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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS
DEPARTAMENTO DE TECNOLOGIA DE ALIMENTOS CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE ALIMENTOS
DÉBORA HELENA LEMOS DA FONSECA ALMENDRA
PADRÃO NUTRICIONAL E ALIMENTAR DOS INTEGRANTES DE GRUPOS DA MELHOR IDADE DAS CIDADES DE FORTALEZA, ITAPIPOCA E JIJOCA DE
JERICOACOARA – CEARÁ
FORTALEZA-CE 2007
DÉBORA HELENA LEMOS DA FONSECA ALMENDRA
PADRÃO NUTRICIONAL E ALIMENTAR DOS INTEGRANTES DE GRUPOS DA MELHOR IDADE DAS CIDADES DE FORTALEZA, ITAPIPOCA E JIJOCA DE
JERICOACOARA – CEARÁ
Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado em
Tecnologia de Alimentos, Centro de Ciência
Agrárias da Universidade Federal do Ceará, como
exigência parcial para obtenção de título de Mestre
em Ciência e Tecnologia de Alimentos.
Orientadora:
Prof.ª Dr.ª Maria do Carmo Passos Rodrigues
FORTALEZA-CE
2007
DÉBORA HELENA LEMOS DA FONSECA ALMENDRA
PADRÃO NUTRICIONAL E ALIMENTAR DE INTEGRANTES DE GRUPOS DA
MELHOR IDADE DAS CIDADES DE FORTALEZA, ITAPIPOCA E JIJOCA DE
JERICOACOARA – CEARÁ
Dissertação submetida à Coordenação do
Programa de Pós-graduação em Ciências e
Tecnologia de Alimentos da Universidade
Federal do Ceará, como requisito parcial
para obtenção do Grau de Mestre em
Ciência e Tecnologia de Alimentos.
Aprovada em _____/_____/_______.
BANCA EXAMINADORA
Professora Dra. Maria do Carmo Passos Rodrigues - Orientadora
Professora Dra. Dorasílvia Ferreira Pontes – Membro da Banca Examinadora
Professora Dra. Sílvia Maria de Freitas – Membro da Banca Examinadora
Aos meus pais Joaquim e Eliane,
por toda dedicação e apoio.
Ao meu querido esposo Paulo
e meu filho Davi, pela eterna paciência.
AGRADECIMENTOS
À Deus, primeiramente, por ter me dado esta oportunidade de vida dentre milhões na
Terra.
Á Universidade Federal do Ceará (UFC), destacando o Programa de Pós-graduação em
Ciência e Tecnologia dos Alimentos, pela brilhante equipe de profissionais do corpo
docente.
À Professora Dra. Maria do Carmo Passos Rodrigues por sua orientação, amizade,
carinho e compreensão nas horas difíceis.
Á Professora Dra. Dorasílvia Ferreira Pontes, pelo apoio maternal deste o primeiro dia
em que cheguei a Fortaleza, meu eterno agradecimento.
Á Professora Dra. Sílvia Maria de Freitas, por sua participação na banca examinadora e
por me mostrar o melhor da Estatística.
Á CAPES, pelo apoio financeiro com a bolsa de auxílio.
Às estagiárias voluntárias: Bárbara, Katiane, Rafaelle e Sandra Helena, sem vocês esta
pesquisa seria inviável.
Ás colegas que se transformaram em amigas: Candice, Herlene, Juliana e Rachel.
Aos Clubes da Melhor Idade, seus integrantes, pelo tempo dedicado ás entrevistas e
coletas de dados.
Aos Presidentes dos Clubes da Melhor Idade, particularmente a Sra. Enilda Leite Lopes,
presidente da Associação Brasileira dos Clubes da Melhor Idade.
Ao Prefeito de Jijoca de Jericoacoara, Sr. Sérgio Herrero, à Secretária de Educação Vera
Vascocelos, á Secretária de Ação Social Josedna Dias, á Secretária de Saúde Ana Paula
Praciano e á todos os profissionais que contribuíram para a coleta de dados neste
município.
Ao Secretário de Saúde do Município de Marco, Dr. Ângelo, e a todos os amigos que
me apoiaram nesta pesquisa.
À amiga Nutricionista Mônica Macedo pelo incentivo.
Aos familiares, amigos de Alagoas e Pernambuco, de todo o Brasil, e todos que
contribuíram de alguma forma para a realização desta pesquisa.
SENSÍVEL PALADAR
De todas as frutas
Quero as que dão vida
Ao brilho dos meus olhos,
Ás tardes e ao vime.
De todos os grãos
Escolhos mais parecidos
Com as sementes,
Com o suor das mãos.
De todos os doces
Seleciono o mais refinado
De prazer combinado
Nos encontros.
De todas as folhas
Sacio com verde esperança,
A cor da confiança
Cuja boca penso alimentar.
Andréa Abdala
RESUMO
O aumento da expectativa de vida e da população de idosos em todos os países e especialmente nos países em desenvolvimento, tem motivado o interesse dos profissionais ligados à saúde pelas pessoas de idade mais avançada. O grupo que mais cresce na população brasileira é a faixa etária acima de 60 anos, representa uma importante força política, social e econômica, e com isso tem chamado a atenção de profissionais de diversas áreas e também do governo. Este trabalho tem por objetivo delinear o padrão nutricional e alimentar de integrantes de grupos da melhor idade. Foram convidados os participantes de 05 grupos da Melhor Idade ( 03 grupos da cidade de Fortaleza, 01 da cidade de Itapipoca e 01 da cidade de Jijoca de Jericoacora ) de ambos os sexos, selecionados aleatoriamente. Realizou-se um inquérito sócio-econômico, um inquérito para avaliação das condições de saúde, estudo antropométrico através do Índice de Massa Corporal (IMC) e Relação Cintura/Quadril, anamnese alimentar, para análise qualitativa da dieta do grupo de alimentos da Pirâmide Alimentar. Foram coletadas a pressão arterial e a glicemia capilar em jejum apenas do clube de melhor idade da cidade de Jijoca de Jericoacoara. Para participar da segunda fase, foram submetidos ao teste mini-mental para se delinar a capacidade cognitiva para o auto-registro do inquérito alimentar recordatório de 24 horas. Foi realizado um inquérito para avaliação da saúde nutricional. No total foram 144 idosos pesquisados de ambos os sexos, 65 obtiveram escores para participar de 2º fase, apenas 34 concluíram a 2ª fase. A maior faixa etária é de 60 a 79 anos, a maioria do sexo feminino, 72,9% são dedicados a um só clube, maioria tem o nível fundamental incompleto, 81,9% aposentados, 78,5% desenvolvem atividades remuneradas, renda salarial de aproximadamente 1 a 3 salários mínimos; 78,3% residem em casa própria; 59,7% fazem atividade física, freqüência de 2 a 3 vezes por semana; 40,3% são sedentários, 18% são portadores de Hipertensão, 11,5% portadores de constipação e 10,6% portadores de osteoporose; 12,5% de fumantes e 13,2% de consumidores de bebidas alcoólicas. A atividade física feita sem acompanhamento profissional (65,1%), falta de orientação com relação a nutrição e saúde (64,6%); 69,4% tomam medicamentos, 31% destes medicamentos são de anti-hipertensivos; 67,4% sofreram cirurgias; 32,8% dos idosos só vão ao médico quando estão doentes, 55,6% utilizam a rede de saúde pública. Foram identificados alta da glicemia capilar e alto risco cardíaco; bom nível cognitivo, demonstrando integridade das funções cerebrais; comprovou-se que a religiosidade não interfere na escolha dos alimentos; alimentos rejeitados por motivo de patologia tiveram o mesmo perfil dos alimentos rejeitados por orientação profissional, alimentos que foram rejeitados por desagrado do paladar ( arroz, frango e frutas), também foram os mais consumidos na dieta. Na avaliação do padrão alimentar, café e frutas são alimentos mais consumidos no desjejum, as frutas são as mais consumidas principalmente na colação (lanche da manhã); arroz e feijão no horário do almoço; à tarde: café e suco com ou sem complemento são mais utilizados, o jantar é composto de alimentação branda, líquidas ou pastosas, muitos idosos não se alimentavam no horário da ceia. Na avaliação antropométrica do IMC a maioria foi classificada com eutrofia. O teste da saúde nutricional revelou que há necessidade de mudar alguns hábitos, consultar um médico ou nutricionista, procurar o apoio da família ou procurar ajuda junto a programas de assistência para terceira idade. Palavras-chave: envelhecimento, pirâmide alimentar, qualidade de vida.
ABSTRACTS
The increase of the aged life expectancy and the population of in all the countries and especially in the developing countries, has motivated the interest of on professionals to the health for the people of more advanced age. The group that more grows in the Brazilian population is above of 60 years, represents an important force politics, social and economic, and with this it has called the attention of professionals of diverse areas and also of the government. This work has for objective to delineate the nutritional and alimentary standard of integrant of groups of the best age. The participants of 05 groups of the Best Age (03 groups of the city of Fortaleza, 01 of the city of Itapipoca and 01 of the city of Jijoca de Jericoacora) had been invited both sexs, with rule to chosen teams. Fist became fullfilled a partner-economic inquiry, an inquiry for evaluation of the health conditions, antropometric study by the Index of Corporal Mass (ICM) and Relation Waist/Hip, anamnese to feed, for qualitative analysis of the diet of the group of foods of the Alimentary Pyramid. The arterial pressure and the hair glicemia in jejum only of the club of better age of the city of Jijoca de Jericoacoara had been collected. To participate of the second phase, they had been submitted to the mini-mental test to know the cognitive capacity for the auto-register of the recordatório alimentary inquiry 24-hour. An inquiry for evaluation of the nutricional health was carried through. In the total aged searched of both the sex had been 144, 65 had gotten prop up to participate of 2º phase, only 34 had concluded 2ª phase. The biggest band is of 60 the 79 years, the majority of the feminine sex, 72.9% is dedicated to one alone club, majority has incomplete the basic level, 81.9% pensioners, 78.5% develops remunerated activities, wage income of approximately 1-3 minimum wages; 78.3% in habit in proper house; 59.7% to make physical activity, frequency of 2 -3 time per week; 40.3% are sedentary, 18% are carrying of High arterial pressure, 11.5% carriers of constipation and 10.6% carriers of osteoporose; 12.5% of smokers and 13.2% of alcoholic beverage consumers. The made physical activity without professional accompaniment (65.1%), lack of orientation with regard to nutrition and health (64.6%); 69.4% take medicines, 31% since medicines are of antihypertensives; 67.4% had suffered surgeries; 32.8% of the aged ones only go to the doctor when they are sick, 55.6% to use the public health service. They had been identified high of the glicemia and high cardiac risk; good cognitive level, demonstrating integrity of the brain functions; one proved that the religion does not intervene with the choice of foods; foods rejected for pathology reason had the same had profile of foods rejected for professional orientation, foods that had been rejected by unpleasantness of the palate (rice, chicken and fruits), also had been consumed in the diet. In the evaluation of the alimentary standard, coffee and fruits are consumed foods more in coffe-break, the fruits are consumed mainly in the light meal (snack of the morning); rice and beans in the schedule of the lunch; to the afternoon: coffee and juice with or without complement more are used, the supper are composed of feeding lights or liquid , many aged ones were not fed in the schedule of after the supper. The antropometric evaluation of the ICM the majority was normal classified. The test of the nutritional health disclosed that it has to change some habits, to consult a doctor or nutritionist, to look the support of the family or to look aid next to programs of assistance for third age. Word-key: aging, alimentary pyramid, quality of life
LISTA DE FIGURAS, QUADROS E GRÁFICOS
FIGURA 1. Adaptação da pirâmide Alimentar para Adulto, considerada válida
até abril de 2005 (Fonte: USDA – Departamento de Agricultura dos EUA )........
FIGURA 2. Adaptação da Pirâmide para o Adulto, considerada válida após abril
de 2005 ( Fonte: USDA – Departamento de Agricultura dos EUA ).......................
FIGURA 3. Pirâmide Alimentar Modificada Para Idoso........................................
FIGURA 4 – Coleta da Estatura............................................................................... FIGURA 5 - Coleta da Estatura Observando os Pontos de Contato....................... FIGURA 6 – Pesagem.............................................................................................. FIGURA 7 – Medida da Circunferência da Cintura................................................. FIGURA 8 e 9 – Medida da Circunferência do Quadril..........................................
QUADRO 1: Idosos Responsáveis pelos Domicílios – 2000 ( fonte: IBGE )........
QUADRO 2: O Idoso em 2000 ( Fonte: IBGE )......................................................
Pág
28
29 30
60 60 61 61 62
31 32
QUADRO 3:Comparação de Parâmetros Incluídos em Varias Ferramentos de
Rastreamento Nutricional.........................................................................................
QUADRO 4. Análise Estatística da altura dos idosos, em pé (m)...........................
QUADRO 5. Análise Estatística do peso dos idosos, no momento do exame (kg)
QUADRO 6. Análise Estatística da glicemia capilar dos idosos.............................
QUADRO 7. Análise Estatística do índice de massa corporal dos idosos...............
QUADRO 8. Análise Estatística da relação cintura/quadril dos idosos...................
QUADRO 9. Análise Estatística da pontuação do Teste mini mental dos idosos... GRÁFICO 1 – Proporção de Pessoas de 60 anos ou mais de Idade Responsáveis pelo Domicílio, por Classe de Anos de Estudo – Brasil -1991/2000....................
33
GRÁFICO 2 – Proporção de Idosos Responsáveis pelo Domicílio pelo Sexo – Brasil - 2000......................................................................................................... GRÁFICO 3. Faixa de idade dos idosos................................................................
34 67
GRÁFICO 4. Estado civil dos idosos....................................................................
GRÁFICO 5. Freqüência dos idosos nos respectivos clubes.................................
69 71
GRÁFICO 6. Escolaridade dos idosos...................................................................
GRÁFICO 7. Tipo de regime de ocupação dos idosos...........................................
GRÁFICO 8 . Renda familiar.................................................................................
GRÁFICO 9. Freqüência que os idosos praticam atividades físicas......................
72 73 76 78
58
94 94
95 96
96
98
33
34 67 69
71 72
73 76
78 92
GRÁFICO 10. Freqüência que os idosos vão ao médico.........................................
GRÁFICO 11. Serviços de saúde que os idosos utilizam........................................
93
LISTA DE TABELAS Pág Tabela 1. Idosos entrevistados................................................................................ 66 Tabela 2. Sexo dos idosos...................................................................................... 68
Tabela 3. Quantidade de filhos dos idosos............................................................
Tabela 4. Idosos que freqüentam mais de um clube..............................................
Tabela 5. Os idosos desenvolvem atividade remunerada......................................
70 71 74
Tabela 6. Idosos aposentados................................................................................. 75
Tabela 7. Pratica de atividade física....................................................................... 77
Tabela 8. Idosos fumantes...................................................................................... 79
Tabela 9. Quantidade de cigarros por dia.............................................................. 80
Tabela 10. Idosos que consomem álcool............................................................... 81
Tabela 11. Idosos com falta de dentes.................................................................... 82
Tabela 12. Idosos que utilizam prótese dentária..................................................... 83
Tabela 13. Idosos com dificuldades na mastigação................................................ 84
Tabela 14. Idosos com queixas de saúde................................................................ 85
Tabela 15. Problemas de saúde identificados pelos idosos....................................
Tabela 16. Idosos que tiveram alteração de peso...................................................
Tabela 17. Acompanhamento de profissional nas atividades físicas......................
86 87 88
Tabela 18. Idosos que usam algum tipo de medicamento......................................
Tabela 19. Passou por alguma cirurgia...................................................................
Tabela 20. Recebem orientação nutricional de profissional...................................
Tabela 21. Escolaridade dos idosos versus pontuação no teste mini mental............
Tabela 22. Tipo de medicamentos............................................................................
89 90 91 97 99
Tabela 23. Tipo de cirurgias.....................................................................................
Tabela 24. Alimentos que não consome por intolerância alimentar........................
100 101
Tabela 25. Alimentos que não consome por não gostar...........................................
Tabela 26. Alimentos que não consome porque religião não permite.....................
Tabela 27. Alimentos que não consome por patologia.............................................
102 103 103
Tabela 28. Alimentos que não consome por orientação profissional...................... 104
Tabela 29. Hábitos alimentares dos idosos para o desejum..................................... 105 Tabela 30. Hábitos alimentares dos idosos para a colação.......................................
Tabela 31. Hábitos alimentares dos idosos para o almoço.......................................
Tabela 32. Hábitos alimentares dos idosos para os lanches.....................................
106 107 108
SUMÁRIO
Pág RESUMO................................................................................................................ 08 ABSTRACT........................................................................................................... 09 LISTA DE FIGURAS, QUADROS E GRÁFICOS............................................... 10 LISTA DE TABELAS............................................................................................ 11 1. INTRODUÇÃO.................................................................................................
14
2. REVISÃO DE LITERATURA........................................................................
18
2.1. Nutrição e Envelhecimento.............................................................................. 18
2.2 Fatores que afetam o consumo de nutrientes nos idosos................................. 18
2.2.1 Fatores socioeconômicos............................................................................... 19
2.2.2 - Alterações fisiológicas................................................................................ 19
2.2.3 - Alterações no funcionamento do aparelho digestivo.................................. 20
2.2.4 - Alterações na percepção sensorial............................................................... 20
2.2.5 - Alterações na capacidade mastigatória........................................................ 21
2.2.6 - Alterações na composição e no fluxo salivar e na mucosa oral.................. 22
2.2.7 - Alterações na estrutura e função do estômago e intestino........................... 23
2.2.8 - Alterações no pâncreas................................................................................ 24
2.2.9 - Alterações na estrutura e na função do fígado e vias biliares..................... 24
2.2.10 - Diminuição da sensibilidade à sede........................................................... 24
2.2.11 - Efeitos secundários dos fármacos.............................................................. 25
2.3. Pirâmide Alimentar.......................................................................................... 26
2.4. Perfil da População Idosa no Brasil................................................................. 30
2.5. Formação dos Hábitos Alimentares................................................................. 34
2.5.1 - Mudanças com a industrialização: o padrão alimentar.............................. 35
2.5.2 - A publicidade e a ideologia do consumo................................................... 36
2.5.3 - O fast-food como ícone da modernidade.................................................... 37
2.5.4 - A globalização alimentar............................................................................ 37
2.5.5 - O sedentarismo e o hábito de se comer demais........................................... 38
2.5.6 - Algumas evidências na mudança alimentar do brasileiro.......................... 38
2.6. Avaliação Nutricional e Antropométrica......................................................... 40
2.6.1 - Métodos Convencionais.............................................................................. 40
2.6.2- Métodos Não Convencionais........................................................................ 57
3. METODOLOGIA............................................................................................. 58 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO......................................................................
66
5. CONCLUSÃO...................................................................................................
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...........................................................
ANEXOS................................................................................................................
APÊNDICES..........................................................................................................
14
1. INTRODUÇÃO
Nas últimas décadas, o número de pessoas com 60 anos ou mais tem aumentado
bastante nos países da América Latina, principalmente em Cuba, Argentina, Uruguai,
Chile e Brasil. Em 1997, os idosos representavam 8,7% da população brasileira. Pode-
se dizer que o número de idosos no Brasil, já é um dos maiores do mundo, cerca de 13,5
milhões de pessoas. A região Sudeste é a que apresenta a maior concentração, 9,6% da
população. E o Rio de Janeiro é o estado com o maior percentual, 11,2%, seguido pela
Paraíba com 10,6%. A menor concentração de idosos ocorre na região Norte, onde
apenas 5,8% da população têm mais de 60 anos. E o Distrito Federal apresenta o menor
percentual, 4,8%. (IBGE, 2000)
O aumento da expectativa de vida e da população de idosos em todos os países e
especialmente nos países em desenvolvimento, aonde esse fato vem ocorrendo de forma
abrupta e bastante acentuada, têm motivado o interesse dos profissionais ligados à saúde
pelas pessoas de idade mais avançada (DUTRA DE OLIVEIRA & MARCHINI, 1998).
O grupo que mais cresce na população brasileira é a faixa etária acima de 60
anos, representa uma importante força política, social e econômica, e com isso tem
chamado a atenção de profissionais de diversas áreas e também do governo (RAMOS et
al., 1987).
De acordo com dados do IBGE, entre 1980 e 1996, o crescimento demográfico
da população idosa foi 2,5 vezes superior à média. Atualmente, há 8,4 milhões de
pessoas com mais de 65 anos, 75% mais do que em 1980. A expectativa de vida em
1994, é de 66,7 anos, na média (63,5 anos para os homens e 70,1 anos para as
mulheres). Em 1960, o Brasil ocupava o 16º lugar entre os países com maior população
geriátrica, em 2025 a expectativa é de que será o sexto.
Esse processo ocorre principalmente devido à queda nos coeficientes de
natalidade e de mortalidade, propiciando, assim, um aumento na expectativa de vida. A
melhoria nas condições de vida (alimentação, habitação, mudança de estilo de vida),
bem como o avanço científico na área médica, contribuindo com tecnologias que
permitem diagnósticos mais precoces, possibilitando assim, tratamentos mais
adequados, são também fatores que colaboram para o processo de envelhecimento
populacional (FRANK & SOARES, 2002).
15
Grande parte das doenças que atingem os homens, e evidentemente os idosos,
tem o estilo de vida como fator de grande importância, bastando lembrar o hábito de
fumar e a sua relação com as doenças cardiovasculares e o derrame cerebral. Hábitos
alimentares e de atividade física são outros fatores importantes. A alimentação muito
rica em gordura animal, excesso de açúcar e sal, por exemplo, são situações geradoras
de problemas de saúde, já bem conhecidos. A vida sedentária é considerada um
importante fator negativo sobre a saúde. Além destes, outros fatores estão influenciando
a qualidade de vida do idoso, tais como, medicamentos, irradiações, agrotóxicos,
aditivos alimentares, etc. (ALBUQUERQUE et al., 1999).
O envelhecimento é um processo normal que começa na concepção e termina na
morte (KRAUSE, 1998). Tal processo coincide com uma redução progressiva dos
tecidos ativos do organismo, aumento e redistribuição da proporção de gordura corporal
e modificação das funções metabólicas (SMICIKLAS-WRIGHT, 1991; NAJAS et al.,
1994).
A dieta não pode reverter, mas pode retardar o processo fisiológico de
envelhecimento através dos antioxidantes. Não existe uma alimentação padronizada
própria para todos os gerontes, porém a má nutrição acelera o desgaste dos diversos
órgãos, além de permitir o aparecimento de doenças (FAINTUCH & CURIATI, 1986;
FRANCES, 1995; SIQUEIRA et al., 1997).
“Uma boa alimentação por toda a vida é um fator claro na determinação da
qualidade de vida que uma pessoa pode esperar anos mais tarde” (KRAUSE, 1998).
Dentre as principais causas de morte, predominam as enfermidades
cardiovasculares, câncer, pneumonia e diabetes mellitus. As enfermidades crônicas mais
freqüentes são artrose, hipertensão e cardiopatias. A existência simultânea de várias
enfermidades crônicas, ou seja, a co-morbidade, aumenta com a idade e é maior nas
mulheres que nos homens (SMICIKLAS-WRIGHT, 1991).
Sendo assim, a ciência da Nutrição vem se estabelecendo, nacional e
internacionalmente, como instrumento básico e eficaz no alcance do bem viver através
de numerosas pesquisas sobre os fatores biopsicossociais que interferem sobre a
composição corporal e envelhecimento, das atividades funcionais de macro e
micronutrientes e dos cuidados a serem observados na prescrição dietética e no
planejamento alimentar atendendo às necessidades nutricionais e melhorando os hábitos
alimentares das pessoas idosas (FRANK & SOARES, 2002).
16
Os fatores de risco para o estado nutricional do idoso na sociedade estão
agrupados pela sua área de abrangência, de forma que possibilitem a identificação da
magnitude do problema. Os principais fatores de risco são: ingestão inadequada de
alimentos, pobreza, saúde oral diminuída e fatores psicossociais como depressão,
solidão e isolamento (FRANK & SOARES, 2002).
A presença de doenças crônico-degenerativas, recentes hospitalizações, traumas
e infecções recorrentes predispõem o idoso a risco nutricional. A imposição de uma
dieta muitas vezes traz uma reação de negação, a partir do momento em que percebem a
velhice e a ela atrelada a doença, uma proximidade da morte. Portanto, todas as ações
praticadas em torno da alimentação, como selecionar os alimentos; preparar os
alimentos; seguir ou não a orientação de uma dieta; a relação afetiva e cognitiva com o
alimento; o significado simbólico da “comida” enquanto reflexo do modo de pensar
sentir e interagir no interior das relações sociais são exemplos que caracterizam o
comportamento alimentar na terceira idade (FRANK & SOARES, 2002).
Vários programas têm surgido, tais como, Clubes da Melhor Idade, uma busca
na contribuição da solução desta problemática, e com o objetivo de apoiar, orientar e
estimular as pessoas a viverem seu envelhecimento com o máximo de saúde e bem-estar
possíveis.
