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Depoimento do Aluno

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Depoimentodo Aluno

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Unesp “Explicar a emoção de ser UNESPIANO a um UNESPIANO é totalmente desnecessário. E a quem não é UNESPIANO é simplesmente impossível.”

Olá, queridos polinerds e demais leitores! Meu nome é Juliana Curtolo e era Abril de 2011 quando descobri que passaria na Gloriosa. Estava de volta ao cursinho, come-çando o meu segundo ano de Poliedro, e então decidi que passaria uma semana em Botucatu para ter certeza do que eu queria. Não deu outra: me apaixonei! Escrevo aqui para contar um pouco para você o que é ser aluna de Medicina em uma das melhores faculdades do Brasil: minha UNESP!

GraduaçãoA graduação oferecida pela Faculdade de Medicina de Bo-tucatu (FMB) é realizada em seis anos, divididos em três fa-ses. A prioridade do seu ensino é o estímulo ao atendimento baseado no cuidado básico e na relação médico-paciente estreita. Isso nos proporciona grande contato com o paciente desde o início da graduação, tornando o profissional formado em Botucatu um médico humano.

Um dos fatores mais diferenciados da formação em Botucatu é que a vivência pessoal influencia muito a vivência acadê-mica. Desde a época de bixos, temos um contato frequente com nossos veteranos, criando grandes amizades em varia-das turmas. Quando começamos nossas atividades práticas dentro do hospital, esses amigos estão sempre dispostos a nos ajudar e ensinar, da mesma forma que foram ensinados.

Vida de bixo

Passar em uma faculdade em outra cidade sempre traz mui-tos medos e inseguranças. Estar longe de casa, dos amigos, em um ambiente com novas regras e pessoas pode ser bem assustador! Mas Botucatu faz questão de acolher os bixos

da melhor forma possível desde a sua chegada: em todas as matrículas, existem veteranos esperando para hospedá-lo de graça em suas repúblicas até maio, quando acontece a Libertação. Você ganha um colchão e um espaço seu na sala das casas, muitos conselhos sobre o primeiro ano da facul-dade e um tempo muito valioso para encontrar amigos para montar a sua própria república.

Aqui na Unesp você terá um nome só seu, escolhido por algum veterano. É comum que ele envolva alguma brinca-deira sexual, que se relacione com o seu nome ou com a sua cidade de origem. O meu nome é Devaça, prazer, futuro bixo!

Já devidamente hospedado, você será fantasiado por seus veteranos. Os bixos daqui de Botucatu vestem roupas al-ternativas para irem nas festas, que são um ponto bem im-portante da vida universitária daqui. Existem muitas, muitas festas. Em república, baladas, churrascos em chácaras. Elas são uma ótima oportunidade para você conhecer seus vete-ranos, fazer amizades e tirar o atraso do tempo do cursinho.

Outra atividade bem presente na vida de bixo são os treinos. Em maio, um pouco antes de você ser libertado, você disputa com os seus coleguinhas de turma uma competição com outros calouros de faculdades de Medicina (ela tem vários nomes, como “Intercalomed”, “Calomed”, “Copa Calo” etc.). A intenção dessa competição é promover a confraterniza-ção entre as universidades, inseri-lo no universo esportivo e atleticano da faculdade e estimulá-lo a continuar treinando nos anos que se seguem para o nosso principal objetivo: a Intermed. Mas isso é papo pra outra hora.

Depois de aproveitar muito a sua época de bixo (que dura muito pouco tempo e deixa muita saudade), de ir em várias baladas, curtir o seu Churras dos Bixos, jogar e aproveitar muito a competição que fazemos para você, chega a hora da

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sua Libertação. Liberto, você abandona a condição de bixo e passa a ser “primeiranista”, com a promessa de perpetuar todas as tradições com os seus futuros bixos!

O ciclo básico Em Botucatu, o ciclo básico corresponde às matérias lecio-nadas nos primeiro e segundo anos e a duas matérias do ter-ceiro ano. É durante esses dois anos que você aprende tudo o sobre o corpo humano e seu funcionamento normal. Essas disciplinas são uma base essencial para que você compre-enda, nos anos seguintes, o funcionamento do corpo doente. São algumas delas: a temida Anatomia, a Neuroanatomia, a Fisiologia, a Bioquímica, a Farmacologia e a Imunologia.

É bem comum que os alunos não gostem desse período, questionando a real necessidade de aprender muitas das coisas ensinadas e o distanciamento da prática médica. Isso acontece principalmente devido à grande quantidade de conteúdo oferecido em um período relativamente curto, tornando-o um pouco cansativo. No entanto, uma boa vi-vência do ciclo básico proporciona não só uma maior facili-dade para absorver conteúdos futuros, como também uma competência única para a área de pesquisa científica, para a qual o conhecimento de métodos vistos e revistos aqui acaba sendo de suma importância.

