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1 © 2014 Anhanguera Educacional. Proibida a reprodução final ou parcial por qualquer meio de impressão, em forma idêntica, resumida ou modificada em língua portuguesa ou qualquer outro idioma. Desenvolvimento Econômico Tema 2: O Sistema de Bretton Woods e a Conformação do Mundo no Pós-Guerra: Países Desenvolvidos X Países Emergentes Autor: Márcio Sampaio de Castro Como citar este material: CASTRO, Márcio Sampaio. Desenvolvimento Econômico: O Sistema de Bretton Woods e a Conformação do Mundo no Pós-Guerra: Países Desenvolvidos X Países Emergentes. Caderno de Atividades. Valinhos: Anhanguera Educacional, 2015. Há no mundo contemporâneo um intenso processo de transformação que coloca em cheque toda a ordem política e, principalmente, econômica estabelecida logo após o encerramento da Segunda Guerra Mundial (1939- 1945). As constantes crises enfrentadas pelo capitalismo, como os choques do petróleo nos anos 1970 e as bolhas especulativas forçadas pelo mercado financeiro nas décadas seguintes, são fatores de desequilíbrio do sistema. Por outro lado, a ascensão dos países emergentes tem levado estas nações a questionar a governança de organismos multilaterais, como o FMI e o Banco Mundial, e até mesmo o próprio sentido da globalização celebrada inicialmente como fator de desenvolvimento sem paralelo na história da humanidade. Essas são questões que estão na ordem do dia e, portanto, são fundamentais para o entendimento da dinâmica político-econômica do nosso tempo.

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1 © 2014 Anhanguera Educacional. Proibida a reprodução final ou parcial por qualquer meio de impressão, em forma idêntica, resumida ou modificada em língua portuguesa ou qualquer outro idioma.

Desenvolvimento Econômico

Tema 2: O Sistema de Bretton Woods e a Conformação do Mundo no Pós-Guerra: Países Desenvolvidos X Países

Emergentes Autor: Márcio Sampaio de Castro

Como citar este material:

CASTRO, Márcio Sampaio. Desenvolvimento Econômico: O Sistema de Bretton Woods e a

Conformação do Mundo no Pós-Guerra: Países Desenvolvidos X Países Emergentes.

Caderno de Atividades. Valinhos: Anhanguera Educacional, 2015.

Há no mundo contemporâneo um intenso processo de transformação que

coloca em cheque toda a ordem política e, principalmente, econômica

estabelecida logo após o encerramento da Segunda Guerra Mundial (1939-

1945).

As constantes crises enfrentadas pelo capitalismo, como os choques do

petróleo nos anos 1970 e as bolhas especulativas forçadas pelo mercado

financeiro nas décadas seguintes, são fatores de desequilíbrio do sistema. Por

outro lado, a ascensão dos países emergentes tem levado estas nações a

questionar a governança de organismos multilaterais, como o FMI e o Banco

Mundial, e até mesmo o próprio sentido da globalização celebrada inicialmente

como fator de desenvolvimento sem paralelo na história da humanidade. Essas

são questões que estão na ordem do dia e, portanto, são fundamentais para o

entendimento da dinâmica político-econômica do nosso tempo.

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O Sistema de Bretton Woods e a Conformação do Mundo no Pós-Guerra: Países Desenvolvidos X Países Emergentes

Em julho de 1944, o mundo ainda se encontrava às voltas com a Segunda

Guerra Mundial, e a Alemanha e o Japão ainda não haviam sido derrotados,

mas todos sabiam que isso era somente uma questão de tempo. Os países

aliados já discutiam como seria o mundo do pós-guerra; para definir como seria

a nova ordem econômica após o encerramento das hostilidades, os Estados

Unidos – com forte apoio da Inglaterra – resolveram organizar na cidade de

New Hampshire a Conferência de Bretton Woods, com a participação de 730

delegados de 44 países, inclusive o Brasil.

O resultado da conferência foi o estabelecimento das bases que fariam dos

Estados Unidos e seus aliados da Europa Ocidental os países mais ricos do

mundo nas décadas seguintes. Na época, os Estados Unidos sozinhos já

possuíam a maior economia do globo, com a maior produção de petróleo, de

energia, de carvão, de manufaturados em geral e ainda detinham 80% das

reservas de ouro de todo o planeta (GREEN, 1999). A União Soviética

encontrava-se praticamente isolada em seu projeto socialista e, apesar de

haver participado do encontro, pouco pôde influir em um desenho que tinha no

capitalismo sua razão de ser.

