frequentesapós uma exodontia, principalmente no caso de terceirosmolares mandibulares.Apesar de terem sido sugeridos na literatura vários factoresetiológicos e predisponentes para a alveolite, evitar o trauma

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excessivo durante a extracção, bem como executar uma técnicacirúrgica meticulosa para minimizar as complicações intra-operatórias, reveste-se de grande importância na redução daincidência desta condição clínica, designada alveolite.A ocorrência de alveolite é inevitável. Contudo, os factores derisco estão claramente definidos. Alguns desses factores são osexo feminino, a higiene oral deficiente e o hábito tabágico.No que se refere ao tratamento, as opções são geralmente

limitadas e direccionadas para o tratamento paliativo.A prevenção permanece a melhor atitude e consiste narealização de uma cirurgia com uma assépsia rigorosa, emevitar traumatismos operatórios com o instrumental cirúrgico,na irrigação constante do alvéolo durante a utilização deinstrumentos rotatórios e, por fim, incentivar o paciente acumprir os cuidados pós-operatórios indicados para cada caso.

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REVISTA DA ORDEM DOS MÉDICOS DENTISTAS

responsabilidade disciplinar dos médicos dentistas

contributo para a sua autonomia teórica(Parte II)

Ética e Deontologia

AUTORES:André Moz Caldas

MestreFac. de Medicina Dentáriada Universidade de Lisboa

António GinjeiraProfessor Doutor

Fac. de Medicina Dentáriada Universidade de Lisboa

Palavras-chaveResponsabilidade médica;

responsabilidade disciplinar;Ordem dos Médicos Dentistas;

Código Deontológico.

ResumoEste artigo é a segunda e última parte de umtrabalho elaborado com o objectivo de analisar oregime disciplinar dosmédicos dentistas e a suaarticulação como restante ordenamento jurídico,contribuindo para a autonomia teórica dadeontologia médico-dentária.Na primeira parte do trabalho enquadrou-se aauto-regulação profissional no âmbito da TeoriaGeral daOrganizaçãoAdministrativa portuguesa,destacando o papel das ordens profissionais einiciou-se a análise do regime disciplinar dosmédicos dentistas. Nesta segunda parte, seguea análise do referido regime e faz-se um balançoda actividade do Conselho Deontológico e deDisciplina da Ordem dos Médicos Dentistas.

MétodosO texto segue com uma análise do regimedisciplinar dos médicos dentistas, com aapreciação sistemática e discussão dosinstrumentos normativos relevantes, actualizadoscom referência a Abril de 2009.O estudo termina com um balanço da actividadedo Conselho Deontológico e de Disciplina daOrdem dos Médicos Dentistas. Esse balançodecorredaanálisededados recolhidosapartir dosRelatórios de Actividades dos órgãos da Ordemdos Médicos Dentistas, no período entre 2002 e2008. A distribuição dos processos disciplinaresinstaurados de acordo com o resultado da suaconclusão foi realizada a partir de um documentooficioso, gentilmente cedido pelaOMD, elaboradoa partir da publicidade das penas no BoletimInformativo dessa Ordem. Corresponderá, grossomodo, também ao período entre 2002 e 2008,havendo no entanto 3 processos disciplinarescontabilizados na distribuição que transcendemesseperíodo, desconhecendo-se se sãoanterioresou posteriores.

2.2 O Código Deontológico da OMDO Código Deontológico da Ordem dos MédicosDentistas foi aprovado pelo Regulamento Internon.º 2/99 e encontra-se publicado na II Série doDiário da República, n.º 143 de 22 de Junho de1999. É sucedâneo do Código Deontológico daAssociação Profissional dos Médicos Dentistas,com o qual se confunde integralmente, salvo asreferências à designação da associação pública aque respeita. Veio a ser alterado peloRegulamento Interno n.º 4/2006, publicado na IISérie do Diário da República, n.º 103 de 29 deMaio de 2006, pelas razões e nos termosindicados infra.É composto por 43 artigos e encontra-se divididoem seis partes: princípios gerais; direitos edeveres fundamentais dos médicos dentistas;direitos e deveres dos médicos dentistas paracomos doentes; o exercício da profissão; direitose deveres dos médicos dentistas para com acomunidade; direitos e deveres recíprocos dosmédicos dentistas.Distingue-se profundamente do actual CódigoDeontológico da Ordem dos Médicos, que tem157 artigos. Mesmo o anterior Código dessaOrdem profissional tinha mais de 150 artigos.Esta importante diferença refere-se a umapormenorizada regulação de matérias própriasda actividademédica que transcendemo âmbitonormal da saúde oral, como sejam as questõesdo início e fim da vida humana e da procriaçãomedicamente assistida, por exemplo. Deve-seainda a uma excessiva regulamentação doCódigoDeontológico daOrdemdosMédicos, queo transforma num documento complexo e dedifícil manuseio por não-juristas. O Código daOrdem dos Médicos Dentistas remete essaregulamentação para outros acervos normativos,através de uma cláusula aberta para as “demaisregras reguladoras damedicina dentária” (cfr. art.

AbstractThis text is the second part ofa work that pursued the goalof studying the disciplinaryregime of dentists and it’s

articulation with the rest of thejuridical order, this way contri-buting to the theoretical auto-

nomy of dental deontology.The first part of the

text integrates professionalauto-regulation among the

portuguese General Theory ofthe Administrative Organiza-tion, highlighting the role of

professional colleges andbegins the analysis of that

disciplinary regime. In the se-cond parte, that analysis is

brought to an end and a studyof the activity of the Deontolo-

gical Council of the Ordem dosMédicos Dentistas is made.

KeywordsMedical Responsibility;

Disciplinary Responsibility;Ordem dos Médicos Dentistas;

Deontological Code.

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1.º in fine, do Código Deontológico) ou para “os usos e costumesdo exercício da profissão e as demais regras reguladoras damedicina dentária” (cfr. art. 4.º do Código Deontológico). Um dosmais importantes exemplos de outras regras que, por força destasremissões, adquirem força obrigatória geral para os médicosdentistas, na medida em que não sejam incompatíveis comlegislação nacional, são as dos Manuals of Dental Practice doCouncil of European Dentists e o Código de Ética, do mesmoorganismo. Aliás, tem sido intenso o trabalho de divulgação destasnormas, pelos órgãos da OMD.Nos princípios gerais, o Código reproduz preceitos estatutários,sem os quais o Código não teria força jurídica. Não é por o Códigoos afirmar que estes princípios vigoram, outrossimpor habilitaçãolegal. Contudo, fica facilitada a leitura sistemática do textodeontológico, na sua presença.São dois os direitos e deveres fundamentais dos médicosdentistas, conforme os artigos 6.º e 7.º do Código Deontológico.Poder-dever fundamental, é a independência do médico dentista,conforme caracterizada no artigo 6.º do Código.O artigo 7.º, ainda no âmbito dos direitos e deveres fundamentais,versa sobre “comércio emediação”. Na versão original do Código,lia-se:“1 – Omédico dentista não pode servir de mediador, em troca dehonorários, em locais ligados ao comércio onde são vendidosmedicamentos ou aparelhos que possam ser prescritos ou

dispensados por um médico dentista, assim como nadependência dos ditos locais;2 – É expressamente vedado ao médico dentista exercer oupermitir o exercício de qualquer tipo de comércio no consultório;3 – Entende-se por consultório todas as áreas directamenteconexas ao exercício da medicina dentária, tais como gabinetes,salas de espera e recepções, bem como os demais espaços quecom estes estejam em ligação física, de molde a permitirem aconfusão nos utentes;4 – O médico dentista não deve exercer qualquer pressão oucoacção sobre o doente quanto à aquisição demedicamentos ouaparelhos salvaguardando o direito de sugerir e aconselhar essamesma aquisição;5 –É expressamente proibida qualquer cooperação entremédicosdentistas, farmacêuticos, auxiliares ou qualquer outra pessoa,mesmo estranha à saúde oral, da qual possa resultar umavantagem ilegítima para o médico dentista.”Na revisão de 2006, o artigo 7.º foi alterado, passando a ter aseguinte redacção:“1 - O médico dentista não pode participar em esquema,acordo ou qualquer forma de cooperação, com qualquer outrapessoa ou entidade, que vise obter, para si ou terceiros, benefícioseconómicos ilegítimos.2 -No consultório, o médico dentista não pode exercer actividadecomercial, podendo contudo disponibilizar ao paciente bens,

