de clara 2

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março de 2017

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Education


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março de 2017

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NOTA EDITORIAL Em pleno século XXI os Media (jornais, TV, rádio, cinema, Internet, videojogos, telemóveis,…) possuem um papel cada vez mais fulcral na vida dos cidadãos, sobretudo depois do extraordinário desenvolvimento das Tecnologias de Informação e Comunicação. Sendo a escola, além da família, o local privilegiado de educação de crianças e jovens, deverá dotar os alunos dos instrumentos para um melhor entendimento da realidade que os cerca e dos meios de comunicação, bem como para um melhor exercício da cidadania. O Jornal escolar da Escola Clara de Resende, DeClara, pretende constituir-se como um instrumento de educação para a cidadania, de promoção do espírito crítico e de integração dos saberes a um nível transversal. O trabalho realizado pelos docentes, nas escolas, com os seus alunos, que se constituem como boas práticas em contexto educativo, são estratégias de ensino-aprendizagem que não devem ser ignoradas e devem ser rentabilizadas e valorizadas! Há muito mundo para além das quatro paredes da sala de aula e da escola. O objetivo do nosso Jornal, o DeClara, é fazer a divulgação de todo as iniciativas que acontecem na escola: projetos, passeios, visitas de estudo, palestras, exposições, … e dar voz a todos aqueles que querem partilhar com a comunidade educativa, textos, pensamentos, sugestões, atividades, opiniões, aproximando e dando a conhecer a comunidade educativa, revelando as suas capacidades, que são imensas.

Fevereiro, mês dos media e da segurança na net, foi um mês muito produtivo para nós. Para além de termos lançado a primeira edição do Declara, trabalhamos afincadamente para o lançamento da segunda edição. Esta surge já com novidades, melhorias e alguns progressos. Esperamos que gostem. Depois da primeira edição, foram vários os alunos que se quiseram juntar a este projeto e fizemos da Biblioteca Escolar Clara de Resende a nossa redação! Tem sido muito enriquecedor trabalhar com estes jovens responsáveis, cheios de animo e vontade de trabalhar. Ficamos a aguardar pelas vossas noticias! Se te quiseres juntar à equipa de redação, contacta a biblioteca escolar. Reunimos semanalmente, quando possível, à terça feira, pelas 18:15. Aparece. BE e AP Agradecimento especial aos nosso Colaboradores: Afonso Vinagre – 7º ano Diogo Fonseca – 8º ano Francisco Rodrigues – 7º ano Gonçalo Ferreira – 7º ano Gonçalo Vinagre – 7º ano João Velosa – 8º ano João Couraceiro – 12º ano Luana Tavares – 7º ano Capa do jornal criada por alunos 12º ano Revisão de texto – Profª Fernanda Souto Moura

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Até 1953 a escola Clara de Resende funcionou na rua das Taipas, tendo posteriormente, e até 1959, passado para a rua Aires Gouveia. Apenas há cinquenta e sete anos a escola Clara de Resende abriu as suas portas, no local onde hoje a encontramos. Adquiriu autonomia no ano letivo de 1959/60, tendo já uma existência de dez anos, vivida como escola anexa à escola Comercial Filipa de Vilhena. Inicialmente destinava-se a ministrar o ciclo preparatório do ensino técnico e só muitos anos mais tarde, após o 25 de abril de 1974, recebeu o ensino unificado. O edifício, classificado como monumento de interesse público, é uma obra dos arquitetos lisboetas João de Barros Vasconcelos Esteves, Eduardo Valente Hilário e Luís Alçada Baptista (estes dois últimos estagiários). Sabias que: -A nossa escola se chamou escola “Elementar Clara de Resende? - Durante décadas a nossa escola só recebeu raparigas? - O painel decorativo da fachada da nossa escola é da autoria do escultor bracarense Fernando Fernandes? - A nossa escola tem o nome de uma pintora portuguesa, nascida em Paris, em 1855? Helena Tavares, presidente da APECR

A NOSSA ESCOLA ….

Clara Wilson de Resende foi uma pintora portuguesa nascida em Paris, a 24 de Novembro de 1855, filha do pintor Francisco José Resende. Começou desde muito nova a pintar, no início a trabalhar o chiaroscuro, expondo as primeiras obras aos 14 anos, na Academia de Belas Artes do Porto. Na mesma academia, organizou exposições em 1874 e em 1878. A sua vida artística durou pouco tempo: sofreu uma doença degenerativa que deformou as suas mãos, impedindo que pudesse pintar. Clara faleceu no Porto, a 19 de Dezembro de 1933, sendo sepultada no Cemitério de Agramonte. Em sua homenagem, foi criada a nossa escola em 1949, com o objetivo inicial de dar oportunidade às mulheres de frequentarem o ensino técnico. Foi em 1978 que a nossa escola passou a chamar-se Escola Secundária Clara de Resende.

Francisco Rodrigues, 7ºB

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Agrupamento Clara de Resende

Problema do Mês Março

“O Segredo”

A Diana sabe um segredo. Um dia resolve contá-lo a três colegas. Cada um destes, por sua vez, no dia seguinte conta o segredo a três colegas diferentes. E o segredo continuou a ser contado da mesma maneira.

Quantas pessoas ficaram a

saber o segredo no 10º dia?

Apresenta como chegaste ao resultado

Elaborado pelo prof. Artur Neri

Agrupamento Clara de Resende

O Bom Português - Março

Sopa de Letras Descobre, na sopa de letras, seis nomes comuns no grau diminutivo.

R D E J A T O L C O B

R R A P A Z O T E H R

C F F I D O C B E C O

D I A A H C I B R A B

T L L L E F L I B I B

E H H V B I C A E R O

S I I I N D E H S T N

O N U I H L A B A R T

S H T T N A T S C A S

C O A B O T I N H A F

Colabora na elaboração do DeClara Se queres colaborar na elaboração do jornal da escola, DeClara, do mês de Abril, informa-te na Biblioteca Escolar até 15 de março. Deixa também a tua sugestão na caixa que existe na

Biblioteca para esse efeito.