A primeira das medidas decididas na conferência foi a criação do padrão de

câmbio-ouro, a partir do qual o dólar transformou-se em moeda de referência

mundial a uma cotação de $ 35 (trinta e cinco dólares) por onça-troy (o

equivalente a 31,1 gramas de ouro). Isto fez com que todas as moedas do

mundo passassem a ter o dólar como parâmetro, tornando a moeda norte-

americana automaticamente a mais valorizada entre todas, dando origem

àquilo que ficaria conhecido como padrão dólar.

A segunda medida foi a criação do Fundo Monetário Internacional, voltado para

fomentar o desenvolvimento dos países, e do Banco Internacional para a

Reconstrução e o Desenvolvimento (BIRD) ‒ que depois viria a se transformar

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no Banco Mundial ‒, inicialmente voltado para a reconstrução da Europa. Os

dois organismos têm até hoje os Estados Unidos como principal cotista e,

consequentemente, detentor do maior poder de voto em ambas as instituições.

Ao longo das últimas décadas, estes foram os principais organismos

financeiros fornecedores de empréstimos a diversos países ao redor do mundo,

estabelecendo regras e condições rígidas para a liberação de recursos.

Essas duas medidas ‒ a instituição do padrão dólar e a criação do FMI e do

Banco Mundial ‒ determinaram o surgimento daquilo que ficou conhecido como

Sistema Bretton Woods.

Outra ação importante daquele período foi decorrente da divisão da Europa no

imediato pós-guerra entre os países sob influência norte-americana e os países

que pertenciam à esfera da antiga União Soviética, dando início ao que viria a

ser conhecido como Guerra Fria.

Preocupados com a possibilidade de países da Europa Ocidental se

aproximarem dos soviéticos, tornando-se socialistas, os Estados Unidos

resolveram adotar a proposta apresentada pelo general George Marshall. O

Plano Marshall, como ficou conhecido, era uma proposta que previa a

destinação, ao longo de quatro anos, de 13 bilhões de dólares (que seriam

equivalentes a mais de 100 bilhões de dólares em nossos dias) em forma de

assistência técnica e financiamentos diversos voltados principalmente para

países como Inglaterra, França, Itália e Alemanha.

O apoio econômico, ainda que motivado por interesses políticos, garantiu aos

países do bloco europeu ocidental um renascimento, que faria com que não só

atravessassem as dificuldades da reconstrução do pós-guerra, como também

que pudessem garantir à sua indústria e comércio um reflorescimento, o que se

refletiu no alto padrão de vida de seus cidadãos nas décadas seguintes.

Do outro lado do mundo, no extremo Oriente, a Guerra Fria teve mais um

capítulo com a Guerra da Coreia, em que países comunistas e capitalistas se

enfrentaram de fato no campo de batalha, entre 1950 e 1953. O conflito fez

com que os Estados Unidos enxergassem no Japão, vizinho da península

coreana e da China comunista ‒ e originalmente destinado pelos aliados a

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tornar-se um país agrário ‒ um país de grande importância estratégica para

seus interesses na região. A partir desta inflexão nos planos originais, o mesmo

modelo aplicado para a Europa poucos anos antes foi reproduzido nas ilhas

japonesas: empréstimos generosos e assistência técnica para que o país

pudesse se reconstruir e atingir um alto nível de desenvolvimento.

Para países de menor importância estratégica, mas com mercados

consumidores potencialmente interessantes, houve o incentivo para que

indústrias de menor valor agregado, ou seja, sem tecnologia de ponta,

pudessem ser instaladas, como foi o caso das grandes montadoras de

automóveis, que chegaram ao Brasil, na metade dos anos 1950,

acompanhadas de empréstimos feitos por grandes bancos internacionais. A

outras nações ainda menores sobrou simplesmente o papel de fornecedoras de

matérias-primas para as fábricas dos grandes países industriais.

Esta distinção criou no mundo daquele período uma divisão que ficaria

conhecida por muitos anos como tendo, de um lado, os países ricos, ou

desenvolvidos, e, de outro, os países do Terceiro Mundo, ou subdesenvolvidos,

que eram os países de baixa renda. A expressão Terceiro Mundo servia para

indicar que existia também um Segundo Mundo, composto pelos países sob a

influência da União Soviética, onde a lógica do capitalismo não se fazia

totalmente presente.

