denuncia: prefeitura contrata cooperativa ilegal sob a presidencia de agente público em pato branco

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1 VIGILANTES DA GESTÃO PÚBLICA CNPJ - 17.658.911/0001-03 Rua Pedro Ramires de Mello, 162, sala 201, Centro, CEP- 85.501-250 Fone (46) 3025-2955 - Pato Branco – PR. AO MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PARANÁ COMARCA DE PATO BRANCO-PR EXCELENTÍSSIMA SENHORA SILVANA CARDOSO LOUREIRO 1ª PROMOTORIA PATO BRANCO PR Os Vigilantes da Gestão Pública, organização não governamental, com fins não econômicos, no exercício da cidadania, visando o controle social e o acompanhamento dos gastos públicos, prerrogativa prevista no artigo 5º, incisos XXXIII e XXXIV, 31 § 3º da Constituição Federal, através de seu Presidente, que a este subscreve, no exercício de suas atribuições legais e estatutárias, vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência, em face do que praticou AUGUSTINHO ZUCCHI, Prefeito Municipal de Pato Branco-PR, CPF. 450.562.939-20, brasileiro, solteiro, residente e domiciliado nesta cidade de Pato Branco-PR, também podendo ser localizado nas dependências da Prefeitura Municipal de Pato Branco-PR, ROBERTO SALVADOR VIGANÓ, portador do RG nº 746.995-0/SSP-PR, e CPF nº 036.794.469-34, residente e domiciliado na Rua Arthur Bernardes, 500, Bairro Vila Izabel, brasileiro, casado, pecuarista na cidade de Pato Branco-PR, portador do CPFMF n.º CPF: 036.794.469-34, NORMÉLIO BONATTO, RG nº 1.275.224-5, também residente e domiciliado na cidade de Pato Branco-PR, AMILTOM MARANOSKI, servidor público municipal, estatutário, na função de educador social, desde 15 de março de 2012, estatutário e LAUDAIR DOS SANTOS, servidor público municipal, estatutário desde 09 de dezembro de 2009, VALDAIR FERNANDO MADUREIRA, servidor público municipal, estatutário desde 09 de agosto de 2011, SUELLY DZIUBATE KREFTA, servidora pública Estadual, lotada na Delegacia da Receita do Estado do Paraná, na cidade de Dois Vizinhos e titular da empresa I.D. ROSA & CIA. LTDA. ME, inscrita na Receita Federal do Brasil sob nº. 06.112.971/0001-00, AVELINO PEDRO KREFTA, titular da empresa JULIPLAST RECICLAGEM E COMÉRCIO, inscrita na Receita Federal do Brasil, sob nº. 02.042.872/0001-48, residente e domiciliado em Dois Vizinhos-PR e MARIANA PASSONI

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A chamada “cooperativa” funciona em galpão semiaberto, piso de chão batido, com condições insalubres e complexas relações de trabalho, que mesclam assalariamento e pagamento do serviço pelo sistema de produção (não conhecida). No geral, neste tipo de empresa, as poucas pessoas regularizadas (com carteira assinada) funcionam como uma espécie de fachada para driblar a fiscalização do Ministério do Trabalho.

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VIGILANTES DA GESTÃO PÚBLICA CNPJ - 17.658.911/0001-03

Rua Pedro Ramires de Mello, 162, sala 201, Centro, CEP- 85.501-250 Fone (46) 3025-2955 - Pato Branco – PR.

AO MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PARANÁ COMARCA DE PATO BRANCO-PR

EXCELENTÍSSIMA SENHORA

SILVANA CARDOSO LOUREIRO

1ª PROMOTORIA

PATO BRANCO – PR

Os Vigilantes da Gestão Pública, organização não governamental, com fins não econômicos, no exercício da cidadania, visando o controle social e o acompanhamento dos gastos públicos, prerrogativa prevista no artigo 5º, incisos XXXIII e XXXIV, 31 § 3º da Constituição Federal, através de seu Presidente, que a este subscreve, no exercício de suas atribuições legais e estatutárias, vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência, em face do que praticou AUGUSTINHO ZUCCHI, Prefeito Municipal de Pato Branco-PR, CPF. 450.562.939-20, brasileiro, solteiro, residente e domiciliado nesta cidade de Pato Branco-PR, também podendo ser localizado nas dependências da Prefeitura Municipal de Pato Branco-PR, ROBERTO SALVADOR VIGANÓ, portador do RG nº 746.995-0/SSP-PR, e CPF nº 036.794.469-34, residente e domiciliado na Rua Arthur Bernardes, 500, Bairro Vila Izabel, brasileiro, casado, pecuarista na cidade de Pato Branco-PR, portador do CPFMF n.º CPF: 036.794.469-34, NORMÉLIO BONATTO, RG nº 1.275.224-5, também residente e domiciliado na cidade de Pato Branco-PR, AMILTOM MARANOSKI, servidor público municipal, estatutário, na função de educador social, desde 15 de março de 2012, estatutário e LAUDAIR DOS SANTOS, servidor público municipal, estatutário desde 09 de dezembro de 2009, VALDAIR FERNANDO MADUREIRA, servidor público municipal, estatutário desde 09 de agosto de 2011, SUELLY DZIUBATE KREFTA, servidora pública Estadual, lotada na Delegacia da Receita do Estado do Paraná, na cidade de Dois Vizinhos e titular da empresa I.D. ROSA & CIA. LTDA. ME, inscrita na Receita Federal do Brasil sob nº. 06.112.971/0001-00, AVELINO PEDRO KREFTA, titular da empresa JULIPLAST RECICLAGEM E COMÉRCIO, inscrita na Receita Federal do Brasil, sob nº. 02.042.872/0001-48, residente e domiciliado em Dois Vizinhos-PR e MARIANA PASSONI

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VEZZARO, servidora pública municipal, residente e domiciliada em Pato Branco-PR, gestora do contrato, em razão dos fatos e motivos a seguir expostos:

Como é de Vosso conhecimento a presente manifestação pauta-se no previsto pelo Estatuto Social desta entidade, em seu art. 2º, onde respectivamente disserta sobre seus objetivos:

◦ Contribuir, diretamente, para que haja maior transparência na gestão dos recursos públicos, de acordo com o previsto no artigo 5º, incisos XIV e XXXIV; no artigo 37, parágrafo 3º da Constituição Federal de 1988.

◦ Estimular a participação da sociedade civil organizada no processo de avaliação da gestão dos recursos públicos, visando defender e reivindicar a austeridade necessária na sua aplicação, dentro de princípios éticos com vistas à paz e à justiça social.

◦ Apresentar propostas para o desenvolvimento de projetos, atividades, estudos, que contemplem a promoção de mudanças fundamentais e essenciais no processo de gestão dos recursos públicos, principalmente nas áreas de saúde, educação, recursos humanos, licitações, gastos do poder legislativo e assistência social.

DENÚNCIA:

1. Ilegalidades no rito administrativo da licitação – (LEI 8.666/93 - Art. 38. O procedimento da licitação será iniciado com a abertura de processo administrativo, devidamente autuado, protocolado e numerado...);

2. Falsidade ideológica (Código Penal - CP - DL-002.848 -1940 - Art. 299 - Omitir, em documento público ou particular, declaração que dele devia constar, ou nele inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita, com o fim de prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante);

3. Ausência de projeto Básico - (LEI Nº 11.445, DE 5

DE JANEIRO DE 2007. – principalmente artigo 19)

4. Ilegalidade aos princípios da Licitação – (Lei 8.666 -art. 9º item III);

5. Improbidade Administrativa – (LEI Nº 8.429, DE 2 DE JUNHO DE 1992. - principalmente Art. 10 – incisos VII e XI);

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6. Fraude em Licitação – Orçamento de preços de fornecedor com ramo de atividade diverso ao objeto da licitação – (LEI Nº 8.666/93 - arts. 7º, § 2º, inc. II e 40, § 2º, inc. II).

DOS FATOS: No dia 27 de julho de 2011, a prefeitura municipal de Pato Branco, através de publicação no jornal Diário do Sudoeste, fez divulgar o Extrato de DISPENSA DE LICITAÇÃO SOB Nº. 132/2011, Processo sob nº. 360/2011, com o objetivo de contratação de cooperativa de catadores de recicláveis, formada por pessoas de baixa renda, para “prestação e serviços de coleta, transportes separação, acondicionamento, gerenciamento e destinação final ambientalmente correta”. Escolheu, o Gestor Público a época, prefeito ROBERTO SALVADOR VIGANÓ, como critério o tipo “DISPENSA” para contratar serviços, por se tratar de entidade classificada como Cooperativa de Catadores, formada exclusivamente por pessoas de “BAIXA RENDA”. Transcorreu o processo, que mais a frente analisaremos, e procederam-se os pagamentos, conforme contratados até os dias de hoje, agora sob a gestão e responsabilidade do gestor atual, prefeito AUGUSTINHO ZUCCHI, para isto foram celebrados diversos aditivos e prorrogações. Como é de conhecimento desta Promotoria, os Vigilantes da Gestão Pública, tem como um dos seus fundamentos operacionais o acompanhamento das compras públicas, em tempo real, a fim de orientar o Gestor na correta aplicação dos Recursos, razão pela qual, solicitou através de oficio nº 0168/2013, protocolado sob nº318369, cópias dos documentos para análise. Como tem sido costumeiro, o prefeito AUGUSTINHO ZUCCHI, através de advogado da prefeitura, respondeu no dia 16 de agosto, através do oficio 134/2013, que, em síntese, que se quiséssemos as cópias para analisar, deveríamos pagar pelas mesmas, impondo ao Controle Social, custos inadequados, já que o Portal da Transparência não contém os documentos em PDF, como determina a Lei, impedindo, por imposição de despesas, a análise dos documentos e a provável orientação para sanar os erros e ilegalidades contidas, se for o caso. Pela negativa do fornecimento dos documentos, temos ingressado com a devida solicitação junto ao Ministério Público, Guardião da Coisa Pública, a fim de buscar guarida na Lei, para ver atendido um direito líquido e certo que é a transparência total dos atos públicos, no que aguardamos até hoje uma decisão do Ministério Público. Por outro lado, para seguir com nossa missão em verificar a correta aplicação dos tributos suados de todos os cidadãos, fez com que , em caráter