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REVELAÇÃO DO MÊS O nosso querido e antigo aluno José Diogo Nogueira, vencedor nacional da 8ª edição do Concurso Nacional de Leitura, editou o seu

primeiro livro de poemas, “O Gato Epiléptico”. Um jovem poeta muito promissor! Biblioteca Escolar

POEMA DO MÊS Amor Amor hoje está muito frio certamente ainda não voltaste porque contigo qualquer nortada é tolerável. Sempre imaginei que um anjo tivesse, tal como tu, um semblante calmo e azul e dourado. Estou fatigada da minha imobilidade emocional O teu sorriso, tal como uma música que não irrompe de mim tremula nas minha extremidades... As tuas palavras semearam nos vácuos da minha alma; flores. (sabes bem o quanto eu amo flores). Retenho ainda na tua memória a pureza dum primeiro olhar. Olho o mar, mas está tanto frio... Vem. Juntos podemos ver no mar o que não vemos sozinhos, deixar que este nos envolva... Talvez, quem sabe, se não vemos no rebentar das ondas que se encontra entre nós Esta linha invisível que me costura a ti.

Maria Branco 12º ano

DESPORTO DO MÊS Cricket Este mês o desporto revelação é o CRICKET. O cricket é um desporto semelhante ao basebol e que teve origem em Inglaterra. Cada equipa, constituída por 11 jogadores, ocupa um lado de um campo sem dimensões fixas, mas sempre muito amplo, utilizando uma bola e um taco. O objetivo é acertar com a bola no alvo do adversário, que neste caso são três varetas espetadas no solo denominadas de wickets. Estas são defendidas pelo batedor. Os restantes jogadores tomam as suas posições consoante a sua posse de bola. A contagem dos pontos é feita de acordo com o tipo de jogada efetuada.

Afonso Vinagre e Gonçalo Vinagre

AS NOSSAS ESCOLHAS…

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Filme do mês Jack Reacher Realizador: Edward Zwick Atores principais: Tom Cruise, Cobie Smulders, Danika Yarosh. Idade: M/12 Género: Ação Descrição: Jack Reacher retorna à base militar onde serviu na Virgínia, e pretende levar uma major local, Susan Turner, para jantar. Só que, logo ao chegar, descobre que ela está presa, acusada de ter vazado informações confidenciais do exército. Estranhando a situação, Reacher resolve iniciar uma investigação por conta própria e descobre que o caso é bem mais pessoal do que imaginava.

Sugestão de Afonso e Gonçalo Vinagre

Série do mês Arma Mortífera Realizador: Matt Miller, Dan Lin, Jennifer Gwartz, Joseph McGinty Nichol. Atores principais : Damon Wayans, Clayne Crawford, Jordana Brewster, Keesha Sharp, Kevin Rahm, Dante Brown, Chandler Kinney. Idade: M/12 Género: Ação/comédia/Drama. Canal: AXN Descrição: Baseada no famoso filme de cinema, Arma Mortífera (Lethal Weapon) conta a história da dupla clássica de polícias Riggs e Murtaugh e sua luta contra o crime em Los Angeles dos dias de hoje. Amargurado, após a perda de sua jovem esposa grávida, o ex-SEAL da marinha e detetive Martin Riggs, muda-se para a Califórnia para "recomeçar a vida", no LAPD (Departamento de polícia de Los Angeles) onde irá combater o crime ao lado de Roger Murtaugh, que acaba de voltar ao trabalho após um enfarte quase fatal.

Sugestão de Afonso e Gonçalo Vinagre

IMAGEM DO MÊS Elaborada no âmbito do projeto do 12.º E, na disciplina de Psicologia B, com a orientação do Prof. Paulo Paiva

CLARTOON VINAGRE’S

Afonso e Gonçalo

fevereiro 2017

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Leitura

Há muito tempo, um bispo nigromante encantou as ilhas do grande mar Oceano, cujos segredos e paradeiro certo só as ondinas (filhas do mar) conheciam. Eram elas quem protegiam os homens dos moiros, afastando os navios ou ocultando a sua visão com nevoeiro. Esta história conta as façanhas e aventuras dos marinheiros que pisaram as ilhas.

Francisco Rodrigues, 7º B

2º Ciclo: “O Romance das Ilhas Encantadas”, de Jaime Cortesão

3º Ciclo: “Saga”, da autoria de Sophia de Mello Breyner

Esta é a história de um rapaz que vivia em Vig e que queria ser marinheiro. No entanto, o seu pai, Sören, queria que ele fosse estudar para Copenhaga. Mas Hans não se deu por vencido. Em agosto, chegou a Vig um cargueiro e ele aproveitou para fugir nele. Porém Hans fugiu do barco, pois tinha sido mal tratado dentro dele. Foi pedir auxílio a um estrangeiro, ficou alojado em sua casa, como empregado e como filho adotivo. E assim continua a saga de Hans para chegar a casa. Agora querem saber mais? Requisitem o livro na biblioteca da escola e espero que gostem.

Gonçalo Macedo Ferreira, 7º B

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Secundário: Livro do Desassossego, de Fernando Pessoa

“O que temos aqui não é um livro, mas a sua subversão e negação; o livro em potência, o livro em plena ruína, o livro-sonho, o livro-desespero, o anti-livro. O que temos nestas páginas é o génio de Pessoa no seu auge.” Considerado por muitos como uma das principais obras do século XX, o Livro do Desassossego interage de forma intensa com o leitor, permitindo-lhe “mergulhar” no rodopio dos sonhos, dúvidas, desejos e medos que é a alma humana. Sem enredo ou plano para cumprir, este é um livro que corporiza, em palavras, a humanidade que é comum a todos nós. E mais: investigando os recantos do sentir e do pensar, este é um livro que consegue aumentar a nossa consciência humana. Sustentado pelos pilares mestres da incerteza e da hesitação, o Livro do Desassossego pode ser lido como um caderno de esboços e resquícios que contém o artista essencial em toda a sua diversidade heteronímica, ou então folheado como um caderno de viagens que acompanhou fielmente Pessoa ao longo da sua odisseia literária.

João Couraceiro, 12º C

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Futebol A luta pelo título No início da segunda volta da primeira liga, o SLBenfica perdeu pontos para o FCPorto, coincidindo esse facto com a eliminação da Taça CTT frente ao Moreirense. Com um ponto a separar os dois clubes, se tudo continuar assim, tudo será decidido no Clássico no dia 02 de Abril. O FCPorto procura voltar aos títulos depois de um jejum de 3 anos enquanto o SLBenfica procura conquistar pela primeira vez o Tretacampeonato.

