decisÃo administrativa nº 023 a 033/2011/portaria nº. 018 e 0192011

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PREFEITURA DE JACOBINA/BA www.sitiosoficiais.org/ba/prefeitura/jacobina JACOBINA, BAHIA QUINTA-FEIRA 27 DE JANEIRO DE 2011 2 Atos Normativos DOCUMENTO ASSINADO DIGITALMENTE CONFORME MP NO- 2.200-2 DE 24/08/2001, QUE INSTITUI A INFRAESTRUTURA DE CHAVES PúBLICAS BRASILEIRA - ICP-BRASIL. (PARA VERIFICAR ASSINATURA CLIQUE NA IMAGEM AO LADO) ESTADO DA BAHIA PREFEITURA MUNICIPAL DE JACOBINA CNPJ 14.197.586/0001-30 Rua Senador Pedro Lago, 40 - Centro. 1 DECISÃO ADMINISTRATIVA Nº. 001/2011 Referência: Processo nº. 8574/2010 e Auto de Infração nº. 018/2010 A Secretaria Municipal de Finanças da Prefeitura de Jacobina/BA, por seu respectivo Secretário, com fins à instrumentalização do procedimento administrativo fiscal instaurado, ante o auto de infração em epígrafe, onde consta, enquanto ente autuante, o Município de Jacobina, e, enquanto contribuinte autuado, a empresa Jacobina Mineração e Comércio Ltda., vem EMITIR as necessárias considerações, a partir de amparo técnico e de ordem jurídica, e, ao final, DECIDIR, nos termos a seguir. 1. DA BREVE ANÁLISE FÁTICA. 1.1. O Auto de Infração em apreço refere-se ao período de mar./2009, set./2009 e nov./2009, cujo sentido é pela constatação de infração à norma tributária local por parte da sobredita empresa, na condição de substituto tributário, pelo não recolhimento do ISSQN, quando da realização do pagamento aos respectivos prestadores de serviços, que deveriam ser retidos na fonte e repassados ao ente municipal. 1.2. Concedida a prévia oportunidade de defesa, a Autuada apresentou hábil impugnação, suscitando tão-somente como defesa, a título de preliminar, a ilegitimidade passiva para suportar a exigência fiscal cobrada, em razão da inobservância de norma legal vigente à época do fato gerador daquele tributo. 1.3. Uma vez remetidos os autos com as peças em destaque à Secretaria de Finanças, vieram-me os mesmos conclusos, para que, na qualidade de Secretário de Finanças, delas viesse a ter inteiro conhecimento, e, enquanto Autoridade Julgadora de 1ª instância, procedesse a exame prévio de legalidade da exação fiscal e emissão de competente decisão administrativa, a qual se fará nas doravante linhas. 2. DO EXAME DA TESE ERIGIDA. 2.1. DA ILEGITIMIDADE PASSIVA. TOMADORA DE SERVIÇOS. PREVISÃO DA LEI MUNICIPAL 793/2006. ATUAÇÃO COMO SUBSTITUTO TRIBUTÁRIO. DA PROCEDÊNCIA DA RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA POR SUBSTITUIÇÃO. DECISÃO RECENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO. 2.1.1. Certo é que a legislação, em geral, serve para regular fatos ocorridos, a partir do início de sua vigência e, excepcionalmente, para acudir fatos advindos anteriormente à sua edição. Nesse

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A Secretaria Municipal de Finanças da Prefeitura de Jacobina/BA, por seu respectivo Secretário, com fins à instrumentalização do procedimento administrativo fiscal instaurado, ante o auto de infração em epígrafe, onde consta, enquanto ente autuante, o Município de Jacobina, e, enquanto contribuinte autuado, a empresa Jacobina Mineração e Comércio Ltda., vem EMITIR as necessárias considerações, a partir de amparo técnico e de ordem jurídica, e, ao final, DECIDIR; Substitui membro da Comissão de Organização Escolar Integrada, nomeado pela Portaria nº 381, de 09 de dezembro de 2009; Dispõe sobre a designação de Servidora Pública Municipal e dá outras providências;

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Atos Normativos

DocUmEnTo AssInADo DIgITAlmEnTE conFoRmE mP no- 2.200-2 DE 24/08/2001, qUE InsTITUI A InFRAEsTRUTURA DE chAvEs PúblIcAs bRAsIlEIRA - IcP-bRAsIl. (PARA vERIFIcAR AssInATURA clIqUE nA ImAgEm Ao lADo)

ESTADO DA BAHIA PREFEITURA MUNICIPAL DE JACOBINA

CNPJ 14.197.586/0001-30 Rua Senador Pedro Lago, 40 - Centro.

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DECISÃO ADMINISTRATIVA Nº. 001/2011

Referência: Processo nº. 8574/2010 e Auto de Infração nº. 018/2010

A Secretaria Municipal de Finanças da Prefeitura de Jacobina/BA, por seu respectivo Secretário, com fins à instrumentalização do procedimento administrativo fiscal instaurado, ante o auto de infração em epígrafe, onde consta, enquanto ente autuante, o Município de Jacobina, e, enquanto contribuinte autuado, a empresa Jacobina Mineração e Comércio Ltda., vem EMITIR as necessárias considerações, a partir de amparo técnico e de ordem jurídica, e, ao final, DECIDIR, nos termos a seguir.

1. DA BREVE ANÁLISE FÁTICA.

1.1. O Auto de Infração em apreço refere-se ao período de mar./2009, set./2009 e nov./2009, cujo sentido é pela constatação de infração à norma tributária local por parte da sobredita empresa, na condição de substituto tributário, pelo não recolhimento do ISSQN, quando da realização do pagamento aos respectivos prestadores de serviços, que deveriam ser retidos na fonte e repassados ao ente municipal.

1.2. Concedida a prévia oportunidade de defesa, a Autuada apresentou hábil impugnação, suscitando tão-somente como defesa, a título de preliminar, a ilegitimidade passiva para suportar a exigência fiscal cobrada, em razão da inobservância de norma legal vigente à época do fato gerador daquele tributo.

1.3. Uma vez remetidos os autos com as peças em destaque à Secretaria de Finanças, vieram-me os mesmos conclusos, para que, na qualidade de Secretário de Finanças, delas viesse a ter inteiro conhecimento, e, enquanto Autoridade Julgadora de 1ª instância, procedesse a exame prévio de legalidade da exação fiscal e emissão de competente decisão administrativa, a qual se fará nas doravante linhas.

2. DO EXAME DA TESE ERIGIDA.

2.1. DA ILEGITIMIDADE PASSIVA. TOMADORA DE SERVIÇOS. PREVISÃO DA LEI

MUNICIPAL 793/2006. ATUAÇÃO COMO SUBSTITUTO TRIBUTÁRIO. DA

PROCEDÊNCIA DA RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA POR SUBSTITUIÇÃO.

DECISÃO RECENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO.

2.1.1. Certo é que a legislação, em geral, serve para regular fatos ocorridos, a partir do início de

sua vigência e, excepcionalmente, para acudir fatos advindos anteriormente à sua edição. Nesse

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compasso, quanto à legislação tributária, há duas exceções à regra geral de irretroatividade de

sua aplicabilidade, ou seja: a) para a lei interpretativa; b) para a lei mais benéfica.

2.1.2. Nesse sentir, aduz Kiyoshi Harada1, acerca do lançamento para constituição do crédito

tributário, cuja formalização deve ocorrer à luz de legislação que na época se aplicava,

justamente, por força do preceito geral da irretroatividade legal. Observemos, então, os seus

dizeres, ipsis litteris:

“Realmente, o lançamento constitui o crédito tributário declarando a preexistência da obrigação

tributária, que surgiu em virtude da ocorrência do fato gerador definido na lei (art. 113, §1º c/c art.

114 do CTN). Por essa razão o art. 144, do CTN dispõe que o lançamento reporta-se à data

da ocorrência do fato gerador da obrigação tributária e rege-se pela lei então vigente, ainda

que, posteriormente, modificada ou revogada.” (destaque nosso)

2.1.3. No caso dos autos em exame, cumpre advertir que a aplicação da legislação tributária

coaduna-se perfeitamente ao comando expresso pelo art. 144, do Código Tributário Nacional,

visto que a apuração se estende a fatos geradores pretéritos, os quais se submetem a mens

legislatoris do atual Código Tributário de Jacobina, instituído pela Lei Municipal nº. 793/2006,

sendo, pois, imprescindível a aplicação da vigente legislação tributária, e não mais da Lei

Municipal nº. 660/2003.

2.1.4. Nos meandros da citada lei tributária, ora apta à quantificação do quantum debeatur e an

debeatur do crédito tributário, aqui em análise, é factível o fundamento legal a amparar a

pretensão fiscal exarada em função da Autuada, por força da previsão do correspondente art.

108, inc. II, in litteris:

“Art. 108. Ficam responsáveis pelo crédito tributário, obrigados ao recolhimento integral do

imposto devido, multas e acréscimos legais, independentemente de ter sido efetuada sua

retenção na fonte: (...)

1 Ob. cit., p. 508.

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II – a pessoa jurídica, ainda que imune ou isenta, tomadora ou intermediária dos serviços

descritos nos subitens 3.04, 7.02, 7.04, 7.05, 7.09, 7.10, 7.12, 7.14, 7.15, 7.17, 11.02, 17.05 e

17.09 da lista anexa.”

2.1.5. Aliás, advirta-se que o dispositivo de lei esculpido, logo acima, trata-se de norma de

reprodução obrigatória, visto que sua morada se faz, sobretudo, na Lei Complementar nº.

116/2003, nos precisos termos dos §§1º e 2º, incs. I e II, do respectivo art. 6º, não existindo,

assim, equívoco de classificação pela norma local da Autuada, enquanto substituto tributário.

2.1.6. Em que pesem os argumentos lançados pela empresa, ora Autuada, no sentido de eximir-se

da responsabilidade a ela, legalmente, imposta, para exonerar-se do papel de substituto na

relação jurídico-tributária por vez instaurada, imperioso se faz reconhecer a improcedência dos

mesmos, haja vista que estamos à frente de hipótese legal que disciplina a substituição do

contribuinte, o que a torna, por conseguinte, afeta à imagem do substituto tributário.

2.1.7. Desta feita, para melhor compreendermos o instituto, merecidas são as linhas doutrinárias

dos eminentes tributaristas Eduardo Sabbag2 e Kiyoshi Harada3, para os quais a responsabilidade

tributária por substituição, respectivamente, compreende o seguinte:

“A pessoa que a lei ordena que substitua o contribuinte é chamada de “responsável por

substituição” ou, ainda, “contribuinte substituto”, ou “substituto tributário”. Ela, como terceira

pessoa escolhida, vem e ocupa o lugar do contribuinte, antes da ocorrência do fato gerador.”

...................................................................................................................................

“(...) Nesta, a obrigação do prestador do serviço desaparece, substituída que fica pela do tomador

do serviço, o qual passa a pagar o imposto próprio, apesar de não ter praticado o fato jurídico

tributável.” (destaque nosso)

2.1.8. Percebe-se, a partir da situação espelhada no examinado auto, que a empresa incorreu em

grave violação ao dispositivo de lei tributária, sendo que não se faz necessário, obrigatoriamente,

que tenha praticado atos próprios e suscetíveis à incidência do ISSQN, vez que, por expressa

2 In Elementos do Direito Tributário. 8ª edição. Premier máxima, 2007, p. 181. 3 Ob. cit., p. 472.

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vontade legal, passou a assumir a responsabilidade tributária substitutiva, obviamente, na

qualidade de tomadora dos serviços, ao assumir a relação com os seus prestadores que deram

causa a insurgência da hipótese de incidência sobre o realizado e concretizado fato gerador,

afastando-se, pois, a tese inaplicável da capacidade contributiva, segundo erige a Impugnante.

2.1.9. Ademais, apenas para derribar os exemplos citados pela Autuada, no sentido de afastar a

legitimidade passiva, os quais, inclusive, são inapropriadas à situação em vértice, colacionamos,

abaixo, dois magistrais exemplos de Eduardo Sabbag4, para melhor compreendermos o instituto

da substituição tributária. Vejamos:

“Exemplo 1: O empregador e empregado, com relação ao IRRF.

Se o empregador, e.g., deixar de reter o IRRF, a ação do Fisco deve dirigir-se contra ele, e não

contra o empregado, por este ficar excluído da relação jurídica tributária. Todavia, se a empresa

proceder ao desconto o valor do imposto no salário do empregado e não o recolher aos cofres

públicos, haverá apropriação indébita, e seus administradores serão pessoalmente responsáveis

pelos créditos tributários (art. 135, III, do CTN).

Exemplo 2: a Caixa Econômica Federal e o ganhador de um prêmio da Loteria Federal, quanto ao

IR incidente sobre tal prêmio.”

2.1.10. Ademais, para fins de ratificação, registramos decisão jurisprudencial recente do egrégio

Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, que, em circunstância assaz semelhante, trilhou pela

tese por vez declinada por esta Administração Municipal. Observemos:

““Comarca: Cubatão Apelante: Petróleo Brasileiro S/A – Petrobrás (executado-embargante) Apelado: Município de Cubatão (executado-embargado) Ementa: Embargos à execução fiscal. ISS. Ilegitimidade passiva não configurada. Executada que figura no pólo passivo em decorrência da responsabilidade tributária por substituição - arts. 150, §7° da CF; 128 do CTN e 168, §4° do CTM. Competência tributária do Município em que ocorreu a efetiva prestação do serviço. Decreto-lei 406/68 - entendimento consolidado no STJ. Nega-se provimento ao recurso. Trata-se de apelação interposta contra sentença que julgou improcedentes os embargos à execução fiscal opostos por Petróleo Brasileiro S/A - Petrobrás em

4 Ob. cit., p. 181.

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face do Município de Cubatão, com condenação daquele ao pagamento das custas e despesas processuais, bem como honorários advocatícios fixados em 10% sobre o valor do débito executado atualizado (fls. 116/121). Aduz o apelante, em síntese, ser parte ilegítima, uma vez que não se trata de hipótese de responsabilidade solidária entre o tomador e o prestador de serviço; lei municipal não tem o condão de alterar ou ampliar o rol taxativo trazido pelo Decreto-lei 406/68; os decretos meramente reguladores não podem inovar no mundo jurídico; o Município de Cubatão não detém competência para cobrar ISS, pois o tributo deve ser cobrado no local do estabelecimento da empresa prestadora (fls. 138/157). Contrarrazões a fls. 202/204. É o relatório. O recurso não merece provimento. Segundo se depreende dos autos, o Município de Cubatão ajuizou execução fiscal em face da apelante em virtude de inadimplemento de ISS referente ao período de fevereiro de 1998 a janeiro de 1999, no valor de R$ 13.747,52. Os embargos à execução versam sobre a ilegitimidade passiva da executada, bem como a incompetência do apelante para cobrar o tributo em questão. Como se observa dos autos, a empresa Climatec Engenharia e Serviços Ltda. foi contratada pela apelante para a manutenção dos sistemas de ar condicionado e refrigeração no âmbito da refinaria de Presidente Bernardes. Depreende-se, ainda, que não houve sequer sua autuação, em clara demonstração que cabia à apelante, na condição de tomadora do serviço, o recolhimento do imposto cobrado. Assim, não há que se falar em ilegitimidade passiva. A embargante figurou no pólo passivo do processo executivo em virtude da responsabilidade por substituição à empresa prestadora, em consonância com o arts. 150, §7° do CF; 128 do CTN e 168, §4°, do Código Tributário Municipal e não por ser responsável solidário. Dispõe o art. 128 que "(...) a lei pode atribuir de modo expresso a responsabilidade pelo crédito tributário a terceira pessoa, vinculada ao fato gerador da respectiva obrigação, excluindo a responsabilidade do contribuinte ou atribuindo-a a este em caráter supletivo do cumprimento total ou parcial da referida obrigação". Outrossim, não há que se falar em ofensa ao princípio da legalidade estrita. O próprio Código Tributário Municipal, em seu art. 168, §4°, com a redação dada pela LC 2.402, de 15 de maio de 1997, trata sobre a responsabilidade tributária por substituição, nos seguintes termos: "a pessoa física ou jurídica de direito público ou privado que contratar com terceiros a construção de obras ou a prestação de serviços de qualquer natureza fica obrigada a reter na fonte o valor do tributo devido e a efetuar o recolhimento na forma prevista neste artigo". Com relação à competência tributária do apelado, melhor sorte não assiste à apelante. Já está consolidado o entendimento de que "o Município competente para a cobrança do ISS, à luz o disposto no art. 12, do Decreto-lei n° 406/68, é aquele em cujo território ocorreu o fato gerador, ou seja, onde se deu a efetiva prestação do

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serviço e não aquele onde se encontra a sede do estabelecimento prestador" (AgRg no REsp 845.711/RS). Portanto, o local da ocorrência do fato gerador determina a competência. Em outras palavras, o imposto é devido onde se concretiza a prestação do serviço. No caso em análise, é fato incontroverso que o serviço foi prestado no Município de Cubatão. Destarte, patente sua competência para exigir o recolhimento do tributo. Ante o exposto, nega-se provimento ao recurso.” (destaques nossos)

2.1.11. Torna-se clarividente, com berço na legislação, na doutrina e na jurisprudência pátrias,

aqui ponderadas, a procedência da responsabilidade tributária por substituição da Autuada,

estando, pois, apta a figurar no pólo passivo, quando da cobrança dos valores não recolhidos,

devidamente, aos cofres desta Municipalidade, eis que, enquanto substituto tributário, no

mínimo, deveria proceder ao dever de pagar, integralmente, o ISSQN, na qualidade de tomadora

dos serviços, inexistindo qualquer amparo à correlata tese, como matéria de defesa, ao presente

auto de infração.

3. DA CONCLUSÃO.

Diante de tudo quanto aqui exposto, DECIDO pela inconsistência da tese argüida, no sentido de

afastar a ilegitimidade passiva, em virtude do reconhecimento legal da responsabilidade

tributária por substituição da Autuada, vez que na relação, por ora examinada, veio a assumir a

feição de tomadora dos serviços, o que a torna legítima, perante o Fisco Municipal, a responder

pela irregularidade constatada, aqui em apreço.

A partir destas considerações, determino, enquanto Autoridade Julgadora de 1ª Instância, que se

dê o devido prosseguimento à cobrança do crédito tributário apurado neste auto de infração.

Por derradeiro, impende registrar que o expediente protocolado no dia 17/01/2011, referente à

presente impugnação, não pode ser analisado neste instante, uma vez que, conforme regra do art.

32, parágrafo único5, do Código Tributário de Jacobina - Lei Municipal nº. 793/2006, demonstra-

5 “Art. 32. A impugnação da exigência do crédito tributário, que instaura a fase contenciosa do procedimento, deve ser apresentada à repartição preparadora no prazo de 30 (trinta) dias, a contar da ciência do impugnante. Parágrafo Único - A impugnação será formulada por escrito e instruída com os documentos em que se fundamentar.”

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se, sumariamente, intempestivo, precluindo, assim, à Autuada a possibilidade da instrução

probatória desta impugnação há muito ofertada no curso deste estágio inicial da fase contenciosa,

que veio a se instaurar com sua apresentação.

Nada impede, no entanto, quando em grau recursal, uma vez solicitado pela Autuada, em

possível Recurso Voluntário a ser intentado, que se proceda à análise do expediente em comento,

para fins de averiguação da procedência ou não de suas dicções pela Autoridade Julgadora de 2ª

Instância.

Publique-se. Registre-se. Intime-se.

Jacobina/BA, 25 de janeiro de 2011.

Antonio Nicolau Moura Cunha Secretário Municipal de Finanças

Decreto 003/2009

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SECRETARIA MUNICIPAL DE FINANÇAS

COORDENADORIA DE RECEITA

DECISÃO ADMINISTRATIVA Nº. 002/2011

Referência: Processo nº. 8573/2010 e Auto de Infração nº. 019/2010

A Secretaria Municipal de Finanças da Prefeitura de Jacobina/BA, por seu respectivo

Secretário, com fins à instrumentalização do procedimento administrativo fiscal instaurado, ante

o auto de infração em epígrafe, onde consta, enquanto ente autuante, o Município de Jacobina,

e, enquanto contribuinte autuado, a empresa Jacobina Mineração e Comércio Ltda., vem

EMITIR as necessárias considerações, a partir de amparo técnico e de ordem jurídica, e, ao final,

DECIDIR, nos termos a seguir.

1. DA BREVE ANÁLISE FÁTICA.

1.1. O Auto de Infração em apreço refere-se ao período de jan./2009 a ago./2009, cujo sentido é

pela constatação de infração à norma tributária local por parte da sobredita empresa, na condição

de substituto tributário, pelo não recolhimento do ISSQN, quando da realização do pagamento

aos respectivos prestadores de serviços, que deveriam ser retidos na fonte e repassados ao ente

municipal.

1.2. Concedida a prévia oportunidade de defesa, a Autuada apresentou hábil impugnação,

suscitando, a título de defesa, equívoco na apuração do ISSQN, diante da inclusão, na sua base

de cálculo, do custo dos materiais utilizados na prestação dos ditos serviços, ao arrepio, portanto,

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PREFEITURA MUNICIPAL DE JACOBINACNPJ 14.197.586/0001-30

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das previsões constantes no art. 7º, §2º, inc. I, da Lei Complementar nº. 116/2003 e,

concomitantemente, nos arts. 109, §1º, e 110, §2º, da Lei Municipal nº. 793/2006, atual Código

Tributário do Município de Jacobina. Ademais, a Impugnante suscita ainda, como matéria útil à

sua defesa, a ilegitimidade passiva para suportar a exigência fiscal cobrada, em razão da

inobservância de norma legal vigente à época do fato gerador daquele tributo, com lastro no art.

109, §2º, do CTM de Jacobina.

1.3. De antemão, por primar pela lógica na apreciação da esgrimada defesa, enfrentaremos, a

priori, matéria preliminar, qual seja, a ilegitimidade passiva e, acaso ultrapassada, matéria de

mérito, in casu, a base de cálculo apurada pela Administração Municipal, para efeitos de

incidência do ISSQN, e a dedução sobre ela do custo com materiais utilizados na prestação dos

serviços à tomadora.

1.4. Uma vez remetidos os autos com as peças em destaque à Secretaria de Finanças, vieram-me

os mesmos conclusos, para que, na qualidade de Secretário de Finanças, delas viesse a ter inteiro

conhecimento, e, enquanto Autoridade Julgadora de 1ª instância, procedesse a exame prévio de

legalidade da exação fiscal e emissão de competente decisão administrativa, a qual se fará nas

doravante linhas.

2. DO EXAME DAS TESES ERIGIDAS.

2.1. DA ILEGITIMIDADE PASSIVA. TOMADORA DE SERVIÇOS. PREVISÃO DA LEI

MUNICIPAL 793/2006. ATUAÇÃO COMO SUBSTITUTO TRIBUTÁRIO. DA

PROCEDÊNCIA DA RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA POR SUBSTITUIÇÃO.

DECISÃO RECENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO.

2.1.1. Certo é que a legislação, em geral, serve para regular fatos ocorridos, a partir do início de

sua vigência e, excepcionalmente, para acudir fatos advindos anteriormente à sua edição. Nesse

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compasso, quanto à legislação tributária, há duas exceções à regra geral de irretroatividade de

sua aplicabilidade, ou seja: a) para a lei interpretativa; b) para a lei mais benéfica.

2.1.2. Nesse sentir, aduz Kiyoshi Harada1, acerca do lançamento para constituição do crédito

tributário, cuja formalização deve ocorrer à luz de legislação que na época se aplicava,

justamente, por força do preceito geral da irretroatividade legal. Observemos, então, os seus

dizeres, ipsis litteris:

“Realmente, o lançamento constitui o crédito tributário declarando a preexistência da obrigação

tributária, que surgiu em virtude da ocorrência do fato gerador definido na lei (art. 113, §1º c/c art.

114 do CTN). Por essa razão o art. 144, do CTN dispõe que o lançamento reporta-se à data

da ocorrência do fato gerador da obrigação tributária e rege-se pela lei então vigente, ainda

que, posteriormente, modificada ou revogada.” (destaque nosso)

2.1.3. No caso dos autos em exame, cumpre advertir que a aplicação da legislação tributária

coaduna-se perfeitamente ao comando expresso pelo art. 144, do Código Tributário Nacional,

visto que a apuração se estende a fatos geradores pretéritos, os quais se submetem a mens

legislatoris do atual Código Tributário de Jacobina, instituído pela Lei Municipal nº. 793/2006,

sendo, pois, imprescindível a aplicação da vigente legislação tributária, e não mais da Lei

Municipal nº. 660/2003.

2.1.4. Nos meandros da citada lei tributária, ora apta à quantificação do quantum debeatur e an

debeatur do crédito tributário, aqui em análise, é factível o fundamento legal a amparar a

pretensão fiscal exarada em função da Autuada, por força da previsão do correspondente art.

108, inc. II, in litteris:

“Art. 108. Ficam responsáveis pelo crédito tributário, obrigados ao recolhimento integral do

imposto devido, multas e acréscimos legais, independentemente de ter sido efetuada sua

retenção na fonte: (...)

1 Ob. cit., p. 508.

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II – a pessoa jurídica, ainda que imune ou isenta, tomadora ou intermediária dos serviços

descritos nos subitens 3.04, 7.02, 7.04, 7.05, 7.09, 7.10, 7.12, 7.14, 7.15, 7.17, 11.02, 17.05 e

17.09 da lista anexa.”

2.1.5. Aliás, advirta-se que o dispositivo de lei esculpido, logo acima, trata-se de norma de

reprodução obrigatória, visto que sua morada se faz, sobretudo, na Lei Complementar nº.

116/2003, nos precisos termos dos §§1º e 2º, incs. I e II, do respectivo art. 6º, não existindo,

assim, equívoco de classificação pela norma local da Autuada, enquanto substituto tributário.

2.1.6. Em que pesem os argumentos lançados pela empresa, ora Autuada, no sentido de eximir-se

da responsabilidade a ela, legalmente, imposta, para exonerar-se do papel de substituto na

relação jurídico-tributária por vez instaurada, imperioso se faz reconhecer a improcedência dos

mesmos, haja vista que estamos à frente de hipótese legal que disciplina a substituição do

contribuinte, o que a torna, por conseguinte, afeta à imagem do substituto tributário.

2.1.7. Desta feita, para melhor compreendermos o instituto, merecidas são as linhas doutrinárias

dos eminentes tributaristas Eduardo Sabbag2 e Kiyoshi Harada3, para os quais a responsabilidade

tributária por substituição, respectivamente, compreende o seguinte:

“A pessoa que a lei ordena que substitua o contribuinte é chamada de “responsável por

substituição” ou, ainda, “contribuinte substituto”, ou “substituto tributário”. Ela, como terceira

pessoa escolhida, vem e ocupa o lugar do contribuinte, antes da ocorrência do fato gerador.”

...................................................................................................................................

