democracia, participação social e saúde

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Democracia, Participação Social e Representação no âmbito dos Conselhos de Saúde Aula baseada no curso (DCS/ENSP/FIOCRUZ) Regina Maria Faria Gomes Junho/2013

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Health & Medicine


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Construir reflexões sobre determinadas relações entre democracia, participação e representação no âmbito dos conselhos de saúde, mobilizando-os a transformá-las em prática quotidiana de seu conselho e de sua atuação como conselheiro.

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Page 1: Democracia, participação social e saúde

Democracia, Participação Social e Representação no âmbito dos

Conselhos de Saúde

Aula baseada no curso

(DCS/ENSP/FIOCRUZ)

Regina Maria Faria GomesJunho/2013

Page 2: Democracia, participação social e saúde

Construindo um novo caminho

É do novo que se faz o presente: não há por que esperar, os nossos

sonhos precisam ser vividos agora.

Amanhã eles serão outros. Queremos viver hoje a nossa

utopia...”

Roberto Freire

Page 3: Democracia, participação social e saúde

Olá, vamos junto com você realizar uma jornada para Construir

reflexões sobre determinadas relações entre democracia,

participação e representação no âmbito dos conselhos de saúde,

mobilizando-os a transformá-las em prática quotidiana de seu

conselho e de sua atuação como conselheiro.

Bom estudo!

objeyiobjetivosvoOBJETIVOS

Page 4: Democracia, participação social e saúde

Esperamos que ao final: Você Promova Debates com os

conselheiros relações primordiais entre democracia, participação e representação;

Você Mobilize os conselheiros a produzirem um reunião com as entidades que eles representam no conselhos de saúde a fim de com elas discutir os assuntos que devem ser debatidos na próxima reunião do conselho;

Page 5: Democracia, participação social e saúde

1- Conceituando Democracia, Participação e Representação

Page 6: Democracia, participação social e saúde

Para que se compreenda melhor necessita-se incorporar ao termo democracia alguns adjetivos: representativa,participativa, deliberativa, direta, substantiva, formalista, elitista, pluralista e etc.

DemocraciaNa sociedade contemporânea, poucas ideias políticas são tão amplamente aceitas quanto a de democracia.

Embora positiva esta situação reflete e alimenta os vários sentidos e práticas que estruturam as diferentes concepções democráticas

Prossiga

Page 7: Democracia, participação social e saúde

Cada uma dessas concepções procura

definir :

1- quem toma as decisões que

interferem nos rumos da sociedade;

2- que decisões podem tomar; e

3- como funciona o processo decisório.

Por conseguinte, a abrangência e os limites

das respostas a tais questões constituem-se

nas principais divergências das diferentes

propostas democráticas.

Page 8: Democracia, participação social e saúde

Isso não inviabiliza o conceito, pelo

contrário: aponta para as pessoas

que há

cada vez mais necessidade de sua

participação nos processos decisórios

da política pública, pois só assim será

possível produzir o Estado responsivo

que enseja uma efetiva democracia.

Page 9: Democracia, participação social e saúde

É por conta disto que Boaventura de Souza Santos e

Leonardo Avritzer consideram que a democratização passa

necessariamente por uma articulação mais profunda entre

democracia representativa (que envolve as

tradicionais instituições das eleições livres, do voto

universal e secreto, da representação partidária, dos três

poderes republicanos e etc.) e a democracia participativa (que demanda o

reconhecimento pelos governos de que a participação

social, as formas públicas de monitoramento dos

governos e os processos de deliberação pública podem

substituir parte do processo de representação, numa

nova institucionalidade política que recoloca na pauta

democrática as questões da pluralidade cultural e da

necessidade da inclusão social).

Page 10: Democracia, participação social e saúde

Esses autores articulam, portanto, os conceitos/práticas democracia-participação representação, reconhecendo a multiplicidade de conceitos que envolve cada um.

http://www.dhnet.org.br/direitos/militantes/rubenspinto/rubens_democracia_representativa_participativa.pdf

LEIA E REFLITA:

Quer Saber

Mais Leia

Page 11: Democracia, participação social e saúde

Em nosso atuação, que trabalha

com tal articulação, o ponto de

partida adotado é o de que as

relações que ocorrem no âmbito

da participação e da

representação fazem parte do

conjunto de relações

democráticas e embora possam

ser mais do que isto, não são o

seu inverso.

Atenção:

Prossiga

Page 12: Democracia, participação social e saúde

Para isto, precisamos definir que

‘participação social’ aqui trabalhada como

a participação da sociedade organizada no

processo decisório das políticas públicas,

sobretudo no que concerne à inclusão de

pautas nas agendas políticas e na

formulação e implementação de ações,

programas e políticas públicas. Esta

participação deve ocorrer por meio de

canais institucionais especialmente

desenhados para tanto e legitimados pela

sociedade e pelo Estado.

Participação social

http://www.epsjv.fiocruz.br/dicionario/verbetes/parsoc.html

Quer Saber

Mais Leia

Page 13: Democracia, participação social e saúde

O resultado do usufruto do direito à participação deve, portanto, estar relacionado ao poder conquistado, à consciência adquirida, ao lugar onde se exerce e ao poder atribuído a esta participação.

Participação pode ser compreendida como um

processo no qual homens e mulheres

descobrem-se como sujeitos políticos. Então,

está diretamente relacionada à consciência

dos cidadãos e cidadãs, ao exercício de

cidadania, às possibilidades de contribuir com

processos de mudanças e conquistas.

Page 14: Democracia, participação social e saúde

A participação está comprometida com

primeiro pressupostos da existência

humana - “os homens e mulheres devem estar

em condições de viver para poder fazer história.

E para viver é preciso ter as necessidades

básicas atendidas.( comer, beber, ter habitação,

vestir-se e algumas coisas mais)”

Page 15: Democracia, participação social e saúde

Vamos fazer uma rápida viagem

pela realidade sócio-política

brasileira no último século e

verificar três formas básicas de

participação:

participação comunitária

participação popular

participação social

FORMAS BÁSICAS DE PARTICIPAÇÃO

Page 16: Democracia, participação social e saúde

participação comunitária surge no início do

século XX, compondo a ideologia e a prática dos

centros comunitários norte-americanos .

Comunidade, neste contexto, é entendida

como um agrupamento de pessoas que

coabitam num mesmo meio ambiente,

independente dos fatores estruturais ou

conjunturais que lhes dão origem

participação comunitária

Page 17: Democracia, participação social e saúde

1950/1960 – Brasil Neste cenário, a

participação comunitária era entendida como a

sociedade completando o Estado.

