deronto: método para construção de ontologias a partir de

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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ CAMPUS CURITIBA GERÊNCIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA ELÉTRICA E INFORMÁTICA INDUSTRIAL – CPGEI FÁBIO MANOEL CALIARI DERONTO: MÉTODO PARA CONSTRUÇÃO DE ONTOLOGIAS A PARTIR DE DIAGRAMAS ENTIDADE-RELACIONAMENTO DISSERTAÇÃO DE MESTRADO CURITIBA AGOSTO – 2007.

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Page 1: deronto: método para construção de ontologias a partir de

UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

CAMPUS CURITIBA

GERÊNCIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA

ELÉTRICA E INFORMÁTICA INDUSTRIAL – CPGEI

FÁBIO MANOEL CALIARI

DERONTO: MÉTODO PARA

CONSTRUÇÃO DE ONTOLOGIAS A PARTIR DE

DIAGRAMAS ENTIDADE-RELACIONAMENTO

DISSERTAÇÃO DE MESTRADO

CURITIBA

AGOSTO – 2007.

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UNIVERSIDADE TÉCNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica e Informática Industrial

DISSERTAÇÃO

apresentada a UTFPR

para obtenção do grau de

MESTRE EM CIÊNCIAS

por

FÁBIO MANOEL CALIARI

DERONTO: MÉTODO PARA CONSTRUÇÃO DE

ONTOLOGIAS A PARTIR DE DIAGRAMAS

ENTIDADE-RELACIONAMENTO

Banca Examinadora:

Presidente e Orientador:

PROF. DR. CESAR AUGUSTO TACLA UTFPR

Examinadores:

PROF. DRA. ANDREIA MALUCELLI PUCPR

PROF. DR. EMERSON CABRERA PARAISO PUCPR

PROF. DR. GUSTAVO ALBERTO GIMÉNEZ LUGO UTFPR

Curitiba, Agosto de 2007.

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3

FÁBIO MANOEL CALIARI

DERONTO: MÉTODO PARA CONSTRUÇÃO DE ONTOLOGIAS A PARTIR

DE DIAGRAMAS ENTIDADE-RELACIONAMENTO

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-

Graduação em Engenharia Elétrica e

Informática Industrial da Universidade

Tecnológica Federal Paraná, como requisito

parcial para a obtenção do grau de “Mestre em

Ciências” – Área de Concentração: Informática

Industrial.

Orientador: Prof. Dr. Cesar Augusto Tacla

Curitiba

2007

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AGRADECIMENTOS

A Deus, por iluminar-me e abençoar-me sempre.

A minha mãe, Norma Angela Caliari, pelo amor, carinho, presença em todos os

momentos da minha vida e apoio incondicional em todos os meus sonhos.

A minha namorada Adriane Regina Dums, a quem tanto amo, pelo seu amor,

carinho, torcida, companheirismo durante este longo caminho, paciência e compreensão

nas inúmeras ocasiões em que eu não pude dar-lhe a merecida atenção e por tornar meus

dias mais felizes.

Ao meu orientador, Prof. Dr. Cesar Augusto Tacla, que tem minha eterna

gratidão e admiração, pela excelente orientação, por sua dedicação e disponibilidade

incansáveis, por suas idéias brilhantes, pela credibilidade depositada em mim, pela

serenidade de nossas conversas que não me deixavam desanimar, por seus ensinamentos

e pela parceria imprescindível para a realização desta dissertação.

Ao Ademir Freddo, Joel Carlos Vieira Reinhardt, que tem meu reconhecimento

e gratidão, pela amizade e otimismo que me incentivaram e fizeram acreditar no valor

do meu trabalho, agradeço pelo bom humor contagiante, pela disponibilidade, atenção e

participação, pelas inúmeras sugestões, contribuições e conversas que me ajudaram a ter

idéias, a criar e a melhorar a dissertação e pelas inúmeras horas de estudo durante o

período de créditos, que me permitiram crescer e realizar esta dissertação.

Aos professores, Dra. Andreia Malucelli, Dr. Emerson Cabrera Paraiso e Dr.

Gustavo Alberto Giménez Lugo pela participação na banca de avaliação.

Meus professores da graduação e amigos Gean Cardoso de Medeiros e Eduardo

Raul Hruschka, pela carta de recomendação na inscrição do curso de mestrado.

Aos demais amigos pelo estímulo e apoio.

A CAPES pelo auxílio financeiro que me foi concedido durante o curso.

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6

SUMÁRIO

LISTA DE FIGURAS.............................................................................................................. ix

LISTA DE TABELAS............................................................................................................. x

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS............................................................................. xi

RESUMO................................................................................................................................. xii

ABSTRACT............................................................................................................................ xiii

CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO......................................................................................... 14

1.1 Problemática de Pesquisa ......................................................................................... 14

1.2 Objetivo Geral.......................................................................................................... 15

1.3 Objetivos Específicos ............................................................................................... 15

1.4 Justificativa .............................................................................................................. 15

1.5 Benefícios Esperados ............................................................................................... 16

1.6 Organização do Trabalho.......................................................................................... 17

CAPÍTULO II - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA............................................................... 18

2.1 Conceituação............................................................................................................ 18

2.1.1 DER (Diagrama Entidade-Relacionamento)..................................................... 18

2.1.2 Lógica de Descrições (DL) .............................................................................. 20

2.1.3 Tipos de ontologias.......................................................................................... 21

2. 2 Metodologias de Desenvolvimento de Ontologias ................................................... 21

2.2.1 Metodologia de Uschold e King....................................................................... 22

2.2.2 Metodologia de Grüninger e Fox ..................................................................... 22

2.2.3 Metodologia On-To-Knowledge Methodology ................................................ 23

2.2.4 Metodologia de Noy e McGuinness ................................................................. 23

2.2.5 Methontology .................................................................................................. 24

2.3 Metodologias Baseadas em Engenharia Reversa....................................................... 25

2.3.1 Metodologia de Sugumaran (2002) .................................................................. 25

2.3.2 Metodologia de Bueno (2005).......................................................................... 26

2.3.3 Metodologia de Saias (2003)............................................................................ 26

2.3.4 Metodologia de Dogan (2002) ......................................................................... 27

2.4 Problemas das Metodologias .................................................................................... 27

2.5 Discussão ................................................................................................................. 28

CAPÍTULO III – DERONTO: Método Proposto............................................................. 30

3.1 Visão Geral do Método ............................................................................................ 30

Page 7: deronto: método para construção de ontologias a partir de

7

3.2 Passo 1 ..................................................................................................................... 31

3.2 Passo 2 ..................................................................................................................... 33

3.3 Passo 3 ..................................................................................................................... 37

3.4 Passo 4 ..................................................................................................................... 39

3.4.1 Nomenclatura .................................................................................................. 39

3.4.2 Propriedades a partir de Atributos .................................................................... 40

3.4.3 Propriedades a partir de Relacionamentos ........................................................ 41

3.5 Passo 5 ..................................................................................................................... 42

3.5.1 Condição Necessária e Suficiente .................................................................... 42

3.5.2 Condição Necessária........................................................................................ 44

3.6 Passo 6 ..................................................................................................................... 45

3.7 Documentar a Ontologia........................................................................................... 45

3.8 Trabalhos Similares.................................................................................................. 45

3.9 Discussão ................................................................................................................. 47

CAPÍTULO IV: Estudo de Caso ....................................................................................... 49

4.1 Passo 1 ..................................................................................................................... 49

4.2 Passo 2 ..................................................................................................................... 50

4.3 Passo 3 ..................................................................................................................... 52

4.4 Passo 4 ..................................................................................................................... 54

4.4.1 Nomenclatura das Propriedades ....................................................................... 54

4.4.2 Propriedades a partir de Atributos .................................................................... 54

4.4.3 Propriedades a partir de Relacionamentos ........................................................ 55

4.5 Passo 5 ..................................................................................................................... 58

4.5.1 Condição Necessária e Suficiente .................................................................... 58

4.5.2 Condição Necessária........................................................................................ 59

4.6 Passo 6 ..................................................................................................................... 59

4.7 Formulários de Preenchidos no DERONTO ............................................................. 60

4.8 Discussões................................................................................................................ 61

CAPÍTULO V: Experimentação e Resultados ................................................................. 63

5.1 Metodologia ............................................................................................................. 63

5.1.1 Amostra........................................................................................................... 63

5.1.2 Experimentos e Instrumentos ........................................................................... 63

5.1.3 Procedimento de Obtenção dos Resultados ...................................................... 64

5.2 Resultados e Discussão............................................................................................. 72

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8

5.2.1 Descrição da Similaridade entre Conceitos ...................................................... 73

5.2.2 Descrição da Similaridade entre os Conceitos e Propriedades .......................... 75

5.2.3 Descrição da Cobertura dos Axiomas............................................................... 77

5.2.4 Descrição da Precisão dos Axiomas ................................................................ 79

5.3 Tentativa de Experimento com Pessoas que não Conhecem DER ............................. 79

5.4 Análise Crítica do DERONTO e das Experimentações ............................................. 80

CAPÍTULO VI: Conclusão ............................................................................................... 82

6.1 Contribuições ........................................................................................................... 84

6.2 Trabalhos futuros ..................................................................................................... 84

REFERÊNCIAS................................................................................................................. 86

APÊNDICES...........................................................................................................................90

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9

LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Método para criação de uma ontologia a partir do DER........................................ 30

Figura 2. DER..................................................................................................................... 32

Figura 3. Exemplo de um DER. .......................................................................................... 33

Figura 4. Atributo multivalorado reescrito........................................................................... 34

Figura 5. Relação com atributos associados reescritos em entidade e atributos. ................... 34

Figura 6. Exemplo de um atributo “Tipo” que é reescrito em entidade de especialização..... 35

Figura 7. Exemplo de mais de um atributo com a palavra “Tipo” em uma entidade. ............ 35

Figura 8. Exemplo de uma entidade com o nome “Tipo” que é reescrita em entidade de

especialização. ............................................................................................................ 36

Figura 9. Exemplo de uma relação ternária R transformada em três binárias........................ 37

Figura 10. Relação de Especialização transformadas em DL. .............................................. 38

Figura 11. Atributos com o mesmo nome nas entidades do DER......................................... 39

Figura 12. Exemplos de um DER. ....................................................................................... 40

Figura 13. Relação com papéis do DER. ............................................................................. 41

Figura 14. Casos possíveis de restrição necessária e suficiente. ........................................... 43

Figura 15. Exemplo de uma restrição necessária. ................................................................ 44

Figura 16. Método proposto por Bohring e Auer. Fonte: (Bohring et al., 2005). .................. 48

Figura 17. DER construído após a leitura do enunciado....................................................... 49

Figura 18. Transformação da relação com atributos associados em entidade........................ 50

Figura 19. Transformação do atributo “Tipo” da entidade C_Corrente em relação de

especialização. ............................................................................................................ 51

Figura 20. Transformação do atributo “Tipo” da entidade Correntista em relação de

especialização. ............................................................................................................ 51

Figura 21. DER após a execução do passo 2 do método proposto. ....................................... 52

Figura 22. Ontologia obtida a partir do enunciado do problema deste exemplo.................... 60

Figura 23. Ontologias organizadas hierarquicamente........................................................... 65

Figura 24. Gráfico comparativo entre a média de similaridade entre os conceitos do grupo A,

grupo B e grupo C. ...................................................................................................... 75

Figura 25. Gráfico comparativo entre a média de similaridade entre os conceitos e

propriedades do grupo A, grupo B e grupo C............................................................... 77

Figura 26. Gráfico comparativo entre a média de cobertura dos axiomas dos grupos A, B e C.79

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Documentação dos conceitos da ontologia. ............................................................. 39

Tabela 2. Propriedades com o mesmo nome do DER. ............................................................ 40

Tabela 3. Atributos do DER que são transformados em propriedades datatype....................... 41

Tabela 4. Documentação das propriedades da ontologia. ........................................................ 42

Tabela 5. Transformações das restrições necessárias e suficientes representadas em DL. ....... 44

Tabela 6. Documentação dos axiomas da ontologia................................................................ 44

Tabela 7. Transformação das entidades em conceitos correspondentes da ontologia. .............. 52

Tabela 8. Transformação das relações de especialização e generalização em subconceitos da

ontologia. ....................................................................................................................... 53

Tabela 9. Documentação dos conceitos e subconceitos da ontologia....................................... 54

Tabela 10. Dados obtidos após a execução do item c da seção 3.4.1. ...................................... 54

Tabela 11. Propriedades obtidas após a execução do item a da seção 3.4.2. ............................ 55

Tabela 12. Propriedades obtidas após a execução do item b da seção 3.4.2............................. 55

Tabela 13. Formulário com o nome das propriedades do passo 4............................................ 56

Tabela 14. Documentação das propriedades da ontologia. ...................................................... 58

Tabela 15. Documentação das restrições da ontologia de exemplo. ........................................ 59

Tabela 16. Formulário de dados de saída do passo 3............................................................... 60

Tabela 17. Formulário de dados de saída do passo 4............................................................... 61

Tabela 18. Exemplo de cobertura e precisão........................................................................... 72

Tabela 19. Resultados dos experimentos realizados através do método................................... 73

Tabela 20. Resumo da eficácia do método.............................................................................. 80

Tabela 21. Pontos a melhorar na experimentação do DERONTO. .......................................... 81

x

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11

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

DER - Diagrama Entidade-Relacionamento

DERs - Diagramas Entidade-Relacionamento

DERONTO - Nome do método proposto nesta dissertação.

DL - Lógica de Descrições

MER - Modelo Entidade-Relacionamento

OCL - Object Constraint Language

OWL - Web Ontology Language

OWL-DL - Web Ontology Language – Description Logic

PROLOG - Programing Logic

UML - Unified Modeling Language

XML - EXtensible Markup Language

XSD - XML Schema Definition

W3C - World Wide Web Consortium

xi

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12

RESUMO

Embora a representação do conhecimento por meio de ontologias tenha evoluído

muito nos últimos anos, seus benefícios são usufruídos por um número ainda restrito de

pessoas. A fim de possibilitar que a construção de ontologias seja uma alternativa viável

aos profissionais de informática ligados ao desenvolvimento de sistemas de informação,

é preciso simplificar a apresentação dos conceitos fornecendo meios que facilitem sua

construção. Assim, com o objetivo de facilitar e agilizar a construção de ontologias este

trabalho propõe um método para a criação de ontologias de domínio e de aplicação.

O método tem como entrada um DER criado pelo usuário. Em seguida, o DER é

reescrito para transformar relações associativas com atributos associados, atributos

compostos e relações ternárias em entidades, atributos ou relações de

generalização/especialização. O próximo passo consiste em definir os conceitos e

subconceitos da ontologia, seguido da definição das propriedades da ontologia. O passo

seguinte consiste em determinar os axiomas de definição dos conceitos e, por fim, o

projetista verifica e modifica a ontologia. Este ciclo se repetirá até que o projetista

defina uma versão satisfatória tendo com resultado a hierarquia de conceitos,

propriedades e os axiomas da ontologia.

Os benefícios esperados para os profissionais de informática são facilitar a

criação de ontologias em relação aos métodos complexos existentes e documentar a

ontologia de forma rápida, consistente e eficiente.

Após realizar um experimento com três grupos distintos separados em função do

conhecimento e experiência em construção de ontologias, verificou-se que o método

auxilia pessoas com pouco conhecimento e com conhecimento moderado em ontologias

a criar a hierarquia de conceitos e as propriedades. Em relação aos axiomas, o auxílio

proporcionado pelo método é menor.

xii

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13

ABSTRACT

Although knowledge representation through ontologies had much progress in the

last years, its benefits are usufruct by a restrict number of people. Due to enable that the

construction of ontologies be a practicable alternative to computer science professionals

stood in with the development of information systems it is necessary to simplify

presentation of concepts providing ways to make its construction easier. So, with the

purpose of making the construction of ontologies easier and quicker this work suggests

a method for creation of ontologies of command and application.

The method has as entrance an Entity-Relationship Diagram (DER) created by

the user. Afterwards, the ERD is written over again to transform associative relation

with associate attribute, compound attribute and ternal relation in entities, attributes or

relation of generalization/specialization. Next step consists of defining ontology

concepts and subconcepts followed by the definition of ontology properties. Another

step consists in determining the axioms of concepts definition and, al last, the projector

tests and modifies the ontology. This cycle will be repeated since the projector

determines a satisfactory version having with the result the concepts hierarchy,

properties and the ontology axioms.

The expected benefits for computer science professionals is to make ontology

creation easier in relation to existing complex methods and document the ontology in a

fast, consistent and efficient way.

After making an experimentation with three different groups separated by

knowledge and experience in ontology construction, it was confirmed the method helps

people with low knowledge and moderate knowledge in ontologies to create the

concepts hierarchy and the properties. In relation to axioms, the assistance presented by

the method is smaller.

xiii

Page 14: deronto: método para construção de ontologias a partir de

14

CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO

Neste primeiro capítulo introduz-se o problema a ser explorado na pesquisa, o

objetivo geral e os específicos. Em seguida, apresentam-se a justificativa, as

contribuições esperadas e a estrutura geral do trabalho.

No decorrer desta dissertação, são utilizados os termos:

- projetista para a pessoa responsável pela implementação e

construção da ontologia, que desempenha o papel de engenheiro

de conhecimento.

- entidade, relacionamento, atributos para nomear os conceitos do

DER (Diagrama Entidade-Relacionamento),

- conceito, propriedade, axiomas (restrições) e indivíduos para

conceitualização da ontologia.

- metodologias clássicas, são as metodologias mais divulgadas na

literatura sobre ontologias.

- especialista de domínio para pessoas que são especialistas em

determinada área de aplicação e não possui conhecimento para

implementar computacionalmente essa área.

1.1 Problemática de Pesquisa

O conceito de ontologia surgiu, originalmente, na área de filosofia como o estudo

do que existe. Na área da computação, o termo ontologia possui uma conotação

diferente, sendo usada como uma especificação formal explícita de uma

conceitualização compartilhada (GRUBER, 1993). Assim, uma ontologia fornece um

entendimento comum, padronizado e compartilhado de um domínio, conhecimento este

que pode ser comunicado ou compartilhado entre pessoas e sistemas.

Guarino (1997) acrescenta que o grau de especificação de uma conceituação de

uma linguagem utilizada para uma base de conhecimento depende do propósito

desejado para a ontologia; concepção compartilhada por Uschold (1996). Segundo

Uschold (1996), uma ontologia é uma manifestação do entendimento do domínio,

compartilhada e comum entre integrantes de uma comunidade.

Ontologia é uma descrição de conceitos e dos relacionamentos que podem existir

entre estes conceitos em um determinado domínio. Através de uma ontologia é possível

Page 15: deronto: método para construção de ontologias a partir de

15

definir uma hierarquia de conceitos, propriedades, axiomas e indivíduos. A melhor

maneira para se descrever uma ontologia depende da aplicação a que ela se destina. Por

este motivo existem as metodologias que nada mais são do que um conjunto de

atividades e resultados associados a essas atividades com o objetivo de garantir a

geração de um produto final, neste caso, uma ontologia.

Diversas maneiras de criá-las vêm sendo desenvolvidas por grupos de pesquisa

para se resolver diferentes problemas, para descrever diversos domínios e várias

aplicações. Na literatura, há metodologias com abordagens e características diversas, as

quais foram desenvolvidas com diferentes objetivos e para aplicações distintas, muitas

vezes o modo de construção prescrito é de difícil compreensão para os profissionais de

TI (tecnologia da informação). Para amenizar estas dificuldades, propõe-se um método

para construção de ontologias de domínio e de aplicação.

1.2 Objetivo Geral

O objetivo deste trabalho é elaborar um método de construção de ontologias de

domínio e de aplicação que seja utilizável por profissionais da área de desenvolvimento

de sistemas de informática com pouco conhecimento ou conhecimento moderado em

ontologias.

1.3 Objetivos Específicos

Os objetivos específicos são:

�� Detalhar os passos do método o máximo possível para facilitar sua realização

em uma ferramenta de software;

�� Definir uma metodologia de experimentação que permita analisar os

resultados produzidos por meio de um estudo de caso e validar o método

através de uma amostra com grupos de usuários, assim, verificar se o método

proposto é eficaz para construir ontologias.

1.4 Justificativa

Há diversas metodologias para se elaborar ontologias (FERNÁNDEZ et al.,

1997, SURE et al., 2002, NOY et al., 2000, GRÜNINGER et al., 1995), a maior parte

delas destinadas a pessoas com bom nível de conhecimento teórico em ontologias. O

maior problema em construir uma ontologia seguindo as metodologias citadas é o tempo

Page 16: deronto: método para construção de ontologias a partir de

16

investido para compreender a metodologia e o formalismo da representação,

normalmente relacionado a linguagens lógicas de primeira ordem.

A fim de possibilitar o aumento do uso de ontologias em aplicações variadas é

preciso tornar mais fácil aos profissionais de informática o aprendizado dos

fundamentos teóricos dos métodos de construção e das linguagens de representação de

ontologias. Neste trabalho, parte-se do princípio que o DER é uma ferramenta de

modelagem de dados bastante difundida e utilizada pelos profissionais de informática.

Se este conhecimento existente for reutilizado na construção de ontologias, então estas

últimas serão construídas mais facilmente e utilizadas de forma mais ampla no

desenvolvimento de aplicações. Assim, o objetivo desta dissertação é apresentar um

método, denominado DERONTO para construção e representação formal de uma

ontologia a partir de um DER.

A escolha do DER como ponto de partida é devida à popularidade deste modelo

junto aos analistas de sistemas, programadores e administradores de bancos de dados,

reduzindo o tempo de aprendizado do DERONTO. Outro fato é que em muitos casos o

DER já está presente na documentação do banco de dados, assim teoricamente já foi

validado pela área responsável e pode ser aproveitado, tendo como benefício reduzir o

tempo de elaboração de uma ontologia.

Possibilitar o compartilhamento e a interoperabilidade do conhecimento entre os

domínios, estruturar o domínio de forma que se permita sua compreensão com maior

clareza e objetividade e permitir a reutilização de conceitos são algumas das vantagens

da ontologia em sistemas de informações.

1.5 Benefícios Esperados

Espera-se que este trabalho traga os seguintes benefícios aos profissionais de

informática aos quais o método é destinado:

- agilizar a construção de ontologias em virtude de muitas das

metodologias existentes necessitarem de muito tempo de aprendizado e

de desenvolvimento. Assim fornecer prazos de criação das ontologias

mais curtos, que resultam em menor custo.

- documentar a ontologia de forma rápida, consistente e eficiente. Desta

forma o projetista pode dar a devida atenção às questões relacionadas ao

Page 17: deronto: método para construção de ontologias a partir de

17

núcleo do negócio e não investir o tempo em documentar com detalhes a

ontologia.

1.6 Organização do Trabalho

No capítulo 2 são apresentadas as metodologias clássicas para criação de

ontologias, como são obtidas as informações para construí-las e quais os problemas

detectados. O capítulo 3 apresenta o DERONTO, método para desenvolvimento de

ontologias a partir de DERs. O capítulo 4 mostra um estudo de caso de elaboração de

uma ontologia a partir de um DER. O capítulo 5 apresenta a metodologia de

experimentação, os experimentos, a análise dos resultados obtidos e discussões sobre o

método e a experimentação em si. Por fim, são apresentadas as contribuições desta

dissertação, considerações finais e trabalhos futuros.

