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DEPARTAMENTO DE TAQUIGRAFIA, REVISÃO E REDAÇÃO SESSÃO: 165.3.55.O DATA: 21/06/17 TURNO: Vespertino TIPO DA SESSÃO: Não Deliberativa de Debates - CD LOCAL: Plenário Principal - CD INÍCIO: 14h TÉRMINO: 18h DISCURSOS RETIRADOS PELO ORADOR PARA REVISÃO Hora Fase Orador 16:18 CP PAES LANDIM Obs.:

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DEPARTAMENTO DE TAQUIGRAFIA, REVISÃO E REDAÇÃO

SESSÃO: 165.3.55.O

DATA: 21/06/17

TURNO: Vespertino

TIPO DA SESSÃO: Não Deliberativa de

Debates - CD

LOCAL: Plenário Principal - CD

INÍCIO: 14h

TÉRMINO: 18h DISCURSOS RETIRADOS PELO ORADOR PARA REVISÃO Hora Fase Orador 16:18 CP PAES LANDIM

Obs.:

Ata da 165ª Sessão da Câmara dos Deputados, Não Deliberativa de

Debates, Vespertina, da 3ª Sessão Legislativa Ordinária, da 55ª Legislatura,

em 21 de junho de 2017.

Presidência dos Srs.:

Gonzaga Patriota, Leonardo Monteiro, Mauro

Pereira, Hildo Rocha, nos termos do § 2º do

artigo 18 do Regimento Interno.

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 165.3.55.O Tipo: Não Deliberativa de Debates - CD Data: 21/06/2017 Montagem: 5199

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I - ABERTURA DA SESSÃO

O SR. PRESIDENTE (Gonzaga Patriota) - Havendo número regimental,

declaro aberta a sessão.

Sob a proteção de Deus e em nome do povo brasileiro iniciamos nossos

trabalhos.

O Sr. Secretário procederá à leitura da ata da sessão anterior.

II - LEITURA DA ATA

O Sr. Professor Victório Galli, servindo como 2º Secretário, procede à leitura

da ata da sessão antecedente, a qual é, sem observações, aprovada.

III - EXPEDIENTE

(Não há expediente a ser lido)

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 165.3.55.O Tipo: Não Deliberativa de Debates - CD Data: 21/06/2017 Montagem: 5199

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O SR. PRESIDENTE (Gonzaga Patriota) - Passa-se ao

IV - PEQUENO EXPEDIENTE

Dando início aos trabalhos, para que as Sras. e os Srs. Deputados possam

fazer o encaminhamento dos seus pronunciamentos, concedo a palavra ao grande

Deputado paraibano Luiz Couto.

V.Exa. disporá do tempo regimental.

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O SR. LUIZ COUTO (PT-PB. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras.

e Srs. Deputados, todos nós temos um histórico de vida, histórico esse que

influencia gerações e dá combustível para o amanhã nascer de novo.

Hoje, eu gostaria de homenagear um grande homem, aliás, um grande

influenciador de gerações. Esse homem é meu tio Martins Pereira de Couto. Ele era

o único irmão ainda vivo do meu pai, Antônio Joaquim de Couto, e faleceu no ultimo

dia 16 de junho de 2017. Nascido em Campina Grande, na Paraíba, em 15 de

outubro de 1921, foi o patriarca de uma bela e numerosa família. Ao longo dos seus

95 anos, teve 9 filhos, 17 netos e 7 bisnetos.

Casado com D. Elza Neves de Couto desde 1950, foi um dos pioneiros da

Capital Federal, aonde chegou em 1957 para trabalhar como mestre de obras.

Participou da construção de quase todos os edifícios da Esplanada dos

Ministérios, da Universidade de Brasília, do antigo estádio Mané Garrincha. Prédios

residenciais na Asa Sul e em Taguatinga foram erguidos com o suor e a dedicação

do Paraíba, como era chamado por alguns colegas de trabalho na época da

construção de Brasília.

Com um histórico de garra e perseverança, Seu Martins foi testemunha de

grandes acontecimentos da Nação e percorreu o País erguendo construções no Rio

de Janeiro, São Paulo, Mato Grosso, Goiás e Rio Grande do Sul.

Era um amante da literatura. Consumiu livros até os últimos dias de sua vida

e gostava de ficar a par das notícias por meio de revistas semanais.

No ano passado, deixou registrado em documentário seu testemunho sobre a

participação dos pioneiros na construção de Brasília, filme este que será lançado em

breve nos cinemas.

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Sr. Presidente, eu queria dizer do orgulho que tenho de ter Martins Pereira de

Couto como tio. A sua presença permanece viva na história de Brasília, da Paraíba e

de muitas cidades por onde passou. A união, a garra e a determinação deste

humilde mestre de obras demonstram que o nosso grande desafio, até para que

saibamos honrar os que nos antecederam, é construir, a partir de agora, um novo

período de desenvolvimento nacional, cujo o marco na história deste País é a

dedicação de vários “Martins” na sociedade.

Nossas condolências à sua esposa e aos demais familiares. Que Deus, na

sua infinita misericórdia, acolha-o na sua glória e fortaleça os familiares neste

momento de dor e sofrimento, mas com a plena certeza de que ele cumpriu bem sua

missão na terra e de que receberá a coroa da justiça que é dada por Deus.

Sr. Presidente, peço a V.Exa. a divulgação desta homenagem que faço ao

meu tio Martins Pereira de Couto, falecido no último dia 16, nos meios de

comunicação da Casa e no programa A Voz do Brasil.

O SR. PRESIDENTE (Gonzaga Patriota) - O pedido de V.Exa. será atendido.

PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, todos nós temos um histórico de vida.

Histórico este que influencia gerações e dá combustível para o amanhã nascer de

novo.

Hoje, eu gostaria de homenagear um grande homem, aliás um grande

influenciador de gerações. Este homem é meu tio Martins Pereira de Couto. Ele era

o único irmão ainda vivo do meu pai, Antônio Joaquim de Couto, e faleceu no ultimo

dia 16 de junho de 2017. Nascido em Campina Grande, na Paraíba, em 15 de

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outubro de 1921, foi o patriarca de uma bela e numerosa família. Ao longo dos seus

95 anos teve 9 filhos, 17 netos e 7 bisnetos.

Casado com D. Elza Neves de Couto desde 1950, foi um dos pioneiros da

Capital Federal, aonde chegou em 1957 para trabalhar como mestre de obras.

Participou da construção de quase todos os edifícios na Esplanada dos

Ministérios, na Universidade de Brasília, o antigo estádio Mané Garrincha. Prédios

residenciais na Asa Sul e em Taguatinga foram erguidos com o suor e a dedicação

do Paraíba, como era chamado por alguns colegas de trabalho na época da

construção de Brasília.

Com um histórico de garra e perseverança, Seu Martins foi testemunha de

grandes acontecimentos da Nação e percorreu o País erguendo construções no Rio

de Janeiro, São Paulo, Mato Grosso, Goiás e Rio Grande do Sul.

Era um amante da literatura. Consumiu livros até os últimos dias de sua vida

e gostava de ficar a par das notícias por meio das revistas semanais.

No ano passado, deixou registrado em documentário seu testemunho sobre a

participação dos pioneiros na construção de Brasília, filme este que será lançado em

breve nos cinemas.

Com a idade já avançada, batizou-se na Igreja Memorial Batista, do Plano

Piloto, e tornou-se membro da Igreja Batista Sião, de Taguatinga.

Aos 94 anos, realizou um antigo sonho de D. Elza, ao se casar em cerimônia

religiosa com a mulher que foi sua grande companheira de vida.

Como era seu desejo e para orgulho de familiares e amigos, foi sepultado na

Ala dos Pioneiros do Cemitério Campo da Esperança, no último dia 17 de junho.

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Estou certo, Sr. Presidente, de que a vida do meu tio Martins é a presença

viva da história de Brasília, da Paraíba e de muitas cidades por onde passou. A

união, a garra e a determinação deste humilde mestre de obras demonstram que o

nosso grande desafio, até para que saibamos honrar os que nos antecederam, é

construir, a partir de agora, um novo período de desenvolvimento nacional, cujo o

marco na história deste País é a dedicação de vários “Martins” na sociedade.

Nossas condolências à sua esposa e aos demais familiares. Que Deus na

sua infinita misericórdia, acolha-o na sua glória e fortaleça os familiares neste

momento de dor e sofrimento, mas com a plena certeza de que ele cumpriu bem sua

missão na Terra e que receberá a coroa da justiça que é dada por Deus.

Era o que tinha a dizer.

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O SR. PRESIDENTE (Gonzaga Patriota) - Concedo a palavra ao Deputado

Givaldo Vieira, do Espírito Santo.

O SR. GIVALDO VIEIRA (PT-ES. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente,

Sras. e Srs. Deputados, registro a minha visita à cidade de Piúma, no litoral sul do

Espírito Santo. É uma cidade importante, composta de uma gente trabalhadora e

muito acolhedora, e exerce atrativo turístico no nosso Estado.

Lá me reuni com as lideranças da pesca, com o Presidente da Colônia de

Pesca, Mauro, com o Vereador Negão da Colônia e com o Vereador Jonas da

Saúde. Conversamos sobre a necessidade de apoio aos pescadores locais. Fizemos

ainda uma visita ao Rio Piúma, que desagua naquela cidade. O rio está assoreado,

as embarcações não conseguem mais penetrar e se deslocar do rio para o mar e

vice-versa. Isso tem provocado enorme prejuízo àquela gente.

Portanto, faço coro à luta do Vereador Negão da Colônia e dos pescadores de

Piúma para que o Governo do Estado do Espírito Santo conclua o projeto de

recuperação do Rio Piúma, a fim de fazer o desassoreamento e a reconstrução do

píer. Assim, esse rio voltará a ser um importante entreposto da pesca capixaba e vai

possibilitar a manutenção das famílias dos pescadores com a geração de renda.

Obrigado, Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Gonzaga Patriota) - O pronunciamento de V.Exa. será

divulgado nos termos regimentais.

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O SR. PRESIDENTE (Gonzaga Patriota) - Tem a palavra o eminente

Deputado Leonardo Monteiro, pelo tempo regimental.

O SR. LEONARDO MONTEIRO (PT-MG. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, eu quero cumprimentar todos os pares, especialmente V.Exa., que está

presidindo a nossa sessão.

Queria neste momento registrar a vitória importante que tivemos esta semana

no Senado Federal: por 10 a 9, derrotamos a proposta da reforma trabalhista do

Governo Michel Temer, um governo sem voto, ilegítimo.

Foi uma vitória da classe trabalhadora, uma vitória do nosso País contra a

proposta que pretende desorganizar a relação capital-trabalho, derrubando

conquistas importantes da classe trabalhadora.

Nós esperamos agora derrotar essa proposta também na Comissão de

Constituição e Justiça, para que possamos definitivamente comemorar a vitória da

classe trabalhadora aqui no Congresso Nacional.

Espero que possamos nos mobilizar para, no dia 30, fazermos uma grande

paralisação neste País, uma greve geral, para apontarmos novos rumos para o

nosso País.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Gonzaga Patriota) - O pronunciamento de V.Exa. será

divulgado nos termos regimentais.

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O SR. PRESIDENTE (Gonzaga Patriota) - Com a palavra o Deputado

Professor Victório Galli, do Mato Grosso.

O SR. PROFESSOR VICTÓRIO GALLI (PSC-MT. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, compareço a esta tribuna para, em poucas palavras, enviar meus

sinceros cumprimentos a duas companhias aéreas que conquistaram posição de

destaque no cenário internacional.

Faço referência às companhias Azul e Avianca. Ambas alcançaram

resultados invejáveis.

Segundo o site de economia do UOL, em matéria veiculada neste 20 de junho

do corrente ano, a empresa aérea Avianca foi eleita a melhor empresa aérea da

América do Sul pelo “Oscar” da aviação, Skytrax World Airline Awards — SWAA. No

ranking das maiores empresas do mundo, a Avianca subiu seis posições,

alcançando o 50º lugar.

Não menos importante, a empresa Azul Linhas Aéreas Brasileiras obteve o

prêmio de melhor companhia aérea de baixo custo da América Latina. A Azul

encontra-se atualmente no 52º lugar no rol das maiores companhias aéreas do

mundo, ao subir três colocações em relação ao ranking anterior.

A Azul tornou-se importante parceira de Mato Grosso ao disponibilizar

diversos voos regulares, contribuindo para o desenvolvimento do nosso Estado, o

que muito nos envaidece. Inclusive, recentemente foram inaugurados voos em Barra

do Garça.

Sr. Presidente, isso nos dá a certeza da recuperação de nossa economia.

Essas empresas estão investindo seus capitais em nosso País e obtendo um retorno

compensador.

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Não há em minha fala, Sr. Presidente, qualquer intenção de fazer propaganda

para empresa A, B ou C, mas, sim, de evidenciar o crescimento de companhias que

empregam seu capital no Brasil, que geram empregos e prestam um serviço de

qualidade.

A originariamente colombiana Avianca e a brasileiríssima Azul fazem parte do

nosso cotidiano ao transportar, de norte ao sul deste País, o povo brasileiro.

Ao concluir, reitero os meus cumprimentos às companhias Avianca e Azul

pelas merecidas premiações recebidas.

Peço que o meu discurso seja veiculado pelos meios de comunicação da

Casa e no programa A Voz do Brasil.

O SR. PRESIDENTE (Gonzaga Patriota) - V.Exa. será atendido nos termos

regimentais.

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O SR. PRESIDENTE (Gonzaga Patriota) - Concedo a palavra ao eminente

Deputado Celso Maldaner, de Santa Catarina.

O SR. CELSO MALDANER (PMDB-SC. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente e demais colegas Parlamentares, ocupo esta tribuna para encaminhar

três pronunciamentos.

O primeiro deles diz respeito à edição do Fórum Mais Milho, que foi realizado

em Chapecó. O nosso grande problema em Santa Catarina hoje é que produzimos

apenas 50% das mais de 6 milhões de toneladas de milho que consumimos.

O segundo pronunciamento que quero encaminhar é que os três Estados do

Sul se uniram para garantir a sanidade nos pomares de maçã.

Na semana passada, os Secretários de Estado da Agricultura de Santa

Catarina, do Paraná e do Rio Grande do Sul criaram o Comitê Interestadual de

Sanidade da Pomicultura, fato de muita importância para os três Estados do Sul.

No terceiro pronunciamento, Sr. Presidente, eu gostaria de destacar que três

cidades catarinenses receberam recentemente em Brasília, do Ministério da Saúde,

o Prêmio InovaSUS, pelo desenvolvimento de projetos em gestão e melhorias nos

processos de atenção básica à saúde. O objetivo da premiação foi reconhecer,

incentivar e premiar projetos e experiências inovadoras no âmbito do Sistema Único

de Saúde — SUS.

Ao todo, há 20 trabalhos com temas relacionados à promoção da saúde do

trabalhador do SUS: a democratização das relações do trabalho no SUS; o combate

à discriminação no local do trabalho, com especial atenção às discriminações de

gênero, raça e etnias.

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Então, eu gostaria de agradecer a oportunidade e encaminhar esses três

pronunciamentos, Sr. Presidente, solicitando que sejam divulgados nos meios de

comunicação desta Casa.

O SR. PRESIDENTE (Gonzaga Patriota) - V.Exa. será atendido nos termos

regimentais.

PRONUNCIAMENTOS ENCAMINHADOS PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, eu gostaria de destacar a edição do

Fórum Mais Milho realizada em Chapecó na semana que passou, com palestras e

debates com especialistas sobre o equilíbrio entre a oferta e a demanda de milho na

Região Sul do País.

O evento foi uma oportunidade para lideranças, produtores e representantes

de agroindústrias, além de outros elos envolvidos na cadeia produtiva, discutirem os

desafios e oportunidades para o setor produtivo de grãos e de proteína animal.

Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Paraná são importantes produtores de

carnes e leite e, por isso, grandes consumidores de milho — 75% da ração animal é

composta pelo grão. Só o setor produtivo de carnes em Santa Catarina consome 6

milhões de toneladas de milho por ano e produz em média 3,2 milhões de toneladas

do cereal, ou seja, necessita do dobro da sua produção, por isso se torna o maior

comprador de milho do País.

Vale ressaltar que infraestrutura e armazenagem são os dois principais

gargalos na produção de milho no sul do País. Com uma produção cada vez maior

de milho, o Brasil caminha a passos largos para se tornar um grande exportador do

grão. Enquanto isso, Santa Catarina se consolida como grande produtor de carnes e

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um dos maiores importadores do grão. Além da falta do produto, a região sofre

também com o seu alto custo. Por isso, registro aqui a importância deste debate a

fim de encontrar soluções para não afetar o setor do agronegócio que alavanca a

economia do nosso País.

Muito obrigado.

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, eu gostaria de destacar que os três

Estados do Sul se uniram para garantir a sanidade nos pomares de maçã. Na

semana que passou, os Secretários de Estado da Agricultura de Santa Catarina, do

Paraná e do Rio Grande do Sul criaram o Comitê Interestadual de Sanidade da

Pomicultura.

A intenção do Comitê é propor medidas conjuntas para assegurar ações de

vigilância e defesa de pragas e doenças quarentenárias que afetam a pomicultura. A

principal preocupação dos produtores é erradicar o cancro europeu e manter a

região livre da Cydia pomonella.

Vale ressaltar que nosso Estado, através da Secretaria de Agricultura, já criou

uma força-tarefa, com visitas técnicas e palestras para os produtores para erradicar

o cancro europeu em seus pomares, e a intenção é expandir esse trabalho através

deste Comitê para todo o sul do País.

Os principais Estados brasileiros produtores de maçã são Santa Catarina e

Rio Grande do Sul, que juntos representam 94,9% da produção nacional e 94,4% da

área em produção. Santa Catarina participa com 46% da produção brasileira e 48%

da área em produção da fruta no País.

Muito obrigado.

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Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, eu gostaria de destacar que três

cidades catarinenses receberam recentemente em Brasília, do Ministério da Saúde,

o Prêmio InovaSUS, pelo desenvolvimento de projetos em gestão e melhorias nos

processos de atenção básica de saúde. O objetivo da premiação foi reconhecer,

incentivar e premiar projetos e experiências inovadoras no âmbito do Sistema Único

de Saúde — SUS.

Ao todo, há 20 trabalhos com temas relacionados à promoção da saúde do

trabalhador do SUS: a democratização das relações do trabalho no SUS; o combate

à discriminação no local do trabalho com especial atenção às discriminações de

gênero, raça e etnias; a desprecarização dos vínculos de trabalho no SUS; e a

valorização dos agentes de saúde e endemias. Entre os premiados, três são cidades

catarinenses: Palhoça, Florianópolis e Lages.

Trata-se de um importante reconhecimento, visto que as boas práticas devem

ser valorizadas sempre, como forma de incentivar a melhora contínua no

atendimento à população que depende do sistema público de saúde. Parabéns à

Santa Catarina por estar na lista! Precisamos avançar no projeto em mais

Municípios.

Muito obrigado.

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O SR. PRESIDENTE (Gonzaga Patriota) - Concedo a palavra ao Sr.

Deputado João Daniel, do PT de Sergipe.

O SR. JOÃO DANIEL (PT-SE. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente,

ontem, 20 de junho, foi o Dia Mundial dos Refugiados. Acompanhamos esse tema.

Queremos saudar todos os voluntários, as entidades, a Pastoral do Migrante,

que fazem esse grande trabalho no mundo inteiro diante de um mundo em que o

sistema capitalista, as grandes corporações das multinacionais e as guerras

financiadas pelo imperialismo fazem com que nações sejam destruídas e

comunidades e povos dizimados. E vimos como chegou há poucos dias ao Brasil

uma mulher que estava clandestina num navio que iria para o Canadá.

O mundo precisa construir uma sociedade solidária de justiça e de

reconhecimento dos povos e das suas pátrias. Não podemos aceitar que o

imperialismo continue fazendo o que fez no Iraque, no Afeganistão, na Líbia, em

todos os países onde há riquezas naturais, minerais, petróleo, e que vivem essas

ameaças.

Portanto, queremos registrar nossa solidariedade a todos os refugiados do

mundo inteiro. O nosso País registra nos últimos anos mais de 3.000% de aumento

no número de refugiados que querem ser reconhecidos e recebidos aqui.

Sr. Presidente, peço a V.Exa. que o meu pronunciamento seja divulgado nos

meios de comunicação da Casa, em especial no programa A Voz do Brasil.

Muito obrigado.

PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, em todo o mundo o Dia Mundial do

Refugiado, celebrado em 20 de junho, é uma oportunidade para celebrar a força, a

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coragem e a perseverança das pessoas que foram forçadas a deixar suas casas e

seus países por causa de guerras, perseguições e violações de direitos humanos,

em função de um capitalismo que promove a maior injustiça em todo o mundo.

O relatório da ONU Tendências Globais, que registra o deslocamento forçado

ao redor do mundo, de acordo com a Agência da ONU para Refugiados ACNUR,

aponta um total de 65,3 milhões de pessoas deslocadas por guerras e conflitos até o

final de 2015.

No Brasil, de acordo com Comitê Nacional para os Refugiados (CONARE),

órgão ligado ao Ministério da Justiça, as solicitações de refúgio cresceram 2.868%

nos últimos 5 anos.

Quais são as causas da atual crise migratória?

A causa imediata é o progressivo colapso de países inteiros do Oriente Médio

e da África árabe e negra sob o peso insustentável das guerras civis e de processos

de empobrecimento que estão em curso há anos.

Na Síria, hoje, segundo dados da ONU, são 7,6 milhões de evacuados (em

uma população de pouco mais de 20 milhões de habitantes); 80% da população

vivem em condições de pobreza; as principais cidades estão semidestruídas e as

principais atividades produtivas do país estão quase arruinadas.

No Iraque, um país que os Estados Unidos e a Europa estão devastando e

desagregando faz mais de 20 anos, de modo direto e indireto, a situação é

igualmente trágica. Para não falar da Líbia, da Palestina, do Iêmen e do Afeganistão.

Porém, vale ressaltar que o crescimento das migrações internacionais se

deve a causas estruturais de longo prazo, entre elas as desigualdades produzidas

pelo colonialismo e neocolonialismo, que têm dividido o mundo em países ricos e

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países pobres; a violenta pressão do capital e das multinacionais do agronegócio

sobre a agricultura dos países da Ásia, da África, da América Latina, que está

expulsando do campo enormes massas de camponeses pobres e trabalhadores

rurais; o endividamento forçado desses países e o desastre ecológico.

A crise que irrompeu em 2008 ampliou processos. Em vastas áreas do mundo

não se pode mais viver. É impossível ter uma vida digna. É por isso que massas

crescentes de trabalhadores e trabalhadoras são forçadas a emigrar.

Os governos da União Europeia fizeram vários encontros para decidir a

relocalização de 20 mil refugiados. Esse número é irrisório, em relação ao que

declarou a ex-Chanceler alemã Angela Merkel, dizendo que apenas a Alemanha

está preparada para acolher, em 2015, 800 mil refugiados (quatro vezes mais que

em 2014), podendo chegar a 1 milhão.

O que se vê é que os refugiados servem como mão de obra barata e vêm

resolver problemas para o futuro econômico de alguns países europeus: a falta de

mão de obra, inclusive de pessoal qualificado.

Não podemos esquecer que foi a intervenção europeia na Líbia que jogou o

país no caos. Foi o ataque dos Estados Unidos ao Iraque que criou as condições

para o surgimento do Estado Islâmico do Iraque. A guerra civil em curso na

República Centro-Africana não é apenas uma explosão do ódio étnico. França e

China estão lutando pelo controle dos recursos petrolíferos através de seus

procuradores.

É preciso que se veja que a exploração de recursos naturais no Congo é fonte

de conflitos internos que acontecem para se ter o acesso, o controle e o comércio de

minerais, entre eles o cobalto e o ouro.

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Cada um desses senhores da guerra está ligado pelos negócios com

empresas ou corporações estrangeiras que exploram as riquezas minerais da

região. A ironia é que muitos desses minerais são usados em produtos de alta

tecnologia, tais como laptops e telefones celulares.

Uma nova época do capitalismo global — e pode-se dizer que uma nova era

da escravidão também — está surgindo.

Os refugiados estão entrando na Europa apenas oferecendo-se para se tornar

força de trabalho precário, em muitos casos à custa dos trabalhadores locais, que

reagem a essa ameaça unindo-se a partidos político anti-imigrantes.

Esse modelo capitalista vem sendo implantado em todo o mundo, com um

xenofobismo absurdo e com uma intolerância e ódio que vêm criando personagens

populistas que incorporam essa visão de direita, elegendo governantes que apelam

para os sentimentos do povo, exacerbados pela mídia conservadora que lhes dão

cobertura.

No Brasil estamos vendo essa política entreguista crescendo rapidamente,

com o avanço do capital e com a derrocada de um Governo golpista que vem

cedendo espaços para esses avanços, com medidas que têm levado a perdas de

direitos de nosso povo e a entrega de nossos bens e territórios às corporações

estrangeiras que dominam a nossa economia.

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O SR. PRESIDENTE (Gonzaga Patriota) - Concedo a palavra ao eminente

Deputado Pedro Fernandes.

O SR. PEDRO FERNANDES (Bloco/PTB-MA. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, eu gostaria de fazer um registro. Hoje é aniversário de uma pequena

cidade no Sertão maranhense: Itaipava do Grajaú, que fica às margens do Rio

Grajaú.

Quero fazer esta homenagem a essa cidade, pela sua administração. O

Prefeito Joãozinho do Dimaizão é um exemplo de administrador: democrático,

transparente, está sempre junto da população. Ele diz que não administra a cidade

sozinho, mas também o faz com a Vice-Prefeita, a quem eu também quero

parabenizar; com todos os Vereadores, inclusive os da oposição; e também,

fundamentalmente, com a população, recebendo a todos e dirigindo as ações para

todos os povoados.

Fica aqui o registro dessa pequena, porém grande, cidade do Sertão

maranhense, Itaipava do Grajaú, que está completando hoje 21 anos e

comemorando inclusive uma interligação asfáltica de quase 80 quilômetros.

Lamentavelmente eu não poderei estar lá abraçando a todos, mas deixo

meus parabéns a todos de Itaipava do Grajaú!

O SR. PRESIDENTE (Gonzaga Patriota) - O pronunciamento de V.Exa. será

divulgado nos termos regimentais.

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O SR. PRESIDENTE (Gonzaga Patriota) - Concedo a palavra à eminente

Deputada Maria do Rosário, do PT do Rio Grande do Sul.

A SRA. MARIA DO ROSÁRIO (PT-RS. Sem revisão da oradora.) - Sr.

Presidente, Deputado Gonzaga Patriota, peço que V.Exa. divulgue esta posição

política que apresentarei neste momento desta tribuna.

Sras. e Srs. Deputados, faço aqui uma saudação à Comissão do Senado que

ontem rejeitou a reforma trabalhista e aprovou o relatório paralelo, elaborado pelo

Senador Paulo Paim. Como gaúcha, eu me sinto orgulhosa do trabalho do Senador

Paulo Paim. Tenho certeza de que o Rio Grande do Sul e o Brasil veem no Senador

Paulo Paim a representação dos trabalhadores e das trabalhadoras.

A reforma trabalhista e a reforma da Previdência são parte do desmonte do

Estado, levado à frente por esse que ocupa a Presidência da República, o Michel

Temer, que hoje se encontra na Rússia.

Cerca de 15 milhões de pessoas amargam o desemprego e a desesperança

que há no País com ele à frente da Presidência. Nós não podemos nos calar diante

disso. Os brasileiros e as brasileiras devem posicionar-se, porque a decisão de

ontem da Comissão de Assuntos Sociais agora será debatida na Comissão de

Constituição e Justiça.

Uma greve geral está sendo preparada para o próximo dia 30. Nós

precisamos apoiar os sindicatos e outros movimentos e exigir que não haja violência

contra sindicalistas, lutadores sociais, homens e mulheres que tão somente buscam

o direito ao emprego, à cidadania, à saúde, à educação, à infraestrutura em um País

que está sendo, todo ele, vilipendiado por Michel Temer e por aqueles que já estão

sendo chamados de “organização criminosa que ocupa o Palácio do Planalto”.

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É hora de “Fora, Temer!” e é hora de eleições diretas.

Convoco todos para que se posicionem.

Sr. Presidente, peço que minhas opiniões sejam divulgadas no programa A

Voz do Brasil.

O SR. PRESIDENTE (Gonzaga Patriota) - V.Exa. será atendida nos termos

regimentais.

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O SR. PRESIDENTE (Gonzaga Patriota) - Concedo a palavra ao nosso Líder,

Deputado Chico Alencar, último orador inscrito para encaminhar pronunciamento, do

PSOL do Rio de Janeiro.

O SR. CHICO ALENCAR (PSOL-RJ. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, o cenário aqui, como comentava comigo o Deputado Onyx, é estranho

— quarta-feira e este imenso vazio! —, o que revela, entre outras coisas, o profundo

abismo que há entre o Brasil oficial, institucional, o Congresso Nacional, em

particular a Câmara dos Deputados, e o Brasil real, que tem muita coisa bonita, que

sofre, que luta, que constrói esperança.

Hoje mesmo pela manhã, uma audiência pública da Comissão de Direitos

Humanos nos trouxe, pela voz de jovens, adolescentes e crianças guarani-kaiowá,

do Mato Grosso do Sul, o profundo drama dessas comunidades originárias pelo seu

direito de existir, de ter a terra parte constitutiva da sua própria maneira de enxergar

o mundo.

