dedicamos este projeto a todos as crianças...

48

Upload: vantram

Post on 12-Nov-2018

233 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Dedicamos este projeto a todos as crianças queprimeirainfancia.org.br/wp-content/uploads/2015/06/publicação... · cantigas antigas e brincadeiras de roda para aproximar das crian
Page 2: Dedicamos este projeto a todos as crianças queprimeirainfancia.org.br/wp-content/uploads/2015/06/publicação... · cantigas antigas e brincadeiras de roda para aproximar das crian

Dedicamos este projeto a todos as crianças que precisam de melhores condições habitacionais e por uma cidade mais justa e inclusiva.

Page 3: Dedicamos este projeto a todos as crianças queprimeirainfancia.org.br/wp-content/uploads/2015/06/publicação... · cantigas antigas e brincadeiras de roda para aproximar das crian

FICHA TÉCNICA

Entidade Mantenedora FEBASP Associação civil: Diretor presidente Prof. Dr. Paulo A. Gomes Cardim Diretora Financeira Prof.ª Maria Lucia de Oliveira Cardim Diretora Administrativa Priscila Gomes Cardim Centro Universitário Belas Artes de São Paulo Entidade Mantida Reitor Prof. Dr. Paulo A. Gomes Cardim Assessora Institucional Patrícia Gomes Cardim Pró-reitor Institucional Prof. Me. Turguenev Roberto de Oliveira Pró-reitor Acadêmico Prof. Dr. Sidney Ferreira Leite Pró-reitor Administrativo Prof. Me. Francisco Carlos Tadeu Starke Rodrigues Centro Universitário Belas Artes de São Paulo Ação Social Coordenadora Central de Extensão Prof. Me. Denise Xavier de Mendonça Gerente do Centro Gestor da Informação Prof.ª Ma. Leila Rabello de Oliveira Monitoras: Caroline Ratão Larissa Gonçalves Luiz Coordenação de Arquitetura e Urbanismo Dr. Enio Moro Junior Me. Antonio Rodrigues Neto

Page 4: Dedicamos este projeto a todos as crianças queprimeirainfancia.org.br/wp-content/uploads/2015/06/publicação... · cantigas antigas e brincadeiras de roda para aproximar das crian

PARTICIPANTES

Coordenadora da Central de Extensão Prof.a Me. Denise Xavier

Coordenadora do projeto - ArquiCriança Prof.a Dra.Débora Sanches Coordenadora projeto Criança Fala e Criacidade Socióloga Me. Nayana Brettas Professores Colaboradores Prof. Me. Denivaldo Pereira Prof.a Dr.a Luiza Naomi Prof.a Dr.a Aline Nasralla Prof.a Me. Cristina Ecker Colaboradores Arquiteta Beatriz L. Kehdy Arquiteta Marilia Mesquita Arquiteta Juliana Rosa Estudante Fernanda Mesquita Estudante Paula Carlos de Souza Fotógrafo Daniel Alves de Moura Alunos colaboradores de graduação em arquitetura e urbanismo Amanda Santana Guiráo Peron Aryel Batista Bruno C. Lima Carolina Almeida de Molon Mendes Claúdia de Magalhães Scalli Isabella de S. Meneses Iolanda Carvalho dos Santos Jacqueline Zara Jean Labanca Leonardo Ferreira Ocampos Luisa Arruda Rico Marcela Cristina Fernandes de Abreu Marcele Lemos Liotto Marcus Vinicius Miguel Monica Soares Maragno Nicoly Attolini Costaño Moralta Raphaela Rodrigues de Mello Renata Farias Niero Sabrina Bach Tuane Amaro de Oliveira Yasmine Pimenta Lopes

Page 5: Dedicamos este projeto a todos as crianças queprimeirainfancia.org.br/wp-content/uploads/2015/06/publicação... · cantigas antigas e brincadeiras de roda para aproximar das crian

INTRODUÇÃO

A moradia e seu entorno são o meio básico da maioria das crianças durante

o período inicial e crítico de suas vidas, quando são mais vulneráveis e se desenvolvem mais rapidamente. O lugar deve ser seguro e saudável, deve facilitar os cuidados infantis e deve satisfazer as necessidades básicas físicas, sociais, culturais e psicológicas. (Declaração dos Direitos da Criança e Habitação – Istambul 1996)

A forma de moradia “cortiço” ou “pensão”é a mais utilizada pelas famílias de baixa renda nas grandes cidades brasileiras nos bairros centrais, principalmente em São Paulo, desde o século XIX. Conforme a legislação Municipal de São Paulo número 10.928/1991, denominada Lei Moura, a definição de cortiço é uma unidade habitacional utilizada como moradia coletiva multifamiliar contendo as seguintes características: várias famílias subdividem vários cômodos em local onde antes havia uma única família que são subalugados ou cedidos a qualquer título; cômodos com dimensões pequenas; contém várias funções exercidas no mesmo cômodo (cozinhar, dormir e assistir televisão, gerando falta de privacidade); falta de salubridade em função da insuficiência de ventilação e iluminação; instalações hidráulicas e elétricas precárias; superlotação de pessoas; banheiro coletivo.

A primeira pesquisa sobre cortiços em São Paulo foi realizada pela Secretaria Municipal de Planejamento, Orçamento e Gestão (SEMPLA) em 1983 e estimou o número em 2,58 milhões de moradores, representando 29,3% da população do município daquela época. A Fundação Instituto de Pesquisa Econômica (FIPE) efetivou, em 1993, pesquisa amostral, que apontou uma população de aproximadamente 595.110 pessoas, morando em 23.688 cortiços nas 20 administrações regionais de São Paulo. Em 2001 a Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (SEADE) concretizou outra pesquisa em área menor da cidade, abrangendo setores da Barra Funda, Bom Retiro, Bela Vista, Belém, Brás, Cambuci, Liberdade, Mooca, Santa Cecília e Pari, correspondendo a uma estimativa de 38.512 habitantes, (CARICARI; KOHARA, 2006). O Plano Municipal de São Paulo apresentou em outubro de 2011 a previsão de 80.389 domicílios encortiçados nos distritos centrais, conforme dados da Fundação SEADE.

