debate econÔmico chega ao fim a pior década da história

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EDIÇÃO 284 - ANO XXVIII - BELO HORIZONTE - MG - DEZEMBRO 2020 www.mercadocomum.com PUBLICAÇÃO NACIONAL DE ECONOMIA, FINANÇAS E NEGÓCIOS ANO XXVIII DEBATE ECONÔMICO Grupo Patrimar bate recorde histórico de vendas no 3º trimestre Semana Internacional do Café alcança 58 países em edição digital histórica Chega ao fim a pior década da história econômica brasileira Cemig SIM inicia pré-venda de energia solar para segmento residencial

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Page 1: DEBATE ECONÔMICO Chega ao fim a pior década da história

EDIÇÃO 284 - ANO XXVIII - BELO HORIZONTE - MG - DEZEMBRO 2020www.mercadocomum.com

PUBLICAÇÃO NACIONAL DE ECONOMIA, FINANÇAS E NEGÓCIOS

ANO XXVIII

DEBATE ECONÔMICO

Grupo Patrimar bate recorde histórico de vendas no 3º trimestre

Semana Internacional do Café alcança 58 paísesem edição digital histórica

Chega ao fim a pior década da história econômica brasileira

Cemig SIM inicia pré-venda de energia solar para segmento residencial

Page 2: DEBATE ECONÔMICO Chega ao fim a pior década da história

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Page 3: DEBATE ECONÔMICO Chega ao fim a pior década da história

Índice

ExpedienteBELO HORIZONTE, DEZEMBRO DE 2020 ANO XXVIII, EDICÃO 284

Publicação Nacional de Economia, Finanças e Negó[email protected]

Presidente/Editor-Geral (MC/MCCP)Carlos Alberto Teixeira de Oliveira

Diretora de Desenvolvimento (MC) Maria Auxiliadora G. T. Oliveira

Publicidade e Área ComercialJihan Kazzaz - ETC Comunicação(31) [email protected]

Eco no mis ta Res pon sá vel Carlos Alberto Teixeira de OliveiraReg. Nº 3.955-1 - CORECON/MG-10ª Região

Reportagem, Editoração e ArteETC Comunicação - (31) [email protected]

Publicação Conjunta de Mercado Comum Comunicação e Publicações Ltda.CNPJ 10.712.481/0001-11 e MinasPart - Comunicação Ltda.CNPJ: 70.954.383/0001-12 Inscrição Estadual: 062.985.126.0079Inscrição Municipal: 109866001-0

Rua Padre Odorico, 128 - 10º andarSão Pedro - CEP: 30330-040Belo Horizonte Minas Gerais - BrasilTel: (0xx31) 3281-6474Fax: (0xx31) 3223-1559

Marca registrada no I.N.P.I sob o número 817452753 de 02.08.1993.

Os artigos assinados podem não refletir, necessariamente, a opinião dos editores. Proibida a reprodução parcial ou total, sem a autorização prévia por escrito da direção desta publicação. MercadoComum é uma publicação independente, não associada a qualquer grupo empresarial.

Editorial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 04Debate Ecônomico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 06Artigos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48Destaques do Mundo Empresarial . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56A Economia com Todas as Letras e Números . . . . .74Inovação Tecnologia e Meio Ambiente . . . . . . . . . . . . 80Carreiras, Profissões e Trabalho . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 82Cultura e Economia Criativa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 84Eventos Empresariais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 86Mercado Gastronômico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 87Vinho, Gente, Coisas e Adjacências . . . . . . . . . . . . . . . . . 88Lançamentos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 89Turismo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 91

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Editorial

Esta edição especial de MercadoComum apresenta um estudo inédito, de minha autoria e com participação de especia-listas renomados, com um balanço de-talhado dos mais relevantes indicadores macroeconômicos e os números mais importantes da economia mineira, bra-sileira e internacional relativamente a esta década que ora se encerra.

São dados fundamentais para a análise do atual momento econômico e dos ne-gócios, propiciando um precioso instru-mental à tomada de decisões estratégi-cas em relação aos anos vindouros.

Lamentavelmente, no entanto, tivemos o pior desempenho possível em se tra-tando de economia brasileira. Podemos afirmar, sem a menor dúvida, com nú-meros e indicadores oficiais, que,em nenhuma época da história econômica do Brasil, constatou-se um período tão longo e intenso de distanciamento em relação ao desempenho da economia mundial. Ficamos cada vez mais para trás, passando de emergentes a sube-mergentes, e cada vez mais longe do es-tágio de país em desenvolvimento.

E a situação se agravou ainda mais em 2020. Enquanto o FMI projeta uma que-da de 4,4% na economia mundial, nosso país deverá apresentar uma retração de 4,5% no PIB-Produto Interno Bruto des-te ano, aprofundando o abismo em rela-ção às economias emergentes, que terão um recuo de 3,3%.

Outro dado alarmante: de acordo com o FMI, o endividamento público do Bra-sil poderá saltar de 89,5% em 2019, para 101,4% do PIB, em 2020, também acima da média mundial, que atingirá 98,7% do PIB.

Não podemos atribuir esta situação preocupante apenas à pandemia da Co-vid-19, que surgiu somente no último ano da década. Urge que o Brasil tenha, de forma absolutamente prioritária, um

plano voltado para a recuperação do

desenvolvimento econômico. Não po-

demos ter, a exemplo do que ocorreu no

período 1981-1990, outras décadas per-

didas. Os efeitos perversos desta desa-

celeração todos nós já conhecemos. Caso

providências não sejam tomadas de

imediato, como as Reformas Tributária

e Administrativa, que encontram-se pa-

ralisadas no Congresso Nacional, haverá

o desmantelamento crescente da indús-

tria, o enfraquecimento do agronegócio,

que persiste como nossa principal mola

propulsora, a perda de poder aquisitivo

do brasileiro e, como resultado final, o

empobrecimento de todas as camadas

sociais e o aumento da violência, levan-

do o País ao caos econômico e social.

Precisamos de mais atitudes e menos

disputas político-eleitorais para o bem

do nosso Brasil. Requer-se despolitizar e

desideologizar o debate econômico.

Em síntese: O Brasil precisa urgente-

mente se reconciliar como desenvol-

vimento e o crescimento econômico

vigoroso, consistente, contínuo e sus-

tentável. Esta tem de ser a grande meta

brasileira, colocando o Desenvolvimento

como a prioridade número Um do País!

Para estimular o debate, lançaremos

no dia 14 de dezembro próximo os En-

contros Empresariais Estratégicos de

MercadoComum, que reunirão periodi-

camente especialistas de diversas áre-

as para discutir saídas e soluções para

a retomada do desenvolvimento. Conto

com você para participar e divulgar esta

iniciativa.

Um abraço!

Page 6: DEBATE ECONÔMICO Chega ao fim a pior década da história

6 DEZEMBRO 2020 | EDIÇÃO 284DEBATE ECONÔMICO

UMA NOVA MENTALIDADE

“A luta pelo Desenvolvimento não seria capaz de alcançar os seus objetivos, se empreendida apenas no plano material, fundando cidades, aparelhando portos, executando obras capitais no setor dos transportes, retificando curso de rios, au-mentando potencial elétrico, buscando novas reservas de combustível líquido. Para que ela fosse bem-sucedida, seria necessário criar, formar, aguçar a opinião pública, associando-a a essa campa-nha, que foi - se me perdoam a impro-priedade da comparação - uma verda-deira guerra santa.

Não se faz, não se opera a modificação de um país, sem que haja também uma nova mentalidade, a mentalidade para o desenvolvimento, a mentalidade de gran-de país. É isso o que me parece indispen-sável ao nosso Brasil. É impossível deixar de constatar, no entanto, que alguma coisa já aconteceu nesse sentido, entre nós. Invencivelmente, aos poucos, embo-ra ainda de maneira agitada, uma nova curiosidade vai relando o nosso espírito. O Brasil passa a existir como mentalida-de objetiva. É por isso que vemos hoje a mocidade brasileira acorrer como nunca ao chamado do país que nasce, batendo à porta dos institutos de preparação es-pecializada, em todos os inúmeros setores em que se trava a batalha pelo desen-volvimento. É um fenômeno recente, por exemplo, a formação de uma elite de eco-nomistas. Por quê? Respondo que a cres-cente complexidade dos problemas eco-nômicos brasileiros vem exigindo cada vez mais a participação de economistas, quer nas organizações privadas, quer nas de natureza estatal. Pode-se mesmo dizer

Chega ao fim a pior década da história econômica brasileira

que a escassez desses especialistas tem constituído uma das causas do nosso sub-desenvolvimento, pois a colaboração que prestam é imprescindível aos trabalhos de análise econômica, em que se fundamen-tam tanto a formulação quanto a execu-ção de qualquer programa de desenvolvi-mento ou expansão nacional”. (Juscelino Kubitschek de Oliveira)

De acordo com o documento intitula-do “World Urbanization Prospects: The 2018 Revision”, elaborado pelas Nações Unidas, a população mundial alcançará um total de 7,796 bilhões de pessoas em 2020 – o que equivale a um aumento de 1,05% em relação ao ano anterior.

As 20 maiores populações detêm 70% do total mundial, cabendo a liderança à China, com 1,440 bilhão de habitantes – sendo seguida pela Índia, com 1,380 bilhão. O Brasil surge em 6º lugar, com 212,6 milhões de habitantes.

As projeções indicam que a população mundial crescerá 26,4%, de 2020 a 2050 e totalizará 9,7 bilhões de pessoas no final do período.

Estudos elaborados pelo Banco Mun-dial indicam que, em 2019, a população mundial considerada de Baixa Renda – formada por 668,5 milhões de pessoas e representando 8,7% do total mundial - detinha 0,6% da renda total mundial – enquanto que 1,236 bilhão de pessoas consideradas como de Alta Renda– re-presentando 16,1% do total mundial – detinham 62,8% da renda total mundial.

O FMI – Fundo Monetário Internacio-nal divulgou, em 13 de outubro último,

Carlos Alberto Teixeira de Oliveira Administrador, Economista e Bacharel em Ciências Contábeis. Presidente da ASSEMG-Associação dos Economistas de Minas Gerais. Ex-Presidente do BDMG e ex-Secretário de Planejamento e Coor-denação Geral de Minas Gerais; Ex-Presidente do IBEF Nacional – Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças e da ABDE-Associação Brasileira de Desenvolvimento; Coordenador Geral do Fórum JK de Desenvolvimento Econômico e Vice-Presidente da ACMinas – Associação Comercial e Empresa-rial de Minas. Presidente/Editor Geral de MERCADOCOMUM.

Fonte: Banco Mundial/MinasPart Desenvolvimento

Fonte: Banco Mundial/MinasPart Desenvolvimento

EVOLUÇÃO DA POPULAÇÃO MUNDIAL – 2011/2020

Ano População – Em Mil Variação %

2011 7.043.009 1,222

2012 7.128.177 1,209

2013 7.213.426 1,196

2014 7.298.453 1,179

2015 7.383.009 1,159

2016 7.466.964 1,137

2017 7.550.262 1,112

2018 7.632.819 1,109

2019 7.714.577 1,071

2020 7.795.482 1,049

RegiãoPopulação – Em Mil

habitantes% total Mundial

África Sub-Saariana 1.106.958 14,43

Membros da OCDE 1.359.964 17,72

Sudeste Asiático/Pacífico

2.340.628 30,50

China + Índia 2.764.133 36,02

o estudo intitulado “World Economic Outlook 2020” em que projeta uma re-tração do PIB – Produto Interno Bruto mundial de 4,36% neste ano, com des-taque para uma queda de 5,82% dos países considerados desenvolvidos e -5,82% dos países emergentes e em desenvolvimento – tendo como causa principal por esse declínio da atividade econômica a pandemia do Coronavírus. Para aquela instituição, o PIB brasileiro deve registrar em 2020 uma queda de 5,8% e a China conseguirá crescer 1,85% no mesmo período.

De acordo com o FMI, os Estados Unidos continua detendo a maior economia, com um PIB-Produto Interno Bruto totalizando US$ 20,81 trilhões e repre-sentando 24,0% do total mundial – sen-do seguido pela China, com US$ 14,861 trilhões – 17,7% do total mundial e pelo Japão – US$ 4,91 trilhões e 5,9% do total mundial.

O Ministério da Economia estima para 2020 uma queda de 4,5% da economia brasileira e caso essa projeção venha se confirmar, o PIB nacional atingirá US$ 1,380 trilhão (1,7% do total mundial) e si-tuará o Brasil na 12ª posição no ranking das maiores economias – perdendo três posições em relação ao ano anterior.

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7DEZEMBRO 2020 | EDIÇÃO 284 DEBATE ECONÔMICO

Fonte: Banco Mundial – MinasPart Desenvolvimento

POPULAÇÃO MUNDIAL- VARIAÇÃO 2020 A 2050: 26,4% (atingirá 9,7 bilhões em 2050)

DISTRIBUIÇÃO DA POPULAÇÃO MUNDIAL POR RENDA – 2019

Ano Em mil hab. % no Total Mundial

Baixa Renda 668.455 8,71

Renda Média 5.769.226 75,18

Alta Renda 1.235.853 16,11

Total Mundial 7.673.534 100,00

DISTRIBUIÇÃO DA RENDA MUNDIAL PELA POPULAÇÃO – 2019

Em US$ mil % no Total Mundial

Baixa Renda 521.274 0,60

Renda Média 32.165.979 36,64

Alta Renda 55.098.717 62,76

Total Mundial 875.785.970 100,00

Fonte: UM/Population Division: World Population Prospects 2019https://population.un.org/wpp2019/

POPULAÇÃO DOS 20 MAIORES PAÍSES DO MUNDO EM 2020 - Em mil habitantes

Ordem Países População % do Total

Mundo 7795482 100,00

Os 20+ 5.465.174 70,10

1 China 1.439.324 18,50

2 Índia 1.380.004 17,70

3 Estados Unidos 331.003 4,20

4 Indonésia 273.524 3,50

5 Paquistão 220.892 2,80

6 Brasil 212.559 2,70

7 Nigéria 206.140 2,60

8 Bangladesh 164.689 2,10

9 Rússia 145.934 1,90

10 México 128.933 1,70

11 Japão 126.476 1,60

12 Etiópia 114.964 1,50

13 Filipinas 109.581 1,40

14 Egito 102.334 1,30

15 Vietnã 97.339 1,20

16 RD Congo 89.561 1,10

17 Turquia 84.339 1,10

18 Irã 83.993 1,10

19 Alemanha 83.784 1,10

20 Tailândia 69.800 0,90

Economia mundial poderá ter tido queda de 4,4% em 2020, avalia o FMI

O Fundo Monetário Internacional pro-jeta que a economia mundial deve re-gistrar uma queda de 4,4% neste ano, ante a projeção anterior de -4,9%, di-vulgada em junho – (em outubro de 2019 a projeção de crescimento da economia mundial era de +3,4%).

Essa revisão decorreu em função dos efeitos mais fortes na saúde pública e na demanda, causados pela Covid-19. Para 2021, o FMI espera uma recupe-ração global um pouco mais lenta: 5,2%, ante 5,4%, estimados anteriormente.

Os técnicos do Fundo avaliam uma re-cuperação mais complexa tanto para as economias desenvolvidas, como as emergentes. No primeiro grupo, a nova projeção é de uma redução do PIB de 5,8% (anterior 6,1%). Já as eco-nomias emergentes terão um recuo de 3,3%, ante a queda de 3,30%, prevista em junho. Em relação a 2021, os pa-íses desenvolvidos devem crescer de 5,2% (ante 4,8% em junho). Já as eco-nomias emergentes, devem crescer 6,0%, acima da estimativa anterior de 5,9%.

De um crescimento do PIB dos Esta-dos Unidos de 2,2% em 2019, o FMI projeta uma queda de 4,3% neste ano na economia do país e uma expan-são de 3,1% em 2021. Para os países da Zona do Euro, que experimenta-ram um crescimento do PIB de 1,3% em 2019, as novas projeções indicam uma retração de 8,3% em 2020 e ex-pansão de 5,2% no ano que vem. Os países considerados emergentes e em desenvolvimento, que obtiveram um crescimento médio de 3,7% em 2019, deverão registrar uma queda de 3,3% em 2020 e um crescimento de 6,0% no ano seguinte.

A China, que experimentou um cresci-mento do PIB de 6,1% em 2019, redu-zirá a sua expansão para apenas 1,9% em 2020 – mas recuperará no ano seguinte e poderá alcançar um cresci-mento de 8,2%.

Para o FMI, o Brasil - que obteve um crescimento do PIB de 1,1%, em 2019, deverá apresentar uma queda de 5,8% neste ano e voltará a crescer em 2021, atingindo uma expansão de 2,8%. O Ministério da Economia trabalha com uma estimativa de crescimento do PIB brasileiro de 4,5% para o próximo ano.

A recessão global contrairá em 10,4% o comércio internacional de mercado-rias e serviços neste ano, queda mais intensa do que os 11,4% estimados em abril. Para 2021, a estimativa de expansão do indicador subiu de 8,0% para 8,3%.

Estima o FMI que o registro, de fortes déficits nominais nas contas públicas de quase todos os países, será uma característica do presente exercício e a média mundial ficará em torno de 12,7% do PIB global.

De acordo com as suas projeções, o Brasil deverá fechar este ano conta-bilizando um déficit nominal de 16,8% do PIB e os Estados Unidos, de 18,7%.

O endividamento público mundial saltará de 83,0% do PIB em 2019, para 98,7% neste ano, destacando-se que os Estados Unidos elevarão os seus níveis de 108,7% em 2019 para 131,2% do PIB em 2020. Já o Brasil, o endivi-damento público saltará de 89,5% em 2019, para 101,4% do PIB, em 2020.

Pode-se afirmar que, em nenhuma época da história econômica do Bra-sil se constata um período tão longo e intenso de distanciamento em re-lação ao desempenho da economia mundial, quando o País vai ficando para trás e se transformando, efeti-vamente, em subemergentes e cada vez mais distante do desenvolvi-mento.

Page 8: DEBATE ECONÔMICO Chega ao fim a pior década da história

8 DEZEMBRO 2020 | EDIÇÃO 284DEBATE ECONÔMICO

Gita GopinathEconomista-Chefe do FMI – Fundo Mo-netário Internacional/ Fonte: FMI – World Economic Outlook/October 13, 2020

Uma escalada longa, desigual e incertaA pandemia da COVID-19 continua a se propagar, com a perda trágica de mais de um milhão de vidas até agora. Viver com o novo coronavírus tem sido um desafio sem igual, mas o mundo está se adaptando. Com o relaxamento dos confinamentos e a rápida implantação de políticas de apoio em escala inédi-ta por bancos centrais e governos no mundo inteiro, a economia mundial está ressurgindo das profundezas do seu colapso no primeiro semestre deste ano. Houve uma recuperação parcial no emprego após a queda vertiginosa du-rante o auge da crise.

Mas esta crise está longe de terminar. O emprego continua bem abaixo dos níveis pré-pandêmicos e o mercado de trabalho ficou mais polarizado, com trabalhadores de baixa renda, jovens e mulheres sofrendo os maiores im-pactos. Os pobres estão ficando mais pobres, prevendo-se que quase 90 milhões de pessoas cairão na privação extrema este ano. O caminho a percor-rer para sair desta calamidade deverá ser longo, desigual e altamente incerto. Tanto quanto possível, é essencial que o apoio das políticas fiscais e monetárias não seja retirado prematuramente.

Na mais recente edição do relatório World Economic Outlook, continuamos a projetar uma recessão profunda em 2020. A previsão para o crescimento mundial é de -4,4%, o que representa uma revisão em alta de 0,8 ponto per-centual em relação a nossa atualização de junho. Esse incremento decorre dos resultados um pouco menos sombrios do segundo trimestre, assim como de sinais de uma recuperação mais vigoro-sa no terceiro trimestre, em parte com-

pensada por um desempenho mais fra-co de algumas economias emergentes e em desenvolvimento. A previsão para 2021 é de recuperação do crescimento para 5,2%, -0,2 ponto percentual abaixo de nossa projeção de junho.

Com a exceção da China – onde se es-pera que o produto ultrapasse os pa-tamares de 2019 ainda este ano – as projeções indicam que, tanto nas eco-nomias avançadas como nas economias de mercados emergentes e em desen-volvimento, o produto deverá continuar abaixo dos níveis de 2019, mesmo no próximo ano. Os exportadores de pe-tróleo e os países que dependem mais de serviços com contato intensivo en-frentam recuperações mais frágeis em comparação com as economias lidera-das pela indústria.

Prevê-se que a divergência entre as perspectivas de renda nas economias avançadas e nas economias emergen-tes e em desenvolvimento (exceto a China) provocada por esta pandemia se agrave. Estamos revendo em alta nossa projeção para as economias avançadas, para -5,8% em 2020, seguida de uma recuperação do crescimento para 3,9% em 2021. Para os países de mercados emergentes e em desenvolvimento (ex-ceto a China), as previsões foram revis-tas em baixa, com crescimento projeta-do de -5,7% em 2020, seguido de uma recuperação para 5% em 2021. Com isso, o aumento acumulado da renda

Esta crise provavelmente terá seque-las a médio prazo, pois os mercados de trabalho precisarão de tempo para se recuperar, o investimento será inibi-do pela incerteza e por problemas nos balanços e a perda de instrução escolar prejudicará o capital humano. Após a recuperação prevista para 2021, o cres-cimento mundial deverá desacelerar gradualmente até o patamar aproxi-mado de 3,5% no médio prazo. A perda acumulada no produto em relação à trajetória projetada antes da pande-mia deverá aumentar de 11 trilhões em 2020-21 para 28 trilhões em 2020-25. Isso constituirá um grave retrocesso na melhoria dos padrões médios de vida em todos os grupos de países. Ainda há

per capita das economias de merca-dos emergentes e em desenvolvimento (exceto a China) no período de 2020-21 deverá ser inferior ao das economias avançadas.

Page 9: DEBATE ECONÔMICO Chega ao fim a pior década da história

9DEZEMBRO 2020 | EDIÇÃO 284 DEBATE ECONÔMICO

enorme incerteza quanto às perspecti-vas, com riscos ascendentes e descen-dentes. O vírus está ressurgindo, e es-tão sendo reinstituídos confinamentos localizados. Se a situação piorar e as perspectivas de tratamentos e vacinas se deteriorarem, as consequências para a atividade econômica seriam graves e provavelmente amplificadas por inten-so tumulto nos mercados financeiros. O aumento das restrições ao comércio e investimento e a incerteza geopolítica crescente poderiam prejudicar a recu-peração. Do lado positivo, a disponibi-lização mais rápida e generalizada de testes, tratamentos, vacinas e estímulos adicionais de política econômica pode-ria produzir avanços significativos nos resultados.

O apoio fiscal expressivo de quase US$ 12 trilhões em nível mundial e as am-plas reduções de taxas de juros, inje-ções de liquidez e compras de ativos por bancos centrais ajudaram a salvar vidas e meios de subsistência e a pre-venir uma catástrofe financeira.

NECESSIDADE DE NOVAS MEDIDAS

Ainda há muito o que fazer para as-segurar uma recuperação sustentada. Primeiro, é necessário intensificar a colaboração internacional para superar esta crise sanitária. Há enormes avan-ços no desenvolvimento de testes, tra-tamentos e vacinas, mas a produção e distribuição a todas as partes do mun-

do não serão amplas o suficiente se os

países não trabalharem em estreita

cooperação. Na nossa estimativa, se as

soluções médicas puderem ser disponi-

bilizadas com mais rapidez e de forma

mais generalizada em relação a nosso

cenário de referência, poderia haver

um aumento acumulado de quase US$

9 trilhões na renda mundial até o fim de

2025, elevando a renda em todos os pa-

íses e reduzindo as disparidades.

Segundo, na medida do possível, as po-líticas devem concentrar-se agressiva-mente em limitar os danos econômicos persistentes decorrentes desta crise. Os governos devem continuar a pres-tar apoio por meio de transferências de renda bem direcionadas, subsídios salariais e seguro-desemprego. Para prevenir falências em grande escala e assegurar a possibilidade de retorno dos trabalhadores a empregos produ-tivos, as empresas vulneráveis, mas vi-áveis, devem continuar a receber apoio – sempre que possível – na forma de diferimentos de impostos, moratórias do serviço da dívida e injeções patri-moniais.

Com o tempo, à medida que a recupe-ração se consolida, as políticas deve-rão ser redirecionadas para facilitar a realocação da mão de obra de setores com probabilidade de contração a longo prazo (viagens) para setores em cresci-mento (comércio eletrônico). Os traba-lhadores devem receber apoio durante essa transição, com transferências de renda, recapacitação e readaptação profissional. O apoio à realocação tam-bém exigirá medidas para acelerar os processos de falência e os mecanismos de resolução para lidar com insolvên-cias empresariais com eficiência. O es-tímulo ao investimento público em in-fraestrutura verde em períodos de taxas de juros baixas e incerteza elevada pode ampliar o emprego de forma significa-tiva e acelerar a recuperação, servindo também como importante passo inicial para reduzir as emissões de carbono.

As economias de mercados emergen-tes e em desenvolvimento estão sendo forçadas a administrar esta crise com menos recursos, pois muitas delas en-frentam restrições na forma de endivi-damento elevado e maiores custos de financiamento. Essas economias terão de priorizar gastos críticos em saúde e transferências para os pobres e maxi-mizar a eficiência. Também precisarão de apoio contínuo na forma de donati-vos internacionais e empréstimos em

condições concessionais, além de alívio da dívida em alguns casos. Quando a dívida é insustentável, é melhor rees-truturá-la o quanto antes, para liberar os recursos necessários para lidar com esta crise.

Por último, as políticas devem ser for-muladas com o objetivo de posicionar as economias em uma trajetória de crescimento mais sólido, equitativo e sustentável. Embora seja essencial para a recuperação, o relaxamento mundial da política monetária deve ser com-plementado com medidas destinadas a prevenir o acúmulo de riscos financei-ros a médio prazo, e a independência dos bancos centrais deve ser protegi-da a qualquer custo. Os gastos fiscais necessários e o colapso da produção elevaram os níveis mundiais de dívida soberana para um patamar recorde de 100% do PIB mundial. As baixas taxas de juros, em combinação com a pro-jeção de recuperação do crescimen-to em 2021, estabilizarão os níveis de endividamento em muitos países. Não obstante, todos se beneficiariam com um quadro fiscal de médio prazo que inspire confiança na sustentabilida-de continuada da dívida. No futuro, os governos provavelmente terão de au-mentar a progressividade da tributação e assegurar que as empresas paguem uma parcela justa de impostos, além de eliminar desperdícios nos gastos.

Investimentos em saúde, infraestrutura digital, infraestrutura verde e educação podem ajudar a alcançar um cresci-mento produtivo, inclusivo e sustentá-vel. E a expansão da rede de seguran-ça onde haja lacunas pode assegurar a proteção da população mais vulnerável e estimular a atividade a curto prazo.

Esta é a pior crise desde a Grande De-pressão, e inovações significativas se-rão necessárias no âmbito das políticas, em nível nacional e internacional, para que nos recuperemos desta calamida-de. Os desafios são descomunais. Mas há motivos para ter esperança. As ex-cepcionais políticas de resposta, inclu-

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sive a criação do fundo de recuperação da União Europeia pós-pandemia e o uso de tecnologias digitais para prestar assis-tência social, são um forte lembrete de que políticas bem formuladas protegem as pessoas e o bem-estar econômico co-

letivo. No FMI, aprovamos empréstimos em tempo recorde para 81 países mem-bros desde o início da pandemia, conce-demos alívio de dívidas e propusemos a suspensão do serviço da dívida a longo prazo para países de baixa renda e a re-

forma da arquitetura internacional da dí-vida. Dando continuidade a essas ações, as políticas para o próximo estágio da crise deverão visar melhorias duradouras na economia mundial para criar futuros prósperos para todos.

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*EstimativasFonte: FMI/World Economic Outlook oct 13,2020 – Ministério da Economia e MinasPart Desenvolvimento

MAIORES ECONOMIAS DO MUNDO – 2020* Acima de US$ 1 trilhão(PIB-Produto Interno Bruto – Em US$ milhões)

Ordem País PIB% do Total

Mundial

1Estados Unidos

20.807.268 24,81

2 China 14.860.775 17,72

3 Japão 4.910.580 5,86

4 Alemanha 3.780.553 4,51

5 Reino Unido 2.638.296 3,15

6 Índia 2.592.583 3,09

7 França 2.551.451 3,04

8 Itália 1.848.222 2,20

9 Canadá 1.600.264 1,91

10Coreia do

Sul1.586.786 1,89

11 Rússia 1.464.078 1,75

12 Brasil 1.380.460 1,65

13 Austrália 1.334.688 1,64

14 Espanha 1.247.464 1,49

15 Indonésia 1.088.768 1,30

16 México 1.040.372 1,24

Fonte: Banco Central/MinasPart Desenvolvimento

RELATÓRIO FOCUS DO BANCO CENTRAL DO BRASIL – 23.11.2020

PROJEÇÕES ECONÔMICAS

Médias agregadas 2020 2021

IPCA (%) 3,45 3,40

IGP-M (%) 22,86 4,58

Taxa de Câmbio – Fim de Período (US$/R$)

5,38 5,20

Taxa Selic – Fim de Período (%) 2,00 3,00

Dívida Líquida do Setor Público(% do PIB)

67,00 59,10

PIB (% anual de crescimento) -4,55 3,40

Produção Industrial (% de crescimento)

-5,04 4,53

Conta Corrente (US$ bilhões) -3,80 -18,50

Balança Comercial (US$ bilhões) 57,70 55,10

Invest. Estr. Direto (US$ bilhões) 45,00 60,00

Fonte: SPE/Fazenda/ME – MinasPart Desenvolvimento

BRASIL – MINISTÉRIO DA ECONOMIA PARÂMETROS MACROECONÔMICOS PARA O ANO DE 2020

ParâmetrosAvaliação do 5º Bimestre/2020

PIB real (%) -4,50

PIB Nominal (R$ bilhões) 7.221,00

IPCA Acumulado (%) 3,10

INPC Acumulado (%) 4,10

IGP-DI Acumulado (%) 21,00

Taxa Over – SELIC – Acumulada Ano (%)

2,64

Taxa de Câmbio Média (R$/US$) 5,20

Preço Médio do Petróleo (US$ barril)

41,20

Valor do Salário Mínimo (R$ 1,00) 1.045,00

Massa Salarial Nominal (%) -3,70Fonte: IBGE/Banco Central do Brasil/FMI – World Economic Outlook - oct 13, 2020 - MinasPart Desenvolvimento*Projeções do FMI e do Ministério da Fazenda - Em vermelho = Anos em que o desempenho do PIB brasileiro foi pior do que a média mundial

EVOLUÇÃO DO PIB BRASILEIRO X MUNDIAL – Período de 2001 a 2020 - Em US$ bilhões correntes

Ano Brasil Var. % Mundo Var. %Part. %Brasil/Mundo

2001 559,56 1,39 33.652,98 2,47 1,66

2002 508,10 3,05 34.775,07 2,95 1,46

2003 559,47 1,14 39.033,58 4,28 1,52

2004 669,34 5,76 43.939,60 5,42 1,52

2005 892,03 3,20 47.607,19 4,90 1,87

2006 1.107,13 3,96 51.575,08 5,45 2,15

2007 1.396,80 6,07 58.220,54 5,54 2,40

2008 1.693,15 5,09 63.839.20 3,02 2,65

2009 1.672,63 -0,13 60.488,89 -0,08 2,77

2010 2.209,75 7,53 66.140,51 5,40 3,34

Média Anual

- 3,73 - 3,94 -

Acumul. do Per.

- 43,91 -

46,89 -

2011 2.614,48 3,97 73.413,65 4,29 3,56

2012 2.463,55 1,92 74.805,34 3,54 3,29

2013 2.468,46 3,00 76.989,92 3,46 3,21

2014 2.454,85 0,50 79.059,95 3,53 3,11

2015 1.796,17 -3,55 74.829,37 3,45 2,40

2016 1.800,13 -3,28 76.022,14 3,27 2,37

2017 2.062,51 1,32 80.716,20 3,81 2,56

2018 1.893,44 1,78 85.689,96 3,51 2,210

2019 1.839,29 1,14 87.552,44 2,80 2,10

2020* 1.380,46 -4,50 83.844,99 -4,36 1,65

Média Anual

- 0,23 - 2,73 -

Acumul. do Per.

- 1,91 30,54

Média Anual 2001/2020

- 1,98 - 3,34 -

Acumul. do Per.

- 46,66 - 91,75 -

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14 DEZEMBRO 2020 | EDIÇÃO 284DEBATE ECONÔMICO

A década de 2011 a 2020 já pode ser considerada a pior da história econô-mica brasileira e o ano de 2020 como o que a economia brasileira também registrou o pior desempenho, contabi-lizando uma retração de 4,5% - segundo estimativas do Ministério da Economia. Em dólares norte-americanos, a eco-nomia brasileira sofrerá uma queda na produção equivalente a US$ 458,8 bi-lhões – o que equivale a cerca de ¼ do PIB do ano anterior.

Durante os últimos sete anos a econo-mia brasileira teve reduzida pela me-tade a sua participação na economia mundial, caindo de uma participação relativa de 3,11% em 2014 para 1,55% em 2020.

Como fica o desempenho da economia brasileira em relação ao resultado glo-bal, durante estas duas décadas iniciais deste século XXI?

Evidentemente que o Brasil não fica bem na foto, comprovando que a má-quina do crescimento econômico do país está enferrujada ou quebrada e que desaprendemos o que significa crescer a economia de forma vigorosa, consis-tente, contínua e sustentada.

Faremos, a seguir, uma simulação sobre o desempenho da economia brasilei-ra comparativamente a outros países e blocos, já considerando o encerramen-to desta 2ª década do século XXI. Para isso, usaremos algumas estimativas e projeções relativas aos anos de 2020 – recentemente divulgadas pelo Fun-do Monetário Internacional (FMI) e, no caso do Brasil, adotaremos a projeção do Ministério da Economia de um declí-nio de 4,50% neste ano.

Considerando-se a primeira década do século XXI – de 2001 a 2010, a econo-mia mundial experimentou uma expan-são média anual de 3,94% e de 46,89% no acumulado do período. A economia brasileira obteve desempenho inferior à média mundial, tendo tido uma ex-pansão média anual de 3,73% e, no acu-mulado, de 43,91% no período.

Enquanto a taxa média anual de ex-pansão do PIB mundial poderá atingir 3,34% nestes últimos dez anos (déca-da de 2011/2020) – equivalendo a uma taxa acumulada de 30,54%, o PIB bra-sileiro deverá contabilizar uma inex-pressiva expansão média anual de ape-nas 0,23% e, no acumulado no período, registrará uma expansão 1,91%. Já os países considerados emergentes e em desenvolvimento – categoria da qual o Brasil integra, a expansão média deverá ser de 4,00% ao ano e atingirá, no acu-mulado do referido período, um cresci-mento de 47,55%.

1,98% e os países emergentes 5,12%. No acumulado desse período, a economia mundial contabilizará uma expansão de 91,75%. No mesmo período a econo-mia brasileira registrará um crescimen-to acumulado de 46,66% - enquanto os países emergentes e em desenvol-vimento apresentarão um aumento no PIB de 169,63% - cabendo destacar que a China crescerá 425,15% e a Índia 229,92% durante o mesmo período.

Nos 20 anos iniciais deste século XXI em apenas cinco deles – 2002, 2004, 2007, 2008 e 2010 a economia brasi-leira registrou desempenho superior à média mundial e nesta década de 2011 a 2020, em todos os anos a expansão ve-rificada do PIB – Produto Interno Bruto brasileiro deverá ser inferior à média mundial.

Saliente-se que, no início do ano, o go-verno brasileiro trabalhava com uma expectativa de crescimento do PIB de 2,5% e encerra agora o ano com esti-mativa de um declínio de 4,5% - o que significa um tombo de 7% nas previsões iniciais. É importante ainda destacar que o governo brasileiro gastou cer-ca de 8% do PIB em 2020 em medidas emergenciais de combate à pandemia do Coronavírus – o que indica que a retração da economia nacional poderia ter atingido então 15% do PIB – o que repercutirá diretamente no aumento expressivo do estoque da dívida bruta, que se aproximará dos 100% do produto interno bruto.

A década dos anos 2010 também fica-rá marcada por ter constituído a mais longa crise econômica da história do país – o que redundará ainda na maior queda da renda per capita dos brasilei-ros já ocorrida no período e que deve-rá alcançar 8,62%. Há de se destacar, ademais, que a atual crise econômica – praticamente iniciada a partir de 2014 quando se registrou uma queda do PIB per capita anual de 0,36% diferencia-se significativamente de todas as demais, por não ter sido provocada por questões exógenas, como a depressão de 1929, a

A segunda década do século XXI– 2011/2020 ficará registrada como a pior da história econômica brasileira, cujo desempenho pode ser considerado ab-solutamente deplorável para um país que deveria adotar como meta princi-pal o desenvolvimento e o crescimento econômico vigoroso, consistente, contí-nuo e sustentável. Em todos os anos o PIB – Produto Interno Bruto contabili-zou níveis inferiores de expansão e não alcançará nem 10% da expansão média verificada mundialmente no referido período.

Somando-se o resultado das duas dé-cadas iniciais do século XXI, a econo-mia mundial apresenta uma expan-são média anual de 3,34%; a brasileira

Saliente-se que, no

início do ano, o governo

brasileiro trabalhava

com uma expectativa de

crescimento do PIB de

2,5% e encerra agora o

ano com estimativa de

um declínio de 4,5% - o

que significa um tombo

de 7% nas previsões

iniciais.

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15DEZEMBRO 2020 | EDIÇÃO 284 DEBATE ECONÔMICO

2020: Estimativas do FMI/Ministério da FazendaFonte: FMI/World Economic Outlook-Oct 13/2020 – MinasPart Desenvolvimento

TAXA MÉDIA ANUAL DE CRESCIMENTO DO PIB – PRODUTO INTERNO BRUTO– 2001/2020 - Em %

2001/2010

2011/2020*

2001/2020*

Mundo 3,94 2,73 3,34

Países Desenvolvidos 1,73 1,12 1,43

Zona do Euro 1,19 0,33 0,76

Estados Unidos 1,75 1,62 1,69

Japão 0,67 0,34 0,51

Países Emergentes 6,23 4,00 5,12

América Latina 3,37 0,58 1,98

Brasil 3,73 0,23 1,98

Rússia 4,94 1,14 3,04

Índia 7,56 4,92 6,24

China 10,56 6,92 8,74

crise do petróleo e a financeira de 2008, além de problemas cambiais e decor-rentes da dívida externa do país.

Vale destacar que, ainda não muito lon-ge dos tempos atuais, ou seja – 25 anos atrás, a economia brasileira superava, em termos de tamanho, a da China, conforme comprovam os dados apre-sentados a seguir.

2020: Estimativas do FMI/Ministério da FazendaFonte: FMI/World Economic Outlook-Oct 13/2020 – MinasPart Desenvolvimento

TAXA ACUMULADA DE CRESCIMENTO DO PIB – PRODUTO INTERNO BRUTO – 2001/2020 – Em %

2001/2010

2011/2020*

2001/2020*

Mundo 46,89 30,54 91,75

Países Desenvolvidos 18,55 11,47 32,15

Zona do Euro 12,33 2,90 15,59

Estados Unidos 18,79 17,17 39,19

Japão 6,57 3,19 6,78

Países Emergentes 82,71 47,57 169,63

América Latina 38,83 5,42 46,35

Brasil 43,91 1,91 46,66

Rússia 60,34 11,64 79,00

Índia 106,82 59,52 229,92

China 172,65 92,61 425,15

Desde 1951, o melhor desempenho da economia brasileira ocorreu duran-te o mandato de Garrastazu Médice - 1968/1974 (crescimento médio anual de 11,92%), quando o PIB nacional re-gistrou uma expansão acumulada de 29,92 pontos percentuais superior à média mundial dos cinco anos de seu mandato – sendo seguido pelo gover-no de Juscelino Kubitschek 1956/1961 (crescimento médio anual de 8,12%) que contabilizou expansão acumulada de 19,00 pontos percentuais acima da média mundial do seu período de go-verno de 5 anos.

Os piores desempenhos ficaram por conta dos governos de Dilma Rousseff – 2011 a 2016 (retração média anual de 1,29%) e acumulada de 4,12% nos seis anos de seu governo - significando uma diferença de 24,71 pontos percen-tuais em relação à média mundial; e de Fernando Collor (1991 a 1993 – acumu-lando uma queda de 4,07% durante o período de seu mandato presidencial de 3 anos e registrando uma retração acumulada de 12,71 pontos percentuais em relação à média mundial).

Entendo, enfim, que nos faltam po-líticas e projetos públicos de forta-lecimento da atividade econômica nacional. Entendo que as questões econômicas precisam ser despolitiza-das e desideologizadas para que pos-sam nos redirecionar rumo ao cresci-mento vigoroso, contínuo, consistente e sustentável.

A grande verdade é que o Brasil preci-sa, urgentemente, reconciliar-se com o desenvolvimento, promover a unidade nacional, antecipar-se em relação ao futuro e estabelecer um programa de metas - em que o crescimento econô-mico seja o elemento mais fundamen-tal e preponderante.

Sem desenvolvimento e crescimento econômico vigoroso ficaremos sempre andando para trás, deixando bastante claro que os maiores inimigos da de-mocracia são exatamente a pobreza e a miséria.

