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Delirium em idosos Dra. Vanessa Morais

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Page 1: Delirium em idosos

Delirium em idosos

Dra. Vanessa Morais

Page 2: Delirium em idosos

DEFINIÇÃO

• Síndrome clínica caracterizada déficit de cognição e atenção, de início súbito e curso flutuante.

Page 3: Delirium em idosos

EPIDEMIOLOGIA

• 15 – 20% dos pacientes de hospitais gerais

• 25- 65% dos pacientes cirúrgicos

• 60 -86% dos pacientes de UTI

89% dos pacientes nos momentos finais da vida

Page 4: Delirium em idosos

EPIDEMIOLOGIA

• Prevalência aumenta com a idade

• 10 – 30% dos atendimentos de urgência em idosos

• Mortalidade = 22 – 56%

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IMPORTÂNCIA DO DELIRIUM

• Associado a internações prolongadas, aumento de incidência de úlceras de pressão e BCP.

• Aumento dos gastos hospitalares• Declínio cognitivo posterior (até 3 anos)

nos pacientes com demência e também em indivíduos sem critérios prévios de demência.

Page 6: Delirium em idosos

QUADRO CLÍNICO

• Início abrupto (geralmente horas ou dias)• Curso flutuante (intervalos lúcidos, alterações

ocorrem no mesmo dia)• Duração média = 10-14 dias (3 dias- 2 meses)• Inatenção (dificuldade de focar e dividir atenção)• Pensamentos e discurso desorganizado e

incoerente• Alteração do nível de consciência (porém não

caracteriza-se por torpor)

Page 7: Delirium em idosos

QUADRO CLÍNICO

• Alteração cognitiva (alteração da memória, em especial a recente, desorientação no tempo e espaço)

• Alucinações visuais e persecutórias• Alteração do ciclo sono e vigília ou

despertar precoce• Distúrbios psicomotores• Alterações emocionais (ansiedade, medo,

irritabilidade, euforia, apatia)

Page 8: Delirium em idosos

Classificação Baseada em alterações motoras (Trezepacz;1999)

• HIPERATIVO: agitação psicomotora.¼ apresentam alucinações, delírios• HIPOATIVO: confusão mental, sedação. Letargia com evidente perda muscular.Mais comum em idosos.• MISTOS: alterna períodos de hipo e

hiperativo.Maioria dos casos

Page 9: Delirium em idosos

ATENÇÃO AOS HIPOATIVOS!!!!

• Tem pior prognóstico e podem passar desapercebidos por médicos devido ao curso flutuante. (importância dos auxiliares de enfermagem)

• Podem ser erroneamente classificados como dementados ou depressivos

Page 10: Delirium em idosos

Classificação De acordo com a etiologia

• Delirium como manifestação de doença clínica (ITU)

• Induzido por drogas (opióides)

• Múltiplas etiologias

• Sem causa definida (investigação adequada??)

Page 11: Delirium em idosos

ETIOLOGIA MULTIFATORIAL

• Indivíduos vulneráveis

(dementados,comorbidades, polifarmácia)

• Leve insulto

(privação de sono, desidrataçao leve)

• Indivíduos sem fatores de risco

(jovens, uso de poucas medicaçoes)

• Grandes insultos

(anestesia geral, sedação contínua)

Page 12: Delirium em idosos

EPIDEMIOLOGIA DA ETIOLOGIA

• 1 fator desencadeante = 16%

• 2 fatores = 27%

• 3 ou mais = 57 %

Portanto... Se encontramos um fator, devemos procurar mais!!!

Page 13: Delirium em idosos

PATOGÊNESE

Diversas teorias (ação de neuro-transmissores)

1. Deficiência colinérgica (uso de anti-colinérgicos aumenta incidência e fisostigmina reverte deliriumdesencadeado por anticolinérgico)

2. Acão dopaminérgica (drogas antiparkinsonianas)

Page 14: Delirium em idosos

FATORES DE RISCO

• > 65 anos• Alteração cognitiva prévia: Demência, história de

Delirium.• Alteração funcional: dependencia AVD, baixo nível

de exercício (< 2 METS), história de quedas• Alteração sensorial: Def. visual, auditiva.• Polifarmácia• Uso de drogas psicoativas (BZD)• Abuso de álcool• Múltiplas comorbidades

Page 15: Delirium em idosos

DIAGNÓSTICO

• Clínico!!!• Deve ser feito de forma ativa.

