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Capítulo 6
DERIVADAS PARCIAIS
6.1 Definições
Neste capítulo, apresentamos um dos conceitos centrais do Cálculo em Vá-rias Variáveis, as derivadas parciais e a diferenciação de funções.
Definição 6.1. Sejam A ⊂ R3 um conjunto aberto e f : A −→ R uma função.
1. A derivada parcial de f em relação à variável x, no ponto
(x, y, z) ∈ A é denotada por∂f
∂x(x, y, z) e definida por:
∂f
∂x(x, y, z) = lim
t−→0
f(x+ t, y, z) − f(x, y, z)
t
se o limite existe.
2. A derivada parcial de f em relação à variável y, no ponto
(x, y, z) ∈ A é denotada por∂f
∂y(x, y, z) e definida por:
∂f
∂y(x, y, z) = lim
t−→0
f(x, y + t, z) − f(x, y, z)
t
se o limite existe.
3. A derivada parcial de f em relação à variável z, no ponto
(x, y, z) ∈ A é denotada por∂f
∂z(x, y, z) e definida por:
117
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118 CAPÍTULO 6. DERIVADAS PARCIAIS
∂f
∂z(x, y, z) = lim
t−→0
f(x, y, z + t) − f(x, y, z)
t
se o limite existe.
Observações 6.1.
1. De forma análoga são definidas as derivadas parciais para funções deduas variáveis.
2. Observe que o conjunto A deve ser aberto, pois para todo x ∈ A énecessário que x + t ei ∈ A, onde i = 1, 2, 3; o que é verdadeiro se|t| < η (η > 0 pequeno). Veja a bibliografia.
Exemplos 6.1.
[1] Se z = f(x, y) = x y, calcule suas derivadas parciais.
Estamos no caso n = 2:
∂f
∂x(x, y) = lim
t−→0
f(x+ t, y) − f(x, y)
t= lim
t−→0
(x+ t) y − x y
t= lim
t−→0
t y
t= y,
∂f
∂y(x, y) = lim
t−→0
f(x, t+ y) − f(x, y)
t= lim
t−→0
x (t+ y) − x y
t= lim
t−→0
t x
t= x.
[2] Se w = f(x, y, z) = x2 y z2, calcule suas derivadas parciais.
Estamos no caso n = 3:
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6.1. DEFINIÇÕES 119
∂f
∂x(x, y, z) = lim
t−→0
f(x+ t, y, z) − f(x, y, z)
t= lim
t−→0
(x+ t)2 y z2 − x2 y z2
t
= limt−→0
2 x y z2 t+ t2yz2
t= 2 x y z2,
∂f
∂y(x, y, z) = lim
t−→0
f(x, t+ y, z) − f(x, y, z)
t= lim
t−→0
x2 (t+ y) z2 − x2 y z2
t
= limt−→0
t x2 z2
t= x2 z2,
∂f
∂z(x, y, z) = lim
t−→0
f(x, y, t+ z) − f(x, y, z)
t= lim
t−→0
x2 y (t+ z)2 − x2 y z2
t
= limt−→0
t2 x2 y + 2 t x2 y z
t= 2 x2 y z.
Observação 6.1.
1. Seja y = c, fixado e consideremos g(x) = f(x, c); logo:
g′(x) = limt−→0
g(x+ t) − g(x)
t= lim
t−→0
f(x+ t, c) − f(x, c)
t=∂f
∂x(x, c).
2. Se h(y) = f(c, y), então:
h′(y) = limt−→0
h(y + t) − h(y)
t= lim
t−→0
f(c, y + t) − f(c, y)
t=∂f
∂y(c, y).
Analogamente para mais variáveis.
3. Consequentemente, para derivar parcialmente uma função em relaçãoa x, as demais variáveis são consideradas como constantes e a deriva-ção é feita como em R.
4. Em relação às outras variáveis o procedimento é análogo. Assim, to-das as regras de derivação estudadas para funções em R podem seraplicadas.
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120 CAPÍTULO 6. DERIVADAS PARCIAIS
Exemplos 6.1.
[1] Se z = f(x, y) =√
x2 + y2, calcule suas derivadas parciais.
Calculemos, primeiramente, a derivada parcial de f em relação a x. Pelaobservação anterior consideramos z =
√x2 + c, onde c = y2; derivando
como em R:
∂f
∂x(x, y) =
x√x2 + c
=x
√
x2 + y2;
analogamente para y: fazemos c = x2:
∂f
∂y(x, y) =
y√
c + y2=
y√
x2 + y2.
[2] Se z = f(x, y) = (x2 + y2) cos(x y), calcule suas derivadas parciais noponto (1, π).
Calculemos, primeiramente, a derivada parcial de f em relação a x. Pela ob-servação anterior consideramos z = (x2 + c2) cos(c x), onde y = c; derivandocomo em R:
∂f
∂x(x, y) =
(
(x2 + c2) cos(c x))′ = 2 x cos(c x) − c (x2 + c2) sen(c x)
= 2 x cos(x y)− y (x2 + y2) sen(x y);
analogamente para y: fazemos z = (c2 + y2) cos(c y):
∂f
∂y(x, y) =
(
(c2 + y2) cos(c y))′
= 2 y cos(c y)− c (c2 + y2) sen(c y)
= 2 y cos(x y) − x (x2 + y2) sen(x y));
∂f
∂x(1, π) = −2,
∂f
∂y(1, π) = −2 π.
[3] Se w = f(x, y, z) = ln(x2 + y2 + z2), calcule suas derivadas parciais.
Calculemos, primeiramente, a derivada parcial de f em relação a x.Seja w = ln(x2 + c), onde c = y2 + z2; derivando como em R, temos:
∂f
∂x(x, y, z) =
2 x
x2 + c=
2 x
x2 + y2 + z2;
analogamente para y: fazemos c = x2 + z2 e para z: c = x2 + y2:
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6.1. DEFINIÇÕES 121
∂f
∂y(x, y, z) =
2 y
y2 + c=
2 y
x2 + y2 + z2
e:
∂f
∂z(x, y, z) =
2 z
c+ z2=
2 z
x2 + y2 + z2.
[4] Se w = f(x, y, z) = sen(x y
z
)
, calcule suas derivadas parciais.
Calculemos, primeiramente, a derivada parcial de f em relação a x:
Seja w = sen(c x), onde c =y
z; derivando:
∂f
∂x(x, y, z) = c cos(c x) =
y
zcos
(x y
z
)
;
analogamente para y; fazemos c =x
ze para z; fazemos c = x y:
∂f
∂y(x, y, z) = c cos(c y) =
x
zcos
(x y
z
)
e
∂f
∂z(x, y, z) = −c z−2cos(
c
z) = −x y
z2cos
(x y
z
)
.
De forma análoga ao Cálculo de uma variável, as derivadas parciais de umafunção são funções e, portanto, podemos calcula-lás em pontos de seus do-mínios.
[5] Seja f(x, y) = ln (x2 + y2 + 1); então:
∂f
∂x(x, y) =
2 x
x2 + y2 + 1e
∂f
∂y(x, y) =
2 y
x2 + y2 + 1.
Temos duas novas funções:
g(x, y) =2 x
x2 + y2 + 1e h(x, y) =
2 y
x2 + y2 + 1.
Logo,:
g(1, 1) = h(1, 1) =2
3, g(3,−2) =
3
7e h(1,−2) = −2
7.
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122 CAPÍTULO 6. DERIVADAS PARCIAIS
-2
0
2
-2
02
0
1
2
3
Figura 6.1: Gráfico de f .
Figura 6.2: Gráficos de g e h, respectivamente.
Observações 6.2.
1. A não existência das derivadas parciais de uma função contínua deduas variáveis num ponto indica que o gráfico da função apresenta"arestas"nesse ponto.
2. De fato, seja z = f(x, y) =√
x2 + y2; então, as derivadas parciais exis-tem, exceto na origem.
Figura 6.3: Gráfico de f(x, y) =√
x2 + y2.
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6.2. GENERALIZAÇÕES 123
6.2 Generalizações
Definição 6.2. Seja A ⊂ Rn um conjunto aberto, x = (x1, x2, ..., xn) ∈ A e
f : A −→ R uma função. A derivada parcial de f em relação à j-ésimavariável no ponto x ∈ A é denotada por ∂f
∂xj(x) e definida por:
∂f
∂xj(x) = lim
t−→0
f(x1, ..., xj + t, .., xn) − f(x1, ...., xn)
t,
se o limite existe.
Fazendo j = 1, ..., n, temos as derivadas parciais de f em relação à primeira,à segunda, à terceira, ......., à n-ésima variáveis, respectivamente. Denotandopor ej = (0, ...., 1, ....0) o vetor que tem todas as componentes zero exceto aj-ésima, que é igual a 1, temos:
∂f
∂xj
(x) = limt−→0
f(x + tej) − f(x)
t.
6.3 Interpretação Geométrica das Derivadas Par-ciais
O gráfico de uma função de duas variáveis z = f(x, y) é, em geral, umasuperfície em R
3. A interseção desta superfície com um plano paralelo aoplano xz, que passa pelo ponto (0, y0, 0) é uma curva plana (ou um ponto)que satisfaz às condições:
{
z = f(x, y)
y = y0.
Como a curva é plana, podemos considerá-la como o gráfico de uma funçãode uma variável, a saber: g(x) = f(x, y0). Logo, o coeficiente angular da retatangente à curva no ponto x0, relativa ao plano, é:
g′(x0) =∂f
∂x(x0, y0)
Analogamente, a curva plana definida pela interseção do gráfico de f como plano que passa por (x0, 0, 0) paralelo ao plano yz pode ser definida porh(y) = f(x0, y). Logo, o coeficiente angular da reta tangente à curva noponto y0, relativa ao plano, é:
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124 CAPÍTULO 6. DERIVADAS PARCIAIS
h′(y0) =∂f
∂y(x0, y0)
Desenhos à esquerda e à direita, respectivamente:
Figura 6.4:
Figura 6.5:
Exemplos 6.2.
[1] Seja z = f(x, y) = x2 + y2. Determine a equação da reta tangente àinterseção do gráfico de f com o plano de equação y = 2, no ponto (2, 2, 8).
Pela observação anterior: z = x2 + 4; logo, z = g(x) = x2 + 4 e a equação dareta tangente é: z − g(x0) = g′(x0)(x− x0), onde x0 = 2, ou seja: z − 4x = 0.
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6.3. INTERPRETAÇÃOGEOMÉTRICA DAS DERIVADAS PARCIAIS 125
-2
0
2
-2
0
2
0
2
4
6
-2
0
2
4
Figura 6.6: Exemplo [1].
[2] Seja z = f(x, y) = y2. Determine a equação da reta tangente à interseçãodo gráfico de f com o plano de equação x = x0, no ponto (x0, 1, 1).
Pela observação anterior: z = y2; logo z = h(y) = y2 e a equação da retatangente é: z − h(y0) = h′(y0) (y − y0), onde y0 = 1, ou seja: z − 2y + 1 = 0.
1
Figura 6.7: Exemplo [2].
Dos parágrafos anteriores temos:
Proposição 6.1. Seja f : A ⊂ R2 −→ R uma função tal que as derivadas parciais
existam no conjunto aberto A, então:
∂f
∂x(a, b) = g′(a) se g(x) = f(x, b)
∂f
∂y(a, b) = h′(b) se h(y) = f(a, y)
A prova segue das definições e observações anteriores. Esta proposição seestende naturalmente para n ≥ 2.
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126 CAPÍTULO 6. DERIVADAS PARCIAIS
Exemplos 6.3.
[1] Se f(x, y) = 4√
x4 + y4, calcule∂f
∂x(0, 0) e
∂f
∂y(0, 0).
Seja g(x) = f(x, 0) = x e h(y) = f(0, y) = y; logo g′(x) = 1 e h′(y) = 1; então:
∂f
∂x(0, 0) =
∂f
∂y(0, 0) = 1.
[2] Se f(x, y) = x2√
(x2 + y2 ln(y2 + 1))−5 etg(x2 y+y3 x2), calcule∂f
∂x(1, 0).
Seja g(x) = f(x, 0) = x−3 e g′(x) = −3 x−4; logo:
∂f
∂x(1, 0) = g′(1) = −3.
[3] Se f(x, y, z) =cos(x+ y + z)
ln(x2 + y2 + z2), calcule
∂f
∂x(π, 0, 0).
Seja g(x) = f(x, 0, 0) =cos(x)
2 ln(x)e g′(x) = −x ln(x) sen(x) + cos(x)
2 ln2(x); logo:
∂f
∂x(π, 0, 0) = g′(π) =
1
2 π ln2(π).
6.4 Derivadas Parciais como Taxa de Variação
As derivadas parciais também podem ser interpretadas como taxa de vari-ação ou razão instantânea.
De fato, sejam A ⊂ R2 aberto e f : A −→ R uma função tal que as derivadas
parciais existem no ponto (x0, y0).
Definição 6.3. A derivada parcial∂f
∂x(x0, y0) é a taxa de variação de f ao
longo da reta que passa pelo ponto (x0, y0) e na direção e1 = (1, 0).
Observações 6.3.
1. Isto é, a taxa de variação de f ao longo d a reta:
c(t) = (x0, y0) + t (1, 0) = (x0 + t, y0),
tal que (|t| pequeno).
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6.4. DERIVADAS PARCIAIS COMO TAXA DE VARIAÇÃO 127
2. De forma análoga interpretamos a outra derivada parcial:∂f
∂y(x0, y0) é
a taxa de variação de f ao longo da reta que passa pelo ponto (x0, y0)e na direção e2 = (0, 1), isto é, d(t) = (x0, y0) + t (0, 1) = (x0, y0 + t), (|t|pequeno).
0
0 +t
0 0+t
e
e
2
1
Ay
y
x xd(t) d(t)
c(t)
c(t)
Figura 6.8:
3. Isto é, as derivadas parciais medem a velocidade da variação parcialda função em relação a cada variável, quando as outras estão fixadas.
Exemplos 6.4.
[1] A lei de um gás ideal confinado é P V = 8T , onde P é a pressão emN/cm2, V é o volume em cm3 e T é a temperatura em graus. Se o volumedo gás é de 150 cm3 e a temperatura é de 100o, pede-se:
(a) Determine a taxa de variação da pressão em relação à temperatura parao volume fixo de 150 cm3.
(b) Determine a taxa de variação do volume em relação à pressão para atemperatura fixa de 100o.
(a) Escrevamos a pressão em função do volume e da temperatura:
P (V, T ) = 8T
V; então,
∂P
∂T(V, T ) =
8
V;
logo,
∂P
∂T(150, T ) ∼= 0.0533 N/cm2/kal.
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128 CAPÍTULO 6. DERIVADAS PARCIAIS
A variação da pressão em relação à temperatura cresce a uma razão de
0.0533 N/cm2/kal. Note que∂P
∂Tnão depende de T .
(b) Escrevemos o volume em função da pressão e da temperatura:
V (P, T ) = 8T
P; então,
∂V
∂P(P, T ) = −8
T
P 2.
Por outro lado, P = 8T
Ve para T = 100 e V = 150, obtemos P =
16
3; logo:
∂V
∂P(16
3, 100) = −28.13 cm3/N.
A variação do volume em relação à pressão diminui a uma razão de:
28.13 cm3/N.
[2] O potencial elétrico no ponto (x, y, z) é dado por:
V (x, y, z) =x
√
x2 + y2 + z2,
onde V é dado em volts e x, y e z em cm. Determine a taxa de variaçãoinstantânea de V em relação à distância em (1, 2, 3) na direção do:
(a) eixo dos x;
(b) eixo dos y;
(c) eixo dos z.
(a) Devemos calcular∂V
∂x(1, 2, 3). Seja g(x) = f(x, 2, 3) =
x√x2 + 13
; então:
∂V
∂x(x, 2, 3) = g′(x) =
13
(x+ 13)3/2,
logo;∂V
∂x(1, 2, 3) =
13
14√
14volts/cm.
(b) Devemos calcular∂V
∂y(1, 2, 3): Seja h(y) = f(1, y, 3) =
1√
y2 + 10; então:
∂V
∂y= h′(y) = − y
(y2 + 10)3/2,
logo;∂V
∂y(1, 2, 3) = − 1
7√
14volts/cm.
(c) Devemos calcular∂V
∂z(1, 2, 3): Seja k(z) = f(1, 2, z) =
1√z2 + 5
; então:
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6.4. DERIVADAS PARCIAIS COMO TAXA DE VARIAÇÃO 129
∂V
∂z= k′(z) = − z
(z2 + 5)3/2,
logo;∂V
∂z(1, 2, 3) = − 3
14√
14volts/cm.