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especialíssimo, solicitássemos através do pagamento extraordinário, e com isto pudéssemos ter acesso aos documentos que compõe o processo administrativo de Dispensa de Licitação e contratação da COOPERATIVA DE AGENTES AMBIENTAIS DE PATO BRANCO - COAAPB, objeto desta petição. Fomos atendidos, tendo sido cobrado pelas cópias o valor de R$1,42, por cópia. OBJETO DO CONTRATO - coleta, transporte e disposição final dos resíduos sólidos urbanos recicláveis. Trata o presente processo de Dispensa de Licitação e contrato, celebrado entre a PREFEITURA MUNICIPAL DE PATO BRANCO e a COOPERATIVA DOS AGENTES AMBIENTAIS DE PATO BRANCO - COAAPP, tendo por objeto a COLETA, TRANSPORTE E DISPOSIÇÃO FINAL DOS RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS RECICLÁVEIS. As justificativas da origem e os documentos apresentados apenas confirmaram a indevida utilização da exceção da lei de regência para a contratação direta. A Constituição Federal determina no artigo 37, inciso XXI, que as obras, serviços, compras e alienações serão contratadas mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, ressalvados os casos especificados na legislação. Deste modo, a regra imposta à Administração Pública, para pactuar seus ajustes, decorre da adoção do devido procedimento licitatório; entrementes, estabelece a CF/88:

Art. 37 – A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade, e eficiência e, também, ao seguinte; ... XXI – ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e alienações serão contratados mediante processo de licitação que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações.

A regra imposta à Administração Pública, para pactuar seus ajustes, decorre da adoção do devido procedimento licitatório; entrementes, estabelece a

possibilidade de contratação, por via da exceção, desde que observados os requisitos relacionados na norma de regência, a fim de configurar as hipóteses de dispensa ou inexigibilidade do procedimento. Nesta conformidade, o Estatuto de Licitações e Contratos, ao traçar normas gerais para as licitações e contratos da Administração Pública, apresentou rol

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taxativo de hipóteses dispensáveis de licitação (artigo 24, incisos I a XXIX) e os casos de inexigibilidade de licitação (artigo 25, inciso I a III). Jorge Ulisses Jacoby Fernandes assegura que: “Para que a situação possa implicar dispensa de licitação, deve o fato concreto enquadrar-se no dispositivo legal, preenchendo todos os requisitos. Não é permitido qualquer exercício de criatividade ao administrador, encontrando-se as hipóteses de licitação dispensável previstas expressamente na lei, numerus clausus, no jargão jurídico, querendo significar que são aquelas hipóteses que o legislador expressamente indicou que comportam dispensa de licitação”. Assim, dispensável é a licitação que pode deixar de ser promovida pelo agente administrativo em função do que melhor atender ao interesse público, segundo o administrativista Jacoby. Para o festejado jurista Marçal Justen Filho “A dispensa de licitação verifica-se em situações em que, embora viável competição entre particulares, a licitação afigura-se objetivamente inconveniente ao interesse público”. Conclui-se que, toda transparência já é devida quando se cumpre o dever de licitar e maior deverá ser a exação quando se tratar de acolher a exceção de não licitar. Pois bem, “in casu”, a contratação foi esteada no artigo 24, inciso XIII, da Lei Licitatória, que enseja a contratação direta de instituição brasileira incumbida regimental ou estatutariamente da coleta e destinação final de resíduos recicláveis, de forma ambientalmente correta, instituição formada exclusivamente por pessoas de baixa renda. Destaca-se que a escolha foi motivada na declaração firmada pelo Secretário Municipal da Meio Ambiente, NORMÉLIO BONATTO, em comunicação encaminhada ao Departamento de Licitações:

“Solicitamos autorização para proceder dispensa de licitação, conforme dispõe o artigo 24, inciso XXVII, da Lei 8.666/93. ... 1-Objeto: - Contratação de Cooperativa para coleta de resíduos sólidos urbanos recicláveis ou reutilizáveis, em áreas com sistema de coleta seletiva de lixo, efetuada por Cooperativa formada por pessoas físicas de baixa renda reconhecidas pelo Poder Público como catadores de material reciclável, com uso de equipamentos compatíveis com as normas de saúde pública. (grifos nossos) ... Necessidade e objetivos: - Por força de lei, fica a prefeitura obrigada a recolher resíduos sólidos urbanos recicláveis e reutilizáveis, sendo ainda, segundo a legislação federal incentivada a contratação de cooperativas para coleta, processamento e comercialização de resíduos sólidos urbanos e recicláveis em áreas com sistema de coleta

seletiva de lixo. Diante do exposto, as necessidades se fazem presentes em lei, dispensando complementação. ...

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O parecer do setor Jurídico da Prefeitura Municipal de Pato Branco foi firme no sentido de que a contratação poderia ser celebrada com fundamento no artigo 24, inciso XIII, da Lei Federal nº 8.666/93, pois atendidos os requisitos exigidos por lei. Assim, com base no referido parecer, o Prefeito Municipal, ROBERTO SALVADOR VIGANÓ, autorizou a contratação direta. Importante, também, trazer aos autos a informação declinada pelo Secretário Municipal de Meio Ambiente, NORMÉLIO BONATTO, que aduziu:

12 – Valor: R$25.000,00 (vinte e cinco mil reais) – como forma de repasse mensal pela execução dos serviços de coleta seletiva, devendo efetuar e garantir a coleta mínima de 60 toneladas por mês, sob pena de rescisão contratual. 13- Gestor do Contrato – MARIANA POSSONI VEZZARO – Coordenadora dos Cemitérios Municipais.

Obrigatório anotar que o objeto da contratação é privilegiar organização composta exclusivamente por pessoas de “baixa renda”, reconhecidas pelo Poder Público, como se destaca no Estatuto da Cooperativa contratada, em seu artigo 4º.:

Capitúlo II Artigo 4º. – Poderão associar-se à Cooperativa todos aqueles que, por livre opção, concordem com o presente Estatuto, exerçam a profissão autônoma de coleta de materiais recicláveis, e não pratiquem atividades paralelas conflitantes ou prejudiciais aos objetivos da Cooperativa.

Nota-se, portanto, que há direta relação entre o objeto do contrato e as finalidades institucionais da Cooperativa para validar a exceção do procedimento licitatório. Mas é importante também citar, como já fundamentado, que não é porque a instituição possui, em tese, todos os requisitos exigidos pela lei de regência, para a contratação direta, que está autorizada a ser contratada sem a observância dos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade e publicidade. Outro ponto de destaque do processado são os orçamentos de preços, informação ofertada no processo administrativo de dispensa da licitação, nas folhas 000034 e 000035, tentando com eles, justificar a exigência da Lei em comprovar o valor pago e a compatibilidade com os preços de mercado. Os Orçamentos anexados são das empresas:

a. I.D.Rosa & Cia. Ltda. – ME CNPJ 06.112.971/0001-00 Assinado por Suelly Dziubate Rua N, nº. 239 – Dois Vizinhos – PR

b. Avelino Pedro Krefta- ME ou Juliplast CNPJ 02.042.872/0001-48

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Assinado por Avelino Pedro Krefta Rua N, S/nº - Lote Um – quadra 20 – Dois Vizinhos - PR

Chama a atenção que ambos as empresas e endereços são da mesma cidade, Dois Vizinhos-PR, melhor dizer é o mesmo, mais ainda, nenhuma das empresas trabalha com coleta e destinação final de resíduos urbanos, comercializam sucatas, ou recicláveis, não havendo competência para mensurar preços de mercado para o procedimento pretendido pela administração de Pato Branco. Também chama a atenção que SUELLY DZIUBATE, na verdade se chama SUELLY DZIUBATE KREFTA, ou seja, ela é esposa de AVELINO PEDRO KREFTA, e os endereços são da mesma empresa. Mais ainda, SUELLY DZIUBATE KREFTA é atualmente servidora do Estado do Paraná, lotada na Receita Estadual, delegacia de Francisco Beltrão (14DRR-AR - FRANCISCO BELTRAO), portanto, é agente público. Consulta no Guia Rotary Internacional, constata-se que a referida SUELLY DZIUBATE KREFTA, apresenta-se com o e-mail da empresa JULIPLAST, o telefone também é o mesmo da empresa.(46 3536-7606 - Juliplast Reciclagem e Comércio - AVELINO PEDRO KREFTA - 85.660-000 - Rua N, Quadra 20, Dois Vizinhos – Pr) Consulta no site dos servidores do Estado do Paraná

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RESULTADO DA CONSULTA NO SITE DO ESTADO DO PARANÁ Detalhes do Servidor

Ord 1 MÊS / ANO DE REFERÊNCIA Setembro/2013

DADOS BÁSICOS

Nome SUELLY DZIUBATE KREFTA

Órgão de Vinculação

COORDENAÇÃO DA RECEITA DO ESTADO

Local de Trabalho 14DRR-AR FRANCISCO BELTRAO

QUALIFICAÇÃO

Tipo de RH ATIVO

Regime Jurídico ESTATUTÁRIO

Tipo de Cargo EFETIVO Quadro QPPE

Cargo Agente de Apoio

Função Auxiliar Administrativo

Classe/Nível I Série de Classe **** Referência/Símbolo/Nível 07

Destarte, patente está configurada a ofensa ao primado constitucional, mesmo não havendo no mercado local outras instituições e ou entidades detentoras de capacidade técnica para a realização do objeto demandado pela Administração, pois com efeito, não basta apenas e tão somente que haja a adequação entre as finalidades da instituição contratada com a norma autorizativa para a contratação direta. É necessário apurar se há legalidade no rito, e mais, é preciso haver compatibilidade com os preços de mercado:

SÚMULA N.º 250 - TCU "A contratação de instituição sem fins lucrativos, com dispensa de licitação, com fulcro no art. 24, inciso XIII, da Lei n.º 8.666/93, somente é admitida nas hipóteses em que houver nexo efetivo entre o mencionado dispositivo, a natureza da instituição e o objeto contratado, além de comprovada a compatibilidade com os preços de mercado."