Page 18: deronto: método para construção de ontologias a partir de

18

CAPÍTULO II - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Neste capítulo exploram-se algumas metodologias “clássicas” e como as

informações são adquiridas para o desenvolvimento da ontologia. Logo depois são

abordadas as metodologias de engenharia reversa que utilizam dados de modelos

conceituais previamente elaborados para sua construção. O objetivo é introduzir os

conceitos fundamentais e listar os problemas das metodologias estudadas. Ao final, é

apresentada uma discussão sobre as metodologias descritas neste capítulo. Descrevem-

se inicialmente conceitos importantes relacionados ao DER e à DL (Lógica de

Descrições) para auxiliar na compreensão desta dissertação.

2.1 Conceituação

2.1.1 DER (Diagrama Entidade-Relacionamento)

O DER se faz presente na estrutura central desta dissertação, por isso a

importância de defini-lo. Uma das técnicas difundidas de modelagem conceitual é a

abordagem entidade-relacionamento e usualmente é representada pelo DER.

Segundo Silberschatz (et al., 1999) DER é uma forma de descrever o modelo de

dados de um sistema com alto nível de abstração. Ele é a principal representação do

modelo entidade relacionamento. Sua maior aplicação é para visualizar o

relacionamento entre tabelas de um banco de dados, no qual as relações são construídas

através da associação de um ou mais atributos destas tabelas.

Já para Heuser (2001) é o resultado do processo de modelagem de dados executado pelo

projetista de dados. De acordo com Heuser (2001) um DER é composto por alguns

componentes, entre eles:

- entidade representa um conjunto de objetos do mundo real que possui

existência própria e cujas características ou propriedades deseja-se

armazenar.

- atributo é um dado que é associado a cada ocorrência de uma entidade ou

de um relacionamento.

- relacionamento é um conjunto de associações entre entidades.

Page 19: deronto: método para construção de ontologias a partir de

19

- cardinalidade mínima e máxima é o número mínimo e máximo de

ocorrências de entidades associadas a uma ocorrência da entidade em

questão através do relacionamento.

- relacionamento binário (de grau 2) é aquele cujas ocorrências contém

apenas duas entidades ligadas entre eles.

- relacionamento de grau >2 (ternários, quaternários, etc) é um

relacionamento com 3 ou mais ocorrências de entidades.

- chave primária: é a chave que identifica cada registro dando-lhe

unicidade e seu conteúdo nunca se repetirá.

- a entidade fraca é aquela que não possui atributos suficientes para a

formação de uma chave primária, enquanto que entidades que possuem

chaves primárias são denominadas entidades fortes. A existência de uma

entidade fraca depende da existência de uma entidade forte, ela deve se

relacionar com a entidade forte através de um relacionamento 1:1.

- especialização é um processo para definir as subentidades de uma super

entidade com base numa determinada característica.

- generalização é o processo funcional inverso da especialização no qual se

identificam as características comuns que passarão a caracterizar uma

nova super entidade que generaliza as entidades originais.

- atributo composto é um atributo formado por outros subatributos que

pode ser dividido em partes menores que representam estruturas com

significados próprios.

- atributo multivalorado é um atributo que apresenta um conjunto de

valores para a mesma ocorrência de entidade.

De acordo com Korth e Silberschatz (1995) o DER é composto por um conjunto

de objetos gráficos que visa representar todos os objetos do modelo

Entidade-Relacionamento (MER) tais como entidades, atributos, atributos chaves,

relacionamentos, restrições estruturais, etc. O DER fornece uma visão lógica do banco

de dados, fornecendo um conceito mais generalizado de como estão estruturados os

dados de um sistema. Para Korth e Silberschatz (1995) o MER é um modelo de dados

conceitual de alto nível cujos conceitos foram projetados para estar o mais próximo

possível da visão que o usuário tem dos dados. Não se preocupando em representar

Page 20: deronto: método para construção de ontologias a partir de

20

como estes dados estarão realmente armazenados. Este modelo é utilizado

principalmente durante o processo de projeto de banco de dados.

Conclui-se que o MER é conceitual e o DER é a relação entre as tabelas do

projeto. No MER pode ocorrer uma relação (n:n) entre duas entidades, no entanto no

DER esta relação gera uma terceira tabela conforme as regras de normalização. No

MER são representadas as entidades que o banco de dados terá, já o DER representa o

próprio banco de dados, com suas tabelas, relacionamentos, regras, restrições, tipos de

dados, chaves primárias, etc. Através do DER é gerado o banco de dados físico.

2.1.2 Lógica de Descrições (DL)

A lógica de descrições é uma representação formal de conhecimento. (BAADER

et al., 2003, FRANCONI, 2006 e HORROCKS, 2005)

A DL é um formalismo que representa o conhecimento de um domínio de

aplicação (mundo), definindo os conceitos relevantes (terminologia) e utilizando estes

conceitos para especificar propriedades de objetos e indivíduos que ocorrem no domínio

(BAADER et al., 2003).

Uma das características que diferencia a DL de outras linguagens é a

possibilidade de utilização de sistemas de raciocínio (mecanismos de inferência).

Resumindo, a DL é um formalismo para representar conhecimento e raciocinar

sobre ele.

O processo de construção de ontologias é baseado no formalismo da lógica de

descrições. A DL descreve um domínio utilizando conceitos, propriedades e

construtores.

Nesta dissertação a DL é a maneira utilizada para representar os passos do

método proposto no capítulo 3, onde os principais símbolos dos construtores e restrições

de valores utilizados são os seguintes:

- União : representa um conjunto de indivíduos pela união de conceitos.

Por exemplo: A B (o indivíduo é A e B) ao mesmo tempo.

- Conjunção : representa um conjunto de indivíduos pela interseção de

indivíduos. Por exemplo: A C (o indivíduo pertence ao conjunto A e

ao conjunto C ao mesmo tempo).

- Negação ¬: (¬ A): indivíduos não pertencem ao conjunto A.

Page 21: deronto: método para construção de ontologias a partir de

21

- Quantificador existencial integral ∃ : por exemplo: ∃ temA (existe pelo

menos um indivíduo que pertence ao conjunto A).

- Restrição de Valor∀ : ∀ tem_a.A (todo “a” deve ser do conjunto A).

- Número de restrições qualificado �: por exemplo: � 3 tem_a.A (pelo

menos três indivíduos “a” que pertencem ao conjunto A).

Escrever a ontologia em lógica de descrição é uma forma de evitar a imprecisão

das linguagens naturais e facilitar a interpretação por indivíduos e máquinas que

utilizam respectivamente, diferentes linguagens naturais e plataformas.

Como linguagem formal de representação, escolheu-se OWL-DL (Web

Ontology Language – Description Logic) por ser uma recomendação W3C.

2.1.3 Tipos de ontologias

Com base no conteúdo as ontologias são classificadas em algumas categorias,

ontologias genéricas, de domínio, de tarefas, de representação e ontologias de aplicação.

(GUARINO, 1997). O método proposto neste trabalho encaixa-se na categoria

ontologias de domínio e de aplicação que segundo Guarino (1997) expressam conceitos

dependentes do domínio e da tarefa. Esses conceitos freqüentemente correspondem a

papéis desempenhados por entidades do domínio quando da realização de uma

atividade.

Em relação à documentação da ontologia produzida pelo DERONTO está em

linguagem natural. É importante documentar a ontologia para que não se perca a

memória do conteúdo original da ontologia. A ontologia produzida está em linguagem

natural para facilitar a interpretação por indivíduos não especialistas sobre o domínio.

Na próxima seção são descritas as principais metodologias de desenvolvimento

de ontologias existentes na literatura atualmente.

2. 2 Metodologias de Desenvolvimento de Ontologias

A literatura sobre metodologia para criação de ontologias tem se proliferado de

forma rápida, assim inviabiliza qualquer tentativa de citar todas as metodologias em

uma única dissertação, mas neste pretende-se comentar as mais citadas na literatura.

Metodologias “clássicas” como a metodologia de Uschold e King (1995), a metodologia

de Grüninger e Fox (1995), a metodologia On-To-Knowledge Methodology (SURE e

Page 22: deronto: método para construção de ontologias a partir de

22

STUDER, 2002), a metodologia de Noy e MCGuinness (2000) e a Methontology

(FERNÁNDEZ et al., 1997).

Metodologias têm sido desenvolvidas no intuito de sistematizar a construção e a

manipulação de ontologias (FERNANDEZ-LÓPEZ et.al, 1999).

Para construir uma ontologia é necessário existir uma metodologia e atualmente

existem diversas que têm sido desenvolvidas no intuito de formalizar a construção e

manipulação de ontologias, mas atualmente não parece provável a unificação das

propostas em uma única metodologia porque existem muitas metodologias com

objetivos diferentes.

2.2.1 Metodologia de Uschold e King

Entre as metodologias “clássicas” cita-se a metodologia elaborada por Uschold e

King (1995) que se baseia na experiência da construção do Enterprise Ontology, que

divide o processo de desenvolvimento de ontologias em 4 passos:

1. identificar o propósito da ontologia;

2. elaborar a ontologia definindo os conceitos e propriedades;

3. avaliar a ontologia, na tentativa de verificar se ela atende a todos os requisitos da

aplicação que vai utilizá-la, ou seja, se ela está atendendo ao propósito para o

qual foi definida;

4. documentar a ontologia.

Os dados são obtidos através de entrevistas com especialistas e ontologias já

existentes.

2.2.2 Metodologia de Grüninger e Fox

A metodologia de Grüninger e Fox, (1995) identifica cenários para uso da

ontologia, utiliza questões em linguagem natural para determinação do escopo da

ontologia executa a extração sobre os principais conceitos, propriedades, relações e

axiomas, definidos em linguagem PROLOG (Programing Logic). O processo de

desenvolvimento está divido em 6 passos.

1. descrever os problemas que a ontologia deve atender;

2. verificar quais as questões de competência (questões que a ontologia deve ser

capaz de responder) são informalmente formuladas, normalmente em linguagem

natural;

3. especificar uma linguagem formal para a ontologia;

Page 23: deronto: método para construção de ontologias a partir de

23

4. questionar se as questões de competência definidas no segundo passo são

formalmente expressas;

5. definir os axiomas em linguagem formal que fornecem semântica aos termos da

ontologia;

6. verificar a completude da ontologia, ou seja, se ela de fato atende a todas as

questões de competência formuladas.

Os dados são obtidos na fase 1 na captura de cenários específicos para aplicação

através de livros, entrevistas, estudos detalhados dos problemas de domínio.

2.2.3 Metodologia On-To-Knowledge Methodology

Sure e Stunder (2002) desenvolveram a chamada On-To-Knowledge

Methodology que auxilia a administração de conceitos em organizações, identifica

metas para as ferramentas de gestão do conhecimento utilizando cenários e

contribuições dos provedores e clientes de informação da organização.

O processo para o desenvolvimento de uma ontologia está dividido em 5 passos.

1. estudar a viabilidade, onde se procura os problemas ou as oportunidades para a

construção de uma ontologia. O foco dessa atividade deve ser as aplicações de

gerenciamento, de conhecimento, com amplo envolvimento das pessoas;

2. iniciar as atividades onde são realizadas a captura dos requisitos de

especificação e a análise das fontes de conhecimento;

3. redefinir a extração do conhecimento contido nas fontes e sua tradução para uma

linguagem formal;

4. realizar a avaliação focada na tecnologia, no usuário e na ontologia;

5. verificar a necessidade de evolução na ontologia.

As informações para construção da ontologia são obtidas através de estudos de

viabilidade onde se procura os problemas ou as oportunidades para a construção de uma

ontologia.

2.2.4 Metodologia de Noy e McGuinness

A metodologia de Noy e McGuinness (2000) define um processo de

desenvolvimento iterativo que uma versão inicial da ontologia é progressivamente

refinada. O processo para o desenvolvimento de uma ontologia está dividido em 6

passos.

Page 24: deronto: método para construção de ontologias a partir de

24

1. determinar o domínio e o escopo da ontologia. Para completar esse passo é

necessário responder a 4 perguntas:

- qual domínio a ontologia irá cobrir?

- para que será utilizada a ontologia?

- para quais tipos de questões a ontologia deve fornecer respostas?

- quem irá utilizar e manter as ontologias?

2. realizar uma pesquisa sobre ontologias já existentes no domínio. É importante

verificar na literatura trabalhos desenvolvidos por outras pessoas sobre o mesmo

tema, porque podem ser reutilizados na construção da ontologia;

3. enumerar os termos importantes na ontologia. Esta fase consiste em criar uma

lista com todos os termos e seus sinônimos que serão utilizados na ontologia.

Deve-se identificar todos os termos e suas propriedades que possam ser usados

na pesquisa com relação ao domínio específico;

4. definir os conceitos e sua hierarquia. Neste passo os termos resultantes do passo

anterior são colocados em hierarquias de forma que os mais genéricos sejam

transformados em termos mais específicos. Se os termos e os conceitos da

ontologia forem mal construídos, ou não relevantes para a aplicação, a ontologia

não terá a aplicação desejada, e o objetivo inicial não será cumprido;

5. definir as propriedades dos conceitos;

6. criar os indivíduos dos conceitos dentro da hierarquia. Definir um indivíduo

significa escolher o conceito adequado para sua inserção e preencher

adequadamente as suas propriedades.

Seus dados são obtidos através de entrevistas com usuários ou pesquisas sobre

ontologias já existentes.

2.2.5 Methontology

A metodologia proposta por Fernández, Gómez-Pérez e Jurino (1997) é

conhecida como Methontology. Foi desenvolvida no laboratório de Inteligência

Artificial da Universidade de Madri. O processo para o desenvolvimento de uma

ontologia está dividido em 10 passos.

1. identificar as principais tarefas da ontologia e planejar a utilização dos recursos;

2. especificar porque a ontologia está sendo construída e quais são seus usuários;

3. adquirir o conhecimento sobre o domínio da ontologia;

Page 25: deronto: método para construção de ontologias a partir de

25

4. criar um modelo conceitual que descreve o problema e sua solução;

5. realizar a formalização que serve para transformar o modelo conceitual em um

modelo formal;

6. integrar o máximo possível às ontologias existentes à nova ontologia;

7. implementar a ontologia em uma linguagem formal de modo que ela seja

computável;

8. avaliar a ontologia;

9. documentar a ontologia visando facilitar no futuro o reuso e a manutenção;

10. executar a manutenção da ontologia quando necessária.

Os dados são obtidos no terceiro passo, por meio de entrevistas e/ou participação

de especialistas do domínio, ontologias similares existentes; sistemas em áreas

similares, análise de livros sobre o domínio, entre outros.

2.3 Metodologias Baseadas em Engenharia Reversa

De acordo com Chikofsky e Cross (1990) pode-se definir engenharia reversa

como uma coleção de teorias, metodologias e técnicas capazes de suportar a extração e

abstração de informações de um software existente, produzindo documentos

consistentes, quer seja a partir do código fonte, ou através da adição de conhecimento e

experiência que podem ser automaticamente reconstruídos a partir do código.

De acordo com Meersman, Spyns e Jarrar (2002) e Gómez-Pérez e Manzano-Macho,

(2003) a engenharia reversa pode ser vista como um conjunto de métodos e técnicas

usadas para construir uma ontologia através de processos automáticos ou semi-

automáticos de aquisição de conhecimento via textos, dicionários, bases de

conhecimento, dados semi-estruturados e esquemas relacionais já existentes.

Algumas metodologias utilizando engenharia reversa para construção de

ontologias estão presentes na literatura, entre elas estudou-se a metodologia de

Sugumaran e Storey (2002), a metodologia de Bueno (2005), a metodologia de Saias e

Quaresma (2003) e a metodologia de Dogan e Islamaj (2002).

2.3.1 Metodologia de Sugumaran (2002)

No trabalho de Sugumaran e Storey (2002) a metodologia é baseada em

identificar e definir os termos, as propriedades, os relacionamentos e os relacionamentos

Page 26: deronto: método para construção de ontologias a partir de

26

necessários para modelar um domínio da aplicação. Esta metodologia é composta por 4

passos:

1. identificar a base de termos do MER, assim será permitido identificar os termos

mais freqüentes na base de dados e usar o especialista para identificação dos

sinônimos e termos relativos;

2. identificar os tipos de relacionamentos entre os conceitos;

3. criar as regras e associações entre os termos;

4. ajudar o especialista a fazer uma identificação de alto nível para finalizar a

captura do domínio de conhecimento e formar definitivamente a ontologia;

Os indivíduos são inseridos após a construção propriamente dita da ontologia e

consultando a base de dados.

2.3.2 Metodologia de Bueno (2005)

Para Bueno (2005) a metodologia de construção de ontologias de engenharia

reversa consiste em 7 passos.

1. relacionar todo domínio, ou seja, são catalogadas todas as fontes de informações

digitais que servirão como base de dados do sistema;

2. aplicar o Extrator de Freqüência1, de palavras sobre a base de dados relacionada;

3. realizar a comparação entre os resultados dos extratores com as necessidades dos

especialistas;

4. construir junto com o especialista um vocabulário controlado representativo do

domínio a ser investigado;

5. utilizar o vocabulário definido no passo anterior para aplicar o extrator

semântico na base de dados;

6. avaliar o resultado com base na freqüência das expressões indicativas

encontradas e definir uma lista de palavras;

7. construir a ontologia para utilização no sistema com base no vocabulário

controlado;

2.3.3 Metodologia de Saias (2003)

Saias e Quaresma (2003) desenvolveram uma metodologia contendo 5 passos.

1 É uma ferramenta que permite explorar um grupo de documentos, analisa e organiza as palavras de

acordo com sua freqüência.

Page 27: deronto: método para construção de ontologias a partir de

27

1. realizar a definição inicial da ontologia a partir de uma base de dados;

2. identificar os conceitos e as propriedades referentes ao MER;

3. estabelecer as relações entre os conceitos, consultando um especialista;

4. criar a ontologia utilizando os 3 passos anteriores;

5. validar a ontologia. Neste passo surge um merge entre a ontologia criada

recentemente e uma ontologia obtida de outra base de dados com o mesmo

domínio.

2.3.4 Metodologia de Dogan (2002)

A metodologia de Dogan e Islamaj (2002), foi criada a partir de um MER e sem

interação do usuário, a engenharia reversa simples e inteiramente automática composta

por apenas 3 passos:

1. transformar as relações em conceitos;

2. transformar os atributos nas relações em atributos nos conceitos;

3. transformar os registros na base de dados relacional para indivíduos da ontologia.

2.4 Problemas das Metodologias

Atualmente para a comunidade científica não existe nenhuma metodologia

suficientemente madura se comparadas com metodologias de engenharia de software e

de engenharia do conhecimento.

A metodologia mais utilizada para construção de ontologias é a Methontology

(FERNÁNDEZ et al., 1997) no entanto é uma metodologia muito extensa, sua

documentação origina várias páginas, muitas tabelas com informações contidas na

ontologia, assim é demorada para construção.

A proposta de Uschold e King (1995) não descreve de uma forma precisa às

técnicas para execução das diferentes atividades. O nível de detalhamento da

metodologia é muito pequeno e oferece passos muito vagos.

A desvantagem da metodologia de Grüninger e Fox (1995) está na falta de

modelos intermediários que facilitem a comunicação entre o construtor da ontologia e o

especialista do domínio. Porque a partir do passo 2 da metodologia são definidas

informalmente as questões de competência da ontologia, a metodologia parte para a

geração de artefatos em lógica de primeira ordem, ou equivalente. Apesar deste

formalismo ser adequado para avaliar se a ontologia atende os requisitos e evitar

Page 28: deronto: método para construção de ontologias a partir de

28

ambigüidades na especificação. Isso dificulta a comunicação entre o projetista e o

especialista do domínio que é uma peça muito importante no desenvolvimento da

ontologia.

Outro grave problema encontrado nas metodologias (FERNÁNDEZ et.al, 1997,

SURE et.al, 2002 e NOY et.al, 2000) foi à falta de explicação com uma descrição

detalhada de como e onde serão usadas as abordagens teóricas como cardinalidade

máxima e mínima, dentro de seu processo de elaboração.

Concorda-se com Maedche e Volz (2001), quando cita os fatores que podem

contribuir com problemas sérios na criação das metodologias:

- a existência de dificuldades para o reuso da ontologia.

- a existência de propostas não unificadas, ou seja, cada grupo aplica sua

própria abordagem.

- existem várias formas de construir uma ontologia para determinada

finalidade, assim como não existe um consenso na definição de como

criar uma ontologia para determinado fim.

- dependendo da linguagem escolhida para a codificação pode-se limitar a

capacidade de descrição conceitual do domínio da ontologia.

2.5 Discussão

Neste capítulo foram descritos trabalhos relacionados ao proposto nesta

dissertação considerando-se duas abordagens: as metodologias "clássicas" modelos

baseados em métodos formais para construção de ontologias e baseados em engenharia

reversa. Foram citadas às metodologias de engenharia reversa proposta por

(SUGUMARAN et al., 2002), (SAIAS et al., 2003) e (DOGAN et al., 2002), porque

nelas procurou-se identificar aspectos semelhantes ao da dissertação proposta para

enriquecer o método, embora o ponto de partida para receber informações dessas

metodologias é um modelo entidade relacionamento.

Quando considerada a abordagem relacionada às metodologias de engenharia reversa

baseada na construção de ontologias são descritos de forma sucinta.

Quando considerada a abordagem relacionada às metodologias clássicas,

observa-se que a literatura pertinente é focada na descrição do problema o qual a

ontologia será construída, para então verificar se a metodologia satisfaz os requisitos

especificados para construção. A aplicabilidade depende para que será construída a

Page 29: deronto: método para construção de ontologias a partir de

29

ontologia, levando em conta o fato que é necessário um bom conhecimento por parte do

projetista sobre o caso específico.

O processo de aquisição de conhecimento nas metodologias clássicas é uma

atividade independente, mesmo que seja coincidente com outras atividades do

desenvolvimento da ontologia. Possíveis fontes de conhecimento são: projetistas, livros,

manuais, figuras, tabelas, outras ontologias, etc. Possíveis técnicas para levantar

requisitos são: brainstorming, entrevistas, análise de texto. As técnicas e as fontes

podem ser combinadas. Por exemplo, a análise de texto em conjunto com entrevistas

com projetistas podem ser usadas para refinar um glossário de termos utilizado na

metodologia Methontology (FERNÁNDEZ et al., 1997).

Detectados alguns problemas das metodologias e localizadas de onde provêm as

informações para sua criação, o método DERONTO para desenvolver ontologias a

partir de DERs é apresentado na próxima seção. DERONTO não difere dos existentes

em relação às fontes de informação, já que o ponto de partida é um DER que necessita

de informações de especialistas do domínio ou da aplicação. Contrariamente aos

métodos anteriores, o método proposto é bastante detalhado e tenta se aproximar de um

tradutor automático, embora a intervenção do projetista seja necessária.

Page 30: deronto: método para construção de ontologias a partir de

30

CAPÍTULO III – DERONTO: Método Proposto

Neste capítulo é apresentado o método DERONTO para criação de ontologias de

domínio e de aplicação a partir de um DER. A idéia de se criar o DERONTO provém

das dificuldades encontradas em aplicar as metodologias citadas no capítulo anterior.

Outro motivo é o desejo de tornar as ontologias um modelo de representação de

conhecimentos mais amplamente utilizado do que é atualmente, pois só assim

aplicações semânticas destinadas a web ou não, poderão ser desenvolvidas em grandes

volumes. Acredita-se que as metodologias existentes são destinadas principalmente à

comunidade científica de ontologias. DERONTO é composto por seis passos e tem

como objetivo facilitar aos profissionais da área de informática o processo de

desenvolvimento de ontologias agilizando-o pela utilização de uma ferramenta de

modelagem conhecida (DER) e pela utilização de uma documentação simplificada.

Apresenta-se, ao final deste capítulo, uma comparação do DERONTO com outros

trabalhos relacionados que abordam a construção de ontologias.