“(...) Nesta, a obrigação do prestador do serviço desaparece, substituída que fica pela do tomador

do serviço, o qual passa a pagar o imposto próprio, apesar de não ter praticado o fato jurídico

tributável.” (destaque nosso)

2.1.8. Percebe-se, a partir da situação espelhada no examinado auto, que a empresa incorreu em

grave violação ao dispositivo de lei tributária, sendo que não se faz necessário, obrigatoriamente,

2 In Elementos do Direito Tributário. 8ª edição. Premier máxima, 2007, p. 181. 3 Ob. cit., p. 472.

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que tenha praticado atos próprios e suscetíveis à incidência do ISSQN, vez que, por expressa

vontade legal, passou a assumir a responsabilidade tributária substitutiva, obviamente, na

qualidade de tomadora dos serviços, ao assumir a relação com os seus prestadores que deram

causa a insurgência da hipótese de incidência sobre o realizado e concretizado fato gerador,

afastando-se, pois, a tese inaplicável da capacidade contributiva, segundo erige a Impugnante.

2.1.9. Ademais, apenas para derribar os exemplos citados pela Autuada, no sentido de afastar a

legitimidade passiva, os quais, inclusive, são inapropriadas à situação em vértice, colacionamos,

abaixo, dois magistrais exemplos de Eduardo Sabbag4, para melhor compreendermos o instituto

da substituição tributária. Vejamos:

“Exemplo 1: O empregador e empregado, com relação ao IRRF.

Se o empregador, e.g., deixar de reter o IRRF, a ação do Fisco deve dirigir-se contra ele, e não

contra o empregado, por este ficar excluído da relação jurídica tributária. Todavia, se a empresa

proceder ao desconto o valor do imposto no salário do empregado e não o recolher aos cofres

públicos, haverá apropriação indébita, e seus administradores serão pessoalmente responsáveis

pelos créditos tributários (art. 135, III, do CTN).

Exemplo 2: a Caixa Econômica Federal e o ganhador de um prêmio da Loteria Federal, quanto ao

IR incidente sobre tal prêmio.”

2.1.10. Ademais, para fins de ratificação, registramos decisão jurisprudencial recente do egrégio

Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, que, em circunstância assaz semelhante, trilhou pela

tese por vez declinada por esta Administração Municipal. Observemos:

““Comarca: Cubatão

Apelante: Petróleo Brasileiro S/A – Petrobrás (executado-embargante)

Apelado: Município de Cubatão (executado-embargado)

Ementa: Embargos à execução fiscal. ISS. Ilegitimidade passiva não configurada. Executada

que figura no pólo passivo em decorrência da responsabilidade tributária por substituição -

arts. 150, §7° da CF; 128 do CTN e 168, §4° do CTM. Competência tributária do Município

4 Ob. cit., p. 181.

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em que ocorreu a efetiva prestação do serviço. Decreto-lei 406/68 - entendimento consolidado

no STJ. Nega-se provimento ao recurso.

Trata-se de apelação interposta contra sentença que julgou improcedentes os embargos à execução

fiscal opostos por Petróleo Brasileiro S/A - Petrobrás em face do Município de Cubatão, com

condenação daquele ao pagamento das custas e despesas processuais, bem como honorários

advocatícios fixados em 10% sobre o valor do débito executado atualizado (fls. 116/121).

Aduz o apelante, em síntese, ser parte ilegítima, uma vez que não se trata de hipótese de

responsabilidade solidária entre o tomador e o prestador de serviço; lei municipal não tem o

condão de alterar ou ampliar o rol taxativo trazido pelo Decreto-lei 406/68; os decretos meramente

reguladores não podem inovar no mundo jurídico; o Município de Cubatão não detém competência

para cobrar ISS, pois o tributo deve ser cobrado no local do estabelecimento da empresa prestadora

(fls. 138/157).

Contrarrazões a fls. 202/204.

É o relatório.

O recurso não merece provimento.

Segundo se depreende dos autos, o Município de Cubatão ajuizou execução fiscal em face da

apelante em virtude de inadimplemento de ISS referente ao período de fevereiro de 1998 a janeiro

de 1999, no valor de R$ 13.747,52. Os embargos à execução versam sobre a ilegitimidade passiva

da executada, bem como a incompetência do apelante para cobrar o tributo em questão.

Como se observa dos autos, a empresa Climatec Engenharia e Serviços Ltda. foi contratada

pela apelante para a manutenção dos sistemas de ar condicionado e refrigeração no âmbito

da refinaria de Presidente Bernardes. Depreende-se, ainda, que não houve sequer sua

autuação, em clara demonstração que cabia à apelante, na condição de tomadora do serviço,

o recolhimento do imposto cobrado.

Assim, não há que se falar em ilegitimidade passiva. A embargante figurou no pólo passivo

do processo executivo em virtude da responsabilidade por substituição à empresa

prestadora, em consonância com o arts. 150, §7° do CF; 128 do CTN e 168, §4°, do Código

Tributário Municipal e não por ser responsável solidário. Dispõe o art. 128 que "(...) a lei

pode atribuir de modo expresso a responsabilidade pelo crédito tributário a terceira pessoa,

vinculada ao fato gerador da respectiva obrigação, excluindo a responsabilidade do contribuinte

ou atribuindo-a a este em caráter supletivo do cumprimento total ou parcial da referida

obrigação".

Outrossim, não há que se falar em ofensa ao princípio da legalidade estrita. O próprio Código

Tributário Municipal, em seu art. 168, §4°, com a redação dada pela LC 2.402, de 15 de maio de

1997, trata sobre a responsabilidade tributária por substituição, nos seguintes termos: "a pessoa

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física ou jurídica de direito público ou privado que contratar com terceiros a construção de obras

ou a prestação de serviços de qualquer natureza fica obrigada a reter na fonte o valor do tributo

devido e a efetuar o recolhimento na forma prevista neste artigo".

Com relação à competência tributária do apelado, melhor sorte não assiste à apelante.

Já está consolidado o entendimento de que "o Município competente para a cobrança do ISS, à luz

o disposto no art. 12, do Decreto-lei n° 406/68, é aquele em cujo território ocorreu o fato gerador,

ou seja, onde se deu a efetiva prestação do serviço e não aquele onde se encontra a sede do

estabelecimento prestador" (AgRg no REsp 845.711/RS).

Portanto, o local da ocorrência do fato gerador determina a competência. Em outras palavras, o

imposto é devido onde se concretiza a prestação do serviço. No caso em análise, é fato

incontroverso que o serviço foi prestado no Município de Cubatão. Destarte, patente sua

competência para exigir o recolhimento do tributo.

Ante o exposto, nega-se provimento ao recurso.” (destaques nossos)

2.1.11. Torna-se clarividente, com berço na legislação, na doutrina e na jurisprudência pátrias,

aqui ponderadas, a procedência da responsabilidade tributária por substituição da Autuada,

estando, pois, apta a figurar no pólo passivo, quando da cobrança dos valores não recolhidos,

devidamente, aos cofres desta Municipalidade, eis que, enquanto substituto tributário, no

mínimo, deveria proceder ao dever de pagar, integralmente, o ISSQN, na qualidade de tomadora

dos serviços, inexistindo qualquer amparo à correlata tese, como matéria de defesa, ao presente

auto de infração.

2.2. DA BASE DE CÁLCULO DO ISSQN. INCONSISTÊNCIA DOS ARGUMENTOS

LANÇADOS ANTE A AUSÊNCIA DE DOCUMENTOS COMPROBATÓRIOS A

EVIDENCIAR EQUÍVOCOS, COMO A INCLUSÃO DA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS AO

CUSTO COM FORNECIMENTO DE MATERIAIS. ÔNUS DA PROVA. CPC.

PROCEDÊNCIA DOS CÁLCULOS, CONFORME PROVA DOS FATOS CONSTITUTIVOS.

2.2.1. Alega o sujeito passivo, em apertada síntese, que no auto de infração em comento, a

Administração Tributária incorreu em maquiavélico vacilo, afrontando o art. 7º, §2º, inc. I, da

Lei Complementar nº. 116/2003 e, da mesma forma, a norma reproduzida no art. 110, §2º, da Lei

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Municipal nº. 793/2006, uma vez que não procedeu à dedução da base de cálculo do ISSQN,

relativo aos valores atinentes ao custo com fornecimento de materiais para a realização dos

serviços, para efeito de apuração do real e devido valor a ser exigido.

2.2.2. Desde já, é válido o esclarecimento de que as alegações, inclusive, de cunho

manifestamente protelatório, não condizem com a mais absoluta veracidade e seriedade com que

se pautaram os trabalhos de quantificação do Setor de Tributos, não passando, assim, de

argumentos desprovidos de verídica consistência, principalmente, diante da inexistência de

substrato material a lastreá-los.

2.2.3. Há de ser registrado que, em nenhum instante, a Impugnante fez questão de demonstrar,

documental e iniludivelmente, a veracidade de suas alegações, sendo indiferente, assim, ao ônus

da prova, nos termos da legislação processual cível pátria5, eis que cabe a quem alega provar o

fato, seja constitutivo, seja impeditivo, modificativo ou extintivo do direito em discussão.

2.2.4. Dito isto, impende ressaltar que, não obstante o comentário tecido, a Administração

Tributária, ao contrário da Autuada, faz prova constitutiva do crédito tributário, mediante

planilha discriminativa dos valores apurados no período de fiscalização deste presente auto de

infração, a partir dos dados constantes no livro “Razão Social” ofertado pela Impugnante, para

efeito de apuração da escorreita base de cálculo dos serviços sujeitos à incidência do ISSQN.

2.2.5. É de se aduzir também que o próprio livro ofertado pela Autuada sequer se preocupa em

desvencilhar o que foi apurado, como receita transacionada com a substituída tributária, em

termos de prestação de serviços e custo com fornecimento de materiais, tornando-a, portanto,

suscetível, em sua totalidade, suscetível à incidência do ISSQN pelo Fisco desta entidade

tributante.

5 “Art. 333. O ônus da prova incumbe: I - ao autor, quanto ao fato constitutivo do seu direito; II - ao réu, quanto à

existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor.”

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2.2.6. Em razão dos argumentos alhures despendidos, é evidente o intuito da Autuada em

protelar a apreciação definitiva do presente auto de infração, vez que resta, materialmente,

comprovado nos autos a extremada disciplina e competência do agente fiscal, quando da

apuração da real base de cálculo do ISSQN, in casu, 5% (cinco por cento) sobre o valor da

receita transacionada entre a Impugnante e a substituída tributária, no período fiscalizado, eis

que, ante o livro “Razão Social” disponível a esta Administração, não se desvencilha os

correspondentes valores, a título de prestação de serviços, dos valores decorrentes do custeio de

materiais fornecidos pelo prestador de serviços, para se proceder à possível dedução, como tenta

fazer crer e perquire a Autuada, nos termos permitidos pela lei de regência do ISSQN.

2.2.7. Reitere-se, por fim, que não há motivos para se comentar em suposta adoção equivocada

da base de cálculo, para efeitos de incidência do ISSQN, tendo em vista a demonstração

indubitável da inexistência de confusão entre ambos elementos, o que confirma a procedência

dos cálculos arbitrados pelo Fisco local.

3. DA CONCLUSÃO.

Diante do quanto aqui exposto, DECIDO pela improcedência da tese preliminar suscitada, no

sentido de afastar a ilegitimidade passiva, em virtude do reconhecimento legal da

responsabilidade tributária por substituição da Autuada, vez que na relação, por ora examinada,

veio a assumir a feição de tomadora dos serviços, o que a torna legítima, perante o Fisco

Municipal, a responder pela irregularidade constatada, aqui em apreço.

Quanto ao mérito deste auto de infração, JULGO pelo desprovimento integral, em razão da

inércia da Autuada em comprovar, de modo cabal, o equívoco aventado, não se reputando

verossímeis as alegações lançadas, no que toca à suposta inclusão do custo com o fornecimento

de materiais com o dos valores da prestação de serviços, para efeito de apuração da sua base de

cálculo, em afronta, pois, ao art. 7º, §2º, I, da Lei Complementar nº. 116/2003.

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10

A partir destas considerações, determino, enquanto Autoridade Julgadora de 1ª Instância, que se

dê o devido prosseguimento à cobrança do crédito tributário apurado neste auto de infração.

Por derradeiro, impende registrar que o expediente protocolado no dia 17/01/2011, referente à

presente impugnação, não pode ser analisado neste instante, uma vez que, conforme regra do art.

32, parágrafo único6, do Código Tributário de Jacobina - Lei Municipal nº. 793/2006, demonstra-

se, sumariamente, intempestivo, precluindo, assim, à Autuada a possibilidade da instrução

probatória desta impugnação há muito ofertada no curso deste estágio inicial da fase contenciosa,

que veio a se instaurar com sua apresentação.

Nada impede, no entanto, quando em grau recursal, uma vez solicitado pela Autuada, em

possível Recurso Voluntário a ser intentado, que se proceda à análise do expediente em comento,

para fins de averiguação da procedência ou não de suas dicções pela Autoridade Julgadora de 2ª

Instância.

Publique-se. Registre-se. Intime-se.

Jacobina/BA, 25 de janeiro de 2011.

Antonio Nicolau Moura Cunha Secretário Municipal de Finanças

Decreto 003/2009

6 “Art. 32. A impugnação da exigência do crédito tributário, que instaura a fase contenciosa do procedimento, deve ser apresentada à repartição preparadora no prazo de 30 (trinta) dias, a contar da ciência do impugnante. Parágrafo Único - A impugnação será formulada por escrito e instruída com os documentos em que se fundamentar.”

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1

SECRETARIA MUNICIPAL DE FINANÇAS

COORDENADORIA DE RECEITA

DECISÃO ADMINISTRATIVA Nº. 003/2011

Referência: Processo nº. 8575/2010 e Auto de Infração nº. 020/2010

A Secretaria Municipal de Finanças da Prefeitura de Jacobina/BA, por seu respectivo

Secretário, com fins à instrumentalização do procedimento administrativo fiscal instaurado, ante

o auto de infração em epígrafe, onde consta, enquanto ente autuante, o Município de Jacobina,

e, enquanto contribuinte autuado, a empresa Jacobina Mineração e Comércio Ltda., vem

EMITIR as necessárias considerações, a partir de amparo técnico e de ordem jurídica, e, ao final,

DECIDIR, nos termos a seguir.

1. DA BREVE ANÁLISE FÁTICA.

1.1. O Auto de Infração em apreço refere-se ao período de mai./2007 a nov./2009, cujo sentido é

pela constatação de infração à norma tributária local por parte da sobredita empresa, na condição

de substituto tributário, pelo não recolhimento do ISSQN, quando da realização do pagamento

aos respectivos prestadores de serviços, que deveriam ser retidos na fonte e repassados ao ente

municipal.

1.2. Concedida a prévia oportunidade de defesa, a Autuada apresentou hábil impugnação,

suscitando, a título de defesa, equívoco na apuração do ISSQN, diante da inclusão, na sua base

de cálculo, do custo dos materiais utilizados na prestação dos ditos serviços, ao arrepio, portanto,

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das previsões constantes no art. 7º, §2º, inc. I, da Lei Complementar nº. 116/2003 e,

concomitantemente, nos arts. 109, §1º, e 110, §2º, da Lei Municipal nº. 793/2006, atual Código

Tributário do Município de Jacobina. Ademais, a Impugnante suscita ainda, como matéria útil à

sua defesa, a ilegitimidade passiva para suportar a exigência fiscal cobrada, em razão da

inobservância de norma legal vigente à época do fato gerador daquele tributo, com lastro no art.

109, §2º, do CTM de Jacobina.

1.3. De antemão, por primar pela lógica na apreciação da esgrimada defesa, enfrentaremos, a

priori, matéria preliminar, qual seja, a ilegitimidade passiva e, acaso ultrapassada, matéria de

mérito, in casu, a base de cálculo apurada pela Administração Municipal, para efeitos de

incidência do ISSQN, e a dedução sobre ela do custo com materiais utilizados na prestação dos

serviços à tomadora.

1.4. Uma vez remetidos os autos com as peças em destaque à Secretaria de Finanças, vieram-me

os mesmos conclusos, para que, na qualidade de Secretário de Finanças, delas viesse a ter inteiro

conhecimento, e, enquanto Autoridade Julgadora de 1ª instância, procedesse a exame prévio de

legalidade da exação fiscal e emissão de competente decisão administrativa, a qual se fará nas

doravante linhas.

2. DO EXAME DAS TESES ERIGIDAS.

2.1. DA ILEGITIMIDADE PASSIVA. TOMADORA DE SERVIÇOS. PREVISÃO DA LEI

MUNICIPAL 793/2006. ATUAÇÃO COMO SUBSTITUTO TRIBUTÁRIO. DA

PROCEDÊNCIA DA RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA POR SUBSTITUIÇÃO.

DECISÃO RECENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO.

2.1.1. Certo é que a legislação, em geral, serve para regular fatos ocorridos, a partir do início de

sua vigência e, excepcionalmente, para acudir fatos advindos anteriormente à sua edição. Nesse

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compasso, quanto à legislação tributária, há duas exceções à regra geral de irretroatividade de

sua aplicabilidade, ou seja: a) para a lei interpretativa; b) para a lei mais benéfica.

2.1.2. Nesse sentir, aduz Kiyoshi Harada1, acerca do lançamento para constituição do crédito

tributário, cuja formalização deve ocorrer à luz de legislação que na época se aplicava,

justamente, por força do preceito geral da irretroatividade legal. Observemos, então, os seus

dizeres, ipsis litteris:

“Realmente, o lançamento constitui o crédito tributário declarando a preexistência da obrigação

tributária, que surgiu em virtude da ocorrência do fato gerador definido na lei (art. 113, §1º c/c art.

114 do CTN). Por essa razão o art. 144, do CTN dispõe que o lançamento reporta-se à data

da ocorrência do fato gerador da obrigação tributária e rege-se pela lei então vigente, ainda

que, posteriormente, modificada ou revogada.” (destaque nosso)

2.1.3. No caso dos autos em exame, cumpre advertir que a aplicação da legislação tributária

coaduna-se perfeitamente ao comando expresso pelo art. 144, do Código Tributário Nacional,

visto que a apuração se estende a fatos geradores pretéritos, os quais se submetem a mens

legislatoris do atual Código Tributário de Jacobina, instituído pela Lei Municipal nº. 793/2006,

sendo, pois, imprescindível a aplicação da vigente legislação tributária, e não mais da Lei

Municipal nº. 660/2003.

2.1.4. Nos meandros da citada lei tributária, ora apta à quantificação do quantum debeatur e an

debeatur do crédito tributário, aqui em análise, é factível o fundamento legal a amparar a

pretensão fiscal exarada em função da Autuada, por força da previsão do correspondente art.

108, inc. II, in litteris:

“Art. 108. Ficam responsáveis pelo crédito tributário, obrigados ao recolhimento integral do

imposto devido, multas e acréscimos legais, independentemente de ter sido efetuada sua

retenção na fonte: (...)

1 Ob. cit., p. 508.

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II – a pessoa jurídica, ainda que imune ou isenta, tomadora ou intermediária dos serviços

descritos nos subitens 3.04, 7.02, 7.04, 7.05, 7.09, 7.10, 7.12, 7.14, 7.15, 7.17, 11.02, 17.05 e

17.09 da lista anexa.”

2.1.5. Aliás, advirta-se que o dispositivo de lei esculpido, logo acima, trata-se de norma de

reprodução obrigatória, visto que sua morada se faz, sobretudo, na Lei Complementar nº.

116/2003, nos precisos termos dos §§1º e 2º, incs. I e II, do respectivo art. 6º, não existindo,

assim, equívoco de classificação pela norma local da Autuada, enquanto substituto tributário.

2.1.6. Em que pesem os argumentos lançados pela empresa, ora Autuada, no sentido de eximir-se

da responsabilidade a ela, legalmente, imposta, para exonerar-se do papel de substituto na

relação jurídico-tributária por vez instaurada, imperioso se faz reconhecer a improcedência dos

mesmos, haja vista que estamos à frente de hipótese legal que disciplina a substituição do

contribuinte, o que a torna, por conseguinte, afeta à imagem do substituto tributário.

2.1.7. Desta feita, para melhor compreendermos o instituto, merecidas são as linhas doutrinárias

dos eminentes tributaristas Eduardo Sabbag2 e Kiyoshi Harada3, para os quais a responsabilidade

tributária por substituição, respectivamente, compreende o seguinte:

“A pessoa que a lei ordena que substitua o contribuinte é chamada de “responsável por

substituição” ou, ainda, “contribuinte substituto”, ou “substituto tributário”. Ela, como terceira

pessoa escolhida, vem e ocupa o lugar do contribuinte, antes da ocorrência do fato gerador.”

...................................................................................................................................

“(...) Nesta, a obrigação do prestador do serviço desaparece, substituída que fica pela do tomador

do serviço, o qual passa a pagar o imposto próprio, apesar de não ter praticado o fato jurídico

tributável.” (destaque nosso)

2.1.8. Percebe-se, a partir da situação espelhada no examinado auto, que a empresa incorreu em

grave violação ao dispositivo de lei tributária, sendo que não se faz necessário, obrigatoriamente,

2 In Elementos do Direito Tributário. 8ª edição. Premier máxima, 2007, p. 181. 3 Ob. cit., p. 472.

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que tenha praticado atos próprios e suscetíveis à incidência do ISSQN, vez que, por expressa

vontade legal, passou a assumir a responsabilidade tributária substitutiva, obviamente, na

qualidade de tomadora dos serviços, ao assumir a relação com os seus prestadores que deram

causa a insurgência da hipótese de incidência sobre o realizado e concretizado fato gerador,

afastando-se, pois, a tese inaplicável da capacidade contributiva, segundo erige a Impugnante.

2.1.9. Ademais, apenas para derribar os exemplos citados pela Autuada, no sentido de afastar a

legitimidade passiva, os quais, inclusive, são inapropriadas à situação em vértice, colacionamos,

abaixo, dois magistrais exemplos de Eduardo Sabbag4, para melhor compreendermos o instituto

da substituição tributária. Vejamos:

“Exemplo 1: O empregador e empregado, com relação ao IRRF.

Se o empregador, e.g., deixar de reter o IRRF, a ação do Fisco deve dirigir-se contra ele, e não

contra o empregado, por este ficar excluído da relação jurídica tributária. Todavia, se a empresa

proceder ao desconto o valor do imposto no salário do empregado e não o recolher aos cofres

públicos, haverá apropriação indébita, e seus administradores serão pessoalmente responsáveis

pelos créditos tributários (art. 135, III, do CTN).

Exemplo 2: a Caixa Econômica Federal e o ganhador de um prêmio da Loteria Federal, quanto ao

IR incidente sobre tal prêmio.”

2.1.10. Ademais, para fins de ratificação, registramos decisão jurisprudencial recente do egrégio

Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, que, em circunstância assaz semelhante, trilhou pela

tese por vez declinada por esta Administração Municipal. Observemos:

““Comarca: Cubatão

Apelante: Petróleo Brasileiro S/A – Petrobrás (executado-embargante)

Apelado: Município de Cubatão (executado-embargado)

Ementa: Embargos à execução fiscal. ISS. Ilegitimidade passiva não configurada. Executada

que figura no pólo passivo em decorrência da responsabilidade tributária por substituição -

arts. 150, §7° da CF; 128 do CTN e 168, §4° do CTM. Competência tributária do Município

4 Ob. cit., p. 181.

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em que ocorreu a efetiva prestação do serviço. Decreto-lei 406/68 - entendimento consolidado

no STJ. Nega-se provimento ao recurso.

Trata-se de apelação interposta contra sentença que julgou improcedentes os embargos à execução

fiscal opostos por Petróleo Brasileiro S/A - Petrobrás em face do Município de Cubatão, com

condenação daquele ao pagamento das custas e despesas processuais, bem como honorários

advocatícios fixados em 10% sobre o valor do débito executado atualizado (fls. 116/121).

Aduz o apelante, em síntese, ser parte ilegítima, uma vez que não se trata de hipótese de

responsabilidade solidária entre o tomador e o prestador de serviço; lei municipal não tem o

condão de alterar ou ampliar o rol taxativo trazido pelo Decreto-lei 406/68; os decretos meramente

reguladores não podem inovar no mundo jurídico; o Município de Cubatão não detém competência

para cobrar ISS, pois o tributo deve ser cobrado no local do estabelecimento da empresa prestadora

(fls. 138/157).

Contrarrazões a fls. 202/204.

É o relatório.

O recurso não merece provimento.

Segundo se depreende dos autos, o Município de Cubatão ajuizou execução fiscal em face da

apelante em virtude de inadimplemento de ISS referente ao período de fevereiro de 1998 a janeiro

de 1999, no valor de R$ 13.747,52. Os embargos à execução versam sobre a ilegitimidade passiva

da executada, bem como a incompetência do apelante para cobrar o tributo em questão.

Como se observa dos autos, a empresa Climatec Engenharia e Serviços Ltda. foi contratada

pela apelante para a manutenção dos sistemas de ar condicionado e refrigeração no âmbito

da refinaria de Presidente Bernardes. Depreende-se, ainda, que não houve sequer sua

autuação, em clara demonstração que cabia à apelante, na condição de tomadora do serviço,

o recolhimento do imposto cobrado.

Assim, não há que se falar em ilegitimidade passiva. A embargante figurou no pólo passivo

do processo executivo em virtude da responsabilidade por substituição à empresa

prestadora, em consonância com o arts. 150, §7° do CF; 128 do CTN e 168, §4°, do Código

Tributário Municipal e não por ser responsável solidário. Dispõe o art. 128 que "(...) a lei

pode atribuir de modo expresso a responsabilidade pelo crédito tributário a terceira pessoa,

vinculada ao fato gerador da respectiva obrigação, excluindo a responsabilidade do contribuinte

ou atribuindo-a a este em caráter supletivo do cumprimento total ou parcial da referida

obrigação".

Outrossim, não há que se falar em ofensa ao princípio da legalidade estrita. O próprio Código

Tributário Municipal, em seu art. 168, §4°, com a redação dada pela LC 2.402, de 15 de maio de

1997, trata sobre a responsabilidade tributária por substituição, nos seguintes termos: "a pessoa

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física ou jurídica de direito público ou privado que contratar com terceiros a construção de obras

ou a prestação de serviços de qualquer natureza fica obrigada a reter na fonte o valor do tributo

devido e a efetuar o recolhimento na forma prevista neste artigo".

Com relação à competência tributária do apelado, melhor sorte não assiste à apelante.

Já está consolidado o entendimento de que "o Município competente para a cobrança do ISS, à luz

o disposto no art. 12, do Decreto-lei n° 406/68, é aquele em cujo território ocorreu o fato gerador,

ou seja, onde se deu a efetiva prestação do serviço e não aquele onde se encontra a sede do

estabelecimento prestador" (AgRg no REsp 845.711/RS).

Portanto, o local da ocorrência do fato gerador determina a competência. Em outras palavras, o

imposto é devido onde se concretiza a prestação do serviço. No caso em análise, é fato

incontroverso que o serviço foi prestado no Município de Cubatão. Destarte, patente sua

competência para exigir o recolhimento do tributo.

Ante o exposto, nega-se provimento ao recurso.” (destaques nossos)

2.1.11. Torna-se clarividente, com berço na legislação, na doutrina e na jurisprudência pátrias,

aqui ponderadas, a procedência da responsabilidade tributária por substituição da Autuada,

estando, pois, apta a figurar no pólo passivo, quando da cobrança dos valores não recolhidos,

devidamente, aos cofres desta Municipalidade, eis que, enquanto substituto tributário, no

mínimo, deveria proceder ao dever de pagar, integralmente, o ISSQN, na qualidade de tomadora

dos serviços, inexistindo qualquer amparo à correlata tese, como matéria de defesa, ao presente

auto de infração.

