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BRASÍLIA-DF, 14 A 20 DE SETEMBRO DE 2009 CÂMARA DOS DEPUTADOS Ano 10 | Número 2326 EDIÇÃO SEMANAL Impresso Especial 9912170931/2007-DR/BSB CÂMARA DOS DEPUTADOS CORREIOS LUIZ ALVES No Dia do Cerrado, comemorado na sexta-feira (11), indígenas que representam os povos da região entregaram manifesto pedindo a votação, no Congresso, da PEC do Cerrado (115/95). Acompanhado do deputado Rômulo Gouveia (PSDB-PB), o deputado Eduardo Gomes (PSDB- TO) recebeu o documento em nome do presidente da Câmara, Michel Temer. ESTATUTO DA IGUALDADE RACIAL | 11 E 12 Deputados votam 23 emendas do Senado à medida provisória que repassa 1 bilhão aos municípios | 3 Antonio Roberto: essa não é uma luta de pele, não é uma questão de cor. É uma luta de todos os que acreditam no ser humano, na igualdade de direitos e na justiça social. Carlos Santana: além de permitir a inclusão de 90 milhões de brasileiros que vivem num processo de exclusão brutal, o texto fará com que os negros deixem de representar apenas dois artigos na Lei Áurea. Onyx Lorenzoni : por ser neto de imigrantes, sei da importância da valorização e do reconhecimento de uma cultura. Ainda mais, a cultura negra, rica em simbolismos e significados.

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BRASÍLIA-DF, 14 A 20 DE SETEMBRO DE 2009 CÂMARA DOS DEPUTADOS Ano 10 | Número 2326

edição semanal

impresso especial

9912170931/2007-dR/BsBCÂmaRa dos dePUTadosCoRReios

Luiz ALves

No Dia do Cerrado, comemorado na sexta-feira (11), indígenas que representam os povos da região entregaram manifesto pedindo a votação, no Congresso, da PEC do Cerrado (115/95).

Acompanhado do deputado Rômulo Gouveia

(PSDB-PB), o deputado Eduardo Gomes (PSDB-TO) recebeu o documento em nome do presidente da Câmara, Michel Temer.

estatuto da igualdade racial | 11 e 12

deputados votam 23 emendas do senado à medida provisória que repassa 1 bilhão aos municípios | 3

Antonio Roberto: essa não é uma luta de pele, não é uma

questão de cor. É uma luta de todos os que acreditam no

ser humano, na igualdade de direitos e na justiça social.

Carlos Santana: além de permitir a inclusão de 90 milhões de

brasileiros que vivem num processo de exclusão brutal, o texto fará com que os negros deixem de representar

apenas dois artigos na Lei Áurea.

Onyx Lorenzoni: por ser neto de imigrantes, sei da

importância da valorização e do reconhecimento de uma cultura. Ainda mais, a cultura negra, rica em simbolismos e significados.

agenda14 a 18 de setembro de 2009

Disque - Câmara 0800 619 619www.camara.gov.br

2

Diretor: sérgio Chacon (61) 3216-1500 [email protected]

Câmara dos Deputados - Anexo I - Sala 1508 - 70160-900 Brasília [email protected] | Fone: (61) 3216-1660 | distribuição - 3216-1826

1º Vice-Presidentemarco maia (PT-Rs)2º Vice-Presidenteantonio Carlos magalhães neto (dem-Ba)1º SecretárioRafael Guerra (PsdB-mG)2º Secretárioinocêncio oliveira (PR-Pe)3º Secretárioodair Cunha (PT-mG)4º Secretárionelson marquezelli (PTB-sP)

Suplentesmarcelo ortiz (PV-sP), Giovanni Queiroz (PdT-Pa), leandro sampaio (PPs-RJ) e manoel Junior (PsB-PB)Ouvidor Parlamentarmario Heringer (PdT-mG)Procurador Parlamentarsérgio Barradas Carneiro (PT-Ba)Diretor-Geralsérgio sampaio de almeidaSecretário-Geral da Mesamozart Vianna de Paiva

Presidente: michel Temer (PmdB-sP)

DiretorPedro noleto

Editora-chefeRosalva nunes

DiagramadoresGuilherme Rangel BarrosJosé antonio FilhoRoselene Figueiredo

IlustradorRenato PaletEditor de fotografia Reinaldo Ferrigno

Editorasmaria Clarice diasRenata Tôrres

seCom - secretaria de Comunicação social

Jornal da Câmara

impresso na Câmara dos deputados (deaPa / CGRaF) em papel reciclado

mesa diretora da Câmara dos deputados - 53a legislatura seCom - secretaria de Comunicação social

Edição semanal - 14 a 20 de setembro de 2009

seGUnda-FeiRaSessão soleneHomenagem ao Dia do Ad-ministrador. Plenário Ulysses Guimarães, às 10h

TeRça-FeiRaMeio ambienteA Comissão da Amazônia debate os meios de compen-sação por serviços ambientais às populações tradicionais e indígenas pela conservação das florestas, rios, lagos e igarapés. Plenário a definir, às 14h

ECAA Comissão de Seguridade So-cial e Família debate a aplicação dos avanços e as dificuldades existentes nesses 19 anos de atuação do ECA. Plenário 7, às 14h30

Mudanças climáticasA Comissão Mista Permanente de Mudanças Climáticas discute a Política e Plano Nacional sobre Mudanças Climáticas e a Perspectiva do Brasil para a COP-15. Plenário 13 da ala Alexandre Costa, às 14h30

AlimentaçãoA Comissão Especial sobre Alimentação como Direito Social debate o tema com o ministro do Desenvolvimento Social, Patrus Ananias; e técnicos do setor. Plenário 8, às 14h30

Ambiente urbanoA Comissão Especial sobre Preservação do Meio Ambiente Urbano reúne-se para discussão e votação do parecer do relator, deputado Zequinha marinho (PsC-Pa). Plenário a definir, às 14h30

SojicultoresA Comissão de Agricultura debate reivindicação dos soji-cultores gaúchos que querem garantir o direito de reservar os cultivares de soja transgênica para replantio em seus campos.

Em sessão solene que lem-brou o 60º aniversário da Asso-ciação dos Magistrados Brasi-leiros (AMB), o deputado Paes Landim (PTB-PI) elogiou a entidade e cobrou a votação da PEC do Judiciário (358/05), por ele relatada, aprovada em comissão especial em 2006, que estabelece novas regras para questões como o nepotis-mo e o foro por prerrogativa de função.

Para o deputado, a PEC é uma das várias proposições em trâmite na Câmara importantes para a melhoria das condições de funcionamento do Judiciá-rio. “Espero que ela seja votada em Plenário neste ano, porque tivemos a sorte de ter, neste momento, na Presidência da Câmara, um homem do Direi-to, um professor, que é Michel Temer”, disse.

Landim afirmou que tem lutado para colocar em pauta temas de interesse da magis-tratura, como o reajuste dos subsídios, a criação de novas varas, entre outros.

Aproximação - O próprio Michel Temer, em discurso lido pelo deputado Laerte Bessa (PMDB-DF), felicitou a AMB pelos 60 anos de atuação e afirmou que “a instituição tem

sido agente imprescindível na aproximação do Judiciário com a realidade social, na concreti-zação da democracia material e na formação republicana do poder estatal”.

Temer lembrou que, fun-dada em 10 de setembro de 1949, a AMB conta hoje com cerca de 13 mil associados, magistrados dos diversos ra-mos do Judiciário. A entida-de, segundo o presidente, “está voltada para a qualificação dos magistrados e a excelência no exercício da profissão, a pro-moção de debates e cursos de especialização, e o esclareci-mento da sociedade acerca das atribuições dos profissionais do Judiciário”.

Autor do requerimento para realização da sessão, Re-gis de Oliveira (PSC-SP) en-viou mensagem na qual insta os magistrados a prosseguir “na caminhada do engrandecimen-to da atividade judicial, com a humildade essencial na solução das pendências, pelo engrande-cimento do povo brasileiro, pela solidificação da democracia no Brasil e pela dignificação dos grandes princípios da exaltação dos direitos humanos em nosso País, dos quais a Magistratura é o avalista perene”.

em homenagem à aMB, deputado cobra aprovação

da Pec do Judiciário

A sessão solene realizada na sexta-feira (11) pela Câmara lembrou os 60 anos da Associação dos Magistrados do Brasil

GiLBerto NAsCiMeNto

Plenário 6, às 14h30

CulturaA Comissão Especial sobre Re-ceitas para a Cultura reúne-se para discussão e votação do pa-recer do relator, José Fernando aparecido de oliveira (PV-mG). Plenário 11, às 14h30

QUaRTa-FeiRaCooperativasA Frente Parlamentar do Co-operativismo e a Organização das Cooperativas Brasileiras promove o 2º Seminário da Fre-encop, avanços e desafios do setor da saúde. Auditório Nereu Ramos, às 9h

Pré-salAs comissões de Minas e Ener-gia; e de Desenvolvimento Econômico discutem o marco regulatório do pré-sal com o mi-nistro de Minas e Energia, Edison Lobão. Plenário 14, às 10h

TransporteComissão de Viação e Transporte discute a licitação para o serviço de transporte interestadual de passageiros. Plenário 11, às 10h

Entorno do DFA Comissão de Direitos Humanos discute a violência nos municípios do Entorno do Distrito Federal. Plenário 9, às 14h