3.1 Visão Geral do Método

O método DERONTO contém seis passos, conforme descreve a figura 1. Os

números representam os passos, as setas escuras indicam o caminho prescrito e as setas

pontilhas referem-se à elaboração da documentação da ontologia.

Figura 1. Método para criação de uma ontologia a partir do DER.

O primeiro passo consiste em desenvolver um DER a partir de um enunciado ou uma

lista de perguntas fornecidas ao projetista pelo usuário. Logo depois no passo 2, o DER

Page 31: deronto: método para construção de ontologias a partir de

31

é reescrito excluindo relações e entidades complexas, tais como, atributos compostos e

multivalorados e relações associativas. Este passo foi criado para possibilitar a

automatização dos passos que o seguem. No passo 3, inicia-se a construção da

ontologia, sendo definida a hierarquia de conceitos. No passo 4, as propriedades são

definidas a partir dos relacionamentos e atributos do DER. No passo 5, os axiomas de

definição total ou parcial dos conceitos são estabelecidos a partir da cardinalidade das

relações. No último passo, o projetista verifica e modifica a ontologia definida. A partir

do passo 3, a ontologia é documentada. A versão inicial (versão i) que está apresentada

na figura 1 é obtida após a aprovação do projetista.

Gómez-Pérez e Benjamins (1999) destacam que para a construção de uma

ontologia, cinco tipos de componentes devem ser levados em conta: (i) conceitos, (ii)

propriedades, (iii) funções, iv) axiomas e v) indivíduos. A seguir os passos que

permitem construir uma ontologia com estes elementos são descritos em detalhes,

porém como DERs não possuem indivíduos, estes não são obtidos pela aplicação do

método que trabalha com a TBox2 (BRACHMAN, 1979). As expressões para um

vocabulário genérico, onde é definido um conjunto de todos os conceitos genéricos se

chama TBox.

3.2 Passo 1

O primeiro passo do método consiste em desenvolver um modelo conceitual do

domínio/aplicação por meio de um DER segundo a notação de Peter Chen (1976). As

fontes de informação variam em função do tipo de ontologia que se quer construir. Uma

ontologia de domínio requer entrevistas com especialistas e informações adquiridas de

textos específicos do domínio. Uma ontologia de aplicação parte do enunciado do

problema ou de uma lista de perguntas que devem ser respondidas por meio da

ontologia, a exemplo da On-To-Knowledge Methodology (SURE et.al, 2002). Tanto o

enunciado quanto a lista de perguntas são elaborados de forma colaborativa pelos atores

envolvidos no processo a ser informatizado e pelos desenvolvedores da aplicação.

O DER é construído de acordo com a notação criada por Peter Chen (figura 2),

onde:

�� entidades são representadas como retângulos (A,B,C,D,X,Y,Z);

2 O TBox representa as características gerais dos conceitos, ou seja, o vocabulário de um domínio de

aplicação (terminologia). O vocabulário consiste de conceitos e propriedades.

Page 32: deronto: método para construção de ontologias a partir de

32

�� os losangos representam as relações entre os conceitos e linhas unem as

entidades às relações das quais participam (R1, R2, R3, R4 e R5);

�� as cardinalidades são representadas em parênteses ao lado das entidades (por

exemplo, X relaciona-se com 0 até n Zs por meio da relação R5);

�� atributos aparecem ligados às entidades por círculos não pintados (2A, 3A,

2B, 2C, 2D,1E, 2E, 2X, 3X, 2Y, 3Y, 2Z e 3Z);

�� atributos compostos possuem ligações com outros atributos (3B);

�� atributos multivalorados possuem cardinalidade, tal como o 3B que pode

ocorrer de uma a três vezes;

�� chaves primárias são atributos identificados por um circulo preenchido (1A,

1B, 1C, 1D, 1X, 1Y, e 1Z);

�� triângulos representam a relação de especialização/generalização (IS-A);

�� relação ternária é exemplificada pela relação R5 entre as entidades X,Y e Z.

�� entidade fraca é representada pela entidade E.

Figura 2. DER.

O modelo conceitual apresentado por Peter Chen (1976) foi escolhido porque possui um

fácil entendimento na captura das entidades além de ser uma ferramenta de modelagem

de dados bastante difundida e utilizada pelos profissionais de informática e ensinada nos

cursos ligados à informática. Se este conhecimento existente for reutilizado na

construção de ontologias, então estas últimas serão construídas mais facilmente e

utilizadas de forma mais ampla no desenvolvimento de aplicações.

Page 33: deronto: método para construção de ontologias a partir de

33

3.2 Passo 2

O segundo passo do método consiste em reescrever o DER, transformar um

diagrama complexo em um diagrama simplificado, onde as relações associativas são

transformadas em entidades, relações com atributos associados são transformadas em

entidades com seus respectivos atributos, atributos compostos transformados em

entidades e relacionamentos com grau maior que 2 são transformados em

relacionamentos binários. Para isso foram criados os passos a seguir.

a) Transformação de atributo composto em entidade: a figura 3 mostra a

transformação do atributo composto 3B em uma entidade. Os atributos ligados ao

atributo composto são reescritos como atributos da nova entidade e a relação entre a

entidade B e a nova entidade 3B é nomeada pela “B3B” resultante da concatenação dos

nomes da entidade e do atributo composto. Assume-se que a cardinalidade da relação

B3B é (1, 1) nos dois sentidos.

Figura 3. Exemplo de um DER.

b) Transformação de atributo multivalorado em entidade: um atributo

multivalorado é transformado em entidade e os atributos ligados a ele em atributos

normais desta entidade. Na figura 4, o atributo 3F é multivalorado podendo ocorrer de 1

a n vezes. 3F é transformado na entidade 3F e cria-se uma relação entre a entidade F e a

nova entidade 3F. A cardinalidade é sempre (1,1) no lado F e no lado da nova entidade

copia-se a cardinalidade ao atributo multivalorado original como indica a flecha com a

etiqueta cardinalidade na figura. Os atributos permanecem com as mesmas

características originais.

Page 34: deronto: método para construção de ontologias a partir de

34

Figura 4. Atributo multivalorado reescrito

c) Transformação de relação com atributos associados em entidade: uma relação

com atributos associados é transformada em entidade, os atributos associados passam a

ser atributos desta entidade. A figura 5 apresenta um exemplo onde a relação A x B é

transformada em entidade. Duas novas relações são criadas uma entre a entidade A e a

recém-criada e a outra entre a entidade B e a recém-criada. A cardinalidade no lado da

entidade recém-criada é obtida através da relação antiga como indicam as flechas na

figura. No lado das entidades já existentes (A e B), a cardinalidade será sempre (1,1).

Recomenda-se nomear a relação pela concatenação do nome das entidades domínio e

imagem. Os atributos guardam as mesmas características na nova entidade.

Figura 5. Relação com atributos associados reescritos em entidade e atributos.

Existe uma ressalva, pois não é necessário se preocupar com chave estrangeira ou

composta, porque estas já foram utilizadas em outras entidades.

d) Criação de entidades especializadas a partir de um atributo “tipo”: se apenas um

atributo possui a palavra “Tipo”, os tipos (valores) possíveis são requisitados ao

projetista e transformados automaticamente em entidades de especialização. Por

exemplo, na figura 6 o atributo com o nome “Tipo” é eliminado da entidade A e os

Page 35: deronto: método para construção de ontologias a partir de

35

valores informados pelo projetista (2A e 4A) são introduzidos como entidades de

especialização.

Figura 6. Exemplo de um atributo “Tipo” que é reescrito em entidade de especialização.

e) Criação de entidades especializadas a partir de vários atributos “tipo”: se uma

entidade possui mais de um atributo com a palavra “Tipo” então a transformação ocorre

da seguinte forma. O projetista sugere um nome para os atributos que possuem a palavra

“Tipo”. Na figura 7, são sugeridos X e Y e essas transformadas em subentidades da

entidade A. Para cada X e Y são informados valores que são inseridos como entidades

de especialização nas respectivas entidades.

Figura 7. Exemplo de mais de um atributo com a palavra “Tipo” em uma entidade.

Este procedimento acontece porque as subentidades de X e Y são classificadas segundo

critérios diferentes e não seria coerente deixá-las diretamente subordinadas à entidade

A.

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36

f) Criação de especializações a partir de uma entidade “tipo”: se uma entidade

possuir a palavra “Tipo” e estiver relacionada à outra entidade com cardinalidade (1,1)

no seu lado, os tipos (valores) possíveis são requisitados ao projetista e transformados

automaticamente em entidades de especialização. Os atributos da entidade original que

são exclusivos das novas entidades especializadas passam a ser associados a elas, caso

contrário permanecem associados à entidade original. Na figura 8, os atributos da

entidade “Tipo B” passam a ser associados a cada nova entidade de especialização

produzida conforme solicitação do projetista. As duas entidades criadas, 2A e 4A, são

os valores possíveis para Tipo B fornecidos pelo projetista. A relação AxB é excluída.

Figura 8. Exemplo de uma entidade com o nome “Tipo” que é reescrita em entidade de

especialização.

g) Transformar relações n-árias para n > 2 em relações binárias: relações ternárias

e superiores são transformadas em relações binárias. A figura 9 apresenta um exemplo

de uma relação ternária reescrita em três relações binárias. Os atributos permanecem em

suas entidades de origem e a relação ternária “R” é transformada em uma entidade R.

São criadas três relações entre as entidades A, B, R e C, nomeadas AxR, BxR e CxR. As

cardinalidades que correspondiam a pares de entidades passam a ser de entidade para

entidade.

Page 37: deronto: método para construção de ontologias a partir de

37

Figura 9. Exemplo de uma relação ternária R transformada em três binárias.

Existe uma ressalva quando da reescrita de relações com grau maior que dois.

Na figura 9, lado esquerdo, a usual (HEUSER, 2001) é que um par (a, c) se relaciona

com zero ou um indivíduo de B. Por exemplo, se (a1, c1) R b1 então (a1, c1) não pode

ter uma relação R com b2. Ao transformar a relação ternária R em três relações binárias

perde-se esta restrição. De acordo com o lado direito da figura 9 (relações binárias), é

possível representar:

a1 AxR r1 BxR b1

c1 AxR r1 BxR b1

≡ (a1,c1) R b1

a1 AxR r2 BxR b2

c1 AxR r2 BxR b2

≡ (a1,c1) R b2

Não é possível fazer esta restrição em lógica de descrições por se tratar de lógica

de primeira ordem.

Após a execução do passo 2, o DER é transformado em um diagrama simples no

qual todas as relações são binárias sem atributos associados e não há entidades com

atributos compostos ou multivalorados.

3.3 Passo 3

O terceiro passo do método consiste em obter os conceitos e subconceitos da

ontologia examinando-se as entidades do DER. Também são definidas algumas regras

Page 38: deronto: método para construção de ontologias a partir de

38

de nomenclatura para a escrita da ontologia. As transformações realizadas para se obter

os conceitos e subconceitos da ontologia estão listadas a seguir.

a) Transformar entidade em conceito: uma entidade do DER é transformada em um

conceito na ontologia. Este conceito é denominado na seqüência da dissertação de

conceito correspondente à entidade.

b) Especialização: as entidades de especialização existentes no DER são transformadas

em subconceitos na ontologia. A figura 10 mostra uma relação de especialização onde B

e C são subconceitos de A e ao lado direito à representação correspondente em DL.

Figura 10. Relação de Especialização transformadas em DL.

As regras de nomenclatura são:

a) Conceitos são representados em letras maiúsculas.

b) Se uma entidade possui um nome no plural, o conceito equivalente terá seu nome no

singular.

c) Se uma entidade tiver um nome abreviado, o conceito equivalente terá o nome

expandido. Por exemplo, se o DER apresenta uma entidade denominada Ag, o conceito

equivalente será AGÊNCIA. A finalidade é evitar conflito de nomes na ontologia e

eventuais erros de interpretação dos nomes dos conceitos.

A

IS-A IS-A

B C

A BA C

⊇⊇

A

IS-A IS-A

B C

A BA C

⊇⊇

A BA C

⊇⊇

Page 39: deronto: método para construção de ontologias a partir de

39

Para realizar a documentação deste item é preenchida a tabela 1.

Documentação dos Conceitos Nome: Identificação do conceito Descrição: Interpretação desejada pelo projetista descrita informalmente Sinônimo: Palavras de mesmo significado

Tabela 1. Documentação dos conceitos da ontologia.

3.4 Passo 4

Consiste em definir as propriedades da ontologia examinando-se os atributos e

relacionamentos das entidades no DER. Também são definidas as características das

propriedades. A característica funcional de uma propriedade provém da cardinalidade

do relacionamento correspondente no DER, a inversa, da existência de papéis no

relacionamento e a simétrica e transitiva devem ser atribuídas manualmente. Em

seguida, são apresentadas as regras de nomenclatura para as propriedades e, em seguida,

como obtê-las a partir de atributos e de relacionamentos.

3.4.1 Nomenclatura

a) O nome das propriedades deve ser expandido se aparecerem abreviados no DER.

b) As propriedades têm a letra inicial em maiúscula e as demais, minúsculas.

c) Quando o projetista verificar que existem dois nomes de propriedades iguais deve ser

inserido como diferenciador o nome do domínio separado por um traço de sublinhado.

Mesmo assim persistindo nomes iguais, será consultado o projetista para sugerir o

nome. Na figura 11 existem dois atributos “x”, tanto na entidade A como na B. Estes

são transformados em atributos datatype e são nomeados conforme a tabela 2. A

imagem e o domínio são tratados normalmente como uma propriedade datatype.

Figura 11. Atributos com o mesmo nome nas entidades do DER.

Page 40: deronto: método para construção de ontologias a partir de

40

A tabela 2 exemplifica como são nomeadas as propriedades com o mesmo nome

em conceitos diferentes. Neste caso, não houve participação do projetista para sugerir o

nome da propriedade.

Propriedades com o mesmo nome do DER NOME DA PROPRIEDADE DOMÍNIO IMAGEM

X_A A <tipo de dados> X_B B <tipo de dados>

Tabela 2. Propriedades com o mesmo nome do DER.

3.4.2 Propriedades a partir de Atributos

a) Propriedade funcional a partir de chave-primária: se uma entidade possui um

atributo chave-primária então é criada uma propriedade funcional na ontologia que tem

por domínio o conceito correspondente e por imagem um tipo de dado (datatype)

atribuído pelo projetista. A propriedade recebe a característica funcional porque um

indivíduo do conceito correspondente estará associado a um e somente um valor da

imagem, ou seja, o valor atribuído à chave identifica somente o referido indivíduo

dentre os indivíduos do conceito correspondente. A propriedade inversa funcional não é

criada por se tratar de uma propriedade funcional datatype, pois não há como garantir

que a partir de um valor de algum tipo primitivo de dado (ex. string, float) se chegue a

somente um indivíduo do conceito correspondente. A figura 12 mostra como chave

primária os atributos “1A” na entidade A e “1B” na entidade B.

Figura 12. Exemplos de um DER.

Os atributos 1A e 1B automaticamente são transformados em propriedades datatype

com característica funcional. Seus domínios são A e B respectivamente.

b) Propriedades funcionais a partir de atributos não-chave: atributos de uma

entidade que não são chaves primárias e que não foram transformados em conceitos ou

subconceitos no passo 3 são transformados em propriedades datatype sem inversa. O

domínio é dado pelo conceito correspondente e a imagem é informada pelo projetista.

Page 41: deronto: método para construção de ontologias a partir de

41

A tabela 3 mostra os atributos que estão presentes na figura 12 (exceto chaves

primárias) transformados em propriedades datatype. O domínio é dado pelo conceito

equivalente à entidade ao qual o atributo pertence e a imagem é informada pelo

projetista sendo um tipo básico de dados.

Atributos do DER que são transformados em propriedades datatype ATRI BUTO CONCEITO TIPO DOMÍNIO IMAGEM NOME DL

2A A datatype A <tipo de dados> 2A A: 2A.<tipo de dados>

3A A datatype A <tipo de dados> 3A A: 3A.<tipo de dados>

2B B datatype B <tipo de dados> 2B B: 2B.<tipo de dados>

Tabela 3. Atributos do DER que são transformados em propriedades datatype.

3.4.3 Propriedades a partir de Relacionamentos

a) Propriedades object a partir de relacionamentos: relacionamentos associados a

uma entidade são transformados em propriedades de tipo object. Na figura 11, a

entidade A se relaciona com a B por meio da relação AxB, então será criada uma

propriedade AxB cujo domínio é dado pelo conceito correspondente a A e a imagem

pelo conceito correspondente à B. A propriedade inversa não é criada, esta somente é

criada por sugestão do método quando existem papéis associados ao relacionamento no

DER. Neste caso, os nomes dos papéis são utilizados como nome nas propriedades

correspondentes na ontologia. Por exemplo, na figura 13, papel1 seria uma propriedade

de A em B e papel2 de B em A.

b) Propriedade object funcional: se o relacionamento entre duas entidades possui

cardinalidade (1,1) em um dos lados então a propriedade correspondente recebe a

característica funcional. Por exemplo, na figura 13, B relaciona-se com A por meio da

inversa de AxB (ou AxB –1). Portanto, AxB–1 é do tipo object funcional, com domínio B

e imagem A.

Figura 13. Relação com papéis do DER.

Page 42: deronto: método para construção de ontologias a partir de

42

c) Simetria e transitividade: estas características das propriedades devem ser

informadas pelo projetista pois depende da semântica desejada pelo mesmo.

d) Propriedade inversa: o projetista deve decidir pela manutenção das propriedades

inversas geradas automaticamente pelo método (quando existem papéis nos

relacionamentos) e pela inclusão quando assim desejar.

A documentação desse passo é formulada com o preenchimento das informações

das propriedades da ontologia conforme a tabela 4.

Documentação das propriedades da ontologia Nome: Identificação da Propriedade Descrição: Descrição em linguagem natural da propriedade Tipo: object ou datatype Domínio: Conceito domínio Imagem: Conceito imagem Característica: Nenhuma, simétrica, transitiva ou funcional

Tabela 4. Documentação das propriedades da ontologia.

Depois das propriedades definidas e documentadas, o próximo passo é

representar os axiomas de definição dos conceitos da ontologia.

3.5 Passo 5

O objetivo é construir os axiomas de definição dos conceitos da ontologia

partindo-se das cardinalidades expressas no DER. Um conceito da ontologia pode ter

uma definição completa ou parcial. Um conceito é parcialmente definido se possui

apenas condições necessárias e totalmente definido se possui uma ou mais condições

necessárias e suficientes. Para que um indivíduo qualquer seja classificado como

indivíduo de um conceito, este deve satisfazer as condições necessárias e suficientes do

conceito. O fato de um indivíduo satisfazer condições necessárias não é suficiente para

classificar um indivíduo como sendo representante do conceito em questão, no entanto,

são condições verdadeiras para todo indivíduo daquele conceito.

3.5.1 Condição Necessária e Suficiente

Para se obter uma condição necessária e suficiente a partir do DER, toma-se uma

entidade e seus relacionamentos exclusivos, ou seja, relacionamentos que não são

utilizados por outras entidades. Desta forma, assegura-se que somente indivíduos da

entidade em questão se relacionam com os da imagem, sendo possível gerar uma

condição necessária e suficiente na ontologia para o conceito correspondente.

Page 43: deronto: método para construção de ontologias a partir de

43

A figura 14 mostra três casos possíveis para se obter condições necessárias e

suficientes para o conceito A. Nota-se que os relacionamentos AxB, AxC e AxD são

exclusivos de A. A condição necessária e suficiente geral para o conceito

correspondente A é obtido pela conjunção das condições obtidas a partir dos

relacionamentos AxB, AxC e AxD. Outros três casos possíveis para se obter condições

necessárias e suficientes são similares aos da figura 14, porém com cardinalidade

mínima igual a zero no lado das entidades B, C e D.

Figura 14. Casos possíveis de restrição necessária e suficiente.

Na tabela 5, as transformações estão representadas em DL onde A é a entidade

domínio da relação AxB exclusiva a ela. Mostram-se as condições necessárias e

suficientes obtidas pela variação da cardinalidade de AxB no lado da imagem B (outra

entidade qualquer). A notação utilizada é a seguinte: ∩ representa conjunção, =

cardinalidade exatamente igual a, � (maior ou igual) a cardinalidade mínima e � (menor

ou igual), a máxima.

Transformações das restrições necessárias e suficientes representadas em DL Cardinalidade na Imagem

Condição Necessária e Suficiente em DL

(1, 1) A ≡≡≡≡ =1 AxB.B para ser um indivíduo do conceito A é necessário e suficiente possuir exatamente um relacionamento AxB com um indivíduo de B

(1, x) tal que x é um inteiro

A ≡≡≡≡ � 1 AxC.C ∩∩∩∩ � x AxC.C R.B para ser um indivíduo do conceito A é necessário e suficiente possuir entre um e x relacionamentos AxC com indivíduos de C, incluindo os limites

Page 44: deronto: método para construção de ontologias a partir de

44

(1, n) tal que n é um inteiro não especificado

A ≡≡≡≡ � 1 AxD.D ou A: ∃∃∃∃AxD.D para ser um indivíduo do conceito A é necessário e suficiente possuir um ou mais relacionamentos AxC com indivíduos de D

Tabela 5. Transformações das restrições necessárias e suficientes representadas em DL.

3.5.2 Condição Necessária

Uma condição necessária é obtida a partir de relacionamentos que não são

exclusivos de uma entidade (figura 15). Para ser um indivíduo pertencente ao conceito

correspondente A é necessário possuir uma propriedade R que conduza a pelo menos

um indivíduo do conceito correspondente C. A mesma condição necessária pode ser

imposta ao conceito B em relação à propriedade correspondente R. Logo, A e B formam

o domínio de R, então é necessário para todo indivíduo de A possuir uma propriedade R

que leve a um indivíduo de C, mas isto não é suficiente para classificar um indivíduo

com A, pois indivíduos de B também podem estar relacionados a indivíduos de C por

meio da propriedade R.

Figura 15. Exemplo de uma restrição necessária.

A documentação desse passo será formulada com o preenchimento das

informações sobre as restrições da tabela 6.

Documentação dos axiomas da ontologia Nome: Identificação da restrição Descrição: Texto descritivo Nome dos conceitos: Identificação dos conceitos origem e destino envolvidos na restrição Cardinalidade mínima: Cardinalidade mínima da restrição para o conceito Cardinalidade máxima: Cardinalidade máxima da restrição para o conceito

Tabela 6. Documentação dos axiomas da ontologia.

Page 45: deronto: método para construção de ontologias a partir de

45

3.6 Passo 6

O sexto passo tem como objetivo verificar se o mundo real que se conhece e que

existe está representado corretamente com o mundo modelado formalmente.

Para fazer isso, o projetista deve verificar se a ontologia permite responder às

questões iniciais. Também, pode realizar verificações formais providas por um motor de

inferência:

• Consistência dos conceitos.

• Consistência da taxonomia.

• Inferência de indivíduos.

Caso o projetista decida modificar a ontologia, deve fazê-lo no DER, neste passo,

voltando ao passo 2. Logicamente, as informações que não são afetadas pelas

modificações do projetista devem ser preservadas. Por exemplo, propriedades inversas

que foram suprimidas e axiomas fornecidos pelo projetista.

O ciclo é repetido até que o projetista decida encerrá-lo.

3.7 Documentar a Ontologia

São preenchidos após cada passo do método formulários bastante simplificados

para documentar a ontologia. A documentação influencia a:

- qualidade: quando é preciso estabelecer uma comunicação com uma

equipe externa de trabalho. Ela serve como mecanismo de suporte à

comunicação em encontros presenciais ou por meio de ferramentas

colaborativas.