Um grande diferencial da Unesp é a apologia à prática mé-dica humanizada, visando à atenção básica desde o começo do curso. Do primeiro ao terceiro ano, temos uma disciplina chamada IUSC (Interação Universidade- Serviço-Comuni-dade). Nesta, aprendemos sobre os ideais do SUS e a sua inserção na saúde básica na cidade de Botucatu, além de iniciarmos nossa vivência prática (logo no primeiro ano já fazemos visitas domiciliares, por exemplo).

O ciclo médico

O ciclo médico costuma ser o que você espera desde as noi-tes de estudo do cursinho! É nesse período que aprendemos disciplinas médicas de fato, tendo um contato extenso com professores médicos e, principalmente, com pacientes, além de já iniciarmos o atendimento médico propriamente dito. O terceiro ano

Costumamos dizer que neste ano você começa a aprender a ser médico. As disciplinas lecionadas aqui são absolutamen-

te imprescindíveis para a toda a sua prática médica: as Se-miologias. No final do segundo ano e durante todo o terceiro ano, passamos a maior parte do nosso tempo aprendendo a melhor forma de abordar o paciente, quais perguntas fazer e a realizar o que nos torna únicos como médicos: o exame físico. Temos aulas práticas nas enfermarias e nos ambula-tórios do hospital para treinarmos nossa anamnese e nosso exame, além de atendermos sozinhos nos postos de saúde no IUSC.

São as Semiologias: Clínica I e II, Ginecologia e Obstetrícia, Pediatria, Neurologia, Dermatologia e Otorrinolaringologia.

O quarto ano Este ano é específico para o aprendizado das quatro grandes cadeiras médicas, divididas em três blocos com duração de três meses e meio cada.

O bloco de Clínica aborda de uma forma mais aprofundada as áreas já vistas no terceiro ano, além do acréscimo de ou-tras. O bloco de Cirurgia é bastante ansiado por aqueles que simpatizam pela área, uma vez que é a primeira vez no curso em que o tema é estudado a fundo. Já o bloco de Pediatria/Ginecologia e Obstetrícia é uma experiência única para o graduando, pois durante a pediatria já vivemos praticamente em regime de internato – atendemos todos os dias no am-bulatório, no posto de saúde e na enfermaria.

O Internato (“Chora sexto ano, sexto ano vai embora”)

Durante os quinto e sexto anos da graduação, viramos es-tagiários dentro do serviço de saúde. É nesse período que temos a oportunidade única de colocar em prática tudo o que aprendemos durante os quatro anos anteriores, com a supervisão e o auxílio de excelentes professores doutores e de residentes. A quantidade de aulas teóricas diminui e atendemos todos os dias durante todo o dia nas enfermarias, ambulatórios, postos de saúde e prontos-socorros, além de termos de dar plantões noturnos e durante os fins de sema-na.

É uma fase que ressalta muitas questões importantíssimas na vida do interno: o cansaço absurdo que acompanha a mudança brusca que é ter de trabalhar de verdade (dando plantão!), a pressão e o medo que o fim da graduação e a proximidade da vida profissional efetiva trazem, o anseio por aproveitar todas as coisas boas da faculdade o máximo

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possível já que ela está no fim e, por fim, o peso da cobrança de escolher uma especialização e estudar para a prova de residência que se aproxima a galope.

No entanto, são os anos em que mais se aprende medicina efetivamente. A ligação com o paciente se torna mais fácil, o exame físico se torna automático, as perguntas da anamne-se já são costumeiras, e os procedimentos mais tranquilos de serem realizados.

Instalações/infraestrutura

O campus da Unesp se localiza em um distrito da cidade de Botucatu chamado Rubião Júnior e nasceu no entorno do Hospital das Clínicas. Em Rubião, localizam-se o Instituto de Biociências de Botucatu (IBB), a Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ), com seu Hospital Veterinário (HV), e a Faculdade de Medicina de Botucatu (FMB), agrega-da ao Hospital das Clínicas (HC-HMB) e seus satélites.

Nos dois primeiros anos do curso e em duas disciplinas do terceiro, temos aulas no IBB (ou IB, como o chamamos). Aqui as aulas são ministradas por professores formados nas áre-as de ciências biológicas, e temos bastante contato com os outros cursos da faculdade, que também estão realizando seu ciclo básico. É o período no qual temos acesso aos labo-ratórios de microscopia, bioquímica e de anatomia, que são muito bem equipados.

