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Informativo do Sindicato dos Servidores Públicos Federais na Área de C&T. Tel/fax: (12) 3904-6655. http://www.sindct.org.br 08 31/05/17 rapidinha rapidinha SindCT Depoimento Relato dos acontecimentos do Ocupa Brasília Estivemos em Brasília entre os dias 23 e 25 de maio e participamos dos preparativos do que teria sido um grande ato da democracia, uma manifestação de enorme contingente de trabalhadores contra as antirreformas em curso, trabalhista e previdenciária. Por volta das 17h00 do dia 23 fotografamos trabalhadores instalando tapumes de proteção dos vidros dos prédios do Bloco E (MCTIC) e Bloco C. O Bloco B, do Ministério da Cultura usou telhas metálicas em lugar de chapas de compensado. No dia 24, descendo em marcha desde o Estádio Mané Garrincha, percebemos que nada daquilo seria efetivo. A comitiva do SindCT não conseguiu prosseguir além do Bloco B, logo retrocedendo por causa do gás pimenta e lacrimogênio. Paramos no Bloco A, junto a um destacamento da Guarda Nacional ali estacionado. Daí a pouco, mascarados iniciaram a depredação do Bloco B, do Ministério da Cultura, a menos de 50 metros do destacamento, que assistiu a tudo impassível, nem uma chamada de rádio por alguém que pudesse evitar a depredação do patrimônio público. Absolutamente nenhuma reação dos soldados, mesmo quando provocados e chamados de covardes, pois a corja não passava de uns poucos meliantes. O que estamos afirmando, é corfimado a partir da filmagem que fizemos por telefone celular. Agora falam em processar as centrais trabalhistas pelos prejuízos ao patrimônio público. Ora, se as polícias estavam convocadas a defender o DF, por que foi incapaz de enfrentar estes pequenos grupos de meia dúzia de mascarados? Não havia Força Nacional em efetivo suficiente ou homens das polícias para proteger as pessoas exercendo o livre direito de se expressar e manifestar? Será que estas forças tinham ordem de não fazer nada enquanto não houvesse dano suficiente para desmoralizar a manifestação e taxar os manifestantes de vândalos? Sabem quantos vidros foram quebrados dos prédios do Ministério da Defesa, dos Comandos da Marinha, do Exército e da Aeronáutica? Nenhum. Também nenhuma vidraça foi danificada no Bloco A, onde estava a citada força-tarefa da Guarda Nacional. É óbvio que qualquer meia dúzia de homens nos outros blocos teria evitado as invasões e incêndios provocados por mercenários, a serviço de incitar a desordem e dissolver a manifestação. Os prédios da Esplanada dos Ministérios não tinham nada a ver com o objetivo do movimento, que visou conduzir o ato público para a frente do Congresso Nacional; estavam desocupados e ficaram abandonados à mercê dos ataques, num contrassenso inacreditável de quem até convocou as Forças Armadas para assegurar a ordem e o bem público. Uma vergonha!

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Informativo do Sindicato dos Servidores Públicos Federais na Área de C&T. Tel/fax: (12) 3904-6655. http://www.sindct.org.br

0831/05/17r a p i d i n h ar a p i d i n h a

SindCTDepoimento

Relato dos acontecimentos do Ocupa Brasília

Estivemos em Brasília entre os dias 23 e 25 de maio e participamos dos preparativos do que teria sido um grande ato da democracia, uma manifestação de enorme contingente de trabalhadores contra as antirreformas em curso, trabalhista e previdenciária.

Por volta das 17h00 do dia 23 fotografamos t r a b a l h a d o r e s instalando tapumes de proteção dos vidros dos prédios do Bloco E (MCTIC) e Bloco C. O Bloco B, do Ministério da Cultura usou telhas metálicas em lugar de chapas de compensado.

