departamento de taquigrafia, revisÃo e redaÇÃo fileata da 165ª sessão da câmara dos deputados,...
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DEPARTAMENTO DE TAQUIGRAFIA, REVISÃO E REDAÇÃO
SESSÃO: 165.3.55.O
DATA: 21/06/17
TURNO: Vespertino
TIPO DA SESSÃO: Não Deliberativa de
Debates - CD
LOCAL: Plenário Principal - CD
INÍCIO: 14h
TÉRMINO: 18h DISCURSOS RETIRADOS PELO ORADOR PARA REVISÃO Hora Fase Orador 16:18 CP PAES LANDIM
Obs.:
Ata da 165ª Sessão da Câmara dos Deputados, Não Deliberativa de
Debates, Vespertina, da 3ª Sessão Legislativa Ordinária, da 55ª Legislatura,
em 21 de junho de 2017.
Presidência dos Srs.:
Gonzaga Patriota, Leonardo Monteiro, Mauro
Pereira, Hildo Rocha, nos termos do § 2º do
artigo 18 do Regimento Interno.
CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 165.3.55.O Tipo: Não Deliberativa de Debates - CD Data: 21/06/2017 Montagem: 5199
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I - ABERTURA DA SESSÃO
O SR. PRESIDENTE (Gonzaga Patriota) - Havendo número regimental,
declaro aberta a sessão.
Sob a proteção de Deus e em nome do povo brasileiro iniciamos nossos
trabalhos.
O Sr. Secretário procederá à leitura da ata da sessão anterior.
II - LEITURA DA ATA
O Sr. Professor Victório Galli, servindo como 2º Secretário, procede à leitura
da ata da sessão antecedente, a qual é, sem observações, aprovada.
III - EXPEDIENTE
(Não há expediente a ser lido)
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O SR. PRESIDENTE (Gonzaga Patriota) - Passa-se ao
IV - PEQUENO EXPEDIENTE
Dando início aos trabalhos, para que as Sras. e os Srs. Deputados possam
fazer o encaminhamento dos seus pronunciamentos, concedo a palavra ao grande
Deputado paraibano Luiz Couto.
V.Exa. disporá do tempo regimental.
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O SR. LUIZ COUTO (PT-PB. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras.
e Srs. Deputados, todos nós temos um histórico de vida, histórico esse que
influencia gerações e dá combustível para o amanhã nascer de novo.
Hoje, eu gostaria de homenagear um grande homem, aliás, um grande
influenciador de gerações. Esse homem é meu tio Martins Pereira de Couto. Ele era
o único irmão ainda vivo do meu pai, Antônio Joaquim de Couto, e faleceu no ultimo
dia 16 de junho de 2017. Nascido em Campina Grande, na Paraíba, em 15 de
outubro de 1921, foi o patriarca de uma bela e numerosa família. Ao longo dos seus
95 anos, teve 9 filhos, 17 netos e 7 bisnetos.
Casado com D. Elza Neves de Couto desde 1950, foi um dos pioneiros da
Capital Federal, aonde chegou em 1957 para trabalhar como mestre de obras.
Participou da construção de quase todos os edifícios da Esplanada dos
Ministérios, da Universidade de Brasília, do antigo estádio Mané Garrincha. Prédios
residenciais na Asa Sul e em Taguatinga foram erguidos com o suor e a dedicação
do Paraíba, como era chamado por alguns colegas de trabalho na época da
construção de Brasília.
Com um histórico de garra e perseverança, Seu Martins foi testemunha de
grandes acontecimentos da Nação e percorreu o País erguendo construções no Rio
de Janeiro, São Paulo, Mato Grosso, Goiás e Rio Grande do Sul.
Era um amante da literatura. Consumiu livros até os últimos dias de sua vida
e gostava de ficar a par das notícias por meio de revistas semanais.
No ano passado, deixou registrado em documentário seu testemunho sobre a
participação dos pioneiros na construção de Brasília, filme este que será lançado em
breve nos cinemas.
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Sr. Presidente, eu queria dizer do orgulho que tenho de ter Martins Pereira de
Couto como tio. A sua presença permanece viva na história de Brasília, da Paraíba e
de muitas cidades por onde passou. A união, a garra e a determinação deste
humilde mestre de obras demonstram que o nosso grande desafio, até para que
saibamos honrar os que nos antecederam, é construir, a partir de agora, um novo
período de desenvolvimento nacional, cujo o marco na história deste País é a
dedicação de vários “Martins” na sociedade.
Nossas condolências à sua esposa e aos demais familiares. Que Deus, na
sua infinita misericórdia, acolha-o na sua glória e fortaleça os familiares neste
momento de dor e sofrimento, mas com a plena certeza de que ele cumpriu bem sua
missão na terra e de que receberá a coroa da justiça que é dada por Deus.
Sr. Presidente, peço a V.Exa. a divulgação desta homenagem que faço ao
meu tio Martins Pereira de Couto, falecido no último dia 16, nos meios de
comunicação da Casa e no programa A Voz do Brasil.
O SR. PRESIDENTE (Gonzaga Patriota) - O pedido de V.Exa. será atendido.
PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR
Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, todos nós temos um histórico de vida.
Histórico este que influencia gerações e dá combustível para o amanhã nascer de
novo.
Hoje, eu gostaria de homenagear um grande homem, aliás um grande
influenciador de gerações. Este homem é meu tio Martins Pereira de Couto. Ele era
o único irmão ainda vivo do meu pai, Antônio Joaquim de Couto, e faleceu no ultimo
dia 16 de junho de 2017. Nascido em Campina Grande, na Paraíba, em 15 de
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outubro de 1921, foi o patriarca de uma bela e numerosa família. Ao longo dos seus
95 anos teve 9 filhos, 17 netos e 7 bisnetos.
Casado com D. Elza Neves de Couto desde 1950, foi um dos pioneiros da
Capital Federal, aonde chegou em 1957 para trabalhar como mestre de obras.
Participou da construção de quase todos os edifícios na Esplanada dos
Ministérios, na Universidade de Brasília, o antigo estádio Mané Garrincha. Prédios
residenciais na Asa Sul e em Taguatinga foram erguidos com o suor e a dedicação
do Paraíba, como era chamado por alguns colegas de trabalho na época da
construção de Brasília.
Com um histórico de garra e perseverança, Seu Martins foi testemunha de
grandes acontecimentos da Nação e percorreu o País erguendo construções no Rio
de Janeiro, São Paulo, Mato Grosso, Goiás e Rio Grande do Sul.
Era um amante da literatura. Consumiu livros até os últimos dias de sua vida
e gostava de ficar a par das notícias por meio das revistas semanais.
No ano passado, deixou registrado em documentário seu testemunho sobre a
participação dos pioneiros na construção de Brasília, filme este que será lançado em
breve nos cinemas.
Com a idade já avançada, batizou-se na Igreja Memorial Batista, do Plano
Piloto, e tornou-se membro da Igreja Batista Sião, de Taguatinga.
Aos 94 anos, realizou um antigo sonho de D. Elza, ao se casar em cerimônia
religiosa com a mulher que foi sua grande companheira de vida.
Como era seu desejo e para orgulho de familiares e amigos, foi sepultado na
Ala dos Pioneiros do Cemitério Campo da Esperança, no último dia 17 de junho.
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Estou certo, Sr. Presidente, de que a vida do meu tio Martins é a presença
viva da história de Brasília, da Paraíba e de muitas cidades por onde passou. A
união, a garra e a determinação deste humilde mestre de obras demonstram que o
nosso grande desafio, até para que saibamos honrar os que nos antecederam, é
construir, a partir de agora, um novo período de desenvolvimento nacional, cujo o
marco na história deste País é a dedicação de vários “Martins” na sociedade.
Nossas condolências à sua esposa e aos demais familiares. Que Deus na
sua infinita misericórdia, acolha-o na sua glória e fortaleça os familiares neste
momento de dor e sofrimento, mas com a plena certeza de que ele cumpriu bem sua
missão na Terra e que receberá a coroa da justiça que é dada por Deus.
Era o que tinha a dizer.
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O SR. PRESIDENTE (Gonzaga Patriota) - Concedo a palavra ao Deputado
Givaldo Vieira, do Espírito Santo.
O SR. GIVALDO VIEIRA (PT-ES. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente,
Sras. e Srs. Deputados, registro a minha visita à cidade de Piúma, no litoral sul do
Espírito Santo. É uma cidade importante, composta de uma gente trabalhadora e
muito acolhedora, e exerce atrativo turístico no nosso Estado.
Lá me reuni com as lideranças da pesca, com o Presidente da Colônia de
Pesca, Mauro, com o Vereador Negão da Colônia e com o Vereador Jonas da
Saúde. Conversamos sobre a necessidade de apoio aos pescadores locais. Fizemos
ainda uma visita ao Rio Piúma, que desagua naquela cidade. O rio está assoreado,
as embarcações não conseguem mais penetrar e se deslocar do rio para o mar e
vice-versa. Isso tem provocado enorme prejuízo àquela gente.
Portanto, faço coro à luta do Vereador Negão da Colônia e dos pescadores de
Piúma para que o Governo do Estado do Espírito Santo conclua o projeto de
recuperação do Rio Piúma, a fim de fazer o desassoreamento e a reconstrução do
píer. Assim, esse rio voltará a ser um importante entreposto da pesca capixaba e vai
possibilitar a manutenção das famílias dos pescadores com a geração de renda.
Obrigado, Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Gonzaga Patriota) - O pronunciamento de V.Exa. será
divulgado nos termos regimentais.
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O SR. PRESIDENTE (Gonzaga Patriota) - Tem a palavra o eminente
Deputado Leonardo Monteiro, pelo tempo regimental.
O SR. LEONARDO MONTEIRO (PT-MG. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, eu quero cumprimentar todos os pares, especialmente V.Exa., que está
presidindo a nossa sessão.
Queria neste momento registrar a vitória importante que tivemos esta semana
no Senado Federal: por 10 a 9, derrotamos a proposta da reforma trabalhista do
Governo Michel Temer, um governo sem voto, ilegítimo.
Foi uma vitória da classe trabalhadora, uma vitória do nosso País contra a
proposta que pretende desorganizar a relação capital-trabalho, derrubando
conquistas importantes da classe trabalhadora.
Nós esperamos agora derrotar essa proposta também na Comissão de
Constituição e Justiça, para que possamos definitivamente comemorar a vitória da
classe trabalhadora aqui no Congresso Nacional.
Espero que possamos nos mobilizar para, no dia 30, fazermos uma grande
paralisação neste País, uma greve geral, para apontarmos novos rumos para o
nosso País.
Muito obrigado, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Gonzaga Patriota) - O pronunciamento de V.Exa. será
divulgado nos termos regimentais.
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O SR. PRESIDENTE (Gonzaga Patriota) - Com a palavra o Deputado
Professor Victório Galli, do Mato Grosso.
O SR. PROFESSOR VICTÓRIO GALLI (PSC-MT. Sem revisão do orador.) -
Sr. Presidente, compareço a esta tribuna para, em poucas palavras, enviar meus
sinceros cumprimentos a duas companhias aéreas que conquistaram posição de
destaque no cenário internacional.
Faço referência às companhias Azul e Avianca. Ambas alcançaram
resultados invejáveis.
Segundo o site de economia do UOL, em matéria veiculada neste 20 de junho
do corrente ano, a empresa aérea Avianca foi eleita a melhor empresa aérea da
América do Sul pelo “Oscar” da aviação, Skytrax World Airline Awards — SWAA. No
ranking das maiores empresas do mundo, a Avianca subiu seis posições,
alcançando o 50º lugar.
Não menos importante, a empresa Azul Linhas Aéreas Brasileiras obteve o
prêmio de melhor companhia aérea de baixo custo da América Latina. A Azul
encontra-se atualmente no 52º lugar no rol das maiores companhias aéreas do
mundo, ao subir três colocações em relação ao ranking anterior.
A Azul tornou-se importante parceira de Mato Grosso ao disponibilizar
diversos voos regulares, contribuindo para o desenvolvimento do nosso Estado, o
que muito nos envaidece. Inclusive, recentemente foram inaugurados voos em Barra
do Garça.
Sr. Presidente, isso nos dá a certeza da recuperação de nossa economia.
Essas empresas estão investindo seus capitais em nosso País e obtendo um retorno
compensador.
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Não há em minha fala, Sr. Presidente, qualquer intenção de fazer propaganda
para empresa A, B ou C, mas, sim, de evidenciar o crescimento de companhias que
empregam seu capital no Brasil, que geram empregos e prestam um serviço de
qualidade.
A originariamente colombiana Avianca e a brasileiríssima Azul fazem parte do
nosso cotidiano ao transportar, de norte ao sul deste País, o povo brasileiro.
Ao concluir, reitero os meus cumprimentos às companhias Avianca e Azul
pelas merecidas premiações recebidas.
Peço que o meu discurso seja veiculado pelos meios de comunicação da
Casa e no programa A Voz do Brasil.
O SR. PRESIDENTE (Gonzaga Patriota) - V.Exa. será atendido nos termos
regimentais.
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O SR. PRESIDENTE (Gonzaga Patriota) - Concedo a palavra ao eminente
Deputado Celso Maldaner, de Santa Catarina.
O SR. CELSO MALDANER (PMDB-SC. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente e demais colegas Parlamentares, ocupo esta tribuna para encaminhar
três pronunciamentos.
O primeiro deles diz respeito à edição do Fórum Mais Milho, que foi realizado
em Chapecó. O nosso grande problema em Santa Catarina hoje é que produzimos
apenas 50% das mais de 6 milhões de toneladas de milho que consumimos.
O segundo pronunciamento que quero encaminhar é que os três Estados do
Sul se uniram para garantir a sanidade nos pomares de maçã.
Na semana passada, os Secretários de Estado da Agricultura de Santa
Catarina, do Paraná e do Rio Grande do Sul criaram o Comitê Interestadual de
Sanidade da Pomicultura, fato de muita importância para os três Estados do Sul.
No terceiro pronunciamento, Sr. Presidente, eu gostaria de destacar que três
cidades catarinenses receberam recentemente em Brasília, do Ministério da Saúde,
o Prêmio InovaSUS, pelo desenvolvimento de projetos em gestão e melhorias nos
processos de atenção básica à saúde. O objetivo da premiação foi reconhecer,
incentivar e premiar projetos e experiências inovadoras no âmbito do Sistema Único
de Saúde — SUS.
Ao todo, há 20 trabalhos com temas relacionados à promoção da saúde do
trabalhador do SUS: a democratização das relações do trabalho no SUS; o combate
à discriminação no local do trabalho, com especial atenção às discriminações de
gênero, raça e etnias.
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Então, eu gostaria de agradecer a oportunidade e encaminhar esses três
pronunciamentos, Sr. Presidente, solicitando que sejam divulgados nos meios de
comunicação desta Casa.
O SR. PRESIDENTE (Gonzaga Patriota) - V.Exa. será atendido nos termos
regimentais.
PRONUNCIAMENTOS ENCAMINHADOS PELO ORADOR
Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, eu gostaria de destacar a edição do
Fórum Mais Milho realizada em Chapecó na semana que passou, com palestras e
debates com especialistas sobre o equilíbrio entre a oferta e a demanda de milho na
Região Sul do País.
O evento foi uma oportunidade para lideranças, produtores e representantes
de agroindústrias, além de outros elos envolvidos na cadeia produtiva, discutirem os
desafios e oportunidades para o setor produtivo de grãos e de proteína animal.
Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Paraná são importantes produtores de
carnes e leite e, por isso, grandes consumidores de milho — 75% da ração animal é
composta pelo grão. Só o setor produtivo de carnes em Santa Catarina consome 6
milhões de toneladas de milho por ano e produz em média 3,2 milhões de toneladas
do cereal, ou seja, necessita do dobro da sua produção, por isso se torna o maior
comprador de milho do País.
Vale ressaltar que infraestrutura e armazenagem são os dois principais
gargalos na produção de milho no sul do País. Com uma produção cada vez maior
de milho, o Brasil caminha a passos largos para se tornar um grande exportador do
grão. Enquanto isso, Santa Catarina se consolida como grande produtor de carnes e
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um dos maiores importadores do grão. Além da falta do produto, a região sofre
também com o seu alto custo. Por isso, registro aqui a importância deste debate a
fim de encontrar soluções para não afetar o setor do agronegócio que alavanca a
economia do nosso País.
Muito obrigado.
Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, eu gostaria de destacar que os três
Estados do Sul se uniram para garantir a sanidade nos pomares de maçã. Na
semana que passou, os Secretários de Estado da Agricultura de Santa Catarina, do
Paraná e do Rio Grande do Sul criaram o Comitê Interestadual de Sanidade da
Pomicultura.
A intenção do Comitê é propor medidas conjuntas para assegurar ações de
vigilância e defesa de pragas e doenças quarentenárias que afetam a pomicultura. A
principal preocupação dos produtores é erradicar o cancro europeu e manter a
região livre da Cydia pomonella.
Vale ressaltar que nosso Estado, através da Secretaria de Agricultura, já criou
uma força-tarefa, com visitas técnicas e palestras para os produtores para erradicar
o cancro europeu em seus pomares, e a intenção é expandir esse trabalho através
deste Comitê para todo o sul do País.
Os principais Estados brasileiros produtores de maçã são Santa Catarina e
Rio Grande do Sul, que juntos representam 94,9% da produção nacional e 94,4% da
área em produção. Santa Catarina participa com 46% da produção brasileira e 48%
da área em produção da fruta no País.
Muito obrigado.
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Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, eu gostaria de destacar que três
cidades catarinenses receberam recentemente em Brasília, do Ministério da Saúde,
o Prêmio InovaSUS, pelo desenvolvimento de projetos em gestão e melhorias nos
processos de atenção básica de saúde. O objetivo da premiação foi reconhecer,
incentivar e premiar projetos e experiências inovadoras no âmbito do Sistema Único
de Saúde — SUS.
Ao todo, há 20 trabalhos com temas relacionados à promoção da saúde do
trabalhador do SUS: a democratização das relações do trabalho no SUS; o combate
à discriminação no local do trabalho com especial atenção às discriminações de
gênero, raça e etnias; a desprecarização dos vínculos de trabalho no SUS; e a
valorização dos agentes de saúde e endemias. Entre os premiados, três são cidades
catarinenses: Palhoça, Florianópolis e Lages.
Trata-se de um importante reconhecimento, visto que as boas práticas devem
ser valorizadas sempre, como forma de incentivar a melhora contínua no
atendimento à população que depende do sistema público de saúde. Parabéns à
Santa Catarina por estar na lista! Precisamos avançar no projeto em mais
Municípios.
Muito obrigado.
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O SR. PRESIDENTE (Gonzaga Patriota) - Concedo a palavra ao Sr.
Deputado João Daniel, do PT de Sergipe.
O SR. JOÃO DANIEL (PT-SE. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente,
ontem, 20 de junho, foi o Dia Mundial dos Refugiados. Acompanhamos esse tema.
Queremos saudar todos os voluntários, as entidades, a Pastoral do Migrante,
que fazem esse grande trabalho no mundo inteiro diante de um mundo em que o
sistema capitalista, as grandes corporações das multinacionais e as guerras
financiadas pelo imperialismo fazem com que nações sejam destruídas e
comunidades e povos dizimados. E vimos como chegou há poucos dias ao Brasil
uma mulher que estava clandestina num navio que iria para o Canadá.
O mundo precisa construir uma sociedade solidária de justiça e de
reconhecimento dos povos e das suas pátrias. Não podemos aceitar que o
imperialismo continue fazendo o que fez no Iraque, no Afeganistão, na Líbia, em
todos os países onde há riquezas naturais, minerais, petróleo, e que vivem essas
ameaças.
Portanto, queremos registrar nossa solidariedade a todos os refugiados do
mundo inteiro. O nosso País registra nos últimos anos mais de 3.000% de aumento
no número de refugiados que querem ser reconhecidos e recebidos aqui.
Sr. Presidente, peço a V.Exa. que o meu pronunciamento seja divulgado nos
meios de comunicação da Casa, em especial no programa A Voz do Brasil.
Muito obrigado.
PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR
Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, em todo o mundo o Dia Mundial do
Refugiado, celebrado em 20 de junho, é uma oportunidade para celebrar a força, a
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coragem e a perseverança das pessoas que foram forçadas a deixar suas casas e
seus países por causa de guerras, perseguições e violações de direitos humanos,
em função de um capitalismo que promove a maior injustiça em todo o mundo.
O relatório da ONU Tendências Globais, que registra o deslocamento forçado
ao redor do mundo, de acordo com a Agência da ONU para Refugiados ACNUR,
aponta um total de 65,3 milhões de pessoas deslocadas por guerras e conflitos até o
final de 2015.
No Brasil, de acordo com Comitê Nacional para os Refugiados (CONARE),
órgão ligado ao Ministério da Justiça, as solicitações de refúgio cresceram 2.868%
nos últimos 5 anos.
Quais são as causas da atual crise migratória?
A causa imediata é o progressivo colapso de países inteiros do Oriente Médio
e da África árabe e negra sob o peso insustentável das guerras civis e de processos
de empobrecimento que estão em curso há anos.
Na Síria, hoje, segundo dados da ONU, são 7,6 milhões de evacuados (em
uma população de pouco mais de 20 milhões de habitantes); 80% da população
vivem em condições de pobreza; as principais cidades estão semidestruídas e as
principais atividades produtivas do país estão quase arruinadas.
No Iraque, um país que os Estados Unidos e a Europa estão devastando e
desagregando faz mais de 20 anos, de modo direto e indireto, a situação é
igualmente trágica. Para não falar da Líbia, da Palestina, do Iêmen e do Afeganistão.
Porém, vale ressaltar que o crescimento das migrações internacionais se
deve a causas estruturais de longo prazo, entre elas as desigualdades produzidas
pelo colonialismo e neocolonialismo, que têm dividido o mundo em países ricos e
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países pobres; a violenta pressão do capital e das multinacionais do agronegócio
sobre a agricultura dos países da Ásia, da África, da América Latina, que está
expulsando do campo enormes massas de camponeses pobres e trabalhadores
rurais; o endividamento forçado desses países e o desastre ecológico.
A crise que irrompeu em 2008 ampliou processos. Em vastas áreas do mundo
não se pode mais viver. É impossível ter uma vida digna. É por isso que massas
crescentes de trabalhadores e trabalhadoras são forçadas a emigrar.
Os governos da União Europeia fizeram vários encontros para decidir a
relocalização de 20 mil refugiados. Esse número é irrisório, em relação ao que
declarou a ex-Chanceler alemã Angela Merkel, dizendo que apenas a Alemanha
está preparada para acolher, em 2015, 800 mil refugiados (quatro vezes mais que
em 2014), podendo chegar a 1 milhão.
O que se vê é que os refugiados servem como mão de obra barata e vêm
resolver problemas para o futuro econômico de alguns países europeus: a falta de
mão de obra, inclusive de pessoal qualificado.
Não podemos esquecer que foi a intervenção europeia na Líbia que jogou o
país no caos. Foi o ataque dos Estados Unidos ao Iraque que criou as condições
para o surgimento do Estado Islâmico do Iraque. A guerra civil em curso na
República Centro-Africana não é apenas uma explosão do ódio étnico. França e
China estão lutando pelo controle dos recursos petrolíferos através de seus
procuradores.
É preciso que se veja que a exploração de recursos naturais no Congo é fonte
de conflitos internos que acontecem para se ter o acesso, o controle e o comércio de
minerais, entre eles o cobalto e o ouro.
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Cada um desses senhores da guerra está ligado pelos negócios com
empresas ou corporações estrangeiras que exploram as riquezas minerais da
região. A ironia é que muitos desses minerais são usados em produtos de alta
tecnologia, tais como laptops e telefones celulares.
Uma nova época do capitalismo global — e pode-se dizer que uma nova era
da escravidão também — está surgindo.
Os refugiados estão entrando na Europa apenas oferecendo-se para se tornar
força de trabalho precário, em muitos casos à custa dos trabalhadores locais, que
reagem a essa ameaça unindo-se a partidos político anti-imigrantes.
Esse modelo capitalista vem sendo implantado em todo o mundo, com um
xenofobismo absurdo e com uma intolerância e ódio que vêm criando personagens
populistas que incorporam essa visão de direita, elegendo governantes que apelam
para os sentimentos do povo, exacerbados pela mídia conservadora que lhes dão
cobertura.
No Brasil estamos vendo essa política entreguista crescendo rapidamente,
com o avanço do capital e com a derrocada de um Governo golpista que vem
cedendo espaços para esses avanços, com medidas que têm levado a perdas de
direitos de nosso povo e a entrega de nossos bens e territórios às corporações
estrangeiras que dominam a nossa economia.
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O SR. PRESIDENTE (Gonzaga Patriota) - Concedo a palavra ao eminente
Deputado Pedro Fernandes.
O SR. PEDRO FERNANDES (Bloco/PTB-MA. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, eu gostaria de fazer um registro. Hoje é aniversário de uma pequena
cidade no Sertão maranhense: Itaipava do Grajaú, que fica às margens do Rio
Grajaú.
Quero fazer esta homenagem a essa cidade, pela sua administração. O
Prefeito Joãozinho do Dimaizão é um exemplo de administrador: democrático,
transparente, está sempre junto da população. Ele diz que não administra a cidade
sozinho, mas também o faz com a Vice-Prefeita, a quem eu também quero
parabenizar; com todos os Vereadores, inclusive os da oposição; e também,
fundamentalmente, com a população, recebendo a todos e dirigindo as ações para
todos os povoados.
Fica aqui o registro dessa pequena, porém grande, cidade do Sertão
maranhense, Itaipava do Grajaú, que está completando hoje 21 anos e
comemorando inclusive uma interligação asfáltica de quase 80 quilômetros.
Lamentavelmente eu não poderei estar lá abraçando a todos, mas deixo
meus parabéns a todos de Itaipava do Grajaú!
O SR. PRESIDENTE (Gonzaga Patriota) - O pronunciamento de V.Exa. será
divulgado nos termos regimentais.
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O SR. PRESIDENTE (Gonzaga Patriota) - Concedo a palavra à eminente
Deputada Maria do Rosário, do PT do Rio Grande do Sul.
A SRA. MARIA DO ROSÁRIO (PT-RS. Sem revisão da oradora.) - Sr.
Presidente, Deputado Gonzaga Patriota, peço que V.Exa. divulgue esta posição
política que apresentarei neste momento desta tribuna.
Sras. e Srs. Deputados, faço aqui uma saudação à Comissão do Senado que
ontem rejeitou a reforma trabalhista e aprovou o relatório paralelo, elaborado pelo
Senador Paulo Paim. Como gaúcha, eu me sinto orgulhosa do trabalho do Senador
Paulo Paim. Tenho certeza de que o Rio Grande do Sul e o Brasil veem no Senador
Paulo Paim a representação dos trabalhadores e das trabalhadoras.
A reforma trabalhista e a reforma da Previdência são parte do desmonte do
Estado, levado à frente por esse que ocupa a Presidência da República, o Michel
Temer, que hoje se encontra na Rússia.
Cerca de 15 milhões de pessoas amargam o desemprego e a desesperança
que há no País com ele à frente da Presidência. Nós não podemos nos calar diante
disso. Os brasileiros e as brasileiras devem posicionar-se, porque a decisão de
ontem da Comissão de Assuntos Sociais agora será debatida na Comissão de
Constituição e Justiça.
Uma greve geral está sendo preparada para o próximo dia 30. Nós
precisamos apoiar os sindicatos e outros movimentos e exigir que não haja violência
contra sindicalistas, lutadores sociais, homens e mulheres que tão somente buscam
o direito ao emprego, à cidadania, à saúde, à educação, à infraestrutura em um País
que está sendo, todo ele, vilipendiado por Michel Temer e por aqueles que já estão
sendo chamados de “organização criminosa que ocupa o Palácio do Planalto”.
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É hora de “Fora, Temer!” e é hora de eleições diretas.
Convoco todos para que se posicionem.
Sr. Presidente, peço que minhas opiniões sejam divulgadas no programa A
Voz do Brasil.
O SR. PRESIDENTE (Gonzaga Patriota) - V.Exa. será atendida nos termos
regimentais.
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O SR. PRESIDENTE (Gonzaga Patriota) - Concedo a palavra ao nosso Líder,
Deputado Chico Alencar, último orador inscrito para encaminhar pronunciamento, do
PSOL do Rio de Janeiro.
O SR. CHICO ALENCAR (PSOL-RJ. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, o cenário aqui, como comentava comigo o Deputado Onyx, é estranho
— quarta-feira e este imenso vazio! —, o que revela, entre outras coisas, o profundo
abismo que há entre o Brasil oficial, institucional, o Congresso Nacional, em
particular a Câmara dos Deputados, e o Brasil real, que tem muita coisa bonita, que
sofre, que luta, que constrói esperança.
Hoje mesmo pela manhã, uma audiência pública da Comissão de Direitos
Humanos nos trouxe, pela voz de jovens, adolescentes e crianças guarani-kaiowá,
do Mato Grosso do Sul, o profundo drama dessas comunidades originárias pelo seu
direito de existir, de ter a terra parte constitutiva da sua própria maneira de enxergar
o mundo.
O Brasil, que tem não apenas 14 milhões de desempregados, mas também
10 milhões de subempregados; que tem 83% da sua população economicamente
ativa recebendo até 3 salários mínimos; o Brasil, com a sua biodiversidade
maravilhosa desprotegida, agredida, atacada; o Brasil, que tem um crescente de
homofobia, de LGBTfobia, de preconceito, de racismo; e nós, aqui, parece que não
temos nada a dizer.
Talvez seja a má influência ali do Executivo incriminado, sobre o qual a cada
dia vem uma denúncia pesada. E, na semana que vem, estaremos diante de duas
realidades deste Brasil: de um lado, recepcionando aqui, espero que aprovando a
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apuração para não passarmos vergonha nacional, a investigação sobre Temer; de
outro lado, o Brasil gritando um basta com a greve geral do dia 30.