O Estado passou, então, a incentivar a colaboração da sociedade na execução das políticas sociais por meio do

voluntariado e do apelo à solidariedade dos cidadãos

participação comunitária

Page 18: Democracia, participação social e saúde

participação popular Surge ao final da década de 1960 e se firma na década

de 1970, com a entrada dos novos movimentos sociais.

significa o aprofundamento

da crítica e a radicalização das práticas políticas

opositoras ao sistema

dominante.

Comunidade passa a ser chamada de“povo” que significa, uma população excluída social, econômica e politicamente das decisões do Estado .

http://www.espacoacademico.com.br/022/22cmsantos.htm

Quer Saber

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Page 19: Democracia, participação social e saúde

Você sabia que a

ditadura durou 1964 à

1984 ?

Este período era chamado de anos de chumbo???

Foi um período que:* Colocou-se as lutas

políticas na clandestinidade

* Aprofundou-se a política da arbitrariedade

* Usurpou-se as liberdades

Sabe por que?

Page 20: Democracia, participação social e saúde

A participação popular

neste período

caracterizou-se como

estratégia de oposição e

expressou a reação da

população contra o regime

ditatorial existente

naquele momento.

http://www.dhnet.org.br/dados/cursos/dh/cc/2/participacao.htm

Quer

Saber

Mais Leia

Page 21: Democracia, participação social e saúde

Vejamos alguns fatos:Vários movimentos

e organizações surgiram na década de 1970, em defesa

da redemocratização

do País e de melhores condições

de vida

O movimento contra a alta do custo de vida, liderado especialmente pelas mulheres nas periferias, com o apoio das organizações eclesiais de base;

O movimento pela anistia dos presos e exilados políticos, a Comissão de Justiça e Paz da arquidiocese de São Paulo;

o movimento dos trabalhadores por melhores salários e contra o desemprego

Page 22: Democracia, participação social e saúde

Resumindo : Ano de 1974

• Inicia-se a abertura política do regime militar

• Reativação do movimento estudantil.

• Surgimento do movimento pela anistia

• Surgimento do novo sindicalismo.

• Surgimento do movimento sanitário

• Criação do Ministério da Previdência e Assistência Social - MPAS.

Ano de 1974

22

Uma informação importante

Page 23: Democracia, participação social e saúde

Na mesma época, acontecia a

Conferência de Alma – Ata (antiga

Rússia) a I Conferência

Internacional sobre os cuidados

Primários de Saúde pela OMS, que

inspirou os discursos progressistas

do movimento sanitário brasileiro –

“Saúde para todos no ano 2000”.

http://www.unicef.org/brazil/sowc9pt/cap2-dest2.htm

23

Quer Saber

Mais Leia

Page 24: Democracia, participação social e saúde

Qual a importância

de ter mais

conhecimento e lutar

por seus direitos?

Reflita:...

Page 25: Democracia, participação social e saúde

A abertura

A saturação da política repressiva do Estado e da ditadura militar, por um lado, e a mobilização contra a ditadura e por liberdade política, de outro, provocou o chamado processo de abertura, que teve nas mobilizações pelas eleições diretas para presidente da república o seu marco político

http://www.ipea.gov.br/portal/images/stories/PDFs/livros/Cap_8-10.pdf

Quer Saber

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Page 26: Democracia, participação social e saúde

Chegamos a era da participação social

Surge na década de 1980 nova

modalidade de participação

A participação da sociedade

organizada deu-se em todos os

níveis na luta por liberdade e

democracia.

A categoria central não é mais

“comunidade”, nem “povo”, mas a

“sociedade

http://www.epsjv.fiocruz.br/dicionario/verbetes/parsoc.html

Quer Saber

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Page 27: Democracia, participação social e saúde

27

Participação Social

na organização dos trabalhadores urbanos e rurais

nas eleições

na organização e luta das mulheres contra a

discriminação e pela conquista

de direitos

dos políticos

na organização de agrupamentos sociais

A Participação Social esteve presente nas mais variadas

formas de manifestações

Na organização dos estudantes dos

negros

Na rua

do empresariado

Page 28: Democracia, participação social e saúde

No início dos anos de 1980, se

intensificava a luta pela

redemocratização do País, no Estado de São Paulo ocorria

simultaneamente um movimento pela

abertura da Administração

Estadual à pressão de novas forças

sociais

http://www.bibliotecafeminista.org.br/index.php?option=com_remository&Itemid=56&func=fileinfo&id=251

Quer Saber

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Page 29: Democracia, participação social e saúde

O processo de abertura abriu espaço para uma diversidade de interesses e de projetos colocados na arena social e política.

Dentre eles, destaca-se a grande mobilização pelas “Diretas Já” e na mobilização social dos diversos segmentos da sociedade civil organizada por inclusão, ampliação e universalização dos direitos no processo Constituinte.

Isto gerou conquistas e uma delas foi a criação, em 1983, do primeiro conselho da condição feminina, no âmbito estadual, em São Paulo que estimulou a criação de órgãos similares em todo o País, inclusive no âmbito nacional.

Page 30: Democracia, participação social e saúde

Como eram os conselhos?Os conselhos foram espaços de conquista de cidadania, de participação e de controle social. No entanto, tinham caráter apenas consultivo e, em alguns casos, de assessoria às políticas públicas para enfrentamento da discriminação praticada contra as mulheres.

Page 31: Democracia, participação social e saúde

“Para entender o jeito da pessoa criar o mundo, temos também que entender o jeito que o

mundo criou a pessoa.”

Autor/a desconhecido

31

E, Então, prontos para continuar?

Page 32: Democracia, participação social e saúde

Destaque os principais pontos do que você acabou de ler, anote os documentos apontados e se possível, conheça esses documentos na íntegra. Faça anotações e guarde com você.

Destaque os principais pontos do que você acabou de ler, anote os documentos apontados e se possível, conheça esses documentos na íntegra. Faça anotações e guarde com você.