O “Programa Clube da Melhor Idade” objetiva proporcionar melhoria da
qualidade de vida, para brasileiros com mais de 50 anos, vem sendo desenvolvido desde
1984, em centros de convivência e de integração social, sem fins lucrativos, onde são
incentivadas atividades culturais, recreativas e desportivas, dentro de uma programação
de cursos, seminários, encontros, congressos e feiras específicas. Tais centros, estão
interligados à Associação Nacional de Clubes da Melhor Idade, através de registro na
Empresa Brasileira de Turismo – EMBRATUR. Inicialmente denominados “Clubes da
Terceira Idade”, dez anos depois “Maior Idade” e, a partir de 1997, “Melhor Idade”, o
programa congrega cerca de 170 mil associados, em 22 Estados brasileiros (
ALBUQUERQUE et al., 1999 ).
Tendo em vista a importância destes programas e a necessidade de
replanejamento e avaliação dos mesmos, como também a pouca informação de um
estudo que focalize o perfil de indivíduos acima de 50 anos em Fortaleza e no Ceará,
este trabalho propõe-se aprofundar os conhecimentos sobre a prática alimentar, o estilo
de vida e qualidade de vida dos grupos do Programa Clubes da Melhor Idade ( PCMI ),
em Fortaleza e no Ceará. Desta forma, espera-se que o trabalho possa contribuir para o
17
desenvolvimento de programas para planejamento nutricional e de assistência social
voltados não só para os participantes de Clubes da Melhor Idade, mas, também para
todo indivíduo acima de 50 anos.
Este trabalho tem por objetivo delinear o padrão nutricional e alimentar de
integrantes de grupos da melhor idade para que exista a possibilidade de se desenvolver
um planejamento de alimentação funcional, utilizando análise sensorial e preferências
alimentares, voltados para os problemas clínico-patológicos, sócio-econômicos e
culturais gerados pelo avanço da idade nos indivíduos acima de 50 anos através da
avaliação do padrão alimentar e do estado nutricional, condições gerais de saúde e da
qualidade de vida.
2. REVISÃO DE LITERATURA
2.1 – Nutrição e Envelhecimento
O envelhecimento, apesar de ser um processo natural, submete o organismo a
diversas alterações anatômicas e funcionais, com repercussões nas condições de saúde e
18
nutrição do idoso. Muitas dessas mudanças são progressivas, ocasionando efetivas
reduções na capacidade funcional, desde a sensibilidade para os gostos primários até os
processos metabólicos do organismo (AMERINE et al., 1965; MITCHELL et al., 1978;
WATKIN, 1982; WENCK et al., 1983).
Associado às alterações decorrentes do envelhecimento, é freqüente o uso de
múltiplos medicamentos que influenciam na ingestão de alimentos, na digestão, na
absorção e na utilização de diversos nutrientes, o que pode comprometer o estado de
saúde e a necessidade nutricional do indivíduo idoso (MARUCCI, 1993; NAJAS et al.
1994).
A elevada prevalência de desvio nutricional na população idosa vem sendo
demonstrada por meio de diferentes estudos, em vários países, onde, a desnutrição, o
sobrepeso e a obesidade predominam sobre os indivíduos eutróficos. Esses resultados
são decorrentes das condições peculiares em que os idosos se encontram, seja no
ambiente familiar, vivendo sozinho, ou em residência de Terceira Idade, agravadas
pelas condições socioeconômicas, pelas alterações fisiológicas inerentes à idade e pela
progressiva incapacidade para realizar sozinho as suas atividades cotidianas. Nesse
contexto, os efeitos da alimentação inadequada, tanto por excesso como por déficit de
nutrientes, têm expressiva representação, o que reflete num quadro latente de má
nutrição em maior ou menor grau (CAMPOS, 1996).
2.2 - Fatores que afetam o consumo de nutrientes nos idosos
Os idosos apresentam condições peculiares que condicionam o seu estado
nutricional. Alguns desses condicionantes são devidos às alterações fisiológicas
próprias do envelhecimento, enquanto outros são influenciados pelas enfermidades
presentes e por fatores relacionados com a situação socioeconômica e familiar
(NOGUÉS, 1995).
2.2.1 - Fatores socioeconômicos
Estima-se que mais de 15% dos gerôntes têm alimentação diária com menos de
1.000 kcal/dia, aumentando esta porcentagem entre as populações menos favorecidas
economicamente. Grande parte dos idosos consome alimentos de menor custo, em
virtude dos insuficientes recursos econômicos provenientes de aposentadorias e, ou,
pensões (NOGUÉS, 1995).
19
No Brasil, uma das características marcantes da população idosa é o baixo poder
aquisitivo, situação que é agravada em razão da exclusão dos idosos do mercado de
trabalho (VERAS, 1994).
A solidão familiar e social predispõe o idoso à falta de ilusão e preocupação
consigo, fazendo com que se alimente de forma inadequada em quantidade e qualidade.
Nesses casos, há tendência ao desestímulo para comprar e preparar alimentos variados e
nutritivos (ARHONTAKI, 1990; MORIGUTI et al., 1998).
De acordo com MORALES-RODRIGUEZ et al. (1989), a má nutrição do idoso
pode também ser decorrente de sua progressiva incapacidade de realizar sozinho as
atividades cotidianas. A coordenação motora, geralmente, é comprometida e tende a
piorar com as doenças neurológicas, o que pode levá-lo a evitar alimentos que possam
causar dificuldades de manipulação durante a refeição, o que contribui para a
inadequação alimentar (MORIGUTI et al., 1998). Nessas circunstâncias, a aquisição de
alimentos e a preparação das refeições podem tornar tarefas muito difíceis
(PODRABSKY, 1995).
A situação de isolamento vivido pelo idoso brasileiro é ainda potencializada pela
sua posição econômica, que, nos últimos anos, tem contribuído para o aumento da
desnutrição (COITINHO et al., 1991).
2.2.2 - Alterações fisiológicas
Na velhice ocorrem mudanças progressivas no organismo, o que conduz a
efetivas reduções nas funções fisiológicas (WATKIN, 1982; WENCK et al., 1983;
QUINTERO-MOLINA, 1993).
As mudanças fisiológicas que interferem no estado nutricional são: diminuição
do metabolismo basal, redistribuição da massa corporal, alterações no funcionamento
digestivo, alterações na percepção sensorial e diminuição da sensibilidade à sede. Com
exceção das duas primeiras, todas as outras podem interferir, diretamente, no consumo
alimentar (QUINTERO-MOLINA, 1993; NOGUÉS, 1995).
2.2.3- Alterações no funcionamento do aparelho digestivo
20
Conforme RUSSEL (1992), é importante compreender os efeitos da idade no
trato gastrintestinal, pois as mudanças podem afetar a necessidade nutricional da
população idosa, bem como a sua dose de necessidade de medicamentos.
Na maioria dos casos, o funcionamento gastrintestinal mantém-se relativamente
íntegro, porque há grande capacidade funcional no intestino, no pâncreas e no fígado.
As mudanças clinicamente relevantes neste sistema, em humanos, incluem decréscimo
no limiar do gosto; atrofia da mucosa gástrica, conseqüentemente menor produção de
ácido clorídrico, diminuição do fator intrínseco e menor absorção da vitamina B12; e
decréscimo no tamanho do fígado (RUSSEL, 1992; NOGUÉS, 1995).
2.2.4 - Alterações na percepção sensorial
As alterações sensoriais podem estar associadas ao decréscimo do apetite nas
pessoas idosas (ROLLS, 1992).
Essas mudanças abrangem declínio e eventual perda da acuidade visual, audição,
olfato e sensação de gustação (RIVLIN, 1981; CHERNOFF, 1987; PODRABSKY,
1995). Estas alterações são parciais e afetam o comportamento alimentar do idoso,
conforme COOPER citado por ARHONTAKI (1990).
Dentre todas as mudanças sensoriais, o olfato e a gustação interferem mais
diretamente na ingestão de alimentos (CHERNOFF, 1987; JURDI-HALDEMAN, 1988;
NOGUÉS, 1995), e de acordo com MORIGUTI (1998), a visão prejudicada também a
influencia negativamente. O apetite no idoso é influenciado, principalmente, pela
palatabilidade dos alimentos (ROLLS, 1992).
Na terceira idade, um dos fatores mais relevantes na diminuição do consumo
alimentar é a redução da sensibilidade por gostos primários doce, amargo, ácido e
salgado (ROLLS, 1992; NOGUÉS, 1995; SHUMAN, 1998). O gosto tem sua base
anatômica no número de gemas gustativas das papilas linguais. Nos jovens, este número
corresponde a mais de 250 para cada papila, enquanto as pessoas acima de 70 anos têm
menos de 100 (NOGUÉS, 1995), o que vem acrescentar a colocação de RUSSEL
(1992) sobre o decréscimo do limiar de detecção e identificação do “flavor” em
conseqüência do envelhecimento. Significa que o idoso necessita de maior concentração
do sabor atribuído ao alimento, em comparação com adultos jovens.
De acordo com ROLLS (1992) e NOGUÉS (1995), com a idade, ocorre
diminuição da percepção olfativa. No entanto, ainda existem poucos relatos associados
21
às alterações decorrentes na geriatria (RUSSEL, 1992). Segundo RUSSEL, a forma
como o alimento é identificado pelo idoso está sob a influência de diversos fatores
bastante comuns na geriatria, como utilização de medicamentos, estado nutricional,
higiene oral, estado do sistema nervoso central e hábito de fumar.
2.2.5 - Alterações na capacidade mastigatória
A mastigação é importante para uma boa nutrição no idoso (NAGAO, 1992).
Esse fator interfere no comportamento inicial do processo digestivo,
favorecendo sua adequação tanto no aspecto enzimático como no mecânico (NOGUÉS,
1995; HAYFLICK, 1996).
O edentulismo, falta de dentes, não é conseqüência natural do envelhecimento, e
que os dentes naturais, quando bem tratados, podem permanecer em funcionamento por
toda a vida (DUNKERSON, 1998).
A perda de apetite em idosos tem sido geralmente, relacionada com ausência de
elementos dentários e com o uso de próteses, de acordo com CARLSSON citado por
CORMACK (1998). As pessoas que usam dentaduras mastigam 75 a 85% menos
eficientemente que aquelas com dentes naturais, o que leva à diminuição do consumo de
carnes, frutas e vegetais frescos, razão porque idosos com próteses totais tendem a
consumir alimentos macios, facilmente mastigáveis, pobres em fibras, vitaminas e
minerais, fato que pode ocasionar consumo inadequado de energia, ferro e vitaminas
(SHUMAN, 1998).
2.2.6 - Alterações na composição e no fluxo salivar e na mucosa oral
As células das glândulas salivares se reduzem em número nas pessoas idosas
(SCOTT, 1977a, b), embora não tenha ainda sido demonstrada nenhuma ligação entre o
envelhecimento e a redução da secreção salivar espontânea ou estimulada (HEFT &
BAUM, 1984; BAUM, 1989). Segundo HAYFLICK (1996), o fluxo da saliva e de seus
componentes permanece estável durante todo o processo de envelhecimento.
A saliva tem papel relevante no processo digestivo, na prevenção de cáries e das
doenças periodontais e na lubrificação das mucosas. Nas pessoas idosas, os estudos que
sugerem diminuição da função salivar têm sido confundidos com a presença de
enfermidades e, ou, com uso de medicamentos (RUSSEL, 1992). É provável que as
22
poucas células salivares que sobrarem em uma idade mais avançada sejam mais
eficientes em suas funções.
Muitas medicações têm o poder de afetar a função da glândula salivar e tornar-
-se mais intenso o ressecamento bucal, segundo LEWIS et al. citado por CORMACK
(1998). O consumo médio de medicamentos por idosos é em torno de 1,7 tipos
diferentes, e o fluxo salivar diminui em relação direta com o aumento no número de
medicações, com efeitos potencialmente hipossalivatórios. A maior parte dessas drogas
está associada a efeitos de inibição do fluxo salivar, resultando num potencial aumento
da suscetibilidade a cárie dental (CORMACK, 1998).
NOGUÉS (1995), enfatiza a elevada incidência de cáries, principalmente as de
superfícies radiculares, e de doenças periodontais no idoso, em razão da precariedade da
higiene bucal, do alto acúmulo de carboidratos fermentáveis e das alterações salivares
que condicionam uma espessa capa de mucina, potencializando essas doenças. Há
dificuldade em realizar a higiene bucal por causa da perda gradual de movimentos
coordenados (DUNKERSON, 1997).
2.2.7 - Alterações na estrutura e função do estômago e intestino
A atrofia da mucosa gástrica no idoso resulta na menor produção de ácido
clorídrico e na diminuição na secreção do fator intrínseco, provocando menor absorção
da vitamina B12, com conseqüente instalação da anemia perniciosa. Esse tipo de anemia
ocorre somente quando o idoso apresenta grave atrofia da mucosa gástrica. O estômago
com gastrite leve ou moderada continua a secretar fator intrínseco suficiente para
prevenir a má absorção da vitamina B12, pelo mecanismo normal (SUTER et al., 1991;
RUSSELL 1992; NOGUÉS, 1995).
Segundo PODRABSKY (1995) e NOGUÉS (1995), a hipocloridria afeta
bastante a absorção de cálcio e de ferro não-heme. O ácido clorídrico mantém tanto o
ferro férrico quanto o cálcio solúveis por meio dos seus efeitos acidificantes para serem
absorvidos no trato intestinal. Nos casos em que há baixa produção de ácido clorídrico,
a absorção desses nutrientes é diminuída em razão de sua insolubilidade em pH acima
de 5,0. Apesar de o ácido ascórbico aumentar a solubilidade e a absorção do ferro
ferroso em pH neutro ou levemente alcalino, a quelação entre estes só ocorrerá num
23
meio ácido. Com relação ao cálcio, as evidências recentes mostram que apenas a
ingestão isolada deste apresenta limitada biodisponibilidade na falta da acidez gástrica
(RUSSELL, 1992).
Estima-se que 80% das pessoas acima de 60 anos que tenham leve gastrite
apresentem anticorpos ao Hélicobacter pylori no seu sangue, em comparação com 50%
daqueles que não têm a doença (FAISAL et al., 1990).
O envelhecimento afeta o esvaziamento gástrico de uma refeição, tornando-o
mais lento. Modificações intestinais também são observadas no indivíduo idoso,
ocorrendo certo grau de atrofia na mucosa e no revestimento muscular que resulta na
deficiência de absorção de nutrientes e favorece a instalação de diverticulose, em
virtude da menor motilidade no intestino grosso e cólon (GEOKAS & HAVERBACK,
1969; NOGUÉS, 1995; PODRABSKY, 1995).
Essas alterações na motilidade também contribuem para o aparecimento da
constipação, que é freqüente na geriatria. No entanto, esse quadro de constipação no
idoso pode ainda estar relacionado com a baixa ingestão de líquidos e de fibras, com o
menor número de refeições por dia, com a depressão e com a inatividade, de acordo
com SULLIVAN & WALLS citados por SHUMAN (1998).
A diminuição da absorção de cálcio no intestino, com a idade em ambos os
sexos, devido, provavelmente, às alterações nos vários processos de transporte
(SHUMAN,1998).
O crescimento bacteriano excessivo no intestino pode também ocorrer, como
resultado da diminuição da secreção ácida. Interferindo na disponibilidade biológica dos
nutrientes e pode resultar na menor ação dos sais biliares, na má absorção da gordura e
na diarréia (PODRABSKY, 1995).
2.2.8 - Alterações no pâncreas
Em pessoas idosas, parece que o pâncreas é capaz de funcionar bem, sem
condições de estresse, no entanto, sob estimulação repetida com secretina ou
colecistocinina, a secreção pancreática da referida população cai significativamente
(GULLO et al., 1986).
2.2.9 - Alterações na estrutura e na função do fígado e vias biliares
24
Com o envelhecimento, o fígado é submetido a algumas alterações anatômicas e
funcionais. As alterações anatômicas compreendem diminuição do peso do fígado e do
número de hepatócitos e aumento de tecido fibroso. Conseqüentemente, em nível
citoplasmático têm-se registrado mudanças que interferem na biotransformação dos
fármacos, da síntese protéica, do metabolismo lipoprotéico e da secreção da bile, como
também na redução da tolerância a outros agentes normalmente excretados por esse
órgão (GEOKAS & HAVERBACK, 1969; NOGUÉS, 1995).
2.2.10 - Diminuição da sensibilidade à sede
No idoso a desidratação torna-se freqüente podendo desencadear outras doenças
como enfermidades infecciosas e cerebrovasculares, que, neste último caso, muitas
vezes, apresenta-se como um quadro de delirium (NOGUÉS, 1995; MORIGUTI et al.,
1998).
Deve-se considerar que a ingestão de líquidos depende dos fatores ambientais,
psicológicos e fisiológicos, e que a capacidade de concentração renal diminui com a
idade (NOGUÉS, 1995; CORMACK, 1998; MORIGUTI et al., 1998).
A alteração na sensação de sede é atribuída à disfunção cerebral e, ou, à
diminuição da sensibilidade dos osmorreceptores. No entanto, a menor ingestão de
líquidos pode ainda ser decorrente de alguma debilidade física, pois, neste caso, existe
certa dependência de outras pessoas. Este quadro de hipodipsia é agravado pela
administração de diuréticos e de laxativos, muito freqüente nos idosos. Pouco consumo
de água pelos idosos associada ao uso freqüente de diuréticos e laxantes, leva à
desidratação (NOGUÉS, 1995; CORMACK, 1998; MORIGUTI et al., 1998)
2.2.11 - Efeitos secundários dos fármacos
Os efeitos metabólicos e digestivos adversos, que alguns medicamentos de uso
habitual em geriatria produzem, devem ser considerados na análise da ingestão de
alimentos (LARRALDE, 1994; NOGUÉS, 1995; OLIVEIRA, 1999). Os mais
freqüentes são:
- Tranqüilizantes e psicofármacos: favorecem o relaxamento e diminuem a absorção
intestinal;
25
- Diuréticos e laxantes: ocasionam desidratação e depleção de eletrólitos como
magnésio, potássio e zinco;
- Antibióticos: alteram a absorção intestinal por destruição da flora. Provocam má
absorção de carboidratos, vitamina B12, cálcio, ferro, magnésio e cobre e inibem a
síntese protéica;
- Glicocorticóides: predispõem à gastrite, osteoporose (interferem na absorção do
cálcio) e hiperglicemia, e
- Analgésicos: favorecem as gastrites e úlceras.
2.3 – Pirâmide Alimentar
ATWATER foi pioneiro na investigação nutricional e o primeiro a desenvolver
vários dos componentes necessários para a elaboração de guias alimentares. Em 1894,
foi publicas tabelas de composição de alimentos e padrões dietéticos para a população
norte-americana, dando início às bases científicas para estabelecer relações entre a
composição dos alimentos, consumo e saúde dos indivíduos. O conteúdo destes também
foi modificado devido às novas concepções sobre alimentos, como por exemplo, o
consumo de gorduras e açúcares que é variável, conforme a população à qual se destina
o guia (WELSH et al., 1992a).
Está se procurado uma forma gráfica de distribuição dos alimentos para uma
melhor compreensão por parte da população, ou seja, fazer com que haja o consumo de
vários alimentos e em quantidade suficiente para que juntos componham uma dieta
adequada nutricionalmente (WELSH et al., 1992b).
Nos Estados Unidos, após pesquisa para verificar qual forma gráfica era mais
aceita pela população, observou-se que a distribuição dos alimentos em forma de “roda”
não surtia os resultados esperados, pois inicialmente mostrava os alimentos divididos
conforme função e com a mesma área, possibilitando diferentes interpretações. Além
disto, trata-se de uma representação ultrapassada porque, segundo os entrevistados, as
informações já eram conhecidas (WELSH et al., 1992b).
Foram testadas várias formas de apresentar os alimentos: em pilhas, em
utensílios (xícara, tigela, prato), em carrinho de supermercado e, como pirâmide, que foi
a adotada pelo United States Department of Agriculture (USDA) em 1992.
26
ACHTERBERG et al. (1994) descrevem que a Pirâmide Alimentar é um
instrumento de orientação nutricional utilizado por profissionais com objetivo de
promover mudanças de hábitos alimentares visando à saúde global do indivíduo e a
prevenção de doenças. Neste trabalho aborda-se como colocar em prática os princípios
da Pirâmide Alimentar, que é uma representação gráfica facilitadora para a visualização
dos alimentos assim como a sua escolha nas refeições do dia (WELSH et al., 1992b).
A Pirâmide Alimentar norte-americana (WELSH et al., 1992b) é baseada em
sete pontos principais:
• Ingestão de uma dieta variada em alimentos;
• Manutenção do “peso ideal”;
• Dieta pobre em gorduras, gorduras saturadas e colesterol;
•Dieta rica em vegetais, frutas, grãos e produtos derivados dos grãos;
• Açúcar com moderação;
• Sal e sódio com moderação,
• Bebidas alcoólicas com moderação.
Para o desenvolvimento de guias alimentares deve haver um processo de
pesquisa contendo: o diagnóstico da situação nutricional e dados epidemiológicos que
fundamentem as dietas, os objetivos, as metas nutricionais e um banco de dados
contendo a composição dos alimentos escolhidos. Os guias alimentares devem:
• Promover e manter a saúde global do indivíduo com orientações direcionadas para
prevenção ou tratamento de qualquer doença;
• Ser baseados em pesquisas atualizadas;
• Ter uma visão global da dieta;
• Ser úteis para o público alvo;
• Encontrar uma forma realista de suprir as necessidades nutricionais utilizando-se da
dieta habitual de cada população;
• Ser práticos e, os nutrientes e energia adaptados segundo a idade, o sexo e a atividade
física;
• Ser dinâmicos, permitindo o máximo de flexibilidade para a escolha dos alimentos, a
fim de suprir as necessidades nutricionais do indivíduo (WELSH et al., 1992b).
No Brasil, até a década de 1980, os “grupos de alimentos” atendiam aos
objetivos propostos nas tabelas de recomendação e a representação gráfica mais usual
foi sempre como “roda de alimentos”. O Instituto de Saúde, da Secretaria de Saúde do
Estado de São Paulo, em 1974, publicou um documento (KALIL et al., 1974) em que
27
recomendava, ao invés da “roda de alimentos”, a representação dos alimentos fosse em
grupos. Na época foi um avanço a adoção dos seis grupos para programas de orientação
nutricional:
1) leites, queijos, coalhada, iogurtes;
2) carnes, ovos, leguminosas;
3) hortaliças;
4) cereais e feculentos;
5) frutas;
6) açúcares e gorduras, dando uma maior flexibilidade para o momento da
orientação nutricional.
Os guias devem ser representados por grupos de alimentos, e são baseados na
variedade de informações incluindo a relação existente entre os alimentos e a saúde dos
indivíduos. Com um guia alimentar adequado à população os objetivos propostos
podem ser alcançados (SPILLER, 1993).
A partir da pirâmide alimentar norte-americana e conforme dietas-padrão
estabelecidas, foi desenvolvida uma nova pirâmide, com distribuição e caracterização
dos alimentos nela contidos voltada para os idosos.
FIGURA 1. Adaptação da pirâmide Alimentar para Adulto, considerada válida até abril
de 2005 (Fonte: USDA – Departamento de Agricultura dos EUA).
28
FIGURA 2. Adaptação da Pirâmide para o Adulto, considerada válida após abril de
2005 ( Fonte: USDA – Departamento de Agricultura dos EUA ).
A pirâmide proposta para idosos foi dividida então, cinco níveis:
- 1º nível: água e líquidos;
- 2º nível: grupo dos cereais, tubérculos, raízes;
- 3º nível: grupo das hortaliças e grupo das frutas;
- 4º nível: grupo do leite e produtos lácteos; grupo das carnes e ovos e grupo das
leguminosas,
- 5º nível: grupo dos óleos e gorduras e grupo dos açúcares e doces.
29
.
FIGURA 3. Pirâmide Alimentar Modificada Para Idoso
2.4 – Perfil da População Idosa no Brasil
A Organização das Nações Unidas (ONU) divide os idosos em três categorias:
os pré-idosos (entre 55 e 64 anos); os idosos jovens (entre 65 e 79 anos - ou entre 60 e
69 para quem vive na Ásia e na região do Pacífico); e os idosos de idade avançada (com
mais de 75 ou 80 anos). Estes, com mais de 80 anos, são e vão continuar sendo, na sua
maior parte, do sexo feminino.