Polícia PortuáriaA Comissão Especial da Polícia Portuária Federal reúne-se para apreciação do relatório do depu-tado Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP). Plenário a definir, às 14h

Fontes renováveisA Comissão Especial sobre Fontes Renováveis de Energia reúne-se para discussão e votação do parecer do relator, deputado Fernando Ferro (PT-Pe). Plenário 8, às 14h

InvalidezA Comissão Especial sobre proventos integrais na invalidez debate o tema com o ministro da Previdência Social, José Pimen-tel. Plenário a definir, às 15h

QUinTa-FeiRaSegurança públicaA Comissão de Segurança Pública discute o PL 5117/09, do deputado Régis de oliveira (PsC-sP), que atribui aos dele-gados da Polícia Civil as mesmas funções dos juizados especiais. Plenário 12, às 9h

JornalismoAs comissões de Desenvolvimen-to Econômico; e de Legislação Participativa discutem o fim da obrigatoriedade do diploma de jornalismo para o exercício da profissão. Plenário 11, às 9h30

Ensino a distânciaA Comissão de Ciência e Tec-nologia debate a instituição de parcerias público-privadas pelas fundações de universidades públicas para a viabilização tecnológica e operacional de sistemas de ensino a distância. Plenário 13, às 9h30

Mesa DiretoraA Comissão Especial sobre Representação Proporcional da Mesa reúne-se para dis-cussão e votação do parecer da relatora, deputada Rose de Freitas (PmdB-es). Plenário 2, às 9h30

Alimentação A Comissão Especial sobre Alimentação como Direito Social debate o tema com o ministro da Secretaria Especial de Direitos Humanos, Paulo Vannuchi; e outros especialistas. Plenário a definir, às 9h30

Caboclos e garimpeirosA Comissão de Meio Ambiente discute a atuação de técnicos do DNPM, Ibama e ICMBIO em comunidades caboclas e garimpeiras de áreas de entorno ou inscritas em unidades de con-servação de uso sustentável do Amapá. Plenário 8, às 10h

seXTa-FeiRaSessão soleneHomenagem ao Dia Nacional do Garimpeiro. Plenário Ulysses Guimarães, às 15h

Edição semanal - 14 a 20 de setembro de 2009 3

Disque - Câmara 0800 619 619www.camara.gov.br

PLENÁRIO

Eduardo Piovesan

O Plenário deve votar nesta se-mana, nas sessões ordinárias, as 23 emendas do Senado ao texto aprova-do pela Câmara para a Medida Pro-visória 462/09, que garante o repasse, neste ano, de R$ 1 bilhão ao Fundo de Participação dos Municípios (FPM) para ajudar as prefeituras a enfrentar as consequências da crise financeira.

Votada em 19 de agosto na Casa, a MP 462/09 é a última na qual poderão ser incluídos temas diferentes do objeto original da medida, em razão de uma nova interpretação do presidente Michel Temer para a aceitação de emendas.

Uma das emendas relaciona-se ao meio ambiente e diminui o tamanho da Floresta Nacional de Roraima de 2,66 milhões de hectares para apenas 167 mil hectares. O estado vive conflitos entre ruralistas e a população indígena pelo uso da terra e decisão recente do Supre-mo Tribunal Federal (STF) manteve a demarcação contínua da reserva Raposa Serra do Sol, determinando a saída de produtores de arroz da reserva.

Crédito-prêmio - Os senadores também propõem a inclusão, no pro-jeto de lei de conversão do deputado

Mais duas medidas provisó-rias passam a trancar a pauta das sessões ordinárias a partir da quinta-feira (17). A MP 466/09 muda as regras do subsídio con-cedido à energia elétrica gerada nos chamados sistemas isolados para incluir custos atualmente não contabilizados, como investimentos e fornecimento de energia para regiões remotas.

Já a MP 467/09 autoriza, em caráter excepcional, a prorroga-ção de contratos de trabalho por tempo determinado vinculados a projetos de cooperação técnica. A prorrogação vale para os con-tratos firmados com organismos internacionais pelos ministérios da Educação; da Ciência e Tecnologia e do Meio Ambiente e pelo Hospital das Forças Armadas, vinculado ao Ministério da Defesa.

educação - Em sessões ex-traordinárias, os deputados podem votar matérias como o Projeto de Lei 3885/09, do Tribunal Superior do Trabalho, que aumenta o núme-ro de juízes do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região (São Paulo).

Entre as propostas de emenda à Constituição, está pautada a PEC 227/08, do Senado, que acaba, gradualmente, com a incidência da Desvinculação de Receitas da União (DRU) sobre os recursos destinados ao setor de educação. O Plenário precisa concluir a vota-ção dos destaques ao texto para finalizar o primeiro turno.

Rondônia - Pela primeira vez na pauta aparece a PEC 483/05, também do Senado. Ela transfere aos quadros de pessoal da União os funcionários públicos que tra-balhavam em Rondônia quando o ex-território federal foi transformado em estado (1981).

O relator da matéria na comis-são especial, deputado eduardo Valverde (PT-Ro), lembra que o benefício já foi garantido aos ser-vidores dos ex-territórios federais de Roraima e Amapá, hoje estados, após aprovação de Emenda Cons-titucional. (eP)

emendas do senado à MP sobre repasses ao FPM serão analisadas pela câmara

Sandro Mabel (PR-GO) para a MP, o aproveitamento do chamado crédito-prêmio do IPI pelos empresários ex-portadores. Essa permissão foi vetada pelo presidente Lula na Lei 12.024/09, quando da sanção do texto do Congres-so para a Medida Provisória 460/09.

Existe uma polêmica, na Justiça, entre o governo federal e os empresá-rios em torno do fim do crédito-prêmio

e de sua aplicação a partir de 1990. O litígio envolve créditos estimados em R$ 200 bilhões pelo governo e cerca de R$ 60 bilhões pelos empresários.

Outra mudança aprovada pelo Senado reabre o prazo de adesão ao parcelamento de dívidas municipais com o INSS, que havia expirado em agosto deste ano. O novo prazo é 30 de novembro de 2009.

Além da MP 462/09, trancam a pauta os projetos de lei 7494/06, 4881/09 e 7515/06, em razão do fim do prazo de 45 dias da urgência cons-titucional. Após a análise dessa me-dida provisória, poderão ser votadas novas regras para o credenciamento das entidades beneficentes que atuam nas áreas de Saúde, Educação e As-sistência Social, previstas no Projeto de Lei 7494/06, ao qual está apensado o PL 3021/08, do Executivo.

A matéria conta com um substitutivo do depu-tado Carlos Abicalil (PT-MT), pendente de análise pela Comissão de Educa-ção e Cultura. De acordo com a proposta, os minis-térios terão a incumbência de avaliar o cumprimento dos requisitos legais neces-sários para a obtenção do certificado que concede

Novas regras para credenciamento de entidades beneficentes podem ser votadas

isenções tributárias.Fies - Já o PL 5413/09, do Executivo,

também com urgência constitucional, prevê que as dívidas dos estudantes de cursos das áreas de saúde com o Fun-do de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (Fies) poderão ser abatidas em parte. Esse projeto tramita apensado ao PL 4881/09, do deputado Gilmar Machado (PT-MG), que tem

regra semelhante. A proposta do governo prevê descontos no saldo devedor para os profissionais recém-formados se eles exercerem a profis-são em regiões onde há carência de pessoal.

Magistério - O terceiro projeto de lei que tranca a pauta das sessões ordinárias é o PL 7515/06, do Execu-tivo. Os deputados precisam anali-

sar emenda do Senado ao texto que dá prioridade ao ensino presencial na formação dos profissio-nais de magistério, colo-cando o uso da educação à distância como técnica subsidiária. Segundo o projeto, a formação con-tinuada desses profissio-nais deve ocorrer sob o regime de colaboração entre a União, o Distrito Federal, os estados e os municípios.

Subsídios à energia elétrica trancarão

a pauta do Plenário

emenda do senado à MP 462/09 diminui o tamanho da Floresta Nacional de roraima de 2,66 milhões de hectares para 167 mil hectares

Gov. de rorAiMA

Gov. do es

o PL 7494/06 prevê novas regras para o credenciamento de entidades beneficentes, como as Santas Casas de Misericórdia

Edição semanal - 14 a 20 de setembro de 20094

Disque - Câmara 0800 619 619www.camara.gov.br

VOTAçõES DA SEMANA

O Plenário aprovou, na semana pas-sada, em primeiro turno, as propostas de emenda à Constituição (PECs) 336/09 e 379/09, ambas do Senado, que aumentam o número de vereadores do País dos atuais cerca de 52 mil para cerca de 59 mil, e re-duzem os percentuais máximos da receita municipal que podem ser gastos com as câmaras. Também foi concluída a votação da Medida Provisória 465/09, que autoriza a União a conceder subvenção econômica ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) nos em-préstimos contraídos até 31 de dezembro de 2009 para produção ou compra de bens de capital e para projetos de inova-ção tecnológica de empresas.

Vereadores - O substitutivo aprovado sobre as PECs dos Vereadores, do deputa-do Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP), não faz mudanças de mérito nas propostas, pois apenas reúne os dois textos em um só. São mantidas as 24 faixas de números de vereadores aprovadas pela Câmara no ano passado, mas é alterada a fórmula de cálculo das despesas.