Obrigado.
O SR. PRESIDENTE (Gonzaga Patriota) - Eminente Líder, Deputado Chico
Alencar, V.Exa. será atendido nos termos regimentais.
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O SR. PRESIDENTE (Gonzaga Patriota) - Com a palavra o Deputado Zé
Geraldo.
V.Exa. disporá do tempo regimental.
O SR. ZÉ GERALDO (PT-PA. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras.
Deputadas e Srs. Deputados, todos aqueles que me ouvem neste momento, é de
fazer vergonha ao Brasil a viagem do Presidente da República, Michel Temer, com
sua comitiva, à Rússia.
O Presidente Temer foi recebido pelo terceiro escalão do Governo do
Presidente Vladimir Putin. Para piorar a situação, o Presidente tentou dar uma
entrevista coletiva a jornalistas brasileiros no hotel em que está hospedado, mas foi
impedido pelo gerente do hotel.
Já se sabia que a viagem ia ser um fracasso. O mundo inteiro, principalmente
os países que têm negócios no Brasil e ainda têm interesse de negociar com o
Brasil, está de olho no que está acontecendo aqui. O que está acontecendo no
Brasil não é algo normal, não é comum, não é uma coisa pequena, do ponto de vista
da desmoralização daqueles que se uniram para dar o golpe, daqueles que se
uniram para tirar um governo legítimo que estava trabalhando por este País, de
norte a sul, de leste a oeste, que estava trabalhando para todos, inclusive para os
grandes empresários, que só puderam ganhar dinheiro no Brasil e fora do Brasil
nesse período.
É lamentável que nós estejamos vivendo uma paralisia, que não sabemos até
quando vai durar. Se o Presidente Temer não se sente derrotado, se não toma a
iniciativa de renunciar, se a Câmara dos Deputados não toma a iniciativa de instalar
o processo de impeachment, se o PSDB e o Democratas não tomam a iniciativa de
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sair da mamata, significa que nós teremos que esperar as eleições de 2018, que
acontecerão no mês de outubro. O Presidente eleito em outubro de 2018 se sentará
na cadeira em janeiro do ano seguinte. Depois, virão aqueles primeiros meses de
um governo recente que assume o País. E a minha pergunta é a seguinte: o povo
brasileiro e o País vão aguentar tudo isso?
Algumas pessoas ainda estão usufruindo do bom momento do agronegócio,
mas isso é resultado dos 12 anos de investimento dos Governos Lula e Dilma.
Quando cheguei aqui, em 2003, como Deputado Federal, junto com o Presidente
Lula, a primeira coisa que vi foi um “tratoraço” diante desta Casa. Parecia que iam
derrubar o Congresso Nacional! Aliás, nos 10 anos anteriores, a Esplanada dos
Ministérios ficava cheia, todos os anos, de empresários rurais do Estado do Rio
Grande do Sul, dos Estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Eles vinham
para cá em busca da renegociação de suas dívidas. Ninguém viu isso acontecer nos
12 anos seguintes porque houve, sim, crédito, houve, sim, apoio do Banco do Brasil,
do Banco da Amazônia, do Banco do Nordeste, do BNDES — Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social, para fortalecer o setor agrícola, o grande, o
médio e o pequeno produtores, com o PRONAF — Programa Nacional de
Fortalecimento da Agricultura Familiar. O PRONAF não existia para as Regiões
Centro-Oeste e Norte do Brasil, só na Região Sul. Para as Regiões Norte e Centro-
Oeste havia apenas os financiamentos dos Fundos Constitucionais: do FNO —
Fundo Constitucional de Financiamento do Norte e do FCO — Fundo Constitucional
de Financiamento do Centro-Oeste.
O Brasil não aguenta essa paralisia, o Brasil não aguenta um governo que
não governa, que não sabe mais governar, depois de 12 anos de governo
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democrático, de um governo para todos os Deputados, de um governo que liberou
recursos de programas para todas as Prefeituras — do PT, do PSDB, do
Democratas. Não importava se esses partidos eram Oposição e se aproveitavam
dessas obras para fazer oposição. E todos os Deputados tinham os recursos das
emendas parlamentares liberados. Agora, só alguns conseguem a liberação dos
recursos das emendas parlamentares. A maioria está com as emendas travadas. O
dinheiro não é liberado.
Portanto, é fracassada, é vexatória a ida do Presidente do Brasil à Rússia,
pela forma como foi recebida a sua comitiva e pelos resultados que ela obteve.
Gostaria, Sr. Presidente, que este meu pronunciamento fosse divulgado no
programa A Voz do Brasil.
Muito obrigado.
O SR. PRESIDENTE (Gonzaga Patriota) - V.Exa. será atendido nos termos
regimentais.
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O SR. PRESIDENTE (Gonzaga Patriota) - Temos a honra de convidar o Sr.
Deputado cearense Raimundo Gomes de Matos para usar a palavra, ao mesmo
tempo em que convidamos o Deputado Leonardo Monteiro, do PT de Minas Gerais
para assumir a Presidência desta sessão.
Com a palavra o Deputado Raimundo Gomes de Matos, pelo tempo
regimental.
O SR. RAIMUNDO GOMES DE MATOS (PSDB-CE. Sem revisão do orador.)
- Sr. Presidente, nobres Parlamentares, solicito que seja divulgado nos órgãos de
imprensa desta Casa pronunciamento em que registro e, ao mesmo tempo, lamento
a morte da nossa grande jornalista, advogada e Conselheira da OAB no Estado do
Ceará, a Dra. Wanda Palhano. Também presidia jornal de grande circulação e
credibilidade no Estado do Ceará, justamente o jornal O Estado.
Nós solicitamos que seja encaminhado o voto de pesar desta Casa, num
momento em que muitos cearenses estão prestando as últimas homenagens à
nossa grande jornalista Wanda Palhano, pelas grandes contribuições que o jornal O
Estado sempre promoveu e patrocinou. Foi protagonista de várias mobilizações, em
vários eixos do desenvolvimento social e econômico do nosso Estado do Ceará.
Este nosso primeiro pronunciamento expressa o nosso voto de pesar.
No meu segundo pronunciamento, quero ser solidário a todos os nordestinos,
como Presidente de uma Comissão Externa desta Casa que acompanha a
transposição das águas do rio São Francisco.
O nobre Deputado Gonzaga Patriota tem também um grande projeto, que nós
já aprovamos no Orçamento da União, para dar reforço no que diz respeito a toda
essa problemática hídrica do Nordeste.
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Na data de ontem, o Presidente desta Casa, que hoje é o Presidente da
República em exercício, assinou, juntamente com o Ministro Hélder Barbalho,
contrato com a empresa ganhadora da licitação do trecho das obras da transposição
que vão garantir para o Estado do Ceará, de uma vez por todas, que as águas
cheguem ao nosso Castanhão, ao Cinturão das Águas, ao nosso Estado do Ceará,
na sua região metropolitana.
O Ceará é um Estado que já vinha se preparando para receber essas águas.
Infelizmente, em virtude de questões jurídicas com as empresas que estavam
fazendo esse trecho da transposição, não foi possível que se desse sequência às
obras. Foi feita uma nova licitação, de cerca de 500 milhões de reais. Quando o
Presidente Michel Temer assumiu, enviou determinação ao Ministro Hélder Barbalho
e viabilizou, por intermédio do Ministro, os recursos necessários para dar celeridade
às obras. Em vários trechos, no Ceará, o Governo Federal tinha dívidas de mais de
100 milhões de reais. Foi feito o aporte dos recursos para o pagamento dos débitos
atrasados e foram disponibilizados mais 500 milhões de reais para o trecho.
Além de o Governo Federal estar sempre repassando recursos para o
Governo do Estado do Ceará, para fortalecer as obras complementares dos eixos
chamados Cinturão das Águas, neste mês passado foram empenhados 60 milhões e
reais. Dos 60 milhões de reais, já foram pagos efetivamente 20 milhões de reais.
Houve toda uma mobilização da nossa Comissão, juntamente com o Senador
Eunício Oliveira, Presidente do Congresso Nacional, e o Senador Tasso Jereissati.
O Governador Camilo Santana esteve algumas vezes, aqui em Brasília, com a
Ministra Cármen Lúcia, para que nós pudéssemos dar uma solução a essas
questões que estavam judicializadas, em termos de licitação.
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Nós esperamos que a empresa vencedora dê celeridade à obra, porque
existe um déficit hídrico, principalmente na Região de Jaguaribe, na Região do
Sertão Central e na Região Metropolitana de Fortaleza. Se isso não se concretizar,
se essas águas do Rio São Francisco não chegarem ao Estado do Ceará,
fatalmente em novembro, dezembro, janeiro ou fevereiro haverá problema de água
para o consumo humano — e não estou nem falando da questão de água para a
irrigação e para a indústria.
A nossa Comissão Externa Transposição Rio São Francisco, na próxima
semana, receberá em audiência pública o General Dantas, Diretor do Departamento
de Engenharia e Construção do Exército Brasileiro. Ele vai apresentar todos os
relatórios e dizer o que é preciso para garantir mais recursos ao Batalhão de
Engenharia — e nos mobilizaremos para isso —, a fim de que faça as obras
complementares da transposição em vários Estados.
No tocante ao projeto do nosso Deputado Gonzaga Patriota, que visa transpor
águas do Rio Tocantins para o Rio São Francisco, nós já estamos cobrando do
Ministério do Planejamento. No Orçamento passado, asseguramos recursos para
que fosse efetivamente elaborado este projeto. Isto, sim, vai dar redenção hídrica ao
Nordeste.
A transposição das águas do Rio São Francisco gera problemas hoje com a
CHESF — Companhia Hidroelétrica do São Francisco, porque a nossa matriz de
energia é de água, hidrelétrica. Paulo Afonso e Sobradinho precisam de água.
Liberar água para a transposição para outros Estados vai gerar déficit energético.
Por isso, nós precisamos compatibilizar todas essas ações e garantir a transposição
Tocantins-São Francisco, para que nós possamos, acima de tudo, garantir a vida do
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povo nordestino na parte de água para consumo humano, água para irrigação e
água para a indústria.
Este é o nosso pronunciamento.
Muito obrigado, Sr. Presidente.
O Sr. Gonzaga Patriota, nos termos do § 2º do art.
18 do Regimento Interno, deixa a cadeira da Presidência,
que é ocupada pelo Sr. Leonardo Monteiro, nos termos do
§ 2º do art. 18 do Regimento Interno.
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O SR. PRESIDENTE (Leonardo Monteiro) - Concedo a palavra ao Sr.
Deputado Gonzaga Patriota, para uma Comunicação de Liderança, pelo PSB.
O SR. GONZAGA PATRIOTA (PSB-PE. Como Líder. Sem revisão do
orador.) - Sr. Presidente, parece até coincidência, mas vou falar aqui sobre a
interligação do Rio Tocantins com o Rio São Francisco.
Acabei de ouvir o eminente Líder cearense Raimundo Gomes de Matos, a
quem quero agradecer pela emenda encaminhada, no ano passado, que assegurou
600 milhões de reais do Orçamento para a interligação das bacias dos referidos rios.
Gostaria de pedir ao Deputado Raimundo Gomes de Matos que pudesse ficar 5
minutos, porque vou falar exatamente sobre esse assunto.
Antes, Sr. Presidente, quero pedir a V.Exa. que seja divulgado pelos meios de
comunicação da Casa pronunciamento que faço sobre a garantia de recursos da
CODEVASF, para atender mais de 3 mil famílias no Sertão pernambucano, no
Agreste, nas regiões circunvizinhas.
Há mais de 30 anos, registramos algumas coisas, Deputado Raimundo
Gomes de Matos, que ficam hoje muito cravadas, meu Líder Glauber Braga, que
chamo de Glauber Rocha porque foi um grande brasileiro e continua vivo na
memória dos brasileiros. Na Assembleia Nacional Constituinte havia aqui o Centrão,
que não acreditava numa proposta, de minha autoria, que tratava da aposentadoria
de homens e mulheres do campo. Essa proposta foi atendida e depois a lei a
regulamentou, de 1988 a 1998 — a 8 e a 18. Hoje, a maior distribuição de renda nos
Municípios humildes, pobres é a dos trabalhadores rurais — os benefícios de
aposentadoria e pensão.
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Em 1990 apresentei aqui o Projeto de Lei nº 4.797, para interligar o Rio
Tocantins ao Rio São Francisco. Eu não tinha nem ideia. Fui um dos que trabalhou
para emancipar Tocantins. O Siqueira Campos ficava ali atrás fazendo greve de
fome, virou Governador. Fui a Miracema do Norte, não era nem Palmas ainda, olhar
aquele rio que tinha dez vezes mais água do que o Rio São Francisco. Essa água de
Tocantins, meu Presidente, cai todinha no oceano. Ninguém a utiliza porque lá
chove muito.
Esse projeto de lei foi reapresentado em 2013, com o número 6.569,
aprovado. Há hoje recursos. O então Presidente Lula autorizou o seu Vice-
Presidente da República, José Alencar, conterrâneo de V.Exa., a fazer um
levantamento. E ele fez um levantamento maravilhoso, que está aqui: Viabilidade de
revitalização do Rio São Francisco, a partir de águas do Rio Tocantins.
José Alencar levantou quatro propostas: compensar o suprimento hídrico do
Rio São Francisco; aumentar a disponibilidade de água a ser transposta para o
Semiárido; incrementar a revitalização do Rio São Francisco; e aproveitamento
hídrico de trecho superior do Rio São Francisco.
Apresentou um mapa com essas propostas e com a localização. Fez o
Projeto Doador de 2001, do Rio do Sono. Em seguida, as novas áreas de
preservação não permitiram que esse projeto pudesse passar, e temos que respeitar
o meio ambiente como está.
José Alencar mandou nova proposta, com o mapa dessas áreas de
preservação para trazer essa água do Rio Tocantins, mostrando também os
inconvenientes de algumas propostas. Até que chegou a uma proposta de trazer
água direta do Rio Tocantins, por um canal de apenas 240 quilômetros.
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Eu vejo ali o meu Líder Miro Teixeira, que já deve estar aqui há quase 50
anos, e que nos ajudou aqui na Assembleia Nacional Constituinte. Este mapa nos
mostra, Deputado Miro Teixeira, como trazer água em canais, com aduções: são
sete ou oito adutoras. A água cai numa serra, na divisa de Tocantins com a Bahia, e
desce num riacho — nós conhecemos a região de V.Exa., Sr. Presidente, que não é
a região maior, mas é apenas o interior de Minas Gerais.
Essa queda d’água, Deputado Raimundo Gomes de Matos, vai gerar energia
possivelmente suficiente para essas elevatórias com água do Rio Tocantins que tem
dez vezes mais água do que o Rio São Francisco, para cair no Rio Preto e do Rio
Preto cair na Barragem de Sobradinho, nas outras barragens de Paulo Afonso, para
gerar energia.
O Governo está gastando mais de 12 bilhões de reais com a água do Rio São
Francisco para atender aos Estados do Ceará, Paraíba e parte grande de
Pernambuco. Mas esse projeto vai custar um terço do que já foi gasto para tirar
água do Rio São Francisco para atender a essas regiões.
Quero neste instante fazer um apelo a esta Casa do povo brasileiro. O Rio
São Francisco, de 1.840 metros cúbicos de água por segundo, está com 600 metros
cúbicos. Hoje, quarta-feira, as comportas estão fechadas. Ninguém está sendo
abastecido com água. Possivelmente, haverá um prejuízo nas safras de manga, de
uva, que compete até um pouquinho hoje com o nosso querido Rio Grande do Sul —
quando o Papa veio ao Brasil escolheu o vinho de Lagoa Grande, o Rio Sol.
Quero agradecer ao Ministro da Integração Nacional, Helder Barbalho, nosso
colega, que nos chamou ao Ministério, mostrou esse projeto às empresas e o ficou
discutindo por 2 horas.
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Aqui está o projeto de transposição do Rio Tocantins ao Rio São Francisco.
Portanto, faço um apelo ao Governo e todos os partidos para que possamos
salvar o Nordeste: precisamos, urgentemente, que o projeto em andamento possa
ser executado, e, com ele pronto, possamos licitar, começar essas obras e, dentro
de 2, 3 anos, levar água do Tocantins para o São Francisco.
Muito obrigado, Presidente, Sras. e Srs. Deputados.
O SR. PRESIDENTE (Leonardo Monteiro) - Quero parabenizar o Deputado
Gonzaga Patriota.
PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR
Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, água para sobrevivência de rebanhos
e de pequenos cultivos, como os de hortaliças, será assegurada pela Companhia de
Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba — CODEVASF em
comunidades rurais de mais de 60 Municípios afetados pela estiagem prolongada no
Semiárido de Pernambuco. Cerca de R$ 4,3 milhões estão sendo aplicados na
execução de obras e serviços de recuperação, limpeza, manutenção e
desassoreamento de aguadas, uma tecnologia de convivência com a seca que traz
alívio para milhares de famílias.
Os moradores que convivem com longos períodos de estiagem destacam as
vantagens das aguadas. “O benefício é muito grande no período da seca. Aqui onde
eu moro, esse ano, só choveu uma vez e foi pouca água. Com a aguada limpa, a
gente captura a água da chuva que usamos para o consumo humano, plantação e
rebanho. Essa área aqui tá tendo uma seca muito forte”, explicou Maria Resende,
moradora da comunidade de Baixa das Caraíbas.
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Ao todo, serão mais de 300 aguadas limpas ou recuperadas, ação que
aumentará em 600 mil metros cúbicos o volume de reservatórios em Pernambuco —
ou 600 milhões de litros, o equivalente a 240 piscinas olímpicas. A iniciativa vai
garantir água para 3,5 mil famílias. Na primeira semana de maio as obras foram
iniciadas no Município de Bodocó; em seguida, a ação deve ocorrer em Floresta. A
expectativa é a de que, até o primeiro semestre de 2018, todas as aguadas tenham
sido finalizadas. Os recursos que viabilizam as obras são do Orçamento Geral da
União destinados à CODEVASF por meio de emendas parlamentares.
As aguadas, Sr. Presidente, são reservatórios escavados no chão para
captação e retenção de água da chuva. Além de servirem para matar a sede dos
animais da região, também proporcionam aos agricultores a manutenção de
pequenas plantações.
“Sabemos que atualmente enfrentamos um longo e duro período de estiagem,
mas não podemos correr o risco de não ter onde acumular a água que deverá cair
nas próximas chuvas. Com as aguadas prontas, uma boa chuva pode significar um
longo período de convivência com a seca garantido”, afirma o Superintendente
Regional da CODEVASF em Pernambuco, Aurivalter Cordeiro.
CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 165.3.55.O Tipo: Não Deliberativa de Debates - CD Data: 21/06/2017 Montagem: 5199
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O SR. PRESIDENTE (Leonardo Monteiro) - Passo a palavra ao Deputado
Celso Maldaner.
O SR. CELSO MALDANER (PMDB-SC. Pela ordem. Sem revisão do orador.)
- Sr. Presidente, demais colegas Parlamentares, quero aqui expressar o nosso
sentimento pela não aprovação ontem na Comissão de Assuntos Sociais do Senado
da modernização da legislação trabalhista. Eu acreditava que o Senado da
República, que representa o nosso País, teria uma mentalidade mais avançada.
Nós estamos com uma legislação de 1943, e o Brasil real hoje é outro. Nós
temos que modernizar a legislação trabalhista, a exemplo do que foi aprovado aqui
no plenário da Câmara Federal. Nós temos a certeza de que, agora, na Comissão
de Constituição e Justiça do Senado, vão reparar esse erro que aconteceu no dia de
ontem. Acredito ainda nos Senadores, na aprovação no Plenário do Senado, para
que possamos pôr em prática essa modernização da legislação trabalhista.
Segundo estudo feito agora pelo Santander, vamos imprimir mais de 2,3
milhões de empregos, vamos gerar empregos neste País. É disso que mais se
precisa: dar oportunidade para todos.
Nessa legislação vai prevalecer o acordado sobre o legislado. Hoje,
infelizmente, no Brasil, há uma insegurança jurídica muito grande. Exemplo disso
são as mais de 4 milhões de ações trabalhistas no Tribunal Superior do Trabalho.
Não existem números no mundo que se comparem aos do Brasil; nos Estados
Unidos, são 70 ou 75 mil ações por ano; na França, há em torno de 40 e 45 mil
ações; no Japão, em torno de 2.500 ou 3 mil ações. Não temos segurança jurídica
no nosso País. Aqui o acordado não vale. Aqui nem o recibo assinado, um
documento assinado não vale; mesmo sendo homologado pelo sindicato patronal,
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pelo sindicato dos trabalhadores, não tem valor. Agora, não. Vamos ter uma
modernização da legislação trabalhista daquilo que é acordado: quantos salários se
vai pagar, é aquilo que vale, e será possível dar, por meritocracia, para quem
merece.
Hoje, inclusive, há uma insegurança muito grande no meio rural, onde se dá
moradia para o trabalhador, ou qualquer benefício, como moradia, transporte, e tudo
é incorporado ao salário, e o empregador paga novamente. Então não se tem
segurança jurídica. A modernização da legislação trabalhista vai trazer segurança.
Aquilo que é acertado vai ter valor, e o Juiz do Trabalho vai ter 15 dias para
homologar o acordo; então vai valer aquilo que é acertado. Hoje, infelizmente, isso
não tem valor, e é por isso que estamos nesse desespero. Chegamos ao fundo do
poço com essa insegurança jurídica e com 14 milhões de desempregados.
Está na hora de o Senado acordar e pensar no Brasil. Temos que pôr o Brasil
em primeiro lugar, e não picuinhas do quanto, pior melhor.
Vamos pensar no Brasil, gente! Vamos dar a nossa participação, porque são
fundamentais essas reformas de que o Brasil precisa para avançar e gerar emprego.
Era o que tinha a dizer.
Muito obrigado, Sr. Presidente.
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O SR. PRESIDENTE (Leonardo Monteiro) - Concedo a palavra ao Sr.
Deputado Glauber Braga, para uma Comunicação de Liderança, pelo PSOL.
O SR. GLAUBER BRAGA (PSOL-RJ. Como Líder. Sem revisão do orador.) -
Sr. Presidente, Srs. Parlamentares presentes e aqueles que estão acompanhando a
sessão pela TV Câmara neste momento, servidores que também estão no plenário,
quero falar da nossa preocupação em relação a resoluções do Tribunal Superior
Eleitoral, mais especificamente a Resolução nº 23.512 e a Resolução nº 23.520,
articuladas por Gilmar Mendes — sempre ele —, para a extinção de zonas eleitorais
no Brasil.
Há uma estimativa de extinção de cerca de mil zonas eleitorais no País
inteiro, o que é um completo absurdo. Só no Estado do Rio de Janeiro, mais de 109
zonas eleitorais serão extintas, sendo 48 na capital, metade das 97 atualmente
existentes, e 61 no interior.
No Ceará, serão extintas aproximadamente 30 zonas eleitorais. No Paraná,
serão afetadas em torno de 100 zonas eleitorais, o que equivale a 40% das sedes já
existentes.
Isso beneficia a quem? Beneficia a política da clientela, beneficia o
fortalecimento daqueles que querem ser os coronéis eleitorais, que fazem da prática
de transporte eleitoral, do favor eleitoral, a sua ação prioritária. Se falamos em
ampliação dos instrumentos de participação direta e do voto, inclusive com a defesa
da realização de novas eleições, precisamos ampliar o trabalho da Justiça Eleitoral,
e não o contrário. Isso sem contar que o processo de fiscalização sobre aquelas que
possam ser as ilegalidades eleitorais, como a compra de votos, com certeza ficará
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prejudicado com essa medida que está sendo adotada pelo Tribunal Superior
Eleitoral.
Vários servidores do Brasil inteiro têm se movimentado, preocupados com
essas iniciativas. É importante que levemos esta discussão a todo o Brasil e
digamos “não” à articulação de Gilmar Mendes à frente do Tribunal Superior
Eleitoral.
Muito obrigado.
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O SR. PRESIDENTE (Leonardo Monteiro) - Concedo a palavra ao Deputado
João Daniel, por 1 minuto.
Nós vamos encerrar a sessão às 15 horas.
O SR. JOÃO DANIEL (PT-SE. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, ocupo esta tribuna para registrar que no ultimo domingo eu participei do
famoso forró do SINDISA — Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Sucos,
Amidos, Cervejarias, Refrigerantes e Afins do Estado de Sergipe.
Foi o 18º Forró do SINDISA, que já entrou para o calendário cultural do
Município de Estância. Lá estiverem o Prefeito, ex-Prefeitos, Vereadores, a quem
cumprimento em nome do Artur, que também é dirigente do SINDISA, é operário e
um grande dirigente sindical.
Parabenizo o sindicato, que mostra que a cultura popular é também uma força
presente dentro daquele sindicato.
Por lá passaram milhares de pessoas, grandes homens e grandes artistas, a
exemplo de Fabinho, de Lorinho e de tantos que engrandecem a cultura do Estado
de Sergipe, do Nordeste e, em especial, de Estância.
Sr. Presidente, solicito a V.Exa. que meu pronunciamento seja divulgado no
programa A Voz do Brasil, parabenizando toda a direção do SINDISA, na pessoa de
Domingos, de Artur, de todos os trabalhadores e trabalhadoras que lá passaram,
festejaram e fizeram das 14 horas até a madrugada de segunda-feira um dia de
cultura popular.
Parabéns, SINDISA, pelo 18º Forró!
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PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR
Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, ocupo esta tribuna para registrar que
no ultimo domingo (20/6) ocorreu o 18º Forró do SINDISA – Sindicato dos
Trabalhadores na Indústria de Sucos, Amidos, Cervejarias, Refrigerantes e Afins do
Estado de Sergipe.
Eu acompanho todos os anos a grade festa popular que a cidade de Estância
incorporou e que hoje faz parte do seu calendário junino. Uma grande festa
organizada pela direção do sindicato com artistas populares que cultiva uma tradição
junina e a participação de lideranças do movimento sindical popular, do Prefeito e de
Vereadores do Município.
O SINDISA está de parabéns por resgatar a cultura popular e levar para
dentro do Sindicato, além do debate político, da questão econômica, da defesa dos
trabalhadores e trabalhadoras da categoria, a arte, a cultura e o lazer em uma festa
sempre bonita com participação popular.
Quero parabenizar o Vereador Artur, que é liderança e um dos fundadores do
SINDISA, o Domingos, Presidente do SINDISA, todos os diretores e diretoras e em
especial os operários e as operárias.
Muito obrigado.
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O SR. PRESIDENTE (Leonardo Monteiro) - Passo a palavra ao Deputado
JHC, por 1 minuto.
O SR. JHC (PSB-AL. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, eu gostaria de
fazer um registro. Na segunda-feira, nós estivemos presentes em um evento que
trata de startups no Brasil. Comemorou-se 1 ano do Camp Google, o Google
Campus de São Paulo. Esta empresa tem fomentado e incentivado a criação de
startups no Brasil, a economia criativa, a economia inovadora.
Hoje pela manhã nós tivemos uma discussão sobre a educação inovadora
também com representantes dessas empresas. Com isso nós vamos deixando esse
modelo tradicional de ensino, complementado agora também com as novas
tecnologias.
Então, os nossos professores, de forma fácil e prática, através de alguns
provedores de aplicação, já estão conseguindo ter acesso a esse tipo de conteúdo
inovador. E complementam suas aulas que estão nos livros didáticos com
videoaulas, com informações de outros lugares do planeta, inclusive, através de
realidade aumentada. Em mais de mil instituições, como, por exemplo, em escolas
no meio da Amazônia, através de óculos 3D, as crianças conseguem ter acesso ao
MASP, ao Museu do Amanhã. Enfim, conseguem dessa maneira ter contato com
outra realidade.
Então, venho aqui, mais uma vez, defender a inovação, para que possamos
investir 3% do nosso PIB no mínimo em inovação e na economia criativa, para que
possamos mudar. Mentalmente nós também estamos cansados. Nós precisamos
revigorar esse sentimento de um amanhã, de um futuro, de um Brasil promissor,
através da ciência, da tecnologia e da informação.
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Agradeço a V.Exa. e a todos os nobres Parlamentares.
O SR. PRESIDENTE (Leonardo Monteiro) - Agradeço ao Deputado JHC, que
também é o nosso 3º Secretário da Mesa da Câmara dos Deputados.
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O SR. PRESIDENTE (Leonardo Monteiro) - Com a palavra o Deputado
Roberto de Lucena.
O SR. ROBERTO DE LUCENA (PV-SP. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, Sras. e Srs. Deputados, nós temos neste momento o compromisso com
a sociedade, o compromisso com o Brasil, de enfrentar a agenda da reforma política.
Fazemos isso no momento em que a sociedade, no momento em que o Brasil
e o mundo estão experimentando um processo acelerado de transformação. Isso
faz com que a sociedade se sinta distanciada do atual modelo de representação
política, não apenas no Brasil, mas também no mundo. Observamos isso, por
exemplo, nos resultados das recentes eleições na França, país de democracia já
absolutamente amadurecida. Lá, recentemente, mais de 60% dos eleitores se
abstiveram nas últimas eleições para o Poder Legislativo. Esse fenômeno não é
exclusivo da França. Nós o identificamos na América, nós o identificamos aqui no
País. E a tendência é de que aqui vejamos, inclusive nas próximas eleições, a não
ser que haja uma correção radical de curso e de rumo, a ampliação dessa
tendência.
É necessário, Sr. Presidente, que, com muita responsabilidade,
compreendamos que, enquanto não reformarmos a questão política, enquanto não
discutirmos profundamente o sistema, enquanto não discutirmos profundamente o
modelo político, vai continuar havendo esse distanciamento da sociedade.
