departamento de educaÇÃo em ciÊncias naturais e...
TRANSCRIPT
I
Faculdade de Educação
DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO EM CIÊNCIAS NATURAIS E MATEMÁTICA
LICENCIATURA EM EDUCAÇÃO AMBIENTAL
Monografia
Análise da Percepção dos Moradores do Bairro do Lingamo sobre a Influência do Saneamento
Ambiental na Transmissão da Malária
Dulce Naftal Cossa
Maputo, Agosto de 2017
II
Análise da Percepção dos Moradores do Bairro do Lingamo sobre a Influência do Saneamento
Ambiental na Transmissão da Malária
Monografia apresentada ao Departamento de Educação em Ciências Naturais e Matemática
como requisito final para a obtenção do grau de licenciatura em Educação Ambiental na
Universidade Eduardo Mondlane.
Dulce Naftal Cossa
O supervisor: Engenheiro Ercílio Langa
Maputo, Agosto de 2017
III
Declaração de Originalidade
Esta Monografia foi julgada suficiente e aprovada na sua forma final no Mês de Agosto de 2017,
pelo curso de licenciatura em Educação Ambiental, da Faculdade de Educação da Universidade
Eduardo Mondlane.
Assinatura do Director do Curso:
…………………………………………………….
Júri
O Presidente O examinador O supervisor
_________________ ________________ _________________
IV
Agradecimentos
Em primeiro lugar, agradeço a Deus, por ter-me permitido chegar ao fim desta jornada;
Os meus profundos e sinceros agradecimentos ao meu supervisor Eng. Ercílio Langa, pelo seu
grande apoio e atenção, ao entender as minhas limitações;
Manifesto, igualmente, a minha gratidão a todos os docentes da Faculdade de Educação, aos
meus colegas com os quais passamos vários momentos, nesta longa caminhada.
Agradecer a toda a minha família aos meus pais, em especial ao meu esposo;
Agradeço aos meus amigos e os residentes do Bairro do Lingamo, pela recepção, compreensão, e
disponibilidade no fornecimento de informação. Por fim agradecer a todos que fizeram parte
deste trabalho, manifestando lhes o maior apreço.
A todos, o meu reconhecimento.
V
Dedicatória
Dedico este trabalho a Deus, que me capacitou e me concedeu sabedoria e tempo para o desenvolvimento deste trabalho.
Dedico, igualmente, a minha família, em especial ao meu esposo e minhas filhas que me deram
muito apoio e carinho na vida pessoal e académica. Aos colegas e amigos pela contribuição
durante esta caminhada. Por fim; dedico a todos os que contribuíram para realização deste
trabalho.
VI
Declaração De Honra
Declaro por minha honra que este trabalho é da minha autoria, resultado do meu empenho e
esforço pessoal. O seu conteúdo é fidedigno, e todas as fontes consultadas estão devidamente
indicadas, conforme as referências bibliográficas
…………………………………………………………….
Dulce Naftal Cossa
VII
ÍNDICE Declaração de Originalidade .............................................................................................................. III
Agradecimentos ................................................................................................................................. IV
Dedicatória ........................................................................................................................................... V
Declaração De Honra ........................................................................................................................ VI
Lista de abreviaturas e siglas ............................................................................................................ IX
Resumo ................................................................................................................................................. X
Abstract .............................................................................................................................................. XI
Capitulo I: Introdução........................................................................................................................... 1
1.1.Introdução ................................................................................................................................... 1
1.2.Formulação do Problema ........................................................................................................... 2
1.3.Objectivos da pesquisa ............................................................................................................... 3
1.4. Perguntas da pesquisa ................................................................................................................ 3
1.5. Justificava ................................................................................................................................... 3
Capitulo II: Revisão da Literatura ....................................................................................................... 5
2.1 Meio Ambiente e Saneamento Ambiental…………………………………………………… 5
2.2. Estratégias e acções de combate à malária............................................................................... 7
2.2.1 Promoção da saúde e mobilização comunitária ..................................................................... 7
2.2.3. Controlo integrado e protecção pessoal ................................................................................ 8
2.3. Perceção Ambiental ................................................................................................................... 9
2.4. Contribuição da educação ambiental para o combate à malária e promoção das condições ambientais ........................................................................................................................................ 11
Capitulo III: Metodologia................................................................................................................... 14
3.1. Descrição do local de estudo................................................................................................... 14
3.2. Abordagem metodológica ....................................................................................................... 14
3.3. População e amostra ................................................................................................................ 15
3.4.Técnicas de recolha dos dados ................................................................................................. 15
3.5. Plano de análise de dados ........................................................................................................ 16
3.6. Questões éticas ......................................................................................................................... 17
3.7. Constrangimento do estudo ..................................................................................................... 17
3.8. Validade e fiabilidade .............................................................................................................. 18
VIII
Capítulo IV: Apresentação e discussão dos dados ........................................................................... 19
4.1. Condições ambientais do Bairro do Lingamo........................................................................ 19
4.2.Estratégias usadas para o combate à malária ......................................................................... 22
4.3. Percepção dos moradores do Lingamo em relação ao saneamento ambiental .................... 23
4.4.Contributo da educação ambiental no combate à malária/promoção das condições ambientais ........................................................................................................................................ 24
Capitulo V: Conclusões e Recomendações ...................................................................................... 26
5.1.Conclusão .................................................................................................................................. 26
5.2.Recomendações ........................................................................................................................ 27
6.Referências Bibliográficas .............................................................................................................. 29
VII. Apêndices e Anexos ................................................................................................................... 32
IX
Lista de abreviaturas e siglas
DPS- Direcção Provincial da Saúde
EA- Educação Ambiental
FACED- Faculdade de Educação
FUNASA- Fundação Nacional de Saúde
GVI- Gestão Vectorial Integrada
LEA- Licenciatura em Educação Ambiental
MICOA- Ministério Para Coordenação da Acção Ambiental
OMS- Organização Mundial de Saúde
PNCM- Plano Nacional de Controlo da Malária
PIDOM- Pulverização Intra Domiciliária
SA- Saneamento Ambiental
UEM – Universidade Eduardo Mondlane
FACED- Faculdade de Educação
REMILT- Redes Mosquiteiras Tratadas com Insecticida.
X
Resumo
A malária é uma doença parasitária que afecta os humanos e cria grande prejuízo social e
económico para os países atingidos.
A malária transmite-se em todo o pais, esta associada as zonas de matas e pantanosas, os
mosquitos depositam seus ovos na água, onde irão desenvolver as suas larvas se desenvolvem
em águas paradas ou estagnadas. Visto que preferencialmente depositam os seus ovos em aguas
não movimentadas. Como forma de combater esta doença as comunidades tem um grande
desafio que é a eliminação dos charcos bem como as matas e evitar criar ambientes que
favorecem a reprodução de vectores da malária.
Com o objectivo de analisar a percepção dos moradores sobre a influência do saneamento
ambiental na transmissão da malária, trabalhou-se com uma amostra representativa de 18
indivíduos residentes no Bairro do Lingamo. O estudo baseou-se na abordagem qualitativa e no
método descritivo, uma vez que a finalidade era compreendermos as ideias, noções e atitudes que
os entrevistados residentes daquele bairro possuem sobre o saneamento ambiental. Como
técnicas para a colecta de informação, usou-se o método de observação directa e a entrevista
semiestruturada, orientada por um roteiro com perguntas abertas e fechadas. Como critério da
selecção da amostragem optou-se pela amostragem não probabilística por conveniência, pois os
elementos da população que compõem a amostra dependeram do entrevistador e da sua
acessibilidade durante a recolha de dados.
