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FAZ MAIS PELA SUA FARMÁCIA ACONSELHAMENTO FARMACÊUTICO DEPRESSãO NAS DIFERENTES ETAPAS DA VIDA UMA INICIATIVA

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Depressão nas Diferentes etapas Da ViDa

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o que é A Depressão?A depressão caracteriza-se por um estado de tristeza intensa e/ou prolongada, perda de interesse por atividades agradáveis e perda de energia ou cansaço exagerado.1

A depressão é uma doença grave, com grande impacto na vida das pessoas, nas famílias e nas so-ciedades.

Aproximadamente 20% da população portuguesa sofre de depressão, a qual é responsável por cerca de 1.200 mortes por ano.1 É a principal causa de incapacidade e a segunda causa de perda de anos de vida saudáveis.

Segundo a OMS, a importância da depressão é comparável à das doenças crónicas, como as doen-ças cardiovasculares, hipertensão e diabetes.2

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Depressão nA criAnçA

PrevalênciaA prevalência da depressão está a aumentar de geração em geração, e inicia-se em idades cada vez mais precoces.3

Muitas crianças, com depressão não diagnosticada, são classificadas como tímidas, preguiçosas, desobedientes ou como sofrendo de Perturbação de Hiperatividade e Déficit de Atenção e outros distúrbios, os quais, no entanto, podem ser coexistentes.3

» Perturbação Depressiva Major (PDM): forma mais grave e incapacitante de depressão, tem uma prevalência de 1% na idade pré-esco-lar e 2% na idade pré-pubertária.

» Perturbação Distímica (PD): forma menos grave mas mais crónica de depressão, ocorre em cerca de 2% das crianças.

Até aos 12 anos a prevalência é igual em ambos os géneros, contrariamente à maior prevalência da doença nas adolescentes e mulheres adultas (2:1 em relação aos homens).3, 4

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Em metade das crianças com depressão coexiste outra perturbação psicológica como a ansiedade (Perturbação da Ansiedade), distúrbio alimentar ou Perturbação de Hiperatividade e Déficit de Aten-ção3. Na criança e no adolescente, a ansiedade e a depressão são entidades comuns que devem ser precocemente diagosticadas e tratadas; ambas as condições podem ser precursoras de psicopa-tologia na idade adulta.4

Fatores de riscoFilhos de pais com depressão têm risco mais elevado de ter a doença. Cerca de 50% do risco de de-pressão na criança é hereditário.3

Diversas situações podem contribuir para aumentar o risco de depressão na criança:3, 4

» morte ou divórcio dos pais

» rejeição, hostilidade ou falhas de suporte afetivo

» doenças crónicas

» stress, trauma físico ou psicológico, bullying

» abuso físico, emocional ou sexual

» abuso de substâncias, álcool e tabaco

» dificuldades de atenção, aprendizagem ou comportamento

» incapacidade para atingir objetivos demasiado exigentes

» modo de vida condicionado por rigorosas convicções morais ou religiosas

» castigos sistemáticos com pouca ou nenhuma recompensa

» incapacidade para se adaptar a mudanças súbitas

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aPresentação clínica» crianças em idade pré-escolar: não têm aptidão para verbalizar sentimentos de tristeza

» os sintomas depressivos devem ser interpretados a partir das alterações do comportamento

» as manifestações variam desde a tristeza e perda de apetite até a um distúrbio depressivo major ou doença bipolar com pensamentos sobre a morte5,6

» o exame médico completo é obrigatório para excluir causas orgânicas. Devem usar-se escalas de avaliação da depressão infantil e incluir-se avaliação da história parental e do relacionamento pais-filho.5,6 A colaboração dos professores é muito útil nesta avaliação. A depressão infantil re-quer frequentemente a avaliação por profissionais especializados

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Depressão nA ADolescênciA

PrevalênciaA adolescência é um período de múltiplas mudanças físicas, psíquicas, afetivas e sociais. No centro destas mudanças está a metamorfose do corpo, as alterações hormonais e morfológicas e novas formas de sentir, pensar e agir.

Nos Cuidados de Saúde Primários, 2 em 3 adolescentes com depressão não são identificados e não recebem nenhum tratamento. Dos que são diagnosticados só metade são devidamente tratados.7

aPresentação clínica» PDM: nos adolescentes é considerada uma séria doença psiquiátrica com uma extensa morbili-

dade (aguda e crónica) e mortalidade. A prevalência está estimada em 4-8% dos adolescentes, com rácio de rapaz:rapariga de 1:2, atingindo 20% aos 18 anos7,8

Os sintomas podem assumir grande gravidade, incluindo episódios de automutilação, os quais representam uma forma de circunscrever a dor psíquica a uma dor física, localizada e passageira. Como o êxito é momentâneo, tende a repetir-se, podendo evoluir para tentativas de suicídio.