[3] Quando materiais tóxicos são despejados ou manipulados num aterropodem ser liberadas partículas contaminadas para a atmosfera circundante.Experimentalmente, a emissão destas partículas pode ser modelada pelafunção:
E(V,M) = K × 0.00032 V 1.3M−1.4,
ondeE é a emissão (quantidade de partículas liberadas na atmosfera por to-nelada de solo manipulado), V é a velocidade média do vento (mph=metrospor hora),M é a umidade contida no material (dada em porcentagem) e Ké uma constante que depende do tamanho das partículas. Calcule a taxa devariação da emissão para uma partícula tal que K = 0.2, V = 10 eM = 13em relação:
(a) ao vento;
(b) à umidade.
10 20 30 40 5010
20
30
40
50
Figura 6.9: Curvas de nível de E.
(a) Calculamos∂E
∂V(10, 13): Então,
∂E
∂V(V,M) = 0.000122V 0.3M−1.4; logo,
∂E
∂V(10, 13) = 0.00001496.
(b) Calculamos∂E
∂M(10, 13): Então,
∂E
∂M(V,M) = −0.000291V 1.3M−2.4; logo,
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130 CAPÍTULO 6. DERIVADAS PARCIAIS
∂E
∂M(10, 13) = −0.00001234.
Interprete os resultados obtidos no último exemplo.
6.5 Diferenciabilidade
No caso de uma variável sabemos que se uma função é derivável numponto, ela é contínua no ponto. Gostaríamos de ter um comportamento aná-logo para funções de várias variáveis; no entanto, a existência das derivadasparciais não garante a continuidade da função.
De fato, a existência de∂f
∂xdepende do comportamento da função f so-
mente na direção do eixo dos x e a existência de∂f
∂ydepende do comporta-
mento da função f somente na direção do eixo dos y. Por exemplo, sabemosque a função:
f(x, y) =
2 x y
x2 + y2se (x, y) 6= (0, 0)
0 se (x, y) = (0, 0),
não é contínua na origem. No entanto, as derivadas parciais existem emtodos os pontos, inclusive na origem. De fato, sejam g(x) = f(x, 0) = 0 eh(y) = f(0, y) = 0; logo:
∂f
∂x(0, 0) = g′(0) = 0 e
∂f
∂y(0, 0) = h′(0) = 0.
As derivadas parciais para (x, y) 6= (0, 0) são:
∂f
∂x=
2 y3 − 2 x2 y
(x2 + y2)2e
∂f
∂y=
2 x3 − 2 x y2
(x2 + y2)2.
Em uma variável, a existência da derivada de uma função num ponto, ga-rante que nas proximidades desse ponto o gráfico da função fica bastantepróximo da reta tangente a esse gráfico no ponto considerado. Seguiremosesta idéia para estender o conceito de diferenciabilidade para funções devárias variáveis. Correspondendo à reta tangente num ponto do gráfico deuma função em R temos o "plano tangente"num ponto do G(f) e este planodeve ser uma "boa"aproximação para o G(f) numa vizinhança do ponto.
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6.5. DIFERENCIABILIDADE 131
Definição 6.4. Seja f : A ⊂ Rn −→ R uma função definida no conjunto
aberto A. Dizemos que f é diferenciável no ponto x0 ∈ A se existem asderivadas parciais de f em x0 e:
lim‖h‖→0
∣
∣f(x) − f(x0) −n
∑
j=1
∂f∂xj
(x0)hj
∣
∣
‖h‖ = 0,
onde h = x − x0, hj é a componente j-ésima de h e x ∈ A.
Para n = 2, este limite expressa o que pensamos ao dizer que:
f(x0, y0) +∂f
∂x(x0, y0) (x− x0) +
∂f
∂y(x0, y0) (y − y0),
é uma boa aproximação para f numa vizinhança de x0 = (x0, y0).
Definição 6.5. f é diferenciável emA ⊂ Rn, se é diferenciável em cada ponto
de A.
Exemplos 6.2.
Considere a função:
f(x, y) =
x2y
x2 + y2se (x, y) 6= (0, 0)
0 se (x, y) = (0, 0),
f é contínua em (0, 0); suas derivadas parciais são:
∂f
∂x(0, 0) =
∂f
∂y(0, 0) = 0,
∂f
∂x(x, y) =
2 x y3
(x2 + y2)2
e:
∂f
∂y(x, y) =
x2 (x2 − y2)
(x2 + y2)2.
Agora, apliquemos a definição de diferenciabilidade para f no ponto (0, 0):
lim(x,y)−→(0,0)
|f(x, y)|‖(x, y)‖ = lim
(x,y)−→(0,0)
|x2y|(x2 + y2)
√
x2 + y2;
considere y = k x, k > 0:
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132 CAPÍTULO 6. DERIVADAS PARCIAIS
lim(x,k x)→(0,0)
|x2y|(x2 + y2)
32
= lim(x,k x)→(0,0)
|kx3|(x2 + k2x2)
32
= lim(x,k x)→(0,0)
±k(1 + k2)
32
= ± k
(1 + k2)32
;
o limite depende de k; logo f não é diferenciável em (0, 0).
Figura 6.10: Gráfico de f .
Observação 6.2. Aplicar diretamente a definição de função diferenciávelpode ser, em muitos casos, bastante complicado. Por isso, apresentamoso seguinte teorema:
Teorema 6.1. Seja f : A ⊂ Rn −→ R uma função definida no conjunto
aberto A tal que existem todas as derivadas parciais em cada ponto de A ecada uma delas é contínua no ponto x0 ∈ A. Então f é diferenciável em x0.
Observação 6.3. O teorema estabelece apenas uma condição suficiente, ouseja, nem todas as funções diferenciáveis num ponto x0 devem ter derivadasparciais contínuas numa vizinhança de x0. Para a prova do teorema, veja oapêndice.
Exemplos 6.5.
![Page 17: deriv](https://reader033.vdocuments.com.br/reader033/viewer/2022051401/563dbbaa550346aa9aaf3406/html5/thumbnails/17.jpg)
6.5. DIFERENCIABILIDADE 133
[1] Considere a seguinte função
f(x, y) =
x2y2
x2 + y2se (x, y) 6= (0, 0)
0 se (x, y) = (0, 0).
As derivadas parciais são:
∂f
∂x(0, 0) =
∂f
∂y(0, 0) = 0,
∂f
∂x(x, y) =
2xy4
(x2 + y2)2e
∂f
∂y(x, y) =
2x4y
(x2 + y2)2.
As derivadas parciais existem em todo ponto. Aplicaremos o teorema paraprovar a diferenciabilidade de f no ponto (0, 0). Para isto provaremos queas derivadas parciais são contínuas no ponto (0, 0).
lim(x,y)→(0,0)
∂f
∂x(x, y) = lim
(x,y)→(0,0)
2xy4
(x2 + y2)2=∂f
∂x(0, 0) = 0.
De fato, |x| ≤√
x2 + y2 e y4 ≤ (x2+y2)2; logo, |2 x y4|(x2+y2)2
≤ 2√
x2 + y2; se δ = ε2,
teremos∣
∣
2 x y4
(x2 + y2)2
∣
∣ < ε se 0 <√
x2 + y2 < δ. Analogamente para a outra
derivada parcial.
Figura 6.11: Exemplo [1].
[2] Os polinômios em várias variáveis são claramente diferenciáveis emtodo ponto de R
n.
[3] A função z = f(x, y) =√
x2 + y2 é diferenciável em R2 − {(0, 0)}. De
fato:
![Page 18: deriv](https://reader033.vdocuments.com.br/reader033/viewer/2022051401/563dbbaa550346aa9aaf3406/html5/thumbnails/18.jpg)
134 CAPÍTULO 6. DERIVADAS PARCIAIS
∂f
∂x=
x√
x2 + y2e
∂f
∂y=
y√
x2 + y2
e ambas são funções contínuas em R2 − {(0, 0)}.
Definição 6.6. Uma função é dita de classe C1 em A quando existem asderivadas parciais em cada ponto de A e estas são contínuas. Logo f declasse C1 implica em f diferenciável.
Proposição 6.2. Se f e g são funções de classe C1 no ponto x0, então:
1. f + g é de classe C1 em x0.
2. f g é de classe C1 em x0.
3. Se g(x0) 6= 0,f
gé de classe C1 em x0.
As provas seguem da aplicação direta da definição.
Exemplos 6.6.
[1] As função definidas por polinômios de várias variáveis são de classe C1.
[2] A função f(x, y) = xy2 +y
x2 + y2 + 1é diferenciável em todo R
2. De fato,
escrevendo:
f(x, y) = f1(x, y) +f2(x, y)
f3(x, y),
onde f1(x, y) = xy2, f2(x, y) = y e f3(x, y) = x2 + y2 + 1, vemos que as trêsfunções são diferenciáveis em todo o plano, pois são polinômios e f3 nãose anula em nenhum ponto do plano. Pelas propriedades anteriores, f édiferenciável em R
2.
Teorema 6.2. Se f é diferenciável no ponto x0, então f é contínua em x0.
Para a prova, veja o apêndice. Se f é de classe C1, então f é diferenciável eportanto f é contínua.
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6.5. DIFERENCIABILIDADE 135
Observações 6.4.
1. O plano tangente ao gráfico de uma função f num ponto é o planoque contem todas as retas tangentes ao gráfico de f que passam peloponto.
2. Se todas as retas tangente a esse ponto não são co-planares, então di-zemos que o plano tangente não existe.
3. Nos próximos parágrafos daremos uma justificativa para a seguintedefinição:
Definição 6.7. Seja f : A ⊂ R2 −→ R uma função diferenciável no ponto
(x0, y0). A equação do plano tangente ao G(f) no ponto (x0, y0, f(x0, y0)) é:
z = f(x0, y0) +∂f
∂x(x0, y0) (x− x0) +
∂f
∂y(x0, y0) (y − y0)
Figura 6.12: Plano tangente ao G(f).
Segue, de imediato, que os vetores normais ao plano tangente no ponto(x0, y0, z0), onde z0 = f(x0, y0), são:
n(x0, y0, z0) = ±(∂f
∂x(x0, y0),
∂f
∂y(x0, y0),−1
)
![Page 20: deriv](https://reader033.vdocuments.com.br/reader033/viewer/2022051401/563dbbaa550346aa9aaf3406/html5/thumbnails/20.jpg)
136 CAPÍTULO 6. DERIVADAS PARCIAIS
Exemplos 6.7.
[1] Determine a equação do plano tangente ao gráfico de:
z = (x2 + y2 + 1) e−(x2+y2)
no ponto (0, 0, 1).
Observemos que f(x, y) = (x2 + y2 + 1) e−(x2+y2) é uma função diferenciávelem R
2. Sejam g(x) = f(x, 0) = (1 + x2) e−x2e h(y) = f(0, y) = (1 + y2) e−y2
;logo, g′(x) = −2 x3 e−x2 e h′(y) = −2 y3 e−y2 e:
∂f
∂x(0, 0) = g′(0) = 0;
∂f
∂y(0, 0) = h′(0) = 0
e f(0, 0) = 1. A equação do plano tangente no ponto (0, 0, 1) é:
z = 1.
Figura 6.13: Plano tangente do exemplo [1].
[2] Determine a equação do plano tangente ao gráfico de z = x − 6 y2 nospontos (1, 1, f(1, 1)) e (−1,−1, f(−1,−1)).
Como f é diferenciável em R2: f(1, 1) = −5 e f(−1,−1) = −7. Por outro
lado:
∂f
∂x(x, y) = 1,
∂f
∂y(x, y) = −12 y.
As equações dos planos tangente ao G(f) nos pontos (1, 1,−5) e(−1,−1,−7) são:
![Page 21: deriv](https://reader033.vdocuments.com.br/reader033/viewer/2022051401/563dbbaa550346aa9aaf3406/html5/thumbnails/21.jpg)
6.6. APROXIMAÇÃO LINEAR 137
z = x− 12 y + 6 e z = x+ 12 y + 6,
respectivamente.
Figura 6.14: Plano tangente do exemplo [2].
[3] Determine a equação do plano tangente ao gráfico de z = ex−y + x y2 noponto (1, 1, 2).
Note que f é diferenciável em R2:
f(1, 1) = 2,∂f
∂x(x, y) = ex−y + y2 e
∂f
∂y(x, y) = −ex−y + 2 x y.
A equação do plano tangente ao G(f) no ponto (1, 1, 2) é:
z = 2 x+ y − 1.
Os vetores normais no ponto (1, 1, 2) são n = (2, 1,−1) e n = (−2,−1, 1).
6.6 Aproximação Linear
Como em Cálculo I, podemos usar a "boa"aproximação do plano tangenteao gráfico numa vizinhança de um ponto para efetuar cálculos numéricosaproximados.
Definição 6.8. Seja f diferenciável no ponto x0. A aproximação linear de fao redor de x0 é denotada por l e definida como:
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138 CAPÍTULO 6. DERIVADAS PARCIAIS
1. se n = 2 e z0 = f(x0, y0):
l(x, y) = z0 +∂f
∂x(x0, y0)(x− x0) +
∂f
∂y(x0, y0)(y − y0)
2. se n = 3, x0 = (x0, y0, z0) e w0 = f(x0):
l(x, y, z) = w0 +∂f
∂x(x0) (x− x0) +
∂f
∂y(x0) (y − y0) +
∂f
∂z(x0) (z − z0)
Seja ε > 0 pequeno. Para todo x ∈ B(x0, ε), o erro da aproximação é:
E(x) = |f(x) − l(x)|e satisfaz:
limx−→x0
E(x)
‖x − x0‖= 0.
Em outras palavras l(x) aproxima f(x) numa vizinhança de x0. A funçãol(x) também é chamada linearização de f numa vizinhança de x0.
Exemplos 6.8.
[1] Suponha que não dispomos de calculadora ou de outro instrumento decálculo e precisamos resolver os seguintes problemas:
(a) Se:
T (x, y) = x ex y
representa a temperatura num ponto (x, y) numa certa região do plano, cal-cular as seguintes temperaturas T (1.0023, 0.00012) e T (0.00012, 1.0023).
(b) Se:
ρ(x, y, z) = ln(√
x2 + y2 + z2)
representa a densidade de um ponto (x, y, z) numa certa região do espaçoque não contem a origem, determine ρ(1.005, 0.007, 1.01).
(c) Calcule, aproximadamente, o valor de√
1.012 + 4.012 + 8.0022.
(a) Como (1.0023, 0.00012) está perto de (1, 0) acharemos a linearização de Tnuma vizinhança de (1, 0). Isto é:
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6.6. APROXIMAÇÃO LINEAR 139
l(x, y) = T (1, 0) +∂T
∂x(1, 0) (x− 1) +
∂T
∂y(1, 0) y
= 1 +∂T
∂x(1, 0) x+
∂T
∂y(1, 0) y − ∂T
∂x(1, 0).
∂T
∂x(x, y) = ex y (1 + x y) e
∂T
∂y(x, y) = ex y x2; então, numa vizinhança do
ponto (1, 0), temos:
x ex y ≃ x+ y.
O ponto (1.0023, 0.00012) está perto do ponto (1, 0), logo:
1.0023 × e1.0023×0.00012 ≃ 1.0023 + 0.00012 = 1.00242.
1
1
Figura 6.15: Vista de x ex y e x+ y ao redor de (1, 0).
Analogamente, como (0.00012, 1.0023) está perto de (0, 1) acharemos a line-arização de T numa vizinhança de (0, 1). Isto é:
l(x, y) = T (0, 1) +∂T
∂x(0, 1) x+
∂T
∂y(0, 1) (y − 1)
=∂T
∂x(0, 1) x+
∂T
∂y(0, 1) y − ∂T
∂y(0, 1)
= x.
Então, numa vizinhança do ponto (0, 1), temos:
![Page 24: deriv](https://reader033.vdocuments.com.br/reader033/viewer/2022051401/563dbbaa550346aa9aaf3406/html5/thumbnails/24.jpg)
140 CAPÍTULO 6. DERIVADAS PARCIAIS
x ex y ≃ x.
Logo: T (0.00012, 1.0023) ≃ 0.00012.
(b) Devemos determinar a linearização de ρ numa vizinhança de (1, 0, 1).Isto é:
l(x, y, z) = ρ(1, 0, 1) +∂ρ
∂x(1, 0, 1) (x− 1) +
∂ρ
∂y(1, 0, 1) y +
∂ρ
∂z(1, 0, 1) (z − 1).
Temos:
∂ρ
∂x(x, y, z) =
x
x2 + y2 + z2,
∂ρ
∂y(x, y, z) =
y
x2 + y2 + z2e
∂ρ
∂z(x, y, z) =
z
x2 + y2 + z2.
Então, numa vizinhança do ponto (1, 0, 1), temos:
ln(√
x2 + y2 + z2) ≃ x+ z + ln(2)
2− 1.
Logo: ρ(1.005, 0.007, 1.01) ≃ 0.354.
(c) Seja a função f(x, y, z) =√
x2 + y2 + z2.Consideremos o ponto (x0, y0, z0) = (1, 4, 8) e determinemos a linearizaçãode f numa vizinhança do ponto (1, 4, 8):
l(x, y, z) = f(1, 4, 8)+∂f
∂x(1, 4, 8) (x−1)+
∂f
∂y(1, 4, 8) (y−4)+
∂f
∂z(1, 4, 8) (z−8).