O Brasil, que tem não apenas 14 milhões de desempregados, mas também

10 milhões de subempregados; que tem 83% da sua população economicamente

ativa recebendo até 3 salários mínimos; o Brasil, com a sua biodiversidade

maravilhosa desprotegida, agredida, atacada; o Brasil, que tem um crescente de

homofobia, de LGBTfobia, de preconceito, de racismo; e nós, aqui, parece que não

temos nada a dizer.

Talvez seja a má influência ali do Executivo incriminado, sobre o qual a cada

dia vem uma denúncia pesada. E, na semana que vem, estaremos diante de duas

realidades deste Brasil: de um lado, recepcionando aqui, espero que aprovando a

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apuração para não passarmos vergonha nacional, a investigação sobre Temer; de

outro lado, o Brasil gritando um basta com a greve geral do dia 30.

Obrigado.

O SR. PRESIDENTE (Gonzaga Patriota) - Eminente Líder, Deputado Chico

Alencar, V.Exa. será atendido nos termos regimentais.

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O SR. PRESIDENTE (Gonzaga Patriota) - Com a palavra o Deputado Zé

Geraldo.

V.Exa. disporá do tempo regimental.

O SR. ZÉ GERALDO (PT-PA. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras.

Deputadas e Srs. Deputados, todos aqueles que me ouvem neste momento, é de

fazer vergonha ao Brasil a viagem do Presidente da República, Michel Temer, com

sua comitiva, à Rússia.

O Presidente Temer foi recebido pelo terceiro escalão do Governo do

Presidente Vladimir Putin. Para piorar a situação, o Presidente tentou dar uma

entrevista coletiva a jornalistas brasileiros no hotel em que está hospedado, mas foi

impedido pelo gerente do hotel.

Já se sabia que a viagem ia ser um fracasso. O mundo inteiro, principalmente

os países que têm negócios no Brasil e ainda têm interesse de negociar com o

Brasil, está de olho no que está acontecendo aqui. O que está acontecendo no

Brasil não é algo normal, não é comum, não é uma coisa pequena, do ponto de vista

da desmoralização daqueles que se uniram para dar o golpe, daqueles que se

uniram para tirar um governo legítimo que estava trabalhando por este País, de

norte a sul, de leste a oeste, que estava trabalhando para todos, inclusive para os

grandes empresários, que só puderam ganhar dinheiro no Brasil e fora do Brasil

nesse período.

É lamentável que nós estejamos vivendo uma paralisia, que não sabemos até

quando vai durar. Se o Presidente Temer não se sente derrotado, se não toma a

iniciativa de renunciar, se a Câmara dos Deputados não toma a iniciativa de instalar

o processo de impeachment, se o PSDB e o Democratas não tomam a iniciativa de

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sair da mamata, significa que nós teremos que esperar as eleições de 2018, que

acontecerão no mês de outubro. O Presidente eleito em outubro de 2018 se sentará

na cadeira em janeiro do ano seguinte. Depois, virão aqueles primeiros meses de

um governo recente que assume o País. E a minha pergunta é a seguinte: o povo

brasileiro e o País vão aguentar tudo isso?

Algumas pessoas ainda estão usufruindo do bom momento do agronegócio,

mas isso é resultado dos 12 anos de investimento dos Governos Lula e Dilma.

Quando cheguei aqui, em 2003, como Deputado Federal, junto com o Presidente

Lula, a primeira coisa que vi foi um “tratoraço” diante desta Casa. Parecia que iam

derrubar o Congresso Nacional! Aliás, nos 10 anos anteriores, a Esplanada dos

Ministérios ficava cheia, todos os anos, de empresários rurais do Estado do Rio

Grande do Sul, dos Estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Eles vinham

para cá em busca da renegociação de suas dívidas. Ninguém viu isso acontecer nos

12 anos seguintes porque houve, sim, crédito, houve, sim, apoio do Banco do Brasil,

do Banco da Amazônia, do Banco do Nordeste, do BNDES — Banco Nacional de

Desenvolvimento Econômico e Social, para fortalecer o setor agrícola, o grande, o

médio e o pequeno produtores, com o PRONAF — Programa Nacional de

Fortalecimento da Agricultura Familiar. O PRONAF não existia para as Regiões

Centro-Oeste e Norte do Brasil, só na Região Sul. Para as Regiões Norte e Centro-

Oeste havia apenas os financiamentos dos Fundos Constitucionais: do FNO —

Fundo Constitucional de Financiamento do Norte e do FCO — Fundo Constitucional

de Financiamento do Centro-Oeste.

O Brasil não aguenta essa paralisia, o Brasil não aguenta um governo que

não governa, que não sabe mais governar, depois de 12 anos de governo

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democrático, de um governo para todos os Deputados, de um governo que liberou

recursos de programas para todas as Prefeituras — do PT, do PSDB, do

Democratas. Não importava se esses partidos eram Oposição e se aproveitavam

dessas obras para fazer oposição. E todos os Deputados tinham os recursos das

emendas parlamentares liberados. Agora, só alguns conseguem a liberação dos

recursos das emendas parlamentares. A maioria está com as emendas travadas. O

dinheiro não é liberado.

Portanto, é fracassada, é vexatória a ida do Presidente do Brasil à Rússia,

pela forma como foi recebida a sua comitiva e pelos resultados que ela obteve.

Gostaria, Sr. Presidente, que este meu pronunciamento fosse divulgado no

programa A Voz do Brasil.

Muito obrigado.

O SR. PRESIDENTE (Gonzaga Patriota) - V.Exa. será atendido nos termos

regimentais.

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O SR. PRESIDENTE (Gonzaga Patriota) - Temos a honra de convidar o Sr.

Deputado cearense Raimundo Gomes de Matos para usar a palavra, ao mesmo

tempo em que convidamos o Deputado Leonardo Monteiro, do PT de Minas Gerais

para assumir a Presidência desta sessão.

Com a palavra o Deputado Raimundo Gomes de Matos, pelo tempo

regimental.

O SR. RAIMUNDO GOMES DE MATOS (PSDB-CE. Sem revisão do orador.)

- Sr. Presidente, nobres Parlamentares, solicito que seja divulgado nos órgãos de

imprensa desta Casa pronunciamento em que registro e, ao mesmo tempo, lamento

a morte da nossa grande jornalista, advogada e Conselheira da OAB no Estado do

Ceará, a Dra. Wanda Palhano. Também presidia jornal de grande circulação e

credibilidade no Estado do Ceará, justamente o jornal O Estado.

Nós solicitamos que seja encaminhado o voto de pesar desta Casa, num

momento em que muitos cearenses estão prestando as últimas homenagens à

nossa grande jornalista Wanda Palhano, pelas grandes contribuições que o jornal O

Estado sempre promoveu e patrocinou. Foi protagonista de várias mobilizações, em

vários eixos do desenvolvimento social e econômico do nosso Estado do Ceará.

Este nosso primeiro pronunciamento expressa o nosso voto de pesar.

No meu segundo pronunciamento, quero ser solidário a todos os nordestinos,

como Presidente de uma Comissão Externa desta Casa que acompanha a

transposição das águas do rio São Francisco.

O nobre Deputado Gonzaga Patriota tem também um grande projeto, que nós

já aprovamos no Orçamento da União, para dar reforço no que diz respeito a toda

essa problemática hídrica do Nordeste.

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Na data de ontem, o Presidente desta Casa, que hoje é o Presidente da

República em exercício, assinou, juntamente com o Ministro Hélder Barbalho,

contrato com a empresa ganhadora da licitação do trecho das obras da transposição

que vão garantir para o Estado do Ceará, de uma vez por todas, que as águas

cheguem ao nosso Castanhão, ao Cinturão das Águas, ao nosso Estado do Ceará,

na sua região metropolitana.

O Ceará é um Estado que já vinha se preparando para receber essas águas.

Infelizmente, em virtude de questões jurídicas com as empresas que estavam

fazendo esse trecho da transposição, não foi possível que se desse sequência às

obras. Foi feita uma nova licitação, de cerca de 500 milhões de reais. Quando o

Presidente Michel Temer assumiu, enviou determinação ao Ministro Hélder Barbalho

e viabilizou, por intermédio do Ministro, os recursos necessários para dar celeridade

às obras. Em vários trechos, no Ceará, o Governo Federal tinha dívidas de mais de

100 milhões de reais. Foi feito o aporte dos recursos para o pagamento dos débitos

atrasados e foram disponibilizados mais 500 milhões de reais para o trecho.

Além de o Governo Federal estar sempre repassando recursos para o

Governo do Estado do Ceará, para fortalecer as obras complementares dos eixos

chamados Cinturão das Águas, neste mês passado foram empenhados 60 milhões e

reais. Dos 60 milhões de reais, já foram pagos efetivamente 20 milhões de reais.

Houve toda uma mobilização da nossa Comissão, juntamente com o Senador

Eunício Oliveira, Presidente do Congresso Nacional, e o Senador Tasso Jereissati.

O Governador Camilo Santana esteve algumas vezes, aqui em Brasília, com a

Ministra Cármen Lúcia, para que nós pudéssemos dar uma solução a essas

questões que estavam judicializadas, em termos de licitação.

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Nós esperamos que a empresa vencedora dê celeridade à obra, porque

existe um déficit hídrico, principalmente na Região de Jaguaribe, na Região do

Sertão Central e na Região Metropolitana de Fortaleza. Se isso não se concretizar,

se essas águas do Rio São Francisco não chegarem ao Estado do Ceará,

fatalmente em novembro, dezembro, janeiro ou fevereiro haverá problema de água

para o consumo humano — e não estou nem falando da questão de água para a

irrigação e para a indústria.

A nossa Comissão Externa Transposição Rio São Francisco, na próxima

semana, receberá em audiência pública o General Dantas, Diretor do Departamento

de Engenharia e Construção do Exército Brasileiro. Ele vai apresentar todos os

relatórios e dizer o que é preciso para garantir mais recursos ao Batalhão de

Engenharia — e nos mobilizaremos para isso —, a fim de que faça as obras

complementares da transposição em vários Estados.

No tocante ao projeto do nosso Deputado Gonzaga Patriota, que visa transpor

águas do Rio Tocantins para o Rio São Francisco, nós já estamos cobrando do

Ministério do Planejamento. No Orçamento passado, asseguramos recursos para

que fosse efetivamente elaborado este projeto. Isto, sim, vai dar redenção hídrica ao

Nordeste.

A transposição das águas do Rio São Francisco gera problemas hoje com a

CHESF — Companhia Hidroelétrica do São Francisco, porque a nossa matriz de

energia é de água, hidrelétrica. Paulo Afonso e Sobradinho precisam de água.

Liberar água para a transposição para outros Estados vai gerar déficit energético.

Por isso, nós precisamos compatibilizar todas essas ações e garantir a transposição

Tocantins-São Francisco, para que nós possamos, acima de tudo, garantir a vida do

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povo nordestino na parte de água para consumo humano, água para irrigação e

água para a indústria.

Este é o nosso pronunciamento.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

O Sr. Gonzaga Patriota, nos termos do § 2º do art.

18 do Regimento Interno, deixa a cadeira da Presidência,

que é ocupada pelo Sr. Leonardo Monteiro, nos termos do

§ 2º do art. 18 do Regimento Interno.

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O SR. PRESIDENTE (Leonardo Monteiro) - Concedo a palavra ao Sr.

Deputado Gonzaga Patriota, para uma Comunicação de Liderança, pelo PSB.

O SR. GONZAGA PATRIOTA (PSB-PE. Como Líder. Sem revisão do

orador.) - Sr. Presidente, parece até coincidência, mas vou falar aqui sobre a

interligação do Rio Tocantins com o Rio São Francisco.

Acabei de ouvir o eminente Líder cearense Raimundo Gomes de Matos, a

quem quero agradecer pela emenda encaminhada, no ano passado, que assegurou

600 milhões de reais do Orçamento para a interligação das bacias dos referidos rios.

Gostaria de pedir ao Deputado Raimundo Gomes de Matos que pudesse ficar 5

minutos, porque vou falar exatamente sobre esse assunto.

Antes, Sr. Presidente, quero pedir a V.Exa. que seja divulgado pelos meios de

comunicação da Casa pronunciamento que faço sobre a garantia de recursos da

CODEVASF, para atender mais de 3 mil famílias no Sertão pernambucano, no

Agreste, nas regiões circunvizinhas.

Há mais de 30 anos, registramos algumas coisas, Deputado Raimundo

Gomes de Matos, que ficam hoje muito cravadas, meu Líder Glauber Braga, que

chamo de Glauber Rocha porque foi um grande brasileiro e continua vivo na

memória dos brasileiros. Na Assembleia Nacional Constituinte havia aqui o Centrão,

que não acreditava numa proposta, de minha autoria, que tratava da aposentadoria

de homens e mulheres do campo. Essa proposta foi atendida e depois a lei a

regulamentou, de 1988 a 1998 — a 8 e a 18. Hoje, a maior distribuição de renda nos

Municípios humildes, pobres é a dos trabalhadores rurais — os benefícios de

aposentadoria e pensão.

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Em 1990 apresentei aqui o Projeto de Lei nº 4.797, para interligar o Rio

Tocantins ao Rio São Francisco. Eu não tinha nem ideia. Fui um dos que trabalhou

para emancipar Tocantins. O Siqueira Campos ficava ali atrás fazendo greve de

fome, virou Governador. Fui a Miracema do Norte, não era nem Palmas ainda, olhar

aquele rio que tinha dez vezes mais água do que o Rio São Francisco. Essa água de

Tocantins, meu Presidente, cai todinha no oceano. Ninguém a utiliza porque lá

chove muito.

Esse projeto de lei foi reapresentado em 2013, com o número 6.569,

aprovado. Há hoje recursos. O então Presidente Lula autorizou o seu Vice-

Presidente da República, José Alencar, conterrâneo de V.Exa., a fazer um

levantamento. E ele fez um levantamento maravilhoso, que está aqui: Viabilidade de

revitalização do Rio São Francisco, a partir de águas do Rio Tocantins.

José Alencar levantou quatro propostas: compensar o suprimento hídrico do

Rio São Francisco; aumentar a disponibilidade de água a ser transposta para o

Semiárido; incrementar a revitalização do Rio São Francisco; e aproveitamento

hídrico de trecho superior do Rio São Francisco.

Apresentou um mapa com essas propostas e com a localização. Fez o

Projeto Doador de 2001, do Rio do Sono. Em seguida, as novas áreas de

preservação não permitiram que esse projeto pudesse passar, e temos que respeitar

o meio ambiente como está.

José Alencar mandou nova proposta, com o mapa dessas áreas de

preservação para trazer essa água do Rio Tocantins, mostrando também os

inconvenientes de algumas propostas. Até que chegou a uma proposta de trazer

água direta do Rio Tocantins, por um canal de apenas 240 quilômetros.

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Eu vejo ali o meu Líder Miro Teixeira, que já deve estar aqui há quase 50

anos, e que nos ajudou aqui na Assembleia Nacional Constituinte. Este mapa nos

mostra, Deputado Miro Teixeira, como trazer água em canais, com aduções: são

sete ou oito adutoras. A água cai numa serra, na divisa de Tocantins com a Bahia, e

desce num riacho — nós conhecemos a região de V.Exa., Sr. Presidente, que não é

a região maior, mas é apenas o interior de Minas Gerais.

Essa queda d’água, Deputado Raimundo Gomes de Matos, vai gerar energia

possivelmente suficiente para essas elevatórias com água do Rio Tocantins que tem

dez vezes mais água do que o Rio São Francisco, para cair no Rio Preto e do Rio

Preto cair na Barragem de Sobradinho, nas outras barragens de Paulo Afonso, para

gerar energia.

O Governo está gastando mais de 12 bilhões de reais com a água do Rio São

Francisco para atender aos Estados do Ceará, Paraíba e parte grande de

Pernambuco. Mas esse projeto vai custar um terço do que já foi gasto para tirar

água do Rio São Francisco para atender a essas regiões.

Quero neste instante fazer um apelo a esta Casa do povo brasileiro. O Rio

São Francisco, de 1.840 metros cúbicos de água por segundo, está com 600 metros

cúbicos. Hoje, quarta-feira, as comportas estão fechadas. Ninguém está sendo

abastecido com água. Possivelmente, haverá um prejuízo nas safras de manga, de

uva, que compete até um pouquinho hoje com o nosso querido Rio Grande do Sul —

quando o Papa veio ao Brasil escolheu o vinho de Lagoa Grande, o Rio Sol.

Quero agradecer ao Ministro da Integração Nacional, Helder Barbalho, nosso

colega, que nos chamou ao Ministério, mostrou esse projeto às empresas e o ficou

discutindo por 2 horas.

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Aqui está o projeto de transposição do Rio Tocantins ao Rio São Francisco.

Portanto, faço um apelo ao Governo e todos os partidos para que possamos

salvar o Nordeste: precisamos, urgentemente, que o projeto em andamento possa

ser executado, e, com ele pronto, possamos licitar, começar essas obras e, dentro

de 2, 3 anos, levar água do Tocantins para o São Francisco.

Muito obrigado, Presidente, Sras. e Srs. Deputados.

O SR. PRESIDENTE (Leonardo Monteiro) - Quero parabenizar o Deputado

Gonzaga Patriota.

PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, água para sobrevivência de rebanhos

e de pequenos cultivos, como os de hortaliças, será assegurada pela Companhia de

Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba — CODEVASF em

comunidades rurais de mais de 60 Municípios afetados pela estiagem prolongada no

Semiárido de Pernambuco. Cerca de R$ 4,3 milhões estão sendo aplicados na

execução de obras e serviços de recuperação, limpeza, manutenção e

desassoreamento de aguadas, uma tecnologia de convivência com a seca que traz

alívio para milhares de famílias.

Os moradores que convivem com longos períodos de estiagem destacam as

vantagens das aguadas. “O benefício é muito grande no período da seca. Aqui onde

eu moro, esse ano, só choveu uma vez e foi pouca água. Com a aguada limpa, a

gente captura a água da chuva que usamos para o consumo humano, plantação e

rebanho. Essa área aqui tá tendo uma seca muito forte”, explicou Maria Resende,

moradora da comunidade de Baixa das Caraíbas.

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Ao todo, serão mais de 300 aguadas limpas ou recuperadas, ação que

aumentará em 600 mil metros cúbicos o volume de reservatórios em Pernambuco —

ou 600 milhões de litros, o equivalente a 240 piscinas olímpicas. A iniciativa vai

garantir água para 3,5 mil famílias. Na primeira semana de maio as obras foram

iniciadas no Município de Bodocó; em seguida, a ação deve ocorrer em Floresta. A

expectativa é a de que, até o primeiro semestre de 2018, todas as aguadas tenham

sido finalizadas. Os recursos que viabilizam as obras são do Orçamento Geral da

União destinados à CODEVASF por meio de emendas parlamentares.

As aguadas, Sr. Presidente, são reservatórios escavados no chão para

captação e retenção de água da chuva. Além de servirem para matar a sede dos

animais da região, também proporcionam aos agricultores a manutenção de

pequenas plantações.

“Sabemos que atualmente enfrentamos um longo e duro período de estiagem,

mas não podemos correr o risco de não ter onde acumular a água que deverá cair

nas próximas chuvas. Com as aguadas prontas, uma boa chuva pode significar um

longo período de convivência com a seca garantido”, afirma o Superintendente

Regional da CODEVASF em Pernambuco, Aurivalter Cordeiro.

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O SR. PRESIDENTE (Leonardo Monteiro) - Passo a palavra ao Deputado

Celso Maldaner.

O SR. CELSO MALDANER (PMDB-SC. Pela ordem. Sem revisão do orador.)

- Sr. Presidente, demais colegas Parlamentares, quero aqui expressar o nosso

sentimento pela não aprovação ontem na Comissão de Assuntos Sociais do Senado

da modernização da legislação trabalhista. Eu acreditava que o Senado da

República, que representa o nosso País, teria uma mentalidade mais avançada.

Nós estamos com uma legislação de 1943, e o Brasil real hoje é outro. Nós

temos que modernizar a legislação trabalhista, a exemplo do que foi aprovado aqui

no plenário da Câmara Federal. Nós temos a certeza de que, agora, na Comissão

de Constituição e Justiça do Senado, vão reparar esse erro que aconteceu no dia de

ontem. Acredito ainda nos Senadores, na aprovação no Plenário do Senado, para

que possamos pôr em prática essa modernização da legislação trabalhista.

Segundo estudo feito agora pelo Santander, vamos imprimir mais de 2,3

milhões de empregos, vamos gerar empregos neste País. É disso que mais se

precisa: dar oportunidade para todos.

Nessa legislação vai prevalecer o acordado sobre o legislado. Hoje,

infelizmente, no Brasil, há uma insegurança jurídica muito grande. Exemplo disso

são as mais de 4 milhões de ações trabalhistas no Tribunal Superior do Trabalho.

Não existem números no mundo que se comparem aos do Brasil; nos Estados

Unidos, são 70 ou 75 mil ações por ano; na França, há em torno de 40 e 45 mil

ações; no Japão, em torno de 2.500 ou 3 mil ações. Não temos segurança jurídica

no nosso País. Aqui o acordado não vale. Aqui nem o recibo assinado, um

documento assinado não vale; mesmo sendo homologado pelo sindicato patronal,

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pelo sindicato dos trabalhadores, não tem valor. Agora, não. Vamos ter uma

modernização da legislação trabalhista daquilo que é acordado: quantos salários se

vai pagar, é aquilo que vale, e será possível dar, por meritocracia, para quem

merece.

Hoje, inclusive, há uma insegurança muito grande no meio rural, onde se dá

moradia para o trabalhador, ou qualquer benefício, como moradia, transporte, e tudo

é incorporado ao salário, e o empregador paga novamente. Então não se tem

segurança jurídica. A modernização da legislação trabalhista vai trazer segurança.

Aquilo que é acertado vai ter valor, e o Juiz do Trabalho vai ter 15 dias para

homologar o acordo; então vai valer aquilo que é acertado. Hoje, infelizmente, isso

não tem valor, e é por isso que estamos nesse desespero. Chegamos ao fundo do

poço com essa insegurança jurídica e com 14 milhões de desempregados.

Está na hora de o Senado acordar e pensar no Brasil. Temos que pôr o Brasil

em primeiro lugar, e não picuinhas do quanto, pior melhor.

Vamos pensar no Brasil, gente! Vamos dar a nossa participação, porque são

fundamentais essas reformas de que o Brasil precisa para avançar e gerar emprego.

Era o que tinha a dizer.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

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O SR. PRESIDENTE (Leonardo Monteiro) - Concedo a palavra ao Sr.

Deputado Glauber Braga, para uma Comunicação de Liderança, pelo PSOL.

O SR. GLAUBER BRAGA (PSOL-RJ. Como Líder. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, Srs. Parlamentares presentes e aqueles que estão acompanhando a

sessão pela TV Câmara neste momento, servidores que também estão no plenário,

quero falar da nossa preocupação em relação a resoluções do Tribunal Superior

Eleitoral, mais especificamente a Resolução nº 23.512 e a Resolução nº 23.520,

articuladas por Gilmar Mendes — sempre ele —, para a extinção de zonas eleitorais

no Brasil.

Há uma estimativa de extinção de cerca de mil zonas eleitorais no País

inteiro, o que é um completo absurdo. Só no Estado do Rio de Janeiro, mais de 109

zonas eleitorais serão extintas, sendo 48 na capital, metade das 97 atualmente

existentes, e 61 no interior.

No Ceará, serão extintas aproximadamente 30 zonas eleitorais. No Paraná,

serão afetadas em torno de 100 zonas eleitorais, o que equivale a 40% das sedes já

existentes.

Isso beneficia a quem? Beneficia a política da clientela, beneficia o

fortalecimento daqueles que querem ser os coronéis eleitorais, que fazem da prática

de transporte eleitoral, do favor eleitoral, a sua ação prioritária. Se falamos em

ampliação dos instrumentos de participação direta e do voto, inclusive com a defesa

da realização de novas eleições, precisamos ampliar o trabalho da Justiça Eleitoral,

e não o contrário. Isso sem contar que o processo de fiscalização sobre aquelas que

possam ser as ilegalidades eleitorais, como a compra de votos, com certeza ficará

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prejudicado com essa medida que está sendo adotada pelo Tribunal Superior

Eleitoral.

Vários servidores do Brasil inteiro têm se movimentado, preocupados com

essas iniciativas. É importante que levemos esta discussão a todo o Brasil e

digamos “não” à articulação de Gilmar Mendes à frente do Tribunal Superior

Eleitoral.

Muito obrigado.

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O SR. PRESIDENTE (Leonardo Monteiro) - Concedo a palavra ao Deputado

João Daniel, por 1 minuto.

Nós vamos encerrar a sessão às 15 horas.

O SR. JOÃO DANIEL (PT-SE. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, ocupo esta tribuna para registrar que no ultimo domingo eu participei do

famoso forró do SINDISA — Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Sucos,

Amidos, Cervejarias, Refrigerantes e Afins do Estado de Sergipe.

Foi o 18º Forró do SINDISA, que já entrou para o calendário cultural do

Município de Estância. Lá estiverem o Prefeito, ex-Prefeitos, Vereadores, a quem

cumprimento em nome do Artur, que também é dirigente do SINDISA, é operário e

um grande dirigente sindical.

Parabenizo o sindicato, que mostra que a cultura popular é também uma força

presente dentro daquele sindicato.

Por lá passaram milhares de pessoas, grandes homens e grandes artistas, a

exemplo de Fabinho, de Lorinho e de tantos que engrandecem a cultura do Estado

de Sergipe, do Nordeste e, em especial, de Estância.

Sr. Presidente, solicito a V.Exa. que meu pronunciamento seja divulgado no

programa A Voz do Brasil, parabenizando toda a direção do SINDISA, na pessoa de

Domingos, de Artur, de todos os trabalhadores e trabalhadoras que lá passaram,

festejaram e fizeram das 14 horas até a madrugada de segunda-feira um dia de

cultura popular.

Parabéns, SINDISA, pelo 18º Forró!

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PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, ocupo esta tribuna para registrar que

no ultimo domingo (20/6) ocorreu o 18º Forró do SINDISA – Sindicato dos

Trabalhadores na Indústria de Sucos, Amidos, Cervejarias, Refrigerantes e Afins do

Estado de Sergipe.

Eu acompanho todos os anos a grade festa popular que a cidade de Estância

incorporou e que hoje faz parte do seu calendário junino. Uma grande festa

organizada pela direção do sindicato com artistas populares que cultiva uma tradição

junina e a participação de lideranças do movimento sindical popular, do Prefeito e de

Vereadores do Município.

O SINDISA está de parabéns por resgatar a cultura popular e levar para

dentro do Sindicato, além do debate político, da questão econômica, da defesa dos

trabalhadores e trabalhadoras da categoria, a arte, a cultura e o lazer em uma festa

sempre bonita com participação popular.

Quero parabenizar o Vereador Artur, que é liderança e um dos fundadores do

SINDISA, o Domingos, Presidente do SINDISA, todos os diretores e diretoras e em

especial os operários e as operárias.

Muito obrigado.

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O SR. PRESIDENTE (Leonardo Monteiro) - Passo a palavra ao Deputado

JHC, por 1 minuto.

O SR. JHC (PSB-AL. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, eu gostaria de

fazer um registro. Na segunda-feira, nós estivemos presentes em um evento que

trata de startups no Brasil. Comemorou-se 1 ano do Camp Google, o Google

Campus de São Paulo. Esta empresa tem fomentado e incentivado a criação de

startups no Brasil, a economia criativa, a economia inovadora.

Hoje pela manhã nós tivemos uma discussão sobre a educação inovadora

também com representantes dessas empresas. Com isso nós vamos deixando esse

modelo tradicional de ensino, complementado agora também com as novas

tecnologias.

Então, os nossos professores, de forma fácil e prática, através de alguns

provedores de aplicação, já estão conseguindo ter acesso a esse tipo de conteúdo

inovador. E complementam suas aulas que estão nos livros didáticos com

videoaulas, com informações de outros lugares do planeta, inclusive, através de

realidade aumentada. Em mais de mil instituições, como, por exemplo, em escolas

no meio da Amazônia, através de óculos 3D, as crianças conseguem ter acesso ao

MASP, ao Museu do Amanhã. Enfim, conseguem dessa maneira ter contato com

outra realidade.

Então, venho aqui, mais uma vez, defender a inovação, para que possamos

investir 3% do nosso PIB no mínimo em inovação e na economia criativa, para que

possamos mudar. Mentalmente nós também estamos cansados. Nós precisamos

revigorar esse sentimento de um amanhã, de um futuro, de um Brasil promissor,

através da ciência, da tecnologia e da informação.

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Agradeço a V.Exa. e a todos os nobres Parlamentares.

O SR. PRESIDENTE (Leonardo Monteiro) - Agradeço ao Deputado JHC, que

também é o nosso 3º Secretário da Mesa da Câmara dos Deputados.

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O SR. PRESIDENTE (Leonardo Monteiro) - Com a palavra o Deputado

Roberto de Lucena.

O SR. ROBERTO DE LUCENA (PV-SP. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, nós temos neste momento o compromisso com

a sociedade, o compromisso com o Brasil, de enfrentar a agenda da reforma política.

Fazemos isso no momento em que a sociedade, no momento em que o Brasil

e o mundo estão experimentando um processo acelerado de transformação. Isso

faz com que a sociedade se sinta distanciada do atual modelo de representação

política, não apenas no Brasil, mas também no mundo. Observamos isso, por

exemplo, nos resultados das recentes eleições na França, país de democracia já

absolutamente amadurecida. Lá, recentemente, mais de 60% dos eleitores se

abstiveram nas últimas eleições para o Poder Legislativo. Esse fenômeno não é

exclusivo da França. Nós o identificamos na América, nós o identificamos aqui no

País. E a tendência é de que aqui vejamos, inclusive nas próximas eleições, a não

ser que haja uma correção radical de curso e de rumo, a ampliação dessa

tendência.