- produtividade: a documentação tem efeito de produtividade quando da

manutenção e (re)utilização da mesma.

Sugere-se documentar a ontologia da melhor forma possível para garantir seu

reuso e seu compartilhamento. Para isto, os formulários previstos no método solicitam o

mínimo possível de informações do projetista para que eles forneçam informações de

boa qualidade e as mantenham atualizadas.

3.8 Trabalhos Similares

Comparam-se algumas características do método DERONTO com aqueles

citados na revisão bibliográfica.

Page 46: deronto: método para construção de ontologias a partir de

46

Methontology

A vantagem de DERONTO em relação à documentação da Methontology

(FERNÁNDEZ et al, 1997) é a redução do tamanho da mesma e, em conseqüência,

reduzindo o tempo gasto pelo projetista. Além da documentação, dois cenários podem

ser comparados.

No primeiro cenário, considera-se uma empresa que tem em seu quadro de

colaboradores pessoas que possuem conhecimento sobre DER e pretendem desenvolver

a ontologia a partir do problema apresentado e não existe ainda um DER elaborado,

então o primeiro passo da Methontology "identificar as principais tarefas da ontologia e

planejar a utilização dos recursos". Há uma semelhança com esse método nesse passo,

os demais são diferentes.

No segundo cenário, a empresa possui colaboradores com conhecimento sobre

DER, mas este já está pronto e atualizado como documentação de um banco de dados,

então não há nenhum passo semelhante entre os métodos Methontology e DERONTO,

exceto pela interpretação e estudo do DER existente.

Outros

Em relação à metodologia de Uschold e King (1995), DERONTO descreve de forma

mais detalhada os passos prescritos ao projetista.

Com relação à On-To-Knowledge Methodology (SURE et al., 2002), que

também parte de uma lista de perguntas. A diferença está na utilização da mesma, no

DERONTO serve como auxílio ao enunciado do problema e na On-To-Knowledge

Methodology serve para responder às perguntas criadas.

Comparando o método proposto com a metodologia de Sugumaran e Storey

(2002) existem algumas semelhanças como, por exemplo, o fato do ponto inicial ser

também um modelo conceitual, embora seja um modelo entidade relacionamento. Nos

passos seguintes, o projetista é chamado a tomar decisões. Uma diferença a favor do

DERONTO é a melhor descrição dos passos a serem seguidos para definição dos

conceitos, relacionamentos e validação da ontologia, pelo método proposto o que não

acontece na metodologia definida por Sugumaran e Storey (2002).

Em relação à metodologia de Bueno (2005) os termos semelhantes são inseridos

na ontologia (same as em linguagem OWL). No método proposto, os termos

semelhantes ficam armazenados na documentação como sinônimos dos conceitos e

subconceitos. Outra diferença é que o DERONTO proporciona uma descrição mais

Page 47: deronto: método para construção de ontologias a partir de

47

clara dos passos a serem seguidos e existe a flexibilidade de voltar ao passo 2

(reescrever o DER) quantas vezes o projetista decidir.

3.9 Discussão

Neste capítulo foi apresentado o método DERONTO para construção de

ontologias de domínio e de aplicação a partir de um modelo conceitual expresso por

meio de um DER. Este último, embora limitado quanto ao poder de expressão, é

utilizado por ser bastante difundido entre os profissionais de informática e porque pode

agilizar o processo de desenvolvimento de ontologias, assim como ampliar seu uso em

sistemas de informação, mesmo quando o projetista não possui conhecimento teórico

aprofundado em ontologias.

Não é possível retirar a característica simétrica e transitiva do DER. Uma

propriedade simétrica significa que quando um indivíduo A possui um relacionamento

com um indivíduo B, através de um relacionamento R, pode-se dizer então que o

indivíduo B também se relaciona com o conceito A por meio do mesmo relacionamento.

O problema é que podem existir cardinalidades diferentes nesta relação. A cardinalidade

no sentido da leitura da direita para a esquerda pode ser diferente da cardinalidade da

esquerda para a direita. Da mesma forma, a identificação de propriedades transitivas

será deixada para o futuro.

Após a realização de alguns experimentos descritos no capítulo 5, alterou-se a

primeira versão escrita do método proposto com objetivo de melhorar e deixar mais

clara a sua execução. Foram inseridas as seguintes mudanças no passo 2:

- quando mais de um atributo possuir a palavra tipo é preciso construir

níveis intermediários na taxonomia de conceitos;

- quando o projetista verificar que existem 2 nomes de atributos iguais em

entidades diferentes, deve ser inserido como sucessor o nome do domínio

separado por um traço sublinhado, persistindo nomes iguais, será

consultado o projetista para sugerir o nome.

Essas alterações foram acopladas ao método, suprindo características antes

inexistentes. Acredita-se que outras extensões devem ser realizadas no futuro quando o

método for experimentado de modo mais amplo. Há vários pontos que merecem

aprofundamento, tais como identificação de subpropriedades e identificação da

característica de transitividade.

Page 48: deronto: método para construção de ontologias a partir de

48

Em relação à construção de uma ferramenta para auxiliar o emprego do método,

foi estudada a possibilidade de desenhar o DER na ferramenta ErWin3 que o salva em

formato XML (EXtensible Markup Language). Em seguida, este arquivo XML é

transformado em XSD (XML Schema Definition) com auxilio da ferramenta XmlFox4.

Depois é aplicada novamente uma conversão em forma de regras de mapeamento tendo

como resultado um código em linguagem OWL (Web Ontology Language) segundo

(Bohring et al., 2005) que trata da transformação de um arquivo XSD em OWL. O

maior problema enfrentado foi representar de forma correta as cardinalidades dos

relacionamentos em XSD e por conseqüência os axiomas. A figura 16 mostra os passos

para transformação de um arquivo XML em XSD e a seguir o arquivo com formato

XSD é transformado em linguagem OWL.

Figura 16. Método proposto por Bohring e Auer. Fonte: (Bohring et al., 2005).

No próximo capítulo é apresentado um estudo de caso utilizando o método

proposto.

3 É uma ferramenta de software que permite modelar dados para um sistema gerenciador de banco de

dados. 4 É uma ferramenta de software freeware que converte arquivos xml em arquivos xsd. Disponível em:

http://www.xmlfox.com

Page 49: deronto: método para construção de ontologias a partir de

49

CAPÍTULO IV: Estudo de Caso

Este capítulo propõe um exemplo para tornar mais clara a aplicação do

DERONTO. Tem como objetivo demonstrar a funcionalidade dos seis passos do

método apresentado no capítulo 3. Ao final deste capítulo, apresenta-se o

preenchimento dos formulários de saída de dados, o mesmo formato distribuído aos

integrantes dos grupos para validar o método.

4.1 Passo 1

O passo inicial refere-se a elaboração de um DER a partir do enunciado a seguir.

Uma Agência bancária possui diversos correntistas, estes podem ter diversas

contas correntes de diferentes tipos, cada uma localizada em uma agência específica e

uma conta pode pertencer a mais de um correntista.

A conta possui um número e saldo, o correntista pode ser pessoa física ou

jurídica. Se uma conta possuir um saldo superior a R$ 12.500,00 então ela será

considerada uma conta especial.

Ao fim, a ontologia deve responder as perguntas elaboradas pelo projetista.

• Qual nome do correntista que possui conta especial?

• Qual CPF do correntista X?

• Qual data de nascimento do correntista Y?

• Quantas contas-correntes possuem a agência X?

A figura 17 mostra o DER construído a partir do enunciado do problema.

Foi utilizada a notação de Peter Chen (1976).

Figura 17. DER construído após a leitura do enunciado.

Agência CorrentistaC_

Corrente(1,n)(1,1)

NúmeroNúmero

NomeTipo { Especial

Comum }Saldo

CPF / CNPJ

Tipo { P_Física / P_Jurídica}

Data_Nascimento /Data_Criação_Empresa

Page 50: deronto: método para construção de ontologias a partir de

50

No DER, (figura 17) uma relação associativa chamada C_Corrente entre as

entidades Agência e Correntista foi criada. A relação possui atributos associados

inclusive com a palavra “Tipo” que será tratada de forma especial, a entidade correntista

possui atributos que serão designados tanto para pessoa física quanto pessoa jurídica.

4.2 Passo 2

Seguindo o método, o DER é reescrito para eliminar entidades e relacionamentos

complexos. Os itens que compõem este passo são descritos a seguir.

a) O DER (figura 17) não possui atributo composto.

b) O DER (figura 17) não possui atributo multivalorado.

c) A relação C_Corrente presente no DER (figura 17) possui 3 atributos associados. A

relação é transformada em uma entidade e os atributos continuam os mesmos agora

pertencendo a nova entidade. Duas novas relações são criadas, nomeadas pela

concatenação do nome das entidades domínio e imagem. As cardinalidades foram

obtidas através do DER. A figura 18 mostra a transformação da relação com atributos

associados para uma entidade.

Figura 18. Transformação da relação com atributos associados em entidade.

Com essa transformação o DER da figura 17 é atualizado. Retirado o relacionamento

C_Corrente e inserido em seu lugar a entidade C_Corrente. Os novos relacionamentos

Agência/C_Corrente e C_Corrente/Correntista também foram inseridos com suas

cardinalidades.

d) O DER (figura 17) possui a palavra “Tipo” na entidade Correntista neste caso,

“Tipo” refere-se ao tipo de pessoa que possui a conta. Com a transformação do item c

em entidade C_Corrente (figura 18) também possui a palavra “Tipo” referente ao tipo

de conta. A figura 19 mostra a transformação dos atributos “Tipo” da entidade

C_Corrente

Número

Tipo { Especial Normal }

Saldo

C_ Corrente

Número

Saldo

Tipo { Especial Normal }

Saldo

Agência /C_Corrente

(1,1) C_Corrente /Correntista

(1,n)

C_Corrente

Número

Tipo { Especial Normal }

Saldo

C_ Corrente

Número

Saldo

Tipo { Especial Normal }

Saldo

Agência /C_Corrente

(1,1) C_Corrente /Correntista

(1,n) C_ Corrente

Número

Saldo

Tipo { Especial Normal }

Saldo

Agência /C_Corrente

(1,1) C_Corrente /Correntista

(1,n)

Page 51: deronto: método para construção de ontologias a partir de

51

C_Corrente em entidades de especialização. As palavras Especial e Normal foram

sugeridas anteriormente pelo projetista.

Figura 19. Transformação do atributo “Tipo” da entidade C_Corrente em relação de

especialização.

A figura 20 mostra a transformação do atributo “Tipo” da entidade Correntista em

entidades de especialização. As palavras P_Física e P_Jurídica foram sugeridas

anteriormente pelo projetista.

Figura 20. Transformação do atributo “Tipo” da entidade Correntista em relação de

especialização.

e) O DER não possui mais nenhuma palavra “Tipo” em suas entidades.

f) O DER não possui nenhuma entidade com a palavra “Tipo”.

g) O DER não possui nenhuma relação com grau maior que 2.

A figura 21 mostra o DER transformado em um diagrama simples após passar

por todos os itens do passo 2.

C_ Corrente

Número

Saldo

IS-A IS-A

Especial Normal

C_ Corrente

Número

Saldo

Tipo { Especial Normal }

Saldo

Correntista

IS-A IS-A

P_Física P_Jurídica

CPF

Data_Nascimento

CNPJ

Data_Criação_Empresa

Correntista

CPF / CNPJ

Tipo { P_Física / P_Jurídica}

Data_Nascimento /Data_Criação_Empresa

Correntista

IS-A IS-A

P_Física P_Jurídica

CPF

Data_Nascimento

CNPJ

Data_Criação_Empresa

Correntista

CPF / CNPJ

Tipo { P_Física / P_Jurídica}

Data_Nascimento /Data_Criação_Empresa

Page 52: deronto: método para construção de ontologias a partir de

52

Figura 21. DER após a execução do passo 2 do método proposto.

É importante ressaltar que não foram modificadas as informações do DER, mas

sim a visualização, tornando-o mais simples para ser tratado nos próximos passos do

método.

4.3 Passo 3

Todos os itens que são executados no passo 3, são obtidos conforme a figura 21

que é o DER atual.

A seguir cada item do método é especificado.

a) Ocorre a transformação das entidades em conceitos correspondentes da ontologia. A

tabela 7 mostra o resultado desta transformação.

Transformação das entidades em conceitos correspondentes da ontologia

ENTIDADE CONCEITO Agência AGÊNCIA C_Corrente C_CORRENTE Correntista CORRENTISTA Especial ESPECIAL Normal NORMAL P_Física P_FÍSICA P_Jurídica P_JURÍDICA

Tabela 7. Transformação das entidades em conceitos correspondentes da ontologia.

b) No DER (figura 21), foram localizadas algumas relações de especialização e

generalização. A tabela 8 mostra a listagem dos conceitos e subconceitos da ontologia.

Page 53: deronto: método para construção de ontologias a partir de

53

Transformação das relações de especialização e generalização CONCEITO SUBCONCEITO DE

ESPECIAL C_CORRENTE NORMAL C_CORRENTE P_FÍSICA CORRENTISTA P_JURÍDICA CORRENTISTA

Tabela 8. Transformação das relações de especialização e generalização em

subconceitos da ontologia.

Em relação às regras de nomenclatura para o DERONTO sugere-se:

a) Corresponde a nomenclatura dos conceitos da ontologia. Por exemplo na tabela 8

todos os conceitos estão em letras maiúsculas.

b) Todos os conceitos estão no singular.

c) Corresponde a nomenclatura dos conceitos da ontologia. Foram encontrados os

conceitos C_Corrente, P_Física e P_Jurídica que foram transformados em

Conta_Corrente, Pessoa_Física e Pessoa_Jurídica respectivamente.

No último item do passo 3, a ontologia é documentada. A tabela 9 mostra a lista

de documentação dos conceitos e subconceitos obtidos através do DER.

Documentação dos Conceitos e subconceitos da Ontologia Nome do Conceito: AGÊNCIA Descrição do Conceito: Sucursal de uma repartição financeira, banco Sinônimo: Banco

Nome do Conceito: CONTA_CORRENTE Descrição do Conceito: É um estilo de conta onde o cliente bancário poderá realizar

empréstimos, utilizar limite (caso seja conta especial), pedir cartões de crédito e ter algumas operações que somente o tipo de conta corrente lhe permite fazer

Sinônimo: -

Nome do Conceito: CORRENTISTA Descrição do Conceito: É a pessoa física ou jurídica que possui uma conta na agência. Sinônimo: Cliente do Banco

Nome do Conceito: ESPECIAL Descrição do Conceito: É um tipo de conta bancária que o correntista não possui limites,

portanto são cobrados dela, taxas de manutenção da conta, cartões de crédito, cestas de serviços (se for o caso) e outros serviços vigentes de acordo com cada banco

Sinônimo: PREFERENCIAL

Nome do Conceito: NORMAL Descrição do Conceito: É um tipo de conta bancária que o correntista possui limites,

portanto são cobrados dela apenas a manutenção da conta bancária, cartões de crédito (se for o caso) e outros serviços vigentes de acordo com cada banco

Sinônimo: NORMAL

Nome do Conceito: PESSOA_FÍSICA

Page 54: deronto: método para construção de ontologias a partir de

54

Descrição do Conceito: É a pessoa natural, isto é, todo indivíduo (homem ou mulher), desde o nascimento até a morte

Sinônimo: -

Nome do Conceito: PESSOA_JURÍDICA Descrição do Conceito: É a entidade abstrata com existência e responsabilidades

jurídicas. Por exemplo, uma associação, empresa, companhia, legalmente autorizadas

Sinônimo: - Tabela 9. Documentação dos conceitos e subconceitos da ontologia.

4.4 Passo 4

Os dados do passo 4 são preenchidos conforme os itens apresentados a seguir:

4.4.1 Nomenclatura das Propriedades

a) Corresponde a nomenclatura das propriedades da ontologia. Neste caso são

transformadas as propriedades cpf e cnpj em Cadastro_Pessoa_Física e

Cadastro_Nacional_Pessoa_Jurídica respectivamente. As demais propriedades não estão

abreviadas.

b) Todas as propriedades estão com as letras iniciais maiúsculas e as demais letras

minúsculas.

c) Existem propriedades com o mesmo nome no DER, ao transformá-las em uma

propriedade será inserido posteriormente ao nome da propriedade o nome do conceito

domínio. Tanto o conceito AGÊNCIA como CONTA_CORRENTE possuem em uma

de suas propriedades o nome Número. A tabela 10 mostra as propriedades

Número_Agência e Número_Conta_Corrente com o domínio e a imagem

correspondente.

Dados obtidos após a execução do item c da seção 3.4.1 NOME PROPRIEDADE TIPO

PROPRIEDADE

DOMÍNIO IMAGEM

Número_Agência datatype AGÊNCIA int

Número_Conta_Corrente datatype CONTA_CORRENTE int

Tabela 10. Dados obtidos após a execução do item c da seção 3.4.1.

4.4.2 Propriedades a partir de Atributos

a) Foi selecionada e transformada em propriedades datatype as chaves primárias do

DER (figura 21). A tabela 11 mostra os dados obtidos após a execução deste item no

Page 55: deronto: método para construção de ontologias a partir de

55

passo 4. Estão descritos o nome da propriedade, seu tipo, seu domínio e imagem, sua

característica e sua respectiva propriedade inversa.

Dados obtidos após a execução do item a da seção 3.4.2 NOME PROPRIEDADE TIPO

PROPRIEDADE

DOMÍNIO IMAGEM CARACTE-

RÍSTICA

NOME DA

PROP.

INVERSA

Número_Agência datatype AGÊNCIA int Funcional -

Número_Conta_Corrente datatype CONTA_CORRENTE int Funcional -

Cadastro_Pessoa_Fisica datatype PESSOA_FÍSICA string Funcional -

Cadastro_Nacional_Pessoa

_Jurídica

datatype PESSOA_JURÍDICA string Funcional -

Tabela 11. Propriedades obtidas após a execução do item a da seção 3.4.2.

b) A tabela 12 mostra os dados obtidos após a execução do item b, da seção 3.4.2, do

passo 4, onde estão descritos o nome da propriedade, seu tipo, seu domínio e imagem,

sua característica e sua propriedade inversa.

Dados obtidos após a execução do item b da seção 3.4.2 NOME TIPO

DOMÍNIO IMAGEM PROP.

INVER

SA

DL

Nome datatype AGÊNCIA string - AGÊNCIA: Nome.string

Saldo datatype CONTA_COR

RENTE

float - CONTA_CORRENTE:Saldo.float

Data_Nasc

imento

datatype PESSOA_FÍSI

CA

data - PESSOA_FÍSICA:Data_Nascimento.

data

Data_Cria

ção_Empr

esa

datatype PESSOA_JURÍ

DICA

data - PESSOA_JURÍDICA:Data_Criação_

Empresa.data

Tabela 12. Propriedades obtidas após a execução do item b da seção 3.4.2.

4.4.3 Propriedades a partir de Relacionamentos

a) Listados os dois relacionamentos que existem no DER conforme a figura 21 é

utilizada a tabela 13 para mostrar as propriedades após a execução da seção 3.4.3 do

DERONTO.

Page 56: deronto: método para construção de ontologias a partir de

56

Dados obtidos após a execução do item a do passo 4 NOME

PROPRIEDADE

TIPO

PROPRIEDADE

DOMÍNIO IMAGEM CARACTE-

RÍSTICA

NOME DA

PROP.

INVERSA

Agência /

Conta_Corrente

Object AGÊNCIA CONTA_CORRENTE - -

Conta_Corrente /

Correntista

Object CONTA_

CORRENTE

CORRENTISTA - -

Tabela 13. Formulário com o nome das propriedades do passo 4.

b) Não há relação com papéis entre as entidades do DER (figura 21).

c) O projetista decidiu que nenhuma propriedade receberá característica simétrica ou

transitiva.

d) Ao executar esse item o projetista decide que as propriedades

Conta_Corrente/Agência e Correntista/Conta_Corrente são inseridas como propriedades

inversas. As demais propriedades não receberam propriedades inversas.

A tabela 14 mostra a documentação das propriedades da ontologia após a

execução do passo 4. Apresenta as informações sobre o nome, a descrição, o tipo, qual o

domínio e imagem que a propriedade pertence e a característica, se existir.

Documentação das propriedades da ontologia Nome: Número_Agência

Descrição: Representa o número da agência bancária

Tipo: datatype

Domínio: AGÊNCIA

Imagem: Int

Característica da Propriedade: Funcional

Nome: Número_Conta_Corrente

Descrição: Identifica o número da conta Corrente

Tipo: datatype

Domínio: CONTA_CORRENTE

Imagem: Int

Característica da Propriedade: Funcional

Nome: Cadastro_Pessoa_Física

Descrição: Identifica o cadastro da pessoa física

Tipo: datatype

Page 57: deronto: método para construção de ontologias a partir de

57

Domínio: PESSOA_FÍSICA

Imagem: Data

Característica da Propriedade: Funcional

Nome: Cadastro_Nacional_Pessoa_Jurídica

Descrição: Identifica o número da pessoa jurídica

Tipo: datatype

Domínio: PESSOA_JURÍDICA

Imagem: Data

Característica da Propriedade: Funcional

Nome: Nome

Descrição: Recebe o nome da Agência bancária

Tipo: datatype

Domínio: AGÊNCIA

Imagem: String

Característica da Propriedade: -

Nome: Saldo

Descrição: Recebe o valor do saldo da conta corrente do correntista

Tipo: datatype

Domínio: CONTA_CORRENTE

Imagem: Float

Característica da Propriedade: -

Nome: Data_Nascimento

Descrição: Recebe a data de nascimento da pessoa física

Tipo: datatype

Domínio: PESSOA_FÍSICA

Imagem: Data

Característica da Propriedade: -

Nome: Data_Criação_Empresa

Descrição: Recebe a data de criação da empresa

Tipo: datatype

Domínio: PESSOA_JURÍDICA

Imagem: Data

Característica da Propriedade: -

Nome: Agência / Conta_Corrente

Page 58: deronto: método para construção de ontologias a partir de

58

Descrição: Une agência a conta corrente

Tipo: Object

Domínio: AGÊNCIA

Imagem: CONTA_CORRENTE

Característica da Propriedade: -

Nome: Conta_Corrente / Correntista

Descrição: Une a conta corrente ao correntista

Tipo: Object

Domínio: CONTA_CORRENTE

Imagem: CORRENTISTA

Característica da Propriedade: -

Tabela 14. Documentação das propriedades da ontologia.

4.5 Passo 5

4.5.1 Condição Necessária e Suficiente

Ao analisar os dois relacionamentos que fazem parte do DER da figura 21 um

deles é exclusivo (Agência/C_Corrente), no entanto o projetista decide que não vai

utilizá-lo como uma condição necessária e suficiente.

Ao observar o enunciado do problema, “Se uma conta possuir um saldo superior

a R$ 12.500,00 então ela será considerada uma conta especial”. Esta informação não se

consegue representar no DER, por se tratar de um axioma que depende de valor.

Conforme o passo 5 do método é possível representar em axiomas somente aquelas que

estão presentes na cardinalidade entre as entidades. Então para construir o axioma

determinado no enunciado é necessária a intervenção humana através do projetista.

O projetista criou uma restrição necessária e suficiente com a propriedade Saldo no

conceito Especial:

para conta normal:

Estas restrições são definidas em DL da seguinte forma:

00,500.12._ �≡⊇ SaldoESPECIALESPECIALCORRENTECONTA

00,500.12._ ≤≡⊇ SaldoNORMALNORMALCORRENTECONTA

Saldo has "min R$ 12.500,00"

Saldo has "max R$ 12.500,00"

Page 59: deronto: método para construção de ontologias a partir de

59

4.5.2 Condição Necessária

Não há nenhuma entidade no DER que possui características para ser uma

condição necessária.

