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1530 DIÁRIO DA REPÚBLICA Tipo de controlo: Ensaio do equipamento; Conformidade com um equipamento de referência; Controlo periódico. Centro de ensaio; Natureza dos ensaios; Valor do coeficiente K; Potência frigorífica útil à temperatura exterior; Potência frigorífica à temperatura interior. Validade do certificado. Data de emissão. O Presidente da República, JOSÉ EDUARDO DOS SANTOS. ––––––––––––––– Decreto presidencial n.º 154/10 de 26 de Julho Considerando que com a entrada em vigor da Lei n.° 20/03, de 19 de Agosto, Lei de Bases dos Transportes Terrestres, impõe-se a necessidade de revisão do regula- mento de transportes em automóveis, aprovado pelo Decreto n.°10/89, de 22 de Abril, de forma a ajustá-lo aos princípios e ao regime previsto nesta lei para o transporte rodoviário regular de passageiros; O Presidente da República decreta, nos termos da alínea l) do artigo 120.° e do n.° 3 do artigo 125.°, ambos da Constituição da República de Angola, o seguinte: Artigo 1.º — É aprovado o Regulamento de Transportes Rodoviários Regulares de Passageiros, anexo ao presente diploma e que dele faz parte integrante. Art. 2.º — É revogada toda a legislação que contraria o disposto no presente diploma. Art. 3.º — As dúvidas e omissões suscitadas da inter- pretação e aplicação do presente diploma são resolvidas pelo Presidente da República. Art. 4.º — O presente diploma entra em vigor na data da sua publicação. Apreciado em Conselho de Ministros, em Luanda, aos 26 de Maio de 2010. Publique-se. Luanda, aos 12 de Julho de 2010. O Presidente da República, JOSÉ EDUARDO DOS SANTOS. REGULAMENTO DE TRANSPORTES RODOVIÁRIOS REGULARES DE PASSAGEIROS CAPÍTULO I Disposições Gerais ARTIGO 1.º (Âmbito) O presente diploma aplica-se ao transporte rodoviário regular de passageiros, efectuado por meio de veículos automóveis pesados, construídos ou adaptados para o trans- porte de pessoas, vulgarmente designados autocarros. ARTIGO 2.º (Transporte público e transporte particular) 1. Para efeitos do disposto no presente diploma e legisla- ção complementar, o transporte rodoviário de passageiros considera-se: a) transporte público ou por conta de outrem, qualquer transporte por estrada, realizado por empresas habilitadas a exercer a actividade transportadora, com fim lucrativo; b) transporte particular ou por conta própria, o trans- porte efectuado sem fins lucrativos ou comerciais por uma pessoa singular ou colectiva, em que: (i) o transporte constitua apenas uma actividade acessória da sua actividade principal; (ii) os veículos sejam propriedade dessa pessoa singular ou colectiva, ou por ela tenham sido adquiridos em regime de locação financeira ou de contrato de locação a longo prazo, e sejam conduzidos por um elemento do pessoal dessa pessoa singular, colectiva ou pelo pró- prio, quando se trate de pessoa singular. 2. É livre o acesso à realização de transportes particulares de passageiros, desde que a pessoa singular ou colectiva que os realize comprove documentalmente que obedece às condições referidas na alínea b) do n.° 1 do presente artigo. 3. Enquadram-se no transporte particular ou por conta própria, designadamente, os transportes de hóspedes quando realizados pelos respectivos estabelecimentos hoteleiros, de alunos pelo estabelecimento de ensino e de trabalhadores ou funcionários de uma empresa pela respectiva entidade patronal, desde que não seja de forma remunerada.

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Regulamento de transportes rodoviários regulares de passageiros

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  • 1530 DIRIO DA REPBLICA

    Tipo de controlo:

    Ensaio do equipamento;Conformidade com um equipamento de referncia;

    Controlo peridico.

    Centro de ensaio; Natureza dos ensaios; Valor docoeficiente K;

    Potncia frigorfica til temperatura exterior;Potncia frigorfica temperatura interior.

    Validade do certificado.

    Data de emisso.

    O Presidente da Repblica, JOS EDUARDO DOS SANTOS.

    Decreto presidencial n. 154/10de 26 de Julho

    Considerando que com a entrada em vigor da Lein. 20/03, de 19 de Agosto, Lei de Bases dos TransportesTerrestres, impe-se a necessidade de reviso do regula-mento de transportes em automveis, aprovado pelo Decreton.10/89, de 22 de Abril, de forma a ajust-lo aos princpiose ao regime previsto nesta lei para o transporte rodovirioregular de passageiros;

    O Presidente da Repblica decreta, nos termos daalnea l) do artigo 120. e do n. 3 do artigo 125., ambos daConstituio da Repblica de Angola, o seguinte:

    Artigo 1. aprovado o Regulamento de TransportesRodovirios Regulares de Passageiros, anexo ao presentediploma e que dele faz parte integrante.

    Art. 2. revogada toda a legislao que contraria odisposto no presente diploma.

    Art. 3. As dvidas e omisses suscitadas da inter-pretao e aplicao do presente diploma so resolvidas peloPresidente da Repblica.

    Art. 4. O presente diploma entra em vigor na data dasua publicao.

    Apreciado em Conselho de Ministros, em Luanda,aos 26 de Maio de 2010.

    Publique-se.

    Luanda, aos 12 de Julho de 2010.

    O Presidente da Repblica, JOS EDUARDO DOS SANTOS.

    REGULAMENTO DE TRANSPORTESRODOVIRIOS REGULARES

    DE PASSAGEIROS

    CAPTULO IDisposies Gerais

    ARTIGO 1.

    (mbito)

    O presente diploma aplica-se ao transporte rodovirioregular de passageiros, efectuado por meio de veculosautomveis pesados, construdos ou adaptados para o trans-porte de pessoas, vulgarmente designados autocarros.

    ARTIGO 2.

    (Transporte pblico e transporte particular)

    1. Para efeitos do disposto no presente diploma e legisla-o complementar, o transporte rodovirio de passageirosconsidera-se:

    a) transporte pblico ou por conta de outrem, qualquertransporte por estrada, realizado por empresashabilitadas a exercer a actividade transportadora,com fim lucrativo;

    b) transporte particular ou por conta prpria, o trans-porte efectuado sem fins lucrativos ou comerciaispor uma pessoa singular ou colectiva, em que:(i) o transporte constitua apenas uma actividade

    acessria da sua actividade principal;(ii) os veculos sejam propriedade dessa pessoa

    singular ou colectiva, ou por ela tenham sidoadquiridos em regime de locao financeiraou de contrato de locao a longo prazo, esejam conduzidos por um elemento do pessoaldessa pessoa singular, colectiva ou pelo pr-prio, quando se trate de pessoa singular.

    2. livre o acesso realizao de transportes particularesde passageiros, desde que a pessoa singular ou colectivaque os realize comprove documentalmente que obedece scondies referidas na alnea b) do n. 1 do presenteartigo.

    3. Enquadram-se no transporte particular ou por contaprpria, designadamente, os transportes de hspedes quandorealizados pelos respectivos estabelecimentos hoteleiros, dealunos pelo estabelecimento de ensino e de trabalhadoresou funcionrios de uma empresa pela respectiva entidadepatronal, desde que no seja de forma remunerada.

  • I SRIE N. 139 DE 26 DE JULHO DE 2010 1531

    4. O transporte pblico ou por conta de outrem s podeser efectuado por entidades devidamente habilitadas, nostermos do disposto no Captulo II.

    ARTIGO 3.

    (Transporte regular e ocasional, interno e internacional)

    Os transportes pblicos de passageiros podem serefectuados com carcter regular ou ocasional, nacional ouinternacional:

    a) so regulares os servios realizados segundoitinerrios, paragens, horrios e preos previa-mente definidos e em que a capacidade global doveculo posta disposio de todo pblico,indistintamente;

    b) so ocasionais os transportes realizados sem carc-ter de regularidade, segundo itinerrios quepodem ser estabelecidos caso a caso, quer acapacidade global do veculo seja posta dispo-sio de um s cliente, quer seja posta disposi-o de uma pluralidade de clientes;

    c) transporte interno: o transporte que se efectuatotalmente em territrio nacional;

    d) transporte internacional: o que implica o atravessa-mento de fronteiras e se desenvolve parcialmenteem territrio nacional.

    ARTIGO 4.

    (Classificao das carreiras ou linhas regulares)

    1. Os servios de transporte pblico regular colectivo depassageiros, designam-se genericamente por carreiras oulinhas regulares, realizam-se repetida e periodicamenteno mesmo percurso e classificam-se quanto s localidades eregies em que se desenvolvem, da seguinte forma:

    a) carreiras urbanas as que se efectuam dentro doslimites de um centro urbano ou de uma rea detransportes urbanos;

    b) carreiras interurbanas as que se realizam entrediferentes centros urbanos ou reas de transportesurbanos;

    c) carreiras intermunicipais as que se realizamentre municpios de uma dada provncia eno podem ser classificadas como urbanas ouinterurbanas;

    d) carreiras nterprovinciais as que se efectuamentre municpios de diferentes provncias e

    no podem ser classificadas como urbanas ouinterurbanas;

    e) carreiras locais as que se efectuam exclusi-vamente no interior de um municpio e nopodem ser classificadas como urbanas.

    2. Caracterizam-se ainda como complementares as quese realizam acidentalmente para suprir a insuficincia ou afalta de carreiras regulares e se destinam a satisfazernecessidades momentneas e anormais da procura.

    ARTIGO 5.

    (Excepo ao regime geral do transporte de passageiros)

    1. Salvo casos excepcionais, expressamente previstos nosnmeros seguintes, no transporte de pessoas s podem serutilizados veculos classificados e licenciados para o trans-porte de passageiros, no podendo ser transportadas pessoasem veculos automveis de mercadorias.

    2. Podem ser transportadas pessoas em veculos demercadorias, em caso de transporte particular, em veculoligeiro de mercadorias, desde que:

    a) alm do condutor, sejam transportadas no mximoseis pessoas;

    b) a distribuio das pessoas seja feita de maneira quea cabine seja ocupada at ao limite indicado nolivrete de circulao e as restantes pessoas sejamtransportadas na caixa de carga ou sobre esta,mas convenientemente acomodadas, sentadas eem segurana.

    3. Pode ainda ser autorizado pelas Direces Provinciaisde Transportes o transporte de pessoas em nmero superiora seis, no caso de transporte no remunerado de funcionriosou empregados de uma empresa, nas seguintes condies:

    a) os percursos no excedam 30 km num s sentido etenham sido adaptados bancos apropriados, quepermitam viajar com segurana;

    b) as condies de segurana dos veculos adaptadostenham sido verificadas, por meio de inspeco,a realizar pela entidade competente.