*ProjeçõesFonte: FMI – World Economic Outlook/MinasPart Desenvolvimento

EVOLUÇÃO DO PIB – BRASIL X CHINA X MUNDO – 2005/2020Em US$ milhões correntes

1995 2000 2010 2020*

Brasil 770,86 655,45 2.208,70 1.380,46

China 731,02 1.205,52 6.033,81 14.860,78

Mundo 31.036,63 33.895,93 66.140,51 83.844,99

*ProjeçõesFonte: FMI – World Economic Outlook/MinasPart Desenvolvimento

PARTICIPAÇÃO DO PIB – BRASIL X CHINA NO TOTAL MUNDIAL – 2005/2020 - Em %

1995 2000 2010 2020*

Brasil 2,48 1,93 3,34 1,65

China 2,36 3,56 9,12 17,72

Mundo 100,00 100,00 100,00 100,00

Page 16: DEBATE ECONÔMICO Chega ao fim a pior década da história

16 DEZEMBRO 2020 | EDIÇÃO 284DEBATE ECONÔMICO

*ProjeçõesMundo - Valores de 2020 são estimativas do FMIBrasil – Ministério da EconomiaFonte: World Economic Outlook/Bacen/ MinasPart Desenvolvimento

EVOLUÇÃO DA TAXA DE CRESCIMENTO DO PIB – PRODUTO INTERNO BRUTO – BRASIL X EMERGENTES X MUNDO – 2014 a 2020 – Em %

2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020* Média Acumulada

Brasil 0,50 -3,55 -3,28 1,32 1,78 1,13 -4,50 -0,94 -6,63

Emergentes 4,66 4,29 4,48 4,82 4,48 3,66 -3,28 3,30 25,22

Mundo 3,53 3,45 3,27 3,81 3,51 2,80 -4,36 2,29 16,85

Mundo - Valores de 2020 são estimativas do FMI Brasil – Mi-nistério da Economia Fonte: World Economic Outlook/Bacen/ MinasPart Desenvolvimento

EVOLUÇÃO DO PIB BRASILEIRO X MUNDIAL – EM US$ BILHÕES - 2014 a 2020

Ano Brasil MundoPart. BR/Mundo-%

2014 2.455 79.060 3,11

2015 1.796 74.829 2,40

2016 1.800 75.022 2,40

2017 2.063 80.716 2,56

2018 1.893 85.690 2,21

2019 1.839 87.552 2,10

2020 1.380 83.844 1,55

“Pretender solucionar a crise brasileira com remédios prescritos para o único fim de estabilidade, como se fôssemos uma terra exausta e um povo cansado, necessitados de equilibrar as poucas forças que ainda nos restassem é semelhante, malgrado as deformações que acarretam todas as analogias, ao intento de se tratarem as crises da puberdade com medicamentos destinados a mitigar a senectude”.

(Juscelino Kubitschek de Oliveira) Fonte: IpeaData/MinasPart Desenvolvimento

BRASIL – EVOLUÇÃO ANUAL DO PIB – PRODUTO INTERNO BRUTO Período de 1951 a 1980 – Em %

Ano %

1951 4,90

1952 7,30

1953 4,70

1954 7,80

1955 8,80

1956 2,90

1957 7,70

1958 10,80

1959 9,80

1960 9,40

1961 8,60

1962 6,60

1963 0,60

1964 3,40

1965 2,40

1966 6,70

1967 4,20

1968 9,80

1969 9,50

1970 10,40

1971 11,34

1972 11,94

1973 13,97

1974 8,15

1975 5,17

1976 10,26

1977 4,93

1978 4,97

1979 6,76

1980 9,20

Taxa Média 7,43

Crescimento acumulado de 1951 a 1080:

748,68% Mundo 2020: Estimativas do FMIBrasil 2020: Ministério da EconomiaEm vermelho significa variação inferior à média mundialFonte: Mundo/FMI – Brasil IBGE/Banco CentralMinasPart Desenvolvimento

EVOLUÇÃO REAL DO PIB – PRODUTO INTERNO BRUTO - BRASILEIRO x MÉDIA MUNDIAL - 1981 a 2020 – Em %

Ano Mundo BrasilDIFERENÇA em

p.p.(Brasil-Mundo)

1981 1,86 -4,40 -6,26

1982 0,56 0,60 0,04

1983 2,78 -3,40 -6,18

1984 4,55 5,31 0,76

1985 3,63 7,85 4,22

1986 3,66 7,49 3,83

1987 3,94 3,53 -0,41

1988 4,64 -0,06 -4,7

1989 3,80 3,16 -0,64

1990 3,45 -4,35 -7,80

1991 2,62 1,03 -1,53

1992 2,28 -0,54 -2,82

1993 2,09 4,92 2,83

1994 3,26 5,85 2,59

1995 3,33 4,22 0,89

1996 3,85 2,21 -1,64

1997 4,00 3,39 -0,61

1998 2,58 0,34 -2,24

1999 3,58 0,47 -3,24

2000 4,81 4,39 -0,42

2001 2,47 1,39 -1,08

2002 2,95 3,05 0,10

2003 4,28 1,14 -3,14

2004 5,42 5,76 0,34

2005 4,90 3,20 -1,70

2006 5,45 3,96 -1,49

2007 5,54 6,07 0,53

2008 3,02 5,09 2,07

2009 -0,08 -0,13 -0,05

2010 5,40 7,53 2,13

2011 4,29 3,97 -0,32

2012 3,54 1,92 -1,62

2013 3,46 3,00 -0,46

2014 3,53 0,50 -3,03

2015 3,45 -3,55 -7,00

2016 3,27 -3,28 -6,55

2017 3,81 1,32 -2,49

2018 3,51 1,78 -1,73

2019 2,80 1,14 -1,66

2020* -4,36 -4,50 -0,14

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17DEZEMBRO 2020 | EDIÇÃO 284 DEBATE ECONÔMICO

*Projeção do Ministério da EconomiaFonte: IpeaData/IBGE/FMI/MinasPart Desenvolvimento

CRISES/RETRAÇÕES DA ECONOMIA BRASILEIRA

Taxa de VariaçãoAnual do PIB – Produto Interno Bruto – Em %

AnoPresidente em

exercício

-0,48 1902 Campos Sales

-3,20 1908 Afonso Pena

-1,25 1914Hermes da Fonseca

-2,01 1918 Wenceslau Brás

-2,10 1930 Washington Luis

-3,30 1931 Getúlio Vargas

-1,00 1940 Getúlio Vargas

-2,70 1942 Getúlio Vargas

-4,40 1981 João Figueiredo

-2,40 1983 João Figueiredo

+5,31 1984 João Figueiredo

-4,17 1990 Fernando Collor

-0,56 1992 Fernando Collor

-0,13 2009 Luiz Inácio Lula

-3,55 2015 Dilma Rousseff

-3,28 2016 Dilma Rousseff

+1,32 2017 Michel Temer

+1,78 2018 Michel Temer

+1,14* 2019 Jair Bolsonaro

-4,50* 2020 Jair Bolsonaro

*Ministério da Economia – 17.11.2020Fonte: Bacen/IBGE/MinasPart Desenvolvimento

QUEDAS MAIS EXPRESSIVAS DO PIB BRASILEIRO - PERÍODO DE 1901 A 2020

Ano %

2020 4,50*

1990 4,35

1981 4,25

2015 3,55

1931 3,30

2016 3,28

1908 3,20

1983 2,93

“O desenvolvimento, na medida em que se acelera, reduz os conflitos in-ternos do sistema econômico-social e dilui a força reacionária e egoísta dos interesses estabelecidos. A certeza de que haverá eventualmente o bastante para todos elimina a necessidade, que se apresenta aos indivíduos nas econo-mias estagnadas, de lutar ferozmente pela posse de migalhas, e facilita a prá-tica da justiça social”. (JK)

Já comentei anteriormente sobre este tema em várias outras oportunidades e entendo que o Brasil encontra-se, já há mais de trinta anos, acometido de uma “síndrome de raquitismo econômi-co”, entrou em um círculo vicioso e corre atrás do próprio rabo quando, em muitas das vezes, os seus maiores problemas po-deriam ser resolvidos se tivéssemos um entendimento mais pragmático e aritmé-tico do que de conhecimento sobre ma-croeconomia ou de políticas monetárias propriamente ditas.

Logicamente, se há recessão, queda do PIB ou baixo nível de crescimento eco-nômico – como consequência haverá mais desempregados, menos contri-buintes ao INSS, menos consumido-

res, bem como, redução dos lucros das empresas e menor recolhimento de impostos, contaminando negativamen-te a arrecadação tributária. Ou seja, na maioria das vezes o problema é de bai-xo denominador – alimentando a ilusão de ótica de que as despesas é que estão muito altas. Resumo: quando as recei-tas são baixas as despesas podem ter a falsa noção de que são elevadas (nu-merador/denominador). Assim, a falta de crescimento deve ser definida como a principal causa das nossas dificulda-des e mazelas, provocando um conjunto enorme de consequências nefastas que afetam toda a dinâmica nacional. Em síntese, atacar apenas as consequên-cias tem sido um dos nossos maiores e principais males!

Em 2020 completaremos, na verdade, 40 anos – 4 décadas seguidas em que a economia brasileira simplesmente não consegue acompanhar o ritmo da economia mundial, crescendo em ní-veis inferiores à média mundial e em patamares que podem ser considera-dos medíocres se comparados com os países emergentes e em desenvolvi-mento.

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18 DEZEMBRO 2020 | EDIÇÃO 284DEBATE ECONÔMICO

Fonte: FMI/MinasPart Desenvolvimento

TAXA MÉDIA ANUAL DE CRESCIMENTO DO PIB – PRODUTO INTERNO BRUTO – EM%

1981/1990

1991/2000

2001/2010

2011/2020

Mundo 3,30 3,20 3,90 2,70

Países Emergentes

3,30 3,80 6,20 4,00

Brasil 1,60 2,60 3,70 0,20

Os brasileiros precisam recuperar a bandeira da Esperança! JK já afirmava que a maior de todas as bandeiras bra-sileiras é a bandeira da esperança.

Para JK, as maiores ameaças à demo-cracia são a miséria, o desemprego e o subdesenvolvimento. O medíocre de-sempenho da economia brasileira veri-ficado, principalmente ao longo destas últimas décadas, coincide com a busca obsessiva pela estabilidade econômica - que nos tem ofuscado todas as possi-bilidades de colocar o desenvolvimento como a nossa grande, prioritária e fun-damental meta nacional. Mantendo-se esses mesmos conceitos que considero ultrapassados, continuaremos correndo ainda o risco de ficarmos, durante vá-rias outras décadas, relegando o cresci-mento vigoroso pela discussão centra-da apenas no ajuste e no equilíbrio das contas públicas.

O Brasil precisa se reconciliar com o crescimento econômico vigoroso, con-sistente, contínuo, sustentável e eleger o desenvolvimento como a nossa meta prioritária número 1!

O crescimento econômico vigoroso deve deixar de ser apenas uma casualidade, uma questão episódica, uma efemeridade, um acontecimento meramente fortuito para se transformar, efetivamente, na grande meta

econômica nacional, permeando a convo-lação do País em uma economia madura e desenvolvida. Nesta direção, já tivemos antes vários exemplos de sucesso e que po-deriam nos servir de inspiração, como foi o caso do Plano de Metas, implementado du-rante o Governo JK.

País que não cresce a sua economia é país condenado à pobreza e ao subde-senvolvimento, e, por isso, torna-se im-prescindível o estabelecimento de uma “Agenda Estratégica para o Desenvolvi-mento Nacional” – em que a transfor-mação do Brasil em nação desenvolvida seja o grande objetivo.

Não seria utopia imaginarmos que o PIB do Brasil possa crescer cinco, oito ou dez por cento ao ano. A China e outros países da Ásia vêm demonstrando isso há mais de vinte anos seguidos. É o que se chama ciclo virtuoso de crescimento econômico, e isso é o que mais nos falta nos dias atuais.

E também não precisamos imitar os modelos asiáticos, pois um dia já vive-mos essa realidade.

O Brasil soube, por muito tempo, a pro-mover o crescimento econômico a taxas

robustas e teve um período em que a

expansão do seu produto interno bruto

era considerado um “Milagre Brasileiro.

Há 65 anos, Juscelino Kubitschek de

Oliveira anunciava que o Brasil cres-

ceria cinquenta anos em cinco, o que

veio a se confirmar. No ritmo de cres-

cimento atual, o Brasil pode demorar

muito tempo para se transformar em

Nação desenvolvida e obter o desem-

penho alcançado pelo Governo de JK!

De 1956 a 1961, o País efetivamente,

em apenas cinco anos, registrou um

crescimento acumulado próximo de

48%, o que representa uma média

anual superior a 8%.

JK também já alertava que é preciso

que nos capacitemos, de uma vez para

sempre, de que o desenvolvimento do

Brasil é uma condição ligada à nos-

sa sobrevivência num mundo que se

impõe, mais e mais, pela força de sua

vertiginosa marcha técnica. Ele afir-

mava que não temos de nos desenvol-

ver apenas por ambição mesmo justa,

mas desenvolver para sobreviver

Fonte: Jornal O Tempo

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19DEZEMBRO 2020 | EDIÇÃO 284 DEBATE ECONÔMICO

Andando para trás e para baixo:

Nesta década (2011 a 2020) a renda per capita brasileira acumula queda de 8,62% e retorna aos níveis de antes de 2007

Fonte: IBGE/MinasPart Desenvolvimento

BRASIL – POPULAÇÃO E RENDA PER CAPITA

AnoPop. Mil

Hab.Var. %

PIBVar. %

Renda Per CapitaVariação %

2001 175.885 1,405 1,39 -0,01

2002 178.276 1,336 3,05 1,67

2003 180.619 1,314 1,14 -0,17

2004 182.912 1,27 5,76 4,43

2005 185.151 1,224 3,20 1,95

2006 187.335 1,18 3,96 2,75

2007 189.463 1,136 6,07 4,88

2008 191.532 1,092 5,09 3,96

2009 193.544 1,051 -0,13 -1,16

2010 195.498 1,01 7,53 6,45

2011 197.397 0,971 3,97 2,97

2012 199.242 0,935 1,92 0,98

2013 201.033 0,899 3,00 2,09

2014 202.769 0,864 0,50 -0,36

2015 204.451 0,83 -3,55 -4,34

2016 206.081 0,797 -3,28 -4,04

2017 207.661 0,767 1,32 0,55

2018 209.187 0,735 1,78 1,04

2019 210.659 0,704 1,13 0,42

2020* 212.077 0,673 -4,50 -5,13

BRASIL: TAXA MÉDIA ANUAL DE CRESCIMENTO DO PIB POR DÉCADA (%)

*ProjeçõesFonte: Banco Central/MinasPart Desenvolvimento

BRASIL - EVOLUÇÃO DA RENDA PER CAPITA BRASILEIRA Período de 2001 a 2020 Em US$ correntes

2001 3.175,57

2002 2.846,52

2003 3.095,96

2004 3.660,29

2005 4.822,03

2006 5.918,54

2007 7.388,97

2008 8.864,17

2009 8.667,31

2010 11.338,41

2011 13.298,23

2012 12.422,41

2013 12.342,02

2014 12.169,72

2015 8.827,43

2016 8.774,44

2017 9.973,21

2018 9.081,46

2019 8.752.40

2020* 6.508,71

De acordo com o professor José Pastore, “na Constituição de 1988 a palavra direito apa-rece 76 vezes; dever, 4 vezes; produtividade, 2; e eficiência, 1 vez.

Como governar um país que tem 76 direitos, 4 deveres, 2 produtividades e 1 eficiência?”

Já o ministro Luis Roberto Barroso do Su-premo Tribunal Federal – STF declarou re-centemente à revista Época: “A Constitui-ção brasileira só não traz a pessoa amada em três dias. O resto, procurando, se acha”.

De 1951 a 2020, o governo que conse-guiu obter o melhor desempenho real do PIB – Produto Interno Bruto (desconta-da a média de crescimento da economia mundial) foi o de Médici, quando o Brasil cresceu 29,92% no acumulado do período de 5 anos de seu mandato – sendo acom-panhado, logo a seguir, pelo de Juscelino Kubitschek, que teve uma expansão acu-mulada 19,00% também durante os cinco anos de seu governo. No mesmo período, os piores desempenhos ficam por conta dos governos de Dilma Rousseff, quando o país sofreu uma retração acumulada do PIB durante os seis anos de seu manda-to de 24,72% e o de Fernando Collor, com uma queda acumulada de 12,21% nos seus três anos de governo.

Atualmente, o Brasil atravessa a pior crise econômica de sua história e ela iniciou a

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20 DEZEMBRO 2020 | EDIÇÃO 284DEBATE ECONÔMICO

sua trajetória já a partir de 2014, quando o país registrou declínio de quase 0,5% da sua renda per capita. No início do ano de 2020, as projeções indicavam uma expan-são do PIB de 2,5%, mas deveremos encer-rá-lo com uma queda de 4,5% - de acor-do com as atuais previsões do Ministério da Economia. Isso significa, então, que ocorreu uma retração de 7,5% do PIB – se consideradas as duas expectativas juntas. No entanto, não se pode desconsiderar o quanto foi gasto pelo governo para reduzir os nefastos impactos causados pela pan-demia do Coronavírus e que são estimados em 8% do PIB – devendo tal decisão re-percutir expressivamente na elevação do saldo da dívida pública, que atingirá cerca de 100% do PIB. Isso significa que houve um verdadeiro cavalo de pau na economia brasileira – que poderia ter chegado ao fi-nal deste ano com uma brutal retração de sua economia, em torno de 15%.

Outra característica da crise econômica brasileira atual é que ela difere significati-vamente das anteriores, que ficaram mar-cadas por impactos diretos causados pela economia internacional – depressão, crise do petróleo, financeira de 2008 etc e por razões eminentemente exógenas, como dívida externa e cambial, além de outras causas.

O dínamo da economia responde pelos nomes de confiança e credibilidade e, se ele não for resgatado, não conseguiremos sair do impasse do qual nos encontramos prisioneiros. Impõe-se desarmar essa per-versa armadilha e iniciarmos a realização de nova agenda nacional. Para esse fim, uma das questões que precisa ser consi-derada crucial é a convocação de uma As-sembleia Constituinte – revisional e exclu-siva, para traduzir a Constituição Federal à luz de uma nova realidade e de outro nível de exigências. Por isso, será necessário ter coragem, ousadia e buscar o novo. Nesse sentido, a premissa básica tem de ser a transformação do País em uma nação de-senvolvida, mais justa e próspera. Basica-mente, não precisamos inventar nada de novo ou criar novas rodas, bastando seguir e aplicar modelos mais bem-sucedidos e consagrados nos países desenvolvidos e isso se chama benchmarking.

De foguete a rabo de cavalo

*Projeção - Fonte: Banco Central do Brasil/MinasPart Desenvolvimento

BRASIL - TAXAS MÉDIAS ANUAIS DE CRESCIMENTO DO PIB – PRODUTO INTERNO BRUTO X POPULAÇÃO - 1951 a 2020 – Em %

Período PIB Pop.PIBPer

Capita

DÉCADA DO DESENVOLVIMENTO

Década de 1950 (1951 - 1960)

7,41 2,54 4,74

MILAGRE BRASILEIRO IDécada de 1960

(1961 a 1970)6,17 2,89 3,19

MILAGRE BRASILEIRO IIDécada de 1970

(1971 a 1980)8,63 2,44 6,04

DÉCADA PERDIDADécada de 1980

1981 a 1990)1,57 2,14 -0,56

DÉCADA DO AJUSTEDécada de 1990

(1991 a 2000)2,54 1,57 0,95

DÉCADA CONSUMISTADécada de 2000

(2001 a 2010)3,61 1,21 2,37

DÉCADA DESPERDIÇADA*Década de 2010

(2011 a 2020)0,23 0,85 -0,62

Fonte: FMI/Banco Central do Brasil/MinasPart Desenvolvimento

BRASIL X MUNDO - TAXAS MÉDIAS ANUAIS DE CRESCIMENTO DO PIBEm %

Período Mundo BrasilDiferença em

pontos percentuais(Brasil x Mundo)

Década de 80(1981 a 1990)

3,29 1,57 -1,72

Década de 90 (1991 a 2000)

3,24 2,63 -0,61

Década de 00 (2001 a 2010)

3,94 3,73 -0,21

Década de 10(2011 a 2020)

2,73 0,23 -2,50

CRESCIMENTO MÉDIO ANUAL DO PIB REAL BRASILEIRO X MUNDIAL – 1951/2020 – POR GOVERNO

Governo/ ordem

Anos deGoverno

Taxa média anual

Diferença pontospercentuais

Brasil Mundo Brasil Mundo

01- Médici 4 11,91 4,43 7,48 29,92

02- JK 5 8,12 4,32 3,8 19,00

03- Geisel 5 6,70 3,50 3,20 16,00

04– Costa e Silva

4 7,55 4,98 2,57 10,28

05– Getúlio Vargas

4 6,18 4,78 1,40 5,60

06-Jânio Quadros

1 8,60 3,10 5,50 5,50

Itamar Franco 2 5,39 2,68 2,71 5,42

Café Filho 1 8,80 6,30 2,50 2,50

José Sarney 5 4,39 3,93 0,46 2,30

Lula 8 4,08 4,25 -0,17 -1,36

Jair Bolsonaro*

2 -1,68 -0,90 -0,78 -1,79

João Goulart 2 3,60 4,80 1,20 -2,40

João Figueiredo

5 3,92 2,42 -0,50 -2,50

Michel Temer 2 1,55 3,66 -2,11 -4,26

Castelo Branco

2 2,90 5,65 -2,75 -5,50

FHC 8 2,44 3,45 -1,02 -8,16

Fernando Collor

3 -1,29 2,78 -4,07 -12,21

Dilma Rousseff

6 -0,54 3,58 -4,12 -24,12

*EstimativaFonte: FMI/OCDE/IPEADATA/IBGE/MinasPart Desenvolvimento

Page 21: DEBATE ECONÔMICO Chega ao fim a pior década da história

21DEZEMBRO 2020 | EDIÇÃO 284 DEBATE ECONÔMICO

BRASIL – DESEMPENHO DOS SETORES ECONÔMICOS EM RELAÇÃO AO PIB – PRODUTO INTERNO BRUTO – 2011/2020 – Em %

*EstimativasFonte: IBGE/MinasPart Desenvolvimento

Setor 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020* ACUM.

Agricultura 5,64 -3,08 8,36 2,79 3,31 -5,22 14,15 1,31 1,25 2,02 33,29

Indústria 4,11 -0,72 2,17 -1,51 -5,76 -4,57 -0,50 0,72 0,46 -4,85 -10,34

Serviços 3,46 2,90 2,75 0,99 -2,73 -2,22 0,77 2,08 1,25 -4,30 4,73

PIB total 3,97 1,92 3,00 0,50 -3,55 -3,28 1,32 1,78 1,13 -4,50 1,91

Fonte: IBGE/IPEADATAMinasPart Desenvolvimento

BRASIL - PARTICIPAÇÃO SETORIAL NO PIB – PRODUTO INTERNO BRUTO – Em %

AGRICULTURA

1951 – 24,57

1952 – 25,81

1961 – 17,48

1971 – 13,05

1981 – 11,19

1991 - 7,79

2001 - 5,64

2011 - 5,11

2019 - 5,18

Fonte: IBGE/IPEADATAMinasPart Desenvolvimento

BRASIL - PARTICIPAÇÃO SETORIAL NO PIB – PRODUTO INTERNO BRUTO – Em %

INDÚSTRIA

1951 – 25,97

1961 – 33,53

1971 – 38,83

1981 – 44,31

1985 – 47,97

1991 – 36,16

2001 – 26,59

2011 – 27,17

2019 – 20,93

Fonte: IBGE/IPEADATAMinasPart Desenvolvimento

BRASIL - PARTICIPAÇÃO SETORIAL NO PIB – PRODUTO INTERNO BRUTO – Em %

INDÚSTRIA DE TRANSFORMAÇÃO

1951 – 19,58

1961 – 27,85

1971 – 29,66

1981 – 33,19

1985 – 35,88

1991 – 24,86

2001 – 15,37

2011 – 13,86

2019 – 11,03

Fonte: IBGE/IPEADATAMinasPart Desenvolvimento

BRASIL - PARTICIPAÇÃO SETORIAL NO PIB – PRODUTO INTERNO BRUTO – Em %

SERVIÇOS

1951 – 52,81

1961 – 52,05

1971 – 55,33

1981 – 55,16

1991 – 68,93

2001 – 67,78

2011 – 67,72

2019 – 73,88

2019 – 11,03

BRASIL – TAXA DE INVESTIMENTO (FBCF) X TAXA DE POUPANÇA BRUTA EM RELAÇÃO AO PIB – PRODUTO INTERNO BRUTO – 2001/2020 - Em %

*EstimativasFonte: IBGE/MinasPart Desenvolvimento

Ano Investimento Poupança

2001 18,40 13,60

2002 17,90 15,40

2003 16,60 16,40

2004 16,40 18,90

2005 17,30 18,10

2006 17,10 18,40

2007 17,20 19,30

2008 18,00 19,40

2009 19,20 16,40

2010 19,10 17,80

2011 20,60 18,60

2012 20,70 17,70

2013 20,90 18,10

2014 19,90 16,30

2015 17,80 14,50

2016 15,50 13,40

2017 14,60 13,60

2018 15,20 12,40

2019 15,40 12,20

2020* 15,90 12,70

BRASIL- BALANÇA COMERCIAL DE MERCADORIAS – Em US$ bilhões – 2011/2020

Fonte: Ministério da Economia/MinasPart Desenvolvimento

AnoExportações

FOBImportações

CIFSaldo

2012 242,58 223,18 19,39

2013 242,18 239,63 2,55

2014 225,11 229,02 -3,92

2015 191,13 171,46 19,67

2016 185,27 137,56 47,71

2017 217,80 150,73 67,07

2018 241,06 181,19 59,87

2019 225,38 177,35 48,04

2020* 213,02 150,06 62,96

Page 22: DEBATE ECONÔMICO Chega ao fim a pior década da história

22 DEZEMBRO 2020 | EDIÇÃO 284DEBATE ECONÔMICO

BRASIL- BALANÇA COMERCIAL DE MERCADORIAS X PIB – PRODUTO INTERNO BRUTO – 2011/2020 – Em %

*Estimativas - Fonte: Ministério da Economia/MinasPart Desenvolvimento

Ano Exportações ImportaçõesCoeficiente de Abertura

2011 9,79 8,65 18,44

2012 9,85 9,06 18,91

2013 9,81 9,71 19,52

2014 9,17 9,33 18,50

2015 10,64 9,55 20,19

2016 10,29 7,64 17,93

2017 10,56 7,31 17,87

2018 12,73 9,57 22,30

2019 12,25 9,64 21,89

2020* 15,43 10,87 26,30

BRASIL – DÍVIDA EXTERNA X RESERVAS CAMBIAIS* – Em US$ bilhões – 2011/2020

Reservas/Conceito de Liquidez Internacional – Em 31.12 - 2020/EstimativasFonte: Banco Central/MinasPart Desenvolvimento

Ano Dívida Externa Reservas Saldo

2011 309,65 352,01 42,36

2012 327,67 378,61 50,94

2013 312,65 375,79 63,14

2014 352,82 374,05 21,23

2015 334,75 368,74 33,99

2016 326,30 372,22 45,92

2017 317,31 381,97 64,67

2018 320,61 374,61 54,10

2019 321,61 356,88 35,27

2020* 325,26 342,51 17,24

BRASIL - BALANÇO DE TRANSAÇÕES CORRENTES - SALDO

*EstimativaFonte: Banco Central/MinasPart Desenvolvimento

Ano US$ bilhões % do PIB

2001 -23,72 -4,24

2002 -8,10 -1,59

2003 3,76 0,67

2004 11,35 1,70

2005 13,55 1,52

2006 13,03 1,16

2007 0,41 0,03

2008 -30,64 -1,81

2009 -26,26 -1,57

2010 -79,01 -3,58

2011 -76,29 -2,92

2012 -83,80 -3,40

2013 -79,79 -3,23

2014 -101,43 -4,13

2015 -54,47 -3,03

2016 -24,23 -1,35

2017 -15,01 -0,73

2018 -41,54 -2,20

2019 -50,76 -2,76

2020* -9,40 -0,67

BRASIL – INVESTIMENTOSESTRANGEIROS DIRETOS - IEDEm US$ bilhões

*Estimativas - Fonte: Banco Central/MinasPart Desenvolvimento

2001 - 23,23 2011 - 102,43

2002 - 16,59 2012 - 92,57

2003 - 10,12 2013 - 75,21

2004 - 18,16 2014 - 87,71

2005 - 15,46 2015 - 64,74

2006 - 19,42 2016 - 74,29

2007 - 44,58 2017 - 68,89

2008 - 50,72 2018 - 78,16

2009 - 31,48 2019 - 78,56

2010 - 82,39 2020* - 50,04

Page 23: DEBATE ECONÔMICO Chega ao fim a pior década da história

23DEZEMBRO 2020 | EDIÇÃO 284 DEBATE ECONÔMICO

BRASIL - TAXA DE CÃMBIO US$ 1,00/R$ - Final de Período

*Relatório Focus Bacen 23.11.2020Fonte: Banco Central/MinasPart Desenvolvimento

Ano R$

2001 2,35

2002 2,93

2003 3,07

2004 2,93

2005 2,43

2006 2,18

2007 1,95

2008 1,84

2009 1,99

2010 1,76

2011 1,67

2012 1,95

2013 2,16

2014 2,35

2015 3,34

2016 3,48

2017 3,19

2018 3,66

2019 3,95

2020* 5,38

BRASIL - VARIAÇÃO DO IPCA – ÍNDICE DE PREÇOS AO CONSUMIDOR AMPLO – EM % - 2011/2020

*EstimativasFonte: IBGE/MinasPart Desenvolvimento

Ano Total Preços LivresPreços

Administrados

2011 6,50 6,84 5,62

2012 5,84 6,67 3,67

2013 5,91 7,34 1,51

2014 6,41 6,83 5,32

2015 10,67 8,62 18,12

2016 6,29 6,65 5,50

2017 2,95 1,23 8,02

2018 3,75 2,92 6,25

2019 4,31 3,98 5,55

2020* 3,14 3,28 0,53

BRASIL – TAXA SELIC REAL – DEFLACIONADA – 2011/2020Variação em %

*EstimativasFonte: LCA/MinasPart Desenvolvimento

Ano US$ IPCA

2011 17,67 4,97

2012 -7,00 2,48

2013 -1,97 2,39

2014 1,86 4,34

2015 -19,89 2,63

2016 9,43 7,41

2017 19,95 6,77

2018 -6,96 2,72

2019 -1,84 1,58

2020* -21,23 -0,56

BRASIL - SALDOS BANCÁRIOS DE EMPRÉSTIMOS: CARTEIRA DE CRÉDI-TO TOTAL X PIB – PRODUTO INTERNO BRUTO – Em 31.12 - 2001/2020

Em R$ mil correntes

*Até setembroFonte: Banco Central/MinasPart Desenvolvimento

AnoEmpréstimos + Financiamentos

PIB % do PIB

2001 336.376 1.315.755 25,57

2002 384.396 1.488.787 25,82

2003 418.258 1.717.950 24,32

2004 498.722 1.957.751 25,47

2005 607.023 2.170.585 27,97

2006 732.590 2.409.450 30,40

2007 943.922 2.720.263 34,70

2008 1.233.987 3.109.803 39,68

2009 1.420.515 3.333.039 42,62

2010 1.712.708 3.885.847 44,08

2011 2.033.954 4.376.382 46,48

2012 2.368.338 4.814.760 49,19

2013 2.711.371 5.331.619 50,85

2014 3.017.456 5.778.953 52,21

2015 3.229.576 5.995.787 53,86

2016 3.117.809 6.269.328 49,73

2017 3.105.277 6.583.319 47,17

2018 3.264.918 6.889.176 47,39

2019 3.478.331 7.256.926 47,93

2020* 3.809.473 7.213.469 52,81

BRASIL - INFLAÇÃO/PREÇOS – Variação em % - 2011/2020

*Estimativas Fonte: Banco Central/MinasPart Desenvolvimento

Ano IPCA IGP-M IGP-DI R$/US$

2011 6,50 5,10 5,00 -5,00

2012 5,84 7,82 8,10 16,63

2013 5,91 5,51 5,52 10,62

2014 6,41 3,69 3,78 8,99

2015 10,67 10,54 10,7 41,79

2016 6,29 7,17 7,18 4,33

2017 2,95 -0,52 -0,42 -8,37

2018 3,75 7,54 7,10 14,54

2019 4,31 7,30 7,70 7,94

2020* 3,14 22,74 22,47 30,84

Page 24: DEBATE ECONÔMICO Chega ao fim a pior década da história

24 DEZEMBRO 2020 | EDIÇÃO 284DEBATE ECONÔMICO

DESEMBOLSOS DO BNDES – Em R$ bilhões correntes – 2011/2020

*Até setembroFonte: Banco Central/MinasPart Desenvolvimento

Ano Valor

2001 25,20

2002 37,40

2003 33,50

2004 39,80

2005 47,00

2006 51,30

2007 64,90

2008 90,90

2009 136,40

2010 168,30

2011 138,80

2012 155,90

2013 190,40

2014 187,80

2015 135,90

2016 88,30

2017 70,80

2018 69,30

2019 55,30

2020* 45,30

Os desembolsos do BNDES situaram--se, em 2020, nos piores níveis deste século, atingindo um total de apenas R$ 45,3 bilhões até setembro último. No ano passado inteiro, os desembol-sos somaram R$ 55,3 bilhões. O recor-de anual ocorreu em 2014 – quando al-cançaram R$ 190,4 bilhões em valores correntes.

Tivemos antes a oportunidade, junta-mente com vários outros economistas, de ressaltar a necessidade e a impor-tância da retomada firme do cresci-mento econômico e constatamos que alguns equívocos têm permeado as políticas econômicas do País e, se per-sistirem, obstruirão inapelavelmente qualquer tentativa de relançamento da economia brasileira de volta ao cami-nho do desenvolvimento.

Um desses equívocos diz respeito à crença de que a estabilidade econô-mica é condição prévia à retomada do desenvolvimento do País. Primeiro a estabilidade, só depois o desenvolvi-mento. Sendo assim, as políticas de estabilização assumem um caráter de primazia absoluta, subordinando e sufocando todas as outras políticas. Apequena-se a política econômica, amesquinham-se os objetivos para a economia do País. E já lá se vão algu-

mas décadas de busca inglória da mi-ragem da estabilidade.

Evidentemente, ninguém, em sã cons-ciência, há de negar a necessidade de as economias nacionais ostentarem bons e saudáveis fundamentos macro-econômicos. O caminho da estabilida-de deve ser concebido e implementado, no bojo de uma política de desenvolvi-mento para o País. A estabilidade não precede o desenvolvimento; ao contrá-rio, é a estratégia de desenvolvimento do País que deve, simultaneamente, orientar e contextualizar as opções da política macroeconômica. Até porque, ao contrário do que se costuma pro-pagar, os caminhos possíveis para se alcançar a estabilidade econômica são vários.

Outro desses equívocos é imaginar que apenas o ajuste fiscal e algumas refor-mas – como a previdenciária - devem também ser considerados como condi-ções prévias à retomada do desenvol-vimento. Da mesma forma colocada em relação à estabilidade econômica, deve-se privilegiar – concomitante-mente - a expansão econômica que produzirá ganhos generalizados e, em especial, aumentos da arrecadação tributária. Cabe destacar que, quando um denominador é baixo, todos os nu-meradores tendem a ser considerados altos – o que se aplica efetivamente no tocante à questão das receitas e des-pesas públicas. Quando há declínio da atividade econômica, como ocorre nos anos mais recentes – a arrecada-ção nacional não cresce – os lucros se transformam em prejuízos para em-presas e, com isso, não há como gerar Imposto de Renda e outras receitas.

Não basta apenas crescer. É neces-sário, ademais, que o crescimento da nossa economia supere a média mun-dial e possa se compatibilizar com o nível de expansão das economias dos países emergentes. E, ainda, que in-corpore outros elementos, como as da qualidade, da produtividade e da com-petitividade.

Page 25: DEBATE ECONÔMICO Chega ao fim a pior década da história

25DEZEMBRO 2020 | EDIÇÃO 284 DEBATE ECONÔMICO

Para corroborar a inadiável necessida-de de o País se reconciliar com o cres-cimento econômico vigoroso cabe aqui destacar alguns comentários do eco-nomista André Lara Rezende, extraí-dos de texto de sua autoria, publicado na edição de Valor/Eu Fim de Semana, número 968, de 21 de junho de 2019:

“A economia não dá sinais de que sai-rá tão cedo do atoleiro em que se en-contra. Há consenso de que as finanças públicas estão em frangalhos. Embora o diagnóstico seja praticamente consen-sual, há discordância quanto à melhor forma de enfrentar o problema e repor a economia nos trilhos. Em uma série de artigos recentes, sustento que a opção de equilibrar o orçamento a curto prazo é um equívoco. Em conjunto com uma reforma que garantisse o reequilíbrio a longo prazo da Previdência, deveria se organizar um ambicioso programa de investimentos públicos de infraestrutu-ra e uma revisão simplificada da estru-tura fiscal para estimular o investimento privado. Para isso, seria preciso aban-donar o objetivo de reequilibrar imedia-tamente as contas e aceitar o aumento da dívida por mais alguns anos enquan-to a economia se recupera.

Ao sugerir que tentar o equilíbrio orça-mentário no curto prazo é contraprodu-cente, pois agravará a recessão e po-derá levar ao aumento da relação entre a dívida e o produto interno, provoquei indignação. A visão dominante entre os analistas financeiros é que o governo não tem como manter as suas despesas, pois as fontes de financiamento, seja através dos impostos, seja do endivida-mento, se esgotaram. Seria imperioso equilibrar o quanto antes o orçamen-to e reduzir o endividamento, sob risco de asfixiar os investimentos privados e levar a economia ao colapso. O argu-mento é duplamente falacioso. Primei-ro, porque desconsidera o fato de que a União, como todo governo que tem uma moeda fiduciária, não tem restrição fi-nanceira. Segundo, porque pressupõe que a economia esteja próxima do pleno

emprego”.

“Volto ao Brasil de hoje. Deficitária há décadas, a Previdência é o principal fa-tor de desequilíbrio das contas. A com-binação de condições muito favoráveis para os corporativamente organizados com o rápido envelhecimento da popu-lação projeta um déficit crescente que ameaça absorver grande parte da re-ceita tributária. Sem uma revisão do sis-tema, também a União, como já ocorre na maioria dos Estados, se verá diante de uma situação em que as despesas com a Previdência praticamente exau-rem toda a receita orçamentária.

Para que o Estado tenha capacidade de investir e de fazer uma política fiscal contracíclica, é imperioso que as suas despesas correntes estejam sujeitas a um limite institucional, justamente porque a moeda fiduciária não impõe uma restrição financeira ao Estado emissor, uma restrição institucional in-teligente faz sentido para evitar gastos irresponsáveis e improdutivos. A “Regra de Ouro”, a exigência de que os gastos correntes sejam cobertos pela receita tributária, é uma limitação institucional, introduzida pelo conservadorismo fiscal do século XX, perfeitamente compatível com o keynesianismo ilustrado.

Os investimentos em segurança, educa-ção, saúde, saneamento e infraestrutu-ra, sobretudo quando há desemprego e capacidade ociosa, devem ser avaliados pelos seus resultados, pelos seus custos de oportunidades e seus benefícios, não pelo seus custos financeiros e seus efei-tos sobre a dívida no curto prazo. A re-lação entre a dívida e o produto interno estará sempre sujeita a ciclos. É a sol-vência, entendida como a convergência, uma trajetória não explosiva no longo prazo, da relação entre o passivo finan-ceiro consolidado do governo e o produ-to interno, que dá ao Estado condição de investir e de atenuar os ciclos eco-nômicos. Nada de novo, nem de radical. Talvez por isso mesmo, tão difícil de ser compreendido e aceito”.

BRASIL – SPREAD BANCÁRIO – MÉDIA ANUAL - EM % - 2011/2020

*EstimativasFonte: Banco Central/MinasPart Desenvolvimento

Ano Pessoas FísicasPessoas Jurídicas

Selic Média Anual

2011 36,40 15,50 11,79

2012 34,80 13,30 8,46

2013 31,00 11,70 8,44

2014 35,70 12,80 11,02

2015 44,30 14,80 13,58

2016 57,10 17,70 14,17

2017 53,00 16,30 9,92

2018 43,40 13,00 6,56

2019 43,50 12,50 5,96

2020* 35,80 12,50 2,81

BRASIL – RESULTADO CONSOLIDADO DAS CONTAS PÚBLICAS EM RELAÇÃO AO PIB – PRODUTO INTERNO BRUTO – 2001/2020 – EM %

*EstimativasFonte: Banco Central/MinasPart Desenvolvimento

Ano Primário Nominal

2001 3,18 -3,42

2002 3,19 -4,42

2003 3,24 -5,18

2004 3,69 -2,88

2005 3,75 -3,54

2006 3,15 -3,57

2007 3,24 -2,74

2008 3,33 -1,99

2009 1,94 -3,19

2010 2,62 -2,41

2011 2,94 -2,47

2012 2,18 -2,26

2013 1,71 -2,96

2014 -0,56 -5,95

2015 -1,86 -10,22

2016 -2,49 -8,98

2017 -1,68 -7,77

2018 -1,57 -7,08

2019 -0,85 -5,91

2020* -13,00 -16,46

Page 26: DEBATE ECONÔMICO Chega ao fim a pior década da história

26 DEZEMBRO 2020 | EDIÇÃO 284DEBATE ECONÔMICO

Fonte: FMI/World Economic Outlook – October, 13 - 2020

Fonte: Secretaria da Receita Federal

Page 27: DEBATE ECONÔMICO Chega ao fim a pior década da história

27DEZEMBRO 2020 | EDIÇÃO 284 DEBATE ECONÔMICO

SSIDADE DE NOVAS MEDIDAS

Fonte: Secretaria da Receita Federal

Fonte: Secretaria da Receita Federal

Page 28: DEBATE ECONÔMICO Chega ao fim a pior década da história

28 DEZEMBRO 2020 | EDIÇÃO 284DEBATE ECONÔMICO

André Lara Resende responde*:

• Uma das preocupações no Brasil é justamente com o crescimento da dí-vida, que caminha para 100% do PIB. É um problema?

- Trata-se de uma preocupação infun-dada. Em várias ocasiões na história, sobretudo depois de guerras ou catás-trofes, inúmeros países tiveram dívidas superiores ao PIB. Hoje, Japão, EUA, Itália, entre outros, têm dívida superior ao PIB. A dívida pública não pode ter uma trajetória explosiva, mas, desde que o seu crescimento acelerado seja transitório, que passada a crise, com as contas reequilibradas e restaurado o crescimento da economia, a relação entre dívida e PIB volte a cair, não há qualquer problema em ultrapassar os 100% do PIB.

• Existe um limite para a dívida?

- Não existe um limite intransponível para a dívida interna e o PIB. O endi-vidamento externo, que depende de financiamento do exterior em moe-da estrangeira, é sim perigoso. Como aprendemos com as sucessivas crises da dívida externa no século passado, quando os credores internacionais passam a ter dúvida sobre a capaci-dade do País de honrar seus compro-missos em moeda estrangeira, a súbita interrupção do fluxo de financiamento pode provocar crises gravíssimas. No século passado, o Brasil era importa-dor líquido de petróleo e derivados, assim como de trigo e outras commo-dities (produtos classificados como bá-sicos por não ter tecnologia envolvida ou acabamento). Precisava de finan-ciamento externo para cobrir o déficit com o resto do mundo. Hoje, somos autossuficientes em petróleo, expor-tadores líquidos de commodities e te-mos um setor agropecuário altamente superavitário. O Brasil de hoje não tem dívida pública externa, ao contrário,

tem quase 30% do PIB em reservas in-ternacionais. A nossa dívida é interna, do Estado com os brasileiros.