CAM (Principal escala diagnóstica. Sensibilidade= 94-100%. Especificidade= 90-95%)

1. Início agudo2. Distúrbio de atenção3. Pensamento desorganizado4. Alteração do nível de consciênciaCritérios 1 e 2 associado ao 3 ou 4

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Exames Complementares

• HMG, eletrólitos, função renal, Raio X tórax, Urina I, glicemia, ECG, gasometria

EXAMES ADICIONAISUrocultura, dosagem sanguínea de drogas,Líquor, hemoculturasEnzimas cardíacasTC crânio: reservado para pacientes com déficit

focal, história ou sinais de trauma, sinais de encefalite. Ausência de outros fatores que justifiquem o quadro.

Page 17: Delirium em idosos

DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL

DELIRIUM x DEMÊNCIA X DEMÊNCIA

+

DELIRIUM# Distúrbio cognitivo: comum a todos

# Demência: geralmente alerta.

# Delírium: início abrupto, curso flutuante

Page 18: Delirium em idosos

IDENTIFICAR ETIOLOGIA

• Manifestação atípica de diversas doenças em idosos (IAM, infecção)

• Avaliar medicações prescritas, mesmo as de uso crônico.

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SITUAÇÕES CLÍNICAS ASSOCIADAS AO

DELIRIUM

1. SNC = Trauma, pós ictal, Doenças degenerativas.

2. Alt. Metabólicas = IRC, Insuf. Hepática,

Anemia, hipoglicemia, Dist. H-E.

3. ACV = IAM, ICC, Arritmia, Insuf. Resp

4. Dçs sistêmicas = intoxicação, Infecção, neoplasia, trauma, pós-operatório.

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DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL

DELIRIUM x DEMÊNCIA X DEMÊNCIA

+

DELIRIUM# Distúrbio cognitivo: comum a todos

# Demência: geralmente alerta.

# Delírium: início abrupto, curso flutuante

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TRATAMENTO NÃO FARMACOLÓGICO

• Ambiente calmo e tranquilo• Uso de relógios e calendários• Presença de objetos de família • Reorientação verbal frequente• Envolvimento da família nos cuidados (orientá-los sobre as

possíveis manifestações do delirium e sua duração)• Limitar mudanças na equipe• Agrupar procedimentos para permitir maior tempo de descanço• Permitir tempo de sono sem interrupções• Presença de janelas com entrada de claridade• Restrição mecânica (pode aumentar agitação e só deve ser

considerada se outras medidas não forem eficazes. O motivo da restrição deve constar em prontuário)

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TRATAMENTO FARMACOLÓGICO

Reservado para os casos com sintomas que comprometam a saúde do paciente ou de outras pessoas

1. Antipsicótico típico: Haldol0,5 – 1mg VO 2x/dia + doses adicionais 4/4h

(Máx.20mg/d)0,5 – 1 mg IM observar 30-60 min e repetir s/nEf. Adversos: Sintomas extra-piramidaisAlargamento de QT, Sind neuroléptica malignaEvitar EV devido a curta duração e > chance de arritmia

2. Antipsicótico atípico: Risperidona0,5 – 1 mg VO 12/12h.Poucos estudos randomizados

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FATORES DE PIOR PROGNÓSTICO

• Muito idosos

• Episódio de Delirium longo

• Alterações cognitivas prévias

• Doença sistêmica prévia

• Subtipo misto ou hipoativo

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PREVENÇÃO É AÇÃO!• Atividades de orientação diária

• Mobilização precoce

• Medidas não farmacológicas de incentivo ao sono

• Evitar privação ao sono

• Uso de óculos, aparelhos auditivos

• Estimular ingesta hídrica

(estas intervenções diminuem o número e duração do Delirium, porém não altera a severidade e recorrência do quadro)