É necessário, Sr. Presidente, que, com muita responsabilidade,

compreendamos que, enquanto não reformarmos a questão política, enquanto não

discutirmos profundamente o sistema, enquanto não discutirmos profundamente o

modelo político, vai continuar havendo esse distanciamento da sociedade.

É importante que nós incluamos nessa agenda, se é que vamos levar a sério

a pauta da reforma política, a reforma dos próprios partidos em si. De nada adianta

mudarmos o modelo, de nada adianta estabelecermos ou impormos novas regras,

aprovarmos novas regras, se em princípio não trabalhamos para que os próprios

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partidos exerçam o poder de representatividade social. E aí não importa o número

de partidos. Eu não vejo nisso a grande questão. Entendo que a sociedade tem o

direito de se organizar em quantos partidos entender necessários. No entanto, que

tenhamos transparência, que tenhamos dispositivos para que haja fiscalização e

prestação de contas em relação aos recursos partidários, que são recursos públicos,

que são recursos de todos nós. Muitas vezes, a utilização de parte desses recursos

não é devidamente explicada, não há prestação de contas minuciosa, detalhada.

Uma vez que os partidos se oferecem para ser esse ambiente de

representação social, eles devem entender que a sociedade espera que essa

transparência, que essa reforma comece a partir deles próprios, a partir de reforma

na questão da democracia interna, com a possibilidade de participação direta dos

filiados na indicação das suas chapas e na eleição da sua direção, a partir da

transparência na prestação de contas. Dessa forma, aí sim, a partir dessa

democratização, a partir desse “refundamento” dos partidos, a partir da

reorganização do movimento das organizações partidárias, nós poderemos avançar

na reforma política.

Nós temos temas urgentes, necessários, em relação aos quais a sociedade

certamente tem grande expectativa. A sociedade brasileira espera que esta Casa,

que o Parlamento Nacional faça as reformas e apresente as alternativas e os rumos

deste novo Brasil que ela merece, que esta geração que está ascendendo aos

postos de liderança e que está discutindo o País merece.

Sr. Presidente, era o que eu tinha a dizer.

Muito obrigado.

Que Deus abençoe o Brasil.

O SR. PRESIDENTE (Leonardo Monteiro) - Agradeço ao Deputado Roberto

de Lucena.

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O SR. PRESIDENTE (Leonardo Monteiro) - Concedo a palavra ao Deputado

Silas Freire, do PR do Piauí.

O SR. SILAS FREIRE (PR-PI. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, hoje

eu venho aqui apenas lamentar profundamente que, numa quarta-feira normal no

País, esta Casa esteja completamente vazia, sem votações, sem discussões

importantes para a Nação, com 4, 5, 10 guerreiros Deputados aqui presentes

fazendo as suas falas.

O Brasil tem 14 milhões de desempregados, senhoras e senhores, e o

Congresso Nacional, em especial a Câmara Federal, estão parados numa quarta-

feira.

A primeira alegação são as festas de São João. Há 14 milhões de brasileiros

rezando a São João por um emprego, e esta Casa está parada.

Com que moral nós podemos enfrentar este povo brasileiro? Com que moral

esta Casa vai querer — se acontecer — fazer uma eleição indireta e eleger um

Presidente da República? Nós não temos essa moral!

E aí, quando o povo se revolta e vai para as ruas, nós reclamamos. Mas nós

não temos moral para reclamar disso, não. Estamos aqui, em plena quarta-feira,

quando as sessões não funcionam, e a Casa vai fechar de vez amanhã. O

Presidente da República está no exterior, e o Presidente da Casa está respondendo

pelo País. Há inúmeros projetos para tramitar, para ser discutidos e votados nas

Comissões, aqui neste Plenário, e nós não estamos trabalhando.

Eu pergunto: Que moral nós temos para reclamar de alguma coisa? Não

temos! Ganhamos mais de 30 mil reais para vir dois ou três dias a Brasília. Nesta

semana, não fizemos nem isso. O povo tem razão de reclamar!

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Por isso, eu acho que devíamos, pelo menos, ter a hombridade de convocar

eleições gerais não só para a Presidência da República, mas para todos nós, e

deixaríamos o povo escolher.

Esta Casa poderia estar discutindo várias decisões importantes agora, como,

por exemplo, a reforma política e as reformas do País, mas não está. A Casa está

completamente parada nesta quarta-feira. Há alguns heróis, alguns Deputados aqui

presentes, expondo as suas opiniões nos seus discursos, mas o povo brasileiro

precisa saber que nós ganhamos mais de 30 mil reais para não trabalhar.

O Congresso Nacional brasileiro está parado. Há 3 semanas, nenhuma pauta

importante é votada. Nós temos que ter coragem de dizer isso aqui. Eu quero saber

se, na próxima semana, vamos voltar aqui para cozinhar o galo, para tanger a ema.

Com que cara vamos estar aqui na próxima semana, novamente, só tangendo ema,

só enganando? Nós não aguentamos mais isso!

Muito obrigado.

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O SR. PRESIDENTE (Leonardo Monteiro) - Concedo a palavra por 1 minuto

ao Deputado Rocha.

O SR. ROCHA (PSDB-AC. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, quero só

dar como lido um artigo publicado no site Poder 360, do jornalista Xico Graziano,

que tem como título Disputa eleitoral de FHC e Lula seria embate entre decência e

malandragem.

Nesse artigo, o jornalista faz uma análise muito lúcida sobre a situação que

vivenciamos no Brasil hoje. Entre outras coisas, ele fala que o atual Governo é a

continuidade daquele que saiu.

Sr. Presidente, peço que o artigo seja divulgado no programa A Voz do Brasil

e pelos meios de comunicação desta Casa.

Obrigado.

O SR. PRESIDENTE (Leonardo Monteiro) - O pronunciamento de V.Exa. será

encaminhado.

ARTIGO A QUE SE REFERE O ORADOR

Disputa eleitoral de FHC e Lula seria embate entre decência e malandragem

É necessário vencer o petista antes de o prender

Embate entre a decência e a malandragem

Assustei o mundo político quando, no final de 2016, escrevi um artigo

intitulado “Volta FHC”. Levei chumbo grosso do pessoal ligado ao Michel Temer,

Aécio Neves tentou me desmoralizar, fui desprezado pela turma do PT. Muitos

ficaram incrédulos, poucos entenderam o significado de meu ato. Permaneci quieto,

analisando a repercussão daquela ousadia. José Gregori me escreveu num bilhete:

“Gostei de seu berro”!

Era exatamente isso: um brado contra a podridão política instalada na

República. Quando Dilma, por ter cometido a maior irresponsabilidade fiscal de

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nossa história, sofreu o impeachment, todos nós sabíamos qual grupo assumiria o

poder. Ele vinha de longe, e crescera no ventre fétido do lulismo. Era o risco inerente

ao processo, que muitos fingiam não ver.

Imaginava-se que, despreocupado com apoio popular, mas denso no

Congresso, o governo de transição liderado por Michel Temer fosse capaz de

implementar importantes reformas para reequilibrar o país. Mais à frente, nas

eleições de 2018, se mediriam as forças reais que poderiam nos conduzir ao futuro.

Não rolou.

Estava claro, já há alguns meses, que a substituição de Dilma por Temer não

livraria o país do mar de lama. Pelo contrário, poderia afundá-lo mais ainda. Duas

quadrilhas, quando se brigam, juram-se de morte. E a perversidade, escancarada

pela Lava Jato, surgiu maior do que se imaginava. Uma desgraça generalizada

contaminou a República. Chega. Ninguém aguenta mais tanta safadeza, essa

mistura desgraçada de corrupção, oportunismo e dissimulação que empesteou a

democracia brasileira. Como avançar?

Fernando Henrique, ele próprio, berrou alto na semana passada: “Ou há um

gesto de grandeza por parte de quem legalmente detém o poder, pedindo

antecipação de eleições gerais, ou o poder se erode de tal forma que as ruas

pedirão a ruptura da regra vigente exigindo antecipação do voto“. Dias depois, quem

gritou foi Ronaldo Caiado: “PT e Temer são faces de uma mesma moeda, e

respondem por crimes de que foram parceiros. Lula e Temer estão irmanados no

propósito de não antecipar as eleições”.

Vencer Lula em eleições diretas, e quanto mais cedo melhor, será a única

chance de pacificar a nação. Todos esperamos que Lula seja, justamente,

condenado pelos seus incontáveis crimes de corrupção. Antes de aprisioná-lo,

porém, será necessário derrotá-lo nas urnas. Senão, a história permanecerá incerta,

manipulada. O degredo político de Lula exige a decisão popular pelo voto.

Se minha utopia valesse, e fosse possível combinar, poderia ocorrer uma

eleição polarizada somente entre FHC e Lula. Ninguém mais. Seria uma forma de

assumir o “nós” contra “eles”. Mas não essa polarização antiga da “direita” contra a

“esquerda”, ou a bizarrice do “coxinha” versus a “mortadela”. Nada disso. Seria um

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embate entre a decência e a malandragem. Passar o Brasil a limpo. Queria ver no

que dava.

Aposto que FHC venceria. Mas não assumiria. Sua vitória apenas mostraria

que o Brasil acredita na política do bem, crê no seu futuro. Longe das quadrilhas que

assaltaram o Estado. Próximo da cidadania.

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O SR. PRESIDENTE (Leonardo Monteiro) - Com a palavra a Deputada Erika

Kokay, do PT do Distrito Federal.

A SRA. ERIKA KOKAY (PT-DF. Sem revisão da oradora.) - Sr. Presidente, é

tentar enganar a população sem argumentos dizer que o Governo que aí está é a

continuidade do Governo anterior. O Governo anterior sofreu um golpe, um golpe

que causou uma ruptura democrática, um golpe apoiado por vários dos que hoje se

calam frente ao descalabro que o País está vivenciando.

Alguém vem aqui, assume a tribuna e diz que quem não quer votar nesta

Casa está trabalhando com o “quanto pior, melhor”? Quem trabalha com o “quanto

pior, melhor” é quem defende Michel Temer, é quem defende Michel Temer!

Hoje já saiu nos meios de comunicação que ele levou para a Presidenta do

BNDES os interesses de internacionalização da JBS. E diz que mantinha distância

da JBS. Esse o Brasil inteiro sabe que é corrupto, e corrupto, e corrupto. E que está

tentando arrancar o Brasil do povo brasileiro, e que está tentando vender o Brasil

numa bandeja de prata, e que estabeleceu com o Parlamento uma relação de

mercadoria.

Um Senador votou contra a reforma trabalhista, e hoje, dois cargos que

tinham sido preenchidos por indicação desse Senador, fazem parte do Diário Oficial

— seus ocupantes foram exonerados. Ou seja, é a política do “toma lá, dá cá”, é a

política de preencher cargos públicos não a partir do interesse da população, mas

para tentar ganhar o voto de Parlamentares contra o povo brasileiro.

Nós estamos vivenciando um governo que é rapace — rapace! —, que busca

abocanhar, rapinar os cofres públicos em seu próprio benefício, que é saprófago da

própria democracia, sabujo do rentismo no Brasil.

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Por isso, não se pode dizer aqui que quem busca mostrar que não há

normalidade nesta Nação trabalha com o “quanto pior, melhor”. Quem assume a

tribuna e defende Michel Temer trabalha com o “quanto pior, melhor” e trabalha a

partir dos seus interesses. É como se nós estivéssemos vivenciando a tentativa de

se colocar, de forma cínica, mantos sobre a verdade.

Foi o que o nós vivenciamos hoje quando estivemos com o Governador do

Distrito Federal. O Governador do Distrito Federal se diz um grande amigo da

Cultura, mas não implementa o que está na Lei Orgânica, na Constituição do DF,

que diz que 0,3% da Receita Corrente Líquida do DF tem que ser destinado à

Cultura. Ele não está cumprindo isso. Ano passado, isso representaria mais de 60

milhões. O Governo executou por volta de 30 milhões e disse: “Estou executando,

estou contratando todos os que preenchem os requisitos e que ganham o processo

licitatório”. Mas, em verdade, faz uma licitação com valor reduzido, não considera

todos os recursos que estariam disponibilizados para a própria Cultura. E esse

Governador tem o cinismo de dizer o seguinte: “Que sorte vocês têm de eu ser o

Governador do Distrito Federal”. Foi dito isso, literalmente. Disse também: “Ora,

vocês não disputam os editais para poderem adquirir os recursos do Fundo de Apoio

à Cultura”. Os recursos do Fundo hoje são destinados à Secretaria de Fazenda. Eles

não estão à disposição dos gestores da Cultura, mas à disposição da Fazenda, que

tem outro raciocínio, que analisa que as políticas públicas fazem parte de planilhas

de custo.

Portanto, o Governador do Distrito Federal tirou o financiamento previsto na

Lei Orgânica do Distrito Federal para a Cultura, que é uma política transversal e

estruturante.

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Se nós investíssemos mais em cultura, investiríamos seguramente menos em

segurança, porque a cultura é fundamental para nos reconhecermos enquanto povo,

para nos reconhecermos na nossa própria humanidade.

O Governador do Distrito Federal disse: “Não, eu posso não destinar os

recursos do Fundo de Apoio à Cultura para a Fazenda, posso fazer a exceção que

foi feita para outros fundos, como os Fundos dos Direitos da Criança e do

Adolescente, mas só farei isso a partir de 2019”. Em 2019 o Governador não estará

mais aqui, não estará mais no Distrito Federal, não estará mais governando! Então,

o que ele disse? Que vai fazer uma lei para que, a partir de 2019, quando ele não

será mais Governador, o povo do Distrito Federal tenha o direito de ver cumprida a

Lei Orgânica e de ver os recursos necessários serem investidos na Cultura. É um

profundo cinismo.

Nós nos somamos ao sentimento do povo do Distrito Federal, para dizer:

“Governador Rollemberg, não tente esconder a sua incompetência e não tente

institucionalizar a fraude que foi a sua eleição”. Em 2015, ele disse que não

contingenciaria os recursos do Fundo da Cultura, e está contingenciando, está

deixando-os sob a lógica da Fazenda, e não de políticas culturais.

Esse mesmo Governador aprovou, ontem, de forma cruel e abusiva, a

privatização do maior hospital do Distrito Federal, o Hospital de Base. Ao ser

implementada essa lei, o Governo não terá mais que fazer concurso público, poderá

contratar os cabos eleitorais, não terá mais a necessidade de fazer licitação e abrirá

a guarda para mergulharmos num profundo processo de falta de transparência.

O SR. PRESIDENTE (Leonardo Monteiro) - Muito obrigado.

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O SR. PRESIDENTE (Leonardo Monteiro) - Passo a palavra ao Deputado

Celso Pansera, do PMDB do Rio de Janeiro, por 1 minuto.

O SR. CELSO PANSERA (PMDB-RJ. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, quero registrar que, no dia 19 de junho, o Prefeito de Duque de Caxias,

nosso colega Washington Reis, assinou finalmente os editais para licitação de cinco

creches.

Essa é uma batalha que vimos travando desde 2015. Com um investimento

de 14 milhões de reais, serão abertas mais de 1.800 vagas para crianças em dois

turnos ou 900 vagas para crianças em turno integral. As creches ficarão situadas no

Conjunto Vinte e Dois de Abril, no Bairro Imbariê III, e Nova Campina, na Avenida

Beira Rio, ao lado do CIEP 476; na Chácara Rio-Petrópolis, ao lado do CIEP 220,

Jardim Anhangá I, às margens da Rio Magé, e também Jardim Anhangá II.

Quero agradecer à equipe do Prefeito Washington Reis a dedicação para que

esses editais fossem às ruas e que nós pudéssemos concretizar a implantação

dessas cinco creches nessa cidade tão maravilhosa, mas tão carente que é Duque

de Caxias.

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O SR. PRESIDENTE (Leonardo Monteiro) - Passo a palavra ao Deputado

Assis Melo, do PCdoB do Rio Grande do Sul, por 1 minuto.

O SR. ASSIS MELO (PCdoB-RS. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente,

demais Deputados e Deputadas, foi lançado o 32º Rodeio Crioulo Internacional da

Vacaria.

Quero deixar registrado nos Anais desta Casa que, na última sexta-feira, dia

16 de junho, visitei o CTG Porteira do Rio Grande e tive a grata satisfação de

participar do lançamento do cartaz e da música do 32º Rodeio Internacional da

Vacaria, que vai acontecer de 27 a 4 de fevereiro.

Convido todas as gaúchas e todos os gaúchos espalhados pelo Brasil todo e

aqueles que gostam de uma boa música gaúcha e de uma boa comida campeira a

se fazerem presentes no 32º Rodeio Internacional.

Deixo este pronunciamento registrado nos Anais desta Casa e peço para que

seja feito o seu registro no programa A Voz do Brasil.

PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, registro para conhecimento desta

Casa e das pessoas que assistem à sessão pelos meios de comunicação da

Câmara dos Deputados que na última sexta-feira, dia 16 de junho, visitei o CTG

Porteira do Rio Grande e tive a grata satisfação de participar do lançamento do

cartaz e música oficiais do 32º Rodeio Crioulo Internacional de Vacaria, que

acontecerá de 27 de janeiro a 4 de fevereiro 2018.

O cartaz é uma criação de Maicon Maciel, Luciano Kuse e Risclifi Cunha. A

música Rodeio de Vacaria – É pra lá que a gente vai, gravada no estúdio IM

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Produções, tem a letra de Elton Saldanha e é interpretada por Elton Saldanha e

Ivonir Machado, com arranjos de Marquinhos Ferreira, músicos Novos Garotos e

narração de Pingo Rezende.

O Rodeio Crioulo Internacional de Vacaria é considerado a maior festa

tradicionalista gaúcha. Peões e prendas de todo o Brasil e exterior se reúnem para

cultivar as tradições do nosso Estado do Rio Grande do Sul, que tiveram origem no

movimento tradicionalista, nas festas religiosas das capelas do interior.

O 1º Rodeio Crioulo do CTG Porteira do Rio Grande teve âmbito

intermunicipal, apenas de laço e concurso de rédeas. Aconteceu no dia 6 de abril de

1958 em uma área pertencente à Associação Rural de Vacaria, hoje denominada

Parque de Exposições Nicanor Kramer da Luz, e foi organizado para comemorar o

terceiro aniversário da entidade.

A segunda edição foi realizada em janeiro de 1959, já com caráter estadual,

com convidados de várias regiões do Rio Grande. Os três primeiros rodeios foram

anuais e, a partir da quarta edição, tornou-se bianual, sendo que o quinto rodeio já

foi internacional e dele participaram diversas delegações, principalmente do

Paraguai.

Naquela primeira ocasião, foram realizadas provas de laço, pealo, rédeas e

doma, além de apresentações folclóricas, À noite houve fandango, com a animação

do famoso sanfoneiro Chiquinho Guazzelli. Foi um acontecimento que enche de

orgulho e engrandece a nossa cultura.

Quero homenagear a todas as pessoas que se dedicaram para o sucesso

cada vez maior do Rodeio de Vacaria, especialmente ao patrão Luiz Carlos Bossle

da Costa e aos colaboradores Lucas Ferreira (comercial); Juliana Tonini (captação

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de recursos); Ivonir Machado (responsável pelos bailes no Rodeio); Marcelo

Carvalho (acampamento mato); Clodoaldo Boeno (acampamento campeira) e Raul

Bittencourt (coordenador das gineteadas), que farão do 32º Rodeio Crioulo

Internacional de Vacaria uma festa magnífica, que engrandecerá ainda mais as

nossas tradições e cultura.

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O SR. PRESIDENTE (Leonardo Monteiro) - Com a palavra, por 1 minuto, o

Deputado Dimas Fabiano, de Minas Gerais.

O SR. DIMAS FABIANO (Bloco/PP-MG. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, venho a esta tribuna para cobrar do nosso Ministro de Estado da Saúde,

Ricardo Barros, celeridade na liberação dos recursos para diversos Municípios do

Estado de Minas Gerais. O repasse está atrasado.

A situação é crítica. Em muitos dos Municípios a falta de recursos está

deixando comunidades inteiras sem alguns serviços de atendimento básico à saúde.

Faltam recursos para pagamento aos agentes comunitários de saúde, às equipes do

Saúde da Família, às equipes de saúde bucal, para a Academia da Saúde, para os

Núcleos de Apoio à Saúde da Família, para os Consultórios na Rua, para as

Unidades Odontológicas Móveis, dentre outros.

Peço ao Ministro que, com urgência, solucione o problema do repasse e dê

máxima atenção à população do nosso Estado de Minas Gerais.

Refiro-me ainda ao tamanho das responsabilidades que os Prefeitos têm hoje.

Muitos deles não têm condições sequer de manter a prestação do serviço público

nos postos de saúde devido à falta de recursos.

Sr. Presidente, peço a V.Exa. que considere como lido o meu pronunciamento

e que autorize a sua divulgação no programa A Voz do Brasil e nos demais meios de

comunicação desta Casa.

O SR. PRESIDENTE (Leonardo Monteiro) - Seu pronunciamento será

encaminhado, Deputado.

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PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR

Sr. Presidente, venho a esta tribuna para cobrar do nosso Ministro de Estado

da Saúde, Ricardo Barros, celeridade na liberação dos recursos para diversos

Municípios do Estado de Minas Gerais. O repasse está atrasado.

A situação é crítica. Em muitos dos Municípios a falta de recursos está

deixando comunidades inteiras sem alguns serviços de atendimento básico à saúde.

Faltam recursos para pagamento aos agentes comunitários de saúde, às equipes do

Saúde da Família, às equipes de saúde bucal, para a Academia da Saúde, para os

Núcleos de Apoio à Saúde da Família, para os Consultórios na Rua, para as

Unidades Odontológicas Móveis, dentre outros.

Peço ao Ministro que, com urgência, solucione o problema do repasse e dê

máxima atenção à população do nosso Estado de Minas Gerais.

Refiro-me ainda ao tamanho das responsabilidades que os Prefeitos têm hoje.

Muitos deles não têm condições sequer de manter a prestação do serviço público

nos postos de saúde devido à falta de recursos.

Fica claro que, sem um bom atendimento na rede primária e sem uma boa

resolutividade, um quadro simples de doença pode se complicar, necessitando

aquele paciente de uma internação hospitalar, o que não deveria acontecer.

O povo clama, em situação de desespero. E tem razão. Afinal, os recursos

são o item número um para se evitar a enorme quantidade de pessoas nas filas dos

nossos hospitais, que, assim, precisam desempenhar o papel de unidade primária e

atender a pacientes fora do seu perfil.

Gostaria que o meu pronunciamento fosse divulgado no programa A Voz do

Brasil e nos demais meios de comunicação desta Casa.

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O SR. PRESIDENTE (Leonardo Monteiro) - Passa-se ao

V - GRANDE EXPEDIENTE

Concedo a palavra à Sra. Deputada Yeda Crusius, do PSDB do Rio Grande

do Sul.

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A SRA. YEDA CRUSIUS (PSDB-RS. Sem revisão da oradora.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Parlamentares, neste 2017, completam-se 23 anos do Plano

Real. Em um ponto concordam todos, independentemente da opção política: este

mesmo 2017 é um ano de profunda crise econômica e de altíssima instabilidade

política. Não há mais nem como nem por que esconder esta realidade, como ainda

fazem alguns em tempo de eleição. São tempos de crise em meio a novas

demandas sociais por liberdade e transparência.

Quando da implementação do Plano Real, em 1994, vivíamos uma situação

política similar à de hoje, depois do impeachment da Presidente Dilma Rousseff,

reeleita Presidente em 2014 e afastada legalmente em 2016. O então Presidente

Collor, primeiro Presidente eleito pelo voto direto depois das Diretas Já, também

sofreu impeachment, e Itamar Franco subiu ao cargo de Presidente da República

para exercer o seu mandato.

Itamar Franco subiu a esse cargo com um compromisso. O seu compromisso

era honrar a Constituição, recém-assinada, em 1988. Ele pessoalmente, de forma

não diferente dos demais, queria acabar com a hiperinflação, depois de vários

planos econômicos que optaram pelo modo de força, seja através do sequestro da

poupança, seja através do congelamento de preços.

Eu, neste Grande Expediente, Sr. Presidente, quero dizer que o Plano Real

foi escrito em 1984. De 1984 até 1994, foram cinco choques heterodoxos, como se

costuma chamar o plano econômico que objetiva terminar com a inflação e usa do

instrumento de congelamento de preços ou de poupança.

Vamos lembrar que, em 1986, o Plano Cruzado criou os chamados “fiscais do

Sarney”, e da mesma maneira o Plano Collor esperava que a inflação estivesse sob

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controle, e nunca estava. Então, a cada novo choque heterodoxo se seguia um

período de reinflação cada vez mais alta.

Eu quero aqui lembrar, Sr. Presidente, que, às vésperas do Plano Real, em

1994, 10 anos depois, portanto, do plano ter sido escrito — eu fui a editora da revista

que o publicou, em 1984, a revista da ANPEC, a Associação Nacional dos Centros

de Pós-Graduação em Economia —, optou-se por um plano que respeitava a

democracia, respeitava a Constituição e previa a adesão aos novos contratos por

parte de cada um dos agentes econômicos. O exemplo primeiro foi dado pelo

Governo Federal, que mudou os seus contratos. Passaram a ser firmados em URV.

Às vésperas do Plano Real, a inflação era de mais de 2.900% ao ano. Como

explicar então que a inflação anual registrada em maio deste ano, conforme o IPCA,

o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, foi de 3,6%? Não houve mágica

alguma.

Neste pronunciamento escrito que entregarei à Mesa da Câmara dos

Deputados, eu mostro por que em cada etapa o respeito ao Plano Real foi

considerado.

Vamos lembrar, o Presidente Lula, na sua campanha eleitoral de 2002,

divulgou a Carta ao povo brasileiro. Sossegou os mercados. Quando assumiu a

Presidência da República, deu um choque de juros violentíssimo, sossegou o

mercado, e passou para Henrique Meirelles a responsabilidade pela política

econômica. Isso foi o Presidente Lula.

O Presidente Michel Temer, que assumiu o cargo em 2016, chama Henrique

Meirelles para ser o Ministro da Fazenda. Desde então, a inflação só cai.

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Eu deixo aqui este registro, para que fique na Câmara dos Deputados e na

biblioteca do Congresso Nacional a história desse plano, bem como a informação de

que a inflação anual ser de 3,6%, conforme dados de maio deste ano, não

representa nenhum milagre, e sim respeito às leis, sejam as leis da economia, sejam

as leis inscritas na Constituição, sejam as leis do mundo globalizado.

Eu faço este registro dos 23 anos do Plano Real, para que a Câmara dos

Deputados o divulgue, para que dele tomem conhecimento não só todos aqueles

que estão nos acompanhando. Ficará registrada, para todos os tempos, na Câmara

dos Deputados, essa história, que é uma história que mudou o Brasil e deve ser

respeitada.

Quando ela passa a ser desrespeitada, como foi no caso que resultou na

inflação de 2014, que começou a subir, subir e chegou a 10%, o povo diz “não”. O

povo sabe do ganho que o Plano Real deu ao nosso País e a cada um daqueles que

quer respeitar as leis econômicas, as leis políticas e as leis morais.

Muito obrigada, Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados.

PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELA ORADORA

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, neste 2017, completam-se 23 anos do

Plano Real. Em um ponto concordam todos, independentemente da opção política:

2017 é um ano de profunda crise econômica e de alta instabilidade política. Não há

mais nem como nem por que esconder essa realidade, como fazem alguns em

tempo de eleição. São tempos de crise em meio a novas demandas sociais por

liberdade e transparência.

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Quando da implementação do Plano Real, em 1994, vivíamos uma situação

política similar à de hoje, depois do impeachment de Dilma Rousseff, reeleita

Presidente em 2014 e afastada por processo legal em 2016. Em 1992 havia sofrido

impeachment o primeiro Presidente eleito pelo voto direto depois dos 20 anos de

regime militar. A inflação havia atingido inéditos 2.708,17% ao ano em 1993. Na

direção contrária, neste mês de maio de 2017 acaba de se registrar uma taxa de

inflação anualizada, medida pelo IPCA, de 3,60%. A estabilidade dos preços se

deve, no meu entender, ao respeito às leis da economia real e às leis estruturadas a

partir da nova Constituição, promulgada em 1988. O PT, no entanto, não assinou a

nova Constituição, assim como não aceitou participar do Governo Itamar e foi contra

o Plano Real.

Collor e Dilma foram afastados pelas mesmas razões: pela crise econômica

que geraram com suas políticas e pela corrupção, percebida pela população,

organizada por eles. Ambos sofreram o processo de impeachment dentro das regras

constitucionais, e foram fortemente pressionados pelas manifestações de rua.

A inflação já havia tido seus picos em momentos de crise política, como a de

1964, primeiro ano do regime militar (92,12% a.a.); a de depois do segundo “choque

do petróleo” (110,24% em 1980); a do ano das Diretas Já e das eleições indiretas de

1984 (215,27%); a das primeiras eleições diretas de 1989 (1.972,91%). A média

mensal de inflação de antes do Plano Real foi de 16,44%!

Vencer a inflação parecia uma batalha perdida. Pois vencemos. A taxa de

inflação de hoje está em torno de 4% ao ano! A batalha agora é pela defesa da

democracia e pela volta do crescimento, uma vez que a inflação está sob controle.

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Vivi intensamente como economista os anos da “década perdida” de 1980.

Afirmo agora que o Real não está em perigo. Apesar do susto dos 10% ao ano de

2014, ano da reeleição de Dilma Rousseff, logo depois afastada do cargo, por

impeachment, em 2016, a política econômica praticada pelo Governo Temer

conseguiu frear a gigantesca recessão de 2015 e 2016, trazer a taxa de inflação

para 4% ao ano e reduzir significativamente a taxa de juros, que era de 14,25% em

2016.