Os resultados da pesquisa permitiram-nos perceber que os entrevistados tem uma percepção
difusa sobre saneamento ambiental e malária, seus processos de transmissão, porém esta situação
influência bastante o controlo e combate da malária. Recomenda-se a realização de campanhas
de conciencialização ambiental nas comunidades de modo a elevarem a consciencia e a mudar de
atitude em relação ao meio ambiente vivencial, as entidades compententes no sentido de combate
e controlar a malaria dando mais ênfase à questão ambiental e fomentando a educação ambiental.
Palavras Chaves: Saneamento Ambiental, Educação Ambiental, Percepção ambiental, Malária
XI
Abstract
Malaria is a parasitic disease that affects humans and creates great harm because of its social and
economic impact on affected countries. However, the disease is related to several factors,
including environmental factors.
However, for the reversal of environmental problems affecting human health, it is possible to
become aware of the environment by the population, so that they can know how to care for and
conserve the environment that bothers them and damages health. The objective of this study was
to analyze the perception of the inhabitants of the Lingamo district on the influence of
environmental sanitation on the transmission of malaria. The study was based on the qualitative
approach, adopted the descriptive method, Data collection was done through direct participant
observation and semi-structured interview guided by open and closed questions, it was based on
non-probabilistic sampling for convenience, because The sample consisted of 18 people who
were available to be interviews, being this sample composed of 3 members of the structure of the
neighborhood and 15 residents that do not constitute the structures of the neighborhood.
The criterion of the selection of the sample was for convenience, since they were interviewed
resident people who know better the reality of the neighborhood and for these they can provide
necessary data for the research since the neighborhood is our object of study. On the other hand,
because they deal daily with the issue under study.
It is concluded that the residents of the district Lingamo have a deficit in the knowledge about
the transmission of malaria, its production and reproduction process, the relation of the
environment vector of malaria and human being. It is recommended to enable partnership of the
public institutions , residents and competent entities to highlight efforts in the control of malaria
to emphasize the environmental issue and foment environmental education.
Key Words: Environmental Sanitation, Environmental Education, Environmental Perception.
1
Capitulo I: Introdução
1.1.Introdução A saúde ambiental constitui a condição essencial para o desenvolvimento das comunidades de
um país. No entanto as condições ambientais de uma área podem influenciar no estado de saúde
da população trazendo como uma das consequências o aparecimento de vectores causadores de
doenças. Com efeito dos inúmeros problemas que afectam a sociedade moçambicana na área da
saúde, a malária é que aponta como umas das principais doenças, causando sofrimento de muitas
pessoas (Libinga, 2011).
Entretanto, a saúde está sempre ligada ao ambiente, pois é difícil apresentar um estado de saúde
favorável num contexto ambiental precário e desfavorável. Libinga (2011), aponta que as
condições precárias de habitação, a falta de condições e os meios para combate, a inobservância
dos princípios básicos de saneamento ambiental são a razão do aumento de casos de malária.
Além disso, Ribeiro e Rooke (2010), referem que os estudos do Banco Mundial (1993) estimam
que o meio ambiente inadequado é responsável por maior parte da ocorrência de doenças em
países em desenvolvimento.
Corroborando com a mesma afirmação, a Organização Mundial da Saúde-OMS (2009﴿,
considera que a malária é um dos grandes problemas de saúde pública nos países em vias de
desenvolvimento, e estima-se que 300 a 500 milhões de pessoas sejam infectadas a cada ano e
que nos países da África estão concentradas 90% dessas pessoas.
Por outro lado o Ministério da Saúde - MISAU (2006-2009), no seu Programa Nacional de
Controlo da Malária (PNCM) em Moçambique, refere que esta constitui uma das principais
causas de problemas de saúde no Pais, sendo responsável por 40% de todas as consultas
externas. Destes, 60% de doentes internados nas enfermarias de pediatria são admitidos como
resultado da malária severa, a principal causa de mortalidade nos hospitais em Moçambique.
Tendo em conta que a malária é uma das doenças que tem uma das fases do seu ciclo de
transmissão o meio ambiente, como medida de interromper esta fase passa pela interferência do
homem no meio ambiente por parte da população, daí que a preocupação com o meio ambiente
sadio deve começar na família, no meio social, na escola e nas comunidades que reflecte uma
boa postura do homem face ao meio ambiente.
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Entretanto, o conhecimento das comunidades em relação ao meio no qual estão inseridas é
fundamental, para que se possa compreender melhor as inter-relações entre o homem e o
ambiente no qual vive, suas satisfações, insatisfações, valores e condutas, como cada individuo
se posiciona face ao meio ambiente.
O presente trabalho compreende cinco capítulos, bibliografia e anexos. No primeiro capítulo, é
apresentada a introdução, o problema de pesquisa, a justificativa do trabalho, os respectivos
objectivos e questões da pesquisa. O segundo capítulo trata do marco teórico, no qual estão
indicadas as literaturas que suportam o trabalho. O terceiro capítulo refere a metodologia usada
para a obtenção da informação do campo do estudo e instrumentos de recolha de dados. O quarto
capítulo refere a análise e interpretação dos resultados; no quinto capítulo apresenta-se a
conclusões e as devidas recomendações, e por fim seguem-se a bibliografia e os anexos do
trabalho tais como a credencial, o guião de entrevista e fotografias do campo do estudo.
1.2.Formulação do Problema A malária é uma doença que preocupa as autoridades de saúde e a população em geral. Existem
no Pais várias instituições e organizações engajadas na luta contra a doença, mas ela continua
sendo uma das doenças responsáveis por internamentos e mortes hospitalares (Libinga, 2011).
Segundo o relatório da Direcção Provincial de Saúde de Maputo (DPS﴿, no âmbito das
actividades desenvolvidas durante o ano 2016, a malária foi responsável por cerca de 44% de
todas as consultas nas unidades sanitárias da Província de Maputo, porém a cidade da Matola
esteve na lista dos locais com maiores casos notificados em toda a província, com 24,434 mil
casos notificados apôs o Distrito da Manhiça.
Há que referir que a transmissão da malária pode ser originada por vários factores dentre o
saneamento do meio aliado as atitudes negativas em prol do meio ambiente por parte da
população, porém o combate e prevenção desta são fortemente influenciados por aspectos
ligados aos conhecimentos e percepções sobre a doença, que por sua vez, condicionam atitudes e
práticas. Onde Libinga (2011), sustenta que se tem posto em segundo plano a questão dos
aspectos sociais relacionados a malária, no entanto, são poucos os estudos realizados de forma a
avaliar os conhecimentos e atitudes das populações em relação a malária no pais, que possam ser
de grande importância na transmissão e controlo da doença. Assim torna-se necessário saber:
3
Qual é a percepção dos moradores do Bairro do Língamo sobre a influência do saneamento
ambiental na transmissão da malária?
1.3.Objectivos da pesquisa Este estudo tem como objectivo geral:
• Analisar a percepção dos moradores do Bairro do Lingamo sobre a influência do
saneamento ambiental na transmissão da malária.
Para a concretização do objectivo geral, foram formulados os seguintes objectivos específicos:
• Descrever as condições ambientais e de saneamento existentes no Bairro do Lingamo.
• Identificar as estratégias usadas pelos moradores do Bairro do Lingamo para o combate a
malária.
• Identificar a percepção dos moradores do Bairro do Lingamo em relação ao saneamento
ambiental.
• Indicar a contribuição da educação ambiental no combate à malária no Bairro do
Lingamo.
1.4. Perguntas da pesquisa Para se alcançar os objectivos do estudo, foram levantadas as seguintes perguntas do estudo:
a) Que condições ambientais existem no Bairro do Lingamo?
b) Que estratégias são usadas pelos moradores do Bairro do Lingamo para o combate da malária?