Ademais, importante analisar que ao pretender contratar serviços de “coleta e destinação final de resíduos”, deveria, o administrador ater-se aos custos e preços da efetiva coleta e destinação, e mais que isto desenvolver projeto adequado ao pretendido. Salientamos que é dever do Gestor Público conhecer do que há disponível, com destaque, o Governo Federal criou o chamado “SISTEMA NACIONAL DE INFORMAÇÕES SOBRE SANEAMENTO” - SNIS, vinculado à Secretaria

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Nacional de Saneamento do Ministério das Cidades. O SNIS é uma pesquisa elaborada anualmente e é estruturada em duas partes: o SNIS-AE, com informações referentes à prestação de serviços de Água e Esgotamento Sanitário, e o SNIS-RS, com informações sobre a prestação de serviços de Resíduos Sólidos. O conjunto de informações disponíveis nessa pesquisa abrange aspectos operacionais, gerenciais, financeiros e qualitativos relacionados à prestação dos serviços de saneamento ambiental. Essas informações permitem aos gestores, por exemplo, monitorar a efetividade e o custo dos serviços realizados, bem como mensurar o comprometimento orçamentário relacionado à prestação, dentre vários outros aspectos. Vide valores de 2010 – para contratação de coleta e transporte:

Vide valores de 2010 – para contratação de disposição final em aterro:

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Então, para obter o preço máximo desejado, bastaria ao Gestor, somar os preços médios de coleta e transporte mais os preços médios de disposição final, chegando assim ao preço desejável de pagamento. Ou seja, (R$104,04+R$60,59=R$164,63 tonelada), e a partir disto definir o valor para oferta ao mercado. Outra forma seria consultar empresas que atuam no mercado de coleta e destinação final. Logo, quando ROBERTO SALVADOR VIGANÓ, prefeito de Pato Branco, decidiu contratar a coleta e destinação final de 60 toneladas de materiais por mês, deveria multiplicar, por exemplo, o valor de R$164,63x60toneladas, chegando assim ao valor máximo de R$9.877,80. Daí, com o conhecimento do preço de mercado, buscaria a vantajosidade do contrato e, de preferencia, contrataria uma organização de catadores de recicláveis, de forma plenamente legal. De onde saiu o valor de R$25.000,00? Por certo que não pode ser dos preços fornecidos no orçamento emitido pela família empresarial de Dois Vizinhos-PR. Não é concebível que o Gestor público não possua conhecimento suficiente para saber seus custos e, portanto, saber a vantagem ao contratar terceiros para fazer a obrigação que é sua. Estranho o valor que foi apresentado pelas empresas orçadas, pois não há no mercado, nenhuma referencia a valores deste patamar, conforme se pode ver nos quadros apresentados acima, fica caracterizado superfaturamento no processo licitatório e consequente fraude em procedimento licitatório. Ainda há de ser considerado o aluguel, ao valor de mercado, da cessão de dois caminhões, barracão e maquinários, e cessão de servidores motoristas, pagos pela municipalidade. Isto deve ser mensurado e somado ao valor pago mensalmente a Cooperativa, pois a Lei estabelece que não é permitido pagar qualquer valor, é preciso observar o principio da vantajosidade e do interesse público em qualquer compra. O Gestor tinha acesso a diversas propostas e escolheu aquela que não era a mais vantajosa, sua atuação foi inválida. Se a Administração poderia ter obtido contratação melhor atuando com maior diligência, houve vício. Em suma, os casos de ausência de licitação não se destinam a selecionar qualquer proposta. Nem autorizam contratação desastrosa ou desvantajosa. Deve-se respeitar o princípio da isonomia, o que não significa inviabilidade de decisões discricionárias. Fica clara a desobediência dos preceitos insculpidos no artigo 26, parágrafo único, incisos II e III, da Lei Federal nº 8.666/93, mormente quanto à falta de verificação da vantajosidade da contratação. A contratação de instituição com dispensa de licitação, com fulcro no art. 24, inciso XVII, da Lei n.º 8.666/93, somente é admitida nas hipóteses em que houver nexo efetivo entre o mencionado dispositivo, a natureza da instituição e

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o objeto contratado, além de comprovada a compatibilidade com os preços de mercado.

Art. 26. As dispensas previstas nos §§ 2o e 4

o do art. 17 e no inciso III e

seguintes do art. 24, as situações de inexigibilidade referidas no art. 25, necessariamente justificadas, e o retardamento previsto no final do parágrafo único do art. 8

o desta Lei deverão ser comunicados, dentro

de 3 (três) dias, à autoridade superior, para ratificação e publicação na imprensa oficial, no prazo de 5 (cinco) dias, como condição para a eficácia dos atos. (Redação dada pela Lei nº 11.107, de 2005) Parágrafo único. O processo de dispensa, de inexigibilidade ou de retardamento, previsto neste artigo, será instruído, no que couber, com os seguintes elementos: I - caracterização da situação emergencial ou calamitosa que justifique a dispensa, quando for o caso; II - razão da escolha do fornecedor ou executante; III - justificativa do preço. ....

Neste compasso, a ofensa aos princípios da licitação, da isonomia e da vantajosidade, representa a infração de determinações que derivam do artigo 37, inciso XXI, da Constituição Federal, bem como do artigo 3º, “caput”, da Lei de Licitações, fazendo-se necessária a imposição de responsabilização à autoridade responsável pela contratação. Também a responsabilidade pessoal, bem como a espécie do processado e o seu respectivo valor e a gravidade da infração cometida, que diante da conduta ativa do responsável pela contratação, sem as devidas cautelas assecuratórias, acarretou afronta ao regramento constitucional e lei de regência. Com fulcro no art. 24, inciso XIII, da Lei 8.666/93, deveria se restringir aos específicos casos em que estivesse comprovado o nexo entre o mencionado dispositivo, a natureza da instituição e o objeto a ser contratado, observando sempre a razoabilidade do preço cotado, e que somente licitasse ou contratasse serviços se houvesse projeto básico devidamente aprovado pela autoridade competente e que observasse disposições legais. Ora, onde se encontra a razoabilidade de preço? Onde se encontra o projeto básico, onde está a metodologia de mensuração do serviço prestado? A licitação é um procedimento administrativo de observância obrigatória pelas entidades governamentais, pautado na igualdade entre os participantes e com o intuito de obter a melhor proposta dentre as apresentadas pelos interessados. Há dispensa de licitação quando, embora possível sua realização, a lei dispensa o procedimento. Veja-se assim que ou a lei permite a não realização da licitação, ou ela é impossível de ser feita (pela inviabilidade de competição) ou ela há de ser feita, sob pena de se configurar o crime previsto no artigo 89, da mencionada Lei 8.666/93, in verbis:

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Art. 89. Dispensar ou inexigir licitação fora das hipóteses previstas em lei, ou deixar de observar as formalidades pertinentes à dispensa ou à inexigibilidade: Pena - detenção, de 3 (três) a 5 (cinco) anos, e multa. Parágrafo único. Na mesma pena incorre aquele que, tendo comprovadamente concorrido para a consumação da ilegalidade, beneficiou-se da dispensa ou inexigibilidade ilegal, para celebrar contrato com o Poder Público.

CONFIGURADO QUE A CONTRATAÇÃO FOI FEITA COM PREÇOS

INCOMPATÍVEIS COM O VALOR DE MERCADO, VAMOS À ANÁLISE DAS PEÇAS DO PROCESSO ADMINISTRATIVO DE DISPENSA:

Analisando o processo, detectamos as seguintes irregularidades e anomalias:

1. As páginas foram numeradas, mas não estão rubricadas conforme previsto em Lei 8.666/93 – artigo 40:

Art. 40. O edital conterá no preâmbulo o número de ordem em série anual, o nome da repartição interessada e de seu setor, a modalidade, o regime de execução e o tipo da licitação, a menção de que será regida por esta Lei, o local, dia e hora para recebimento da documentação e proposta, bem como para início da abertura dos envelopes, e indicará, obrigatoriamente, o seguinte: ... § 1

o O original do edital deverá ser datado, rubricado em todas as

folhas e assinado pela autoridade que o expedir, permanecendo no processo de licitação, e dele extraindo-se cópias integrais ou resumidas, para sua divulgação e fornecimento aos interessados.