LEIA E REFLITA:

32

Page 33: Democracia, participação social e saúde

O Movimento pela Reforma

Sanitária Brasileira

Foi Organizado solidamente desde meados dos anos 70

Contou com a Participação de intelectuais, profissionais dos sistemas de saúde, parcela da burocracia e organizações populares e sindicais

Atenção:

Page 34: Democracia, participação social e saúde

O Movimento pela Reforma

Sanitária Brasileira

A Luta pela garantia do direito universal à saúde e construção de um sistema único e estatal de serviços

Teve como Objetivo:

Page 35: Democracia, participação social e saúde

Estava chegando a hora de uma grande reviravolta. O Ministério da Saúde instituiu, em agosto de 85, uma Comissão Organizadora para a realização da VIII Conferência Nacional de Saúde.

http://www.cocsite.coc.fiocruz.br/areas/dad/guia_acervo/arq_pessoal/conferencia_nacional.htm 35

Quer S

aber

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Page 36: Democracia, participação social e saúde

A 8a Conferência Nacional de Saúde

Foi o Marco do Movimento Sanitário Brasileiro

Reuniu mais de 5.000 pessoas na maior participação popular da história dos movimentos sociais

Definiu as estratégias a serem defendidas na Constituinte de 1988 e consolidou a opção pela via institucional

Atenção:

Page 37: Democracia, participação social e saúde

A 8a Conferência Nacional de Saúde

Conceito ampliado da saúde

Reconhecimento da saúde como direito de cidadania e dever do Estado

Defesa de um sistema único, de acesso universal, igualitário e descentralizado de saúde

Seus PrincípiosAtenção:

37

Page 38: Democracia, participação social e saúde

Essa Conferência histórica significou um marco na formulação das propostas de mudança do setor saúde, em consonância com:

os princípios de universalização, participação e descentralização;

a integração orgânico-institucional;

a redefinição dos papéis institucionais das unidades políticas na prestação de serviços de saúde; e

o financiamento do setor saúde.

38

Page 39: Democracia, participação social e saúde

E qual a principal conquista da Conferência?

A elaboração de um projeto de

reforma Sanitária defendendo a

criação de um sistema único de

saúde que centralizasse as

politicas governamentais para o

setor, desvinculadas da

previdência social e, ao mesmo

tempo, regionalizasse o

gerenciamento da prestação de

serviços, privilegiando o setor

público e universalizando o

atendimento.

Page 40: Democracia, participação social e saúde

Além disso, afirmava-se um

conceito ampliado de saúde

como: “resultante das

condições de alimentação,

habitação, educação, renda,

meio ambiente, trabalho,

transporte, emprego, lazer,

liberdade, acesso e posse da

terra e acesso a serviços de

saúde”.

Page 41: Democracia, participação social e saúde

Dois anos depois... 1988...

A Assembleia Nacional Constituinte

aprovou a Constituição Brasileira. Pela

primeira vez, foi incluída uma seção

sobre saúde com os conceitos da VIII

Conferência de Saúde. Então, podemos

dizer que, na essência, a Constituição

adotou a proposta da reforma sanitária e

do SUS.

Page 42: Democracia, participação social e saúde

De todas as Constituições brasileiras, a de 1988 apresenta o maior grau de legitimidade popular.

E sabe por quê

Eu sei exatamente o porquê.Devido ao elevado número de

emendas populares.

Eu sei exatamente o porquê.Devido ao elevado número de

emendas populares.

Fique atento a este fato

http://www.amperj.org.br/store/legislacao/constituicao/crfb.pdf

42

Quer Saber

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Page 43: Democracia, participação social e saúde

Se você pensou assim também, acertou!

De fato, de todas as Constituições brasileiras, a Carta de 1988 foi a que mais assegurou a participação popular em seu processo de elaboração.

A Constituição de 88 delega responsabilidade à sociedade no que se refere às decisões sobre as políticas públicas;

Condições primordiais para a construção de uma nova esfera pública o princípio da descentralização político administrativa e da participação popular;

Se você pensou assim também, acertou!

De fato, de todas as Constituições brasileiras, a Carta de 1988 foi a que mais assegurou a participação popular em seu processo de elaboração.

A Constituição de 88 delega responsabilidade à sociedade no que se refere às decisões sobre as políticas públicas;

Condições primordiais para a construção de uma nova esfera pública o princípio da descentralização político administrativa e da participação popular;

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Constituicao.htm

43

Quer Saber

Mais Leia

Page 44: Democracia, participação social e saúde

Essa nova esfera pública exige que a gestão pública

permita à sociedade organizada intervir nas políticas

públicas, interagindo com o Estado para a definição de

prioridades e na elaboração dos planos de ação

municipais, estaduais ou federal.

Atenção:

http://www.unasus.unifesp.br/biblioteca_virtual/esf/1/modulo_politico_gestor/Unidade_7.pdf

Quer Saber

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Page 45: Democracia, participação social e saúde

É justamente por isto que

a democratização exige a

criação de novas

instituições políticas, que

viabilizem a participação

dos segmentos

tradicionalmente excluídos

no processo decisório!

Page 46: Democracia, participação social e saúde

Contudo, o desenvolvimento e a ampliação da

participação social nas sociedades

contemporâneas mostram a impossibilidade de

todos os que desejam participar estejam

diretamente presentes no processo decisório.

Defender isto seria pressupor que cada

decisão teria que ser discutida por uma

quantidade tão grande de cidadãos que, no

limite, pode chegar à casa dos milhões, o que,

obviamente, inviabilizaria qualquer

processo decisório.

Page 47: Democracia, participação social e saúde

É por isto que as propostas de

democracia participativa, mesmo

trabalhando com

a ideia da participação de cada cidadão

no processo decisório, carecem de uma

organização destes cidadãos que

viabilize a concentração de suas

demandas em

representantes por eles considerados

legitimados para participar ativamente

do processo decisório. Introduz-se,

assim, a articulação participação-

representação no próprio seio das

propostas participativas.

participação-representação

Page 48: Democracia, participação social e saúde

A representação traz em sua

essência humana um caráter

de controvérsia, posto que se

baseia no paradoxo de que

representar é fazer presente

alguém ou algo que não está

presente.Por isto, a representação política é

marcada por uma contradição original, a

controvérsia mandato-autonomia: ao

participar da competição política e do

processo decisório, o representante deve

ser responsivo aos interesses dos

representados que lhe conferiram um

mandato ou ao que julga ser o interesse

geral?

Representação Política

Page 49: Democracia, participação social e saúde

Sendo responsivo aos interesses dos representados, o

representante vincula suas ações à agenda política e às demandas

destes grupos (mandato). Como os efeitos desta postura não

repercutem somente em tais grupos, mas em toda a sociedade ou,

no mínimo, nos interesses dos demais grupos sociais, estes, caso

temam ser usurpados, podem a ela reagir.