Os cortiços no município de São Paulo possuem condições precárias de moradia e sua realidade velada reflete a situação desumana de seus moradores com cômodos com menos de 12m2, único banheiro e uso coletivo e sem espaço de lazer, principalmente para as crianças.. Contudo, a falta de incentivos, de fiscalização pelo poder público e de uma política habitacional abrangente esta população encontra esta forma de moradia.

Page 6: Dedicamos este projeto a todos as crianças queprimeirainfancia.org.br/wp-content/uploads/2015/06/publicação... · cantigas antigas e brincadeiras de roda para aproximar das crian

As crianças que vivem nestas condições precárias são estudadas por

Mayumi Souza Lima (1989) no livro “A cidade e a Criança”, a autora evidencia o significado

dos espaços para as crianças, pois o espaço físico constitui a relação com o mundo e as

pessoas, ganhando significados que estas relações ajudam a estabelecer.

As casas, os caminhos, as cidades são espaços da criança que transcendem as suas

dimensões físicas e se transformam nos entes e locais de alegria, de medo, de

segurança, de curiosidade, de descoberta (LIMA, 1989, p. 14).

A tese de Luiz Kohara realizada em 2009 estuda a relação das condições de

moradia e o desempenho escolar de crianças que moram em cortiços na região do Glicério

e conclui que há prejuízo no aproveitamento escolar em função das precárias condições de

moradia.

Neste sentido, o projeto de extensão “Intervenção em cortiços: estudo a

partir do olhar das crianças” – ARQUICRIANÇA – do curso de Arquitetura e Urbanismo da

Belas Artes, teve como objetivo elaborar um estudo preliminar para melhorar as condições

de salubridade de moradia, tendo como foco o olhar das crianças que moram nos cortiços.

Page 7: Dedicamos este projeto a todos as crianças queprimeirainfancia.org.br/wp-content/uploads/2015/06/publicação... · cantigas antigas e brincadeiras de roda para aproximar das crian

A metodologia utilizada para a elaboração do projeto partiu das oficinas de escuta com as crianças que moram no cortiço, em parceria com a ONG Criança Fala que tem como objetivo ouvir as crianças, por meio de atividade lúdica de escuta, para incluir suas vozes e olhares: o que querem, pensam, sonham, desejam, ideias, sugestões. Assim, os alunos de arquitetura, tiveram a oportunidade de conhecer esta realidade e desenvolver projetos de melhorias habitacionais.

Assim, as diretrizes desenvolvidas para o estudo preliminar de melhorias nas condições de salubridade do cortiço, seguiram as orientações da Lei Moura que definem padrões mínimos de salubridade e a partir das oficinas de escuta com as crianças que moram no cortiço da rua Sinimbú, localizada na baixada do Glicério, Liberdade, São Paulo.

A metodologia utilizada para a elaboração do projeto partiu das oficinas de

escuta com as crianças que moram no cortiço, em parceria com a ONG Criança Fala que

tem como objetivo ouvir as crianças, por meio de atividade lúdica de escuta, para incluir

suas vozes e olhares: o que querem, pensam, sonham, desejam, ideias, sugestões. Assim,

os alunos de arquitetura, tiveram a oportunidade de conhecer esta realidade e

desenvolver projetos de melhorias habitacionais.

Assim, as diretrizes desenvolvidas para o estudo preliminar de melhorias

nas condições de salubridade do cortiço, seguiram as orientações da Lei Moura que

definem padrões mínimos de salubridade e a partir das oficinas de escuta com as crianças

que moram no cortiço da rua Sinimbú, localizada na baixada do Glicério, Liberdade, São

Paulo.

Page 8: Dedicamos este projeto a todos as crianças queprimeirainfancia.org.br/wp-content/uploads/2015/06/publicação... · cantigas antigas e brincadeiras de roda para aproximar das crian

“Para a criação, queríamos algo que representasse a essência do projeto, criando uma identidade, associando as formas com traço solto, lúdico e com bastante cores”. Aryel Batista

LOGO

ArquiCriança – é um projeto da Central de Extensão do Centro Universitário Belas Artes de São Paulo, criado em fevereiro de 2015 para desenvolvimento de projetos participativos que visam incluir o olhar das crianças para suas necessidades.

Assim, para a comunidade e as crianças identificarem o grupo e o projeto foi elaborado o Logo pelo aluno Aryel Batista e confeccionada a camiseta oficial.

Page 9: Dedicamos este projeto a todos as crianças queprimeirainfancia.org.br/wp-content/uploads/2015/06/publicação... · cantigas antigas e brincadeiras de roda para aproximar das crian

PREPARAÇÃO PARA AS OFICINAS

Page 10: Dedicamos este projeto a todos as crianças queprimeirainfancia.org.br/wp-content/uploads/2015/06/publicação... · cantigas antigas e brincadeiras de roda para aproximar das crian

A parceria com a CriançaFala (empresa de consultoria especializada na área da

infância e que desenvolve metodologias para a abordagem da criança) e o Arquicriança

possibilitou realizar a proposta de atuação no cortiço/pensão da rua Sinimbú onde moram 20

crianças e 70 adultos.

1º módulo – apresentação do projeto de extensão

A primeira ação foi a reunião de apresentação do projeto de extensão em

parceria com a CriançaFala para os alunos da Belas Artes que contou com a participação das

professoras Débora Sanches, Denise Xavier e da Socióloga Nayana Brettas. A proposta tem

como base na intervenção de cortiços de forma participativa através da metodologia da

escuta das crianças moradoras de cortiços e as premissas da Lei Moura (Criada em 1991, que

estabelece as condições mínimas de habitação).