Temos:
∂f
∂x(x, y, z) =
x
f(x, y, z),
∂f
∂y(x, y, z) =
y
f(x, y, z)
e
∂f
∂z(x, y, z) =
z
f(x, y, z).
Logo, f(1, 4, 8) = 9,∂f
∂x(1, 4, 8) =
1
9,∂f
∂y(1, 4, 8) =
4
9e∂f
∂z(1, 4, 8) =
8
9; então,
numa vizinhança do ponto (1, 4, 8), temos:
![Page 25: deriv](https://reader033.vdocuments.com.br/reader033/viewer/2022051401/563dbbaa550346aa9aaf3406/html5/thumbnails/25.jpg)
6.6. APROXIMAÇÃO LINEAR 141
√
x2 + y2 + z2 ≃ 1
9(x+ 4 y + 8 z),
Em particular, no ponto (1.01, 4.01, 8.002):
√
1.012 + 4.012 + 8.0022 ≃ 1
9(1.01 + 4 × (4.01) + 8 × (8.002)) ≃ 9.0073.
[2] Lei de gravitação de Newton. A força de atração entre dois corpos demassam eM , respectivamente, situados a uma distância r é dada por:
F (m,M, r) =GmM
r2,
onde G é a constante de gravitação. Determinemos a linearização da funçãoF ao redor do ponto (m0,M0, r0).
∂F
∂m(m,M, r) =
GM
r2,
∂F
∂M(m,M, r) =
Gm
r2
e:
∂F
∂r(m,M, r) = −2GmM
r3;
logo, no ponto (m0,M0, r0), temos:
l(m,M, r) =G
r30
(M0 r0m+m0 r0M − 2m0M0 r +m0 M0 r0).
Por exemplo, sem0 = 1,M0 = 2 e r0 = 1, temos que:
F (m,M, r) ≃ G (2m+M − 4 r + 2),
para todo (m,M, r) numa vizinhança de (1, 2, 1).
[3] Um depósito de material radioativo tem o formato de um cilindro circu-lar reto e deve possuir altura no lado interno igual a 6 cm, raio interno com2 cm e espessura de 0.1 cm. Se o custo de fabricação do depósito é de 10 cvpor cm3. (cv= centavos), determine o custo aproximado do material usado.
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142 CAPÍTULO 6. DERIVADAS PARCIAIS
Figura 6.16: Depósito de material radioativo.
O volume exato do depósito é a diferença entre os volumes dos cilindrosC1 e C, onde C1 tem raio r1 = 2.1 e altura h1 = 6.2 e C tem raio r = 2 ealtura h = 6. Determinemos a aproximação linear do volume do cilindro:V (r, h) = π r2 h. Como V (2, 6)) = 24 π,
∂V
∂r(r, h) = 2 π r h e
∂V
∂h(r, h) = π r2;
então, numa vizinhança do ponto (2, 6), temos: l(r, h) = 4 π(6 r+ h− 12). Ovolume de C1 é VC1
∼= l(2.1, 6.2) = 27.2 π e o volume total é V =(
27.2 π −24 π
)
cm3 = 3.2 π cm3. Logo o custo aproximado é de 10 × 3.2 π ∼= 100.58 cv.
O argumento desenvolvido neste parágrafo se generaliza facilmente paramais de 3 variáveis:
[4] Suponha que 4 resistores num circuito são conectados em paralelo; aresistência R do circuito é dada por:
R(r1, r2, r3, r4) =
(
1
r1+
1
r2+
1
r3+
1
r4
)−1
.
Determine a linearização de R numa vizinhança do ponto (10, 20, 40, 10),onde os ri são medidos em Ohms. Seja x = (r1, r2, r3, r4):
∂R
∂r1(x) =
(R(r1, r2, r3, r4))2
r21
,∂R
∂r2(x) =
(R(r1, r2, r3, r4))2
r22
,
∂R
∂r3(x) =
(R(r1, r2, r3, r4))2
r23
,∂R
∂r4(x) =
(R(r1, r2, r3, r4))2
r24
.
![Page 27: deriv](https://reader033.vdocuments.com.br/reader033/viewer/2022051401/563dbbaa550346aa9aaf3406/html5/thumbnails/27.jpg)
6.7. DERIVADAS PARCIAIS DE ORDEM SUPERIOR 143
Logo, numa vizinhança do ponto (10, 20, 40, 10), temos:
R(r1, r2, r3, r4) ≃1
121(16 r1 + 4 r2 + r3 + 16 r4).
6.7 Derivadas Parciais de Ordem Superior
Seja f : A ⊂ R2 −→ R uma função tal que suas derivadas parciais existem
em todos os pontos (x, y) ∈ A. As derivadas parciais são, em geral, fun-ções de x e y e podemos perguntar se as derivadas parciais destas funçõesexistem:
∂f
∂x,∂f
∂y: A ⊂ R
2 −→ R.
Definição 6.9. As derivadas parciais de segunda ordem de f são definidase denotadas por:
∂
∂x
(∂f
∂x
)
(x, y) = limt→0
S∂f∂x
(x+ t, y) − ∂f∂x
(x, y)
t
∂
∂x
(∂f
∂y
)
(x, y) = limt→0
∂f∂y
(x+ t, y) − ∂f∂y
(x, y)
t
∂
∂y
(∂f
∂x
)
(x, y) = limt→0
∂f∂x
(x, y + t) − ∂f∂x
(x, y)
t
∂
∂y
(
∂f
∂y
)
(x, y) = limt→0
∂f∂y
(x, y + t) − ∂f∂y
(x, y)
t,
se os limites existem.
As notações usuais são:
∂
∂x
(∂f
∂x
)
(x, y) =∂2f
∂x2(x, y)
∂
∂x
(∂f
∂y
)
(x, y) =∂2f
∂x∂y(x, y)
∂
∂y
(∂f
∂x
)
(x, y) =∂2f
∂y∂x(x, y)
∂
∂y
(∂f
∂y
)
(x, y) =∂2f
∂y2(x, y)
![Page 28: deriv](https://reader033.vdocuments.com.br/reader033/viewer/2022051401/563dbbaa550346aa9aaf3406/html5/thumbnails/28.jpg)
144 CAPÍTULO 6. DERIVADAS PARCIAIS
Exemplos 6.9.
[1] Calcule as derivadas parciais de segunda ordem de:
f(x, y) = x2 y3.
Primeiramente, calculamos as de primeira ordem:
∂f
∂x= 2 x y3 e
∂f
∂y= 3 x2 y2; logo:
∂2f
∂x2=
∂
∂x
(∂f
∂x
)
=∂
∂x
(
2 x y3)
= 2 y3,
∂2f
∂y2=
∂
∂y
(∂f
∂y
)
=∂
∂y
(
3 x2 y2)
= 6 x2 y,
∂2f
∂x∂y=
∂
∂x
(∂f
∂y
)
=∂
∂x
(
3 x2 y2)
= 6 x y2,
∂2f
∂y∂x=
∂
∂y
(∂f
∂x
)
=∂
∂y
(
2 x y3)
= 6 x y2.
[2] Calcule as derivadas parciais de segunda ordem de:
= f(x, y) = ln(x2 + y2).
Primeiramente, calculamos as de primeira ordem:
∂f
∂x=
2x
x2 + y2e∂f
∂y=
2y
x2 + y2; logo:
∂2f
∂x2=
∂
∂x
(
2x
x2 + y2
)
=2 (y2 − x2)
(x2 + y2)2,
∂2f
∂y2=
∂
∂y
(
2y
x2 + y2
)
=2(x2 − y2)
(x2 + y2)2,
∂2f
∂x∂y=
∂
∂x
(
2 y
x2 + y2
)
=−4xy
(x2 + y2)2,
∂2f
∂y∂x=
∂
∂y
(
2 x
x2 + y2
)
=−4 x y
(x2 + y2)2.
![Page 29: deriv](https://reader033.vdocuments.com.br/reader033/viewer/2022051401/563dbbaa550346aa9aaf3406/html5/thumbnails/29.jpg)
6.7. DERIVADAS PARCIAIS DE ORDEM SUPERIOR 145
Em geral, se f : A ⊂ Rn −→ R é uma função tal que suas derivadas parci-
ais existem em todos os pontos x ∈ A, definimos as derivadas parciais desegunda ordem de f da seguinte forma:
∂
∂xj
( ∂f
∂xi
)
(x) = limt→0
∂f∂xi
(x + tej) − ∂f∂xi
(x)
t,
se os limites existem. A notação é∂
∂xj
( ∂f
∂xi
)
(x) =∂2f
∂xj∂xi(x). Logo, defini-
mos n2 funções:
∂
∂xj
( ∂f
∂xi
)
: A ⊂ Rn −→ R.
Se n = 2 temos 4 derivadas parciais de segunda ordem e se n = 3 temos 9derivadas parciais de segunda ordem. Se i = j:
∂
∂xi
( ∂f
∂xi
)
(x) =∂2f
∂x2i
(x).
Analogamente, definimos as derivadas de ordem 3, 4, etc. Por exemplo,para i, j, k = 1....n:
∂3f
∂xj∂xi∂xk(x) =
∂
∂xj
( ∂2f
∂xi∂xk
)
(x).
Primeiramente, calculamos as de primeira ordem:
Exemplos 6.10.
[1] Calcule as derivadas parciais de segunda ordem de:
f(x, y, z) = x y z.
Calculemos as de primeira ordem:
∂f
∂x= y z,
∂f
∂y= x z e
∂f
∂z= x y, logo:
∂2f
∂x2=
∂
∂x(y z) = 0,
∂2f
∂y2=
∂
∂y(x z) = 0,
∂2f
∂z2=
∂
∂z(x y) = 0,
∂2f
∂x ∂y=
∂
∂x(x z) = z,
![Page 30: deriv](https://reader033.vdocuments.com.br/reader033/viewer/2022051401/563dbbaa550346aa9aaf3406/html5/thumbnails/30.jpg)
146 CAPÍTULO 6. DERIVADAS PARCIAIS
∂2f
∂x∂z=
∂
∂x(x y) = y,
∂2f
∂y∂x=
∂
∂y(y z) = z,
∂2f
∂y∂z=
∂
∂y(x y) = x,
∂2f
∂z∂x=
∂
∂z(y z) = y,
∂2f
∂z∂y=
∂
∂z(x z) = x.
[2] Calcule as derivadas parciais de segunda ordem de:
f(x, y, z) = sen(x y z).
Calculemos as de primeira ordem:
∂f
∂x= y z cos(x y z),
∂f
∂y= x z cos(x y z) e
∂f
∂z= x y cos(x y z); logo:
∂2f
∂x2== −y2 z2 sen(x y z),
∂2f
∂y2= −x2 z2 sen(x y z),
∂2f
∂z2= −x2 y2 sen(x y z),
∂2f
∂x∂y= z cos(x y z)−x y z2 sen(x y z),
∂2f
∂x∂z= y cos(x y z)−x y2 z sen(x y z),
∂2f
∂y∂x= z cos(x y z)−x y z2 sen(x y z),
∂2f
∂y∂z= x cos(x y z)−x2 y z sen(x y z),
∂2f
∂z∂x= y cos(x y z)−x y2 z sen(x y z),
∂2f
∂z∂y= x cos(x y z)−x2 y z sen(x y z).
[3] Equação de Laplace: Seja u = u(x, y) uma função duas vezes diferenciá-vel num conjunto aberto do plano. A equação de Laplace é:
∂2u
∂x2+∂2u
∂y2= 0.
A equação de Laplace está associada a fenômenos estacionários, isto é, in-dependentes do tempo, como por exemplo potenciais eletrostáticos. As so-luções desta equação são chamadas funções harmônicas. A função u(x, y) =sen(x) ey é harmônica. De fato:
∂2u
∂x2= −sen(x) ey e
∂2u
∂y2= sen(x) ey.
![Page 31: deriv](https://reader033.vdocuments.com.br/reader033/viewer/2022051401/563dbbaa550346aa9aaf3406/html5/thumbnails/31.jpg)
6.7. DERIVADAS PARCIAIS DE ORDEM SUPERIOR 147
0 2 4 6 81
2
3
4
5
6
Figura 6.17: Curvas de nível da função u(x, y) = sen(x) ey.
[4] Equação da onda: Seja u = u(x, t) uma função duas vezes diferenciávelnum conjunto aberto do plano. A equação homogênea da onda é:
∂2u
∂t2= c2
∂2u
∂x2,
onde c > 0 (c é chamada a velocidade de propagação da onda). u(x, t)descreve o deslocamento vertical de uma corda vibrante. A função :
u(x, t) = (x+ c t)n + (x− c t)m, n, m ∈ N
satisfaz à equação da onda. De fato.
∂2u
∂x2= m (m− 1) (x− c t)m−2 + n (n− 1) (x+ c t)n−2,
∂2u
∂t2= c2 (m (m− 1) (x− c t)m−2 + n (n− 1) (x+ c t)n−2).
Figura 6.18: Gráfico de z = u(x, t) para c = 16, n = m = 3.
![Page 32: deriv](https://reader033.vdocuments.com.br/reader033/viewer/2022051401/563dbbaa550346aa9aaf3406/html5/thumbnails/32.jpg)
148 CAPÍTULO 6. DERIVADAS PARCIAIS
Analogamente, a função:
u(x, t) =sen(x+ c t) + cos(x− c t)
2satisfaz à equação da onda. De fato.
∂2u
∂x2= −1
2(sen(x+ c t) + cos(x− c t)),
∂2u
∂t2= −c
2
2(sen(x+ c t) + cos(x− c t)).
Figura 6.19: Gráfico de z = u(x, t) para c = 2.
Definição 6.10. A função f : A −→ R é de classe C2 quando existem as de-rivadas parciais até a segunda ordem em todos os pontos de A e as funções
∂
∂xj
( ∂f
∂xi
)
: A ⊂ Rn → R
são contínuas, para todo i, j.
Notamos que nos exemplos estudados sempre verificamos que:
∂
∂xj
( ∂f
∂xi
)
=∂
∂xi
( ∂f
∂xj
)
.
Isto é consequencia do seguinte teorema.
Teorema 6.3. (Schwarz) Se f : A ⊂ Rn −→ R é uma função de classe C2 no
ponto x0 ∈ A, então para todo i, j = 1.....n tem-se:
∂
∂xj
( ∂f
∂xi
(x0))
=∂
∂xi
( ∂f
∂xj
(x0))
![Page 33: deriv](https://reader033.vdocuments.com.br/reader033/viewer/2022051401/563dbbaa550346aa9aaf3406/html5/thumbnails/33.jpg)
6.7. DERIVADAS PARCIAIS DE ORDEM SUPERIOR 149
Para a prova veja o apêndice.
Exemplos 6.3.
Consideremos a função: f(x, y) =
x y (x2 − y2)
x2 + y2se (x, y) 6= (0, 0)
0 se (x, y) = (0, 0).
Figura 6.20: Gráfico de f .
Se (x, y) 6= (0, 0), f(x, y) possui derivadas parciais de todas as ordens; em(0, 0) as derivadas parciais de f(x, y) existem e são todas nulas:
∂f
∂x=y (x4 − y4 + 4x2y2)
(x2 + y2)2e
∂f
∂y=x (x4 − y4 − 4x2y2)
(x2 + y2)2.
Para todo y 6= 0, f(0, y) = 0, ∂f∂x
(0, y) = −y, ∂f∂y
(0, y) = 0 e:
∂2f
∂x∂y(0, y) = −1,
∂2f
∂y∂x(0, y) = 0.
Logo, a função não é de classe C2.
Observações 6.5.
1. Em geral, as funções "bem comportadas", como as polinomiais, expo-nenciais e a maioria das funções utilizadas neste livro são de classeC2.
2. A seguir apresentamos os gráficos e as curvas de nível da função declasse C2:
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150 CAPÍTULO 6. DERIVADAS PARCIAIS
f(x, y) = (x2 − y2) e−(x2+y2)
2
e de suas derivadas parciais de primeira e segunda ordem mistas, res-pectivamente:
Figura 6.21: Gráficos de f e ∂f∂x, respectivamente.
Figura 6.22: Gráficos de ∂f∂y
e ∂2f∂x∂y
, respectivamente.
![Page 35: deriv](https://reader033.vdocuments.com.br/reader033/viewer/2022051401/563dbbaa550346aa9aaf3406/html5/thumbnails/35.jpg)
6.7. DERIVADAS PARCIAIS DE ORDEM SUPERIOR 151
-2 -1 0 1 2
-2
-1
0
1
2
-2 -1 0 1 2
-2
-1
0
1
2
Figura 6.23: Curvas de diversos níveis de f e ∂f∂x, respectivamente.
