DESAPROPRIAÇÃO

É O PROCEDIMENTO DE DIREITO PÚBLICO PELO QUAL O PODER PÚBLICO TRANSFERE PARA SI A PROPRIEDADE DE TERCEIRO, POR RAZÕES DE UTILIDADE

PÚBLICA OU DE INTERESSE SOCIAL, NORMALMENTE MEDIANTE O PAGAMENTO DE INDENIZAÇÃO.

NATUREZA JURÍDICA- PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO E, QUASE SEMPRE, TAMBÉM JUDICIAL.

FONTES NORMATIVAS E ESPÉCIES Art. 5º, XXIV DA CF/88 DESAPROPRIAÇÃO COMUM

LEIS REGULADORAS: DECRETO-LEI Nº 3.365, de 21.06.1941-DESAPROPRIAÇÃO POR UTILIDADE PÚBLICA

POR INTERESSE SOCIALLEI Nº 4.132, de 10.09.1961- Art. 182, § 4º, III da CF

DESAPROPRIAÇÃO URBANÍSTICA SANCIONATÓRIA Arts. 184 e 185 da CF DESAPROPRIAÇÃO RURAL

SE COMPLETA COM A LEI Nº 8.629, de 25.2.1993; LEI COMPLEMENTAR Nº 76 de 6.7.1993 Art. 243 DA CF

DESAPROPRIAÇÃO CONFISCO (PROCESSO ADOTADO PARA ESSA ESPÉCIE DE DESAPROPRIAÇÃO ESTÁ DISCIPLINADO PELA LEI Nº 8.257, de 26.11.1991

 

PRESSUPOSTOS 

UTILIDADE PÚBLICA 

OCORRE, QUANDO A TRANSFERÊNCIA DO BEM SE AFIGURA CONVENIENTEMENTE PARA A ADMINISTRAÇÃO.

ART. 5º DO DECRETO-LEI 3.365/41 

NECESSIDADE PÚBLICA 

É AQUELA QUE DECORRE DE SITUAÇÕES DE EMERGÊNCIA, CUJA SOLUÇÃO EXIJA A DESAPROPRIAÇÃO DO BEM.

 INTERESSE SOCIAL

 CONSISTE NAQUELAS HIPÓTESES EM QUE MAIS SE REALÇA A FUNÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADE. O PODER PÚBLICO, NESSES CASOS, TEM PREPONMDERANTEMENTE O OBJETIVO DE NEUTRALIZAR DE ALGUMA FORMA AS DESIGUALDADES COLETIVAS

COMPETENTE PARA LEGISLAR PRIVATIVA DA UNIÃO- ART. 22, II, DA CF

PARÁGRAFO ÚNICO- ADMITIU LEI COMPLEMENTAR AUTORIZANDO O ESTADO A LEGISLAR

COMPETÊNCIA DECLARATÓRIA 

CONCORRENTE: UNIÃO, ESTADOS, MUNICÍPIOS E DF. Art. 2º DO DECRETO-LEI 3.365/41 

ALÉM DISTO, EXCEPCIONALMENTE, IGUAL PODER, TENDO EM VISTA OBJETIVOS RODOVIÁRIOS, RECEBEU

O DNIT (DEPARTAMENTO NACIONAL DE INFRA-ESTRUTURA DE TRANSPORTES), CUJA NATUREZA JURÍDICA É A DE AUTARQUIA ADMINISTRATIVA; (ART. 82, IX, LEI 10.233 DE 05 DE JUNHO DE 2001)

 

IDÊNTICA COMPETÊNCIA FOI CONFERIDA À ANEEL- AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA, TAMBÉM AUTARQUIA FEDERAL, DESAPROPRIAR ÁREAS PARA A INSTALÇAÃO DE CONCESSIONÁRIOS E

PERMISSIONÁRIOS DE ENERGIA ELÉTRICA. (ART. 10, LEI 9.074 DE 07 DE JULHO DE 1995 COM REDAÇÃO DA LEI 9.648 DE 27 DE MAIO DE 1998)

 

MUNICÍPIOS PARA DECLARAR A UTILIDADE PÚBLICA DE IMÓVEL PARA FINS URBANÍSTICOS (ART. 30, I- INTERESSE LOCAL; e VIII- ORDENAMENTO DO SOLO; 182, caput- POLÍTICA DE

DESENVOLVIMENTO URBANO; §3º DA CF. 

COMPETÊNCIA EXECUTÓRIA 

PARA PROVIDENCIAR TODAS AS MEDIDAS E EXERCER TODAS AS ATIVIDADES QUE VENHAM A CONDUZIR À EFETIVA TRANSFERÊNCIA DA PROPRIEDADE. 

VAI DESDE AS NEGOCIAÇÕES COM O PROPRIETÁRIO ATÉ A FISCALIZAÇÃO DO PROCESSO JUDICIAL EXPROPRIATÓRIO, PASSANDO PELO PRÓPRIO

AJUIZAMENTO DA RESPECTIVA AÇÃO.

COMPETÊNCIA INCONDICIONADA UNIÃO, ESTADOS, DF E OS MUNICÍPIOS.

ESTÃO LIVRES PARA A PROPOSITURA DA AÇÃO EXPROPRIATÓRIA

COMPETÊNCIA CONDICIONADA AUTARQUIAS Art. 3º DO DECRETO-LEI 3.365 E AS PESSOAS QUE EXERCEM

FUNÇÕES DELEGADAS DO PODER PÚBLICO, VISTO QUE SÓ PODEM PROPOR A AÇÃO SE ESTIVEREM EXPRESSAMENTE AUTORIZDAS EM LEI OU

CONTRATO (Art. 2º, § 3º da LEI GERAL: 8.987/95)

OBJETOPODE SER OBJETO DE DESAPROPRIAÇÃO TUDO AQUILO QUE SEJA OBJETO DE PROPRIEDADE.

CONTUDO, NÃO SÃO DESAPROPRIÁVEIS DIREITOS PERSONALÍSSIMOS, TAIS O DE LIBERDADE, O DIREITO À HONRA, CIDADANIA; AS PESSOAS FÍSICAS OU JURÍDICAS, PORQUE SÃO SUJEITOS, E NÃO OBJETO DE DIREITO.

