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Uma análise entre a Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos e a Demonstração dos Fluxos de Caixa, por meio de um estudo para verificar qual destas demonstrações fornece informações de maior qualidade para o auxilio na tomada de decisões na área financeira RESUMO O presente artigo tem como objetivo fazer uma análise bibliográfica sobre as principais características das demonstrações em estudo, sendo elas: Demonstração das Origens e Aplicações dos Recursos (DOAR) e Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC), verificando quais as vantagens e desvantagens da utilização das mesmas, e avaliando qual delas traz maiores benefícios para os gestores administrativos no auxílio da tomada decisões. Concluindo- se que as demonstrações servem como ferramenta de gestão. Assim podendo-se ter o entendimento que a utilização em conjunto desses demonstrativos seria importante as empresas, visto que haveria um aproveitamento dos pontos positivos das duas demonstrações, sempre levando em consideração as intenções e necessidades do usuário. Palavras–chave: Demonstração dos Fluxos de Caixa; Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos; Gestão financeira ABSTRACT The present article has as objective to make one it analyzes bibliographical on the main characteristics of the demonstrations in study, being they: Demonstration of the Origins and Applications of the Resources and Cash Flow Statement, verifying which the advantages and disadvantages of the use of the same ones, and evaluating which of them brings greaters benefits for the administrative managers in

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Uma análise entre a Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos e a

Demonstração dos Fluxos de Caixa, por meio de um estudo para verificar qual

destas demonstrações fornece informações de maior qualidade para o auxilio na

tomada de decisões na área financeira

RESUMO

O presente artigo tem como objetivo fazer uma análise bibliográfica sobre as principais características das demonstrações em estudo, sendo elas: Demonstração das Origens e Aplicações dos Recursos (DOAR) e Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC), verificando quais as vantagens e desvantagens da utilização das mesmas, e avaliando qual delas traz maiores benefícios para os gestores administrativos no auxílio da tomada decisões. Concluindo-se que as demonstrações servem como ferramenta de gestão. Assim podendo-se ter o entendimento que a utilização em conjunto desses demonstrativos seria importante as empresas, visto que haveria um aproveitamento dos pontos positivos das duas demonstrações, sempre levando em consideração as intenções e necessidades do usuário.

Palavras–chave: Demonstração dos Fluxos de Caixa; Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos; Gestão financeira

ABSTRACT

The present article has as objective to make one it analyzes bibliographical on the main characteristics of the demonstrations in study, being they: Demonstration of the Origins and Applications of the Resources and Cash Flow Statement, verifying which the advantages and disadvantages of the use of the same ones, and evaluating which of them brings greaters benefits for the administrative managers in the aid of the taking decisions. Concluding that the demonstrations serve as management tool. Thus being able itself to have the agreement that the use in set of these demonstratives would be important the companies, since it would have an exploitation of the positive points of the two demonstrations, always taking in consideration the intentions and necessities of the user.

Word-keys: Cash Flow Statement; Demonstration of the Origins and Applications of Resources; Financial management

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INTRODUÇÃO

A análise das Demonstrações Contábeis pode ser utilizada como um instrumento

auxiliar na tomada de decisões na área financeira. O profissional da Contabilidade é o

responsável em fornecer as informações necessárias a esta análise.

A lei nº 11.638/07, que altera a lei nº 6.404/76 determinou a substituição da

Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos (DOAR) pela Demonstração dos

Fluxos de Caixa (DFC), seguindo as tendências dos países desenvolvidos, como os

Estados Unidos e Canadá entre outros. A princípio, a DFC apresenta uma linguagem

comum e de fácil compreensão aos usuários, enquanto a DOAR, em geral, é de difícil

compreensão, devido a linguagem técnica como é apresentada.

O objetivo desse estudo é realizar uma análise, por meio do confronto da

Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos e a Demonstração do Fluxo de

Caixa, sob o aspecto do auxílio a tomada de decisões na área financeira.

Objetivos Específicos:

a) Analisar as vantagens e desvantagens da DOAR e DFC;

b) Verificar entre as duas demonstrações, qual apresenta informações de mais

qualidade para a tomada de decisões;

Em virtude do atual contexto econômico colocado em debate pela sociedade

empresarial, se verifica a necessidade de um estudo mais aprofundado quanto a

substituição da DOAR pela DFC, analisando os benefícios tanto para gestores quanto

para os investidores e/ou financiadores trazidos pela possível substituição. Verificando

ainda a viabilidade da utilização das duas demonstrações de forma a complementar as

informações, facilitando assim o entendimento para todos os interessados.