• Em entrevista recente ao Financial Times, a economista-chefe do FMI, Gita Gopinath, afirmou que os países precisam evitar o erro de retirar pre-maturamente os estímulos fiscais, como ocorreu na crise financeira. Ela chama atenção que há formas de in-vestimento público que podem criar empregos e aumentar a atividade econômica e, ao mesmo tempo, se-rem fiscalmente responsáveis para sair da crise. Como conciliar essas coisas?

- Gita Gopinath disse apenas o que se sabe desde a publicação do livro de John M. Keynes (1883-1946, defensor de maior intervenção do governo na economia para estimular o crescimen-to) na década de 1930. Gopinath não é uma heterodoxa irresponsável, mas economista-chefe do FMI, doutora pela Universidade de Princeton, onde teve como orientadores Ben Bernanke, ex-presidente do Fed (Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos), e Ken Roggoff, professor da Universi-dade de Harvard, dois expoentes da ortodoxia econômica. A política fiscal, sobretudo investimentos públicos que aumentem a produtividade e o poder aquisitivo da população, é o mais po-deroso instrumento, tanto para se sair de uma recessão como para garantir a retomada do crescimento sustentado. A pergunta mais complicada de ser respondida é por que hoje, no Brasil, a opinião dos economistas que apa-recem na imprensa, assim como a da própria imprensa, regrediu para o que era a ortodoxia do século XIX na Ingla-terra? A chamada “A Visão do Tesouro”, que sustentava a necessidade de sem-pre equilibrar as contas públicas, de-pois duramente criticada por Keynes, deixou de ser levada a sério.

• O Brasil que tinha uma situação fis-cal frágil e déficits há sete anos e com previsão de resultados negativos até

2028 pode seguir essa recomendação do FMI em 2021?

- É verdade que há mais de duas dé-cadas a relação dívida e PIB do Brasil tem aumentado, mas não temos uma situação fiscal frágil. A carga fiscal do Brasil é de quase 35% do PIB, mui-to alta para um país de renda média. Apesar da alta carga fiscal, não con-seguimos controlar o crescimento da dívida. A razão é que a taxa de juros foi extraordinariamente alta até muito recentemente. Com taxas de juros que chegaram a mais de 25% ao ano e um crescimento medíocre da economia, o resultado é inexorável: a relação dí-vida e PIB cresce. O Estado brasileiro custa muito e gasta mal? Com certeza, mas não é essa a razão do crescimento da dívida. A política de taxa de juros do Banco Central, do real até mui-to recentemente, foi um gravíssimo equívoco. A história irá deixar claro o preço de uma política de juros ex-traordinariamente altos, associada a uma pesada e kafkiana carga fiscal.

• Qual a saída a seguir?

- Antes de mais nada, é preciso su-perar a camisa de força imposta por um arcabouço analítico anacrônico e equivocado que impõe o equilíbrio fiscal como o único objetivo de políti-ca econômica. Dizem que, com equi-líbrio fiscal, todos nossos problemas estarão milagrosamente resolvidos. Sem ele, caminhamos a passos largos para o abismo. Nada mais falso. Pre-cisamos urgentemente voltar a ter um projeto para o País, ter objetivos de políticas públicas que balizem os in-vestimentos públicos e privados, que norteiem a transição para uma ma-triz energética limpa e não nos deixe perder o bonde da revolução digital em curso. Precisamos refletir sobre as políticas de emprego, saúde e educa-ção neste novo mundo do século 21.

*Texto extraído da entrevista concedida ao Estado de São Paulo – 25.11.2020

Page 29: DEBATE ECONÔMICO Chega ao fim a pior década da história

29DEZEMBRO 2020 | EDIÇÃO 284 DEBATE ECONÔMICO

Fonte: FMI/World Economic Outlook – October, 13 - 2020

BRASIL – DÍVIDA PÚBLICA X PIB-PRODUTO INTERNO BRUTO – 2001/2020 – EM %

*Estimativas da STN-Secretaria do Tesouro NacionalFonte: Banco Central/MinasPart Desenvolvimento

Ano Líquida Bruta

2001 50,22 67,33

2002 59,18 76,10

2003 53,15 71,51

2004 48,88 68,03

2005 46,19 66,97

2006 46,49 55,48

2007 44,55 56,72

2008 37,57 56,98

2009 40,88 59,21

2010 37,98 51,77

2011 34,47 51,27

2012 32,19 53,67

2013 30,50 51,54

2014 32,59 56,28

2015 35,64 65,51

2016 46,15 69,84

2017 51.39 73,74

2018 53,65 76,53

2019 55,70 75,79

2020* 68,20 96,00

BRASIL – EVOLUÇÃO DA DÍVIDA PÚBLICA BRUTA CONSOLIDADA – Período de 2011 a 2020

*ProjeçãoFonte: Banco Central/MinasPart Desenvolvimento

AnoPIB –

US$ bilhões% do PIB

Em US$ bilhões

2011 2.614,48 51,27 1.340,44

2012 2.463,55 53,67 1.322,19

2013 2.468,46 51,54 1.272,24

2014 2.454,85 56,28 1.381,59

2015 1.796,17 65,51 1.176,67

2016 1.800,13 69,84 1.257,21

2017 2.062,51 73,74 1.520,89

2018 1.893,44 76,53 1.449,05

2019 1.839,29 75,79 1.394,00

2020* 1.380,46 96,00 1.325,24

Page 30: DEBATE ECONÔMICO Chega ao fim a pior década da história

30 DEZEMBRO 2020 | EDIÇÃO 284DEBATE ECONÔMICO

Fonte: FMI/World Economic Outlook – October, 13 - 2020

Page 31: DEBATE ECONÔMICO Chega ao fim a pior década da história

31DEZEMBRO 2020 | EDIÇÃO 284 DEBATE ECONÔMICO

Fonte: FMI/World Economic Outlook – October, 13 - 2020

Page 32: DEBATE ECONÔMICO Chega ao fim a pior década da história

32 DEZEMBRO 2020 | EDIÇÃO 284DEBATE ECONÔMICO

Somente nesta década – 2011 a 2020 – o Brasil terá pago 1,245 trilhão de dólares a título de juros sobre a dívida pública

De 1995 a 2020 o Brasil já pagou US$ 2.102,74 bilhões de juros sobre a dívida pública bruta

André Lara Resende:

“Com taxas de juros que chegaram a mais de 25% ao ano e um crescimento medíocre da economia, o resultado é inexorável: a relação dívida e PIB cresce. O Estado brasi-leiro custa muito e gasta mal? Com certeza, mas não é essa a razão do crescimento da dívida. A política de taxa de juros do Banco Central, do real até muito recentemente, foi um gravíssimo equívoco. A história irá dei-xar claro o preço de uma política de juros extraordinariamente altos, associada a uma pesada e kafkiana carga fiscal.” – O Estado de S. Paulo – 25.11.2020

De acordo com dados do Banco Central, de 1995 a 2020 o Brasil já gastou, a títu-lo de despesas de juros nominais sobre a sua dívida pública bruta a impressio-nante cifra de US$ 2.102,74 bilhões – o equivalente a mais de uma vez e meia o PIB – Produto Interno Bruto (a soma de todos os bens e serviços produzidos) do país e que deve totalizar, neste ano, US$ 1.380,46 bilhão.

No 2º ano do mandato do presidente Jair Bolsonaro o governo brasileiro des-pendeu, a esse título, R$ 367,3 bilhões – equivalentes a US$ 47,7 bilhões ou a 3,46 % do PIB – considerado um dos menores níveis desde o início da série, devido à significativa queda da taxa Se-lic que se encontra, atualmente, em seu menor patamar histórico.

Dos R$ 367,3 bilhões gastos em 2019, a União foi responsável por R$ 305,4 bi-lhões e os estados e municípios, por R$ 61,9 bilhões.

O governo campeão em gastos com ju-ros sobre a dívida pública bruta foi o da presidente Dilma Rousseff que, em seis anos, totalizou pagamentos de US$ 773 bilhões – o que corresponde a uma mé-dia anual de US$ 129 bilhões.

Esse exagerado volume de recursos gastos no pagamento de juros sobre a dívida pública brasileira decorre, prin-cipalmente, da nefasta e equivocada política monetária adotada pelos gover-nantes do país durante parte significa-tiva de quase todo esse período, o qual também ficou conhecido como um dos períodos de menores níveis de investi-mentos públicos já praticados.

Há de se destacar de outro lado que, du-rante boa parte desse período, a política monetária brasileira atuou praticamen-te na contramão do resto do mundo que

BRASIL – DESPESAS DE JUROS SOBRE A DÍVIDA PÚBLICA BRASILEIRA TOTAL

*EstimativasFonte: Banco Central/MinasPart Desenvolvimento

AnoPIB –

US$ BILHÕESJUROS-%

DESPESA - US$ BILHÕES

2001 559,56 6,598 36.919,77

2002 508,10 7,608 38.656,25

2003 559,47 8,417 47.090,59

2004 669,34 6,565 43.942,17

2005 892,03 7,284 64.975,47

2006 1.107,13 6,72 74.399,14

2007 1.396,80 5,975 83.458,80

2008 1.693,15 5,322 90.109,44

2009 1.672,63 5,131 85.822,65

2010 2.209,75 5,028 111.106,23

2011 2.614,48 5,408 141.391,07

2012 2.463,55 4,442 109.430,89

2013 2.468,46 4,668 115.227,71

2014 2.454,85 5,73 140.662,90

2015 1.796,17 8,369 150.321,46

2016 1.800,13 6,492 116.864,43

2017 2.062,51 6,089 125.586,23

2018 1.893,44 5,504 104.214,93

2019 1.839,29 5,061 93.086,47

2020* 1.380,46 3,462 47.791,53

implementou uma das menores taxas de juros e, em muitos casos, de forma negativa – quando comparadas às suas respectivas inflações.

A dívida pública bruta total brasileira deve alcançar, ao final de 2020, US$ 1.325,24 bilhão – o que corresponderá a 96,0% do PIB. Mantidos os elevados déficits das contas públicas é bem pos-sível que muito em breve a dívida pú-blica bruta brasileira fique bem acima dos 100% do PIB.

QUANTO O BRASIL PAGOU DE JUROS NOMINAIS SOBRE A DÍVIDA PÚBLICA – PERÍODO DE 1995 A 2019

Fonte: Banco Central do Brasil – MinasPart Desenvolvimento

GovernoUS$ bilhões

totalMédia Anual

Fernando Henrique Cardoso – 1995/2002

357,26 44.657,50

Luis Inácio Lula da Silva – 2003/2010

600,90 75.112,50

Dilma Rousseff –2011/2016

773,90 128.983,33

Michel Temer – 2017/2018

229,80 114.900,00

Jair Bolsonaro –2019/2020

140,88 70.440,00

TOTAL 2.102,74

BRASIL - TAXA DE JUROS REAL+ X VARIAÇÃO DO PIB – PRODUTO INTERNO BRUTO E RESERVAS CAMBIAIS - 2001/2020

*Estimativas | +Selic deflacionada pelo IPCA/Reservas Cam-biais: Conceito de Liquidez Internacional. – Fonte: LCA/Banco Central/MinasPart Desenvolvimento

AnoJuros Reais

em %Reservas cambiais -US$ bi - Em %

VAR. doPIB em %

2001 9,24 35,87 1,39

2002 6,18 37,82 3,05

2003 12,61 49,30 1,14

2004 8,21 52,94 5,76

2005 12,73 53,80 3,20

2006 11,60 85,84 3,96

2007 7,20 180,33 6,07

2008 6,27 193,78 5,09

2009 5,37 238,52 -0,13

2010 3,86 287,87 7,53

2011 4,97 352,01 3,97

2012 2,48 378,61 1,92

2013 2,39 375,79 3,00

2014 4,34 374,05 0,50

2015 2,63 368,74 -3,55

2016 7,41 372,22 -3,28

2017 6,77 381,97 1,32

2018 2,72 374,22 1,78

2019 1,58 356,88 1,14

2020* -0,56 342,51 -4,50

Page 33: DEBATE ECONÔMICO Chega ao fim a pior década da história

33DEZEMBRO 2020 | EDIÇÃO 284 DEBATE ECONÔMICO

“Des-carga” Tributária brasileira deverá registrar queda em 2020 por causa do Coronavírus

Fonte: Secretaria do Tesouro Nacional

De acordo com a Secretaria do Tesouro Nacional, “em 2019, a carga tributária bruta (CTB) do gover-no geral (governo central, estados e municípios) al-cançou 33,17% do PIB, permanecendo praticamente estável em relação a 2018, aumento de 0,02 pontos percentuais do PIB. Na decomposição por esfera de governo, a CTB dos governos estaduais apresentou crescimento de 0,15 p.p. do PIB, dos governos muni-cipais houve aumento de 0,08 p.p. do PIB, e do go-verno central teve redução de 0,20 p.p. do PIB.

É o que mostra a estimativa da carga tributária bruta elaborada pela Secretaria do Tesouro Nacional (STN) que segue o padrão do Manual de Estatísticas de Finanças Públicas de 2014 do FMI. Destaca-se que a Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB) é a área responsável pela publicação do dado oficial da carga tributária.

Cabe mencionar a adoção de aprimoramentos me-todológicos que explicam as principais diferenças observadas em relação aos dados divulgados em 2019. Ao longo de 2019 foram realizados estudos sobre o tratamento da classificação das taxas como receitas tributárias que resultou na reclassificação dos emolumentos e custas judiciais como receita não tributária. No que se refere às taxas judiciais, os manuais que definem os padrões metodológicos de compilação de estatísticas de finanças públicas apontam explicitamente que são receitas não tribu-tárias.

No que tange à arrecadação federal, ainda que se tenha registrado um aumento de 0,21 p.p. do PIB no IRRF, observa-se uma queda de 0,32 p.p. do PIB na arrecadação da Pis/Cofins, o que explica parte do comportamento da CTB. Na esfera es-

tadual, as principais variações foram um aumento no ICMS (0,05 p.p. do PIB) e nas Taxas Administrativas (0,04 p.p. do PIB); nos municípios destaca-se o incremento do ISS (0,04 p.p. do PIB).

Foi a seguinte a distribuição da ar-recadação tributária, em % do total, em 2019:

Municípios - 6,84

Estados- 26,14 União- 67,02

Na verdade, a “Des-carga Tribu-tária brasileira é muito superior ao que mostram as estatísticas oficiais, porque é preciso levar, também e em consideração, os déficits nominais apurados anu-almente nas contas públicas.

Page 34: DEBATE ECONÔMICO Chega ao fim a pior década da história

34 DEZEMBRO 2020 | EDIÇÃO 284DEBATE ECONÔMICO

BRASIL – EVOLUÇÃO DA CARGA TRIBUTÁRIA + DÉFICIT NOMINALEM % DO PIB – PRODUTO INTERNO BRUTO – 2001/2020

*EstimativasFonte: Banco Central/MinasPart Desenvolvimento

AnoCarga Tribu-

táriaDéficit No-

minal

Carga Tribu-tária Total

2011 33,08 2,47 35,55

2012 32,74 2,26 35,00

2013 32,50 2,96 35,46

2014 31,79 5,95 37,74

2015 32,02 10,22 42,24

2016 32,16 8,98 41,14

2017 32,32 7,77 40,09

2018 33,15 7,08 40,23

2019 33,17 5,91 39,08

2020* 30,50 16,46 46,96

Apesar de bastante elevada, a arrecada-ção tributária nacional ainda não cobre a totalidade das despesas públicas, res-tando saldos a descoberto, conhecidos como déficits nominais, os quais – não se considerando as maquiagens, peda-ladas e contabilidades criativas – con-sumiram em média 8,0% do PIB brasi-leiro durante os últimos cinco anos.

Assim, considerado o déficit público apurado em 2019 de 5,9% do PIB, a “Des--carga Tributária brasileira” alcançou cerca de 39,1% ou seja, naquele ano fo-ram confiscados 143 dias de salários dos trabalhadores apenas para o pagamento de tributos.

Como disse certa vez a ex-ministra do Reino Unido Margareth Thatcher: “Não existe dinheiro público. Existe apenas o dinheiro do pagador de impostos”. E ela tinha razão, uma vez que os impos-tos pesam em nossos bolsos. Contudo, no Brasil pouco se sabe a respeito do destino dado ao que é retirado de nosso trabalho e produção e do que pagamos sobre o que consumimos.

Com uma das maiores cargas tributárias do mundo, brasileiro trabalhou 151 dias, em 2020, somente para pagar tributos

O Brasil, mais uma vez, figura entre os países com maior carga tributária do mundo, e isso se reflete nos dias traba-lhados anualmente pelos seus cidadãos para pagar tributos federais, estaduais e municipais.

De acordo com o mais recente estudo do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação - IBPT, todos os tributos so-mados perfazem mais de 41% do salário do brasileiro médio. “Por detrás desse número, foi identificada uma carga tri-butária injusta, pois grande fatia dessa média vem dos impostos pagos sobre o consumo, cerca de 23%, depois renda, cerca de 15% e, por último, o patrimô-nio, com 3%”. Neste ano, o brasileiro tra-balhará até o dia 30 de maio para pagar impostos, afirma o presidente executi-

Segundo IBPT - Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação, somente a partir de 30 de maio seu salário já será seu

vo do IBPT e um dos coordenadores do estudo, João Eloi Olenike.

Segundo dados do estudo, houve cres-cimento frente aos outros anos, com um dos fatores sendo o aumento no núme-ro de tributos a partir do ano de 2015.

Uma simples comparação: no ano de 2001, eram necessários 130 dias de tra-balho para pagar os tributos todos. Hoje, são precisos 151 dias, um crescimento de 16%.

“Esse crescimento no número de dias trabalhados para pagar tributos foi cal-culado e apresentado por décadas pelo IBPT, demonstrando que, hoje, traba-lhamos quase o dobro do que na década de 70”, revela Olenike.

DÉCADAMÉDIA DE DIAS

TRABALHOS PARA PAGAR TRIBUTOS

MESES e DIAS

1970 76 2 meses e 16 dias

1980 77 2 meses e 17 dias

1990 102 3 meses e 12 dias

2000 138 4 meses e 18 dias

2010 151 5 meses e 01 dia

2020 151 5 meses e 01 dia

Page 35: DEBATE ECONÔMICO Chega ao fim a pior década da história

35DEZEMBRO 2020 | EDIÇÃO 284 DEBATE ECONÔMICO

Artigo publicado na edição do Valor Econômico de 31 de julho último, in-titulado Por um IVA-Dual, de autoria de Ernesto Lozardo (professor da FGV e ex-presidente do IPEA) e Melina de Souza Rocha Lukic (advogada) – e com o qual concordo, os autores fazem re-levantes comentários sobre a reforma tributária e, a seguir, destaco alguns de seus pontos que considero como mais relevantes:

“Há 30 anos tenta-se reformular o sis-tema tributário. Hoje, têm-se algumas propostas. Importa destacar que seja qual for o modelo almejado, ele de-verá proporcionar a simplificação e a eficiência na arrecadação, cobrança do imposto no destino o bem ou servi-ço e eliminação da guerra fiscal. Mais adiante, assim que o novo sistema tri-butário estiver consolidado, deverá pro-mover ampla redução da carga tributá-ria. Isso será possível, pois a eficiência na arrecadação possibilitará a redução de impostos sobre esses dois setores. As principais propostas em discussão estão baseadas no sistema de imposto de va-lor agregado, o IVA, que existe em 170 países”.

“O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), na gestão anterior, desenvolveu um sistema tributário ba-seado no IVA, assegurando todos os requisitos fundamentais de isonomia, simplificação, eficiência e eficácia da arrecadação baseada no destino. A di-ferença é que ao levar em conta os en-traves mencionados, propõe uma dose de pragmatismo político-administrati-vo superior à PEC do deputado Baleia

O Instituto também apresentou um comparativo com as maiores econo-mias do mundo, inclusive os Estados Unidos da América. Por lá, o americano irá trabalhar 96 dias para pagar seus tributos, são 36% menos dias quando comparado com o Brasil.

Pelo mundo afora

“Entre os dez países onde mais se tra-balha para pagar impostos no mundo, o Brasil está em 9ª posição, entre países como Dinamarca e Alemanha, conside-rados altamente desenvolvidos e com índices de retorno bem diferentes que o país sul-americano, que, em todas as edições do IRBES (Índice de Retorno de Bem Estar à Sociedade) ficou em último colocado”, afirma Olenike.

PAÍS POSIÇÃODIAS TRABALHADOS PARA

PAGAR IMPOSTOS

 DINAMARCA        1º 179 dias

 BÉLGICA 2º 171 dias

 FRANÇA      3º 163 dias

 FINLANDIA 4º 159 dias

 NORUEGA 5º 159 dias

 ÁUSTRIA 6º 158 dias

 SUÉCIA      7º 156 dias

 ITÁLIA 8º 156 dias

 BRASIL 9º 151 dias

 ALEMANHA  10º 148 dias

O estudo levou em consideração, neste ano, a diminuição das atividades eco-nômicas do país, em virtude do surgi-mento da doença COVID 19, que reduziu drasticamente a produção e circulação de riqueza no país.

“Também informamos que todos os cál-culos deste estudo foram feitos levan-do-se em conta que este ano de 2020 é bissexto, portanto, com 366 dias”, con-clui o especialista.

Rossi. Trata-se do IVA-Dual. A propos-ta consiste em dois tributos do tipo IVA justapostos, sendo um de competência federal e outro estadual, e um imposto monofásico seletivo federal.

Na esfera federal, a ideia seria reunir os atuais impostos e contribuições (PIS, Cofins e Cide em uma IVA-Federal no destino e transformar o IPI em um im-posto monofásico seletivo. Nas esferas estaduais e municipais, a proposta de-fende a unificação do ICMS e o ISS para se criar o IVA-Estadual e adoção do princípio de destino. Ademais, cria-se o Imposto de Venda a Varejo (IVV), um imposto seletivo, compartilhado entre Estados e municípios para que possam realizar políticas próprias de desenvol-vimento. Cria-se também um fundo de desenvolvimento regional, coordenado pelos bancos públicos (BNDES, Caixa e BB). A vantagem é que a reforma não precisa ser feita de uma única vez, mas pode ser implementada de forma mo-dular. Ao final, ainda se pode realizar uma harmonização dos Estados ao IVA--Federal para aqueles que assim quise-rem.

Nesse modelo, as competências tribu-tárias e capacidade administrativa se-riam mantidas, o que respeita o pacto federativo constitucional e facilita o processo de aprovação política. Uma vez consolidado o IVA-Dual abre-se a possibilidade de redução da carga tri-butária. A proposta do IPEA é, portanto, politicamente mais factível ao defender a adoção de um IVA-Dual, baseado nas melhores práticas internacionais”.

Concordo com esta proposta do IPEA, desde que também seja feita a repac-tuação do Imposto sobre a Renda (atu-almente de competência exclusiva da União) aos Estados e Municípios, extin-guindo-se por consequência o Fundo de Participação dos mesmos. Além de inúmeras vantagens, essa decisão re-solveria de vez os impasses advindos da Lei Kandir, que trouxe notórias e enormes perdas àqueles exportadores de matérias-primas.

Page 36: DEBATE ECONÔMICO Chega ao fim a pior década da história

36 DEZEMBRO 2020 | EDIÇÃO 284DEBATE ECONÔMICO

RISCO BRASIL – IBOVESPA Índice – Final de Período – 2011/2020

*Em 05.11Fonte: Bacen/MinasPart Desenvolvimento

Ano EMBI+Brasil Pontos-Base

2011 223 56.754

2012 142 60.952

2013 224 51.507

2014 259 50.007

2015 523 43.340

2016 328 60.227

2017 240 76.402

2018 276 87.887

2019 214 115.645

2020* 290 100.751

BRASIL – TAXA ANUAL DE DESEMPREGO – PNADC – Em % - 2011/2020

*EstimativaFonte: IBGE/MinasPart Desenvolvimento

Ano Taxa de Desemprego

2011 7,42

2012 7,34

2013 7,12

2014 6,81

2015 8,51

2016 11,50

2017 12,73

2018 12,26

2019 11,87

2020* 14,36

PNAD Contínua: taxa de desocupação é de 14,6% e taxa de subutilização é de 30,3% no trimestre encerrado em setembro

De acordo com o IBGE – Instituto Bra-sileiro de Geografia e Estatística, a taxa de desocupação (14,6%) no trimestre de julho a setembro de 2020 foi a mais alta da série histórica iniciada em 2012, crescendo 1,3 ponto percentual (p.p) em relação ao trimestre de abril a junho (13,3%) e 2,8 p.p. frente ao trimestre ju-lho a setembro de 2019 (11,8%).

A população desocupada (14,1 milhões de pessoas) subiu 10,2% (mais 1,3 mi-lhão de pessoas) frente ao 2ª trimestre (12,8 milhões) e subiu 12,6% (1,6 milhão de pessoas a mais) em relação mesmo trimestre de 2019 (12,5 milhões).

A população ocupada (82,5 milhões) chegou ao patamar mais baixo da sé-rie histórica e caiu 1,1% (menos 880 mil) frente ao trimestre anterior e 12,1% (menos 11,3 milhões) frente ao mesmo trimestre de 2019.

O nível de ocupação (47,1%) foi o mais baixo da série, caindo 0,8 p.p. frente ao trimestre anterior e 7,7 p.p. contra o mesmo trimestre de 2019.

A taxa composta de subutilização (30,3%) é recorde da série, subindo 1,2 p.p. em relação ao 2ª trimestre (29,1%) e 6,3 p.p. frente ao mesmo trimestre de 2019 (24,0%).

A população subutilizada (33,2 milhões de pessoas) subiu 3,9% (mais 1,2 mi-lhões) frente ao trimestre anterior e de 20,9% (mais 5,7 milhões) contra o mes-mo trimestre de 2019.

A população na força de trabalho (96,5

milhões de pessoas) ficou estável frente

ao trimestre anterior e caiu 9,2% (me-

nos 9,8 milhões de pessoas) em rela-

ção ao mesmo trimestre de 2019.

A população fora da força de trabalho

(78,6 milhões) atingiu o maior nível da série histórica, com altas de 1,0% (mais 785 mil pessoas) ante o trimes-tre anterior e de 21,2% (mais 13,7 mi-lhões de pessoas) frente ao mesmo trimestre de 2019.

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37DEZEMBRO 2020 | EDIÇÃO 284 DEBATE ECONÔMICO

É preciso que o Brasil se reconcilie urgentemente com o desenvolvimento

-“Impõe-se, portanto, a conclusão de que, num país como o nosso, não so-mente as peculiaridades geográficas e humanas, mas também os dados acer-ca da evolução econômica indicam o desenvolvimento acelerado como o único caminho de salvação. Nenhuma política será legítima, se não objetivar, com caráter prioritário, o desenvolvi-mento. É essa uma diretriz que já ne-nhum governo poderá abandonar no Brasil”. – (JK)

Assim, a economia brasileira, doente e anêmica, encontra-se raquítica e num círculo vicioso. Não cresce e, em decor-rência, a arrecadação real também não se expande. De outro lado, os juros con-somem boa parte das receitas e provo-cam, juntamente com outras elevadas despesas, déficits orçamentários no-minais expressivos que, neste ano, de-verão atingir 16% do PIB. O desfecho só pode ser um: a dívida pública cada vez maior – o que vai sempre exigir mais e mais recursos para financiá-la.

Volto a afirmar que a superação dos di-versos impasses atuais e o ingresso do País em uma nova etapa de expansão econômica, contínua e segura, exigi-rão coragem e firme determinação por parte da sociedade brasileira e de seus dirigentes. A saída não é simples nem

A população desalentada (5,9 mi-lhões) é recorde da série, com alta de 3,2% (mais 183 mil pessoas) frente ao trimestre anterior e de 24,7% (mais 1,2 milhão de pessoas) ante o mesmo tri-mestre de 2019.

O percentual de desalentados na po-pulação na força de trabalho ou desa-lentada (5,7%) ficou estável ante o tri-mestre anterior e subiu 1,5 p.p. contra o mesmo trimestre de 2019.

O número de empregados com cartei-ra de trabalho assinada no setor pri-vado (exclusive trabalhadores domés-ticos), estimado em 29,4 milhões, caiu 2,6% (menos 788 mil pessoas) frente ao trimestre anterior e 11,2% (menos 3,7 milhões de pessoas) ante o mesmo trimestre de 2019.

O número de empregados sem carteira assinada no setor privado (9 milhões) aumentou 4,3% (mais 374 mil pessoas) frente ao 2º trimestre e 23,9% (menos 2,8 milhões) ante o mesmo trimestre de 2019.

O número de trabalhadores por conta própria (21,8 milhões) variou 0,6 (mais

119 mil) contra o trimestre anterior e

caiu 10,8% (menos 2,6 milhões de

pessoas) frente ao mesmo período de

2019.

O número de trabalhadores domés-

ticos (4,6 milhões) caiu 2,2% (menos

102 mil pessoas) frente ao trimestre

anterior e 26,5 % (menos 1,7 milhão de

pessoas) frente ao mesmo trimestre

de 2019 (4,2%).

A taxa de informalidade chegou a

38,4% da população ocupada (ou 31,6

milhões de trabalhadores informais).

No trimestre anterior, a taxa foi 36,9%

e, no mesmo trimestre de 2019, 41,4%.

O rendimento médio real habitual (R$

2.554) no trimestre terminado em se-

tembro ficou estatisticamente estável

frente ao trimestre anterior (R$ 2.519)

e subiu 8,3% contra o mesmo trimes-

tre de 2019 (R$ 2.359).

A massa de rendimento real habitual

(R$ 205,3 bilhões) ficou estável fren-

te ao trimestre anterior e caiu 4,9%

(menos R$ 10,6 bilhões) em relação ao

mesmo trimestre de 2019.

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38 DEZEMBRO 2020 | EDIÇÃO 284DEBATE ECONÔMICO

trivial e demandará enfoques criativos e destituídos de preconceitos e de vá-rias antigas verdades.

O ajuste das contas públicas brasileira é importante? A estabilidade de preços é relevante? Claro que são – e ninguém discute essas questões, mas elas não são o suficiente nem o bastante para a promoção da retomada do desenvolvi-mento brasileiro, com crescimento eco-nômico vigoroso, contínuo, consistente e sustentável.

Há sim uma grave crise financeira do setor público brasileiro, em todos os seus níveis. E, para equacioná-la, é necessário e indispensável que se pro-mova, em primeiro lugar, o resgate do crescimento da economia e se busque a resolução dos problemas financeiros que o impedem de exercer o seu im-prescindível papel dinamizador.

É mister, também, que não se caia aqui no privatismo radical e absoluto. É certo que a superação da crise financeira do Estado brasileiro exigirá um reposicio-namento e um redimensionamento do mesmo no contexto da economia nacio-nal. No entanto, sua presença continua essencial e insubstituível.

Neste sentido, o equacionamento e a solução da problemática financeira do setor público devem se efetivar no bojo de um projeto global de redefinição de seu papel na economia do País, e não a partir de medidas tópicas, superficiais e indiscriminadas que fariam agravar a questão.

As questões de natureza ideológica tornam-se secundárias diante da im-portância de se retomar o crescimento econômico vigoroso e atingir o desen-volvimento. Há mais de trinta anos tive a oportunidade de liderar um impor-tante estudo intitulado “Economia Mi-neira 1989: Diagnóstico e Perspectivas” e destaco, a seguir, algumas das diver-sas conclusões daquele documento que considero ainda plenamente aplicáveis ao Brasil dos tempos atuais:

– A premissa de que a trilha do País no futuro há de ser identificada e as-sociada como a trilha da modernidade: do crescimento econômico vigoroso – sustentando e sustentável – sintoniza-do com as grandes e cada vez maiores transformações que se verificam na economia internacional, e voltado para a minimização dos problemas sociais; da democracia, plena e efetiva, onde a real participação de todos os segmen-tos da Sociedade, nas decisões políticas do País, não se traduza apenas na mera defesa de interesses corporativistas ou no populismo inconsequente, mas que possa sintetizar as suas aspirações maiores, transformando-as em ações factíveis, na direção firme do progresso;

– Só o crescimento vigoroso torna plás-tica a economia, criando condições para que as ações conscientes e de-liberadas do Governo e da Sociedade possam atuar no rumo da atenuação dos problemas sociais e da descon-centração da renda e um lado, e da modernização do aparelho produtivo, de outro. A estagnação da economia enrijece-a, afastando a possibilidade de modificações em sua estrutura e em seus conteúdos;

– É mister que não se caia no privatismo radical e absoluto. É certo que a supera-ção da crise do Estado brasileiro exige um reposicionamento e um redimen-sionamento do mesmo no contexto da economia nacional. No entanto, sua pre-sença aqui continuará como essencial e insubstituível;

– A sintonia com o movimento em cur-so no panorama internacional impõe a abertura da economia brasileira a um relacionamento mais intenso com a eco-nomia mundial. Impõe, em consequên-cia, como palavra de ordem, a elevação da eficiência, da eficácia e da produtivi-dade em todos os setores da economia nacional;

– O conceito de soberania nacional ca-rece ser repensado. A propriedade do ca-pital não deve mais ser encarada como

elemento definidor absoluto da mesma;

– Ao contrário dos ciclos anteriores de crescimento econômico, quando sua ação primou pela prodigalidade e pela concessão farta e indiscriminada de incentivos e subsídios de toda ordem – que ainda explicam em grande medida as suas dificuldades atuais –, o Estado Brasileiro deve pautar (mesmo nos dias atuais) a sua ação pela seletividade nos seus gastos e pela menor participação direta na produção.

– Sua ação de fomento à economia con-tinua indispensável e insubstituível. En-tretanto, tal ação deve dar-se num con-texto em que o custo de oportunidade do gasto público é altíssimo. Logo, a gestão da coisa pública deve ser permeada pela eficiência e pela eficácia, os incentivos e subsídios devem ser a exceção extrema e a seletividade na alocação dos recursos públicos, absoluta;

– A economia brasileira, apesar de seu relativo amadurecimento, carece de ações de fomento que extrapolam a ló-gica privada de concessão de emprés-timos, em especial em relação a alguns segmentos econômicos e a determina-das regiões do País. Tais ações são pe-culiares aos bancos de desenvolvimento públicos;

– A modernização efetiva do País requer ainda agora, de forma urgentíssima, a imediata atenuação dos níveis de con-centração da renda.

A estrutura também vigente nos dias atuais de repartição de renda é incom-patível, em termos econômicos (à parte os aspectos de ordem ética, social e po-lítica) com a modernidade realizada ou proposta ao País. De fato, tal estrutura cerceia a plena utilização do enorme mercado potencial, enquanto instru-mento dinamizador da economia. Ade-mais, deprime as condições de vida e, por conseguinte, o potencial de trabalho da maior parte da população brasileira;

O mercado interno, de um lado, benefi-ciando-se da exposição da economia ao

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39DEZEMBRO 2020 | EDIÇÃO 284 DEBATE ECONÔMICO

exterior e da adoção da competitividade internacional como paradigma de refe-rência, absorve a melhoria de qualidade, o desenvolvimento de novos produtos e a redução dos custos de produção. Ressalte-se neste ponto que a busca de eficiência, da eficácia e do aumento de produtividade potencializam as possibi-lidades de renda do País.

De outro, a expansão do mercado inter-no criaria e manteria escalas viáveis de produção, aumentando a competitivida-de internacional, e ampliando a atrativi-dade do País aos investimentos estran-geiros;

– Os problemas da área social podem comprometer seriamente os resultados econômicos desejados, e vice-versa. Portanto, o social não pode ser tratado como um apêndice do econômico, mas como parte integrante de um processo mais amplo e equitativo de desenvolvi-mento socioeconômico;

– Desenvolver ações de cunho com-pensatório e meramente assistencialista atenua, momentaneamente, as carên-cias mais imediatas, mas não resolve de maneira definitiva os problemas sociais. Há que se conceber políticas de redis-tribuição efetiva da renda, acoplada ao crescimento vigoroso, consistente e har-mônico da economia;

– Entende-se que a contribuição mais efetiva e precípua do setor industrial ao progresso do País e ao bem-estar da popu-lação é a produção, a custos decrescentes, de produtos de melhor qualidade;

– O esforço modernizante do campo preci-sa ser preservado, incorporando a irrigação como seu principal instrumento;

Sem a superação desses entraves, a eco-nomia brasileira continuará patinando, imersa no conjunturalismo predomi-nante e vigorante em várias das décadas anteriores e ainda persistente nos dias atuais. Desatar esses nós é pré-condição para o seu lançamento em um novo ciclo de expansão.

De 2002 a 2018 Minas Geraisregistrou um dos piores desempenhos econômicos entre todos os estados brasileiros, classificando-se em 23º lugar no crescimento nacional do período

O IBGE-Instituto Brasileiro de Geogra-fia e Estatística divulgou, em 16 de no-vembro último, o resultado do estudo intitulado “Contas Nacionais”, com os

números definitivos sobre a economia nacional e dos entes federados relati-vamente ao ano de 2018. Os destaques são abordados a seguir.

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40 DEZEMBRO 2020 | EDIÇÃO 284DEBATE ECONÔMICO

MINAS GERAIS – EVOLUÇÃO POPULACIONAL 2001/2020

Fonte: IBGE/MinasPart Desenvolvimento

AnoPopulação em

HabitantesCrescimento %

2001 18.402.608 1,235

2002 18.620.721 1,185

2003 18.832.431 1,137

2004 19.037.702 1,090

2005 19.236.503 1,044

2006 19.428.834 1,010

2007 19.614.742 0,957

2008 19.794.278 0,915

2009 19.967.560 0,875

2010 20.134.742 0,837

2011 20.294.485 0,793

2012 20.446.840 0,751

2013 20.593.356 0,717

2014 20.734.097 0,683

2015 20.869.101 0,651

2016 20.997.560 0,616

2017 21.119.536 0,581

2018 21.235.870 0,551

2019 21.346.492 0,521

2020 21.451.356 0,491

2020 21.451.356 0,491

O PIB-Produto Interno Bruto de Minas Gerais, considerado o 3ª maior entre os estados brasileiros, vem apresentado de-sempenho medíocre na maior parte dos anos do século XXI e, em apenas oito de-les – (2002, 2003, 2004, 2005, 2010, 2012, 2016 e 2017) é que o estado registrou de-sempenho superior à média verificada em relação ao Brasil – com expectativa de que no ano de 2020 a retração do PIB do estado venha a ser menos intensa do que a verificada em relação ao país. Há uma particularidade nos anos em que o cres-cimento econômico de Minas supera o

brasileiro: nesse período constata-se que, em sua maioria, houve uma significativa valorização dos preços das commodities e, em especial, do minério de ferro.

De acordo com dados preliminares da FJP-Fundação João Pinheiro, em 2019 o PIB de Minas Gerais recuou 0,33% - o que corresponde a uma queda de 1,45 pontos percentuais, quando comparado à média nacional, que alcançou 1,14% no mesmo período.

De 2011 a 2020, a taxa de variação do PIB mineiro deverá registrar uma queda mé-dia de 0,21% ao ano e de 2,11% no acumu-lado do período - contra uma expansão de 0,23% e 2,73% do Brasil, respectivamente. O crescimento da economia mundial, no mesmo período, deverá atingir uma média anual de 2,73% - acumulando expansão de 30,54%.

Dados também preliminares da MinasPart Desenvolvimento apontam que a partici-pação relativa de Minas Gerais no PIB na-cional em 2020 deverá ser de 8,64%.

A Renda Per Capita dos mineiros, no pe-ríodo de 2011 a 2020, indica sofrer retra-ção acumulada de 8,62% e deverá alcan-çar US$ 5.559,46 – inferior à registrada em 2008, de US$ 7.663,28 e equivalia a 85,75% da renda média nacional.

A MinasPart Desenvolvimento estima que, em 2020, o PIB de Minas Gerais deve to-talizar US$ 119,26 bilhões – registrando-se uma retração de 4,10%.