TAMBÉM NÃO SE DESAPROPRIA O DINHEIRO, MOEDA CORRENTE DO PAÍS, POR SER ESTE O PRÓPRIO MEIO DE PAGAMENTO DO BEM EXPROPRIADO. TODAVIA, DINHEIRO ESTRANGEIRO OU MOEDAS RARAS PODEM SER

DESAPROPRIADOS.

BENS PÚBLICOS PODEM SER DESAPROPRIADOS, NAS SEGUINTES CONDIÇÕES E FORMA: UNIÃO

   

ESTADOS , MUNICÍPIOS ESTADOS

   

MUNICÍPIOSJÁ, AS RECÍPROCAS NÃO SÃO VERDADEIRAS. SOBREMAIS, HÁ NECESSIDADE DE AUTORIZAÇÃO LEGISLATIVA DO

PODER EXPROPRIANTE PARA QUE REALIZEM TAIS DESAPROPRIAÇÕES.MUNICÍPIOS NÃO PODEM DESAPROPRIAR BENS DAS AUTARQUIAS FEDERAIS E DOS ESTADOS E ESTES NÃO

DESAPROPRIAM BENS DAS AUTARQUIAS DA UNIÃO, POIS NÃO TERIA SENTIDO QUE TAIS ENTIDADES ADMINISTRATIVAS, TENDO SIDO CRIADAS COMO PESSOAS PÚBLICAS, HAVIDAS COMO MEIO EFICIENTE DE

REALIZAÇÃO DE PROPÓSITOS DESTA ORDEM, FICASSEM AO DESABRIGO DA NORMA PROTETORA.MUNICÍPIOS, DF, TERRITÓRIOS E ESTADOS NÃO PODEM SEM PRÉVIA AUTORIZAÇÃO, EXPEDIDA POR DECRETO DO

PRESIDENTE DA REPÚBLICA EXPROPRIAR AÇÕES, COTAS E DIREITOS REPRESENTATIVOS DO CAPITAL DE INSTITUIÇÕES E EMPRESAS CUJO FUNCIONAMENTO DEPENDA DE AUTORIZAÇÃO DO GOVERNO FEDERAL E SE

SUBORDINE À SUA FISCALIZAÇÃO

UM ESTADO NÃO PODE DESAPROPRIAR BENS DE OUTROS ESTADOS, NEM PODEM OS MUNICÍPIOS DESAPROPRIAR BENS DE OUTROS MUNICÍPIOS, AINDA QUE LOCALIZADOS EM SUA DIMENSÃO TERRITORIAL. NEM O PRÓPRIO

ESTADO PODE DESAPROPRIAR BEM DE MUNICÍPIO SITUADO EM ESTADO DIVERSO

BENS PARTICULARES TOMBADOS

TOMBAMENTO É ATO ADMINSITRATIVO DE CARÁTER RESTRITIVO, QUE TEM FUNDAMENTO CONSTITUCIONAL, E VISA AO ATENDIMENTO DO INTERESSE PÚBLICO RETRATADO

PELA NECESSIDADE DE TUTELA DO PATRIMÔNIO CULTURAL BRASILEIRO (ART. 215 e 216 DA CF)

ABREM-SE DUAS HIPÓTESES:

SE O TOMBAMENTO PROVÉM DE ENTIDADE FEDERATIVA MENOR SERÁ POSSÍVEL, EM TESE, A DESAPROPRIAÇÃO DO BEM PELA ENTIDADE MAIOR, DESDE

QUE, É ÓBVIO, COMPROVADO QUE O INTERESSE PÚBLICO A SER ATENDIDO PELA DESAPROPRIAÇÃO TEM PREVALÊNCIA SOBRE O QUE GEROU O TOMBAMENTO.

 A RECÍPROCA, PORÉM, É INVIÁVEL, OU SEJA, NÃO PODE A ENTIDADE MENOR

DESAPROPRIAR O BEM CUJO TOMBAMENTO FOI INSTITUÍDO PELA ENTIDADE MAIOR, PORQUE É DE SE SUPOR QUE O INTERESSE ATENDIDO POR ESTA ÚLTIMA PREVALECE

SOBRE A PROTEÇÃO DO PATRIMÔNIO LOCAL OBJETO DO ATO RESTRITIVO. A AUTORIZAÇÃO SOMENTE SERIA ADMISSÍVEL SE HOUVESSE AUTORIZAÇÃO DA

AUTORIDADE MAIOR.

BENS DE ENTIDADES DA ADMINSITRAÇÃO INDIRETA (AUTARQUIAS, EMPRESAS PÚBLICAS, SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA E FUNDAÇÕES

PÚBLICAS)

A DESAPROPRIAÇÃO DE BENS DESSAS ENTIDADES POR ENTIDADES MAIORES NÃO ENCONTRA ÓBICES. É POSSÍVEL, PORTANTO, QUE A UNIÃO DESAPROPRIE BEM DE UMA SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA ESTADUAL OU DE UMA EMPRESA PÚBLICA

MUNICIPAL. O MESMO SE DÁ NA RELAÇÃO ENTRE O ESTADO E ENTIDADES ADMINISTRATIVAS MUNICIPAIS.

 PROBLEMA SE SITUA EM RELAÇÃO À POSSIBILIDADE DE UMA ENTIDADE MENOR, COMO

POR EXEMPLO UM MUNICÍPIO, DESAPROPRIAR BENS DE UMA AUTARQUIA OU EMPRESA PÚBLICA VINCULADAS A PESSOA FEDERATIVA MAIOR, COMO O ESTADO OU

A UNIÃO FEDERAL. 

PARA ALGUNS- É SEMPRE POSSÍVEL A DESAPROPRIAÇÃO. 

OUTROS ADVOGAM A TESE DE QUE SÓ É POSSÍVEL QUANDO SE TRATA DE BENS DESVINCULADOS DO OBJETIVO INSTITUCIONAL DA PESSOA ADMINISTRATIVA, MAS

INVIÁVEL QUANDO ESSES BENS CONSUBSTANCIAM A EXECUÇÃO DOS SERVIÇOS PÚBLICOS A QUE ESTÃO PREORDENADOS.

