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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS DEPARTAMENTO DE TECNOLOGIA DE ALIMENTOS CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE ALIMENTOS DÉBORA HELENA LEMOS DA FONSECA ALMENDRA PADRÃO NUTRICIONAL E ALIMENTAR DOS INTEGRANTES DE GRUPOS DA MELHOR IDADE DAS CIDADES DE FORTALEZA, ITAPIPOCA E JIJOCA DE JERICOACOARA – CEARÁ FORTALEZA-CE 2007

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Page 1: DÉBORA HELENA LEMOS DA FONSECA ALMENDRA … · dÉbora helena lemos da fonseca almendra padrÃo nutricional e alimentar de integrantes de grupos da melhor idade das cidades de fortaleza,

UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

DEPARTAMENTO DE TECNOLOGIA DE ALIMENTOS CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE ALIMENTOS

DÉBORA HELENA LEMOS DA FONSECA ALMENDRA

PADRÃO NUTRICIONAL E ALIMENTAR DOS INTEGRANTES DE GRUPOS DA MELHOR IDADE DAS CIDADES DE FORTALEZA, ITAPIPOCA E JIJOCA DE

JERICOACOARA – CEARÁ

FORTALEZA-CE 2007

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DÉBORA HELENA LEMOS DA FONSECA ALMENDRA

PADRÃO NUTRICIONAL E ALIMENTAR DOS INTEGRANTES DE GRUPOS DA MELHOR IDADE DAS CIDADES DE FORTALEZA, ITAPIPOCA E JIJOCA DE

JERICOACOARA – CEARÁ

Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado em

Tecnologia de Alimentos, Centro de Ciência

Agrárias da Universidade Federal do Ceará, como

exigência parcial para obtenção de título de Mestre

em Ciência e Tecnologia de Alimentos.

Orientadora:

Prof.ª Dr.ª Maria do Carmo Passos Rodrigues

FORTALEZA-CE

2007

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DÉBORA HELENA LEMOS DA FONSECA ALMENDRA

PADRÃO NUTRICIONAL E ALIMENTAR DE INTEGRANTES DE GRUPOS DA

MELHOR IDADE DAS CIDADES DE FORTALEZA, ITAPIPOCA E JIJOCA DE

JERICOACOARA – CEARÁ

Dissertação submetida à Coordenação do

Programa de Pós-graduação em Ciências e

Tecnologia de Alimentos da Universidade

Federal do Ceará, como requisito parcial

para obtenção do Grau de Mestre em

Ciência e Tecnologia de Alimentos.

Aprovada em _____/_____/_______.

BANCA EXAMINADORA

Professora Dra. Maria do Carmo Passos Rodrigues - Orientadora

Professora Dra. Dorasílvia Ferreira Pontes – Membro da Banca Examinadora

Professora Dra. Sílvia Maria de Freitas – Membro da Banca Examinadora

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Aos meus pais Joaquim e Eliane,

por toda dedicação e apoio.

Ao meu querido esposo Paulo

e meu filho Davi, pela eterna paciência.

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AGRADECIMENTOS

À Deus, primeiramente, por ter me dado esta oportunidade de vida dentre milhões na

Terra.

Á Universidade Federal do Ceará (UFC), destacando o Programa de Pós-graduação em

Ciência e Tecnologia dos Alimentos, pela brilhante equipe de profissionais do corpo

docente.

À Professora Dra. Maria do Carmo Passos Rodrigues por sua orientação, amizade,

carinho e compreensão nas horas difíceis.

Á Professora Dra. Dorasílvia Ferreira Pontes, pelo apoio maternal deste o primeiro dia

em que cheguei a Fortaleza, meu eterno agradecimento.

Á Professora Dra. Sílvia Maria de Freitas, por sua participação na banca examinadora e

por me mostrar o melhor da Estatística.

Á CAPES, pelo apoio financeiro com a bolsa de auxílio.

Às estagiárias voluntárias: Bárbara, Katiane, Rafaelle e Sandra Helena, sem vocês esta

pesquisa seria inviável.

Ás colegas que se transformaram em amigas: Candice, Herlene, Juliana e Rachel.

Aos Clubes da Melhor Idade, seus integrantes, pelo tempo dedicado ás entrevistas e

coletas de dados.

Aos Presidentes dos Clubes da Melhor Idade, particularmente a Sra. Enilda Leite Lopes,

presidente da Associação Brasileira dos Clubes da Melhor Idade.

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Ao Prefeito de Jijoca de Jericoacoara, Sr. Sérgio Herrero, à Secretária de Educação Vera

Vascocelos, á Secretária de Ação Social Josedna Dias, á Secretária de Saúde Ana Paula

Praciano e á todos os profissionais que contribuíram para a coleta de dados neste

município.

Ao Secretário de Saúde do Município de Marco, Dr. Ângelo, e a todos os amigos que

me apoiaram nesta pesquisa.

À amiga Nutricionista Mônica Macedo pelo incentivo.

Aos familiares, amigos de Alagoas e Pernambuco, de todo o Brasil, e todos que

contribuíram de alguma forma para a realização desta pesquisa.

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SENSÍVEL PALADAR

De todas as frutas

Quero as que dão vida

Ao brilho dos meus olhos,

Ás tardes e ao vime.

De todos os grãos

Escolhos mais parecidos

Com as sementes,

Com o suor das mãos.

De todos os doces

Seleciono o mais refinado

De prazer combinado

Nos encontros.

De todas as folhas

Sacio com verde esperança,

A cor da confiança

Cuja boca penso alimentar.

Andréa Abdala

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RESUMO

O aumento da expectativa de vida e da população de idosos em todos os países e especialmente nos países em desenvolvimento, tem motivado o interesse dos profissionais ligados à saúde pelas pessoas de idade mais avançada. O grupo que mais cresce na população brasileira é a faixa etária acima de 60 anos, representa uma importante força política, social e econômica, e com isso tem chamado a atenção de profissionais de diversas áreas e também do governo. Este trabalho tem por objetivo delinear o padrão nutricional e alimentar de integrantes de grupos da melhor idade. Foram convidados os participantes de 05 grupos da Melhor Idade ( 03 grupos da cidade de Fortaleza, 01 da cidade de Itapipoca e 01 da cidade de Jijoca de Jericoacora ) de ambos os sexos, selecionados aleatoriamente. Realizou-se um inquérito sócio-econômico, um inquérito para avaliação das condições de saúde, estudo antropométrico através do Índice de Massa Corporal (IMC) e Relação Cintura/Quadril, anamnese alimentar, para análise qualitativa da dieta do grupo de alimentos da Pirâmide Alimentar. Foram coletadas a pressão arterial e a glicemia capilar em jejum apenas do clube de melhor idade da cidade de Jijoca de Jericoacoara. Para participar da segunda fase, foram submetidos ao teste mini-mental para se delinar a capacidade cognitiva para o auto-registro do inquérito alimentar recordatório de 24 horas. Foi realizado um inquérito para avaliação da saúde nutricional. No total foram 144 idosos pesquisados de ambos os sexos, 65 obtiveram escores para participar de 2º fase, apenas 34 concluíram a 2ª fase. A maior faixa etária é de 60 a 79 anos, a maioria do sexo feminino, 72,9% são dedicados a um só clube, maioria tem o nível fundamental incompleto, 81,9% aposentados, 78,5% desenvolvem atividades remuneradas, renda salarial de aproximadamente 1 a 3 salários mínimos; 78,3% residem em casa própria; 59,7% fazem atividade física, freqüência de 2 a 3 vezes por semana; 40,3% são sedentários, 18% são portadores de Hipertensão, 11,5% portadores de constipação e 10,6% portadores de osteoporose; 12,5% de fumantes e 13,2% de consumidores de bebidas alcoólicas. A atividade física feita sem acompanhamento profissional (65,1%), falta de orientação com relação a nutrição e saúde (64,6%); 69,4% tomam medicamentos, 31% destes medicamentos são de anti-hipertensivos; 67,4% sofreram cirurgias; 32,8% dos idosos só vão ao médico quando estão doentes, 55,6% utilizam a rede de saúde pública. Foram identificados alta da glicemia capilar e alto risco cardíaco; bom nível cognitivo, demonstrando integridade das funções cerebrais; comprovou-se que a religiosidade não interfere na escolha dos alimentos; alimentos rejeitados por motivo de patologia tiveram o mesmo perfil dos alimentos rejeitados por orientação profissional, alimentos que foram rejeitados por desagrado do paladar ( arroz, frango e frutas), também foram os mais consumidos na dieta. Na avaliação do padrão alimentar, café e frutas são alimentos mais consumidos no desjejum, as frutas são as mais consumidas principalmente na colação (lanche da manhã); arroz e feijão no horário do almoço; à tarde: café e suco com ou sem complemento são mais utilizados, o jantar é composto de alimentação branda, líquidas ou pastosas, muitos idosos não se alimentavam no horário da ceia. Na avaliação antropométrica do IMC a maioria foi classificada com eutrofia. O teste da saúde nutricional revelou que há necessidade de mudar alguns hábitos, consultar um médico ou nutricionista, procurar o apoio da família ou procurar ajuda junto a programas de assistência para terceira idade. Palavras-chave: envelhecimento, pirâmide alimentar, qualidade de vida.

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ABSTRACTS

The increase of the aged life expectancy and the population of in all the countries and especially in the developing countries, has motivated the interest of on professionals to the health for the people of more advanced age. The group that more grows in the Brazilian population is above of 60 years, represents an important force politics, social and economic, and with this it has called the attention of professionals of diverse areas and also of the government. This work has for objective to delineate the nutritional and alimentary standard of integrant of groups of the best age. The participants of 05 groups of the Best Age (03 groups of the city of Fortaleza, 01 of the city of Itapipoca and 01 of the city of Jijoca de Jericoacora) had been invited both sexs, with rule to chosen teams. Fist became fullfilled a partner-economic inquiry, an inquiry for evaluation of the health conditions, antropometric study by the Index of Corporal Mass (ICM) and Relation Waist/Hip, anamnese to feed, for qualitative analysis of the diet of the group of foods of the Alimentary Pyramid. The arterial pressure and the hair glicemia in jejum only of the club of better age of the city of Jijoca de Jericoacoara had been collected. To participate of the second phase, they had been submitted to the mini-mental test to know the cognitive capacity for the auto-register of the recordatório alimentary inquiry 24-hour. An inquiry for evaluation of the nutricional health was carried through. In the total aged searched of both the sex had been 144, 65 had gotten prop up to participate of 2º phase, only 34 had concluded 2ª phase. The biggest band is of 60 the 79 years, the majority of the feminine sex, 72.9% is dedicated to one alone club, majority has incomplete the basic level, 81.9% pensioners, 78.5% develops remunerated activities, wage income of approximately 1-3 minimum wages; 78.3% in habit in proper house; 59.7% to make physical activity, frequency of 2 -3 time per week; 40.3% are sedentary, 18% are carrying of High arterial pressure, 11.5% carriers of constipation and 10.6% carriers of osteoporose; 12.5% of smokers and 13.2% of alcoholic beverage consumers. The made physical activity without professional accompaniment (65.1%), lack of orientation with regard to nutrition and health (64.6%); 69.4% take medicines, 31% since medicines are of antihypertensives; 67.4% had suffered surgeries; 32.8% of the aged ones only go to the doctor when they are sick, 55.6% to use the public health service. They had been identified high of the glicemia and high cardiac risk; good cognitive level, demonstrating integrity of the brain functions; one proved that the religion does not intervene with the choice of foods; foods rejected for pathology reason had the same had profile of foods rejected for professional orientation, foods that had been rejected by unpleasantness of the palate (rice, chicken and fruits), also had been consumed in the diet. In the evaluation of the alimentary standard, coffee and fruits are consumed foods more in coffe-break, the fruits are consumed mainly in the light meal (snack of the morning); rice and beans in the schedule of the lunch; to the afternoon: coffee and juice with or without complement more are used, the supper are composed of feeding lights or liquid , many aged ones were not fed in the schedule of after the supper. The antropometric evaluation of the ICM the majority was normal classified. The test of the nutritional health disclosed that it has to change some habits, to consult a doctor or nutritionist, to look the support of the family or to look aid next to programs of assistance for third age. Word-key: aging, alimentary pyramid, quality of life

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LISTA DE FIGURAS, QUADROS E GRÁFICOS

FIGURA 1. Adaptação da pirâmide Alimentar para Adulto, considerada válida

até abril de 2005 (Fonte: USDA – Departamento de Agricultura dos EUA )........

FIGURA 2. Adaptação da Pirâmide para o Adulto, considerada válida após abril

de 2005 ( Fonte: USDA – Departamento de Agricultura dos EUA ).......................

FIGURA 3. Pirâmide Alimentar Modificada Para Idoso........................................

FIGURA 4 – Coleta da Estatura............................................................................... FIGURA 5 - Coleta da Estatura Observando os Pontos de Contato....................... FIGURA 6 – Pesagem.............................................................................................. FIGURA 7 – Medida da Circunferência da Cintura................................................. FIGURA 8 e 9 – Medida da Circunferência do Quadril..........................................

QUADRO 1: Idosos Responsáveis pelos Domicílios – 2000 ( fonte: IBGE )........

QUADRO 2: O Idoso em 2000 ( Fonte: IBGE )......................................................

Pág

28

29 30

60 60 61 61 62

31 32

QUADRO 3:Comparação de Parâmetros Incluídos em Varias Ferramentos de

Rastreamento Nutricional.........................................................................................

QUADRO 4. Análise Estatística da altura dos idosos, em pé (m)...........................

QUADRO 5. Análise Estatística do peso dos idosos, no momento do exame (kg)

QUADRO 6. Análise Estatística da glicemia capilar dos idosos.............................

QUADRO 7. Análise Estatística do índice de massa corporal dos idosos...............

QUADRO 8. Análise Estatística da relação cintura/quadril dos idosos...................

QUADRO 9. Análise Estatística da pontuação do Teste mini mental dos idosos... GRÁFICO 1 – Proporção de Pessoas de 60 anos ou mais de Idade Responsáveis pelo Domicílio, por Classe de Anos de Estudo – Brasil -1991/2000....................

33

GRÁFICO 2 – Proporção de Idosos Responsáveis pelo Domicílio pelo Sexo – Brasil - 2000......................................................................................................... GRÁFICO 3. Faixa de idade dos idosos................................................................

34 67

GRÁFICO 4. Estado civil dos idosos....................................................................

GRÁFICO 5. Freqüência dos idosos nos respectivos clubes.................................

69 71

GRÁFICO 6. Escolaridade dos idosos...................................................................

GRÁFICO 7. Tipo de regime de ocupação dos idosos...........................................

GRÁFICO 8 . Renda familiar.................................................................................

GRÁFICO 9. Freqüência que os idosos praticam atividades físicas......................

72 73 76 78

58

94 94

95 96

96

98

33

34 67 69

71 72

73 76

78 92

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GRÁFICO 10. Freqüência que os idosos vão ao médico.........................................

GRÁFICO 11. Serviços de saúde que os idosos utilizam........................................

93

LISTA DE TABELAS Pág Tabela 1. Idosos entrevistados................................................................................ 66 Tabela 2. Sexo dos idosos...................................................................................... 68

Tabela 3. Quantidade de filhos dos idosos............................................................

Tabela 4. Idosos que freqüentam mais de um clube..............................................

Tabela 5. Os idosos desenvolvem atividade remunerada......................................

70 71 74

Tabela 6. Idosos aposentados................................................................................. 75

Tabela 7. Pratica de atividade física....................................................................... 77

Tabela 8. Idosos fumantes...................................................................................... 79

Tabela 9. Quantidade de cigarros por dia.............................................................. 80

Tabela 10. Idosos que consomem álcool............................................................... 81

Tabela 11. Idosos com falta de dentes.................................................................... 82

Tabela 12. Idosos que utilizam prótese dentária..................................................... 83

Tabela 13. Idosos com dificuldades na mastigação................................................ 84

Tabela 14. Idosos com queixas de saúde................................................................ 85

Tabela 15. Problemas de saúde identificados pelos idosos....................................

Tabela 16. Idosos que tiveram alteração de peso...................................................

Tabela 17. Acompanhamento de profissional nas atividades físicas......................

86 87 88

Tabela 18. Idosos que usam algum tipo de medicamento......................................

Tabela 19. Passou por alguma cirurgia...................................................................

Tabela 20. Recebem orientação nutricional de profissional...................................

Tabela 21. Escolaridade dos idosos versus pontuação no teste mini mental............

Tabela 22. Tipo de medicamentos............................................................................

89 90 91 97 99

Tabela 23. Tipo de cirurgias.....................................................................................

Tabela 24. Alimentos que não consome por intolerância alimentar........................

100 101

Tabela 25. Alimentos que não consome por não gostar...........................................

Tabela 26. Alimentos que não consome porque religião não permite.....................

Tabela 27. Alimentos que não consome por patologia.............................................

102 103 103

Tabela 28. Alimentos que não consome por orientação profissional...................... 104

Tabela 29. Hábitos alimentares dos idosos para o desejum..................................... 105 Tabela 30. Hábitos alimentares dos idosos para a colação.......................................

Tabela 31. Hábitos alimentares dos idosos para o almoço.......................................

Tabela 32. Hábitos alimentares dos idosos para os lanches.....................................

106 107 108

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SUMÁRIO

Pág RESUMO................................................................................................................ 08 ABSTRACT........................................................................................................... 09 LISTA DE FIGURAS, QUADROS E GRÁFICOS............................................... 10 LISTA DE TABELAS............................................................................................ 11 1. INTRODUÇÃO.................................................................................................

14

2. REVISÃO DE LITERATURA........................................................................

18

2.1. Nutrição e Envelhecimento.............................................................................. 18

2.2 Fatores que afetam o consumo de nutrientes nos idosos................................. 18

2.2.1 Fatores socioeconômicos............................................................................... 19

2.2.2 - Alterações fisiológicas................................................................................ 19

2.2.3 - Alterações no funcionamento do aparelho digestivo.................................. 20

2.2.4 - Alterações na percepção sensorial............................................................... 20

2.2.5 - Alterações na capacidade mastigatória........................................................ 21

2.2.6 - Alterações na composição e no fluxo salivar e na mucosa oral.................. 22

2.2.7 - Alterações na estrutura e função do estômago e intestino........................... 23

2.2.8 - Alterações no pâncreas................................................................................ 24

2.2.9 - Alterações na estrutura e na função do fígado e vias biliares..................... 24

2.2.10 - Diminuição da sensibilidade à sede........................................................... 24

2.2.11 - Efeitos secundários dos fármacos.............................................................. 25

2.3. Pirâmide Alimentar.......................................................................................... 26

2.4. Perfil da População Idosa no Brasil................................................................. 30

2.5. Formação dos Hábitos Alimentares................................................................. 34

2.5.1 - Mudanças com a industrialização: o padrão alimentar.............................. 35

2.5.2 - A publicidade e a ideologia do consumo................................................... 36

2.5.3 - O fast-food como ícone da modernidade.................................................... 37

2.5.4 - A globalização alimentar............................................................................ 37

2.5.5 - O sedentarismo e o hábito de se comer demais........................................... 38

2.5.6 - Algumas evidências na mudança alimentar do brasileiro.......................... 38

2.6. Avaliação Nutricional e Antropométrica......................................................... 40

2.6.1 - Métodos Convencionais.............................................................................. 40

2.6.2- Métodos Não Convencionais........................................................................ 57

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3. METODOLOGIA............................................................................................. 58 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO......................................................................

66

5. CONCLUSÃO...................................................................................................

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...........................................................

ANEXOS................................................................................................................

APÊNDICES..........................................................................................................

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14

1. INTRODUÇÃO

Nas últimas décadas, o número de pessoas com 60 anos ou mais tem aumentado

bastante nos países da América Latina, principalmente em Cuba, Argentina, Uruguai,

Chile e Brasil. Em 1997, os idosos representavam 8,7% da população brasileira. Pode-

se dizer que o número de idosos no Brasil, já é um dos maiores do mundo, cerca de 13,5

milhões de pessoas. A região Sudeste é a que apresenta a maior concentração, 9,6% da

população. E o Rio de Janeiro é o estado com o maior percentual, 11,2%, seguido pela

Paraíba com 10,6%. A menor concentração de idosos ocorre na região Norte, onde

apenas 5,8% da população têm mais de 60 anos. E o Distrito Federal apresenta o menor

percentual, 4,8%. (IBGE, 2000)

O aumento da expectativa de vida e da população de idosos em todos os países e

especialmente nos países em desenvolvimento, aonde esse fato vem ocorrendo de forma

abrupta e bastante acentuada, têm motivado o interesse dos profissionais ligados à saúde

pelas pessoas de idade mais avançada (DUTRA DE OLIVEIRA & MARCHINI, 1998).

O grupo que mais cresce na população brasileira é a faixa etária acima de 60

anos, representa uma importante força política, social e econômica, e com isso tem

chamado a atenção de profissionais de diversas áreas e também do governo (RAMOS et

al., 1987).

De acordo com dados do IBGE, entre 1980 e 1996, o crescimento demográfico

da população idosa foi 2,5 vezes superior à média. Atualmente, há 8,4 milhões de

pessoas com mais de 65 anos, 75% mais do que em 1980. A expectativa de vida em

1994, é de 66,7 anos, na média (63,5 anos para os homens e 70,1 anos para as

mulheres). Em 1960, o Brasil ocupava o 16º lugar entre os países com maior população

geriátrica, em 2025 a expectativa é de que será o sexto.

Esse processo ocorre principalmente devido à queda nos coeficientes de

natalidade e de mortalidade, propiciando, assim, um aumento na expectativa de vida. A

melhoria nas condições de vida (alimentação, habitação, mudança de estilo de vida),

bem como o avanço científico na área médica, contribuindo com tecnologias que

permitem diagnósticos mais precoces, possibilitando assim, tratamentos mais

adequados, são também fatores que colaboram para o processo de envelhecimento

populacional (FRANK & SOARES, 2002).

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15

Grande parte das doenças que atingem os homens, e evidentemente os idosos,

tem o estilo de vida como fator de grande importância, bastando lembrar o hábito de

fumar e a sua relação com as doenças cardiovasculares e o derrame cerebral. Hábitos

alimentares e de atividade física são outros fatores importantes. A alimentação muito

rica em gordura animal, excesso de açúcar e sal, por exemplo, são situações geradoras

de problemas de saúde, já bem conhecidos. A vida sedentária é considerada um

importante fator negativo sobre a saúde. Além destes, outros fatores estão influenciando

a qualidade de vida do idoso, tais como, medicamentos, irradiações, agrotóxicos,

aditivos alimentares, etc. (ALBUQUERQUE et al., 1999).

O envelhecimento é um processo normal que começa na concepção e termina na

morte (KRAUSE, 1998). Tal processo coincide com uma redução progressiva dos

tecidos ativos do organismo, aumento e redistribuição da proporção de gordura corporal

e modificação das funções metabólicas (SMICIKLAS-WRIGHT, 1991; NAJAS et al.,

1994).

A dieta não pode reverter, mas pode retardar o processo fisiológico de

envelhecimento através dos antioxidantes. Não existe uma alimentação padronizada

própria para todos os gerontes, porém a má nutrição acelera o desgaste dos diversos

órgãos, além de permitir o aparecimento de doenças (FAINTUCH & CURIATI, 1986;

FRANCES, 1995; SIQUEIRA et al., 1997).

“Uma boa alimentação por toda a vida é um fator claro na determinação da

qualidade de vida que uma pessoa pode esperar anos mais tarde” (KRAUSE, 1998).

Dentre as principais causas de morte, predominam as enfermidades

cardiovasculares, câncer, pneumonia e diabetes mellitus. As enfermidades crônicas mais

freqüentes são artrose, hipertensão e cardiopatias. A existência simultânea de várias

enfermidades crônicas, ou seja, a co-morbidade, aumenta com a idade e é maior nas

mulheres que nos homens (SMICIKLAS-WRIGHT, 1991).

Sendo assim, a ciência da Nutrição vem se estabelecendo, nacional e

internacionalmente, como instrumento básico e eficaz no alcance do bem viver através

de numerosas pesquisas sobre os fatores biopsicossociais que interferem sobre a

composição corporal e envelhecimento, das atividades funcionais de macro e

micronutrientes e dos cuidados a serem observados na prescrição dietética e no

planejamento alimentar atendendo às necessidades nutricionais e melhorando os hábitos

alimentares das pessoas idosas (FRANK & SOARES, 2002).

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Os fatores de risco para o estado nutricional do idoso na sociedade estão

agrupados pela sua área de abrangência, de forma que possibilitem a identificação da

magnitude do problema. Os principais fatores de risco são: ingestão inadequada de

alimentos, pobreza, saúde oral diminuída e fatores psicossociais como depressão,

solidão e isolamento (FRANK & SOARES, 2002).

A presença de doenças crônico-degenerativas, recentes hospitalizações, traumas

e infecções recorrentes predispõem o idoso a risco nutricional. A imposição de uma

dieta muitas vezes traz uma reação de negação, a partir do momento em que percebem a

velhice e a ela atrelada a doença, uma proximidade da morte. Portanto, todas as ações

praticadas em torno da alimentação, como selecionar os alimentos; preparar os

alimentos; seguir ou não a orientação de uma dieta; a relação afetiva e cognitiva com o

alimento; o significado simbólico da “comida” enquanto reflexo do modo de pensar

sentir e interagir no interior das relações sociais são exemplos que caracterizam o

comportamento alimentar na terceira idade (FRANK & SOARES, 2002).