-2 -1 0 1 2
-2
-1
0
1
2
-2 -1 0 1 2
-2
-1
0
1
2
Figura 6.24: Curvas de diversos níveis de ∂f∂y
e ∂2f∂x∂y
, respectivamente.
O teorema de Schwarz também é valido para derivadas mistas de ordemsuperior a dois. De fato, se as terceiras derivadas de f são contínuas (f declasse C3), temos:
∂3f
∂x∂x∂y=
∂
∂x
( ∂2f
∂x∂y
)
=∂
∂x
( ∂2f
∂y∂x
)
=∂3f
∂x∂y∂x.
Por outro lado, fazendo g = ∂f∂x:
∂3f
∂x∂y∂x=
∂2g
∂x∂y=
∂2g
∂y∂x=
∂3f
∂y∂x∂x.
Fica como exercício determinar as outras igualdades. Em geral, f é de classeCk (k ≥ 1), no conjunto aberto A se as derivadas parciais até ordem k exis-tem e são contínuas em A. f e de classe C∞ se é de classe Ck para todok ≥ 1.
![Page 36: deriv](https://reader033.vdocuments.com.br/reader033/viewer/2022051401/563dbbaa550346aa9aaf3406/html5/thumbnails/36.jpg)
152 CAPÍTULO 6. DERIVADAS PARCIAIS
6.8 Regra da Cadeia
Teorema 6.4. Se n = 2, z = f(x, y) é uma função de classe C1, x = x(r, s) ey = y(r, s) são funções tais que suas derivadas parciais existem, então:
∂z
∂r=∂z
∂x
∂x
∂r+∂z
∂y
∂y
∂re
∂z
∂s=∂z
∂x
∂x
∂s+∂z
∂y
∂y
∂s
r
x
z
y
rs s
Figura 6.25: A regra da cadeia para n = 2.
Em particular, se x = x(t) e y = y(t) são deriváveis, então:
dz
dt=∂z
∂x
dx
dt+∂z
∂y
dy
dt
x
z
y
t
Figura 6.26: Caso particular da regra da cadeia para n = 2.
Se n = 3, w = f(x, y, z) é uma função de classe C1, x = x(r, s, t), y = y(r, s, t)e z = z(r, s, t) são tais que as derivadas parciais existem, então:
∂w
∂r=∂w
∂x
∂x
∂r+∂w
∂y
∂y
∂r+∂w
∂z
∂z
∂r,
∂w
∂s=∂w
∂x
∂x
∂s+∂w
∂y
∂y
∂s+∂w
∂z
∂z
∂s
e
∂w
∂t=∂w
∂x
∂x
∂t+∂w
∂y
∂y
∂t+∂w
∂z
∂z
∂t
![Page 37: deriv](https://reader033.vdocuments.com.br/reader033/viewer/2022051401/563dbbaa550346aa9aaf3406/html5/thumbnails/37.jpg)
6.8. REGRA DA CADEIA 153
x
w
y z
r r s t r s tts
Figura 6.27: A regra da cadeia para n = 3.
Em particular, se x = x(t), y = y(t) e z = z(t) são deriváveis, então:
x y
t
z
w
Figura 6.28: Caso particular da regra da cadeia para n = 3.
dw
dt=∂w
∂x
dx
dt+∂w
∂y
dy
dt+∂w
∂z
dz
dt
Exemplos 6.11.
[1] Calculedw
dtse w = f(x, y, z) = x y z onde x = x(t) = t2, y = y(t) = t e
z = z(t) = t4.
dw
dt=∂w
∂x
dx
dt+∂w
∂y
dy
dt+∂w
∂z
dz
dt,
∂w
∂x= y z = t× t4 = t5,
∂w
∂y= x z = t2 × t4 = t6 e
∂w
∂z= x y = t2 × t = t3. Por
outro lado, temos quedx
dt= 2 t,
dy
dt= 1 e S
dz
dt= 4 t3; então;
dw
dt= 2 t6 + t6 + 4 t6 = 7 t6.
Observe que podemos obter o mesmo resultado fazendo a composição dasfunções:
w = f(t2, t, t4) = t2 × t× t4 = t7, entãodw
dt= 7 t6.
![Page 38: deriv](https://reader033.vdocuments.com.br/reader033/viewer/2022051401/563dbbaa550346aa9aaf3406/html5/thumbnails/38.jpg)
154 CAPÍTULO 6. DERIVADAS PARCIAIS
Pode explicar por que isto ocorre?
[2] Seja w = f(x, y, z) = x2 + y2 + 2 z2, se:
x(ρ, α, θ) = ρ sen(α) cos(θ),
y(ρ, α, θ) = ρ sen(α) sen(θ) ez(ρ, α, θ) = ρ cos(α).
Calcule∂w
∂ρ,∂w
∂αe∂w
∂θ.
∂w
∂ρ=∂w
∂x
∂x
∂ρ+∂w
∂y
∂y
∂ρ+∂w
∂z
∂z
∂ρ=
= 2 x sen(α) cos(θ) + 2 y sen(α) sen(θ) + 4 z cos(α);
logo, utilizando a definição das funções x, y e z temos:
∂w
∂ρ= 2 ρ sen2(α)
(
cos2(θ) + sen2(θ))
+ 4 ρ cos2(α) = 2 ρ+ 2 ρ cos2(α).
Como antes, se fazemos w = f(ρ, α, θ) = ρ2 + ρ2cos2(α), obtemos:
∂w
∂ρ= 2 ρ+ 2 ρ cos2(α),
∂w
∂α= −2 ρ2cos(α) sen(α) e
∂w
∂θ= 0.
[3] Em um instante dado, o comprimento de um lado de um triângulo re-tângulo é 10 cm e cresce à razão de 1 cm/seg; o comprimento do outro lado é12 cm e decresce à razão de 2 cm/seg. Calcule a razão de variação da medidado ângulo agudo oposto ao lado de 12 cm, medido em radianos, no instantedado.
x
y
θ
Figura 6.29: Exemplo [3].
![Page 39: deriv](https://reader033.vdocuments.com.br/reader033/viewer/2022051401/563dbbaa550346aa9aaf3406/html5/thumbnails/39.jpg)
6.8. REGRA DA CADEIA 155
Sejam x = x(t) e y = y(t) os lados no instante t e θ = arctg(
yx
)
o ângulo emquestão; pela regra da cadeia:
dθ
dt=∂θ
∂x
dx
dt+∂θ
∂y
dy
dt= − y
x2 + y2
dx
dt+
x
x2 + y2
dy
dt;
temos x = 10,dx
dt= 1; y = 12,
dy
dt= −2, pois y decresce. Substituindo
estes valores na expressão anteriordθ
dt= − 8
61; logo, decresce à razão de
8
61rad/seg.
[4] A resistência R, em Ohms, de um circuito é dada por R =E
I, onde I é
a corrente em ampères e E é a força eletromotriz, em volts. Num certo ins-tante, quandoE = 120 volts e I = 15 ampères, E aumenta numa velocidadede 0.1 volts/seg e I diminui à velocidade de 0.05 ampères/seg. Determinea taxa de variação instantânea de R.
Como R = R(E, I) =E
I. Sejam E = E(t) a força eletromotriz no instante t
e I = I(t) a corrente no instante t. Pela regra da cadeia:
dR
dt=∂R
∂E
dE
dt+∂R
∂I
dI
dt=
1
I
dE
dt+
[
− E
I2
] dI
dt.
TemosE = 120,dE
dt= 0.1, I = 15,
dI
dt= −0.05, pois I decresce. Substituindo
estes valores na expressão anterior:
dR
dt=
1
30Ohm/seg.
[5] A lei de um gás ideal confinado é P V = k T , onde P é a pressão, V éo volume, T é a temperatura e k > 0 constante. O gás está sendo aquecidoà razão de 2 graus/min e a pressão aumenta à razão de 0.5 kg/min. Se emcerto instante, a temperatura é de 200 graus e a pressão é de 10 kg/cm2, achea razão com que varia o volume para k = 8.
Escrevemos o volume do gás em função da pressão e da temperatura:
V (P, T ) = 8T
P= 8T P−1.
Sejam P = P (t) a pressão do gás no instante t e T = T (t) a temperatura do
gás no instante t. Pela regra da cadeia e usando quedT
dt= 2 e
dP
dt= 0.5:
![Page 40: deriv](https://reader033.vdocuments.com.br/reader033/viewer/2022051401/563dbbaa550346aa9aaf3406/html5/thumbnails/40.jpg)
156 CAPÍTULO 6. DERIVADAS PARCIAIS
dV
dt=∂V
∂T
dT
dt+∂V
∂P
dP
dt=
4
P(4 − T
P).
Como T = 200 e P = 10, substituindo estes valores na expressão anterior:
dV
dt= −32
5cm3/min.
O volume decresce à razão de32
5cm3/min.
[6] De um funil cônico escoa água à razão de 18 πcm3/seg. Se a geratrizfaz com o eixo do cone um ângulo α = π
3, determine a velocidade com que
baixa o nível de água no funil, nomomento em que o raio da base do volumelíquido é igual a 6 cm.
r
h
α
Figura 6.30: Funil.
Sejam r = r(t) o raio do cone no instante t, h = h(t) a altura do cone no
instante t. O volume do cone é V (r, h) =r2hπ
3. Devemos calcular
dh
dt.
dV
dt=∂V
∂r
dr
dt+∂V
∂h
dh
dt=π
3
(
2rhdr
dt+ r2dh
dt
)
;
sabemos que:dV
dt= 18π e tg(α) = r/h, logo r = h tg(π/3) =
√3h e
dr
dt=
√3dh
dte:
18 π =π
3
(
2rhdr
dt+ r2dh
dt
)
= π r2 dh
dt.
Logo, temosdh
dt=
18
r2=
1
2cm/seg.
[7] Suponha que z = f(b x2
2− a y3
3
)
é diferenciável, a, b ∈ R. Então, f satis-
faz à equação:
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6.8. REGRA DA CADEIA 157
a y2 ∂z
∂x+ b x
∂z
∂y= 0.
De fato, seja u =b x2
2− a y3
3; então, z = f(u). Pela regra da cadeia:
∂z
∂x=dz
du
∂u
∂x= f ′(u) b x e
∂z
∂y=dz
du
∂u
∂y= −f ′(u) a y2;
logo, a y2 ∂z
∂x+ b x
∂z
∂y= f ′(u) (a b x y2 − a b x y2) = 0.
[8] Equação da onda: Seja u = u(x, t) de classe C2. A equação homogêneada onda é dada por:
∂2u
∂t2= c2
∂2u
∂x2,
A solução (chamada de d’Alambert) desta equação é dada por:
u(x, t) = f(x+ c t) + g(x− c t),
onde f e g são funções reais de uma variável duas vezes diferenciáveis. Defato, pela regra da cadeia:
∂2u
∂x2= f ′′(x+ c t) + g′′(x− c t) e
∂2u
∂t2= c2 (f ′′(x+ c t) + g′′(x− c t)),
ou seja:
∂2u
∂t2= c2
∂2u
∂x2.
![Page 42: deriv](https://reader033.vdocuments.com.br/reader033/viewer/2022051401/563dbbaa550346aa9aaf3406/html5/thumbnails/42.jpg)
158 CAPÍTULO 6. DERIVADAS PARCIAIS
6.9 Exercícios
1. Calcule as derivadas parciais das seguintes funções:
(a) z = x2 y − x y2
(b) z = x3 y3
(c) z = x2 y3 − 3 x4 y4
(d) z = arctg(x2 + y)
(e) z = sec(x2 y)
(f) z = senh(√x y)
(g) z =x y
x+ y
(h) z =x− y
x+ y
(i) z =1
√
x2 + y2
(j) z = tg( 4
√
y
x)
(k) z = arcsec(x
y3)
(l) z = cos(x y4)
(m) w = x y z + z sen(x y z)
(n) w = exyz2
(o) w =x+ y + z
x2 + y2 + z2
(p) w = arctg(x+ y + z)
(q) w = arcsec(x y z)
(r) w = argsenh(x y z)
(s) w = x2 y3 z4
(t) w = cos(x y + z x)
(u) w = 6√x y z
(v) w = ln(x2 y3 z4)
(w) w =x y + z x
1 + x2 + y3 z4
(x) w = sen(ln(x y z2))
(y) w = ex2 y3 z4
(z) w = cos(ln(x y z2))
2. Seja∂w
∂x+∂w
∂y+∂w
∂z= 0. Verifique se as seguintes funções satisfazem
à equação:
(a) w = ex−y+cos(y−z)+√z − x
(b) w = sen(ex + ey + ez)
(c) w = ln(ex + ey + ez)
(d) w = cos(x2 + y2 + z2)
3. Ligando-se em paralelo n resitências R1, R2, ........, Rn a resistência to-tal R é dada por
1
R=
n∑
i=1
1
Ri.
Verifique que:∂R
∂Ri=
( R
Ri
)2.
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6.9. EXERCÍCIOS 159
4. Determine a equação do plano tangente ao gráfico da função f noponto P se:
(a) z = x2 + y, P = (1, 1, f(1, 1)).
(b) z = x2 − y2, P = (0, 0, 0).
(c) z = x2 + 4 y2, P = (2, 1, f(2, 1)).
(d) z = x2 y + y3, P = (−1, 2, f(−1, 2)). .
(e) z =x
√
x2 + y2, P = (3,−4, f(3,−4)).
(f) z = sen(x y), P = (1, π, 0).
(g) z =x2 + 4 y2
5, P = (3,−2, 5).
(h) z =4 − x y
x+ y, P = (2, 2, f(2, 2)).
(i) z = x ex2−y2, P = (2, 2, f(2, 2)).
(j) z = 3 x3 y − x y, P = (1,−1, f(1,−1)).
(k) z =1
x y, P = (1, 1, f(1, 1)).
(l) z = cos(x) sen(y), P = (0,π
2, f(0,
π
2)).
5. Determine o plano tangente ao gráfico de z = x y que passa pelospontos (1, 1, 2) e (−1, 1, 1).
6. Determine o plano tangente ao gráfico de z = x2 + y2 que seja paraleloao plano z − 2 x− y = 0.
7. Verifique que o plano tangente ao gráfico de z = x2 − y2 na origemintersecta o gráfico segundo duas retas.
8. Determine a linearização das seguintes funções, ao redor dos pontosdados:
(a) f(x, y) = sen(x y), (0, 1).
(b) f(x, y, z) = 4√
x2 + y2 + z2, (1, 0, 0).
(c) f(x, y, z) = x y z, (1, 1, 1).
![Page 44: deriv](https://reader033.vdocuments.com.br/reader033/viewer/2022051401/563dbbaa550346aa9aaf3406/html5/thumbnails/44.jpg)
160 CAPÍTULO 6. DERIVADAS PARCIAIS
(d) f(x, y, z) = (x y)z, (12, 10, 1).
(e) f(x, y, z) = x y3 + cos(π z), (1, 3, 1)
(f) f(x, y, z) = x2 − y2 − z2 + x y z, (1, 1, 0)
9. Calcule, aproximadamente:
(a) 4√
1.00222 + 0.00232 + 0.000982.
(b) 0.98 × 0.99 × 1.02.
(c) 3.001 × (2.0023)3 × cos((1.002) π).
(d) (12.03 × 10.04)1.08.
(e) 8.99 ×√
9.99 − 1.013
(f) 1.0023 × 2.99313 + cos(1.00012π).
10. Calcule as derivadas parciais de segunda e terceira ordem de:
(a) z = x3 y − 2 x2 y2 + 5 x y − 2 x
(b) z = x cos(x y) − y sen(x y)
(c) z = cos(x3 + x y)
(d) z = arctg(x2 − 2 x y)
(e) z = ex2+y2
(f) w = x2y3 z4
(g) w = cos(x+ y + z)
(h) w = x3 y2 z + 2 (x+ y + z)
(i) w =x3 − y3
x2 + y3
(j) w = exyz
(k) w = log4(x2 + y z + x y z)
(l) w = exy2z3
11. Verifique que as funções dadas satisfazem à equação de Laplace:
∂2f
∂x2+∂2f
∂y2= 0.
(a) f(x, y) = e−x cos(y).
(b) f(x, y) = ln(√
x2 + y2).(c) f(x, y) = arctg
(y
x
)
, x > 0.
12. Verifique que as funções dadas satisfazem à equação de Laplace emdimensão 3:
∂2f
∂x2+∂2f
∂y2+∂2f
∂z2= 0.
![Page 45: deriv](https://reader033.vdocuments.com.br/reader033/viewer/2022051401/563dbbaa550346aa9aaf3406/html5/thumbnails/45.jpg)
6.9. EXERCÍCIOS 161
(a) f(x, y, z) = x2 + y2 − 2 z2. (b) f(x, y, z) = e3x+4ycos(5z).