A DESAPROPRIAÇÃO DE BENS PÚBLICOS, COMO SE VIU, É FUNDADA NA HIERARQUIA DAS PESSOAS FEDERATIVAS CONSIDERANDO-SE A SUA EXTENSÃO TERRITORIAL. O STJ E O

STF JÁ SE MANIFESTARAM SOBRE O TEMA, DECIDINDO SER ILEGÍTIMA A DESAPROPRIAÇÃO DO ESTADO SOBRE BENS DE SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA

FEDRAL, SOB A CONSIDERAÇÃO DE QUE, SENDO O SERVIÇO EXECUTADO DA COMPETÊNCIA DA UNIÃO, OS BENS DA ENTIDADE A ELA VINCULADA ESTÃO A MERECER PROTEÇÃO.(STJ-ROMS nº 1.167, Rel. o Min. PEDRO ACIOLO; REsp nº

214.878, 1ª Turma, Rel. Min. GARCIA VIEIRA e STF- RE nº 172.816, Rel. o Min. PAULO BROSSARD)

MARGENS DOS RIOS NAVEGÁVEIS

STF- SÚMULA 479 - “AS MARGENS DOS RIOS NAVEGÁVEIS SÃO DE DOMÍNIO PÚBLICO, INSUSCETÍVEIS DE EXPROPRIAÇÃO E, POR ISSO MESMO, EXCLUÍDAS DE

INDENIZAÇÃO”

SE PERTENCEREM AO DOMÍNIO PRIVADO, PORÉM, TANTO SERÁ OBRIGATÓRIA A DESAPROPRIAÇÃO COMO O PAGAMENTO DA RESPECTIVA INDENIZAÇÃO.

BENEFICIÁRIOS DA DESAPROPRIAÇÃO

A REGRA GERAL, PORTANTO, RESIDE NA CIRCUNSTÂNCIA DE QUE OS BENS DESAPROPRIADOS DEVEM INTEGRAR O PATRIMÔNIO DAS PESSOAS LIGADAS AO

PODER PÚBLICO QUE PROVIDECIARAM A DESAPROPRIAÇÃO E PAGARAM A INDENIZAÇÃO. INGRESSARÁ ELE NO PATRIMÔNIO E ADQUIRIRÁ O STATUS DE BEM

PÚBLICO. 

INTEGRAÇÃO DO BEM EXPROPRIADO NO PATRIMÔNIO DAS PESSOAS COMPONENTES DO PODER PÚBLICO PODE SER DEFINITIVA(QUANDO TIVER UTILIZAÇÃO PARA O PRÓPRIO

PODER PÚBLICO. EX: CONSTRUÇÃO DE UMA ESTRADA) OU PROVISÓRIA (QUANDO, APESAR DE O BEM TER SIDO DESAPROPRIADO PELO PODER PÚBLICO, ESTE O TIVER

FEITO PARA POSSIBILITAR SUA UTILIZAÇÃO E DESFRUTE POR TERCEIRO. EX: REFORMA AGRÁRIA)

FORMA DE AQUISIÇÃO ORIGINÁRIA, PORQUE , SÓ VONTADE DO ESTADO É IDÔNEA A CONSUMAR O SUPORTE FÁTICO GERADOR DA TRANSFERÊNCIA DA PROPRIEDADE.

CASOS ESPECIAISDESAPROPRIAÇÃO POR ZONA

 

É AQUELA QUE ABRANGE AS ÁREAS CONTÍGUAS NECESSÁRIAS AO DESENVOLVIMENTO DA OBRA REALIZADA PELO PODER PÚBLICO E AS ZONAS QUE VIEREM A SOFRER VALORIZAÇÃO EXTRAORDINÁRIA EM

DECORRÊNCIA DA MESMA OBRA, ESTANDO PREVISTA NO Art. 4º do DECRETO-LEI 3.365/41. STF AI nº 42.240, Relator Min. ALIOMAR BALEEIRO

 DESAPROPRIAÇÃO URBANÍSTICA

 

AQUELA PELA QUAL O PODER PÚBLICO PRETENDE CRIAR OU ALTERAR PLANOS DE URBANIZAÇÃO PARA AS CIDADES, SÓ SENDO POSSÍVEL A SUA

IMPLEMENTAÇÃO MEDIANTE A RETIRADA DE ALGUMAS PROPRIEDADES DAS MÃOS DE SEUS DONOS.

DESAPROPRIAÇÃO POR INTERESSE SOCIAL 

OS CASOS QUE A LEI CONSIDERA COMO INTERESSE SOCIAL ESTÃO NO ART. 2º DA LEI Nº 4.132/62

 DESAPROPRIAÇÃO-CONFISCO

 PREVISÃO- Art. 243 da CF

NÃO RENDE ENSEJO À INDENIZAÇÃO

FASES DO PROCEDIMENTO EXPROPRIATÓRIO

FASE DECLARATÓRIA 

DECLARAÇÃO DE UTILIDADE PÚBLICA É O ATO ATRAVÉS DO QUAL O PODER PÚBLICO MANIFESTA SUA INTENÇÃO DE ADQUIRIR COMPULSORIAMENTE

UM BEM DETERMINADO E O SUBMETE AO JUGO DE SUA FORÇA EXPROPRIATÓRIA.

 PODEM EXPEDÍ-LAS AS SEGUINTES ENTIDADES:

UNIÃO, ESTADOS, MUNICÍPIOS, DF, TERRITÓRIOS; ANEEL; DNIT

“O PODER LEGISLATIVO PODERÁ TOMAR A INICIATIVA DA DESAPROPRIAÇÃO, CUMPRINDO, NESTE CASO, AO EXECUTIVO, PRATICAR OS ATOS

NECESSÁRIOS À SUA EFETIVAÇÃO” (Art. 8º)

 PODEM MANISFESTAR-SE: PODER LEGISLATIVO COMO O PODER EXECUTIVO.

EM QUALQUER CASO, O ATO É DE NATUREZA ADMINISTRATIVA 

DEVERÃO FAZÊ-LO ATRAVÉS DE DECRETO (Art. 6º do DECRETO-LEI 3.365/41)  

NATUREZA JURÍDICA

TRATA-SE DE ATO ADMINISTRATIVO

DISCRICIONÁRIOCONVENIÊNCIA E OPORTUNIDADE PARA PRATICAR O ATO

ADMINISTRATIVO DECLARATÓRIO É PRIVATIVA DO ADMINISTRADOR PÚBLICO

OBS: CASOS QUE PERMITEM A DESAPROPRIAÇÃO SÃO OS QUE A LEI EXPRESSAMENTE MENCIONA; EM OUTRAS PALAVRAS, O

ADMINISTRADOR NÃO PODE AFASTAR-SE DO ELENCO LEGAL.POR ESSA ÓTICA, O ATO DECLARATÓRIO SERÁ VINCULADO.