O que afeta em geral a situação econômica das pessoas idosas é a perda de
contato com a força de trabalho, a obsolescência de suas atividades, a desvalorização de
seus vencimentos e pensões e a pobreza generalizada da sociedade, no mundo. Porém
são mais afetadas ainda as mulheres, porque vivem mais tempo, em geral com menos
recursos e menos títulos.(IBGE,2000)
Por conta da elevação da expectativa de vida mundialmente, muitos países
convivem hoje com idosos de diversas gerações, que possuem necessidades variadas,
passando a exigir, com isso, políticas assistenciais diferentes. (IBGE,2000)
30
Preocupadas, portanto, com a pressão que o enorme grupo de idosos vai fazer
sobre os fundos de pensões e serviços de saúde, muitas nações industrializadas passam a
reformular os sistemas de seguridade social, aumentando a idade mínima de
aposentadoria, elevando as contribuições dos trabalhadores à Previdência e introduzindo
o financiamento do setor privado. Austrália e Inglaterra, por exemplo, irão aumentar a
idade mínima de aposentadoria das mulheres para 65 anos em 2013 e 2020,
respectivamente. Em 2009, o governo da Alemanha vai recorrer ao mesmo
procedimento em relação a todos os aposentados.(IBGE, 2000)
Esta preocupação dos governos só confirma o fato de que a população no mundo
está ficando cada vez mais velha, mas também, o que é positivo, mais saudável. A
Organização Mundial de Saúde (OMS) prevê que, lá pelo ano 2025, pela primeira vez
na história, teremos mais idosos do que crianças no planeta. Como principal motivo
dessa elevação da expectativa média de vida, temos: o avanço da medicina e a melhora
na qualidade de vida. De qualquer forma, as desigualdades econômicas e sociais entre
os países industrializados e em desenvolvimento, bem como o desnível social de cada
nação, influem diretamente nas condições de saúde da população.(IBGE,2000)
A principal causa de mortalidade em países pobres ou em desenvolvimento são
as doenças infecciosas. Já nos países ricos, predominam os males degenerativos, como
doenças circulatórias e câncer. (IBGE,2000)
Em julho deste ano, o IBGE lançou a publicação "Perfil dos idosos responsáveis
pelos domicílios no Brasil - 2000", com informações sobre a população de 60 anos ou
mais de idade, que não pára de crescer. Comparando os Censos, podemos observar isto
de perto: em 1996, eram 16 idosos para cada 100 crianças; em 2000, eram quase 30
idosos para 100 crianças.
IDOSOS RESPONSÁVEIS PELOS DOMICÍLIOS
Total 8.964.850
Distribuição por sexo 62,4% homens
37,6% mulheres
Média de idade 69 anos
Escolaridade média 3,4 anos de estudo
Rendimento médio R$ 657,00
31
Acompanhe os principais indicadores trazidos pela publicação:
QUADRO 1: Idosos
Responsáveis pelos
Domicílios – 2000 ( fonte:
IBGE )
QUADRO 2: O Idoso em 2000 ( Fonte: IBGE )
Observe que, mesmo que a maior parte dos idosos (55%) seja composta do sexo
feminino, os idosos responsáveis por domicílios são em sua maioria (62,4%)
homens.(IBGE,2000)
As mulheres brasileiras vivem, em média, oito anos a mais que os homens. Por
isto, muitas idosas responsáveis pelos domicílios (93%) vivem sem o cônjuge, mesmo
que ainda morem com filhos ou outros parentes. (IBGE,2000)
A maioria dos idosos brasileiros, responsáveis ou não por domicílio, vive nas
grandes cidades: 81% deles estão nas áreas urbanas. As capitais com a maior proporção
de idosos são Rio de Janeiro (12,8%) e Porto Alegre (11,8%). (IBGE,2000)
O IDOSO EM 2000
População idosa total 14.536.029
Distribuição por sexo 54,9% homens
55,1% mulheres
Pessoas com 100 ou mais anos de idade 24.576
32
Um grande problema para o idoso hoje é sua adaptação às exigências do mundo
moderno. Isto se deve, em parte, à deficiência educacional desta geração, de uma época
em que freqüentar escola era um privilégio de poucos. Por isto, o alto índice de
analfabetismo, que atinge 5,1 milhões de idosos no país. Na Região Nordeste se
concentram as maiores proporções: eram 56,1% em 2000. (IBGE,2000)
Para se ter uma idéia, a média de anos de estudos dos idosos da cidade de Niterói
(no Rio de Janeiro) é de 8,2. No Piauí, nos municípios de Barra de Alcântara e de Novo
Santo Antônio, os idosos têm uma média de 0,2 anos de estudo.(IBGE,2000)
Existe ainda o analfabetismo funcional, que corresponde aos indivíduos que têm
menos de 4 anos de estudo. Os números do Censo mostram que 59,4% dos idosos
responsáveis pelos domicílios são analfabetos funcionais.(IBGE,2000)
Ainda assim, o crescimento da alfabetização foi de 16,1% em relação a 1991.
Acompanhe o gráfico abaixo para comparar a situação educacional dos idosos
responsáveis pelos domicílios no Brasil nos dois últimos Censos:
A renda média dos idosos responsáveis pelos domicílios subiu de R$403,00 para
R$657,00 entre os Censos de 1991 e 2000, o que representa um aumento de 63%. A
principal fonte de renda é a aposentadoria, em ambos os sexos.
As desigualdades de renda entre diferentes camadas da população idosa chamam
atenção. Comparando-se:
• Rendimento médio dos idosos do sexo masculino: R$752,00
• Rendimento médio dos idosos do sexo feminino: R$500,00
• Rendimento médio nas zonas rurais: R$297,00
• Rendimento médio nas zonas urbanas: R$739,00
• Rendimento médio na Região Nordeste R$386,00
• Rendimento médio na Região Sudeste R$835,00
GRÁFICO 1:
33
Gráfico 2:
2.5. Formação dos hábitos alimentares
Em 1945, MEAD e GUTHE definiram os hábitos alimentares como “o estudo
dos meios pelos quais os indivíduos, ou grupos de indivíduos, respondendo a pressões
sociais e culturais, selecionam, consomem e utilizam porções do conjunto de alimentos
disponíveis”.(GARINE,1995 )
A comida é uma forma de comunicação, na qual o indivíduo vai explicitar
inclusive sua visão de mundo, ou seja, “comer é revelar-se”.(COIMBRA,1985)
A escolha do alimento revela muitas vezes a que grupo se deseja pertencer, seja
este social, étnico ou de idade.(CONTRERAS,1992)
34
Ellen Messer lembra que os gostos são transmitidos como parte de uma cozinha
cultural.
É crescente a percepção de que existe uma grande diferença entre comer, um ato
social, e nutrir-se uma atividade biológica. Isso tem desencadeado a produção de
inúmeros trabalhos na área de nutrição que compreendam as mais diferentes áreas do
conhecimento. Ora, essa visão transdisciplinar é fundamental a qualquer pesquisa que
pretenda verificar os hábitos alimentares de uma população. Como coloca Jesús
Contreras, identificar que se come pão, por exemplo, não representa uma informação
com real significado. É necessário (dada a diversificação do produto na naturalidade)
especificar se é pão francês, pão integral, pão doce, etc...
2.5.1 - Mudanças com a industrialização: o padrão alimentar
Claude Fischler, defende que os sistemas alimentares evoluem e, às vezes, de
forma imprevisível. Entretanto isso não se dá sem uma aparente resistência pautada na
inércia e na recusa. A tendência dos imigrantes em conservar seus hábitos alimentares é
amplamente retratada nos estudos etnográficos.
Por outro lado, a urbanização, a tecnologia e o comércio tiveram um impulso
nunca dantes verificado. Produtos como o açúcar, o café e o chocolate conheceram um
público cada vez maior. Fischler lembra, entretanto, que estas mudanças são mínimas se
comparadas às que se vive no período contemporâneo mais recente. Estas apresentam
um tal grau de aceleração que, às vezes, em poucos meses pode-se verificar alterações
nos comportamentos.
Percebe-se que a alimentação de diferentes culturas está sendo transformada
muito rapidamente em todo o mundo, como parte de uma cultura que também se
modificou. Dentro de um processo mais amplo, qual seja o desenrolar da civilização
industrial ocidental, a alimentação, dentre as inúmeras expressões culturais, também
tem sido influenciada por este processo acelerado. Em nome da ilimitada autonomia do
desejo humano, a sociedade de consumo de massa foi, paradoxalmente, impulsionada.
Se aceita que as mudanças na direção de uma ‘dieta ocidental’ (dieta rica em gorduras,
especialmente as de origem animal, açúcar e alimentos refinados e reduzida em
carboidratos complexos e fibras) iniciaram-se nos Estados Unidos, de forma lenta, ainda
na segunda metade do século XIX e durante o século XX. Estas mudanças nos países
35
em desenvolvimento, ocorreram há bem menos tempo. Em contrapartida, nestes países
elas foram significativamente mais rápidas. (MONTEIRO,1995)
A tendência das sociedades desenvolvidas de comer muito além do que seria
necessário para as necessidades do organismo, induz a pensar que a sabedoria alimentar,
característica das sociedades tradicionais, não tem conseguido acompanhar o
desenvolvimento da sociedade moderna. Para Claude Fischler, a cultura moderna tem
reduzido a capacidade do ser humano em perceber qual alimentação ser-lheia mais
adequada. Jesús Contreras acredita que as razões para esta cacofonia alimentar estão
assentadas na crise cultural vivida pelas sociedades mais desenvolvidas. Percebe-se uma
crescente “desestruturação dos sistemas normativos e dos controles sociais que regiam,
tradicionalmente, as práticas e as representações alimentares”.
A indústria de alimentos foi, em grande parte, responsável pela mudança radical
que se operou na alimentação dos norte-americano nos últimos oitenta anos. (
LAPPÊ,1985)
2.5.2 - A publicidade e a ideologia do consumo
“As preferências alimentares na sociedade moderna estão cada vez mais
influenciadas pela publicidade”.(CONTRERAS, 1995) É interessante assinalar que o
significado dos alimentos vai ser elaborado principalmente no ato da sua transformação
e do seu consumo. No que concerne à sua produção poucos significados serão
incorporados.
A indústria tem sido eficaz nesta função, qual seja, a de outorgar símbolos a tudo
que produz. Muitas vezes o que tem valor simbólico pode trazer prejuízos: é gostoso
mas não tem valor nutricional.(CONTRERAS, 1995)
As preferências pelos alimentos com prestígio não dependem do valor nutritivo
que ele possa ter. “Somente os seres humanos evitam o uso de alimentos nutritivamente
valiosos por que são de ‘baixo status’ e ... pelo contrário, consomem produtos cujas
qualidades organolépticas são medíocres e nutritivamente pobres, com a finalidade de
aparentar prosperidade econômica”. De GARINE, a partir destas constatações, afirma
que “a maioria das sociedades estão capacitadas para resolver sua subsistência e que
dispõem dos excedentes suficientes, mas que a maior parte da alimentação se
desenvolve por razões de prestígio”.
36
A comida é percebida como uma forma de obter status social. O alimento em
nossa sociedade é uma mercadoria, e como tal, é explorada pela mídia. Percebe-se que
os jovens apresentam uma tendência maior a incorporar novos hábitos alimentares.
(CONTRERAS,1995)
Em populações migrantes, os estudos são unânimes em afirmar que a
socialização dos jovens, principalmente nas escolas e nas reuniões sociais, permite que
eles, antes do restante da família, alterem seus hábitos em favor do novo meio
social.(FISHLER,1993)
Mesmo em sociedades mais homogêneas, o poder de influência dos adolescentes
é muito grande. Pode-se dizer que, a partir dos anos 70, essa influência ficou ainda
maior. Isso veio a contribuir para a proliferação dos restaurantes com aspecto mais
juvenil, os fast-food.
2.5.3 - O fast-food como ícone da modernidade
Para Jesús Contreras, “o snack não somente responde a uma necessidade nova,
mas dá a essa necessidade uma certa expressão teatral, converte aos que os freqüentam
em ‘homens modernos’, em ‘executivos’ com poder e controle sobre a extrema rapidez
da vida moderna”. O que se objetiva não é mais a confraternização, mas a economia de
tempo. No momento em que as refeições são destituídas desta função de reunir e
solidificar laços afetivos alguns autores se perguntam sobre conseqüências dessa nova
“evolução”.(GARINE, 1995)
2.5.4 - A globalização alimentar
Para BURKHARD, 1984 parece certo que o Brasil está sofrendo a influência da
conservação dos alimentos, das latarias, e da industrialização, nivelando-o à situação
mundial, na qual o nível de uniformidade e perda de qualidade é crescente. Claude
Fischler lembra que da mesma forma que o hambúrguer invade os mercados mundiais,
as lojas de croissant também progrediram nos Estados Unidos, país em que a pizza tem
a preferência da maioria dos jovens.
Para FISCHLER,1993, as transformações alimentares no mundo não refletem
simplesmente um processo “de americanização” dos costumes. Em verdade, por estas
transformações terem iniciado neste país mais cedo do que no restante do mundo, isso
37
pode confundir o observador, parecendo ser essa difusão do fast-food uma típica ação
imperialista. Porém este processo pode ser melhor compreendido se for relacionado à
modernidade. “Mesmo que a América apresente certas particularidades culturais e
culinárias altamente específicas e as propague através de seu comércio e de sua
indústria, o mundo desenvolvido se americaniza menos do que se moderniza e se
transforma mais do que se acultura”.
2.5.5 - O sedentarismo e o hábito de se comer demais
A tendência a comer demais é típica das sociedades industriais. No passado o
indivíduo “comia para viver”. Hoje, o consumismo induz as sociedades a “viver para
comer”. Mas não apenas o consumo se modificou com a industrialização crescente. Nas
sociedades urbanas as facilidades de transporte, o trabalho mecanizado e também
sedentário fez com que os organismos gastassem cada vez menos energia, tornando as
necessidades calóricas menores.( CHONCHOL,1985 )
2.5.6 - Algumas evidências na mudança alimentar do brasileiro
Com a velocidade da informação ao nível global, percebe-se que a expectativa
de consumo de um habitante do Terceiro Mundo está cada vez mais próxima do que é
consumido nos países desenvolvidos. É hoje um fenômeno recorrente no Terceiro
Mundo a tendência a imitar os países consumistas mais desenvolvidos no desejo de
adquirir bens industriais e conforto como carros, televisores e outros objetos, fato que
leva às vezes ao sacrifício de gastos essenciais para o financiamento de gastos
secundários.( CHONCHOL, 1985 )
No Brasil, assim como na maioria dos países não desenvolvidos, as pesquisas
sobre o consumo alimentar são escassas. Na década de 70 foi realizado o Estudo
Nacional da Despesa Familiar. O ENDEF, primeiro inquérito no território nacional,
verificou que, guardadas algumas particularidades regionais, o hábito alimentar do
brasileiro era muito semelhante de Norte ao Sul do país. Este estudo pôs por terra
alguns
axiomas que procuravam afirmar que a fome da população brasileira era oriunda de
falta de conhecimento técnico, ou seja, que a população não saberia se alimentar.
Concluiu-se que a proporção de proteína consumida era muito semelhante em todos os
extratos sociais, ou seja, a qualidade da dieta não mudava nos diferentes níveis
38
socioeconômicos. O problema residia na quantidade dos produtos consumidos, que
eram menores nos extratos com menor capacidade de consumo. A cesta básica naquele
momento era composta por poucos produtos e, na sua maioria, não industrializados.
Além deste estudo, ao nível nacional, temos mais duas Pesquisas de Orçamento
Familiar (POFs). A primeira, realizada entre 1961 e 1963, e a segunda entre 1987 e
1988. MONDINI e MONTEIRO, analisando os dados destas três pesquisas chegaram a
importantes conclusões a respeito do padrão alimentar da população urbana nas últimas
três décadas. Pode-se dizer que mudanças significativas ocorreram na composição do
cardápio do brasileiro. Acompanhando mudanças que ocorreram não apenas nos países
desenvolvidos mas, recentemente, até em outros países em desenvolvimento, o Brasil
apresenta a tendência de “reduzir o consumo de cereais e tubérculos, de substituir
carboidratos por lipídios e de trocar proteínas vegetais por proteínas animais”.
Em 1996, o Instituto Nacional de Alimentação e Nutrição, o INAN, em conjunto
com universidades brasileiras, decidiu realizar uma ampla pesquisa sobre o consumo
alimentar brasileiro, o “Estudo Multicêntrico sobre Consumo de Alimentos”.
O novo padrão alimentar do brasileiro traz uma conseqüência bastante
desagradável. Observa-se que a obesidade está se tornando um importante problema de
saúde publica. Entre os anos de 1974 a 1988 o aumento da prevalência da obesidade em
adultos que vivem em grandes áreas urbanas foi em torno de 50% a 70%. (
MONTEIRO, 1995)
Percebe-se que desde os anos 70 o sistema industrial de alimentos se impõem
como regime alimentar cada vez mais predominante no Brasil. Para WILKINSON, as
mudanças no sentido da industrialização, verificadas no Brasil, têm sido pior para os
pobres. O alimento é cada vez mais um artigo de luxo numa lógica em que a
sofisticação é a idéia basilar.
Segundo George Martine, os defensores do atual modelo de modernização
agrícola brasileiro trabalhariam com a expectativa de que a população urbana adquirisse
novos hábitos alimentares e aprendesse a consumir os produtos industrializados gerados
pelas cadeias do complexo industrial.
Por outro lado, o consumo de feijão e de farinha, alimentos que foram à base do
cardápio da grande maioria da população desde o século 17, reduziu-se nos últimos dez
anos. “O consumo anual de feijão caiu de 11,8 kg para 9,9 kg por brasileiro. E a farinha
de mandioca ocupa o 38º lugar no mercado alimentar”. Dados recém divulgados da
39
última POF (Pesquisa de orçamentos familiares), revelam que o pão francês consome
7,2% de todo o dinheiro gasto pelas famílias brasileiras com alimentação em casa.
2.6 – Avaliação Nutricional e Antropométrico
Os objetivos da avaliação do estado nutricional são:
a) identificar os pacientes com risco aumentado de apresentar complicações
associadas ao estado nutricional (CAN), para que possam receber terapia nutricional
adequada (DEHOOG, 1998);
b) monitorizar a eficácia da intervenção dietoterápica (BAXTER et al,2000).
Esta avaliação pode ser feita através de métodos convencionais e não-
convencionais (BAXTER et al,2000). São métodos convencionais aqueles
tradicionalmente usados, por sua consolidada utilização tanto na prática clínica quanto
em estudos epidemiológicos. Têm como características principais:
a) praticidade;
b) custo aceitável;
c) refletem com certa precisão o estado nutricional do indivíduo (BAXTER et
al,2000). Os métodos não-convencionais são aqueles que apresentam limitações no seu
uso, como equipamentos de custo elevado, dificuldades técnicas para sua execução,
entre outras, que impossibilitam seu uso de forma rotineira.
Geralmente são métodos mais sensíveis, utilizados como referência em
pesquisas (BAXTER et al,2000).
2.6.1 - Métodos Convencionais
Nesta categoria, encontra-se um largo espectro de procedimentos, incluindo
(SMITH et al,1991 e BAXTER et al,2000): História clínica (ALBERT et al,1992);
Exame físico para detectar deficiências nutricionais específicas (DEHOOG, 1998);
Antropometria: peso; altura; combinações de altura e peso; medidas de dobras ou pregas
cutâneas; circunferências; comprimento de segmentos; largura óssea; compleição
(ALBERT et al,1992); Exames laboratoriais: hematócrito, hemoglobina, linfócitos
totais, proteínas séricas (albumina, préalbumina; transferrina), índice creatinina-altura,
colesterol sérico, balanço nitrogenado (ALBERT et al,1992); Índices múltiplos:
40
diversos índices prognósticos (CHARNEY,1995); Impedância bioelétrica
(WAITZBERG,1995).
História Clínica
Em toda prática clínica, obter a anamnese tem um papel fundamental. Do ponto
de vista nutricional, aspectos relevantes são:
Perda de peso: trata-se, provavelmente, da variável mais freqüentemente
avaliada (SMITH, 1991).
Perda de peso acima de 10% é significativa. Outro fator que deve ser investigado
é a maneira como a perda ocorreu, se contínua ou com recuperações, avaliando a
situação nas duas últimas semanas; Alterações do padrão alimentar: devem ser avaliadas
quanto à duração (em semanas) e o tipo (quantitativa e qualitativa) (SILVA,2000).
Neste caso, procura-se detectar a presença de disfagia ou alterações do estado mental
(DEHOOG,1998); Presença de sintomas gastrintestinais: anorexia, náusea, vômitos e
diarréia (pelo menos três evacuações líquidas por dia) são considerados importantes
quando estão presentes de forma contínua por mais de 15 dias (SILVA,2000);
Avaliação da capacidade funcional: está relacionada com alterações de
atividades físicas habituais do paciente, podendo obrigá-lo desde a interrupção das
atividades cotidianas até grau extremo de inatividade, onde o paciente permanece
acamado a maior parte do tempo (SILVA,2000);
Demanda metabólica: procura-se investigar situações que causam aumento de
requerimentos nutricionais, como infecções, trauma, queimaduras, fraturas, sepsis,
gravidez, lactação (ALBERT,1992);
Antecedentes médicos: cirurgias prévias com localização de ressecções
intestinais, doenças crônicas e suas complicações (DEHOOG,1998; ALBERT,1992);
Uso de medicamentos: pode afetar o estado nutricional de várias formas:
a) diminuindo o apetite: furosemida, hidroclotiazida, digitálicos etc.;
b) alterando ou diminuindo o paladar: AAS, anfetaminas etc.;
c) aumentando o apetite: anti-histamínicos, drogas psicotrópicas,
corticosteróides (HAKEN, 1998);
d) alterando a absorção de nutrientes (e.g. o uso de anticoncepcionais orais).
interfere na absorção de folato) (BAXTER,2000; ALBERT,1992);
41
História social: nela há aspectos importantes a serem investigados, pois podem
influenciar a compreensão sobre a doença e incluem fatores de risco que podem afetar a
aderência ao tratamento:
a) ocupação;
b) escolaridade;
c) condições de habitação;
d) nível socioecômico;
e) uso de substâncias, como álcool, tabaco, drogas ilícitas e cafeína
(DEHOOG,1998);
História dietética: refere-se a uma revisão dos padrões usuais de ingestão de
alimentos utilizando técnicas especiais, sendo a mais conhecida o recordatório alimentar
de 24 horas (método qualitativo que investiga tudo o que o paciente ingeriu nas últimas
24 horas) (DEHOOG, 1998).
EXAME FÍSICO
O exame físico direcionado para detectar deficiências nutricionais deve ser
minucioso, com o objetivo de identificar sinais de carências específicas de nutrientes. A
inspeção geral proporciona muitas informações úteis, como:
a) sinais de depleção nutricional: perda de tecido subcutâneo na face, tríceps,
coxas e cintura;
b) perda de massa muscular nos músculos quadríceps e deltóide, lembrando que
repouso prolongado leva a atrofia muscular;
c) presença de edema em membros inferiores, região sacral e ascite; d) coloração
de mucosas: palidez da anemia (DEHOOG, 1998; ALBERT, 1992). Cabe lembrar que
Detsky e cols. (DETSKY, 1987) propuseram um modelo de questionário-padrão que
investigava aspectos da história clínica e de exame físico, denominado Avaliação
Subjetiva Global (ASG). A ASG permite a classificação em três categorias:
A = Bem nutrido;
B = Moderadamente (ou suspeito de ser) desnutrido; e
C = Gravemente desnutrido.
A partir de então, a ASG tem sido extensamente estudada na literatura, sendo
validada ao se a comparar com outros métodos (COPPINI,1995) e modificada para
42
atender a situações clínicas diversas, como as de pacientes com nefropatia, neoplasia,
hepatopatia, HIV positivos e geriátricos (SILVA,2000).
ANTROPOMETRIA
A antropometria é uma técnica desenvolvida por antropologistas no final do
século XIX, usando medidas simples para quantificar diferenças na forma humana,
porém a era moderna da antropometria nutricional se iniciou durante a primeira guerra
mundial com a preocupação com a eficiência física dos soldados (SHILS,1994).
Antropometria é o método não-invasivo de baixo custo e universalmente
aplicável, disponível para avaliar o tamanho, proporções e composição do corpo
humano (WHO,1995).
A idade deve ser estabelecida, pois tanto as medidas recomendadas quanto os
padrões de referência são considerados com base na mesma. Outro fator que deve ser
considerado é o gênero, pois existem diferenças expressivas entre o tamanho de homens
e mulheres (WHO,1995). A antropometria permite a obtenção de muitas informações,
porém peso, altura, suas combinações e pregas cutâneas são os métodos
antropométricos mais utilizados em estudos epidemiológicos (WILLETT,1998).
Altura
A altura representa o maior indicador do tamanho corporal geral e do
comprimento dos ossos. Adultos são geralmente medidos em pé. Quando a estatura não
pode ser medida por dificuldade de permanecer em pé ou problemas sérios de coluna,
no adulto jovem a envergadura dos braços é equivalente à altura. Outra possibilidade é a
utilização da medida altura do joelho. A altura é então estimada utilizando fórmulas
(LOHMAN,1988): homem (cm) = 64,19 – (0,04 x idade) + (0,02 x altura do joelho em
cm); mulher (cm) = 84,88 – (0,24 x idade) + (1,83 x altura do joelho em cm).
Peso
O peso corresponde à soma de todos os componentes de cada nível da
composição corporal. É uma medida aproximada das reservas totais de energia do
43
corpo, e mudanças no peso refletem alterações no equilíbrio entre ingestão e consumo
de nutrientes (WAITZBERG,2000).
Três considerações sobre o peso são importantes:
Porcentagem de alteração de peso (%AP): é estabelecido comparado o peso
usual (PU), que é aquele que o indivíduo usualmente apresenta quando está saudável,
com o peso atual (PA), medido no momento da avaliação, utilizando a fórmula
(SILVA,2000): %AP = (PA – PH)/PH x 100;
Peso ideal (PI): é padrão de referência para faixa etária e gênero, sendo o
americano obtido através do National Health and Nutrition Examination Survey
(NHANES I 1971–1974; NHANES II 1976–1980) realizados pelo National Center of
Health Statistics, NCHS.