2.2. DA BASE DE CÁLCULO DO ISSQN. INCONSISTÊNCIA DOS ARGUMENTOS

LANÇADOS. CONSTATAÇÃO DO DESMEMBRAMENTO DA PRESTAÇÃO DE

SERVIÇOS E CUSTO COM FORNECIMENTO DE MATERIAIS. PROCEDÊNCIA DOS

CÁLCULOS, CONFORME PROVA DOS FATOS CONSTITUTIVOS.

2.2.1. Alega o sujeito passivo, em apertada síntese, que no auto de infração em comento, a

Administração Tributária incorreu em maquiavélico vacilo, afrontando o art. 7º, §2º, inc. I, da

Lei Complementar nº. 116/2003 e, da mesma forma, a norma reproduzida no art. 110, §2º, da Lei

Municipal nº. 793/2006, uma vez que não procedeu à dedução da base de cálculo do ISSQN,

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relativo aos valores atinentes ao custo com fornecimento de materiais para a realização dos

serviços, para efeito de apuração do real e devido valor a ser exigido.

2.2.2. Desde já, é válido o esclarecimento de que as alegações, inclusive, de cunho

manifestamente protelatório, não condizem com a mais absoluta veracidade e seriedade com que

se pautaram os trabalhos de quantificação do Setor de Tributos, não passando, assim, de

argumentos desprovidos de verídica consistência, uma vez que foi constatada, sim, a dedução de

valores, a exemplo, entre a receita bruta e a receita que incidiu o percentual, para fins de

apuração da quantia devida como ISSQN.

2.2.3. Dito isto, impende ressaltar que, não obstante o comentário tecido, a Administração

Tributária, ao contrário da Autuada, faz prova constitutiva do crédito tributário, para efeito de

apuração da escorreita base de cálculo dos serviços estritamente sujeitos à incidência do ISSQN,

ao contrário da Autuada que não faz o menor esforço para comprovar, documentalmente, o

equívoco que, por acaso, tenha sido cometido pelo Fisco local, conforme razões da impugnação.

2.2.4 Em face dos argumentos alhures despendidos, é evidente o intuito da Autuada em protelar

a apreciação definitiva do presente auto de infração, vez que resta materialmente comprovado

nos autos a extremada disciplina e competência do agente fiscal, quando da apuração da real

base de cálculo do ISSQN, in casu, 5% (cinco por cento) sobre o valor da receita já deduzida,

desvencilhando-se, assim, os valores constantes, a título de prestação de serviços, dos valores

decorrentes do custeio de materiais fornecidos pelo prestador de serviços, nos termos da lei.

2.2.5. Reitere-se, por fim, que não há motivos para se comentar em suposta adoção equivocada

da base de cálculo, para efeitos de incidência do ISSQN, tendo em vista a demonstração

indubitável da inexistência de confusão entre esses elementos, o que confirma a procedência dos

cálculos arbitrados pelo Fisco local.

3. DA CONCLUSÃO.

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Diante do quanto aqui exposto, DECIDO pela improcedência da tese preliminar suscitada, no

sentido de afastar a ilegitimidade passiva, em virtude do reconhecimento legal da

responsabilidade tributária por substituição da Autuada, vez que na relação, por ora examinada,

veio a assumir a feição de tomadora dos serviços, o que a torna legítima, perante o Fisco

Municipal, a responder pela irregularidade constatada, aqui em apreço.

No que toca ao mérito deste auto de infração, isto é, com relação à suposta e errônea adoção da

base de cálculo do ISSQN, JULGO pelo desprovimento integral, em razão da comprovação

inconcussa pela Administração Tributária do desmembramento realizado entre os valores

atinentes ao custo com o fornecimento de materiais e os valores da prestação dos serviços, para

efeitos de apuração da base de cálculo deste imposto, atendendo, assim, ao preconizado pelo art.

7º, §2º, I, da Lei Complementar nº. 116/2003.

A partir destas considerações, determino, enquanto Autoridade Julgadora de 1ª Instância, que se

dê o devido prosseguimento à cobrança do crédito tributário apurado neste auto de infração.

Por derradeiro, impende registrar que o expediente protocolado no dia 17/01/2011, referente à

presente impugnação, não pode ser analisado neste instante, uma vez que, conforme regra do art.

32, parágrafo único5, do Código Tributário de Jacobina - Lei Municipal nº. 793/2006, demonstra-

se, sumariamente, intempestivo, precluindo, assim, à Autuada a possibilidade da instrução

probatória desta impugnação há muito ofertada no curso deste estágio inicial da fase contenciosa,

que veio a se instaurar com sua apresentação.

Nada impede, no entanto, quando em grau recursal, uma vez solicitado pela Autuada, em

possível Recurso Voluntário a ser intentado, que se proceda à análise do expediente em comento,

5 “Art. 32. A impugnação da exigência do crédito tributário, que instaura a fase contenciosa do procedimento, deve ser apresentada à repartição preparadora no prazo de 30 (trinta) dias, a contar da ciência do impugnante. Parágrafo Único - A impugnação será formulada por escrito e instruída com os documentos em que se fundamentar.”

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para fins de averiguação da procedência ou não de suas dicções pela Autoridade Julgadora de 2ª

Instância.

Publique-se. Registre-se. Intime-se.

Jacobina/BA, 25 de janeiro de 2011.

Antonio Nicolau Moura Cunha Secretário Municipal de Finanças

Decreto 003/2009

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SECRETARIA MUNICIPAL DE FINANÇAS

COORDENADORIA DE RECEITA

DECISÃO ADMINISTRATIVA Nº.005/2011

Referência: Processo nº. 8581//2010 e Auto de Infração nº. 042/2010

A Secretaria Municipal de Finanças da Prefeitura de Jacobina/BA, por seu respectivo

Secretário, com fins à instrumentalização do procedimento administrativo fiscal instaurado, ante

o auto de infração em epígrafe, onde consta, enquanto ente autuante, o Município de Jacobina,

e, enquanto contribuinte autuado, a empresa Jacobina Mineração e Comércio Ltda., vem

EMITIR as necessárias considerações, a partir de amparo técnico e de ordem jurídica, e, ao final,

DECIDIR, nos termos a seguir.

1. DA BREVE ANÁLISE FÁTICA.

1.1. O Auto de Infração em apreço refere-se ao período de abr./08, jun./08, ago./08, out./08,

nov./08 e dez./08, assim como ao de fev./09, abr./09, jun./09, jul./09, ago./09 e out./09, cujo

sentido é pela constatação de infração à norma tributária local por parte da sobredita empresa, na

condição de substituto tributário, pelo não recolhimento do ISSQN, quando da realização do

pagamento aos respectivos prestadores de serviços, que deveriam ser retidos na fonte e

repassados ao ente municipal.

1.2. Concedida a prévia oportunidade de defesa, a Autuada apresentou hábil impugnação,

suscitando, a título de defesa, equívoco na apuração do ISSQN, diante da inclusão, na sua base

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de cálculo, do custo dos materiais utilizados na prestação dos ditos serviços, ao arrepio, portanto,

das previsões constantes no art. 7º, §2º, inc. I, da Lei Complementar nº. 116/2003 e,

concomitantemente, nos arts. 109, §1º, e 110, §2º, da Lei Municipal nº. 793/2006, atual Código

Tributário do Município de Jacobina. Ademais, a Impugnante suscita ainda, como matéria útil à

sua defesa, a ilegitimidade passiva para suportar a exigência fiscal cobrada, em razão da

inobservância de norma legal vigente à época do fato gerador daquele tributo, com lastro no art.

109, §2º, do CTM de Jacobina.

1.3. De antemão, por primar pela lógica na apreciação da esgrimada defesa, enfrentaremos, a

priori, matéria preliminar, qual seja, a ilegitimidade passiva e, acaso ultrapassada, matéria de

mérito, in casu, a base de cálculo apurada pela Administração Municipal, para efeitos de

incidência do ISSQN, e a dedução sobre ela do custo com materiais utilizados na prestação dos

serviços à tomadora.

1.4. Uma vez remetidos os autos com as peças em destaque à Secretaria de Finanças, vieram-me

os mesmos conclusos, para que, na qualidade de Secretário de Finanças, delas viesse a ter inteiro

conhecimento, e, enquanto Autoridade Julgadora de 1ª instância, procedesse a exame prévio de

legalidade da exação fiscal e emissão de competente decisão administrativa, a qual se fará nas

doravante linhas.

2. DO EXAME DAS TESES ERIGIDAS.

2.1. DA ILEGITIMIDADE PASSIVA. TOMADORA DE SERVIÇOS. PREVISÃO DA LEI

MUNICIPAL 793/2006. ATUAÇÃO COMO SUBSTITUTO TRIBUTÁRIO. DA

PROCEDÊNCIA DA RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA POR SUBSTITUIÇÃO.

DECISÃO RECENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO.

2.1.1. Certo é que a legislação, em geral, serve para regular fatos ocorridos, a partir do início de

sua vigência e, excepcionalmente, para acudir fatos advindos anteriormente à sua edição. Nesse

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compasso, quanto à legislação tributária, há duas exceções à regra geral de irretroatividade de

sua aplicabilidade, ou seja: a) para a lei interpretativa; b) para a lei mais benéfica.

2.1.2. Nesse sentir, aduz Kiyoshi Harada1, acerca do lançamento para constituição do crédito

tributário, cuja formalização deve ocorrer à luz de legislação que na época se aplicava,

justamente, por força do preceito geral da irretroatividade legal. Observemos, então, os seus

dizeres, ipsis litteris:

“Realmente, o lançamento constitui o crédito tributário declarando a preexistência da obrigação

tributária, que surgiu em virtude da ocorrência do fato gerador definido na lei (art. 113, §1º c/c art.

114 do CTN). Por essa razão o art. 144, do CTN dispõe que o lançamento reporta-se à data

da ocorrência do fato gerador da obrigação tributária e rege-se pela lei então vigente, ainda

que, posteriormente, modificada ou revogada.” (destaque nosso)

2.1.3. No caso dos autos em exame, cumpre advertir que a aplicação da legislação tributária

coaduna-se perfeitamente ao comando expresso pelo art. 144, do Código Tributário Nacional,

visto que a apuração se estende a fatos geradores pretéritos, os quais se submetem a mens

legislatoris do atual Código Tributário de Jacobina, instituído pela Lei Municipal nº. 793/2006,

sendo, pois, imprescindível a aplicação da vigente legislação tributária, e não mais da Lei

Municipal nº. 660/2003.

2.1.4. Nos meandros da citada lei tributária, ora apta à quantificação do quantum debeatur e an

debeatur do crédito tributário, aqui em análise, é factível o fundamento legal a amparar a

pretensão fiscal exarada em função da Autuada, por força da previsão do correspondente art.

108, inc. II, in litteris:

“Art. 108. Ficam responsáveis pelo crédito tributário, obrigados ao recolhimento integral do

imposto devido, multas e acréscimos legais, independentemente de ter sido efetuada sua

retenção na fonte: (...)

1 Ob. cit., p. 508.

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II – a pessoa jurídica, ainda que imune ou isenta, tomadora ou intermediária dos serviços

descritos nos subitens 3.04, 7.02, 7.04, 7.05, 7.09, 7.10, 7.12, 7.14, 7.15, 7.17, 11.02, 17.05 e

17.09 da lista anexa.”

2.1.5. Aliás, advirta-se que o dispositivo de lei esculpido, logo acima, trata-se de norma de

reprodução obrigatória, visto que sua morada se faz, sobretudo, na Lei Complementar nº.

116/2003, nos precisos termos dos §§1º e 2º, incs. I e II, do respectivo art. 6º, não existindo,

assim, equívoco de classificação pela norma local da Autuada, enquanto substituto tributário.

2.1.6. Em que pesem os argumentos lançados pela empresa, ora Autuada, no sentido de eximir-se

da responsabilidade a ela, legalmente, imposta, para exonerar-se do papel de substituto na

relação jurídico-tributária por vez instaurada, imperioso se faz reconhecer a improcedência dos

mesmos, haja vista que estamos à frente de hipótese legal que disciplina a substituição do

contribuinte, o que a torna, por conseguinte, afeta à imagem do substituto tributário.

2.1.7. Desta feita, para melhor compreendermos o instituto, merecidas são as linhas doutrinárias

dos eminentes tributaristas Eduardo Sabbag2 e Kiyoshi Harada3, para os quais a responsabilidade

tributária por substituição, respectivamente, compreende o seguinte:

“A pessoa que a lei ordena que substitua o contribuinte é chamada de “responsável por

substituição” ou, ainda, “contribuinte substituto”, ou “substituto tributário”. Ela, como terceira

pessoa escolhida, vem e ocupa o lugar do contribuinte, antes da ocorrência do fato gerador.”

...................................................................................................................................

“(...) Nesta, a obrigação do prestador do serviço desaparece, substituída que fica pela do tomador

do serviço, o qual passa a pagar o imposto próprio, apesar de não ter praticado o fato jurídico

tributável.” (destaque nosso)

2.1.8. Percebe-se, a partir da situação espelhada no examinado auto, que a empresa incorreu em

grave violação ao dispositivo de lei tributária, sendo que não se faz necessário, obrigatoriamente,

2 In Elementos do Direito Tributário. 8ª edição. Premier máxima, 2007, p. 181. 3 Ob. cit., p. 472.

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que tenha praticado atos próprios e suscetíveis à incidência do ISSQN, vez que, por expressa

vontade legal, passou a assumir a responsabilidade tributária substitutiva, obviamente, na

qualidade de tomadora dos serviços, ao assumir a relação com os seus prestadores que deram

causa a insurgência da hipótese de incidência sobre o realizado e concretizado fato gerador,

afastando-se, pois, a tese inaplicável da capacidade contributiva, segundo erige a Impugnante.

2.1.9. Ademais, apenas para derribar os exemplos citados pela Autuada, no sentido de afastar a

legitimidade passiva, os quais, inclusive, são inapropriadas à situação em vértice, colacionamos,

abaixo, dois magistrais exemplos de Eduardo Sabbag4, para melhor compreendermos o instituto

da substituição tributária. Vejamos:

“Exemplo 1: O empregador e empregado, com relação ao IRRF.

Se o empregador, e.g., deixar de reter o IRRF, a ação do Fisco deve dirigir-se contra ele, e não

contra o empregado, por este ficar excluído da relação jurídica tributária. Todavia, se a empresa

proceder ao desconto o valor do imposto no salário do empregado e não o recolher aos cofres

públicos, haverá apropriação indébita, e seus administradores serão pessoalmente responsáveis

pelos créditos tributários (art. 135, III, do CTN).

Exemplo 2: a Caixa Econômica Federal e o ganhador de um prêmio da Loteria Federal, quanto ao

IR incidente sobre tal prêmio.”

2.1.10. Ademais, para fins de ratificação, registramos decisão jurisprudencial recente do egrégio

Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, que, em circunstância assaz semelhante, trilhou pela

tese por vez declinada por esta Administração Municipal. Observemos:

““Comarca: Cubatão

Apelante: Petróleo Brasileiro S/A – Petrobrás (executado-embargante)

Apelado: Município de Cubatão (executado-embargado)

Ementa: Embargos à execução fiscal. ISS. Ilegitimidade passiva não configurada. Executada

que figura no pólo passivo em decorrência da responsabilidade tributária por substituição -

arts. 150, §7° da CF; 128 do CTN e 168, §4° do CTM. Competência tributária do Município

4 Ob. cit., p. 181.

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em que ocorreu a efetiva prestação do serviço. Decreto-lei 406/68 - entendimento consolidado

no STJ. Nega-se provimento ao recurso.

Trata-se de apelação interposta contra sentença que julgou improcedentes os embargos à execução

fiscal opostos por Petróleo Brasileiro S/A - Petrobrás em face do Município de Cubatão, com

condenação daquele ao pagamento das custas e despesas processuais, bem como honorários

advocatícios fixados em 10% sobre o valor do débito executado atualizado (fls. 116/121).

Aduz o apelante, em síntese, ser parte ilegítima, uma vez que não se trata de hipótese de

responsabilidade solidária entre o tomador e o prestador de serviço; lei municipal não tem o

condão de alterar ou ampliar o rol taxativo trazido pelo Decreto-lei 406/68; os decretos meramente

reguladores não podem inovar no mundo jurídico; o Município de Cubatão não detém competência

para cobrar ISS, pois o tributo deve ser cobrado no local do estabelecimento da empresa prestadora

(fls. 138/157).

Contrarrazões a fls. 202/204.

É o relatório.

O recurso não merece provimento.

Segundo se depreende dos autos, o Município de Cubatão ajuizou execução fiscal em face da

apelante em virtude de inadimplemento de ISS referente ao período de fevereiro de 1998 a janeiro

de 1999, no valor de R$ 13.747,52. Os embargos à execução versam sobre a ilegitimidade passiva

da executada, bem como a incompetência do apelante para cobrar o tributo em questão.

Como se observa dos autos, a empresa Climatec Engenharia e Serviços Ltda. foi contratada

pela apelante para a manutenção dos sistemas de ar condicionado e refrigeração no âmbito

da refinaria de Presidente Bernardes. Depreende-se, ainda, que não houve sequer sua

autuação, em clara demonstração que cabia à apelante, na condição de tomadora do serviço,

o recolhimento do imposto cobrado.

Assim, não há que se falar em ilegitimidade passiva. A embargante figurou no pólo passivo

do processo executivo em virtude da responsabilidade por substituição à empresa

prestadora, em consonância com o arts. 150, §7° do CF; 128 do CTN e 168, §4°, do Código

Tributário Municipal e não por ser responsável solidário. Dispõe o art. 128 que "(...) a lei

pode atribuir de modo expresso a responsabilidade pelo crédito tributário a terceira pessoa,

vinculada ao fato gerador da respectiva obrigação, excluindo a responsabilidade do contribuinte

ou atribuindo-a a este em caráter supletivo do cumprimento total ou parcial da referida

obrigação".

Outrossim, não há que se falar em ofensa ao princípio da legalidade estrita. O próprio Código

Tributário Municipal, em seu art. 168, §4°, com a redação dada pela LC 2.402, de 15 de maio de

1997, trata sobre a responsabilidade tributária por substituição, nos seguintes termos: "a pessoa

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física ou jurídica de direito público ou privado que contratar com terceiros a construção de obras

ou a prestação de serviços de qualquer natureza fica obrigada a reter na fonte o valor do tributo

devido e a efetuar o recolhimento na forma prevista neste artigo".

Com relação à competência tributária do apelado, melhor sorte não assiste à apelante.

Já está consolidado o entendimento de que "o Município competente para a cobrança do ISS, à luz

o disposto no art. 12, do Decreto-lei n° 406/68, é aquele em cujo território ocorreu o fato gerador,

ou seja, onde se deu a efetiva prestação do serviço e não aquele onde se encontra a sede do

estabelecimento prestador" (AgRg no REsp 845.711/RS).

Portanto, o local da ocorrência do fato gerador determina a competência. Em outras palavras, o

imposto é devido onde se concretiza a prestação do serviço. No caso em análise, é fato

incontroverso que o serviço foi prestado no Município de Cubatão. Destarte, patente sua

competência para exigir o recolhimento do tributo.

Ante o exposto, nega-se provimento ao recurso.” (destaques nossos)

2.1.11. Torna-se clarividente, com berço na legislação, na doutrina e na jurisprudência pátrias,

aqui ponderadas, a procedência da responsabilidade tributária por substituição da Autuada,

estando, pois, apta a figurar no pólo passivo, quando da cobrança dos valores não recolhidos,

devidamente, aos cofres desta Municipalidade, eis que, enquanto substituto tributário, no

mínimo, deveria proceder ao dever de pagar, integralmente, o ISSQN, na qualidade de tomadora

dos serviços, inexistindo qualquer amparo à correlata tese, como matéria de defesa, ao presente

auto de infração.

2.2. DA BASE DE CÁLCULO DO ISSQN. INCONSISTÊNCIA DOS ARGUMENTOS

LANÇADOS. CONSTATAÇÃO DO DESMEMBRAMENTO DA PRESTAÇÃO DE

SERVIÇOS E CUSTO COM FORNECIMENTO DE MATERIAIS. PROCEDÊNCIA DOS

CÁLCULOS, CONFORME PROVA DOS FATOS CONSTITUTIVOS.

2.2.1. Alega o sujeito passivo, em apertada síntese, que no auto de infração em comento, a

Administração Tributária incorreu em maquiavélico vacilo, afrontando o art. 7º, §2º, inc. I, da

Lei Complementar nº. 116/2003 e, da mesma forma, a norma reproduzida no art. 110, §2º, da Lei

Municipal nº. 793/2006, uma vez que não procedeu à dedução da base de cálculo do ISSQN,

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relativo aos valores atinentes ao custo com fornecimento de materiais para a realização dos

serviços, para efeito de apuração do real e devido valor a ser exigido.

2.2.2. Desde já, é válido o esclarecimento de que as alegações, inclusive, de cunho

manifestamente protelatório, não condizem com a mais absoluta veracidade e seriedade com que

se pautaram os trabalhos de quantificação do Setor de Tributos, não passando, assim, de

argumentos desprovidos de verídica consistência, uma vez que foi constatada, sim, a dedução de

valores, a exemplo, entre a receita bruta e a receita que incidiu o percentual, para fins de

apuração da quantia devida como ISSQN.

2.2.3. Dito isto, impende ressaltar que, não obstante o comentário tecido, a Administração

Tributária, ao contrário da Autuada, faz prova constitutiva do crédito tributário, para efeito de

apuração da escorreita base de cálculo dos serviços estritamente sujeitos à incidência do ISSQN,

ao contrário da Autuada que não faz o menor esforço para comprovar, documentalmente, o

equívoco que, por acaso, tenha sido cometido pelo Fisco local, conforme razões da impugnação.

2.2.4 Em face dos argumentos alhures despendidos, é evidente o intuito da Autuada em protelar

a apreciação definitiva do presente auto de infração, vez que resta materialmente comprovado

nos autos a extremada disciplina e competência do agente fiscal, quando da apuração da real

base de cálculo do ISSQN, in casu, 5% (cinco por cento) sobre o valor da receita já deduzida,

desvencilhando-se, assim, os valores constantes, a título de prestação de serviços, dos valores

decorrentes do custeio de materiais fornecidos pelo prestador de serviços, nos termos da lei.

2.2.5. Reitere-se, por fim, que não há motivos para se comentar em suposta adoção equivocada

da base de cálculo, para efeitos de incidência do ISSQN, tendo em vista a demonstração

indubitável da inexistência de confusão entre esses elementos, o que confirma a procedência dos

cálculos arbitrados pelo Fisco local.

3. DA CONCLUSÃO.

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Diante do quanto aqui exposto, DECIDO pela improcedência da tese preliminar suscitada, no

sentido de afastar a ilegitimidade passiva, em virtude do reconhecimento legal da

responsabilidade tributária por substituição da Autuada, vez que na relação, por ora examinada,

veio a assumir a feição de tomadora dos serviços, o que a torna legítima, perante o Fisco

Municipal, a responder pela irregularidade constatada, aqui em apreço.

No que toca ao mérito deste auto de infração, isto é, com relação à suposta e errônea adoção da

base de cálculo do ISSQN, JULGO pelo desprovimento integral, em razão da comprovação

inconcussa pela Administração Tributária do desmembramento realizado entre os valores

atinentes ao custo com o fornecimento de materiais e os valores da prestação dos serviços, para

efeitos de apuração da base de cálculo deste imposto, atendendo, assim, ao preconizado pelo art.

7º, §2º, I, da Lei Complementar nº. 116/2003.

A partir destas considerações, determino, enquanto Autoridade Julgadora de 1ª Instância, que se

dê o devido prosseguimento à cobrança do crédito tributário apurado neste auto de infração.

Por derradeiro, impende registrar que o expediente protocolado no dia 17/01/2011, referente à

presente impugnação, não pode ser analisado neste instante, uma vez que, conforme regra do art.

32, parágrafo único5, do Código Tributário de Jacobina - Lei Municipal nº. 793/2006, demonstra-

se, sumariamente, intempestivo, precluindo, assim, à Autuada a possibilidade da instrução

probatória desta impugnação há muito ofertada no curso deste estágio inicial da fase contenciosa,

que veio a se instaurar com sua apresentação.

Nada impede, no entanto, quando em grau recursal, uma vez solicitado pela Autuada, em

possível Recurso Voluntário a ser intentado, que se proceda à análise do expediente em comento,

5 “Art. 32. A impugnação da exigência do crédito tributário, que instaura a fase contenciosa do procedimento, deve ser apresentada à repartição preparadora no prazo de 30 (trinta) dias, a contar da ciência do impugnante. Parágrafo Único - A impugnação será formulada por escrito e instruída com os documentos em que se fundamentar.”

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para fins de averiguação da procedência ou não de suas dicções pela Autoridade Julgadora de 2ª

Instância.

Publique-se. Registre-se. Intime-se.

Jacobina/BA, 25 de janeiro de 2011.

Antonio Nicolau Moura Cunha Secretário Municipal de Finanças

Decreto 003/2009

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SECRETARIA MUNICIPAL DE FINANÇAS

COORDENADORIA DE RECEITA

DECISÃO ADMINISTRATIVA Nº. 006/2011

Referência: Processo nº. 8580/2010 e Auto de Infração nº. 043/2010

A Secretaria Municipal de Finanças da Prefeitura de Jacobina/BA, por seu respectivo

Secretário, com fins à instrumentalização do procedimento administrativo fiscal instaurado, ante

o auto de infração em epígrafe, onde consta, enquanto ente autuante, o Município de Jacobina,

e, enquanto contribuinte autuado, a empresa Jacobina Mineração e Comércio Ltda., vem

EMITIR as necessárias considerações, a partir de amparo técnico e de ordem jurídica, e, ao final,

DECIDIR, nos termos a seguir.

1. DA BREVE ANÁLISE FÁTICA.

1.1. O Auto de Infração em apreço refere-se ao período de abr./2009 a set./2009, cujo sentido é

pela constatação de infração à norma tributária local por parte da sobredita empresa, na condição

de substituto tributário, pelo não recolhimento do ISSQN, quando da realização do pagamento

aos respectivos prestadores de serviços, que deveriam ser retidos na fonte e repassados ao ente

municipal.

1.2. Concedida a prévia oportunidade de defesa, a Autuada apresentou hábil impugnação,

suscitando tão-somente como defesa, a título de preliminar, a ilegitimidade passiva para suportar

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a exigência fiscal cobrada, em razão da inobservância de norma legal vigente à época do fato

gerador daquele tributo.

1.3. Uma vez remetidos os autos com as peças em destaque à Secretaria de Finanças, vieram-me

os mesmos conclusos, para que, na qualidade de Secretário de Finanças, delas viesse a ter inteiro

conhecimento, e, enquanto Autoridade Julgadora de 1ª instância, procedesse a exame prévio de

legalidade da exação fiscal e emissão de competente decisão administrativa, a qual se fará nas

doravante linhas.

2. DO EXAME DA TESE ERIGIDA.

2.1. DA ILEGITIMIDADE PASSIVA. TOMADORA DE SERVIÇOS. PREVISÃO DA LEI

MUNICIPAL 793/2006. ATUAÇÃO COMO SUBSTITUTO TRIBUTÁRIO. DA

PROCEDÊNCIA DA RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA POR SUBSTITUIÇÃO.