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aparelhos e equipamentos, necessários e adequados aotratamento em curso.3 - Entende-se por consultório, o espaço integrado, ainda quefisicamente desconexo, composto pelas áreas clínica e nãoclínica, que conferem ou sugerem uma imagem unitária aospacientes.4 -Salvaguardado o aconselhamento, omédico dentista não deveexercer qualquer pressão ou coação sobre o paciente para aaquisição de medicamentos, aparelhos ou equipamentos, erespeitará a liberdade de escolha deste.”Esta alteração visou acompanhar a evolução dos espaços emodos de exercício da medicina dentária, que se forammodernizando com a passagem do tempo. Sobrou o núcleoessencial da norma que é a vedação do exercício comercial porparte do médico dentista e o seu dever de isenção peranteinteresses económicos estranhos à prestação do cuidado. A estepropósito o CDD emitiu uma nota interpretativa, distinguindo“disponibilização” de “venda” e excluíndo a disponibilização demedicamentos, em termos de sua regulação por lei especial, dapermissão prevista neste artigo.O núcleo central doCódigoDeontológico encontra-se nos artigos8.º a 23.º - dos direitos e deveres dosmédicos dentistas para comos doentes – dada a prossecução do interesse público pelaOMD,que confere sentido e fundamento à própria auto-regulaçãoprofissional. Dá-se por reproduzido nesta dissertação todo o textodo Código.Importa sublinhar, que nos artigos 8.º e 9.º se encontra o núcleoessencial da boa prática profissional, remetendo, como se disse,para outras fontes, a consagração em concreto dos deveres.Muitas vezes essas fontes são designadas de soft law, como sediscutiu supra.Impõe-se uma nota a propósito do artigo 12.º, que consagra oprincípio de liberdade de escolha do médico dentista, pelodoente. Neste princípio se fundouuma importante deliberação doCDD a propósito do “termo de prestação de serviços entremédicos dentistas e clínicas. Em rigor, na medida em que adeontologia profissional visa assegurar a prevalência dosinteresses dos doentes, no momento em que qualquerprofissional cesse a sua prestação de serviços numa qualquerclínica, o direito do doente à escolha, bem como o dever domédico dentista de assegurar a continuidade do tratamento (cfr.art. 16.º do Código Deontológico) levam a que tenham de sergarantidos certos requisitos. Nos termos da deliberação serão:“1. O Médico Dentista que, independentemente dosfundamentos, deixe de exercer a sua actividade emdeterminadaclínica tem a obrigação de informar, de imediato, o detentor

desta, sobre o novo endereço profissional.2. O detentor da clínica tem a obrigação de, no prazo de 30 diascontados da saída do profissional, informar por correio registadotodos os pacientes que por este tenham sido atendidos, dessamesma saída, bem como do novo endereço profissional dele,manifestando ainda que a clínica mantém total disponibilidadepara o acompanhamento médico-dentário (a menos que optepelo contrário).3.Odetentor da clínica, assim que satisfaça a obrigação referidaem 2., informará por escrito o Médico Dentista de que assimprocedeu.4. Emalternativa ao que se referiu em2. e 3., o detentor da clínicafacultará aoMédicoDentista, em igual prazo, listagemcontendoos nomes e moradas dos pacientes por este atendidos.5. Ocorrendo a hipótese prefigurada em 4., cabe ao MédicoDentista informar por escrito os pacientes por si atendidos dasua novamorada. 6.O uso de qualquer expressão, ou redacção,que ultrapasse a simples informação referida supra poderá sersancionada à luz do artº 43º do Código Deontológico.”Ainda que seja inquestionável a força jurídica para os médicosdentistas de uma deliberação deste tipo, o “detentor da clínica”pode não estar sob a jursidição da OMD. Esta é uma dasprincipais zonas de erosão da disciplina profissional. Osproprietários e os gerentes das clínicas, não sendo médicosdentistas, não estão sujeitos aosmesmos deveres daqueles queo são. Apenas um acto do poder público poderia importar forçajurídica bastante para os vincular a certa conduta. Assim, aeficácia das normas ou das deliberações, quando se refiram àconduta do “detentor da clínica”, é extremamente reduzida. Nolimite, poderia considerar-se a responsabilização do directorclínico,mas seria sempre de avaliar o pressuposto da culpa, quecaso estivesse ausente ou encontrasse causa de justificaçãobastante, poderia eximi-lo de responsabilidade. De outro modo,este poderia ser o verdadeiro “bode expiatório” do proprietário daclínica onde trabalha. A deontologia profissional não pode deixarde atender a critérios de justiça, mas a bem da qualidade daprestação de serviços, não podemos poderes públicos deixar delegislar, aí onde amão das ordens não tem poderes para chegar.Importa também discutir o artigo 17.º, que versa sobre o deverde esclarecimento. Aparentemente, o Código Deontológicoadmite que os esclarecimentos necessários ao diagnóstico etratamento sejam prestados à família, mesmo em absolutaignorância do próprio doente. Reconhecendo que essapossibilidade pode não fazer incorrer em responsabilidadedisciplinar por violação do sigilo, ela não afasta aresponsabilidade penal. Prestar informações à família sem

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autorização do doente é crime, tipificado no artigo 195.º doCódigo Penal e punido com pena de prisão até 1 ano ou compena de multa até 240 dias.Os artigos 18.º e 19.º referem-se a formalidades agravadas naprestação do consentimento, no caso de métodos arriscados etratamentos vedados ou condicionados. Este tipo de métodos ede tratamentos surgem definidos como conceitosindeterminados, cabendo ao intérprete procurar integrá-los, à luzda soft law, da doutrina, quando haja e da prática do CDD.Curioso é notar a ausência de referências genéricas aoconsentimento informado no resto do articulado do CódigoDeontológico. Seja como for, ele é obrigatório para eximir deresponsabilidade civil, nos termos gerais, de responsabilidadepenal por força do artigo 146.º do Código Penal e por normas deDireito Internacional Público a que por convenção o Estadoportuguês se encontra vinculado, como seja a Convenção deOviedo dos Direitos do Homem e da Biomedicina. Porém, noordenamento português o consentimento é oral, salvoexcepções, como a da investigação médica. Neste âmbito,podemos enquadrar o artigo 19.º, ainda que a sua redacção sejasurpreendente, com referência a “cuidados terapêuticos ediagnósticos não fundamentados cientificamente” e,particularmente, “experimentação temerária”. Aos métodosarriscados, mais do que a forma, importa o grau de liberdade eesclarecimento do doente na prestação do consentimento16,17.A propósito de honorários, a revisão de 2006 produziu umaverdadeira revolução normativa. Dos anteriores dez números doartigo 22.º, sobreviveram cinco, e desapareceram todas asreferências a tabelas indicativas de honorários. Isto surge nasequência de processo de contra-ordenação instaurado pelaAutoridade da Concorrência à Ordem dos Médicos Dentistas,que já percorreu as vias judiciais nacionais e se encontra emdiscussão no âmbito das instâncias judiciais comunitárias,conforme se referiu supra.No âmbito do “exercício da profissão”, o Código regula aspectospráticos da prestação dos cuidados, como as associações esociedades de médicos dentistas e as relações de trabalho eprestação de serviços, por exemplo. Em particular, na revisão de2006 foi alterado o artigo 25.º, referente a publicidade,sobrevivendo apenas alguns princípios gerais e a remissão pararegulamento próprio. É curioso notar que a evolução no seio daOrdem dos Médicos foi a inversa. Na sua revisão de 2008 doCódigo Deontológico dos Médicos, foi integrado o regulamentode publicidade no próprio Código, sendo aquele revogado. Oregulamento de publicidade da OMD foi publicado com o n.º115/2007, na 2.ª Série do Diário da República, n.º 113 de 14 de

Junho de 2007. Além da “descodificação” da matéria relativa àpublicidade, o regulamento inova no alargamento dos suportespublicitários permitidos. São também alargados os conteúdosadmitidos à divulgação e fortemente diminuídas as restriçõesnesta matéria. Há, por assim dizer, uma “despenalização” dapublicidade, acautelada a dignidade da profissão.No âmbito do exercício da profissão ainda, encontra-se aextensão da responsabilidade domédico dentista pelos actos doscolaboradores (cfr. art. 28.º do CódigoDeontológico). Esta é umamanifestação jurídica semelhante à da responsabilidade docomitente13. Há que atender à possibilidade de responsabilizarexcessivamente os médicos dentistas. A complexidade doexercício damedicina emequipa tem levado à flexibilização destetipo de responsabilidades, fundada no princípio da confiança18.O Código segue comos direitos e deveres dosmédicos dentistaspara com a comunidade, onde se destaca o dever deapresentação, ínsito no artigo 34.º: “O médico dentista tem odever de se apresentar de forma a dignificar a profissão (...)”.Importa interpretar este preceito com prudência. O médicodentista não tema sua livre conformação da vida privada limitadapor este artigo. Contudo, deve apresentar-se enquanto médicodentista, e apenas enquanto médico dentista, de forma digna19.O Código termina com os direitos e deveres recíprocos dosmédicos dentistas. Como se discutirá infra, é aqui que reside aespecial eficácia da jurisdição disciplinar do CDD.