Representação: Mandato x Autonomia Atenção:

Por outro lado, ao buscarem atender interesses que

consideram gerais (autonomia), os representantes

podem ir contra os interesses de seus

representados que, para não correrem o risco de

serem usurpados, tendem a deslegitimar suas

decisões. Ao procederem desta maneira, grupos

sociais e representados deslegitimam, também, as

instituições nas quais os representantes participam.

Page 50: Democracia, participação social e saúde

Esta controvérsia é, em si, insolúvel. Contudo, é

possível propor que se busquem acordos que

equilibrem as aludidas posturas de maneira a

que a independência do representante não

desfaça seus laços com os representados nem

que sua responsividade a estes anule sua

autonomia. Tal concepção é justificada pela compreensão de

que os cidadãos cujas vidas são modeladas pelas

políticas públicas têm o direito de expressar seus

interesses (imediatos e de médio/longo prazo) e de

competir, em condições justas, para que tais

interesses influenciem as decisões políticas.

LEIA E REFLITA:

Page 51: Democracia, participação social e saúde

O ponto-chave desta reflexão, que

confere caráter substantivo à

concepção de democratização aqui

trabalhada, refere-se à ‘modelagem

da vida’ pelas políticas públicas.

Dentre outros objetivos, estas políticas

regulam a produção, a oferta, o acesso e

o usufruto a bens públicos como saúde,

educação, alimentação e habitação que,

no Brasil, são direitos

constitucionalmente assegurados.

Politicas Públicas para quem?

Page 52: Democracia, participação social e saúde

Ao contrário, há segmentos

populacionais que, não podendo adquirir

bens de mercado, só podem ter acesso a

eles e a seus benefícios por meio dos

bens públicos que, por sua vez, são

produtos de políticas públicas (ou

mesmo estas próprias).

A despeito disto, tais bens têm seus equivalentes em

mercadorias que, podendo ser compradas e

usufruídas de maneira privada, permitem que

determinados setores da sociedade,

independentemente dos motivos, não se preocupem

em usufruir dos bens públicos

Interesses Privado x Publico

Page 53: Democracia, participação social e saúde

Como as instituições que constroem

as políticas públicas têm sido – no

Brasil e em várias partes do mundo –

formada por uma substancial maioria

de atores que representam os

interesses dos setores com maior

poder de compra, é diminuta a

participação dos segmentos que

precisam se utilizar dos bens públicos

para fazer valer seus direitos (ou de

seus representantes).

Politicas Públicas para quem?

Page 54: Democracia, participação social e saúde

Em termos mais diretos: aqueles que

tradicionalmente participam das etapas do ciclo de

políticas apenas em pequeno número são (ou

representam) os que terão sua vida modelada por

estas políticas. Assim, a garantia de que tais

pessoas tenham o direito de participar e/ou de

indicar representantes diretos no processo decisório

tem como maior virtude equilibrar, ao menos no que

se refere à diversidade de interesses representados,

a competição política.

Politicas Públicas para quem?

Page 55: Democracia, participação social e saúde

Para tanto, a relação entre representantes

e representados tem que ser

extremamente viva, valorizada,

promovida e celebrada a cada momento,

pois o pior que pode acontecer é que os

representados não mais reconheçam as

posições de seu representante, o que

deslegitima sua atuação no processo

decisório.Delineadas as relações entre

democracia-participação-

representação, faz-se necessário

discutir como ecoam e configuram-se

no setor saúde e nos Conselhos de

Saúde.

Page 56: Democracia, participação social e saúde

Promoção

Define acesso universal e igualitário a serviços e ações

Proteção Recuperação / Reabilitação

NOBs91/92/93/96

Decreto9.438/90

Lei Org. 8.080/90

Lei Org. 8.142/90

• Condições para ações integrais

de saúde;

• Organização / operação dos serviços de

saúde;

Estratégias/ movimentos

táticos orientadores da execução

do SUS

• Participação da comunidade;

• Transferências inter-

governamentais de recursos financeiros

Organização/ atribuições do

CNS

Constituição Federal (1988)

Assegura o direito à saúde Cria o SUS

Surgem instrumentos jurídicos e institucionais que regulamentam o

SUS

Page 57: Democracia, participação social e saúde

2- Conceituando participação e controle Social

Prossiga

Page 58: Democracia, participação social e saúde

PARTICIPAÇÃO E CONTROLE SOCIAL, que exatamente significa ?

São conceitos interdependentes. São conteúdos políticos relacionados e, caminham juntos e produzem um sentido.Mas, na luta pela concretização dos direitos humanos no Brasil, a participação e o controle social têm adquirido significados distintos.

Vamos ver quais:

Prossiga

Page 59: Democracia, participação social e saúde

Participação Popular

A participação popular pode ser

traduzida como a atuação do

povo, enquanto indivíduo ou

sociedade organizada (ONG,

sindicato, grupo de moradores,

entre outros), em alguma

atividade.

Quando estas atividades são

desenvolvidas para fiscalizar e

acompanhar as ações e políticas

de saúde no SUS, podemos dizer

que essa participação popular

está exercendo o controle

social no SUS.

Controle social

O controle social é uma

ferramenta que a população

tem

para controlar as decisões dos

gestores, de acordo com as

necessidades e vontade

da sociedade.

Note que é a participação

popular que garante a

execução do controle

social.

Diariamente, é possível

perceber isso. Veja exemplos

Prossiga

Page 60: Democracia, participação social e saúde

Fique atento a este fato

Temos dois exemplos de significado de controle social mais disseminados

Nos dias atuais, o termo controle social refere-se à forma de participação da população na formulação, deliberação e fiscalização das políticas públicas.

O primeiro exercido pelo Estado sobre indivíduos e grupos, predominou até boa parte do século XX.

http://www.dhnet.org.br/dados/cursos/dh/cc/2/participacao.htm

Quer Saber

Mais Leia

Page 61: Democracia, participação social e saúde

Vamos pontuar alguns dados

importantes deste período da

história...

Desde a Constituição Federal de 1988, o Brasil vem

adotando uma visão de democracia representativa

e participativa em que é possível incorporar a

participação da população na administração das

políticas públicas. Isso leva a evoluções nos direitos

sociais. Indivíduos e grupos organizados passam a

ter maior importância em defesa de um bem

comum.