Crise do Petróleo e Inflação Global No início dos anos 1970, a distância entre os países desenvolvidos e

subdesenvolvidos começou a aumentar significativamente. A renda das

pessoas nos países subdesenvolvidos quase não se alterava, enquanto nos

países ricos aumentou de maneira expressiva no período compreendido entre

1975 e 1990.

Também a partir dos anos 1970, um rearranjo no Sistema Bretton Woods

ocorreu. Sobrecarregados pelos gastos com a Guerra do Vietnã e com um

crescente desequilíbrio em sua balança comercial e em suas contas internas,

os Estados Unidos perceberam que seus aliados começavam a abrir mão do

dólar, comprando diretamente o ouro físico em seus estoques. Para

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salvaguardar sua moeda e o poder de hegemonia econômica que ela lhe

garantia, o governo norte-americano resolveu acabar com a paridade dólar-

ouro.

Em 15 de agosto de 1971, o presidente Richard Nixon tomou essa decisão,

ratificada pelo FMI em 1973 (FIORI, 1999). O ouro não iria mais garantir o valor

do dólar, e sim a palavra e a influência do governo dos Estados Unidos,

respaldadas pelo seu tesouro nacional e pela emissão dos títulos da dívida do

país, conhecidos como treasuries.

Em 1973, uma nova crise, agora nascida no Oriente Médio, fez com que o

governo dos Estados Unidos adotasse novas medidas, com impactos no

mundo inteiro. O conflito entre árabes e israelenses, na chamada Guerra do

Yom Kippur, levou os países árabes membros da Organização dos Produtores

e Exportadores de Petróleo (OPEP) a inicialmente suspender o fornecimento e

depois aumentar em quatro vezes o preço do barril de petróleo. Essa medida

fez com que um efeito em cascata de aumento de preços de outros produtos

atingisse todos os países do mundo, gerando uma inflação global.

Para fazer frente a mais este desafio, os norte-americanos aumentaram no final

daquela década o valor dos juros de seus títulos públicos, encarecendo o custo

do dinheiro no mundo inteiro, ou seja, todo tipo de empréstimo ficaria muito

mais caro. Isso afetou diretamente os países subdesenvolvidos, que possuíam

grandes dívidas com os países ricos. Do dia para a noite, eles se viram

envolvidos por dois problemas gigantes: uma dívida externa enorme e uma

inflação crescente.

O Brasil não passou incólume por este processo. Sentindo os reflexos da crise

do petróleo e do aumento da taxa de juros promovida pelo FED (Federal

Reserve), o Banco Central dos Estados Unidos, o país parou de crescer, a

inflação dos preços aumentou assombrosamente, assim como aumentaram o

desemprego e a pobreza, e o país entrou na década seguinte em profunda

crise. Este fenômeno se reproduziu em quase todos os países

subdesenvolvidos no período. A crise foi tão grave que entre os economistas

brasileiros os anos 1980 ficaram conhecidos como a década perdida.

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Subitamente, com os juros mais altos, o volume das dívidas externas dos

países do Terceiro Mundo se multiplicou. Como resultado, diante dessa crise,

eles empobreceram ainda mais. Em acréscimo, o aumento da distância

tecnológica entre os países desenvolvidos e os subdesenvolvidos fez com que

estes últimos ficassem ainda mais defasados em um cenário de concorrência

internacional.

Para os países do Terceiro Mundo, duas décadas de graves crises

inflacionárias, baixo crescimento e instabilidades políticas acabaram por

transformá-los em laboratórios perfeitos para as experiências de globalização,

que marcariam o último decênio do século XX.

Globalização Em 1991, com a queda do Muro de Berlim e o fim da União Soviética, a

economia mundial vivenciou novas transformações. Ganhava força a ideia de

globalização. Empresas começaram a fechar suas plantas industriais em seu

país de origem em busca de menor custo de produção em outros lugares. O

mercado financeiro ganhou grande importância, e a desregulamentação da

economia, visando o aumento dos lucros, passou para a ordem do dia.