A economia, livre da expropriação praticada pelo sistema de corrupção

organizado a partir de 2003, conforme mostram os processos do mensalão e do

petrolão, e livre da tentativa de imposição da vontade governamental contra a

realidade da economia, indica que o rumo está certo. O caminho é o das reformas, e

para realizá-las é preciso que o Governo tenha credibilidade. Não foi por outro

motivo, pensando no Brasil que afundava na crise, que o PSDB com

responsabilidade decidiu apoiar o Governo Temer, que se comprometeu com as

reformas. Não se precisa de mais uma tragédia como a da Venezuela, que é para

onde seguia o Brasil, sob a Presidência de Lula e Dilma.

Felizmente, ao contrário do que existe na Venezuela com o Governo Maduro,

que segue o Governo Chávez, mas ampliando o aparelhamento dos Poderes e

impedindo o funcionamento da imprensa livre, aqui temos a ação Lava-Jato, que,

respeitando os parâmetros jurídicos e judiciais, cumpre a missão de não permitir que

se repita indefinidamente a organização criminosa mostrada pelo mensalão,

denunciado em 2005 (Pró-Congresso, movimento de 2005 organizado por Gabeira,

Crusius e Guerra). Infelizmente, foi reeleito Lula em 2006, e a organização criminosa

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seguiu no seu objetivo perverso, ampliando a corrupção através do petrolão, de que

trata a Lava-Jato desde 2014.

Sras. e Srs. Parlamentares, antes do Plano Real, no Brasil vivia-se a bigamia

monetária instituída pelo regime militar para que convivêssemos com a inflação, sem

nos importar sobre quanto era: coexistiam em paz duas moedas. Uma era a moeda

física que se levava ao banco, o cruzeiro, e outra era a Obrigação Reajustável do

Tesouro Nacional — ORTN, a moeda indexada à inflação — a da caderneta de

poupança simbolizada pelo cofrinho. A ORTN repunha automaticamente a inflação a

cada trimestre, e depois, à medida que a inflação acelerava, a correção era ao mês,

depois ao dia, o overnight. Não se podia desperdiçar tempo ficando com dinheiro

parado.

O uso do tempo se fazia ao ritmo da inflação sempre crescente, que, por

inércia, a cada dia era maior que a do dia anterior. As atividades do cotidiano

exigiam o dispêndio físico de ir até o banco e ao supermercado diariamente, pois

eram tempos sem Internet. A aplicação overnight fazia com que cada pessoa

tentasse salvar o seu poder de compra levando o dinheiro físico ganho naquele dia

ao banco até a hora de seu fechamento, aplicando na sua conta e recebendo, por

meio de depósito, na manhã seguinte, na mesma conta bancária, esse mesmo

dinheiro do dia anterior corrigido (aumentado) pela inflação da noite.

Parceiros da corrida maluca inflacionária, os supermercados tinham horas

rígidas de funcionamento e não abriam aos domingos. Gastavam tempo e horas de

trabalho reetiquetando cada produto com um novo preço a cada momento. Qualquer

mudança na economia levava à formação de longas filas para fazer o máximo de

compras que o dinheiro de cada um permitia, para encher o freezer presente em

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cada casa, já que tudo mudava de preço em horas, e os salários se reajustavam só

no mês ou no ano seguinte. A inflação era contada a cada minuto e por todas as 24

horas.

O tempo que se gastava na corrida para se proteger da inflação devia

equivaler ao tempo que hoje se gasta olhando a telinha dos smartphones à busca de

mensagens, joguinhos, informações. É melhor agora, pois o jogo mudou: em lugar

de se proteger da inflação indo ao banco ou ao supermercado, as pessoas escolhem

o que querem acompanhar, onde estiverem.

Excelências, a bigamia monetária não era pacífica e sim cruel com uma das

partes. O convívio aparentemente pacífico dos brasileiros com a bigamia monetária

foi gerando um acúmulo de problemas O principal deles: a estagnação do

crescimento acompanhando a aceleração da inflação. Com isso, cristalizou-se o

clássico conflito redistributivo gerado pela inflação, com a redistribuição de renda

contra os salários e a favor de quem aplicava no mercado financeiro. Coube aos

economistas propor o final desse casamento heterodoxo insustentável e o fizeram

propondo dois planos alternativos: o do choque heterodoxo, que fazia o

congelamento dos preços (Governo Sarney) e da poupança (Governo Collor), e o

modelo da reforma monetária sem choques, o Real. Como sempre, hoje inclusive,

fazer política que gere os resultados esperados requer confiança. Isso só aconteceu

nos anos 1990. Só com o Real houve a separação consensual, o fim da bigamia

monetária.

Já para a geração deste nosso século XXI mudou o conceito de tempo, não

há dia ou noite com horário marcado de abertura ou fechamento de nada, a não ser

quando os hábitos ou a legislação trabalhista assim o exigem. Os analistas mostram

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que o mundo é plano (O Mundo é Plano — Uma Breve História do Século XXI, de

Thomas L. Friedman) e líquido (A Fluidez do Mundo Líquido, de Zygmunt Bauman,

no Youtube). De posse de seu smartphone, cada um pode organizar sua vida,

participar de pequenas reuniões como rolezinhos ou de gigantescas manifestações

de rua, marcadas através das redes sociais. Também pode fazer a qualquer hora do

dia ou da noite toda transação financeira, seja qual for a compra desejada, inclusive

em moeda que “não existe”, como o bitcoin (https://bitcoin.org/pt_BR), moeda digital

que sequer existe como depósito em qualquer banco conhecido, só existe “na

nuvem”. E funciona. Nela se confia. Transaciona-se em bitcoin instantaneamente,

em cada parte do mundo. Sua compra pela Internet chega em casa.

O Real foi publicado em 1984. Há duas maneiras de mostrar que o Real é de

1984: ou tendo vivido a realidade que afirmo, como vivi, ou estudando economia e

história, pois tudo está escrito. Dentre as centenas de artigos e livros escritos sobre

o Real, sugiro a leitura da Revista da ANPEC de 1984 (Ano VII, nº 8, novembro de

1984) e do artigo de Patrícia Helena F. Cunha intitulado A Estabilização em Dois

Registros (http://www.anpec.org.br/encontro2004/artigos/A04A022.pdf). Enquanto fui

editora da Revista da ANPEC, nela foram publicados os debates preparatórios para

serem divulgados durante os encontros anuais da ANPEC — Associação dos

Centros de Pós-Graduação em Economia. Em 1984 publicamos a revista com o

artigo de Francisco Lopes, defensor da saída heterodoxa para a inflação, que

referenciou no artigo a alternativa à saída heterodoxa via reforma monetária,

defendida por Persio Arida e André Lara Resende. Patrícia Helena descreve essas

duas saídas e mais em seu texto. O grupo de Francisco Lopes venceu num primeiro

momento, 1986, com a aplicação do heterodoxo Plano Cruzado, com congelamento

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de preços, que levou à formação de uma legião de “fiscais do Sarney”. A decisão

pelo plano com choque foi dada após a morte de Tancredo, em 1985. Na equipe

formada pelo Governo Sarney estavam muitos que participaram de outros planos

heterodoxos anteriores ao Real, e do Real inclusive. Viver ensina.

O que acontecia nos anos 1980 tinha como base material a de todo o XX: o

petróleo. As consequências dos “choques do petróleo” de 1973 e 1979 deram início

ao desmanche do ciclo, porque desajustaram a economia mundial. Dos centavos de

dólar pelos quais era vendido cada barril dos anos 1970, seu preço foi aos mais de

100 dólares dos anos 1980, por uma decisão dos países produtores organizados em

cartel. Os juros que recaíam sobre as dívidas dos países, principalmente os não

produtores de petróleo, foram às nuvens, e os países foram quebrando em

sequência. Era a crise da dívida dos anos 1980, os da “década perdida”.

Era preciso um plano para sair da crise mundial, pois todos se abraçavam

num abraço de afogados. Veio o Plano Brady (Dívida Externa Brasileira e o Plano

Brady, F. Lefort), para pagamento da dívida mundial, ancorado no sistema

financeiro, agora global. Todos os contratos foram mudados, parte da dívida de cada

país foi extinta, o passivo restante foi reescalonado com taxas de juros fixas. Como

os novos contratos eram por adesão, feitos por instituições globais, foi preciso

tempo. Fizeram isso em países de todo o mundo, deu certo. Nos anos 1990

completou-se a grande transformação necessária aos tempos de globalização.

O novo ciclo, o da globalização, tem como base material o conhecimento, a

informação transmitida livremente pelos instrumentos digitais, o que requer

liberdade. As políticas econômicas praticadas nas experiências socialistas foram a

semente de sua própria destruição nessa nova base material. O povo pedia

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liberdade e democracia. Nasceu na sequência da queda do Muro de Berlim, em

1989, a União Europeia, a da moeda euro. Fontes alternativas ao petróleo foram

sendo buscadas no mundo, colocando o cartel em apuros.

E aqui no Brasil, Srs. e Srs. Deputados, terminava o ciclo do Milagre

Brasileiro, dos anos 1970 dos militares, disparava a inflação, e nas ruas nasceu o

movimento das Diretas Já, de 1984. Morre em 1985 o eleito em 1984 pela via

indireta, Tancredo Neves, que havia firmado o compromisso de completar a

redemocratização com uma Constituinte. Uma nova Constituição foi finalmente

promulgada em 1988. Tancredo morto, começa a sequência de choques promovidos

pelos planos de estabilização, com congelamento de preços e da poupança.

Nós os economistas discutíamos como se poderia sair daquela crise

inflacionária. O mais importante era voltar a trilhar o caminho da democracia plena,

conscientes de que felizmente não tínhamos vivido nenhuma guerra em nosso

território, com a destruição física, nem a história dos países europeus que sofreram

hiperinflação. Eu sempre tive a consciência de que a solução para momentos de

crise no moderno mundo do Estado Democrático de Direito, que inscrevemos na

Constituição de 1988, vem pela ação política, com a defesa da democracia. Fora

dela só o que a História já ensinou: períodos de retrocesso, de exceção, de quebra

da democracia (Eichman em Jerusalém, de Hannah Arendt).

Para os que quiserem ir direto ao ponto no entendimento do Plano Real de

1994, há a oportunidade de ver o filme lançado recentemente com o título de Real, a

História por trás do Plano, baseado no livro do jornalista Guilherme Fiuza, 3.000

Dias no Bunker, com a história do Plano Real a partir de foco sobre um de seus

formuladores, Gustavo Franco. Para outros que quiserem ir além na compreensão

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técnica, vou citar apenas um artigo e uma revista, os quais, em meio ao abundante

acervo sobre o Plano Real existente, o ilustram. De tanto e tanto que se pode

pesquisar, mais não cito. Isso fica ao gosto e ao interesse do leitor.

O Plano Real não foi apenas a troca de moeda em 1º de julho de 1994. Foi

composto de várias fases, cada uma anunciando o que estava sendo feito por parte

do Governo, que deveria dar o exemplo primeiro, e propondo a adesão voluntária da

mudança de contratos para serem firmados numa moeda virtual, a URV, que não

perdia valor. A fase de transição durou 4 meses, explicando o que seria o Real e a

nova moeda. O Governo Itamar foi construindo a confiança absolutamente

necessária para seu sucesso. Em 1º de julho nasce a nova moeda, por reforma

monetária. Logo após, a Copa do Mundo nos sagrou campeões. As eleições deram

vitória ao maestro do Real, Fernando Henrique Cardoso, confirmando o acerto

técnico e político do plano. Preços livres foram a âncora do plano. Nada de

imposições, artificialismo. É claro que, para muitos, parecia mágica. Não era. Era o

respeito à economia como ela se apresentava. Mas só isso não bastava, pois era

preciso extirpar as causas da inflação. Falo em controle do déficit público e da

expansão do crédito e retirada da proteção a empresas e setores ineficientes.

Iniciou-se então um período de reformas constitucionais, privatizações,

disciplina fiscal, quebra de reservas de mercado, e de centenas de outras ações

consistentes, como o reordenamento e a redução do sistema financeiro, que vivia da

inflação, a renegociação das dívidas dos Estados ao estilo Plano Brady. A

segurança para a formação livre dos preços foi o sistema de metas para câmbio,

juros e inflação.

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Novas condições estavam postas pela economia livre e pela política de

respeito à Constituição, pelo aprendizado trazido pelos planos fracassados do

período 1986-1992, e pela voz das ruas do “Fora, Collor”, que pedia a estabilização

com combate à corrupção e democracia. No final de 1992, o Vice-Presidente Itamar

Franco toma posse como Presidente do Brasil. Formando um amplo governo de

coalizão com os partidos que apoiaram o impeachment, Itamar queria um plano para

acabar com a inflação. Sei porque insistia para mim nesse pedido, a mim como

Ministra do Planejamento, assim como fez com Fernando Henrique Cardoso como

Ministro da Fazenda logo depois, como cabia. Pois FHC, com Pedro Malan, Edmar

Bacha outros, formou um grupo de economistas brilhantes e experientes, quase

todos atuando na PUC-Rio. Assumiu a responsabilidade de chancelar as propostas

do grupo. Com carta-branca de Itamar Franco, soube arbitrar e harmonizar suas

diferenças. E fez o Real.

Anos depois, Lula, vencendo as eleições de 2002 e formando uma equipe

econômica com Henrique Meirelles, cumpriu o que prometia na sua Carta ao povo

brasileiro. A primeira medida econômica foi um violento choque nos juros. Com ele,

garantiu a estabilidade em meio a uma fortíssima crise de confiança que recaia

sobre o novo Governo. Deu autonomia à equipe econômica, que deu sequência à

política macroeconômica de moeda, câmbio e juros. Um grupo indignado de

Parlamentares filiados ao PT não aceitou a guinada. Foram expulsos em 2003 e

formaram o PSOL.

Lula e Dilma, entretanto, não abdicaram de seu modelo de desenvolvimento e

deram uma reviravolta rumo aos anos 1970, com o modelo de desenvolvimento

liderado pelo Estado e pelas estatais para guiar suas políticas econômicas. Pelo uso

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que deram às suas políticas, Dilma e Lula foram corroendo os fundamentos da

estabilidade. E mais: não reconheceram a nova base material do ciclo mundial, a

transparência simbolizada pelo smartphone. Optaram pelo petróleo com o pré-sal, o

mesmo petróleo que, na fase de alta, havia financiado o bolivarianismo do

Presidente Chávez, da Venezuela, e marcharam ambos para a bancarrota quando o

petróleo baixou de preço no final do ciclo do cartel dos produtores. Assentando-se

na corrupção como método de perpetuação do poder político, não perceberam que a

era do smartphone logo os desnudaria.

Batendo de frente com a realidade, reacenderam a inflação, geraram a maior

recessão da história, com recorde de desemprego, e impulsionaram a reação da

sociedade, que compareceu aos milhões, de modo pacífico, exigindo o fim dos

desmandos cada vez mais evidentes da corrupção organizada pelo Governo.

Graças ao funcionamento, ainda não perfeito, é claro, das instituições, e com a

Lava-Jato em atuação desde 2014, a voz das ruas vem ganhando o debate. Veio o

“Fora, Dilma”, e, com as condições objetivas do novo ciclo, esse processo de

reestruturação da política vai avançando. O populismo e o aparelhamento das

instituições vão sendo rejeitados, as eleições de 2016 mostram a escolha da

sociedade, que não aceita o desastre da crise econômica e política. É necessário

formular novas regras para o preenchimento dos cargos, principalmente os dos

superiores nos Poderes, em que não é a eleição universal que os preenche. Junto

às demais reformas, a mudança nessas regras se impõe.

O rompimento com a cadeia de corrupção montada nos Governos Lula e

Dilma vem pelo rompimento do modelo de desenvolvimento liderado pelo Estado e

pelas estatais. O Governo Temer deu início a essa ruptura quando mudou a

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administração da PETROBRAS e do BNDES, principais caixas dos desvios

praticados, conforme se acompanha pela Lava-Jato. Mas é preciso muito mais.

Modificar o modo de preenchimento dos cargos das agências estatais e dos

Tribunais Superiores permitirá evitar o nocivo aparelhamento de Estado. É uma das

mudanças requeridas para romper o método de corrupção praticado pelos Governos

Lula e Dilma.

A condição necessária para que não se perca a estabilidade conquistada pelo

Plano Real do final do século XX é dar continuidade ao respeito às leis, dar

sequência ao conjunto de reformas para ajustar a economia e a política aos novos

tempos do século XXI, quando liberdade e transparência são fundamentos vivos.

Dessa responsabilidade o PSDB, que conduziu o Plano Real, não pode abdicar,

apesar de todos os custos que representa dar apoio efetivo ao Governo que

sucedeu o Governo Dilma dentro das regras constitucionais. No campo político, o

limite para tal apoio está nas ações que confirmem a efetiva rejeição ao método do

Governo anterior, que foi o motivo para defendermos e apoiarmos o impeachment

em 2016. A aprovação da Lei do Teto, a mudança na administração de estatais,

como a do BNDES e a da PETROBRAS, e muitas outras ações já concretizadas em

2016 apontam para isso. Como partido, temos a responsabilidade de continuar a

apoiar o Brasil na sustentação do Real. Como Legislativo, precisamos assumir

nossa responsabilidade e tomar muitas outras iniciativas para isso,

independentemente do Governo, como estamos fazendo ao formular propostas e

participar tanto das reformas quanto de muitas outras iniciativas no Congresso

Nacional.

Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente.

Muito obrigada.

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O SR. PRESIDENTE (Leonardo Monteiro) - Concedo 1 minuto ao Deputado

Júlio Delgado.

O SR. JÚLIO DELGADO (PSB-MG. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Agradeço primeiramente a deferência ao Deputado Onyx Lorenzoni, que me

concede este 1 minuto, e ao Presidente em exercício desta sessão, Leonardo

Monteiro.

Gostaria de dizer, Sr. Presidente, que lamento que, numa quarta-feira plena

de atividades — está aqui o representante do Governo, o Deputado Mauro Pereira,

do Rio Grande do Sul —, o Governo se ausente, porque não quer fazer as votações

acontecerem, em função de este Governo ter extinguido a sua capacidade de

articulação, não só com a sociedade — cada vez mais essas coisas vêm à mostra —

, mas com o Parlamento também. A gente vê esse esvaziamento acontecer.

Mas eu uso esse tempo rápido para poder fazer um cumprimento ao

Presidente do partido no Ceará, Deputado Odorico Monteiro, que é o Presidente de

direito e de fato. Algumas ações foram impetradas no sentido de tirá-lo da

presidência do PSB do Ceará.

E eu quero aqui, em nome do PSB, e eu posso falar em nome do PSB,

cumprimentá-lo por estar em pleno exercício da Presidência do nosso partido no

Estado do Ceará. Ações que porventura foram impetradas não tiveram êxito na

Justiça, por não reconhecerem a autoridade de outros para tal. O partido tem

legitimidade para isso, e eu quero aqui cumprimentá-lo.

Agradeço ao Deputado Onyx Lorenzoni, e, mais uma vez, quero dizer: esse

Governo acabou de demonstrar claramente sua intenção ao não haver uma sessão

deliberativa numa quarta-feira na Câmara dos Deputados.

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Muito obrigado.

O SR. PRESIDENTE (Leonardo Monteiro) - Seu pronunciamento será

encaminhado, Deputado.

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O SR. PRESIDENTE (Leonardo Monteiro) - Para fazer seu pronunciamento

no Grande Expediente, passo a palavra ao Deputado Onyx Lorenzoni, do Rio

Grande do Sul. S.Exa. dispõe de 25 minutos.

O SR. ONYX LORENZONI (DEM-RS. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, solicito que o conteúdo deste meu pronunciamento no Grande

Expediente seja divulgado no programa A Voz do Brasil e sofra a atenção dos

órgãos de comunicação da Casa.

Eu volto ao tema da Previdência, Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados,

aqueles que acompanham esta sessão. Na última quarta-feira apresentei aqui um

trabalho do Centro de Estudos em Seguridade — CES, da Universidade Federal de

São Paulo — UNIFESP, da Universidade de Milão, da Universidade de Toronto e da

Universidade de Harvard sobre aposentadoria fásica e a Poupança Individual de

Aposentadoria. Esse trabalho teve grande repercussão, Sr. Presidente.

As pessoas querem uma proposta de reforma da Previdência que seja,

primeiro, respeitosa com a população brasileira, com o trabalhador e com a

trabalhadora, e que não penalize o trabalhador de baixa renda. Querem também que

seja uma proposta inovadora, inteligente, simples e, principalmente, transparente.

Esse é o caso da proposta feita por esse grupo chamado CES, que trata da

previdência fásica, que respeita as diversas fases do desenvolvimento e do

amadurecimento do homem e da mulher, e também da Poupança Individual de

Aposentadoria, que nós abreviamos de PIA.

As pessoas estão preocupadas, no Brasil, com a gravidade das contas

públicas. Porém, notam que há algo errado na proposta do atual Governo. Nossa

proposta de aposentadoria fásica gera um ganho fiscal maior, um efeito social

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positivo e um avanço econômico gigantesco, pois nos livraremos da dependência do

capital internacional, que é especulativo e que o Brasil usa para promover o seu

crescimento e o seu desenvolvimento.

Qual a razão para não apoiarmos a atual reforma da Previdência proposta

pelo Governo Temer? A razão é que a proposta é ruim, antiquada, velha e não

resolve os problemas, principalmente os das pessoas. Ela faz, na verdade, uma

mistura indevida — volto a frisar isso — entre previdência e assistência social.

Essa reforma que foi apresentada pelo Governo Temer é a mesma que foi

gestada nos Governos Dilma e Lula. Aliás, é bom lembrar que a equipe econômica é

praticamente a mesma, os técnicos são os mesmos. As declarações dadas por Lula

e Dilma, de quando eram Governo, foram na mesma linha das declarações que

estão sendo dadas pelos representantes do atual Governo.

Ela comete um erro que eu criticava nos Governos Lula e Dilma e critico hoje

no Governo Temer, que é colocar o peso do ajuste sobre os trabalhadores da base

da pirâmide brasileira. Por isso a população brasileira faz uma objeção incisiva e

legítima.

A grande maioria da população brasileira trabalha com critérios de justiça e de

generosidade, mas não se pode pedir mais sacrifícios a uma sociedade que já é

sugada em 40% de todo o esforço produtivo através da volumosa carga tributária

que temos no Brasil.

Hoje, por exemplo, um pedreiro não consegue se aposentar por tempo de

contribuição. É muito raro que isso aconteça. Ele sonha chegar aos 65 anos para

dar entrada na papelada e receber o primeiro benefício antes de morrer. Na fásica,

isso fica completamente transformado. Na aposentadoria fásica, na previdência

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fásica, ele pode começar a antecipar os seus benefícios — aqueles que têm uma

atividade física maior no seu exercício laboral — já aos 55 anos de idade, algo como

250 reais por mês, o que permitiria que ele reduzisse a sua capacidade de horas de

trabalho, respeitando a sua condição física. A aposentadoria cheia, de 1 mil reais,

chegaria aos 65 anos, mas ele poderia trabalhar, dos 55 anos aos 65 anos, naquela

década, com uma redução do seu volume de horas trabalhadas por dia. Isso

significa respeito às pessoas, o que não tem na proposta do atual Governo, mas nós

estamos defendendo isso na aposentadoria fásica.

Hoje, as pessoas com mais recursos, principalmente as da classe média,

conseguem, dependendo da situação, se aposentar aos 55 anos, 50 anos, e, às

vezes, em condições muito especiais, até abaixo disso.

O que muda com a proposta que estamos fazendo? Ninguém pode receber

nada além, pelo Regime Geral, do que seria, na média, um salário mínimo, podendo

chegar a até quatro salários mínimos.

E as pessoas me perguntariam como seria a transição. Bom, em relação à

transição eu poderia dar um exemplo. Até 2030, a pessoa que vai completar 65 anos

teria um benefício complementar para receber de pelo menos 1 mil reais por mês.

Esses 250 reais seriam um complemento assistencial para as pessoas que,

devidamente enquadradas, tivessem completado 65 anos. Ou seja, seria criada uma

regra de transição para adequar o modelo atual ao modelo de aposentadoria fásica.

Acima dos 70 anos, a pessoa já teria contribuído o suficiente, e ela poderia

receber mais de 1 mil reais por mês até um limite de 4 mil, em números redondos,

tomando por base que o limite do Regime Geral da Previdência seria quatro salários

mínimo.

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Alguns poderiam dizer: “O.k. Para o trabalhador mais simples essa solução é

ótima. Mas como fica a classe média?” Para a classe média, então, vem o PIA, que

eu pretendo explicar mais detalhadamente neste Grande Expediente. Novamente eu

peço um pouquinho de paciência para que as pessoas possam escutar o que é a

Poupança Individual de Aposentadoria — PIA.

Temos a chance, através da reforma da Previdência, de não apenas fazer

uma reforma previdenciária no Brasil, mas também de impactar diretamente na

atividade econômica do Brasil com sustentabilidade fiscal, social e previdenciária,

numa base técnico-científica já experimentada em outros lugares do mundo, sem ter

que fazer discurso populista e sem ter uma postura fiscalista — na minha visão,

completamente obtusa e fora de moda —, como a do atual Governo.

Para garantir os direitos previdenciários de quem já está aposentado e de

quem vai se aposentar, dos jovens e das crianças que irão nascer, nós temos que

ter um sistema que dê priorização de proteção aos mais pobres, de tal forma que

não misture assistência com previdência. Aliás, é isso que manda a Constituição e é

justamente isso que não faz a atual proposta de reforma previdenciária do Governo

Temer.

Por essa razão, nós apontamos a necessidade de que o Brasil crie um

instituto de Previdência que seja completamente independente, para cuidar só do

Regime Geral. Ele teria que ter uma independência, uma autonomia, sem ingerência

política, sem ingerência ideológica. Seria uma instituição para cuidar daquele grande

patrimônio que os trabalhadores e trabalhadoras têm e necessitam ter, que é a

possibilidade de acumular ao longo da sua vida de trabalho para poder ter uma

aposentadoria justa e correta. Isso deve ser feito com transparência, com as

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pessoas seguradas tendo acesso ao extrato das suas contas, o que seria uma

evolução, baseado no conceito de aposentadoria nocional, que é o que vigora hoje,

por exemplo, na Itália.

Visando os excluídos do mercado de trabalho, aqueles que nunca

conseguiram um trabalho formal, seria criado, nos moldes desse instituto geral de

Previdência, um instituto para a assistência social. Dessa forma, haveria os recursos

votados pelo Congresso, que seriam de conhecimento público, com métodos e

métricas específicas para acompanhar o exercício da aplicação daqueles recursos

públicos. Isso tudo seria um complemento ao regime geral de aposentadoria fásica,

mais a Poupança Individual de Aposentadoria.

Todos seriam atendidos de maneira independente, cuidadosa e respeitosa: o

excluído, o trabalhador braçal, a classe média e aqueles que dependem, por

exemplo, da assistência social com os benefícios continuados, que são importantes

para as pessoas que têm desde carências físicas até carências mentais.

A aposentadoria fásica protege o pobre, e a Poupança Individual de

Aposentadoria protege a classe média e complementa a aposentadoria fásica. Trata-

se de um modelo completo de proteção social e sustentabilidade previdenciária,

construído com fundamentação científica dentro do direito atuarial.

Destaco que os que se encantaram com o projeto já tiveram receio sobre a

rentabilidade da Poupança Individual de Aposentadoria — PIA. Disseram: “Olhem,

esse negócio de aposentadoria vai ter rentabilidade baixa, isso pode não ser

atrativo”.

Então, não há nenhuma relação da Poupança Individual de Aposentadoria

com o rendimento de algo controlado pelo Governo. O Governo não é um

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controlador. O Governo é apenas um garantidor, um fiador de que esse sistema não

possa desabar.

A PIA é um programa previdenciário individual — volto a repetir: individual.

Não é fundo de pensão, é individual, no qual os rendimentos serão, na média, muito

maiores do que os de uma caderneta de poupança. É uma conta de investimento

específica para aposentadoria que tem um dono, sim! Há uma pessoa que é dona

da conta, seja ela um médico, um advogado, um veterinário, um dentista, um

pedreiro, um mecânico, um dono de padaria, um enfermeiro, que vai ter a sua

poupança, que é uma conta de investimento com portabilidade. Então, ela vai ser

atrativa para os organismos financeiros e terá, sim, isenção fiscal, da mesma

maneira que todos os investimentos que interessam ao Estado têm. E é importante

que ela tenha isenção fiscal, para que não pague impostos sobre os ganhos,

exatamente como ocorre hoje com os investimentos dos mais ricos.

Nós estamos, com essa proposta da Poupança Individual de Aposentadoria,

democratizando o mercado de capitais. Será um passo adiante que o Brasil dará

dentro do nosso mercado de capitais.

Então, qual é a razão de o nome ser Poupança Individual de Aposentadoria?

O nome poupança é um nome quase santificado no Brasil. Trata-se de uma

das poucas instituições financeiras que nem os populistas nem os demagogos ainda

tiveram coragem de abocanhar. É para mostrar que esse dinheiro não poderá ser

abocanhado no futuro, seja lá quem ocupe a cadeira presidencial.

Previdência, e digo isso desde a primeira sessão da Comissão Especial da

Reforma da Previdência, é algo para ser pensado sempre a longo prazo — sempre!

—, porque estamos lidando com a expectativa das pessoas. Por essa razão, a

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aposentadoria fásica tem a característica de proteger. Por isso, ela precisa ter

garantias do Estado de que, na Poupança Individual de Aposentadoria, o

depositante terá conhecimento, desde o primeiro dia, do volume de recursos

depositados.