O projetista também não inseriu nenhuma condição necessária.

A documentação dos axiomas da ontologia é apresentada na tabela 15, onde

possui o nome de cada restrição com sua respectiva descrição, os conceitos estão

envolvidos e a cardinalidade referente.

Documentação das restrições da ontologia exemplo Nome da restrição: Saldo has "min R$ 12.500,00”

Descrição da restrição: Indica que para ser uma conta do tipo especial é necessário

possuir um saldo superior que R$ 12.500,00

Nome dos conceitos ESPECIAL

Cardinalidade mínima: -

Cardinalidade máxima: -

Nome da restrição: Saldo has "max R$ 12.500,00”

Descrição da restrição: Indica que para ser uma conta do tipo normal é necessário um

valor máximo de saldo de R$ 12.500,00

Nome dos conceitos NORMAL

Cardinalidade mínima: -

Cardinalidade máxima: -

Tabela 15. Documentação das restrições da ontologia de exemplo.

4.6 Passo 6

O projetista não executou nenhuma mudança na ontologia obtida através do

método. A figura 22, mostra a ontologia resultante deste exemplo. Os conceitos

ESPECIAL e NORMAL que estão em outra cor indicam que são conceitos completos,

ou seja, esses conceitos possuem uma restrição necessária e suficiente. O conceito

owl:Thing indica a raiz da ontologia. Foi utilizado o editor de ontologias Protégé

(PROTÉGÉ, 2000) para realizar o desenho da figura 22.

Page 60: deronto: método para construção de ontologias a partir de

60

Figura 22. Ontologia obtida a partir do enunciado do problema deste exemplo.

A seguir a representação da figura 22 em DL.

CORRENTECONTAESPECIAL _⊇

CORRENTECONTANORMAL _⊇

ACORRENTISTFÍSICAPESSOA ⊇_

ACORRENTISTJURÍDICAPESSOA ⊇_

ThingowlACORRENTIST :⊇

ThingowlCORRENTECONTA :_ ⊇

ThingowlAGÊNCIA :⊇

Com a ontologia formada é possível encontrar respostas válidas para as 4 perguntas

realizadas na seção 4.1.

4.7 Formulários de Preenchidos no DERONTO

Após a execução do passo 3 é preenchido o formulário (conforme Apêndice 1) e

assim é formada a hierarquia de conceitos da ontologia. A tabela 16 apresenta o nome

dos conceitos e subconceitos da ontologia.

Tabela 16. Formulário de dados de saída do passo 3.

Dados obtidos após o passo 3 do método

NOME DO CONCEITO SUBCONCEITO DE: AGÊNCIA RAIZ CONTA_CORRENTE RAIZ CORRENTISTA RAIZ ESPECIAL CONTA_CORRENTE NORMAL CONTA_CORRENTE PESSOA_FÍSICA CORRENTISTA PESSOA_JURÍDICA CORRENTISTA

Page 61: deronto: método para construção de ontologias a partir de

61

Após a execução do passo 4 o formulário (conforme Apêndice 2) é preenchido

conforme a tabela 17 que apresenta informações como o nome da propriedade, seu tipo,

qual o domínio e imagem, característica e a propriedade inversa.

Dados obtidos após a execução de todos os itens do passo 4 NOME PROPRIEDADE TIPO

PROPRIEDADE

DOMÍNIO IMAGEM CARACTE-

RÍSTICA

NOME

DA

PROP.

INVERSA

Número_Agência datatype AGÊNCIA int Funcional -

Número_Conta_Corrente datatype CONTA_CORRENTE int Funcional -

Cadastro_Pessoa_Física datatype PESSOA_FÍSICA string Funcional -

Cadastro_Nacional_Pesso

a_Jurídica

datatype PESSOA_JURÍDICA string Funcional -

Nome datatype AGÊNCIA string - -

Saldo datatype CONTA_CORRENTE float - -

Data_Nascimento datatype PESSOA_FÍSICA data - -

Data_Criação_Empresa datatype PESSOA_JURÍDICA data - -

Agência /

Conta_Corrente

Object AGÊNCIA CONTA_

CORREN-

TE

- Conta_

Corrente

/ Agência

Conta_Corrente /

Correntista

Object CONTA_

CORRENTE

CORREN-

TISTA

- Corren-

tista /

Conta_

Corrente

Tabela 17. Formulário de dados de saída do passo 4.

4.8 Discussões

O exemplo apresentado tem como principal objetivo a melhor compreensão do

método proposto (descrito no capítulo 3).

Para realizar esse objetivo é apresentado um enunciado, desenvolvido um DER

sobre ele. As perguntas a serem respondidas assim como a hierarquia da ontologia estão

no final deste capítulo para melhor visualização do leitor desta dissertação.

As modificações solicitadas no passo 2, foram realizadas com facilidade. No passo 4,

um ponto importante é a agilidade em obter as propriedades da ontologia.

Page 62: deronto: método para construção de ontologias a partir de

62

Não existe como retirar o axioma que envolva valor. Por isso existe a

flexibilidade do método proposto em retornar ao passo 2 e essas restrições podem ser

inseridas pelo projetista.

Conclui-se que apesar do exemplo proposto ser de pequeno porte, este

estabelece seu objetivo que é facilitar o entendimento do DERONTO.

No próximo capítulo será apresentada a metodologia de experimentação, os

experimentos, a análise dos resultados obtidos e discussões sobre o método e a

experimentação em si.

Page 63: deronto: método para construção de ontologias a partir de

63

CAPÍTULO V: Experimentação e Resultados

Neste capítulo são apresentados os procedimentos usados para validar o método

quanto a sua eficácia e os resultados obtidos. Foi executado um experimento com

profissionais de informática com conhecimento variado (nenhum, moderado e bom) em

ontologias, porém todos com bom conhecimento em modelagem por meio de DER. O

objetivo era verificar se obtinham ontologias similares a uma ontologia de referência

demonstrando se o método auxilia ou não aqueles com pouco / moderado conhecimento

em ontologias. A eficiência, do método que poderia, por exemplo, ser medida pelo

tempo empregado no desenvolvimento das ontologias, não foi medida. Neste capítulo

são apresentados a metodologia de experimentação, os resultados obtidos e a análise

destes.

5.1 Metodologia

As próximas subseções detalham a metodologia de experimentação,

apresentando as características da população, amostra e os procedimentos para obtenção

dos resultados.

5.1.1 Amostra

O experimento foi realizado com três grupos de usuários cada um composto por

três pessoas. A seleção das pessoas foi intencional, caracterizando uma amostra não-

probabilística intencional. Todos os usuários selecionados possuem bom conhecimento

em modelagem por meio de DERs e foram divididos em três grupos, A, B e C, em

função do conhecimento relatado ou previamente conhecido em ontologias:

- A: pessoas com conhecimento avançado em construção de ontologias.

- B: pessoas com conhecimento moderado em construção de ontologias.

- C: pessoas com pouco ou nenhum conhecimento em ontologias.

Para determinar o nível de conhecimento, perguntou-se aos usuários sobre suas

experiências práticas e teóricas (leitura) sobre DER e ontologias e, também, serviu-se de

conhecimento prévio das pessoas envolvidas.

5.1.2 Experimentos e Instrumentos

O experimento consiste na construção individual de uma ontologia de aplicação

no domínio do turismo. Este tema foi escolhido por não exigir conhecimentos

Page 64: deronto: método para construção de ontologias a partir de

64

específicos dos participantes. Brevemente, se trata de uma agência de turismo que

oferece serviços de organização de viagens onde o turista escolhe destinos,

acomodações e atividades a serem realizadas.

A cada um dos participantes, foi entregue um enunciado descrevendo o caso da

agência de turismo (apêndice 6) e uma lista de perguntas as quais a ontologia deve

permitir responder (apêndice 7). Antes da entrega destes instrumentos, foi elaborado um

check list para verificar se o enunciado e as perguntas poderiam resultar em uma

ontologia que cobrisse certas características (conceitos, subconceitos, propriedades

datatype e object, axiomas necessários e necessários e suficientes, relação inversa) de

uma ontologia. Junto com o enunciado e a lista de perguntas, há a descrição do método

e os formulários para registrar os resultados ao final de cada passo do DERONTO

(apêndices 1, 2 e 3). Pensando-se no grupo C, que não possui conhecimento sobre

ontologias, foram elaborados e entregues dicas sobre ontologias (apêndice 10) e um

glossário de termos explicativos (apêndice 11).

Os participantes, munidos destes instrumentos, preencheram os formulários e

devolveram ao autor deste trabalho que criou cada uma das ontologias no editor Protégé

(PROTÉGÉ, 2000) capaz de gerar um arquivo owl através da linguagem de

representação OWL-DL (W3C, 2006).

5.1.3 Procedimento de Obtenção dos Resultados

A intenção do experimento é medir o quanto o método auxilia pessoas com

nenhum conhecimento e com conhecimento moderado em ontologias a construir

ontologias quando comparadas com um grupo de controle (grupo A) que, teoricamente,

são mais aptos a elaborar ontologias mais similares a uma ontologia de referência

(apêndice 9). Esta última foi elaborada pelo autor deste trabalho. O procedimento de

obtenção de resultados consiste justamente em medir a similaridade entre ontologias. Se

as pessoas do grupo B e C conseguem criar ontologias tão similares à referência quanto

aquelas do grupo A, pode-se deduzir que o método as auxilia satisfatoriamente.

Em seguida, apresentam-se o método utilizado para calcular a similaridade entre

duas ontologias. O método utilizado, proposto por Maedche e Staab (2002), foi

escolhido porque utiliza medidas léxicas e semânticas no cálculo de similaridade.

Page 65: deronto: método para construção de ontologias a partir de

65

Similaridade Léxica

Para verificar se conceitos são lexicamente equivalentes de forma independente

da posição que ocupam na hierarquia de conceitos, é realizado um mapeamento manual

entre os conceitos de uma ontologia proposta com os da ontologia de referência. Por

exemplo, um conceito na ontologia de referência chama-se CAMINHADA, na

ontologia proposta por um participante do experimento chama-se

CAMINHADA_ECOLÓGICA, então uma relação de equivalência é criada entre estes

dois conceitos (apêndice 12). Maedche e Stabb (2002) tratam a medida de similaridade

léxica pelo algoritmo de Levenstein. (LEVENSHTEIN, 1966)

As propriedades são verificadas através do conceito domínio e tipo imagem.

A medida de similaridade léxica dos conceitos e propriedades da ontologia

proposta em relação à de referência independente das seguintes situações:

- nomes iguais em níveis diferentes de hierarquia.

- nomes iguais no mesmo nível de hierarquia.

- nomes parecidos no mesmo nível de hierarquia.

- nomes parecidos em níveis de hierarquia diferentes para cima ou para

baixo.

- nomes completamente diferentes em níveis de hierarquia iguais.

- nomes completamente diferentes em níveis de hierarquia diferente para

cima ou para baixo.

A figura 23 mostra duas ontologias organizadas hierarquicamente, onde, O1

indica a ontologia de referência, O2 indica a ontologia resultante do método, as setas

indicam a ligação entre os termos da ontologia, as linhas pontilhadas indicam que o

termo existe em ambas as ontologias.

Figura 23. Ontologias organizadas hierarquicamente.

Page 66: deronto: método para construção de ontologias a partir de

66

Na figura 23, há três conceitos com nomes iguais nas ontologias O1 e O2.

(“Área”, “Cidade” e “Hotel”), embora o conceito “Hotel” de O1 esteja em uma

hierarquia diferente de “Hotel” em O2. Para medir o grau de similaridade entre os

conceitos é apresentado a seguir o cálculo de similaridade de conceitos entre duas

ontologias.

Similaridade Semântica entre Conceitos

A equação a seguir é extraída de Maedche e Staab (2002) e tem por objetivo

calcular a similaridade semântica entre duas taxonomias. Na realidade, calcula-se a

sobreposição entre duas taxonomias partindo-se de dois conceitos C1 e C2 provenientes

de duas ontologias, O1 e O2 respectivamente, que estão associados lexicamente pelo

termo L.

Há duas equações para medir a similaridade semântica. A equação 1 é utilizada

quando existe um mapeamento obtido através do termo L entre conceitos da ontologia

O1 e O2. A equação 2 é utilizada quando não é possível construir um mapeamento pela

entrada léxica L.

|))2}),({((2))1}),({((1||))2}),({((2))1}),({((1|

)2,1,(' 11

11

HLFSCFHLFSCFHLFSCFHLFSCF

OOLTO −−

−−

∪∩=

|))2}),({((2))1}),({((1||))2}),({((2))1}),({((1|

max)2,1,(" 11

11

2 HLFSCFHLFSCFHLFSCFHLFSCF

OOLTOCC −−

−−

∈ ∪∩=

onde:

- O1 e O2 são duas ontologias;

- Hi é a taxonomia da ontologia Oi;

- L é uma entrada léxica pertencente à intersecção das entradas léxicas de

O1 e O2;

- TO (taxonomic overlap): mede a sobreposição entre as taxonomias H1 e

H2 partindo-se dos conceitos relacionados à entrada léxica L nas

ontologias O1 e O2;

- F é uma função que relaciona um conjunto de entradas léxicas a um

conjunto de conceitos, ou seja, termos que expressam conceitos;

- SC({C1,...,Cn},H): i.e semantic cotopy, é a união de todos os super e

subconceitos de C1, ..., Cn;

(1)

(2)

Page 67: deronto: método para construção de ontologias a partir de

67

- Fi mapeia um termo para um conceito

- Fi-1 mapeia um conceito para um termo.

- F2-1 indica o conceito da ontologia a ser comparada.

Por exemplo, para determinar a medida de similaridade quando um conceito existe

nas duas ontologias O1 e O2 aplica-se a equação (1). Essa situação ocorre com “Hotel”

(figura 23) indiferente se está no mesmo nível de hierarquia nas ontologias ou não. Ao

aplicar a equação 1, tem-se a seguinte situação:

}"mod,"{"))1}),"({"((1 1 açãoAcoHotelHHotelFSCFA == −

}","{"))2}),"({"((2 1 esHotelSimplHotelHHotelFSCFB == −

então:

31

||||

)2,1,"("' =∪∩=

BABA

OOHotelTO , conclui-se que a medida de similaridade do

conceito “Hotel” na ontologia de referência em relação ao mesmo conceito na ontologia

O2 é 33%.

A equação (1) retorna a similaridade entre cada conceito da ontologia criada pela pessoa

que realizou o teste e entre a ontologia de referência.

Quando o conceito está presente somente em uma das ontologias utiliza-se a

equação (2). Por exemplo, no caso do conceito “Acomodação” da figura 23 que está

presente apenas na ontologia O1.

}"","mod","{"))1}),"mod({"((1 1 HotelaçãoAcoPousadaHaçãoAcoFSCFA == −

41

}"","{"))2}),"({"((2 1 === − esHotelSimplHotelHFSCFB

41

}","{"))2}),"({"((2 1 === − HotelesHotelSimplHFSCFB

50

}"","{"))2}),"({"((2 1 === − CidadeAreaHFSCFB

50

}"","{"))2}),"({"((2 1 === − AreaCidadeHFSCFB

neste caso, o valor máximo 41

ocorre duas vezes, então:

Page 68: deronto: método para construção de ontologias a partir de

68

41

||||

max)2,1,"mod("" =∪∩=

BABA

OOaçãoAcoTO , conclui-se que com a aplicação da

equação (2), o conceito acomodação inserido na ontologia de referência, possui uma

similaridade de apenas 25% com a ontologia O2.

Depois de verificar a similaridade dos conceitos existentes e não existentes entre as

ontologias o próximo passo é realizar a média aritmética entre as similaridades obtidas

com as equações (1) e (2) e aplicar a equação (3).

�∈

=cLL

cOOLTO

LOOTO )2,1,(

||1

)2,1(1

com

c

c

LseLOOLTOLseLOOLTO

OOLTO2

2

)2,1,(")2,1,´(

{)2,1,(∉∈

=

Ao aplicar a equação obteve-se:

111

)2,1,"("' ==HHAreaTO

33,031

)2,1,"("' ==HHHotelTO

11)2,1,"("' ==HHCidadeTO

25,041

)2,1,"mod("" ==HHaçãoAcoTO

040

)2,1,"("" ==HHPousadaTO

� = 51,0558,2

Conclui-se que a ontologia O2 tem a similaridade de 51% dos conceitos

existentes na ontologia O1. O resultado 0 (zero) ocorre quando não existe nenhum

conceito similar nas ontologias em nenhum nível da hierarquia.

Similaridade entre as propriedades da ontologia

Para calcular a similaridade entre as propriedades da ontologia de referência e a

ontologia obtida através do método utiliza-se a equação (4).

(3)

Page 69: deronto: método para construção de ontologias a partir de

69

|))2,2((2))1,1((1||))2,2((2))1,1((1|

)2,2,1,1(11

11

HCUCFHCUCFHCUCFHCUCF

OCOCCM −−

−−

∪∩=

onde:

- CM indica o coeficiente de similaridade entre as propriedades.

- C1 indica o conceito do domínio da ontologia de referência.

- O1 indica a ontologia de referência.

- C2 indica o conceito do domínio da ontologia 2.

- O2 indica a ontologia 2.

- F1 indica o número total de conceitos criados na ontologia de referência.

- F2 indica o número total de conceitos criados na nova ontologia.

- UC indica os super conceitos das ontologias.

- H1 -1 indica a taxonomia da ontologia de referência.

- H2 -1 indica o conceito da ontologia a ser comparada.

Aproveitando a figura 23, criou-se uma propriedade na ontologia O1 chamada

“Localizada_em” com domínio “Hotel” e imagem “Área”. Na ontologia O2 uma

propriedade com o mesmo nome foi criada, mas com domínio e imagens diferentes da

O1, “Hotel” e “Cidade” são seus domínio e imagem respectivamente.

Para calcular a similaridade entre esses conceitos é utilizada a equação (4).

21

|}mod,{||}{}mod,{|

)2,,1,( =∩=açãoAcoHotel

HotelaçãoAcoHotelFOHotelOHotelCM para os conceitos

analisados dos domínios referentes a “Hotel” da ontologia de referência e “Hotel” da

ontologia O2, o resultado é 21

, ou 50 % de similaridade entre as propriedades dos

domínios.

Para obter a similaridade entre as imagens das propriedades utiliza-se a mesma

equação.

21

|},{||},{}{|

)2,,1,( =∩=CidadeÁrea

ÁreaCidadeÁreaOCidadeOÁreaCM para os conceitos das

imagens.

(4)

Page 70: deronto: método para construção de ontologias a partir de

70

Ao aplicar a fórmula correspondente para as imagens dos conceitos referentes a “Área”

da ontologia de referência e “Cidade” da ontologia O2, o resultado é 21

, ou 50 % de

similaridade entre as propriedades das imagens.

Após analisar todas as propriedades semelhantes entre o domínio e a imagem

dos conceitos, aplica-se a equação (5) para obter o resultado final da similaridade entre

as propriedades “Localizado_em” que são semelhantes da ontologia de referência (O1)

com a ontologia gerada pelo método proposto (O2).

)1),2(,1),1((*)2),2(,1),1(()2,2,1,1(' ORrORrCMORdORdCMORORRO =

onde:

- RO’ indica a medida de similaridade entre as propriedades.

- R1 indica a primeira relação, neste caso a primeira propriedade.

- R2 indica a segunda relação.

- O1 indica a ontologia de referência.

- O2 indica a ontologia obtida pelo método.

- CM indica o coeficiente de similaridade entre as propriedades.

- d indica o domínio da propriedade.

- r indica a imagem da propriedade.

- indica o cálculo de multiplicação.

- | indica o símbolo de módulo.

Aplicando a fórmula tem-se:

21

21

21

)2,_,1,_(' =×=OemLocalizadoOemLocalizadoRO

Assim conclui-se com o resultado de 21

, que a propriedade “Localizada_em” possui 50

% de similaridade entre a ontologia de referência e a obtida com o método proposto.

Este cálculo é realizado para cada uma das propriedades semelhantes entre as

ontologias.

(5)

Page 71: deronto: método para construção de ontologias a partir de

71

Após obter todos os resultados com a similaridade das propriedades é aplicada a

equação (6) que permite retirar a média geral das relações obtidas através da

comparação das ontologias.

�∈

=cLL

cOOLRO

LOORO )2,1,(

||1

)2,1(1

As informações que são obtidas após a execução das equações de 1 a 6, servem para

medir a percentagem de igualdade entre os conceitos e as propriedades do método

proposto e da ontologia desenvolvida por um especialista de domínio.

Similaridade dos axiomas da ontologia

Para determinar a similaridade entre os axiomas foram adotadas as medidas de

precisão e cobertura, adaptando-as das medidas de recuperação da informação

(SALTON e McGILL, 1983). Precisão avalia quantos axiomas relevantes foram

recuperados, ou seja, é dada como a fração entre axiomas relevantes sobre a quantidade

de axiomas recuperados (percentagem dos itens recuperados que são relevantes).

Cobertura avalia quantos axiomas relevantes existem e foram recuperados, ou seja, é a

fração entre axiomas relevantes recuperados e a quantidade de axiomas relevantes.

(porcentagem dos itens relevantes que foi recuperada). As semelhanças entre os

axiomas das ontologias foram calculadas manualmente. Para se obter a cobertura aplica-

se a fórmula (7) e a precisão, a equação (8):

Para exemplificar a tabela 16 foi criada e nela aplica-se a fórmula de cobertura e

precisão. O símbolo V indica que o axioma é relevante e o símbolo X indica que não é

Por exemplo, para os axiomas especificados pelo usuário na coluna da esquerda da

tabela 18, foi aplicada a equação (7) para se obter a cobertura. A coluna da direita indica

os axiomas relevantes (aqueles marcados por V). Caso a cobertura calculada seja igual a

100%, todos os axiomas relevantes foram recuperados pelo usuário.

(6)

p = Dos axiomas encontrados, quantos cobrem a referência

Total de axiomas encontrados pelo usuário na ontologia proposta pelo método

r = Número de axiomas feitos na ontologia de referência

Total de axiomas feitos na ontologia proposta pelo método

(7)

(8)

Page 72: deronto: método para construção de ontologias a partir de

72

Exemplo de cobertura e precisão

AXIOMAS ELABORADOS

RELEVANTE (V ou F)

Axioma 1 V Axioma 2 V Axioma 3 F Axioma 4 F Axioma 5 F Axioma 6 V Axioma 7 F Axioma 8 F Axioma 9 F Axioma 10 F

Tabela 18. Exemplo de cobertura e precisão.

A seguir a fórmula de cobertura (r) e precisão (p) são realizadas para obter os resultados

conforme a tabela 18.

r = = 0,75

Para se obter a precisão utiliza-se a equação (8):

p= = 0,30

5.2 Resultados e Discussão

Após executar os cálculos de similaridade entre conceitos e propriedades da

ontologia obtida pelo método (Maedche e Staab 2002) e precisão e cobertura dos

axiomas, foi criada a tabela 19 para mostrar os resultados das similaridades dos

experimentos quanto aos conceitos, propriedades e axiomas. Os axiomas necessários e

necessários e suficientes foram calculados conjuntamente porque temos apenas um

axioma necessário e suficiente na ontologia de referência. O número de conceitos da

ontologia de referência é 35, possui 9 propriedades datatype e 5 propriedades object.

Além de 6 axiomas, 5 necessários e 1 necessário e suficiente.