O médico de família pode ser a primeira pessoa a quem o adolescente refere ter pensado em sui-cídio (60% referem-no e 30% já fizeram uma tentativa).7,9

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» PD: consiste numa prolongada alteração do humor, durante mais de um ano, com irritabilidade e depressividade, alterações do sono e do apetite, baixa concentração e baixa autoestima

O curso é menos intenso mas mais crónico do que a PDM, mas causa prejuízo psicossocial: mau desempenho escolar e perturbação nas relações familiares e sociais.7

A PD está associada a um maior risco de PDM, indicando que deve ser tratada quando surge. Há evidência de que a perturbação ansiosa é percursora de depressão; o seu tratamento reduz o início e as recorrências da depressão.

» adolescentes com depressão: alto risco de dependência de drogas, doenças físicas, dificuldades no trabalho e na escola, problemas sociais e com a justiça7,9

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Depressão nA mulherAs mulheres apresentam o dobro dos quadros depressivos compara-tivamente com os homens.

1 em cada 5 mulheres terá depressão em alguma fase da sua vida, mas a depressão é mais comum entre os 20 e os 59 anos.

Algumas alterações do humor e pensamentos depressivos podem decorrer com alterações hormonais normais. No entanto, as altera-ções hormonais isoladas não são suficientes para causar depressão - fatores biológicos, psicossociais e da própria vivência estão envolvi-dos na depressão.10

MoMentos da vida da Mulher coM Maior incidência de dePressão10-15

» relacionados com alterações hormonais (mas não exclusivamente)

• puberdade

• período pré-menstrual

• gravidez

• período pós-parto

• perimenopausa e menopausa

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» relacionados com fatores sociais e culturais

• desemprego

• divórcio

• sobrecarga de trabalho

• situações de discriminação ou desigualdade

• violência doméstica e abuso sexual

aPresentação clínica10,11,13,14

» dores musculares, enxaquecas, alterações gastrintestinais

» alterações do padrão do sono (insónia, hipersónia)

» alterações do apetite e do peso (emagrecimento, ganho ponderal exagerado)

» sentimentos de tristeza, culpa ou desânimo

» desinteresse por atividades e pelo convívio

» falta de cuidado com a aparência e a higiene

» verbalização de que a vida não tem valor, nem interesse

A conjugação de fatores hormonais, culturais e sociais tornam a mulher suscetível a estados depres-sivos. A depressão é comum e deve ser reconhecida e tratada o mais precocemente possível.12,13

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Depressão no homemA depressão no homem tende a manifestar-se de forma diferente do que na mulher. Vários mecanismos parecem estar envolvidos nessa diferença, tais como fatores químicos cerebrais, hormonais e a expe-riência de vida.16

aPresentação clínica Tal como na mulher, a depressão no homem pode manifestar-se por alterações do humor, do sono, diminuição da libido, falta de energia e de interesse por atividades agradáveis. No entanto, é frequente en-contrarem-se outros sinais:

» comportamentos de escape (demasiado tempo no trabalho e no desporto)

» abuso de álcool e de drogas

» comportamento violento ou controlador

» irritabilidade e fúria desapropriadas

» comportamentos de risco, como condução perigosa de veículos16,17

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Das perturbações mentais que levam ao suicídio, a mais comum é a depressão, embora também se registem taxas elevadas na esquizofrenia. Além disso, o suicídio relaciona-se muitas vezes com a utilização de substâncias – seja na pessoa que o comete, seja dentro da família. A maior proporção de suicídios em alguns países da Europa Central e Oriental, foi recentemente atribuída ao uso de álcool (Rossow, 2000).15

Embora na mulher se verifique maior número de tentativas de suicídio, no homem as tentativas são mais bem sucedidas:

» atuam mais rapidamente quando têm pensamentos suicidas

» usam métodos mais letais

» manifestam poucos sinais de alerta16,17

O diagnóstico de depressão no homem pode ser difícil por:

» relutância em assumir a doença

» dificuldade em reconhecer quanto a doença afeta a sua vida

» resistência ao tratamento por estigmas sociais

Quando há adesão à terapêutica, o tratamento é bem sucedido e o homem recupera o interesse pelas atividades familiares, pelo trabalho e pelos hobbies.17

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Depressão nos iDososA idade é um fator importante nas perturbações mentais: observa-se uma elevada prevalência des-tas perturbações na velhice.15

Além da doença de Alzheimer, as pessoas idosas podem sofrer de outras perturbações mentais e comportamentais.

A depressão é comum entre os idosos: estudos mostram que, 8-20% dos que recebem cuidados na comunidade e 37% dos que os recebem a nível primário, sofrem de depressão.