MINAS GERAIS X BRASIL X MUNDO– TAXA ANUAL E ACUMULADA DE CRESCIMENTO DO PIB – PRODUTO INTERNO BRUTO - 2011/2020 - Em %

*Estimativas da FJP-Fundação João Pinheiro/FMIFonte: FMI-World Economic Outlook-outubro 2019/IBGE/FJP/MinasPart Desenvolvimento

Ano Minas Gerais Brasil Mundo

2011 2,48 3,97 4,29

2012 3,33 1,92 3,54

2013 0,47 3,00 3,46

2014 -0,70 0,50 3,53

2015 -4,26 -3,55 3,45

2016 -2,00 -3,28 3,27

2017 1,66 1,32 3,81

2018* 1,33 1,78 3,51

2019* -0,33 1,14 2,80

2020* -4,10 -4,50 -4,36

Média -0,21 0,23 2,73

Acumulada -2,11 1,91 30,54

MINAS GERAIS – DESEMPENHO DO PIB POR GOVERNO - 2011/2020 - Em %

*2019 e 2020 são estimativas; Diferença em pontos percentuaisFonte: IBGE/FJP/MinasPart Desenvolvimento

GovernoMinas Gerais

Brasil Diferença

ANTONIO ANASTASIA

2011 2,48 3,97 -1,49

2012 3,33 1,92 1,41

2013 0,47 3,00 -2,53

2014 -0,70 0,50 -1,20

Média 1,40 2,35 -0,95

Acumulado Período

5,65 9,69 -4,04

FERNANDO PIMENTEL

2015 -4,26 -3,55 -0,71

2016 -2,00 -3,28 1,28

2017 1,66 1,32 0,34

2018 1,33 1,78 -0,45

Média -0,82 -0,93 0,11

Acumulado Período

-3,35 -3,80 0,45

ROMEU ZEMA*

2019 -0,33 1,14 -1,47

2020 -4,10 -4,50 0,40

Média -2,22 -1,68 -0,54

Acumulado Período

-4,42 -3,16 -1,26

MINAS GERAIS - EVOLUÇÃO DO PIB PER CAPITA – 2001/2020 – EM %

*Dados Preliminares Fonte: Fundação João Pinheiro/MinasPart Desenvolvimento

Ano PIB TotalCrescimento da

PopulaçãoPIB Per Capita

2011 2,48 0,793 1,68

2012 3,33 0,751 2,56

2013 0,47 0,717 -0,25

2014 0,70 0,683 -1,36

2015 -4,26 0,651 -4,88

2016 -2,00 0,616 -2,60

2017 1,66 0,581 1,07

2018 1,33 0,551 0,78

2019* -0,33 0,521 -0,85

2020* -4,10 0,491 -4,91

Taxa Média -0,21 0,64 -0,88

Acumulada -2,11 6,01 8,62

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41DEZEMBRO 2020 | EDIÇÃO 284 DEBATE ECONÔMICO

MINAS GERAIS/BRASIL – PIB EM US$ milhões – 2001/2020*

Projeções preliminares – US$ correntesFonte: IBGE/Banco Central do Brasil/Fundação João Pinheiro – MinasPart Desenvolvimento

AnoMinas Gerais

Brasil MG/Brasil-%

2001 47.837 559.563 8,549

2002 42.345 508.101 8,334

2003 46.956 559.465 8,393

2004 58.761 669.340 8,779

2005 77.411 892.033 8,678

2006 97.715 1.107.131 8,826

2007 123.421 1.396.797 8,836

2008 151.689 1.693.147 8,959

2009 144.247 1.672.625 8,624

2010 199.673 2.209.751 9,036

2011 239.042 2.614.482 9,143

2012 226.302 2.463.549 9,186

2013 225.938 2.468.456 9,153

2014 219.463 2.454.846 8,94

2015 155.584 1.796.168 8,662

2016 156.432 1.800.134 8,69

2017 180.511 2.062.508 8,752

2018 166.225 1.893.440 8,779

2019* 158.657 1.839.290 8,626

2020* 119.258 1.380.460 8,639

MINAS GERAIS – RENDA PER CAPITA – 2011/2020

*Estimativa - Fonte: IBGE/MinasPart Desenvolvimento

AnoPIB-US$ milhões

PopulaçãoRenda Per

Capita – US$

2011 239.042 20.294.485 11.778,60

2012 226.302 20.446.840 11.067,80

2013 225.938 20.593.356 10.971,40

2014 219.463 20.734.097 10.584,60

2015 155.584 20.869.101 7.455,20

2016 156.432 20.997.560 7.450,00

2017 180.511 21.119.536 8.547,10

2018 166.225 21.235.870 7.827,50

2019 158.657 21.346.492 7.432,40

2020* 119.258 21.451.356 5.559,46

BRASIL – PIB ESTADUAL

Os melhores desempenhos do período 2002/2018

Os piores desempenhos do período 2002/2018

AS MAIORES ECONOMIAS ESTADUAIS DO BRASIL EM RELAÇÃO AO PIB – PRODUTO INTERNO BRUTO – Em %- 2018*

*Último dado disponívelFonte: IBGE/MinasPart Desenvolvimento

Ordem EstadoParticipação

no PIB brasileiro

Renda Per Capita – US$

1 São Paulo 31,56 11.778,60

2 Rio de Janeiro 10,83 11.067,80

3 Minas Gerais 8,78 10.971,40

4 Rio Grande do Sul 6,53 10.584,60

5 Paraná 6,28 7.455,20

6 Santa Catarina 4,26 7.450,00

7 Bahia 4,09 8.547,10

8 Distrito Federal 3,64 7.827,50

9 Goiás 2,80 7.432,40

10 Pernambuco 2,66 5.559,46

Page 42: DEBATE ECONÔMICO Chega ao fim a pior década da história

42 DEZEMBRO 2020 | EDIÇÃO 284DEBATE ECONÔMICO

MINAS GERAIS – PARTICIPAÇÃO SETO-RIAL NO PIB – PRODUTO INTERNO BRUTO – Em % - 2018*

Fonte: IBGE/MinasPart Desenvolvimento

Agropecuária 5,20

Indústria 26,50

Serviços 68,30

MINAS GERAIS – COMPOSIÇÃO SETO-RIAL NO VALOR ADICIONADO DO PIB – PRODUTO INTERNO BRUTO – Em %

Fonte: IBGE/MinasPart Desenvolvimento

AGROPECUÁRIA %

Participação total no Valor Adicionado 5,20 (100,00)

Agricultura 3,20 (61,54)

Pecuária 1,02 (23,08)

Produção Florestal, Pesca, Aquicultura 0,90 (15,38)

INDÚSTRIA %

Participação total no Valor Adicionado 26,50 (100,00)

Extrativas 5,00 (18,87)

Transformação 14,00 (52,83)

Eletricidade e gás, água, esgoto, gestão de resíduos etc

2,90(10,94)

Construção 4,50 (7,36)

SERVIÇOS %

Participação total no Valor Adicionado 68,30 (100,00)

Comércio, Repres. veículos Automotores e motocicletas

12,00 (17,57)

Transportes, Armazenagem, Correios 4,60 (6,73)

Alojamento e Alimentação 2,20 (3,22)

Informação e Comunicações 2,30 (3,37)

Atividades Financeiras, Seguros etc 4,40 (6,44)

Atividades Imobiliárias 10,10 (14,94)

Ativid. Profissionais, Científicas, Teóricas 7,60 (11,13)

Adm., Defesa, Educação, Saúde Pública e Segurança Social

17,3 0(25,33)

Educação e Saúde – Privadas 4,20 (6,15)

Artes, Cultura, Esporte, Recreação e Outras Atividades

1,90 (2,78)

Serviços Domésticos 1,60 (2,34)

Há 31 anos, na qualidade de presidente

do BDMG-Banco de Desenvolvimento

de Minas Gerais S.A., realizamos um

profundo estudo sobre as economias

internacional, brasileira e de Minas,

intitulado “Economia Mineira 1989:

Diagnóstico e Perspectivas”. Destaco, a

seguir, algumas das várias conclusões

daquele documento e que considero

permanecerem absolutamente válidas

ainda para os dias atuais:

– Minas Gerais não pode imaginar-

-se isolada e desconectada do País e

do Mundo. Apesar de sua importância

relativa e de suas dimensões econômi-

cas, compatíveis com as de inúmeros

estados nacionais, deve-se vislumbrar

o seu futuro inserido no contexto na-

cional e internacional. Se esta realida-de já era válida no passado, continua absolutamente essencial no presente. Em outras palavras, não se trata de conceber a economia estadual autô-noma e autossuficiente, mas integrada de maneira lúcida e compatível com as suas potencialidades, no sistema eco-nômico brasileiro e mundial;

A macroeconomia de Minas é, funda-mentalmente, a macroeconomia do País. Em outras palavras, o comporta-mento de variáveis tais como o nível global de investimentos, o nível de agregado do emprego e a taxa de cres-cimento do PIB é, em grande medida, definido em relação ao País como um todo, mesmo porque a política econô-

Page 43: DEBATE ECONÔMICO Chega ao fim a pior década da história

43DEZEMBRO 2020 | EDIÇÃO 284 DEBATE ECONÔMICO

mica estadual dispõe de poucos ins-

trumentos capazes de influenciar de-

cisivamente a sua direção;

- A decolagem da economia mineira,

rumo a um novo ciclo de desenvol-

vimento, exige também que a eco-

nomia do País reingresse na rota do

crescimento firme e sustentado. As

perspectivas para a economia de Mi-

nas dependem, em grande parte, das

perspectivas que se vislumbram para a

economia nacional.

- O futuro da economia de Minas – e da economia do Brasil – deve ser bus-cado a partir de um enfoque “voltado para fora”, aberto ao exterior. É na sua inserção no contexto nacional e inter-nacional que se encontrarão os cami-nhos corretos para o desenvolvimento da economia estadual.

Dir-se-á tratar de buscar uma nova mineiridade, não ensimesmada, mas extrovertida, transparente, permeável, aberta, posto que ainda discreta e re-catada;

MINAS GERAIS - Participação das atividades econômicas no valor adicionado bruto - 2010-2018

Fonte: IBGE, em parceria com os Órgãos Estaduais de Estatística, Secretarias Estaduais de Governo e Superintendência da Zona Franca de Manaus - SUFRAMA.

Atividades econômicas Participação no valor adicionado bruto (%)

2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018

Total das Atividades 100 100 100 100 100 100 100 100 100

Agropecuária 5,60 6,80 6,60 5,60 5,60 5,30 6,90 5,70 5,20

Agricultura, inclusive apoio à agricultura e a pós-colheita

3,00 4,40 3,60 2,90 3,00 2,80 4,40 3,30 3,00

Pecuária, inclusive apoio à Pecuária 1,70 1,60 1,50 1,70 1,70 1,60 1,80 1,50 1,20

Produção florestal, pesca e aquicultura 0,90 0,90 1,50 1,00 0,90 0,80 0,80 0,80 0,90

Indústria 33,20 33,20 31,00 30,60 28,80 26,10 24,80 25,40 26,50

Indústrias extrativas 5,70 7,50 7,00 7,50 6,10 3,60 2,90 4,30 5,00

Indústrias de transformação 17,10 15,00 13,60 13,50 13,20 13,30 13,40 13,90 14,00

Eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos e descontaminação

3,80 3,80 3,10 2,40 2,30 2,80 2,90 2,70 2,90

Construção 6,6 6,9 7,3 7,3 7,2 6,3 5,6 4,6 4,5

Serviços 61,20 60,00 62,40 63,80 65,50 68,60 68,30 68,90 68,30

Comércio e reparação de veículos automotores e motocicletas

11,80 11,80 12,30 12,30 12,70 12,60 12,10 12,50 12,00

Transporte, armazenagem e correio 4,80 4,70 4,60 4,40 4,50 4,60 4,10 4,30 4,60

Alojamento e alimentação 1,90 1,90 2,10 2,00 2,50 2,20 2,10 2,30 2,20

Informação e comunicação 2,50 2,20 2,40 2,50 2,50 2,70 2,60 2,40 2,30

Atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados

3,70 3,40 3,60 3,50 3,90 4,30 4,70 4,70 4,40

Atividades imobiliárias 8,50 8,40 8,80 9,30 9,60 10,20 10,20 10,20 10,10

Atividades profissionais, científicas e técnicas, administrativas e serviços complementares

6,70 6,80 7,30 7,70 7,20 7,50 7,40 7,30 7,60

Administração, defesa, educação e saúde públi-cas e seguridade social

15,10 14,70 14,80 15,20 15,80 17,20 17,60 17,80 17,30

Educação e saúde privadas 3,00 3,00 3,30 3,60 3,50 3,90 4,00 4,00 4,20

Artes, cultura, esporte e recreação e outras atividades de serviços

1,90 1,70 1,70 1,80 1,80 1,90 1,80 1,80 1,90

Serviços domésticos 1,40 1,40 1,30 1,50 1,40 1,40 1,50 1,60 1,60

ConclusãoNas últimas quatro décadas a econo-mia brasileira vem se caracterizan-do por uma enorme incapacidade de crescer, vem andando para trás e, sim-plesmente, não consegue acompanhar o crescimento da economia mundial. A marcha do crescimento econômico na-cional parece enferrujada, emperrada e não consegue engatar qualquer rit-mo que a possa levar avante e, ao con-trário, tem se mostrado nesta década como uma autêntica marcha a ré, um verdadeiro andar para trás, como rabo de cavalo.

Nesta segunda década do século XXI, de 2011 a 2020, em nenhum ano o PIB-Produto Interno Bruto brasilei-ro apresentará expansão superior à média mundial e a média anual de crescimento do período deverá ser de apenas 0,23% - contra 2,73% da média mundial.

Isso significa, literalmente, uma dé-cada totalmente desperdiçada e, se considerada sob a ótica da renda per capita da população, o tombo verifi-cado pode ser considerado simples-mente deplorável. Já nestes 20 anos iniciais do século XXI, durante apenas cinco diferentes anos é que o cresci-mento econômico brasileiro registrará desempenho superior à média mun-dial- sendo que a média anual nacio-nal deverá situar-se em 1,98% - contra 3,34% da média mundial. Isso signifi-ca afirmar que, no acumulado destes vinte anos, o Brasil contabilizará uma expansão de sua economia de 46,66% - contrapondo-se aos 91,75% registrados pela média mundial. Enfim, crescemos a nossa economia a um ritmo equiva-lente à metade da média mundial.

O quadro atual brasileiro e de alguns anos desta e de outras décadas ante-riores apontam uma posição rumo a uma economia subemergente, que vai

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se distanciando mais e mais do desen-volvimento, acumulando problemas e inúmeras dificuldades que começam a impedir um vislumbrar melhor para a sua economia e, ao contrário, aponta em direções perigosas ou pouco dese-jáveis.

Observo que continuam escassas e ra-ríssimas as intenções de novos inves-timentos produtivos e o País continua com baixa estima, envolto em várias dúvidas provocadas por diversas ques-tões negativas que nos assombram– destacando-se a pandemia gerada pelo coronavírus e o aprofundamento das dificuldades econômico-sociais em re-lação ao nosso futuro, bastante incerto e inseguro, porque também ressurgem mazelas que pareciam já pertencer ao passado.

Assim, a economia brasileira, doente e anêmica, encontra-se raquítica e num círculo vicioso. Não cresce e, em de-corrência, a arrecadação real também não se expande, apesar da fortíssima “des-carga tributária” que absorve 1/3 de tudo que é produzido pelo país. De outro lado, os juros consomem boa par-te das receitas e provocam, juntamente com outras elevadas despesas, déficits orçamentários nominais expressivos que, neste ano, deverão atingir 16,5% do PIB. O desfecho só pode ser um: a dívida pública cada vez maior (estima--se que chegue a 96,9% do PIB no final do ano) – o que vai sempre exigir mais e mais recursos para financiá-la.

Esses fatos são como fantasmas de um outro tempo, que insistem e lan-çam nuvens negras sobre o cenário econômico, social e político do Brasil. Em tempos assim, cresce ainda mais a nossa responsabilidade diante do País.

Volto a afirmar que a superação dos di-versos impasses atuais e o ingresso do País em uma nova etapa de expansão econômica, contínua e segura exigi-rão coragem e firme determinação por parte da sociedade brasileira e de seus

dirigentes. A saída não é simples nem trivial e demandará enfoques criativos e destituídos de preconceitos e de vá-rias antigas verdades.

O Presidente Juscelino Kubitschek já alertava que é preciso que nos capa-citemos, de uma vez para sempre, de que o desenvolvimento do Brasil é

e do otimismo, para considerarmos que esta situação crítica pela qual hoje atravessa o país não seja considera-da contínua, definitiva ou duradoura. Sempre o Brasil deu provas concre-tas de sua capacidade para superar os seus principais problemas e entraves, de forma eficiente e rápida, mas isso depende, principalmente, da inadiável exigência de realização de profundas reformas políticas, sociais e econômi-cas, bem como torna-se hoje impe-rativo desideologizar e despolitizar o debate econômico, sintonizando-nos com as várias transformações em cur-so na economia internacional para lhes captar as tendências mais prováveis de realização e aqui antecipá-las na sua implementação. Nesse contexto, é salutar recuperar o debate para a pro-moção da reforma política e da convo-cação de uma Assembleia Constituinte Revisionista Exclusiva!

Conforme já mencionei, o Brasil está acometido de uma doença que intitulo de “síndrome do raquitismo econômi-co” – em função do intenso declínio dos seus níveis de produtividade e pela constante retração da atividade econômica, principalmente quando comparados com as médias mundiais. A constatação, como já mencionado anteriormente, é que desaprendemos a crescer, e a nossa máquina propul-sora do crescimento econômico vigo-roso e contínuo enferrujou-se ou está quebrada. País que não cresce está condenado ao ananismo, ao atraso e ao empobrecimento. Isso potencializa tensões e perspectivas sociais explosi-vas - podendo colocar em risco a ainda incipiente democracia brasileira.

Sem investimento não há hipótese de desenvolvimento!

Indicam as projeções que a taxa de In-vestimento (FBKF) do Brasil em 2020 venha alcançar 15,9% do PIB (era 20,6% em 2011) e a poupança nacional deve cair de 18,6% em 2011, para 12,7% do PIB neste ano.

uma condição ligada à nossa sobrevi-vência num mundo que se impõe, mais e mais, pela força de sua vertiginosa marcha técnica. Ele afirmava que não temos de nos desenvolver apenas por ambição mesmo justa, mas desenvol-ver para sobreviver.

Aspecto fundamental para superar a questão do fraco crescimento econô-mico, em primeiro lugar, passa pelo resgate da confiança, da credibilidade

É indispensável, ademais, recuperar a nossa capacidade de planejamento estratégico de longo prazo, que entendo, deva ter, como fundamento básico, a nossa transformação em Nação Desenvolvida. É preciso nos sintonizar com as rápidas e importantes transformações por que passa a economia internacional, a sua estrutura produtiva e as novas dimensões trazidas por novos e potenciais mercados, como seriam os casos da China e Índia, além de outros.

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45DEZEMBRO 2020 | EDIÇÃO 284 DEBATE ECONÔMICO

É indispensável, ademais, recuperar a nossa capacidade de planejamento es-tratégico de longo prazo, que entendo, deva ter, como fundamento básico, a nossa transformação em Nação Desen-volvida. É preciso nos sintonizar com as rápidas e importantes transforma-ções por que passa a economia inter-nacional, a sua estrutura produtiva e as novas dimensões trazidas por novos e potenciais mercados, como seriam os casos da China e Índia, além de outros.

Já tivemos antes a oportunidade, junta-mente com vários outros economistas, de ressaltar a necessidade de compre-endermos a importância da retomada do crescimento econômico; alguns equívocos têm permeado as políticas econômicas do País e, se persistirem, obstruirão inapelavelmente qualquer tentativa de relançamento da econo-mia brasileira de volta ao caminho do desenvolvimento. Não basta apenas crescer. É necessário que o crescimen-to da nossa economia supere a média mundial e possa se compatibilizar com o nível de expansão das economias dos países emergentes. E, ainda, que in-corpore outros elementos, como as da qualidade, da produtividade e da com-petitividade.

Para isso ocorrer, é preciso formar uma “intelligentsia” nacional com o objetivo de se definir que, para a nossa trans-formação rumo ao desenvolvimento, será exigida, como a primeira de todas as metas, a do crescimento econômi-co vigoroso, consistente, contínuo e sustentável. Nesse sentido, ganha re-levância e requer ênfase especial as prioritárias questões da produtividade, da inovação tecnológica, da qualidade e competitividade, da reforma tributá-ria, da eficácia e melhoria da educação em todos os seus níveis.

A história já nos demonstrou e com-prova que sabemos fazer desenvol-vimento e crescimento econômico expressivo. E é exatamente isso o que precisamos novamente e urgentemen-te fazer!

CRESCER OU CRESCER, EIS A SOLUÇÃO PARA O BRASIL!

“Quando assumi o Governo, já não mais persistiam, no intercâmbio com o exte-rior, as condições extremamente favo-ráveis que asseguraram, no período de 1946-54, a elevada taxa de crescimento da produção real de 3,7 por cento per capita ao ano. Por outro lado, fatores in-ternos — tais como vários pontos de es-trangulamento de economia, entre eles o inadequado suprimento da energia elétrica e as deficiências de transportes ferroviários e marítimos — vinham atu-ando negativamente sobre o ritmo do nosso desenvolvimento. Tudo indicava que esse tenderia a cair, o que, de fato, ocorreu em 1955 e 1956.

Atento a essas perspectivas, o Governo decidiu, para compensar os efeitos da-queles fatores adversos, adotar a enér-gica política de desenvolvimento que se acha consubstanciada no meu Progra-ma de Metas. Nos três anos de vigência deste, fizemos intensa programação se-torial, elaboramos anteprojetos de leis, determinamos atos administrativos da mais alta relevância e baixamos nor-mas de política econômica que facili-tassem a concretização das realizações previstas.

A execução do Programa de Metas tem apresentado os mais satisfatórios re-

sultados. Eliminam-se, pouco a pouco, os principais pontos de estrangulamen-to, sobretudo nos setores da energia e do transporte, ao mesmo tempo que se criavam atividades novas, da maior essencialidade para o desenvolvimento econômico. Um exemplo típico dessas últimas, é a indústria de veículos auto-motores, cuja expansão surpreendente nos leva a prever um acréscimo de 30% na meta de produção fixada para 1960. Na maior parte das metas, no entanto, os investimentos realizados estão su-jeitos a um ciclo de maturação relati-vamente longo, cujos frutos apenas co-meçam a manifestar-se. É esse o caso da indústria siderúrgica e hidrelétrica. É certo, porém, que as iniciativas em curso e as que estão sendo preparadas para breve execução — como a implan-tação da indústria de construção naval — deverão frutificar plenamente no pe-ríodo de 1960-65.

Mas é preciso não esquecer que o pro-blema fundamental do Brasil e dos de-mais países insuficientemente desen-volvidos não consiste em apenas elevar o ritmo de crescimento. O que cumpre é estabelecer uma taxa mínima de cres-cimento, a ser observada em determi-nado período. Assim poderemos atingir um nível de renda per capita que per-mita o início de um processo cumulativo e autônomo de crescimento, com recur-sos do próprio país, e diminuir a distân-cia que o separa das grandes potências econômicas, em termos de renda per capita.”

(Trecho extraído do discurso como pa-raninfo dos alunos dos Cursos de Análi-se Econômica do Conselho Nacional de Economia – Rio de Janeiro – DF – 9 de dezembro de 1958)

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46 DEZEMBRO 2020 | EDIÇÃO 284DEBATE ECONÔMICO

JUSCELINO KUBITSCHEK Profeta do Desenvolvimento: agora em 3 volumes e 2.336 páginas

Juscelino Kubitschek nasceu em Dia-mantina, em 12 de setembro de 1902. Da pequena cidade mineira saiu para se tornar deputado federal (1934-1937), prefeito de Belo Horizonte (1940-1945), governador de Minas Gerais (1950-1954) e presidente da República (1956-1961), com o slogan “Cinquenta Anos de Progresso em Cinco Anos de Governo”.

Toda esta expressiva trajetória, que marcou o desenvolvimento econômico e social do Brasil, encontra-se relatada nas páginas de “Juscelino Kubitschek – Profeta do Desenvolvimento – Exem-plos e Lições ao Brasil do Século XXI”, obra composta por três volumes que acaba de ser lançada pelo economis-ta Carlos Alberto Teixeira de Oliveira,

Presidente/Editor Geral de MercadoCo-mum – Publicação Nacional de Econo-mia, Finanças e Negócios e Presidente da ASSEMG – Associação dos Econo-mistas de Minas Gerais e que agora já pode ser adquirida.

A obra está à venda e pode ser entregue em todo o país. Os valores são R$ 175,00 para entregas em Belo Horizonte e inte-rior de Minas Gerais; e R$ 199,00, para outras capitais e municípios já conside-rando-se o frete incluso.

Há desconto de 10% para compras de mais de um conjunto, aceitando-se to-dos os cartões de crédito. A aquisição pode ser feita diretamente na sede de MercadoComum em Belo Horizonte (Rua Padre Odorico, 128 – Sobreloja

– Bairro São Pedro), pelo telefone (31) 3281-6474 ou [email protected].

Os pagamentos devem ser feitos direta-mente à conta:

MERCADOCOMUM –

Comunicação e Public. LtdaCNPJ: 10.712.481/0001-11

Conta: 52840-8 – Agência: 0925 Ban-co: Itaú S.A. (341)

O comprovante de pagamento deve ser enviado para [email protected],

juntamente como os seus dados para o encaminhamento dos livros via postal.

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47DEZEMBRO 2020 | EDIÇÃO 284 DEBATE ECONÔMICO

Material inédito

Para a realização desta nova edição fo-ram várias as colaborações recebidas ao longo de vários anos e, diversas delas, incorporadas, enriquecendo o resulta-do final. “Cada colaboração fluiu como num passe de mágica, trazendo sempre novos e fascinantes detalhes e informa-ções sobre a trajetória de JK, seu caráter de homem público, sua obsessão pelo Brasil e, principalmente, sua obra que marcou época na História do País e o alçou à condição de maior Presidente do Brasil em todos os tempos”, destaca o autor.

Neste novo estudo sobre o Presiden-te JK foram incorporados cerca de 400 discursos proferidos por ele, quase to-dos quando no exercício da Presidência da República – e, dos quais, 250 deles publicados na sua íntegra. “Muitos, ain-da desconhecidos, podem ser conside-rados verdadeiras obras-primas sobre a política e a economia nacional. Desses discursos, também foram selecionados vários textos e frases, ora publicados nesta nova edição”, completa Teixeira de Oliveira.

De acordo com o autor, quando se fala, comenta ou analisa o desenvolvimento, esta relevante expressão não poderá ser considerada, nem compreendida e muito menos imaginada, desconectada e separada de outras duas: o econômico e o social. Deve ser, ainda, compreen-dida em sua acepção mais ampla, nas abrangências e nas contextualizações da cultura, da política e do direito.

Pontos de vista heterogêneos e opini-ões diversificadas, além de um grande número de fatos e episódios até então desconhecidos, transformam esta nova obra em uma das mais completas e fas-cinantes publicações já levadas a efeito no País sobre a vida política e a obra do ex-Presidente JK.

Um verdadeiro compêndio sobre as re-alizações e a trajetória política de Jusce-lino Kubitschek, o Presidente da Repú-

blica que, pela sua obstinação, pela sua extraordinária capacidade de planejar e executar, conseguiu fazer o País crescer 50 anos em cinco. “Mais do que uma obra biográfica, este livro busca resga-tar o debate sobre o Desenvolvimento Nacional para que o Brasil possa se re-conciliar com o crescimento econômico vigoroso, consistente, contínuo e sus-tentável”, finaliza o autor.

A coletânea de 3 livros sobre JK

Os livros foram editados por MERCA-DOCOMUM – Publicação Nacional de Economia, Finanças e Negócios que cir-cula há 27 anos, sendo desenvolvida e escrita pelo economista Carlos Alberto Teixeira de Oliveira, e têm apresentação dos renomados economistas Paulo Ra-bello de Castro e Luis Paulo Rosenberg.

Juscelino Kubitschek – Profeta do De-senvolvimento – Exemplos e Lições ao Brasil do Século XXI retrata, de forma inédita, um dos personagens mais im-portantes da política nacional brasilei-ra, em uma obra que resgata de forma definitiva a trajetória histórica daquele que foi considerado um dos mais notó-rios nomes que presidiram o país.

São três volumes, que somam 2.336 pá-ginas: Profeta do Desenvolvimento (Vo-lume I); O Desenvolvimento em 1º Lugar – A Construção de uma Nação Próspera e Justa (Volume II); e Mensageiro da Es-perança – Exemplos e Lições ao Brasil do Século XXI (Volume III). Sobre este trabalho, o autor e idealizador da pu-blicação afirma: “Não se trata de uma obra biográfica nem de um documento de natureza acadêmica, porque é muito mais do que simples relato e análise de sua vida”, explica o economista Carlos Alberto Teixeira de Oliveira.

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48 DEZEMBRO 2020 | EDIÇÃO 284ARTIGOOs artigos e comentários não representam, necessariamente, a opinião desta publicação; a responsabilidade é do autor da mensagem

Você conhece algum advogado recém--formado que foi contratado no se-tor privado pelo salário inicial de R$ 27.500? Não conhece? Pois esse é o salário inicial de um juiz de direito no Brasil. É claro que as atribuições de um juiz são muito diferentes das de um ad-vogado de empresa. Mas, mesmo quan-do se comparam profissões semelhan-tes, as diferenças são gritantes.

O salário médio dos servidores federais é 67% maior do que o praticado no se-tor privado para as mesmas profissões e responsabilidade. A média salarial do setor público é de R$ 6.219 mensais, 240% mais alta do que os R$ 2.498 dos empregos formais do setor privado.

Além do salário, os servidores públicos desfrutam de proteções que os empre-gados do setor privado não têm: adi-cionais de salário por tempo de serviço (anuênios, quinquênios), licença-prê-mio, férias acima de 30 dias (Poder Ju-diciário), estabilidade e aposentadoria com salário integral ou próximo dele.

A soma de todos os gastos com os ser-vidores ativos e inativos federais, esta-duais e municipais gera um dispêndio anual de R$ 320 bilhões para os gover-nos, o que representa 13,5% do PIB. O Brasil está à frente até mesmo de países desenvolvidos, onde os serviços públi-cos são de alta qualidade como é o caso da Suécia (12,7% do PIB), França (12,1%), Itália (9,5%) e Alemanha (7,5%). A média dos países da OCDE é de 9,9%. Se o Bra-sil remunerasse os servidores públicos

Salário Inicial: R$ 27.500

nessa média, haveria uma economia de R$ 287 bilhões em 10 anos.

A proposta de reforma administrativa

(PEC 32/2020) ataca vários pontos im-

portantes, mas deixa de lado providên-

cias urgentes que terão de ser tratadas

ou sabe lá quando ou por projetos de

lei. Mais grave: a PEC contempla apenas

os novos servidores públicos do Poder

Executivo, deixando de lado os servido-

res atuais e também os integrantes dos

Poderes Legislativo e Judiciário.

Ana Carla Abrão apresenta o exemplo

de um auditor fiscal que passou em

concurso em 2018 e outro que será

contratado em 2022 sob as novas re-

gras. Apesar de desempenharem as

mesmas funções, eles terão carreiras,

remunerações e benefícios diferentes.

É um prato cheio para os magistrados

concederem isonomia de salários e be-

‘’O salário médio dos servidores federais é 67% maior do que o praticado no setor privado para as mesmas profissões e responsabilidade’’

nefícios para esses e inúmeros outros

casos semelhantes.

Os congressistas precisam estender a PEC 32/2020 para todos os servido-res. Políticos normalmente resistem promover reformas de profundidade por temerem prejuízos eleitorais. Esse pressuposto é falso. Vários estudos têm mostrado que os referidos custos são bem menores do que os imaginados (Barbara Nunberg e John Nellis, Civil service reform and the World Bank, Wa-shington: World Bank, 2013). E mais: as reformas mal feitas, essas sim, geram custos políticos, sem nenhum resultado concreto.

Além de um esforço de aproximar a remuneração dos servidores públicos à do setor privado nas profissões em que há correspondência, o Brasil pre-cisa superar o atual sistema de avalia-ção dos servidores públicos, baseado no parecer de seus superiores que, como regra, atribuem aos seus subor-dinados, a nota máxima. As modernas ferramentas de avaliação de recursos humanos permitem distinguir o bom do mau desempenho, dedicando a este, programas de treinamento, aconselha-mento, redefinição de função e outras providências voltadas para a elevação da produtividade do trabalho. E, no caso de insucesso, a dispensa dos servido-res. Em suma, vivas ao governo por ter enviado ao Congresso Nacional a PEC 32/2020. Daqui para frente, há que se lapidar e aperfeiçoar bastante a referi-da PEC para se chegar a uma verdadeira reforma administrativa.

José PastoreProfessor da Universidade de São Paulo e membro da Academia Paulista de Letras. É presidente do Conselho de Emprego e Relações do Trabalho da Fecomercio-SP

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49DEZEMBRO 2020 | EDIÇÃO 284 ARTIGOOs artigos e comentários não representam, necessariamente,

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Parelheiros e Marsilac são distritos que constituem mais de 200 bair-ros, com campos e florestas extensas (60% da Mata Atlântica) e uma malha hídrica que representa o principal suporte da represa de Guarapiran-ga, responsável por armazenar 22% da água que o município consome. A área é protegida por leis, planos etc., mas, com o intuito de preservar o que resta de biodiversidade e garantir a continuidade de produção de ar, água e serviços ambientais básicos, não se pode deixar a especulação imobiliá-ria avançar, desregradamente, nessa preciosa área de São Paulo.

Faz-se necessário, portanto, conclamar que o Município e o Estado definam os distritos de Parelheiros e Marsilac, bem como as Orlas de Guarapiranga e da Billings, como Áreas de Estatuto Espe-cial para Atuação de Emergência Climá-tica e Ambiental.

O Direito Urbanístico à Prova!

Há extrema urgência no que tange a resolução destas complicações: reco-nhece-se a imperativa necessidade de se tomar medidas diretas, ultrapas-sando os limites da tradicional fiscali-zação, como segue:

Há risco de emergência ambiental e risco climático e, em função disto, é preciso conscientizar os ambientes parlamentares e jurídicos; promover, da melhor maneira possível, a econo-mia sustentável: como produção de água, ecoturismo, lazer etc., sobretudo, promover também um espaço socio-ambiental (EcoVilas) com a finalidade de atrair investimentos nacionais e in-ternacionais.

Implantação de medidas de emer-gência climática e ambiental (projetos como o Ligue os Pontos, deve ser man-tido e melhorado) e a capital do Estado tem um estatuto metropolitano que

Sob risco de extinção, devemos garantir o futuro da biodiversidade de áreas ameaçadas da cidade de São Paulo, nos distritos de Parelhereiros e Marsilac

visa garantir a coerência e suporte no

conjunto de leis e plano existentes.

Atuação para definir orçamento da

Subprefeitura, ajudando a repensar as

fontes dos recursos locais: como recur-

sos do ISS, ITR, ICMS Ecológico, paga-

mentos pelo uso da água (FEHIDRO),

FUMSAI, multas etc.

Construção de um Fundo Específico,

com contribuições do setor público

e privado, com gestão conjunta, para

financiar projetos de uma Agenda Es-

tratégica – como a aquisição e gestão

de áreas que formem corredores eco-

lógicos.

Construção de uma instância coor-

denadora para uma governança in-

tegrada, a fim de estabelecer um Ob-

servatório da Agenda Estratégica de

Parelheiros, a ser reconhecido e in-

tegrado pela Câmara de Vereadores,

Assembleia Legislativa e o Ministério

Público.

Conclamo que todos os interessados

despertem e tenham consciência e

patriotismo, indispensáveis à sobre-

vivência da população: de modo par-

ticular, os advogados engajados com a

causa pública!

Por fim, conclamo também, sobretudo,

que o Ministério Público Paulista, nes-

te instante de nossa história, volte-se

à defesa da sobrevivência das últimas

reservas da capital que, ainda, propi-

ciam a possibilidade de nos deixar vi-

vos (a síntese das proposições elabora-

das neste escrito deriva das propostas

do Sr. Walter Teche, profundo conhe-

cedor dos problemas ambientais da

Zona Sul de São Paulo, a quem damos o

crédito e o realce necessário, com nos-

sos aplausos pelo modo com que luta

por esses propósitos, fugindo da indi-

ferença da Prefeitura e do governo do

Estado de São Paulo).

Jayme Vita Roso [email protected]

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50 DEZEMBRO 2020 | EDIÇÃO 284ARTIGOOs artigos e comentários não representam, necessariamente, a opinião desta publicação; a responsabilidade é do autor da mensagem

Elyseu Mardegan JrCEO da LendMe - nova fintech de empréstimos com base imobiliária

Como destravar a economia pós-pandemia?

Um 2020 que ninguém esperava e que, a cada dia, apresenta novos desafios. Vivemos um cenário impensável e com questões complexas, sem precedentes na história recente. É difícil prever hoje o que acontecerá depois que superar-mos essa pandemia mas, é claro que o mundo não será mais o mesmo. Por isso, a busca é - e será por longo tempo - pela sobrevivência, com o menor índi-ce de dano colateral possível.

Segundo projeções do Instituto Brasi-leiro de Executivos de Varejo & Mercado de Consumo (Ibevar), a taxa de inadim-plência da pessoa física deve crescer na ordem de 5,96% em julho e 6,09% em agosto, na comparação com os mesmos períodos de 2019. Os dados só confir-mam o que já era esperado em tempos de crise, o dinheiro está escasso em to-dos os setores. Do poder público ao pri-vado; da pessoa jurídica à pessoa física. A procura por crédito já aumentou e só vai crescer.

Auxílio emergencial, linhas de crédito do sistema bancário tradicional, pro-gramas voltados às pequenas empre-sas. Uma gama diversificada para um público também heterogêneo. A pós-

-pandemia vai acentuar e muito a pro-cura por dinheiro.

Recente pesquisa do BTG, conduzida pelo Instituto FSB, aponta o céu cinzen-to do momento, traduzido pela evidente perda de renda, aumento das despesas, a dificuldade de retomar as atividades profissionais e o medo de um futuro incerto. Com este cenário, na cesta de produtos dos bancos, os empréstimos já precificam os riscos, com aumento das taxas de juros e prazos mais curtos para pagamento.

Mesmo abastecidos na outra ponta por recursos do governo, com taxa Selic bastante atraente e no menor patamar da história -, o crédito no sistema ban-cário não é acessível a todos. Com pro-jeções tão desanimadoras, como ter a sua paz de volta?

Para quem já pensa em meios de su-prir suas necessidades nos próximos meses, o Home Equity pode ser uma saída inteligente. Com taxas menores que as praticadas em outras moda-lidades e prazos maiores - podendo chegar a 15 anos -, o empréstimo com garantia de imóvel é um produto que já faz parte do portfólio de muitas ins-

tituições financeiras e da vida do bra-sileiro.

Temos no Brasil uma imensa capaci-dade de recursos que não dependem de programas do governo, não oneram o déficit público e que têm força para impulsionar, de forma rápida e positiva, a economia. Prova disso é a última Pes-quisa Nacional por Amostra de Domicí-lios (PNAD) que apontou que cerca de 70% das propriedades imobiliárias no Brasil estão pagas e quitadas em nome de seus proprietários. Estima-se que elas representem um valor potencial de R$ 1 trilhão. E, para acessar esse dinhei-ro, precisamos de muito pouco.

Por meio do Home Equity, é possível inje-tar uma enorme quantidade de recursos na economia, sem onerar as contas públi-cas, uma vez que esse produto se utiliza do mercado de Securitização Imobiliária oferecendo produtos atraentes de inves-timentos - LCIs, CRIs, FIDC, FII, LIG e ou-tros. Estabelece-se, assim, um fluxo vir-tuoso de dinheiro entre os proprietários de imóveis (PF ou PJ), que necessitam de recursos, e o mercado de investimentos e títulos privados.

Em uma outra modalidade, a da hipo-teca reversa, podemos ajudar a imen-sa e crescente população de idosos na utilização do patrimônio imobiliário adquirido em vida em uma fonte extra de renda, que complementa seu rece-bimento da previdência, no momento em que mais necessita de recursos para suprir o aumento das despesas que a idade traz.

A solução está nas mãos do governo e, para destravar essa enorme quantidade de capital basta acelerar algumas medi-das que já estão na pauta do Banco Cen-tral e do Ministério da Economia. Regu-lamentar a múltipla hipoteca e aprovar o projeto de lei da hipoteca reversa (PL 55) deveria ser um assunto urgente nesse momento, abrindo caminho para uma alternativa de crédito rápida, com dinheiro barato e para uma parte da po-pulação que, provavelmente, não terá acesso fácil em outros canais.

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51DEZEMBRO 2020 | EDIÇÃO 284 ARTIGOOs artigos e comentários não representam, necessariamente,

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Recebi de estimado irmão, a obra JK -

Profeta do Desenvolvimento Exemplos

– Exemplos e Lições ao Brasil do Século

XXI, do economista Carlos Alberto Tei-

xeira de Oliveira. Juscelino, nominado

profeta no volumoso trabalho, é sem dú-

vida uma inspiração para que tenhamos

de novo um Plano Nacional de Desen-

volvimento. A obra lembra que Juscelino

nunca se deixou paralisar pelas crises

políticas do seu governo. Nosso governo

atual precisa minimizar as crises atuais e

perseverar num planejamento indispen-

sável. Temos competências no país que

podem ser mobilizadas para colaborarem

com o governo federal. A EMBRAPA, or-

gulho brasileiro no setor agropecuário,

acaba de apresentar o seu plano para esta

década de 20. É uma parte, verdade, mas

um bom começo.

Para a elaboração deste indispensável

plano existem sim muitas restrições.

A primeira delas é que o governo não

tem dinheiro, gastou sem ter, está há

sete anos com orçamento deficitário e a

pandemia da covid19 piorou a situação.

Juscelino também tinha muitas restri-

ções em 1956. É prioritário um plano de

desenvolvimento para dar forma e rumo

aos esforços que estão sendo feitos e aos

muitos que ainda podem e devem ser re-

alizados.

O quadro é grave, isto precisa ficar dra-

maticamente claro. É inadiável elaborar-

mos um bom plano de desenvolvimento

nacional e começarmos a implementar o

que precisa e pode ser feito, urgentemen-

te, com responsabilidade fiscal. Vamos

trocar preocupações com a eleição de

2022 por preocupações com o desenvol-

vimento nacional. Vamos direcionar toda

a energia do país para o desenvolvimen-

to. Fica mais fácil de sermos também

mais justos. Desenvolvidos e justos é uma

aspiração de todos. Uma maior união do

país, necessária, pode ser alcançada com

a bandeira do desenvolvimento, um

plano competente e entregas efetivas

do planejado.

Sergio Rogerio de CastroEngenheiro, empreendedor, conselheiro da Escola de Associativismo; Ex-Senador pelo Espírito Santo e ex-Presidente da Federação das Indústrias do Estado do Espírito Santo.

Foto: Ebrand

Desenvolvimento nacional: debate necessário

Nosso portentoso país precisa se recon-ciliar com o desenvolvimento econômi-co sustentável permanente, o caminho único para que haja a tão necessária geração de oportunidades de trabalho para os que estão desempregados, desalentados, jovens que estão che-gando ao mercado de trabalho. Todos, todos nós brasileiros precisamos as-pirar fortemente transformar o Brasil, de eterno emergente, numa nação de-senvolvida num prazo planejado, com ações e metas discutidas com toda a nação. Me parece que o momento está a exigir que o país volte a debater Diretrizes Gerais para o Desenvolvi-mento Nacional, como fez Juscelino Kubistchek em 1956, considerando as nossas atuais condições econômicas, sociais e políticas.

Quando falo em desenvolvimento na-cional, quero me referir a ações co-ordenadas, alinhadas em programas de investimento público e privado com estabelecimento de indicadores de medição e metas. Não me refiro aos que foram meras intenções, mas àqueles poucos que, pós-Juscelino, ti-veram resultados marcantes.

Vivemos um ciclo virtuoso de desen-volvimento nacional na década de 70, durante o governo do Presidente Médici, conhecido como o “Milagre Brasileiro” onde despontou o Plano de Integração Nacional, no período de controle do país pelos militares ini-ciado em 1964.

Nos governos petistas, alguns pla-nos com este objetivo foram lança-dos, mas somente o PPI - Programa de Parceria de Investimentos merece ser citado, pois teve bons resultados e está mantido no governo atual.

Recentemente, o governo federal lan-çou o plano Pró-Brasil. Mal conduzi-do, não empolgou ninguém, deu uma brigalhada tremenda dentro do go-verno federal e morreu. Este debate precisa voltar a acontecer, ouço e leio este apelo cada vez mais.

Desde Juscelino, repito, tivemos poucos e curtos momentos de cres-cimento econômico acima da média mundial. Uma inflação descontrola-da, juros muito altos e corrupção em níveis nunca vistos seguraram o país. É tempo de recuperar o tempo perdido.

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de Minas ao Brasil, a merecer retribuição. Finalmente, aplica-se bem no momento a conclamação conspiratória de Tiradentes aos mineiros, em 1789: “Se todos quises-sem poderíamos fazer do Brasil uma gran-de nação”.