3. Responsabilidade disciplinar dosmédicos dentistas

3.1 A actividade do CDD

A partir do ano de 2002, a actividade do Conselho Deontológicoe de Disciplina da Ordem dos Médicos Dentistas passou aconstar doRelatório deActividades dos órgãos sociais daOrdem.Este Conselho tipicamente desenvolve actividades ligadas àrecepção, tramitação e conclusão de processos disciplinares;interpretação das normas deontológicas, conduzindo à emissãode deliberações; emissão de recomendações, informações,comunicados, notas e pareceres a propósito de matériadeontológica e disciplinar; reflexão a propósito de matériasligadas à sua actividade e preparação de propostas de revisão doCódigoDeontológico; representação nacional e internacional dosprofissionais portugueses emmatéria ética e deontológica.À apreciação do regime disciplinar dos médicos dentistasimporta a sua aplicação prática. Debrucemo-nos, pois, sobredados recolhidos a partir dos Relatórios de Actividades doperíodo entre 2002 e 2008.

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No gráfico 1, nota-se que o número de participações sofreflutuações sensíveis ao longo do período apreciado. A drásticadiminuição entre o ano de 2004 e o ano de 2005 resultará – comoo confronto com o gráfico 2melhor ilustra – do início da reflexãodo CDD a propósito dematérias de publicidade. Em 2003 o CDDdivulgava: “O CDD considerou necessário estudar alterações aintroduzir no Código Deontológico no sentido de proceder à suamelhor adequação à realidade actual, tendo em atenção,nomeadamente, a tendência para a conformação, cada vezmaisacentuada, da vida quotidiana pelo conceito de sociedade decomunicação e à cada vez maior relevância reconhecida aodireito do consumidor, que legitima as mais diversas formas decomunicação/informação.” Em 2005 é elaborada pelo Conselho,a proposta de alteração aoCódigoDeontológico, nos seus artigos7.º, 22.º e 25.º, aprovadas pela Assembleia Geral no ano seguinte.Nesse ano é elaborado o Regulamento de Publicidade. Pareceexistir, numcerto sentido, ummovimento tendente à liberalizaçãoda divulgação profissional, com reflexos no número departicipações.

Gráfico 1

Conselho Ético e Profissional de Odontologia, bem como darejeição liminar de determinadas queixas e da decisão de nãoinstaurar processos disciplinares pelo Presidente ou por doismembros do Conselho, nos termos do Estatuto.O aumento do número de processos disciplinares a partir de 2006não encontra particular explicação, excepto a de umaumento dapreocupação da classe com as questões disciplinares,acompanhado de um amadurecimento da própria Ordem e deum sensível aumento da cultura de participação da populaçãoportuguesa, indiciadora de um aumento da litigância emmatérias de responsabilidademédica no futuro. Não pode deixarde se notar, contudo, que houve uma alteração na composiçãodos membros do Conselho, nesse ano, que pode apontar numsentido de alteração do pensamento do julgador.

Gráfico 3

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Número de participações por natureza da infracção e por ano de 2002 a 2008.

Gráfico 2

Número de processos disciplinares instaurados por ano de 2002 a 2008.

O gráfico 4 ilustra a distribuição dos processos disciplinaresinstaurados de acordo como resultado da sua conclusão. A fonteutilizada foi um documento oficioso da OMD, elaborado a partirda publicidade das penas no Boletim Informativo dessa Ordem.Corresponderá, grosso modo, também ao período entre 2002 e2008, havendo no entanto 3 processos disciplinares conta-

Número de participações por ano de 2002 a 2008.

Diferentemente, o número de participações enquadradas nogrupo de alegada má-prática profissional aumenta a partir de2006, encontrando estabilidade daí em diante. Esse aumentopode ser explicado pela obrigatoriedade de divulgação pública,nas clínicas, da existência de livro de reclamações, introduzidapelo Decreto-Lei n.º 156/2005, de 15 de Setembro.Da comparação do Gráfico 3 com o Gráfico 1, nota-se a grandediferença entre o número de participações apresentadas e onúmero de processos disciplinares delas decorrentes. Essadiferença decorre do reencaminhamento de participaçõesrespeitantes a outros profissionais – médicos estomatologistasou odontologistas – para as pessoas colectivas públicas e órgãoscompetentes, designadamente a Ordem dos Médicos e o

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bilizados na distribuição que transcendem esse período,desconhecendo-se se são anteriores ou posteriores.Mais de metade dos processos instaurados foram arquivados,cinco foram suspensos aguardando melhor prova, em quatrodeles não houve lugar à aplicação de qualquer pena, sendo quese advertiu emdois desses casos o profissional envolvido. Nestesdois casos, parece ter o CDD optado por um advertência nãosancionatória, isto é, advertiu ainda que não tenha aplicado umasanção em sentido próprio. Considerando que a advertência é,em princípio uma sanção disciplinar prevista no Estatuto,estamos perante duas advertências sui generis. Dez processosforamextintos por amnistia, nos termos de Lei n.º 29/99, de 12 deMaio, por altura das comemorações dos 25 anos do 25 de Abril.Houve 29 condenações: 15 penas de advertência, 11 penas decensura, uma pena de multa e duas penas de suspensão, umapor 10 dias e uma por dois meses, sendo esta última a maiorpena jamais aplicada.Não importa estabelecer uma correspondência entre a gravidadedas penas e as infracções cometidas, porque na determinação dapena a aplicar há lugar à avaliação individual de factoresagravantes e atenuantes, atendendo às circunstâncias do caso ea juízos de equidade.

Gráfico 4

Verifica-se que, tal como na distribuição inicial de participaçõespor natureza da infracção, também foram instaurados maisprocessos disciplinares por violação de normas ligadas adivulgação profissional. Nestes casos, mais de metade, aocontrário da distribuição geral, conduziram à aplicação de penase é também neste grupo que as penas sãomais severas.

Gráfico 5

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Distribuição dos processos disciplinares de acordo com a sua conclusão.

Distribuição das penas de acordo com a natureza da infracção – Publicidade.

Distribuição das penas de acordo com a natureza da infracção– Prestação desadequada de actos médico-dentários e/ou Assistência médica

desconforme com as regras técnicas do exercício profissionale/ou Violação do dever de continuidade da assistência.

Nos gráficos 5 e 6 e na tabela I encontra-se a distribuição dosresultados dos processos disciplinares, de acordo com a normainfringida.Na verdade, onúmeroabsolutodepenascontabilizadasnas três distribuições é superior ao número de processosdisciplinares vistos no gráfico 4. Isso deve-se ao facto dedeterminadas penas serem atribuídas pela violação de váriasnormas, em cúmulo jurídico, encontrado-se nesses casoscontabilizadas emmais do que uma distribuição diferente.

Por prestação desadequada de actos médico-dentários e/ouassitência médica desconforme com as regras técnicas doexercício profissional e/ou por violação do dever de continuidadeda assistência, só existe uma condenação, neste período.

Gráfico 6

Pela violação do dever de solidariedade profissional, pelo uso denome profissional não habilitado, por prática de honoráriosinferiores aos valores mínimos fixados na tabela de honorários

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elaborada pelaOMD, pelamenção de título de especialidade nãoreconhecida pelaOMD, por apresentação, por assistênciamoral,pelo dever de prevenir e por violação dadeliberaçãodoCDDsobretermodeprestação de serviços entre omédico dentista e a clínicasão poucas as condenações, sendo mais severas as penasligadas ao dever de solidariedade profissional, à apresentação e àassistência moral.

Tabela I - Outras infracções

direito público, dotada de poderes para a auto-regulaçãoprofissional dosmédicos dentistas.A responsabilidade disciplinar profissional é distinta da responsa-bilidade disciplinar administrativa e é independente daresponsabilidade civil e da responsabilidade penal.A responsabilidade disciplinar destes profissionais apresenta umimportante conjunto de diferenças em relação à dos médicos: éassegurada por umaOrdemprofissional própria; essaOrdemestádotada de Estatutos, que incluem neles mesmo o regimedisciplinar, ao contrário da Ordem dos Médicos que vê o regimedisciplinar ser conasgrado em diploma autónomo dos seusEstatutos – o Estatuto Disciplinar dos Médicos –; o regimedisciplinar dos médicos dentistas tem características próprias einovadoras,nomeadamentenoquese refereàspenasdisciplinares,contendo a pena de multa, que não se encontra no ordenamentodos médicos; a Ordem dos Médicos Dentistas tem o seu próprioCódigo Deontológico,muito distinto do dosmédicos.Sãopressupostosda responsabilidadedisciplinar: o facto, a ilicitudee a culpa. O dano e o nexo de causalidade entre o facto e o danopodem ser apurados em sede de atribuição de pena, enquantofactores agravantes.Ao regime disciplinar dos médicos dentistas assistem todas asgarantias consagradas constitucionalmente para processosdisciplinares e sancionatórios.Existem diversas fontes de deveres deontológicos: para além doCódigoDeontológico, importamfontesdesoft lawedeliberaçõesdoConselho Deontológico e de Disciplina da OMD e ainda fontes dedireito internacional. É a todas estas fontes que temde se recorrerquando se pretende enquadrar a responsabilidade disciplinar dosmédicos dentistas.A actividade do Conselho Deontológico e de Disciplina revela asdificuldades próprias da responsabilidade médica em geral ereflecte, na prática, as alterações sofridas pelo regime jurídico aolongo do tempo.Conclui-se, então, quea responsabilidadeprofissional dosmédicosdentistas é autónoma a dois títulos: enquanto nível de respon-sabilidade, distinto da responsabilidade civil e da responsabilidadepenal e enquanto reponsabilidade própria de um só grupoprofissional.Nãoobstanteessaautonomia, o regimedisciplinardosmédicos dentistas comunica com todo o restante ordenamentojurídico, buscandoaunidadedosistema jurídico, necessária à vidaemsociedade.Nãopodedeixar deseconcluir pelanecessidadedetratamento e estudo autónomo, do ponto de vista teórico, dasmatérias da responsabilidade disciplinar dos médicos dentistas,bem como de todas as outras relativas à deontologia médico-dentária. Neste trabalho, fixam-se os enquadramentos teóricosgerais deste tipo de responsabilidade no âmbito da administração