A crise do Sporting A crise do SportingCP faz-se notar desde o clássico frente ao Benfica quando o mesmo perdeu por 2-1. Desde ai que o SportingCP tem vindo a perder pontos na liga para o líder. Isso levou à eliminação da Taça de Portugal, da Taça CTT e das competições Europeias. Bruno de Carvalho continua a confiar em Jorge Jesus, mas com as eleições no SportingCP, o candidato Madeira Rodrigues já informou a todos os Sportinguistas que vai demitir Jorge Jesus.

Futebol Americano: A vitória dos Patriots Os New England Patriots venceram os Carolina Panthers e venceram mais uma Super Bowl num jogo muito interessante e muito bem disputado. Com esta Super Bowl a juntar às outras, os Patriots somam o seu 5º troféu da NFL. O New England Patriots são uma equipa de futebol americano com base em Foxborough, Massachusetts, no estádio Gillette Stadium.

Ténis: Estoril Open O torneio português Estoril Open irá decorrer do dia 29 de Abril a 07 de Maio no Estoril com a confiança de que este ano o título ficará em Portugal. O português João Sousa, nº41 no Ranking Mundial, espera conquistar o Estoril Open e orgulhar todos os interessados portugueses nesta modalidade. Afonso e Gonçalo Vinagre, 7º B

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DESPORTO

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Na coluna conhecer Portugal, iremos apresentar, mensalmente, uma cidade, vila ou aldeia portuguesa que esteja pouco divulgada, dando a conhecer a nossa escolha através de textos e imagens. O objetivo deste espaço é despertar o interesse em conhecer o nosso país. A primeira região a ser escolhida foi o Minho, onde se insere o Lindoso, aldeia que passamos a apresentar.

LINDOSO O Lindoso é uma aldeia situada na serra do Gerês, distrito de Viana do Castelo, concelho de Ponte da Barca. Foi contruída no sec. XIII, época da qual data também o castelo medieval. As principais razões para visitar o Lindoso são o castelo e o conjunto de espigueiros comunitários, que se tornaram o ex-líbris e principais pontos de interesse da aldeia, juntamente com as paisagens montanhosas da serra do Soajo e a rica gastronomia local ,composta por exemplo pelas papas de sarrabulho, pela lampreia à moda do Minho, pela chanfana do Germil e pelas ricas carnes do gado serrano (cabrito e vaca cachena). Nesta aldeia ainda são possíveis de observar várias tradições serranas e rusticas, sendo a principal festa realizada nesta zona é o cortejo do enterro do “Pai Velho”, que decorre na aldeia durante a altura do carnaval, sendo todo o cortejo puxado por carros de bois desde a saída do cortejo até ao local do enterro. A aldeia do Lindoso tem vindo a ganhar fama devido à relativamente recente barragem do Alto Lindoso, no rio Lima , a maior central hidroelétrica do país, produzindo anualmente energia que pode alimentar 440.000 portugueses por ano. A barragem tem 110 metros de altura, o que a torna das mais altas construções de Portugal, e custou 74 milhões de contos (aproximadamente 369 milhões de euros).

João Velosa, 8ºA

Fig.1-vista da vila com os espigueiros e o castelo

Fig.2-chanfana de cabrito(típica desta zona do geres)

Fig. 3-Barragem Alto Lindoso

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PORTO o melhor destino europeu 2017 Nunca a escolha da cidade vencedora foi tão unânime entre os viajantes de todos os cantos do mundo. É com os votos dos viajantes mundiais de 174 países que o Porto ganha este título europeu pela terceira vez (2012, 2014, 2017). Viajantes dos Estados Unidos, Reino Unido, França, Dinamarca, África do Sul, Coreia do Sul, Irlanda e Canadá, entre outros... votaram o Porto no primeiro lugar nesta competição. O Porto é excecional em mais de um sentido e a "Cidade Invicta" é a história, a arquitetura, a cultura, a gastronomia, o comércio e os encontros. As descobertas vão seduzi-lo. Porto tem todo o charme de cidades que coabitem com o seu rio. Pode passear ao longo do Rio Douro (Cais da Ribeira), voar por helicóptero ou descobrir a arquitetura do Porto, as suas paisagens deslumbrantes e magníficas pontes, fazendo um cruzeiro neste majestoso rio. O Porto é também uma cidade do mar e, no mais breve espaço de tempo, um bonde o levará às praias suaves de Foz do Douro cara a cara com o Atlântico. Entre no Palácio da Bolsa e passeie pela história com aventureiros portugueses, siga as rotas comerciais do país e seja atordoado pelos tesouros que trouxe de volta. Edifícios notáveis como a Sé Catedral e os seus terraços oferecem soberbos miradouros sobre uma agitação de mercados, supermercados, bares, restaurantes...

Diogo Fonseca, 8ºA

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Na coluna Conhecer o Mundo, iremos falar de um país diferente todos os meses, para o dar a conhecer à comunidade escolar ( e para vos dar algumas ideias para as férias )

Geórgia A Geórgia é um país localizado na região montanhosa do Cáucaso, entre os mares Negro e Cáspio, sendo considerada por alguns território europeu e por outros território asiático. A capital da Geórgia é Tbilisi, e o país tem cerca e 4 milhões de habitantes. Em termos económicos, a Geórgia é um país relativamente pobre, pois grande parte da população vive em meios rurais bastante precários. As principais actividades comerciais georgianas são a produção de vinho, o turismo e o transporte de petróleo através dos oleodutos, sendo o petróleo também a maior importação da Geórgia. Nos últimos anos, a Geórgia tem desenvolvido muito o turismo, pois o país apresenta paisagens espectaculares e muito diversificadas, como por exemplo as praias do mar Negro, as florestas do interior ou as montanhas caucasianas a norte. Os destinos mais famosos são a capital (Tbilisi), o mosteiro de Kazbegi, ou Mestia. A gastronomia georgiana é outro fator que influencia a visita á Geórgia, sendo o prato nacional o, um pão recheado com queijo, parecido com uma pizza.

Praia no mar Negro

Katchapuri-prato tradicional da Geórgia

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O que visitam os nossos alunos...

