dedico aos meus filhos essa conquista, com eles e por eles ... · dedico aos meus filhos essa...

44
UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO” INSTITUTO DE BIOCIÊNCIAS RIO CLARO unesp CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM ENTOMOLOGIA URBANA: TEORIA E PRÁTICA ALUNOS DO ENSINO MÉDIO COMO AGENTES MULTIPLICADORES DE PREVENÇÃO A DENGUE LUIZ CARLOS A. DOS REIS Monografia apresentada ao Instituto de Biociências do Campus de Rio Claro, Universidade Estadual Paulista, como parte dos requisitos para obtenção do título de Especialista em Entomologia Urbana . 07/2013

Upload: others

Post on 25-Jul-2020

4 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Dedico aos meus filhos essa conquista, com eles e por eles ... · Dedico aos meus filhos essa conquista, com eles e por eles, sempre! AGRADECIMENTOS Ao Dr. Delsio Natal pela orientação

UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO”

INSTITUTO DE BIOCIÊNCIAS – RIO CLARO unesp

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM ENTOMOLOGIA URBANA: TEORIA E PRÁTICA

ALUNOS DO ENSINO MÉDIO COMO AGENTES MULTIPLICADORES DE PREVENÇÃO A DENGUE

LUIZ CARLOS A. DOS REIS

Monografia apresentada ao Instituto de Biociências do Campus de Rio Claro, Universidade Estadual Paulista, como parte dos requisitos para obtenção do título de Especialista em Entomologia Urbana .

07/2013

Page 2: Dedico aos meus filhos essa conquista, com eles e por eles ... · Dedico aos meus filhos essa conquista, com eles e por eles, sempre! AGRADECIMENTOS Ao Dr. Delsio Natal pela orientação

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM ENTOMOLOGIA URBANA: TEORIA E PRÁTICA

ALUNOS DO ENSINO MÉDIO COMO AGENTES MULTIPLICADORES DE PREVENÇÃO A DENGUE

LUIZ CARLOS A. DOS REIS

DR. DELSIO NATAL

Monografia apresentada ao Instituto de Biociências do Campus de Rio Claro, Universidade Estadual Paulista, como parte dos requisitos para obtenção do título de Especialista em Entomologia Urbana .

07/2013

Page 3: Dedico aos meus filhos essa conquista, com eles e por eles ... · Dedico aos meus filhos essa conquista, com eles e por eles, sempre! AGRADECIMENTOS Ao Dr. Delsio Natal pela orientação

Dedico aos meus filhos essa conquista,

com eles e por eles, sempre!

Page 4: Dedico aos meus filhos essa conquista, com eles e por eles ... · Dedico aos meus filhos essa conquista, com eles e por eles, sempre! AGRADECIMENTOS Ao Dr. Delsio Natal pela orientação

AGRADECIMENTOS

Ao Dr. Delsio Natal pela orientação e apoio em todos os momentos.

A dona Sandra Habib pela permissão e compreensão durante a realização deste

trabalho.

A direção do Centro Educacional Instituto SHC em acreditar no projeto.

A professora D’jullie Ribeiro Tomé pela cooperação e dedicação.

Aos alunos do 1º ano do ensino médio, turma de 2012, pela valiosa colaboração.

Aos funcionários, professores, coordenadores do Instituto SHC pelo apoio

incondicional.

Aos funcionários da residência SH / Trancoso pela colaboração e apoio logístico.

A todos os professores e palestrantes do curso de especialização em entomologia

urbana pela dedicação, capacitação e empenho.

Aos funcionários do Instituto Biológico de São Paulo pela paciência e o providencial

cafezinho dos intervalos.

Aos grandes e inesquecíveis amigos da T6, pelos momentos marcantes, antes,

durante e após as aulas.

Page 5: Dedico aos meus filhos essa conquista, com eles e por eles ... · Dedico aos meus filhos essa conquista, com eles e por eles, sempre! AGRADECIMENTOS Ao Dr. Delsio Natal pela orientação

SUMÁRIO

LISTA DE FIGURAS ................................................................................................... 7

Resumo ....................................................................................................................... 9

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 10

2 REVISÃO ............................................................................................................... 12

2.1 Origem do mosquito Aedes aegypti ................................................................. 12

2.2 Principais características do mosquito Aedes Aegypti ..................................... 12

2.3 Ciclo evolutivo do mosquito ............................................................................. 13

2.4 Duas fases ....................................................................................................... 13

2.5 Principais criadouros ........................................................................................ 15

2.6.1 Transmissão .............................................................................................. 16

2.6.2 Tratamento ................................................................................................ 17

3 JUSTIFICATIVA ..................................................................................................... 18

4 OBJETIVOS ........................................................................................................... 19

5 MATERIAL E MÉTODOS ....................................................................................... 20

5.1 Região do experimento .................................................................................... 20

5.2 Problemas sociais ............................................................................................ 20

5.3 Dengue na região ............................................................................................. 20

5.4 Localização geográfica .................................................................................... 21

5.5 Clima ................................................................................................................ 21

5.6 Local da observação ........................................................................................ 22

Page 6: Dedico aos meus filhos essa conquista, com eles e por eles ... · Dedico aos meus filhos essa conquista, com eles e por eles, sempre! AGRADECIMENTOS Ao Dr. Delsio Natal pela orientação

5.7 População alvo................................................................................................. 22

5.8 Elaboração do questionario ............................................................................. 23

5.8.1 Questionário (QI e QF) .............................................................................. 23

5.9 Elaboração das aulas ....................................................................................... 24

6 RESULTADOS: ...................................................................................................... 32

7 DISCUSSÃO: ......................................................................................................... 34

8 CONCLUSÃO: ........................................................................................................ 36

9 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................... 37

Anexo I – Atividade de montagem do ciclo de vida do mosquito...............................39

Anexo II – Guia de checagem semanal......................................................................44

Page 7: Dedico aos meus filhos essa conquista, com eles e por eles ... · Dedico aos meus filhos essa conquista, com eles e por eles, sempre! AGRADECIMENTOS Ao Dr. Delsio Natal pela orientação

7

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Mosquito da dengue Aedes aegypti. Fonte:http://guiadicas.net/fotos-do-

mosquito-da-dengue/ ................................................................................................ 12

Figura 2 Representação esquemática do ciclo de vida do mosquito Aedes aegypti,

mostrando as fases, ovo, larva, pupa e adulto. Fonte: Livro - Dinâmica das Doenças

Infecciosas e Parasitárias (LOURENÇO-DE-OLIVEIRA, 2005) ................................ 13

Figura 3 Ovos do mosquito Aedes aegypti ................................................................ 14