Neste momento participaram 40 alunos, dos quais responderam perguntas

de um questionário de intensões de participação, cujas frases a seguir são destacadas:

“Acho muito importante um engajamento com a população de pensão, para

despertar e melhorar o olhar para a nossa cidade de São Paulo. Isso acrescentará em

poder ajudar a criação de melhores espaços para a cidade”. Beatriz Kehdy

“Acho muito interessante o ato de proporcionar uma melhoria no ambiente dessas

crianças, principalmente vindo propostas das próprias crianças. Acredito que seria

uma boa experiência para levar por toda a vida e que teria melhor conhecimento

sobre a ação em pensões”. Carolina Almeida de Molon Mendes

“Aprender a crescer como ser humano, poder fazer a diferença na vida das pessoas e

aplicar isso na vida profissional”. Aryel Batista

“Desde a visita para a entrega do móvel no 8º semestre, fiquei muito motivada a fazer

algo pelas crianças e pelo Glicério, tanto que decidi fazer meu TFG na área e creio que

por participar deste projeto vai me proporcionar experiências incríveis e me dará uma

ótima base para o TFG e minha vida”. Nicoly Moralta

Page 11: Dedicamos este projeto a todos as crianças queprimeirainfancia.org.br/wp-content/uploads/2015/06/publicação... · cantigas antigas e brincadeiras de roda para aproximar das crian

2º módulo – oficinas de preparação

Na sequência realizaram-se duas oficinas de preparação e sensibilização na Belas Artes com a CriançaFala, ministrada pela Nayana Brettas e Beto Silva. Cujo objetivo foi de instrumentalizar os alunos para as oficinas com as crianças.

Cada participante se apresentou para dizer o porquê de estar participando do

projeto. A equipe da CriançaFala trouxe atividades lúdicas e divertidas, como cantigas,

músicas e brincadeiras, atividades com desenho, com o objetivo de mostrar um pouco

da sua experiência com crianças, e que o grupo criasse intimidade e identificar o que

cada um poderia contribuir no desenvolver do projeto.

Beto Silva da CriançaFala propôs atividades com os alunos para integra-los, cada

participante se descreveu através de massinha de modelar ou desenhos. Relembrou

cantigas antigas e brincadeiras de roda para aproximar das crianças nas futuras oficinas.

Para finalizar a pergunta “Qual o seu sonho?” com debate em cima das nossas

experiências.

Page 12: Dedicamos este projeto a todos as crianças queprimeirainfancia.org.br/wp-content/uploads/2015/06/publicação... · cantigas antigas e brincadeiras de roda para aproximar das crian
Page 13: Dedicamos este projeto a todos as crianças queprimeirainfancia.org.br/wp-content/uploads/2015/06/publicação... · cantigas antigas e brincadeiras de roda para aproximar das crian

A última oficina de preparação contou com a presença da CriançaFala e dos moradores de pensão do Glicério, principalmente com o menino Kelvin que compartilhou a experiência da atividade de projeto da praça realizada no em 2014 com a Belas Artes

A última oficina de preparação contou com a presença da CriançaFala

e dos moradores de pensão do Glicério, principalmente com o menino Kelvin que compartilhou a experiência da atividade de projeto da praça realizada em 2014 com o projeto de extensão MovBA da Belas Artes.

Page 14: Dedicamos este projeto a todos as crianças queprimeirainfancia.org.br/wp-content/uploads/2015/06/publicação... · cantigas antigas e brincadeiras de roda para aproximar das crian

3º módulo Reuniões de preparações para as oficinas com as crianças com desenvolvimento do projeto, elaboração de cronograma de atividades, como agir e trabalhar com crianças e divisão dos grupos.

3º módulo

Reuniões de preparações para as oficinas com as crianças com

desenvolvimento do projeto, elaboração de cronograma de atividades, como agir e

trabalhar com crianças e divisão dos grupos.

Page 15: Dedicamos este projeto a todos as crianças queprimeirainfancia.org.br/wp-content/uploads/2015/06/publicação... · cantigas antigas e brincadeiras de roda para aproximar das crian

OFICINAS

Page 16: Dedicamos este projeto a todos as crianças queprimeirainfancia.org.br/wp-content/uploads/2015/06/publicação... · cantigas antigas e brincadeiras de roda para aproximar das crian

A estratégia utilizada na oficina é relatada pelo aluno Marcus Vinicius: “Ao entrarmos na sala pedi para que todos fizessem um círculo (assim todos nós poderíamos ter um campo de visão favorável) onde isso ajuda até para termos um bom desenvolvimento no projeto tendo em mente a OBSERVAÇÃO. Logo em seguida comecei a perguntar coisas que despertassem a curiosidade da história que iria contar “A CASA SONOLENTA” ... Como do tipo...Vocês dormem muito? ... O gato da casa de vocês ou do vizinho e desastrado? Como é a cama de vocês? Tem um poder do BEN 10 que o faz dormir? E percebi que estava entrando na mesma linha de raciocínio delas. E comecei a contar a história notei que elas se empolgavam muito no decorrer pois eu parava refletia e perguntava coisas que os fizessem falar um pouco de como cada uma vive através da história e isso deu certo e elas foram contando e os que estavam no círculo foram anotando. Eles se empolgavam tanto que numa parte da história onde todos estavam deitados em cima da Vó Sonolenta começaram a pular em cima de mim para representar a mesma coisa da historia .. (coisa que achei muito engraçado pois notei que passei uma confiança de se soltarem mais..) Daí em diante notei que estava com um domínio que cada coisa que fizesse poderia ajudar a descobrir mais”.

1ª Oficina de Escuta com as crianças da pensão da Rua Sinimbú – alunos de

arquitetura e CriançaFala realizada na EMEI, localizada ao lado da pensão.