Nos terceiro e quarto anos, passamos a ter aulas em lugares diversos. O primeiro e principal deles é o prédio específico da Medicina, a Central de Aulas da FMB ou Med Plaza (como o chamamos carinhosamente). Além dele, temos aulas nos auditórios do hospital, nos auditórios dos departamentos das cadeiras médicas e também nos ambulatórios. Com o au-

mento da necessidade de ensino prático, temos maior aces-so ao laboratório de atividades práticas, onde aprendemos temas, como ressuscitação cardiopulmonar, suporte básico de vida, recepção a recém-nascidos, dentre muitos outros. Nos quinto e sexto anos, passamos a morar no Hospital das Clínicas da FMB. É lá que vivenciamos nossa rotina prática e também temos algumas atividades teóricas.

O HC-FMB é uma estrutura altamente preparada para o atendimento de nível terciário do SUS, o que significa re-ceber casos mais complexos e dependentes de tecnologia. Um diferencial importante de Botucatu é o fato de que o nosso HC é centro de referência para todas as cidades pe-quenas ao redor de Botucatu, de modo que entramos em contato com atendimentos de todos os níveis – desde os mais básicos, encaminhados de cidade com infraestrutura mínima, até os mais complicados de fato. Isso não costuma acontecer nos HC de SP, por exemplo, que recebem casos de alta complexidade com muito mais frequência, formando médicos pouco próximos da realidade da população.

O hospital oferece 67 excelentes programas de residência médica, sendo dois deles (Dermatologia e Anestesiologia) consagrados como os melhores do estado por formarem residentes altamente preparados para a prática médica em sua área. O serviço ainda possui ambulatórios médicos para os casos que exigem acompanhamento especializado e onde podemos aprender na prática sobre assuntos mais específicos de cada disciplina.

Atividades Extracurriculares

Ligas Acadêmicas

As ligas consistem em grupos de alunos que se interes-

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sam por algum assunto e se reúnem para aprofundar o seu conhecimento no tema, por meio de atividades teóricas e práticas fora do horário de aulas e do incentivo à produção científica. Em Botucatu, existem no total 18 ligas acadêmicas, com te-mas diversos, como Cirurgia (LCB), Dermatologia (LDB), Saú-de Sexual e Reprodutiva (SASERE) etc. No início de todos os anos, as diretorias promovem cursos de ingressos para suas ligas e, dependendo do número de alunos interessados, po-dem realizar provas para classificar a quantidade de alunos ideal para a realização das atividades das ligas.

Algumas das atividades práticas realizadas são “plantões” nas áreas de interesse (como acompanhar um residente du-rante seu serviço ou acompanhar o serviço do pronto-socor-ro ou ambulatório específicos), palestras em creches, esco-las ou empresas e a chamada Feira de Saúde, que acontece todos os anos em alguma cidade da região com a intenção de utilizar os ligantes na promoção da saúde. As atividades teóricas costumam abraçar temas pouco abordados durante a graduação, de modo a aprofundar o conhecimento do alu-no em sua área de interesse.

Além dessas atividades, as ligas também promovem con-gressos, jornadas e workshops, em que professores da Unesp ou de outras universidades oferecem palestras so-bre temas da área. A participação nesses eventos durante a graduação é de suma importância para o graduando, uma vez que é um dos quesitos analisado no currículo durante o exame de residência médica.

Um ponto interessante das ligas é que a proximidade com os professores desde o início do curso, aliado ao incentivo à produção científica, aumenta suas chances de conseguir realizar um projeto de iniciação científica, tema do próximo tópico.

Pesquisa

A produção científica é muito incentivada na Unesp. Desde o primeiro ano, o aluno já é capaz de entrar em contato com professores com ideias para projetos de iniciação científica, dispostos a orientá-los nessa empreitada. Além do apoio de um professor, o aluno ainda pode receber auxílio monetário de alguma instituição para fomentação de pesquisa (bolsas FAPESP, PIBIC etc.).

Outra oportunidade oferecida pela universidade é fazer parte do PET (Programa de Educação para o Trabalho), que pode ser voltado para saúde ou também para outras áreas. Nes-se programa, grupos de alunos se reúnem com professores orientadores para a elaboração de um projeto científico que supra as necessidades da universidade e da região de Bo-tucatu.

É importante ressaltar que a produção científica do gradu-ando é um dos quesitos mais importantes de seu currículo e, portanto, pode ser decisivo para o sucesso no exame de residência.