Vários programas têm surgido, tais como, Clubes da Melhor Idade, uma busca

na contribuição da solução desta problemática, e com o objetivo de apoiar, orientar e

estimular as pessoas a viverem seu envelhecimento com o máximo de saúde e bem-estar

possíveis.

O “Programa Clube da Melhor Idade” objetiva proporcionar melhoria da

qualidade de vida, para brasileiros com mais de 50 anos, vem sendo desenvolvido desde

1984, em centros de convivência e de integração social, sem fins lucrativos, onde são

incentivadas atividades culturais, recreativas e desportivas, dentro de uma programação

de cursos, seminários, encontros, congressos e feiras específicas. Tais centros, estão

interligados à Associação Nacional de Clubes da Melhor Idade, através de registro na

Empresa Brasileira de Turismo – EMBRATUR. Inicialmente denominados “Clubes da

Terceira Idade”, dez anos depois “Maior Idade” e, a partir de 1997, “Melhor Idade”, o

programa congrega cerca de 170 mil associados, em 22 Estados brasileiros (

ALBUQUERQUE et al., 1999 ).

Tendo em vista a importância destes programas e a necessidade de

replanejamento e avaliação dos mesmos, como também a pouca informação de um

estudo que focalize o perfil de indivíduos acima de 50 anos em Fortaleza e no Ceará,

este trabalho propõe-se aprofundar os conhecimentos sobre a prática alimentar, o estilo

de vida e qualidade de vida dos grupos do Programa Clubes da Melhor Idade ( PCMI ),

em Fortaleza e no Ceará. Desta forma, espera-se que o trabalho possa contribuir para o

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desenvolvimento de programas para planejamento nutricional e de assistência social

voltados não só para os participantes de Clubes da Melhor Idade, mas, também para

todo indivíduo acima de 50 anos.

Este trabalho tem por objetivo delinear o padrão nutricional e alimentar de

integrantes de grupos da melhor idade para que exista a possibilidade de se desenvolver

um planejamento de alimentação funcional, utilizando análise sensorial e preferências

alimentares, voltados para os problemas clínico-patológicos, sócio-econômicos e

culturais gerados pelo avanço da idade nos indivíduos acima de 50 anos através da

avaliação do padrão alimentar e do estado nutricional, condições gerais de saúde e da

qualidade de vida.

2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1 – Nutrição e Envelhecimento

O envelhecimento, apesar de ser um processo natural, submete o organismo a

diversas alterações anatômicas e funcionais, com repercussões nas condições de saúde e

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nutrição do idoso. Muitas dessas mudanças são progressivas, ocasionando efetivas

reduções na capacidade funcional, desde a sensibilidade para os gostos primários até os

processos metabólicos do organismo (AMERINE et al., 1965; MITCHELL et al., 1978;

WATKIN, 1982; WENCK et al., 1983).

Associado às alterações decorrentes do envelhecimento, é freqüente o uso de

múltiplos medicamentos que influenciam na ingestão de alimentos, na digestão, na

absorção e na utilização de diversos nutrientes, o que pode comprometer o estado de

saúde e a necessidade nutricional do indivíduo idoso (MARUCCI, 1993; NAJAS et al.

1994).

A elevada prevalência de desvio nutricional na população idosa vem sendo

demonstrada por meio de diferentes estudos, em vários países, onde, a desnutrição, o

sobrepeso e a obesidade predominam sobre os indivíduos eutróficos. Esses resultados

são decorrentes das condições peculiares em que os idosos se encontram, seja no

ambiente familiar, vivendo sozinho, ou em residência de Terceira Idade, agravadas

pelas condições socioeconômicas, pelas alterações fisiológicas inerentes à idade e pela

progressiva incapacidade para realizar sozinho as suas atividades cotidianas. Nesse

contexto, os efeitos da alimentação inadequada, tanto por excesso como por déficit de

nutrientes, têm expressiva representação, o que reflete num quadro latente de má

nutrição em maior ou menor grau (CAMPOS, 1996).

2.2 - Fatores que afetam o consumo de nutrientes nos idosos

Os idosos apresentam condições peculiares que condicionam o seu estado

nutricional. Alguns desses condicionantes são devidos às alterações fisiológicas

próprias do envelhecimento, enquanto outros são influenciados pelas enfermidades

presentes e por fatores relacionados com a situação socioeconômica e familiar

(NOGUÉS, 1995).

2.2.1 - Fatores socioeconômicos

Estima-se que mais de 15% dos gerôntes têm alimentação diária com menos de

1.000 kcal/dia, aumentando esta porcentagem entre as populações menos favorecidas

economicamente. Grande parte dos idosos consome alimentos de menor custo, em

virtude dos insuficientes recursos econômicos provenientes de aposentadorias e, ou,

pensões (NOGUÉS, 1995).

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No Brasil, uma das características marcantes da população idosa é o baixo poder

aquisitivo, situação que é agravada em razão da exclusão dos idosos do mercado de

trabalho (VERAS, 1994).

A solidão familiar e social predispõe o idoso à falta de ilusão e preocupação

consigo, fazendo com que se alimente de forma inadequada em quantidade e qualidade.

Nesses casos, há tendência ao desestímulo para comprar e preparar alimentos variados e

nutritivos (ARHONTAKI, 1990; MORIGUTI et al., 1998).

De acordo com MORALES-RODRIGUEZ et al. (1989), a má nutrição do idoso

pode também ser decorrente de sua progressiva incapacidade de realizar sozinho as

atividades cotidianas. A coordenação motora, geralmente, é comprometida e tende a

piorar com as doenças neurológicas, o que pode levá-lo a evitar alimentos que possam

causar dificuldades de manipulação durante a refeição, o que contribui para a

inadequação alimentar (MORIGUTI et al., 1998). Nessas circunstâncias, a aquisição de

alimentos e a preparação das refeições podem tornar tarefas muito difíceis

(PODRABSKY, 1995).

A situação de isolamento vivido pelo idoso brasileiro é ainda potencializada pela

sua posição econômica, que, nos últimos anos, tem contribuído para o aumento da

desnutrição (COITINHO et al., 1991).

2.2.2 - Alterações fisiológicas

Na velhice ocorrem mudanças progressivas no organismo, o que conduz a

efetivas reduções nas funções fisiológicas (WATKIN, 1982; WENCK et al., 1983;

QUINTERO-MOLINA, 1993).

As mudanças fisiológicas que interferem no estado nutricional são: diminuição

do metabolismo basal, redistribuição da massa corporal, alterações no funcionamento

digestivo, alterações na percepção sensorial e diminuição da sensibilidade à sede. Com

exceção das duas primeiras, todas as outras podem interferir, diretamente, no consumo

alimentar (QUINTERO-MOLINA, 1993; NOGUÉS, 1995).

2.2.3- Alterações no funcionamento do aparelho digestivo

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Conforme RUSSEL (1992), é importante compreender os efeitos da idade no

trato gastrintestinal, pois as mudanças podem afetar a necessidade nutricional da

população idosa, bem como a sua dose de necessidade de medicamentos.

Na maioria dos casos, o funcionamento gastrintestinal mantém-se relativamente

íntegro, porque há grande capacidade funcional no intestino, no pâncreas e no fígado.

As mudanças clinicamente relevantes neste sistema, em humanos, incluem decréscimo

no limiar do gosto; atrofia da mucosa gástrica, conseqüentemente menor produção de

ácido clorídrico, diminuição do fator intrínseco e menor absorção da vitamina B12; e

decréscimo no tamanho do fígado (RUSSEL, 1992; NOGUÉS, 1995).

2.2.4 - Alterações na percepção sensorial

As alterações sensoriais podem estar associadas ao decréscimo do apetite nas

pessoas idosas (ROLLS, 1992).

Essas mudanças abrangem declínio e eventual perda da acuidade visual, audição,

olfato e sensação de gustação (RIVLIN, 1981; CHERNOFF, 1987; PODRABSKY,

1995). Estas alterações são parciais e afetam o comportamento alimentar do idoso,

conforme COOPER citado por ARHONTAKI (1990).

Dentre todas as mudanças sensoriais, o olfato e a gustação interferem mais

diretamente na ingestão de alimentos (CHERNOFF, 1987; JURDI-HALDEMAN, 1988;

NOGUÉS, 1995), e de acordo com MORIGUTI (1998), a visão prejudicada também a

influencia negativamente. O apetite no idoso é influenciado, principalmente, pela

palatabilidade dos alimentos (ROLLS, 1992).

Na terceira idade, um dos fatores mais relevantes na diminuição do consumo

alimentar é a redução da sensibilidade por gostos primários doce, amargo, ácido e

salgado (ROLLS, 1992; NOGUÉS, 1995; SHUMAN, 1998). O gosto tem sua base

anatômica no número de gemas gustativas das papilas linguais. Nos jovens, este número

corresponde a mais de 250 para cada papila, enquanto as pessoas acima de 70 anos têm

menos de 100 (NOGUÉS, 1995), o que vem acrescentar a colocação de RUSSEL

(1992) sobre o decréscimo do limiar de detecção e identificação do “flavor” em

conseqüência do envelhecimento. Significa que o idoso necessita de maior concentração

do sabor atribuído ao alimento, em comparação com adultos jovens.

De acordo com ROLLS (1992) e NOGUÉS (1995), com a idade, ocorre

diminuição da percepção olfativa. No entanto, ainda existem poucos relatos associados

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às alterações decorrentes na geriatria (RUSSEL, 1992). Segundo RUSSEL, a forma

como o alimento é identificado pelo idoso está sob a influência de diversos fatores

bastante comuns na geriatria, como utilização de medicamentos, estado nutricional,

higiene oral, estado do sistema nervoso central e hábito de fumar.

2.2.5 - Alterações na capacidade mastigatória

A mastigação é importante para uma boa nutrição no idoso (NAGAO, 1992).

Esse fator interfere no comportamento inicial do processo digestivo,

favorecendo sua adequação tanto no aspecto enzimático como no mecânico (NOGUÉS,

1995; HAYFLICK, 1996).

O edentulismo, falta de dentes, não é conseqüência natural do envelhecimento, e

que os dentes naturais, quando bem tratados, podem permanecer em funcionamento por

toda a vida (DUNKERSON, 1998).

A perda de apetite em idosos tem sido geralmente, relacionada com ausência de

elementos dentários e com o uso de próteses, de acordo com CARLSSON citado por

CORMACK (1998). As pessoas que usam dentaduras mastigam 75 a 85% menos

eficientemente que aquelas com dentes naturais, o que leva à diminuição do consumo de

carnes, frutas e vegetais frescos, razão porque idosos com próteses totais tendem a

consumir alimentos macios, facilmente mastigáveis, pobres em fibras, vitaminas e

minerais, fato que pode ocasionar consumo inadequado de energia, ferro e vitaminas

(SHUMAN, 1998).

2.2.6 - Alterações na composição e no fluxo salivar e na mucosa oral

As células das glândulas salivares se reduzem em número nas pessoas idosas

(SCOTT, 1977a, b), embora não tenha ainda sido demonstrada nenhuma ligação entre o

envelhecimento e a redução da secreção salivar espontânea ou estimulada (HEFT &

BAUM, 1984; BAUM, 1989). Segundo HAYFLICK (1996), o fluxo da saliva e de seus

componentes permanece estável durante todo o processo de envelhecimento.

A saliva tem papel relevante no processo digestivo, na prevenção de cáries e das

doenças periodontais e na lubrificação das mucosas. Nas pessoas idosas, os estudos que

sugerem diminuição da função salivar têm sido confundidos com a presença de

enfermidades e, ou, com uso de medicamentos (RUSSEL, 1992). É provável que as

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poucas células salivares que sobrarem em uma idade mais avançada sejam mais

eficientes em suas funções.

Muitas medicações têm o poder de afetar a função da glândula salivar e tornar-

-se mais intenso o ressecamento bucal, segundo LEWIS et al. citado por CORMACK

(1998). O consumo médio de medicamentos por idosos é em torno de 1,7 tipos

diferentes, e o fluxo salivar diminui em relação direta com o aumento no número de

medicações, com efeitos potencialmente hipossalivatórios. A maior parte dessas drogas

está associada a efeitos de inibição do fluxo salivar, resultando num potencial aumento

da suscetibilidade a cárie dental (CORMACK, 1998).

NOGUÉS (1995), enfatiza a elevada incidência de cáries, principalmente as de

superfícies radiculares, e de doenças periodontais no idoso, em razão da precariedade da

higiene bucal, do alto acúmulo de carboidratos fermentáveis e das alterações salivares

que condicionam uma espessa capa de mucina, potencializando essas doenças. Há

dificuldade em realizar a higiene bucal por causa da perda gradual de movimentos

coordenados (DUNKERSON, 1997).

2.2.7 - Alterações na estrutura e função do estômago e intestino

A atrofia da mucosa gástrica no idoso resulta na menor produção de ácido

clorídrico e na diminuição na secreção do fator intrínseco, provocando menor absorção

da vitamina B12, com conseqüente instalação da anemia perniciosa. Esse tipo de anemia

ocorre somente quando o idoso apresenta grave atrofia da mucosa gástrica. O estômago

com gastrite leve ou moderada continua a secretar fator intrínseco suficiente para

prevenir a má absorção da vitamina B12, pelo mecanismo normal (SUTER et al., 1991;

RUSSELL 1992; NOGUÉS, 1995).

Segundo PODRABSKY (1995) e NOGUÉS (1995), a hipocloridria afeta

bastante a absorção de cálcio e de ferro não-heme. O ácido clorídrico mantém tanto o

ferro férrico quanto o cálcio solúveis por meio dos seus efeitos acidificantes para serem

absorvidos no trato intestinal. Nos casos em que há baixa produção de ácido clorídrico,

a absorção desses nutrientes é diminuída em razão de sua insolubilidade em pH acima

de 5,0. Apesar de o ácido ascórbico aumentar a solubilidade e a absorção do ferro

ferroso em pH neutro ou levemente alcalino, a quelação entre estes só ocorrerá num

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meio ácido. Com relação ao cálcio, as evidências recentes mostram que apenas a

ingestão isolada deste apresenta limitada biodisponibilidade na falta da acidez gástrica

(RUSSELL, 1992).

Estima-se que 80% das pessoas acima de 60 anos que tenham leve gastrite

apresentem anticorpos ao Hélicobacter pylori no seu sangue, em comparação com 50%

daqueles que não têm a doença (FAISAL et al., 1990).

O envelhecimento afeta o esvaziamento gástrico de uma refeição, tornando-o

mais lento. Modificações intestinais também são observadas no indivíduo idoso,

ocorrendo certo grau de atrofia na mucosa e no revestimento muscular que resulta na

deficiência de absorção de nutrientes e favorece a instalação de diverticulose, em

virtude da menor motilidade no intestino grosso e cólon (GEOKAS & HAVERBACK,

1969; NOGUÉS, 1995; PODRABSKY, 1995).

Essas alterações na motilidade também contribuem para o aparecimento da

constipação, que é freqüente na geriatria. No entanto, esse quadro de constipação no

idoso pode ainda estar relacionado com a baixa ingestão de líquidos e de fibras, com o

menor número de refeições por dia, com a depressão e com a inatividade, de acordo

com SULLIVAN & WALLS citados por SHUMAN (1998).

A diminuição da absorção de cálcio no intestino, com a idade em ambos os

sexos, devido, provavelmente, às alterações nos vários processos de transporte

(SHUMAN,1998).

O crescimento bacteriano excessivo no intestino pode também ocorrer, como

resultado da diminuição da secreção ácida. Interferindo na disponibilidade biológica dos

nutrientes e pode resultar na menor ação dos sais biliares, na má absorção da gordura e

na diarréia (PODRABSKY, 1995).

2.2.8 - Alterações no pâncreas

Em pessoas idosas, parece que o pâncreas é capaz de funcionar bem, sem

condições de estresse, no entanto, sob estimulação repetida com secretina ou

colecistocinina, a secreção pancreática da referida população cai significativamente

(GULLO et al., 1986).

2.2.9 - Alterações na estrutura e na função do fígado e vias biliares

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Com o envelhecimento, o fígado é submetido a algumas alterações anatômicas e

funcionais. As alterações anatômicas compreendem diminuição do peso do fígado e do

número de hepatócitos e aumento de tecido fibroso. Conseqüentemente, em nível

citoplasmático têm-se registrado mudanças que interferem na biotransformação dos

fármacos, da síntese protéica, do metabolismo lipoprotéico e da secreção da bile, como

também na redução da tolerância a outros agentes normalmente excretados por esse

órgão (GEOKAS & HAVERBACK, 1969; NOGUÉS, 1995).

2.2.10 - Diminuição da sensibilidade à sede

No idoso a desidratação torna-se freqüente podendo desencadear outras doenças

como enfermidades infecciosas e cerebrovasculares, que, neste último caso, muitas

vezes, apresenta-se como um quadro de delirium (NOGUÉS, 1995; MORIGUTI et al.,

1998).

Deve-se considerar que a ingestão de líquidos depende dos fatores ambientais,

psicológicos e fisiológicos, e que a capacidade de concentração renal diminui com a

idade (NOGUÉS, 1995; CORMACK, 1998; MORIGUTI et al., 1998).

A alteração na sensação de sede é atribuída à disfunção cerebral e, ou, à

diminuição da sensibilidade dos osmorreceptores. No entanto, a menor ingestão de

líquidos pode ainda ser decorrente de alguma debilidade física, pois, neste caso, existe

certa dependência de outras pessoas. Este quadro de hipodipsia é agravado pela

administração de diuréticos e de laxativos, muito freqüente nos idosos. Pouco consumo

de água pelos idosos associada ao uso freqüente de diuréticos e laxantes, leva à

desidratação (NOGUÉS, 1995; CORMACK, 1998; MORIGUTI et al., 1998)

2.2.11 - Efeitos secundários dos fármacos

Os efeitos metabólicos e digestivos adversos, que alguns medicamentos de uso

habitual em geriatria produzem, devem ser considerados na análise da ingestão de

alimentos (LARRALDE, 1994; NOGUÉS, 1995; OLIVEIRA, 1999). Os mais

freqüentes são:

- Tranqüilizantes e psicofármacos: favorecem o relaxamento e diminuem a absorção

intestinal;

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- Diuréticos e laxantes: ocasionam desidratação e depleção de eletrólitos como

magnésio, potássio e zinco;

- Antibióticos: alteram a absorção intestinal por destruição da flora. Provocam má

absorção de carboidratos, vitamina B12, cálcio, ferro, magnésio e cobre e inibem a

síntese protéica;

- Glicocorticóides: predispõem à gastrite, osteoporose (interferem na absorção do

cálcio) e hiperglicemia, e

- Analgésicos: favorecem as gastrites e úlceras.

2.3 – Pirâmide Alimentar

ATWATER foi pioneiro na investigação nutricional e o primeiro a desenvolver

vários dos componentes necessários para a elaboração de guias alimentares. Em 1894,

foi publicas tabelas de composição de alimentos e padrões dietéticos para a população

norte-americana, dando início às bases científicas para estabelecer relações entre a

composição dos alimentos, consumo e saúde dos indivíduos. O conteúdo destes também

foi modificado devido às novas concepções sobre alimentos, como por exemplo, o

consumo de gorduras e açúcares que é variável, conforme a população à qual se destina

o guia (WELSH et al., 1992a).

Está se procurado uma forma gráfica de distribuição dos alimentos para uma

melhor compreensão por parte da população, ou seja, fazer com que haja o consumo de

vários alimentos e em quantidade suficiente para que juntos componham uma dieta

adequada nutricionalmente (WELSH et al., 1992b).

Nos Estados Unidos, após pesquisa para verificar qual forma gráfica era mais

aceita pela população, observou-se que a distribuição dos alimentos em forma de “roda”

não surtia os resultados esperados, pois inicialmente mostrava os alimentos divididos

conforme função e com a mesma área, possibilitando diferentes interpretações. Além

disto, trata-se de uma representação ultrapassada porque, segundo os entrevistados, as

informações já eram conhecidas (WELSH et al., 1992b).

Foram testadas várias formas de apresentar os alimentos: em pilhas, em

utensílios (xícara, tigela, prato), em carrinho de supermercado e, como pirâmide, que foi

a adotada pelo United States Department of Agriculture (USDA) em 1992.

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ACHTERBERG et al. (1994) descrevem que a Pirâmide Alimentar é um

instrumento de orientação nutricional utilizado por profissionais com objetivo de

promover mudanças de hábitos alimentares visando à saúde global do indivíduo e a

prevenção de doenças. Neste trabalho aborda-se como colocar em prática os princípios

da Pirâmide Alimentar, que é uma representação gráfica facilitadora para a visualização

dos alimentos assim como a sua escolha nas refeições do dia (WELSH et al., 1992b).

A Pirâmide Alimentar norte-americana (WELSH et al., 1992b) é baseada em

sete pontos principais:

• Ingestão de uma dieta variada em alimentos;

• Manutenção do “peso ideal”;

• Dieta pobre em gorduras, gorduras saturadas e colesterol;

•Dieta rica em vegetais, frutas, grãos e produtos derivados dos grãos;

• Açúcar com moderação;

• Sal e sódio com moderação,

• Bebidas alcoólicas com moderação.

Para o desenvolvimento de guias alimentares deve haver um processo de

pesquisa contendo: o diagnóstico da situação nutricional e dados epidemiológicos que

fundamentem as dietas, os objetivos, as metas nutricionais e um banco de dados

contendo a composição dos alimentos escolhidos. Os guias alimentares devem:

• Promover e manter a saúde global do indivíduo com orientações direcionadas para

prevenção ou tratamento de qualquer doença;

• Ser baseados em pesquisas atualizadas;

• Ter uma visão global da dieta;

• Ser úteis para o público alvo;

• Encontrar uma forma realista de suprir as necessidades nutricionais utilizando-se da

dieta habitual de cada população;

• Ser práticos e, os nutrientes e energia adaptados segundo a idade, o sexo e a atividade

física;

• Ser dinâmicos, permitindo o máximo de flexibilidade para a escolha dos alimentos, a

fim de suprir as necessidades nutricionais do indivíduo (WELSH et al., 1992b).

No Brasil, até a década de 1980, os “grupos de alimentos” atendiam aos

objetivos propostos nas tabelas de recomendação e a representação gráfica mais usual

foi sempre como “roda de alimentos”. O Instituto de Saúde, da Secretaria de Saúde do

Estado de São Paulo, em 1974, publicou um documento (KALIL et al., 1974) em que

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recomendava, ao invés da “roda de alimentos”, a representação dos alimentos fosse em

grupos. Na época foi um avanço a adoção dos seis grupos para programas de orientação

nutricional:

1) leites, queijos, coalhada, iogurtes;

2) carnes, ovos, leguminosas;

3) hortaliças;

4) cereais e feculentos;

5) frutas;

6) açúcares e gorduras, dando uma maior flexibilidade para o momento da

orientação nutricional.

Os guias devem ser representados por grupos de alimentos, e são baseados na

variedade de informações incluindo a relação existente entre os alimentos e a saúde dos

indivíduos. Com um guia alimentar adequado à população os objetivos propostos

podem ser alcançados (SPILLER, 1993).

A partir da pirâmide alimentar norte-americana e conforme dietas-padrão

estabelecidas, foi desenvolvida uma nova pirâmide, com distribuição e caracterização

dos alimentos nela contidos voltada para os idosos.

FIGURA 1. Adaptação da pirâmide Alimentar para Adulto, considerada válida até abril

de 2005 (Fonte: USDA – Departamento de Agricultura dos EUA).

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FIGURA 2. Adaptação da Pirâmide para o Adulto, considerada válida após abril de

2005 ( Fonte: USDA – Departamento de Agricultura dos EUA ).

A pirâmide proposta para idosos foi dividida então, cinco níveis:

- 1º nível: água e líquidos;

- 2º nível: grupo dos cereais, tubérculos, raízes;

- 3º nível: grupo das hortaliças e grupo das frutas;

- 4º nível: grupo do leite e produtos lácteos; grupo das carnes e ovos e grupo das

leguminosas,

- 5º nível: grupo dos óleos e gorduras e grupo dos açúcares e doces.

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29

.

FIGURA 3. Pirâmide Alimentar Modificada Para Idoso

2.4 – Perfil da População Idosa no Brasil

A Organização das Nações Unidas (ONU) divide os idosos em três categorias:

os pré-idosos (entre 55 e 64 anos); os idosos jovens (entre 65 e 79 anos - ou entre 60 e

69 para quem vive na Ásia e na região do Pacífico); e os idosos de idade avançada (com

mais de 75 ou 80 anos). Estes, com mais de 80 anos, são e vão continuar sendo, na sua

maior parte, do sexo feminino.

