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Foto: StockXpert | Design: Christian de Oliveira MAIO 2008 UNIVERSIDADE METODISTA DE PIRACICABA ANO 24|EDIÇÃO 400 DESAFIO Alunos, docentes e funcionários falam sobre a inclusão dos negros e afrodescendentes na educação, mídia e política. | Págs. 8, 9 e 10 NOTA FISCAL PAULISTA Como tirar proveito desta arma contra a sonegação. Pág. 6

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MAIO 2008 UNIVERSIDADE METODISTA DE PIRACICABA ANO 24|EDIÇÃO 400

DESAFIO Alunos, docentes e funcionários falam sobre a inclusão dos negros e afrodescendentes na educação, mídia e política. | Págs. 8, 9 e 10

NOTA FISCAL PAULISTA

Como tirar proveito desta arma contra a

sonegação.Pág. 6

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Parabéns

Gostaria de dizer que gostei da matéria sobre intercâmbio. O texto, as fotos, a estrutura da ma-téria... enfim, ficou ótima mesmo. Parabéns e muito obrigado!!

Gustavo Leoce Ex-aluno de gestão em

negócios internacionais e professor da Unimep

‘Feedback’

Ótima a matéria sobre lide-rança, tema que infelizmente se encontra marginalizado na pauta de discussões dos nossos jovens. Esperamos dar o pontapé inicial para reverter essa situação. As portas da FGN Consultoria Jú-nior estarão sempre abertas ao pessoal do Acontece Unimep. Parabéns.

Diego FantimPresidente da FGN Júnior e

aluno do 7º semestre de economia

Matérias

Cumprimento pelas matérias. O Acontece está muito legal! Abraços.

Arsênio Firmino de N. Netto Professor do mestrado

profissional em administração

Dengue

Gostaria de sugerir à equipe do Acontece Unimep, uma maté-ria sobre o mosquito da dengue. Apesar das campanhas, rondam boatos, e a equipe do curso de biologia poderia esclarecer.

Carlo Mattioli Ex-aluno de análise de sistemas

Parkinson

Achei interessante a matéria sobre o Mal de Parkinson e que-ria sugerir a produção de outras matérias na área da saúde.

Ester dos Santos Ex-aluna e enfermeira

México que Conheci

Ao desembarcar na cin-zenta Cidade do México, não imaginava as tantas experi-ências que teria nesse país. Depois de três meses de inter-câmbio posso dizer que essa foi a melhor e mais proveito-sa fase da minha vida. Além de conhecer um novo idioma e lugares muito bonitos, estou vivendo em uma cultura muito diferente da nossa. O México é um país que soube aprovei-tar tudo que lhe foi deixado pelos povos antigos que vive-ram aqui, como Maias e Aste-cas, e melhor, soube mesclar todos os conhecimentos indí-genas com os costumes dos colonizadores espanhóis. Tais mesclas compuseram o país

que conheci: com culinária rica e muito característica; com ritmos como a salsa, os sons lindos da marimba ou dos ma-riachis; os sítios arqueológicos preservados de Palenque; as belezas naturais exóticas e as diferenças culturais dentro do próprio território mexicano.

Tais vivências compõem o aprendizado que um intercâm-bio pode proporcionar. A dica é sempre aproveitar as oportu-nidades para aprimorar os co-nhecimentos e ampliar os hori-zontes, sempre abertos a novas culturas e costumes.

Lílian Migliorini Andrade Aluna do 7º semestre do curso

de jornalismo e atualmente participa do programa de

intercâmbio na Universidad Madero, Puebla (México).

2

O Acontece Unimep é uma

publicação do Departamento de

Comunicação e Marketing da

Unimep (Universidade Metodista

de Piracicaba)

Reitor

Davi Ferreira Barros

Pró-reitor administrativoSérgio Marcus Nogueira Tavares

Pró-reitora de graduação e educação continuadaRinalva Cassiano Silva

Pró-reitora de pós-graduação, pesquisa e extensãoRosa Gitana Krob Meneghetti

Gerente de Comunicação e Marketing Jorge Vidigal da Cunha

Edição Celiana Perina

MTb - 31.320

Textos Angela Rodrigues

Celiana Perina

Vanessa Piazza

FotografiaThiago Altafini

Seção Foca Paula Eliza Mar

Tatiane Ceron

Projeto e DiagramaçãoOzonio Propaganda e Marketing

Fotolito e ImpressãoGráfica Mundo Digital

A Unimep é mantida pelo Instituto

Educacional Piracicabano (IEP)

Conselho Diretor do IEP

Paulo Borges Campos Júnior

(presidente); Márcio Rillo

(vice-presidente); Clóvis de

Oliveira Paradela (secretário);

Misael Lemos Silva (titular);

Vânia Aparecida Ferreira

Sakiyama (titular) e Leila

Machado Pereira (suplente)

Diretor Geral do IEP

Davi Ferreira Barros

CARTAS

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É COM VOCÊ

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Então, envie críticas, comentários ou sugestões sobre o conteúdo geral ou específico do Acontece Unimep. Faça contato pelo e-mail [email protected], telefone 3124-1646; por carta ou pessoalmente, no endereço rodovia do Açúcar, km 156, Taquaral (Piracicaba), CEP 13400-911, 1º andar do prédio administrativo, no Departamento de Comunicação e Marketing da Unimep.

OPS!

O nome da produtora de moda »Carol Alleoni saiu grafado com apenas um l na última edição.

A modelo fotografada na se- »ção de moda da página 13 é Sil-mara Pachiani, funcionária do Setor Financeiro da Unimep.

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3AMBIENTEUNIMEP

O professor de mestrado em educação física da Unimep João Paulo Borin foi convidado para participar como palestran-te do 12º International Science Congress Olympic and Pa-ralympic Sport and Sport For All, que ocorre entre os dias 20 e 31 de maio em Moscou (Rús-sia). Trata-se de um congresso mundial sobre esportes de alto rendimento, no qual participam profissionais do mundo todo. Na ocasião, o docente ministra a palestra Avaliação e Monito-ramento de Treinamento, nos dias 24 e 27, sobre a utilização das novas metodologias para o aperfeiçoamento físico dos atletas.

A Unimep, a Caixa Econô-mica Federal, o Simespi, sin-dicato que representa o setor metal-mecânico, e o Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empre-sas) assinaram convênio inédi-to na região na última semana de abril. Com a iniciativa, será possível apoiar pequenos e mé-dios empresários para um cres-cimento efetivo e estruturado. Aproximadamente 190 empre-sas vinculadas ao Simespi terão acesso a um crédito avaliado em R$ 300 milhões, disponibi-lizado pela Caixa Federal.

O convênio prevê linhas de crédito, assessoria para elabora-ção de projetos, consultoria para inovação tecnológica e atendi-mento personalizado aos empre-sários, a grande maioria micro e pequenos, que sem ajuda espe-

PROFessor BORIN

VAI A MOSCOU

Pela primeira vez convida-do em virtude do trabalho que realiza, Borin também cita os resultados desenvolvidos no La-boratório de Avaliação Física e Monitoramento do Treinamento Desportivo da Unimep. “No la-boratório oferecemos assessoria de avaliação a equipes espor-tivas externas, entre as quais a de futebol do XV de Novembro Piracicaba, a do XV de Jaú e União São João de Araras, além de equipes de vôlei e basquete. Por meio do trabalho, também fazemos pesquisas com os orien-tandos de mestrado e iniciação científica”, conta.

As avaliações consistem na aplicação de testes que apontam o

perfil e as capacidades físicas dos atletas, seguidas de orien-tações à equipe técnica.

Na Prática Vinculado à Unimep des-

de 2004, João Paulo Borin é doutor em educação física pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Pes-quisador na área de fisiologia, metodologia e avaliação da performance humana, possui experiência em treinamento desportivo, com atuação em preparação física, basquetebol e futebol. Já integrou bancas examinadoras em 29 apre-sentações de dissertações, em sete teses e duas qualificações de doutorado, além de super-visionar e orientar oito disser-tações de mestrado.

cial, não conseguem financia-mento para a aquisição de máqui-nas, entre outros.