A OMS preconizou utilizar as Tabelas de Crescimento do NCHS
(GIBSON,1993). ANJOS,1992 critica a utilização de tabelas de peso ideal,
considerando a grande variação da estatura média das populações adultas do mundo;
Porcentagem do peso corporal ideal (PCI%): é calculado através da fórmula:
PA/PI x 100. ALBERT & CALLAWAY consideraram 80% do PCI% como altamente
indicativo de desnutrição; já STARLINGS & HARK consideraram PCI% abaixo de
70% como desnutrição grave e acima de 120% como obesidade; WAITZBERG
considerou redução moderada entre 61 a 80% e grave £ 60%.
Combinações peso e altura
Peso e altura representam as variáveis antropométricas mais comumente
disponíveis em estudos epidemiológicos. As suas combinações medem peso corporal
corrigido pela altura, porém não conseguem distinguir adiposidade de massa muscular e
edema (WILLETT,1998). Por isto, no adulto temos as seguintes combinações:
Peso-altura: para determinar se o peso de um adulto é apropriado para a altura,
precisa ser comparado com padrões de referência. Os mais comuns são as tabelas do
Metropolitan Life Insurance, que distribuem o peso ideal pela altura, considerando o
gênero e a compleição (GILBSON,1993);
Índice de massa corporal ou corpórea (IMC): foi criado por Quetelet
(WILLETT,1998), sendo, por isso, também denominado de índice de Quetelet
(GIBSON,1993). Sua utilização na prática clínica foi proposta há três décadas. É
considerado por diversos autores o melhor indicador de massa corporal no adulto
44
(GIBSON,1993), porém outros autores (WAITZBERG,2000) chamam atenção para três
limitações do IMC:
1) relação com a proporcionalidade do corpo, pessoas com as pernas curtas para
a sua altura terão IMC aumentado;
2) relação com a massa livre de gordura, especialmente em homens, pois atletas
e indivíduos musculosos podem ter IMC na faixa da obesidade;
3) relação com a estatura, que, apesar de baixa, pode ser significativa,
especialmente em menores de 15 anos (GIBOSN,1993). Em 1995, um Comitê de
Especialistas da OMS modificou os pontos de corte do IMC (KELLY,2000) para
emagrecimento (WHO,1995) e, em 1998, para obesidade (WHO,1998), preconizando
sua utilização tanto para diagnóstico de desnutrição quanto de obesidade, sendo os
seguintes:
• magreza grau III (grave): IMC < 16,0;
• magreza grau II (moderada): 16,0 ² IMC ² 16,99;
• magreza grau I (leve): 17,0 ² IMC ²18,49;
• faixa normal: 18,5 ² IMC ² 24,99;
• pré-obesidade (aumentado): 25,0 ² IMC ² 29,99;
• obesidade grau I (moderado): 30,00 ² IMC ² 34,99;
• obesidade grau II (grave): 35,0 ² IMC ² 39,99;
• obesidade grau III (muito grave): IMC ³ 40,00.
ANJOS sugeriu, ainda, que, apesar de o IMC não indicar a composição corporal,
a facilidade de sua mensuração e sua relação com morbi-mortalidade parecem ser
motivos suficientes para sua utilização como indicador do estado nutricional em
estudos epidemiológicos em associação ou não com outras medidas antropométricas. A
curva de morbi-mortalidade tem sido identificada como um “U”, assimétrico, com o
menor risco na parte horizontal com IMC de 20 a 30 kg/m2. Os dois extremos do IMC
estão associados com maior risco de morbimortalidade, porém de causas de morte
diferentes. O IMC baixo está associado com morte por tuberculose, câncer pulmonar e
doença pulmonar obstrutiva crônica, sendo que o IMC = 12 kg/m2 é considerado limite
mínimo para sobrevivência humana. O IMC alto, com morte por doenças
cardiovasculares, diabetes e, para homens, câncer de cólon.
Pode ser calculado utilizando a fórmula: IMC = peso (kg)/altura (m)2
(WHO,1995) ou através do normograma proposto por BRAY (HEYWARD,200).
45
Quanto à eficiência do IMC no diagnóstico de obesidade, observa-se controvérsia na
literatura.
Desta forma, GARROW & WEBSTER concluíram que o IMC pode ser
considerado conveniente e de fácil execução no diagnóstico de obesidade. Porém
SMALLEY e cols., considerando a grande variação individual da gordura corporal
determinada pelo IMC e a estimada por densitometria, sugeriram o uso cauteloso do
IMC como indicador de obesidade. Recentemente, ACUÑA e cols., ao estudar o estado
nutricional de pacientes hospitalizados, encontraram uma concordância fraca entre IMC
e o Índice Sugestivo de Desnutrição (ISD) proposto por WAITZBERG, e concluem que
o Índice de Massa Corporal não é um bom parâmetro para avaliar o estado nutricional
de adultos hospitalizados, sendo um indicador de proporções corporais. Esclarecendo
melhor, uma pessoa magra pode estar bem nutrida e uma pessoa obesa pode estar
desnutrida.
Circunferências
À medida que se torna necessário avaliar de forma mais completa a composição
corporal, dados antropométricos adicionais devem ser obtidos (DEHOOG,1998). As
circunferências são afetadas pela massa gorda, massa muscular e tamanho ósseo. É
possível medir uma grande variedade de circunferências corporais (LOHMAN,1988),
porém as principais circunferências utilizadas na prática clínica são (DEHOOG,1998):
Circunferência do braço (CB): é muito utilizada, pois a sua combinação com a
medida da prega cutânea do tríceps (PCT) permite, através da aplicação de fórmulas,
calcular a circunferência muscular do braço (CMB) e a área muscular do braço (AMA),
área de músculo sem osso, que são correlacionadas com a massa muscular total, sendo
utilizadas para diagnosticar alterações da massa muscular corporal total e, assim, o
estado nutricional protéico (DEHOOG,1998; WHO,1995;WAITZBERG,2000);
Circunferência da cintura: sua medida não deve ser feita sobre roupas, o sujeito
permanece em pé, com os pés juntos, os braços estendidos lateralmente e o abdome
relaxado. A medida deve ser tomada em plano horizontal com fita inelástica no ponto
mais estreito do tronco. É indicador de adiposidade profunda (LOHMAN,1988);
Circunferência do quadril: deve ser medida com paciente trajando roupas leves e
soltas, em pé, com os braços levantados para os lados e os pés juntos. O examinador
senta ao lado do sujeito para melhor visualizar o nível da extensão máxima dos glúteos,
46
dispondo a fita antropométrica em plano horizontal, que deve ser estendida sobre a pele
sem comprimir as partes moles (WHO,1995);
Relação da cintura para o quadril (RCQ): é calculada dividindo a medida da
circunferência da cintura (cm) pela do quadril (cm). É fortemente associada à gordura
visceral, sendo um índice aceitável de gordura intra-abdominal. É a medida de
adiposidade mais freqüentemente utilizada, permitindo diferenciar a obesidade
ginecóide e andróide (DEHOOG,1998). Uma RCQ de 1,0 ou mais para homens e de
0,8 ou mais para mulheres é indicativo de obesidade andróide e risco aumentado de
doenças relacionadas com a obesidade;
Circunferência da panturrilha: fornece a medida mais sensível de medir massa
muscular no idoso, sendo superior à circunferência do braço (WHO,1995);
Perímetro cefálico: muito utilizado para acompanhar o desenvolvimento de
crianças menores de três anos (DEHOOG,1998).
Pregas Cutâneas
A gordura subcutânea corresponde a 50% da gordura armazenada do corpo, e
pode refletir de maneira acurada o conteúdo de gordura corporal total, baseado no fato
de que a espessura da gordura é relativamente constante (SMITH, 1991). A medida das
pregas ou dobras cutâneas (PC) apresenta duas vantagens:
1) fornecer uma maneira relativamente simples e não-invasiva de estimar a
gordura corporal;
2) caracterizar a distribuição da gordura subcutânea (LOHMAN,1988).
Uma grande variedade de PC pode ser medida, porém as mais utilizadas na
prática clínica são:
Prega cutânea do tríceps (PCT): a região do tríceps é o local mais
freqüentemente utilizado, pois se considera que seja o mais representativo da camada
subcutânea de gordura. Pode ser comparada a padrões de referência com determinação
do percentil (GIBSON,1993).
Os padrões mais comuns de comparação são os propostos por JELLIFFE, que
são baseados em militares europeus e mulheres americanas de baixa renda, e por
FRISANCHO, baseado nas medidas aferidas em homens e mulheres americanos
brancos que participaram do National Health and Nutrition Survey (NHANES) 1971–
1974. Porém, THULUVATH & TRIGER realizaram estudo comparando medidas de
47
PCT e CMB em 125 pacientes com doença hepática crônica com as tabelas de
JELLIFFE e FRISANCHO, e demonstraram que ambas apresentam problemas de
confiabilidade (CORREIA,1998), de forma que os autores fazem a pergunta: How valid
are our reference standards of nutrition? (Quão válidos são nossos padrões nutricionais
de referência?) (THULUVATH,1995);
Somatório de pregas cutâneas: existem várias equações utilizando a soma de
diversas combinações de PC, mas devem ser selecionadas baseadas na idade, gênero,
etnia e nível de atividade física (HEYWARD,2000).
Outras Medidas
Outras medidas em antropometria não incluídas nos protocolos de medidas
recomendadas pela OMS (WHO,1995) consistem na medição de segmentos (e.g.
envergadura do braço) e diâmetros ósseos (HEYWARD,2000). A avaliação do tamanho
do esqueleto é feita utilizando equipamentos apropriados denominados antropômetros
ósseos e compassos de diferentes tamanhos. Sua principal utilidade consiste em permitir
a determinação da compleição física ou porte, que pode ser pequeno, médio e grande
(1WILLETT,1998).
EXAMES LABORATORIAIS
Vários exames bioquímicos são as medidas mais objetivas do estado nutricional
(DEHOOG,1988), usados para detectar deficiências subclínicas e para confirmação
diagnóstica, com a vantagem de possibilitar seguimento de intervenções nutricionais ao
longo do tempo. Os exames laboratoriais de uso mais freqüente na prática clínica são
descritos a seguir. Cabe lembrar que uma série de dosagens sangüíneas para estudar
componentes nutricionais específicos, como minerais (e.g. cálcio), ferro, vitaminas, tem
sua indicação específica, não sendo considerados como métodos convencionais
(BOTTONI,2000).
Hematológicos
48
Os parâmetros hematológicos mais utilizados em avaliação nutricional são
hematócrito (HT), hemoglobina (HG) e linfócitos totais (LINF) (BOTTONI,2000).
Os valores de hematócrito e hemoglobina são dependentes da idade e gênero
(GIBSON,1993). A contagem total de linfócitos (CTL) expressa condições
imunológicas e também os valores normais variam conforme o autor. Para WEINSIER
e cols., a normalidade compreende valores iguais ou maiores que 1.500/mm3, depleção
moderada de 1.200 a 1.500/mm3 e grave abaixo de 1.200/mm3. Segundo SELTZER e
cols., o risco maior de complicações associadas com estado nutricional ocorre quando a
CLT for inferior a 1.500/mm3, concordando com os valores preconizados pela
FELANPE. BOTTONI e cols. consideraram os seguintes valores:
a) depleção leve: 1.200 a 2.000/mm3;
b) depleção moderada: 800 a 1.199/mm3;
c) depleção grave: < 800/mm3.
Avaliação do Estado Protéico
As proteínas são essenciais para as funções reguladoras (e.g. hormônios e
enzimas) e estruturais (e.g. colágeno e elastina) (GIBSON,1993). As proteínas séricas
mais freqüentemente avaliadas para determinação do estado nutricional são albumina,
transferrina e pré-albumina (SMITH,1991).
Albumina
É a proteína mais abundante do plasma e dos líquidos extracelulares, sendo uma
das mais extensamente estudadas, com aproximadamente 19.000 citações no Index
Medicus nos últimos trinta anos (JEEJEEBHOY,1998). Tem importância
preponderante na determinação da pressão colóido-osmótica do plasma, exercendo
função de proteína de transporte (cálcio, ácidos graxos de cadeia longa, medicamentos
etc.) (BOTTONI,2000).
A concentração sérica de albumina depende de muitos fatores (DEHOOG,1998;
BOTTONI,2000):
a) síntese hepática: depende da função do hepatócito e da ingestão e absorção de
substratos protéicos, encontrando-se diminuída no hipotireoidismo quando há níveis
49
circulantes excessivos de cortisol durante estresse e em doença parenquimatosa
hepática;
b) perdas anormais de albumina: doença renal (síndrome nefrótica), eclâmpsia,
enteropatia perdedora de proteína e queimaduras;
c) catabolismo aumentado: estresse, hipermetabolismo, síndrome de Cushing e
algumas neoplasias;
d) trocas entre os compartimentos: alteradas em situações patológicas, com
seqüestro para o extravascular (e.g. trauma, infecção);
d) volume de distribuição: afetado pelo estado de hidratação. Apesar da
limitação decorrente da meia vida prolongada, interferindo na detecção de alterações
agudas do estado nutricional, e de sofrer alterações por diversas outras razões não-
nutricionais, os níveis séricos de albumina são fortemente relacionados com aumentos
na morbidade (tempo de internação prolongado, cicatrização deficiente de feridas) e da
mortalidade (SHIL,1994).
Por isso, é uma das variáveis mais freqüentemente utilizadas para compor
índices prognósticos, sendo também considerada o melhor índice isolado de predição de
complicações (SMITH,1991). Em relação aos valores da albumina, observa-se variação
em relação à idade (GIBSON,1998) e também aos valores preconizados por diferentes
autores.
Transferrina
É uma beta globulina transportadora de ferro no plasma, sendo uma proteína de
vida média intermediária (aproximadamente oito dias) entre a albumina e as proteínas
de rápido turnover. Apesar do fato de que a vida média mais curta seja, teoricamente,
uma vantagem sobre albumina, estudos clínicos não observaram diferenças
significativas (SMITH,1991). Por isto, alguns autores afirmam que sua medição
habitual, sem finalidade de pesquisa, não apresenta vantagem sobre a dosagem da
albumina (ALBERT,1992) e outros já não incluem a transferrina na avaliação do estado
protéico (JEEJEEBHOY,1998).
Pré-albumina
50
É uma proteína de transporte de hormônios tireoideanos que existe na
circulação, formando um complexo com a proteína transportadora de retinol. Tem uma
vida média de 2 a 3 dias, porém estudos não mostraram vantagem sobre a albumina,
sendo considerada por outros autores como não confiável como índice de estado
nutricional (SMITH,1991; JEEJEEBHY,1998).
Índice Creatinina-Altura
Trata-se de método para avaliar a massa muscular corpórea baseando-se no fato
de que 98% da creatinina está localizada nos músculos. É calculado a partir da dosagem
da creatinina na urina de 24 horas, a qual deve ser rigorosamente coletada,
impossibilitando seu uso em pacientes com insuficiência renal ou em uso de diuréticos,
como na falência cardíaca ou hepática (BOTTONI,2000).
Balanço Nitrogenado
Permite monitorizar a adequação de terapia nutricional, avaliando o grau de
equilíbrio entre a ingestão e a excreção urinária de nitrogênio. Quando a ingestão é
suficiente para cobrir as perdas, obtém-se um balanço positivo (e.g. fase anabólica
sucessiva a um evento catabólico, crescimento, atletas). Se, ao contrário, as perdas
superam as introduções, verifica-se balanço negativo (e.g. trauma, sepse, queimaduras,
fístulas etc.). Pelas dificuldades técnicas, sua precisão somente se viabiliza em pacientes
internados em unidades metabólicas (BOTTONI,2000).
Colesterol Sérico
A hipocolesterolemia (abaixo de 150mg/dl) tem sido estudada como índice
prognóstico em desnutrição, com detecção de aumento da mortalidade e tempo de
permanência hospitalar (BOTTONI,2000). Níveis aumentados de colesterol são fator de
risco para doença coronariana (GIBSON,1993).
Índices Múltiplos
51
Vários índices com múltiplos parâmetros foram criados na literatura com o
objetivo de aumentar a sensibilidade e especificidade no diagnóstico de alterações do
estado nutricional (SMITH,1991). São conhecidos como índices prognósticos pela
capacidade de tentar prever as complicações associadas à nutrição, porém podem
também ser usados como instrumentos diagnósticos. Os mais conhecidos são
(SMITH,1991):
Índice prognóstico nutricional (PNI): proposto pelo grupo de MULLEN da
Universidade da Pensilvânia.
Utilizaram a seguinte fórmula:
PNI (% risco) = 158 – (16,6 x ALB) – (0,78 x PCT) – (0,2 x TRS) – (5,8 x DCH);
onde: ALB = albumina sérica (g/dl);
PCT = prega cutânea do tríceps em mm;
TRS = transferrina sérica (mg/dl);
DCH = hipersensibilidade cutânea retardada (0 = reatividade nula; 1 = diâmetro do
ponto < 5 mm; 2 = diâmetro do ponto ³ 5 mm).
São considerados de baixo risco os pacientes com PNI <40%; de risco
intermediário aqueles com PNI entre 40% e
50%, e de alto risco os que apresentem PNI > 50%.
A crítica a este índice está em utilizar dois parâmetros que não são
independentes um do outro (ALB e TRS) (BOTTONI,2000); Índice prognóstico
hospitalar (HPI): proposto pelo grupo de BLACKBURN e cols.(HARVEY,1991),
utilizando a seguinte fórmula:
HPI = (0,91 x ALB) – (1 x DCH) – (1,44 x SEP) + (0,98 x Dx) – 1,09;
onde: DCH = hipersensibilidade cutânea retardada (grau 1 = resposta positiva a um ou
mais antígenos; grau 2 = resposta negativa a todos os antígenos);
SEP = sepse (1 = presente; 2 = ausente);
Dx = diagnóstico (1 = presença de neoplasia; 2 = ausência de neoplasia);
Avaliação nutricional instantânea (INA): proposta por SELTZER e cols. ao
avaliar retrospectivamente 500 internações consecutivas. Utiliza a dosagem de albumina
< 3,5g/dl e o número de linfócitos totais < 1.500mm3; Índice sugestivo de desnutrição
(ISD): proposto por WAITZBERG, visando a obtenção de índice de fácil utilização na
prática clínica, combinando variáveis laboratoriais e antropométricas. O ISD é calculado
52
pela somatória dos valores ponderais conferidos a sete parâmetros nutricionais aferidos,
considerando-se como desnutrido o paciente cujo resultado da somatória for igual ou
maior que três (BOTTONI,2000).
Índice de Risco Nutricional (IRN): proposto por Buzby e cols. (58). No seu
cálculo utilizaram a seguinte equação: IRN = (1,489 x albumina sérica, g/l) + 41,7 x
(peso atual/peso usual). Permite a seguinte classificação:
a) não-desnutrido, IRN > 100;
b) desnutrição leve, IRN de 97,5 a 100;
c) desnutrição moderada, IRN de 83,5 a 97,4;
d) desnutrição grave, IRN abaixo de 83,5.
O peso usual foi definido como o peso estável seis meses antes da admissão
hospitalar (NABER,1997).
Vários autores enfatizam a ausência de padrão ouro para diagnóstico de
desnutrição. SMITH & MULLEN opinam que o melhor método é a maneira organizada
de abordagem multifatorial, utilizando os seguintes critérios: história, exame físico,
peso, CMB, PCT e proteínas séricas. JEEJEEBHOY e cols.,1990 afirmam que, quando
o diagnóstico de desnutrição é feito pela presença de um único parâmetro, 22% da
população normal poderia ser classificada como anormal e 80% dos pacientes
hospitalizados seria erroneamente classificado como desnutridos. Afirmam que este
diagnóstico deve se basear em pelo menos três critérios.
Impedância Bioelétrica
É um método rápido, não-invasivo e relativamente barato para avaliar a
composição corporal (BOTTONI,2000). Este método utiliza a passagem de uma
corrente elétrica de baixo nível através do corpo do paciente e a impedância (Z), ou
oposição ao fluxo da corrente, é medida (HEYWARD,19988). Mede a massa magra
(livre de gordura) pelas diferenças de condutibilidade elétrica, sendo considerada uma
técnica ainda pouco utilizada, mas atrativa para uso em pacientes hospitalizados e
inquéritos populacionais (CHARNEY,1995).
Aspectos Peculiares do Idoso
53
O idoso (60 ou mais anos) (WHO,1995) apresenta peculiaridades relacionadas
com o processo de envelhecimento, como:
a) redução progressiva da altura, de um a dois cm por década;
b) ganho progressivo de peso e IMC até em torno de 65 a 70 anos, diminuindo a
partir de então;
c) alterações da composição corporal, com redistribuição de gordura, que
diminui a nível periférico e aumenta no interior do abdome, e redução da massa magra .
Alguns autores consideram que a desnutrição pode ser difícil de distinguir das
alterações resultantes do processo natural do envelhecimento, porém se não for
detectada, pode resultar em agravamento de condições clínicas e aumento da
mortalidade (BECK,1999).
A população idosa é particularmente propensa a problemas nutricionais devido a
fatores relacionados com as alterações fisiológicas e sociais, ocorrência de doença
crônica, uso de várias medicações, problemas na alimentação (comprometendo a
mastigação e deglutição), depressão e alterações da mobilidade com dependência
funcional (BECK,1999).
Perda de peso involuntária, redução do apetite e caquexia são comuns na
população geriátrica. Anorexia é a principal causa de desnutrição no idoso, de etiologia
multifatorial, que engloba doença sistêmica, iatrogenia e fatores psicossociais. Os
receptores gustativos e olfativos têm sua função diminuída com o envelhecimento,
comprometendo a qualidade estimulante do apetite contida nos alimentos. Também se
observa lentificação do esvaziamento gástrico, com o aumento da saciedade (estado que
se segue a uma refeição no qual a fome encontra-se inibida) e da saciação (processo de
regulação que ocorre durante a alimentação, que inibe a ingestão de mais alimento
(WILSON,2002).
Estas alterações decorrentes do processo fisiológico de envelhecimento
comprometem a ingestão de nutrientes, podendo levar à desnutrição. Muitos
pesquisadores, durante os últimos 25 anos do século passado, tentaram desenvolver
instrumentos válidos para identificar os idosos desnutridos ou em risco aumentado de
complicações relacionadas ao estado nutricional, porém observa-se na literatura
pertinente uma falta de consenso em relação aos critérios diagnósticos de desnutrição,
inexistindo um padrão-ouro (SACKS, 2000).
Além do mais, aspectos peculiares relacionados ao envelhecimento obrigam a
avaliação mais profunda, com análise de fatores de risco (AZAD,1999).
54
A saúde bucal deve ser observada, pois a perda dos dentes e outras afecções da
cavidade oral causando dor e dificuldade para mastigar e deglutir estão associadas com
desnutrição. Esta avaliação se reveste de importância, pois medidas preventivas e
procedimentos odontológicos simples podem resolver o problema, além do que a
habilidade de mastigar comida eficientemente, não influencia a capacidade de digestão
com as dietas modernas (MONJO,1999).
Outro aspecto relevante na avaliação do idoso compreende verificação do nível
funcional através da quantificação das atividades da vida diária (básicas e
instrumentais), permitindo a classificação funcional:
a) I, fisicamente incapaz ou dependente;
b) II, fisicamente frágil;
c) III, fisicamente independente;
d) IV, fisicamente apto/ativo;
e) V, atleta (MATSUDO,2000).
A antropometria de idosos apresenta peculiaridades, como:
a) possibilidade de estimar o peso utilizando fórmulas que aplicam variáveis
antropométricas, quando o mesmo não pode ser medido:
- peso (homens) = (0,98 x CP) + (1,16 x altura do joelho) + (1,73 x CB) + (0,37 x prega
subescapular) – 81,69;
- peso (mulheres) = (1,27 x CP) + (0,87 x altura do joelho) + (0,98 x CB) + (0,4 x prega
subescapular) – 62,35;
b) estimar a altura utilizando a medida da altura do joelho aplicada a fórmulas e
a altura em posição sentada;
c) a circunferência da panturrilha (CP) é considerada a medida mais sensível de
massa muscular no idoso, sendo superior à circunferência do braço (CB) (WHO,1995).
A Avaliação Subjetiva Global (ASG) tem sido utilizada na população geriátrica,
sendo considerada um instrumento útil na avaliação do estado nutricional em idosos
(SACKS,2000). Vários instrumentos têm sido desenvolvidos em uma tentativa de
identificar os idosos desnutridos ou em risco nutricional.
The Nutrition Screening Initiative (NSI) é um questionário de dez perguntas
auto-aplicável, desenvolvido para ser utilizado na atenção primária à saúde com o
objetivo de despertar a consciência sobre problemas nutricionais, porém tem se
mostrado de eficiência limitada, não sendo capaz de predizer mortalidade
(BECK,1999).
55
A Miniavaliação Nutricional (MAN) foi desenvolvida para avaliar o risco de
desnutrição em idosos e identificar aqueles que possam se beneficiar de intervenção
precoce (GUIGOZ,1994). A versão original é composta por 18 itens que englobam
antropometria, avaliação dietética, avaliação clínica global e autopercepção de saúde e
estado nutricional, podendo ser utilizado tanto para triagem como para avaliação, e deve
ser aplicado por profissional de saúde (BECK,1999). Vários estudos têm validado a
MAN, mostrando que é capaz de predizer o aumento do tempo de internação, a alta para
asilos e mortalidade (GUIGOZ,1994).