C) Qual é a percepção dos moradores do Bairro do Língamo em relação ao saneamento
ambiental.
d) Como é que a educação ambiental pode contribuir na prevenção e combate à malária no bairro
do Lingamo
1.5. Justificava O Bairro do Lingamo constitui um campo de interesse especial para o estudo, devido a vários
factores dentre os quais a localização geográfica que foi de fácil acesso, o deficiente sistema de
saneamento do meio, com habitações precárias aliadas a focos de águas estagnadas e capim por
volta das residências. Estas condições que são propícias param proliferação de vectores da
malária, e por este estar localizado em uma área com elevados casos de infecção por malária,
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como referenciado pela (DPS, 2016), A prevenção e tratamento de doenças “malária” são
fortemente influenciados por aspectos ligados aos conhecimentos e percepções sobre a doença.
Arroz (2014), afirma que malária constitui uma das principais causas de problemas de saúde em
Moçambique. A pobreza, baixas condições de saneamento, habitações inadequadas contribuem
para o aumento da vulnerabilidade dos indivíduos à malária, e a maior parte da população
moçambicana vive em áreas de alto risco à infecção a por malária. Daí torna-se importante
conhecer a percepção dos residentes do Bairro do Lingamo, sobre a influência do saneamento
ambiental na transmissão da malária; para a posterior aplicação de medidas de reversão, pois
estas medidas podem estar para além da linguagem biomédica. Toda via são poucos estudos
realizados de forma avaliar os conhecimentos, atitudes e práticas das populações em relação a
malária em Moçambique.
Deste modo, espera-se que este trabalho poderá contribuir para desenvolvimento de acções
educativas nas comunidades de modo a incutir a mudança de atitudes, elevação da consciência
em prol do saneamento do meio ambiente e redução do peso da malária e consequentemente no
melhoramento da qualidade de vida nas comunidades.
E mais, poderá contribuir para a definição de estratégias de intervenção sócio ambiental por
parte de entidades competentes, o que pode resultar no desenvolvimento e melhoria do próprio
bairro e outros contextos similares.
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Capitulo II: Revisão da Literatura
Neste capítulo são apresentados os Conceitos básicos que sustentam o estudo.
2.1 Ambiente e Saneamento do Meio
Ambiente é o meio em que o homem e outros seres vivem e interagem (luz, ar, terra, água,
ecossistemas, biodiversidade, material orgânico e condições socioculturais que afectam a vida
das comunidades (Manjate e Cossa, 2011).
O meio ambiente é usado para definir a relação entre os conjuntos sociais e naturais que
sustentam a existência da vida no planeta, sendo esta interacção indispensável para sobrevivência
dos seres neste meio (Kloetzel, 2004).
O mesmo autor Kloetzel (2004), ressalta que agir em prol do meio ambiente exige que cada
indivíduo saiba porque da importância das suas acções, desta forma este indivíduo agira com
consciência de que faz e não para o meio ambiente, e sim para o conjunto constitutivo do meio,
sendo este parte deste conjunto.
Estes conceito nos remetem a entender que o meio ambiente constitui parte integral do homem,
porem este por fazer parte deve cuidar do meio de uma forma harmónica e conscientemente
porque as boas ou mas acções que o ser humano praticar sobre este podem contribuir para
deterioração ou para boa qualidade do ambiente onde esta inserido e para a sua sobrevivência.
Saneamento do meio é o tratamento das condições do meio que nos rodeia e da nossa vida e
como podemos melhorar a nossa saúde, como podemos melhorar e conservar o nosso meio
ambiente, o que nos molesta e que prejudica a nossa saúde (MICOA, 2006).
Sanear: é tornar sadio, saudável, pode se concluir, que saneamento equivale a saúde. Entretanto a
saúde que o saneamento proporciona é diferente daquela que se procura nos hospitais
(Guimarães, Carvalho e Silva, 2007).
Saneamento Ambiental é o controlo de todos os factores do meio físico do Homem que exercem
ou podem exercer efeito deletério sobre o bem-estar físico, mental ou social dos indivíduos como
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a poluição do ar pela emissão de gases, poluição do solo pelo lixo urbano, das águas lançadas e
da ocupação desordenada (Macamo, 2011).
Saneamento Ambiental é o conjunto de acções sócio económicas que tem por objectivo alcançar
a salubridade ambiental, por meio de colecta e disposição sanitária de resíduos sólidos,
promoção da disciplina sanitária de uso do solo, drenagem urbana, e controle de doenças
transmissíveis e demais serviços com finalidade de proteger e melhorar as condições de vida das
populações (FUNASA, 2007).
Os conceitos acima descritos divergem em alguns aspectos na sua formulação, mas os mesmos
nos remetem a mesma percepção. Pois o saneamento ambiental tem uma área de actuação muito
vasta, a inobservância destas medidas pode trazer consequência a saúde humana, porem são
muitas as doenças que podem surgir devido a carência desta medida. Toda via torna-se
necessário a mudança de atitude face a esta problemática, pois tomar-se em conta as medidas de
saneamento, pode se verificar uma significante redução de casos doentes por malária e outras
doenças causadas por esta.
O saneamento tem uma taxa de retorno de 900% pela via dos seus efeitos na redução das
principais doenças (Ex: malária, diarreias entre outras) que afectam os pobres e ainda que a
promoção da higiene é 3 vezes mais eficaz do que o investimento em saneamento de uma
maneira geral (Serra, Stefan e Durang, 2012).
Macamo ﴾2015﴿, realça que a área de saneamento tende a aumentar, principalmente devido à
necessidade de controlar a acção do homem face ao meio ambiente tendo em conta as suas
consequências na saúde.
Malária ou Paludismo: é uma doença febril causada por um parasita que não e visível ao olho nú
que entra no corpo através da picada do mosquito e se não tratada a tempo, pode levar a morte. A
malária é transmitida por mosquitos que proliferam em acúmulos de água nos ecossistemas
naturais ou em locais antropizados ou seja em locais com charcos e capim. Uma das formas de
controlar esta doença é através do controlo do (ambiente) saneamento ambiental (MISAU, 2007).
Pois estas medidas são eficazes na medida em que estas actividades promovem a saúde
preventiva, eliminam a chance de contágio por diversas moléstias, significa que onde há
saneamento são maiores as possibilidades de uma vida mais saudável.
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Em Moçambique, os casos de malária se concentram nas regiões baixas, onde as condições
socioeconómicas da população local apresentam características marcantes com as habitações que
potencializam sua transmissão ( Libinga, 2011 ).
O aumento da proliferação da malária está directamente relacionado aos ambientes de alta
densidade populacional e de baixo poder aquisitivo, representado em moradias que estão
construídas em locais não apropriados para habitação onde quando chove o solo forma charcos
com muita facilidade, corroborando no contacto do homem com o vector (Libinga, 2011).
Seguindo a linhagem conceitual dos autores leva-nos a entender que a carência das medidas do
saneamento contribui para uma maior incidência de doenças. O saneamento ambiental possui
uma área de actuação muito vasta.
2.2. Estratégias e acções de combate à malária Combater a malária não é uma tarefa fácil e não é somente das entidades de saúde, é uma tarefa
que exige a participação de todos para que, em conjunto se desenvolvam acções capazes de
controlar a doença. Com o objectivo de reduzir o peso da malária (MISAU, 2009) traçou
estratégias de prevenção, inseridas no Programa Nacional de Controlo da Malária.
Segundo MISAU (2009), as estratégias para o controle da malária em Moçambique incluem:
Ø Promoção da saúde e mobilização comunitária,
Ø Controlo /Gestão vectorial integrada e protecção pessoal
Ø Diagnóstico, manejo de casos e fornecimento de medicamentos.
2.2.1 Promoção da saúde e mobilização comunitária É um processo de capacitação da comunidade, para actuar na melhoria de sua qualidade de vida
e de saúde, incluindo uma maior participação e controlo do processo.