DECISÃO RECENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO.

2.1.1. Certo é que a legislação, em geral, serve para regular fatos ocorridos, a partir do início de

sua vigência e, excepcionalmente, para acudir fatos advindos anteriormente à sua edição. Nesse

compasso, quanto à legislação tributária, há duas exceções à regra geral de irretroatividade de

sua aplicabilidade, ou seja: a) para a lei interpretativa; b) para a lei mais benéfica.

2.1.2. Nesse sentir, aduz Kiyoshi Harada1, acerca do lançamento para constituição do crédito

tributário, cuja formalização deve ocorrer à luz de legislação que na época se aplicava,

justamente, por força do preceito geral da irretroatividade legal. Observemos, então, os seus

dizeres, ipsis litteris:

“Realmente, o lançamento constitui o crédito tributário declarando a preexistência da obrigação

tributária, que surgiu em virtude da ocorrência do fato gerador definido na lei (art. 113, §1º c/c art.

1 Ob. cit., p. 508.

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114 do CTN). Por essa razão o art. 144, do CTN dispõe que o lançamento reporta-se à data

da ocorrência do fato gerador da obrigação tributária e rege-se pela lei então vigente, ainda

que, posteriormente, modificada ou revogada.” (destaque nosso)

2.1.3. No caso dos autos em exame, cumpre advertir que a aplicação da legislação tributária

coaduna-se perfeitamente ao comando expresso pelo art. 144, do Código Tributário Nacional,

visto que a apuração se estende a fatos geradores pretéritos, os quais se submetem a mens

legislatoris do atual Código Tributário de Jacobina, instituído pela Lei Municipal nº. 793/2006,

sendo, pois, imprescindível a aplicação da vigente legislação tributária, e não mais da Lei

Municipal nº. 660/2003.

2.1.4. Nos meandros da citada lei tributária, ora apta à quantificação do quantum debeatur e an

debeatur do crédito tributário, aqui em análise, é factível o fundamento legal a amparar a

pretensão fiscal exarada em função da Autuada, por força da previsão do correspondente art.

108, inc. II, in litteris:

“Art. 108. Ficam responsáveis pelo crédito tributário, obrigados ao recolhimento integral do

imposto devido, multas e acréscimos legais, independentemente de ter sido efetuada sua

retenção na fonte: (...)

II – a pessoa jurídica, ainda que imune ou isenta, tomadora ou intermediária dos serviços

descritos nos subitens 3.04, 7.02, 7.04, 7.05, 7.09, 7.10, 7.12, 7.14, 7.15, 7.17, 11.02, 17.05 e

17.09 da lista anexa.”

2.1.5. Aliás, advirta-se que o dispositivo de lei esculpido, logo acima, trata-se de norma de

reprodução obrigatória, visto que sua morada se faz, sobretudo, na Lei Complementar nº.

116/2003, nos precisos termos dos §§1º e 2º, incs. I e II, do respectivo art. 6º, não existindo,

assim, equívoco de classificação pela norma local da Autuada, enquanto substituto tributário.

2.1.6. Em que pesem os argumentos lançados pela empresa, ora Autuada, no sentido de eximir-se

da responsabilidade a ela, legalmente, imposta, para exonerar-se do papel de substituto na

relação jurídico-tributária por vez instaurada, imperioso se faz reconhecer a improcedência dos

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mesmos, haja vista que estamos à frente de hipótese legal que disciplina a substituição do

contribuinte, o que a torna, por conseguinte, afeta à imagem do substituto tributário.

2.1.7. Desta feita, para melhor compreendermos o instituto, merecidas são as linhas doutrinárias

dos eminentes tributaristas Eduardo Sabbag2 e Kiyoshi Harada3, para os quais a responsabilidade

tributária por substituição, respectivamente, compreende o seguinte:

“A pessoa que a lei ordena que substitua o contribuinte é chamada de “responsável por

substituição” ou, ainda, “contribuinte substituto”, ou “substituto tributário”. Ela, como terceira

pessoa escolhida, vem e ocupa o lugar do contribuinte, antes da ocorrência do fato gerador.”

...................................................................................................................................

“(...) Nesta, a obrigação do prestador do serviço desaparece, substituída que fica pela do tomador

do serviço, o qual passa a pagar o imposto próprio, apesar de não ter praticado o fato jurídico

tributável.” (destaque nosso)

2.1.8. Percebe-se, a partir da situação espelhada no examinado auto, que a empresa incorreu em

grave violação ao dispositivo de lei tributária, sendo que não se faz necessário, obrigatoriamente,

que tenha praticado atos próprios e suscetíveis à incidência do ISSQN, vez que, por expressa

vontade legal, passou a assumir a responsabilidade tributária substitutiva, obviamente, na

qualidade de tomadora dos serviços, ao assumir a relação com os seus prestadores que deram

causa a insurgência da hipótese de incidência sobre o realizado e concretizado fato gerador,

afastando-se, pois, a tese inaplicável da capacidade contributiva, segundo erige a Impugnante.

2.1.9. Ademais, apenas para derribar os exemplos citados pela Autuada, no sentido de afastar a

legitimidade passiva, os quais, inclusive, são inapropriadas à situação em vértice, colacionamos,

abaixo, dois magistrais exemplos de Eduardo Sabbag4, para melhor compreendermos o instituto

da substituição tributária. Vejamos:

2 In Elementos do Direito Tributário. 8ª edição. Premier máxima, 2007, p. 181. 3 Ob. cit., p. 472. 4 Ob. cit., p. 181.

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“Exemplo 1: O empregador e empregado, com relação ao IRRF.

Se o empregador, e.g., deixar de reter o IRRF, a ação do Fisco deve dirigir-se contra ele, e não

contra o empregado, por este ficar excluído da relação jurídica tributária. Todavia, se a empresa

proceder ao desconto o valor do imposto no salário do empregado e não o recolher aos cofres

públicos, haverá apropriação indébita, e seus administradores serão pessoalmente responsáveis

pelos créditos tributários (art. 135, III, do CTN).

Exemplo 2: a Caixa Econômica Federal e o ganhador de um prêmio da Loteria Federal, quanto ao

IR incidente sobre tal prêmio.”

2.1.10. Ademais, para fins de ratificação, registramos decisão jurisprudencial recente do egrégio

Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, que, em circunstância assaz semelhante, trilhou pela

tese por vez declinada por esta Administração Municipal. Observemos:

““Comarca: Cubatão

Apelante: Petróleo Brasileiro S/A – Petrobrás (executado-embargante)

Apelado: Município de Cubatão (executado-embargado)

Ementa: Embargos à execução fiscal. ISS. Ilegitimidade passiva não configurada. Executada

que figura no pólo passivo em decorrência da responsabilidade tributária por substituição -

arts. 150, §7° da CF; 128 do CTN e 168, §4° do CTM. Competência tributária do Município

em que ocorreu a efetiva prestação do serviço. Decreto-lei 406/68 - entendimento consolidado

no STJ. Nega-se provimento ao recurso.

Trata-se de apelação interposta contra sentença que julgou improcedentes os embargos à execução

fiscal opostos por Petróleo Brasileiro S/A - Petrobrás em face do Município de Cubatão, com

condenação daquele ao pagamento das custas e despesas processuais, bem como honorários

advocatícios fixados em 10% sobre o valor do débito executado atualizado (fls. 116/121).

Aduz o apelante, em síntese, ser parte ilegítima, uma vez que não se trata de hipótese de

responsabilidade solidária entre o tomador e o prestador de serviço; lei municipal não tem o

condão de alterar ou ampliar o rol taxativo trazido pelo Decreto-lei 406/68; os decretos meramente

reguladores não podem inovar no mundo jurídico; o Município de Cubatão não detém competência

para cobrar ISS, pois o tributo deve ser cobrado no local do estabelecimento da empresa prestadora

(fls. 138/157).

Contrarrazões a fls. 202/204.

É o relatório.

O recurso não merece provimento.

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Segundo se depreende dos autos, o Município de Cubatão ajuizou execução fiscal em face da

apelante em virtude de inadimplemento de ISS referente ao período de fevereiro de 1998 a janeiro

de 1999, no valor de R$ 13.747,52. Os embargos à execução versam sobre a ilegitimidade passiva

da executada, bem como a incompetência do apelante para cobrar o tributo em questão.

Como se observa dos autos, a empresa Climatec Engenharia e Serviços Ltda. foi contratada

pela apelante para a manutenção dos sistemas de ar condicionado e refrigeração no âmbito

da refinaria de Presidente Bernardes. Depreende-se, ainda, que não houve sequer sua

autuação, em clara demonstração que cabia à apelante, na condição de tomadora do serviço,

o recolhimento do imposto cobrado.

Assim, não há que se falar em ilegitimidade passiva. A embargante figurou no pólo passivo

do processo executivo em virtude da responsabilidade por substituição à empresa

prestadora, em consonância com o arts. 150, §7° do CF; 128 do CTN e 168, §4°, do Código

Tributário Municipal e não por ser responsável solidário. Dispõe o art. 128 que "(...) a lei

pode atribuir de modo expresso a responsabilidade pelo crédito tributário a terceira pessoa,

vinculada ao fato gerador da respectiva obrigação, excluindo a responsabilidade do contribuinte

ou atribuindo-a a este em caráter supletivo do cumprimento total ou parcial da referida

obrigação".

Outrossim, não há que se falar em ofensa ao princípio da legalidade estrita. O próprio Código

Tributário Municipal, em seu art. 168, §4°, com a redação dada pela LC 2.402, de 15 de maio de

1997, trata sobre a responsabilidade tributária por substituição, nos seguintes termos: "a pessoa

física ou jurídica de direito público ou privado que contratar com terceiros a construção de obras

ou a prestação de serviços de qualquer natureza fica obrigada a reter na fonte o valor do tributo

devido e a efetuar o recolhimento na forma prevista neste artigo".

Com relação à competência tributária do apelado, melhor sorte não assiste à apelante.

Já está consolidado o entendimento de que "o Município competente para a cobrança do ISS, à luz

o disposto no art. 12, do Decreto-lei n° 406/68, é aquele em cujo território ocorreu o fato gerador,

ou seja, onde se deu a efetiva prestação do serviço e não aquele onde se encontra a sede do

estabelecimento prestador" (AgRg no REsp 845.711/RS).

Portanto, o local da ocorrência do fato gerador determina a competência. Em outras palavras, o

imposto é devido onde se concretiza a prestação do serviço. No caso em análise, é fato

incontroverso que o serviço foi prestado no Município de Cubatão. Destarte, patente sua

competência para exigir o recolhimento do tributo.

Ante o exposto, nega-se provimento ao recurso.” (destaques nossos)

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2.1.11. Torna-se clarividente, com berço na legislação, na doutrina e na jurisprudência pátrias,

aqui ponderadas, a procedência da responsabilidade tributária por substituição da Autuada,

estando, pois, apta a figurar no pólo passivo, quando da cobrança dos valores não recolhidos,

devidamente, aos cofres desta Municipalidade, eis que, enquanto substituto tributário, no

mínimo, deveria proceder ao dever de pagar, integralmente, o ISSQN, na qualidade de tomadora

dos serviços, inexistindo qualquer amparo à correlata tese, como matéria de defesa, ao presente

auto de infração.

3. DA CONCLUSÃO.

Diante de tudo quanto aqui exposto, DECIDO pela inconsistência da tese argüida, no sentido de

afastar a ilegitimidade passiva, em virtude do reconhecimento legal da responsabilidade

tributária por substituição da Autuada, vez que na relação, por ora examinada, veio a assumir a

feição de tomadora dos serviços, o que a torna legítima, perante o Fisco Municipal, a responder

pela irregularidade constatada, aqui em apreço.

A partir destas considerações, determino, enquanto Autoridade Julgadora de 1ª Instância, que se

dê o devido prosseguimento à cobrança do crédito tributário apurado neste auto de infração.

Por derradeiro, impende registrar que o expediente protocolado no dia 17/01/2011, referente à

presente impugnação, não pode ser analisado neste instante, uma vez que, conforme regra do art.

32, parágrafo único5, do Código Tributário de Jacobina - Lei Municipal nº. 793/2006, demonstra-

se, sumariamente, intempestivo, precluindo, assim, à Autuada a possibilidade da instrução

probatória desta impugnação há muito ofertada no curso deste estágio inicial da fase contenciosa,

que veio a se instaurar com sua apresentação.

5 “Art. 32. A impugnação da exigência do crédito tributário, que instaura a fase contenciosa do procedimento, deve ser apresentada à repartição preparadora no prazo de 30 (trinta) dias, a contar da ciência do impugnante. Parágrafo Único - A impugnação será formulada por escrito e instruída com os documentos em que se fundamentar.”

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Nada impede, no entanto, quando em grau recursal, uma vez solicitado pela Autuada, em

possível Recurso Voluntário a ser intentado, que se proceda à análise do expediente em comento,

para fins de averiguação da procedência ou não de suas dicções pela Autoridade Julgadora de 2ª

Instância.

Publique-se. Registre-se. Intime-se.

Jacobina/BA, 25 de janeiro de 2011.

Antonio Nicolau Moura Cunha Secretário Municipal de Finanças

Decreto 003/2009

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1

SECRETARIA MUNICIPAL DE FINANÇAS

COORDENADORIA DE RECEITA

DECISÃO ADMINISTRATIVA Nº. 007/2011

Referência: Processo nº. 8579//2010 e Auto de Infração nº. 044/2010

A Secretaria Municipal de Finanças da Prefeitura de Jacobina/BA, por seu respectivo

Secretário, com fins à instrumentalização do procedimento administrativo fiscal instaurado, ante

o auto de infração em epígrafe, onde consta, enquanto ente autuante, o Município de Jacobina,

e, enquanto contribuinte autuado, a empresa Jacobina Mineração e Comércio Ltda., vem

EMITIR as necessárias considerações, a partir de amparo técnico e de ordem jurídica, e, ao final,

DECIDIR, nos termos a seguir.

1. DA BREVE ANÁLISE FÁTICA.

1.1. O Auto de Infração em apreço refere-se ao período de mar./2009 a out./2009, cujo sentido é

pela constatação de infração à norma tributária local por parte da sobredita empresa, na condição

de substituto tributário, pelo não recolhimento do ISSQN, quando da realização do pagamento

aos respectivos prestadores de serviços, que deveriam ser retidos na fonte e repassados ao ente

municipal.

1.2. Concedida a prévia oportunidade de defesa, a Autuada apresentou hábil impugnação,

suscitando, a título de defesa, equívoco na apuração do ISSQN, diante da inclusão, na sua base

de cálculo, do custo dos materiais utilizados na prestação dos ditos serviços, ao arrepio, portanto,

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das previsões constantes no art. 7º, §2º, inc. I, da Lei Complementar nº. 116/2003 e,

concomitantemente, nos arts. 109, §1º, e 110, §2º, da Lei Municipal nº. 793/2006, atual Código

Tributário do Município de Jacobina. Ademais, a Impugnante suscita ainda, como matéria útil à

sua defesa, a ilegitimidade passiva para suportar a exigência fiscal cobrada, em razão da

inobservância de norma legal vigente à época do fato gerador daquele tributo, com lastro no art.

109, §2º, do CTM de Jacobina.

1.3. De antemão, por primar pela lógica na apreciação da esgrimada defesa, enfrentaremos, a

priori, matéria preliminar, qual seja, a ilegitimidade passiva e, acaso ultrapassada, matéria de

mérito, in casu, a base de cálculo apurada pela Administração Municipal, para efeitos de

incidência do ISSQN, e a dedução sobre ela do custo com materiais utilizados na prestação dos

serviços à tomadora.

1.4. Uma vez remetidos os autos com as peças em destaque à Secretaria de Finanças, vieram-me

os mesmos conclusos, para que, na qualidade de Secretário de Finanças, delas viesse a ter inteiro

conhecimento, e, enquanto Autoridade Julgadora de 1ª instância, procedesse a exame prévio de

legalidade da exação fiscal e emissão de competente decisão administrativa, a qual se fará nas

doravante linhas.

2. DO EXAME DAS TESES ERIGIDAS.

2.1. DA ILEGITIMIDADE PASSIVA. TOMADORA DE SERVIÇOS. PREVISÃO DA LEI

MUNICIPAL 793/2006. ATUAÇÃO COMO SUBSTITUTO TRIBUTÁRIO. DA

PROCEDÊNCIA DA RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA POR SUBSTITUIÇÃO.

DECISÃO RECENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO.

2.1.1. Certo é que a legislação, em geral, serve para regular fatos ocorridos, a partir do início de

sua vigência e, excepcionalmente, para acudir fatos advindos anteriormente à sua edição. Nesse

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compasso, quanto à legislação tributária, há duas exceções à regra geral de irretroatividade de

sua aplicabilidade, ou seja: a) para a lei interpretativa; b) para a lei mais benéfica.

2.1.2. Nesse sentir, aduz Kiyoshi Harada1, acerca do lançamento para constituição do crédito

tributário, cuja formalização deve ocorrer à luz de legislação que na época se aplicava,

justamente, por força do preceito geral da irretroatividade legal. Observemos, então, os seus

dizeres, ipsis litteris:

“Realmente, o lançamento constitui o crédito tributário declarando a preexistência da obrigação

tributária, que surgiu em virtude da ocorrência do fato gerador definido na lei (art. 113, §1º c/c art.

114 do CTN). Por essa razão o art. 144, do CTN dispõe que o lançamento reporta-se à data

da ocorrência do fato gerador da obrigação tributária e rege-se pela lei então vigente, ainda

que, posteriormente, modificada ou revogada.” (destaque nosso)

2.1.3. No caso dos autos em exame, cumpre advertir que a aplicação da legislação tributária

coaduna-se perfeitamente ao comando expresso pelo art. 144, do Código Tributário Nacional,

visto que a apuração se estende a fatos geradores pretéritos, os quais se submetem a mens

legislatoris do atual Código Tributário de Jacobina, instituído pela Lei Municipal nº. 793/2006,

sendo, pois, imprescindível a aplicação da vigente legislação tributária, e não mais da Lei

Municipal nº. 660/2003.

2.1.4. Nos meandros da citada lei tributária, ora apta à quantificação do quantum debeatur e an

debeatur do crédito tributário, aqui em análise, é factível o fundamento legal a amparar a

pretensão fiscal exarada em função da Autuada, por força da previsão do correspondente art.

108, inc. II, in litteris:

“Art. 108. Ficam responsáveis pelo crédito tributário, obrigados ao recolhimento integral do

imposto devido, multas e acréscimos legais, independentemente de ter sido efetuada sua

retenção na fonte: (...)

1 Ob. cit., p. 508.

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II – a pessoa jurídica, ainda que imune ou isenta, tomadora ou intermediária dos serviços

descritos nos subitens 3.04, 7.02, 7.04, 7.05, 7.09, 7.10, 7.12, 7.14, 7.15, 7.17, 11.02, 17.05 e

17.09 da lista anexa.”

2.1.5. Aliás, advirta-se que o dispositivo de lei esculpido, logo acima, trata-se de norma de

reprodução obrigatória, visto que sua morada se faz, sobretudo, na Lei Complementar nº.

116/2003, nos precisos termos dos §§1º e 2º, incs. I e II, do respectivo art. 6º, não existindo,

assim, equívoco de classificação pela norma local da Autuada, enquanto substituto tributário.

2.1.6. Em que pesem os argumentos lançados pela empresa, ora Autuada, no sentido de eximir-se

da responsabilidade a ela, legalmente, imposta, para exonerar-se do papel de substituto na

relação jurídico-tributária por vez instaurada, imperioso se faz reconhecer a improcedência dos

mesmos, haja vista que estamos à frente de hipótese legal que disciplina a substituição do

contribuinte, o que a torna, por conseguinte, afeta à imagem do substituto tributário.

2.1.7. Desta feita, para melhor compreendermos o instituto, merecidas são as linhas doutrinárias

dos eminentes tributaristas Eduardo Sabbag2 e Kiyoshi Harada3, para os quais a responsabilidade

tributária por substituição, respectivamente, compreende o seguinte:

“A pessoa que a lei ordena que substitua o contribuinte é chamada de “responsável por

substituição” ou, ainda, “contribuinte substituto”, ou “substituto tributário”. Ela, como terceira

pessoa escolhida, vem e ocupa o lugar do contribuinte, antes da ocorrência do fato gerador.”

...................................................................................................................................

“(...) Nesta, a obrigação do prestador do serviço desaparece, substituída que fica pela do tomador

do serviço, o qual passa a pagar o imposto próprio, apesar de não ter praticado o fato jurídico

tributável.” (destaque nosso)

2.1.8. Percebe-se, a partir da situação espelhada no examinado auto, que a empresa incorreu em

grave violação ao dispositivo de lei tributária, sendo que não se faz necessário, obrigatoriamente,

2 In Elementos do Direito Tributário. 8ª edição. Premier máxima, 2007, p. 181. 3 Ob. cit., p. 472.

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que tenha praticado atos próprios e suscetíveis à incidência do ISSQN, vez que, por expressa

vontade legal, passou a assumir a responsabilidade tributária substitutiva, obviamente, na

qualidade de tomadora dos serviços, ao assumir a relação com os seus prestadores que deram

causa a insurgência da hipótese de incidência sobre o realizado e concretizado fato gerador,

afastando-se, pois, a tese inaplicável da capacidade contributiva, segundo erige a Impugnante.

2.1.9. Ademais, apenas para derribar os exemplos citados pela Autuada, no sentido de afastar a

legitimidade passiva, os quais, inclusive, são inapropriadas à situação em vértice, colacionamos,

abaixo, dois magistrais exemplos de Eduardo Sabbag4, para melhor compreendermos o instituto

da substituição tributária. Vejamos:

“Exemplo 1: O empregador e empregado, com relação ao IRRF.

Se o empregador, e.g., deixar de reter o IRRF, a ação do Fisco deve dirigir-se contra ele, e não

contra o empregado, por este ficar excluído da relação jurídica tributária. Todavia, se a empresa

proceder ao desconto o valor do imposto no salário do empregado e não o recolher aos cofres

públicos, haverá apropriação indébita, e seus administradores serão pessoalmente responsáveis

pelos créditos tributários (art. 135, III, do CTN).

Exemplo 2: a Caixa Econômica Federal e o ganhador de um prêmio da Loteria Federal, quanto ao

IR incidente sobre tal prêmio.”

2.1.10. Ademais, para fins de ratificação, registramos decisão jurisprudencial recente do egrégio

Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, que, em circunstância assaz semelhante, trilhou pela

tese por vez declinada por esta Administração Municipal. Observemos:

““Comarca: Cubatão

Apelante: Petróleo Brasileiro S/A – Petrobrás (executado-embargante)

Apelado: Município de Cubatão (executado-embargado)

Ementa: Embargos à execução fiscal. ISS. Ilegitimidade passiva não configurada. Executada

que figura no pólo passivo em decorrência da responsabilidade tributária por substituição -

arts. 150, §7° da CF; 128 do CTN e 168, §4° do CTM. Competência tributária do Município

4 Ob. cit., p. 181.

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em que ocorreu a efetiva prestação do serviço. Decreto-lei 406/68 - entendimento consolidado

no STJ. Nega-se provimento ao recurso.

Trata-se de apelação interposta contra sentença que julgou improcedentes os embargos à execução

fiscal opostos por Petróleo Brasileiro S/A - Petrobrás em face do Município de Cubatão, com

condenação daquele ao pagamento das custas e despesas processuais, bem como honorários

advocatícios fixados em 10% sobre o valor do débito executado atualizado (fls. 116/121).

Aduz o apelante, em síntese, ser parte ilegítima, uma vez que não se trata de hipótese de

responsabilidade solidária entre o tomador e o prestador de serviço; lei municipal não tem o

condão de alterar ou ampliar o rol taxativo trazido pelo Decreto-lei 406/68; os decretos meramente

reguladores não podem inovar no mundo jurídico; o Município de Cubatão não detém competência

para cobrar ISS, pois o tributo deve ser cobrado no local do estabelecimento da empresa prestadora

(fls. 138/157).

Contrarrazões a fls. 202/204.

É o relatório.

O recurso não merece provimento.

Segundo se depreende dos autos, o Município de Cubatão ajuizou execução fiscal em face da

apelante em virtude de inadimplemento de ISS referente ao período de fevereiro de 1998 a janeiro

de 1999, no valor de R$ 13.747,52. Os embargos à execução versam sobre a ilegitimidade passiva

da executada, bem como a incompetência do apelante para cobrar o tributo em questão.

Como se observa dos autos, a empresa Climatec Engenharia e Serviços Ltda. foi contratada

pela apelante para a manutenção dos sistemas de ar condicionado e refrigeração no âmbito

da refinaria de Presidente Bernardes. Depreende-se, ainda, que não houve sequer sua

autuação, em clara demonstração que cabia à apelante, na condição de tomadora do serviço,

o recolhimento do imposto cobrado.

Assim, não há que se falar em ilegitimidade passiva. A embargante figurou no pólo passivo

do processo executivo em virtude da responsabilidade por substituição à empresa

prestadora, em consonância com o arts. 150, §7° do CF; 128 do CTN e 168, §4°, do Código

Tributário Municipal e não por ser responsável solidário. Dispõe o art. 128 que "(...) a lei

pode atribuir de modo expresso a responsabilidade pelo crédito tributário a terceira pessoa,

vinculada ao fato gerador da respectiva obrigação, excluindo a responsabilidade do contribuinte

ou atribuindo-a a este em caráter supletivo do cumprimento total ou parcial da referida

obrigação".

Outrossim, não há que se falar em ofensa ao princípio da legalidade estrita. O próprio Código

Tributário Municipal, em seu art. 168, §4°, com a redação dada pela LC 2.402, de 15 de maio de

1997, trata sobre a responsabilidade tributária por substituição, nos seguintes termos: "a pessoa

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física ou jurídica de direito público ou privado que contratar com terceiros a construção de obras

ou a prestação de serviços de qualquer natureza fica obrigada a reter na fonte o valor do tributo

devido e a efetuar o recolhimento na forma prevista neste artigo".

Com relação à competência tributária do apelado, melhor sorte não assiste à apelante.

Já está consolidado o entendimento de que "o Município competente para a cobrança do ISS, à luz

o disposto no art. 12, do Decreto-lei n° 406/68, é aquele em cujo território ocorreu o fato gerador,

ou seja, onde se deu a efetiva prestação do serviço e não aquele onde se encontra a sede do

estabelecimento prestador" (AgRg no REsp 845.711/RS).

Portanto, o local da ocorrência do fato gerador determina a competência. Em outras palavras, o

imposto é devido onde se concretiza a prestação do serviço. No caso em análise, é fato

incontroverso que o serviço foi prestado no Município de Cubatão. Destarte, patente sua

competência para exigir o recolhimento do tributo.

Ante o exposto, nega-se provimento ao recurso.” (destaques nossos)

2.1.11. Torna-se clarividente, com berço na legislação, na doutrina e na jurisprudência pátrias,

aqui ponderadas, a procedência da responsabilidade tributária por substituição da Autuada,

estando, pois, apta a figurar no pólo passivo, quando da cobrança dos valores não recolhidos,

devidamente, aos cofres desta Municipalidade, eis que, enquanto substituto tributário, no

mínimo, deveria proceder ao dever de pagar, integralmente, o ISSQN, na qualidade de tomadora

dos serviços, inexistindo qualquer amparo à correlata tese, como matéria de defesa, ao presente

auto de infração.