A matéria - que precisa ser analisada em segundo turno - teve 370 votos a favor e 32 contra.

Um dos pontos polêmicos do texto é a validade retroativa para o pleito de 2008 da mudança do número de vereadores. Isso beneficiará cerca de 7 mil suplentes.

Plenário aprova Pec dos Vereadores e MP que incentiva indústrias de bens de capital

A principal novidade no texto da MP 465/09, de autoria do relator Carlos Zarattini (PT-sP), aprovado pelos deputados na semana passada, é a concessão da subvenção econômica ao BNDES também aos empréstimos para a produção e a compra de aeronaves novas destinadas ao uso no transporte aéreo regular nacional. Isso valerá para empresas estrangeiras que tenham sede e administração no Brasil.

A MP 465/09 autoriza a União a conceder subvenção econômica ao BNDES nos empréstimos contraídos até 31 de dezembro de 2009 para pro-dução ou compra de bens de capital e para projetos de inovação tecnológica de empresas. Bens de capital são os equipamentos e as máquinas usados pelas indústrias que fabricam outros produtos, como artigos de consumo ou embalagens. A matéria será votada agora pelo Senado.

De acordo com o texto de Zarattini,

Medida permite subvenção a empréstimos para produção e compra de aeronaves

A Câmara também aprovou os projetos de lei 5921/09, do Supremo Tribunal Federal (STF), e 5922/09, do Ministério Público da União, que reajustam os subsídios dos ministros do STF e do procurador-geral da República de R$ 24,5 mil para R$ 25.725,00 a partir de 1º de setembro deste ano; e para R$ 26.723,13 em

Maiores subsídios para ministros do STF e procurador-geralfevereiro de 2010. Os projetos ainda serão votados pelo Senado.

Esses valores correspondem a rea-justes de 5% neste ano e de 3,88% em 2010. A soma é inferior aos 14,09% pre-vistos nos projetos originais, pois um destaque aprovado retirou o aumento intermediário de 4,6% que aconteceria em 1º de novembro de 2009.

o Executivo poderá, mediante decreto, prorrogar por 180 dias o prazo de dezembro de 2009 previsto na MP. O limite do total de financiamentos que poderão ser subvencio-nados continua sendo de R$ 44 bilhões.

seguro - O projeto de lei de conversão de Zarattini também muda a lei 9.818/99, que cria o Fundo de Garantia à Exporta-ção (FGE), para permitir o uso de seus recursos nas operações de seguro de crédito interno para o setor de aviação civil. Segundo o relator, as empresas de aviação já financiam boa parte do preço de um avião com o BNDES, mas, devido aos valores altos dos seguros, encontram dificuldades para contratá-los sem uma garantia como a oferecida pelo FGE. O fundo é vinculado ao Ministério da Fazen-da e tem a finalidade de cobrir as garantias prestadas pela União na contratação de seguro de crédito à exportação.

motocicletas - O projeto de lei de conversão da MP 465/09 mantém a prorrogação, de junho até setembro de

2009, da alíquota zero da Cofins para a indústria de motocicletas. O benefício atinge aquelas de até 150 cilindradas, nacionais ou importadas. A renúncia do tributo é estimada em R$ 60,5 milhões.

Já a isenção do PIS/Pasep e da Cofins sobre o trigo in natura, o pão comum, a farinha de trigo e as pré-misturas para fa-bricação desse pão se torna permanente, segundo o texto do relator. A MP original previa a prorrogação de 30 de junho de

2009 para 31 de dezembro de 2010, com impacto de R$ 192 milhões em 2009 e R$ 436 milhões em 2010.

Uma emenda do deputado Ro-naldo Caiado (dem-Go), aprovada pelo Plenário, reduz a zero a Cofins e o PIS/Pasep incidentes sobre bens de capital de uso agrícola, tais como máquinas de preparação do solo, máquinas de colheita ou debulha e máquinas para limpar ovos.

Entretanto, a redução dos repasses passará a valer a partir do ano seguinte à promul-gação da PEC.

Mais faixas - Hoje, a Constituição prevê três faixas de números de vereado-res de acordo com a população: de 9 a 21 vereadores nos municípios com até um milhão de habitantes; de 33 a 41 naqueles com mais de um milhão e menos de cinco milhões de habitantes; e de 42 a 55 vere-adores em localidades com mais de cinco milhões. O texto aprovado distribui os ve-

readores em 24 faixas, também de acordo com a população. Os municípios com até 15 mil pessoas terão nove vereadores. O número máximo de 55 vereadores será permitido para municípios com mais de 8 milhões de habitantes.

Despesas - A PEC vinda do Senado mantém a regra atual para os gastos das câmaras de vereadores - que usa a po-pulação como referência para distribuir os percentuais máximos das despesas. Em vez dos 5%, 6%, 7% e 8% da receita

segundo a faixa da população, os mu-nicípios são divididos na PEC em seis percentuais, de acordo com a popula-ção. Em quatro casos, a redução é de um ponto percentual em relação ao que existe atualmente; mas, para municípios, entre 500 mil e 3 milhões de habitan-tes, a perda é de meio ponto percentual. Municípios com mais de 8 milhões de pessoas (atualmente apenas São Paulo) tiveram redução de 1,5% da receita para gastos com o legislativo municipal.

suplentes de vereadores comemoram, nas galerias do Plenário, a aprovação da PeC dos vereadores

rodoLFo stuCkert

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Disque - Câmara 0800 619 619www.camara.gov.br

ENTREVISTA

Marina Maggessi: o crime organizado é composto por um monte de moleques

Como a senhora pretente conduzir os trabalhos na comissão?

Continuarei o trabalho que eu vinha fazendo como integrante da comissão. Ou seja, pretendo mostrar o que acontece no dia-a-dia da polícia e que o crime orga-nizado hoje é composto por um monte de mole-ques, que os traficantes controlam a venda de drogas de dentro dos presídios e que há muita conivência. Vou mos-trar que prisão federal nada mais é do que a federalização do crime e o maior absurdo que existe hoje no Brasil. Procurarei fazer com que as autoridades dos estados falem a verdade. Serei o contraponto do discurso dessas autori-dades, mostrando que os policiais são mal pagos e saem das mesmas comunidades que os bandidos, com a diferença de que estes últimos têm uma profissão, escola, mas enfrentam os mesmos problemas. É tudo uma guerra de pobre contra miserá-

vel. Também vou buscar uma interação com as comissões de Segurança Pública das assembléias legislativas, a começar pela da Bahia. Também quero priorizar a apreciação de matérias que envolvam mulheres e crianças.

Qual será sua pri-meira ação como pre-sidente?

Desde o início de setembro, dezenas de postos policiais, carros oficiais, ônibus e pré-dios públicos foram queimados por grupos crimininosos na ca-pital baiana. Policiais militares também fo-ram baleados durante os ataques e seis sus-peitos morreram. Os atentados podem ser

uma reação à transferência de um tra-ficante para Campo Grande, a capital de Mato Grosso do Sul. O colegiado irá acompanhar de perto os episódios de violência registrados nos últimos dias na Bahia.

De que forma? Um grupo de parlamentares vai até

Salvador discutir e colaborar na busca por soluções para o caso. Vamos en-frentar este assunto e quero ver autori-dade vir dizer que está tudo resolvido. Eu conheço o que está por trás de um criminoso e como funcionam essas si-tuações. Salvador é muito parecida com o Rio. Essa política do mata e prende nunca deu certo. Os pobres foram leva-dos para a margem da cidade e estorou a violência.

O que deve efetivamente ser feito para reforçar a segurança pública no Brasil?

Garantia de Orçamento para o setor, uma vez que o orçamento da segurança pública é o primeiro lugar de onde tiram dinheiro.

A Câmara aprovou o Projeto de Lei 944/07, do deputado Sebastião Bala Ro-cha (PDT-AP), que obriga clínicas e hospitais a comunicarem, às autoridades sanitárias, os atos de violência contra idosos atendidos por eles. A proposta foi aprovada na quinta-feira (10), em caráter conclusivo, pela Comissão de Constitui-ção e Justiça e de Cidadania (CCJ).

Se não houver recurso para a análise

Luiz Paulo Pieri

Eleita por unanimidade presidente da Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado, a deputada Marina Maggessi (PPS-RJ) alertou, em entrevista ao Jornal da Câmara, que se não houver mudanças na concepção de segurança pública, o Brasil terá um quadro de violência semelhante ao que tem hoje o Rio de Janeiro.

A deputada avalia que sua escolha para a presidência da comissão é um reconheci-mento de seu trabalho voltado ao setor. Para ela, o grande gargalo da segurança pública chama-se orçamento.

Marina Magessi é a primeira mulher a ocupar o mais alto cargo na comissão, “mas, desde os tempos em que eu era investigadora de polícia, nunca fui adepta do feminismo”. A deputada é jornalista de formação e atuou como inspetora na Polícia Civil do Rio de Janeiro por mais de 18 anos, onde conquistou o posto de chefe da Coordenadoria de Inteligência.

A Comissão de Constitui-ção e Justiça e de Cidadania (CCJ) aprovou na quinta-feira (10) a admissibilidade da Proposta de Emenda à Cons-tituição 312/08, do deputado Geraldo Pudim (PmdB-RJ), que retira do texto constitu-cional a hipótese de prisão do depositário infiel.