    4. Os caadores podem utilizar, durante a poca venatria,veculos ligeiros de mercadorias no transporte de pessoas, atao limite de seis, desde que viagem sentadas e em veculoscom peso bruto superior a 3,5 toneladas, at 10 pessoas,incluindo as que viajam na cabine.

  • 1532 DIRIO DA REPBLICA

    CAPTULO IIAcesso Actividade

    ARTIGO 6.

    (Licenciamento da actividade)

    1. A actividade de transportes rodovirios de passageirospor conta de outrem, nacional ou internacional, por meio deveculos pesados de passageiros, s pode ser exercida porpessoas colectivas, licenciadas pela Direco Nacional dosTransportes Rodovirios.

    2.A autorizao de exerccio da actividade de transportesrodovirios de passageiros por conta de outrem consubs-tancia-se numa licena, intransmissvel, a qual emitida porum prazo no superior a cinco anos e renovvel mediantecomprovao de que se mantm os requisitos de acesso actividade.

    3. No licenciamento de empresas para carreiras regulares,as entidades estrangeiras apenas podem deter at 50% docapital social das empresas a licenciar.

    4. Com vista a assegurar uma boa repartio do trfego eo equilbrio do mercado, pode o Ministro dos Transportes,sob proposta da Direco Nacional dos TransportesRodovirios e ouvidas as Direces dos Transportes dosGovernos Provinciais respectivos determinar a contingen-tao da oferta, em funo do estudo do dimensionamentoda rede existente.

    5. A Direco Nacional dos Transportes Rodoviriosprocede ao registo de todas as empresas licenciadas parao exerccio da actividade, nos termos do presente diploma.

    6. Sem prejuzo da contingentao, a renovao ouemisso de novas licenas obedecem aos seguintes prazos:

    a) a renovao de licena deve decorrer de 2 deJaneiro a 28 de Fevereiro do ano a que disserrespeito;

    b) a emisso de nova licena deve decorrer de 1 deMaro a 30 deAbril do ano a que disser respeito.

    ARTIGO 7.

    (Requisitos de acesso actividade)

    De acordo com o disposto na alnea b) do artigo 14. daLei n. 20/03, de 19 de Agosto, so requisitos de acesso actividade a idoneidade, a capacidade tcnica ou profissionale a capacidade financeira.

    ARTIGO 8.

    (Idoneidade)

    1. A idoneidade aferida pela inexistncia de impedi-mentos legais, nomeadamente a condenao por determi-nados ilcitos praticados pelos administradores, directores,gerentes.

    2. So consideradas idneas, as pessoas relativamente squais no se verifique algum dos seguintes impedimentos:

    a) proibio legal para o exerccio do comrcio;b) condenao com pena de priso efectiva igual ou

    superior a dois anos, transitada em julgado, porcrime contra o patrimnio, por trfego deestupefacientes, por branqueamento de capitais,por fraude fiscal ou aduaneira;

    c) condenao, com trnsito em julgado, na medida desegurana de interdio do exerccio da profissode transportador, independentemente da naturezado crime;

    d) condenao, com trnsito em julgado, por in-fraces graves regulamentao sobre asegurana rodoviria, nos casos em que tenhasido decretada a interdio do exerccio daprofisso de transportador;

    e) condenao, com trnsito em julgado, por infrac-es cometidas s normas relativas ao regime dasprestaes de natureza retributiva ou s condi-es de higiene e segurana no trabalho, proteco do ambiente e responsabilidadeprofissional, nos casos em que tenha sidodecretada a interdio do exerccio da profissode transportador.

    3. Para efeitos do presente diploma, quando for decretadaa sano acessria de interdio do exerccio da actividade,os administradores, directores ou gerentes em funes datada infraco que originou a sano acessria deixam depreencher o requisito de idoneidade durante o perodo deinterdio fixado na deciso condenatria.

    ARTIGO 9.

    (Capacidade tcnica e profissional)

    1. A capacidade tcnica e profissional consiste naexistncia de recursos humanos que possuam conhecimentosadequados para o exerccio da actividade, atestados porcertificado de capacidade profissional, e de outros requisitostcnicos a definir por decreto executivo conjunto dos Minis-

  • I SRIE N. 139 DE 26 DE JULHO DE 2010 1533

    tros dos Transportes e da Administrao Pblica, Emprego eSegurana Social.

    2. A capacidade profissional deve ser preenchida por umadministrador, director ou gerente que detenha poderes paraobrigar a empresa, isolada ou conjuntamente, e que a dirijaem permanncia e efectividade.

    3. Deve ser emitido pela Direco Nacional dos Trans-portes Rodovirios um certificado de capacidade profis-sional, para transportes rodovirios de passageiros, nacionaise internacionais, s pessoas que:

    a) obtenham aprovao em exame realizado de acordocom as regras do Anexo II e procedimentos adefinir por decreto executivo conjunto dos Minis-tros dos Transportes e Administrao Pblica,Emprego e Segurana Social, sobre as matriasreferidas na lista do Anexo I ao presente regula-mento; ou

    b) comprovem curricularmente ter, pelo menos, cincoanos de experincia prtica ao nvel de direconuma empresa licenciada para transportes rodo-virios de passageiros, nacionais ou interna-cionais, e obtenham aprovao em exameespecfico de controlo que obedece a regras adefinir por decreto executivo conjunto dos Minis-tros dos Transportes e Administrao Pblica,Emprego e Segurana Social.

    4. As pessoas diplomadas com curso do ensino superiorou com curso reconhecido oficialmente, que implique bomconhecimento de alguma ou algumas matrias referidas nalista do anexo ao presente diploma, podem ser dispensadas doexame relativamente a essa ou essas matrias.

    5. A Direco Nacional dos Transportes Rodoviriosreconhece os certificados de capacidade profissional paratransportes rodovirios de passageiros, emitidos pelasentidades competentes de outros Estados Membros daSADC, nos termos a regulamentar.

    6. At ser publicado o decreto executivo conjunto a quese refere o n. 1, considera-se preenchido o requisito dacapacidade tcnica ou profissional da empresa pela com-provao do disposto no n. 2 deste artigo.

    ARTIGO 10.

    (Capacidade financeira)

    1.A capacidade financeira consiste na posse dos recursosfinanceiros necessrios para garantir o exerccio daactividade e a boa gesto da empresa.

    2. Para efeitos do nmero anterior devem as empresascomprovar mediante apresentao do plano financeiro e deinvestimentos.

    ARTIGO 11.

    (Dever de informao)

    1. Os requisitos de acesso actividade so de verificaopermanente, devendo as empresas comprovar o seu preen-chimento sempre que lhes for solicitado.

    2. As empresas tm o dever de comunicar DirecoNacional dos Transportes Rodovirios as alteraes ao pactosocial, designadamente modificaes na administrao,direco ou gerncia, bem como mudanas de sede, no prazode 30 dias a contar da data da sua ocorrncia.

    3. As empresas que explorem a actividade devem enviar Direco Nacional dos Transportes Rodovirios e sDireces dos Transportes dos Governos Provinciaisrespectivos at ao dia 15 do ms seguinte ao trimestrecorrespondente dados de informao constantes das fichas adefinir pela Direco Nacional dos Transportes Rodovirios.

    ARTIGO 12.

    (Falta superveniente de requisitos, renovao e caducidade)

    1. A falta superveniente de qualquer requisito de acesso actividade deve ser suprida no prazo de seis meses acontar da data da sua ocorrncia.

    2. Decorrido o prazo previsto no nmero anterior sem quea falta seja suprida, caduca a licena para o exerccio daactividade.

    3. Os pedidos de renovao da licena de actividadedevem ser requeridos Direco Nacional dos TransportesRodovirios com a antecedencia mnima de 60 dias,relativamente ao termo do respectivo prazo de validade.

    4. A licena para o exerccio da actividade caduca:

    a) decorridos os prazos a que se refere o artigo anteriorsem que a falta seja suprida;

    b) se durante seis meses a contar da data da suaemisso a empresa no tiver licenciado nenhumveculo automvel.

    5. Com a caducidade da licena para o exerccio daactividade caducam todas as licenas dos veculos autom-veis emitidas nos termos do artigo 6.

  • 1534 DIRIO DA REPBLICA

    CAPTULO IIIAcesso ao Mercado dos Transportes

    Regulares Nacionais

    SECO IDisposies Gerais

    ARTIGO 13.

    (Regime dos transportes pblicos colectivos regularesde passageiros)

    1. Os transportes pblicos colectivos regulares de passa-geiros por meio de veculos pesados, s podem ser realizadospor empresas pblicas ou privadas, licenciadas nos termosdo presente Regulamento, mediante autorizao atribudapor carreira ou linha regular em regime de concessoou de prestao de servios, de acordo com o dispostonos artigos 15. e 16. da Lei n. 20/03, de 19 de Agosto,e em conformidade com o regulamentado nos artigosseguintes.

    2. O Ministrio dos Transportes deve criar um Obser-vatrio Nacional de Transportes Pblicos Colectivos Regu-lares de Passageiros, visando monitorizar o contrato,supervisionar, planear e fiscalizar a repartio do trfegodo transporte pblico colectivo regular de passageiros.

    ARTIGO 14.

    (Carreiras urbanas)

    1. As carreiras urbanas so atribudas por contrato deconcesso ou em regime de prestao de servios sempresas pblicas ou privadas, licenciadas nos termos dopresente diploma, seleccionadas por intermdio de concursopblico, de acordo com o disposto no artigo 15. da Lein. 20/03, de 19 de Agosto.

    2.As redes de carreiras urbanas so exploradas em regimede exclusividade ou no, em conformidade com as condiesdefinidas no contrato, aplicando-se subsidiariamente asdisposies do presente Regulamento.

    ARTIGO 15.(Concesso de redes de carreiras urbanas)

    Quando o interesse pblico o aconselhar, pode o Minis-tro dos Transportes, sob parecer da Direco Nacional dosTransportes Rodovirios e da Direco Provincial de Trans-portes respectiva, promover a organizao de redes decarreiras, em zonas ou reas que determinar, seja um centrourbano ou um conjunto de aglomerados urbanos geogra-

    ficamente contnuos, cuja explorao atribuda segundonormas a estabelecer em concurso pblico, por contratode concesso ou de prestao de servios.

    ARTIGO 16.

    (Explorao de carreiras no urbanas)

    1. As carreiras regulares no urbanas so, em princpio,exploradas por livre iniciativa das empresas transportadorasque se proponham realizar esses servios, mas carecem deautorizao a conceder por cada percurso ou linha, nostermos do artigo 19.

