de chineses da europa à europa dos chineses
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Trabalho desenvolvido no âmbito da Licenciatura de Geografia da Universidade do PortoTRANSCRIPT
Sociedade, Território e Globalização Indústria Têxtil do Vale do Ave
Docentes: Teresa Sá Marques e Paulo Santos
Trabalho de Grupo Pág. 1/16 FLUP 1º Semestre/07
A Indústria Têxtil no Vale do Ave
De “Chineses da Europa” à Europa dos Chineses
Grupo: Alexandre Silva
Fernanda Silva
Genoveva Campos
Lúcia Andrade
Mafalda Sousa
Paulo Martins
Sociedade, Território e Globalização Indústria Têxtil do Vale do Ave
Docentes: Teresa Sá Marques e Paulo Santos
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ÍNDICE
Resumo
1. Localização e caracterização geográfica do Vale do Ave
2. Território, indústria e população
2.1 Do linho ao algodão
2.2 Da mecanização à especialização
3. Modelo de Povoamento (Rururbano)
4. De “Chineses da Europa” à Europa dos Chineses
5. A nova (r)evolução na indústria do Vale do Ave
6. O Vale do Ave e a globalização
Conclusão
Anexos
Sociedade, Território e Globalização Indústria Têxtil do Vale do Ave
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Resumo:
Analisando a geografia física do território e a ocupação humana que marcam e
distinguem o Vale do Ave como uma região de desenvolvimento económico-social
muito próprio, com um modelo de urbanização e industrialização difuso, estruturados e
ajustados a cada época de acordo com as exigências locais e globais, pretendemos
avaliar o seu papel no actual contexto económico, industrial e social, num mundo cada
vez mais próximo e pequeno regido pelos desafios da globalização.
Através de pesquisas bibliográficas, sites da internet e estudo da actual realidade
vivida pelas unidades industriais, abordaremos os diversos processos industriais e
fenómenos sociais que marcaram a história têxtil do Vale do Ave, sem ignorar o papel
do território e da família, em especial da mulher e da criança, na evolução e fixação da
indústria nesta região.
Não sendo novidade a situação de crise na indústria têxtil do Vale do Ave, a
actualidade é marcada por mais uma forte crise económica e social na região, devido à
nova ordem económica mundial e à forte invasão do mercado de produtos
manufacturados de origem estrangeira. Neste contexto, o encerramento de pequenas,
médias e algumas grandes empresas torna a face bem visível na elevada taxa de
desemprego que assola a região.
Perante os desafios da globalização num mercado mundialmente aberto e
competitivo torna-se necessário a adopção de medidas tendentes a dinamizar e
optimizar as unidades industriais, para assim, conquistar novos mercados fidelizando os
actuais, não só a nível de modernização tecnológica e qualificação profissional.
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1. Localização e caracterização geográfica do Vale do Ave
Pertencendo à divisão administrativa NUT III Ave, o Vale do Ave (ver anexo I)
situa-se no Noroeste de Portugal Continental e abrange 8 concelhos dos Distritos de
Braga e Porto: Fafe, Guimarães, Póvoa de Lanhoso, Santo Tirso, Trofa, Vieira do
Minho, Vila Nova de Famalicão e Vizela.
Enquadrado numa região de clima mediterrânico onde a influência atlântica se deve à
posição geográfica, disposição orográfica e proximidade ao mar, as características
climáticas do Vale do Ave traduzem-se em temperaturas amenas de pequenas
amplitudes térmicas e fortes níveis de pluviosidade média.
Sendo o Rio Ave um importante curso de água, cujas cabeceiras atingem mais de
1.050 metros de altitude, tem como afluentes na margem direita o rio Este e na margem
esquerda o rio Vizela. A sua bacia ocupa uma área de cerca 1.250 km2 representando
6% da superfície da região norte e 1,4% do território nacional1, criando assim uma
grande mancha verde que predomina na paisagem minhota.
Como um dos principais factores de fixação e distribuição da população, há que
destacar a estrutura e organização agrária e sua dependência dos cursos de água para
irrigação dos solos agrícolas.
Na sua ligação com o exterior, em particular com a região espanhola da Galiza,
saliente-se a importância estratégica da posição central ocupada pelo Vale do Ave no
eixo triangular Porto / Galiza / Verin (ver anexo I).