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Desta análise resulta que adisciplina profissional émais incidentenas matérias de publicidade, dever de solidariedade, apre-sentação e assistência moral, isto é, na punição de conflitosemergentes entre, e apenas entre,médicos dentistas. A actividadedo CDD está, portanto, voltada para dentro da própria classe.Com o aumento do número de participações no âmbito dealegada má-prática, poderá esperar-se um aumento dascondenações por infracçõesnesse grupo. Em rigor, são processosde maior complexidade técnica, bem como de difícil prova pelosinteressados, justificando isso amenor eficácia da auto-regulaçãodisciplinar nesta área. A reponsabilidade disciplinar médica nãoé diferente da responsabilidade médica no âmbito penal e civil,padecendo das mesmas dificuldades na devolução de justiça apotenciais lesados. Seja como for, importa à dignificação daclasse profissional a capacidade de demonstrar auto-crítica eeficácia no exercício dos poderes disciplinares, sob pena deavocação pelo Estado dos poderes devolvidos, nesta área.Contudo, cai por terra a ideia generalizada de que existe, na auto-regulação, uma preocupação corporativa. Afinal, é mesmo entreprofissionais que ela é mais eficaz15.

ConclusõesAOrdemdosMédicosDentistas éumaassociaçãoprofissional de

Infracção Pena Frequência

Dever de Solidariedade Profissional Arquivamento 3Censura 3

Uso de nome profissional não habilitado Arquivamento 1Censura 1

Honorários inferiores aos mínimos Arquivamento 2Advertência 2

Menção de título de especialidade Advertência 1não reconhecida

Apresentação Censura 2

Assistência Moral Censura 2

Dever de Prevenir Censura 1

Termo de Prestação de Serviços Arquivamento 2

Distribuição das penas de acordo com a natureza da infracção – outras infracções.

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pública portuguesa, o seu contexto histórico, a sua dimensãonormativa e,muito especialmente, os seus pressupostos.

AgradecimentosÀOrdemdosMédicosDentistas, na pessoado seuBastonário, Dr.OrlandoMonteiro da Silva, bem como na pessoa da Directora do

Departamento Jurídico, Dra. Filipa Carvalho Marques e dacolaboradora desse Departamento, Odete Silva, pela recolha efacilitação do acesso à documentação utilizada neste estudo; aoProfessor Doutor João Aquino Marques, pelos sucessivoscontributos e orientações; ao Luís Frias, pela colaboração notratamento dos dados.

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- elementos para o estudo da vontade do paciente. 1.ª ed. Coimbra: Coimbra Editora; 2001;17. Pereira AG. O consentimento informado na relação médico-paciente – Estudo de Direito Civil. 1.ª ed. Coimbra: Coimbra Editora; 2004;18. Fidalgo S. Responsabilidade penal por negligência no exercício da medicina em equipa. 1.ª ed. Coimbra: Coimbra Editora; 2009;19. Passinhas S. O artigo 12.º do Código Deontológico da Ordem dosMédicos – Algumas Reflexões. Lex Medicinae, Revista Portuguesa de Direito da Saúde 2005; 2(3): 105-10;20. Moniz H. Legislação de Direito da Medicina. 1.ª ed. Coimbra: Coimbra Editora; 2008;21. CDD. Deliberação n.º 1: Trato com os Meios de Comunicação em Geral;22. CDD. Deliberação n.º 2: Inibições decorrentes de punição em P.D.;23. CDD. Deliberação n.º 3: Termo de Prestação de Serviços entre Médicos Dentistas e Clínicas;24. CDD. Deliberação n.º 4: Publicação das Penas Disciplinares;25. CDD.Nota interpretativa do art. 7.º do CD sobre Comércio e Mediação;26. APMD. Código Deontológico. Porto: edição de autor; 1991;27. OMD. Relatório de Actividades e Contas. Porto: edição de autor; 2001;28. OMD. Relatório de Actividades e Contas. Porto edição de autor; 2002;29. OMD. Relatório de Actividades e Contas. Porto edição de autor; 2003;30. OMD. Relatório de Actividades e Contas. Porto edição de autor; 2004;31. OMD. Relatório de Actividades e Contas. Porto edição de autor; 2005;32. OMD. Relatório de Actividades e Contas. Porto edição de autor; 2006;33. OMD. Relatório de Actividades e Contas. Porto edição de autor; 2007;34. OMD. Relatório de Actividades e Contas. Porto edição de autor; 2008;35. Lei n.º 110/91, de 29 de Agosto. Diário da República n.º 198/91 – I série. Assembleia da República. Lisboa;36. Decreto-Lei n.º 217/94, de 20 de Agosto. Diário da República n.º 192/94 – I série. Ministério da Saúde. Lisboa37. Lei n.º 82/98, de 10 de Dezembro. Diário da República n.º 284/98 – I série. Assembleia da República. Lisboa38. Lei n.º 29/99, de 12 de Maio. Diário da República n.º 110/99 – I série. Assembleia da República. Lisboa;39. Regulamento Interno n.º 2/99. Diário da República n.º 143/99 – II série. Ordem dos Médicos Dentistas. Lisboa;40. Lei n.º 44/2003, de 22 de Agosto. Diário da República n.º 193/2003 – I série. Assembleia da República. Lisboa;41. Declaração de Rectificação n.º 14/2003, de 11 de Outubro. Diário da República n.º 236/03 – I série. Assembleia da República. Lisboa42. Decreto-Lei n.º 156/2005, de 15 de Setembro. Diário da República n.º 178/2005 – I série. Ministério da Economia e Inovação. Lisboa;43. Regulamento Interno n.º 4/2006. Diário da República n.º 103/2006 – II série. Ordem dos Médicos Dentistas. Lisboa;44. Regulamento n.º 115/2007. Diário da República n.º 113/2007 – 2.ª série. Ordem dos Médicos Dentistas. Lisboa;45. Lei n.º 6/2008, de 13 de Fevereiro. Diário da República n.º 31 – I série. Assembleia da República. Lisboa.

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cadernoscientíficosNúmero 5 • Fevereiro 2010 • Trimestral

REVISTA DA ORDEM DOS MÉDICOS DENTISTAS

EM PORTUGAL

e v e n t o s c i e n t í f i c o s

Formação Contínua OMD �

Eventos acreditados pela OMD �

Eventos organizados por outras entidades �

CursoTeóricoCursoMultidisciplinar deReabilitaçãoOral20deMarçode2010 –CentrodeCongressosdosHospitaisdaUniversidade deCoimbra

Jornadas daPrimavera29 deMarço a 2 deAbril de 2010GrandeReal Santa Eulália Resort& SPAHotel –Albufeira

Curso de FimdeDia6ºCurso -Técnicas de InstrumentaçãoeObturaçãoCanalar12 deAbril de 2010 -Hotel TrypCoimbraAv. ArmandoGonsalves, lt 20 –Coimbra

Reunião Anual da Sociedade Portuguesa de OrtopediaDento-Facial (SPODF)22 a 24 deAbril de 2010 -Hotel CascaisMiragem -Cascais

XVIII Jornadas deMedicinaDentária do ISCS -Norte29 e 30 deAbril de 2010Centro deCongressos daAlfândega do Porto –Porto

Curso de FimdeDia7ºCurso -RestauraçõesAnteriores:IntegraçãoPeriodontal10 deMaio de 2010 -Hotel TurismoBragaPraceta JoãoXXI –Braga

CursodeSuporteBásicodeVida (SBV)15 deMaio de 2010 - Faculdade deMedicinaDentáriadaUniversidade de Lisboa