    2. Sem prejuzo do disposto no nmero anterior, sempreque as entidades competentes considerem haver necessi-dades da procura de transporte, regular de passageiros nosatisfeitas, podem pr a concurso a prestao desses serviosem itinerrios ou linhas que convenha estabelecer.

    3. A outorga da autorizao a que se refere o n. 1 podeser recusada ou cancelada de acordo com o disposto no n. 3do artigo 16. da Lei n. 20/03, de 19 de Agosto.

    ARTIGO 17.

    (Carreiras de interesse pblico)

    1. O Ministro dos Transportes, sob proposta da DirecoNacional dos Transportes Rodovirios, ouvida a DirecoProvincial de Transportes respectiva, pode a todo o tempoexigir da empresa ou empresas que operam em determinadaregio a realizao de carreiras que no hajam por elassido solicitadas, bem como o prolongamento das auto-rizadas, fixando a forma de uma compensao justa, quandoo novo servio no oferea condies econmicas deexplorao.

    2. A compensao fixada pelo Ministrio das Finanassob proposta do Ministrio dos Transportes, como baseno estudo econmico do novo servio e depois de ouvida aempresa.

    ARTIGO 18.

    (Estatstica dos transportes pblicos)

    1. Os requisitos de acesso actividade so de verificaopermanente, devendo as empresas comprovar o seu preen-chimento sempre que lhes for solicitado.

    2. As empresas tm o dever de comunicar DirecoNacional dos Transportes Rodovirios as alteraes ao pactosocial, designadamente modificaes na administrao,direco ou gerncia, bem como mudanas de sede, no prazode 30 dias a contar da data da sua ocorrncia.

  • I SRIE N. 139 DE 26 DE JULHO DE 2010 1535

    3. As empresas que explorem a actividade devem enviar Direco Nacional dos Transportes Rodovirios e sDireces dos Transportes dos Governos Provinciaisrespectivos at ao dia 15 do ms seguinte ao mscorrespondente dados de informao constantes das fichas adefinir pela Direco Nacional dos Transportes Rodovirios.

    SECO IIAutorizao de Carreiras no Urbanas

    ARTIGO 19.

    (Autorizao de carreiras no urbanas)

    1. As carreiras ou linhas regulares interurbanas, inter-provinciais e intermunicipais so autorizadas por despachodo Ministro dos Transportes ouvida a Direco Nacional dosTransportes Rodovirios e as Direces dos Transportes dosGovernos Provinciais respectivos.

    2. Os despachos que incidirem sobre os pedidos decarreira so publicados em Dirio da Repblica, comindicao da classificao da carreira, percurso e prazo deexplorao.

    3. Por cada carreira regular autorizada emitido umttulo, de modelo a fixar por despacho do Ministro dos Trans-portes sob proposta da Direco Nacional dos TransportesRodovirios.

    4. As carreiras locais so autorizadas pelas Direcesdos Transportes dos Governos Provinciais respectivos, nascondies previstas pelo presente Regulamento, com asdevidas adaptaes relativamente entidade competente.

    ARTIGO 20.

    (Exclusividade e necessidades pblicas)

    1. A autorizao para a explorao de uma carreira nourbana no atribui empresa a exclusividade no percursodefinido.

    2. Quando as necessidades pblicas o justificarem econsiderando os interesses da coordenao dos transportes,pode ser autorizada pelo Ministro dos Transportes, sobparecer da Direco Nacional dos Transportes Rodovirioso regime de exclusividade.

    3. Para efeitos do disposto no n. 1, a Direco Nacionaldos Transportes Rodovirios, ouvidas as Direces dosTransportes dos Governos Provinciais respectivos promove

    a repartio do trfego pelas empresas afectadas, definindo oque para tal fim julgar necessrio.

    ARTIGO 21.

    (Prazo da autorizao)

    1. O prazo mximo de validade da autorizao parauma carreira ou linha regular de 10 anos, contando-se oseu incio na data em que se verificar a respectiva autori-zao.

    2. Os prazos concedidos podem ser sucessivamenteprorrogados, a requerimento dos interessados, por perodosno superiores a cinco anos, desde que o prazo inicial,somado com as prorrogaes, no exceda 20 anos.

    ARTIGO 22.

    (Pedidos de carreiras)

    1. Os pedidos de autorizao para as carreiras ou linhasregulares so apresentados na Direco Nacional dos Trans-portes Rodovirios.

    2. Dos requerimentos devem constar o seguinte:

    a) a identidade e morada da empresa requerente e doseu representante legal, se o houver;

    b) a indicao dos locais de estacionamento para incioe fim da carreira, bem como os das paragensintermdias;

    c) a indicao das vias de comunicao por onde seefectua a carreira, segundo a sua numerao eclassificao oficiais ou designao toponmica;

    d) o nmero de veculos a utilizar, considerando apreviso de procura e extenso do percurso,frequncias, horrios e tarifas.

    3. Os requerimentos so instrudos com um exemplar daguia de depsito a que se refere o artigo 23., uma memriadescritiva do estabelecimento da carreira requerida, umgrfico com a indicao das vias de comunicao a percorrer,segundo a sua numerao e classificao oficiais oudesignao toponmica, localidades a servir com respectivasdistncias quilomtricas e tabelas tarifrias.

    ARTIGO 23.

    (Depsito)

    Com a entrega do pedido de autorizao para a explo-rao de uma carreira ou linha regular, o requerente deveproceder a um depsito no montante a fixar nos termos do

  • 1536 DIRIO DA REPBLICA

    artigo 93., numa instituio bancria, ordem da DirecoNacional dos Transportes Rodovirios, devendo para talapresentar requerimento dirigido ao Director Nacional dosTransportes Rodovirios solicitando a passagem de guia paraa efectivao do mesmo.

    ARTIGO 24.

    (Prazo para incio de explorao)

    No caso de deferimento do pedido de carreira, a DirecoNacional dos Transportes Rodovirios fixa um prazo nosuperior a 180 dias, para incio da explorao da carreira, spodendo ser autorizada a prorrogao deste prazo, emcircunstncias especiais, devidamente justificadas.

    ARTIGO 25.(Perda do depsito)

    1. Se o requerente no der incio explorao da carreira,nos 180 dias seguintes respectiva autorizao, se desistirdo pedido ou iniciar a explorao da carreira antes de possuiro respectivo ttulo, perde o depsito acima referido, que cons-titui receita do Estado.

    2. Revertem igualmente, a favor do Estado:

    a) os depsitos cuja restituio no for requerida nos30 dias seguintes ao incio da explorao dacarreira;

    b) os depsitos cuja restituio no for requerida, nocaso de indeferimento do pedido, nos 30 diasseguintes data da comunicao do indeferi-mento;

    c) os depsitos referentes a pedidos de carreiras cujoprocesso venha a ser arquivado nos termoslegais.

    ARTIGO 26.

    (Critrios de atribuio da autorizao)

    1. Sempre que forem apresentados pedidos de exploraode carreiras ou linhas regulares com percursos e paragenstotal ou parcialmente coincidentes com carreiras j atribudasou j requeridas, deve-se ter em considerao para efeitos deatribuio da autorizao a uma das empresas, em especial,o seguinte:

    a) a forma como as empresas tenham cumprido ospreceitos legais;

    b) a circunstncia do requerente ser ainda detentor deautorizao no momento em que de novo arequer;

    c) as caractersticas dos servios em exploraorelativamente aos da carreira que requerida;

    d) a extenso de percurso da carreira pedida coinci-dente com outra j autorizada;

    e) a data do pedido de autorizao.

    2. As dvidas que se suscitarem sobre a classificaodos concorrentes relativamente mesma autorizao soresolvidas por despacho do Ministro dos Transportes, ouvidaa Direco Nacional dos Transportes Rodovirios.

    3. Caso a empresa que obtiver a autorizao, no iniciara explorao da carreira dentro do prazo estabelecido, estaatribuda empresa que se segue de acordo com os critriosadoptados.

    ARTIGO 27.

    (Cauo)

    1. Aps autorizada uma carreira e antes do incio da suaexplorao, a empresa obrigada a prestar uma cauo,respeitante manuteno dessa carreira, vigente para operodo de validade da autorizao, por meio de depsito emnumerrio ou por garantia bancria.

    2. O abandono da explorao de uma carreira ou linharegular antes do termo do prazo da autorizao ou o seucancelamento por imposio da Direco Nacional dosTransportes Rodovirios implica a perda da respectivacauo.

    3. So restitudas as caues respeitantes a carreiras cujatransferncia tenha sido autorizada, desde que idnticacauo seja prestada pela empresa para quem a carreira transferida.

    4. So igualmente restitudas as caues referentes scarreiras que deixem de ser exploradas em conformidadecom as disposies do presente regulamento.

    5. O operador deve prestar uma cauo anualde Kz: 240 000,00 por cada veculo afecto ao transportepblico regular de passageiros, visando garantir a imple-mentao e modernizao tecnolgica e ambiental do sistemade transporte pblico colectivo regular de passageiros, taiscomo o sistema de monitorizao de viagens e posiciona-mento geogrfico de veculos pelo Observatrio Nacionalde Transporte Pblico Colectivo Regular de Passageiros aque se refere o n. 2 do artigo 13., ou o sistema de bilhticaque permita a operacionalizao dos servios previstos nosartigos 42. a 45.

  • I SRIE N. 139 DE 26 DE JULHO DE 2010 1537

    SECO IIITransferncia, Suspenso Temporria e Cancelamento

    ARTIGO 28.

    (Transferncia ou suspenso de carreiras autorizadas)

    A transferncia da explorao de uma carreira para outrooperador, a suspenso temporria ou o fim da sua exploraoantes do termo do prazo, deve ser requerida ao Ministrodos Transportes, s podendo efectivar-se depois de autori-zada.

    ARTIGO 29.

    (Cancelamento de carreiras)

    1. O Ministro dos Transportes pode determinar o cance-lamento de qualquer carreira, em conformidade com o n. 3do artigo 16. da Lei n. 20/03, de 19 de Agosto, por nocumprimento por parte do transportador das obrigaes a elareferentes, quando o interesse pblico da coordenao detransportes o determinar.

    2. O transportador a quem tenha sido cancelada umacarreira com fundamento em falta de cumprimento das suasobrigaes no pode requerer nova carreira com o mesmopercurso enquanto no decorrer um ano a contar da data decancelamento.

    SECO IVExplorao

    ARTIGO 30.

    (Explorao directa e princpios gerais)

    As empresas autorizadas a realizar carreiras ou linhasregulares esto obrigadas sua explorao directa, sendovedada a subcontratao e devem respeitar os princpiosinerentes aos servios de transporte pblico, cumprir ascondies de explorao aprovadas, designadamente quantoa itinerrios, horrios, frequncias e preos, bem como agarantir oferta de transporte adequada e a assegurar infor-mao ao pblico sobre os servios que prestam e sobre astarifas em vigor.