Por Eça razão… À descoberta de Tormes! No dia 9 de fevereiro, fizemos uma visita de estudo a Tormes no âmbito da disciplina de Português. A nossa jornada teve início na estação de Aregos, também conhecida por estação de Tormes, pois é com este nome que nos surge no romance de Eça de Queiroz, A Cidade e as Serras. Foi nesta estação, com vista direta para o magnífico e resplandecente rio Douro, ladeado de socalcos verdejantes, que Jacinto, personagem principal da obra já referida, deu início à redescoberta do significado e da jovialidade da vida. A partir deste local percorremos o caminho que Jacinto seguiu depois de ter chegado à estação. Durante este percurso, pudemos contemplar a harmonia da natureza, conviver uns com os outros e libertarmo-nos do tumulto da vida citadina. Na tranquilidade e quietude de um ambiente rural, é possível, tal como aconteceu a Jacinto, desvendarmos o mais puro e profundo da nossa essência, pondo de lado quaisquer preocupações ou pressões sociais. Posteriormente, seguimos para a Fundação de Eça de Queiroz onde tivemos uma visita guiada ao seu núcleo museológico. Durante a visita, pudemos observar a biblioteca do escritor e inúmeros objetos pessoais, testemunhos da sua veia literária, da sua personalidade e do seu modo de vida “chique a valer”(expressão muito utilizada por Dâmaso, personagem d’Os Maias). Poder ver estes legados foi bastante emocionante e aprazível. Concluindo, esta visita de estudo foi deveras pertinente pois, para além de ter alcançado o seu objetivo didático, proporcionou aos alunos momentos de confraternização e descontração.

Esta visita a Tormes conseguiu despertar nos alunos a vontade de ler A Cidade e as Serras, bem como as outras obras de Eça de Queiroz.

Secretária de Eça de

Queiroz (Eça escrevia

de pé assim como

outros escritores de

renome, por exemplo,

Almeida Garrett)

Estação de Tormes

Eça e a sua esposa,

Emília de Castro

Ângela Rebelo e Rita Silva, 11ºC Profª Arminda Vieira

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A ECONOMIA NO MUSEU VISITA DE ESTUDO AO MUSEU NACIONAL SOARES DOS REIS

No âmbito da disciplina de Economia, lecionada pela

professora Angelina Mesquita Alves, as turmas de 10º ano E e F na tarde do dia 22 de fevereiro, fizeram uma visita de estudo ao Museu Soares dos Reis para participarem na atividade, devidamente preparada pela docente da disciplina, intitulada “Economia no Museu”. Para elaborar o guião da visita a professora teve de fazer um trabalho prévio de pesquisa, visita ao museu, análise das obras, elaboração das questões e respetiva avaliação da atividade. Os alunos participaram com empenho e corresponderam às expectativas, enriquecendo os seus conhecimentos económicos e artísticos.

O Museu Nacional Soares dos Reis O Museu Nacional Soares dos Reis - antigo Museu Portuense - é o primeiro museu público do país. É criado em 1833, em pleno Cerco do Porto, por D. Pedro IV, instalado no Convento de Santo António da Cidade, em São Lázaro e dirigido por João Baptista Ribeiro. Ao partilhar a direção com a Academia Portuense de Belas-Artes, a partir de 1839 (até 1932), o Museu adquire uma natureza predominantemente académica. Pintura e Escultura portuense da segunda metade do séc. XIX constituem o núcleo mais consistente do acervo. Em 1911, no âmbito das reformas republicanas, o Museu ganha nome do escultor Soares dos Reis, em que grande parte do seu espólio integra a colecção. Em 1940 o Museu adquire um novo espaço, o Palácio das Carrancas, na Rua D. Manuel lI, onde se encontra atualmente. Esta nova etapa é inaugurada com a grande mostra A Obra de Soares dos Reis, integrada nas Comemorações do Centenário da Nacionalidade e é também enriquecido com as coleções do museu municipal. Na década de 50, o Museu adquire obras de Pintura e

Escultura a jovens artistas, adeptos de correntes artísticas ainda em definição. Com o 25 de Abril, em 1974, o Museu abre-se ao exterior, reconhecendo a sua importância como dinamizador da divulgação cultural da região. Em 1992, na sequência da criação do Instituto Português de Museus, o Museu Nacional Soares dos Reis inicia um projeto de remodelação e expansão, da autoria do arquitecto Fernando Távora. Em 2001, concluídas as obras, a marca é de renovação: novos espaços de reserva e de exposições temporárias, áreas de lazer e serviços, um auditório, permitindo pela primeira vez uma atividade regular de animação cultural. Quem foi Soares dos Reis? António Manuel Soares dos Reis, nasceu em 1847, na freguesia de Mafamude, em Vila Nova de Gaia. Desde cedo revelou jeito para desenhar e fazer bonecos em barro, cozidos ao sol no quintal da casa. Aos 14 anos é admitido em Belas Artes; o sonho começou a desenhar-se e aplica-se a valer aos estudos. Ao fim de 5 anos acaba o Curso, apresenta uma prova final e faz a Estátua do Viriato. Estudou em Paris, Inglaterra e Roma. Executa várias estátuas em mármore das quais se destacam – o Desterrado e a filha dos condes de Almedina e outras em materiais diversos - gesso, por exemplo – Narciso. Anos mais tarde, vai trabalhar o Busto da Inglesa, Mrs. Elisa Leech que pode apreciar no Museu. Quando lhe encomendaram uma obra evocativa de N. Senhora da Vitória, a Confraria do S.S considerou que a imagem tinha um rosto demasiado profano (humano?) e decidiu mutilar-lhe a face e encomendar a um santeiro outra face, para colocar no corpo. Soares dos Reis sente-se muitas vezes incompreendido e tem momentos de desalento. Casa-se em 1885. Em 1887 executa a estátua de D Afonso Henriques. Nunca foi um homem constante e teve muitos dissabores e contrariedades. Aos 42 anos, no dia 16 de Fevereiro de 1889, às 8 h da manhã, suicida-se. Na parede deixa escrito: “ Sou cristão, porém nestas condições a vida para mim é insuportável. Peço perdão a quem ofendi injustamente, mas não perdoo a quem me fez mal”.

Profª Angelina Mesquita Alves

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O que fazem os nossos alunos...