A PEC será analisada por comissão especial e depois submetida ao Plenário da Câmara, onde precisará dos votos favoráveis de 308 parlamentares, em dois turnos.

A Constituição prevê que só é possível a prisão civil por dívida em dois casos: quando a pessoa deixa de cumprir obrigações alimen-tícias e quando desvia coisa deixada sob sua guarda pela Justiça (agindo, assim, como depositário infiel).

Geraldo Pudim argumen-tou que o Brasil é signatário do Pacto Internacional dos Direitos Civis Políticos e da Convenção Americana sobre Direitos Humanos, que vedam a prisão do de-positário infiel.

O Supremo Tribunal Fe-deral (STF), conforme ele lembrou, também já se definiu pela impossibilidade da prisão do depositário infiel.

O relator, deputado an-tonio Carlos Biscaia (PT-RJ), explicou que, apesar de modificar cláusula pétrea (o artigo 5º da Constituição, sobre os direitos e garantias fundamentais), a PEC não é inconstitucional porque amplia a garantia concedida, ao retirar uma das hipóteses de prisão civil.

A cláusula pétrea é uma determinação constitucional rígida e permanente, insusce-tível de ser objeto de qualquer deliberação e/ou proposta de modificação, ainda que por emenda à Constituição. As principais cláusulas pétreas estão previstas no artigo 60 da Constituição, parágrafo 4º: “Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir: a forma federativa de Estado; o voto direto, secreto, universal e periódico; a separação dos Poderes; os direitos e garan-tias individuais”. Os direitos e garantias individuais são relacionados no artigo 5º, que tem 77 incisos.

Câmara obriga notificação de violência contra idoso

do projeto no Plenário da Câmara, ele será encaminhado diretamente ao Senado. O texto já havia sido aprovado pela Comis-são de Seguridade Social e Família.

A proposta muda o Estatuto do Idoso (Lei 10.741/03), que já obriga as autori-dades policiais, o Ministério Público e os conselhos municipal, estadual ou federal de idosos a comunicarem episódios de vio-lência em local público ou privado que

provoquem a morte do idoso, dano ou sofrimento físico ou psicológico.

De acordo com o relator, deputado Wolney Queiroz (PDT-PE), o projeto não tem problemas jurídicos. Sebastião Bala Rocha disse que a comunicação dos casos às autoridades sanitárias vai permitir a coleta de importantes dados estatísticos para subsidiar a formulação de políticas públicas.

serei o contraponto do

discurso das autoridades,

mostrando que os policiais são

mal pagos e saem das mesmas

comunidades que os bandidos

CCJ admite PEC que proíbe prisão

de depositário infiel

LAyCer toMAz

CONSTITUIçãO E JUSTIçA

DIREITO CIVIL

Edição semanal - 14 a 20 de setembro de 20096

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POLíTICAS PúBLICAS

DISCURSOS DA SEMANA comissão tem acordo para aprovar alimentação como direito social

O relator da comissão especial que analisa as propostas de emenda à Consti-tuição (PECs) que incluem a alimentação entre os direitos sociais, deputado Lelo Coimbra (PMDB-ES), afirmou na quar-ta-feira (9) que os integrantes do colegia-do chegaram a um acordo para aprovar a proposta do Senado que trata do tema (PEC 47/03).

O acordo prevê a rejeição da PEC 64/07, apresentada pelo deputado Na-zareno Fonteles (PT-PI), que também trata do tema, mas inclui na Constitui-ção como direito social, além da alimen-tação, a comunicação. Segundo Lelo Coimbra, o próprio Fonteles é favorável a esse acordo.

“É possível que o texto seja aprova-do na comissão por volta do dia 13 de outubro, quando acontecerá em Brasília um seminário internacional sobre ali-mentação”, ressaltou Coimbra.

O deputado espera que a proposta seja aprovada no Plenário em primei-ro turno antes de 16 de outubro, Dia Mundial da Alimentação. Segundo o deputado, os integrantes da comissão vão conversar com o presidente da Câmara, Michel Temer, para agilizar a tramitação da proposta.

Audiência pública – Na quarta-fei-ra, a comissão especial ouviu em audi-ência pública especialistas da área para aprofundar os debates. O presidente do Conselho Nacional de Segurança Ali-mentar e Nutricional (Consea), Renato Maluf, afirmou que é melhor trabalhar em um patamar em que a alimentação tenha um caráter de política de Estado,

que não varie com a troca de governos. “Ao colocar isso na Constituição, a ali-mentação como direito social torna-se obrigatória, assim como já acontece com a saúde e a educação”, avalia Maluf.

Ele lembrou ainda que, atualmente, a lei de segurança alimentar coloca a participação de estados e municípios como se dando em regime de colabora-ção com a União. “E sabemos que, sem estados e municípios, não há sistema de segurança alimentar no Brasil.”

O representante da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO) no Brasil, José Tubino, ressaltou que a crise alimentar mundial é crescente, com fome e desnu-trição atingindo um bilhão de pessoas. Ele sugeriu que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva anuncie ao mundo no dia 16 de novembro, quando começa a Cú-

pula Mundial da Alimentação, na Itália, a aprovação da alimentação como direito constitucional dos brasileiros.

Promoção eleitoral - Questionado se a sugestão de datas não teria caráter de promoção eleitoral, o relator Lelo Coimbra disse que não se deve dar a dimensão eleitoral à questão. “Como vivemos dimensões eleitorais perma-nentes, isso acaba sempre tendo uma expressão aos olhos de alguns como possibilidade de expressão eleitoral. Mas é um chefe de Estado apresentando um tema de relevância como um direito constitucional.”

A deputada Emilia Fernandes (PT-RS), eleita segunda vice-presidente da co-missão especial, afirmou que o momento é de desafio para o País e que os sindicatos deveriam se engajar na campanha pelo direito constitucional à alimentação.

audiência pública apoiará Marcha dos usuários de serviços de saúde Mental

A Comissão de Direitos Humanos e Minorias vai realizar audiência públi-ca em apoio à Marcha dos Usuários de Serviços de Saúde Mental em Brasília. A reunião, requerida pelos deputados Luiz Couto (PT-PB) e Pedro Wilson (PT-GO), vai ocorrer no mesmo dia da manifestação, 30 de setembro.

A Rede Nacional Internúcleos da Luta Antimanicomial (Renila) orga-niza a manifestação como resposta ao movimento contrário à Reforma Psi-quiátrica Brasileira, que promove uma campanha para frear as conquistas da luta antimanicomial.

Luiz Couto, que é presidente da

comissão, destacou que o colegiado tem na sua história a marca do compromisso com a dignidade das pessoas que neces-sitam de tratamento mental. “Um com-promisso de luta tanto pelo aperfeiçoa-mento das leis, quanto pelo acolhimento cotidiano de cidadãos que tiveram seus direitos humanos violados”.

De acordo com Pedro Wilson, os usuários dos serviços de saúde mental exigem que suas opiniões sejam levadas em consideração. “Os pacientes e fami-liares da Luta Antimanicomial são a pro-va viva de que se pode viver em socieda-de e que os pacientes podem ser tratados em liberdade e com cidadania”.

A marcha - A marcha pretende dar visibilidade aos usuários de Saúde Mental e suas organizações junto ao governo federal e a sociedade, com a finalidade de defender o SUS; reivin-dicar a realização da 4ª Conferência Nacional de Saúde Mental; a Reforma Psiquiátrica Antimanicomial; e exigir a efetiva implantação do programa De Volta Para Casa. Instituído pela Lei 10.708/03, o programa prevê pagamen-to diretamente ao próprio beneficiário, pelo período de um ano, e pode ser renovado se a pessoa ainda não estiver em condições de reintegrar-se comple-tamente à sociedade.

relator da PeC, Lelo Coimbra (d) espera que a proposta seja aprovada antes de 16 de outubro

Luiz xAvier

OrçamentoEste ano, pela primeira vez, o

Orçamento da União será debatido em todos os estados, segundo in-formou Gilmar machado (PT-mG). Ele lembrou que o processo foi iniciado em 2006, quando presidiu a Comissão Mista de Orçamento, com o debate nas regiões. Em relação à proposta enviada pelo governo, o deputado destacou entre os pontos que considera fundamentais a políti-ca de valorização do salário mínimo, a previsão de aumento dos salários do funcionalismo e o crescimento maior da economia. Gilmar Macha-do também criticou declarações do governador de Minas, Aécio Neves, que teria anunciado a intenção de pressionar os parlamentares de seu partido a não votar o Orçamento em virtude de descumprimento da Lei Kandir.

Aviação regionalAo defender a ampliação do

transporte aéreo regional no Brasil, Carlos alberto Canuto (PmdB-al) registrou a criação da Frente Parlamentar em Defesa do Trans-porte Aéreo Regional, presidida por Vital do Rêgo Filho (PmdB-PB). O parlamentar também ressaltou que o ministro da Defesa, Nelson Jobim, informou que o governo está finali-zando um plano para a promoção da aviação regional. “Não sabemos se será apresentado ao Congresso na forma de projeto de lei ou de medida provisória, mas a situação exige desta Casa mais empenho no debate do assunto”, declarou. Canuto destacou alguns pontos que considera importantes na discussão sobre o tema e sugeriu que os par-lamentares analisem a possibilidade de se aumentar a participação do capital estrangeiro nas empresas de transporte aéreo regional.