Page 17: Dedicamos este projeto a todos as crianças queprimeirainfancia.org.br/wp-content/uploads/2015/06/publicação... · cantigas antigas e brincadeiras de roda para aproximar das crian
Page 18: Dedicamos este projeto a todos as crianças queprimeirainfancia.org.br/wp-content/uploads/2015/06/publicação... · cantigas antigas e brincadeiras de roda para aproximar das crian

Os desenhos das crianças conforme o relato do aluno Marcus Vinicius:

“Foi o momento muito importante o momento talvez que podemos considerar como o mais emocionante. Onde através de cada desenho as crianças foram mostrando o pouco de suas histórias de vida. Das duas crianças que acompanhei pedi para que desenhassem uma casa como era cada lugar da casa deles e os dois ambos disseram que depois da porta existia (Morte) fiquei me perguntando o Pq? ... Falaram que não tinha banheiro.. Que todos dormiam na mesma cama... Que o pai estava preso e isso tudo foi anotando sem que os fizessem perceber nesse dia foi muito importante notar que apesar da experiência que já tenho com crianças CADA LUGAR , CADA ESPAÇO FAZ UMA HISTORIA E UM CICLO DIFERENTE”.

Page 19: Dedicamos este projeto a todos as crianças queprimeirainfancia.org.br/wp-content/uploads/2015/06/publicação... · cantigas antigas e brincadeiras de roda para aproximar das crian

Segundo Mayumi Souza Lima no livro “A cidade e a criança” escrito em 1989, a autora interpreta a compreensão dos desenhos de crianças que moram em cortiços e pensões. Destaca que é um processo evolutivo em cada faixa etária, cada criança começa a ter uma linha de raciocínio diferente e um distanciamento do lúdico ao real. A seguir a divisão por faixa etária: As crianças de 6 ou 7 anos desenham a casa onde moram a partir da planta baixa, sem domínio ou sensação nenhuma de espaço faziam o que imaginavam. O banheiro representado com quatro linhas jogadas no canto da folha com apenas um circulo para representar o vaso sanitário. O banheiro e para todos usarem não só nós de casa. As crianças de 7 a 10 anos desenham a rua com bonecos (representando as mesmas) com bolas, pipas simbolizando o lugar que se sentem livres para poder brincar (uma vez que não há uma área ou espaço de lazer). “E isso nos ressalta que a importância dada a esse espaço no desenho falava do espaço- ambiente , caloroso , alegre ,e divertido , contrastando com o espaço físico acanhado , escuro e estreito da realidade em que vivem”. LIMA, 1989.

Page 20: Dedicamos este projeto a todos as crianças queprimeirainfancia.org.br/wp-content/uploads/2015/06/publicação... · cantigas antigas e brincadeiras de roda para aproximar das crian
Page 21: Dedicamos este projeto a todos as crianças queprimeirainfancia.org.br/wp-content/uploads/2015/06/publicação... · cantigas antigas e brincadeiras de roda para aproximar das crian

2ª oficina de Escuta com as crianças da pensão da Rua Sinimbú – alunos de arquitetura, CriançaFala realizada na Igreja da Missão Paz. Para entreter as crianças foi realizada uma roda de música e depois a leitura do livro “Se criança governasse o mundo...” a Aluna Nicoly Moralta descreve a atividade:

“Mas antes de iniciarmos a atividade com a maquete, sentamos em roda com as crianças, nos apresentamos, alguns se apresentaram, outros não pois já conhecíamos, e foram feitas cantigas e também o Bruno Lima fez a leitura de um livro, no qual algumas crianças prestaram atenção e interagiram e outras estavam mais dispersas, ansiosas para o momento no qual iriam brincar com o “labirinto”. Terminando a primeira parte de integração com as crianças, partimos para o segundo momento do dia que seria a maquete.

Ao receberem os presentinhos, todos logo abriram, e ficaram muito entusiasmados, principalmente com seus bonequinhos, que representariam eles no “jogo da maquete”. A Nicole, uma das crianças presentes, pediu para distribuir as massinhas de modelar. Após distribuirmos tudo, colocamos a maquete no chão e sentamos com as crianças em volta dela, expliquei como faríamos a brincadeira e então começou a diversão e ao mesmo tempo as análises de como as crianças interpretam o espaço onde moram e de como elas gostariam que fosse”.

Page 22: Dedicamos este projeto a todos as crianças queprimeirainfancia.org.br/wp-content/uploads/2015/06/publicação... · cantigas antigas e brincadeiras de roda para aproximar das crian
Page 23: Dedicamos este projeto a todos as crianças queprimeirainfancia.org.br/wp-content/uploads/2015/06/publicação... · cantigas antigas e brincadeiras de roda para aproximar das crian

A estratégia da oficina de escuta no segundo encontro com as crianças foi realizada a partir da maquete da pensão em função das dificuldades que as crianças tem para falar do local onde moram. Assim, para conseguir captar das crianças quais os problemas e principais desejos para realizar o projeto de intervenção na pensão foi utilizada a maquete como forma de expressão. A elaboração da maquete contou com a ajuda de um levantamento da pensão realizado pelos alunos e confecção da maquete.

A montagem da Maquete conforme relato da aluna Nicoly Moralta “A partir desta decisão, juntamos um grupo para a montagem e elaboração da maquete na qual as crianças iriam intervir. Foi decidido montar a maquete em uma escala maior, para que os espaços fossem de fácil visualização das crianças. Também decidimos que seria como uma caixa de brincar, para que elas abrissem as paredes e montassem com maior facilidade suas casas. Para a montagem foi criado um kit, no qual teríamos os bonequinhos (representando as crianças), os móveis impressos e recortados para melhor compreensão do espaço, e também as massinhas de modelar para eles expressarem como bem entendessem a sua imaginação. Isso tudo entregue em uma embalagem de presente, como se estivéssemos presenteando eles com aquela oficina”.