13. Usando a regra da cadeia para z = f(x, y) e w = f(x, y, z), calculedz
dt
edw
dt:
(a) z = x2 + 2y2, x = sen(t), , y = cos(t)
(b) z = arctg(y
x), x = ln(t), y = et
(c) z = tg(x
y), x = t, y = et
(d) z = exy, x = 3t+ 1, y = t2
(e) z = x2cos(y) − x, x = t2, y = 1t
(f) z = ln(x) + ln(y) + xy, x = et, y = e−t
(g) w = xyz, x = t2, y = t3, z = t4
(h) w = e−xy2sen(z), x = t, y = 2t, z = 3t
(i) w = x2 + y2 + z2, x = et, y = etcos(t), z = etsen(t)
(j) w =x2 + y2
1 + x2 + y2 + z2, x = cos(t), y = sen(t), z = et
(k) w =x+ y + z
x2 + y2 + z2, x = cos(t), y = sen(t), z = et
(l) w = (x2 − y2) ln(
√
z3
x2 − y2), x = cosh(t), y = senh(t), z = t
14. Usando a regra da cadeia para z = f(x, y) e w = f(x, y, z), calcule:
∂z
∂t,∂z
∂se∂w
∂t,∂w
∂se∂w
∂r.
(a) z = x2 − y2, x = 3t− s, y = t+ 2s
(b) z = ey
x , x = 2s cos(t), y = 4s sen(t)
(c) z = x2 + y2, x = cosh(s) cos(t), y = senh(s) sen(t)
(d) z = x2y−2, x = s2 − t, y = 2st
(e) z = cosh(y
x), x = 3t2s, y = 6tes
![Page 46: deriv](https://reader033.vdocuments.com.br/reader033/viewer/2022051401/563dbbaa550346aa9aaf3406/html5/thumbnails/46.jpg)
162 CAPÍTULO 6. DERIVADAS PARCIAIS
(f) ) z =√
1 + x2 + y2, x = set, y = se−t
(g) z = arcsen(3x+ y), x = s2, y = sen(st)
(h) w = xey, x = arctg(rst), y = ln(3rs+ 5st)
(i) w = x2 + y2 + z2, x = rcos(s), y = rsen(t)sen(s), z = rcos(t)
(j) w =√
x2 + y2 + z2, x = tg(t), y = cos(r), z = sen(s)
(k) w = xy + yz + zx, x = tr, y = st, z = ts
(l) w = log5(xy + yz + zx), x = t2r, y = st2, z = t2s
15. Se o raio r e a altura h de um tanque cônico decrescem à razão de0.3 cm/h e 0.5 cm/h respectivamente, determine a razão de decresci-mento do volume do tanque quando r = 6 cm e h = 30 cm.
16. Num certo instante, a altura de um cone é 30 cm e o raio da base é 20 cme cresce à razão de 1 cm/seg. Qual é a velocidade com que a altura au-menta no instante em que o volume cresce à razão de 2000
3π cm3/seg?
17. Considere a lei de um gás ideal confinado, para k = 10. Determinea taxa de variação da temperatura no instante em que o volume dogás é de 120 cm3 e o gás está sob pressão de 8 din/cm2, sabendo queo volume cresce à razão de 2 cm3/seg e a pressão decresce à razão de0.1 din/cm2.
18. Se z = f(x, y) é diferenciável, x = rcos(θ) e y = rsen(θ), verifique:
∂z
∂x=∂z
∂rcos(θ) − ∂z
∂θ
sen(θ)
re
∂z
∂y=∂z
∂rsen(θ) +
∂z
∂θ
cos(θ)
r.
19. Sejam f(x, y) e g(x, y) funções diferenciáveis tais que:
∂f
∂x=∂g
∂ye
∂f
∂y= −∂g
∂x.
Se x = rcos(θ), y = rsen(θ) verifique que:
∂f
∂r=
1
r
∂g
∂θe
∂g
∂r= −1
r
∂f
∂θ.
![Page 47: deriv](https://reader033.vdocuments.com.br/reader033/viewer/2022051401/563dbbaa550346aa9aaf3406/html5/thumbnails/47.jpg)
6.9. EXERCÍCIOS 163
20. Verifique que se w = f(x, y, z) é diferenciável e homogênea de grau n,então:
x∂f
∂x+ y
∂f
∂y+ z
∂f
∂z= nf(x, y, z).
![Page 48: deriv](https://reader033.vdocuments.com.br/reader033/viewer/2022051401/563dbbaa550346aa9aaf3406/html5/thumbnails/48.jpg)
164 CAPÍTULO 6. DERIVADAS PARCIAIS
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Capítulo 7
DERIVADA DIRECIONAL
7.1 Introdução
Suponha que estamos numa ladeira de uma montanha e desejamos deter-minar a inclinação da montanha na direção do eixo dos z. Se a montanhafosse representada pelo gráfico da função z = f(x, y), então, já saberíamosdeterminar a inclinação em duas direções diferentes, a saber, na direção do
eixo dos x utilizando∂f
∂x(x, y) e na direção do eixo dos y utilizando
∂f
∂y(x, y).
Neste parágrafo veremos como utilizar derivada para determinar a incli-nação em qualquer direção; para isto definimos um novo tipo de derivadachamada direcional. Este conceito generaliza o de derivada parcial, isto é,as derivadas parciais de uma função podem ser obtidas como casos particu-lares das derivadas direcionais.
Definição 7.1. Sejam A ⊂ Rn aberto, f : A ⊂ R
n −→ R uma função, x ∈ Ae ~v um vetor unitário em R
n. A derivada direcional de f no ponto x e nadireção ~v é denotada por:
∂f
∂v(x)
e definida por:
∂f
∂v(x) = lim
t−→0
f(x + t ~v) − f(x)
t,
se o limite existe.
165
![Page 50: deriv](https://reader033.vdocuments.com.br/reader033/viewer/2022051401/563dbbaa550346aa9aaf3406/html5/thumbnails/50.jpg)
166 CAPÍTULO 7. DERIVADA DIRECIONAL
Observações 7.1.
1. Se n = 3, A ⊂ R3 aberto, f : A ⊂ R
3 −→ R uma função, x = (x, y, z) ∈A e ~v = (v1, v2, v3) um vetor unitário em R
3.
2. A derivada direcional de f no ponto (x, y, z) e na direção ~v é denotada
por:∂f
∂v(x, y, z) e definida por:
∂f
∂v(x, y, z) = lim
t−→0
f(x+ t v1, y + t v2, z + t v3) − f(x, y, z)
t
se o limite existe.
3. Analogamente para n = 2:
∂f
∂v(x, y) = lim
t−→0
f(x+ t v1, y + t v2) − f(x, y)
t
se o limite existe.
Exemplos 7.1.
[1] A função:
f(x, y) =
x2 y
x4 + y2se (x, y) 6= (0, 0)
0 se (x, y) = (0, 0),
não é contínua na origem. No entanto, as derivadas direcionais no ponto(0, 0) e em qualquer direção ~v = (v1, v2) existem.
De fato:
f(
(0, 0) + t (v1, v2))
− f(0, 0) = f(
t v1, t v2
)
=t v2
1 v2
t2 v41 + v2
2
;
então:
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7.1. INTRODUÇÃO 167
∂f
∂v(0, 0) = lim
t→0
f(
(0, 0) + t (v1, v2))
− f(0, 0)
t
= limt→0
v21 v2
t2 v41 + v2
2
=
v21
v2se v2 6= 0
0 se v2 = 0.
[2] Calcule a derivada direcional de f(x, y) = x2 + y2 na direção (2, 2).
O vetor (2, 2) não é unitário; logo ~v =(2, 2)
‖(2, 2)‖ =
√2
2
(
1, 1)
é unitário e:
f(
x+
√2 t
2, y +
√2 t
2
)
=(
x+t√
2
2
)2+
(
y +t√
2
2
)2;
então, f(
x+
√2 t
2, y +
√2 t
2
)
− f(x, y) = t2 +√
2 t (x+ y); logo,
∂f
∂v= lim
t→0
f(
x+√
2 t2, y +
√2 t2
)
− f(x, y)
t= lim
t→0
(
t+√
2 (x+ y))
=√
2 (x+ y).
[3] Calcule a derivada direcional de f(x, y, z) = x y z na direção (1, 1, 1).
O vetor (1, 1, 1) não é unitário; logo ~v =(1, 1, 1)
‖(1, 1, 1)‖ =
√3
3
(
1, 1, 1)
é unitário.
Denote por (x0, y0, z0) =(
x+
√3 t
3, y +
√3 t
3, z +
√3 t
3
)
; logo:
f(x0, y0, z0) =(
x+t√
3
3
) (
y +t√
3
3
) (
z +t√
3
3
)
;
então:
f(x0, y0, z0) − f(x, y, z) =
√3 t3
9+t2 (x+ y + z)
3+t√
3 (x y + x z + y z)
3;
logo,
∂f
∂v= lim
t→0
(
√3 t2
9+t (x+ y + z)
3+
√3 (x y + x z + x y)
3
)
=
√3 (x y + x z + x y)
3.
![Page 52: deriv](https://reader033.vdocuments.com.br/reader033/viewer/2022051401/563dbbaa550346aa9aaf3406/html5/thumbnails/52.jpg)
168 CAPÍTULO 7. DERIVADA DIRECIONAL
A derivada direcional é a generalização natural das derivadas parciais. Defato, se ~v = e1 = (1, 0, 0), então, a derivada direcional de f na direção ~v é aderivada parcial de f em relação a x:
∂f
∂e1
(x, y, z) = limt→0
f(x+ t, y, z) − f(x, y, z)
t=∂f
∂x(x, y, z).
Analogamente se ~v = e2 = (0, 1, 0) e ~v = e3 = (0, 0, 1):
∂f
∂e2
(x, y, z) =∂f
∂y(x, y, z) e
∂f
∂e3
(x, y, z) =∂f
∂z(x, y, z).
A definição para n = 2 é análoga.
Observações 7.2.
1. Notemos que na definição de derivada direcional o vetor ~v deve serunitário. A razão disto é a seguinte: se o vetor não fosse unitário, aderivada direcional não dependeria somente do ponto e da direção,mas também do comprimento do vetor.
2. Para n = 2, ~v determina a direção do plano secante que intersecta ográfico de f .
Figura 7.1:
3. Pode acontecer que a derivada direcional de uma função num pontonuma certa direção exista e a derivada direcional da mesma função nomesmo ponto em outra direção não exista.
![Page 53: deriv](https://reader033.vdocuments.com.br/reader033/viewer/2022051401/563dbbaa550346aa9aaf3406/html5/thumbnails/53.jpg)
7.2. DERIVADA DIRECIONAL COMO TAXA DE VARIAÇÃO 169
7.2 Derivada Direcional como Taxa de Variação
De forma análoga ao que ocorre com as derivadas parciais, a derivada dire-cional de f no ponto x ∈ A na direção ~v exprime a taxa de variação de f aolongo da reta:
c(t) = x + t~v
ou, equivalentemente, a taxa de variação de f em relação à distância, noplano xy, na direção ~v.
y0
y0 +t
x0 x0+t
Ae
e
2
1
v
c(t)
Figura 7.2:
Novamente, a existência de todas as derivadas direcionais de uma funçãonum ponto não garante a continuidade da função no ponto, pois, equivalea aproximar-se do ponto por retas.
Exemplos 7.1.
O potencial elétrico numa região do espaço é dado por:
V (x, y, z) = x2 + 4 y2 + 9 z2.
Ache a taxa de variação de V no ponto (2,−1, 3) e na direção de (2,−1, 3)para a origem.
O vetor (2,−1, 3) não é unitário; logo, ~v =(2,−1, 3)
‖(2,−1, 3)‖ =1√14
(
2,−1, 3)
.
Então:
f(
x+2 t√14, y− t√
14, z+
3 t√14
)
=(
x+2 t√14
)2+4
(
y− t√14
)2+9
(
z+3 t√14
)2;
![Page 54: deriv](https://reader033.vdocuments.com.br/reader033/viewer/2022051401/563dbbaa550346aa9aaf3406/html5/thumbnails/54.jpg)
170 CAPÍTULO 7. DERIVADA DIRECIONAL
e,
f(
x+2 t√14, y− t√
14, z+
3 t√14
)
−f(x, y, z) =1
14t(
89 t+2√
14 (2 x−4 y+27 z))
.
Logo,∂f
∂v= lim
t−→0
1
14
(
89 t+ 2√
14 (2 x− 4 y + 27 z))
=
√14
7(2 x− 4 y + 27 z).
Então:
∂f
∂v(2,−1, 3) =
89√
14
7.
Se f é diferenciável no ponto x0, então, f possui todas as derivadas direcio-nais em x0. A recíproca é falsa. Procure exemplos.
7.3 Gradiente de uma Função
Definição 7.2. Sejam A ⊂ Rn aberto, x ∈ A e f : A ⊂ R
n −→ R uma funçãotal que as derivadas parciais existem em x. O gradiente de f no ponto x éo vetor do R
n denotado por∇f(x) e definido por:
∇f(x) =( ∂f
∂x1
(x),∂f
∂x2
(x), . . . ,∂f
∂xn
(x))
.
Observações 7.3.
1. Equivalentemente:
∇f(x) =∂f
∂x1(x) ~e1 +
∂f
∂x2(x) ~e2 + ............ +
∂f
∂xn(x) ~en.
2. Se n = 3, A ⊂ R3 aberto, f : A ⊂ R
3 −→ R uma função, o pontox = (x, y, z) ∈ A o gradiente de f no ponto (x, y, z) é definido por:
∇f(x, y, z) =(∂f
∂x(x, y, z),
∂f
∂y(x, y, z)
∂f
∂z(x, y, z)
)
![Page 55: deriv](https://reader033.vdocuments.com.br/reader033/viewer/2022051401/563dbbaa550346aa9aaf3406/html5/thumbnails/55.jpg)
7.3. GRADIENTE DE UMA FUNÇÃO 171
3. Analogamente para n = 2:
∇f(x, y) =(∂f
∂x(x, y),
∂f
∂y(x, y)
)
.
4. A rigor ∇f é uma função que associa a cada ponto x ∈ A ⊂ Rn um
único vetor ∇f(x) ∈ Rn. Este tipo de função é chamado campo de
vetores. O nome se justifica se expressarmos graficamente ∇f do se-guinte modo: em cada ponto x ∈ A desenhamos um vetor com origemem x e com o comprimento e direção de∇f(x).
A
Figura 7.3: O gradiente como campo de vetores.
Exemplos 7.2.
[1] Se f(x, y) = x2 + y2; então, ∇f(x, y) = (2 x, 2 y).
(x, y) ∇f(x, y) ‖∇f(x, y)‖(0, 0) (0, 0) 0(1, 0) (2, 0) 2(x, 0) (2x, 0) 2x(0, y) (0, 2y) 2y
(1, 1) (2, 2) 2√
2(x, y) (2x, 2y) 2 ‖(x, y)‖
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172 CAPÍTULO 7. DERIVADA DIRECIONAL
À medida que o ponto se afasta da origem o comprimento do gradientecresce e fica igual a duas vezes a distância do ponto à origem.
Figura 7.4: Esboço de ∇f e das curvas de nível de f .
[2] Se f(x, y) = x2 − y2; então, ∇f(x, y) = (2 x,−2 y).
(x, y) ∇f(x, y) ‖∇f(x, y)‖(0, 0) (0, 0) 0(1, 0) (2, 0) 2(x, 0) (2x, 0) 2x(0, y) (0,−2y) 2y
(1, 1) (2,−2) 2√
2(x, y) (2x,−2y) 2 ‖(x, y)‖
À medida que o ponto se afasta da origem o comprimento do gradientecresce ficando igual a duas vezes a distância do ponto à origem.
Figura 7.5: Esboço de ∇f e das curvas de nível de f .
![Page 57: deriv](https://reader033.vdocuments.com.br/reader033/viewer/2022051401/563dbbaa550346aa9aaf3406/html5/thumbnails/57.jpg)
7.3. GRADIENTE DE UMA FUNÇÃO 173
[3] Se f(x, y) = sen(x) sen(y); então:
∇f(x, y) = (cos(x) sen(y), sen(x) cos(y)).
Figura 7.6: Esboço de ∇f e das curvas de nível de f .
[4] Se f(x, y, z) = x2 − y2 + z2, então:
∇f(x, y, z) = (2 x,−2 y, 2 z)
e:
‖∇f(x, y, z)‖ = 2√
x2 + y2 + z2.
Figura 7.7: Esboço de∇f .
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174 CAPÍTULO 7. DERIVADA DIRECIONAL
Proposição 7.1. Se f é uma função de classe C1, então:
∂f
∂v(x) = ∇f(x) · ~v
Para a prova, veja o apêndice.
Se n = 2, qualquer vetor unitário ~v pode ser escrito na forma:
~v =(
cos(θ), sen(θ))
,
onde θ é o ângulo diretor de ~v. Logo:
∂f
∂v(x, y) = cos(θ)
∂f
∂x(x, y) + sen(θ)
∂f
∂y(x, y)
Exemplos 7.3.