Figura 4 Larvas do mosquito Aedes aegypti ............................................................. 14

Figura 5 Pupa do mosquito Aedes aegypti ................................................................ 15

Figura 6 Mosquito Aedes aegypti adulto ................................................................... 15

Figura 7 Mapa das Regiões do Brasil, com identificação em vermelho de

Trancoso/BA. Fonte:

http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://upload.wikimedia.org/ ..................... 21

Figura 8 Mapa do Estado da Bahia com identificação em vermelho deTrancoso

Fonte: http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://upload.wikimedia.org/ .......... 21

Figura 9 Centro Educacional Instituto SHC – Trancoso / BA .................................... 22

Figura 10 Alunos em sala de vídeo ........................................................................... 25

Figura 11 Alunos na montagem da seqüencia do ciclo de vida do mosquito. ........... 28

Figura 12 Foto1 - Recipiente de vidro (10 cm de altura por 10 cm de diâmetro). Foto

2 - Vaso plástico flexível (10 cm de altura por 10 cm de diâmetro). Foto 3 - Corte

horizontal de 5 cm da parte superior do vaso............................................................ 28

Figura 13 Foto 4 - Corte vertical do aro plástico. Foto 5 – Aro cortado. Foto 6 –

Enrolar o aro .............................................................................................................. 29

Figura 14 Foto 7 – Encaixar o aro no bocal do recipiente, deixando 2 cm para fora.

Foto 8 – Encher com água até a linha amarela. Foto 9 – Experimento completo. .... 29

Page 8: Dedico aos meus filhos essa conquista, com eles e por eles ... · Dedico aos meus filhos essa conquista, com eles e por eles, sempre! AGRADECIMENTOS Ao Dr. Delsio Natal pela orientação

8

Figura 15 A – Armazenamento incorreto de lixo. B – Material plástico descartado em

terreno baldio. C – Lixeira aberta (comum) com resíduos plásticos e orgânicos. .... 29

Figura 16. Análise do questionário Inicial (QI), realizado no Centro Educacional

Instituto SHC, localizado no bairro Maria Viúva / Trancoso – Distrito de Porto Seguro

/ BA, com 22 alunos do ensino médio em Agosto/2012. ........................................... 32

Figura 17 Análise do questionário Inicial (QI), realizado no Centro Educacional

Instituto SHC, localizado no bairro Maria Viúva / Trancoso – Distrito de Porto Seguro

/ BA, com 22 alunos do ensino médio em Agosto/2012 ............................................ 32

Figura 18 Análise do questionário final (QF), realizado no Centro Educacional

Instituto SHC, localizado no bairro Maria Viúva / Trancoso – Distrito de Porto

Seguro / BA, com 22 alunos do ensino médio em Junho/2012. ................................ 33

Figura 19 Análise do questionário final (QF), realizado no Centro Educacional

Instituto SHC, localizado no bairro Maria Viúva / Trancoso – Distrito de Porto Seguro

/ BA, com 22 alunos do ensino médio em Junho/2012. ............................................ 33

Page 9: Dedico aos meus filhos essa conquista, com eles e por eles ... · Dedico aos meus filhos essa conquista, com eles e por eles, sempre! AGRADECIMENTOS Ao Dr. Delsio Natal pela orientação

9

Resumo

A dengue é uma doença infecciosa que possui uma causa bem definida: a transmissão de um vírus aos seres humanos por mosquitos do gênero Aedes aegypti. Sistematicamente esse problema vem desafiando os programas governamentais de controle de endemias. O município de Trancoso (região sul do estado da Bahia) onde foi realizado o projeto não foge a regra da maioria dos municípios brasileiros, onde as condições sociais, econômicas e culturais favorecem a proliferação do mosquito. Elaboramos um projeto escolar onde foi abordado de modo lúdico o conhecimento da dengue, dando ênfase para o ciclo de vida do mosquito e a importância da sua fase aquática no seu controle. Este trabalho vê a escola como um importante instrumento no processo de prevenção a dengue, pois ela representa uma parcela significativa da comunidade em que está inserida, devendo enfatizar o trabalho educativo voltado às questões de saúde e desenvolver atividades que mobilizem a comunidade na tomada de ações que diminuam a ocorrência da doença.

Palavras Chaves: dengue, Aedes aegypti, escola, Trancoso, BA.

Page 10: Dedico aos meus filhos essa conquista, com eles e por eles ... · Dedico aos meus filhos essa conquista, com eles e por eles, sempre! AGRADECIMENTOS Ao Dr. Delsio Natal pela orientação

10

1 INTRODUÇÃO

Constituindo um dos principais e mais graves problemas de saúde pública, a

dengue se destaca em todas as regiões endêmicas do planeta. As taxas de

transmissão e infecção variam de local para local e são influenciadas por fatores

ambientais, principalmente: chuva, temperatura, urbanização desordenada e

densidade populacional. O arbovírus da dengue pertence à família Flaviviridae,

gênero Flavivirus. São conhecidos quatro sorotipos – DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-

4. No Brasil, essa arbovirose é conhecida como “febre quebra ossos” por causar

mal-estar e dores articulares em humano durante o estado febril agudo

(MARCONDES, 2011).

Na atualidade, o mosquito Aedes aegypti é altamente dependente dos

recipientes manufaturados pelo homem, essa associação ocorre pelo fato das

fêmeas maduras ou fecundadas colocarem seus ovos nas "paredes" de recipientes,

pouco acima da superfície líquida. Após o desenvolvimento do embrião, que dura

por volta de dois a três dias, os ovos tornam-se resistentes à dessecação. Tais

artefatos podem permanecer secos e contaminados por muito tempo, pois os ovos

continuam viáveis por período próximo de um ano. Sempre que esses recipientes

receberem nova carga d'água e o nível do líquido atingi-los, os ovos serão

estimulados a eclodir. Inicia-se assim, uma geração de imaturos e o recipiente

tornar-se-á um criadouro (NATAL, 2002).

Pode-se admitir que na maior parte do tempo, esses mosquitos estão

pousados nos inúmeros abrigos encontrados no ambiente urbano. Machos e fêmeas

podem ser coletados em cantos escuros das casas, em baixo de camas, atrás de

armários, sob pias de cozinhas, no interior de banheiros, entre série de outros

possíveis abrigos. Há evidências de que se aglomeram em maior quantidade nos

interiores que nos quintais ou áreas abertas (BARATA et al., 2001).

Por ser um mosquito que vive perto do homem, sua presença é mais comum

em áreas urbanas e a infestação é mais intensa em regiões com alta densidade

populacional, principalmente, em espaços urbanos com ocupação desordenada

(IOC, 2013).