A participação da Unimep será na fase de elaboração de projetos e assessoria aos empre-sários. Para o coordenador do curso de economia e do banco de

dados socioeconômicos da Uni-mep, Prof. Francisco Constanti-no Crócomo, o convênio aconte-ce graças à estreita relação que o curso de economia tem com a comunidade piracicabana, já que há mais de 30 anos, desde a sua origem, desenvolve pesquisas so-

cioeconômicas de impacto local e regional. “Há ainda uma vasta possibilidade de apoio técnico e científico, pois a área de gestão e negócios é composta por outras ciências, como contábeis, ne-gócios internacionais, turismo, administração, entre outras. Aos

alunos, a iniciativa permitirá o estudo de casos, inclusive possi-bilitará um melhor entendimento das aulas teóricas”, ressalta.

Para o diretor da Faculdade de Gestão e Negócios da Uni-mep, Prof. André Sathler Guima-rães, o convênio dá continuidade à parceria existente com a Caixa há quatro anos, período em que foram desenvolvidos cerca de 80 projetos com 100% de aprova-ção. “A universidade devolverá à sociedade o conhecimento pro-duzido no meio acadêmico e, ao mesmo tempo, contribuirá para seu desenvolvimento”, destaca.

O Simespi fará atendimento personalizado aos interessados em beneficiar-se dos serviços disponíveis e no Sebrae, por meio do programa SebraeTec de Consultoria Tecnológica, dispo-nibilizará modalidades de apoio para inovação tecnológica das empresas, contribuindo para a adequação de sua capacidade produtiva às necessidades do mercado em que atuam.

Representantes das entidades durante anúncio da parceria

Prof. Borin

PARCERIA NOTA 10

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4 SALADENOTÍCIAS

Arquitetura ›Com as mãos na massa, os cerca de

200 alunos de arquitetura e urbanismo da Unimep inauguraram na primei-ra semana de abril, no campus Santa Bárbara, o primeiro ateliê integrado do curso da Unimep. Localizado no can-teiro experimental, o espaço permite o desenvolvimento e execução de proje-tos da graduação integrando professo-res, alunos e técnicos. De acordo com o coordenador do curso, Natanael Jar-dim, os discentes terão a oportunidade de pensar e intervir num espaço de uso próprio. “Além das possibilidades de pesquisa, é um lugar experimental”, diz. As primeiras oficinas e interven-ções práticas tiveram início no dia da inauguração.

Pós-Graduação ›Tem continuidade a série de semi-

nários de pesquisa promovida pelos professores da pós-graduação em ad-ministração. A terceira palestra está marcada para o dia 29 de maio, às 13h no anfiteatro de pesquisa do bloco 7. Na ocasião, fala sobre Customer Equity a professora Cleusa Satico Yamamoto Sublaban. A proposta da iniciativa, que tem entrada gratuita e é aberta à comu-nidade, é discutir e socializar temas de pesquisa desenvolvidos pelos docentes no campo da administração.

Direito ›O curso de direito do campus San-

ta Bárbara d’Oeste recebeu moção de aplausos da Câmara Municipal de Americana pela realização da palestra A Importância da Mulher no Século 21: Conquistas e Desafios, realizada no último dia 27. O evento foi o primeiro de uma série de seminários gratuitos e abertos à comunidade sobre o papel da mulher na região metropolitana de Campinas, planejados para ocorrer ao longo do semestre.

Jornalismo ›O coordenador do curso de jorna-

lismo, professor Paulo Roberto Botão, foi eleito integrante da nova diretoria do Fórum Nacional de Professores de Jornalismo (FNPJ) para o cargo de

diretor editorial e de comunicação. A no-meação ocorreu durante o 11º Encontro Nacional de Professores de Jornalismo, realizado em São Paulo. A diretoria eleita será presidida pelo professor Edson Spen-thof, da Universidade Federal de Goiás, e atuará entre 2008 e 2010.

Ensino a Distância ›A Comissão Própria de Avaliação

(CPA) da Unimep aprovou a análise feita com professores e alunos do oferecimen-to de duas disciplinas curriculares a dis-tância do curso de ciências da computa-ção. Para alunos e professores, o processo ocorreu de forma favorável e satisfatória. A comissão encaminha proposta junto aos órgãos responsáveis, para estender a oferta de disciplinas a distância a todas as faculdades no 2º semestre.

Farmácia ›Cerca de 60 alunos de farmácia, co-

ordenados por docentes do curso, orien-taram a comunidade sobre doenças como hipertensão arterial, diabetes, asma, cân-cer de pele e AIDS. A iniciativa, intitu-lada O Farmacêutico na Praça, é um tra-balho preventivo e ocorreu na praça José Bonifácio, em Piracicaba. Na ocasião, os alunos deram dicas sobre o uso racional de medicamentos e os perigos da autome-dicação. Outra proposta da iniciativa é va-lorizar o farmacêutico enquanto agente de saúde. A atividade, realizada há seis anos, é uma parceria da Secretaria Municipal de Saúde, Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo, Conselho Mu-nicipal de Saúde e Centro Acadêmico de Farmácia da Unimep.

Vestibular Julho ›As inscrições para o Vestibular

Unimep Julho têm início no próximo dia 20. Há vagas para os cursos supe-riores de tecnologia em gestão de re-cursos humanos (noturno) e tecnologia em logística (noturno), ambos ofereci-dos no campus Centro; administração (noturno), direito (diurno e noturno), farmácia (noturno), negócios interna-cionais – bacharelado (noturno) com turmas no campus Taquaral; e no cam-pus Santa Bárbara, engenharia de ali-mentos (noturno), engenharia mecâni-ca – ênfase em manutenção (noturno) e engenharia química (noturno). As inscrições podem ser feitas até 27 de junho. A prova será no dia 6 de julho. Informações no site www.unimep.br/vestibular ou nos tels. (19) 3124-1749 e 0800-0555616.

Corrimão ›Para atender às solicitações do

funcionário da Unimep José Sal-vador, foi instalado um corrimão na rampa que dá acesso à entrada principal do prédio administrativo do campus Taquaral na primeira semana de abril. Sobre a conquis-ta, Salvador disse que simples, mas eficientes medidas como essa são fundamentais para as pessoas que têm algum tipo de dificuldade para se locomover.

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5SALADENOTÍCIAS

Para aqueles que chegaram à universidade, como também aos que estão há mais tempo, nem sempre é fácil identificar os res-ponsáveis pelas unidades acadêmicas. Para facilitar e auxiliar sua estada, o Acontece Unimep publica nesta edição o dire-tor e os coordenadores da graduação da Faculdade de Gestão e Negócios (FGN). Confira ainda os integrantes de outras facul-dades nas edições anteriores do informativo, disponíveis para consulta nas bibliotecas de cada campus.

Diretor ›

André Sathler Guimarães

Coordenadores ›

Cléber Folharine MazzoliniAdministração

Miltes Angelita Machuca MartinsCiências contábeis

Francisco Constantino CrocomoCiências econômicas

Cristiano MoriniNegócios internacionais

Antonio Carlos SartiTurismo

Reciclar Geral ›“Aqui, se recicla tudo”. A afirmação é de

João Alberto Costa, coordenador do setor Gestão de Documentos (Gedoc) da Unimep e um dos executores do Projeto de Reciclagem, implan-tado na universidade em 2003 e regulamentado por meio da portaria 03/2008, da direção geral do Instituto Educacional Piracicabano (IEP) em fevereiro. O projeto, que prevê a reciclagem de papel, plástico, vidro e metal nos campi da uni-versidade e no Colégio Piracicabano, possui a marca de 53.928 toneladas de papel e milhares de latas de alumínio desde 2005, período em que os materiais passaram a ser quantificados.

Com a implantação do Gedoc, Costa refor-çou a coleta de papel para reciclagem nos seto-res administrativos da universidade por meio da distribuição de caixas coletoras. “A comunidade abraçou a causa e ajuda a arrecadar. Aqui as pes-soas são bem conscientes e colaboram”, garante. Os coletores de vidro, metal, papel e plástico, respectivamente nas cores verde, amarelo, azul e vermelho, estão nos campi Centro e Taquaral, em Piracicaba, e Lins. (leia na seção notícias no site www.unimep.br texto com os nomes dos pontos de coleta).