    ARTIGO 31.

    (Seguro de responsabilidade civil)

    1. O transportador obrigado a contratar um seguroajustado cobertura dos riscos da sua responsabilidade civil,relativamente s carreiras autorizadas, a efectuar-se nostermos estabelecidos pela legislao em vigor.

    2. E obrigatria a exibio da aplice do seguro deresponsabilidade civil ou, respectivo certificado, para que a

    explorao da carreira se inicie, bem como, do recibo deseguro, todos os anos, para que possa prosseguir a exploraoda carreira.

    SECO VCondies de Explorao

    ARTIGO 32.

    (Oferta de transporte)

    1. Os transportadores titulares de autorizao para aexplorao de carreiras ou linhas regulares esto obrigados,em termos gerais, a assegurar uma oferta de transporte demodo a satisfazer, o melhor possvel, a procura.

    2. Quando necessrio, devem proceder a desdobramentos,quer na origem das carreiras, quer nos pontos de escalaintermdios.

    3.ADireco Nacional dos Transportes Rodovirios podetomar as medidas que julgar convenientes para que sejagarantida uma oferta de transporte suficiente, designada-mente, impondo o aumento do nmero de veculos ou dasfrequncias inicialmente estabelecidas.

    4. Se, da aplicao do disposto no nmero anteriorresultarem maiores encargos de explorao para um trans-portador, relativamente a outros autorizados para a explo-rao de carreiras, na mesma rea geogrfica, o Ministro dosTransportes, ouvida a Direco Nacional dos TransportesRodovirios, determina o que tiver por conveniente, a fim dealcanar a repartio dos encargos pelos diferentes trans-portadores, se os interessados no chegarem a acordo.

    ARTIGO 33.

    (Garantia de transporte)

    1. Sempre que, no desenvolvimento de uma carreira, oveculo se avarie e no possa rapidamente ser reparado, otransportador deve promover a sua imediata substituio poroutro igualmente licenciado e no sendo isso possvel, deveassegurar por todos os meios ao seu alcance o transporte dospassageiros para o respectivo local de destino.

    2. As ocorrncias do tipo previsto no n. 1 deste artigodevem ser imediatamente comunicadas Direco Nacionaldos Transportes Rodovirios.

    ARTIGO 34.

    (Percursos ou itinerrios)

    1. Os itinerrios, os locais de paragem e de estaciona-mento das carreiras ou linhas regulares, aps aprovao pela

  • 1538 DIRIO DA REPBLICA

    Direco Nacional dos Transportes Rodovirios, s podemser alterados por motivos de fora maior.

    2. Para fixao, dentro das localidades, dos itinerrios,locais de paragem e de estacionamento de veculos afectos acarreiras ou linhas regulares, so ouvidas as Direces dosTransportes dos Governos Provinciais respectivos das reaspercorridas pela carreira.

    3. Sem prejuzo do disposto no n. 1, quando se verifiqueque o itinerrio de uma carreira carece de ajustamento nointeresse da regio e das populaes a que se destina, podemser introduzidas modificaes, mediante aprovao pelaDireco Nacional dos Transportes Rodovirios.

    ARTIGO 35.

    (Paragens, tomada e largada de passageiros)

    1. Sem prejuzo do disposto no n. 2, no decurso dacarreira permitido atravessar, parar, tomar e largar passa-geiros e bagagens nas localidades definidas pela DirecoNacional dos Transportes Rodovirios, constantes do ttulode concesso ou autorizao de explorao.

    2. Em reas ou linhas em que vigorem outros serviosde transporte colectivo concedidos, designadamente emconformidade com o disposto nos artigos 14. e 15. dopresente regulamento, dentro da rea ou linha concedida nopodem ser tomados passageiros cujo local de destino se situedentro da mesma rea ou linha ou que concorra com oobjecto desses servios.

    ARTIGO 36.

    (Aprovao de horrios)

    1. Compete Direco Nacional dos Transportes Rodo-virios ou s Direces dos Transportes dos GovernosProvinciais respectivos, consoante os itinerrios das carreirasou linhas regulares, aprovar os horrios propostos pelo trans-portador, que devem garantir as necessidades da procura eter em considerao os limites de velocidade estabelecidosno Cdigo de Estrada, as condies das estradas e ascaractersticas dos veculos.

    2.ADireco Nacional dos Transportes Rodovirios podeimpor ou autorizar a conjugao dos horrios das carreirasque digam respeito a uma mesma rea geogrfica, no sentidoda melhor conjugao entre carreiras para coordenao dostransportes pblicos.

    3. No caso de carreiras provinciais, intermunicipais elocais compete s Direces dos Transportes dos GovernosProvinciais respectivos a aprovao dos horrios.

    ARTIGO 37.

    (Horrios normais e extraordinrios)

    1. As carreiras ou linhas regulares podem ter, alm dohorrio normal, um horrio extraordinrio aplicvel em diasde procura excepcional.

    2. Os horrios normais so estabelecidos antes de iniciadaa explorao da carreira e podem ser alterados, arequerimento do transportador ou por iniciativa da DirecoNacional dos Transportes Rodovirios.

    3. Os pedidos para a realizao de horrios extraor-dinrios devem dar entrada na Direco Nacional dos Trans-portes Rodovirios ou nas Direces dos Transportes dosGovernos Provinciais respectivos, com pelo menos 10 dias deantecedncia sobre a sua efectivao.

    4. Nas tabelas de horrios, normais ou extraordinrios,deve constar a hora de passagem dos veculos em todas aslocalidades servidas pela carreira.

    ARTIGO 38.

    (Servio combinado entre empresas autorizadas)

    1. As empresas autorizadas a explorar carreiras ou linhasregulares podem celebrar, com outras igualmente autori-zadas, contratos de servio combinado.

    2. Os contratos de servio combinado s entram em vigor,aps aprovao pelo Ministro dos Transportes ouvidos Direco Nacional dos Transportes Rodovirios e outrosrgos reguladores modais intervenientes que, caso se venhaa frustrar o acordo entre empresas, define o regime a adoptarno servio combinado.

    3. As questes suscitadas entre empresas autorizadas explorao de carreiras, que no digam respeito matriacivil ou comercial dos contratos e no sejam resolvidas porarbitragem so solucionadas por despacho do Ministro dosTransportes.

    ARTIGO 39.

    (Terminais, estaes ou abrigos)

    1. Nos pontos extremos do percurso das carreiras regu-lares urbanas, interurbanas, interprovinciais, intermunicipais,

  • I SRIE N. 139 DE 26 DE JULHO DE 2010 1539

    locais e internacionais e, nos pontos intermdios que pela suaimportncia, forem para este efeito designados, devem serconstrudos terminais, estaes ou abrigos, conforme o caso.

    2. As condies de implantao e de explorao dosterminais, estaes e abrigos, a que se refere o n. 1 desteartigo so definidas por decreto executivo do Ministro dosTransportes sob proposta da Direco Nacional dos Trans-portes Rodovirios.

    3. Quando no existirem os equipamentos referidos nospontos anteriores, as empresas autorizadas a explorarcarreiras devem construir conforme o caso, terminais ouestaes com sala de espera, destinados aos passageiros, comcondies para venda de bilhetes e despacho de bagagens.

    4. O Ministrio dos Transportes pode implementar comos respectivos Governos Provinciais infra-estruturas de apoioaos servios e clientes visando salvaguardar os projectosligados gesto urbanstica e territorial.

    5. No referente ao ponto anterior, os operadores ouempresas de transporte pblico colectivo regular de passa-geiros que tenham como ponto de partida, chegada oupassagem, locais onde as infra-estruturas de apoio tenhamsido implementadas pelo Estado, so obrigadas a usar oscorrespondentes servios at ao limite das suas capacidades.

    6. Os procedimentos de utilizao e modelo de gesto dainfra-estrutura de apoio, como o caso de terminais depassageiros, so regulados por decreto executivo conjuntodos Ministros dos Transportes e das Finanas, ouvidos oscompetentes Governos Provinciais.

    ARTIGO 40.

    (Informao e sinalizao)

    1. Os veculos utilizados nas carreiras devem terassinalado no interior e no exterior, as seguintes indicaes:

    a) no interior do veculo, em stio bem visvel deve serinscrito o nmero da matrcula e a lotao emconformidade com o respectivo livrete;

    b) no exterior, em local bem visvel deve ser apostoum letreiro, que de noite devidamenteiluminado, que indica o local do destino dacarreira.

    2. No exterior da caixa dos veculos s podem constarindicaes do nome do transportador e a sua sede bem como

    os nomes de localidades servidas pela carreira e o nmero deordem atribudo ao veculo pelo transportador ou o nmeroatribudo carreira.

    3. As tabelas de frequncias, horrios, preos e outroselementos de informao determinados pela DirecoNacional dos Transportes Rodovirios, devem estar afixadosem local bem visvel ou assegurada a sua fcil disponibi-lizao aos passageiros e a entidades fiscalizadoras.

    4. A publicidade comercial deve obedecer a legislaosobre a matria e no pode desvirtuar, minimizar ou encobriros elementos de informao e sinalizao do veculo eservios inerentes.

    SECO VIPreos e Ttulos de Transporte

    ARTIGO 41.

    (Tarifas e preos)

    1. Os preos dos ttulos de transporte das carreirasregulares no urbanas e locais so estabelecidos livrementepelas empresas transportadoras, tendo em conta os custosde produo e a situao do mercado de transportes, mascarecem de aprovao pela autoridade competente emmatria de preos e devem respeitar o seguinte:

    a) as crianas de idade at 5 anos, nas carreiras detransporte pblico regulares, viajam gratuita-mente;

    b) as crianas de idade inferior a 12 anos que ocupa-rem lugar nas carreiras pblicas regulares, pagammeio bilhete, correspondente a meio preo.

    2. Os preos dos ttulos de transporte e as condies detransporte predefinidos e em vigor a cada momento devemser publicados e adequadamente divulgados pelas empresastransportadoras.

    ARTIGO 42.

    (Bilhete individual e colectivo)

    1. Em todas as carreiras obrigatrio o uso de um bilhetepor cada passageiro, em qualquer das suas modalidades.

    2. Exceptua-se do disposto no nmero anterior os casosde grupos que viagem constituindo uma comunidade, paraos quais pode ser emitido um bilhete colectivo, emborasujeito s tarifas normais, o qual conservado pelo chefe dogrupo, sobre quem recai a obrigao de o apresentar.

  • 1540 DIRIO DA REPBLICA

    ARTIGO 43.

    (Bilhetes simples, de ida e volta e de assinatura)

    1. Os bilhetes nas carreiras interurbanas, provinciais,interprovinciais, e intermunicipais podem ser simples, de idae volta e de assinatura, devendo ser concedida redues nosbilhetes de ida e volta e nos de assinatura, com base nospreos das passagens normais.