O conde de Assumar, mais tarde, em Por-tugal, ao explicar sua ação repressiva, con-siderada excessiva diz, em relatório que lhe é atribuído, que “estava em preparação em Minas um projeto de república, inspi-rado no modelo das cidades italianas, es-pecialmente Veneza”. Falar em república no princípio do século XVIII, na então co-lônia nascente, que significa “comunida-de política soberana e autogovernada por seus cidadãos”, diz a historiadora Heloisa Starling (“Ser republicano no Brasil-Colô-nia – a história de uma tradição esqueci-da”, 2018), ser fato extraordinário, pelo seu significado e pioneirismo mineiro. Assu-mar, no seu depoimento, diz que em Mi-nas “a terra evapora tumultos, a água exala motins, o ouro toca desaforos, destilam liberdades os ares....Minas é tumba da paz”.

Minas tem outros pioneirismos, avanços e conquistas a celebrar, a começar pelo esplendor cultural e artístico do século XVIII, as muitas rebeldias e revoltas e a Inconfidência de 1789, sempre inaugurais do sentimento nativista, de autonomia e independência. Contribuiu para a Inde-pendência de 1822, para a construção do Primeiro Império e suas leis, resistiu ao absolutismo de Pedro I com a Revolução Liberal de 1842, inspirou o movimento re-publicano que adotou Tiradentes e os poe-tas inconfidentes como símbolos. Em 1930 e 32 os mineiros lutaram por novo regime no país, em aliança com Rio Grande do Sul e Paraíba. E em Ouro Preto e cidades históricas, especialmente em Vila Rica que, “perdida entre montanhas, é histó-rica, cívica e artística”, os modernistas, na década de 1920, descobriram uma autên-tica cultura brasileira e nela fundamenta-ram a política de proteção do patrimônio histórico e artístico brasileiro e a criação do IPHAN. Deste “caldo de cultura” surge a mineiridade, “mistura de mineirismo cultural e mineirice política”, no dizer de Afonso Arinos.

Mauro WerkemaJornalista. - [email protected]

Minas e os 300 anos da Capitania

Relembrar os 300 anos da criação da Capi-tania das Minas, a 2 de dezembro de 1720, não representa somente exaltar uma data histórica. É oportunidade, de evidente va-lor simbólico, para uma reflexão sobre a tricentenária trajetória histórica de Minas Gerais, evolução e conquistas, o domínio territorial, afirmação como povo e socie-dade, conformação da identidade regional e expressão cultural e os traços que con-formam a personalidade mineira. Mas, e sobretudo, suas lutas por emancipação política e econômica, ciclos e crises e sua ressignificação na contemporaneidade. Mas, e indispensavelmente, estimular a discussão necessária, senão inadiável, so-bre a crise mineira dos nossos dias.

Convivem em Minas tradição e moderni-dade em uma exemplar diversidade cultu-ral e natural gerada pela singularidade de sua formação, desde os anos de passagem entre os séculos XVII e XVIII, quando ocor-re a ocupação pioneira do território inte-rior do Brasil-Colônia em busca do ouro. Da “Minas inaugural” à “Minas minerária”, expressões de Guimarães Rosa, e seus ciclos de exploração mineral, do ouro ao ferro, Minas deve sua origem, seu nome e sua formação. Mas também, na visão críti-ca da historiografia contemporânea, repe-tem-se os ciclos de espoliação econômica, que deveriam ter garantido ao Estado uma maior retribuição e um melhor e mais jus-to estágio de desenvolvimento.

Na Colônia, no Império e na República, os mineiros atuaram decisivamente na for-mação da nacionalidade brasileira. A re-volta de Vila Rica (Ouro Preto) e Ribeirão do Carmo (Mariana) em 1720 é pioneira na resistência mineira à opressão colonial portuguesa. Por todo o século XVIII ocorre-rão sublevações e mesmo já no século XIX, no regime imperial, nas lutas pela cons-trução da nacionalidade brasileira. Em

1720, os mineiros, ainda em formação eco-nômica e social incipiente, revoltam-se com a cobrança do quinto do ouro e con-tra a implantação das casas de fundição, ameaçam o governador, Pedro de Almeida e Portugal, Conde de Assumar, resistem ao controle do comércio, pedem maior auto-nomia e liberdade em documento de rei-vindicações avançado para a época.

A revolta obriga o governador a refugiar-se em Vila Rica, que se torna capital de Mi-nas, e a agir com extremo rigor na repres-são aos rebelados, com prisões, incêndios e execução sumária de Felipe dos Santos, que passa à História como primeiro mártir das lutas mineiras. A Criação da Capitania das Minas do Ouro é uma reação do gover-no português, que reforça a gestão colo-nial, com governo próprio, desmembrado da Capitania de São Paulo e das Minas, que fora criada em 1709. A criação se faz por Alvará do rei dom João V (1707 a 1750) que atende a recomendação do Conselho Ultramarino, como meio de organizar o governo local e conter revoltas que amea-çavam o controle da rica colônia.

É oportuno momento de rever a trajetó-ria de Minas nos seus 300 anos. Inclusive quanto à crise atual. Ver o que o passado nos ensina e aponta quanto à herança natural, o processo histórico e social e os valores que ensejariam uma ampliada emancipação econômica. Minas é rica, de solo e subsolo, de recursos humanos, de lições e experiências históricas e de vida, de homens públicos. E convocar para um novo tempo através de debates que envol-vam a todos, na disseminação de conheci-mento e consciência de que o “espírito de Minas”, que a história nos mostra e Drum-mond nos lembra, atue uma vez mais no enfrentamento da realidade adversa. Lembrar também o quanto, em diversos momentos, tem sido valiosa a contribuição

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no até o final deste ano, entende que

a disciplina seja abordada de forma

transversal pelas escolas. Ou seja, a

ideia é que, além de constar no con-

teúdo da sala de aula, o tema também

seja abordado em ações e projetos es-

peciais.

Para a Associação de Educação Fi-

nanceira do Brasil, a AEF-Brasil, este

é um importante movimento, pois

preparará as futuras gerações para o

desenvolvimento de competências

e habilidades necessárias para li-

dar com as decisões financeiras que

tomarão ao longo de suas vidas. De

acordo com pesquisa feita pela Serasa

Consumidor em parceria com a Serasa

Experian no ano passado, um em cada

três estudantes afirmou ter aprendido

a importância de poupar dinheiro de-

pois de participar de projetos de edu-

cação financeira.

É evidente que as instituições de en-

sino são fundamentais para o desen-

volvimento dessa consciência nos fu-

turos cidadãos. Porém, isso não exime

o papel dos pais como estimuladores

e exemplos a serem seguidos. Estu-

diosos do universo infantil dizem que

é por meio do comportamento dos

adultos que o conhecimento é absor-

vido pelas crianças. Isso envolve des-

de o consumo consciente de recursos

até a administração de “mesadas”.

Para os adolescentes, é interessante,

inclusive, uma abordagem mais avan-

çada sobre investimentos e vantagens

de economizar recursos a longo prazo

em prol de um objetivo futuro. Muitas

vezes, crescemos com a crença de que

a poupança é a única forma de guar-

dar dinheiro. É válido apontar, desde

cedo, outros caminhos de constru-

ção de patrimônio financeiro, como o

consórcio. Com a inclusão definitiva

da educação financeira nas escolas,

aliada ao comprometimento dos pais,

temos tudo para tornar a sociedade

mais consciente financeiramente.

Tatiana Schuchovsky ReichmannCEO do Grupo Ademicon, do qual faz parte a Ademilar Consórcio de Imóveis e a Ademimotors Consórcio de Veículos

Educação financeira: preparando gerações para enfrentar desafios

A 7ª Semana Nacional de Educação Fi-nanceira, que aconteceu até o dia 29 de novembro, nos faz refletir sobre o quanto é fundamental estimular a po-pulação a desenvolver conhecimen-to financeiro e a adotar, desde muito jovens, o hábito do planejamento. O tema “Resiliência financeira: como atravessar a crise?” não poderia ser mais oportuno, uma vez que estamos vivendo tempos que nem mesmo os experts em mercado foram capazes de prever, um cenário que impactou o mundo não só na saúde, mas tam-bém no aspecto socioeconômico. De toda forma, momentos de adversida-

de também são oportunidades únicas de aprendizado, de reinvenção e ino-vação. E nesse contexto, a educação financeira faz muito sentido.

Em 2017, o Conselho Nacional de Educação, apoiado pelo Ministério da Educação, estipulou que a educa-ção financeira passasse a fazer parte da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), documento que guia educa-dores sobre o conteúdo mínimo que deve ser ensinado nas escolas, desde a educação infantil até o ensino mé-dio. A recomendação, que propõe uma adaptação por parte da rede de ensi-

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de (ISO 9.001), compliance (ISO 37.301) ou segurança da informação (ISO 27.001).

Outro diferencial importante é a repu-tação da empresa. Um bom trabalho de marketing e branding junto aos seus mais variados stakeholderes sempre anima os investidores interessados em fazer apor-tes ou mesmo comprar a empresa toda, ou parte dela. Em alguns casos, o valor da marca facilmente ultrapassa o valor dos ativos tangíveis, tornando a operação muito mais atrativa para quem vai rece-ber o investimento.

Ao longo de todo o processo de levanta-mento de informações, é imprescindível a interação plena da equipe interna da empresa avaliada com os auditores in-dicados por ambas as partes. Em muitos casos, os colaboradores ficam com receio de seus próprios destinos após a negocia-ção, mas tal receio é infundado se o time interno possui alta performance e qualifi-cação. Um relatório de auditoria adequa-do, com as informações corretas, é muito importante para que as duas partes to-mem a melhor decisão. Quando decidem fechar o negócio, é necessário registrar toda a operação, se possível preservan-do os dados que serviram de base para a tomada de decisões (comumente chama-dos de data room) e oficializar a transação nos órgãos competentes.

Mesmo sendo um caminho trabalhoso e que demanda gastos, a busca por inves-timentos estrangeiros para as empresas

brasileiras é de suma importância para

a economia do país. Quando o trabalho

é bem feito, todos saem ganhando: o in-

vestidor, a empresa e principalmente o

Brasil, que consegue gerar mais emprego

e prosperidade para toda a população.

Jayme Petra e Gabriela MachadoJayme Petra de Mello Neto é advogado do escritório Marcos Martins Advogados e especialista em Direito cível e societário; Gabriela de Ávila Machado é advogada, DPO (Data Protection Officer) certificada e líder da área societária do Marcos Martins Advogados.

Como atrair investimento estrangeiro para o Brasil?

O investimento estrangeiro despencou em 49% em todo o mundo no primeiro semestre deste ano, segundo dados di-vulgados pela ONU – Organização das Nações Unidas. O Brasil foi o terceiro país que mais perdeu investimentos – cerca de 48% em relação ao mesmo período do ano passado. Bem acima da média da América Latina, que foi de 25%.

Além das questões políticas e da pande-mia, há um outro fator que pesa bastante para a redução desses investimentos: a gestão das empresas. Para atrair inves-timento externo, as empresas precisam evidenciar que têm uma gestão saudável e que são rentáveis. Para isso, é preciso fazer uma cuidadosa avaliação de vários aspectos, como o regime tributário, o tipo de sociedade e seus balanços financeiros. Mas, engana-se quem pensa que só isso é suficiente. É necessário ajuda especiali-zada para garantir o sucesso da operação.

Antes mesmo de começar uma negocia-ção como essa, as empresas precisam assinar um termo de confidencialidade, o NDA, com o objetivo de resguardar as duas partes na troca de informações si-gilosas. Depois, é necessário recorrer a uma análise de risco due dilligence, que faz um mapeamento preciso de vários aspectos para avaliar a atratividade do negócio para as duas partes. E essa aná-lise pode ser feita tanto sob o prisma do investidor quanto de quem pretende receber o investimento – e ambas são igualmente relevantes para garantir os interesses de todos.

Um dos aspectos mais importantes nes-se tipo de transação é a questão cultural. Embora o direito brasileiro esteja pauta-do nas principais referências mundiais, é preciso considerar questões particulares da nossa legislação e também do setor de mercado onde a negociação aconte-ce, para que sejam obedecidas as regras

nacionais. Tanto é que setores como o de saúde, aviação e mídia possuem restri-ções a investimentos estrangeiros, mas que foram sendo abrandadas ao longo do tempo.

Contudo, independentemente do seg-mento de atuação da empresa que pre-tende receber o investimento, é primor-dial avaliar questões que envolvam o direito societário, cível, tributário e traba-lhista, a fim de garantir a idoneidade da empresa e o atendimento a todas as leis vigentes. Além disso, é preciso avaliar ainda os aspectos inerentes ao core busi-ness da empresa. Uma atividade que gere impacto à natureza, por exemplo, deve atender com mais rigor a legislação am-biental do que uma com menor pegada de carbono.

Além de cumprir rigorosamente a todas as exigências legais básicas para o bom funcionamento da empresa, outros as-pectos estão ganhando cada vez mais relevância, como é o caso do complian-ce. Empresas que conseguem comprovar sistemas de gestão livres de suborno e corrupção atraem mais atenção dos in-vestidores. O mesmo tem acontecido com o cumprimento da Lei Geral de Proteção de Dados, a LGPD. Demonstrar que a em-presa faz a correta manipulação de dados tanto de seu público interno quanto ex-terno atrai os potenciais investidores.

Embora não sejam obrigatórias, as cer-tificações ISO ajudam muito nesse pro-cesso. Como a empresa certificada passa por auditorias periódicas que analisam o cumprimento de determinadas normas, uma certificação como esta figura como um grande diferencial para quem deseja atrair a atenção do investidor estrangeiro, em especial porque essas certificações são internacionais, o que garante um pa-drão de atendimento aos requisitos esta-belecidos, seja de uma norma de qualida-

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Para mais detalhes, entre em contato com:

JIHAN KAZZAZ | ETC COMUNICAÇÃO

(31) 2535-5257 / (31) 2535-5258

[email protected]

Em JANEIRO de 2019, MercadoComum inaugurou sua NEWSLETTER ONLINE.

Por encaminhamento a uma seleção especial de e-mails, whatsapps e através do Facebook e Instagram, MercadoComum alcança diretamente um público formado por mais de 100 mil pessoas, que sempre recebem a publicação, sob a forma de PDF. Esse público é selecionado e formado por diversas lideranças, empresários, profissionais de todas as áreas e formadores de opinião em todo o país. De outro lado, o site www.mercadocomum.com.br recebe inúmeros visitantes que acessam todas as matérias publicadas – desde as atuais às anteriores.

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56 DEZEMBRO 2020 | EDIÇÃO 284DESTAQUES DO MUNDO EMPRESARIAL

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema, visitou, no dia16 de novembro último, a unidade produtiva da Bem Brasil, em Perdizes, no Triângulo Mi-neiro. Acompanhado do presidente da companhia, João Emílio Rocheto, ele conheceu as instalações e tecno-logias empregadas, além de todo o processo produtivo. Durante a visita, Zema destacou a visão empreendedo-ra dos sócios-proprietários, que con-seguiram agregar valor à produção. “A Bem Brasil é um exemplo. Ao invés de vender a batata in natura, a empresa comercializa o produto beneficiado”, afirmou, enaltecendo, ainda, a gera-ção de empregos.

Somente a fábrica de Perdizes é res-ponsável por produzir cerca de 160 mil toneladas de batatas pré-fritas ao ano. Somando-se os números da uni-dade situada no município vizinho de Araxá, esse volume ultrapassa as 250 mil toneladas. Ao todo, a Bem Brasil gera, aproximadamente, 600 empre-gos diretos e mais de 2 mil indiretos,

A Pif Paf é vencedora do XXII Prêmio Minas – Desempenho Empresarial – Melhores e Maiores – MercadoComum 2020, na Categoria Empresas Excelên-cias de Minas Gerais.

A empresa foi também considerada a segunda melhor empresa do setor de bens de consumo do Brasil, de acor-do com o ranking “Melhores e Maiores 2020” da revista Exame, um dos mais tradicionais e importantes do país. A divulgação do resultado aconteceu dia 18/11, no evento de premiação, que, pela primeira vez, foi transmitido online e aberto a todas as pessoas. A companhia mineira ainda tem outros motivos para comemorar: subiu 55 posições na classificação das 1.000 maiores organizações do país por ren-da líquida, e entrou para o TOP 100 na categoria Agronegócio.

O desempenho expressivo reforça uma gestão apoiada nas melhores práticas de governança corporativa, responsa-bilidade socioambiental e na cultura de inovação, além da assertividade na implementação de um robusto pla-no de crescimento sustentável para os próximos anos. “Mais uma vez, a Pif Paf se destaca entre as melhores empresas do país, em um ano tão de-safiador como foi 2020. É um grande reconhecimento do esforço e dedica-ção de toda nossa equipe para seguir sempre como referência em quali-dade, sustentabilidade e rentabili-dade. Reflete, também, a efetividade do nosso planejamento estratégico”,

Romeu Zema visita fábrica da Bem Brasil

Pif Paf é a segunda melhor empresa de bens de consumo do Brasil

contribuindo, conforme enfatizou o governador, para que “o estado man-tenha o destaque nacional no plantio e processos industriais da cadeia pro-dutiva da batata”.

A Bem Brasil é vencedora do XXII Prê-mio Minas – Desempenho Empresa-rial – MercadoComum – Melhores e Maiores – 2020, na Categoria Empre-sas Excelência de Minas Gerais.

Fabricante 100% brasileira de batata pré-frita congelada e flocos desidrata-dos de batata, a Bem Brasil foi fundada em dezembro de 2006, em Araxá, no Triângulo Mineiro. Pioneira na ativida-de, conta, atualmente, com duas unida-des fabris na região: a de Araxá e a outra no município de Perdizes, inaugurada em 2017. Juntas, geram mais de 600 empregos diretos e de 2 mil indiretos. A companhia é líder em vendas de batatas pré-fritas congeladas no país, produ-zindo, por ano, mais de 250 mil tonela-das de produtos. Além disso, seu mix contempla mais de 20 itens voltados para food service e varejo nacional.

Governador de Minas Gerais conheceu as instalações da empresa, líder nacional em vendas de batata pré-frita congelada, no município de Perdizes, no Triângulo Mineiro Ranking da revista Exame, um dos

principais do país, foi divulgado no dia 18 de novembro e indica, ainda, que a companhia subiu 55 posições na classificação por renda líquida e 20 posições na categoria Agro.

João Emílio Rocheto, Romeu Zema e Dep. Bosco - Divulgação Bem Brasil

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57DEZEMBRO 2020 | EDIÇÃO 284 DESTAQUES DO MUNDO EMPRESARIAL

afirma o CEO da companhia, Rodrigo Coelho.

Com 47 anos de existência, o ranking “Melhores e Maiores” é o maior estudo sobre a evolução dos negócios no Brasil e uma das mais relevantes premiações de excelência empresarial em 20 seto-res da economia. A definição da clas-sificação em cada um deles é feita por meio de análise técnica, baseada em metodologia desenvolvida pela Funda-ção Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras (Fipecafi), liga-da à Faculdade de Economia, Adminis-tração e Contabilidade da Universida-de de São Paulo (USP). O critério para avaliar o sucesso é, basicamente, uma comparação dos resultados obtidos em termos de crescimento, rentabilidade, saúde financeira, participação de mer-cado e produtividade por empregado.

Com sede corporativa em Belo Hori-zonte (MG), a Pif Paf Alimentos, maior indústria frigorífica mineira, atua nas cadeias de produção verticalizadas de aves e suínos há 52 anos. Possui 12 uni-dades industriais, dedicadas à produ-ção, abate e processamento de frangos e suínos, distribuídas entre os estados de Minas Gerais, Goiás e Santa Catarina. Seu mix contempla cerca de 660 itens, entre carnes, pescados, embutidos, massas, pratos prontos, pães de queijo, salgados e outros. A empresa emprega, diretamente, cerca de 8,5 mil pessoas, possui mais de 110 mil clientes e atende mercados em mais de 20 países.

Grupo Patrimar bate recordehistórico de vendas no 3º trimestreVolume soma R$ 243 milhões e é 260% superior as vendas do segundo trimestre do ano

O Grupo Patrimar tornou público no dia 11/11 os resultados operacionais apurados no 3º trimestre de 2020, como parte da estratégia da compa-nhia de futuramente ter ações listadas na Bolsa de Valores (B3). De acordo Alex Veiga, CEO do Grupo Patrimar, “estamos muito orgulhosos de apre-sentar números tão favoráveis nesta primeira divulgação de resultados como Companhia Aberta de Categoria A perante a CVM”.

Os indicadores financeiros apon-tam um volume recorde histórico de vendas, somando R$ 243 milhões, 260% superior ao comercializado no 2º trimestre de 2020 (2T20). Foram vendidas 389 unidades habitacionais apenas neste terceiro trimestre e 651 unidades no consolidado de 2020 até o mês de setembro (9M20).

A performance de vendas foi acom-panhada pelo crescimento da receita

líquida: nos nove primeiros meses do ano foi 94,9% superior ao mesmo pe-ríodo de 2019. Já o lucro líquido cres-ceu 259,5%, saindo de R$ 17,7 milhões para R$ 63,5 milhões no comparativo do 9M19 para 9M20. O EBITDA ajusta-do nos 9M20 atingiu R$ 79,5 milhões, um crescimento de 225,4% em relação ao mesmo período de 2019.

O terceiro trimestre de 2020 se destacou pela retomada dos lança-mentos, que tinham sido adiados no primeiro semestre devido a pande-mia da Covid-19. Um dos destaques foi o High Line Square, empreendi-mento da Patrimar Engenharia em Nova Lima/MG lançado em agosto, que teve 95% de suas unidades ven-didas. Este lançamento impactou positivamente o VSO líquido (Ven-das Líquidas sobre Oferta), que ficou em 25,5%. Este indicador demonstra a força de vendas da Companhia,

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58 DEZEMBRO 2020 | EDIÇÃO 284DESTAQUES DO MUNDO EMPRESARIAL

Doze projetos da Rede Mater Dei são apresentados na edição 2020 do CONAHP

Em um ano de muitos desafios prin-cipalmente para o setor da saúde, a edição 2020 do Congresso Nacional de Hospitais Privados (CONAHP) traz um tema muito importante para a discus-são e reflexão: “Lições da pandemia: desafios e perspectivas para o sistema de saúde brasileiro”. O evento aconteceu entre os dias 16 e 20 de novembro com a participação de especialistas em saúde nacionais e internacionais. O Congres-so também contou com a Sessão Pôs-ter em que os Hospitais membros da Associação Nacional de Hospitais Pri-vados (ANAHP), promotora do evento, apresentaram os projetos inovadores implantados no período. Ao todo foram 204 trabalhos selecionados.

A Rede Mater Dei de Saúde, associa-da fundadora da ANAHP, teve 12 tra-balhos aprovados na Sessão Pôster e compartilhou as iniciativas imple-mentadas para enfrentamento ao co-ronavírus. Eles ficaram expostos em uma plataforma online durante todo o evento com os 192 outros pôsteres de Hospitais associados.

De todos os trabalhos enviados pe-los Hospitais, do Brasil, 6 (seis) foram premiados pela Comissão Científica do CONAHP. E é com orgulho que 2 (dois) pôsteres da Rede Mater Dei re-ceberam o Prêmio nas categorias Ges-tão e Assistência.

O trabalho premiado na categoria As-sistência tem a temática “Respirador desenvolvido em Minas Gerais é ho-mologado pela Anvisa e utilizado em humanos”. Esse projeto foi uma par-ceria da Rede com a empresa Tacom e outras empresas mineiras, que desen-volveram um respirador de baixo cus-to e acessível para atender a demanda causada pelo Coronavírus.

Na categoria Gestão, o destaque foi o projeto “Ações adotadas para mitigar o impacto do absenteísmo durante a pandemia de Covid-19 e cálculo do ROI”, que trabalhou ações para dimi-nuir o impacto da ausência de colabo-radores por conta da pandemia, atra-vés da Saúde Corporativa.

“Essa premiação reforça ainda mais o que temos feito durante a pandemia no sentido de continuar prestando um excelente serviço assistencial para os nossos clientes, colaboradores e também a sociedade como um todo. Os dois projetos premiados são parte de um extenso trabalho de melhoria contínua que temos adotado na Rede”, conta o presidente da Rede Mater Dei, Henrique Salvador.

Além desses trabalhos, a Rede Mater Dei participou do Congresso por meio dos seus representantes. O diretor de operações do Mater Dei Contorno e

a qualidade do produto e a força dos mercados de atuação, atualmente concentrada em Minas Gerais, Rio de Janeiro e interior de São Paulo. O seg-mento de alta renda continua sendo o mais representativo nas vendas da Companhia, com 76,6% de participa-ção em 2020.

“Para os próximos meses, a retomada deve continuar. Já temos projetos que somam pouco mais de R$ 800 mi-lhões de VGV aprovados para serem lançados”, conclui o CEO. A perspec-tiva é aprovar mais de R$ 2,0 bilhões em VGV nos próximos meses.

Estas perspectivas se ancoram no robusto banco de terrenos do Grupo Patrimar com VGV potencial de R$ 7,6 bilhões (R$ 5,2 bilhões da participação da Patrimar Engenharia). Em relação ao estoque, a Companhia está em uma posição confortável: apenas 22% dos R$ 391 milhões de VGV são de unida-des prontas e os demais (78%) são de imóveis em construção.

A Patrimar – vencedora do XXII Prê-mio Minas – Desempenho Empresa-rial – Melhores e Maiores – Mercado-Comum 2020, na Categoria Empresas Excelências de Minas Gerais é uma incorporadora e construtora com sede em Belo Horizonte, com foco de atua-ção na região sudeste do Brasil, com mais de 56 anos de atuação na cons-trução civil e está posicionada entre as maiores do país. O seu modelo de negócios é verticalizado, atuando na incorporação e construção de em-preendimentos imobiliários, além de comercialização e venda de unidades imobiliárias autônomas. A Companhia atua de forma diversificada nos seg-mentos residencial (atividade prin-cipal) e comercial, com presença nos segmentos de alta renda (produtos de luxo e alto luxo) por meio da marca Patrimar Engenharia e nos segmentos econômico e média renda por meio da marca Construtora Novolar.

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59DEZEMBRO 2020 | EDIÇÃO 284 DESTAQUES DO MUNDO EMPRESARIAL

vice-presidente da Comissão Científi-ca do CONAHP, José Henrique Salvador, participou da abertura e de palestras importantes que envolvem o futuro dos hospitais na prestação de serviço.

Henrique Salvador, presidente da Rede Mater Dei de Saúde, e André Costa, di-retor-geral do Mater Dei Betim-Conta-gem, também participaram de painéis importantes, onde contaram sobre a expertise da Rede Mater Dei e o que é feito para manter o nível de atendimen-to e qualidade na prestação do serviço em meio à pandemia.

A edição 2020 do Conahp é realizada online, e conta com palestrantes na-cionais e internações para debaterem os principais desafios enfrentados pelo setor no período de pandemia.

Conheça os 12 trabalhos da Rede Mater Dei selecionados para o Conahp 2020:

COMUNICAÇÃO NA PANDEMIA: DESA-FIOS DE INFORMAR E POSSIBILIDADES PARA ENGAJAR O PÚBLICO DE INTE-RESSE

Ações integradas de comunicação para colaboradores, corpo clínico, clientes, parceiros e comunidade em geral du-rante a pandemia

A IMPORTÂNCIA DE CUIDAR DA SAÚDE, MESMO NA PANDEMIA

Campanha de conscientização sobre sintomas que não podem esperar e a se-gurança que os Hospitais da Rede Mater Dei de Saúde oferecem para quem pre-cisa de atendimentos de especialidades não relacionadas à Covid-19.

MAPEAMENTO DE PROCESSOS HOSPI-TALARES NA VIGÊNCIA DA PANDEMIA DE COVID-19.

Mapeamento, análise e melhoria de processos na assistência aos pacientes do COVID-19.

RESPIRADOR DESENVOLVIDO EM MI-NAS GERAIS É HOMOLOGADO PELA ANVISA E UTILIZADO EM HUMANOS.

Desenvolvimento de um respirador mineiro em um período extremamente curto, com todas as etapas necessárias

de aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária.

GESTÃO DE EPIS DIANTE DA PANDEMIA.

Gestão de EPIs diante da Pandemia com foco em controle de estoque e uso ra-cional dos insumos.

VIVÊNCIA DOS PROFISSIONAIS DE EN-FERMAGEM DE UTI: ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO À PANDEMIA.

Identificação de estratégias institucio-nais valorizadas pelos profissionais de enfermagem no enfrentamento à pan-demia, enquanto atuantes do setor de terapia intensiva adulto.

HOSPITAL DE CAMPANHA - CESSÃO GRATUITA DE ESPAÇO PRIVADO AO PO-DER PÚBLICO.

A Rede Mater Dei de Saúde em conjun-to com a FIEMG e o Governo de Minas firmaram uma parceria para disponi-bilizar gratuitamente leitos de Terapia Intensiva totalmente equipados para atendimento aos pacientes do SUS.

FERRAMENTA PARA PREDIÇÃO DE DE-MANDA DE ATENDIMENTOS E INTER-NAÇÕES DURANTE A PANDEMIA DO COVID-19.

Desenvolvimento de ferramenta para predição de cenários de demanda em pronto-socorros, leitos de internação, unidade de terapia intensiva, recursos humanos, equipamentos de proteção individual e respiradores.

PLANEJAMENTO E IMPLANTAÇÃO DE TIME DE INTUBAÇÃO COMO TÁTICA DE ENFRENTAMENTO DA PANDEMIA SAR-S-COV-2.

Descrição do planejamento, implanta-

ção e resultados de um time de intuba-

ção para promover as melhores práticas

assistenciais por doenças transmitidas

por via respiratória.

AÇÕES ADOTADAS PARA MITIGAR O IMPACTO DO ABSENTEÍSMO DURANTE A PANDEMIA COVID-19 E CÁLCULO DO ROI.

Saúde corporativa adota ações para di-

minuir o impacto do absenteísmo du-

rante a pandemia de COVID-19 acom-

panhado do cálculo do ROI sobre o gasto na testagem dos colaboradores.

PERFIL E DESFECHOS DE PACIENTES INTERNADOS COM COVID-19 EM REDE HOSPITALAR PRIVADA DE MINAS GE-RAIS.

Descrição do perfil, a utilização de re-cursos e os desfechos dos pacientes in-ternados com COVID-19 na Rede Mater Dei de Saúde.

CRIAÇÃO DE SOLUÇÃO PARA REALI-ZAÇÃO DE VISITAS VIRTUAIS COM PA-CIENTES DIAGNOSTICADOS COM CO-VID-19

Criação de solução para realização de visitas virtuais com pacientes diagnos-ticados com covid-19.

O Hospital Mater Dei é vencedor do XXV Prêmio Top of Mind – MercadoComum – Marcas de Sucesso – Minas Gerais – 2020 – na Categoria Hospital.

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60 DEZEMBRO 2020 | EDIÇÃO 284DESTAQUES DO MUNDO EMPRESARIAL

Grupo Prosegur lança solução de custódia de ativos digitais para mercado corporativo

• O novo serviço chama-se Prosegur Crypto e baseia-se num modelo de custódia único que combina as infraes-truturas e protocolos de segurança do Grupo Prosegur com as mais recentes tecnologias de criptografia e ciberse-gurança.

• A solução conta com um sistema pio-neiro de armazenamento a frio (offline) que nunca se conecta à Internet, ofere-cendo máxima proteção contra qual-quer tipo de ataque cibernético.

• O Grupo Prosegur é pioneiro no setor de segurança a entrar no mercado de cripto-ativos e a oferecer um modelo de custódia abrangente com o máximo de segurança e benefícios de serviço.

O Grupo Prosegur lançou uma solu-ção abrangente de gestão e custódia de ativos digitais chamada Prose-gur Crypto. O serviço é direcionado a clientes corporativos que gerenciam ou investem em ativos digitais e exi-gem o máximo de recursos de cus-tódia de segurança. Desta forma, a Prosegur Crypto oferecerá aos seus clientes a possibilidade de armazenar criptomoedas ou qualquer outro ativo digital e geri-lo através de aplicativo móvel de forma totalmente segura.

A Prosegur Crypto combina os mais

altos padrões em segurança física, área na qual o Grupo Prosegur é líder mundial, com tecnologias de segu-rança criptográfica de última geração. As chaves privadas dos usuários são armazenadas em uma infraestrutura física da companhia, sem conexão à Internet, e os ativos sob custódia são protegidos por criptografia de nível militar e camadas de segurança lógi-ca. Ambos os recursos tornam a Pro-segur Crypto a solução mais segura e abrangente do mercado e fazem a diferença com qualquer outro serviço de custódia existente.

“A plataforma satisfaz uma necessi-dade real e urgente que existe hoje no mercado. Com esta proposta única, oferecemos uma solução de custódia abrangente e confiável com o nível de proteção e demanda exigidas pelas empresas e instituições”, diz Raimun-do Castilla, CEO da Prosegur Crypto.

Além disso, o sistema exclusivo de armazenamento e gerenciamento da Prosegur Crypto permite que insti-tuições financeiras, agências gover-namentais, gestores de fundos de investimentos, empresas familiares ou bolsas executem o processo de ge-renciamento de seus ativos digitais, incluindo o envio de transações em blockchain, offline direto para a Inter-

net, maximizando a proteção contra qualquer tipo de ataque cibernético. Em apenas um ano, os ataques ciber-néticos a ativos baseados em block-chain mais do que quadruplicaram. Se em 2018 as perdas foram estimadas em 1 bilhão de dólares, em 2019 elas chegaram a 4,6 bilhões, o que torna a segurança dos ativos digitais ainda mais crítica.

Paralelamente, as grandes institui-ções que atuam no setor de cripto-moedas também crescem em ritmo acelerado. “Existem poucos guardiões institucionais capazes de fornecer um nível adequado de proteção. A Prose-gur Crypto visa liderar este mercado como o parceiro mais seguro e confi-ável para investidores institucionais”, afirma Raimundo Castilla.

O Grupo Prosegur é a primeira em-presa global de segurança a entrar no mercado de cripto-ativos e a oferecer um modelo e serviço abrangente, in-cluindo uma das apólices de seguro mais completas do mercado digital.

O Grupo Prosegur é uma referência global no setor de segurança privada. Por meio de suas linhas de negócios, Prosegur Security, Prosegur Cash, Prosegur Alarms, Prosegur AVOS e Cipher proporcionam às empresas e residências uma segurança confiável baseada nas soluções mais avança-das do mercado. Com presença global, o Grupo Prosegur conta atualmente com uma equipe de mais de 160.000 funcionários.

O grupo canaliza sua ação solidária por meio da Fundación Prosegur, que atua em quatro linhas de ação: educa-ção, inclusão laboral de pessoas com deficiência intelectual, voluntariado empresarial e promoção da cultura. Em 2019, os projetos da Fundación Prosegur beneficiaram 31.111 pessoas.

A Prosegur Brasil é vencedora do XXII Prêmio Minas – Desempenho Empre-sarial – Melhores e Maiores – Merca-doComum 2020, na Categoria Empre-sas Excelências de Minas Gerais.

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61DEZEMBRO 2020 | EDIÇÃO 284 DESTAQUES DO MUNDO EMPRESARIAL

Grupo Prosegur projeta sua visão de futuro em sua nova identidade e finalidade corporativa

• O Grupo apresenta seu novo posiciona-mento de marca destacando o compromis-so com a segurança das pessoas, empresas e sociedade como um todo

• Grupo Prosegur renovou sua identidade vi-sual, mais simples e adaptada aos ambien-tes digitais, para alinhá-la ao seu processo de transformação para uma empresa ino-vadora, ágil e global

A atualização dos propósitos e valores do grupo se insere no intenso crescimento dos últimos anos como referência no setor de segurança privada no mundo.

O Grupo Prosegur, vencedor do 22º Prêmio Minas Desempenho Empresarial – Merca-doComum – Melhores e Maiores -2020, na Categoria Excelência lança sua nova identidade corporativa com o objetivo de refletir a transformação que o grupo está empreendendo e mostrar sua visão de li-derança no setor de segurança por meio da inovação. A nova identidade também quer reforçar o compromisso da Prosegur com a segurança das pessoas, das empresas e da sociedade como um todo.

Esta aspiração resultou num novo propó-sito da empresa: “Tornar o mundo um local

mais seguro, cuidando das pessoas e das empresas, mantendo-se na vanguarda da inovação”. Além disso, a empresa tem en-fatizado sua forma de fazer e o papel fun-damental que diferentes equipes desem-penham na atualização de seus valores.

Sob o princípio “As pessoas são importan-tes para nós”, o Grupo Prosegur mostra seu desejo de proteger a sociedade por meio da antecipação, prevenção, inovação e colaboração. Além disso, “Pensamos posi-tivamente” inspira um modelo de apren-dizagem impulsionada no passado para orientar a tomada de decisões no futuro, em um ambiente construtivo que poten-cializa as conquistas da equipe e aprende com os erros. Por fim, “Somos incansáveis”, para nos anteciparmos a novos desafios e seguirmos rumo a um mundo melhor, onde o progresso tecnológico e a melhoria contínua dos processos proporcionem um ambiente mais seguro e eficiente.

Esta mudança é também marcada pelo intenso ritmo de crescimento do grupo nos últimos anos e pela enorme evolução das soluções que oferece. Os serviços do Grupo Prosegur são cada vez mais digitais e inovadores e contam com a confiança

que vem de uma empresa referência, si-nônimo de qualidade e responsabilidade. Parte disso pode ser comprovado com o lançamento dos novos sites das empresas do grupo no Brasil, os quais passaram a contar com uma navegação mais amigável para o cliente, além de incluir um portal de emprego que disponibiliza vagas em aber-to em todos os países em que o Grupo atua.

Nova identidade visual

O grupo também evoluiu sua identida-de visual, mais simples e adaptada aos ambientes digitais, para reafirmar seu compromisso com o processo de trans-formação para uma organização mais ágil e global. Paralelamente, redesenhou a ar-quitetura de sua marca para simplificá-la e dar coerência a todas as linhas de negó-cios e ao relacionamento entre elas. Assim, sob a marca corporativa Prosegur, a em-presa possui cinco divisões de negócios distintas, além de sua fundação: Prosegur Security, Prosegur Cash, Prosegur Alarms, Prosegur AVOS, Cipher e Fundación Prose-gur. No Brasil, a área de negócio Security é liderada pela Segurpro - empresa do gru-po responsável pelos serviços de seguran-ça patrimonial e tecnologia, que incorpora os novos propósitos e valores do Grupo Prosegur, no entanto, segue utilizando sua identidade visual de forma independente.

O Grupo Prosegur é uma referência global no setor de segurança privada. Por meio de suas linhas de negócios, Prosegur Security, Prosegur Cash, Prosegur Alarms, Prosegur AVOS e Cipher proporcionam às empresas e residências uma segurança confiável baseada nas soluções mais avançadas do mercado. Com presença global, o Gru-po Prosegur conta atualmente com uma equipe de mais de 160.000 funcionários.

O grupo canaliza sua ação solidária por meio da Fundación Prosegur, que atua em quatro linhas de ação: educação, inclusão laboral de pessoas com deficiência inte-lectual, voluntariado empresarial e pro-moção da cultura. Em 2019, os projetos da Fundación Prosegur beneficiaram 31.111 pessoas

Sérgio França Patrocínio – Diretor Comercial e Estratégia, com o troféu do XXI Prêmio Minas – Desempenho Empresarial – MercadoComum – Melhores e Maiores – 2020/Categoria Excelência

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62 DEZEMBRO 2020 | EDIÇÃO 284DESTAQUES DO MUNDO EMPRESARIAL

Arezzo&Co estreia no segmento de second hand com aquisição do brechó 100% online TROC

A Arezzo&Co, grupo que reúne as marcas Arezzo, Schutz, Anacapri, Ale-xandre Birman, Fiever, Alme e Vans, anunciou, no dia 20 de novembro últi-mo, a aquisição de 75% do brechó on-line TROC, fundado em 2017 pela em-presária Luanna Toniolo, em Curitiba. A transação marca a estreia do gru-po no mercado de second hand, que deve atingir cerca de R$ 31 bilhões até 2029, e também oficializa a ope-ração do ZZ Ventures, braço de cor-porate venture capital da Arezzo&Co, que será responsável pela captação de novas startups em diversos segmen-tos. O mapeamento dessas startups e scale-ups, empresas inovadoras de crescimento acelerado, contará com o apoio da Endeavor, rede global forma-da pelos empreendedores e empreen-dedoras que mais crescem no mundo.

A transação com a TROC simboliza e representa o olhar do grupo Arezzo&-Co para as mulheres além do âmbito de suas clientes. Luanna, fundadora da TROC, permanecerá à frente da operação após a transação. “Com o ZZ Ventures, temos a missão de im-pulsionar cada vez mais mulheres no mundo dos negócios e da inova-ção. Além de nossas clientes, que-

remos que elas também estejam no comando de suas próprias empre-sas”, afirma Alexandre Birman, CEO da Arezzo&Co.

A TROC é uma startup de tecnologia voltada para a economia circular, e tem como principal diferencial a dis-ponibilização de todo o serviço de curadoria, cadastro, precificação e venda das peças em sua plataforma, ficando a cargo do dono das peças de roupa e acessórios apenas o envio das peças pelos Correios ou agendamen-to para retirada em domicílio. Após a venda concretizada, a TROC fica com cerca de 50% do valor da peça e o ven-dedor com o restante.

Com a aquisição, a TROC será conec-tada à plataforma ZZ Mall, marketpla-ce da Arezzo&Co que teve seu lança-mento oficial ontem. Além das sete marcas do grupo, o ZZ Mall já opera mais de 30 outras marcas de moda e acessórios. Dessa forma, os usuários terão benefícios mútuos para venda de peças de segunda mão e utilização dos créditos no site. Com os créditos recebidos pela venda de peças usa-das na TROC, por exemplo, o usuário poderá comprar novos produtos no ZZ

Mall, direcionar o valor para doação à instituições cadastradas na TROC, ou mesmo transferir o dinheiro para sua conta bancária.

Será uma opção para clientes do ZZ Mall se desfazerem de maneira sus-tentável de roupas que não usam mais, dar acesso a marcas premium para outras consumidoras e até mes-mo uma opção para monetizar o guar-da roupas “parado”. Estudos estimam que a maioria das pessoas usa apenas 30% das roupas de seu closet.

“Somos uma empresa de DNA empre-endedor, que vai alavancar empreen-dedores. A aquisição da TROC marca essa nova fase do grupo Arezzo&Co e, também, estamos expandindo nossa atuação para um dos segmentos mais relevantes da nova economia - a moda de segunda mão -, que além de ser um negócio consciente e de baixo impac-to ambiental, é uma tendência global. Em sintonia com essa nova etapa, também oficializamos a criação do ZZ Ventures, nosso braço de corporate venture capital, que será responsável por avaliar novas oportunidades de startups disponíveis no mercado”, ex-plica Birman.