Page 62: Democracia, participação social e saúde

Controle SocialJá temos algumas pistas sobre o que

significa o controle social...

No âmbito da saúde pública, isso

fortalece o exercício da cidadania

em direção aos objetivos do SUS:

garantir uma atenção integral à

saúde com qualidade para toda

população. Lembrando que exercer

a cidadania é nosso dever e nossa

responsabilidade.

.

Neste contexto, é possível

definir o controle social como

um resultado da ação do

cidadão participante sobre

os serviços públicos, ou seja, a

sociedade interferindo nas

decisões públicas, exigindo

seus direitos, conhecendo e

efetuando seus deveres,

acompanhando a

implementação das políticas

e fiscalizando suas

execuções

Page 63: Democracia, participação social e saúde

Existem alguns mecanismos institucionalizados e regulamentados que garantem a participação

popular e o controle social no SUS, como:

Ouvidorias

Conselhos de Saúde (nacional, estaduais e municipais)

Conferencias de Saúde (Nacional, Estaduais,

municipais)

mecanismos

Page 64: Democracia, participação social e saúde

Exemplos

Conferências e Conselhos, são formas de participação social e mecanismos conquistados para exercer o controle social.

Page 65: Democracia, participação social e saúde

65

Transparência!

Cidadania!

Por que fazer?!Como fazer?

Orçamento Público!

CONTROLE SOCIAL

Quem fará?

http://conselho.saude.gov.br/biblioteca/livros/diretrizes_miolo.pdf

Quer Saber

Mais Leia

Page 66: Democracia, participação social e saúde

A discussão do Controle Social na Sociedade Brasileira, a partir da

última década, ganha uma dimensão relevante porque com ela estamos

discutindo a relação Estado e Sociedade.

http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/participacao_social_olhar_gestao_municipal.pdfQuer Saber

Mais Leia

Page 67: Democracia, participação social e saúde

REFLEXÕES

Que controle social tem

movido as decisões da

política?

Como vem sendo exercido

esse controle?

Quais têm sido os instrumentos

de efetivo controle?

Os conselhos como

mediadores institucionais

têm cumprido seu papel

nesse processo?

Page 68: Democracia, participação social e saúde

3- O PAPEL DO CONTROLE SOCIAL

Prossiga

Saiba

Mais

Page 69: Democracia, participação social e saúde

Os Conselhos são instâncias deliberativas do Sistema Descentralizado e Participativo,

constituídos em cada esfera de governo com caráter permanente e composição paritária, isto é, igual número de representantes do governo e da

Sociedade Civil.

Page 70: Democracia, participação social e saúde

Os Conselhos são órgãos colegiados de

caráter permanente e deliberativo com

funções de formular estratégias, controlar

e fiscalizar a execução das políticas

públicas, inclusive nos aspectos

econômicos e financeiros.

Page 71: Democracia, participação social e saúde

O OBJETIVO DOS CONSELHOS É O

CONTROLE SOCIAL DA GESTÃO

PÚBLICA PARA UM MELHOR

ATENDIMENTO À POPULAÇÃO.

Saiba

Mais

Prossiga

Page 72: Democracia, participação social e saúde

OS CONSELHOS EXISTEM NAS TRÊS ESFERAS DE GOVERNO

Esfera EstadualOs Conselhos Estaduais de Políticas Públicas (saúde, educação e Assistência Social entre outras) estão funcionando em todas as 27 (vinte e sete) unidades federadas com Fundos implementados.

Esfera FederalTemos Conselhos Setoriais das Políticas Públicas (Saúde, Educação, Assistência Social, entre outras) e Conselhos de Direitos com seus respectivos Fundos implementados.

Esfera Municipal Na maioria dos municípios estes Conselhos também estão criados

Page 73: Democracia, participação social e saúde

Funcionamento dos conselhos

Para que o Conselho funcione adequadamente, algumas condições são necessárias:

Que o Conselho seja Representativo

Que o conselho tenha Legitimidade

Que sua atuação tenha Efetividade e Eficácia

Page 74: Democracia, participação social e saúde

PARA QUE O CONSELHO TENHA LEGIMITIVIDADE

A relação do Conselho com o órgão gestor depende:- da forma como foi constituído; - do grau de representatividade dos seus membros; - de como está organizado; - da atitude do poder público (os conselhos são

canais de participação onde o poder é compartilhado)

Ou Seja, há uma forte relação entre o funcionamento dos Conselhos e como foi o seu processo de formação.

Em geral há maior legitimidade nos conselhos

cuja criação foi efetivada a partir de um

processo de discussão ou de mobilização

social.

Page 75: Democracia, participação social e saúde

PARA QUE O CONSELHO TENHA REPRESENTATIVIDADE É NECESSÁRIO QUE O CONSELHO:

Não se distancie da entidade ou movimento que

o indicou.

Represente e defenda os interesses da

sociedade, ou seja, o conselheiro não deve se

limitar à defesa dos interesses específicos da

entidade ou movimento que representa.

Atue como interlocutor de suas bases, levando

ao conselho as suas demandas e retornando com

as decisões de interesses das bases.

Que os representantes governamentais tenham

poder de decisão.

Page 76: Democracia, participação social e saúde

PARA O CONSELHO TER EFETIVIDADE E EFICÁCIA É PRECISO:

paridade - quali-quantitativa;

funcionamento regular

representatividade e capacidade de mobilização

social para que a deliberação se concretize

capacidade de articulação

respeitabilidade:

- seja reconhecido pela sociedade como órgão

de defesa do interesse público

- não seja visto pelo poder público como órgão

para referendar iniciativas governamentais e

cumprir exigência legal no repasse dos

recursos

Page 77: Democracia, participação social e saúde

pelo conhecimento da máquina administrativa.

regularidade das reuniões.

participação do orçamento.

formulação de propostas e deliberações.

capacidade de articulação e de mobilização social.

A EFICÁCIA DE UM CONSELHO É MEDIDA:

Saiba

Mais

Page 78: Democracia, participação social e saúde

O EXERCÍCIO DO CONTROLE SOCIAL EXIGE:

Socialização de Informações.

Acompanhamento e Fiscalização das Ações Governamentais.

Controle do Orçamento Público

Fiscalização dos Fundos Públicos.

Avaliação do desempenho das Políticas Públicas.

Realização de Reuniões Abertas

Realização de audiências, assembleias e fóruns para ampliar a

participação da sociedade no controle das Políticas Públicas.