MóduloAvançado emOrtodontia -ReabsorçõesRadiculares naPráticaClínica15 deMaio de 2010 -Consolidar eValidar,Centro de Estudos emCiências da Saúde Lda.Av. Fontes Pereira deMelo, n.º 482 –Porto

Curso de FimdeDia8ºCurso–LesõesEndo-Periodontais17 deMaio de 2010 -HotelMiracorgo -Vila Real

IReunião Ibérica deOdontopediatria20 a 22 deMaio de 2010Fundação Engº. António deAlmeida –Porto

I Congresso Ibérico de Gerodontologia27 a 29 deMaio de 2010UniversidadeCatólica Portuguesa - Pólo da Foz –Porto

Curso de FimdeDia9ºCurso–ConceitosClínicos emReabilitaçãoOral2 de Junho de 2010Espaço FísicoOMDMadeira – Funchal

Curso de FimdeDia10ºCurso–PreparosDentários emPrótese Fixa14 de Junho de 2010–Novotel SetúbalMonte Belo - EstradaNacional 10 – Setúbal

CursodeRadiodiagnóstico eRadioprotecção18 e 19 de Junho de 2010 - Espaço FísicoOMDLisboa

CursodeSuporte ImediatodeVida (SIV)2e3de Julhode2010 -CentrodeFormaçãodaARSCentroAv. Bissaya Barreto, 52 –Coimbra

Curso de FimdeDia11º Curso - Abordagem dos Pacientes MedicamenteComprometidos13 de Setembro de 2010 -Tiara ParkAtlantic PortoAv. Boavista, 1466 - Porto

Curso de FimdeDia12ºCurso -Facetas,CoroasePontesCerâmicasdeAaZ13 de Setembro de 2010 - Espaço FísicoOMDAçoresAngra doHeroísmo– IlhaTerceira

CursodeRadiodiagnóstico eRadioprotecção17 e 18 de Setembro de 2010 - Departamento deMedicinaDentária daUniversidadeCatólica - Viseu

CursodeSuporte ImediatodeVida (SIV)24e25deSetembrode2010–CentrodeFormaçãodaARSCentro -Av. Bissaya Barreto, 52 –Coimbra

Curso de FimdeDia13ºCurso–ReabilitaçãoOral em Implantologia:ProtocoloClínicodeEleição11 deOutubro de 2010 -Hotel Villa RicaAv.5 deOutubro, nº 295 - Lisboa

XXXCongressodaSPEMD15 e 16 deOutubro de 2010FundaçãoDr. Cupertino deMiranda - Porto

XIXCongressodaOMD11 a 13 deNov. de 2010–Europarque – S.taMaria da Feira

IDEM201016 a 18deAbril de 2010–Singapura - Rep. de Singapura

BritishDentalConference&Exhibition201020 a 22deMaio de 2010 -Arena andConventionCentreLiverpool (ACCL) - Liverpool –ReinoUnido

XLVIReuniónSEPA (SociedadEspañoladePeriodoncia yOsteointegración) -20 a 22deMaiode 2010–Auditori –Palau deCongressos Girona - Espanha

AnnualMeetingEuropeanSocietyofDentalErgonomics4 e 5 de Junhode 2010 -GhentUniversityHospitalGent–Bélgica

NO ESTRANGEIRO

IADRGeneral Session&Exhibition14 a 17de Julho de 2010–Barcelona - Espanha

86thCongress of theEuropeanOrthodontic Society15 a 19 de Junho–Portorož –República da Eslovénia

2010FDIAnnualWorldDentalCongress2 a 5 de Setembrode 2010 -Centro deConvençõesdaBahia - Salvador daBahia –Brasil

15th EuropeanCongress onDentalPublicHealth9 a 11de Setembrode 2010

2ndCongress of theEuropeanSocietyofMicroscopeDentistry16 a 18de Set. 2010–RevalHotel Lietuva -Vilnius - Lituânia

SofiaDentalMeeting30de Setembro a 3 deOutubro de 2010HotelDedeman-Princess - Sofia - Bulgária

IFEA8thEndodonticWorldCongress1 a 4 deOutubro de 2010–Atenas–Grécia

ADAAnnual Session9 a 12deOutubro de 2010–Orlando–Califórnia - EUA

CongrèsADF201023 a 27Novembro -Palais desCongrès -Paris - França

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Protocolo com SPODF e SPO

Sinergias com sociedades científicas

Tudo começou com um objectivo comum. Unirforças para garantir a evolução do exercícioprofissional da medicina dentária em Portugal.Este desejo levou a OMD a apresentar, em 2009,um projecto que permitisse criar uma relaçãomais estreita e directa com as sociedadescientíficas nacionais, o qual seria formalizadonum protocolo de cooperação.Lançado o desafio, a Sociedade Portuguesa deOrtopedia Dento-Facial (SPODF) foi a primeiraorganização a aderir à iniciativa. A cerimónia deassinatura do protocolo decorreu durante oúltimo congresso da OMD.O segundo protocolo seria assinado dias depoiscom a Sociedade Portuguesa de Ortodontia(SPO).Esta iniciativa não visa apenas dinamizar associedades científicas existentes, mas procuratambém fomentar a criação e afirmação de novassociedades. Daí que a OMD tenha elaborado um“Guião de Constituição Legal” de sociedadescientíficas, disponível online emhttp://link.omd.pt/r5sociedades. �

A Sociedade Portuguesade Ortopedia Dento--Facial (SPODF) e aSociedade Portuguesade Ortodontia (SPO)assinaram protocolosde cooperação coma OMD para dinamizara produção científicanacional

Afonso Pinhão Ferreira, Luís Jardim, Orlando Monteiro da Silva, Américo Ferraz e Natália Lucas Nunes

«Este protocolo com a OMD vai facilitar a vida dos organizadoresde congressos e conferências», afirmou o presidente da SPO,

Francisco Freitas (esq.), acompanhadopelo secretário-geral da OMD, Paulo Melo.

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nacional I ordem

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nacional I ordem

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Saúde oral

DGS vai regular unidadesde saúdemóvel

A utilização de unidades móveis de saúde oral temgerado um crescente interesse por parte de váriasinstituições e associações da sociedade civil.Por isso, a Direcção-Geral da Saúde (DGS) decidiucriar um grupo de trabalho que vai definir osrequisitos necessários ao funcionamento dasunidades de saúde móveis, dada a inexistência denormas e de legislação sobre este assunto.A OMD terá um representante no grupo detrabalho que definirá os requisitos necessários aofuncionamento de unidades móveis de saúde oral,promoção e protecção da saúde oral.As conclusões deste trabalho serão utilizadas naelaboração de uma circular normativa e,eventualmente, criação de legislação específica,avança a DGS. �

Em parceria com a OMD, a Faculdade de CiênciasEconómicas e Empresariais da Universidade Cató-lica Portuguesa (FCEE-Católica) lança em 2010 oPrograma Avançado de Gestão para MédicosDentistas (PAGED).O PAGED tem como principais benefícios pro-mover a aquisição e reforço das competências degestão em médicos dentistas que já têm umconjunto alargado de responsabilidades de gestãonas suas clínicas ou emclínicas nas quais trabalham.Neste sentido, oPAGEDtemcomoobjectivos dotaros participantes de formação em:• áreas funcionais clássicas da gestão - a conta-bilidade, o marketing, os recursos humanos, etc;• áreas mais específicas como ético-jurídicas efinanças pessoais, particularmente necessárias auma profissão com forte cariz liberal;• áreas integradoras de estratégia e empreende-dorismo, com partilha de casos, e uso de

instrumentos como o “balanced scorecard” com ointuito de servirem de alavanca de melhoria nasorganizações a que pertecem;• para além da formação em sala, através do uso deinstrumentos de auto-análise disponibilizados, oPAGEDpermitirá uma auto-consultoria domédicodentista à sua clínica ou à clínica onde trabalha;• a avaliação do curso reflete o seu cariz prático edirigido aos desafios reais de cada participante,através deummodelode avaliaçãode competênciasmais do que conhecimentos teóricos.O objectivo global é equipar os participantes comos conceitos e as ferramentas necessários para assu-miremumpapel de liderançanasorganizaçõesondetrabalham e obterem melhor performance nas suasclínicas dentárias pessoais.Não deixe de conhecer melhor o PAGED,descarregando a brochura disponível emhttp://link.omd.pt/r5paged. �

Formação

Programa avançado de gestãopara médicos dentistas

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nacional I ordem

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A OMD promove e defende a actualização doperfil funcional do médico dentista, comoprofissional autónomo e independente, atendendoainda à sua função de prestador central decuidados de saúde oral, quando integrado emequipa multidisciplinar.Colocada a questão da prática de sedaçãoconsciente com protóxido de azoto, naespecificação de competências do médicodentista, faz-se saber que:• Não está em análise o acto de anestesia local oua prescrição de analgésicos, que sãoindiscutivelmente necessários e implicados nostratamentos médico dentários e cuja qualificaçãoestá indiscutivelmente compreendida na formaçãode base do médico dentista;• Do mesmo modo, não está em questão aadmissibilidade de frequentar, ou não, cursosneste ou noutro âmbito, dado que a qualquerpessoa assiste o direito de atender às formaçõesnas quais tenha interesse, sendo certo que oexercício de uma competência adquirida por essavia, e nos termos em que o seja, apenas serárealizado e suportado sob o titulo de “médicodentista”, se e quando, integrar o conceito de actopróprio de medicina dentária de acordo com oâmbito funcional da medicina dentária;• A definição funcional da medicina dentária noâmbito do “ estudo, a prevenção, o diagnóstico e otratamento das anomalias e doenças dos dentes,boca, maxilares e estruturas anexas “ consta nodireito comunitário, do texto da directiva deQualificações e no direito nacional, do Estatuto daOrdem dos Médicos Dentistas.• A OMD perspectiva a prática da sedaçãoconsciente (via protóxido de azoto) como umaimportante componente do saber, que o médicodentista deve deter, contribuindo para a qualidadeda realização de certos tratamentos dentários,promovendo o seu sucesso e visando o ambienteclínico de segurança e de bem-estar, quer nocomportamento do doente, quer nas condições detrabalho do profissional;• Este entendimento segue também na senda daresolução, adoptada por unanimidade, na reuniãoplenária do Council of European Dentists, em 20

Sedação conscientecom protóxido de azoto

Maio de 2009, versando as “competênciasnecessárias para o exercício de medicina dentáriana União Europeia”, que inclui no sector da “Efectivação e Manutenção da Saúde Oral eTerapia” (v. Campo de Competências IV) asanestesias e sedação;• É, assim, necessário asseverar, que ostratamentos, as metodologias ou as intervenções,de sua natureza complexa, inovadora e/ouarriscada, apenas devem ser praticados por quemtenha formação especifica para tal, nuncadescurando a importância de cobrir o risco daactividade realizada mediante a celebração de umcontrato de seguro adequado ao efeito.

Em consequência:• A OMD constituiu um grupo de trabalhoaplicado ao estudo e à regulamentação da sedaçãoconsciente no âmbito do perfil do médico dentista,do qual resultou, em Dezembro passado, aapresentação de conclusões oficiais em formato dedocumento interno de ponderação;• Consubstancia-se, a motivação de raíz que visa asnecessidades do diagnóstico e do tratamento nascondições mais adequadas, correctas,tecnicamente competentes e, sobretudo, seguras;• Donde, a OMD iniciará o processo de criaçãonormativa que regulamenta esta prática pelosmembros da classe, a fim de definir condições deacesso, opções de metodologia, consentimentoinformado e, como não podia deixar de ser, asnecessidades de formação especifica para omédico dentista, de modo a que este seja capaz deplanear e demonstrar competência adequada àsnecessidades do doente na prática de sedação.• Neste sentido vêm sendo tambémacompanhados os decisores ao nível daregulamentação governamental caminhando naconsolidação deste projecto.Compreendemos esta acção como um avançopara o médico dentista, para que não limite odesenvolvimento da sua formação de base ou daformação contínua em medicina dentária “ com oobjectivo final de melhorar a saúde oral daspopulações de forma social e culturalmenteresponsável e tecnicamente competente”. �

A OMD perspectiva aprática da sedação

consciente, viaprotóxido de azoto,

como uma importantecomponente do saber,que o Médico Dentista

deve deter,contribuindo para

a qualidadeda realização

de certos tratamentosdentários

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Emailactualizado

Milhares de médicos dentistas já recebem semanalmente asinformações da Ordem por correio electrónico. Umaminoria de associados, porém, ainda não disponibilizou orespectivo endereço electrónico.Se está entre este último grupo, apenas tem de enviar umamensagem para [email protected] indicando o seu númerode cédula profissional e endereço de correio electrónico. Omesmo procedimento aplica-se a quem pretender actualizaro endereço onde recebe actualmente as mensagens da OMD.O uso de correio electrónico permite à Ordem comunicarmelhor e com mais rapidez entre todos os seus associados,conseguindo uma significativa redução de custos. Contribuaenviando, desde já, todos os seus dados actualizados. �

São as mesmas instalações, mas endereço postal mudou.Oendereçodas instalações daOMDnaMadeira foi actualizadoem função de recentes alterações de toponímia realizadas pelaCâmara Municipal do Funchal. A esta alteração junta-se aconclusão da requalificação à envolvente das instalaçõesOMD,que permitiu valorizar significativamente o patrimónioimobiliário da instituição.Amorada correcta passa a ser:ConjuntoHabitacional doAmparoAvenida doAmparo nº 1479000-783 FunchalE-mail: [email protected]

OMD Madeira

Novo endereço

nacional I ordem

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nacional I notícias

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Mário BarbosaO médico dentistaMário Barbosa (cédulaprofissional nº 1032),defendeu a tese de dou-toramento intitulada“Bacteriemias secunda-rias a la práctica deexodoncias. Influenciade la modalidad anesté-

sica y eficacia de la profilaxis con clorhexidina”no dia 4 de Dezembro de 2009, na Faculdade deMedicina e Estomatologia da Universidade deSantiago de Compostela, em Espanha, obtendoa classificação final de “Sobresaliente cumlaude”. �

«Estética e Articuladores nas ReabilitaçõesOrais» é o título do livro lançado em Novembropela médica dentista Vanda Urzal, licenciada em1988 pela Faculdade de Medicina Dentária daUniversidade do Porto. A obra divide-se em trêscapítulos: Estética, Cor e Articuladores (comuma introdução aos princípios da Oclusão).Aborda a estética e a função, interligadas através

Mais de uma centenade profissionais

ligados à medicinadentária participaramna sessão de apresen-

tação do livro

Estética eArticuladoresnas Reabilitações Orais

Vanda Urzal, autora do livro

Márcia CostaAmédicadentistaMárciaCosta (cédulaprofissionalnº 1306), docente de En-dodontia no ISCS-Norte,defendeu a tesededouto-ramento intitulada.“Adaptacióna las paredesde los conductos radicu-lares de tres sistema en-

dodóncicos de obturación/Adaptação de trêssistemas endodónticos de obturação às paredes doscanais radiculares” no dia 29 de Outubro de 2009,no Departamento de Estomatologia da Universi-dadedeGranada, emEspanha, obtendo a classifica-ção final de “Sobresaliente cum laude”. �

ProvasAcadémicasComunique as suasprovas académicas

para [email protected]

dos articuladores, aliando a sensibilidadeartística às concepções científicas, sempre naperspectiva das suas ligações à prática clínica.Na sessão de apresentação do livro estiverampresentes mais de uma centena de profissionaisligados à medicina dentária, nomeadamente obastonário da Ordem e diversos dirigentes deinstituições universitárias. �

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internacional I europa

omd I Fevereiro 201026

Novas resoluçõesdo Council of EuropeanDentists

Os dirigentes europeus da medicina dentáriaaprovaram duas novas resoluções para a profissãodurante a última Assembleia Geral do Council ofEuropean Dentists (CED), que decorreu emNovembro em Bruxelas.A saber, as resoluções “Amálgama Dentária“ e“Delegação SIM, Substituição NÃO - o médicodentista é o principal interlocutor em todos osassuntos relacionados com a saúde oral“ foramtraduzidas para português e são publicadas nestaedição.Durante a Assembleia, foi também revista aresolução “Código de Controlo da Infecção”,aprovada originalmente em Maio de 2009. Estaresolução, assim como outras emanadas do CED,estão disponíveis no site da OMD emhttp://link.omd.pt/r5ced.

CED elege novo presidenteO austríaco Wolfgang Doneus sucede napresidência do CED a Orlando Monteiro da Silva,bastonário da OMD, que exercia aquelas funçõesdesde 2006.O CED representa mais de 300 mil médicosdentistas de 32 ordens ou associações profissionaisde medicina dentária provenientes de 30 paíseseuropeus.

Amálgama dentáriaConsiderações sobre saúdeA World Dental Federation (FDI) defende asegurança e a importância da continuação dautilização da amálgama (Consensus Statement,1997); bem como o relatório de 1998 do grupo detrabalho ad hoc sobre amálgama dentáriamandatado pela Comissão Europeia. A eficácia e asegurança da amálgama dentária na restauração dedentes cariados tem sido demonstrada através doseu uso desde há muitos anos. Décadas deinvestigação não conseguiram mostrar qualquerrisco significativo causado pela amálgama dentáriaquer para os doentes, para os profissionais demedicina dentária ou para o público.O CED acolheu com agrado a adopção, em Maiode 2008 e após consulta pública, do relatório doComité Científico da UE sobre “Segurança daamálgama e materiais de restauração alternativos”.Os relatórios confirmaram a posição do CEDrelativamente à amálgama dentária e às suasalternativas concluindo que “a saúde dentária podeser adequadamente garantida com ambos os tiposde materiais. Todos os materiais são consideradosde utilização segura e todos estão associados a taxasmuito baixas de efeitos secundários locais semevidência de doença sistémica”.