DA DECLARAÇÃO DE UTILIDADE PÚBLICA DEVEM CONSTAR:

MANIFESTAÇÃO PÚBLICA DA VONTADE DE SUBMETER O BEM À FORÇA EXPROPRIATÓRIA;

FUNDAMENTO LEGAL EM QUE SE EMBASA O PODER EXPROPRIANTE; 

DESTINAÇÃO ESPECÍFICA A SER DADA AO BEM; 

IDENTIFICAÇÃO DO BEM A SER EXPROPRIADO 

EFEITOS DA DECLARAÇÃO 

SUBMETER O BEM À FORÇA EXPROPRIATÓRIA DO ESTADO; 

FIXAR O ESTADO DO BEM, ISTO É, DE SUAS CONDIÇÕES, MELHORAMENTOS, BENFEITORIAS EXISTENTES; 

CONFERIR AO PODER PÚBLICO O DIREITO DE PENETRAR NO BEM A FIM DE FAZER VERIFICAÇÕES E MEDIÇÕES, DESDE QUE AS AUTORIDADES ADMINISTRATIVAS ATUEM COM MODERAÇÃO E SEM EXCESSO DE PODER;

 

DAR INÍCIO AO PRAZO DE CADUCIDADE DA DECLARAÇÃO. CADUCIDADE É A PERDA DE VALIDADE DELA PELO DECURSO DE TEMPO SEM QUE O PODER PÚBLICO PROMOVA OS ATOS CONCRETOS DESTINADOS A EFETIVÁ-

LA. A CADUCIDADE OCORRE NUM PRAZO DE 5 ANOS NAS DESAPROPRIAÇÕES POR NECESSIDADE OU UTILIDADE PÚBLICA, E EM PRAZO DE 2

ANOS NAS DESAPROPRIAÇÕES POR INTERESSE SOCIAL.•  

A CADUCIDADE NÃO IMPLICA DEFINITIVA EXTINÇÃO DO PODER DE DESAPROPRIAR O BEM POR ELA LIBERADO.

COM EFEITO, A DECLARAÇÃO DFE UTILIDADE PÚBLICA PODE SER RENOVADA DESDE QUE DECORRIDO 1 ANO APÓS A CADUCIDADE DA ÚLTIMA DECLARAÇÃO.

(Art. 10 , do DECRETO-LEI 3.365) 

A SIMPLES DECLARAÇÃO DE UTILIDADE PÚBLICA NÃO TEM O CONDÃO DE TRANSFERIR A PROPRIEDADE DO FUTURO EXPROPRIADO AO ESTADO, O

PROPRIETÁRIO DO BEM PODE USAR, GOZAR E DISPOR DELE. 

EM RAZÃO DISTO, A ADMINISTRAÇÃO NÃO PODE NEGAR ALVARÁ DE LICENÇA PARA EDIFICAÇÃO NO IMÓVEL, DESDE QUE O POSTULANTE PREENCHA OS

PRESSUPOSTOS LEGAIS DA SUA EXPEDIÇÃO. ENTRETANTO, A ADMINISTRAÇÃO NÃO SERÁ OBRIGADA A INDENIZAR O VALOR DA EDIFICAÇÃO REALIZADA NO IMÓVEL DEPOIS DA DECLARAÇÃO DE

UTILIDADE PÚBLICA. (STF 23)

 DEPOIS DE DECLARADA A UTILIDADE PÚBLICA DE UM BEM PODE SUCEDER

QUE NELE SE REALIZEM BENFEITORIAS (DEVE-SE ENTENDER ÚNICA E EXCLUSIVAMENTE OS MELHORAMENTOS OU A CONSERVAÇÃO FEITA EM ACRÉSCIMO AO JÁ EXISTENTE). AS NECESSÁRIAS SÃO SEMPRE

INDENIZÁVEIS; AS VOLUPTUÁRIAS NÃO O SERÃO NUNCA E

AS BENFEITORIAS ÚTEIS SERÃO INDENIZADAS DESDE QUE HAJAM SIDO AUTORIZADAS PELO PODER COMPETENTE

(Art. 26 do DECRETO-LEI 3.365)

FASE EXECUTÓRIA

APÓS A FASE DECLARATÓRIA, O PODER PÚBLICO PASSA A AGIR EFETIVAMENTE NO SENTIDO DE ULTIMAR A DESAPROPRIAÇÃO.

 É NELA QUE VAI SER POSSÍVEL COMPLETAR A TRANSFERÊNCIA DO BEM PARA O EXPROPRIANTE E

ENSEJAR AO PROPRIETÁRIO O DIREITO À INDENIZAÇÃO.

ESTA FASE PODE SER: 

EXTRAJUDICIAL OU ADMINISTRATIVA 

ENCERRA A ULTIMAÇÃO DA TRANSFERÊNCIA DO BEM POR INTERMÉDIO DE ACORDO ENTRE O PODER PÚBLICO E O PROPRIETÁRIO

 O QUE SE PRETENDE COM O ACORDO É EVITAR O RECURSO AO JUDICIÁRIO PELA AÇÃO DE

DESAPROPRIAÇÃO.  

A BILATERALIDADE DE VONTADES INCIDE SOBRE O BEM E O PREÇO, OU SEJA, AS PARTES SE AJUSTAM NO SENTIDO DE QUE O BEM PODE SER ALIENADO MEDIANTE O PAGAMENTO DE PREÇO PREVIAMENTE

ACERTADO. 

HÁ INTERESSE E LIVRE MANIFESTAÇÃO DE VONTADES POR PARTE DO PROPRIETÁRIO  

É DENOMINADO DESAPROPRIAÇÃO AMIGÁVEL 

ESSE NEGÓCIO JURÍDICO DEVE SER FORMALIZADO ATRAVÉS DE ESCRITURA PÚBLICA OU POR OUTRO MEIO QUE A LEI VENHA ESPECIFICAMENTE INDICAR. (LEI 6.160 DE 6 DE DEZEMBRO DE 1974, ADMITE ESCRITURA PARTICULAR EM CASOS DE DESAPROPRIAÇÕ NO NORDESTE). CUMPRE, PORÉM, QUE SEJA ATRAVÉS DE DOCUMENTO, E NUNCA DE FORMA VERBAL, PORQUE, SENDO UMA DAS PARTES O PODER

PÚBLICO, HÁ DE VIGORAR O PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE E DO FORMALISMO

JUDICIAL 

NÃO HAVENDO ACORDO NA VIA ADMINISTRATIVA, OUTRA ALTERNATIVA NÃO HÁ SENÃO A DE SER PROPOSTA A RESPECTIVA AÇÃO COM VISTAS A SOLUCIONAR O CONFLITO DE

INTERESSES ENTRE O PODER PÚBLICO E O PROPRIETÁRIO.