O que afeta em geral a situação econômica das pessoas idosas é a perda de

contato com a força de trabalho, a obsolescência de suas atividades, a desvalorização de

seus vencimentos e pensões e a pobreza generalizada da sociedade, no mundo. Porém

são mais afetadas ainda as mulheres, porque vivem mais tempo, em geral com menos

recursos e menos títulos.(IBGE,2000)

Por conta da elevação da expectativa de vida mundialmente, muitos países

convivem hoje com idosos de diversas gerações, que possuem necessidades variadas,

passando a exigir, com isso, políticas assistenciais diferentes. (IBGE,2000)

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30

Preocupadas, portanto, com a pressão que o enorme grupo de idosos vai fazer

sobre os fundos de pensões e serviços de saúde, muitas nações industrializadas passam a

reformular os sistemas de seguridade social, aumentando a idade mínima de

aposentadoria, elevando as contribuições dos trabalhadores à Previdência e introduzindo

o financiamento do setor privado. Austrália e Inglaterra, por exemplo, irão aumentar a

idade mínima de aposentadoria das mulheres para 65 anos em 2013 e 2020,

respectivamente. Em 2009, o governo da Alemanha vai recorrer ao mesmo

procedimento em relação a todos os aposentados.(IBGE, 2000)

Esta preocupação dos governos só confirma o fato de que a população no mundo

está ficando cada vez mais velha, mas também, o que é positivo, mais saudável. A

Organização Mundial de Saúde (OMS) prevê que, lá pelo ano 2025, pela primeira vez

na história, teremos mais idosos do que crianças no planeta. Como principal motivo

dessa elevação da expectativa média de vida, temos: o avanço da medicina e a melhora

na qualidade de vida. De qualquer forma, as desigualdades econômicas e sociais entre

os países industrializados e em desenvolvimento, bem como o desnível social de cada

nação, influem diretamente nas condições de saúde da população.(IBGE,2000)

A principal causa de mortalidade em países pobres ou em desenvolvimento são

as doenças infecciosas. Já nos países ricos, predominam os males degenerativos, como

doenças circulatórias e câncer. (IBGE,2000)

Em julho deste ano, o IBGE lançou a publicação "Perfil dos idosos responsáveis

pelos domicílios no Brasil - 2000", com informações sobre a população de 60 anos ou

mais de idade, que não pára de crescer. Comparando os Censos, podemos observar isto

de perto: em 1996, eram 16 idosos para cada 100 crianças; em 2000, eram quase 30

idosos para 100 crianças.

IDOSOS RESPONSÁVEIS PELOS DOMICÍLIOS

Total 8.964.850

Distribuição por sexo 62,4% homens

37,6% mulheres

Média de idade 69 anos

Escolaridade média 3,4 anos de estudo

Rendimento médio R$ 657,00

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Acompanhe os principais indicadores trazidos pela publicação:

QUADRO 1: Idosos

Responsáveis pelos

Domicílios – 2000 ( fonte:

IBGE )

QUADRO 2: O Idoso em 2000 ( Fonte: IBGE )

Observe que, mesmo que a maior parte dos idosos (55%) seja composta do sexo

feminino, os idosos responsáveis por domicílios são em sua maioria (62,4%)

homens.(IBGE,2000)

As mulheres brasileiras vivem, em média, oito anos a mais que os homens. Por

isto, muitas idosas responsáveis pelos domicílios (93%) vivem sem o cônjuge, mesmo

que ainda morem com filhos ou outros parentes. (IBGE,2000)

A maioria dos idosos brasileiros, responsáveis ou não por domicílio, vive nas

grandes cidades: 81% deles estão nas áreas urbanas. As capitais com a maior proporção

de idosos são Rio de Janeiro (12,8%) e Porto Alegre (11,8%). (IBGE,2000)

O IDOSO EM 2000

População idosa total 14.536.029

Distribuição por sexo 54,9% homens

55,1% mulheres

Pessoas com 100 ou mais anos de idade 24.576

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Um grande problema para o idoso hoje é sua adaptação às exigências do mundo

moderno. Isto se deve, em parte, à deficiência educacional desta geração, de uma época

em que freqüentar escola era um privilégio de poucos. Por isto, o alto índice de

analfabetismo, que atinge 5,1 milhões de idosos no país. Na Região Nordeste se

concentram as maiores proporções: eram 56,1% em 2000. (IBGE,2000)

Para se ter uma idéia, a média de anos de estudos dos idosos da cidade de Niterói

(no Rio de Janeiro) é de 8,2. No Piauí, nos municípios de Barra de Alcântara e de Novo

Santo Antônio, os idosos têm uma média de 0,2 anos de estudo.(IBGE,2000)

Existe ainda o analfabetismo funcional, que corresponde aos indivíduos que têm

menos de 4 anos de estudo. Os números do Censo mostram que 59,4% dos idosos

responsáveis pelos domicílios são analfabetos funcionais.(IBGE,2000)

Ainda assim, o crescimento da alfabetização foi de 16,1% em relação a 1991.

Acompanhe o gráfico abaixo para comparar a situação educacional dos idosos

responsáveis pelos domicílios no Brasil nos dois últimos Censos:

A renda média dos idosos responsáveis pelos domicílios subiu de R$403,00 para

R$657,00 entre os Censos de 1991 e 2000, o que representa um aumento de 63%. A

principal fonte de renda é a aposentadoria, em ambos os sexos.

As desigualdades de renda entre diferentes camadas da população idosa chamam

atenção. Comparando-se:

• Rendimento médio dos idosos do sexo masculino: R$752,00

• Rendimento médio dos idosos do sexo feminino: R$500,00

• Rendimento médio nas zonas rurais: R$297,00

• Rendimento médio nas zonas urbanas: R$739,00

• Rendimento médio na Região Nordeste R$386,00

• Rendimento médio na Região Sudeste R$835,00

GRÁFICO 1:

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Gráfico 2:

2.5. Formação dos hábitos alimentares

Em 1945, MEAD e GUTHE definiram os hábitos alimentares como “o estudo

dos meios pelos quais os indivíduos, ou grupos de indivíduos, respondendo a pressões

sociais e culturais, selecionam, consomem e utilizam porções do conjunto de alimentos

disponíveis”.(GARINE,1995 )

A comida é uma forma de comunicação, na qual o indivíduo vai explicitar

inclusive sua visão de mundo, ou seja, “comer é revelar-se”.(COIMBRA,1985)

A escolha do alimento revela muitas vezes a que grupo se deseja pertencer, seja

este social, étnico ou de idade.(CONTRERAS,1992)

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Ellen Messer lembra que os gostos são transmitidos como parte de uma cozinha

cultural.

É crescente a percepção de que existe uma grande diferença entre comer, um ato

social, e nutrir-se uma atividade biológica. Isso tem desencadeado a produção de

inúmeros trabalhos na área de nutrição que compreendam as mais diferentes áreas do

conhecimento. Ora, essa visão transdisciplinar é fundamental a qualquer pesquisa que

pretenda verificar os hábitos alimentares de uma população. Como coloca Jesús

Contreras, identificar que se come pão, por exemplo, não representa uma informação

com real significado. É necessário (dada a diversificação do produto na naturalidade)

especificar se é pão francês, pão integral, pão doce, etc...

2.5.1 - Mudanças com a industrialização: o padrão alimentar

Claude Fischler, defende que os sistemas alimentares evoluem e, às vezes, de

forma imprevisível. Entretanto isso não se dá sem uma aparente resistência pautada na

inércia e na recusa. A tendência dos imigrantes em conservar seus hábitos alimentares é

amplamente retratada nos estudos etnográficos.

Por outro lado, a urbanização, a tecnologia e o comércio tiveram um impulso

nunca dantes verificado. Produtos como o açúcar, o café e o chocolate conheceram um

público cada vez maior. Fischler lembra, entretanto, que estas mudanças são mínimas se

comparadas às que se vive no período contemporâneo mais recente. Estas apresentam

um tal grau de aceleração que, às vezes, em poucos meses pode-se verificar alterações

nos comportamentos.

Percebe-se que a alimentação de diferentes culturas está sendo transformada

muito rapidamente em todo o mundo, como parte de uma cultura que também se

modificou. Dentro de um processo mais amplo, qual seja o desenrolar da civilização

industrial ocidental, a alimentação, dentre as inúmeras expressões culturais, também

tem sido influenciada por este processo acelerado. Em nome da ilimitada autonomia do

desejo humano, a sociedade de consumo de massa foi, paradoxalmente, impulsionada.

Se aceita que as mudanças na direção de uma ‘dieta ocidental’ (dieta rica em gorduras,

especialmente as de origem animal, açúcar e alimentos refinados e reduzida em

carboidratos complexos e fibras) iniciaram-se nos Estados Unidos, de forma lenta, ainda

na segunda metade do século XIX e durante o século XX. Estas mudanças nos países

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em desenvolvimento, ocorreram há bem menos tempo. Em contrapartida, nestes países

elas foram significativamente mais rápidas. (MONTEIRO,1995)

A tendência das sociedades desenvolvidas de comer muito além do que seria

necessário para as necessidades do organismo, induz a pensar que a sabedoria alimentar,

característica das sociedades tradicionais, não tem conseguido acompanhar o

desenvolvimento da sociedade moderna. Para Claude Fischler, a cultura moderna tem

reduzido a capacidade do ser humano em perceber qual alimentação ser-lheia mais

adequada. Jesús Contreras acredita que as razões para esta cacofonia alimentar estão

assentadas na crise cultural vivida pelas sociedades mais desenvolvidas. Percebe-se uma

crescente “desestruturação dos sistemas normativos e dos controles sociais que regiam,

tradicionalmente, as práticas e as representações alimentares”.

A indústria de alimentos foi, em grande parte, responsável pela mudança radical

que se operou na alimentação dos norte-americano nos últimos oitenta anos. (

LAPPÊ,1985)

2.5.2 - A publicidade e a ideologia do consumo

“As preferências alimentares na sociedade moderna estão cada vez mais

influenciadas pela publicidade”.(CONTRERAS, 1995) É interessante assinalar que o

significado dos alimentos vai ser elaborado principalmente no ato da sua transformação

e do seu consumo. No que concerne à sua produção poucos significados serão

incorporados.

A indústria tem sido eficaz nesta função, qual seja, a de outorgar símbolos a tudo

que produz. Muitas vezes o que tem valor simbólico pode trazer prejuízos: é gostoso

mas não tem valor nutricional.(CONTRERAS, 1995)

As preferências pelos alimentos com prestígio não dependem do valor nutritivo

que ele possa ter. “Somente os seres humanos evitam o uso de alimentos nutritivamente

valiosos por que são de ‘baixo status’ e ... pelo contrário, consomem produtos cujas

qualidades organolépticas são medíocres e nutritivamente pobres, com a finalidade de

aparentar prosperidade econômica”. De GARINE, a partir destas constatações, afirma

que “a maioria das sociedades estão capacitadas para resolver sua subsistência e que

dispõem dos excedentes suficientes, mas que a maior parte da alimentação se

desenvolve por razões de prestígio”.

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A comida é percebida como uma forma de obter status social. O alimento em

nossa sociedade é uma mercadoria, e como tal, é explorada pela mídia. Percebe-se que

os jovens apresentam uma tendência maior a incorporar novos hábitos alimentares.

(CONTRERAS,1995)

Em populações migrantes, os estudos são unânimes em afirmar que a

socialização dos jovens, principalmente nas escolas e nas reuniões sociais, permite que

eles, antes do restante da família, alterem seus hábitos em favor do novo meio

social.(FISHLER,1993)

Mesmo em sociedades mais homogêneas, o poder de influência dos adolescentes

é muito grande. Pode-se dizer que, a partir dos anos 70, essa influência ficou ainda

maior. Isso veio a contribuir para a proliferação dos restaurantes com aspecto mais

juvenil, os fast-food.

2.5.3 - O fast-food como ícone da modernidade

Para Jesús Contreras, “o snack não somente responde a uma necessidade nova,

mas dá a essa necessidade uma certa expressão teatral, converte aos que os freqüentam

em ‘homens modernos’, em ‘executivos’ com poder e controle sobre a extrema rapidez

da vida moderna”. O que se objetiva não é mais a confraternização, mas a economia de

tempo. No momento em que as refeições são destituídas desta função de reunir e

solidificar laços afetivos alguns autores se perguntam sobre conseqüências dessa nova

“evolução”.(GARINE, 1995)

2.5.4 - A globalização alimentar

Para BURKHARD, 1984 parece certo que o Brasil está sofrendo a influência da

conservação dos alimentos, das latarias, e da industrialização, nivelando-o à situação

mundial, na qual o nível de uniformidade e perda de qualidade é crescente. Claude

Fischler lembra que da mesma forma que o hambúrguer invade os mercados mundiais,

as lojas de croissant também progrediram nos Estados Unidos, país em que a pizza tem

a preferência da maioria dos jovens.

Para FISCHLER,1993, as transformações alimentares no mundo não refletem

simplesmente um processo “de americanização” dos costumes. Em verdade, por estas

transformações terem iniciado neste país mais cedo do que no restante do mundo, isso

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pode confundir o observador, parecendo ser essa difusão do fast-food uma típica ação

imperialista. Porém este processo pode ser melhor compreendido se for relacionado à

modernidade. “Mesmo que a América apresente certas particularidades culturais e

culinárias altamente específicas e as propague através de seu comércio e de sua

indústria, o mundo desenvolvido se americaniza menos do que se moderniza e se

transforma mais do que se acultura”.

2.5.5 - O sedentarismo e o hábito de se comer demais

A tendência a comer demais é típica das sociedades industriais. No passado o

indivíduo “comia para viver”. Hoje, o consumismo induz as sociedades a “viver para

comer”. Mas não apenas o consumo se modificou com a industrialização crescente. Nas

sociedades urbanas as facilidades de transporte, o trabalho mecanizado e também

sedentário fez com que os organismos gastassem cada vez menos energia, tornando as

necessidades calóricas menores.( CHONCHOL,1985 )

2.5.6 - Algumas evidências na mudança alimentar do brasileiro

Com a velocidade da informação ao nível global, percebe-se que a expectativa

de consumo de um habitante do Terceiro Mundo está cada vez mais próxima do que é

consumido nos países desenvolvidos. É hoje um fenômeno recorrente no Terceiro

Mundo a tendência a imitar os países consumistas mais desenvolvidos no desejo de

adquirir bens industriais e conforto como carros, televisores e outros objetos, fato que

leva às vezes ao sacrifício de gastos essenciais para o financiamento de gastos

secundários.( CHONCHOL, 1985 )

No Brasil, assim como na maioria dos países não desenvolvidos, as pesquisas

sobre o consumo alimentar são escassas. Na década de 70 foi realizado o Estudo

Nacional da Despesa Familiar. O ENDEF, primeiro inquérito no território nacional,

verificou que, guardadas algumas particularidades regionais, o hábito alimentar do

brasileiro era muito semelhante de Norte ao Sul do país. Este estudo pôs por terra

alguns

axiomas que procuravam afirmar que a fome da população brasileira era oriunda de

falta de conhecimento técnico, ou seja, que a população não saberia se alimentar.

Concluiu-se que a proporção de proteína consumida era muito semelhante em todos os

extratos sociais, ou seja, a qualidade da dieta não mudava nos diferentes níveis

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socioeconômicos. O problema residia na quantidade dos produtos consumidos, que

eram menores nos extratos com menor capacidade de consumo. A cesta básica naquele

momento era composta por poucos produtos e, na sua maioria, não industrializados.

Além deste estudo, ao nível nacional, temos mais duas Pesquisas de Orçamento

Familiar (POFs). A primeira, realizada entre 1961 e 1963, e a segunda entre 1987 e

1988. MONDINI e MONTEIRO, analisando os dados destas três pesquisas chegaram a

importantes conclusões a respeito do padrão alimentar da população urbana nas últimas

três décadas. Pode-se dizer que mudanças significativas ocorreram na composição do

cardápio do brasileiro. Acompanhando mudanças que ocorreram não apenas nos países

desenvolvidos mas, recentemente, até em outros países em desenvolvimento, o Brasil

apresenta a tendência de “reduzir o consumo de cereais e tubérculos, de substituir

carboidratos por lipídios e de trocar proteínas vegetais por proteínas animais”.

Em 1996, o Instituto Nacional de Alimentação e Nutrição, o INAN, em conjunto

com universidades brasileiras, decidiu realizar uma ampla pesquisa sobre o consumo

alimentar brasileiro, o “Estudo Multicêntrico sobre Consumo de Alimentos”.

O novo padrão alimentar do brasileiro traz uma conseqüência bastante

desagradável. Observa-se que a obesidade está se tornando um importante problema de

saúde publica. Entre os anos de 1974 a 1988 o aumento da prevalência da obesidade em

adultos que vivem em grandes áreas urbanas foi em torno de 50% a 70%. (

MONTEIRO, 1995)

Percebe-se que desde os anos 70 o sistema industrial de alimentos se impõem

como regime alimentar cada vez mais predominante no Brasil. Para WILKINSON, as

mudanças no sentido da industrialização, verificadas no Brasil, têm sido pior para os

pobres. O alimento é cada vez mais um artigo de luxo numa lógica em que a

sofisticação é a idéia basilar.

Segundo George Martine, os defensores do atual modelo de modernização

agrícola brasileiro trabalhariam com a expectativa de que a população urbana adquirisse

novos hábitos alimentares e aprendesse a consumir os produtos industrializados gerados

pelas cadeias do complexo industrial.

Por outro lado, o consumo de feijão e de farinha, alimentos que foram à base do

cardápio da grande maioria da população desde o século 17, reduziu-se nos últimos dez

anos. “O consumo anual de feijão caiu de 11,8 kg para 9,9 kg por brasileiro. E a farinha

de mandioca ocupa o 38º lugar no mercado alimentar”. Dados recém divulgados da

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última POF (Pesquisa de orçamentos familiares), revelam que o pão francês consome

7,2% de todo o dinheiro gasto pelas famílias brasileiras com alimentação em casa.

2.6 – Avaliação Nutricional e Antropométrico

Os objetivos da avaliação do estado nutricional são:

a) identificar os pacientes com risco aumentado de apresentar complicações

associadas ao estado nutricional (CAN), para que possam receber terapia nutricional

adequada (DEHOOG, 1998);

b) monitorizar a eficácia da intervenção dietoterápica (BAXTER et al,2000).

Esta avaliação pode ser feita através de métodos convencionais e não-

convencionais (BAXTER et al,2000). São métodos convencionais aqueles

tradicionalmente usados, por sua consolidada utilização tanto na prática clínica quanto

em estudos epidemiológicos. Têm como características principais:

a) praticidade;

b) custo aceitável;

c) refletem com certa precisão o estado nutricional do indivíduo (BAXTER et

al,2000). Os métodos não-convencionais são aqueles que apresentam limitações no seu

uso, como equipamentos de custo elevado, dificuldades técnicas para sua execução,

entre outras, que impossibilitam seu uso de forma rotineira.

Geralmente são métodos mais sensíveis, utilizados como referência em

pesquisas (BAXTER et al,2000).

2.6.1 - Métodos Convencionais

Nesta categoria, encontra-se um largo espectro de procedimentos, incluindo

(SMITH et al,1991 e BAXTER et al,2000): História clínica (ALBERT et al,1992);

Exame físico para detectar deficiências nutricionais específicas (DEHOOG, 1998);

Antropometria: peso; altura; combinações de altura e peso; medidas de dobras ou pregas

cutâneas; circunferências; comprimento de segmentos; largura óssea; compleição

(ALBERT et al,1992); Exames laboratoriais: hematócrito, hemoglobina, linfócitos

totais, proteínas séricas (albumina, préalbumina; transferrina), índice creatinina-altura,

colesterol sérico, balanço nitrogenado (ALBERT et al,1992); Índices múltiplos:

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diversos índices prognósticos (CHARNEY,1995); Impedância bioelétrica

(WAITZBERG,1995).

História Clínica

Em toda prática clínica, obter a anamnese tem um papel fundamental. Do ponto

de vista nutricional, aspectos relevantes são:

Perda de peso: trata-se, provavelmente, da variável mais freqüentemente

avaliada (SMITH, 1991).

Perda de peso acima de 10% é significativa. Outro fator que deve ser investigado

é a maneira como a perda ocorreu, se contínua ou com recuperações, avaliando a

situação nas duas últimas semanas; Alterações do padrão alimentar: devem ser avaliadas

quanto à duração (em semanas) e o tipo (quantitativa e qualitativa) (SILVA,2000).

Neste caso, procura-se detectar a presença de disfagia ou alterações do estado mental

(DEHOOG,1998); Presença de sintomas gastrintestinais: anorexia, náusea, vômitos e

diarréia (pelo menos três evacuações líquidas por dia) são considerados importantes

quando estão presentes de forma contínua por mais de 15 dias (SILVA,2000);

Avaliação da capacidade funcional: está relacionada com alterações de

atividades físicas habituais do paciente, podendo obrigá-lo desde a interrupção das

atividades cotidianas até grau extremo de inatividade, onde o paciente permanece

acamado a maior parte do tempo (SILVA,2000);

Demanda metabólica: procura-se investigar situações que causam aumento de

requerimentos nutricionais, como infecções, trauma, queimaduras, fraturas, sepsis,

gravidez, lactação (ALBERT,1992);

Antecedentes médicos: cirurgias prévias com localização de ressecções

intestinais, doenças crônicas e suas complicações (DEHOOG,1998; ALBERT,1992);

Uso de medicamentos: pode afetar o estado nutricional de várias formas:

a) diminuindo o apetite: furosemida, hidroclotiazida, digitálicos etc.;

b) alterando ou diminuindo o paladar: AAS, anfetaminas etc.;

c) aumentando o apetite: anti-histamínicos, drogas psicotrópicas,

corticosteróides (HAKEN, 1998);

d) alterando a absorção de nutrientes (e.g. o uso de anticoncepcionais orais).

interfere na absorção de folato) (BAXTER,2000; ALBERT,1992);

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História social: nela há aspectos importantes a serem investigados, pois podem

influenciar a compreensão sobre a doença e incluem fatores de risco que podem afetar a

aderência ao tratamento:

a) ocupação;

b) escolaridade;

c) condições de habitação;

d) nível socioecômico;

e) uso de substâncias, como álcool, tabaco, drogas ilícitas e cafeína

(DEHOOG,1998);

História dietética: refere-se a uma revisão dos padrões usuais de ingestão de

alimentos utilizando técnicas especiais, sendo a mais conhecida o recordatório alimentar

de 24 horas (método qualitativo que investiga tudo o que o paciente ingeriu nas últimas

24 horas) (DEHOOG, 1998).

EXAME FÍSICO

O exame físico direcionado para detectar deficiências nutricionais deve ser

minucioso, com o objetivo de identificar sinais de carências específicas de nutrientes. A

inspeção geral proporciona muitas informações úteis, como:

a) sinais de depleção nutricional: perda de tecido subcutâneo na face, tríceps,

coxas e cintura;

b) perda de massa muscular nos músculos quadríceps e deltóide, lembrando que

repouso prolongado leva a atrofia muscular;

c) presença de edema em membros inferiores, região sacral e ascite; d) coloração

de mucosas: palidez da anemia (DEHOOG, 1998; ALBERT, 1992). Cabe lembrar que

Detsky e cols. (DETSKY, 1987) propuseram um modelo de questionário-padrão que

investigava aspectos da história clínica e de exame físico, denominado Avaliação

Subjetiva Global (ASG). A ASG permite a classificação em três categorias:

A = Bem nutrido;

B = Moderadamente (ou suspeito de ser) desnutrido; e

C = Gravemente desnutrido.

A partir de então, a ASG tem sido extensamente estudada na literatura, sendo

validada ao se a comparar com outros métodos (COPPINI,1995) e modificada para

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atender a situações clínicas diversas, como as de pacientes com nefropatia, neoplasia,

hepatopatia, HIV positivos e geriátricos (SILVA,2000).

ANTROPOMETRIA

A antropometria é uma técnica desenvolvida por antropologistas no final do

século XIX, usando medidas simples para quantificar diferenças na forma humana,

porém a era moderna da antropometria nutricional se iniciou durante a primeira guerra

mundial com a preocupação com a eficiência física dos soldados (SHILS,1994).

Antropometria é o método não-invasivo de baixo custo e universalmente

aplicável, disponível para avaliar o tamanho, proporções e composição do corpo

humano (WHO,1995).

A idade deve ser estabelecida, pois tanto as medidas recomendadas quanto os

padrões de referência são considerados com base na mesma. Outro fator que deve ser

considerado é o gênero, pois existem diferenças expressivas entre o tamanho de homens

e mulheres (WHO,1995). A antropometria permite a obtenção de muitas informações,

porém peso, altura, suas combinações e pregas cutâneas são os métodos

antropométricos mais utilizados em estudos epidemiológicos (WILLETT,1998).

Altura

A altura representa o maior indicador do tamanho corporal geral e do

comprimento dos ossos. Adultos são geralmente medidos em pé. Quando a estatura não

pode ser medida por dificuldade de permanecer em pé ou problemas sérios de coluna,

no adulto jovem a envergadura dos braços é equivalente à altura. Outra possibilidade é a

utilização da medida altura do joelho. A altura é então estimada utilizando fórmulas

(LOHMAN,1988): homem (cm) = 64,19 – (0,04 x idade) + (0,02 x altura do joelho em

cm); mulher (cm) = 84,88 – (0,24 x idade) + (1,83 x altura do joelho em cm).

Peso

O peso corresponde à soma de todos os componentes de cada nível da

composição corporal. É uma medida aproximada das reservas totais de energia do

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corpo, e mudanças no peso refletem alterações no equilíbrio entre ingestão e consumo

de nutrientes (WAITZBERG,2000).