Destaque Internacional ›O prêmio Destaque Municipal em Negócios

Internacionais 2007, uma parceria entre a Uni-mep, por meio do curso de negócios internacio-nais, Acipi (Associação Comercial e Industrial de Piracicaba), Simespi (Sindicato das Indústrias Me-talúrgicas), Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo), Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) e a Prefeitura do Município de Piracicaba, por meio da Semdec (Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico), tem vencedores. O estudante da Unimep e estagiário da Elring Klinger, Miguel Augusto Matiussi Rull

Arnal, recebeu o prêmio aluno de destaque. Já na categoria empresa de grande porte, a Ca-

terpillar Brasil foi a vencedora. Nas categorias mé-dio e pequeno portes venceram a Stork Print Ltda. e a BBL Brazilian Beverages, respectivamente. O prêmio profissional de destaque foi entregue ao secretário-adjunto estadual do Desenvolvimento, Luciano Tavares de Almeida, ex-titular da extinta Semic (Secretária de Indústria e Comércio) até o final de 2007. O objetivo da iniciativa é reconhe-cer e incentivar as empresas do município que se destacaram no comércio exterior, de acordo com o coordenador do curso de negócios internacionais, Cristiano Morini.

Costa, coordenador do Gedoc

Cristiano Morini e Paulo Pavão

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6 SINTONIZADO

Vanessa Piazza [email protected]

Os vários segmentos do co-mércio varejista do Estado de São Paulo são obrigados a par-ticipar do projeto Nota Fiscal Paulista, que tem como principal objetivo aumentar a arrecadação estadual por meio da redução de sonegação fiscal dos estabele-cimentos comerciais. O projeto consiste em devolver ao consu-midor 30% do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercado-rias e Serviços) recolhido pelo estabelecimento no mês e na proporção de consumo. O crédi-to poderá, dentro de cinco anos, ser utilizado para reduzir o valor do débito do IPVA, transferido para a conta corrente, poupança, creditado em cartão de crédito, transferido para outra pessoa ou devolvido em prêmios. Na Ga-leria Unimep, das 21 lojas em funcionamento, sete já aderiram ao projeto. As outras 14 estão em processo de adequação.

A Nota Fiscal Paulista entrou em vigor em outubro de 2007 e faz parte do programa Estímulo à Cidadania Fiscal, instituído pelo Governo do Estado de São Pau-lo por meio da lei n° 12.685/07. Mês a mês, desde a data da im-plantação e de acordo com um cronograma preestabelecido pela Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo, setores da econo-mia foram obrigados a aderir. Para tanto o consumidor deve informar, a cada compra, o CPF (Cadastro de Pessoa Física) ou CNPJ (Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica) e solicitar o documento fiscal. A iniciativa é válida somente para o Estado de São Paulo. A partir desses dados os estabelecimentos comerciais devem enviar periodicamente as informações para a Secretaria da Fazenda, que calculará o crédito do consumidor (veja quadro nes-ta página). Também não é neces-sário se cadastrar no programa para gerar créditos.

Na avaliação da professora

Miltes Martins, coordenadora do curso de ciências contábeis da Unimep, o maior ganho da iniciativa é instigar o hábito de solicitar a nota fiscal após uma compra. “Se a receita do Estado crescer, teoricamente ele terá melhores condições de aplicar os recursos em benefício da popula-ção, já que a maior arrecadação poderá ser utilizada para aumen-tar os investimentos públicos em setores como educação, saúde e segurança”, avalia.

Contramão Há também quem acredite

que a porcentagem de transfe-rência de crédito ao consumidor pode ser desestimulante. Para se ter uma idéia, segundo dados da Secretaria da Fazenda, o va-lor médio de crédito gerado por documento fiscal emitido com a designação do CPF ou CNPJ entre os meses de outubro e dezembro de 2007 foi de R$ 1,50. Nesse sentido, na opinião

Passo a PassoA cada compra o consumidor informa seu CPF ou

CNPJ e solicita o documento fiscal. O representante do estabelecimento registra os dados do comprador e emite o cupom fiscal, a nota fiscal tradicional ou gera a nota fiscal on-line. Após o recolhimento do ICMS pelo estabeleci-mento, a Secretaria da Fazenda creditará ao consumidor a parcela do imposto a que ele tem direito, proporcional ao valor da compra. Para obter mais informações ou acompa-nhar a inclusão de créditos e definir a forma como deseja resgatá-los, o consumidor deve se cadastrar no site: www.nfp.fazenda.sp.gov.br Informações no tel. 0800-170110

NOTA FISCALPAULISTA

pessoas que têm conhecimento dessa iniciativa? Ainda falta di-vulgação”, afirma.

Outro aspecto apontado por Romanini é a tendência de au-mento nos preços de mercado-rias, que as empresas terão um determinado custo para se ade-quar à nova legislação e fatal-mente repassarão aos consumi-dores. Já a professora Miltes diz que “ficar preso ao benefício in-dividual não deve ser o foco, que o exercício da cidadania é pensar no bem-estar coletivo”.

Receio Diante de qualquer sinal de

mudança, as dúvidas e incerte-zas são comuns. Um dos receios dos consumidores é de que ao informarem o CPF ou CNPJ no momento da compra, os dados possam ser utilizados pela Re-ceita Federal, em uma tentativa de fechar o cerco aos que sone-gam Imposto de Renda.

O prof. Romanini diz não acreditar que em curto prazo as in-formações da Nota Fiscal Paulista e as do Imposto de Renda sejam cruzadas, já que elas são emitidas a esferas distintas. De acordo com a profa. Miltes, se o consumidor não sonega informações não há com que se preocupar.

de Cléber Folharine Mazzolini, coordenador do curso de admi-nistração da Unimep, uma das formas de garantir o sucesso do projeto seria aumentar a taxa de transferência ao consumidor. De acordo com o professor Geraldo Romanini, do curso de ciências contábeis da Unimep, além do pequeno retorno, a insatisfató-ria divulgação sobre o projeto pode atrapalhar. “Quem são as

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SINTONIZADO 7

LÍN

GU

A

Em Bom Português

O RSS é uma maneira sim-ples e prática de acessar canais de informações de um único site. Com ele o usuário não precisa visitar diariamente “blogs” e serviços favoritos, pois ao usar o RSS de imediato o internauta é informado quando uma notícia de seu interesse é publicada. É uma maneira de manter-se atu-alizado por meio da internet. Mas o que é RSS de fato? Essa tecnologia funciona basicamen-te da seguinte maneira: um site

que possui RSS tem um “feed” (alimentador) e por meio desse serviço usuários podem acessar as informações armazenadas e visualizá-las. Administradores de outros sites também podem incluir as notícias publicadas em um “feed” em seus sites.

Sua sigla possui diferentes significados de acordo com a versão, como Rich Site Sum-mary para RSS 0.91; RDF Site Summary para RSS 0.9 e 1.0 e Really Simple Syndication para

RSS 2.0. O RSS é manipulado e armazenado por meio de uma linguagem conhecida por XML (eXtensible Markup Language), que é codificada em formato de texto, parecida em alguns aspec-tos à linguagem html.

O RSS pode ser visualizado em qualquer “browser” (o nave-gador, o software que interpreta a linguagem html, permitindo assim explorar textos, fotos, gráfi-cos, sons) como o Mozilla Firefox ou Microsoft Internet Explorer.

TECNOLOGIA

RSSLínguas Africanas A data comemorativa referente à Abolição da Escravatura, neste mês de maio, se, por um lado, leva-me a refletir

sobre até que ponto a assustadora crueldade da raça humana pode chegar, por outro, não posso deixar de pensar na rica contribuição que os po-vos africanos deram ao Brasil, em muitos senti-dos. Assim, compartilho com vocês uma interes-sante pesquisa a respeito das palavras de origem africana que pertencem ao nosso vocabulário.

Os milhões de africanos trazidos ao Brasil durante três séculos, principalmente no período colonial, contribuíram, significativamente, para a coloni-zação desta nação, tanto com sua mão-de-obra quanto com sua cultura, religião e, obviamente, suas línguas e os seus dialetos.

Segundo Yeda Pessoa de Castro, doutora em lín-guas africanas e autora de “Falares Africanos na Bahia: um Vocabulário Afro-brasileiro” (2001), os povos africanos trazidos ao Brasil procediam de duas regiões subsaarianas: 1) o domínio ban-to, englobando, entre outros, Camarões, Gabão, Congo, Angola, África do Sul, Botsuana, Mo-çambique, Tanzânia, Zimbábue; 2) a África Oci-dental, que vai do Senegal à Nigéria.