    2. O prazo de validade dos bilhetes de ida e volta de15 dias.

    3. Se o bilhete no for utilizado na viagem para que tiversido adquirido, pode ser revalidado para utilizao posterior,dentro do prazo de validade, em qualquer carreira do mesmotransportador que sirva o percurso.

    4. O bilhete de ida e volta, no regresso, pode ser utilizadoem qualquer carreira do mesmo transportador que sirvao percurso para que vlido, independentemente da tarifaaprovada para a carreira em que for aproveitado, semque o passageiro tenha direito a qualquer reembolso e semque o transportador possa efectuar qualquer cobranasuplementar.

    5. Os bilhetes de assinatura, cujos modelos e validade,so aprovados pela Direco Nacional dos TransportesRodovirios, so pessoais e intransmissveis.

    6. Por iniciativa das autoridades pblicas, ou do prpriotransportador, podem ser criados bilhetes de assinatura paraestudantes ou outras categorias socioprofissionais, com areduo sobre os preos das passagens normais, a fornecermediante apresentao de documento que comprove asituao do utente.

    ARTIGO 44.

    (Passe nico e ttulos de transporte combinado)

    1. Pode o Ministrio dos Transportes criar um passe outtulo de transporte combinado que permita a utilizao dotransporte oferecido por diversos operadores.

    2. Podem igualmente ser criados passes ou ttulos detransporte combinado, por iniciativa e acordo entre asempresas operadoras, que permitam utilizao nos serviosque prestam, a ser aprovados pela Direco Nacional dosTransportes Rodovirios.

    3. Para efeitos do disposto no nmero anterior, os acordosentre empresas devem discriminar os percursos abrangidos

    pelo ttulo combinado, as condies de utilizao e preos apraticar, bem como os critrios de distribuio da receitaentre empresas e o perodo de validade do acordo.

    ARTIGO 45.

    (Contedo e venda de bilhetes)

    1. Nos bilhetes deve constar o nome ou firma do trans-portador, o percurso, o preo e a data da viagem.

    2. Nos bilhetes de assinatura, a data a indicar a do incioda respectiva validade.

    3. A venda de bilhetes pode ser efectuada nos escritriosda empresa transportadora, nas bilheteiras ou locais deembarque, antes da hora da partida ou, ainda, dentro dosveculos, durante a viagem, sendo obrigatria a entrega dobilhete ao passageiro.

    4. Exceptuam-se os bilhetes de assinatura que no sovendidos a bordo do veculo.

    ARTIGO 46.

    (Ocupao de lugares)

    1. O bilhete confere ao passageiro o direito a um lugarsentado no veculo que efectuar a viagem, salvo em carreirasurbanas ou outras de curta distncia em que tenha sidoautorizada a utilizao de veculos cujas caractersticas elotao incluem o transporte de pessoas em p.

    2.A criana que for portadora de meio bilhete tem direitoa um lugar, contudo, se no mesmo veculo seguirem duas oumais crianas portadoras de meio bilhete, por cada duas podecorresponder um nico lugar.

    3. Nas carreiras em que esteja autorizado o transporte depessoas em p, devem estar cativos lugares sentados parapassageiros portadores de deficincia, doentes, idosos egrvidas, num mnimo de quatro lugares correspondentes aosprimeiros bancos, a partir da entrada dos veculos, devida-mente assinalados com essa indicao.

    4. Os lugares referidos no nmero anterior, quando vagos,podem ser ocupados a ttulo precrio por outros passageiros,que se obrigam a ced-los logo que se apresentem passa-geiros nas referidas condies, devendo os condutores, fiscaisou cobradores fazer desocupar os aludidos lugares, pelaordem inversa da ocupao dos mesmos.

  • I SRIE N. 139 DE 26 DE JULHO DE 2010 1541

    5. Em todos os veculos utilizados em carreiras, emboraexcedendo a lotao, deve ser assegurado um lugar destinado fiscalizao da Direco Nacional dos Transportes Rodo-virios ou das Direces Provinciais dos Transportes.

    SECO VIBagagens

    ARTIGO 47.(Objectos perdidos)

    Os objectos encontrados nos veculos que no possam serentregues aos seus proprietrios so depositados, duranteuma semana, na sede ou agncia da empresa transportadorae, quando no reclamados dentro deste prazo, confiados autoridade competente.

    ARTIGO 48.(Transporte de bagagens)

    1. Nos veculos de passageiros afectos a carreirasinterurbanas, provinciais, interprovinciais e internacionais obrigatrio o transporte gratuito das bagagens dos mesmos,quando o peso no exceda 20kg por cada passageiro, at aolimite da capacidade do veculo para esse efeito.

    2. Para efeitos do presente regulamento, so consideradasbagagens os objectos destinados ao uso do passageiro conti-dos em malas, cestos, sacos de viagens e outras embalagensdo gnero e, ainda:

    a) as cadeiras portteis para repouso;b) os carrinhos para crianas;c) as malas de amostras de mercadorias;d) os instrumentos de msica portteis;e) os instrumentos de agrimensura ou topografia at

    4m de comprimento;f) as ferramentas de artfice, em caixas ou sacos;g) os velocpedes sem motor.

    3. Pelo excedente a 20kg de bagagem do passageiro, devido pelo seu transporte o preo que resultar da aplicaodas tarifas que vigorarem na tabela de preos para o efeito.

    4. O transportador s obrigado ao transporte do excessode peso de bagagem dentro dos limites da capacidade decarga do veculo.

    ARTIGO 49.(Transporte de volumes)

    1. Nos veculos utilizados em carreiras interurbanas,interprovinciais e internacionais ainda permitido o trans-porte no acompanhado de pequenos volumes at 15kg, noexcedendo o peso total de 260kg, dentro dos limites dacapacidade do veculo.

    2. O transporte de volumes pago de harmonia com atarifa aprovada para o efeito.

    3. No permitido o transporte de volumes no interiordos veculos sempre que as respectivas dimenses nopermitam a sua fcil arrumao sob os bancos ou em lugar aesse fim destinado, de forma a no incomodar ou prejudicaros passageiros.

    4. proibido o transporte de quaisquer mercadorias ouanimais que pela sua natureza possam causar incmodo ouprejuzo aos passageiros transportados.

    ARTIGO 50.(Expedio de bagagens e volumes)

    1. As bagagens e volumes aceites para expedio noacompanhada pelo passageiro, so expedidas na primeiracarreira a realizar aps a aceitao e so postas disposiodo destinatrio at 12 horas aps a sua chegada ao local dodestino.

    2. As empresas transportadoras tm a faculdade derecusar a recepo de bagagens ou volumes frgeis, que nose encontrem devidamente embalados.

    ARTIGO 51.(Indemnizao por atraso na entrega)

    1. Salvo caso de fora maior, havendo atraso na entrega,o transportador fica obrigado a pagar uma indemnizaofixada em Kz: 80,00 por kg de bagagens ou mercadorias,por perodo indivisvel de 24 horas, at ao mximo de 7 dias.

    2. A indemnizao prevista no nmero anterior no podeacrescer devida por perda total, nem acrescer devida porperda parcial.

    ARTIGO 52.(Levantamento de bagagens e volumes expedidos)

    1. As bagagens no acompanhadas e volumes expedidosdevem ser levantados dentro das 48 horas seguintes recepo do aviso feito pelo transportador ao destinatrio.

    2. Se estes prazos forem excedidos, o destinatrio pagauma taxa de armazenagem fixada em Kz: 80,00 por kg e porperodo indivisvel de 24 horas.

    3. Considera-se abandonada a bagagem ou mercadoriaque no for levantada dentro dos 30 dias seguintes recepodo aviso, excepto quando se tratar de gnero perecvel,sujeito rpida deteriorao, para os quais este prazo ficalimitado a 48 horas.

    4.As bagagens ou mercadorias abandonadas so vendidasem hasta pblica, na presena de um representante daautoridade administrativa local. Do produto da venda sopagas ao transportador as despesas de armazenagem e oexcedente, se o houver, de ser entregue a quem de direito que

  • 1542 DIRIO DA REPBLICA

    o reclame no prazo de 60 dias, findo o qual a quantiaem depsito reverte a favor do transportador.

    ARTIGO 53.(Indemnizao por perda total ou parcial)

    1. Por perda total ou parcial de bagagens ou volumes,pode ser reclamada ao transportador uma indemnizao nosseguintes termos:

    a) se o quantitativo da perda for provado, uma somaigual a esse quantitativo, no podendo em casoalgum exceder Kz: 596 250,00;

    b) se o quantitativo da perda no for provado, umaimportncia calculada, por estimativa, razo deKz: 318,00 por quilograma de peso bruto emfalta.

    2. So, igualmente reembolsados ao destinatrio, ospreos dos transportes e outras quantias despendidas com otransporte das bagagens e volumes perdidos.

    ARTIGO 54.(Indemnizao por avaria)

    Em caso de avaria das bagagens, o transportador devepagar o valor da depreciao sofrida pelas mesmas. Todavia,a indemnizao no pode exceder:

    a) o quantitativo que teria atingido no caso deperda total, em caso de avaria na totalidade dabagagem;

    b) o quantitativo correspondente a perda parcial, sesomente uma parte da bagagem tiver sido depre-ciada pela avaria.

    SECO VIIPessoal

    ARTIGO 55.(Carto de identidade do pessoal)

    1. Nos veculos utilizados em carreiras de servio pblicode passageiros, alm dos respectivos condutores pode prestarservio um cobrador.

    2. Os condutores, os cobradores e os empregadosda fiscalizao so obrigatoriamente portadores de um cartode identidade, emitido pela empresa transportadora comfotografia, nome e categoria e, no caso dos condutores, aindicao do nmero de carta de conduo.

    3. S podem exercer a profisso de cobrador ouempregados da fiscalizao comercial os indivduos de idadesuperior a 18 anos.

    ARTIGO 56.(Registos de pessoal)

    Os transportadores so obrigados:

    a) a ter disposio da Direco dos Transportes dosGoverno Provincial aonde se localiza a sua sedee onde so prestados os servios, uma relaoactualizada, com nomes e residncias dos condu-tores, cobradores e fiscais, que prestam servionos seus veculos;

    b) a registar, em cada dia, os nomes dos condutores edos cobradores em servio e os nmeros dosveculos em que trabalharam.