3

4

3

10

Page 73: deronto: método para construção de ontologias a partir de

73

Resultados dos Experimentos realizados através do método Similaridade Axiomas Grupo

Conceitos Conceitos e Propriedades

Cobertura Qtde Precisão

A 51,89 % 56,68 % 100,00 % 6 100,00 % A 53,38 % 59,02 % 50,00 % 3 100,00 % A 59,47 % 68,13 % 100,00 % 6 100,00 %

Média do Grupo A:

54,91 % 61,28 % 83,33 % 5 100,00 %

Desvio Padrão A:

± 3,28 % ± 4,94 % ± 23,57 % ± 1,41 ± 0,00 %

B 57,10 % 64,16 % 50,00 % 3 66,00 % B 51,62 % 60,46 % 50,00 % 3 66,00 % B 55,00 % 60,44 % 33,00 % 2 100,00 %

Média do Grupo B:

54,57 % 61,67 % 44,33 % 2,67 77,33 %

Desvio Padrão B:

± 2,26 % ± 1,72 % ± 8,01 % ± 0,47 ± 16,03 %

C 51,35 % 59,07 % 16,00 % 1 100,00 % C 59,52 % 79,13 % 33,00 % 2 50,00 % C 60,32 % 75,10 % 33,00 % 2 50,00 %

Média do Grupo C:

57,06 % 71,10 % 27,33 % 1,67 66,67 %

Desvio Padrão C:

± 4,05 % ± 8,66 % ± 8,01 % ± 0,47 ± 23,57 %

Média Geral 55,51 % 64,68 % 51,66 % 3,1 80,00 % Desvio Padrão

Média Geral

± 1,10 % ± 4,54 % ± 23,44 % ± 1,40 ± 14,40 %

Tabela 19. Resultados dos experimentos realizados através do método.

5.2.1 Descrição da Similaridade entre Conceitos

Na similaridade entre a ontologia referência e os conceitos do grupo A, há uma

pequena variação de aproximadamente 6,5 % entre a menor similaridade 51,89 % e a

maior, 59,47 %. A média geral do grupo é de 54,91 % com desvio padrão de 3,28 %.

A diferença entre a menor similaridade dos conceitos apresentados pelos

integrantes do grupo B (51,62%) até a maior similaridade dos conceitos do grupo B

(57,10%) é de apenas 5,48 %. Considera-se essa diferença como pequena na obtenção

dos conceitos o que significa que existe uma semelhança em relação aos conceitos da

ontologia de referência. A média de similaridade entre os conceitos do grupo B é de

54,57 % com um desvio padrão de 2,26%, isso indica que os integrantes que fazem

parte desse grupo possuem um nível de conhecimento parecido para interpretar o

enunciado e construir o DER.

Page 74: deronto: método para construção de ontologias a partir de

74

No grupo C, existe uma diferença de aproximadamente 9% em relação a maior

(60,32%) e a menor similaridade (51,35%) dos conceitos. A média do grupo está em

57,06% com o desvio padrão de 4,05 %.

AxB

Verifica-se que a média geral do grupo A é praticamente igual ao do B, com

diferença de apenas 0,34 %. Uma das possibilidades para este acontecimento é que tanto

as pessoas do grupo A quanto as do grupo B, interpretaram o enunciado do problema de

forma muito parecida.

AxC

Na comparação da similaridade da ontologia de referência com a similaridade

dos conceitos dos grupos A e C, houve uma diferença de apenas 2,15 %. Isso mostra

que o intervalo dos valores é muito pequeno. Um dos motivos é que o DER foi

modelado de forma semelhante pelos dois grupos. Outra possibilidade é ao reescrever o

método o grupo A, por possuir maior conhecimento não foi tão criterioso quanto ao

grupo C que possui teoricamente uma maior dificuldade.

Geral

O DERONTO contribui positivamente, pois ajuda as pessoas que possuem

pouco conhecimento ou moderado em ontologias chegarem a uma hierarquia de

conceitos semelhantes à hierarquia definida por outra pessoa com conhecimento

avançado.

Em relação à média geral da medida similaridade conceitos, pode-se dizer que é

um número satisfatório, pois mostra uma sobreposição das hierarquias das ontologias

superior a 50%, isto é, conceitos e posição hierárquica coincidentes.

A figura 24 mostra um gráfico comparativo entre a média da similaridade dos

conceitos dos grupos A, B e C. Também está presente o desvio padrão de cada grupo

representado na cor amarela e roxa. As linhas vermelhas demarcam a área de

semelhança entre as medidas dos grupos pelo desvio padrão mínimo e máximo.

Percebe-se uma proximidade entre as médias demonstrando a homogeneização na

obtenção de conceitos e da hierarquia de conceitos através da aplicação do DERONTO.

Page 75: deronto: método para construção de ontologias a partir de

75

Figura 24. Gráfico comparativo entre a média de similaridade entre os conceitos do

grupo A, grupo B e grupo C.

5.2.2 Descrição da Similaridade entre os Conceitos e Propriedades

A similaridade mínima dos conceitos e propriedades do grupo A é 56,68 % que

possui uma diferença de 11,45% para máxima similaridade do grupo de 68,13 %.

O grupo B apresenta uma média satisfatória de 61,67 %, isso indica que o

método é eficiente para pessoas que possuem conhecimento moderado em ontologias. A

menor similaridade entre os integrantes do grupo é 60,44 % com uma diferença de

menos de 4% em relação a maior similaridade que é 64,16%. Isso implica na

semelhança das propriedades obtidas através da aplicação do DERONTO. Um fato

interessante é o que diz respeito ao desvio padrão observado, 1,72%, que provém de

uma grande homogeneidade nas propriedades identificadas pelos integrantes deste

grupo. Uma possível explicação é o fato dos integrantes desse grupo possuir um

conhecimento moderado em ontologias, ter eliminado alguns atributos com importância

menor no DER.

No grupo C, um integrante apresenta a maior diferença de similaridade entre as

colunas conceitos e conceitos e propriedades, 20,06 %. A menor similaridade do grupo

é de 59,07% e a maior chegou a 79,13%, o que contribuiu para o aumento do desvio

padrão tendo como valor final 8,66%. A média do grupo de similaridade entre os

conceitos e propriedades é 71,10%, uma similaridade satisfatória levando-se em conta

que os integrantes do grupo C não possuem nenhuma experiência em criar ontologias.

As semelhanças das propriedades influenciaram a diferença de 14,04% na média do

grupo C entre as colunas conceitos e conceitos e propriedades.

Page 76: deronto: método para construção de ontologias a partir de

76

AxB

Apesar da média geral das propriedades do grupo A ser 61,28 % esse valor é

praticamente igual à média geral de similaridade obtida através dos conceitos e

propriedades do grupo B (61,67%). Ao aplicar o desvio padrão, a diferença máxima

entre os grupos é de 6,27%. Isso indica que com aplicação do DERONTO existiu uma

homogeneização entre as propriedades.

AxC

A diferença dos grupos A e C em relação à média de similaridade de conceitos e

propriedades é 9,82 % favoráveis ao C sem aplicar o desvio padrão. Um fato que pode

justificar a diferença favorável ao grupo C, é que no momento da modelagem do DER,

as pessoas do grupo C modelaram de acordo com sua visão de banco de dados

relacional enfocando, entre outras coisas, nos atributos que mais tarde se transformam

em propriedades. Outra explicação possível é que por razões de formação acadêmica e

experiências de modelagem o grupo C tenha tido percurso similar ao percorrido pelo

autor da ontologia de referência.

Geral

Os resultados obtidos indicam que o DERONTO auxilia os profissionais que

possuem pouco conhecimento ou conhecimento moderado em ontologias, pois estes

conseguem encontrar propriedades de maneira tão efetiva (ou superior) quanto os de

conhecimento avançado. Para as pessoas do grupo C, não era esperado obterem um

resultado melhor que as dos grupos A e B. A explicação mais plausível é que as pessoas

do grupo A e B não identificaram os atributos das entidades em um mesmo nível de

detalhamento que o grupo C.

Além disso, todos os grupos se aproximam de maneira satisfatória da ontologia

de referência (64,68% de similaridade geral). Isto significa similaridade entre conjuntos

domínio e imagem das propriedades.

A figura 25 mostra um gráfico comparativo entre a média geral da similaridade

dos conceitos e propriedades do grupo A, B e C. Também está presente o desvio padrão

de cada grupo representado na cor amarela e roxa. As linhas vermelhas demarcam a

área de semelhança entre as medidas dos grupos. Percebe-se uma proximidade entre as

medidas ocorrendo novamente uma homogeneização.

Page 77: deronto: método para construção de ontologias a partir de

77

Figura 25. Gráfico comparativo entre a média de similaridade entre os conceitos e

propriedades do grupo A, grupo B e grupo C.

5.2.3 Descrição da Cobertura dos Axiomas

A média da cobertura dos axiomas do grupo A é 83,33 %. Possui um desvio

padrão de 23,57%. A maioria dos integrantes do grupo encontrou todos os axiomas,

apenas um deles encontrou três dos seis.

A média da cobertura dos axiomas do grupo B é 44,33 %. Possui um desvio

padrão de 8,01%. A maioria dos integrantes do grupo conseguiu cobrir metade dos

axiomas necessários em relação à ontologia de referência. Isso indica que identificaram

as mesmas relações entre entidades e, por conseqüência, entre conceitos e mesmas

cardinalidades.

A média de cobertura dos axiomas do grupo C é 27,33%. Uma média

aparentemente bem menor que a cobertura do grupo B. Porém, em números absolutos

isso significa cerca de um axioma a menos em média identificado por integrante do

grupo C.

AxB

A média do grupo A referente à cobertura dos axiomas, mesmo diminuindo-se seu

desvio padrão e somando-se o desvio padrão do grupo B, ainda apresenta uma diferença

de 7,42 %. A diferença já era esperada pela maior experiência em construção de

ontologias das pessoas do grupo A. Isso indica que a experiência em construção de

ontologias pode determinar um maior nível de axiomas semelhantes aos axiomas da

ontologia de referência.

Page 78: deronto: método para construção de ontologias a partir de

78

Uma das possibilidades é que os integrantes do grupo B voltaram ao passo 2 do

método até se convencer que a versão obtida com o preenchimento dos axiomas do

método define uma ontologia satisfatória. Outra possibilidade é devido a este grupo

possuir mais experiência na construção de ontologias, decidiram acrescentar algumas

regras verdadeiras diferentes dos dados obtidos no DER, ainda, este grupo pode ter

modelado vislumbrando a obtenção dos axiomas do DER.

AxC

A comparação do grupo A com a média de cobertura dos axiomas do grupo C existe

uma grande diferença. Apesar do número de axiomas ser seis, a maioria dos integrantes

do grupo acertou apenas dois.

Não é possível expressar axiomas por meio do DER, por exemplo, o primeiro

integrante do grupo C conseguiu cobrir apenas um axioma em relação aos axiomas da

ontologia de referência, isso indica que as informações obtidas através do DER não

conseguem expressar com clareza essas regras da ontologia.

Geral

Conforme os dados apresentados, conclui-se que o método não consegue

absorver do DER informações necessárias para ajudar pessoas que não possuem

conhecimento prévio em ontologias a construírem axiomas. Talvez essa parte do

método seja de difícil compreensão e precisa ser reformulado para se tornar de mais

fácil aplicação. Isso ocorre porque o enunciado possui restrições que não são possíveis

de serem representadas no DER.

A figura 26 mostra graficamente a média de cobertura dos axiomas dos grupos

A, B e C. Nos valores dos grupos A e B foram subtraídos o desvio padrão e somado o

desvio padrão do grupo C. Também está presente o desvio padrão de cada grupo

representado na cor amarela e roxo. As linhas vermelhas demarcam a área de

semelhança entre as medidas dos grupos. Percebe-se uma grande diferença do grupo A

em relação aos grupos B e C.

Page 79: deronto: método para construção de ontologias a partir de

79

Figura 26. Gráfico comparativo entre a média de cobertura dos axiomas dos grupos A,

B e C.

5.2.4 Descrição da Precisão dos Axiomas

Todos os axiomas definidos pelos integrantes do grupo A são iguais ao da

ontologia de referência o que indica 100% de precisão, demonstrando que o método não

limitou a ação destes participantes.

A média geral de precisão dos axiomas do grupo B é 77,33 % com desvio

padrão de 16,03 %.

A média geral de precisão dos axiomas do grupo C é 66,67 % com desvio

padrão de 23,57 %.

Comparando o grupo B com o C, apesar da diferença de 10,66% em números

absolutos representa apenas 1 conceito impreciso. A média de precisão do grupo C em

números absolutos é apenas 1 axioma, isso indica que a falta de experiência em

desenvolver ontologias é fundamental para obter esse resultado. Enquanto o grupo B

obteve uma média de 2 axiomas precisos entre os 3 que conseguiu com a cobertura.

5.3 Tentativa de Experimento com Pessoas que não Conhecem DER

Ocorreu uma tentativa de experimento com duas pessoas que não são da área de

informática e não conhecem o DER. Como resultado, estas foram incapazes de

transformar o enunciado do problema em um DER sem ajuda de uma pessoa com

conhecimento sobre o mesmo. Este grupo não foi definido anteriormente como um

Page 80: deronto: método para construção de ontologias a partir de

80

grupo que participaria do experimento e para não influenciar nos resultados, essas

pessoas não foram consideradas porque existiu a manipulação de terceiros.

5.4 Análise Crítica do DERONTO e das Experimentações

Durante as experimentações foram notados alguns problemas no método e

merecem ser corrigidos. A própria experimentação pode ser melhorada. Estes dois itens

são discutidos a seguir. A tabela 20 mostra um resumo da eficácia do método proposto

identificando as causas dos problemas e uma sugestão de melhora.

Resumo da Eficácia do DERONTO

Problema Possível solução

A ontologia de referência não é

reconhecida pela comunidade científica

Buscar uma ontologia para ser a ontologia

de referência que seja reconhecida pela

comunidade científica

Enunciado em linguagem natural, pode

haver problemas de interpretação ou

completude.

Construção de uma ontologia utilizando

outras metodologias para comparar os

resultados com o DERONTO.

Encontrar propriedade simétrica Através das cardinalidades e

relacionamentos encontrar uma forma

viável para obter a propriedade simétrica.

Lista de termos que comumente indicam

este tipo de relacionamento.

Encontrar propriedade transitiva Através das cardinalidades e

relacionamentos encontrar uma forma

viável para obter a propriedade transitiva.

Lista de termos que comumente indicam

este tipo de relacionamento.

Interpretação dos axiomas por

profissionais que não possuem experiência

em desenvolver ontologias

Reformular o passo 5 do método para se

tornar de mais fácil aplicação

Encontrar subpropriedades Através da reescrita do DER quando este

possuir atributos multivalorados.

Tabela 20. Resumo da eficácia do método.

Page 81: deronto: método para construção de ontologias a partir de

81

A tabela 21 apresenta alguns problemas e sugestões para soluções para melhorar a

experimentação do DERONTO.

Pontos a melhorar na experimentação do DERONTO

Problema Possível solução

Falta de conhecimento prévio sobre o nível

de conhecimento de DER

Aplicar um questionário para obter a

experiência de modelagem de cada

integrante do grupo

Número baixo de Experimentos Aumentar o número de experimentos

utilizando uma ferramenta para agilizar a

entrada de dados

Tabela 21. Pontos a melhorar na experimentação do DERONTO.

Page 82: deronto: método para construção de ontologias a partir de

82

CAPÍTULO VI: Conclusão

Esta dissertação de mestrado propôs um método para construção de uma

ontologia a partir de um DER.

Quanto à metodologia de experimentação a amostra foi dividida de uma maneira

a atingir o máximo possível de possibilidades de conhecimento em relação a uma

ontologia, embora o número de experimentos seja considerado pequeno, mas com a

criação de uma ferramenta para executar os passos do DERONTO pretende-se aumentá-

lo significativamente.

Existem muitos conceitos semelhantes entre a ontologia de referência e a obtida

pelos integrantes dos grupos, por estar hierarquicamente posicionados em diferentes

posições a similaridade entre conceitos e conceitos e propriedades são diminuídas.

O método mostrou um desempenho satisfatório para pessoas que possuem pouco

ou conhecimento moderado em ontologias quando comparadas a similaridade da

ontologia de referência e a ontologia resultante descrita pelo DERONTO. A eficiência

do método que poderia, por exemplo, ser medida pelo tempo de desenvolvimento das

ontologias não foi medida.

Devido ao enunciado do problema da agência de viagem de turismo ser

elaborado em linguagem natural, pode apresentar muitas interpretações diferentes além

de ambigüidades, como por exemplo, uma cidade pode pertencer a mais de um destino?

Há no enunciado uma falta de completude de informações, como por exemplo, na

viagem o turista pode optar por mais de um destino? Esses problemas podem influenciar

levando a resultados não esperados. O que é uma possibilidade de explicar o

crescimento de aproximadamente 20% entre a similaridade dos conceitos (59,52 %) e

conceitos e propriedades (79,13%) do segundo integrante do grupo C. Sugere-se realizar

o experimento com outros domínios para as mesmas pessoas do grupo.

O povoamento da ontologia é caracterizado pela inserção de indivíduos a partir

do preenchimento na ontologia. Porém, este estudo não tem como objetivo principal o

desenvolvimento de uma base de conhecimento na ontologia, mas sim a modelagem do

domínio para favorecer a disseminação de seus conceitos, propriedades e axiomas a

partir do DER. Se o integrante desejar, nada impede que os indivíduos da ontologia

sejam inseridos após a ontologia estar pronta.

Para facilitar a automatização dos passos do DERONTO e conseqüentemente

agilizar seu desenvolvimento foram criados itens que podem ser resolvidos de forma

automática. Por exemplo, os itens do passo 3:

Page 83: deronto: método para construção de ontologias a partir de

83

- ocorre a transformação das entidades em conceitos da ontologia.

- transformar as relações de especialização e generalização em

subconceitos da ontologia.

Os itens do passo 4:

- transformar as chaves primárias do DER em propriedade datatype.

- os relacionamentos entre as entidades são transformados em

propriedades do tipo object.

- quando o DER apresentar uma relação com papéis, os papéis são

transformados em propriedades do tipo object, cada uma com seu

respectivo nome.

O método proposto possui uma documentação simples de forma que o projetista

pode dar a devida atenção à construção da ontologia e não se sobrecarregue com o

preenchimento da documentação. Embora a documentação do DERONTO possua

sinônimos para conceitos é possível a qualquer momento inserir sinônimos na ontologia

ou para uso de um dicionário de termos.

As etapas do método estão descritas de maneira detalhada para facilitar a

aplicação pelas pessoas envolvidas na construção da ontologia. O método é flexível

permitindo o projetista voltar ao passo 2 até obter uma ontologia que acredita ser a

ideal.

O DER foi escolhido pela sua popularidade junto aos profissionais de

informática, embora seja limitado quanto ao poder de expressão. Por exemplo, não há

forma de identificar pelo DER conceitos disjuntos e, por conseqüência, não foi possível

caracterizar automaticamente as propriedades como simétricas e/ou transitivas. Um

problema detectado é que o método não consegue extrair todas as informações

necessárias para construção de restrição de valores porque estes não são representados

no DER. Para corrigir esta limitação pode-se utilizar a linguagem OCL (Object

Constraint Language), uma linguagem declarativa para descrever regras que se aplicam

aos modelos UML (Unified Modeling Language) e que permite definir restrições no

diagrama de classes.

Também é possível que profissionais com pouco conhecimento em ontologias

tenham dificuldades em compreender como construir os axiomas. Isto foi detectado

durante os experimentos e pode implicar em uma reformulação da etapa 5 do método.

Page 84: deronto: método para construção de ontologias a partir de

84

Não é possível retirar do DER a informação se um conceito é concreto ou

abstrato.

Para a implementação de uma ferramenta para executar os passos do DERONTO

para o qual se pretende utilizar a linguagem de programação Java, que oferece

portabilidade, flexibilidade e uma grande quantidade de recursos de programação.

Primeiro será implementado os passos que são automáticos. Depois o

especialista pode agir com suas intervenções. Para facilitar o desenvolvimento dessa

ferramenta para automatização dos passos do método proposto, algumas medidas foram

tomadas, como por exemplo:

- A transformação da cardinalidade de uma relação com atributos

associados (item d do passo 2).

- Se uma entidade possui um nome no plural, o conceito equivalente terá

seu nome no singular.

As subpropriedades não foram avaliadas nem previstas no método. Devido ao

DER não possuir uma forma clara de representação desta subpropriedade e Maedche e

Staab (2002) não considerar as subpropriedades para cálculo de similaridade.

6.1 Contribuições

As contribuições desta dissertação são:

- a definição de um método com boa parte das etapas automatizáveis para

construção de ontologias a partir de um DER.

- a documentação da ontologia tornou-se fácil para ser preenchida visando

agilizar a construção.

- a proposta de um método de avaliação derivada de Maedche e Staab

(2002) que inclui avaliação de axiomas através das medidas de precisão e

cobertura adaptadas de recuperação de informações.

6.2 Trabalhos futuros

Como trabalhos futuros propõem-se:

- Desenvolver uma ferramenta semi-automática para executar o

método.

Page 85: deronto: método para construção de ontologias a partir de

85

- Testar o método proposto com uma ontologia reconhecida pela

comunidade científica.

- Medir o nível de conhecimento das pessoas que participarão do

experimento. Para isso sugere-se um questionário através das

experiências quantitativas na elaboração do DER e construção de

ontologias.

- Aumentar a amostra do experimento para comparar com os

resultados obtidos até o momento.

- Sugere-se passar o mesmo enunciado do domínio para construção de

ontologias utilizando outras metodologias para calcular a

similaridade de conceitos e propriedades (MAEDCHE E STABB,

2002) e cobertura e precisão (SALTON e McGILL, 1983). Assim

comparar o desempenho de uma ontologia construída no DERONTO

com o desempenho da metodologia escolhida para construção.

- Desenvolver um método de criação de ontologias a partir do

diagrama de classes da UML. Comparar o DERONTO com o método

futuro. Verificar as diferenças, destacando as vantagens e

desvantagens de cada um.

Page 86: deronto: método para construção de ontologias a partir de

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Page 90: deronto: método para construção de ontologias a partir de

90

APÊNDICES

APÊNDICE 1. Formulário de Saída de dados do passo 3........................................................... 91

APÊNDICE 2. Formulário de Saída de dados do passo 4........................................................... 92

APÊNDICE 3. Formulário de Saída de dados do passo 5........................................................... 93

APÊNDICE 4. Check list dos itens da ontologia ........................................................................ 94

APÊNDICE 5. Orientações para desenvolvimento do método.................................................... 95

APÊNDICE 6. Enunciado para desenvolvimento do método ..................................................... 96

APÊNDICE 7. Relação de perguntas que devem ser respondidas após a execução do

método....................................................................................................................................... 97

APÊNDICE 8. Passos para desenvolvimento do método............................................................ 98

APÊNDICE 9. Ontologia matriz ................................................................................................ 116

APÊNDICE 10. Dicas para construção da ontologia .................................................................. 120

APÊNDICE 11. Glossário de termos de uma ontologia.............................................................. 121

APÊNDICE 12. Arquivo texto utilizado nos cálculos de similaridade dos conceitos e

propriedades da ontologia referência com a ontologia obtida pelo DERONTO .......................... .126

Page 91: deronto: método para construção de ontologias a partir de

91

APÊNDICE 1 - Formulário de Saída de dados do passo 3.

Dados obtidos após o passo 3 do método

NOME DO CONCEITO SUB CONCEITO DE:

NOME DO CONCEITO = É o nome do conceito que será inserido na ontologia.