Os povos bantos, em virtude de sua superiorida-de numérica em relação aos demais, estiveram presentes em todas as regiões brasileiras. Fa-lavam variadas línguas. Dentre elas, três foram marcantes: umbundo, quimbundo e quicongo. Castro apresenta em sua obra um rico vocabulá-rio afrobrasileiro, com palavras que têm origem nessas línguas, tais como: babá, bagunça, cafuné, caxumba, cochilo, dendê, dengo, fubá, jiló, mi-çanga, moqueca, tanga, zangar, etc.

Como essas, outras palavras oriundas das línguas africanas, inclusive de outros povos como os je-jes e os nagôs, incorporaram-se ao nosso léxico e conseqüentemente à cultura do povo brasileiro. Geralmente, são palavras relativas à família, à música, a comidas, a práticas religiosas e à vida cotidiana, por exemplo, angu, axé, banguela, be-rimbau, caçula, cachaça, cachimbo, camundon-go, cangaço, canjica, capenga, encabulado, forró, fungar, Iemanjá, marimbondo, maxixe, moleque, moranga, oxalá, quiabo, quibebe, quitanda, qui-tute, samba, tutu, vatapá, zabumba.

Mirian de Fátima PollaGraduada em letras e funcionária da Unimep

Comentários, críticas e sugestões: [email protected]

Trajetória A tecnologia foi criada em

1999, pela Netscape, no momen-to uma das maiores companhias da internet. Porém a Netscape acabou por abandonar o projeto achando-o inviável. Anos depois o RSS renasceu e tornou-se um dos pilares de “blogs” e “sites” que distribuem e trocam infor-mações. Hoje todos os grandes portais de notícia possuem RSS. E o novo site da Unimep também.

Então, se tiver um “site” ou “blog” e quiser disponibilizar as notícias da Unimep www.unimep.br você já pode. Entre para conferir e pro-

cure pelo símbolo RSS 2.0 Departamento de Tecnologia e Informática da Unimep (DTI)

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CAPA 8

Angela [email protected]

Há mais de um século, os aconteci-mentos do 13 de maio são questiona-dos e já não têm o mesmo significado para 49,4% da população brasileira, que se declarou negra segundo pesqui-sa do Instituto Brasileiro de Estatística e Geografia (IBGE) de 2006. O motivo é que em 1888, ao receber a tão sonha-da liberdade por meio da assinatura da Lei Áurea, os cerca de 700 mil escravos da época foram lançados à própria sor-te, sem moradia e emprego. Há exatos 120 anos, embora os afrodescendentes tenham conquistado merecidos direi-tos, há muito o que conquistar. Sob essa perspectiva, o Acontece Unimep lançou um desafio: fazer uma reflexão sobre a inclusão social do negro na sociedade quando serão completados 200 anos da abolição.

Márcia Antônio, 31, aluna do 7º semestre de educação física, acredita que em 80 anos a situação esteja dife-rente. “A melhora deve ocorrer não só

LIBERDADE PLENAem relação ao preconceito contra o ne-gro, mas também com as pessoas com deficiência e homossexuais. O negro vem lutando por diferentes espaços. Se lutar, conquista seu espaço, desde que haja oportunidade”, destaca. “Minha previsão é positiva. Penso que no fu-turo as coisas estarão bem melhores”, diz Lucimara Silva, 21, aluna do 7º se-mestre de enfermagem. Para a aluna, o acesso à educação ajudará a amenizar o preconceito.

“Quero crer que a população ne-gra tenha um papel de maior inserção na sociedade e que isso ocorra pela

própria decisão de se buscar um espa-ço, porque foi ensinado desde o início que determinadas funções não devem ser ocupadas por negros. A população “branca” se acostumou a ver os negros em posições subalternas. À medida que ela deixa essa função, causa espanto e inclusive posturas de preconceito, desprezo e de descrédito da atividade que exerce”, afirma José Carlos Silva, professor de química do campus Santa Bárbara da Unimep e um dos diretores do Pamhi (Plano de Assistência Médi-co-Hospitalar), que já sofreu discrimi-nações, algumas no próprio trabalho.

Já Fábio Veríssimo Martins, 35, publicitário, pós-gra-duado em marketing pela Unimep, aluno de especia-lização em gestão financei-

ra e funcionário da instituição, acha difícil refletir sobre um cenário. Para ele, para mudar o futuro deve-se lem-brar e entender o passado. “O que tem de ser feito é reavivar o passa-do. Na Alemanha, por exemplo, não se esqueceu o preconceito contra os judeus, os campos de concentração em Auschwitz (símbolo do holocaus-to perpetrado pelo nazismo) estão lá para serem lembrados a todo o mo-mento. No Brasil, ocorre o processo inverso. As pessoas querem esquecer que houve escravidão, assim como todas as crueldades que se fizeram contra o negro. É um preconceito omisso, o que é muito pior”, diz.

Em sua opinião, mesmo se hou-vesse a iniciativa de reflexão, os es-tudos ficariam restritos ao segmento intelectualizado. “No futuro não será diferente, os negros estarão inseridos, mas a maioria ainda sofrerá pela falta de oportunidade”, completa. Gustavo Lima, 25, que é neto de negro e aluno do 10º semestre de direito, acredita

que a inclusão no futuro será melhor. Sobre o preconceito, ele considera fundamental discussões sobre o tema. “Morei dois anos no bairro de negros Dorchester, em Boston (EUA), e sen-ti um isolamento social. Os amigos do meu irmão, que é mais moreno que eu, perguntavam quem era e o que estava fazendo ali”, conta.

A inclusão passa pela igualda-de econômica, social e pelo acesso aos bens culturais, às tecnologias e à educação formal, na avaliação de Belarmino Guimarães, diretor da fa-culdade de comunicação da Unimep. Assim, a inserção de segmentos his-toricamente excluídos por meio da indústria cultural se dá via mercado. “Contudo, o preconceito é muito for-te: é o caso de programas de humor que criam personagens estereotipa-das. O pobre nordestino, a mulher que enfrenta dupla jornada de traba-lho, negro, sobretudo em programas policialescos, sofrem com a violência simbólica. Esta violência consentida precisa ser esclarecida. Minha expec-tativa é de que o esclarecimento se dê na crítica à mídia, que é um papel da sociedade e de suas instituições, par-ticularmente as de ensino”, avalia.Lucimara Silva

Márcia

...o acesso à educação ajudará a amenizar o preconceito.

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CAPA 9

“...a parcela de não-negros chega a ser quase

cinco vezes maior que a de negros....”

Acesso à Educação Uma das diferenças mais gritantes refere-se ao ingresso no

ensino superior. A pesquisa Escolaridade e Trabalho: Desafios para a População Negra nos Mercados de Trabalho Metropo-litanos (2007), elaborada pelo Dieese (Departamento Intersin-dical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), concluiu que o acesso à educação é segmentado segundo a cor, com forte concentração de negros nos níveis básicos. Ainda segundo o estudo, a maior desigualdade de acesso à universidade ocorre na região metropolitana de São Paulo, em que a parcela de não-negros chega a ser quase cinco vezes maior que a de ne-gros. O índice é associado à baixa qualidade do ensino público no país e à necessidade maior entre jovens afrodescendentes de inserção precoce no mercado de trabalho.

“A política de inserção por meio de cotas ainda é mínima se olharmos a população de negros do país. Algumas pessoas condenam e criticam o sistema, mas se não se fizer isso, a di-ferença jamais diminuirá”, salienta o professor Silva. “Tudo o que possa contribuir é positivo. Com o sistema de cotas conse-guimos colocar mais negros na universidade, por mais que se critique”, ressalta Márcia.

Defensora do sistema de cotas, Telma Regina de Paula Souza, coordenadora do curso de psicologia e do Comitê de Ética em Pesquisa da Unimep, fala que a questão vai além. “Não basta você fornecer bolsas, se não acolher esse aluno para que ele se sinta incluído”, destaca ela, que também é membro da Secretaria Executiva do Fórum Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente.