É importante que nós incluamos nessa agenda, se é que vamos levar a sério
a pauta da reforma política, a reforma dos próprios partidos em si. De nada adianta
mudarmos o modelo, de nada adianta estabelecermos ou impormos novas regras,
aprovarmos novas regras, se em princípio não trabalhamos para que os próprios
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partidos exerçam o poder de representatividade social. E aí não importa o número
de partidos. Eu não vejo nisso a grande questão. Entendo que a sociedade tem o
direito de se organizar em quantos partidos entender necessários. No entanto, que
tenhamos transparência, que tenhamos dispositivos para que haja fiscalização e
prestação de contas em relação aos recursos partidários, que são recursos públicos,
que são recursos de todos nós. Muitas vezes, a utilização de parte desses recursos
não é devidamente explicada, não há prestação de contas minuciosa, detalhada.
Uma vez que os partidos se oferecem para ser esse ambiente de
representação social, eles devem entender que a sociedade espera que essa
transparência, que essa reforma comece a partir deles próprios, a partir de reforma
na questão da democracia interna, com a possibilidade de participação direta dos
filiados na indicação das suas chapas e na eleição da sua direção, a partir da
transparência na prestação de contas. Dessa forma, aí sim, a partir dessa
democratização, a partir desse “refundamento” dos partidos, a partir da
reorganização do movimento das organizações partidárias, nós poderemos avançar
na reforma política.
Nós temos temas urgentes, necessários, em relação aos quais a sociedade
certamente tem grande expectativa. A sociedade brasileira espera que esta Casa,
que o Parlamento Nacional faça as reformas e apresente as alternativas e os rumos
deste novo Brasil que ela merece, que esta geração que está ascendendo aos
postos de liderança e que está discutindo o País merece.
Sr. Presidente, era o que eu tinha a dizer.
Muito obrigado.
Que Deus abençoe o Brasil.
O SR. PRESIDENTE (Leonardo Monteiro) - Agradeço ao Deputado Roberto
de Lucena.
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O SR. PRESIDENTE (Leonardo Monteiro) - Concedo a palavra ao Deputado
Silas Freire, do PR do Piauí.
O SR. SILAS FREIRE (PR-PI. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, hoje
eu venho aqui apenas lamentar profundamente que, numa quarta-feira normal no
País, esta Casa esteja completamente vazia, sem votações, sem discussões
importantes para a Nação, com 4, 5, 10 guerreiros Deputados aqui presentes
fazendo as suas falas.
O Brasil tem 14 milhões de desempregados, senhoras e senhores, e o
Congresso Nacional, em especial a Câmara Federal, estão parados numa quarta-
feira.
A primeira alegação são as festas de São João. Há 14 milhões de brasileiros
rezando a São João por um emprego, e esta Casa está parada.
Com que moral nós podemos enfrentar este povo brasileiro? Com que moral
esta Casa vai querer — se acontecer — fazer uma eleição indireta e eleger um
Presidente da República? Nós não temos essa moral!
E aí, quando o povo se revolta e vai para as ruas, nós reclamamos. Mas nós
não temos moral para reclamar disso, não. Estamos aqui, em plena quarta-feira,
quando as sessões não funcionam, e a Casa vai fechar de vez amanhã. O
Presidente da República está no exterior, e o Presidente da Casa está respondendo
pelo País. Há inúmeros projetos para tramitar, para ser discutidos e votados nas
Comissões, aqui neste Plenário, e nós não estamos trabalhando.
Eu pergunto: Que moral nós temos para reclamar de alguma coisa? Não
temos! Ganhamos mais de 30 mil reais para vir dois ou três dias a Brasília. Nesta
semana, não fizemos nem isso. O povo tem razão de reclamar!
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Por isso, eu acho que devíamos, pelo menos, ter a hombridade de convocar
eleições gerais não só para a Presidência da República, mas para todos nós, e
deixaríamos o povo escolher.
Esta Casa poderia estar discutindo várias decisões importantes agora, como,
por exemplo, a reforma política e as reformas do País, mas não está. A Casa está
completamente parada nesta quarta-feira. Há alguns heróis, alguns Deputados aqui
presentes, expondo as suas opiniões nos seus discursos, mas o povo brasileiro
precisa saber que nós ganhamos mais de 30 mil reais para não trabalhar.
O Congresso Nacional brasileiro está parado. Há 3 semanas, nenhuma pauta
importante é votada. Nós temos que ter coragem de dizer isso aqui. Eu quero saber
se, na próxima semana, vamos voltar aqui para cozinhar o galo, para tanger a ema.
Com que cara vamos estar aqui na próxima semana, novamente, só tangendo ema,
só enganando? Nós não aguentamos mais isso!
Muito obrigado.
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O SR. PRESIDENTE (Leonardo Monteiro) - Concedo a palavra por 1 minuto
ao Deputado Rocha.
O SR. ROCHA (PSDB-AC. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, quero só
dar como lido um artigo publicado no site Poder 360, do jornalista Xico Graziano,
que tem como título Disputa eleitoral de FHC e Lula seria embate entre decência e
malandragem.
Nesse artigo, o jornalista faz uma análise muito lúcida sobre a situação que
vivenciamos no Brasil hoje. Entre outras coisas, ele fala que o atual Governo é a
continuidade daquele que saiu.
Sr. Presidente, peço que o artigo seja divulgado no programa A Voz do Brasil
e pelos meios de comunicação desta Casa.
Obrigado.
O SR. PRESIDENTE (Leonardo Monteiro) - O pronunciamento de V.Exa. será
encaminhado.
ARTIGO A QUE SE REFERE O ORADOR
Disputa eleitoral de FHC e Lula seria embate entre decência e malandragem
É necessário vencer o petista antes de o prender
Embate entre a decência e a malandragem
Assustei o mundo político quando, no final de 2016, escrevi um artigo
intitulado “Volta FHC”. Levei chumbo grosso do pessoal ligado ao Michel Temer,
Aécio Neves tentou me desmoralizar, fui desprezado pela turma do PT. Muitos
ficaram incrédulos, poucos entenderam o significado de meu ato. Permaneci quieto,
analisando a repercussão daquela ousadia. José Gregori me escreveu num bilhete:
“Gostei de seu berro”!
Era exatamente isso: um brado contra a podridão política instalada na
República. Quando Dilma, por ter cometido a maior irresponsabilidade fiscal de
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nossa história, sofreu o impeachment, todos nós sabíamos qual grupo assumiria o
poder. Ele vinha de longe, e crescera no ventre fétido do lulismo. Era o risco inerente
ao processo, que muitos fingiam não ver.
Imaginava-se que, despreocupado com apoio popular, mas denso no
Congresso, o governo de transição liderado por Michel Temer fosse capaz de
implementar importantes reformas para reequilibrar o país. Mais à frente, nas
eleições de 2018, se mediriam as forças reais que poderiam nos conduzir ao futuro.
Não rolou.
Estava claro, já há alguns meses, que a substituição de Dilma por Temer não
livraria o país do mar de lama. Pelo contrário, poderia afundá-lo mais ainda. Duas
quadrilhas, quando se brigam, juram-se de morte. E a perversidade, escancarada
pela Lava Jato, surgiu maior do que se imaginava. Uma desgraça generalizada
contaminou a República. Chega. Ninguém aguenta mais tanta safadeza, essa
mistura desgraçada de corrupção, oportunismo e dissimulação que empesteou a
democracia brasileira. Como avançar?
Fernando Henrique, ele próprio, berrou alto na semana passada: “Ou há um
gesto de grandeza por parte de quem legalmente detém o poder, pedindo
antecipação de eleições gerais, ou o poder se erode de tal forma que as ruas
pedirão a ruptura da regra vigente exigindo antecipação do voto“. Dias depois, quem
gritou foi Ronaldo Caiado: “PT e Temer são faces de uma mesma moeda, e
respondem por crimes de que foram parceiros. Lula e Temer estão irmanados no
propósito de não antecipar as eleições”.
Vencer Lula em eleições diretas, e quanto mais cedo melhor, será a única
chance de pacificar a nação. Todos esperamos que Lula seja, justamente,
condenado pelos seus incontáveis crimes de corrupção. Antes de aprisioná-lo,
porém, será necessário derrotá-lo nas urnas. Senão, a história permanecerá incerta,
manipulada. O degredo político de Lula exige a decisão popular pelo voto.
Se minha utopia valesse, e fosse possível combinar, poderia ocorrer uma
eleição polarizada somente entre FHC e Lula. Ninguém mais. Seria uma forma de
assumir o “nós” contra “eles”. Mas não essa polarização antiga da “direita” contra a
“esquerda”, ou a bizarrice do “coxinha” versus a “mortadela”. Nada disso. Seria um
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embate entre a decência e a malandragem. Passar o Brasil a limpo. Queria ver no
que dava.
Aposto que FHC venceria. Mas não assumiria. Sua vitória apenas mostraria
que o Brasil acredita na política do bem, crê no seu futuro. Longe das quadrilhas que
assaltaram o Estado. Próximo da cidadania.
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O SR. PRESIDENTE (Leonardo Monteiro) - Com a palavra a Deputada Erika
Kokay, do PT do Distrito Federal.
A SRA. ERIKA KOKAY (PT-DF. Sem revisão da oradora.) - Sr. Presidente, é
tentar enganar a população sem argumentos dizer que o Governo que aí está é a
continuidade do Governo anterior. O Governo anterior sofreu um golpe, um golpe
que causou uma ruptura democrática, um golpe apoiado por vários dos que hoje se
calam frente ao descalabro que o País está vivenciando.
Alguém vem aqui, assume a tribuna e diz que quem não quer votar nesta
Casa está trabalhando com o “quanto pior, melhor”? Quem trabalha com o “quanto
pior, melhor” é quem defende Michel Temer, é quem defende Michel Temer!
Hoje já saiu nos meios de comunicação que ele levou para a Presidenta do
BNDES os interesses de internacionalização da JBS. E diz que mantinha distância
da JBS. Esse o Brasil inteiro sabe que é corrupto, e corrupto, e corrupto. E que está
tentando arrancar o Brasil do povo brasileiro, e que está tentando vender o Brasil
numa bandeja de prata, e que estabeleceu com o Parlamento uma relação de
mercadoria.
Um Senador votou contra a reforma trabalhista, e hoje, dois cargos que
tinham sido preenchidos por indicação desse Senador, fazem parte do Diário Oficial
— seus ocupantes foram exonerados. Ou seja, é a política do “toma lá, dá cá”, é a
política de preencher cargos públicos não a partir do interesse da população, mas
para tentar ganhar o voto de Parlamentares contra o povo brasileiro.
Nós estamos vivenciando um governo que é rapace — rapace! —, que busca
abocanhar, rapinar os cofres públicos em seu próprio benefício, que é saprófago da
própria democracia, sabujo do rentismo no Brasil.
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Por isso, não se pode dizer aqui que quem busca mostrar que não há
normalidade nesta Nação trabalha com o “quanto pior, melhor”. Quem assume a
tribuna e defende Michel Temer trabalha com o “quanto pior, melhor” e trabalha a
partir dos seus interesses. É como se nós estivéssemos vivenciando a tentativa de
se colocar, de forma cínica, mantos sobre a verdade.
Foi o que o nós vivenciamos hoje quando estivemos com o Governador do
Distrito Federal. O Governador do Distrito Federal se diz um grande amigo da
Cultura, mas não implementa o que está na Lei Orgânica, na Constituição do DF,
que diz que 0,3% da Receita Corrente Líquida do DF tem que ser destinado à
Cultura. Ele não está cumprindo isso. Ano passado, isso representaria mais de 60
milhões. O Governo executou por volta de 30 milhões e disse: “Estou executando,
estou contratando todos os que preenchem os requisitos e que ganham o processo
licitatório”. Mas, em verdade, faz uma licitação com valor reduzido, não considera
todos os recursos que estariam disponibilizados para a própria Cultura. E esse
Governador tem o cinismo de dizer o seguinte: “Que sorte vocês têm de eu ser o
Governador do Distrito Federal”. Foi dito isso, literalmente. Disse também: “Ora,
vocês não disputam os editais para poderem adquirir os recursos do Fundo de Apoio
à Cultura”. Os recursos do Fundo hoje são destinados à Secretaria de Fazenda. Eles
não estão à disposição dos gestores da Cultura, mas à disposição da Fazenda, que
tem outro raciocínio, que analisa que as políticas públicas fazem parte de planilhas
de custo.
Portanto, o Governador do Distrito Federal tirou o financiamento previsto na
Lei Orgânica do Distrito Federal para a Cultura, que é uma política transversal e
estruturante.
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Se nós investíssemos mais em cultura, investiríamos seguramente menos em
segurança, porque a cultura é fundamental para nos reconhecermos enquanto povo,
para nos reconhecermos na nossa própria humanidade.
O Governador do Distrito Federal disse: “Não, eu posso não destinar os
recursos do Fundo de Apoio à Cultura para a Fazenda, posso fazer a exceção que
foi feita para outros fundos, como os Fundos dos Direitos da Criança e do
Adolescente, mas só farei isso a partir de 2019”. Em 2019 o Governador não estará
mais aqui, não estará mais no Distrito Federal, não estará mais governando! Então,
o que ele disse? Que vai fazer uma lei para que, a partir de 2019, quando ele não
será mais Governador, o povo do Distrito Federal tenha o direito de ver cumprida a
Lei Orgânica e de ver os recursos necessários serem investidos na Cultura. É um
profundo cinismo.
Nós nos somamos ao sentimento do povo do Distrito Federal, para dizer:
“Governador Rollemberg, não tente esconder a sua incompetência e não tente
institucionalizar a fraude que foi a sua eleição”. Em 2015, ele disse que não
contingenciaria os recursos do Fundo da Cultura, e está contingenciando, está
deixando-os sob a lógica da Fazenda, e não de políticas culturais.
Esse mesmo Governador aprovou, ontem, de forma cruel e abusiva, a
privatização do maior hospital do Distrito Federal, o Hospital de Base. Ao ser
implementada essa lei, o Governo não terá mais que fazer concurso público, poderá
contratar os cabos eleitorais, não terá mais a necessidade de fazer licitação e abrirá
a guarda para mergulharmos num profundo processo de falta de transparência.
O SR. PRESIDENTE (Leonardo Monteiro) - Muito obrigado.
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O SR. PRESIDENTE (Leonardo Monteiro) - Passo a palavra ao Deputado
Celso Pansera, do PMDB do Rio de Janeiro, por 1 minuto.
O SR. CELSO PANSERA (PMDB-RJ. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, quero registrar que, no dia 19 de junho, o Prefeito de Duque de Caxias,
nosso colega Washington Reis, assinou finalmente os editais para licitação de cinco
creches.
Essa é uma batalha que vimos travando desde 2015. Com um investimento
de 14 milhões de reais, serão abertas mais de 1.800 vagas para crianças em dois
turnos ou 900 vagas para crianças em turno integral. As creches ficarão situadas no
Conjunto Vinte e Dois de Abril, no Bairro Imbariê III, e Nova Campina, na Avenida
Beira Rio, ao lado do CIEP 476; na Chácara Rio-Petrópolis, ao lado do CIEP 220,
Jardim Anhangá I, às margens da Rio Magé, e também Jardim Anhangá II.
Quero agradecer à equipe do Prefeito Washington Reis a dedicação para que
esses editais fossem às ruas e que nós pudéssemos concretizar a implantação
dessas cinco creches nessa cidade tão maravilhosa, mas tão carente que é Duque
de Caxias.
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O SR. PRESIDENTE (Leonardo Monteiro) - Passo a palavra ao Deputado
Assis Melo, do PCdoB do Rio Grande do Sul, por 1 minuto.
O SR. ASSIS MELO (PCdoB-RS. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente,
demais Deputados e Deputadas, foi lançado o 32º Rodeio Crioulo Internacional da
Vacaria.
Quero deixar registrado nos Anais desta Casa que, na última sexta-feira, dia
16 de junho, visitei o CTG Porteira do Rio Grande e tive a grata satisfação de
participar do lançamento do cartaz e da música do 32º Rodeio Internacional da
Vacaria, que vai acontecer de 27 a 4 de fevereiro.
Convido todas as gaúchas e todos os gaúchos espalhados pelo Brasil todo e
aqueles que gostam de uma boa música gaúcha e de uma boa comida campeira a
se fazerem presentes no 32º Rodeio Internacional.
Deixo este pronunciamento registrado nos Anais desta Casa e peço para que
seja feito o seu registro no programa A Voz do Brasil.
PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR
Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, registro para conhecimento desta
Casa e das pessoas que assistem à sessão pelos meios de comunicação da
Câmara dos Deputados que na última sexta-feira, dia 16 de junho, visitei o CTG
Porteira do Rio Grande e tive a grata satisfação de participar do lançamento do
cartaz e música oficiais do 32º Rodeio Crioulo Internacional de Vacaria, que
acontecerá de 27 de janeiro a 4 de fevereiro 2018.
O cartaz é uma criação de Maicon Maciel, Luciano Kuse e Risclifi Cunha. A
música Rodeio de Vacaria – É pra lá que a gente vai, gravada no estúdio IM
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Produções, tem a letra de Elton Saldanha e é interpretada por Elton Saldanha e
Ivonir Machado, com arranjos de Marquinhos Ferreira, músicos Novos Garotos e
narração de Pingo Rezende.
O Rodeio Crioulo Internacional de Vacaria é considerado a maior festa
tradicionalista gaúcha. Peões e prendas de todo o Brasil e exterior se reúnem para
cultivar as tradições do nosso Estado do Rio Grande do Sul, que tiveram origem no
movimento tradicionalista, nas festas religiosas das capelas do interior.
O 1º Rodeio Crioulo do CTG Porteira do Rio Grande teve âmbito
intermunicipal, apenas de laço e concurso de rédeas. Aconteceu no dia 6 de abril de
1958 em uma área pertencente à Associação Rural de Vacaria, hoje denominada
Parque de Exposições Nicanor Kramer da Luz, e foi organizado para comemorar o
terceiro aniversário da entidade.
A segunda edição foi realizada em janeiro de 1959, já com caráter estadual,
com convidados de várias regiões do Rio Grande. Os três primeiros rodeios foram
anuais e, a partir da quarta edição, tornou-se bianual, sendo que o quinto rodeio já
foi internacional e dele participaram diversas delegações, principalmente do
Paraguai.
Naquela primeira ocasião, foram realizadas provas de laço, pealo, rédeas e
doma, além de apresentações folclóricas, À noite houve fandango, com a animação
do famoso sanfoneiro Chiquinho Guazzelli. Foi um acontecimento que enche de
orgulho e engrandece a nossa cultura.
Quero homenagear a todas as pessoas que se dedicaram para o sucesso
cada vez maior do Rodeio de Vacaria, especialmente ao patrão Luiz Carlos Bossle
da Costa e aos colaboradores Lucas Ferreira (comercial); Juliana Tonini (captação
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de recursos); Ivonir Machado (responsável pelos bailes no Rodeio); Marcelo
Carvalho (acampamento mato); Clodoaldo Boeno (acampamento campeira) e Raul
Bittencourt (coordenador das gineteadas), que farão do 32º Rodeio Crioulo
Internacional de Vacaria uma festa magnífica, que engrandecerá ainda mais as
nossas tradições e cultura.
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O SR. PRESIDENTE (Leonardo Monteiro) - Com a palavra, por 1 minuto, o
Deputado Dimas Fabiano, de Minas Gerais.
O SR. DIMAS FABIANO (Bloco/PP-MG. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, venho a esta tribuna para cobrar do nosso Ministro de Estado da Saúde,
Ricardo Barros, celeridade na liberação dos recursos para diversos Municípios do
Estado de Minas Gerais. O repasse está atrasado.
A situação é crítica. Em muitos dos Municípios a falta de recursos está
deixando comunidades inteiras sem alguns serviços de atendimento básico à saúde.
Faltam recursos para pagamento aos agentes comunitários de saúde, às equipes do
Saúde da Família, às equipes de saúde bucal, para a Academia da Saúde, para os
Núcleos de Apoio à Saúde da Família, para os Consultórios na Rua, para as
Unidades Odontológicas Móveis, dentre outros.
Peço ao Ministro que, com urgência, solucione o problema do repasse e dê
máxima atenção à população do nosso Estado de Minas Gerais.
Refiro-me ainda ao tamanho das responsabilidades que os Prefeitos têm hoje.
Muitos deles não têm condições sequer de manter a prestação do serviço público
nos postos de saúde devido à falta de recursos.
Sr. Presidente, peço a V.Exa. que considere como lido o meu pronunciamento
e que autorize a sua divulgação no programa A Voz do Brasil e nos demais meios de
comunicação desta Casa.
O SR. PRESIDENTE (Leonardo Monteiro) - Seu pronunciamento será
encaminhado, Deputado.
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PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR
Sr. Presidente, venho a esta tribuna para cobrar do nosso Ministro de Estado
da Saúde, Ricardo Barros, celeridade na liberação dos recursos para diversos
Municípios do Estado de Minas Gerais. O repasse está atrasado.
A situação é crítica. Em muitos dos Municípios a falta de recursos está
deixando comunidades inteiras sem alguns serviços de atendimento básico à saúde.
Faltam recursos para pagamento aos agentes comunitários de saúde, às equipes do
Saúde da Família, às equipes de saúde bucal, para a Academia da Saúde, para os
Núcleos de Apoio à Saúde da Família, para os Consultórios na Rua, para as
Unidades Odontológicas Móveis, dentre outros.
Peço ao Ministro que, com urgência, solucione o problema do repasse e dê
máxima atenção à população do nosso Estado de Minas Gerais.
Refiro-me ainda ao tamanho das responsabilidades que os Prefeitos têm hoje.
Muitos deles não têm condições sequer de manter a prestação do serviço público
nos postos de saúde devido à falta de recursos.
Fica claro que, sem um bom atendimento na rede primária e sem uma boa
resolutividade, um quadro simples de doença pode se complicar, necessitando
aquele paciente de uma internação hospitalar, o que não deveria acontecer.
O povo clama, em situação de desespero. E tem razão. Afinal, os recursos
são o item número um para se evitar a enorme quantidade de pessoas nas filas dos
nossos hospitais, que, assim, precisam desempenhar o papel de unidade primária e
atender a pacientes fora do seu perfil.
Gostaria que o meu pronunciamento fosse divulgado no programa A Voz do
Brasil e nos demais meios de comunicação desta Casa.
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O SR. PRESIDENTE (Leonardo Monteiro) - Passa-se ao
V - GRANDE EXPEDIENTE
Concedo a palavra à Sra. Deputada Yeda Crusius, do PSDB do Rio Grande
do Sul.
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A SRA. YEDA CRUSIUS (PSDB-RS. Sem revisão da oradora.) - Sr.
Presidente, Sras. e Srs. Parlamentares, neste 2017, completam-se 23 anos do Plano
Real. Em um ponto concordam todos, independentemente da opção política: este
mesmo 2017 é um ano de profunda crise econômica e de altíssima instabilidade
política. Não há mais nem como nem por que esconder esta realidade, como ainda
fazem alguns em tempo de eleição. São tempos de crise em meio a novas
demandas sociais por liberdade e transparência.
Quando da implementação do Plano Real, em 1994, vivíamos uma situação
política similar à de hoje, depois do impeachment da Presidente Dilma Rousseff,
reeleita Presidente em 2014 e afastada legalmente em 2016. O então Presidente
Collor, primeiro Presidente eleito pelo voto direto depois das Diretas Já, também
sofreu impeachment, e Itamar Franco subiu ao cargo de Presidente da República
para exercer o seu mandato.
Itamar Franco subiu a esse cargo com um compromisso. O seu compromisso
era honrar a Constituição, recém-assinada, em 1988. Ele pessoalmente, de forma
não diferente dos demais, queria acabar com a hiperinflação, depois de vários
planos econômicos que optaram pelo modo de força, seja através do sequestro da
poupança, seja através do congelamento de preços.
Eu, neste Grande Expediente, Sr. Presidente, quero dizer que o Plano Real
foi escrito em 1984. De 1984 até 1994, foram cinco choques heterodoxos, como se
costuma chamar o plano econômico que objetiva terminar com a inflação e usa do
instrumento de congelamento de preços ou de poupança.
Vamos lembrar que, em 1986, o Plano Cruzado criou os chamados “fiscais do
Sarney”, e da mesma maneira o Plano Collor esperava que a inflação estivesse sob
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controle, e nunca estava. Então, a cada novo choque heterodoxo se seguia um
período de reinflação cada vez mais alta.
Eu quero aqui lembrar, Sr. Presidente, que, às vésperas do Plano Real, em
1994, 10 anos depois, portanto, do plano ter sido escrito — eu fui a editora da revista
que o publicou, em 1984, a revista da ANPEC, a Associação Nacional dos Centros
de Pós-Graduação em Economia —, optou-se por um plano que respeitava a
democracia, respeitava a Constituição e previa a adesão aos novos contratos por
parte de cada um dos agentes econômicos. O exemplo primeiro foi dado pelo
Governo Federal, que mudou os seus contratos. Passaram a ser firmados em URV.
Às vésperas do Plano Real, a inflação era de mais de 2.900% ao ano. Como
explicar então que a inflação anual registrada em maio deste ano, conforme o IPCA,
o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, foi de 3,6%? Não houve mágica
alguma.
Neste pronunciamento escrito que entregarei à Mesa da Câmara dos
Deputados, eu mostro por que em cada etapa o respeito ao Plano Real foi
considerado.
Vamos lembrar, o Presidente Lula, na sua campanha eleitoral de 2002,
divulgou a Carta ao povo brasileiro. Sossegou os mercados. Quando assumiu a
Presidência da República, deu um choque de juros violentíssimo, sossegou o
mercado, e passou para Henrique Meirelles a responsabilidade pela política
econômica. Isso foi o Presidente Lula.
O Presidente Michel Temer, que assumiu o cargo em 2016, chama Henrique
Meirelles para ser o Ministro da Fazenda. Desde então, a inflação só cai.
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Eu deixo aqui este registro, para que fique na Câmara dos Deputados e na
biblioteca do Congresso Nacional a história desse plano, bem como a informação de
que a inflação anual ser de 3,6%, conforme dados de maio deste ano, não
representa nenhum milagre, e sim respeito às leis, sejam as leis da economia, sejam
as leis inscritas na Constituição, sejam as leis do mundo globalizado.
Eu faço este registro dos 23 anos do Plano Real, para que a Câmara dos
Deputados o divulgue, para que dele tomem conhecimento não só todos aqueles
que estão nos acompanhando. Ficará registrada, para todos os tempos, na Câmara
dos Deputados, essa história, que é uma história que mudou o Brasil e deve ser
respeitada.
Quando ela passa a ser desrespeitada, como foi no caso que resultou na
inflação de 2014, que começou a subir, subir e chegou a 10%, o povo diz “não”. O
povo sabe do ganho que o Plano Real deu ao nosso País e a cada um daqueles que
quer respeitar as leis econômicas, as leis políticas e as leis morais.
Muito obrigada, Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados.
PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELA ORADORA
Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, neste 2017, completam-se 23 anos do
Plano Real. Em um ponto concordam todos, independentemente da opção política:
2017 é um ano de profunda crise econômica e de alta instabilidade política. Não há
mais nem como nem por que esconder essa realidade, como fazem alguns em
tempo de eleição. São tempos de crise em meio a novas demandas sociais por
liberdade e transparência.
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Quando da implementação do Plano Real, em 1994, vivíamos uma situação
política similar à de hoje, depois do impeachment de Dilma Rousseff, reeleita
Presidente em 2014 e afastada por processo legal em 2016. Em 1992 havia sofrido
impeachment o primeiro Presidente eleito pelo voto direto depois dos 20 anos de
regime militar. A inflação havia atingido inéditos 2.708,17% ao ano em 1993. Na
direção contrária, neste mês de maio de 2017 acaba de se registrar uma taxa de
inflação anualizada, medida pelo IPCA, de 3,60%. A estabilidade dos preços se
deve, no meu entender, ao respeito às leis da economia real e às leis estruturadas a
partir da nova Constituição, promulgada em 1988. O PT, no entanto, não assinou a
nova Constituição, assim como não aceitou participar do Governo Itamar e foi contra
o Plano Real.
Collor e Dilma foram afastados pelas mesmas razões: pela crise econômica
que geraram com suas políticas e pela corrupção, percebida pela população,
organizada por eles. Ambos sofreram o processo de impeachment dentro das regras
constitucionais, e foram fortemente pressionados pelas manifestações de rua.
A inflação já havia tido seus picos em momentos de crise política, como a de
1964, primeiro ano do regime militar (92,12% a.a.); a de depois do segundo “choque
do petróleo” (110,24% em 1980); a do ano das Diretas Já e das eleições indiretas de
1984 (215,27%); a das primeiras eleições diretas de 1989 (1.972,91%). A média
mensal de inflação de antes do Plano Real foi de 16,44%!
Vencer a inflação parecia uma batalha perdida. Pois vencemos. A taxa de
inflação de hoje está em torno de 4% ao ano! A batalha agora é pela defesa da
democracia e pela volta do crescimento, uma vez que a inflação está sob controle.
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Vivi intensamente como economista os anos da “década perdida” de 1980.
Afirmo agora que o Real não está em perigo. Apesar do susto dos 10% ao ano de
2014, ano da reeleição de Dilma Rousseff, logo depois afastada do cargo, por
impeachment, em 2016, a política econômica praticada pelo Governo Temer
conseguiu frear a gigantesca recessão de 2015 e 2016, trazer a taxa de inflação
para 4% ao ano e reduzir significativamente a taxa de juros, que era de 14,25% em
2016.
A economia, livre da expropriação praticada pelo sistema de corrupção
organizado a partir de 2003, conforme mostram os processos do mensalão e do
petrolão, e livre da tentativa de imposição da vontade governamental contra a
realidade da economia, indica que o rumo está certo. O caminho é o das reformas, e
para realizá-las é preciso que o Governo tenha credibilidade. Não foi por outro
motivo, pensando no Brasil que afundava na crise, que o PSDB com
responsabilidade decidiu apoiar o Governo Temer, que se comprometeu com as
reformas. Não se precisa de mais uma tragédia como a da Venezuela, que é para
onde seguia o Brasil, sob a Presidência de Lula e Dilma.