Além da aquisição da TROC, a criação do ZZ Ventures demonstra o apetite do grupo por novas aquisições ou parce-rias estratégicas com startups de seg-mentos diversos, com o objetivo de ampliar a atuação da companhia em frentes de tecnologia e inovação.

“A chegada da TROC, que já era um parceiro estratégico da Reserva, à nossa casa nova (Arezzo&Co), de-monstra uma grande confluência de ideias, visão e responsabilidade para construirmos juntos um novo capítulo na história e no futuro da moda, com uma estratégia mais consciente e de baixo impacto ambiental”, conta Rony Meisler.

“Nos tornarmos um selo verde dentro da AREZZO&CO nos permite pensar ainda maior. É tornar real a possibi-lidade de exponenciar o propósito da TROC. Nascemos para ser uma empre-

Alexandre Birman, CEO da Arezzo&Co e Luanna Toniolo, fundadora da TROC

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63DEZEMBRO 2020 | EDIÇÃO 284 DESTAQUES DO MUNDO EMPRESARIAL

sa de impacto e de referência em con-sumo consciente. Juntos quebraremos paradigmas e iniciaremos um novo ciclo na indústria da moda brasileira, construindo um futuro mais sustentá-vel”, explica Luanna Toniolo, funda-dora da TROC.

A Endeavor é a rede global formada pelos empreendedores e empreen-dedoras à frente das empresas que mais crescem no mundo. No Brasil desde 2000, promove um ecossis-tema que estimula o crescimento e impacto dos empreendedores e em-preendedoras que lideram scale-ups - 0,5% das empresas do Brasil, que geraram 1,6 milhões de empregos nos últimos 3 anos.

A organização trabalha em três fren-tes principais: apoiando e acelerando scale-ups para que multipliquem o seu impacto no ecossistema - só em 2019, contribuíram para a geração de mais de R$ 9 bilhões em receita e manutenção de mais de 48 mil em-pregos diretos; oferecendo soluções de inovação aberta para acelerar a es-tratégia de inovação das corporações e impulsionar o crescimento das sca-le-ups; e influenciando mudanças de políticas públicas que simplifiquem o ambiente de negócios brasileiro.

Banco BMG é proibido de contratar cartão de crédito via telefone

Na capital do Estado, Justiça determina que o Banco BMG S/A reproduza uma mensa-gem em seus canais de comunicação aler-tando idosos sobre a proibição judicial de contratação de cartão de crédito consigna-do da instituição via telefone. A decisão é da 11ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) que modificou parte da sentença do Fórum Lafayette.

De acordo com os autos do processo, o Ban-co já tinha sido condenado liminarmente a

suspender a contratação do cartão de cré-dito BMG Master via telefone a idosos. Se-gundo a ação coletiva, a fim de contornar a ordem judicial, a empresa suprimiu a pala-vra “master”, utilizando o nome Cartão de Crédito BMG Card, oferecendo este recurso para seus clientes.

A ação aponta que o cartão de crédito ofer-tado estaria vinculado ao benefício previ-denciário do aposentado ou pensionista (já que é crédito consignado), os quais, em sua maioria são pessoas vulneráveis e hipossu-ficientes.

Sentença

Em primeira instância, o BMG foi senten-ciado ao pagamento de multa diária no importe de R$ 200 mil, limitando-a R$ 100 milhões, relativo a qualquer produto relacionado a cartão de crédito consignado para idosos, aposentados ou pensionistas via telefone.

Além de ser proibido de contratar cartão de crédito consignado por telefone, o banco deve divulgar o fato.

Além disso, ficou decidida da suspensão da comercialização do cartão de crédito con-signado, sob pena da mesma multa até que o réu comprove cabalmente que se absteve de tal prática e, por consequência, que está cumprindo a ordem judicial. O banco recor-reu.

Recurso

De acordo com o BMG a decisão interrompe a principal atividade da instituição finan-ceira, o que acarreta impactos financeiros incalculáveis. Enfatiza também a ausência de razoabilidade na majoração da multa.

A instituição afirma que a ordem judicial inicial proibia a contratação, por telefone, do cartão de crédito consignado com os con-sumidores idosos, dessa forma, o simples fato de oferecer a contratação ou esclarecer dúvidas sobre o produto não configura em descumprimento da ordem judicial. Assim, o banco requer a reforma da sentença.

Decisão

A relatora desembargadora Shirley Fenzi Bertão determinou que fosse revogada a suspensão da comercialização do cartão

de crédito consignado. Mas decidiu que o banco deverá veicular em seus canais de atendimento, por telefone, um alerta para seus clientes com a seguinte mensagem de voz:

“Atenção! Esta instituição bancária está proibida, por decisão judicial proferi-da na ação civil pública nº. 2553508-45.2006.8.13.0024, de promover contra-tação, por telefone, de cartão de crédito consignado com pessoas maiores de 60 anos. A medida visa a proteção dos con-sumidores idosos e o estímulo ao crédito consciente para evitar o endividamento não desejado”.

O cumprimento da medida deve ser com-provado nos autos, sob pena de multa de R$ 15 mil por ligação recebida ou efetu-ada, sem a referida mensagem transmi-tida.

A magistrada aponta que, segundo pa-recer técnico, o lucro líquido do banco entre março de 2014 e junho de 2018 foi de R$ 649,1 milhões, o que corresponde aproximadamente a R$150 milhões por ano. Isso significa que, caso mantida a multa estipulada em primeira instância, seu limite alcançaria 66,6% do lucro anu-al do banco, o que não parece razoável e proporcional. Assim, ficou determinada a adequação do valor da multa, para o im-porte de R$ 450 mil por mês, limitada a R$10 milhões.

Acompanharam a relatora os desembar-gadores Adriano de Mesquita Carneiro e Fabiano Rubinger de Queiroz.

Fonte: Assessoria de Comunicação Institucional - Ascom - Tribunal de Justiça de Minas Gerais - TJMG

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64 DEZEMBRO 2020 | EDIÇÃO 284DESTAQUES DO MUNDO EMPRESARIAL

Acordo da VALE como governo de minas

A Vale divulgou nota na qual afirma que segue mantendo diálogo construtivo com o Estado de Minas Gerais e com instituições federais e estaduais de Jus-tiça para um possível acordo em bene-fício de todo o Estado e, especialmente, das populações de Brumadinho e dos municípios impactados da calha do rio Paraopeba.

As negociações ocorrem no âmbito do CEJUSC, órgão de mediação do Tribunal de Justiça de Minas Gerais. As partes ne-gociam o texto de um acordo que possa trazer governança adequada e seguran-ça jurídica. Não existe, ainda, definição de valores para um eventual acordo. Uma nova audiência está marcada para o dia 09 de dezembro de 2020.

Os valores de um futuro acordo deverão considerar diversos aspectos econômi-cos, inclusive alguns desembolsos em curso ou já incorridos. Por esse motivo, a Vale alega que os valores menciona-dos até o momento são especulativos e não guardam relação direta com os pedidos dos autores das ações civis pú-blicas. Na audiência ocorrida em 17 de novembro de 2020, a Vale concordou em prorrogar o emergencial até o mês de dezembro de 2020. A mineradora se compromete a atualizar o mercado de capitais quando e se houver elementos concretos que sinalizem uma conver-gência no acordo.

Fonte: Brasil Mineral/Vale.

Semana Internacional do Café alcança 58 países em edição digital histórica

A 8ª edição da Semana Internacional do Café, realizada entre os dias 18 e 20 de novembro, se consolidou como um dos principais eventos do setor no mundo em uma edição digital históri-ca que alcançou 58 países. Reunindo toda a cadeia, do grão à xícara, conectou produtores, profissionais, marcas, orga-nizações e autoridades em uma verda-deira jornada de negócios e capacitação com foco em discutir oportunidades e soluções em um momento de mercado que pede estratégia.

Com realização da Federação da Agri-cultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (FAEMG), Café Editora, Sebrae e Governo de Minas, por meio da Secre-taria de Agricultura, Pecuária e Abas-tecimento (Seapa), a SIC se fortaleceu ainda mais em 2020 como uma das cinco maiores feiras de café do mundo. O evento, inclusive, faz parte do calen-dário de empresas e profissionais, que encontram na programação direciona-mentos importantes para tomada de decisão em negócios e carreiras.

Isso se reflete no engajamento massivo da primeira edição 100% digital. A au-diência total foi de 25 mil acessos até o dia 20 de novembro. Dentre os países vi-sitantes estão - em destaque - Brasil, Es-tados Unidos, Austrália, Colômbia, Itália, Reino Unido, Alemanha, Japão, atraídos por uma grade de 70 horas de conteúdo, 176 palestrantes e 55 expositores como Nescafé, Nespresso, Sistema Ocemg, 3Co-rações, Codemge, Melitta, Sicoob, Cooxu-pé, Kahlúa e Montesanto Tavares Group, também patrocinadores da SIC.

Com registro de 25 mil acessos até o dia 20 de novembro, evento usou recursos digitais para potencializar negócios, networking, apresentar lançamentos e conectar toda a cadeia às novas demandas da produção e consumo

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65DEZEMBRO 2020 | EDIÇÃO 284 DESTAQUES DO MUNDO EMPRESARIAL

PROGRAMAÇÃO RELEVANTE

Com uma plataforma própria e de na-vegação simples, mas com todos os recursos para uma experiência digital completa, a SIC atendeu interesses di-versos, do campo às cafeterias, das cer-tificações técnicas ao comportamento do consumidor, com a vantagem de possibilitar ao visitante a organização de agendas personalizadas.

Entre os convidados, o economista Ri-cardo Amorim, que trouxe uma visão do cenário macroeconômico no agronegó-cio com foco no café; o empresário João Appolinário, um dos maiores nomes do varejo nacional, que levantou a discus-são sobre empreendedorismo e impac-to nos negócios; Bill Murray, presidente da National Coffee Association (EUA), e Rachel Muller, diretora de cafés da Nes-tlé, com apresentação de cenários de oferta e demanda no pós-pandemia.

Em três dias, o quadro de palestras, cur-sos e painéis ainda abordou temas como a retomada das cafeterias, como produ-zir cafés especiais, micro torrefações de café, a diversidade do café mineiro, políticas para o setor cafeeiro, oportu-nidades do varejo digital, presença da mulher na agroindústria, inovação em cafés, como educar o consumidor, entre muitos outros.

Uma outra vantagem do formato digital é a possibilidade de disponibilizar os materiais por período maior. Quem não conseguiu acompanhar a SIC entre os dias de realização ainda poderá confe-rir os vídeos e conteúdos no site www.semanainternacionaldocafe.com.br.

LANÇAMENTOS

A SIC também é reconhecida por apre-sentar produtos e soluções de impacto no mercado. Neste sentido, a edição 2020 teve dois grandes destaques. Um deles foi o lançamento oficial da marca território “Cafés da Região Vulcânica”, um projeto desenvolvido pelo Sebrae Minas, em parceria com a Associação dos Produtores do Café da Região Vul-

cânica, e que cobre 12 cidades entre os estados de Minas Gerais e São Paulo. A área tem uma formação rochosa e solo rico em minerais devido a um vulcão extinto, o que resulta em um café de extrema qualidade e em uma operação que beneficiará 7 mil produtores locais. O outro foi o lançamento da platafor-ma NOMAD pela Nescafé. Uma inicia-tiva focada em cafés especiais que alia curadoria de grãos de alta qualidade, conteúdo imersivo, tecnologia e rastre-abilidade.

canéfora. Foram mais de 400 amostras inscritas de todo o Brasil e que, além do comitê técnico, passaram por avalia-ção do público, que pôde votar em ca-feterias parceiras em diversas regiões do País. Cafés do Espírito Santo, Minas Gerais, Bahia e Rondônia levaram o tí-tulo de melhores da safra, sendo que as primeiras posições foram conquistadas por novos produtores.

AINDA MAIS CONECTADOS PELO CAFÉ

Os desafios de realização de um evento digital se tornam ainda maiores quan-do existe um histórico de sucesso no formato convencional, que acontece nos pavilhões de exposição. Também ganham um grau a mais de estímulo em um cenário de transformação. Mas nada disso foi impedimento para plane-jar, produzir, transmitir e multiplicar a maior celebração do café no Brasil e a quinta maior no mundo.

Para Roberto Simões, presidente do Sistema FAEMG, “a realização da SIC em formato digital nos possibilitou alcan-çar pessoas que ainda não tinham tido a oportunidade de participar conosco. É um evento intenso, com muitas reu-niões, palestras, rodadas de negócios e workshops. Sempre com o lema de atender a toda a cadeia, da produção à xícara, discutimos temas como sus-tentabilidade, qualidade, tecnologia, inovação e agregação de valor. E mais uma vez a SIC se destacou como um dos principais eventos mundiais do setor”.

Já Breno Mesquita, vice-presidente do Sistema FAEMG e presidente das co-missões de cafeicultura da FAEMG e da CNA, disse que “a SIC comprovou, com essa nova pegada digital, que o agro-negócio café, e, em especial, o setor de produção, está preparado para este novo momento de distanciamento, no qual a criatividade e a inovação são fa-tores preponderantes. Acreditamos ter alcançado nossos objetivos. Amadurece-mos e, em 2021, com a perspectiva de um evento presencial, estaremos mais fortes e preparados para os novos desafios”.

PRÊMIOS

O evento também foi palco para o reco-nhecimento de produtos e produtores. No 4º Cupping de Cafés Especiais AT&G, que faz parte do Programa de Assis-tência Técnica e Gerencial do Sistema FAEMG/SENAR/INAES para fomentar e mapear a qualidade de cafés ao longo dos anos, o Sul de Minas mostrou for-ça conquistando os 3 primeiros lugares do ranking geral na categoria natural. Já a Nespresso guardou para a SIC a en-trega do Programa Nespresso AAA de Qualidade Sustentável, que completou 15 anos de Brasil fornecendo conheci-mento e técnicas na produção de cafés de alta qualidade sustentável.

Minas, novamente, foi protagonista em categorias como “O Entusiasta”, “O Van-guardista”, “O Empreendedor”, “O Am-bientalista”, entre outras.

No último dia de SIC as atenções fo-ram voltadas para o Prêmio Coffee of The Year 2020. Realizado desde 2012, o concurso é um dos principais do se-tor, contemplando quatro categorias: arábica, canéfora, fermentação indu-zida arábica e fermentação induzida

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66 DEZEMBRO 2020 | EDIÇÃO 284DESTAQUES DO MUNDO EMPRESARIAL

Caio Alonso Fontes, diretor da Café Editora, também destacou o poder do formato. “Conseguimos ampliar as regiões e países participantes, o que significa que mais profissio-nais conseguiram se atualizar sobre o mercado e tendências, o que gera oportunidades não só de recicla-gem, mas de reflexão sobre o futuro da cadeia cafeeira”, disse. Já Pris-cilla Lins, gerente de Agronegócios do Sebrae Minas, lembrou que “o mundo ressignificou a palavra co-nexão, mas a criatividade e a inova-ção sempre fizeram parte de todas as edições da SIC. O formato digital só estimulou o preparo de algo ain-da melhor”, completou.

Newton Castro Moraes, assessor técnico especial em café da Secreta-ria de Agricultura, Pecuária e Abas-tecimento de Minas Gerais, reforçou que “para a Seapa, a SIC deixou de ser um evento há muito tempo para alcançar o patamar de uma política pública de divulgação e promoção dos cafés brasileiros, não sob o ca-ráter estatal, mas pelo alcance de seus resultados, contribuindo efeti-vamente com o desenvolvimento do setor, principalmente no pós-por-teira”, disse.

Depois de extremo pessimismo no auge

da pandemia do coronavírus, os execu-

tivos do setor de infraestrutura volta-

ram a apontar otimismo para assuntos

como crescimento econômico, cenário

para promoção de investimentos e con-

tratação de funcionários. Esse retrato

emerge da 4ª edição do Barômetro da

Infraestrutura Brasileira, sondagem

semestral realizada pela Abdib e pela

EY em parceria entre executivos e es-

pecialistas que lideram projetos de in-

vestimentos e gerenciam contratos nos

setores de infraestrutura.

O Barômetro da Infraestrutura Brasilei-

ra coletou a opinião de 142 pessoas en-

tre 2 e 18 de setembro sobre temas como

crescimento econômico e cenário para

investimentos, esforço do Estado em

prol da infraestrutura, apoio aos entes

subnacionais, governança pública para

processos relacionados à infraestrutura,

segurança jurídica, papel dos órgãos de

controle e finanças verde. O objetivo é

sempre identificar o ânimo e as expec-

tativas dos profissionais do setor sobre

assuntos essenciais aos investimentos e

ao desenvolvimento de projetos.

Crescimento econômico – Os executi-

vos e especialistas dos setores de infra-

estrutura foram questionados sobre a

expectativa deles com relação ao cres-

A Semana Internacional do Café (SIC) é uma iniciativa do Sistema FAEMG (Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Ge-rais), da Café Editora, do Sebrae e do Governo de Minas, por meio da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais (Seapa).

Realizada desde 2013, em Belo Ho-rizonte, capital do maior estado pro-dutor do país, a SIC tem como foco o desenvolvimento do mercado bra-sileiro e a divulgação da qualidade dos cafés nacionais para o consumi-dor interno e países compradores, além de potencializar o resultado econômico e social do setor. Este ano de 2020, devido à pandemia, foi realizada 100% em plataforma digital.

PATROCINADORES

A edição deste ano tem patrocínio master Nestlé, patrocínio expert Sistema Ocemg e 3Corações Rituais Cafés Especiais, patrocínio Codem-ge, patrocínio specialty Melitta e Sicoob e patrocínio premium Coo-xupé, Kahlúa e Montesanto Tavares Group.

Otimismo volta a prevalecer entre empresários na infraestrutura

Page 67: DEBATE ECONÔMICO Chega ao fim a pior década da história

67DEZEMBRO 2020 | EDIÇÃO 284 DESTAQUES DO MUNDO EMPRESARIAL

cimento econômico do país para os

próximos seis meses e para 2022, no

fim do atual mandato presidencial.

Uma parcela de 30,3% dos profissio-

nais indicou otimismo para o cur-

to prazo (próximos seis meses) – na

pesquisa anterior, no primeiro se-

mestre de 2020, somente 3,3% esta-

vam otimistas. Na contramão, estão

pessimistas 26,1% dos entrevistados

– eram 84,4% no primeiro semestre.

Conjunto relevante, com 43,0% dos

respondentes, optaram por uma ex-

pectativa estável – eram 9,1% antes.

Quando o horizonte é o fim de 2022,

o otimismo voltou também a pre-

valecer. Mais da metade dos entre-

vistados (55,6%) apresentam ex-

pectativa otimista (eram 40,3% no

primeiro semestre), 31,7% optaram

por um cenário estável para o cres-

cimento econômico em 2022 (eram

28,6% na pesquisa anterior) e 9,9%

indicaram pessimismo para o fim do

atual mandato presidencial (eram

29,9% antes).

Nos dois cenários, tanto para os próxi-

mos seis meses quanto para o fim de

2022, a parcela de executivos e espe-

cialistas com expectativas otimistas

sobre o crescimento da economia vol-

taram aos mesmos patamares do pri-

meiro semestre de 2019, no início do

atual mandato presidencial.

Cenário para investimentos – Os exe-

cutivos e especialistas também foram

instigados a indicar como visualizam

qualitativamente o cenário para pro-

moção de investimentos em infraestru-

tura no país nos próximos seis meses. A

percepção sobre essa questão também

voltou a melhorar em intensidade equi-

valente à deterioração registrada no se-

mestre anterior.

Entre os participantes da pesquisa,

mais da metade (52,1%) classificou o ce-

nário para investimentos como favorá-

vel (eram 17,5% no primeiro semestre),

21,8% enxergam o cenário como desfa-

vorável (eram 61,0%) e 24,7% conside-

ram o cenário estável para inversões

nas áreas de infraestrutura (eram 21,4%

antes).

Fonte: Barômetro da Infraestrutura Brasileira, 4ª edição. Abdib e EY. Respostas em %.

Fonte: Barômetro da Infraestrutura Brasileira, 4ª edição. Abdib e EY. Respostas em %.

Acesse a 4ª edição do Barômetro da

Infraestrutura Brasileira.

Page 68: DEBATE ECONÔMICO Chega ao fim a pior década da história

68 DEZEMBRO 2020 | EDIÇÃO 284DESTAQUES DO MUNDO EMPRESARIAL

Após seis meses de alta contínua, confiança dos empresários recua

O Índice de Confiança da Construção (ICST), da Fundação Getúlio Vargas, recuou 1,4 ponto em novembro, para 93,8 pontos. Apesar do resultado ne-gativo, o ICST em médias móveis tri-mestrais avançou pelo quinto mês consecutivo, de 91,5 pontos para 93,5 pontos.

“Após seis meses de alta contínua, a confiança dos empresários da cons-trução recuou, refletindo uma piora das expectativas em relação à de-manda e ao ambiente de negócios nos próximos meses. O movimento deu-se nos três segmentos setoriais - Edificações, Infraestrutura e Serviços Especializados - indicando a insegu-rança com as incertezas elevadas do cenário geral. Por outro lado, a ava-liação do cenário atual manteve-se estável, mostrando uma acomodação dos negócios em novembro. Ainda assim, a percepção dominante é de que o setor chega ao final do ano em posição mais favorável do que estava no final de 2019”, observou Ana Maria Castelo, Coordenadora de Projetos da Construção do FGV IBRE.

A queda do ICST em novembro foi in-fluenciada exclusivamente pela pio-ra das perspectivas dos empresários para os próximos três e seis meses. O Índice de Expectativas (IE-CST) dimi-nuiu 2,9 pontos, para 96,2 pontos, vol-tando ao patamar inferior a fevereiro, período pré-pandemia (99,0 pontos). Os indicadores de demanda prevista e tendência dos negócios recuaram 2,3 pontos e 3,5 pontos, para 96,8 pontos e 95,5 pontos respectivamente.

Entretanto, o Índice de Situação Atual (ISA-CST) ficou estável em 91,5 pon-tos, devido a movimentos opostos dos indicadores que o compõem. Enquan-to o indicador de carteira de contratos recuou 0,7 ponto, para 89,5 pontos, o

indicador de situação atual dos negó-cios aumentou 0,7 ponto, para 93,6 pontos.

O Nível de Utilização da Capacidade (NUCI) diminuiu 1,8 ponto percentual (p.p.), para 72,7%. O resultado negati-vo é em decorrência da piora do nível de atividade de Máquinas e Equipa-mentos, com queda de 0,2 p.p., para 65,9% e, principalmente, da Mão de Obra, com diminuição de 2,0 p.p., para 73,9%.

Fatores limitativos

Assim como em 2019, a percepção dominante entre as empresas é de melhora do cenário setorial compa-rativamente à situação de 12 meses atrás. No entanto, a comparação pon-to a ponto esconde os impactos ex-pressivos da crise causada pela pan-demia mas, por ter sido considerada atividade essencial, o setor conseguiu retomar a atividade rapidamente. Os fatores limitativos à melhoria dos negócios mostram esses dois mo-mentos. A retomada da atividade se reflete na redução das assinalações na demanda insuficiente. Por outro lado, aumentaram expressivamente as menções à falta de insumos e aos aumentos de preços. No quesito Ou-tros surgiu a referência à pandemia, que em novembro alcançou 65% das assinalações.

Confiança do Consumidor cai em novembro e registra a segunda queda consecutiva

O Índice de Confiança do Consumi-

dor (ICC) da Fundação Getúlio Vargas

caiu 0,7 ponto em novembro, para

81,7 pontos, registrando a segunda

queda consecutiva. Em termos de

média móvel trimestral, o ICC subiu

0,5 ponto, registrando a quinta alta

consecutiva, porém em ritmo de de-

saceleração.

“A confiança dos consumidores re-

cuou pelo segundo mês consecuti-

vo em novembro, refletindo piora

da situação atual e das expectativas

para os próximos meses. O resultado

reflete o aumento da incerteza rela-

cionada à pandemia e seu potencial

impacto sobre a economia. Com o

provável fim do período de benefí-

cios emergenciais, muitos consumi-

dores que perderam o emprego este

ano devem retornar ao mercado de

trabalho num momento em que as

empresas ainda estarão adiando con-

tratações ou demitindo, principal-

mente no caso de ocorrência de uma

segunda onda de covid-19. O início de

um amplo programa de vacinação em

Page 69: DEBATE ECONÔMICO Chega ao fim a pior década da história

69DEZEMBRO 2020 | EDIÇÃO 284 DESTAQUES DO MUNDO EMPRESARIAL

Presidente do Bradesco afirma que bancos brasileiros estão fortalecidospara uma segunda onda da Covid-19

O presidente do Bradesco, Octavio de Lazari Jr., afirmou no dia 25 de no-vembro, durante o Foro Inteligência, que os bancos estão preparados para uma segunda onda de Covid-19. “Os bancos brasileiros fizeram a lição de casa, com reforço de suas provisões. Hoje, eles têm um estoque de R$ 250 bilhões para fazer frente à ina-dimplência dos clientes”. De acordo com Lazari, as provisões foram cal-culadas com base em projeções para além dos dois cenários mais críticos enfrentados nos últimos 20 anos - as crises de 2008 e de 2016. “Pelo que observamos até agora, não vamos chegar a essa situação”, avaliou.

De acordo com Lazari, o índice atual de inadimplência está “muito baixo, bem menor do que o esperado”, mas certamente aumentará no segundo trimestre de 2021, com o fim do au-xílio emergencial e a permanência da alta taxa de desemprego. Durante a pandemia, Lazari destacou que o Bradesco prorrogou o pagamento de parcelas de operações de crédito de clientes pessoa física e jurídica no total de R$ 74 bilhões. “Desse mon-tante, R$ 68 bilhões já cumpriram o prazo de carência e já voltaram a pa-gar em dia as suas operações. É um bom presságio de que a inadimplên-cia não deverá atingir indicadores históricos como no passado”, avaliou.

As novas tecnologias aplicadas ao sistema financeiro e os impactos no setor bancário também tiveram des-taque no debate com o presidente do Bradesco. Lazari defendeu que o Open Banking, plataforma a ser lançada para permitir um tráfego maior de informações entre clientes e instituições financeiras, que deve-rá baratear crédito e serviços, tenha seu prazo de início prorrogado. “Não tivemos tempo hábil para fazer to-dos os testes. Fomos pegos por uma pandemia e tivemos de fazer prorro-gação de contrato de maneira digital, além de implantar uma infinidade de coisas rapidamente para atender as pessoas para que elas pudessem fazer tudo de casa”, justificou Laza-ri. Segundo ele, os bancos aguardam a resposta do Banco Central sobre o pedido de prorrogação para janeiro ou fevereiro.

Na visão de Lazari, no entanto, a me-lhor data para o Open Banking come-çar a funcionar seria outubro de 2021. “Acho que temos que fazer com cal-ma. O Open Banking é uma mudança muito grande em toda a tecnologia: empresas vão se conectar com ban-cos e poderão captar informações de clientes. Os novos entrantes não têm as mesmas responsabilidades que os grandes bancos têm para tratar disso e existe uma assimetria de regulação que é desconfortável”, afirmou Lazari, lembrando que o Brasil é um dos prin-cipais países alvo em ataques ciberné-ticos do mundo. “Esse ano o sistema fi-nanceiro vai perder mais de R$ 1 bilhão só com fraudes”, estimou.

2021 é uma esperança para a melho-

ra da confiança”, afirma Viviane Seda

Bittencourt, Coordenadora das Son-

dagens.

Em novembro, houve piora tanto na

satisfação dos consumidores em re-

lação à situação atual quanto das ex-

pectativas para os próximos meses. O

Índice de Situação Atual (ISA) cedeu

0,6 ponto, para 71,8 pontos, enquanto

o Índice de Expectativas (IE) recuou

0,9 ponto, para 89,3 pontos.

Entre os quesitos que medem a si-

tuação atual, o indicador que mede

a satisfação presente dos consumi-

dores com a economia acomodou

em 75,7 pontos ao ceder 0,2 ponto

em novembro, enquanto o indicador

de finanças familiares diminuiu 0,9

ponto para 68,5 pontos, registrando a

segunda queda consecutiva.

Em relação às expectativas, o indica-

dor que mede o otimismo em relação

à situação econômica foi o que mais

contribuiu para a queda do ICC no

mês ao recuar 3,8 pontos, para 106,8

pontos. As perspectivas sobre às fi-

nanças das famílias também cede-

ram 0,9 ponto para 93,2 pontos. Ape-

sar disso, houve uma ligeira reação

no indicador que mede a intenção

de gastos com bens duráveis para os

próximos meses para 69,5 pontos, ní-

vel ainda baixo em termos históricos.

A análise por faixas de renda mostra

que houve recuo da confiança das

famílias com maior poder aquisiti-

vo e acomodação para as famílias de

menor poder aquisitivo. A confiança

das famílias com renda acima de R$

9,6 mil registrou queda de 3,1 pon-

tos, influenciada pelo pessimismo

relacionado tanto à economia quanto

às finanças familiares nos próximos

meses.

Octavio de Lazari Jr. reconheceu que o PIX afeta o negócio dos bancos; disse que as fintechs fazem uma concorrência sadia, mas big techs trazem preocupação quanto a assimetrias regulatórias

Page 70: DEBATE ECONÔMICO Chega ao fim a pior década da história

70 DEZEMBRO 2020 | EDIÇÃO 284DESTAQUES DO MUNDO EMPRESARIAL

Sobre o PIX, Lazari afirmou que não há como negar que essa nova realidade tecnológica, já implantada em outros países, “afeta todo o universo do ne-gócio bancário”. Segundo ele, de seis a sete em cada dez transações bancárias são por meios digitais. “Esses custos vão cair vertiginosamente para as pes-soas e isso significa menos receita de serviços e tarifas entrando nos ban-cos”, concluiu.

Já as fintechs, para Lazari, não repre-sentam uma preocupação, “Somos investidores em 25 fintechs, a concor-rência delas é sadia. Temos que aceitar que não somos bons em tudo. Quando encontramos uma que traz soluções que fazem sentido para o banco, ofe-recemos a compra de no máximo 20% de participação para que ela possa ser nossa parceira e continue se desenvol-vendo”, contou Lazari. Para o presiden-te do Bradesco, a preocupação é com as big techs. “Não temos problema com competição, nossa preocupação é que não haja assimetria regulatória, por-que os bancos são muito regulados e assimetria regulatória pode destruir tudo o que foi construído. E não exis-te economia sólida sem um sistema financeiro sólido”, ressaltou Lazari.

O Foro Inteligência reúne o BRICS Policy Center e a Insight Comunica-ção, com o apoio do Instituto de Rela-ções Internacionais (IRI) da PUC-Rio e da Casa de Afonso Arinos. O Foro Inteligência manterá um canal aber-to com países como China, Rússia, Índia e África do Sul. A ideia é apre-sentar palestras, cursos e seminários abordando problemas brasileiros não convencionais e que tangenciam as nações do bloco. O BRICS Policy Cen-ter fará a ponte com os países emer-gentes. Pela primeira vez, assuntos brasileiros profundos serão discuti-dos a partir de um olhar convergente com o eixo dos demais países emer-gentes.

Cartórios de Notas passam a autenticar documentos de forma digital em blockchain

Autenticação de documento por meio eletrônico assegurada por sistema na rede blockchain. Este é o novo serviço disponibilizado pelos Cartórios de Notas do Brasil, que passam a realizar a certifica-ção de cópias de forma online pelo site https://www.cenad.e-notariado.org.br/, módulo integrante da pla-taforma de atos notariais eletrô-nicos chamada e-Notariado, e que possibilita a realização de atos de escrituras e procurações por video-conferência. O novo recurso permite a materialização e a desmaterializa-ção de autenticações em diferentes cartórios, torna mais rápido o envio do documento certificado para pes-soas ou órgãos, e verifica a autenti-cidade do arquivo digital.

O módulo da Central Notarial de Au-tenticação Digital (CENAD) - www.cenad.e-notariado.org.br/, dispo-nível no e-Notariado - plataforma regulamentada pelo Provimento nº 100/20 do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) -, é gerido pelo Colégio

Notarial do Brasil - Conselho Fede-ral (CNB/CF), entidade que reúne os Cartórios de Notas do País. A Central foi definida pelo Conselho como o único meio nacional válido para au-tenticação digital de documentos. O ato deve ser feito a partir do título original, ou seja, se for original-mente físico, o usuário deve apre-sentá-lo ao Cartório de Notas para digitalização e, se for digital, poderá ser enviado digitalmente para au-tenticação.

Presidente do Colégio Notarial do Brasil, Giselle Oliveira de Barros, explica que o novo procedimento permite ao usuário trabalhar com o documento eletrônico, mas com se-gurança jurídica. “Após o documen-to ser autenticado pela CENAD, ele pode ser enviado eletronicamente - por e-mail, whatsapp ou qualquer outro meio - a órgãos públicos ou pessoas físicas e jurídicas para a concretização de negócios, tendo o mesmo valor que o documento ori-ginal, físico ou digital, apresentado

Serviço mais procurado nos Cartórios de Notas agora também pode feito pela plataforma eletrônica e-Notariado

Page 71: DEBATE ECONÔMICO Chega ao fim a pior década da história

71DEZEMBRO 2020 | EDIÇÃO 284 DESTAQUES DO MUNDO EMPRESARIAL

A cerimônia de entrega do Prêmio So-mosCoop Melhores do Ano, realizada pelo Sistema OCB em evento virtual, no dia 24 de novembro, no canal do Youtube da organização, consagrou duas cooperativas mineiras e uma personalidade do Estado.

O Sicoob Credichapada levou o pri-meiro lugar na categoria Comunicação e Difusão do Cooperativismo, com o Programa de Educação Cooperativis-ta Empreendedora e Financeira. Já a Coopatos ficou em segundo lugar na categoria Intercooperação, com o Pro-jeto Recriar. Ao todo, foram seis ca-tegorias, sendo reconhecidos os três primeiros colocados de cada uma.

Além disso, a economista e colunista da Rádio Itatiaia, Rita Mundim, indi-cada pelo Sistema Ocemg na categoria Influenciadores Coop, foi a mais vo-tada em todo o país. Essa foi a única categoria aberta ao voto popular. Dos 14.199 mil votos, computados entre 3 e 20 de novembro, ela recebeu mais de seis mil. Os outros dois premiados

Ações transformadoras de cooperativas mineiras são reconhecidas em premiação nacional

pelo cidadão”, explica.

O sistema e-Notariado, responsável por hospedar a Central Notarial de Autenticação, oferece ainda os servi-ços de assinatura digital de escrituras, procurações, atas notariais, testa-mentos, além de realizar separações e divórcios extrajudiciais de forma virtual.

Passo a passo

Para realizar este serviço, o usuário deve solicitar a autenticação digital a um Tabelionato de Notas de sua pre-ferência e enviar o documento por e-mail, caso o original seja digital. Caso o documento a ser autenticado seja físico, é necessário levar o im-presso ao cartório para digitalização e autenticação. Ao receber o documento por meio da plataforma, que segue as normas de territorialidade para distri-buição dos serviços, o tabelião verifi-ca a autenticidade e a integridade do documento.

A autenticação notarial irá gerar um registro na plataforma, que conte-rá dados do notário ou responsável que a tenha assinado, a data e hora da assinatura, e código de verifica-ção. O usuário, então, receberá um arquivo PDF assinado digitalmente pelo cartório. O envio do arquivo po-derá ser feito por e-mail, WhatsApp ou outro meio eletrônico. A operação é assegurada e validada pelo Notar-chain - rede blockchain exclusiva do notariado.

O Colégio Notarial do Brasil - Seção Minas Gerais (CNB/MG) é a entidade de classe que representa institucio-nalmente os tabeliães de notas do estado de Minas Gerais. O Colégio tem realizado diversas atividades a fim de integrar os notários do Estado e atualizá-los tanto com as novida-des gerais e como as segmentadas de sua natureza.

Iniciativas se destacaram no Prêmio SomosCoop Melhores do Ano, realizado pela Organização das Cooperativas Brasileiras; presidente do Sistema Ocemg celebra vitórias das cooperativas do Estado

foram o presidente da Frente Parla-mentar do Cooperativismo, Deputado Federal Evair de Melo, e o presidente do Bancoob, Marco Aurélio Almada.

Emocionada, a diretora de Operações do Sicoob Credichapada, Eliene de Oliveira, disse que a cooperativa se sentia honrada com a premiação, que só confirma que estão trilhando o ca-minho certo. Ela parabenizou a orga-nização do prêmio e as participantes que fazem a diferença em suas comu-nidades.

Para o presidente do Sistema Ocemg, Ronaldo Scucato, o reconhecimento é resultado de um trabalho que vem sendo desenvolvido pelo cooperati-vismo no Estado ao longo dos anos. “O interesse pela comunidade é um prin-cípio que acompanha o cooperativis-mo desde a sua criação. Não à toa as cooperativas são tão importantes na promoção do desenvolvimento eco-nômico e social das cidades onde es-tão inseridas. E, ao serem premiadas, em âmbito nacional, dão visibilidade para o setor, além de incentivarem que cada vez mais organizações se engajem com o propósito da transfor-mação”, frisou.

Prêmio SomosCoop Melhores do Ano

O Prêmio SomosCoop Melhores do Ano é realizado pela Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) a cada dois anos e as cooperativas singulares, confederações e federações adim-

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72 DEZEMBRO 2020 | EDIÇÃO 284DESTAQUES DO MUNDO EMPRESARIAL

plentes, independentemente do ramo ou porte, podem participar.

Os números deste ano foram recordes: 595 projetos inscritos, de 320 coopera-tivas, vindas de 22 Estados. Entre essas ações, 100 delas estão relacionadas à diminuição dos impactos da Covid-19 na vida das pessoas. Somente essas ações ligadas ao coronavírus somaram R$ 16 milhões em doações de dinheiro, além de 1,3 mil toneladas de alimentos, 190 mil Equipamentos de Proteção In-dividual (EPIs) e itens de higiene e 1,3 milhão de máscaras.

Por ocasião da entrega das premiações, o presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas, agradeceu as coope-rativas que se dedicam a melhorar a re-alidade das comunidades diariamente, e às Unidades Estaduais, que se empre-nharam para ajudar o certame aconte-cer. Ele frisou que “o cooperativismo faz muita coisa boa – pelas pessoas, pelo Brasil – e pode fazer ainda muito mais, afinal, ele une negócio com propósito! Propósito de fazer bem feito e não só para alguns, mas para muitos. Quando você decide ser um cooperado, você decide empreender junto com outras pessoas. Você escolhe fazer parte de um movimento que tem como princípio o compartilhar, compartilhar objetivos, desafios, conquistas. No cooperativis-mo, a gente realmente cresce e ganha força juntos!”.

O Sistema Ocemg é formado pela junção de duas instituições: o Sindicato e Orga-nização das Cooperativas do Estado de Minas Gerais (Ocemg), órgão de repre-sentação política, sindical-patronal e de defesa do cooperativismo no Estado; e o Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo de Minas Gerais (Ses-coop-MG), responsável pelas atividades de formação profissional, monitora-mento e promoção social das diversas cooperativas de Minas. A Ocemg ainda integra a Federação dos Sindicatos das Cooperativas dos Estados de Alagoas, Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais e Santa Catarina (Fecoop-Sulene).

Noroeste de Minas Gerais desponta como fronteira agrícola de alta produtividade

Vizinho de Goiás e próximo ao Sudo-este baiano, o Noroeste de Minas Ge-rais é uma região de características únicas no estado. As terras planas do Cerrado mineiro são consideradas uma fronteira agrícola ainda com alto potencial de crescimento. Os empre-sários rurais, em sua maioria vindos do Rio Grande do Sul décadas atrás, têm investido em suas propriedades e estão tornando a região conheci-da por sua elevada produtividade. O Banco do Nordeste atua em parte do Noroeste de Minas e o superinten-dente estadual para o estado, Wesley Maciel, esteve no local durante o mês de novembro para conhecer melhor os impactos para o desenvolvimento promovidos pela expansão do agro-negócio.

A região é destaque na produção de culturas como soja, milho, laranja, café e feijão e abastece mercados de diversos estados e países. Quando os gaúchos migraram para o Noroeste, incentivados por iniciativas como o Programa de Desenvolvimento dos Cerrados (Prodecer), encontraram

terras ainda sem estrutura adequada para o plantio. O caminho encontrado foi investir em insumos de qualidade, sementes, máquinas, equipamentos e tecnologias e se organizarem por meio de iniciativas como a Coopera-tiva Agropecuária da Região do Piri-tinga (Coopertinga), no município de Formoso.

A entidade nasceu para prestar apoio aos agricultores na aquisição de in-sumos e no escoamento da produção. Atualmente tem no seu quadro 88 as-sociados, de 36 famílias. O presiden-te da Coopertinga, Ernesto Pierdoná, acredita que a produtividade agrícola da região tende a crescer com o au-mento das lavouras de café irrigado e vê nos recursos oferecidos pelo Banco do Nordeste uma ferramenta impor-tante para impulsionar essa cultura.

“É muito bom ver como os agriculto-res enaltecem a presença do Banco do Nordeste e mostram que, depois que a instituição chegou, eles conseguiram avançar, com o nosso apoio. Atuamos muito forte em uma área importantís-sima, a produção de alimentos, e isso

Investimentos do Banco do Nordeste na região crescem 34,1% no ano

Page 73: DEBATE ECONÔMICO Chega ao fim a pior década da história

73DEZEMBRO 2020 | EDIÇÃO 284 DESTAQUES DO MUNDO EMPRESARIAL

reforça a decisão acertada de abrirmos a agência de Arinos e também a nos-sa ação enquanto banco de desenvol-vimento”, destaca o superintendente Wesley Maciel.

O BNB está presente fisicamente na re-gião há sete anos, desde novembro de 2013. A agência em Arinos atende tam-bém Formoso, Chapada Gaúcha, Riachi-nho e Urucuia, municípios integrantes da área da Superintendência de Desen-volvimento do Nordeste (Sudene) por terem características semelhantes aos nordestinos. Desde então, já foram apli-cados quase R$ 300 milhões na econo-mia do Noroeste mineiro, distribuídos em 9 mil operações.

Somente em 2020, a unidade já inves-tiu R$ 65,2 milhões, valor 34,1% supe-rior ao mesmo período do ano passado. Foram contratadas mais de 1.100 opera-ções este ano, crescimento de 18,2% na comparação com 2019.

A comitiva do BNB contou com a parti-cipação do gerente de agência Arinos, Fabiano Lima, do gerente de negócios Marco Túlio de Campos Júnior e do gerente executivo de Gestão da Agri-cultura Familiar, Mini e Pequenos Pro-dutores Rurais e Programas de Crédito Fundiário, Bruno Fortes.