2. Na folha 000005 consta memorando nº. 61/2011 – SMMA solicitando

autorização para a dispensa de licitação, no valor de R$25.000,00, assinado pelo Secretário de Meio Ambiente, NORMÉLIO BONATTO e indicação da servidora MARIANA POSSONI VEZZARO, como fiscal do contrato.

Segundo disciplina o art. 67 da Lei 8.666/1993, “a execução do contrato deverá ser acompanhada e fiscalizada por um representante da Administração especialmente designado, permitida a contratação de terceiros para assisti-lo de informações pertinentes a essa atribuição”.

3. A omissão do funcionário encarregado para o ofício – ou o incorreto cumprimento da tarefa - pode gerar dano ao erário. Neste caso, além da responsabilidade no plano disciplinar, por exemplo, ele sofrerá as consequências civis, atraindo para si o dever de reparar o prejuízo. Para isso, há, na esfera federal, um processo próprio, previsto no art. 8º da Lei nº 8.443/92: o processo de tomada de contas especial.

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A Lei 8.666/93 explica a) o fiscal pode solicitar o assessoramento técnico necessário; b) o fiscal deve anotar em expediente próprio as irregularidades encontradas, as providências que determinou os incidentes verificados e o resultado dessas medidas.

A falta dessas anotações pode ter graves consequências. O art. 78 da Lei, por exemplo, no inciso VIII, faculta à Administração promover, em processo próprio, a rescisão do contrato por cometimento reiterado de faltas.

O mesmo inciso condiciona que essas faltas estejam anotadas pelo fiscal, na forma que prevê o art. 67, § 1º. A falta dessas anotações – ou anotações sem as formalidades do citado dispositivo – impede a rescisão, ainda que se trate de um contratado faltoso. Isso correndo, o fiscal omisso – que não fez as anotações na forma devida – atraiu a responsabilidade para si. A renovação do contrato, por diversas vezes, leva-nos a crer que não houve a atuação do Fiscal de Contrato, portanto, deve o servidor ser responsabilizado no que couber na Lei.

4. Nas folhas 000008 a 000021, consta o estatuto social da

COOPERATIVA DOS AGENTES AMBIENTAIS DE PATO BRANCO – COAAPB, onde constam as assinatura de diversos associados, entre eles, destacam-se VALDAIR FERNANDO MADUREIRA e AMILTON MARANOSKI, ambos servidores públicos municipais, o que afronta a Lei nº 8.429:

A Lei nº 8.429, de 02 de junho de 1992, foi editada com a finalidade de dar efetividade ao princípio da moralidade na administração pública, estabelecido no art. 37 da Constituição Federal. Trata-se de uma lei geral nacional, aplicável a todos os agentes públicos dos três níveis de governo: federal, estadual e municipal.

Essa Lei especifica uma série de condutas que denomina de atos ímprobos, porque contrários à probidade e à moralidade no serviço público. Essas condutas estão divididas em três grupos: as que caracterizam enriquecimento ilícito, as que causam prejuízo ao erário, e as que violam os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade e lealdade às instituições. Dentre as condutas especificadas nessa Lei, as que têm relação direta com a questão do conflito de interesses são:

a) o exercício de atividade paralela incompatível com o cargo público, que ocorre quando o servidor público aceita emprego ou exerce atividade de consultoria ou assessoramento para pessoa física ou jurídica que tenha interesse suscetível de ser atingido ou amparado por ação ou omissão decorrente das suas atribuições, durante a atividade (art. 9º, inciso VIII);

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b) o tráfico de influência, que se configura quando o servidor público recebe vantagem econômica para intermediar a liberação ou aplicação de dinheiro público (art. 9o, IX);

c) o uso de informação privilegiada, que ocorre quando o servidor

público revela ou permite que chegue ao conhecimento de terceiro, antes da respectiva divulgação oficial, o teor de medida de natureza política ou econômica capaz de afetar o preço de mercadoria, bem ou serviço (art. 11, VII).

Importante ressaltar também o que disciplina a Lei nº 8.666, de 23 de junho de 1993, estabelece normas para licitações e contratos nos três níveis de governo: federal, estadual e municipal. Visa garantir a lisura do processo de aquisição de bens e serviços pela Administração Pública. Possui norma específica relacionada à questão do conflito de interesses, qual seja, a que proíbe o agente público de ser fornecedor de bens e serviços para o Estado, mediante contrato com empresa privada na qual tenha participação societária.

A norma estabelecida no art. 9º, inciso III, dessa Lei, proíbe a contratação de empresa para execução de obra, serviço ou fornecimento de bens, de cujo capital participe, direta ou indiretamente, o dirigente do órgão ou entidade contratante, ou mesmo o servidor responsável pela contratação ou pelo processo licitatório. Objetiva também reprimir o tráfico de influência ao definir, como crime, a conduta do servidor que patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a Administração, dando causa à instauração de licitação ou à celebração de contrato, cuja invalidação vier a ser decretada pelo Poder Judiciário (art. 91).

Importante demonstrar que desde o ano de 2010, AMILTON MARANOSKI já ocupava a função de Agente Público, assim classificado: “como todas as pessoas físicas que exercem alguma função estatal”. Já que as funções públicas são desempenhadas por alguém que manifesta concretamente a vontade estatal, eis que se acha revestido de determinada competência.

A expressão Agente Público caracteriza todas as pessoas que, de qualquer modo, estão vinculadas ao Estado. Abrange desde os mais altos dirigentes até os que, eventualmente, exercem funções públicas, como os jurados e os mesários eleitorais.

Tornando-se evidente que qualquer pessoa física que exerce função estatal, ou se revista de determinada competência junto ao Estado, mesmo que de forma eventual, se vinculando a esse ente federativo, é considerado um agente público, bastando exercer o múnus público para ser considerado um agente público. Vejamos a matéria jornalística onde aparece a notícias da atuação de AMILTON MARANOSKI como membro do conselho Tutelar de Pato Branco e coordenador da Coleta Seletiva do município:

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03/11/2010 Policlínica investe na estrutura para atendimentos no SUS ... Todas essas melhorias foram constatadas pelo conselheiro tutelar de Pato Branco, Amilton Maranoski, que visitou a Policlínica no final de junho. Maranoski, que também é coordenador da Coleta Seletiva do município e integrante do Conselho Fiscal do bairro Santo Antônio, percorreu vários setores do hospital e conferiu de perto as grandes mudanças promovidas em diversos setores. “As novas instalações do Posto 6, e também o Posto 4, são um grande avanço para a Policlínica e para o nosso município. A estrutura melhorou muito e dá para ver que os pacientes estão se sentindo muito bem atendidos, graças ao conforto, atendimento e profissionalismo das equipes”, destacou. Maranoski, que já foi presidente da União de Bairros, ficou encantado com a brinquedoteca “O Fantástico Mundo de Poli”, que começou a funcionar em maio, na Policlínica. “Falando como conselheiro tutelar, a brinquedoteca é uma extensão da casa para essas crianças que estão internadas. Elas podem brincar no hospital e a alegria delas ajuda na recuperação. E o melhor, a brinquedoteca atende as crianças internadas pelo SUS”, ressaltou. Outro setor que surpreendeu positivamente o conselheiro tutelar foi o novo Laboratório Policlínica. “Pude conhecer toda a estrutura, os responsáveis técnicos e foi muito bom saber que exames que levavam até oito dias para sair o resultado, como o de HIV, levam três horas aqui na Policlínica. O laboratório novo é completo e atende 24 horas por dia, inclusive para o SUS. É uma tranquilidade para a gente”, afirmou. Ao final da visita, Maranoski saiu satisfeito com a evolução apresentada pela Policlínica. “Todos que vão pelo SUS têm o mesmo atendimento que os pacientes de convênios e particulares. É só benefício para a população”, resumiu Amilton Maranoski. (GRIFOS NOSSOS) http://www.policlinicapb.com.br/Noticia.aspx?cdn=25

A Lei nº 8.666/93 inclui, através de seu art. 9º, vedações de licitar ou de contratar com a Administração Pública, o impedimento decorre principalmente em atendimento aos princípios de impessoalidade e de moralidade.

Em razão do princípio de impessoalidade, por deter informações privilegiadas, a vedação de participação, direta ou indiretamente, atinge: o autor do projeto básico ou executivo, tanto a pessoa física, como a pessoa jurídica; empresa, isoladamente ou em consórcio, responsável pela elaboração do projeto básico ou executivo ou da qual o autor do projeto seja dirigente, gerente, acionista ou detentor de mais de cinco por cento do capital com direito a voto ou controlador, responsável técnico ou subcontratado.

Em razão do princípio da moralidade estão impedidos de participar: servidor ou dirigente, mesmo que sem remuneração, de órgão ou entidade contratante ou responsável pela licitação, inclusive no caso dos Estados, Distrito Federal e Municípios, os Governadores e Prefeitos.

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Então, se AMILTON MARANOSKI era o COORDENADOR DA COLETA SELETIVA DO MUNICÍPIO DE PATO BRANCO, detinha informações privilegiadas e era agente público, portanto, estava proibido de contratar com a municipalidade e mais ainda, não era, como de fato não é, pessoa de baixa renda e catador de recicláveis.

5. Nas folhas 000022, 000023, 000025 e 000026, consta a ata de eleição, datada em 27 de dezembro de 2010, quando o agente público, AMILTON MARANOSKI, é eleito para a presidência da Cooperativa, tendo como secretário dos trabalhos o servidor público municipal, LAUDAIR DOS SANTOS e membro, o também servidor público municipal, VALDAIR FERNANDO MADUREIRA.