Já Grasiela Souza, 19, que cursa o 1º semestre de adminis-tração da Unimep, fala que fazer uma classificação por meio de cor é inadequado e discriminatório. Seu colega, Felipe Mo-reira, 18, também do 1º semestre de administração diz que o sistema de cotas deve ser por classe social. Solange Borges, 19, aluna do 5º semestre de fisioterapia, pensa que o ingresso no ensino superior deve ser igual para todos, e que o que tem de mudar é a conscientização das pessoas.

PassadoNo Brasil o regime de escravidão vi-

gorou desde os primeiros anos, logo após o descobrimento, até o dia 13 de maio de 1888, quando a princesa regente Isabel as-sinou a Lei 3.353, mais conhecida como Lei Áurea, libertando os escravos. Hoje amplas discussões marcam as comemora-ções históricas do 13 de maio. No entan-to, a população negra prefere lembrar suas conquistas em 20 de novembro, Dia da Consciência Negra.

“A abolição da escravatura, apenas uma imposição por causa da reforma industrial, fez o negro deixar a senzala e não ter onde morar. E aí o negro perambulava pela cida-de. Foi quando se criou o termo vadiagem no Código Penal Brasileiro. Se via um negro sem ter o que fazer, a polícia prendia-o por vadiagem. Criou-se aí o primeiro estigma”, conta o professor José Carlos Silva.

Para o publicitário Fábio Veríssimo Martins a abolição tem de ser lembrada como um marco da revelação de que a união social da classe pode ser um agente transformador. “Digo também que a mu-lher negra foi o primeiro símbolo da libera-ção feminina, porque enquanto o negro não conseguia emprego, sua mulher é que era aceita para ser a babá, lavadeira, emprega-da e sustentar a família”, conta.

Prof. Silva

Em sentido horário: Grasiela, Solange, Moreira e Martins

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CAPA 10

COMUNIDADE NEGRAEM NÚMEROS

A professora Telma Regina de Paula Souza, coordenadora do curso de psicologia, entre os anos 2001 e 2003 integrou o extinto Núcleo de Afrodes-cendentes da Unimep (Nadu), que propôs a realização de estudos, reflexões, análises e um censo sobre a presença da comunidade negra nos três campi Taquaral (Piracicaba), Santa Bárbara d’Oeste e Lins. “Tivemos depoimentos pesados de sentimentos de isolamento de alunos, onde no máximo eles conseguiam em trabalhos em grupos ficar com os pobres. Não tinham receptividade. Ape-sar de todas as contradições que um sistema de cotas traz, per-mite o debate. Quando eles não estão aqui, ficam invisíveis”, afirma.

Financiado pelo Fundo de Apoio à Pesquisa (FAP), o censo Para uma Política de Reconhe-cimento Identitário, o primeiro desenvolvido em instituições privadas de ensino superior, apontou dados comparativos completos identificadores de di-ferenças entre brancos e negros. Um deles mostra que em 2003, na Unimep, para cada 80,7 alu-nos brancos havia 13,8 negros; entre os docentes, eram 89,9 brancos e 4,5 negros e entre os funcionários, 77,8 eram brancos e 17,3 negros. “O que é bárbaro e na pesquisa ficou claro, é que os afrodescendentes que partici-param da pesquisa disseram que para serem vistos e respeitados pela sociedade tinham que ser muito bons nas atividades que executavam”, observa.

O Núcleo encerrou as ativi-dades em 2003. “Promovemos momentos de reflexão muito im-portantes e apresentamos os da-dos do censo, mas não tivemos nenhuma ressonância, comen-tário ou manifestação, nem de apoio nem de crítica”, conta.

Para ela, o que falta no país não são bons estudos sobre a questão, mas políticas de inclu-são social, não só eficazes como justas. Em relação ao futuro do afrodescendente, Telma afirma que não se muda preconceito por lei ou decreto, e sim por meio de um longo processo histórico. “É possível controlar a discrimina-ção, mas o que se mantém na re-alidade brasileira é uma cultura autoritária. É uma elite que igno-ra qualquer humanidade para se manter como elite”, afirma.

Professora Telma Regina

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11

tribos

“Participar de uma edição do Acontece reflete a possibilidade

de expor à universidade todos os elementos apreendidos ao longo

do curso de jornalismo: o apuro, o contato com as fontes, a busca

pelo rápido fechamento e até a

mudança de planos, quando uma pauta não se concretiza nas falas

dos entrevistados. Essa experiência certamente nos amadurece

profissionalmente”. Paula Martim

“Fazer essa matéria foi como estar, de fato, inclusa em uma redação

jornalística e, portanto, propensa a esbarrar em todos os obstáculos

que o exercício da profissão impõe, seja no contato com as fontes ou até

mesmo na corrida louca contra o tempo na necessidade de se fechar o material dentro do prazo estipulado.

Contudo, a experiência foi válida e me permitiu perceber ainda mais

claramente quão complexo, mas também delicioso e gratificante, é

ser uma jornalista”.Tatiane Ceron

Paula Martim Tatiane Ceron

Será possível, hoje em dia, observar um aluno pelos corre-dores da Unimep e descobrir que curso ele faz, apenas analisando sua aparência e suas atitudes? Pode parecer que não, mas em muitos casos essa análise é pos-sível sim. Isso porque alguns es-tudantes representam claramente o estereótipo do curso em que estão matriculados e fica fácil identificar aspectos pertencentes a determinados grupos ou que constituem o que muitos cha-mam de “tribos da Unimep”.

Veja esse exemplo: A garota veste calça “legging”, camiseta e tênis. O cabelo está preso em um rabo de cavalo no alto da cabeça. Fácil perceber que a personagem é aluna de educação física, não? Quer outro exemplo? Imagine então um aluno vestido de terno, gravata, sapato social e carregan-do alguns livros grossos debaixo do braço. Aposto que você não hesitaria em arriscar que ele cur-sa direito. Ainda seguindo essa linha, percebe-se que alunos das áreas biológicas, que sempre cir-culam pelos corredores e Galeria

datos que fazem uso constante dos clichês e dos estereótipos. “Posso tipificar um candidato à vaga de um emprego, mas se durante a entrevista ele somen-te reforçar clichês, dificilmente o contrato, porque o estereótipo está ligado à insegurança e à ig-norância”, exemplifica.

Visão de MundoPara o professor da Uni-

mep e sociólogo Gessé Mar-ques Júnior, outro aspecto que pode consolidar estereótipos é a teoria vista em aula. “O cur-so de direito tem formação mais conservadora e as referências são as de que as leis devem ser respeitadas. Já os estudantes de comunicação lêem teorias que instigam mudanças no que está preestabelecido. Isso reflete no comportamento”, esclarece.

Em seu ponto de vista, a pro-fissão cria modos de entender o mundo. “Quem faz uma discipli-na técnica como engenharia vai ter uma visão mais dicotômica. Já quem está numa área de hu-manas provavelmente vai ter uma maneira de reflexão que a

profissão exige. Assim, diferen-te da área de exatas, o aluno de humanas não vai falar isso está certo ou está errado, vai analisar o contexto”, observa.

O estudante do 1° semestre de sistemas de informação Ri-cardo Henrique Tassi comparti-lha da opinião. “O profissional de exatas tem raciocínio mais ló-gico, tem paciência para resolver os problemas. Seu pensamento é mais frio”, define.

Marques diz ainda que a ade-quação aos estereótipos está li-gada à necessidade de interação, mas que fazer uma definição de perfis com base em característi-cas externas não é adequado. “É perigoso cair na caricatura”, diz. Ele defende também que mesmo quando os parâmetros conside-rados para traçar os perfis estão muito claros, nem sempre é pos-sível definir. “Se pensarmos na roupa, existe um meio-de-campo que a gente não consegue separar, por isso é preciso muito cuidado para tratar da questão”, destaca.

Paula Martim e Tatiane Ceron são alunas do 7º semestre do curso de

jornalismo e foram orientadas pelo coordenador do curso,

Paulo Roberto Botão.

UNIVERSITÁRIAS

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Unimep com o tradicional jaleco. E não é igualmente fácil identifi-car, pelas vestimentas despoja-das, a forma de se expressar mais escandalosa e o vocabulário des-colado, os alunos inconfundíveis do bloco de comunicação. São essas características da aparên-cia, comportamentos e atitudes que traduzem e entregam os mo-delos estereotipados de alunos referentes a cada curso.