Page 79: Democracia, participação social e saúde

4- Democracia, Participação e Representação no Setor Saúde

Prossiga

Page 80: Democracia, participação social e saúde

O ano de 2013 constitui-se em importante

marco para a recente democratização

brasileira: em outubro, a Constituição

Federal promulgada em 1988, que

estabeleceu a saúde como direito de todos

e dever do Estado, completa 25 anos sem

nenhuma intervenção autoritária, fato

inédito na história do País. Por seu turno,

as Leis 8080 e 8142, que organizam o

funcionamento do Sistema Único de Saúde

(SUS) previsto na Carta Magna,

completaram, em setembro e dezembro,

23 anos.

Linha do tempo

Page 81: Democracia, participação social e saúde

Tal situação é resultante direta das lutas

contra a ditadura militar (1964-1985) e

dos embates pela hegemonia na

condução do processo de

redemocratização protagonizados pelo

Movimento pela Reforma Sanitária (MRS),

que compreendia como indissociáveis as

lutas contra a ditadura, pela

redemocratização, pela participação

social e pela garantia da saúde como

direito do cidadão e dever do Estado.http://www.armazemmemoria.com.br/cdroms/producaocdrom/03/00ArmazemMemoria/Tema/00item.html

Quer

Saber

Mais Leia

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Page 82: Democracia, participação social e saúde

O auge deste processo foi a realização, em

1986, da 8ª Conferência Nacional de Saúde

(CNS), cujo Relatório Final propunha a criação

de um sistema de saúde universal, público e

gratuito, que teria na participação, um de

seus princípios.

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8 198

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4

Linha do tempo

Para colocá-lo em prática, o Relatório

propunha, dentre outras medidas, a criação

de Conselhos municipais compostos por

usuários e trabalhadores de saúde eleitos

pela sociedade local para desempenharem o

papel de controlar o poder executivo e o

setor privado.

Page 83: Democracia, participação social e saúde

O Relatório Final da 8ª CNS serviu de base para o

capítulo da Constituição Federal de 1988 que se refere à

Saúde. Porém, a regulamentação do SUS foi consolidada

pela lei 8080, de setembro de 1990. Quando esta foi à

sanção do Presidente Collor, os artigos relativos ao

financiamento do sistema e à participação nos

Conselhos de Saúde foram vetados.

Linha do tempo

Diante disto, a Plenária das Entidades de Saúde e os

deputados federais que apoiaram e aprovaram o texto

constitucional, articularam-se e conseguiram, em

dezembro, aprovar a lei 8.142, resgatando os pontos

anteriormente vetados e ampliando a autonomia dos

Conselhos ao conferir-lhes o poder de elaborar seu

regimento interno.

Page 84: Democracia, participação social e saúde

Esta Lei criou Conselhos de Saúde um tanto diferentes dos propostos

pela Oitava Conferência. Por ela, os CMS têm a atribuição de

participar do processo de formulação de estratégias e no controle da

execução da política de saúde, inclusive nos aspectos econômicos e

financeiros.

Lei 8.142

Para tanto, deve promover, em reuniões ordinárias

e periódicas, o debate sobre a política de saúde,

num processo de caráter deliberativo do qual

participam paritariamente setores cujos interesses

são diretamente afetados pela política de saúde:

usuários do SUS, representados por entidades da

sociedade civil, que detêm 50% das vagas;

trabalhadores da saúde, com 25% das vagas; e o

conjunto de prestadores de serviços e gestores

que, juntos, contam com os 25% restantes.

Page 85: Democracia, participação social e saúde

É importante notar que muitos Conselhos de

Saúde não tem respeitado o princípio da Paridade.

É fundamental superar esta situação, sobretudo

porque os descumprimentos são, em muitos casos,

desfavoráveis à participação da sociedade

organizada.

E no seu Conselho, a

paridade é cumprida? Em

caso negativo, por que não?

O que você pode fazer para

que seu Conselho a cumpra?

Page 86: Democracia, participação social e saúde

Por institucionalizarem a participação

da sociedade organizada no processo

decisório das políticas de saúde, os

Conselhos de Saúde consagram-se

como a principal

inovação democrática brasileira,

sobretudo porque foram criados nos

5.564 municípios

brasileiros e nas 27 Unidades da

Federação, num movimento político

que representa a

mais ampla iniciativa de

descentralização político

administrativa registrada em uma

sociedade moderna.

Page 87: Democracia, participação social e saúde

No setor saúde, portanto, a

democratização foi incorporada à

norma que oficializa o processo

decisório. Instituições públicas não-

hierarquicamente vinculadas ao poder

executivo municipal, permanentes,

mandatórias, paritárias, de caráter

deliberativo e cujas atribuições

voltam-se para a formulação,

monitoramento, avaliação e controle

das políticas municipais de saúde, os

Conselhos de Saúde desempenham

importantes papéis na democratização

do processo decisório de tais políticas.

Em especial porque:

(1) institucionalizam

a participação de

novos atores no

processo decisório:

‘usuários’;

‘profissionais de

saúde’; e

‘prestadores de

serviço’; e

(2) constituem-se na

arena em que tais

atores interagem

com o governo

municipal,

deliberando sobre

as políticas de

saúde

Prossiga

Page 88: Democracia, participação social e saúde

Ao mesmo tempo que os conselhos

ampliam a participação de novos

atores no processo decisório, são

uma das instituições em que os

interesses destes vão competir

com os dos demais atores políticos. Os resultados destas

competições, ao menos em

tese, tornam-se os interesses

dos Conselhos, que vão disputar

sua satisfação com os

interesses das demais

instituições que participam do

processo decisório.

Page 89: Democracia, participação social e saúde

Esta característica configura-se em uma

dupla participação: a participação de

novos atores políticos nos Conselhos e a

participação dos Conselhos (e, por

conseguinte, dos novos atores) no processo

decisório das políticas municipais de saúde.

Atenção:

Esta dupla

participação

multiplica os fóruns

em que os atores e os

interesses por eles

representados

disputam poder.

Em termos gerais, pode-se pensar em 2

macro-fóruns: um interno, que se concretiza

no plenário dos Conselhos durante suas

reuniões; e outro externo, que é o próprio

processo decisório das políticas municipais, no

qual os CMS têm que disputar espaço e poder

com outras instituições para fazer valer seus

interesses.