A LEI EXPROPRIATÓRIA, DISPÕE A RESPEITO DA FUNÇÃO DO JUDICIÁRIO NO QUE CONCERNE A DESAPROPRIAÇÃO, NO Art. 9º do DECRETO-LEI 3.365 :

“AO PODER JUDICIÁRIO É VEDADO, NO PROCESSO DE DESAPROPRIAÇÃO, DECIDIR SE SE VERIFICAM OU NÃO OS

CASOS DE UTILIDADE PÚBLICA”

A INTERPRETAÇÃO QUE DELE EMANA É A DE QUE O PROCESSO DE DESAPROPRIAÇÃO, POR SER NECESSÁRIA A CELERIDADE

PARA A TRANSFRÊNCIA DO BEM, NÃO RENDE ENSEJO À DISCUSSÃO SOBRE SE O ADMINISTRADOR TINHA

REALMENTE, OU NÃO MOTIVOS PARA A DESAPROPRIAÇÃO. 

A AÇÃO DE DESAPROPRIAÇÃO

PARTES:

SUJEITO ATIVO- É SEMPRE O PODER PÚBLICO OU A PESSOA PRIVADA QUE EXERCE FUNÇÃO DELGADA, QUANDO AUTORIZADA

EM LEI OU NO CONTRATO. É O EXPROPRIANTE

SUJEITO PASSIVO- O RÉU DA AÇÃO, SERÁ SEMPRE O PROPRIETÁRIO DO BEM A SER DESAPRORPIADO. É O PROPRIETÁRIO QUE CONTESTA A PROPOSTA FORMULADA PELO AUTOR DA AÇÃO, APRESENTANDO SEUAS RZÕES AO JUIZ

PARA VER REJEITADA A PRETENSÃO E ACOLHIDA A DEFESA.É O EXPROPRIADO.

PRETENSÃO

A PRETENSÃO DO EXPROPRIANTE É A DE CONSUMAR A TRANSFERÊNCIA DO BEM DESAPROPRIADO PARA SEU PATRIMÔNIO. PARA TANTO, DEVE A SUA PETIÇÃO INICIAL CONTER INDISPENSAVELMENTE A OFERTA DO PREÇO.

PETIÇÃO INICIAL DEVERÁ SER INSTRUÍDA COM UM EXEMPLAR DO CONTRATO OU DIÁRIO OFICIAL EM QUE HOUVER SIDO PUBLICADO O DECRETO EXPROPRIATÓRIO E A PLANTA OU DESCRIÇÃO DO BEM

A SER DESAPROPRIADO E SUAS CONFRONTAÇÕES.

CONTESTAÇÃO

Art. 20doO DECRETO-LEI 3.365/41- “A CONTESTAÇÃO SÓ PODERÁ VERSAR SOBRE VÍCIO DO PROCESSO JUDICIAL OU IMPUGNAÇÃO DO PREÇO; QUALQUER OUTRA

QUESTÃO DEVERÁ SER DECIDIDA POR AÇÃO DIRETA”.

VÍCIOS- ABRANGE TODAS AS QUESTÕES RELATIVAS ÀS CONDIÇÕES DA AÇÃO E AOS PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS. O RÉU PODE SUSCITAR(ILEGITIMIDADE DE PARTE, FALTA DE INTERESSE DE AGIR, INÉPCIA DA INICIAL, LITISPENDÊNCIA, COISA

JULGADA, ENFIM, TODAS AS MATÉRIAS CONTIDAS NO Art. 267 do CPC, AS QUAIS SE ACOLHIDAS, CONDUZEM À EXTINÇÃO DO PROCESSO SEM RESOLUÇÃO DO MÉRITO)

RECONVENÇÃO É INADIMISSÍVEL NO PROCESSO EXPROPRIATÓRIO. ELA É UMA AÇÃO PROPOSTA PELO RÉU CONTRA O AUTOR DENTRO DO PROCESSO QUE ESTE MOVE CONTRA AQUELE. Art. 20 da LEI EXPROPRIATÓRIA, QUALQUER OUTRA QUESTÃO LIGADA À RELAÇÃO ENTRE O EXPROPRIANTE E O EXPROPRIADO DEVE SER DIRIMIDA EM AÇÃO DIRETA, QUE

SIGNIFICA UMA AÇÃO E UM PROCESSO AUTÔNOMO

NO PROCESSO EXPROPRIATÓRIO AS PARTES, NO MÉRITO, SÓ PODEM DISCUTIR O VALOR INDENIZATÓRIO

A IMISSÃO PROVISÓRIA DE POSSE 

É A TRANSFERÊNCIA DA POSSE DO BEM OBJETO DA EXPROPRIAÇÃO PARA O

EXPROPRIANTE, JÁ NO INÍCIO DA LIDE, CONCEDIDA PELO JUIZ, SE O PODER PÚBLICO DECLARAR URGÊNCIA E DEPOSITAR EM

JUÍZO, EM FAVOR DO PROPRIETÁRIO, IMPORTÂNCIA FIXADA SEGUNDO CRITÉRIO PREVISTO EM LEI.

 DEVE SER PROVIDENCIADA NO PRAZO IMPRORROGÁVEL DE 120 DIAS E NÃO PODE SER

INTERROMPIDA OU RENOVADA (Art. 15, § 2º, do DECRETO-LEI 3.365)  

§ 3º DO MESMO ARTIGO DISPÕE: “ EXCEDIDO O PRAZO FIXADO NO PARÁGRAFO ANTERIOR, NÃO SERÁ CONCEDIDA A

IMISSÃO PROVISÓRIA”.STJ “O PROPRIETÁRIO DE IMÓVEL EXPROPRIADO PARA

FINS DE UTILIDADE PÚBLICA TÃO SOMENTE É RESPONSÁVEL PELOS IMPOSTOS, INCLUSIVE O IPTU, ATÉ O DEFERIMENTO E EFETIVAÇÃO DA IMISSÃO DA

POSSE PROVISÓRIA” Resp. nº 239.687-SP 1ª TURMA, Rel. Min. GARCIA VIEIRA)

  

A IMISSÃO PROVISÓRIA DE POSSE NOS IMÓVEIS NÃO REGIDOS PELO DECRETO-LEI 1.075 SE FAZ PELO DEPÓSITO DO VALOR DO IMÓVEL FIXADO PARA EFEITOS FISCAIS, ISTO É, PELO DEPÓSITO DO VALOR ATRIBUÍDO AO IMÓVEL PARA EFEITOS DE COBRANÇA DO

IMPOSTO PREDIAL OU TERRITORIAL, CONFORME O CASO.  