Considerações ambientaisO CED acolheu também com agrado a adopção,em Novembro de 2007, do relatório do ComitéCientífico da UE sobre “Risco ambiental e efeitosindirectos na saúde decorrentes do mercúriopresente na amálgama dentária” e notou tambémque o relatório afirmava que “a informação pre-sentemente disponível nãopermite avaliar de formaconcreta os riscos ambientais e os efeitos indirectosna saúde decorrentes do uso de amálgama dentárianos Estados-membros da UE 25/27”.A profissão de medicina dentária encara comseriedade o impacto ambiental das actividades dosseusmembros e salienta que a profissão temodeverde trabalhar dentro do enquadramento legal queregula os produtos que contêm mercúrio. O CEDsolicita aos Estados-membros que assegurema total

Wolfgang Doneus, presidente do CED

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internacional I europa

omd I Fevereiro 201027

implementaçãoecumprimentosdas leisdaUEsobreresíduos e apoia inteiramente a fiscalizaçãocorrespondente. Na maioria dos Estados-membrosutilizam-se separadores de amálgama e em alguns asua utilização é obrigatória. Os separadores deamálgama são uma forma eficaz de reduzir osresíduos prejudiciais e de remover mais 95% dosresíduosexistentesnosistemade filtraçãodaunidadedentária resultando num total de 99% de resíduoscapturados, prevenindo assim que os resíduos daamálgama entrem no sistema de desperdícios.O CED incentiva ainda as associações dentáriasnacionais a divulgarem as melhores práticas sobregestão de resíduos e a apoiar os seus membrosrelativamente ao cumprimento dos deveres paracom a gestão de resíduos.

Uso da amálgamaO consenso global da profissão de medicinadentária é que a amálgama deve continuar a fazerparte do arsenal do médico dentista no sentido demelhor responder às necessidades dos doentes. Éimportante que os doentes não sejam privados daliberdade de escolha relativamente à forma detratamento.A amálgama dentária continua a ser o materialrestauradormais indicadoparamuitas restauraçõesdevido à facilidade de utilização, durabilidade erelação custo-eficácia. Os médicos dentistas estãomelhor preparados para identificar as necessidadesde saúde oral dos doentes. Restrições ao uso daamálgama prejudicariam a estabilidade financeirados sistemas de saúde e teriam também impacto nacapacidade individual dos doentes emcustearemostratamentos dentários.

Importância da prevençãoTodas as intervenções médicas acarretam algumrisco. O CED salienta a importância de promoverprogramas nacionais de promoção da prevençãopara a saúde oral de forma de reduzir estasintervenções.

Delegação Sim– Substituição Não(Omédico dentista é o principal interlocutor emtodosos assuntos relacionados comasaúdeoral)

Áreas gerais de responsabilidadeA medicina dentária é um ramo da medicinaaltamente complexo e exigente que abrange aprevenção, o diagnóstico e o tratamentodedoenças

dos tecidos duros e moles da boca e do maxilar,malformações e lesões dos dentes, cavidade oral emaxilares, bem como a substituição de dentes emfalta e o restabelecimento de uma saúde oralfuncional.Estes tratamentos exigemconhecimentosmédicos ecientíficos complexos, que fazem parte da formaçãouniversitáriadosmédicosdentistas.Adirectiva sobreo reconhecimento das qualificações profissionaisexige pelo menos cinco anos de educaçãouniversitária antes de ser permitido a um dentistaexercer a sua profissão independentemente.Assim sendo, é da exclusiva responsabilidade domédico dentista a investigação, informação dodoente, diagnóstico, planeamento e realização dostratamentos terapêuticos para doenças dos dentes,boca e maxilares.Contudo, o CED reconhece que pode existir adelegação de tarefas não médicas para profissionaisnão médicos devidamente qualificados. Em paísesonde adelegaçãode tarefas é legalmente autorizada,esta deve ocorrer sob a supervisão de um médicodentista.

Assim, o CED:• Confirma que o médico dentista é o líder daequipa com um papel exclusivo no diagnóstico eplaneamento do tratamento• Opõe-se a qualquer tratamento efectuado deforma autónoma e independente por não médicosdentistas, na ausência de supervisão de um médicodentista qualificado• Avisa as autoridades competentes de cada paíssobre as consequências potencialmente prejudiciaispara a saúde da população, caso sejaatribuído a nãomédicos dentistas o direito a tratar doentes deforma independente.•Opõe-se a qualquer tipo de formação, licenciaturaou pós graduação, que atribua a não médicosdentistas o estatuto de prestadores parciais deserviços dentários, com o direito a exercer algumasáreas damedicina dentária de forma independente.

Relação de trabalhoNo intuito de prestar os melhores cuidados desaúde oral possíveis, o tratamento dentário requernormalmente a colaboração entre médico dentistae assistentes devidamente qualificados. O médicodentista deve procurar esforçar-se para desenvolvere manter a melhor relação de trabalho possível.Esta colaboração é uma característica abso-lutamente vital do exercício diário. Quando existedelegação de serviços médico-dentários, devem

O Councilof European Dentists,reconhece que podeexistir a delegaçãode tarefas não médicaspara profissionaisnão médicosdevidamentequalificados.

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internacional I europa

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aplicar-se os seguintes princípios:

• A tarefa delegada não deverá exigir umenvolvimento pessoal intenso/próximodo médico dentista e deverá ser realizadana clínica dentária.

• Os não médicos dentistas deverão ser objectivae subjectivamente qualificados para realizara tarefa em questão.

• O médico dentista deverá disponibilizaras instruções relativas à tarefa que pretendever cumprida (direcções)

• O médico dentista deverá supervisionare monitorizar a execução da tarefa (supervisão)

• O doente deverá estar informado sobrea delegação do serviço

• O médico dentista deve ser pessoalmentee legalmente responsável pelo serviço delegado,como se o serviço fosse por si prestado(responsabilidade)

Todo o que foi referido acima deve estar emconformidade com a legislação individual dosEstados-membros da UE. �

A 14.ª edição do Young Dentist Conference, um doseventos mais importantes para médicos dentistasem início de carreira, decorreu a 13 de Fevereiro, noRoyal College of Physicians, em Londres.Organizado pela Dental Protection, pela BritishDental Association e pelo British Dental Journal, oevento contou com a participação do médicodentista português Tiago Pires Frazão, emrepresentação da Ordem dos Médicos Dentistas, aoabrigo da política de busca de meios dedesenvolvimento e apoio aos jovens médicosdentistas.O programa abordou vários assuntos com impactojunto dos jovens médicos dentistas, fornecendo

Conferência para jovens médicos dentistas

Exemplos de empreendedorismoideias e dicas práticas para o seu dia-a-dia. Osoradores foram essencialmente jovens médicosdentistas com experiência directa nos assuntos comque se deparam os jovens em início de carreira.Como complemento, a sessão combinou, em cadatema discutido, um painel de profissionais maisexperientes, sempre aptos a fornecer uma visão eabordagem diferentes sobre as questões que iamsendo levantadas pela audiência ao longo daconferência.Na edição deste ano, os oradores incluíram JamesRussell, um médico dentista da áreaestética, participante do programa do Canal 4 doReino Unido «Embarrasing Bodies» e KaileshSolanki, um experiente médico dentista estéticoe proprietário de uma clínica. Ambos discutiram asimplicações éticas dos tratamentos dentários porrazões puramente estéticas como, por exemplo, osbranqueamentosdentários e as facetas emcerâmica.Avencedoradoprémio«AsianProfessionalBusinessWoman of the Year 2009», Sunita Verma, encantoua audiência ao explicar como construiu edesenvolveu a sua clínica dentária de sucesso emLondres - a “Sparkle Dental”. Ofereceu tambémconselhos aos jovens médicos dentistas em comoencontraronichocertodentrodo saturadomercadoda medicina dentária privada.«Este evento constituí, por certo, uma referência naorganização futura e desenvolvimento de parceriaspara eventosdedicados aos jovensmédicosdentistasemPortugal», avançouomédicodentistaTiagoPiresFrazão. �

Tiago Pires Frazãocom Sarah Garry, da

organização do YoungDentists Conference

2010

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internacional I europa

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Estas são algumas das conclusões do estudoEurobarómetro dedicado à saúde oral doseuropeus. O inquérito foi realizado em Outubro de2009 nos 27 Estados-membros da UE e em trêspaíses candidatos à adesão. Está estruturado em trêscategorias: o estado geral da saúde oral doseuropeus, hábitos alimentares e consultas dediagnóstico e tratamentos dentários.