AposentadoriasLíder do PRB, Cléber Verde

(ma) solicitou apoio dos líderes para que sejam colocadas na pauta do Plenário as propostas que benefi-ciam aposentados e pensionistas. “O presidente [Michel Temer] disse que levará a matéria aos líderes. Tenho certeza de que, assim como foi feito com outras propostas - a exemplo da PEC dos Vereadores -, será feito com esses projetos, e faremos justiça aos aposentados e pensionistas deste País”, afirmou. O deputado também destacou projeto de sua autoria que cria o “sistema de desaposentação”, que permitirá que os aposentados que voltam ao mercado de trabalho depois de terem saído de forma proporcional possam obter aposentadoria integral após determinado período de volta à ativa. Ele criticou o acordo anunciado pelo governo sobre a recomposição dos benefícios e aposentadorias.

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ENTREVISTAS

Luiz Paulo Pieri

Novo coordenador da Frente Parlamentar da Criança e do Adolescente, o deputado Paulo

Henrique Lustosa (PMDB-CE) destaca o combate a qualquer tentativa de redução da maioridade penal como uma das principais bandeiras da frente para as comemorações dos 20 anos de criação do estatuto, promulgado em 1990. O ECA, afirma o deputado, é um instrumento importante porque conseguiu reduzir as práticas abusivas contra as crianças e os adoles-centes.

Quais os principais pontos do plano de ação aprovado pela frente parlamentar?

No dia 2 de setembro, quando assumi a co-ordenação da frente, lançamos o Plano de Ação para 2010, quando a promulgação do Estatuto da Criança e do Adolescente completará 20 anos. Nosso plano tem sete itens prioritários que vão desde a mobilização para as comemorações dos 20 anos do ECA até a institucionalização da frente parlamentar na Câmara dos Deputados.

Que outros itens fazem parte desse programa?A mobilização pela derrubada das iniciativas

que visam reduzir a maioridade penal, hoje de 18 anos, o acompanhamento dos dispositivos orça-mentários como a Lei de Diretrizes Orçamentá-

Paulo Henrique lustosa: vamos combater todasas tentativas de redução da maioridade penal

Sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva no final de agosto, a Lei 12030/09 inclui as

cooperativas educacionais entre as modalidades de insti-tuição privada de ensino, com o objetivo de estimular maior participação da sociedade no processo educacional. Autor do PL 547/07, que originou a lei, o depu-tado Lobbe Neto (PSDB-SP) explica que a ideia foi integrar, na gestão dessas cooperativas, pais, alunos e professores, além de par-ticipantes de programas de parceria com as escolas.

Como a ampliação do con-ceito das cooperativas pode beneficiar pais e alunos?

Lobbe Neto - Ampliando a participação da sociedade no gerenciamento e decisão das cooperativas, com a inclusão de participantes de programas como os Amigos da Escola, por exemplo, possibilitamos que as decisões sejam tomadas por uma parcela mais significativa de segmentos da

lobbe Neto: ampliação de cooperativas possibilitará ensino de melhor qualidade a preços mais acessíveis

rias, a proposta de Orçamento da União e os planos plurianuais, de forma a garantir mais recursos para os programas destinados à infância e à adolescência. Além da criação de coordenações regionais ou esta-duais e do fortalecimento da Rede Nacional de Fren-tes Parlamentares, vamos realizar ainda seminários, oficinas e aprimoramento das ações de cooperação internacional. Por outro lado, continuaremos lutando incansavelmente para envolver todos os setores, públi-cos e privado, na investigação e no combate aos crimes cibernéticos contra crianças e adolescentes. Entendo

que, nesse sentido, a experiência brasileira poderá servir como referência a diversos países.

Como funciona a Rede Nacional de Frentes Parlamentares de Defesa da Criança e do Ado-lescente?

É um sistema integrado por frentes parlamenta-res das três instâncias do Legislativo (federal, esta-duais e municipais) e visa fortalecer a luta por me-lhores condições de vida para os meninos e meninas do Brasil. A ideia é estimular a atuação conjunta das três instâncias, sobretudo em algumas questões fundamentais, como o fortalecimento do sistema de garantia de direitos e o Orçamento Criança. Atualmente, estamos nos mobilizando também para a criação de uma rede latinoamericana. Em quase 20 anos, o Estatuto da Criança e do Ado-lescente conseguiu reduzir o trabalho infantil?

O trabalho infantil no País ainda se contrapõe ao ECA, embora a taxa de crianças trabalhando tenha caído mais de 50% desde 1992. O estatuto surgiu para pôr abaixo séculos de práticas abusi-vas contra as crianças e os adolescentes, e o nosso trabalho é fazer com que ele funcione em toda a plenitude. Para tanto, é preciso fiscalizar as leis que surgem e acompanhar seu impacto na proteção às crianças, como é o caso da Lei Cleber Matos, san-cionada recentemente pelo presidente Lula, que regulamentou a adoção no Brasil.

ralizada?Lobbe Neto - Pode ser maior, principalmente,

em cidades do interior do País, onde há grande disparidade na qualidade do ensino oferecido pelas escolas públicas e pelas particulares. Nesse caso, pais, alunos e outros parceiros podem criar um novo estabelecimento em forma de coopera-tiva, que é um tipo de empreendimento que não visa lucro, possibilitando um ensino melhor, com professores que recebam um salário adequado à função e mensalidades menores.

O que possibilita a essas instituições cobrar preços mais acessíveis do que os das escolas da rede privada?

Lobbe Neto - Justamente o fato de as coo-perativas não visarem o lucro. Já que elas são criadas e gerenciadas de forma conjunta, e ago-ra também por outros integrantes do processo educacional, como os Amigos da Escola, sem ter o ganho financeiro entre seus objetivos, podem pagar melhor os professores e oferecer um ensino de qualidade sem que isso impacte tanto nas mensalidades.

Como as cooperativas não

visam o lucro, podem pagar melhor

os professores e oferecer um ensino

de qualidade sem que isso

impacte tanto nas mensalidades.

população ou de determinada comuni-dade, o que pode melhorar a qualidade de ensino e estimular a criação de novas escolas.

Pode haver uma demanda maior por esse tipo de escola em determinados locais ou ela é gene-

rodoLFo stuCkert

LAyCer toMAz

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SEGURIDADE SOCIAL

A Comissão de Legislação Parti-cipativa aprovou, na semana passada, sugestão da Associação das Câmaras Municipais da Microrregião Doze para que todo estudante da área médica e odontológica que concluir a graduação em universidade pública tenha que prestar serviço voluntário atendendo à população carente.

O relator da matéria, deputado Lincoln Portela (PR-MG), defendeu a aprovação da medida, que será trans-formada em projeto de lei de autoria da Comissão de Legislação Participativa. “A intenção do projeto é que os egressos de escolas médicas e de odontologia pú-blicas prestem serviços à comunidade, após sua graduação, em meio expediente e pelo período de um ano”, explicou.

eutanásia é incompatível com o direito à vida previsto na constituição, diz advogado

Bruno Angrisano

Em audiência pública na semana passada, o advogado e especialista em biodireito José Miranda de Siqueira afirmou que a discussão sobre a euta-násia não é possível do ponto de vista da legislação atual. Ele lembrou que a Constituição tem como cláusula pétrea a garantia do direito inviolável à vida (artigo 5º) e, por esse motivo, a única chance de se discutir a legalidade da eutanásia seria por meio de uma assem-bleia constituinte.

“O ordenamento jurídico nacional jamais reconheceu a eutanásia, dada essa inconstitucionalidade”, disse Si-queira, durante reunião promovida pela Comissão de Seguridade Social e Família. O advogado explicou que o único reconhecimento que poderia ha-ver sobre a eutanásia no ordenamento jurídico brasileiro está no Código Penal (parágrafo 1º do artigo 121), que permi-te a redução da pena para quem come-teu homicídio por motivo de “relevante valor social ou moral”.

A audiência sobre eutanásia foi sugerida pelo deputado Dr. Talmir (PV-SP) - autor de um projeto de lei para transformar essa prática em crime hediondo (PL 2283/07). O projeto será votado pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania.

A eutanásia já é proibida no Brasil e em diversos países do mundo. Na maio-ria das vezes, ela consiste na injeção de anestésicos até que o paciente terminal

morra sem dor. Ortotanásia - Para

Dr. Talmir, a vida não deve ser abreviada por nenhum procedimen-to. Além da eutanásia, ele condena procedi-mentos considerados pela classe médica como menos radicais, como a chamada or-totanásia, em que o tratamento médico é interrompido até que o paciente morra na-turalmente.

“Não existe meio termo. Na definição grega, a eutanásia é uma morte boa. Porém, se for feita com o fim de abreviar a vida do ser humano, seja pela ortotanásia, seja pela distaná-sia [morte lenta, com muito sofrimen-to], é um assassinato.”

Durante o evento, o médico Rodolfo Acatauassú Nunes, representante da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), disse ser contra qualquer tipo de procedimento que resulte na morte de um doente terminal. Ele afirmou, no entanto, ser a favor de ações para trazer conforto ao paciente no fim da vida, como a opção pela não introdução de procedimentos de ressuscitação e o uso de anestésicos para aliviar a dor de pacientes terminais.