2. Território, indústria e população
Favorecido por factores naturais relacionados com o clima, cursos de água,
acessibilidades e espaço, mas sobretudo, pela força, dinamismo e capacidade de
trabalho da sua população, o Vale do Ave, transformou-se numa das zonas mais
dinâmicas e industrializadas do país a partir de meados do séc. XIX. Estes, foram
factores determinantes na polarização e concentração da indústria, sobretudo da têxtil e
vestuário, chegando a empregar cerca de 70% da população. Segundo censos de 2001
(INE 2001) nesta região residem cerca de 5,1% da população total portuguesa.
1
LIMA, Joaquim et all (2006), Atlas do investimento no vale do ave, ADRAVE, S.A
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O Vale do Ave, durante o último século, cresceu mais de 300% em população,
apresentando uma densidade demográfica superior aos 400 hab./km2 (quatro vezes
maior que a média nacional), mantendo actualmente uma tendência de crescimento
natural positivo e uma população activa muito jovem2 (ver anexo II).
Na passagem pelos diversos modelos industriais que marcam a história da região há
mais de um século as alterações só poderão ser compreendidas através da história do
território e das fortes ligações às actividades agrícolas e artesanais assentes num sistema
de pluriactividade das famílias e plurifuncionalidade da utilização dos solos.
Na sua heterogeneidade industrial (têxtil, vestuário, calçado, curtumes, cutelaria) o
Vale do Ave divide-se em três importantes regiões industriais designadas por Médio
Ave (concelhos de Guimarães, Vila Nova de Famalicão e Santo Tirso), Alto Ave e
Baixo Ave.
Aproveitando o saber tradicional do cultivo e transformação do linho em fios para se
transformar em panos, que remonta a tempos imemoriais, numa época em que quem
trajava com roupas de linho era distinguido socialmente como “gente de posses”, a
população do Vale do Ave, cuja subsistência e auto-suficiência provinha das actividades
agrícolas, cedo soube complementar os rendimentos com a utilização da mão de obra
feminina nos processos de fiação e tecelagem. Da roca ao tear cada casa agrícola tinha o
seu tear para a transformação do fio em tecido.
De uma necessidade meramente doméstica a produção intensificou-se e alargou-se
além portas para criar o mercado do linho que abastecia cidades como Guimarães e
Porto. Criado o mercado, o comércio do tecido de linho necessitava de uma produção
articulada para assegurar o circuito de um mercado crescente.
A exposição industrial de Guimarães de 1884, evidenciou o mérito e continuidade da
tradição local3 na produção de linho, onde as transformações dos processos de
manufactura e matéria prima eram já evidentes devido à importação de fio de linho e à
introdução do algodão na indústria até aí existente.
A introdução do algodão na indústria têxtil provocou um declínio no processo de
produção e tratamento do linho, dando assim lugar à forte indústria algodoeira.
2GONÇALVES, António José Bento e COSTA, Francisco da Silva, Secção de Geografia, Instituto de Ciências Sociais da Universidade do Minho,
(site) www.rotanoave.com/index.php?lang=pt&t=main&n=2-1-0-0, consultado no dia 16/11/2007
3 Em meados do XVIII, segundo Jacome Ratton “As manufacturas do Reino se limitavam a panos de linho, linhas de Guimarães,
chapéus de lã de Braga e da Terra da Feira, ferragens grossas de Braga e, de Guimarães, panos grossos de lã e saragossas; e quanto a
sedas, havia mui poucas fornecidas pela fabrica de Lisboa, além de taffetás, e gorgoroens, próprios para mantas de que até então usavam as mulheres, fabricados em Bragança onde todos os géneros manufacturados, para o consumo do reino e colónias vinham de
fora” de Teresa Sá Marques, Revista da Faculdade de Letras – Geografia, I Série, Vol. IV – Porto, 1998 p. 55,
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2.1 Do linho ao algodão
Já com um modelo de mercado onde a procura exigia um produção intensiva, o
evoluir e intensificação do tecido produtivo marcadamente manual, monoespecializado
e muito dependente de mão-de-obra feminina intensiva, dotaram e especializaram as
indústrias em unidades industriais específicas dentro da indústria têxtil; algumas
especializadas em fiação, outras em tecelagem, outras em confecção. Dada a
dependência das estruturas de umas das outras, a organização e gestão das mesmas
caracteriza-se pela interrelação numa estrutura horizontal com localização de
proximidade dentro da mesma região. No caso da indústria têxtil, esta, tornou-se mais
intensa na região do Médio Ave (Concelho de Guimarães).