O estado da saúde oralA vasta maioria dos europeus dizem que nãosentem quaisquer limitações funcionais oudesconforto causados pelos seus dentes. Noentanto, apenas 14 por cento dos europeus dizemque têm todos os dentes naturais.Aproximadamente 15 por cento enfrentaramdificuldades, nos últimos 12 meses, a mastigar,morder ou ingerir alimentos devido a problemasdentários. No mesmo período, 16 por centosentiram dor com origem dentária, gengivas

Eurobarómetro sobre saúde oral

Europa amuitas velocidadesdolorosas ou aftas. Cerca de sete por centosentiram-se desconfortáveis com a aparência dosseus dentes ou dentaduras.

Consultas de diagnósticoe tratamento dentáriosO estudo revelou que 57 por cento dos europeusconsultaram um médico dentista (para tratamentode dentes, gengivas ou acerto de prótesesdentárias) há menos de um ano atrás. A níveleuropeu, apenas 2 por cento nunca consultaramum médico dentista.A maioria dos europeus (88 por cento) afirmaramque teriamummédico dentista disponível amenos30 minutos de casa ou trabalho, caso necessário.Metade dos inquiridos revelaram que a última vezque visitaram um médico dentista foi para umaconsulta de diagnóstico, exame ou destartarização.Um terço foram ao médico dentista paratratamentos de rotina e quase um em cinco forampara tratamentos de urgência.As três principais razões para não irem ao médicodentista nos últimos dois anos foram: os problemasdentários não foram percepcionados comosuficientemente graves (33 por cento), a populaçãodesdentada ou com prótese total entende nãonecessitar de acompanhamento médico-dentário eo elevado custo das consultas de diagnóstico etratamento (15 por cento). Apenas 10 por cento dasrespostas disseram que a principal razão foi recearou não gostar do médico dentista.

Hábitos alimentaresQuase um quinto dos inquiridos consomerefrigerantes «frequentemente» ou come biscoitose bolos. No entanto, apenas uma minoria dosinquiridos afirmaram que ingerem regularmenterebuçados e mascam pastilha elástica.Os portugueses são quem mais come fruta frescana EU, com 71 por cento a responderem que aconsomem frequentemente, acima dos 62 porcento da média europeia. Os austríacos estão emúltimo lugar, com 43 por cento de respostaspositivas.Para conhecer melhor o estado da saúde oral naEuropa, consulte o relatório completo do Eurostate o «Manual of Dental Practice» do Council ofDental Dentists em http://link.omd.pt/r5soeu. �

Os holandeses sãoos europeus que mais

visitaram o médicodentista, cerca de 63por cento, no último

ano. A média daUnião Europeia (UE)situa-se nos 57 porcento. Em Portugal

esta frequência descepara menos

de metade, cercade 46 por cento.

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internacional I global

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ADA 2010

Congresso proporcionaformação e lazer

O bastonário da OMD, Orlando Monteiro da Silva,foi nomeado para o grupo de trabalho da FederaçãoDentária Internacional (FDI) sobre amálgamadentária.A FDI mandatou esta equipa para garantir que acomunidade dentária internacional e os assuntosrelativos à amálgama dentária estarão devidamente

Escolha entre mais de 200 cursos de formaçãocontínua que incorporam os avanços mais recentesem investigaçãoepráticamédica-dentária, gestãodeconsultórios, tecnologias e atendimento apacientes.Pode participar em palestras, workshops, cursos denível avançado e diversas actividades com pacientesao vivo.O congresso permite-lhe também conhecer osúltimos lançamentos e serviços para a medicinadentáriana exposição comercialWorldMarketplace

Evento científico efeira comercial que

decorrem entre 9 e 12de Outubro na cidadede Orlando, na Florida

Bastonário em grupo internacionalsobre amálgama dentária

representados nas discussões das Nações Unidassobre o mercúrio e sempre baseadas nos melhoresestudos científicos existentes.“A FDI assume com seriedade o seu papelrelativamente ao mercúrio e amálgama dentária,tanto em termos de saúde humana como deprotecção do ambiente”, resume a FDI. �

Exhibition.Num único local, pode entrar em contacto comoutros profissionais da área e da indústria dos EUAe de todo o mundo. Representantes de mais de 80países participam no congresso da ADA.Aproveite ainda as incríveis atracções de Orlando,Florida. Do resorte Walt DisneyWorld ao UniversalStudios Florida, a cidade oferece atractivos paratodos os gostos. Mais informações emhttp://link.omd.pt/r5ada. �

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A“desumanização”domédico dentistaCitando um mui nobre Prof. Doutor numa célebreaula no 3º ano da faculdade: “Meninos, há quinzeanos atrás era a idade do ouro, há sete anos atrásera a idade da prata, hoje é a idade da lata!”. Pois é,o médico dentista e a medicina dentária têm tidoum decréscimo de valor ao longo das últimas duasdécadas, passando de metal precioso a uma meraliga metálica daquelas que se fundem e sereutilizam muitas e muitas vezes.Infelizmente com o número exagerado de alunosque saem para o mercado de trabalho (fruto deuma classe política acéfala e gananciosa), tem-severificado a instalação de uma concorrência deslealentre consultórios, traduzida por uma descidaescandalosa e descontrolada dos preços de tabela epor uma “prostituição” dos médicos dentistas, queao venderem os seus serviços a preços baixos estãoa condenar o sucesso, a sua mão e o gosto e amorà arte da profissão.Não se deve nunca esquecer o médico dentista quesendo médico tem a obrigação de perante opúblico em geral (entenda-se DOENTES) prestar omelhor serviço de acordo com o que estáestipulado ética e cientificamente, indepen-dentemente de tratar doentes particulares, ADSE,Multicare, AdvanceCare, etc etc etc… A perguntapõe-se: será que um médico dentista que quervingar no mercado consegue produzir um trabalhode qualidade a trabalhar com tabelas baixíssimas,com rendimento de 20 % (sujeito a retenção!), arecibos verdes, sem direitos a férias ou qualquertipo de subsídio, e sujeito a horários de trabalhomesmo que não tenha doentes marcados?Existe uma desumanização do médico dentista emPortugal, traduzida por uma má relação médico-doente, e mais grave ainda, por uma péssimarelação ética, moral e social entre os profissionais.A falta de evolução clínica e o “corte de pernas”constante que é feito aos trabalhos maisdiferenciados como implantes e prótese fixa, sóleva a crer que a única maneira de vingar nomercado é nascer filho de pai dentista ou ser-seesguio, moldável e maleável ao sistema.Pior será quando de futuro se verificar a “rendição”ao sistema, deixando os talentosos profissionais (eexcelentes alunos) de fazer escultura na

restauração, comprimentos de trabalho na endo,ou adaptações da linha de terminação na prótesefixa, só porque o doente é ADSE ou porque apercentagem é tão baixa que o trabalho não vale oesforço. Triste não é?Obrigado legislação, faculdades e seguros baixos(de baixo nível) por nos terem conduzido a estasituação. Contudo tenho esperança de mudança.Acredito que talvez com um pouco de boa vontadetodos nós conseguiremos combater o mau rumoda medicina dentária em Portugal, fazendo-a voltara uma estrada com um bom sentido e com um pisoem condições. �

Diogo RessurreiçãoMédico Dentista

geral I opinião

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parcerias I omd

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ISORAD

Formaçãoe serviçosde protecçãoradiológicaA recente renovação do protocolo da OMD com aIsorad, empresa de serviços de consultoria em físicamédica, assegura que os médicos dentistascontinuarãoabeneficiardepreçosmais competitivosface aos restantes praticados no mercado.No âmbito deste protocolo, e tendo comoenquadramento o decreto-lei 180/2002, queestabelece a obrigatoriedade de formação específicana área de protecção contra radiações para osprofissionais envolvidos em exposições radiológicasmédicas, serão realizadas três acções de formaçãosobre “Radiodiagnóstico e Radioprotecção” para osmédicos dentistas e seus colaboradores.A primeira decorre em Braga, a 19 e 20 de Março.Segue-se Lisboa a 18 e 19 de Junho. Viseu recebe oterceiro curso a 17 e 18 de Setembro.Estabelecido inicialmenteem2006,oprotocoloentrea OMD e Isorad abrange os associados da OMD, asclínicas e consultórios dentários privados, emqualquer ponto do território nacionalAlém de procurar reforçar os conhecimentos emprotecção radiológica atravésdeacçõesde formação,pretende-se ainda dotar as clínicas e consultóriosdentários de programas da qualidade para os seusequipamentos radiológicos.Isto leva à redução do número de falhas econsequente aumento da eficiência dos equi-pamentos e optimização dos custos operacionais.Assegura-se também a redução das doses deradiação usadas em radiologia dentária aoestritamente necessário para a obtenção de examesradiológicos válidos. �

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