2 METODOLOGIA

O presente artigo, quanto aos procedimentos aplicados, foi elaborado na forma

de uma Pesquisa Bibliográfica, que segundo Gil (2002) é realizada por meio de material

já elaborado, tendo como sua maior vantagem uma cobertura mais ampla do que aquela

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que se faz por meio de pesquisa de dados, uma vez que permite ao investigador a

oportunidade de estudar o que vários autores pensam e relatam sobre um mesmo

assunto. Pode-se dizer que uma das desvantagens desse tipo de pesquisa é a bibliografia

encontrada, pois muitas vezes são encontrados materiais que foram coletados ou

processados de uma forma equivocada, podendo dessa maneira comprometer o estudo.

Esse cuidado o pesquisador tem que ter para não prejudicar o trabalho.

Segundo Gil (2002, p.59):

A pesquisa bibliográfica pode, portanto, ser entendida como um processo que envolve as etapas:a) escolha do tema;b) levantamento bibliográfico preliminar;c) formulação do problema;d) elaboração do plano provisório de assunto;e) busca das fontes;f) leitura do material;g) fichamento;h) organização lógica do assunto; ei) redação do texto.

Quanto aos seus objetivos é chamada de pesquisa descritiva, segundo Beuren

(2004) é um estudo intermediário entre a pesquisa exploratória e a explicativa. A

pesquisa descritiva é muito usada para tratar os temas da contabilidade, vários autores a

utilizam, pois auxilia a esclarecer determinadas características que se referem a esta

ciência.

A abordagem do problema é tratada de forma qualitativa, pois por meio dessa

pode-se ter análise mais profunda em relação ao objeto em estudo.

O presente artigo procura tratar todos os pontos supracitados para que o trabalho

seja realizado com a maior qualidade, e que possa ser de utilidade para a classe contábil

na compreensão do tema abordado. Tendo, esta pesquisa limitações, em função da

quantidade de autores que tratam de forma específica a relação DOAR e DFC, e o

período de tempo, pois procurou-se destacar os estudos, realizados a partir da proposta

de projeto de lei (final da década de 90) que traz alterações na Lei nº 6.404, em especial

na substituição da DOAR pela DFC.

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3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

3.1 Regime de Caixa e Regime de Competência:

Desde os primeiros estudos, por meio das aulas iniciais e as experiências

profissionais, existe uma tendência que leva o estudante de contabilidade a “pré-

conceituar” o regime de competência, o que traz dificuldade para o profissional aceitar à

possibilidade da elaboração e análise de demonstrações que utilizam o regime de caixa.

Hoji (2004, p.28) diz que: “a contabilidade adota o regime de competência para

apurar o resultado econômico e medir a rentabilidade das operações. Basicamente, por

este regime, as receitas são reconhecidas no momento da venda, e as despesas, quando

incorridas.”

Em relação ao regime de caixa, pode-se dizer que é um instrumento de

significativa valia à administração financeira, pois auxilia no planejamento e controle

das necessidades e sobras de caixa, apurando o resultado financeiro (HOJI, 2004).

Campos Filho (1999) traça um paralelo quanto as principais diferenças entre o

regime de caixa e competência como segue:

O regime de competência é caracterizado com a entrega da mercadoria (venda),

momento no qual se reconhece a receita; da mesma forma ocorre no reconhecimento da

despesa, no ato em que é incorrida, independente de ter sido paga. No regime de caixa o

reconhecimento é feito seguindo as datas de recebimento e ou pagamento.

Diante das características diferenciadas dos regimes de caixa e competência

evidencia-se que cada um apresenta atributos que servem para determinadas situações,

necessidades ou pessoas.

O controller tem consciência da importância do regime de caixa e por sua vez, o

tesoureiro compreende a relevância do regime de competência, pois esses dois conceitos

não são conflitantes, na realidade, são interdependentes e complementam-se (HOJI,

2004).

Foi verificado que as demonstrações em evidência utilizam regimes diferentes

para seus estudos e suas análises, como serão evidenciadas a seguir.

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3.2 Demonstrações Contábeis:

O presente tópico tem como objetivo aprofundar o estudo sobre duas das

demonstrações contábeis, a DOAR e a DFC, evidenciando suas características e

comparando-as como ferramentas de auxilio na tomada de decisões.

Para Reis (2003), a análise das demonstrações financeiras abrange dois aspectos:

estático e dinâmico.