Grandes bancos e grandes corporações iniciaram um processo de

crescimento, com fusões e incorporações, e o fluxo de capitais ao redor do

globo tornou-se praticamente instantâneo. Novas tecnologias, como a

informática, a robótica e a biotecnologia, passaram a fazer parte do mundo das

empresas e do trabalho. Igualmente, a ideia de formação de blocos

econômicos ganhou força, surgindo as mais variadas nomenclaturas, tais como

União Europeia, Mercosul, Nafta, G20, entre tantas outras.

Essa integração do mundo levou à mudança da classificação dos países, que

agora passavam a ser divididos em países desenvolvidos e em países em

desenvolvimento ou países emergentes, e, ainda, em uma terceira categoria,

composta por países pobres ou países menos avançados.

Esta mudança de grandes empresas para outros países em busca de mão de

obra mais barata e custos menores de produção ‒ denominada outsourcing ‒

acabou por afetar em grande medida os países de origem dessas mesmas

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empresas. Enquanto nações do leste asiático, por exemplo, experimentaram a

chegada de novas indústrias e empresas de serviços, os países ricos

passaram a conviver nas últimas décadas com a redução da oferta de

empregos, e o alto padrão de vida construído nos pós-guerra foi seriamente

ameaçado também pelas inúmeras crises financeiras causadas pelo

descontrole dos mercados de capitais, por bolhas especulativas e pela

incapacidade de seus governos em oferecer respostas a esses desafios.

Diante deste quadro de renovadas crises e pouca efetividade do FMI e do

Banco Mundial no combate a elas, o modelo construído a partir de Acordos de

Bretton Woods atravessou sua maior crise desde sua criação, abrindo espaço

para novos arranjos políticos e econômicos, em que países emergentes como

a Índia, a Rússia e, sobretudo, a China começaram a ocupar um espaço

inimaginável há duas ou três décadas no concerto mundial.

Esses novos arranjos, em que esses países emergentes questionam cada vez

mais a estrutura de governança global em diversos órgãos multilaterais, como

a Organização das Nações Unidas (ONU), além do FMI e do Banco Mundial,

são a base para que outras formas de organização, a exemplo dos BRICS,

ganhem destaque no cenário internacional contemporâneo e indiquem um

possível redesenho dessa governança nos anos futuros.

Saiba Mais!

Bretton Woods: 70 anos depois

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© 2014 Anhanguera Educacional. Proibida a reprodução final ou parcial por qualquer meio de impressão, em forma idêntica, resumida ou modificada em língua portuguesa ou qualquer outro idioma.

BRETTON Woods: 70 anos depois. Síntese dos acordos de Bretton Woods.

Reportagem Euronews. 1:15min. Disponível em:

<http://www.youtube.com/watch?v=cVphJtESPqk>. Acesso em: 12 out.

2014.

Documentário: Roger e Eu

Roger e eu é um documentário produzido em 1989 por Michael Moore, em que

o cineasta já denunciava o sofrimento de milhares de famílias prejudicadas

com a saída da fábrica da GM da cidade de Flint, nos EUA, antecipando o

processo de outsourcing das grandes fábricas dos países ricos. Disponível

em: <http://www.youtube.com/watch?v=gOwXkstRaBw>. Acesso em: 13 out.

2014.

Globalização e Integração Perversa.

BELLUZZO, Luiz Gonzaga; CARNEIRO, Ricardo. Globalização e

Integração Perversa.

Texto publicado em 2003 na revista Política Econômica - Boletim

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© 2014 Anhanguera Educacional. Proibida a reprodução final ou parcial por qualquer meio de impressão, em forma idêntica, resumida ou modificada em língua portuguesa ou qualquer outro idioma.

quadrimestral do Centro de Estudos de Conjuntura e Política Econômica do

Instituto de Economia da Unicamp que traz uma análise retrospectiva a

respeito das principais transformações verificadas na economia global a

partir dos anos 1970. Disponível em: <http://www.eco.unicamp.br/docprod/downarq.php?id=128&tp=a>. Acesso

em: 14 out. 2014.

O acordo de Bretton Woods e a evidência histórica: o sistema financeiro internacional no pós-guerra.

KILSZTAJN, Samuel. Revista de economia política. São Paulo: Ed. 34, ISSN

0101-3157, ZDB-ID 7340771. - Vol. 9.1989, 4, p. 88-100. Disponível em:

<www.rep.org.br/pdf/36-6.pdf>. Acesso em: 15 ago. 2014.