6. Ainda na folha encontramos e salientamos o seguinte trecho da ata de

eleição da diretoria da Cooperativa, datada de 27 de dezembro de 2010:

“Laudair do Santos deu posse aos novos diretores da cooperativa AMILTON MARANOSKI. Dando continuidade aos trabalhos, colocou em pauta o item 4 da ordem do dia, Assuntos Gerais de interesse da cooperativa. O presidente no uso da palavra expos aos cooperados presentes, que o ano de 2010 foi muito difícil pela defasagem do preço por tonelada do lixo reciclável, motivo pelo qual a receita financeira do ano foi baixa. Mesmo assim pediu empenho e apoio dos presentes para continuar este projeto no município de Pato Branco – PR, que já vem a mais de 10 anos com resultados positivos para o meio ambiente e a qualidade de vida do povo. Após agradeceu a presença do secretário Municipal de Meio Ambiente, Normélio Bonatto, e do presidente da União das Associações de Moradores de Bairro, Enio Ruaro, e do Exmo. Prefeito Municipal, Roberto Salvador Viganó”... senhor prefeito municipal,...fez uso da palavra” (grifos nossos)

Então, fica provado pelo contido neste documento que o então prefeito municipal ROBERTO SALVADOR VIGANÓ, autorizador da compra e o então secretário de Meio Ambiente, NORMÉLIO BONATTO, que requisitou a dispensa de licitação, tinham ciência de que os dirigentes da Cooperativa eram “Agentes Públicos”.

7. Nas folhas 000026, ainda na ata de Eleição da nova diretoria, constatamos que existem as assinaturas dos seguintes cooperados:

1. Amilton Maranoski (presidente), 2. Laudair dos Santos (secretário), 3. Ana Paula Gomes Pinto, 4. Estelamar Aparecida Borges Martins, 5. Felisbina Martins de Oliveria, 6. Luzia A. dos Santos, 7. Maria Salete Schaite, 8. Ronilda Rodrigues, 9. Valdair Fernando Madureira, 10. Marli Fatima Rodrigues,

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11. Terezinha Bachman, 12. Fatima dos Santos, 13. Maria dos Santos, 14. Noeli de Andrade, 15. Janete Maier, 16. Rosana de Oliveria e 17. Zélia Ap. dos Santos.

Todas as assinaturas estão sem a qualificação documental (CPF E RG) e tampouco reconhecimento de firma e carece de investigação pormenorizada. Além disto, da falta de qualificação, dentre estes cooperados, figuram os três servidores públicos municipais, conforme já citado acima. Vale salientar que no estatuto da cooperativa, em seu artigo 5º. define e estabelece:

“Artigo 5º.- O número de associados é ilimitado, não podendo, entretanto ser inferior ao prescrito em Lei, ou seja, 20 (vinte) pessoas físicas, e nem superior ao número que impossibilite tecnicamente a prestação de serviços”

Mas, não havia 20 cooperados na Cooperativa dos Agentes Ambientais de Pato Branco, pois na diretoria, dois são “Agentes Públicos”, e no corpo total, soma-se mais um, ou seja, dos 17 que assinam, três são funcionários do contratante e não podem ser classificados como “pessoas de baixa renda”, que muito bem definiu o DECRETO Nº 6.135, DE 26 DE JUNHO DE 2007:

Art. 4o - Para fins deste Decreto, adotam-se as seguintes definições:

I - família: a unidade nuclear composta por um ou mais indivíduos, eventualmente ampliada por outros indivíduos que contribuam para o rendimento ou tenham suas despesas atendidas por aquela unidade familiar, todos moradores em um mesmo domicílio. II - família de baixa renda: sem prejuízo do disposto no inciso I: a) aquela com renda familiar mensal per capita de até meio salário mínimo; ou b) a que possua renda familiar mensal de até três salários mínimos; III - domicílio: o local que serve de moradia à família; IV - renda familiar mensal: a soma dos rendimentos brutos auferidos por todos os membros da família...

E a verdade é absoluta, pois ao realizar uma busca na web, é possível encontrar, por exemplo, que o atual presidente da Cooperativa, sequer exerce atividade de catador, tendo outros afazeres, primeiro como servidor público municipal, lotado no CRAS São João, no município de Pato Branco, depois como locutor da Rádio Comunitária e colunista do Jornal Atlanta.

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AMILTON MARANOSKI é agente público muito atuante e conhecido dos prefeitos da cidade de Pato Branco, as provas demonstram claramente isto, vejamos também suas atividades empresariais, aqui a empresa que ele faz parte ativamente e que divulga atos do Poder Executivo local, resta investigar se recebe algum valor pelas divulgações:

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http://jornalatlanta.com.br/edicoes_leitur

http://jornalatlanta.com.br/edicoes_leitura.php?codigo=133098641935629

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http://www.liberdadefmpb.com.br/site/equipe/

É de se investigar ainda as condições em que foram concedidas as licenças para o funcionamento da rádio comunitária, em se tratando de “agente público” e os conteúdos que são divulgados no jornal, pois é conhecido dos meios jurídicos que muitas rádios comunitárias, por não ser permitido a comercialização de espaços publicitários, criam jornalecos, a fim de justificar a emissão da nota de serviços, e na prática, os anunciantes acabam “ganhando” a divulgação na rádio comunitária, burlando assim a legislação federal de concessão, LEI Nº 9.612, DE 19 DE FEVEREIRO DE 1998.

Art. 11. A entidade detentora de autorização para execução do Serviço de Radiodifusão Comunitária não poderá estabelecer ou manter vínculos que a subordinem ou a sujeitem à gerência, à administração, ao domínio, ao comando ou à orientação de qualquer outra entidade, mediante compromissos ou relações financeiras, religiosas, familiares, político-partidárias ou comerciais.

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Vejamos a notícia abaixo: 07/10/2012 - Notícias sobre Pato Branco e região.

MINISTÉRIO DAS COMUNICAÇÕES MULTA RÁDIO COMUNITÁRIA DE PATO BRANCO E MAIS 3 DO PARANÁ

O Ministério das Comunicações multou mais quatro rádios comunitárias do Paraná. O principal motivo é a veiculação de propagandas ou publicidades comerciais. As rádios multadas de acordo com o art. da Portaria 684 foram: a Associação Comunitária de Comunicação e Cultura do município de Marilena; Rádio Comunitária Terra Fm de Terra Rica; Conselho Comunitário de Desenvolvimento Social e Econômico de Mauá da Serra e Associação Comunitária e Cultural Zona Sul, Liberdade FM de Pato Branco.

Fonte: SINDICATO DAS EMPRESAS DE RÁDIO E TELEVISÃO DO

PARANÁ SERT/PR

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Importa salientar que desde os anos de 2001, encontram-se decretos com nomeações de AMILTON MARANOSKI, na função de Conselhos de Transporte, Da Criança e do Adolescente, Coordenador da Coleta Seletiva, etc. sempre na função de agente público nomeado pelos prefeitos de Pato Branco-PR.

FALSIFICAÇÃO DE ORÇAMENTO DE PREÇOS - OBJETIVO DE BURLAR A LEI 8.666/93.

8. A folha 000034, consta a prova do documento em que SUELLY

DZIUBATE, ou possivelmente, a servidora do Estado do Paraná, SUELLY DZIUBATE KREFTA, esposa de AVELINO PEDRO KREFTA, dono da JULIPLAST, apresenta orçamento em nome da empresa I.D. ROSA & CIA. LTDA. No orçamento, apenas é citado “coletar material de lixo reciclável deste município”, no valor de R$460,00. Não há condições, prazo de validade, etc.

9. A folha 000035, consta a prova do documento em que AVELINO

PEDRO KREFTA possivelmente, marido da servidora do Estado do Paraná, SUELLY DZIUBATE KREFTA, JULIPLAST, apresenta orçamento. No orçamento, apenas cita “coletar material de lixo reciclável deste município”, no valor de R$435,00. Da mesma forma, não há condições, prazo de validade, etc.

Vale trazer aqui, em publicação do Diário da Justiça, de Santa Catarina, mais uma prova de que as empresas são da mesma família, pois pleitearam recurso especial, em conjunto:

Recurso Especial em Agravo de Instrumento n. 2005.026643-8/0001.00, de Palmitos Recorrente(s): I D Rosa & Cia. Ltda. ME e outro Advogado(s): Dr. José Günther Menz e outro Recorrido(s): Astrigi & Filhos Ltda. EPP Advogado(s): Dr. Ricardo José Moresco e outro DESPACHO I - I D Rosa & Cia. Ltda. ME e Avelino Pedro Krefta interpuseram recurso especial, com fulcro no art. 105, III, alínea ‘a’, da Constituição Federal, em razão do acórdão de fls. 173/179, que deu provimento ao agravo de instrumento deflagrado contra despacho interlocutório proferido em incidente de exceção de incompetência, oposto na ação cautelar de exibição de documentos aforada pela ora recorrida, o qual determinou a competência da comarca de Dois Vizinhos/PR para processar e julgar a demanda. .... III - Ante o exposto, determina-se o processamento do recurso para posterior juízo de admissibilidade. Desde já a recorrida fica intimada para apresentar as contra-razões, a teor do art. 508 do CPC. Intimem-se. Florianópolis, 30 de junho de 2006 Des. Wilson Augusto do Nascimento 3º VICE-PRESIDENTE http://www.tj.sc.gov.br/institucional/diario/a2006/20060000400.PDF

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Também das páginas da web:

Publicado em: 18/08/2010 - 09:00 | Atualizado em: 22/02/2013 - 06:04

A estudante Bruna Dziubate Krefta embarca na quinta-feira, 19, para a Tailândia em viagem de estudos através do programa de intercâmbio de jovens do Rotary Club. Durante o período de um ano, além de realizar o sonho de conhecer o país, a jovem terá a oportunidade de aprender a cultura daquele país e outro idioma, além de poder aperfeiçoar seus conhecimentos. Ela destaca que pretende representar e mostrar o Brasil, principalmente a cultura da região, com muito orgulho. Bruna, que é filha de Suelly e Avelino Krefta, proprietários da empresa Juliplast, disse estar muito feliz com a oportunidade e agradece ao Rotary Club de Dois Vizinhos Amizade. (http://www.jornaldebeltrao.com.br/geral/jovem-duovizinhense-embarca-para-tailandia-amanha-53823/)

Como podemos ver, e comprovar de forma segura, as empresas que deveriam dar lastro a legalidade dos orçamentos para estabelecer o valor de mercado e definir o valor a ser pago para a Cooperativa, não se sustenta, primeiro por não se tratar de empresa de coleta e destinação final de resíduos sólidos urbanos, depois por se tratar de apenas um concorrente, com dois registros na Receita Federal. Mas que isto, apresenta-se com um mecanismo que visou burlar a legalidade da licitação, forjando-se orçamentos fraudados, impróprios e descabidos, com preços exorbitantes.