A depressão é mais comum entre os idosos com perturbações físicas incapacitantes e, por outro lado, a presença da depressão aumenta ainda mais a incapacidade nessa população. As perturba-ções depressivas entre os idosos são muitas vezes erradamente consideradas como fazendo parte do processo de envelhecimento.15

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aPresentação clínicaNo idoso polimedicado e com múltiplas comorbilidades, pode ser difícil individualizar sinais de de-pressão, os quais, além das manifestações mais comuns, podem incluir: cefaleias, dores muscula-res e taquicardia.18

Fatores causadores de dePressão no idoso

» isolamento da família, solidão

» luto, perda de familiares e amigos

» perda de capacidade económica

» perda de mobilidade e de independência

» patologia associada, que condiciona deterioração da qualidade de vida (respiratória, cardiovascular, musculoesquelética, etc.)

» efeitos secundários dos medicamentos

Prevalência de dePressão GraveOs homens idosos com mais de 65 anos apresentam uma taxa de suicídio superior à da população em geral, e os homens com mais de 85 anos apresentam a maior taxa de suicídio nos EUA.19, 20

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conclusão

A depressão é uma doença que afeta qualquer pessoa independentemente da idade, raça, estatuto socioeconómico ou género.

O seu diagnóstico é clínico, mas o reconhecimento da doença nem sempre é evidente pelo próprio, pelas famílias e pelos médicos.

A depressão, mesmo nos casos mais graves, pode ser eficazmente tratada. Uma vez fei-to o diagnóstico correto, o tratamento, para além de Antidepressivos, deve incluir uma abordagem holística do doente, que tenha em conta a sua relação com a família e os seus pares. Deve ponderar-se a associação da terapêutica medicamentosa a terapêuti-cas complementares, como a psicoterapia (cognitivo-comportamental e interpessoal), yoga e técnicas de relaxamento, por exemplo. Os casos graves de depressão, refratários ao tratamento convencional, podem beneficiar de eletroconvulsivoterapia.

Os Cuidados de Saúde Primários têm um papel decisivo na deteção dos fatores de risco, na abordagem terapêutica e na referenciação para serviços especializados. Este papel assume particular importância, dada a escassez de especialistas em Saúde mental e o envelheci-mento das populações.15, 20

1. Portal da Saúde. Enciclopédia da saúde. Depressão.www.portaldasaude.pt. Data de Publicação: 02-01-2006.2. WHO Regional Office for Europe. Health Evidence Network report. What are the most effective diagnostic and therapeutic strategies for the management of depression in specialist care? May 2005.

Copenhagen, http://www.euro.who.int/Document/E86602.pdf, accessed 28.10.2013.3. Depression in young children: information for parents and educators. Ralph E. Cash, PhD, NCSP Nova Southeastern University, 2004. National Association of School Psychologists.4. As perturbações emocionais – ansiedade e depressão na criança e no adolescente. Margarida Crujo, Cristina Marques. Rev Port Clin Geral 2009; 25:576-82. Dossier: saúde mental infantil.5. Depression in Children and Adolescents. Sung E. Son, M.D., University of Washington, Spokane, Washington, Jeffrey T. Kirchner, D.O., Lancaster General Hospital, Lancaster, Pennsylvania. Am Fam

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da Saúde, 2002 / OMS. ISBN 972-675-082-2. 1ª edição, Lisboa, Abril de 2002.16. Male depression: Understanding the issues. By Mayo Clinic staff. Original Article: http://www.mayoclinic.com/health/male-depression/MC0004117. Men and Depression. National Institutes of Health. National Institute of Mental Health. U.S. Department of Health and Human ServIces. 18. Older adults. Living with anxiety- symptoms. Published on Anxiety and Depression Association of America, ADAA (http://www.adaa.org). Source URL: http://www.adaa.org/living-with-anxiety/older-adults/

symptoms.19. National Institute of Mental Health. NIH Senior Health: Depression - About Depression 11/4 http://nihseniorhealth.gov/depression/aboutdepression/01.html. July 2013.20. National Institute of Mental Health. Depression- booklet. U.S. DEPARTMENT OF HEALTH & HUMAN SERVICES. National Institutes of Health. NIH Publication No. 11-3561. Revised 2011.

TexTo elaboraDo Pela equiPa MéDiCa Do CírCulo MéDiCo.O conteúdo e as opiniões expressas nesta publicação são da exclusiva responsabilidade dos autores.

referênCiaS bibliográfiCaS

0EFF

E150

2001

Laboratórios Pfizer, Lda.Sociedade Comercial por Quotas . Lagoas Park, Edifício 10 . 2740-271 Porto Salvo, PortugalNIPC/Matriculada na Conservatória do Registo Comercial de Cascais sob o nº 500 162 166 . Capital Social 7.346.687,82 Euros