O aspecto estático busca demonstrar como a empresa apresenta-se no exato

momento sem buscar informações passadas e futuras, já o aspecto dinâmico preocupa-se

com o andamento da empresa, avaliando os resultados do presente com os do passado,

podendo até mesmo projetar um futuro.

Reis (2003, p.43) comenta ainda que: “De modo geral, podemos dizer que o

objetivo básico das demonstrações financeiras – demonstrativos contábeis – é o de

fornecer informações para correta avaliação dos resultados operacionais.”

Os demonstrativos contábeis segundo Padoveze (2000, p.65) “...deverão valer-se

em primeira mão das informações fundamentais para integração com os relatórios

futuros.”

São cinco as demonstrações contábeis normatizadas pelo Conselho Federal de

Contabilidade (CFC) que estão em vigor hoje no Brasil, conforme definido pela

Resolução CFC nº 686/1990, dentre essas o Balanço Patrimonial, a Demonstração do

Resultado do Exercício (DRE), a Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados

(DLPA) ou Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL) e, a

Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos (DOAR).

3.3 Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos (DOAR):

A DOAR mostra a variação do Ativo Circulante Líquido (ACL), de um

exercício para o outro, as entradas e saídas de recursos que afetam o Ativo Circulante

(AC) bem como o Passivo circulante (PC), demonstrando assim a variação do Capital

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Circulante Líquido (CCL) ou Capital de Giro levando em consideração o regime de

competência.

No Ativo Circulante encontram-se os recursos financeiros disponíveis

(Disponibilidades), os direitos a receber de terceiros (Créditos), os estoques, bem como

as despesas que a empresa venha pagar antecipadamente, e no Passivo Circulante “são

as obrigações conhecidas e os encargos estimados da empresa cuja liquidação se espera

que ocorra dentro do exercício social seguinte, ou de acordo com o ciclo operacional, da

empresa se este for superior a esse prazo” (CRCRS, 2002, p.19).

O exercício social corresponde ao período de tempo, normalmente de um ano e

habitualmente coincide com o ano civil, durante o qual se processam as atividades

normais da empresa.

CCL = AC - PC

A DOAR auxilia ao administrador analisar as origens e aplicações históricas de

recursos da empresa. A maior vantagem está na verificação das origens e aplicações.

3.3.1 Origens e Aplicações de Recursos:

No contexto da DOAR encontra-se três tipos distintos de origens, sendo a

primeira derivada das próprias operações da empresa, ou seja, das receitas menos as

despesas, que vem a ser o lucro líquido o qual será acrescido ou reduzido de ajustes, já a

segunda é proveniente do ingresso de capital integralizado pelos acionistas no exercício

e como terceira e ultima tem-se as origens de terceiros que são representadas por

empréstimos pagáveis a longo prazo ou pela venda de bens do ativo Imobilizado.

Segundo Iudícibus, Martins e Gelbcke (2003, p.384):

As aplicações de recursos são representadas pelas diminuições do Capital Circulante Liquido, as mais comuns são:a) Inversões permanentes derivadas de:- Aquisição de bens do Ativo Imobilizado.- Aquisição de novos Investimentos permanentes em outras sociedades.- Aplicação de recursos no Ativo Diferido.b) Pagamentos de empréstimos a longo prazo, pois, assim como a obtenção de um novo financiamento

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representa uma origem, sua liquidação significa uma aplicação.Na verdade, como o conceito de Recursos é o de Capital Circulante Liquido, a mera transferência de um saldo de empréstimo do Exigível a Longo Prazo para o Passivo Circulante, por vencer no exercício seguinte, representa uma aplicação de recursos, pois reduziu o Capital Circulante Liquido.c) Remuneração de acionistas, derivada dos dividendos declarados.

Em relação aos itens supracitados pode ocorrer que no mesmo momento uma

transação possa representar uma origem e uma aplicação, por exemplo: a compra um

imóvel, financiado a longo prazo, pois o imóvel é um bem pertencente ao Ativo

Permanente (Aplicação), e a aquisição do empréstimo a longo prazo caracteriza-se por

uma origem.