Page 11: Dedico aos meus filhos essa conquista, com eles e por eles ... · Dedico aos meus filhos essa conquista, com eles e por eles, sempre! AGRADECIMENTOS Ao Dr. Delsio Natal pela orientação

11

A precária infraestrutura de habitação, de coleta de lixo e de abastecimento

de água em áreas urbanas está entre as principais causas de re-

emergências?correto? de doenças transmitidas por vetores, entre elas a dengue

(ROSA, 2004).

A infestação do mosquito é sempre mais intensa no verão. A elevação da

temperatura e a intensificação das chuvas formam condições propícias para a

eclosão dos ovos. Para evitar esta situação, é preciso adotar medidas permanentes

para o controle do vetor, durante todo o ano, a partir de ações preventivas de

eliminação de focos. Como o mosquito tem hábitos domésticos, essa ação depende

sobre tudo do empenho da população. Nos últimos anos, o aumento no índice de

casos de dengue no Brasil suscitou a realização de inúmeras campanhas de

combate ao vetor, exigindo soluções e a obtenção de resultados satisfatórios.

Algumas delas ocorrem no próprio âmbito escolar, no sentido de promover ações

efetivas que possam auxiliar na construção do conhecimento básico da doença.

As transformações que ocorreram no cenário contemporâneo tornam a

educação um processo amplo, considerando as interfaces que a escola possui com

os amplos domínios da comunicação midiática (BRASSOLATTI et al., 2002).

Page 12: Dedico aos meus filhos essa conquista, com eles e por eles ... · Dedico aos meus filhos essa conquista, com eles e por eles, sempre! AGRADECIMENTOS Ao Dr. Delsio Natal pela orientação

12

2 REVISÃO

2.1 Origem do Mosquito Aedes aegypti

Figura 1 Mosquito da Dengue Aedes aegypti.Fonte:http://guiadicas.net/fotos-do-mosquito-da-dengue/

O Aedes aegypti (Fig.1), é originário da África, tendo sido introduzido no

continente americano durante o período de colonização. As teorias mais aceitas

indicam que o mosquito tenha se disseminado por embarcações que aportaram no

Brasil para o tráfico de escravos. Há referencias da doença nos estados de São

Paulo, Rio de Janeiro e Salvador em 1846 e registros de epidemias no estado de

São Paulo em 1916 e em Niterói (RJ) em 1923 (TAVEIRA et al., 2001).

2.2 Principais características do mosquito Aedes aegypti

- Preto, com listras e manchas brancas.

- Pica predominantemente durante o dia e várias vezes até completar sua

alimentação sanguínea.

- Se desenvolve em água relativamente limpa e parada.

- Adapta-se bem ao ambiente urbano devido á abundância de criadouros,

escassez de predadores e afinidade pelo sangue humano.

- Postura dos ovos firmemente aderidos às paredes.

- Transmite a dengue, febre amarela e outras viroses.

Page 13: Dedico aos meus filhos essa conquista, com eles e por eles ... · Dedico aos meus filhos essa conquista, com eles e por eles, sempre! AGRADECIMENTOS Ao Dr. Delsio Natal pela orientação

13

2.3 Ciclo evolutivo do mosquito

OVO

ADULTO LARVA

PUPA

Figura 2 Representação esquemática do ciclo de vida do mosquito Aedes aegypti, mostrando as fases, ovo, larva, pupa e adulto. Fonte: Livro - Dinâmica das Doenças Infecciosas e Parasitárias (LOURENÇO-DE-OLIVEIRA, 2005)

2.4 Duas fases:

AQUÁTICA – A que transcorre na água compõe os estágios imaturos; ovo,

larva, pupa.

ALADA – A que transcorre em ambientes terrestre e aéreo é o mosquito

adulto.

O tempo de evolução do Aedes aegypti, de ovo até mosquito adulto (Fig.2),

varia com a temperatura e a disponibilidade de alimento. Em condições ideais

(temperatura elevada e alimentação adequada), esse período se completa em nove

a treze dias (TAVEIRA et al., 2001).

Page 14: Dedico aos meus filhos essa conquista, com eles e por eles ... · Dedico aos meus filhos essa conquista, com eles e por eles, sempre! AGRADECIMENTOS Ao Dr. Delsio Natal pela orientação

14

Figura 3 Ovos do mosquito Aedes aegypti

Os ovos do A. aegypti medem aproximadamente 0,4 mm (Fig.3), e são

depositados nas paredes do criadouro, às quais aderem fortemente, bem próximo à

superfície da água, porém não diretamente sobre o líquido. Inicialmente possuem

cor branca e, com o passar do tempo, escurecem devido ao contato com o oxigênio

tornando-o difícil de ser observado (IOC, 2013).São muito resistentes e podem

manter-se viáveis por vários meses em local seco (até cerca de um ano). Quando o

nível da água do recipiente sobe, devido à chuva ou ação do homem, os ovos

entram em contato com o meio líquido, eclodem e dão origem às larvas de 1º

estágio. Em condições favoráveis de umidade e temperatura, o desenvolvimento do

embrião do mosquito é concluído em dois a três dias (TAVEIRA et al., 2001).

Figura 4 Larvas do mosquito Aedes aegypti

As larvas são aquáticas (Fig.4), e se desenvolvem em quatro estágios. A

passagem de um estágio para outro se dá por meio de troca de pele (muda ou

ecdise), com aumento de tamanho. As larvas de 3° a 4° estágio são maiores e

facilmente visíveis. As larvas nadam ativamente e se alimentam de resíduos de

material orgânico e de micro-organismos presentes no meio líquido. Respiram

colocando o sifão respiratório, localizado posteriormente no corpo, na superfície da

lâmina d' água. Toda fase larvária dura de cinco a sete dias (TAVEIRA et al., 2001).

Page 15: Dedico aos meus filhos essa conquista, com eles e por eles ... · Dedico aos meus filhos essa conquista, com eles e por eles, sempre! AGRADECIMENTOS Ao Dr. Delsio Natal pela orientação

15

Figura 5 Pupa do mosquito Aedes aegypti

As pupas (Fig.5) têm forma de vírgula. Não se alimentam e ficam a maior

parte do tempo imóveis, flutuando logo abaixo do nível da água e respirando através

das duas trompas respiratórias. Em dois a três dias, abre-se uma fenda no dorso da

pupa, por onde emerge o mosquito adulto. Este repousa por algum tempo sobre a

superfície da água e então alça voo (TAVEIRA et al., 2001).