Então, o sistema é nacional, ele conhece a rentabilidade. Esse valor é

disputado pelas empresas que atuam no mercado. Com isso, nós que hoje temos

15%, 16% do PIB de poupança interna, os estudos apontam que, talvez, em meia

década, 5 anos, o Brasil vá para mais de 20%, 22%, podendo chegar a até mais do

que isso de poupança interna.

Seria uma revolução econômica no Brasil, porque o dinheiro que falta hoje

para o pequeno negócio, o dinheiro que falta hoje para as startups, o dinheiro que

falta hoje para a geração de novas tecnologias, estará disponível, e é capital

nacional, muito mais barato do que ter taxas de juros estratosféricas para atrair o

capital internacional especulativo. É um capital de brasileiros que estaria aqui

gerando emprego, renda, trabalho, tecnologia para brasileiros. Por isso é que ela

tem uma simplicidade, mas, ao mesmo tempo, um alcance extraordinário.

Essa conjugação da aposentadoria fásica com a Poupança Individual de

Aposentadoria pode construir uma nova realidade no Brasil, não apenas

previdenciária, mas também ajudando no equilíbrio fiscal de qualquer governo.

A proposta não tem perfil ideológico. Ela tem um perfil social, principalmente

preocupada com a transformação do País que queremos: que tenha capacidade de

emprego, desenvolvimento de renda e especialmente crescimento das pessoas.

Surgem também perguntas de como seria a transição. Bom, o primeiro ponto

que teríamos a respeito da transição do sistema é que precisaríamos conhecer

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muito profundamente as atuais contas do Governo. Evidentemente, isso que

estamos apresentando aqui é uma proposta estruturada, já baseada na experiência

internacional e que vai ter que ser, claro, ajustada e adaptada às condições atuais

do nosso País.

Mas nós estimamos que seria uma transição de mais ou menos 10 anos, para

que nós saíssemos da situação de hoje e fôssemos para uma situação onde nós

teríamos não apenas a questão previdenciária e fiscal equilibrada, mas também uma

capacidade de investimento como nunca houve nos nossos mais de 500 anos de

história.

Acho que essa talvez seja a coisa mais importante que podemos trazer. O

estímulo para a complementação da Previdência, via Poupança Individual de

Aposentadoria, poderia gerar no Brasil o que ele nunca teve: poupança interna para

poder crescer e para poder se desenvolver.

A pessoa que aplicaria na Poupança Individual de Aposentadoria poderia ter

acesso a investimentos próprios do Tesouro Direto, ou até mais sofisticados, nos

quais antigamente só os ricos conseguiam investir. Neste caso, qualquer um poderia

investir. Podem ser investimentos de risco baixo, como títulos do Tesouro; porém,

dependendo da pessoa e da sua coragem, ela poderia investir, quem sabe, em

ações ou produtos de renda de maior risco.

Mas isso vai na contramão daquilo que todos os Governos recentes

propuseram no Brasil, Deputado Mauro Pereira: os fundos de pensão, que têm uma

história muito ruim no Brasil e no mundo todo.

O fracasso da Fundação de Previdência Complementar do Servidor Público

Federal — FUNPRESP, que foi proposta pelo Governo anterior, criado aqui, é uma

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amostra evidente disso. Para cada real que o servidor coloca no FUNPRESP, o

Governo coloca outro real, ou seja, ele dobra o depósito em favor daquela pessoa.

Nem assim o FUNPRESP vai adiante, porque as pessoas desconfiam. E devem

desconfiar! Desde Jimmy Hoffa, nos Estados Unidos, que atuou na questão do

Fundo dos caminhoneiros americanos, passando por tudo aquilo que nós já vimos:

as falências históricas da Caixa de Pecúlios, Pensões e Montepios Beneficente —

CAPEMI; da MONGERAL; da AERUS, da nossa VARIG; do Instituto de Seguridade

Social dos Correios e Telégrafos — POSTALIS, mais recentemente.

Lamentavelmente, sempre houve nos fundos de pensão no mundo todo — e

particularmente aqui no Brasil — problemas de má gestão, apropriação indébita,

corrupção. Não há aqui no País uma imagem positiva para os fundos de pensão.

Quero lembrar que, na reforma da Emenda nº 41, de 2003 — que o Lula

copiou da reforma proposta por Fernando Henrique, depois implementada através

de lei por Dilma —, apresenta-se uma cortina de fumaça para disfarçar a real

natureza dos fundos de pensão. O texto da emenda fala do FUNPRESP e de outros

fundos de pensão para Estados e Municípios como entidades fechadas de

previdência complementar de natureza pública.

Isso é um absurdo! Os fundos de pensão são entidades privadas por

concepção Inseriram a “natureza pública” para dourar a pílula. Pelo visto, não

funcionou. Mesmo o Governo dobrando — aquilo que eu expliquei há pouco que o

funcionário público paga —, as pessoas não aderem ao FUNPRESP.

Ademais, os fundos de pensão conseguiram cancelar a Súmula nº 321, do

STJ, que dizia: “O Código de Defesa do Consumidor é aplicável à relação jurídica

entre a entidade de previdência privada e seus participantes.” No ano passado,

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passou a vigorar a Súmula nº 563, do STJ, que diz o seguinte: “O Código de Defesa

do Consumidor é aplicável às entidades abertas de previdência complementar, não

incidindo nos contratos previdenciários celebrados com entidades fechadas.”

Isso é um absurdo, porque retira das pessoas uma proteção que o Código

de Defesa do Consumidor dá a elas. Agora, se a pessoa for participante e precisar

processar o fundo de pensão, não terá a proteção do Código de Defesa do

Consumidor.

Por isso, a nossa proposta complementar à aposentadoria fásica é a

Poupança Individual de Aposentadoria. Somente no caso de previdência aberta —

aqueles PGBLs ou VGBLs — o Código de Defesa do Consumidor continua sendo

garantia dos direito das pessoas.

Os fundos de pensão são poderosos, são gigantes, podem contratar

advogados, os melhores, via de regra, e a pessoa que for processá-los não terá, por

exemplo, a inversão do ônus da prova, prevista na relação de consumo do Código

de Defesa do Consumidor. Isso é justo? Arrisque-se quem quiser! E é por isso que

esses mecanismos não têm sido acolhidos pela população brasileira.

Os PGBLs e os VGBLs estão na esfera do Código de Defesa do

Consumidor, porém, as taxas são muito altas, Presidente Mauro. Para se ter uma

ideia, aqui os grandes aplicadores pagam em torno de 0,3%, agora, para os

pequenos aplicadores, a taxa é escorchante, é de 3%. E é por isso que eles não têm

atratividade. Além do que, aqui no Brasil, existe a taxa de carregamento, a popular

corretagem, que pode ser aplicada no início ou no fim.

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De um modo geral, apesar das altas taxas dos planos de previdência

aberta, que devem ser diminuídas por lei, ainda assim, é melhor um PGBL, no qual a

pessoa controla os seus valores, a um fundo de pensão.

Mas nós queremos sair dessa história. Nós queremos buscar um outro

caminho. E este outro caminho é a aposentadoria fásica conjugada com a Poupança

Individual de Aposentadoria. A aposentadoria fásica protege 80% dos trabalhadores

brasileiros, particularmente aqueles que trabalham nas atividades mais desgastantes

do ponto de vista físico: agricultura, construção civil, mineração, transporte, pesca,

ou seja, aqueles em que a exigência física consome uma parte da vida da pessoa.

Nós temos que ter clareza sobre isso.

Então, a aposentadoria fásica trabalha com este conceito: quando a pessoa

envelhece ou começa a entrar na velhice, ela já vai recebendo um pequeno valor,

vai reduzindo a sua capacidade laboral, as horas trabalhadas, vai se preparando

para a aposentadoria sem deixar de ter uma cobertura.

E quando for uma pessoa da classe média ou da área empresarial que queira

ter um valor maior, ela mesma o constrói ao longo da sua vida através de um

sistema que ela controla e acompanha, em que sabe desde o primeiro dia quanto

colocou e quanto vai ter ao final para sua aposentadoria, que é a Poupança

Individual de Aposentadoria.

Além disso, Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, estarei encaminhando

uma proposta de lei complementar que altera a Lei Complementar nº 108, de 2001,

e a Lei Complementar nº 109, de 2001, no sentido de permitir que as pessoas

participantes dos fundos de pensão aqui no Brasil possam fazer a sua portabilidade.

Hoje, ela é proibida.

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Nós vamos permitir, se o Congresso a acatar, que as pessoas possam mudar

de fundo de pensão. O Chile já fez isso. Elas teriam, então, portabilidade como se

tem hoje na telefonia. Elas vão transferir os seus valores do fundo de pensão para

qualquer plano que quiser: Plano Gerador de Beneficio Livre — PGBL, Vida Gerador

Benefício Livre — VGBL ou Poupança Individual de Aposentadoria — PIA. Inclusive

com um rebate, ou seja, o aporte de 100%, atualmente feito pelo Governo

principalmente no caso dos servidores públicos.

E incluirei na proposta que o fundo garantidor dos bancos tenha

explicitamente a garantia de proteção da previdência aberta, que atualmente é

motivo de discussão. Caso haja Certificados de Depósitos Bancários — CDBs na

conta e o banco quebre, o dono do PIA, PGBL ou VGBL estará protegido até o limite

do fundo garantidor.

Creio que, com essas explicações da última quarta-feira e com as explicações

um pouquinho mais detalhadas e mais simplificadas que tentei fazer no dia de hoje,

nós estamos trazendo ao conhecimento da sociedade brasileira, Presidente, uma

proposta de reforma da Previdência que respeita as pessoas e que contribui para o

Brasil dar um salto de crescimento extraordinário.

Os economistas calculam que, se o Brasil tiver algo em torno de 23%, 24% do

PIB como capacidade de poupança interna, Presidente Mauro, ele pode crescer

anualmente à taxa sustentável de 4% ao ano, independentemente de quem estiver

no Governo, independentemente da linha ideológica que estiver no Palácio do

Planalto.

O Brasil teria, primeiro, uma previdência que respeita as pessoas; segundo,

uma previdência que é separada do poder político — porque ela é muito importante

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para a vida do ser humano; terceiro, uma previdência que não se mistura com

assistência social — seriam duas instituições independentes; quarto, uma

previdência que é complementar, construída em poupança individual para

aposentadoria, garantida pelo Governo. Dessa forma, nós acumularíamos capital, ou

seja, faríamos poupança interna, que é o que falta ao nosso País para ele bancar o

nosso crescimento e o nosso desenvolvimento.

Isso é o que eu chamo de uma reforma da Previdência com impacto social

gigantesco! É a isso que, lamentavelmente, o Governo está surdo! Ele está incapaz

de poder dialogar.

Eu espero, Presidente Mauro, que, a partir dessas duas apresentações aqui,

se possa abrir um canal de diálogo não apenas com quem ocupa, hoje, o Palácio do

Planalto, mas também com que vai ocupar o Palácio do Planalto na eleição do

próximo ano.

A reforma da Previdência do Temer já acabou! Nós precisamos discutir, neste

ano, no ano que vem, no período eleitoral e pós-eleitoral, um caminho para a

previdência no Brasil. Que seja um caminho justo para os brasileiros! Mas espero

que a reforma da Previdência possa ser utilizada para estimular a poupança interna

e fazer com que o Brasil tenha dinheiro, recursos próprios para bancar o seu

crescimento.

Crescimento e desenvolvimento, Presidente Mauro, significam emprego,

renda, vida, felicidade para os brasileiros e brasileiras.

Muito obrigado.

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O SR. PRESIDENTE (Mauro Pereira) - Muito obrigado, Deputado Onyx

Lorenzoni. Parabenizo V.Exa. pelo excelente trabalho que faz pelo nosso Estado do

Rio Grande do Sul e pelo bem do povo brasileiro.

Durante o discurso do Sr. Onyx Lorenzoni, o Sr.

Leonardo Monteiro, nos termos do § 2º do art. 18 do

Regimento Interno, deixa a cadeira da Presidência, que é

ocupada pelo Sr. Mauro Pereira, nos termos do § 2º do

art. 18 do Regimento Interno.

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O SR. PRESIDENTE (Mauro Pereira) - Concedo a palavra ao Deputado

Marcelo Ardo, do PHS, por 1 minuto.

O SR. MARCELO ARO (PHS-MG. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, serei breve.

Sr. Presidente, nobres colegas, hoje de manhã eu fui surpreendido com o

telefonema do nosso Prefeito de Salinas, Zé Prates, que me contou sobre o assalto

que ocorreu nesta madrugada, na cidade de Salinas, no norte do nosso querido

Estado.

Sr. Presidente, o que me traz aqui hoje é falar desse assalto que aconteceu

na madrugada, na cidade de Salinas, no norte de Minas Gerais. Eu recebi um

telefonema e fiquei espantado com o que aconteceu lá. Dez criminosos com fuzil,

armados, pararam a cidade, começaram a dar tiros e assaltaram a agência da

Caixa. E algo precisa ser feito.

O Prefeito me ligou, muito preocupado com essa situação, pedindo que

tomássemos providências. E por representar o povo de Salinas na Câmara Federal,

eu me sinto na obrigação de exigir do Governo do Estado que intensifique o

policiamento naquela cidade. O nosso Prefeito Zé Prates tem feito um trabalho

maravilhoso, um trabalho invejável, mas há coisas que fogem da competência dele.

É por isso que eu quero me colocar à disposição do Prefeito e do povo de Salinas

para que nós possamos cobrar das autoridades competentes, sobretudo do Governo

Estadual, um maior reforço policial para a cidade.

Nós precisamos dar segurança para o povo de Salinas. A D. Sônia, esposa

do Prefeito, me mandou uma mensagem hoje com um morador da cidade, uma

moradora atônita com a situação.

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Não podemos, Sr. Presidente, admitir esse tipo de situação. Conto com o

Plenário desta Casa para, juntos, combatermos a insegurança que se instala no

nosso País. O povo de Salinas pode, mais uma vez, contar com este Deputado.

Muito obrigado.

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pereira) - Muito obrigado ao Deputado Marcelo

Aro, do PHS, de Minas Gerais. Parabéns pelo trabalho!

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O SR. PRESIDENTE (Mauro Pereira) - Concedo a palavra, por 1 minuto, ao

Deputado Heráclito Fortes.

O SR. HERÁCLITO FORTES (PSB-PI. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, eu quero me dirigir ao Governador do Estado de Goiás e ao seu

Secretário de Segurança para que ajudem no esclarecimento de um bárbaro

assassinato que ocorreu em Aparecida de Goiânia, na semana passada. Trata-se da

jovem Mariana Siqueira Matias, filha de Bom Jesus do Gurgueia, filha de Juarenso

Matias Maia e de Maria da Guia Siqueira. Essa jovem de 19 anos foi assassinada

com mais de 17 disparos. É uma barbaridade. É preciso que esse crime seja

esclarecido.

E eu faço esse apelo às autoridades de Goiás, no sentido de que, ao elucidá-

lo, dê pelo menos conforto aos pais das vítimas, a seus familiares, a seus amigos e

à cidade de Bom Jesus, onde ela era muito querida, que dê o conforto de pelo

menos ver essa tragédia ser esclarecida.

Eu agradeço a V.Exa., Sr. Presidente. Tenho certeza de que nós contaremos

com a colaboração do Governador Marconi Perillo, do seu Secretário de Segurança

e, quem sabe, até da própria população de Aparecida de Goiânia. Crimes como

esse, que estão sendo banalizando no País, não podem continuar. Eu tenho certeza

e confio na ação da Justiça do Estado de Goiás.

Solicito a V.Exa. que encaminhe esse meu apelo às autoridades aqui citadas

e aos familiares das vítimas.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pereira) - Muito obrigado, Deputado Heráclito

Fortes.

Com certeza a nossa Mesa dará destino à demanda e à solicitação de V.Exa.

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O SR. PRESIDENTE (Mauro Pereira) - Vai-se passar ao horário de

VI - COMUNICAÇÕES PARLAMENTARES

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O SR. PRESIDENTE (Mauro Pereira) - Antes de dar prosseguimento à

sessão, esta Mesa dá conhecimento ao Plenário dos seguintes

Ofício nº 319/17 (CN)

Senhor Presidente,

Encaminho a Vossa Excelência, nos termos do § 8º

do art. 62 da Constituição Federal, com a redação dada

pela Emenda Constitucional nº 32, o processado da

Medida Provisória nº 770, de 2017, que “Prorroga o prazo

para utilização do Regime Especial de Tributação para

Desenvolvimento da Atividade de Exibição

Cinematográfica — RECINE”.

À Medida foram oferecidas 20 (vinte) emendas e a

Comissão Mista emitiu o Parecer nº 1, de 2017 (CM MPV

nº 770, de 2017), que conclui pelo PLV nº 18, de 2017.

Atenciosamente,

Senador Eunício Oliveira

Presidente da Mesa do Congresso Nacional

Ofício nº 325/17 (CN)

Senhor Presidente,

Encaminho a Vossa Excelência, nos termos do § 8º

do art. 62 da Constituição Federal, com a redação dada

pela Emenda Constitucional nº 32, o processado da

Medida Provisória nº 773, de 2017, que “Estabelece prazo

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para a correção dos valores referentes ao percentual de

aplicação mínimo obrigatório de que trata o caput do art.

69 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, para os

recursos recebidos em decorrência da Lei nº 13.254, de

13 de janeiro de 2016”.

À Medida foram recebidas 8 (oito) emendas e a

Comissão Mista emitiu o Parecer nº 1, de 2017 (CM MPV

nº 773, de 2017), que conclui pela aprovação da matéria.

Atenciosamente,

Senador Eunício Oliveira

Presidente do Senado Federal

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O SR. PRESIDENTE (Mauro Pereira) - Concedo a palavra ao Sr. Deputado

Zé Geraldo, para uma Comunicação de Liderança, pela Liderança da Minoria, pelo

tempo de 9 minutos.

Acrescento o tempo de 3 minutos das breves comunicações, conforme V.Exa.

havia solicitado. Então, V.Exa. disporá de 12 minutos.

O SR. ZÉ GERALDO (PT-PA. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Muito

bem, Sr. Presidente. Eu agradeço a V.Exa., porque vou tratar de um assunto muito

importante para o povo brasileiro.

Quero dizer à população brasileira que na próxima quinta-feira eu estarei

coordenando uma audiência pública na Comissão de Integração Nacional, para

debater sobre a aviação aérea regional e o papel do fundo aéreo regional como

estímulo às empresas aéreas para prestarem serviços e mais baratos às cidades

que estão mais distantes.

Sr. Presidente, hoje, o cidadão paga mais de mil reais para ir da Capital para

o interior, principalmente nos Estados do Norte do Brasil. Para se ter uma ideia, de

Belém para Altamira, chega-se a pagar 1.500 reais em uma passagem aérea.

Mas eu estou muito preocupado, porque recebi hoje uma carta aberta aos

brasileiros do Sindicato Nacional dos Aeroportuários — SINA.

Faço questão de dar repercussão a esta carta neste momento que faço uso

do tempo destinado à Liderança da Minoria e em nome do Partido dos

Trabalhadores.

Diz a carta:

“Carta Aberta aos Brasileiros(as).

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Diante do anúncio do governo Temer de que

pretende privatizar a Infraero (Empresa Brasileira de

Infraestrutura Aeroportuária, administradora de 60

aeroportos no país), os trabalhadores da estatal e o

Sindicato Nacional dos Aeroportuários (Sina) vêm a

público manifestar sua indignação e luto perante essa

proposta.

O Sina e os aeroportuários também pedem aos

cidadãos brasileiros que avaliem atentamente essa

iniciativa e tomem uma posição, pois o assunto interessa

a todos, uma vez que os aeroportos, a segurança de voo

e o acesso a um transporte aéreo de qualidade são

essenciais para o desenvolvimento e a soberania do

Brasil.

A sociedade brasileira precisa saber que:

1. Desde 2011, os aeroportos concedidos pelo

governo à iniciativa privada têm sido maquiados com

muito granito, mas tendo reduzida, gradativamente, a sua

eficiência. Operacionalmente, eles são classificados

abaixo dos administrados pela Infraero.

2. O preço das tarifas aeroportuárias disparou

depois das concessões, e ainda foi criada uma tarifa nova

de conexão. As concessionárias privadas foram

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favorecidas no aumento das tarifas, muito acima do

permitido à Infraero.

3. Os maiores aeroportos do país, concedidos à

iniciativa privada, são os que mais recebem recursos do

Fundo Nacional de Aviação Civil (Fnac), criado com o

objetivo de garantir que os aeroportos deficitários,

localizados em regiões de menor demanda, continuem

existindo, para que a população possa ser atendida no

transporte aéreo.

4. O apartheid social também deve ser levado em

consideração nesse processo. A população das classes C

e D, que vinha utilizando o transporte aéreo” — ou seja,

vinha viajando de avião — “de forma regular antes das

concessões, está sendo empurrada de volta para as

rodoviárias. Isto porque o aumento das tarifas impactou

no preço das passagens, além do aumento de outras

taxas, como os estacionamentos nos aeroportos”.

Logo mais à frente, dizem o seguinte:

“7. As concessionárias privadas que assumiram a

administração dos aeroportos de Guarulhos, Brasília,

Campinas (Viracopos), São Gonçalo do Amarante (Natal),

Belo Horizonte (Confins) e Rio de Janeiro (Galeão) já

estão em crise, devendo outorgas (aluguéis pagos à

União em troca da concessão), demitindo trabalhadores

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em massa, precarizando as condições de trabalho e até a

higiene nos banheiros dos terminais, e reduzindo o efetivo

de segurança aeroportuária (prato cheio para roubos e

assaltos nos estacionamentos e outras áreas dentro e no

entorno dos aeroportos). Tudo isso precariza a segurança

de voo e operacional, colocando milhares de vidas em

risco. Há aeroportos concedidos, inclusive, já com

dificuldades para pagar a folha dos funcionários”.

Dizem mais ainda:

“9. A Infraero tem 44 anos de existência e é

responsável pela construção de praticamente toda a

infraestrutura aeroportuária do país. É uma empresa

reconhecida por sua excelência e porte,

internacionalmente, atuando numa área técnica de

extrema complexidade e grande capacidade de

arrecadação de recursos. Os problemas financeiros que a

Infraero vem enfrentando estão relacionados à má gestão

e falta total de planejamento do Governo visando sua

saúde financeira. Na verdade, o que vemos é um governo

que faz de tudo para destruir a empresa e então entregá-

la de bandeja ao capital privado nacional e internacional”.

A propósito, os trabalhadores da INFRAERO, trabalhadores aeroportuários,

devem engrossar a greve geral que ocorrerá no dia 30 neste País.

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Sr. Presidente, Srs. Deputados e Sras. Deputadas, eu agora traduzo isso

daqui para os avanços que nós ainda estávamos pensando em ter. Já no Governo

Dilma, nós criamos por lei esse fundo aéreo regional. Para que é esse fundo? Para

financiar os aeroportos do Brasil que dão mais lucro e que estão na mão das

empresas privadas. Esses aeroportos, em sua maioria, estão na Amazônia, mas

estão em outros Estados do Brasil também. Lá não chegam os voos da Gol, da

Latam e de outras empresas. Quando chegam os de outras empresas, têm preços

inacessíveis. Assim, as pessoas preferem pegar um carro e andar de 10 horas a 15

horas, como ocorre no caso da viagem de Belém a Altamira, no Estado do Pará,

cujo percurso é de 800 quilômetros — são 15 horas de carro, se tudo correr bem. De

Belém a Marabá, são 6 horas ou 7 horas de carro. De Belém para Santarém, eu

nem menciono; demoraria 1 ou 2 dias de carro, ou 3 dias de barco! Isso se repete

para o Acre, para o Amazonas, para Roraima, para Rondônia, para o Amapá, enfim,

principalmente para os Estados do Centro-Oeste e do Norte e para alguns também

da Região Sul e Sudeste.

Então, se nós tivermos esse fundo funcionando, uma passagem aérea que

custa hoje 1 mil reais poderia passar a custar 500 reais. A empresa terá

sustentabilidade, porque mais gente vai viajar de avião, vai deixar o carro. Uma

coisa é que pagar 1 mil reais, outra coisa é pagar 500 reais .

No Estado do Pará, nós criamos a expectativa de 26 aeroportos serem

ampliados e construídos para fazer essas vias aéreas funcionarem. Vejam bem que

a região sul do Pará, hoje, não tem uma linha aérea regular, nem em Conceição do

Araguaia, nem em Redenção, nem em Ourilândia. Estou citando Municípios que

poderiam ter um aeroporto. Se, de segunda a sexta-feira, uma linha regular

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passasse pelo menos uma vez por dia, indo de Brasília ou de outros Estados para

Belém, ou de Belém até a Região Centro-Oeste, ou mesmo ao restante do Brasil,

seria bom. Mas isso não existe. As pessoas precisam andar 500 quilômetros para

chegar a Marabá, onde fica o aeroporto mais regular que nós temos, abarcando

duas grandes regiões do Pará, o sul e o sudeste do Estado.

Se nós tivéssemos um aeroporto funcionando em Redenção, isso já atenderia

àquelas cinco ou seis cidades do entorno, que ficam a 200 quilômetros. As pessoas

iriam a Redenção e embarcariam; desembarcariam, pegariam seus carros e iriam

para os seus Municípios. O mesmo ocorreria se houvesse um aeroporto em São

Félix do Xingu ou pelo menos em Ourilândia do Norte. Se houvesse um aeroporto

em Ourilândia, o povo de São Félix do Xingu e de Tucumã poderia embarcar. Se o

aeroporto for em Redenção, as pessoas das cidades de Floresta do Araguaia,

Santana do Araguaia, Conceição do Araguaia, Cumaru do Norte, Rio Maria,

Bannach e de outras cidades da região poderiam fazer embarque ali.

Para o oeste do Pará, em cidades como Altamira, Santarém, Itaituba, Monte

Alegre, mais à margem esquerda do Amazonas, no Calha Norte, poderia haver

voos. No nordeste paraense, em Paragominas, há uma linha regular. Tucuruí tem

uma linha regular. Cametá tem uma linha regular.

No entanto, com a decisão do Governo Temer de privatizar a INFRAERO, a

vaca vai para o brejo, como diz o ditado popular. Nós não teremos chance nenhuma

de pensar em ver mais gente andando de avião no Brasil, principalmente na Região

Norte. Nós não teremos chance nenhuma de baratear o preço das passagens

aéreas.

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Os preços cobrados são um absurdo, inclusive os cobrados dentro dos

aeroportos. Às 3 horas da madrugada eu estava em Belém, esperando para

embarcar para Brasília, e resolvi tomar um copo de leite, como todos nós fazemos,

até para o tempo passar. Eu paguei, Sr. Presidente, 12 reais por um copo de leite!

Foram 12 reais! Ao mesmo tempo, lembrei-me dos meus amigos que lá no

assentamento tiram leite. Meu irmão, por exemplo, tira leite todo dia e vai vender na

cidade. Ele mesmo vai vender. Vende a 2 reais o litro do leite e a menos de 30

centavos um copo de leite. No assentamento, o copo de leite é vendido a 15

centavos, ou até menos do que isso. Se compararmos a diferença entre o preço de

um copo de leite vendido por um produtor no Estado do Pará, na roça, e o preço de

um copo de leite vendido no aeroporto, veremos que ela é de quase 70 vezes.

Setenta vezes! É só fazer as contas.

Então, são preços absurdos os que são cobrados dos usuários que passam

pelos aeroportos, sem se falar na passagem aérea. E as pessoas que estão lá com

seus comércios dentro dos aeroportos dizem que precisam cobrar caro também para

sobreviver, porque os preços dos aluguéis nos aeroportos são um absurdo. É muito

dinheiro que se cobra para a pessoa ter lá uma farmácia, um barzinho ou qualquer

coisa.

Então, eu vou coordenar esse debate na semana que vem. Não vou me calar.

E nós precisamos dar repercussão a essa carta que o SINA — Sindicato Nacional

dos Aeroportuários — está lançando para o povo brasileiro. É um absurdo o

Governo brasileiro falar em privatizar, em vender, em entregar também a nossa

INFRAERO.

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Quero pedir a divulgação no programa A Voz do Brasil deste meu

pronunciamento, com a parte que trago as informações do SINA.

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pereira) - Muito obrigado, Deputado Zé Geraldo,

do PT do Pará. Com certeza, nossa equipe competente da Rádio Câmara dará

destaque ao pronunciamento de V.Exa.

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O SR. PRESIDENTE (Mauro Pereira) - Convido para fazer uso da palavra o

Deputado João Paulo Papa, do PSDB de São Paulo.

V.Exa. dispõe de 3 minutos.

O SR. JOÃO PAULO PAPA (PSDB-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.)

- Sr. Presidente, Deputado Mauro Pereira, Sras. Deputadas, Srs. Deputados,

gostaria, inicialmente, de registrar a honrosa presença aqui de duas personalidades

muito importantes para a vida nacional.

Refiro-me ao Deputado Estadual Fernando Capez, ex-Presidente da

Assembleia Legislativa de São Paulo, promotor público de carreira, autor de várias

obras a respeito da Justiça e do Ministério Público e professor de Direito.

Muito nos honra a sua presença aqui, Capez. Parabéns pelo trabalho

realizado à frente da Assembleia Legislativa do nosso Estado de São Paulo.

Eu queria registrar também a igualmente honrosa presença de José Baka

Filho, engenheiro como eu, engenheiro portuário, e ex-Prefeito da cidade de

Paranaguá, no Estado do Paraná, cujo porto é um dos mais importantes do nosso

País.

O que me traz a esta tribuna neste momento, Capez, é o transcurso dos 109

anos da imigração japonesa no Brasil.