3.3.2 Modelo Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos.

Quadro 1 - Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos

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1 – ORIGENS DE RECURSOSLucro Líquido Do Exercício(+) Depreciação, Amortização e Exaustão(+/-) Variações nos Resultados de Exercícios FuturosResultado de Equivalência PatrimonialRealização do Capital SocialContribuições para Reservas de CapitalAumento do Passivo Exigível a Longo PrazoRedução do Ativo Realizável a Longo PrazoAlienação de Investimentos e Direitos do Ativo Permanente2 – APLICAÇÕES DE RECURSOSPrejuízo do ExercícioDividendos DistribuídosAumento de Bens e Direitos do Ativo PermanenteAumento do Ativo Realizável a Longo PrazoRedução do Passivo Exigível a Longo Prazo3 – AUMENTO OU REDUÇÃO DO CAPITAL CIRCULANTE LÍQUIDO4 – VARIAÇÕES DO CAPITAL CIRCULANTE LÍQUIDOATIVO CICULANTEInício do Exercício – Final do Exercício = VariaçãoPASSIVO CIRCULANTEInício do Exercício – Final do Exercício = VariaçãoAUMENTO OU REDUÇÃO DO CAPITAL CIRCULANTE LÍQUIDO = Variação

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Fonte: CONSELHO REGIONAL DE CONTABILIDADE DO RIO GRANDE DO SUL. Demonstrações Contábeis – Aspectos Práticos e conceitos técnicos. Porto Alegre, 2002, p.34.

3.4 Demonstração dos Fluxos de Caixa

A demonstração dos fluxos de caixa tem como objetivo evidenciar as alterações

dos saldos de caixa ocorridas dentro exercício, distribuindo-as em três grupos distintos

que são: fluxo das operações, dos financiamentos e dos investimentos. Redação dada

pelo Anteprojeto de Reformulação da Lei nº 6.404/76, art. 188.

O aumento considerável da complexidade das atividades que envolvem as

operações das empresas acaba por acarretar em grandes desigualdades entre os períodos

de apresentação das receitas e despesas, e seus efetivos recebimentos e pagamentos em

caixa, o que pode ocasionar um aumento nas variações do fluxo de caixa, para tentar

equilibrar estas desigualdades surge então à necessidade da elaboração do

Demonstrativo dos Fluxos de Caixa.

Para Johnston e Zipprich (1992), a informação incluída no DFC de uma empresa

ajuda a determinar a sua: habilidade de gerar os fluxos de caixa futuros; capacidade

pagar as obrigações financeiras; condição de sucesso em investimentos estratégicos; e

eficácia na estratégia de financiamento.

Segundo Drucker apud Campos Filho (1999), faz-se necessária a elaboração do

demonstrativo dos fluxos de caixa devido às variações inflacionárias e estruturais da

economia, pois os fatores externos refletem com maior velocidade no fluxo de caixa do

que propriamente no lucro contábil.

Apesar da Demonstração dos Fluxos de Caixa se apresentar como um

instrumento de grande valia no auxilio da administração financeira ela passou a ser

exigida oficialmente pela lei nº 11.638/07 que alterou a lei nº 6.404/76, apenas a partir

do ano de 2008.

A DFC, de acordo com Iudícibus, Martins & Gelbcke (2003), segue basicamente

a seguinte estrutura:

Disponibilidades

Atividades Operacionais

Atividades de Investimentos

Atividades de Financiamentos

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3.4.1 Disponibilidades

Nesse grupo encontra-se os valores em dinheiro, em bancos e aplicações (como

em CDBs, cadernetas de poupança), será considerado como disponibilidade todas as

aplicações com resgate até 3 meses, acima desse prazo será classificado no grupo

investimentos.

“Na movimentação de recursos financeiros incluem-se não somente saldos de

moeda em caixa ou depósitos em conta bancária, mas, também, outros tipos de contas

que possuem as mesmas características de liquidez e de disponibilidade imediata”.

(IUDÍCIBUS E MARION, 1999, p.223).

3.4.2 Atividade Operacional:

O valor total de fluxo de caixa gerado pela atividade operacional da empresa,

pode representar um coeficiente de grande valia mostrando que as operações estão

sendo rentáveis, de modo que a mesma indica condições suficientes de fluxo de caixa

para saldar seus empréstimos, mantendo sua atividade, conseguindo até mesmo

financiar seus próprios investimentos e pagar seus dividendos. (IBRACON, 1998).

Segundo Campos Filho (1999), em virtude da atividade da empresa, no decorrer

do ciclo de operação ocorre a movimentação de caixa, que é dada tanto por

recebimentos como por pagamentos, como exemplo pode-se citar:

Valores recebidos provenientes da Operação;

Adiantamentos de clientes

Recebimentos de clientes tanto por vendas a vista como por vendas a

prazo

Juros recebidos por empréstimos concedidos pela empresa

Dividendos que a empresa tenha recebido por participações

Recebimentos de clientes tanto por vendas a vista como por vendas a

prazo

Outras fontes de recebimentos

Valores pagos em virtude das Operações;

Pagamento de fornecedores de matérias–primas, insumos e mercadorias

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Adiantamentos pagos a fornecedores

Pagamento de salários a funcionários e encargos sobre a folha

Pagamentos de utilidades necessárias e serviços

Pagamento de impostos - tributos

Pagamento de encargos financeiros

Outros pagamentos

3.4.3 Atividades de Investimento:

Para Alves e Marques (2006, p.20), “as atividades de investimento representam

a segunda seção da DFC e envolvem transações que alteram a estrutura de investimento

da empresa e que afetam o caixa, independentemente do prazo de realização”.