De acordo com a professora de antropologia da Unimep Dora Maria Souza Tedrus para um gru-po ser identificado como tribo é necessário certa manipulação simbólica que torne sua identi-dade reconhecível, contrastável perante as demais. Essa mani-pulação é a seleção de traços es-pecíficos: vestimentas, línguas, dialetos, gírias, religião, etc. Ela afirma que essa associação a de-terminados grupos é esperada.

“Os cenários sociais possibi-litam o contato com a diferença a partir da qual dialogamos e criamos algum nível de identificação. As-sim, nos aproximamos e nos asso-ciamos a grupos que proporcionam referências que fazem sentido em nosso universo simbólico”, reforça.

Perfil X EmpregoEmbora alguns perfis sejam

visíveis dentro da Unimep, o professor da instituição e psica-nalista Luiz Calmon Nabuco diz que os estereótipos não devem ser estimulados. “Quando um indivíduo aceita um comporta-mento estereotipado, sua capaci-dade de reflexão fica limitada”, afirma. Alana Reis, estudante do 7º semestre de jornalismo, tam-bém destaca o perigo que envol-ve o estereótipo. “Me chamam de hippie, mas não sou. Uso rou-pas que se assemelham às que eles usavam antigamente, mas não por-que quero ser, e sim porque gosto dessas roupas”, defende.

A necessidade de ingressar no mercado de trabalho também determina o estilo de se vestir e o comportamento a seguir. De acordo com Domingos José dos Santos, estudante do 10° semes-tre de direito, as roupas sociais são o “slogan” da profissão. “Os ambientes que os advogados freqüentam pregam essa neces-sidade”, diz. Mas na opinião de Nabuco, o mesmo mercado que reforça perfis, elimina os candi-

FOFOCANÃO!SÓFOCA

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12 UNIVERCIDADES

Seguindo a trilha traçada pela música, que cantam para festejar ou lamentar, eles vão desmistifi-cando informações sobre Angola com a divulgação da sua cultura e do continente africano. E vão se aperfeiçoando para um dia retor-nar e ajudar na reconstrução do país, após o fim da guerra civil em 2002. Eles são Octávio Goio, 28, nascido em Luanda, Angola, e mestrando em direito interna-cional pela Unimep, e os irmãos Luciano Chingui, 29, fisiotera-peuta, e Sofia Chingui, 23, nu-tricionista, ambos nascidos em Huambo, Angola, e graduados pela Unimep. Participantes desta edição da série Univercidades, os três integram o grupo musi-cal africano de raiz Sanguluka que já se apresentou em Brasília, Goiás, Minas Gerais e Bahia.

“A música faz parte da nossa cultura. Nossas manifestações de sentimentos, para comemorar

ou lamentar, é com a música e a dança”, conta Goio, que chegou ao Brasil aos 17 anos, em 1997, por meio de uma bolsa de estu-dos do governo angolano. O be-nefício foi cancelado após dois meses de sua chegada, mas não suficiente para fazê-lo desistir. Goio interrompeu o segundo ano de teologia que cursava na Fa-culdade Teológica Cristã do Bra-sil (FTCB) e transferiu-se para o curso de direito do campus Taquaral da Unimep Piracicaba, que conheceu em 2000, em uma apresentação no Teatro Unimep.

Luciano e Sofia viveram uma trajetória semelhante. Am-bos vieram ao Brasil, respecti-vamente aos onze e cinco anos. Conheceram Goio em 1999, de quem passaram a ser amigos e em seguida companheiros de grupo. A seu convite vieram a Piracicaba para estudar. “Che-gamos muito novos e, apesar

da boa recepção, foi um choque cultural. Por exemplo, levamos muito tempo para entender algu-mas palavras”, conta Chingui.

Para a irmã Sofia, o processo foi mais fácil; em compensação não conheceu a fundo o seu país de origem, o que pretende resga-tar um dia. O desejo é o mesmo de Goio e Chingui.

Sanguluka O Sanguluka nasceu em

1998, a partir de convites a Goio e seu tio e o ex-integrante José Cardoso, 31, para cantarem em encontros religiosos. Cardoso retornou a Angola, mas antes de sua partida o grupo era compos-to por Chingui e Sofia. Nessa formação nasceu o primeiro CD “Kixanu Kia Jezu” (O Chamado de Jesus), em 2005. A maior par-te das músicas, entre elas hinos do folclore angolano, é cantada

AngolaHabitantes: 12,5 milhões de habitantes.

Características gerais – Angola é composta de vários povos, etnias e culturas, uma diversidade de idiomas, embora o português seja a língua oficial.

Atividades econômicas: exploração de diamante e petróleo e comércio.

Principais municípios: Luanda, Benguela, Cabinda, Huíla e Huambo.

Fonte: site oficial do Governo da República de Angola

‘ANGOLA’ CANTADA

em línguas nativas e sem qual-quer tipo de instrumento, estilo conhecido como capela.

Além de compor, eles falam nas letras das músicas sobre a realidade de Angola. “Há quem pense que vivemos em tribos e andamos de elefante. Mas os lu-

gares são urbanizados e apesar das favelas, a África não é só fome e miséria”, conta Goio. Nas palestras há também orientações dadas por eles em suas profis-sões. O grupo pretende nesse ano lançar um DVD, que ainda se en-contra em processo de edição.

ANGOLA

Luanda

BenguelaHuambo

Os africanos Luciano, Sofia e Octávio

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Tempo de Teatro

CULTURAÉOQUEHÁ

Música Faz Bem

O Negro na Música BrasileiraEntre as raças que moldaram a música brasileira – a indígena, a branca e a ne-gra – esta última foi, sem dúvida, a que nos deu maior originalidade e graça.

Em quatro séculos de comércio de escra-vos, chegaram ao Brasil cerca de quatro

milhões de africanos. Seu estágio de cultura era mais avança-do que o dos nossos índios, tanto na organização política como na riqueza de elementos artísticos e folclóricos. Além de serem mais arraigados à sua cultura, principalmente a religiosa, tive-ram maior contato com os brancos na vida doméstica e na mesti-çagem. Por essas razões, a influência negra na música brasileira foi grande, bem maior do que a influência indígena.

A música dos negros possuía função social e religiosa. No cati-veiro, o canto era a única diversão permitida; cantavam no tra-balho e no descanso, e comemoravam as festas públicas. Com a mestiçagem intensa, o negro nos legou sua música e também assimilou a música européia, que aprendeu nas igrejas e nas casas dos senhores.

Até o século 19, a profissão de barbeiro era desempenhada por negros, e incluía as tarefas de “médico” e de músico. As bandas de negros eram comuns nas festas populares e eram chamadas de “músicos barbeiros” ou “ternos de barbeiros”. Esses foram, provavelmente, os primeiros conjuntos de músicos profissio-nais do Brasil.

Muitos são os elementos negros presentes na música brasileira. Podemos citar:

• ritmo sincopado, característico do nosso samba;

• riqueza de instrumentos, como cuíca, ganzá, atabaque, ma-rimba e berimbau;

• muitas danças e elementos coreográficos, como a umbigada;

• coreografia sensual nas danças nacionais;

• cantos de rituais fetichistas com emprego de escalas exóticas;

• estrofe improvisada, seguida de refrão fixo, comum nas can-torias de violeiros;

• existência, na voz cantada brasileira, de um som nasal cau-sado, possívelmente, pelo mestiçamento com o negro, que se distingue do nasal caipira, de origem indígena.

Foram os africanos do grupo banto que legaram à música brasi-leira as bases do samba. Provavelmente derivado de “semba”, ritmo onde os dançarinos davam “umbigadas”, abrasileirou-se, e hoje é a preferência nacional em ritmo, música e dança.

Já dizia Caymmi: “quem não gosta de samba, bom sujeito não é...”