Na localização das unidades fabris, a força motriz gerada pela força da água era um
elemento fundamental e determinante na instalação de unidades transformadoras do
linho junto a linhas de água. Esta mesma importância poderia também transformar-se
em impedimento de trabalho não só nos meses de estio, quando os caudais não tinham
força de água suficiente para gerar energia, como no Inverno quando a água em excesso
provocava inundações obrigando a interrupções na produção.
Da longa experiência no linho á utilização do algodão como matéria prima principal
importada a baixo preço, as estruturas fabris não tiveram necessidade de alterar as
técnicas de produção, pois os processos de laboração eram idênticos, o que tornou o
tecido de algodão acessível a muito mais gente.
Em meados do séc. XIX e o consequente aumento de mercado pela produção a baixo
preço, gerou uma forte concentração da indústria têxtil na região de Guimarães,
ocupando uma grande parte da população feminina, muito jovem, pouco qualificada
auferindo baixas remunerações com horários intensivos de trabalho (ver anexo IV).
2.2 Da mecanização à especialização
Com o caminho de ferro e a máquina a vapor, a industria têxtil do Vale do Ave, teve
de se modernizar, mecanizar, especializando-se para dar lugar a algumas unidades de
grandes dimensões e inúmeras pequenas e médias empresas caracterizadas pela
debilidade empresarial e a necessidade de investimentos de capital intensivo.
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Com uma forte implantação no mercado nacional e internacional com preços
competitivos, os produtos têxteis manufacturados no Vale do Ave representavam em
meados do séc. XX cerca de 50% da produção nacional (ver anexo V).
Segundo Jorge Alves, “é o sector secundário que assume o predomínio, decorrente da
sua tradição industrial no ramo do têxtil/vestuário. Na paisagem tradicional insinuou-se
a indústria têxtil, através de pequenas unidades que começaram a assumir relevância no
século passado. A dinâmica recente da industrialização tem profundas raízes na forma
como a produção industrial se foi organizando …”.
3. Modelo de Povoamento (Rururbano)
No modelo de território do Vale do Ave prevalece o sistema urbano misturado com
elevados padrões de ruralidade, caracterizados por dinâmicas de difusão urbana e
industrial. Na organização territorial torna-se difícil distinguir o espaço rural do espaço
urbano, assim como o espaço industrial do espaço habitacional.
Num sistema paralelo de urbanização e industrialização disperso, que muitas vezes se
entrecruza e se ligam através da plurifuncionalidade do uso do solo e da contiguidade da
residência ao campo com ligação á fábrica, a paisagem aparece num misto de
rural/urbano.
O Vale do Ave é um espaço diversificado mas igual a si próprio, onde a história, a
geografia e a paisagem vão sendo alteradas, prevalecendo os traços comuns a um
passado diversificado na actualidade. Paisagem marcante na história da história que lhe
valeu o título de Património Mundial, passando do (re)conhecimento da escala regional
para a escala mundial, é o Centro Histórico da Cidade de Guimarães, cuja recuperação
veio dinamizar o comércio e captar a atenção do investimento privado, beneficiando o
apoio técnico e financeiro do poder político local para a reabilitação do espaço público e
adaptação dos grandes e velhos edifícios ás necessidades das funções centrais da Polis
na velha Urbe .
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4. De “Chineses da Europa” à Europa dos Chineses
Na actualidade, as lojas de produtos têxteis de origem chinesa (e não só), proliferam
como cogumelos. Outrora os têxteis portugueses inundavam a Europa, hoje Portugal
está inundado de produtos a baixo provenientes do estrangeiro.
Segundo testemunho do Senhor Albino, director de uma empresa têxtil do Vale do
Ave: “quando ia à Alemanha promover os meus têxteis, era acusado de ser responsável
pelo encerramento de empresas do mesmo ramo noutros países por estar a vender tão
barato” . Outrora compravam-se equipamentos para produzir a baixo custo, com
baixos salários, trabalho intensivo, trabalhadores com baixo nível de instrução, (ver
anexo III) mão de obra desqualificada, trabalho infantil e feminino pagos abaixo da
média, desrespeito pelos direitos dos trabalhadores e total desrespeito pelas regras
ambientais.