Page 90: Democracia, participação social e saúde

CONTROLE SOCIAL

Sistema Único de Saúde

Institucionalização no interior do aparelho estatal de um sistema nacional de órgãos colegiados, dotados de poder legal e onde os usuários têm participação paritária

CONSELHOS DE SAÚDECONFERÊNCIAS DE SAÚDE

Page 91: Democracia, participação social e saúde

CONTROLE SOCIAL

Controle Social no SUS

Direito e dever da sociedade em participar do debate e da decisão sobre a formulação, execução e avaliação da política nacional de saúde

Prossiga

Page 92: Democracia, participação social e saúde

Impacto da Atuação dos Conselhos

Capacidade dos componentes em reconhecer esse espaço de poder, conflitos, negociações, formulações e fiscalização, estabelecendo interações qualificadas e produtivas.

CONTROLE SOCIAL

Prossiga

Page 93: Democracia, participação social e saúde

Consolidação do SUS

Fortalecimento das instâncias do controle social.

Ampliação e consolidação da capacidade política legal e técnica dos conselheiros e sociedade em geral para a articulação e negociação demandada por esse espaço.

CONTROLE SOCIAL

Prossiga

Page 94: Democracia, participação social e saúde

Nos marcos da Lei nº 8142/90, o controle da sociedade pelos

Conselhos de Saúde, enquanto macrorregulação no âmbito de uma desejável relação Estado-Sociedade,

deve se estender a todas as ações e instituições vinculadas

ao sistema.

CONTROLE SOCIAL

Prossiga

Page 95: Democracia, participação social e saúde

É neste contexto político que se pode

compreender que os(as)

Conselheiros(as) de Saúde são

representantes da sociedade. Esta

representação, dependendo da regra

de elegibilidade de cada conselho,

pode ser de entidades ou de grupos

populacionais.

Quaisquer que sejam, trazem para o conselheiro o

dever de valorizar e promover sua relação com os

seus representados, tornando-a a base concreta de

seu mandato

Page 96: Democracia, participação social e saúde

Isto significa que o conselheiro(a),

enquanto representante tem que saber o

desejo de seus representados e perguntar

a eles o que pensam sobre as situações

que surgem nos Conselhos.

Atenção:

Equilibrar estas posturas é o desafio de

cada conselheiro, em especial os que

representam os usuários e os trabalhadores

da saúde

Neste processo, não precisam perder

sua autonomia, postando-se como

mero repetidores. Podem, e devem, ter

iniciativa e postura proativa.

Page 97: Democracia, participação social e saúde

E você,

conselheiro, tem

valorizado e

promovido sua

relação com seus

representados?

Tem atuado no conselho a partir

das demandas de seus

representados e levado para eles

os novos pontos de pauta que

surgem nas reuniões dos

Conselhos?

Tem negociado com eles suas

possibilidades de autonomia?

Page 98: Democracia, participação social e saúde

GUARDE NA MEMÓRIA

Participação e controle Social são conceitos

interdependentes.

Na luta pela efetivação dos direitos humanos no Brasil,

participação e controle social adquiriram significados

diferentes

controle social atualmente, refere-se à forma de

participação da população na formulação, deliberação e

fiscalização das políticas públicas

Participação diz respeito ao processo no qual homens e

mulheres se descobrem e se realizam como sujeitos

políticos.

Page 99: Democracia, participação social e saúde

5- ProblematizandoDESVIOS NA TRAJETÓRIA DOS CONSELHOS

Page 100: Democracia, participação social e saúde

Apesar da lei determinar o

caráter deliberativo dos

conselhos, em geral, denotam um

caráter eminentemente

consultivo.

Também há dificuldade e

resistência do poder público em

permitir a publicização do Estado:- transparência e socialização de informações

fundamentais para que os conselhos exerçam o

controle social.

DESVIOS NA TRAJETÓRIA DOS CONSELHOS

Page 101: Democracia, participação social e saúde

Ausência de esquemas próprios de divulgação e comunicação com a Sociedade - A Visibilidade e Transparência dos Conselhos.

Autonomia - Na prática dos Conselhos, fica evidente a dependência quanto as condições administrativas, financeiras e técnicas.

DESVIOS NA TRAJETÓRIA DOS CONSELHOS

Page 102: Democracia, participação social e saúde

CONDIÇÕES PARA O FORTALECIMENTO DOS CONSELHOS

Autonomia - infra-estrutura (espaço físico e secretaria executiva, dotação orçamentária) e condições de funcionamento autônomo.

Transparência e socialização de informações - para controlar o orçamento e os gastos públicos

Visibilidade - divulgação e publicização das ações do Conselhos.

Integração - criar estratégias de articulação e integração do Conselho -através de agendas comuns e fóruns mais amplos- que contribuam para superar a setorização e a fragmentação das políticas públicas.

Page 103: Democracia, participação social e saúde

Articulação - dos conselhos com outras instâncias

de Controle Social como os Fóruns e Comissões

Temáticas ampliando a participação da sociedade no

Controle Social das Políticas Públicas.

Capacitação Continuada dos Conselhos -

desenvolver um processo contínuo de formação dos

Conselheiros - instrumentalizando-os para o efetivo

exercício do controle social

CONDIÇÕES PARA O FORTALECIMENTO DOS CONSELHOS

Page 104: Democracia, participação social e saúde

Avaliação Inovadora

A aprendizagem é um processo de construção e desconstrução de conceitos, sendo assim, cabe a

você este compromisso de estar em constante pesquisa e de comprometimento com a

cidadania ativa, através da reflexão e da crítica.

Não se limite a este conteúdo, busque mais informações sites, vídeos sugeridos e bibliografias.

A internet é uma excelente aliada para buscar estudos referentes ao tema. Ótima jornada

Page 105: Democracia, participação social e saúde

Compartilhe com seus colegas suas ideias sobre os assuntos estudados aqui e de sua prática. Troque experiências, proponha discussões.

Compartilhe com seus colegas suas ideias sobre os assuntos estudados aqui e de sua prática. Troque experiências, proponha discussões.

Page 106: Democracia, participação social e saúde

Você acaba de vencer esta etapa de seus estudos.

Revise o conteúdo abordado e entre contato conosco Caso queira trocar alguma duvida ou informação.E fique atento as próximas temáticas que estarei [email protected]

Um abraço.Até lá

Prossiga e Muito Sucesso !

Page 107: Democracia, participação social e saúde

• Destaque os principais pontos do texto que você acabou de ler.• Identifique os aspectos comuns encontrados no texto lido com o

material já estudado.• Identifique pontos divergentes , caso você encontre.• Relacione os pontos que estarão presentes no seu texto.• Estabeleça relações entre o texto lido com o material de estudo.