Atlética

Você provavelmente já espera ouvir sobre isso desde que começou a ler o artigo! Aqui em Botucatu, a atlética da fa-culdade é chamada Associação Atlética Acadêmica Carlos Henrique Sampaio de Almeida. A AAACHSA é responsável pela promoção do esporte na faculdade, organizando treinos, competições e festas temáticas.

Desde a sua entrada na faculdade, você já pode participar efetivamente desse universo: a sua época de bixo é cheia de treinos dos mais variados esportes e, ao fim dela, você pode escolher aquele (ou aqueles) que mais te agrada para con-tinuar treinando durante os outros seis anos da graduação. Fazer parte de um time é uma experiência muito importan-te, uma vez que você passa a conhecer melhor pessoas de outros anos, além de exercitar o seu espírito de equipe (um diferencial para a prática médica).

Você pode fazer parte da AAACHSA a partir do segundo ano, sendo Diretor de Modalidade (DM). O DM fica encarregado de organizar as atividades dentro de um esporte específico, garantindo que os treinos aconteçam e promovendo amisto-sos com times de outras universidades.

Se gostar dessa experiência, no terceiro ano você pode vi-rar diretoria para ter um maior contato com as atléticas das outras faculdades de Medicina do estado de São Paulo e, juntos, promoverem a maior competição universitária orga-nizada somente por alunos: a Intermed.

Intermed

A Intermed é uma competição com duração de 10 dias que acontece normalmente na primeira semana de setembro e

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envolve 10 faculdades de Medicina. As três últimas coloca-das são rebaixadas para a Pré-Intermed, que ocorre durante a semana da Páscoa. O principal ideal envolvido é a promo-ção do esporte universitário e da interação entre as melhores escolas de Medicina do estado.

Além de, é claro, jogar com o seu time e tentar ganhar pontos para sua faculdade, você pode participar das festas ofereci-das pelas atléticas durante a semana. A mais famosa delas é o “CarnaABC”, que acontece no alojamento da Faculdade de Medicina do ABC. A festa de Botucatu costuma acontecer no meio da semana e é chamada “Metelança” (interprete como quiser).

Participar da Intermed – seja como atleta, seja como expec-tador – é uma experiência única para o graduando de Me-dicina, pois estimula o convívio social e o espírito de equipe.

Centro Acadêmico

O Centro Acadêmico é, de maneira geral, o órgão que re-presenta todos os alunos de uma faculdade perante, por exemplo, a diretoria. Aqui em Botucatu, ele se chama Centro Acadêmico Pirajá da Silva (CAPS).

Historicamente, os centros acadêmicos são responsáveis por levar informação e debate para os alunos. Por exemplo, no caso da Medicina, é o centro acadêmico que organiza es-paços para que o programa “Mais Médicos” seja estudado e avaliado e um posicionamento oficial dos estudantes seja tirado (“somos contra” ou “somos a favor”).

Muitos centros acadêmicos desenvolvem inúmeros projetos de extensão, que seriam uma espécie de projetos de volun-tariado que vão além do assistencialismo imediato e buscam uma transformação social mais profunda. Outro aspecto le-gal é que a maioria dos centros acadêmicos valoriza muito a arte e a cultura e promove diversas atividades nesse sentido. Participar ativamente das atividades e as lutas do CA da sua universidade é uma experiência fantástica, pois, além de in-seri-lo no cenário político que envolve o médico nos dias de hoje, também proporciona grandes amizades.

Festas

Por fim, um dos pontos mais significativos da vivência em Botucatu. Por aqui, é rara uma semana que não tenha uma festinha. Além das festas organizadas pela própria Medicina, também temos o bom costume de comparecer às festas dos outros cursos.

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Elas podem ser às terças ou quintas em casas de festa, co-meçando 0h e partindo madrugada a dentro; em repúblicas em qualquer dia da semana ou mesmo aos sábados, quando acontecem festas para públicos maiores em chácaras espa-lhadas pela cidade.

As festas mais famosas da Medicina são a “Festa da Cane-ca” e o “Churrasco dos 3 Dias”. A Caneca é organizada pela atlética e é famosa por ser open chopp a noite inteira. Já os 3 Dias acontecem no final do ano, quando o sexto ano da Medicina oferece comida e bebida de graça e de qualidade por três dias consecutivos para comemorar sua partida.

Além de tudo isso, ainda temos a maior festa universitária do país: o InterUNESP. É uma festa que ocorre normalmente em novembro, em que todos os campi da Unesp se reúnem em alguma das cidades-sede para festejar e competir (o que normalmente costuma ficar em segundo plano). O Inter é bem reconhecido por sempre oferecer shows com artistas de qualidade e festas memoráveis.

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