Page 24: Dedicamos este projeto a todos as crianças queprimeirainfancia.org.br/wp-content/uploads/2015/06/publicação... · cantigas antigas e brincadeiras de roda para aproximar das crian

“Realizamos a oficina na Igreja da Missão Paz, encontramos com as crianças e assim que cheguei com a maquete e os embrulhos de presente, elas foram tomadas pela curiosidade de saber o que era aquilo que eu segurava e também, é claro, saber o que eram aqueles embrulhos de presente. Seguimos para a sala onde passaríamos o tempo com as crianças, e nisso algumas das meninas vieram me pedir para distribuírem os presentinhos para seus colegas. Ao colocar a maquete para eles olharem, muitos comentaram que parecia um labirinto, outros já assemelharam com uma casa e suas divisões, mas ninguém reconheceu como sua própria casa (apesar de ter feito a réplica fiel ao desenho passado das pensões). Mas antes de iniciarmos a atividade com a maquete, sentamos em roda com as crianças, nos apresentamos, alguns se apresentaram, outros não pois já conhecíamos, e foram feitas cantigas e também o Bruno Lima fez a leitura de um livro, no qual algumas crianças prestaram atenção e interagiram e outras estavam mais dispersas, ansiosas para o momento no qual iriam brincar com o “labirinto”. Terminando a primeira parte de integração com as crianças, partimos para o segundo momento do dia que seria a maquete. Ao receberem os presentinhos, todos logo abriram, e ficaram muito entusiasmados, principalmente com seus bonequinhos, que representariam eles no “jogo da maquete”. A Nicole, uma das crianças presentes, pediu para distribuir as massinhas de modelar. Após distribuirmos tudo, colocamos a maquete no chão e sentamos com as crianças em volta dela, expliquei como faríamos a brincadeira e então começou a diversão e ao mesmo tempo as análises de como as crianças interpretam o espaço onde moram e de como elas gostariam que fosse”. Nicoly Moralta

Page 25: Dedicamos este projeto a todos as crianças queprimeirainfancia.org.br/wp-content/uploads/2015/06/publicação... · cantigas antigas e brincadeiras de roda para aproximar das crian
Page 26: Dedicamos este projeto a todos as crianças queprimeirainfancia.org.br/wp-content/uploads/2015/06/publicação... · cantigas antigas e brincadeiras de roda para aproximar das crian
Page 27: Dedicamos este projeto a todos as crianças queprimeirainfancia.org.br/wp-content/uploads/2015/06/publicação... · cantigas antigas e brincadeiras de roda para aproximar das crian

A Análise da oficina de maquete

“As crianças imaginavam casas com divisórias de cômodos, como: banheiro, cozinha, sala, quarto, ou seja, muito diferente da realidade na qual elas estão vivendo”.

“Me lembro bem que a Nicole (umas das crianças) reforçou bastante o quanto ela queria um chuveiro BEM grande no banheiro que seria SÓ DELA (sem ter que dividir como ela fazia na realidade). Os meninos reforçavam bastante a questão de terem animais de estimação em casa, e empolgados com os animais de estimação que o Bruno Lima estava fazendo de massinha de modelar, todos queriam ter um, dois, três animais de estimação em suas casas, alguns colocaram os animais dentro de uma casa inteira, ou seja, dando o espaço que eles dividem com a família de 6 pessoas para apenas 1 animal de estimação, e ao questionar o por que o cachorrinho por exemplo ocupava tanto espaço, a resposta sempre era: “ Por que na minha casa não tem espaço, para mim e para o cachorro..” . Nas fotos podemos perceber que todos tinham em suas casas, chuveiros grandes, que saísse bastante água (exigências das crianças), quase sempre banheiros individuais. Muitas crianças colocaram camas de casal em suas casas, alegando dormirem em camas assim dividindo o espaço com outras pessoas da família”. “Inúmeras vezes as crianças me chamavam para falar que não cabia tudo do jeito que elas queriam que coubesse, pediam ajuda para organizar os móveis. Me lembro que ao perceberem que a casa supostamente não teria teto, eles começaram a usar a massinha para criar uma cobertura, ou até mesmo o próprio embrulho de presente, afinal eles não queriam que chovesse na casa deles”. “Com isso foi possível perceber que a crianças sentem sim falta de um banheiro no mínimo com higiene e salubridade”. Nicoly Moralta

Page 28: Dedicamos este projeto a todos as crianças queprimeirainfancia.org.br/wp-content/uploads/2015/06/publicação... · cantigas antigas e brincadeiras de roda para aproximar das crian

“Com todas as observações, percebi que muitas das crianças não gostam de falar ou de demonstrar como é a casa delas, elas gostam de sonhar com uma casa que seja diferente, outras já são mais realistas e sabem que a realidade delas é dividir um espaço em mil utilidades, e sabem da dificuldade que passam.

Também percebi a necessidade deles de um lugar para brincar, de um lugar menos frio e vazio de alegria, da falta que eles sentem de carinho (isto percebi com a quantidade de animais, que eles queriam ter, com o número de vezes que as meninas me pediam corações de massinha, ou que eu desenhasse com caneta os corações nelas mesmas. Passando o tempo com elas, sabemos que cada uma tem seu jeito de se expressar, de sonhar, de falar, de brincar, mas também sabemos que elas são felizes brincando juntas, e tendo uns aos outros, isso sem dúvidas é imprescindível e ninguém pode tirar delas.