Porém, a maioria dos autores considera como padrão-ouro as medidas
antropométricas e exames laboratoriais (linfócitos totais, albumina, colesterol sérico,
hemoglobina e transferrina) (MONJO,1999).
2.6.2- Métodos Não Convencionais
Com a evolução dos conhecimentos sobre composição corporal, a tentativa de
organização dos vários métodos de pesquisa desenvolvidos na área resultou na criação
de um modelo em cinco níveis:
I – Atômico;
II – Molecular;
III – Celular;
IV – Sistema tecidual;
V – Todo o corpo (WHO,1995).
Os métodos não-convencionais são citados a seguir (BAXTER,2000):
Provas funcionais:
a) para avaliar função muscular: têm sido usadas em pesquisas com resultados
promissores (WAITZBERG, 2000);
b) a imunidade celular: através de testes de hipersensibilidade cutânea retardada;
Densitometria computadorizada, analisando as diferentes densidades dos
compartimentos corpóreos;
Hidrodensitometria ou pesagem hidrostática:pesar o indivíduo embaixo d’água;
Isótopos marcados pela medição da água corporal total;
Análise da ativação de nêutrons in vivo: através do bombardeamento de
nêutrons;
Ressonância magnética: pela análise de imagens de alta resolução.
56
A avaliação do estado nutricional, de grande importância na prática clínica, não
dispõe de padrão-ouro para diagnóstico das desordens nutricionais. O melhor método
depende dos objetivos da avaliação. Desta forma, em estudos populacionais, a OMS
preconiza a utilização do IMC.
QUADRO 3:Comparação de Parâmetros Incluídos em Varias Ferramentas de
Rastreamento Nutricional
Segundo a World Health Organization, o crescente aumento da prevalência da
obesidade se caracteriza como uma pandemia global, também observada no Brasil.
57
3. METODOLOGIA
• 1ª FASE:
Foram convidados os participantes de 05 grupos da Melhor Idade ( 03 grupos da
cidade de Fortaleza, 01 da cidade de Itapipoca e 01 da cidade de Jijoca de Jericoacora )
de ambos os sexos, selecionados aleatoriamente, tendo em vista que a pesquisa foi
realizada durante o horário das atividades normais dos clubes, fazendo-se um convite a
todos os integrantes dos clubes e os que responderem ao convite, foram entrevistados.
Excluiram-se os integrantes que se recusaram a participar da pesquisa.
Realizou-se um inquérito sócio-econômico, onde foram reunidas informações
sobre atividade (aposentado, ativo ou passivo), nível de renda, condição de habitação
(própria ou alugada; se mora sozinho ou com familiares), escolaridade, estado civil,
entre outras, por meio de um questionário aplicado aos idosos e preenchido pela equipe
executora da pesquisa (Anexo 1).
Foi realizado um inquérito para avaliação das condições de saúde, onde se
aplicou um questionário aos participantes para levantamento das patologias referidas,
tipo e freqüência de atividade física, freqüência com que vai ao médico e serviço de
saúde que utiliza (Anexo 2).
Para o estudo antropométrico foram coletadas medidas de altura em pé e peso a
partir das quais se consideram os indicadores: Índice de Massa Corporal (IMC) e
Relação Cintura/Quadril (Anexo 3).
Para o diagnóstico antropométrico do estado nutricional de acordo com o IMC
para idosos, usou-se a seguinte classificação (LIPSCHITZ, 1994):
1) IMC < 22 kg/m2– Magreza;
2) IMC ente 22-27 kg/m2 – Eutrofia;
3) IMC > 27 kg/m2 – Excesso de peso.
Para coleta das medidas de cintura e quadril foi avaliado todo o procedimento de
medição. Para caracterização do risco cardíaco, segundo a OMS,1995, devem ser
utilizados os seguintes parâmetros:
- Mulher = Relação cintura / quadril > 0,85 ( risco cardíaco);
58
- Homem = Relação cintura / quadril/ > 1,00 ( risco cardíaco ).
Metodologia utilizada para coleta dos dados antropométricos:
FIGURA 4 – COLETA DA ESTATURA
FIGURA 5 – COLETA DA ESTATURA OBSERVADO OS PONTOS DE
CONTATO
59
FIGURA 6 - PESAGEM
FIGURA 7 – MEDIDA DE CIRCUNFERÊNCIA DA CINTURA
60
FIGURA 8 – MEDIDA DA CIRCUNFERÊNCIA DO
QUADRIL
FIGURA 9 – MEDIDA DA CIRCUNFERÊNCIA DO QUADRIL
61
A anamnese alimentar realizou-se pela equipe executora do trabalho, onde cada
idoso foi argüido sobre o tipo de alimentos consumidos habitualmente para análise
qualitativa da dieta do grupo de alimentos da Pirâmide Alimentar (Anexo 4).
Foram coletadas a pressão arterial dos participantes de todos os grupos e a
glicemia capilar em jejum apenas do clube de melhor idade da cidade de Jijoca de
Jericoacoara.
Para participar da segunda fase, os integrantes dos grupos de melhor idade foram
submetidos ao teste mini-mental (Anexo 5) para se delinar a capacidade cognitiva para
o auto-registro do inquérito alimentar recordatório de 24 horas. O escore do teste mini-
mental vai de 0 a 30. Na opinião de Machado (2003), esse teste tem, em média, uma
sensibilidade de 83% e uma especificidade de 82% para a detecção de demências.
Para os idosos com mais de oito anos de escolaridade, considera-se (Vieira;
Koenig, 2002):
(a) escore de 30 a 26 – função cognitiva preservada;
(b) escore de 26 a 24 – alteração não sugestiva de déficit;
(c) escore de 23 pontos ou menos – sugestivo de déficit cognitivo (não é critério
de diagnóstico para demência).
Para idosos com baixa escolaridade, utilizam-se os seguintes pontos de corte
(Bertolucci, 1994 apud Maciel):
(a) analfabeto – 13;
(b) baixa escolaridade (1 a 4 anos) – 13;
(c) média escolaridade (4 a 8 anos) – 18;
(d) alta escolaridade (acima de 8 anos) – 26.
Priorizou-se, neste estudo, o ponto de corte de Bertolucci, por termos tido maior
número de pesquisados analfabetos e/ou de baixa escolaridade.
• 2ª Fase:
62
Os participantes que atingiram os escores suficientes no teste mini-mental, foram
novamente convidados para a coleta de dados do inquérito alimentar. No inquérito
dietético, utilizou-se o método de recordatório 24 horas, com o objetivo de identificar o
padrão alimentar e avaliar a ingestão de grupos de alimentos (Anexo 5) e suas
respectivas medidas caseiras, fazendo um comparativo com a pirâmide alimentar
própria para idosos.
Foi realizado um inquérito para avaliação da saúde nutricional
(HIRSCHBRUCH et al., 1999) baseado em um similar desenvolvido por três
importantes entidades dos Estados Unidos: American Academy of Family Physicians
(Academia Americana dos Médicos de Família), The American Dietetic Association
(Associação Americana de Dietética) e National Council on The Aging, Inc. (Conselho
Nacional do Envelhecimento) (Apêndice 1).
Análise Estatistica
A assessoria estatística dessa parte chamada “Análise Estatística” foi iniciada
com a discussão junto ao profissional de estatística e a pesquisadora sobre a forma de
coleta dos dados e da “alimentação” pelo mesmo do banco de dados. Posteriormente
esses dados foram tratados, após essa verificação foi feita a estatística descritiva dos
dados coletados, para se identificar e avaliar num primeiro momento a situação
socioeconômica, a capacidade funcional do idoso, as principais fontes de apoio dos
idosos (Rede de apoio), identificar nos hábitos os fatores de proteção à saúde –
atividade física regular e alimentação saudável e analisar o perfil antropométrico (IMC e
Relação Cintura/ Quadril) e as principais morbidades. Num segundo momento analisar
o Mini-Exame do Estado Mental. Num terceiro e quarto momento foram realizadas as
análises do perfil alimentar e saúde nutricional dos participantes da pesquisa.
População e Amostra
Foram avaliados 05 clubes do Programa Clubes da Melhor Idade (PCMI), sendo
eles:
Clube I: Lar Francisco de Assis;
63
Clube II: Saber Viver Itapipoca;
Clube III: Idade Dourada;
Clube IV: Melhor Idade de Jijoca de Jericoacoara;
Clube V: Zenáide Magalhães;
Geral: Clubes do Programa de Melhor Idade.
No total foram 144 idosos pesquisados de ambos os sexos.
Dos 144 integrantes, 65 obtiveram escores para participar de 2º fase.
Sendo que apenas 34 concluíram a 2ª fase.
Materiais utilizados na coleta de dados:
1 – Formulários;
2 – Fita Antropométrica de Alumínio da Marca Sanny;
3 – Glicosímetro Accu-Check, fita reativa e agulhas descartáveis;
4 –Balança para pesar adultos – Marcas: Balmak e Techline;
5 – Tensiometro e estetoscópio de Marca Sanny;
6 – Luvas de procedimento descartáveis e álcool para higienização
Instrumentos de Coleta de Dados
Primeiramente, para tratar do perfil dos idosos, foi utilizado um questionário
com questões objetivas e subjetivas, subdivididas em 04 fases: Inquérito Sócio-
Econômico; Inquérito das Condições de Saúde; Estudo Antropométrico / Pressão
arterial e glicemia capilar e Anamnese Alimentar. Seguido, logo após, de um formulário
do Mini-Exame do Estado Mental. Para tratar do perfil alimentar dos idosos, o qual
somente os idosos que obtiveram bons escores realizaram, foi utilizado um formulário e
uma pirâmide alimentar modificada para idosos. E por último, para o teste de saúde
nutricional, onde foi levada em consideração a importância da escolha do alimento.
Procedimentos de Análise e Tratamento dos Dados
Foi utilizado o software Statistical Package for Social Sciences (SPSS 13.0) e o
Microsoft Excel para o tratamento dos dados. Nesse estudo foram utilizados:
64
• Estatística descritiva: A descrição estatística da amostra (altura, peso, glicemia,
IMC, relação cintura/quadril). A descrição leva em consideração a média, mediana,
desvio padrão e os valores máximo e mínimo.
• Correlação: Estudo que verifica se existe alguma correlação entre os dados, ou seja,
verifica-se a “força” da relação entre as variáveis.
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
PRIMEIRA PARTE – PERFIL DOS IDOSOS
CARACTERÍSTICAS INDIVIDUAIS
Tabela 1. Idosos entrevistados.
Clubes Freqüência %
Clube I 13 9,0
65
Clube II 16 11,1
Clube III 14 9,7
Clube IV 54 37,5
Clube V 47 32,6
Geral 144 100,0
Fonte: Dados do pesquisador.
De acordo com a Tabela 1, verifica-se que o Clube IV apresenta maior
freqüência de idosos, com 37,5% dos pesquisados. Enquanto que o Clube I apresenta
menor freqüência com apenas 9,0% dos idosos pesquisados.
GRÁFICO 3. Faixa etária dos idosos.
Fonte: Dados do pesquisador.
Nota: ( - ) Dado numérico igual a zero não resultante de arredondamento
Com relação ao Gráfico 3, verifica-se que 51,1% dos que freqüentam o Clube V
encontram-se na faixa etária de 70 a 79 anos, enquanto que 50,0% dos que freqüentam
os Clubes III e IV encontram-se respectivamente na faixa etária de 70 a 79 anos e 60 a
69 anos. Em geral, 74,3% dos idosos encontram-se na faixa etária de 60 a 79 anos.
-
12,5%
- - 2,1% 2,1%
15,4%
25,0%
7,1%
13,0%
-
9,7%
30,8%
37,5%
42,9%
50,0%
23,4%
37,5%
46,2% 50,0%
25,9%
51,1%
- -
11,1% 14,9%
10,4%
- - - - 2,1%
0,7%
7,7%
- - -
6,4% 2,8%
36,8%
12,5% 12,5%
-
-
-
-
-
-
-
Clube I Clube II Clube III Clube IV Clube V Geral
Menos de 50 anos 50 a 59 anos 60 a 69 anos 70 a 79 anos Mais de 80 anos Não sabe a idade Não respondeu
66
As mudanças no perfil epidemiológico e na estrutura etária da população
continuarão aceleradas no primeiro quartil do século XXI, período em que as projeções
têm indicado que o segmento populacional que compõe a terceira idade será bastante
substancial. No ano 2025, a população com idade ≥ 60 anos terá crescido drasticamente,
tanto em países desenvolvidos, quanto naqueles em desenvolvimento, impondo a
criação ou adaptação de modelos assistenciais integrados para atender às demandas que
o envelhecimento populacional requer (SAYEG, 1996). Este gráfico deixa claro a maior
freqüências de indivíduos entre 60 a 79 anos.
Tabela 2. Sexo dos idosos.
Fonte: Dados do pesquisador.
Nota: ( - ) Dado numérico igual a zero não resultante de arredondamento
Analisando a distribuição do sexo na Tabela 2, observa-se uma predominância
do sexo feminino (86,1%) dos idosos que freqüentam clubes de melhor idade, sendo
apenas 13,9% do sexo masculino.
Sexo Clubes
Feminino Masculino Total
Clube I 12
(92,3%)
01
(7,7%)
13
(100,0%)
Clube II 15
(93,8%)
01
(6,3%)
16
(100,0%)
Clube III 13
(92,9%)
01
(7,1%)
14
(100,0%) Clube
IV
45
(83,3%)
09
(16,7%)
54
(100,0%)
Clube V 39
(83,0%)
08
(17,0%)
47
(100,0%)
Geral 124
(86,1%)
20
(13,9%)
144
(100,0%)
67
Segundo IBGE as principais tendências demográficas observadas no País em
2001 foram:
Maior proporção de mulheres do que de homens: havia 96,3 homens para cada 100
mulheres em 1992, e em 2001 a diferença se acentuou, passando para 94,9 homens para
cada 100 mulheres;
Diferença entre as expectativas de vida de mulheres e homens: elas vivem em média
até os 72,8 anos de idade, 7,8 anos a mais que os homens, que vivem até os 65.
Envelhecimento da população: a proporção de pessoas de 60 anos ou mais passou de
7,9% em 1992 para 9,1% em 2001 e estima-se que chegue a 16% em 2030.
Mulher no Nordeste vive mais que homem no Sul. A expectativa de vida de
homens e mulheres, por exemplo, varia de acordo com o desenvolvimento da região
onde residem. Assim, a Região Sul é a que oferece a maior esperança de vida ao nascer
para ambos os sexos: os homens vivem em média 67,5 anos e as mulheres, 75,3 anos.
A Região Nordeste, por sua vez, fica com a menor expectativa de vida para
ambos os sexos. Nesta região, os homens vivem em média até os 63 anos e as mulheres
até os 69,2 anos. No entanto, as mulheres do Nordeste, mesmo com uma expectativa de
vida menor que as de outras regiões, vivem mais que os homens.
O Sudeste apresenta a maior disparidade entre os sexos quanto à esperança de
vida: os homens vivem 65,3 anos e as mulheres 74,6 anos — uma diferença de 9,3 anos.
68
38,5%
7,7%
23,1%
30,8%
-
50,0%
6,3%
18,8%
25,0%
-
35,7%
21,4%
35,7%
7,1%
-
48,1%
9,3%
40,7%
1,9%
-
25,5%
12,8%
34,0%
17,0%
10,6%
38,9%
11,1%
34,0%
12,5%
3,5%
0,0%
5,0%
10,0%
15,0%
20,0%
25,0%
30,0%
35,0%
40,0%
45,0%
50,0%
Clube I Clube II Clube III Clube IV Clube V Geral
Casado(a) Separado(a)/ Divorciado(a) Viúvo(a) Solteiro(a) Não respondeu
GRÁFICO 4. Estado civil dos idosos.
Fonte: Dados do pesquisador.
Nota: ( - ) Dado numérico igual a zero não resultante de arredondamento
Conforme mostra o Gráfico 4, pode-se observar que 50,0% dos freqüentadores
do Clube II são casados, assim como 48,1% dos freqüentam o Clube IV. No quadro
geral o número de indivíduos casado também é a maioria.
Tabela 3. Quantidade de filhos.
Filhos
Clubes 01 a 04 05 a 08 09 a 12 13 a 16 Mais de 16
Não tem
filhos
Total
Clube I - - - - - 13
(100,0%)
13
(100,0%)
Clube II 10
(62,5%)
02
(12,5%) - - -
04
(25,0%)
16
(100,0%)
Clube III 04
(28,6%)
01
(7,1%)
01
(7,1%) - -
08
(57,1%)
14
(100,0%)
69
Clube
IV
05
(9,3%)
14
(25,9%)
16
(29,6%)
09
(16,7%)
05
(9,3%)
05
(9,3%)
54
(100,0%)
Clube V 03
(6,4%)
06
(11,1%)
04
(7,4%) - -
34
(63,0%)
47
(100,0%)
Geral 22
(15,3%)
23
(16,0%)
21
(14,6%)
09
(6,3%)
05
(3,5%)
64
(44,4%)
144
(100,0%)
Fonte: Dados do pesquisador
Nota: ( - ) Dado numérico igual a zero não resultante de arredondamento
De acordo com a Tabela 3, observa-se que dos entrevistados que freqüentam os
Clubes da Melhor Idade, 44,4% responderam não ter filhos ou ter filhos já falecidos e
16,0% têm de 5 a 8 filhos. Através destes dados pode-se supor que alguns idosos sofram
de solidão familiar e social que predispõe o idoso à falta de preocupação consigo, nesses
casos, pode haver uma tendência ao desestímulo para comprar e preparar alimentos
variados e nutritivos (ARHONTAKI, 1990; MORIGUTI et al., 1998).
Tabela 4. Freqüência de um clube.
Freqüenta mais de um
clube Clubes
Sim Não
Total
Clube I 06
(46,2%)
07
(53,8%)
13
(100,0%
Clube II 07
(43,8%)
09
(56,3%)
16
(100,0%
) Clube III
04
(28,6%)
10
(71,4%)
14
(100,0%
Clube
IV
06
(11,1%)
48
(88,9%)
54
(100,0%
)
70
De acordo com a Tabela
4, verifica-se que 72,9% dos
pesquisados não freqüentam mais
de um clube. Analisando o Clube IV, percebe-se que 88,9% também não freqüentam
mais de um clube.
Fonte: Dados do pesquisador.
23,1%
7,7%
53,8%
- -
7,7%
- -
7,7%
37,5%
25,0%
31,3%
6,3%
- - - - - - -
14,3%
28,6%
14,3%
28,6%
14,3%
- -
7,4%
13,0%
53,7%
13,0%
3,7% 3,7%
- -
5,6%6,4%
10,6%
27,7%
6,4%
4,3%
19,1%
21,3%
2,1%2,1%
11,1%11,8%
38,9%
10,4%
4,2%
11,1%
8,3%
0,7%
3,5%
0,0%
10,0%
20,0%
30,0%
40,0%
50,0%
60,0%
Clube I Clube II Clube III Clube IV Clube V Geral
Menos de 1 ano 1 a 2 anos 3 a 4 anos 5 a 7 anos 8 a 9 anos10 a 14 anos Mais de 15 anos Não soube relatar Não respondeu
GRÁFICO 5. Freqüência dos idosos nos respectivos clubes.
Fonte: Dados do pesquisador.
Clube V 16
(34,0%)
31
(66,0%)
47
(100,0%
) Geral
39
(27,1%)
105
(72,9%)
144
(100,0%
)
71
Nota: ( - ) Dado numérico igual a zero não resultante de arredondamento
Observando o Gráfico 5, verifica-se que tanto no Clube I como no Clube IV, a
maioria dos idosos já freqüentam o clube de 3 a 4 anos. Já no Clube II, 37,5% vêm
freqüentando o clube por menos 1 ano. Este quadro demonstra que a participação dos
membros do clubes são recentes se comparados com o tempo de fundação do Programa
de Clubes da Melhor Idade.
30,8%
69,2%
- - - - - -
6,3% 6,3%6,3%
12,5%
18,8%
-
43,8%
6,3%
-
14,3%
- -
64,3%
14,3%
-
7,1%
25,9%
68,5%
3,7%1,9%
- - - -
27,7%
55,3%
12,8%
2,1% 2,1%
- - -
22,2%
52,1%
6,3%
2,8%
9,0%
1,4%
4,9%
1,4%
0,0%
10,0%
20,0%
30,0%
40,0%
50,0%
60,0%
70,0%
Clube I Clube II Clube III Clube IV Clube V Geral
Nunca freqüentou a escola Fundamental incompleto Fundamental completo Médio incompleto
Médio completo Supeior incompleto Superior completo Pós-graduação
GRÁFICO 6. Escolaridade dos idosos.
Fonte: Dados do pesquisador.
Nota: ( - ) Dado numérico igual a zero não resultante de arredondamento
Segundo o Gráfico 6, observa-se que a maioria dos freqüentadores dos Clubes I,
III, IV e V têm o ensino fundamental incompleto. Em contrapartida, o Clube II com
43,8% dos idosos com nível superior. O déficit educacional se torna um grande
problema para o idoso hoje, limitando a sua capacidade de adaptação às exigências do
mundo atual. (IBGE, 2000)
72
58,3%
8,3%
-
33,3%
- -
81,3%
-
6,3%6,3%6,3%
-
71,4%
14,3%14,3%
- - -
77,8%
1,9%
5,6%
13,0%
-
1,9%
85,1%
2,1%4,3%4,3%
-
4,3%
78,3%
3,5%
5,6%
9,8%
0,7%2,1%
0,0%
10,0%
20,0%
30,0%
40,0%
50,0%
60,0%
70,0%
80,0%
90,0%
Clube I Clube II Clube III Clube IV Clube V Geral
Própria já paga Própria pagando Alugada Cedida Tem casa própria mas mora em casa cedida Mora na casa dos filhos
GRÁFICO 7. Tipo de regime de ocupação dos idosos.
Fonte: Dados do pesquisador.
Nota: ( - ) Dado numérico igual a zero não resultante de arredondamento
De acordo com o Gráfico 7, observa-se que a maioria dos freqüentadores dos
Clubes da Melhor Idade têm moradia própria já paga.
Tabela 5. Atividade remunerada.
73
Desenvolve atividade
remunerada Clubes
Sim Não Não relatou
Total
Clube I 03
(23,1%)
10
(76,9%) -
13
(100,0%
Clube II 07
(43,8%)
09
(56,3%) -
16
(100,0%
Clube III 02
(14,3%)
12
(85,7%) -
14
(100,0%Clube
IV
08
(14,8%)
46
(85,2%) -
54
(100,0%
Clube V 10
(21,3%)
36
(76,6%)
01
(2,1%)
47
(100,0%
) Geral
30
(20,8%)
113
(78,5%)
01
(0,7%)
144
(100,0%
) Fonte: Dados do pesquisador.
Nota: ( - ) Dado numérico igual a zero não resultante de arredondamento
De acordo com a Tabela 5, verifica-se que 78,5% dos freqüentadores dos Clubes
da Melhor Idade não desenvolvem atividade remunerada.
Tabela 6. Idosos aposentados.
Clubes Aposentado Total
74
Sim Não Não
informou
Clube I 12
(92,3%
01
(7,7%) - 13
(100,0%
Clube II 10
(62,5%
06
(37,5%-
16
(100,0%
Clube III 12
(85,7%
02
(14,3%-
14
(100,0%Clube
IV
51
(94,4%
03
(5,6%) -
54
(100,0%
Clube V 33
(70,2%
13
(27,7%
01
(2,1%)
47
(100,0%
Geral 118
(81,9%
25
(17,4%
01
(0,7%)
144
(100,0%
Fonte: Dados do pesquisador.
Nota: ( - ) Dado numérico igual a zero não resultante de arredondamento
Observa-se na Tabela 6 que 81,9% dos freqüentadores dos Clubes da Melhor
Idade são aposentados, sendo 37,5% dos que freqüentam o Clube II não são
aposentados.
Apesar de 81,9% do integrantes serem aposentados, 78,5% desempenham
atividades remunerada. Esse fato pode ser influenciados pela responsabilidade do idoso
com a família e busca por melhoria na qualidade de vida, (IBGE, 2000)
75
92,3%---
7,7%--
68,8%12,5%
6,3%12,5%
---
28,6%-
21,4%
50,0%---
100,0%------
87,2%----
2,1%10,6%
84,7%1,4%
2,8%6,3%
0,7%0,7%
3,5%
0,0% 10,0% 20,0% 30,0% 40,0% 50,0% 60,0% 70,0% 80,0% 90,0% 100,0%
Clube I
Clube II
Clube III
Clube IV
Clube V
Geral
1 a 3 s.m 4 a 5 s.m 6 a 8 s.m Mais de 8 s.m Bolsa Família Sem renda Não soude informar
GRÁFICO 8 . Renda familiar.
Fonte: Dados do pesquisador.
Nota: ( - ) Dado numérico igual a zero não resultante de arredondamento
Segundo o gráfico 8, pode-se observar que a grande maioria dos freqüentadores
dos Clubes recebem de 1 a 3 salários mínimos, destaque para o Clube IV, com 100,0%
dos idosos. Esta média salarial corresponde ao pesquisado pelo IBGE no ano de 2000.