Beatriz de Castro VictoriaDiretora Executiva da Escola de Música de

Piracicaba Maestro Ernst [email protected]

“Tudo a seu tempo”, assim a fun-cionária da Editora Unimep Ivo-nete Savino define sua recente entrada em um dos grupos teatrais da Unimep, o No Espaço. Coor-denado pelo ator e diretor Antonio Chapéu, o grupo, que recentemente estava com inscrições abertas para novos integrantes deu espaço para 10 das 32 inscrições que recebeu. “Sempre tive certeza de que um dia iria desempacotar o meu sonho de ser atriz”, afirma Ivonete. E assim o fez. Aos 50 anos, com seu ingres-so à trupe, ela realiza esse desejo que cultiva desde a infância. Após inúmeros adiamentos, o momen-to chegou. “Era dia 7 de março, último dia de inscrição. Estava chovendo muito e precisei mudar o caminho. Então, parei em fren-te ao NUC (Núcleo Universitário

Ivonete Savino

MODA É

ARTE?

Participaram dessa edição Vanessa Anastácio, estudante de letras,

com licenciatura em português, Vânia Anastácio, vendedora

da Galeria Unimep

A proposta do criador da moda como arte é a confecção de peças a partir de idéias e percepções pessoais associadas ao contexto da história e da época em que vive, visando, a partir da inova-ção, buscar o único num universo onde peças em série comandam o mercado. Esses profissionais pri-mam pela estética e pelo “design”, desafiam o óbvio e se reinventam a cada estação, sendo responsá-veis pela criação de roupas que são verdadeiras obras-primas e que ainda influenciam toda a rede de produção da moda comercial, aquela que vemos nas vitrines e que segue uma linha de criação baseada em cópias e estudos de tendências para agradar ao gran-de público, despertar o desejo de consumo de identidades e marcas e colaborar na incessante busca do ser humano pelo belo, pela ju-ventude e pela sensualidade. O problema de muitos criadores é que suas idéias inusitadas geram

pouca identificação e não vendem. A massificação e a padronização da moda infelizmente dominam o mercado, mas é assim que o consumidor quer que seja. Para quem gos-ta de vestir algo diferente, achar uma roupa original não é tarefa fácil, mas op-ções existem.A característica comercial não faz a moda perder as suas linguagens e possibi-lidades de comunicação. Como diria o filósofo Ma-nuel Fontán de Junco, a moda consegue estabelecer uma ponte entre a beleza e a vida, é uma arte que se usa e se leva pra rua. E é fundamentalmente huma-na, feita por e para o homem.

Carol Alleoni é produtora de moda e jornalista

de Cultura) e pensei: nunca venho aqui, deve ser um sinal”, recorda.Já integrada às propostas do grupo, as reuniões semanais, e os exercícios corporais a fazem superar outros limites. “No dia seguinte de cada reunião, a Ivo-nete, funcionária da Editora Uni-mep, a psicóloga ou a avó jamais

faria o que a Ivonete atriz fez na noite anterior. Naquele momento tudo parece possível. Você sente que pode brilhar, isso me moti-va, pois em um palco o público acompanha o desempenho de cada ator e ninguém pode camu-flar”, conta ela, que é uma das 18 integrantes do grupo.

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14 MAIS CULTURA...

MarcoMary e RobertoBetinaBotox

Difundir a cultura cinemato-gráfica e literária para as comu-nidades periféricas de Piracicaba é a proposta da parceria firmada oficialmente, na última semana de abril, entre os representan-tes dos projetos Cinema de Rua (Cine Humberto Mauro Unimep) e Biblioteca Volante (Prefeitura de Piracicaba). Com a união, os bairros do município recebem quinzenalmente a programação de filmes nacionais mais o acervo de livros, presentes no ônibus. A

mudança inclui o expediente da Biblioteca Volante, que vai che-gar às 14h e permanecer aberta até às 18h. Já a projeção do filme será às 19h30. As atividades são gratuitas. Os projetos funcionam em caráter experimental desde o segundo semestre de 2007.

Por meio da parceria com o curso de pedagogia da Uni-mep e com a Fundação Educar–DPaschoal são distribuídos, gratuitamente, livros didáticos para a comunidade carente, que

Unimep TV Os programas ECO, exibido às segundas-feiras às 21h, às

quintas-feiras às 10h15 e às 15h e na sexta-feira às 16h, e Co-mida Boa, exibido às segundas às 10h30, 15h30 e 21h, pela Unimep TV (canal 13 da NET Piracicaba), também passam a integrar a grade da programação do NET Cidade a partir desse mês. Sendo assim, serão exibidos nos municípios de Ameri-cana, Sumaré, Rio Claro, Limeira, Mogi-Mirim, Mogi-Guaçu, Santa Bárbara d’Oeste, São Bernardo do Campo, Santo André, São Caetano, Diadema, Mauá, Atibaia, Itapetininga, Araraqua-ra, Bragança Paulista, Araçatuba, Jacareí, São José dos Cam-pos, Jundiaí, Sorocaba, Franca e Ribeirão Preto. Assim como nas cidades de Bauru, São Carlos, São José do Rio Preto, Re-sende, Barra Mansa (RJ) e Manaus (AM).

Estréia

O Cine Humberto Mauro da Unimep apresenta o docu-mentário norte-americano “Sicko” (2007), dirigido por Michael Moore que fica em cartaz entre dias 26 e 31 de maio. Na trama, histórias de americanos comuns cujas vidas foram despedaçadas, arruinadas e, em alguns ca-sos, destruídas pelo sistema de saúde. O filme mostra que a crise não somente afeta os 47 milhões de cida-dãos que não têm seguro de saúde, mas também mi-lhões de outros que pagam suas prestações e que estão freqüentemente lutando com a burocracia e com suas regras oficiais. As exibições são gratuitas e acontecem de segunda a sexta-feira, às 9h, às 15h e às 19h30, e aos sábados, às 9h e às 14h, no auditório verde, bloco 2, campus Taquaral. Informações no tel. (19) 3124-1707 ou no site www.cinehumbertomauro.com.br

Cine às QuartasNa programação Cine às Quartas, o Cine Humber-to Mauro apresenta no dia 21 o drama japonês “Ran” (1985), de Akira Kurosawa. No enredo, a história da obra trágica de William Shakespeare, “Rei Lear”, trans-posta para o Japão. No dia 4 de junho, está previsto outro drama, “O Ladrão de Sonhos”(1995), direção de Jean-Pierre Jeunet e Marc Caro. Na trama, Krank envelhece numa nebulosa torre aquática por não poder sonhar e tenta resolver a sua limitação seqüestrando crianças das cidades vizinhas. Já no dia 11 de junho, está na lista o espanhol “Má Educação” (2004), de Pedro Almodóvar. Enrique Goded é um cineasta que passa por um bloqueio criativo e que se aproxima dele um ator que procura tra-balho, se identificando como Ignacio Rodriguez, que foi o amigo mais íntimo de Enrique e também o primeiro amor da sua vida. As exibições são gratuitas e aconte-cem às 9h, às 15h e às 19h30, no auditório verde, bloco 2, campus Taquaral. Informações no tel. (19) 3124-1707 ou no site www.cinehumbertomauro.com.br.

CINEMA X

LEITURA

também participa de atividades promovidas pelos alunos de pe-dagogia. Tais atividades têm a meta de promover e incentivar o gosto pela leitura, sobretudo para aqueles que, devido a agravantes econômicos e culturais, não têm acesso a livros de qualidade.

Agenda

O documentário “Motoboys – Vida Loka” (2003), de Caíto Ortiz, abriu o convênio e também será exibido nos dias 17 de maio, no Bosques do Lenheiro; no dia 31 em Santa Olímpia; 7 de junho em Santana e 28 de junho no bair-ro Mário Dedini.

Cerimônia de oficialização do projeto

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BAÚ UNIMEP

CULTURA

Os Mais, Mais...

Os livros mais retirados nas bibliotecas dos campi da Unimep. Taquaral ›

“Curso de Direito Civil Brasileiro” (2007); Maria Helena Diniz; Ed. Saraiva.

Santa Bárbara ›d’Oeste

“Fundamentos da Termo-dinâmica” (2003); Gordon J. Van Wylen; Editora Ed-gard Blucher; 577 páginas.

› Lins

“Princípios de Termodi-nâmica para Engenharia” (2002), Michel J. Moran; Editora LTC; 681 páginas.

Fonte: Bibliotecas Unimep

Coletivo Olho de Peixe

Artilheiro A partir desta edição, as

curiosidades históricas contidas nos ricos acervos históricos da Unimep têm espaço garantido nesta seção, que se originou da série de mesmo nome publica-da durante 6 edições na página 16. Uma curiosidade sobre fu-tebol abre este seção. Se você

Fonte: “O Livro de Ouro do Futebol”, de Celso Unzelte,

Acervo Rocha Netto.