SUBCONCEITO DE = Indica qual o conceito pai do subconceito inserido na

ontologia.

Page 92: deronto: método para construção de ontologias a partir de

92

APÊNDICE 2 - Formulário de Saída de dados do passo 4.

Dados obtidos após o passo 4 do método NOME

PROPRIEDADE

TIPO

PROPRIEDADE

DOMÍNIO IMAGEM CARACTE-

RÍSTICA

NOME DA

PROP.

INVERSA

NOME PROPRIEDADE = Indica o nome da propriedade na ontologia.

TIPO PROPRIEDADE = Informa qual o tipo de propriedade a ontologia recebe.

Propriedade do tipo object ou Datatype.

DOMÍNIO = É o nome do conceito que representa o conjunto domínio da propriedade.

IMAGEM = É o conceito imagem ou o tipo literal (string, int, etc) que a propriedade

recebe.

CARACTERÍSTICA = Será informada qual a característica que a propriedade recebe,

nenhum, funcional, simétrica ou transitiva.

NOME DA PROP. INVERSA = É o nome da propriedade inversa que a ontologia

recebe.

Page 93: deronto: método para construção de ontologias a partir de

93

APÊNDICE 3 - Formulário de Saída de dados do passo 5.

Dados obtidos após o passo 5 do método

NOME DO CONCEITO TIPO DA RESTRIÇÃO TIPO DA CONDIÇÃO

NOME DO CONCEITO = Conceito o qual receberá a restrição.

TIPO DA RESTRIÇÃO = Recebe o tipo da restrição que será inserida no conceito.

Pode ser todos os valores de (all values from), some values.

TIPO DA CONDIÇÃO = Será informada se será uma condição necessária ou

necessária e suficiente.

Page 94: deronto: método para construção de ontologias a partir de

94

APÊNDICE 4 – Check list dos itens da ontologia.

Check List Características Da Ontologia Conceitos �

Subconceitos �

Propriedade Datatype �

Propriedade Datatype Funcional �

Propriedade Object �

Propriedade Object Inversa �

Propriedade Necessária para conceitos �

Propriedade Necessária e Suficiente para conceitos �

Relação Funcional �

Relação Inversa-Funcional �

Relação Inversa �

Comentários nos conceitos �

Comentários nas propriedades �

Axioma �

Conceitos Disjuntos �

Page 95: deronto: método para construção de ontologias a partir de

95

APÊNDICE 5 – Orientações para desenvolvimento do método.

Objetivo:

Construir uma ontologia utilizando o método descrito neste documento. O método inicia

com a elaboração de um DER, logo depois o DER é reescrito para eliminar entidades e

relacionamentos complexos. A partir daí, seguindo os passos do método, você obterá

uma ontologia que deverá ser preenchida nos formulários de saída após cada passo

especificado. Ao fim, a ontologia deve responder as perguntas elaboradas pelo

projetista.

Instruções:

1. Elaborar o DER a partir do enunciado (os símbolos permitidos estão ilustrados

na figura 2) .

2. A ontologia deverá conseguir responder as perguntas de uma lista não exaustiva,

presentes nesse trabalho após o enunciado.

3. Aplicar o método utilizando o DER como entrada e registrar os resultados nos

formulários que estão localizados no final de cada passo.

4. No final deste documento há um glossário com os termos utilizados na

elaboração de ontologias.

Page 96: deronto: método para construção de ontologias a partir de

96

APÊNDICE 6 – Enunciado para desenvolvimento do método.

Uma agência de turismo, que pode ser contactada por telefone ou email, oferece

serviços de organização de viagens de férias onde o turista visita alguns lugares e realiza

algumas atividades.

O turista escolhe o tipo de acomodação desejada: campings, pousadas ou hotéis.

Hotéis estão localizados nas cidades e são identificados pelo CEP da cidade, dado que a

agência limita-se a possuir contato com apenas um hotel em cada cidade. O mesmo vale

para campings e pousadas. Assim, em uma cidade a agência pode possuir no máximo

três contatos: com um hotel, um camping e uma pousada.

Todos os hotéis e pousadas oferecidos pela agência possuem conexão com a

internet, alguns têm conexão wireless, outros ADSL. Todos possuem quartos com

camas de solteiro ou casal, tanto simples quanto luxuosos.

As acomodações são avaliadas por meio de estrelas sendo uma estrela (mínimo)

para acomodações pouco luxuosas até 3 estrelas para acomodações muito luxuosas.

O turista pode solicitar atividades à agência, entre elas estão aventura, esportes,

passeios turísticos e relaxamento. Se escolher aventura terá duas opções Bungee

Jumping ou safari, caso escolha esportes pode ser caminhada ou surf. Também são

oferecidos passeios turísticos em museus e safaris. Se o turista preferir pode escolher o

relaxamento que possuem atividades de banho de sol ou yoga. O safari é considerado

tanto uma atividade de passeios turísticos como de aventura.

O turista escolhe seu destino, se desejar visitar a área rural pode escolher entre

parques nacionais e fazendas. Na área urbana pode escolher entre conhecer as capitais

ou pequenas cidades do interior. Outro destino é conhecer praias. Qualquer que seja o

destino escolhido, terá no mínimo uma atividade que também deverá ser informada pelo

turista ao fazer o contato com a agência.

Os aposentados normalmente preferem atividades que possuem passeios turísticos e

ficam em acomodações luxuosas.

Já os destinos favoritos das famílias possuem acomodações com avaliação igual ou

superior a duas estrelas e com no mínimo duas atividades durante o período de férias.

Já o viajante solitário fica sempre em pousadas e suas atividades favoritas são

esportes ou aventura.

Todos os destinos escolhidos possuem no mínimo uma acomodação.

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97

APÊNDICE 7 – Relação de perguntas que devem ser respondidas após a execução

do método.

1) Quais são os tipos de acomodações que o turista pode escolher nesta agência de

viagem ?

2) Quantas estrelas a acomodação X possui ?

3) Em quais destinos encontro tal atividade ?

4) Quais os hotéis oferecidos que possuem conexão com a internet do tipo wireless ?

5) Quais são as atividades oferecidas pela agência ?

6) O que é possível fazer em tal destino ?

7) Onde posso ficar em tal destino ?

8) Há um hotel com conexão ADSL na cidade ?

9) Existe hotel com quarto luxuoso na cidade ?

10) Qual sugestão de destino para aposentados ?

11) Qual sugestão de destino para famílias ?

12) Qual sugestão de destino para viajantes solitários ?

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98

APÊNDICE 8 – Passos para desenvolvimento do método

Método para Desenvolvimento de Ontologia

O método contém seis passos, conforme descreve a figura 1. Os números representam

os passos, as setas escuras indicam o caminho prescrito e as setas pontilhas referem-se à

elaboração da documentação da ontologia.

Figura 1 . Método para criação de uma ontologia a partir de um DER.

PASSO 1

Consiste em desenvolver um modelo conceitual da ontologia por meio de um DER. O

diagrama é construído de acordo com a notação criada por Peter Chen (figura 2), onde:

�� entidades são representados como retângulos; (A,B,C,D,X,Y,Z)

�� os losangos representam as relações entre os conceitos e linhas unem as

entidades às relações das quais participam; (R1, R2, R3, R4 e R5)

�� as cardinalidades são representadas em parênteses ao lado das entidades;

(Por exemplo, X relaciona-se com 0 até n Zs por meio da relação R5).

�� atributos aparecem ligados às entidades por círculos não pintados; (2A, 3A,

2B, 2C, 2D,1E, 2E, 2X, 3X, 2Y, 3Y, 2Z e 3Z)

�� atributos compostos estão em um círculo; (1F e 2F)

�� atributos multivalorados estão em círculo não pintado; (3B)

Page 99: deronto: método para construção de ontologias a partir de

99

�� chaves primárias (atributos) são identificadas por um circulo preenchido;

(1A, 1B, 1C, 1D, 1X, 1Y, e 1Z)

�� triângulos representam a relação de especialização/generalização; (IS-A)

�� relação ternária é representada pela relação R5 entre as entidades X,Y e Z.

�� entidade fraca é representada pela entidade E;

Figura 2. DER.

Por entidades fracas entende-se que são aquelas que não possuem atributos suficientes

para a formação de uma chave primária, enquanto que entidades que possuem chaves

primárias são denominadas entidades fortes.

Na descrição dos passos do método, os termos entidade e atributo se referem ao DER e

conceito e propriedade, à ontologia.

Para exemplificar o passo 1, foi construído um DER, (figura 3), com uma relação

associativa chamada conta corrente entre as entidades agência e correntista. A relação

possui atributos associados inclusive com a palavra tipo que será tratada de forma

especial, a entidade correntista possui atributos que serão designados tanto para pessoa

física quanto pessoa jurídica.

Page 100: deronto: método para construção de ontologias a partir de

100

Figura 3. Exemplo de um DER.

Se o projetista desejar as entidades do DER (figura 3), podem ser representadas

em forma de tabela, onde é indicada a entidade com sua respectiva chave

primária, seus atributos e seu subtipo.

Representação das entidades da figura 3

ENTIDADE CHAVE PRIMÁRIA ATRIBUTOS SUBTIPO DE

Agência Número Nome Raiz

Correntista CPF / CNPJ Tipo, Data_Nascimento,

Data_Criação

Raiz

Tabela 1. Representação das entidades da figura 3.

Se o projetista desejar as relações do DER (figura 3) podem ser representadas em uma

tabela, onde são preenchidas as informações de domínio, imagem e cardinalidade. Se

existir chave-primária, atributos ou papéis na relação também são colocados nesta

tabela.

A notação –1 refere-se a relação inversa.

Representação do relacionamento da figura 3 RELAÇÕES DOMÍNIO IMAGEM CARDINA

LIDADE

PAPÉIS CHAVE

PRIMÁRIA

ATRI-

BUTOS

DOMÍ-

NIO

IMA-

GEM

DOMÍ-

NIO

IMA-

GEM

C_Corrente Agência Correntista 1,1 1,n Número Tipo, Saldo

C_Corrente –1 Correntista Agência 1,n 1,1 Número Tipo, Saldo

Tabela 2. Representação do relacionamento da figura 3.

Page 101: deronto: método para construção de ontologias a partir de

101

PASSO 2

Consiste em reescrever o DER, transformar um diagrama complexo em um diagrama

simplificado, onde as relações associativas são transformadas em entidades, relações

com atributos associados são transformadas em entidades com seus respectivos atributos

e atributos compostos transformados em entidades. Para isso foram criados os passos a

seguir.

2.1) A figura 4 mostra a transformação de um atributo composto (3B) em uma entidade.

Os atributos ligados ao atributo composto são reescritos em atributos da nova entidade e

a relação entre a entidade B e a nova entidade 3B passa se chamar “B3B”. Assume-se

que a cardinalidade da relação B3B é 1:1 nos dois sentidos. Recomenda-se nomear a

relação pela concatenação do nome das entidades domínio e imagem.

Figura 4. Exemplo de um DER.

2.2) Um atributo multivalorado é transformado em uma entidade e os atributos ligados a

ele, em atributos normais desta entidade. Cria-se uma relação entre a entidade F e nova

entidade 3F. A cardinalidade no lado F é sempre 1:1 no lado da nova entidade, 1:n, ou

seja, o mesmo valor atrelado ao atributo multivalorado original. A cardinalidade assume

a cardinalidade do atributo 3F entre a entidade F e 3F. Os atributos permanecem com as

mesmas características originais. A figura 5 exemplifica esse caso.

Figura 5. Atributo multivalorado reescrito

Page 102: deronto: método para construção de ontologias a partir de

102

2.3) Uma relação com atributos associados é transformada em entidade, os atributos

associados passam a ser atributos desta entidade. A figura 6 mostra um exemplo onde a

relação A x B é transformada em entidade. A cardinalide é obtida através da relação

antiga como indicam as flechas na figura.

Os atributos guardam as mesmas características na nova entidade.

Recomenda-se nomear a relação pela concatenação do nome das entidades domínio e

imagem.

Figura 6. Relação com atributos associados reescrito em entidade e atributos.

2.4) Se um atributo possuir a palavra tipo, os tipos possíveis são requisitados ao

projetista e transformados automaticamente em entidades de especialização. Por

exemplo, na figura 7 o atributo Tipo é eliminado da entidade A e os valores informados

pelo projetista (2A e 4A) são introduzidos como entidades de especialização.

Figura 7. Exemplo de um atributo “Tipo” que é reescrito em entidade de

especialização.

Page 103: deronto: método para construção de ontologias a partir de

103

Caso existam atributos da entidade original que sejam dependentes dos tipos possíveis,

o projetista deve escolher a qual entidade especializada associá-los.

2.5) Se uma entidade possuir a palavra “Tipo” e estiver relacionada a outra entidade

com cardinalidade 1:1 no seu lado, os tipos possíveis são requisitados ao projetista e

transformados automaticamente em entidades de especialização.

Os atributos da entidade original que são exclusivos das novas entidades especializadas

passam a ser associados a elas, caso contrário permanecem associados à entidade

original.

Na figura 8, se a entidade “Tipo B” possuir atributos, esses serão anexados a cada nova

entidade de especialização produzida. A relação AxB é excluída.

Figura 8. Exemplo de uma entidade com o nome Tipo que é reescrito em entidade de

especialização.

Esta transformação é possivel somente se a cardinalidade da relação e da relação inversa

entre os conceitos A e B, for 1:1.

2.6) As relações ternárias e superiores são transformadas em relações binárias. A figura

9 apresenta um exemplo de uma relação ternária reescrita em três relações binárias. Os

atributos permanecem em suas entidades de origem, a relação ternária “R” é

transformada em uma entidade R. São criadas três relações entre as entidades A, B, R e

C, nomeadas AxR, BxR e CxR.

As cardinalidades que correspondiam a pares de entidades, voltam a ser de entidade

para entidade.

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104

Figura 9. Exemplo de uma relação ternária.

A tabela 3 mostra como ficará os domínios e as imagens do conceito.

CONCEITO DOMÍNIO IMAGEM TIPO

PROPRIEDADE

NOME

PROPRIEDADE

A A B Object AxB

A A C Object AxB

B B A Object BxA

B B C Object BxC

C C A Object CxA

C C B Object CxB

Tabela 3. Conceitos resultante de uma relação ternária.

Existe uma ressalva quando da reescrita de relações com grau maior que 2. Na figura 9,

lado esquerdo, está representado que um par (a,c) se relaciona no mínimo a um

indivíduo de B. Por exemplo, se (a1,c1) R b1 então (a1,c1) não pode ter uma relação R

com b2. Ao transformar a relação ternária R em três relações binárias, perde-se esta

restrição. De acordo com o lado direito da figura 9, é possível representar:

a1 AxR r1 BxR b1

c1 AxR r1 BxR b1

≡ (a1,c1) R b1

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105

a1 AxR r2 BxR b2

c1 AxR r2 BxR b2

≡ (a1,c1) R b2

Não é possível fazer esta restrição em OWL por se trata de lógica de primeira ordem.

Após a execução do passo 2, o DER incial apresentado na figura 3 é transformado em

um diagrama simples (figura 10), ou seja, todas relações são binárias, sem atributos

associados e não há entidades com atributos compostos ou multivalorados.

Figura 10. DER após execução do passo 2.

É importante ressaltar que não foram modificadas as informações do DER, mas sim a

visualização, tornando-o mais simples para ser tratado nos próximos passos do método.

O DER da figura 3 pode ser representado em forma de tabela. Uma tabela para

entidades (tabela 4) e outra, para relacionamentos (tabela 5)

Representação das entidades da figura 10

ENTIDADE CHAVE PRIMÁRIA ATRIBUTOS SUBTIPO DE

Agência Número Nome Raiz

C_Corrente Número Saldo Raiz

Especial - - C_Corrente

Normal - - C_Corrente

Correntista - - Raiz

Pessoa_Física CPF Data_Nascimento Correntista

Pessoa_Jurídica CNPJ Data_Criação_Empresa Correntista

Tabela 4. Representação das entidades da figura 10.

Page 106: deronto: método para construção de ontologias a partir de

106

Na tabela 5, para cada relação são preenchidas as informações de domínio e imagem,

cardinalidade e relação inversa. Se existir chave-primária ou papéis na relação também

são resentadas nesta tabela.

Representação dos relacionamentos da figura 10

RELAÇÕES DOMÍNIO IMAGEM CARDINA

LIDADE

PAPÉIS RELAÇÃO

INVERSA

DOMÍ-

NIO

IMA-

GEM

DOMÍ-

NIO

IMA-

GEM

Agência/

C_Corrente

Agência C_Corrente 1,1 1,n - - C_Corrente/

Agência

C_Corrente/

Agência

C_Corrente Agência 1,n 1,1 - - Agência/

C_Corrente

C_Corrente/

Correntista

C_Corrente Correntista 1,n 1,n - - Correntista/

C_Corrente

Correntista/

C_Corrente

Correntista C_Corrente 1,n 1,n - - C_Corrente/

Correntista

Tabela 5. Representação do relacionamento da figura 10.

PASSO 3

Consiste em obter os conceitos e subconceitos da ontologia examinando-se as entidades

do DER e define algumas regras de nomenclatura para a escrita da ontologia.

3.1) Todas as entidades do DER são transformadas em conceitos da ontologia.

3.2) Transformar as relações de especialização/generalização do DER em relações de

especialização/generalização entre os conceitos equivalentes na ontologia.

3.3) Se uma entidade possui um nome no plural, o conceito equivalente terá seu nome

no singular.

3.4) Os conceitos são representados em letras maiúsculas, as propriedades somente

inciais das palavras em maiúscula, as demais em letra minúscula. O objetivo é facilitar a

identificação dos conceitos, atributos e propriedades, formando assim um padrão para

nomes da ontologia.

Page 107: deronto: método para construção de ontologias a partir de

107

3.5) Não deixar os nomes das entidades, dos relacionamentos e atributos abreviados, por

exemplo, se o DER inicial possuir uma entidade Ag, reescre-se AGÊNCIA, um atributo

cod_prin_campo é reescrito em Código_Principal_Campo. A finalidade é evitar conflito

de nomes na ontologia.

3.6) Para realizar a documentação desta etapa é preenchida a tabela 6, conforme a

necessidade deste conceito.

Documentação do Conceito Nome do Conceito: Identificação do conceito

Descrição do Conceito: Interpretação desejada pelo projetista descrita informalmente.

Sinônimo: Palavras de mesmo significado.

Tabela 6. Documentação do conceito da ontologia.

O formulário para preenchimento dos dados de saída está no Apêndice 1.

Page 108: deronto: método para construção de ontologias a partir de

108

PASSO 4

Consiste em definir as propriedades dos conceitos da ontologia examinando-se os

atributos e relacionamentos no DER. As características das propriedades provêm das

cardinalidades.

4.1) No DER há atributos que são chaves primárias. Esses atributos são transformados

em propriedade datatype. A figura 11 mostra como chave primária os atributos “1A” e

“1B”.

Figura 11. Exemplos de um DER.

A propriedade receberá a característica funcional porque representa unicamente

determinado indivíduo, ou seja, o valor atribuído a ela identifica somente ao referido

indivíduo. Não há propriedade inversa. O domínio da propriedade é o conceito A e a

imagem será informada pelo projetista sendo um tipo básico de dados. (ex. int, string).

Um atributo chave-primária não é transformado em uma propriedade do tipo object

porque esse tipo de atributo é uma característica de unicidade da entidade. Assim a

propriedade derivada do atributo só pode ter por domínio o conceito ao qual o atributo

está associado e na imagem algo que não leve a um indivíduo de outro conceito.

4.2) Os demais atributos que não são chaves primárias e não foram transformados em

conceitos ou subconceitos são transformados em propriedades funcionais datatype, de

cardinalidade é igual a 1 e sem propriedade inversa. A tabela 6 mostra todos os atributos

que estão presentes na figura 11 transformados em propriedades datatype. O domínio é

dado pelo conceito ao qual o atributo pertence e a imagem é informada pelo projetista.

Page 109: deronto: método para construção de ontologias a partir de

109

Atributos do DER que são transformados em propriedades datatype

ATRIBUTO CONCEITO TIPO DA

PROPRIEDADE

DOMÍNIO IMAGEM NOME DA

PROPRIEDADE

2A A datatype A <tipo de dados> 2A

3A A datatype A <tipo de dados> 3A

2B B datatype B <tipo de dados> 2B

Tabela 7. Atributos do DER que são transformados em propriedades datatype.

4.3) Os relacionamentos entre as entidades são transformados em propriedades do tipo

object. A relação “R A x B” presente na figura 11, terá como domínio o conceito A e

imagem o conceito B.

4.4) Quando o relacionamento entre duas entidades possui a cardinalidade 1:1, a

propriedade recebe a característica funcional. Por exemplo, na figura 11, B

relaciona-se com A por meio da “R Ax B” –1. Portanto, “R Ax B” –1 é do tipo

object funcional, com domínio B e imagem A.

4.5) Quando o DER apresentar uma relação com papéis, os papéis são transformados

em propriedades do tipo object, cada uma com seu respectivo nome. O domínio e a

imagem são formadas respectivamente pelos conceitos origem e destino.

A figura 12 mostra um exemplo entre a entidade A e a relação “R AxB”, onde existem

os papéis 1 e 2

Figura 12. Relação com papéis do DER.

Neste caso o papel 1 é transformado em uma propriedade object e possui o conceito A

como domínio e o conceito B como imagem. O papel 2, também é transformado em

Page 110: deronto: método para construção de ontologias a partir de

110

uma propriedade do tipo object, possui como domínio o conceito B e imagem o

conceito A.

4.6) Se o relacionamento entre as entidades possuir cardinalidade diferente de 1:1, então

o projetista decide se há outras características de transitividade ou simetria na

propriedade. Uma propriedade terá a característica simétrica ou transitiva somente se for

uma propriedade do tipo object e decidida pelo projetista.

4.7) O projetista decide se retira ou deixa a propriedade inversa de um relacionamento

que é bidirecional dos conceitos do DER. A figura 11 possui um relacionamento

bidirecional entre as entidades A e B. O domínio na propriedade do tipo object é o

conceito origem “A” e o imagem recebe o conceito destino “B” da leitura do DER.

Quando se torna uma propriedade inversa o domínio e o imagem se alteram recebendo

agora os conceitos “B” e “A” respectivamente.

4.8) A documentação desse passo será formulado com o preenchimento das informações

da ontologia na tabela 8.

Documentação das propriedades da ontologia Nome da Propriedade: Identificação da Propriedade

Descrição da Propriedade: Descrição Textual da propriedade para que o entendimento

seja facilitado

Tipo da Propriedade: Especifica o tipo de propriedade da ontologia que será object

ou datatype

Domínio: Indica o conceito que possui o domínio

Imagem: Especifica o conceito ou o valor que contém o imagem.

Característica da Propriedade: Indica a característica que a propriedade pode assumir,

nenhuma, simétrica, transitiva ou funcional.

Tabela 8. Documentação das propriedades da ontologia.

Depois das propriedades definidas e documentadas, o próximo passo é representar os

axiomas da ontologia.

O formulário para preenchimento dos dados de saída está no Apêndice 2.

Page 111: deronto: método para construção de ontologias a partir de

111

PASSO 5

Seu objetivo é determinar as restrições da ontologia através das cardinalidades do DER.

5.1) Para se obter uma condição necessária e suficiente através da leitura do DER a

cardinalidade em um dos sentidos da relação, leva a um conceito que não é imagem de

nenhuma outra propriedade.

A figura 13 mostra os casos possíveis para construir uma restrição necessária e

suficiente, todas as relações são detalhadas nos itens a seguir.

Figura13. Exemplo de restrição necessária e suficiente.