14
Tabela 7. Pratica de atividade física.
Pratica de atividade
física Clubes
Sim Não
Total
Clube I 09
(69,2%)
04
(30,8%)
13
(100,0%
Clube II 14
(87,5%)
02
(12,5%)
16
(100,0%
Clube III 11
(78,6%)
03
(21,4%)
14
(100,0%Clube
IV
35
(64,8%)
19
(35,2%)
54
(100,0%
Clube V 17
(36,2%)
30
(63,8%)
47
(100,0%
) Geral
86
(59,7%)
58
(40,3%)
144
(100,0%
) Fonte: Dados do pesquisador.
Na Tabela 7, com relação a pratica de atividades físicas, mostra que a maioria
dos idosos que freqüentam os clubes praticam algum tipo de atividade física, porém no
Clube V, 63,8% não praticam atividade física.
Com um índice de 40,3% de sedentários, concluí-se que esforço para aumentar a
atividade física e diminuir a ingestão de alimentos com alta densidade energética podem
ser importantes para conter o aumento na prevalência da obesidade e doenças crônicos
degenerativas. É importante incluir, nas estratégias para a população, os profissionais de
saúde, a família, o governo,as indústrias de alimentação e a própria mídia ( TROIANO
et al, 2000). Mudanças sociais são necessárias para prevenir a obesidade, tais como a
alteração do modo como a sociedade se alimenta, assim como os tipos de atividades
realizadas nos momentos de lazer (NELMS,2001).
15
-
22,2%
44,4%
33,3%
-
7,1%
28,6%
64,3%
-
9,1%
54,5%
36,4%
14,3%
17,1%
25,7%
42,9%
5,9%
35,3%
47,1%
11,8%
7,0%
18,6%
36,0%
38,4%
- - - - - - - -
Clube I
Clube II
Clube III
Clube IV
Clube V
Geral
Raramente 1 vez por semana 2 a 3 vezes por semana Mais de 3 vezes por semana
GRÁFICO 9. Freqüência que os idosos praticam atividades físicas.
Fonte: Dados do pesquisador.
Nota: ( - ) Dado numérico igual a zero não resultante de arredondamento
Segundo o Gráfico 9, observa-se que no geral, dos idosos que freqüentam os
clubes da melhor idade 38,4% responderam que praticam atividades físicas mais de 3
vez por semana. No entanto analisando por clube pode-se observar que no Clube II
64,3% praticam exercícios mais de 3 vezes por semana. Apresentando um excelente
índice para freqüência de atividades física.
16
Tabela 8. Idosos fumantes.
Fumante
Clubes Sim Não
Ex-
fumante
Total
Clube I 01
(7,7%)
10
(76,9%
02
(15,4%)
13
(100,0%
Clube II 02
(12,5%
)
12
(75,0%
)
02
(12,5%)
16
(100,0%
) Clube III 01
(7,1%)
11
(78,6%
02
(14,3%)
14
(100,0%Clube
IV
06
(11,1%
45
(83,3%
03
(5,6%)
54
(100,0%
Clube V 08
(17,0%
34
(72,3%
05
(10,6%)
47
(100,0%
Geral 18
(12,5%
)
112
(77,8%
)
14
(9,7%)
144
(100,0%
) Fonte: Dados do pesquisador.
De acordo com a Tabela 8, verifica-se que dos idosos que freqüentam os Clubes
do Programa da Melhor Idade, 77,8% não fumam e 12,5% são fumantes. Este dado
justifica abaixa incidência de doenças respiratórias nestes grupos.
17
Tabela 9. Quantidade de cigarros por dia.
Quantos de cigarros por dia Clubes
01 a 03 04 a 06 08 a 09 10 a 12 20 a 22 01 Pacote Cachimbo Total
Clube I - 01
(100,0%) - - - - -
01
(100,0%)
Clube II - - 01
(50,0%) -
01
(50,0%) - -
02
(100,0%)
Clube III - 01
(100,0%) - - - - -
01
(100,0%) Clube
IV
02
(33,3%)
02
(33,3%) -
01
(1,9%)
01
(1,9%) - -
06
(100,0%)
Clube V 02
(25,0%)
03
(37,5%) -
01
(12,5%) -
01
(12,5%)
01
(12,5%)
08
(100,0%)
Geral 04
(22,2%)
07
(38,9%)
01
(5,6%)
02
(11,1%)
02
(11,1%)
01
(5,6%)
01
(5,6%)
18
(100,0%)
Fonte: Dados do pesquisador
Nota: ( - ) Dado numérico igual a zero não resultante de arredondamento
Analisando-se os dados da Tabela 9, verifica-se que, quanto ao numero de
fumantes, tem–se que 38,9% fumam de 04 a 06 cigarros por dia.
18
Tabela 10. Consumo álcool.
Consumo de
álcool Clubes
Sim Não
Total
Clube I - 13
(100,0%)
13
(100,0%
) Clube II
05
(31,3%)
11
(68,8%)
16
(100,0%
) Clube III
04
(28,6%)
10
(71,4%)
14
(100,0%
Clube
IV
03
(5,6%)
51
(94,4%)
54
(100,0%
Clube V 07
(14,9%)
40
(85,1%)
47
(100,0%
) Geral
19
(13,2%)
125
(86,8%)
144
(100,0%
) Fonte: Dados do pesquisador
Nota: ( - ) Dado numérico igual a zero não resultante de arredondamento
De acordo com a Tabela 10, verifica-se que, dos idosos que freqüentam os
Clubes do Programa da Melhor Idade, 86,8% não consumem álcool e 13,2% consumem.
Ainda na Tabela 10, observa-se que somente no Clube I, 100,0% dos idosos não
consomem álcool.
19
Tabela 11. Falta de dentes.
Falta de dentes Clubes
Sim Não Total
Clube I 13
(100,0%-
13
(100,0%
Clube II 16
(100,0%-
16
(100,0%
Clube III 13
(92,9%)
01
(7,1%)
14
(100,0%Clube
IV
52
(96,3%)
02
(3,7%)
54
(100,0%
) Clube V
47
(100,0%-
47
(100,0%
Geral 141
(97,9%)
03
(2,1%)
144
(100,0%
Fonte: Dados do pesquisador
Nota: ( - ) Dado numérico igual a zero não resultante de arredondamento
De acordo com a Tabela 11, verifica-se que, dos idosos que freqüentam os
Clubes do Programa da Melhor Idade, 97,7% responderam que faltam dentes.
20
Tabela 12. Utilização prótese dentária.
Prótese dentaria
Clubes Sim Não
Não
respondeu
Total
Clube I 05
(38,5%
08
(61,5%-
13
(100,0%
Clube II 12
(75,0%
)
04
(25,0%
)
- 16
(100,0%
) Clube III
13
(92,9%
01
(7,1%) -
14
(100,0%
Clube
IV
45
(83,3%
09
(16,7%-
54
(100,0%
Clube V 39
(83,0%
07
(14,9%
01
(2,1%)
47
(100,0%
Geral 114
(79,2%
)
29
(20,1%
)
01
(0,7%)
144
(100,0%
) Fonte: Dados do pesquisador
Nota: ( - ) Dado numérico igual a zero não resultante de arredondamento
Com relação ao uso de prótese dentária, verifica-se na Tabela 12, que 79,2% dos
idosos que freqüentam os Clubes do Programa da Melhor Idade responderam que
utilizam. Sendo que analisando o Clube III, esse percentual sobe para 92,9%.
21
Tabela 13. Idosos com dificuldades na mastigação.
Dificuldade na mastigação
Clubes Sim Não
Não
respondeu
Total
Clube I 05
(38,5%
07
(53,8%
01
(7,7%)
13
(100,0%
Clube II 08
(50,0%
08
(50,0%-
16
(100,0%
Clube III 05
(35,7%
09
(64,3%-
14
(100,0%Clube
IV
17
(31,5%
35
(64,8%
02
(3,7%)
54
(100,0%
Clube V 14
(29,8%
32
(68,1%
01
(2,1%)
47
(100,0%
Geral 49
(34,0%
91
(63,2%
04
(2,8%)
144
(100,0%
Fonte: Dados do pesquisador.
Nota: ( - ) Dado numérico igual a zero não resultante de arredondamento
De acordo com as tabelas 11,12 e 13, verifica-se que, dos idosos que freqüentam
os Clubes do Programa da Melhor Idade, 63,2% não apresentam dificuldades na
mastigação, uso de prótese e falta de dentes. Porém analisando por clube, nos Clube I e
III, aproximadamente 50,0% responderam que sentem dificuldades na mastigação. Estes
problemas dentários podem justificar os relatos de problemas no trato gastrointestinal,
problemas na absorção de nutrientes e outros problemas de saúde. A perda de apetite em
idosos pode estar relacionada com ausência de elementos dentários e com o uso de
próteses ( CORMACK,1998). Um déficit de 75 a 85% de eficiência na mastigação,
causado pela prótese ou perda de dentes leva à diminuição do consumo de carnes, frutas
e vegetais frescos, razão porque idosos com próteses totais tendem a consumir
alimentos macios, facilmente mastigáveis, pobres em fibras, vitaminas e minerais.
22
Tabela 14. Queixas de saúde.
Queixa de saúde Clubes
Sim Não Total
Clube I 08
(61,5%)
05
(38,5%)
13
(100,0%
Clube II 10
(62,5%)
06
(37,5%)
16
(100,0%
Clube III 06
(42,9%)
08
(57,1%)
14
(100,0%
Clube
IV
34
(63,0%)
20
(37,0%)
54
(100,0%
) Clube V
26
(55,3%)
21
(44,7%)
47
(100,0%
Geral 84
(58,3%)
60
(41,7%)
144
(100,0%
) Fonte: Dados do pesquisador
De acordo com a Tabela 14, observa-se que, dos idosos que freqüentam os
Clubes do Programa da Melhor Idade, 56,8% apresentam queixas de saúde. Sendo que
analisando por clube, no Clube III a maioria (57,1%) não apresenta queixas.
23
Tabela 15. Problemas de saúde identificados pelos idosos.
Clubes Patologia Clube I Clube II Clube III Clube IV Clube V Geral
Hipertensão 10 (25,6%) 09 (15,3%) 06 (14,6%) 30 (16,3%) 23 (20,7%) 78 (18,0%)
Outros 11 (7,6%) 19 (13,2%) 13 (9,0%) 72 (50,0%) 29 (20,1%) 144 (14,7%)
Constipação 04 (10,3%) 08 (13,6%) 05 (12,2%) 17 (9,2%) 16 (14,4%) 50 (11,5%)
Osteoporose 04 (10,3%) 04 (6,8%) 06 (14,6%) 19 (10,3%) 13 (11,7%) 46 (10,6%)
Gastrite 02 (5,1%) 06 (10,2%) 03 (7,3%) 17 (9,2%) 09 (8,1%) 37 (8,5%)
Diabetes 04 (10,3%) 01 (1,7%) 02 (4,9%) 13 (7,1%) 11 (9,9%) 31 (7,1%)
Artrose 02 (5,1%) 08 (13,6%) 03 (7,3%) 02 (1,1%) 07 (6,3%) 22 (5,1%)
Pré-infarto 02 (5,1%) 01 (1,7%) 01 (2,4%) 06 (3,3%) 02 (1,8%) 12 (2,8%)
Tumor maligno - 02 (3,4%) 01 (2,4%) 05 (2,7%) - 08 (1,8%)
Parkinson - 01 (1,7%) 01 (2,4%) 02 (1,1%) - 04 (0,9%)
Depressão - - - 01 (0,5%) 01 (0,9%) 02 (0,5%)
TOTAL 39 (100,0%) 59 (100,0%) 41(100,0%) 184
(100,0%)
111
(100,0%)
434
(100,0%)
Fonte: Dados do pesquisador
Nota: ( - ) Dado numérico igual a zero não resultante de arredondamento.
A Tabela 15 identifica um elevado índice de hipertensão, constipação e
osteoporose que segundo alguns pesquisadores podem ser causados pela falta de
atividade física, problemas dentários e de má absorção de nutrientes, juntamente com
mais de 56% dos participante apresentando queixas do seu estado de saúde. A
importância da saúde dental ( CORMACK,1998), juntamente com a prática de
atividades física regulares ( TROIANO et al, 2000; NELMS,2001), podem diminuir o
comprometimento causados pelo avanço da idade
24
Tabela 16. Idosos que tiveram alteração de peso.
Alteração recente de peso
Clubes Emagreceu Engordou Nenhuma
Não
respondeu
Total
Clube I 02
(15,4%)
07
(53,8%)
04
(30,8%) -
13
(100,0%)
Clube II 03
(18,8%)
05
(31,3%)
05
(31,3%)
03
(18,8%)
16
(100,0%)
Clube III 03
(21,4%)
05
(35,7%)
06
(42,9%) -
14
(100,0%) Clube
IV
12
(22,2%)
33
(42,6%)
07
(13,0%)
12
(22,2%)
54
(100,0%)
Clube V 11
(23,4%)
04
(8,5%)
32
(68,1%) -
47
(100,0%)
Geral 31
(21,5%)
44
(30,6%)
54
(37,5%)
15
(10,4%)
144
(100,0%)
Fonte: Dados do pesquisador
Nota: ( - ) Dado numérico igual a zero não resultante de arredondamento
Segundo a Tabela 16, quanto a alteração de peso, observa-se que, dos idosos
que freqüentam os Clubes do Programa da Melhor Idade, 37,5% não apresentou
nenhuma alteração recente no peso. Fazendo uma analise por Clube, tem–se que no
Clube I a maioria (53,8%) respondeu que teve um aumento recente de peso.
25
Tabela 17. Acompanhamento de profissional nas
atividades físicas.
Com
acompanhamento de
profissional Clubes
Sim Não
Total
Clube I 01
(11,1%)
08
(88,9%)
09
(100,0%
Clube II 08
(57,1%)
06
(42,9%)
14
(100,0%
Clube III 08
(72,7%)
03
(27,3%)
11
(100,0%Clube
IV
01
(2,9%)
34
(97,1%)
35
(100,0%
Clube V 12
(70,6%)
05
(29,4%)
17
(100,0%
Geral 30
(34,9%)
56
(65,1%)
86
(100,0%
Fonte: Dados do pesquisador.
Com relação aos idosos que afirmaram praticar alguma atividade física, pode-se
observar na Tabela 17, que mais da metade (65,1%) que freqüentam os Clubes do
Programa da Melhor Idade não são acompanhados por profissionais. Analisando por
clubes, pode-se ainda perceber que no Clube IV, esse percentual aumenta, 97,1%.
Nesta tabela foi caracterizado um perigo a integridade física dos idosos que é a
prática de atividades física sem acompanhamento profissional.
26
Tabela 18. Utilização de algum tipo de medicamento.
Usa medicamentos
Clubes Sim Não
Não
respondeu
Total
Clube I 13
(100,0%- -
13
(100,0%
Clube II 11
(68,8%)
03
(18,8%
02
(12,5%)
16
(100,0%
Clube III 13
(92,9%)
01
(7,1%) -
14
(100,0%
Clube
IV
34
(63,0%)
17
(31,5%
)
03
(5,6%)
54
(100,0%
) Clube V
29
(61,7%)
18
(38,3%-
47
(100,0%
Geral 100
(69,4%)
39
(27,1%
05
(3,5%)
144
(100,0%
Fonte: Dados do pesquisador.
Nota: ( - ) Dado numérico igual a zero não resultante de arredondamento
Com base na Tabela 18, observa-se uma maior incidência de idosos que usam
medicamentos nos Clubes III e IV, 92,9% e 63,0%, respectivamente.
27
Tabela 19. Passou por alguma cirurgia.
Cirurgia Clubes
Sim Não Total
Clube I 06
(46,2%
07
(53,8%
13
(100,0%
Clube II 11
(68,8%
05
(31,3%
16
(100,0%
Clube III 11
(78,6%
03
(21,4%
14
(100,0%Clube
IV
37
(68,5%
17
(31,5%
54
(100,0%
Clube V 32
(68,1%
15
(31,9%
47
(100,0%
Geral 97
(67,4%
)
47
(32,6%
)
144
(100,0%
) Fonte: Dados do pesquisador.
De acordo com a tabela acima, verifica-se que, dos idosos que freqüentam os
Clubes do Programa da Melhor Idade, 67,4% já passaram por alguma cirurgia. Pode-se
observar ainda, que apenas no Clube I, essa ocorrência é baixa, 46,2% dos idosos.
A Tabela 18 e 19, demonstra a fragilidade física do grupo em estudo, devido ao
avanço da idade e fatores que interferem no estado da saúde em geral.(NOGUES, 1995)
28
Tabela 20. Recebimento de orientação nutricional profissional.
Orientação Nutricional
Clubes Sim Não
Não
respondeu
Total
Clube I 05
(38,5%
08
(61,5%- 13
(100,0%
Clube II 06
(37,5%
09
(56,3%
01
(6,3%)
16
(100,0%
Clube III 03
(21,4%
11
(78,6%-
14
(100,0%Clube
IV
14
(25,9%
31
(57,4%
09
(16,7%)
54
(100,0%
Clube V 13
(27,7%
34
(72,3%-
47
(100,0%
Geral 41
(28,5%
93
(64,6%
10
(6,9%)
144
(100,0%
Fonte: Dados do pesquisador.
Nota: ( - ) Dado numérico igual a zero não resultante de arredondamento
Podemos observar na Tabela 20, que mais da metade dos idosos pesquisados não
recebem orientação nutricional de um profissional, percentual este, elevado nos Clubes
III e V, 78,6% e 72,3%, respectivamente.
A falta de acompanhamento nutricional pode influenciar na má qualidade da
alimentação e desequilíbrio na saúde nutricional, juntamente às alterações decorrentes
do envelhecimento, uso de múltiplos medicamentos que pode comprometer o estado de
saúde e a necessidade nutricional do indivíduo idoso (MARUCCI, 1993; NAJAS et
al.,1994).
29
- -
11,1%
5,6%
61,5%
6,3%
-
48,1%
30,6%
-
25,0%
50,0%
15,4%
31,3%
14,3%
- -
6,3%
-
37,5%
14,3%
37,0%
40,4%
32,6%
- - - -
15,4%
-
21,4%
-
17,0%
9,0%
- - - -
2,1%
7,7%
19,1%19,1%
1,9%
14,6%
1,9%0,7%
2,1%0,7%
0,0%
10,0%
20,0%
30,0%
40,0%
50,0%
60,0%
70,0%
Clube I Clube II Clube III Clube IV Clube V Geral
Semanalmente Mensalmente Semestralmente Anualmente Só quando está doente Nunca foi ao médico Trimestralmente Bimestralmente
GRÁFICO 10. Freqüência que os idosos vão ao médico.
Fonte: Dados do pesquisador.
Nota: ( - ) Dado numérico igual a zero não resultante de arredondamento
Analisando o Gráfico 10, constata-se que a maioria dos idosos nos Clubes I e IV
buscam mensalmente um médico, devido ao próprio clube ter um serviço de saúde ou
acompanhamento da saúde próprios. Em contrapartida nos Clubes III e V, que só
buscam quando estão doentes. Ainda na Figura 8, observa-se que apenas 1,9% dos
idosos no Clube IV nunca buscam um médico. Porém no grupo em geral a maioria dos
idosos só procuram os serviços médicos quando estão doentes (32,8%). Demonstrando
que esta faixa etária necessita de maiores acompanhamentos e controle da saúde em
geral.
30
--
92,3%-
7,7%--
6,3%81,3%
6,3%6,3%
---
14,3%78,6%
7,1%----
5,6%1,9%
63,0%1,9%
25,9%
1,9%
4,3%12,8%
68,1%6,4%6,4%
2,1%-
5,6%21,5%
55,6%3,5%
12,5%0,7%0,7%
- - - - - - - - - - -
Clube I
Clube II
Clube III
Clube IV
Clube V
Geral
Particular sem plano Particular com plano Público PrevidenciárioPúblico e particular sem plano Público e particular com plano Não respondeu
GRÁFICO 11. Serviços de saúde que os idosos utilizam.
Fonte: Dados do pesquisador.
Nota: ( - ) Dado numérico igual a zero não resultante de arredondamento
Com respeito aos serviços de saúde que os idosos utilizam, pode-se observar no
Gráfico 11 uma incidência alta ao serviço público, com exceção apenas nos Clubes II e
III, 81,3% e 78,6%, que utilizam serviço particular com plano de saúde porque
apresentam melhores condições sócio-econômica de qualidade de vida.
31
DADOS ANTROPOMÉTRICOS
Quadro 4. Estatística Descritiva em pé (m)
Clubes Nº. de idosos Média CV Desvio
padrão
Mínimo Máxim
o Clube I 13 1,5 4,49% 0,07 1,4 1,67
Clube II 16 1,56 4,99% 0,08 1,42 1,76
Clube III 14 1,54 3,94% 0,06 1,42 1,63
Clube 54 1,49 4,27% 0,06 1,38 1,65
Clube V 47 1,50 5,10% 0,08 1,31 1,67
Geral 144 1,51 4,83% 0,07 1,31 1,76
Fonte: Dados do pesquisador.
Nota: CV – Coeficiente de Variação.
De acordo com o Quadro 4, observa-se que, dos idosos que freqüentam os
Clubes do Programa da Melhor Idade, a maioria apresenta a altura entre 1,43m e 1,57m
em torno da média. Quanto ao coeficiente de variação, o qual mede o grau de
homogeneidade dos dados, percebe-se que os dados são homogêneos, ou seja, as alturas
são próximas, pois quanto menor o coeficiente mais homogêneos são os dados.
Foi relatados idosos com diminuição da estatura, podendo caracterizar uma
redução da massa óssea. (KRAUSE,1998)
Quadro 5. Estatística Descritiva do peso, no momento do exame (kg).
Clubes Nº. de idosos Média CV Desvio
padrão
Mínimo Máxim
o Clube I 13 59,08 20,69% 12,22 41 80
Clube II 16 65,09 15,34% 9,99 47 80
Clube III 14 62,36 16,96% 10,57 40 82
Clube 54 60,80 14,06% 8,55 49 81
Clube V 46 58,52 16,54% 9,68 40 85
Geral 143 60,54 16,06% 9,72 40 85
Fonte: Dados do pesquisador.
Nota: CV – Coeficiente de Variação.
32
De acordo com o Quadro 5, observa-se que, dos idosos que freqüentam os
Clubes do Programa da Melhor Idade, apresentam o peso médio de 60,54 kg, com peso
mínimo de 40 kg e máximo de 85 kg em torno da média. Com coeficiente de variação,
de 16,06%.
Segundo, LIPSCHITZ, calculando o IMC utilizando a média da estatura e a
média do peso, podemos diagnostica eutrofia para idosos( IMC = 26,55 ).
Quadro 6. Estatística Descritiva da glicemia capilar.
Clubes Nº. de idosos Média CV Desvio
padrão
Mínimo Máxim
o Clube IV 54 122,85 37,34% 45,88 67 259
Fonte: Dados do pesquisador.
Nota: ( -- ) Dado numérico não disponível.
CV – Coeficiente de Variação.
De acordo com o Quadro 6, quanto a glicemia capilar dos idosos, observa-se
uma média de 122,85 com desvio padrão de 45,88 e coeficiente de variação de 37,34%.
Apresentando alta dispersão dos dados, ou seja, os dados são heterogêneos, pois quanto
maior o CV mais heterogêneos são os dados.
De acordo com os índice glicêmicos a glicemia capilar se mostrou um pouco
elevada, de acordo com American Diabetes Association: Standards of Care (position
statement). Diabetes Care 18 (Suppl 1):9,1885, a glicemia capilar em jejum não deve
exceder a 120mg/dL ( KRAUSE, 1998).
33
Quadro 7. Estatística Descritiva do índice de massa corporal.
Clubes Nº. de idosos Média CV Desvio
padrão
Mínimo Máxim
o Clube I 13 26,51 22,84% 6,05 18,72 38,26
Clube II 16 26,52 11,48% 3,06 20,88 31,69
Clube III 14 26,18 16,44% 4,30 18,26 34,61
Clube 54 27,28 14,44% 3,94 20,00 39,70
Clube V 46 26,19 15,37% 4,02 17,18 34,55
Geral 143 26,68 15,43% 4,12 17,18 39,70
Fonte: Dados do pesquisador.
Nota: CV – Coeficiente de Variação.
De acordo com o Quadro 7, com relação ao índice de massa corporal dos idosos,
observa-se que, dos idosos que freqüentam os Clubes do Programa da Melhor Idade,
apresentam um índice médio de 26,68 Kg/m², com coeficiente de variação, de 15,43%.
Com relação aos clubes verifica-se que apresentam um índice de massa corporal bem
próximos.
Apenas o clube IV, apresentou sobrepeso, desviando do índice eutrófico. No
geral, os grupos se apresentam dentro da faixa de eutrofismo.
Quadro 8. Estatística Descritiva da relação cintura/quadril.
Clubes Nº. de idosos Média CV Desvio
padrão
Mínimo Máxim
o Clube I 13 0,98 11,14% 0,11 1,23 12,72
Clube II 16 0,89 9,91% 0,09 0,69 1,06
Clube III 14 0,90 9,53% 0,09 0,68 1,02
Clube 54 0,97 5,67% 0,06 0,85 1,11
Clube V 46 0,95 10,31% 0,10 0,75 1,29
Geral 143 0,95 9,17% 0,09 0,68 1,29
Fonte: Dados do pesquisador
Nota: CV – Coeficiente de Variação.