AO EXPROPRIADO É FACULTADO LEVANTAR 80% DA IMPORTÂNCIA DEPOSITADA E PROSSEGUIR NA LIDE, DISCUTINDO O VALOR QUE CONSIDERA REALMENTE JUSTO

PARA INDENIZAR O BEM OBJETO DA EXPROPRIAÇÃO 

SE CONCORDAR COM O VALOR DEPOSITADO A TÍTULO DE INDENIZAÇÃO, PODERÁ ENTÃO LEVANTAR TODA A IMPORTÂNCIA, CONSUMANDO-SE, ASSIM, A DESAPROPRIAÇÃO.

 

O DIREITO DE LEVANTAR 80% DO DEPÓSITO, QUANDO DISCORDAR DA OFERTA, ESTÁ CONSAGRADO NO Art. 33 do DECRETO-LEI 3.365.

INTERVENÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO 

O DECRETO-LEI 3.365/41 e a LEI 4.132/62 NÃO REGISTRAM, EM NENHUM MOMENTO, PARA A HIPÓTESE DE INTERVENÇÃO DO MP NO PROCESSO EXPROPRIATÓRIO. TEM HAVIDO OPINIÕES DIVERSAS:

UNS ENTENDEM

NÃO SER OBRIGATÓRIA- A CAUSA POR ENCERRAR APENAS DISCUSSÃO SOBRE A FIXAÇÃO DO VALOR INDENIZATÓRIO, NÃO ENSEJARIA A CARACTERIZAÇÃO DE QUE NELA HOUVESSE

INTERESSE PÚBLICO QUE PUDESSE JUSTIFICAR A PRESENÇA DOS ÓRGÃOS DO PARQUET, TENDO EM VISTA, QUE PELO Art. 82, III do CPC, A INTERVENÇÃO SÓ É NECESSÁRIA QUANDO O INTERESSE

PÚBLICO É ASSIM QUALIFICADO EM RAZÃO DA NATUREZA DA LIDE OU DA QUALIDADE DA PARTE 

OUTROS,

HÁ NECESSIDADE SIM DA INTERVENÇÃO. A DESAPROPRIAÇÃO ACARRETA A PERDA DA PROPRIEDADE E ESTA É GARANTIDA NA CF, DESDE QUE CONDICIONADA À FUNÇÃO SOCIAL. ADEMAIS, A CF EXIGE AINDA, QUE A DESAPROPRIAÇÃO SÓ SE CONSIDERE LEGÍTIMA

QUANDO FUNDADA EM RAZÕES DE UTILIDADE PÚBLICA OU INTERESSE SOCIAL, O QUE QUALIFICAM A AÇÃO DE DESAPROPRIAÇÃO COMO TENDO INTERESSE PÚBLICO

 OUTROS,

A LEI COMPLEMENTAR 76/93 QUE DISPÕE SOBRE O PROCEDIMENTO ESPECIAL DE RITO SUMÁRIO PARA O PROCESSO DE DESAPROPRIAÇÃO DE IMÓVEL RURAL PARA FINS DE REFORMA AGRÁRIA,

ESTABELECE, NO Art. 18, §2º “O MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL INTERVIRÁ, OBRIGATORIAMENTE, APÓS A MANIFESTAÇÃO DAS

PARTES, ANTES DE CADA DECISÃO MANIFESTADA NO PROCESSO, EM QUALQUER INSTÂNCIA”. REsp 486.645-SP, 1ª Turma, Rel. Min.

JOSÉ DELGADO) 

ENTENDEMOS SER OBRIGATÓRIA A INTERVENÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO EM TODO E QUALQUER PROCESSO EXPROPRIATÓRIO.

•  

SENTENÇA 

TEM O OBJETIVO DE SOLUCIONAR A LIDE E, NO MÉRITO, ESTABELECER A INDENIZAÇÃO DEVIDA PELO EXPROPRIANTE AO EXPROPRIADO.

A SENTENÇA, POIS, TEM DUPLO EFEITO NO CASO: 

AUTORIZA A IMISSÃO DEFINITIVA NA POSSE DO BEM EM FAVOR DO EXPROPRIANTE;

E 

CONSUBSTANCIA TÍTULO IDÔNEO PARA A TRANSCRIÇÃO DA PROPRIEDADE NO REGISTRO IMOBILIÁRIO

 TRANSFERÊNCIA DA PROPRIEDADE

 

É O PAGAMENTO DA INDENIZAÇÃO QUE DÁ ENSEJO À CONSUMAÇÃO DA DESAPROPRIAÇÃO E À IMISSÃO DEFINITIVA NA POSSE DO BEM PELO

EXPROPRIANTE.

 É A INDENIZAÇÃO QUE ACARRETA A AQUISIÇÃO DA PROPRIEDADE PELO EXPROPRIANTE E A

PERDA PELO EXPROPRIADO. 

ART. 29- “EFETUADO O PAGAMENTO OU A CONSIGNAÇÃO, EXPEDIR-SE-Á, EM FAVOR DO EXPROPRIANTE, MANDADO DE IMISSÃO DE POSSE, VALENDO A SENTENÇA COMO TÍTULO

HÁBIL PARA A TRANSCRIÇÃO NO REGISTRO DE IMÓVEIS” 

DESISTÊNCIA DA DESAPROPRIAÇÃO

DESAPARECIDOS OS MOTIVOS QUE PROVOCARAM A INICIATIVA DO PROCESSO EXPROPRIATÓRIO, TEM O EXPROPRIANTE O PODER JURÍDICO DE DESISTIR DA DESAPROPRIAÇÃO, INCLUSIVE NO CURSO

DA AÇÃO JUDICIAL.