A palavra (qualquer) representa que aceita-se uma cardinalidade qualquer do lado A.

5.2) Se a cardinalidade máxima de uma relação for igual a “n”, então existirá uma

condição necessária e suficiente do tipo “some values of” (alguns valores de), desde que

a relação R não seja usada em outro local, por exemplo em relações ternárias,

quaternárias, etc. A figura 14 mostra que existe pelo menos um indivíduo que está

ligado ao conceito B através de uma relação "R".

O domínio da propriedade object “R” é o conceito A e a imagem é o conceito B.

Page 112: deronto: método para construção de ontologias a partir de

112

Figura 14. Exemplo de restrição some values of.

A notação da restrição em lógica de descrição é representada como A: ∃ R. B. Onde A

representa o conceito A, R a relação “R”, ∃ existe pelo menos um e B representa o

conceito B.

5.3) Se a cardinalidade máxima entre os conceitos for menor que “n”, ou seja, sempre

que a cardinalidade de uma relação possuir um intervalo numérico definido pode-se

afirmar que o conceito possui uma condição necessária e suficiente com restrição de

cardinalidade mínima e máxima. Ao ler a relação “R” da figura 15, no sentido A para B,

a propriedade object para ser considerada um indivíduo de A é necessário possuir no

mímino 1 e no máximo 3 ligações com um indíviduo da entidade B. A seguir um

exemplo de relacionamento onde se obtém a cardinalidade mínima e máxima.

Figura 15. Exemplo de relacionamento onde se obtém a cardinalidade mínima e

máxima.

A cardinalidade mínima e máxima aplicada a uma propriedade do tipo object que pode

ter no mínimo 1 e no máximo 3 indivíduos na relação “R” entre os conceitos A e B.

A notação da restrição em lógica de descrição pode ser representada como A: � 3 R.B ^

� 1 R. B. Onde A representa o conceito A, R a relação “R” e B representa o conceito B.

Page 113: deronto: método para construção de ontologias a partir de

113

5.4) Se a cardinalidade máxima entre as entidades é igual a 1, então existe uma

condição necessária e suficiente com restrição de cardinalidade igual a 1. A figura 16,

mostra um exemplo de relacionamento onde existe este caso.

Figura 16. Exemplo de relacionamento onde se obtém a restrição necessária e

suficiente com cardinalidade máxima igual a 1.

A notação da restrição em lógica de descrição pode ser representada como A: � 1 R.B ^

A: � 1 R. B. Onde A representa o conceito A, R a relação “R” e B representa o conceito

B.

5.5) Se a cardinalidade máxima de uma relação for igual a “n”, e a cardinalidade

mínima for igual a 0, então existirá uma condição necessária e suficiente do tipo “all

values from” (todos valores de), desde que a relação R não seja usada em outro local,

por exemplo em relações ternárias, quaternárias, etc. A figura 17 mostra que para ser

um indivíduo de A, é necessário e suficiente que a entidade B não seja imagem de outra

propriedade e pode ou não existir indivíduos que estão ligados ao conceito B através de

uma relação "R".

O domínio da propriedade object “R” é o conceito A e a imagem é o conceito B.

.

Figura 17. Exemplo de relacionamento onde se obtém a restrição necessária e

suficiente do tipo all values from.

Page 114: deronto: método para construção de ontologias a partir de

114

A notação da restrição em lógica de descrição é representada como A: ∀ R. B. Onde A

representa o conceito A, R a relação “R”, ∀ todos os indivíduos e B representa o

conceito B.

5.6) Uma condição necessária é obtida (figura 18) das entidades ligadas diretamente à

entidade A que são imagens de outras propriedades. Para ser um indivíduo pertencente a

entidade A será necessária possuir uma relação com no mínimo 1 indivíduo da entidade

C.

As restrições são definidas de forma idêntica às condições necessárias e suficientes.

Figura 18. Exemplo de uma restrição necessária.

5.7) A documentação desse passo será formulado com o preenchimento das informações

da ontologia na tabela 9.

Documentação de Restrição de Propriedade Nome da Restrição: Identificação da Restrição

Descrição da Restrição: Descrição Textual da restrição para que o entendimento seja

facilitado

Nome dos conceitos Identificação dos conceitos origem e destino envolvidos na

restrição.

Cardinalidade Mínima: É inserido o valor da cardinalidade mínima do conceito.

Cardinalidade Máxima: É inserido o valor da cardinalidade máxima do conceito.

Page 115: deronto: método para construção de ontologias a partir de

115

Tabela 9. Documentação das restrições da ontologia.

O formulário para preenchimento dos dados de saída está no Apêndice 3.

Page 116: deronto: método para construção de ontologias a partir de

116

PASSO 6

O objetivo é verificar se o mundo real que conhecemos e que existe está

representado corretamente com o mundo modelado formalmente.

Para fazer isso, o projetista deve verificar se a ontologia permite responder às

questões iniciais. Também, pode realizar verificações formais providas pelo motor de

inferência RacerPro:

• Consistência dos conceitos

• Consistência da taxonomia

• Inferência de indivíduos

Caso o projetista decida modificar a ontologia, deve fazê-lo no DER, obtido no

passo 5, voltando ao passo 2. Logicamente, as informações que não são afetadas pelas

modificações do projetista devem ser preservadas. Por exemplo, propriedades inversas

que foram suprimidas e axiomas fornecidos pelo projetista.

O ciclo é repetido até que o projetista decida encerrá-lo.

DOCUMENTAR A ONTOLOGIA

São preenchidos após cada passo um formulário de documentação da ontologia,

onde tem como objetivo guardar informações sobre os dados da ontologia.

É necessária após o passo de validação, porque a ontologia não pode ficar

desatualizada, com as modificações feitas no passo 5. Esta pode influenciar:

• Qualidade: quando é preciso estabelecer uma comunicação com uma

equipe externa de trabalho. Ela serve como mecanismo de suporte à comunicação

quando é combinada com reuniões, ou ferramentas colaborativas.

• Produtividade: A documentação tem efeito de produtividade quando

facilita o entendimento da ontologia.

Page 117: deronto: método para construção de ontologias a partir de

117

APÊNDICE 9 – Ontologia referência.

Conceitos da ontologia.

Page 118: deronto: método para construção de ontologias a partir de

118

Propriedades da Ontologia de Referência.

Nome propriedade Tipo

propriedade

Domínio imagem característica Nome prop inversa

Número_Estrela DataType AVALIAÇÃO_DA_

ACOMODAÇÃO

Int Funcional -

Nome_Agência DataType AGÊNCIA String - -

e-mail DataType AGÊNCIA String - -

Telefone DataType AGÊNCIA Int - -

Número_Quarto_Hotel DataType HOTEL Int Funcional -

Nome_Hotel DataType HOTEL String - -

Número_Quarto_Pousada DataType POUSADA Int Funcional -

Nome_Pousada DataType POUSADA String - -

Endereço DataType DESTINO String - -

Nenhuma

Nenhuma

Nenhuma É_Oferecido_pela_Agência

Nenhuma É_Oferecida_pela_Agência

Oferece_Acomodação Object AGÊNCIA ACOMODAÇÃO Nenhuma É_Ofertada_pela_Acomodação

Page 119: deronto: método para construção de ontologias a partir de

119

Nenhuma

Nenhuma

É_Oferecido_pela_Agência Nenhuma

É_Oferecida_pela_Agência Nenhuma

É_Ofertada_pela_Acomodação Object ACOMODAÇÃO AGÊNCIA Nenhuma Oferece_Acomodação

Page 120: deronto: método para construção de ontologias a partir de

Axiomas da Ontologia de referência

Dados obtidos após o passo 5 do método NOME DO CONCEITO TIPO DA RESTRIÇÃO TIPO DA CONDIÇÃO

ATIVIDADE Some values from Necessária e suficiente ACOMODAÇÂO Cardinalidade igual a um Necessária CAMPING Cardinalidade igual a um Necessária HOTEL Cardinalidade igual a um Necessária POUSADA Cardinalidade igual a um Necessária DESTINO Cardinalidade igual a um Necessária

Page 121: deronto: método para construção de ontologias a partir de

121

APÊNDICE 10 – Dicas para construção da ontologia.

Para construir uma ontologia.

• Em termos práticos, o desenvolvimento de uma ontologia consiste na definição

dos

seguintes princípios básicos (NOVELLO, 2002):

• Ter clareza e objetividade, pois os conceitos devem representar tópicos

importantes de forma clara e com um documento em linguagem natural;

• Uma definição deve expressar as condições necessárias e suficientes para

expressar um termo, indo além das necessidades circunstanciais de uma

aplicação;

• Coerência para que permita derivar inferências que sejam consistentes com as

definições;

• Permitir inclusão de novos termos sem a revisão das definições existentes;

• Possibilitar que somente determinados significados sejam capturados numa dada

especificação, permitindo que as especializações e indivíduos da ontologia sejam

definidas com liberdade;

• Os conceitos definidos devem ser independentes, sem sobreposição de

conceitos;

• Diversificação das hierarquias para aproveitar ao máximo os mecanismos de

herança múltipla;

• Modularidade;

• Minimização da distância entre conceitos similares, de forma a agrupá-los e

representá-los utilizando as mesmas primitivas;

• Padronização dos nomes.

Page 122: deronto: método para construção de ontologias a partir de

122

APÊNDICE 11 – Glossário de termos de uma ontologia.

• Axioma: São as regras que formam o conceito, a modelagem de sentenças que

são sempre verdadeiras.

• Cardinalidade: É uma forma de restringir a quantidade mínima e máxima de

indivíduos numa relação.

• Cardinalidade Mínima: Indica a quantidade mínima de indivíduos numa

relação.

• Cardinalidade Máxima: Indica a quantidade máxima de indivíduos numa

relação.

• Comentários nas propriedades: São as observações, comentários feitos pelo

usuário referente a propriedade da ontologia.

• Comentários nos conceitos: São as observações, comentários informais feitos

pelo usuário referente ao conceito da ontologia.

• Conceitos Disjuntos: Se A e B são conceitos disjuntos então um indivíduo de A

não pode ser indivíduo de B e vice-versa.

• Conceitos: São grupos abstratos, conjuntos ou coleções de objetos. Eles podem

conter indivíduos, outros conceitos, ou uma combinação de ambos. Alguns exemplos de

conceitos:

Pessoa, o conceito de todas as pessoas;

Molécula, o conceito de todas as moléculas;

Número, o conceito de todos os números;

Veículo, o conceito de todos os veículos;

Carro, o conceito de todos os carros;

Page 123: deronto: método para construção de ontologias a partir de

123

• Condição Necessária e Suficiente: Para ser um indivíduo do conceito é

necessário e suficiente satisfazer a propriedade ou restrição. Isso basta para dizer que é

um indivíduo do conceito.

• Condição Necessária: Para ser um indivíduo do conceito, é necessário

satisfazer a propriedade ou a restrição. Porém, o fato de satisfazer a condição necessária

não garante que é necessariamente um indivíduo do conceito.

• Domínio: Um domínio corresponde aos conceitos, que são as raízes das árvores

de taxinomia, ou seja, são declaradas simplesmente através de nomeações às mesmas.

Por exemplo, observa-se três conceitos referentes a uma ontologia de domínio

“Universidade”. São elas Curso, Professor e Disciplina, conforme figura abaixo.

• Propriedade Datatype: É utilizada para especificar um tipo de dado, uma

expressão literal ou um valor. Por exemplo, uma propriedade “idade” poderá ser

relacionada com um tipo de dado específico a um número inteiro não-negativo.

• Propriedade Funcional: Uma propriedade funcional indica que para cada

indivíduo existe somente um valor para a propriedade caracterizando, assim, a

propriedade funcional. É como se declarar que ela possui a cardinalidade mínima de 1 e

máxima de 1 (um).

• Propriedade Inversa: Referencia que uma propriedade é inversa de outra.

Assim, pode-se afirmar que se está relacionando um indivíduo A a outro B por uma

propriedade P1, e P2 é o inverso de P1, então B se relaciona a A, possuindo, assim, uma

relação inversa. P1(A,B) P2(B,A)

A figura a seguir, tem-se a declaração de duas propriedades “ministra” e

“ministradaPor”, sendo que, nesta última, define-se que ela é uma inversa a “ministra”.

Page 124: deronto: método para construção de ontologias a partir de

124

Ou seja, se atribuirmos a propriedade “ministra” a um conceito “Professor”

relacionando-a com “Disciplina”, pode-se inferir que “Disciplina” é “ministradaPor” tal

“Professor”, e vice-versa.

• Propriedade Inversa-Funcional: A propriedade funcional inversa define que

uma propriedade representa unicamente determinado indivíduo, ou seja, o valor

atribuído a ela identifica somente a referido indivíduo.

Considerando que a propriedade “e-mail” pertence ao domínio do conceito

“Pessoa”, assim, tem-se que, “e-mail” é funcional inversa por ser associada a uma única

pessoa, ou seja, não tem o mesmo e-mail para outra pessoa. A fim de explicitar melhor,

considera-se uma propriedade "dataNascimento", sendo que ela não é funcional inversa,

pois muitas pessoas podem ter a mesma data e, caso fosse funcional inversa, somente

uma pessoa poderia ter aquela data aplicada a ela. Outros exemplos de propriedades que

podem ser funcionais inversas são: CPF, número do seguro social, chave primária em

um banco relacional, entre outras.

• Propriedade Object: É utilizada para relacionar um conceito com outro

conceito. Por exemplo, uma propriedade “pertenceA” poderá relacionar uma conceito

“Disciplina” com um conceito “Curso”.

Representação:

<owl:Object Property rdf: ID="pertenceA">

<rdfs: domain rdf: resource = "#Disciplina"/>

<rdfs:imagem rdf:resouce="#Curso" />

</owl:ObjectProperty>

Page 125: deronto: método para construção de ontologias a partir de

125

• Propriedade Simétrica: Uma propriedade é simétrica quando procura

representar correspondência entre A e B. Por exemplo, duas cidades A e B são

adjacentes se são próximas, vizinhas. Isso porque, estando as cidades próximas, se a

cidade A for vizinha da cidade B, é impossível que B não seja vizinha de A.

• Propriedade Transitiva: Uma propriedade é transitiva quando se tem a

intenção de demonstrar que se A se relaciona com B e B se relaciona com C, então A

está se relaciona com C. A figura mostra um exemplo onde A está contido em B, B em

C, logo A está contido em C.

• Imagem: É o conjunto imagem da propriedade que pode ser restrito a

determinados indivíduos de conceitos ou valores primitivos (datatypes).

• Restrições: É possível refinar mais as propriedades em contextos específicos

através das restrições. Estas restrições podem ser definidas através de: cardinality

(cardinalidade), maxCardinality (cardinalidade máxima), minCardinality (cardinalidade

mínima), allValuesFrom (todos os valores de), someValuesFrom (alguns valores de) e

hasValue (conceitos definidos por restrições de valor).

• Restrição (all values = todos os valores de): Indica que todas as indivíduos dos

conceitos que tiverem essa propriedade especificada, os valores da propriedade devem

ser membros do conceito referenciado por ele.Por exemplo, um conceito "Moveis"

possui uma propriedade "temFabricante", sendo que essa propriedade é restrita no

sentido de que todo fabricante de móveis deve ser uma "FabricaDeMoveis". A restrição

(todos os valores de) allValuesFrom é sobre a propriedade "temFabricante" somente

para o conceito "Moveis", ou seja, se ela for aplicada a outro conceito, essa restrição

não é válida, tendo, assim, validade somente localmente.A restrição allValuesFrom não

Page 126: deronto: método para construção de ontologias a partir de

126

indica que "Moveis" tenha um fabricante, mas se tiver um ou mais, todos devem ser

uma fábrica de móveis.

• Restrição (some values = alguns valores de): É semelhante ao anterior,

embora, significa que ao menos um dos fabricantes seja uma fábrica de móveis. A

restrição someValuesFrom requer que para cada indivíduo do conceito que está sendo

definida, possua ao menos um valor do conceito descrito pela restrição, ou seja, é

necessário que haja ao menos um fabricante que é uma fábrica de móveis, mas podem

haver fabricantes que não a sejam.

• Restrição ( has value = conceito definidos por restrições de valor): A

restrição hasValue permite especificar conceitos baseados na existência de valores

particulares para propriedades. Dessa forma, através do indivíduo hasValue pode-se

definir uma limitação de valores para a propriedade restrita, de modo que os indivíduos

do conceito com esse tipo de declaração tenham a propriedade especificada com o valor

declarado.

• Subconceitos: É um conceito mais específico de um conceito mais genérico.

Dessa maneira, se um conceito A é subconceito de B, então todo indivíduo de A

também é um indivíduo de B.

• Taxonomia: Maneira como se organiza conceitos e subconceitos dentro de uma

ontologia.

Page 127: deronto: método para construção de ontologias a partir de

127

APÊNDICE 12 – Arquivo texto utilizado nos cálculos de similaridade dos conceitos

e propriedades da ontologia referência com a ontologia obtida pelo DERONTO.

http://www.ontoreferencia.com.br/Ontologia#ACOMODAÇÃO

http://www.deronto.com.br/Ontologia#ACOMODAÇÃO

http://www.ontoreferencia.com.br/Ontologia#DESTINO http://www.deronto.com.br/Ontologia#DESTINO

http://www.ontoreferencia.com.br/Ontologia#AGÊNCIA http://www.deronto.com.br/Ontologia#AGÊNCIA

http://www.ontoreferencia.com.br/Ontologia#ATIVIDADE

http://www.deronto.com.br/Ontologia#ATIVIDADE

http://www.ontoreferencia.com.br/Ontologia#POUSADA http://www.deronto.com.br/Ontologia#POUSADA

http://www.ontoreferencia.com.br/Ontologia#CIDADE_DO_INTERIOR

http://www.deronto.com.br/Ontologia#CIDADE_INTERIOR

http://www.ontoreferencia.com.br/Ontologia#CAPITAL http://www.deronto.com.br/Ontologia#CAPITAL

http://www.ontoreferencia.com.br/Ontologia#HOTEL http://www.deronto.com.br/Ontologia#HOTEL

http://www.ontoreferencia.com.br/Ontologia#CAMPING http://www.deronto.com.br/Ontologia#CAMPING

http://www.ontoreferencia.com.br/Ontologia#ÁREA_RURAL

http://www.deronto.com.br/Ontologia#RURAL

http://www.ontoreferencia.com.br/Ontologia#ÁREA_URBANA

http://www.deronto.com.br/Ontologia#URBANO

http://www.ontoreferencia.com.br/Ontologia#AVENTURA

http://www.deronto.com.br/Ontologia#AVENTURA

http://www.ontoreferencia.com.br/Ontologia#RELAXAMENTO

http://www.deronto.com.br/Ontologia#RELAXAMENTO

http://www.ontoreferencia.com.br/Ontologia#ESPORTE http://www.deronto.com.br/Ontologia#ESPORTE

http://www.ontoreferencia.com.br/Ontologia#PRAIA http://www.deronto.com.br/Ontologia#PRAIA

http://www.ontoreferencia.com.br/Ontologia#PASSEIO_TURÍSTICO

http://www.deronto.com.br/Ontologia#PASSEIO

http://www.ontoreferencia.com.br/Ontologia#SURF http://www.deronto.com.br/Ontologia#SURF

http://www.ontoreferencia.com.br/Ontologia#CAMINHADA

http://www.deronto.com.br/Ontologia#CAMINHADA

http://www.ontoreferencia.com.br/Ontologia#YOGA http://www.deronto.com.br/Ontologia#YOGA

http://www.ontoreferencia.com.br/Ontologia#BANHO_DE_SOL

http://www.deronto.com.br/Ontologia#BANHO_SOLAR

http://www.ontoreferencia.com.br/Ontologia#MUSEU http://www.deronto.com.br/Ontologia#MUSEU

http://www.ontoreferencia.com.br/Ontologia#SAFARI http://www.deronto.com.br/Ontologia#SAFARI

http://www.ontoreferencia.com.br/Ontologia#BUNGEE_JUMPING

http://www.deronto.com.br/Ontologia#BUNGEE_JUMPING

http://www.ontoreferencia.com.br/Ontologia#FAZENDA http://www.deronto.com.br/Ontologia#FAZENDA

http://www.ontoreferencia.com.br/Ontologia#PARQUE_NACIONAL

http://www.deronto.com.br/Ontologia#PARQUE_NACIONAL

Page 128: deronto: método para construção de ontologias a partir de

128

http://www.ontoreferencia.com.br/Ontologia#CONEXÃO_INTERNET

http://www.deronto.com.br/Ontologia#CONEXÃO_INTERNET

http://www.ontoreferencia.com.br/Ontologia#ADSL http://www.deronto.com.br/Ontologia#ADSL

http://www.ontoreferencia.com.br/Ontologia#WIRELESS

http://www.deronto.com.br/Ontologia#WIRELESS

http://www.ontoreferencia.com.br/Ontologia#TURISTA http://www.deronto.com.br/Ontologia#TURISTA

http://www.ontoreferencia.com.br/Ontologia#FAMILIA http://www.deronto.com.br/Ontologia#FAMILIA

http://www.ontoreferencia.com.br/Ontologia#APOSENTADO

http://www.deronto.com.br/Ontologia#APOSENTADO

http://www.ontoreferencia.com.br/Ontologia#VIAJANTE_SOLITÁRIO

http://www.deronto.com.br/Ontologia#SOLITARIO

/* Similaridade de Propriedades */

http://www.ontoreferencia.com.br/Ontologia#Número_Estrela

http://www.deronto.com.br/Ontologia#Avaliação

http://www.ontoreferencia.com.br/Ontologia#Nome_Agência

http://www.deronto.com.br/Ontologia#/Nome_Agência

http://www.ontoreferencia.com.br/Ontologia#Nome_Turista

http://www.deronto.com.br/Ontologia#Nome_Turista

http://www.ontoreferencia.com.br/Ontologia#e-mail http://www.deronto.com.br/Ontologia#e-mail

http://www.ontoreferencia.com.br/Ontologia#Telefone http://www.deronto.com.br/Ontologia#Telefone

http://www.ontoreferencia.com.br/Ontologia#Possui_Atividade

http://www.deronto.com.br/Ontologia#Possui_Atividade

http://www.ontoreferencia.com.br/Ontologia#Possui_Acomodação

http://www.deronto.com.br/Ontologia#Possui_Acomodação

http://www.ontoreferencia.com.br/Ontologia#Oferece_Destino

http://www.deronto.com.br/Ontologia#Oferece_Destino

http://www.ontoreferencia.com.br/Ontologia#Oferece_Atividade

http://www.deronto.com.br/Ontologia#Oferece_Atividade

http://www.ontoreferencia.com.br/Ontologia#Oferece_Acomodação

http://www.deronto.com.br/Ontologia#Oferece_Acomodação

http://www.ontoreferencia.com.br/Ontologia#É_Possuída_pelo_Destino

http://www.deronto.com.br/Ontologia#É_Possuída_pelo_Destino

http://www.ontoreferencia.com.br/Ontologia#É_Possuída_pela_Acomodação

http://www.deronto.com.br/Ontologia#É_Possuída_pela_Acomodação

http://www.ontoreferencia.com.br/Ontologia#É_Oferecido_pela_Agência

http://www.deronto.com.br/Ontologia#É_Oferecido_pela_Agência

http://www.ontoreferencia.com.br/Ontologia#É_Oferecida_pela_Agência

http://www.deronto.com.br/Ontologia#É_Oferecida_pela_Agência

Page 129: deronto: método para construção de ontologias a partir de

129

http://www.ontoreferencia.com.br/Ontologia#É_Ofertada_pela_Acomodação

http://www.deronto.com.br/Ontologia#É_Ofertada_pela_Agência