Segundo o assessor jurídico do Conselho Federal de Medicina, Daniel Novaes, o órgão é contra a ideia de

eutanásia. Entretanto, ele defendeu a discussão sobre a ortotanásia para evitar o prolongamento desnecessário do sofrimento de um paciente terminal.

Já o diretor de Comunicação da Associação Médica Bra-sileira, Elias Fernando Miziara, afirmou que, se a eutanásia fosse permitida no Brasil, a decisão sobre o procedimento não poderia ser do médico. Para ele, essa decisão deveria ser exclusiva do paciente, que teria a liberdade de escolher “seu caminho de vida”, quando tiver certeza de que a vida não lhe será mais útil. (Ba)

LEGISLAçãO PARTICIPATIVA

aprovada sugestão para estudante prestar serviço a carentesCompromisso - De acordo com a

proposta, que vai tramitar pelas comis-sões técnicas da Câmara relacionadas ao tema, ao ingressar nas instituições de ensino, o estudante assinará um termo de compromisso com informa-ções sobre as condições de prestação do serviço comunitário e de que o não cumprimento implicará sanções pecu-niárias.

O parlamentar destacou que os governos federal e estaduais investem “somas altíssimas” na formação de es-tudantes em instituições públicas. “Tal investimento é feito em detrimento da educação fundamental, média e técnica e, ao se formarem, os estudantes não dão nenhum retorno para a população”, ressaltou Portela.A proposta prevê que todo estudante da área médica e odontológica de universidades

públicas deverá prestar serviço voluntário à população carente depois de formado

Também na audiência, o pastor Abner de Cássio Ferreira disse que a prática da eutanásia, além de ilegal, vai contra o juramento de Hipócrates - declaração feita por médicos na oca-

sião da formatura e que trata da ética no relacionamento com os pacientes. O pastor questionou, ainda, se a eutanásia é uma forma de manter a vida enquanto ela é digna.

Médico defende ações para trazer conforto aos pacientes terminais

segundo os participantes da audiência pública, a única chance de se discutir a legalidade da eutanásia seria por meio de uma assembleia constituinte

sAuLo Cruz

Luiz ALves.

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ENTREVISTA

Foi publicado no diário oficial o regimento interno da 1ª Confe-rência Nacional de Comunicação. Pelas regras aprovadas, os governos dos estados e do Distrito Federal têm até o próximo dia 15 de setem-bro para convocar suas conferên-cias. Caso não o façam, o poder le-gislativo estadual e distrital deverá convocá-las até o dia 20 deste mês. Após essa data, a própria comissão organizadora da Conferência pode fazer a convocação.

As etapas estaduais poderão ser realizadas até 8 de novembro. O evento nacional foi confirmado para os dias 1º a 3 de dezembro. A conferência vai servir de base para a elaboração de um novo marco legal para a comunicação no Brasil.

Depois de semanas com muita polêmica, a comissão organizadora concluiu a elaboração do regimen-

to, deixando de fora apenas os temas do evento e a metodologia. Esses assuntos serão definidos em resoluções específicas da própria comissão organizadora. A deputada Luiza Erundina (PSB-SP), representante da Câmara na comissão organizadora, garantiu, no entanto, que esses dois pontos serão aprovados nos próximos dias.

Quórum - Entre outras medidas, o regimento da conferência define o quórum para votação de temas sen-síveis e a distribuição de delegados no evento. Serão necessários 60% dos votos presentes para a aprovação de temas considerados sensíveis, com no mínimo um voto de cada segmento

representado empre-sários, sociedade e poder público. A in-dicação de um tema sensível deve ser feita por metade de um desses segmentos. Já a distribuição dos de-legados ficou definida em 40% para os mo-

vimentos sociais, 40% para as entida-des empresariais e 20% para o poder público, incluindo o Legislativo.

Além das conferências esta-duais, Câmara e Senado também preparam um debate sobre a con-ferência. O objetivo é envolver o maior número de parlamentares no debate, já que as políticas que serão discutidas durante a confe-rência devem ser transformadas em iniciativas legislativas a serem debatidas no Congresso.

Luiz Paulo Pieri

A velocidade da evolução tecnológica faz com que qualquer lei que se aprove hoje regulamentando os crimes na internet já entre em vigor desfasada, o que leva à necessidade de atualização permanente. A afirmação é do deputado Colbert Mar-tins (PMDB-BA), relator, no Conselho de Altos Estudos e Avaliação Tecnoló-gica da Câmara, de um documento que irá subsidiar o Projeto de Lei 84/99. Em tramitação no Congresso há 10 anos, o texto tipifica, no Código Penal, condu-tas realizadas mediante o uso de sistemas eletrônico, digital ou similares, de rede de computadores, ou que sejam praticadas contra dispositivos de comunicação ou sistemas informatizados.

De que forma esse estudo pode con-tribuir na aprovação do projeto?

Estamos promovendo um amplo debate para que, até o fim do ano, pos-samos concluir o estudo como contri-buição ao PL 84/99, que já foi aprovado na Câmara, alterado no Senado e voltou à Câmara, onde tramita em regime de urgência em três comissões. Acredito que o respaldo de especialistas e consul-

colbert Martins: lei sobre crimes na internet já precisará de atualização quando entrar em vigor

REGULAMENTAçãO

tores legislativos sobre o assunto pode facilitar a aprovação com mais facilida-de pelo Plenário. Queremos votar logo essa proposta. Não dá para se colocar uma pedra no assunto. Está na hora de se definir o que são os crimes cibernéti-cos, porque eles estão acontecendo com muito mais intensidade.

De que forma o Conselho de Al-tos Estudos está encaminhando esse assunto?

O que debatemos no conselho são

as modificações feitas no Senado, que realizou, inclusive, um seminário inter-nacional sobre o tema, à época em que o senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG) era o relator da matéria naquela Casa. O resultado dos trabalhos será consoli-dado em uma publicação editada pelo Conselho de Altos Estudos e também pode gerar a apresentação de projetos e sugestões ao governo.

Quais são os pontos mais impor-tantes da proposta?

É difícil conceituar o que é impor-tante, uma vez que a velocidade da in-ternet impõe um ritmo acelerado para a atualização de qualquer lei que se apro-ve sobre o assunto. Entendo, no entan-to, que um dos itens mais polêmicos é a obrigação de os provedores de acesso guardarem, por três anos, dados da co-nexão do usuário, como hora, data e o chamado URL, para atender requisições da Justiça. Temos interesse em garantir a privacidade, e não o anonimato. Da forma como está no texto, os provedores de acesso à rede mundial de computa-dores não serão responsabilizados pela indenização de fraudes na internet, no caso do usuário que acessa sua conta

bancária, por exemplo. Comprovar a fraude continuará sendo obrigação das instituições financeiras. Outra ques-tão que foi modificada diz respeito aos direitos autorais na internet. É preciso analisar com cuidado como proibir con-dutas comuns, como a transferência de músicas de um CD para o Ipod, para uso pessoal ou para comercialização.

Por que o projeto está tramitando há tanto tempo, quando a regulação de qualquer tema relacionado à internet exige celeridade?

A proposta da Câmara ganhou um substitutivo no Senado e voltou à Casa de origem para ser analisada novamente. O texto é de 1999 e foi modificado em 2002 pelos senadores. Só que a internet de 2002 era diferente da internet de 2009. Por isso, esta será uma lei que precisará de modificações frequentes. Um exemplo é que, a partir de 2005, os crimes de pe-dofilia, desvios bancários, dentre outros, aumentaram mais de 100%. Entendo que é preciso punir, com cuidado para não invadir a privacidade, e quanto mais tempo ficar parado o projeto, aumentará o número de usuários da rede que estão sendo prejudicados.

Publicadas regras para realização de conferências de comunicação

rodoLFo stuCkert

Tramita na Câmara o Projeto de Lei Complementar 492/09, do deputado miro Teixeira (PdT-RJ), que permite a publica-ção, na internet, de texto, som e imagem relacionados a programas de ação e propa-ganda eleitoral sob a responsabilidade de candidato ou titular de mandato eletivo.

Pelo projeto, esse tipo de divulgação não será considerado crime eleitoral nem conduta passível de inelegibilidade. O texto também permite que os pré-can-didatos participem de eventos públicos desde a data limite para desincompati-bilizações até a respectiva convenção. A proposta, que tramita em regime de prioridade, será analisada pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) e pelo Plenário.

Miro Teixeira explica que o objetivo é estimular a exposição de ideias e debates políticos. Ao permitir a participação em even-tos públicos, o texto corrige a interpretação atual de punir pré-candidatos que participem abertamente de atividades que precedam a convenção partidária, ressalta.

Projeto autoriza propanda eleitoral

na internet

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CATÁSTROFES

Pré-Sal ICelso maldaner (PmdB-

sC) pediu à Câmara agilida-de na análise dos projetos que instituem o marco legal do pré-sal, mas sugeriu alterações principalmente em relação à distribuição dos royalties entre estados e municípios (PL 5938). Mal-daner lembrou que, no ano passado, o estado do Rio de Janeiro, que é produtor, recebeu R$ 10,3 bilhões, ou 45,5% da arrecadação total das operações com petróleo - participação maior que a da União, de 39,4%. Ao fundo especial, prosseguiu, que é distribuído entre todos os estados e municípios, foram destinados no período apenas R$ 855 milhões, ou 3,8% do total. Segundo o deputado, não se sustenta a tese de que um campo de petróleo situado a 300 qui-lômetros da costa pertença ao território de determinado estado produtor. Se forem mantidos os critérios vi-gentes de distribuição dos royalties e da participação especial, aler tou, serão agravados os “já sérios problemas” de distribuição de renda do País.