Figura 6 Mosquito Aedes aegypti adulto

Os mosquitos adultos (Fig.6), machos e fêmeas, constituem a fase alada, que

dura por volta de 40 dias. O acasalamento ocorre logo nos primeiros voos e podem

voar distâncias de aproximadamente 400 m e, com a ajuda do vento, percorrer

distâncias maiores. Os machos sugam fluidos de plantas, como o néctar e as

fêmeas, além desses fluidos, após serem inseminadas também necessitam sugar

sangue, que contém substâncias necessárias à maturação dos ovos, os quais elas

depositarão nas paredes de vários tipos de recipientes. Uma única fêmea pode picar

várias pessoas (TAVEIRA et al., 2001).

2.5 Principais criadouros

Naturais: Locais que não sofrem interferência do homem como: Bromélias, ocos de

árvores, buracos em pedrasetc.

Artificiais: Criadouros produzidos pelo homem como: Embalagens descartáveis,

caixas d’água, calhas entupidas, ralos, pneus, prato de vasos, etc.

Page 16: Dedico aos meus filhos essa conquista, com eles e por eles ... · Dedico aos meus filhos essa conquista, com eles e por eles, sempre! AGRADECIMENTOS Ao Dr. Delsio Natal pela orientação

16

2.6 Tipos de dengue:

Clássica: Caracteriza-se pela diminuição da circulação de plaquetas e

aumento da concentração do sangue (hemoconcentração), avaliadas no

hemograma.

Sintomas: Febre súbita e alta, dores de cabeça, musculares, nos ossos e

articulações, manchas vermelhas na pele, cansaço, vômitos, náuseas, falta de

apetite, diarreia e dores atrás dos olhos (BRASIL, 2011).

Hemorrágica: É caracterizada, segundo a Organização Mundial de Saúde

(OMS), pela concomitância de alterações laboratoriais, caracterizadas pela

diminuição de plaquetas abaixo de 100 mil e elevação de hematócrito acima de 20%

(hemoconcentração), e rde alterações rclínicas associadas eae síndromeefebril,e

apresentadasecomegravidadesevariáveis.

Sintomas: Hemorragias espontâneas de pele e mucosas (nasais, gengivais,

aumento do fluxo menstrual, sangramento urinário e/ou vômitos sanguinolentos),

redução da pressão arterial, do fluxo urinário e do enchimento capilar, pulso fino e

rápido, palidez, extremidades frias, sudorese, sonolência, ausência de diurese (fluxo

da urina), torpor, perda de consciência que podem evoluir ao óbito. Os casos de

choque apresentam letalidade entre 10 e 50% (BRASIL, 2011).

2.6.1 Transmissão

Ao se partir de um início, o ciclo da doença começa quando a fêmea do

mosquito Aedes aegypti é estimulada à alimentação sangüínea para repasto e

maturação dos ovos. Ao se alimentar do sangue de uma pessoa que apresente o

vírus a fêmea passa a ser portadora e potencial disseminadora do vírus. O período

de incubação (tempo transcorrido entre a picada do mosquito e o aparecimento dos

sintomas) varia de três a quinze dias; geralmente é de cinco a seis dias. O fato do

não aparecimento imediato dos sintomas, as pessoas podem circular de um local a

outro e, se forem novamente picadas pela fêmea do mosquito Aedes aegypti,

tornarem potenciais disseminadores da doença (IOC, 2013).

Page 17: Dedico aos meus filhos essa conquista, com eles e por eles ... · Dedico aos meus filhos essa conquista, com eles e por eles, sempre! AGRADECIMENTOS Ao Dr. Delsio Natal pela orientação

17

2.6.2 Tratamento

Não existe tratamento específico para dengue. O tratamento é apenas

sintomático, com analgésicos e antitérmicos. Dependendo de suas condições

clínicas, o paciente poderá ser tratado no próprio domicílio, com seguimento

ambulatorial. Não devem ser usados medicamentos à base de ácido acetilsalicílico

(AAS®,Aspirina®, Melhoral® etc.), por favorecerem sangramentos. Recomenda-se

boa hidratação oral (aumento da ingestão de líquidos caseiros). No caso de haver

manifestações hemorrágicas, o paciente deverá ser internado para receber o

tratamento adequado, pois o quadro clínico pode tornar-se grave. Após a cura o

paciente adquire imunidade permanente, porém somente ao sorotipo que o infectou.

Isso significa que pode vir a adquirir novamente a dengue, causada por outro

sorotipo, com possibilidade de desenvolver a forma grave da doença (dengue

hemorrágica). (TAVEIRA et al., 2001)

Page 18: Dedico aos meus filhos essa conquista, com eles e por eles ... · Dedico aos meus filhos essa conquista, com eles e por eles, sempre! AGRADECIMENTOS Ao Dr. Delsio Natal pela orientação

18

3 JUSTIFICATIVA

O projeto vê os alunos do ensino médio como uma importante ponte com a

comunidade, onde a escola reapresenta um excelente meio de difusão de

informações, formando uma fonte geradora de conhecimentos e de incentivo na

construção de uma consciência coletiva de prevenção da dengue.

O

Page 19: Dedico aos meus filhos essa conquista, com eles e por eles ... · Dedico aos meus filhos essa conquista, com eles e por eles, sempre! AGRADECIMENTOS Ao Dr. Delsio Natal pela orientação

19

4 OBJETIVOS

Ampliar o conhecimento dos alunos de ensino médio sobre o ciclo de vida do

mosquito Aedes aegypti;

Enfatizar a importância da fase aquática no controle do mosquito;

Promover a interação entre os agentes multiplicadores, escola e comunidade.

Page 20: Dedico aos meus filhos essa conquista, com eles e por eles ... · Dedico aos meus filhos essa conquista, com eles e por eles, sempre! AGRADECIMENTOS Ao Dr. Delsio Natal pela orientação

20

5 MATERIAL E MÉTODOS

5.1 Região do experimento

História da cidade:

A aldeia de São João Batista dos Índios, atual Trancoso, coordenadas: 16° 35'

S, 39° 6', foi fundada no ano de 1586 com a finalidade de defender a região dos

contrabandistas de pau-brasil que chegavam pelo litoral. É um povoado pertencente

ao município de Porto Seguro, no estado brasileiro da Bahia. Esta vila fica no topo

de um pequeno monte, com muitas praias, falésias, foz de rios e coqueiral, a 26

quilômetros de Porto Seguro. Árvores centenárias, como jaqueiras, mangueiras,

amendoeiras e jacarandás emolduram a paisagem e dão um clima especial à vila. O

centro turístico tem a forma de retângulo, com a igreja de São João Batista em uma

das cabeceiras e casinhas construídas em linha reta, baixas e grudadas umas nas

outras, formando o famoso “Quadrado”, conhecido por sua beleza.