Afonso Vinagre, 7ºB Afonso Rodrigues, 7ºB

Ana Francisca, 7ºB

Benedita Barbosa, 7ºB

Diana Costa, 7ºC

Francisca Carneiro, 7ºA Francisco Rodrigues, 7ºC

Gonçalo Ferreira, 7ºB Diogo, 7ºA

Íris Moreira, 7ºC

Trabalhos realizados na disciplina de OA pelos alunos de 7º ano

Maria Júlia, 7ºC

Francisco Costa, 7ºA

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Orientação pelo prof. João Pereira

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A Road Trip Gap Year powered by Moche está na estrada! Dois viajantes estão a levar o Gap Year às escolas numa

carrinha Pão de Forma e a mostrar como é que um ano pode mudar a vida de um estudante. Num roteiro por mais de 60 cidades, estão passar por Escolas Secundárias e Faculdades de norte a sul do país. No passado dia 16 de Fevereiro, fomos a escola visitada por esta equipa. As turmas de 11º A, B, D e E estiveram a assistir à palestra sobre “Gap Year”, no Auditório da Escola Clara de Resende. Numa parte da palestra um jovem que fez um Gap Year partilhou o seu estemunho. Profª Paula Cunha

"Leituras Dramatizadas do Auto da Feira de Gil Vicente" No 2º Período, realizou-se a atividade "Leituras Dramatizadas do Auto da Feira de Gil Vicente" com as turmas do 10.º ano, no âmbito da disciplina de Português. Para tal, contamos com a dinamização de atores formadores do Teatro Nacional de São João que trabalharam com os alunos e professores não só no edifício principal do TNSJ e no Mosteiro de São Bento da Vitória, como também na nossa escola.

Profª Suzana Forno

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Parlamento dos Jovens No âmbito do Parlamento dos Jovens e de acordo com o previsto no regulamento da sessão distrital do Parlamento dos Jovens (ensino básico), realizou-se no dia 22.02.2017, às 14.00, nas instalações da DGEstE- DSRN (R. António Carneiro 98, 4349-003 Porto) a reunião para a eleição da mesa da sessão distrital do Parlamento dos Jovens, ensino básico (círculo do Porto). Desta reunião fez parte a aluna eleita nesta escola - Matilda Mensink do 6ºA. Esta atividade decorreu com a participação de muitas escolas e revelou-se muito importante para os alunos que participaram como um experiência nova no âmbito de competências em eleições democráticas. Profª Laurentina Ferreira

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“Um olhar sobre 2016-2017” – exposição na biblioteca 2017 é o ano em que nos dedicamos a celebrar

o caminho feito, mas, sobretudo, a pensar em como poderemos responder às exigências do tempo em que vivemos. Tempo de grande aceleração, de crise de valores e de alterações profundas no modo de pensar e decifrar a realidade. Como garantir que seremos abertos, flexíveis e adaptáveis a um futuro incerto? “Um olhar sobre 2016-2017” reúne uma série de artigos do jornal Público e da revista Visão destinados a refletir sobre os acontecimentos, frases e figuras que marcaram o ano de 2016. Percorrendo uma seleção única de quadros e esquemas-síntese visualmente apelativos, a exposição pretende incentivar a comunidade escolar a questionar-se sobre o seu papel no mundo. Afinal, numa sociedade cada vez mais mergulhada na insegurança e no desconhecido, é fundamental um olhar crítico para que se possa perspetivar o futuro.

João Couraceiro

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SOLIDARIADADE…

Diocese de Baucau

5º D em ação! VIN POR TI - Voluntariado Internacional Por Timor, é o nome de

um projeto que, entre muitas outras atividades, está a promover a

língua portuguesa na diocese de Baucau, Timor Leste.

A turma D do 5º ano decidiu apoiar este projeto através da

iniciativa de recolha de dicionários e gramáticas pré-acordo

ortográfico, já em desuso em Portugal.

Vamos vê-los por aí em ação. Juntem-se a eles!

Participa e coloca o teus livros à entrada da biblioteca

(CAIXA ).

Para festejar o Dia de S. Valentim os nossos(as) alunos(as foram convidados a deixar a sua mensagem dentro do marco de correio que foi colocado na biblioteca. Mais tarde o carteiro iria entregar a sua carta ao destinatário.

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Exposições na Escola.

O PATRIMÓNIO - Dar um passado ao futuro A exposição O Património: dar um passado ao futuro, composta por 15 paineis que apresentam diversas tipologias do património português, esteve patente de 20 a 28 de fevereiro no átrio da Secundária Clara de Resende Esta exposição, dinamizada pela Biblioteca Escolar com a colaboração da Santillana, teve como objetivo promover a educação patrimonial, para garantir a preservação de um bem reconhecidamente essencial para a sociedade — o seu património — e transmitir uma visão moderna, dinâmica e empreendedora do mesmo enquanto elemento de enriquecimento económico e social. Alguns alunos das tumas de 5º e 6º ano, elaboraram trabalhos muito interessantes, no âmbito da temática, orientados pela sua professora de História e Geografia de Portugal.

Biblioteca Escolar

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O que escrevem os nossos alunos…

Maria Saiu à Noite (Todos as personagens e locais nesta história são fictícios) Maria tinha 18 anos. Maria tinha ansiedade. Maria tinha Medo. *** Era de noite, a luz estava acesa e as persianas abertas, Maria lia as mensagens que iam aparecendo no ecrã do telemóvel, sem responder. “Amanhã querem sair?” Não. “Podíamos ir ao Spicy” Não. “SIM! Amanhã eles têm noite de funk! Por favor vamos!” Não. “Maria, também vens?” Não. “Maria… Nós sabemos que estás a ler as mensagens…” Não estou. Não quero. Não consigo. “Por favor Maria! Nunca sais connosco, tens de te soltar mais, viver a vida!” Não… Por favor não… “Pelo menos responde!” Para quê? Para me obrigarem a ir também? “Eu não sei se a minha mãe me deixa…” “Deixa sim, eu já lhe perguntei, ela até me agradeceu.” Não, não, não… “Hm, ok então, depois digam-me as horas para lá estar” *** O metro estava cheio. As pessoas estavam a olhar para ela. Maria espetou as unhas no braço para relaxar. A dor ajudava-a a relaxar. A dor fazia-a esquecer-se de tudo, e naquele momento ela precisava de se esquecer das pessoas à sua volta. *** Maria sentiu o ar fresco da madrugada na cara e respirou fundo. Maria gostava da noite. A noite era simples, sossegada. A noite era silenciosa. Se sair à noite era assim tão fácil ela estava pronta para o fazer mais vezes. Mas não era assim tão fácil.