Pré-Sal II A Bancada do Nordeste

decidiu apresentar seis emendas ao PL 5940/09 com o objetivo de incluir no texto que cria um fundo social com recursos do pré-sal a previsão de criação de um outro fundo de desen-volvimento para Nordeste, Centro-Oeste e Norte. “Já que não é possível, do ponto de vista constitucional, no meu entender, dividir os royalties para as demais regiões”, afirmou Vicente arruda (PR-Ce). O fundo social previsto pelo projeto do Executivo prevê a dis-tribuição dos recursos do pré-sal para o combate à pobreza, o desenvolvimento da educação, da saúde, da ciência e tecnologia e do meio ambiente. O deputado elogiou vários pontos dos projetos, principalmente o que autoriza a cessão à Petrobras de blocos do pré-sal que não foram ainda licitados. Com isso, disse, a Petrobras poderá alavancar no mercado R$ 100 bilhões que servirão para apressar o processo de exploração.

DISCURSOS DA SEMANA

A Comissão de Direitos Humanos e Minorias aprovou na semana passada a criação da Subcomissão Especial sobre Situações de Emergência Causadas por Ca-tástrofes. O grupo vai monitorar a ação do Executivo na garantia dos direitos funda-mentais das pessoas em situação de emer-gência. Além disso, debaterá planos para prevenir desastres ambientais e reconstruir as condições de vida das comunidades afe-tadas. A criação foi proposta pelos depu-tados Luiz Couto (PT-PB), presidente da comissão, e Pedro Wilson (PT-GO).

De acordo com os deputados, os direi-tos humanos de grande parte da população ficam vulneráveis em situações de emergên-cia e o Parlamento tem papel importante nesses casos. Luiz Couto disse que faltam dotações orçamentárias para emergências, pois os recursos disponíveis para ajudar as vítimas são liberados com lentidão.

A subcomissão será instalada após a manifestação dos parlamentares que de-sejarem participar do colegiado.

Seminário - Por iniciativa dos mesmos deputados, a comissão aprovou a realiza-ção de seminário para discutir estratégias e meios para garantir os direitos humanos de vítimas de situações de emergência. Serão debatidas formas de qualificar a intervenção do Estado e de promover novas maneiras de engajar a sociedade nos trabalhos voluntários.

Em 2008, houve desastre em Santa Catarina e neste ano as regiões Norte e Nordeste foram atingidas por fortes enchentes. Na semana passada, chuvas intensas e desmoronamentos atingiram 104.209 pessoas, segundo relatório da De-fesa Civil estadual. Um tornado matou quatro pessoas no município de Guara-bira, onde a destruição foi maior.

subcomissão vai discutir ações em situações de emergência

A Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional vai enviar uma representação para participar da 15ª Conferência da Partes (COP-15) da Convenção das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, que ocorrerá de 7 e 18 de dezembro, em Copenhague (Dinamarca). O encontro tem por obje-tivo estabelecer um tratado multilateral ambiental que substituirá o Protocolo de Quioto, vigente de 2008 a 2012.

O deputado antonio Carlos men-des Thame (PsdB-sP), que propôs a nomeação dos integrantes do grupo, disse que as nações estão percebendo a necessidade de fazer mais para conter as emissões de gases do efeito estufa, e, para isso, precisarão tomar decisões que

podem selar uma nova era na luta contra o aquecimento global.

O Brasil está entre as maiores econo-mias do mundo e, por isso, tem um papel importante nas discussões sobre as mu-danças climáticas. “A conferência poderá resultar em metas mais ambiciosas para a redução de carbono, em ações mais efetivas dos países em desenvolvimento e regras para financiar todo esse esforço”.

Em reunião da Comissão Mista de Mudanças Climáticas no início deste mês, o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, pediu a aprovação de projetos para levar à Convenção do Clima.

A reunião para definir os integrantes da comissão que participará do evento ainda não foi programada.

Deputados participarão de conferência sobre o clima

Na última semana, as chuvas em santa Catarina voltaram a causar enchentes e destruição, atingindo 104.209 pessoas

A Comissão de Desenvolvimento Econô-mico, Indústria e Comércio aprovou na quin-ta-feira (10) o Projeto de Lei Complementar 269/09, do deputado davi alves silva Júnior (PdT-ma), que cria um complexo geoeco-nômico e social que abrangeria as regiões Nordeste, Norte e Centro-Oeste, além dos municípios de Minas Gerais e do Espírito Santo com padrões climáticos do semiárido.

O projeto ainda será votado nas comis-sões de Finanças e Tributação; e de Cons-tituição e Justiça e de Cidadania, antes de ir ao Plenário.

O objetivo do texto é facilitar a atuação do governo federal na promoção do de-senvolvimento integrado de toda a área.

Desenvolvimento aprova criação de complexo geoeconômico

“Este ano, presenciamos cenas desola-doras de dor e constatamos, em contato com as comunidades atingidas, a negação

dos direitos fundamentais da população, seja por causa da ausência ou da negligên-cia do Estado”, disse Pedro Wilson.

Segundo o projeto - com a redação definida em emenda da Comissão da Amazônia -, as ações do Poder Público voltadas ao complexo serão administradas pelas Superintendências de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) e da Amazônia (Sudam); e pela Secretaria de Desenvolvimento do Centro-Oeste.

O relator da matéria na Comissão de De-senvolvimento Econômico, deputado José Guimarães (PT-Ce), avalia que o projeto contribui para “o desenvolvimento das regi-ões mais necessitadas do País” ao propor a regulamentação do dispositivo constitucional que permite a instituição de complexos geo-econômicos para reduzir as desigualdades regionais e sociais.

AGBr

davi Alves silva Júnior

LAyCer toMAz

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ENTREVISTA

Como surgiu a ideia de elaborar um Estatuto da Igualdade Racial?

Da luta dos negros e negras, com a solidariedade dos brancos e de todas as etnias. Ele é o resultado também da luta iniciada há 350 anos com a indignação de nossos antepassados. Mais recen-te, ele é consequência de uma luta de mais de dez anos no Poder Legislativo. A versão aprovada na Câmara é a que foi aprovada pelo Senado e modificou alguns itens do texto que os deputados haviam aprovado em 2002.

O que garante o Estatuto?O projeto original (PL 3198/00) é

do ex-deputado e atual senador Paulo Paim (PT-RS), que foi concebido para garantir direitos essenciais à população negra brasileira em sua totalidade. O texto, que tem caráter compensatório e sobretudo reparatório, impõe normas com finalidade de combater a discrimi-nação racial incidente sobre a população negra, com a implementação de políti-cas públicas pelo Estado.

Como foi o processo para aprova-ção da matéria?

Foram várias fases, mas quero des-tacar a importância da II Conferência Nacional da Igualdade Racial, ocorrida dos dias 25 a 28 de junho em Brasília. No evento, ficou definida como priori-dade a urgência da votação do Estatuto da Igualdade Racial.

O que o senhor como mais mais positivo no Estatuto?

O primeiro ponto é que ele permitirá a inclusão de 90 milhões de brasileiros e brasileiras que vivem num processo de apartheid e exclusão brutal. Ele também fará com que, após 121 anos de aboli-ção da escravatura, os negros deixem de ser apenas dois artigos na Lei Áurea. A garantia à saúde é fudamental, porque nós negros temos doenças que são espe-cíficas da população afrodescendente, como a anemia falciforme que agora vai ter uma política de tratamento especial no Sistema Único de Saúde.

Qual foi a maior controvérsia na discussão do Estatuto?

Houve muitas questões que acir-raram os debates, mas a maior con-trovérsia questionada durante as reu-

niões foi quanto à posse da terra por comunidades quilombolas. Tanto que a questão agora será decidida pelo Supre-mo Tribunal Federal, uma vez que há uma ADI do Democratas contestando o Decreto 4887/2003, do Executivo, que regularizou as terras quilombolas. Diante disso, o Estatuto não discipli-nou esse assunto. O relator, deputado Antônio Roberto (PV-MG), retirou o artigo que definia quem são os rema-nescentes de quilombos.

O senhor avalia que Estatuto, quando aprovado pelo Congresso, será uma lei que vai pegar?

Com certeza. Claro que haverá seto-res que vão dizer que não houve avan-ços, mas a história vai mostrar isso. A Lei Caó (inciso 42 do artigo 5° da Cons-tituição Federal, que prevê a prática do racismo como crime inafiançável) foi combatida e rejeitada por alguns setores e hoje se mostrou atual e ideal, permitin-do a tipificaçao do crime de racismo.

Como será a tramitação do pro-jeto?

Ele agora vai para o Senado Federal,

onde também há um acordo para ime-diatamente se constituir uma comissão especial para aprovar o Estatuto, a fim de que o presidente Lula possa sancioná-lo ainda neste ano. Nossa previsão é de que o texto seja aprovado até o dia 20 de novembro, que é o Dia Nacional da Consciência Negra.

Coheça os principais pontos do Estatuto da Igualdade Racial (PL 6462/05), aprovado na quarta-feira (9) pelos deputados.

emprego: o Poder Público poderá oferecer incentivos a empre-sas com mais de 20 empregados que contratarem pelo menos 20% de negros.