Actualmente numa organização económica e social completamente diferente do que
era nos finais na segunda metade do séc. XX, a têxtil portuguesa não consegue produzir
a baixo custo nem em quantidades massivas economicamente viável.
Sendo os custos de manutenção das estruturas existentes muito elevados e o
apetrechamento tecnológico incomportável, diversas unidades industriais optam por
vender fiações inteiras a países que se encontram num momento de desenvolvimento.
Os preços a que se encontram os têxteis estrangeiros anulam qualquer possibilidade de
colocação da produção do Vale do Ave nos mercados nacionais e internacionais, mesmo
que seja produção em grandes números.
Aproveitando o desenvolvimento de Portugal assim como de outros países ricos da
Europa, algumas unidades industriais do Vale do Ave, que são especialistas na tradição
e qualidade, estão a especializar-se em mercados de “nicho” que exige altos
conhecimentos e muita qualidade.
5 A nova (r)evolução na indústria no Vale do Ave
Perante os desafios da globalização num mercado liberalizado, a indústria têxtil do
Vale do Ave encontra-se em grande crise em grande parte devido á invasão dos
produtos manufacturados provenientes de países com economias emergentes, de que é
exemplo a China.
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Numa organização em forma de teia e concentração em segmentos de forte controlo
da cadeia produtiva, onde as relações de subcontratação e empresas subsidiárias, que
por sua vez contratam micro empresas, gera uma enorme vulnerabilidade do sector em
situações de crise. Numa sucessão quase em cadeia a selecção de quem permanece no
ramo é quase que “natural” há medida que encerram unidades industriais, outras
vendem estruturas produtivas (fiações) inteiras a países como Paquistão, Índia e China.
Da mesma forma que as indústrias portuguesas adquiriram equipamentos a países
mais desenvolvidos (Alemanha) em meados do século passado, hoje, grandes empresas
encontram-se a desactivar e vender equipamentos, enquanto outras se especializam em
produtos de qualidade fornecendo mercados com maior poder de compra e muito
específicos – apesar de um menor número de peças fabricadas o elevado preço cobre
os preços de produção - tirando assim partido da tradição e do vasto conhecimento do
ramo apostando na alta qualidade e especificidade.
Apesar da diminuição do números de unidades produtivas, vão surgindo novas
estruturas adaptadas ás novas realidades do mercado, que apostam na redução dos
custos com a mão-de-obra através da compra de matérias-primas semi-manufacturadas
em países menos desenvolvidos. Assim o produto final passa a ser terminado em
unidades nacionais subcontratadas para os processos como os de tinturaria, confecção,
alta costura, produzindo assim um produto final de qualidade, apostando na
exclusividade e preços competitivos.
Com o encerramento de inúmeras unidades fabris nos últimos anos está iminente uma
nova a (re)organização do espaço, das actividades económicas e aplicação de políticas
de reinserção na vida activa dos trabalhadores da têxtil, normalmente
monoespecializados, apostando na formação profissional para aquisição de novas
competências de acordo com as novas técnicas da informação.
Assim e para além de problemas como o desenvolvimento rural em alguma regiões a
NE do Vale do Ave, a modernização da indústria, a diversificação do tecido produtivo,
os graves problemas económicos e sociais das famílias com um ou vários membros
desempregados e desafio que o mundo global e aberto nos coloca transformou-se numa
prioridade absoluta numa região onde o desemprego atinge o dobro da taxa nacional. No
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desafio da região em se adaptar ao mundo global, mitigando os efeitos da crise na
indústria têxtil do ave associações como a AMAVE4 .
6. O Vale do Ave e a globalização
Com a falência de inúmeras unidades industriais, deslocalização de empresas e
consequente perda de postos de trabalho, o Vale do Ave, segundo o CITEVE5, precisa
de “Compreender o fenómeno das deslocalizações e a capacidade do território e dos
seus actores para anteciparem o fenómeno e ultrapassarem as consequências”.
A aposta em novos em factores de diferenciação e a opção em adaptar unidades fabris
a novas indústrias de que são já exemplo as indústrias de polímeros e indústria
automóvel, tem sido uma das soluções encontradas.