Nesta semana em que se comemoram os 109 anos da imigração japonesa no

Brasil, eu gostaria de registrar no plenário desta Casa o agradecimento e o

reconhecimento aos irmãos japoneses que se integraram à vida no Brasil e que hoje

engrandecem a nossa história, a nossa cultura e o nosso desenvolvimento com sua

incansável e disciplinada contribuição com todos os segmentos da vida nacional.

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Eu sou de Santos, a cidade portuária que teve o privilégio, Deputado Goulart,

de receber os primeiros imigrantes japoneses, como V.Exa. sabe. Setecentos e

oitenta e um japoneses, no dia 18 de junho de 1908, chegaram ao Brasil, à cidade

de Santos, a bordo do navio Kasato Maru. A partir de Santos, portanto, podemos

contar uma versão verdadeira e muito humana da história da amizade entre Brasil e

Japão, uma história que recentemente foi acrescida de importante capítulo com a

sanção da Lei nº 13.368, de 2016, pelo Presidente Michel Temer, em dezembro de

2016.

Essa Lei devolveu à comunidade japonesa de Santos um imóvel que a ela

pertencia desde 1928, localizado na Rua Paraná, nº 129. Não se trata apenas de um

imóvel, trata-se de reparação histórica aos imigrantes japoneses. Nesse casarão, os

japoneses se reuniam e mantinham uma escola e um centro de atividades de

preservação e difusão da cultura japonesa. Mas, na Segunda Guerra Mundial, com o

Brasil na posição de adversário dos países do Eixo, o Governo brasileiro recolheu

para o Tesouro Nacional todos os bens de pessoas físicas e jurídicas japonesas,

alemãs e italianas. O casarão da Rua Paraná foi tomado pelo Governo brasileiro, e,

alguns anos depois, isso foi feito de forma definitiva com a sua incorporação ao

patrimônio da União.

Com o passar do tempo, os japoneses, retornando a Santos, conseguiram,

com a sua luta, permissão para utilizar o casarão para sua finalidade original, ou

seja, como uma escola voltada à difusão da cultura japonesa, mas sempre, Capez,

na condição de inquilinos. Era uma ocupação precária, portanto.

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Com a tenacidade de sempre e muito trabalho, as principais lideranças da

comunidade japonesa de Santos lutaram por décadas para que esse imóvel tão

simbólico fosse devolvido aos seus verdadeiros donos.

A lei sancionada em dezembro de 2016, que tem como origem um projeto de

1994, do então Deputado Koyu lha, devolveu à Associação Japonesa de Santos o

seu tão importante imóvel.

Para aprovar e sancionar a lei, reunimos nesta Casa e no Senado Federal o

apoio de centenas de Parlamentares, que compreenderam o profundo significado

desse ato de reparação para com os japoneses e seus descendentes. Hoje, o

casarão da Rua Paraná, nº 129, é o endereço da amizade entre Brasil e Japão, em

Santos.

É importante, Sr. Presidente, que essa história seja contada na semana em

que comemoramos os 109 anos da chegada dos japoneses ao Brasil. É a história de

superação de um conflito, é uma verdadeira história de amizade.

Eu quero registrar neste momento os meus cumprimentos à Presidente atual

da Associação Japonesa de Santos, a Sra. Marise Hashimoto, ao ex-Presidente da

entidade e Comendador Arata Kami, hoje com 95 anos de idade, que nunca desistiu

da luta em favor da escola japonesa, e ao Vereador Sadao Nakai, liderança política

importante forjada nas escolas e nas instituições japonesas de Santos.

Sr. Presidente, Srs. Deputados, Deputado Estadual Fernando Capez, Sr. José

Baka Filho, Deputado Goulart, é uma honra imensa representar, neste momento, o

Parlamento brasileiro e comemorar esse ato de reparação, , como eu disse, tão

importante para a história de amizade entre brasileiros e japoneses.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pereira) - Muito obrigado, Deputado João Paulo

Papa, do PSDB de São Paulo.

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O SR. PRESIDENTE (Mauro Pereira) - Concedo a palavra por 1 minuto ao

Deputado Goulart, do PSD de São Paulo.

O SR. GOULART (PSD-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, nobres Sras. e Srs. Deputados, é uma alegria muito grande fazer uso do

microfone na tarde de hoje, para homenagear aqui um grande amigo e parceiro.

Além de ser um grande promotor de justiça do Estado de São Paulo, integrante de

entidade que eu tenho também o privilégio de modestamente representar nesta

Casa, ele tem uma grande qualidade: é um grande corintiano e meu colega de

conselho no Corinthians.

Hoje, veio a Brasília porque seu irmão, Rodrigo Capez, estará lançando um

livro no Supremo Tribunal Federal e certamente vai nos ajudar muito com o que ele

se propõe neste livro.

Quero também cumprimentar o Deputado Papa. Nós tivemos a oportunidade

de estar juntos no Japão, no mês de abril. Fizemos um trabalho fantástico com a

comitiva, que foi convidada pelo governo japonês.

Hoje nós comemoramos os 109 anos da imigração japonesa no Brasil em

almoço com o Embaixador, e o Deputado Mauro esteve lá conosco também.

Eu tenho o privilégio de também fazer parte dessa família japonesa. O Japão

trouxe muitas coisas importantes para a minha vida, inclusive a minha esposa, que é

filha de japoneses e me deu dois filhos maravilhosos, o Rodrigo e o Fabinho. Então,

na pessoa dela e dos meus filhos, eu homenageio toda a comunidade japonesa.

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O SR. PRESIDENTE (Mauro Pereira) - Concedo a palavra ao Deputado Paes

Landim, para uma Comunicação de Liderança, pelo Partido Trabalhista Brasileiro. O

tempo regimental é de 15 minutos.

DISCURSO DO SR. DEPUTADO PAES LANDIM QUE, ENTREGUE AO

ORADOR PARA REVISÃO, SERÁ POSTERIORMENTE PUBLICADO.

(Discurso publicado na Sessão nº 271, de 21/09/17.)

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O SR. PRESIDENTE (Mauro Pereira) - Passo a palavra ao Deputado Valdir

Colatto, do PMDB de Santa Catarina, pelo tempo regimental de 3 minutos.

O SR. VALDIR COLATTO (PMDB-SC. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente Mauro Pereira, Sras. e Srs. Deputados, quero registrar que Prefeitos

estão hoje aqui na Câmara dos Deputados, no Congresso Nacional, trabalhando

pelo Projeto de Lei Complementar nº 315, de 2009, que contempla os royalties dos

Municípios atingidos por barragens ou alagamentos.

Nós precisamos corrigir essa distorção, uma vez que 45% ficam para os

Municípios, 65% para os Estados e 10% para União. Queremos alterar esses 45%

para 65% aos Municípios e destinar 20% aos Estados. Dessa forma, faremos justiça

a esses Prefeitos que ficam com o ônus do pós-instalação das usinas elétricas, na

área social e de infraestrutura, etc.

Aproveito também a oportunidade para registrar a crise por que passam as

nossas BRs e as nossas SCs em Santa Catarina. O nosso Governador não tem

dado atenção especial principalmente ao oeste catarinense, onde as nossas

estradas estão em estado deplorável. Não conseguimos fazer com que a BR-158 e a

BR-282, que são estradas federais, fiquem em condições de trafegabilidade.

Quero também chamar a atenção do DNIT para que cuide da qualidade

dessas obras. Nós temos visto as empreiteiras fazerem os consertos, a recuperação

dessas estradas e, no dia seguinte, os buracos aparecem novamente. Há algo de

errado e, por isso, precisamos trabalhar fortemente nesse sentido.

Abordo ainda outro assunto, Sr. Presidente. Esta Casa precisa ser respeitada.

Nós aprovamos aqui a Medida Provisória nº 756, de 2016, que fez uma mudança

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nos limites do Parque Nacional do Jamanxim, no Pará, e no Parque Nacional de São

Joaquim, da Floresta das Araucárias, em Santa Catarina.

O que aconteceu? Houve um levante da mulher que representa a beleza

brasileira, Gisele Bündchen, pelas redes sociais, e o Presidente simplesmente vetou

esses dois projetos que nós aprovamos com muito esforço e dedicação na Câmara

dos Deputados e no Senado Federal. Eles não iam alterar nada na questão

ambiental.

O Jamanxim simplesmente transformava um parque em Área de Preservação

Ambiental, onde o controle seria menos rígido, onde o homem pudesse sobreviver.

Parece que o homem está fora da natureza, tem que tirá-lo da natureza, deixar os

animais e as plantas. O homem não faz parte da natureza. É um absurdo o que

aconteceu! Nós não concordamos com o veto do Presidente.

De igual modo, na reserva do Parque Nacional de São Joaquim, em Santa

Catarina.

Volto a dizer, o projeto não alterava nada nesses parques, Sr. Presidente.

Vejam a heresia: o Ministério do Meio Ambiente, através do Ministro Sarney Filho,

que é um ambientalista radical que não deveria fazer parte da equipe de Michel

Temer, porque pensa totalmente diferente de nós sobre o desenvolvimento

sustentável, queria tomar um parque do Município de Lauro Müller, que já é o

parque municipal. Como o Município não aceitou, ele simplesmente levou uma

proposta para o Presidente vetar também a criação desse parque. Isso é um

absurdo! Foram atingidos os pequenos agricultores, a natureza não seria atingida.

Essa é mais uma questão.

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Agora, o Ministro Barroso, do Supremo Tribunal Federal, por solicitação não

sei de quem, acho que de alguns Deputados que não sabem o que é legislar e que

não respeitam a decisão da maioria, mandou voltar a Medida Provisória nº 759, de

2016, que trata da regularização fundiária urbana e rural, que é o projeto mais

importante que esta Casa já votou. Afirmou ele que esta Casa não cumpriu o rito do

Regimento Interno.

Ora, se tem toda essa gente se metendo nas decisões do Congresso

Nacional, para que ele serve? O que estamos fazendo aqui, se o Congresso não é

mais respeitado?

Nós temos realmente que parar para pensar o Brasil. Cada macaco no seu

galho! Que o Legislativo faça as leis, que o Executivo aplique as leis e que o

Judiciário faça com que as leis sejam cumpridas, sem divergir do nosso processo de

trabalho, para que esta Casa continue a produzir. Não temos mais como trabalhar

contra o Brasil. Acho que tem gente trabalhando contra o Brasil, o que é uma coisa

muito séria. Precisamos mudar esse quadro, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pereira) - Muito obrigado, Deputado Valdir

Colatto. Parabéns a V.Exa. pelo trabalho em favor do Estado de Santa Catarina e do

povo brasileiro!

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O SR. PRESIDENTE (Mauro Pereira) - Concedo agora a palavra ao Deputado

Laercio Oliveira, para uma Comunicação de Liderança, pelo Solidariedade, pelo

tempo total de 7 minutos.

O SR. LAERCIO OLIVEIRA (SD-SE. Como Líder. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, Deputado Mauro Pereira, meu dileto amigo, venho à tribuna nesta

tarde para fazer um registro muito importante para a minha cidade de Aracaju, no

meu Estado de Sergipe.

No mês de julho, nós teremos um evento muito especial. Estará

comemorando 50 anos de existência a Igreja Evangélica Batista Betel. Esse é um

marco importante. Os festejos transcorrerão durante todo o mês de julho, com várias

celebrações. Dentre as várias atividades, ao final, precisamente no dia 27 de julho, o

pastor e fundador da igreja Gerson Vilas-Bôas irá lançar o seu livro.

De vez em quando nós assomamos à tribuna para falar sobre algumas

pessoas, e é importante que isso seja feito, faz parte do nosso cotidiano,

principalmente quando o registro é sobre uma pessoa que tem uma história de

respeito. O Pastor Gerson Vilas-Bôas merece essa menção.

Eu quero que seja registrado nos Anais desta Casa esse meu discurso, para

destacar exatamente o trabalho desenvolvido pelo Pastor Gerson Vilas- Bôas, um

homem conhecido, um homem respeitado, um homem honrado na nossa cidade.

O Pastor Gerson tem curso superior e doutorado em Teologia, possui

graduação em Pedagogia e em Filosofia, além de muitas outras especializações.

No dia 14 de julho de 1967 o Pastor Gerson formou a Igreja Batista Betel e,

no dia 31 de janeiro de 1968, inaugurou um templo, que existe até hoje em Aracaju.

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Mas não foi só isso que ele fez. Ele tem uma folha de serviços prestados não

só ao evangelho, mas também à sociedade sergipana, dos quais eu faço questão

de, brevemente, Sr. Presidente, fazer um simples relato.

Em 1983, o Pastor Gerson assumiu a função de Secretário de Administração

Geral da Convenção Batista Nacional — CBN e passou 12 anos à frente dessa

organização, implantando igrejas, congregações, seminários, creches e orfanatos

em 12 países. Durante a sua gestão, foi comprada a sede da CBN no coração da

nossa querida Brasília, além de vários terrenos e uma chácara nos arredores da

Capital Federal.

Além de tudo, é bom deixar registrado que o Pastor Gerson foi Deputado

Federal pelo Estado de Sergipe no período de 1990 a 1991 e, durante os anos de

1998 e 1999, foi Vereador em Aracaju, prestando, portanto, um largo serviço ao

nosso Estado.

Há 30 anos, o Pastor Gerson Vilas-Bôas fundou o Seminário Superior de

Teologia e Missões, que oferece os cursos médio e de bacharel em Teologia, onde,

até o ano de 2016, há registro de mais de mil líderes formados.

Atualmente a Igreja Batista Betel de Sergipe é formada pela sede e por mais

39 igrejas e congregações localizadas em vários Municípios sergipanos.

Nos dias atuais, fazer esse registro é importante, pois precisamos resgatar a

ética, a moral, a decência, o bom comportamento e os bons princípios.

Subir a esta tribuna e falar sobre homens que têm essa série de requisitos é

fundamental para que mostremos à população que nos assiste pela TV Câmara que

existem ainda milhares de homens íntegros não só na vida pública, mas também na

vida religiosa, em todos os lugares.

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Portanto, resgato, dentre esses milhares de brasileiros com tanta

competência, com tanta ética, com tanta moral, a figura do Pastor Gerson Vilas-

Bôas e deixo este registro para os Anais da Câmara dos Deputados.

Obrigado, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pereira) - Obrigado pelas palavras, Deputado

Laercio Oliveira. Parabéns pelo trabalho de V.Exa.!

PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, subo a essa tribuna para homenagear

a Igreja Batista Betel — IBB de Aracaju, que completa 50 anos. Em 14 de julho de

1967, com um grupo de aproximadamente 80 irmãos liderados pelo Pastor Gerson

Vilas-Bôas, foi formada a Igreja Batista Betel em Aracaju.

As celebrações já foram iniciadas em Aracaju e, no dia 27 de julho, a igreja fará

um evento de comemoração com entrega da lembrança do jubileu da IBB,

descerramento da placa alusiva ao jubileu e lançamento do livro do seu fundador, o

Pastor Gerson Vilas-Bôas.

Nascido em novembro de 1934 na fazenda Cajazeiras, no Município de Lage, na

Bahia, sua história de amor ao evangelho começou com a chegada à fazenda do

missionário batista norte-americano Salomão Ginsburg. Aos 11 anos de idade, ele

se converteu ao protestantismo.

Aos 18 anos Gerson foi para o Colégio Taylor-Egídio, instituição batista na

cidade baiana de Jaguaquara. Por sua dedicação, foi estudar em um dos melhores e

maiores seminários de Teologia do País, o Seminário Teológico Batista do Norte do

Brasil, localizado na cidade de Recife. Antes de finalizar o curso, foi consagrado ao

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pastorado. No dia 21 de julho de 1961, assumiu a Igreja Batista do Engenho do

Meio, na capital pernambucana.

Na cidade, ele conheceu sua esposa, Nádia Fraga. No ano de 1965, o casal

foi morar em Aracaju. Possui duas filhas, Ester Fraga e Rosa Raque, e dois netos,

Gerson Neto e Raquel Moura.

Além do curso superior e doutorado em Teologia, o Pastor Gerson Vilas-Bôas

possui graduação em Pedagogia e em Filosofia e muitas outras especializações.

Em 14 de julho de 1967, ele formou a Igreja Batista Betel. No dia 31 de

janeiro de 1968, inaugurou o templo, situado à Rua Teixeira de Freitas, nº 281.

Além de pastor, Gerson foi professor da Secretaria de Estado da Educação e

nas Universidades Federal de Sergipe e Tiradentes.

Em 1983, assumiu a função de Secretário de Administração Geral da

Convenção Batista Nacional — CBN e passou 12 anos à frente dessa organização,

implantando igrejas, congregações, seminários, creches e orfanatos em 12 países.

Durante a sua gestão, foi comprada a sede da CBN no coração de Brasília, além de

nove terrenos e de uma chácara nos arredores da Capital Federal.

Foi Deputado Federal pelo Estado de Sergipe, no período de 1990 a 1991 e,

durante os anos de 1998 e 1999, foi Vereador em Aracaju. No ano de 1985, assumiu

a Presidência da Fundação de Desenvolvimento Social do Estado de Sergipe —

FUNDESE.

Há 30 anos, o Pastor Gerson Vilas-Bôas fundou o Seminário Superior de

Teologia e Missões, que oferece os cursos médio e de bacharel em Teologia. Até o

ano de 2016, formou mais de mil líderes!

Atualmente, a Igreja Batista Betel de Sergipe é formada pela sede e por mais

39 igrejas e congregações localizadas em vários Municípios sergipanos.

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O SR. PRESIDENTE (Mauro Pereira) - Convido para fazer uso da palavra o

Deputado Carlos Andrade, do PHS de Roraima, pelo tempo regimental de 3 minutos.

O SR. CARLOS ANDRADE (PHS-RR. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente Mauro Pereira, colegas Deputadas e Deputados, o que me traz à

tribuna na tarde deste dia é a necessidade de falar das instituições sem fins

lucrativos que atuam em todo o território nacional.

Hoje, em especial, gostaria de falar da CONAMAD — Convenção Nacional

das Assembleias de Deus Madureira, uma instituição com 59 anos de existência.

A CONAMAD é uma importante instituição que está presente em todos os

Estados do Brasil, além de 57 paises, sendo reconhecida no mundo inteiro pelo seu

amplo trabalho social e evangelístico.

No próximo dia 27 do mês de junho, irá diplomar cinco bispos aqui no Distrito

Federal: dois do Rio de Janeiro, Bispo Dr. Abner Ferreira e Bispo Dr. Daniel

Malafaia; dois de Goiás, Bispo Dr. Oídes do Carmo e Bispo Abigail de Almeida; e um

de São Paulo, Bispo Dr. Samuel Ferreira.

O principal líder da CONAMAD é o ex-Deputado Federal, Bispo Manoel

Ferreira, que cumpriu missão nesta Casa entre 2006 e 2010, e teve seu trabalho

reconhecido mundialmente, sendo indicado para o Prêmio Nobel da Paz no ano de

2008.

Registro aqui a minha grande admiração por esta grande figura pública, o

Presidente da CONAMAD, Bispo Manoel Ferreira. Expresso os meus sinceros votos

de sucesso a esse servo de Deus nessa nova etapa de evangelização no Brasil e

mundo afora.

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Sr. Presidente, destaco o trabalho social dessa instituição sem fins lucrativo

em todos os Estados, pregando o evangelho e anunciando as boas novas da

salvação. Esse trabalho resgata vidas do alcolismo e da dependência química,

automaticamente resgatando pessoas para a sociedade e restaurando famílias.

Peço a V.Exa. a divulgação do meu pronunciamento nos meios de

comunicação da Casa e no programa A Voz do Brasil.

Muito obrigado.

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pereira) - Muito obrigado, Deputado Carlos

Andrade, do PHS de Roraima. Parabéns a V.Exa. pelo trabalho!

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O SR. PRESIDENTE (Mauro Pereira) - Convido agora para fazer uso da

palavra o Deputado Hildo Rocha, que falará pelo PMDB nas Comunicações

Parlamentares, pelo tempo regimental de 10 minutos.

O SR. HILDO ROCHA (PMDB-MA. Sem revisão do orador.) - Muito obrigado,

Deputado Mauro Pereira, que preside a presente sessão.

Srs. Deputados e Sras. Deputadas, foi um verdadeiro sucesso a viagem do

Presidente Michel Temer à Rússia. Foram assinados vários acordos bilaterais que

beneficiam o agronegócio e a indústria brasileira — logicamente, beneficiam também

a indústria daquele país, a Rússia.

O Presidente Michel Temer, juntamente com o Presidente Vladimir Putin,

assinou vários acordos importantes, entre eles, o acordo bilateral de tributação, que

vai evitar a bitributação nos dois países. Isso facilita as exportações tanto do Brasil

para a Rússia, como da Rússia para o nosso País. Isso também facilita o incremento

dos negócios, gerando empregos tanto no nosso País como naquele país do Leste

Europeu.

Portanto, foi um sucesso total a viagem do Presidente Michel Temer à Rússia.

Segundo os analistas de economia, com esses acordos realizados entre o Brasil e a

Rússia, vamos movimentar nos próximos 3 anos algo em torno de 10 bilhões de

reais em importações e exportações.

O Presidente Michel Temer e sua comitiva estão indo para a Noruega, onde o

Presidente irá renovar o acordo de livre comércio entre o MERCOSUL e a EFTA,

que é a Associação Europeia de Livre Comércio, da qual fazem parte — além da

Noruega — Islândia, Liechtenstein e Suíça.

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A viagem à Rússia foi um pleno sucesso, alcançou devidamente os objetivos

programados, e tenho certeza de que a viagem à Noruega será coberta de plenos

êxitos. Trata-se de boas notícias, portanto, para todos os brasileiros.

Sr. Presidente, quero comunicar também que nós tivemos uma audiência no

começo da tarde de hoje com o Ministro do Esporte Leonardo Picciani, ocasião em

que tratamos de várias demandas do Estado do Maranhão. Muitas delas já foram

atendidas, mas ainda é necessário que seja viabilizado o repasse. Logicamente, não

há nenhum atraso por parte do Ministério do Esporte, até porque o Ministro

Leonardo Picciani vem realizando um excelente trabalho naquela Pasta.

O Ministro Leonardo Picciani fez a melhor Olimpíada dos últimos 30 anos,

graças ao apoio que o Presidente Michel Temer deu aos Jogos Olímpicos. Essas

Olimpíadas foram programadas pelo Governo do Presidente Lula, continuaram a ser

trabalhadas no Governo da Presidente Dilma, mas foram realizadas já neste

Governo, tendo como comandante maior o nosso Ministro Leonardo Picciani, a

quem parabenizo pelo excelente trabalho. As Olimpíadas foram um sucesso.

E ele deu uma boa notícia para a Universidade Estadual do Maranhão —

UEMA, instituição em que estudei, em que fiz o curso de administração. Nós lutamos

para aprovar emendas parlamentares para construir no campus universitário Paulo

VI um ginásio poliesportivo, porque até hoje não há um ginásio de esportes naquelas

dependências. Nós conseguimos o total de 1 milhão de reais de recursos para a

Universidade Estadual do Maranhão realizar esse sonho, que é de todos os

acadêmicos, de todos os professores e servidores daquela importante instituição de

ensino do Maranhão.

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Portanto, foi uma excelente notícia essa que nos deu na tarde de hoje o

Ministro Leonardo Picciani, que nos entregou o empenho em favor da Universidade

Estadual do Maranhão. Agora, a Universidade precisa apenas concluir a construção

desse ginásio poliesportivo, o primeiro da UEMA, essa importante instituição em que

estudei e que contribuiu muito para a minha formação, como também para a

formação de milhares de maranhenses. Estamos contribuindo para que aquele

centro de formação de maranhenses possa ter melhores condições de

funcionamento.

Quero informar também que na próxima segunda-feira realizaremos mais uma

fiscalização das obras de duplicação da BR-135, no trecho entre Estiva, em São

Luís, e a cidade de Bacabeira, por meio da Comissão de Fiscalização Financeira e

Controle da Câmara. Nós vamos estar lá fazendo a fiscalização, juntamente com

outros Deputados da Comissão e com Deputados representantes do Maranhão, os

quais, assim como os Senadores do nosso Estado, têm sido incansáveis na luta pela

conclusão dessa obra.

Como tenho dito, essa obra se tornou uma verdadeira novela. Espero que

nessa fiscalização a encontremos avançando a pleno vapor, porque sinceramente já

se esgotou a paciência dos Deputados em relação ao DNIT e ao consórcio de

construtoras responsável por essa obra, a qual foi iniciada em 2011 — portanto, há

muito tempo — e já deveria estar pronta. Mas a sua conclusão vem sendo

postergada.

Portanto, na próxima segunda-feira faremos mais uma fiscalização nessa

obra. Temos feito esse enfrentamento em prol da sua conclusão. Já fomos por

várias vezes cobrar isso do Ministro dos Transportes, assim como do Diretor-Geral

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do DNIT, do Diretor de Infraestrutura e do próprio Superintendente do DNIT no

Maranhão.

Aproveito a oportunidade para convidar todos os maranhenses a participar, na

próxima segunda-feira, de uma audiência pública que será realizada na Assembleia

Legislativa do Maranhão para debater os vários projetos de lei que estão tramitando

na Câmara sobre o Programa Escola sem Partido ou Escola Livre — há duas

opções. Estaremos lá discutindo isso com a coordenação do Deputado Estadual

César Pires, que foi quem nos solicitou essa audiência pública em São Luís. Ela vai

ser realizada às 14h30min na Assembleia Legislativa do Maranhão.

Portanto, quero convidar todos os maranhenses que neste momento assistem

à TV Câmara ou ouvem a Rádio Câmara para participarem da audiência. A proposta

é interessante e trata de um tema bastante polêmico.

A Comissão Especial que foi formada aqui na Câmara Federal para discutir

esse tema estará se deslocando na próxima segunda-feira para ouvir o que os

maranhenses pensam a respeito do assunto, a fim de construirmos um substitutivo à

altura do pensamento e das ideias do povo brasileiro, principalmente do povo do

Maranhão, que aqui represento.

Sr. Presidente, concluindo a minha fala no dia de hoje, eu queria tecer alguns

comentários a respeito da falta de merenda nas escolas indígenas no Maranhão.

Recentemente, em uma cidade onde os indígenas fizeram a cobrança por meio de

faixas e cartolinas, o Governador do Estado Flávio Dino disse que não tem nada a

ver com isso, que esse é um assunto do Governo Federal.

Há um contrato para o Governo Federal repassar o dinheiro da merenda

escolar para o Estado do Maranhão, a fim de que este a forneça às escolas. O

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Estado do Maranhão é que tem a obrigação realmente de fornecer a merenda

escolar também para os indígenas.

Mandei pesquisar junto ao Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação

— FNDE, e o Maranhão, no ano passado, recebeu 2.424.800 reais para comprar

merenda para os indígenas do Estado e, neste ano, já recebeu 901 mil reais para

esse fim. Portanto, não é verdade que o Governador não esteja recebendo dinheiro

para a merenda escolar dos alunos indígenas, nem que isso não seja problema dele.

Esse é um problema do Governador, sim, como também o é o problema da

paralisação de aulas nas aldeias indígenas da cidade de Bom Jardim desde o mês

de março. Já se passaram abril, maio e junho. Os alunos praticamente perderam o

ano letivo por causa da irresponsabilidade do Governador do Maranhão.

Sr. Presidente, solicito que o nosso pronunciamento seja divulgado no

programa A Voz do Brasil.

Muito obrigado.

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pereira) - Obrigado, Deputado Hildo Rocha, do

PMDB do Maranhão. Parabenizo V.Exa. pelo trabalho.

Com certeza, nossa equipe competente da Rádio Câmara e da TV Câmara

dará divulgação ao trabalho dos nossos colegas Deputados, inclusive ao de V.Exa.

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O SR. PRESIDENTE (Mauro Pereira) - Concedo a palavra ao Deputado

Carlos Andrade, do PHS de Roraima, por 1 minuto.

O SR. CARLOS ANDRADE (PHS-RR. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, quero só registrar a presença do Prefeito de Iracema, Jairo Ribeiro,

meu amigo que nos dá a honra de estar aqui conosco, e do amigo Vereador Kiko,

Presidente da Câmara Municipal de Iracema no Estado de Roraima.

Faço este registro devido à importância e à satisfação de recebê-los nesta

Casa.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pereira) - Muito obrigado, Deputado Carlos

Andrade. Parabéns pelo seu trabalho!

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O SR. PRESIDENTE (Mauro Pereira) - Concedo a palavra ao Deputado Valdir

Colatto, do PMDB de Santa Catarina.

O SR. VALDIR COLATTO (PMDB-SC. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, Deputado Mauro Pereira, é uma alegria vê-lo presidindo esta sessão.

Eu queria falar sobre alguns temas que nós estamos com a incumbência de aprovar

aqui. Um deles é o Projeto de Lei Complementar nº 100, de 2011, que trata das

cooperativas de crédito.

As cooperativas de crédito estão em todo País. Existem cerca de 1.040

cooperativas, com um ativo de 221 bilhões de reais, 5.722 postos de atendimento e

mais de 9 milhões de cooperados.

Em muitas cidades pequenas, as cooperativas de crédito são a única casa de

crédito. Como não podem operar com recursos públicos, federais ou municipais,

funcionários públicos, aposentados e pensionistas são impedidos de receber por

elas o seu minguado salário, a sua minguada pensão. Às vezes, essas pessoas têm

que se deslocar 30, 40, 50 e até 100 quilômetros para buscar esse dinheiro, sendo

que na sua cidade há uma cooperativa de crédito que não pode fazer essas

operações, que são legítimas, porque os grandes bancos não deixam.