Três considerações sobre o peso são importantes:

Porcentagem de alteração de peso (%AP): é estabelecido comparado o peso

usual (PU), que é aquele que o indivíduo usualmente apresenta quando está saudável,

com o peso atual (PA), medido no momento da avaliação, utilizando a fórmula

(SILVA,2000): %AP = (PA – PH)/PH x 100;

Peso ideal (PI): é padrão de referência para faixa etária e gênero, sendo o

americano obtido através do National Health and Nutrition Examination Survey

(NHANES I 1971–1974; NHANES II 1976–1980) realizados pelo National Center of

Health Statistics, NCHS.

A OMS preconizou utilizar as Tabelas de Crescimento do NCHS

(GIBSON,1993). ANJOS,1992 critica a utilização de tabelas de peso ideal,

considerando a grande variação da estatura média das populações adultas do mundo;

Porcentagem do peso corporal ideal (PCI%): é calculado através da fórmula:

PA/PI x 100. ALBERT & CALLAWAY consideraram 80% do PCI% como altamente

indicativo de desnutrição; já STARLINGS & HARK consideraram PCI% abaixo de

70% como desnutrição grave e acima de 120% como obesidade; WAITZBERG

considerou redução moderada entre 61 a 80% e grave £ 60%.

Combinações peso e altura

Peso e altura representam as variáveis antropométricas mais comumente

disponíveis em estudos epidemiológicos. As suas combinações medem peso corporal

corrigido pela altura, porém não conseguem distinguir adiposidade de massa muscular e

edema (WILLETT,1998). Por isto, no adulto temos as seguintes combinações:

Peso-altura: para determinar se o peso de um adulto é apropriado para a altura,

precisa ser comparado com padrões de referência. Os mais comuns são as tabelas do

Metropolitan Life Insurance, que distribuem o peso ideal pela altura, considerando o

gênero e a compleição (GILBSON,1993);

Índice de massa corporal ou corpórea (IMC): foi criado por Quetelet

(WILLETT,1998), sendo, por isso, também denominado de índice de Quetelet

(GIBSON,1993). Sua utilização na prática clínica foi proposta há três décadas. É

considerado por diversos autores o melhor indicador de massa corporal no adulto

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(GIBSON,1993), porém outros autores (WAITZBERG,2000) chamam atenção para três

limitações do IMC:

1) relação com a proporcionalidade do corpo, pessoas com as pernas curtas para

a sua altura terão IMC aumentado;

2) relação com a massa livre de gordura, especialmente em homens, pois atletas

e indivíduos musculosos podem ter IMC na faixa da obesidade;

3) relação com a estatura, que, apesar de baixa, pode ser significativa,

especialmente em menores de 15 anos (GIBOSN,1993). Em 1995, um Comitê de

Especialistas da OMS modificou os pontos de corte do IMC (KELLY,2000) para

emagrecimento (WHO,1995) e, em 1998, para obesidade (WHO,1998), preconizando

sua utilização tanto para diagnóstico de desnutrição quanto de obesidade, sendo os

seguintes:

• magreza grau III (grave): IMC < 16,0;

• magreza grau II (moderada): 16,0 ² IMC ² 16,99;

• magreza grau I (leve): 17,0 ² IMC ²18,49;

• faixa normal: 18,5 ² IMC ² 24,99;

• pré-obesidade (aumentado): 25,0 ² IMC ² 29,99;

• obesidade grau I (moderado): 30,00 ² IMC ² 34,99;

• obesidade grau II (grave): 35,0 ² IMC ² 39,99;

• obesidade grau III (muito grave): IMC ³ 40,00.

ANJOS sugeriu, ainda, que, apesar de o IMC não indicar a composição corporal,

a facilidade de sua mensuração e sua relação com morbi-mortalidade parecem ser

motivos suficientes para sua utilização como indicador do estado nutricional em

estudos epidemiológicos em associação ou não com outras medidas antropométricas. A

curva de morbi-mortalidade tem sido identificada como um “U”, assimétrico, com o

menor risco na parte horizontal com IMC de 20 a 30 kg/m2. Os dois extremos do IMC

estão associados com maior risco de morbimortalidade, porém de causas de morte

diferentes. O IMC baixo está associado com morte por tuberculose, câncer pulmonar e

doença pulmonar obstrutiva crônica, sendo que o IMC = 12 kg/m2 é considerado limite

mínimo para sobrevivência humana. O IMC alto, com morte por doenças

cardiovasculares, diabetes e, para homens, câncer de cólon.

Pode ser calculado utilizando a fórmula: IMC = peso (kg)/altura (m)2

(WHO,1995) ou através do normograma proposto por BRAY (HEYWARD,200).

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Quanto à eficiência do IMC no diagnóstico de obesidade, observa-se controvérsia na

literatura.

Desta forma, GARROW & WEBSTER concluíram que o IMC pode ser

considerado conveniente e de fácil execução no diagnóstico de obesidade. Porém

SMALLEY e cols., considerando a grande variação individual da gordura corporal

determinada pelo IMC e a estimada por densitometria, sugeriram o uso cauteloso do

IMC como indicador de obesidade. Recentemente, ACUÑA e cols., ao estudar o estado

nutricional de pacientes hospitalizados, encontraram uma concordância fraca entre IMC

e o Índice Sugestivo de Desnutrição (ISD) proposto por WAITZBERG, e concluem que

o Índice de Massa Corporal não é um bom parâmetro para avaliar o estado nutricional

de adultos hospitalizados, sendo um indicador de proporções corporais. Esclarecendo

melhor, uma pessoa magra pode estar bem nutrida e uma pessoa obesa pode estar

desnutrida.

Circunferências

À medida que se torna necessário avaliar de forma mais completa a composição

corporal, dados antropométricos adicionais devem ser obtidos (DEHOOG,1998). As

circunferências são afetadas pela massa gorda, massa muscular e tamanho ósseo. É

possível medir uma grande variedade de circunferências corporais (LOHMAN,1988),

porém as principais circunferências utilizadas na prática clínica são (DEHOOG,1998):

Circunferência do braço (CB): é muito utilizada, pois a sua combinação com a

medida da prega cutânea do tríceps (PCT) permite, através da aplicação de fórmulas,

calcular a circunferência muscular do braço (CMB) e a área muscular do braço (AMA),

área de músculo sem osso, que são correlacionadas com a massa muscular total, sendo

utilizadas para diagnosticar alterações da massa muscular corporal total e, assim, o

estado nutricional protéico (DEHOOG,1998; WHO,1995;WAITZBERG,2000);

Circunferência da cintura: sua medida não deve ser feita sobre roupas, o sujeito

permanece em pé, com os pés juntos, os braços estendidos lateralmente e o abdome

relaxado. A medida deve ser tomada em plano horizontal com fita inelástica no ponto

mais estreito do tronco. É indicador de adiposidade profunda (LOHMAN,1988);

Circunferência do quadril: deve ser medida com paciente trajando roupas leves e

soltas, em pé, com os braços levantados para os lados e os pés juntos. O examinador

senta ao lado do sujeito para melhor visualizar o nível da extensão máxima dos glúteos,

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dispondo a fita antropométrica em plano horizontal, que deve ser estendida sobre a pele

sem comprimir as partes moles (WHO,1995);

Relação da cintura para o quadril (RCQ): é calculada dividindo a medida da

circunferência da cintura (cm) pela do quadril (cm). É fortemente associada à gordura

visceral, sendo um índice aceitável de gordura intra-abdominal. É a medida de

adiposidade mais freqüentemente utilizada, permitindo diferenciar a obesidade

ginecóide e andróide (DEHOOG,1998). Uma RCQ de 1,0 ou mais para homens e de

0,8 ou mais para mulheres é indicativo de obesidade andróide e risco aumentado de

doenças relacionadas com a obesidade;

Circunferência da panturrilha: fornece a medida mais sensível de medir massa

muscular no idoso, sendo superior à circunferência do braço (WHO,1995);

Perímetro cefálico: muito utilizado para acompanhar o desenvolvimento de

crianças menores de três anos (DEHOOG,1998).

Pregas Cutâneas

A gordura subcutânea corresponde a 50% da gordura armazenada do corpo, e

pode refletir de maneira acurada o conteúdo de gordura corporal total, baseado no fato

de que a espessura da gordura é relativamente constante (SMITH, 1991). A medida das

pregas ou dobras cutâneas (PC) apresenta duas vantagens:

1) fornecer uma maneira relativamente simples e não-invasiva de estimar a

gordura corporal;

2) caracterizar a distribuição da gordura subcutânea (LOHMAN,1988).

Uma grande variedade de PC pode ser medida, porém as mais utilizadas na

prática clínica são:

Prega cutânea do tríceps (PCT): a região do tríceps é o local mais

freqüentemente utilizado, pois se considera que seja o mais representativo da camada

subcutânea de gordura. Pode ser comparada a padrões de referência com determinação

do percentil (GIBSON,1993).

Os padrões mais comuns de comparação são os propostos por JELLIFFE, que

são baseados em militares europeus e mulheres americanas de baixa renda, e por

FRISANCHO, baseado nas medidas aferidas em homens e mulheres americanos

brancos que participaram do National Health and Nutrition Survey (NHANES) 1971–

1974. Porém, THULUVATH & TRIGER realizaram estudo comparando medidas de

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PCT e CMB em 125 pacientes com doença hepática crônica com as tabelas de

JELLIFFE e FRISANCHO, e demonstraram que ambas apresentam problemas de

confiabilidade (CORREIA,1998), de forma que os autores fazem a pergunta: How valid

are our reference standards of nutrition? (Quão válidos são nossos padrões nutricionais

de referência?) (THULUVATH,1995);

Somatório de pregas cutâneas: existem várias equações utilizando a soma de

diversas combinações de PC, mas devem ser selecionadas baseadas na idade, gênero,

etnia e nível de atividade física (HEYWARD,2000).

Outras Medidas

Outras medidas em antropometria não incluídas nos protocolos de medidas

recomendadas pela OMS (WHO,1995) consistem na medição de segmentos (e.g.

envergadura do braço) e diâmetros ósseos (HEYWARD,2000). A avaliação do tamanho

do esqueleto é feita utilizando equipamentos apropriados denominados antropômetros

ósseos e compassos de diferentes tamanhos. Sua principal utilidade consiste em permitir

a determinação da compleição física ou porte, que pode ser pequeno, médio e grande

(1WILLETT,1998).

EXAMES LABORATORIAIS

Vários exames bioquímicos são as medidas mais objetivas do estado nutricional

(DEHOOG,1988), usados para detectar deficiências subclínicas e para confirmação

diagnóstica, com a vantagem de possibilitar seguimento de intervenções nutricionais ao

longo do tempo. Os exames laboratoriais de uso mais freqüente na prática clínica são

descritos a seguir. Cabe lembrar que uma série de dosagens sangüíneas para estudar

componentes nutricionais específicos, como minerais (e.g. cálcio), ferro, vitaminas, tem

sua indicação específica, não sendo considerados como métodos convencionais

(BOTTONI,2000).

Hematológicos

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Os parâmetros hematológicos mais utilizados em avaliação nutricional são

hematócrito (HT), hemoglobina (HG) e linfócitos totais (LINF) (BOTTONI,2000).

Os valores de hematócrito e hemoglobina são dependentes da idade e gênero

(GIBSON,1993). A contagem total de linfócitos (CTL) expressa condições

imunológicas e também os valores normais variam conforme o autor. Para WEINSIER

e cols., a normalidade compreende valores iguais ou maiores que 1.500/mm3, depleção

moderada de 1.200 a 1.500/mm3 e grave abaixo de 1.200/mm3. Segundo SELTZER e

cols., o risco maior de complicações associadas com estado nutricional ocorre quando a

CLT for inferior a 1.500/mm3, concordando com os valores preconizados pela

FELANPE. BOTTONI e cols. consideraram os seguintes valores:

a) depleção leve: 1.200 a 2.000/mm3;

b) depleção moderada: 800 a 1.199/mm3;

c) depleção grave: < 800/mm3.

Avaliação do Estado Protéico

As proteínas são essenciais para as funções reguladoras (e.g. hormônios e

enzimas) e estruturais (e.g. colágeno e elastina) (GIBSON,1993). As proteínas séricas

mais freqüentemente avaliadas para determinação do estado nutricional são albumina,

transferrina e pré-albumina (SMITH,1991).

Albumina

É a proteína mais abundante do plasma e dos líquidos extracelulares, sendo uma

das mais extensamente estudadas, com aproximadamente 19.000 citações no Index

Medicus nos últimos trinta anos (JEEJEEBHOY,1998). Tem importância

preponderante na determinação da pressão colóido-osmótica do plasma, exercendo

função de proteína de transporte (cálcio, ácidos graxos de cadeia longa, medicamentos

etc.) (BOTTONI,2000).

A concentração sérica de albumina depende de muitos fatores (DEHOOG,1998;

BOTTONI,2000):

a) síntese hepática: depende da função do hepatócito e da ingestão e absorção de

substratos protéicos, encontrando-se diminuída no hipotireoidismo quando há níveis

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circulantes excessivos de cortisol durante estresse e em doença parenquimatosa

hepática;

b) perdas anormais de albumina: doença renal (síndrome nefrótica), eclâmpsia,

enteropatia perdedora de proteína e queimaduras;

c) catabolismo aumentado: estresse, hipermetabolismo, síndrome de Cushing e

algumas neoplasias;

d) trocas entre os compartimentos: alteradas em situações patológicas, com

seqüestro para o extravascular (e.g. trauma, infecção);

d) volume de distribuição: afetado pelo estado de hidratação. Apesar da

limitação decorrente da meia vida prolongada, interferindo na detecção de alterações

agudas do estado nutricional, e de sofrer alterações por diversas outras razões não-

nutricionais, os níveis séricos de albumina são fortemente relacionados com aumentos

na morbidade (tempo de internação prolongado, cicatrização deficiente de feridas) e da

mortalidade (SHIL,1994).

Por isso, é uma das variáveis mais freqüentemente utilizadas para compor

índices prognósticos, sendo também considerada o melhor índice isolado de predição de

complicações (SMITH,1991). Em relação aos valores da albumina, observa-se variação

em relação à idade (GIBSON,1998) e também aos valores preconizados por diferentes

autores.

Transferrina

É uma beta globulina transportadora de ferro no plasma, sendo uma proteína de

vida média intermediária (aproximadamente oito dias) entre a albumina e as proteínas

de rápido turnover. Apesar do fato de que a vida média mais curta seja, teoricamente,

uma vantagem sobre albumina, estudos clínicos não observaram diferenças

significativas (SMITH,1991). Por isto, alguns autores afirmam que sua medição

habitual, sem finalidade de pesquisa, não apresenta vantagem sobre a dosagem da

albumina (ALBERT,1992) e outros já não incluem a transferrina na avaliação do estado

protéico (JEEJEEBHOY,1998).

Pré-albumina

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É uma proteína de transporte de hormônios tireoideanos que existe na

circulação, formando um complexo com a proteína transportadora de retinol. Tem uma

vida média de 2 a 3 dias, porém estudos não mostraram vantagem sobre a albumina,

sendo considerada por outros autores como não confiável como índice de estado

nutricional (SMITH,1991; JEEJEEBHY,1998).

Índice Creatinina-Altura

Trata-se de método para avaliar a massa muscular corpórea baseando-se no fato

de que 98% da creatinina está localizada nos músculos. É calculado a partir da dosagem

da creatinina na urina de 24 horas, a qual deve ser rigorosamente coletada,

impossibilitando seu uso em pacientes com insuficiência renal ou em uso de diuréticos,

como na falência cardíaca ou hepática (BOTTONI,2000).

Balanço Nitrogenado

Permite monitorizar a adequação de terapia nutricional, avaliando o grau de

equilíbrio entre a ingestão e a excreção urinária de nitrogênio. Quando a ingestão é

suficiente para cobrir as perdas, obtém-se um balanço positivo (e.g. fase anabólica

sucessiva a um evento catabólico, crescimento, atletas). Se, ao contrário, as perdas

superam as introduções, verifica-se balanço negativo (e.g. trauma, sepse, queimaduras,

fístulas etc.). Pelas dificuldades técnicas, sua precisão somente se viabiliza em pacientes

internados em unidades metabólicas (BOTTONI,2000).

Colesterol Sérico

A hipocolesterolemia (abaixo de 150mg/dl) tem sido estudada como índice

prognóstico em desnutrição, com detecção de aumento da mortalidade e tempo de

permanência hospitalar (BOTTONI,2000). Níveis aumentados de colesterol são fator de

risco para doença coronariana (GIBSON,1993).

Índices Múltiplos

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Vários índices com múltiplos parâmetros foram criados na literatura com o

objetivo de aumentar a sensibilidade e especificidade no diagnóstico de alterações do

estado nutricional (SMITH,1991). São conhecidos como índices prognósticos pela

capacidade de tentar prever as complicações associadas à nutrição, porém podem

também ser usados como instrumentos diagnósticos. Os mais conhecidos são

(SMITH,1991):

Índice prognóstico nutricional (PNI): proposto pelo grupo de MULLEN da

Universidade da Pensilvânia.

Utilizaram a seguinte fórmula:

PNI (% risco) = 158 – (16,6 x ALB) – (0,78 x PCT) – (0,2 x TRS) – (5,8 x DCH);

onde: ALB = albumina sérica (g/dl);

PCT = prega cutânea do tríceps em mm;

TRS = transferrina sérica (mg/dl);

DCH = hipersensibilidade cutânea retardada (0 = reatividade nula; 1 = diâmetro do

ponto < 5 mm; 2 = diâmetro do ponto ³ 5 mm).

São considerados de baixo risco os pacientes com PNI <40%; de risco

intermediário aqueles com PNI entre 40% e

50%, e de alto risco os que apresentem PNI > 50%.

A crítica a este índice está em utilizar dois parâmetros que não são

independentes um do outro (ALB e TRS) (BOTTONI,2000); Índice prognóstico

hospitalar (HPI): proposto pelo grupo de BLACKBURN e cols.(HARVEY,1991),

utilizando a seguinte fórmula:

HPI = (0,91 x ALB) – (1 x DCH) – (1,44 x SEP) + (0,98 x Dx) – 1,09;

onde: DCH = hipersensibilidade cutânea retardada (grau 1 = resposta positiva a um ou

mais antígenos; grau 2 = resposta negativa a todos os antígenos);

SEP = sepse (1 = presente; 2 = ausente);

Dx = diagnóstico (1 = presença de neoplasia; 2 = ausência de neoplasia);

Avaliação nutricional instantânea (INA): proposta por SELTZER e cols. ao

avaliar retrospectivamente 500 internações consecutivas. Utiliza a dosagem de albumina

< 3,5g/dl e o número de linfócitos totais < 1.500mm3; Índice sugestivo de desnutrição

(ISD): proposto por WAITZBERG, visando a obtenção de índice de fácil utilização na

prática clínica, combinando variáveis laboratoriais e antropométricas. O ISD é calculado

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pela somatória dos valores ponderais conferidos a sete parâmetros nutricionais aferidos,

considerando-se como desnutrido o paciente cujo resultado da somatória for igual ou

maior que três (BOTTONI,2000).

Índice de Risco Nutricional (IRN): proposto por Buzby e cols. (58). No seu

cálculo utilizaram a seguinte equação: IRN = (1,489 x albumina sérica, g/l) + 41,7 x

(peso atual/peso usual). Permite a seguinte classificação:

a) não-desnutrido, IRN > 100;

b) desnutrição leve, IRN de 97,5 a 100;

c) desnutrição moderada, IRN de 83,5 a 97,4;

d) desnutrição grave, IRN abaixo de 83,5.

O peso usual foi definido como o peso estável seis meses antes da admissão

hospitalar (NABER,1997).

Vários autores enfatizam a ausência de padrão ouro para diagnóstico de

desnutrição. SMITH & MULLEN opinam que o melhor método é a maneira organizada

de abordagem multifatorial, utilizando os seguintes critérios: história, exame físico,

peso, CMB, PCT e proteínas séricas. JEEJEEBHOY e cols.,1990 afirmam que, quando

o diagnóstico de desnutrição é feito pela presença de um único parâmetro, 22% da

população normal poderia ser classificada como anormal e 80% dos pacientes

hospitalizados seria erroneamente classificado como desnutridos. Afirmam que este

diagnóstico deve se basear em pelo menos três critérios.

Impedância Bioelétrica

É um método rápido, não-invasivo e relativamente barato para avaliar a

composição corporal (BOTTONI,2000). Este método utiliza a passagem de uma

corrente elétrica de baixo nível através do corpo do paciente e a impedância (Z), ou

oposição ao fluxo da corrente, é medida (HEYWARD,19988). Mede a massa magra

(livre de gordura) pelas diferenças de condutibilidade elétrica, sendo considerada uma

técnica ainda pouco utilizada, mas atrativa para uso em pacientes hospitalizados e

inquéritos populacionais (CHARNEY,1995).

Aspectos Peculiares do Idoso

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O idoso (60 ou mais anos) (WHO,1995) apresenta peculiaridades relacionadas

com o processo de envelhecimento, como:

a) redução progressiva da altura, de um a dois cm por década;

b) ganho progressivo de peso e IMC até em torno de 65 a 70 anos, diminuindo a

partir de então;

c) alterações da composição corporal, com redistribuição de gordura, que

diminui a nível periférico e aumenta no interior do abdome, e redução da massa magra .

Alguns autores consideram que a desnutrição pode ser difícil de distinguir das

alterações resultantes do processo natural do envelhecimento, porém se não for

detectada, pode resultar em agravamento de condições clínicas e aumento da

mortalidade (BECK,1999).

A população idosa é particularmente propensa a problemas nutricionais devido a

fatores relacionados com as alterações fisiológicas e sociais, ocorrência de doença

crônica, uso de várias medicações, problemas na alimentação (comprometendo a

mastigação e deglutição), depressão e alterações da mobilidade com dependência

funcional (BECK,1999).

Perda de peso involuntária, redução do apetite e caquexia são comuns na

população geriátrica. Anorexia é a principal causa de desnutrição no idoso, de etiologia

multifatorial, que engloba doença sistêmica, iatrogenia e fatores psicossociais. Os

receptores gustativos e olfativos têm sua função diminuída com o envelhecimento,

comprometendo a qualidade estimulante do apetite contida nos alimentos. Também se

observa lentificação do esvaziamento gástrico, com o aumento da saciedade (estado que

se segue a uma refeição no qual a fome encontra-se inibida) e da saciação (processo de

regulação que ocorre durante a alimentação, que inibe a ingestão de mais alimento

(WILSON,2002).

Estas alterações decorrentes do processo fisiológico de envelhecimento

comprometem a ingestão de nutrientes, podendo levar à desnutrição. Muitos

pesquisadores, durante os últimos 25 anos do século passado, tentaram desenvolver

instrumentos válidos para identificar os idosos desnutridos ou em risco aumentado de

complicações relacionadas ao estado nutricional, porém observa-se na literatura

pertinente uma falta de consenso em relação aos critérios diagnósticos de desnutrição,

inexistindo um padrão-ouro (SACKS, 2000).

Além do mais, aspectos peculiares relacionados ao envelhecimento obrigam a

avaliação mais profunda, com análise de fatores de risco (AZAD,1999).

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A saúde bucal deve ser observada, pois a perda dos dentes e outras afecções da

cavidade oral causando dor e dificuldade para mastigar e deglutir estão associadas com

desnutrição. Esta avaliação se reveste de importância, pois medidas preventivas e

procedimentos odontológicos simples podem resolver o problema, além do que a

habilidade de mastigar comida eficientemente, não influencia a capacidade de digestão

com as dietas modernas (MONJO,1999).

Outro aspecto relevante na avaliação do idoso compreende verificação do nível

funcional através da quantificação das atividades da vida diária (básicas e

instrumentais), permitindo a classificação funcional:

a) I, fisicamente incapaz ou dependente;

b) II, fisicamente frágil;

c) III, fisicamente independente;

d) IV, fisicamente apto/ativo;

e) V, atleta (MATSUDO,2000).

A antropometria de idosos apresenta peculiaridades, como:

a) possibilidade de estimar o peso utilizando fórmulas que aplicam variáveis

antropométricas, quando o mesmo não pode ser medido:

- peso (homens) = (0,98 x CP) + (1,16 x altura do joelho) + (1,73 x CB) + (0,37 x prega

subescapular) – 81,69;

- peso (mulheres) = (1,27 x CP) + (0,87 x altura do joelho) + (0,98 x CB) + (0,4 x prega

subescapular) – 62,35;

b) estimar a altura utilizando a medida da altura do joelho aplicada a fórmulas e

a altura em posição sentada;

c) a circunferência da panturrilha (CP) é considerada a medida mais sensível de

massa muscular no idoso, sendo superior à circunferência do braço (CB) (WHO,1995).

A Avaliação Subjetiva Global (ASG) tem sido utilizada na população geriátrica,

sendo considerada um instrumento útil na avaliação do estado nutricional em idosos

(SACKS,2000). Vários instrumentos têm sido desenvolvidos em uma tentativa de

identificar os idosos desnutridos ou em risco nutricional.

The Nutrition Screening Initiative (NSI) é um questionário de dez perguntas

auto-aplicável, desenvolvido para ser utilizado na atenção primária à saúde com o

objetivo de despertar a consciência sobre problemas nutricionais, porém tem se

mostrado de eficiência limitada, não sendo capaz de predizer mortalidade

(BECK,1999).