Felizmente, ao contrário do que existe na Venezuela com o Governo Maduro,
que segue o Governo Chávez, mas ampliando o aparelhamento dos Poderes e
impedindo o funcionamento da imprensa livre, aqui temos a ação Lava-Jato, que,
respeitando os parâmetros jurídicos e judiciais, cumpre a missão de não permitir que
se repita indefinidamente a organização criminosa mostrada pelo mensalão,
denunciado em 2005 (Pró-Congresso, movimento de 2005 organizado por Gabeira,
Crusius e Guerra). Infelizmente, foi reeleito Lula em 2006, e a organização criminosa
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seguiu no seu objetivo perverso, ampliando a corrupção através do petrolão, de que
trata a Lava-Jato desde 2014.
Sras. e Srs. Parlamentares, antes do Plano Real, no Brasil vivia-se a bigamia
monetária instituída pelo regime militar para que convivêssemos com a inflação, sem
nos importar sobre quanto era: coexistiam em paz duas moedas. Uma era a moeda
física que se levava ao banco, o cruzeiro, e outra era a Obrigação Reajustável do
Tesouro Nacional — ORTN, a moeda indexada à inflação — a da caderneta de
poupança simbolizada pelo cofrinho. A ORTN repunha automaticamente a inflação a
cada trimestre, e depois, à medida que a inflação acelerava, a correção era ao mês,
depois ao dia, o overnight. Não se podia desperdiçar tempo ficando com dinheiro
parado.
O uso do tempo se fazia ao ritmo da inflação sempre crescente, que, por
inércia, a cada dia era maior que a do dia anterior. As atividades do cotidiano
exigiam o dispêndio físico de ir até o banco e ao supermercado diariamente, pois
eram tempos sem Internet. A aplicação overnight fazia com que cada pessoa
tentasse salvar o seu poder de compra levando o dinheiro físico ganho naquele dia
ao banco até a hora de seu fechamento, aplicando na sua conta e recebendo, por
meio de depósito, na manhã seguinte, na mesma conta bancária, esse mesmo
dinheiro do dia anterior corrigido (aumentado) pela inflação da noite.
Parceiros da corrida maluca inflacionária, os supermercados tinham horas
rígidas de funcionamento e não abriam aos domingos. Gastavam tempo e horas de
trabalho reetiquetando cada produto com um novo preço a cada momento. Qualquer
mudança na economia levava à formação de longas filas para fazer o máximo de
compras que o dinheiro de cada um permitia, para encher o freezer presente em
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cada casa, já que tudo mudava de preço em horas, e os salários se reajustavam só
no mês ou no ano seguinte. A inflação era contada a cada minuto e por todas as 24
horas.
O tempo que se gastava na corrida para se proteger da inflação devia
equivaler ao tempo que hoje se gasta olhando a telinha dos smartphones à busca de
mensagens, joguinhos, informações. É melhor agora, pois o jogo mudou: em lugar
de se proteger da inflação indo ao banco ou ao supermercado, as pessoas escolhem
o que querem acompanhar, onde estiverem.
Excelências, a bigamia monetária não era pacífica e sim cruel com uma das
partes. O convívio aparentemente pacífico dos brasileiros com a bigamia monetária
foi gerando um acúmulo de problemas O principal deles: a estagnação do
crescimento acompanhando a aceleração da inflação. Com isso, cristalizou-se o
clássico conflito redistributivo gerado pela inflação, com a redistribuição de renda
contra os salários e a favor de quem aplicava no mercado financeiro. Coube aos
economistas propor o final desse casamento heterodoxo insustentável e o fizeram
propondo dois planos alternativos: o do choque heterodoxo, que fazia o
congelamento dos preços (Governo Sarney) e da poupança (Governo Collor), e o
modelo da reforma monetária sem choques, o Real. Como sempre, hoje inclusive,
fazer política que gere os resultados esperados requer confiança. Isso só aconteceu
nos anos 1990. Só com o Real houve a separação consensual, o fim da bigamia
monetária.
Já para a geração deste nosso século XXI mudou o conceito de tempo, não
há dia ou noite com horário marcado de abertura ou fechamento de nada, a não ser
quando os hábitos ou a legislação trabalhista assim o exigem. Os analistas mostram
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que o mundo é plano (O Mundo é Plano — Uma Breve História do Século XXI, de
Thomas L. Friedman) e líquido (A Fluidez do Mundo Líquido, de Zygmunt Bauman,
no Youtube). De posse de seu smartphone, cada um pode organizar sua vida,
participar de pequenas reuniões como rolezinhos ou de gigantescas manifestações
de rua, marcadas através das redes sociais. Também pode fazer a qualquer hora do
dia ou da noite toda transação financeira, seja qual for a compra desejada, inclusive
em moeda que “não existe”, como o bitcoin (https://bitcoin.org/pt_BR), moeda digital
que sequer existe como depósito em qualquer banco conhecido, só existe “na
nuvem”. E funciona. Nela se confia. Transaciona-se em bitcoin instantaneamente,
em cada parte do mundo. Sua compra pela Internet chega em casa.
O Real foi publicado em 1984. Há duas maneiras de mostrar que o Real é de
1984: ou tendo vivido a realidade que afirmo, como vivi, ou estudando economia e
história, pois tudo está escrito. Dentre as centenas de artigos e livros escritos sobre
o Real, sugiro a leitura da Revista da ANPEC de 1984 (Ano VII, nº 8, novembro de
1984) e do artigo de Patrícia Helena F. Cunha intitulado A Estabilização em Dois
Registros (http://www.anpec.org.br/encontro2004/artigos/A04A022.pdf). Enquanto fui
editora da Revista da ANPEC, nela foram publicados os debates preparatórios para
serem divulgados durante os encontros anuais da ANPEC — Associação dos
Centros de Pós-Graduação em Economia. Em 1984 publicamos a revista com o
artigo de Francisco Lopes, defensor da saída heterodoxa para a inflação, que
referenciou no artigo a alternativa à saída heterodoxa via reforma monetária,
defendida por Persio Arida e André Lara Resende. Patrícia Helena descreve essas
duas saídas e mais em seu texto. O grupo de Francisco Lopes venceu num primeiro
momento, 1986, com a aplicação do heterodoxo Plano Cruzado, com congelamento
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de preços, que levou à formação de uma legião de “fiscais do Sarney”. A decisão
pelo plano com choque foi dada após a morte de Tancredo, em 1985. Na equipe
formada pelo Governo Sarney estavam muitos que participaram de outros planos
heterodoxos anteriores ao Real, e do Real inclusive. Viver ensina.
O que acontecia nos anos 1980 tinha como base material a de todo o XX: o
petróleo. As consequências dos “choques do petróleo” de 1973 e 1979 deram início
ao desmanche do ciclo, porque desajustaram a economia mundial. Dos centavos de
dólar pelos quais era vendido cada barril dos anos 1970, seu preço foi aos mais de
100 dólares dos anos 1980, por uma decisão dos países produtores organizados em
cartel. Os juros que recaíam sobre as dívidas dos países, principalmente os não
produtores de petróleo, foram às nuvens, e os países foram quebrando em
sequência. Era a crise da dívida dos anos 1980, os da “década perdida”.
Era preciso um plano para sair da crise mundial, pois todos se abraçavam
num abraço de afogados. Veio o Plano Brady (Dívida Externa Brasileira e o Plano
Brady, F. Lefort), para pagamento da dívida mundial, ancorado no sistema
financeiro, agora global. Todos os contratos foram mudados, parte da dívida de cada
país foi extinta, o passivo restante foi reescalonado com taxas de juros fixas. Como
os novos contratos eram por adesão, feitos por instituições globais, foi preciso
tempo. Fizeram isso em países de todo o mundo, deu certo. Nos anos 1990
completou-se a grande transformação necessária aos tempos de globalização.
O novo ciclo, o da globalização, tem como base material o conhecimento, a
informação transmitida livremente pelos instrumentos digitais, o que requer
liberdade. As políticas econômicas praticadas nas experiências socialistas foram a
semente de sua própria destruição nessa nova base material. O povo pedia
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liberdade e democracia. Nasceu na sequência da queda do Muro de Berlim, em
1989, a União Europeia, a da moeda euro. Fontes alternativas ao petróleo foram
sendo buscadas no mundo, colocando o cartel em apuros.
E aqui no Brasil, Srs. e Srs. Deputados, terminava o ciclo do Milagre
Brasileiro, dos anos 1970 dos militares, disparava a inflação, e nas ruas nasceu o
movimento das Diretas Já, de 1984. Morre em 1985 o eleito em 1984 pela via
indireta, Tancredo Neves, que havia firmado o compromisso de completar a
redemocratização com uma Constituinte. Uma nova Constituição foi finalmente
promulgada em 1988. Tancredo morto, começa a sequência de choques promovidos
pelos planos de estabilização, com congelamento de preços e da poupança.
Nós os economistas discutíamos como se poderia sair daquela crise
inflacionária. O mais importante era voltar a trilhar o caminho da democracia plena,
conscientes de que felizmente não tínhamos vivido nenhuma guerra em nosso
território, com a destruição física, nem a história dos países europeus que sofreram
hiperinflação. Eu sempre tive a consciência de que a solução para momentos de
crise no moderno mundo do Estado Democrático de Direito, que inscrevemos na
Constituição de 1988, vem pela ação política, com a defesa da democracia. Fora
dela só o que a História já ensinou: períodos de retrocesso, de exceção, de quebra
da democracia (Eichman em Jerusalém, de Hannah Arendt).
Para os que quiserem ir direto ao ponto no entendimento do Plano Real de
1994, há a oportunidade de ver o filme lançado recentemente com o título de Real, a
História por trás do Plano, baseado no livro do jornalista Guilherme Fiuza, 3.000
Dias no Bunker, com a história do Plano Real a partir de foco sobre um de seus
formuladores, Gustavo Franco. Para outros que quiserem ir além na compreensão
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técnica, vou citar apenas um artigo e uma revista, os quais, em meio ao abundante
acervo sobre o Plano Real existente, o ilustram. De tanto e tanto que se pode
pesquisar, mais não cito. Isso fica ao gosto e ao interesse do leitor.
O Plano Real não foi apenas a troca de moeda em 1º de julho de 1994. Foi
composto de várias fases, cada uma anunciando o que estava sendo feito por parte
do Governo, que deveria dar o exemplo primeiro, e propondo a adesão voluntária da
mudança de contratos para serem firmados numa moeda virtual, a URV, que não
perdia valor. A fase de transição durou 4 meses, explicando o que seria o Real e a
nova moeda. O Governo Itamar foi construindo a confiança absolutamente
necessária para seu sucesso. Em 1º de julho nasce a nova moeda, por reforma
monetária. Logo após, a Copa do Mundo nos sagrou campeões. As eleições deram
vitória ao maestro do Real, Fernando Henrique Cardoso, confirmando o acerto
técnico e político do plano. Preços livres foram a âncora do plano. Nada de
imposições, artificialismo. É claro que, para muitos, parecia mágica. Não era. Era o
respeito à economia como ela se apresentava. Mas só isso não bastava, pois era
preciso extirpar as causas da inflação. Falo em controle do déficit público e da
expansão do crédito e retirada da proteção a empresas e setores ineficientes.
Iniciou-se então um período de reformas constitucionais, privatizações,
disciplina fiscal, quebra de reservas de mercado, e de centenas de outras ações
consistentes, como o reordenamento e a redução do sistema financeiro, que vivia da
inflação, a renegociação das dívidas dos Estados ao estilo Plano Brady. A
segurança para a formação livre dos preços foi o sistema de metas para câmbio,
juros e inflação.
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Novas condições estavam postas pela economia livre e pela política de
respeito à Constituição, pelo aprendizado trazido pelos planos fracassados do
período 1986-1992, e pela voz das ruas do “Fora, Collor”, que pedia a estabilização
com combate à corrupção e democracia. No final de 1992, o Vice-Presidente Itamar
Franco toma posse como Presidente do Brasil. Formando um amplo governo de
coalizão com os partidos que apoiaram o impeachment, Itamar queria um plano para
acabar com a inflação. Sei porque insistia para mim nesse pedido, a mim como
Ministra do Planejamento, assim como fez com Fernando Henrique Cardoso como
Ministro da Fazenda logo depois, como cabia. Pois FHC, com Pedro Malan, Edmar
Bacha outros, formou um grupo de economistas brilhantes e experientes, quase
todos atuando na PUC-Rio. Assumiu a responsabilidade de chancelar as propostas
do grupo. Com carta-branca de Itamar Franco, soube arbitrar e harmonizar suas
diferenças. E fez o Real.
Anos depois, Lula, vencendo as eleições de 2002 e formando uma equipe
econômica com Henrique Meirelles, cumpriu o que prometia na sua Carta ao povo
brasileiro. A primeira medida econômica foi um violento choque nos juros. Com ele,
garantiu a estabilidade em meio a uma fortíssima crise de confiança que recaia
sobre o novo Governo. Deu autonomia à equipe econômica, que deu sequência à
política macroeconômica de moeda, câmbio e juros. Um grupo indignado de
Parlamentares filiados ao PT não aceitou a guinada. Foram expulsos em 2003 e
formaram o PSOL.
Lula e Dilma, entretanto, não abdicaram de seu modelo de desenvolvimento e
deram uma reviravolta rumo aos anos 1970, com o modelo de desenvolvimento
liderado pelo Estado e pelas estatais para guiar suas políticas econômicas. Pelo uso
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que deram às suas políticas, Dilma e Lula foram corroendo os fundamentos da
estabilidade. E mais: não reconheceram a nova base material do ciclo mundial, a
transparência simbolizada pelo smartphone. Optaram pelo petróleo com o pré-sal, o
mesmo petróleo que, na fase de alta, havia financiado o bolivarianismo do
Presidente Chávez, da Venezuela, e marcharam ambos para a bancarrota quando o
petróleo baixou de preço no final do ciclo do cartel dos produtores. Assentando-se
na corrupção como método de perpetuação do poder político, não perceberam que a
era do smartphone logo os desnudaria.
Batendo de frente com a realidade, reacenderam a inflação, geraram a maior
recessão da história, com recorde de desemprego, e impulsionaram a reação da
sociedade, que compareceu aos milhões, de modo pacífico, exigindo o fim dos
desmandos cada vez mais evidentes da corrupção organizada pelo Governo.
Graças ao funcionamento, ainda não perfeito, é claro, das instituições, e com a
Lava-Jato em atuação desde 2014, a voz das ruas vem ganhando o debate. Veio o
“Fora, Dilma”, e, com as condições objetivas do novo ciclo, esse processo de
reestruturação da política vai avançando. O populismo e o aparelhamento das
instituições vão sendo rejeitados, as eleições de 2016 mostram a escolha da
sociedade, que não aceita o desastre da crise econômica e política. É necessário
formular novas regras para o preenchimento dos cargos, principalmente os dos
superiores nos Poderes, em que não é a eleição universal que os preenche. Junto
às demais reformas, a mudança nessas regras se impõe.
O rompimento com a cadeia de corrupção montada nos Governos Lula e
Dilma vem pelo rompimento do modelo de desenvolvimento liderado pelo Estado e
pelas estatais. O Governo Temer deu início a essa ruptura quando mudou a
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administração da PETROBRAS e do BNDES, principais caixas dos desvios
praticados, conforme se acompanha pela Lava-Jato. Mas é preciso muito mais.
Modificar o modo de preenchimento dos cargos das agências estatais e dos
Tribunais Superiores permitirá evitar o nocivo aparelhamento de Estado. É uma das
mudanças requeridas para romper o método de corrupção praticado pelos Governos
Lula e Dilma.
A condição necessária para que não se perca a estabilidade conquistada pelo
Plano Real do final do século XX é dar continuidade ao respeito às leis, dar
sequência ao conjunto de reformas para ajustar a economia e a política aos novos
tempos do século XXI, quando liberdade e transparência são fundamentos vivos.
Dessa responsabilidade o PSDB, que conduziu o Plano Real, não pode abdicar,
apesar de todos os custos que representa dar apoio efetivo ao Governo que
sucedeu o Governo Dilma dentro das regras constitucionais. No campo político, o
limite para tal apoio está nas ações que confirmem a efetiva rejeição ao método do
Governo anterior, que foi o motivo para defendermos e apoiarmos o impeachment
em 2016. A aprovação da Lei do Teto, a mudança na administração de estatais,
como a do BNDES e a da PETROBRAS, e muitas outras ações já concretizadas em
2016 apontam para isso. Como partido, temos a responsabilidade de continuar a
apoiar o Brasil na sustentação do Real. Como Legislativo, precisamos assumir
nossa responsabilidade e tomar muitas outras iniciativas para isso,
independentemente do Governo, como estamos fazendo ao formular propostas e
participar tanto das reformas quanto de muitas outras iniciativas no Congresso
Nacional.
Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente.
Muito obrigada.
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O SR. PRESIDENTE (Leonardo Monteiro) - Concedo 1 minuto ao Deputado
Júlio Delgado.
O SR. JÚLIO DELGADO (PSB-MG. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -
Agradeço primeiramente a deferência ao Deputado Onyx Lorenzoni, que me
concede este 1 minuto, e ao Presidente em exercício desta sessão, Leonardo
Monteiro.
Gostaria de dizer, Sr. Presidente, que lamento que, numa quarta-feira plena
de atividades — está aqui o representante do Governo, o Deputado Mauro Pereira,
do Rio Grande do Sul —, o Governo se ausente, porque não quer fazer as votações
acontecerem, em função de este Governo ter extinguido a sua capacidade de
articulação, não só com a sociedade — cada vez mais essas coisas vêm à mostra —
, mas com o Parlamento também. A gente vê esse esvaziamento acontecer.
Mas eu uso esse tempo rápido para poder fazer um cumprimento ao
Presidente do partido no Ceará, Deputado Odorico Monteiro, que é o Presidente de
direito e de fato. Algumas ações foram impetradas no sentido de tirá-lo da
presidência do PSB do Ceará.
E eu quero aqui, em nome do PSB, e eu posso falar em nome do PSB,
cumprimentá-lo por estar em pleno exercício da Presidência do nosso partido no
Estado do Ceará. Ações que porventura foram impetradas não tiveram êxito na
Justiça, por não reconhecerem a autoridade de outros para tal. O partido tem
legitimidade para isso, e eu quero aqui cumprimentá-lo.
Agradeço ao Deputado Onyx Lorenzoni, e, mais uma vez, quero dizer: esse
Governo acabou de demonstrar claramente sua intenção ao não haver uma sessão
deliberativa numa quarta-feira na Câmara dos Deputados.
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Muito obrigado.
O SR. PRESIDENTE (Leonardo Monteiro) - Seu pronunciamento será
encaminhado, Deputado.
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O SR. PRESIDENTE (Leonardo Monteiro) - Para fazer seu pronunciamento
no Grande Expediente, passo a palavra ao Deputado Onyx Lorenzoni, do Rio
Grande do Sul. S.Exa. dispõe de 25 minutos.
O SR. ONYX LORENZONI (DEM-RS. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, solicito que o conteúdo deste meu pronunciamento no Grande
Expediente seja divulgado no programa A Voz do Brasil e sofra a atenção dos
órgãos de comunicação da Casa.
Eu volto ao tema da Previdência, Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados,
aqueles que acompanham esta sessão. Na última quarta-feira apresentei aqui um
trabalho do Centro de Estudos em Seguridade — CES, da Universidade Federal de
São Paulo — UNIFESP, da Universidade de Milão, da Universidade de Toronto e da
Universidade de Harvard sobre aposentadoria fásica e a Poupança Individual de
Aposentadoria. Esse trabalho teve grande repercussão, Sr. Presidente.
As pessoas querem uma proposta de reforma da Previdência que seja,
primeiro, respeitosa com a população brasileira, com o trabalhador e com a
trabalhadora, e que não penalize o trabalhador de baixa renda. Querem também que
seja uma proposta inovadora, inteligente, simples e, principalmente, transparente.
Esse é o caso da proposta feita por esse grupo chamado CES, que trata da
previdência fásica, que respeita as diversas fases do desenvolvimento e do
amadurecimento do homem e da mulher, e também da Poupança Individual de
Aposentadoria, que nós abreviamos de PIA.
As pessoas estão preocupadas, no Brasil, com a gravidade das contas
públicas. Porém, notam que há algo errado na proposta do atual Governo. Nossa
proposta de aposentadoria fásica gera um ganho fiscal maior, um efeito social
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positivo e um avanço econômico gigantesco, pois nos livraremos da dependência do
capital internacional, que é especulativo e que o Brasil usa para promover o seu
crescimento e o seu desenvolvimento.
Qual a razão para não apoiarmos a atual reforma da Previdência proposta
pelo Governo Temer? A razão é que a proposta é ruim, antiquada, velha e não
resolve os problemas, principalmente os das pessoas. Ela faz, na verdade, uma
mistura indevida — volto a frisar isso — entre previdência e assistência social.
Essa reforma que foi apresentada pelo Governo Temer é a mesma que foi
gestada nos Governos Dilma e Lula. Aliás, é bom lembrar que a equipe econômica é
praticamente a mesma, os técnicos são os mesmos. As declarações dadas por Lula
e Dilma, de quando eram Governo, foram na mesma linha das declarações que
estão sendo dadas pelos representantes do atual Governo.
Ela comete um erro que eu criticava nos Governos Lula e Dilma e critico hoje
no Governo Temer, que é colocar o peso do ajuste sobre os trabalhadores da base
da pirâmide brasileira. Por isso a população brasileira faz uma objeção incisiva e
legítima.
A grande maioria da população brasileira trabalha com critérios de justiça e de
generosidade, mas não se pode pedir mais sacrifícios a uma sociedade que já é
sugada em 40% de todo o esforço produtivo através da volumosa carga tributária
que temos no Brasil.
Hoje, por exemplo, um pedreiro não consegue se aposentar por tempo de
contribuição. É muito raro que isso aconteça. Ele sonha chegar aos 65 anos para
dar entrada na papelada e receber o primeiro benefício antes de morrer. Na fásica,
isso fica completamente transformado. Na aposentadoria fásica, na previdência
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fásica, ele pode começar a antecipar os seus benefícios — aqueles que têm uma
atividade física maior no seu exercício laboral — já aos 55 anos de idade, algo como
250 reais por mês, o que permitiria que ele reduzisse a sua capacidade de horas de
trabalho, respeitando a sua condição física. A aposentadoria cheia, de 1 mil reais,
chegaria aos 65 anos, mas ele poderia trabalhar, dos 55 anos aos 65 anos, naquela
década, com uma redução do seu volume de horas trabalhadas por dia. Isso
significa respeito às pessoas, o que não tem na proposta do atual Governo, mas nós
estamos defendendo isso na aposentadoria fásica.
Hoje, as pessoas com mais recursos, principalmente as da classe média,
conseguem, dependendo da situação, se aposentar aos 55 anos, 50 anos, e, às
vezes, em condições muito especiais, até abaixo disso.
O que muda com a proposta que estamos fazendo? Ninguém pode receber
nada além, pelo Regime Geral, do que seria, na média, um salário mínimo, podendo
chegar a até quatro salários mínimos.
E as pessoas me perguntariam como seria a transição. Bom, em relação à
transição eu poderia dar um exemplo. Até 2030, a pessoa que vai completar 65 anos
teria um benefício complementar para receber de pelo menos 1 mil reais por mês.
Esses 250 reais seriam um complemento assistencial para as pessoas que,
devidamente enquadradas, tivessem completado 65 anos. Ou seja, seria criada uma
regra de transição para adequar o modelo atual ao modelo de aposentadoria fásica.
Acima dos 70 anos, a pessoa já teria contribuído o suficiente, e ela poderia
receber mais de 1 mil reais por mês até um limite de 4 mil, em números redondos,
tomando por base que o limite do Regime Geral da Previdência seria quatro salários
mínimo.
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Alguns poderiam dizer: “O.k. Para o trabalhador mais simples essa solução é
ótima. Mas como fica a classe média?” Para a classe média, então, vem o PIA, que
eu pretendo explicar mais detalhadamente neste Grande Expediente. Novamente eu
peço um pouquinho de paciência para que as pessoas possam escutar o que é a
Poupança Individual de Aposentadoria — PIA.
Temos a chance, através da reforma da Previdência, de não apenas fazer
uma reforma previdenciária no Brasil, mas também de impactar diretamente na
atividade econômica do Brasil com sustentabilidade fiscal, social e previdenciária,
numa base técnico-científica já experimentada em outros lugares do mundo, sem ter
que fazer discurso populista e sem ter uma postura fiscalista — na minha visão,
completamente obtusa e fora de moda —, como a do atual Governo.
Para garantir os direitos previdenciários de quem já está aposentado e de
quem vai se aposentar, dos jovens e das crianças que irão nascer, nós temos que
ter um sistema que dê priorização de proteção aos mais pobres, de tal forma que
não misture assistência com previdência. Aliás, é isso que manda a Constituição e é
justamente isso que não faz a atual proposta de reforma previdenciária do Governo
Temer.
Por essa razão, nós apontamos a necessidade de que o Brasil crie um
instituto de Previdência que seja completamente independente, para cuidar só do
Regime Geral. Ele teria que ter uma independência, uma autonomia, sem ingerência
política, sem ingerência ideológica. Seria uma instituição para cuidar daquele grande
patrimônio que os trabalhadores e trabalhadoras têm e necessitam ter, que é a
possibilidade de acumular ao longo da sua vida de trabalho para poder ter uma
aposentadoria justa e correta. Isso deve ser feito com transparência, com as
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pessoas seguradas tendo acesso ao extrato das suas contas, o que seria uma
evolução, baseado no conceito de aposentadoria nocional, que é o que vigora hoje,
por exemplo, na Itália.
Visando os excluídos do mercado de trabalho, aqueles que nunca
conseguiram um trabalho formal, seria criado, nos moldes desse instituto geral de
Previdência, um instituto para a assistência social. Dessa forma, haveria os recursos
votados pelo Congresso, que seriam de conhecimento público, com métodos e
métricas específicas para acompanhar o exercício da aplicação daqueles recursos
públicos. Isso tudo seria um complemento ao regime geral de aposentadoria fásica,
mais a Poupança Individual de Aposentadoria.
Todos seriam atendidos de maneira independente, cuidadosa e respeitosa: o
excluído, o trabalhador braçal, a classe média e aqueles que dependem, por
exemplo, da assistência social com os benefícios continuados, que são importantes
para as pessoas que têm desde carências físicas até carências mentais.
A aposentadoria fásica protege o pobre, e a Poupança Individual de
Aposentadoria protege a classe média e complementa a aposentadoria fásica. Trata-
se de um modelo completo de proteção social e sustentabilidade previdenciária,
construído com fundamentação científica dentro do direito atuarial.
Destaco que os que se encantaram com o projeto já tiveram receio sobre a
rentabilidade da Poupança Individual de Aposentadoria — PIA. Disseram: “Olhem,
esse negócio de aposentadoria vai ter rentabilidade baixa, isso pode não ser
atrativo”.
Então, não há nenhuma relação da Poupança Individual de Aposentadoria
com o rendimento de algo controlado pelo Governo. O Governo não é um
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controlador. O Governo é apenas um garantidor, um fiador de que esse sistema não
possa desabar.
A PIA é um programa previdenciário individual — volto a repetir: individual.
Não é fundo de pensão, é individual, no qual os rendimentos serão, na média, muito
maiores do que os de uma caderneta de poupança. É uma conta de investimento
específica para aposentadoria que tem um dono, sim! Há uma pessoa que é dona
da conta, seja ela um médico, um advogado, um veterinário, um dentista, um
pedreiro, um mecânico, um dono de padaria, um enfermeiro, que vai ter a sua
poupança, que é uma conta de investimento com portabilidade. Então, ela vai ser
atrativa para os organismos financeiros e terá, sim, isenção fiscal, da mesma
maneira que todos os investimentos que interessam ao Estado têm. E é importante
que ela tenha isenção fiscal, para que não pague impostos sobre os ganhos,
exatamente como ocorre hoje com os investimentos dos mais ricos.
Nós estamos, com essa proposta da Poupança Individual de Aposentadoria,
democratizando o mercado de capitais. Será um passo adiante que o Brasil dará
dentro do nosso mercado de capitais.
Então, qual é a razão de o nome ser Poupança Individual de Aposentadoria?
O nome poupança é um nome quase santificado no Brasil. Trata-se de uma
das poucas instituições financeiras que nem os populistas nem os demagogos ainda
tiveram coragem de abocanhar. É para mostrar que esse dinheiro não poderá ser
abocanhado no futuro, seja lá quem ocupe a cadeira presidencial.
Previdência, e digo isso desde a primeira sessão da Comissão Especial da
Reforma da Previdência, é algo para ser pensado sempre a longo prazo — sempre!
—, porque estamos lidando com a expectativa das pessoas. Por essa razão, a
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aposentadoria fásica tem a característica de proteger. Por isso, ela precisa ter
garantias do Estado de que, na Poupança Individual de Aposentadoria, o
depositante terá conhecimento, desde o primeiro dia, do volume de recursos
depositados.
Então, o sistema é nacional, ele conhece a rentabilidade. Esse valor é
disputado pelas empresas que atuam no mercado. Com isso, nós que hoje temos
15%, 16% do PIB de poupança interna, os estudos apontam que, talvez, em meia
década, 5 anos, o Brasil vá para mais de 20%, 22%, podendo chegar a até mais do
que isso de poupança interna.
Seria uma revolução econômica no Brasil, porque o dinheiro que falta hoje
para o pequeno negócio, o dinheiro que falta hoje para as startups, o dinheiro que
falta hoje para a geração de novas tecnologias, estará disponível, e é capital
nacional, muito mais barato do que ter taxas de juros estratosféricas para atrair o
capital internacional especulativo. É um capital de brasileiros que estaria aqui
gerando emprego, renda, trabalho, tecnologia para brasileiros. Por isso é que ela
tem uma simplicidade, mas, ao mesmo tempo, um alcance extraordinário.