Nós precisamos resolver isso, apoiando e aprovando o PLP 100/11, de

autoria do Deputado Domingos Sávio. Assim as cooperativas de crédito passarão a

ter espaço sim em todos os Municípios e poderão operar com verbas públicas,

atendendo todos aqueles que precisam fazer uma transação de recursos sem se

deslocar de um pequeno Município para um grande Município.

Sr. Presidente, quero também falar sobre o resultado de uma pesquisa

publicado pela revista Ágora, que mostra claramente que os profissionais que atuam

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nas empresas estão procurando uma maneira de flexibilizar os seus horários de

trabalho, buscando aquilo que nós estamos fazendo aqui com a reforma trabalhista.

A pesquisa é bem clara: 70% dos pesquisados querem ter a flexibilização do

seu horário de trabalho, para escolherem a sua agenda de trabalho. Isso é

modernizar a atividade trabalhista, sem engessar o trabalhador num horário

determinado e dando-lhe condições de expandir a sua capacidade laboral.

Isso é modernização. A análise da revista Ágora faz esse balanço, mostrando

que os profissionais realmente querem uma modernização da lei trabalhista. Por

isso, nós não entendemos aqueles que não querem deixar o Brasil avançar,

modernizar as leis trabalhistas.

Houve um revés na Comissão de Assuntos Sociais do Senado Federal, mas

isso não vai impedir a reforma trabalhista. Eu tenho certeza de que os Senadores

conscientes que querem fazer o Brasil andar vão aprová-la na Comissão de

Constituição e Justiça e no plenário. É preciso fazer a reforma trabalhista. Aqueles

que não querem a aprovação da reforma trabalhista não a conhecem.

As pessoas estão mentindo quando dizem que a reforma retira direitos

trabalhistas. Isso é mentira! No art. 7º da Constituição Federal, estão dispostas todas

as garantias trabalhistas de que os nossos trabalhadores precisam. Nós não

mexemos na Constituição. Nós estamos trabalhando numa lei ordinária,

simplesmente mudando artigos da CLT, que tem 70 anos e que não cabe na

modernidade que estamos objetivando.

Por isso, nós temos esperança. O mundo lá fora está esperando que nós

façamos a nossa parte aqui, aprovando essa reforma trabalhista, que é importante

para o Brasil.

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Nós temos que proteger sim o trabalhador. Mas temos também que dar

garantia e segurança jurídica ao empregador, àquele que emprega, àquele que

investe o seu dinheiro para poder fazer alguma coisa, alguma atividade. Se ele não

tiver essa garantia, não vai contratar.

Com certeza, esta é uma das causas do desemprego no País: a falta de

segurança jurídica, de uma lei clara e justa, que não seja simplesmente uma espada

na cabeça de quem contrata. Mesmo que pague os encargos todos dentro da lei, o

empregador é demandado na Justiça, onde sempre é feito um acordo em prol do

trabalhador. E quem acaba pagando novamente a conta é o empregador.

Nós precisamos mudar isso no Brasil, fazendo justiça aos trabalhadores, mas

principalmente àqueles que os empregam. É disso que eles precisam. Se não há

empregador, não há trabalhador.

Obrigado.

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pereira) - Muito obrigado, Deputado Valdir

Colatto.

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O SR. PRESIDENTE (Mauro Pereira) - Concedo a palavra à Deputada Erika

Kokay, pelo tempo de 9 minutos, pela Liderança do PT, acrescidos de 5 minutos de

comunicações parlamentares e 3 minutos de breves comunicações.

No total, V.Exa. dispõe de 17 minutos, Deputada Erika Kokay.

A SRA. ERIKA KOKAY (PT-DF. Como Líder. Sem revisão da oradora.) - Eu

penso que os nossos dicionários devem estar em polvorosa neste momento. Devem

estar se remoendo todos aqueles que tentaram interpretar palavras e conceitos

neste País. Eu digo isso porque alguns chamam de modernidade a volta à lógica

escravagista.

Alguns dizem que é preciso haver segurança jurídica. Não existe dúvida sobre

a nossa legislação. Nós temos a CLT, que foi uma conquista do povo brasileiro. Nós

temos ações trabalhistas no Brasil quando os direitos são desrespeitados. Mais de

80% das ações trabalhistas no Brasil dizem respeito a direitos básicos que foram

violados. Dizem respeito a benefícios sobre os quais não paira qualquer dúvida,

como INSS e FGTS para os celetistas. Dizem respeito a salário!

Aqui se diz que o emprego depende do empregador, mas há empregador,

neste País, que está na lógica colonialista e acha que não precisa pagar salário, que

não precisa remunerar a mão de obra que foi contratada. Mais de 80% das

reivindicações trabalhistas, daquilo que está judicializado, dizem respeito a direitos

sobre os quais não pairam dúvidas. Todos e todas sabemos que o salário tem que

ser pago, que o INSS tem que ser pago, que o FGTS tem que ser depositado.

Portanto, querem resolver o volume de ações trabalhistas contra

empregadores que não cumprem as suas obrigações tirando dos empregadores

essas obrigações!

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Vejam o caso do trabalho intermitente. Eu o contrato para trabalhar uma hora,

para trabalhar duas horas. Se há trabalhadores mensalistas e horistas, vai haver

trabalhadores que vão ganhar menos do que o salário mínimo, porque vão trabalhar

uma quantidade de dias menor.

Essa reforma trabalhista propõe inclusive que, se o trabalhador se

comprometeu a ir trabalhar, vai ficar à disposição da empresa e não ganhar nada

enquanto isso. Aliás, pode pagar para a própria empresa, porque, se ele se

comprometeu a trabalhar e por algum motivo não pôde ir, terá que pagar uma multa

para o empregador.

Portanto, querem resolver o problema do volume de ações na Justiça

Trabalhista não fazendo com que se rompa a impunidade e nem com que os

empregadores cumpram a legislação, mas acabando com a Justiça do Trabalho. O

trabalhador, se entrar com uma ação e se essa ação não caminhar na Justiça do

Trabalho, perde o direito de reivindicar. Por quê? Porque este País tem um ranço, o

ranço do escravagismo, porque este País tem o ranço das casas-grandes e

senzalas, porque nós temos produtores rurais e temos empresários que têm

saudades das senzalas. Acham que senzala é modernização!

Nós tivemos hoje, na Comissão de Direitos Humanos, a oportunidade de

receber os indígenas guaranis-kaiowás. Na década de 1970 ou de 1950, houve um

processo de colonização, quando se concedeu o título da propriedade de terras

indígenas para colonos, e os indígenas foram expulsos da sua terra, utilizados como

mão de obra escrava, sem remuneração, para construir grandes fazendas. E foram

confinados em espaços onde não podem viver a sua condição de povo, não podem

viver sua etnia.

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Nós estamos vivendo um etnocídio neste País, no mesmo país que assassina

tantas mulheres; no mesmo País tão LGBTfóbico, que acha que não se tem que ter

o direito de ser ou o direito de amar; no mesmo País que instala nesta Câmara uma

horda fundamentalista, obscurantista, que não quer que se discuta, no terreno das

escolas, gênero e orientação sexual, como se pudesse se negar que há gênero e

como se pudesse se negar que há orientações sexuais.

Bem lúcida foi a decisão do Ministro Luís Roberto Barroso, ao estabelecer

que havia que se ter espaço na escola para discutir os fenômenos humanos e para

que as pessoas pudessem se colocar na sua inteireza. E a nossa inteireza envolve a

nossa afetividade.

Aliás, é impossível viver a nossa humanidade sem vivermos a nossa

afetividade. Essa afetividade tem sido cerceada, tem sido calada, tem sido impedida

de ser liberta, de ser livre, por aqueles que acham que o Estado tem que ser um

Estado teocrático, um Estado que siga uma religião e que negue o conjunto de

outras religiões.

Se nós rompermos a laicidade do Estado, nós vamos romper o caráter

democrático do próprio Estado, o caráter democrático do Estado. A liberdade

religiosa tem que ser assegurada pelo Estado, mas o Estado tem que ser laico para

atender a todas e a todos, a todos os credos e também às pessoas que não têm

credos.

Nós estamos vivenciando uma naturalização do fascismo. Quando se sobe à

tribuna e se diz que é preciso modernizar, e o patrão busca falar em nome do

trabalhador, e para isso busca impedir a sua organização e tenta criminalizá-lo, é

porque nós temos uma institucionalização, uma naturalização de uma violência, para

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se construir uma cultura do medo, para dominar o povo brasileiro. O medo domina.

E se constrói uma cultura do medo para justificar ações de força, para justificar uma

norma que não foi construída coletivamente, mas que é imposta ao povo brasileiro.

É isso que nós estamos vivenciando.

E me vêm aqui dizer que defendem o progresso com a reforma trabalhista!

Trata-se de uma reforma que cria o trabalho intermitente, que impede que o

trabalhador acione a Justiça do Trabalho para resgatar o seu direito violado! Se essa

reforma trabalhista for aprovada, o trabalhador será responsabilizado e poderá se

transformar em réu e litigante de má-fé, se não conseguir provar que houve uma

violação do seu direito trabalhista.

Ora, mais nada nos assusta quando até o Presidente do TST diz que, se nós

indenizarmos os trabalhadores pelos acidentes de trabalho, o trabalhador irá se

automutilar para conseguir uma indenização. É o mesmo discurso velho, rancoroso,

cheio de ódio contra a classe trabalhadora brasileira que estava presente quando os

antecessores representantes da FIESP diziam que não poderia haver licença

maternidade neste País, porque as trabalhadoras teriam um filho atrás do outro para

não trabalhar; ou quando se dizia que não poderia haver férias neste País, porque,

se houvesse, os trabalhadores cairiam no ócio e, ao caírem no ócio, resvalariam

para o crime.

É isso que nós estamos vivenciando neste País. Temos um Presidente que a

sociedade inteira sabe que é corrupto. E, mais uma vez, a declaração e delação do

Sr. Funaro aponta para a entrega de recursos ilícitos a este que ocupa

indevidamente a Presidência da República, que hoje está em todas as páginas de

jornais e que procurou a Presidenta do BNDES para escutar dela o porquê de não

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estar favorecendo a internacionalização de uma empresa como a JBS. Este

Presidente disse: “Esses? Esses eu mal conheço”, mas utilizou o jatinho particular

deles. “Esse eu mal conheço”, mas o recebe na calada da noite.

Disse Chico Buarque: “Se o povo soubesse como estão sendo subtraídos em

grandes transações, em grandes transações enquanto dormem”. Enquanto dormia o

povo brasileiro, este Presidente, que hoje se esconde na Rússia, recebia o

empresário. E disse: “Não, eu o recebo, eu o recebo”, e o direcionou para ser

atendido por um outro Parlamentar, para que este resolvesse as suas demandas. E

este Presidente diz: “Não, eu fui ingênuo”. Ora, quando este Presidente entrou no

Parlamento brasileiro, Joesley e Wesley deviam ser adolescentes.

Este Presidente traiu Dilma Rousseff, apunhalou Dilma Rousseff, para poder

se proteger das investigações de corrupção. Isso está cada dia mais nítido. Está

cada dia mais nítido e se transformando em fatos concretos aquilo que foi dito pelo

então Ministro do Planejamento, Romero Jucá, que era preciso estancar a sangria.

Este é um Governo que é dominado pelo mercado financeiro, tanto que o

Ministro da Fazenda diz que, independentemente de o Presidente ficar ou não ficar,

ele fica. Vejam, ao que nos consta, quem indica o Ministro da Fazenda e a equipe

econômica é o Presidente da República! Mas o que se diz? Independentemente de o

Presidente cair ou não cair, esta equipe econômica fica. Isso quer dizer que ele não

está sendo indicado pelo Presidente: ele está sendo indicado pelo mercado, pelo

mercado financeiro, esse mercado que vai abocanhar com a previdência privada

daqueles que têm recursos e que vão contratar uma previdência privada, porque não

haverá mais Previdência Social neste País.

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Este Presidente ganha com este segmento do mercado financeiro, dos

bancos, que se somam a outros bês que estão nesta Casa. Refiro-me ao BBB da

bancada da Bíblia, da bancada da bala, da bancada do boi. A estes BBBs se soma

outro B, o B dos bancos que dominam este País e que levam quase metade do

Orçamento brasileiro.

Ora, vejam só! Só o que o Governo deixou de arrecadar por uma política de

isenção fiscal é mais do que vai economizar com 20 anos de reforma da

Previdência! Por que é o povo brasileiro que tem que pagar, que tem que pagar a

conta de um país que está aprisionado, que está refém, que está no pelourinho,

açoitado pelo mercado financeiro, açoitado pelos rentistas, aqueles que vivem de

renda e que, portanto, não geram um único emprego para este País, mas compram

os títulos do Governo e vivem dos juros desses títulos? É isso o que está

acontecendo no Brasil.

Por isso, nós temos 14 milhões de desempregados. E o Governo assume os

palanques para dizer: “Olhem como foi bom este resultado: geramos 38 mil

empregos neste mês!” Mas este Governo gerou, desde 2015, quando começou a

discussão do impeachment até agora, por volta de 10 milhões de desempregados.

São quase 2 milhões de desempregados!

Em verdade, nós deveríamos ter apenas um desempregado neste País,

Michel Temer, que não deveria estar ocupando o emprego de Presidente da

República, porque não foi eleito pelo povo brasileiro!

É isso que nós estamos vivenciando neste País. E o que vamos ver? Está

caindo a arrecadação. Cai a arrecadação brasileira, e caiu de forma vertiginosa a

arrecadação de recursos pelo Brasil, porque está sendo tudo garfado. Este é um

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país que congelou as suas despesas primárias por 20 anos, mas libera as despesas

financeiras.

Se amanhã este Brasil voltar a crescer e, por exemplo, arrecadar 300 e se a

inflação representar apenas 100, só vai poder gastar 100 nas políticas públicas. E os

outros 200? Ah, estes irão para o farto mercado financeiro, que manda neste País e

que nomeia o Ministro da Fazenda, porque o Ministro da Fazenda, repito, disse que

vai ficar, mesmo que o Presidente caia. Portanto, não é o Presidente que o está

indicando: quem o está indicando e sustentando é o mercado.

E foi este Ministro da Fazenda que negociou — porque era Presidente do

Conselho de Administração da holding J&F, que controla a JBS, esta mesma do

Joesley e Wesley Batista — os empréstimos do BNDES. Ele era o presidente

daquele conselho de administração, e foi presidente por 4 anos! Mas as pessoas

esquecem.

E esquecem também que talvez ele seja o segundo maior acionista, como

pessoa física, do Banco Itaú. Portanto, está defendendo os seus próprios interesses,

e que se dane a Nação! Por isso, a reforma trabalhista, a reforma da Previdência, a

destruição do Brasil.

Está sendo lançada agora, por iniciativa do Senador Roberto Requião e do

Deputado Patrus Ananias, uma Frente em Defesa da Soberania Nacional. “A

soberania nacional está em risco”, disse bem o ex-Ministro das Relações Exteriores.

No Governo estão Ministros estão fizeram parte de Governos anteriores. Dizem que

a soberania nacional está rompida e ferida neste País, porque se entrega a

PETROBRAS a preço nenhum, porque se destrói a INFRAERO, os Correios, as

empresas públicas. A soberania nacional não existe porque o Governo, este que aí

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está, este que é absolutamente sabujo do mercado financeiro, está a serviço da

financeirização da economia e dos rentistas. Nós estamos vivenciando isso.

Só o povo pode fazer com que o Brasil volte para os brasileiros e para as

brasileiras, só o povo, só as eleições diretas! Este Parlamento, que está vazio em

uma quarta-feira, já não vota nada há, pelo menos, duas semanas. Este Parlamento,

o Presidente da República ilegítimo e golpista busca comprá-lo para aprovar as

reformas do Governo.

Nós temos demonstrações claras de como os cargos do Governo estão sendo

ocupados a partir de negociatas que são feitas com Parlamentares. Um Senador

votou contrariamente à reforma trabalhista, e o Governo perdeu a reforma

trabalhista! Eu repito: o Governo perdeu a votação da reforma trabalhista na

Comissão de Assuntos Sociais no Senado! E o Senador que votou contrariamente à

reforma trabalhista viu exoneradas as pessoas que ele indicou para o Governo.

Foram imediatamente exoneradas.

O que se quer dizer com isso? Primeiro, ocupam-se os cargos públicos não

de acordo com a competência, porque, se fossem competentes, não teriam sido

tirados. Segundo, usam-se os cargos e o Estado, que pertence ao povo brasileiro,

para se ganharem Parlamentares contra o povo brasileiro.

Esta realidade que nós estamos vivenciando é a barbárie. É a barbárie da

violência policial, a barbárie do assassinato de indígenas, a barbárie dos

assassinatos de trabalhadores sem terra.

Por isso, para concluir, Sr. Presidente, eu apenas encerro fazendo minhas as

palavras que foram ditas por um jovem guarani-kaiowá, que dizia: “Uma criança vale

menos do que uma vaca neste País! Uma criança vale menos do que gado!”

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Ali, naquela região, quando os índios decidiram fazer valer a Constituição,

que lhes assegura o direito à terra, à terra que lhes pertencia e que lhes foi tirada,

eles foram tratados com muita violência. Eles são tratados com derramamento de

agrotóxico, com o veneno que vai para a soja, que é derramado nas crianças e na

água da região em que estão abrigados os indígenas que buscam a reconquista da

sua terra.

Por isso, eu diria que este País da barbárie será superado com eleições

diretas. Diretas já!

O SR. PRESIDENTE (Hildo Rocha) - Muito obrigado, Deputada Erika Kokay.

Durante o discurso da Sra. Erika Kokay, o Sr.

Mauro Pereira, nos termos do § 2º do art. 18 do

Regimento Interno, deixa a cadeira da Presidência, que é

ocupada pelo Sr. Hildo Rocha, nos termos do § 2º do art.

18 do Regimento Interno.

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O SR. PRESIDENTE (Hildo Rocha) - Concedo a palavra ao Deputado Mauro

Pereira, pelo PMDB.

V.Exa. tem o tempo 10 minutos, mais 3 minutos das Breves Comunicações,

portanto, V.Exa. disporá de até 13 minutos na tribuna da Câmara dos Deputados.

O SR. MAURO PEREIRA (PMDB-RS. Sem revisão do orador.) - Muito

obrigado, Deputado Hildo Rocha.

Quero cumprimentar o nosso amigo do Rio Grande do Sul, o jornalista Edgar

Lisboa, do Jornal do Comércio, que também tem um blog. É uma pessoa que está

sempre valorizando os trabalhadores do Estado do Rio Grande do Sul, em especial

os Deputados desta Casa que trabalham visando melhorias para o País.

Eu quero dizer que nós estamos cumprindo a nossa missão e, ao mesmo

tempo, atendendo os nossos Prefeitos e Vereadores, participando de audiências

públicas, como a da ANEEL, para resolver problemas das nossas indústrias

relacionados à energia elétrica. E uma coisa é certa: o Brasil está andando.

O Presidente Michel Temer está na Rússia, onde foi recebido pelo Presidente

Vladimir Putin. Lá, assinou contratos bilaterais para facilitar a venda dos nossos

produtos para a Rússia e também facilitar o comércio dos produtos da Rússia para o

Brasil. Está acompanhado do Ministro Blairo Maggi, do Ministro Antonio Imbassahy e

do Ministro Marcos Pereira, da Indústria e Comércio, e de Deputados Federais,

como o Deputado Darcísio Perondi, o Deputado Átila Lins e o Deputado Augusto

Carvalho.

Os Ministros em geral todos estão trabalhando, e trabalhando muito, para que

não aconteça aquilo que vinha acontecendo até o dia em que nós,

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democraticamente e dentro da Justiça, respeitando a Constituição, retiramos a ex-

Presidenta Dilma Rousseff.

O Brasil, de 2014 até julho de 2016, mergulhou numa crise profunda. Eu,

como Deputado Federal do PMDB, procurei ajudar a Presidenta Dilma o tempo todo

votando favoravelmente aqui, mas a ex-Presidente, juntamente com a equipe dela,

não pagava mais ninguém: não pagava mais dívidas, não pagava fornecedores, não

pagava hospitais, não pagava emendas parlamentares; era um Governo de mentira.

Além de ser o Governo da mentira, do Governo da corrupção, o ex-Presidente

Lula e a ex-Presidenta Dilma foram os que emprestaram todo esse dinheiro para os

irmãos Batista, o Joesley e o seu irmão. Oito bilhões de reais! Hoje, esses dois

irmãos devem em torno de 18 bilhões de reais para os cofres públicos. Esse foi o

Governo Dilma.

Se nós não tivéssemos retirado esse povo do Governo, Deputado Hildo

Rocha, hoje o Brasil estaria igual à Venezuela, porque o modelo que eles gostariam

de implantar — vejo desfilarem aqui os Deputados do PT, do PCdoB, da REDE e do

PSOL — é o da Venezuela, que não tem comida, não tem material de limpeza. É o

povo se matando, o povo brigando por causa de comida, sem empresas aéreas,

porque não há combustível para colocar nos aviões. É o caos! Esse é o governo que

teríamos se nós não tivéssemos retirado esses maus gestores que foram Lula, Dilma

e toda sua trupe.

Com relação à reforma trabalhista, é muito importante que nós cheguemos a

esta tribuna e falemos com muita seriedade para a sociedade. A reforma trabalhista

que nós aprovamos e está no Senado, que será aprovada lá também, não retira

direitos de ninguém, pelo contrário.

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Imagine um trabalhador ter a oportunidade de negociar com o seu patrão o

seu horário de almoço, a momento da sua saída, e toda essa negociação ser

legalizada pela Justiça, porque o combinado vai valer. Isso está na proposta.

Por exemplo, um profissional trabalha em uma empresa até sexta-feira e pode

trabalhar em outra empresa sem problema algum. Aquele pessoal que presta

serviço nos finais de semana vai poder registrar-se e pagar todas suas contribuições

dentro da lei. Isso é o que a reforma trabalhista está propondo para a sociedade

brasileira.

Por que a CUT, a CTB estão bravas? Por que os sindicatos estão bravos?

Porque eles não querem que a reforma trabalhista seja aprovada? Porque os

trabalhadores, com a reforma trabalhista aprovada, a partir de agora, vão poder

decidir se contribuem ou não para o sindicato. Se o sindicato merecer, eles vão

contribuir. Se o sindicato não merecer, eles não vão contribuir. Aquela renda enorme

que os sindicatos arrecadam e que usam para isso e para aquilo, usam para fazer o

que querem, o que bem entendem, eles só a terão se trabalharem direito.

Isso é a reforma trabalhista. Por que os sindicatos, a CUT, a CTB e outros

estão bravos, revoltados? Simplesmente porque vão perder aquele dinheiro que

entra garantido na conta deles. Se eles trabalharem ou não, o dinheiro está

garantido. Agora, não! O trabalhador vai decidir se dá aquele dia de trabalho para o

sindicato, ou não. Talvez seja por isso que estão bravos.

Eu quero dizer a todos os sindicatos, a todos os presidentes de sindicato que,

se o trabalho for honesto, correto, de maneira séria, podem ficar tranquilos, porque o

usuário de sindicato vai continuar contribuindo; caso contrário, não vai mais

contribuir.

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Eu espero que a reforma trabalhista no Senado passe, pois lá há Senadores

que têm um grande compromisso com o Brasil, com a nossa população, com a

geração de empregos.

Eu gostaria de dizer ao povo brasileiro e às pessoas que trabalham no

mercado financeiro que estão querendo investir no nosso País que invistam com

tranquilidade, porque nós temos, sim, um Supremo Tribunal Federal forte, nós temos

uma Procuradoria-Geral da República forte, nós temos uma Polícia Federal forte,

nós temos a Operação Lava-Jato, que vem fazendo um trabalho muito bem feito. A

verdade vai prevalecer. Existem denúncias? Existem. De quem são as denúncias?

Dos irmãos marginais, bandidos, chamados Joesley Batista e Wesley Batista. Eles

são marginais e têm no DNA o instinto de ladrões. Eles roubaram o povo brasileiro.

Não pagam suas contas.

Agora, neste exato momento, estão comprando boi, gado, com prazo de 30

dias para pagar. Isso é um perigo, mas eles estão comprando. Tomara que eles

paguem aos nossos pecuaristas! Essas pessoas roubaram os cofres públicos,

fizeram uma delação, e não houve penalidade nenhuma. Pelo contrário, foram para

os Estados Unidos, levaram dinheiro, abriram 67 empresas nos Estados Unidos,

levaram o iate daqui, que custa 30 milhões de reais.

Eu confio muito mesmo na Procuradoria-Geral da República e no Supremo

Tribunal Federal. Todo mundo tem o direito de errar, o ser humano tem o direito de

errar, todo mundo é passível de erro, mas eu não tenho dúvida nenhuma de que

essa premiação, essa delação premiada que os irmãos Batista obtiveram aqui no

Brasil, nesses últimos dias, vai ser revista, e a justiça será feita, porque senão como

é que vão ficar a Odebrecht e os outros empresários que estão presos? Como é que

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ficam os advogados da Odebrecht e os outros? Eles vão pensar que são

incompetentes porque seus clientes que os contrataram estão todos presos. Quem

são os advogados dos irmãos Batista, que roubaram?

Quero parabenizar a TV Bandeirantes pela matéria completa mostrando quem

são, quem foram os irmãos Batista, juntamente com o Lula e com a Dilma, pois todo

o dinheiro que eles receberam foi do Lula e da Dilma. Eles seriam enquadrados, de

acordo com a Band, em 200 crimes.

Então, eu não tenho dúvida nenhuma de que o Pleno do Supremo, a

Procuradoria-Geral da República vão rever e vão prender aqueles dois irmãos

marginais. Eles têm que ser presos! Eles não podem ficar assim: ganhar um prêmio

e ir embora para os Estados Unidos, e levar o dinheiro, e levar o iate. E nós aqui

tendo que aguentar a nossa imprensa, alguns órgãos da imprensa, quererem

destruir o nosso País, não mostrarem nada que é bom.

O Presidente Michel Temer está lá na Rússia, fazendo contratos, acordos

bilaterais. Eu estive na China agora, no encontro dos BRICS, do dia 7 ao dia 14, e o

Partido Comunista da China, o Ministro de Relações Exteriores nos trataram na

palma da mão, porque a China tem o maior respeito pelo povo brasileiro. Quer

negociar, quer continuar comprando, quer continuar fazendo negócios aqui no Brasil,

tem o maior respeito pelo nosso povo. Eu cheguei dia 14.

Hoje nós comemoramos aqui, numa audiência pública, os 109 anos da

imigração japonesa no Brasil, celebrados no domingo. O Sr. Satoru Satoh, que é

Embaixador do Japão no Brasil, nos recebeu na Embaixada do Japão com o maior

respeito, com o maior carinho, porque o Japão adora o Brasil. São irmãos nossos,

investem aqui, querem ver o melhor no nosso País.

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E nós estamos vendo os partidos PT, PCdoB, REDE e PSOL — que

quebraram o Brasil nos últimos 13 anos, deixaram o Brasil de joelhos, o Lula e a

Dilma montaram o maior esquema de corrupção — torcerem para que a coisa piore,

para que aqui vire uma Venezuela.

Mas não vai virar! O Presidente Temer está trabalhando. Os Ministros estão

trabalhando. O Ministro Eliseu Padilha está no Palácio atendendo uma pessoa a

cada 10 minutos. E é assim que nós trabalhamos. Todos os Ministros, nossos

Deputados e Deputadas do bem, que querem o melhor para o nosso País, vão

continuar trabalhando. Vamos continuar cumprindo a nossa missão.

Eleição direta vai haver, sim, em 2018! Quanto ao que os petistas estão

querendo, eleição agora, mês que vem ou no outro mês, esqueçam! O povo

brasileiro quer trabalhar. O povo brasileiro quer emprego. O povo brasileiro quer

viver em paz. O povo brasileiro não quer de jeito nenhum ter a opção de votar no

Lula novamente.

O caos! Uma Venezuela? Se alguém quer viver o regime da Venezuela, dê

um pulo na Venezuela. Os venezuelanos estão invadindo o Brasil, porque lá não tem

comida mais. E hoje nem dá para ir para a Venezuela, porque não há linha aérea

que vá para lá. Elas estão parando. E querem eleição direta. Vai haver, sim, eleição

direta em 2018.

O que nós temos que fazer hoje, os Deputados e as Deputadas de bem, é

trabalhar para que o Brasil melhore. Os empregos já começaram a aumentar o mês

passado. Este mês o juro está caindo, a inflação está caindo. O Brasil está

crescendo.

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Eu não tenho dúvida nenhuma de que o Brasil, com certeza, dará a volta,

porque nós estamos trabalhando, o Presidente Temer está trabalhando, os Ministros

estão trabalhando. Tudo dará certo, para desespero dos petistas, que têm uma

nuvem negra em suas cabeças e só querem o mal para o nosso País.

Mas isso não vai acontecer! Deus é bom! Deus é pai! E o Brasil vai crescer!

Muito obrigado, Deputado Hildo Rocha.

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O SR. PRESIDENTE (Hildo Rocha) - Concedo a palavra ao Deputado Arnaldo

Jordy, do PPS do Pará, que falará por até 3 minutos.

O SR. ARNALDO JORDY (PPS-PA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Obrigado, Deputado Hildo Rocha. Eu queria cumprimentar V.Exa. pela condução

dos trabalhos e também pela sua atuação, na semana passada, em evento do

PARLATINO que tratou de problemas relativos à educação. Parabenizo V.Exa. pela

atuação porque estive lá testemunhando isso, junto com outros Deputados da

delegação brasileira.

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, pessoas que nos acompanham pelos

veículos de comunicação, eu queria ter, sinceramente, o mesmo otimismo do

Parlamentar que me antecedeu, em relação às expectativas sobre o nosso País.

Lamentavelmente, não penso da mesma forma.