10. Nas folhas 000036, encontra-se o Contrato de Comodato, onde está bem constituído o gestor público, então prefeito, ROBERTO SALVADOR VIGANÓ, como comodante, e a COOPERATIVA DOS AGENTES AMBIENTAIS DE PATO BRANCO, como comodatária, tendo como seu presidente AMILTON MARANOSKI, o mesmo, que o prefeito nomeou como agente público, aqui agora classificado como agente ambiental. O prefeito, o que fez discurso na posse da diretoria e empossou AMILTON MARANOSKI, o reconhece como agente ambiental, ou seja, catador de recicláveis, pessoa de baixa renda, e pior, entende (o gestor) que ele está apto para contratar com o ente público.

Importante ainda, salientar que as assinaturas das testemunhas do contrato não estão constando, e sequer foram qualificadas.

Os atos de improbidade administrativa que são passíveis de sanções, previstas na lei, são tratados de forma bastante importante pela Lei de Improbidade, os quais são: Os atos de improbidade administrativa que importam enriquecimento ilícito, os que causam prejuízo ao erário e os atos de improbidade administrativa que atentam contra os princípios da administração pública. Neste caso, atentando contra os princípios da administração pública está configurado.

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11. Nas folhas 000038 e 00039, apresenta-se o laudo de vistoria, relacionando-se os maquinários e demais bens que foram repassados para a Cooperativa, bens estes que devem ser mensurados para fins da Licitação, composição dos custos, que se traduzirão em preço a pagar pelo serviço de coleta e destinação final de 60 toneladas mês.

Novamente, ausente as assinaturas e sequer qualificação das testemunhas.

12. Nas folhas 000051 a 000056, apresenta parecer jurídico, assinado

pela advogada da prefeitura, Michelli Marcante, onde salientou: “o dever de fiscalizar a eficiência do serviço terceirizado, levando em conta especialmente, “critérios técnicos, tais quais a natureza da atividade, seu custo operacional, e as vantagens tanto para a Administração como para os administradores”.

Não encontramos caracterizado o ato de fiscalizar, e basta uma pergunta a ser feita que suplantará qualquer dúvida sobre haver fiscalizado: Qual a balança e onde se localiza, usada para fazer a pesagem do material? Não consta da relação dos materiais identificados na vistoria das folhas: 000038 e 000039. Em visita ao barracão no mês de setembro, também nada foi encontrado.

O poder-dever de fiscalização da execução contratual fixado pelos artigos 58, III, e 67 da Lei de licitações refere-se ao cumprimento do objeto ajustado, vale dizer, à execução do contrato na forma e sob as condições pactuadas. Significa que a Administração Pública deve orientar a execução do contrato, fornecendo normas e diretrizes e constatando a conformidade do que foi executado com o que estava especificado na documentação que instruiu o instrumento convocatório da licitação e o contrato. E neste caso, na dispensa da licitação também.

13. Também no parecer da advogada da prefeitura, destacado está o que

diz o art. 24 da lei 8.666/93:

XXVII - na contratação da coleta, processamento e comercialização de resíduos sólidos urbanos recicláveis ou reutilizáveis, em áreas com sistema de coleta seletiva de lixo, efetuados por associações ou cooperativas formadas exclusivamente por pessoas físicas de baixa renda reconhecidas pelo poder público como catadores de materiais recicláveis, com o uso de equipamentos compatíveis com as normas técnicas, ambientais e de saúde pública. (Redação dada pela Lei nº 11.445, de 2007).

Mas não é o que se comprova ao analisar os autos do processo de dispensa, nesta contratação, pois a entidade contratada não está legalizada sob a lei das cooperativas e nem sob seu Estatuto, pois não há 20 cooperados catadores, de baixa renda. Daí se pode concluir que é uma sociedade empresarial

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como outra qualquer, o que derruba a tese que é dispensável licitar, obrigando o Gestor a fazer licitação normal e buscar a proposta mais adequada.

Salientamos que na diretoria da cooperativa estão dois servidores públicos municipais, sendo que um deles é o presidente, AMILTON MARANOSKI, homem de confiança de diversos prefeitos, constando, através de diversos decretos, atos de nomeação, sua atuação em diversos conselhos municipais (de transporte, ECA, Coordenador da Coleta Seletiva, etc.) até chegar a servidor concursado e atuando no CRAS São João. O outro é o secretário da cooperativa, LAUDAIR DOS SANTOS, conforme provado na ata de eleição. Além dos dois servidores que participam da diretoria, ainda tem outro que assina como catador, VALDAIR FERNANDO MADUREIRA. Vejamos o seguinte decreto municipal:

Decreto nº 4062 de 07 de julho de 2000 O Prefeito Municipal de Pato Branco, Estado do Paraná, no uso das atribuições que lhe são conferidas pelo Art. 47, Inciso XXIII da Lei Orgânica Municipal, e com base no Art. 3º da Lei nº 1.917, de 12 de abril de 2000, DECRETA: Art. 1º - O Conselho Municipal de Transporte Coletivo fica constituído dos seguintes membros: ... VI - Representantes da União das Associações de Moradores de Bairros de Pato Branco: Titular : Amilton Maranoski Suplente: Daniel de Abreu .. Gabinete do Prefeito Municipal de Pato Branco, em 07 de julho de 2000 Alceni Guerra Prefeito Municipal

Ou ainda este: NOMEIA CONSELHO MUNICIPAL DE SAÚDE, FICANDO REVOGADO O DECRETO Nº 3.675/99. O Prefeito Municipal de Pato Branco, Estado do Paraná, no uso das atribuições que lhe são conferidas pelo Art. 47, Inciso XXIII da Lei Orgânica Municipal, DECRETA: Art. 1º - Ficam nomeados, para compor o Conselho Municipal de Saúde, os seguintes membros: ... i) Representantes da União das Associações de Moradores: Titular: Amilton Maranoski e Daniel de Abreu; Suplente: Agustinho Casagrande e João Osnir da Luz; .... Gabinete do prefeito Municipal de Pato Branco em, 23 de maio de 2001. Clóvis Santo Padoan Prefeito Municipal

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Outras publicações e portarias

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Vejamos o extrato da situação funcional de AMILTON MARANOSKI, na Prefeitura de Pato Branco:

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Vejamos o extrato da situação funcional de LAUDAIR DOS SANTOS, na prefeitura de Pato Branco:

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Vejamos o extrato da situação funcional de VALDAIR FERNANDO MADUREIRA, na prefeitura de Pato Branco:

Na assembleia da Cooperativa de Agentes Ambientais de Pato Branco, conforme a ata, o então prefeito, ROBERTO SALVADOR VIGANÓ e o então secretário de Meio Ambiente, NORMÉLIO BONATTO estavam presentes e em total acordo com o ilícito, pois se o presidente é servidor municipal e antigo conhecido dos meios políticos, locutor e responsável por uma rádio comunitária, ex-presidente do Conselho Tutelar, destacado órgão de nomeação do prefeito, como alegar ignorância.

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OS VERDADEIROS CATADORES DE RECICLÁVEIS ESTÃO DESPROTEGIDOS E SENDO USADOS PARA FINS ESCUSOS?

14. Mas é importante e significativo observar nas folhas 000042 a 000048,

anexo do laudo de vistoria, onde apresentam-se fotos de catadores, trabalhando no local, antes mesmo de ter havido a terceirização. Então, em que regime trabalhavam estas pessoas, pessoas de baixa renda, catadoras de recicláveis, que ainda hoje lá se encontram, para ganhar um salário mínimo. Não usam EPIs, não recebem mais que um salário mínimo, mesmo havendo, como ficou provado, superfaturamento na contratação da Cooperativa.

15. Não se tem notícias do rateio efetivo das vendas de recicláveis, embora é o dever do Contratante, a prefeitura municipal, fiscalizar tudo isto. Consta do contrato, na clausula Sétima:

... II – Os serviços deverão ser executados sob a supervisão da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e de acordo com as normas da Vigilância Sanitária; III – A contratada deverá separar, limpar e acondicionar o material reciclável a ser vendido da forma sanitária e ambientalmente adequada, evitando os diversos impactos negativos; ... V – A Cooperativa deverá garantir aos cooperados e funcionários o fornecimento de EPI’s e outros equipamentos obrigatórios e/ou a exclusão dos responsáveis a exclusão do objeto contratado; ... X – A Cooperativa deverá prestar conta a Contratante do material comercializado para fins de cálculo de controle; ...