[1] Calcule as derivadas direcionais de z = f(x, y) = ln(√
x2 + y2) na dire-ção do vetor (1, 1).
O ângulo formado por (1, 1) e o eixo positivo dos x é θ = π4, logo:
∂f
∂v(x, y) = cos(
π
4)
x
x2 + y2+ sen(
π
4)
y
x2 + y2=
√2
2
( x+ y
x2 + y2
)
.
[2] Calcule as derivadas direcionais de w = f(x, y, z) = x y z na direção dovetor (1, 2, 2).
Consideremos o vetor unitário ~v =(1, 2, 2)
‖(1, 2, 2)‖ =(1
3,2
3,2
3
)
; logo:
∂f
∂v(x, y, z) =
(
y z, x z, x y)
·(1
3,2
3,2
3
)
=y z + 2 x z + 2 x y
3.
[3] Calcule as derivadas direcionais de w = f(x, y, z) = ex + y z na direçãodo vetor (−1, 5,−2).
O vetor (−1, 5,−2) não é unitário; logo ~v =1√30
(−1, 5,−2).
∂f
∂v(x, y, z) =
1√30
(ex, z, y) · (−1, 5,−2) =−ex + 5 z − 2 y√
30.
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7.4. OBSERVAÇÕES GEOMÉTRICAS SOBRE GRADIENTES 175
7.4 Observações Geométricas sobre Gradientes
Sejam f : A ⊂ Rn −→ R uma função diferenciável tal que ∇f 6= ~0, ~v um
vetor unitário e α o ângulo formado por ~v e ∇f . Então:
∇f · ~v = ‖∇f‖ ‖~v‖ cos(α) = ‖∇f‖ cos(α);
como cos(α) atinge o máximo em α = 0, então:
∂f
∂v≤ ‖∇f‖.
Note que, se α = 0, então, ∇f e ~v são paralelos com a mesma direção.
Se consideramos o vetor unitário ~v =∇f
‖∇f‖ , então,
∂f
∂v= ∇f · ∇f
‖∇f‖ =‖∇f‖2
‖∇f‖ = ‖∇f‖.
Logo, temos a igualdade quando derivamos na direção de ∇f .
Proposição 7.2. Se ∇f 6= 0, então:
1. A taxa máxima de crescimento de f no ponto x0 ocorre na direção e nosentido do gradiente. Analogamente, a taxamínima de crescimento def no ponto x0 ocorre na direção contrária a do gradiente.
2. O valor máximo de∂f
∂vno ponto x0 é ‖∇f(x0)‖.
3. Se ∇f(x) = ~0, então,∂f
∂v= 0 para todo ~v.
O gradiente de f no ponto x0 indica a direção, no plano xy (Dom(f)), demaior crescimento de f numa vizinhança do ponto x0.
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176 CAPÍTULO 7. DERIVADA DIRECIONAL
Figura 7.8:
Exemplos 7.4.
[1] Se:
T (x, y) =100 x y
x2 + 4 y2 + 4
é a temperatura em graus Celsius, sobre uma lâminametálica, x e ymedidosem cm, determine a direção de crescimento máximo de T a partir do ponto(1, 1) e a taxa máxima de crescimento de T , nesse ponto.
Pela proposição anterior, no ponto (1, 1), a função cresce mais rapidamentena direção de ∇T (1, 1) e a taxa máxima de crescimento nesta direção é‖∇T (1, 1)‖.
∇T (x, y) =100
(4 + x2 + 4 y2)2
(
y (4 − x2 + 4 y2), x (4 + x2 − 4 y2))
;
∇T (1, 1) =100
92
(
7, 1)
e ‖∇T (1, 1)‖ =500
√2
92∼= 8.729o por centímetro.
A solução apresentada pode ser enganosa, pois, apesar de o gradiente apon-tar na direção de maior crescimento da temperatura, não necessariamenteindica o lugar mais quente da lâmina, isto é, o gradiente nos dá uma solu-ção num pequeno aberto ao redor do ponto (1, 1); se mudamos este ponto
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7.4. OBSERVAÇÕES GEOMÉTRICAS SOBRE GRADIENTES 177
a direção de maior crescimento muda. Desenhos do gradiente ao redor doponto (1, 1) numa região do plano, respectivamente:
0.5 1 1.5 2
0.5
1
1.5
2
0 0.5 1 1.5 2
0
0.5
1
1.5
2
Figura 7.9:
[2] Suponha que o potencial numa lâmina plana é dado por:
V (x, y) = 80 − 20 x e−x2+y2
20
em volts, x e y em cm.
(a) Determine a taxa de variação do potencial em qualquer direção paralelaao eixo dos x.
(b) Determine a taxa de variação do potencial em qualquer direção paralelaao eixo dos y.
(c) Determine a taxa de variação do potencial na direção do vetor (1, 1).
(d) Qual é a taxa máxima de variação do potencial no ponto (1, 2)?
(e) Em que direção, a partir da origem, o potencial aumenta e diminui?
(a) Qualquer direção paralela ao eixo dos x é dada pelo vetor ~v = (1, 0);logo:
∂V
∂v(x, y) =
∂V
∂x(x, y) = 2 (x2 − 10) e−
x2+y2
20 .
(b) Analogamente, qualquer direção paralela ao eixo dos y é dada pelo vetor~v = (0, 1); logo:
∂V
∂v(x, y) =
∂V
∂y(x, y) = 2 x y e−
x2+y2
20 .
(c) O vetor (1, 1) não é unitário; normalizando o vetor obtemos:
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178 CAPÍTULO 7. DERIVADA DIRECIONAL
~v =
√2
2(1, 1)
e calculamos:
∂V
∂v(x, y) = ∇V (x, y) · ~v.
Então:
∇V (x, y) =
(
∂V
∂x(x, y),
∂V
∂y(x, y)
)
= 2 e−x2+y2
20 (x2 − 10, x y);
∂V
∂v(x, y) =
√2∇V (x, y) · (1, 1) =
√2 e−
x2+y2
20 (x2 + x y − 10).
(d) A taxa máxima do potencial no ponto (1, 2) é ‖∇V (1, 2)‖.
‖∇V (x, y)‖ = 2 e−x2
−y2
20
√
100 + x4 + x2 (y2 − 20);
logo:
‖∇V (1, 2)‖ =2√
854√e
volts.
(e) A direção do gradiente é aquela onde o potencial cresce mais rapida-mente. Logo, temos que∇V (0, 0) = (−20, 0). A partir da origem o potencialcresce mais rapidamente na direção do vetor (−20, 0) e decresce mais rapi-damente na direção do vetor −∇V (0, 0) = (20, 0). Veja o seguinte desenho:
Figura 7.10: Exemplo [3].
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7.4. OBSERVAÇÕES GEOMÉTRICAS SOBRE GRADIENTES 179
[3] A temperatura do ar em certa altitude é dada por:
f(x, y, z) = x y2 z3 + x2 y z3 + x2 y3 z.
Umavião está localizado no ponto (−1, 2, 1). Em que direção deve voar paraque o motor resfrie o mais rapidamente possível?
De todas as direções possíveis, a direção do gradiente é aquela onde a fun-ção cresce mais rapidamente. Logo, o avião deverá voar na direção contráriaa do gradiente.
∂f
∂x(x, y) = y z (2 x y2 + 2 x z2 + y z2),
∂f
∂y(x, y) = x z (3 x y2 + x z2 + 2 y z2),
frac∂f∂z(x, y) = x y (x y2 + 3 x z2 + 3 y z2),
e:
∇f(−1, 2, 1) = (−16, 9, 2).
O avião deverá voar na direção de (16,−9,−2).
[4] Uma lâmina metálica está situada no plano xy de modo que a tempe-ratura T = T (x, y), em graus Celsius, em cada ponto, seja proporcional àdistância do ponto à origem. Se a temperatura no ponto (3, 4) é de 150oC,pede-se:
(a) Ache a taxa de variação de T no ponto (3, 4) na direção (−1, 1).
(b) Em que direções a taxa de variação é zero?
Note que T (x, y) = k√
x2 + y2; então, 150 = T (3, 4) = 5 k; logo k = 30 e:
T (x, y) = 30√
x2 + y2 e o gradiente ∇T (x, y) =30
√
x2 + y2(x, y).
Logo, ∇T (3, 4) = 6 (3, 4). Esboço de ∇f :
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180 CAPÍTULO 7. DERIVADA DIRECIONAL
Figura 7.11: Exemplo [4].
(a) (−1, 1) não é unitário; logo, ~v =(
− 1√2,
1√2
)
; então,
∂T
∂v(3, 4) = ∇T (3, 4) · ~v = 3
√2.
(b) Seja ~v = (a, b) tal que a2 + b2 = 1;∂T
∂v(3, 4) = 0 se (3, 4) · (a, b) = 0; logo,
obtemos o seguinte sistema:
{
a2 + b2 = 1
3 a+ 4 b = 0,
com solução a = ±4
5e b = ∓3
5. As direções solicitadas são (4,−3) e (−4, 3).
[5] A equação da superfície de uma montanha é:
z = f(x, y) = 1200 − 3 x2 − 2 y2,
onde as distâncias são medidas em metros. Suponha que os pontos do eixopositivo dos x estão a leste e os pontos do eixo positivo dos y ao norte e queum alpinista está no ponto (−10, 5, 850).
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7.4. OBSERVAÇÕES GEOMÉTRICAS SOBRE GRADIENTES 181
Figura 7.12: Exemplo [5].
(a) Qual é a direção da parte que tem a inclinação mais acentuada?
(b) Se o alpinista se mover na direção leste, ele estará subindo ou descendoe qual será sua velocidade?
(c) Se o alpinista se mover na direção sudoeste, ele estará subindo ou des-cendo e qual será sua velocidade?
(d) Em que direção ele estará percorrendo um caminho plano?
Sabemos que∂f
∂vatinge o máximo valor se:
~v =∇f(x, y)
‖∇f(x, y)‖ e∂f
∂v= ‖∇f(x, y)‖.
(a)∇f(x, y) = (−6 x,−4 y) e∇f(−10, 5) = (60,−20). A direção da parte quetem a inclinação mais acentuada é (3,−1).
Figura 7.13: Esboço de∇f e das curvas de nível de f
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182 CAPÍTULO 7. DERIVADA DIRECIONAL
Um vetor unitário no plano se escreve ~v = (cos(α), sen(α)), onde α é o ân-gulo formado pelo vetor e o eixo dos x.
(b) O vetor unitário na direção leste é ~v = (cos(0), sen(0)) = (1, 0); veja odesenho:
L
N
O
Figura 7.14:
∂f
∂v(−10, 5) =
∂f
∂x(−10, 5) = 60.
O alpinista estará subindo a uma razão de 60m/min.
(c) O vetor na direção sudoeste é (−1,−1); logo, o vetor unitário nesta dire-
ção é dado por: ~v = (−√
2
2,−
√2
2); veja o desenho:
O�
S
Figura 7.15:
∂f
∂v(−10, 5) = ∇f(−10, 5) · ~v = −20
√2.
O alpinista estará descendo a uma razão de 20√
2m/min.
(d) Seja ~v = (cos(α), sen(α)) vetor unitário. Devemos determinar α tal que:
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7.5. FUNÇÕES IMPLÍCITAS 183
∂f
∂v(−10, 5) = ∇f(−10, 5) · ~v = 0,
que é equivalente a 3 cos(α) − sen(α) = 0; logo tg(α) = 3. Utilizando aseguinte identidade trigonométrica:
sen2(α) =tg2(α)
1 + tg2(α),
obtemos sen(α) = ±3√
10
10e cos(α) =
√
1 − sen2(α) = ±√
10
10. O alpinista
estará percorrendo um caminho plano na direção de (1, 3) ou de (−1,−3).
7.5 Funções Implícitas
Sejam A ⊂ R2 um conjunto aberto, f : A −→ R
2 e c ∈ R fixado. A equaçãof(x, y) = c define y implicitamente como função de x, quando existe g :I −→ R tal que y = g(x) e f(x, g(x)) = c. Isto significa que:
f−1(c) = {(x, y) ∈ A/ f(x, y) = c}é o gráfico de g.
Em geral uma equação do tipo f(x, y) = c quando define y em função dex o faz apenas localmente (ou seja numa vizinhança de um ponto). Comoveremos nos exemplos, nem sempre uma equação do tipo f(x, y) = c definealguma função implicitamente. Para isto, basta considerar c /∈ Im(f).
Exemplos 7.5.
[1] Seja f(x, y) = x2 + y2. Se c = −1, f não define implicitamente nehumafunção. Se c = 0, então x = 0 e y = 0 e f não define implicitamente nenhumafunção definida num intervalo não degenerado. Se c = 1, f não defineimplicitamente nehuma função. Considerando x ∈ I = (−1, 1), podemosdefinir:
g1(x) =√
1 − x2 se A1 = {(x, y) ∈ R2 / y > 0},
e
g2(x) = −√
1 − x2 se A2 = {(x, y) ∈ R2 / y < 0}.
[2] Seja f(x, y) = x y e c ∈ R; então, f define implícitamente:
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184 CAPÍTULO 7. DERIVADA DIRECIONAL
y = g(x) =c
xse x 6= 0.
Nosso objetivo é dar condições suficientes para que seja possível obter umafunção definida implicitamente. Exceto para as equações mais simples, porexemplo, lineares, quadráticas, esta questão não é simples. O estudo dasfunções definidas implicitamente tem muitas aplicações não só na Matemá-tica como em outras Ciências.
[3] A lei de Gay-Loussac para gases ideais confinados: P V = k T , onde P éa pressão, V o volume e T a temperatura.
[4] O sistema:
{
x2 + y2 + z2 = 1
x+ y + z = 0,
estabelece uma relação entre as coordenadas de um ponto da esfera unitáriacentrada na origem.
No estudo das funções definidas implicitamente surgem dois problemas:1. Dada f(x, y) = c, f de classe Ck, (k > 1), em que casos existe g definidaimplicitamente por f(x, y) = c?2. Se existe g diferenciável definida implicitamente por f(x, y) = c, comocalcular a derivada de g?
Teorema 7.1. (Função Implícita)Sejam A ⊂ R2 um conjunto aberto, f :
A −→ R de classe Ck e c ∈ R fixo. Se (x0, y0) ∈ A é tal que f(x0, y0) = c e∂f
∂y(x0, y0) 6= 0, então, existe um retângulo aberto I1×I2 centrado em (x0, y0)
tal que f−1(c) ∩(
I1 × I2)
é o gráfico da função g : I1 −→ I2 de classe Ck e:
g′(x) = −∂F
∂x(x, g(x))
∂F
∂y(x, g(x))
.
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7.5. FUNÇÕES IMPLÍCITAS 185
Ix
g(x)
1
I2f=c
Figura 7.16:
O teorema da função implícita é um teorema de existência; isto é, não indicacomo determinar a função definida implícitamente. O teorema tem con-sequências geométricas profundas. Se f satisfaz às hipóteses do teorema,então f−1(c) é localmente uma curvas de classe Ck. Veja [EL] na bibliografia.Nós, essencialmente, utilizaremos a fórmula para o cálculo das derivadas.
Exemplos 7.6.
[1] Se y = f(x) é definida implicitamente por ex−y + x2 − y = 1, calcule y′.
Seja f(x, y) = ex−y +x2−y−1; f é de classe Ck e∂f
∂y(x0, y0) = −ex0−y0−1 6= 0
para todo (x0, y0) ∈ R2; então:
y′ =ex−y + 2 x
ex−y + 1.
[2] Se y = f(x) é definida implicitamente por x2 + y2 = 1, calcule y′.
Seja f(x, y) = x2 + y2, f é de classe Ck e∂f
∂y(x0, y0) = −2 y0 6= 0 para todo
(x0, y0) ∈ R2 tal que y0 6= 0; então:
y′ = −xy.
[3] Seja f(x, y) = (x − 2)3 y + x ey−1. Não podemos afirmar que f(x, y) = 0define implicitamente uma função de x num retângulo aberto centrado em(1, 1). De fato, f(1, 1) = 0, f é de classe Ck mas:
∂f
∂y(1, 1) = (x− 2)3 + x ey−1
∣
∣
∣
∣
(1,1)
= 0.
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186 CAPÍTULO 7. DERIVADA DIRECIONAL
0 0.5 1 1.5 20
0.5
1
1.5
2
Figura 7.17: Curvas de nível de f num retângulo centrado em (1, 1).
Para n > 2 o teorema da função implícita também é válido. A seguir, apres-sentamos a versão para n = 3:
Teorema 7.2. (Função Implícita) Sejam A ⊂ R3 um conjunto aberto, f :
A −→ R de classe Ck e c ∈ R fixo.