Acordos de Bretton Woods: resultantes da conferência homônima realizada

nos Estados Unidos, em 1944, em que foram estabelecidos o padrão dólar-

ouro, definindo a moeda norte-americana como reserva internacional, e a

criação do Fundo Monetário Internacional e do Banco Mundial.

Banco Mundial e FMI: principais organismos financeiros fornecedores de

empréstimos a diversos países ao redor do mundo, controlados principalmente

pelos Estados Unidos. Estabelecem regras e condições rígidas aos países

necessitados para a liberação de recursos.

Crise do Petróleo: o conflito entre árabes e israelenses na chamada Guerra

do Yom Kippur, em 1973, levou os países árabes membros da Organização

dos Produtores e Exportadores de Petróleo (OPEP) a inicialmente suspender o

fornecimento e depois aumentar em quatro vezes o preço do barril do petróleo.

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Essa medida fez com que um efeito em cascata atingisse todos os países do

mundo, gerando uma inflação global.

Globalização: com o fim da União Soviética, em 1991, a economia mundial

passou por grandes transformações. Empresas começaram a produzir em

diversos países, em busca de menor custo. O mercado financeiro também

ganhou grande importância, e a desregulamentação da economia, visando o

aumento dos lucros, passou para a ordem do dia. Grandes bancos e grandes

corporações iniciaram um processo de crescimento, com fusões e

incorporações, e o fluxo de capitais ao redor do globo tornou-se praticamente

instantâneo.

Plano Marshall: proposta instituída em 1948, que previa a destinação, ao

longo de quatro anos, de 13 bilhões de dólares em forma de assistência técnica

e financiamentos diversos voltados principalmente para países como a

Inglaterra, a França, a Itália e a Alemanha.

Instruções

Agora, chegou a sua vez de exercitar seu aprendizado. A seguir, você

encontrará algumas questões de múltipla escolha e dissertativas. Leia

cuidadosamente os enunciados e atente-se para o que está sendo pedido.

Questão 1 (Brasil Escola) Sobre o Banco Mundial, considere as afirmativas a seguir:

I. Foi inicialmente criado para fomentar, principalmente, o Plano Marshall.

II. Os empréstimos concedidos podem ser utilizados para qualquer fim.

III. Somente os governos podem contrair empréstimos.

IV. Não estabelece regras para a concessão de empréstimos, o que lhe rende

duras críticas.

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Assinale a alternativa que apresenta somente o que for verdadeiro:

a) I.

b) II.

c) I e III.

d) II e IV.

e) I, III e IV.

Verifique a resposta correta no final deste material na seção Gabarito.

Questão 2

(FGV) A criação do FMI (Fundo Monetário Internacional) e do BIRD (Banco

Interamericano para a Reconstrução e Desenvolvimento) está vinculada

diretamente à:

a) Conferência de Yalta (Crimeia) em 1945, estabelecendo as agências

financiadoras para a reconstrução da Europa e da Ásia no pós-guerra.

b) Desvalorização do dólar em relação ao ouro, implementada por Nixon no

início dos anos 1970.

c) Conferência de Bretton Woods (EUA) em 1944, com a formação do Banco

Mundial.

d) Conferência de Potsdam (Berlim) em 1945, que determinou a área de ação

dessas instituições.

e) Substituição do padrão-ouro pela libra esterlina, com o intuito de fortalecer e

desenvolver as economias dos países no pós-guerra.

Verifique a resposta correta no final deste material na seção Gabarito.

Questão 3 (UFAM) São características da Globalização:

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a) A adoção do Toyotismo como modelo para a reorganização da produção, a

restrição dos mercados e a valorização tecnológica.

b) O estabelecimento de redes comerciais, com valorização do capital mercantil

e o aumento do controle estatal na economia.

c) A adoção de políticas neoliberais, a desregulamentação da economia e a

diminuição dos índices de robotização na indústria.

d) A dinamização tecnológica, com a garantia da ampliação de políticas sociais

e direitos trabalhistas.

e) A formação de blocos econômicos, a integração dos mercados e o avanço

do capital financeiro.

Verifique a resposta correta no final deste material na seção Gabarito.

Questão 4 Em 1944, foram lançados os fundamentos para uma nova ordem da economia

global. Cite quais foram os três principais pilares estabelecidos naquele

momento.

Verifique a resposta correta no final deste material na seção Gabarito.