Então, se as Catadoras de Recicláveis já trabalhavam no barracão, como de fato está provado, o contrato foi “casado”, houve um “arranjo” legal, com orçamentos encomendados?! É ou seria uma tentativa de burlar a legislação e dar “aparência legal”. Estaria, o prefeito, tentando burlar o instituto do concurso público, terceirizando serviços atividade-fim, através de cooperativa de fachada? Carece de investigação.

E o preço do material vendido, quem compra estes materiais? Seria alguma empresa de Dois Vizinhos? Seria a Juliplast do senhor AVELINO PEDRO KREFTA ou I D Rosa & Cia. Ltda. ME da senhora SUELLY DZIUBATE KREFTA? É preciso apurar quem são os compradores e quem fica com o resultado da venda. O comprador é Avelino Pedro Krefta.

Mais, considerando que o objetivo da Lei, ao permitir a contratação de cooperativas de catadores para realizar serviços de saneamento, e justamente, propiciar o resgate da cidadania e a valorização do cidadão que vive da

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coleta de recicláveis, pessoas desprotegidas e a mercê de um mercado extremamente competitivo, o que foi feito efetivamente para que isto ocorresse? É preciso investigar as relações de trabalho destas pessoas e a relação deles para com os empregadores, visto que, de direito, não há cooperativa e nem cooperação, trata-se de empresa de fachada para, usando pessoas que vivem da coleta e venda dos materiais recicláveis, escoar recursos públicos, através de mecanismos ilegais, como parece estar provado. As políticas públicas funcionam, ao menos no plano das ideias, como medidas, que dentre outras funções, garantem o bem-estar social, abrangendo tanto os aspectos social, cultural e econômico. Mas aqui percebemos a falta de avanço e o ranço da intervenção política/governamental que não priorizou nenhuma modificação na base da sociedade, sendo que, o lado social parece funcionar como mera fachada para encobrir o real interesse de crescimento econômico, sendo que esta instância se sobrepõe às demais. Como fruto desta prática concentradora e verticalizada, pouca coisa mudou para os catadores (a), ao menos, para os que lidam cotidianamente com as “mãos” no lixo; a única mudança significativa é a temível mutilação social, que deixou muitas pessoas à margem. Deste modo, no barracão da prefeitura impera a subserviência através do clientelismo político, do controle político e estatal, com territorialidade tradicional (predomínio de uma categoria de agentes públicos e políticos) reforçando negativamente a incapacidade destes profissionais em crescerem profissionalmente (como é a vontade da Lei que permitiu catadores a contratar/negociar com a prefeitura), como se estivessem fadados a viverem eternamente no lixo. É, no mínimo, contraditório que um município que se orgulha em ocupar posição de destaque no Estado, caracterizado como potência, tenha internamente graves entraves sociais, a saber, a diversidade de problemas tão sobressalentes no trato com pessoas tão humildes e fragilizadas. O fato é que, o cerne dessa discrepância é a ausência de políticas públicas que se caracterizaram como planejamento voltado, para a promoção do crescimento econômico destes catadores (a) via bens de capital, industrialização e profissionalização. Nesta lógica, as políticas sociais foram bem pouco estimuladas. A chamada “cooperativa” funciona em galpão semiaberto, piso de chão batido, com condições insalubres e complexas relações de trabalho, que mesclam assalariamento e pagamento do serviço pelo sistema de produção (não conhecida). No geral, neste tipo de empresa, as poucas pessoas regularizadas (com carteira assinada) funcionam como uma espécie de fachada para driblar a fiscalização do Ministério do Trabalho.

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16. Na folha 000069, com numeração diferente das demais, feito a mão; encontramos memorando nº. 010/12 da Secretaria de Meio Ambiente, assinado pelo secretario municipal interino a época, ANTONIO CEZAR SOARES, que pede aditivo no valor de R$9.000,00 (nove mil reais), justificando o pedido com a seguinte frase: “volume e quantidade aumentado significativamente neste período”. Logo a frente, na página 000070, consta o termo de aditamento do contrato no valor solicitado, com a seguinte justificativa legal, artigo 65 da lei 8.666/93:

Art. 65. Os contratos regidos por esta Lei poderão ser alterados, com as devidas justificativas, nos seguintes casos: I - unilateralmente pela Administração: a) quando houver modificação do projeto ou das especificações, para melhor adequação técnica aos seus objetivos;

Mas o que precisamos indagar é o que se quer dizer com: volume e quantidade aumentado significativamente? Se todos sabem, nos meios da reciclagem, que com a chegada do Natal e do final de ano, o consumo de produtos crescem substancialmente. Principalmente com a festa de natal, onde as famílias e amigos se juntam e tradicionalmente trocam presentes. Assim como cresce o consumo de produtos como roupas, eletroeletrônicos, entre outros também cresce o número de alimentos que geralmente vem acompanhado de embalagens de todo o tipo, principalmente bebidas como vidro, garrafas PET e latas de alumínio. Com isso, aumenta a quantidade de materiais recicláveis. A quantidade de materiais cresce aproximadamente 50% com a chegada de final de ano. Mas qual a política de comercialização está sendo praticada pela contratada?

RENOVAÇÃO DE CONTRATO SEM PESQUISA DE MERCADO – INOBSERVANCIA DO PRINCIPIO DA VANTAJOSIDADE PARA O ERÁRIO

17. Na folha 000073, agora novamente em numeração diferente, encontra-

se o memorando nº. 018/12, datado do dia 30 de janeiro de 2012, da Secretaria do Meio Ambiente, assinado pelo então secretário NORMÉLIO BONATTO, solicitando a Renovação do contrato e dando as mesmas justificativas da vez primeira, os mesmos valores, etc.

18. Na folha 000076, portanto depois da solicitação do Secretário

NORMÉLIO BONATTO, com data de 24 de janeiro de 2012, consta oficio nº. 05 de 2012, da Cooperativa dos Agentes Ambientais, de Pato Branco, assinada pelo servidor público municipal e presidente da Cooperativa, AMILTON MARANOSKI, solicitando Renovação, dilação de prazo e alteração dos valores em mais R$10.000,00 mensais, passando de R$25.000,00 para R$35.000,00 mensais. Também pede mais um caminhão, e mais uma empilhadeira. Justifica o pedido no “aumento considerável de volume de materiais recicláveis”.

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19. Tal qual aconteceu com a feitura do processo de contratação que

passou pela análise da assessoria jurídica, a prorrogação, que é um acordo, como tal deveria passar pelo mesmo crivo técnico jurídico, mas não ocorreu, afrontando novamente o que prevê a Lei 8.666/93:

Art. 38. O procedimento da licitação será iniciado com a abertura de processo administrativo, devidamente autuado, protocolado e numerado, contendo a autorização respectiva, a indicação sucinta de seu objeto e do recurso próprio para a despesa, e ao qual serão juntados oportunamente: I - edital ou convite e respectivos anexos, quando for o caso; II - comprovante das publicações do edital resumido, na forma do art. 21 desta Lei, ou da entrega do convite; III - ato de designação da comissão de licitação, do leiloeiro administrativo ou oficial, ou do responsável pelo convite; IV - original das propostas e dos documentos que as instruírem; V - atas, relatórios e deliberações da Comissão Julgadora; VI - pareceres técnicos ou jurídicos emitidos sobre a licitação dispensa ou inexigibilidade;

20. Vale frisar que a prorrogação do contrato celebrado para prestação de serviço contínuo deve ocorrer “com vista á obtenção de preços e condições mais vantajosas para a administração.” O dispositivo segue a lógica administrativa, pois não seria conveniente à Administração Pública prorrogar contrato que pelo seu objeto tenha os encargos contratuais de alguma forma majorados.

Mas é necessário frisar que o Gestor não procurou saber se estava sendo vantajoso dar continuidade ao contrato, conforme estabelecido em Lei? Se ficar provado, que não há vantagens, mais sensato e legal para a Administração iniciar novo procedimento licitatório em busca de preço mais vantajoso. Haveria que ser feito cotação de mercado, com ampla pesquisa de preços.

Resta claro, no caso, que a simples manutenção das cláusulas contratuais por oportunidade da prorrogação, não conferiu vantagem quanto aos preços e condições, pois como se sabe, estes foram baseados em orçamentos fictícios e ou fabricados. E com um ano de contrato, havia tempo de corrigir todos os erros e buscar elementos técnicos razoáveis.

21. Na folha 000083, encontramos, então o aditamento contratual 02/2012, com prazo de mais 7 meses, nas mesmas condições do inicial, ou seja R$25.000,00, mês, totalizando R$ 175.000,00 (cento e setenta e cinco mil reais).

22. Já na folha 000087, agora novamente com numeração divergente das

demais, embora sequencial, encontramos novamente, memorando

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sobº. 264/2012, datado de 24 de setembro de 2012. O secretário NORMÉLIO BONATTO, solicita novamente prorrogação do contrato com a cooperativa, com prazo de mais 7 meses, justifica com os mesmos teores e pede que os valores sejam reajustados para total de R$188.527.50 (cento e oitenta e oito mil, quinhentos e vinte e sete reais e cinquenta centavos).

Novamente, não é colhido o parecer da assessoria jurídica, conforme determina a Lei.