Foi possível perceber o quanto é importante a divisão do espaço para eles, um pouco de privacidade ao ter a sua cama separada por exemplo, ou um banheiro que fosse dividido com menos pessoas e fosse mais limpo, ou apenas o fato de ter um chuveiro quente que saísse mais água. É tão simples, mas ao mesmo tempo tão complexo, mas trabalhar com as crianças sempre vai ser uma experiência incrível, sempre aprendo muito quando estou com elas e sempre é uma experiência diferente, sempre uma surpresa”. Nicoly Moralta

Page 29: Dedicamos este projeto a todos as crianças queprimeirainfancia.org.br/wp-content/uploads/2015/06/publicação... · cantigas antigas e brincadeiras de roda para aproximar das crian

Oficina de pintura nas estantes doadas pelo FABLAB da Belas Artes para a pensão da rua Sinimbú “Reunimos as crianças que estavam nas pensões...Fizemos juntos uma atividade de pintura na calçada, após a chegada do mobiliário nos reunimos com as crianças para pintar as peças da estante, enquanto outra equipe anexada uma das estantes que chegou pronta. Passamos a final da manhã com as crianças em meio a tintas e pincéis, elas se divertiram e enquanto nós pintamos suas mãos para carimbar as peças do mobiliário uma a uma. Logo que terminada a pintura, deixamos as peças secando e entramos para lavar as mãos das crianças. Uma vez limpos e com a outra estante já colocada (sem pintura), nós a enchamos de livros que vieram das doações durante a semana”. Bruno Lima

Page 30: Dedicamos este projeto a todos as crianças queprimeirainfancia.org.br/wp-content/uploads/2015/06/publicação... · cantigas antigas e brincadeiras de roda para aproximar das crian
Page 31: Dedicamos este projeto a todos as crianças queprimeirainfancia.org.br/wp-content/uploads/2015/06/publicação... · cantigas antigas e brincadeiras de roda para aproximar das crian
Page 32: Dedicamos este projeto a todos as crianças queprimeirainfancia.org.br/wp-content/uploads/2015/06/publicação... · cantigas antigas e brincadeiras de roda para aproximar das crian
Page 33: Dedicamos este projeto a todos as crianças queprimeirainfancia.org.br/wp-content/uploads/2015/06/publicação... · cantigas antigas e brincadeiras de roda para aproximar das crian
Page 34: Dedicamos este projeto a todos as crianças queprimeirainfancia.org.br/wp-content/uploads/2015/06/publicação... · cantigas antigas e brincadeiras de roda para aproximar das crian
Page 35: Dedicamos este projeto a todos as crianças queprimeirainfancia.org.br/wp-content/uploads/2015/06/publicação... · cantigas antigas e brincadeiras de roda para aproximar das crian

LEVANTAMENTO DA PENSÃO

Page 36: Dedicamos este projeto a todos as crianças queprimeirainfancia.org.br/wp-content/uploads/2015/06/publicação... · cantigas antigas e brincadeiras de roda para aproximar das crian

Várias visitas foram realizadas para elaborar o levantamento da pensão/cortiço e verificar as condições de salubridade a partir da Lei Moura, conforme o croqui desenvolvido pelos alunos e as fotos.

Page 37: Dedicamos este projeto a todos as crianças queprimeirainfancia.org.br/wp-content/uploads/2015/06/publicação... · cantigas antigas e brincadeiras de roda para aproximar das crian

LEI Nº 10.928, DE 08 DE JANEIRO DE 1991

Regulamenta o inciso II do artigo 148 combinado com o inciso V do artigo 149 da L.O.M., dispõe sobre

as condições de habitação dos cortiços, e dá outras providências. (Regulamentada)

(Projeto de Lei n° 504/89, do Vereador Luiz Carlos Moura)

Regulamentada pelo DM 30.731/91 e DM 33.189/93

Ver DM 44.667/04

Partes vetadas DOM 14/06/91 e 15/06/91 - já anotado

LUIZA ERUNDINA DE SOUSA, Prefeita do Município de São Paulo, usando das atribuições que lhe

são conferidas por lei. Faz saber que a Câmara Municipal, em sessão de 13 de dezembro de 1990,

decretou e eu promulgo a seguinte lei:

Art. 1º - Define-se cortiço como a unidade usada como moradia coletiva multifamiliar, apresentando,

total ou parcialmente, as seguintes características:

a) constituída por uma ou mais edificações construídas em lote urbano;

b) subdividida em vários cômodos alugados, subalugados ou cedidos a qualquer título;

c) várias funções exercidas no mesmo cômodo;

d) acesso e uso comum dos espaços não edificados e instalações sanitárias;

e) circulação e infra-estrutura, no geral precárias;

f) superlotação de pessoas.

Art. 2º - A Prefeitura fiscalizará as condições de habitação nos cortiços e tomará as medidas

necessárias para fazer respeitar as exigências da presente lei e demais normas pertinentes, atendendo

as necessidades da população moradora.

Parágrafo único - Serão solidariamente responsáveis pelas condições de habitação, perante o Poder

Público, o proprietário, o locatário-sublocador, terceiros que tomem o lugar destes e/ou o responsável

pela exploração do cortiço.

Art. 3º - Independentemente de outras normas aplicáveis, consideram-se as condições mínimas de

habitação, para os fins desta lei, as seguintes:

a) segurança do imóvel no tocante à sua instalação elétrica e à sua estrutura, comprovadas através de

laudo expedido pelo órgão público competente, renovado a cada dois anos; (Parte Vetada promulgada

pela Câmara em 15/06/91)

b) ventilação mínima por cômodo de 1/2 (metade) da área de iluminação; (Parte Vetada promulgada

pela Câmara em 15/06/91)

c) iluminação mínima por cômodo de 1/7 (um sétimo) da área de piso; (Parte Vetada promulgada pela

Câmara em 15/06/91)

d) área mínima do cômodo ou divisão não inferior a 5 m² (cinco metros quadrados), com sua menor

dimensão não inferior a 2 (dois) metros;

e) adensamento máximo de 2 (duas) pessoas por 8 m² (oito metros quadrados), considerando toda a

área construída da edificação, vedado o revezamento;

f) banheiro revestido de piso lavável e de barra impermeável até 2 (dois) metros de altura;

g) os banheiros serão dotados, pelo menos, de vaso sanitário, lavatório e chuveiro em funcionamento,

compartimentados, sempre que possível, de forma independente, com abertura para o exterior;

h) haverá no mínimo 1 (um) tanque, 1 (uma) pia e 1 (um) banheiro para cada grupo de 20 (vinte)

moradores;

i) o pé-direito será de, no mínimo, 2,30 m (dois metros e trinta centímetros);

j) as escadas e corredores de circulação terão, pelo menos, 80 (oitenta) centímetros de largura.