Eu queria fazer aqui, Sr. Presidente, dois breves registros. O primeiro é um

comentário sobre a situação estampada nos jornais de hoje, revelando a decisão do

Sr. Marcos Bastos, Juiz da 12ª Vara Federal de Brasília, que negou o pedido do

Presidente Temer em processo contra o Sr. Joesley Batista, que supostamente teria

cometido crimes de calúnia, difamação e coisas do gênero.

O juiz negou o pedido liminarmente, achando impróprias as alegações dos

advogados do Presidente na petição e dizendo que o Sr. Joesley estava se referindo

a fatos abrigados numa delação premiada conduzida pelo Ministério Público e pela

Polícia Federal.

Que fatos são esses? O Sr. Joesley Batista, numa entrevista de repercussão

nacional, afirma com todas as letras que o Presidente Temer, de acordo com uma

das gravações, estaria envolvido em práticas de corrupção passiva. Ele também faz

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acusações contra o Partido dos Trabalhadores e contra o Senador Aécio Neves, do

PSDB.

Ele diz que o Presidente Temer “é o chefe da quadrilha mais perigosa do

Brasil” — entre aspas — e que não tinha cerimônias para pedir dinheiro. E diz ainda

que o ex-Presidente desta Casa, o presidiário Eduardo Cunha, estaria cobrando

propinas em nome do Presidente Temer.

Realmente, são espantosas as declarações do bandido chamado Joesley

Batista, que, junto com seu irmão, produziu essas declarações. Em uma das

afirmações ele diz que “o Partido dos Trabalhadores mandou dar 35 milhões de

reais à bancada do PMDB no Senado” — e aqui coloco entre aspas as declarações

do Sr. Joesley Batista.

O PT teria autorizado o repasse de 35 milhões de reais. Depois que o Sr.

Temer e o Sr. Eduardo Cunha souberam disso, houve uma crise, e ele teve que

repassar mais 15 milhões de reais. Ou seja, um total de 50 milhões foi repassado

por autorização do Partido dos Trabalhadores. A primeira pergunta que fica no ar é:

se o Partido dos Trabalhadores autorizou o Sr. Joesley Batista a repassar para o

PMDB 50 milhões de reais, quanto recebeu o PT, que era, digamos assim, o titular

da conta? E todos nós sabemos que o Grupo JBS, dono da Friboi, ganhou

protagonismo nos mercados brasileiro e internacional nos Governos do Partido dos

Trabalhadores.

Os jornais Folha de S.Paulo e O Estado de S. Paulo também revelam que,

nesses quase 4 anos, foram desviados 123 bilhões de reais nesses esquemas

nacionais, confirmando um dado divulgado pelo Programa das Nações Unidas para

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o Desenvolvimento de que o Brasil desvia, por ano, 200 bilhões de reais em

corrupção nas três esferas de governo — União, Estados e Municípios.

Portanto, Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, quero dizer que a situação é

grave. A situação do Presidente Temer é gravíssima. O Presidente Temer poderia

refletir mais sobre a possibilidade de fazer um gesto de grandeza e renunciar ao

mandato, para que o processo da transição até 2018 pudesse ser concluído, para

que se pudesse reconstituir a normalidade democrática e institucional do País, para

que a economia pudesse ser recuperada, porque ela dá sinais ora de reanimação,

ora de depressão, como acontece agora com os níveis de investimento.

Faço este registro, Sr. Presidente, para lamentar a gravíssima crise

econômica, social, política e moral que o Brasil vive hoje e para renovar o pedido do

PPS de renúncia do Presidente Temer, o que já foi manifestado pelo ex-Ministro

Roberto Freire, que entregou o cargo quando ocorreram as denúncias.

Por fim, Sr. Presidente, um brevíssimo registro. No dia 11 de junho deste mês

completaram-se 30 anos da morte do ex-Deputado Paulo César Fonteles de Lima.

O Deputado Paulo Fonteles foi um lutador que combateu a ditadura militar; foi

um lutador que esteve exilado; foi preso; depois recuperou os seus direitos políticos;

atuou na defesa dos direitos humanos; foi um dos fundadores da Sociedade

Paraense de Defesa dos Direitos Humanos no Estado do Pará; foi eleito Deputado

Estadual, bem votado, em 1982, pelo PMDB; e, em 1987, foi brutalmente

assassinado pelas balas do latifúndio, em um posto de gasolina, na entrada de

Belém.

Essa realmente foi uma morte brutal, a exemplo das de João Batista, Gabriel

Pimenta e muitos outros que tombaram pelas balas do latifúndio.

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Passaram-se 30 anos, e nós aqui deixamos a referência a esse grande

lutador, a esse grande baluarte da democracia, da justiça social, das liberdades

democráticas que foi o ex-Deputado Paulo Fonteles.

Aproveito esta homenagem à memória do ex-Deputado Paulo Fonteles para

cobrar das autoridades, da polícia, da Justiça e do próprio Governador do Estado do

Pará, Simão Jatene, que se tem empenhado nas apurações, uma solução para as

últimas chacinas que ocorreram no Estado do Pará, inclusive as investigações sobre

o caso de Pau d'Arco.

Toda a população do Pará está apreensiva para saber como se deu aquela

chacina que vitimou 10 trabalhadores, sendo 9 homens e 1 mulher, no Município de

Pau D'Arco, no interior do Pará.

Muito obrigado, Sr. Presidente, pela atenção e pela gentileza.

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pereira) - Muito obrigado, Deputado Arnaldo

Jordy, do PPS do Pará.

PRONUNCIAMENTOS ENCAMINHADOS PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, na esteira dos escândalos de

corrupção que emergiram com várias investigações e operações do Ministério

Público e da Polícia Federal, como a Lava-Jato, o País foi novamente sacudido nos

últimos dias por uma entrevista do empresário Joesley Batista a uma revista de

circulação nacional, na qual ele reafirma todas as suas acusações contra o

presidente Temer já relatadas em gravação feitas pelo empresário e contra boa

parte da classe política nacional, como dirigentes do Partido dos Trabalhadores e

Aécio Neves, ex-Presidente do PSDB.

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Com todas as letras, Joesley afirma na entrevista, que “Temer é o chefe da

quadrilha mais perigosa do Brasil”, que o atual Presidente do País “não tinha

cerimônias para pedir dinheiro” e que o ex-Presidente da Câmara, Eduardo Cunha,

do PMDB do Rio de Janeiro, cobrava propina em nome de Temer.

Ainda na entrevista, Joesley afirma e explica por que considera que o Partido

dos Trabalhadores teria institucionalizado a corrupção no País e narra ações

promovidas por Aécio Neves em um verdadeiro leilão para conseguir apoio de

partidos na eleição de 2014.

É só mais um capítulo da esdrúxula situação em que o País se encontra, na

qual o cidadão é envolto por narrativas de corrupção que beiram o surrealismo, de

tão escancaradas e escrachadas que são. E a cada dia novos escândalos são

revelados, atingindo agora não só os mais altos escalões da República, mas

também Governos Estaduais e Municipais.

Bilhões de reais com origem nos impostos pagos pelos brasileiros são

negociados com empresários através de estatais, bancos de fomento e contratos

fraudados, destinados a partidos e dirigentes partidários, um vertedouro de recursos

que não tem limites.

Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, o País teria perdido, em apenas 4

anos, mais de 123 bilhões de reais em ações de organizações criminosas dentro da

máquina pública, reforçando os dados divulgados pelo Programa das Nações

Unidas para o Desenvolvimento da ONU, que apontam que o Brasil perde 200

bilhões de reais ao ano com esquemas de corrupção, o que colabora diretamente

para a crônica desigualdade social brasileira.

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Em nome do PPS, reafirmamos o que todo brasileiro deseja: o fim da

corrupção e da impunidade. E que as investigações em curso levem à punição

exemplar de todos aqueles que forem flagrados em atos de corrupção. É o momento

de colocarmos um basta nesta “corrupção institucionalizada” que conhecemos. Para

tanto, não há mágica. Devemos seguir os preceitos constitucionais, apoiando e

confiando nas instituições que estão levando a cabo as investigações que estão

desnudando e estampando no noticiário policial verdadeiros medalhões da política

nacional.

É tempo de mudanças, doa a quem doer. O Brasil que emergirá desse mar de

lama será muito melhor para seus cidadãos.

Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente.

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, em 11 de junho último, completaram-

se 30 anos da morte de Paulo César Fonteles de Lima, o advogado, o militante, o

defensor dos direitos humanos e companheiro Paulo Fonteles.

Brutalmente assassinado no centro da Capital paraense, Belém, Paulo

Fonteles é o símbolo da resistência do pequeno agricultor contra o grande latifúndio

e a grilagem empresarial praticada desde o Brasil Colônia.

Nem mesmo a solidificação das instituições no País, dentre elas a Justiça, foi

capaz de levar seus algozes — mandantes e assassinos — a responder pelo

hediondo crime perante a lei e a sociedade.

A vida de luta de Paulo Fonteles atravessou mais de 3 décadas de

compromissos com questões relacionadas aos temas mais importantes do País, tais

como a consolidação da democracia, as liberdades políticas e a reforma agrária.

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Paulo foi o primeiro Presidente da Sociedade Paraense de Defesa dos

Direitos Humanos — SDDH. E, nesse ambiente, em 1978, colocou-se à disposição

da Comissão Pastoral da Terra — CPT para advogar para os camponeses do sul do

Pará.

Em 1982, foi eleito Deputado Estadual e, durante sua atuação parlamentar, foi

constantemente ameaçado, o que o levou por diversas vezes a denunciar da tribuna

da Assembleia Legislativa do Pará as macabras listas de marcados para morrer

onde figurava e da qual foi vítima.

Paulo Fonteles sempre será lembrado, ainda mais quando neste momento de

recrudescimento da violência no campo e contra povos nativos, em todo o País,

principalmente no Pará, com as tentativas de criminalização dos movimentos sociais

praticadas pelos poderosos de plantão.

E é em nome do companheiro Paulo Fonteles, em nome de sua luta e

daqueles que ele sempre defendeu, que novamente pedimos às autoridades que

reforcem e agilizem as investigações das recentes mortes no campo, para que

crimes que ceifaram a vida de tantos defensores do direito à terra e à liberdade,

como Paulo, não continuem acontecendo.

Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente.

Durante o discurso do Sr. Arnaldo Jordy, o Sr. Hildo

Rocha, nos termos do § 2º do art. 18 do Regimento

Interno, deixa a cadeira da Presidência, que é ocupada

pelo Sr. Mauro Pereira, nos termos do § 2º do art. 18 do

Regimento Interno.

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O SR. PRESIDENTE (Mauro Pereira) - Passo a palavra agora ao Deputado

Luiz Couto, do Partido dos Trabalhadores da Paraíba, pelo tempo de 3 minutos.

O SR. LUIZ COUTO (PT-PB. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, transcorridos 13 meses do golpe que

levou Michel Temer à Presidência da República, o Brasil afunda numa grave crise

política e econômica e, a todo o momento, é atormentado por novas denúncias de

corrupção.

Ninguém mais tem dúvidas de que só sairemos desse atoleiro com eleições

diretas que restaurem a normalidade democrática, brutalmente interrompida pelo

impeachment da Presidenta Dilma Rousseff.

O balanço do Governo Temer é péssimo. Todas as medidas importantes que

adotou ou que pretende adotar, com a conivência do Congresso Nacional, são

contrárias aos interesses da maioria da população, ou seja, da Nação brasileira.

O teto para os gastos públicos condena o País a passar 20 anos sem crescer,

e a maioria do nosso povo, especialmente dos mais pobres.

A projetada reforma da Previdência praticamente acabará com o sistema

público de aposentadoria, beneficiando o setor privado, em prejuízo dos

trabalhadores.

A reforma trabalhista, que esta Casa aprovou contra o nosso voto, elimina

conquistas importantes obtidas em muitos anos de luta.

Enquanto isso, a economia, que os golpistas prometiam reativar logo após a

queda de Dilma, continua quase paralisada. Mais de 14 milhões de brasileiros estão

desempregados.

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Até os muito otimistas reconhecem que o ligeiro crescimento do Produto

Interno Bruto no primeiro trimestre foi ocasional e que a tendência para o ano é de

estagnação.

Quase 60% das famílias têm dívidas em atraso.

Talvez os brasileiros ainda se conformassem com os sacrifícios a que estão

sendo submetidos se o Presidente e o Governo lhes inspirassem alguma confiança.

Mas é justamente o contrário, pois os escândalos se sucedem, os desmentidos não

se sustentam e as desculpas são cada vez mais esfarrapadas.

Vários Ministros caíram por envolvimento em casos de corrupção; outros

permanecem no Governo, mas cercados de acusações. Quatro assessores

especiais do Presidente já deixaram os cargos, e dois deles foram presos.

Contra o próprio Temer, as denúncias vêm num crescendo.

Primeiro foi citado nas delações da Odebrecht por ter avalizado o recebimento

de propinas, depois apareceu nas gravações do dono da Friboi em possível ato de

obstrução da justiça, bem como no caso do dinheiro da mala do ex-Deputado

Rodrigo Rocha Loures, que seria para Temer assegurar uma aposentadoria a partir

de 500 mil reais. Agora, a imprensa noticia que ele teria determinado represálias

contra a JBS e investigações da Agência Brasileira de Inteligência sobre o Ministro

Relator da Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal.

Um Presidente da República não pode agir dessa maneira! Um Governo não

pode estar permanentemente exposto à revelação de condutas criminosas dele e de

seus Ministros!

Temer e sua equipe não têm a confiança da população porque não a

merecem.

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O Brasil precisa de novos dirigentes, eleitos em eleições diretas democráticas

pelo povo, que desfaçam os absurdos praticados nesses últimos 13 meses e

recuperem a credibilidade do País.

Solicito que seja dada a devida publicidade deste pronunciamento nos meios

de comunicação da Casa, inclusive no programa A Voz do Brasil.

Era o que tinha a dizer. Muito obrigado.

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pereira) - Obrigado, Deputado Luiz Couto, do

Partido dos Trabalhadores da Paraíba.

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O SR. PRESIDENTE (Mauro Pereira) - Concedo a palavra ao Deputado João

Daniel, do Partido dos Trabalhadores de Sergipe.

O SR. JOÃO DANIEL (PT-SE. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente Mauro Pereira, Deputado Padre Luiz Couto, Srs. Deputados e aqueles

que nos acompanham neste momento pela TV Câmara, pelas redes sociais e pela

Rádio Câmara, na última sexta-feira nós acompanhamos um ato violento na Capital

do Rio Grande do Sul, Porto Alegre. Queremos levar a mais alta solidariedade ao

Deputado Estadual Presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia

Legislativa do Rio Grande do Sul, Jeferson Fernandes, que foi agredido e preso pela

Polícia Militar do Estado do Rio Grande do Sul, mesmo sendo um Parlamentar.

Houve agressão à Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul e também a famílias

sem-teto, uma violência que nós não podemos admitir.

Parabéns à Frente Brasil Popular, à Via Campesina e a movimentos sociais

que fizeram, na última segunda-feira, dia 19, em Belém, um ato em defesa da vida,

contra a violência e os massacres que têm havido, especialmente este recente ato

criminoso ocorrido em Pau d’Arco, onde nove trabalhadores e uma trabalhadora

rural foram assassinados.

Na manhã de hoje nós ouvimos, Deputado Luiz Couto, aqui na Câmara,

jovens índios da etnia guarani-kaiowá fazendo denúncias gravíssimas sobre o

Estado brasileiro, que vem acompanhando e não vem fazendo nada contra o que

vem sendo feito aos índios, às crianças. Há denúncias inclusive de que, em

hospitais da região, índios internados com qualquer doença saem de lá mortos, com

os órgãos retirados. Há denúncias de acidentes em beiras de rodovias, de

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assassinatos de índios, de massacres. Os índios guarani-kaiowás têm a nossa

solidariedade. É preciso que esta Casa também lhes dê total apoio.

E, nesta tarde, na Comissão de Direitos Humanos, ouvimos representantes

do Brasil inteiro sobre a violência nas manifestações. O Brasil não pode ficar em

estado de exceção. É preciso que os Governos Estaduais e Federal saibam que a

democracia é uma conquista do povo brasileiro. Nós não podemos aceitar violência

em lugar nenhum em nosso País.

Para encerrar, Sr. Presidente, eu gostaria que fosse dado como lido e

divulgado o nosso pronunciamento em favor do nosso querido Município de

Aquidabã, que realizou no último sábado a 49ª edição de uma festa conhecida no

Nordeste inteiro, o Casamento do Matuto. Milhares de pessoas, milhares de jovens,

de Aquidabã a Cruz Grande, participaram de uma festa bonita, de uma festa da

tradição junina.

Parabéns ao povo de Aquidabã! Parabéns a todos os organizadores da festa

e ao Prefeito Dr. Mário, que já formulou diversos programas e os colocou em

funcionamento, além de ter adquirido uma frota de viaturas novas — ambulâncias,

ônibus, carros. O Prefeito Dr. Mário faz uma grande administração no Município de

Aquidabã.

Parabéns, Dr. Mário! Parabéns, Dr. João Feitosa, Diretor do nosso hospital

querido, que tem feito um grande trabalho por Aquidabã e região! E parabéns a

todos os Vereadores e à população de Aquidabã!

Solicito que meu pronunciamento seja divulgado no programa A Voz do

Brasil.

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PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, ocupo esta tribuna para registrar a

realização do 49º Casamento do Matuto, nos dias 16 e 17 de junho, na cidade de

Aquidabã, Estado de Sergipe. Nós queremos saudar toda a população da cidade e

os organizadores Tiririca e Dr. João Feitosa, além de todos os apoiadores. Saúdo

também o Prefeito Municipal Dr. Mário, o Deputado Estadual Francisco Gualberto, o

Dr. João Feitosa, os artistas, os cavaleiros e as amazonas e todas as pessoas que

fizeram acontecer essa importante festa, que orgulha e engrandece o Município e o

Estado de Sergipe.

O Casamento do Matuto é uma festa tradicional do Município de Aquidabã e

teve seu início no ano de 1963, pelo Presidente da extinta Associação Litero

Recreativa de Aquidabã, da época o Sr. Marciano Dias Ciano, que reuniu um grupo

de moradores da cidade e em cortejo com cavalos e carroças se dirigiu ao povoado

de Cruz Grande, onde aconteceria o tradicional forró de pé de serra. Em seguida, no

retorno à cidade de Aquidabã, ocorreria a encenação do casamento caipira no clube.

Com o passar do tempo, foi aumentando a participação da população, e a

encenação passou a ser realizada em frente ao antigo mercado, na praça central.

No final dos anos 80, a festa já tomava grande proporção, mas, infelizmente,

foi extinto o casamento caipira nos anos 90. Hoje esse evento cultural recebe

milhares de cavaleiros e amazonas, carroças e outros meios de transporte. O

cortejo é puxado por trio elétrico, e ocorrem apresentações de bandas no Povoado

Cruz Grande até o término do evento. E graças ao diretor municipal de cultura, o

Prof. Albertinho, o tradicional casamento caipira foi resgatado.

Muito obrigado.

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O SR. PRESIDENTE (Mauro Pereira) - Muito obrigado, Deputado João

Daniel, do Partido dos Trabalhadores de Sergipe.

Com certeza, nossa equipe competente da Rádio Câmara e da TV Câmara

dará divulgação ao trabalho de V.Exa. e ao dos demais Deputados e Deputadas

desta Casa.

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O SR. PRESIDENTE (Mauro Pereira) - Convido agora para fazer uso da

palavra o Deputado Raimundo Gomes de Matos, do PSDB do Ceará, pelo tempo

regimental de 3 minutos.

O SR. RAIMUNDO GOMES DE MATOS (PSDB-CE. Pela ordem. Sem

revisão do orador.) - Sr. Presidente, nobres Parlamentares e telespectadores da TV

Câmara, solicito divulgação nos órgãos de imprensa desta Casa de pronunciamento

que faço para registrar os 253 anos do Município do Crato.

O Município do Crato integra a Região Metropolitana do Cariri, composta por

Crato, Juazeiro e Barbalha, cujo potencial econômico e cultural vem desenvolvendo

toda a região do Cariri. Na data de hoje, Crato completa seus 253 anos.

O Município do Crato é conhecido popularmente como “Cratinho de Açúcar”,

pela hospitalidade e pelo carinho que a população tem com todos que o visitam. Ele

também é chamado por alguns de “Oásis do Sertão”.

O Município do Crato tem hoje aproximadamente 130 mil habitantes. Vários

projetos vêm sendo desenvolvidos no Município, não só de infraestrutura, mas de

fortalecimento da saúde, da educação, da cultura. Inclusive há um potencial

relacionado ao aspecto cultural daquele Município.

Neste momento, nós queremos cumprimentar os Poderes Executivo e

Legislativo, as entidades de classe, a imprensa e todos os que fazem do Município

de Crato um exemplo para os Municípios do Ceará e dos demais Estados.

Crato é também bastante conhecido pelo seu potencial na área do

agronegócio, tanto que há vários anos é realizada a grande Exposição Agropecuária

do Crato, que fortalece toda a economia do Município.

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Vale ressaltar que Cícero Romão Batista, o Padre Cícero, deixou um grande

potencial religioso na região, através de Juazeiro do Norte. Ele era natural do

Município do Crato e foi reconhecido pelo Vaticano como um grande sacerdote da

época. Padre Cícero realizou também várias ações no sentido de dinamizar e

fortalecer a economia e promoveu algumas mobilizações até revolucionárias.

O Crato também é berço de Martins Filho, que foi praticamente o pai das

universidades no Estado do Ceará e na região. Há pouco tempo, o Município perdeu

também um grande artista plástico, o Sérvulo Esmeraldo.

Saliento outra figura histórica da região: Bárbara de Alencar, que foi heroína

da República. Seus filhos, Tristão Gonçalves e José Martiniano de Alencar, deram

grande contribuição para o fortalecimento das lutas pela independência e pela

democracia.

O meu pai é natural do Crato. Nós temos familiares naquela cidade. Eu sou

natural de Maranguape, na Região Metropolitana de Fortaleza, mas nós temos, em

virtude de todo esse vínculo com a Região Metropolitana do Cariri, o compromisso-

político administrativo de apoiar o Município do Crato através do nosso trabalho em

várias áreas.

Infelizmente, devido a minha vinda para cá, não pude participar hoje das

festividades do Município, mas deixo o meu abraço fraterno a todos os nossos

amigos cratenses. Que nós possamos ter, acima de tudo, o fortalecimento dessa

região.

Na próxima semana iremos ao Cariri visitar as obras da Transnordestina. Na

data de ontem, o Presidente em exercício Rodrigo Maia assinou, juntamente com o

Ministro Helder Barbalho e o Presidente do Congresso Nacional Eunício Oliveira, a

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destinação de 500 milhões de reais de recursos para outra obra também

estruturante, que é a transposição das águas do Rio São Francisco. Foi oficializado

já o reinício dessas obras.

E nós vamos pedir à Presidência para colocar em votação a criação da Zona

Franca do Semiárido do Nordeste. Quando foi fechado aquele compromisso de

prorrogar por mais 50 anos a Zona Franca de Manaus, na Região Norte, ficou

garantido que faríamos esse estudo da Zona Franca do Semiárido do Nordeste, a

ser criada no Cariri. Então, existem essas pautas aqui.

Também no Senado, junto com o Senador Tasso Jereissati, o Senador José

Pimentel e o Senador Eunício Oliveira, nós iremos fazer com que a Zona Franca do

Semiárido do Nordeste possa se fortalecer, e, automaticamente, fortalecer toda a

região do Cariri, que tem ligações diretas com o Piauí, tem ligações diretas com

Pernambuco, tem ligações bastante estreitas com todas as áreas.

E, a partir da Transnordestina, da transposição das águas do Rio São

Francisco e desse projeto da Zona Franca do Semiárido do Nordeste, que nós

tivemos a oportunidade de relatar, com certeza nós teremos um novo Nordeste. Nós

precisamos fortalecer cada vez mais essa política de apoio ao Nordeste.

O Presidente Michel Temer tem dado todo o apoio relativamente aos recursos

necessários para nós levarmos essas obras à frente, principalmente a da

transposição. Quanto à Transnordestina, o Presidente Michel Temer solicitou que

nós, através dessa nossa Comissão, pudéssemos acelerar a elaboração de um novo

modelo de projeto para ela, porque é justamente isso que vai garantir o

desenvolvimento do nosso País.

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A Câmara Federal e o Senado Federal estão cumprindo a sua missão. Nós

vamos ter que levar à frente várias propostas para viabilizar o País

economicamente, fazendo a votação especificamente das reformas, a fim de que

nós possamos dar perspectiva para que os Prefeitos, os Vice-Prefeitos, os

Vereadores, as lideranças e os empresários possam trazer investimentos —

investimentos não só nacionais, mas também internacionais.

Para concluir, Sr. Presidente, na próxima sexta-feira nós levaremos o

Embaixador da Coreia ao Ceará para que ele possa ver o potencial do Estado, até

porque os coreanos têm feito nele um grande investimento: a siderúrgica, que vem

gerando aumento no nosso PIB. Então, a presença do Embaixador da Coreia no

Estado do Ceará, lado a lado com o nosso Ministro do Trabalho, ajudará a fortalecer

a economia do Nordeste, especialmente do Ceará.

Muito obrigado.

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pereira) - Muito obrigado, Deputado Raimundo

Gomes de Matos, do PSDB do Ceará. Parabenizo V.Exa. pelo trabalho.

PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, solicito que seja divulgado nos órgãos

de comunicação desta Casa e no programa A Voz do Brasil o pronunciamento que

ora faço para registrar, com muita alegria, os 253 anos do Município do Crato, na

região do Cariri cearense.

Conhecido por alguns como “Oásis do Sertão” e por outros como “Cratinho de

Açúcar”, o Município do sul do Estado do Ceará, que forma a região do CRAJUBAR

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— juntamente com Juazeiro do Norte e Barbalha —, desponta como um dos mais

desenvolvidos do interior do Ceará.

Localizado no sopé da Chapada do Araripe, Crato situa-se em um

entroncamento rodoviário que liga os Estados do Ceará, Piauí, Paraíba e

Pernambuco, o que lhe garante papel preponderante no desenvolvimento da Região

Metropolitana do Cariri.

Pela localização privilegiada, o Município exerce função de centro comercial

de produtos agropecuários, onde se destaca a famosa, nacionalmente, Exposição

Agropecuária do Crato — EXPOCRATO.

Abrindo um parêntese, Sr. Presidente, convido a todos aqui presentes e os

que nos acompanham pela TV Câmara e redes sociais para comparecerem à

EXPOCRATO, que acontece entre os dias 9 e 16 de julho próximo.

Além de grandes feiras, o Município do Crato destaca-se, também, na

educação e na cultura. O Município é sede de instituições que fazem parte da

formação escolar de grandes homens e mulheres que se destacaram no Ceará e no

Brasil.

Seguindo essa tradição, a cidade abriga, atualmente, faculdades, centros

universitários e universidades, além de bibliotecas, centros culturais, museus e

teatros.

Não é à toa, Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, que o Município do Crato

é berço de muitos dos filhos ilustres do Ceará, entre os quais destaco apenas três,

entre tantos outros: o maior líder religioso popular do Nordeste, Padre Cícero Romão

Batista; o pai das universidades cearenses, professor Martins Filho; e o também

imortal artista plástico Sérvulo Esmeraldo.

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Com seus quase 130 mil habitantes, o Município do Crato, como todo

Município de médio porte em nível de Ceará, sofre a pressão por demandas cada

vez mais audaciosas em várias áreas, quer na área da segurança pública e

educação, quer na área da saúde e abastecimento de água.

Sobre esse último item, Sr. Presidente, registro nossos esforços para garantir,

para a atual e futuras gerações, condições mais dignas de acesso a água, através

da ampliação do sistema de abastecimento.

Serão investidos quase 50 milhões de reais, já garantidos junto ao Ministério

das Cidades, através da Caixa Econômica Federal. Reforço que a operação já está

contratada, com vigência a partir de dezembro de 2018.

Conquistas assim, Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, são o mínimo que

podemos oferecer em nossa atuação parlamentar junto a um Município tão querido e

respeitado.

Finalizo reforçando meus laços de amizade com todos aqueles que trabalham

no dia a dia para fazer do Município do Crato um lugar cada vez mais digno para se

viver.

Meus parabéns extensivos aos membros dos poderes Executivo e Legislativo

do Município do Crato, que não estão medindo esforços para a realização, com

muito sucesso, da Semana do Município.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

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O SR. PRESIDENTE (Mauro Pereira) - Antes de encerrar a sessão, gostaria

de dizer à sociedade brasileira que o Presidente desta Casa, Deputado Rodrigo

Maia, está como Presidente interino do Brasil desde segunda-feira — ele vem

trabalhando, os projetos estão em andamento, os recursos estão sendo liberados —

e permanecerá na Presidência da República até o próximo sábado.

Quero parabenizar o nosso Presidente Rodrigo Maia e desejar-lhe sucesso e

boa sorte até sábado. Se Deus quiser, as coisas vão melhorar no Brasil. Nós

estamos trabalhando aqui para que isso aconteça.

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VII - ENCERRAMENTO

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pereira) - Nada mais havendo a tratar, vou

encerrar a sessão.

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O SR. PRESIDENTE (Mauro Pereira) - Encerro a sessão, convocando

Sessão Não Deliberativa de Debates para amanhã, quinta-feira, dia 22 de junho, às

14 horas.

Lembro ainda que haverá Sessão Não Deliberativa Solene amanhã, quinta-

feira, dia 22 de junho, às 10 horas, em Homenagem ao Dia Nacional de Luta contra

a Esclerose Lateral Amiotrófica — ELA.

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(Encerra-se a sessão às 18 horas.)