Ela voltou com tudo e com “os olhos” na produção acadê-mica. Trata-se da Editora Uni-mep, setor montado no campus Taquaral desde 1992 e respon-sável pela produção de revistas institucionais, com oportunida-des de publicações a docentes, alunos e membros da comunida-de unimepiana. A Editora esteve com suas atividades suspensas entre novembro de 2006 e mar-ço de 2007 em virtude de uma reformulação estrutural, para a implantação de um formato con-dizente com as reestruturações pelas quais passam a universi-dade. Para os próximos meses, a proposta é consolidar seu novo projeto de trabalho, valorizando as atuações dos profissionais da casa com publicações de artigos, livros, entre outros.

“Neste momento de reorgani-zação, o principal objetivo é que a Editora volte a cumprir seu papel, especialmente no que se refere à publicação das revistas institucio-nais. A partir de março de 2007, as primeiras ações foram realizadas e hoje ela retorna em pleno fun-cionamento”, conta Rosa Gitana Krob Meneghetti, pró-reitora de Pós-Graduação, Pesquisa e Ex-tensão da Unimep e atual editora-executiva da Editora Unimep.

Projetos e metas não faltam. Além da retomada e atualiza-ção das publicações das revistas institucionais, outras atividades constam no Plano de Trabalho 2008-2010 a ser apresentado ao Conselho de Política Editorial.

pensa que o maior artilheiro negro mundial foi Pelé, errou. Ao con-trário do que muitos pensam e de acordo com o “Guiness Book of Records” (O Livro dos Records), o maior goleador do mundo é o afro-descendente Arthur Friedenreich (1892-1969), autor de 1.329 gols. Embora a informação não tenha sido oficializada pela Fifa (Fédé-ration Internationale de Football),

ela está registrada em várias enci-clopédias de futebol. Craque das décadas de 10 a 30, o lendário “El Tigre” deu os primeiros passos no futebol em 1909, período em que utilizava as meias da mãe para ali-sar os cabelos e muito pó de arroz com a proposta de esconder a cor morena e poder atuar no aristocrá-tico Sport Club Germania, hoje Esporte Clube Pinheiros.

PRODUÇÃO ACADÊMICA

NA MIRA

ativação da linha editorial “Ca-dernos Universitários”, para atender à demanda do corpo docente em relação à produção de textos utilizados em sala de aula; a realização de estudos para a disponibilização das revistas institucionais em for-mato eletrônico e a publicação semestral da revista “Cadernos de Direito”, antes produzida pela coordenação do curso de mestrado de direito da univer-sidade.

Atuação Desde a sua implantação, a

Editora Unimep publicou mais de 70 livros nas áreas de ciên-cias humanas, ciências sociais, ciências exatas e tecnologia, ciências biológicas e de saúde e educação, além de revistas como “Saúde em Revista” e “Revista Impulso”, ambas qua-drimestrais; “Revista da Facul-dade de Odontologia de Lins (FOL)” e “Revista de Ciência & Tecnologia”, semestrais.

Compõem a equipe da Edi-tora, Ivonete Savino, assessora da editora-executiva, Maria Nilza Facco Preeg e Pedro Luís Lopes Bincoletto, auxiliares administrativos. O setor está localizado na sala 8 do bloco 7 do campus Taquaral. Fun-cionamento: das 7h30 às 12h e das 13h às 17h30, de segunda a sexta-feira. Informações no tel. (19) 3124-1620 ou no e-mail [email protected]

De acordo com Rosa, entre os projetos estão a reativação da publicação de livros, inclusive os já editados e que possuem

bom acolhimento entre o lei-tor; o desenvolvimento de cam-panhas junto aos alunos para assinaturas de periódicos; a re-

Bincoletto e Nilza (em pé), Rosa e Ivonete

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Celiana [email protected]

Ainda dá tempo de se inscre-ver para a 16ª edição do Salão Universitário de Humor de Pi-racicaba-Unimep, que ampliou a possibilidade de participação, já que não só universitários de graduação e pós-graduação da América Latina, como de todo o mundo, podem mandar seus desenhos. As inscrições, que são gratuitas, se encontram abertas até 26 de maio e podem ser fei-tas pessoalmente, pela internet ou pelo correio nas categorias charge, cartum, caricatura e HQ (História em Quadrinhos).

Criado com a finalidade de ser uma vitrine para o universi-tário, o salão é um projeto pio-neiro dedicado especialmente ao segmento do humor gráfico. E não foi à toa que com a am-pliação da participação os orga-nizadores receberam, além dos brasileiros, trabalhos originá-rios de países do Oriente Mé-dio, Europa e América Latina. A expectativa é que o número de inscritos aumente nos últimos dias de prazo de inscrição. “A experiência dos anos anteriores mostra que a procura aumenta

SALÃO UNIVERSITÁRIO

consideravelmente nos últimos dias. Com relação às inscrições, fomos um dos primeiros salões do país a receber desenhos pela internet, fato hoje adotado por um número crescente de even-tos do gênero”, destaca o coor-denador do salão, professor Ca-milo Riani, que ressalta que a parceria com a Assessoria para Assuntos Internacionais, conso-lidada este ano, e a divulgação pela internet possibilitaram uma rapidez maior para que a pro-posta fosse difundida em várias partes do mundo.

Ainda relacionado à informá-tica está o perfil dos trabalhos re-cebidos pelo Salão Universitário

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eHUMOR GRÁFICO

História O Salão Universitário de Humor é um projeto dedicado es-

pecialmente ao universo do humor gráfico, que nasceu em 1992 com o propósito de ser um verdadeiro espaço para a manifesta-ção artística e revelação de jovens talentos. Nele foram revelados craques do traço nacional, como Flávio Rossi, Rodrigo Rosa, Pryscila Vieira, Páffaro e muitos outros. No início com âmbito nacional, o evento passou a ser latino-americano, até chegar ao atual estágio, aberto a universitários de todo o mundo.

Ao longo desses anos, mais de 1.000 universitários de todo o Brasil e América Latina participaram do evento, o que gerou um acervo com cerca de 1.500 trabalhos selecionados. O mate-rial traduz a história brasileira e mundial, por meio de sártiras de momentos críticos da política, sob o olhar do universitário.

da Unimep. De acordo com Ria-ni foram confeccionados a partir da utilização de programas grá-ficos. “Existe um grande uso de inovações visuais, não por acaso, já que se trata de uma geração que cresceu tendo a informática no seu dia-a-dia”, observa.

Prêmio Aos vencedores serão di-

vididos R$ 3.000 em prêmios, além dos portfólios especiais – CDs com dados sobre a carreira, contatos, trabalhos e imagens de cada um dos artistas e esco-lhidos pelo júri – que serão en-viados para profissionais da área do humor gráfico, imprensa, re-vistas e agências de publicidade. Após a cerimônia de premiação, estará disponível para votação a categoria internet, que permitirá que os internautas escolham o melhor trabalho selecionado.

A arte do material de divul-gação, como de costume nas edi-ções anteriores, é confeccionada por um profissional do humor gráfico brasileiro. Nessa edição o desafio ficou a cargo do premiado caricaturista Eduardo Baptistão, que atua no O Estado de S. Paulo e é considerado um dos maiores profissionais da atualidade.

Os vencedores serão anuncia-dos no dia 6 de junho durante a festa de premiação, a ser realizada no átrio da biblioteca do campus Taquaral, onde também estarão expostos os trabalhos vencedo-res. Na ocasião estão previstas performances de “clowns” e a confecção de desenhos dos con-vidados por cartunistas.

Estão confirmados para com-por o júri de premiação a renomada dupla Gual (Gualberto Costa) e Jal (José Alberto Lovetro), que assina a criação do Troféu HQ-MIX e são

autores de dezenas de personagens e projetos culturais; Jean, chargista oficial da Folha de S. Paulo; o pró-prio Baptistão, entre outros.

AnoteDados sobre regulamento, bem

como ficha de inscrição, fotos de salões anteriores, história e obras premiadas se encontram no site www.unimep.br/salaodehumor. Informações no tel. (19) 3124-1611 (das 8h às 12h) ou no e-mail [email protected].