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A Miniavaliação Nutricional (MAN) foi desenvolvida para avaliar o risco de

desnutrição em idosos e identificar aqueles que possam se beneficiar de intervenção

precoce (GUIGOZ,1994). A versão original é composta por 18 itens que englobam

antropometria, avaliação dietética, avaliação clínica global e autopercepção de saúde e

estado nutricional, podendo ser utilizado tanto para triagem como para avaliação, e deve

ser aplicado por profissional de saúde (BECK,1999). Vários estudos têm validado a

MAN, mostrando que é capaz de predizer o aumento do tempo de internação, a alta para

asilos e mortalidade (GUIGOZ,1994).

Porém, a maioria dos autores considera como padrão-ouro as medidas

antropométricas e exames laboratoriais (linfócitos totais, albumina, colesterol sérico,

hemoglobina e transferrina) (MONJO,1999).

2.6.2- Métodos Não Convencionais

Com a evolução dos conhecimentos sobre composição corporal, a tentativa de

organização dos vários métodos de pesquisa desenvolvidos na área resultou na criação

de um modelo em cinco níveis:

I – Atômico;

II – Molecular;

III – Celular;

IV – Sistema tecidual;

V – Todo o corpo (WHO,1995).

Os métodos não-convencionais são citados a seguir (BAXTER,2000):

Provas funcionais:

a) para avaliar função muscular: têm sido usadas em pesquisas com resultados

promissores (WAITZBERG, 2000);

b) a imunidade celular: através de testes de hipersensibilidade cutânea retardada;

Densitometria computadorizada, analisando as diferentes densidades dos

compartimentos corpóreos;

Hidrodensitometria ou pesagem hidrostática:pesar o indivíduo embaixo d’água;

Isótopos marcados pela medição da água corporal total;

Análise da ativação de nêutrons in vivo: através do bombardeamento de

nêutrons;

Ressonância magnética: pela análise de imagens de alta resolução.

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A avaliação do estado nutricional, de grande importância na prática clínica, não

dispõe de padrão-ouro para diagnóstico das desordens nutricionais. O melhor método

depende dos objetivos da avaliação. Desta forma, em estudos populacionais, a OMS

preconiza a utilização do IMC.

QUADRO 3:Comparação de Parâmetros Incluídos em Varias Ferramentas de

Rastreamento Nutricional

Segundo a World Health Organization, o crescente aumento da prevalência da

obesidade se caracteriza como uma pandemia global, também observada no Brasil.

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3. METODOLOGIA

• 1ª FASE:

Foram convidados os participantes de 05 grupos da Melhor Idade ( 03 grupos da

cidade de Fortaleza, 01 da cidade de Itapipoca e 01 da cidade de Jijoca de Jericoacora )

de ambos os sexos, selecionados aleatoriamente, tendo em vista que a pesquisa foi

realizada durante o horário das atividades normais dos clubes, fazendo-se um convite a

todos os integrantes dos clubes e os que responderem ao convite, foram entrevistados.

Excluiram-se os integrantes que se recusaram a participar da pesquisa.

Realizou-se um inquérito sócio-econômico, onde foram reunidas informações

sobre atividade (aposentado, ativo ou passivo), nível de renda, condição de habitação

(própria ou alugada; se mora sozinho ou com familiares), escolaridade, estado civil,

entre outras, por meio de um questionário aplicado aos idosos e preenchido pela equipe

executora da pesquisa (Anexo 1).

Foi realizado um inquérito para avaliação das condições de saúde, onde se

aplicou um questionário aos participantes para levantamento das patologias referidas,

tipo e freqüência de atividade física, freqüência com que vai ao médico e serviço de

saúde que utiliza (Anexo 2).

Para o estudo antropométrico foram coletadas medidas de altura em pé e peso a

partir das quais se consideram os indicadores: Índice de Massa Corporal (IMC) e

Relação Cintura/Quadril (Anexo 3).

Para o diagnóstico antropométrico do estado nutricional de acordo com o IMC

para idosos, usou-se a seguinte classificação (LIPSCHITZ, 1994):

1) IMC < 22 kg/m2– Magreza;

2) IMC ente 22-27 kg/m2 – Eutrofia;

3) IMC > 27 kg/m2 – Excesso de peso.

Para coleta das medidas de cintura e quadril foi avaliado todo o procedimento de

medição. Para caracterização do risco cardíaco, segundo a OMS,1995, devem ser

utilizados os seguintes parâmetros:

- Mulher = Relação cintura / quadril > 0,85 ( risco cardíaco);

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- Homem = Relação cintura / quadril/ > 1,00 ( risco cardíaco ).

Metodologia utilizada para coleta dos dados antropométricos:

FIGURA 4 – COLETA DA ESTATURA

FIGURA 5 – COLETA DA ESTATURA OBSERVADO OS PONTOS DE

CONTATO

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FIGURA 6 - PESAGEM

FIGURA 7 – MEDIDA DE CIRCUNFERÊNCIA DA CINTURA

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FIGURA 8 – MEDIDA DA CIRCUNFERÊNCIA DO

QUADRIL

FIGURA 9 – MEDIDA DA CIRCUNFERÊNCIA DO QUADRIL

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A anamnese alimentar realizou-se pela equipe executora do trabalho, onde cada

idoso foi argüido sobre o tipo de alimentos consumidos habitualmente para análise

qualitativa da dieta do grupo de alimentos da Pirâmide Alimentar (Anexo 4).

Foram coletadas a pressão arterial dos participantes de todos os grupos e a

glicemia capilar em jejum apenas do clube de melhor idade da cidade de Jijoca de

Jericoacoara.

Para participar da segunda fase, os integrantes dos grupos de melhor idade foram

submetidos ao teste mini-mental (Anexo 5) para se delinar a capacidade cognitiva para

o auto-registro do inquérito alimentar recordatório de 24 horas. O escore do teste mini-

mental vai de 0 a 30. Na opinião de Machado (2003), esse teste tem, em média, uma

sensibilidade de 83% e uma especificidade de 82% para a detecção de demências.

Para os idosos com mais de oito anos de escolaridade, considera-se (Vieira;

Koenig, 2002):

(a) escore de 30 a 26 – função cognitiva preservada;

(b) escore de 26 a 24 – alteração não sugestiva de déficit;

(c) escore de 23 pontos ou menos – sugestivo de déficit cognitivo (não é critério

de diagnóstico para demência).

Para idosos com baixa escolaridade, utilizam-se os seguintes pontos de corte

(Bertolucci, 1994 apud Maciel):

(a) analfabeto – 13;

(b) baixa escolaridade (1 a 4 anos) – 13;

(c) média escolaridade (4 a 8 anos) – 18;

(d) alta escolaridade (acima de 8 anos) – 26.

Priorizou-se, neste estudo, o ponto de corte de Bertolucci, por termos tido maior

número de pesquisados analfabetos e/ou de baixa escolaridade.

• 2ª Fase:

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62

Os participantes que atingiram os escores suficientes no teste mini-mental, foram

novamente convidados para a coleta de dados do inquérito alimentar. No inquérito

dietético, utilizou-se o método de recordatório 24 horas, com o objetivo de identificar o

padrão alimentar e avaliar a ingestão de grupos de alimentos (Anexo 5) e suas

respectivas medidas caseiras, fazendo um comparativo com a pirâmide alimentar

própria para idosos.

Foi realizado um inquérito para avaliação da saúde nutricional

(HIRSCHBRUCH et al., 1999) baseado em um similar desenvolvido por três

importantes entidades dos Estados Unidos: American Academy of Family Physicians

(Academia Americana dos Médicos de Família), The American Dietetic Association

(Associação Americana de Dietética) e National Council on The Aging, Inc. (Conselho

Nacional do Envelhecimento) (Apêndice 1).

Análise Estatistica

A assessoria estatística dessa parte chamada “Análise Estatística” foi iniciada

com a discussão junto ao profissional de estatística e a pesquisadora sobre a forma de

coleta dos dados e da “alimentação” pelo mesmo do banco de dados. Posteriormente

esses dados foram tratados, após essa verificação foi feita a estatística descritiva dos

dados coletados, para se identificar e avaliar num primeiro momento a situação

socioeconômica, a capacidade funcional do idoso, as principais fontes de apoio dos

idosos (Rede de apoio), identificar nos hábitos os fatores de proteção à saúde –

atividade física regular e alimentação saudável e analisar o perfil antropométrico (IMC e

Relação Cintura/ Quadril) e as principais morbidades. Num segundo momento analisar

o Mini-Exame do Estado Mental. Num terceiro e quarto momento foram realizadas as

análises do perfil alimentar e saúde nutricional dos participantes da pesquisa.

População e Amostra

Foram avaliados 05 clubes do Programa Clubes da Melhor Idade (PCMI), sendo

eles:

Clube I: Lar Francisco de Assis;

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Clube II: Saber Viver Itapipoca;

Clube III: Idade Dourada;

Clube IV: Melhor Idade de Jijoca de Jericoacoara;

Clube V: Zenáide Magalhães;

Geral: Clubes do Programa de Melhor Idade.

No total foram 144 idosos pesquisados de ambos os sexos.

Dos 144 integrantes, 65 obtiveram escores para participar de 2º fase.

Sendo que apenas 34 concluíram a 2ª fase.

Materiais utilizados na coleta de dados:

1 – Formulários;

2 – Fita Antropométrica de Alumínio da Marca Sanny;

3 – Glicosímetro Accu-Check, fita reativa e agulhas descartáveis;

4 –Balança para pesar adultos – Marcas: Balmak e Techline;

5 – Tensiometro e estetoscópio de Marca Sanny;

6 – Luvas de procedimento descartáveis e álcool para higienização

Instrumentos de Coleta de Dados

Primeiramente, para tratar do perfil dos idosos, foi utilizado um questionário

com questões objetivas e subjetivas, subdivididas em 04 fases: Inquérito Sócio-

Econômico; Inquérito das Condições de Saúde; Estudo Antropométrico / Pressão

arterial e glicemia capilar e Anamnese Alimentar. Seguido, logo após, de um formulário

do Mini-Exame do Estado Mental. Para tratar do perfil alimentar dos idosos, o qual

somente os idosos que obtiveram bons escores realizaram, foi utilizado um formulário e

uma pirâmide alimentar modificada para idosos. E por último, para o teste de saúde

nutricional, onde foi levada em consideração a importância da escolha do alimento.

Procedimentos de Análise e Tratamento dos Dados

Foi utilizado o software Statistical Package for Social Sciences (SPSS 13.0) e o

Microsoft Excel para o tratamento dos dados. Nesse estudo foram utilizados:

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• Estatística descritiva: A descrição estatística da amostra (altura, peso, glicemia,

IMC, relação cintura/quadril). A descrição leva em consideração a média, mediana,

desvio padrão e os valores máximo e mínimo.

• Correlação: Estudo que verifica se existe alguma correlação entre os dados, ou seja,

verifica-se a “força” da relação entre as variáveis.

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

PRIMEIRA PARTE – PERFIL DOS IDOSOS

CARACTERÍSTICAS INDIVIDUAIS

Tabela 1. Idosos entrevistados.

Clubes Freqüência %

Clube I 13 9,0

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65

Clube II 16 11,1

Clube III 14 9,7

Clube IV 54 37,5

Clube V 47 32,6

Geral 144 100,0

Fonte: Dados do pesquisador.

De acordo com a Tabela 1, verifica-se que o Clube IV apresenta maior

freqüência de idosos, com 37,5% dos pesquisados. Enquanto que o Clube I apresenta

menor freqüência com apenas 9,0% dos idosos pesquisados.

GRÁFICO 3. Faixa etária dos idosos.

Fonte: Dados do pesquisador.

Nota: ( - ) Dado numérico igual a zero não resultante de arredondamento

Com relação ao Gráfico 3, verifica-se que 51,1% dos que freqüentam o Clube V

encontram-se na faixa etária de 70 a 79 anos, enquanto que 50,0% dos que freqüentam

os Clubes III e IV encontram-se respectivamente na faixa etária de 70 a 79 anos e 60 a

69 anos. Em geral, 74,3% dos idosos encontram-se na faixa etária de 60 a 79 anos.

-

12,5%

- - 2,1% 2,1%

15,4%

25,0%

7,1%

13,0%

-

9,7%

30,8%

37,5%

42,9%

50,0%

23,4%

37,5%

46,2% 50,0%

25,9%

51,1%

- -

11,1% 14,9%

10,4%

- - - - 2,1%

0,7%

7,7%

- - -

6,4% 2,8%

36,8%

12,5% 12,5%

-

-

-

-

-

-

-

Clube I Clube II Clube III Clube IV Clube V Geral

Menos de 50 anos 50 a 59 anos 60 a 69 anos 70 a 79 anos Mais de 80 anos Não sabe a idade Não respondeu

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As mudanças no perfil epidemiológico e na estrutura etária da população

continuarão aceleradas no primeiro quartil do século XXI, período em que as projeções

têm indicado que o segmento populacional que compõe a terceira idade será bastante

substancial. No ano 2025, a população com idade ≥ 60 anos terá crescido drasticamente,

tanto em países desenvolvidos, quanto naqueles em desenvolvimento, impondo a

criação ou adaptação de modelos assistenciais integrados para atender às demandas que

o envelhecimento populacional requer (SAYEG, 1996). Este gráfico deixa claro a maior

freqüências de indivíduos entre 60 a 79 anos.

Tabela 2. Sexo dos idosos.

Fonte: Dados do pesquisador.

Nota: ( - ) Dado numérico igual a zero não resultante de arredondamento

Analisando a distribuição do sexo na Tabela 2, observa-se uma predominância

do sexo feminino (86,1%) dos idosos que freqüentam clubes de melhor idade, sendo

apenas 13,9% do sexo masculino.

Sexo Clubes

Feminino Masculino Total

Clube I 12

(92,3%)

01

(7,7%)

13

(100,0%)

Clube II 15

(93,8%)

01

(6,3%)

16

(100,0%)

Clube III 13

(92,9%)

01

(7,1%)

14

(100,0%) Clube

IV

45

(83,3%)

09

(16,7%)

54

(100,0%)

Clube V 39

(83,0%)

08

(17,0%)

47

(100,0%)

Geral 124

(86,1%)

20

(13,9%)

144

(100,0%)

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67

Segundo IBGE as principais tendências demográficas observadas no País em

2001 foram:

Maior proporção de mulheres do que de homens: havia 96,3 homens para cada 100

mulheres em 1992, e em 2001 a diferença se acentuou, passando para 94,9 homens para

cada 100 mulheres;

Diferença entre as expectativas de vida de mulheres e homens: elas vivem em média

até os 72,8 anos de idade, 7,8 anos a mais que os homens, que vivem até os 65.

Envelhecimento da população: a proporção de pessoas de 60 anos ou mais passou de

7,9% em 1992 para 9,1% em 2001 e estima-se que chegue a 16% em 2030.

Mulher no Nordeste vive mais que homem no Sul. A expectativa de vida de

homens e mulheres, por exemplo, varia de acordo com o desenvolvimento da região

onde residem. Assim, a Região Sul é a que oferece a maior esperança de vida ao nascer

para ambos os sexos: os homens vivem em média 67,5 anos e as mulheres, 75,3 anos.

A Região Nordeste, por sua vez, fica com a menor expectativa de vida para

ambos os sexos. Nesta região, os homens vivem em média até os 63 anos e as mulheres

até os 69,2 anos. No entanto, as mulheres do Nordeste, mesmo com uma expectativa de

vida menor que as de outras regiões, vivem mais que os homens.

O Sudeste apresenta a maior disparidade entre os sexos quanto à esperança de

vida: os homens vivem 65,3 anos e as mulheres 74,6 anos — uma diferença de 9,3 anos.

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38,5%

7,7%

23,1%

30,8%

-

50,0%

6,3%

18,8%

25,0%

-

35,7%

21,4%

35,7%

7,1%

-

48,1%

9,3%

40,7%

1,9%

-

25,5%

12,8%

34,0%

17,0%

10,6%

38,9%

11,1%

34,0%

12,5%

3,5%

0,0%

5,0%

10,0%

15,0%

20,0%

25,0%

30,0%

35,0%

40,0%

45,0%

50,0%

Clube I Clube II Clube III Clube IV Clube V Geral

Casado(a) Separado(a)/ Divorciado(a) Viúvo(a) Solteiro(a) Não respondeu

GRÁFICO 4. Estado civil dos idosos.

Fonte: Dados do pesquisador.

Nota: ( - ) Dado numérico igual a zero não resultante de arredondamento

Conforme mostra o Gráfico 4, pode-se observar que 50,0% dos freqüentadores

do Clube II são casados, assim como 48,1% dos freqüentam o Clube IV. No quadro

geral o número de indivíduos casado também é a maioria.

Tabela 3. Quantidade de filhos.

Filhos

Clubes 01 a 04 05 a 08 09 a 12 13 a 16 Mais de 16

Não tem

filhos

Total

Clube I - - - - - 13

(100,0%)

13

(100,0%)

Clube II 10

(62,5%)

02

(12,5%) - - -

04

(25,0%)

16

(100,0%)

Clube III 04

(28,6%)

01

(7,1%)

01

(7,1%) - -

08

(57,1%)

14

(100,0%)

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69

Clube

IV

05

(9,3%)

14

(25,9%)

16

(29,6%)

09

(16,7%)

05

(9,3%)

05

(9,3%)

54

(100,0%)

Clube V 03

(6,4%)

06

(11,1%)

04

(7,4%) - -

34

(63,0%)

47

(100,0%)

Geral 22

(15,3%)

23

(16,0%)

21

(14,6%)

09

(6,3%)

05

(3,5%)

64

(44,4%)

144

(100,0%)

Fonte: Dados do pesquisador

Nota: ( - ) Dado numérico igual a zero não resultante de arredondamento

De acordo com a Tabela 3, observa-se que dos entrevistados que freqüentam os

Clubes da Melhor Idade, 44,4% responderam não ter filhos ou ter filhos já falecidos e

16,0% têm de 5 a 8 filhos. Através destes dados pode-se supor que alguns idosos sofram

de solidão familiar e social que predispõe o idoso à falta de preocupação consigo, nesses

casos, pode haver uma tendência ao desestímulo para comprar e preparar alimentos

variados e nutritivos (ARHONTAKI, 1990; MORIGUTI et al., 1998).

Tabela 4. Freqüência de um clube.

Freqüenta mais de um

clube Clubes

Sim Não

Total

Clube I 06

(46,2%)

07

(53,8%)

13

(100,0%

Clube II 07

(43,8%)

09

(56,3%)

16

(100,0%

) Clube III

04

(28,6%)

10

(71,4%)

14

(100,0%

Clube

IV

06

(11,1%)

48

(88,9%)

54

(100,0%

)

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De acordo com a Tabela

4, verifica-se que 72,9% dos

pesquisados não freqüentam mais

de um clube. Analisando o Clube IV, percebe-se que 88,9% também não freqüentam

mais de um clube.

Fonte: Dados do pesquisador.

23,1%

7,7%

53,8%

- -

7,7%

- -

7,7%

37,5%

25,0%

31,3%

6,3%

- - - - - - -

14,3%

28,6%

14,3%

28,6%

14,3%

- -

7,4%

13,0%

53,7%

13,0%

3,7% 3,7%

- -

5,6%6,4%

10,6%

27,7%

6,4%

4,3%

19,1%

21,3%

2,1%2,1%

11,1%11,8%

38,9%

10,4%

4,2%

11,1%

8,3%

0,7%

3,5%

0,0%

10,0%

20,0%

30,0%

40,0%

50,0%

60,0%

Clube I Clube II Clube III Clube IV Clube V Geral

Menos de 1 ano 1 a 2 anos 3 a 4 anos 5 a 7 anos 8 a 9 anos10 a 14 anos Mais de 15 anos Não soube relatar Não respondeu

GRÁFICO 5. Freqüência dos idosos nos respectivos clubes.

Fonte: Dados do pesquisador.

Clube V 16

(34,0%)

31

(66,0%)

47

(100,0%

) Geral

39

(27,1%)

105

(72,9%)

144

(100,0%

)

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71

Nota: ( - ) Dado numérico igual a zero não resultante de arredondamento

Observando o Gráfico 5, verifica-se que tanto no Clube I como no Clube IV, a

maioria dos idosos já freqüentam o clube de 3 a 4 anos. Já no Clube II, 37,5% vêm

freqüentando o clube por menos 1 ano. Este quadro demonstra que a participação dos

membros do clubes são recentes se comparados com o tempo de fundação do Programa

de Clubes da Melhor Idade.

30,8%

69,2%

- - - - - -

6,3% 6,3%6,3%

12,5%

18,8%

-

43,8%

6,3%

-

14,3%

- -

64,3%

14,3%

-

7,1%

25,9%

68,5%

3,7%1,9%

- - - -

27,7%

55,3%

12,8%

2,1% 2,1%

- - -

22,2%

52,1%

6,3%

2,8%

9,0%

1,4%

4,9%

1,4%

0,0%

10,0%

20,0%

30,0%

40,0%

50,0%

60,0%

70,0%

Clube I Clube II Clube III Clube IV Clube V Geral

Nunca freqüentou a escola Fundamental incompleto Fundamental completo Médio incompleto

Médio completo Supeior incompleto Superior completo Pós-graduação

GRÁFICO 6. Escolaridade dos idosos.

Fonte: Dados do pesquisador.

Nota: ( - ) Dado numérico igual a zero não resultante de arredondamento

Segundo o Gráfico 6, observa-se que a maioria dos freqüentadores dos Clubes I,

III, IV e V têm o ensino fundamental incompleto. Em contrapartida, o Clube II com

43,8% dos idosos com nível superior. O déficit educacional se torna um grande

problema para o idoso hoje, limitando a sua capacidade de adaptação às exigências do

mundo atual. (IBGE, 2000)

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72

58,3%

8,3%

-

33,3%

- -

81,3%

-

6,3%6,3%6,3%

-

71,4%

14,3%14,3%

- - -

77,8%

1,9%

5,6%

13,0%

-

1,9%

85,1%

2,1%4,3%4,3%

-

4,3%

78,3%

3,5%

5,6%

9,8%

0,7%2,1%

0,0%

10,0%

20,0%

30,0%

40,0%

50,0%

60,0%

70,0%

80,0%

90,0%

Clube I Clube II Clube III Clube IV Clube V Geral

Própria já paga Própria pagando Alugada Cedida Tem casa própria mas mora em casa cedida Mora na casa dos filhos

GRÁFICO 7. Tipo de regime de ocupação dos idosos.

Fonte: Dados do pesquisador.

Nota: ( - ) Dado numérico igual a zero não resultante de arredondamento

De acordo com o Gráfico 7, observa-se que a maioria dos freqüentadores dos

Clubes da Melhor Idade têm moradia própria já paga.

Tabela 5. Atividade remunerada.

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73

Desenvolve atividade

remunerada Clubes

Sim Não Não relatou

Total

Clube I 03

(23,1%)

10

(76,9%) -

13

(100,0%

Clube II 07

(43,8%)

09

(56,3%) -

16

(100,0%

Clube III 02

(14,3%)

12

(85,7%) -

14

(100,0%Clube

IV

08

(14,8%)

46

(85,2%) -

54

(100,0%

Clube V 10

(21,3%)

36

(76,6%)

01

(2,1%)

47

(100,0%

) Geral

30

(20,8%)

113

(78,5%)

01

(0,7%)

144

(100,0%

) Fonte: Dados do pesquisador.

Nota: ( - ) Dado numérico igual a zero não resultante de arredondamento

De acordo com a Tabela 5, verifica-se que 78,5% dos freqüentadores dos Clubes

da Melhor Idade não desenvolvem atividade remunerada.

Tabela 6. Idosos aposentados.

Clubes Aposentado Total

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74

Sim Não Não

informou

Clube I 12

(92,3%

01

(7,7%) - 13

(100,0%

Clube II 10

(62,5%

06

(37,5%-

16

(100,0%

Clube III 12

(85,7%

02

(14,3%-

14

(100,0%Clube

IV

51

(94,4%

03

(5,6%) -

54

(100,0%

Clube V 33

(70,2%

13

(27,7%

01

(2,1%)

47

(100,0%

Geral 118

(81,9%

25

(17,4%

01

(0,7%)

144

(100,0%

Fonte: Dados do pesquisador.

Nota: ( - ) Dado numérico igual a zero não resultante de arredondamento

Observa-se na Tabela 6 que 81,9% dos freqüentadores dos Clubes da Melhor

Idade são aposentados, sendo 37,5% dos que freqüentam o Clube II não são

aposentados.

Apesar de 81,9% do integrantes serem aposentados, 78,5% desempenham

atividades remunerada. Esse fato pode ser influenciados pela responsabilidade do idoso

com a família e busca por melhoria na qualidade de vida, (IBGE, 2000)

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75

92,3%---

7,7%--

68,8%12,5%

6,3%12,5%

---

28,6%-

21,4%

50,0%---

100,0%------

87,2%----

2,1%10,6%

84,7%1,4%

2,8%6,3%

0,7%0,7%

3,5%

0,0% 10,0% 20,0% 30,0% 40,0% 50,0% 60,0% 70,0% 80,0% 90,0% 100,0%

Clube I

Clube II

Clube III

Clube IV

Clube V

Geral

1 a 3 s.m 4 a 5 s.m 6 a 8 s.m Mais de 8 s.m Bolsa Família Sem renda Não soude informar

GRÁFICO 8 . Renda familiar.

Fonte: Dados do pesquisador.