Pronto, é hora de criar sua produção sobre A Democracia, Participação e o controle Social na garantia dos direitos.

MÃOS A OBRA!

• Destaque os principais pontos do texto que você acabou de ler.• Identifique os aspectos comuns encontrados no texto lido com o

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Pronto, é hora de criar sua produção sobre A Democracia, Participação e o controle Social na garantia dos direitos.

MÃOS A OBRA!

Guarde com você este texto. Mais tarde poderá precisar dele para melhorá-lo, revisá-lo. É assim que se constrói verdadeiramente conhecimentos.

Page 108: Democracia, participação social e saúde

Exerça sua cidadania, divulgue estas informações e continue construindo seus conhecimentos cada dia mais e conte com a nossa parceria

Page 109: Democracia, participação social e saúde

Sugestão leitura http://

www.bibliotecafeminista.org.br/index.php?option=com_remository&Itemid=56&func=startdown&id=265.

Articulando a luta feminista nas políticas públicas. Desafios para a ação do movimento na implementação das políticas

http://www.bibliotecafeminista.org.br/index.php?option=com_remository&Itemid=53&func=fileinfo&id=98

Controle Social - Programa Olho Vivo no Dinheiro Público http://www.portalzinho.cgu.gov.br/canal-do-professor/controlrSocialFinal.pdf

http://www.aracati.org.br/portal/pdfs/04_Fala%20Ai/novo/fala_ai_caderno_03_controle_social.pdf

Moreira MR e Escorel S.- Conselhos Municipais de Saúde no Brasil: um debate sobre a democratização da saúde nos vinte anos do SUS. In. Ciência e Saúde Coletiva. 14(3). 2009. p. 373-381.

Rubens Pinto Lyra. Democracia representativa x democracia participativa: a Representação do estado e da sociedade civil nos conselhos de políticas públicas http://www.dhnet.org.br/direitos/militantes/rubenspinto/rubens_democracia_representativa_participativa.pdf

Page 110: Democracia, participação social e saúde

Sugestões de sites

http://portal.saude.gov.br/portal/saude/cidadao/area.cfm?id_area=1036

http://bvsms.saude.gov.br/bvs/controle/index.php

http://www.portaltransparencia.gov.br/controleSocial/

http://www.infojovem.org.br/infopedia/tematicas/participacao/participacao-social/

http://www.epsjv.fiocruz.br/dicionario/verbetes/consoc.html

http://www.armazemmemoria.com.br/cdroms/producaocdrom/03/00ArmazemMemoria/Tema/00item.html - apresenta um conjunto de informações sobre o processo da Reforma Sanitária e a participação social no SUS.

Page 111: Democracia, participação social e saúde

Sugestão leitura

SOUZA, Rodriane de Oliveira. Participação e controle social. In SALES, Mione Apolinário;

MATOS, Maurílio Castro e LEAL, Maria Cristina (org.). Política Social, Família e Juventude: uma questão de direitos. São Paulo: Cortez, 2004, p. 167-187.

SOUZA, Maria Luiza. Desenvolvimento de comunidade e participação. 3ª ed. São Paulo: Cortez, 1991.

MARX, Karl e ENGELS, Friedrich, A ideologia alemã (Feuerbach). São Paulo: Hucitec, 1996.

“Participação Social no SUS: o Olhar da Gestão Municipal http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/participacao_social_olhar_gestao_municipal.pdf

Page 112: Democracia, participação social e saúde

Sugestão de leitura:

Apostila Curso de Formação de Conselheiros em Direitos Humanos - Abril – Julho/2006- Realização: Ágere Cooperação em Advocacy - Apoio: Secretaria Especial dos Direitos Humanos/PR link :

http://docs.google.com/fileview?id=1FfLgZKG77bHvIA4FdNHtwa9hTD3zKlMlWAHo-E1bMVDQ6HPhfXUiYsyEQ9l4&hl=pt_BR

SOUZA, Rodriane de Oliveira. Participação e controle social. In SALES, Mione Apolinário; MATOS, Maurílio Castro e LEAL, Maria Cristina (org.). Política Social, Família e Juventude: uma questão de direitos. São Paulo: Cortez, 2004, p. 167-187.

Page 113: Democracia, participação social e saúde

Sugestão de Vídeos: Saúde em Cena

-A Arte do Encontro http://vimeo.com/62242405

Eu me comprometo! http://vimeo.com/62308222

Laços de União http://vimeo.com/62338625

Page 114: Democracia, participação social e saúde

Parafraseando Jacicarla : O que dizer neste momento silencioso e abrasivo de contemplação? Em que já estou exaurida, pois uma parte se encerra e outra se encontra desorientada? Sou formada em Psicologia pela Universidade de Guarulhos, turma de 1983. Especializei-me em Psicologia Clinica, Psicopatologia do Trabalho, Dependência Química, Gestão Saúde Publica, sendo Gênero e Politicas Públicas a minha mais recente jornada.Estou casada, dois filhos e recentemente com Deficiência física pela Síndrome pós-poliomielite. Servidora Publica da Saúde no Município de São Paulo.Contatos: [email protected] - http://saudemulheronline.blogspot.com/Facebbok – http://www.facebook.com/Regomes1Twiter - @regomes1

Palavras Finais

(Silva, Jacicarla Souza da. Vozes femininas da poesia latino-americana : Cecília e as poetisas uruguaia)

LI

NK

Page 115: Democracia, participação social e saúde

É nesse simples gesto de reconhecimento, bastante desconcertado, que tento escrever essas breves palavras. Concisas na sua extensão, porém verdadeiras. Ocasião esperada por uns; negligenciada por outros. Não importa. O que importa é o ato, as lembranças, o gesto; é a sensação de refúgio, de abrigo.... A Buzzero e tod@s professores, mestres e autores/as e militantes que tem participado da jornada, exemplos de ação na busca de igualdade de direitos entre homens e mulheres, brancos/negro/indígenas e de contribuição na construção de politicas que visem a interferir nestas situações. São muitos/as que estão contribuindo, sendo assim, estou correndo o risco de não pronuncia-los/ás, pois a maioria dos conceitos aqui citados são copiados, vieram destas fontes e destas inspiração..

Page 116: Democracia, participação social e saúde

Grata pela atenção e

oportunidade

Regina Maria Faria Gomes