2.2. DA BASE DE CÁLCULO DO ISSQN. INCONSISTÊNCIA DOS ARGUMENTOS

LANÇADOS ANTE A AUSÊNCIA DE DOCUMENTOS COMPROBATÓRIOS A

EVIDENCIAR EQUÍVOCOS, COMO A INCLUSÃO DA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS AO

CUSTO COM FORNECIMENTO DE MATERIAIS. ÔNUS DA PROVA. CPC.

PROCEDÊNCIA DOS CÁLCULOS, CONFORME PROVA DOS FATOS CONSTITUTIVOS.

2.2.1. Alega o sujeito passivo, em apertada síntese, que no auto de infração em comento, a

Administração Tributária incorreu em maquiavélico vacilo, afrontando o art. 7º, §2º, inc. I, da

Lei Complementar nº. 116/2003 e, da mesma forma, a norma reproduzida no art. 110, §2º, da Lei

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Municipal nº. 793/2006, uma vez que não procedeu à dedução da base de cálculo do ISSQN,

relativo aos valores atinentes ao custo com fornecimento de materiais para a realização dos

serviços, para efeito de apuração do real e devido valor a ser exigido.

2.2.2. Desde já, é válido o esclarecimento de que as alegações, inclusive, de cunho

manifestamente protelatório, não condizem com a mais absoluta veracidade e seriedade com que

se pautaram os trabalhos de quantificação do Setor de Tributos, não passando, assim, de

argumentos desprovidos de verídica consistência, principalmente, diante da inexistência de

substrato material a lastreá-los.

2.2.3. Há de ser registrado que, em nenhum instante, a Impugnante fez questão de demonstrar,

documental e iniludivelmente, a veracidade de suas alegações, sendo indiferente, assim, ao ônus

da prova, nos termos da legislação processual cível pátria5, eis que cabe a quem alega provar o

fato, seja constitutivo, seja impeditivo, modificativo ou extintivo do direito em discussão.

2.2.4. Dito isto, impende ressaltar que, não obstante o comentário tecido, a Administração

Tributária, ao contrário da Autuada, faz prova constitutiva do crédito tributário, mediante

planilha discriminativa dos valores apurados no período de fiscalização deste presente auto de

infração, a partir dos dados constantes no livro “Razão Social” ofertado pela Impugnante, para

efeito de apuração da escorreita base de cálculo dos serviços sujeitos à incidência do ISSQN.

2.2.5. É de se aduzir também que o próprio livro ofertado pela Autuada sequer se preocupa em

desvencilhar o que foi apurado, como receita transacionada com a substituída tributária, em

termos de prestação de serviços e custo com fornecimento de materiais, tornando-a, portanto,

suscetível, em sua totalidade, suscetível à incidência do ISSQN pelo Fisco desta entidade

tributante.

5 “Art. 333. O ônus da prova incumbe: I - ao autor, quanto ao fato constitutivo do seu direito; II - ao réu, quanto à

existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor.”

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2.2.6. Em razão dos argumentos alhures despendidos, é evidente o intuito da Autuada em

protelar a apreciação definitiva do presente auto de infração, vez que resta, materialmente,

comprovado nos autos a extremada disciplina e competência do agente fiscal, quando da

apuração da real base de cálculo do ISSQN, in casu, 5% (cinco por cento) sobre o valor da

receita transacionada entre a Impugnante e a substituída tributária, no período fiscalizado, eis

que, ante o livro “Razão Social” disponível a esta Administração, não se desvencilha os

correspondentes valores, a título de prestação de serviços, dos valores decorrentes do custeio de

materiais fornecidos pelo prestador de serviços, para se proceder à possível dedução, como tenta

fazer crer e perquire a Autuada, nos termos permitidos pela lei de regência do ISSQN.

2.2.7. Reitere-se, por fim, que não há motivos para se comentar em suposta adoção equivocada

da base de cálculo, para efeitos de incidência do ISSQN, tendo em vista a demonstração

indubitável da inexistência de confusão entre ambos elementos, o que confirma a procedência

dos cálculos arbitrados pelo Fisco local.

3. DA CONCLUSÃO.

Diante do quanto aqui exposto, DECIDO pela improcedência da tese preliminar suscitada, no

sentido de afastar a ilegitimidade passiva, em virtude do reconhecimento legal da

responsabilidade tributária por substituição da Autuada, vez que na relação, por ora examinada,

veio a assumir a feição de tomadora dos serviços, o que a torna legítima, perante o Fisco

Municipal, a responder pela irregularidade constatada, aqui em apreço.

Quanto ao mérito deste auto de infração, JULGO pelo desprovimento integral, em razão da

inércia da Autuada em comprovar, de modo cabal, o equívoco aventado, não se reputando

verossímeis as alegações lançadas, no que toca à suposta inclusão do custo com o fornecimento

de materiais com o dos valores da prestação de serviços, para efeito de apuração da sua base de

cálculo, em afronta, pois, ao art. 7º, §2º, I, da Lei Complementar nº. 116/2003.

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10

A partir destas considerações, determino, enquanto Autoridade Julgadora de 1ª Instância, que se

dê o devido prosseguimento à cobrança do crédito tributário apurado neste auto de infração.

Por derradeiro, impende registrar que o expediente protocolado no dia 17/01/2011, referente à

presente impugnação, não pode ser analisado neste instante, uma vez que, conforme regra do art.

32, parágrafo único6, do Código Tributário de Jacobina - Lei Municipal nº. 793/2006, demonstra-

se, sumariamente, intempestivo, precluindo, assim, à Autuada a possibilidade da instrução

probatória desta impugnação há muito ofertada no curso deste estágio inicial da fase contenciosa,

que veio a se instaurar com sua apresentação.

Nada impede, no entanto, quando em grau recursal, uma vez solicitado pela Autuada, em

possível Recurso Voluntário a ser intentado, que se proceda à análise do expediente em comento,

para fins de averiguação da procedência ou não de suas dicções pela Autoridade Julgadora de 2ª

Instância.

Publique-se. Registre-se. Intime-se.

Jacobina/BA, 25 de janeiro de 2011.

Antonio Nicolau Moura Cunha Secretário Municipal de Finanças

Decreto 003/2009

6 “Art. 32. A impugnação da exigência do crédito tributário, que instaura a fase contenciosa do procedimento, deve ser apresentada à repartição preparadora no prazo de 30 (trinta) dias, a contar da ciência do impugnante. Parágrafo Único - A impugnação será formulada por escrito e instruída com os documentos em que se fundamentar.”

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1

SECRETARIA MUNICIPAL DE FINANÇAS

COORDENADORIA DE RECEITA

DECISÃO ADMINISTRATIVA Nº. 008/2011

Referência: Processo nº. 8576/2010 e Auto de Infração nº. 045/2010

A Secretaria Municipal de Finanças da Prefeitura de Jacobina/BA, por seu respectivo

Secretário, com fins à instrumentalização do procedimento administrativo fiscal instaurado, ante

o auto de infração em epígrafe, onde consta, enquanto ente autuante, o Município de Jacobina,

e, enquanto contribuinte autuado, a empresa Jacobina Mineração e Comércio Ltda., vem

EMITIR as necessárias considerações, a partir de amparo técnico e de ordem jurídica, e, ao final,

DECIDIR, nos termos a seguir.

1. DA BREVE ANÁLISE FÁTICA.

1.1. O Auto de Infração em apreço refere-se ao período de ago./2008, set./2008 e dez./2008, cujo

sentido é pela constatação de infração à norma tributária local por parte da sobredita empresa, na

condição de substituto tributário, pelo não recolhimento do ISSQN, quando da realização do

pagamento aos respectivos prestadores de serviços, que deveriam ser retidos na fonte e

repassados ao ente municipal.

1.2. Concedida a prévia oportunidade de defesa, a Autuada apresentou hábil impugnação,

suscitando, a título de defesa, equívoco na apuração do ISSQN, diante da inclusão, na sua base

de cálculo, do custo dos materiais utilizados na prestação dos ditos serviços, ao arrepio, portanto,

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2

das previsões constantes no art. 7º, §2º, inc. I, da Lei Complementar nº. 116/2003 e,

concomitantemente, nos arts. 109, §1º, e 110, §2º, da Lei Municipal nº. 793/2006, atual Código

Tributário do Município de Jacobina. Ademais, a Impugnante suscita ainda, como matéria útil à

sua defesa, a ilegitimidade passiva para suportar a exigência fiscal cobrada, em razão da

inobservância de norma legal vigente à época do fato gerador daquele tributo, com lastro no art.

109, §2º, do CTM de Jacobina.

1.3. De antemão, por primar pela lógica na apreciação da esgrimada defesa, enfrentaremos, a

priori, matéria preliminar, qual seja, a ilegitimidade passiva e, acaso ultrapassada, matéria de

mérito, in casu, a base de cálculo apurada pela Administração Municipal, para efeitos de

incidência do ISSQN, e a dedução sobre ela do custo com materiais utilizados na prestação dos

serviços à tomadora.

1.4. Uma vez remetidos os autos com as peças em destaque à Secretaria de Finanças, vieram-me

os mesmos conclusos, para que, na qualidade de Secretário de Finanças, delas viesse a ter inteiro

conhecimento, e, enquanto Autoridade Julgadora de 1ª instância, procedesse a exame prévio de

legalidade da exação fiscal e emissão de competente decisão administrativa, a qual se fará nas

doravante linhas.

2. DO EXAME DAS TESES ERIGIDAS.

2.1. DA ILEGITIMIDADE PASSIVA. TOMADORA DE SERVIÇOS. PREVISÃO DA LEI

MUNICIPAL 793/2006. ATUAÇÃO COMO SUBSTITUTO TRIBUTÁRIO. DA

PROCEDÊNCIA DA RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA POR SUBSTITUIÇÃO.

DECISÃO RECENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO.

2.1.1. Certo é que a legislação, em geral, serve para regular fatos ocorridos, a partir do início de

sua vigência e, excepcionalmente, para acudir fatos advindos anteriormente à sua edição. Nesse

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3

compasso, quanto à legislação tributária, há duas exceções à regra geral de irretroatividade de

sua aplicabilidade, ou seja: a) para a lei interpretativa; b) para a lei mais benéfica.

2.1.2. Nesse sentir, aduz Kiyoshi Harada1, acerca do lançamento para constituição do crédito

tributário, cuja formalização deve ocorrer à luz de legislação que na época se aplicava,

justamente, por força do preceito geral da irretroatividade legal. Observemos, então, os seus

dizeres, ipsis litteris:

“Realmente, o lançamento constitui o crédito tributário declarando a preexistência da obrigação

tributária, que surgiu em virtude da ocorrência do fato gerador definido na lei (art. 113, §1º c/c art.

114 do CTN). Por essa razão o art. 144, do CTN dispõe que o lançamento reporta-se à data

da ocorrência do fato gerador da obrigação tributária e rege-se pela lei então vigente, ainda

que, posteriormente, modificada ou revogada.” (destaque nosso)

2.1.3. No caso dos autos em exame, cumpre advertir que a aplicação da legislação tributária

coaduna-se perfeitamente ao comando expresso pelo art. 144, do Código Tributário Nacional,

visto que a apuração se estende a fatos geradores pretéritos, os quais se submetem a mens

legislatoris do atual Código Tributário de Jacobina, instituído pela Lei Municipal nº. 793/2006,

sendo, pois, imprescindível a aplicação da vigente legislação tributária, e não mais da Lei

Municipal nº. 660/2003.

2.1.4. Nos meandros da citada lei tributária, ora apta à quantificação do quantum debeatur e an

debeatur do crédito tributário, aqui em análise, é factível o fundamento legal a amparar a

pretensão fiscal exarada em função da Autuada, por força da previsão do correspondente art.

108, inc. II, in litteris:

“Art. 108. Ficam responsáveis pelo crédito tributário, obrigados ao recolhimento integral do

imposto devido, multas e acréscimos legais, independentemente de ter sido efetuada sua

retenção na fonte: (...)

1 Ob. cit., p. 508.

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II – a pessoa jurídica, ainda que imune ou isenta, tomadora ou intermediária dos serviços

descritos nos subitens 3.04, 7.02, 7.04, 7.05, 7.09, 7.10, 7.12, 7.14, 7.15, 7.17, 11.02, 17.05 e

17.09 da lista anexa.”

2.1.5. Aliás, advirta-se que o dispositivo de lei esculpido, logo acima, trata-se de norma de

reprodução obrigatória, visto que sua morada se faz, sobretudo, na Lei Complementar nº.

116/2003, nos precisos termos dos §§1º e 2º, incs. I e II, do respectivo art. 6º, não existindo,

assim, equívoco de classificação pela norma local da Autuada, enquanto substituto tributário.

2.1.6. Em que pesem os argumentos lançados pela empresa, ora Autuada, no sentido de eximir-se

da responsabilidade a ela, legalmente, imposta, para exonerar-se do papel de substituto na

relação jurídico-tributária por vez instaurada, imperioso se faz reconhecer a improcedência dos

mesmos, haja vista que estamos à frente de hipótese legal que disciplina a substituição do

contribuinte, o que a torna, por conseguinte, afeta à imagem do substituto tributário.

2.1.7. Desta feita, para melhor compreendermos o instituto, merecidas são as linhas doutrinárias

dos eminentes tributaristas Eduardo Sabbag2 e Kiyoshi Harada3, para os quais a responsabilidade

tributária por substituição, respectivamente, compreende o seguinte:

“A pessoa que a lei ordena que substitua o contribuinte é chamada de “responsável por

substituição” ou, ainda, “contribuinte substituto”, ou “substituto tributário”. Ela, como terceira

pessoa escolhida, vem e ocupa o lugar do contribuinte, antes da ocorrência do fato gerador.”

...................................................................................................................................

“(...) Nesta, a obrigação do prestador do serviço desaparece, substituída que fica pela do tomador

do serviço, o qual passa a pagar o imposto próprio, apesar de não ter praticado o fato jurídico

tributável.” (destaque nosso)

2.1.8. Percebe-se, a partir da situação espelhada no examinado auto, que a empresa incorreu em

grave violação ao dispositivo de lei tributária, sendo que não se faz necessário, obrigatoriamente,

2 In Elementos do Direito Tributário. 8ª edição. Premier máxima, 2007, p. 181. 3 Ob. cit., p. 472.

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5

que tenha praticado atos próprios e suscetíveis à incidência do ISSQN, vez que, por expressa

vontade legal, passou a assumir a responsabilidade tributária substitutiva, obviamente, na

qualidade de tomadora dos serviços, ao assumir a relação com os seus prestadores que deram

causa a insurgência da hipótese de incidência sobre o realizado e concretizado fato gerador,

afastando-se, pois, a tese inaplicável da capacidade contributiva, segundo erige a Impugnante.

2.1.9. Ademais, apenas para derribar os exemplos citados pela Autuada, no sentido de afastar a

legitimidade passiva, os quais, inclusive, são inapropriadas à situação em vértice, colacionamos,

abaixo, dois magistrais exemplos de Eduardo Sabbag4, para melhor compreendermos o instituto

da substituição tributária. Vejamos:

“Exemplo 1: O empregador e empregado, com relação ao IRRF.

Se o empregador, e.g., deixar de reter o IRRF, a ação do Fisco deve dirigir-se contra ele, e não

contra o empregado, por este ficar excluído da relação jurídica tributária. Todavia, se a empresa

proceder ao desconto o valor do imposto no salário do empregado e não o recolher aos cofres

públicos, haverá apropriação indébita, e seus administradores serão pessoalmente responsáveis

pelos créditos tributários (art. 135, III, do CTN).

Exemplo 2: a Caixa Econômica Federal e o ganhador de um prêmio da Loteria Federal, quanto ao

IR incidente sobre tal prêmio.”

2.1.10. Ademais, para fins de ratificação, registramos decisão jurisprudencial recente do egrégio

Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, que, em circunstância assaz semelhante, trilhou pela

tese por vez declinada por esta Administração Municipal. Observemos:

““Comarca: Cubatão

Apelante: Petróleo Brasileiro S/A – Petrobrás (executado-embargante)

Apelado: Município de Cubatão (executado-embargado)

Ementa: Embargos à execução fiscal. ISS. Ilegitimidade passiva não configurada. Executada

que figura no pólo passivo em decorrência da responsabilidade tributária por substituição -

arts. 150, §7° da CF; 128 do CTN e 168, §4° do CTM. Competência tributária do Município

4 Ob. cit., p. 181.

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em que ocorreu a efetiva prestação do serviço. Decreto-lei 406/68 - entendimento consolidado

no STJ. Nega-se provimento ao recurso.

Trata-se de apelação interposta contra sentença que julgou improcedentes os embargos à execução

fiscal opostos por Petróleo Brasileiro S/A - Petrobrás em face do Município de Cubatão, com

condenação daquele ao pagamento das custas e despesas processuais, bem como honorários

advocatícios fixados em 10% sobre o valor do débito executado atualizado (fls. 116/121).

Aduz o apelante, em síntese, ser parte ilegítima, uma vez que não se trata de hipótese de

responsabilidade solidária entre o tomador e o prestador de serviço; lei municipal não tem o

condão de alterar ou ampliar o rol taxativo trazido pelo Decreto-lei 406/68; os decretos meramente

reguladores não podem inovar no mundo jurídico; o Município de Cubatão não detém competência

para cobrar ISS, pois o tributo deve ser cobrado no local do estabelecimento da empresa prestadora

(fls. 138/157).

Contrarrazões a fls. 202/204.

É o relatório.

O recurso não merece provimento.

Segundo se depreende dos autos, o Município de Cubatão ajuizou execução fiscal em face da

apelante em virtude de inadimplemento de ISS referente ao período de fevereiro de 1998 a janeiro

de 1999, no valor de R$ 13.747,52. Os embargos à execução versam sobre a ilegitimidade passiva

da executada, bem como a incompetência do apelante para cobrar o tributo em questão.

Como se observa dos autos, a empresa Climatec Engenharia e Serviços Ltda. foi contratada

pela apelante para a manutenção dos sistemas de ar condicionado e refrigeração no âmbito

da refinaria de Presidente Bernardes. Depreende-se, ainda, que não houve sequer sua

autuação, em clara demonstração que cabia à apelante, na condição de tomadora do serviço,

o recolhimento do imposto cobrado.

Assim, não há que se falar em ilegitimidade passiva. A embargante figurou no pólo passivo

do processo executivo em virtude da responsabilidade por substituição à empresa

prestadora, em consonância com o arts. 150, §7° do CF; 128 do CTN e 168, §4°, do Código

Tributário Municipal e não por ser responsável solidário. Dispõe o art. 128 que "(...) a lei

pode atribuir de modo expresso a responsabilidade pelo crédito tributário a terceira pessoa,

vinculada ao fato gerador da respectiva obrigação, excluindo a responsabilidade do contribuinte

ou atribuindo-a a este em caráter supletivo do cumprimento total ou parcial da referida

obrigação".

Outrossim, não há que se falar em ofensa ao princípio da legalidade estrita. O próprio Código

Tributário Municipal, em seu art. 168, §4°, com a redação dada pela LC 2.402, de 15 de maio de

1997, trata sobre a responsabilidade tributária por substituição, nos seguintes termos: "a pessoa

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física ou jurídica de direito público ou privado que contratar com terceiros a construção de obras

ou a prestação de serviços de qualquer natureza fica obrigada a reter na fonte o valor do tributo

devido e a efetuar o recolhimento na forma prevista neste artigo".

Com relação à competência tributária do apelado, melhor sorte não assiste à apelante.

Já está consolidado o entendimento de que "o Município competente para a cobrança do ISS, à luz

o disposto no art. 12, do Decreto-lei n° 406/68, é aquele em cujo território ocorreu o fato gerador,

ou seja, onde se deu a efetiva prestação do serviço e não aquele onde se encontra a sede do

estabelecimento prestador" (AgRg no REsp 845.711/RS).

Portanto, o local da ocorrência do fato gerador determina a competência. Em outras palavras, o

imposto é devido onde se concretiza a prestação do serviço. No caso em análise, é fato

incontroverso que o serviço foi prestado no Município de Cubatão. Destarte, patente sua

competência para exigir o recolhimento do tributo.

Ante o exposto, nega-se provimento ao recurso.” (destaques nossos)

2.1.11. Torna-se clarividente, com berço na legislação, na doutrina e na jurisprudência pátrias,

aqui ponderadas, a procedência da responsabilidade tributária por substituição da Autuada,

estando, pois, apta a figurar no pólo passivo, quando da cobrança dos valores não recolhidos,

devidamente, aos cofres desta Municipalidade, eis que, enquanto substituto tributário, no

mínimo, deveria proceder ao dever de pagar, integralmente, o ISSQN, na qualidade de tomadora

dos serviços, inexistindo qualquer amparo à correlata tese, como matéria de defesa, ao presente

auto de infração.

2.2. DA BASE DE CÁLCULO DO ISSQN. INCONSISTÊNCIA DOS ARGUMENTOS

LANÇADOS ANTE A AUSÊNCIA DE DOCUMENTOS COMPROBATÓRIOS A

EVIDENCIAR EQUÍVOCOS, COMO A INCLUSÃO DA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS AO

CUSTO COM FORNECIMENTO DE MATERIAIS. ÔNUS DA PROVA. CPC.

PROCEDÊNCIA DOS CÁLCULOS, CONFORME PROVA DOS FATOS CONSTITUTIVOS.

2.2.1. Alega o sujeito passivo, em apertada síntese, que no auto de infração em comento, a

Administração Tributária incorreu em maquiavélico vacilo, afrontando o art. 7º, §2º, inc. I, da

Lei Complementar nº. 116/2003 e, da mesma forma, a norma reproduzida no art. 110, §2º, da Lei

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Municipal nº. 793/2006, uma vez que não procedeu à dedução da base de cálculo do ISSQN,

relativo aos valores atinentes ao custo com fornecimento de materiais para a realização dos

serviços, para efeito de apuração do real e devido valor a ser exigido.

2.2.2. Desde já, é válido o esclarecimento de que as alegações, inclusive, de cunho

manifestamente protelatório, não condizem com a mais absoluta veracidade e seriedade com que

se pautaram os trabalhos de quantificação do Setor de Tributos, não passando, assim, de

argumentos desprovidos de verídica consistência, principalmente, diante da inexistência de

substrato material a lastreá-los.

2.2.3. Há de ser registrado que, em nenhum instante, a Impugnante fez questão de demonstrar,

documental e iniludivelmente, a veracidade de suas alegações, sendo indiferente, assim, ao ônus

da prova, nos termos da legislação processual cível pátria5, eis que cabe a quem alega provar o

fato, seja constitutivo, seja impeditivo, modificativo ou extintivo do direito em discussão.

2.2.4. Dito isto, impende ressaltar que, não obstante o comentário tecido, a Administração

Tributária, ao contrário da Autuada, faz prova constitutiva do crédito tributário, mediante

planilha discriminativa dos valores apurados no período de fiscalização deste presente auto de

infração, a partir dos dados constantes no livro “Razão Social” ofertado pela Impugnante, para

efeito de apuração da escorreita base de cálculo dos serviços sujeitos à incidência do ISSQN.

2.2.5. É de se aduzir também que o próprio livro ofertado pela Autuada sequer se preocupa em

desvencilhar o que foi apurado, como receita transacionada com a substituída tributária, em

termos de prestação de serviços e custo com fornecimento de materiais, tornando-a, portanto,

suscetível, em sua totalidade, suscetível à incidência do ISSQN pelo Fisco desta entidade

tributante.

5 “Art. 333. O ônus da prova incumbe: I - ao autor, quanto ao fato constitutivo do seu direito; II - ao réu, quanto à

existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor.”

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2.2.6. Em razão dos argumentos alhures despendidos, é evidente o intuito da Autuada em

protelar a apreciação definitiva do presente auto de infração, vez que resta, materialmente,

comprovado nos autos a extremada disciplina e competência do agente fiscal, quando da

apuração da real base de cálculo do ISSQN, in casu, 5% (cinco por cento) sobre o valor da

receita transacionada entre a Impugnante e a substituída tributária, no período fiscalizado, eis

que, ante o livro “Razão Social” disponível a esta Administração, não se desvencilha os

correspondentes valores, a título de prestação de serviços, dos valores decorrentes do custeio de

materiais fornecidos pelo prestador de serviços, para se proceder à possível dedução, como tenta

fazer crer e perquire a Autuada, nos termos permitidos pela lei de regência do ISSQN.

2.2.7. Reitere-se, por fim, que não há motivos para se comentar em suposta adoção equivocada

da base de cálculo, para efeitos de incidência do ISSQN, tendo em vista a demonstração

indubitável da inexistência de confusão entre ambos elementos, o que confirma a procedência

dos cálculos arbitrados pelo Fisco local.

3. DA CONCLUSÃO.

Diante do quanto aqui exposto, DECIDO pela improcedência da tese preliminar suscitada, no

sentido de afastar a ilegitimidade passiva, em virtude do reconhecimento legal da

responsabilidade tributária por substituição da Autuada, vez que na relação, por ora examinada,

veio a assumir a feição de tomadora dos serviços, o que a torna legítima, perante o Fisco

Municipal, a responder pela irregularidade constatada, aqui em apreço.

Quanto ao mérito deste auto de infração, JULGO pelo desprovimento integral, em razão da

inércia da Autuada em comprovar, de modo cabal, o equívoco aventado, não se reputando

verossímeis as alegações lançadas, no que toca à suposta inclusão do custo com o fornecimento

de materiais com o dos valores da prestação de serviços, para efeito de apuração da sua base de

cálculo, em afronta, pois, ao art. 7º, §2º, I, da Lei Complementar nº. 116/2003.

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10

A partir destas considerações, determino, enquanto Autoridade Julgadora de 1ª Instância, que se

dê o devido prosseguimento à cobrança do crédito tributário apurado neste auto de infração.

Por derradeiro, impende registrar que o expediente protocolado no dia 17/01/2011, referente à

presente impugnação, não pode ser analisado neste instante, uma vez que, conforme regra do art.

32, parágrafo único6, do Código Tributário de Jacobina - Lei Municipal nº. 793/2006, demonstra-

se, sumariamente, intempestivo, precluindo, assim, à Autuada a possibilidade da instrução

probatória desta impugnação há muito ofertada no curso deste estágio inicial da fase contenciosa,

que veio a se instaurar com sua apresentação.

Nada impede, no entanto, quando em grau recursal, uma vez solicitado pela Autuada, em

possível Recurso Voluntário a ser intentado, que se proceda à análise do expediente em comento,

para fins de averiguação da procedência ou não de suas dicções pela Autoridade Julgadora de 2ª

Instância.

Publique-se. Registre-se. Intime-se.

Jacobina/BA, 25 de janeiro de 2011.

Antonio Nicolau Moura Cunha Secretário Municipal de Finanças

Decreto 003/2009

6 “Art. 32. A impugnação da exigência do crédito tributário, que instaura a fase contenciosa do procedimento, deve ser apresentada à repartição preparadora no prazo de 30 (trinta) dias, a contar da ciência do impugnante. Parágrafo Único - A impugnação será formulada por escrito e instruída com os documentos em que se fundamentar.”