Capoeira: a capoeira é re-conhecida como desporto de criação nacional. Assim, o Estado deverá garantir o registro e a proteção da capoeira, inclusive destinando recur-sos públicos para essa prática. A ati-vidade de capoeirista é reconhecida

em todas as modalidades (esporte, luta, dança e música).

discriminação: a proposta acrescenta à Lei 7.716/89, sobre discriminação racial, o crime de expor, na internet ou em qualquer rede pública de computadores, informações ou mensagens que induzam ou incitem a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional. A pena prevista é reclusão de um a três anos e multa.

liberdade religiosa: a proposta assegura o livre exercício dos cultos religiosos de origem afri-

cana, prevendo inclusive assistência religiosa aos seus seguidores em hospitais e também denúncia ao Ministério Público para abertura de ação penal em face de atitudes e práticas de intolerância religiosa.

moradia: os programas de moradia do governo federal deverão assegurar tratamento equitativo à população negra, assim como os bancos públicos e privados que atu-am em financiamento habitacional.

Foto em currículo: a proposta proíbe empregadores de exigir boa apa-rência e de pedir fotos em currículos de candidatos a empregos. Os infratores

ficam sujeitos a multa e prestação de serviços à comunidade.

Recursos públicos: os planos plurianuais (PPAs) e os or-çamentos anuais da União deverão prever recursos para a implementação de programas de ação afirmativa nas áreas de educação, cultura, esporte e lazer, trabalho, meios de comuni-cação de massa, moradia, acesso à terra, segurança, acesso à Justiça, financiamentos públicos e contratação pública de serviços e obras.

saúde: a proposta fixa as di-retrizes da Política Nacional de Saúde Integral da População Negra.

texto aprovado aborda temas como emprego, religião e saúde

carlos santana: estatuto permitirá a inclusão a 90 milhões de negros e negras

Presidente da comissão especial que debateu e aprovou o Estatuto da Igualdade Racial, o deputado Carlos San-tana (PT-RJ) afirmou, em entrevista ao Jornal da Câmara, que a aprovação representa o reconhecimento de que não há igualdade racial no Brasil, “o que sempre foi negado”. Segundo informou o parlamentar, foram necessárias mais de 40 reuniões na comissão especial em que foram ouvidas cerca de 200 entidades para que se chegasse ao

consenso que permitiu a aprovação da matéria por unanimidade.

Luiz Paulo Pieri

BerNArdo HeLio

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Edição semanal - 14 a 20 de setembro de 200912

Disque - Câmara 0800 619 619www.camara.gov.br

OPINIãO

Viva o estatuto da igualdade racialAntonio Roberto

Há 121 anos, o Brasil inaugurava uma nova era no trato das relações hu-manas. A Lei Áurea concedeu liberda-de aos negros e pôs fim aos sombrios anos em que a escravidão era legaliza-da. De lá pra cá, nosso País passou por profundas transformações culturais, sociais, econômicas e políticas.

Mas todas essas mudanças ainda não foram suficientes para dar um fim ao preconceito racial. Sabedor das dificuldades enfrentadas pela população afrodescendente, fui de-signado e aceitei com orgulho a re-latoria do projeto que cria o Estatuto da Igualdade Racial.

Depois de um ano e meio de muita discussão, tive a felicidade de ver o substitutivo que elaboramos sendo aprovado por unanimidade, sob o aplauso de parlamentares de todos os partidos e de integrantes do mo-vimento negro. Com essa aprovação, damos um grandioso passo para a aproximação desta Casa às reais ne-cessidades do nosso povo. Provamos também que essa não é uma luta de pele, não é uma questão de cor. É, sim, uma luta de todos aqueles que acreditam no ser humano, na igualda-de de direitos e na justiça social.

O estatuto nasce com a responsa-

bilidade de reparar desigualdades gritan-tes. Temos a segunda maior população negra do mundo. Em 2007, o percentual de pessoas que se declaravam pretas ou pardas chegou a 49,8% contra 49,4% que se diziam brancos. Apesar dessa maioria, institutos de pesquisa mostram que os negros são os mais pobres, têm menos tempo na escola e recebem os menores salários. Por outro lado, são maioria nas prisões, entre os desempregados e os que moram em favelas.

Disparidades - As diferenças ra-ciais são evidentes quanto falamos, por exemplo, de educação. Considerando o tempo médio que negros e brancos

passam em sala de aula, as mulheres brancas estudam um ano e nove meses a mais que as negras. Já entre os homens, a diferença pula para mais de dois anos a favor dos brancos.

E as disparidades não param por aí. Enquanto, em 2007, 20% da população branca estava abaixo da linha da pobreza, mais que o dobro de negros, exatos 41,7%, encontravam-se nessa situação.

Dos domicílios beneficiados pelo Pro-grama Bolsa Família, 69% são chefiados por negros. A maior parte dos empregados domésticos são mulheres negras. O número de re-sidências sem geladeira é três vezes maior entre os negros que entre os brancos. Os negros tam-bém são maioria entre os analfabetos, e as mulhe-res negras são as que têm o menor nível de cober-tura da Previdência.

Os números com-provam aquilo que muitos já sabem ou per-ceberam: o preconceito existe sim e o Estado tem uma inegável dívida com os afrodescendentes. Dí-vida que só poderá ser saldada dando igualdade de oportunidades a negros, mestiços e pardos. E é isso que pretende o Estatuto da Igualdade Racial.

Costumo comparar o estatuto a uma segunda abolição. Em 1888, foram retirados apenas os grilhões físicos que prendiam os escravos. Agora, vamos retirar os grilhões da indiferença, do descaso e do preconceito, que mantive-ram os negros à margem da sociedade durante todo esse tempo.

Sabemos que toda luta social é di-fícil, avança aos poucos. O importante é ressaltar que, neste momento, o esta-tuto representa um grande avanço e a sua essência contempla, de fato, aquilo

que se convém cha-mar justiça social.

Agora começa uma nova luta, desta vez coordenada pe-los senadores, para a aprovação defi-nitiva do estatuto. Mas a caminhada ficou mais curta e já é possível avistar um destino grandioso e justo, com a plena reparação do grande pecado histórico da

discriminação racial.

estatuto mestiço sem o germe da discriminaçãoOnyx Lorenzoni

O Estatuto da Igualdade Racial, aprovado recentemente, na comissão especial da Câmara, é fruto do diálo-go, da flexibilização e da vontade de implementar um regramento que ver-dadeiramente funcione. Por ser neto de imigrantes, sei da importância da valorização e do reconhecimento de uma cultura.

Ainda mais, como é o caso da cultura negra, rica em simbolismos e significados. Afinal, não podemos esquecer que, em inúmeros estudos e teorias, a África é apontada como o berço das civilizações e com ela todo o arcabouço cultural.

Assim sendo, não poderia, junto com meus pares, concordar com uma norma que, em vez de propiciar opor-tunidades, apresentava-se como um divisor de nossa sociedade. Foi par-tindo dessa premissa que teve início a construção de um entendimento que permitisse colocar um ponto fi-nal nas obstruções para a votação

desse texto.Cabe destacar a profícua conversa

mantida com o ministro da Igualdade Social, Edson Santos, às vésperas da vo-tação, quando foi possível demonstrar que o instrumento regimental adotado pela oposição nada mais era do que a certeza de oferecer um Estatuto eficaz aos negros, pardos e mestiços brasileiros que tanto orgulham a essa nação.

Não podemos esquecer que a abo-lição da escravatura aconteceu em 1888, quando a princesa Isabel asse-gurou a liberdade aos “negros”. De lá para cá, todos são iguais e a todos são oferecidas as mesmas oportunidades. Assim como as mulheres, que apenas no século XX conquistaram o direi-to de votar e trabalhar, inclusive recebendo re-muneração igual ou su-perior àquela ofertada aos homens.

Definições gené-ricas - E é com essa convicção que enten-demos que não pode-ríamos aceitar que uma legislação produzida em pleno século XXI fosse pautada pelo conservadoris-mo e trouxesse em seu bojo conceitos arcaicos e discriminadores. Preferimos a instituição de definições genéricas, como as que atualmente encontramos contempladas na Carta Magna.

Com o Estatuto, vamos retirar os grilhões da indiferença, do descaso e do

preconceito, que mantiveram os

negros à margem da sociedade durante todo esse tempo

Acreditamos ainda que os ajustes propostos ao Estatuto, em discussão no Congresso Nacional, asseguram a promoção do negro e, diferente-mente da ideia original, não carrega

a sina racial. Não te-nho dúvida alguma de que a comissão especial instituída para tratar desse tema tão relevante conseguiu aprovar um relatório “mesti-ço” que propiciará a promoção do negro sem trazer o germe da discriminação racial e, ao mesmo tempo, impedindo que em futuro, pró-

ximo ou longínquo, tenhamos no seio de nossa comunidade a formação de castas.

Não poderíamos aceitar que uma

legislação produzida em pleno século XXI fosse pautada pelo conservadorismo e trouxesse em

seu bojo conceitos arcaicos e

discriminadores

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Antônio Roberto é deputado federal pelo PV de Minas Gerais e relator do Estatuto. Contato: [email protected]

Onyx Lorenzoni é deputado federal pelo DEM do Rio Grande do Sul. Contato: [email protected]