Parágrafo único - A Prefeitura poderá, em casos excepcionais, tolerar padrões inferiores àqueles

previstos nas alíneas "b", "c", "d", "e", "i" e "j", se comprovar que as características concretas do imóvel

apresentam condições razoáveis de habitabilidade.

Art. 4º - A Prefeitura orientará e coordenará, quando for o caso, a assinatura de convênios entre o

proprietário do imóvel, o locatário-sublocador e/ou os moradores e as empresas concessionárias de

serviços de distribuição de energia elétrica, gás e de redes de água e esgoto, visando a melhoria das

condições de habitabilidade.

Art. 5° - O proprietário do imóvel, o locatário-sublocador, terceiros que tomem o lugar destes e/ou

responsável pela exploração do cortiço, afixarão obrigatoriamente em quadro mantido em local visível,

o laudo referido no artigo 3°, alínea “a”, bem como as contas de água, energia elétrica, gás e similares,

de forma a comprovar, perante os moradores, o consumo, o valor e sua quitação. (Parte Vetada

promulgada pela Câmara em 15/06/91)

Page 38: Dedicamos este projeto a todos as crianças queprimeirainfancia.org.br/wp-content/uploads/2015/06/publicação... · cantigas antigas e brincadeiras de roda para aproximar das crian

Parágrafo único - Do quadro de que trata o “caput” deste artigo deverá constar, também, o nome e

endereço completos do proprietário, bem como do locatário/sublocador, de terceiros que tomem o lugar

destes e/ou do responsável pela exploração do cortiço.

Art. 6º - A fiscalização dos preceitos da legislação pertinente a cortiços fica a cargo da Prefeitura, através

de seus órgãos competentes.

Parágrafo único - Fica instituído o cadastro obrigatório, perante a Prefeitura, dos imóveis enquadrados na

categoria de cortiços.

Art. 7º - As infrações à presente lei serão objeto de 2 (duas) notificações consecutivas para sua correção

plena, as quais estabelecerão prazos para as providências determinadas.

§ 1° - Desatendidas as notificações da autoridade, será aplicada aos infratores a multa de 20 (vinte) a 200

(duzentas) UFMs, sem prejuízo de sujeitar-se o imóvel à declaração de utilidade pública ou de interesse

social para fins de desapropriação, neste caso mantida sua destinação residencial pelo Poder Público.

§ 2° - Quando as condições físicas e de habitabilidade do cortiço evidenciarem grave e iminente risco à

vida ou à saúde dos moradores, a autoridade municipal competente, mediante laudo fundamentado, o

interditará, sem prejuízo das sanções administrativas e penais a que estiverem sujeitos o proprietário, o

locatário-sublocador, terceiros que tomarem o lugar deste e/ou o responsável pela exploração, ou, se julgar

conveniente, realizará de imediato, as obras necessárias à eliminação do risco, delas se ressarcindo

ulteriormente.

Art. 8º - O Executivo poderá criar programas específicos, voltados para a melhoria dos cortiços e sua

adequação aos parâmetros previstos nesta lei, através de financiamentos, assistência técnica e outras

formas, mediante contratos coletivos firmados entre as entidades representativas dos moradores e o

proprietário, garantindo sempre a permanência dos primeiros por prazo a ser ajustado em função do

investimento previsto. (Alterado pela LM 11.945/95)

(Acrescenta art. 9º, 10 e 11, renumerando os subseqüentes pela LM 11.945/95)

Art. 9º - Os terrenos vazios, resultantes da demolição de imóveis residenciais, sofrerão tributação

progressiva, nos termos da lei pertinente.

Art. 10 - Os cortiços com mais de 50 (cinqüenta) moradores deverão eleger comissão para os representar

perante os órgãos públicos.

Art. 11 - A população moradora de cortiços, através de seus procuradores, suas entidades representativas

ou de outras formas de organização, terão o direito de solicitar ao Poder Público Municipal informações

sobre a situação do imóvel, no aspecto físico ou jurídico, bem como a fiscalização das condições de

habitabilidade.

Art. 12 – A presente lei será regulamentada, no que couber, por ato do Executivo, no prazo máximo de 90

(noventa) dias. (Parte Vetada promulgada pela Câmara em 15/06/91)

Art. 13 - As despesas decorrentes da execução desta lei correrão por conta das verbas orçamentárias

próprias.

Art. 14 - Esta lei entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário.

PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO, aos 8 de janeiro de 1991, 437° da fundação de São

Paulo.

Page 39: Dedicamos este projeto a todos as crianças queprimeirainfancia.org.br/wp-content/uploads/2015/06/publicação... · cantigas antigas e brincadeiras de roda para aproximar das crian
Page 40: Dedicamos este projeto a todos as crianças queprimeirainfancia.org.br/wp-content/uploads/2015/06/publicação... · cantigas antigas e brincadeiras de roda para aproximar das crian

REUNIÕES

Page 41: Dedicamos este projeto a todos as crianças queprimeirainfancia.org.br/wp-content/uploads/2015/06/publicação... · cantigas antigas e brincadeiras de roda para aproximar das crian

Ao longo dos meses de fevereiro até junho, foram realizadas reuniões de preparação para as oficinas, de divisão de trabalho e desenvolvimento das diretrizes de intervenção.

Page 42: Dedicamos este projeto a todos as crianças queprimeirainfancia.org.br/wp-content/uploads/2015/06/publicação... · cantigas antigas e brincadeiras de roda para aproximar das crian
Page 43: Dedicamos este projeto a todos as crianças queprimeirainfancia.org.br/wp-content/uploads/2015/06/publicação... · cantigas antigas e brincadeiras de roda para aproximar das crian
Page 44: Dedicamos este projeto a todos as crianças queprimeirainfancia.org.br/wp-content/uploads/2015/06/publicação... · cantigas antigas e brincadeiras de roda para aproximar das crian

O PROJETO

Page 45: Dedicamos este projeto a todos as crianças queprimeirainfancia.org.br/wp-content/uploads/2015/06/publicação... · cantigas antigas e brincadeiras de roda para aproximar das crian

A partir da Lei Moura e do laudo de vistoria do Programa de Cortiços e Pensões da Secretaria de Habitação do Município de São Paulo, foi realizado o diagnóstico da situação das condições de salubridade da pensão da rua Sinimbú e posteriormente, as diretrizes de melhorias a seguir.