Normalmente provocam a diminuição do nível de caixa.

Exemplos de investimentos segundo Campos Filho (1999):

Aplicações com prazo superior a três meses

Empréstimos que a empresa tenha concedido

Participações da empresa em coligadas e controladas

Compra de terrenos e investimentos em construções civis, como em bens e

imóveis.

3.4.4 Atividades de Financiamento:

Segundo descrito por Alves e Marques (2006, p.20) “... estão vinculadas à

estrutura de capital da empresa e envolvem as modificações no passivo exigível e no

patrimônio líquido, que afetaram o caixa no período, excetuando-se as relacionadas às

operações”.

Em um primeiro momento ocorrerá um aumento no caixa devido ao ingresso de

valores, porém posteriormente a longo do prazo, com a devolução do valor emprestado

acarretará em diminuição do caixa.

Exemplos:

Dividendos pagos

Aquisição de empréstimos

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Financiamento.

3.4.5 Modelo de Demonstração do Fluxo de Caixa

De acordo com a NIC 7 existem dois modelos de DFC, que podem ser

utilizados, são eles pelo método Direto ou Indireto, conforme pode-se observar os

modelos abaixo demonstrados:

FLUXO DE CAIXA - MÉTODO DIRETOEntradas e saídas de caixa e equivalentes de caixaFluxo de caixa das atividades operacionais:Venda de mercadorias e serviços (+)Pagamento de fornecedores (-)Salários e encargos sociais dos empregados (-)Dividendos recebidos (+)Impostos e outras despesas legais (-)Recebimento de seguros (+)Caixa líquido das atividades operacionais (+/-)Fluxo de caixa das atividades de investimento:Venda de imobilizado (+)Aquisição de imobilizado (-)Aquisição de outras empresas (-)Caixa líquido das atividades de investimento (+/-)Fluxo de caixa das atividades de financiamento:Empréstimos líquidos tomados (+)Pagamento de leasing (-)Emissão de ações (+)Caixa líquido das atividades de financiamento (+/-)Aumento/diminuição líquido de caixa e equivalente de caixaCaixa e equivalentes de caixa - início do anoCaixa a equivalentes de caixa - final do anoQuando 2 – Demonstração dos Fluxos de Caixa pelo método diretoFonte: TELES, Egberto Lucena. A demonstração do fluxo de caixa como forma de enriquecimento das demonstrações contábeis exigidas por lei. Revista Brasileira de Contabilidade - Brasília, v.26, n.105, p.64-71, jul./1997.

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FLUXO DE CAIXA - MÉTODO INDIRETOEntradas e saídas de caixa e equivalentes de caixaFluxo de caixa das atividades operacionais:Lucro líquidoDepreciação e amortização (+)Provisão para devedores duvidosos (+)Aumento/diminuição em fornecedores (+/-)Aumento/diminuição em contas a pagar (+/-)Aumento/diminuição em contas a receber (+/-)Aumento/diminuição em estoques (+/-)Caixa líquido das atividades operacionais (+/-)Fluxo de caixa das atividades de investimento:Venda de imobilizado (+)Aquisição de imobilizado (-)Aquisição de outras empresas (-)Caixa líquido das atividades de investimento (+/-)Fluxo de caixa das atividades de financiamento:Empréstimos líquidos tomados (+)Pagamento de leasing (-)Emissão de ações (+)Caixa líquido das atividades de financiamento (+/-)Aumento / diminuição líquido de caixa e equivalente de caixaCaixa e equivalentes de caixa - início do anoCaixa a equivalentes de caixa - final do anoQuando 3 – Demonstração dos Fluxos de Caixa pelo método diretoFonte: TELES, Egberto Lucena. A demonstração do fluxo de caixa como forma de enriquecimento das demonstrações contábeis exigidas por lei. Revista Brasileira de Contabilidade - Brasília, v.26, n.105, p.64-71, jul./1997.