Se (x0, y0, z0) ∈ A é tal que f(x0, y0, z0) = c e∂f
∂z(x0, y0, z0) 6= 0, então, existe
um paralelepípedo aberto I1×I2×I3 centrado em (x0, y0, z0) tal que f−1(c)∩(
I1 × I2 × I3)
é o gráfico da função g : I1 × I2 −→ I3 de classe Ck tal quez = g(x, y) e:
∂g
∂x= −
∂f
∂x(x, , y, g(x, y))
∂f
∂z(x, y, g(x, y))
e∂g
∂y= −
∂f
∂y(x, , y, g(x, y))
∂f
∂z(x, y, g(x, y))
.
Novamente o teorema implica em que toda superfície de classe Ck é local-mente o gráfico de alguma função de classe Ck. Veja [EL] na bibliografia.
7.6 Gradiente e Conjuntos de Nível
Sabemos que∇f aponta na direção para a qual f cresce omais rapidamente,mas nas curvas de nível a função f permanece constante, isto é, ao andar-mos por uma curva de nível, os valores de f são constantes; logo, a derivadadirecional nessa direção será zero (sem variação):
∂f
∂v(x0) = ∇f(x0) · ~v = 0.
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7.7. GRADIENTE E CURVAS DE NÍVEL 187
Em geral, considere uma função f : A ⊂ Rn −→ R diferenciável.
Proposição 7.3. Seja x0 ∈ A tal que ∇f(x0) 6= ~0. Então ∇f(x0) é perpendi-cular ao conjunto de nível de f que passa pelo ponto x0.
Para a prova, veja o apêndice.
Então, se ∇f(x0) 6= ~0, temos que ∇f(x0) é perpendicular a cada elementodo conjunto:
{x ∈ Dom(f) / f(x) = f(x0)}.
Sc3
S
Sc2
c1
Figura 7.18: O gradiente perpendicular aos conjuntos de nível.
7.7 Gradiente e Curvas de Nível
Seja a função f : A ⊂ R2 −→ R diferenciável e as curvas de nível c de f :
Cc = {(x, y) ∈ R2/f(x, y) = c}.
Se (x0, y0) ∈ Cc tal que ∇f(x0, y0) 6= ~0. Pela proposição 7.3, segue que aequação da reta tangente à curva de nível f(x, y) = f(x0, y0) é
∇f(x0, y0) · (x− x0, y − y0) = 0
ou:
∂f
∂x(x0, y0)(x− x0) +
∂f
∂y(x0, y0)(y − y0) = 0
![Page 72: deriv](https://reader033.vdocuments.com.br/reader033/viewer/2022051401/563dbbaa550346aa9aaf3406/html5/thumbnails/72.jpg)
188 CAPÍTULO 7. DERIVADA DIRECIONAL
e a equação da reta normal é:
∂f
∂x(x0, y0)(y − y0) −
∂f
∂y(x0, y0)(x− x0) = 0
Exemplos 7.7.
[1] Determine as equações da reta tangente e da reta normal no ponto (x0, y0)da elipse centrada na origem.
A equação da elipse centrada na origem éx2
a2+y2
b2= 1, (a, b 6= 0). Consi-
deremos:
f(x, y) =x2
a2+y2
b2− 1;
então, ∇f(x0, y0) = 2(x0
a2,y0
b2)
; as equações das retas tangente e normal são,respectivamente:
{
b2 x0 x+ a2 y0 y = a2 b2,
b2 x0 y − a2 y0 x = (b2 − a2) x0 y0.
Em particular, se a = b temos um círculo de raio a e as equações da retatangente e da reta normal são, respectivamente,
{
x0 x+ y0 y = a2
x0 y − y0 x = 0.
[2] Determine a equação da reta tangente à elipsex2
16+y2
9= 1, que é paralela
à reta x+ y = 0.
Seja f(x, y) =x2
16+y2
9e g(x, y) = x+ y. Pelo exercício anterior para a = 4 e
b = 3, temos:
9 xx0 + 16 y y0 = 144;
esta reta deve ser paralela à reta x+ y = 0; logo, os vetores normais devemser paralelos, isto é, devemos resolver o sistema:
∇f(x0, y0) = λ∇g(x0, y0)x2
0
16+y2
0
9= 1.
![Page 73: deriv](https://reader033.vdocuments.com.br/reader033/viewer/2022051401/563dbbaa550346aa9aaf3406/html5/thumbnails/73.jpg)
7.7. GRADIENTE E CURVAS DE NÍVEL 189
Ou, equivalentemente:
(1) x0 = 8 λ
(2) 2 y0 = 9 λ
(3)x2
0
16+y2
0
9= 1.
Fazendo (1) = (2) e utilizando (3), temos: (x0, y0) = ±(16
5,9
5
)
; logo, no
ponto(16
5,9
5
)
, temos x+ y = 5 e no ponto(
− 16
5,−9
5
)
, temos
x+ y = −5.
-4 -2 2 4
-4
-2
2
4
Figura 7.19: Exemplo [2].
[3] Determine a equação da reta normal à parábola y2 = −8 x que passa peloponto (−5, 0).
Primeiramente, observamos que o ponto (−5, 0) não pertence à parábola.Seja:
f(x, y) = y2 + 8 x;
logo, ∇f(x, y) = 2 (4, y). A equação da reta normal no ponto (x0, y0) é:
−x y0 + 4 y − 4 y0 + x0 y0 = 0.
Como esta reta deve passar por (−5, 0), temos x0 = −1 ou y0 = 0. Como oponto (x0, y0) pertence à parábola y2
0 = −8 x0. Se y0 = 0, então a equação é:y = 0. Se x0 = −1, então y0 = ±2
√2 e as equações são:
2 y −√
2 x = 5√
2 e 2 y +√
2 x = −5√
2,
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190 CAPÍTULO 7. DERIVADA DIRECIONAL
nos pontos (−1, 2√
2) e (−1,−2√
2), respectivamente.
-5 -4 -3 -2 -1
-4
-2
2
4
Figura 7.20: Exemplo [3].
7.8 Ângulo entre Curvas
Sejam as curvas de nível:
C1 = {(x, y) ∈ R2 / F (x, y) = 0} e C2 = {(x, y) ∈ R
2 /G(x, y) = 0}
que se intersectam no ponto (x0, y0). O ângulo compreendido entre elas édefinido como o menor ângulo formado pelas retas tangentes a essas duascurvas no ponto (x0, y0), o qual é equivalente ao ângulo α formado pelas res-pectivas normais no ponto (x0, y0). Logo, se∇F (x0, y0) 6= 0 e∇G(x0, y0) 6= 0,temos que o ângulo α, formado por C1 e C2 é dado por:
cos(α) =∇F (x0, y0) · ∇G(x0, y0)
‖∇F (x0, y0)‖ ‖∇G(x0, y0)‖
As curvas são ortogonais se:
∇F (x0, y0) · ∇G(x0, y0) = 0,
ou seja:
∂F
∂x
∂G
∂x+∂F
∂y
∂G
∂y= 0
onde as derivadas parciais são calculadas no ponto (x0, y0).
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7.8. ÂNGULO ENTRE CURVAS 191
Exemplos 7.8.
[1] Determine o ângulo entre as curvas x y = −2 e y2 = −4 x no ponto(−1, 2).
Sejam f(x, y) = x y + 2 e g(x, y) = 4 x + y2, ambas funções diferenciáveis;então,∇f(x, y) = (y, x) e ∇g(x, y) = (4, 2 y). Logo,
cos(α) =∇f(−1, 2) · ∇g(−1, 2)
‖∇f(−1, 2)‖ ‖∇g(−1, 2)‖
e cos(α) =
√10
10.
-2 -1
-2
2
Figura 7.21:
[2] Determine o ângulo entre as curvas x2 + y2 = 8 e 3 x2 − y2 = 8 no ponto(−2, 2).
Sejam f(x, y) = x2 + y2 e g(x, y) = 3 x2 − y2, ambas funções diferenciáveis;então, ∇f(x, y) = 2 (x, y) e∇g(x, y) = = 2 (3 x,−y). Logo,
cos(α) =∇f(−2, 2) · ∇g(−2, 2)
‖∇f(−2, 2)‖ · ‖∇g(−2, 2)‖
e cos(α) =
√5
5.
![Page 76: deriv](https://reader033.vdocuments.com.br/reader033/viewer/2022051401/563dbbaa550346aa9aaf3406/html5/thumbnails/76.jpg)
192 CAPÍTULO 7. DERIVADA DIRECIONAL
-2 -1 1 2
-3
-2
-1
1
2
3
Figura 7.22:
O gráfico de uma função y = f(x) pode ser considerado como a curva denível zero de F (x, y) = y − f(x); então:
∇F (x, y) = (−f ′(x), 1); logo, y − y0 = f ′(x) (x− x0).
7.9 Gradiente e Superfícies de Nível
Neste caso, o conjunto de nível c de f são as superfícies de nível c de f .(c ∈ R):
Sc = {(x, y, z) ∈ R3/f(x, y, z) = c}
Da proposição 7.3, segue que a equação do plano tangente à superfície denívelSc de f , no ponto (x0, y0, z0) é:
∇f(x0, y0, z0) · (x− x0, y − y0, z − z0) = 0
se ∇f(x0, y0, z0) 6= ~0, ou, equivalentemente:
∂f
∂x(x0, y0, z0) (x− x0) +
∂f
∂y(x0, y0, z0) (y − y0) +
∂f
∂z(x0, y0, z0) (z − z0) = 0
Logo, a reta normal ao plano tangente deve ter a direção do gradiente e asequações paramétricas desta reta no ponto (x0, y0, z0) são:
![Page 77: deriv](https://reader033.vdocuments.com.br/reader033/viewer/2022051401/563dbbaa550346aa9aaf3406/html5/thumbnails/77.jpg)
7.9. GRADIENTE E SUPERFÍCIES DE NÍVEL 193
x(t) = x0 + t∂f
∂x(x0, y0, z0)
y(t) = y0 + t∂f
∂y(x0, y0, z0)
z(t) = z0 + t∂f
∂z(x0, y0, z0), t ∈ R.
Como ∇f(x0, y0, z0) é normal ao plano tangente a Sc no ponto (x0, y0, z0), ovetor normal unitário a Sc em qualquer ponto (x, y, z) é:
~n(x, y, z) =∇f(x, y, z)
‖∇f(x, y, z)‖ .
Exemplos 7.9.
[1] Determine o vetor normal unitário à superfície sen(x y) = ez no ponto(1, π
2, 0).
Seja f(x, y, z) = sen(x y)−ez . A superfície do exemplo é a superfície de nívelzero de f ;
S0 = {(x, y, z) ∈ R3/f(x, y, z) = 0}.
Logo, ∇f(x, y, z) = (y cos(x y), x cos(x y),−ez) e ∇f(1, π2, 0) = (0, 0,−1) é o
vetor normal unitário à superfície S.
0.0
0.5
1.0
1.5
1.5
2.0-2
-1
0
Figura 7.23: Exemplo [1].
[2] Determine o vetor normal unitário à superfície z = x2 y2 +y+1 no ponto(0, 0, 1).
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194 CAPÍTULO 7. DERIVADA DIRECIONAL
Seja f(x, y, z) = x2 y2 + y − z. A superfície do problema é a superfície denível −1 de f ;
S−1 = {(x, y, z) ∈ R3/f(x, y, z) = 0}.
Logo, ∇f(x, y, z) = (2 x y2, 2 x2 y + 1,−1) e ∇f(0, 0, 1) = (0, 1,−1); então,
~n(0, 0, 1) =1√2
(0, 1,−1).
-1.0
-0.5
0.0
0.5
1.0-1.0
-0.5
0.0
0.5
1.0
0
1
2
3
Figura 7.24: Exemplo [2].
Observação 7.1. Esta definição de plano tangente é mais geral que a dadaanteriormente.
De fato, se z = g(x, y) é uma função nas condições da proposição, entãoo gráfico de g pode ser definido como a superfície de nível zero da novafunção f(x, y, z) = g(x, y)− z. Note que:
∇f =(∂g
∂x,∂g
∂y,−1
)
,
que é exatamente, o vetor normal ao plano tangente ao gráfico de f no ponto(x, y, g(x, y)).
Note que os vetores tangentes ao gráfico de f em (x, y, g(x, y)) são:
~vx =(
1, 0,∂g
∂x
)
e ~vy =(
0, 1,∂g
∂y
)
.
![Page 79: deriv](https://reader033.vdocuments.com.br/reader033/viewer/2022051401/563dbbaa550346aa9aaf3406/html5/thumbnails/79.jpg)
7.9. GRADIENTE E SUPERFÍCIES DE NÍVEL 195
Figura 7.25:
Lembramos, que todas as superfícies definidas por equações em três variá-veis, como as quádricas, podem ser consideradas como superfícies de algumnível de uma função de tres variáveis.
Exemplos 7.10.
[1] Seja f uma função de classe C1 tal que f(1, 1, 2) = 1 e ∇f(1, 1, 2) =(2, 1, 3).A equação f(1, 1, 2) = 1 define implícitamente uma função g? No caso afir-mativo, determine a equação do plano tangente ao gráfico de g no ponto(1, 1, 2).
Como∇f(1, 1, 2) = (2, 1, 3); então, temos que∂f
∂x(1, 1, 2) = 2,
∂f
∂y(1, 1, 2) = 1
e∂f
∂z(1, 1, 2) = 3. Pelo teorema da função implícita, existe z = g(x, y) de classe
C1 no ponto (1, 1), g(1, 1) = 2 e:
∂g
∂x(1, 1) =
∂f
∂x(1, 1, 2))
∂f
∂z(1, 1, 2))
= −2
3e
∂g
∂y(1, 1) = −
∂f
∂y(1, 1, 2)
∂f
∂z(1, 1, 2)
= −1
3.
Logo, a equação do plano tangente ao gráfico de g no ponto (1, 1, 2) é:
z = g(1, 1) +∂g
∂x(1, 1) (x− 1) +
∂g
∂y(1, 1) (y − 1) =
6 − 2 x− y
3;
equivalentemente, 3 z + 2 x+ y = 6.
![Page 80: deriv](https://reader033.vdocuments.com.br/reader033/viewer/2022051401/563dbbaa550346aa9aaf3406/html5/thumbnails/80.jpg)
196 CAPÍTULO 7. DERIVADA DIRECIONAL
[2] O cone x2 + y2 − z2 = 0 pode ser considerado como a superfície de nívelc = 0 da função f(x, y, z) = x2 + y2 − z2. Determinaremos as equações doplano tangente e da reta normal à superfície no ponto (1, 1,
√2):
∇f(1, 1,√
2) · (x− 1, y − 1, z −√
2) = 0.
Temos ∇f(x, y, z) = (2 x, 2 y,−2 z) e ∇f(1, 1,√
2) = 2(1, 1,−√
2); então, aequação do plano tangente é x+ y −
√2z = 0 e a reta normal passando por
(1, 1,√
2) tem equações paramétricas:
x = 1 + 2 t
y = 1 + 2 t
z =√
2 − 2√
2 t;
o plano tangente à superfície contem a reta na direção (1, 1,√
2) perpendi-cular ao∇f(1, 1,
√2).
-2
-1
0
1
2
-2
-1
0
1
2
0
0.5
1
1.5
2
-2
-1
0
1
2
-2
-1
0
1
2
Figura 7.26:
[3] Determine a equação do plano tangente à superfície 3 x y + z2 = 4 noponto (1, 1, 1).
Considere f(x, y, z) = 3 x y + z2. Logo, superfície de nível c = 4 de f é3 x y+ z2 = 4. No ponto (1, 1, 1) a equação do plano tangente à superfície denível de f é dada por:
∇f(1, 1, 1) · (x− 1, y − 1, z − 1) = 0; ∇f(x, y, z) = (3 y, 3 x, 2 z) e∇f(1, 1, 1) = (3, 3, 2);
então, a equação é:
![Page 81: deriv](https://reader033.vdocuments.com.br/reader033/viewer/2022051401/563dbbaa550346aa9aaf3406/html5/thumbnails/81.jpg)
7.9. GRADIENTE E SUPERFÍCIES DE NÍVEL 197
3 x+ 3 y + 2 z = 8.
[4] Determine:
(a) O vetor normal unitário a 5 x2 + y2 − 2 z2
5= 10 nos pontos (1, 0, 0) e
(1,√
5, 0).
(b) A equação do plano tangente à superfície 5 x2 + y2 − 2 z2
5= 10 no ponto
(1,√
5, 0).
(a) Seja f(x, y, z) = 5 x2 + y2 − 2 z2
5; ∇f(x, y, z) = (10 x, 2 y,−4 z
5). Então:
~n1 =∇f(1, 0, 0)
‖∇f(1, 0, 0)‖ = (1, 0, 0) e ~n2 =∇f(1,
√5, 0)
‖∇f(1,√
5, 0)‖=
√30
30(5,
√5, 0).
(b) No ponto (1,√
5, 0), teremos:
5 x+√
5 y = 10.
Figura 7.27:
[5] Determine as equações dos planos tangentes à superfície
x2 +y2
4+z2
9= 1
paralelos ao plano x+ y + z = 0.