5.2 Problemas sociais

Hoje, Trancoso sofre com o crescimento desordenado devido à atividade

turística. O aumento populacional traz as favelas e a precariedade de infraestrutura

urbana. As pressões exercidas pelo homem (na vila, nos mangues, nas praias e

falésias) para acolher uma indústria de turismo de massa, não foram planejadas na

estrutura física e ecológica do meio ambiente. A coleta de resíduos sólidos é

precária durante a alta temporada devido ao aumento do fluxo de turistas, sendo

comum o lixo acumular por dias.

5.3 Dengue na região

No banco de dados do SINAN, (Sistema de Informação de Agravos de

Notificação), estão registrados no Município de Porto Seguro/BA em julho de 2013,

259 casos de dengue. No mesmo período de 2012 foram notificados 129, portanto, o

número de casos atual correspondendo a um aumento de mais de 100%. Por

pertencer ao Município de Porto Seguro/BA, Trancoso não aparece no banco de

dados do SINAN, mas está dentro das estatísticas de aumento de casos da doença.

Page 21: Dedico aos meus filhos essa conquista, com eles e por eles ... · Dedico aos meus filhos essa conquista, com eles e por eles, sempre! AGRADECIMENTOS Ao Dr. Delsio Natal pela orientação

21

5.4 Localização geográfica

Região Nordeste

Figura 7 Mapa das Regiões do Brasil, com identificação em vermelho de Trancoso/BA Fonte: http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://upload.wikimedia.org/

Figura 8 Mapa do Estado da Bahia com identificação em vermelho de Trancoso. Fonte:http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://upload.wikimedia.org/

5.5 Clima

Tropical (região litorânea / quente e úmido)

Page 22: Dedico aos meus filhos essa conquista, com eles e por eles ... · Dedico aos meus filhos essa conquista, com eles e por eles, sempre! AGRADECIMENTOS Ao Dr. Delsio Natal pela orientação

22

5.6 Local da observação

Centro Educacional Instituto SHC, localizado no bairro Maria Viúva /Trancoso

- Distrito de Porto Seguro /BA.

Data da fundação: 28 de outubro de 2010.

Número de salas: 43 salas (aulas, laboratórios e biblioteca).

Número de alunos: 873 alunos.

Número de professores: 57

Horário de funcionamento: 07:00 às 15:00

Direção: Jamerons Mansur Peixoto

Vice direção: Nilmar Vasconcelos Pereira

Coordenação: Lilian Marilac Cornélio de Freitas Peixoto e Tacianne Rodrigues

Figura 9 Centro Educacional Instituto SHC – Trancoso / BA

5.7 População alvo

Participaram deste estudo 22 alunos da 1ª série do ensino médio do Centro

Educacional Instituto SHC (Fig.9), localizado no bairro Maria Viúva – Trancoso –

Distrito de Porto Seguro / BA. O projeto foi apresentado à professora de biologia

para sua prévia avaliação e necessárias adaptações, uma vez que o objetivo é

agregar o conhecimento sem alteração da grade curricular já programada.

Page 23: Dedico aos meus filhos essa conquista, com eles e por eles ... · Dedico aos meus filhos essa conquista, com eles e por eles, sempre! AGRADECIMENTOS Ao Dr. Delsio Natal pela orientação

23

O critério de escolha da unidade escolar deveu-se ao apoio imediato da sua

diretoria e coordenação. O conhecimento prévio do projeto proporcionou entre os

educadores uma abordagem mais abrangente sobre o tema, uma vez que a

recorrência da dengue é comum e o afastamento por motivo da doença pode

influenciar no desempenho de todos.

5.8 Elaboração do questionario

Atividade 1:

Elaboração e aplicação do questionário inicial (QI) contendo seis perguntas

descritivas (P1 a P6) aos alunos em agosto de 2012, sem que os mesmos tivessem

conhecimento do projeto. Este método teve como objetivo avaliar o conhecimento

prévio dos alunos sobre o tema e comparar o que foi assimilado, uma vez que as

mesmas perguntas do (QI) foram repetidas no término do projeto no questionário

final (QF). Antes da elaboração do questionário foi verificado com a população local

como o mosquito é conhecido, uma vez que seu nome varia conforme a região do

Brasil onde recebe os nomes: mosquito, carapanã, muriçoca, pernilongo, sovela ou

cabeça de prego, no caso da região de Trancoso/BA este é referido como mosquito.

5.8.1 Questionário (QI e QF)

O questionário foi apresentado em quatro folhas de papel A4, onde consta na

primeira folha o nome do estabelecimento de ensino, nome do aluno e a 1ª pergunta:

(P1) Escreva o que você sabe sobre a dengue.

Com 20 linhas para resposta.

A segunda folha consta a 2ª e3ª pergunta:

(P2) Onde se reproduzem os mosquitos?

(P3) Como os mosquitos se desenvolvem?

Ambas com 12 linhas para resposta.

A terceira folha consta a 4ª e 5ª pergunta:

Page 24: Dedico aos meus filhos essa conquista, com eles e por eles ... · Dedico aos meus filhos essa conquista, com eles e por eles, sempre! AGRADECIMENTOS Ao Dr. Delsio Natal pela orientação

24

(P4) Como as pessoas podem pegar dengue?

(P5) Quais os sintomas da doença?

Ambas com 12 linhas para resposta.

A quarta folha consta a 6ª pergunta:

(P6) O que você pode fazer para evitar a reprodução do mosquito?

Com 30 linhas para resposta.

5.9 Elaboração das aulas

As aulas foram elaboradas de acordo com a grade curricular pré-definida pela

escola e pertinentes ao conhecimento dos alunos do 1º ano do ensino médio:

1ª aula / agosto 2012

Atividade 2:

Apresentação pessoal e explicação aos alunos do objetivo do projeto e sua

total isenção em relação às notas escolares.

Procurou-se estabelecer um clima de maior empatia possível para que os

alunos pudessem falar livremente a respeito do tema.

Foi ressaltada a importância do combate ao mosquito da dengue como

problema de saúde pública onde todos estavam sujeitos a doença e a valiosa

colaboração dos alunos para o desenvolvimento do projeto.

2ª, 3ª e 4ª aula / setembro 2012

Atividade 3:

Apresentação do vídeo elaborado pela FIOCRUZ, “vídeo fantástico da

dengue” partes: 1, 2, 3, 4rer5.

Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=iVQk164HzJE&feature=relmfu.

Page 25: Dedico aos meus filhos essa conquista, com eles e por eles ... · Dedico aos meus filhos essa conquista, com eles e por eles, sempre! AGRADECIMENTOS Ao Dr. Delsio Natal pela orientação

25

Figura 10 Alunos em sala de vídeo

Exibição do vídeo (Fig.10) para duas turmas separadas, formando as equipes

“A e B” com objetivo de interagir os alunos através de um debate sobre o tema.