    ARTIGO 57.(Deveres do pessoal perante os passageiros)

    1. So considerados deveres elementares do pessoal quepresta servio nos veculos utilizados nas carreiras, osseguintes:

    a) usar de deferncia para com os passageiros eagentes de fiscalizao, prestando a uns e outrostodos os esclarecimentos que lhe sejam pedidos;

    b) prestar ao passageiro todo o auxlio de que carea,tendo especial ateno para com as mulheresgrvidas, diminudos fsicos, velhos e crianas;

    c) no importunar os passageiros com exigncias nojustificadas;

    d) velar pela segurana e comodidade dos passageiros;e) no fumar, quando em servio, nem tomar quais-

    quer refeies nos veculos;f) verificar antes de abandonar os veculos em que

    prestam servio, se nos mesmos se encontramquaisquer objectos que neles tenham sidoesquecidos, pelos passageiros.

    2. O cobrador deve dar sinal de paragem sempre que lheseja pedido e s deve dar o sinal de partida depois de seassegurar de que as portas do veculo se encontram bemfechadas e os passageiros em segurana.

    3. O condutor deve parar o veculo sempre que lhe sejafeito sinal para esse fim, em locais de paragem apropriadose facilitar a entrada e a sada dos passageiros sem perigo paraestes e sem prejuzo da circulao rodoviria.

  • I SRIE N. 139 DE 26 DE JULHO DE 2010 1543

    4. Nos percursos onde estejam sinalizados os locais deparagem vedado aos condutores parar os veculos foradesses locais.

    5. Nos veculos em que o condutor seja agente nico, exclusivamente dele a responsabilidade consequente deparagem e do arranque do veculo.

    SECO VIIIDireitos e Deveres dos Passageiros

    ARTIGO 58.(Direitos e deveres dos passageiros)

    1. O ttulo de transporte confere ao passageiro o direito aotransporte, nas condies definidas no presente Regulamentopara a carreira para que o tenha adquirido.

    2. O passageiro pode fazer-se acompanhar de bagagense volumes portteis, de animais de companhia e de outrosbens, nos termos do artigo 48. e seguintes.

    3. O ttulo de transporte deve ser conservado durante aviagem e ser apresentado sempre que for pedido pelosempregados do transportador ou pelos agentes de fiscali-zao.

    4. O passageiro que deixar o veculo em local anteriorquele para que tirou bilhete no tem direito a reembolso.

    ARTIGO 59.(Proibies impostas aos passageiros)

    1. proibido aos passageiros, o seguinte:

    a) abrir ou manter abertas as janelas quando hajaoposio de outros passageiros, que sejam poreste facto incomodados;

    b) ocupar injustificadamente mais espao do que o quelhe corresponde e tomar atitudes ou praticar actosque incomodem os outros passageiros, ofendama moral ou prejudiquem a boa ordem e o asseiodos veculos;

    c) debruar-se fora dos veculos durante a marcha;d) subir ou descer com os veculos em andamento;e) causar demoras injustificadas;f) sujar ou deteriorar injustificadamente qualquer parte

    dos veculos ou lanar neles quaisquer detritosou objectos que os sujem ou deteriorem;

    g) pendurar-se em qualquer parte do veculo ou dosseus acessrios;

    h) dificultar a passagem nas coxias ou o acesso sportas;

    i) manter discusses com o pessoal ou com osrestantes passageiros;

    j) colocar quaisquer volumes pesados sobre os bancos,os ps sobre os estofos ou quaisquer objectos emlugar que no pertenam ao passageiro;

    k) arremessar dos veculos quaisquer objectos;l) transportar volumes que pela sua natureza, forma,

    dimenso ou cheiro possam causar incmodo aosoutros passageiros ou danificar o veculo;

    m) utilizar aparelhos sonoros ou fazer barulho deforma a incomodar os outros passageiros.

    2. Os passageiros devem respeitar as instrues dadaspelos agentes de fiscalizao, no mbito do exerccio das suasfunes.

    3. Nos casos em que o incumprimento pelos passageirosdos deveres que lhes incumbem perturbe os outros passa-geiros, cause danos ou interfira com a boa ordem do serviode transporte, o pessoal em servio pode determinar a suasada do veculo, recorrendo interveno fora de seguranapblica competente em caso de incumprimento dessadeterminao.

    4. O passageiro que for expulso do veculo por ter infrin-gido as disposies regulamentares, perde o direito viagem,no podendo reclamar reembolso do preo do ttulo de trans-porte.

    ARTIGO 60.

    (Interdio de entrada nos veculos)

    Sem prejuzo do princpio do direito de acesso do pblicoao transporte, pode ser interditada a entrada em veculos detransportes colectivos a pessoas que possam incomodar osoutros passageiros, nomeadamente, as que se apresentem nassituaes seguintes:

    a) em estado de embriaguez;b) sejam portadoras de doenas que possam causar

    repulsa ou contagiar os restantes passageiros;c) em estado de sujidade ou utilizando trajo, que possa

    incomodar ou prejudicar os outros passageiros;d) sejam transportadoras de objectos perigosos ou

    armas de fogo, no sendo militares ou agentes daautoridade.

    SECO IXCarreiras Complementares

    ARTIGO 61.

    (Explorao de carreiras complementares)

    1.As carreiras complementares s podem efectuar-se emlocais de feiras, mercados, festividades, eventos desportivos

  • 1544 DIRIO DA REPBLICA

    ou de outros eventos ocasionais que se realizem em locais jservidos por carreiras regulares e quando estas foreminsuficientes para assegurar a procura suplementar.

    2. Salvo casos especiais, devidamente justificados, ascarreiras complementares so exploradas por empresasautorizadas para a realizao de carreiras regulares.

    3. As carreiras complementares no podem abranger, nomesmo percurso, mais de 10 dias em cada ms.

    4. Em casos especiais, devidamente fundamentados, podeser autorizada a realizao de carreiras complementares coma durao de 30 dias.

    5. Os preos dos ttulos de transporte em carreiras com-plementares realizadas em percurso onde existam outrascarreiras, no podem ser inferiores nem superiores aos preosaprovados para estas.

    ARTIGO 62.

    (Pedidos de carreiras complementares)

    1. Compete Direco dos Transportes do GovernoProvincial da rea onde estiver situado o incio da carreiracomplementar, a instruo dos processos referentes a essascarreiras, entidade que deve averiguar o que entendernecessrio para o efeito, devendo submeter autorizao daDireco Nacional dos Transportes Rodovirios.

    2. As autorizaes para carreiras complementares devemser requeridas com uma antecedncia mnima de 30 dias,em relao data pretendida para o seu incio.

    3. Dos requerimentos pedindo autorizao para explo-rao de carreiras complementares, dirigidos DirecoNacional dos Transportes Rodovirios, deve constar:

    a) o nome do requerente, a indicao das carreiras queexplora e respectivos percursos;

    b) o nmero de veculos a utilizar;c) as tarifas;d) os itinerrios;e) parecer favorvel das Direces dos Transportes

    dos Governos Provinciais intervenientes.

    4. Os requerimentos so instrudos com um grfico coma indicao das vias de comunicao a percorrer, segundo asua numerao e classificao oficiais ou designaotoponmica.

    5. Em caso de apresentao de mais de um pedido pararealizao de carreiras complementares tm preferncia paraa sua atribuio os titulares de autorizaes de carreirasregulares com percurso coincidente com o que foi requeridopara a carreira complementar.

    CAPTULO IVTransportes Ocasionais e dos Transportes

    Internacionais

    ARTIGO 63.

    (Transportes ocasionais)

    Os servios de transporte ocasional, de mbito interno,podem ser livremente realizados por empresas licenciadaspara o exerccio da actividade conforme estabelecido emregulamento prprio.

    ARTIGO 64.

    (Transportes ocasionais coincidentes com carreiras regulares)

    Exceptuam-se do disposto no artigo anterior os serviosocasionais que utilizem os trajectos de carreiras regulares, osquais carecem de autorizao prvia a conceder pelaDireco Nacional dos Transportes Rodovirios por cadaservio a efectuar, nos termos do presente Regulamento.

    ARTIGO 65.(Transportes internacionais)

    1. Os transportes internacionais regulares, a realizar portransportadores no residentes esto sujeitos autorizao aemitir pela Direco Nacional dos Transportes Rodovirios,a qual condicionada pelo princpio de reciprocidade.

    2. Os transportes internacionais regulares, a realizar portransportadores residentes, entre o territrio angolano e oterritrio de pases com quem o Estado Angolano haja cele-brado um acordo bilateral ou multilateral sobre transportesrodovirios, esto sujeitos autorizao a emitir pela Direc-o Nacional dos Transportes Rodovirios dentro dos limitesquantitativos resultantes desses acordos ou convenes.

    3. No esto abrangidos pelo regime de autorizaoprevisto neste artigo os transportes que, por convenesmultilaterais ou por acordo bilateral, tenham sido liberali-zados.

    4. Para efeitos do disposto no presente diploma eexpressamente no presente artigo, considera-se:

    a) transportador residente qualquer empresaestabelecida em territrio nacional licenciadapara o exerccio da actividade de transportesrodovirios de passageiros;

    b) transportador no residente qualquer empresaestabelecida num pas estrangeiro habilitada aexercer a actividade nos termos da regulamen-tao desse pas.

  • I SRIE N. 139 DE 26 DE JULHO DE 2010 1545

    CAPTULO VVeculos

    ARTIGO 66.

    (Veculos)

    1. Nos transportes pblicos colectivos de passageiross podem ser utilizados veculos automveis pesados dematrcula nacional, construdos ou adaptados para o trans-porte de mais de 20 lugares, propriedade do transportadorou adquiridos por este em regime de locao financeira,devidamente inspeccionados pelos rgos competentes,devendo as caractersticas tcnicas dos veculos afectos aosdiferentes servios de transporte pblico serem definidas pordecreto executivo do Ministro dos Transportes sob propostada Direco Nacional dos Transportes Rodovirios.

    2. Alm dos requisitos previstos neste regulamento edemais legislao aplicvel, as caractersticas especficas dosveculos a utilizar so estabelecidas pela Direco Nacionaldos Transportes Rodovirios, tendo em ateno as necessi-dades de segurana, conforto e outras que o exerccio daactividade exija.

    3. Em casos especiais e, a ttulo excepcional, a DirecoNacional dos Transportes Rodovirios pode autorizar autilizao de outro tipo de veculos, no transporte pblicoregular, designadamente em carreiras de pouca frequncia ouprocura, em desdobramentos ou reas sem ou com baixaoferta de transportes pblicos regulares.

    ARTIGO 67.

    (Licena e distintivo de identificao do veculo)

    1. Os veculos utilizados no transporte pblico de passa-geiros, regular ou ocasional, devem ter uma licena a qual requerida Direco Nacional dos Transportes Rodo-virios.

    2.A licena anual e caduca em 31 de Dezembro de cadaano civil, devendo o pedido de renovao ser apresentado,impreterivelmente, at 30 de Novembro.