A agenda do grupo incluiu visitas a pro-priedades rurais e reuniões com diver-sos clientes e interessados em operar com a instituição na região. Os ges-tores se encontraram com lideranças locais, como o ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Augusto Nardes, prefeitos atuais e eleitos, e apresenta-ram a expertise do Banco do Nordeste na gestão de recursos de terceiros e as soluções para o setor público, via capta-ção de Regimes Próprios de Previdên-cia Social (RPPS) e Siconv. A comitiva também se reuniu com representantes do Instituto de Previdência Municipal de Chapada Gaúcha, com a participa-ção, por videoconferência, da equipe do BNB especializada na distribuição e su-porte de fundos de investimento.

Cemig SIM conclui aquisição de sete usinas solares

A Cemig SIM ampliou sua base de usinas com a aquisição de 49% de participação em sete Sociedades de Propósito Específico (SPEs), detento-ras de unidades geradoras de energia por fonte solar fotovoltaica (UFVs). O negócio foi informado por meio de fato relevante, divulgado dia 25/11, e representa um investimento de, apro-ximadamente, R$ 54,9 milhões, to-talizando uma potência instalada de 29,45MWp. Os recursos foram aporta-dos pela Cemig.

Com a compra, a SIM passa a deter uma fatia relevante em ativos que somam 46,27MWp e atendem a cer-ca de 2.100 unidades consumidoras dos segmentos comercial e indus-trial de baixa tensão. Isso representa um consumo mensal em torno de 6,2 GWh, o que já evitou, desde a entrada em operação dos ativos até o último mês de outubro, a emissão de mais de 1.950 toneladas de gás carbônico, em função da utilização de energia limpa.

Lançada em abril de 2019, a empresa de energia solar por assinatura e so-luções em eficiência energética, bra-ço de inovação do Grupo Cemig, tem registrado resultados animadores, com expansão expressiva em apenas um ano e meio de atuação. Por isso, de acordo com o CEO da Cemig SIM,

Danilo Gusmão, o aporte concluído agora, que faz parte de um montante de R$ 100 milhões previstos para in-vestimento na participação em usinas solares em 2020, é mais uma ação para garantir 52MW de potência ins-talada para atender à crescente de-manda.

Segundo ele, a estimativa é de encer-rar o ano com mais de dois mil clien-tes em carteira. “O modelo teve rápido crescimento e aceitação devido à qua-lidade e à confiabilidade do produto, sem necessidade de obras ou inves-timentos. Além disso, nossa premissa é oferecer soluções realmente dife-renciadas e efetivas, que fortaleçam e favoreçam o crescimento econômico e, ao mesmo tempo, respeitem o meio ambiente”, enfatiza Gusmão.

A Cemig SIM iniciou sua atuação no segmento comercial e industrial, como farmácias, padarias, lojas, fá-bricas, agências bancárias, supermer-cados, condomínios e empresas de diversos setores. Neste mês, ampliou o portfólio e passou a também forne-cer energia solar por assinatura – lim-pa, renovável e mais barata – para os clientes do mercado residencial, com consumo acima de 300 kWh.

Empresa investiu quase R$ 55 milhões para deter 49% de participação nas SPEs, ativos que somam 46,27MWp e atendem cerca de 2.100 unidades consumidoras.

Page 74: DEBATE ECONÔMICO Chega ao fim a pior década da história

74 DEZEMBRO 2020 | EDIÇÃO 284ECONOMIA COM TODAS AS LETRAS E NÚMEROS

Balança comercial do agronegócio tem superávit recorde de US$ 75,5 bi

Receita com exportação foi de US$ 85,8 bilhões, alta de 5,7% em comparação com igual período de 2019

A balança comercial do agronegócio brasileiro registrou superávit recorde no acumulado de janeiro a outubro des-te ano, com saldo de US$ 75,5 bilhões. A receita com exportação foi de US$ 85,8 bilhões, alta de 5,7% em comparação com igual período de 2019, informa a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), com base nos dados da Secretaria de Comércio Exterior do Mi-nistério da Economia. O volume expor-tado foi de 189,4 milhões de toneladas nos dez primeiros meses do ano, au-mento de 12,4%.

Os produtos mais vendidos no período foram soja em grãos (US$ 28 bilhões), carne bovina in natura (US$ 6,1 bi-lhões), açúcar de cana em bruto (US$ 6 bilhões), celulose (US$ 5 bilhões) e fa-relo de soja (US$ 5 bilhões). Estes pro-dutos representaram 58,3% da pauta exportadora do agro brasileiro nos dez primeiros meses.

A China continua como o principal

destino das vendas externas, com

participação de 35,8%. União Europeia

(16,2%), Estados Unidos (6,5%), Japão

(2,4%) e Coreia do Sul (2,1%) comple-

tam o ranking dos cinco principais

mercados no período de janeiro a ou-

tubro.

As exportações em outubro passado

tiveram queda de 6,2% em relação ao

mesmo mês em 2019, totalizando uma

receita de US$ 8,2 bilhões e superávit

de US$ 7 bilhões. O total embarcado

foi de 18,1 milhões de toneladas, re-

dução de 3,2%. O açúcar de cana em

bruto foi o produto mais exportado

(US$ 1,1 bilhão em valores) e a China

também foi o principal comprador dos

produtos do agronegócio (26,5% do to-

tal). – Fonte: Agroin Comunicação.

Produção brasileira de aço bruto tem queda de 8,5% até outubro

A produção brasileira de aço bruto foi de 25,1 milhões de toneladas no acu-mulado até outubro de 2020, o que representa uma queda de 8,5% frente ao mesmo período do ano anterior. A produção de laminados no mesmo período foi de 17,6 milhões de tone-ladas, queda de 8,3% em relação ao registrado no mesmo acumulado de 2019. A produção de semiacabados para vendas totalizou 6,5 milhões de toneladas de janeiro a outubro de 2020, uma retração de 9,7% na mes-ma base de comparação*.

As vendas internas foram de 15,6 mi-lhões de toneladas de janeiro a outu-bro de 2020, o que representa uma retração de 1,0% quando comparada com o apurado em igual período do ano anterior.

O consumo aparente nacional de produtos siderúrgicos foi de 17,2 mi-lhões de toneladas no acumulado até outubro de 2020. Este resultado re-presenta uma queda de 2,9% frente ao registrado no mesmo período de 2019.

As importações alcançaram 1,6 mi-lhão de toneladas no acumulado até outubro de 2020, uma queda de 22,8% frente ao mesmo período do

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75DEZEMBRO 2020 | EDIÇÃO 284 ECONOMIA COM TODAS AS LETRAS E NÚMEROS

ano anterior. Em valor, as importa-

ções atingiram US$ 1,7 bilhão e re-

cuaram 19,2% no mesmo período de

comparação.

As exportações atingiram 9,5 milhões

de toneladas, ou US$ 4,6 bilhões, de

janeiro a outubro de 2020. Esses va-

lores representam, respectivamente,

retração de 11,6% e de 26,1% na com-

paração com o mesmo período de

2019.

Dados de outubro de 2020

Em outubro de 2020, a produção bra-

sileira de aço bruto foi de 2,8 milhões

de toneladas, um aumento de 3,5%

frente ao apurado no mesmo mês de

2019. Já a produção de laminados foi

de 2,1 milhões de toneladas, 12,6%

superior à registrada em outubro de

2019. A produção de semiacabados

para vendas foi de 610 mil toneladas,

uma redução de 1,4% em relação ao

ocorrido no mesmo mês de 2019*.

As vendas internas cresceram 16,7%

frente a outubro de 2019 e atingiram

1,9 milhão de toneladas. O consumo

aparente de produtos siderúrgicos foi

de 2,1 milhões de toneladas, 11,2% su-

perior ao apurado no mesmo período

de 2019.

As exportações de outubro foram de

842 mil toneladas, ou US$ 416 mi-

lhões, o que resultou em queda de

26,4% e 31,1%, respectivamente, na

comparação com o ocorrido no mes-

mo mês de 2019.

As importações de outubro de 2020

foram de 163 mil toneladas e US$ 164

milhões, uma queda de 22,5% em

quantum e 25,0% em valor na com-

paração com o registrado em outubro

de 2019.

Argentina debate criação de lei para mitigar os efeitos da Covid-19

A Câmara dos Deputados da Argen-tina debate nesta terça-feira (17/11) a criação de um imposto extraordinário sobre grandes fortunas. A chamada Lei de Solidariedade e Contribuição Extraordinária das Grandes Fortunas para ajudar a mitigar os efeitos da Co-vid-19 recebeu 133 votos a favor, 115 contra e contou com duas abstenções. O texto, agora, vai para o Senado, onde o governo tem maioria.

A contribuição proposta pelo governo de Alberto Fernández atinge fortunas superiores a 2,5 milhões de dólares, com uma taxa progressiva de 2% a 3,5% a depender do montante do pa-trimônio.

De acordo com a Administração Fe-deral de Receitas Públicas (AFIP) - a Receita Federal do país -, o imposto sobre as grandes fortunas atingiria pouco mais de 9.200 pessoas físicas.

Com a taxa, o governo espera arreca-dar 3,8 bilhões de dólares (cerca de um ponto percentual do PIB argen-tino) que destinará a diversos fins: 20% para a compra de equipamen-tos e insumos de saúde, 20% para as

pequenas e médias empresas, 15% para programas de integração sócio--urbana em bairros populares, 20% para bolsas Progresar (uma espécie de ProUni argentino) e 25% para progra-mas de exploração e desenvolvimento de gás natural por meio da empresa de gás local.

Pouco antes da votação, Fernández explicou o porquê de apresentar um projeto dessa natureza. Segundo ele, no Congresso “não se discute uma contribuição para as grandes fortunas, mas que quem mais tenha possa se solidarizar com o resto dos argentinos na emergência. Esse é o verdadeiro debate, não é outro.”

O deputado governista Máximo Kir-chner - filho da vice-presidente Cris-tina Kirchner - falou em “ponto de equilíbrio”. “Os argentinos e argenti-nas necessitamos encontrar um ponto de equilíbrio e acordo. Necessitamos do setor privado e do setor público investindo juntos. Trata-se de encon-trar, entre todos e todas, uma saída em comum”, afirmou.

(*) Com teleSUR – Fonte: Opera Mundi

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76 DEZEMBRO 2020 | EDIÇÃO 284ECONOMIA COM TODAS AS LETRAS E NÚMEROS

Perdas na cafeicultura

Representantes do Sistema FAEMG | SENAR | INAES e da EMATER-MG, vinculada à Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abasteci-mento de Minas Gerais, se reuniram na manhã desta terça (10/11) para consolidar uma atuação conjunta no levantamento de perdas por intem-péries climáticas na cafeicultura do estado. A ideia é somar esforços ao levantamento de safra anualmente realizado pela CONAB para quantifi-car os danos e sua abrangência com maior agilidade possível, e apontar os mecanismos de recomposição de renda adequados para cada produtor ou região mais atingidos.

“Sabemos das perdas, que necessi-tam ser mensuradas, o que deve ser feito a partir de um mapeamento mais preciso da situação. Criaremos uma força tarefa a campo, com técni-cos do Sistema FAEMG e da EMATER-

-MG, para que ainda em dezembro possamos ter uma estimativa mais assertiva do que será consolidado em janeiro, com a parceria da Conab. É importante termos a maior celeri-dade possível neste momento, auxi-liando e orientando os produtores a

buscarem alternativas nas linhas de crédito ou acionando as segurado-ras, quando for o caso. E buscarmos outras soluções para minimizar os impactos e dar condições aos produ-tores de continuarem produzindo e mantendo ativo um dos mais impor-tantes setores da economia mineira”, disse o vice-presidente do Sistema FAEMG e presidente das Comissões Estadual e Nacional de Cafeicultura, Breno Mesquita.

O presidente da EMATER-MG, Gus-tavo Laterza, reiterou a importância do trabalho conjunto das entidades, com o apoio da Secretária de Estado de Agricultura, Pecuária e Governo de Minas, para que as ações de apoio técnico aos produtores sejam efeti-vas no campo: “Mensurar as perdas neste momento requer cautela e es-tudo, para identificar o seu impacto na produção, bem como acompanhar como será o desempenho do regime de chuvas neste final de ano. Preci-samos levantar o máximo possível de informações com urgência, fazendo o acompanhamento da safra nos muni-cípios e regiões. Faremos um alinha-mento com os técnicos das entidades para levantar informações junto aos produtores e para emitir laudos téc-nicos por propriedades e/ou por mu-nicípios, orientando e subsidiando as ações e políticas públicas cabíveis”.

Entidades mineiras unirão forças para avaliar as perdas causadas pela seca e altas temperaturas nas lavouras de café. O mapeamento orientará ações efetivas de recuperação de renda para produtores e municípios mais afetados.

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77DEZEMBRO 2020 | EDIÇÃO 284 ECONOMIA COM TODAS AS LETRAS E NÚMEROS

viagens, hospedagens e consultoria so-bre oportunidades de negócios no mer-cado, entre outras situações.

Foram identificadas, ainda, operações com organizações vinculadas a mem-bros da direção da Líder quando exer-ciam a função e com familiares de exe-cutivos, bem como pagamentos com sobrepreço, ausência de fiscalização da realização dos serviços contratados e ainda situações com duplicidade de pagamentos para o mesmo serviço. Pa-gamentos maiores que o devido e con-tratações sem a aprovação do Conselho de Administração da Líder são outros exemplos de despesas que deverão ser ressarcidas por estarem em desacordo com as normas existentes.

Em dezembro de 2019, confirmada a natureza pública dos recursos do segu-ro DPVAT, o Conselho Diretor da Susep aprovou a possibilidade de solicitar o ressarcimento das despesas adminis-trativas em desacordo com as regras estabelecidas desde o início das opera-ções da Seguradora Líder, em 2008.

As medidas adotadas atendem as prin-cipais recomendações do Tribunal de Contas da União e da Controladoria-Ge-ral da União, alinhando-se, ainda, às medidas judiciais já adotadas pelo Mi-nistério Público Federal. A Seguradora Líder poderá apresentar defesa quanto aos ressarcimentos determinados.

RESULTADOS DO ENCONTRO

- Criação de força tarefa para anteci-par o levantamento das perdas no es-tado, com nivelamento dos técnicos dos programas do Sistema FAEMG e da EMATER-MG que irão a campo.

- Orientação de produtores sobre o seguro de safra e linhas de crédito disponíveis. Elaboração de laudos técnicos para os produtores mais afetados e para municípios onde haja a necessidade de decretar estado de emergência.

• Importância econômica do café para Minas Gerais:

• O café é um dos principais produtos do agro mineiro.

• Minas deve responder, em 2020, por 52% da produção nacional – a estimativa para este ano é entre 30 e 32 mi-lhões de sacas colhidas.

• 456 municípios mineiros têm a cafeicultura entre suas prin-cipais atividades econômicas.

• O café é a principal fonte de renda de em torno de 140 mil famílias mineiras.

• 124 mil delas são cafeicultores de pequeno porte, da agricul-tura familiar.

• Cerca de 4 milhões de em-pregos são gerados em toda a cadeia produtiva do grão no estado.

• Valor Bruto da Produção (VBP) da cafeicultura em 2020 é estimado em R$ 16,7 bilhões em MG, representando 61% do VBP nacional do setor.

• MG exportou, em 2019, apro-ximadamente 27 milhões de sacas, movimentando US$ 3,5 bilhões. Principais destinos: EUA, Alemanha e Japão.

• As remessas internacionais de café naquele ano repre-sentaram 44,6% das expor-tações totais do agronegócio mineiro.

A Superintendência de Seguros Priva-dos (Susep) notificou a Seguradora Lí-der, do Consórcio do Seguro DPVAT S/A, para, no prazo de 30 (trinta) dias, reco-lher ao caixa dos recursos do Seguro DPVAT a quantia de R$ 2.257.758.435,26 (dois bilhões, duzentos e cinquenta e sete milhões, setecentos e cinquenta e oito mil, quatrocentos e trinta e cinco reais e vinte e seis centavos), já devi-damente atualizados, referente a 2.119 despesas consideradas irregulares pela fiscalização da Susep, que foram execu-tadas com recursos públicos do seguro DPVAT entre os anos de 2008 e 2020.

Os valores foram apurados por uma fis-calização específica determinada pela Superintendência em dezembro do ano passado, e se baseou na análise de in-formações constantes em relatórios de investigação forense, de auditoria e de fiscalizações realizadas pela Susep na gestora dos recursos do Seguro DPVAT entre 2008 e 2019.

A fiscalização da Susep confirmou a ocorrência de transações com recursos do seguro DPVAT sem evidência de que a prestação de serviço tenha sido rea-lizada, sem cotação de preço, sem do-cumentação fiscal ou comprovantes de pagamentos. Foram apuradas despesas não relacionadas com a operação do seguro DPVAT, como doações e patrocí-nios, pagamento de multas (judiciais ou administrativas), festas de fim de ano,

Susep notifica a Líder para devolver R$ 2,257 bilhões ao caixa dos recursos do Seguro DPVAT

Valor corresponde a 2.119 despesas irregulares executadas desde 2008, utilizando recursos públicos do Seguro DPVAT

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78 DEZEMBRO 2020 | EDIÇÃO 284ECONOMIA COM TODAS AS LETRAS E NÚMEROS

A Empresa de Pesquisa Agropecuária

de Minas Gerais (EPAMIG), por meio

do Campo Experimental de Caldas,

disponibiliza, anualmente, mudas

de videira certificadas e de sanidade

comprovada. “Esse serviço tem con-

tribuído para a expansão da viticultu-

ra, não somente em Minas Gerais, mas

também em vários outros municípios

das regiões Sudeste e Centro-Oeste”,

afirma a pesquisadora Cláudia Rita de

Souza.

Produção de mudas pela EPAMIG contribui para a expansão da vitivinicultura nas regiões Sudeste e Centro-Oeste do Brasil

As mudas, produzidas pelo método

de enxertia de mesa, são de uvas das

variedades Syrah, Niágara Branca,

Niágara Rosada e Bordô (clones EPA-

MIG 13 e 16). A produção anual fica em

torno de 30 mil a 40 mil mudas. “Esse

número varia entre as diferentes sa-

fras, pois depende da quantidade do

material de propagação e da taxa de

pegamento dos enxertos no viveiro

(geralmente em torno de 50%)”, expli-

ca a pesquisadora.

As mudas mais procuradas são de

uvas finas Syrah, principal variedade

tinta utilizada na elaboração dos vi-

nhos de colheita de inverno, possibi-

litada pela adoção da dupla poda. Esta

técnica, validada pela EPAMIG, trans-

fere a colheita de uva do verão chu-

voso para o inverno seco, o que tem

garantido qualidade e sanidade das

bagas. Entre as uvas comuns, a maior

procura é pela Niágara Rosada. Neste

ano foram produzidas 15 mil mudas

de Syrah, 10 mil de Niágara Rosada, 3

mil de Niágara Branca e 3 mil de Bor-

dô, todas vendidas antecipadamente.

Apesar de pequena, quando compara-

da à dos grandes viveiristas, a produ-

ção atende a viticultores de diferentes

localidades. “A procura pelos clones

da EPAMIG tem sido grande, princi-

palmente no Sul do País, onde fica-

ram conhecidos como Bordô Mineira”,

conta Cláudia, acrescentando que es-

sas variedades para a elaboração de

vinhos comuns e suco de uva têm se

destacado pelo aumento na produti-

vidade dos vinhedos. “Por serem mais

resistentes ao desavinho, distúrbio

fisiológico que causa o abortamento

das inflorescências,os clones 13 e 16

têm sido bastante buscados”.

Além das mudas de qualidade, a EPA-

MIG disponibiliza tecnologias para

manejo, suporte técnico e a infraes-

trutura de uma vinícola experimental,

que atua como incubadora para pro-

dutores iniciantes, realizando o pro-

cessamento das uvas para a produção

de vinhos e espumantes.

Em função da alta demanda, as enco-

mendas de mudas devem ser feitas,

com um ano de antecedência. As en-

tregas são feitas no período de plantio,

entre os meses de outubro e janeiro.

Fotos: Claudia Souza

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79DEZEMBRO 2020 | EDIÇÃO 284 ECONOMIA COM TODAS AS LETRAS E NÚMEROS

O Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) subiu 3,28% em novembro, per-centual superior ao apurado em outu-bro, quando havia apresentado taxa de 3,23%. Com este resultado, o índice acu-mula alta de 21,97% no ano e de 24,52% em 12 meses. Em novembro de 2019, o índice havia subido 0,30% e acumulava alta de 3,97% em 12 meses.

“O avanço nos preços de commodities agropecuárias importantes consolidam o IPA como índice a contribuir para o avan-ço da taxa do IGP. Nesta edição, destaca-ram-se milho (10,95% para 21,85%), trigo (2,32% para 19,20%) e bovinos (6,92% para 7,40%)”, afirma André Braz, Coordenador dos Índices de Preços do FGV IBRE.

O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) subiu 4,26% em novembro, ante 4,15% em outubro. Na análise por es-tágios de processamento, a taxa do grupo Bens Finais variou 2,74% em novembro. No mês anterior, o índice havia registrado taxa de 2,84%. A prin-cipal contribuição para este resultado partiu do subgrupo combustíveis para o consumo, cuja taxa passou de 1,81% para -1,85%, no mesmo período. O ín-dice relativo a Bens Finais (ex), que ex-clui os subgrupos alimentos in natura e combustíveis para o consumo, subiu 2,48% em novembro, ante 2,37% no mês anterior.

A taxa do grupo Bens Intermediá-rios passou de 3,74% em outubro para 4,07% em novembro. O principal res-ponsável por este movimento foi o subgrupo combustíveis e lubrificantes para a produção, cujo percentual pas-sou de -2,79% para 2,37%. O índice de Bens Intermediários (ex), obtido após a exclusão do subgrupo combustíveis e lubrificantes para a produção, variou 4,29% em novembro, contra 4,65% em outubro.

IGP-M sobe 3,28% em novembro

O estágio das Matérias-Primas Brutas subiu 5,60% em novembro, ante 5,55% em outubro. Contribuíram para o avan-ço da taxa do grupo os seguintes itens: milho em grão (10,95% para 21,85%), café em grão (-8,29% para 2,13%) e algodão em caroço (9,70% para 19,65%). Em sen-tido oposto, destacam-se os itens miné-rio de ferro (-0,71% para -2,39%), leite in natura (3,29% para -3,80%) e soja em grão (14,96% para 11,91%).

O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) variou 0,72% em novembro, ante 0,77% em outubro. Quatro das oito classes de despesa componentes do índice regis-traram recuo em suas taxas de variação. A principal contribuição partiu do grupo Educação, Leitura e Recreação (3,10% para 1,44%). Nesta classe de despesa, vale citar o comportamento do item pas-sagem aérea, cuja taxa passou de 34,21% em outubro para 11,70% em novembro.

Também apresentaram decréscimo em suas taxas de variação os grupos Ali-mentação (1,90% para 1,61%), Habitação (0,32% para 0,23%) e Despesas Diversas

(0,12% para -0,04%). Nestas classes de despesa, vale mencionar os seguintes itens: arroz e feijão (11,41% para 5,22%), tarifa de eletricidade residencial (0,15% para -0,16%) e alimentos para animais domésticos (1,02% para -1,44%).

Em contrapartida, os grupos Transportes (0,12% para 0,94%), Saúde e Cuidados Pessoais (0,04% para 0,16%) e Comuni-cação (0,08% para 0,09%) registraram acréscimo em suas taxas de variação. Nestas classes de despesa, destacam-se os seguintes itens: gasolina (-0,34% para 1,93%), medicamentos em geral (-0,13% para 0,16%) e combo de telefonia, in-ternet e TV por assinatura (0,01% para 0,19%).

Já o grupo Vestuário repetiu a taxa do outubro, que foi de 0,29%. Em sentido ascendente destaca-se o item calçados (0,07% para 0,19%) e em sentido descen-dente, acessórios do vestuário (0,22% para -0,28%).

O Índice Nacional de Custo da Constru-ção (INCC) variou 1,29% em novembro, ante 1,69% no mês anterior. Os três gru-pos componentes do INCC registraram as seguintes variações na passagem de outubro para novembro: Materiais e Equipamentos (4,12% para 2,85%), Ser-viços (0,33% para 0,73%) e Mão de Obra (0,19% para 0,24%).

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80 DEZEMBRO 2020 | EDIÇÃO 284INOVAÇÃO TECNOLOGIA E MEIO AMBIENTE

Cemig SIM inicia pré-venda de energia solar para segmento residencial

A Cemig SIM iniciou, no dia 20 de no-vembro último, o cadastro para pré--venda de energia solar por assina-tura – limpa, renovável e mais barata – para os clientes do mercado residen-cial. Além de contar com a já conheci-da força e credibilidade, a subsidiária proporcionará uma série de outros be-nefícios aos consumidores. A partir de janeiro de 2021, aqueles que já realiza-ram o pré-cadastro, que é totalmente online - www.leveosolparasuacasa.com.br , terão descontos de 15% sobre a tarifa mensal, sem obrigação de cum-primento de período de fidelidade.

A expectativa é atender até mil novos contratos nos primeiros três meses de 2021. “O segmento de geração distribu-ída, ou energia solar por assinatura, é um dos ramos do setor que mais cresce em todo o país. Isso porque propor-ciona significativa redução na tarifa de energia elétrica e ainda minimiza impactos ambientais ao utilizar a luz solar, um recurso natural. Além disso, não são necessárias obras e instalações e, portanto, o cliente não precisa fazer qualquer investimento para a contrata-ção do serviço”, explica o CEO da Cemig SIM, Danilo Gusmão.

Criada em outubro de 2019, a empresa de energia solar por assinatura e solu-ções em eficiência energética é o bra-ço de inovação do Grupo Cemig. Até o momento, atuava apenas no segmento comercial e industrial, como farmácias,

padarias, lojas, fábricas, agências ban-cárias, supermercados, condomínios e empresas de diversos setores. Agora, a empresa que conta com uma cultura startup, dá mais um importante passo para sua expansão, com a comerciali-zação residencial, aplicável para con-sumo acima de 300 kWh.

Os interessados podem aderir ao mo-delo de forma totalmente digital, por meio do site www.cemigsim.com.br. A energia é gerada remotamente, em áreas com radiação solar mais favorá-vel, no norte e noroeste de Minas Ge-rais, e chega pela rede da distribuidora, porém, com menor custo.

Comemoração

Completando seu primeiro ano de ati-vidades e chegada da energia solar por assinatura em residências, a Ce-mig SIM realizou nessa sexta-feira, 20 de novembro, uma campanha alusiva ao período, oferecendo 365 girassóis. Locais icônicos foram escolhidos para promover a ação, Igreja da Pampulha, Praça da Assembleia e também no tre-vo seis pistas em Nova Lima.

A simbologia do girassol está direta-mente relacionada com o negócio da empresa, já que é uma flor que cami-nha na direção da luz do sol e frequen-temente é relacionada com a felicida-de. “Assim como o girassol, a SIM segue o caminho do sol. É a partir dele que geramos energia sustentável e limpa, respeitando o meio ambiente e a so-ciedade. Por isso, convidamos cada um a se sentir parte de uma nova forma de pensar o futuro e se unir a SIM nessa direção”, destaca Gusmão.

Empresa fornecerá energia solar por assinatura - renovável, mais barata e com uma série de benefícios aos novos clientes

Energia solar fotovoltaica atinge 4 gigawatts emtelhados e pequenos terrenos no BrasilSegundo a ABSOLAR, segmento injetou mais de R$ 19,4 bilhões em investimentos e cerca de 120 mil empregos acumulados no País desde 2012

De acordo com a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSO-LAR), o País possui atualmente mais de 330 mil sistemas solares fotovoltaicos conectados à rede, em cerca de cinco mil municípios, trazendo economia e sustentabilidade ambiental para mais de 411 mil unidades consumidoras.

São mais de R$ 19,4 bilhões em inves-timentos acumulados desde 2012, que geraram mais 120 mil empregos acu-mulados no período, espalhados ao re-dor de todas as regiões do Brasil.

Segundo a ABSOLAR, a tecnologia solar fotovoltaica está presente em mais de 5 mil municípios e em todos os estados brasileiros, sendo que os líderes em potência instalada são, respectivamen-te: Minas Gerais (772,2 MW), São Paulo (504,7 MW), Rio Grande do Sul (502,7 MW), Mato Grosso (284,7 MW) e Paraná (276,9 MW).

A fonte solar fotovoltaica, baseada na conversão direta da radiação solar em

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81DEZEMBRO 2020 | EDIÇÃO 284 INOVAÇÃO TECNOLOGIA E MEIO AMBIENTE

energia elétrica de forma renovável,

limpa e sustentável, lidera com folga o

segmento de microgeração e minigera-

ção distribuída, com mais de 99,9% das

instalações do País.

Em número de sistemas instalados, os

consumidores residenciais estão no

topo da lista, representando 72,7% do

total de conexões. Em seguida, apa-

recem as empresas dos setores de

comércio e serviços (17,4%), consumi-

dores rurais (6,9%), indústrias (2,5%),

poder público (0,4%) e outros tipos,

como serviços públicos (0,03%) e ilu-

minação pública (0,01%).

Em potência instalada, os consumido-

res dos setores de comércio e serviços

lideram o uso da energia solar fotovol-

taica, com 38,7% da potência instalada

no País, seguidos de perto por consumi-

dores residenciais (38,0%), consumido-

res rurais (13,1%), indústrias (8,8%), po-

der público (1,2%) e outros tipos, como

serviços públicos (0,1%) e iluminação

pública (0,02%).

Para o CEO da ABSOLAR, Rodrigo

Sauaia, a energia solar fotovoltaica agrega inúmeros benefícios sociais, econômicos e ambientais para o pro-gresso do Brasil. “Dentre eles, estão a redução de gastos com energia elétri-ca, atração de investimentos, a gera-ção de empregos locais de qualidade, a redução de impactos ao meio am-biente, a redução de perdas elétricas na rede nacional, a postergação de investimentos em transmissão e dis-tribuição e o alívio do sistema elétrico em horários de alta demanda diurna, como nos meses de verão”, destaca.

O presidente do Conselho de Adminis-tração da ABSOLAR, Ronaldo Koloszuk, ressalta que, nos últimos sete anos, a geração solar distribuída teve um cres-cimento médio de 231% ao ano no Bra-sil. “Esse desenvolvimento traz bene-fícios para quem tem e para quem não tem solar em casa. Segundo nossos cál-culos, desde 2012, a geração de energia solar nos telhados e pequenos terrenos viabilizou uma economia de mais de R$ 4,7 bilhões no bolso dos consumidores, recursos que foram reinjetados na eco-nomia local. Isso acontece pela libera-ção de renda - dinheiro economizado na conta de luz de quem possui sistema solar e usado por este consumidor na compra de outros produtos, na sua re-gião”, conclui.

Fundada em 2013, a Associação Bra-sileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR) congrega empresas e pro-fissionais de toda a cadeia produtiva do setor solar fotovoltaico com atua-ção no Brasil, tanto nas áreas de ge-ração distribuída quanto de geração centralizada. A ABSOLAR coordena, representa e defende o desenvol-vimento do setor e do mercado de energia solar fotovoltaica no Brasil, promovendo e divulgando a utiliza-ção desta energia limpa, renovável e sustentável no País e representando o setor fotovoltaico brasileiro interna-cionalmente.

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82 DEZEMBRO 2020 | EDIÇÃO 284CARREIRAS, PROFISSÕES E TRABALHO

Executiva da Kinross Brasil Mineração é nomeada uma das 100 mulheres mais inspiradoras do mundo

A mineração mundial passa, neste momento, por uma transformação, com a adoção de práticas mais sus-tentáveis e foco na diversidade e in-clusão. Uma das protagonistas dessa trajetória rumo à equidade de gênero no setor está na operação da Kinross Brasil Mineração. Ana Cunha, diretora de Relações Governamentais e Res-ponsabilidade Social da companhia, foi escolhida, no dia 19 de novembro último, uma das 100 mulheres mais inspiradoras do mundo pela 4ª edição do Women in Mining UK (WIM).

Neste ano, Women in Mining UK (WIM) recebeu recorde de inscrições. Foram cerca de 1,1 mil indicações de 626 mu-lheres do setor, que trabalham em 356 empresas pelo mundo. A premiação é realizada a cada dois anos e conta com uma publicação que celebra as “100 mulheres mais inspiradoras do mundo na mineração” (WIM100). As histórias mais impactantes são sele-cionadas de acordo com critérios de pioneirismo, liderança, capacidade de acolhimento, espírito de equipe, proatividade, resiliência e determi-nação para a solução de desafios. A WIM é um movimento global que tem como objetivo a ampliação e o fortale-cimento da atuação das mulheres na mineração.

No Brasil, a participação feminina no setor ainda tem muito o que avançar, mas já foi dada a largada. Segundo pesquisa realizada pelo Instituto Bra-sileiro de Mineração (Ibram) em par-

ceria com o Ministério da Economia, em 2020, as mulheres representam 44% do mercado de trabalho do país, sendo apenas 13% no setor de minera-ção. Já o Índice de Igualdade de Gêne-ro da Bloomberg (Bloomberg Gender--Equality Index, de 2020) aponta que as mineradoras representam somente 3% de um total de 325 companhias comprometidas com a premissa da igualdade de gênero.

Essa parcela de números ainda mo-destos é um desafio que mulheres, como Ana Cunha, encontram nesse mercado. Porém, ela seguiu a sua car-reira ascendente na mineração, supe-rando as barreiras do viés de gênero e incentivando outras profissionais a seguir esse caminho. “Acredito na importância de fomentar um plural e heterogêneo. Há espaço para tornar o setor mais atrativo para mulheres, com retenção de talentos e ampliação de oportunidades em cargos de lide-rança”, afirma a executiva, que possui uma carreira sólida de 22 anos no seg-mento.

Com passagem pelas principais mi-neradoras que atuam no País, a tra-jetória de Ana Cunha é, sem dúvida, um exemplo inspirador. Formada em Relações Públicas, começou a carreira como analista na área de comunica-ção empresarial, passou pelos cargos de coordenação e gerência, acom-panhada com uma sólida formação acadêmica, como pós-graduação in-ternacional pela Syracuse Universi-

ty. Em uma segunda fase da carreira, conciliou as atividades em Comunica-ção Corporativa com a área de Desen-volvimento Social e Relacionamento. Para as novas funções se especializou na Universidade de Sorbonne (Paris--França).

Com formação pela Dom Cabral e pelo programa de Desenvolvimento de Lí-deres da Universidade de São Paulo, a diretora da Kinross segue com a mis-são de abrir espaços para mais e mais mulheres chegarem a cargos de lide-rança e, assim, participarem efetiva-mente da tomada de decisões. Mesmo diante da intensa rotina de trabalho, sempre garantiu espaço na agenda para se dedicar às ações de diversida-de e inclusão. Atua como mentora vo-luntária do Programa Impulsionadora de Carreiras, coordenado pelo Comitê de Igualdade Racial, do Grupo Mulhe-res do Brasil, e colabora também com

Women in Mining UK (WIM) reconheceu a diretora Ana Cunha como uma das protagonistas no fomento da participação feminina no setor mineral

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83DEZEMBRO 2020 | EDIÇÃO 284 CARREIRAS, PROFISSÕES E TRABALHO

o empoderamento de jovens mulhe-res negras e refugiadas. “Precisamos motivar cada vez mais nossas mulhe-res e fazê-las enxergar o quanto são incríveis, mas também sensibilizar as empresas para o impacto positivo que essa equidade agrega em toda cadeia”, acrescenta.

Vale ressaltar que há evidências de que a adoção de práticas de diversida-de reflete em muitos ganhos para as empresas, incrementando até mesmo o desempenho financeiro das organi-zações. Segundo os Objetivos de De-senvolvimento Sustentável da ONU, a inclusão de mulheres agrega valor aos negócios, principalmente quando elas estão em posições de tomada de deci-são. Ou seja, além de ter relação direta com lucratividade, cria um ambiente mais inovador, em que os colabora-dores tendem a trabalhar melhor em equipe e a demonstrar suas habilida-des com mais transparência.

“Fico muito feliz com este merecido reconhecimento da Ana Cunha como uma das 100 mulheres mais inspira-doras na mineração mundial. A Ana demonstra muita paixão no que faz, ela tem um propósito claro e é mui-to competente. Tenho certeza que ela continuará a inspirar as mulheres de dentro ou fora da Kinross, da indústria da mineração ou não, a fazerem a di-ferença”, ressalta Eduardo Magalhães, Diretor de RH, suprimentos e TI da Kinross.

Na trajetória rumo à equidade, a Kin-ross Brasil Mineração tornou-se sig-natária do Women In Mining Brasil (WIM Brasil), iniciativa apoiada pelo Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), que visa a inclusão ativa de mais mulheres em todos os níveis e espaços corporativos, especialmente nos cargos de liderança. “Participar desse plano de ação conjunto é mais uma forma de potencializar a partici-pação feminina no mercado de traba-

lho e promover oportunidades igua-litárias de crescimento profissional. Todos ganham com a equidade”, avalia Ana Cunha.

A Kinross Brasil Mineração é uma das vencedoras do XXII Prêmio Minas – Desempenho Empresarial – Mercado-Comum – Melhores e Maiores – 2020, na Categoria Empresas Excelência. Atua nas atividades de pesquisa e de-senvolvimento mineral, mineração, beneficiamento e comercialização de ouro. É uma das maiores produtoras de ouro do Brasil, responsável por 22% da produção nacional.

Com operação na mina Morro do Ouro, em Paracatu, noroeste de Minas Ge-rais, e escritório em Belo Horizonte, a empresa integra a Kinross Gold Cor-poration, grupo canadense com pre-sença nas Américas do Sul e do Norte, África e Eurásia.

A Kinross responde por cerca de 22% dos postos de trabalho formais do mu-nicípio. São cerca de 4.700 emprega-dos entre próprios, contratados, esta-giários e aprendizes.

Além de ser a principal geradora de impostos e grande fomentadora de outros negócios em Paracatu, a Kin-ross investe em iniciativas que con-tribuem para o desenvolvimento do território e é certificada por normas nacionais e internacionais ligadas à saúde, segurança, gestão ambiental e responsabilidade social.

“Acredito na

importância de

fomentar um plural

e heterogêneo. Há

espaço para tornar

o setor mais atrativo

para mulheres, com

retenção de talentos

e ampliação de

oportunidades em

cargos de liderança”

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84 DEZEMBRO 2020 | EDIÇÃO 284CULTURA E ECONOMIA CRIATIVA

Casa Funarte Liberdade éinaugurada em Belo Horizonte

Situado em frente à Praça da Liberdade, em Belo Horizonte (MG), o Edifício Tan-credo Neves transformou-se, a partir de 9 de novembro último, num novo espaço cultural, gerido pela Fundação Nacio-nal de Artes: a Casa Funarte Liberdade. Conhecido como “Rainha da Sucata”, o prédio foi cedido pela Secretaria de Es-tado de Cultura e Turismo de Minas Ge-rais à instituição federal. Ele faz parte do Circuito Cultural e Turístico Liberdade, considerado um dos maiores conjuntos de espaços culturais do país.

A Funarte preparou para o novo espaço uma programação de música, dança, tea-tro, artes visuais e artes integradas, além de ações de formação nessas áreas. A agenda conta com a participação da Uni-versidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), por meio dos projetos Bossa Criativa – Arte de Toda Gente, Um Novo Olhar (UNO) e Sistema Nacional de Orquestras Sociais (Sinos), realizados em parceria pelas duas instituições, com curadoria da Escola de Música da universidade. Com área total de 1.547m², o imóvel tem quatro pavimentos

e um subsolo de 258 m², com elevador e ar condicionado. Abriga um teatro de are-na para 400 espectadores. O Ministério do Turismo (Mtur) e a Secretaria Especial da Cultura (Secult) – Governo Federal apoia-ram a revitalização do edifício. A ideia da Funarte é que o prédio torne-se um polo artístico e um marco simbólico para um novo tempo, no qual a instituição pretende se aproximar mais da cadeia produtiva das artes. Também planeja incluir as inova-ções da era da tecnologia da informação, aliando artes digitais online a atividades presenciais.

O presidente da Fundação Nacional de Ar-tes, Lamartine Holanda (representado no evento pela coordenadora da Funarte MG, Fabiane Aguiar), comenta: “A Casa Funarte Liberdade é o mais novo espaço nacional das artes em terras mineiras, em endere-ço emblemático da pós-modernidade. Sua arquitetura diferente e o aproveitamento de materiais metálicos, com cores fortes, não combinavam com os prédios nos ar-redores da Praça da Liberdade. Obra da arte traquina, que provoca e sugere; e que

Cedido pela Secult MG para a Fundação Nacional de Artes, prédio em frente à Praça da Liberdade, que faz parte do Circuito Cultural e Turístico Liberda-de, recebeu evento de inauguração nesta segunda-feira, dia 9/11

se reinventa de tempos em tempos. Pode-mos até utilizar uma figura de linguagem em pensamento: colocar sob uma mesa estilo Luiz XV uma obra de Carlos Sobral – o que, no mínimo, chamaria a atenção tan-to para a mesa quanto para a peça. Nossa nova casa será moldura para a exposição múltipla e plural; e para o diferente das artes mais conhecidas. Um espaço para velhos e novos saberes. Agradecemos o apoio de todos e a parceria de sucesso com o Governador do Estado de Minas Gerais, Romeu Zema, e com o Secretário de Esta-do de Cultura e Turismo, Leônidas Oliveira, que compartilham com a Funarte, o Minis-tério do Turismo e a Secretaria Especial de Cultura, a vontade e a ação efetiva, capazes de amplificar as artes, em Minas Gerais e no Brasil”, conclui o presidente.

Governador do Estado de Minas Gerais, Romeu Zema; o secretário de estado de cultura e turismo de Minas Gerais, Le-ônidas Oliveira; o Ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio; e a coordena-dora da Funarte MG, Fabiane Aguiar. Foto: Paulo Lacerda

Evento marcante para Minas Gerais e para as artes do Brasil

A inauguração da Casa Funarte Liberdade contou com apresentações de música de concerto, teatro, dança contemporânea com poesia e hip-hop, agendas dos proje-tos da parceria da Fundação com a UFRJ, no Programa Funarte de Toda Gente – cujo foco é o estímulo à economia criativa, à ci-dadania, à inclusão, à diversidade cultural e à democratização e difusão das artes e do turismo. Foi montada uma exposição da pintora, desenhista e gravadora mineira Yara Tupinambá, organizada pela Funarte MG, especialmente para a ocasião.