Esta estratégia visa incrementar acções de sensibilização para a malária, utilização de
informação, educação e comunicação (IEC), incluindo abordagens participativas para elevar a
consciencialização e influenciar mudanças de atitudes, bem como mobilizar activamente as
comunidades a fim de se formarem parceiros envolvidos no controlo da malária. (MISAU-2009)
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Esta estratégia pode propiciar a comunidade informações a respeito da malária, dos mosquitos
transmissores e das medidas de prevenção e controlo, pois é necessário que a comunidade além
das informações sobre a malária, tenha conhecimentos práticos para participar nas acções de
protecção e controle de vectores e, assim, reduzir o contacto homem/vector, por meio de medidas
simples de protecção individual e ou colectiva e medidas de ordenamento do meio.
2.2.3.Controlo integrado e protecção pessoal O controlo e vectorial incorpora uma variedade de intervenções seleccionadas com base nos
factores locais que determinam a transmissão da doença, a sua vantagem está na flexibilidade de
combinar várias intervenções complementares ou aditivas, reduzindo deste modo o risco de
fracasso de utilização de uma única intervenção.
O controlo e gestão de vectores subdivide-se em Controlo Químico, Controlo Ambiental,
Controlo Biológico.
Ø Controle Químico: É feito atraves de substâncias, quimicas conhecidas por insectecidas
ou larvicidas.
É empregue com o intuito de destruir os vectores. Os produtos empregados são tóxicos a saúde
humana e de animais, e podem desenvolver resistência ao vector e também pode contaminar o
lençol freático e diminuição da biodiversidade, porém é uma medida que necessita de uma
repetição periódica porque inclua pulverização intra domiciliária (Pidom): é uma actividade
geralmente realizada pelo pessoal da saúde, que consiste na aplicação de insecticidas a
superfícies internas estáveis das habitações, esta superfície que deve incluir a todos os lugares
potenciais onde repousam os vectores da malária. Um aspecto essencial desta estratégia é que
deve haver suficiente contacto entre o mosquito e o insecticida aplicado. (MISAU-2009)
Ainda no controle quimico para além do método da pidom temos o método da (Remilt) uso de
redes mosquiteiras tratadas com insecticida, eficaz e reduz a picada pelos mosquitos. Estas criam
uma barreira entre o indivíduo e o mosquito. As redes mosquiteiras impregnadas reduzem
episódios de malária em 48%, as redes mosquiteiras têm um potencial para ser eficaz sempre que
os criadores alvos estejam bem definidos.
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Ø Controlo Biológico: consiste em lançar no meio outros organismos, que são predadores
dos vectores ou que estabelecem competição com o vector. É uma técnica que ainda não
esta em uso em Moçambique (MISAU-2009).
Ø Controle Ambiental: significa saneamento do meio, eliminação de criadores naturais, ou
artificiais, transitórios ou permanentes de tal modo a criar condições adversas ao
desenvolvimento do vector. Esta medida e eficaz e tem efeito de longo prazo. (MISAU-
2009).
Ø O controlo ambiental é eficiente na medida em que o manejo adequado do meio ambiente
pode reduzir a propagação dos mosquitos, pode-se eliminar os criadores por meio de
aterro, drenagem ou limpeza de capim, medida eficaz e indiscutível e traz resultados
permanentes para o controlo da malária, por isso deve se dar ênfase á esta medida; Pois é
de suma importância e deve ser indicada e executada sempre que possível mediante a
participação da comunidade.
Além de ser uma medida com efeito de longo prazo, traz muitos outros benefícios à saúde, ao
conforto da população e à actividade é económica, não causando impactos ambientais como o
químico. Por esta razão, controlo ambiental assegura a promoção e melhoria das condições
ambientais, pois deve-se por em prática a educação. Esta deve ser acompanhada de campanhas
educativas bem planejadas, porque caso a componente educativo não seja satisfatório, corre-se o
risco desta não se tornar eficiente. É através deste que se pode pôr em prática acções da educação
ambiental é a estratégia que mais se adequa ao nosso estudo.
2.3. Percepção Ambiental A palavra percepção deriva do termo latino Perceptio, que se significa "compreensão", faculdade
de perceber (Houaiss e Vilar, 2009). Este termo é definido, em linhas gerais, como o acto ou
efeito de perceber, combinação dos sentidos no reconhecimento de um objecto, recepção de um
estímulo, faculdade de conhecer independentemente dos sentidos, sensação e compreensão
intelectual (Macete, 2016).
Ainda no mesmo desenvolvimento o autor refere que as pessoas diferem em sua percepção, pois
a compreensão da experiência preceptiva é diferente de indivíduo no tempo e no espaço.
Acrescenta ainda que a motivação pessoal, as emoções, os valores, os objectivos, os interesses as
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expectativas e outros estados mentais influenciam no que as pessoas percebem, a percepção pode
ser entendida como um processo muito mais subjectivo do que se crê usualmente, é a
representação a tomada de consciência das problemáticas ligadas ao ambiente, ou seja o acto de
perceber o ambiente que está inserido, aprendendo a proteger e cuidar do mesmo (Oliveira e
Corona, 2003).
Santos e Souza (2015), advogam que com a percepção ambiental se pode compreender melhor a
inter-relação entre o homem e o meio ambiente, suas expectativas, anseios, satisfações,
julgamentos e condutas perante o meio ambiente. Investiga a forma como o homem olha e
interpreta, convive e se adapta à realidade do meio em que vive, principalmente quando se trata
de ambientes instáveis e vulneráveis social e naturalmente (Silva e Bay, 2011).
Os autores ressaltam ainda que com a percepção ambiental aliada à educação ambiental, dotada
de conhecimentos, valores e acções que os sujeitos possuem frente ao meio ambiente, facilita na
elaboração de propostas, e estas podem atingir grande parte da sociedade, visando provocar
mudança mais efectiva que contribua para a sustentabilidade sócio- ambiental.
A percepção ambiental é a maneira consciente que o indivíduo analisa o meio ambiente e
aprende a cuida-lo e protege-lo. De acordo com Melazo ﴾2005﴿, cada um percebe e reage de
forma diferente as acções sobre o ambiente em que vive, tornando-se importante conhecer a
percepção, a qual ajuda a entender a inter-relação entre o homem e o ambiente. A capacidade de
perceber, conhecer, representar, pensar e se comunicar permite ao homem moldar os lugares e as
paisagens.
Por outras palavras pode dizer que percepção ambiental constitui um meio de compreender como
os sujeitos duma comunidade adquirem seus conceitos e valores bem como compreendem suas
acções e se sensibilizam com os problemas ambientais.
A percepção ambiental representa uma visão de cada indivíduo face ao meio ambiente. É desta
forma que percebemos que o indivíduo possui ou não a percepção do ambiente. Assim sendo a
percepção ambiental de uma comunidade pode constituir ferramenta essencial para compreensão
acerca de comportamentos vigentes e para o planeamento de acções que promovam a
sensibilização e o desenvolvimento de posturas éticas e responsáveis perante o meio ambiente
(Markzwisk, 2006).
11
Ainda o mesmo autor acrescenta que um estudo prévio da percepção sobre o meio ambiente de
comunidade leva a conhecer as caracteristicas das pessoas, podendo ajudar no planeamento e no
densevolvimento de programas definidos de acordo com o grupo alvo, seus valores, sua forma de
olhar, ver, interpretar e relacionar-se com o meio ambiente, dessa forma promover a participação
de todos num programa de educação ambiental eficaz.
2.4. Contribuição da educação ambiental para o combate à malária e promoção das condições ambientais O sector da saúde não pode, sozinho, melhorar a qualidade de vida das pessoas. Problemas
ligados ao saneamento, escolarização, saúde condições trabalho entre outros constituem grandes
dificuldades e só poderão encontrar soluções efectivas a partir de esforços de outros sectores da
sociedade.