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1

SECRETARIA MUNICIPAL DE FINANÇAS

COORDENADORIA DE RECEITA

DECISÃO ADMINISTRATIVA Nº. 009/2011

Referência: Processo nº. 8584//2010 e Auto de Infração nº. 046/2010

A Secretaria Municipal de Finanças da Prefeitura de Jacobina/BA, por seu respectivo

Secretário, com fins à instrumentalização do procedimento administrativo fiscal instaurado, ante

o auto de infração em epígrafe, onde consta, enquanto ente autuante, o Município de Jacobina,

e, enquanto contribuinte autuado, a empresa Jacobina Mineração e Comércio Ltda., vem

EMITIR as necessárias considerações, a partir de amparo técnico e de ordem jurídica, e, ao final,

DECIDIR, nos termos a seguir.

1. DA BREVE ANÁLISE FÁTICA.

1.1. O Auto de Infração em apreço refere-se ao período de jan./2009 a jun./2009, cujo sentido é

pela constatação de infração à norma tributária local por parte da sobredita empresa, na condição

de substituto tributário, pelo não recolhimento do ISSQN, quando da realização do pagamento

aos respectivos prestadores de serviços, que deveriam ser retidos na fonte e repassados ao ente

municipal.

1.2. Concedida a prévia oportunidade de defesa, a Autuada apresentou hábil impugnação,

suscitando, a título de defesa, equívoco na apuração do ISSQN, diante da inclusão, na sua base

de cálculo, do custo dos materiais utilizados na prestação dos ditos serviços, ao arrepio, portanto,

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2

das previsões constantes no art. 7º, §2º, inc. I, da Lei Complementar nº. 116/2003 e,

concomitantemente, nos arts. 109, §1º, e 110, §2º, da Lei Municipal nº. 793/2006, atual Código

Tributário do Município de Jacobina. Ademais, a Impugnante suscita ainda, como matéria útil à

sua defesa, a ilegitimidade passiva para suportar a exigência fiscal cobrada, em razão da

inobservância de norma legal vigente à época do fato gerador daquele tributo, com lastro no art.

109, §2º, do CTM de Jacobina.

1.3. De antemão, por primar pela lógica na apreciação da esgrimada defesa, enfrentaremos, a

priori, matéria preliminar, qual seja, a ilegitimidade passiva e, acaso ultrapassada, matéria de

mérito, in casu, a base de cálculo apurada pela Administração Municipal, para efeitos de

incidência do ISSQN, e a dedução sobre ela do custo com materiais utilizados na prestação dos

serviços à tomadora.

1.4. Uma vez remetidos os autos com as peças em destaque à Secretaria de Finanças, vieram-me

os mesmos conclusos, para que, na qualidade de Secretário de Finanças, delas viesse a ter inteiro

conhecimento, e, enquanto Autoridade Julgadora de 1ª instância, procedesse a exame prévio de

legalidade da exação fiscal e emissão de competente decisão administrativa, a qual se fará nas

doravante linhas.

2. DO EXAME DAS TESES ERIGIDAS.

2.1. DA ILEGITIMIDADE PASSIVA. TOMADORA DE SERVIÇOS. PREVISÃO DA LEI

MUNICIPAL 793/2006. ATUAÇÃO COMO SUBSTITUTO TRIBUTÁRIO. DA

PROCEDÊNCIA DA RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA POR SUBSTITUIÇÃO.

DECISÃO RECENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO.

2.1.1. Certo é que a legislação, em geral, serve para regular fatos ocorridos, a partir do início de

sua vigência e, excepcionalmente, para acudir fatos advindos anteriormente à sua edição. Nesse

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3

compasso, quanto à legislação tributária, há duas exceções à regra geral de irretroatividade de

sua aplicabilidade, ou seja: a) para a lei interpretativa; b) para a lei mais benéfica.

2.1.2. Nesse sentir, aduz Kiyoshi Harada1, acerca do lançamento para constituição do crédito

tributário, cuja formalização deve ocorrer à luz de legislação que na época se aplicava,

justamente, por força do preceito geral da irretroatividade legal. Observemos, então, os seus

dizeres, ipsis litteris:

“Realmente, o lançamento constitui o crédito tributário declarando a preexistência da obrigação

tributária, que surgiu em virtude da ocorrência do fato gerador definido na lei (art. 113, §1º c/c art.

114 do CTN). Por essa razão o art. 144, do CTN dispõe que o lançamento reporta-se à data

da ocorrência do fato gerador da obrigação tributária e rege-se pela lei então vigente, ainda

que, posteriormente, modificada ou revogada.” (destaque nosso)

2.1.3. No caso dos autos em exame, cumpre advertir que a aplicação da legislação tributária

coaduna-se perfeitamente ao comando expresso pelo art. 144, do Código Tributário Nacional,

visto que a apuração se estende a fatos geradores pretéritos, os quais se submetem a mens

legislatoris do atual Código Tributário de Jacobina, instituído pela Lei Municipal nº. 793/2006,

sendo, pois, imprescindível a aplicação da vigente legislação tributária, e não mais da Lei

Municipal nº. 660/2003.

2.1.4. Nos meandros da citada lei tributária, ora apta à quantificação do quantum debeatur e an

debeatur do crédito tributário, aqui em análise, é factível o fundamento legal a amparar a

pretensão fiscal exarada em função da Autuada, por força da previsão do correspondente art.

108, inc. II, in litteris:

“Art. 108. Ficam responsáveis pelo crédito tributário, obrigados ao recolhimento integral do

imposto devido, multas e acréscimos legais, independentemente de ter sido efetuada sua

retenção na fonte: (...)

1 Ob. cit., p. 508.

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4

II – a pessoa jurídica, ainda que imune ou isenta, tomadora ou intermediária dos serviços

descritos nos subitens 3.04, 7.02, 7.04, 7.05, 7.09, 7.10, 7.12, 7.14, 7.15, 7.17, 11.02, 17.05 e

17.09 da lista anexa.”

2.1.5. Aliás, advirta-se que o dispositivo de lei esculpido, logo acima, trata-se de norma de

reprodução obrigatória, visto que sua morada se faz, sobretudo, na Lei Complementar nº.

116/2003, nos precisos termos dos §§1º e 2º, incs. I e II, do respectivo art. 6º, não existindo,

assim, equívoco de classificação pela norma local da Autuada, enquanto substituto tributário.

2.1.6. Em que pesem os argumentos lançados pela empresa, ora Autuada, no sentido de eximir-se

da responsabilidade a ela, legalmente, imposta, para exonerar-se do papel de substituto na

relação jurídico-tributária por vez instaurada, imperioso se faz reconhecer a improcedência dos

mesmos, haja vista que estamos à frente de hipótese legal que disciplina a substituição do

contribuinte, o que a torna, por conseguinte, afeta à imagem do substituto tributário.

2.1.7. Desta feita, para melhor compreendermos o instituto, merecidas são as linhas doutrinárias

dos eminentes tributaristas Eduardo Sabbag2 e Kiyoshi Harada3, para os quais a responsabilidade

tributária por substituição, respectivamente, compreende o seguinte:

“A pessoa que a lei ordena que substitua o contribuinte é chamada de “responsável por

substituição” ou, ainda, “contribuinte substituto”, ou “substituto tributário”. Ela, como terceira

pessoa escolhida, vem e ocupa o lugar do contribuinte, antes da ocorrência do fato gerador.”

...................................................................................................................................

“(...) Nesta, a obrigação do prestador do serviço desaparece, substituída que fica pela do tomador

do serviço, o qual passa a pagar o imposto próprio, apesar de não ter praticado o fato jurídico

tributável.” (destaque nosso)

2.1.8. Percebe-se, a partir da situação espelhada no examinado auto, que a empresa incorreu em

grave violação ao dispositivo de lei tributária, sendo que não se faz necessário, obrigatoriamente,

2 In Elementos do Direito Tributário. 8ª edição. Premier máxima, 2007, p. 181. 3 Ob. cit., p. 472.

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5

que tenha praticado atos próprios e suscetíveis à incidência do ISSQN, vez que, por expressa

vontade legal, passou a assumir a responsabilidade tributária substitutiva, obviamente, na

qualidade de tomadora dos serviços, ao assumir a relação com os seus prestadores que deram

causa a insurgência da hipótese de incidência sobre o realizado e concretizado fato gerador,

afastando-se, pois, a tese inaplicável da capacidade contributiva, segundo erige a Impugnante.

2.1.9. Ademais, apenas para derribar os exemplos citados pela Autuada, no sentido de afastar a

legitimidade passiva, os quais, inclusive, são inapropriadas à situação em vértice, colacionamos,

abaixo, dois magistrais exemplos de Eduardo Sabbag4, para melhor compreendermos o instituto

da substituição tributária. Vejamos:

“Exemplo 1: O empregador e empregado, com relação ao IRRF.

Se o empregador, e.g., deixar de reter o IRRF, a ação do Fisco deve dirigir-se contra ele, e não

contra o empregado, por este ficar excluído da relação jurídica tributária. Todavia, se a empresa

proceder ao desconto o valor do imposto no salário do empregado e não o recolher aos cofres

públicos, haverá apropriação indébita, e seus administradores serão pessoalmente responsáveis

pelos créditos tributários (art. 135, III, do CTN).

Exemplo 2: a Caixa Econômica Federal e o ganhador de um prêmio da Loteria Federal, quanto ao

IR incidente sobre tal prêmio.”

2.1.10. Ademais, para fins de ratificação, registramos decisão jurisprudencial recente do egrégio

Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, que, em circunstância assaz semelhante, trilhou pela

tese por vez declinada por esta Administração Municipal. Observemos:

““Comarca: Cubatão

Apelante: Petróleo Brasileiro S/A – Petrobrás (executado-embargante)

Apelado: Município de Cubatão (executado-embargado)

Ementa: Embargos à execução fiscal. ISS. Ilegitimidade passiva não configurada. Executada

que figura no pólo passivo em decorrência da responsabilidade tributária por substituição -

arts. 150, §7° da CF; 128 do CTN e 168, §4° do CTM. Competência tributária do Município

4 Ob. cit., p. 181.

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em que ocorreu a efetiva prestação do serviço. Decreto-lei 406/68 - entendimento consolidado

no STJ. Nega-se provimento ao recurso.

Trata-se de apelação interposta contra sentença que julgou improcedentes os embargos à execução

fiscal opostos por Petróleo Brasileiro S/A - Petrobrás em face do Município de Cubatão, com

condenação daquele ao pagamento das custas e despesas processuais, bem como honorários

advocatícios fixados em 10% sobre o valor do débito executado atualizado (fls. 116/121).

Aduz o apelante, em síntese, ser parte ilegítima, uma vez que não se trata de hipótese de

responsabilidade solidária entre o tomador e o prestador de serviço; lei municipal não tem o

condão de alterar ou ampliar o rol taxativo trazido pelo Decreto-lei 406/68; os decretos meramente

reguladores não podem inovar no mundo jurídico; o Município de Cubatão não detém competência

para cobrar ISS, pois o tributo deve ser cobrado no local do estabelecimento da empresa prestadora

(fls. 138/157).

Contrarrazões a fls. 202/204.

É o relatório.

O recurso não merece provimento.

Segundo se depreende dos autos, o Município de Cubatão ajuizou execução fiscal em face da

apelante em virtude de inadimplemento de ISS referente ao período de fevereiro de 1998 a janeiro

de 1999, no valor de R$ 13.747,52. Os embargos à execução versam sobre a ilegitimidade passiva

da executada, bem como a incompetência do apelante para cobrar o tributo em questão.

Como se observa dos autos, a empresa Climatec Engenharia e Serviços Ltda. foi contratada

pela apelante para a manutenção dos sistemas de ar condicionado e refrigeração no âmbito

da refinaria de Presidente Bernardes. Depreende-se, ainda, que não houve sequer sua

autuação, em clara demonstração que cabia à apelante, na condição de tomadora do serviço,

o recolhimento do imposto cobrado.

Assim, não há que se falar em ilegitimidade passiva. A embargante figurou no pólo passivo

do processo executivo em virtude da responsabilidade por substituição à empresa

prestadora, em consonância com o arts. 150, §7° do CF; 128 do CTN e 168, §4°, do Código

Tributário Municipal e não por ser responsável solidário. Dispõe o art. 128 que "(...) a lei

pode atribuir de modo expresso a responsabilidade pelo crédito tributário a terceira pessoa,

vinculada ao fato gerador da respectiva obrigação, excluindo a responsabilidade do contribuinte

ou atribuindo-a a este em caráter supletivo do cumprimento total ou parcial da referida

obrigação".

Outrossim, não há que se falar em ofensa ao princípio da legalidade estrita. O próprio Código

Tributário Municipal, em seu art. 168, §4°, com a redação dada pela LC 2.402, de 15 de maio de

1997, trata sobre a responsabilidade tributária por substituição, nos seguintes termos: "a pessoa

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física ou jurídica de direito público ou privado que contratar com terceiros a construção de obras

ou a prestação de serviços de qualquer natureza fica obrigada a reter na fonte o valor do tributo

devido e a efetuar o recolhimento na forma prevista neste artigo".

Com relação à competência tributária do apelado, melhor sorte não assiste à apelante.

Já está consolidado o entendimento de que "o Município competente para a cobrança do ISS, à luz

o disposto no art. 12, do Decreto-lei n° 406/68, é aquele em cujo território ocorreu o fato gerador,

ou seja, onde se deu a efetiva prestação do serviço e não aquele onde se encontra a sede do

estabelecimento prestador" (AgRg no REsp 845.711/RS).

Portanto, o local da ocorrência do fato gerador determina a competência. Em outras palavras, o

imposto é devido onde se concretiza a prestação do serviço. No caso em análise, é fato

incontroverso que o serviço foi prestado no Município de Cubatão. Destarte, patente sua

competência para exigir o recolhimento do tributo.

Ante o exposto, nega-se provimento ao recurso.” (destaques nossos)

2.1.11. Torna-se clarividente, com berço na legislação, na doutrina e na jurisprudência pátrias,

aqui ponderadas, a procedência da responsabilidade tributária por substituição da Autuada,

estando, pois, apta a figurar no pólo passivo, quando da cobrança dos valores não recolhidos,

devidamente, aos cofres desta Municipalidade, eis que, enquanto substituto tributário, no

mínimo, deveria proceder ao dever de pagar, integralmente, o ISSQN, na qualidade de tomadora

dos serviços, inexistindo qualquer amparo à correlata tese, como matéria de defesa, ao presente

auto de infração.

2.2. DA BASE DE CÁLCULO DO ISSQN. INCONSISTÊNCIA DOS ARGUMENTOS

LANÇADOS ANTE A AUSÊNCIA DE DOCUMENTOS COMPROBATÓRIOS A

EVIDENCIAR EQUÍVOCOS, COMO A INCLUSÃO DA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS AO

CUSTO COM FORNECIMENTO DE MATERIAIS. ÔNUS DA PROVA. CPC.

PROCEDÊNCIA DOS CÁLCULOS, CONFORME PROVA DOS FATOS CONSTITUTIVOS.

2.2.1. Alega o sujeito passivo, em apertada síntese, que no auto de infração em comento, a

Administração Tributária incorreu em maquiavélico vacilo, afrontando o art. 7º, §2º, inc. I, da

Lei Complementar nº. 116/2003 e, da mesma forma, a norma reproduzida no art. 110, §2º, da Lei

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Municipal nº. 793/2006, uma vez que não procedeu à dedução da base de cálculo do ISSQN,

relativo aos valores atinentes ao custo com fornecimento de materiais para a realização dos

serviços, para efeito de apuração do real e devido valor a ser exigido.

2.2.2. Desde já, é válido o esclarecimento de que as alegações, inclusive, de cunho

manifestamente protelatório, não condizem com a mais absoluta veracidade e seriedade com que

se pautaram os trabalhos de quantificação do Setor de Tributos, não passando, assim, de

argumentos desprovidos de verídica consistência, principalmente, diante da inexistência de

substrato material a lastreá-los.

2.2.3. Há de ser registrado que, em nenhum instante, a Impugnante fez questão de demonstrar,

documental e iniludivelmente, a veracidade de suas alegações, sendo indiferente, assim, ao ônus

da prova, nos termos da legislação processual cível pátria5, eis que cabe a quem alega provar o

fato, seja constitutivo, seja impeditivo, modificativo ou extintivo do direito em discussão.

2.2.4. Dito isto, impende ressaltar que, não obstante o comentário tecido, a Administração

Tributária, ao contrário da Autuada, faz prova constitutiva do crédito tributário, mediante

planilha discriminativa dos valores apurados no período de fiscalização deste presente auto de

infração, a partir dos dados constantes no livro “Razão Social” ofertado pela Impugnante, para

efeito de apuração da escorreita base de cálculo dos serviços sujeitos à incidência do ISSQN.

2.2.5. É de se aduzir também que o próprio livro ofertado pela Autuada sequer se preocupa em

desvencilhar o que foi apurado, como receita transacionada com a substituída tributária, em

termos de prestação de serviços e custo com fornecimento de materiais, tornando-a, portanto,

suscetível, em sua totalidade, suscetível à incidência do ISSQN pelo Fisco desta entidade

tributante.

5 “Art. 333. O ônus da prova incumbe: I - ao autor, quanto ao fato constitutivo do seu direito; II - ao réu, quanto à

existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor.”

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2.2.6. Em razão dos argumentos alhures despendidos, é evidente o intuito da Autuada em

protelar a apreciação definitiva do presente auto de infração, vez que resta, materialmente,

comprovado nos autos a extremada disciplina e competência do agente fiscal, quando da

apuração da real base de cálculo do ISSQN, in casu, 5% (cinco por cento) sobre o valor da

receita transacionada entre a Impugnante e a substituída tributária, no período fiscalizado, eis

que, ante o livro “Razão Social” disponível a esta Administração, não se desvencilha os

correspondentes valores, a título de prestação de serviços, dos valores decorrentes do custeio de

materiais fornecidos pelo prestador de serviços, para se proceder à possível dedução, como tenta

fazer crer e perquire a Autuada, nos termos permitidos pela lei de regência do ISSQN.

2.2.7. Reitere-se, por fim, que não há motivos para se comentar em suposta adoção equivocada

da base de cálculo, para efeitos de incidência do ISSQN, tendo em vista a demonstração

indubitável da inexistência de confusão entre ambos elementos, o que confirma a procedência

dos cálculos arbitrados pelo Fisco local.

3. DA CONCLUSÃO.

Diante do quanto aqui exposto, DECIDO pela improcedência da tese preliminar suscitada, no

sentido de afastar a ilegitimidade passiva, em virtude do reconhecimento legal da

responsabilidade tributária por substituição da Autuada, vez que na relação, por ora examinada,

veio a assumir a feição de tomadora dos serviços, o que a torna legítima, perante o Fisco

Municipal, a responder pela irregularidade constatada, aqui em apreço.

Quanto ao mérito deste auto de infração, JULGO pelo desprovimento integral, em razão da

inércia da Autuada em comprovar, de modo cabal, o equívoco aventado, não se reputando

verossímeis as alegações lançadas, no que toca à suposta inclusão do custo com o fornecimento

de materiais com o dos valores da prestação de serviços, para efeito de apuração da sua base de

cálculo, em afronta, pois, ao art. 7º, §2º, I, da Lei Complementar nº. 116/2003.

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A partir destas considerações, determino, enquanto Autoridade Julgadora de 1ª Instância, que se

dê o devido prosseguimento à cobrança do crédito tributário apurado neste auto de infração.

Por derradeiro, impende registrar que o expediente protocolado no dia 17/01/2011, referente à

presente impugnação, não pode ser analisado neste instante, uma vez que, conforme regra do art.

32, parágrafo único6, do Código Tributário de Jacobina - Lei Municipal nº. 793/2006, demonstra-

se, sumariamente, intempestivo, precluindo, assim, à Autuada a possibilidade da instrução

probatória desta impugnação há muito ofertada no curso deste estágio inicial da fase contenciosa,

que veio a se instaurar com sua apresentação.

Nada impede, no entanto, quando em grau recursal, uma vez solicitado pela Autuada, em

possível Recurso Voluntário a ser intentado, que se proceda à análise do expediente em comento,

para fins de averiguação da procedência ou não de suas dicções pela Autoridade Julgadora de 2ª

Instância.

Publique-se. Registre-se. Intime-se.

Jacobina/BA, 25 de janeiro de 2011.

Antonio Nicolau Moura Cunha Secretário Municipal de Finanças

Decreto 003/2009

6 “Art. 32. A impugnação da exigência do crédito tributário, que instaura a fase contenciosa do procedimento, deve ser apresentada à repartição preparadora no prazo de 30 (trinta) dias, a contar da ciência do impugnante. Parágrafo Único - A impugnação será formulada por escrito e instruída com os documentos em que se fundamentar.”

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SECRETARIA MUNICIPAL DE FINANÇAS

COORDENADORIA DE RECEITA

DECISÃO ADMINISTRATIVA Nº. 010/2011

Referência: Processo nº. 8587/2010 e Auto de Infração nº. 047/2010

A Secretaria Municipal de Finanças da Prefeitura de Jacobina/BA, por seu respectivo

Secretário, com fins à instrumentalização do procedimento administrativo fiscal instaurado, ante

o auto de infração em epígrafe, onde consta, enquanto ente autuante, o Município de Jacobina,

e, enquanto contribuinte autuado, a empresa Jacobina Mineração e Comércio Ltda., vem

EMITIR as necessárias considerações, a partir de amparo técnico e de ordem jurídica, e, ao final,

DECIDIR, nos termos a seguir.

1. DA BREVE ANÁLISE FÁTICA.

1.1. O Auto de Infração em apreço refere-se ao período de fev./2008 a nov./2009, cujo sentido é

pela constatação de infração à norma tributária local por parte da sobredita empresa, na condição

de substituto tributário, pelo não recolhimento do ISSQN, quando da realização do pagamento

aos respectivos prestadores de serviços, que deveriam ser retidos na fonte e repassados ao ente

municipal.

1.2. Concedida a prévia oportunidade de defesa, a Autuada apresentou hábil impugnação,

suscitando, a título de defesa, equívoco na apuração do ISSQN, diante da inclusão, na sua base

de cálculo, do custo dos materiais utilizados (locação de equipamentos móveis) na prestação dos

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ditos serviços, ao arrepio, portanto, das previsões constantes no art. 7º, §2º, inc. I, da Lei

Complementar nº. 116/2003 e, concomitantemente, nos arts. 109, §1º, e 110, §2º, da Lei

Municipal nº. 793/2006, atual Código Tributário do Município de Jacobina. Ademais, a

Impugnante suscita ainda, como matéria útil à sua defesa, a ilegitimidade passiva para suportar a

exigência fiscal cobrada, em razão da inobservância de norma legal vigente à época do fato

gerador daquele tributo.

1.3. De antemão, por primar pela lógica na apreciação da esgrimada defesa, enfrentaremos, a

priori, matéria preliminar, qual seja, a ilegitimidade passiva e, acaso ultrapassada, matéria de

mérito, in casu, a base de cálculo apurada pela Administração Municipal, para efeitos de

incidência do ISSQN, e a dedução sobre ela do custo com a locação de materiais móveis

utilizados na prestação dos serviços à tomadora.

1.4. Uma vez remetidos os autos com as peças em destaque à Secretaria de Finanças, vieram-me

os mesmos conclusos, para que, na qualidade de Secretário de Finanças, delas viesse a ter inteiro

conhecimento, e, enquanto Autoridade Julgadora de 1ª instância, procedesse a exame prévio de

legalidade da exação fiscal e emissão de competente decisão administrativa, a qual se fará nas

doravante linhas.

2. DO EXAME DAS TESES ERIGIDAS.

2.1. DA ILEGITIMIDADE PASSIVA. TOMADORA DE SERVIÇOS. PREVISÃO DA LEI

MUNICIPAL 793/2006. ATUAÇÃO COMO SUBSTITUTO TRIBUTÁRIO. DA

PROCEDÊNCIA DA RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA POR SUBSTITUIÇÃO.

DECISÃO RECENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO.

2.1.1. Certo é que a legislação, em geral, serve para regular fatos ocorridos, a partir do início de

sua vigência e, excepcionalmente, para acudir fatos advindos anteriormente à sua edição. Nesse

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compasso, quanto à legislação tributária, há duas exceções à regra geral de irretroatividade de

sua aplicabilidade, ou seja: a) para a lei interpretativa; b) para a lei mais benéfica.

2.1.2. Nesse sentir, aduz Kiyoshi Harada1, acerca do lançamento para constituição do crédito

tributário, cuja formalização deve ocorrer à luz de legislação que na época se aplicava,

justamente, por força do preceito geral da irretroatividade legal. Observemos, então, os seus

dizeres, ipsis litteris:

“Realmente, o lançamento constitui o crédito tributário declarando a preexistência da obrigação

tributária, que surgiu em virtude da ocorrência do fato gerador definido na lei (art. 113, §1º c/c art.

114 do CTN). Por essa razão o art. 144, do CTN dispõe que o lançamento reporta-se à data

da ocorrência do fato gerador da obrigação tributária e rege-se pela lei então vigente, ainda

que, posteriormente, modificada ou revogada.” (destaque nosso)

2.1.3. No caso dos autos em exame, cumpre advertir que a aplicação da legislação tributária

coaduna-se perfeitamente ao comando expresso pelo art. 144, do Código Tributário Nacional,

visto que a apuração se estende a fatos geradores pretéritos, os quais se submetem a mens

legislatoris do atual Código Tributário de Jacobina, instituído pela Lei Municipal nº. 793/2006,

sendo, pois, imprescindível a aplicação da vigente legislação tributária, e não mais da Lei

Municipal nº. 660/2003.

2.1.4. Nos meandros da citada lei tributária, ora apta à quantificação do quantum debeatur e an

debeatur do crédito tributário, aqui em análise, é factível o fundamento legal a amparar a

pretensão fiscal exarada em função da Autuada, por força da previsão do correspondente art.

108, inc. II, in litteris:

“Art. 108. Ficam responsáveis pelo crédito tributário, obrigados ao recolhimento integral do

imposto devido, multas e acréscimos legais, independentemente de ter sido efetuada sua

retenção na fonte: (...)

1 Ob. cit., p. 508.

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II – a pessoa jurídica, ainda que imune ou isenta, tomadora ou intermediária dos serviços

descritos nos subitens 3.04, 7.02, 7.04, 7.05, 7.09, 7.10, 7.12, 7.14, 7.15, 7.17, 11.02, 17.05 e

17.09 da lista anexa.”

2.1.5. Aliás, advirta-se que o dispositivo de lei esculpido, logo acima, trata-se de norma de

reprodução obrigatória, visto que sua morada se faz, sobretudo, na Lei Complementar nº.

116/2003, nos precisos termos dos §§1º e 2º, incs. I e II, do respectivo art. 6º, não existindo,

assim, equívoco de classificação pela norma local da Autuada, enquanto substituto tributário.

2.1.6. Em que pesem os argumentos lançados pela empresa, ora Autuada, no sentido de eximir-se

da responsabilidade a ela, legalmente, imposta, para exonerar-se do papel de substituto na

relação jurídico-tributária por vez instaurada, imperioso se faz reconhecer a improcedência dos

mesmos, haja vista que estamos à frente de hipótese legal que disciplina a substituição do

contribuinte, o que a torna, por conseguinte, afeta à imagem do substituto tributário.