Nota: ( - ) Dado numérico igual a zero não resultante de arredondamento

Segundo o gráfico 8, pode-se observar que a grande maioria dos freqüentadores

dos Clubes recebem de 1 a 3 salários mínimos, destaque para o Clube IV, com 100,0%

dos idosos. Esta média salarial corresponde ao pesquisado pelo IBGE no ano de 2000.

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14

Tabela 7. Pratica de atividade física.

Pratica de atividade

física Clubes

Sim Não

Total

Clube I 09

(69,2%)

04

(30,8%)

13

(100,0%

Clube II 14

(87,5%)

02

(12,5%)

16

(100,0%

Clube III 11

(78,6%)

03

(21,4%)

14

(100,0%Clube

IV

35

(64,8%)

19

(35,2%)

54

(100,0%

Clube V 17

(36,2%)

30

(63,8%)

47

(100,0%

) Geral

86

(59,7%)

58

(40,3%)

144

(100,0%

) Fonte: Dados do pesquisador.

Na Tabela 7, com relação a pratica de atividades físicas, mostra que a maioria

dos idosos que freqüentam os clubes praticam algum tipo de atividade física, porém no

Clube V, 63,8% não praticam atividade física.

Com um índice de 40,3% de sedentários, concluí-se que esforço para aumentar a

atividade física e diminuir a ingestão de alimentos com alta densidade energética podem

ser importantes para conter o aumento na prevalência da obesidade e doenças crônicos

degenerativas. É importante incluir, nas estratégias para a população, os profissionais de

saúde, a família, o governo,as indústrias de alimentação e a própria mídia ( TROIANO

et al, 2000). Mudanças sociais são necessárias para prevenir a obesidade, tais como a

alteração do modo como a sociedade se alimenta, assim como os tipos de atividades

realizadas nos momentos de lazer (NELMS,2001).

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15

-

22,2%

44,4%

33,3%

-

7,1%

28,6%

64,3%

-

9,1%

54,5%

36,4%

14,3%

17,1%

25,7%

42,9%

5,9%

35,3%

47,1%

11,8%

7,0%

18,6%

36,0%

38,4%

- - - - - - - -

Clube I

Clube II

Clube III

Clube IV

Clube V

Geral

Raramente 1 vez por semana 2 a 3 vezes por semana Mais de 3 vezes por semana

GRÁFICO 9. Freqüência que os idosos praticam atividades físicas.

Fonte: Dados do pesquisador.

Nota: ( - ) Dado numérico igual a zero não resultante de arredondamento

Segundo o Gráfico 9, observa-se que no geral, dos idosos que freqüentam os

clubes da melhor idade 38,4% responderam que praticam atividades físicas mais de 3

vez por semana. No entanto analisando por clube pode-se observar que no Clube II

64,3% praticam exercícios mais de 3 vezes por semana. Apresentando um excelente

índice para freqüência de atividades física.

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16

Tabela 8. Idosos fumantes.

Fumante

Clubes Sim Não

Ex-

fumante

Total

Clube I 01

(7,7%)

10

(76,9%

02

(15,4%)

13

(100,0%

Clube II 02

(12,5%

)

12

(75,0%

)

02

(12,5%)

16

(100,0%

) Clube III 01

(7,1%)

11

(78,6%

02

(14,3%)

14

(100,0%Clube

IV

06

(11,1%

45

(83,3%

03

(5,6%)

54

(100,0%

Clube V 08

(17,0%

34

(72,3%

05

(10,6%)

47

(100,0%

Geral 18

(12,5%

)

112

(77,8%

)

14

(9,7%)

144

(100,0%

) Fonte: Dados do pesquisador.

De acordo com a Tabela 8, verifica-se que dos idosos que freqüentam os Clubes

do Programa da Melhor Idade, 77,8% não fumam e 12,5% são fumantes. Este dado

justifica abaixa incidência de doenças respiratórias nestes grupos.

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17

Tabela 9. Quantidade de cigarros por dia.

Quantos de cigarros por dia Clubes

01 a 03 04 a 06 08 a 09 10 a 12 20 a 22 01 Pacote Cachimbo Total

Clube I - 01

(100,0%) - - - - -

01

(100,0%)

Clube II - - 01

(50,0%) -

01

(50,0%) - -

02

(100,0%)

Clube III - 01

(100,0%) - - - - -

01

(100,0%) Clube

IV

02

(33,3%)

02

(33,3%) -

01

(1,9%)

01

(1,9%) - -

06

(100,0%)

Clube V 02

(25,0%)

03

(37,5%) -

01

(12,5%) -

01

(12,5%)

01

(12,5%)

08

(100,0%)

Geral 04

(22,2%)

07

(38,9%)

01

(5,6%)

02

(11,1%)

02

(11,1%)

01

(5,6%)

01

(5,6%)

18

(100,0%)

Fonte: Dados do pesquisador

Nota: ( - ) Dado numérico igual a zero não resultante de arredondamento

Analisando-se os dados da Tabela 9, verifica-se que, quanto ao numero de

fumantes, tem–se que 38,9% fumam de 04 a 06 cigarros por dia.

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18

Tabela 10. Consumo álcool.

Consumo de

álcool Clubes

Sim Não

Total

Clube I - 13

(100,0%)

13

(100,0%

) Clube II

05

(31,3%)

11

(68,8%)

16

(100,0%

) Clube III

04

(28,6%)

10

(71,4%)

14

(100,0%

Clube

IV

03

(5,6%)

51

(94,4%)

54

(100,0%

Clube V 07

(14,9%)

40

(85,1%)

47

(100,0%

) Geral

19

(13,2%)

125

(86,8%)

144

(100,0%

) Fonte: Dados do pesquisador

Nota: ( - ) Dado numérico igual a zero não resultante de arredondamento

De acordo com a Tabela 10, verifica-se que, dos idosos que freqüentam os

Clubes do Programa da Melhor Idade, 86,8% não consumem álcool e 13,2% consumem.

Ainda na Tabela 10, observa-se que somente no Clube I, 100,0% dos idosos não

consomem álcool.

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19

Tabela 11. Falta de dentes.

Falta de dentes Clubes

Sim Não Total

Clube I 13

(100,0%-

13

(100,0%

Clube II 16

(100,0%-

16

(100,0%

Clube III 13

(92,9%)

01

(7,1%)

14

(100,0%Clube

IV

52

(96,3%)

02

(3,7%)

54

(100,0%

) Clube V

47

(100,0%-

47

(100,0%

Geral 141

(97,9%)

03

(2,1%)

144

(100,0%

Fonte: Dados do pesquisador

Nota: ( - ) Dado numérico igual a zero não resultante de arredondamento

De acordo com a Tabela 11, verifica-se que, dos idosos que freqüentam os

Clubes do Programa da Melhor Idade, 97,7% responderam que faltam dentes.

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20

Tabela 12. Utilização prótese dentária.

Prótese dentaria

Clubes Sim Não

Não

respondeu

Total

Clube I 05

(38,5%

08

(61,5%-

13

(100,0%

Clube II 12

(75,0%

)

04

(25,0%

)

- 16

(100,0%

) Clube III

13

(92,9%

01

(7,1%) -

14

(100,0%

Clube

IV

45

(83,3%

09

(16,7%-

54

(100,0%

Clube V 39

(83,0%

07

(14,9%

01

(2,1%)

47

(100,0%

Geral 114

(79,2%

)

29

(20,1%

)

01

(0,7%)

144

(100,0%

) Fonte: Dados do pesquisador

Nota: ( - ) Dado numérico igual a zero não resultante de arredondamento

Com relação ao uso de prótese dentária, verifica-se na Tabela 12, que 79,2% dos

idosos que freqüentam os Clubes do Programa da Melhor Idade responderam que

utilizam. Sendo que analisando o Clube III, esse percentual sobe para 92,9%.

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21

Tabela 13. Idosos com dificuldades na mastigação.

Dificuldade na mastigação

Clubes Sim Não

Não

respondeu

Total

Clube I 05

(38,5%

07

(53,8%

01

(7,7%)

13

(100,0%

Clube II 08

(50,0%

08

(50,0%-

16

(100,0%

Clube III 05

(35,7%

09

(64,3%-

14

(100,0%Clube

IV

17

(31,5%

35

(64,8%

02

(3,7%)

54

(100,0%

Clube V 14

(29,8%

32

(68,1%

01

(2,1%)

47

(100,0%

Geral 49

(34,0%

91

(63,2%

04

(2,8%)

144

(100,0%

Fonte: Dados do pesquisador.

Nota: ( - ) Dado numérico igual a zero não resultante de arredondamento

De acordo com as tabelas 11,12 e 13, verifica-se que, dos idosos que freqüentam

os Clubes do Programa da Melhor Idade, 63,2% não apresentam dificuldades na

mastigação, uso de prótese e falta de dentes. Porém analisando por clube, nos Clube I e

III, aproximadamente 50,0% responderam que sentem dificuldades na mastigação. Estes

problemas dentários podem justificar os relatos de problemas no trato gastrointestinal,

problemas na absorção de nutrientes e outros problemas de saúde. A perda de apetite em

idosos pode estar relacionada com ausência de elementos dentários e com o uso de

próteses ( CORMACK,1998). Um déficit de 75 a 85% de eficiência na mastigação,

causado pela prótese ou perda de dentes leva à diminuição do consumo de carnes, frutas

e vegetais frescos, razão porque idosos com próteses totais tendem a consumir

alimentos macios, facilmente mastigáveis, pobres em fibras, vitaminas e minerais.

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22

Tabela 14. Queixas de saúde.

Queixa de saúde Clubes

Sim Não Total

Clube I 08

(61,5%)

05

(38,5%)

13

(100,0%

Clube II 10

(62,5%)

06

(37,5%)

16

(100,0%

Clube III 06

(42,9%)

08

(57,1%)

14

(100,0%

Clube

IV

34

(63,0%)

20

(37,0%)

54

(100,0%

) Clube V

26

(55,3%)

21

(44,7%)

47

(100,0%

Geral 84

(58,3%)

60

(41,7%)

144

(100,0%

) Fonte: Dados do pesquisador

De acordo com a Tabela 14, observa-se que, dos idosos que freqüentam os

Clubes do Programa da Melhor Idade, 56,8% apresentam queixas de saúde. Sendo que

analisando por clube, no Clube III a maioria (57,1%) não apresenta queixas.

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23

Tabela 15. Problemas de saúde identificados pelos idosos.

Clubes Patologia Clube I Clube II Clube III Clube IV Clube V Geral

Hipertensão 10 (25,6%) 09 (15,3%) 06 (14,6%) 30 (16,3%) 23 (20,7%) 78 (18,0%)

Outros 11 (7,6%) 19 (13,2%) 13 (9,0%) 72 (50,0%) 29 (20,1%) 144 (14,7%)

Constipação 04 (10,3%) 08 (13,6%) 05 (12,2%) 17 (9,2%) 16 (14,4%) 50 (11,5%)

Osteoporose 04 (10,3%) 04 (6,8%) 06 (14,6%) 19 (10,3%) 13 (11,7%) 46 (10,6%)

Gastrite 02 (5,1%) 06 (10,2%) 03 (7,3%) 17 (9,2%) 09 (8,1%) 37 (8,5%)

Diabetes 04 (10,3%) 01 (1,7%) 02 (4,9%) 13 (7,1%) 11 (9,9%) 31 (7,1%)

Artrose 02 (5,1%) 08 (13,6%) 03 (7,3%) 02 (1,1%) 07 (6,3%) 22 (5,1%)

Pré-infarto 02 (5,1%) 01 (1,7%) 01 (2,4%) 06 (3,3%) 02 (1,8%) 12 (2,8%)

Tumor maligno - 02 (3,4%) 01 (2,4%) 05 (2,7%) - 08 (1,8%)

Parkinson - 01 (1,7%) 01 (2,4%) 02 (1,1%) - 04 (0,9%)

Depressão - - - 01 (0,5%) 01 (0,9%) 02 (0,5%)

TOTAL 39 (100,0%) 59 (100,0%) 41(100,0%) 184

(100,0%)

111

(100,0%)

434

(100,0%)

Fonte: Dados do pesquisador

Nota: ( - ) Dado numérico igual a zero não resultante de arredondamento.

A Tabela 15 identifica um elevado índice de hipertensão, constipação e

osteoporose que segundo alguns pesquisadores podem ser causados pela falta de

atividade física, problemas dentários e de má absorção de nutrientes, juntamente com

mais de 56% dos participante apresentando queixas do seu estado de saúde. A

importância da saúde dental ( CORMACK,1998), juntamente com a prática de

atividades física regulares ( TROIANO et al, 2000; NELMS,2001), podem diminuir o

comprometimento causados pelo avanço da idade

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Tabela 16. Idosos que tiveram alteração de peso.

Alteração recente de peso

Clubes Emagreceu Engordou Nenhuma

Não

respondeu

Total

Clube I 02

(15,4%)

07

(53,8%)

04

(30,8%) -

13

(100,0%)

Clube II 03

(18,8%)

05

(31,3%)

05

(31,3%)

03

(18,8%)

16

(100,0%)

Clube III 03

(21,4%)

05

(35,7%)

06

(42,9%) -

14

(100,0%) Clube

IV

12

(22,2%)

33

(42,6%)

07

(13,0%)

12

(22,2%)

54

(100,0%)

Clube V 11

(23,4%)

04

(8,5%)

32

(68,1%) -

47

(100,0%)

Geral 31

(21,5%)

44

(30,6%)

54

(37,5%)

15

(10,4%)

144

(100,0%)

Fonte: Dados do pesquisador

Nota: ( - ) Dado numérico igual a zero não resultante de arredondamento

Segundo a Tabela 16, quanto a alteração de peso, observa-se que, dos idosos

que freqüentam os Clubes do Programa da Melhor Idade, 37,5% não apresentou

nenhuma alteração recente no peso. Fazendo uma analise por Clube, tem–se que no

Clube I a maioria (53,8%) respondeu que teve um aumento recente de peso.

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25

Tabela 17. Acompanhamento de profissional nas

atividades físicas.

Com

acompanhamento de

profissional Clubes

Sim Não

Total

Clube I 01

(11,1%)

08

(88,9%)

09

(100,0%

Clube II 08

(57,1%)

06

(42,9%)

14

(100,0%

Clube III 08

(72,7%)

03

(27,3%)

11

(100,0%Clube

IV

01

(2,9%)

34

(97,1%)

35

(100,0%

Clube V 12

(70,6%)

05

(29,4%)

17

(100,0%

Geral 30

(34,9%)

56

(65,1%)

86

(100,0%

Fonte: Dados do pesquisador.

Com relação aos idosos que afirmaram praticar alguma atividade física, pode-se

observar na Tabela 17, que mais da metade (65,1%) que freqüentam os Clubes do

Programa da Melhor Idade não são acompanhados por profissionais. Analisando por

clubes, pode-se ainda perceber que no Clube IV, esse percentual aumenta, 97,1%.

Nesta tabela foi caracterizado um perigo a integridade física dos idosos que é a

prática de atividades física sem acompanhamento profissional.

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26

Tabela 18. Utilização de algum tipo de medicamento.

Usa medicamentos

Clubes Sim Não

Não

respondeu

Total

Clube I 13

(100,0%- -

13

(100,0%

Clube II 11

(68,8%)

03

(18,8%

02

(12,5%)

16

(100,0%

Clube III 13

(92,9%)

01

(7,1%) -

14

(100,0%

Clube

IV

34

(63,0%)

17

(31,5%

)

03

(5,6%)

54

(100,0%

) Clube V

29

(61,7%)

18

(38,3%-

47

(100,0%

Geral 100

(69,4%)

39

(27,1%

05

(3,5%)

144

(100,0%

Fonte: Dados do pesquisador.

Nota: ( - ) Dado numérico igual a zero não resultante de arredondamento

Com base na Tabela 18, observa-se uma maior incidência de idosos que usam

medicamentos nos Clubes III e IV, 92,9% e 63,0%, respectivamente.

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27

Tabela 19. Passou por alguma cirurgia.

Cirurgia Clubes

Sim Não Total

Clube I 06

(46,2%

07

(53,8%

13

(100,0%

Clube II 11

(68,8%

05

(31,3%

16

(100,0%

Clube III 11

(78,6%

03

(21,4%

14

(100,0%Clube

IV

37

(68,5%

17

(31,5%

54

(100,0%

Clube V 32

(68,1%

15

(31,9%

47

(100,0%

Geral 97

(67,4%

)

47

(32,6%

)

144

(100,0%

) Fonte: Dados do pesquisador.

De acordo com a tabela acima, verifica-se que, dos idosos que freqüentam os

Clubes do Programa da Melhor Idade, 67,4% já passaram por alguma cirurgia. Pode-se

observar ainda, que apenas no Clube I, essa ocorrência é baixa, 46,2% dos idosos.

A Tabela 18 e 19, demonstra a fragilidade física do grupo em estudo, devido ao

avanço da idade e fatores que interferem no estado da saúde em geral.(NOGUES, 1995)

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28

Tabela 20. Recebimento de orientação nutricional profissional.

Orientação Nutricional

Clubes Sim Não

Não

respondeu

Total

Clube I 05

(38,5%

08

(61,5%- 13

(100,0%

Clube II 06

(37,5%

09

(56,3%

01

(6,3%)

16

(100,0%

Clube III 03

(21,4%

11

(78,6%-

14

(100,0%Clube

IV

14

(25,9%

31

(57,4%

09

(16,7%)

54

(100,0%

Clube V 13

(27,7%

34

(72,3%-

47

(100,0%

Geral 41

(28,5%

93

(64,6%

10

(6,9%)

144

(100,0%

Fonte: Dados do pesquisador.

Nota: ( - ) Dado numérico igual a zero não resultante de arredondamento

Podemos observar na Tabela 20, que mais da metade dos idosos pesquisados não

recebem orientação nutricional de um profissional, percentual este, elevado nos Clubes

III e V, 78,6% e 72,3%, respectivamente.

A falta de acompanhamento nutricional pode influenciar na má qualidade da

alimentação e desequilíbrio na saúde nutricional, juntamente às alterações decorrentes

do envelhecimento, uso de múltiplos medicamentos que pode comprometer o estado de

saúde e a necessidade nutricional do indivíduo idoso (MARUCCI, 1993; NAJAS et

al.,1994).

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29

- -

11,1%

5,6%

61,5%

6,3%

-

48,1%

30,6%

-

25,0%

50,0%

15,4%

31,3%

14,3%

- -

6,3%

-

37,5%

14,3%

37,0%

40,4%

32,6%

- - - -

15,4%

-

21,4%

-

17,0%

9,0%

- - - -

2,1%

7,7%

19,1%19,1%

1,9%

14,6%

1,9%0,7%

2,1%0,7%

0,0%

10,0%

20,0%

30,0%

40,0%

50,0%

60,0%

70,0%

Clube I Clube II Clube III Clube IV Clube V Geral

Semanalmente Mensalmente Semestralmente Anualmente Só quando está doente Nunca foi ao médico Trimestralmente Bimestralmente

GRÁFICO 10. Freqüência que os idosos vão ao médico.

Fonte: Dados do pesquisador.

Nota: ( - ) Dado numérico igual a zero não resultante de arredondamento

Analisando o Gráfico 10, constata-se que a maioria dos idosos nos Clubes I e IV

buscam mensalmente um médico, devido ao próprio clube ter um serviço de saúde ou

acompanhamento da saúde próprios. Em contrapartida nos Clubes III e V, que só

buscam quando estão doentes. Ainda na Figura 8, observa-se que apenas 1,9% dos

idosos no Clube IV nunca buscam um médico. Porém no grupo em geral a maioria dos

idosos só procuram os serviços médicos quando estão doentes (32,8%). Demonstrando

que esta faixa etária necessita de maiores acompanhamentos e controle da saúde em

geral.

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30

--

92,3%-

7,7%--

6,3%81,3%

6,3%6,3%

---

14,3%78,6%

7,1%----

5,6%1,9%

63,0%1,9%

25,9%

1,9%

4,3%12,8%

68,1%6,4%6,4%

2,1%-

5,6%21,5%

55,6%3,5%

12,5%0,7%0,7%

- - - - - - - - - - -

Clube I

Clube II

Clube III

Clube IV

Clube V

Geral

Particular sem plano Particular com plano Público PrevidenciárioPúblico e particular sem plano Público e particular com plano Não respondeu

GRÁFICO 11. Serviços de saúde que os idosos utilizam.

Fonte: Dados do pesquisador.

Nota: ( - ) Dado numérico igual a zero não resultante de arredondamento

Com respeito aos serviços de saúde que os idosos utilizam, pode-se observar no

Gráfico 11 uma incidência alta ao serviço público, com exceção apenas nos Clubes II e

III, 81,3% e 78,6%, que utilizam serviço particular com plano de saúde porque

apresentam melhores condições sócio-econômica de qualidade de vida.

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31

DADOS ANTROPOMÉTRICOS

Quadro 4. Estatística Descritiva em pé (m)

Clubes Nº. de idosos Média CV Desvio

padrão

Mínimo Máxim

o Clube I 13 1,5 4,49% 0,07 1,4 1,67

Clube II 16 1,56 4,99% 0,08 1,42 1,76

Clube III 14 1,54 3,94% 0,06 1,42 1,63

Clube 54 1,49 4,27% 0,06 1,38 1,65

Clube V 47 1,50 5,10% 0,08 1,31 1,67

Geral 144 1,51 4,83% 0,07 1,31 1,76

Fonte: Dados do pesquisador.

Nota: CV – Coeficiente de Variação.

De acordo com o Quadro 4, observa-se que, dos idosos que freqüentam os

Clubes do Programa da Melhor Idade, a maioria apresenta a altura entre 1,43m e 1,57m

em torno da média. Quanto ao coeficiente de variação, o qual mede o grau de

homogeneidade dos dados, percebe-se que os dados são homogêneos, ou seja, as alturas

são próximas, pois quanto menor o coeficiente mais homogêneos são os dados.

Foi relatados idosos com diminuição da estatura, podendo caracterizar uma

redução da massa óssea. (KRAUSE,1998)

Quadro 5. Estatística Descritiva do peso, no momento do exame (kg).

Clubes Nº. de idosos Média CV Desvio

padrão

Mínimo Máxim

o Clube I 13 59,08 20,69% 12,22 41 80

Clube II 16 65,09 15,34% 9,99 47 80

Clube III 14 62,36 16,96% 10,57 40 82

Clube 54 60,80 14,06% 8,55 49 81

Clube V 46 58,52 16,54% 9,68 40 85

Geral 143 60,54 16,06% 9,72 40 85

Fonte: Dados do pesquisador.

Nota: CV – Coeficiente de Variação.

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32

De acordo com o Quadro 5, observa-se que, dos idosos que freqüentam os

Clubes do Programa da Melhor Idade, apresentam o peso médio de 60,54 kg, com peso

mínimo de 40 kg e máximo de 85 kg em torno da média. Com coeficiente de variação,

de 16,06%.

Segundo, LIPSCHITZ, calculando o IMC utilizando a média da estatura e a

média do peso, podemos diagnostica eutrofia para idosos( IMC = 26,55 ).

Quadro 6. Estatística Descritiva da glicemia capilar.

Clubes Nº. de idosos Média CV Desvio

padrão

Mínimo Máxim

o Clube IV 54 122,85 37,34% 45,88 67 259

Fonte: Dados do pesquisador.

Nota: ( -- ) Dado numérico não disponível.

CV – Coeficiente de Variação.

De acordo com o Quadro 6, quanto a glicemia capilar dos idosos, observa-se

uma média de 122,85 com desvio padrão de 45,88 e coeficiente de variação de 37,34%.

Apresentando alta dispersão dos dados, ou seja, os dados são heterogêneos, pois quanto

maior o CV mais heterogêneos são os dados.

De acordo com os índice glicêmicos a glicemia capilar se mostrou um pouco

elevada, de acordo com American Diabetes Association: Standards of Care (position

statement). Diabetes Care 18 (Suppl 1):9,1885, a glicemia capilar em jejum não deve

exceder a 120mg/dL ( KRAUSE, 1998).

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33

Quadro 7. Estatística Descritiva do índice de massa corporal.

Clubes Nº. de idosos Média CV Desvio

padrão

Mínimo Máxim

o Clube I 13 26,51 22,84% 6,05 18,72 38,26

Clube II 16 26,52 11,48% 3,06 20,88 31,69

Clube III 14 26,18 16,44% 4,30 18,26 34,61

Clube 54 27,28 14,44% 3,94 20,00 39,70

Clube V 46 26,19 15,37% 4,02 17,18 34,55

Geral 143 26,68 15,43% 4,12 17,18 39,70

Fonte: Dados do pesquisador.

Nota: CV – Coeficiente de Variação.

De acordo com o Quadro 7, com relação ao índice de massa corporal dos idosos,

observa-se que, dos idosos que freqüentam os Clubes do Programa da Melhor Idade,

apresentam um índice médio de 26,68 Kg/m², com coeficiente de variação, de 15,43%.

Com relação aos clubes verifica-se que apresentam um índice de massa corporal bem

próximos.

Apenas o clube IV, apresentou sobrepeso, desviando do índice eutrófico. No

geral, os grupos se apresentam dentro da faixa de eutrofismo.

Quadro 8. Estatística Descritiva da relação cintura/quadril.