Libinga (2011) refere que a malária é uma doença parasitária cujo controlo não depende somente
dos conhecimentos médicos, mas também das concepções populares sobre as causas e
prevenção. O mesmo autor acrescenta que a educação passa a ser repensada como um processo
capaz de desenvolver nas pessoas a consciência crítica das causas dos seus problemas e, ao
mesmo tempo, criar prontidão para actuar na mudança. Ela tem a capacidade de gerar
transformação de comportamentos das populações face a doenças como a malária.
De igual modo informações passadas através dos programas de saúde não chegam devidamente
às populações. Essa informação não gera automaticamente uma rápida mudança de
comportamento, talvez porque em alguns casos, a estratégia não se enquadre na realidade local.
Este tipo de atitude há vezes que promove informações reducionistas por alguns trabalhadores da
saúde, considerando as populações como ignorantes (Libinga, 2011).
Evidencia-se desta o papel da Educação Ambiental (EA). Esta que busca desenvolver uma
população consciente e preocupada com o meio ambiente, com problemas que lhe são
associados, visa transmitir conhecimentos, habilidades, atitudes, motivações e compromissos
para trabalhar, individual e colectivamente na busca de soluções para os problemas existentes
(Marcato, 2002).
12
Já na óptica de Reis (2012), a EA constitui um processo de formação e informação, orientado
para o desenvolvimento da consciência crítica sobre questões ambientais e de actividades que
levam a participação das comunidades na preservação do equilíbrio ambiental.
Um indivíduo ou grupos sociais dotados de conhecimentos sobre o meio ambiente podem
sensibilizar-se sobre o assunto podem mudar de atitude e actuar para a mudança. Pois nesta
educação se desenvolvem acções considerando o tipo de educação, o grupo alvo e a metodologia.
O tipo de EA proposta para intervenção sócio ambiental em comunidades será a não formal, esta
educação ambiental caracterizada por práticas educativas voltadas à consciencialização e
sensibilização da colectividade sobre as questões ambientais e a sua organização, enfatiza a
participação na defesa da qualidade de vida.
É desenvolvida de forma semiestruturada dentro e fora do sistema de ensino, através de
actividades como: palestras, seminários, acções de capacitação e demonstrativas, e as jornadas de
limpeza (MICOA, 2009)
Plano de intervenção: é um plano, projecto que tem como eixo central a intervenção, ou seja
actuação em alguma situação, problema considerado relevante; é um planeamento feito com
objectivo de transformar algo que constitui um problema numa dada comunidade ou região
(Thiollent, 2005). Este visa promover mudanças no comportamento do grupo, com objectivo de
transformar algo que constitui um problema na comunidade.
Assim o problema ambiental que merece a intervenção será a limpeza do bairro (vias publicas e
os domicílios) com vista a eliminação de focos de mosquitos (eliminação de charcos, capim,
recolha de resíduos sólidos﴿ que transmitem a malária e outras doenças características do meio
ambiente insalubre. As acções educativas no controlo da malária são de suma importância e
devem ser buscadas e valorizadas permanentemente. Devem ser inseridas em todas acções, de
modo a garantir a eficiência e eficácia das actividades desenvolvidas com a participação da
comunidade.
Participar significa envolver-se no processo, fazer parte do mesmo, ser um elemento integrante,
cuja premissa básica é que os indivíduos façam parte do processo, respeitando aquilo que é as
13
ideias do grupo. Esta metodologia deve ser vista como um processo de conscientização para um
processo de cidadania.
Diante os posicionamentos acima descritos, assume-se que a EA, tem como finalidade formar
pessoas conscientes sobre o meio ambiente, que possam desenvolver uma boa harmonia com o
meio ambiente, além de que permite que os indivíduos e grupos ampliem a sua percepção e
internalizem conscientemente as boas práticas ambientais. Destaca-se o papel da EA, pois tem
como principal tarefa formar cidadãos conscientes, preparados para a tomada de decisões e
actuando na realidade sócio- ambiental, com um comprometimento com a vida, o bem-estar de
cada sociedade tanto a nível global como local (Melazo, 2005).
14
Capitulo III: Metodologia
Este capítulo descreve os procedimentos metodológicos aplicados para a realização da pesquisa,
nomeadamente, descrição do local de estudo, abordagem metodológica, amostragem,
instrumentos de recolha de dados, questões éticas e as limitações da pesquisa, discussão e análise
dos resultados.
3.1. Descrição do local de estudo O estudo decorreu no Bairro do Lingamo no Município da Matola. Faz limite a NORTE com o
Bairro Trevo e Fomento, a SUL com o Baia de Maputo, a ESTE com o Bairro Luís Cabral,
OESTE com o Bairro Matola "C" e Matola Rio. O Bairro de Lingamo encontra-se ao longo da
Estrada Nacional N4, vulgo Witbank, marcando o início do Município da Matola, quase junto à
portagem de Maputo.
É composto por 7 quarteirões, com 4857 habitantes. Segundo Secretário do Bairro - Sr. Beni.
Este Bairro, nasceu da ocupação espontânea, o que fez com que este crescesse de forma
desorganizada e com problemas de saneamento do meio, embora o Bairro esteja localizado ao
longo da costa, esta situação cria sempre vários problemas ambientais. As casas estão
construídas de forma desordenadas com material local e outras de material convencional mas
com pouca qualidade; águas estagnadas, capim nos quintais e resíduos sólidos mal tratados,
situações propícias param eclosão de doenças de origem vectorial como a malária.
3.2. Abordagem metodológica Para esta pesquisa foi usada a metodologia de carácter descritivo exploratória, porque esta
permitiu proporcionar maiores informações sobre à percepção que os moradores do Bairro do
Lingamo têm em relação ao saneamento ambiental na transmissão da malária. Acordo com Gil
(2014) a pesquisa exploratória visa proporcionar maior familiaridade com o problema, envolve o
uso de entrevistas com pessoas que vivem ou viveram o problema pesquisado.
Além disso a pesquisa é descritiva, que de acordo com Marconi e Lakatos (2009), visa descrever
as características de determinada população ou fenómenos ou o estabelecimento entre variáveis.
Richardson 1999,acrescenta que os estudos descritivos são realizados quando se deseja obter
melhor entendimento de diversos factores e elementos que influenciam sobre determinado
15
fenómeno. E dada a natureza da pesquisa, para o alcance dos objectivos aqui traçados usou-se a
método qualitativo.
Nesta metodologia a interpretação de fenómenos e atribuição de significados são a básicas para o
processo de pesquisa, porem busca se estudar aspectos da realidade que não podem ser
quantificados (Marconi e Lakatos, 2007).
3.3. População e amostra O estudo foi direccionado a moradores de 3 quarteirões do Bairro do Lingamo, seleccionados
mediante a aplicação da amostragem não probabilística, segundo Gil (1991) esta depende
unicamente de critérios do pesquisador.
Tendo se entrevistados 18 indivíduos, mediante a idade e o tempo de residência, por se
considerar que estes conhecem os problemas do bairro e pudessem aceder a entrevista com
conhecimento e causa e que se podia trabalhar com maior facilidade no período de tempo
previsto para realização da entrevista. A amostra foi subdividida em dois extratactos
nomeadamente: 3 membros das estruturas locais e os restantes 15 indivíduos que não fazem parte
destes. Tomou-se em consideração o tempo de residência dos entrevistados tomando em conta
que, quanto mais tempos tiverem naquele meio social, maior informação possam possuir e que
seja importante para o estudo.
O critério da selecção da amostra foi por conveniência que segundo Mutimucuo (2008), visa
obter respostas de pessoas que estão disponíveis e dispostas a participar isto é sem usar nenhum
critério probabilístico.
3.4.Técnicas de recolha dos dados Tomando em conta o tipo de estudo de carácter qualitativo, o método de recolha de dados foi
com base na observação Directa e entrevista.
