defeitos do negócio jurídico erro

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DEFEITOS DO NEGCIO JURDICO: ERRO OU IGNORNCIA, DOLO, COAO. ESTADO DE PERIGO. LESO. FRAUDE CONTRA CREDORES Aula 5 Data

ERRO ou IGNORNCIAErro quando o agente, por desconhecimento ou falso conhecimento das circunstncias, age de um modo que no seria a sua vontade, se conhecesse a verdadeira situao, diz-se que procede com erro. Trata-se de manifestao de vontade em desacordo com a realidade, quer porque o declarante a desconhece ( ignorncia ), quer porque tem representao errnea dessa realidade ( erro ) .

ESPCIES DE ERRO Para que um negcio jurdico se torne anulvel em razo do erro, h necessidade que tal erro, alm de substancial, seja escusvel e real. Erro substancial( ou essencial) art. 138 CC: So anulveis os negcios jurdicos, quando as declaraes de vontade emanarem de erro substancial que poderia ser percebido por pessoa de diligncia normal, em face das circunstncias do negcio. Se o agente conhecesse a realidade, o negcio no teria sido realizado. OBS: Erro acidental aquele que se relaciona circunstncia de menor importncia do negcio, no causando prejuzo : se relaciona s qualidades secundrias do objeto do negcio ou da pessoa. Se o agente conhecia a realidade, teria realizado o negcio de igual forma. O CC enumerou as seguintes hipteses de erro substancial, em seu art. 139: A- quando interessa natureza do negcio, ao objeto principal da declarao, ou a alguma das qualidades a ele essenciais. - Natureza do negcio (error in negotio) Ex.: Quando se troca o comodato com doao, enfiteuse com locao etc. - Objeto principal (error in corpore) Identidade do objeto Ex.:Declara-se querer comprar o animal que est diante de si, mas acaba-se levando outro, trocado. Pessoa que adquire um quadro de um pintor sem expresso, pensando tratar-se de tela de um pintor famoso. - Qualidade essencial ao negcio (error in substantia) o que versa sobre a essncia da coisa ou as propriedades essenciais de determinado objeto. Ex.: O sujeito compra um anel imaginando ser de ouro, no sabendo que se trata de cobre. B- quando concerne identidade ou qualidade essencial da pesoa a quem se refira a declarao de vontade, desde que tenha infludo nesta de modo relevante. - Qualidade ou identidade de determinada pessoa (Error in persona) Ex.: O sujeito doa uma quantia a Cipro, imaginando-o ser o salvador de seu filho, quando, na realidade, o heri foi Dcio. C- sendo de direito e no implicando recusa aplicao da lei, for motivo nico ou principal do negcio jurdico. o falso conhecimento, ignorncia ou interpretao errnea da norma jurdica aplicvel situao concreta ( Carlos Roberto Gonalves ). Entretanto, deve-se admitir, sempre em carter excepcional, o erro de direito ( error juris ) , ainda mesmo

por fora da regra expressa no art. 3, da Lei de Introduo ao Cdigo Civil, de que ningum pode escusar de cumprir a lei, alegando que no a conhece. Portanto, o erro juris no se confunde com ignorncia da lei. Ex.: Algum que eventualmente celebra um contrato de importao de uma determinada mercadoria, sem saber que, recentemente, foi publicado um decreto proibindo a entrada de tal mercadoria no territrio brasileiro. ERRO ESCUSVEL o erro justificvel. Adotou o Cdigo o padro do homem mdio para a avaliao da escusabilidade. ERRO REAL necessrio para a invalidao de um negcio jurdico que o erro seja efetivo, ou seja, que tenha trazido prejuzo concreto ao agente.

Erro consistente numa falsa causa Segundo o art. 140 do CC O falso motivo s vicia a declarao de vontade quando expresso como razo determinante , as razes de ordem subjetiva que antecedem a realizao de um negcio jurdico no tem relevncia jurdica para viciar o ato, a no ser que alguma delas tenha sido erigida em motivo determinante. Ex.: Algum aluga um imvel para instalar um restaurante, pressupondo que em frente ser estabelecida uma indstria ou escola, que dar movimento ao estabelecimento, quando, na verdade, no h nem mesmo conjecturas para a fixao desses estabelecimentos. Contudo, o negcio seria anulvel se tal motivo fosse expresso no negcio. Aceitao da manifestao de vontade errnea pelo declaratrio Convalescimento do erro: Imaginemos, por exemplo, um comprador que cr ter adquirido o lote 5, da quadra B, de um loteamento, quando, na verdade, adquiriu o lote 5, da quadra A, segundo a planta que lhe apresentada. Antes mesmo, porm, que o declarante pretenda anular o ato, o declaratrio (vendedor) concorda em entregar-lhe o lote 5,Q.B.No h prejuzo para o declarante(art.144).