De acordo com o Quadro 8, quanto a relação cintura/quadril dos idosos que
freqüentam os Clubes do Programa da Melhor Idade apresentam uma média de 0,95
34
com desvio padrão de 0,09. Analisando os clubes verifica-se que apresentam em média
a relação cintura/quadril bem próximas.
Devido ao grupo ser formado por maioria do sexo feminino, a quantidade de
homens é irrelevante, a relação cintura/ quadril apresentou alto índice de risco cardíaco
utilizando os valores da OMS,1995.
SEGUNDA PARTE – TESTE MINI MENTAL
Tabela 21. Escolaridade dos idosos versus pontuação no teste mini mental.
Pontuação
Escolaridade 14 a 17
pontos
18 a 21
pontos
22 a 25
pontos
26 a 29
pontos
Mais de
29 pontos
Total
Nunca freqüentou a
escola - -
01
(100,0%- -
01
(100,0%Fundamental
incompleto
03
(9,1%)
05
(15,2%)
15
(45,5%)
08
(24,2%
02
(6,1%)
33
(100,0%Fundamental
completo -
01
(20,0%)
03
(60,0%)
01
(20,0%) -
05
(100,0%
Médio incompleto - - - 02
(66,7%
01
(33,3%)
03
(100,0%
Médio completo - - 02
(15,4%)
07
(53,8%
04
(30,8%)
13
(100,0%Superior
incompleto - - -
01
(50,0%
01
(50,0%)
02
(100,0%
Superior completo - - - 04
(66,7%
02
(33,3%)
06
(100,0%
Pós-graduação - - - 01
(50,0%
01
(50,0%)
02
(100,0%
Fonte: Dados do pesquisador
Nota: ( - ) Dado numérico igual a zero não resultante de arredondamento
Analisando a Tabela 21, podemos observar que 24,2% dos idosos com ensino
fundamental incompleto obtiveram uma pontuação entre 26 a 29. Ainda com respeito a
tabela, observa-se que 01 idoso que nunca freqüentou à escola obteve uma nota entre 22
a 25.
35
Quadro 9. Análise Estatística da pontuação do Teste mini mental.
Clubes Nº. de idosos Média CV Desvio
padrão
Mínimo Máxim
o Clube I 06 22,17 26,06% 5,78 14 30
Clube II 15 27,67 10,55% 2,92 21 30
Clube III 13 28,38 4,89% 1,39 26 30
Clube 21 24,52 11,43% 2,80 19 30
Clube V 10 22,60 15,64% 3,53 16 37
Geral 65 25,51 14,93% 3,81 14 30
Fonte: Dados do pesquisador
Nota: CV – Coeficiente de Variação.
De acordo com o Quadro 9, com relação a pontuação do Teste mini mental dos
idosos que freqüentam os Clubes do Programa da Melhor Idade, observa-se uma média
de 25,51 pontos, com pontuação mínima de 14 pontos e máxima de 30 pontos. Com
relação aos clubes, verifica-se que, o Clube III apresentou maior média de pontuação,
ou seja 28,38 pontos.
Apesar do grupo de participantes ser formado a maioria por indivíduos do nível
fundamental incompleto, pôde-se observar o excelente nível cognitivo levando-se em
conta fatores como idade e escolaridade.
36
Tabela 22. Tipos de medicamentos.
Alimentos Freqüência %
Anti-hipertensivos 31 31,0
Não soube relatar 14 14,0
Vários tipos de medicamentos ao mesmo
tempo 13 13,0
Outros 12 12,0
Hipoglicemiantes e anti-hipertensivos 09 9,0
Hipoglicemiantes 05 5,0
Para cardiopatias e anti-hipertensivos 05 5,0
Suplementos nutricionais e anti-hipertensivos 04 4,0
Analgésicos, antiinflamatórios e antibióticos 04 4,0
Calmantes e anti-hipertensivos 03 3,0
Total 100 100,0
Fonte: Dados do pesquisador
Analisando a tabela 22 acima, constata-se que, dos idosos que utilizam
medicamentos, 31,0% afirmaram utilizar anti-hipertensivos, outros idosos, cerca de
21,0% afirmaram utilizar anti-hipertensivos com algum outro medicamento. O alto
consumo de anti-hiperetensivos é devido a alta incidência da doença nesta população
estudada.
37
Tabela 23. Tipo de cirurgias.
Alimentos Freqüência %
Problemas ginecológicos e urológicos 32 33,0
Outros 17 17,5
Oftalmológica ( catarata, miopia... ) 11 11,3
Estéticas e/ou retirada de sinais e cistos 07 7,2
Várias cirurgias ( 4 em diante ) 06 6,2
Esterectomia 05 5,2
Vesícula 04 4,1
Não especificou 03 3,1
Apendicite 02 2,1
Cardiológicas 02 2,1
Hérnia 02 2,1
Laqueadura 02 2,1
Mastectomia 02 2,1
Próstata 02 2,1
Total 97 100,0
Fonte: Dados do pesquisador
Com respeito aos idosos que se submeteram a alguma cirurgia, podemos
observar na Tabela 23 que 33,0% passaram por cirurgias ginecológicas/urológicas e
11,3% por cirurgias oftalmológicas.
38
ALIMENTAÇÃO
Tabela 24. Alimentos que não consomem por intolerância alimentar.
Alimentos Freqüência %
Não especificou 111 77,1
Carne de porco e/ou bovina 06 4,2
Outros 05 3,5
Algumas frutas ( ex. Ácidas e
oleaginosas ) 05
3,5
Leite 03 2,1
Carne de boi e/ou frango 02 1,4
Farinha 02 1,4
Gordura 02 1,4
Gordura e açúcar 02 1,4
Pão, tapioca 02 1,4
Peixe e/ou crustáceos 02 1,4
Queijo 02 1,4
Total 144 100,0
Fonte: Dados do pesquisador
De acordo com a Tabela 24, podemos observar que os idosos freqüentadores dos
Clubes da Melhor Idade têm um perfil equilibrado em relação aos alimentos que não
consomem por intolerância alimentar, ou seja, não tem um alimento que se evidencia
mais do que outro.
39
Tabela 25. Alimentos que não consome por não gostar.
Alimentos Freqüência %
Não especificou 70 48,6
Outros 10 6,9
Frango 10 6,9
Algumas frutas 08 5,6
Arroz 07 4,9
Café e arroz 06 4,2
Carne de boi 04 2,8
Carne de porco 04 2,8
Feijão e arroz 04 2,8
Feijão e peixe 03 2,1
Arroz de leite ou arroz doce 03 2,1
Biscoito e pão 03 2,1
Macarrão e arroz 03 2,1
Macarrão, algumas frutas e peixe 03 2,1
Doces 02 1,4
Frituras 02 1,4
Total 144 100,0
Fonte: Dados do pesquisador
Com respeito aos alimentos que não consomem por não gostar, pode-se observar
que, os alimentos que mais se evidenciaram foram, frango com 6,9% dos idosos,
algumas frutas com 5,6% dos idosos e arroz com 4,9%.
40
Tabela 26. Alimentos que não consomem porque religião
não permite.
Alimentos Freqüência %
Carne de porco 01 0,7
Não especificou 143 99,3
Total 144 100,0
Fonte: Dados do pesquisador
De acordo com a tabela acima, verifica-se que, dos idosos que freqüentam os
Clubes do Programa da Melhor Idade, apenas 0,7% não consomem alimentos por
motivo de religião. Demonstrando que a religiosidade não interfere na alimentação.
Tabela 27. Alimentos que não consomem por patologia.
Alimentos Freqüência %
Não especificou 95 66,0
Carne bovina e/ou de porco, vísceras 07 4,9
Outros 07 4,9
Gordura 06 4,2
Farinha e/ou massas 05 3,5
Gorduras, massas e doces 05 3,5
Sal, gorduras e/ou açúcar 04 2,8
Carnes, doces, sal, açúcar e gorduras 03 2,1
Sal e/ou açúcar 03 2,1
Carne de porco, mariscos e castanhas 02 1,4
Doces, açúcar 02 1,4
Massas e carne vermelha 02 1,4
Refrigerantes e/ou café 02 1,4
Carne de porco, alguns peixes e queijo 01 0,7
Total 144 100,0
Fonte: Dados do pesquisador
41
Com respeito aos alimentos que não consomem por motivo de patologia, pode-
se observar que, os alimentos que mais se evidenciaram foram, Carne bovina e/ou de
porco, vísceras com 4,9% dos idosos, gorduras com 4,2% dos idosos e gordura, massas
e doces com 3,5%.
Tabela 28. Alimentos que não consomem por orientação profissional.
Alimentos Freqüência %
Não especificou 97 67,4
Carne bovina e/ou de porco, vísceras 09 6,3
Gordura 06 4,2
Outros 06 4,2
Sal e/ou açúcar 05 3,5
Doces, açúcar 04 2,8
Massas e carne vermelha 04 2,8
Carnes, doces, sal, açúcar e gorduras 03 2,1
Sal, gorduras e/ou açúcar 03 2,1
Refrigerantes e/ou café 03 2,1
Carne de porco, mariscos e castanhas 02 1,4
Farinha e/ou massas 02 1,4
Total 144 100,0
Fonte: Dados do pesquisador
Com respeito aos alimentos que não consomem por motivo de orientação de um
profissional, pode-se observar que, os alimentos que mais se evidenciaram foram, Carne
bovina e/ou de porco, vísceras com 6,3% dos idosos, gorduras com 4,2% dos idosos e
sal e/ou açúcar com 3,5%.
Comparando-se as tabelas 27 e 28 existe um união dos dados entre alimentos
rejeitado por problemas de saúde e alimentos rejeitados por orientação médica ( carnes
– 4,9% e 6,3%, gordura – 4,2% e 4,2% ). Estes dados correlacionados indicam
preocupação com a saúde e compreensão da orientação alimentar feita por profissional
42
Tabela 29. Hábitos alimentares para o desjejum.
Com respeito ao desjejum dos
idosos freqüentadores dos Clubes da
Melhor Idade, pode-se observar na
tabela ao lado que, 47,2% consideram
café indispensável no seu desjejum e
43,1% dos idosos consideram frutas.
Fonte: Dados do pesquisador
Alimentos Freqüência %
Café 68 47,2
Frutas 62 43,1
Adoçante 50 34,7
Tapioca 46 31,9
Leite 44 30,6
Açúcar 39 27,1
Bolacha ou biscoito 34 23,6
Café com leite 26 18,1
Outros 25 17,4
Pão 21 14,6
Chá 11 7,6
Queijo 10 6,9
Manteiga ou
margarina 09 6,3
Mingau 09 6,3
Cuscuz 07 4,9
Vitamina de frutas 06 4,2
43
Tabela 30. Hábitos alimentares para a colação.
Alimentos Freqüência %
Frutas 60 41,7
Não respondeu 43 29,9
Outros 09 6,3
Suco e/ou café 06 4,2
Suco e/ou frutas 05 3,5
Suco e/ou café com biscoito ou bolacha, pão 04 2,8
Suco e/ou leite 03 2,1
Bolo, pão, bolacha, biscoito e/ou torradas 02 1,4
Fruta e achocolatado ou café 02 1,4
Leite com pão, bolacha e/ou biscoito 02 1,4
Pão, bolachas, torradas, tapioca com café ou chá 02 1,4
Refrigerantes com salgados, massas e/ou pães,
biscoitos 02
1,4
Vários tipos de alimentos ( o que tiver ) 02 1,4
Vitamina 02 1,4
Fonte: Dados do pesquisador
Analisando a Tabela 30, observa-se que, a maioria dos idosos freqüentadores dos
Clubes da Melhor Idade (41,7%) têm preferência por frutas na sua colação.
44
Tabela 31. Hábitos alimentares para o almoço.
De acordo com a Tabela 31,
observa-se que, os alimentos arroz e
feijão são indispensáveis para o
almoço do idoso, 81,3% e 84,7%,
respectivamente. Prevalecendo o
hábito alimentar cultural e regional.
Apesar de terem sido relatado
como os alimentos que “não gosta”, o
arroz, o frango e as frutas ( frutas +
sucos ) são ainda os mais consumidos
na refeição do almoço.
Fonte: Dados do pesquisador
Alimentos Freqüência %
Feijão 122 84,7
Arroz 117 81,3
Frango 98 68,1
Peixe 87 60,4
Boi 76 52,8
Suco 45 31,3
Salada 37 25,7
Macarrão 37 25,7
Frutas 26 18,1
Farinha 25 17,4
Outros 21 14,6
Farofa 08 5,6
Ovos 08 5,6
Caldo de feijão 06 4,2
Cuscuz 04 2,8
Pirão 04 2,8
Baião 17 2,8
45
Tabela 32. Hábitos alimentares dos idosos para os lanches.
Alimentos Freqüência %
Não respondeu 45 31,3
Pão, bolachas, torradas, tapioca com café ou chá 19 13,2
Outros 14 9,7
Suco e/ou café 13 9,0
Frutas 12 8,3
Bolo, pão, bolacha, biscoito e/ou torradas 06 4,2
Suco e/ou café com biscoito ou bolacha, pão 06 4,2
Suco e/ou frutas 06 4,2
Leite com café e/ou chá 05 3,5
Leite com pão, bolacha e/ou biscoito 04 2,8
Vários tipos de alimentos ( o que tiver ) 04 2,8
Vitamina ou café com bolacha ou bolo, pão 04 2,8
Leite ou mingau e frutas 03 2,1
Refrigerantes com salgados, massas e/ou pães,
biscoitos 03
2,1
Fonte: Dados do pesquisador
Analisando a Tabela 32, observa-se que, 13,2% dos idosos consomem suco e/ou
café com ou sem complemento e outros 13,2% consomem pão, bolachas, torradas,
tapioca com café ou chá, durante o lanche.
Aqui fica diagnosticado o equilíbrio entes as bebidas (suco, café e chá)
acompanhados com pão, bolacha, torradas e tapiocas, mostrando coerência na escolha
dos alimentos no horário do lanche.
Estes dados mostra a regionalização dos hábitos alimentares, a exemplo do café
com tapioca.
46
Tabela 33. Hábitos alimentares para o jantar.
De acordo com a Tabela 33 ao
lado, observa-se que, 25,69% dos
idosos consideram indispensável sopa
no jantar. Observa-se ainda que 19,44%
dos idosos têm preferência por
mingau/leite/peixes para o jantar.
Com a diminuição das funções
do sistema digestivo no período noturno
a preferência alimentar se inclina para
refeições nas brandas, líquidas e
pastosas, o que realmente é mais
indicado.(DUARTE et al, 2005)
Fonte: Dados do pesquisador
Alimentos Freqüência %
Sopa 37 25,69
Arroz 35 24,31
Outros 32 22,22
Boi 31 21,53
Frango 31 21,53
Leite 28 19,44
Mingau 28 19,44
Peixe 28 19,44
Biscoito 15 10,42
Pão 14 9,72
Suco 13 9,03
Farinha ou farofa 13 9,03
Café 11 7,64
Almoço 11 7,64
O mesmo do
almoço 11 7,64
Baião 10 6,94
Fruta 10 6,94
Café com leite 07 4,86
Cuscuz 05 3,47
Ovos 05 3,47
Cuscuz com leite 05 3,47
Iogurte 04 2,78
Vitamina 04 2,78
47
Tabela 34. Hábitos alimentares para a ceia.
Alimentos Freqüência %
Não ceia 71 49,31
Leite 16 11,11
Outros 13 9,03
Frutas 06 4,17
Mingau e/ou sopa 05 3,47
Leite e chã 05 3,47
Leite com biscoitos,
pão. 04
2,78
Leite ou suco 04 2,78
Suco com biscoitos 03 2,08
Iogurte 03 2,08
Café, suco e/ou chá 02 1,39
Chá 02 1,39
Din-din ou sorvete 02 1,39
Frutas e iogurte 02 1,39
Frutas e rapadura 02 1,39
Mel 02 1,39
Refrigerantes 02 1,39
Fonte: Dados do pesquisador
De acordo com a Tabela 34, observa-se que, 20,14% dos idosos consomem leite
com ou sem complemento, na período da ceia. Porém , existe 49,31% dos idosos que
não fazem alimentação no horário na ceia, um índice bastante elevado.Este fator pode
influenciar para problemas de saúde, nutricionais e gástricos nesta faixa etária pelo
longo período noturno sem receber água e nutrientes, excesso de ácido clorídrico na
cavidade gástrica, sabendo-se que o organismo necessita de hidratação e alimentação a
cada 2 ou 3 horas diárias. (DUARTE et al, 2005)
48
INQUÉRITO ALIMENTAR
Quadro 10. Análise Estatística do Consumo de Alimentos com a Pirâmide Alimentar
para Idosos.
Critérios Nº de idosos Média Mínimo Máxim
o Consumo de alimentos com
carboidratos 34 3,8 00 09
Consumo de leite e produtos derivados 34 2,4 00 10
Consumo de frutas 34 1,8 00 12
Consumo de vegetais 34 2,4 00 14
Consumo de carnes e ovos 34 2,8 00 11
Consumo de alimentos com açúcar e
gordura 34 2,3 00 08
Fonte: Dados do pesquisador.
De acordo com o Quadro 10, verifica-se que os idosos apresentam a maioria das
médias abaixo das porções alimentares indicadas pirâmide. Entretanto, verifica-se uma
média de 2,8 para o consumo de carnes e ovos, ou seja, estando dentro do padrão da
pirâmide alimentar. Apresentando-se ainda uma média de 2,3 elevada para o consumo
de alimentos com açúcar e gordura.
49
FIGURA 10: Pirâmide Alimentar comparando a quantidade indicada de porções dos grupos de alimentos
com a média consumida pelos idosos.
Tabela . Consumo alimentar dos idosos dos Clubes do Programa de Melhor
Idade em relação a pirâmide alimentar.
Consumo Freqüência %
De 6 ou mais alimentos com carboidratos 24 70,6
De 3 ou mais leite e produtos derivados 07 20,6
De 2 ou mais frutas 20 58,8
De 3 ou mais vegetais 10 29,4
De 2 ou mais carnes e ovos, feijões 30 88,2
De alimentos com açúcar e gordura 26 76,5
Total 34 100,0
Fonte: Dados do pesquisador.
De acordo com a Tabela, verifica-se que 88,2% dos idosos consomem de 2 ou
mais porções de feijões, carnes e ovos. Observa-se ainda que 76,5% consomem
alimentos com açúcar e gordura.
50
Quadro 11. Análise Estatística do teste da saúde alimentar
Clubes Nº de idosos Média
de
CV Desvio
padrão
Mínimo Máxim
o Clube I 05 7,0 36,42% 2,55 04 10
Clube II 05 1,2 136,93% 1,64 00 03
Clube 14 5,4 50,52% 2,71 02 11
Clube V 10 7,3 89,02% 6,50 00 19
Geral 34 5,6 79,74% 4,43 00 19
Fonte: Dados do pesquisador.
Nota: CV – Coeficiente de Variação. ( -- ) Dado numérico não disponível.
De acordo com o Quadro 11, pode-se observar que, os idosos que freqüentam os
Clubes I e V em média não obtiveram uma boa pontuação, com 7,0 e 7,3 pontos,
respectivamente, ou seja, com base nesta pontuação verifica-se que os idosos estão se
alimentando mal e colocando a saúde em risco. Em contrapartida, o Clube II,
apresentando uma média de 1,2 pontos, ou seja, os idosos têm uma alimentação bem
equilibrada, correta. Em geral, pode-se observar que os idosos precisam mudar alguns
hábitos alimentares, devido a pontuação atingida, ou seja, com média geral de 5,6
pontos.
51
41,18
17,65
52,94
5,88
17,65
23,53
52,94
44,12
17,6520,59
0
10
20
30
40
50
60
%
1hábito alimentar
Alguma doença ou distúrbio tirou o apetite ou alterou a quantidade ou qualidade da alimentaçãoFaz menos de 2 refeições por dia ou substitui uma das refeições por sanduíche ou bolos ou bolachinhasCome poucas frutas e vegetais; quase não consume leite e derivadosBebe 3 ou mais doses de bebida alcoólica, como cerveja, pinga, conhaque ou vinho, quase todos os diasTem problemas nos dentes ou na boca que impedem de comer direitoNunca tem dinheiro suficiente para comprar a comida que precisa; ou não está disposto a gastar muito com alimentaçãoNa maioria das vezes, faz as refeições sozinhoTem que tomar 3 ou mais tipos diferentes de remédios todos os diasMesmo sem desejar, ganha ou perdi 5 quilos nos últimos seis mesesNão sente fisicamente capaz de - ou disposto a - comprar comida, cozinhar e/ou alimentar-se sozinho
Figura 11. Respostas afirmativas do teste da Saúde Nutricional. Fonte: Dados do pesquisador.
De acordo com a Figura 10, dos 34 idosos que responderam o Teste da Saúde Nutricional, 52,94% afirmaram comer poucas frutas e
vegetais; quase não consume leite e derivados e na maioria das vezes, fazem as refeições sozinho.
52
Tabela 35. Respostas afirmativas do teste da Saúde Nutricional.
Hábito alimentar Freqüência %
Na maioria das vezes, faz as refeições sozinho 18 52,94
Come poucas frutas e vegetais; quase não consume leite e
derivados 18 52,94
Tem que tomar 3 ou mais tipos diferentes de remédios todos
os dias 15 44,12
Alguma doença ou distúrbio tirou o apetite ou alterou a
quantidade ou qualidade da alimentação 14 41,18
Nunca tem dinheiro suficiente para comprar a comida que
precisa; ou não está disposto a gastar muito com alimentação 08 23,53
Não sente fisicamente capaz de - ou disposto a - comprar
comida, cozinhar e/ou alimentar-se sozinho 07 20,59
Tem problemas nos dentes ou na boca que impedem de comer
direito 06 17,65
Mesmo sem desejar, ganha ou perdi 5 quilos nos últimos seis
meses 06 17,65
Faz menos de 2 refeições por dia ou substitui uma das
refeições por sanduíche ou bolos ou bolachinhas 06 17,65
Bebe 3 ou mais doses de bebida alcoólica, como cerveja,
pinga, conhaque ou vinho, quase todos os dias 02 5,88
Fonte: Dados do pesquisador.
Analisando a Tabela 35, verificou-se que os idosos da pesquisa consomem
poucas frutas e vegetais, leite e seus derivados; fazem sua refeição sozinhos e
tomam vários tipos de medicamentos. Todos estes fatores comtribuem para a
diminuição da saúde nutricional e qualidade de vida segundo HIRSCHBRUCH &
CASTILHO. (1999).
53
5. CONCLUSÃO
Baseado nos dados coletados, nos resultados apresentados e discutidos
neste estudo, pode-se descrever as seguintes conclusões analisadas:
- A maior faixa etária de participantes dos Clubes de Melhor Idade é de 60 a 79 anos,
devido ao grande crescimento deste grupos na população;
- A maioria do grupo é composto pelo sexo feminino, representando também uma
expectativa de vida mais elevada do que o sexo masculino;
- A grande parte dos idosos não tem filho ou têm filhos falecidos o que pode ocasionar
uma solidão familiar;
- 72,9% são dedicados a um só clube da Melhor Idade, onde vem freqüentando a
cercando de 3-4 anos, tempo relativamente recente devido aos tempo de fundação dos
clubes;
- Os participantes em sua maioria tem o nível fundamental incompleto, acarretando
algumas dificuldades no seu dia-a-dia;
- Apesar de 81,9% ser de aposentados, 78,5% deste desenvolvem atividades
remuneradas, com renda salarial de aproximadamente 1-3 salários mínimos;
- Apesar da baixa renda salarial, 78,3% residem em casa própria;
- 59,7% fazer atividade física, com uma freqüência de 2 -3 vez por semana;
- 40,3% são sedentários, o que contribui para a baixa qualidade de vida, influenciando
também no alto percentual de queixa com relação a saúde (56,8%), em 18% de
participantes portadores de Hipertensão, 11,5% portadores de constipação e 10,6%
portadores de osteoporose;
- Testes índices também podem ser relacionados com a falta de saúde bucal ( falta de
dentes, uso de próteses, problemas com a mastigação ), excessos de medicamentos e
falta de acompanhamento relacionados saúde e qualidade de vida.
- A incidência de osteoporose pode também ser relacionada ao alto consumo de café
registrados no desjejum e lanches;
- Foram encontrados 12,5% de fumantes, com um média de 4-6 cigarros aos dia e
13,2% de consumidores de bebidas alcoólicas. Estes fatores também podem acrescentar
aos números de hipertensos, portadores de osteoporose e constipação;
54
- Outro fator que interfere na saúde dos idosos é a atividade física feita sem
acompanhamento profissional (65,1%) e a falta de orientação com relação a nutrição e
saúde (64,6%);
- 69,4% dos participantes tomam medicamentos, 31% desde medicamentos são de anti-
hipertensivos;
- A fragilidade da saúde do idoso se expressa com 67,4% dos participantes sofreram
cirurgias, destas 33% foram cirurgias ginecológicas/urológicas e 11,3% oftalmológicas;
- 32,8% dos idosos só vão ao médico quando estão doentes, comprovando uma falta de
atenção com a saúde, porém, este índice pode ter sido influenciado devido á 55,6%
utilizarem a rede de saúde pública.