Observação é uma técnica de colecta de dados para conseguir informações na obtenção de
determinados aspectos da realidade. Não consiste apenas em ver e ouvir, mas também em
examinar factos ou fenómenos que se deseja estudar. Possibilita um contacto estreito do
investigador com o fenómeno pesquisado (Marconi & Lakatos, 2007). Por meio da observação
16
verificou-se como os residentes tratam da higiene e limpeza das suas casas e o estado do bairro
em geral.
Para Naranjo & Ramos (2013), "entrevista é uma forma de se adquirir informação acerca do que
se investiga. Por um lado é uma técnica que pode ser aplicada a todo o tipo de pessoas, mesmo
quando tiverem algum tipo de limitação como é o caso de pessoas que não sabem ler e escrever,
das limitações físicas e orgânicas ou de crianças que possam ter alguma dificuldade que as
impossibilite de dar respostas escritas e outras.
A entrevista foi realizada com objectivo de perceber como os moradores olham as questões do
saneamento ambiental no Bairro. A mesma apresentou-se como uma forma de interacção social,
em que se procurou colher dados e os moradores se apresentaram a como fonte de informação, e
podendo ter as respostas na hora em que se realizava. Para assegurar os objectivos da pesquisa
entre o entrevistador e o entrevistado, optou-se pela entrevista observação Directa e entrevista
3.5. Plano de análise de dados Segundo Andrade (2001), a análise de dados é uma actividade que consiste em transformar um
conjunto de dados com objectivo de poder verificá-los melhor, dando-lhes ao mesmo tempo uma
razão de ser e uma análise racional.
O autor sugere três fases nomeadamente: (i) pré-análise, (ii) exploração do material e (iii)
tratamento dos resultados.
1. A pré-análise: nesta fase fez - se a organização do material obtido com o objectivo de
torná-lo operacional, sistematizando as ideias iniciais. Foi feita a descrição da amostra
populacional e, de seguida, a leitura das informações colectadas durante o trabalho de
campo.
2. A exploração do material: nesta fase os registos obtidos por meio de entrevistas e
fotografias foram seleccionados minuciosamente para constarem do texto escrito tendo
em conta os objectivos estabelecidos para o trabalho. Foi nesta fase em que as respostas
dadas pelos entrevistados foram organizadas consoante as perguntas de pesquisa de modo
a facilitar a análise das mesmas.
3. Tratamento dos resultados e interpretação: Nesta etapa foi dedicada ao tratamento dos
resultados; Por fim foi, feita a análise reflexiva e crítica. Após organizar os dados por
pergunta de pesquisa, foi feita a leitura e interpretação dos resultados
17
3.6. Questões éticas
Para a realização do estudo, foi feito um pedido de autorização a fim de recolher dados, por meio
de uma credencial fornecida pela Direcção da Faculdade De Educação (FACED), submetida à
Secretaria do Posto Administrativo do Distrito Municipal da Cidade da Matola, onde foi
autorizada a fazer o estudo no bairro em causa. De seguida, fez -se apresentação às estruturas
locais do bairro do Lingamo, estas, por sua vez autorizaram a proceder com à recolha de dados.
Por se tratar de um trabalho que envolve pessoas seus domicílios, trazendo o seu perfil de vida à
percepção de cada um, sobre aspectos que tocam a sensibilidade, os valores e a privacidade dos
entrevistados, os participantes foram informados sobre os objectivos da entrevista, garantindo o
anonimato, sigilo e confidencialidade de toda a informação fornecida.
Todas as informações obtidas durante o processo de entrevistas foram registadas no caderno de
notas e tiradas algumas fotografias com o consentimento dos entrevistados. Caso alguém não
estivesse disposto a participar ou a terminar a entrevista, era livre de se retirar sem nenhuma
penalização.
3.7. Constrangimento do estudo
O estudo realizado apresentou limitações na recolha de dados: sobretudo na parte da entrevista,
algumas pessoas que foram abordadas mostraram resistência em acederem à entrevista, alegando
falta de tempo, outras referiam o motivo de ser meio de semana, o que fez com que se alastrasse
os dias para o final de semana. Isso fez com que não se recolhesse os dados só no meio de
semana que eram os dias propostos pelo entrevistador.
Alguns residentes mostravam resistência em acederem a entrevista, proferindo palavras como:
Quem são esses?
“Desta vez querem nos escrever para que…” Esta situação fez com que se despendesse mais
tempo a explicar aos entrevistados que tratava-se de uma estudante que tinha a finalidade de
obter informações para fins académicos sem nenhuns fins lucrativos porem estas dificuldades
não impediram a realização da pesquisa, uma das condições encontradas pelo entrevistador foi
saber do entrevistado se podia recebe-lo em um outro hora ou dia para realização da entrevista.
18
3.8. Validade e fiabilidade Para assegurar a validade do guião de entrevista, foram elaboradas questões respeitando o
protocolo de uma investigação qualitativa, composto por um conjunto de questões abertas e
fechadas, com um texto que apresenta os objectivos da entrevista, que foi lido ao entrevistado.
Para assegurar a fiabilidade, foi feito um pré-teste dos instrumentos de recolha de dados num
bairro que apresenta aproximadamente características similares, Bairro Luís Cabral. Neste Bairro
depara-se com situações similares às do Bairro do Lingamo, as condições em que vivem,
condições péssimas de saneamento capim nos quintais, águas estagnadas, a falta de contentores
para deposição de resíduos sólidos, tendo-se usado amostragem não probabilística por
conveniência.
Trabalhou-se nesse pré-teste com 10 residentes, tendo com este pré-teste se chegado à conclusão
que, de facto, a metodologia usada para a recolha dos dados é eficaz na medida em que foram
alcançados os objectivos traçados para o estudo. Terminado o trabalho de campo, fez-se o
agrupamento das respostas em função do número com mesmas características, tendo em conta a
questão formulada. Desta forma nas páginas que se seguem é apresentado o capítulo que versa
sobre a análise e discussão dos resultados.
19
Capítulo IV: Apresentação e discussão dos dados
Este capítulo é dedicado à apresentação e discussão dos resultados obtidos. Durante um período
de 2 semanas, dedicou-se à recolha de dados que fossem de acordo com as perguntas de
pesquisa, recorrendo-se a um guião de entrevista com perguntas previamente elaboradas.
Conforme referenciado no ponto 3.3. As entrevistas decorreram em 3 quarteirões do Bairro do
Língamo, tendo sido dividida mostra em 2 extractos: autoridades locais e membros da
comunidade.
4.1. Condições ambientais do Bairro do Lingamo A caracterização do meio ambiente pode ser uma ferramenta de extrema importância para
planejar a organização e a distribuição dos espaços urbanos que devem ser ocupados, auxiliando
de forma efectiva na prevenção de problemas ambientais e na redução de incidência de doenças.
www.revistaea.org/artigo. A maioria dos problemas de saúde que afectam a população
actualmente está intrinsecamente relacionada ao meio ambiente.
Pela entrevista feita aos residentes, buscando compreender a respeito do meio ambiente as
respostas foram reveladas de diferentes, Como esta referenciado no extracto a baixo.
§ "É tudo que nos rodeia e onde vivemos"
§ " São as plantas, árvores, tudo que faz parte da natureza ”
§ “Meio ambiente são as machambas, jardins”
E os restantes não conseguiram apresentar um afirmação clara do que e meio ambiente
§ “Não sei exactamente o que e meio ambiente”
Quando questionados os participantes sobre a gestão dos resíduos sólidos no bairro, afirmaram
não existe sistema de recolha de resíduos sólidos, porém 10 inquiridos afirmaram que existe um
contentor para o depósito dos resíduos sólidos, e os restantes afirmaram reconhecer a existência
do contentor mas não recorrem ao mesmo para depositar os resíduos sólidos por se encontrar
muito distante das suas residências e sendo assim, deixam o lixo no quintal, segundo os
depoimentos:
§ "Abro uma cova no quintal para deitar lixo "
§ " Deixo o Lixo aqui no quintal para depois queimar "
20
§ "Existe um contentor para depósito do lixo, mas esta na estrada principal, perto do
mercado e torna-se um pouco distante de alguns quarteirões, havendo residentes
principalmente nesses quarteirões que acumulam o lixo nas casas para depois irem
depositar. Mas não e fácil carregar muito lixo. "Lixo e lixo" acabam deixando assim
espalhado no quintal", Chefe do Quarteirão.