No dia 24, descendo em marcha desde o Estádio Mané Garrincha, percebemos que nada daquilo seria efetivo. A comitiva do SindCT não conseguiu prosseguir além do Bloco B, logo retrocedendo por causa do gás pimenta e lacrimogênio. Paramos no Bloco A, junto a um destacamento da Guarda Nacional ali estacionado. Daí a pouco, mascarados iniciaram a depredação do Bloco B, do Ministério da Cultura, a menos de 50 metros do destacamento, que assistiu a tudo impassível, nem uma chamada de rádio por alguém que pudesse evitar a depredação do patrimônio público. Absolutamente nenhuma reação dos soldados, mesmo quando provocados e chamados de covardes, pois a corja não passava de uns poucos meliantes. O que estamos afirmando, é corfimado a partir da filmagem que fizemos por telefone celular.

Agora falam em processar as centrais trabalhistas pelos prejuízos ao patrimônio público. Ora, se as polícias estavam convocadas a defender o DF, por que foi incapaz de enfrentar estes pequenos grupos

de meia dúzia de mascarados? Não havia Força Nacional em efetivo suficiente ou homens das polícias para proteger as pessoas exercendo o livre direito de se expressar e manifestar? Será que estas forças tinham ordem de não fazer nada enquanto não houvesse dano suficiente para desmoralizar a manifestação e taxar os manifestantes de vândalos?

Sabem quantos vidros foram quebrados dos prédios do Ministério da Defesa, dos Comandos da Marinha, do Exército e da Aeronáutica? Nenhum. Também nenhuma vidraça foi danificada no Bloco A, onde estava a citada força-tarefa da Guarda Nacional. É óbvio que qualquer meia dúzia de homens nos outros blocos teria evitado as invasões e incêndios provocados por mercenários, a serviço de incitar a desordem e dissolver a manifestação.

Os prédios da Esplanada dos Ministérios não tinham nada a ver com o objetivo do movimento, que visou conduzir o ato público para a frente do Congresso Nacional; estavam desocupados e ficaram abandonados à mercê dos ataques, num contrassenso inacreditável de quem até convocou as Forças Armadas para assegurar a ordem e o bem público. Uma vergonha!

Todos contra as reformas!As Centrais Trabalhistas e

os órgãos de defesa do cidadão é que devem ir aos tribunais e cobrar responsabilidades, pois o povo foi tolhido do seu direito de se manifestar, foi exposto ao perigo e às ameaças da balbúrdia que transformaram o local das manifestações em praça de guerra.

Outro absurdo: a grande mídia (só em gigantismo imperial) afirmou que seriam 35 mil manifestantes. Ora, a Via N1 do Eixão, do Ministério da Justiça até o Estádio Mané Garrincha, tem 4 quilômetros de extensão (confira no Google Maps) e uma largura de 25 metros. Ela chegou a ficar preenchida.

Supondo que ninguém estava no gramado e que tinha apenas uma pessoa por metro quadrado, chega-se à estimativa de 100 mil pessoas presentes. Entretanto, havia, sim, muita gente nos gramados e também na Via S1, do outro lado, onde os prédios foram depredados.

As pessoas estavam ali, também, para gritar “Fora Temer”, principalmente pelo maior projeto de empobrecimento de um povo já conduzido em escala global. Este governo corrupto não tem o mínimo de honradez e já nem disfarça a falta de caráter: lança suas últimas esperanças na busca de falhas processuais, nos tecnicismos do direito e nas

manobras semânticas. Segundo o Artigo 81 da Constituição Federal, as

eleições de sucessão seriam indiretas, conduzidas no bojo de um Congresso Nacional supostamente digno e respeitado. Infelizmente tal não se verifica, a maioria esmagadora dos parlamentares já trocou o patrimônio ético e moral por vantagens escusas, deram as costas para o Brasil, não ligam para outra coisa que não eles mesmos.

Resta: ao Servidor Público, ficar acuado, com os salários represados pelos próximos vinte anos (pela Emenda Constitucional 95) e ao Celetista, quedar envergonhado, desnudado da legislação trabalhista minimamente civilizatória, que, derrubada, vai submetê-lo a todo o tipo de privação e humilhação.

Ao povo em geral, já vítima de toda exploração, extorsão, especulação, agiotagem e usura, jamais vistos em outro país, restará, ainda, a velhice desamparada em nome do “Brasil moderno e liberal”, finalmente entregue, sem mais obstáculo algum, à insaciável ambição dos rentistas.