Na passagem de uma economia regional assente na mono-indústria, com muita gente,
para uma indústria com pouca gente e muita tecnologia e automatismo inserida no
contexto global, é essencial formar parcerias entre poder político local e regional, com
objectivos económicos, investigação tecnológica que leve á promoção do
desenvolvimento regional. Destas parcerias, entre outras, são exemplo a criação do
Parque Tecnológico, AvePark6 e a AACTE - Associação das Actividade Colectivas
Têxteis Europeias que visam minimizar a crise e defender as dinâmicas de
desenvolvimentos e evolução tecnológica.
4 Situada no Noroeste de Portugal Continental, a AMAVE (Associação de Municípios do Vale do Ave) é constituída por 12 concelhos (Fafe, Guimarães, Póvoa do Lanhoso, Vieira do Minho, Vila Nova de Famalicão, Vizela, Cabeceiras de Basto, Santo
Tirso, Trofa, Vila do Conde, Póvoa do Varzim e Mondim de Basto), pertencentes aos distritos de Braga, Porto e Vila Real e situa-se entre as NUT III Ave, Porto e Tâmega. Ocupa uma área total de 1891,1 Km2.
5 CITEVE-Centro Tecnológico das Indústrias Têxtil e do Vestuário de Portugal , pessoa colectiva de utilidade pública
sem fins lucrativos que tem como missão o apoio ao desenvolvimento das capacidades técnicas e formação profissional e alargamento das áreas potenciais de formação e certificação de competências.
6 AvePark, Parque de Ciência e Tecnologia de Guimarães, projectado para acolher, no prazo de 10 anos, 200 empresas tecnológicas,
garantiu o seu administrador, Carlos Remísio. O gestor adiantou que a instalação das empresas, a concluir num prazo de 10 a 15
anos, vai permitir a criação de quatro mil empregos qualificados, entre cientistas e investigadores, que assim se fixarão na região do
Minho. O parque, que tem como "suporte natural" a Universidade do Minho, está instalado em 80 hectares de terrenos nos arredores da vila das Caldas das Taipas, em pleno Vale do Ave. O AvePark, que acaba de receber um subsídio governamental de 3,2 milhões
de euros, é uma sociedade constituída pela Câmara de Guimarães, com 51% do capital, pela Universidade do Minho, a Associação
Industrial do Minho e a Associação do Parque de Ciência e Tecnologia do Porto (com 15%, cada) e pela Associação Industrial e Comercial de Guimarães, com 4%. O investimento total em infra-estruturas e no chamado edifício central - já terminado - atinge os
10 milhões de euros. Em 2007, ficarão concluídos os edifícios da Incubadora de Empresas Tecnológicas, do Instituto Europeu de
Excelência em Engenharia de Tecidos e Medicina Regenerativa, extraído do JN de 6 /4/2007.
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Conclusão
Parafraseando o poeta o grande maior Poeta Português, “Mudam-se os tempos
mudam-se as vontades, muda-se o ser muda-se a esperança, todo mundo é composto de
mudança …”
É necessário ajustar as gentes, os espaço e as actividades económicas aos tempos que
vamos vivendo, o Vale do Ave tem sido disso um exemplo. É preciso continuar …
analisando, compreendendo e adaptando as pessoas, as estruturas, os espaços às
exigências actuais da aldeia global.