Adicionalmente um dos entrevistado afirmara que;
§ “Na calada da noite no bairro há residentes que tiram o lixo acumulado nas suas casas e
vão depositar no meio do caminho". Chefe do Quarteirão.
Figura 1 e 2 Local onde os Moradores depositam os resíduos sólidos no Bairro do Lingamo.
21
No que concerne a gestão as águas apôs o uso nos seus domicílios, 5 entrevistados afirmaram
abrir uma pequena cova dentro ou fora do seu quintal para depositar as águas, e os restantes 4
optam em fazer um sistema de dreno com objectivo de conduzir as águas para o dreno ora criado,
de modo que não chegue às vias de acesso, e os restantes que constituem a maioria, conduzem as
águas negras para a via pública.
Considerando as respostas dadas pelos entrevistados, pode-se perceber que a maioria dos
moradores não dá muita importância aos aspectos relacionados a higiene ambiental, dos seus
domicílios e do bairro em geral, pois foi possível observar resíduos sólidos espalhados pelas
residências e na via pública, as aguas cinzas são conduzidas para a via pública, aguas estagnadas,
o que constitui um atentado a saúde dos moradores, uma vez que os mosquitos causadores da
malária reproduzem mais em águas paradas.
Figura 03.Aguas Cinzas liberadas para a via pública. Figura04. Aguas Paradas onde se
densevolvem os mosquitos
22
Em um outro desenvolvimento Serra (2009), constatou o mesmo problema no Bairro do
Lingamo referida no extracto a seguir: No redor das casas, fui me deparando com bastante lixo
espalhado pelas ruelas abertas desordenadamente ou então amontoado em locais. Como típico de
um Bairro nascido de ocupação espontânea, não há saneamento em Lingamo. Esta situação pode
estar aliado ao fraco conhecimento ambiental.
É necessária uma atenção reforçada neste bairro em relação aos aspectos ambientais e sociais,
melhorar as condições de vida dos residentes, consciecialização sobre a correcta gestão de
residuos solidos, jornadas de limpeza.
4.2.Estratégias usadas para o combate à malária Em busca de subsídios em relacionados às estratégias ou acções de combate à malária usadas
pelos moradores do Bairro do Lingamo, houve unanimidade na resposta sobre o uso das
estratégias do combate a malária. Importa salientar que ao longo das entrevistas, foram
mencionando algumas práticas isoladas de combate a malária, práticas que podem ser
consideradas estratégicas.10 (dez) entrevistados afirmaram usar redes mosquiteiras e os restantes
mencionaram o uso de outras práticas como o uso de repelentes, limpeza nas residências.
Quando questionados sobre a pulverização domiciliária, a maioria dos entrevistados
responderam passa muito tempo que as casas não são pulverizadas, e os mesmos apontam a
recusa alegando que a prática aumenta os mosquitos e outros insectos nas residências, os
restantes afirmaram que nunca foram pulverizadas. Como apontam os depoimentos a baixo:
§ "A minha casa nunca foi pulverizada" Residente do quarteirão 52.
§ "Nunca passaram as pessoas da saúde para pulverizar. Mas também não posso aceitar
porque dizem que traz baratas e nem mata mosquitos" Residente do quarteirão 53.
§ " Há mais de 10 anos que o pessoal da saúde não pulveriza as residências aqui no Bairro,
em relação as redes mosquiteiras e difícil responder, porque sabe-se que cada um arranja
a rede a sua maneira neste bairro nunca houve distribuição de redes "Secretario do Bairro.
23
No entanto são poucos os moradores que ao longo das entrevistas mencionaram os cuidados a ter
com o meio ambiente a importância de eliminar os focos dos mosquitos existentes no bairro:
limpeza aos domicílios como é o caso do corte do capim que se encontra ao redor das residências
e via pública, eliminação das águas estagnadas de forma a evitarem focos de proliferação dos
mosquitos que transmitem a malária, esta que constitui uma estratégia eficaz.
Vide a Tabela em anexo. Implementação da estratégia de intervenção sócio ambiental no bairro
do Lingamo.
4.3. Percepção dos moradores do Lingamo em relação ao saneamento ambiental.
Nas entrevistas feitas aos participantes do estudo sobre o seu entendimento e importância em
relação ao saneamento ambiental, houve diferentes respostas em relação ao questionamento.
Acrescentar que a minoria deu respostas.
§ “Acho que se não cuidarmos das nossas casas, não varrer não limpar podemos apanhar
doenças”
§ “Não sei nada sobre isso”
§ “Temos que cortar o capim no quintal para ficar bonito, e para não se desenvolverem os
mosquitos da malária". Chefe do Quarteirão
§ "O saneamento ambiental e importante, cada um de nos tem a responsabilidade de cuidar
da sua casa, fazer as limpezas em frente a sua casa ruas e tapar os charcos para
mantermos o bairro bonito e também evitar a propagação de mosquitos, para além da
malária a cólera”. Secretário do Bairro.
Conforme as respostas dadas pelos entrevistados pode-se perceber que eles tem percepção em
relação aos cuidados a ter com o meio ambiente, pois a maioria soube responder quais os
cuidados a ter de forma à evitar a proliferação de doenças. O que demonstra que nem todos os
moradores estão alheios dos problemas ambientais existentes no bairro que podem afectar a
saúde dos moradores. Entretanto, Faggionato (2007) salienta que por meio da percepção
ambiental pode-se atribuir valores diferenciados ao meio ambiente. Pode-se conhecer a cada um
24
dos grupos evolvidos percebem o meio ambiente, facilitando a realização de trabalhos com bases
locais, partindo da realidade do grupo alvo.
Desta forma tornasse necessário a criação de mecanismo de forma a por em prática actividades
de consciencialização ambiental no Bairro, fazer perceber os moradores que ao cuidar do meio
ambiente estão em busca de uma qualidade de vida melhor. Pois e evidente que com o fraco
conhecimento ambiental torna-se difícil tomar atitudes ambientalmente saudáveis uma forma de
evitar e proliferação de vectores causadores da malária.
4.4.Contributo da educação ambiental no combate à malária/promoção das condições ambientais A educação ambiental pode ser considerada como chave para o sucesso da consciência e
importância do meio ambiente nas comunidades.
Os entrevistados quando questionados sobre as praticas ambientais desenvolvidas no bairro as
jornadas de limpeza o corte de capim, eliminação aguas paradas com vista a eliminar os focos de
mosquitos, estes responderam nos seguintes termos:
§ "Nos tempos passados quando chovesse nos reuníamos em quarteirões abrir caminhos
para conduzir as aguas uma vês que este bairro fica alagado quando chove, mas há
residentes que não participavam, pois é uma pratica que já não e implementada" Chefe do
Quarteirão.
§ "Todos os dias faço limpeza na minha casa e no meu quintal, procuro cortar o capim
quando existe"
§ "Eu varro a minha casa e o meu quintal"
Este depoimento foi dado pela maioria dos entrevistados, a implementação estrategia de
intervenção socio ambiental dando ênfase da Limpeza do bairro é possivel por intermedio da
educação ambiental, objetivando sensibilizar os morradores a fazerem limpeza na via publica e
nas suas residencias, cortando o capim que se encontra nas casas, recolha de residuos,
25
eliminando charcos que constituem os maiores focos de propagação de mosquitos que
transmitem a malaria neste Bairro.