Material para o debate:

Duas folhas de caderno universitário pautado para cada equipe

Procedimentos para o debate:

Ao término da apresentação do vídeo foi solicitado para os alunos da equipe

“A” que formulassem duas perguntas escritas pertinentes ao tema. O mesmo

procedimento acima foi tomado para a equipe “B”.

As perguntas das equipes foram previamente analisadas para validar sua

coerência ou evitar sua repetição, caso ocorressem seriam substituídas. As

respostas incompletas ou incorretas foram corrigidas no debate.

As equipes foram reunidas “A” do lado direito e “B” do lado esquerdo da

classe.

Todas as perguntas(P), respostas(R) e complementos/correções(C) foram

orais na seguinte ordem:

Equipe “A”

(P) Quais as principais características do mosquito da dengue?

Equipe “B”

(R) Preto com listras brancas nas “patas”, pica durante o dia, vôo irregular.

Page 26: Dedico aos meus filhos essa conquista, com eles e por eles ... · Dedico aos meus filhos essa conquista, com eles e por eles, sempre! AGRADECIMENTOS Ao Dr. Delsio Natal pela orientação

26

(C) Preto com listras brancas nas “pernas” / pica predominantemente de dia e

várias vezes até completar a alimentação sangüínea / tem afinidade pelo sangue

humano / se desenvolve em água relativamente limpa e parada.

“Equipe “B”

(P) Quais os tipos de alimentação do mosquito da dengue?

Equipe “A”

(R) Sangue e plantas.

(C) Os mosquitos machos e fêmeas se alimentam de frutas e néctar das

flores que são essenciais para seu metabolismo energético / alimentação sanguínea

é exclusivamente das fêmeas e é necessária para o processo reprodutivo,

desenvolvimento e maturação dos ovócitos.

Equipe “A”

(P) Como o mosquito da dengue pode se espalhar pelo mundo.

Equipe “B”

(R) Entrando voando em navios, aviões, carros etc.

(C) O comércio entre os países pela globalização aumenta a dispersão do

mosquito por vários meios de transporte / rápido crescimento e urbanização

desordenada das populações nas áreas tropicais /maior rapidez dos meios de

transporte / O longo tempo que os ovos podem resistir por mais de um ano nos

substratos.

Equipe “B”

(P) Onde a fêmea do mosquito da dengue coloca seus ovos?

“Equipe “A”

(R) Na parede de vasos de plantas, pneus, caixas de água.

Page 27: Dedico aos meus filhos essa conquista, com eles e por eles ... · Dedico aos meus filhos essa conquista, com eles e por eles, sempre! AGRADECIMENTOS Ao Dr. Delsio Natal pela orientação

27

(C) Em qualquer substrato próximo a água relativamente limpa e parada, por

isso o cuidado com o lixo descartável que pode armazenar água, como garrafas pet,

pneus, pratos de plantas, caixas de água abertas etc.

5ª aula / outubro 2012

Atividade 4:

Apresentação do “Manual de Orientação e controle do mosquito Aedes

aegypti” Autores: Lúcia Antonia Taveira – Luiz Roberto Fontes e Delsio Natal -

Ribeirão Preto, SP – Brasil / 2001 -Tópico: O mosquito Aedes aegypti

Foram ressaltadas as principais características que diferem o Aedes aegypti

dos outros mosquitos e a importância dos alunos como agentes multiplicadores de

prevenção a dengue.

6ª e 7ª aula / novembro 2012

Atividade 5: (anexo I)

Apresentação do material “COMCIENCIA NA ESCOLA”– Dengue1: brincando

para descobrir novidades. Fonte: http://www.fiocruz.br/ioc/media/comciencia_04.pdf

Utilizou-se o jogo contendo 20 figuras das páginas 11, 13 e 15 do material

sobre o tema “Descobrindo o ciclo completo do mosquito Aedes aegypti, da

reprodução ao nascimento”.

Cada grupo de cinco alunos recebeu um jogo de figuras que foi previamente

recortado e embaralhado para que montassem a sequência do ciclo de vida do

mosquito (Fig.11). Após o término da montagem, cada grupo apresentou oralmente

sua sequência com detalhes. Foi apresentado então o gabarito para que eles

pudessem efetuar as eventuais correções.

Page 28: Dedico aos meus filhos essa conquista, com eles e por eles ... · Dedico aos meus filhos essa conquista, com eles e por eles, sempre! AGRADECIMENTOS Ao Dr. Delsio Natal pela orientação

28

Figura 11 Alunos na montagem da sequência do ciclo de vida do mosquito.

8ª aula / fevereiro 2013

Atividade 6:

Montagem de um experimento para coleta de ovos de mosquitos para os

alunos visualizarem o local de oviposição, e identificarem outros locais que podem

armazenar água e favorecer a procriação do mosquito.(Fig. 12, 13 e 14)

Materiais: Recipiente de vidro redondo / Vaso plástico flexível / Tesoura /

Água.

Figura 12 Foto1 - Recipiente de vidro (10 cm de altura por 10 cm de diâmetro). Foto 2 - Vaso plástico

flexível (10 cm de altura por 10 cm de diâmetro). Foto 3 - Corte horizontal de 5 cm da parte superior

do vaso.

1 2 3

Page 29: Dedico aos meus filhos essa conquista, com eles e por eles ... · Dedico aos meus filhos essa conquista, com eles e por eles, sempre! AGRADECIMENTOS Ao Dr. Delsio Natal pela orientação

29

Figura 13 Foto 4 - Corte vertical do aro plástico. Foto 5 – Aro cortado. Foto 6 – Enrolar o aro

Figura 14 Foto 7 – Encaixar o aro no bocal do recipiente, deixando 2 cm para fora. Foto 8 – Encher com água até a linha amarela. Foto 9 – Experimento completo.

9ª aula / março 2013

Atividade 7:

Saída de campo para levantamento e visualização de possíveis criadouros

(Fig.15 A, B e C)

Figura 15 A – Armazenamento incorreto de lixo. B – Material plástico descartado em terreno baldio. C – Lixeira aberta com resíduos plásticos e orgânicos.

Em sala de aula, foi realizada uma discussão com os alunos sobre a

responsabilidade do homem com o meio ambiente e sua direta participação na

disseminação da doença.