23. Na folha 000096, encontramos, então o aditamento contratual

03/2012, datado em 26 setembro de 2012, com prazo de mais 7 meses, nas mesmas condições do pedido, ou seja R$26.932,50, mês, totalizando R$ 188.527,50. Tudo assinado pelo prefeito ROBERTO SALVADOR VIGANÓ e pelo servidor público e presidente da cooperativa, AMILTON MARANOSKI.

24. Na folha 000098, comprovante da publicação dos extratos do

aditamento 03/2012. Encerando-se aí o conjunto de cópias referentes à contratação da Cooperativa de Agentes Ambientais de Pato Branco.

Mesmo, não apresentado os documentos aos VIGILANTES DA GESTÃO PÚBLICA, por razões que desconhecidas, o prefeito AUGUSTINHO ZUCCHI, através do Termo de Aditamento nº. 04/2013, Contrato 2123/2011, deu continuidade no processo irregular e ilegal, vejamos:

RENOVAÇÃO DE CONTRATO SEM PESQUISA DE MERCADO – INOBSERVANCIA DO PRINCIPIO DA VANTAJOSIDADE PARA O ERÁRIO

25. No dia 29 de Abril de 2013, o atual gestor, prefeito AUGUSTINHO

ZUCCHI, assinou novo aditivo contratual prorrogando por mais 7 meses o contrato com a citada Cooperativa. Assinam o aditivo 04/2013, o prefeito AUGUSTINHO ZUCCHI e o servidor público, AMILTON MARANOSKI. Vejamos extrato publicado:

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26. Como já exaustivamente fundamentado, a Lei determina que o preço deve ser determinado por “ampla pesquisa de mercado”. Mas não foi isto que ocorreu. Apenas foram prorrogando os atos ilegais.

27. No processo, encontramos Memorando de aditivo contratual antes da solicitação do prestador do serviço, possibilidade de “montagem atemporal” do processo, com um amontoado de peças aleatórias e irregulares. Importante salientar que há documentos sem assinaturas afrontando o que determina a Lei 9.666/93.

Art. 38. O procedimento da licitação será iniciado com a abertura de processo administrativo, devidamente autuado, protocolado e numerado, contendo a autorização respectiva, a indicação sucinta de seu objeto e do recurso próprio para a despesa, e ao qual serão juntados oportunamente: I - edital ou convite e respectivos anexos, quando for o caso; II - comprovante das publicações do edital resumido, na forma do art. 21 desta Lei, ou da entrega do convite; III - ato de designação da comissão de licitação, do leiloeiro administrativo ou oficial, ou do responsável pelo convite; IV - original das propostas e dos documentos que as instruírem; V - atas, relatórios e deliberações da Comissão Julgadora; VI - pareceres técnicos ou jurídicos emitidos sobre a licitação, dispensa ou inexigibilidade; VII - atos de adjudicação do objeto da licitação e da sua homologação; VIII - recursos eventualmente apresentados pelos licitantes e respectivas manifestações e decisões; IX - despacho de anulação ou de revogação da licitação, quando for o caso, fundamentado circunstanciadamente; X - termo de contrato ou instrumento equivalente, conforme o caso;

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XI - outros comprovantes de publicações; XII - demais documentos relativos à licitação. Parágrafo único. As minutas de editais de licitação, bem como as dos contratos, acordos, convênios ou ajustes devem ser previamente examinadas e aprovadas por assessoria jurídica da Administração. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994).

28. Após detida análise constatamos que:

a. O ex-prefeito de Pato Branco, ROBERTO SALVADOR VIGANÓ, o ex-secretário de meio Ambiente de Pato Branco, NORMÉLIO BONATTO, o atual prefeito de Pato Branco, AUGUSTINHO ZUCCHI, optaram pela contratação de serviços terceirizados de coleta de resíduos sólidos urbanos, com empresa não legalizada e sem licitação, afrontando os ditames da LEI 8.666/93 e a Lei de Probidade Administrativa LEI Nº 8.429, DE 2 DE JUNHO DE 1992 e outras disciplinas.

b. Os servidores do município de Pato Branco, AMILTON

MARANOSKI, LAUDAIR DOS SANTOS, VALDAIR FERNANDO MADUREIRA, e a servidora do Estado do Paraná SUELLY DZIUBATE KREFTA e o empresário AVELINO PEDRO KREFTA, participaram de um esquema fraudulento a fim de burlar o processo licitatório. Além de praticarem falsidade ideológica e Improbidade Administrativa.

29. Com efeito, não restam dúvidas que o senhor AUGUSTINHO ZUCCHI,

e demais agentes, já citados, burlaram as exigência legais do processo de contratação e ao contrário do que determina a lei, não trouxe vantagens nem ao Erário, nem a sociedade, terceirizando serviços públicos com contrato firmado com empresa ilegal, informal e desvirtuada dos fins para os quais deveria existir, burlando o instituto do Concurso Público e desrespeitando a Constituição Federal do Brasil, em seu art. 37.

30. A indevida dispensa do procedimento licitatório não se justificou

e a contratação através de dispensa restou ilegal, ensejou prejuízo ao Erário.

31. A Lei n.º 8.429/92, em seu artigo 10, inciso VIII, estabelece que

constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário qualquer ação ou omissão, dolosa ou culposa, que enseje perda patrimonial, notadamente “frustrar a licitude de processo licitatório ou dispensá-lo indevidamente”.

32. Afora o prejuízo ao erário, o ato também ofendeu os princípios da

administração pública, em especial os princípios da legalidade, da

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moralidade e da impessoalidade, nos termos do artigo 11 da Lei n.º 11.429/92.

Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da administração pública qualquer ação ou omissão que viole os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade, e lealdade às instituições, e notadamente: I - praticar ato visando fim proibido em lei ou regulamento ou diverso daquele previsto, na regra de competência; II - retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício; III - revelar fato ou circunstância de que tem ciência em razão das atribuições e que deva permanecer em segredo; IV - negar publicidade aos atos oficiais; V - frustrar a licitude de concurso público; VI - deixar de prestar contas quando esteja obrigado a fazê-lo; VII - revelar ou permitir que chegue ao conhecimento de terceiro, antes da respectiva divulgação oficial, teor de medida política ou econômica capaz de afetar o preço de mercadoria, bem ou serviço.

33. Dizer, ainda que não se falasse em dano ao patrimônio público, a

improbidade administrativa estaria da mesma forma, configurada, já que o ato de licitação irregular atentou contra os princípios da administração pública – legalidade, moralidade e impessoalidade (artigo 37 da Constituição Federal).

34. A empresa I.D.ROSA & CIA. LTDA. – ME, CNPJ 06.112.971/0001-00, na pessoa de SUELLY DZIUBATE, cito a Rua N, nº. 239 – Dois Vizinhos – PR e a empresa AVELINO PEDRO KREFTA - ME OU JULIPLAST , CNPJ 02.042.872/0001-48, representada por AVELINO PEDRO KREFTA, Rua N, S/nº - Lote Um – quadra 20 – Dois Vizinhos-PR, deve ser responsabilizada pela prática do ato de improbidade administrativa (artigo 2º da Lei n.º 8.429/92).

Art. 3°. As disposições desta lei são aplicáveis, no que couber, àquele que, mesmo não sendo agente público, induza ou concorra para a prática do ato de improbidade ou dele se beneficie sob qualquer forma direta ou indireta.

Diante do exposto, requer ao Ministério Público do Estado do Paraná:

a. Sejam apurados todos os fatos aqui apontados e com os

respectivos documentos que o instruem, notificando-se

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responsáveis, oferecer manifestação por escrito, nos termos do artigo 17, § 7º, da Lei n.º 8.429/92;

b. Com ou sem a manifestação, seja procedida petição inicial, citando-se os requeridos para, querendo, ofertar contestação no prazo legal;

c. Seja o município de Pato Branco-PR cientificado da

presente manifestação para, caso queira, integrar o polo ativo da denuncia, conforme artigo 17, § 3º, da Lei 8.429/92;

d. Seja julgado procedente o pedido para, em decorrência do

ato de improbidade administrativa perpetrado (artigos 10, inciso VIII e 11 da Lei n.º 8.429/92), processar os requeridos nas penas previstas no artigo 12, inciso II, da Lei 8.429/92:

e. Ressarcimento integral do dano causado ao erário público,

no importe de R$ 736.055,00 (setecentos e trinta e seis mil e cinquenta e cinco reais) sem prejuízo dos valores a serem apurados com custos indiretos, em cessão de aluguel de caminhões, equipamentos, e pessoal próprio da prefeitura;

f. Perda da função pública que eventualmente estiverem

exercendo quando do trânsito em julgado da sentença;

g. Suspensão dos direitos políticos de 05 (cinco) a 08 (oito) anos;

h. Pagamento de multa civil de até 02 (duas) vezes o valor do

dano;

i. Proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de 05 (cinco) anos;

j. A produção de todos os meios de prova em direito

admitidas, notadamente a pericial, a testemunhal, o depoimento pessoal, a juntada de novos documentos e tudo mais que se fizer necessário à completa elucidação dos fatos articulados na presente inicial;

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VIGILANTES DA GESTÃO PÚBLICA CNPJ - 17.658.911/0001-03

Rua Pedro Ramires de Mello, 162, sala 201, Centro, CEP- 85.501-250 Fone (46) 3025-2955 - Pato Branco – PR.

k. Sejam condenados os requeridos ao pagamento das custas e despesas processuais.

N. Termos, P. Deferimento. Pato Branco, 24 de outubro de 2013.

Romulo Faggion

Presidente Vigilantes da Gestão Pública