Essa conjugação da aposentadoria fásica com a Poupança Individual de
Aposentadoria pode construir uma nova realidade no Brasil, não apenas
previdenciária, mas também ajudando no equilíbrio fiscal de qualquer governo.
A proposta não tem perfil ideológico. Ela tem um perfil social, principalmente
preocupada com a transformação do País que queremos: que tenha capacidade de
emprego, desenvolvimento de renda e especialmente crescimento das pessoas.
Surgem também perguntas de como seria a transição. Bom, o primeiro ponto
que teríamos a respeito da transição do sistema é que precisaríamos conhecer
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muito profundamente as atuais contas do Governo. Evidentemente, isso que
estamos apresentando aqui é uma proposta estruturada, já baseada na experiência
internacional e que vai ter que ser, claro, ajustada e adaptada às condições atuais
do nosso País.
Mas nós estimamos que seria uma transição de mais ou menos 10 anos, para
que nós saíssemos da situação de hoje e fôssemos para uma situação onde nós
teríamos não apenas a questão previdenciária e fiscal equilibrada, mas também uma
capacidade de investimento como nunca houve nos nossos mais de 500 anos de
história.
Acho que essa talvez seja a coisa mais importante que podemos trazer. O
estímulo para a complementação da Previdência, via Poupança Individual de
Aposentadoria, poderia gerar no Brasil o que ele nunca teve: poupança interna para
poder crescer e para poder se desenvolver.
A pessoa que aplicaria na Poupança Individual de Aposentadoria poderia ter
acesso a investimentos próprios do Tesouro Direto, ou até mais sofisticados, nos
quais antigamente só os ricos conseguiam investir. Neste caso, qualquer um poderia
investir. Podem ser investimentos de risco baixo, como títulos do Tesouro; porém,
dependendo da pessoa e da sua coragem, ela poderia investir, quem sabe, em
ações ou produtos de renda de maior risco.
Mas isso vai na contramão daquilo que todos os Governos recentes
propuseram no Brasil, Deputado Mauro Pereira: os fundos de pensão, que têm uma
história muito ruim no Brasil e no mundo todo.
O fracasso da Fundação de Previdência Complementar do Servidor Público
Federal — FUNPRESP, que foi proposta pelo Governo anterior, criado aqui, é uma
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amostra evidente disso. Para cada real que o servidor coloca no FUNPRESP, o
Governo coloca outro real, ou seja, ele dobra o depósito em favor daquela pessoa.
Nem assim o FUNPRESP vai adiante, porque as pessoas desconfiam. E devem
desconfiar! Desde Jimmy Hoffa, nos Estados Unidos, que atuou na questão do
Fundo dos caminhoneiros americanos, passando por tudo aquilo que nós já vimos:
as falências históricas da Caixa de Pecúlios, Pensões e Montepios Beneficente —
CAPEMI; da MONGERAL; da AERUS, da nossa VARIG; do Instituto de Seguridade
Social dos Correios e Telégrafos — POSTALIS, mais recentemente.
Lamentavelmente, sempre houve nos fundos de pensão no mundo todo — e
particularmente aqui no Brasil — problemas de má gestão, apropriação indébita,
corrupção. Não há aqui no País uma imagem positiva para os fundos de pensão.
Quero lembrar que, na reforma da Emenda nº 41, de 2003 — que o Lula
copiou da reforma proposta por Fernando Henrique, depois implementada através
de lei por Dilma —, apresenta-se uma cortina de fumaça para disfarçar a real
natureza dos fundos de pensão. O texto da emenda fala do FUNPRESP e de outros
fundos de pensão para Estados e Municípios como entidades fechadas de
previdência complementar de natureza pública.
Isso é um absurdo! Os fundos de pensão são entidades privadas por
concepção Inseriram a “natureza pública” para dourar a pílula. Pelo visto, não
funcionou. Mesmo o Governo dobrando — aquilo que eu expliquei há pouco que o
funcionário público paga —, as pessoas não aderem ao FUNPRESP.
Ademais, os fundos de pensão conseguiram cancelar a Súmula nº 321, do
STJ, que dizia: “O Código de Defesa do Consumidor é aplicável à relação jurídica
entre a entidade de previdência privada e seus participantes.” No ano passado,
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passou a vigorar a Súmula nº 563, do STJ, que diz o seguinte: “O Código de Defesa
do Consumidor é aplicável às entidades abertas de previdência complementar, não
incidindo nos contratos previdenciários celebrados com entidades fechadas.”
Isso é um absurdo, porque retira das pessoas uma proteção que o Código
de Defesa do Consumidor dá a elas. Agora, se a pessoa for participante e precisar
processar o fundo de pensão, não terá a proteção do Código de Defesa do
Consumidor.
Por isso, a nossa proposta complementar à aposentadoria fásica é a
Poupança Individual de Aposentadoria. Somente no caso de previdência aberta —
aqueles PGBLs ou VGBLs — o Código de Defesa do Consumidor continua sendo
garantia dos direito das pessoas.
Os fundos de pensão são poderosos, são gigantes, podem contratar
advogados, os melhores, via de regra, e a pessoa que for processá-los não terá, por
exemplo, a inversão do ônus da prova, prevista na relação de consumo do Código
de Defesa do Consumidor. Isso é justo? Arrisque-se quem quiser! E é por isso que
esses mecanismos não têm sido acolhidos pela população brasileira.
Os PGBLs e os VGBLs estão na esfera do Código de Defesa do
Consumidor, porém, as taxas são muito altas, Presidente Mauro. Para se ter uma
ideia, aqui os grandes aplicadores pagam em torno de 0,3%, agora, para os
pequenos aplicadores, a taxa é escorchante, é de 3%. E é por isso que eles não têm
atratividade. Além do que, aqui no Brasil, existe a taxa de carregamento, a popular
corretagem, que pode ser aplicada no início ou no fim.
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De um modo geral, apesar das altas taxas dos planos de previdência
aberta, que devem ser diminuídas por lei, ainda assim, é melhor um PGBL, no qual a
pessoa controla os seus valores, a um fundo de pensão.
Mas nós queremos sair dessa história. Nós queremos buscar um outro
caminho. E este outro caminho é a aposentadoria fásica conjugada com a Poupança
Individual de Aposentadoria. A aposentadoria fásica protege 80% dos trabalhadores
brasileiros, particularmente aqueles que trabalham nas atividades mais desgastantes
do ponto de vista físico: agricultura, construção civil, mineração, transporte, pesca,
ou seja, aqueles em que a exigência física consome uma parte da vida da pessoa.
Nós temos que ter clareza sobre isso.
Então, a aposentadoria fásica trabalha com este conceito: quando a pessoa
envelhece ou começa a entrar na velhice, ela já vai recebendo um pequeno valor,
vai reduzindo a sua capacidade laboral, as horas trabalhadas, vai se preparando
para a aposentadoria sem deixar de ter uma cobertura.
E quando for uma pessoa da classe média ou da área empresarial que queira
ter um valor maior, ela mesma o constrói ao longo da sua vida através de um
sistema que ela controla e acompanha, em que sabe desde o primeiro dia quanto
colocou e quanto vai ter ao final para sua aposentadoria, que é a Poupança
Individual de Aposentadoria.
Além disso, Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, estarei encaminhando
uma proposta de lei complementar que altera a Lei Complementar nº 108, de 2001,
e a Lei Complementar nº 109, de 2001, no sentido de permitir que as pessoas
participantes dos fundos de pensão aqui no Brasil possam fazer a sua portabilidade.
Hoje, ela é proibida.
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Nós vamos permitir, se o Congresso a acatar, que as pessoas possam mudar
de fundo de pensão. O Chile já fez isso. Elas teriam, então, portabilidade como se
tem hoje na telefonia. Elas vão transferir os seus valores do fundo de pensão para
qualquer plano que quiser: Plano Gerador de Beneficio Livre — PGBL, Vida Gerador
Benefício Livre — VGBL ou Poupança Individual de Aposentadoria — PIA. Inclusive
com um rebate, ou seja, o aporte de 100%, atualmente feito pelo Governo
principalmente no caso dos servidores públicos.
E incluirei na proposta que o fundo garantidor dos bancos tenha
explicitamente a garantia de proteção da previdência aberta, que atualmente é
motivo de discussão. Caso haja Certificados de Depósitos Bancários — CDBs na
conta e o banco quebre, o dono do PIA, PGBL ou VGBL estará protegido até o limite
do fundo garantidor.
Creio que, com essas explicações da última quarta-feira e com as explicações
um pouquinho mais detalhadas e mais simplificadas que tentei fazer no dia de hoje,
nós estamos trazendo ao conhecimento da sociedade brasileira, Presidente, uma
proposta de reforma da Previdência que respeita as pessoas e que contribui para o
Brasil dar um salto de crescimento extraordinário.
Os economistas calculam que, se o Brasil tiver algo em torno de 23%, 24% do
PIB como capacidade de poupança interna, Presidente Mauro, ele pode crescer
anualmente à taxa sustentável de 4% ao ano, independentemente de quem estiver
no Governo, independentemente da linha ideológica que estiver no Palácio do
Planalto.
O Brasil teria, primeiro, uma previdência que respeita as pessoas; segundo,
uma previdência que é separada do poder político — porque ela é muito importante
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para a vida do ser humano; terceiro, uma previdência que não se mistura com
assistência social — seriam duas instituições independentes; quarto, uma
previdência que é complementar, construída em poupança individual para
aposentadoria, garantida pelo Governo. Dessa forma, nós acumularíamos capital, ou
seja, faríamos poupança interna, que é o que falta ao nosso País para ele bancar o
nosso crescimento e o nosso desenvolvimento.
Isso é o que eu chamo de uma reforma da Previdência com impacto social
gigantesco! É a isso que, lamentavelmente, o Governo está surdo! Ele está incapaz
de poder dialogar.
Eu espero, Presidente Mauro, que, a partir dessas duas apresentações aqui,
se possa abrir um canal de diálogo não apenas com quem ocupa, hoje, o Palácio do
Planalto, mas também com que vai ocupar o Palácio do Planalto na eleição do
próximo ano.
A reforma da Previdência do Temer já acabou! Nós precisamos discutir, neste
ano, no ano que vem, no período eleitoral e pós-eleitoral, um caminho para a
previdência no Brasil. Que seja um caminho justo para os brasileiros! Mas espero
que a reforma da Previdência possa ser utilizada para estimular a poupança interna
e fazer com que o Brasil tenha dinheiro, recursos próprios para bancar o seu
crescimento.
Crescimento e desenvolvimento, Presidente Mauro, significam emprego,
renda, vida, felicidade para os brasileiros e brasileiras.
Muito obrigado.
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O SR. PRESIDENTE (Mauro Pereira) - Muito obrigado, Deputado Onyx
Lorenzoni. Parabenizo V.Exa. pelo excelente trabalho que faz pelo nosso Estado do
Rio Grande do Sul e pelo bem do povo brasileiro.
Durante o discurso do Sr. Onyx Lorenzoni, o Sr.
Leonardo Monteiro, nos termos do § 2º do art. 18 do
Regimento Interno, deixa a cadeira da Presidência, que é
ocupada pelo Sr. Mauro Pereira, nos termos do § 2º do
art. 18 do Regimento Interno.
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O SR. PRESIDENTE (Mauro Pereira) - Concedo a palavra ao Deputado
Marcelo Ardo, do PHS, por 1 minuto.
O SR. MARCELO ARO (PHS-MG. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, serei breve.
Sr. Presidente, nobres colegas, hoje de manhã eu fui surpreendido com o
telefonema do nosso Prefeito de Salinas, Zé Prates, que me contou sobre o assalto
que ocorreu nesta madrugada, na cidade de Salinas, no norte do nosso querido
Estado.
Sr. Presidente, o que me traz aqui hoje é falar desse assalto que aconteceu
na madrugada, na cidade de Salinas, no norte de Minas Gerais. Eu recebi um
telefonema e fiquei espantado com o que aconteceu lá. Dez criminosos com fuzil,
armados, pararam a cidade, começaram a dar tiros e assaltaram a agência da
Caixa. E algo precisa ser feito.
O Prefeito me ligou, muito preocupado com essa situação, pedindo que
tomássemos providências. E por representar o povo de Salinas na Câmara Federal,
eu me sinto na obrigação de exigir do Governo do Estado que intensifique o
policiamento naquela cidade. O nosso Prefeito Zé Prates tem feito um trabalho
maravilhoso, um trabalho invejável, mas há coisas que fogem da competência dele.
É por isso que eu quero me colocar à disposição do Prefeito e do povo de Salinas
para que nós possamos cobrar das autoridades competentes, sobretudo do Governo
Estadual, um maior reforço policial para a cidade.
Nós precisamos dar segurança para o povo de Salinas. A D. Sônia, esposa
do Prefeito, me mandou uma mensagem hoje com um morador da cidade, uma
moradora atônita com a situação.
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Não podemos, Sr. Presidente, admitir esse tipo de situação. Conto com o
Plenário desta Casa para, juntos, combatermos a insegurança que se instala no
nosso País. O povo de Salinas pode, mais uma vez, contar com este Deputado.
Muito obrigado.
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pereira) - Muito obrigado ao Deputado Marcelo
Aro, do PHS, de Minas Gerais. Parabéns pelo trabalho!
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O SR. PRESIDENTE (Mauro Pereira) - Concedo a palavra, por 1 minuto, ao
Deputado Heráclito Fortes.
O SR. HERÁCLITO FORTES (PSB-PI. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -
Sr. Presidente, eu quero me dirigir ao Governador do Estado de Goiás e ao seu
Secretário de Segurança para que ajudem no esclarecimento de um bárbaro
assassinato que ocorreu em Aparecida de Goiânia, na semana passada. Trata-se da
jovem Mariana Siqueira Matias, filha de Bom Jesus do Gurgueia, filha de Juarenso
Matias Maia e de Maria da Guia Siqueira. Essa jovem de 19 anos foi assassinada
com mais de 17 disparos. É uma barbaridade. É preciso que esse crime seja
esclarecido.
E eu faço esse apelo às autoridades de Goiás, no sentido de que, ao elucidá-
lo, dê pelo menos conforto aos pais das vítimas, a seus familiares, a seus amigos e
à cidade de Bom Jesus, onde ela era muito querida, que dê o conforto de pelo
menos ver essa tragédia ser esclarecida.
Eu agradeço a V.Exa., Sr. Presidente. Tenho certeza de que nós contaremos
com a colaboração do Governador Marconi Perillo, do seu Secretário de Segurança
e, quem sabe, até da própria população de Aparecida de Goiânia. Crimes como
esse, que estão sendo banalizando no País, não podem continuar. Eu tenho certeza
e confio na ação da Justiça do Estado de Goiás.
Solicito a V.Exa. que encaminhe esse meu apelo às autoridades aqui citadas
e aos familiares das vítimas.
Muito obrigado, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pereira) - Muito obrigado, Deputado Heráclito
Fortes.
Com certeza a nossa Mesa dará destino à demanda e à solicitação de V.Exa.
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O SR. PRESIDENTE (Mauro Pereira) - Vai-se passar ao horário de
VI - COMUNICAÇÕES PARLAMENTARES
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O SR. PRESIDENTE (Mauro Pereira) - Antes de dar prosseguimento à
sessão, esta Mesa dá conhecimento ao Plenário dos seguintes
Ofício nº 319/17 (CN)
Senhor Presidente,
Encaminho a Vossa Excelência, nos termos do § 8º
do art. 62 da Constituição Federal, com a redação dada
pela Emenda Constitucional nº 32, o processado da
Medida Provisória nº 770, de 2017, que “Prorroga o prazo
para utilização do Regime Especial de Tributação para
Desenvolvimento da Atividade de Exibição
Cinematográfica — RECINE”.
À Medida foram oferecidas 20 (vinte) emendas e a
Comissão Mista emitiu o Parecer nº 1, de 2017 (CM MPV
nº 770, de 2017), que conclui pelo PLV nº 18, de 2017.
Atenciosamente,
Senador Eunício Oliveira
Presidente da Mesa do Congresso Nacional
Ofício nº 325/17 (CN)
Senhor Presidente,
Encaminho a Vossa Excelência, nos termos do § 8º
do art. 62 da Constituição Federal, com a redação dada
pela Emenda Constitucional nº 32, o processado da
Medida Provisória nº 773, de 2017, que “Estabelece prazo
CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 165.3.55.O Tipo: Não Deliberativa de Debates - CD Data: 21/06/2017 Montagem: 5199
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para a correção dos valores referentes ao percentual de
aplicação mínimo obrigatório de que trata o caput do art.
69 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, para os
recursos recebidos em decorrência da Lei nº 13.254, de
13 de janeiro de 2016”.
À Medida foram recebidas 8 (oito) emendas e a
Comissão Mista emitiu o Parecer nº 1, de 2017 (CM MPV
nº 773, de 2017), que conclui pela aprovação da matéria.
Atenciosamente,
Senador Eunício Oliveira
Presidente do Senado Federal
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O SR. PRESIDENTE (Mauro Pereira) - Concedo a palavra ao Sr. Deputado
Zé Geraldo, para uma Comunicação de Liderança, pela Liderança da Minoria, pelo
tempo de 9 minutos.
Acrescento o tempo de 3 minutos das breves comunicações, conforme V.Exa.
havia solicitado. Então, V.Exa. disporá de 12 minutos.
O SR. ZÉ GERALDO (PT-PA. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Muito
bem, Sr. Presidente. Eu agradeço a V.Exa., porque vou tratar de um assunto muito
importante para o povo brasileiro.
Quero dizer à população brasileira que na próxima quinta-feira eu estarei
coordenando uma audiência pública na Comissão de Integração Nacional, para
debater sobre a aviação aérea regional e o papel do fundo aéreo regional como
estímulo às empresas aéreas para prestarem serviços e mais baratos às cidades
que estão mais distantes.
Sr. Presidente, hoje, o cidadão paga mais de mil reais para ir da Capital para
o interior, principalmente nos Estados do Norte do Brasil. Para se ter uma ideia, de
Belém para Altamira, chega-se a pagar 1.500 reais em uma passagem aérea.
Mas eu estou muito preocupado, porque recebi hoje uma carta aberta aos
brasileiros do Sindicato Nacional dos Aeroportuários — SINA.
Faço questão de dar repercussão a esta carta neste momento que faço uso
do tempo destinado à Liderança da Minoria e em nome do Partido dos
Trabalhadores.
Diz a carta:
“Carta Aberta aos Brasileiros(as).
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Diante do anúncio do governo Temer de que
pretende privatizar a Infraero (Empresa Brasileira de
Infraestrutura Aeroportuária, administradora de 60
aeroportos no país), os trabalhadores da estatal e o
Sindicato Nacional dos Aeroportuários (Sina) vêm a
público manifestar sua indignação e luto perante essa
proposta.
O Sina e os aeroportuários também pedem aos
cidadãos brasileiros que avaliem atentamente essa
iniciativa e tomem uma posição, pois o assunto interessa
a todos, uma vez que os aeroportos, a segurança de voo
e o acesso a um transporte aéreo de qualidade são
essenciais para o desenvolvimento e a soberania do
Brasil.
A sociedade brasileira precisa saber que:
1. Desde 2011, os aeroportos concedidos pelo
governo à iniciativa privada têm sido maquiados com
muito granito, mas tendo reduzida, gradativamente, a sua
eficiência. Operacionalmente, eles são classificados
abaixo dos administrados pela Infraero.
2. O preço das tarifas aeroportuárias disparou
depois das concessões, e ainda foi criada uma tarifa nova
de conexão. As concessionárias privadas foram
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favorecidas no aumento das tarifas, muito acima do
permitido à Infraero.
3. Os maiores aeroportos do país, concedidos à
iniciativa privada, são os que mais recebem recursos do
Fundo Nacional de Aviação Civil (Fnac), criado com o
objetivo de garantir que os aeroportos deficitários,
localizados em regiões de menor demanda, continuem
existindo, para que a população possa ser atendida no
transporte aéreo.
4. O apartheid social também deve ser levado em
consideração nesse processo. A população das classes C
e D, que vinha utilizando o transporte aéreo” — ou seja,
vinha viajando de avião — “de forma regular antes das
concessões, está sendo empurrada de volta para as
rodoviárias. Isto porque o aumento das tarifas impactou
no preço das passagens, além do aumento de outras
taxas, como os estacionamentos nos aeroportos”.
Logo mais à frente, dizem o seguinte:
“7. As concessionárias privadas que assumiram a
administração dos aeroportos de Guarulhos, Brasília,
Campinas (Viracopos), São Gonçalo do Amarante (Natal),
Belo Horizonte (Confins) e Rio de Janeiro (Galeão) já
estão em crise, devendo outorgas (aluguéis pagos à
União em troca da concessão), demitindo trabalhadores
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em massa, precarizando as condições de trabalho e até a
higiene nos banheiros dos terminais, e reduzindo o efetivo
de segurança aeroportuária (prato cheio para roubos e
assaltos nos estacionamentos e outras áreas dentro e no
entorno dos aeroportos). Tudo isso precariza a segurança
de voo e operacional, colocando milhares de vidas em
risco. Há aeroportos concedidos, inclusive, já com
dificuldades para pagar a folha dos funcionários”.
Dizem mais ainda:
“9. A Infraero tem 44 anos de existência e é
responsável pela construção de praticamente toda a
infraestrutura aeroportuária do país. É uma empresa
reconhecida por sua excelência e porte,
internacionalmente, atuando numa área técnica de
extrema complexidade e grande capacidade de
arrecadação de recursos. Os problemas financeiros que a
Infraero vem enfrentando estão relacionados à má gestão
e falta total de planejamento do Governo visando sua
saúde financeira. Na verdade, o que vemos é um governo
que faz de tudo para destruir a empresa e então entregá-
la de bandeja ao capital privado nacional e internacional”.
A propósito, os trabalhadores da INFRAERO, trabalhadores aeroportuários,
devem engrossar a greve geral que ocorrerá no dia 30 neste País.
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Sr. Presidente, Srs. Deputados e Sras. Deputadas, eu agora traduzo isso
daqui para os avanços que nós ainda estávamos pensando em ter. Já no Governo
Dilma, nós criamos por lei esse fundo aéreo regional. Para que é esse fundo? Para
financiar os aeroportos do Brasil que dão mais lucro e que estão na mão das
empresas privadas. Esses aeroportos, em sua maioria, estão na Amazônia, mas
estão em outros Estados do Brasil também. Lá não chegam os voos da Gol, da
Latam e de outras empresas. Quando chegam os de outras empresas, têm preços
inacessíveis. Assim, as pessoas preferem pegar um carro e andar de 10 horas a 15
horas, como ocorre no caso da viagem de Belém a Altamira, no Estado do Pará,
cujo percurso é de 800 quilômetros — são 15 horas de carro, se tudo correr bem. De
Belém a Marabá, são 6 horas ou 7 horas de carro. De Belém para Santarém, eu
nem menciono; demoraria 1 ou 2 dias de carro, ou 3 dias de barco! Isso se repete
para o Acre, para o Amazonas, para Roraima, para Rondônia, para o Amapá, enfim,
principalmente para os Estados do Centro-Oeste e do Norte e para alguns também
da Região Sul e Sudeste.
Então, se nós tivermos esse fundo funcionando, uma passagem aérea que
custa hoje 1 mil reais poderia passar a custar 500 reais. A empresa terá
sustentabilidade, porque mais gente vai viajar de avião, vai deixar o carro. Uma
coisa é que pagar 1 mil reais, outra coisa é pagar 500 reais .
No Estado do Pará, nós criamos a expectativa de 26 aeroportos serem
ampliados e construídos para fazer essas vias aéreas funcionarem. Vejam bem que
a região sul do Pará, hoje, não tem uma linha aérea regular, nem em Conceição do
Araguaia, nem em Redenção, nem em Ourilândia. Estou citando Municípios que
poderiam ter um aeroporto. Se, de segunda a sexta-feira, uma linha regular
CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 165.3.55.O Tipo: Não Deliberativa de Debates - CD Data: 21/06/2017 Montagem: 5199
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passasse pelo menos uma vez por dia, indo de Brasília ou de outros Estados para
Belém, ou de Belém até a Região Centro-Oeste, ou mesmo ao restante do Brasil,
seria bom. Mas isso não existe. As pessoas precisam andar 500 quilômetros para
chegar a Marabá, onde fica o aeroporto mais regular que nós temos, abarcando
duas grandes regiões do Pará, o sul e o sudeste do Estado.
Se nós tivéssemos um aeroporto funcionando em Redenção, isso já atenderia
àquelas cinco ou seis cidades do entorno, que ficam a 200 quilômetros. As pessoas
iriam a Redenção e embarcariam; desembarcariam, pegariam seus carros e iriam
para os seus Municípios. O mesmo ocorreria se houvesse um aeroporto em São
Félix do Xingu ou pelo menos em Ourilândia do Norte. Se houvesse um aeroporto
em Ourilândia, o povo de São Félix do Xingu e de Tucumã poderia embarcar. Se o
aeroporto for em Redenção, as pessoas das cidades de Floresta do Araguaia,
Santana do Araguaia, Conceição do Araguaia, Cumaru do Norte, Rio Maria,
Bannach e de outras cidades da região poderiam fazer embarque ali.
Para o oeste do Pará, em cidades como Altamira, Santarém, Itaituba, Monte
Alegre, mais à margem esquerda do Amazonas, no Calha Norte, poderia haver
voos. No nordeste paraense, em Paragominas, há uma linha regular. Tucuruí tem
uma linha regular. Cametá tem uma linha regular.
No entanto, com a decisão do Governo Temer de privatizar a INFRAERO, a
vaca vai para o brejo, como diz o ditado popular. Nós não teremos chance nenhuma
de pensar em ver mais gente andando de avião no Brasil, principalmente na Região
Norte. Nós não teremos chance nenhuma de baratear o preço das passagens
aéreas.
CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 165.3.55.O Tipo: Não Deliberativa de Debates - CD Data: 21/06/2017 Montagem: 5199
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Os preços cobrados são um absurdo, inclusive os cobrados dentro dos
aeroportos. Às 3 horas da madrugada eu estava em Belém, esperando para
embarcar para Brasília, e resolvi tomar um copo de leite, como todos nós fazemos,
até para o tempo passar. Eu paguei, Sr. Presidente, 12 reais por um copo de leite!
Foram 12 reais! Ao mesmo tempo, lembrei-me dos meus amigos que lá no
assentamento tiram leite. Meu irmão, por exemplo, tira leite todo dia e vai vender na
cidade. Ele mesmo vai vender. Vende a 2 reais o litro do leite e a menos de 30
centavos um copo de leite. No assentamento, o copo de leite é vendido a 15
centavos, ou até menos do que isso. Se compararmos a diferença entre o preço de
um copo de leite vendido por um produtor no Estado do Pará, na roça, e o preço de
um copo de leite vendido no aeroporto, veremos que ela é de quase 70 vezes.
Setenta vezes! É só fazer as contas.
Então, são preços absurdos os que são cobrados dos usuários que passam
pelos aeroportos, sem se falar na passagem aérea. E as pessoas que estão lá com
seus comércios dentro dos aeroportos dizem que precisam cobrar caro também para
sobreviver, porque os preços dos aluguéis nos aeroportos são um absurdo. É muito
dinheiro que se cobra para a pessoa ter lá uma farmácia, um barzinho ou qualquer
coisa.
Então, eu vou coordenar esse debate na semana que vem. Não vou me calar.
E nós precisamos dar repercussão a essa carta que o SINA — Sindicato Nacional
dos Aeroportuários — está lançando para o povo brasileiro. É um absurdo o
Governo brasileiro falar em privatizar, em vender, em entregar também a nossa
INFRAERO.
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Quero pedir a divulgação no programa A Voz do Brasil deste meu
pronunciamento, com a parte que trago as informações do SINA.
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pereira) - Muito obrigado, Deputado Zé Geraldo,
do PT do Pará. Com certeza, nossa equipe competente da Rádio Câmara dará
destaque ao pronunciamento de V.Exa.
CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 165.3.55.O Tipo: Não Deliberativa de Debates - CD Data: 21/06/2017 Montagem: 5199
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O SR. PRESIDENTE (Mauro Pereira) - Convido para fazer uso da palavra o
Deputado João Paulo Papa, do PSDB de São Paulo.
V.Exa. dispõe de 3 minutos.
O SR. JOÃO PAULO PAPA (PSDB-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.)
- Sr. Presidente, Deputado Mauro Pereira, Sras. Deputadas, Srs. Deputados,
gostaria, inicialmente, de registrar a honrosa presença aqui de duas personalidades
muito importantes para a vida nacional.
Refiro-me ao Deputado Estadual Fernando Capez, ex-Presidente da
Assembleia Legislativa de São Paulo, promotor público de carreira, autor de várias
obras a respeito da Justiça e do Ministério Público e professor de Direito.
Muito nos honra a sua presença aqui, Capez. Parabéns pelo trabalho
realizado à frente da Assembleia Legislativa do nosso Estado de São Paulo.
Eu queria registrar também a igualmente honrosa presença de José Baka
Filho, engenheiro como eu, engenheiro portuário, e ex-Prefeito da cidade de
Paranaguá, no Estado do Paraná, cujo porto é um dos mais importantes do nosso
País.
O que me traz a esta tribuna neste momento, Capez, é o transcurso dos 109
anos da imigração japonesa no Brasil.
Nesta semana em que se comemoram os 109 anos da imigração japonesa no
Brasil, eu gostaria de registrar no plenário desta Casa o agradecimento e o
reconhecimento aos irmãos japoneses que se integraram à vida no Brasil e que hoje
engrandecem a nossa história, a nossa cultura e o nosso desenvolvimento com sua
incansável e disciplinada contribuição com todos os segmentos da vida nacional.
CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 165.3.55.O Tipo: Não Deliberativa de Debates - CD Data: 21/06/2017 Montagem: 5199
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Eu sou de Santos, a cidade portuária que teve o privilégio, Deputado Goulart,
de receber os primeiros imigrantes japoneses, como V.Exa. sabe. Setecentos e
oitenta e um japoneses, no dia 18 de junho de 1908, chegaram ao Brasil, à cidade
de Santos, a bordo do navio Kasato Maru. A partir de Santos, portanto, podemos
contar uma versão verdadeira e muito humana da história da amizade entre Brasil e
Japão, uma história que recentemente foi acrescida de importante capítulo com a
sanção da Lei nº 13.368, de 2016, pelo Presidente Michel Temer, em dezembro de
2016.
Essa Lei devolveu à comunidade japonesa de Santos um imóvel que a ela
pertencia desde 1928, localizado na Rua Paraná, nº 129. Não se trata apenas de um
imóvel, trata-se de reparação histórica aos imigrantes japoneses. Nesse casarão, os
japoneses se reuniam e mantinham uma escola e um centro de atividades de
preservação e difusão da cultura japonesa. Mas, na Segunda Guerra Mundial, com o
Brasil na posição de adversário dos países do Eixo, o Governo brasileiro recolheu
para o Tesouro Nacional todos os bens de pessoas físicas e jurídicas japonesas,
alemãs e italianas. O casarão da Rua Paraná foi tomado pelo Governo brasileiro, e,
alguns anos depois, isso foi feito de forma definitiva com a sua incorporação ao
patrimônio da União.
Com o passar do tempo, os japoneses, retornando a Santos, conseguiram,
com a sua luta, permissão para utilizar o casarão para sua finalidade original, ou
seja, como uma escola voltada à difusão da cultura japonesa, mas sempre, Capez,
na condição de inquilinos. Era uma ocupação precária, portanto.
CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 165.3.55.O Tipo: Não Deliberativa de Debates - CD Data: 21/06/2017 Montagem: 5199
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Com a tenacidade de sempre e muito trabalho, as principais lideranças da
comunidade japonesa de Santos lutaram por décadas para que esse imóvel tão
simbólico fosse devolvido aos seus verdadeiros donos.
A lei sancionada em dezembro de 2016, que tem como origem um projeto de
1994, do então Deputado Koyu lha, devolveu à Associação Japonesa de Santos o
seu tão importante imóvel.
Para aprovar e sancionar a lei, reunimos nesta Casa e no Senado Federal o
apoio de centenas de Parlamentares, que compreenderam o profundo significado
desse ato de reparação para com os japoneses e seus descendentes. Hoje, o
casarão da Rua Paraná, nº 129, é o endereço da amizade entre Brasil e Japão, em
Santos.
É importante, Sr. Presidente, que essa história seja contada na semana em
que comemoramos os 109 anos da chegada dos japoneses ao Brasil. É a história de
superação de um conflito, é uma verdadeira história de amizade.
Eu quero registrar neste momento os meus cumprimentos à Presidente atual
da Associação Japonesa de Santos, a Sra. Marise Hashimoto, ao ex-Presidente da
entidade e Comendador Arata Kami, hoje com 95 anos de idade, que nunca desistiu
da luta em favor da escola japonesa, e ao Vereador Sadao Nakai, liderança política
importante forjada nas escolas e nas instituições japonesas de Santos.
Sr. Presidente, Srs. Deputados, Deputado Estadual Fernando Capez, Sr. José
Baka Filho, Deputado Goulart, é uma honra imensa representar, neste momento, o
Parlamento brasileiro e comemorar esse ato de reparação, , como eu disse, tão
importante para a história de amizade entre brasileiros e japoneses.
Muito obrigado, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pereira) - Muito obrigado, Deputado João Paulo
Papa, do PSDB de São Paulo.
CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 165.3.55.O Tipo: Não Deliberativa de Debates - CD Data: 21/06/2017 Montagem: 5199
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O SR. PRESIDENTE (Mauro Pereira) - Concedo a palavra por 1 minuto ao
Deputado Goulart, do PSD de São Paulo.
O SR. GOULART (PSD-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, nobres Sras. e Srs. Deputados, é uma alegria muito grande fazer uso do
microfone na tarde de hoje, para homenagear aqui um grande amigo e parceiro.
Além de ser um grande promotor de justiça do Estado de São Paulo, integrante de
entidade que eu tenho também o privilégio de modestamente representar nesta
Casa, ele tem uma grande qualidade: é um grande corintiano e meu colega de
conselho no Corinthians.
Hoje, veio a Brasília porque seu irmão, Rodrigo Capez, estará lançando um
livro no Supremo Tribunal Federal e certamente vai nos ajudar muito com o que ele
se propõe neste livro.
Quero também cumprimentar o Deputado Papa. Nós tivemos a oportunidade
de estar juntos no Japão, no mês de abril. Fizemos um trabalho fantástico com a
comitiva, que foi convidada pelo governo japonês.
Hoje nós comemoramos os 109 anos da imigração japonesa no Brasil em
almoço com o Embaixador, e o Deputado Mauro esteve lá conosco também.
Eu tenho o privilégio de também fazer parte dessa família japonesa. O Japão
trouxe muitas coisas importantes para a minha vida, inclusive a minha esposa, que é
filha de japoneses e me deu dois filhos maravilhosos, o Rodrigo e o Fabinho. Então,
na pessoa dela e dos meus filhos, eu homenageio toda a comunidade japonesa.
CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 165.3.55.O Tipo: Não Deliberativa de Debates - CD Data: 21/06/2017 Montagem: 5199
111
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pereira) - Concedo a palavra ao Deputado Paes
Landim, para uma Comunicação de Liderança, pelo Partido Trabalhista Brasileiro. O
tempo regimental é de 15 minutos.
DISCURSO DO SR. DEPUTADO PAES LANDIM QUE, ENTREGUE AO
ORADOR PARA REVISÃO, SERÁ POSTERIORMENTE PUBLICADO.
(Discurso publicado na Sessão nº 271, de 21/09/17.)
CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 165.3.55.O Tipo: Não Deliberativa de Debates - CD Data: 21/06/2017 Montagem: 5199
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O SR. PRESIDENTE (Mauro Pereira) - Passo a palavra ao Deputado Valdir
Colatto, do PMDB de Santa Catarina, pelo tempo regimental de 3 minutos.
O SR. VALDIR COLATTO (PMDB-SC. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -
Sr. Presidente Mauro Pereira, Sras. e Srs. Deputados, quero registrar que Prefeitos
estão hoje aqui na Câmara dos Deputados, no Congresso Nacional, trabalhando
pelo Projeto de Lei Complementar nº 315, de 2009, que contempla os royalties dos
Municípios atingidos por barragens ou alagamentos.
Nós precisamos corrigir essa distorção, uma vez que 45% ficam para os
Municípios, 65% para os Estados e 10% para União. Queremos alterar esses 45%
para 65% aos Municípios e destinar 20% aos Estados. Dessa forma, faremos justiça
a esses Prefeitos que ficam com o ônus do pós-instalação das usinas elétricas, na
área social e de infraestrutura, etc.
Aproveito também a oportunidade para registrar a crise por que passam as
nossas BRs e as nossas SCs em Santa Catarina. O nosso Governador não tem
dado atenção especial principalmente ao oeste catarinense, onde as nossas
estradas estão em estado deplorável. Não conseguimos fazer com que a BR-158 e a
BR-282, que são estradas federais, fiquem em condições de trafegabilidade.
Quero também chamar a atenção do DNIT para que cuide da qualidade
dessas obras. Nós temos visto as empreiteiras fazerem os consertos, a recuperação
dessas estradas e, no dia seguinte, os buracos aparecem novamente. Há algo de
errado e, por isso, precisamos trabalhar fortemente nesse sentido.
Abordo ainda outro assunto, Sr. Presidente. Esta Casa precisa ser respeitada.
Nós aprovamos aqui a Medida Provisória nº 756, de 2016, que fez uma mudança
CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 165.3.55.O Tipo: Não Deliberativa de Debates - CD Data: 21/06/2017 Montagem: 5199
113
nos limites do Parque Nacional do Jamanxim, no Pará, e no Parque Nacional de São
Joaquim, da Floresta das Araucárias, em Santa Catarina.
O que aconteceu? Houve um levante da mulher que representa a beleza
brasileira, Gisele Bündchen, pelas redes sociais, e o Presidente simplesmente vetou
esses dois projetos que nós aprovamos com muito esforço e dedicação na Câmara
dos Deputados e no Senado Federal. Eles não iam alterar nada na questão
ambiental.
O Jamanxim simplesmente transformava um parque em Área de Preservação
Ambiental, onde o controle seria menos rígido, onde o homem pudesse sobreviver.
Parece que o homem está fora da natureza, tem que tirá-lo da natureza, deixar os
animais e as plantas. O homem não faz parte da natureza. É um absurdo o que
aconteceu! Nós não concordamos com o veto do Presidente.
De igual modo, na reserva do Parque Nacional de São Joaquim, em Santa
Catarina.
Volto a dizer, o projeto não alterava nada nesses parques, Sr. Presidente.
Vejam a heresia: o Ministério do Meio Ambiente, através do Ministro Sarney Filho,
que é um ambientalista radical que não deveria fazer parte da equipe de Michel
Temer, porque pensa totalmente diferente de nós sobre o desenvolvimento
sustentável, queria tomar um parque do Município de Lauro Müller, que já é o
parque municipal. Como o Município não aceitou, ele simplesmente levou uma
proposta para o Presidente vetar também a criação desse parque. Isso é um
absurdo! Foram atingidos os pequenos agricultores, a natureza não seria atingida.
Essa é mais uma questão.
CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 165.3.55.O Tipo: Não Deliberativa de Debates - CD Data: 21/06/2017 Montagem: 5199
114
Agora, o Ministro Barroso, do Supremo Tribunal Federal, por solicitação não
sei de quem, acho que de alguns Deputados que não sabem o que é legislar e que
não respeitam a decisão da maioria, mandou voltar a Medida Provisória nº 759, de
2016, que trata da regularização fundiária urbana e rural, que é o projeto mais
importante que esta Casa já votou. Afirmou ele que esta Casa não cumpriu o rito do
Regimento Interno.
Ora, se tem toda essa gente se metendo nas decisões do Congresso
Nacional, para que ele serve? O que estamos fazendo aqui, se o Congresso não é
mais respeitado?
Nós temos realmente que parar para pensar o Brasil. Cada macaco no seu
galho! Que o Legislativo faça as leis, que o Executivo aplique as leis e que o
Judiciário faça com que as leis sejam cumpridas, sem divergir do nosso processo de
trabalho, para que esta Casa continue a produzir. Não temos mais como trabalhar
contra o Brasil. Acho que tem gente trabalhando contra o Brasil, o que é uma coisa
muito séria. Precisamos mudar esse quadro, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pereira) - Muito obrigado, Deputado Valdir
Colatto. Parabéns a V.Exa. pelo trabalho em favor do Estado de Santa Catarina e do
povo brasileiro!
CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 165.3.55.O Tipo: Não Deliberativa de Debates - CD Data: 21/06/2017 Montagem: 5199
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O SR. PRESIDENTE (Mauro Pereira) - Concedo agora a palavra ao Deputado
Laercio Oliveira, para uma Comunicação de Liderança, pelo Solidariedade, pelo
tempo total de 7 minutos.
O SR. LAERCIO OLIVEIRA (SD-SE. Como Líder. Sem revisão do orador.) -
Sr. Presidente, Deputado Mauro Pereira, meu dileto amigo, venho à tribuna nesta
tarde para fazer um registro muito importante para a minha cidade de Aracaju, no
meu Estado de Sergipe.
No mês de julho, nós teremos um evento muito especial. Estará
comemorando 50 anos de existência a Igreja Evangélica Batista Betel. Esse é um
marco importante. Os festejos transcorrerão durante todo o mês de julho, com várias
celebrações. Dentre as várias atividades, ao final, precisamente no dia 27 de julho, o
pastor e fundador da igreja Gerson Vilas-Bôas irá lançar o seu livro.
De vez em quando nós assomamos à tribuna para falar sobre algumas
pessoas, e é importante que isso seja feito, faz parte do nosso cotidiano,
principalmente quando o registro é sobre uma pessoa que tem uma história de
respeito. O Pastor Gerson Vilas-Bôas merece essa menção.
Eu quero que seja registrado nos Anais desta Casa esse meu discurso, para
destacar exatamente o trabalho desenvolvido pelo Pastor Gerson Vilas- Bôas, um
homem conhecido, um homem respeitado, um homem honrado na nossa cidade.
O Pastor Gerson tem curso superior e doutorado em Teologia, possui
graduação em Pedagogia e em Filosofia, além de muitas outras especializações.
No dia 14 de julho de 1967 o Pastor Gerson formou a Igreja Batista Betel e,
no dia 31 de janeiro de 1968, inaugurou um templo, que existe até hoje em Aracaju.
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Mas não foi só isso que ele fez. Ele tem uma folha de serviços prestados não
só ao evangelho, mas também à sociedade sergipana, dos quais eu faço questão
de, brevemente, Sr. Presidente, fazer um simples relato.
Em 1983, o Pastor Gerson assumiu a função de Secretário de Administração
Geral da Convenção Batista Nacional — CBN e passou 12 anos à frente dessa
organização, implantando igrejas, congregações, seminários, creches e orfanatos
em 12 países. Durante a sua gestão, foi comprada a sede da CBN no coração da
nossa querida Brasília, além de vários terrenos e uma chácara nos arredores da
Capital Federal.
Além de tudo, é bom deixar registrado que o Pastor Gerson foi Deputado
Federal pelo Estado de Sergipe no período de 1990 a 1991 e, durante os anos de
1998 e 1999, foi Vereador em Aracaju, prestando, portanto, um largo serviço ao
nosso Estado.
Há 30 anos, o Pastor Gerson Vilas-Bôas fundou o Seminário Superior de
Teologia e Missões, que oferece os cursos médio e de bacharel em Teologia, onde,
até o ano de 2016, há registro de mais de mil líderes formados.
Atualmente a Igreja Batista Betel de Sergipe é formada pela sede e por mais
39 igrejas e congregações localizadas em vários Municípios sergipanos.
Nos dias atuais, fazer esse registro é importante, pois precisamos resgatar a
ética, a moral, a decência, o bom comportamento e os bons princípios.
Subir a esta tribuna e falar sobre homens que têm essa série de requisitos é
fundamental para que mostremos à população que nos assiste pela TV Câmara que
existem ainda milhares de homens íntegros não só na vida pública, mas também na
vida religiosa, em todos os lugares.
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Portanto, resgato, dentre esses milhares de brasileiros com tanta
competência, com tanta ética, com tanta moral, a figura do Pastor Gerson Vilas-
Bôas e deixo este registro para os Anais da Câmara dos Deputados.
Obrigado, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pereira) - Obrigado pelas palavras, Deputado
Laercio Oliveira. Parabéns pelo trabalho de V.Exa.!
PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR
Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, subo a essa tribuna para homenagear
a Igreja Batista Betel — IBB de Aracaju, que completa 50 anos. Em 14 de julho de
1967, com um grupo de aproximadamente 80 irmãos liderados pelo Pastor Gerson
Vilas-Bôas, foi formada a Igreja Batista Betel em Aracaju.
As celebrações já foram iniciadas em Aracaju e, no dia 27 de julho, a igreja fará
um evento de comemoração com entrega da lembrança do jubileu da IBB,
descerramento da placa alusiva ao jubileu e lançamento do livro do seu fundador, o
Pastor Gerson Vilas-Bôas.
Nascido em novembro de 1934 na fazenda Cajazeiras, no Município de Lage, na
Bahia, sua história de amor ao evangelho começou com a chegada à fazenda do
missionário batista norte-americano Salomão Ginsburg. Aos 11 anos de idade, ele
se converteu ao protestantismo.
Aos 18 anos Gerson foi para o Colégio Taylor-Egídio, instituição batista na
cidade baiana de Jaguaquara. Por sua dedicação, foi estudar em um dos melhores e
maiores seminários de Teologia do País, o Seminário Teológico Batista do Norte do
Brasil, localizado na cidade de Recife. Antes de finalizar o curso, foi consagrado ao
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pastorado. No dia 21 de julho de 1961, assumiu a Igreja Batista do Engenho do
Meio, na capital pernambucana.
Na cidade, ele conheceu sua esposa, Nádia Fraga. No ano de 1965, o casal
foi morar em Aracaju. Possui duas filhas, Ester Fraga e Rosa Raque, e dois netos,
Gerson Neto e Raquel Moura.
Além do curso superior e doutorado em Teologia, o Pastor Gerson Vilas-Bôas
possui graduação em Pedagogia e em Filosofia e muitas outras especializações.
Em 14 de julho de 1967, ele formou a Igreja Batista Betel. No dia 31 de
janeiro de 1968, inaugurou o templo, situado à Rua Teixeira de Freitas, nº 281.
Além de pastor, Gerson foi professor da Secretaria de Estado da Educação e
nas Universidades Federal de Sergipe e Tiradentes.
Em 1983, assumiu a função de Secretário de Administração Geral da
Convenção Batista Nacional — CBN e passou 12 anos à frente dessa organização,
implantando igrejas, congregações, seminários, creches e orfanatos em 12 países.
Durante a sua gestão, foi comprada a sede da CBN no coração de Brasília, além de
nove terrenos e de uma chácara nos arredores da Capital Federal.
Foi Deputado Federal pelo Estado de Sergipe, no período de 1990 a 1991 e,
durante os anos de 1998 e 1999, foi Vereador em Aracaju. No ano de 1985, assumiu
a Presidência da Fundação de Desenvolvimento Social do Estado de Sergipe —
FUNDESE.
Há 30 anos, o Pastor Gerson Vilas-Bôas fundou o Seminário Superior de
Teologia e Missões, que oferece os cursos médio e de bacharel em Teologia. Até o
ano de 2016, formou mais de mil líderes!
Atualmente, a Igreja Batista Betel de Sergipe é formada pela sede e por mais
39 igrejas e congregações localizadas em vários Municípios sergipanos.
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O SR. PRESIDENTE (Mauro Pereira) - Convido para fazer uso da palavra o
Deputado Carlos Andrade, do PHS de Roraima, pelo tempo regimental de 3 minutos.
O SR. CARLOS ANDRADE (PHS-RR. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -
Sr. Presidente Mauro Pereira, colegas Deputadas e Deputados, o que me traz à
tribuna na tarde deste dia é a necessidade de falar das instituições sem fins
lucrativos que atuam em todo o território nacional.
Hoje, em especial, gostaria de falar da CONAMAD — Convenção Nacional
das Assembleias de Deus Madureira, uma instituição com 59 anos de existência.
A CONAMAD é uma importante instituição que está presente em todos os
Estados do Brasil, além de 57 paises, sendo reconhecida no mundo inteiro pelo seu
amplo trabalho social e evangelístico.
No próximo dia 27 do mês de junho, irá diplomar cinco bispos aqui no Distrito
Federal: dois do Rio de Janeiro, Bispo Dr. Abner Ferreira e Bispo Dr. Daniel
Malafaia; dois de Goiás, Bispo Dr. Oídes do Carmo e Bispo Abigail de Almeida; e um
de São Paulo, Bispo Dr. Samuel Ferreira.
O principal líder da CONAMAD é o ex-Deputado Federal, Bispo Manoel
Ferreira, que cumpriu missão nesta Casa entre 2006 e 2010, e teve seu trabalho
reconhecido mundialmente, sendo indicado para o Prêmio Nobel da Paz no ano de
2008.
Registro aqui a minha grande admiração por esta grande figura pública, o
Presidente da CONAMAD, Bispo Manoel Ferreira. Expresso os meus sinceros votos
de sucesso a esse servo de Deus nessa nova etapa de evangelização no Brasil e
mundo afora.
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Sr. Presidente, destaco o trabalho social dessa instituição sem fins lucrativo
em todos os Estados, pregando o evangelho e anunciando as boas novas da
salvação. Esse trabalho resgata vidas do alcolismo e da dependência química,
automaticamente resgatando pessoas para a sociedade e restaurando famílias.
Peço a V.Exa. a divulgação do meu pronunciamento nos meios de
comunicação da Casa e no programa A Voz do Brasil.
Muito obrigado.
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pereira) - Muito obrigado, Deputado Carlos
Andrade, do PHS de Roraima. Parabéns a V.Exa. pelo trabalho!
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O SR. PRESIDENTE (Mauro Pereira) - Convido agora para fazer uso da
palavra o Deputado Hildo Rocha, que falará pelo PMDB nas Comunicações
Parlamentares, pelo tempo regimental de 10 minutos.
O SR. HILDO ROCHA (PMDB-MA. Sem revisão do orador.) - Muito obrigado,
Deputado Mauro Pereira, que preside a presente sessão.
Srs. Deputados e Sras. Deputadas, foi um verdadeiro sucesso a viagem do
Presidente Michel Temer à Rússia. Foram assinados vários acordos bilaterais que
beneficiam o agronegócio e a indústria brasileira — logicamente, beneficiam também
a indústria daquele país, a Rússia.
O Presidente Michel Temer, juntamente com o Presidente Vladimir Putin,
assinou vários acordos importantes, entre eles, o acordo bilateral de tributação, que
vai evitar a bitributação nos dois países. Isso facilita as exportações tanto do Brasil
para a Rússia, como da Rússia para o nosso País. Isso também facilita o incremento
dos negócios, gerando empregos tanto no nosso País como naquele país do Leste
Europeu.
Portanto, foi um sucesso total a viagem do Presidente Michel Temer à Rússia.
Segundo os analistas de economia, com esses acordos realizados entre o Brasil e a
Rússia, vamos movimentar nos próximos 3 anos algo em torno de 10 bilhões de
reais em importações e exportações.
O Presidente Michel Temer e sua comitiva estão indo para a Noruega, onde o
Presidente irá renovar o acordo de livre comércio entre o MERCOSUL e a EFTA,
que é a Associação Europeia de Livre Comércio, da qual fazem parte — além da
Noruega — Islândia, Liechtenstein e Suíça.
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A viagem à Rússia foi um pleno sucesso, alcançou devidamente os objetivos
programados, e tenho certeza de que a viagem à Noruega será coberta de plenos
êxitos. Trata-se de boas notícias, portanto, para todos os brasileiros.
Sr. Presidente, quero comunicar também que nós tivemos uma audiência no
começo da tarde de hoje com o Ministro do Esporte Leonardo Picciani, ocasião em
que tratamos de várias demandas do Estado do Maranhão. Muitas delas já foram
atendidas, mas ainda é necessário que seja viabilizado o repasse. Logicamente, não
há nenhum atraso por parte do Ministério do Esporte, até porque o Ministro
Leonardo Picciani vem realizando um excelente trabalho naquela Pasta.
O Ministro Leonardo Picciani fez a melhor Olimpíada dos últimos 30 anos,
graças ao apoio que o Presidente Michel Temer deu aos Jogos Olímpicos. Essas
Olimpíadas foram programadas pelo Governo do Presidente Lula, continuaram a ser
trabalhadas no Governo da Presidente Dilma, mas foram realizadas já neste
Governo, tendo como comandante maior o nosso Ministro Leonardo Picciani, a
quem parabenizo pelo excelente trabalho. As Olimpíadas foram um sucesso.
E ele deu uma boa notícia para a Universidade Estadual do Maranhão —
UEMA, instituição em que estudei, em que fiz o curso de administração. Nós lutamos
para aprovar emendas parlamentares para construir no campus universitário Paulo
VI um ginásio poliesportivo, porque até hoje não há um ginásio de esportes naquelas
dependências. Nós conseguimos o total de 1 milhão de reais de recursos para a
Universidade Estadual do Maranhão realizar esse sonho, que é de todos os
acadêmicos, de todos os professores e servidores daquela importante instituição de
ensino do Maranhão.
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Portanto, foi uma excelente notícia essa que nos deu na tarde de hoje o
Ministro Leonardo Picciani, que nos entregou o empenho em favor da Universidade
Estadual do Maranhão. Agora, a Universidade precisa apenas concluir a construção
desse ginásio poliesportivo, o primeiro da UEMA, essa importante instituição em que
estudei e que contribuiu muito para a minha formação, como também para a
formação de milhares de maranhenses. Estamos contribuindo para que aquele
centro de formação de maranhenses possa ter melhores condições de
funcionamento.
Quero informar também que na próxima segunda-feira realizaremos mais uma
fiscalização das obras de duplicação da BR-135, no trecho entre Estiva, em São
Luís, e a cidade de Bacabeira, por meio da Comissão de Fiscalização Financeira e
Controle da Câmara. Nós vamos estar lá fazendo a fiscalização, juntamente com
outros Deputados da Comissão e com Deputados representantes do Maranhão, os
quais, assim como os Senadores do nosso Estado, têm sido incansáveis na luta pela
conclusão dessa obra.
Como tenho dito, essa obra se tornou uma verdadeira novela. Espero que
nessa fiscalização a encontremos avançando a pleno vapor, porque sinceramente já
se esgotou a paciência dos Deputados em relação ao DNIT e ao consórcio de
construtoras responsável por essa obra, a qual foi iniciada em 2011 — portanto, há
muito tempo — e já deveria estar pronta. Mas a sua conclusão vem sendo
postergada.
Portanto, na próxima segunda-feira faremos mais uma fiscalização nessa
obra. Temos feito esse enfrentamento em prol da sua conclusão. Já fomos por
várias vezes cobrar isso do Ministro dos Transportes, assim como do Diretor-Geral
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do DNIT, do Diretor de Infraestrutura e do próprio Superintendente do DNIT no
Maranhão.
Aproveito a oportunidade para convidar todos os maranhenses a participar, na
próxima segunda-feira, de uma audiência pública que será realizada na Assembleia
Legislativa do Maranhão para debater os vários projetos de lei que estão tramitando
na Câmara sobre o Programa Escola sem Partido ou Escola Livre — há duas
opções. Estaremos lá discutindo isso com a coordenação do Deputado Estadual
César Pires, que foi quem nos solicitou essa audiência pública em São Luís. Ela vai
ser realizada às 14h30min na Assembleia Legislativa do Maranhão.
Portanto, quero convidar todos os maranhenses que neste momento assistem
à TV Câmara ou ouvem a Rádio Câmara para participarem da audiência. A proposta
é interessante e trata de um tema bastante polêmico.
A Comissão Especial que foi formada aqui na Câmara Federal para discutir
esse tema estará se deslocando na próxima segunda-feira para ouvir o que os
maranhenses pensam a respeito do assunto, a fim de construirmos um substitutivo à
altura do pensamento e das ideias do povo brasileiro, principalmente do povo do
Maranhão, que aqui represento.
Sr. Presidente, concluindo a minha fala no dia de hoje, eu queria tecer alguns
comentários a respeito da falta de merenda nas escolas indígenas no Maranhão.
Recentemente, em uma cidade onde os indígenas fizeram a cobrança por meio de
faixas e cartolinas, o Governador do Estado Flávio Dino disse que não tem nada a
ver com isso, que esse é um assunto do Governo Federal.
Há um contrato para o Governo Federal repassar o dinheiro da merenda
escolar para o Estado do Maranhão, a fim de que este a forneça às escolas. O
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Estado do Maranhão é que tem a obrigação realmente de fornecer a merenda
escolar também para os indígenas.
Mandei pesquisar junto ao Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação
— FNDE, e o Maranhão, no ano passado, recebeu 2.424.800 reais para comprar
merenda para os indígenas do Estado e, neste ano, já recebeu 901 mil reais para
esse fim. Portanto, não é verdade que o Governador não esteja recebendo dinheiro
para a merenda escolar dos alunos indígenas, nem que isso não seja problema dele.
Esse é um problema do Governador, sim, como também o é o problema da
paralisação de aulas nas aldeias indígenas da cidade de Bom Jardim desde o mês
de março. Já se passaram abril, maio e junho. Os alunos praticamente perderam o
ano letivo por causa da irresponsabilidade do Governador do Maranhão.
Sr. Presidente, solicito que o nosso pronunciamento seja divulgado no
programa A Voz do Brasil.
Muito obrigado.
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pereira) - Obrigado, Deputado Hildo Rocha, do
PMDB do Maranhão. Parabenizo V.Exa. pelo trabalho.
Com certeza, nossa equipe competente da Rádio Câmara e da TV Câmara
dará divulgação ao trabalho dos nossos colegas Deputados, inclusive ao de V.Exa.
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O SR. PRESIDENTE (Mauro Pereira) - Concedo a palavra ao Deputado
Carlos Andrade, do PHS de Roraima, por 1 minuto.
O SR. CARLOS ANDRADE (PHS-RR. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -
Sr. Presidente, quero só registrar a presença do Prefeito de Iracema, Jairo Ribeiro,
meu amigo que nos dá a honra de estar aqui conosco, e do amigo Vereador Kiko,
Presidente da Câmara Municipal de Iracema no Estado de Roraima.
Faço este registro devido à importância e à satisfação de recebê-los nesta
Casa.
Muito obrigado, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pereira) - Muito obrigado, Deputado Carlos
Andrade. Parabéns pelo seu trabalho!
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O SR. PRESIDENTE (Mauro Pereira) - Concedo a palavra ao Deputado Valdir
Colatto, do PMDB de Santa Catarina.
O SR. VALDIR COLATTO (PMDB-SC. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -
Sr. Presidente, Deputado Mauro Pereira, é uma alegria vê-lo presidindo esta sessão.
Eu queria falar sobre alguns temas que nós estamos com a incumbência de aprovar
aqui. Um deles é o Projeto de Lei Complementar nº 100, de 2011, que trata das
cooperativas de crédito.
As cooperativas de crédito estão em todo País. Existem cerca de 1.040
cooperativas, com um ativo de 221 bilhões de reais, 5.722 postos de atendimento e
mais de 9 milhões de cooperados.
Em muitas cidades pequenas, as cooperativas de crédito são a única casa de
crédito. Como não podem operar com recursos públicos, federais ou municipais,
funcionários públicos, aposentados e pensionistas são impedidos de receber por
elas o seu minguado salário, a sua minguada pensão. Às vezes, essas pessoas têm
que se deslocar 30, 40, 50 e até 100 quilômetros para buscar esse dinheiro, sendo
que na sua cidade há uma cooperativa de crédito que não pode fazer essas
operações, que são legítimas, porque os grandes bancos não deixam.