4 5 6

7 8 9

A B C

Page 30: Dedico aos meus filhos essa conquista, com eles e por eles ... · Dedico aos meus filhos essa conquista, com eles e por eles, sempre! AGRADECIMENTOS Ao Dr. Delsio Natal pela orientação

30

10ª aula / abril 2013

Atividade 8:

Apresentação dos vídeos:

“Todos conta a Dengue – parte 1”

Fonte:http://www.youtube.com/watch?v=u8XsMmkOJZ8

“Dr. Drausio Varella ensina reconhecer a dengue”

Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=B8toQnxS18

Temas discutidos com os alunos:

- Casos de parentes e conhecidos que contraíram a doença.

- O perigo da automedicação.

11ª aula / maio 2013

Atividade 9:

Apresentação do material “Uma semana tem mais de dez mil minutos. Que tal

usar apenas 10 para combater a dengue” Fonte:

Fonte: http://www.ioc.fiocruz.br/dengue/textos/10minutos.html

Interação dos alunos com a comunidade através do guia de checagem para

ser aplicado em suas casas, vizinhanças, comércio, etc.

O material destaca as principais medidas de prevenção e disponibiliza uma

tabela para auxiliar na checagem semanal. (anexo II)

12ª e 13ª aula / junho 2013

Atividade 10:

Montagem de um painel itinerante pelos alunos utilizando os materiais

disponibilizados nas apresentações do projeto para ser exibido em outras salas de

aula.

Page 31: Dedico aos meus filhos essa conquista, com eles e por eles ... · Dedico aos meus filhos essa conquista, com eles e por eles, sempre! AGRADECIMENTOS Ao Dr. Delsio Natal pela orientação

31

Aplicação do questionário final (QF) para avaliação do conteúdo assimilado.

Critério para avaliação dos questionários

As questões descritivas foram analisadas com base nos pressupostos

definidos por FLICK (2004) para análise de conteúdo, cujo aspecto essencial está

focado na construção de categorias visando reduzir o material analisado,

favorecendo a busca de regularidades nas respostas obtidas.

As respostas foram classificadas como sendo satisfatórias ou insatisfatórias.

Page 32: Dedico aos meus filhos essa conquista, com eles e por eles ... · Dedico aos meus filhos essa conquista, com eles e por eles, sempre! AGRADECIMENTOS Ao Dr. Delsio Natal pela orientação

32

6 RESULTADOS:

Análise do questionário inicial (QI) - (Gráfico 1 e 2)

Figura 16. Análise do questionário Inicial (QI), realizado no Centro Educacional Instituto SHC, localizado no bairro Maria Viúva /Trancoso – Distrito de Porto Seguro / BA, com 22 alunos do ensino médio em Agosto/2012.

Figura 17 Análise do questionário Inicial (QI), realizado no Centro Educacional Instituto SHC, localizado no bairro Maria Viúva /Trancoso – Distrito de Porto Seguro / BA, com 22 alunos do ensino médio em Agosto/2012

12

14

50 1

P 1 P 2 P 3 P 4 P 5 P 6

A

L

U

N

O

S

PERGUNTAS

respostas satisfatórias respostas insatisfatórias

82%

18%

109 respostas satisfatórias 23 respostas insatisfatórias

Page 33: Dedico aos meus filhos essa conquista, com eles e por eles ... · Dedico aos meus filhos essa conquista, com eles e por eles, sempre! AGRADECIMENTOS Ao Dr. Delsio Natal pela orientação

33

Análise do questionário final (QF) (Gráficos 3 e 4)

Figura 18 Análise do questionário final (QF), realizado no Centro Educacional Instituto SHC, localizado no bairro Maria Viúva /Trancoso – Distrito de Porto Seguro / BA, com 22 alunos do ensino médio em Junho/2012.

Figura 19 Análise do questionário final (QF), realizado no Centro Educacional Instituto SHC, localizado no bairro Maria Viúva /Trancoso – Distrito de Porto Seguro / BA, com 22 alunos do ensino médio em Junho/2012.

1 1 1 1 0 1

P 1 P 2 P 3 P 4 P 5 P 6

A

L

U

N

O

S

PERGUNTAS

respostas satisfatórias respostas insatisfatórias

97%

3%

127 respostas satisfatórias 05 respostas insatisfatórias

Page 34: Dedico aos meus filhos essa conquista, com eles e por eles ... · Dedico aos meus filhos essa conquista, com eles e por eles, sempre! AGRADECIMENTOS Ao Dr. Delsio Natal pela orientação

34

7 DISCUSSÃO:

A escola representa um canal de comunicação que envolve diversos temas

de educação à saúde. Ao se realizar um projeto de prevenção de doenças, cujo foco

é um trabalho educativo e pedagógico, ele se estende aos domicílios dos

professores, funcionários, alunos, vizinhos, parentes e outros, indo além dos limites

do bairro e até mesmo do município que a escola está inserida.

DONALISIO et al. (2001) discutem que além da escola ser um importante

meio na difusão de informações sobre a dengue também é uma fonte geradora de

conhecimentos. A manutenção e ampliação das atividades educativas tornam-se

otimizadas quando ocorrem nessas instituições, já que possuem bom rendimento e

baixo custo. REGIS et al. (1996) apontam a escola como espaço privilegiado no

envolvimento da população no controle do vetor, já que nela há representantes da

maioria das famílias dos bairros; aborda-se conhecimento sobre a doença em

diversas disciplinas; há oportunidades de aproximação do problema; as mudanças

de atitudes são favorecidas pelo fato de o público ser constituído por crianças e

adolescentes e também há a possibilidade do tratamento do problema ser

incorporado no currículo de algumas disciplinas.

ROSA (2004) realizou entrevistas semiestruturadas com 58 alunos do ensino

fundamental, onde concluiu que os alunos de maneira geral demonstravam pouco

grau de conhecimento sobre a proliferação de mosquitos e ressaltou a importância

do governo desenvolver campanhas educativas baseadas na organização e

conhecimento da comunidade.

EINSFELD et al. (2009), com base em análise da literatura pertinente ao

combate da dengue no Brasil, levantaram questões relevantes e as aplicaram em 60

alunos do sexo masculino e feminino (entre 13 e 17 anos) que freqüentavam a 8º

série do Ensino Fundamental de duas escolas da rede pública de um município da

grande Porto Alegre. Os resultados apontam para a necessidade de os professores

de Ciências estarem conectados ao conjunto de informações que circulam na mídia

a respeito dos temas que abordam em suas disciplinas, no sentido de construir

estratégias para aprofundar as temáticas pertinentes.