Pelo Sistema Nacional de Orquestras So-ciais, o Quinteto Sinos, sob Regência do Maestro Marcelo Ramos, tocou uma músi-ca composta especialmente para o projeto, entre outras peças de concerto. Pelo Bossa Criativa, Kdu dos Anjos e Favelinha Dance

Num projeto em parceria entre a Funarte e a UFRJ, o Quinteto Sinos inaugura a agenda artística. Foto: Paulo Lacerda

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85DEZEMBRO 2020 | EDIÇÃO 284 CULTURA E ECONOMIA CRIATIVA

apresentaram música, dança e poesia hip hop. Já o projeto UNO trouxe o ator e baila-rino Oscar Capucho, artista cego que pes-quisa o movimento coreográfico da pessoa com essa deficiência. Ele apresentou um solo de teatro e dança contemporânea.

No evento, o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, agradeceu ao governador Romeu Zema e ao secretário de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais, Leôni-das Oliveira, pelo trabalho conjunto entre Governo de Minas e o Ministério do Tu-rismo (MTur) para que o projeto se trans-formasse em realidade. “Esse prédio vai, sem dúvida, fomentar várias atividades culturais na capital, mostrando a parceria consolidada entre Governo Federal e Go-verno do estado, que gentilmente cedeu o imóvel para que houvesse o investimen-to com aporte de cerca de R$ 1,7 milhão, proporcionando ao cidadão, não somente belo-horizontino, mas a todos que visitam nosso estado e nossa capital, mais um es-paço cultural para ser desfrutado na cida-de”, declarou o ministro.

Também estiveram presentes o Gover-nador do Estado de Minas Gerais, Romeu Zema; a coordenadora da Funarte MG, Fa-biane Aguiar, representando o presidente da Funarte, Lamartine Holanda; o secretá-rio de estado de cultura e turismo de Mi-nas Gerais, Leônidas Oliveira; vice-diretor da Escola de Música da UFRJ, Maestro Prof. Marcelo Jardim - coordenador dos projetos Funarte/UFRJ; o diretor do Centro da Mú-sica da Fundação, Bernardo Guerra; o di-retor do Centro de Programas Integrados da Funarte, Álvaro Lima; a coordenadora da Funarte SP, Ivone dos Santos; o coorde-nador da Funarte Brasília, Diogo Brandão; e a artista visual Yara Tupynambá; além de muitos jornalistas (em ampla cobertura da imprensa); e de servidores e colabora-dores do Governo Mineiro, do MTur e da Funarte.

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema, falou sobre um decreto estadual, que passa a reger o Circuito Liberdade e o expande, para alcançar, de forma inte-grada, equipamentos culturais do Estado de Minas Gerais e de seus parceiros, pre-

sentes na área definida pelo projeto urba-nístico original de Belo Horizonte, datado de 1895. “Com esse projeto pretendemos aumentar o número de opções culturais e turísticas à população e tornar o Circuito Liberdade mais atrativo, dentro do contex-to de reativação da economia mineira, que depende muito das atividades culturais”, observou o governador.

O Edifício Tancredo Neves, agora Casa Funarte Liberdade

Assinado por Sylvio de Podestá e Éolo Maia, o projeto arquitetônico do Edifício Tancredo Neves é da década de 1980. Si-tuado na Avenida Bias Fortes, o edifício se destaca pela concepção ousada e pelo uso de materiais variados e cores fortes nas fachadas, em estilo pós-modernista. “A diversidade de elementos, formas e cores revela a opção arquitetônica pelo empre-go de materiais marcadamente regionais, como o quartzito, a ardósia, a pedra-sabão e o aço produzido nas siderúrgicas minei-ras”, informa o site do Circuito Liberdade. Ele acrescenta que a altura e o volume da construção acompanham as dimensões dos prédios históricos que compõem o conjunto arquitetônico da Praça da Liber-dade, buscando um diálogo com seu en-torno imediato. Inaugurado em 1990, em referência a uma telenovela transmitida naquele ano, o prédio recebeu o apelido de “Rainha da Sucata”. O imóvel já abrigou di-ferentes serviços. Já em 1991, foi transfor-mado no Museu de Mineralogia Professor Djalma Andrade, com vasto acervo. Este, em 2010, foi transferido para outro local e

a edificação converteu-se em sede do en-tão Circuito Cultural Liberdade. Em 2017, tornou-se o Centro de Informação ao Visi-tante do Circuito Liberdade.

Para o secretário de estado de cultura e tu-rismo de Minas Gerais, Leônidas Oliveira, o edifício cedido pela Secult - MG é o mais representativo da pós-modernidade na arquitetura e na arte do estado. “Firmar mais essa parceria com a Funarte inten-sifica a transversalidade entre cultura e turismo, fortalecendo o Circuito Liberdade e seus desdobramentos. A nova configura-ção do Circuito Cultural e Turístico Liber-dade reúne mais de 40 espaços culturais no hipercentro de Belo Horizonte e a vinda da Funarte, criando a Casa Funarte Liber-dade, vem complementar esse cenário”, explicou. “Ela se tornará um lugar de frui-ção das artes de forma ampla, tanto para os mineiros quanto para pessoas de outros estados, além de ser também um espa-ço para a formação de artistas, nas mais variadas áreas. Minas Gerais tem muita honra e alegria em receber a Funarte, so-bretudo na centralidade das políticas pú-blicas para a cultura e turismo de Minas”, completou o secretário.

Um novo centro de referência

De acordo com Fabiane Aguiar, coordena-dora da Funarte MG, nesta nova configu-ração do espaço a Fundação pretende que ele se torne um centro de referência para música, artes visuais, circo, dança, teatro e artes da era digital, trazendo ainda para perto do público o teatro e a dança de rua, o movimento soul e o hip hop, entre outras manifestações de cultura popular. “Nesse contexto de pandemia é ótimo podermos utilizar um espaço como este, aberto, mui-to acessível ao público e com uma progra-mação que vai transitar da música clássica às artes populares”, comemorou a coorde-nadora. A Funarte informou que a progra-mação começará dia 21 de novembro, com agenda aos finais de semana, sábados às 17h e domingos às 11h, encerrando, neste ano, dia 19 de dezembro.

Governador do Estado de Minas Gerais, Romeu Zema; o secretário de estado de cultura e turismo de Minas Gerais, Leônidas Oliveira; o Ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio; e a coordenadora da Funarte MG, Fabiane Aguiar. Foto: Paulo Lacerda

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86 DEZEMBRO 2020 | EDIÇÃO 284EVENTOS EMPRESARIAIS

ocorridas no mercado de capitais ao

longo de 2020, influenciadas principal-

mente, pela pandemia do coronavírus.

Por fim destacou a equipe e família, e

deixou uma mensagem que sempre lhe

ajudou a vencer os desafios: “Quando

entendemos as fortalezas e as fragilida-

des de ambientes, pessoas, situações ou

processos, fica mais claro e consistente

a avaliação dos riscos e das abordagens

necessárias para se atingir os objetivos.

Este conceito também é utilizado na

formação de pessoas. Durante a minha

jornada, são incontáveis os casos de

sucessos nos quais eu sinto o gostinho

de ter tido uma pequena participação.

Como a troca sempre existe, aproveito

para também agradecer a estas pessoas

que trabalham e/ou trabalharam comi-

go e dizer que elas também fazem parte

desta premiação”.

O Equilibrista

O Prêmio Equilibrista destaca empresá-

rios e executivos que fazem a diferença

no cenário econômico do estado, com

desempenho eficiente, inovador, ético

e responsável. Ele foi lançado pelo IBE-

F-MG com o objetivo de reconhecer e

homenagear os melhores executivos e

empresários do estado, com uma sólida

e vitoriosa trajetória profissional que,

na gestão de seus empreendimentos,

propuseram soluções inovadoras em

suas gestões.

Prêmio Equilibrista homenageia executivo do ano na área de finanças em Minas Gerais

Na noite da última terça-feira, dia 1º de dezembro, executivos de finanças e empresários mineiros marcaram pre-sença de forma virtual, na solenidade de premiação da 35ª edição do Prêmio Equilibrista 2019, realizado pelo Insti-tuto Brasileiro de Executivos de Finan-ças de Minas Gerais (IBEF-MG).

Considerado um dos prêmios mais im-portantes do segmento, neste ano con-sagrou o Diretor de Tesouraria da Loca-liza Rent a Car, Antonio Hyodo, como a Executivo do Ano.

Antonio Hyodo recebeu uma placa e a bela escultura do Prêmio Equilibrista das mãos do presidente do IBEF-MG, Camilo Lelis, que destacou a carreira de profunda dedicação, sacrifícios e superação do agraciado. “Nosso home-nageado tem uma carreira exemplar, de crescimento contínuo e de ações inovadoras, que simbolizam muito bem a importância do papel do profissional

de finanças no desenvolvimento das organizações. Vomo bom equilibrista, nosso homenageado é um profissional que sabe tomar as decisões certas, com equilíbrio e segurança, nas horas mais difíceis. Afinal, é nos momentos de crise que um executivo de finanças se destaca”, finalizou Lelis.

No discurso, Hyodo agradeceu o reco-nhecimento pelo prêmio e traçou um panorama econômico/político, das di-ficuldades enfrentadas e mudanças

Diretor de Tesouraria da Localiza Rent a Car, Antonio Hyodo foi o agraciado com o prêmio em 2020. Evento on-line contou com ampla participação virtual de executivos de finanças e empresariado mineiro na solenidade este ano que teve formato inédito devido a pandemia pela Covid-19

Crédito Davi Martins

Crédito Davi Martins

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87DEZEMBRO 2020 | EDIÇÃO 284 MERCADO GASTRONOMICO

Passatempo SaudávelUma dica pra quem está passando a maior parte do seu tempo em casa e já procura uma coisa diferente pra fazer: se você não sabe cozinhar comece a aprender agora.

O começo pode parecer difícil, mas não é nada diferente de outro ofício qualquer. Toda iniciação tem seus obstáculos: é as-sim que se toma gosto pela atividade. Se você notar que não é sua praia, aí fica di-fícil. Muda o rumo da prosa...

Os primeiros passos são importantes. Se você fizer escolhas equivocadas o resul-tado não será o esperado. O fundamental é: como vou aprender? Quem vai me ensi-nar? Se você não pode sair para um curso de qualidade, a solução é procurar em casa o caminho a seguir.

Há duas opções iniciais:

1. Aprender com as “aulas” que hoje são grande parte da programação das tvs;

2. Procurar na literatura a orientação básica e, em seguida, as fases que le-vam à construção dos pratos que são a sua preferência.

Se você preferir a primeira opção, saiba que a tv pouco educa um aprendiz de co-zinheiro. Os “professores” que abundam nesse metier 90% deles não são confiá-veis. Pra você, um leigo, vai parecer uma coisa do outro mundo saber que pra fazer uma omelete, antes tem de quebrar o ovo.

As pessoas mais nulas na cozinha geral-mente não sabem como fazer arroz – o que não é tão fácil quanto parece. Esse co-meço é que vai guiar o futuro do cozinhei-ro. É muito comum ouvir alguém dizer que sabe cozinhar e “faz um Bacalhau pra co-mer de joelhos”... que na verdade não quer dizer nada: cozinhar Bacalhau é uma faça-nha bem mais fácil que fritar um ovo. A tv está cheia desse tipo de professor – com ou sem Papagaio.

Os programas de culinária na televisão na verdade não são feitos para transmitir co-

nhecimentos importantes para quem está assistindo. Visam, principalmente, vender os produtos que estão aparecendo no ví-deo, em banners ou nas suas embalagens. São, sim, uma culinária primária, o bê-a--bá das receitas. Os Professores aprendem a receita na véspera da “aula”.

A segunda opção é a mais indicada para a formação de um bom aluno. Livros e revis-tas costumam ir fundo no assunto e é uma alternativa tão antiga quanto os primeiros estudos sobre alimentação realizados no mundo.

O mais importante de estudar através de livros e revistas é que a grande maioria das publicações vão fundo no assunto e aliam a culinária com a gastronomia.

É bom já ir aprendendo uma coisinha bá-sica: Gastronomia não é sinônimo de culi-nária. A gastronomia é o estudo profundo da alimentação no mundo, da origem dos ingredientes e sua manipulação até a pre-paração de pratos sofisticados contempo-râneos.

Culinária é seguir uma receita de angu e levar à mesa para acompanhar uma cos-telinha frita. Gastronomia leva você a estu-dar o fubá, do que é feito, origens, qualida-des e deficiências do alimento. Conhecer um ingrediente pode permitir que se crie alguma receita com ele, pois é mais fácil saber com quais outros produtos ele com-bina. Assim fazem os grandes cozinheiros mundo afora.

Eu me interesso por gastronomia desde garoto, na beira de um fogão à lenha vendo Sá Arminda, cozinheira do meu tio, des-trinchando um porquinho para fazer carne de lata. Depois, que levei surras terríveis tentando executar receitas até facinhas. Naquela época, 45 anos atrás, não existiam revistas, programas de tv, cursos apenas os profissionalizantes (tipo Senac) e técnicos.

Minha coleção de livros e revis-tas é bem vasta. Já dei fim a muita coisa,

mas continua satisfatória. O mercado exi-giu e as editoras ao redor do mundo não param de lançar títulos e mais títulos sobre o assunto.

É preciso ter cautela para não cair em cer-tas armadilhas literárias.

O ideal é seguir conselhos de pessoas confiáveis, evitando os paraquedistas que aproveitam a explosão do negócio gastro-nômico para tirar vantagem. Poucos che-gam dispostos a preservar o que já existe, respeitando as receitas tradicionais e os profissionais já antigos - os verdadeiros cozinheiros desse país.

Daí, a minha sugestão para quem quer aprender a cozinhar em casa nessa época de distanciamento social, é buscar leitu-ras que tragam uma orientação segura. Aprendendo pela via certa, lá na frente quem quiser sofisticar terá mais facilida-des. Lembre-se, sofisticar não é errado. O erro está nas invenções.

Antes de aprender receitas elementares, tente se familiarizar com a gastronomia. Leia livros que tragam historias das pes-soas e produtos que tiveram uma função social importante desde os primeiros tempos. Depois que você olhar para uma horta ou um açougue com olhos diferen-tes, é hora de passar para as receitas.

Algumas leituras que vão fazer bem (e são mais fáceis de encontrar): “A His-toria da Alimentação”, organizado por Jean-Louis Flandrin e Massimo Monta-nari, edição portuguesa; “A Fisiologia do Gosto”, do celebre Jean Anthelme Brilla-t-Savarin; “O Que Einsteim Disse Ao Seu Cozinheiro” (volumes 1 e 2), de Robert Wolk; “Careme”, de Ian Kelly; “Comida na Historia”, de Reay Tannahill. Depois rela-cionarei outros títulos e revistas que pu-blicam, além de receitas e boas matérias sobre o assunto.

Sites de livrarias na Internet: estante-virtual.com.br; saraiva.com.br; amazona.com.

Na segunda parte deste assunto vou co-mentar sobre revistas e mais livros.

Mãos à obra!

Sérgio Augusto [email protected]

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DEZEMBRO 2020 | EDIÇÃO 284VINHO, GENTE, COISAS E ADJACÊNCIAS88

Chegado o fim do ano, borbulhas, e em Minas, mais impostos sobre o Vinho.

Sim, pois espumante é sinal de borbu-lhas, e nesta parte do ano e no alvo-recer de outro, é presença obrigatória nas indefectíveis comemorações; nas quais, graças às suas características, circula do começo ao fim, com pom-pa e circunstância. Ou seja, além de festivo, alegre, jovial, é gastronômico e carregado de pedigree, pois, desde prisca era, é bebida das monarquias e impérios.

Com estilos variados (Nature, Extra brut, Brut, Extra Sec, Sec, Demi-Sec, Doux), isto é, desde o bem seco ao do-cinho, o espumante é muito versátil com comida, e isto o torna uma solu-ção bem prática – e mesmo econômica -, na hora de receber. Sejam petiscos, saladas, patês, peixes, carnes, você harmonizará com um espumante.

Refinado e encantador o espumante é um vinho que não tem semelhança com nenhum outro; e sua multiplici-dade inclui o Champanhe, que ponti-fica entre eles, e cujo nome consagra a região de Champagne e seus cinco vinhedos (Vallé de La Marne, Montag-ne de Reims, Côtes des Blancs,Côte de Sézanne e Côte des Bar).

O espumante brasileiro é a grande es-trela da produção vinícola nacional, e campeão em premiações internacio-nais, inequívoco reconhecimento à sua qualidade, que resulta de um terroir ideal para a sua produção e técnica para elaborar um vinho elegante, fino e leve - que é o seu perfil.

Mais impostos

Quanto às borbulhas do espumante e do champanhe, também chamadas de pérlage (do francês perle, pérola),mais do que a mera explosão de gás carbô-nico, são elas que informam a sua boa qualidade através de três aspectos: quantidade – devem ser abundantes; persistência – devem ser bem durado-ras; e tamanho – quanto menores mais agradáveis.

Bebida das celebrações, suas borbu-lhas cristalinas, douradas, rosadas, cir-culam por casamentos, aniversários, formaturas, mas, é no fim de ano que o seu delicado ruído ecoa onde houver alegria.

O que orienta a tributação do vinho no Brasil ainda é o conceito de que se trata de bebida de endinheirados, supérfluo e até maléfica à saúde. Isso explica porque vemos em nossos go-vernos essa sede (sem trocadilho) de taxas e sobretaxas sobre ele; inda que essencialidade fundamente a Legisla-ção quanto às alíquotas (alimentos em geral, bebidas etc.).

O rosário de tributos que inclui Cofins, ICMS, Pis, IPI, ST, ISS e mais alguns, aqui em Minas Gerais, acaba de rece-ber mais uma conta (peça do rosário): o Governo do Estado majorou, ago-ra (Decreto datado de 05.11.2020) de 62,26% para 129% o percentual de MVA original a ser utilizado na composição da base de cálculo da substituição tri-butária nas operações com vinhos.

MVA, significa Margem de Valor Agre-gado, e a majoração mais que dobrou o seu percentual na composição da base

de cálculo da ST, que, abominada por

toda a cadeia vinícola, já desapareceu

do elenco tributário de muitos estados,

ao contrário do que temos por aqui.

Essa voragem tributária no vinho tem

efeitos desastrosos na competitivi-

dade, principalmente com o produto

oriundo do Mercosul; e no segmento

por inteiro - que gera milhões de em-

pregos, divisas para o país - decorren-

tes das exportações e é um dos mais

importantes da agroindústria nacional.

Minas Gerais é, hoje, um dos mais des-

tacados sítios de produção e comercia-

lização de vinho do país; logo, é claro

de ferir as vistas, a importância eco-

nômica e social que o setor tem para o

Estado e para o Brasil.

Portanto, a criação de taxas e sobreta-

xas sobre a bebida – no momento em

que outros estados as estão abolindo

-, indica que aqui, em Minas Gerais, a

percepção dessa importância econô-

mica e social do segmento do vinho

não alcançou as esferas do governo.

Afinal, se a tributação do vinho no país

já é surreal, comparada aos demais pa-

íses, onde o IVA (Imposto sobre o valor

acrescentado) varia entre 13% a 25%,

a criação de mais taxas e mais sobre-

taxas não indicam comprometimento

com o desenvolvimento, ao contrário.

Tim, tim.

Inimá Souza [email protected]

Page 89: DEBATE ECONÔMICO Chega ao fim a pior década da história

89DEZEMBRO 2020 | EDIÇÃO 284 LANÇAMENTOS

Do selvagem ao social: como adotar um novo capitalismo que pode mudar o Brasil?

Livro prefaciado pelo ator e ambientalis-ta Mateus Solano e escrito pelo professor especializado em gestão de organizações sociais Maron Abi-Abib mescla sociolo-gia, política e economia para propor uma reflexão sobre o atual “capitalismo selva-gem” No livro Capitalismo Social: O que é? Como adotar? Por que ele pode mudar o Brasil?, o professor Maron Emile Abi--Abib direciona o leitor para uma viagem ao século XIX, época em que aconteceu a primeira implantação de um Estado de bem-estar social na Alemanha como al-ternativa ao liberalismo econômico e ao socialismo. Porém, como relembra o es-critor na obra publicada pela Editora Alba-troz, esse modelo não durou muito tempo, já que na segunda metade do século XX o neoliberalismo tornou-se hegemônico no mundo e as políticas de bem-estar social perderam força.

Maron revela, em capítulos reflexivos e contextualizados nesse “capitalismo sel-vagem”, o que é preciso fazer para deso-bstruir tudo que atrasa o combate às desi-gualdades extremas, além de argumentar que outro tipo de capitalismo é possível.

Com uma abrangente e rica pesquisa bi-bliográfica que cita diversos economistas, artistas, pensadores, líderes políticos e re-ligiosos, o autor analisa diversos acordos e tratados internacionais firmados no âmbi-to da ONU, como a Declaração do Milênio, de forma a mostrar que é possível reduzir a desigualdade, preservar o meio ambiente e ter paz social.

O professor especializado em gestão de or-ganizações sociais sugere diversos cami-nhos para um capitalismo democrático e propõe a erradicação do falso capitalismo, aquele que não tem compromisso com um mercado sustentável convergente por um consumo regrado.

“Enfim, as mazelas sociais, econômicas e políticas em solo brasileiro são refle-xos, em grande medida, de uma parte desfigurada do capitalismo que aqui se pratica. É aquele capitalismo de compa-drio, que se afastou do preconizado pela escola clássica, que utiliza vários estrata-gemas para garantir seus negócios livres de riscos e que para isso não tem o menor pudor em utilizar meios ilícitos, os quais passam pela manipulação do Estado. Os dolos perpetrados por parcela do capita-lismo nacional impedem que o mercado evolua e se torne mais competitivo.”

(Capitalismo Social, pág.35)

Ao mesclar política, economia, sociologia e história, Abi-Abib leva aos leitores uma verdadeira lição de humanidade, uma singular e bem-sucedida iniciativa de pro-moção social e cultural realizada pelo cha-mado “Sistema S”. Dessa maneira, o autor procura promover ou reforçar a relação entre governo e empresariado nas ações de reconstrução do Estado de bem-estar social em prol da melhor qualidade de vida para o trabalhador e suas famílias.

FICHA TÉCNICA:

Título: Capitalismo Social: Subtítulo: O que é? Como adotar? Por que ele pode mudar o Brasil?Autor: Maron Abi-AbibEditora: AlbatrozASBN: 978-85-7145-250-3Formato: 15,8 x 23 cmPáginas: 495 Preço: R$ 78,00 Link de venda do livro: https://bit.ly/2UQJBkk

SOBRE O AUTOR: Maron Emile Abi-Abib é administrador, contador e professor com especialização em gestão de organizações sociais. Ao longo de sua vida profissional, teve como missão, entre outras, planejar, organizar, implantar e administrar uni-dades voltadas para a área social. A sua formação de administrador agregou co-nhecimentos que o credenciaram a atuar em empreendimentos no âmbito da edu-cação, cultura, saúde, nutrição, hotelaria, turismo, lazer esportivo e recreativo e meio ambiente. Pautou-se sempre por li-nhas filosóficas que buscam, na gestão das organizações, garantir o diálogo e a demo-cratização das estruturas de poder como estratégias para o crescimento humano ao lado do crescimento dos negócios. Seus trabalhos técnicos na gestão de empresas implicaram permanente investimento no desenvolvimento dos recursos humanos. Preservar a autoestima em alta e o senti-mento de utilidade ou responsabilidade social, fatores inerentes ao ser humano, foi ponto vital de sua atenção em gestão de empresas, notadamente aquelas dedica-das ao bem-estar social.

Divulgação / Maron Abi-Abib Divulgação / Maron Abi-Abib

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90 DEZEMBRO 2020 | EDIÇÃO 284LANÇAMENTOS

Uma história costurada pelas mãos de uma mulher visionária

Por trás da empresa que mudou os pa-radigmas da moda no Brasil está uma mulher visionária e uma história de vida que agora é traduzida em um ro-mance épico e cheio de coragem. Os passos de Adelina Clara Hess que, com seu marido Duda, fundou a marca de roupas Dudalina são contados em Es-trelas fritas com açúcar: uma história de amor e de coragem, costurada pelas mãos de uma mulher visionária.

Escrito pela premiada autora Letícia Wierzchowski – de A Casa das Sete Mu-lheres, romance adaptado para a série homônima de TV em 2003 –, a obra baseada em fatos é “costurada” pela narrativa das moiras fiandeiras. Deu-sas primordiais responsáveis por fiar, tecer e cortar o fio da vida de mortais e de imortais, são elas que apresentam a história de Adelina e Duda, tornando a narrativa fluida, quase etérea.

A homenagem póstuma à empresária percorre o tempo desde o início da Se-gunda Guerra Mundial até os dias atuais. Foi nessa época que a então jovem de 15 anos começava a vida profissional, com

o primeiro emprego no armazém de se-cos e molhados dos pais, no município catarinense de Luiz Alves, próximo a Blumenau, onde Adelina viria a falecer aos 82 anos, em 2008.

Adelina já estava bastante atarefada àquela altura da manhã. Os funcionários tinham trazido mais farinha do paiol, e ela mandara que recolhessem o açúcar que já secara na eira, substituindo-o por nova leva, ainda molhada, para apro-veitar o calor daquele sábado. (Estrelas fritas com açúcar, p. 14)

E foi assim, bem cedo, que a terceira fi-lha do casal Hess descobriu seu talento para os negócios. Corajosa, ela deixou o colégio para se dedicar com mais afinco ao labor. Uma história repleta de suces-sos, mas também de dor e de luta que se seguiu ao lado do marido e sócio, Duda. Juntos, os dois formariam uma família enorme, quase tão grande quanto o im-pério que viriam a construir. Tiveram 16 filhos, dos 20 planejados.

Autora de outros 31 livros, editados em países como Itália, Espanha e Alema-nha, Letícia Wierzchowski traduz todo esse amor ao detalhar os aconteci-mentos na vida de Adelina Hess como incontáveis peças de tecido abrindo-se diante dos olhos do leitor. Estrelas fritas com açúcar homenageia a força femini-na na figura de uma mulher que mudou a história da moda no Brasil.

FICHA TÉCNICA:

Livro: Estrelas fritas com açúcar: uma história de amor e de coragem, costurada pelas mãos de uma mulher visionáriaAutora: Letícia Wierzchowski Editora: PlanetaGênero: Romance históricoPáginas: 352Formato: 16 x 23 cmISBN: 978-65-5535-200-9Preço: R$ 59,90Links de venda: https://amzn.to/2IjZhdg

SINOPSE: Letícia Wierzchowski, au-tora de grandes sucessos como A casa das sete mulheres e Sal, traz em Estre-las fritas com açúcar a história de uma família brasileira que, com amor e luta, fundou a marca de roupas Dudalina e mudou a história da moda no país.

Naquela cidadezinha do interior de Santa Catarina, havia uma venda fami-liar. Era dela que a família Hess tirava parte do seu sustento, comerciando os produtos mais variados, trazidos desde a distante São Paulo. E foi atrás daquele balcão que Adelina, a terceira filha do casal Hess, descobriu seu talento para os negócios. Trabalhadeira e corajosa, a moça deixou o colégio para se dedicar ao negócio da família. Embora vivesse atarefada demais, Adelina não deixou de sentir quando o amor colocou Duda em seu caminho. Juntos, os dois cons-truiriam uma família enorme e também um império.Esta história – repleta de sucessos, mas também de dor e de luta – é con-tada aqui com a ajuda das Três Moiras, as fiandeiras do Olimpo, responsáveis pelo destino de deuses e homens. São elas que fiam a história de Adelina e de Duda, percorrendo o tempo desde o iní-cio da Segunda Guerra Mundial até os dias atuais.

SOBRE O AUTORA: Letícia Wierz-chowski nasceu em Porto Alegre e es-treou na literatura com seu romance O anjo e o resto de nós, em 1998. Com 32 livros publicados, em obras editadas na Itália, Portugal, Grécia, Espanha, Cro-ácia, França, Alemanha, Sérvia e Mon-tenegro. Seu romance mais conhecido, A casa das sete mulheres, foi adaptado pela Rede Globo em 2003 para a série homônima, veiculada em mais de 40 países.

Premiada autora de "A Casa das Sete Mulheres", Letícia Wierzchowski apresenta em seu novo livro, "Estre-las fritas com açúcar", a emocionan-te trajetória de sucessos e dificulda-des da fundadora da Dudalina

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DEZEMBRO 2020 | EDIÇÃO 284 TURISMO 91

Em geral, o Uruguai não é considerado um destino turístico tradicional para os brasileiros, exceto, o balneário de Punta Del Leste e a capital, Montevi-déu, ambos com infraestrutura e boa gastronomia. Mas, o país tem muita personalidade e outros atrativos de turismo que revelam surpreendentes experiências e valem ser vividas.

Colônia Del Sacramento, uma peque-na cidade na ribeira norte do Rio da Prata, é um destino extremamente charmoso. Capital do departamento de Colônia, a cidade foi fundada em 1680, pelo então Governador do Rio de Janeiro, Almirante Manoel Lobo.

À primeira vista, a cidadezinha lem-bra um pouco a nossa Paraty. Igrejas antigas, ladeiras calçadas em pedra, azulejos, paredes e muros de pedra maciça, casario e luminárias coloniais marcam a colonização portuguesa. Pela sua localização, a Coroa portu-guesa, com apoio de comerciantes do Rio de Janeiro, via ali um ponto para ampliar seus negócios com a América Espanhola. Por outro lado, a Espanha não abria mão da foz do rio da Prata para integração de seus domínios na América. Com isso, Colônia marca sua

Colônia del Sacramento – Uruguai

história como palco de disputa cente-nária entre espanhóis e portugueses para controle da península de San Ga-briel.

A competição deixou no traçado ur-bano e na arquitetura de Colônia uma mistura única das tradições portu-guesa e espanhola. O valor histórico do conjunto lhe justificou o título de Patrimônio Mundial da Humanidade, em 1995, pela UNESCO.

Se você chegou de Buenos Aires ou Montevidéu, esqueça o tumulto da ci-dade grande. Principalmente, se es-tiver bem acompanhado, relaxe seu espírito e viaje no passado desta pe-quena vila colonial. A cidade oferece um clima agradável e ameno durante o ano todo.

A partir da Puerta de La Ciutadela, es-tão os principais museus e atrações, muitas delas em ruínas, que não lhe tiram o brilho, criam um clima mágico no centro histórico.

Farol e as ruínas do Convento de São Francisco Xavier

O convento, parcialmente destruí-do por incêndio em 1857, ostenta um farol, que ainda funciona. Do alto, dá

para ver toda a cidade e a paisagem do rio da Prata. Mas há que se ter fôlego para subir os 118 degraus até o topo.

Calle de lós Suspiros

A ruela calçada em pedras alinhadas, com as típicas “capistranas” portu-guesas ao centro, que liga o porto ao centro histórico, abriga as casas mais antigas do vilarejo, todas preservadas e coloridas. A lenda local afirma que subir e descer a rampa por três vezes afasta todas as possibilidades de pro-blemas amorosos. Por garantia, subi e desci a rua três vezes três vezes.

Basílica Del Santíssimo Sacramento

A igreja, construída no século XVIII sobre a antiga capela erigida em 1680, é a mais antiga do Uruguai. Em 1823, um raio causou uma imensa explosão no edifício, quando então, os mora-dores descobriram que na sacristia ficava escondido um paiol de pólvoras das forças militares portuguesas.

Próximo ao farol fica a Praça 25 de Maio, ou Plaza Mayor. No seu entor-no, entre árvores frondosas e floridas, estão as melhores lojas, simpáticos restaurantes e cafés e os principais museus e edifícios históricos impor-tantes.

Por ser um lugar muito pequeno, é possível visitá-lo em um único dia, num “bate-volta”. É o que faz a maio-ria dos visitantes partindo de Buenos Aires, cruzando o rio da Prata de bar-co ou vindo de Montevidéu, por uma rodovia reta e plana de 177 Km. Mas, para aproveitar o clima mágico dessa vila é melhor pernoitar ali, apreciar a iluminação noturna e sentir a respi-ração de seu conjunto histórico. Co-lônia encanta, não pela majestade de seu patrimônio, mas exatamente pela singeleza do centro histórico e pela estrutura de turismo romântica e de-licada, transbordada pela simpatia e hospitalidade de seu povo.

Paulo Queiroga

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92 DEZEMBRO 2020 | EDIÇÃO 284ECONOMIA COM TODAS AS LETRAS E NÚMEROS

Findando a “tempestade perfeita” de 2020, retomada firme ainda é desafio

De acordo com estudos divulgados

pela LCA – Consultores Econômicos,

considerada uma das importantes em

estudos econômicos do Brasil, em re-

latório especial divulgado no início de

dezembro, a instituição afirma: “Como

se sabe, 2020 foi marcado por dois

choques expressivos: um negativo,

provocado pela epidemia de Covid-19,

que resultou na maior contração eco-

nômica mundial já mensurada; e outro

positivo, advindo da agressiva respos-

ta das políticas públicas, sobretudo na

seara fiscal, que ajudou a abreviar a re-

cessão global.

O saldo desses choques foi claramente

negativo - embora menos negativo do que se supunha há alguns meses; e, ao nos aproximarmos do final do ano, os mercados financeiros globais parecem contemplar um cenário positivo para 2021, apesar da piora recente na situa-

ção epidêmica e da incipiente diluição de estímulos fiscais.

As expectativas favoráveis embutidas nos preços dos ativos globais decorrem de três perspectivas principais: (i) de que o começo da vacinação é iminen-te; (ii) de que as autoridades mundiais preservarão políticas voltadas a ampa-rar a recuperação; e (iii) de que tensões geopolíticas refluirão, sobretudo gra-ças à eleição de Biden.

Essas expectativas favoráveis que pa-recem vir preponderando para o ano que vem resultam, para as economias emergentes, num cenário relativa-mente benigno, marcado por refluxo da aversão global ao risco, descom-pressão das cotações cambiais e recu-peração nos preços de commodities.

No Brasil, em linha com nossa expec-tativa, o câmbio continua a apresentar descompressão gradativa (ainda que

irregular) - tendência que, caso ve-

nha a se consolidar, ajudará a moderar

pressões de custos e a conter a acele-

ração inflacionária que vem sendo ob-

servada nos últimos meses.

Mas, como temos argumentado, a des-

compressão cambial e inflacionária

que projetamos para 2021, que per-

mitiria a manutenção da forte ênfase

estimulativa da política monetária,

depende de uma diluição do risco fis-

cal - o que exige coordenação política

e readequação de políticas voltadas a

frear a alta da dívida pública.

Nosso cenário base continua a projetar

uma acomodação de riscos que permi-

ta à nossa economia crescer entre 3%

e 3,5% no ano que vem. Mas avaliamos

que o risco de frustração dessa expec-

tativa continua em nível nada despre-

zível”.

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93DEZEMBRO 2020 | EDIÇÃO 284 ECONOMIA COM TODAS AS LETRAS E NÚMEROS

firmada, será a maior retração anual

da história. Além de insuficiente para

recuperar as perdas acumuladas, a

retomada ainda enfrenta a incerteza

sobre a pandemia. O avanço da eco-

nomia em todo o mundo no ano que

vem está diretamente ligado à vacina

contra a covid-19.

“A lição que ficou do que estamos

vendo na Europa é que o risco de

um ‘lockdown’ horizontal é menor e,

ao mesmo tempo, as campanhas de

vacinação no mundo estão andando

rápido”, disse Guilherme Loureiro,

economista-chefe da Trafalgar Inves-

timentos. Embora os planos de vaci-

nação estejam avançando em países

como a Inglaterra, está pouco claro

quando isso se dará no Brasil. Mais

casos e mortes, com novas restrições

ao contato social, podem prejudicar a

retomada. Por ora, economistas ain-

da veem como pequeno o impacto

das novas restrições em São Paulo e

no Paraná. “No curtíssimo prazo, vai

haver arrefecimento da mobilidade,

de dados de alta frequência, queda

marginal da confiança, do consumo e

da produção, mas muito diferente do

começo da pandemia. A questão da

vacina altera a perspectiva dessa de-

saceleração, coloca um teto nas incer-

tezas”, disse a economista-chefe do

Credit Suisse no Brasil, Solange Srour.

A composição da retomada do tercei-

ro trimestre serviu como lembrete da

incerteza atrelada à doença. Impul-

sionado pelo auxílio emergencial para

trabalhadores informais, o consumo

das famílias avançou 7,6% sobre o se-

gundo trimestre, puxando a retomada,

mas ainda de forma desorganizada.

Fonte: O Estado de São Paulo/Funda-

ção Perseu Abramo – 04.12.2020

PIB cresce 7,7%, mas não repõe perdas; crescimento em 2021 depende de vacina

A continuidade da reabertura das ati-

vidades, depois do auge da pandemia,

e o impulso do auxílio emergencial no

consumo fizeram a economia registrar

no terceiro trimestre o maior cresci-

mento em duas décadas. O Produto

Interno Bruto (PIB, o valor de tudo o

que é produzido na economia) saltou

7,7% ante o segundo trimestre, maior

alta da série histórica, iniciada em

1996, informou ontem o IBGE. Mesmo

recorde, o avanço foi insuficiente para

recuperar as perdas do primeiro se-

mestre. No terceiro trimestre, o nível

de atividade ainda estava 4,1% abaixo

do fim de 2019, segundo o IBGE.

O ritmo da retomada será ditado pelo

sucesso das vacinas contra a covid-19,

disseram economistas. A alta ficou

abaixo das projeções de analistas, que

esperavam salto de 8,8%, conforme o

Projeções Broadcast. Em relação ao

terceiro trimestre de 2019, o PIB caiu

3,9%. Para 2020 fechado, economistas

esperam retração de 4,5%, conforme

levantamento do Projeções Broadcast

concluído na tarde de ontem. Se con-

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94 DEZEMBRO 2020 | EDIÇÃO 284ECONOMIA COM TODAS AS LETRAS E NÚMEROS

relativa, que se refere à evolução em

relação ao trimestre anterior. Isto é, o

crescimento de 7,7% se dá sobre uma

base depreciada pelos dois trimes-

tres mais críticos da pandemia. O uso

das linhas, ao invés de barras, dá uma

ideia errada de evolução do quadro.

Para avaliar a evolução da atividade

econômica ao longo do tempo, o pró-

prio IBGE prefere usar um índice de

base fixa, sobre o qual são aplicadas

as variações trimestrais.

A série histórica desse índice começa

em 2006, aplicando as variações tri-

mestrais sobre uma base 100. O pico

foi atingido no primeiro trimestre de

2014, antes da recessão iniciado no

governo Dilma Rousseff. Nesse indi-

cador, vê-se que o nível de atividade

do terceiro trimestre deste ano este-

ve 4,1% abaixo do verificado no fim

de 2019 Ou seja, a economia ainda

não recuperou totalmente as perdas

da pandemia. “Não é uma reação. Na

verdade, é um processo de adequa-

ção da oferta à demanda”, diz Nogami,

lembrando que o bom desempenho

no terceiro trimestre já era esperado.

“Não podemos esquecer que, no perí-

odo mais crítico, a economia parou. E

à medida em que as famílias continu-

aram consumindo, os estoques aca-

baram. Essa performance do terceiro

trimestre se refere mais a uma recom-

posição de estoque e ao atendimento

de uma demanda reprimida”, analisa.

A expectativa é que o ritmo desace-

lere no quarto trimestre. “A partir do

momento em que os estoques estive-

rem completos e demanda reprimida

estiver saciada, os dados começam a

se ajustar. É difícil esperar a repetição

de 7,7%.”

Fonte: Fundação Perseu Abramo –

05.12.2020

Gráfico errado do governo sobre PIB gera críticas e é apagado

Gráfico sobre o desempenho do PIB (Produto Interno Bruto) do terceiro trimestre publicado pela Secom (Se-cretaria de Comunicação) da Presi-dência da República no dia 3 de de-zembro último gerou uma saraivada de críticas de economistas em redes sociais.

A peça, que foi apagada já no dia se-guinte, compara estatísticas que não são comparáveis entre si e foi dese-nhada de maneira a deixar entender que a atividade econômica do país recuperou as perdas durante o perí-odo mais crítico da pandemia, o que não ocorreu. “O governo inaugurou a pedalada de gráfico”, afirmou o eco-nomista Igor Rocha em mensagem pelo Twitter. Junto ao gráfico, a Secom lembra fala do ministro da Economia, Paulo Guedes sobre a velocidade da recuperação. Guedes projetou inicial-mente que seria um “V tipo Nike”, que cresce lentamente, mas que após a di-vulgação do PIB tinha certeza que “é uma volta em V mesmo, uma subida rápida”. “Depois do PIB público e pri-vado, o gráfico fake”, escreveu a eco-

nomista Laura Carvalho, lembrando de outra polêmica gerada pela Secom, em março, quando o governo separou erroneamente a atividade econômica pública da privada para mostrar que o país ia bem.

Para especialistas, a peça publicitária publicada esta quinta erra, primeiro, ao usar como ponto de partida o PIB do ano de 2019 e compará-lo com os resultados trimestrais durante o ano de 2020. “Quando se monta um grá-fico, os dados têm que representar a mesma coisa”, diz o economista Otto Nogami, do Insper, para quem a es-tratégia da Secom foi “capciosa”. “Ele compara um ano inteiro com aquilo que aconteceu nos trimestres subse-quentes.” Olhando os dados trimes-trais de 2019, afirma, é possível ver que a economia já vinha piorando ao longo do ano, antes mesmo da pande-mia. “Por isso falamos que termina-mos o ano de 2019 já com componente recessivo. Daí a coisa se agrava com a pandemia”, afirma. O segundo proble-ma apontado pelos especialistas é que o gráfico desconsidera que a varia-ção trimestral do PIB é uma métrica

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Economista e consultor, com carreira destacada nas áreas acadêmi-cas, empresarial e na atividade pública. Bacharel em economia pela USP, Mestre e PHD em economia pela Vanderbilt University, atuou como assessor do Ministro Delfim Neto, responsável pelos setores de Ciência, Tecnologia e Investimentos em Energia. Foi membro da equipe de negociação com o FMI.Foi professor de renomadas universidades, como a Fundação Getúlio Vargas, Universidade de Brasília e ITA (Instituto Tecnológico da Aeronáutica). Atua também em diversas mídias, como comentarista econômico da Folha de S.Paulo, Rádios Jovem Pan, Eldorado e Bandeirantes e da revista Carta Capital. Teve diversos trabalhos produzidos e apresentados em Fóruns nacionais e internacionais. No universo corporativo, foi Membro do Conselho de Administração da Cia. Suzano, Nestlé e Banco BBVA. Foi VP de marketing do Sport Club Corinthians entre 2008 e 2016. Atualmente é sócio-diretor da Rosenberg Partners.

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