2.1.7. Desta feita, para melhor compreendermos o instituto, merecidas são as linhas doutrinárias

dos eminentes tributaristas Eduardo Sabbag2 e Kiyoshi Harada3, para os quais a responsabilidade

tributária por substituição, respectivamente, compreende o seguinte:

“A pessoa que a lei ordena que substitua o contribuinte é chamada de “responsável por

substituição” ou, ainda, “contribuinte substituto”, ou “substituto tributário”. Ela, como terceira

pessoa escolhida, vem e ocupa o lugar do contribuinte, antes da ocorrência do fato gerador.”

...................................................................................................................................

“(...) Nesta, a obrigação do prestador do serviço desaparece, substituída que fica pela do tomador

do serviço, o qual passa a pagar o imposto próprio, apesar de não ter praticado o fato jurídico

tributável.” (destaque nosso)

2.1.8. Percebe-se, a partir da situação espelhada no examinado auto, que a empresa incorreu em

grave violação ao dispositivo de lei tributária, sendo que não se faz necessário, obrigatoriamente,

2 In Elementos do Direito Tributário. 8ª edição. Premier máxima, 2007, p. 181. 3 Ob. cit., p. 472.

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que tenha praticado atos próprios e suscetíveis à incidência do ISSQN, vez que, por expressa

vontade legal, passou a assumir a responsabilidade tributária substitutiva, obviamente, na

qualidade de tomadora dos serviços, ao assumir a relação com os seus prestadores que deram

causa a insurgência da hipótese de incidência sobre o realizado e concretizado fato gerador,

afastando-se, pois, a tese inaplicável da capacidade contributiva, segundo erige a Impugnante.

2.1.9. Ademais, apenas para derribar os exemplos citados pela Autuada, no sentido de afastar a

legitimidade passiva, os quais, inclusive, são inapropriadas à situação em vértice, colacionamos,

abaixo, dois magistrais exemplos de Eduardo Sabbag4, para melhor compreendermos o instituto

da substituição tributária. Vejamos:

“Exemplo 1: O empregador e empregado, com relação ao IRRF.

Se o empregador, e.g., deixar de reter o IRRF, a ação do Fisco deve dirigir-se contra ele, e não

contra o empregado, por este ficar excluído da relação jurídica tributária. Todavia, se a empresa

proceder ao desconto o valor do imposto no salário do empregado e não o recolher aos cofres

públicos, haverá apropriação indébita, e seus administradores serão pessoalmente responsáveis

pelos créditos tributários (art. 135, III, do CTN).

Exemplo 2: a Caixa Econômica Federal e o ganhador de um prêmio da Loteria Federal, quanto ao

IR incidente sobre tal prêmio.”

2.1.10. Ademais, para fins de ratificação, registramos decisão jurisprudencial recente do egrégio

Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, que, em circunstância assaz semelhante, trilhou pela

tese por vez declinada por esta Administração Municipal. Observemos:

““Comarca: Cubatão

Apelante: Petróleo Brasileiro S/A – Petrobrás (executado-embargante)

Apelado: Município de Cubatão (executado-embargado)

Ementa: Embargos à execução fiscal. ISS. Ilegitimidade passiva não configurada. Executada

que figura no pólo passivo em decorrência da responsabilidade tributária por substituição -

arts. 150, §7° da CF; 128 do CTN e 168, §4° do CTM. Competência tributária do Município

4 Ob. cit., p. 181.

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em que ocorreu a efetiva prestação do serviço. Decreto-lei 406/68 - entendimento consolidado

no STJ. Nega-se provimento ao recurso.

Trata-se de apelação interposta contra sentença que julgou improcedentes os embargos à execução

fiscal opostos por Petróleo Brasileiro S/A - Petrobrás em face do Município de Cubatão, com

condenação daquele ao pagamento das custas e despesas processuais, bem como honorários

advocatícios fixados em 10% sobre o valor do débito executado atualizado (fls. 116/121).

Aduz o apelante, em síntese, ser parte ilegítima, uma vez que não se trata de hipótese de

responsabilidade solidária entre o tomador e o prestador de serviço; lei municipal não tem o

condão de alterar ou ampliar o rol taxativo trazido pelo Decreto-lei 406/68; os decretos meramente

reguladores não podem inovar no mundo jurídico; o Município de Cubatão não detém competência

para cobrar ISS, pois o tributo deve ser cobrado no local do estabelecimento da empresa prestadora

(fls. 138/157).

Contrarrazões a fls. 202/204.

É o relatório.

O recurso não merece provimento.

Segundo se depreende dos autos, o Município de Cubatão ajuizou execução fiscal em face da

apelante em virtude de inadimplemento de ISS referente ao período de fevereiro de 1998 a janeiro

de 1999, no valor de R$ 13.747,52. Os embargos à execução versam sobre a ilegitimidade passiva

da executada, bem como a incompetência do apelante para cobrar o tributo em questão.

Como se observa dos autos, a empresa Climatec Engenharia e Serviços Ltda. foi contratada

pela apelante para a manutenção dos sistemas de ar condicionado e refrigeração no âmbito

da refinaria de Presidente Bernardes. Depreende-se, ainda, que não houve sequer sua

autuação, em clara demonstração que cabia à apelante, na condição de tomadora do serviço,

o recolhimento do imposto cobrado.

Assim, não há que se falar em ilegitimidade passiva. A embargante figurou no pólo passivo

do processo executivo em virtude da responsabilidade por substituição à empresa

prestadora, em consonância com o arts. 150, §7° do CF; 128 do CTN e 168, §4°, do Código

Tributário Municipal e não por ser responsável solidário. Dispõe o art. 128 que "(...) a lei

pode atribuir de modo expresso a responsabilidade pelo crédito tributário a terceira pessoa,

vinculada ao fato gerador da respectiva obrigação, excluindo a responsabilidade do contribuinte

ou atribuindo-a a este em caráter supletivo do cumprimento total ou parcial da referida

obrigação".

Outrossim, não há que se falar em ofensa ao princípio da legalidade estrita. O próprio Código

Tributário Municipal, em seu art. 168, §4°, com a redação dada pela LC 2.402, de 15 de maio de

1997, trata sobre a responsabilidade tributária por substituição, nos seguintes termos: "a pessoa

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física ou jurídica de direito público ou privado que contratar com terceiros a construção de obras

ou a prestação de serviços de qualquer natureza fica obrigada a reter na fonte o valor do tributo

devido e a efetuar o recolhimento na forma prevista neste artigo".

Com relação à competência tributária do apelado, melhor sorte não assiste à apelante.

Já está consolidado o entendimento de que "o Município competente para a cobrança do ISS, à luz

o disposto no art. 12, do Decreto-lei n° 406/68, é aquele em cujo território ocorreu o fato gerador,

ou seja, onde se deu a efetiva prestação do serviço e não aquele onde se encontra a sede do

estabelecimento prestador" (AgRg no REsp 845.711/RS).

Portanto, o local da ocorrência do fato gerador determina a competência. Em outras palavras, o

imposto é devido onde se concretiza a prestação do serviço. No caso em análise, é fato

incontroverso que o serviço foi prestado no Município de Cubatão. Destarte, patente sua

competência para exigir o recolhimento do tributo.

Ante o exposto, nega-se provimento ao recurso.” (destaques nossos)

2.1.11. Torna-se clarividente, com berço na legislação, na doutrina e na jurisprudência pátrias,

aqui ponderadas, a procedência da responsabilidade tributária por substituição da Autuada,

estando, pois, apta a figurar no pólo passivo, quando da cobrança dos valores não recolhidos,

devidamente, aos cofres desta Municipalidade, eis que, enquanto substituto tributário, no

mínimo, deveria proceder ao dever de pagar, integralmente, o ISSQN, na qualidade de tomadora

dos serviços, inexistindo qualquer amparo à correlata tese, como matéria de defesa, ao presente

auto de infração.

2.2. DA BASE DE CÁLCULO DO ISSQN. INCONSISTÊNCIA DOS ARGUMENTOS

LANÇADOS. CONSTATAÇÃO DO DESMEMBRAMENTO DA PRESTAÇÃO DE

SERVIÇOS E CUSTO COM FORNECIMENTO DE MATERIAIS. PROCEDÊNCIA DOS

CÁLCULOS, CONFORME PROVA DOS FATOS CONSTITUTIVOS.

2.2.1. Alega o sujeito passivo, em apertada síntese, que no auto de infração em comento, a

Administração Tributária incorreu em maquiavélico vacilo, afrontando o art. 7º, §2º, inc. I, da

Lei Complementar nº. 116/2003 e, da mesma forma, a norma reproduzida no art. 110, §2º, da Lei

Municipal nº. 793/2006, uma vez que não procedeu à dedução da base de cálculo do ISSQN,

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relativo aos valores atinentes ao custo com fornecimento de materiais para a realização dos

serviços, para efeito de apuração do real e devido valor a ser exigido.

2.2.2. Desde já, é válido o esclarecimento de que as alegações, inclusive, de cunho

manifestamente protelatório, não condizem com a mais absoluta veracidade e seriedade com que

se pautaram os trabalhos de quantificação do Setor de Tributos, não passando, assim, de

argumentos desprovidos de verídica consistência, uma vez que foi constatada, sim, a dedução de

valores, a exemplo, entre a receita bruta e a receita que incidiu o percentual, para fins de

apuração da quantia devida como ISSQN.

2.2.3. Dito isto, impende ressaltar que, não obstante o comentário tecido, a Administração

Tributária, ao contrário da Autuada, faz prova constitutiva do crédito tributário, para efeito de

apuração da escorreita base de cálculo dos serviços estritamente sujeitos à incidência do ISSQN,

ao contrário da Autuada que não faz o menor esforço para comprovar, documentalmente, o

equívoco que, por acaso, tenha sido cometido pelo Fisco local, conforme razões da impugnação.

2.2.4 Em face dos argumentos alhures despendidos, é evidente o intuito da Autuada em protelar

a apreciação definitiva do presente auto de infração, vez que resta materialmente comprovado

nos autos a extremada disciplina e competência do agente fiscal, quando da apuração da real

base de cálculo do ISSQN, in casu, 5% (cinco por cento) sobre o valor da receita já deduzida,

desvencilhando-se, assim, os valores constantes, a título de prestação de serviços, dos valores

decorrentes do custeio de materiais fornecidos pelo prestador de serviços, nos termos da lei.

2.2.5. Reitere-se, por fim, que não há motivos para se comentar em suposta adoção equivocada

da base de cálculo, para efeitos de incidência do ISSQN, tendo em vista a demonstração

indubitável da inexistência de confusão entre esses elementos, o que confirma a procedência dos

cálculos arbitrados pelo Fisco local.

3. DA CONCLUSÃO.

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9

Diante do quanto aqui exposto, DECIDO pela improcedência da tese preliminar suscitada, no

sentido de afastar a ilegitimidade passiva, em virtude do reconhecimento legal da

responsabilidade tributária por substituição da Autuada, vez que na relação, por ora examinada,

veio a assumir a feição de tomadora dos serviços, o que a torna legítima, perante o Fisco

Municipal, a responder pela irregularidade constatada, aqui em apreço.

No que toca ao mérito deste auto de infração, isto é, com relação à suposta e errônea adoção da

base de cálculo do ISSQN, JULGO pelo desprovimento integral, em razão da comprovação

inconcussa pela Administração Tributária do desmembramento realizado entre os valores

atinentes ao custo com o fornecimento de materiais, dentre estes, o da locação de bens móveis, à

luz da Sumula Vinculante nº. 31 do STF, e os valores da prestação dos serviços, para efeitos de

apuração da base de cálculo deste imposto, observando, por conseguinte, o preconizado pelo art.

7º, §2º, I, da Lei Complementar nº. 116/2003 e as normas, de mesmo teor, no CTM de Jacobina.

A partir destas considerações, determino, enquanto Autoridade Julgadora de 1ª Instância, que se

dê o devido prosseguimento à cobrança do crédito tributário apurado neste auto de infração.

Por derradeiro, impende registrar que o expediente protocolado no dia 17/01/2011, referente à

presente impugnação, não pode ser analisado neste instante, uma vez que, conforme regra do art.

32, parágrafo único5, do Código Tributário de Jacobina - Lei Municipal nº. 793/2006, demonstra-

se, sumariamente, intempestivo, precluindo, assim, à Autuada a possibilidade da instrução

probatória desta impugnação há muito ofertada no curso deste estágio inicial da fase contenciosa,

que veio a se instaurar com sua apresentação.

5 “Art. 32. A impugnação da exigência do crédito tributário, que instaura a fase contenciosa do procedimento, deve ser apresentada à repartição preparadora no prazo de 30 (trinta) dias, a contar da ciência do impugnante. Parágrafo Único - A impugnação será formulada por escrito e instruída com os documentos em que se fundamentar.”

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Nada impede, no entanto, quando em grau recursal, uma vez solicitado pela Autuada, em

possível Recurso Voluntário a ser intentado, que se proceda à análise do expediente em comento,

para fins de averiguação da procedência ou não de suas dicções pela Autoridade Julgadora de 2ª

Instância.

Publique-se. Registre-se. Intime-se.

Jacobina/BA, 25 de janeiro de 2011.

Antonio Nicolau Moura Cunha Secretário Municipal de Finanças

Decreto 003/2009

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1

SECRETARIA MUNICIPAL DE FINANÇAS

COORDENADORIA DE RECEITA

DECISÃO ADMINISTRATIVA Nº. 011/2011

Referência: Processo nº. 8585/2010 e Auto de Infração nº. 048/2010

A Secretaria Municipal de Finanças da Prefeitura de Jacobina/BA, por seu respectivo

Secretário, com fins à instrumentalização do procedimento administrativo fiscal instaurado, ante

o auto de infração em epígrafe, onde consta, enquanto ente autuante, o Município de Jacobina,

e, enquanto contribuinte autuado, a empresa Jacobina Mineração e Comércio Ltda., vem

EMITIR as necessárias considerações, a partir de amparo técnico e de ordem jurídica, e, ao final,

DECIDIR, nos termos a seguir.

1. DA BREVE ANÁLISE FÁTICA.

1.1. O Auto de Infração em apreço refere-se ao período de set./2008 a nov./2009, cujo sentido é

pela constatação de infração à norma tributária local por parte da sobredita empresa, na condição

de substituto tributário, pelo não recolhimento do ISSQN, quando da realização do pagamento

aos respectivos prestadores de serviços, que deveriam ser retidos na fonte e repassados ao ente

municipal.

1.2. Concedida a prévia oportunidade de defesa, a Autuada apresentou hábil impugnação,

suscitando, a título de defesa, equívoco na apuração do ISSQN, diante da inclusão, na sua base

de cálculo, do custo dos materiais utilizados (locação de equipamentos móveis) na prestação dos

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ditos serviços, ao arrepio, portanto, das previsões constantes no art. 7º, §2º, inc. I, da Lei

Complementar nº. 116/2003 e, concomitantemente, nos arts. 109, §1º, e 110, §2º, da Lei

Municipal nº. 793/2006, atual Código Tributário do Município de Jacobina. Ademais, a

Impugnante suscita ainda, como matéria útil à sua defesa, a ilegitimidade passiva para suportar a

exigência fiscal cobrada, em razão da inobservância de norma legal vigente à época do fato

gerador daquele tributo.

1.3. De antemão, por primar pela lógica na apreciação da esgrimada defesa, enfrentaremos, a

priori, matéria preliminar, qual seja, a ilegitimidade passiva e, acaso ultrapassada, matéria de

mérito, in casu, a base de cálculo apurada pela Administração Municipal, para efeitos de

incidência do ISSQN, e a dedução sobre ela do custo com a locação de materiais móveis

utilizados na prestação dos serviços à tomadora.

1.4. Uma vez remetidos os autos com as peças em destaque à Secretaria de Finanças, vieram-me

os mesmos conclusos, para que, na qualidade de Secretário de Finanças, delas viesse a ter inteiro

conhecimento, e, enquanto Autoridade Julgadora de 1ª instância, procedesse a exame prévio de

legalidade da exação fiscal e emissão de competente decisão administrativa, a qual se fará nas

doravante linhas.

2. DO EXAME DAS TESES ERIGIDAS.

2.1. DA ILEGITIMIDADE PASSIVA. TOMADORA DE SERVIÇOS. PREVISÃO DA LEI

MUNICIPAL 793/2006. ATUAÇÃO COMO SUBSTITUTO TRIBUTÁRIO. DA

PROCEDÊNCIA DA RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA POR SUBSTITUIÇÃO.

DECISÃO RECENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO.

2.1.1. Certo é que a legislação, em geral, serve para regular fatos ocorridos, a partir do início de

sua vigência e, excepcionalmente, para acudir fatos advindos anteriormente à sua edição. Nesse

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compasso, quanto à legislação tributária, há duas exceções à regra geral de irretroatividade de

sua aplicabilidade, ou seja: a) para a lei interpretativa; b) para a lei mais benéfica.

2.1.2. Nesse sentir, aduz Kiyoshi Harada1, acerca do lançamento para constituição do crédito

tributário, cuja formalização deve ocorrer à luz de legislação que na época se aplicava,

justamente, por força do preceito geral da irretroatividade legal. Observemos, então, os seus

dizeres, ipsis litteris:

“Realmente, o lançamento constitui o crédito tributário declarando a preexistência da obrigação

tributária, que surgiu em virtude da ocorrência do fato gerador definido na lei (art. 113, §1º c/c art.

114 do CTN). Por essa razão o art. 144, do CTN dispõe que o lançamento reporta-se à data

da ocorrência do fato gerador da obrigação tributária e rege-se pela lei então vigente, ainda

que, posteriormente, modificada ou revogada.” (destaque nosso)

2.1.3. No caso dos autos em exame, cumpre advertir que a aplicação da legislação tributária

coaduna-se perfeitamente ao comando expresso pelo art. 144, do Código Tributário Nacional,

visto que a apuração se estende a fatos geradores pretéritos, os quais se submetem a mens

legislatoris do atual Código Tributário de Jacobina, instituído pela Lei Municipal nº. 793/2006,

sendo, pois, imprescindível a aplicação da vigente legislação tributária, e não mais da Lei

Municipal nº. 660/2003.

2.1.4. Nos meandros da citada lei tributária, ora apta à quantificação do quantum debeatur e an

debeatur do crédito tributário, aqui em análise, é factível o fundamento legal a amparar a

pretensão fiscal exarada em função da Autuada, por força da previsão do correspondente art.

108, inc. II, in litteris:

“Art. 108. Ficam responsáveis pelo crédito tributário, obrigados ao recolhimento integral do

imposto devido, multas e acréscimos legais, independentemente de ter sido efetuada sua

retenção na fonte: (...)

1 Ob. cit., p. 508.

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II – a pessoa jurídica, ainda que imune ou isenta, tomadora ou intermediária dos serviços

descritos nos subitens 3.04, 7.02, 7.04, 7.05, 7.09, 7.10, 7.12, 7.14, 7.15, 7.17, 11.02, 17.05 e

17.09 da lista anexa.”

2.1.5. Aliás, advirta-se que o dispositivo de lei esculpido, logo acima, trata-se de norma de

reprodução obrigatória, visto que sua morada se faz, sobretudo, na Lei Complementar nº.

116/2003, nos precisos termos dos §§1º e 2º, incs. I e II, do respectivo art. 6º, não existindo,

assim, equívoco de classificação pela norma local da Autuada, enquanto substituto tributário.

2.1.6. Em que pesem os argumentos lançados pela empresa, ora Autuada, no sentido de eximir-se

da responsabilidade a ela, legalmente, imposta, para exonerar-se do papel de substituto na

relação jurídico-tributária por vez instaurada, imperioso se faz reconhecer a improcedência dos

mesmos, haja vista que estamos à frente de hipótese legal que disciplina a substituição do

contribuinte, o que a torna, por conseguinte, afeta à imagem do substituto tributário.

2.1.7. Desta feita, para melhor compreendermos o instituto, merecidas são as linhas doutrinárias

dos eminentes tributaristas Eduardo Sabbag2 e Kiyoshi Harada3, para os quais a responsabilidade

tributária por substituição, respectivamente, compreende o seguinte:

“A pessoa que a lei ordena que substitua o contribuinte é chamada de “responsável por

substituição” ou, ainda, “contribuinte substituto”, ou “substituto tributário”. Ela, como terceira

pessoa escolhida, vem e ocupa o lugar do contribuinte, antes da ocorrência do fato gerador.”

...................................................................................................................................

“(...) Nesta, a obrigação do prestador do serviço desaparece, substituída que fica pela do tomador

do serviço, o qual passa a pagar o imposto próprio, apesar de não ter praticado o fato jurídico

tributável.” (destaque nosso)

2.1.8. Percebe-se, a partir da situação espelhada no examinado auto, que a empresa incorreu em

grave violação ao dispositivo de lei tributária, sendo que não se faz necessário, obrigatoriamente,

2 In Elementos do Direito Tributário. 8ª edição. Premier máxima, 2007, p. 181. 3 Ob. cit., p. 472.

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que tenha praticado atos próprios e suscetíveis à incidência do ISSQN, vez que, por expressa

vontade legal, passou a assumir a responsabilidade tributária substitutiva, obviamente, na

qualidade de tomadora dos serviços, ao assumir a relação com os seus prestadores que deram

causa a insurgência da hipótese de incidência sobre o realizado e concretizado fato gerador,

afastando-se, pois, a tese inaplicável da capacidade contributiva, segundo erige a Impugnante.

2.1.9. Ademais, apenas para derribar os exemplos citados pela Autuada, no sentido de afastar a

legitimidade passiva, os quais, inclusive, são inapropriadas à situação em vértice, colacionamos,

abaixo, dois magistrais exemplos de Eduardo Sabbag4, para melhor compreendermos o instituto

da substituição tributária. Vejamos:

“Exemplo 1: O empregador e empregado, com relação ao IRRF.

Se o empregador, e.g., deixar de reter o IRRF, a ação do Fisco deve dirigir-se contra ele, e não

contra o empregado, por este ficar excluído da relação jurídica tributária. Todavia, se a empresa

proceder ao desconto o valor do imposto no salário do empregado e não o recolher aos cofres

públicos, haverá apropriação indébita, e seus administradores serão pessoalmente responsáveis

pelos créditos tributários (art. 135, III, do CTN).

Exemplo 2: a Caixa Econômica Federal e o ganhador de um prêmio da Loteria Federal, quanto ao

IR incidente sobre tal prêmio.”

2.1.10. Ademais, para fins de ratificação, registramos decisão jurisprudencial recente do egrégio

Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, que, em circunstância assaz semelhante, trilhou pela

tese por vez declinada por esta Administração Municipal. Observemos:

““Comarca: Cubatão

Apelante: Petróleo Brasileiro S/A – Petrobrás (executado-embargante)

Apelado: Município de Cubatão (executado-embargado)

Ementa: Embargos à execução fiscal. ISS. Ilegitimidade passiva não configurada. Executada

que figura no pólo passivo em decorrência da responsabilidade tributária por substituição -

arts. 150, §7° da CF; 128 do CTN e 168, §4° do CTM. Competência tributária do Município

4 Ob. cit., p. 181.

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em que ocorreu a efetiva prestação do serviço. Decreto-lei 406/68 - entendimento consolidado

no STJ. Nega-se provimento ao recurso.

Trata-se de apelação interposta contra sentença que julgou improcedentes os embargos à execução

fiscal opostos por Petróleo Brasileiro S/A - Petrobrás em face do Município de Cubatão, com

condenação daquele ao pagamento das custas e despesas processuais, bem como honorários

advocatícios fixados em 10% sobre o valor do débito executado atualizado (fls. 116/121).

Aduz o apelante, em síntese, ser parte ilegítima, uma vez que não se trata de hipótese de

responsabilidade solidária entre o tomador e o prestador de serviço; lei municipal não tem o

condão de alterar ou ampliar o rol taxativo trazido pelo Decreto-lei 406/68; os decretos meramente

reguladores não podem inovar no mundo jurídico; o Município de Cubatão não detém competência

para cobrar ISS, pois o tributo deve ser cobrado no local do estabelecimento da empresa prestadora

(fls. 138/157).

Contrarrazões a fls. 202/204.

É o relatório.

O recurso não merece provimento.

Segundo se depreende dos autos, o Município de Cubatão ajuizou execução fiscal em face da

apelante em virtude de inadimplemento de ISS referente ao período de fevereiro de 1998 a janeiro

de 1999, no valor de R$ 13.747,52. Os embargos à execução versam sobre a ilegitimidade passiva

da executada, bem como a incompetência do apelante para cobrar o tributo em questão.

Como se observa dos autos, a empresa Climatec Engenharia e Serviços Ltda. foi contratada

pela apelante para a manutenção dos sistemas de ar condicionado e refrigeração no âmbito

da refinaria de Presidente Bernardes. Depreende-se, ainda, que não houve sequer sua

autuação, em clara demonstração que cabia à apelante, na condição de tomadora do serviço,

o recolhimento do imposto cobrado.

Assim, não há que se falar em ilegitimidade passiva. A embargante figurou no pólo passivo

do processo executivo em virtude da responsabilidade por substituição à empresa

prestadora, em consonância com o arts. 150, §7° do CF; 128 do CTN e 168, §4°, do Código

Tributário Municipal e não por ser responsável solidário. Dispõe o art. 128 que "(...) a lei

pode atribuir de modo expresso a responsabilidade pelo crédito tributário a terceira pessoa,

vinculada ao fato gerador da respectiva obrigação, excluindo a responsabilidade do contribuinte

ou atribuindo-a a este em caráter supletivo do cumprimento total ou parcial da referida

obrigação".

Outrossim, não há que se falar em ofensa ao princípio da legalidade estrita. O próprio Código

Tributário Municipal, em seu art. 168, §4°, com a redação dada pela LC 2.402, de 15 de maio de

1997, trata sobre a responsabilidade tributária por substituição, nos seguintes termos: "a pessoa

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física ou jurídica de direito público ou privado que contratar com terceiros a construção de obras

ou a prestação de serviços de qualquer natureza fica obrigada a reter na fonte o valor do tributo

devido e a efetuar o recolhimento na forma prevista neste artigo".

Com relação à competência tributária do apelado, melhor sorte não assiste à apelante.

Já está consolidado o entendimento de que "o Município competente para a cobrança do ISS, à luz

o disposto no art. 12, do Decreto-lei n° 406/68, é aquele em cujo território ocorreu o fato gerador,

ou seja, onde se deu a efetiva prestação do serviço e não aquele onde se encontra a sede do

estabelecimento prestador" (AgRg no REsp 845.711/RS).

Portanto, o local da ocorrência do fato gerador determina a competência. Em outras palavras, o

imposto é devido onde se concretiza a prestação do serviço. No caso em análise, é fato

incontroverso que o serviço foi prestado no Município de Cubatão. Destarte, patente sua

competência para exigir o recolhimento do tributo.

Ante o exposto, nega-se provimento ao recurso.” (destaques nossos)

2.1.11. Torna-se clarividente, com berço na legislação, na doutrina e na jurisprudência pátrias,

aqui ponderadas, a procedência da responsabilidade tributária por substituição da Autuada,

estando, pois, apta a figurar no pólo passivo, quando da cobrança dos valores não recolhidos,

devidamente, aos cofres desta Municipalidade, eis que, enquanto substituto tributário, no

mínimo, deveria proceder ao dever de pagar, integralmente, o ISSQN, na qualidade de tomadora

dos serviços, inexistindo qualquer amparo à correlata tese, como matéria de defesa, ao presente

auto de infração.