Segundo Negakis (2006), as empresas são incentivadas demonstrar o fluxo de

caixa das atividades operacionais usando o método direto. Mas, se o método indireto for

usado, a empresa deverá ajustar o resultado líquido do exercício com todos os fluxos de

caixa das atividades operacionais.

Segundo Marion apud Alves e Marques (2006, p.20) “o Método direto chamado

por Marion de “Fluxo de Caixa no Sentido Restrito” ou “Verdadeiro fluxo de caixa”,

mostra todas as entradas e saídas de caixa que efetivamente provocaram a variação das

disponibilidades no período.”

Campos Filho (1999, p.41) comenta que é recomendado às empresas “relatar os

fluxos de caixa das atividades operacionais diretamente, mostrando as principais classes

de recebimentos e pagamentos operacionais (método direto)”

4 Confrontações entre DOAR e DFC.

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Esse capítulo tem como objetivo evidenciar as características específicas da

DOAR e da DFC, visando ressaltar os prós e contras, da utilização dessas

demonstrações como ferramentas de gestão na administração.

4.1 Vantagens e Desvantagens

A DOAR, como a grande maioria das demonstrações contábeis é elaborada com

base no regime de competência, uma exigência legal, de fácil compreensão para os

profissionais da contabilidade, em contrapartida torna-se complicada para profissionais

de outras áreas que necessitam das informações contábeis. Esse demonstrativo, ainda

assim é de muita utilidade no auxílio da tomada de decisões, pois fornece informações

complementares à Demonstração do Resultado do Exercício e ao Balanço Patrimonial,

uma vez que demonstra as alterações dos fluxos de recursos.

Pode-se citar algumas vantagens da DOAR, de acordo com Silva, Santos e

Ogawa (1993):

Fornece informações que não são apresentadas nas demais demonstrações

contábeis obrigatórias por lei, mas essa, deve ser elaborada pelo mesmo

profissional que elabora as demais, pois só ele conhece detalhes que estão

intrinsecamente relatados na contabilidade da empresa;

Auxilia para uma melhor compreensão dos investimentos e financiamentos;

Mostra a compatibilidade entre a posição financeira e a distribuição de lucros;

Torna-se mais abrangente que o fluxo de caixa, pois representa as mutações

financeiras;

Em relação aos itens de longo prazo tem uma considerável capacidade analítica.

Como desvantagens citam:

Não há uma conceituação em relação à utilização do caixa e dos equivalentes de

caixa, o que corresponde a todo o ativo circulante;

Na estrutura apresentada pela Lei 6.404/76, apresenta alguns problemas como:

Há ineficiência em relação a alguns setores, como instituições financeiras,

mesmo sendo possível adaptá-la;

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A capacidade analítica dessa demonstração pode apresentar distorções

devido a não conceituação do que é equivalente de caixa;

Não é uma demonstração que apresenta apenas ativos financeiros

O resultado é afetado pelo método de avaliação de ativos não monetários;

Demonstra a variação do capital circulante líquido de forma residual;

É uma demonstração de difícil compreensão para muitos usuários.

Quando a Lei 6.404/76 entrou em vigor no Brasil, obrigando a elaboração da

DOAR, já havia estudos em outros países que relatavam a sua ineficiência em relação à

transmissão de informações aos seus usuários externos, em conseqüência disso,

iniciaram os estudos em torno de uma demonstração que pudesse substituir a DOAR

mas que ao mesmo tempo fornecesse informações semelhantes e de maior entendimento

para os interessados.

O Canadá foi o primeiro país que substituiu a DOAR pela DFC, em setembro de

1985, seguindo o seu exemplo, foi desencadeada uma tendência mundial, e que se

efetivou no Brasil em meados do ano de 1999, por meio do Projeto de Lei nº 3741, que

previa essa substituição.

Verifica-se a seguir vantagens e desvantagens da DFC.

Para Braga e Marques (1996), são vantagens:

Não corre o risco de rateios equivocados, que poderia comprometer aos seus

resultados;

Atrai a atenção do leitor ao objetivo do dinheiro, que é considerado a medida

apropriada para mensurar a empresa em continuidade;

Viabiliza uma visão do futuro da empresa;

Transmite uma maior confiabilidade para os investidores, uma vez que

demonstra os valores de ações por preço por ação/fluxo de caixa descontado por

ação.

Mostra as condições de pagamentos de investimentos, e da política financeira da

empresa;

Demonstra uma avaliação quanto à qualidade da gerência financeira.