Não podemos admitir que isto ocorra! O povo precisa despertar e lutar, engrossar as manifestações em defesa de seus direitos, dizer não à exploração, ao projeto retrógrado de país, vendido por poderes ilegítimos.

GQ e RT

Reapresentação de documentos foi mal-entendido

O Fórum de C&T, tendo o SindCT como seu interlocutor, se reuniu com a SEGRT, quando discutiu questões sobre Gratificação de Qualificação – GQ e sobre Retribuição por Titulação – RT. Estavam presentes o Sr. Fernando Antonio Braga de Siqueira Jr., adjunto da Secretaria de Gestão de Pessoas – SAGP/MP; Sr. Tarcísio de Bastos Cunha – Diretor de Entidades Vinculadas do MCTIC; Sr. José Borges de Carvalho Filho, Coordenador-Geral de Relações do Trabalho - CGNES/MP e equipe de apoio.

O Fórum de C&T contextualizou a criação da Gratificação de Qualificação - GQ, devida aos detentores de cargo de provimento de Nível Intermediário e Auxiliar das Carreiras, sem, no entanto, fazer qualquer remissão a escolaridade do servidor.

Explicou que, por força do enquadramento ocorrido na criação das Carreiras (Lei 8.691/93), existem servidores de Nível Intermediário sem escolaridade de 2º Grau, bem como servidores de Nível Auxiliar sem a escolaridade fundamental (1ª a 8ª séries). Estes servidores gozam de plenos direitos e se submetem aos deveres da sua classe e padrão indicados na estrutura das Carreiras desde o enquadramento ocorrido há 22 anos, inclusive o direito à GQ, que vêm recebendo regularmente desde a sua regulamentação (Lei 12.778/2016).

O Fórum de C&T apresentou fac-símile da Carta No. 1/SAIP-44/C/87, de 18/01/2017, do Grupamento de Apoio de São José dos Campos, órgão de RH de Aposentados e Pensionistas do DCTA – Comando da Aeronáutica, integrante das Carreiras de C&T de que trata a Lei 8.691/93. O documento veicula uma convocatória aos servidores para que apresentem certificados de escolaridade para fins de cadastramento vinculado ao pagamento da Gratificação de

Qualificação – GQ, conforme transcrição parcial abaixo:

“ I n f o r m o que, conforme estabelecido na Mensagem nº 558002, de 12/01/2017, da Sra. Coordenadora Geral de Manutenção de Cadastro, da secretaria de Gestão de Pessoas e

Exigência de Escolaridade para pagamento da Gratificação de QualificaçãoRelações do Trabalho, do Ministério do Planejamento, para automação do pagamento da Gratificação de Qualificação (GQ), faz-se necessária a atualização do cadastro de todos os aposentados e pensionistas que recebem em sua aposentadoria/pensão a referida gratificação.

Portanto, é necessário que o(a) senhor(a) apresente o certificado de conclusão do ensino fundamental ( antigo 1º Grau) (caso desempenhasse a função de auxiliar) e de conclusão do ensino médio, antigo 2º Grau (caso desempenhasse a função de Assistente) à subdivisão de Assistência aos Inativos e Pensionistas Civis – SAIP ...”

Os atendentes afirmavam que a não apresentação dos documentos até o dia 3 de fevereiro implicaria na suspensão do pagamento da gratificação.

O Fórum de C&T destacou a irregularidade desta ação e acrescentou reclamação sobre a existência, em alguns órgãos de C&T, de formulários eletrônicos que contêm em seu preenchimento a mesma exigência condicionante de escolaridade para o recebimento da GQ.

A SEGRT acolheu as reclamações do Fórum de C&T e afirmou que o escopo da Mensagem 558002, é tão somente que os RH das instituições forneçam informes dos servidores quanto ao nível de sua habilitação para o recebimento da GQ, para enquadramento em um de seus três níveis (GQI, GQII e GQIII) relacionados aos critérios acúmulo de carga horária (respectivamente 180, 250 ou 360 horas).