Questão 5 Explique como e por que a crise do petróleo nos anos 1970 gerou uma crise

econômica em escala planetária.

Verifique a resposta correta no final deste material na seção Gabarito.

Vimos neste tema que o final da Segunda Guerra Mundial ensejou o

surgimento de uma nova ordem econômica, em que os Estados Unidos

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despontaram como a principal nação do globo. Esta nova ordem estabeleceu o

dólar como moeda de referência e trouxe à luz organizações multilaterais,

como a ONU, o FMI e o Banco Mundial.

As diversas e crescentes crises enfrentadas pelo capitalismo, principalmente a

partir dos anos 1970, criaram a globalização, que surgiu como consequência

natural da expansão do modelo e sua busca incessante por novas

oportunidades de realização de lucro e tentativa de resposta a essas mesmas

crises. Por outro lado, essa expansão trouxe para o cenário novos aspirantes

ao protagonismo econômico: os países emergentes.

BELLUZZO, Luiz Gonzaga; CARNEIRO, Ricardo. Globalização e Integração

Perversa. Revista Política Econômica ‒ Boletim Quadrimestral do Centro de

Estudos de Conjuntura e Política Econômica, Instituto de Economia da

Unicamp, Campinas, mar./ago. 2003. Disponível <http://goo.gl/G5FUeo>.

Acesso em: 14 out. 2014.

FIORI, José Luis (Org.) Estados, Moedas e Desenvolvimento. In: _______.

Estados e Moedas, no Desenvolvimento das Nações. Petrópolis: Editora

Vozes, 1999.

GREEN, Timothy. Central Bank Gold Reserves: An Historical Perspective Since

1845. World Gold Council, Research Study, v. 23, 1999. Disponível em:

<http://goo.gl/COqtVA>. Acesso em: 18 ago. 2014.

KILSZTAJN, Samuel. O acordo de Bretton Woods e a evidência histórica: o

sistema financeiro internacional no pós-guerra. Revista de Economia Política,

São Paulo: Ed. 34, v. 9, n. 4, p. 88-100, 1989. Disponível em:

<http://www.rep.org.br/pdf/36-6.pdf>. Acesso em: 15 ago. 2014.

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Vídeos:

ROGER e Eu. Direção Michael Moore. EUA, 1989. Disponível em:

<http://www.youtube.com/watch?v=gOwXkstRaBw>. Acesso em: 13 out. 2014.

BRETTON Woods: 70 anos depois. Euronews. Síntese dos acordos de Bretton

Woods. 1:15min. Disponível em:

<http://www.youtube.com/watch?v=cVphJtESPqk>. Acesso em: 12 out. 2014.

Questão 1

Resposta: Alternativa A

I. Verdadeiro – O Banco Mundial foi inicialmente criado para ajudar na

reconstrução dos países destruídos na Segunda Guerra Mundial, financiando

ações que agissem neste sentido, a exemplo do Plano Marshal.

II. Falso – Os empréstimos concedidos pelo Banco Mundial são específicos

para obras relacionadas ao desenvolvimento estrutural, como a construção de

rodovias, ferrovias, geração de energia, entre outras.

III. Falso – Além dos governos, empresas de grande porte também podem

solicitar ajuda financeira, desde que seus projetos de aplicação sejam

aprovados.

IV. Falso – O Banco Mundial estabelece regras rígidas para a concessão de

empréstimos.

Questão 2

Resposta: Alternativa D

A criação do FMI e do Banco Mundial ocorreu em 1944, durante as

Conferências de Bretton Woods, nos Estados Unidos.

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Questão 3

Resposta: Alternativa E

A globalização ensejou a formação de blocos econômicos, a integração dos

mercados e o avanço do capital financeiro.

Questão 4

Resposta: A criação de instituições de fomento multilaterais como o FMI e o

Banco Mundial e a adoção do padrão dólar-ouro, que instituiu a moeda norte-

americana como referência de reserva internacional.

Questão 5

Resposta: Os países árabes membros da Organização dos Produtores e

Exportadores de Petróleo (OPEP), a partir da Guerra do Yom Kippur, em 1973,

inicialmente suspenderam o fornecimento e depois aumentaram em quatro

vezes o preço do barril do petróleo. Essa medida fez com que um efeito em

cascata de aumento de preços de outros produtos atingisse todos os países do

mundo, gerando uma inflação global.