Nós precisamos resolver isso, apoiando e aprovando o PLP 100/11, de
autoria do Deputado Domingos Sávio. Assim as cooperativas de crédito passarão a
ter espaço sim em todos os Municípios e poderão operar com verbas públicas,
atendendo todos aqueles que precisam fazer uma transação de recursos sem se
deslocar de um pequeno Município para um grande Município.
Sr. Presidente, quero também falar sobre o resultado de uma pesquisa
publicado pela revista Ágora, que mostra claramente que os profissionais que atuam
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nas empresas estão procurando uma maneira de flexibilizar os seus horários de
trabalho, buscando aquilo que nós estamos fazendo aqui com a reforma trabalhista.
A pesquisa é bem clara: 70% dos pesquisados querem ter a flexibilização do
seu horário de trabalho, para escolherem a sua agenda de trabalho. Isso é
modernizar a atividade trabalhista, sem engessar o trabalhador num horário
determinado e dando-lhe condições de expandir a sua capacidade laboral.
Isso é modernização. A análise da revista Ágora faz esse balanço, mostrando
que os profissionais realmente querem uma modernização da lei trabalhista. Por
isso, nós não entendemos aqueles que não querem deixar o Brasil avançar,
modernizar as leis trabalhistas.
Houve um revés na Comissão de Assuntos Sociais do Senado Federal, mas
isso não vai impedir a reforma trabalhista. Eu tenho certeza de que os Senadores
conscientes que querem fazer o Brasil andar vão aprová-la na Comissão de
Constituição e Justiça e no plenário. É preciso fazer a reforma trabalhista. Aqueles
que não querem a aprovação da reforma trabalhista não a conhecem.
As pessoas estão mentindo quando dizem que a reforma retira direitos
trabalhistas. Isso é mentira! No art. 7º da Constituição Federal, estão dispostas todas
as garantias trabalhistas de que os nossos trabalhadores precisam. Nós não
mexemos na Constituição. Nós estamos trabalhando numa lei ordinária,
simplesmente mudando artigos da CLT, que tem 70 anos e que não cabe na
modernidade que estamos objetivando.
Por isso, nós temos esperança. O mundo lá fora está esperando que nós
façamos a nossa parte aqui, aprovando essa reforma trabalhista, que é importante
para o Brasil.
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Nós temos que proteger sim o trabalhador. Mas temos também que dar
garantia e segurança jurídica ao empregador, àquele que emprega, àquele que
investe o seu dinheiro para poder fazer alguma coisa, alguma atividade. Se ele não
tiver essa garantia, não vai contratar.
Com certeza, esta é uma das causas do desemprego no País: a falta de
segurança jurídica, de uma lei clara e justa, que não seja simplesmente uma espada
na cabeça de quem contrata. Mesmo que pague os encargos todos dentro da lei, o
empregador é demandado na Justiça, onde sempre é feito um acordo em prol do
trabalhador. E quem acaba pagando novamente a conta é o empregador.
Nós precisamos mudar isso no Brasil, fazendo justiça aos trabalhadores, mas
principalmente àqueles que os empregam. É disso que eles precisam. Se não há
empregador, não há trabalhador.
Obrigado.
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pereira) - Muito obrigado, Deputado Valdir
Colatto.
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O SR. PRESIDENTE (Mauro Pereira) - Concedo a palavra à Deputada Erika
Kokay, pelo tempo de 9 minutos, pela Liderança do PT, acrescidos de 5 minutos de
comunicações parlamentares e 3 minutos de breves comunicações.
No total, V.Exa. dispõe de 17 minutos, Deputada Erika Kokay.
A SRA. ERIKA KOKAY (PT-DF. Como Líder. Sem revisão da oradora.) - Eu
penso que os nossos dicionários devem estar em polvorosa neste momento. Devem
estar se remoendo todos aqueles que tentaram interpretar palavras e conceitos
neste País. Eu digo isso porque alguns chamam de modernidade a volta à lógica
escravagista.
Alguns dizem que é preciso haver segurança jurídica. Não existe dúvida sobre
a nossa legislação. Nós temos a CLT, que foi uma conquista do povo brasileiro. Nós
temos ações trabalhistas no Brasil quando os direitos são desrespeitados. Mais de
80% das ações trabalhistas no Brasil dizem respeito a direitos básicos que foram
violados. Dizem respeito a benefícios sobre os quais não paira qualquer dúvida,
como INSS e FGTS para os celetistas. Dizem respeito a salário!
Aqui se diz que o emprego depende do empregador, mas há empregador,
neste País, que está na lógica colonialista e acha que não precisa pagar salário, que
não precisa remunerar a mão de obra que foi contratada. Mais de 80% das
reivindicações trabalhistas, daquilo que está judicializado, dizem respeito a direitos
sobre os quais não pairam dúvidas. Todos e todas sabemos que o salário tem que
ser pago, que o INSS tem que ser pago, que o FGTS tem que ser depositado.
Portanto, querem resolver o volume de ações trabalhistas contra
empregadores que não cumprem as suas obrigações tirando dos empregadores
essas obrigações!
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Vejam o caso do trabalho intermitente. Eu o contrato para trabalhar uma hora,
para trabalhar duas horas. Se há trabalhadores mensalistas e horistas, vai haver
trabalhadores que vão ganhar menos do que o salário mínimo, porque vão trabalhar
uma quantidade de dias menor.
Essa reforma trabalhista propõe inclusive que, se o trabalhador se
comprometeu a ir trabalhar, vai ficar à disposição da empresa e não ganhar nada
enquanto isso. Aliás, pode pagar para a própria empresa, porque, se ele se
comprometeu a trabalhar e por algum motivo não pôde ir, terá que pagar uma multa
para o empregador.
Portanto, querem resolver o problema do volume de ações na Justiça
Trabalhista não fazendo com que se rompa a impunidade e nem com que os
empregadores cumpram a legislação, mas acabando com a Justiça do Trabalho. O
trabalhador, se entrar com uma ação e se essa ação não caminhar na Justiça do
Trabalho, perde o direito de reivindicar. Por quê? Porque este País tem um ranço, o
ranço do escravagismo, porque este País tem o ranço das casas-grandes e
senzalas, porque nós temos produtores rurais e temos empresários que têm
saudades das senzalas. Acham que senzala é modernização!
Nós tivemos hoje, na Comissão de Direitos Humanos, a oportunidade de
receber os indígenas guaranis-kaiowás. Na década de 1970 ou de 1950, houve um
processo de colonização, quando se concedeu o título da propriedade de terras
indígenas para colonos, e os indígenas foram expulsos da sua terra, utilizados como
mão de obra escrava, sem remuneração, para construir grandes fazendas. E foram
confinados em espaços onde não podem viver a sua condição de povo, não podem
viver sua etnia.
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Nós estamos vivendo um etnocídio neste País, no mesmo país que assassina
tantas mulheres; no mesmo País tão LGBTfóbico, que acha que não se tem que ter
o direito de ser ou o direito de amar; no mesmo País que instala nesta Câmara uma
horda fundamentalista, obscurantista, que não quer que se discuta, no terreno das
escolas, gênero e orientação sexual, como se pudesse se negar que há gênero e
como se pudesse se negar que há orientações sexuais.
Bem lúcida foi a decisão do Ministro Luís Roberto Barroso, ao estabelecer
que havia que se ter espaço na escola para discutir os fenômenos humanos e para
que as pessoas pudessem se colocar na sua inteireza. E a nossa inteireza envolve a
nossa afetividade.
Aliás, é impossível viver a nossa humanidade sem vivermos a nossa
afetividade. Essa afetividade tem sido cerceada, tem sido calada, tem sido impedida
de ser liberta, de ser livre, por aqueles que acham que o Estado tem que ser um
Estado teocrático, um Estado que siga uma religião e que negue o conjunto de
outras religiões.
Se nós rompermos a laicidade do Estado, nós vamos romper o caráter
democrático do próprio Estado, o caráter democrático do Estado. A liberdade
religiosa tem que ser assegurada pelo Estado, mas o Estado tem que ser laico para
atender a todas e a todos, a todos os credos e também às pessoas que não têm
credos.
Nós estamos vivenciando uma naturalização do fascismo. Quando se sobe à
tribuna e se diz que é preciso modernizar, e o patrão busca falar em nome do
trabalhador, e para isso busca impedir a sua organização e tenta criminalizá-lo, é
porque nós temos uma institucionalização, uma naturalização de uma violência, para
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se construir uma cultura do medo, para dominar o povo brasileiro. O medo domina.
E se constrói uma cultura do medo para justificar ações de força, para justificar uma
norma que não foi construída coletivamente, mas que é imposta ao povo brasileiro.
É isso que nós estamos vivenciando.
E me vêm aqui dizer que defendem o progresso com a reforma trabalhista!
Trata-se de uma reforma que cria o trabalho intermitente, que impede que o
trabalhador acione a Justiça do Trabalho para resgatar o seu direito violado! Se essa
reforma trabalhista for aprovada, o trabalhador será responsabilizado e poderá se
transformar em réu e litigante de má-fé, se não conseguir provar que houve uma
violação do seu direito trabalhista.
Ora, mais nada nos assusta quando até o Presidente do TST diz que, se nós
indenizarmos os trabalhadores pelos acidentes de trabalho, o trabalhador irá se
automutilar para conseguir uma indenização. É o mesmo discurso velho, rancoroso,
cheio de ódio contra a classe trabalhadora brasileira que estava presente quando os
antecessores representantes da FIESP diziam que não poderia haver licença
maternidade neste País, porque as trabalhadoras teriam um filho atrás do outro para
não trabalhar; ou quando se dizia que não poderia haver férias neste País, porque,
se houvesse, os trabalhadores cairiam no ócio e, ao caírem no ócio, resvalariam
para o crime.
É isso que nós estamos vivenciando neste País. Temos um Presidente que a
sociedade inteira sabe que é corrupto. E, mais uma vez, a declaração e delação do
Sr. Funaro aponta para a entrega de recursos ilícitos a este que ocupa
indevidamente a Presidência da República, que hoje está em todas as páginas de
jornais e que procurou a Presidenta do BNDES para escutar dela o porquê de não
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estar favorecendo a internacionalização de uma empresa como a JBS. Este
Presidente disse: “Esses? Esses eu mal conheço”, mas utilizou o jatinho particular
deles. “Esse eu mal conheço”, mas o recebe na calada da noite.
Disse Chico Buarque: “Se o povo soubesse como estão sendo subtraídos em
grandes transações, em grandes transações enquanto dormem”. Enquanto dormia o
povo brasileiro, este Presidente, que hoje se esconde na Rússia, recebia o
empresário. E disse: “Não, eu o recebo, eu o recebo”, e o direcionou para ser
atendido por um outro Parlamentar, para que este resolvesse as suas demandas. E
este Presidente diz: “Não, eu fui ingênuo”. Ora, quando este Presidente entrou no
Parlamento brasileiro, Joesley e Wesley deviam ser adolescentes.
Este Presidente traiu Dilma Rousseff, apunhalou Dilma Rousseff, para poder
se proteger das investigações de corrupção. Isso está cada dia mais nítido. Está
cada dia mais nítido e se transformando em fatos concretos aquilo que foi dito pelo
então Ministro do Planejamento, Romero Jucá, que era preciso estancar a sangria.
Este é um Governo que é dominado pelo mercado financeiro, tanto que o
Ministro da Fazenda diz que, independentemente de o Presidente ficar ou não ficar,
ele fica. Vejam, ao que nos consta, quem indica o Ministro da Fazenda e a equipe
econômica é o Presidente da República! Mas o que se diz? Independentemente de o
Presidente cair ou não cair, esta equipe econômica fica. Isso quer dizer que ele não
está sendo indicado pelo Presidente: ele está sendo indicado pelo mercado, pelo
mercado financeiro, esse mercado que vai abocanhar com a previdência privada
daqueles que têm recursos e que vão contratar uma previdência privada, porque não
haverá mais Previdência Social neste País.
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Este Presidente ganha com este segmento do mercado financeiro, dos
bancos, que se somam a outros bês que estão nesta Casa. Refiro-me ao BBB da
bancada da Bíblia, da bancada da bala, da bancada do boi. A estes BBBs se soma
outro B, o B dos bancos que dominam este País e que levam quase metade do
Orçamento brasileiro.
Ora, vejam só! Só o que o Governo deixou de arrecadar por uma política de
isenção fiscal é mais do que vai economizar com 20 anos de reforma da
Previdência! Por que é o povo brasileiro que tem que pagar, que tem que pagar a
conta de um país que está aprisionado, que está refém, que está no pelourinho,
açoitado pelo mercado financeiro, açoitado pelos rentistas, aqueles que vivem de
renda e que, portanto, não geram um único emprego para este País, mas compram
os títulos do Governo e vivem dos juros desses títulos? É isso o que está
acontecendo no Brasil.
Por isso, nós temos 14 milhões de desempregados. E o Governo assume os
palanques para dizer: “Olhem como foi bom este resultado: geramos 38 mil
empregos neste mês!” Mas este Governo gerou, desde 2015, quando começou a
discussão do impeachment até agora, por volta de 10 milhões de desempregados.
São quase 2 milhões de desempregados!
Em verdade, nós deveríamos ter apenas um desempregado neste País,
Michel Temer, que não deveria estar ocupando o emprego de Presidente da
República, porque não foi eleito pelo povo brasileiro!
É isso que nós estamos vivenciando neste País. E o que vamos ver? Está
caindo a arrecadação. Cai a arrecadação brasileira, e caiu de forma vertiginosa a
arrecadação de recursos pelo Brasil, porque está sendo tudo garfado. Este é um
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país que congelou as suas despesas primárias por 20 anos, mas libera as despesas
financeiras.
Se amanhã este Brasil voltar a crescer e, por exemplo, arrecadar 300 e se a
inflação representar apenas 100, só vai poder gastar 100 nas políticas públicas. E os
outros 200? Ah, estes irão para o farto mercado financeiro, que manda neste País e
que nomeia o Ministro da Fazenda, porque o Ministro da Fazenda, repito, disse que
vai ficar, mesmo que o Presidente caia. Portanto, não é o Presidente que o está
indicando: quem o está indicando e sustentando é o mercado.
E foi este Ministro da Fazenda que negociou — porque era Presidente do
Conselho de Administração da holding J&F, que controla a JBS, esta mesma do
Joesley e Wesley Batista — os empréstimos do BNDES. Ele era o presidente
daquele conselho de administração, e foi presidente por 4 anos! Mas as pessoas
esquecem.
E esquecem também que talvez ele seja o segundo maior acionista, como
pessoa física, do Banco Itaú. Portanto, está defendendo os seus próprios interesses,
e que se dane a Nação! Por isso, a reforma trabalhista, a reforma da Previdência, a
destruição do Brasil.
Está sendo lançada agora, por iniciativa do Senador Roberto Requião e do
Deputado Patrus Ananias, uma Frente em Defesa da Soberania Nacional. “A
soberania nacional está em risco”, disse bem o ex-Ministro das Relações Exteriores.
No Governo estão Ministros estão fizeram parte de Governos anteriores. Dizem que
a soberania nacional está rompida e ferida neste País, porque se entrega a
PETROBRAS a preço nenhum, porque se destrói a INFRAERO, os Correios, as
empresas públicas. A soberania nacional não existe porque o Governo, este que aí
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está, este que é absolutamente sabujo do mercado financeiro, está a serviço da
financeirização da economia e dos rentistas. Nós estamos vivenciando isso.
Só o povo pode fazer com que o Brasil volte para os brasileiros e para as
brasileiras, só o povo, só as eleições diretas! Este Parlamento, que está vazio em
uma quarta-feira, já não vota nada há, pelo menos, duas semanas. Este Parlamento,
o Presidente da República ilegítimo e golpista busca comprá-lo para aprovar as
reformas do Governo.
Nós temos demonstrações claras de como os cargos do Governo estão sendo
ocupados a partir de negociatas que são feitas com Parlamentares. Um Senador
votou contrariamente à reforma trabalhista, e o Governo perdeu a reforma
trabalhista! Eu repito: o Governo perdeu a votação da reforma trabalhista na
Comissão de Assuntos Sociais no Senado! E o Senador que votou contrariamente à
reforma trabalhista viu exoneradas as pessoas que ele indicou para o Governo.
Foram imediatamente exoneradas.
O que se quer dizer com isso? Primeiro, ocupam-se os cargos públicos não
de acordo com a competência, porque, se fossem competentes, não teriam sido
tirados. Segundo, usam-se os cargos e o Estado, que pertence ao povo brasileiro,
para se ganharem Parlamentares contra o povo brasileiro.
Esta realidade que nós estamos vivenciando é a barbárie. É a barbárie da
violência policial, a barbárie do assassinato de indígenas, a barbárie dos
assassinatos de trabalhadores sem terra.
Por isso, para concluir, Sr. Presidente, eu apenas encerro fazendo minhas as
palavras que foram ditas por um jovem guarani-kaiowá, que dizia: “Uma criança vale
menos do que uma vaca neste País! Uma criança vale menos do que gado!”
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Ali, naquela região, quando os índios decidiram fazer valer a Constituição,
que lhes assegura o direito à terra, à terra que lhes pertencia e que lhes foi tirada,
eles foram tratados com muita violência. Eles são tratados com derramamento de
agrotóxico, com o veneno que vai para a soja, que é derramado nas crianças e na
água da região em que estão abrigados os indígenas que buscam a reconquista da
sua terra.
Por isso, eu diria que este País da barbárie será superado com eleições
diretas. Diretas já!
O SR. PRESIDENTE (Hildo Rocha) - Muito obrigado, Deputada Erika Kokay.
Durante o discurso da Sra. Erika Kokay, o Sr.
Mauro Pereira, nos termos do § 2º do art. 18 do
Regimento Interno, deixa a cadeira da Presidência, que é
ocupada pelo Sr. Hildo Rocha, nos termos do § 2º do art.
18 do Regimento Interno.
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O SR. PRESIDENTE (Hildo Rocha) - Concedo a palavra ao Deputado Mauro
Pereira, pelo PMDB.
V.Exa. tem o tempo 10 minutos, mais 3 minutos das Breves Comunicações,
portanto, V.Exa. disporá de até 13 minutos na tribuna da Câmara dos Deputados.
O SR. MAURO PEREIRA (PMDB-RS. Sem revisão do orador.) - Muito
obrigado, Deputado Hildo Rocha.
Quero cumprimentar o nosso amigo do Rio Grande do Sul, o jornalista Edgar
Lisboa, do Jornal do Comércio, que também tem um blog. É uma pessoa que está
sempre valorizando os trabalhadores do Estado do Rio Grande do Sul, em especial
os Deputados desta Casa que trabalham visando melhorias para o País.
Eu quero dizer que nós estamos cumprindo a nossa missão e, ao mesmo
tempo, atendendo os nossos Prefeitos e Vereadores, participando de audiências
públicas, como a da ANEEL, para resolver problemas das nossas indústrias
relacionados à energia elétrica. E uma coisa é certa: o Brasil está andando.
O Presidente Michel Temer está na Rússia, onde foi recebido pelo Presidente
Vladimir Putin. Lá, assinou contratos bilaterais para facilitar a venda dos nossos
produtos para a Rússia e também facilitar o comércio dos produtos da Rússia para o
Brasil. Está acompanhado do Ministro Blairo Maggi, do Ministro Antonio Imbassahy e
do Ministro Marcos Pereira, da Indústria e Comércio, e de Deputados Federais,
como o Deputado Darcísio Perondi, o Deputado Átila Lins e o Deputado Augusto
Carvalho.
Os Ministros em geral todos estão trabalhando, e trabalhando muito, para que
não aconteça aquilo que vinha acontecendo até o dia em que nós,
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democraticamente e dentro da Justiça, respeitando a Constituição, retiramos a ex-
Presidenta Dilma Rousseff.
O Brasil, de 2014 até julho de 2016, mergulhou numa crise profunda. Eu,
como Deputado Federal do PMDB, procurei ajudar a Presidenta Dilma o tempo todo
votando favoravelmente aqui, mas a ex-Presidente, juntamente com a equipe dela,
não pagava mais ninguém: não pagava mais dívidas, não pagava fornecedores, não
pagava hospitais, não pagava emendas parlamentares; era um Governo de mentira.
Além de ser o Governo da mentira, do Governo da corrupção, o ex-Presidente
Lula e a ex-Presidenta Dilma foram os que emprestaram todo esse dinheiro para os
irmãos Batista, o Joesley e o seu irmão. Oito bilhões de reais! Hoje, esses dois
irmãos devem em torno de 18 bilhões de reais para os cofres públicos. Esse foi o
Governo Dilma.
Se nós não tivéssemos retirado esse povo do Governo, Deputado Hildo
Rocha, hoje o Brasil estaria igual à Venezuela, porque o modelo que eles gostariam
de implantar — vejo desfilarem aqui os Deputados do PT, do PCdoB, da REDE e do
PSOL — é o da Venezuela, que não tem comida, não tem material de limpeza. É o
povo se matando, o povo brigando por causa de comida, sem empresas aéreas,
porque não há combustível para colocar nos aviões. É o caos! Esse é o governo que
teríamos se nós não tivéssemos retirado esses maus gestores que foram Lula, Dilma
e toda sua trupe.
Com relação à reforma trabalhista, é muito importante que nós cheguemos a
esta tribuna e falemos com muita seriedade para a sociedade. A reforma trabalhista
que nós aprovamos e está no Senado, que será aprovada lá também, não retira
direitos de ninguém, pelo contrário.
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Imagine um trabalhador ter a oportunidade de negociar com o seu patrão o
seu horário de almoço, a momento da sua saída, e toda essa negociação ser
legalizada pela Justiça, porque o combinado vai valer. Isso está na proposta.
Por exemplo, um profissional trabalha em uma empresa até sexta-feira e pode
trabalhar em outra empresa sem problema algum. Aquele pessoal que presta
serviço nos finais de semana vai poder registrar-se e pagar todas suas contribuições
dentro da lei. Isso é o que a reforma trabalhista está propondo para a sociedade
brasileira.
Por que a CUT, a CTB estão bravas? Por que os sindicatos estão bravos?
Porque eles não querem que a reforma trabalhista seja aprovada? Porque os
trabalhadores, com a reforma trabalhista aprovada, a partir de agora, vão poder
decidir se contribuem ou não para o sindicato. Se o sindicato merecer, eles vão
contribuir. Se o sindicato não merecer, eles não vão contribuir. Aquela renda enorme
que os sindicatos arrecadam e que usam para isso e para aquilo, usam para fazer o
que querem, o que bem entendem, eles só a terão se trabalharem direito.
Isso é a reforma trabalhista. Por que os sindicatos, a CUT, a CTB e outros
estão bravos, revoltados? Simplesmente porque vão perder aquele dinheiro que
entra garantido na conta deles. Se eles trabalharem ou não, o dinheiro está
garantido. Agora, não! O trabalhador vai decidir se dá aquele dia de trabalho para o
sindicato, ou não. Talvez seja por isso que estão bravos.
Eu quero dizer a todos os sindicatos, a todos os presidentes de sindicato que,
se o trabalho for honesto, correto, de maneira séria, podem ficar tranquilos, porque o
usuário de sindicato vai continuar contribuindo; caso contrário, não vai mais
contribuir.
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Eu espero que a reforma trabalhista no Senado passe, pois lá há Senadores
que têm um grande compromisso com o Brasil, com a nossa população, com a
geração de empregos.
Eu gostaria de dizer ao povo brasileiro e às pessoas que trabalham no
mercado financeiro que estão querendo investir no nosso País que invistam com
tranquilidade, porque nós temos, sim, um Supremo Tribunal Federal forte, nós temos
uma Procuradoria-Geral da República forte, nós temos uma Polícia Federal forte,
nós temos a Operação Lava-Jato, que vem fazendo um trabalho muito bem feito. A
verdade vai prevalecer. Existem denúncias? Existem. De quem são as denúncias?
Dos irmãos marginais, bandidos, chamados Joesley Batista e Wesley Batista. Eles
são marginais e têm no DNA o instinto de ladrões. Eles roubaram o povo brasileiro.
Não pagam suas contas.
Agora, neste exato momento, estão comprando boi, gado, com prazo de 30
dias para pagar. Isso é um perigo, mas eles estão comprando. Tomara que eles
paguem aos nossos pecuaristas! Essas pessoas roubaram os cofres públicos,
fizeram uma delação, e não houve penalidade nenhuma. Pelo contrário, foram para
os Estados Unidos, levaram dinheiro, abriram 67 empresas nos Estados Unidos,
levaram o iate daqui, que custa 30 milhões de reais.
Eu confio muito mesmo na Procuradoria-Geral da República e no Supremo
Tribunal Federal. Todo mundo tem o direito de errar, o ser humano tem o direito de
errar, todo mundo é passível de erro, mas eu não tenho dúvida nenhuma de que
essa premiação, essa delação premiada que os irmãos Batista obtiveram aqui no
Brasil, nesses últimos dias, vai ser revista, e a justiça será feita, porque senão como
é que vão ficar a Odebrecht e os outros empresários que estão presos? Como é que
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ficam os advogados da Odebrecht e os outros? Eles vão pensar que são
incompetentes porque seus clientes que os contrataram estão todos presos. Quem
são os advogados dos irmãos Batista, que roubaram?
Quero parabenizar a TV Bandeirantes pela matéria completa mostrando quem
são, quem foram os irmãos Batista, juntamente com o Lula e com a Dilma, pois todo
o dinheiro que eles receberam foi do Lula e da Dilma. Eles seriam enquadrados, de
acordo com a Band, em 200 crimes.
Então, eu não tenho dúvida nenhuma de que o Pleno do Supremo, a
Procuradoria-Geral da República vão rever e vão prender aqueles dois irmãos
marginais. Eles têm que ser presos! Eles não podem ficar assim: ganhar um prêmio
e ir embora para os Estados Unidos, e levar o dinheiro, e levar o iate. E nós aqui
tendo que aguentar a nossa imprensa, alguns órgãos da imprensa, quererem
destruir o nosso País, não mostrarem nada que é bom.
O Presidente Michel Temer está lá na Rússia, fazendo contratos, acordos
bilaterais. Eu estive na China agora, no encontro dos BRICS, do dia 7 ao dia 14, e o
Partido Comunista da China, o Ministro de Relações Exteriores nos trataram na
palma da mão, porque a China tem o maior respeito pelo povo brasileiro. Quer
negociar, quer continuar comprando, quer continuar fazendo negócios aqui no Brasil,
tem o maior respeito pelo nosso povo. Eu cheguei dia 14.
Hoje nós comemoramos aqui, numa audiência pública, os 109 anos da
imigração japonesa no Brasil, celebrados no domingo. O Sr. Satoru Satoh, que é
Embaixador do Japão no Brasil, nos recebeu na Embaixada do Japão com o maior
respeito, com o maior carinho, porque o Japão adora o Brasil. São irmãos nossos,
investem aqui, querem ver o melhor no nosso País.
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E nós estamos vendo os partidos PT, PCdoB, REDE e PSOL — que
quebraram o Brasil nos últimos 13 anos, deixaram o Brasil de joelhos, o Lula e a
Dilma montaram o maior esquema de corrupção — torcerem para que a coisa piore,
para que aqui vire uma Venezuela.
Mas não vai virar! O Presidente Temer está trabalhando. Os Ministros estão
trabalhando. O Ministro Eliseu Padilha está no Palácio atendendo uma pessoa a
cada 10 minutos. E é assim que nós trabalhamos. Todos os Ministros, nossos
Deputados e Deputadas do bem, que querem o melhor para o nosso País, vão
continuar trabalhando. Vamos continuar cumprindo a nossa missão.
Eleição direta vai haver, sim, em 2018! Quanto ao que os petistas estão
querendo, eleição agora, mês que vem ou no outro mês, esqueçam! O povo
brasileiro quer trabalhar. O povo brasileiro quer emprego. O povo brasileiro quer
viver em paz. O povo brasileiro não quer de jeito nenhum ter a opção de votar no
Lula novamente.
O caos! Uma Venezuela? Se alguém quer viver o regime da Venezuela, dê
um pulo na Venezuela. Os venezuelanos estão invadindo o Brasil, porque lá não tem
comida mais. E hoje nem dá para ir para a Venezuela, porque não há linha aérea
que vá para lá. Elas estão parando. E querem eleição direta. Vai haver, sim, eleição
direta em 2018.
O que nós temos que fazer hoje, os Deputados e as Deputadas de bem, é
trabalhar para que o Brasil melhore. Os empregos já começaram a aumentar o mês
passado. Este mês o juro está caindo, a inflação está caindo. O Brasil está
crescendo.
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Eu não tenho dúvida nenhuma de que o Brasil, com certeza, dará a volta,
porque nós estamos trabalhando, o Presidente Temer está trabalhando, os Ministros
estão trabalhando. Tudo dará certo, para desespero dos petistas, que têm uma
nuvem negra em suas cabeças e só querem o mal para o nosso País.
Mas isso não vai acontecer! Deus é bom! Deus é pai! E o Brasil vai crescer!
Muito obrigado, Deputado Hildo Rocha.
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O SR. PRESIDENTE (Hildo Rocha) - Concedo a palavra ao Deputado Arnaldo
Jordy, do PPS do Pará, que falará por até 3 minutos.
O SR. ARNALDO JORDY (PPS-PA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -
Obrigado, Deputado Hildo Rocha. Eu queria cumprimentar V.Exa. pela condução
dos trabalhos e também pela sua atuação, na semana passada, em evento do
PARLATINO que tratou de problemas relativos à educação. Parabenizo V.Exa. pela
atuação porque estive lá testemunhando isso, junto com outros Deputados da
delegação brasileira.
Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, pessoas que nos acompanham pelos
veículos de comunicação, eu queria ter, sinceramente, o mesmo otimismo do
Parlamentar que me antecedeu, em relação às expectativas sobre o nosso País.
Lamentavelmente, não penso da mesma forma.
Eu queria fazer aqui, Sr. Presidente, dois breves registros. O primeiro é um
comentário sobre a situação estampada nos jornais de hoje, revelando a decisão do
Sr. Marcos Bastos, Juiz da 12ª Vara Federal de Brasília, que negou o pedido do
Presidente Temer em processo contra o Sr. Joesley Batista, que supostamente teria
cometido crimes de calúnia, difamação e coisas do gênero.
O juiz negou o pedido liminarmente, achando impróprias as alegações dos
advogados do Presidente na petição e dizendo que o Sr. Joesley estava se referindo
a fatos abrigados numa delação premiada conduzida pelo Ministério Público e pela
Polícia Federal.
Que fatos são esses? O Sr. Joesley Batista, numa entrevista de repercussão
nacional, afirma com todas as letras que o Presidente Temer, de acordo com uma
das gravações, estaria envolvido em práticas de corrupção passiva. Ele também faz
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acusações contra o Partido dos Trabalhadores e contra o Senador Aécio Neves, do
PSDB.
Ele diz que o Presidente Temer “é o chefe da quadrilha mais perigosa do
Brasil” — entre aspas — e que não tinha cerimônias para pedir dinheiro. E diz ainda
que o ex-Presidente desta Casa, o presidiário Eduardo Cunha, estaria cobrando
propinas em nome do Presidente Temer.
Realmente, são espantosas as declarações do bandido chamado Joesley
Batista, que, junto com seu irmão, produziu essas declarações. Em uma das
afirmações ele diz que “o Partido dos Trabalhadores mandou dar 35 milhões de
reais à bancada do PMDB no Senado” — e aqui coloco entre aspas as declarações
do Sr. Joesley Batista.
O PT teria autorizado o repasse de 35 milhões de reais. Depois que o Sr.
Temer e o Sr. Eduardo Cunha souberam disso, houve uma crise, e ele teve que
repassar mais 15 milhões de reais. Ou seja, um total de 50 milhões foi repassado
por autorização do Partido dos Trabalhadores. A primeira pergunta que fica no ar é:
se o Partido dos Trabalhadores autorizou o Sr. Joesley Batista a repassar para o
PMDB 50 milhões de reais, quanto recebeu o PT, que era, digamos assim, o titular
da conta? E todos nós sabemos que o Grupo JBS, dono da Friboi, ganhou
protagonismo nos mercados brasileiro e internacional nos Governos do Partido dos
Trabalhadores.
Os jornais Folha de S.Paulo e O Estado de S. Paulo também revelam que,
nesses quase 4 anos, foram desviados 123 bilhões de reais nesses esquemas
nacionais, confirmando um dado divulgado pelo Programa das Nações Unidas para
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o Desenvolvimento de que o Brasil desvia, por ano, 200 bilhões de reais em
corrupção nas três esferas de governo — União, Estados e Municípios.
Portanto, Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, quero dizer que a situação é
grave. A situação do Presidente Temer é gravíssima. O Presidente Temer poderia
refletir mais sobre a possibilidade de fazer um gesto de grandeza e renunciar ao
mandato, para que o processo da transição até 2018 pudesse ser concluído, para
que se pudesse reconstituir a normalidade democrática e institucional do País, para
que a economia pudesse ser recuperada, porque ela dá sinais ora de reanimação,
ora de depressão, como acontece agora com os níveis de investimento.
Faço este registro, Sr. Presidente, para lamentar a gravíssima crise
econômica, social, política e moral que o Brasil vive hoje e para renovar o pedido do
PPS de renúncia do Presidente Temer, o que já foi manifestado pelo ex-Ministro
Roberto Freire, que entregou o cargo quando ocorreram as denúncias.
Por fim, Sr. Presidente, um brevíssimo registro. No dia 11 de junho deste mês
completaram-se 30 anos da morte do ex-Deputado Paulo César Fonteles de Lima.
O Deputado Paulo Fonteles foi um lutador que combateu a ditadura militar; foi
um lutador que esteve exilado; foi preso; depois recuperou os seus direitos políticos;
atuou na defesa dos direitos humanos; foi um dos fundadores da Sociedade
Paraense de Defesa dos Direitos Humanos no Estado do Pará; foi eleito Deputado
Estadual, bem votado, em 1982, pelo PMDB; e, em 1987, foi brutalmente
assassinado pelas balas do latifúndio, em um posto de gasolina, na entrada de
Belém.
Essa realmente foi uma morte brutal, a exemplo das de João Batista, Gabriel
Pimenta e muitos outros que tombaram pelas balas do latifúndio.
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Passaram-se 30 anos, e nós aqui deixamos a referência a esse grande
lutador, a esse grande baluarte da democracia, da justiça social, das liberdades
democráticas que foi o ex-Deputado Paulo Fonteles.
Aproveito esta homenagem à memória do ex-Deputado Paulo Fonteles para
cobrar das autoridades, da polícia, da Justiça e do próprio Governador do Estado do
Pará, Simão Jatene, que se tem empenhado nas apurações, uma solução para as
últimas chacinas que ocorreram no Estado do Pará, inclusive as investigações sobre
o caso de Pau d'Arco.
Toda a população do Pará está apreensiva para saber como se deu aquela
chacina que vitimou 10 trabalhadores, sendo 9 homens e 1 mulher, no Município de
Pau D'Arco, no interior do Pará.
Muito obrigado, Sr. Presidente, pela atenção e pela gentileza.
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pereira) - Muito obrigado, Deputado Arnaldo
Jordy, do PPS do Pará.
PRONUNCIAMENTOS ENCAMINHADOS PELO ORADOR
Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, na esteira dos escândalos de
corrupção que emergiram com várias investigações e operações do Ministério
Público e da Polícia Federal, como a Lava-Jato, o País foi novamente sacudido nos
últimos dias por uma entrevista do empresário Joesley Batista a uma revista de
circulação nacional, na qual ele reafirma todas as suas acusações contra o
presidente Temer já relatadas em gravação feitas pelo empresário e contra boa
parte da classe política nacional, como dirigentes do Partido dos Trabalhadores e
Aécio Neves, ex-Presidente do PSDB.
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Com todas as letras, Joesley afirma na entrevista, que “Temer é o chefe da
quadrilha mais perigosa do Brasil”, que o atual Presidente do País “não tinha
cerimônias para pedir dinheiro” e que o ex-Presidente da Câmara, Eduardo Cunha,
do PMDB do Rio de Janeiro, cobrava propina em nome de Temer.
Ainda na entrevista, Joesley afirma e explica por que considera que o Partido
dos Trabalhadores teria institucionalizado a corrupção no País e narra ações
promovidas por Aécio Neves em um verdadeiro leilão para conseguir apoio de
partidos na eleição de 2014.
É só mais um capítulo da esdrúxula situação em que o País se encontra, na
qual o cidadão é envolto por narrativas de corrupção que beiram o surrealismo, de
tão escancaradas e escrachadas que são. E a cada dia novos escândalos são
revelados, atingindo agora não só os mais altos escalões da República, mas
também Governos Estaduais e Municipais.
Bilhões de reais com origem nos impostos pagos pelos brasileiros são
negociados com empresários através de estatais, bancos de fomento e contratos
fraudados, destinados a partidos e dirigentes partidários, um vertedouro de recursos
que não tem limites.
Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, o País teria perdido, em apenas 4
anos, mais de 123 bilhões de reais em ações de organizações criminosas dentro da
máquina pública, reforçando os dados divulgados pelo Programa das Nações
Unidas para o Desenvolvimento da ONU, que apontam que o Brasil perde 200
bilhões de reais ao ano com esquemas de corrupção, o que colabora diretamente
para a crônica desigualdade social brasileira.
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Em nome do PPS, reafirmamos o que todo brasileiro deseja: o fim da
corrupção e da impunidade. E que as investigações em curso levem à punição
exemplar de todos aqueles que forem flagrados em atos de corrupção. É o momento
de colocarmos um basta nesta “corrupção institucionalizada” que conhecemos. Para
tanto, não há mágica. Devemos seguir os preceitos constitucionais, apoiando e
confiando nas instituições que estão levando a cabo as investigações que estão
desnudando e estampando no noticiário policial verdadeiros medalhões da política
nacional.
É tempo de mudanças, doa a quem doer. O Brasil que emergirá desse mar de
lama será muito melhor para seus cidadãos.
Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente.
Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, em 11 de junho último, completaram-
se 30 anos da morte de Paulo César Fonteles de Lima, o advogado, o militante, o
defensor dos direitos humanos e companheiro Paulo Fonteles.
Brutalmente assassinado no centro da Capital paraense, Belém, Paulo
Fonteles é o símbolo da resistência do pequeno agricultor contra o grande latifúndio
e a grilagem empresarial praticada desde o Brasil Colônia.
Nem mesmo a solidificação das instituições no País, dentre elas a Justiça, foi
capaz de levar seus algozes — mandantes e assassinos — a responder pelo
hediondo crime perante a lei e a sociedade.
A vida de luta de Paulo Fonteles atravessou mais de 3 décadas de
compromissos com questões relacionadas aos temas mais importantes do País, tais
como a consolidação da democracia, as liberdades políticas e a reforma agrária.
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Paulo foi o primeiro Presidente da Sociedade Paraense de Defesa dos
Direitos Humanos — SDDH. E, nesse ambiente, em 1978, colocou-se à disposição
da Comissão Pastoral da Terra — CPT para advogar para os camponeses do sul do
Pará.
Em 1982, foi eleito Deputado Estadual e, durante sua atuação parlamentar, foi
constantemente ameaçado, o que o levou por diversas vezes a denunciar da tribuna
da Assembleia Legislativa do Pará as macabras listas de marcados para morrer
onde figurava e da qual foi vítima.
Paulo Fonteles sempre será lembrado, ainda mais quando neste momento de
recrudescimento da violência no campo e contra povos nativos, em todo o País,
principalmente no Pará, com as tentativas de criminalização dos movimentos sociais
praticadas pelos poderosos de plantão.
E é em nome do companheiro Paulo Fonteles, em nome de sua luta e
daqueles que ele sempre defendeu, que novamente pedimos às autoridades que
reforcem e agilizem as investigações das recentes mortes no campo, para que
crimes que ceifaram a vida de tantos defensores do direito à terra e à liberdade,
como Paulo, não continuem acontecendo.
Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente.
Durante o discurso do Sr. Arnaldo Jordy, o Sr. Hildo
Rocha, nos termos do § 2º do art. 18 do Regimento
Interno, deixa a cadeira da Presidência, que é ocupada
pelo Sr. Mauro Pereira, nos termos do § 2º do art. 18 do
Regimento Interno.
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O SR. PRESIDENTE (Mauro Pereira) - Passo a palavra agora ao Deputado
Luiz Couto, do Partido dos Trabalhadores da Paraíba, pelo tempo de 3 minutos.
O SR. LUIZ COUTO (PT-PB. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, transcorridos 13 meses do golpe que
levou Michel Temer à Presidência da República, o Brasil afunda numa grave crise
política e econômica e, a todo o momento, é atormentado por novas denúncias de
corrupção.
Ninguém mais tem dúvidas de que só sairemos desse atoleiro com eleições
diretas que restaurem a normalidade democrática, brutalmente interrompida pelo
impeachment da Presidenta Dilma Rousseff.
O balanço do Governo Temer é péssimo. Todas as medidas importantes que
adotou ou que pretende adotar, com a conivência do Congresso Nacional, são
contrárias aos interesses da maioria da população, ou seja, da Nação brasileira.
O teto para os gastos públicos condena o País a passar 20 anos sem crescer,
e a maioria do nosso povo, especialmente dos mais pobres.
A projetada reforma da Previdência praticamente acabará com o sistema
público de aposentadoria, beneficiando o setor privado, em prejuízo dos
trabalhadores.
A reforma trabalhista, que esta Casa aprovou contra o nosso voto, elimina
conquistas importantes obtidas em muitos anos de luta.
Enquanto isso, a economia, que os golpistas prometiam reativar logo após a
queda de Dilma, continua quase paralisada. Mais de 14 milhões de brasileiros estão
desempregados.
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Até os muito otimistas reconhecem que o ligeiro crescimento do Produto
Interno Bruto no primeiro trimestre foi ocasional e que a tendência para o ano é de
estagnação.
Quase 60% das famílias têm dívidas em atraso.
Talvez os brasileiros ainda se conformassem com os sacrifícios a que estão
sendo submetidos se o Presidente e o Governo lhes inspirassem alguma confiança.
Mas é justamente o contrário, pois os escândalos se sucedem, os desmentidos não
se sustentam e as desculpas são cada vez mais esfarrapadas.
Vários Ministros caíram por envolvimento em casos de corrupção; outros
permanecem no Governo, mas cercados de acusações. Quatro assessores
especiais do Presidente já deixaram os cargos, e dois deles foram presos.
Contra o próprio Temer, as denúncias vêm num crescendo.
Primeiro foi citado nas delações da Odebrecht por ter avalizado o recebimento
de propinas, depois apareceu nas gravações do dono da Friboi em possível ato de
obstrução da justiça, bem como no caso do dinheiro da mala do ex-Deputado
Rodrigo Rocha Loures, que seria para Temer assegurar uma aposentadoria a partir
de 500 mil reais. Agora, a imprensa noticia que ele teria determinado represálias
contra a JBS e investigações da Agência Brasileira de Inteligência sobre o Ministro
Relator da Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal.
Um Presidente da República não pode agir dessa maneira! Um Governo não
pode estar permanentemente exposto à revelação de condutas criminosas dele e de
seus Ministros!
Temer e sua equipe não têm a confiança da população porque não a
merecem.
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O Brasil precisa de novos dirigentes, eleitos em eleições diretas democráticas
pelo povo, que desfaçam os absurdos praticados nesses últimos 13 meses e
recuperem a credibilidade do País.
Solicito que seja dada a devida publicidade deste pronunciamento nos meios
de comunicação da Casa, inclusive no programa A Voz do Brasil.
Era o que tinha a dizer. Muito obrigado.
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pereira) - Obrigado, Deputado Luiz Couto, do
Partido dos Trabalhadores da Paraíba.
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O SR. PRESIDENTE (Mauro Pereira) - Concedo a palavra ao Deputado João
Daniel, do Partido dos Trabalhadores de Sergipe.
O SR. JOÃO DANIEL (PT-SE. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente Mauro Pereira, Deputado Padre Luiz Couto, Srs. Deputados e aqueles
que nos acompanham neste momento pela TV Câmara, pelas redes sociais e pela
Rádio Câmara, na última sexta-feira nós acompanhamos um ato violento na Capital
do Rio Grande do Sul, Porto Alegre. Queremos levar a mais alta solidariedade ao
Deputado Estadual Presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia
Legislativa do Rio Grande do Sul, Jeferson Fernandes, que foi agredido e preso pela
Polícia Militar do Estado do Rio Grande do Sul, mesmo sendo um Parlamentar.
Houve agressão à Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul e também a famílias
sem-teto, uma violência que nós não podemos admitir.
Parabéns à Frente Brasil Popular, à Via Campesina e a movimentos sociais
que fizeram, na última segunda-feira, dia 19, em Belém, um ato em defesa da vida,
contra a violência e os massacres que têm havido, especialmente este recente ato
criminoso ocorrido em Pau d’Arco, onde nove trabalhadores e uma trabalhadora
rural foram assassinados.
Na manhã de hoje nós ouvimos, Deputado Luiz Couto, aqui na Câmara,
jovens índios da etnia guarani-kaiowá fazendo denúncias gravíssimas sobre o
Estado brasileiro, que vem acompanhando e não vem fazendo nada contra o que
vem sendo feito aos índios, às crianças. Há denúncias inclusive de que, em
hospitais da região, índios internados com qualquer doença saem de lá mortos, com
os órgãos retirados. Há denúncias de acidentes em beiras de rodovias, de
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assassinatos de índios, de massacres. Os índios guarani-kaiowás têm a nossa
solidariedade. É preciso que esta Casa também lhes dê total apoio.
E, nesta tarde, na Comissão de Direitos Humanos, ouvimos representantes
do Brasil inteiro sobre a violência nas manifestações. O Brasil não pode ficar em
estado de exceção. É preciso que os Governos Estaduais e Federal saibam que a
democracia é uma conquista do povo brasileiro. Nós não podemos aceitar violência
em lugar nenhum em nosso País.
Para encerrar, Sr. Presidente, eu gostaria que fosse dado como lido e
divulgado o nosso pronunciamento em favor do nosso querido Município de
Aquidabã, que realizou no último sábado a 49ª edição de uma festa conhecida no
Nordeste inteiro, o Casamento do Matuto. Milhares de pessoas, milhares de jovens,
de Aquidabã a Cruz Grande, participaram de uma festa bonita, de uma festa da
tradição junina.
Parabéns ao povo de Aquidabã! Parabéns a todos os organizadores da festa
e ao Prefeito Dr. Mário, que já formulou diversos programas e os colocou em
funcionamento, além de ter adquirido uma frota de viaturas novas — ambulâncias,
ônibus, carros. O Prefeito Dr. Mário faz uma grande administração no Município de
Aquidabã.
Parabéns, Dr. Mário! Parabéns, Dr. João Feitosa, Diretor do nosso hospital
querido, que tem feito um grande trabalho por Aquidabã e região! E parabéns a
todos os Vereadores e à população de Aquidabã!
Solicito que meu pronunciamento seja divulgado no programa A Voz do
Brasil.
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PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR
Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, ocupo esta tribuna para registrar a
realização do 49º Casamento do Matuto, nos dias 16 e 17 de junho, na cidade de
Aquidabã, Estado de Sergipe. Nós queremos saudar toda a população da cidade e
os organizadores Tiririca e Dr. João Feitosa, além de todos os apoiadores. Saúdo
também o Prefeito Municipal Dr. Mário, o Deputado Estadual Francisco Gualberto, o
Dr. João Feitosa, os artistas, os cavaleiros e as amazonas e todas as pessoas que
fizeram acontecer essa importante festa, que orgulha e engrandece o Município e o
Estado de Sergipe.
O Casamento do Matuto é uma festa tradicional do Município de Aquidabã e
teve seu início no ano de 1963, pelo Presidente da extinta Associação Litero
Recreativa de Aquidabã, da época o Sr. Marciano Dias Ciano, que reuniu um grupo
de moradores da cidade e em cortejo com cavalos e carroças se dirigiu ao povoado
de Cruz Grande, onde aconteceria o tradicional forró de pé de serra. Em seguida, no
retorno à cidade de Aquidabã, ocorreria a encenação do casamento caipira no clube.
Com o passar do tempo, foi aumentando a participação da população, e a
encenação passou a ser realizada em frente ao antigo mercado, na praça central.
No final dos anos 80, a festa já tomava grande proporção, mas, infelizmente,
foi extinto o casamento caipira nos anos 90. Hoje esse evento cultural recebe
milhares de cavaleiros e amazonas, carroças e outros meios de transporte. O
cortejo é puxado por trio elétrico, e ocorrem apresentações de bandas no Povoado
Cruz Grande até o término do evento. E graças ao diretor municipal de cultura, o
Prof. Albertinho, o tradicional casamento caipira foi resgatado.
Muito obrigado.
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O SR. PRESIDENTE (Mauro Pereira) - Muito obrigado, Deputado João
Daniel, do Partido dos Trabalhadores de Sergipe.
Com certeza, nossa equipe competente da Rádio Câmara e da TV Câmara
dará divulgação ao trabalho de V.Exa. e ao dos demais Deputados e Deputadas
desta Casa.
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O SR. PRESIDENTE (Mauro Pereira) - Convido agora para fazer uso da
palavra o Deputado Raimundo Gomes de Matos, do PSDB do Ceará, pelo tempo
regimental de 3 minutos.
O SR. RAIMUNDO GOMES DE MATOS (PSDB-CE. Pela ordem. Sem
revisão do orador.) - Sr. Presidente, nobres Parlamentares e telespectadores da TV
Câmara, solicito divulgação nos órgãos de imprensa desta Casa de pronunciamento
que faço para registrar os 253 anos do Município do Crato.
O Município do Crato integra a Região Metropolitana do Cariri, composta por
Crato, Juazeiro e Barbalha, cujo potencial econômico e cultural vem desenvolvendo
toda a região do Cariri. Na data de hoje, Crato completa seus 253 anos.
O Município do Crato é conhecido popularmente como “Cratinho de Açúcar”,
pela hospitalidade e pelo carinho que a população tem com todos que o visitam. Ele
também é chamado por alguns de “Oásis do Sertão”.
O Município do Crato tem hoje aproximadamente 130 mil habitantes. Vários
projetos vêm sendo desenvolvidos no Município, não só de infraestrutura, mas de
fortalecimento da saúde, da educação, da cultura. Inclusive há um potencial
relacionado ao aspecto cultural daquele Município.
Neste momento, nós queremos cumprimentar os Poderes Executivo e
Legislativo, as entidades de classe, a imprensa e todos os que fazem do Município
de Crato um exemplo para os Municípios do Ceará e dos demais Estados.
Crato é também bastante conhecido pelo seu potencial na área do
agronegócio, tanto que há vários anos é realizada a grande Exposição Agropecuária
do Crato, que fortalece toda a economia do Município.
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Vale ressaltar que Cícero Romão Batista, o Padre Cícero, deixou um grande
potencial religioso na região, através de Juazeiro do Norte. Ele era natural do
Município do Crato e foi reconhecido pelo Vaticano como um grande sacerdote da
época. Padre Cícero realizou também várias ações no sentido de dinamizar e
fortalecer a economia e promoveu algumas mobilizações até revolucionárias.
O Crato também é berço de Martins Filho, que foi praticamente o pai das
universidades no Estado do Ceará e na região. Há pouco tempo, o Município perdeu
também um grande artista plástico, o Sérvulo Esmeraldo.
Saliento outra figura histórica da região: Bárbara de Alencar, que foi heroína
da República. Seus filhos, Tristão Gonçalves e José Martiniano de Alencar, deram
grande contribuição para o fortalecimento das lutas pela independência e pela
democracia.
O meu pai é natural do Crato. Nós temos familiares naquela cidade. Eu sou
natural de Maranguape, na Região Metropolitana de Fortaleza, mas nós temos, em
virtude de todo esse vínculo com a Região Metropolitana do Cariri, o compromisso-
político administrativo de apoiar o Município do Crato através do nosso trabalho em
várias áreas.
Infelizmente, devido a minha vinda para cá, não pude participar hoje das
festividades do Município, mas deixo o meu abraço fraterno a todos os nossos
amigos cratenses. Que nós possamos ter, acima de tudo, o fortalecimento dessa
região.
Na próxima semana iremos ao Cariri visitar as obras da Transnordestina. Na
data de ontem, o Presidente em exercício Rodrigo Maia assinou, juntamente com o
Ministro Helder Barbalho e o Presidente do Congresso Nacional Eunício Oliveira, a
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destinação de 500 milhões de reais de recursos para outra obra também
estruturante, que é a transposição das águas do Rio São Francisco. Foi oficializado
já o reinício dessas obras.
E nós vamos pedir à Presidência para colocar em votação a criação da Zona
Franca do Semiárido do Nordeste. Quando foi fechado aquele compromisso de
prorrogar por mais 50 anos a Zona Franca de Manaus, na Região Norte, ficou
garantido que faríamos esse estudo da Zona Franca do Semiárido do Nordeste, a
ser criada no Cariri. Então, existem essas pautas aqui.
Também no Senado, junto com o Senador Tasso Jereissati, o Senador José
Pimentel e o Senador Eunício Oliveira, nós iremos fazer com que a Zona Franca do
Semiárido do Nordeste possa se fortalecer, e, automaticamente, fortalecer toda a
região do Cariri, que tem ligações diretas com o Piauí, tem ligações diretas com
Pernambuco, tem ligações bastante estreitas com todas as áreas.
E, a partir da Transnordestina, da transposição das águas do Rio São
Francisco e desse projeto da Zona Franca do Semiárido do Nordeste, que nós
tivemos a oportunidade de relatar, com certeza nós teremos um novo Nordeste. Nós
precisamos fortalecer cada vez mais essa política de apoio ao Nordeste.
O Presidente Michel Temer tem dado todo o apoio relativamente aos recursos
necessários para nós levarmos essas obras à frente, principalmente a da
transposição. Quanto à Transnordestina, o Presidente Michel Temer solicitou que
nós, através dessa nossa Comissão, pudéssemos acelerar a elaboração de um novo
modelo de projeto para ela, porque é justamente isso que vai garantir o
desenvolvimento do nosso País.
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A Câmara Federal e o Senado Federal estão cumprindo a sua missão. Nós
vamos ter que levar à frente várias propostas para viabilizar o País
economicamente, fazendo a votação especificamente das reformas, a fim de que
nós possamos dar perspectiva para que os Prefeitos, os Vice-Prefeitos, os
Vereadores, as lideranças e os empresários possam trazer investimentos —
investimentos não só nacionais, mas também internacionais.
Para concluir, Sr. Presidente, na próxima sexta-feira nós levaremos o
Embaixador da Coreia ao Ceará para que ele possa ver o potencial do Estado, até
porque os coreanos têm feito nele um grande investimento: a siderúrgica, que vem
gerando aumento no nosso PIB. Então, a presença do Embaixador da Coreia no
Estado do Ceará, lado a lado com o nosso Ministro do Trabalho, ajudará a fortalecer
a economia do Nordeste, especialmente do Ceará.
Muito obrigado.
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pereira) - Muito obrigado, Deputado Raimundo
Gomes de Matos, do PSDB do Ceará. Parabenizo V.Exa. pelo trabalho.
PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR
Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, solicito que seja divulgado nos órgãos
de comunicação desta Casa e no programa A Voz do Brasil o pronunciamento que
ora faço para registrar, com muita alegria, os 253 anos do Município do Crato, na
região do Cariri cearense.
Conhecido por alguns como “Oásis do Sertão” e por outros como “Cratinho de
Açúcar”, o Município do sul do Estado do Ceará, que forma a região do CRAJUBAR
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— juntamente com Juazeiro do Norte e Barbalha —, desponta como um dos mais
desenvolvidos do interior do Ceará.
Localizado no sopé da Chapada do Araripe, Crato situa-se em um
entroncamento rodoviário que liga os Estados do Ceará, Piauí, Paraíba e
Pernambuco, o que lhe garante papel preponderante no desenvolvimento da Região
Metropolitana do Cariri.
Pela localização privilegiada, o Município exerce função de centro comercial
de produtos agropecuários, onde se destaca a famosa, nacionalmente, Exposição
Agropecuária do Crato — EXPOCRATO.
Abrindo um parêntese, Sr. Presidente, convido a todos aqui presentes e os
que nos acompanham pela TV Câmara e redes sociais para comparecerem à
EXPOCRATO, que acontece entre os dias 9 e 16 de julho próximo.
Além de grandes feiras, o Município do Crato destaca-se, também, na
educação e na cultura. O Município é sede de instituições que fazem parte da
formação escolar de grandes homens e mulheres que se destacaram no Ceará e no
Brasil.
Seguindo essa tradição, a cidade abriga, atualmente, faculdades, centros
universitários e universidades, além de bibliotecas, centros culturais, museus e
teatros.
Não é à toa, Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, que o Município do Crato
é berço de muitos dos filhos ilustres do Ceará, entre os quais destaco apenas três,
entre tantos outros: o maior líder religioso popular do Nordeste, Padre Cícero Romão
Batista; o pai das universidades cearenses, professor Martins Filho; e o também
imortal artista plástico Sérvulo Esmeraldo.
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Com seus quase 130 mil habitantes, o Município do Crato, como todo
Município de médio porte em nível de Ceará, sofre a pressão por demandas cada
vez mais audaciosas em várias áreas, quer na área da segurança pública e
educação, quer na área da saúde e abastecimento de água.
Sobre esse último item, Sr. Presidente, registro nossos esforços para garantir,
para a atual e futuras gerações, condições mais dignas de acesso a água, através
da ampliação do sistema de abastecimento.
Serão investidos quase 50 milhões de reais, já garantidos junto ao Ministério
das Cidades, através da Caixa Econômica Federal. Reforço que a operação já está
contratada, com vigência a partir de dezembro de 2018.
Conquistas assim, Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, são o mínimo que
podemos oferecer em nossa atuação parlamentar junto a um Município tão querido e
respeitado.
Finalizo reforçando meus laços de amizade com todos aqueles que trabalham
no dia a dia para fazer do Município do Crato um lugar cada vez mais digno para se
viver.
Meus parabéns extensivos aos membros dos poderes Executivo e Legislativo
do Município do Crato, que não estão medindo esforços para a realização, com
muito sucesso, da Semana do Município.
Muito obrigado, Sr. Presidente.
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O SR. PRESIDENTE (Mauro Pereira) - Antes de encerrar a sessão, gostaria
de dizer à sociedade brasileira que o Presidente desta Casa, Deputado Rodrigo
Maia, está como Presidente interino do Brasil desde segunda-feira — ele vem
trabalhando, os projetos estão em andamento, os recursos estão sendo liberados —
e permanecerá na Presidência da República até o próximo sábado.
Quero parabenizar o nosso Presidente Rodrigo Maia e desejar-lhe sucesso e
boa sorte até sábado. Se Deus quiser, as coisas vão melhorar no Brasil. Nós
estamos trabalhando aqui para que isso aconteça.
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VII - ENCERRAMENTO
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pereira) - Nada mais havendo a tratar, vou
encerrar a sessão.
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O SR. PRESIDENTE (Mauro Pereira) - Encerro a sessão, convocando
Sessão Não Deliberativa de Debates para amanhã, quinta-feira, dia 22 de junho, às
14 horas.
Lembro ainda que haverá Sessão Não Deliberativa Solene amanhã, quinta-
feira, dia 22 de junho, às 10 horas, em Homenagem ao Dia Nacional de Luta contra
a Esclerose Lateral Amiotrófica — ELA.