    3. Os veculos automveis licenciados para o transportede passageiros por conta de outrem, devem ostentar distin-tivos de identificao, cujos modelos so definidos nostermos do artigo 95.

    ARTIGO 68.

    (Cancelamento da licena do veculo)

    Deve ser requerido o cancelamento da licena do veculo Direco Nacional dos Transportes Rodovirios ou pelaDireco dos Transportes do Governo Provincial respectivo,

    consoante o caso, quando este se inutilizar para o servio aque estava adstrito, for transferido de proprietrio ou deixe deser utilizado em transportes pblicos.

    ARTIGO 69.

    (Documentos que devem estar a bordo do veculo)

    Durante a realizao dos transportes a que se refere opresente diploma, as licenas e autorizaes relativas aotransporte e ao veculo, incluindo as fichas de inspeco e aaplice de seguro obrigatrio devem estar a bordo do veculoe ser apresentadas entidade fiscalizadora sempre quesolicitado.

    CAPTULO VIFiscalizao e Regime Sancionatrio

    ARTIGO 70.

    (Fiscalizao)

    1.A fiscalizao do cumprimento do disposto no presentediploma compete s seguintes entidades:

    a) Direco Nacional dos Transportes Rodovirios;b) Direces dos Transportes dos Governos Provin-

    ciais;c) Direco Nacional de Viao e Trnsito.

    2. As entidades referidas no nmero anterior podemproceder, junto das pessoas singulares ou colectivas queefectuem transportes rodovirios de passageiros, a todas asinvestigaes e verificaes necessrias para o exerccio dasua competncia fiscalizadora.

    3. Os funcionrios da Direco Nacional dos TransportesRodovirios, das Direces dos Transportes dos GovernosProvinciais respectivos e da Direco Nacional de Viao eTrnsito com competncia na rea da fiscalizao e noexerccio de funes, desde que devidamente credenciados,tm livre acesso aos locais destinados ao exerccio daactividade das empresas.

    ARTIGO 71.

    (Contravenes)

    1. As infraces ao disposto neste Regulamento cons-tituem contravenes, punidas com multas e sanesacessrias, nos termos do presente captulo.

    2. A estas infraces aplicvel, em tudo quanto noestiver especialmente regulado, o previsto na lei geralaplicvel a contravenes.

  • 1546 DIRIO DA REPBLICA

    ARTIGO 72.

    (Processamento das contravenes)

    1. O processamento das contravenes e a aplicao dasmultas previstas neste diploma compete, consoante o caso, Direco Nacional dos Transportes Rodovirios, Direcesdos Transportes dos Governos Provinciais respectivos eDireco Nacional de Viao e Trnsito.

    2. A Direco Nacional dos Transportes Rodoviriosorganiza o registo das contravenes cometidas nos termosda legislao em vigor.

    ARTIGO 73.

    (Pessoas transportadas em veculos de mercadorias)

    O incumprimento do disposto no artigo 5. n.os 1 e 2, punvel com multa de Kz: 15 900,00.

    ARTIGO 74.

    (Realizao de transportes por entidade no licenciada)

    Arealizao de transportes rodovirios de passageiros porconta de outrem, por entidade no licenciada nos termos doartigo 6., ou reconhecida nos termos do n. 3 do artigo 63., punvel com multa de Kz: 79 500,00 ou de Kz: 265 000,00consoante se trate de pessoa singular ou colectiva.

    ARTIGO 75.(Falta de comunicao e de registo)

    1. O no cumprimento do dever de informao previstono n. 2 do artigo 11. punvel com multa de Kz: 7950,00.

    2. O no fornecimento dos dados estatsticos a que serefere o artigo 18. punvel com multa de Kz: 7950,00 porcada ms no reportado.

    3. A falta dos registos a que se refere o artigo 56. punvel com multa de Kz: 10 600,00 a Kz: 31 800,00.

    ARTIGO 76.

    (Realizao de carreira no autorizada)

    A realizao de carreira no autorizada nos termos doartigo 19. punvel com multa de Kz: 265 000,00.

    ARTIGO 77.

    (Explorao de carreira sem cobertura de seguro)

    Aexplorao de qualquer carreira sem ter sido contratadoseguro de responsabilidade civil nos termos do artigo 31., punvel com multa de Kz: 397 500,00.

    ARTIGO 78.

    (Transferncia, suspenso ou abandono da explorao)

    1. A transferncia de explorao de uma carreira semautorizao a que se refere o artigo 28., ou a subcontrataoem incumprimento ao disposto no artigo 30., punvel:

    a) com a multa de Kz: 397 500,00 aplicvel empresatitular da autorizao da carreira, que transferiua explorao ou subcontratou;

    b) com a multa de Kz: 159 000,00 aplicvel empresaque efectua a carreira.

    2. A suspenso temporria ou fim de explorao antesdo prazo de uma carreira sem autorizao a que se refere oartigo 28., punvel com multa de Kz: 265 000,00.

    ARTIGO 79.

    (Incumprimento das condies de explorao)

    1. O no cumprimento pelo transportador de qualqueruma das obrigaes relativas a itinerrios, horrios e para-gens, punvel:

    a) com multa de Kz: 26 500,00, a alterao de itine-rrios sem a autorizao referida no n. 3 doartigo 34.;

    b) com multa de Kz: 26 500,00, a tomada de passa-geiros em reas concessionadas, em infracoao disposto no artigo 35.;

    c) com multa de Kz: 5300,00, o incumprimento doshorrios aprovados nos termos dos artigos 36. e37.;

    d) com multa de Kz: 5300,00, a falta de publicitaoda tabela de horrios, nos termos do n. 4 doartigo 37.

    2. O no cumprimento do disposto no artigo 33., nosendo diligenciado o transporte aos passageiros em caso deavaria de veculo, punvel com multa de Kz: 132 000,00.

    3. O incumprimento de qualquer uma das regras relativas informao e sinalizao dos veculos, a que se refere oartigo 40., punvel com multa de Kz: 5300,00.

    ARTIGO 80.

    (Incumprimento de obrigaes sobre tarifas e bilhetes)

    1. O incumprimento do disposto nas alneas a) e b) don. 1 do artigo 41. ou a falta de publicitao das tarifasnos termos do n. 2 do mesmo artigo punvel com multa deKz: 5300,00.

  • I SRIE N. 139 DE 26 DE JULHO DE 2010 1547

    2. A falta de indicao dos elementos obrigatrios dosbilhetes, em incumprimento do disposto no artigo 45., punvel com multa de Kz: 26 500,00.

    ARTIGO 81.

    (Recusa de bagagens)

    Ano aceitao de bagagens do passageiro fora dos casosprevistos no artigo 48. punvel com multa de Kz: 26 500,00.

    ARTIGO 82.

    (Incumprimento de condies em carreiras complementares)

    A realizao de carreiras complementares sem autori-zao, punvel nos termos do artigo 76. e o incumprimentodas condies estabelecidas nos artigos 61. e 62. punvelcom multa de Kz: 26 500,00.

    ARTIGO 83.

    (Realizao de transportes em veculos sem licena)

    Arealizao de transportes rodovirios de passageiros porconta de outrem, por meio de veculo sem a licena a que serefere o artigo 67., punvel com muita de Kz: 26 500,00.

    ARTIGO 84.

    (Distintivos de identificao e sinalizao)

    1. O no cumprimento do disposto no n. 4 do artigo 40. punvel com multa de Kz: 10 000,00.

    2. A realizao de transporte sem os distintivos deidentificao a que se refere o n. 3 do artigo 67. punvelcom multa de Kz: 10 600,00.

    3. A ostentao de distintivos prprios do transporte porconta de outrem em veculo no licenciado punvel commulta de Kz: 26 500,00.

    ARTIGO 85.(Transportes ocasionais sem documento de transporte

    ou sem autorizao)

    Arealizao de transporte ocasional sem o documento detransporte a que se refere o n. 1 do artigo 64., ou sem aautorizao a que se refere o n. 2 punvel com multa deKz: 26 500,00.

    ARTIGO 86.

    (Transportes internacionais sem autorizao)

    A realizao dos transportes a que se refere o artigo 65.,sem autorizao, punvel com multa de Kz: 132 500,00.

    ARTIGO 87.

    (Falta de apresentao de documentos)

    1. A no apresentao das licenas e autorizaesprevistas no presente Regulamento no acto de fiscalizao, punvel com as multas previstas, caso a caso, salvo se, at aotermo do prazo fixado para a contestao no processo con-travencional, for comprovada a existncia do documento noapresentado.

    2. A mera falta de apresentao dos documentos referidano nmero anterior punvel com multa de Kz: 15 900,00.

    3. A apresentao fora de prazo de documentos para arenovao ou emisso de nova licena a que se refere o n. 6do artigo 6. punvel com multa referida no nmero anterior.

    ARTIGO 88.

    (Incumprimento de deveres pelos passageiros)

    1.Autilizao de um servio de transporte por passageiroque no esteja munido do respectivo bilhete, em qualqueruma das suas modalidades, ou tenha bilhete invlido, punvel com multa de Kz: 5300,00, que acresce ao paga-mento do bilhete em falta.

    2. O incumprimento das obrigaes que recaem sobre ospassageiros, previstas nas alneas a) a m) do artigo 59.,quando reiterada, punvel com multa de Kz: 5300,00, semprejuzo da sua sada do veculo, em conformidade com odisposto nos n.os 3 e 4 do artigo 59.

    3. As multas a que se refere o presente artigo soimputveis ao passageiro.

    ARTIGO 89.

    (Imputabilidade das contravenes)

    Salvo o disposto no artigo 88. as contravenes previstasno presente Regulamento so da responsabilidade da pessoasingular ou colectiva que efectua o transporte.

    ARTIGO 90.

    (Sanes acessrias)

    1. Com a aplicao da multa pode ser decretada sanoacessria de interdio do exerccio da actividade, se o trans-portador tiver praticado trs infraces, durante o prazo deum ano, a contar da data da primeira deciso condenatria,quando definitiva e exequvel, ou do pagamento voluntrioda multa.

    2. Com a aplicao da multa pela infraco previstano artigo 76. pode ser decretada a sano acessria deinterdio do exerccio da actividade, desde que tenha havidoanterior condenao pela prtica da mesma infraco.

  • 1548 DIRIO DA REPBLICA

    3. A interdio do exerccio da actividade referida nosnmeros anteriores tem a durao mxima de dois anos.

    4. A aplicao da sano acessria de interdio doexerccio da actividade implica necessariamente a suspenso.

    ARTIGO 91.(Infractores no domiciliados emAngola)

    1. Se o infractor no for domiciliado em Angola e nopretender efectuar o pagamento voluntrio, deve proceder aodepsito de quantia igual ao valor da multa prevista para acontraveno praticada.