Entraram na discoteca. Havia pessoas em todos os cantos da sala. Era um espaço tão pequeno que se tornava difícil respirar, a música estava tão alta que baixava o volume de todos os pensamentos e no entanto os pensamentos de Maria falavam mais alto que qualquer outra coisa. O caos instalou-se dentro da cabeça de Maria e já nem as unhas cravadas na sua pele se manifestavam entre o Medo que a dominava. O ar começou a faltar, o espaço a apertar, as lágrimas de pânico escorriam-lhe pela face. Maria encostou-se à parede. Maria deixou-se cair no chão. Maria já não pensava, não chorava, não sentia nada além do Medo que lhe crescia no peito. *** As amigas de Maria levaram-na para casa. Maria pedia-lhes desculpa e elas diziam que não havia problema, que estas coisas acontecem. Mas Maria sabia que elas mentiam. Maria sentia-se culpada. Maria era sempre um peso para toda a gente, estragava sempre os planos, Maria nem deveria existir. *** Maria tinha um armário proibido na sua despensa. Um armário com todos os remédios que a sua mãe lhe dava, todos os dias às horas certas. “Mantenha os medicamentos longe da Maria” ouvira a psiquiatra dizer à sua mãe “Ela pode tentar alguma coisa”. Maria nunca tentara nada. Dentro do armário havia caixas de todas as cores, todas com nomes estranhos, difíceis de pronunciar. Maria pegou naquele que tomava de noite “para te ajudar a dormir mais relaxada”. Num dia normal tomaria apenas um. Mas aquele não era um dia normal. Maria sentia-se tão ansiosa que teria de tomar a caixa inteira para conseguir dormir. E assim o fez. Meteu-se na cama e adormeceu, esperando que quando acordasse tudo estivesse melhor. *** Maria tinha 18 anos. Maria já não tinha ansiedade. Maria já não tinha Medo. E Maria nunca mais acordou.

Leonor Santos, 12º G

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Existe uma síndrome rara que já afeta cerca de 300 pessoas em Portugal. Consiste na incapacidade de parar de comer e até comer os restos de comida que os colegas na escola deitam ao lixo. Foi descoberto pela primeira vez em 1956 pelos médicos suíços Andrea Prade, Heinrich Willi e Alexis Labhart. Este é o caso de Rodrigo de 17 anos. O Rodrigo tem de ter a porta da cozinha sempre trancada e não pode existir qualquer tipo de alimento no resto da casa, senão ele come-o, mesmo que já tenha passado pelo lixo. Uma vez o pai do Rodrigo trouxe para casa um queijo da serra e deixou-o em cima da mesa da cozinha. Como era de esperar, Rodrigo comeu-o logo, pois a sua síndrome afeta uma parte do cérebro que atrasa o seu metabolismo e não queima as calorias necessárias para conseguir emagrecer. Basta comer uma pequena sobremesa ou entrada, ou até mesmo um sumo, que já lhe faz mal. Por causa deste horrível problema, Rodrigo só come sopa e uma tosta com queijo fresco ao jantar. Quando entrou para a escola, comia o lanche dele e dos outros colegas, mas agora as lancheiras ficam num lugar que ele não alcança. Dinis, de 10 anos, não pode ser contrariado, senão zanga-se com toda a gente, até com a mãe. A mãe de Dinis conta que ela já teve de se colocar em cima dele para o imobilizar, da mesma maneira que se faz aos doentes psiquiátricos.

As fases da doença À nascença os bebés ficam com pouco peso e são muito moles, nem têm força suficiente para comer e ficam com músculos fracos e atrasos de crescimento. Gatinhar, falar, andar, sentar-se, são metas que são conseguidas pelo doente mais tarde. Na infância aos 2 ou 3 anos começa o seu insaciável apetite. Na puberdade, os doentes começam a ter problemas de comportamentos e de agressividade. Na vida adulta os afetados por esta síndrome começam a ter atrasos ligeiros e a não conseguir prosseguir com a escola. O QI médio das pessoas com esta síndrome é, normalmente, de 70, não ultrapassando o QI de uma criança de 11 anos.

Gonçalo Julião Almeida Macedo Ferreira, 7º B Fonte: Lucília Galha, in revista SÁBADO, Nº 668, 16 a 22 de fevereiro de 2017

Síndrome genético raro, “Prader-Willi”

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Incompletude

Sou incompleto, sou um constituinte que jamais valerá por si só. Independente para o mundo à minha volta, preciso dele para que assim me possa sentir, dependente. Consumista de tudo um pouco, sou a mistura insolúvel na qual procuro dissolver-me. Problemático de natureza, tento encontrar uma explicação aceitável para preferir o selvagem, sem ter escolha possível. Sou o meio vazio que procura sempre a parte cheia e, se ela existe, então a contínua procura pelo vazio continua. Sou cheio de incógnitas e de tudo o que lhe pertença e, ainda assim, sou um tudo vazio. Quanto mais sei menos sei de todo. E este massacre mantém-me num vazio primitivo para o qual não consigo arranjar um lar. Sou o nómada do que sei e permaneço onde não sei, sem querer. Se não sou racional então não sou nada e se sou racional então sou tudo: tudo dúvidas e, por isso, tudo vazio pois dele não sei nada senão isto. Simplifico o complexo e esvazio-me por complicar a simplicidade. Não encontro meios termos e, consequentemente, mantenho-me na corda bamba entre o meio cheio e o meio vazio. Por mais que esteja cheio de aqui estar, jamais será suficiente para me esvaziar de mim, aqui. E sou a linha que separa o cheio do vazio, sem conseguir incluir-me num deles, e tento fazer-me pertencer; sem sucesso.