SÓ SERÁ POSSÍVEL SE A DESAPROPRIAÇÃO JÁ NÃO SE TIVER CONSUMADO PELO PAGAMENTO DA INDENIZAÇÃO; TAMBÉM NÃO SERÁ ADMITIDA SE

JÁ TIVER HAVIDO AO MENOS PAGAMENTO PARCIAL.

EXPROPRIANTE NÃO PODE SE OPOR À DESISTÊNCIA, MAS TERÁ DIREITO À INDENIZAÇÃO POR TODOS OS PREJUÍZOS CAUSADOS PELO EXPROPRIANTE.

IMPOSSÍVEL, NO ENTANTO, QUE O EXPROPRIANTE DESISTA DA AÇÃO SE A OCUPAÇÃO DO BEM A SER DESAPROPRIADO PROVOCOU ALTERAÇÕES SUBSTANCIAIS, SENDO INVIÁVEL A DEVOLUÇÃO NAS

CONDIÇÕES ANTERIORES.

STJ- REsp 132.398-SP 2ª TURMA Rel. Min. HÉLIO MOSIMANN, “CONSTATADAS SUBSTANCIAIS ALTERAÇÕES NO IMÓVEL OBJETO DA AÇÃO EXPROPRIATÓRIA, TORNANDO IMPOSSÍVEL A

RESTITUIÇÃO NO ESTADO EM QUE SE ENCONTRAVA ANTES DA IMISSÃO PROVISÓRIA, NÃO HÁ COMO SE ACOLHER O PEDIDO DE DESISTÊNCIA APRESENTADO PELO EXPROPRIANTE”

REQUISITOS PARA A DESISTÊNCIA

SEJA ELA DEFINIDA PELO EXPROPRIANTE ANTES DE ULTIMADA A DESAPROPRIAÇÃO;

RESSARCIMENTO PELO EXPROPRIANTE DE TODOS OS DANOS QUE CAUSOU AO EXPROPRIADO;

RESSARCIMENTO DAS DESPESAS PROCESSUAIS; E

DEVOLUÇÃO DO MESMO BEM

DESAPROPRIAÇÃO INDIRETA

É O FATO ADMINISTRATIVO PELO QUAL O ESTADO SE APROPRIA DE BEM PARTICULAR, SEM OBSERVÂNCIA DOS REQUISITOS DA DECLARAÇÃO E DA INDENIZAÇÃO PRÉVIA.

ALGUNS AUTORES A DEFINE COMO O ABUSIVO E IRREGULAR APOSSAMENTO DE BEM PARTICULAR PARA INGRESSO NO PATRIMÔNIO PÚBLICO

FUNDAMENTO- Art. 35 do DECRETO-LEI 3.365/41 “OS BENS EXPROPRIADOS, UMA VEZ INCORPORADOS À FAZENDA PÚBLICA, NÃO PODEM SER OBJETO DE REIVINDICAÇÃO, AINDA QUE FUNDADA EM NULIDADE DO PROCESSO DE DESAPROPRIAÇÃO. QUALQUER AÇÃO, JULGADA PROCEDENTE,

RESOLVER-SE-Á EM PERDAS E DANOS”.

ESSE DISPOSITIVO CUIDA DA HIPÓTESE DO DENOMINADO FATO CONSUMADO.

A PERDA DA PROPRIEDADE EM DECORRÊNCIA DA DESAPROPRIAÇÃO INDIRETA RENDE ENSEJO, OBVIAMENTE, À OCORRÊNCIA DE ALGUNS EFEITOS. UM DELES É A CESSAÇÃO DO VÍNCULO

TRIBUTÁRIO ENTRE O EX-PROPRIETÁRIO E O PODER PÚBLICO. DESSE MODO, FICA ELE DESOBRIGADO DO PAGAMENTO DO IPTU A PARTIR DO MOMENTO EM QUE SE

EFETIVOU A EXPROPRIAÇÃO (STJ, REsp 770.559-RJ)

A DESAPROPRIAÇÃO INDIRETA SOMENTE SE CONSUMA QUANDO O BEM SE INCORPORA DEFINITIVAMENTE AO PATRIMÔNIO PÚBLICO. MESMO EM SE TRATANDO DO PODER PÚBLICO, CABE AO PREJUDICADO A PROTEÇÃO POSSESSÓRIA, SEJA ATRAVÉS DA AÇÃO DE MANUTENÇÃO DE POSSE, EM CASO DE TURBAÇÃO; DA AÇÃO DE

REINTEGRAÇÃO DE POSSE, NO ESBULHO CONSUMADO; OU, AINDA, DO INTERDITO PROIBITÓRIO, NA HIPÓTESE DE JUSTO RECEIO DE SER O POSSUIDOR DIRETO OU INDIRETO MOLESTADO NA POSSE, A FIM DE IMPEDIR A

TURBAÇÃO OU ESBULHO IMINENTE. 

NA AÇÃO DO EXPROPRIADO, O PEDIDO A SER FORMULADO, PORTANTO, PELO PREJUDICADO É O DE INDENIZAÇÃO PELOS PRJUÍZOS QUE LHE CAUSOU A PERDA DA PROPRIEDADE

 A SENTENÇA, SE FOR JULGADA PROCEDENTE A AÇÃO, CONDENARÁ O PODER PÚBLICO A INDENIZAR O AUTOR, EX-

PROPRIETÁRIO, TENDO EM VISTA OS PREJUÍZOS QUE LHE CAUSOU EM FACE DA DESAPROPRIAÇÃO INDIRETA. TEM, PORTANTO, CONTEÚDO CONDENATÓRIO A AÇÃO E A SENTENÇA.

 A LEGTIMIDADE ATIVA E PASSIVA NESTE TIPO DE AÇÃO É INVERSA À DA AÇÃO DE DESAPROPRIAÇÃO. NA AÇÃO DE

INDENIZAÇÃO POR DESAPROPRIAÇÃO INDIRETA O AUTOR É SEMPRE O PREJUDICADO, EX-PROPRIETÁRIO, E RÉ SEMPRE SERÁ A PESSOA DE DIREITO PÚBLICO RESPONSÁVEL PELA INCORPORAÇÃO DO BEM A SEU PATRIMÔNIO.