    2. O pagamento voluntrio ou de depsito referidos nonmero anterior devem ser efectuados no acto de verificaoda contraveno, destinando-se o depsito a garantir opagamento da multa em que o infractor possa vir a sercondenado, bem como das despesas legais a que houverlugar.

    3. Se o infractor declarar que pretende pagar a multa ouefectuar o depsito e no puder faz-lo no acto da verificaoda contraveno, devem ser apreendidos a carta de conduo,o livrete e ttulo de registo de propriedade do veculo at efectivao do pagamento ou do depsito num prazo mximode 48 horas.

    4. No caso previsto no nmero anterior devem seremitidas guias de substituio dos documentos apreendidoscom validade at ao 1. dia til posterior ao dia da infraco.

    5. A falta de pagamento ou do depsito nos termos dosnmeros anteriores implica a apreenso do veculo, que semantm at ao pagamento ou depsito ou deciso abso-lutria.

    6. O veculo apreendido responde nos mesmos termosque o depsito pelo pagamento das quantias devidas.

    ARTIGO 92.(Imobilizao do veculo)

    Sempre que da imobilizao de um veculo resultemdanos para os passageiros transportados ou para o prprioveculo, cabe pessoa singular ou colectiva que realiza otransporte a responsabilidade por esses danos, sem prejuzodo direito de regresso.

    CAPTULO VIITaxas

    ARTIGO 93.(Taxas)

    As licenas, autorizaes e demais actos administrativosprevistos no presente Regulamento esto sujeitas aopagamento de taxas, a definir por decreto executivo conjunto

    dos Ministros dos Transportes e das Finanas, sob propostada Direco Nacional dos Transportes Rodovirios.

    ARTIGO 94.(Afectao de receitas)

    Constituem receita prpria da Direco Nacional dosTransportes Rodovirios os montantes que vierem a serfixados por despacho conjunto dos Ministros dos Transportese das Finanas, para as inscries no exame a que se refereo artigo 9. e para a emisso de certificados, licenas,autorizaes e distintivos referidos no presente diploma.

    CAPTULO VIIIDisposies Finais e Transitrias

    ARTIGO 95.(Modelo das autorizaes e distintivos)

    Os modelos das licenas, autorizaes e distintivosreferidos no presente diploma, que no decorram de acordosbilaterais ou convenes multilaterais, so definidos eaprovados por despachos do Ministro dos Transportes, porproposta da Direco Nacional dos Transportes Rodovirios.

    ARTIGO 96.(Regime transitrio)

    As pessoas singulares ou colectivas que, data de entradaem vigor do presente diploma, j exeram a actividade detransportes pblicos de passageiros, dispem do perodo deseis meses, para se conformarem com as suas disposies eobter a licena a que se refere o artigo 6. e de um ano parase candidatarem s autorizaes para realizao de carreirasou linhas regulares nos termos definidos no Captulo III.

    ANEXO ILista das Matrias Referidas no artigo 9.

    Os conhecimentos a tomar em considerao para a com-provao da capacidade profissional devem incidir, pelomenos, sobre as matrias mencionadas na lista. Os trans-portadores rodovirios candidatos devem possuir o nvel deconhecimento e aptides prticas necessrio para dirigir umaempresa de transportes.

    O nvel mnimo de conhecimento, a seguir indicado, nopode ser inferior formao adquirida com a escolaridadeobrigatria complementada por formao profissional ouformao tcnica complementar, ou por formao tcnicaescolar ou de outro tipo de nvel secundrio.

  • I SRIE N. 139 DE 26 DE JULHO DE 2010 1549

    As matrias sobre as quais incide essa formao e agraduao indicativa do nvel de conhecimentos exigveisconstam da lista seguinte, com referncia, nomeadamente,aos temas que o candidato deve conhecer ou ser capaz deinterpretar, negociar ou avaliar.

    A) Elementos de direito civil:

    a) conhecer os principais contratos correntementeutilizados nas actividades de transporte rodovi-rio, bem como os direitos e obrigaes delesdecorrentes;

    b) ser capaz de negociar um contrato de transportejuridicamente vlido, nomeadamente no querespeita s condies de transporte;

    c) ser capaz de analisar uma reclamao do clienterelativa a danos resultantes quer de perdas ouavarias da mercadoria em curso de transporte,quer do atraso na entrega, bem como os efeitosdessa reclamao, quanto sua responsabilidadecontratual.

    B) Elementos de direito comercial:

    a) conhecer as condies e formalidades necessriaspara exercer o comrcio e as obrigaes geraisdos comerciantes (registo, livros comerciais,etc.), bem como as consequncias da falncia;

    b) possuir conhecimentos suficientes sobre sociedadescomerciais, formas e regras de constituio efuncionamento.

    C) Elementos de direito social:

    a) conhecer o papel e o funcionamento das diferentesinstituies sociais que intervm no sector dotransporte rodovirio (sindicatos, comisses detrabalhadores, delegados do pessoal, inspecodo trabalho, etc.);

    b) conhecer as obrigaes das entidades patronais emmatria de segurana social;

    c) conhecer as regras aplicveis aos contratos de traba-lho relativos s diferentes categoriais de traba-lhadores das empresas de transporte rodovirio(forma dos contratos, obrigaes das partes,condies e tempo de trabalho, frias pagas,remunerao, resciso do contrato, etc.).

    D) Elementos de direito fiscal:

    a) imposto aplicvel aos servios de transportes;

    b) imposto de circulao dos veculos;c) imposto sobre certos veculos utilizados para o

    transporte rodovirio de passageiros, bem comos portagens e direitos de utilizao cobradospela utilizao de certas infra-estrumras;

    d) impostos sobre o rendimento.

    E) Gesto comercial e financeira da empresa:

    a) conhecer as disposies legais e prtica relativas utilizao de cheques, letras, promissrias,cartes de crdito e outros meios ou mtodos depagamento;

    b) conhecer as formas de crdito (bancrio, documen-trio, fianas, hipotecas, locao financeira,aluguer, facturao, etc.), bem como os respecti-vos encargos e obrigaes delas decorrentes;

    c) saber o que o balano, modo como se apresenta ecapacidade de o interpretar;

    d) ser capaz de ler e interpretar uma conta de ganhose perdas;

    e) ser capaz de analisar a situao financeira e renta-bilidade da empresa, nomeadamente com basenos indicadores financeiros;

    f) ser capaz de preparar um oramento;g) conhecer as diferentes componentes dos seus custos

    (custos fixos, custos variveis, fundos de explo-rao, amortizaes, etc.) e ser capaz de oscalcular por veculo, ao quilmetro, viagem ou tonelada;

    h) ser capaz de elaborar um organigrama e organizarplanos (relativos a todo o pessoal da empresa,planos de trabalho, etc.);

    i) conhecer os princpios de estudos de mercado(marketing) promoo de venda dos servios detransportes, elaborao de ficheiros de clientes,publicidade, relaes pblicas, etc.;

    j) conhecer os diferentes tipos de seguros prprios dostransportadores rodovirios (seguros de respon-sabilidade) bem como garantias e as obrigaesda decorrentes;

    k) conhecer as aplicaes telemticas no domnio dotransporte rodovirio;

    l) ser capaz de aplicar regras relativas facturao dosservios de transporte rodovirio de passageiros;

    m) conhecer as diferentes categorias de actividadescomplementares dos transportes ou afins, o seupapel, as suas funes e o seu eventual estatuto.

  • 1550 DIRIO DA REPBLICA

    F) Acesso ao mercado:

    a) conhecer a regulamentao sobre transportes rodo-virios por conta de outrem, para a locao deveculos industriais, para a subcontratao,nomeadamente as regras relativas organizaooficial da profisso, ao acesso mesma, sautorizaes para os transportes rodoviriosinter-regionais e extra-regionais, ao controlo e ssanes;

    b) conhecer a regulamentao relativa ao estabeleci-mento de uma empresa de transporte rodovirio;

    c) conhecer os diferentes documentos exigidos para aexecuo dos servios de transporte rodovirio erelativo ao veculo, ao motorista, aos passageirose mercadoria;

    d) conhecer as regras relativas organizao domercado dos transportes rodovirios de passa-geiros.

    G) Normas tcnicas e de explorao:

    a) conhecer as regras relativas aos pesos e sdimenses dos veculos nos Estados membros daSADC, bem como os procedimentos relativosaos transportes que constituem derrogaes eessas regras;

    b) ser capaz de escolher em funo das necessidadesda empresa os veculos e os seus elementos (qua-dro, motor, rgos de transmisso, sistemas detravagem, etc.);

    c) conhecer as formalidades relativas recepo,matrcula e controlo tcnico dos veculos;

    d) ser capaz de estudar as medidas a tomar contra apoluio do ar pelas emisses dos veculos amotor e contra o rudo;

    e) ser capaz de elaborar planos de manutenoperidica dos veculos e do seu equipamento.

    H) Segurana rodoviria:

    a) conhecer as qualificaes exigidas aos condutores(carta de conduo, certificados mdicos, atesta-dos de capacidade, etc.);

    b) ser capaz de elaborar instrues destinadas aoscondutores respeitantes verificao das normasde segurana relativas ao estado do material detransporte, do equipamento e a conduo preven-tiva;

    c) ser capaz de instaurar procedimentos de conduta emcaso de acidente e de aplicar os procedimentosadequados para evitar a repetio de acidentes einfraces graves.

    ANEXO IIExames para Obteno de Certificado de Capacidade Profissional

    1. O exame para obteno de capacidade profissional constitudo por um exame escrito obrigatrio, que podeser completado por um exame oral para verificar se oscandidatos a transportadores rodovirios possuem o nvelde conhecimentos exigidos nas matrias indicadas noAnexo I.

    2. O exame escrito obrigatrio pode ter duas provas,sendo uma constituda por perguntas de escolha mltipla eoutra com perguntas de resposta directa e anlise de casos oupor uma combinao dos dois sistemas.

    3. A aprovao no exame escrito depende do candidatoobter, pelo menos uma mdia de 50% do total dos pontos doexame, desde que a pontuao obtida em cada uma dasmatrias no seja inferior a 40%.

    4. Pode ser organizado um exame oral para os candidatosque no obtenham aprovao nos termos do n. 3, ficando aparticipao nesta prova oral subordinada obteno pelocandidato de uma pontuao mnima de 40% do total dasquestes da prova escrita.

    5. O exame especfico de controlo consiste na avaliaodocumental da experincia profissional do candidato quepode ser complementada por uma prova oral sobre asmatrias includas no Anexo I.

    O Presidente da Repblica, JOS EDUARDO DOS SANTOS.

    O. E. 467 7/139 1500 ex. I. N.-E. P. 2010