Henrique Strigidae

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Donald Trump, um homem polémico e desafiador Embora não tendo experiência de governação, Donald Trump ocupou, em janeiro, o maior cargo político da América, tornando-se no 45.º presidente dos Estados Unidos. Por não ser um político na plena aceção da palavra, a sua campanha resvalou, por vezes, para o grotesco e para a conversa brejeira de muito mau gosto. Descredibilizando ainda mais uma candidatura que se arrastava de modo atribulado, surgiram as primeiras desistências por parte dos republicados, alegando que Donald Trump não estava preparado nem tinha capacidade para governar a América. Polémico e desafiador, Trump não poupou às críticas sistemáticas os seus opositores. Estrategicamente, depois de acusá-los de corruptos e encherem os bolsos de dinheiro, enquanto o povo passava fome e vivia na incerteza do amanhã, dirige-se aos cidadãos com convicção, anunciando-lhes a boa nova da mudança. Mas o que mudará com Trump na presidência dos Estados Unidos? Não sabemos, dado que este parece revelar uma personalidade imprevisível. No entanto, tendo em conta o que disse durante a sua campanha, vai mudar tudo. A ordem mundial não lhe interessa, pois foi estabelecida pelos vencedores da Segunda Guerra Mundial; a NATO também não, uma vez que, na sua opinião, está obsoleta e gasta muito dinheiro, não resolvendo o problema do terrorismo. Como se isso não bastasse, Trump denuncia, ainda, de modo unilateral, os contratos de comércio livre, entendendo que são prejudiciais à economia dos Estados Unidos; promete, também, fechar as fronteiras. Isto não é novidade nenhuma porque já deu ordens para que se construísse um muro na fronteira entre os Estados Unidos e o México. A 27 de janeiro de 2017, assina uma ordem executiva relativa a imigrantes e refugiados, impedindo-os de entrar na América caso sejam oriundos de países de maioria muçulmana. Recentemente, critica o juiz federal que assina a ordem de bloqueio da sua decisão, pondo em causa a legitimidade do magistrado, e indispõe-se, ainda, com o primeiro-ministro australiano devido à questão dos refugiados. As dúvidas começam a dissipar-se!... O problema de Donald Trump não parece ser o da segurança e do terrorismo, mas sim o dos seus interesses económicos e financeiros. O tempo vai passando, e a falta de experiência e a incapacidade de Trump para governar a América começa a ser notória. A falta de credibilidade e a ignorância no conhecimento dos acordos, dos tratados, das leis e dos dossiers começa a sentir-se em todo o mundo. Mas quem tem de fazer alguma coisa – e vai fazer – é a sociedade americana. A personalidade política mais bem preparada e com experiência para governar a América é Hillary Clinton.

O que aconteceu a esta candidata à Casa Branca para ter sido preterida a favor de Donald Trump?

A diferença entre os candidatos está no modo como orientaram a sua campanha e, consequentemente, como transmitiram a sua mensagem.

A candidata pelos democratas primou por ser um deserto de ideias, sem saber expor os seus projetos para a América. Também não houve uma resposta pronta e adequada da sua parte para desmontar o populismo e a demagogia de Donald Trump. Por sua vez, o candidato pelos republicanos, ainda que tenha conduzido a sua campanha com base em slogans e frases desarticuladas de um contexto coerente, soube bem para que eleitores deveria falar. Donald Trump dirigiu-se, fundamentalmente, a uma América profunda, a uma classe média baixa, abandonada, sem quaisquer apoios e entregue a si própria. Trump foi o único que, com alguma lucidez, se apercebeu que havia muitos eleitores zangados com a democracia do seu país. São eles os muitos milhares de operários que trabalharam em fábricas anos a fio e, neste momento, estão desempregados; são eles os muitos milhares de agricultores, com trabalhos precários, vitimizados pela globalização. Estes milhões de eleitores ouvem atentamente Donald Trump e identificam-se com ele. As suas tendências sexistas e o facto de ser considerado por muitos o “inimigo da democracia” são mensagens que não passam, porque estes cidadãos são aqueles que recebem a visita das elites políticas somente em tempo de eleições. Estes cidadãos, com os seus sentimentos de raiva e mal-estar, estão cansados de ser constantemente ignorados pela imprensa. Por serem presa fácil da demagogia e do populismo de Trump, compreendemos o sentido dos votos que o elegeram. É nossa obrigação alertá-los de que o mundo em que vivemos é melhor do que aquele que nos prometem os populistas e demagogos, porque, mesmo sendo imperfeito, nos fala, de um modo geral, da liberdade, da democracia e dos direitos humanos.

É tempo de ação e de mudança, mas não aquela que Donald Trump nos quer impor. Uma mudança com sabedoria e bom senso, que dê aos cidadãos a perceção de que o futuro está nas suas mãos e de que o governo do seu país pode ser controlado por aqueles que amam a liberdade, a democracia e defendem uma justiça igual para todos.

João Couraceiro 12ºano

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O bullying é o ato de agredir, física e verbalmente, praticado intencionalmente, por apenas um indivíduo ou por um grupo. Geralmente o bullying é escolar, mas também existem vítimas adultas, normalmente denominado bullying adulto, e que é praticado nos locais de trabalho e no exército. Existem várias formas de bullying: bullying físico, verbal, social, homofóbico e cyberbullying. O bullying físico consiste num conjunto de agressões que podem originar danos físicos na vítima. Os agressores atingem as vítimas com pontapés, empurrando, cuspindo e maltratando, para ter possibilidade de lhe retirar os seus pertences. O bullying físico pode causar graves danos corporais, tais como os transtornos alimentares, problemas de estômago, a síndrome do intestino irritável, distúrbios no sono, dores corporais, marcas, feridas e/ou cortes. Sendo físico, poderá também levar a danos psicológicos como isolamento social, tentativa de suicídio, agressividade, ansiedade, depressão, receio de ir à escola/local de trabalho e mau rendimento escolar/no trabalho. O bullying verbal é o mais típico e nele são usados insultos, comentários negativos e humilhantes, a difamação, críticas cruéis, telefonemas abusivos, e-mails intimidantes, ameaças, insultos relativos à cor da pele e à orientação sexual. Este tipo de bullying interfere na auto estima, na concentração, na motivação para os estudos, no rendimento escolar. Se o bullying persistir, a vítima poderá desenvolver transtornos de ansiedade e de alimentação, como a bulimia, anorexia, alergias, depressão e ideias de suicídio. O bullying social tem semelhanças com o verbal, mas também inclui a exclusão, como a de um

trabalho de grupo ou mesmo de um grupo ou clube de amigos. Tal como o social, o bullying homofóbico também apresenta algumas características do verbal, mas, por sua vez, os agressores gozam com a orientação sexual da vítima. O cyberbullying tem muitos pontos em comum com os outros tipos de bullying, mas as agressões são feitas via SMS, MSN, e-mail ou redes sociais. Estas agressões estas como a partilha de fotos íntimas, divulgação de informação falsa, perseguições, etc. O que fazer quando se observa ocorrência de bullying ou quando se sofre de bullying Quando se observa alguém a sofrer de bullying, deve-se contar a um adulto, ou parente, e se não estiver ninguém em volta, é recomendado chamar a polícia. Quando se sofre de bullying não se deve reagir, porque é esse o objetivo do agressor. Desenvolver autoconfiança é o mais importante a ser feito, porque se o agressor vir que a vítima fica intimidada com os insultos ou agressões, ele continuará a praticá-lo. Outra dica muito importante para combater o bullying é contar a um adulto, à polícia ou a um parente, que poderão ajudá-la. O bullying há que ser evitado e consegue-se isso se se tiver confiança, auto-estima, evitar andar sozinho, aprender a defender-se, parar de viver com medo, acreditar em si mesmo e evitar pessoas potencialmente agressoras. O bullying tem de acabar! Linha SOS bullying : 808 962 006 Luana Tavares Fialho, 7ºB