Clubes Nº. de idosos Média CV Desvio

padrão

Mínimo Máxim

o Clube I 13 0,98 11,14% 0,11 1,23 12,72

Clube II 16 0,89 9,91% 0,09 0,69 1,06

Clube III 14 0,90 9,53% 0,09 0,68 1,02

Clube 54 0,97 5,67% 0,06 0,85 1,11

Clube V 46 0,95 10,31% 0,10 0,75 1,29

Geral 143 0,95 9,17% 0,09 0,68 1,29

Fonte: Dados do pesquisador

Nota: CV – Coeficiente de Variação.

De acordo com o Quadro 8, quanto a relação cintura/quadril dos idosos que

freqüentam os Clubes do Programa da Melhor Idade apresentam uma média de 0,95

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34

com desvio padrão de 0,09. Analisando os clubes verifica-se que apresentam em média

a relação cintura/quadril bem próximas.

Devido ao grupo ser formado por maioria do sexo feminino, a quantidade de

homens é irrelevante, a relação cintura/ quadril apresentou alto índice de risco cardíaco

utilizando os valores da OMS,1995.

SEGUNDA PARTE – TESTE MINI MENTAL

Tabela 21. Escolaridade dos idosos versus pontuação no teste mini mental.

Pontuação

Escolaridade 14 a 17

pontos

18 a 21

pontos

22 a 25

pontos

26 a 29

pontos

Mais de

29 pontos

Total

Nunca freqüentou a

escola - -

01

(100,0%- -

01

(100,0%Fundamental

incompleto

03

(9,1%)

05

(15,2%)

15

(45,5%)

08

(24,2%

02

(6,1%)

33

(100,0%Fundamental

completo -

01

(20,0%)

03

(60,0%)

01

(20,0%) -

05

(100,0%

Médio incompleto - - - 02

(66,7%

01

(33,3%)

03

(100,0%

Médio completo - - 02

(15,4%)

07

(53,8%

04

(30,8%)

13

(100,0%Superior

incompleto - - -

01

(50,0%

01

(50,0%)

02

(100,0%

Superior completo - - - 04

(66,7%

02

(33,3%)

06

(100,0%

Pós-graduação - - - 01

(50,0%

01

(50,0%)

02

(100,0%

Fonte: Dados do pesquisador

Nota: ( - ) Dado numérico igual a zero não resultante de arredondamento

Analisando a Tabela 21, podemos observar que 24,2% dos idosos com ensino

fundamental incompleto obtiveram uma pontuação entre 26 a 29. Ainda com respeito a

tabela, observa-se que 01 idoso que nunca freqüentou à escola obteve uma nota entre 22

a 25.

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Quadro 9. Análise Estatística da pontuação do Teste mini mental.

Clubes Nº. de idosos Média CV Desvio

padrão

Mínimo Máxim

o Clube I 06 22,17 26,06% 5,78 14 30

Clube II 15 27,67 10,55% 2,92 21 30

Clube III 13 28,38 4,89% 1,39 26 30

Clube 21 24,52 11,43% 2,80 19 30

Clube V 10 22,60 15,64% 3,53 16 37

Geral 65 25,51 14,93% 3,81 14 30

Fonte: Dados do pesquisador

Nota: CV – Coeficiente de Variação.

De acordo com o Quadro 9, com relação a pontuação do Teste mini mental dos

idosos que freqüentam os Clubes do Programa da Melhor Idade, observa-se uma média

de 25,51 pontos, com pontuação mínima de 14 pontos e máxima de 30 pontos. Com

relação aos clubes, verifica-se que, o Clube III apresentou maior média de pontuação,

ou seja 28,38 pontos.

Apesar do grupo de participantes ser formado a maioria por indivíduos do nível

fundamental incompleto, pôde-se observar o excelente nível cognitivo levando-se em

conta fatores como idade e escolaridade.

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Tabela 22. Tipos de medicamentos.

Alimentos Freqüência %

Anti-hipertensivos 31 31,0

Não soube relatar 14 14,0

Vários tipos de medicamentos ao mesmo

tempo 13 13,0

Outros 12 12,0

Hipoglicemiantes e anti-hipertensivos 09 9,0

Hipoglicemiantes 05 5,0

Para cardiopatias e anti-hipertensivos 05 5,0

Suplementos nutricionais e anti-hipertensivos 04 4,0

Analgésicos, antiinflamatórios e antibióticos 04 4,0

Calmantes e anti-hipertensivos 03 3,0

Total 100 100,0

Fonte: Dados do pesquisador

Analisando a tabela 22 acima, constata-se que, dos idosos que utilizam

medicamentos, 31,0% afirmaram utilizar anti-hipertensivos, outros idosos, cerca de

21,0% afirmaram utilizar anti-hipertensivos com algum outro medicamento. O alto

consumo de anti-hiperetensivos é devido a alta incidência da doença nesta população

estudada.

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37

Tabela 23. Tipo de cirurgias.

Alimentos Freqüência %

Problemas ginecológicos e urológicos 32 33,0

Outros 17 17,5

Oftalmológica ( catarata, miopia... ) 11 11,3

Estéticas e/ou retirada de sinais e cistos 07 7,2

Várias cirurgias ( 4 em diante ) 06 6,2

Esterectomia 05 5,2

Vesícula 04 4,1

Não especificou 03 3,1

Apendicite 02 2,1

Cardiológicas 02 2,1

Hérnia 02 2,1

Laqueadura 02 2,1

Mastectomia 02 2,1

Próstata 02 2,1

Total 97 100,0

Fonte: Dados do pesquisador

Com respeito aos idosos que se submeteram a alguma cirurgia, podemos

observar na Tabela 23 que 33,0% passaram por cirurgias ginecológicas/urológicas e

11,3% por cirurgias oftalmológicas.

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ALIMENTAÇÃO

Tabela 24. Alimentos que não consomem por intolerância alimentar.

Alimentos Freqüência %

Não especificou 111 77,1

Carne de porco e/ou bovina 06 4,2

Outros 05 3,5

Algumas frutas ( ex. Ácidas e

oleaginosas ) 05

3,5

Leite 03 2,1

Carne de boi e/ou frango 02 1,4

Farinha 02 1,4

Gordura 02 1,4

Gordura e açúcar 02 1,4

Pão, tapioca 02 1,4

Peixe e/ou crustáceos 02 1,4

Queijo 02 1,4

Total 144 100,0

Fonte: Dados do pesquisador

De acordo com a Tabela 24, podemos observar que os idosos freqüentadores dos

Clubes da Melhor Idade têm um perfil equilibrado em relação aos alimentos que não

consomem por intolerância alimentar, ou seja, não tem um alimento que se evidencia

mais do que outro.

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39

Tabela 25. Alimentos que não consome por não gostar.

Alimentos Freqüência %

Não especificou 70 48,6

Outros 10 6,9

Frango 10 6,9

Algumas frutas 08 5,6

Arroz 07 4,9

Café e arroz 06 4,2

Carne de boi 04 2,8

Carne de porco 04 2,8

Feijão e arroz 04 2,8

Feijão e peixe 03 2,1

Arroz de leite ou arroz doce 03 2,1

Biscoito e pão 03 2,1

Macarrão e arroz 03 2,1

Macarrão, algumas frutas e peixe 03 2,1

Doces 02 1,4

Frituras 02 1,4

Total 144 100,0

Fonte: Dados do pesquisador

Com respeito aos alimentos que não consomem por não gostar, pode-se observar

que, os alimentos que mais se evidenciaram foram, frango com 6,9% dos idosos,

algumas frutas com 5,6% dos idosos e arroz com 4,9%.

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40

Tabela 26. Alimentos que não consomem porque religião

não permite.

Alimentos Freqüência %

Carne de porco 01 0,7

Não especificou 143 99,3

Total 144 100,0

Fonte: Dados do pesquisador

De acordo com a tabela acima, verifica-se que, dos idosos que freqüentam os

Clubes do Programa da Melhor Idade, apenas 0,7% não consomem alimentos por

motivo de religião. Demonstrando que a religiosidade não interfere na alimentação.

Tabela 27. Alimentos que não consomem por patologia.

Alimentos Freqüência %

Não especificou 95 66,0

Carne bovina e/ou de porco, vísceras 07 4,9

Outros 07 4,9

Gordura 06 4,2

Farinha e/ou massas 05 3,5

Gorduras, massas e doces 05 3,5

Sal, gorduras e/ou açúcar 04 2,8

Carnes, doces, sal, açúcar e gorduras 03 2,1

Sal e/ou açúcar 03 2,1

Carne de porco, mariscos e castanhas 02 1,4

Doces, açúcar 02 1,4

Massas e carne vermelha 02 1,4

Refrigerantes e/ou café 02 1,4

Carne de porco, alguns peixes e queijo 01 0,7

Total 144 100,0

Fonte: Dados do pesquisador

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Com respeito aos alimentos que não consomem por motivo de patologia, pode-

se observar que, os alimentos que mais se evidenciaram foram, Carne bovina e/ou de

porco, vísceras com 4,9% dos idosos, gorduras com 4,2% dos idosos e gordura, massas

e doces com 3,5%.

Tabela 28. Alimentos que não consomem por orientação profissional.

Alimentos Freqüência %

Não especificou 97 67,4

Carne bovina e/ou de porco, vísceras 09 6,3

Gordura 06 4,2

Outros 06 4,2

Sal e/ou açúcar 05 3,5

Doces, açúcar 04 2,8

Massas e carne vermelha 04 2,8

Carnes, doces, sal, açúcar e gorduras 03 2,1

Sal, gorduras e/ou açúcar 03 2,1

Refrigerantes e/ou café 03 2,1

Carne de porco, mariscos e castanhas 02 1,4

Farinha e/ou massas 02 1,4

Total 144 100,0

Fonte: Dados do pesquisador

Com respeito aos alimentos que não consomem por motivo de orientação de um

profissional, pode-se observar que, os alimentos que mais se evidenciaram foram, Carne

bovina e/ou de porco, vísceras com 6,3% dos idosos, gorduras com 4,2% dos idosos e

sal e/ou açúcar com 3,5%.

Comparando-se as tabelas 27 e 28 existe um união dos dados entre alimentos

rejeitado por problemas de saúde e alimentos rejeitados por orientação médica ( carnes

– 4,9% e 6,3%, gordura – 4,2% e 4,2% ). Estes dados correlacionados indicam

preocupação com a saúde e compreensão da orientação alimentar feita por profissional

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Tabela 29. Hábitos alimentares para o desjejum.

Com respeito ao desjejum dos

idosos freqüentadores dos Clubes da

Melhor Idade, pode-se observar na

tabela ao lado que, 47,2% consideram

café indispensável no seu desjejum e

43,1% dos idosos consideram frutas.

Fonte: Dados do pesquisador

Alimentos Freqüência %

Café 68 47,2

Frutas 62 43,1

Adoçante 50 34,7

Tapioca 46 31,9

Leite 44 30,6

Açúcar 39 27,1

Bolacha ou biscoito 34 23,6

Café com leite 26 18,1

Outros 25 17,4

Pão 21 14,6

Chá 11 7,6

Queijo 10 6,9

Manteiga ou

margarina 09 6,3

Mingau 09 6,3

Cuscuz 07 4,9

Vitamina de frutas 06 4,2

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Tabela 30. Hábitos alimentares para a colação.

Alimentos Freqüência %

Frutas 60 41,7

Não respondeu 43 29,9

Outros 09 6,3

Suco e/ou café 06 4,2

Suco e/ou frutas 05 3,5

Suco e/ou café com biscoito ou bolacha, pão 04 2,8

Suco e/ou leite 03 2,1

Bolo, pão, bolacha, biscoito e/ou torradas 02 1,4

Fruta e achocolatado ou café 02 1,4

Leite com pão, bolacha e/ou biscoito 02 1,4

Pão, bolachas, torradas, tapioca com café ou chá 02 1,4

Refrigerantes com salgados, massas e/ou pães,

biscoitos 02

1,4

Vários tipos de alimentos ( o que tiver ) 02 1,4

Vitamina 02 1,4

Fonte: Dados do pesquisador

Analisando a Tabela 30, observa-se que, a maioria dos idosos freqüentadores dos

Clubes da Melhor Idade (41,7%) têm preferência por frutas na sua colação.

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44

Tabela 31. Hábitos alimentares para o almoço.

De acordo com a Tabela 31,

observa-se que, os alimentos arroz e

feijão são indispensáveis para o

almoço do idoso, 81,3% e 84,7%,

respectivamente. Prevalecendo o

hábito alimentar cultural e regional.

Apesar de terem sido relatado

como os alimentos que “não gosta”, o

arroz, o frango e as frutas ( frutas +

sucos ) são ainda os mais consumidos

na refeição do almoço.

Fonte: Dados do pesquisador

Alimentos Freqüência %

Feijão 122 84,7

Arroz 117 81,3

Frango 98 68,1

Peixe 87 60,4

Boi 76 52,8

Suco 45 31,3

Salada 37 25,7

Macarrão 37 25,7

Frutas 26 18,1

Farinha 25 17,4

Outros 21 14,6

Farofa 08 5,6

Ovos 08 5,6

Caldo de feijão 06 4,2

Cuscuz 04 2,8

Pirão 04 2,8

Baião 17 2,8

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45

Tabela 32. Hábitos alimentares dos idosos para os lanches.

Alimentos Freqüência %

Não respondeu 45 31,3

Pão, bolachas, torradas, tapioca com café ou chá 19 13,2

Outros 14 9,7

Suco e/ou café 13 9,0

Frutas 12 8,3

Bolo, pão, bolacha, biscoito e/ou torradas 06 4,2

Suco e/ou café com biscoito ou bolacha, pão 06 4,2

Suco e/ou frutas 06 4,2

Leite com café e/ou chá 05 3,5

Leite com pão, bolacha e/ou biscoito 04 2,8

Vários tipos de alimentos ( o que tiver ) 04 2,8

Vitamina ou café com bolacha ou bolo, pão 04 2,8

Leite ou mingau e frutas 03 2,1

Refrigerantes com salgados, massas e/ou pães,

biscoitos 03

2,1

Fonte: Dados do pesquisador

Analisando a Tabela 32, observa-se que, 13,2% dos idosos consomem suco e/ou

café com ou sem complemento e outros 13,2% consomem pão, bolachas, torradas,

tapioca com café ou chá, durante o lanche.

Aqui fica diagnosticado o equilíbrio entes as bebidas (suco, café e chá)

acompanhados com pão, bolacha, torradas e tapiocas, mostrando coerência na escolha

dos alimentos no horário do lanche.

Estes dados mostra a regionalização dos hábitos alimentares, a exemplo do café

com tapioca.

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46

Tabela 33. Hábitos alimentares para o jantar.

De acordo com a Tabela 33 ao

lado, observa-se que, 25,69% dos

idosos consideram indispensável sopa

no jantar. Observa-se ainda que 19,44%

dos idosos têm preferência por

mingau/leite/peixes para o jantar.

Com a diminuição das funções

do sistema digestivo no período noturno

a preferência alimentar se inclina para

refeições nas brandas, líquidas e

pastosas, o que realmente é mais

indicado.(DUARTE et al, 2005)

Fonte: Dados do pesquisador

Alimentos Freqüência %

Sopa 37 25,69

Arroz 35 24,31

Outros 32 22,22

Boi 31 21,53

Frango 31 21,53

Leite 28 19,44

Mingau 28 19,44

Peixe 28 19,44

Biscoito 15 10,42

Pão 14 9,72

Suco 13 9,03

Farinha ou farofa 13 9,03

Café 11 7,64

Almoço 11 7,64

O mesmo do

almoço 11 7,64

Baião 10 6,94

Fruta 10 6,94

Café com leite 07 4,86

Cuscuz 05 3,47

Ovos 05 3,47

Cuscuz com leite 05 3,47

Iogurte 04 2,78

Vitamina 04 2,78

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47

Tabela 34. Hábitos alimentares para a ceia.

Alimentos Freqüência %

Não ceia 71 49,31

Leite 16 11,11

Outros 13 9,03

Frutas 06 4,17

Mingau e/ou sopa 05 3,47

Leite e chã 05 3,47

Leite com biscoitos,

pão. 04

2,78

Leite ou suco 04 2,78

Suco com biscoitos 03 2,08

Iogurte 03 2,08

Café, suco e/ou chá 02 1,39

Chá 02 1,39

Din-din ou sorvete 02 1,39

Frutas e iogurte 02 1,39

Frutas e rapadura 02 1,39

Mel 02 1,39

Refrigerantes 02 1,39

Fonte: Dados do pesquisador

De acordo com a Tabela 34, observa-se que, 20,14% dos idosos consomem leite

com ou sem complemento, na período da ceia. Porém , existe 49,31% dos idosos que

não fazem alimentação no horário na ceia, um índice bastante elevado.Este fator pode

influenciar para problemas de saúde, nutricionais e gástricos nesta faixa etária pelo

longo período noturno sem receber água e nutrientes, excesso de ácido clorídrico na

cavidade gástrica, sabendo-se que o organismo necessita de hidratação e alimentação a

cada 2 ou 3 horas diárias. (DUARTE et al, 2005)

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INQUÉRITO ALIMENTAR

Quadro 10. Análise Estatística do Consumo de Alimentos com a Pirâmide Alimentar

para Idosos.

Critérios Nº de idosos Média Mínimo Máxim

o Consumo de alimentos com

carboidratos 34 3,8 00 09

Consumo de leite e produtos derivados 34 2,4 00 10

Consumo de frutas 34 1,8 00 12

Consumo de vegetais 34 2,4 00 14

Consumo de carnes e ovos 34 2,8 00 11

Consumo de alimentos com açúcar e

gordura 34 2,3 00 08

Fonte: Dados do pesquisador.

De acordo com o Quadro 10, verifica-se que os idosos apresentam a maioria das

médias abaixo das porções alimentares indicadas pirâmide. Entretanto, verifica-se uma

média de 2,8 para o consumo de carnes e ovos, ou seja, estando dentro do padrão da

pirâmide alimentar. Apresentando-se ainda uma média de 2,3 elevada para o consumo

de alimentos com açúcar e gordura.

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FIGURA 10: Pirâmide Alimentar comparando a quantidade indicada de porções dos grupos de alimentos

com a média consumida pelos idosos.

Tabela . Consumo alimentar dos idosos dos Clubes do Programa de Melhor

Idade em relação a pirâmide alimentar.

Consumo Freqüência %

De 6 ou mais alimentos com carboidratos 24 70,6

De 3 ou mais leite e produtos derivados 07 20,6

De 2 ou mais frutas 20 58,8

De 3 ou mais vegetais 10 29,4

De 2 ou mais carnes e ovos, feijões 30 88,2

De alimentos com açúcar e gordura 26 76,5

Total 34 100,0

Fonte: Dados do pesquisador.

De acordo com a Tabela, verifica-se que 88,2% dos idosos consomem de 2 ou

mais porções de feijões, carnes e ovos. Observa-se ainda que 76,5% consomem

alimentos com açúcar e gordura.

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Quadro 11. Análise Estatística do teste da saúde alimentar

Clubes Nº de idosos Média

de

CV Desvio

padrão

Mínimo Máxim

o Clube I 05 7,0 36,42% 2,55 04 10

Clube II 05 1,2 136,93% 1,64 00 03

Clube 14 5,4 50,52% 2,71 02 11

Clube V 10 7,3 89,02% 6,50 00 19

Geral 34 5,6 79,74% 4,43 00 19

Fonte: Dados do pesquisador.

Nota: CV – Coeficiente de Variação. ( -- ) Dado numérico não disponível.

De acordo com o Quadro 11, pode-se observar que, os idosos que freqüentam os

Clubes I e V em média não obtiveram uma boa pontuação, com 7,0 e 7,3 pontos,

respectivamente, ou seja, com base nesta pontuação verifica-se que os idosos estão se

alimentando mal e colocando a saúde em risco. Em contrapartida, o Clube II,

apresentando uma média de 1,2 pontos, ou seja, os idosos têm uma alimentação bem

equilibrada, correta. Em geral, pode-se observar que os idosos precisam mudar alguns

hábitos alimentares, devido a pontuação atingida, ou seja, com média geral de 5,6

pontos.

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41,18

17,65

52,94

5,88

17,65

23,53

52,94

44,12

17,6520,59

0

10

20

30

40

50

60

%

1hábito alimentar

Alguma doença ou distúrbio tirou o apetite ou alterou a quantidade ou qualidade da alimentaçãoFaz menos de 2 refeições por dia ou substitui uma das refeições por sanduíche ou bolos ou bolachinhasCome poucas frutas e vegetais; quase não consume leite e derivadosBebe 3 ou mais doses de bebida alcoólica, como cerveja, pinga, conhaque ou vinho, quase todos os diasTem problemas nos dentes ou na boca que impedem de comer direitoNunca tem dinheiro suficiente para comprar a comida que precisa; ou não está disposto a gastar muito com alimentaçãoNa maioria das vezes, faz as refeições sozinhoTem que tomar 3 ou mais tipos diferentes de remédios todos os diasMesmo sem desejar, ganha ou perdi 5 quilos nos últimos seis mesesNão sente fisicamente capaz de - ou disposto a - comprar comida, cozinhar e/ou alimentar-se sozinho

Figura 11. Respostas afirmativas do teste da Saúde Nutricional. Fonte: Dados do pesquisador.

De acordo com a Figura 10, dos 34 idosos que responderam o Teste da Saúde Nutricional, 52,94% afirmaram comer poucas frutas e

vegetais; quase não consume leite e derivados e na maioria das vezes, fazem as refeições sozinho.

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Tabela 35. Respostas afirmativas do teste da Saúde Nutricional.

Hábito alimentar Freqüência %

Na maioria das vezes, faz as refeições sozinho 18 52,94

Come poucas frutas e vegetais; quase não consume leite e

derivados 18 52,94

Tem que tomar 3 ou mais tipos diferentes de remédios todos

os dias 15 44,12

Alguma doença ou distúrbio tirou o apetite ou alterou a

quantidade ou qualidade da alimentação 14 41,18

Nunca tem dinheiro suficiente para comprar a comida que

precisa; ou não está disposto a gastar muito com alimentação 08 23,53

Não sente fisicamente capaz de - ou disposto a - comprar

comida, cozinhar e/ou alimentar-se sozinho 07 20,59

Tem problemas nos dentes ou na boca que impedem de comer

direito 06 17,65

Mesmo sem desejar, ganha ou perdi 5 quilos nos últimos seis

meses 06 17,65

Faz menos de 2 refeições por dia ou substitui uma das

refeições por sanduíche ou bolos ou bolachinhas 06 17,65

Bebe 3 ou mais doses de bebida alcoólica, como cerveja,

pinga, conhaque ou vinho, quase todos os dias 02 5,88

Fonte: Dados do pesquisador.

Analisando a Tabela 35, verificou-se que os idosos da pesquisa consomem

poucas frutas e vegetais, leite e seus derivados; fazem sua refeição sozinhos e

tomam vários tipos de medicamentos. Todos estes fatores comtribuem para a

diminuição da saúde nutricional e qualidade de vida segundo HIRSCHBRUCH &

CASTILHO. (1999).

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5. CONCLUSÃO

Baseado nos dados coletados, nos resultados apresentados e discutidos

neste estudo, pode-se descrever as seguintes conclusões analisadas:

- A maior faixa etária de participantes dos Clubes de Melhor Idade é de 60 a 79 anos,

devido ao grande crescimento deste grupos na população;

- A maioria do grupo é composto pelo sexo feminino, representando também uma

expectativa de vida mais elevada do que o sexo masculino;

- A grande parte dos idosos não tem filho ou têm filhos falecidos o que pode ocasionar

uma solidão familiar;

- 72,9% são dedicados a um só clube da Melhor Idade, onde vem freqüentando a

cercando de 3-4 anos, tempo relativamente recente devido aos tempo de fundação dos

clubes;

- Os participantes em sua maioria tem o nível fundamental incompleto, acarretando

algumas dificuldades no seu dia-a-dia;

- Apesar de 81,9% ser de aposentados, 78,5% deste desenvolvem atividades

remuneradas, com renda salarial de aproximadamente 1-3 salários mínimos;

- Apesar da baixa renda salarial, 78,3% residem em casa própria;

- 59,7% fazer atividade física, com uma freqüência de 2 -3 vez por semana;

- 40,3% são sedentários, o que contribui para a baixa qualidade de vida, influenciando

também no alto percentual de queixa com relação a saúde (56,8%), em 18% de

participantes portadores de Hipertensão, 11,5% portadores de constipação e 10,6%

portadores de osteoporose;

- Testes índices também podem ser relacionados com a falta de saúde bucal ( falta de

dentes, uso de próteses, problemas com a mastigação ), excessos de medicamentos e

falta de acompanhamento relacionados saúde e qualidade de vida.

- A incidência de osteoporose pode também ser relacionada ao alto consumo de café

registrados no desjejum e lanches;

- Foram encontrados 12,5% de fumantes, com um média de 4-6 cigarros aos dia e

13,2% de consumidores de bebidas alcoólicas. Estes fatores também podem acrescentar

aos números de hipertensos, portadores de osteoporose e constipação;

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54

- Outro fator que interfere na saúde dos idosos é a atividade física feita sem

acompanhamento profissional (65,1%) e a falta de orientação com relação a nutrição e

saúde (64,6%);

- 69,4% dos participantes tomam medicamentos, 31% desde medicamentos são de anti-

hipertensivos;

- A fragilidade da saúde do idoso se expressa com 67,4% dos participantes sofreram

cirurgias, destas 33% foram cirurgias ginecológicas/urológicas e 11,3% oftalmológicas;

- 32,8% dos idosos só vão ao médico quando estão doentes, comprovando uma falta de

atenção com a saúde, porém, este índice pode ter sido influenciado devido á 55,6%

utilizarem a rede de saúde pública.