Desvantagens da DFC segundo Silva, Santos e Ogawa (1993)

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Não se tem uma determinação comum quanto a qual fluxo utilizar, pode constar

caixa e bancos, como se podem incluir outras variáveis como títulos a curto

prazo;

Relativo a quantidade de informações conclui-se que a DFC, traz um número

reduzido se comparado a DOAR;

Não apresenta a capacidade de eliminar totalmente a inflação;

O fluxo de caixa tem como característica o fator de ser vulnerável a

manipulações,

O fluxo de caixa direto é o mais indicado, porém existe uma forte tendência à

utilização do fluxo de caixa indireto;

A DFC pode ser elaborada de duas formas como já mencionado anteriormente,

método Direto ou pelo método indireto, existem vantagens e desvantagens quanto a sua

elaboração como segue:

Segundo Campos Filho (1999) a elaboração pelo Método indireto, é de baixo

custo, pois é possível executá-la com apenas dois balanços, uma DRE e poucas

informações da contabilidade, além disso, concilia o lucro contábil com o fluxo de caixa

operacional líquido, evidenciando como se compôs a diferença. Porém quando

necessário demonstrar as informações pelo regime de caixa, há perda de tempo na

conversão do regime de competência para o de caixa, e ainda se isso for feito

esporadicamente corre-se o risco de ter-se surpresas desfavoráveis e em tempo tardio.

Campos Filho (1999) descreve ainda, que a DFC pelo método Direto, é

vantajosa por criar um quadro que favorece a classificação das entradas e saídas de

numerário seguindo aspectos técnicos e não fiscais; para fins gerencias, torna-se

favorável pois auxilia na formação cultural para a elaboração por meio do regime de

caixa; e ainda pode se contar com a agilidade das informações por caixa.

Da mesma forma que a DFC pelo Método Indireto possui algumas desvantagens

como, um maior custo para a classificação dos recebimentos e pagamentos, pode-se

dizer que essa demonstração pelo método direto expõe a empresa acentuadamente, o

que pode vir a ser prejudicial.

Marion (2007, p.431) chama método indireto aquele mostra as entradas e saídas de

caixa com menos detalhamento do que o método direto, sendo mais semelhante a estrutura da

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Demonstração de Origens e Aplicação de Recursos (DOAR), assim possuindo maior capacidade

de evidenciar variações nos prazos de pagamentos e recebimentos, sendo, até o presente estudo,

o método escolhido pela maioria das empresas.

Em relação a DOAR, Martins (1999, p.9), diz que:

O potencial informativo da Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos no conceito de capital circulante líquido é também, em nossa opinião, superior ao do Fluxo de Caixa para as empresas comerciais e industriais. Todavia, por lidar aquela Demonstração com conceito abstrato de folga financeira, provoca dificuldades na maior parte dos usuários. Dai justificar-se sua substituição pelo Fluxo de Caixa. Este tem utilidades efetivas, mas para quem conhece Regime de Competências, essas utilidades são complementares as das Demonstrações Contábeis.

Para Braga e Marques (1996), em relação à DFC, quanto a sua elaboração e

apresentação, relatam que pode haver incoerências, em função de que em algumas

informações transmitidas por essa, principalmente as que apontam para uma suposta

violação aos Princípios Fundamentais de Contabilidade. Porém poucas evidências

conclusivas existem a esse respeito.

Lustosa (1997) escreve que é importante ter cuidado no momento em que se

discute uma possível substituição da DOAR pela DFC, apenas seguindo uma tendência

mundial, é necessário ter estudos que rejeitem e aprovem essa mudança, ou seja,

analisem, pois existe a possibilidade da utilização das duas demonstrações como ocorre

na França.

A DOAR e a DFC não são concorrentes, nas informações transmitidas para seus

usuários, Martins (1999, p.7), comenta que “...as Demonstrações Contábeis e o Fluxo de

Caixa se interligam, e intimamente como afirmamos, mas não se excluem, já que ambos

possuem seus próprios e específicos méritos.”

Silva, Santos e Ogawa (1993), falam que a principal diferença entre as duas

demonstrações em estudo, refere-se ao fato de quando se elabora a DOAR segue-se o

conceito de capital circulante líquido, e o do regime de competência, evidenciando,

portanto, a disponibilidade de médio prazo e por outro lado ao elaborar a DFC deve-se

utilizar o conceito de disponibilidade imediata, dentro do regime de caixa

(recebimentos/pagamentos) puro.