BULLYING

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VIVA SINGAPURA Não me considero professor, não no sentido atual. O pouco que tenho para ensinar resume-se a método, trabalho de destrezas e alargamento de repertórios, no resto filio-me em toda uma linha de pedagogos, hoje, em tempos de competição desenfreada mais do que de crescimento e maturação, apenas esquecidos ou desconsiderados, tidos por desinteressantes relíquias de um passado bem recente. Assumo. Pouco tenho a ver com o ensino atual. Não acredito nele. Mas, sim, existo numa escola e gostava de acreditar que as mudanças se fazem por dentro. Não fazem. É triste, será injusto para muitos de nós, mas não fazem. E tão cedo, tranquilamente ponderado o modelo atual e o que a sociedade pretende hoje de um aluno, também não se farão por via ministerial, não de todo. Haverá alterações nos curricula, é assim desde sempre. As melhores e as piores. Cada governo faz questão de ‘um toque especial’, muito seu. Mas uma ideia para o ensino do século XXI, de reorganização da realidade escolar, dos curricula, continua a faltar. Hoje, simplesmente, não há perspetiva de futuro. Educar para quê?, o que se pretende?, como trabalhar os nossos alunos/filhos para que sejam melhores pessoas, pessoas cultas, interessadas e responsáveis? A resposta tem sido: especialização, normalização e competição – com a consequente duplicação da carga horária das disciplinas consideradas relevantes, supostamente competitivas no mercado e, naturalmente, a menorização das restantes, até à sua quase inoperalização, um erro tremendo (!). Depois, é uma questão de geografia. Ora modelos do Chile, ora da Finlândia. A organização escolar é a instituída no século XIX, os currículos estão anquilosados, desmesurados, invertendo em absoluto a ideia de um ensino que se diz básico, ou seja, anterior a uma especialização que se lhe seguiria paulatinamente no secundário e, depois, já a nível universitário, os exames verificam a normalização do pensamento, os PISA a sua adequação ao mercado. É triste, é trágico, mas é a realidade. Cada vez mais, fertiliza-se (institucionalmente) a ideia de que há disciplinas fundamentais e, sim, perdoe-se-me, que há um ‘resto’, o sobrante, algo que os miúdos têm que ter, mas que não têm qualquer importância. Algo rapidamente assimilado pela vox populi. O contrário absoluto da educação que, na Grécia (e, novamente, no Renascimento!), deu origem e fez a grandiosidade da civilização ocidental. Um fundamentalismo tecnocrático e do ‘empreendedorismo’, patrocinado pelos mídia e, rapidamente digerido pelos consumidores que todos nos tornámos – sim estou a falar também dos professores, mas já antes das famílias, do condicionamento precoce

dos miúdos –, e que visa apenas, à imagem do ‘Admirável mundo Novo’, de 1932, de Aldous Huxley, criar uma nova sociedade de classes, fundada, desta vez, na especialização, quando a formação de um ser humano é um todo e, perdoe-se-me novamente, o principal esforço da pedagogia, da educação, na sua aceção maior, deveria ser a formação do indivíduo como um ser completo, herdeiro de toda uma cultura ocidental e aberto às culturas do mundo, e não o Fachidiot, ou ‘idiota especializado’, como o sociólogo Max Weber (1864 -1920), nos anos 10 do século XX, antevendo o que hoje está a acontecer de facto, já o designava. Hoje, a pedagogia, espezinhada, tornou-se um resto que ainda infeta uma parte cada vez menor da docência, algo, claramente, a extirpar. Não há lugar a perdas de tempo. Não há lugar ao encanto. Primeiro: turmas com vinte e oito e trinta alunos. Segundo: excesso de trabalho. Um professor hoje em dia não tem mãos a medir! Ele é mais plataformas, mais percentagens, mais Componentes não Letivas, mais grelhas, mais burocracia, mais. Sobretudo, mais. Muito mais do que educar. Terceiro: programas desmedidos, de modo que se passa para o item seguinte antes de o primeiro estar bem assimilado. Outro crime de lesa interesse. Talvez, seja altura de secundarizar a monstruosidade que são os programas e olharmos para quem realmente temos à nossa frente, em como os podemos levar a cumprir os objetivos de uma educação básica, vista como um todo. Não. Ser professor não é fácil. Não temos que ser missionários, não há como ser perfeito. Mas temos que ser mediadores entre os filhos de uma sociedade ocidental complexa, miúdos, e ainda bem, todos diferentes uns dos outros. Todos miúdos irrequietos, mas apenas tão irrequietos quanto curiosos, assim as aulas não sejam uma seca. Não, não podemos pretender que damos aulas em Singapura, onde os gajos estão todos calados em turmas de 60 alunos. Essa não é a nossa tradição, e quem o tentar, quem não consegue perceber o que é hoje ter 12 ou 14 anos, sabe que vai abdicar do sucesso de 40% da turma. E no entanto … Todos somos Singapura. É triste, mais, é em termos civilizacionais criminoso. Como escreveu William Shakespeare, em Hamlet, Ato I, Cena IV, “Há algo de podre no reino da Dinamarca”. Mas é o ar do tempo. Eu recuso-me a colaborar!

Carlos Marinho Rocha

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O que escrevem os nossos professores...

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Um especial agradecimento à turma do 12º G e ao prof. Gabriel Fraga pela colaboração.

Estudo da capa para o jornal da escola de março de 2017

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OS NOSSOS CLUBES

Escola Secundária Clara de

Resende

Clube de Xadrez Na Biblioteca Escolar

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ESCOLA SECUNDÁRIA CLARA DE RESENDE

2016/2017

CLUBE DE TEATRO

Professor: Paulo Ferreira

Horário: 2ª feira das 18:30 às 20:00

Local: Sala de Espelhos

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