A SEGRT afirmou que para receber a GQ é levado em consideração o cargo do servidor, não sendo necessária a apresentação de comprovante de escolaridade. Afirmou que as entidades, talvez por erro de interpretação da mensagem, podem estar extrapolando exigências.

Foi solicitado ao MP a emissão de nova mensagem aos órgãos das Carreiras de C&T, a fim de elucidar esta questão.

SindCT Mandato 2014-2017 E-mail: [email protected] é uma publicação do Sindicato Nacional dos Servidores Públicos Federais na Área de Ciência e Tecnologia do Setor Aeroespacial – fundado em 30/08/1989

Rua Santa Clara, 432, Vila Ady Anna, CEP 12.243-630, São José dos Campos - SP Tel/fax: (12) 3904-6655Responsabilidade editorial: a diretoria Horário de atendimento na sede: 8h30 às 17h30

Jornalista responsável: Fernanda Soares Andrade MTB 29 972 tiragem: 3.500 exemplares 2.700 assinantes eletrônicos

GQ e RTExigência de diploma para pagamento da RT

O Fórum de C&T citou o Ofício Circular 818/2016-MP, de 09/12/2016, que vincula a apresentação de diploma para o pagamento da Retribuição por Titulação – RT, “não sendo mais possível a utilização de documentação comprovatória de conclusão da instituição de ensino”. Esta exigência decorre do Acórdão 11374/2016 – TCU – 2ª Turma, referente à carreira do Magistério Federal (Lei 12.772/12) que teve a sua aplicação estendida às demais carreiras que recebem a mesma gratificação. O Fórum alegou a realidade da questão: as entidades de ensino podem demorar até anos para emitir o diploma, o que prejudicaria enormemente os servidores; não somente privados do direito, como também, teriam dificuldades depois para receber passivos financeiros, notadamente os recaídos a exercícios anteriores. O Fórum de C&T apresentou situação particular própria da legislação das Carreiras de C&T que

dispõe, em seu arcabouço regulatório, de dispositivo que prevê a aceitação de outro documento que não o diploma, Resolução No. 1 do Conselho dos Planos de Carreiras – CPC, órgão assessor com prerrogativa legal de emitir regramento para gestão das Carreiras, que fixou critérios de concessão.O Fórum de C&T clamou por uma decisão transitória, (enquanto se discute a questão) que possibilite a concessão da RT, nos moldes do que existe atualmente, com prazo de 180 dias para a apresentação do diploma.A SEGRT afirmou que o referido acórdão é claro sobre a exigibilidade do diploma e que o dispositivo não deixa margem para novas concessões sem a apresentação do documento. Ficou acertado que o Fórum de C&T fornecerá arrazoado técnico sobre a situação particular das Carreiras de C&T para análise da CONJUR do MP e possível locução com o TCU.

Campanha Salarial

Teto dos Gastos Públicos pode inviabilizar reajuste

Questionada sobre a abertura de mesa negocial salarial, a SEGRT, por meio do Sr. Fernando Siqueira Jr., Secretário Adjunto, afirmou que manterá postura de estar sempre aberta às questões das carreiras através da CGNES e destacou as limitações financeiras impostas pela Emenda Constitucional 95 (a recém-aprovada PEC do teto dos gastos públicos).

O Fórum de C&T afirmou as dificuldades históricas de se tratar qualquer assunto fora das mesas negociais salariais e que existem assuntos importantes pendentes de discussão.

Mesmo sem ter conhecimento da reivindicação salarial dos servidores da carreira, o governo já sinaliza que será uma negociação muito difícil.

Acordo

DCTA acata sugestão do SindCT e não fará desconto do Dia Nacional de Greve

O Ministério do Planejamento encaminhou nota às instituições para que efetuassem o desconto das horas paradas, durante a Greve Geral, que ocorreu em todo o país no dia 28 de abril.

O SindCT solicitou ao Comando do DCTA que não realizasse o desconto no pagamento dos servidores.

Por ofício, o DCTA informou que os servidores não terão prejuízo dos salários desde que compensem as horas paradas.