De uma forma mais objetiva, as vantagens e desvantagens entre DFC e DOAR,

podem ser analisadas no contexto de uma aplicação prática, por meio de um

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levantamento, buscando a opinião do usuário, assim conforme descrito por Quintana

(2004), em pesquisa realizada com 60 empresas classificadas como Sociedades

Anônimas de Capital Aberto, foi possível constatar, em questão direcionada a verificar

se as empresas consideravam importante a obrigatoriedade na elaboração e publicação

da DFC, por meio de sua justificativa à resposta, algumas vantagens e desvantagens

vistas pelos usuários dos demonstrativos.

Assim, conforme Quintana (2004), as respostas a favor da obrigatoriedade na

elaboração e publicação da DFC, ressaltando a utilidade do demonstrativo como

instrumento de transparência da empresa e, por conseqüência, como ferramenta para

análise por parte do público externo, além de ser considerada fácil de entendimento,

como exposto em algumas respostas descritas a seguir:

“Por ser um modelo simples e preciso para análise econômica da empresa.”

“Por refletir a saúde financeira da companhia e ser de fácil entendimento.”

“Possibilita uma leitura fácil e rápida para os que não possuem formação na área contábil, mas, no entanto possuem algum tipo de interesse nas informações.”

Por outro lado, segundo Quintana (2004) as empresas que são contrárias a

obrigatoriedade da publicação da DFC, apontam algumas desvantagens, como por

exemplo, consideram as informações relativas ao caixa de interesse exclusivo dos

departamentos internos da empresa, além de entenderem que o exposto na DFC, pode

ser visto por meio de outros demonstrativos, principalmente a DOAR, como exposto

nesta resposta:

“Cabe salientar que para um bom analista o DOAR – já de obrigatória divulgação – apresenta a movimentação do fluxo de caixa das companhias, embora com um nível de detalhamento menor.”

A constatação de tudo que está supracitado, em relação a DOAR e a DFC,

auxilia no aperfeiçoamento dos estudos dessas demonstrações, para dar o suporte

necessário aos interessados, fazendo que desse modo a transmissão das informações

chegue a estes, de forma clara, objetiva, porém completa, e que expressem com precisão

os dados das empresas, para que não as prejudique no momento da tomada de decisões.

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5 Conclusão

Após o estudo realizado que propôs a confrontação das duas demonstrações,

DOAR e DFC pode-se verificar suas vantagens e desvantagens, e constata-se algumas

evidencias que tornam essas demonstrações importantes para os empresários. Cada uma

demonstra as informações com particularidades específicas, sendo que a primeira vale-

se do regime de competência a qual segue o padrão das demais demonstrações

contábeis, e a segunda segue o regime de caixa.

As duas demonstrações são importantes para as empresas, pois a DOAR contém

informações de todo o ativo e passivo circulantes, o que possibilita a verificação do

aumento ou redução do Capital circulante liquido da empresa por meio das origens

(ingresso) e aplicações (saída), e a DFC pelo método direto relata as entradas efetivas de

dinheiro e seus equivalentes de caixa, após expõe onde foram aplicados os recursos.

Dessa forma as duas demonstrações não devem ser excludentes e sim complementares,

pois auxiliarão aos gestores na averiguação das informações ali contidas tendo muitos

subsídios que refletirão no momento de decisão.

Sabe-se que o objetivo das demonstrações contábeis é espelhar com clareza a

situação da empresa para sócios, gestores, investidores, financiadores, e quem mais

possa a vir a se interessar pela posição econômico-financeira.

Se utilizar apenas a DOAR como acontece nos dias atuais, perde-se a clareza das

informações, pois essa demonstração apresenta informações importantes, como a

variação do capital circulante líquido, porém de forma técnica, e com isso na maioria

das vezes, apenas os profissionais da área contábil a compreendem.

Já a utilização da DFC como prevê a lei nº 11.638/07, isolada não é suficiente

para transmitir as devidas informações aos interessados, pois pode apresentar distorções

em função de utilizar o regime de caixa, demonstrando as condições de fluxo financeiro

imediato, mas perdendo em relação ao conjunto de informações fornecidas pela DOAR.

Por fim, verifica-se que a qualidade na informação para tomada de decisão é

obtida em função do foco que gestor percebe quando analisa as demonstrações, assim

tanto a DFC, como a DOAR apresentam vantagens e servem como ferramenta de

gestão. Desta forma, pode-se concluir que a utilização em conjunto desses

demonstrativos constitui-se em um importante instrumento para ser usado no processo

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de gestão, visto que haverá um aproveitamento dos pontos positivos das duas

demonstrações, sempre levando em consideração as intenções e necessidades do

usuário.

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