Page 46: Dedicamos este projeto a todos as crianças queprimeirainfancia.org.br/wp-content/uploads/2015/06/publicação... · cantigas antigas e brincadeiras de roda para aproximar das crian

ÁREA ADENSAMENTO: ILUMINAÇÃO: VENTILAÇÃO:

2 pessoas por cada 8m2 1/7 da área do piso 1/2 da área de iluminação

m2 MIN. EXIST. MIN. EXIST. MIN. EXIST.

A01 8,80 2 2 1,25 0,80 0,625 0,40

A02 4,90 1 3 0,71 0,24 0,355 0,12

A03 10,20 2 4 1,45 0,53 0,725 0,265

A04 6,50 2 2 0,92 1,10 0,460 0,55

A05 9,00 2 2

1,28

1,17 0,640 0,585

A06 10,90 2 1,55 0,775

B01 22,80 5 4 3,26 0,80 3,000 0,4

B02 19,40 4 3 2,77 1,20 1,385 0,6

B03 22,80 5 3 3,26 1,10 1,630 0,55

B04 17,50 4 2 2,54 1,07 1,270 0,535

B05 17,40 4 3 2,48 0,96 1,240 0,48

B06 26,80 6 1 3,83 0,47 1,915 0,235

B07 12,60 2 2 1,8 0,89 0,900 0,445

B08 14,30 3 3 2,04 0,58 1,020 0,29

B09 17,00 4 2 2,43 0,46 1,215 0,23

B10 14,50 3 3 2,07 0,36 1,035 0,18

B11 14,20 3 3 2,03 1,10 1,015 0,55

B12 22,00 5 1 3,14 1,570

B13 26,80 6 4 3,83 1,915

B14 22,00 5 1 3,14 1,570

C01 13,10 3 3 1,87 0,65 0,935 0,325

C02 5,90 1 1 0,84 0,77 0,420 0,385

C03 11,40 2 2 1,63 1,14 0,815 0,57

C04 11,00 2 1 1,57 1,14 0,785 0,57

C05 13,00 3 3 1,85 0,36 0,925 0,18

C06 9,65 2 5 1,37 1,10 0,685 0,55

C07 8,20 2 2 1,17 1,10 e 0,20 0,585 0,55 e 0,10

C08 16,00 4 2 2,28 1,03 1,140 0,515

C09 12,50 3 6 1,78 0,16 0,890 0,08

C10 12,00 3 6 1,71 1,12 0,855 0,56

C11 14,30 3 2 2,04 0,36 1,020 0,18

C12 13,00 3 2 1,37 0,685

C13 14,30 3 3 2,04 1,020

Quadro elaborado conforme a Lei Moura

Page 47: Dedicamos este projeto a todos as crianças queprimeirainfancia.org.br/wp-content/uploads/2015/06/publicação... · cantigas antigas e brincadeiras de roda para aproximar das crian

DEPOIMENTOS FINAIS

Page 48: Dedicamos este projeto a todos as crianças queprimeirainfancia.org.br/wp-content/uploads/2015/06/publicação... · cantigas antigas e brincadeiras de roda para aproximar das crian

“Participar do Projeto está sendo muito importante tanto para o meu crescimento pessoal como profissional. Me fez abrir os olhos para os problemas existentes na minha cidade, mas que eu não tinha conhecimento. Poder ajudar e conviver com aquelas Crianças me fez ver as coisas com outros olhos.” Luisa Rico.

“Uma das maiores e melhores maneiras de se trabalhar é fazer o que gosta” E o projeto, provou que é possível realizar. Me fez crescer profissionalmente e pessoalmente, tive pessoas maravilhosas ao meu lado que contribuíram para o meu crescimento, e que é possível criar arquitetura a partir de um rabisco colorido e de um sonho expresso, para as pessoas certas, no lugar certo, com a vontade certa” Marcus Vininicius.

“Participar deste projeto de extensão, me fez abrir os olhos pra a realidade de próximo, me fez quebrar com muito preconceito, mesmo que de coisas bobas, porém que não deixavam de ser julgamentos. Ajudou a entender, que meu papel como futura arquiteta não PODE nem DEVE se limitar a construção, vai muito além disso é preciso pensar PARA QUEM se constrói. “ Renata Niero.

“Foi importante no meu crescimento pessoal para conhecer mais a dificuldade dos outros e ver como são problemas maiores do que aqueles que temos, tive um amadurecimento significativo nessa questão. No meu crescimento profissional, pude notar a descoberta em nossas atividades que engloba arquitetura. “ Marcelle Piotto.

“Foi importante no meu crescimento pessoal para conhecer mais a dificuldade dos outros e ver como são problemas maiores do que aqueles que temos, tive um amadurecimento significativo nessa questão. No meu crescimento profissional, pude notar a descoberta em nossas atividades que engloba arquitetura. “ Marcelle Piotto.

“Participar do projeto foi uma experiência intensa, pois foi a oportunidade, talvez única, de entrar em um universo que a gente sabe que existe, mas que não queremos enxergar. Reforçou para a mim a importância da função Social do arquiteto para sociedade, que vai muito além do belo, do luxo, e do físico em si, mas a partir do olhar de todos, sem indiferenças, pois moldamos a cidade, e uma cidade para TODOS! E nessa extensão foi especial pois foi um OLHAR A PARTIR DA CRIANÇA, a descoberta de um olhar expressivo, sensível, lúdico, e enxergar a arquitetura de uma outra forma.” Aryel Batista.