O AUTOR DEVE SER O PROPRIETÁRIO DO IMÓVEL, CABENDO-LHE PROVAR O DOMÍNIO

 DIREITO DE EXTENSÃO

 É O DIREITO DO EXPROPRIADO DE EXIGIR QUE A DESAPROPRIAÇÃO E A INDENIZAÇÃO ALCANCEM

A TOTALIDADE DO BEM, QUANDO O REMANESCENTE RESULTAR ESVAZIAMENTO DE SEU CONTEÚDO ECONÔMICO.

 PARA EVITAR A SITUAÇÃO DE PERMANECER COM A PROPRIEDADE APENAS DA PARTE INÓCUA, O

EXPROPRIADO REQUER QUE A DESAPROPRIAÇÃO E, POR CONSEGUINTE, A INDENIZAÇÃO A ELA SE ESTENDA, TRANSFORMANDO-SE ENTÃO A DESAPROPRIAÇÃO DE PARCIAL PARA TOTAL.

  

RETROCESSÃO 

ART. 519 DO CC: “SE A COISA EXPROPRIADA PARA FINS DE NECESSIDADE OU UTILIDADE PÚBLICA, OU POR INTERESSE SOCIAL, NÃO TIVER O DESTINO PARA

QUE SE DESAPROPRIOU, OU NÃO FOR UTILIZADA EM OBRAS OU SERVIÇOS PÚBLICOS, CABERÁ AO EXPROPRIADO DIREITO DE PREFERÊNCIA, PELO PREÇO

ATUAL DA COISA”. 

DESINTERESSE SUPERVENIENTE DO PODER PÚBLICO PELO BEM QUE DESAPROPRIOU, OU, SE SE PREFERIR, PELA FINALIDADE A QUE SE DESTINAVA A DESAPROPRIAÇÃO.

  

EXPROPRIANTE PASSA A TER A OBRIGAÇÃO DE OFERECER AO EX-PROPRIETÁRIO O BEM DESAPROPRIADO, REEMBOLSANDO-SE DO VALOR QUE PAGOU A ESTE A TÍTULO DE

INDENIZAÇÃO.   

NATUREZA DO DIREITO 

UNS ADVOGAM A TESE DE QUE SE TRATA DE DIREITO REAL, OPONÍVEL ERGA OMNES. O ARGUMENTO É O DE QUE A CF

SÓ AUTORIZA A DESAPROPRIAÇÃO SE HOUVER OS PRESSUPOSTOS NELA ESTABELECIDOS, TODOS ELES SEMPRE RETRATANDO A FUTURA EXECUÇÃO DE

ATIVIDADE DE INTERESSE PÚBLICO. 

OUTROS CONSIDERAM COMO DIREITO PESSOAL. ENTENDEM QUE O INSTITUTO DA RETROCESSÃO NÃO EXISTE

NO ORDENAMENTO JURÍDICO; O QUE EXISTE É O DIREITO PESSOAL DO EXPROPRIADO DE POSTULAR INDENIZAÇÃO. O ARGUMENTO MAIS PODEROSO DESSA CORRENTE

ESTÁ NO ART. 519 DO CC. O OUTRO ARGUMENTO PROVÉM DO ART. 35 DO DECRETO-LEI 3.365/41, AO ESTATUIR QUE O EX-PROPRIETÁRIO PERDE SEU DIREITO DE

REIVINDICAR O BEM, AINDA QUE NULO SEJA O PROCESSO DE DESAPROPRIAÇÃO, A LEI CONSIDERA DEFINITIVAMENTE INCORPORADO O BEM AO PATRIMÔNIO PÚBLICO. DESSE MODO, O EX-PROPRIETÁRIO NÃO PODERIA TER O DIREITO REAL DE REAVER A COISA, MAS APENAS O DIREITO PESSOAL DE PLEITEAR INDENIZAÇÃO, PROVANDO

QUE SOFREU PREJUÍZO COM A SUPERVENIENTE DESISTÊNCIA DO PODER PÚBLICO, DE DAR A DEVIDA DESTINAÇÃO AO BEM DESAPROPRIADO.

 MARIA SYLVIA DI PIETRO FAZ REFERÊNCIA A UMA TERCEIRA CORRENTE, À QUAL ADERE,

QUE SUSTENTA SER A RETROCESSÃO UM DIREITO DE NATUREZA MISTA (PESSOAL E REAL), “CABENDO AO EXPROPRIADO A AÇÃO DE PREEMPEÇÃO OU PREFERÊNCIA (DE

NATUREZA REAL) OU, SE PREFERIR, PERDAS E DANOS”. 

TREDESTINAÇÃO 

SIGNIFICA DESTINAÇÃO DESCONFORME COM O PLANO INICIALMENTE PREVISTO.

 NA VERDADE, É FÁCIL PERCEBER QUE, SE O PODER PÚBLICO NÃO UTILIZA O

BEM DESPROPRIADO PARA O FIM A QUE SE COMPROMETEU À ÉPOCA DA DECLARAÇÃO DE UTILIDADE PÚBLICA, COMETE FATALMENTE DESVIO DE FINALIDADE, TORNANDO ILEGÍTIMA A DESAPROPRIAÇÃO. (TJ-PR Ap. e Reex. Necess. Nº 64.658-0 Cascavel, 6ª CCív, unân. Rel. Des. ACCÁCIO CAMBI; STJ- REsp nº 43.651-SP, 2ª Turma, Rel. Min. ELIANA CALMON)

 NÃO OBSTANTE HÁ UMA TREDESTINAÇÃO LÍCITA, AQUELA QUE OCORRE

QUANDO, PERSISTINDO O INTERESSE PÚBLICO, O EXPROPRIANTE DISPENSE AO BEM DESAPROPRIADO DESTINO DIVERSO DO QUE PLANEJARA

NO INÍCIO. (STJ- RESP 772676-SP 1ª Turma, Rel. Min. JOSÉ DELGADO) 

HIPÓTESES LEGAIS EM QUE É VEDADA A TREDESTINAÇÃO- art. 5º, §3º, do Decreto- Lei 3.365/41, introduzido pela Lei 9.785 de 29 de janeiro de 1999.

ASSIM, SE O IMÓVEL FOR DESAPROPRIADO PARA IMPLANTAÇÃO DE PARCELAMENTO POPULAR, DESTINADO A CLASSES DE MENOR RENDA, NÃO

PODERÁ HAVER QUALQUER OUTRA UTILIZAÇÃO, NEM HAVERÁ RETROCESSÃO.