2.2. DA BASE DE CÁLCULO DO ISSQN. INCONSISTÊNCIA DOS ARGUMENTOS

LANÇADOS ANTE A AUSÊNCIA DE DOCUMENTOS COMPROBATÓRIOS A

EVIDENCIAR EQUÍVOCOS, COMO A INCLUSÃO DA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS AO

CUSTO COM FORNECIMENTO DE MATERIAIS. ÔNUS DA PROVA. CPC.

PROCEDÊNCIA DOS CÁLCULOS, CONFORME PROVA DOS FATOS CONSTITUTIVOS.

2.2.1. Alega o sujeito passivo, em apertada síntese, que no auto de infração em comento, a

Administração Tributária incorreu em maquiavélico vacilo, afrontando o art. 7º, §2º, inc. I, da

Lei Complementar nº. 116/2003 e, da mesma forma, a norma reproduzida no art. 110, §2º, da Lei

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Municipal nº. 793/2006, uma vez que não procedeu à dedução da base de cálculo do ISSQN,

relativo aos valores atinentes ao custo com fornecimento de materiais para a realização dos

serviços, para efeito de apuração do real e devido valor a ser exigido.

2.2.2. Desde já, é válido o esclarecimento de que as alegações, inclusive, de cunho

manifestamente protelatório, não condizem com a mais absoluta veracidade e seriedade com que

se pautaram os trabalhos de quantificação do Setor de Tributos, não passando, assim, de

argumentos desprovidos de verídica consistência, principalmente, diante da inexistência de

substrato material a lastreá-los.

2.2.3. Há de ser registrado que, em nenhum instante, a Impugnante fez questão de demonstrar,

documental e iniludivelmente, a veracidade de suas alegações, sendo indiferente, assim, ao ônus

da prova, nos termos da legislação processual cível pátria5, eis que cabe a quem alega provar o

fato, seja constitutivo, seja impeditivo, modificativo ou extintivo do direito em discussão.

2.2.4. Dito isto, impende ressaltar que, não obstante o comentário tecido, a Administração

Tributária, ao contrário da Autuada, faz prova constitutiva do crédito tributário, mediante

planilha discriminativa dos valores apurados no período de fiscalização deste presente auto de

infração, a partir dos dados constantes no livro “Razão Social” ofertado pela Impugnante, para

efeito de apuração da escorreita base de cálculo dos serviços sujeitos à incidência do ISSQN.

2.2.5. É de se aduzir também que o próprio livro ofertado pela Autuada sequer se preocupa em

desvencilhar o que foi apurado, como receita transacionada com a substituída tributária, em

termos de prestação de serviços e custo com fornecimento de materiais, tornando-a, portanto,

suscetível, em sua totalidade, suscetível à incidência do ISSQN pelo Fisco desta entidade

tributante.

5 “Art. 333. O ônus da prova incumbe: I - ao autor, quanto ao fato constitutivo do seu direito; II - ao réu, quanto à

existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor.”

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2.2.6. Em razão dos argumentos alhures despendidos, é evidente o intuito da Autuada em

protelar a apreciação definitiva do presente auto de infração, vez que resta, materialmente,

comprovado nos autos a extremada disciplina e competência do agente fiscal, quando da

apuração da real base de cálculo do ISSQN, in casu, 5% (cinco por cento) sobre o valor da

receita transacionada entre a Impugnante e a substituída tributária, no período fiscalizado, eis

que, ante o livro “Razão Social” disponível a esta Administração, não se desvencilha os

correspondentes valores, a título de prestação de serviços, dos valores decorrentes do custeio de

materiais fornecidos pelo prestador de serviços, para se proceder à possível dedução, como tenta

fazer crer e perquire a Autuada, nos termos permitidos pela lei de regência do ISSQN.

2.2.7. Reitere-se, por fim, que não há motivos para se comentar em suposta adoção equivocada

da base de cálculo, para efeitos de incidência do ISSQN, tendo em vista a demonstração

indubitável da inexistência de confusão entre ambos elementos, o que confirma a procedência

dos cálculos arbitrados pelo Fisco local.

3. DA CONCLUSÃO.

Diante do quanto aqui exposto, DECIDO pela improcedência da tese preliminar suscitada, no

sentido de afastar a ilegitimidade passiva, em virtude do reconhecimento legal da

responsabilidade tributária por substituição da Autuada, vez que na relação, por ora examinada,

veio a assumir a feição de tomadora dos serviços, o que a torna legítima, perante o Fisco

Municipal, a responder pela irregularidade constatada, aqui em apreço.

Quanto ao mérito deste auto de infração, JULGO pelo desprovimento integral, em razão da

inércia da Autuada em comprovar, de modo cabal, o equívoco aventado, não se reputando

verossímeis as alegações lançadas, no que toca à suposta inclusão do custo com o fornecimento

de materiais com o dos valores da prestação de serviços, para efeito de apuração da sua base de

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cálculo, em afronta, pois, à Súmula Vinculante nº. 31 do STF, ao art. 7º, §2º, I, da Lei

Complementar nº. 116/2003 e às normas, de mesmo teor, no CTM de Jacobina.

A partir destas considerações, determino, enquanto Autoridade Julgadora de 1ª Instância, que se

dê o devido prosseguimento à cobrança do crédito tributário apurado neste auto de infração.

Por derradeiro, impende registrar que o expediente protocolado no dia 17/01/2011, referente à

presente impugnação, não pode ser analisado neste instante, uma vez que, conforme regra do art.

32, parágrafo único6, do Código Tributário de Jacobina - Lei Municipal nº. 793/2006, demonstra-

se, sumariamente, intempestivo, precluindo, assim, à Autuada a possibilidade da instrução

probatória desta impugnação há muito ofertada no curso deste estágio inicial da fase contenciosa,

que veio a se instaurar com sua apresentação.

Nada impede, no entanto, quando em grau recursal, uma vez solicitado pela Autuada, em

possível Recurso Voluntário a ser intentado, que se proceda à análise do expediente em comento,

para fins de averiguação da procedência ou não de suas dicções pela Autoridade Julgadora de 2ª

Instância.

Publique-se. Registre-se. Intime-se.

Jacobina/BA, 25 de janeiro de 2011.

Antonio Nicolau Moura Cunha Secretário Municipal de Finanças

Decreto 003/2009

6 “Art. 32. A impugnação da exigência do crédito tributário, que instaura a fase contenciosa do procedimento, deve ser apresentada à repartição preparadora no prazo de 30 (trinta) dias, a contar da ciência do impugnante. Parágrafo Único - A impugnação será formulada por escrito e instruída com os documentos em que se fundamentar.”

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SECRETARIA MUNICIPAL DE FINANÇAS

COORDENADORIA DE RECEITA

DECISÃO ADMINISTRATIVA Nº. 012/2011

Referência: Processo nº. 8594/2010 e Auto de Infração nº. 049/2010

A Secretaria Municipal de Finanças da Prefeitura de Jacobina/BA, por seu respectivo

Secretário, com fins à instrumentalização do procedimento administrativo fiscal instaurado, ante

o auto de infração em epígrafe, onde consta, enquanto ente autuante, o Município de Jacobina,

e, enquanto contribuinte autuado, a empresa Jacobina Mineração e Comércio Ltda., vem

EMITIR as necessárias considerações, a partir de amparo técnico e de ordem jurídica, e, ao final,

DECIDIR, nos termos a seguir.

1. DA BREVE ANÁLISE FÁTICA.

1.1. O Auto de Infração em apreço refere-se ao período de mai./2009 a out./2009, cujo sentido é

pela constatação de infração à norma tributária local por parte da sobredita empresa, na condição

de substituto tributário, pelo não recolhimento do ISSQN, quando da realização do pagamento

aos respectivos prestadores de serviços, que deveriam ser retidos na fonte e repassados ao ente

municipal.

1.2. Concedida a prévia oportunidade de defesa, a Autuada apresentou hábil impugnação,

suscitando, a título de defesa, equívoco na apuração do ISSQN, diante da inclusão, na sua base

de cálculo, do custo dos materiais utilizados (locação de equipamentos móveis) na prestação dos

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ditos serviços, ao arrepio, portanto, das previsões constantes no art. 7º, §2º, inc. I, da Lei

Complementar nº. 116/2003 e, concomitantemente, nos arts. 109, §1º, e 110, §2º, da Lei

Municipal nº. 793/2006, atual Código Tributário do Município de Jacobina. Ademais, a

Impugnante suscita ainda, como matéria útil à sua defesa, a ilegitimidade passiva para suportar a

exigência fiscal cobrada, em razão da inobservância de norma legal vigente à época do fato

gerador daquele tributo.

1.3. De antemão, por primar pela lógica na apreciação da esgrimada defesa, enfrentaremos, a

priori, matéria preliminar, qual seja, a ilegitimidade passiva e, acaso ultrapassada, matéria de

mérito, in casu, a base de cálculo apurada pela Administração Municipal, para efeitos de

incidência do ISSQN, e a dedução sobre ela do custo com a locação de materiais móveis

utilizados na prestação dos serviços à tomadora.

1.4. Uma vez remetidos os autos com as peças em destaque à Secretaria de Finanças, vieram-me

os mesmos conclusos, para que, na qualidade de Secretário de Finanças, delas viesse a ter inteiro

conhecimento, e, enquanto Autoridade Julgadora de 1ª instância, procedesse a exame prévio de

legalidade da exação fiscal e emissão de competente decisão administrativa, a qual se fará nas

doravante linhas.

2. DO EXAME DAS TESES ERIGIDAS.

2.1. DA ILEGITIMIDADE PASSIVA. TOMADORA DE SERVIÇOS. PREVISÃO DA LEI

MUNICIPAL 793/2006. ATUAÇÃO COMO SUBSTITUTO TRIBUTÁRIO. DA

PROCEDÊNCIA DA RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA POR SUBSTITUIÇÃO.

DECISÃO RECENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO.

2.1.1. Certo é que a legislação, em geral, serve para regular fatos ocorridos, a partir do início de

sua vigência e, excepcionalmente, para acudir fatos advindos anteriormente à sua edição. Nesse

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compasso, quanto à legislação tributária, há duas exceções à regra geral de irretroatividade de

sua aplicabilidade, ou seja: a) para a lei interpretativa; b) para a lei mais benéfica.

2.1.2. Nesse sentir, aduz Kiyoshi Harada1, acerca do lançamento para constituição do crédito

tributário, cuja formalização deve ocorrer à luz de legislação que na época se aplicava,

justamente, por força do preceito geral da irretroatividade legal. Observemos, então, os seus

dizeres, ipsis litteris:

“Realmente, o lançamento constitui o crédito tributário declarando a preexistência da obrigação

tributária, que surgiu em virtude da ocorrência do fato gerador definido na lei (art. 113, §1º c/c art.

114 do CTN). Por essa razão o art. 144, do CTN dispõe que o lançamento reporta-se à data

da ocorrência do fato gerador da obrigação tributária e rege-se pela lei então vigente, ainda

que, posteriormente, modificada ou revogada.” (destaque nosso)

2.1.3. No caso dos autos em exame, cumpre advertir que a aplicação da legislação tributária

coaduna-se perfeitamente ao comando expresso pelo art. 144, do Código Tributário Nacional,

visto que a apuração se estende a fatos geradores pretéritos, os quais se submetem a mens

legislatoris do atual Código Tributário de Jacobina, instituído pela Lei Municipal nº. 793/2006,

sendo, pois, imprescindível a aplicação da vigente legislação tributária, e não mais da Lei

Municipal nº. 660/2003.

2.1.4. Nos meandros da citada lei tributária, ora apta à quantificação do quantum debeatur e an

debeatur do crédito tributário, aqui em análise, é factível o fundamento legal a amparar a

pretensão fiscal exarada em função da Autuada, por força da previsão do correspondente art.

108, inc. II, in litteris:

“Art. 108. Ficam responsáveis pelo crédito tributário, obrigados ao recolhimento integral do

imposto devido, multas e acréscimos legais, independentemente de ter sido efetuada sua

retenção na fonte: (...)

1 Ob. cit., p. 508.

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II – a pessoa jurídica, ainda que imune ou isenta, tomadora ou intermediária dos serviços

descritos nos subitens 3.04, 7.02, 7.04, 7.05, 7.09, 7.10, 7.12, 7.14, 7.15, 7.17, 11.02, 17.05 e

17.09 da lista anexa.”

2.1.5. Aliás, advirta-se que o dispositivo de lei esculpido, logo acima, trata-se de norma de

reprodução obrigatória, visto que sua morada se faz, sobretudo, na Lei Complementar nº.

116/2003, nos precisos termos dos §§1º e 2º, incs. I e II, do respectivo art. 6º, não existindo,

assim, equívoco de classificação pela norma local da Autuada, enquanto substituto tributário.

2.1.6. Em que pesem os argumentos lançados pela empresa, ora Autuada, no sentido de eximir-se

da responsabilidade a ela, legalmente, imposta, para exonerar-se do papel de substituto na

relação jurídico-tributária por vez instaurada, imperioso se faz reconhecer a improcedência dos

mesmos, haja vista que estamos à frente de hipótese legal que disciplina a substituição do

contribuinte, o que a torna, por conseguinte, afeta à imagem do substituto tributário.

2.1.7. Desta feita, para melhor compreendermos o instituto, merecidas são as linhas doutrinárias

dos eminentes tributaristas Eduardo Sabbag2 e Kiyoshi Harada3, para os quais a responsabilidade

tributária por substituição, respectivamente, compreende o seguinte:

“A pessoa que a lei ordena que substitua o contribuinte é chamada de “responsável por

substituição” ou, ainda, “contribuinte substituto”, ou “substituto tributário”. Ela, como terceira

pessoa escolhida, vem e ocupa o lugar do contribuinte, antes da ocorrência do fato gerador.”

...................................................................................................................................

“(...) Nesta, a obrigação do prestador do serviço desaparece, substituída que fica pela do tomador

do serviço, o qual passa a pagar o imposto próprio, apesar de não ter praticado o fato jurídico

tributável.” (destaque nosso)

2.1.8. Percebe-se, a partir da situação espelhada no examinado auto, que a empresa incorreu em

grave violação ao dispositivo de lei tributária, sendo que não se faz necessário, obrigatoriamente,

2 In Elementos do Direito Tributário. 8ª edição. Premier máxima, 2007, p. 181. 3 Ob. cit., p. 472.

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que tenha praticado atos próprios e suscetíveis à incidência do ISSQN, vez que, por expressa

vontade legal, passou a assumir a responsabilidade tributária substitutiva, obviamente, na

qualidade de tomadora dos serviços, ao assumir a relação com os seus prestadores que deram

causa a insurgência da hipótese de incidência sobre o realizado e concretizado fato gerador,

afastando-se, pois, a tese inaplicável da capacidade contributiva, segundo erige a Impugnante.

2.1.9. Ademais, apenas para derribar os exemplos citados pela Autuada, no sentido de afastar a

legitimidade passiva, os quais, inclusive, são inapropriadas à situação em vértice, colacionamos,

abaixo, dois magistrais exemplos de Eduardo Sabbag4, para melhor compreendermos o instituto

da substituição tributária. Vejamos:

“Exemplo 1: O empregador e empregado, com relação ao IRRF.

Se o empregador, e.g., deixar de reter o IRRF, a ação do Fisco deve dirigir-se contra ele, e não

contra o empregado, por este ficar excluído da relação jurídica tributária. Todavia, se a empresa

proceder ao desconto o valor do imposto no salário do empregado e não o recolher aos cofres

públicos, haverá apropriação indébita, e seus administradores serão pessoalmente responsáveis

pelos créditos tributários (art. 135, III, do CTN).

Exemplo 2: a Caixa Econômica Federal e o ganhador de um prêmio da Loteria Federal, quanto ao

IR incidente sobre tal prêmio.”

2.1.10. Ademais, para fins de ratificação, registramos decisão jurisprudencial recente do egrégio

Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, que, em circunstância assaz semelhante, trilhou pela

tese por vez declinada por esta Administração Municipal. Observemos:

““Comarca: Cubatão

Apelante: Petróleo Brasileiro S/A – Petrobrás (executado-embargante)

Apelado: Município de Cubatão (executado-embargado)

Ementa: Embargos à execução fiscal. ISS. Ilegitimidade passiva não configurada. Executada

que figura no pólo passivo em decorrência da responsabilidade tributária por substituição -

arts. 150, §7° da CF; 128 do CTN e 168, §4° do CTM. Competência tributária do Município

4 Ob. cit., p. 181.

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em que ocorreu a efetiva prestação do serviço. Decreto-lei 406/68 - entendimento consolidado

no STJ. Nega-se provimento ao recurso.

Trata-se de apelação interposta contra sentença que julgou improcedentes os embargos à execução

fiscal opostos por Petróleo Brasileiro S/A - Petrobrás em face do Município de Cubatão, com

condenação daquele ao pagamento das custas e despesas processuais, bem como honorários

advocatícios fixados em 10% sobre o valor do débito executado atualizado (fls. 116/121).

Aduz o apelante, em síntese, ser parte ilegítima, uma vez que não se trata de hipótese de

responsabilidade solidária entre o tomador e o prestador de serviço; lei municipal não tem o

condão de alterar ou ampliar o rol taxativo trazido pelo Decreto-lei 406/68; os decretos meramente

reguladores não podem inovar no mundo jurídico; o Município de Cubatão não detém competência

para cobrar ISS, pois o tributo deve ser cobrado no local do estabelecimento da empresa prestadora

(fls. 138/157).

Contrarrazões a fls. 202/204.

É o relatório.

O recurso não merece provimento.

Segundo se depreende dos autos, o Município de Cubatão ajuizou execução fiscal em face da

apelante em virtude de inadimplemento de ISS referente ao período de fevereiro de 1998 a janeiro

de 1999, no valor de R$ 13.747,52. Os embargos à execução versam sobre a ilegitimidade passiva

da executada, bem como a incompetência do apelante para cobrar o tributo em questão.

Como se observa dos autos, a empresa Climatec Engenharia e Serviços Ltda. foi contratada

pela apelante para a manutenção dos sistemas de ar condicionado e refrigeração no âmbito

da refinaria de Presidente Bernardes. Depreende-se, ainda, que não houve sequer sua

autuação, em clara demonstração que cabia à apelante, na condição de tomadora do serviço,

o recolhimento do imposto cobrado.

Assim, não há que se falar em ilegitimidade passiva. A embargante figurou no pólo passivo

do processo executivo em virtude da responsabilidade por substituição à empresa

prestadora, em consonância com o arts. 150, §7° do CF; 128 do CTN e 168, §4°, do Código

Tributário Municipal e não por ser responsável solidário. Dispõe o art. 128 que "(...) a lei

pode atribuir de modo expresso a responsabilidade pelo crédito tributário a terceira pessoa,

vinculada ao fato gerador da respectiva obrigação, excluindo a responsabilidade do contribuinte

ou atribuindo-a a este em caráter supletivo do cumprimento total ou parcial da referida

obrigação".

Outrossim, não há que se falar em ofensa ao princípio da legalidade estrita. O próprio Código

Tributário Municipal, em seu art. 168, §4°, com a redação dada pela LC 2.402, de 15 de maio de

1997, trata sobre a responsabilidade tributária por substituição, nos seguintes termos: "a pessoa

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física ou jurídica de direito público ou privado que contratar com terceiros a construção de obras

ou a prestação de serviços de qualquer natureza fica obrigada a reter na fonte o valor do tributo

devido e a efetuar o recolhimento na forma prevista neste artigo".

Com relação à competência tributária do apelado, melhor sorte não assiste à apelante.

Já está consolidado o entendimento de que "o Município competente para a cobrança do ISS, à luz

o disposto no art. 12, do Decreto-lei n° 406/68, é aquele em cujo território ocorreu o fato gerador,

ou seja, onde se deu a efetiva prestação do serviço e não aquele onde se encontra a sede do

estabelecimento prestador" (AgRg no REsp 845.711/RS).

Portanto, o local da ocorrência do fato gerador determina a competência. Em outras palavras, o

imposto é devido onde se concretiza a prestação do serviço. No caso em análise, é fato

incontroverso que o serviço foi prestado no Município de Cubatão. Destarte, patente sua

competência para exigir o recolhimento do tributo.

Ante o exposto, nega-se provimento ao recurso.” (destaques nossos)

2.1.11. Torna-se clarividente, com berço na legislação, na doutrina e na jurisprudência pátrias,

aqui ponderadas, a procedência da responsabilidade tributária por substituição da Autuada,

estando, pois, apta a figurar no pólo passivo, quando da cobrança dos valores não recolhidos,

devidamente, aos cofres desta Municipalidade, eis que, enquanto substituto tributário, no

mínimo, deveria proceder ao dever de pagar, integralmente, o ISSQN, na qualidade de tomadora

dos serviços, inexistindo qualquer amparo à correlata tese, como matéria de defesa, ao presente

auto de infração.

2.2. DA BASE DE CÁLCULO DO ISSQN. INCONSISTÊNCIA DOS ARGUMENTOS

LANÇADOS ANTE A AUSÊNCIA DE DOCUMENTOS COMPROBATÓRIOS A

EVIDENCIAR EQUÍVOCOS, COMO A INCLUSÃO DA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS AO

CUSTO COM FORNECIMENTO DE MATERIAIS. ÔNUS DA PROVA. CPC.

PROCEDÊNCIA DOS CÁLCULOS, CONFORME PROVA DOS FATOS CONSTITUTIVOS.

2.2.1. Alega o sujeito passivo, em apertada síntese, que no auto de infração em comento, a

Administração Tributária incorreu em maquiavélico vacilo, afrontando o art. 7º, §2º, inc. I, da

Lei Complementar nº. 116/2003 e, da mesma forma, a norma reproduzida no art. 110, §2º, da Lei

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Municipal nº. 793/2006, uma vez que não procedeu à dedução da base de cálculo do ISSQN,

relativo aos valores atinentes ao custo com fornecimento de materiais para a realização dos

serviços, para efeito de apuração do real e devido valor a ser exigido.

2.2.2. Desde já, é válido o esclarecimento de que as alegações, inclusive, de cunho

manifestamente protelatório, não condizem com a mais absoluta veracidade e seriedade com que

se pautaram os trabalhos de quantificação do Setor de Tributos, não passando, assim, de

argumentos desprovidos de verídica consistência, principalmente, diante da inexistência de

substrato material a lastreá-los.

2.2.3. Há de ser registrado que, em nenhum instante, a Impugnante fez questão de demonstrar,

documental e iniludivelmente, a veracidade de suas alegações, sendo indiferente, assim, ao ônus

da prova, nos termos da legislação processual cível pátria5, eis que cabe a quem alega provar o

fato, seja constitutivo, seja impeditivo, modificativo ou extintivo do direito em discussão.

2.2.4. Dito isto, impende ressaltar que, não obstante o comentário tecido, a Administração

Tributária, ao contrário da Autuada, faz prova constitutiva do crédito tributário, mediante

planilha discriminativa dos valores apurados no período de fiscalização deste presente auto de

infração, a partir dos dados constantes no livro “Razão Social” ofertado pela Impugnante, para

efeito de apuração da escorreita base de cálculo dos serviços sujeitos à incidência do ISSQN.

2.2.5. É de se aduzir também que o próprio livro ofertado pela Autuada sequer se preocupa em

desvencilhar o que foi apurado, como receita transacionada com a substituída tributária, em

termos de prestação de serviços e custo com fornecimento de materiais, tornando-a, portanto,

suscetível, em sua totalidade, suscetível à incidência do ISSQN pelo Fisco desta entidade

tributante.

5 “Art. 333. O ônus da prova incumbe: I - ao autor, quanto ao fato constitutivo do seu direito; II - ao réu, quanto à

existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor.”

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2.2.6. Em razão dos argumentos alhures despendidos, é evidente o intuito da Autuada em

protelar a apreciação definitiva do presente auto de infração, vez que resta, materialmente,

comprovado nos autos a extremada disciplina e competência do agente fiscal, quando da

apuração da real base de cálculo do ISSQN, in casu, 5% (cinco por cento) sobre o valor da

receita transacionada entre a Impugnante e a substituída tributária, no período fiscalizado, eis

que, ante o livro “Razão Social” disponível a esta Administração, não se desvencilha os

correspondentes valores, a título de prestação de serviços, dos valores decorrentes do custeio de

materiais fornecidos pelo prestador de serviços, para se proceder à possível dedução, como tenta

fazer crer e perquire a Autuada, nos termos permitidos pela lei de regência do ISSQN.

2.2.7. Reitere-se, por fim, que não há motivos para se comentar em suposta adoção equivocada

da base de cálculo, para efeitos de incidência do ISSQN, tendo em vista a demonstração

indubitável da inexistência de confusão entre ambos elementos, o que confirma a procedência

dos cálculos arbitrados pelo Fisco local.

3. DA CONCLUSÃO.

Diante do quanto aqui exposto, DECIDO pela improcedência da tese preliminar suscitada, no

sentido de afastar a ilegitimidade passiva, em virtude do reconhecimento legal da

responsabilidade tributária por substituição da Autuada, vez que na relação, por ora examinada,

veio a assumir a feição de tomadora dos serviços, o que a torna legítima, perante o Fisco

Municipal, a responder pela irregularidade constatada, aqui em apreço.

Quanto ao mérito deste auto de infração, JULGO pelo desprovimento integral, em razão da

inércia da Autuada em comprovar, de modo cabal, o equívoco aventado, não se reputando

verossímeis as alegações lançadas, no que toca à suposta inclusão do custo com o fornecimento

de materiais com o dos valores da prestação de serviços, para efeito de apuração da sua base de

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cálculo, em afronta, pois, à Súmula Vinculante nº. 31 do STF, ao art. 7º, §2º, I, da Lei

Complementar nº. 116/2003 e às normas, de mesmo teor, no CTM de Jacobina.

A partir destas considerações, determino, enquanto Autoridade Julgadora de 1ª Instância, que se

dê o devido prosseguimento à cobrança do crédito tributário apurado neste auto de infração.

Por derradeiro, impende registrar que o expediente protocolado no dia 17/01/2011, referente à

presente impugnação, não pode ser analisado neste instante, uma vez que, conforme regra do art.

32, parágrafo único6, do Código Tributário de Jacobina - Lei Municipal nº. 793/2006, demonstra-

se, sumariamente, intempestivo, precluindo, assim, à Autuada a possibilidade da instrução

probatória desta impugnação há muito ofertada no curso deste estágio inicial da fase contenciosa,

que veio a se instaurar com sua apresentação.

Nada impede, no entanto, quando em grau recursal, uma vez solicitado pela Autuada, em

possível Recurso Voluntário a ser intentado, que se proceda à análise do expediente em comento,

para fins de averiguação da procedência ou não de suas dicções pela Autoridade Julgadora de 2ª

Instância.

Publique-se. Registre-se. Intime-se.

Jacobina/BA, 25 de janeiro de 2011.

Antonio Nicolau Moura Cunha Secretário Municipal de Finanças

Decreto 003/2009 6 “Art. 32. A impugnação da exigência do crédito tributário, que instaura a fase contenciosa do procedimento, deve ser apresentada à repartição preparadora no prazo de 30 (trinta) dias, a contar da ciência do impugnante. Parágrafo Único - A impugnação será formulada por escrito e instruída com os documentos em que se fundamentar.”