- Foram identificados alta da glicemia capilar e alto risco cardíaco deixando evidentes a
necessidade de mudanças no padrão alimentar e no estilo de vida deste grupo;
- Apesar de idade, este grupo apresentou um bom nível cognitivo, demonstrando
integridade das funções cerebrais;
- Quanto ao padrão alimentar: comprovou-se que a religiosidade não interfere na
escolha dos alimentos e não houve relatos expressivos de intolerância alimentar;
- Os alimentos rejeitados por motivo de patologia tiveram o mesmo perfil dos alimentos
rejeitados por orientação profissional, demonstrando um compreensão dos limites
alimentares;
- Os alimentos que foram rejeitados por desagrado do paladar ( arroz, frango e frutas),
também foram os mais consumidos na dieta dos idosos;
- Diante da avaliação do padrão alimentar pode-se concluir que café e frutas são os
alimentos mais consumidos no desjejum, as frutas são as mais consumidas em quase
todas as refeições principalmente na colação (lanche da manhã);
- Permanece a cultura alimentar do arroz e feijão no horário do almoço, seguidos de
frango, sucos e frutas;
- No período da tarde: café e suco com ou sem complemento são mis utilizados,
juntamente com o pão, bolachas, torradas, chá e o costume regional da tapioca com
café;
- O padrão nutricional e alimentar dos idosos no período do jantar é composto de
alimentação branda, líquidas ou pastosas como sopas, mingaus, leite e peixe;
55
- Foi identificado que muitos idosos não se alimentavam no horário da ceia, este fator
por influenciar na saúde nutricional;
- Quanto a avaliação antropométrica do IMC, o grupo estudado é classificado em sua
média ponderal com eutrofia, sem problemas de excesso de peso ou magreza, apesar do
grupo apresentar um baixo consumo alimentar de acordo com a pirâmide de alimentos.
- O consumo elevado do grupo dos feijões e das carnes foi claramente influenciado pelo
hábito alimentar diário do consumo de feijão na refeição do almoço. A alta incidência
de Hipertensão e outras patologias relacionadas a alimentação refletem o elevado
consumo de açúcar e gorduras.
- O teste da saúde nutricional revelou que este grupos de idoso apesar de ter acesso aos
alimentos e índice de massa corporal da faixa da normalidade, existem outros fatores
que interferem na saúde, havendo a necessidade de mudar alguns hábitos, consultar um
médico ou nutricionista, procurar o apoio e o convívio da família ou procurar ajuda
junto a programas de assistência para terceira idade.
Diante do exposto, este estudo acrescenta a necessidade de educação e
orientação nutricional para não só controle do peso e das patologias, mas também
prevenção das doenças crônicos degenerativas hipertensão, diabetes, doenças
cardiovasculares, da promoção da qualidade de vida e do envelhecimento com prazer
através de uma alimentação e estilo de vida mais saudável.
56
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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ANEXOS
74
ANEXO 1
INQUÉRITO SÓCIO-ECONÔMICO
Código:_____________ Data de realização do inquérito: ___/___/___
Idade: ______________ Sexo: ( ) F ( ) M Estado civil:_________________
1. IDENTIFICAÇÃO DO CLUBE
1.1. Clube de origem:_______________________________.
1.2. Freqüenta mais de um clube?
( ) Sim; Qual (is)? ___________________________________.
( ) Não
1.3. Há quanto tempo freqüenta o clube?
( ) Menos de 1 ano ( ) 1 a 3 anos ( ) Mais de 3 anos
2. PROCEDÊNCIA
2.l. Local de nascimento:_________________________________
2.2. Cidade onde reside atualmente:_________________________
3. ESCOLARIDADE
( ) Fundamental incompleto ( ) Médio incompleto ( ) Superior incompleto
( ) Fundamental completo ( ) Médio completo ( ) Superior completo
4. MORADIA
4.1. Regime de ocupação:
( ) Própria já paga ( ) Própria pagando ( ) Alugada ( ) Cedida ( )
Outros___________
4.2. Mora sozinho?
( ) Sim
( ) Não; Quantos familiares moram na casa? ___________
5. RENDA
5.1.Desenvolve alguma atividade profissional?
( ) Sim; Qual (is)? ______________________________________
( ) Não
5.2. É aposentado?
( ) Sim ( ) Não
5.3. Qual a renda média da família, em salários mínimos (SM)?
( ) 2 a 4 SM ( ) 4 a6 SM ( ) 6 a 8 SM ( ) Mais de 8 SM ( ) Não sabe informar
75
ANEXO 2
INQUÉRITO PARA AVALIAÇÃO DAS CONDIÇÕES DE SAÚDE
Código: _____________
1. ATIVIDADE FÍSICA
1.1. Pratica alguma atividade física?
( ) Sim; Qual (is)?____________________________________________________
( ) Não
1.2.Com que freqüência?
( ) Raramente ( ) 1 vez por semana ( ) 2 a 3 vezes por semana ( ) Mais de 3
vezes por semana
2. HÁBITOS DA VIDA
2.1.Possui o hábito de fumar?
( ) Sim; Quantos cigarros por dia?________________
( ) Não
2.2. Costuma consumir bebidas alcoólicas?
( ) Sim; Com que freqüência?________________
( ) Não
3. MORBIDADE PESSOAL REFERIDA E ATUAL
3.1. Problemas dentários:
Falta algum dente? ( ) Sim ( ) Não Quantos?____________
Usa prótese dentária? ( ) Sim ( ) Não
Possui alguma dificuldade na mastigação? ( ) Sim ( ) Não
3.2. Tem ou já teve algum desses problemas de saúde?
( ) Hipertensão arterial ( ) Osteoporose ( ) Úlcera péptica ( ) Gota
( ) Hemorróida ( ) Hepatite ( ) Infarto do miocárdio ( ) Gastrite
( ) Constipação ( ) Tumores malignos ( ) Doenças de Parkinson ( ) Artrite
( ) Mal de Alzheimeier ( ) Diabetes mellitus ( ) Artrose ( ) Outros___________
3.3. Já foi submetido a alguma cirurgia?
( ) Sim; Qual (is)?____________________________________________________
( ) Não
3.4. Atualmente, tem alguma queixa do seu estado de saúde?
( ) Sim; Qual (is)?____________________________________________________
76
( )Não
3.5. Com que freqüência vai ao médico?
( ) Semanalmente ( )Mensalmente ( ) Semestralmente
( ) Anualmente ( ) Só quando está doente
3.6. Qual serviço de saúde utiliza?
( ) Particular sem plano ( ) Particular com plano ( ) Público
77
ANEXO 3
ESTUDO ANTROPOMÉTRICO
Código__________ Sexo: ( ) F ( )M
Idade:___________ Data de realização do inquérito: ___/___/___
QUADRO 1:DADOS ANTROPOMÉTRICOS
MEDIDAS VALORES DP SCORE-Z
Peso no momento do
exame ( kg)
Altura em pé (m)
Dobra cutânea do
tríceps (mm)
Índice de massa
corporal (Kg/m2)
Relação
cintura/quadril
ANOTAÇÕES
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
78
ANEXO 4
ANAMNESE ALIMENTAR
Data de realização do inquérito: ___/___/___
Nome:_________________________________________________________________
ALIMENTOS QUE NÃO CONSOME:
a) Por intolerância alimentar:______________________________________________
b) Porque não gosta:_____________________________________________________
c) Porque a religião não permite:___________________________________________
d) Em decorrência de patologia:____________________________________________
e) Por orientação de profissional de saúde:___________________________________
Alteração recente de peso:_________________________________________________
REFEIÇÕES HÁBITOS
ALIMENTARES
OBSERVAÇÕES
DESJEJUM
COLAÇÃO
ALMOÇO
LANCHE
JANTAR
CEIA
79
ANEXO 5
Mini-Exame do Estado Mental. Tradução (com alterações) proposta por
Bertolucci et al. CÓDIGO:____________________ DATA:____/____/____
NOME:_______________________________________________IDADE:__________
OBSERVAÇÕES IMPORTANTES:
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
ORIENTAÇÃO NO TEMPO: ( 5 PONTOS )
1- Em que ano nós estamos? __________ 1 PONTO
2- Em que estação do ano nós estamos? ____________ 1 PONTO
3- Em que mês nós estamos? ___________ 1 PONTO
4- Em que dia da semana nós estamos? ____________ 1 PONTO
5- Em que dia do mês nós estamos? _____________ 1 PONTO
ORIENTAÇÃO NO ESPAÇO: ( 5 PONTOS )
1- Em que Estado nós estamos? ______________ 1 PONTO
2- Em que cidade nós estamos? ______________ 1 PONTO
3- Em que bairro nós estamos? _______________ 1 PONTO
4- O que é este prédio em que estamos? ____________ 1 PONTO
5- Em que andar nós estamos? ______________ 1 PONTO
REGISTRO: ( 1 ponto cada palavra certa )
Agora, preste atenção. Eu vou dizer três palavras e o(a) Sr(a) vai repeti-las quando eu
terminar. Certo? As palavras são: CARRO [pausa], VASO [pausa], BOLA [pausa].
Agora, repita as palavras para mim. [Permita cinco tentativas, mas pontue apenas a
primeira]
ATENÇÃO E CÁLCULO [Série de 7]:
Agora eu gostaria que o(a) Sr(a) subtraísse 7 de 100 e do resultado subtraísse 7. Então,
continue subtraindo 7 de cada resposta até eu mandar parar. Entendeu? [pausa] Vamos
começar: quanto é 100 menos 7? [Dê um ponto para cada acerto]
Se não atingir o escore máximo, peça: Soletre a palavra MUNDO. Corrija os erros de
soletração e então peça: Agora, soletre a palavra MUNDO de trás para frente. [Dê um
ponto para cada letra na posição correta. Considere o maior resultado]
RESULTADO:______________________________________________________
80
MEMÓRIA DE EVOCAÇÃO:
Peça: Quais são as três palavras que eu pedi que o Sr(a) memorizasse? [Não forneça
pistas]
RESULTADO:______________________________________________________
( EX.: ACERTOU 1, 2 OU 3 PALAVRAS )
LINGUAGEM:
1- [Aponte o lápis e o relógio e pergunte]: O que é isto? (lápis) O que é isto?
(relógio)RESULTADO:_________________________________________
2- Agora eu vou pedir para o Sr(a) repetir o que eu vou dizer. Certo? Então repita:
“NEM AQUI, NEM ALI, NEM
LÁ”. RESULTADO:_______________________________________
3- Agora ouça com atenção porque eu vou pedir para o Sr(a) fazer uma tarefa: [pausa]
Pegue este papel com a mão direita [pausa], com as duas mãos dobre-o ao meio uma
vez [pausa] e em seguida jogue-o no chão.
RESULTADO:________________________________
4- Por favor, leia isto e faça o que está escrito no papel. Mostre ao examinado a folha
com o comando: FECHE OS OLHOS.
RESULTADO:______________________________
5- Peça: Por favor, escreva uma sentença. Se o paciente não responder, peça: Escreva
sobre o tempo. [Coloque na frente do paciente um pedaço de papel em branco e lápis ou
caneta] RESULTADO:______________________________________
6 - Peça: Por favor, copie este desenho. [Apresente a folha com os pentágonos que se
intersecionam] ( VERSO DA FOLHA )
RESULTADO:__________________________________
TOTAL DE PONTOS:________
DIAGNÓSTICO DA AVALIAÇÃO:_______________________
ANEXO 6
81
RECORDATÓRIO 24 HORAS:
O PACIENTE DEVE RELATAR TODA A SUA ALIMENTAÇÃO POR UM
PERÍODO DE 24H, PODE SER DAS PRIMEIRAS ALIMENTAÇÕES DE OTEM
ATÉ HOJE. NOME:______________________________________________________
REFEIÇÃO ALIMENTOS: QUANTIDADES:
CAFÉ DA MÃNHÃ
ALMOÇO:
LANCHE:
JANTAR:
CEIA:
82
APÊNDICES
83
APÊNDICE 1
* TESTE: COMO ANDA SUA “SAÚDE NUTRICIONAL”? *
ESCORES
PERGUNTA: SIM
Alguma doença ou distúrbio me tirou o apetite ou alterou a
quantidade ou qualidade da minha alimentação?
2
Eu faço menos de 2 refeições por dia ou substituo uma das
refeições por sanduíche ou bolos ou bolachinhas?
3
Como poucas frutas e vegetais; quase não consumo leite e
derivados?
2
Eu bebo 3 ou mais doses de bebida alcoólica, como cerveja,
pinga, conhaque ou vinho, quase todos os dias?
2
Tenho problemas nos dentes ou na boca que me impedem de
comer direito?
2
Nunca tenho dinheiro suficiente para comprar a comida que
eu preciso; ou não estou disposto a gastar muito com
alimentação?
4
Na maioria das vezes, faço minhas refeições sozinho? 1
Tenho que tomar 3 ou mais tipos diferentes de remédios todos
os dias?
1
Mesmo sem desejar, ganhei ou perdi 5 quilos nos últimos seis
meses?
2
Não me sinto fisicamente capaz de – ou disposto a – comprar
comida, cozinhar e/ou me alimentar sozinho?
2
84
RESULTADO:
0 – 2 PONTOS Muito bem! Sua alimentação é equilibrada, correta, na
quantidade e na qualidade dos alimentos escolhidos. Continue
assim. E refaça o teste daqui a 6 meses.
2 – 5 PONTOS Você precisa mudar alguns hábitos. Consulte um médico ou
nutricionista, converse com seus parentes ou procure ajuda
junto a programas de assistência para terceira idade. E refaça
o teste daqui a 3 meses.
6 – ou mais
PONTOS
Você está se alimentando mal e isso pode colocar sua saúde em
risco. Fale de seus problemas com parentes, médicos,
assistentes sociais, nutricionistas, etc. Procure ajuda.
ATENÇÃO:
Este teste serve de alerta para os riscos de uma alimentação errada. De maneira
nenhuma representa um diagnóstico clínico.
* Teste similar ao desenvolvido por 3 importantes entidades de saúde dos Estados
Unidos: American Academy of Family Physicians ( Academia Americana dos Médicos
da Família ), The American Dietetic Association ( Associação Americana de Dietética )
e National Council on the Aging ( Conselho Nacional do Envelhecimento ).
* Fonte: HIRSCHBRUCH, Márcia Daskal et al. Nutrição e Bem-estar para a Terceira
Idade. São Paulo: CMS, 1999.
85
APENDICE 2: TABELAS DE DADOS
Tabela 1. Faixa de idade dos idosos por clube.
Idade (anos) Clubes Menos
de 50 50 a 59 60 a 69 70 a 79 Mais de
80 Não sabe a idade
Não respondeu
Total
Clube I - 02
(15,4%) 04
(30,8%) 06
(46,2%) - -
01 (7,7%)
13 (100,0%
)
Clube II 02
(12,5%) 04
(25,0%) 06
(37,5%) 02
(12,5%) 02
(12,5%) - -
16 (100,0%
)
Clube III - 01
(7,1%) 06
(42,9%) 07
(50,0%) - - -
14 (100,0%
) Clube IV
- 07
(13,0%) 27
(50,0%) 14
(25,9%) 06
(11,1%) - -
54 (100,0%
)
Clube V 01
(2,1%) -
11 (23,4%)
24 (51,1%)
07 (14,9%)
01 (2,1%)
03 (6,4%)
47 (100,0%
)
Geral 03
(2,1%) 14
(9,7%) 54
(37,5%) 53
(36,8%) 15
(10,4%) 01
(0,7%) 04
(2,8%)
144 (100,0%
) Fonte: Dados do pesquisador Nota: ( - ) Dado numérico igual a zero não resultante de
arredondamento
Tabela 2. Estado civil dos idosos por clubes.
Estado Civil Clubes
Casado(a) Separado(a)/ Divorciado(a) Viúvo(a) Solteiro(a)
Não respondeu
Total
Clube I 05
(38,5%) 01
(7,7%) 03
(23,1%) 04
(30,8%) -
13 (100,0%)
Clube II 08
(50,0%) 01
(6,3%) 03
(18,8%) 04
25,0% -
16 (100,0%)
Clube III 05
(35,7%) 03
(21,4%) 05
(35,7%) 01
(7,1%) -
14 (100,0%)
Clube IV
26 (48,1%)
05 (9,3%)
22 (40,7%)
01 (1,9%)
- 54
(100,0%)
Clube V 12
(25,5%) 06
(12,8%) 16
(34,0%) 08
(17,0%) 05
(10,6%) 47
(100,0%)
Geral 56 (38,9%)
16 (11,1%)
49 (34,0%)
18 (12,5%)
05 (3,5%)
144 (100,0%)
Fonte: Dados do pesquisador
Nota: ( - ) Dado numérico igual a zero não resultante de arredondamento
86
Tabela 3. Freqüência dos idosos nos respectivos clubes.
Clubes Tempo de freqüência
Menos
de 1
ano
1 a 2
anos
3 a 4
anos
5 a 7
anos
8 a 10
anos
10 a 15
anos
Mais de
15 anos
Não soube
relatar
Não
respond
eu
Total
Clube I 03
(23,1%
01
(7,7%)
07
(53,8%) - -
01
(7,7%) - -
01
(7,7%)
13
(100,0%)
Clube II 06
(37,5%
04
(25,0%)
05
(31,3%)
01
(6,3%) - - - - -
16
(100,0%)
Clube III - - 02
(14,3%)
04
(28,6%)
02
(14,3%)
04
(28,6%)
02
(14,3%) - -
14
(100,0%)
Clube IV 04
(7,4%)
07
(13,0%)
29
(53,7%)
07
(13,0%)
02
(3,7%)
02
(3,7%) - -
03
(5,6%)
54
(100,0%)
Clube V 03
(6,4%)
05
(10,6%)
13
(27,7%)
03
(6,4%)
02
(4,3%)
09
(19,1%)
10
(21,3%)
01
(2,1%)
01
(2,1%)
47
(100,0%)
Geral 16
(11,1%
17
(11,8%)
56
(38,9%)
15
(10,4%)
06
(4,2%)
16
(11,1%)
12
(8,3%)
01
(0,7%)
05
(3,5%)
144
(100,0%)
Fonte: Dados do pesquisador.
Nota: ( - ) Dado numérico igual a zero não resultante de arredondamento
87
Tabela 4. Escolaridade dos idosos por clubes.
Escolaridade
Clubes Nunca
freqüentou
a escola
Fundamental
incompleto
Fundamental
completo
Médio
incompleto
Médio
completo
Superior
incompleto
Superior
completo
Pós-
graduação
Total
Clube I 04
(30,8%)
09
(69,2%) - - - - - -
13
(100,0%)
Clube II 01
(6,3%)
01
(6,3%)
01
(6,3%)
02
(12,5%)
03
(18,8%) -
07
(43,8%)
01
(6,3%)
16
(100,0%)
Clube III - 02
(14,3%) - -
09
(64,3%)
02
(14,3%) -
01
(7,1%)
14
(100,0%) Clube
IV
14
(25,9%)
37
(68,5%)
02
(3,7%)
01
(1,9%) - - - -
54
(100,0%)
Clube V 13
(27,7%)
26
(55,3%)
06
(12,8%)
01
(2,1%)
01
(2,1%) - - -
47
(100,0%)
Geral 32
(22,2%)
75
(52,1%)
09
(6,3%)
04
(2,8%)
13
(9,0%)
02
(1,4%)
07
(4,9%)
02
(1,4%)
144
(100,0%)
Fonte: Dados do pesquisador
Nota: ( - ) Dado numérico igual a zero não resultante de arredondamento
88
Tabela 5. Tipo de regime de ocupação dos idosos por clubes.
Regime de ocupação
Clubes Própria já
paga
Própria
pagando Alugada Cedida
Tem casa própria
mas mora em
casa cedida
Mora na casa
dos filhos
Total
Clube I 07
(53,8%)
01
(7,7%) - 05
(38,5%) - - 13
(100,0%
Clube II 13
(81,3%) -
01
(6,3%)
01
(6,3%)
01
(6,3%) -
16
(100,0%
Clube III 10
(71,4%)
02
(14,3%)
02
(14,3%) - - -
14
(100,0%Clube
IV
42
(77,8%)
01
(1,9%)
03
(5,6%)
07
(13,0%) - 01
(1,9%)
54
(100,0%
Clube V 40
(85,1%)
01
(2,1%)
02
(4,3%)
02
(4,3%) -
02
(4,3%)
47
(100,0%
Geral 112
(78,3%)
05
(3,5%)
08
(5,6%)
14
(9,8%)
01
(0,7%)
03
(2,1%)
144
(100,0%
) Fonte: Dados do pesquisador
Tabela 6. Renda familiar por clubes.
Renda Familiar Clubes
1 a 3 s.m 4 a 5 s.m 6 a 8 s.m Mais de
8 s.m
Bolsa
Família
Sem
renda
Não soube
informar
Total
Clube I 12
(92,3%) - - -
01
(7,7%) - -
13
(100,0%)
Clube II 11
(68,8%)
02
(12,5%)
01
(6,3%)
02
(12,5%) - - -
16
(100,0%)
Clube III 04
(28,6%) -
03
(21,4%)
07
(50,0%) - - -
14
(100,0%) Clube
IV
54
(100,0%) - - - - - -
54
(100,0%)
Clube V 41
(87,2%) - - - -
01
(2,1%)
05
(10,6%)
47
(100,0%)
Geral 122
(84,7%)
02
(1,4%)
04
(2,8%)
09
(6,3%)
01
(0,7%)
01
(0,7%)
05
(3,5%)
144
(100,0%)
Fonte: Dados do pesquisador
Nota: ( - ) Dado numérico igual a zero não resultante de arredondamento
89
Tabela 7. Freqüência que os idosos praticam atividades físicas por clubes.
Freqüência Clubes
Raramente 1 vez por
semana
2 a 3 vezes
por semana
Mais de 3
vezes por
Total
Clube I - 02
(22,2%)
04
(44,4%)
03
(33,3%)
09
(100,0%)
Clube II - 01
(7,1%)
04
(28,6%)
09
(64,3%)
14
(100,0%)
Clube III - 01
(9,1%)
06
(54,5%)
04
(36,4%)
11
(100,0%) Clube
IV
05
(14,3%)
06
(17,1%)
09
(25,7%)
15
(42,9%)
35
(100,0%)
Clube V 01
(5,9%)
06
(35,3%)
08
(47,1%)
02
(11,8%)
17
(100,0%)
Geral 06
(7,0%)
16
(18,6%)
31
(36,0%)
33
(38,4%)
86
(100,0%)
Fonte: Dados do pesquisador
Nota: ( - ) Dado numérico igual a zero não resultante de arredondamento
90
Tabela 8. Freqüência que os idosos vão ao médico por clubes.
Fonte: Dados do pesquisador
Nota: ( - ) Dado numérico igual a zero não resultante de arredondamento
Freqüência que vai ao medico
Clubes Semanalmente Mensalmente
Semestral-
mente Anualmente
Só quando
está doente
Nunca foi
ao médico
Trimestralm
ente
Bimestralme
nte
Total
Clube I 01
(7,7%)
08
(61,5%) -
02
(15,4%) - -
02
(15,4%) -
13
(100,0%)
Clube II - 01
(6,3%)
04
(25,0%)
05
(31,3%)
06
(37,5%) - - -
16
(100,0%)
Clube III - - 07
(50,0%)
02
(14,3%)
02
(14,3%) -
03
(21,4%) -
14
(100,0%)
Clube IV 06
(11,1%)
26
(48,1%)
01
(1,9%) -
20
(37,0%)
01
(1,9%) - -
54
(100,0%)
Clube V 01
(2,1%)
09
(19,1%)
09
(19,1%) -
19
(40,4%) -
08
(17,0%)
01
(2,1%)
47
(100,0%)
Geral 08
(5,6%)
44
(30,6%)
21
(14,6%)
09
(6,3%)
47
(32,6%)
01
(0,7%)
13
(9,0%)
01
(0,7%)
144
(100,0%)
91
Tabela 9. Serviços de saúde que os idosos utilizam por clubes.
Serviço de saúde
Clubes Particular
sem plano
Particular
com plano Público Previdenciário
Público e
particular sem
plano
Público e
particular com
plano
Não
respondeu
Total
Clube I - - 12
(92,3%) -
01
(7,7%) - -
13
(100,0%
Clube II 01
(6,3%)
13
(81,3%)
01
(6,3%)
01
(6,3%) - - -
16
(100,0%
Clube III 02
(14,3%)
11
(78,6%)
01
(7,1%) - - - -
14
(100,0%Clube
IV
03
(5,6%)
01
(1,9%)
34
(63,0%)
01
(1,9%)
14
(25,9%) -
01
(1,9%)
54
(100,0%
Clube V 02
(4,3%)
06
(12,8%)
32
(68,1%)
03
(6,4%)
03
(6,4%)
01
(2,1%) -
47
(100,0%
Geral 08
(5,6%)
31
(21,5%)
80
(55,6%)
05
(3,5%)
18
(12,5%)
01
(0,7%)
01
(0,7%)
144
(100,0%
) Fonte: Dados da pesquisado
Nota: ( - ) Dado numérico igual a zero não resultante de arredondamento
92
APENDICE 3: FOTOS DAS ATIVIDADES NOS CLUBES.
93
94