Esta estrategia pode trazer um grande ganho por parte da comunidade, na melhoria da saúde das
pessoas, nas entidades de saúde pois ira dimunuir o numero de entradas de doentes por malaria
nas unidades sanitarias, e melhoria para o proprio aspecto fisico do bairro, porem o mesmo plano
pode ser condicionado por parte das estruturas, parceiros intervenientes pois estes são os actores
chave nesse processo. Pôs é visto que no planejamento e execusão das actividades, é importante
que a comunidade seja envolvida desde o primeiro momento e que a participacao seja valorizada.
26
CAPITULO V: Conclusões e Recomendações
5.1.Conclusão Neste capitulo são apresentadas as conclusões do estudo, aconpanhadas pelas respectivas
recomendações.
Os resultados do estudo Analise da Percepção dos Moradores do Bairro do Lingamo sobre a
Influência do Saneamento Ambiental na Transmissão da Malaria permitiu concluir que os
moradores tem a percepção que a falta de cuidados com o meio ambiente pode trazer a
malaria,como outras doencas.
Relativamente a gestão dos residuos solidos foi possivel perceber que estes não a fazem
correctamente.Pois afirmararam que existe um contentor no bairro, porem foi possivel observar
residuos espalhados em quintais e na via publica.Igualmente para a gestão das aguas do uso
domestico foi possivel perceber que eles não dão o devido tratamento pois ter verificado em
algumas residências condutas de aguas do uso domestico para para a via publica.
Em relaçao as acções,estrategias do combate a malaria no bairro foi possivel perceber que os
entrevistado sabem que para se prevenirem a malaria devem usar alguma estrategia de
prevenção.porem ter constatado que a maioria nao abordou durante as entrevistas as praticas
ambientais saneamento do meio- eliminação das aguas estagnadas, corte de capim que constitui
uma estratégia eficaz para eliminação de vectores causadores da malária. pois se limitaram a
apenas a falar do uso das redes mosquiteiras e da pulverização domiciliaria. Foi possivel
observar focos de mosquitos no Bairro como as aguas estagnadas em muitos locais no bairro.
Finalizando nem todos os entrevistados estão alheios do saneamento ambiental. A minoria é que
conseguiu fazer a relação do saneamento e a malária, aos cuidados a ter com o meio ambiente,
pois se limitaram em falar das redes mosquiteiras e da pulverização domiciliária como estratégia
de combate a malária, o que demonstra que tem uma deficiente percepção em relação a
saneamento ambiental e saúde, Malária.
Desta forma, apela-a mais a necessidade de maior abrangência comunitária, dando mais ênfase à
educação ambiental, na luta contra a malária, os cuidados a ter com o meio ambiente tendo em
vista a maior eficácia das políticas traçadas no sector da saúde com objectivo de reduzir o peso
da malária.
27
5.2.Recomendações Perante as conclusões feitas neste estudo são deixadas recomendações as seguintes instituições:
As autoridades Municipais:
§ Realização de campanhas de consciecialização sobre a correcta gestão de residuos solidos
nas comunidades (Bairro)
§ Do mesmo modo sugere-se ao Municipio a alocação de contentores em locais
estrategicos para facilitar deposição dos residuos solidos nos Bairros.
Aos Servicos de Saúde :
§ Recomenda-se a realização de palestras nas comunidade com objectivo de informar
sobre os cuidados a ter com o meio ambiente de forma a evitar a eclosão de doencas
(malaria).
§ Apelas-se a parceria entre o Municipio e o sector de Saúde para juntos melhorar
aspectos relativos ao meio ambiente e doenças.
§ Sugere-se as entidades de saúde a colocação de posters ilustrativos em lugares publicos
que transmitam a informação sobre meio ambiente e a malaria.
§ Criaçao de parceria entre os serviços de saude e as autoridades locais para evidenciar
esforços no combate a malária.
Elaboração de um programa de educação ambiental efectivo, com finalidade de consciencializar
os residentes sobre a importância do cumprimento do saneamento ambiental.
§ Deve-se elaborar um programa de educacao ambiental efectivo no sector da Saude, com
a finalidade de conscializar as comunidades sobre os cuidados a ter com o meio ambiente
como uma das estrategias do controle da doenca.
§ Sugere-se a capacitação do pessoal da saúde e materia de educação ambiental.
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As Autoridades Locais:
§ A implementação de jornadas de limpeza no Bairro.(eliminação das aguas
estagnadas, limpeza de valas, recolha de residuos solidos, ,corte de capim nas
residências e na via pública).
§ Apelar as comunides para a gestao correcta das aguas do uso doméstico
(banho,utensilios domésticos e lavagem de roupa).
§ Deve-se elaborar um programa de educacao ambiental efectivo no sector da
Saude, com a finalidade de conscializar as comunidades sobre os cuidadoscom o
meio ambiente como uma das estrategias do controle da doenca.
§ Sugere-se a capacitação do pessoal da saúde em materia de educação ambiental.
29
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Guimarães, Carvalho & Silva – Saneamento básico, Agosto (2007) Acessado em file:/// G:
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VII. Apêndices e Anexos
1.Guião de Entrevista
Exmo./a Senhor/a.
Esta entrevista faz parte do estudo que pretendemos realizar no âmbito da conclusão do curso de
Licenciatura em Educação Ambiental, na Universidade Eduardo Mondlane. Que tem como tema:
Análise da percepção dos moradores do bairro do Lingamo sobre a Influência do saneamento ambiental na transmissão da Malária.
Agradecíamos que colaborasse connosco, respondendo as perguntas porque as suas respostas são
extremamente importantes, não há respostas certas nem erradas. O que é importante é que
responda de acordo com a sua opinião há todas as questões.
Garantimos a confidencialidade das suas opiniões e respostas.
Agradeço a vossa colaboração.
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Dados do Entrevistado
Data da entrevista---/---/---
Função -------------------------------------------------------
Idade-----------------------------------------------------------
Anos de Residência ----------------------------------------
1.o que entendes por meio ambiente.
2. Qual é a importância de cuidar do meio ambiente?
3. Que cuidados devem ter.
4.Há um sistema de recolha de recolha de lixo no Bairro?
a﴿ sim………..
b﴿ Não …………
5. Onde depositas o lixo produzido na sua residência?
6. Que tratamento das águas depois do uso doméstico?
7. Na sua opinião onde há maior desenvolvimento de mosquitos.
8. Na sua opinião o que se deve se fazer para evitar os Mosquitos?
9. O que fazes para combater os mosquitos em sua casa?
10. Que práticas ambientais desenvolvem aqui no bairro.
11.Na sua opinião acha que a malária pode estar associada ao meio ambiente?
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.
Figura 05: Aguas negras conduzidas na via pública e resíduos sólidos.
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Figura 06. Capim na via pública
Tabela 1. Mostra como implementar a estratégia de intervenção sócio ambiental no bairro do Lingamo.
Titulo/Problema Ambiental de Destaque Limpeza nas vias publicas e nas Residencias (Tapamento de Charcos,eliminacão de aguas estagnadas,recolha de residuos solidos,Corte de Capim
Metas/Objectivos Mobilização e Consciencialização dos
residentes da importància de se fazer a
limpeza nos quintas e nas ruas.
Estrategias de Acção Jornadas de Limpeza
Grupo Alvo Residentes do Bairro Lingamo
Recursos Necessarios
Espaço para o encontro com os residentes do
lingamo.
Vassouras,Pas,Enchadas,Catanas,
Enchadas,Carrinhas de Mão, Luvas, Mascaras,
etc
Intervenientes/Instituições envolvidas Conselho Municipal da Cidade da Matola
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