Page 35: Dedico aos meus filhos essa conquista, com eles e por eles ... · Dedico aos meus filhos essa conquista, com eles e por eles, sempre! AGRADECIMENTOS Ao Dr. Delsio Natal pela orientação

35

Existe uma escassez de trabalhos disponíveis na literatura que enfatize o

ciclo de vida do mosquito como fator importante na prevenção da dengue. Neste

estudo notou-se que o conhecimento dos alunos sobre a fase aquática do mosquito

foi fundamental para que os mesmos compreendessem as razões das campanhas

educativas veiculadas pela mídia. Desta forma, consideramos que a escola é um

importante meio de comunicação entre as campanhas educativas de saúde pública

e a comunidade.

Page 36: Dedico aos meus filhos essa conquista, com eles e por eles ... · Dedico aos meus filhos essa conquista, com eles e por eles, sempre! AGRADECIMENTOS Ao Dr. Delsio Natal pela orientação

36

8 CONCLUSÃO:

Com base nos resultados deste estudo, observou-se que o conhecimento dos

alunos sobre a dengue é compatível com as campanhas veiculadas pela mídia em

que é sabida a existência de relação entre o cuidado com objetos que acumulam

água e os casos da doença. O ciclo de vida do mosquito Aedes aegypti era pouco

conhecido conforme resultado apresentado no questionário inicial (QI), porém

através das atividades realizadas com os alunos foi obtido um expressivo ganho de

conhecimento conforme demonstrado pela análise do questionário final (QF).

Concluiu-se que o aprendizado do ciclo de vida do mosquito em sua fase

aquática foi o elo que faltava aos alunos para assimilarem sua importância na

prevenção da doença, compreendendo assim que é muito mais fácil interromper o

desenvolvimento do mosquito nessa fase através de medidas preventivas do que em

sua fase adulta. Ao término deste projeto ficou evidente para os alunos da sua

importância como agentes multiplicadores não só de conhecimento, mas também de

ações contínuas com a comunidade de conscientização e práticas de prevenção a

dengue.

Page 37: Dedico aos meus filhos essa conquista, com eles e por eles ... · Dedico aos meus filhos essa conquista, com eles e por eles, sempre! AGRADECIMENTOS Ao Dr. Delsio Natal pela orientação

37

9 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BARATA, E.A.M.; COSTA, A.I.P.; CHIARAVALLOTI-NETO, F.; GLASSER, C.M.;

BARATA, J.M.S.; NATAL, D. Populações de Aedes aegypti (l.) em área endêmica

de dengue, Sudeste do Brasil.Rev. Saúde Pública, São Paulo, v.35, n.3, p.237-

242, 2001.

BRASIL. Dengue - Diagnóstico e manejo - Ministério da Saúde / Secretaria de

Vigilância em Saúde Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis

http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/dengue_manejo_adulto_crianca__4ed_2

011.pdf

BRASSOLATTI, R.C.; ANDRADE, C.F.S. Avaliação de uma intervenção educativa

na prevenção da dengue. Ciência & Saúde Coletiva, v. 7, n. 2, p. 243-251, 2002.

DONALISIO, M.R.; ALVES, M.J.C.P.; VISOCKAS, A. (2001). Inquérito sobre

conhecimentos e atitudes da população sobre a transmissão do dengue –

região de Campinas São Paulo, Brasil –. Rev. Soc. Bras. Med. Trop., 34 (2): 197 –

201, 1998.

EINSFELD F. PROENÇA, M.; DAL-FARRA, R. A. Controle da dengue: reflexões

sobre as contribuições da escola e da mídia. VII ENPEC - Encontro Nacional de

Pesquisadores em Educação em Ciências, Florianópolis, UFSC, 2009.

FLICK, U. Uma introdução à pesquisa qualitativa. Porto Alegre: Bookman, 2004.

IOC. Dengue - Vírus e vetor - Instituto Oswaldo Cruz - Fiocruz/boletim eletrônico

/2013 - http://www.ioc.fiocruz.br/dengue/

MARCONDES, C.B. Entomologia médica e veterinária – 2ª edição – São Paulo

(BR); 2011.

NATAL, D. Bioecologia do Aedes aegypti, - Biológico, São Paulo, v.64, n.2, p.205-

207, jul./dez., 2002.

Page 38: Dedico aos meus filhos essa conquista, com eles e por eles ... · Dedico aos meus filhos essa conquista, com eles e por eles, sempre! AGRADECIMENTOS Ao Dr. Delsio Natal pela orientação

38

REGIS, L.; FURATADO, A. F.; OLIVEIRA, C.M.F.; BEZERRA, C.B.; SILVA, L.R.F.;

ARAÚJO, J; MACIEL, A., SILVA-FILHA, M.H.; SILVA, S.B. Controle Integrado do

vetor da filariose com participação comunitária, em uma área urbana do Recife,

Brasil. Cad. Saúde Publ. , 12(4): 473-482, 1996.

ROSA J.C. Educação na escola: conhecimento dos alunos a respeito de

mosquitos (díptera:culicidae) e problemas ambientais – Dissertação de

Mestrado –, São Paulo (BR); 2004. [MD Thesis – Faculdade de Saúde Pública da

Universidade de São Paulo].

TAVEIRA LA, FONTES LR, NATAL D. Manual de diretrizes e procedimentos no

controle do Aedes aegypti – Ribeirão Preto, SP – Brasil; 2001

Page 39: Dedico aos meus filhos essa conquista, com eles e por eles ... · Dedico aos meus filhos essa conquista, com eles e por eles, sempre! AGRADECIMENTOS Ao Dr. Delsio Natal pela orientação

39

Anexo I

Page 40: Dedico aos meus filhos essa conquista, com eles e por eles ... · Dedico aos meus filhos essa conquista, com eles e por eles, sempre! AGRADECIMENTOS Ao Dr. Delsio Natal pela orientação

40

Anexo I

Page 41: Dedico aos meus filhos essa conquista, com eles e por eles ... · Dedico aos meus filhos essa conquista, com eles e por eles, sempre! AGRADECIMENTOS Ao Dr. Delsio Natal pela orientação

41

Anexo I

Page 42: Dedico aos meus filhos essa conquista, com eles e por eles ... · Dedico aos meus filhos essa conquista, com eles e por eles, sempre! AGRADECIMENTOS Ao Dr. Delsio Natal pela orientação

42

Anexo I

Page 43: Dedico aos meus filhos essa conquista, com eles e por eles ... · Dedico aos meus filhos essa conquista, com eles e por eles, sempre! AGRADECIMENTOS Ao Dr. Delsio Natal pela orientação

43

Anexo I

Page 44: Dedico aos meus filhos essa conquista, com eles e por eles ... · Dedico aos meus filhos essa conquista, com eles e por eles, sempre! AGRADECIMENTOS Ao Dr. Delsio Natal pela orientação

44

Anexo II