![Page 82: deriv](https://reader033.vdocuments.com.br/reader033/viewer/2022051401/563dbbaa550346aa9aaf3406/html5/thumbnails/82.jpg)
198 CAPÍTULO 7. DERIVADA DIRECIONAL
Como o plano x+ y+ z = 0 é paralelo aos planos tangentes à superfície, en-tão os vetores normais a ambos os planos devem ser paralelos; logo, existeλ 6= 0 tal que∇f(x0, y0, z0) = λ(1, 1, 1), para algum (x0, y0, z0) na superfície.
Como∇f(x0, y0, z0) = (2x0,y0
2,2
9z0). Devemos resolver o sistema:
2 x0 = λ
y0 = 2λ
2 z0 = 9λ,
sendo x02 +
y20
4+z20
9= 1; logo λ = ±
√
2
7; obtemos, assim, os pontos:
p = ±√
2
7
(1
2, 2,
9
2
)
.
Logo:
∇f(
p)
= ±√
14
7
(
1, 1, 1)
;
então, as equações dos planos tangentes nestes pontos, são:
x+ y + z = ±√
14.
[6] Determine a equação do plano tangente no ponto (x0, y0, z0) à superfíciedefinida por:
Ax2 +B y2 + C z2 = D
onde A, B, C, D ∈ R.
Consideremos f(x, y, z) = Ax2 +B y2 + C z2 −D; logo, temos que:
∇f(x0, y0, z0) = (2Ax0, 2B y0, 2C z0)
e a equação do plano tangente no ponto (x0, y0, z0) é:
Ax0 x+B y0 y + C z0 z = D
onde usamos o fato de que (x0, y0, z0) pertence à superfície. Em particular, oplano tangente no ponto (x0, y0, z0) de:
1. um elipsóide centrado na origem é:
![Page 83: deriv](https://reader033.vdocuments.com.br/reader033/viewer/2022051401/563dbbaa550346aa9aaf3406/html5/thumbnails/83.jpg)
7.10. ÂNGULO ENTRE SUPERFÍCIES 199
x0 x
a2+y0 y
b2+z0 z
c2= 1
2. um parabolóide hiperbólico centrado na origem é:
2x0x
a2− 2
y0y
b2− z
c= 0
7.10 Ângulo entre Superfícies
Em diversas áreas da ciência é importante saber determinar o ângulo for-mado pela interseção de duas superfícies num ponto dado. O ângulo entreduas superfícies num ponto comum é o menor ângulo formado pelas nor-mais a essas superfícies nesse ponto.
Figura 7.28: Interseção de superfícies.
Suponha que as superfícies são definidas por:
F (x, y, z) = 0 e G(x, y, z) = 0
e tem um ponto comum (x0, y0, z0). Consideremos as funções:
w = F (x, y, z) e w = G(x, y, z)
tais que existam os gradientes e sejam não nulos neste ponto.
As superfícies são as superfícies de nível c = 0 de w = F (x, y, z) e w =G(x, y, z), respectivamente. ∇F (x0, y0, z0) e∇G(x0, y0, z0) são os vetores nor-mais às superfícies de nível:
![Page 84: deriv](https://reader033.vdocuments.com.br/reader033/viewer/2022051401/563dbbaa550346aa9aaf3406/html5/thumbnails/84.jpg)
200 CAPÍTULO 7. DERIVADA DIRECIONAL
S1 = {(x, y, z) ∈ R3 / F (x, y, z) = 0}
e:
S2 = {(x, y, z) ∈ R3 /G(x, y, z) = 0},
respectivamente. Se ∇F (x0, y0, z0) 6= 0 e ∇G(x0, y0, z0) 6= 0, temos que oângulo α, formado por S1 e S2 é dado por:
cos(α) =∇F (x0, y0, z0) · ∇G(x0, y0, z0)
‖∇F (x0, y0, z0)‖ ‖∇G(x0, y0, z0)‖
As superfícies são ortogonais no ponto (x0, y0, z0) se:
∂F
∂x
∂G
∂x+∂F
∂y
∂G
∂y+∂F
∂z
∂G
∂z= 0
onde as derivadas parciais são calculadas no ponto (x0, y0, z0).
Exemplos 7.11.
[1] Determine o ângulo formado pelas superfícies:
z − exy + 1 = 0 e z − ln(√
x2 + y2) = 0
no ponto (0, 1, 0).
Sejam F (x, y, z) = z − exy + 1 e G(x, y, z) = z − ln(√
x2 + y2);
∇F (x, y, z) = (−y exy,−x exy, 1),
∇G(x, y, z) = (−x
x2 + y2,
−yx2 + y2
, 1),
∇F (0, 1, 0) = (−1, 0, 1) e ∇G(0, 1, 0) = (0,−1, 1);
logo, ∇F (0, 1, 0) · ∇G(0, 1, 0) = 1; então, cos(α) =1
2e α =
π
3.
![Page 85: deriv](https://reader033.vdocuments.com.br/reader033/viewer/2022051401/563dbbaa550346aa9aaf3406/html5/thumbnails/85.jpg)
7.10. ÂNGULO ENTRE SUPERFÍCIES 201
Figura 7.29: Superfícies do exemplo [1].
[2] Determine o ângulo formado pelas superfícies:
x y + y z − 4 z x = 0 e 3 z2 − 5 x+ y = 0
no ponto (1, 2, 1).
Sejam F (x, y, z) = x y + y z − 4 z x e G(x, y, z) = 3 z2 − 5 x+ y
∇F (x, y, z) = (y − 4 z, x+ z, y − 4 x), ∇G(x, y, z) = (−5, 1, 6 z),
∇F (1, 2, 1) = (−2, 2,−2), ∇G(1, 2, 1) = (−5, 1, 6);
logo, ∇F (1, 2, 1) ·G(1, 2, 1) = 0; então, cos(α) = 0 e:
α =π
2.
[3] Reta tangente à interseção de duas superfícies.
Seja C a curva (ou ponto) dada pela interseção das superfícies de nível:
S1 = {(x, y, z) ∈ R3 / F (x, y, z) = 0} e S2 = {(x, y, z) ∈ R
3 /G(x, y, z) = 0}.
Sejam w = F (x, y, z), w = G(x, y, z) duas funções tais que as derivadasparciais existam e P = (x0, y0, z0) um ponto comum às duas superfícies.Considere os vetores:
N1 = ∇F (x0, y0, z0) e N2 = ∇G(x0, y0, z0),
![Page 86: deriv](https://reader033.vdocuments.com.br/reader033/viewer/2022051401/563dbbaa550346aa9aaf3406/html5/thumbnails/86.jpg)
202 CAPÍTULO 7. DERIVADA DIRECIONAL
N1 é normal à S1 no ponto P e N2 é normal à S2 no ponto P . Logo N1
e N2 são normais a C no ponto P . Se N1 e N2 não são paralelas, então ovetor tangente a C no ponto P tem a mesma direção que N1 × N2 no pontoP (produto vetorial dos vetores normais). Como isto vale para qualquerponto P da interseção, temos que se N1 × N2 = (a, b, c), então a equação naforma parámetrica da reta tangente a C no ponto P é:
x = x0 + t a
y = y0 + t b
z = z0 + t c, t ∈ R.
Por exemplo, determinemos a equação da reta tangente à interseção dasseguintes superfícies 3 x2 + 2 y2 + z2 = 49 e x2 + y2 − 2 z2 = 10 no ponto(3,−3, 2).
Sejam F (x, y, z) = 3 x2 +2 y2 +z2−49 eG(x, y, z) = x2 +y2−2 z2−10: então:
N1 = ∇F (3,−3, 2) = 2 (9,−6, 2) e N2 = ∇G(3,−3, 2) = 2 (3,−3,−4)
logo, (9,−6, 2) × (3,−3,−4) = 3 (10, 14,−3); a equação, na forma paramé-trica, da reta tangente pedida é:
x = 3 + 10 t
y = −3 + 14 t
z = 2 − 3 t.
![Page 87: deriv](https://reader033.vdocuments.com.br/reader033/viewer/2022051401/563dbbaa550346aa9aaf3406/html5/thumbnails/87.jpg)
7.11. EXERCÍCIOS 203
7.11 Exercícios
1. Calcule o gradiente das seguintes funções:
(a) z = 2 x2 + 5 y2
(b) z =1
x2 + y2
(c) w = 3 x2 + y2 − 4 z2
(d) w = cos(x y) + sen(y z)
(e) w = ln(x2 + y2 + z2)
(f) w = cos(2 x) cos(3 y) senh(4 x)
(g) w = x y ez + y z ex
(h) w =x y
z
(i) w = ln(x2 + y2 + z2 + 1)
(j) w =1
x2 + y2 + z2 + 1
(k) w = log6(x+ y2 + z3)
(l) w =x y2 z3
x2 + y2 + z2 + 1
2. Determine a derivada direcional da função dada na direção ~v:
(a) z = 2 x2 + 5 y2, ~v = (cos(π2), sen(π
2)).
(b) z =1
x2 + y2, ~v = (1, 1).
(c) z = x2y3, ~v =1
5(3,−4).
(d) z = x2 + x y + y2 + 3 x− 3 y + 3, ~v =1√5
(1, 2).
(e) z = y2 tg2(x), ~v =1
2(−
√3, 1).
(f) w = 3 x2 + y2 − 4 z2, ~v = (cos(π
3), cos(
π
4), cos(
2π
3).
(g) w = cos(x y) + sen(y z), ~v = (−1
3,2
3,2
3).
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204 CAPÍTULO 7. DERIVADA DIRECIONAL
(h) w = ln(x2 + y2 + z2), ~v =
√3
3(1,−1,−1).
(i) w = cos(2 x) cos(3 y) senh(4 z), ~v =
√3
3(1,−1, 1).
(j) w = x y ez + y z ex, ~v = (2, 2, 1).
(k) w =x y
z, ~v = (1, 1, 1).
(l) w = x sen(y) + y sen(z) + z sen(x), ~v = (1, 1, 1).
(m) w = exyz, ~v = (1, 1, 1).
(n) w = e1+x2+y2+z2, ~v = (1, 0, 1).
(o) w = arcsec(x y z), ~v = (0, 0, 1).
(p) w =1
x+
2
y+
3
z, ~v = (1, 1, 1).
(q) w =1
x2+
2
y2+
3
z3, ~v = (1, 1, 1).
(r) w = sen(log3(x+ y + z)), ~v = (2, 1, 2).
3. Determine o valor máximo da derivada direcional de f no ponto dadoP e a direcão em que ocorre:
(a) z = 2 x2 + 3 y2, P = (1,−1).
(b) z =√
4 − x2 − y2, P = (1, 1).
(c) z = x y, P = (1, 0).
(d) z = e2y arctg(y
3 x), P = (1, 3).
(e) w = sen(x y) + cos(y z), P = (−3, 0, 7).
(f) w = ex cos(y) + ey cos(z) + ez cos(x), P = (0, 0, 0).
(g) w = 2 x y z + y2 + z2, P = (2, 1, 1).
(h) w = exyz, P = (1, 1, 1).
(i) w = cosh(x y z), P = (1, 0, 1).
(j) w =√
x2 + y2 + z2 + 1, P = (1, 1, 1).
4. Verifique as seguintes identidades:
(a) ∇(f + g) = ∇f + ∇g
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7.11. EXERCÍCIOS 205
(b) ∇(f g) = f ∇g + g∇f
(c) ∇(f
g
)
=g∇f − f ∇g
g2se g 6= 0
5. Se f(x, y) = 2 e−x2+e−3y2 é a altura de umamontanha na posição (x, y),
em que direção, partindo de (1, 0) se deveria caminhar para subir amontanha mais rapidamente?.
6. Em que direção a derivada direcional de f(x, y) =x2 − y2
x2 + y2no ponto
(1, 1) é zero?.
7. Uma função tem derivada direcional igual a 2 na direção do vetor(2, 2), no ponto (1, 2) é igual a −3 na direção do vetor (1,−1), nomesmo ponto. Determine o gradiente d função no ponto (1, 2).
8. Verifique que os gráficos de z = x2 + y2 e z = −x2 − y2 − xy3 sãotangentes na origem.
9. Uma lámina de metal está situada num plano de modo que a tempe-ratura T = T (x, y) num ponto (x, y) é inversamente proporcional ádistância do ponto á origem. Sabendo que a temperatura no pontoP = (3, 4) é 100oC, determine:
(a) A taxa de variação de T no ponto P e na direção o vetor (1, 1).
(b) A direção em que T aumenta mais rapidamente no ponto P .
(c) A direção em que T decresce mais rapidamente no ponto P .
(d) A direção em que a taxa de variação é zero..
10. Determine o plano tangente e a reta normal às superfícies no ponto P :
(a) x2 + x y2 + y3 + z + 1 = 0, P = (2,−3, 4).
(b) x2 + 2 x y + y2 + z − 7 = 0, P = (1,−2, 6).
(c) x2 − y2 − z2 = 1, P = (3, 2, 2).
(d) x2 + y2 − z2 = 25, P = (5, 5, 5).
(e) x− y − z2 = 3, P = (3, 4, 2).
(f) 3√x2 + 3
√
y2 +3√z2 =
3√a2, P = (x0, y0, z0).
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206 CAPÍTULO 7. DERIVADA DIRECIONAL
(g) ln(y
2 z) − x = 0, P = (0, 2, 1).
(h)x2
a2− y2
b2+z2
c2= 1, P = (x0, y0, z0).
(i)x2
a2− y2
b2− z2
c2= 1, P = (x0, y0, z0).
(j)x2
a2+y2
b2− z2
c2= 1, P = (x0, y0, z0).
11. Um nave está perto da órbita de um planeta na posição (1, 1, 1). Sa-bendo que a temperatura da blindagem da nave em cada ponto é dadapor T (x, y, z) = e−(x2+3y2+2z2) graus, determine a direção que a navedeve tomar para perder temperatura o mais rapidamente possível.
12. Determine a equação do plano tangente à x2 − 2 y2 − 4 z2 = 16 e que éparalelo ao plano 4 x− 2 y + 4 z = 5.
13. A densidade de uma bola esférica de centro na origem, num ponto(x, y, z) é proporcional ao quadrado da distn̂cia do ponto á origem. Efetuando um deslocamento a partir do ponto (1, 2, 3) do interior dabola, na direção do vetor (1, 1/2,−1), a densidade aumenta ou dimi-nui? Justifique.
14. Determine o ângulo entre as seguintes superfícies no ponto P .
(a) x2 y2 + 2 x+ z2 = 16, 3 x2 + y2 − 2 z = 9 e P = (2, 1, 2).
(b) x2+3 y2+2 z2 = 9, x2+y2+z2−8 x−8 y−6 z+24 = 0 e P = (2, 1, 1).
(c) 3 x2 + 2 y2 − 2 z = 1, x2 + y2 + z2 − 4 y− 2 z + 2 = 0 e P = (1, 1, 2).
(d) z − x2 − y2 + 2 x y = 0, z − x2 + y2 = 0 e P = (0, 0, 0).
(e) x2 − y2 = 1, 3 x2 + y2 − 2 z = 9 e P = (1, 0, 0).
(f) x2 − 2 y z + y3 = 4, x2 + (4 c− 2) y2 − c z2 + 1 = 0 e P = (1,−1, 2),(c ∈ R).
15. Determine o ponto (ou pontos) em que o gradiente da função :f(x, y) = ln(x+ y−1) é igual a (1,−16/9).
16. Determine a equação da reta tangente à interseção das seguintes su-perfícies: x2 − y = 0 e y + z2 = 16 no ponto (4, 16, 0).
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7.11. EXERCÍCIOS 207
17. Determine o ângulo entre os gradientes da função : f(x, y) = ln(y
x)
nos pontos (1/2, 1/4) e (1, 1).
18. Sejam as seguintes superfícies x2 + y2 + z2 = 6 e 2 x2 + 3 y2 + z2 = 9.
(a) Determine as equações dos planos tangentes a cada superfície noponto (1, 1, 2), respectivamente.
(b) Determine o ângulo entre as superfícies no ponto (1, 1, 2).
(c) Determine a equação da reta tangente à interseção das superfíciesno ponto (1, 1, 2).
19. O potencial V associado a um campo elétrico E é dado por:
V (x, y) =1
√
x2 + y2.
Sabendo que E = −grad(V ), determine E(4, 3). Em que direção, apartir do ponto (4, 3) a taxa de variação do potencial é máxima?
20. Sejam φ, η e ψ funções de uma variável real com derivadas de segundaordem satisfazendo:
φ′′(x) + λ2 φ(x) = 0 e ψ′′(t) + c2 λ2 ψ(t) = 0,
sendo λ, c constantes. Verifique que u(x, t) = φ(x)ψ(t) é solução daequação da onda.
21. Verifique que w(x, t) = 1√te−
x2
4kt , t > 0 e k constante, é solução daequação do calor:
∂w
∂t− k
∂2w
∂x2= 0.
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208 CAPÍTULO 7. DERIVADA DIRECIONAL