Bibliografia:
1 - Obras Gerais:
. ALVES, Jorge Fernandes, A indústria Têxtil do Vale do Ave, in MENDES, José Amado; FERNANDES, Isabel (coord.) –
Património e Indústria no Vale do Ave, V.N.Famalição, Adrave, 2002, p. 372-389
. ALVES, Jorge Fernandes, Cruzar os fios - a Fábrica Têxtil Riopele no contexto empresarial do Vale do Ave, in Estudos do Século
nº 4, 2004, p. 437-468
. Circulo de Leitores e Autores, Geografia de Portugal - Actividades Económicas e Espaço Geográfico, Vol. 3 , p.194-201, Printer
Portuguesa Indústria Gráfica, Lda., Rio de Mouro, 2006,
. GONÇALVES, António José Bento e COSTA, Francisco da Silva, Secção de Geografia, Instituto de Ciências Sociais,
Universidade do Minho, (site) www.rotanoave.com/index.php?lang=pt&t=main&n=2-1-0-0, consultado no dia 16/11/2007
. LIMA, Joaquim et all, Atlas do investimento no vale do ave, Adrave, S.A, 2006
. MARQUES, Teresa Sá, Sistema Produtivo Industrial e Território, um estudo da Têxtil em Guimarães, Revista da Faculdade de
Letras – Geografia, I Série, Vol. IV, Porto, 1988, pág. 55 a 103
. SILVA, Cidália, O Difuso no Vale do Ave, Dissertação de Mestrado apresentada à Faculdade de Arquitectura e à Faculdade de
Engenharia da Universidade do Porto, Porto, 2005
2 – Sites consultados:
. http://www.rotanoave.com/index.php?lang=pt&t=main&n=2-1-0-0, consultado em 20/11/2007
. http://www.citeve.pt/backoffice/output_efile.asp?sid, consultado em 4/12/2007
. http://www.jpn.icicom.up.pt/2007/09/04/facul-dade_de_economia_do_porto_estuda_reconversao_do_vale_do_ave.html, consultado em 4/12/2007
. http://www.investinave.com, consultado em 5/12/2007
. http://www.mapsofworld.com/spain/autonomous-community/galicia/galicia-road-map.jpg, consultado em 15/12/2007
. http://images.google.pt/imgres?imgurl=http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/0/08/LocalNUTS3Ave.svg/250px-
LocalNUTS3Ave.svg.png&imgrefurl
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Anexo I – Localização Geográfica do Vale do Ave
Sub-regiões Estatísticas de Portugal (NUT III)
Fonte: wikipédia.pt/media/2007/portugal-nuts-3.png Fonte: Rota do Património do Vale do Ave (modificado)
Extraído de: www.mapsofworld.com/spain/autonomous-community/galicia/galicia-road-map.jpg
NUT III – Ave
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Anexo II
Estimativas da população residente, segundo o grupo etário, 2004
Concelho 0-14
anos
15-24
anos
25-64
anos
65 ou
mais
anos
Fafe 9385 7883 28826 7434
Guimarães 29403 23917 90491 18065
Povoa de
Lanhoso 4213 3985 11840 3619
Santo Tirso 11439 9385 40828 9971
Trofa 6847 5569 22320 4430
Vieira do
minho 2243 2284 7212 2735
Vila Nova
de
Famalicão
23536 17782 74896 15476
Vizela 4591 3526 13123 2288
Povoa de
Varzim 12282 9149 36127 7894
Vila do
Conde 13199 10259 42827 9696
Cabeceiras
de Basto 3285 2788 8613 3089
Mondim de
Basto 1475 1414 4144 1437
Total 121898 97941 381247 86134
Fonte: amave, 2007
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Anexo III
População residente segundo o nível de instrução atingido 2001
Concelho Nenhum Básico
Total Secundário Médio Superior
Fafe 8260 36511 4916 150 2920
Guimarães 21968 107663 19406 666 9873
Povoa de
Lanhoso 3892 15849 2027 50 954
Santo
Tirso 9201 49678 8457 299 4761
Trofa 4545 25557 4849 185 2445
Veira do
Minho 2524 10099 1358 30 713
Vila Nova
de
Famalicão
17018 84358 16873 557 8761
Vizela 3351 16164 2137 63 880
Povoa de
Varzim 7984 41463 8056 420 5547
Vila do
Conde 9171 50075 9099 349 5697
Cabeceiras
de Basto 3675 11944 1419 39 769
Mondim
de Basto 1876 5576 716 18 387
Total 93465 454937 79313 2826 43707
Fonte: amave, 2007
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Anexo IV
Freguesias, do concelho de Guimarães, nas quais algumas actividades Têxteis
predominam em 1884, designadamente os tecidos de linho e de algodão para exportação
Extraído de: Marques, Teresa Sá, “Sistema Produtivo Industrial e Território, um estudo da Têxtil em Guimarães”, Revista da
Faculdade de Letras – Geografia. I Série, Vol. IV, 1988, pág. 58
Anexo V
A Têxtil do Vale do Ave face à dimensão nacional, 1944
Extraído de: Alves, Jorge Fernandes, A Indústria Têxtil do Vale do Ave, FLUP