- Foram identificados alta da glicemia capilar e alto risco cardíaco deixando evidentes a

necessidade de mudanças no padrão alimentar e no estilo de vida deste grupo;

- Apesar de idade, este grupo apresentou um bom nível cognitivo, demonstrando

integridade das funções cerebrais;

- Quanto ao padrão alimentar: comprovou-se que a religiosidade não interfere na

escolha dos alimentos e não houve relatos expressivos de intolerância alimentar;

- Os alimentos rejeitados por motivo de patologia tiveram o mesmo perfil dos alimentos

rejeitados por orientação profissional, demonstrando um compreensão dos limites

alimentares;

- Os alimentos que foram rejeitados por desagrado do paladar ( arroz, frango e frutas),

também foram os mais consumidos na dieta dos idosos;

- Diante da avaliação do padrão alimentar pode-se concluir que café e frutas são os

alimentos mais consumidos no desjejum, as frutas são as mais consumidas em quase

todas as refeições principalmente na colação (lanche da manhã);

- Permanece a cultura alimentar do arroz e feijão no horário do almoço, seguidos de

frango, sucos e frutas;

- No período da tarde: café e suco com ou sem complemento são mis utilizados,

juntamente com o pão, bolachas, torradas, chá e o costume regional da tapioca com

café;

- O padrão nutricional e alimentar dos idosos no período do jantar é composto de

alimentação branda, líquidas ou pastosas como sopas, mingaus, leite e peixe;

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55

- Foi identificado que muitos idosos não se alimentavam no horário da ceia, este fator

por influenciar na saúde nutricional;

- Quanto a avaliação antropométrica do IMC, o grupo estudado é classificado em sua

média ponderal com eutrofia, sem problemas de excesso de peso ou magreza, apesar do

grupo apresentar um baixo consumo alimentar de acordo com a pirâmide de alimentos.

- O consumo elevado do grupo dos feijões e das carnes foi claramente influenciado pelo

hábito alimentar diário do consumo de feijão na refeição do almoço. A alta incidência

de Hipertensão e outras patologias relacionadas a alimentação refletem o elevado

consumo de açúcar e gorduras.

- O teste da saúde nutricional revelou que este grupos de idoso apesar de ter acesso aos

alimentos e índice de massa corporal da faixa da normalidade, existem outros fatores

que interferem na saúde, havendo a necessidade de mudar alguns hábitos, consultar um

médico ou nutricionista, procurar o apoio e o convívio da família ou procurar ajuda

junto a programas de assistência para terceira idade.

Diante do exposto, este estudo acrescenta a necessidade de educação e

orientação nutricional para não só controle do peso e das patologias, mas também

prevenção das doenças crônicos degenerativas hipertensão, diabetes, doenças

cardiovasculares, da promoção da qualidade de vida e do envelhecimento com prazer

através de uma alimentação e estilo de vida mais saudável.

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56

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ANEXOS

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ANEXO 1

INQUÉRITO SÓCIO-ECONÔMICO

Código:_____________ Data de realização do inquérito: ___/___/___

Idade: ______________ Sexo: ( ) F ( ) M Estado civil:_________________

1. IDENTIFICAÇÃO DO CLUBE

1.1. Clube de origem:_______________________________.

1.2. Freqüenta mais de um clube?

( ) Sim; Qual (is)? ___________________________________.

( ) Não

1.3. Há quanto tempo freqüenta o clube?

( ) Menos de 1 ano ( ) 1 a 3 anos ( ) Mais de 3 anos

2. PROCEDÊNCIA

2.l. Local de nascimento:_________________________________

2.2. Cidade onde reside atualmente:_________________________

3. ESCOLARIDADE

( ) Fundamental incompleto ( ) Médio incompleto ( ) Superior incompleto

( ) Fundamental completo ( ) Médio completo ( ) Superior completo

4. MORADIA

4.1. Regime de ocupação:

( ) Própria já paga ( ) Própria pagando ( ) Alugada ( ) Cedida ( )

Outros___________

4.2. Mora sozinho?

( ) Sim

( ) Não; Quantos familiares moram na casa? ___________

5. RENDA

5.1.Desenvolve alguma atividade profissional?

( ) Sim; Qual (is)? ______________________________________

( ) Não

5.2. É aposentado?

( ) Sim ( ) Não

5.3. Qual a renda média da família, em salários mínimos (SM)?

( ) 2 a 4 SM ( ) 4 a6 SM ( ) 6 a 8 SM ( ) Mais de 8 SM ( ) Não sabe informar

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ANEXO 2

INQUÉRITO PARA AVALIAÇÃO DAS CONDIÇÕES DE SAÚDE

Código: _____________

1. ATIVIDADE FÍSICA

1.1. Pratica alguma atividade física?

( ) Sim; Qual (is)?____________________________________________________

( ) Não

1.2.Com que freqüência?

( ) Raramente ( ) 1 vez por semana ( ) 2 a 3 vezes por semana ( ) Mais de 3

vezes por semana

2. HÁBITOS DA VIDA

2.1.Possui o hábito de fumar?

( ) Sim; Quantos cigarros por dia?________________

( ) Não

2.2. Costuma consumir bebidas alcoólicas?

( ) Sim; Com que freqüência?________________

( ) Não

3. MORBIDADE PESSOAL REFERIDA E ATUAL

3.1. Problemas dentários:

Falta algum dente? ( ) Sim ( ) Não Quantos?____________

Usa prótese dentária? ( ) Sim ( ) Não

Possui alguma dificuldade na mastigação? ( ) Sim ( ) Não

3.2. Tem ou já teve algum desses problemas de saúde?

( ) Hipertensão arterial ( ) Osteoporose ( ) Úlcera péptica ( ) Gota

( ) Hemorróida ( ) Hepatite ( ) Infarto do miocárdio ( ) Gastrite

( ) Constipação ( ) Tumores malignos ( ) Doenças de Parkinson ( ) Artrite

( ) Mal de Alzheimeier ( ) Diabetes mellitus ( ) Artrose ( ) Outros___________

3.3. Já foi submetido a alguma cirurgia?

( ) Sim; Qual (is)?____________________________________________________

( ) Não

3.4. Atualmente, tem alguma queixa do seu estado de saúde?

( ) Sim; Qual (is)?____________________________________________________

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76

( )Não

3.5. Com que freqüência vai ao médico?

( ) Semanalmente ( )Mensalmente ( ) Semestralmente

( ) Anualmente ( ) Só quando está doente

3.6. Qual serviço de saúde utiliza?

( ) Particular sem plano ( ) Particular com plano ( ) Público

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77

ANEXO 3

ESTUDO ANTROPOMÉTRICO

Código__________ Sexo: ( ) F ( )M

Idade:___________ Data de realização do inquérito: ___/___/___

QUADRO 1:DADOS ANTROPOMÉTRICOS

MEDIDAS VALORES DP SCORE-Z

Peso no momento do

exame ( kg)

Altura em pé (m)

Dobra cutânea do

tríceps (mm)

Índice de massa

corporal (Kg/m2)

Relação

cintura/quadril

ANOTAÇÕES

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

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78

ANEXO 4

ANAMNESE ALIMENTAR

Data de realização do inquérito: ___/___/___

Nome:_________________________________________________________________

ALIMENTOS QUE NÃO CONSOME:

a) Por intolerância alimentar:______________________________________________

b) Porque não gosta:_____________________________________________________

c) Porque a religião não permite:___________________________________________

d) Em decorrência de patologia:____________________________________________

e) Por orientação de profissional de saúde:___________________________________

Alteração recente de peso:_________________________________________________

REFEIÇÕES HÁBITOS

ALIMENTARES

OBSERVAÇÕES

DESJEJUM

COLAÇÃO

ALMOÇO

LANCHE

JANTAR

CEIA

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ANEXO 5

Mini-Exame do Estado Mental. Tradução (com alterações) proposta por

Bertolucci et al. CÓDIGO:____________________ DATA:____/____/____

NOME:_______________________________________________IDADE:__________

OBSERVAÇÕES IMPORTANTES:

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

ORIENTAÇÃO NO TEMPO: ( 5 PONTOS )

1- Em que ano nós estamos? __________ 1 PONTO

2- Em que estação do ano nós estamos? ____________ 1 PONTO

3- Em que mês nós estamos? ___________ 1 PONTO

4- Em que dia da semana nós estamos? ____________ 1 PONTO

5- Em que dia do mês nós estamos? _____________ 1 PONTO

ORIENTAÇÃO NO ESPAÇO: ( 5 PONTOS )

1- Em que Estado nós estamos? ______________ 1 PONTO

2- Em que cidade nós estamos? ______________ 1 PONTO

3- Em que bairro nós estamos? _______________ 1 PONTO

4- O que é este prédio em que estamos? ____________ 1 PONTO

5- Em que andar nós estamos? ______________ 1 PONTO

REGISTRO: ( 1 ponto cada palavra certa )

Agora, preste atenção. Eu vou dizer três palavras e o(a) Sr(a) vai repeti-las quando eu

terminar. Certo? As palavras são: CARRO [pausa], VASO [pausa], BOLA [pausa].

Agora, repita as palavras para mim. [Permita cinco tentativas, mas pontue apenas a

primeira]

ATENÇÃO E CÁLCULO [Série de 7]:

Agora eu gostaria que o(a) Sr(a) subtraísse 7 de 100 e do resultado subtraísse 7. Então,

continue subtraindo 7 de cada resposta até eu mandar parar. Entendeu? [pausa] Vamos

começar: quanto é 100 menos 7? [Dê um ponto para cada acerto]

Se não atingir o escore máximo, peça: Soletre a palavra MUNDO. Corrija os erros de

soletração e então peça: Agora, soletre a palavra MUNDO de trás para frente. [Dê um

ponto para cada letra na posição correta. Considere o maior resultado]

RESULTADO:______________________________________________________

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80

MEMÓRIA DE EVOCAÇÃO:

Peça: Quais são as três palavras que eu pedi que o Sr(a) memorizasse? [Não forneça

pistas]

RESULTADO:______________________________________________________

( EX.: ACERTOU 1, 2 OU 3 PALAVRAS )

LINGUAGEM:

1- [Aponte o lápis e o relógio e pergunte]: O que é isto? (lápis) O que é isto?

(relógio)RESULTADO:_________________________________________

2- Agora eu vou pedir para o Sr(a) repetir o que eu vou dizer. Certo? Então repita:

“NEM AQUI, NEM ALI, NEM

LÁ”. RESULTADO:_______________________________________

3- Agora ouça com atenção porque eu vou pedir para o Sr(a) fazer uma tarefa: [pausa]

Pegue este papel com a mão direita [pausa], com as duas mãos dobre-o ao meio uma

vez [pausa] e em seguida jogue-o no chão.

RESULTADO:________________________________

4- Por favor, leia isto e faça o que está escrito no papel. Mostre ao examinado a folha

com o comando: FECHE OS OLHOS.

RESULTADO:______________________________

5- Peça: Por favor, escreva uma sentença. Se o paciente não responder, peça: Escreva

sobre o tempo. [Coloque na frente do paciente um pedaço de papel em branco e lápis ou

caneta] RESULTADO:______________________________________

6 - Peça: Por favor, copie este desenho. [Apresente a folha com os pentágonos que se

intersecionam] ( VERSO DA FOLHA )

RESULTADO:__________________________________

TOTAL DE PONTOS:________

DIAGNÓSTICO DA AVALIAÇÃO:_______________________

ANEXO 6

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RECORDATÓRIO 24 HORAS:

O PACIENTE DEVE RELATAR TODA A SUA ALIMENTAÇÃO POR UM

PERÍODO DE 24H, PODE SER DAS PRIMEIRAS ALIMENTAÇÕES DE OTEM

ATÉ HOJE. NOME:______________________________________________________

REFEIÇÃO ALIMENTOS: QUANTIDADES:

CAFÉ DA MÃNHÃ

ALMOÇO:

LANCHE:

JANTAR:

CEIA:

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82

APÊNDICES

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83

APÊNDICE 1

* TESTE: COMO ANDA SUA “SAÚDE NUTRICIONAL”? *

ESCORES

PERGUNTA: SIM

Alguma doença ou distúrbio me tirou o apetite ou alterou a

quantidade ou qualidade da minha alimentação?

2

Eu faço menos de 2 refeições por dia ou substituo uma das

refeições por sanduíche ou bolos ou bolachinhas?

3

Como poucas frutas e vegetais; quase não consumo leite e

derivados?

2

Eu bebo 3 ou mais doses de bebida alcoólica, como cerveja,

pinga, conhaque ou vinho, quase todos os dias?

2

Tenho problemas nos dentes ou na boca que me impedem de

comer direito?

2

Nunca tenho dinheiro suficiente para comprar a comida que

eu preciso; ou não estou disposto a gastar muito com

alimentação?

4

Na maioria das vezes, faço minhas refeições sozinho? 1

Tenho que tomar 3 ou mais tipos diferentes de remédios todos

os dias?

1

Mesmo sem desejar, ganhei ou perdi 5 quilos nos últimos seis

meses?

2

Não me sinto fisicamente capaz de – ou disposto a – comprar

comida, cozinhar e/ou me alimentar sozinho?

2

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84

RESULTADO:

0 – 2 PONTOS Muito bem! Sua alimentação é equilibrada, correta, na

quantidade e na qualidade dos alimentos escolhidos. Continue

assim. E refaça o teste daqui a 6 meses.

2 – 5 PONTOS Você precisa mudar alguns hábitos. Consulte um médico ou

nutricionista, converse com seus parentes ou procure ajuda

junto a programas de assistência para terceira idade. E refaça

o teste daqui a 3 meses.

6 – ou mais

PONTOS

Você está se alimentando mal e isso pode colocar sua saúde em

risco. Fale de seus problemas com parentes, médicos,

assistentes sociais, nutricionistas, etc. Procure ajuda.

ATENÇÃO:

Este teste serve de alerta para os riscos de uma alimentação errada. De maneira

nenhuma representa um diagnóstico clínico.

* Teste similar ao desenvolvido por 3 importantes entidades de saúde dos Estados

Unidos: American Academy of Family Physicians ( Academia Americana dos Médicos

da Família ), The American Dietetic Association ( Associação Americana de Dietética )

e National Council on the Aging ( Conselho Nacional do Envelhecimento ).

* Fonte: HIRSCHBRUCH, Márcia Daskal et al. Nutrição e Bem-estar para a Terceira

Idade. São Paulo: CMS, 1999.

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85

APENDICE 2: TABELAS DE DADOS

Tabela 1. Faixa de idade dos idosos por clube.

Idade (anos) Clubes Menos

de 50 50 a 59 60 a 69 70 a 79 Mais de

80 Não sabe a idade

Não respondeu

Total

Clube I - 02

(15,4%) 04

(30,8%) 06

(46,2%) - -

01 (7,7%)

13 (100,0%

)

Clube II 02

(12,5%) 04

(25,0%) 06

(37,5%) 02

(12,5%) 02

(12,5%) - -

16 (100,0%

)

Clube III - 01

(7,1%) 06

(42,9%) 07

(50,0%) - - -

14 (100,0%

) Clube IV

- 07

(13,0%) 27

(50,0%) 14

(25,9%) 06

(11,1%) - -

54 (100,0%

)

Clube V 01

(2,1%) -

11 (23,4%)

24 (51,1%)

07 (14,9%)

01 (2,1%)

03 (6,4%)

47 (100,0%

)

Geral 03

(2,1%) 14

(9,7%) 54

(37,5%) 53

(36,8%) 15

(10,4%) 01

(0,7%) 04

(2,8%)

144 (100,0%

) Fonte: Dados do pesquisador Nota: ( - ) Dado numérico igual a zero não resultante de

arredondamento

Tabela 2. Estado civil dos idosos por clubes.

Estado Civil Clubes

Casado(a) Separado(a)/ Divorciado(a) Viúvo(a) Solteiro(a)

Não respondeu

Total

Clube I 05

(38,5%) 01

(7,7%) 03

(23,1%) 04

(30,8%) -

13 (100,0%)

Clube II 08

(50,0%) 01

(6,3%) 03

(18,8%) 04

25,0% -

16 (100,0%)

Clube III 05

(35,7%) 03

(21,4%) 05

(35,7%) 01

(7,1%) -

14 (100,0%)

Clube IV

26 (48,1%)

05 (9,3%)

22 (40,7%)

01 (1,9%)

- 54

(100,0%)

Clube V 12

(25,5%) 06

(12,8%) 16

(34,0%) 08

(17,0%) 05

(10,6%) 47

(100,0%)

Geral 56 (38,9%)

16 (11,1%)

49 (34,0%)

18 (12,5%)

05 (3,5%)

144 (100,0%)

Fonte: Dados do pesquisador

Nota: ( - ) Dado numérico igual a zero não resultante de arredondamento

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Tabela 3. Freqüência dos idosos nos respectivos clubes.

Clubes Tempo de freqüência

Menos

de 1

ano

1 a 2

anos

3 a 4

anos

5 a 7

anos

8 a 10

anos

10 a 15

anos

Mais de

15 anos

Não soube

relatar

Não

respond

eu

Total

Clube I 03

(23,1%

01

(7,7%)

07

(53,8%) - -

01

(7,7%) - -

01

(7,7%)

13

(100,0%)

Clube II 06

(37,5%

04

(25,0%)

05

(31,3%)

01

(6,3%) - - - - -

16

(100,0%)

Clube III - - 02

(14,3%)

04

(28,6%)

02

(14,3%)

04

(28,6%)

02

(14,3%) - -

14

(100,0%)

Clube IV 04

(7,4%)

07

(13,0%)

29

(53,7%)

07

(13,0%)

02

(3,7%)

02

(3,7%) - -

03

(5,6%)

54

(100,0%)

Clube V 03

(6,4%)

05

(10,6%)

13

(27,7%)

03

(6,4%)

02

(4,3%)

09

(19,1%)

10

(21,3%)

01

(2,1%)

01

(2,1%)

47

(100,0%)

Geral 16

(11,1%

17

(11,8%)

56

(38,9%)

15

(10,4%)

06

(4,2%)

16

(11,1%)

12

(8,3%)

01

(0,7%)

05

(3,5%)

144

(100,0%)

Fonte: Dados do pesquisador.

Nota: ( - ) Dado numérico igual a zero não resultante de arredondamento

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Tabela 4. Escolaridade dos idosos por clubes.

Escolaridade

Clubes Nunca

freqüentou

a escola

Fundamental

incompleto

Fundamental

completo

Médio

incompleto

Médio

completo

Superior

incompleto

Superior

completo

Pós-

graduação

Total

Clube I 04

(30,8%)

09

(69,2%) - - - - - -

13

(100,0%)

Clube II 01

(6,3%)

01

(6,3%)

01

(6,3%)

02

(12,5%)

03

(18,8%) -

07

(43,8%)

01

(6,3%)

16

(100,0%)

Clube III - 02

(14,3%) - -

09

(64,3%)

02

(14,3%) -

01

(7,1%)

14

(100,0%) Clube

IV

14

(25,9%)

37

(68,5%)

02

(3,7%)

01

(1,9%) - - - -

54

(100,0%)

Clube V 13

(27,7%)

26

(55,3%)

06

(12,8%)

01

(2,1%)

01

(2,1%) - - -

47

(100,0%)

Geral 32

(22,2%)

75

(52,1%)

09

(6,3%)

04

(2,8%)

13

(9,0%)

02

(1,4%)

07

(4,9%)

02

(1,4%)

144

(100,0%)

Fonte: Dados do pesquisador

Nota: ( - ) Dado numérico igual a zero não resultante de arredondamento

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Tabela 5. Tipo de regime de ocupação dos idosos por clubes.

Regime de ocupação

Clubes Própria já

paga

Própria

pagando Alugada Cedida

Tem casa própria

mas mora em

casa cedida

Mora na casa

dos filhos

Total

Clube I 07

(53,8%)

01

(7,7%) - 05

(38,5%) - - 13

(100,0%

Clube II 13

(81,3%) -

01

(6,3%)

01

(6,3%)

01

(6,3%) -

16

(100,0%

Clube III 10

(71,4%)

02

(14,3%)

02

(14,3%) - - -

14

(100,0%Clube

IV

42

(77,8%)

01

(1,9%)

03

(5,6%)

07

(13,0%) - 01

(1,9%)

54

(100,0%

Clube V 40

(85,1%)

01

(2,1%)

02

(4,3%)

02

(4,3%) -

02

(4,3%)

47

(100,0%

Geral 112

(78,3%)

05

(3,5%)

08

(5,6%)

14

(9,8%)

01

(0,7%)

03

(2,1%)

144

(100,0%

) Fonte: Dados do pesquisador

Tabela 6. Renda familiar por clubes.

Renda Familiar Clubes

1 a 3 s.m 4 a 5 s.m 6 a 8 s.m Mais de

8 s.m

Bolsa

Família

Sem

renda

Não soube

informar

Total

Clube I 12

(92,3%) - - -

01

(7,7%) - -

13

(100,0%)

Clube II 11

(68,8%)

02

(12,5%)

01

(6,3%)

02

(12,5%) - - -

16

(100,0%)

Clube III 04

(28,6%) -

03

(21,4%)

07

(50,0%) - - -

14

(100,0%) Clube

IV

54

(100,0%) - - - - - -

54

(100,0%)

Clube V 41

(87,2%) - - - -

01

(2,1%)

05

(10,6%)

47

(100,0%)

Geral 122

(84,7%)

02

(1,4%)

04

(2,8%)

09

(6,3%)

01

(0,7%)

01

(0,7%)

05

(3,5%)

144

(100,0%)

Fonte: Dados do pesquisador

Nota: ( - ) Dado numérico igual a zero não resultante de arredondamento

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Tabela 7. Freqüência que os idosos praticam atividades físicas por clubes.

Freqüência Clubes

Raramente 1 vez por

semana

2 a 3 vezes

por semana

Mais de 3

vezes por

Total

Clube I - 02

(22,2%)

04

(44,4%)

03

(33,3%)

09

(100,0%)

Clube II - 01

(7,1%)

04

(28,6%)

09

(64,3%)

14

(100,0%)

Clube III - 01

(9,1%)

06

(54,5%)

04

(36,4%)

11

(100,0%) Clube

IV

05

(14,3%)

06

(17,1%)

09

(25,7%)

15

(42,9%)

35

(100,0%)

Clube V 01

(5,9%)

06

(35,3%)

08

(47,1%)

02

(11,8%)

17

(100,0%)

Geral 06

(7,0%)

16

(18,6%)

31

(36,0%)

33

(38,4%)

86

(100,0%)

Fonte: Dados do pesquisador

Nota: ( - ) Dado numérico igual a zero não resultante de arredondamento

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Tabela 8. Freqüência que os idosos vão ao médico por clubes.

Fonte: Dados do pesquisador

Nota: ( - ) Dado numérico igual a zero não resultante de arredondamento

Freqüência que vai ao medico

Clubes Semanalmente Mensalmente

Semestral-

mente Anualmente

Só quando

está doente

Nunca foi

ao médico

Trimestralm

ente

Bimestralme

nte

Total

Clube I 01

(7,7%)

08

(61,5%) -

02

(15,4%) - -

02

(15,4%) -

13

(100,0%)

Clube II - 01

(6,3%)

04

(25,0%)

05

(31,3%)

06

(37,5%) - - -

16

(100,0%)

Clube III - - 07

(50,0%)

02

(14,3%)

02

(14,3%) -

03

(21,4%) -

14

(100,0%)

Clube IV 06

(11,1%)

26

(48,1%)

01

(1,9%) -

20

(37,0%)

01

(1,9%) - -

54

(100,0%)

Clube V 01

(2,1%)

09

(19,1%)

09

(19,1%) -

19

(40,4%) -

08

(17,0%)

01

(2,1%)

47

(100,0%)

Geral 08

(5,6%)

44

(30,6%)

21

(14,6%)

09

(6,3%)

47

(32,6%)

01

(0,7%)

13

(9,0%)

01

(0,7%)

144

(100,0%)

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91

Tabela 9. Serviços de saúde que os idosos utilizam por clubes.

Serviço de saúde

Clubes Particular

sem plano

Particular

com plano Público Previdenciário

Público e

particular sem

plano

Público e

particular com

plano

Não

respondeu

Total

Clube I - - 12

(92,3%) -

01

(7,7%) - -

13

(100,0%

Clube II 01

(6,3%)

13

(81,3%)

01

(6,3%)

01

(6,3%) - - -

16

(100,0%

Clube III 02

(14,3%)

11

(78,6%)

01

(7,1%) - - - -

14

(100,0%Clube

IV

03

(5,6%)

01

(1,9%)

34

(63,0%)

01

(1,9%)

14

(25,9%) -

01

(1,9%)

54

(100,0%

Clube V 02

(4,3%)

06

(12,8%)

32

(68,1%)

03

(6,4%)

03

(6,4%)

01

(2,1%) -

47

(100,0%

Geral 08

(5,6%)

31

(21,5%)

80

(55,6%)

05

(3,5%)

18

(12,5%)

01

(0,7%)

01

(0,7%)

144

(100,0%

) Fonte: Dados da pesquisado

Nota: ( - ) Dado numérico igual a zero não resultante de arredondamento

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APENDICE 3: FOTOS DAS ATIVIDADES NOS CLUBES.

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